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De Schumpeter à abordagem Evolucionária
Possas (K&H cap), Schumpeter, 1942,
Nelson e Winter, 1982 cap 4 e 5
-Difusão de televisor como
aparelho doméstico
- Possibilidades técnicas de base
- Oportunidade de ampliar o retorno
sobre produtos AV windowing
- Licenciamento
- Padrão de duração
- “Nichos”
Schumpeter e a destruição
criadora • Schumpeter (1911)
critica os economistas
de sua época por
estarem preocupados
em analisar como o
capitalismo administra
as estruturas
existentes, deixando de
lado a questão mais
relevante que é como
ele as cria e destrói.
• Primeira fase de Schumpeter antes da Primeira Guerra tendo como
principal obra a Teoria do Desenvolvimento Econômico (1912);
• A segunda fase (maturidade) em Business Cycles (1939) muda o
enfoque do empresário inovador para o processo de inovação
propriamente dito preferência dos estudiosos se volta para
Capitalismo, Socialismo e Democracia (1942);
• Schumpeter apresentou uma visão original da dinâmica capitalista,
na qual a ruptura das rotinas estabelecidas e a transformação das
estruturas existentes assumem papel de destaque;
• O desenvolvimento do capitalismo é um processo de mudança cujo
motor são as inovações;
• As inovações são resultantes da ação dos agentes econômicos,
indivíduos ou empresas (embora os objetivos sejam individuais) os
impactos são amplos levando à reorganização da atividade
econômica;
A tecnologia na visão de Schumpeter
• A inovação leva à destruição das estruturas econômicas existentes e
à criação de novas estruturas;
• O desenvolvimento do capitalismo portanto é caracterizado por
descontinuidades e rupturas e desequilíbrios, tendo a inovação como
causa última da instabilidade característica do sistema;
• Os ciclos econômicos são reflexo inevitável das tensões provocadas
pelo processo de desorganização / reorganização das estruturas,
induzidas pelas inovações;
• Em suma, nas economias capitalistas o desenvolvimento está
associado à instabilidade e assume forma cíclica
A tecnologia na visão de Schumpeter
Definição de Inovação:
• A inovação é definida como “mudanças na função de produção que não pode ser decomposta em passos infinitesimais”;
• Podendo também ser entendida como a criação de “novas combinações de forças produtivas”;
• É resultado da atividade do empreendedor (que não necessariamente é o capitalista detentor dos meios de produção) englobando os casos:
A tecnologia na visão de Schumpeter
a) introdução de um novo produto ou produto de qualidade superior;
b) introdução de um novo método de produção;
c) abertura de um novo mercado;
d) conquista de nova fonte de oferta de matéria prima;
e) desenvolvimento de novas organizações dentro da indústria, como a
criação ou destruição de uma posição de monopólio.
• O empresário para Schumpeter é agente econômico cuja função é realizar novas combinações, levando à destruição criativa do equilíbrio (que leva a um estágio superior de equilíbrio);
• Nestes termos o mercado é o locus da mudança radical que leva as firmas a inovarem;
• A invenção é distinta da inovação na medida que requer necessariamente a existência de um impacto econômico;
• O ponto de partida para a introdução de uma inovação é o crédito ao empresário, para que o mesmo possa adquirir poder de compra para adquirir meios de produção e contratar trabalhadores;
• A introdução do produto de uma inovação no mercado gera efeitos cumulativos;
• O lucro que o empresário inovador aufere representa o sucesso da inovação por um lado e por outro lado a diminuição do risco de acompanhá-la;
A tecnologia na visão de Schumpeter
“Assim que as várias formas de resistência social a algo
que é novo e não experimentado é superado, é mais fácil
não somente fazer o mesmo de novo como fazer coisas
semelhantes em direções diferentes, de forma que um
primeiro sucesso sempre vai produzir um cluster”
• O lucro auferido pelo empresário é decorrente da alteração da
função de produção (deslocamento da curva de custo ou
criação de uma nova) não estando relacionado a economias de
escala ou externas;
• Consiste na criação de um novo espaço econômico e não na
ocupação ou redistribuição de um espaço pré-existente.
A tecnologia na visão de Schumpeter
Práticas Monopolistas:
• Em relação às críticas tradicionais aos monopólios, como preços
mais elevados e quantidades inferiores aos do vigente em regime de
concorrência perfeita, Schumpeter argumenta que:
“existem métodos superiores disponíveis aos monopolistas (...)
que só são assegurado ao nível do monopólio”
• Primeiramente a posição de monopólio só pode ser obtida e mantida
com esforço, de forma que seu principal valor reside na:
“proteção que permite contra desorganizações temporárias do
mercado e o espaço que assegura para planejamento de longo
prazo”
A tecnologia na visão de Schumpeter
• A indústria competitiva é muito mais fácil de ser desestabilizada
sobre o impacto do progresso ou de alguma perturbação externa
(exemplos: indústria têxtil inglesa e mineração de carvão e
agricultura norte-americana);
• “A firma compatível com concorrência perfeita é muitas vezes
incompatível com termos de eficiência interna, especialmente
tecnológica”;
• Se for eficiente desperdiça oportunidades e capital na análise de
novas possibilidades;
• O “estabelecimento ou a unidade de controle de grande escala
deva ser aceito como um mal necessário, inseparável do progresso
econômico”;
• A concorrência perfeita é inferior não tendo títulos para ser
apresentada como modelo de eficiência.
A tecnologia na visão de Schumpeter
a) Capitalismo como um processo evolucionário e avanço tecnológico através de um processo evolucionário “cultural”;
b) Monopólio é temporário;
c) Reconhecimento do papel desempenhado pela ciência pública em tornar o avanço técnico mais eficiente previu a erosão da rivalidade no avanço técnico na medida que a ciência se tornava mais poderosa e a inovação se reduziria à rotina;
d) Com o crescimento da ciência as atividades de P&D se tornariam mais profissionais sendo o “coração” da máquina capitalista;
Discussão de alguns pontos desenvolvidos
por Schumpeter em Capitalismo, Socialismo
e Democracia:
Visões Institucionalistas da Firma
De Penrose à abordagem Evolucionária
Possas (K&H 2013, cap18); Hasenclever e Tigre (K&H 2013, cap19);
Schumpeter, 1942, Tigre, 2005; Nelson e Winter, 1982 cap 4 e 5
Estrutura / Constituição da Empresa
A Firma Penrosiana (Edith Penrose)
• Empresa enquanto conjunto de recursos organizados
administrativamente
• Empresa combina recursos não há relação biunívoca entre recurso e
serviço que dele se pode obter
• Vários objetivos perseguidos objetivo amplo de crescimento
• Conhecimento dá caráter único a cada firma
– Capacidade de gestão
– Capacidade de aproveitamento dos serviços que podem prestar os demais recursos
• Especificidade - capacidades acumuladas ao longo do tempo
– Gerente busca melhorar o rendimento dos recursos de que dispõe
– Possibilidades de criação de novos serviços produtivos
– Estabelece limite à velocidade de crescimento
• Grande parte das habilidades são relacionadas a um contexto específico
e tácitas trabalho em equipe
• Vários objetivos perseguidos objetivo amplo de crescimento
Objetivos da Firma em abordagens alternativas
Schumpeter
• Inovações como motor do desenvolvimento do capitalismo
• Tipos:
– Produtos e serviços
– Processo produtivo
– Novos mercados
– Fontes de matérias primas
– Novas organizações dentro da indústria
• Destruição e criação de estruturas econômicas desequilíbrio
• Busca de introduzir inovações e se apropriar de lucros excepcionais
• Sucesso de inovadores tende a mobilizar esforços similares de competidores cluster de inovações
• Monopólios são “mau necessário” e tendem a ser temporários
A Abordagem Evolucionária da Firma
Teoria representa fusão de:
No que se refere à firma:
Racionalidade limitada (Simon), Teorias comportamentais (Cyert and March) e visão baseada em competências (Penrose)
No que se refere à concorrência e dinâmica capitalista:
Papel da inovação e os processos de inovação (Inspiração Schumpeteriana)
No que se refere ao ambiente e às relações entre agentes:
Perspectiva Institucional Discussão do contexto evolucionário (Winter).
Fundamentos de Teoria da Competências
• Simon, 1962: – Agentes econômicos são “intendedly rational but
only limitedly so” (H. Simon) – “… because individual human beings are limited in
knowledge, foresight, skill and time that organizations are useful investments for the achievement of human purpose” (H. Simon)
– Em algumas circunstâncias (p.ex., jogo de xadrez) existe informação simétrica mas existem tantas soluções alternativas que mesmo um indivíduo brilhante tem dificuldades em sistematizar todas as alternativas.
– Importância de definição de racionalidade ”no procedimento” de resolução de problemas
• Cyert and March 1963: – Na presença de racionalidade limitada, as
possibilidades de produção são descobertas através de mecanismos de busca.
– Conhecimento produtivo encontra-se incorporado e é implementado através de ”procedimentos padrões de operação.”
Racionalidade e Competências
• Racionalidade: agente com limitada capacidade computacional e cognitiva em ambiente de constante mudança (bounded rationality)
“The evolutionary response to the competence puzzle
focuses on the role of learning and practice and specifically
on the degree of correspondence between the current
challenge and the earlier context in which experience
trained the actors.”
Mesmo assim, organizações se revelam muito competentes. Como explicar?
Competências, aprendizado e rotinas
Conhecimento
Conhecimento diferente da informação que pode lhe dar origem
(ao contrario da teoria neoclássica)
Conhecimento está localizado na memória das organizações –
nos processos de rotinização das suas atividades – que se
constituem na forma mais importante de armazenagem de
conhecimentos operacionais específicos (Nelson e Winter, 1982)
Conhecimento tecnológico é visto como informação processada
que se torna relevante na busca de respostas de determinados
problemas identificados pelos agentes (Fransman, 1994)
A natureza do conhecimento (pública ou privada) gera certas
especificidades com relação ao seu processo de transferência,
afetando suas condições de acesso (Nelson, 1993)
Competências, aprendizado e rotinas
Conhecimento
Natureza tácita e codificada do conhecimento (Polanyi)
• Conhecimento codificado: pode ser estocado, copiado e transmitido
facilmente através de infra-estruturas de informações por meio de
seu registro em manuais, normas e procedimentos. Este tipo de
conhecimento é mais formalizado e pode ser transmitido com um
baixo custo através de longas distâncias.
• Conhecimento tácito: do tipo não formalizado, refere-se ao
conhecimento que não pode ser facilmente transferido uma vez que
não está estabelecido em uma forma explícita. Este tipo de
conhecimento não pode ser vendido ou comprado no mercado,
sendo que sua transferência ocorre de maneira específica dentro do
contexto social.
Competências, aprendizado e rotinas
Aprendizagem
A aprendizagem nas firmas caracteriza-se por ser um
processo cumulativo que amplia o seu estoque de
conhecimento, que implica em custos, que ocorre no
interior das firmas e está relacionado a diferentes fontes
de conhecimento internas ou externas a ela (Malerba,
1992)
Para Lundvall e Johnson (1994) aprendizagem é um
processo essencialmente social e interativo que depende
do contexto institucional para possibilitar a criação e
transmição de conhecimento
Rotinas
Competências, aprendizado e rotinas
Nas organizações há um fluxo de informações em rotinas de
operação que são provenientes de mensagens oriundas de
outros membros ou a partir do ambiente externo
O conhecimento reside na memória das organizações, isto é, na rotinização das atividades destas organizações – constitui-se na forma mais importante de armazenagem de conhecimentos operacionais específicos
Rotinas são, portanto, o conhecimento criado
e depositado a partir das informações
Rotinas
Competências, aprendizado e rotinas
Rotinas de organizações ≈ habilidades individuais
• Regras: sempre a mesma ação em dada situação
• Rotinas: mais complexas; padrão de reação e adaptação da ação a
situações
• Organizações exploram informações de forma rotinizada
• Resistência à mudança
• Alto custo de acumulação e acesso a informações
• Formas de lidar com situações de conflito dentro das organizações
Rotinas diferentes de regras simples
Persistência de rotinas
Ação/escolhas guiadas por rotinas
A Abordagem Evolucionária da Firma
Teoria representa fusão de:
No que se refere à firma:
Racionalidade limitada (Simon), Teorias comportamentais (Cyert and March) e visão baseada em competências (Penrose)
No que se refere à concorrência e dinâmica capitalista:
Papel da inovação e os processos de inovação (Inspiração Schumpeteriana)
No que se refere ao ambiente e às relações entre agentes:
Perspectiva Institucional Discussão do contexto evolucionário (Winter).
• Endogeneidade da inovação no âmbito dos processos
econômicos
• Inovação como um processo gradual e contínuo, processo
cumulativo
• Atividade inovativa é um processo cumulativo
• Processos inovativos impõem intensas articulações dentro
da firma, entre firmas e instituições de pesquisa e ensino
Inovação
Processo não linear com múltiplas inter-relações e
determinações
Inovações (na firma): • Inovações de produto
• Inovações de processo
• Inovações organizacionais
• Incerteza quanto aos resultados
• Fatores econômicos, institucionais e sociais desempenham um importante papel de seleção que opera ex-ante e ex-post (Dosi, 1982)
• Apropriação dos resultados do esforço inovador como estímulo para a busca inovativa Lucros exepcionais de monopólio
• Concorrência Schumpeteriana: Analogia com a biologia Darwiniana vs. NC com analogia com física mecanicista (ação/reação)
– Geração de variedade (mutação)
– Seleção e validação por mercado e outras instituições (seleção natural)
– Difusão (transmissão de características)
• A seleção final por parte do mercado pode ser equiparada ao ambiente de seleção de mutações (Nelson e Winter, 1982)
Inovação
Ritmo ou velocidade de difusão
• A difusão geralmente assume a forma de S.
• É lenta inicialmente devido as incertezas tecnológicas, ao alto custo e falta de serviços e infra-estrutura.
• Torna-se rápida a partir da comprovação do sucesso pelos pioneiros.
• Esgota-se pela ampla difusão e aparecimento de outras inovações.
Taxa de
inovação
tempo
Inovação no processo
Inovação no produto
Ritmo ou velocidade de difusão
Número
competi-
dores
tempo
A Abordagem Evolucionária da Firma
Teoria representa fusão de:
No que se refere à firma:
Racionalidade limitada (Simon), Teorias comportamentais (Cyert and March) e visão baseada em competências (Penrose)
No que se refere à concorrência e dinâmica capitalista:
Papel da inovação e os processos de inovação (Inspiração Schumpeteriana)
No que se refere ao ambiente e às relações entre agentes:
Perspectiva Institucional Discussão do contexto evolucionário (Winter).
Instituições e organizações
Dosi (1988) destaca a importância do papel das instituições
na coordenação e organização da atividade econômica
referindo-se a natureza co-evolutiva da tecnologia, estruturas
produtivas e institucionais
A análise da evolução das instituições relevantes implica
numa complexa interação entre as ações privadas de firmas
em competição, associações industriais, órgãos técnicos,
universidades, agências governamentais, aparelho jurídico,
etc.
Tanto a acumulação interna de conhecimento dentro das
firmas, quanto as interações destas com outras firmas e
instituições são fortemente afetadas pelo ambiente
institucional
path-dependency - evolução das instituições é
extremamente dependente de sua trajetória passada
35
Paradigma tecnológico e Trajetória
tecnológica
• “Paradigma tecnológico é definido como um padrão de
solução de problemas técnico-econômicos baseados em
princípios altamente selecionados derivados das ciências
naturais, conjuntamente com regras específicas que
objetivam adquirir conhecimento novo e resguardá-lo,
sempre que seja possível, contra a rápida difusão para os
competidores” (Dosi, 1988).
• As características de desenvolvimento desse paradigma
focam as dimensões path-dependence e cumulativa que
vão construir a rota de determinado padrão de solução.
36
Paradigma tecnológico e Trajetória
tecnológica
• Trajetória tecnológica é o padrão de resolução do
problema “normal” no plano de um paradigma tecnológico
(Dosi, 1988) semelhante a definição de Nelson e
Winter (1982) de trajetória natural do progresso técnico;
•Assim, a trajetória tecnológica é definida como a
atividade do progresso tecnológico ao longo de trade-offs
econômicos e tecnologias determinadas pelo paradigma
(Dosi, 1982).
37
Paradigma tecno-econômico
Freeman e Perez (1986)
• Sucessão de paradigma: mudanças tecnológicas envolvidas vão
além de trajetórias de engenharia para produtos específicos ou
processos tecnológicos que afetam as estruturas dos custos dos
insumos e as condições da produção ou distribuição
• Um novo paradigma emerge começando a demonstrar suas
vantagens comparativas em alguns poucos setores, mas ainda em
um mundo dominado por um velho paradigma.
• Mudanças têm ampla consequência em todos setores da economia
de modo que a sua difusão é acompanhada por grandes crises
estruturais de ajustamento, em que mudanças sociais e institucionais
são necessárias para promover uma melhor combinação entre novas
tecnologias e o sistema de administração social da economia.
38
Paradigma tecno-econômico
Freeman e Perez (1986)
• Pérez (1998) usa como referencial para sua analise as
ondas longas de desenvolvimento (Kondratieff,
Shumpeter,...);
• Crescimento econômico mundial vem experimentando
ciclos de 50 a 60 anos, com 20 a 30 de prosperidade,
seguidos por 20 a 30 de crescimento desigual, de
recessões e depressões;
• Explicação: surgimento de revoluções tecnológicas
sucessivas e sua difícil assimilação;
• O que é importante observar é que os períodos de maior
e mais espetacular crescimento deriva das revoluções
tecnológicas, que precedem as décadas historicamente
descritas como auge e prosperidade total.
A abordagem Evolucionária e
Estratégia Inovativa
Hasenclever e Tigre (K&H 2013, cap19);
Tigre, 2005; Nelson e Winter, 1982 cap 4 e 5
Processo de inovação
Características da inovação como um “processo”;
1. Processo arriscado
2. Processo custoso
3. Setorialmente diferenciado
4. Próprio, subcontratado ou combinação de ambos: diversidade das fontes do processo
5. Forte diversidade de tarefas envolvidas
6. Processo cumulativo e complexo que transcende a esfera da firma individual,
7. Processo marcado por mecanismos de feedback envolvendo a interação entre diferentes agentes e instituições
Apple’s Innovation Network
https://www.kenedict.com/apples-internal-innovation-network-unraveled-part-1-evolving-networks/
• A busca inovativa é caracterizada por incerteza forte, principalmente nas fases de mudanças tecnológicas pré-paradigmáticas. Nestes períodos exploratórios, há uma dupla incerteza: em relação aos resultados práticos da busca inovativa e em relação a quais princípios científicos e tecnológicos e procedimentos de solução de problemas o avanço tecnológico pode se basear.
• A medida em que o paradigma se consolida, vão se desenvolvendo direções de busca bem delimitadas em um processo de rotinização que reduz tanto as alternativas possíveis como as incertezas.
Paradigma, inovação e incerteza
Paradigma, inovação e incerteza
• Quando um paradigma tecnológico se
estabelece, ele traz consigo uma redução da
incerteza já que ele focaliza as direções da
busca e cria as bases para a formação de
expectativas tecnológicas e de mercado
mais seguras.
Tv Digital: atualmente existe diferentes
padrões no mundo
No mundo existem três padrões:
ATSC (Advanced Television Systems Committee),
adotado pelos EUA, Canadá, México e Coréia do Sul;
ISDB-T (Integrated Servises Digital Broadcasting
Terrestrial), adotado pelo Japão;
DVB-T (Digital Vídeo Broadcast Terrestrial), adotado
pelos demais paises q já decidiram qual padrão seguir,
em especial os paises da Europa, Ásia, África e Oceania.
Brasil: SBTVD – T, padrão brasileiro que incorpora
melhorias em relação ao padrão de modulação de
sinais do sistema japonês ISDB – T.
Vídeo
Áudio Codificação do
sinal de áudio
Multiplexação
e
transporte
de
sinais
Inserção de
dados
Novos
serviços
e aplicações
interativas
Vídeo
Áudio Decodificação do
sinal de áudio
Demultiplex.
de
sinais
Inserção de
dados
Novos
serviços
e aplicações
interativas
Canal de
retorno
Transmissão
Recepção
Codificação do
sinal de vídeo Codificação
de canal
e modulação /
transmissão
dos sinais
Decodificação do
sinal de vídeo Decodificação
de canal
e
demodulação
dos sinais
Componentes de um sistema de TV Digital
Padrões setoriais de inovação
• Características setoriais condicionam o processo de inovação e difusão tecnológica; – i) oportunidade tecnológica;
– ii) apropriabilidade tecnológica;
– iii) cumulatividade do conhecimento tecnológico; e
– iv) natureza do conhecimento.
• Regime tecnológico (Malerba e Orsenigo, 2000): ambiente no qual as firmas competem;
• Padrões setoriais de inovação (Malerba e Orsenigo, 1996) se alinha com perspectiva de regimes tecnológicos em termos de variantes: oportunidade, apropriabilidade e cumulatividade e natureza do conhecimento.
Fontes de informação para inovação,
por atividades da indústria, dos
serviços selecionados e de P&D
Brasil - período 2006-2008
Estrutura do dispêndio em atividades inovativas no setor
farmacêutico - Brasil – 2000, 2003 e 2008 (em % do dispêndio total)
Indústria farmacêutica brasileira: Esforço
inovativo
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2000 2005 2008
14,60% 17,40%
29,40%
11,50% 13,10%
12,80%
5,00% 4,80%
2,80% 28,70%
26,40%
25,90%
20,90% 20,00%
12,30%
17,30% 16,30% 14,50%
0,00% 0,90% 1,30% Aquisição de software
Projeto industrial e outras preparações técnicas
Introdução das inovações tecnológicas no mercado
Treinamento
Aquisição de máquinas e equipamentos
Aquisição de outros conhecimentos externos
Aquisição externa de Pesquisa e Desenvolvimento
Atividades internas de Pesquisa e Desenvolvimento
Fonte: Elaboração própria a partir de PINTEC-IBGE, 2000; 2005; 2010.
Composição dos dispêndios em atividades inovativas no setor
de equipamentos de telecomunicações – 2000,2003, 2005 e
2008 (em % do dispêndio total)
3,1%
29,1%
13,1%
35,1%
14,6%
32,0%
16,1%
30,7%
11,3%
50,5%
10,0%
20,4%
15,1%
12,2%
23,4%
43,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2000 2003 2005 2008
Atividades internas de Pesquisa eDesenvolvimento
Aquisição externa de Pesquisa eDesenvolvimento
Aquisição de máquinas, equipamentos esoftware
Introdução das inovações tecnológicas nomercado
Projeto industrial e outras preparaçõestécnicas
Aquisição de outros conhecimentosexternos
Treinamento
Aquisição de Software
Fonte: Elaboração própria a partir de PINTEC-IBGE, 2003; 2005; 2007; 2010.
Inovação na Firma
• Se sobrepõem/complementam
– Características do paradigma tecnológico,
determinando certas trajetórias de busca a avanço
(trajetórias tecnológicas)
– Padrões Setoriais de Inovação
– Perfil e estratégia da firma
Roche (Suíça), oferta de US$ 44 bilhões
por 44% de participação na Genentech,
uma das maiores empresas mundiais no
segmento de biotecnologia
Bristol-Myers Squibb (BMS) (EUA), oferta
de US$ 4,5 bilhões pelo controle de 83% da
ImClone (EUA),
Estratégias de
crescimento e
diversificação na
indústria farmacêutica:
inserção na rota
biotecnológica
Desenvolvimento de competências
específicas na firma
Vantagem competitiva sustentável que
repousa não sobre produtos, mas sobre
competências centrais (core competences)
Exemplos de competências centrais;
SONY em miniaturização
PHILIPS em mídias óticas
3M em coberturas e revestimentos
CANON em mecanismos de precisão, ótica fina e
microeletrônica
PEPSI e NIKE em marketing
• Estratégia pode ser definida como a seleção
e implantação de um conjunto de objetivos
com vistas a adaptar a empresa ao ambiente
externo ou modificar este ambiente para
melhorar suas chances de sucesso (Coombs
et al, 1992, p. 9).
• Surge em função da incerteza que cerca a
atividade econômica.
– Evolução do mercado e da tecnologia não é
facilmente previsível.
– A implementação de um planejamento rígido é
difícil
Conceito de Estratégia Empresarial
Externos à empresa: baseados na análise da
estrutura da indústria e na resposta a ação
de competidores.
• baseado no paradigma ECD
• baseado na teoria dos jogos
Baseado em recursos: privilegiam aspectos
relativos ao ambiente interno da firma.
• Penrose, Chandler, etc: exploração de recursos
ou capacitações específicos a cada firma,
processo de criação de novas capacitações,
conceito de capacitação dinâmica.
Conceitos de Estratégia
Penrose -Horizonte de
diversificação • Definido pela base tecnológica e pela área de
comercialização ou mercado:
– Base tecnológica (ou de produção): definida como cada tipo de atividade produtiva que utiliza máquinas, processo, capacitações e matérias-primas, que são complementares e estreitamente associados no processo de produção.
– Área de comercialização ou de mercado: é conceituada como cada grupo de clientes que a firma espera influenciar através de um mesmo programa de vendas, uma vez que a firma pode operar em diferentes mercados ainda que com uma única base de produção
Tipologia de Estratégias tecnológicas - Freeman e
Soete (1997)
seis tipos de "estratégias", que incorporam níveis distintos de aversão ao
risco tecnológico:
• 1) ofensiva: vantagens relevantes em ser o primeiro (first-mover) a
introduzir determinada inovação no mercado;
• 2) defensiva: acompanha com uma certa defasagem temporal os
inovadores mais agressivos, incorporando uma diferenciação de produto
que crie e reforce vantagens competitivas;
• 3) imitativa: tentativa da firma administrar o gap relativo à sua defasagem
em termos de porte econômico e capacitação tecnológica;
• 4) dependente : adotada por firmas que se encontram subordinadas às
relações de subcontratação com firmas maiores;
• 5) tradicional: ausência de inovações tecnológicas expressivas, seja
porque os mercados se encontram estagnados, seja porque firmas
privilegiam "nichos" associados a uma produção de artesanal;
• 6) oportunista: identificação de "nichos" de mercado que não interessam
às grandes empresas, geralmente associados a uma produção em
pequena escala.
Sistematização de Características de Estratégias
Tecnológicas - Freeman e Soete (1997, p.267)
Orientações Estratégia
Ofensiva
Estratégia
Defensiva
Estratégia
Imitativa
Estratégia
Dependente
Estratégia
Tradicional
Estratégia
Oportunista
Pesquisa Básica 4 2 1 1 1 1
Pesquisa Aplicada 5 3 2 1 1 1
Desenvolvimento 5 5 3 2 1 1
Projeto (design) 5 5 4 3 1 1
Controle da Produção 4 4 5 5 5 1
Serviços Técnicos 5 3 2 1 1 1
Patentes 5 4 2 1 1 1
Inf. Cientifico-
Tecnológica
4 5 5 3 3 5
Formação. Treinamento
e Aprendizado
5 4 3 3 3 1
Prospecção Tecnológica 5 4 3 2 2 5
Estratégia Ofensiva
• Adotada por empresas que buscam liderança
tecnológica em determinados segmentos.
• Introdução de idéia não testada no mercado:
riscos da inovação pioneira.
• Inovação raramente tem origem única: é
resultado da combinação de diversos
elementos e pacotes tecnológicos.
• Exemplos no Brasil: – Petrobrás: tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas.
– Embrapa: agricultura tropical
– Embraer: aviões de pequeno porte
Estratégia Defensiva
• Empresa não quer correr o risco de ser a primeira a
inovar, mas não quer ficar para trás em termos
tecnológicos.
• Pode aprender com erros dos pioneiros e aproveitar
abertura de um novo mercado para oferecer soluções
mais seguras e consistentes.
• Não pretende apenas “copiar” os inovadores, mas sim
superá-los. Necessidade de capacitação própria.
• Em geral, inovadores defensivos tem marca conhecida e
boa capacitação em áreas complementares, como
produção e distribuição. Usa vantagens para superar
inovadores ofensivos.
• Típica de mercados oligopolistas e associada à diferenciação de produtos.
Estratégia Imitativa
• Empresa imitativa não aspira ser líder ou ter grandes
lucros com introdução da inovação.
• Quer marcar presença no mercado, oferecendo produto similar aos dos concorrentes
• Quanto maior a proteção do mercado, maior a viabilidade da estrat. imitativa. – Proteção pode ser fiscal (incentivos fiscais ou
protecionismo), geográfica (dif. de acesso) ou por acesso privilegiado a canais de distribuição.
• Tempo de defasagem na introdução do produto depende de circunstâncias particulares do mercado, região ou país.
• Estratégias imitativas são usualmente adotadas em mercados onde empresas inovadoras não atuam (baixo dinamismo).
Outras formas de sustentação de
estratégias imitativas
1) Nichos de mercado formado por clientes fiéis a determinada marca ou serviço conhecido.
2) Localização ou inserção em comunidades específicas.
3) Com integração vertical podem vender produtos defasados tecnologicamente dentro da corporação. Ex: autopeças.
Condicionantes de estratégias
imitativas
• Imitação barata de produtos líderes e marcas famosas geralmente encontram mercado nos consumidores de baixa renda. – Baixo custos fixos de gestão e produção.
• Estratégia adotada por PME’s em setores menos vulneráveis à mudança tecnológica.
• Ex: confecções, calçados
• Margens de lucro muito apertadas. – Tomadores de preços estabelecidos pelo mercado.
• Redução de custos pode levar setor à informalidade ou localização em regiões pobres. – Calçados: Localização itinerante ao longo do tempo.
Inovação, propriedade intelectual e
transferência de tecnologia ORSI, F.; CORIAT, B. The New Role and Status of Intellectual
Property Rights in Contemporary Capitalism. Paper presented at
the conference Information, Intellectual Property, and Economic
Welfare. Turin, Italy May 15-16 2006, Fondazione Luigi Einaudi.
Os vários campos da Propriedade
Intelectual
Propriedade
Intelectual
Direito Autoral
Direito de Autor
Direitos Conexos
Programa de Computador
Propriedade Industrial
Patente
Desenho Industrial
Marca
Indicações Geográficas
Repressão à Concorrência Desleal
Proteção Sui Generis
Topografia de Circuito Integrado
Cultivar
Conhecimento Tradicional
“Explosão de Patentes”
Relembrando aula anterior:
• Atual paradigma tecno-econômico: “Era do Conhecimento”
– Tecnologias de informação e comunicação
– Conhecimento como ativo estratégico; transmitido como informação
– Setores dinâmicos: TICs; Robótica; Serviços intensivos em informação; Softwares
– Áreas emergentes: Biotecnologia; Nanotecnologia, Energias renováveis
– Financeirização
• Setores intensivos em ciência / informação
• Uso estratégico das Patentes
• Reformas das Legislações e
Complementaridades institucionais
– Ampliação do escopo: quem e o que
– Setor financeiro
Crescente
relevância de
patentes
&
Outras formas de
proteção da PI
Apropriabilidade
• Definição: possibilidade de o inovador usufruir de um
monopólio temporário (na medida em que a imitação é
impedida) e, desse modo, se apropriar dos benefícios
econômicos (remuneração extraordinária) decorrentes da
introdução de novos produtos ou processos.
• Mecanismos de apropriabilidade – Propriedade intelectual
– Segredo Industrial
– Lead time
– Curva de aprendizado
– Competências complementares (produção, marketing, pós-venda)
– Gestão de recursos humanos
– Meios práticos/técnicos: senhas, assinaturas digitais, mecanismos
de prevenção de cópias, etc.
Apropriabilidade
López (2010)
• Lead time e segredo como mecanismos de apropriabilidade mais
relevantes para a maioria dos setores e tipos de inovação.
• Competências complementares de produção e marketing muito
importante;
• Patentes são mais relevantes para inovações de produto do que de
processo e para alguns setores, como produtos químicos
(especialmente produtos farmacêuticos), máquinas e biotecnologia;
• As empresas tendem a utilizar mecanismos de apropriabilidade
diferentes (sequencialmente ou simultaneamente);
• Tamanho positivamente relacionado com propensão a patentear;
• MPEs com estratégias agressivas de patenteamento muitas vezes
não têm a intenção de explorar suas invenções, mas visam licenciar
ou vender direitos (falta de competências complementares)
• Divulgação de informação e facilidade de “inventar ao redor” como
principais razões para não patentear;
Apropriabilidade – PINTEC 2008
Tamanho
Métodos de proteção utilizados pelas empresas que implementaram inovações
Por escrito Estratégicos
Outros Patentes Marcas
Complexidade
no desenho
Segredo
industrial
Tempo de
liderança
Total 3 647 10 332 762 3 526 876 2 496
De 10 a 29 1 683 4 746 187 1 423 83 1 465
De 30 a 49 378 2 096 83 522 33 351
De 50 a 99 442 1 588 152 610 191 260
De 100 a 249 427 940 127 385 222 161
De 250 a 499 229 351 65 194 106 69
500+ 489 612 148 391 241 189
Participação no total de métodos utilizados
Total 0,17 0,48 0,04 0,16 0,04 0,12
De 10 a 29 0,18 0,50 0,02 0,15 0,01 0,15
De 30 a 49 0,11 0,61 0,02 0,15 0,01 0,10
De 50 a 99 0,14 0,49 0,05 0,19 0,06 0,08
De 100 a 249 0,19 0,42 0,06 0,17 0,10 0,07
De 250 a 499 0,23 0,35 0,06 0,19 0,10 0,07
500+ 0,24 0,30 0,07 0,19 0,12 0,09
Apropriabilidade Setores – PINTEC 2008
Atividades selecionadas
da
indústria e dos serviços
Métodos de proteção utilizados
Patente Marcas Complex.
desenho
Seg.
ind.
Tempo
liderança Outros
Metalurgia 31% 41% 2% 12% 7% 6%
Pesquisa e desenvolvimento 30% 19% 4% 15% 7% 26%
F. máquinas e equipamentos 29% 47% 5% 12% 3% 4%
F. máquinas, aparelhos e materiais elétricos 28% 36% 4% 23% 4% 4%
F. artigos de borracha e plástico 28% 46% 2% 12% 3% 10%
F. outros equipamentos de transporte 26% 31% 4% 19% 7% 13%
F. móveis 26% 39% 7% 19% 5% 5%
F. produtos de metal 24% 45% 2% 11% 3% 14%
F. coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis 21% 42% 2% 15% 2% 17%
F. equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 20% 37% 7% 18% 9% 9%
F. veículos automotores, reboques e carrocerias 19% 47% 6% 14% 8% 6%
F. celulose, papel e produtos de papel 18% 60% 2% 11% 4% 4%
F. bebidas 18% 43% 2% 21% 2% 14%
F. produtos de minerais não metálicos 16% 45% 2% 18% 3% 16%
Edição e gravação e edição de música 13% 38% 2% 6% 2% 39%
F. produtos químicos 12% 45% 2% 27% 4% 10%
F. produtos farmoquímicos e farmacêuticos 11% 45% 4% 20% 11% 10%
Telecomunicações 8% 62% 6% 12% 3% 9%
Serviços de tecnologia da informação 7% 48% 4% 9% 3% 30%
Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador 7% 43% 4% 10% 3% 34%
Tratamento de dados, hospedagem na Internet e outras atividades 4% 39% 25% 8% 1% 23%
No Brasil indústria se concentra nas duas etapas finais de (1) produção de especialidades farmacêuticas e genéricos e de (2) marketing e comercialização
Apropriabilidade
López (2010) – cont.
• Apesar de patentes não serem o método mais eficaz para proteger as inovações, muitas empresas as empregam mesmo assim, não só como um meio de proteger suas inovações, mas para alcançar outros “objetivos estratégicos”
• Usos estratégicos de patentes
– Bloqueio de patentes
– Garantia de mercados
– Prevenção de processos
– Uso em negociações
– Ampliação de reputação
– Acesso ao mercado de capitais
Apropriabilidade
• “Patentes de tecnologia frequentemente oferecem pouco ou nenhum valor além de se defender dos concorrentes.” “Servem para uma empresa impor custos e outros fardos processuais a suas adversárias.” (Richard Posner, juiz da Corte de Apelações em Chicago, nos Estados Unidos)
• Entre os períodos de 1995 a 2000 e de 2006 a 2010, número de decisões judiciais envolvendo patentes cresceu 383%, enquanto litígios nas demais atividades cresceram a metade (Época, 08/09/2012)
• Caso extremo conhecido como “troll de patentes” (do inglês patent trolling)
Empresa especializada em comprar registros de patentes e processar fabricantes
Exemplo: Intellectual Ventures Lab, detém mais de 35 mil registros
Processos movidos por trolls custaram aos EUA, em 2011, US$ 29 bilhões - equivalente a 10% do investimento do país em P&D. (James Bessen, livro Patent failure: how judges, bureaucrats and lawyers put innovators at risk)
“Explosão de Patentes”
Relembrando aula anterior:
• Atual paradigma tecno-econômico: “Era do Conhecimento”
– Tecnologias de informação e comunicação
– Conhecimento como ativo estratégico; transmitido como informação
– Setores dinâmicos: TICs; Robótica; Serviços intensivos em informação; Softwares
– Setores emergentes: Biotecnologia; Nanotecnologia
– Financeirização
• Setores intensivos em ciência / informação
• Uso estratégico das Patentes
• Reformas das Legislações e
Complementaridades institucionais
– Ampliação do escopo: quem e o que
– Setor financeiro
Crescente
relevância de
patentes
&
Outras formas de
proteção da PI
Revisando o argumento econômico
• Problema de apropriabilidade, decorrente do caráter
de bem semi-público do conhecimento + incerteza +
indivisibilidade
• “Falhas de mercado” que desestimulam o
investimento
• Duas “soluções”
Apoio à apropriabilidade: expectativa de lucros “excepcionais”
encoraja o empreendedor a dedicar recursos à atividade
inovativa (sobretudo pesquisa aplicada e desenvolvimento +
demais atividades inovativas)
Investimento público: avanço científico (sobretudo ciência
básica)
Transformações a partir dos anos 1980 (EUA e outros países)
Expansão do escopo do sistema de patentes:
• O que é patenteável
• Atores que podem patentear
• Software: Algoritmos correspondentes ao uso
simultâneo de inúmeras equações matemáticas
• Patentes de “modelos de negócio”
• Patentes de internet
• Partes de organismos vivos: genes e sequências de
genes
• Patentear múltiplos atributos de uma molécula, de forma
seqüencial, tornando possível o patenteamento de um fármaco,
de segundos usos do mesmo fármaco, de modificações na
forma cristalina, etc.
Transformações a partir dos anos 1980 (EUA e outros países)
Expansão do escopo do sistema de patentes:
• O que é patenteável
• Atores que podem patentear
• Bayh-Dole Act
• Patenteamento de resultados de pesquisa financiada com recursos
públicos
• Possibilidade de transferência exclusiva de patentes para
empresas privadas (licenças ou joint ventures)
• Transformação da prática de pesquisa acadêmica com criação
de Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT)
• Orientação da pesquisa, na medida em que são promovidas
pesquisas que podem levar à rápida submissão de pedidos de
patente
• Muitas vezes, pressão para retardar a publicação de resultados
científicos
Transformações a partir dos anos 1980
Qualificações:
• Acordos entre firmas e ICTs, atribuindo, de forma exclusiva,
resultados de pesquisa financiada com recursos públicos a
empresas privadas
“Commoditificação” e privatização do conhecimento científico
Criação de monopólio bilateral, onde, até então, o livre
acesso era a regra em troca de financiamento público
Lógica de apoio à atividade científica e inovativa perdem seu
sentido e sua fundamentação na teoria do bem-estar
• Em muitos casos patentes concedidas não cobrem invenções de
utilidade reconhecida, mas sim um amplo leque de futuras
aplicações
atribuição de patente ao conhecimento básico (insumo para
invenções)
• Entre 1971 e 2006, 77 das 88 inovações mais importantes nos
EUA foram totalmente dependentes de recursos federais
(Mazzucato, 2011)
“Explosão de Patentes”
Relembrando aula anterior:
• Atual paradigma tecno-econômico: “Era do Conhecimento”
– Tecnologias de informação e comunicação
– Conhecimento como ativo estratégico; transmitido como informação
– Setores dinâmicos: TICs; Robótica; Serviços intensivos em informação; Softwares
– Setores emergentes: Biotecnologia; Nanotecnologia
– Financeirização
• Setores intensivos em ciência / informação
• Uso estratégico das Patentes
• Reformas das Legislações e
Complementaridades institucionais
– Ampliação do escopo: quem e o que
– Setor financeiro
Crescente
relevância de
patentes
&
Outras formas de
proteção da PI
Transformações a partir dos anos 1980
Criação de novos tipos de mercados financeiros
especializados na “commoditificação” dos DPI
• Conversão do conhecimento em mercadoria (com garantia de
rendas futuras) condição necessária para entrada do capital
financeiro
• Autorização (NASD) de listagem de empresas com déficit, mas que
detinham considerável “capital intangível”
• Autorização para fundos de pensão de investirem em ativos de risco
• Se beneficiaram atuais grandes players nas áreas de
biotecnologia (Genentech), software (Oracle) ou internet (Yahoo,
Google)
• Estoura da Bolha Nasdaq
• Complementaridade institucional entre Sistema de PI e regulação
financeira
• Mercados de Capital de Risco e Agentes especializados na
comercialização de DPI
Transformações a partir dos anos 1980
Criação de novos tipos de mercados financeiros
especializados na “commoditificação” dos DPI
• Efeito de sinalização exercido por patentes:
• Variação de valor de ações de acordo com eventos
relacionados à patentes
• Decisões de investimento / concessão de crédito
• Valor imputado à patente:
• Capacidade de exploração da tecnologia, gerando receitas
(potencial ou já em curso)
• Patente não explorada: opção de otimizar o timing para a
comercialização de eventuais produtos; liberdade de
atuação na área, etc.
Pool de patentes (solicitadas e concedidas) não utilizadas:
como ativo de valor em vez de indicação de que empresa
esteja produzindo invenções de pouco valor
Patente como algo com valor intrínseco a si mesmo,
independente da inovação
Transformações a partir dos anos 1980
Criação de novos tipos de mercados financeiros especializados na
“commoditificação” dos DPI
• Patentes se aproximam de um ativo financeiro
≈ opção (derivativo) de comandar, a qualquer momento, um fluxo de receita
presumido, relacionado à tecnologia (ativo-alvo) especificada na patente
• Certeza com relação ao êxito na exploração futura e geração de receita?
indústria farmacêutica: perspectiva (rumor) de usar patentes como instrumentos
financeiros com emissão de títulos baseados nelas
Uma em cada cem patentes geram alguma receita direta (Macdonald, 2004)
Patente é registro de invenção ≠ innovação
• Decisões da empresa sobre como direcionar os esforços inovativos podem
ser dominados por considerações sobre o que é patenteável (potencial de
receita enquanto ativo) em detrimento p.ex. de necessidades/oportunidades
de mercado
• Firmas apoiadas por capitais de risco submetem patentes com frequência
três vezes maior que outras empresas similares (Christensen, 2003)
Patentes
• Convenção da União de Paris (1883)
• Tratado de Cooperação em Matéria de Patente (1970) (‘Patente Internacional’)
• European Patent Convention (1973)
Desenho Industrial
• Acordo de Haia (1925/1928) / Atos de Londres (1934), Haia (1960) e Genebra (1999)
Marcas
• Convenção da União de Paris (1883)
• Acordo de Madri (1891) (‘Marca Internacional’)
• Community Trademark (1996)
Direito Autoral
• Convenção da União de Berna (1886)
Arcabouço Legal Amplo: TRIPS (1994)
Arcabouço Legal Internacional
• Harmonização do direito de PI em todo o mundo (membros OMC)
• Parte do acordo de liberalização do comércio mundial:
Acesso a mercados mais ricos Garantia de investimentos
Acesso a tecnologias
• Prazos diferenciados de implementação do acordo. Países em desenvolvimento, prazo de: – 4 anos – em geral
– 5 anos adicionais – produtos anteriormente não protegidos
• Entrada em vigor no Brasil: Decreto nº 1.355/94 ou Lei 9.279/96
• Legislação Brasileira anterior (Lei 5.772/71) não permitia patenteamento de fármacos
TRIPS
• Países mais desenvolvidos 93% dos benefícios do sistema de proteção da PI (Jungmann, 2010)
• Parte do “contrato” TRIPS envolve a transferência de tecnologia
O que nos ensina o referencial de Sistemas de Inovação? – Conhecimento ≠ Informação
– Artefatos com tecnologia incorporada ≠ conhecimento inerente à tecnologia
– Mesmo a cópia e a realização de engenharia reversa envolve um amplo conjunto de conhecimentos e capacitações científicas, tecnológicas e inovativas
– Desenvolvimento científico e tecnológico desenvolvimento de capacitações internas de gerar, absorver, transformar e usar conhecimentos
• Benefício para países mais pobres? – Atendimento a necessidades humanas?
– Avanço em C,T&I e mudanças estruturais?
Quem se beneficia com atual sistema?
“Any country must lose if it grants monopoly privileges in the domestic market which neither improve nor cheapen the goods available, develop its own productive capacity nor obtain for its producers at least equivalent privileges in other markets. No amount of talk about the “economic unity of the world” can hide the fact that some countries with little export trade in industrial goods and few, if any, inventions for sale have nothing to gain from granting patents on inventions worked and patented abroad except the avoidance of unpleasant foreign retaliation in other directions. In this category are agricultural countries and countries striving to industrialise but exporting primarily raw materials…whatever advantages may exist for these countries… they do not include advantages related to their own economic gain from granting or obtaining patents on invention.”
Edith Penrose in “The Economics of the International Patent System” in 1951
Quem se beneficia com atual sistema?
Licenciamento compulsório e o interesse
público
• Licenciamento compulsório ≠ quebra de patente
• Governo proponente busca negociar com titular da patente
• No caso de insucesso licenciamento e pagamento, ao titular da patente, de remuneração financeira (royalty) justa.
Experiência Brasileira
• 1996 - o art. 71 da Lei no 9.279, de 14 de maio - licença compulsória nos casos de emergência nacional e de interesse público
• 1996 - Lei n0 9.313 de 13 de novembro - distribuição gratuita de medicamentos aos portadores do HIV e doentes de AIDS.
• 1999 - Decreto N0 3.201
Licenciamento compulsório e o interesse
público
• 2001 - A Declaração de Doha: “políticas de saúde pública devem ter supremacia frente aos interesses comerciais, e que o Acordo TRIPS não pode ser utilizado como meio de entrave à aplicação dos direitos de proteção à saúde pública e, em especial, ao acesso universal aos medicamentos”.
• Conselho Econômico e Social da ONU - Comissão de Direitos
Humanos - Resoluções 2001/33, 2002/32, 2003/29: reconhecem o
que os medicamentos para pandemias como AIDS são essenciais à
vida e um direito humano
• OMS - Resolução WHA56.27 (2003): estimula a adequação da
legislação nacional para o alcance das flexibilidades previstas por
TRIPS
• 2003 - Decreto N0 4.830 – Autorizou a importação de medicamentos genéricos, sem o consentimento
do detentor da patente, em caso de emergência ou interesse público
– Flexibiliza o Acordo TRIPS de 1994
– A saúde pública prevalece sobre as questões de propriedade intelectual
Licenciamento compulsório e o interesse
público • 2001 - declaração da possibilidade de licenciamento
compulsório do efavirenz e nelfinavir redução do preço
do efavirenz (economia anual de R$ 80 milhões)
• 2001 - Nelfinavir: falham tentativas de negociação
anúncio do licenciamento Empresa concorda em
reduzir preço em 40,5%
• 2007 – negociação efavirenz empresa oferece efavirenz
a um custo de US$1.59 por dose diária, enquanto o preço
para a Tailândia era US$0.65. decreto 6.108/2007
promulga licenciamento compulsório
– vigência de 5 anos podendo ser prorrogado por igual período
– remuneração do titular (1,5% sobre o custo do medicamento)
DPI dinamiza/fomenta a inovação? – Que tipo de inovação?
– Qual é a base de conhecimento relacionada, oportunidades, cumulatividade?
– Líder no mercado ou seguidor, etc.?
– Estrutura de incentivos?
– Arcabouço institucional?
– Existência de capacitações complementares em firmas, ICTs, etc.?
– Características do mercado/demanda?
Produto, processo, org., peso
relativo de dif. atividades inovativas
Regimes tecnológicos
Estratégias inovativas da firma
Sistemas de Inovação
Prós e contras sob o ponto de vista da firma G
rau d
e d
inam
ism
o/lid
era
nça d
a f
irm
a
(ou s
eto
r em
um
país
)
Maio
r Externalidades de rede Estímulo à inovação
(argumento clássico)
Atenuantes - Viés de atividades inovativas (patente
vs. demandas/oportunidades)
- Poder de mercado menor pressão
competitiva
Desestímulo à inovação
(argumento clássico)
Atenuantes - Continuar avançando como
imperativo
- Alternativas de apropriabiliade
- Recursos públicos Mercados (relativamente) bloqueados
Menor
Difusão de tecnologias
Aprendizado por imitação
Ampliação de capacitações
C,T&I
Ampliação de acesso a bens e
serviços
Benefício indireto, dado avanço da
fronteira
(argumento clássico)
Mercados (eficazmente) bloqueados
Menor aprendizado por imitação e
difusão
Menor interação com ICTs
Tec. complexas custos de
transação
Excessiva focalização de pesquisa
básica
Menor avanço na fronteira e
acesso a este
(argumento clássico)
Baixa Alta
Extensão e eficácia do Sistema de PI
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