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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
ADMINISTRAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR
Por: Rosangela Santos Campos
Orientador
Prof. Marcelo Saldanha
Rio de Janeiro
2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
Supervisão Educacional na educação infantil
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em administração e Supervisão Escolar
Por: Rosângela Santos Campos
2
AGRADECIMENTOS
Deus e a Família, por tudo que sou e tenho o
professor orientador, Marcelo Saldanha por
ter me orientado com imenso carinho.
3
DEDICATÓRIA
Rosana Felix Santos, minha
irmã, e Jonatas Santos Campos por tudo que
vocês representam para mim, e pelo muito que
vocês sempre me ajudaram.
4
RESUMO
Trata-se de uma pesquisa descritiva que tem o objetivo fomentar reflexão sobre a
necessidade de termos hoje o supervisor escolar para e na educação infantil, pois o
seu papel estar centrado nos aspectos político e social, e assim assumir o
compromisso com o momento histórico e com a formação dos cidadãos, sua
atuação ultrapassa o âmbito escolar contribuindo com outras funções condizente
com sua função, o supervisor escolar atua junto ao educador, investigando e
colaborando conforme as necessidades do grupo, é um líder que reconhece e aceita
as diferenças entre as pessoas, consegue vê-las em sua totalidade, tenta oferecer
um ambiente estimulador e confiável, após passar por várias mudanças em seu
período históricos, buscamos compreender como se dar sua atuação nesta
modalidade de ensino.Acreditando que a ação supervisora precisa ir alem de suas
atribuições administrativas. Volta-se também para a ”construção” do cidadão
comprometido com seu tempo e sua gente, trabalhando a subjetividade e a
intersubjetividade, obtidos através do diálogo.
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METODOLOGIA
O estudo desenvolvido baseia-se em uma pesquisa bibliográfica sobre a
importância da supervisão escolar na educação infantil. Durante o desenvolvimento
da pesquisa foram realizadas consultas em sites da internet, resenhas, artigos,
códigos leis e bibliografia de autores como: Imídeo Guisippe nérci, Mary Rangel,
Marcos pereira dos Santos, Dermeval Saviani, José Libâneo, e Sonia Kramer (org).
Por meio dessa bibliografia procurou-se aumentar o conhecimento sobre a historia
da supervisão escolar no Brasil no primeiro capitulo. No segundo capitulo a historia
da educação infantil e no terceiro capitulo é abordada a atuação e importância a
ação supervisora no âmbito da educação infantil.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I -
A historia da supervisão escolar no Brasil 08
CAPÍTULO II -
A historia da educação infantil l 19
CAPÍTULO III -
Atuação e Contribuição do supervisor escolar na educação infantil 30
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
7
Introdução
A presente pesquisa que se apresenta com o tema A importância da supervisão
escolar na educação infantil, tem como questão central compreender a atuação e
contribuição da supervisão escolar no âmbito da educação infantil.
E essencial compreender até que ponto a ação e as aplicações das metodologias
deste profissional da educação pode contribuir para criança como ser em
desenvolvimento.
Sabe-se que cada momento presenciamos situações as quais as crianças
necessitam de melhor compreensão no mundo. Portanto faz-se necessário, focar o
olhar também a tudo que lhe diz respeito e o que lhes for significativo.
Pesquisar as origens históricas da supervisão escolar e da Educação infantil, sua
evolução e todas as teorias desenvolvidas á seu respeito é da maior importância,
para se compreender como pode se dar essa interlocução entre a supervisão
escolar e essa modalidade de ensino. Mais relevante ainda é conhecer a complexa
evolução que desta profissão e as mudanças nas concepções de infância.
São por tanto os objetivos gerais desta pesquisa estudar o significado da
supervisão escolar no âmbito da Educação Infantil, dentro do contexto educacional
brasileiro, mostrando toda a teia de relações da sociedade, as perspectivas de
ações e funções inseridas numa proposta de educação transformadora,
comprometida com a formação do cidadão.
A pesquisa também apresenta objetivos específicos da supervisão em colaborar
na construção da subjetividade dos alunos, refletir sobre a prática pedagógica,
investigar as ações metodológicas, e a atuação do supervisor junto ao professor.
Conhecer métodos e praticas deste profissional em um trabalho vinculado à
instituição de educação infantil em modo geral.
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CAPÍTULO I
História da supervisão escolar no Brasil O que se propõe é uma coletivização do pensar e do agir educativo, tendo como centro a realidade, os problemas da comunidade e a vivencia do aluno e do professor.
Com base nessa realidade encontra sentido a redefinição dos conteúdos, das metodologias e dos meios para tornar o sistema escolar mais eficaz.
( Miguel Gonzalez Arroyo )
1.1 Origem histórica e definição de supervisão
Ao iniciar uma reflexão a cerca da supervisão educacional faz-se necessário
retroceder ao passado para melhor compreender a historia deste profissional da
educação desde o seu surgimento ate os tempos atuais.
Historicamente a supervisão educacional era percebida por ação controladora, de
vigilância praticada por nobres e sacerdotes. A ideia de controle fazia-se sempre
presente na ação supervisora.
Na Grécia antiga a ação supervisora consistia no acompanhamento do
funcionamento dos espaças escolares. Em Roma as atribuições destes profissionais
compreendiam em fiscalizar este espaço. Na idade moderna surge o inspetor de
ensino com tarefa de avaliar as ações pedagógicas dos professores, e com a
revolução francesa surge o inspetor técnico com atribuições de vigiar as atividades
dos professores a fim de promover melhores desempenhos, para o progresso
educacional.
No Brasil, a ideia de supervisão aparece a partir de 1549, no plano de ensino
formulado pelo Padre Manuel da Nóbrega. Foi destacada, principalmente após sua
morte, com adoção do “Ratio Studiorum”, em 1570.
Mas para se aprofundar nesta reflexão também é preciso uma compreensão
etimológica da origem do termo supervisão. Para (Ferreira 1993, p.520) a origem
etimológica da palavra SUPERVISIONAR significa SUPERVISAR que quer dizer
dirigir ou orientar em plano superior; superentender,supervisionar.
9
O termo supervisão é constituído por dois vocábulos
latino.”SUPER”(sobre,excesso,de grau superior) “VISÃO” (ação ou efeito de ver).
Logo se pode concluir que na palavra supervisão, o prefixo “SUPER” une-se a
palavra “VISÃO” para caracterizar o ato de “ver” em um todo, as atividade
especificas da escola. Sendo assim para possibilitar esta visão é preciso “VER
SOBRE” que significa atitude de visualizar com clareza qualquer ação das atividades
escolares no geral.E no sentido de “SUPER” superior, não de modo hierárquico,mas
em perspectiva de anglo visão o profissional superior possa “olhar” o conjunto de
elementos e seus elos articuladores.
Os termos utilizado para referenciar supervisão são muitos e ocorre equivoco,
quanto o significado desta expressão. Principalmente no que diz respeito à definição
de supervisão educacional, escolar e pedagógica. Para desfazer possíveis
distorções Rangel (2002,p.76e77) define assim:
Supervisão educacional: A ação supervisora atua mais amplamente em questões e
serviços da escola. Traz em si uma conotação abrangente envolvendo aspectos
intermediários e centrais do sistema político da educação.
Supervisão escolar: O supervisor é quem estabelece posicionamento de fazer, agir,
envolver-se nos serviços administrativos, de funcionamento geral e pedagógico da
escola.
Supervisão pedagógica: ”Olhar sobre” o pedagógico, oferecendo condições de
coordenação e orientação.
NERC (1974, p.29) compreende supervisão como de visão sobre todo o processo
educativo, para que as instituições escolares possam alcançar os objetivos da
educação e os objetivos da escola.
Focando a temática em estudo, utilizaremos o termo supervisão educacional para
dar prosseguimento a pesquisa. Visto que o termo supervisão educacional prevalece
no contexto brasileiro em vários aspectos no que tange ao órgão escolar, do qual
encontram fundamentos nas ciências da educação e nas ciências sociais para
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explicar os desenvolvimentos dos grupos organizados socialmente para realizar
funções e atividades desejáveis. Segundo (ANDRADE, 1976).
O surgimento da supervisão educacional, no Brasil, está vinculado ao contexto
histórico do país e suas transações internacionais o que leva-nos a compreender a
função desse órgão escolar em dois aspecto, de acordo com MARINHO(1980,p.38)
• Supervisão em sentido geral ou amplo do qual se entende como um serviço,
técnico, especializado que necessita de habilidades a fim de obter resultados
nas atividades supervisionadas.
• Supervisão no sentido de ensino pode-se considerar como um processo de
orientação escolar em um todo.
Essa visão de supervisão era uma forma de ofuscar a não realização da vontade
da categoria dos supervisores. Esse modelo de supervisão introduzido no Brasil
criava uma sociedade controlada, uma educação controlada consequentemente um
supervisor controlado e controlador. Analisado por SILVA JUNIOR, esse era o modo
de conceber a ação supervisora.
Para que esse supervisor se fizesse possível foi-lhe dito e sugerido que o controle é simples atributo dos que decidem, e foi-lhe dito e sugerido também que decidir é atributo dos que detêm o poder; foi-lhe dito e sugerido que não cabe perguntar sobre como as pessoas chegam ao poder; e foi-lhe dito e sugerido, finalmente, que a melhor maneira de servir aos homens é ensina-los a submeterem-se ao poder que determina suas vidas.(SILVA JÚNIOR,p.93)
Desta forma, logo após seu surgimento os Supervisores Educacionais em geral
recebiam lições de autoritarismo. Apenas recentemente com o processo de
dependência cultural e econômica, e a seguir um projeto “militarista tecnocrático” de
controle do povo é que a supervisão educacional passou a emitir sinais de seus
reais objetivos e propósitos. Do qual era contribuir para afastar os inúmeros
fracassos escolares e as frustradas tentativas de mudanças e assim contribuir para
um ensino-aprendizagem de qualidade.
De acordo com Ariston e Porto (1979, p.20-21) desde a definição apresentada em
1914 até os dias de hoje, a supervisão tem evoluído em seus conceitos dando mais
ênfase ao relacionamento humano, com objetivo de procurar soluções para
problemas educativos.
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A educadora (ESPERB 1967, p.21),entende que o trabalho do supervisor
educacional,implica, sobretudo o assessoramento no que diz respeito ao
aprimoramento didático-pedagógico dos mesmos e a liderança do professor
(autentico e democrático ) visando contribuir para criatividade e senso critico deste
profissional da educação.
Ainda nesta linha de pensamento a professora Nair Fortes Abu-Merhy em seu livro
supervisão para o ensino médio, em prefacio com o educador Loureiro Filho,
compreende supervisão educacional como:
(...) processo pelo qual se orienta a escola como um todo para a prossecução de sua legitima finalidade, o que importará em avaliar a adequação entre os fins e os meios para atingi-los e, nos devidos momentos, a avaliação do que esteja sendo produzidos. É assim, um processo complexo, com múltiplos aspectos.É assistência na formulação das finalidades remotas, na de objetivos graduais do ensino e na busca constantes da integração progressiva destes últimos, bem como para que a escola dote seu pessoal de qualificação necessário ao desenvolvimento do processo educacional.É recurso para que se interpretem os anseios da clientela.É estimulo para melhoria das relações entre os elementos substanciais do ato educativo, as relações entre aluno e professor. É conselho na aplicação dos métodos didáticos e na utilização de todos os recursos que os coadjuvem. É assessoramento. É participação. É apoio para a solução de dificuldades de qualquer natureza. Em uma palavra, e no melhor sentido, é liderança educacional. (ABU-MERHY,1967,p.19).
Sendo assim, a definição de supervisão vem se aprimorando no decorrer de sua
historia levando-nos a compreender que a ação supervisora precisa contribuir com o
professor e toda equipe escolar motivando e sendo presente em todos os momentos
decisivo da instituição.
Portanto faz-se necessário um individuo que seja capaz de desenvolver ações de
competências, políticas, humanas e técnicas, com visão além das evidências do
cotidiano. Segundo Teles (1968, p.133):
Supervisão é um trabalho de orientação pratica e cientifica do magistério em serviço. É a ajuda técnica, moral e profissional devidamente motivada consentida e desejada pelo professorado. Não deve ser, pois um trabalho de pura vigilância, fiscalização, politicamente do professor. Deverá ser, ao revés, uma ação de entendimento recíproco, cooperante e simpático. A
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supervisão é liderança educacional, apoio para o funcionamento da escola ou do sistema de ensino, com base em uma ação política, filosófica e pedagógica.
Desta forma o supervisor educacional torna-se elo entre a escola e a sociedade,
agente de mediação e responsável de transformação.
1.2 Breve panorama sobre a historia da supervisão no Brasil
Em 1549, com a vinda dos padres jesuítas para o Brasil, se deu inicio as primeiras
organizações das atividades educativas. Já era possível notar a presença da ação
supervisora. Mas esta função se manifestou realmente com a implantação do “plano
geral de estudo” da companhia de Jesus os Jesuítas, denominado Ration studiorum.
Assim se deu inicio as primeiras concepções de supervisão no Brasil, estendendo-se
com exclusividade durante os primeiros duzentos anos na história da educação no
país.
A segunda fase da historia da educação no Brasil, se deu em 28 de junho de 1759,
com a instituição das reformas pombalinas e a criação das “aulas regias”. Nesta fase
da historia surge o ensino publico, logo uma nova concepção de supervisão. Este
profissional antes intitulado prefeito do estudo passa não mais exercer esta função,
segundo Saviani (2006,p.22).
(...) a ideia de supervisão englobava os aspectos políticos administrativos (inspeção e direção) em nível de sistema concentrados na figura do diretor geral, e os aspectos de direção, coordenação e orientação do ensino, em nível local, a cargo dos comissários ou diretores dos estudos, os quais operavam por comissão do diretor geral dos estudos.
Durante a revolução industrial, surge o “inspetor geral”.Esta profissão passa atuar
também dentro das fabricas, com finalidade de controlar e vigiar as produções e os
profissionais desta área. A partir daí a supervisão inicia sua ação dentro das
instituições educacionais, ainda com ranços do inicio de sua historia com os jesuítas
do qual seu objetivo era controlar e dominar a estrutura social.
A supervisão se manteve por varias décadas em um sistema de controle
padronizado preocupando-se apenas em manter seu poder de conhecimento,
beneficiando cada vez mais a classe dominante (elite) da sociedade. Seu foco era
13
direcionado as praticas do professor, sem a menor preocupação com sua formação.
Sua prioridade focava em padrões comportamentais a serem seguidos e
desenvolvidos visando a eficiência do ensino consequentemente o sucesso escolar.
O papel especifica do supervisor visava à transmissão do conhecimento e a
apresentação das diretrizes do trabalho, para que por meio de julgamentos e
recompensas os padrões de excelência fossem mantidos. Como se pode vê na
citação de Lima (2001, p.70)
No final do século XIX e inicio do século XX, a supervisão passou a preocupar-se com o estabelecimento de padrão de comportamento bem definido e de critérios de aferição do rendimento do ensino. No século XX, pode-se verificar a utilização dos conhecimentos científicos na melhoria de ensino e na medida dos resultados dos alunos.
O foco do supervisor começa a mudar entre os anos de 1925 e 1930 com o
surgimento de novas diretrizes apresentada pelas ciências comportamentais; a
função supervisora passa por alterações para se adequar as novas demandas
sociais.Surge assim uma nova concepção de supervisão nas organizações de
ensino, dando origem a introdução de princípios democráticos. Logo este
profissional passa a atuar como líder democrático.
Em razão da nova realidade, passou-se a exigir qualificação para se desenvolver
tais atividades. Por tanto se passou a pleitear mão de obra qualificada. Para isso foi
necessário investir em educação. Assim foi criado o ministério da educação e saúde
publica em 1930. Por esse motivo tornou-se necessários novos profissionais
nomeados como inspetores para prestar serviço de inspeção, mas esta deixa de ser
fiscalizadora para a especificidade de supervisão educacional, por meio da reforma
de Francisco Campos.
A supervisão passou por vários outros acontecimentos no que tange a evolução de
sua historia no Brasil. Dentro de fase de conflitos políticos e sociais, Anísio Teixeira
assumiu o cargo de diretor da instrução publica no Rio de Janeiro em 1931. Com a
ideia sobre escola progressista também chamada escola nova Anísio defende um
projeto pedagógico inserido em um plano mais amplo , de caráter social e político
em que a bandeira principal era ampliar as possibilidades de democratização do
país. (Xavier, 2005).
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Na década de 50, surge a supervisão escolar com objetivo de estabelecer uma
política de desenvolvimento e promover a transformação social. Durante a revolução
militar nos anos 60, houve um retrocesso na supervisão seu foco foi novamente
redimensionado,voltando a origem de supervisão controladora da qualidade do
ensino segundo a lei n 4.024 de 20/12/1961.Lei que fixa as diretrizes de Bases da
educação nacional.
Em 1968, com a reforma universitária, deixou de existir nos cursos de pedagogia a
separação entre bacharelado e licenciatura, criando-se “habilitações” conforme a Lei
5.540/68, que consolidava a presença da supervisão no contexto educacional
brasileiro ampliando seu campo de atuação para o ensino de primeiro e segundo
grau. Garantindo pelo currículo proposto a continuidade deste profissional dentro de
uma concepção tecnicista de educação, acompanhando o modelo econômico
vigente.
Nos anos 70 com a aprovação da Lei n 5692/71, a reforma de ensino o curso de
pedagogia passou a forma os chamados especialistas da educação ou pedagógico.
Cujo sua função era garantir a efetividade dos resultados-eficiência dos meios e
eficácia dos resultados do trabalho didático pedagógico no espaço escolar. Porém
ao resaltar a questão política destes profissionais da educação, Nogueira (1989)
compreende que os supervisores educacionais, por meio de suas associações e
somando erros e acertos caminhavam na busca de se fazerem sujeitos do processo
histórico.
O ano de 1980, foi marcado pelo “movimento critico” da educação,onde surge a
pedagogia social dos conteúdos. Esse movimento marcou a historia da supervisão,
pois as ênfases do debate eram os “técnicos ou especialistas” da educação. Os
supervisores tornaram-se o centro da critica por serem apontados como maiores
responsáveis pelo insucesso escolar e tantas outras as mazelas no ensino. Assim a
década de 80 transcorreu sem avanço significativo no campo da educação, que
entrou pra história intitulada como década perdida.
Na medida em que o tempo passava a supervisão educacional percebe que os
problemas que afeta a educação não é só de inteira responsabilidade do supervisor,
e sim de todos envolvidos com a educação. Logo então para se resolver estes
15
problemas seria necessário o reconhecimento de que mestre não é somente quem
ensina, e sim quem também aprende.
Na década de 1990 o supervisor é ressignificado e reconhecido como instrumento
de mudanças, mas não eficiente para mudar a estrutura organizacional da escola. É
visto apenas como figura intermediaria nas novas propostas curriculares, exigidas
pelo sistema educacional. Esperava-se com isso que o supervisor deixasse de
exercer o poder de controle sobre os professores, assumindo uma posição
mediadora no trabalho docente.
A partir daí o supervisor passa atuar como agente transformador e formador de
opiniões, em busca não só da sua emancipação e autonomias, mas também da
coletividade que está inserido (LIMA, 2001 p.77).
Em 20 de dezembro de 1996, foi promulgada n 9.394 que estabelece as diretrizes
e as bases da educação nacional. Em seu artigo 64 o profissional de supervisão.
Art. 64 A formação de profissional de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão, e orientação educacional para educação básica, será feita em curso de pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.
A partir daí foram realizados diversos encontros nacionais de supervisão e
orientação, onde muitos profissionais desta área tiveram a oportunidade de
participar. Logo aprenderam a ser “intelectuais” no sentido de serem sujeitos que
pensam o mundo em que vivem e que vão contribuindo com a concepção de mundo
e de homem no seu cotidiano.
A supervisão educacional, como pratica educativa constitui num trabalho escolar
que tem o compromisso de garantir a qualidade do ensino, da educação e da
formação humana. Ferreira (2006:237-238).
1.3 O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR NA ATUALIDADE
A função supervisora, antes ligada à ação de controle, no contexto atual exerce um
papel político, pedagógico, e de liderança no espaço escolar. Uma das propostas
principais do supervisor educacional é examinar a aprendizagem do educando e a
formação continuada do educador.
16
O seu papel excede vivência escolar, pois sua atribuição de acordo com a visão de
Paulo Freire é além de supervisionar a prática escolar é também levar em conta o
valor social do conhecimento. O supervisor deve se importar com as mudanças da
sociedade e orientar seu professor a evoluir conforme essas mudanças.
Acompanhar o passo da velocidade das mudanças sociais e ir modificando a
organização escolar juntamente com seus professores; e incentivando-os
atualizarem seus currículos, pois a tarefa do professor hoje em dia não é somente
transmitir conhecimento de conteúdo interno a seus alunos. A renovação de ideias
permite que a escola transmita um pensamento contemporâneo.
Se o supervisor não agir de forma rápida e eficiente a educação se perde no
caminho de formar pessoas cada vez mais autônomas e competentes para trabalhar
por conta própria ou em cooperação.
O supervisor deve sempre levantar questões novas para que os educandos de hoje
adapte se perfil e suas habilidades dentro das condições que o mercado de trabalho
e a sociedade contemporânea exigem e obtenha êxito em seu futuro profissional.
Questões como, por exemplo:
v Saber trabalhar em equipe;
v Ser capaz de ensinar aos outros;
v Saber negociar e trabalhar bem com pessoas de culturas diferentes;
v Liderar grupos de trabalho e ter capacidades básicas como saber falar e escutar;
v Pensar de maneira criativa;
v Tomar decisões e resolver problemas;
v Organizar o tempo para realizar uma ação, etc.
A supervisão educacional deve analisar profundamente sua gestão e dinâmica de
mediação, pois esse processo de transformação e revisão tem um ritmo acelerado,
não podendo atrapalhar a qualidade educativa, pois se constatado que houve baixa
incidência no ensino, haverá um grande impacto por parte do aluno. Um professor
reiterado e bem qualificado, com cursos, seminários, oficinas e jornadas, resultam
em aluno mais preparado.
O supervisor deverá tentar encontrar a solução mais coerente e eficaz para
autêntica renovação e atualização do professorado
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É evidente que para mudar um método baseado na memorização e na repetição por outro que estimule a autonomia de pessoas que pensam e querem ser cada dia mais autônomas, exige que se conheçam e se assimilem outros princípios psicopedagógicos, todo um sistema novo de crenças. E essa transição nos obriga a revisar conceitos e superar rotinas, falsas concepções e teorias implícitas paralisantes. Aqui se encontra a outra grande pedra que levou a um tropeço nas rotinas e nas modas de escolher os temas e os conteúdos de formação dos docentes
A função do supervisor escolar está centrada na ação pedagógica, processos de
ensino e aprendizagem. Entendemos que o papel do supervisor escolar é muito
importante, junto ao corpo docente e discente e toda equipe técnica escolar; não
apenas um solucionador de problemas, mas também que o mesmo desenvolva
trabalhos relacionados à prevenção da indisciplina na escola.
Visto que a indisciplina está relacionada não apenas a um problema “único”, mas
que muitas vezes acaba envolvendo aspectos relacionados à família, situações
sociais, escola, comunidade, entre outros; cabe ao supervisor possibilitar métodos
que auxiliem na ação/reflexão das práticas pedagógicas. Portanto a indisciplina
escolar ainda tem sido um desafio que precisa ser superado, não sendo considerado
um fenômeno estático e sim complexo, com isso suas expressões tem se mostrado
crescente nas últimas décadas.
Algumas atribuições e sugestões para ação do supervisor escolar
• Socializar o saber do docente;
• Discutir permanentemente o aproveitamento escolar e a prática
docente;
• Assessorar individualmente e coletivamente o corpo docente no
trabalho pedagógico interdisciplinar;
• Coordenar e participar dos conselhos de classe;
• Planejar e acompanhar o currículo escola.
Com essas ações o supervisor facilita na revelação da visão de uma escola, que
deixa de ser um ambiente sombrio e opressivo como era no passado passando a ser
um estabelecimento de diálogo e liberdade com desenvolvimento harmônico e
prazeroso em seu ambiente, pois os profissionais da educação tratam à cultura e
valores morais e éticos.
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Para Medina (1997), o trabalho do supervisor, centrado na ação do professor não
pode ser confundido como assessoria ou consultoria, por ser um trabalho que requer
envolvimento e comprometimento.
Segundo a autora o supervisor escolar tem como objeto de trabalho a produção do
professor – o aprender do aluno – e preocupa-se de modo especial com a qualidade
dessa produção. Portanto, o objeto de trabalho do supervisor é a aprendizagem do
aluno através do professor, onde ambos trabalham como numa equipe um
dependendo do outro. Considera-se o papel fundamental do supervisor: ser o
grande harmonizador do ambiente da escola.
Para Alves (1994), o supervisor deve ser o profissional encarregado do controle de
qualquer ação, o supervisor escolar deve ser o encarregado de promover a interação
entre teoria e prática, entre pensamento e ação.
Observado essas questões, a importância do supervisor em uma unidade escolar
precisa ser reconhecida como profissional da educação, que em diversos níveis e
modalidade de ensinos, tem mobilizado o interesse e o empenho de educadores na
busca da construção de saberes e fazeres da supervisão. Ima certeza é, então,
reforçada: precisamos estudar mais, incrementar pesquisas e escrever sobre o
tema!
Com essas considerações, formulamos o propósito deste capítulo, no sentido de
rever estudos sobre conceitos e funções da supervisão educacional no Brasil. Assim,
revisitamos autores cujos enforques nos auxiliam na construção e nos avanços dos
saberes e fazeres da supervisão.
É essencial, então que o supervisor entenda a importância de seu estímulo à
ampliação dos marcos da prática docente, de modo a ser como prática sociopolítica
e cultural e, consequentemente, a importância de não só oferecer oportunidades de
formação, como também formar a cultura de atualização constante e a reflexão
sobre uma educação contextualizada e socialmente comprometida.
Observa-se que Rangel oferece uma visão ampla dos fazeres da supervisão, sem
se descuidar dos eixos básicos da ação no cotidiano da escola: projeto político-
pedagógico, currículo e programas; processo de ensino, aprendizagem, avaliação e
recuperação; relações com as famílias e a comunidade; formação docente
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continuada, entre outros aspectos da abrangência didático-pedagógica e curricular
da ação supervisora.
A concepção ampla encontra-se, também, na abordagem política de Ferreira (1997,
p. 70), para quem a “supervisão se delineia a partir do momento em que se
estabelecem as relações entre o homem e o trabalho”, de modo que a profissão
nesse campo “é precipuamente política e é na estrutura de classes da sociedade
capitalista brasileira que se devem buscar as causas que determinam a função
supervisora”
A autora observa que a supervisão surge como uma “função técnica de controle
sobre o processo de produção” (ibid., p. 71). Contudo, a ação supervisora supera os
limites ideológicos do controle, para configurar-se em ações “capazes de opção,
percepção da realidade, como função política, reflexiva, crítica, consciente,
assumida, inovadora, transformadora, decisória, libertadora e criativa (ibid., p. 73)”.
CAPITULO II
HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
2.1 Concepção de infância.
Iniciamos este capitulo, trazendo questões pontuais para se entender um pouco
mais sobre a historia da educação infantil no Brasil. No decorrer desta trajetória
podem-se observar algumas mudanças em relação ao conceito de infância.
Ao pensar a historia da criança e da infância não se pode deixar de voltar ao
passado, pois o conceito criança e infância se complementam e são culturamente
determinados e historicamente construídos.
Não há educação fora das sociedades humanas e não há homens no vazio.A partir das relações dos homens com a realidade, resultantes de estar com ela e de estar nela, pelos atos de criação, recriação e decisão, vai ele dinamizando o seu mundo. Vai dominando a realidade. Vai humanizando-a (FREIRE, 1983).
Na antiguidade não se percebia a criança como ser em particular, e por séculos a
trataram como um adulto em miniatura. Era vista como ser sem importância, e o
índice de mortalidade infantil eram absurdos.
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Segundo estudos por Philippe Ariés, relata uma transformação no sentimento de
infância identificando-o como consciência da particularidade da criança.
Por meio deste estudo tornou-se possível compreender a fragilidade da criança e
sua desvalorização. Ariés foi percebendo a evolução desse sentimento e
identificando-o de acordo com o meio cultural e social em que estas crianças
estavam inseridas. Assim com as mudanças sociais foram surgindo condições de
melhorias para infância dessas crianças.
As instituições também adotavam duas posturas distintas em relação à educação
dessas crianças. A criança era vista como se “bruto” que precisava se “lapidado”
pela educação dos adultos. Por outro lado os adultos compreendiam essas crianças
como ser frágeis, dependente do adulto, que necessitava de proteção contra as más
influencia da sociedade. Desta forma a criança era incapaz de construir sua própria
historia, eram desmerecidas e privadas de viverem sua infância.
Segundo, (Ariés 1978) não havia lugar para infância uma vez que a arte medieval
não a conhecia. A criança era percebida como espécie de instrumento de
manipulação e ideologia dos adultos.
No século XVII e XVIII essa concepção começa a mudar e o sentimento com a
infância torna-se mais significativa, iniciando assim uma preocupação com a
educação da criança, mesmo estando ligado ao modelo de civilidade da época. Um
novo conceito de infância vai assumindo relevância social. A sociedade passa a
priorizar a educação da criança no seio família; tarefa que antes pertencia à
sociedade, o papel de cuidar e educar passam a ser de inteira responsabilidade da
família.
Até o final do século XVIII não havia nos centros de estudos separação por
modalidade de ensino, eram acomodados pessoas de qualquer faixa etária. Mas a
partir daí pensadores da época começaram a perceber a necessidade de criar uma
educação diferenciada de acordo com as classes sociais e modalidade de ensino.
Logo resolveram dividi-las em primaria e secundaria. Porem crianças muito
pequenas era discriminada e privada de fazer parte dessa educação, por serem
julgadas incapazes e muitas por pertencerem à classe mais baixa da sociedade.
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O uso da mão de obra infantil e o acelerado desenvolvimento do capitalismo
contribuíam com essa desigualdade social e os valores dados a essa crianças
variavam de acordo com a época.
De acordo com os estudos de Ariés, esta faze de concepção de infância ficou
marcado por três período histórico.
• Na antiguidade não havia distinção entre o mundo adulto e o mundo infantil,
crianças eram tratadas como adultos em miniatura.
• No século XII ao XVIII, a sociedade passa a zelar pela inocência da criança
fazendo distinção entre adultos e crianças, mas passa a confina-las em
instituições para serem vigiadas por educadores a fim de protege contra as
más influencias da sociedade.
• O terceiro período é marcado pelo reconhecimento de que criança deve
ocupar lugar central na família.
Neste período a família percebia a criança como ser puro e divino, fazendo ligação
com figura de anjo. Com a nova concepção de infância a família passa assumir o
papel que antes era destinada a sociedade.
Durante a revolução industrial entre os séculos XVIII e XIX, surgem dois tipos de
instituições parta atendimento a crianças. O atendimento de melhor qualidade era
direcionado as classes mais nobres (elite). E os desfavorecidos recebiam
atendimento de custodia e disciplina.
Surge então entre alguns pensadores a discussão como realmente deveria ser a
educação. Após a segunda guerra mundial aumenta-se a ideia do respeito à criança,
surgindo movimentos importantes e o reconhecimento da necessidade de criar uma
escola que respeitasse a criança como individuo em especifico direcionando um
trabalho de forma a respeitar e compreender as características do pensamento
infantil.
Nas décadas de 20 e 30 as novas teorias pedagógicas se apropriaram
gradativamente das concepções psicológicas, dando origens às novas concepções
de educação infantil.
22
A criança passa a se entendida como sujeito histórico. O que o diferencia por sua
capacidade de construção simbólica, em que o adulto constitui em fontes de
experiências e o material de sua forma de expressão.
De acordo com (SARMENTO, 2002, p.20), Os discursos e práticas de socialização,
ao se dirigirem à criança, “constroem um imaginário sobre a infância, produzindo
modelos de gestos, hábitos, comportamentos que são material de socialização nos
processos de formação de tais atores. A criança é também produto de tais práticas e
discursos”.
2.2 Trajetórias da Educação Infantil no Brasil.
A infância no Brasil surgiu logo após seu descobrimento com a chegada dos
Jesuítas. Os mesmos tinham objetivos de civilização dos índios por meio do
cristianismo. Com a resistência dos índios adultos, os padres Jesuítas voltaram-se
para as crianças indígenas do qual eram chamados de curumins. Os pequenos
índios eram afastados de suas famílias passando a viver em casas denominadas
muchachos, para aprenderem hábitos da cultura europeia e serem catequizados.
A ideia dos jesuítas eram tornar as crianças indígenas dóceis e obedientes, pois
entendia seus hábitos e costumes como selvagem.
Uma vez que a cultura indígena os preparava e os ensinavam coisas para suas
sobrevivências até que alcançassem idade para assumirem as tribos. Os curumins
observavam as atividades dos adultos e ouviam suas historias.
Os curumins, como eram chamados os meninos e meninos indígenas, eram tratados com muito respeito. Para entregá-lo ao grupo social, os adultos, desde cedo, elaboravam brinquedos, com miniaturas de animais, arcos e flechas,criavam situações para os momentos de iniciação, utilizando rituais de pinturas, de festas, de danças, de lutas que davam elementos para construção da singularidade das tribos indígenas. Guerras et al(1999).
Essa intervenção jesuítica provocou grandes mudanças na cultura indígenas, já
que muitos desses curumins não conseguiam se readaptar a vida indígena quando
deixava a casa dos muchachos, muitos ficavam perambulando pelas cidades.
O mesmo aconteceu com a cultura africana no período da escravatura no Brasil. A
infância dessas crianças africanas eram cheias de privações e negações; desde
23
cedo eram criados em senzalas para se tornarem propriedades dos senhores de
engenho. Não tinham permissão para frequentar a escola eram educados para
assumirem o trabalho escravos iniciando ainda pequenos nas atividades domesticas.
A urbanização no período Republicano possibilitou mudanças na cultura brasileira,
no sentido da organização social, e consequentemente na educação. Segundo
Guerras et al (1999) “O estatuto social da criança se modifica e a infância passa a
representar um investimento para que um projeto de nação se concretize no
futuro”.Uma vez que a cultura industrial exigia a formação de mão- de- obra operaria
qualificada.
Ainda neste período da infância no Brasil, percebem-se marcas de proteção e
abandono. Havia imensa discriminação no que tange ao tratamento dessas crianças,
as da classe nobre recebiam assistência e proteção das famílias e da sociedade,
para terem condições de tornarem-se adultos e darem continuidade ao legado social
das qual pertenciam.
Já a criança das classes baixa descendentes de escravos ou frutos de relações
adultera, não tinham acesso às mínimas condições de uma vida promissória.
Sofriam maus tratos e eram abandonados a própria sorte.
No inicio do século XIX o abandono de crianças eram tanto que houve necessidade
de criar instituições para abrigo e amparo dessas crianças. Então foi fundada em
1738, a roda e a casa dos expostos chamada Santa Casa de Misericórdia do Rio de
Janeiro.
A roda dos expostos foi uma solução importada da Europa medieval e se caracterizou como uma espécie de caixa circular dividida em duas partes que giravam em torno de um eixo, onde uma parte era aberta para que a criança fosse abandonada de forma anônima. Segundo SEVERO (1999) a “roda foi a solução para reparar a moral social ofendida. Quer fruto da miséria social, física ou moral, a estas crianças só restava a caridade alheia” (Ibidem, 1999).
Entre os séculos XVIII e XIX a roda recebeu 42.200 crianças abandonadas. Muitas
morriam devido a condições mínimas de higiene e saneamento na instituição; as que
sobreviviam eram entregue as “criadeiras externas” (mulheres que recebiam do
governo para cuidar das crianças) até sete anos. Após este período, fim da
“meninice” como era considerado a infância no XIX essas crianças eram
encaminhadas ao trabalho em fazendas.
24
Analisando a temática em estudo pode-se observar que as primeiras iniciativas
destinadas à infância no Brasil tiveram caráter higiênista e assistencialista. Essas
iniciativas perduraram até o ano de 1889, mas segundo Kramer, médicos e
sanitaristas reconheciam as necessidades de medidas urgentes para o cuidado com
crianças pequenas, porém tais iniciativas não era ação efetiva do poder publico,
eram provenientes de grupos privados, logo não davam conta da demanda
acarretando carência de atendimento às crianças oriundas de famílias pobres.
Demorou alguns anos para se chegar à ideia de criança enquanto sujeito. Logo
após a proclamação da republica o país passou por um processo de urbanização
devido ao acelerado processo industrial.
Uma nova ênfase começa a ser dada ao trabalho nas instituições de educação
infantil. A partir de 1970 com a inserção da mulher ao mercado de trabalho; resultou
crescimento significativo de creches e pré-escola. Esse crescimento se deu a fim de
compensar uma carência orgânica e cultural, entendia-se que essa compensação
poderia solucionar as carências de crianças de famílias mais pobres. Essa nova fase
ficou marcada por propostas voltadas a melhoria da educação,saúde, assistência
social e direito do trabalhador. Mas seus objetivos eram estimular precocemente a
alfabetização como forma de superar as más condições de vida em que viviam.
Já a criança da classe media frequentavam os jardins de infância, que não tinha o
mesmo caráter compensatório.
As instituições que atendiam crianças de 0 a 6 anos, na maioria das vezes eram
voluntarias sem formação especifica, do qual sua função estabelecia apenas
preocupação no cuidado da criança principalmente com sua segurança. Não havia
comprometimento com o pedagógico.
Na década de 80, nada mudou na historia da educação infantil, mas com o alto
índice de mortalidade infantil devido o aumento da população e precárias condições
de vida em que eram submetidas as gestante,percebeu-se uma urgente
necessidade de reforma na educação ; para possibilitar uma formação que
atendesse as demandas de uma sociedade a qual caminhava para democratização.
As transformações socioeconômicas e culturais aumentou a necessidade de
atendimento coletivo às crianças pequenas no Brasil. Assim fez-se necessário uma
legislação mais apropriada a esse tipo de atendimento. Com isso surgiram alguns
25
atendimentos em instituições que marcaram a trajetória da educação infantil no
Brasil.
Em 1871, foi fundada a Associação Municipal da Infância Desvalida. Na capital da
republica ( cidade do Rio de Janeiro). A instituição atendia crianças de 5 a 7 anos
“dirigindo e instruindo” um publico alvo em especifico, o qual denominou Infância
Desvalida. Destinada a amparar meninas e meninos pobres.
A finalidade da associação era (...) garantir a presença das crianças desvalidas e pobres nas escolas criadas pela Câmara Municipal. Para tanto, o fornecimento de vestuário e material escolar, alem da assistência medica gratuita eram essenciais, tendo-se em vista que a falta de recursos dos era considerada uma das causas principais da baixa frequência escolar (Ibidem 163).
No ano de 1899, surgiu, o instituto de proteção à infância no Brasil. Seu objetivo
era dar assistência as crianças menores de oito anos. Porem sua maior
preocupação era com crianças de 0 a 3 anos, com elaboração de “lei que
regulassem a vida e a saúde dos recém-nascidos, regulamentar os serviços das
amas de leite, criar creches e maternidades” (Kramer, 2003:52).
O primeiro jardim de infância surge em 1909 em acampo de Santana no Rio de
Janeiro. Instituição de caráter filantrópico que prestava assistência médico-social as
crianças de famílias carentes. O responsável por esse trabalho foi o médico
Moncovo Filho.
Em 1940, nasce o (DNCr), Departamento Nacional da Criança, com o objetivo de
criar metas e atividades voltada a infância. O Fundo das nações Unidas para
Infância (UNICEF). Organização internacional fundada pela Organização das
Nações Unidas (ONU) em 1941, presente no Brasil desde 1950, considerado maior
instituição a promover políticas publicas voltadas à promoção do direito da infância.
Sua função é apoiar e financiar projetos em benefícios a crianças com condições
sociais bem precárias.
Vem para o Brasil em 1952 a organização mundial de educação a pré-escola
(OMPE). Sua finalidade é contribuir na discussão e na luta pelo direito de garantir a
pré-escola para criança, e investir na formação dos educadores e programas que
valorize a educação infantil.
26
A lei que tem as primeiras iniciativas em educação para faixa etária de 0 a 6 anos,
chega em 1961 com Homologação da Lei n 4026/61 que estabelece Diretrizes de
Base para educação nacional. Esta lei institui a educação pré-primária anterior a
escola primária formal e obrigatória a menores de sete anos; definiu os espaços a
serem ministradas as escolas de maternais e Jardins de infância.
O Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição- INAM- 1974, vinculado ao
Ministério da Saúde tinha função de elaborar programas de alimentação para a
população escolar dos estabelecimentos oficiais incluindo também população infantil
até 6 anos, gestantes, nutrizes e lactentes.
O projeto casulo marca o ano de 1974, implantada pela legislação Brasileira de
assistência (LBA).Este projeto criou parceria direta entre governo e comunidade,
construindo creches para atender crianças de 0 a 6 anos. Seu objetivo consistia em
assistir e cuidar de crianças para que seus pais pudessem trabalhar e com isso
prevenir a marginalidade. O convênio era firmado com o governo e manutenção e
supervisão feita pela LBA.
1975- Coordenações de Educação pré-escolar- COEPRE segundo (Kramer 2003-
75-76). Era destinada ao estudo e ao desenvolvimento de projetos e programas para
educação pré-escolar, é entendida como solução para os problemas do primeiro
grau.
Como se pode observar ao longo da trajetória ao atendimento da criança no Brasil,
durante muito tempo a criança foi ignorada em razão de sua dependência e
fragilidade. Mas a partir de 1988 com a constituição federal, o Brasil passou a
investir em políticas publicas para o atendimento à criança que estabeleceu o
estatuto da criança e do adolescente, possibilitando a garantia dos direitos de
pequenos cidadãos.
2.3 Breve panorama histórico através da legislação
Em 1998 foi implantada nova lei na Constituição Federal, ao qual favoreceu para as
transformações na Educação Infantil, garantindo assim o cumprimento dos deveres
por parte do Estado. Esse novo ganho através dessa nova Legislação, foi para a
sociedade, a garantia de construção de novas creches para as faixas etárias até
cinco anos em que beneficiou toda essa nova modalidade.
27
Foi então elaborado um novo documento que torna um direito de todas as crianças
de um modo geral, a educação sem que houvesse outros tipos de impedimentos ou
exigências prévias, passando a fazer parte do sistema educacional.
Porém cabe ao estado oferecer uma educação de maior qualidade, uma realidade
ainda distante no Brasil, várias pesquisas mostram que estamos longe de alcançar
uma educação de qualidade e satisfatória para atender essa nova modalidade que é
a educação infantil.
Então em 1990, foi criado o ECA, com a intenção de representar a preocupação do
Estado com a qualidade da infância. O ECA busca garantir, com os Conselhos
tutelares, o papel tutelar que o Estado deve assumir para com suas crianças,
preservando a infância e investindo em educação infantil de qualidade, ou seja o
ECA representa mais uma possibilidade das formas de cuidar e educar as crianças
na instituição.
A atual LDB estabelece a educação infantil como direito das crianças, opção das
famílias e dever do Estado, nesse sentido, a educação infantil passa a ser concebida
legalmente, como um espaço essencialmente pedagógico, cuja finalidade é o
desenvolvimento integral da criança nos aspectos físicos, psicológicos, intelectual e
social dando às instituições autonomia para organizar sua proposta de trabalho.
A LDB presta de forma coerente um serviço social, pois estabelece que a Lei seja
cumprida para a melhor formação da criança dando complementação na educação,
sem tirar a responsabilidade das famílias, e aos órgãos municipais, o foco de
fiscalizarem, supervisionarem, orientarem e subsidiarem as instituições de educação
infantil.
A avaliação na educação infantil é outro aspecto relevante no texto legal. Concebida
como processo deve levar em consideração o desenvolvimento integral das
crianças, a partir do registro dos aspectos qualitativos desse desenvolvimento “sem
o caráter de promoção, mesmo que para o ingresso no ensino fundamental”.
Outra questão levantada pela LDB é a formação dos educadores que atuam nas
séries iniciais, esses recebem a responsabilidade de levar as essas crianças uma
melhor forma de aprender através da educação, não somente ações voltadas para
parte pedagógica, mas sim assuntos relacionados à realidade social em que vive,
28
porém devem ser garantidas a esses profissionais leis que também favoreçam em
seu crescimento profissional, e através disso poderem oferecer uma educação
efetiva para as crianças.
A LDB se preocupa com o aspecto pedagógico, em relação à ação educativa das
crianças pequenas, pois ainda está em discussão junto ao poder público.
No ano de 2007 foi criado a FUNDEB, considerada uma conquista para educação
infantil pública, e foi destinada para valorizar o magistério e o profissional da
educação. Antes de esse órgão ser fundado existia a FUNDEB, que estabelecia
subsídio do governo para o ensino fundamental, somente incluindo nesse
atendimento a educação fundamental de jovens e adultos, a educação especial e a
educação fundamental indígena, sendo que a educação infantil não recebia recursos
do governo.
Então no ano de 1998 foi estabelecida as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil, para atender justamente a referida área da educação não
atendida pelo órgão anterior, focando nos direitos das crianças, as DCNs dão
preferência às teorias e práticas educativas, compreendendo essa etapa da vida da
criança como primordial no seu desenvolvimento. As Propostas Pedagógicas
dessas diretrizes devem respeitar todos os fundamentos exigidos.
A Educação Infantil também contou com a colaboração da RCNEI, que mesmo sem
valor legal, foi constituído pelo MEC para democratizar a escola infantil, promovendo
a difusão neste nível da Educação, esse documento pouco incorporou das
sugestões e críticas inicialmente solicitadas aos professores e pesquisadores
consultados para sua elaboração, porém apresentou concepções de infância e da
educação para crianças pequenas, para entender as ações de cuidar, educar e
brincar. O RCNEI apresentou condições pelas quais deviam ser primados os
currículos nas instituições, e promover experiências significativas, garantindo assim
o sucesso na aprendizagem dos pequenos cidadãos.
No currículo, de acordo com os Referenciais, os conteúdos devem estar
organizados de forma integrada e selecionados a partir da realidade social e cultural
da comunidade institucional. A ação educativa, por sua vez fará a articulação entre o
saber escolar, o saber da criança e a realidade sociocultural. Existe uma série de
atividades que são necessárias para a metodologia de trabalho educacional. A partir
29
daí são apontadas questões que vão direcionar este trabalho nas pré-escolas e
creches, considerando um conjunto de situações que precisam estar de acordo com
a proposta pedagógica.
Na década de 90 foi criada a Educação Infantil pós LDB, para marcar avanços
consideráveis na educação das crianças pequenas, e mudar paradigmas e assim ter
um melhor atendimento aos direitos dessas crianças, e que contribui para que os
educadores repensem sua ação educativa, compreendendo que toda criança tem
direito ao espaço e a educação deste espaço.
Se a instituição é um complemento para a vida das crianças, precisa conhecer como
vivem e quais as suas necessidades para que possa contribuir na qualidade de sua
vida. É importante o surgimento de política público voltado para a valorização da
infância, valorizando o avanço da ação educativa.
Após abordar a legislação brasileira na educação infantil, foi observado que o
governo priorizou o cuidado com a qualidade do ensino na primeira infância e após a
LDB foi definida como a primeira etapa da Educação Básica. Essa constituição criou
a obrigatoriedade no atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a
cinco anos de idade, conforme artigo 208 inciso IV.
Foi observado também que a educação inicial da criança se dá na família, e
também na comunidade e, com o advento do trabalho feminino, cada vez mais cedo,
nas escolas. Por isso, as instituições de Educação Infantil tornam-se mais
necessárias, tendo caráter complementar à educação recebida na família.
Segundo o Programa Nacional de Educação (PNE) de 2001, a articulação com a
família visa, mais do que qualquer outra coisa, ao mútuo conhecimento de processos
de educação, valores, expectativas, de tal maneira que a educação familiar e a
escolar se complementem e se enriqueçam, produzindo aprendizagens coerentes,
mais amplas e profundas. O resultado dessa troca produz efeitos sobre a autoestima
da criança e no seu desenvolvimento.
Outros fatores que devem ser levados em conta são as diferenças sociais. Em um
País marcado por profundas desigualdades, como é o caso do Brasil, uma série de
condições sociais e familiares colocam milhões de crianças em situação de risco.
Como as pesquisas evidenciam que apenas o atendimento de qualidade produz
30
resultados positivos sobre o desenvolvimento e a aprendizagem da criança, é
fundamental que essas crianças tenham acesso a experiências educativas de
qualidade nas creches e pré-escolas.
Que a educação das crianças no Brasil continue tendo prioridade nos assuntos
educacionais do poder público, pois isso irá refletir no futuro desses pequenos,
somente assim a sociedade civil irá crescer em entendimento e em qualidade de
vida, devido ao conhecimento recebido previamente, o país deve seguir em frente
para buscar promover os direitos humanos e dignidade da pessoa, o respeito, a
tolerância e a valorização da diversidade, com bases de uma sociedade
multicultural, democrática e justa e cidadã. A Educação Infantil tem papel
fundamental nesse processo, pois a cultura da discriminação é imposta às crianças
desde berço.
III CAPITULO
ATUAÇÃO E CONTRIBUIÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NA EDUCAÇÃO
INFANTIL.
3.1 Supervisão escolar na construção do conhecimento
Este capítulo apontará questões necessárias para a compreensão das perspectivas
de atuação do supervisor escolar na educação infantil. De acordo com a pesquisa a
ação supervisora aponta para uma concepção de supervisão na
contemporaneidade, voltada para mediação e para o processo pedagógico de forma
reflexiva e critica; portanto dividir com a comunidade escolar toda à ação que irão
contribuir em uma reflexão conjunta é o que vai dirimir as possíveis dificuldades e
conflitos e se tornar em debates para elevar a melhoria da educação, a qual todo
cidadão tem direito. Sob orientação da supervisão escolar haverá uma aproximação
em torno de um objetivo: A aprendizagem do conhecimento.
Ao percorre a historia da Educação Infantil no Brasil, percebe-se grandes
mudanças em sua trajetória, à concepção assistencialista fica para traz, dando-se
mais relevância ao desenvolvimento humano da criança.
Com a nova concepção de infância entende-se que desde seu nascimento a
criança é construtora de conhecimentos. Desta forma as praticas pedagógicas exige
mudanças para proporcionar-lhes alem do direito de conhecimento, direito de
31
sentimento, afetividade e direito de estabelecer interação com o meio. Assim a
criança será capaz de obter conhecimentos pessoais, construir experiências físicas,
sociais e lúdicas para se expressar por meios de diferentes linguagens.
Dentro deste contexto professor deixa de ser transmissor e passa a colaborador,
mediador e facilitador de conhecimentos. Além da função na formação intelectual do
educando, exerce fundamental importância na formação do sujeito enquanto
Cidadãos críticos e reflexivos.
Isso só se torna possível quando é propiciado ambiente favorável a este fim.
Portanto faz-se necessário da à voz a criança disponibilizando um espaço favorável
para que a mesma encontre oportunidade de pensar, falar, discutir, argumentar e
confrontar seu ponto de vista. Assim permitirá que a criança se constitua como
autora do seu desenvolvimento e aprendizagem.
Desta forma tratando-se de desenvolvimento infantil torna-se fundamental que as
instituições incorporem propostas de experiências ricas e significativas, promotoras
de culturas e vivencias sociais diversas.
Como diz Corsaro (1997), criança é um ser social ativo e criativo que produz sua
própria cultura enquanto contribui, simultaneamente, para produção das sociedades
adultas.
Portanto no que tange a educação cabe ao supervisor escolar articular o processo
de ensino aprendizagem das crianças dentro das instituições de educação infantil,
investigando, analisando, planejando e avaliando o currículo em parcerias com os
professores e toda comunidade escolar; criando elos fundamentais num processo de
reconstrução motivando a todos comprometidos a empregarem novos processos de
ação deixando de lado as praticas rotineira e comodista.
Assim de acordo com Rangel et al (2001:12), o supervisor escolar passa a
direcionar e mediar um trabalho de assistência ao professor, em forma de
planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e atualização do
processo ensino-aprendizagem. O supervisor escolar não deixará de exercer sua
função política, mas é uma função sociopolítica critica.
32
No espaço escolar da educação infantil o supervisor precisa possibilitar que a
dinâmica educativa caminhe por ações consciente com intuito de colocar em prática
o que for projetado.
Ao se constituir um agente de mudanças, facilitador, e mediador, o supervisor
escolar oportunizará uma relação de harmonia entre os interlocutores do espaço
escolar.
3.2 Supervisão escolar e o projeto pedagógico na educação infantil:
A proposta deste assunto é verificar como é o trabalho de um supervisor escolar e
a aplicação do projeto pedagógico nessa nova modalidade dentro da educação que
é a educação infantil. Ao pesquisar dentro das leis, foi constatado que as Diretrizes
Curriculares Nacionais devem elaborar programas que cuidem de crianças,
educando-as de 0 a 6 anos, juntamente com seus familiares, esse processo tem
uma relevante importância no âmbito tanto no público quanto no privado.
Ao se elaborar um projeto pedagógico para educação infantil é necessário ter
clareza que as atividades educacionais devem atuar no processo de
desenvolvimento da criança em todas as dimensões humanas: Afetiva, motora,
cognitiva, social, linguísticas e políticas; propiciando a ela conhecer e aprender sobre
fatos e eventos da realidade contribuindo para uma ação transformadora.
O supervisor escolar deve cuidar para que suas Propostas Pedagógicas da
Educação Infantil sejam apoiadas por todos e executadas com maestria dentro da
Instituição a qual supervisiona. As crianças pequenas e suas famílias devem
encontrar nos centros de educação infantil, um ambiente físico e humano, através de
estruturas e funcionamento adequados que propiciem experiências e situações
planejadas intencionalmente, de modo a democratizar o acesso de todos.
O projeto pedagógico das creches para as crianças de 0 a 3 anos de classes e
centros de educação infantil para as de 4 a 6 anos devem se concebidas,
desenvolvidas, supervisionadas e avaliadas por educadores, com pelo menos o
diploma de curso de Formação de Professores, menos que a Equipe Educacional
participe outros profissionais das áreas de Ciências Humanas, Sociais e Exatas,
assim como familiares das crianças. Para que todas as Diretrizes Curriculares
33
Nacionais para a Educação Infantil sejam realizadas com êxito, são indispensáveis o
espírito de equipe e as condições básicas para planejar os usos de espaço e tempo
escolar.
Os Projetos Pedagógicos constituídos pelos Supervisores Educacionais devem ser
norteados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais que foram aprovadas em 1998,
pois ao elaborar estas Diretrizes, a Câmara de Educação Básica, além de acolher as
atribuições prestadas pelo Ministério da Educação e Cultura, através de sua
Secretaria.
De Educação Fundamental e respectiva Coordenadoria de Educação Infantil, vem
Mantendo amplo diálogo com múltiplos segmentos responsáveis por crianças de 0 a
6 anos, na busca de compreensão dos anseios, dilemas, desafios, visões,
expectativas, possibilidades e necessidades das crianças, suas famílias e
comunidades.
Ao planejar as propostas curriculares, não se deve deixar em segundo plano o que
realmente motiva uma criança de até 6 anos, é um muito importante assegurar que
não haja uma antecipação de rotinas e procedimentos comuns às classes de alunos
maiores, porque tais procedimentos não são aceitáveis para as crianças mais novas.
No entanto, é responsabilidade dos educadores dos centros de Educação Infantil,
situados em escolas ou não, em tempo integral ou não, propiciar uma transição
adequada do contexto familiar ao escolar, nesta etapa da vida das crianças, uma
vez que a Educação fundamental naturalmente sucederá a Educação Infantil,
aconteça esta em classes escolares ou não, e em períodos contínuo ou não.
Quando os programas são desenvolvidos em centros de Educação Infantil, é
necessário respeitar o caráter lúdico, prazeroso das atividades e o amplo
atendimento às necessidades de ações planejadas, ora espontâneas, ora dirigidas,
ainda assim devem expressar uma intencionalidade e, portanto, uma
responsabilidade correspondente, que deve ser avaliada, supervisionada e apoiada
pelas Secretarias e Conselhos de Educação, especialmente os Municipais, para
verificar sua legitimidade e qualidade.
De acordo com a Lei aprovada em 1998 foi adotada uma política nacional para a
infância, um investimento social que considera as crianças como sujeitos de direito,
34
cidadãos em processo e alvo preferencial de política pública a partir desta definição,
além das próprias crianças de 0 a 6 anos e suas famílias, são também alvo de uma
política nacional para a infância, os cuidados e a educação pré-natal voltado aos
futuros pais. Esta proposta do MEC vem se integrar aos esforços de várias
Secretarias de Estados e Municípios no sentido de qualificar os programas de
educação infantil, ficando, no entanto, a critério das equipes pedagógicas a decisão
de adotá-la na íntegra ou associá-la a outras propostas.
O supervisor Educacional ao elaborar o projeto pedagógico deve assegurar que
terão no projeto pedagógico todas as orientações descritas pelas Diretrizes
Curriculares acima aprovadas, pois as crianças de 0 a 6 anos têm atendimento
educacional estabelecido de acordo com sua idade e, além disso, são seres
humanos portadores de todas as melhores potencialidades da espécie: inteligência,
animadas, brincalhonas, em busca de relacionamentos gratificantes, pois
descobertas, entendimento, afeto, amor, brincadeira, bom humor e segurança
trazem bem estar e felicidade. Não esquecendo também na qualificação profissional
dos educadores, dessa forma o processo de ensino-aprendizagem propiciará
momentos definidos pela objetividade, passando segurança e uma educação de
qualidade para essas crianças, sendo assim as famílias facilmente dará crédito de
confiança a esta instituição, seja ela pública ou privada.
3.3 A supervisão escolar no processo de avaliação na educação infantil.
A presente pesquisa nos leva a refletir sobre a atuação do supervisor escolar no
processo de avaliação no âmbito da Educação Infantil. Sendo esta a primeira etapa
da educação básica, a preocupação com essa modalidade de ensino vem
crescendo, por se entender a avaliação como parte intrínseca do processo ensino-
aprendizagem.
Ao avaliar o aluno, obtêm se fonte de informação sobre o processo do aluno,
referencias de práticas educativas que possibilitam a evolução e sua formação
global.
35
Alguns pontos são essenciais para a avaliação e a mesma decorre de forma
continua. Pensar avaliação significa pensar em quem avaliar para quê avaliar, o quê
avaliar, como e quando avaliar. Segundo a (LEI 9394/96, art.31).
“Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”.
As Diretrizes Curriculares Nacionais apontam que “asa propostas pedagógicas para
Educação Infantil devem organizar suas estratégias de avaliação através do
acompanhamento e registro de etapas alcançadas nos cuidados e na educação para
criança, sem o objetivo de promoção.”
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil define a avaliação como o
conjunto de ações que auxiliam o professor a refletir sobre as condições de
aprendizagem oferecidas e ajustar suas práticas às necessidades colocadas pelas
crianças.
Carrion e Nogaro (2006) compreende que a avaliação é:
É um elemento indissociável do processo educativo que possibilita ao professor definir critérios para planejar as atividades e criar situações que gerem avanço na aprendizagem da criança. Tem como função acompanhar, orientar, regular e orientar esse processo como um todo.
A avaliação tem três funções:
• Diagnosticas – investiga o conhecimento que o aluno já possui. O educador
aproveita a avaliação diagnóstica para preparar seu planejamento, partindo
das vivencias e da bagagem de conhecimento da criança.
• Formativa – acompanha o aprendizado indicando avanços e dificuldades.
• Projetiva – coleta informações sobre como a criança aprendem e quais suas
dificuldades. Desta forma o educador reorienta e organiza suas ações
pedagógicas.
Para Oliveira (2002) a avaliação necessita de um olhar sensível e permanente do
professor, perpassa por todas as atividades propostas, “mas não se confunde com
36
aprovação/reprovação.” Sua finalidade é incluir a criança no processo educacional e
não excluir. O autor ainda define que:
Avaliar a educação infantil implica detectar mudanças em competências das crianças que possam ser atribuídas tanto ao trabalho realizado na creche ou pré-escola quanto à articulação dessas instituições com o cotidiano familiar. (...) Envolve conhecer os diversos contextos de desenvolvimento de cada criança, sendo um retrato aberto, que aponta possibilidades de ação educativa, avalia as práticas existentes. Trata-se de um campo de investigação, não de julgamento, que contribui decisivamente para a busca de uma proposta pedagógica bem delineada (p.255).
O processo avaliativo na educação infantil não significa medir ou julgar, buscar
erros ou culpados, mas sim trazer elementos para criticas ou modificações do
trabalho pedagógico visando melhor desempenho do aluno. De acordo com a
afirmação de Kramer (2002):
O papel da avaliação decorre das próprias matas educacionais estabelecidas para a proposta. Assim, a avaliação se destina a obter informações e subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento das crianças e a ampliação de seus conhecimentos. Dispondo dos principais elementos relativos a elas e à pré-escola como instituição, podemos planear e (re) direcionar nosso trabalho cotidiano. Nesse sentido, avaliar não é apenas medir, comparar, ou julgar. Muito mais do que isso, a avaliação tem uma importância social e política crucial no fazer educativo. E essa importância está presente em todas as atitudes e estratégias avaliativas que adotamos. A avaliação é, então, um espaço fundamental de qualquer proposta curricular: é, na verdade, parte integrante dessa proposta (p.94).
Sendo assim o supervisor escolar exerce papel fundamental nesta função. Pois
cabe ao mesmo em parceria com os professores, a comunidade escolar e a família
refletir sobre a criança, planejar e criar situações didáticas que propicie o
desenvolvimento integral dos pequenos. Não deixando de priorizar as características
culturais e individuais, no tange ao modo de interagir na escola quanto ao
conhecimento e saberes que dispõe.
O objetivo da escola é zelar para oferecer ao educando uma educação de
qualidade, sendo assim cabe a toda equipe escolar visar o aprimoramento
institucional por meio de ações intencionais e sistemática de planejamento,
acompanhamento e avaliação.
37
Partindo deste conceito, a supervisão numa perspectiva mediadora e
descentralizadora tem muito a contribuir para a melhoria das condições técnicas,
organizacionais e pedagógica da instituição. Portanto cabe ela orientar, acompanhar
e mobilizar a toda equipe escolar em uma ação conjunta para alcance dos objetivos
propostos no projeto pedagógico da instituição.
A ação supervisora precisa ir além de um trabalho técnico, faz-se necessário
apropria-se de ideias criadoras que possa contribuir para o desenvolvimento do
espaço escolar em um todo. Portanto os desafios do atual supervisor é acreditar
possibilidades de mudanças da realidade, e assim lutar para construção de uma
educação e inclusiva.
O contexto atual e os novos paradigmas educacionais apontam para um supervisor
escolar comprometido, mobilizador, mediador, reflexivo e facilitador da integração e
da significação no contexto do ensino, sempre viabilizando a construção do
conhecimento na árdua tarefa de formar cidadãos responsáveis.
Sendo assim todo processo educativo precisam caminhar juntos, com o objetivo de
criar novas ações planejadas no currículo, que deve ser construído de forma
coletiva, sempre dinâmico, flexível e organizado, favorecendo uma ação
transformadora considerando a heterogeneidade e a diversidade da infância,
assegurando-lhes um pleno desenvolvimento e acesso ao conhecimento
indispensável ao pleno exercício da cidadania.
Ao refletir sobre a função do supervisor escolar no contexto educativo,
compreende-se que o trabalho desenvolvido por este profissional torna-se relevante
e significativo. E por meio das referencias citadas pesquisa chega-se compreensão
que para vencer as dificuldades, as diferenças e oferecer um ensino-aprendizagem
de qualidade, será necessário além da compreensão da realidade de mundo, do
contexto econômico, social, político, cultural, será necessário um trabalho coletivo,
realizado de forma democrática, oportunizando o diálogo e repensar as medidas a
serem tomadas.
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Conclusão
A pesquisa tem como objetivo compreender a importância do supervisor Escolar
para e na educação, oportunizando que todos sejam beneficiados com um trabalho
de extrema necessidade nos dias atuais.
Proporcionou-nos conhecimentos importantes sobre as historias da supervisão escolar e
da educação infantil, melhor compreensão sobre as mudanças na concepção de infância
desde seu inicio até os dias atuais. E ao percorrer a trajetória da supervisão escolar chegou-
se ao entendimento que para se alcançar uma educação de qualidade, faz-se necessário
que suas atitudes e práticas, mobilizem a todos envolvidos no processo ensino-
aprendizagem, a fim de promover um impacto significativo no educando.
O estudo nos permitiu trazer elementos pontuais para pensar a ação supervisora
no interior das escolas educação infantil e, sobretudo, chamar a atenção para a
complexidade das relações que ocorrem no interior dessas instituições
Diante desse horizonte histórico de desenvolvimento de funções da supervisão
escolar, encontramo-nos hoje num momento de busca por uma reconceitualização
do que vem a ser uma ação supervisora. A busca por uma ressignificação desses
papéis no contexto escolar área da educação infantil e na formação docente revela a
importância dessas funções no cotidiano escolar para melhor desenvolvimento do
educando.
A escola existe em função do aluno, e, portanto, a sua organização em quaisquer
dos seus aspectos, deve ter em vista a consideração do fim precípuo a que a
mesma se destina: a criação de condições e de situações favoráveis ao bem estar
emocional do educando e o seu desenvolvimento em todos os sentidos: cognitivo,
psicomotor e afetivo, a fim de que o mesmo adquira habilidades, conhecimentos e
atitudes que lhe permitam fazer face às necessidades vitais e existenciais.
A pesquisa também nos proporcionou conhecimentos importantes sobre as historias da
supervisão escolar e da educação infantil, desde seu inicio até os dias.
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