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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO Pós Graduação Strictu Sensu - Mestrado em Atenção à Saúde
POLLYANA PAGLIARO BORGES SOARES
TÉCNICA DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS: INTERVENÇÃO EM
IDOSOS COM INDICATIVO DE DEPRESSÃO
UBERABA – MG 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO Pós Graduação Strictu Sensu - Mestrado em Atenção à Saúde
TÉCNICA DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS: INTERVENÇÃO EM
IDOSOS COM INDICATIVO DE DEPRESSÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado em Atenção à Saúde da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Atenção à Saúde. Linha de Pesquisa: Atenção à saúde das populações. Eixo temático: Saúde do adulto e do idoso; Saúde da família. Orientanda: Pollyana Pagliaro Borges Soares Orientadora: Profª Drª Jurema Ribeiro Luiz Gonçalves
UBERABA – MG
2013
POLLYANA PAGLIARO BORGES SOARES
TÉCNICA DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS: INTERVENÇÃO EM IDOSOS COM INDICATIVO DE DEPRESSÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado em Atenção à Saúde da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, como requisito parcial para obtenção do título de mestre.
10 de Dezembro de 2013
Banca Examinadora:
___________________________________________________________
Profª Drª Jurema Ribeiro Luiz Gonçalves - Orientadora
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
____________________________________________________________
Profª Drª Ana Lúcia de Assis Simões
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
_____________________________________________________________
Profa Dra Sueli Aparecida Frari Galera
Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
Dedico este trabalho aos idosos, por todo conhecimento que não hesitam em
compartilhar. Por tanta sabedoria adquirida, pela experiência anunciada em cada
expressão da senilidade, pelo que se deixaram aprender na vida, e por iluminarem o
mundo com suas filosofias, por vezes antagônicas a tanta mediocridade contemporânea.
AGRADECIMENTOS
À DEUS, por conduzir meus passos a lugares altos, me levando a vivenciar
experiências e oportunidades antes apenas idealizadas. Reconheço, todos os dias, que
tudo é Dele, por meio Dele e para Ele. Deus, obrigada por estar sempre perto.
AO MEU ESPOSO, que acreditou nos meus sonhos e sempre me incentivou com
carinho. Ao seu lado quero dividir cada momento, desvelando o significado de
compartilhar.
À MINHA FAMÍLIA, por me ensinar a semear no caminho do conhecimento,
valorizando a prática dos estudos, para que hoje eu possa colher bons frutos. Por me
oferecer princípios, que constroem quem realmente sou, e não me permitem perder
minha essência. Educar é uma dádiva. Meus exemplos de força e superação.
À PROFESSORA DOUTORA JUREMA RIBEIRO LUIZ GONÇALVES,
orientadora desta pesquisa. Minha sincera gratidão por permitir a construção de uma
relação pautada em respeito e amizade. Por cultivar durante todo esse tempo, muito
além de orientações cientificas/metodológicas, mas valores de vida que levarei comigo
onde quer que esteja. Obrigada pela oportunidade e pela confiança em mim depositada.
À você, minha admiração.
AOS IDOSOS DA UAI, pela disponibilidade em participar desta pesquisa, para a qual
gentilmente se doaram. Fonte inesgotável de aprendizado, que me permitiram desfrutar.
À CAPES/REUNI, pelo auxílio financeiro.
À UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, pelo apoio para o
desenvolvimento da pesquisa.
AOS PROFESSORES DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ATENÇÃO
À SAÚDE que foram fundamentos para o aprimoramento e construção do
conhecimento adquirido para me tornar mestre.
AOS ALUNOS DA GRADUAÇÃO, pela importante colaboração em todas as etapas
da pesquisa. E, sobretudo, pela oportunidade de exercer a arte de ensinar e instruir.
AOS COLEGAS DO MESTRADO, em especial à AMIGA ÉRICA, pela convivência
e companhia em todos os momentos. Dúvidas e anseios compartilhados, conquistas
celebradas, vitória alcançada.
“Depois de algum tempo a gente aprende...
Aprende que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a compreender que não
se deve comparar com os outros, mas com o melhor que se pode ser. Descobre que levase
muito tempo para se tornar a pessoa que deseja ser, e que o tempo é curto. E você
aprende que realmente pode suportar; que realmente é forte e que pode ir muito mais
longe, mesmo tendo pensado não ser capaz.”
(Willian Shakespear)
RESUMO
No contexto atual, os idosos brasileiros convivem com diversos problemas nas esferas
física, social e psicológica, representando fator desencadeante de sintomas depressivos
com impacto negativo sobre vários aspectos da vida desses indivíduos. Sob este prisma,
evidencia-se a necessidade de que as estratégias de intervenção à saúde do idoso
apontem iniciativas que alcancem aspectos mais amplos, constituindo, portanto, como
desafio, assegurar ações capazes de atribuir significado à vida, proporcionando ao idoso
a elaboração de novas perspectivas frente aos desafios. Assim, a Técnica de Solução de
Problemas (TSP) surge como uma estratégia de conduta terapêutica aos pacientes
deprimidos configurando-se como uma possibilidade de abordagem a ser realizada pelo
enfermeiro, munido de características, habilidades e embasamento científico/teórico.
Dessa forma, essa pesquisa objetivou avaliar o impacto da TSP através de grupos
terapêuticos como estratégia de intervenção junto a idosos com indicativo de depressão
que frequentam a Unidade de Atenção ao Idoso (UAI), e especificamente, traçar perfil
sócio demográfico e econômico dos idosos; estimar a prevalência de indicativo de
depressão; comparar escores indicativos de depressão antes e após a intervenção;
descrever as repercussões da TSP nas estratégias de Coping usadas para enfrentamento
de problemas antes e após a intervenção; desvelar potencialidades da TSP através de
grupos terapêuticos como estratégia de intervenção junto a idosos com indicativo de
depressão.Trata-se de um estudo com abordagens quali/quantitativas, de acordo com os
objetivos propostos. A pesquisa foi realizada na UAI do município de Uberaba – MG ,
com pessoas de 60 anos ou mais, de ambos os sexos, que frequentavam a unidade
periodicamente. O estudo foi desenvolvido em duas etapas, a saber: 1ª etapa: Perfil
socioeconômico/demográfico e Estimativa de prevalência de depressão; 2ª etapa:
Intervenção com desenvolvimento da TSP através de grupos terapêuticos e Avaliação.
Os instrumentos utilizados foram: Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional e
Multidimensional (BOMFAQ); Escala de Depressão Geriátrica Abreviada; Inventário
de Estratégias de Coping. A análise dos dados foi feita por meio da estatística descritiva
em frequência simples. A taxa de prevalência foi segundo a fórmula número de casos
existentes em dado local momento período x 10 n dividido por população do mesmo
local e período. Foram ainda calculados comparativamente os escores obtidos antes e
após a intervenção, a fim de evidenciar alterações, por meio do teste T - pareado. Para
análise dos dados referentes às estratégias de enfrentamento, obtidos pelo Inventário de
Estratégias de Coping-Jaloitec foi calculada pontuação relativa. A análise dos
depoimentos emergentes nos grupos terapêuticos foi feita no Software de análise
qualitativa ATLAS.ti, norteada pela teoria de Bardin (2010). O projeto foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro, sob protocolo nº 2316. O estudo mostrou que dos 317 idosos que
frequentam UAI a maioria foi representada pelo sexo feminino com 73,73%. 46,2%
encontravam-se entre 60├ 70 anos, houve predominância dos viúvos com 36,7%,
possuem um a cinco anos de estudo (59,17%) e são predominantemente donas de casa
(59,17%). Maioria possui casa própria quitada (78,79%) com renda de 1 (um) salário
(39,87%). Com relação à estimativa de prevalência de depressão identificou-se valor de
30,9%. A média dos escores de depressão no período pré-intervenção foi de 10,73 e no
pós-intervenção de 5,27, evidenciando diferença significativa na comparação dos
escores médios de depressão (p=0,00). Os resultados indicaram, ainda, que as
estratégias de Coping, utilizadas para solução dos problemas, antes da intervenção, eram
predominantemente focadas nas emoções, com ênfase para a estratégia emotiva (36,3
%), e verificou-se que as estratégias adotadas após a intervenção foram confrontiva e
sustentativa, totalizando 63,6 % dos indivíduos, que constituem estratégias positivas,
focadas no problema, aumentando chances de resoluções efetivas. Os resultados
evidenciados como potencialidades da TSP em grupo terapêutico mostraram
reelaboração do significado da depressão e compreensão do problema por meio da
análise cognitiva da sintomatologia depressiva e reflexão acerca dos fatores precursores
da depressão; concepção de novas estratégias de solução para os problemas da vida;
elaboração de comportamento frente à vida e construção de significados intrínsecos
sobre grupos terapêuticos. Identificou-se empoderamento pessoal e melhora das
habilidades de enfrentamento e adaptação, explicitando o impacto da intervenção com
efeitos no âmbito domiciliar, nas relações familiares e na forma de compreender e
interpretar situações, minimizando sintomas depressivos. Por fim, o presente estudo
levantou problemas de extrema relevância e otimizou evidências dessa conduta
terapêutica como forma de tratamento para pacientes deprimidos, com custos reduzidos
e viabilidade de tratamento em curto prazo, o que vai ao encontro das necessidades do
ponto de vista de saúde pública no Brasil.
Palavras-chave: Depressão. Idoso. Cuidados de Enfermagem. Psicoterapia de grupo.
ABSTRACT
In the current context, the elderly Brazilians living with various problems in the
physical, social and psychological, representing a triggering factor for depressive
symptoms with a negative impact on various aspects of life of these individuals. In this
light, highlights the need for intervention strategies to elderly health initiatives point to
reach broader aspects, and therefore is a challenge, ensuring actions capable of
assigning meaning to life, providing the elderly to develop new perspectives to the
challenges ahead. Thus, the Technical Troubleshooting ( TSP ) emerges as a therapeutic
strategy for depressed patients configured as a possibility approach to be performed by
nurses , provided with characteristics , skills and a scientific / theoretical . Thus , this
study aims to assess the impact of TSP through therapeutic groups as a strategy for
intervention with older adults with depression indicative of attending Elderly Care Unit
( ECU ), and specifically , to trace socio demographic and economic profile of the
elderly ; estimate the prevalence of depression indication ; compare scores indicative of
depression before and after the intervention , describing the impact of TSP on coping
strategies used to cope with problems before and after the intervention ; unveil potential
of TSP through therapeutic groups as a strategy for intervention with elderly indicative
of depressão. Trata is a study of approaches quali / quantitative , according to the
proposed goals . The survey was conducted in the IAU Uberaba - MG, persons 60 years
or older, of both sexes, who attended the unit periodically. The study was developed in
two stages, as follows: Step 1: Socioeconomic / demographic and estimate prevalence
of depression; Step 2: Intervention development of TSP through therapeutic groups and
Evaluation. The instruments used were: Brazilian Functional Assessment Questionnaire
and Multidimensional ( BOMFAQ ), Geriatric Depression Scale Short ; Coping
Strategies Inventory . Data analysis was performed using descriptive statistics in single
frequency. The prevalence rate was according to the formula number of existing cases
in a given site x 10 time period n divided by population in the same place and time. We
also calculated compared the scores obtained before and after the intervention in order
to highlight changes, through T Test - test. For data analysis of coping strategies,
obtained by the Coping Strategies Inventory - Jaloitec was calculated relative score. The
statements in the emerging therapeutic groups was made in ATLAS.ti qualitative
analysis software, guided by the theory of Bardin (2010 ) . The project was approved by
the Ethics Committee on Human Research of the Federal University of Triangulo
Mineiro, under protocolo 2316 . The study showed that of the 317 seniors who attend
IAU most were represented by females with 73.73 %. 46.2 % were between 60 ├ 70,
predominated with 36.7 % widowed, have a five -year study ( 59.17 % ) and are mainly
housewives ( 59.17 % ) . Most homeowners have paid off ( 78.79 % ) with an income of
one (1 ) salary ( 39.87 % ) . With respect to the estimated prevalence of depression was
identified value of 30.9 %. Mean depression scores at pre-intervention period was 10.73
and post - intervention 5.27, showing a significant difference between the mean scores
of depression ( p = .00 ) . The results also indicated that the Coping Strategies , used for
troubleshooting , before the intervention , were predominantly focused on emotions ,
with emphasis on the emotional strategy ( 36.3 % ) , and it was found that the strategies
adopted after intervention were confrontiva and sustentativa, totaling 63.6 % of
individuals who are positive strategies , problem-focused , increasing chances of
effective resolutions . The results shown potential as the TSP group showed therapeutic
reworking the meaning of depression and understanding of the problem through the
analysis of depressive symptomatology and cognitive reflection on the factors
precursors of depression ; designing new strategies for solving the problems of life ,
development behavior towards life and building intrinsic meanings of therapeutic
groups . Identified personal empowerment and improved coping skills and adaptation,
highlighting the impact of intervention effects in the home environment, family
relationships and how to understand and interpret situations , minimizing depressive
symptoms . Finally, this study raised issues of great relevance and optimized evidence
of this therapeutic approach as a treatment for depressed patients with reduced costs and
feasibility of short-term treatment, which meets the needs from the point of view of
public health Brazil.
Keywords: Depression. Elderly. Nursing care. Group psychotherapy.
RESUMEN
En el contexto actual, los brasileños de edad avanzada que viven con diversos
problemas en el desarrollo físico, social y psicológico, lo que representa un factor
desencadenante de los síntomas depresivos con un impacto negativo sobre diversos
aspectos de la vida de estas personas. En este sentido, destaca la necesidad de que las
estrategias de intervención para la salud de ancianos punto de iniciativas para llegar a
aspectos más amplios, y por lo tanto es un desafío, asegurando acciones capaces de
asignar significado a la vida, proporcionando a los ancianos a desarrollar nuevas
perspectivas a los retos del futuro. Por lo tanto, la Tecnica de Solución de Problemas
(TSP) emerge como una estrategia terapéutica para los pacientes deprimidos
configurados como un enfoque posibilidad de ser realizadas por las enfermeras,
provistos de características , habilidades y un científicos / teórico . Por lo tanto , este
estudio tiene como objetivo evaluar el impacto de la TSP a través de grupos
terapéuticos como una estrategia de intervención con los adultos mayores con depresión
indicativos de asistir a la Unidad de Atención al Anciano ( UAA ), y en concreto, para
trazar el perfil socio demográfico y económico de las personas mayores; estimar la
prevalencia de indicación de la depresión ; comparar los resultados indicativos de
depresión antes y después de la intervención, que describe el impacto de la TSP sobre
las estrategias utilizadas para hacer frente a los problemas antes y después de la
intervención; desvelar el potencial de TSP a través de grupos terapéuticos como una
estrategia para intervención con personas de edad avanzada indicativo de depresión.
Trata es un estudio de los enfoques cualidades / cuantitativa, de acuerdo con los
objetivos propuestos . La encuesta se llevó a cabo en el UAA Uberaba - MG , las
personas mayores de 60 años , de ambos sexos , que asistió a la unidad periódicamente .
El estudio se desarrolló en dos etapas, de la siguiente manera: Paso 1: prevalencia
Socioeconómico / demográfica y estimación de la depresión; Paso 2: Desarrollo de
Intervención de TSP a través de grupos terapéuticos y Evaluación. Los instrumentos
utilizados fueron: Cuestionario de Evaluación Funcional de Brasil y Multidimensional (
BOMFAQ ), la Escala de Depresión Geriátrica corto ; Estrategias de Coping Inventory.
El análisis de datos se realizó mediante estadística descriptiva en una sola frecuencia. La
tasa de prevalencia fue de acuerdo con el número de fórmula de los casos existentes en
un lugar determinado x 10 período de tiempo n dividido por la población en el mismo
lugar y hora. También se calculó compararon los resultados obtenidos antes y después
de la intervención con el fin de destacar los cambios, a través de la prueba T - test. Para
el análisis de los datos de las estrategias de afrontamiento, obtenidos por las estrategias
de afrontamiento Inventario Jaloitec se calcula el nivel relativo. Las declaraciones de los
grupos terapéuticos emergentes se hizo en software de análisis cualitativo ATLAS.ti ,
guiada por la teoría de Bardin (2010). El proyecto fue aprobado por el Comité de Ética
en Investigación en Seres Humanos de la Universidad Federal del Triángulo Mineiro,
bajo protocolo 2316 . El estudio mostró que de los 317 adultos mayores que asisten a la
IAU más estaban representados por mujeres con 73,73 %. 46,2 % tenían entre 60 ├ 70,
predominó con el 36,7 % viudas, tener un estudio de cinco años ( 59,17 % ) y son
principalmente amas de casa ( 59,17 %). La mayoría de los propietarios de viviendas
han dado sus frutos ( 78,79 %), con un ingreso de un ( 1 ) Salario ( 39.87 %). Con
respecto a la prevalencia estimada de la depresión se identificó valor de 30,9 %. Las
puntuaciones medias de depresión en periodo pre - intervención fue de 10,73 y 5,27
después de la intervención, mostrando una diferencia significativa entre las
puntuaciones medias de depresión ( p = 0,00 ) . Los resultados también indicaron que
las estrategias de afrontamiento , que se utiliza para la resolución de problemas , antes
de la intervención , se centraron principalmente en las emociones , con énfasis en la
estrategia emocional ( 36,3 % ) , y se encontró que las estrategias adoptadas después
intervención fueron confrontiva y sustentativa , totalizando 63,6 % de los individuos
que son estrategias positivas , problemas centrado , aumentando las posibilidades de
resoluciones efectivas . Los resultados en el potencial que el grupo TSP mostraron
reelaboración terapéutica el significado de la depresión y la comprensión del problema a
través del análisis de la sintomatología depresiva y la reflexión cognitiva sobre los
factores precursores de la depresión , el diseño de nuevas estrategias para la resolución
de los problemas de la vida, el desarrollo el comportamiento frente a la vida y la
construcción de significados intrínsecos de grupos terapéuticos . Identificado
habilidades de afrontamiento empoderamiento y la mejora personal y la adaptación ,
destacando el impacto de los efectos de intervención en el entorno familiar , las
relaciones familiares y la forma de entender e interpretar las situaciones , lo que
minimiza los síntomas depresivos. Por último, este estudio plantea cuestiones de gran
relevancia y pruebas optimizada de este enfoque terapéutico como tratamiento para los
pacientes con depresión y la reducción de costes y la viabilidad del tratamiento a corto
plazo, que responda a las necesidades desde el punto de vista de la salud pública Brasil .
Palabras clave: Depresión. Ancianos. Cuidados de enfermería. La psicoterapia de grupo.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características sociodemográficas e econômicas dos idosos que frequentam
a UAI, Uberaba-MG. 2013..............................................................................................57
Tabela 2 - Comparação dos escores médios para sintomas depressivos dos idosos
participantes do Grupo Terapêutico. Uberaba-MG, 2013...............................................63
Tabela 3 - Pontuação dos escores da EDGA pré e pós-intervenção, Uberaba-MG.
2013.................................................................................................................................64
Tabela 4 - Estratégias de Coping utilizadas antes e após a intervenção, Uberaba-MG.
2013.................................................................................................................................65
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................18
1.1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO..............................................................19
1.2 ASPECTOS DA DEPRESSÃO EM IDOSOS.................................................................20
1.3 REFERENCIAL TEÓRICO: TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC)
................................................................................................................................................26
1.3.1 Referencial metodológico: Técnica de Solução de Problemas (TSP)......................30
1.3.2 Etapas do processo da TSP (NEZU e NEZU, 1989)..................................................34
1.4 QUESTÃO NORTEADORA ..........................................................................................38
2 PRESSUPOSTO.................................................................................................................39
3 JUSTIFICATIVA..............................................................................................................40
4 OBJETIVOS.......................................................................................................................40
4.1 OBJETIVO GERAL.........................................................................................................41
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................................41
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................................42
5.1 TIPO DE ESTUDO..........................................................................................................42
5.2 LOCAL DA PESQUISA..................................................................................................43
5.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO ...................................................................................44
5.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO (1ª etapa)..........................................45
5.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO (2ª etapa)................................................45
5.6 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DOS DADOS.....................................................45
5.6.1 Estratégias logísticas....................................................................................................49
5.6.2 Coordenação dos grupos – Facilitador / Co-facilitador...........................................50
5.7 PROCESSAMENTO DOS DADOS................................................................................53
5.8 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................54
5.8.1 Dados Quantitativos....................................................................................................54
5.8.2 Dados qualitativos........................................................................................................54
5.8.2.1 Software ATLAS.ti - Qualitative Dates Analysis........................................................54
5.8.2.2 Análise de conteúdo (BARDIN, 2010)........................................................................55
5.9 ASPECTOS ÉTICOS.......................................................................................................56
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES.....................................................................................57
6.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E ECONÔMICO DOS IDOSOS QUE
FREQUENTAM A UNIDADE DE ATENÇÃO AO IDOSO (UAI).....................................57
6.2 PREVALÊNCIA DE INDICATIVO DE DEPRESSÃO EM IDOSOS QUE
FREQUENTAM A UAI.........................................................................................................60
6.3 ESCORES INDICATIVOS DE DEPRESSÃO ANTES E APÓS A INTERVENÇÃO..62
6.4 REPERCUSSÕES DA TSP NAS ESTRATÉGIAS DE COPING USADAS PARA
ENFRENTAMENTO DE PROBLEMAS ANTES E APÓS A INTERVENÇÃO................65
6.5 POTENCIALIDADES DA TSP ATRAVÉS DE GRUPOS TERAPÊUTICOS COMO
ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO JUNTO A IDOSOS COM INDICATIVO DE
DEPRESSÃO.........................................................................................................................67
7 CONCLUSÃO....................................................................................................................81
8 REFERÊNCIAS.................................................................................................................84
9 APÊNDICE........................................................................................................................92
A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO......................................92
B- ESTUDO DE CASO..........................................................................................................93
10 ANEXOS...........................................................................................................................94
10.1 ANEXO A - PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E ECONÔMICO...............................94
10.2 ANEXO B - ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA ABREVIADA....................95
10.3 ANEXO C - INVENTÁRIO DE ESTRATÉGIAS DE COPING..................................96
10.4 ANEXO D - PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM
PESQUISA COM SERES HUMANOS/UFTM ....................................................................98
18
1 INTRODUÇÃO
1.1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO
A velocidade do processo de transição demográfica e epidemiológica vivida pelo
país nas últimas décadas traz uma série de questões relevantes para gestores e
pesquisadores dos sistemas de saúde, com repercussões para a sociedade como um todo
(VERAS, 2009).
Neste sentido, evidencia-se o crescimento da população idosa como um fenômeno
mundial e, no Brasil, as modificações ocorrem de forma radical e acelerada, sendo que o
número de idosos passou de três milhões, em 1960, para sete milhões, em 1975, e 20
milhões em 2008. Projeções indicam que em 2020 o Brasil será o sexto país do mundo
em número de idosos, com um contingente superior a 30 milhões de pessoas (CARVALHO;
GARCIA, 2003; VERAS, 2009; IBGE, 2009).
Atribui-se a isso a queda das taxas de mortalidade e fecundidade, resultando em
elevação significativa da população acima de 60 anos, com aumento da expectativa de
vida mediante melhorias nas condições de saúde dos idosos. Revela-se uma transição
demográfica rápida e irreversível num contexto de profundas transformações sociais
(KALACHE, 2007; IBGE, 2011).
Sobreviver foi o grande desafio do século XX. O deste século incipiente,
entretanto, será garantir condições que assegurem qualidade de vida àqueles que
sobreviveram. Para tal será necessário esforço conjunto de toda a sociedade, desde o
setor público e agências não governamentais, até o setor privado, na compreensão da
heterogeneidade que caracteriza a população idosa, dos recursos necessários de saúde
destinados a este público e estratégias de abordagem preventiva e integral, que associe a
reflexão epidemiológica e o planejamento sistemático de ações eficazes de saúde
(KALACHE, 2007; VERAS et al., 2008).
Diante deste cenário, surge um desafio: criar condições econômicas e sociais que
atendam às necessidades dos idosos, especialmente aqueles de classes socioeconômicas
menos favorecidas, com enfoque em envelhecimento ativo, saúde, participação social e
segurança. É imprescindível que haja mobilização geral no sentido de adequações para
essa realidade iminente que já revela indícios de calamidades sociais (KALACHE,
2007).
19
No contexto atual, os idosos brasileiros convivem com diversos problemas como
a precariedade de investimentos públicos para atendimento às suas necessidades
específicas, escassez de assistência médica e de hospitais, além de angústias com os
baixos valores das aposentadorias e pensões que não permitem acesso aos serviços de
saúde privados (NERI; SOARES, 2007; VERAS; PARAHYBA, 2007; VERAS, 2007;
VERAS, 2009).
A maioria das pessoas idosas nos países em desenvolvimento não tem acesso a
sistemas de saúde e de seguridade social adequados às suas necessidades, haja vista, a
renda pode se constituir em fator limitante para acesso ao lazer e aquisição de bens
necessários para melhoria das condições de saúde e de vida (VERAS; CALDAS, 2008;
TAVARES; DIAS; MUNARI, 2012).
Soma-se a isso o preconceito, a subestimação e o desrespeito, ocorridos muitas
vezes no próprio âmbito familiar, culminando em violência verbal, psicológica,
emocional e física. A violência intrafamiliar ou institucional no segmento dos idosos é
um dos tópicos mais relevantes nos dias atuais, tão vigente no mundo dos idosos e com
indicadores cada vez maiores. A amplitude do tema e a dificuldade em solucionar o
problema se atribuem ao fato de ocorrerem no interior da família e, particularmente,
entre as pessoas mais próximas e supostamente estimadas pelo idoso, o que dificulta a
detecção da situação, que na maioria das vezes é ocultada pelo próprio idoso, por medo,
vergonha ou insegurança. O mesmo se observa nas Instituições de Longa Permanência,
que deveriam ser locais de proteção à pessoa fragilizada, mas são, em alguns casos,
espaços de maus-tratos físicos, psicológicos, financeiros, de abuso sexual, negligência e
abandono (VERAS, 2010).
Destaca-se ainda, a perda de pessoas próximas, como cônjuge, filhos ou amigos,
e ainda a ociosidade, mediante escassez de alternativas de atividades de lazer e a falta de
expectativa quanto à vida futura, situações que podem repercutir em isolamento social e
desencadear diversos problemas de cunho emocional e psicológico no idoso (NERI;
SOARES, 2007; VERAS; PARAHYBA, 2007; VERAS, 2007; VERAS, 2009;
TAVARES; DIAS; MUNARI, 2012).
Diante desta realidade, estudos comprovam que viver submetido a essas
condições pode representar fator desencadeante de sintomas depressivos e que isso tem
se tornado um dos problemas psiquiátricos mais frequentes e importantes em idosos. A
presença de depressão entre esse grupo tem impacto negativo sobre vários aspectos de
suas vidas, sendo que a não realização de tratamento adequado gera piora do
20
prognóstico, tendendo a culminar em maior comprometimento físico, social e funcional
do idoso (CARSON et al., 2005; BRASIL, 2006).
1.2 ASPECTOS DA DEPRESSÃO EM IDOSOS
De acordo com a OMS a depressão é um transtorno mental grave que se
caracteriza por um estado prolongado de tristeza, perda de interesse em atividades e
diminuição da energia. A depressão não é apenas tristeza e não é inerente ao processo
de envelhecimento, é uma doença que deve ser tratada (WHO, 2001; BRASIL, 2006;
NASCIMENTO, 2007).
No Brasil, a prevalência de depressão entre as pessoas idosas varia dependendo
da população alvo e do local estudado com predominância para sexo feminino e idosos
institucionalizados. Na comunidade, no que concerne à presença de sintomas
depressivos, a prevalência pode alcançar 59,3%. Estudo realizado com idosos
cadastrados em Unidade de Saúde da Família evidenciou que 52% desses indivíduos
apresentavam sintomatologia depressiva, dos quais 48% tinham depressão (BRASIL,
2006; FRANK; RODRIGUES, 2006; SIQUEIRA et al., 2009; FERNANDES;
NASCIMENTO; COSTA, 2010).
Destaca-se que embora a maioria das pessoas idosas possam ser consideradas
mentalmente saudáveis, a depressão é frequente nos anos que precedem à
aposentadoria, diminui na década seguinte e, sua prevalência aumenta após os 75 anos,
podendo levar ao suicídio, por meios letais ou ainda por meios latentes ou passivos
(abandono de tratamento e recusa alimentar). Aponta-se que a maioria dos idosos teve
seu primeiro episódio depressivo não diagnosticado e, portanto, não tratado (BRASIL,
2006).
Assim, revela-se como um problema eminente em idosos, que devido aos
diversos fatores já mencionados, ainda pode apresentar como fatores desencadeantes o
isolamento, as dificuldades nas relações pessoais, problemas de comunicação e conflitos
com a família (BRASIL, 2006).
A compreensão das inter-relações entre os sinais e sintomas de depressão
constitui-se premência, considerando que o diagnóstico e o tratamento adequados são
fundamentais para a melhoria da qualidade de vida dessa população, além de otimizar o
uso de serviços de saúde, evitar outras condições clínicas e prevenir óbitos (BRASIL,
2006).
21
Mediante o exposto, aponta-se que a saúde do idoso está relacionada com a sua
capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo, sendo influenciada pelo
funcionamento harmonioso de sua cognição, humor, mobilidade e comunicação. Evidencia-se a importância da realização de ampla avaliação clínica dos idosos, a fim de
identificar problemas nessas áreas que possam ser provenientes de sintomas depressivos
e as relações entre eles. A visão fragmentada do idoso é indiscutivelmente prejudicial
(MORAES; MARINO; SANTOS, 2010).
A sintomatologia da depressão pode afetar diversas esferas do indivíduo, com
perturbação ou alteração da capacidade funcional. Sendo assim, no que concerne aos
aspectos emocionais e afetivos, evidenciam-se alterações como humor deprimido,
diminuição do interesse e do prazer na maioria das atividades (anedonia), desmotivação,
sentimentos de cunho negativo, diminuição da auto-estima e da autoconfiança, tristeza,
vazio, auto-recriminação, sentimentos de culpa, insegurança, angústia, falta de
iniciativa, raiva, crise de choro incontrolável e vergonha (BECK, 1997; MORENO;
SOARES, 2003; ISTILLI et al., 2010).
Além disso, são identificadas alterações na psicomotricidade como retardo
psicomotor, falta de energia, preguiça ou cansaço excessivo, lentificação do pensamento
e do discurso, dificuldade de concentração, indecisão, perda de memória, agitação e
tensão (BECK, 1997; MORENO; SOARES, 2003).
Como agravos às funções cognitivas ressaltam-se comportamentos que
expressam avaliações negativas acerca de si mesmo, do mundo e do futuro, temas
recorrentes como ruminações, privação, perda, morte, desamparo, doença, ruína
financeira, aumento desproporcional das preocupações, delírios congruentes com o
humor (envolvendo saúde, moral, relacionamentos e finanças), ou incongruentes com o
humor (persecutórios) (BECK, 1997; MORENO; SOARES, 2003).
E por fim, os sinas e sintomas relacionados aos aspectos vegetativos incluem
alterações do apetite, diminuição da libido, dores, sintomas físicos difusos, desregulação
circadiana da temperatura corporal, do ciclo sono-vigília e da secreção do cortisol, além
de queixas somáticas e hipocondria (BECK, 1997; MORENO; SOARES, 2003;
SIQUEIRA et al., 2009).
Em virtude do que foi exposto, conclui-se que as estratégias de intervenção à
saúde do idoso devem ser desenvolvidas em seu sentido mais amplo, como um conjunto
de iniciativas que alcancem os aspectos social, físico e emocional do idoso,
constituindo, portanto, como desafio, assegurar ações capazes de atribuir significado à
22
vida, transformando a lógica do cuidado tradicional, com criatividade e inovação,
pautadas no conhecimento científico com vista nas relações humanas e necessidades
psicossociais, de forma a conduzir o idoso à elaboração de novas perspectivas na idade
avançada (VERAS, 2007; VERAS, 2010).
Assim, o tratamento da depressão visa à reabilitação psicossocial e melhora
cognitiva/funcional com enfoque na promoção da saúde e prevenção de recorrências, de
forma a possibilitar que a pessoa idosa possa lidar com suas dificuldades. Inclui o uso
de medicamento, que quando associado à psicoterapia, pode apresentar potencial de
resposta terapêutica significativamente ampliada (FRANK et al., 2006; MORAES;
MARINO; SANTOS, 2010).
Dessa forma, evidenciam-se as terapias desenvolvidas em grupo, que tem
apresentado altas taxas de eficácia, em especial as terapias centradas em problemas
emergentes, pois possibilitam ao indivíduo recursos adicionais para enfrentamento de
suas condições, auxiliando-o a desenvolver recursos internos para lidar com seus
problemas e dificuldades, de forma que possa vislumbrar novas possibilidades
(BRASIL, 2006; OLIVEIRA et al., 2009).
Essas estratégias visam auxiliar as pessoas deprimidas a compreenderem e
modificarem seus pensamentos, principalmente no que diz respeito aos sentimentos que
podem afetar o comportamento, causando a desesperança, ideias suicidas, baixa auto-
estima e baixa capacidade de resolução de problemas. Geralmente são intervenções
breves que priorizam o enfrentamento dos problemas do cotidiano dos idosos,
contribuindo para que superem situações de estresse e solucionem problemas
relacionados às alterações do humor, favorecendo a melhora do ânimo e da vontade de
viver (TENG; HUMES; DEMETRIO, 2005; FRANK et al., 2006; FUNELL, 2010).
Nessa perspectiva, estudos apontam que o desenvolvimento do quadro de
depressão pode ser evitado, ou mesmo minimizado, através do apoio que o indivíduo
recebe por meio das relações interpessoais. Sob este prisma, consolida-se a importância
da estratégia de atendimento aos idosos através da participação em grupos, que é uma
alternativa para as práticas assistenciais. Estes espaços favorecem o aprimoramento de
todos os envolvidos, não apenas no aspecto pessoal como também no profissional, por
meio da valorização dos diversos saberes e da possibilidade de intervir criativamente no
processo de saúde-doença (DIAS; SILVEIRA; WITT, 2009).
O grupo constitui-se um espaço de acolhimento, escuta e atenção, possibilitando
trocas de experiências e interações, que transformam de modo significativo as relações
23
sociais, na medida em que os encontros grupais possibilitam novos relacionamentos e a
ampliação da rede social de apoio, promovendo a percepção de estar integrado à
sociedade, intervindo na melhora da qualidade de vida (TAHAN; CARVALHO, 2010).
Neste sentido os grupos terapêuticos, que tem como objetivo principal a
melhoria de alguma situação de patologia dos indivíduos, seja no aspecto da saúde
orgânica ou psíquica, ou em ambas. O grupo terapêutico constitui-se na junção de
pessoas que se sentem identificadas por algumas características semelhantes entre si, e
se unificam quando se dão conta de que tem condições de se ajudarem reciprocamente
(ZIMMERMAN, 1998; ZANINI, 2011).
Estudos comprovam que a participação em grupos terapêuticos tem possibilitado
o reconhecimento das reais condições dos indivíduos, resgatando a auto-estima,
influenciando no auto cuidado, na sensação de bem-estar, fortalecendo suas identidades
pessoais e capacitando-os a vivenciar situações específicas. Estes fatores podem ser
atribuídos às trocas de experiências, às atividades aprendidas e às mudanças
proporcionadas no espaço grupal, evidenciando a importância desses grupos na melhora
da vida dos indivíduos (ZANELATTO; REZENDE, 2006; TAHAN; CARVALHO,
2010).
Como suporte, um grupo pode ajudar pessoas durante períodos de ajustamento a
mudanças, no tratamento de crises ou ainda na manutenção ou adaptação a novas
situações. O potencial preventivo desses grupos emerge da possibilidade de pessoas
com situações semelhantes poderem compartilhar experiências comuns (DIAS;
SILVEIRA; WITT, 2009).
As vantagens da realização de grupos consistem em facilitar a construção
coletiva de conhecimento e a reflexão acerca da realidade vivenciada pelos seus
membros, além de possibilitar a quebra da relação vertical (profissional-paciente) e
facilitar a expressão das necessidades, expectativas, angústias (DIAS; SILVEIRA;
WITT, 2009).
Apoiados, os indivíduos se sentem capacitados a superar condições adversas,
haja vista que são constantemente estimulados pelo próprio grupo a participarem
ativamente da resolução de seus próprios problemas, por meio da transferência de
confiança do grupo no sentido de experimentar novos hábitos e comportamentos frente
aos problemas, e do compartilhar de experiência do grupo para enriquecimento pessoal
(CAMPOS, 2000).
24
Estudos comprovam que o grupo terapêutico constitui um espaço acolhedor
capaz de promover interação entre os componentes desenvolvendo aceitação mútua das
diversidades, considerando questões subjetivas e a capacidade que cada sujeito possui, o
que promove vínculo e fortalece as condições para socialização de relatos pessoais sem
receio de rejeição (OLIVEIRA et al., 2009; AZEVEDO; MIRANDA, 2011; SANTOS
et al., 2012).
Neste sentido, ressalta-se que compartilhar experiências e vivências possibilita
oportunidade de verbalizar dificuldades e proporciona alívio para os participantes ao
mesmo tempo em que amplia possibilidades de escolha de condutas frente aos
problemas vivenciados mediante exposição das estratégias de enfrentamento utilizadas.
Assim, a construção cognitiva dos participantes de um grupo pode ser desenvolvida por
meio de trocas (OLIVEIRA et al., 2009).
Isso permite a percepção de semelhança de situações vividas pelos membros do
grupo, evidenciando a identificação entre os componentes, que consiste no
discernimento dos participantes de que sua experiência de sofrimento ou situação
problemática não é única, mas existem circunstâncias similares, ou ainda, é menor que a
de outras pessoas e pode ser compartilhada (YALOM; LESZCZ, 2006; OLIVEIRA et
al., 2009).
Sob este prisma, a participação em grupos terapêuticos sugere aumento da
capacidade de reformulação de ideias e potencial para incitar mudança de
comportamento por meio de reflexões internas de caráter cognitivo, interacional, social
e acerca dos hábitos de vida. Assim, contribui no sentido de gerar novas perspectivas e
levar o individuo a vislumbrar novas possibilidades de mudanças, maximizando a
capacidade de acreditar na melhora da sua situação vivenciada a partir da reflexão e
compreensão de características ou comportamentos inadequados frente aos problemas
(OLIVEIRA et al., 2009).
Diante do exposto, essa estratégia tem sido amplamente utilizada por
profissionais da saúde de diferentes áreas, pois se constitui em uma ferramenta
inovadora no tratamento de diversas doenças, principalmente no cenário da saúde
mental, aumentando motivação para adesão ao tratamento ao mesmo tempo em que
favorece a criação de estratégias eficazes para enfrentamento das situações da vida
(AZEVEDO; MIRANDA, 2011).
Contudo, a competência técnica necessária para coordenar grupos só pode ser
adquirida por meio de preparo específico (teórico e prático) e contando com a
25
supervisão e assessoria de um profissional especializado na área nas atuações iniciais,
até que se tenha domínio da função (SANTOS et al., 2012).
Para tanto, é necessário que o condutor do grupo possua alguns atributos
indispensáveis para nortear e proporcionar os benefícios terapêuticos mencionados.
Osório (2000) define que é necessário estimar trabalhar com grupos, para evitar
desgaste pessoal e, consequentemente, prejuízo no cumprimento da tarefa estabelecida.
Destaca ainda que seja fundamental o respeito às verdades, que contribui para o
necessário estabelecimento de um modelo de identificação, de como enfrentar as
dificuldades da vida. A coerência é necessária, pois atitudes incoerentes podem levar os
participantes a um estado confusional e um abalo na construção dos núcleos de
confiança. O senso de ética refere-se à imposição dos seus próprios valores e
expectativas, além do total sigilo de tudo que lhe foi confiado.
O respeito é o exercício sistemático de tolerância pelas falhas e limitações
presentes em algumas pessoas do grupo no sentido de compreender as eventuais
inibições e o ritmo peculiar de cada um. Considera- se a paciência como uma atitude
ativa e não passiva do coordenador para que cada integrante ultrapasse os diferentes
momentos do grupo. Ao ser continente, o coordenador permite a contensão das
possíveis emoções exacerbadas que podem emergir no grupo, das suas próprias
angústias, provenientes da capacidade negativa (OSÓRIO, 2000).
Apontam-se ainda, como necessárias, a comunicação e a empatia. Somente uma
comunicação efetiva pode auxiliar o indivíduo a conceituar seus problemas, enfrentá-
los, vislumbrar sua participação na experiência e alternativas de solução dos mesmos,
buscando adaptar-se a novos padrões de comportamento. A empatia refere-se a uma
sintonia emocional do coordenador com os participantes de forma a integrar-se no clima
grupal. A capacidade de síntese e integração é a de se extrair um denominador comum
dentre as inúmeras comunicações provindas das pessoas do grupo e associá-las em um
processo de construção e reparação de ideias (OSÓRIO, 2000).
26
1.3 REFERENCIAL TEÓRICO: TEORIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
(TCC)
A teoria norteadora desta pesquisa fundamenta-se em princípios originários da
Teoria Cognitivo-Comportamental. A Teoria Comportamental (TC), conforme Caballo
(1996) é um termo utilizado como sinônimo de modificação ou terapia comportamental.
Configura-se como o movimento mais significativo dentro da psicologia clínica nas
últimas décadas, com enfoque nos transtornos do comportamento.
O autor refere ainda que essa teoria tem oferecido aos profissionais de saúde
múltiplos procedimentos de intervenção para auxiliar os indivíduos a enfrentar
transtornos comportamentais, desde o momento da aproximação ao problema, seguindo
com a avaliação do mesmo e finalizando com seu tratamento, sendo que sua aplicação
prática é imediata e verificável (CABALLO, 1996).
Por definição a Teoria Comportamental implica principalmente, na aplicação
dos princípios derivados da investigação na psicologia experimental e social, para o
alívio do sofrimento das pessoas e o progresso do funcionamento humano. Implica na
alteração ambiental e na interação social, mais que na alteração direta dos processos
corporais. O objetivo é essencialmente, educativo (CABALLO, 1996).
Neste sentido, as técnicas facilitam maior autocontrole, haja vista que na
aplicação da terapia comportamental, normalmente se negocia um acordo contratual no
qual se especificam procedimentos e objetivos mutuamente agradáveis. Aqueles que
empregam os enfoques comportamentais de modo responsável guiam-se por princípios
éticos amplamente aceitos (FRANKS; WILSON, 1975).
Caballo (1996) observa que em relação ao papel do comportamentalismo na TC,
deve-se primeiro entender que o comportamentalismo não é monolítico, e os terapeutas
que mais se adaptam à prática da TC, configuram-se como profissionais
comportamentalistas metodológicos, levando em consideração a existência de estados
mentais sob uma base inferencial, onde é possível a utilização de definições tais como
livre arbítrio, autocontrole, cognição e o perceber-se.
Em oposição a essa vertente, existem os comportamentalistas metafísicos ou
radicais que negam a existência de estados mentais com intenções úteis. Bandura
(1986), um dos mais renomados comportamentalistas metodológicos, desenvolveu a
teoria da aprendizagem social, que leva em consideração tanto a cognição quanto a
execução, influenciando no comportamento do indivíduo.
27
A teoria da auto-eficácia aparece como base sólida para esclarecer os meios
necessários para tornar compreensível a interdependência entre as mudanças cognitivas
e comportamentais, influindo nos padrões de pensamento, nas ações e na avaliação
emocional, no decorrer da experiência vivida pelo indivíduo. Para esse autor, os
processos causais constituem determinantes recíprocos, nos quais ocorre a interação
entre as influências comportamentais, cognitivas e ambientais.
Para Caballo (1996), esse é o aspecto que propicia dificuldades conceituais, pois
se de um lado, o conceito predispõe a criar uma aparência de livre arbítrio, por outro
retém ao mesmo tempo um conceito de determinismo.
Sob este prisma, a Terapia Comportamental configura-se como uma perspectiva
de solução de problemas, na qual se mesclam a avaliação e a intervenção para gerar
valorizações contínuas do progresso. Rangé (2011) refere que discutir a Terapia
Comportamental, atualmente, requer uma reflexão sobre as direções trilhadas através
das bases do Condicionamento Operante. Levando essa reflexão a uma visão mais
ampla, podem ser consideradas como caminhos percorridos a teoria da aprendizagem
social e a modificação do comportamento cognitivista.
No que concerne à realização de uma avaliação comportamental, é importante
respeitar algumas fases que direcionam o seu desenvolvimento. Essas fases são: a
seleção e descrição dos comportamentos-problema; a seleção das técnicas de
intervenção com as quais se atuará sobre os comportamentos descritos na etapa anterior;
a avaliação dos efeitos provocados pela intervenção realizada. Essas fases são essenciais
para colocar o profissional em contato com o problema de seu cliente e partindo da
investigação, seguida da avaliação da situação-problema tentar ajudá-lo a solucionar
e/ou procurar meios para encontrar as soluções (CABALLO, 1996; RANGÉ, 2011).
Embora a Terapia Comportamental tenha muitos adeptos na psicologia, ela não
pertence a uma área do conhecimento específica, podendo ser interdisciplinar, desde
que profissionais das áreas afins recebam treinamento adequado para atuar como
terapeutas (CABALLO, 1996; RANGÉ, 2011).
Avanços fisiológicos e psicológicos levaram ao desenvolvimento da psicologia
cognitiva, entretanto progressos em outros ramos do conhecimento também deram sua
contribuição para o desenvolvimento do cognitivismo, ou seja, a crença de que muito do
comportamento humano pode ser compreendido se primeiro houver o entendimento de
como as pessoas pensam. (STERNBERG, 2000).
28
As vertentes teóricas que ajudaram a psicologia cognitiva a emergir foram a
psicobiologia, a linguística e a antropologia, bem como campos tecnológicos como o
sistema de comunicação, de engenharia e de informática (STERNBERG, 2000).
Na década de sessenta, tais avanços científicos nos campos referidos bem como
as reações contra o behaviorismo criaram condições propícias para mudanças, o livro de
Ulric Neisser foi especialmente importante para divulgar o cognitivismo. Para esse autor
a psicologia cognitiva é o estudo da maneira como as pessoas aprendem, estruturam,
armazenam e usam o conhecimento (STERNBERG, 2000).
Daí em diante ocorreu um desenvolvimento crescente de uma abordagem
psicoterapêutica denominada psicoterapia cognitiva. A Teoria Cognitiva tem como uma
de suas premissas básicas o fato de que a cognição prioriza a emoção e o
comportamento. Para Teoria Cognitiva, mais importante que a situação real, é avaliação
que o indivíduo faz a respeito dela. Uma mesma situação pode desencadear diferentes
emoções como tristeza, raiva ou ansiedade (SILVA; SERRA, 2001).
Bandura (1969) e outros que se seguiram na década de setenta e oitenta,
progressivamente, começaram a valorizar os aspectos cognitivos, com o consequente
desenvolvimento de uma abordagem cognitivo-comportamental (HAWTON e cols,
1989). A Teoria Cognitiva consiste numa abordagem ativa, diretiva e estruturada com
utilização no tratamento de ampla variedade de problemas psiquiátricos, fundamentada
no modelo cognitivo e caracterizada pela aplicação de diversos procedimentos clínicos
como: introspecção, insight, teste de realidade e aprendizagem, com o propósito de
aperfeiçoar discriminações e corrigir concepções equivocadas, que se supõe
fundamentarem os comportamentos, sentimentos e atitudes perturbadas dos indivíduos
(ATKINSON et al., 2002; RANGÉ, 2011).
Ressalta-se que a Teoria Cognitiva de forma alguma pode ser persuasiva, em
princípio constitui um método socrático. As sessões transcorrem, fundamentalmente,
em torno de perguntas que o terapeuta faz para o indivíduo de modo que este possa
questionar as bases de seus pensamentos automáticos e que, reconhecendo a ausência
destas, possa modificá-las (ATIKINSON et al., 2002). Essa abordagem na medida em
que focaliza as evidências dos dados como instrumento de avaliação da credibilidade
das hipóteses, utiliza-se de procedimentos de um método indutivo (RANGÉ, 2011).
Neste sentido, a Teoria Cognitiva é orientada para o problema, não para a
personalidade. É estruturada e direcionada para obter mudanças em dada situação
problemática. Baseia-se, portanto, em um modelo educacional com o propósito de
29
instruir os indivíduos acerca de recursos e habilidades que lhe permitam lidar sozinhos
com as situações novas que enfrentas no seu cotidiano.
Por fim, aponta-se ainda, dentro da teoria Cognitiva o processo de
metacognição, que consiste no conhecimento do próprio conhecimento, à avaliação, à
regulação e à organização dos processos cognitivos. Fundamenta-se na atenção
destinada aos pensamentos, no que se refere à consciência dos processos e das
competências necessárias para execução de funções; na reflexão sobre as ações,
referentes à auto-regulação, capacidade de avaliar a realização da tarefa e fazer
adequações quando necessário (BROWN, 1978; FLAVELL, 1979).
Em suma, a terapia cognitiva se fundamenta na racionalidade de que o afeto e o
comportamento de um indivíduo são em grande parte determinados pelo modo como ele
estrutura o mundo. Essa técnica terapêutica é projetada para identificar, testar a
realidade e corrigir conceituações destorcidas e crenças disfuncionais. Reavaliando e
corrigindo seu pensamento, o paciente aprende a dominar problemas e situações, que ele
previamente considerou insuperáveis. O terapeuta ajuda o paciente a pensar e agir de
forma mais realísticas e adaptativa em relação aos seus problemas psicológicos, e desta
forma reduzir sintomas (BECK, 1997).
Mediante a vasta aplicabilidade e resultados a curto e médio prazos evidenciados
pela Teoria Cognitivo - Comportamental, tem-se observado vários desdobramentos da
teoria, tanto na área da saúde como na empresarial (CABALLO, 1996).
Consiste numa área ascendente entre os profissionais da saúde mental que têm
percebido seu valor enquanto possibilidade de ampliar o entendimento dos transtornos
comportamentais e problemas emocionais. Além disso, insere o treinamento em
habilidades de solução de problemas, como parte do tratamento, apontando a maioria da
produção científica inicial sobre a habilidade em solução de problemas sendo originária
da psicologia cognitiva experimental, da educação e da indústria (NEZU e NEZU,
1989).
A Teoria Cognitivo - Comportamental apresenta a tríade cognitiva, onde todos
os sinais e sintomas depressivos originam-se de falha de três processos: 1º - visão que o
paciente tem de si mesmo; 2º - visão que ele tem de suas experiências; 3º- visão que ele
tem de seu futuro. A pessoa deprimida pode dar-se conta de que suas interpretações
negativas iniciais são tendenciosas se ela é persuadida a refletir sobre essas explicações
alternativas menos negativas (BECK, 1997).
30
Conforme observado, a pessoa deprimida tende a ver a si mesma, suas
expectativas e seu futuro de forma negativa. Estes conceitos negativos ficam evidentes
no modo como o paciente sistematicamente interpreta de forma errônea suas
experiências no conteúdo do seu pensamento. Os conceitos negativos do paciente
contribuem para os outros sintomas da depressão como tristeza, passividade, auto-
incriminação, perda de resposta de prazer, e desejos suicidas. Um círculo vicioso é
estabelecido: pensamento negativo, afeto desagradável, motivações autoderrotistas e
passividade gral reforçam uns aos outros (BECK, 1997).
No geral, a vida de uma pessoa pode ser determinada por aquilo que ela pensa.
Os pensamentos de uma pessoa são capazes de determinar situações, ocasiões,
circunstancias e momentos. Dessa forma todas as doenças disfuncionais da mente estão
baseadas no raciocínio cognitivo. O que o individuo pensa determina suas escolhas, que
determinam seu comportamento frente à vida, e este por sua vez determina suas
conquistas, êxitos, derrotas e fracassos. Neste sentido a terapia cognitiva
comportamental leva o individuo a reformular seus conceitos sobre si mesmo, sobre a
vida e sobre suas capacidades, e assim gerar impacto de mudanças comportamentais
frente os problemas da vida (RANGÉ, 2011).
1.3.1 Referencial metodológico: Técnica de Solução de Problemas (TSP)
Definida como sendo o processo meta-cognitivo pelo qual os indivíduos
compreendem a natureza dos problemas da vida e dirigem seus objetivos em direção à
modificação do caráter problemático da situação ou mesmo de suas reações a ela
(NEZU, 1987). Dessa maneira, o problema é visualizado como situações vivenciadas ou
que estão em curso e que necessitam de respostas para que ocorra a adaptação.
Derivada da Teoria Cognitivo - Comportamental, a TSP teve seu marco inicial
nas décadas de 1950 e 1960, época em que se defendia a utilização de um enfoque
social na psicopatologia. O trabalho desenvolvido por D`zurrila; Goldfried “Solução de
problemas e modificação de comportamento”, em 1971, constituiu uma marco
revelando o potencial dessa vertente teórica. O artigo em questão descrevia um modelo
prescrito de como treinar as pessoas para desenvolver habilidades de resolver
problemas, facilitando sua competência geral.
31
Nezu e Nezu (1987) referem que, diante dessa definição, o problema não se
configura como característica nem do ambiente nem da pessoa, mas trata-se de um tipo
individualizado de relação pessoa-ambiente que reflete um desequilíbrio ou
discordância, percebidos entre as demandas e a disponibilidade de uma resposta
adaptativa. Espera-se que esse desequilíbrio mude com o tempo, dependendo de
alterações ocorridas no ambiente, na pessoa ou em ambos. A solução nesse modelo
refere-se a qualquer resposta com característica de afrontamento com a intenção de
modificar a natureza da problemática, bem como as reações emocionais negativas ou
ambas.
A TSP, desde então, tem sido utilizada como intervenção de tratamento nos mais
variados problemas de transtornos como a depressão, o estresse, a ansiedade, a
agorofobia, a obesidade, os problemas conjugais, o etilismo, o tabagismo, entre outros;
podendo até mesmo ser utilizada com pacientes psiquiátricos internados, no intuito de
aumentar a competência social (CABALLO, 1996).
A técnica considera a habilidade de resolver problemas como uma série de
habilidades específicas adquiridas, isto é, está teoricamente enraizada numa abordagem
de competência social para treinamento de habilidades. Assim, tem sido mais
recentemente adaptada para aumentar a capacidade de enfrentamento das pessoas que
vivenciam dificuldades emocionais e psicológicas significativas (CABALLO, 1996).
Em síntese, a solução de problemas é o processo no qual se procura encontrar
uma solução eficaz para uma situação considerada problema. Porém colocar em prática
a solução supõe a realização da solução escolhida. Vale ressaltar que dispor de
diferentes estratégias de tratamento configura-se como importante para o indivíduo que
é competente para descobrir uma solução eficaz, mas incapaz de levá-la à prática, e esse
pôr em prática configura-se como a realização do afrontamento que constitui o resultado
do processo de solução de problemas (GONÇALVES, 2005).
Nessa perspectiva, D´zurilla e Nezu (1987) referem que as soluções eficazes são
aquelas em que o indivíduo não só consegue alcançar seus objetivos, como também
aumentam a possibilidade de resultados positivos, caracterizando, dessa forma, os
benefícios que se têm com o afrontamento. Os autores referem ainda que
consequentemente as situações negativas são minimizadas, configurando os aspectos
negativos como os custos vivenciados pela tentativa de resolução de problema. Essa
tendência de benefícios, sobrepondo os custos, implica em um reforço a curto ou longo
32
prazo da solução, bem como as consequências pessoais para o indivíduo e a impressão
que a solução tem sobre outras pessoas significativas (CABALLO, 1996).
A eficácia ou a adequação de qualquer solução de problemas dependerá de como
o indivíduo enfrenta seus problemas, qual o valor deles para sua vida e para as pessoas
com quem vive, ou seja, cada indivíduo reage de uma maneira diferente ao mesmo
estímulo, considerando como estímulo tantos fatores intrapessoais quanto os inerentes
ao exterior (CABALLO, 1996).
O modelo de solução de problemas de saúde mental tem duas suposições, a
primeira, devido às complexas capacidades cognitivas e às exigências da sociedade, as
pessoas são ativas solucionadoras de problemas. A segunda suposição refere que o
ajuste psicológico relaciona-se com a habilidade de solucionar problemas, levando em
consideração características intra e interpessoais. Destrezas comportamentais e
cognitivas medeiam tanto as reações emocionais como o ajuste psicológico
(CABALLO, 1996).
Dentre essas destrezas que o indivíduo pode desenvolver, podemos citar o
enfoque geral que o problema tem para o indivíduo, a maneira como vê o problema e
quanto está sensibilizado e envolvido com a situação problemática, dessa maneira
estando envolvido com o problema, haverá facilitação da capacidade de considerar
soluções potenciais e até mesmo antepor os resultados das várias ações ou atos, e a
maneira como a pessoa resolve reagir quando se defronta com uma solução
problemática também configura-se como uma destreza (CABALLO, 1996).
Esse modelo ressalta ainda que as habilidades para solução de problemas
denotam competência social, ou seja, capacidade que o indivíduo tem de enfrentar
eficazmente os inúmeros problemas da vida cotidiana, e que a competência social é um
componente do ajuste psicológico (D´ZURILLA; GOLDFRIED, 1971).
Aponta-se ainda, que o modelo de solução de problemas compreende dois
grandes e parcialmente independentes processos no seu todo, são eles: o processo de
orientação para o problema e o estilo de solução de problemas. A orientação para o
problema refere-se às reações afetivas cognitivas generalizadas de uma pessoa que se
confronta primeiramente com o problema. Essas respostas incluem uma sensibilização
geral para os problemas bem como as várias crenças, pressupostos, avaliações e
expectativas relacionadas aos problemas da vida e à sua própria habilidade para resolvê-
los efetivamente (NEZU; NEZU, 1989).
33
A orientação para o problema pode ser caracterizada como positiva ou negativa.
Uma orientação positiva envolve um senso realístico de otimismo bem como a crença
de que os problemas na vida são comuns e podem ser resolvidos. Os indivíduos com
uma orientação positiva tendem a visualizar os problemas como desafios ou como
oportunidades para beneficiá-los de alguma maneira significativa. Eles também tendem
a possuir uma forte crença de auto-eficácia e são mais aptos a usar as habilidades
adaptativas de solução de problemas (NEZU; NEZU, 1989).
Ao contrário, uma orientação de problemas negativa pode conduzir a efeitos
negativos. Há comportamento impulsivo e motivação para afastamento, os quais podem
inibir ou interromper as tentativas de solução de problema subsequentes. Uma pessoa
com uma orientação negativa tem uma tendência a ver o mundo de uma forma
pessimista e provavelmente perceberá os problemas como atípicos e catastróficos
(NEZU; NEZU, 1989).
O processo de solução de problemas envolve vários estilos de solução de
problemas. Um tipo de estilo mal adaptado envolve uma tendência geral de agir
impulsivamente e descuidadamente. Esse método de luta pode resultar em tentativas
apressadas e não sistematizadas para resolver os problemas, conduzindo usualmente a
um aumento das conseqüências negativas. Um segundo estilo mal adaptado de solução
envolve uma tendência geral a evitar lidar com os problemas, especificamente, numa
tentativa de proteger a si mesmo do estresse, algumas pessoas tentam negar sua
existência, portanto, não resolvem ou tentam resolver o problema. Entretanto ambos os
estilos de solução de problemas, ou seja, o impulsivo e o evitativo usualmente resultam
num aumento da tensão (NEZU; NEZU, 1989).
Um estilo de solução de problemas efetivo é aquele que conduz a uma solução
racional do problema. Essa abordagem envolve uma aplicação sistemática, planejada e
habilidosa de vários princípios ou técnicas efetivas de solução de problemas. Cada
tarefa nesse processo traz uma contribuição distinta em direção à descoberta de uma
solução adaptativa e a resposta efetiva a uma situação geradora de tensão (NEZU;
NEZU, 1989).
Esses quatro domínios de habilidade incluem: a definição e formulação do
problema, ou seja, a habilidade para entender a natureza do problema, identificar os
obstáculos em direção às metas, delinear objetivos realísticos e perceber relações de
causa e efeito; a geração de alternativas, habilidade para criar múltiplas idéias para
solução; a decisão de fazer diz respeito a identificar consequências potenciais para
34
predizer as probabilidades de tais conseqüências e conduzir a uma análise de custo x
benefício a respeito do desejo desses resultados; a implementação da solução e
verificação da habilidade para levar a cabo um plano de solução favoravelmente,
monitorar seus efeitos, buscar assessoria, caso a solução não seja efetiva, e autovalorizar
se o resultado for satisfatório (NEZU; NEZU, 1989).
Nesta vertente, o modelo de solução de problemas, para ser considerado eficaz
requer cinco etapas que se processam em interação, cada uma delas trazendo uma
determinada contribuição para o resultado final (NEZU; NEZU, 1989).
1.3.2 Etapas do processo da TSP (NEZU; NEZU, 1989)
1ª etapa - Orientação para o problema
Consiste em um processo motivacional, que pode ser considerado como reações
cognitivo-afetivo-comportamentais imediatas de uma pessoa que vivencia uma situação-
problema. Essa etapa configura-se como a sensibilização para o problema e pode ter um
efeito facilitador ou inibidor sobre as outras quatro etapas restantes da solução de
problemas. O treinamento dessa etapa ajuda nos seguintes aspectos:
a- Identificar e reconhecer corretamente os problemas quando ocorrem – Percepção,
reconhecimento e classificação do problema.
b- Adotar a perspectiva filosófica de que os problemas da vida são normais e inevitáveis
e que a sua solução é um meio viável de enfrentá-los – atribuições sobre as causas dos
problemas.
c- Aumentar suas expectativas de serem capazes de realizar satisfatoriamente atividades
de solução de problemas, isto é, auto-eficácia percebida – avaliação do problema,
significação para o bem-estar pessoal e social.
d- Inibir a tendência a realizar hábitos de resposta automática, baseados em experiências
anteriores, em situações semelhantes.
Controle pessoal – que se perceba o problema como controlável e com solução.
e- Disposição de tempo e esforço – estimativa precisa do tempo que levará para
solucionar o problema com êxito, a disposição do indivíduo em dedicar tempo e esforço
necessários para solucionar o problema.
35
2ª etapa - Definição ou formulação do problema
Competem a esse processo o esclarecimento e o entendimento da natureza
específica do problema. Pode estar incluso uma reavaliação da situação em termos de
significação para o bem-estar e a mudança. Nessa fase o indivíduo avalia com mais
precisão o problema, sendo que o treinamento desse componente centra-se em cinco
tarefas:
a- Busca de toda a informação e de todos os fatos disponíveis sobre o problema.
b- Descrição desses fatos em termos claros e sem ambiguidades.
c- Diferenciar as informações relevantes das irrelevantes e os fatos objetivos das
inferências, suposições e interpretações não comprovadas.
d- Identificação dos fatores e circunstâncias que fazem da situação um problema.
e- Estabelecer uma série de objetivos realistas na solução de problemas. Pode-se utilizar
nessa fase os cinco “W”:
- Quem (who). Quem está envolvido neste problema? Quem é o responsável por este
problema?
- O que (What). O que estou sentindo sobre este problema? O que está acontecendo que
faz com que eu me sinta triste? O que estou pensando em resposta a este problema? O
que acontecerá se não solucionar este problema?
- Onde (where) Onde ocorre este problema?
- Quando (When) Quando começou este problema? Quando solucionarei, supostamente,
este problema?
- Por que (Why) Por que ocorreu este problema? Por que estou me sentindo tão triste?
Através da definição e formulação dos problemas, aos indivíduos conseguem
traçar estratégias voltadas para a realidade do problema. Nesta fase o individuo é
conduzido a compreender a natureza do problema, levando em conta as experiências
prévias com problemas similares, com o objetivo de verificar se trata-se de uma situação
que não é possível ser modificada (por exemplo a morte de um filho), sendo assim o
individuo será então levado a compreender que para estas situações é necessário a
adaptação; ou trata-se de uma situação que pode ser enfrentada no sentido de modificá-
la (depressão), e então a pessoa irá examinar estratégias de modificação da situação na
perspectiva de resolução do problema.
36
3ª etapa - Levantamento de alternativas
Nesse momento, ocorre o levantamento de uma lista exaustiva de alternativas e
possibilidades. Deve haver quantas respostas forem necessárias para a solução de
problemas, de forma que se possa ter a oportunidade de uma delas ser a que melhor se
aproxima de um resultado positivo.
Ensinam-se os indivíduos a utilizarem três regras gerais de ideias: o princípio de
quantidade, que relaciona quanto mais ideias alternativas forem levantadas, maior a
probabilidade de gerar opções eficazes ou de qualidade; o segundo princípio refere-se
ao adiamento do julgamento, sugere que a regra da quantidade pode ser aplicada se for
retirada a opinião sobre a qualidade ou eficiência de qualquer ideia, até produzir uma
lista exaustiva de respostas; o último princípio refere à variedade, que leva o indivíduo a
pensar em um leque de soluções possíveis, através de uma variedade de estratégias ou
tipos de enfoque, ao invés de centrar-se em uma só ideia.
4ª etapa – Tomada de decisão
Consiste em avaliar (julgar e comparar) as opções disponíveis com respeito à
solução e selecionar a(s) melhor(es) para serem utilizadas na situação de problema.
Nessa fase, orienta-se o indivíduo a estimar:
a) A probabilidade de que uma alternativa determinada seja realmente eficaz para
alcançar o objetivo.
b) A probabilidade de que o indivíduo seja capaz de realizar a solução de forma
adequada, isto é, valorização da capacidade e o próprio desejo de pôr em prática uma
solução, independente de seus efeitos sobre o problema. Discute-se a possibilidade de
execução de uma solução simples ou uma combinação de soluções: aspectos emocionais
(estresse, nervoso, ansiedade) vivenciados pelo indivíduo ao tentar colocar em prática a
solução.
5ª etapa – Prática da solução e verificação
Cabe a esse processo avaliar a eficácia para o resultado da solução escolhida.
Após ter se colocado em prática, orientam-se os indivíduos para que se observem as
37
consequências da vida real que acontecem como função da solução aplicada. Nessa fase,
avalia-se a implementação.
Após o desenvolvimento das cinco etapas, realiza-se a auto-avaliação, que
consiste em verificar o bem-estar que esse envolvimento para a solução de problemas
trouxe, e auto-reforçamento, que consiste em valorizar o esforço realizado e, por fim
recapitular e reciclar, voltar aos passos de solução de problemas e averiguar as
correções a serem feitas para achar uma solução eficaz.
No que tange ao profissional, Caballo (1996) refere que não cabe somente
proporcionar explicações didáticas, mas modelar a maneira pela qual podem ser
utilizadas, procedendo com empatia, valorizando o indivíduo em sua singularidade,
sendo o enfermeiro um profissional com competência para atuar nesse processo, que
têm por objetivo ajudar os indivíduos a identificar as situações estressantes da vida,
tanto as situações anteriores como as atuais (os acontecimentos mais importantes e os
problemas diários atuais); minimizar o grau em que essa resposta influencia de modo
negativo, as tentativas futuras de enfrentamento; aumentar a eficácia de suas tentativas
de solução de problemas, diante de situações problemáticas atuais e ensinar habilidades
que permitam aos indivíduos vê-las de modo mais eficaz com problemas futuros, a fim
de evitar perturbações psicológicas (CABALLO, 1996).
Assim, mediante o que foi exposto, salienta-se que envelhecimento está atrelado
a mudanças contínuas, considerando que os idosos estão em intermitentes mudanças,
marcados por muitos infortúnios em uma sociedade ainda despreparada para lidar com
os desafios dessa nova realidade. Sendo assim, propiciar a estes indivíduos
comportamentos construtivos e otimistas na fase do envelhecer pode ser uma tarefa
árdua, porém estratégia imprescindível para permitir- lhes desfrutar dessa fase adotando
decisões positivas para reagir às adversidades que o envelhecimento possa provocar,
utilizando seu potencial humano para viver com qualidade (SANTOS et al., 2011).
Pessoas otimistas e que administram eventos genético-biológicos, sócio-
históricos e psicológicos adequadamente se adaptam melhor às transformações trazidas
pelo envelhecimento, considerando a velhice um período aprazível, com projetos e
realizações, liberdade e experiência acumulada, especialização e capacitação, com
desenvolvimento de vida e de potencialidades (LUZ; AMATUZZI, 2008).
38
1.4 QUESTÃO NORTEADORA
Assim, diante deste cenário, surgiu a questão norteadora dessa pesquisa: Qual o
impacto da Técnica de Solução de Problemas através de grupos terapêuticos como
estratégia de intervenção junto a idosos com indicativo de depressão?
39
2 PRESSUPOSTO
Partiu-se do pressuposto que o desenvolvimento da Técnica de Solução de
Problemas através de grupos terapêuticos exerce influência positiva na forma como os
idosos se percebem diante dos problemas da vida e auxilia-os a vislumbrar novas
perspectivas para lidar com os sinais indicativos de depressão.
40
3 JUSTIFICATIVA
Considerando a demanda crescente do número de idosos, as diversas situações
que permeiam essa fase, além dos problemas emocionais e psicológicos aos quais estão
expostos, torna-se necessário o uso de recursos e estratégias voltadas para as relações
humanas e sociais.
Evidencia-se a realização de grupos terapêuticos, como forma de intervenção
junto a esses idosos, considerando suas peculiaridades, sendo os resultados desse estudo
subsídio para o planejamento e desenvolvimento de ações de Enfermagem.
41
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o impacto da Técnica de Solução de Problemas, através de grupos
terapêuticos, como estratégia de intervenção, junto a idosos com indicativo de
depressão.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Traçar perfil sociodemográfico e econômico dos idosos que frequentam a Unidade de
Atenção ao Idoso (UAI);
2. Estimar a prevalência de indicativo de depressão em idosos que frequentam a UAI;
3. Comparar escores indicativos de depressão antes e após a intervenção;
4. Descrever as repercussões da Técnica de Solução de Problemas nas estratégias de
Coping, usadas por idosos com indicativo de depressão, para enfrentamento de
problemas antes e após a intervenção;
5. Desvelar potencialidades da Técnica de Solução de Problemas, através de grupos
terapêuticos, como estratégia de intervenção, junto a idosos com indicativo de
depressão.
42
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
5.1 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo de intervenção do tipo Quase-experimental, com abordagem
quali/quantitativa.
Quanto ao objetivo específico 1 (um), que se propôs a traçar perfil
sociodemográfico e econômico dos idosos, trata-se de um estudo descritivo.
Concernente ao objetivo específico 2 (dois), que pretendeu estimar a prevalência
de indicativo de depressão em idosos que frequentam a UAI, trata-se de um estudo
descritivo do tipo seccional com abordagem quantitativa. Estudos seccionais permitem
a verificação da ocorrência e distribuição de estados ou eventos relacionados à saúde em
populações específicas, bem como estimar a prevalências, fornecendo evidências
capazes de gerar hipóteses epidemiológicas (ROUQUAYROL; ALMEIDA, 2003;
PEREIRA, 2003; PORTA, 2008).
No que se refere ao objetivo especifico 3 (três), que se propôs a comparar escores
indicativos de depressão antes e após a intervenção, e ao objetivo 4 (quatro), que visou
descrever as repercussões da Técnica de Solução de Problemas nas estratégias de
Coping, usadas por idosos com indicativo de depressão, para enfrentamento de
problemas antes e após a intervenção, trata-se de estudo de intervenção do tipo Quase-
experimental, com abordagem quantitativa.
Configuram-se como estudos de intervenção, aqueles onde o investigador introduz
elementos para transformação do estado de saúde dos indivíduos ou grupos, visando
avaliar eficácia ou efetividade de procedimentos. Cabe apontar, que com o advento da
ciência moderna, a metodologia experimental foi tomada como paradigma do processo
de produção de conhecimento, sendo considerada fundamental para o avanço da ciência.
O estudo é definido como do tipo Quase experimental, pois não haverá alocação
aleatória do tratamento, uma vez que tratam-se de grupos que serão submetidos a uma
única forma de intervenção (ROUQUAYROL; ALMEIDA, 2003; PEREIRA, 2003).
E por fim, quanto ao objetivo 5 (cinco), que pretendeu desvelar potencialidades da
Técnica de Solução de Problemas, através de grupos terapêuticos, como estratégia de
intervenção, junto a idosos com indicativo de depressão, trata-se de um estudo
descritivo, com abordagem qualitativa.
43
5.2 LOCAL DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada na Unidade de Atenção ao Idoso (UAI) do município de
Uberaba – MG, fundada em setembro de 1986 para agregar e atender aos idosos que
frequentavam grupos de convivência realizados nos diversos bairros da cidade. A UAI é
mantida pela Prefeitura Municipal de Uberaba por meio da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Social.
A Instituição tem doze anos de existência, com sede própria desde setembro de
2005 e com área ampla com dois salões para festas e jogos de bilhar, duas salas para
aulas de dança, uma para fisioterapia, uma de terapia ocupacional, uma para psicologia,
uma da administração, sala de apoio pedagógico, de assistência social, duas salas de
artes manuais, sala de musculação, piscina aquecida para aulas de hidroginástica e
natação adaptada para terceira idade. No local, são realizadas atividades de promoção à
saúde e prevenção de doenças, objetivando melhorar a qualidade de vida de seus
usuários.
Segundo dados fornecidos pela Secretaria administrativa da UAI o acesso ao
serviço é gratuito para pessoas acima de 50 anos, sendo exigida apenas documentação
para cadastro e frequência regular. O serviço classifica como abandono quando o
indivíduo comete cinco faltas não justificadas no período de um mês.
Com o intuito de organizar e qualificar o atendimento, são formados grupos
divididos por atividades sendo elas: Recreativas (canto coral, jogos de mesa, baile,
bateria), Artísticas (pintura em tela, trabalhos manuais), Físicas (dança de salão,
natação, ginástica orientada, hidroginástica, musculação), Área da Educação
(alfabetização, informática), Área de Beleza (cabeleireiro, maquiagem) e Área de Saúde
(Psicologia, Fisioterapia, Enfermagem, Terapia Ocupacional, Serviço Social).
A equipe de profissionais que atua no local é composta por um Terapeuta
ocupacional, um Assistente social, um Pedagogo, um Psicólogo, um Fisioterapeuta, um
Enfermeiro, sete Professores de alfabetização, cinco Instrutores de arte, seis educadores
físicos, um Motorista e 13 Auxiliares de serviços.
Além da equipe multiprofissional para o desenvolvimento das atividades
voltadas aos idosos, a UAI possui em sua estrutura organizacional uma coordenação
geral e uma equipe de apoio administrativo, sendo esta responsável para o arquivamento
e documentação, controle de material permanente, de consumo e demais solicitações de
natureza administrativa.
44
Destaca-se que a Unidade de Atenção ao Idoso tem como objetivo estabelecer
ações que priorizem atendimento nas áreas de saúde, social, educativa e esportiva do
idoso, possibilitando o acesso destes à promoção da saúde, prevenção de doenças, à
recuperação e qualidade de vida. Assim, caracteriza-se como serviço de referência para
a população idosa no município de Uberaba-MG constituindo espaço para relações
sociais e satisfação pessoal, exercendo influência na qualidade de vida e promovendo
melhor enfrentamento das condições da vida pelos idosos (HALLVASS, 2011).
Considera-se que a UAI contribui para o envelhecimento saudável da população
idosa, uma vez que promove o bem estar do indivíduo e favorece ainda o fortalecimento
das relações sociais, a troca de experiências, a autonomia e a independência do idoso.
(CAETANO; TAVARES, 2008).
De acordo com o que foi exposto, observa-se que a UAI tem sido alternativa
tanto para idosos que apreciam as atividades e adotam estilo de vida saudável e ativo,
como também por idosos que vivenciam quadro de depressão, ou apresentam sinais e
sintomas indicativos de depressão, ansiedade ou acometimentos à saúde mental, sendo
orientados por profissionais da saúde a frequentarem a unidade como forma de
minimizar esses problemas e auxiliar no enfrentamento dessas situações (CAETANO;
TAVARES, 2008; HALLVASS, 2011).
5.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO
Mediante desatualização da lista de idosos cadastrados, oferecida pelo serviço
administrativo da unidade, onde percebeu-se que muitos idosos presentes na lista não
estavam frequentando o serviço, bem como alguns tinham ido a óbito, decidiu-se
realizar recadastramento de todos os indivíduos frequentes no serviço.
Assim, no período de 60 dias referentes aos meses de Abril e Maio de 2013 os
pesquisadores realizaram cadastro dos idosos que frequentaram a unidade. Dessa forma,
foi possível a construção de nova lista atualizada, totalizando 735 indivíduos frequentes
a partir de 50 anos, sendo que destes, 401 eram idosos (60 anos ou mais) e 317
participaram da pesquisa.
Ressalta-se que os motivos da não participação de alguns idosos na pesquisa
podem ser atribuídos a não terem sido encontrados após 5 tentativas, por motivos de
viagem ou informações equivocadas acerca dos contatos informados no ato do
45
cadastramento, impossibilitando acesso ao idoso para agendamento da entrevista (18%);
recusa por falta de tempo ou desinteresse em contribuir com a pesquisa (2%);
hospitalização no período da pesquisa (1%); dentre outros motivos como óbito entre o
período de cadastramento e coleta dos dados e doenças como gripe e dengue,
totalizando 21% de perdas.
Dessa forma, o estudo foi desenvolvido em duas etapas, a saber:
- 1ª etapa: Coleta de dados para construção do perfil socioeconômico/demográfico e
Estimativa de prevalência de depressão;
- 2ª etapa: Intervenção e Avaliação.
5.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO (1ª etapa)
Com relação à 1ª etapa, foram incluídas na pesquisa pessoas com 60 anos ou
mais, de ambos os sexos, que frequentavam a unidade periodicamente e concordaram
em participar da pesquisa. Foram excluídos da pesquisa os idosos que não
comparecerem na unidade no período de 60 dias, considerando que se o indivíduo não
compareceu à Unidade neste período não poderia ser considerado frequente, segundo
critérios da unidade.
5.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO (2ª etapa)
Com relação à 2ª etapa, foram incluídas na pesquisa pessoas com escores
indicativo de depressão. Foram excluídos da pesquisa os idosos que faltaram em mais
de um encontro, referente aos grupos terapêuticos, visto que foi pré-estabelecido que
seriam permitidos 25% de falta nos grupos, correspondendo a uma falta.
5.6 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DOS DADOS
1ª etapa: Perfil Socioeconômico/Demográfico e Estimativa de Prevalência de
Depressão
Para estimar a prevalência de depressão nos idosos, foram coletados dados por
meio de entrevistas realizadas por pesquisadores e entrevistadores. Optou-se por essa
forma de coleta de dados para minimizar problemas como dificuldade de leitura ou
compreensão dos itens descritos no questionário e problemas visuais apresentados pelos
46
idosos, além de reduzir perdas de indivíduos da pesquisa por questionários que
frequentemente não são preenchidos e não retornam ao pesquisador.
A coleta foi feita por 12 entrevistadores previamente treinados para desempenho
da função, orientados quanto à forma de abordagem do entrevistado, questões éticas
relacionadas à pesquisa e quanto aos critérios metodológicos que devem ser utilizados
no momento da entrevista.
Todas as entrevistas foram revisadas, e mediante inadequações no
preenchimento do instrumento e/ou necessidade de complementação de dados, o idoso
foi novamente abordado para garantir preenchimento completo do instrumento.
Foram realizadas reuniões periódicas entre os pesquisadores responsáveis pela
pesquisa e os entrevistadores para orientações e esclarecimento de dúvidas.
As entrevistas foram agendadas previamente com o idoso, mediante lista com
dados construída no recadastramento, e estes foram abordados no âmbito da unidade,
antes, durante ou após a realização de suas atividades, de acordo com a disponibilidade
do idoso. Neste momento foram coletados dados de identificação, sociodemográficos e
econômicos para caracterização dos participantes da pesquisa, bem como dados para
estimar a prevalência de indicativo de depressão.
Instrumentos de coleta dos dados e variáveis do estudo
Concernente a essa etapa, os dados foram coletados com a utilização de dois
instrumentos. São eles:
1- Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional e Multidimensional (BOMFAQ):
Consiste em parte do questionário Older Americans Resources and Services (OARS),
elaborado pela Duke University (1978), adaptado no Brasil por Ramos (1987), para
coleta de dados sociodemográficos e econômicos. Foram selecionados os itens com as
respectivas variáveis: sexo (masculino e feminino); faixa etária, em anos (60|-70, 70|-80
e 80 ou mais); estado conjugal (nunca se casou ou morou com companheiro(a); mora
com esposo(a) ou companheiro(a); viúvo(a); separado(a), desquitado(a) ou
divorciado(a); ignorado); renda individual mensal, em salário mínimo (não tem renda,
<1, 1, 1┤3, 3┤5, 5 ou mais); escolaridade, em anos de estudo (analfabetos, 1|-4, 4├9, 9
ou mais) (ANEXO A).
47
2- Escala de Depressão Geriátrica Abreviada (EDGA): Utilizada para identificar idosos
com indicativos de depressão. Foi proposta por Yesavage e colaboradores em 1986 e
adaptada no Brasil por Frank e Rodrigues (2006). É composta por 15 questões fechadas
com respostas objetivas, sendo as variáveis "sim" e "não", com escore total que pode
variar de zero a 15 pontos. Será considerado indicativo para depressão quando o escore
for superior a cinco pontos (ALMEIDA; ALMEIDA, 1999) (ANEXO B).
2ª etapa: Intervenção e Avaliação
Nesta etapa, objetivou-se realizar intervenção com a utilização da TSP nos
idosos com maiores escores indicativos de depressão. De acordo com princípios da
técnica de realização de grupos, que preconiza número de oito a 10 participantes por
grupo (DEBUS, 1997), e de acordo com o tempo disponível para realização do estudo,
foi previamente estabelecido pela pesquisadora que seriam feitos dois grupos com, no
máximo 10 idosos.
Os idosos que apresentaram escores de depressão entre 10 e 15 pontos, foram
convidados via telefone a participar dos grupos terapêuticos, totalizando 23 idosos.
Cinco idosos recusaram participar por questões pessoais, possibilitando compor um
grupo de oito pessoas e outro grupo de dez pessoas. Essa estratégia de seleção dos
idosos permitiu contemplar aqueles que mais necessitavam de intervenção. Ao longo da
intervenção houve desistência de sete idosos, permanecendo 11 idosos, sendo cinco
idosos no grupo um e seis idosos no grupo dois.
Foi feito contato com o idoso via telefone, com uma semana de antecedência
para a realização do grupo, confirmando sua participação, contudo, no dia do grupo foi
feito contato por telefine com todos os idosos, relembrando do compromisso e
confirmando participação. Ressalta-se que os grupos foram fechados, não podendo ser
modificados a partir do primeiro encontro, mesmo havendo não comparecimento no
primeiro dia ou desistência ao longo do desenvolvimento, para garantir que todos os
idosos do grupo participassem da mesma intervenção.
Os dados foram coletados durante o desenvolvimento dos grupos terapêuticos,
por meio de gravadores, onde todos os depoimentos foram registrados. Utilizou-se ainda
diário de campo, para registro de informações acerca do ambiente, comunicação não
verbal manifestada pelos participantes e informações diversas obtidas por meio da
observação, que contextualizam os discursos e permitem análise de múltiplos fatores.
48
As informações eram registradas ao longo do grupo pela pesquisadora, bem como
imediatamente ao término do grupo, com impressões, inferências e percepções.
Procedimentos Metodológicos para Desenvolvimento dos Grupos Terapêuticos
(DEBUS, 1997)
O grupo teve características de Grupo Focal, que segundo Gomes e Barbosa
(1988) consiste em um grupo de discussão com o propósito de obter informações de
caráter qualitativo em profundidade desenvolvidos com duração em torno de uma hora,
segundo recomendação de alguns autores (VEIGA; GONDIM, 2001).
Krueger (1996), afirma que o número de participantes de um grupo focal deverá
ser pequeno o suficiente para que todos possam ter a oportunidade de expor suas ideias
e grande o bastante para gerar diversidade de pensamentos. Quantificando esse
raciocínio sugerem-se valores entre oito a 12 participantes.
Assim, esta pesquisa se propôs a desenvolver grupos com duração de uma hora,
com um número de oito participantes para cada grupo, totalizando cinco encontros para
cada grupo.
No 1º encontro foi realizado acolhimento do grupo com boas vindas,
apresentação dos pesquisadores e informações acerca dos objetivos e finalidades da
pesquisa e da técnica que seria desenvolvida, com destaque aos aspectos éticos
vinculados à pesquisa. Feito contrato de regras e princípios básicos de convivência em
grupo, envolvendo uso de celular, horário de chegada e saída, pontualidade, número de
faltas, duração, respeito, aceitação, críticas e sigilo com as informações compartilhadas.
No primeiro encontro ainda, iniciou-se discussão terapêutica sobre depressão no idoso,
problemas da vida e repercussão destes na saúde mental. Por fim, aplicação de
questionário sobre as estratégias de enfrentamento de problemas comumente utilizadas
pelos idosos por meio do Inventário de Estratégias de Coping (ANEXO C).
Do segundo ao quarto encontro foi desenvolvida a TSP, utilizando como
disparador temático um Estudo de Caso (APÊNDICE B) previamente construído para
esta pesquisa pautado nas reais condições vivenciadas pelos idosos. Permeia os
principais problemas enfrentados e as necessidades identificadas nos dados coletados
acerca dos sinais indicativos de depressão e ainda nos estilos de estratégias de resolução
dos problemas, identificados respectivamente na EDGA (ANEXO A) e no Inventário de
Estratégias de Coping (ANEXO C).
49
Essa estratégia visa motivar a manifestação reflexiva dos participantes sobre os
assuntos que fazem parte do seu cotidiano, estimular a construção do pensamento
cognitivo além da verbalização sobre percepções acerca do caso relatado, traduzindo
experiências semelhantes, compartilhando as estratégias utilizadas, os fracassos e êxitos
obtidos e as condutas alternativas. Assim, busca-se abordar a totalidade de uma
situação, descrever, compreender e interpretar a complexidade de um caso concreto e o
significado de acontecimentos da vida mediante identificação e análise da
multiplicidade de dimensões que envolvem o caso (YIN, 2001).
No quinto encontro, os idosos foram estimulados a verbalizarem sobre os
resultados obtidos com o treinamento em solução de problemas, bem como as
expectativas ao final do grupo. Conduziu-se reflexão acerca dos conceitos agregados, as
novas estratégias de solução de problemas adotadas, os resultados alcançados bem como
os significados construídos da experiência em participar dos grupos. Realizada coleta de
dados pós-intervenção com EDGA (ANEXO B) e Inventário de Estratégias de Coping
(ANEXO C), e finalmente conduzido momento de confraternização e despedida.
5.6.1 Estratégias logísticas
Para realização dos grupos terapêuticos foi solicitada reserva de sala na
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, com ambiente tranquilo e confortável,
facilitador de debate, de forma a minimizar eventos que pudessem causar desconforto
ou mal estar, como variações extremas de temperatura, ventilação e iluminação.
Assim, preconizou-se local isento de ruídos externos (como aqueles provocados
por obras, tráfego intenso de veículos automotores, entre outros) e internos (ventiladores
e outros aparelhos) para que fosse facilitada a escuta entre os participantes, prezando
por ambiente que assegurasse privacidade, onde os participantes puderam verbalizar
sem serem observados por espectadores. As cadeiras foram dispostas em círculo,
possibilitando contato visual de todos os componentes, evitando qualquer relação de
hierarquia que possa dificultar o bom relacionamento, fazendo com que o coordenador e
o observador se encontrem em posição de igualdade entre os membros do grupo
(DALL’AGNOL; TRENCH, 1999).
Os participantes sentaram-se a distâncias aproximadamente iguais do
coordenador. Isto estimula a interação, o sentimento de fazer parte do grupo e previne
conversas paralelas, bem como a formação indesejável de subgrupos.
50
A composição dos grupos contou com um número de oito idosos, em
consonância com princípios grupais que preconizam que de oito a dez participantes
constitui-se num grupo ideal (DEBUS, 1997).
Foi estabelecido acordo entre os idosos e o coordenador do grupo acerca de
horário de chegada, de saída, importância de não faltar, disponibilidade de água para
beber no local a fim de evitar ausências temporárias.
5.6.2 Coordenação dos grupos – Facilitador / Co-facilitador
A condução dos grupos terapêuticos foi feita pelas pesquisadoras, sendo uma na
função de facilitadora (coordenadora) e outra na função de co-facilitadora
(observadora). O papel do facilitador é significativo e relevante para o bom
funcionamento dos grupos e implica preparo e instrumentalização em todas as fases do
processo (DEBUS, 1997).
O grupo não deve ser concebido apenas como um campo de coleta de dados,
sendo assim, não há respostas corretas ou incorretas e não se tem por fim informar ou
persuadir. O grupo buscará encontrar no facilitador a figura de uma pessoa verdadeira e
com sincero interesse em promover benefícios aos indivíduos. Assim, o facilitador não
deve adotar postura de professor, juiz ou chefe, sendo expressamente inadequado
manifestar acordo ou desacordo com pontos de vista apontados pelos participantes ou
induzir falas (DEBUS, 1997).
Deste princípio derivam-se outros, isto é, que o coordenador trabalhe em si
mesmo atitudes favoráveis à interação grupal e estratégias de condução, sendo que na
prática a percepção e flexibilidade são de extrema significância, porque o preparo para
situações previstas nem sempre é suficiente, uma vez que, em grupos, situações
inusitadas ocorrem e o facilitador precisará administrá-las (DEBUS, 1997).
Neste sentido, o coordenador é um facilitador do debate. Fomenta opiniões
divergentes ao ratificar que não se tratam de verdades absolutas e que cada um pode
expressar sentimentos diferentes dos demais, estimulando o grupo a expor opiniões com
franqueza e sinceridade. Explica princípios gerais para o debate, solicitando que seja
assegurado o espaço de fala sem interrupções. Cede a palavra aos co-facilitadores para
que cada um explique seu papel durante as sessões, indicando os momentos de
intervenção, auxílio ao coordenador, anotações e controle das gravações (DEBUS,
1997).
51
Assim, o facilitador conduz o debate, encoraja os participantes a expressarem
livremente seus sentimentos, opiniões e pareceres sobre a questão em estudo, mantém a
discussão focalizada, fazendo sínteses do que foi explicitado e retomando o assunto
quando alguém se desvia dele. Concede espaço aos participantes para que possam se
manifestar quanto à veracidade da síntese ou para algum esclarecimento quando
necessário. Vincula continuamente os comentários feitos por diferentes membros do
grupo a fim de que possam emergir significados, construindo o significado do grupo
(DEBUS, 1997).
Contudo, o co-facilitador é de suma importância para o sucesso da técnica de
grupos focais. Embora suas ações não sejam tão visíveis quanto àquelas que o
coordenador desempenha durante as sessões, exigem dele atenção constante e
habilidade tanto de análise quanto de síntese. Localizado de forma que possa
comunicar-se de forma não verbal com o facilitador, o observador registra
acontecimentos gerais e peculiaridades significantes. Em sintonia com o facilitador,
auxilia a condução da sessão, no sentido de intervir para obter esclarecimentos quando
percebe que não houve os devidos encaminhamentos, até porque, muitas vezes, o
coordenador pode não ter reconhecido a necessidade como tal (DEBUS, 1997).
Durante a sessão, colabora com o coordenador no controle do tempo e
encarrega-se de monitorar o equipamento de gravação, de forma ágil e discreta, isto é,
sem deslocar a atenção do grupo para seus movimentos. Também faz um breve registro
em cada fala dos participantes para facilitar a posterior transcrição das fitas, de forma a
identificar quem são os interlocutores na seqüência do debate (DEBUS, 1997).
No final da sessão, reúnem-se facilitador e co-facilitaor, no intuito de realizarem
um feedback sobre o que transcorreu. Ambos trocam impressões e pareceres sobre o
desempenho de seus papéis e do grupo como um todo. O observador contribui com seu
parecer, complementando a síntese elaborada pelo facilitador, já que dispõe de maiores
subsídios para balizar significados porque deteve-se em captar e registrar em um diário
de campo as reações dos participantes nas várias formas de expressão, verbal e não
verbal (DEBUS, 1997).
52
Avaliação
No último encontro os grupos foram conduzidos à reflexão acerca da
repercussão em participar da intervenção, os conceitos agregados, as novas estratégias
de solução de problemas adotadas, os resultados alcançados bem como os significados
construídos da experiência em participar dos grupos, a fim de desvelar potencialidades
da TSP através de grupo terapêutico.
Foram ainda coletados dados acerca dos sintomas indicativos de depressão pela
EDGA (ANEXO B), bem como dados das estratégias de enfrentamento de problemas,
através do Inventário de Estratégias de Coping (ANEXO C), para comparação antes e
após a intervenção.
Instrumento de coleta dos dados: Inventário de Estratégias de Coping-Jalowiec
O Inventário de Estratégias de Coping-Jaloitec consiste em uma escala
desenvolvida para mensurar como o indivíduo lida com diferentes situações de
problemas. Sua versão original foi proposta por Jalowiec et al em 1984, validada no
Brasil por Galdino em 2000.
Consiste em 60 itens que descrevem esforços cognitivos e comportamentais
adotados em resposta ao problema e foram divididas em oito estilos de coping:
confrontivo (confronta o problema diretamente – 10 itens), evasivo (evita o problema –
13 itens), otimista (tem pensamentos positivos – 9 itens), fatalista (desesperança em
relação ao problema e pessimista – 4 itens), emotivo (responde emocionalmente – 5
itens), paliativo (passa pelo problema fazendo coisas que se sinta melhor – 7 itens),
sustentativo (utiliza suportes para enfrentar problemas – 5 itens), e autoconfiante (uso
de estratégias que envolvem seus próprios recursos – 7 itens). Os estilos de coping
confrontivo e sustentativo são classificados como coping focado no problema, os
demais estilos (evasivo, fatalista, otimista, emotivo, paliativo e autoconfiante) focados
na emoção (LAZARUS; FOLKMAN, 1984).
O coping centrado na emoção corresponde a estratégias que derivam de processos
defensivos e levam os indivíduos a evitarem confronto com situações que gerem ameaça
e conduzem a manobras cognitivas como fuga, distanciamento e aceitação na tentativa
de amenizar os estressores. No coping focalizado no problema as estratégias estão
voltadas para a realidade, consideradas formas de enfrentamento adaptativas, pois
53
possibilitam modificar as pressões ambientais e até eliminar estressores, objetivando
analisar, definir a situação, de forma a buscar alternativas para melhor resolvê-la
(LAZARUS; FOLKMAN, 1984). Dessa forma os itens são distribuídos aleatoriamente
e o indivíduo é orientado para que marque aqueles comportamentos com os quais ele se
identifica quando precisa enfrentar um problema.
A avaliação da confiabilidade do instrumento utilizado foi feita pelo Coeficiente
Alfa de Cronbach. Nesse sentido, a confiabilidade é definida como uma variável ou um
conjunto de variáveis capaz de medir o que se propõe, de forma fidedigna e verdadeira.
Valores de alfa inferiores a 0,60 podem ser considerados inadequados; adequados com
algumas carências os coeficientes entre 0,60 e 0,70; adequados entre 0,70 e 0,80; bons
entre 0,80 e 0,85; e excelentes os superiores a 0,8513. O índice de consistência interna
dos itens da escala do instrumento é de 0,9221, ou seja, apresenta excelente
confiabilidade (JUNIOR, 2005).
A confiabilidade do instrumento utilizado possibilita que o mesmo seja utilizado
por pesquisadores, em outras investigações, com extratos populacionais diferentes, de
maneira a ampliar conhecimentos referentes ao enfrentamento das pessoas às diferentes
situações a que são expostas no seu cotidiano. Em se tratando, especificamente, dos
diferentes espaços de atuação do enfermeiro, pesquisas desse tipo podem contribuir no
sentido de qualificar a assistência de enfermagem aos indivíduos, extensivo aos seus
familiares (GALDINO, 2000).
5.7 PROCESSAMENTO DOS DADOS
Com relação aos dados quantitativos, coletados na 1ª etapa da pesquisa, foram
digitados em dupla entrada, em banco de dados eletrônico, no programa Excell® para
validação. Foi verificada a consistência dos dados entre as duas bases; e os dados
inconsistentes foram confirmados com a entrevista original e realizadas as correções
pertinentes. O banco de dados da planilha foi transportado para o programa SPSS, para
proceder à análise.
Os dados qualitativos coletados no desenvolvimento dos grupos terapêuticos
foram transcritos na íntegra e associados às informações registradas no diário de campo,
para proporcionar maior quantidade de informações. Posteriormente foram transferidos
para o Software de análise qualitativa ATLAS.ti, que consiste em uma ferramenta de
suporte metodológico norteada pela teoria de Bardin (2010).
54
5.8 ANÁLISE DOS DADOS
5.8.1 Dados Quantitativos
Os dados sociodemográficos e econômicos coletados foram analisados e as
seguintes variáveis foram categorizadas: faixa etária 60-70, 70-80, 80 ou mais; estado
conjugal; moradia; escolaridade; atividade; salário; origem dos recursos.
A análise das variáveis categóricas do instrumento foi feita por meio da estatística
descritiva em Frequência Simples. A taxa de prevalência foi segundo a fórmula número
de casos existentes em dado local momento período x 10 n dividido por população do
mesmo local e período.
Número de casos existentes em dado local momento período x 10 n
_____________________________________________________________ População do mesmo local e período
A taxa de prevalência representa a proporção de pessoas com determinada
característica de saúde em um dado momento temporal, sendo aplicável em estudos
transversais e observacionais (AGUIAR, 2007).
Foram ainda calculados comparativamente os escores obtidos antes e após a
intervenção, a fim de evidenciar alterações, por meio do teste T - pareado.
Para análise dos dados referentes às estratégias de enfrentamento, obtidos pelo
Inventário de Estratégias de Coping-Jaloitec foi calculada pontuação relativa, que
resulta da soma dos valores de todos os itens pontuados dentro da subescala, dividido
pelo número de itens na subescala, denominada de pontuação de meio. Em seguida
calcula-se a pontuação relativa dividindo a pontuação de meio para cada subescala, pela
soma das pontuações de meio de todas as subescalas (incluindo aquela da subescala). A
seguir, serão comparadas as pontuações relativas de cada subescala e a que apresentar
maior pontuação será considerada como estilo de coping mais utilizado no
enfrentamento pelos entrevistados (GALDINO, 2000).
5.8.2 Dados qualitativos
5.8.2.1 Software ATLAS.ti - Qualitative Dates Analysis
A análise dos dados coletados nos grupos terapêuticos foi feita no Software de
análise qualitativa ATLAS.ti, que consiste em programa de análise de dados utilizado
55
na pesquisa qualitativa, cujo objetivo é auxiliar pesquisadores a sistematizar este
processo, minimizando interpretações e inferências pessoais e garantindo a
fidedignidade dos dados, mantendo relações entre elementos analisados. Neste sentido,
oferece ferramentas que permitem ao usuário localizar informações no discurso
registrado, efetuar anotações, elaborar códigos e estabelecer relações entre eles.
O software ATLAS.ti permite a descoberta de fenômenos complexos, os quais,
possivelmente, não seriam detectáveis na simples leitura do texto, principalmente, em
relação à técnica tradicional de tratamento dos dados manualmente (QUEIROZ, 2011).
Contudo ressalta-se que toda construção feita com base nos dados brutos
depende do elemento humano, representado pelo pesquisador. Assim, o programa não
exclui a participação ativa do pesquisador qualitativo, que utiliza suas habilidades à
análise dos dados, de forma a detectar os sentidos dos significados expressos nos
discursos.
5.8.2.2 Análise de conteúdo (BARDIN, 2010)
A técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2010) aborda os
resultados como uma descoberta de núcleos de sentidos, evidenciados a partir dos temas
que compõem uma comunicação, cuja presença ou freqüência apresentam significado
para o objetivo analítico do estudo.
A análise de conteúdo visa verificar hipóteses e descobrir o que está por trás de
cada conteúdo manifesto. A contextualização deve ser considerada como um dos
principais requisitos para garantir a fidedignidade dos dados. A operacionalização da
análise temática abrange três etapas:
1) Pré- análise: o material coletado será organizado mediante sistematização das ideias
e leitura exaustiva. São determinadas nesta fase, as unidades de registro – palavras ou
frases, as unidades de contexto, os recortes, a forma de categorização e os conceitos
teóricos gerais que orientarão a análise, levando-se em conta a questão central e objetiva
da pesquisa.
2) Exploração do Material: será realizado o processamento da análise propriamente
dita, por meio dos processos de codificação, categorização e quantificação das
informações consiste na transformação dos dados iniciais obtidos, objetivando a
compreensão do texto a partir do seu núcleo de sentido. Procede-se o recorte do texto
em unidades de registro e realiza-se a classificação e agregação dos dados.
56
3) Tratamento dos Resultados Obtidos: ocorre a interpretação dos dados obtidos, já
categorizados, correlacionando-os com o referencial teórico que fundamenta a pesquisa.
Fase de transformação dos dados brutos em resultados significativos.
5.9 ASPECTOS ÉTICOS
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, sob protocolo nº 2316. Para cada
voluntário foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido segundo
Resolução 196/96. Neste momento foi esclarecido o objetivo do estudo, bem como a
garantia do anonimato e total liberdade do voluntário em desistir da pesquisa a qualquer
momento. Salienta-se que a Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba autorizou a
coleta de dados.
Cabe elucidar que todas as informações colhidas estarão sob o cuidado do
pesquisador responsável e deverão retornar de forma compreensível à comunidade. É de
responsabilidade do pesquisador, coordenar as atividades de pesquisa tendo o cuidado
de cumprir os prazos estabelecidos, divulgar os resultados em eventos científicos,
confecção de artigos, e garantir a confidencialidade de qualquer informação obtida
mantendo conduta ética.
57
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados dessa pesquisa serão apresentados de acordo com a ordem dos
objetivos propostos.
6.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E ECONÔMICO DOS IDOSOS QUE
FREQUENTAM A UNIDADE DE ATENÇÃO AO IDOSO (UAI)
A tabela 1 a seguir descreve as características da população, de acordo com as
variáveis sociodemográficas e econômicas:
Tabela 1- Características sociodemográficas e econômicas dos idosos que frequentam a
UAI, Uberaba-MG. 2013.
Variáveis N % Sexo Masculino 81 26,27 Feminino 236 73,73 Faixa etária 60├70 156 49,20 70├80 119 37,10 80 e mais 42 13,68 Estado Conjugal Casado/mora companheiro 107 34,77 separado/desquitado/divorciado 57 18,67 Viúvo 115 36,7 Solteiro/ nunca se casou 38 9,81 Moradia Casa própria quitada 256 80,69 Casa própria em prestações 14 4,56 Aluguel em casa de familiar 3 0,97 Paga aluguel 17 5,53 Cedida 27 8,79 Asilo 0 ----- Escolaridade(anos) Sem escolaridade 20 6,64 1 a 5 anos 203 63,17 6 a 10 anos 36 11,72 11 a 15 anos 49 15,96 16 a 20 anos 9 2,93 Atividade/Profissão Dona de casa 183 64,17 Doméstica 7 2,28 Trabalho braçal 3 0,97 Trabalho rural 1 0,32 Profissional Liberal 19 6,18 Empresário 2 0,65 Não exerce 80 25,63 Outro 22 0,16 Salário individual Sem renda 37 12,45 <1 8 2,60 1 123 39,87 1┤3 124 37,65 3┤5 20 6,51 >5 3 0,97 Origem dos recursos financeiros Aposentadoria 154 78,48 Pensão 72 23,1 Aluguel 29 9,44 Familiares 10 3,25 Doações 1 0,32
58
Trabalho Contínuo 18 5,86 Trabalho Eventual 14 4,56 Renda mensal vitalícia 2 0,65 Aplicação financeira 3 0,97 Sem renda própria 14 4,56
Fonte: o autor
De acordo com a tabela1 nota-se que dos 317 idosos que frequentam UAI a
maioria foi representada pelo sexo feminino (73,73%). No Brasil, as mulheres idosas
também representam maior percentual em relação aos homens dessa faixa etária (55,7%
vs 44,3%), bem como na cidade onde este estudo foi realizado, cujos dados do
Ministério da Saúde indicaram que no ano de 2009, o município tinha 20403 (56,97%)
mulheres idosas residentes (IBGE, 2012).
Quanto à faixa etária, o presente estudo apontou que 49,2% encontravam-se
entre 60├70 anos (tabela 1), caracterizando uma população idosa jovem. Entretanto
obteve-se 37,1% de idosos entre 70├80 anos, demonstrando que idosos menos jovens
procuram por atividades de atenção à saúde em número também significativo. Por fim,
apenas 13,68% deles tinham 80 anos ou mais.
No Brasil em 2011, o índice populacional relativo de idosos com 60 anos ou
mais era de 12,1%, e de idosos acima de 80 anos chegava a 1,7% sobre toda a
população, portanto os idosos com mais de 80 anos correspondiam a 14,04% do total de
idosos, o que significa que os dados deste estudo são convergentes com os achados para
a população brasileira, também, explicando o motivo pelo qual estão em menor número
comparado às demais faixas etárias na Instituição (IBGE, 2000; IBGE, 2012).
Comparando com o observado em 2007, em que foi realizada uma pesquisa na
mesma UAI em questão, percebe-se uma redução significativa de 71,8% para 46,2% da
população idosa jovem (60 a 69 anos), demonstrando um aumento de interesse por
programas de atividades comunitárias pelos idosos de 70 a 79 anos (de 28,2% para
37,65%) (CAETANO, 2008). Entretanto, ressalta-se que, embora a Instituição seja
dedicada ao idoso, seu maior público compreende pessoas de 50 a 59 anos, os quais não
foram abordados na pesquisa (ESTATUTO DO IDOSO, 2010).
Em se tratando do estado conjugal dos idosos houve uma predominância dos
viúvos com 36,7%, seguidos dos casados com 34,77%,
separados/desquitados/divorciados com 18,67 e solteiros com 9,81. Esses dados
coincidem em partes com um estudo que traçou perfil de idosos ingressantes em um
programa de educação física e os motivos da adesão, onde verificaram que idosos
59
viúvos e solteiros tendem a participar mais de atividade física regular e caminhada
(PEREIRA, 2009).
Uma parcela importante da população estudada possui casa própria quitada
(80,69%). A maioria da população idosa brasileira possui casa própria (66%), segundo
um estudo sobre perfil sociodemográfico do idoso brasileiro, corroborando com essa
pesquisa (IBGE, 2011).
Quanto ao grau de instrução em relação aos anos de escolaridade, verificou-se
que os idosos participantes do estudo apresentaram, em sua maioria, um a cinco anos de
estudo (63,17%), coincidindo com Censo Demográfico de 2010, que foi de 3,3 anos de
estudo, em relação à média de escolaridade de idosos no Brasil (IBGE, 2011). Em se
tratando dos idosos sem escolaridade, obteve-se neste estudo 6,64%, o que reflete um
ligeiro aumento dos idosos sem estudo na Instituição quando comparado à 2007que era
de 5,1%, porém menor do que o observado na área urbana da cidade que era de 23,08%
(CAETANO, 2008).
Sobre a ocupação dos idosos, houve um predomínio de donas de casa (64,17%),
seguidos dos que não exercem a profissão (25,63%). Em outro estudo realizado na
mesma UAI em 2007 verificou-se que 89,8% não trabalhavam e 84,7% eram
aposentados. Mesmo com aposentadoria alguns idosos referiram trabalhar (10,2%),
principalmente no mercado informal, para complementação de renda (TAVARES,
2008). A participação do idoso no mercado de trabalho minimiza sua marginalização
perante a sociedade, além de proporcionar a sensação de bem estar social e utilidade
para a sociedade. Por outro lado, pode ser um fator limitante para a participação em
atividades promocionais de saúde e preventivas de doenças, em decorrência da não
disponibilidade de tempo ou da incompatibilidade de horário entre o trabalho e o
horário de funcionamento dos serviços (CAETANO, 2008; IBGE, 2007).
O valor da renda familiar encontrado no presente estudo mostra que a maioria
dos idosos apresenta 1(um) salário como renda, correspondendo 39,87%, tendo, em
seguida, rendas de um a três salários com 37,65%, sendo desses, a maioria (78,48%)
aposentados, e 23,1% pensionistas. Segundo o IBGE a média de renda do idoso é de até
três salários mínimos, corroborando com esse estudo. Uma pesquisa realizada em
Brasília, sobre o perfil sociodemográfico dos idosos participantes de atividades físicas
regulares, encontrou-se uma média acima da população brasileira, de 10 a 15 salários
mínimos (31,71%), seguida de idosos que recebiam entre 5 a 10 salários mínimos
60
(25,61%), diferenciando da média da renda familiar do idoso brasileiro (SANTOS,
2012).
Quanto à origem dos recursos, 78,48% advinham de aposentadoria e 23,1% de
pensão. Dos 30,3% dos idosos que possuíam mais de uma fonte de renda, 92,7% tinham
a aposentadoria como uma delas, demonstrando atualmente, uma maior atividade da
população idosa, que não se sustentam apenas com recursos da aposentadoria, mas
buscam outras formas de renda. Na pesquisa supracitada realizada em Brasília, foi
demonstrado que a principal fonte de renda dos idosos participantes de atividades
físicas regulares foi a aposentadoria, corroborando como a principal fonte de renda dos
idosos frequentadores do UAI, encontrada nesse estudo (BORGES,2011).
6.2 PREVALÊNCIA DE INDICATIVO DE DEPRESSÃO EM IDOSOS QUE
FREQUENTAM A UAI
Com relação à estimativa de prevalência de depressão, verificou-se que dos 317
idosos entrevistados que frequentam a UAI do município, 98 (30,9%) apresentaram
indicativo de depressão.
Estudo realizado com idosos pertencentes a um grupo de terceira idade, em uma
cidade do interior de São Paulo-SP, constatou que muitos idosos apresentavam queixas
e sintomas relacionados à depressão e tinham dificuldades em procurar ou aderir a
tratamento, mesmo sendo-lhes oferecidas semanalmente oficinas de atividade física,
artesanato, coral, dança cigana, passeios e bailes da terceira idade (GIL, 2011).
Em outro estudo realizado com 118 idosos predominantemente do sexo feminino
(90%), de cinco Grupos de Convivência de Idosos cadastrados na Gerência de
Atendimento ao Idoso (GAI) do Distrito Federal, identificou-se índice de depressão em
31% dos idosos que freqüentavam esses Centros de Convivência de Idosos (OLIVEIRA
et al., 2006).
Contudo evidencia-se predomínio de estudos apontando escores reduzidos de
depressão em idosos que frequentam Unidades e Centros de convivência para idosos,
como o Projeto Ediposo em um subdistrito da Saúde no município de São Paulo – SP,
apresentando valores de 80,2% dos 1293 idosos entrevistados em um estudo de coorte
que não apresentavam índices depressivos. Os escores de depressão encontrados na
população pesquisada chegaram a se aproximar de números obtidos em trabalhos
61
avaliativos de escores de depressão em idosos de países mais desenvolvidos (LIMA et
al., 2009; ANTES et al., 2012; GUTIERREZ et al.; 2011).
Outros dados relacionados a escores inferiores de depressão de acordo com o
Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG) envolveram os participantes do Programa
Floripa Ativa de seis Centros de Saúde de Santa Catarina-SC, e a prevalência de idosos
com sintomas depressivos encontrada foi de 16, 9% (ANTES et al., 2012).
Salienta-se ainda outra pesquisa desenvolvida nas áreas de convivência de dois
centros de referência de idosos localizados no Município de São Paulo (SP), com
amostra de 166 idosos onde observou-se que 19,9% dos participantes apresentavam
sintomas depressivos (GUTIERREZ et al; 2011).
Mas em pesquisa realizada envolvendo quatro Centros de Convivência de Idosos
em Ermelino Matarazzo (SP), apesar de concluírem que o índice de sintomas
depressivos não diminuiu, os centros de convivência e os programas da terceira idade
parecem contribuir para o status cognitivo e para a satisfação com a vida dos
participantes. Verificou-se que os aspectos cognitivos e psicossociais do
envelhecimento revelam plasticidade e podem sofrer a modulação de intervenções
socioculturais, como as desenvolvidas pelos centros de convivência (YASSUDA;
SILVA, 2010).
De acordo com o que foi exposto, observa-se que a UAI tem sido alternativa
tanto para idosos que apreciam as atividades e adotam estilo de vida saudável e ativo,
como também por idosos que vivenciam quadro de depressão, ou apresentam sinais e
sintomas indicativos de depressão, ansiedade ou acometimentos à saúde mental, sendo
orientados por profissionais da saúde a frequentarem a unidade como forma de
minimizar esses problemas e auxiliar no enfrentamento dessas situações (CAETANO;
TAVARES, 2008; HALLVASS, 2011).
Neste sentido, estudos acumulam evidencias de que a participação efetiva nas
atividades oferecidas pela UAI atua no sentido de diminuir as atitudes negativas em
relação à vida e ao envelhecimento, estimulando o idoso a enfrentar o envelhecimento
de forma consciente, percebendo-o como uma etapa natural no seu ciclo de vida.
Evidencia-se também que a participação favorece a independência pessoal, a
possibilidade de ocupação do tempo livre de forma saudável e criativa, a descoberta de
habilidades dos talentos antes nunca explorados, e o desenvolvimento da sensação de
pertencimento a um grupo, promovendo a inserção social e trazendo positivos reflexos
62
na vida dessas pessoas e de suas famílias (CAETANO; TAVARES, 2008; HALLVASS,
2011).
Diferente do que se esperava, idosos que frequentam UAI podem apresentar
problemas emocionais relevantes, e necessitam de assistência de qualidade que
contemple essas necessidades, não apenas suporte às necessidades físicas de saúde, mas
ênfase nos aspectos psicoemocionais e espirituais dos idosos.
Isso pode ser explicado pelo fato de muitos idosos frequentarem a UAI por
recomendação médica/psicológica, como estratégia para tratamento dos sinais e
sintomas depressivos, desmistificando conceitos de que UAI reúne apenas idosos
saudáveis, em busca de bem estar e lazer. Destaca-se que diversos idosos frequentam a
unidade em busca de relacionamentos interpessoais, distração e ocupação, como
estratégia de enfrentamento dos sintomas depressivos.
Dessa forma, revela-se a necessidade de investimentos em estratégias e
atividades que contemplem as necessidades de saúde mental apresentadas pelos idosos
como grupos terapêuticos, acompanhamento psicológico criterioso e ininterrupto,
garantia de continuidade da assistência à saúde mental, capacitação dos profissionais da
área da saúde para detectar os sintomas de depressão e realizar encaminhamentos
necessários, atendendo os indivíduos em suas necessidades biopsicossociais e
espirituais.
6.3 ESCORES INDICATIVOS DE DEPRESSÃO ANTES E APÓS A
INTERVENÇÃO
Os idosos que apresentaram escores de depressão entre 10 e 15 pontos foram
convidados, via telefone, a participar dos grupos terapêuticos, totalizando 23 idosos.
Cinco idosos recusaram participar por questões pessoais, possibilitando compor um
grupo de oito pessoas e outro grupo de dez pessoas. Essa estratégia de seleção dos
idosos permitiu contemplar aqueles que mais necessitavam de intervenção. Ao longo da
intervenção houve desistência de sete idosos, permanecendo 11 idosos, sendo cinco
idosos no grupo um e seis idosos no grupo dois.
Em relação aos 11 idosos participantes do grupo terapêutico, observou-se que
oito eram mulheres (72,7%) e três homens (27,3%). Em estudo realizado em
Camaragibe-PE, sobre participação em grupos terapêuticos, observou-se predominância
do sexo feminino (60%) como neste estudo (ALBUQUERQUE et al., 2012).
63
No presente estudo, a faixa etária foi de 62 a 83 anos, e aponta-se que a
prevalência de indicativo de depressão foi maior entre os idosos com 60├70 anos
(12,9%), seguido daqueles entre 70├80 anos (6,2%) e 80 ou mais (2,9%).
Na Tabela 2 encontram-se a comparação das médias obtidas para os escores de
sintomas depressivos.
Tabela 2 – Comparação dos escores médios para sintomas depressivos dos idosos
participantes do Grupo Terapêutico. Uberaba-MG. 2013.
Variável Média pré-
intervenção
Desvio
Padrão
Média pós-
intervenção
Desvio
Padrão
t p
Sintomas depressivos 10,73 1,95 5,27 3,19 5,48 0,00
Fonte: o autor
A média dos escores de depressão no período pré-intervenção foi de 10,73 e no
pós-intervenção de 5,27, evidenciando diferença significativa na comparação dos
escores médios de depressão (p=0,00).
Em pesquisa realizada em Porto Alegre-RS, identificou-se que após a
intervenção realizada com grupos terapêuticos, os idosos apresentaram redução
significativa no indicativo de depressão acarretando em melhora na ansiedade e nas
queixas de memória. Os resultados sugeriram que uma intervenção breve na forma de
grupo terapêutico constitui-se alternativa de atenção à saúde em seus sentidos mais
amplos a essa população (LOBO et al., 2012).
Estudo realizado no interior do estado de São Paulo com idosos que foram
submetidos a sessões de grupos terapêuticos, em relação às médias da pontuação para
sintoma de depressão antes da intervenção verificou-se que caracterizava quadro de
depressão moderada, sendo que após a intervenção observou-se melhora no indicativo
de depressão de 20,25 para 13,75 na média de escores (FERREIRA; LIMA;
ZERBINATTI, 2012).
Dessa forma, aumentam-se evidências de que a realização de grupos terapêuticos
proporciona efeitos positivos refletindo em diversos aspectos da vida dos indivíduos
(ALBUQUERQUE et al., 2012).
Na tabela 3 estão dispostos os valores pré e pós-intervenção dos participantes da
intervenção.
64
Tabela-3 Pontuação dos escores da EDGA pré e pós-intervenção, Uberaba-MG. 2013.
(Idosos - I ) I.1 I.2 I.3 I.4 I.5 I.6 I.7 I.8 I.9 I.10 I.11
Escores pré-
intervenção
11 14 7 12 11 10 12 12 11 10 8
Escores pós-
intervenção
9 3 3 3 11 5 4 10 5 3 2
Fonte: o autor
A tabela acima mostra os escores dos 11 idosos no período pré-intervenção
comparativamente ao período pós-intervenção, explicitando impacto de redução nos
escores indicativos de depressão em dez idosos (90,9%) onde apenas um idoso
permaneceu com o mesmo escore.
Assim, evidenciou-se que seis idosos (54,5%) deixaram de apresentar escores
indicativos de depressão após serem submetidos à intervenção, passando a apresentar
escores menores que cinco, conforme EDGA. A literatura aponta resultados
semelhantes em um estudo comparando a eficácia da Terapia Cognitivo
Comportamental em grupo para idosos e um grupo controle, com redução de 51,4% nos
sintomas depressivos (TRISTÁN; RANGEL , 2009).
Referente ao estudo acerca da repercussão de grupos terapêuticos realizados com
idosos no Rio de Janeiro-RJ evidenciou-se melhora na sintomatologia depressiva bem
como nas queixas de memória, demonstrando que a prática dessas intervenções pode
contribuir não somente para redução da depressão dos idosos, mas também com a saúde
mental de forma geral (NETTO; FONSECA; FERNANDEZ, 2012).
Assim, sugere-se que, neste estudo, a participação dos idosos nos grupos
terapêuticos, com o desenvolvimento da TSP, possa ter influenciado de forma positiva
na média de escores de depressão após a intervenção.
Ressalta-se, ainda, que as diversas esferas da vida do indivíduo, não puderam ser
controladas nos períodos em que ocorreu a intervenção, o que pode ter influenciado nos
resultados. Em decorrência disso, os dados foram insuficientes para análises estatísticas
mais robustas.
Nesse sentido, a estratégia de intervenção da TSP em grupos terapêuticos para
idosos configura-se como uma abordagem de tratamento psicoterápico, com
65
embasamento científico e teórico, que apresenta custos reduzidos e possibilidade de
tratamento em menor espaço de tempo, o que vai ao encontro das necessidades do ponto
de vista de saúde pública no Brasil. Dessa forma, os resultados do presente estudo
aumentam evidencias cientificas acerca dessa intervenção em idosos com
sintomatologia depressiva, apontando resultados satisfatórios.
6.4 REPERCUSSÕES DA TSP NAS ESTRATÉGIAS DE COPING USADAS PARA
ENFRENTAMENTO DE PROBLEMAS ANTES E APÓS A INTERVENÇÃO
Segundo Lazarus e Folkman (1984), as estratégias focadas no problema são
utilizadas para enfrentar diretamente o problema objetivando analisar e definir a
situação, de forma a buscar alternativas para melhor resolvê-la.
As estratégias focadas na emoção, entretanto, são aquelas em que o indivíduo tenta
manejar ou equilibrar suas emoções para diminuir o sofrimento diante do estressor por
meio da evitação. Indivíduos que lançam mão desse tipo de estratégia podem, na
intenção de evitar o problema, se distanciar da situação problemática minimizando
chances de resolvê-lo, realizando uma série de manobras cognitivas como fuga,
distanciamento, aceitação, na tentativa de amenizar estressores (LAZARUS et al.,
2005).
A tabela 4 a seguir descreve as estratégias utilizadas antes e após a intervenção.
Tabela 4: Estratégias de Coping utilizadas antes e após a intervenção, Uberaba-MG.
2013.
Fonte: o autor
Os resultados da tabela 4 indicam que as estratégias utilizadas antes da
intervenção eram focadas nas emoções, com ênfase para a estratégia emotiva (36,3 %),
seguida de autoconfiante, evasiva, fatalista. Ressalta-se, contudo, que três idosos
apresentaram estratégias focadas no problema como sustentativa e confrontiva no
período pré intervenção.
Idosos (I)
I. 1 I .2 I .3 I. 4 I .5 I .6 I .7 I .8 I .9 I .10 I. 11
Pré Emot. Fatal. Emot. Evas. Otim. Susten. Emot. Autocon. Susten. Autocon. Confro. Emot.
Pós Confro. Sustent.
Otim. Otim. Confro. Emot. Susten. Susten. Confro. Confro. Confro. Otim.
66
Contudo, verificou-se que as estratégias predominantemente adotadas após a
intervenção foram confrontiva e sustentativa, totalizando 63,6 % dos indivíduos, que
constituem estratégias focadas no problema, ressaltando aquisição de capacidade de
confrontar o problema, direcionando o foco das atenções à situação problemática em si,
voltados para a realidade e com a utilização de suportes para administrar ou modificar a
situação. Ambas são consideradas formas de enfrentamento mais adaptativas, pois
possibilitam modificar as pressões ambientais e até eliminar estressores. Ressalta-se,
entretanto, que os demais idosos apresentaram estratégias otimistas (27,2 %) e emotivas
(9,0 %), que constituem estratégias focadas em regular o impacto do estresse gerado
pela situação vivenciada, caracterizando processo defensivo, segundo Lazarus e
Folkman (1984).
De acordo com Lazarus e Folkman (1984), a maneira como percebemos e
lidamos com os problemas deverá influenciar nosso bem-estar. Zanini (2011) aponta
que indivíduos que enfrentam diretamente seus problemas, com estratégias focadas no
problema, possuem menos chances de desenvolvimento de acometimentos emocionais.
Os resultados destes estudos apontam que as estratégias de aproximação do
problema podem se configurar como positivas, enquanto que as estratégias de evitação
do problema se configuram como fatores de risco, repercutindo de forma negativa.
Salienta-se ainda, a importância de intervenções pautadas no desenvolvimento das
habilidades de coping e construção de redes sociais suportivas para o tratamento e
prevenção de problemas emocionais (ZANINI, 2011).
Ressalta-se que a confiabilidade do instrumento possibilita que o mesmo seja
utilizado por pesquisadores, em outras investigações, com extratos populacionais
diferentes, de maneira a ampliar conhecimentos referentes ao enfrentamento das pessoas
às diferentes situações a que são expostas no seu cotidiano (DREFFS et al., 2013).
Com isso, acumularam-se evidências de que a participação em grupos
terapêuticos com o desenvolvimento da TSP pode ocasionar mudanças nas estratégias
usadas para solução dos problemas da vida, levando os indivíduos a posicionarem-se de
maneira racional em suas decisões, minimizando interferências das emoções na forma
como percebem e administram situações problemáticas, o que mostra aumento da
capacidade efetiva de resolução de problemas.
67
6.5 POTENCIALIDADES DA TSP ATRAVÉS DE GRUPOS TERAPÊUTICOS
COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO JUNTO A IDOSOS COM INDICATIVO
DE DEPRESSÃO
Os resultados evidenciados como potencialidades da TSP em grupo terapêutico
foram categorizados e apresentados a seguir:
Categoria 1 - Elaboração do significado da depressão: compreensão do problema
através da percepção dos sintomas depressivos.
Categoria 2 - Reflexão acerca dos fatores precursores da sintomatologia depressiva
Categoria 3 - Concepção de novas estratégias de solução para os problemas da vida
Categoria 4 - Reelaboração de comportamento frente à vida
Categoria 5 - Significados construídos acerca do grupo terapêutico
Segue apresentação detalhada de cada categoria.
Categoria 1 - Elaboração do significado da depressão: compreensão do problema
através da percepção dos sintomas depressivos
A TSP em grupo terapêutico possibilitou aos idosos elaborar o significado da
depressão, especialmente por meio do estudo de caso. Ao conhecer o caso fictício, eles
se perceberam na história, e assim conseguiram visualizar sinais e sintomas que
vivenciavam diariamente, o que contribuiu para melhor compreensão do problema.
A Teoria Cognitivo-Comportamental, norteadora desta pesquisa, fundamenta a
compreensão do problema como um dos fatores primordiais para treinamento em
solução de problemas (NEZU; NEZU, 1989). Sob este prisma se consolida a
importância da elaboração do significado da depressão, reconhecimento da
sintomatologia depressiva e compreensão do problema por meio da percepção dos
sintomas depressivos.
Em análise aos depoimentos dos idosos desse estudo, identificou-se que os
significados atribuídos à depressão estão associados à introversão e isolamento social
repercutindo em problemas de relacionamento e perda do contato com família e amigos.
Identifica-se ainda, dificuldade para conviver consigo mesmo, problemas de auto-
aceitação, desvalorização pessoal, sentimento de culpa e medo da morte.
68
“Eu tenho muita dificuldade de conviver, sabe. Conviver comigo mesmo, conviver com meu mau humor, e principalmente com minhas limitações.” (P 2)
“Eu fico me culpando. Eu não sei como sair dessa situação. A culpa está na minha cabeça, porque eu carrego ela todo dia. ” (P 1)
“Eu sinceramente, tenho medo de morrer. A morte assusta mesmo, se a gente ficar pensando que está chegando a hora, aí dá medo mesmo.” (P 11)
Evidencia-se de forma geral, que os idosos deixaram de realizar diversas
atividades por falta de motivação e ânimo.
“Uma coisa das mais terríveis da vida é essa depressão que eu tenho. Eu não sou mais a mesma pessoa depois que ela me pegou.” (P 6)
“Pescar. Eu não tenho aquela vontade mais. Antes eu gostava, agora nem tenho mais interesse.” (P 8)
Acrescentam-se ainda os sintomas depressivos referidos por eles como mau
humor constante, sono prejudicado, perda do desejo sexual, afetando relacionamento
com cônjuge, culminando em separação, preocupações excessivas e desnecessárias,
tristeza e choro incontido.
“Quando comecei a perder desejo sexual estava casada. Na época meu esposo enfrentou bem. Arrumou outra e pronto.” (P 2)
“Eu sinto aquela tristeza. Choro. Não durmo. Tem dia que não vem não, mas tem dia que está demais” (P 7)
Os idosos citaram inclusive, manifestação de doenças cutâneas de origem
emocional dentre outras comorbidades como sinusite, enxaqueca, hipertensão arterial
sistêmica e diabetes, todas em fases agudas de sintomas e não controladas devido
fatores emocionais, segundo relato dos idosos.
“Começaram a sair bolhas nos meus pés nas minhas pernas, pescoço, pra todo lado. Emocional. Tristeza o médico falou.” (P 9)
69
No que concerne aos aspectos emocionais, a literatura aponta como
sintomatologia depressiva diversas alterações sendo elas humor deprimido, diminuição
do interesse e do prazer na maioria das atividades, desmotivação, sentimentos de cunho
negativo, diminuição da autoestima e da autoconfiança, tristeza, vazio, auto-
recriminação, sentimentos de culpa, insegurança, angústia, falta de iniciativa e crises de
choro (MORENO; SOARES, 2003; ISTILLI et al., 2010 ).
Em um estudo acerca da sintomatologia depressiva de idosos da comunidade,
foram destacados apatia, desesperança, desmotivação e isolamento como principais
sintomas (ALVARENGA; OLIVEIRA; FACCENDA, 2012).
Beck et al. (1997) correlacionam sintomas fisiológicos como distúrbio do sono,
alteração do apetite e disfunções sexuais a desordens emocionais e quadros de
depressão, afetando significativamente o funcionamento fisiológico em diversos
aspectos.
Categoria 2 - Reflexão acerca dos fatores precursores da sintomatologia depressiva
Nesta pesquisa as perdas revelaram-se como fatores precursores da
sintomatologia depressiva nos idosos, referente à morte de irmãos, cônjuges, filhos e
pais. Existe dificuldade de aceitar tais perdas, há saudade do ente falecido e constante
medo da morte.
“O motivo é perdas na família. (Silencio. Choro) Meu irmão mais velho tem dois anos que ele faleceu. Isso acaba comigo.” (P1)
“Eu perdi meu marido com três filhos em um acidente. Morreu todo mundo que estava no carro. Agente nunca esquece, mas tem dia que machuca mais. Minhas filhas tudo jovens. Meu marido com 54 anos.” (P 4)
Evidenciou-se como potencialidade da TSP a capacidade de levar os idosos à
reflexão e elaboração mental das causas desencadeadoras do problema, favorecendo a
participação nas atividades de solução de problemas.
70
Dessa forma, os idosos foram sensibilizados a compreender a natureza dos
problemas, levando em conta as experiências prévias com situações similares, com o
objetivo de verificar estratégias de enfrentamentos racionais e resolutivas.
A vivência de luto decorrente da perda de parentes pode ser considerada forte
preditora de sintomas de depressão, em especial, a perda do companheiro, que é
concebida como maior antecedente de depressão entre os idosos (FERNANDES;
NASCIMENTO; COSTA, 2010; MUNIZ; BATISTONI; NASCIMENTO, 2012).
Observou-se a questão da discriminação social, inclusive da família, abandono,
rejeição, visão pejorativa da sociedade sobre o envelhecimento, desrespeito e violência
verbal/emocional. Além disso, os idosos destacaram a sensação de incapacidade,
limitações físicas e cognitivas prejudicando na capacidade de se autoafirmarem
socialmente.
“A gente não está conseguindo aceitar. As pessoas vão abandonando porque está velho. Então a gente vai se sentindo de lado, rejeitado. Tem discriminação inclusive da família. Vai abandonando, deixando em um canto.” (P 2)
“A pessoa está idosa, os filhos já não querem mais, acham que é só pra ajudar a criar os netos. Ninguém respeita mais.” (P 6)
Os idosos no contexto contemporâneo enfrentam diversos problemas como o
preconceito, a subestimação e o desrespeito, ocorridos muitas vezes no próprio âmbito
familiar, culminando em violência verbal, psicológica, emocional e física (VERAS,
2010).
Foram mencionados ainda pelos idosos dessa pesquisa, dificuldade de auto-
aceitação, auto perdão e amarguras do passado, provenientes de vivências pessoais na
infância como estupro, pobreza extrema, necessidade de recursos básicos para higiene
pessoal, vestimenta e materiais escolares, fome, rejeição por parte dos pais na infância e
adolescência, violência doméstica exercida pela mãe de cunho verbal e psicológico e
agressão física punitiva.
“Amarguras do passado. Isso que acaba comigo. A vida da gente tem muita história, e
a maioria delas nada boas. (silêncio)” (P 9)
71
A falta de recursos aos idosos e problemas financeiros foram citados. Não
conseguir pagar aluguel, sanar dívidas e oferecer condições melhores à família
desencadeiam sintomas depressivos nos idosos, que se mostraram sem estratégias para
lidar com o problema.
“Meu problema é que eu não consigo dar conta das dívidas. O aluguel. Isso é um tapa na minha cara.” (P 1)
A baixa renda pode se constituir em fator limitante para acesso ao lazer e
aquisição de bens necessários para melhoria das condições de saúde e de vida (VERAS;
CALDAS, 2012; TAVARES; DIAS; MUNARI, 2012).
O casamento dos filhos, que saem de casa e geram o problema conhecido como
“síndrome do ninho vazio”, foi relatado.
“Um casal com três, quatro, cinco filhos não tem muito tempo pra se aproximar. Ai agente fica lembrando dos tempos dos filhos, e vê que está só. Fica eu na cozinha e ela na sala. Cada um em um canto.” (P1)
“Meus filhos todos casaram [...] e ficou eu e minha esposa. Então parece que você sente aquilo.” (P8)
Sob este prisma a literatura aponta que neste período existem sofrimento e
sentimento de solidão, que podem estar associados ao desenvolvimento de quadros
depressivos. Dessa forma, as relações familiares são marcadas pela reestruturação de
papéis conjugais e reorganização dos significados na vida de cada cônjuge. O enfoque
direcionado, até então, aos filhos e à vida profissional, se volta ao casamento e a ajuda
mútua e o companheirismo são indispensáveis neste momento para prevenir
sentimentos de solidão (SARTORI; ZILBERMAN, 2009; MARQUES; SOUSA, 2012).
Foi abordada ainda a questão da angústia gerada pela dificuldade de criação e
relacionamento com filhos adolescentes e jovens devido às diferenças de conceitos
geracionais. Assim, a estratégia usada diante desses problemas é comumente a evitação.
No depoimento de um idoso fica evidente essa relação conflituosa, pois ele preza por
princípios religiosos que os filhos não aderem.
72
“A questão é que meus filhos saem e chegam de madrugada sábado e domingo. Nossa.
(Silêncio). Enquanto meus filhos não chegam eu não durmo.” (P 8)
“Eu como evangélico, pastor, só eu a esposa e um filho que servimos a Deus, que
somos evangélicos, o resto ninguém quer nada com Deus. Me deram mal resposta, que
eu já estou ultrapassado, velho. É isso que me deixa pra baixo, ai eu vou me fechando,
então eu não converso.” (P1)
“Minha filha tem 34 anos e até hoje agente não conseguem conversar como adultos.”
(P 4)
Constitui desafio entre famílias o estabelecimento das relações entre pais e
filhos, onde por um lado há o desejo de relações mais igualitárias e pautadas no modelo
da amizade e, por outro, a valorização da família tradicional e a necessidade de se
manter o papel dos pais marcado pela autoridade e pelas diferenças geracionais. É neste
cenário que os conflitos surgem, e se faz necessária aceitação de ambas as partes para
convivência harmoniosa (STENGEL, 2011).
Categoria 3 - Concepção de novas estratégias de solução para os problemas da vida
Ao passo que a técnica ia sendo desenvolvida, os idosos explanavam as diversas
estratégias de solução para os problemas discutidos, aumentando a gama de
possibilidades frente às adversidades enfrentadas através do compartilhar de
experiências e trocas. Quatro estratégias foram sugeridas pelos idosos como forma de
enfrentamento dos sintomas depressivos, a saber: 1- Estratégias Cognitivas; 2-
Estratégias Comportamentais; 3- Estratégias Familiares; 4- Estratégias de
Espiritualidade.
1- Estratégias Cognitivas: decidir; pensar positivamente; perder o medo; tirar foco dos
outros; identificar o problema; ter calma; reconhecer erros do passado porém não torná-
los culpa; buscar nos sonhos motivação para viver; abrir-se para oportunidades; vencer
dores e traumas do passado; perdoar pessoas; esperar o tempo amenizar dores;
autoaceitação; ter visão positiva valorizando as conquistas da vida.
73
“Eu enfrentei e perdi o medo.” (P 6)
“O tempo vai amenizando as coisas. Eu passei a pensar menos, aceitar mais. Fiquei forte.” (P 2)
Rangé (2011) defende que, de fato, os pensamentos são capazes de determinar
situações, ocasiões e circunstâncias, podendo influenciar diretamente no estado de
humor. Dessa forma doenças disfuncionais da mente estão baseadas no raciocínio
cognitivo. O que o individuo pensa determina suas escolhas e seu comportamento frente
à vida, e este por sua vez determina suas conquistas, êxitos, derrotas e fracassos, bem
como a forma como se lida com cada situação.
2- Estratégias Comportamentais: procurar ajuda médica; aderir a medicamentos; buscar
atividades para ocupação do tempo; mudar-se para outra cidade; viajar; sorrir
diariamente; se cuidar fisicamente; relacionar-se.
“Tomar os remédios. E ocupar o tempo, trabalhar.” (P11)
“Sorrir atrai amizades, atrai coisas boas. Agente fica até mais bonita.” (P10)
Estudos comprovam que a participação efetiva em atividades recreativas atua no
sentido de diminuir as atitudes negativas em relação à vida, estimulando o idoso a
enfrentar o envelhecimento de modo mais consciente, percebendo-o como uma etapa
natural no seu ciclo de vida. Evidencia-se ainda que buscar atividades para ocupação do
tempo favorece o desenvolvimento da sensação de pertencimento a um grupo,
promovendo a inserção social e trazendo positivos reflexos na vida (CAETANO;
TAVARES, 2008; HALLVASS, 2011).
3- Estratégias Familiares: fortalecer vínculos familiares; oportunizar lazer em família;
visitar os filhos; proporcionar refeições à mesa; estimular diálogo; fortalecer o vínculo
entre o casal; reconquistar o cônjuge depois de anos de convivência; somar ideias e não
impor ideias; agregar valores e não exigir valores; discutir condutas e não sobrepor
condutas como verdades absolutas; desenvolver confiança pautando-se em postura
compreensiva e não recriminalista.
74
“Eu acho que uma troca de ideia é muito bom. Cada dia tem que tentar diálogo. Buscar uma solução.” (P 9)
A literatura aponta a satisfação com o relacionamento familiar como fator
preditivo do envelhecimento bem-sucedido, reforçando a importância dos vínculos
familiares nesse processo, como forma essencial de suporte social (MORAES; SOUZA,
2005).
4- Estratégias de Espiritualidade: confiar em Deus; compreender e aceitar a finitude da
vida; preparar-se para o luto; usar a música para melhorar o humor; cultivar a fé; orar; ir
à igreja; ler mensagens de autoajuda.
“A gente tem que confiar em Deus.” (P 7)
“Cheguei à conclusão que o ser humano nasce, cresce, e um dia tem que morrer. Eu sei que minha hora vai chegar então quando chegar chegou. Tudo bem. Não escapa.” (P2)
Estudo revelou estratégias similares, utilizadas por idosos para tratamento da
depressão, como ouvir músicas alegres, crer em Deus, rezar e apegar-se a uma religião,
remete a fé, religiosidade e crença em Deus (COUTINHO, 2003).
Destaca-se que uma participante do grupo apresentou postura otimista frente à
vida e compreensão clara dos problemas, discrepante ao restante do grupo. Relatou que
essa capacidade de adaptação positiva foi adquirida ao longo da vida e pode ser
atribuída à força que encontra na literatura e nas informações. Refere manter-se
informada frequentemente, o que ocupa o tempo ocioso e minimiza pensamentos
negativos, além de ser uma forma de contato com o mundo contemporâneo e
atualização constante do conhecimento.
“Eu acho que minha força vem de ler muito, pesquisar as coisas. Quando eu tive artrose eu fui ler tudo sobre artrose. Fiquei tranquila, vi que tinha tratamento e que a medicina está muito avançada.” (P 2)
75
Ressalta-se, contudo que, tratando-se de idosos, de forma geral, com escores
significativos de depressão, considerou-se exitoso que elaborarem estratégias tão
diversas para os problemas discutidos, o que gerou satisfação e empoderamento do
grupo, que se percebeu capaz de solucionar problemas, mesmo enfrentando grave
quadro de sintomatologia depressiva.
A solução de problemas é o processo no qual se procura encontrar uma solução
eficaz para uma situação considerada problema. Vale ressaltar que dispor de diferentes
estratégias de tratamento configura-se como importante para o indivíduo e proporciona
descobrir uma solução eficaz (NEZU; NEZU, 1989).
Neste sentido, ressalta-se que compartilhar experiências e vivências amplia
possibilidades de escolha de condutas frente aos problemas vivenciados, mediante
exposição das estratégias de enfrentamento utilizadas. Assim, a construção cognitiva
dos participantes de um grupo pode ser desenvolvida por meio de trocas (OLIVEIRA et
al., 2009).
Categoria 4 - Reelaboração de comportamento frente à vida
Nos últimos encontros grupais os idosos evidenciavam postura expressamente
diferente da percebida nos encontros iniciais. Foi possível observar, ao final da
intervenção, pela análise criteriosa dos depoimentos que surgiram ao longo dos grupos
terapêuticos, incorporação ao seu vocabulário, de conceitos básicos da técnica
desenvolvida, bem como aquisição de capacidades cognitivas e comportamentais
focadas no problema e não nas emoções.
“Antes de você mudar uma pessoa tem que mudar a si mesmo.” (P 6)
“O que você não pode evitar tem que conviver. Se você não pode mudar tem que se adaptar.” (P 4)
“A gente tem que assumir a culpa. Mas tem que perdoar a si mesmo. É um exercício.” (P 9)
“Conversar faz bem. A pessoa te ouve. E enquanto você falou você pensava no problema.” (P 1)
76
Assim, realizavam críticas à personagem do estudo de caso pela sua postura
incoerente frente aos problemas da vida, que na verdade era exatamente a postura que
eles assumiam diante de seus problemas no início da intervenção.
“Ela está completamente errada de agir assim. Ela está usando a pior estratégia. Ela tem que mudar a estratégia!" (P 5)
Os depoimentos expressavam reelaboração de comportamento diante dos
problemas, capacidade de reconhecimento e definição do problema, compreensão
acerca da necessidade de mudança de métodos, aplicação de novas estratégias,
avaliação de resultados frente às novas condutas adotadas, explicitando o impacto da
intervenção com efeitos no âmbito domiciliar, em suas relações familiares e na forma de
compreender e interpretar situações.
“O que ficou muito pra mim é que eu posso escolher ficar estressada ou ficar calma. Eu sempre me lembro daquela frase que você falou. Eu tenho escolha, eu posso escolher. Eu mudei a estratégia de agir.” (P 11)
“Procuro outra estratégia. Eu to aprendendo muita coisa, to aprendendo a ficar longe dos problemas dos outros. Eu vou levar pra mim esse conceito ai. Quando uma estratégia não da certo, tem que mudar, não adianta fazer à mesma estratégia a vida inteira. (P 5)
“Ai eu levo almoço pra ela. Levo um lanche pra ela. Não levava não, depois que agente discutiu aqui eu to levando.” (P 9)
“Tenho mais capacidade pra resolver, pensar direitinho, eu adquiri isso aqui. É porque tem muitas coisas que foram faladas aqui que foram ficando. O negócio da ansiedade, é um problema que eu resolvi, já consigo aplicar isso lá na minha vida. Mesmo em casa e no dia a dia, com as pessoas.” (P1)
“Mas essa força eu não sempre tive não. Eu adquiri aqui.” (P 8)
A TSP pode ser definida como sendo o processo meta-cognitivo pelo qual os
indivíduos compreendem a natureza dos problemas da vida e norteiam seus objetivos
em direção à modificação do caráter problemático da situação, ou mesmo de suas
reações a ela (NEZU, 1987). Assim constitui-se componente importante do modelo da
77
aprendizagem da psicoterapia é que o paciente começa a incorporar muitas das técnicas
terapêuticas aprendidas ao longo do processo (BECK et al., 1997).
Estudo que objetivou analisar os efeitos da Técnica de Resolução de Problemas
apontou melhora das habilidades de enfrentamento e ajustamento psicológico. Foi
verificada postura de aproximação das respostas de enfrentamento ativo e tendências de
abordagem que são susceptíveis de facilitar a resolução de problemas. Evidenciou ainda
aumento do uso de estratégias de enfrentamento de problemas com engajamento ativo e
menos comportamentos de evitação e fuga do problema, acumulando evidências de que
a TSP pode atuar no sentido de melhorar o ajustamento psicológico e as respostas de
enfrentamento ativas por aumentar atitudes positivas de resolução de problemas
(CHINAVEH, 2013).
A literatura aponta que a Terapia Cognitiva Comportamental, teoria base da
TSP, atua na melhora de habilidades para resolução de problemas ou capacidade
adaptativa, repercutindo em importante redução da sintomatologia depressiva em idosos
(LOBO et al., 2012; TRISTÁN; RANGEL, 2009; KLEIN et al., 2011).
Categoria 5 - Significados construídos acerca do grupo terapêutico
Os significados construídos acerca do grupo demonstram a importância do
mesmo como além de ser espaço de treinamento técnico para desenvolvimento da
teoria, associar características de espaço terapêutico, acolhedor, de escuta, trocas e
encorajamento.
Os idosos referiram que o grupo incitou a motivação para sonhar. Expressaram
frustrações pessoais que contribuíram para que adotassem postura radical de interrupção
de sonhos, atribuindo o fato de desacreditarem em sonhos à idade avançada. Contudo,
referiram que no grupo terapêutico começaram a entender a importância dos sonhos
como ferramenta de motivação à vida, para sustentar e encorajar, e mesmo que não
fossem alcançados serviriam como estímulo e força pra viver.
Segundo depoimentos dos idosos, o grupo terapêutico despertou capacidade pra
resolver situações problemáticas, pautando-se no raciocínio, conhecimento,
aprendizado, descobrimento, e compreensão da vida. Dessa forma proporcionou-se
crescimento pessoal aumentando possibilidades de mudar situações da vida
78
especialmente no que se refere a relacionamentos familiares, comunicação interpessoal
e expressão de sentimentos intrínsecos.
O grupo terapêutico levou ao auto-reconhecimento proporcionando encontrar
respostas em si mesmo, e conduziu a mudança de pré-concepções, onde os idosos
reconheceram a necessidade de transformações tanto mentais como comportamentais.
“Esse descobrimento não ia vir de mim. Eu estou descobrindo igual nós estamos aqui agora, passando nessa reunião, entendendo as condições da vida.” (P1)
“Agente vai levar o conhecimento.” (P 4)
“Isso aqui é uma forma da gente sair dessa situação. Poder aprender pra conseguir mudar.” (P 8)
“Significou uma porta que abriu que eu estava precisando. Expor as reservas, o que estava guardado. Aqui eu aprendi a falar. Respostas que eu não tinha e eu encontrei em mim mesmo.” (P 11)
“O beneficio eu já achei. 2ª feira eu achei o beneficio. Aprendi a falar, abrir com minha esposa, igual você ensinou. Um ajudar o outro. O que eu não tinha coragem de fazer antes agora eu estou dando conta. O grande benéfico é que eu entendi que não pode ficar da forma que é. Abriu a mente. (P 1)
O grupo constitui espaço de acolhimento, escuta e atenção, possibilitando trocas
de experiências e interações que transformam de modo significativo às relações sociais,
na medida em que os encontros grupais possibilitam novos relacionamentos e a
ampliação da rede social de apoio (TAHAN; CARVALHO, 2010).
Estudos comprovam que a participação em grupos terapêuticos tem possibilitado
o reconhecimento das reais condições dos indivíduos, resgatando a auto-estima,
influenciando no auto cuidado, na sensação de bem-estar, fortalecendo suas identidades
pessoais e capacitando-os a vivenciar situações específicas. Estes fatores podem ser
atribuídos às trocas de experiências, às atividades aprendidas e às mudanças
proporcionadas no espaço grupal (TAHAN et al., 2006).
Sob este prisma, a participação em grupos terapêuticos sugere aumento da
capacidade de reformulação de ideias e potencial para incitar mudança de
comportamento por meio de reflexões internas de caráter cognitivo, interacional, social
e acerca dos hábitos de vida. Assim, contribui no sentido de gerar novas perspectivas e
79
levar o individuo a vislumbrar novas possibilidades de mudanças, maximizando a
capacidade de acreditar na melhora da sua situação vivenciada a partir da reflexão e
compreensão de características ou comportamentos inadequados frente aos problemas
(OLIVEIRA et al., 2009).
80
Figura 1- Network view in Atlas.ti
81
7 CONCLUSÃO
O estudo mostrou que dos 317 idosos que frequentam UAI, a maioria foi
representada pelo sexo feminino com 73,73%. Quanto à faixa etária, 46,2%
encontravam-se entre 60├ 70 anos e houve predominância dos viúvos, com 36,7%,
seguidos dos casados, com 34,17%, separados/desquitados/divorciados, com 18,67 e
solteiros, com 9,81%. Uma parcela importante da população estudada possuía casa
própria quitada (78,79%). Os idosos apresentaram, em sua maioria, um a cinco anos de
estudo (59,17%) e no quesito ocupação houve predomínio de donas de casa (59,17%).
O valor da renda familiar aponta para 1 (um) salário como renda (39,87%),
tendo, em seguida, rendas de um a três salários (37,65%), sendo desses a maioria
(78,48%) aposentados e pensionistas (23,1%).
Com relação à estimativa de prevalência de depressão, verificou-se que dos 317
idosos entrevistados que frequentam a UAI do município, 98 (30,9%) apresentaram
indicativo de depressão. A pesquisa evidenciou que, inversamente ao senso popular
comum, idosos que frequentam a UAI podem apresentar problemas emocionais
relevantes, e carecem de assistência de qualidade que contemple essas necessidades, não
apenas suporte aos aspectos físicos de saúde, mas ênfase nos aspectos psicossociais e
espirituais. Nesse sentido ressalta-se a atuação da enfermagem, munida de
conhecimentos e habilidades específicas, que permitam oferecer o cuidado nos seus
aspectos mais amplos.
A média dos escores de depressão no período pré-intervenção foi de 10,73 e no
pós-intervenção de 5,27, evidenciando diferença significativa na comparação dos
escores médios de depressão (p=0,00). Verificou-se nessa pesquisa que, os escores dos
idosos no período pré-intervenção comparativamente ao período pós-intervenção,
explicitaram impacto de redução nos escores em 90,9% dos idosos. Evidenciou-se que
54,5% dos idosos deixaram de apresentar escores indicativos de depressão após serem
submetidos à intervenção. Assim, sugere-se que, neste estudo, a participação dos idosos
nos grupos terapêuticos, com o desenvolvimento da TSP, possa ter influenciado de
forma positiva na média de escores de depressão após a intervenção.
Os resultados indicaram, ainda, que as estratégias utilizadas para solução dos
problemas, antes da intervenção, eram predominantemente focadas nas emoções, com
ênfase para a estratégia emotiva (36,3 %), seguida de autoconfiante, evasiva, fatalista.
Contudo, verificou-se que as estratégias adotadas após a intervenção foram confrontiva
82
e sustentativa, totalizando 63,6 % dos indivíduos, que constituem estratégias focadas no
problema, ressaltando aquisição de capacidade de confrontar o problema para
administrar ou modificar a situação. Com isso, acumularam-se evidências de que a
participação em grupos terapêuticos com o desenvolvimento da TSP pode levar os
indivíduos a posicionarem-se de maneira racional em suas decisões.
Os resultados evidenciados como potencialidades da TSP em grupo terapêutico
mostraram reelaboração do significado da depressão e compreensão do problema por
meio da análise cognitiva da sintomatologia depressiva e reflexão acerca dos fatores
precursores da depressão; concepção de novas estratégias de solução para os problemas
da vida; elaboração de comportamento frente à vida e construção de significados
intrínsecos sobre grupos terapêuticos. Identificou-se empoderamento pessoal e melhora
das habilidades de enfrentamento e adaptação, explicitando o impacto da intervenção
com efeitos no âmbito domiciliar, nas relações familiares e na forma de compreender e
interpretar situações, minimizando sintomas depressivos.
A pesquisa revelou a necessidade de investimentos em estratégias e atividades
que contemplem as necessidades de saúde mental apresentadas pelos idosos,
especialmente desenvolvidas pelo enfermeiro, no âmbito de suas atribuições como
grupos terapêuticos, oferecendo apoio, suporte e garantia de continuidade da assistência
à saúde mental bem como capacitação dos profissionais das UAIs para detectar os
sintomas de depressão e realizar encaminhamentos necessários.
Por fim, o presente estudo levantou problemas de extrema relevância e otimizou
evidências dessa conduta terapêutica como forma de tratamento para pacientes
deprimidos. Nesse sentido, a estratégia de intervenção da TSP em grupos terapêuticos
para idosos configurou-se como uma possibilidade de abordagem de tratamento a ser
realizada pelo enfermeiro, munido de características, habilidades e embasamento
científico/teórico, apresentando custos reduzidos e viabilidade de tratamento em curto
prazo, o que vai ao encontro das necessidades do ponto de vista de saúde pública no
Brasil.
Aponta-se como limitação desta pesquisa o fato da sintomatologia depressiva
interferir diretamente na frequência e adesão aos grupos terapêuticos. O desânimo em
permanecer no grupo e o esquecimento da data do encontro repercutiu em desistência e
abandono por sete idosos, ainda que a abordagem fosse motivadora e existisse
reconhecimento da importância do grupo pelos próprios idosos. A estratégia utilizada
para minimizar o problema foi o contato via telefone no dia do encontro, reforçando o
83
convite, e estimulando o idoso, contudo isso não foi o suficiente para impedir evasão
dos grupos. Destaca-se ainda, o problema auditivo apresentado por um idoso,
dificultando sua compreensão acerca do que estava sendo discutido e necessitando de
auxílio constante. Ressalta-se, ainda, que as diversas esferas da vida do indivíduo, não
podem ser controladas nos períodos em que ocorre a intervenção, o que pode influenciar
nos resultados.
84
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
Comitê de Ética em Pesquisa
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Projeto: “Técnica de Solução de Problemas: Intervenção em Idosos com Indicativo de Depressão”.Você está sendo convidado (a) a participar do estudo “Intervenção em Idosos com Indicativo de Depressão”. Os avanços na área das ocorrem através de estudos como este, por isso a sua participação é importante. O objetivo deste estudo é caracterizar a situação social, demográfica e econômica dos idosos que freqüentam a UAI; identificar as doenças que possuem, inclusive sinais que possam indicar depressão; desenvolver grupos de discussão com os idosos onde serão abordados assuntos como estratégias de solução de problemas da vida. Caso você participe, será necessário que você responda perguntas e participe de grupos. Caso ocorra desconforto emocional durante a realização dos grupos, você receberá atendimento individual de acolhimento e posteriormente será encaminhado à atendimento psicológico.Você poderá obter todas as informações que quiser e poderá não participar da pesquisa ou retirar seu consentimento a qualquer momento, sem prejuízo no seu atendimento. Pela sua participação no estudo, você não receberá qualquer valor em dinheiro, mas terá a garantia de que todas as despesas necessárias para a realização da pesquisa não serão de sua responsabilidade. Seu nome não aparecerá em qualquer momento do estudo, pois você será identificado com um número.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE, APÓS ESCLARECIMENTO. Título do Projeto: Técnica de Solução de Problemas: Intervenção em Idosos com Indicativo de Depressão. Eu,____________________________________________________, li e/ou ouvi o esclarecimento acima e compreendi para que serve o estudo e qual procedimento a que serei submetido. A explicação que recebi esclarece os riscos e benefícios do estudo. Eu entendi que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento, sem justificar minha decisão e que isso não afetará meu tratamento. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei despesas e não receberei dinheiro por participar do estudo. Eu concordo em participar do estudo. Uberaba,......../ ........ /........
________________________________________ Assinatura do voluntário
___________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável/Orientador Telefone de contato dos pesquisadores: Jurema Ribeiro Luiz Gonçalves (34) 3318-5710/ 92773534 Pollyana Pagliaro Borges Soares (34) 33148899 / 99933591 Telefone do voluntário ou seu responsável legal:______________________________ Em caso de dúvida em relação a esse documento, você pode entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, pelo telefone 3318-5854.
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APÊNDICE B
ESTUDO DE CASO
Madalena, 67 anos, casada há 40 anos, mãe de três filhos, dona de casa. Tem se sentido desanimada e sem vontade de fazer as coisas, e não tem dormido bem. Muitas vezes não sabe bem qual o motivo. Deixou muitas das atividades que realizava antes e refere que em algumas situações se sente inútil. Às vezes acredita que perdeu as forças para lutar, sente medo de ficar doente e não ter com quem contar. Seus filhos, já estão casados e moram distante de sua casa, fato que dificulta o contato entre eles. O filho mais novo se envolveu com amizades e condutas que Madalena e seu marido não aprovam. Essa situação tem trazido desavença entre o casal. Osório, esposo de Madalena, se culpa pelas condutas do filho e frequentemente sugere que tentem conversar sobre os problemas, mas Madalena acredita que seja melhor deixar o tempo resolver as coisas e prefere evitar pensar. Geralmente prefere ficar sozinha e não gosta de falar com ninguém sobre seus problemas.
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ANEXO A
IDENTIFICAÇÃO, PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E ECONÔMICO Nome: ______________________________________________________ Início da entrevista: ____________ Término: ___________ Data: _____________ Endereço: ___________________________ Tel: ________ 1) Data de nascimento: _____/______/______ Idade: (anos completos)................................................................................................................ ATENÇÃO: 1 O entrevistado deve ter acima de 60 anos de idade. No caso de incerteza peça, ao entrevistado, documento de identificação que mostre a data de nascimento.
2 Se a pessoa não preencher os critérios acima, agradeça e encerre a entrevista. 2) Sexo.......................................................................................................................................... 1- Masculino 2- Feminino 3) Qual o seu estado conjugal?................................................................................................... 1- Nunca se casou ou morou com companheiro(a) 2- Mora com esposo(a) ou companheiro(a) 3- Viúvo(a) 4 -Separado(a), desquitado(a) ou divorciado(a) 99- Ignorado 4) Escolaridade:........................................................................................................................... Atenção: deverá ser anotado quantos anos estudou sem repetir a mesma série. 99- Ignorado 5) Qual a sua renda individual:.............................................................................................. 1 - Não tem renda 2 - Menos que 1 salário mínimo 3 - 1 salário mínimo 4 - De 1 a 3 salários mínimo 5 - De 3 a 5 salários mínimo 6 – mais de 5 salários mínimo 6) Seus recursos financeiros atualmente são provenientes de: (Múltipla escolha)....................................................................................
1-Aposentadoria 2-Pensão 3-Renda/ aluguel 4-Doação (família) 5-Doação (outros) 6-Trabalho contínuo (formal ou não) 7- Trabalho eventual 8-Renda mensal vitalícia 9- Aplicação financeira 10- Sem rendimento próprio 99- Ignorado
7) Principal atividade profissional exercida atualmente:..................................................... 1- Dona de casa 2- Empregada doméstica 3- Trabalhador braçal 4- Trabalhador rural 5- Profissional liberal 6- Agricultor 7- Empresário 8- Outro (especifique ________________) 9- Não exerce 99- Ignorado 8) A casa onde o sr. mora:....................................................................................................... 1- Própria - quitada 2- Própria - paga prestação 3- É de parente - paga aluguel 4- Estranho - paga aluguel 5- Cedida - sem aluguel 6- Asilo 99- Ignorado
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ANEXO B
ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA ABREVIADA
Para cada questão abaixo assinale no campo Não ou Sim. (Circule a resposta) Questões Não Sim 1
Você está basicamente satisfeito com sua vida? 1 0
2
Você deixou muitos de seus interesses e atividades? 0 1
3
Você sente que sua vida está vazia? 0 1
4
Você se aborrece com frequência? 0 1
5
Você se sente com bom humor a maior parte do tempo? 1 0
6
Você tem medo que algum mal vá lhe acontecer? 0 1
7
Você se sente feliz a maior parte do tempo? 1 0
8
Você sente que sua situação não tem saída? 0 1
9
Você prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? 0 1
10
Você se sente com mais problemas de memória do que a maioria? 0 1
11
Você acha maravilhoso estar vivo? 1 0
12
Você se sente um inútil nas atuais circunstâncias? 0 1
13
Você se sente cheio de energia? 1 0
14
Você acha que a sua situação é sem esperanças? 0 1
15
Você sente que a maioria das pessoas está melhor que você? 0 1
TOTAL (coloque a soma da pontuação obtida pelo idoso) Considere: A soma total de pontos maior que 5 indicativa de depressão. Presença de indicativo de depressão (1) Sim (2) Não
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ANEXO C
INVENTÁRIO DE ESTRATÉGIAS DE COPING DE JALOWIEC
Assinale com um X as questões que tem a ver com você quando tem que enfrentar um problema. 1. ( ) Preocupa-se com o problema. 2. ( ) Tem esperança de que as coisas melhorem. 3. ( ) Come ou fuma mais que o habitual. 4. ( ) Reflete sobre diferentes modos de lidar com a situação. 5. ( ) Tenta convencer-se de que as coisas poderiam ser piores. 6. ( ) Exercita-se ou faz qualquer atividade física. 7. ( ) Tenta afastar o problema por um tempo. 8. ( ) “Enlouquece” e perde a energia. 9. ( ) Espera que o pior aconteça. 10. ( ) Tenta tirar o problema da mente e pensar em outra coisa. 11. ( ) Conversa sobre o problema com familiares ou com amigos. 12. ( ) Aceita a situação porque pouco pode ser feito. 13. ( ) Tenta ver o problema objetivamente em todos os ângulos. 14. ( ) Sonha com uma vida melhor. 15. ( ) Conversa sobre o problema com profissionais tais como: médico, enfermeira, professor, consultor. 16. ( ) Tenta manter a situação sob controle. 17. ( ) Reza ou põe sua confiança em Deus. 18. ( ) Tenta sair da situação. 19. ( ) Guarda seus sentimentos para si própria. 20. ( ) Culpa qualquer outra pessoa pelo problema. 21. ( ) Espera para ver o que acontecerá. 22. ( ) Deseja ficar só para refletir sobre as coisas. 23. ( ) Resigna-se com a situação porque as coisas parecem sem esperança. 24. ( ) Descarrega suas tensões sobre alguém. 25. ( ) Tenta mudar a situação. 26. ( ) Usa técnicas de relaxamento. 27. ( ) Tenta descobrir mais sobre o problema. 28. ( ) Dorme mais do que o habitual. 29. ( ) Tenta lidar com as coisas uma de cada vez. 30. ( ) Tenta manter a vida o mais normal possível e não deixa o problema interferir. 31. ( ) Pensa sobre como lidou com outros problemas no passado. 32. ( ) Tenta não preocupar-se porque tudo, provavelmente, terminará bem. 33. ( ) Tenta resolver um compromisso. 34. ( ) Toma um aperitivo para se sentir melhor. 35. ( ) Deixa o tempo cuidar do problema. 36. ( ) Tenta distrair-se fazendo algo que lhe dá prazer. 37. ( ) Convence-se de que é capaz de superar qualquer coisa, independente da dificuldade.
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38. ( ) Realiza um plano de ação. 39. ( ) Tenta manter o senso de humor. 40. ( ) Adia para enfrentar o problema. 41. ( ) Tenta manter os sentimentos sob controle. 42. ( ) Conversa sobre o problema com pessoas que têm estado em situações semelhantes. 43. ( ) Elabora mentalmente o que deve ser feito. 44. ( ) Tenta manter-se ocupado. 45. ( ) Aprende algo novo para lidar com o problema. 46. ( ) Faz algo impulsivo ou arriscado que não faria usualmente. 47. ( ) Pensa sobre as boas coisas de sua vida. 48. ( ) Tenta ignorar ou evitar o problema. 49. ( ) Compara-se com outras pessoas que estão na mesma situação. 50. ( ) Tenta pensar positivamente. 51. ( ) Culpa-se por estar nessa situação. 52. ( ) Prefere resolver as coisas por si mesmo. 53. ( ) Toma medicação para diminuir a tensão. 54. ( ) Tenta ver o lado bom da situação. 55. ( ) Tenta convencer-se de que o problema não é tão importante. 56. ( ) Evita ficar com pessoas. 57. ( ) Tenta aperfeiçoar-se de algum modo para lidar melhor com a situação. 58. ( ) Deseja que o problema desapareça. 59. ( ) Depende de outras pessoas para obtenção de ajuda. 60. ( ) Tenta convencer-se de que apenas está tendo má sorte.
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ANEXO D PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM
SERES HUMANOS/UFTM
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