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ELISÂNGELA DE FÁTIMA ROSA
Programa Segundo Tempo no Colégio Estadual Garavelo Park: Limites e
Possibilidades
Goiânia
2007
ELISÂNGELA DE FÁTIMA ROSA
UMA NOVA PERSPECTIVA PARA O ESPORTE NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA DO COLÉGIO GARAVELO PARK: POSSÍVEIS
MUDANÇAS 1
Programa Segundo Tempo no Colégio Estadual Garavelo Park: Limites e
Possibilidades
Trabalho apresentado ao Curso de
Especialização em Esporte Escolar do
Centro de Educação à Distância da
Universidade de Brasília em parceria com o
Programa de Capacitação Continuada em
Esporte Escolar do Ministério do Esporte
para obtenção do título de Especialista em
Esporte Escolar.
Orientador:
Profª. Ms. Izabel Leal
Goiânia
2007
2
ROSA, Elisângela de Fátima
Uma nova perspectiva para o esporte nas aulas de Educação Física do Colégio
Garavelo Park: possíveis mudanças. Goiânia, 2007.48p.
Monografia (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Educação a
Distância, 2007.
1. Perspectiva crítica 2. Esporte escolar 3. Programa Segundo Tempo.
UMA NOVA PERSPECTIVA PARA O ESPORTE NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA DO COLÉGIO GARAVELO PARK: POSSÍVEIS
MUDANÇAS
3
Programa Segundo Tempo no Colégio Estadual Garavelo Park: Limites e
Possibilidades
Trabalho apresentado ao Curso de
Especialização em Esporte Escolar do
Centro de Educação à Distância da
Universidade de Brasília em parceria com o
Programa de Capacitação Continuada em
Esporte Escolar do Ministério do Esporte
para obtenção do título de Especialista em
Esporte Escolar, pela Comissão formada
pelos professores:
__________________________________________________________________
Professor
__________________________________________________________________
Professor
Goiânia, 16 de junho de 2007.
4
DEDICO primeiramente a Deus, pois sem ele
nada conseguiria alcançar, dedico também aos
meus pais, meu esposo e filhos.
5
AGRADECIMENTOS
AGRADEÇO a Profª. Ms. IZABEL LEAL, a equipe docente e discente do Colégio
Estadual Garavelo Park, e a todas as pessoas que mesmo de forma indireta me incentivaram
na realização desta.
6
“Não basta saber, é preferível saber aplicar”.
“Não é bastante querer, é preciso saber querer.”
Goethe
RESUMO
O presente estudo registra uma reflexão sobre a temática do Programa Segundo
Tempo no Colégio Estadual Garavelo Park do Município de Aparecida Goiânia buscamos
7
como objetivo de pesquisa uma análise sobre a abordagem do esporte nas aulas do
Programa Segundo Tempo desenvolvido no referido colégio, bem como a maneira com que
esse programa estava sendo oferecido para os alunos e se estava contribuindo para o
desenvolvimento global dos mesmos, sendo assim tivemos como eixo esta problemática de
investigação. Os sujeitos dessa pesquisa foram os alunos inscritos no Programa Segundo
Tempo, os professores estagiários e a professora/coordenadora envolvidos no programa. A
pesquisa de caráter qualitativo teve como instrumento de coleta de dados a observação e
entrevista. Buscamos realizar levantamentos de dados pertinentes à concepção e abordagem
teórica dos envolvidos neste programa, onde percebemos que há uma tendência a abordagens
de cunho técnico. Ciente que o esporte possui uma responsabilidade enorme na escola que é
de preparar o individuo para desempenhar seu papel de cidadão dentro de uma sociedade onde
as desigualdades sociais impedem na maioria das vezes uma autonomia coerente com o
discurso de cidadania oferecido pela educação. Desta forma, temos que repensar sobre a
implantação deste programa, pois, o mesmo precisa ser avaliado e reavaliado, para que atenda
a sua verdadeira função, ou seja, sua missão, que é a inclusão social de todos.
Palavras-chave: Concepção de Esporte, Esporte Escolar, Programa Segundo Tempo.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. CAPÍTULO I
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
8
2.2 O ESPORTE ESCOLAR – UM BREVE RELATO HISTÓRICO
2.3 ESPORTE NA ESCOLA NUMA PERPESTIVA CRÍTICO – EMANCIPATÓRIA
2.4 REFLEXÃO – MOVIMENTO DE EMANCIPAÇÃO
2.5 ESCOLA – FUNÇÃO SOCIAL
2.6 UM AGIR COMUNICATIVO – COMPREENSÃO CRÍTICA DAS ENCENAÇÕES
ESPORTIVAS
2.7 UMA REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A PRÁTICA DO ESPORTE
3. CAPÍTULO 2
3.1 PERCURSO METODOLÓGICO
3.2 REFLEXÃO: POSSÍVEL TRATO PEDAGÓGICO PARA O ESPORTE
3.3 INSTITUIÇÃO E SUJEITOS INVESTIGADOS
3.4 INSTITUIÇÃO DE ENSINO SELECIONADA
3.5 PROFESSORES INVESTIGADOS
4. CAPÍTULO 3
4.1 ANÁLISE DE DISCUSSÃO DOS DADOS
4.2 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS
4.3 OBSERVAÇÃO
4.4 ANÁLISE DOCUMENTAL
4.5 ENTREVISTA
4.6 ANÁLISE DA PESQUISA
4.7 A POSTURA DO PROFESSOR – UM TRATO DIDÁTICO PEDAGÓGICO PARA
O ESPORTE
4.8 O ALUNO – UM SER EM FORMAÇÃO DENTRO DO CONTEXTO ESCOLAR
4.9 A FUNÇÃO SOCIAL DO ESPORTE
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXOS
9
INTRODUÇÃO
O estudo proposto é proveniente de reflexões e questionamentos acerca de como vem
sendo abordado o conteúdo esporte nas aulas do Programa Segundo Tempo. Na perspectiva
de trazer discussões específicas sobre como vem sendo trabalhado à questão do esporte no
contexto do programa no ambiente escolar.
A função social do esporte na escola não é a de valorizar a técnica, a competição e o
rendimento, ou seja, ser um “celeiro” esportivo. Mas infelizmente esta não é uma prática,
quando deparamos com a realidade, fato este observado principalmente no Programa Segundo
Tempo.
Quando vamos a campo a competição é percebida como finalidade primordial das
aulas, onde o objetivo principal tem sido o de formar equipes aptas para competirem em
torneios esportivos, ou seja, o oposto do que teoricamente tem se proposto para a formação
educativa e sociabilizadora (inclusiva) do aluno tanto na escola quanto fora da escola.
Devido à necessidade de superação do esporte, sua apreensão como algo reedificado,
livre de condicionamentos que o transformam em um instrumento restrito de treinamento em
habilidades práticas é que pretendemos refletir sobre as possibilidades de uma nova
abordagem para seu ensino.
A partir do pressuposto de que uma abordagem crítica que propicie ao educando
condições de refletir sobre o esporte praticado dentro e fora da escola, adquirindo significação
para individuo, através do trato pedagógico, com possibilidades de ser analisado, obtendo
mudanças reais na prática pedagógica desse esporte, provocando e facilitando a reconstrução
de conhecimentos, atitudes e formas de conduta que levem os alunos a assimilarem as práticas
sociais é que optamos em esclarecer da melhor forma essa proposta.
Por acreditar na viabilidade do esporte como forma de inclusão social e que o
ambiente escolar e o contexto mais propício para promoção de cidadãos críticos, reflexivos e
participativos, sendo estes capazes de transformar a sociedade na qual estão inseridos. Esta
pesquisa justifica-se na medida em que ao realizamos a investigação dentro da escola
10
possibilita um verdadeiro olhar sobre uma realidade concreta onde podemos vislumbrar ações
de mudanças ou até mesmo de transformações.
O objetivo principal desse trabalho foi, portanto, analisar o conceito de esporte
dentro da referida proposta, sua real operacionalidade na escola visando novas perspectivas
para o mesmo. Nossa meta foi relacionar o esporte escolar dentro de uma perspectiva crítica
com sua prática atual realizada no Programa Segundo Tempo, desenvolvido na instituição
observada, verificando a possibilidade de reformular bases teóricas para um
redimensionamento pedagógico-cultural.
Para alcançarmos nossos objetivos, aprimoramos nossos conhecimentos através da
leitura, a cerca da abordagem em questão, onde recorremos dos principais estudiosos
referentes ao tema como: KUNZ 1998, 2001, Barbosa 1997, Coletivo de Autores 1991,
Oliveira 2000, Bracht 1996 e outros, para assim conseguirmos avaliar com segurança a
possibilidade de obter mudanças consistentes no trato com o esporte no âmbito escolar.
Objetivando viabilizar reflexões, caminhos diferenciados e estratégias diversificadas
é que direcionamos esta pesquisa para então, sermos capazes de: Analisar como está sendo
abordado o conteúdo esporte, nas aulas do Segundo Tempo; Viabilizar novos caminhos
mediante reflexões críticas sobre o esporte trabalhado nas aulas do Programa Segundo
Tempo.
Para tanto, buscamos realizar uma pesquisa com aspectos qualitativos. Com
perspectivas de promovermos no individuo a necessidade de analisar de maneira crítica o
fenômeno esportivo. Desenvolvemos a pesquisa de campo utilizando os instrumentos
metodológicos: a análise documental, observação e entrevista.
Mediante o problema observado nas aulas do Segundo Tempo, onde o esporte
rendimento está sendo priorizado pelos professores que desenvolvem esse projeto é que
resolvemos localizar os motivos que levaram esses profissionais a trabalharem com essa
concepção.
Para tanto, esta pesquisa foi divida em três capitulo. Onde no primeiro capitulo
tratamos do referencial teórico buscando fundamentar o esporte através de um contexto
histórico e também trouxemos reflexões crítica sobre a prática do esporte, bem como a função
social do mesmo.
11
No segundo capitulo tratamos dos caminhos metodológicos para realização da
presente investigação e no terceiro e último capitulo realizamos as analises e discussões de
dados e as principais considerações desta investigação.
A causa e a razão que nos levaram a realizar este estudo se deve a tantos
questionamentos provenientes do trato com o esporte dentro de uma proposta teoricamente
pedagógica, mas na realidade o que se percebe é a utilização desse esporte como instrumento
de dominação e alienação escolar. Resultando então, na necessidade de uma discussão sobre a
possibilidade de uma abordagem crítico-reflexiva para o esporte dentro do âmbito escolar.
Acreditamos que o ato de ensinar exige respeito à autonomia do educando, bom
senso e tolerância, pois, somente a partir do respeito ao aluno será possível intervir nos
fenômenos sociais e culturais instigando nesse educando sua própria autonomia.
CAPÍTULO I
12
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.2 O ESPORTE ESCOLAR – UM BREVE RELATO HISTÓRICO
Para proporcionar ao leitor uma melhor compreensão da função social do esporte, no
contexto em que está inserido atualmente é que se faz necessário esse relato histórico.
O esporte, como um dos inúmeros conteúdos da Educação Física está presente no
processo educativo, possui função política determinada socialmente.
Ao longo da história, a humanidade em decorrência das mudanças que aconteceram
gerando diferenças sociais significativas, passa pelas dificuldades geradas pela oposição entre
a classe operária e a burguesia. A burguesia surge devido à consolidação do Estado Burguês.
“... a Europa de fins de século XVIII, e início de século XIX constituem-se
em palco da construção e consolidação de uma nova sociedade – a
sociedade capitalista onde os exercícios físicos terão um papel destacado”
(Coletivo de Autores, 1992:50 e 51).
No fim do século XVIII e início do século XIX a Europa apresenta o surgimento de
uma nova sociedade, capitalista onde os exercícios físicos são fundamentais para essa
sociedade que nasce na formação de um novo “modelo” de homem, mais forte, mais ágil e
empreendedor.
A produção da riqueza usufruída por uma pequena parte da sociedade requer a
utilização de mão de obra realizada pelos trabalhadores que utilizam os exercícios físicos
como receita capaz de torná-los fortes e viris com corpos saudáveis, hábeis e disciplinados.
Segundo a afirmação de Soares:
“Os exercícios físicos, então passaram a ser entendidos como “receita” e
“remédio”. Julgava-se que, através deles, e sem mudar as condições
materiais de vida a que estava sujeito o trabalhador daquela época, seria
possível adquirir o corpo saudável, ágil e disciplinado exigido pela nova
sociedade capitalista” (Coletivo de Autores, 1992, p.51).
Para a nova sociedade em construção onde a força de trabalho é fonte de lucro para a
burguesia, cuidar do corpo então, torna-se indispensável.
13
A Educação Física escolar, portanto, passa a ser vista como meio de preparar o
indivíduo tanto física como moralmente, capaz de contribuir para com o crescimento e
prosperidade da pátria.
“Para manter a sua hegemonia, a burguesia necessita, então, investir na
construção de um homem novo, um homem que possa suportar uma nova
ordem política, econômica e social, um novo modo de reproduzir a vida sob
novas bases. A construção desse homem novo, portanto, será integral, ela
“cuidará” igualmente dos aspectos mentais, intelectuais, culturais e físicos”
(SOARES, 2001, p.9).
A Educação Física em seu desenvolvimento conta com o importante papel do médico
higienista como responsável pelo conhecimento biológico. Conhecimento esse utilizado para
direcionar a função da Educação Física na escola que é a de desenvolver a aptidão física do
indivíduo.
As aulas de Educação Física eram ministradas por instrutores físicos que faziam
parte do exército, os métodos utilizados eram bastante rígidos, militares, disciplinadores e
hierárquicos.
Para a construção de homens disciplinados, submissos e respeitadores da hierarquia
social são utilizados atividades exclusivamente práticas, muito semelhantes às instruções
físicas militares.
Segundo o Coletivo de Autores:
“Destaca-se que, até essa época, os professores de Educação Física que
atuavam nas escolas eram os instrutores formados pelas instituições
militares. Somente em 1939 foi criada a primeira escola civil de formação
de professores de Educação Física” (Brasil). Decreto-lei (nº 1.212, de 17 de
abril de 1939), (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.53).
Outras tendências surgem após a Segunda Guerra Mundial disputando o espaço
escolar. Um dos métodos que influenciou vários países, dentre eles o Brasil, o Método da
Educação Física Desportiva Generalizada, possui uma cultura européia como elemento
predominante da cultura corporal.
14
É um método que influenciou o domínio exacerbado do esporte na escola, onde sua
principal característica, o prolongamento da instituição esportiva cujos princípios se resumem
no rendimento atlético/desportivo, competições, comparação de rendimento e recordes,
regulamentação rígida, etc.
“O conceito de esporte que se vincula hoje à Educação Física é um conceito
restrito, pois se refere apenas ao esporte que tem como conteúdo o treino, a
competição, o atleta e o rendimento esportivo, este, aliás, é o conceito
“estrito” do esporte que aqui considero” (KUNZ, p. 63, 2004).
O esporte na escola, portanto, é como um prolongamento da instituição esportiva. O
esporte olímpico, sistema desportivo nacional e internacional como princípio da valorização
de competições do rendimento e também da vitória conseqüente do sucesso no esporte.
Na década de 70, no Brasil a Educação Física tem como base os princípios de uma
pedagogia tecnicista bastante difundida nessa época. A racionalização de meios que têm como
objetivos a eficiência e eficácia no esporte são os princípios dessa pedagogia.
“Já nessa época, nas décadas de 70 e 80 surgem movimentos renovadores,
entre eles o movimento denominado “humanista” que se caracterizava por
seus princípios filosóficos em torno do ser humano” (COLETIVO DE
AUTORES, 1991, p.55).
A concepção de “esporte para todos”, onde a autonomia do ser humano é colocada de
maneira privilegiada é uma outra tendência que surge. O individuo é que determina o tipo de
esporte que pretende realizar, suas regras, objetivos e em que condição o pratica.
A Educação Física no Brasil surgirá impregnada de ideais eugênicos, de apuração de
raça, fazendo parte de congressos médicos, nas propostas pedagógicas e discursos
parlamentares.
No ano de 1880 surgiram, em algumas regiões Européias como: Alemanha, Suécia,
França e Inglaterra vários métodos ginásticos e, consequentemente o Brasil teve uma maior
influência desses métodos.
Dentre essas, a Escola Alemã na perspectiva da ginástica para tornar-se um hábito e a
outra que foi fundamental para a construção histórica na consolidação da Educação Física foi
15
a Escola Francesa que tinha a função de formar indivíduos fortes e principalmente saudáveis e
disciplinados.
A seguir iremos abordar a concepção mais contemporânea do esporte da escola.
2.3 ESPORTE NA ESCOLA NUMA PERSPECTIVA CRÍTICO-EMANCIPATÓRIA
“Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas,
consciente do inacabado sei que posso ir mais além dele”. Paulo Freire
Numa perspectiva de uma prática coerente com a teoria, onde o aluno tenha
condições de se apropriar de um conhecimento que lhe possibilite uma visão precisa,
consciente e universal de compreensão do mundo é que se pretende refletir sobre a real prática
pedagógica do esporte no ambiente escolar e também dentro do Programa Segundo Tempo.
Mediante a hipótese substancial do estudo realizado foi possível antecipar a ausência
de qualidade do ensino nas aulas de Educação Física nas escolas estaduais. Esse diagnóstico
foi percebido também no Programa Segundo tempo desenvolvido na maioria dessas escolas.
Se tratando de uma prática pedagógica onde professores, apesar de uma proposta d
aprendizagem que leve o aluno a refletir sobre o conteúdo trabalhado, na realidade o que
ocorre são práticas que envolvem apenas o treinamento visando a performance, sem um
direcionamento específico. É uma reflexão que se deve fazer como afirma Kunz (1998, p.25),
sob quais condições e de que forma o esporte deve e pode ser praticado na escola?
Segundo ele:
“A concepção do esporte que transita pelas aulas de Educação Física deve
ser analisada criticamente, sob aspectos de interação e significação sociais.
Assim, a suposta harmonia de sentido entre esporte dentro e fora da escola
reduz a interação como negociação de significados” (KUNZ, 2001, p.138).
Assim sendo, um trato diferenciado e crítico do esporte não deve afastar os alunos do
esporte dialogado, analisado, deve sim propiciar um contato pelo qual possam acontecer
“transformações” que assegurem a preservação do significado da ação, a vivência do sucesso
nas atividades e alterações de sentidos através da reflexão pedagógica. De acordo com Kunz:
Para o ensino da Educação Física escolar numa concepção crítico - emancipatória, o interesse
16
maior deve ser uma compreensão ampla das possibilidades educacionais pelo ensino do
esporte (2001, p.104).
2.4 REFLEXÃO - MOVIMENTO DE EMANCIPAÇÃO
É função de a Educação Física fazer com que os alunos apreendam o conhecimento
da técnica e ao mesmo tempo façam uma reflexão e compreendam qual o sentido tem essa
técnica para sua vida social.
A problematização do esporte como fenômeno sócio-cultural, segundo VAGO apud
OLIVEIRA (1996, p.13), parte do confronto dos valores e código que o tornam excludente e
seletivo, com valores e códigos “que privilegiem a participação, o respeito à corporeidade, o
coletivo e o lúdico”. O autor acredita que a escola produz uma outra forma de apropriação do
esporte, um outro conhecimento acerca do esporte. É impossível a escola se omitir de suas
tarefas então, é preciso debater o esporte, criticá-lo, produzi-lo... e, praticá-lo.
Um desafio que deve orientar nossos estudos e experiências é justamente identificar
formas diferenciadas do esporte e, em outro sentido, formas desse esporte modificado que
retorne à sociedade de maneira ampla provocando tensões e questionamentos.
Dentro de uma proposta de “Transformação didático-pedagógica”, Kunz (2001), diz
o seguinte:
“Trata-se, isto sim, em primeiro lugar, de uma mudança de concepção, tanto
do ensino como do esporte é necessária uma análise de seu estado atual,
como ele se oferece para essa possibilidade, e relacioná-lo com a sociedade
e o mundo em que foi constituído e em que é perpetuado. Isso implica,
também, assumir determinada concepção educacional e um compromisso
com as possibilidades “crítico-emancipatória” da escola, na formação dos
alunos.”.
Portanto, a tarefa da educação crítica é propiciar condições para que as estruturas
autoritárias e a imposição de uma linguagem distorcida possam ser eliminadas encaminhadas
no sentido de uma emancipação de acordo com a realidade.
2.5 ESCOLA – FUNÇÃO SOCIAL
17
Como instituição social, a escola é um lugar construído especialmente para promover
o desenvolvimento das capacidades dos indivíduos no sentido de favorecer a compreensão da
realidade, a sistematização do saber e a intervenção nos fenômenos sociais e culturais de
forma criativa. O propósito educativo tende-se ao compromisso de intervir efetivamente para
o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.
A esse respeito Barbosa (1997, p.61), defende uma postura diferenciada por parte dos
profissionais de Educação Física que possibilite uma transformação dessa estrutura
socioeconômica injusta que oferece uma ideologia dominante através de uma disciplina que
tem como objetivo apenas o movimento corporal, sem propósitos coerentes com a realidade
da qual o indivíduo faz parte.
A tarefa central da escola é a de preparar e elevar o indivíduo ao domínio de
instrumentos científicos, culturais, profissionais, políticos, assim como de hábitos e valores,
para que possam atuar construtivamente na vida social, significando em outros termos, formar
para o exercício da cidadania social.
“O ensino escolar necessita, dessa forma, se basear numa concepção crítica,
pois é pelo questionamento crítico que se chega a compreender a estrutura
autoritária dos processos institucionalizados da sociedade e que formam as
falsas convicções, os falsos interesses e desejos” (KUNZ, 1998, p.122).
É preciso estimular no aluno o gosto pela pesquisa, contextualizando e
compreendendo o que foi descoberto através da pesquisa, com a possibilidade de cruzar as
informações adquirida de maneira real dentro de uma perspectiva crítica e emancipada.
“O objeto da pedagogia de Educação Física e dos esportes, assim, se
estende ao se - movimentar do homem, o que não implica num homem
abstrato, mas no homem que tem história, que tem contexto, que tem vida,
que tem classe social, enfim, um homem com inerente necessidade de se –
movimentar” (KUNZ, 2004, p.67).
Prepara o indivíduo não significa fazer dele um “depósito” de informações
insignificantes e descontextualizadas do lugar onde realiza a sua experiência de vida, mas
instrumentalizá-lo na formação de competências que possibilite uma melhor compreensão e
adequada intervenção junto à realidade social da qual faz parte.
18
“A escola não é uma ilha na sociedade. Não está totalmente determinada
por ela, mas não está totalmente livre dela. Entender os limites existentes
para a organização do trabalho pedagógico ajuda-nos a lutar contra eles:
desconsidera-los conduz à ingenuidade e ao romantismo” (FREITAS, 1995,
p.99).
2.6 UM AGIR COMUNICATIVO – COMPREENSÃO CRÍTICA DAS ENCENAÇÕES
ESPORTIVAS
“Enquanto sujeito histórico, o aluno será capaz de compreender e repensar
sua própria realidade, através da linguagem, podendo assim, entender de
forma crítica o fenômeno esportivo, como seu próprio mundo. Então,
significa conduzir o ensino na concepção crítico-emancipatória, com ênfase
na linguagem, é ensinar o aluno a ler, interpretar e criticar o fenômeno
sociocultural do esporte” (KUNZ, 1998, p.93).
O esporte escolar dentro de uma perspectiva crítico – emancipatória, neste sentido,
busca propiciar condições de compreensão crítica das várias formas da prática esportiva, seus
interesses e problemas anexados ao contexto sociopolítico.
A Educação Física então, além de propiciar o fazer (esporte), possui o papel de levar
o aluno a compreender o porquê, o para que e como fazer o esporte, as razões externas que
impõem as formas, os conteúdos, os significados e a própria lógica do esporte.
“O objetivo de ensino da Educação Física é assim, não apenas o desenvolvimento das
ações do esporte, mas propiciar a compreensão crítica das diferentes formas da encenação
esportiva, os seus interesses e os seus problemas vinculados ao contexto sociopolítico. É,
na prática, permitir apenas o desenvolvimento de formas de encenação do esporte que são
pedagogicamente relevantes” (Kunz, 1998, p.73).
Para uma prática diferenciada exige-se uma nova ação educativa onde a crítica e a
reflexão sejam elementos permanentes e permeadores do fazer e do pensar do educando desde
o esporte escolar até os demais conteúdos da cultura corporal. Significa dar sentidos e
significados aos conteúdos teóricos e experiências da atividade educativa relacionada ao
corpo e ao contexto do corpo na vida social.
19
As atividades corporais do educando refletem os condicionantes sociais que são
impostos pelas relações de poder com as classes dominantes no ambiente particular (família,
trabalho, lazer...), no qual está inserido.
Uma concepção crítico-emancipatória busca a relação existente nestes modelos e nas
práticas que dizem respeito ao mundo do qual o educando faz parte. Considerar os conteúdos
que proporcione aos alunos como ponto base, a partir da relação dialética entre continuidade e
ruptura, maior possibilidade de perceber a sociedade onde está inserido, de maneira real e
significativa.
Através do Programa Segundo Tempo, desenvolvido na escola, assim como nas aulas
de Educação Física, o aluno possa desenvolver sua forma de jogar enxergando as
necessidades de suas ações durante seu desempenho no jogo sentindo-se então, participativo e
atuante.
“Percebe-se, então, que não é só pela repetição dos elementos básicos de
cada esporte que o aluno poderá desenvolver sua forma de jogar. É preciso
entender o porquê de se movimentar atrás de uma bola, e muitas vezes sem
a bola. O aluno está apto para jogar desde o momento em que começa a
enxergar as necessidades de suas ações durante o jogo, e, então, pode se
sentir participativo” (NISTA-PICOLLO, 2001, p.86).
2.7 UMA REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A PRÁTICA DO ESPORTE
Para o processo de formação educacional o esporte deve ser tratado como um fator
sócio-cultural. O professor enquanto mediador do conhecimento deve adotar uma postura
baseada em princípios éticos que vivenciem a criatividade e a criticidade.
Novos estudos e experiências devem orientar diferentes formas de modificação do
esporte capaz de retornar a sociedade dentro de um cenário mais abrangente, provocando
tensões e questionamentos.
Vários autores entre eles Kunz, acreditam que embora o esporte seja um sistema
opressor, no ambiente escolar ele deve ser vivenciado de maneira crítica, apesar da
dificuldade de trabalhá-lo de outra forma. Para a grande maioria dos jovens, o esporte na
20
prática pode ser algo bastante coercitivo, pode ser um verdadeiro “massacre corporal” e,
mesmo assim é considerado pelos alunos, insubstituível (Kunz, 1998, p.44).
Dentro dessa perspectiva, cabe ao professor o papel de mediador do conhecimento
envolvendo o esporte, suas técnicas, porém com o cuidado de não atuar como técnico em
treinamento esportivo.
Sobre esse assunto Freire nos diz:
“O meu discurso sobre a Teoria deve ser o exemplo concreto, prático, da
teoria. Sua encarnação. Ao falar da construção do conhecimento, criticando
a sua extensão, já devo estar envolvido nela, e nela, a construção, estar
envolvendo os alunos”. (FREIRE, 1996, p.53).
Surge então, a necessidade de romper com o tradicionalismo aplicado no trabalho
com os alunos, privilegiando a aptidão física, o treinamento, o rendimento e a exclusão das
atividades em decorrência da incapacidade de se alcançar uma performance esportiva. Como
modelo, o eixo de uma ação pedagógica, uma perspectiva metodológica de ensino-
aprendizagem embasada no princípio da emancipação visando o desenvolvimento da
autonomia, da cooperação, da participação social afirmando os princípios e valores
democráticos. Segundo Freire (1996):
“... o professor deverá promover o “agir comunicativo” entre seus alunos,
possibilitada pelo uso da linguagem, para expressar entendimento do mundo
social, subjetivo e objetivo da interação para que todos possam participar
em todas as instâncias de decisão, na formulação de interesse e preferências,
e agir de acordo com as situações e as condições do grupo em que está
inserido e do trabalho no esforço de conhecer, desenvolver e apropriar-se da
cultura” (1996, p.122).
Uma abordagem crítica sobre o esporte de maneira diferenciada irá permitir ao aluno
condições de criticá-lo mediante uma participação ativa e comunicativa. O esporte
desenvolvido dentro do Projeto Segundo Tempo deve ser abordado dentro de uma perspectiva
que permita ao aluno resignificar as ações desempenhadas por ele e pela equipe.
21
Após termos feito um breve levantamento histórico do esporte, a seguir
apresentamos o percurso pelo qual tal pesquisa se deu.
22
CAPÍTULO 2
3.1 PERCURSO METODOLÓGICO
A necessidade de uma compreensão contextualizada do problema nos possibilitou a
um olhar para subjetividade, ou seja, a escolha do método de pesquisa que foi a abordagem
qualitativa, pois segundo Taylon e Bogdan a este método de pesquisa favorece:
“[...] nesses inúmeros estudos que combinam técnicas quantitativas e
qualitativas no desenho triangular, só raramente há uma tentativa de
integrar os dois componentes do estudo. Ao invés, eles são tratados
como dois estudos separados em um só projeto. Esse tratamento é
infeliz porque mesmo uma simples comparação dos resultados dos dois
componentes pode permitir a confirmação e, por conseguinte, fortalecer
o argumento” (p. 289).
3.2 REFLEXÃO: POSSÍVEL TRATO PEDAGÓGICO PARA O ESPORTE NO
COLÉGIO ESTADUAL GARAVELO PARK.
Nosso objetivo de estudo, nesta pesquisa é o esporte desenvolvido nas aulas do
Projeto Segundo Tempo dentro de uma perspectiva crítica no contexto do Colégio Estadual
Garavelo Park, situado na rede de ensino do Estado de Goiás.
Direcionamos para pesquisa de campo propiciando a fidelidade dos fatos observados
da maneira como aconteceram, sem intervenções que prejudicassem o desenvolvimento do
trabalho.
A necessidade de uma compreensão contextualizada do problema nos levou a
escolha de um método de pesquisa que possibilitasse resultados satisfatórios. Uma abordagem
23
qualitativa, sugerindo perspectivas propícias para o alcance de conhecimentos que envolvam a
prática pedagógica do esporte, contextualizando-se socialmente, contribuindo assim, para a
transformação de sua prática foi seguramente o que nos levou a escolha da pesquisa de
campo.
3.3 INSTITUIÇÃO E SUJEITOS INVESTIGADOS
Optamos pelo Colégio Estadual Garavelo Park como campo de pesquisa por
preencher os requisitos necessários para atender o que foi proposto pela pesquisa. Um dos
critérios fundamentais é o desenvolvimento do Projeto Segundo Tempo. Os sujeitos
investigados foram alunos do ensino fundamental do 3º ao 9º ano com idades variadas entre
10 e 18 anos.
A preocupação com a veracidade das informações a serem obtidas serviu de base
para análise precisa do universo investigado e, portanto, influenciou substancialmente na
escolha dos sujeitos que compõem esse universo.
3.4 INSTITUIÇÃO DE ENSINO SELECIONADA
Para uma maior concentração nas observações a serem realizadas foi selecionada a
instituição de ensino o então colégio supracitado como uma pequena amostra servindo de
cenário para a pesquisa empírica.
O Colégio Estadual Garavelo Park conta com 18 salas de aula, funcionando nos três
turnos, sendo que no período da manhã funciona o ensino fundamental (6º ao 9º ano) e o
ensino médio; no período da tarde apenas o ensino fundamental e no período da noite o ensino
fundamental e médio.
No total dos três turnos existem 79 funcionários, sendo 43 professores, 36 fazem os
serviços gerais e secretaria. Dos 43 professores apenas 5 ainda não concluíram o curso
superior.
O Programa Segundo Tempo conta com cinco turmas mistas, sendo 3 no período da
manhã e 2 no período da tarde.
24
As turmas do período matutino desenvolvem as modalidades de futsal e voleibol,
cada uma é formada por vinte alunos.
No período vespertino, duas turmas, cada uma com 15 alunos, entre meninos e
meninas, sendo uma de voleibol e a outra de futsal.
Todas as turmas são divididas de acordo com a faixa etária.
A escolha da escola dentre as várias que foram analisadas deu-se pelo fato de que
suas peculiaridades atendiam à nossa pesquisa, ou seja, de que forma o esporte é trabalhado
nas aulas de Educação Física e no Programa Segundo Tempo, como um esporte de alto
rendimento, tecnicista, promovendo com isso a exclusão. Outro aspecto que nos influenciou
bastante foi à facilidade do acesso, portanto, possibilitou a observação contínua.
Através da análise dos documentos existentes na escola em questão foi possível
analisar o currículo aplicado e também o Projeto Político Pedagógico (PPP). A Educação
Física está inserida no PPP como um componente curricular educativo e, portanto, embasado
em princípios didáticos pedagógicos, visando o compromisso com a formação do aluno como
um todo.
3.5 PROFESSORES INVESTIGADOS
Foram investigados 02 professores de Educação Física: um acadêmico da
Universidade Católica de Goiás (UCG) e o outro acadêmico da Universidade Estadual de
Goiás (ESEFFEGO) e a professora/coordenadora graduada pela Universidade Estadual de
Goiás (ESEFFEGO).
Para a obtenção de informações reais e verdadeiras é que selecionamos as pessoas
supracitadas e consequentemente, foi possível contar com a colaboração de todos.
25
CAPÍTULO 3
4.1 ANÁLISE DE DISCUSSÃO DOS DADOS
4.2 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS
Optamos pelo caráter qualitativo da pesquisa para que isso ocorresse os cuidados
com a maneira de abordar foram criteriosamente observados ao se utilizar os seguintes
instrumentos: as observações, análise documental e a entrevista.
4.3 OBSERVAÇÃO
De grande relevância para a pesquisa por possibilitar uma leitura crítica e ampla da
prática pedagógica do esporte escolar. Na maioria das vezes essa prática se mostrou
contraditória à fala dos entrevistados. Todas as turmas do Programa Segundo Tempo foram
observadas, duas vezes por semana, em horários diferenciados, o mais discretamente possível
buscando com isso o alcance de maior veracidade nos resultados.
O início das observações foi no começo do mês de agosto de 2005 se encerrando no
mês de outubro do mesmo ano.
As informações obtidas por intermédio dos professores foram adquiridas através de
uma pequena ficha contendo informações necessárias para a coleta de dados fundamentais no
desenvolvimento da pesquisa, como dados: planejamento, disciplina, motivação, ações
metodológicas e comunicação.
Todas as informações coletadas no dia-a-dia foram anotadas cuidadosamente em um
pequeno bloco próprio para esse fim.
4.4 ANÁLISE DOCUMENTAL
Os documentos analisados foram: o currículo da escola e o PPP (Projeto Político
Pedagógico) em confronto com as atividades curriculares realizadas pelos professores da
disciplina Educação Física e do Programa Segundo Tempo.
De suma importância para a compreensão da prática pedagógica desenvolvida pelos
profissionais da área, os ideais que servem de suporte para essa prática, relacionando-os com
26
o real cotidiano do âmbito escolar. A percepção do valor indiscutível desse procedimento de
análise é que nos fez realizar esse estudo.
4.5 QUESTIONÁRIO
Além dos alunos e professores, a diretora e coordenadores também foram
entrevistados com o propósito de maior consistência nas informações obtidas.
A entrevista ocorreu em grupos, separadamente para que não ocorresse influência de
qualquer espécie que viesse mudar a fala do entrevistado.
As informações obtidas através dos professores de Educação Física a cerca do
assunto relativo ao trato de cada um desses profissionais com o conteúdo esporte escolar
foram conseguidas por meio de um questionário.
O resultado obtido com a fidelidade das informações permitiu a qualidade esperada
em decorrência da relação existente entre a entrevista e a observação. Essa relação entre a
entrevista e a observação, possibilitou um entendimento mais concreto sobre o assunto
pesquisado.
As conversas informais ocorridas durante o período em que estávamos na escola
possibilitaram um melhor entendimento sobre a prática pedagógica do esporte realizado com
os alunos tanto nas aulas do Programa Segundo Tempo.
4.6 ANÁLISE DA PESQUISA
“Outro saber de que não posso duvidar um momento sequer na minha
prática educativo-crítica é o de que, como experiência especificamente
humana, a educação é uma forma de intervenção no mundo.” Freire.
O caráter qualitativo da pesquisa se baseia em três pontos fundamentais: a
observação, análise dos documentos como o Projeto Político Pedagógico, o currículo da
escola e entrevistas com os sujeitos investigados. O objetivo da pesquisa então, analisar o
esporte escolar, praticado nas aulas de Educação Física e também no Programa Segundo
Tempo, sua prática e desenvolvimento numa perspectiva crítica e redimensionada.
27
4.7 A POSTURA DO PROFESSOR – UM TRATO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO PARA O
ESPORTE
A análise documental foi iniciada pela verificação do currículo do colégio estadual
investigado, a Educação Física e o Programa Segundo Tempo desenvolvido com os alunos
dessa escola. Foi possível perceber a dicotomia teoria x prática que vigora nesse universo
escolar. A elaboração do PPP (Projeto Político Pedagógico) foi realizada com alguns
professores entre todos aqueles que fazem parte do quadro de funcionários da escola
consequentemente, a maior parte desconhece o conteúdo, muito menos a real proposta para
Educação Física.
Os currículos do ensino fundamental e médio segundo a Lei de Diretrizes e Bases
(LDB), devem ter uma base nacional comum a ser contemplada e em sistema de ensino e
estabelecimento escolar, uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e
locais da sociedade da cultura, da economia e da clientela. São pressupostos que reforçam
ainda mais a idéia da importância e da necessidade de se trabalhar com a Educação Física de
forma a ampliar e pedagogizar o universo de práticas do esporte que domina o ambiente da
escola.
O Programa Segundo Tempo possui uma proposta embasada em pressupostos
teóricos que viabilizam um trato diferenciado para o esporte, valorizando a criticidade na sua
abordagem através de uma reflexão pedagógica. É um programa que foi idealizado como uma
proposta de democratização do esporte para alunos dos 7 aos 17 anos que estudam em escolas
públicas.
No princípio, a proposta era atender escolas situadas em áreas consideradas de risco
e com instalações adequadas para realização de práticas esportivas para as comunidades
atendidas pelo programa.
O período a mais na escola afasta o aluno da rua, longe das drogas e da
criminalidade, onde as atividades são orientadas por professores de Educação Física das
Universidades locais através de atividades esportivas e recreativas previamente planejadas.
Através das informações obtidas por meio das conversas informais foi possível
visualizar a realidade que envolve todo o processo escolar constatando que o trabalho
28
pedagógico da escola e da aula é desvinculado da prática, tornando então, um trabalho
artificial, diferindo do que é colocado teoricamente no Planejamento Pedagógico.
A Educação Física deveria esclarecer essa problemática, onde o esporte é transmitido
apenas como ação competitiva, sua concepção de esporte rendimento prevalece.
“O esporte, pedagogicamente, é uma instância crítica como a escola, a
universidade e a aula. Então, ela deve refletir criticamente as conseqüências
dessas normas e regras do sistema. O esporte deve abrir as restrições de
significados comparativos para outros significados.” (KUNZ, 2001, p.137).
Por meio da fala dos professores, foi possível perceber os pontos conflitantes
causadores do dualismo teoria x prática. Foi possível perceber a incoerência existente entre as
respostas apresentadas em relação ao esporte e sua função escolar.
A fala de um dos professores investigados nos remete a um passado, não muito
longínquo, no qual o professor de Educação Física era nada mais, nada menos do que alguém
experiente em determinado esporte, na maioria das vezes um ex-atleta e, portanto, capaz de
empregar seus conhecimentos em atividades esportivas. Quando questionado sobre as
concepções pedagógicas que mais se identificam com a prática desenvolvida na escola,
principalmente quando o esporte é o conteúdo trabalhado, disse o seguinte:
“O esporte continua sendo trabalhado na escola como conteúdo. A escola tem que
ter base, apoio da sociedade, suporte, condições favoráveis para sua prática. Com
profissionais capacitados, que possam ensinar tudo sobre o esporte apresentado e
que o aluno aprenda de fato o esporte ensinado.”
A outra acadêmica investigada diz o seguinte, quando questionada sobre as
concepções que se identificam com a prática do esporte que é desenvolvido na escola:
“Eu, sinceramente desconheço essas concepções, mas eu acredito na importância
do aluno em aprender “tudo” sobre o esporte e, que esse saber seja estímulo para
desenvolver o pensamento crítico e lógico desse aluno levando-o a perceber melhor
o mundo em que vive”.
Já o acadêmico da Universidade Federal de Goiás afirma que:
29
“O esporte, quando todos os alunos têm acesso ao seu real significado, se torna
responsável pela socialização, pela auto-estima do aluno, permitindo assim que
todos através da comunicação possam contribuir de alguma forma para o
aprimoramento do próprio esporte".
Pela fala dos professores foi possível perceber que a preferência pelo esporte é
unânime entre eles. E como forma de justificativa pelo trabalho desenvolvido as críticas à
escola são várias como: a falta de espaço adequado, a falta de recursos (livros, bolas, etc.)
enfim, a estrutura da escola é a principal justificativa para as limitações impostas ao trabalho
realizado por esses profissionais.
Sobre as modalidades esportivas trabalhadas na escola e a exagerada importância
dedicada a elas, Kunz e Maristela Souza, chamam atenção para a necessidade de uma
transformação didático-pedagógica do esporte na escola.
“Trata-se, isto sim, em primeiro lugar, de uma mudança de concepção, tanto
do ensino como do esporte”. Para atender as possibilidades pedagógicas do
esporte é necessária uma análise do seu estado atual, como ele se oferece
para essa possibilidade, relaciona-lo com sociedade e o mundo em que foi
constituído e em que é perpetuado. Isso implica, também, assumir
determinada concepção educacional e um compromisso com as
possibilidades “crítico-emancipatórias” da escola, na formação dos alunos.
“(KUNZ et al, 2001, p.21)”.
Ao analisarmos as respostas obtidas por meio dos questionários foi possível perceber
que os professores, apesar de descreverem a concepção pedagógica da Educação Física cujo
trabalho está pautado em pressupostos teóricos, são muito contraditórios no trabalho que
desenvolvem com os alunos. O acadêmico da UFG foi o único que soube responder sobre as
concepções que permeiam o esporte trabalhado na escola embasado em autores condizentes
com a pergunta realizada. Quando questionado sobre a concepção pedagógica que mais se
identifica com a prática desenvolvida na escola respondeu sem maiores explicações que era a
crítico-superadora, enquanto os outros professores não souberam responder a respeito.
As informações fornecidas pelos professores apesar de valorizarem uma
comunicação do esporte numa perspectiva crítica, foi possível perceber certa incoerência
entre o que foi dito e o que foi observado na prática através das aulas ministradas.
30
Sobre a influência crítica do esporte na sociedade, quando questionados os
professores concordam em dizer que a prática do esporte estimula o raciocínio do aluno,
enquanto que o professor Paulo acredita que o esporte contribui para a socialização e auto-
estima do aluno.
“Quando ele atinge todos os alunos de forma que vá contribuir para a sua
socialização, melhorando sua auto-estima, enriquecendo de alguma forma as aulas,
posso sim dizer que o esporte contribui como elemento de crítica à sociedade”.
Com a ênfase nos conteúdos esportivos, a Educação Física se torna uma disciplina
isolada perdendo o caráter formador dentro do projeto pedagógico hegemônico da escola para
transformar numa mera atividade esportiva incluída no espaço institucional da escola.
Assim, a encenação temática do esporte não deve ser entendida como alternativa para
o esporte-espetáculo, mas medida ou estratégia didática para se desenvolver, conjuntamente
com os alunos pelo plano de entendimento, diferentes forma em que o esporte pode ser
encenado/apresentado para diferentes populações-alvo. Enfim, pretende-se selecionar aquelas
encenações/apresentações que têm relevância pedagógica para centrar o processo escolar do
ensino-aprendizagem da Educação Física (Kunz et al, 2001, p.30).
4.8 O ALUNO – UM SER EM FORMAÇÃO DENTRO DO CONTEXTO ESCOLAR
A visão do esporte escolar para alunos de 6º ao 9º ano da escola investigada é outro
ponto importante para a pesquisa. Quando interrogados sobre as aulas de Educação Física
ministradas na escola, dos vinte e cinco alunos entrevistados apenas cinco disseram estar
satisfeitos com o resultado, enquanto que os outros vinte afirmaram total indignação em
relação à não participação na aula prática por motivos diferenciados entre eles a falta de
materiais adequados.
Apesar de ser uma escola de porte médio, o prédio não possui espaço adequado para
as aulas práticas, pois, a quadra existente, além de pequena e não possuir cobertura está com o
piso bastante estragado dificultando as atividades práticas.
Para a maioria dos alunos o esporte desenvolvido na escola não atende a expectativa
deles, devido à forma de trabalho dos professores onde o conteúdo é ministrado de maneira
31
excludente e hierarquizado, na organização pedagógica da escola e nas atividades práticas nas
aulas de Educação Física escolar.
A racionalização dos meios, a eficiência e a eficácia considerada como elementos
próprios da identidade e do desenvolvimento esportivo se enquadram perfeitamente dentro da
perspectiva da pedagogia tecnicista aplicada a educação desenvolvida na escola.
Através de uma ótica cuja perspectiva é de resgatar o caráter formador por meio de
uma concepção crítica do esporte, fundamental para a aquisição de uma postura diferenciada
entre professores e alunos é possível um trabalho significativo com o conteúdo esporte.
“Orientamos-nos por uma concepção educacional que já é conhecida da
área e foi denominada de “crítico-emancipatória”, onde emancipação pode
ser entendida, resumidamente, como um processo interminável de
libertação do aluno das condições limitantes de suas capacidades racionais
críticas e, com isso, também, todo o seu agir no contexto sociocultural e
esportivo” (KUNZ, et al., 2001, p.24-25).
4.9 A FUNÇÃO SOCIAL DO ESPORTE
Outro ponto averiguado pela pesquisa que possibilitou uma visualização conceitual
do significado do esporte para alunos da escola investigada foi à relação existente entre as
meninas e o esporte, principalmente, se tratando do futebol. Tanto meninas, quanto meninos
afirmam ser o futebol um esporte só para homens, portanto, a participação das meninas seria
algo inconveniente afinal, para eles elas não sabem jogar.
As falas dos alunos confirmam isso:
“As meninas não sabem jogar bola...”.
“Meninas só atrapalham o jogo...”.
“A maioria das meninas não sabe chutar uma bola.”
“... meninas e bola não combinam.”
Esses depoimentos entre outros que foram oferecidos pelos meninos e também à fala
de algumas meninas foi possível perceber que a concepção de esportes que esses alunos
32
possuem é justamente a que defende o esporte rendimento, a competição, o esporte
espetáculo. Esse modelo de esporte desenvolvido na escola só quem sabe jogar participa.
“Mas é preciso mudar a intenção pedagógica do esporte, no sentido de
criticar as conseqüências motrizes e sociais do movimento. No entanto,
quando a escola é uma instituição que confirma e reforça o sistema social
vigorante, as possibilidades da educação são reduzidas. A Educação Física
escolar só esclarece um conceito do esporte, e o professor repassa,
tecnicamente, os modelos esportivos existentes” (KUNZ, et al., 2001,
p.141).
Os alunos não percebem muita diferença entre as brincadeiras de rua, com bola
principalmente, com o esporte praticado na escola, pois, eles chegam até a dizer que as ações
desenvolvidas são as mesmas, ou seja, o jogo da escola é tão descompromissado quanto
aquele que é praticado na rua.
As ações são realizadas de forma mecânica, sem análise sobre o que é praticado e
para quais fins são executadas.
Os movimentos praticados no esporte são voltados para o aperfeiçoamento do gesto
com a finalidade de melhorar cada vez mais o rendimento do esporte, com o objetivo
funcional apenas (Kunz, 1996, p.81).
Em decorrência da busca desenfreada de práticas que possibilitem à construção de
futuros campeões a especialização prematura do aluno leva a inibição do desenvolvimento do
potencial psico-afetivo, motor, cognitivo e social da criança.
Quando interrogados sobre as aulas praticadas, a possibilidade de uma totalidade na
participação de todos e o que poderia ser modificado para atingir a todos, melhorando com
isso a qualidade do processo, a maioria dos alunos responderam que a possibilidade da escola
oferecer condições para esse fim, oferecendo espaços e recursos necessários resolveriam o
problema.
Resta então, aos professores, a direção do ensino-aprendizagem e a disponibilização
dos instrumentos que garantam ao aluno a possibilidade de optar na construção de seu próprio
caminho.
33
O mais importante é o aluno e suas relações com o conteúdo proposto. O professor é
convidado a mediatizar essa relação, através do que, de maneira objetiva, professor e aluno,
identificarão seus elementos significativos centrais. Identificados, através da experiência, do
estudo, da reflexão e do diálogo, vale conceber arranjos e sugestões de aprendizagem que
envolva esses elementos prioritários. A partir daí, professores e alunos elaboraram um “plano
de entendimentos”, onde decidem as estratégias e diferentes papéis que cada participante
assumirá no processo (Kunz, et al., 2001, p. 60).
Dentro de uma concepção crítico-emancipatória é possível buscar a relação existente
entre os modelos e as práticas que dizem respeito ao mundo em que vivemos, ou seja, que
estejam em contato direto com o mundo do educando.
Sendo assim, a educação crítico-emancipatória valoriza o indivíduo e a sua
capacidade de emancipação, a consciência crítica como uma viável intervenção comprometida
e aliada ao processo de transformação.
34
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pretendemos através desse estudo, compreender o significado do esporte tanto para
os professores de Educação Física, quanto para os alunos.
Ao realizarmos essa pesquisa nossa intenção era refletir sobre a realidade do esporte
desenvolvido no Programa Segundo Tempo. A maneira como vem sendo reproduzido o
esporte no âmbito escolar foi à mola propulsora para o desenvolvimento de uma pesquisa que
nos apontasse o trabalho pedagógico realizado pelos professores de Educação Física em
relação ao conteúdo esporte.
Procuramos apresentar os pontos principais e relevantes para um entendimento
melhor do que está sendo abordado sobre o esporte, enquanto conteúdo de Educação Física.
A resistência dos professores ao fornecer informações requisitadas, principalmente
quando se tratava de respostas discursivas foi o primeiro ponto destacado. Uma certa
insegurança do professores ao responder determinadas perguntas foi percebida também
durante as entrevistas.
Nas aulas práticas e teóricas ministradas pelos professores de Educação Física foi
possível detectar uma realidade onde o conteúdo esporte é bastante privilegiado. É percebida
uma valorização extrema dedicada ao esporte rendimento.
Percebemos então, que o resultado desse posicionamento é decorrente da limitação
do conhecimento desses professores em relação ao esporte enquanto conteúdo, portanto, todos
trabalham com o esporte dentro da escola com um caráter competitivo com o objetivo de
despertar o interesse e um envolvimento maior dos alunos pelas aulas e modalidades
esportivas.
Os conteúdos educacionais quando direcionados apenas para o esporte deixam de ser
conhecimento de formação cultural, científico e social integrados aos demais conteúdos da
escola transformando-se em aquisições de habilidades e competências restritas ao rendimento
esportivo do indivíduo-atleta.
A proposta de trabalho através de uma abordagem crítica sugerida nesse trabalho
possui a intenção de auxiliar o professor no desempenho de seu papel mediante o processo
35
didático-pedagógico da Educação Física, oferecendo então, um instrumento que possibilita o
processo de socialização e de integração educativa no ambiente escolar na perspectiva da
inclusão social e da ação coletiva dos sujeitos no Programa Segundo Tempo.
Esta pesquisa não é um trabalho fechado às críticas e sugestões, ao contrário, é uma
proposta que está aberta a futuras alterações que venham a contribuir para o aperfeiçoamento
de sua execução no ambiente escolar.
É possível perceber que o conteúdo esporte abrange a função social de formação
educativa e inclusiva do aluno no Programa Segundo Tempo. Analisar, portanto, de forma
ampla as concepções e propostas de ensino dentro de um posicionamento progressista de
educação com possibilidade de intervenção comprometida e aliada ao processo de
transformação.
Em hipótese alguma pretendemos excluir o esporte da escola e sim garantir através
da organização do conhecimento a ser ensinado/aprendido na escola que o conteúdo esporte
viabilize ao aluno as condições de apropriar-se do mundo e para que isto ocorra, é necessário
transformar a própria disciplina Educação Física numa dimensão que supere e transforme seus
conteúdos e métodos para além de atividades meramente reprodutivas, condicionadas,
restritas e isoladas em conhecimentos técnico-esportivos.
36
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Cláudio L. de Alvarenga. Educação Física Escolar – da alienação à
libertação: Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1997.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo:
Cortez, 1991.
FREITAS, Luís Carlos. Crítica da organização do trabalho pedagógico e da didática:
Campinas, São Paulo: Papirus, 1995.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – Saberes necessários à prática educativa. Ed.
14. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1996.
KUNZ, Elenor. Didática da Educação Física: ed. 2ª, Ijuí – Ed. Unijuí, 2001.
KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ed. 2ª Ijuí-RS: Ed. Unijuí,
1998.
NISTA – PICCOLO (ORG.). Pedagogia dos Esportes. Campinas, SP: Ed. Papirus, 1999.
OLIVEIRA, Sávio Assis de. Escola e Esporte: Campos para ocupar, Resistir e produzir.
V.3, 1999; 2000.
SOARES, Carmem. Educação Física – Raízes Européias e Brasil: ed. 2ª, Campinas, SP:
Autores Associados, 2001.
VAGO, Tarcísio Mauro. O “esporte na escola” e o “esporte da escola”: da negação
radical para uma relação de tensão permanente – Um diálogo com Valter Bracht. Porto
Alegre: Ed. Movimento, 1996.
KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ed. 2ª Ijuí-RS: Ed. Unijuí,
2004.
37
ANEXOS
ANEXO I – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA
1 – Nome completo: _________________________________________________
2 – Graduação: _____________________________________________________
3 – Nome da instituição onde cursou o curso de graduação: ___________________
4 – Qual sua concepção de esporte e como você percebe o esporte na escola?______
_________________________________________________________________
5 – Como está sendo trabalhado o esporte na escola?______________________
_________________________________________________________________
6 – Em qual concepção pedagógica da Educação Física está inserida a prática desenvolvida na
escola, tendo em vista o esporte enquanto conteúdo?________________________________
_________________________________________________________________________
7 – Quais as dificuldades apresentadas no cotidiano escolar para o trabalho com o conteúdo
esporte percebida por você enquanto professor?_____________________________________
_________________________________________________________________________
8 – Em sua opinião, de que forma o esporte pode contribuir como elemento crítico dentro da
sociedade em que vivemos? E em que circunstâncias?________________________________
9 – De que forma e sob quais condições o esporte deve ser praticado na
escola?____________________________________________________________________
38
10 – Qual a importância da comunicação numa perspectiva crítica do
esporte?____________________________________________________________________
ANEXO 2 – GUIA DE OBSERVAÇÃO DAS AULAS DO PROGRAMA SEGUNDO
TEMPO
Colégio Estadual Garavelo Park
Aparecida de Goiânia, _______ de _____________ de 2007.
Professor: __________________________________________________
Série/Turma/Turno: ____________________________________________________
• Disciplina:
1. Durante as aulas existem problemas de o tipo disciplinar:
( ) sim ( ) não ( ) às vezes
2. Motivação:
( ) bom ( ) não ( ) regular ( ) fraco
• Ações Metodológicas das Aulas
1. O ritmo de instrução é ajustado de modo a atender todos os alunos?
( ) bom ( ) não ( ) regular ( ) fraco
2. Os alunos são ativamente engajados nas atividades propostas?
( ) bom ( ) não ( ) regular ( ) fraco
3. O professor diversifica sua metodologia?
( ) bom ( ) não ( ) regular ( ) fraco
39
• Forma de Comunicação
1. Clara:
( ) bom ( ) não ( ) regular ( ) fraco
2. Promove a participação:
( ) bom ( ) não ( ) regular ( ) fraco
3. Promove a empatia:
( ) bom ( ) não ( ) regular ( ) fraco
• Planejamento:
1. Realiza-se?
( ) bom ( ) não ( ) regular ( ) fraco
40
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