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ECONOMIA E VIDAECONOMIA E VIDA““Vocês não podem servir a Deus e ao Vocês não podem servir a Deus e ao
Dinheiro” Dinheiro” (Mt 6,24)(Mt 6,24)Conselho Nacional das Igrejas Cristãs
CONIC
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1 Parte: Introdução A visão cristã de mundo, a realidade e a urgência de ação
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Nossa visão de mundo Ó Deus criador, do qual tudo nos vem,
nós te louvamos pela beleza e perfeição de tudo que existe
como dádiva gratuita para a vida.
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Nossos valores fundamentais Nesta Campanha da Fraternidade Ecumênica, acolhemos a graça da
unidadee da conivência fraterna,
aprendendo a ser fiéis ao Evangelho. Ilumina, ó Deus, nossas mentes
para compreender que a boa nova que vem de ti é amor,
compromisso e partilha entre todos nós,
teus filhos e filhas.
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Nossa ResponsabilidadeReconhecemos nossos pecados de
omissão diante das injustiças
que causam exclusão social e miséria.
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Nosso ObjetivoPedimos por todas as pessoas que
trabalham na promoção do bem comum e na condução de uma economia a serviço da vida.
Guiados pelo teu Espírito, queremos viver o serviço e a comunhão, promovendo uma economia fraterna e solidária, para que a nossa sociedade acolha a vinda do teu reino.
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Nossa força, esperança e inquietação:
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Hino da Campanha Fraternidade Ecumênica 2010Ref.: Jesus Cristo anunciava por primeiro
Um novo Reino de justiça e seus valores: /:"Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro, E muito menos agradar a dois senhores.:/
1. Voz de um profeta contra o ídolo e a cobiça: "Endireitai hoje os caminhos do Senhor!“ Produzi frutos de partilha e de justiça! Chegou o Reino: Convertei-vos ao amor!
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Hino da CFE 20102. Não é a riqueza nem o lucro sem
medidaQue geram paz e laços de fraternidade; Mas todo o gesto de partilha em nossa vida
Que faz a fé se transformar em caridade. 3. No evangelho encontrareis a luz divina,
Não no supérfluo, na ganância e na ambição. Ide e vivei a Boa-Nova que ilumina e a palavra da fraterna comunhão.
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Objetivo: Construir uma nova sociedade com um novo modelo econômico
A CFE deve mobilizar as Igrejas e a sociedade a dar respostas concretas às necessidades básicas das pessoas e à salvaguarda da natureza
Via Mudanças de atitudes pessoais, comunitárias e sociais
Fundamentadas em alternativas viáveis derivadas da visão de um mundo justo e solidário.
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Palavras ChavesBem ComumJustiçaPessoaEconomia
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Bem ComumBem comum é o conjunto de condições
sociais que permitem e favorecem às pessoas o desenvolvimento integral da personalidade. Pio XII: a riqueza de uma nação não se mede por critérios quantitativos, mas pelo bem estar do seu povo.
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Bem ComumDeriva da dignidade, unidade e igualdade de
todas as pessoascada aspecto da vida social deve se
relacionar a este princípiosomente juntos é possível alcançá-lo,
aumentá-lo e conservá-lo, também em vista do futuro.
Uma sociedade ao serviço do ser humano tem como meta prioritária o bem comum, enquanto bem de todas as pessoas e da pessoa toda
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Exigências do bem comum o respeito e a promoção integral da pessoa e
dos seus direitos fundamentaisespecialmente o empenho pela paz, à
organização dos poderes do Estado, a uma sólida ordem jurídica, à salvaguarda do ambiente, à prestação dos serviços essenciais às pessoas: alimentação, morada, trabalho, educação e acesso à cultura, saúde, transportes, livre circulação das informações e tutela da liberdade religiosa.
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Exigências do Bem Comumcada nação tem o dever de de promover uma
verdadeira cooperação internacional, em vista do bem comum da humanidade inteira, inclusive para as gerações futuras
O bem comum é da responsabilidade de todos os integrantes da sociedade.
Ele é a razão de ser da autoridade política.
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Justiça e CaridadePara a conciliação entre o Bem Comum e os
bens particulares são indispensaveis duas Virtudes – a cariade e a justiça
Caridade – vencer o egoismoJustiça – reconhecimento e o respeito aos
direitos do “outro” (indivíduo, grupo social, sociedade,...)
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Justiçajustiça como merecimento (por esforço) justiça perante a necessidade justiça com o igualdade de oportunidadesjustiça como igualdade de resultados (justiça
total, ausência de discriminação, justiça evangélica)
Pessoaa base da sociedade, seu elemento
fundamental, fonte de toda riqueza criativaum ser unico só pode ser considerado em toda sua
integridade
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Desenvolvimento integral da pessoa
físico (alimentação, higiene, movimentação; a base “material” do nosso ser; somos criaturas)
psíquico (afeto, relacionamentos; o ser necessitado do outro; somos genuinamente feitos para a comunião)
Desenvolvimento integral da Pessoaintelecto (capacidade cognitiva, consciencia;
a parte pensante da criação; a base da nossa liberdade de escolha)
espiritualidade (a capacidade de se transcender, ir além de si;aponta para nosso fim último, que é Deus; base para sermos caridosos e solidários )
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Visão do ser humanoSomos criaturas, filhos e filhas de Deus, irmãos
e, portanto, iguais.
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O Homen Economicus É principalmente egoista e a procura de
maximizar o resultado da sua investida no mercado (lucro, prazer, satisfação, ...); da soma dos egoismos individuais forma se o mercado. Cada um precisa procurar seu melhor proveito no mercado para o conjunto dos agentes economicos obter o melhor resultado para todos.
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EconomiaEconomia: administrar a casaEcologia: a lógica da casa, como ela funcionaEconomia: Providenciar tudo que é
necessário à sobrevivência. Pensamento social cristão: economia: caráter
humano, atividade realizada por pessoas, a serviço das pessoas, a ser orientada para o Bem Comum.
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SustentabilidadeInicialmente, Sustentabilidade ambiental – a ação
“do homem” sobre a natureza de tal maneira que ela seja preservada para as gerações futuras;
depois ampliada para sustentabilidade econômica, política, social...
O contrário de sustentável é não sustentável – algo que não consegue se preservar ou perpetuar.
Uma sociedade insustentável é o fim da civilização
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sustentabilidade = salvar a civilização
quatro metas interdependentes: - estabilizar o clima - estabilizar a população- erradicar a pobreza - restaurar os suportes naturais da natureza,
como água, solo e ar.
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Salvar a civilizaçãoUm ideal de justiça econômica que sirva e sustente a vida só é possível só pela ampliação do exercício da democracia e estabelecendo metas para atingir a plena sustentabilidade.
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As três instituições da SociedadeEstadoMercadoComunidade/ sociedade civil
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EstadoEstado – institucionalizar e preservar os
valores existentes na sociedade Fraco demais: “sem lei”, forte demais:
ditadura – defesa do Bem Comum, “comunidade abstrata”
Forte demais: ditadura (falta de liberdade individual)
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MercadoMercado – mecanismo de produção dos bens
e serviços necessários à sociedade e lócus importante da liberdade individual Fraco demais: baixo padrão de vida Forte demais: destrutivo, excludente,
um moinho satânico no qual só os mais fortes vencem
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Comunidadeos grupos concretos onde o indivíduo se insere,
experimenta reconhecimento mútuo, partilha valores, visões de mundo; lócus do exercício da democracia participativa;
Fraco demais: falta de formação da identidade/ identificação no indivíduo – prejudica a coesão na sociedade
Forte demais: “controle social”, supressão da individualidade e hostilidade ao diferente
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ConceituandoCapitalismo
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Exemplo: A QUESTÃO DA ÁGUAValor econômico da águaTransformação da água em mercadoriaToda uma propaganda que vai em outra
direção
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PLANETA TERRA, CASA DE TODOSTerra: habitação da humanidadeCuidado X ganânciaDevastação e autodestruiçãoRefazer a criação: dever de fé
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Temos tecnologias para restaurar os sistemas naturais de suporte da Terra, para erradicar a pobreza, para estabilizar a população, para reestruturar a economia energética mundial e o clima. O desafio agora é construir vontade política para fazê-lo. Salvar a civilização não é um esporte para espectadores. Cada um de nós possui um papel de liderança a representar” (Brown, 2008:28)
SEGUNDA PARTE: VER – A Vida ameaçada
Ao colocar a economia como eixo central da sociedade
* Transformamos tudo o que existe, o material e até o imaterial em mercadoria
* Exploramos a terra de maneira egoísta, predatória e destruidora
* Criamos exclusão, pobreza e fome
Ao colocar a economia como eixo central da sociedade....transformamos tudo o que existe, o material e até o imaterial em mercadoria.
Substituímos a percepção da dignidade nossa dignidade oriunda da nossa filiação divina pela percepção de uma dignidade ligada ao valor mercantil do que possuímos.. Ao nos tornarmos consumistas, vendemos a nossa alma.
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Ao colocar a economia como eixo central da sociedade......Criamos exclusão, pobreza, fome e destruiçao
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Fome e Pobreza
O NÚMERO DE POBRES É INCONTÁVELFAO – fome no mundo: 1,02 bilhõesIETS – Instituto de Estudos do Trabalho
e Sociedade: no Brasil10,7 milhões de indigentes43,6 milhões de pobres
A globalização e o desenvolvimento não resolveram o problema da justiça social
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Os pobres têm a atenção especial de Deus, porque são o sinal mais forte do desvio do projeto do Reino de Deus:
– pessoas pobres, espoliadas, excluídas, famintas, roubadas dos seus sonhos
- e a criação pobre, extorquida, maltratada, ferida.
A riqueza criada pelo preço da destruição e da pobreza é um crime contra a humanidade e contra Deus.
Pregaram-no na Cruz: Fome e Pobreza
Do povo brasileiro, 43,6 milhões de pessoas são pobres, passam necessidades, e destes, 10,7 milhões de pessoas são indigentes, não conseguem se alimentar direito.
A metade da população trabalhadora mundial é pobre.
Quase 20% da população mundial trabalhadora, passa fome.
Mão
: A situação do povo trabalhador
Pregaram-no na cruz: a situação do povo trabalhador
Metade dos que trabalham se encontram na informalidade, isto é, sem proteção social.
Para a maioria dos que trabalham há precárias condicoes de trabalho.
O valor dos rendimentos do trabalho passa longe do salário necessário para uma vida digna
Pé:
Degradação do Meio Ambiente
Pregaram-no na cruz: Degradação do Meio AmbienteA Mãe Terra quer sustentar nossa vida.
Nós a exploramos e destruímos. Não queremos entender que nós e a
natureza fazemos parte da mesma criação. Nós a destratamos e poluímos.
Digamos: responsável pelo aquecimento global são os grandes. Mas, o Brasil é o 4º produtor de CO2.
As Dívidas Sociais e Políticas.
Colocaram um letreiro: as dividas sociais e políticasAs dividas sociais e políticas são resultados
de um desenvolvimento desequilibrado. Ele leva
ao reforço contínuo da riqueza e do poder das classes dominantes.
a processos de modernização conservadora, com uma contínua dinâmica excludente.
à lentidão na implantação da Constituição de 1988.
A o fracasso da reforma agrária e à continuação da concentração fundiária.
Coração:
O deus-mercado
Transpassaram seu coração: o deus-mercadoSubstituímos o Deus da Vida pelo Deus mercado..
Cidadãos se transformam em consumidores e investidores.
Tudo se torna mercadoria.A economia virtual do capital financeiro subjuga a economia real e mantém os governos refém das suas exigências.
TERCEIRA PARTE: JULGAR“Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6, 24)
Jesus significa “Deus cura” – ver a realidade com os olhos de Deus
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Mão: A Bíblia: promoção do bem comum e da justiça para os pobres
Deus não quer nenhum de seus filhos sem meios de sobreviver com dignidade e de se desenvolver.
Sem cuidar dos pobres e procurar minimizar a pobreza, Deus não aceita nenhum tipo de conversa, oração, louvor.
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Mão: A Bíblia e os direitos dos Trabalhadores - o Evangelho do Senhor da vinha
A preocupação central na relação trabalhista é a vida dos trabalhadores.
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Pé: A Bíblia e o descanso da terraEcologia – a
lógica da casa que habitamos
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Cabeça: A Bíblia e o Reino de Deus
O Reino de Deus não existe aqui ou acolá, mas, está no meio de nós e está sempre a se realizar.
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Coração: A Bíblia e o deus-mercado
Adorar o Deus verdadeiro – promover a justiça evangélicaConstruir o Reino de Deus- contra toda e qualquer dinâmica
excludente e empobrecedora.Promover uma economia a serviço
da Vida- Não a lógica do juro (usura)
UM SISTEMA ECONÔMICO PARA TODAS AS PESSOASIndividualismo afasta do Projeto de DeusPalavra ilumina em vários âmbitos:
Social: denunciar o poder opressor, criar novos relacionamentos
Comunitário: convivência social pautada pelos valores do Reino de Deus
Pessoal: vida reta, prática da partilhaEclesial: justiça e fraternidade, ecumene
com todas as pessoas de boa vontade
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EXPERIÊNCIAS DE SOLIDARIEDADEAjudas emergenciaisNecessidade de ações transformadorasOrganização civil como complemento às
ações governamentaisNo Brasil:
Caritas BrasileiraCoordenadoria Ecumênica de Serviço – CESECentro de Apoio ao Pequeno Agricultor –
CAPAServiço Anglicano de Desenvolvimento – SAD
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EXPERIÊNCIAS DE SOLIDARIEDADENo Brasil:
Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida
Experiências de economia solidária e suas elaborações teóricas
Economia indígenaIniciativas de economia de comunhãoCampanhas da FraternidadeSemanas Sociais
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QUARTA PARTEAGIR
“Senhor, eu reparto aos pobres
a metade dos meus bens e, se prejudiquei alguém,
restituo-lhe o quádruplo” (Lc 19, 8)
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COMO VIVER HOJE A BOA NOVA DE JESUS?
Âmbito social: Política de direitosParticipação consciente por justiçaEscolha e acompanhamento de políticos
Âmbito comunitárioUnir forças na luta por direitos e
igualdadeMilitância através da sociedade
organizada
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COMO VIVER HOJE A BOA NOVA DE JESUS?Âmbito eclesial
Serviço a Deus e aos irmãosEspaço para educação e mobilizaçãoFormação da consciência
Âmbito pessoalRespeito aos direitosCuidado com a naturezaJusta hierarquia de valoresProfetismo
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COMO VIVER HOJE A BOA NOVA DE JESUS?Campanha da Fraternidade Ecumênica
Enfrentamento crítico das questõesDenúncia de modelos econômicos que
priorizam o lucroEconomia deve garantir sustentabilidade e
qualidade de vida para todosLinhas de compromisso concreto
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URGÊNCIA DE AÇÕES COLETIVASImportância da ação coletiva para a
transformação socialDiálogo permanenteArticulação das forças sociaisColaboração entre as Igrejas e a
sociedade
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ECUMENISMO E OPÇÃO PELOS POBRESAbandono da competição entre IgrejasUnidade na promoção da economia a
serviço da vidaFormação de agentesConsumo ético e conscienteTrocas solidárias de bens e serviçosFinanças solidáriasRedes e cadeias produtivas solidáriasMeios alternativos de comunicação e
diálogoResistência à teologia da prosperidade
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EDUCAÇÃO PARA A SOLIDARIEDADEIgrejas: espaços para processos
educativoDesenvolvimento de processos de
educação popularTestemunho de solidariedade Educar sobre o consumismoEducação das famílias
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ECONOMIA SOLIDARIA E COMPROMISSO SOCIALComunidades: chamadas ao serviço e à
solidariedadeIgrejas: cooperadoras com a renovação
da sociedadePropostas de aprovação de leis gerais de
economia solidáriaEmancipação do ser humano e do
trabalho
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ECONOMIA SOLIDARIA E COMPROMISSO SOCIALIncluir a alimentação adequada entre os
direitos previstos na Constituição FederalErradicar o analfabetismo Eliminar a prática do trabalho escravo Combater o trabalho infantil Denuncia aos abusos do mundo do
trabalhoGarantias legais de trabalho e salário
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ECONOMIA SOLIDARIA E COMPROMISSO SOCIALCriação e multiplicação de bancos de
microcréditoCriação e multiplicação de bancos
comunitáriosBusca de superação da pobreza tanto
pela política como pela religião
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POLÍTICAS PÚBLICAS E SOLIDARIEDADE SOCIALExigência de auditoria da dívida públicaLuta em favor de uma tributação justa e
progressivaExigir políticas econômicas
redistributivas O direito à alimentação deve ser
prioridade políticaConstituir novamente o Conselho de
Securidade Social
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MEIO AMBIENTE E REFORMA AGRÁRIAPreservar o meio ambienteImpedir a depredação dos recursos
naturaisGarantir o acesso à águaContinuar a luta pela reforma agrária
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MEIO AMBIENTE E REFORMA AGRÁRIAMobilização de apoio ao Plebiscito de
iniciativa popular pelo Limite de Propriedade da Terra, em defesa da Reforma Agrária e da Soberania Territorial e Alimentar
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