View
221
Download
2
Category
Preview:
DESCRIPTION
trabalho de tgi.ii iausc-2011
Citation preview
entre
pon
tos
e lin
has
intervenção urbana em santo amarotgi.ii 2011 carolina passos de oliveira santos
entre pontos e linhasintervenção urbana em santo amaro.sptgi.ii 2011 carolina passos de oliveira santos
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOINSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMOTRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO II
o presente trabalho se revela em constante construção, através das inquietações, leituras, análises e croquis aqui levantados, como um processo de estudo e compreensão do terri-tório e suas arquiteturas.
“entre estabilidade de fixos e dinâmica de fluxos, faz-se a cidade”lucrécia d’aléssio ferrara
ÍNDICE
escala conceitual . 12
escala territorial . 16
escala edifício . 36
referências . 75
APRESENTAÇÃO
Na proposta de intervenção procura-se investigar como intervir na
cidade contemporânea,de como perceber as conexões e inter-
conexões presentes no território, e de acordo com Solà-Morales,
de como tensioná-las em suas múltiplas justaposições, “son estas
yuxtaposiciones las que deben facilitarse, constituirse, hacerse
visibles a través de estructuras arquitectónicas”.
Nesse sentido o trabalho revela-se com caráter de experimen-
tação dessa arquitetura como recipiente técnico capaz de
favorecer a multiplicação de eventos e atividades sociais do
espaço urbano, buscando explorar em seu desenvolvimento as
várias escalas na qual seu processo projetual implica, assim,
perpassa pela compreensão e estudo de referências projetuais,
em que as principais questões e relações são colocadas através
de análise, leitura, interpretação e confrontação destas no espaço
urbano de santo amaro, na região metropolitana de são paulo, e
de como o projeto se infere como uma intervenção que explode os
próprios limites do edifício e suas relações urbanas.
O desenvolvimento do projeto perpassa por uma série de questões que são também colocadas por outros projetos, portanto, a análise desses é fundamental para o entendi-mento do tema e as abordagens projetuais em relação a este.
No projeto do hospital em Veneza, figura superior à esquerda, Le Corbusier propõe o edifício como extensão da cidade, assim parte da morfologia desta, no caso “il campiello” (praças venezianas) como estratégia de projeto. Com isso, o projeto se desenvolve através da relação do campiello com a calle e os canais, no qual se configura como elemento articulador das edificações do projeto, tal qual se relaciona dentro da cidade de Veneza.A partir dessas premissas, podemos aproximá-lo de Golden Lane dos Smithsons, no canto inferior esquerdo, na qual também traz um elemento de investigação da cidade como estratégia de projeto, no caso, as “streets in the air”, desse modo, traz a rua como percurso, através da qual se percebe a dinâmica e sociabilidade da cidade para dentro do projeto.No caso de Torrecillas, no projeto da Muralla Nazar, em Albacin na Espanha, à direita, o próprio percurso pode ser o elemento questionador, já que o arquiteto contrapõe a própria condição da muralha como limite, e traz para dentro desta a sua contradição e sua relação de trânsito/passagem com o sujeito.
No projeto do subterrâneo de Haya, canto inferior esquerdo, Koolhaas propõe o edifício como elemento de infraestrutura urbana, onde interpenetram-se dife-rentes programas (superposição programática) em diversos níveis que recuperam a relação da super-fície, da rua e seus eventos. A partir dessas considerações podemos aproximar esse projeto ao Centro Cultural São Paulo, acima, nos quais, ambos recuperam o percurso como estratégia projetual, a fim de tensionar a questão de trânsito, pertencente à condição de nós do sistema de transporte, e ao mesmo tempo, contrapondo-se como espaços de permanência, através da sobreposição de outras atividades sejam estas culturais ou não. Os dois projetos recuperam o edifício como intervenção urbana, nas quais as relações propostas explodem o limite edificado, como uma extensão em níveis do terri-tório.
13
15
Tschumi no projeto para o Parc de La Villette
também explora de forma direta, assim como no
Centro Cultural São Paulo, as relações espaciais
e dinâmicas de uso do qual o projeto participa e
se desenvolve no tecido urbano, desse modo,
explora-se a continuidade e ruptura do espaço
urbano através das “folies”, entendidas como
aparatos propulsores de eventos, experiência
do espaço, a questão de experimentação e
investigação de programa de construir o espaço
urbano é latente nesse projeto em Paris.
Outros projetos como a estação intermodal de
Coimbra do escritório MMBB, também busca
explorar através do sistema de infraestrutura de
transporte a dinâmica de uso e ocupação da
área, que a partir da convergência de mobili-
dades potencialize a criação de outros sistemas,
estes abertos à construção de conexões
programadas e/ou não-programadas que
integre o transeunte à cidade e suas estruturas.
O objeto de intervenção estabelece como estra-
tégia projetual explorar a constituição de uma
infraestrutura urbana legível, que traga a possi-
bilidade de novos desdobramentos urbanos
para esta estrutura, e ao mesmo tempo, que
privilegie a busca da continuidade e dinâmica
do espaço celebrativo e democrático na cidade.
Portanto, retomando Tschumi, propõe-se uma
intervenção de caráter de experimentação, veri-
ficação e pro-posição como extensão do próprio
território.
O distrito de Santo Amaro teve seu desenvolvimento a partir do embrião
da vila de mesmo nome, por volta do século XVI, com ocupação inicial
pelos jesuítas próxima à aldeiamentos indígenas. O nome do distrito é
devido à imagem do santo doado à capela Nossa Senhora da Assunção
de Ibirapuera, ponto central da antiga vila, e que hoje é a igreja matriz de
Santo Amaro situada no largo treze de maio. Já por volta do século XIX
Santo Amaro se consolida e se expande territorialmente e culturalmente
impulsionado pela imigração européia na região com forte caráter
agrícula de produção e comercialização para a região e para a cidade de
São Paulo. Esse fator foi essencial para o contínuo desenvolvimento da
região e também de sua postura como município independente até
meados de 1930, quanto foi anexado à cidade de São Paulo, como impor-
tante bairro.
O crescimento e desenvolvimento do bairro como elo de ligação da
própria região metropolitana da cidade com a região sul, acentuou a
própria dinâmica de uso e ocupação do solo, evidenciando-se como
palco de contrastes sócio-econômicos fortemente marcado na região.
Tais aspectos foram condicionantes para o próprio desenvolvimento da
estruturação viária no território (Meyer, 2004). Esse conjunto de fatores
conformou o território em um centro de convergência de pessoas e mobi-
lidades, revelando-se um nó de infraestrutura urbana, no que tange a
estruturação viária.
Nesse sentido, pode-se reconhecer ao lado da matriz no largo treze um
pólo de estruturas e atividades, na qual podemos estabelecer uma
estreita relação com o sistema de transporte urbano, como ponto chave
o próprio terminal de ônibus urbano de santo amaro e a rede metroviária,
ambos dialogando na escala urbana e local. Fica assim, evidente a estra-
tégia de leitura nesse recorte de Santo Amaro, e as possibilidades que
estas estruturas podem trazer não só como recipiente técnico de mobili-
dade, mas de novos desdobramentos urbanos capazes de questionar sua
própria condição na ocupação e uso do território.
viário ferrovia metrô corredor ônibus área estudo
sé
santo amaro
socorro
vila mariana
campo limpo
jabaquara
butantã
pinheiros
m’boi mirimcidade ademar
ipiranga
17
sistema viário principal linha esmeralda-cptm linha 5-metrô corredor ônibus terminal de ônibus urbano santo amaro
19
O TREZE DO LARGODO LARGO QUE É TREZETREZE!AZAR OU SORTE?VIDA OU MORTE?TREZE!APENAS UM NÚMERO?VINTE MENOS SETECINCO MAIS OITOSUPERSTIÇÃOILUSÃOO QUE HÁ?A QUEM COMPETE EXPLICAR?TANTA GENTE...GENTE!EM UM SÓ LUGARTANTA COISA PRA VENDERE COMPRARNOVO NORDESTE DE CASAS DO NORTENORDESTINOS EM BUSCA DE TRABALHOSONHOS E SORTEPLANTAS, RAÍZES DE MANDACARU(ATÉ PENSEI ESTÁ EM CARUARU)SORTE DE QUEM?AZAR DE QUEM?AQUELE É TREZE!A PLACA INDICA:AQUI É TREZEE LARGOÉ FACIL DE SE PERDEROU SE ENCONTRAR.VIA LARGO TREZETERMINAL BANDEIRA VIA LARGO TREZE
TERMINAL VARGINHA VIA LARGO TREZEJD ÂNGELACAPELINHAE OUTRAS LINHASDOS SONHOSTRABALHOSFILHOSFEIRASFESTASBILHTE ÚNICO AFINAL!VIA LARGO TREZEDE TERMINAL A TERMINAL.SANTO AMAROAMARO!OLHA O LARGO!AMARO!O LARGO AMARO!O LARGOAMAROS, AMARGOS, ANDAM PELAS RUASE SÃO TANTOSBRANCOSPRETOSMARIASJOAQUINSSEVERINOSE OUTROS TANTOSDE TODOS OS CANTOSCABROBOSCABACEIRASJEQUIÉFREI MIGUELINHOSURUBIMVIA LARGOTODOS OS DIAS A CIDADE É ATRAVESSADA.
O TREZE DO LARGO(carlos galdino)
21
� � � � � � � � � �FUAD ELIASNAUPHAL
PP
SETOR 088SANTO AMARO
RUA
IGUATINGA
SETOR 087SANTO AMARO
C
� �� ��� ��
� �� �
� �� �
LUZ
SETOR 088
SANTO AMARO
RUA
� � �� � �
� � �� � �
RUA
MARIA
ALMEIDA
RUA
MANU
HERRERO
RUA
ANA
��� ���
���� ��
� ����������������� BO
RBA
RUA
� �� �
� �������
� � � � � �� � � � � � � � � � � � � �BENTA VIEIRA
SETOR 087SANTO AMARO
RUA
� � � � � � � �� �
CRUZ
� � � � �� � � �
�
CORO
NEL
CERQUEIRA
RUA
VERA
RUAAMARO
RUA
DOUT
OR
RUA
P
SETOR 087SANTO AMARO
RU
A
ADA
AMLETO
RUA
CERQUEIRA
NEGRI
AN
TON
IETA
AMARO
FRA
NC
ISC
OA
RV
AN
I
RUA
NEGRI
ADA
RUA
FARRO
MEI
RA
RU
A
RUA
� � � � � � � � � �
RU
A���� � � � �
AMO
RO
SO
RUA
� � � � �� � � � �
RUA
RUA
ADA
NEGRI
R. F. AR
VANI
P
� � � � � � � � � �FUAD ELIASNAUPHAL
PP
SETOR 088SANTO AMARO
RUA
IGUATINGA
SETOR 087SANTO AMARO
C
� �� ��� ��
� �� �
� �� �
LUZ
SETOR 088
SANTO AMARO
RUA
� � �� � �
� � �� � �
RUA
MARIA
ALMEIDA
RUA
MANUEL
HERRERO
RUA
ANA
��� ���
���� ��
� ����������������� BO
RBA
RUA
� �� �
� �������
� � � � � �� � � � � � � � � � � � � �BENTA VIEIRA
SETOR 087SANTO AMARO
RUA
� � � � � � � �� �
CRUZ
� � � � �� � � �
�
CORO
NEL
CERQUEIRA
RUA
VERA
RUAAMARO
RUA
DOUT
OR
RUA
P
SETOR 087SANTO AMARO
RU
A
ADA
AMLETO
RUA
CERQUEIRA
NEGRI
AN
TON
IETA
AMARO
FRA
NC
ISC
OA
RV
AN
I
RUA
NEGRI
ADA
RUA
FARRO
MEI
RA
RU
A
RUA
� � � � � � � � � �
RU
A���� � � � �
AMO
RO
SO
RUA
� � � � �� � � � �
RUA
RUA
ADA
NEGRI
R. F. AR
VANI
P
1
2
3
4
5
6
7
SISTEMA DE INFRAESTRUTURA URBANA
diagrama das principais estruturas de trans-
porte, os quais demonstram a relevância da
área como pólo de mobilidades e pessoas.
1.viário
2.linha férrea-cptm
3.canal do rio pinheiros
4.linha metrô
PONTOS NODAIS
são focos estratégicos tanto na escala do
observador quanto na urbana como conexões
ou concentrações de alguma característica.
5.largo treze de maio
6.terminal de ônibus urbano santo amaro e
estação metrô largo treze
7.estação cptm linha esmeralda e estação
santo amaro do metrô
23
linha esmeralda cptm linha 5-metrô vias estruturais vias coletoras eixos locais
EIXO VIÁRIO PRINCIPAL
Propõe-se uma série de leituras no recorte da área do largo treze
atravessando o terminal de ônibus urbano/estação-metrô até o
canal do rio pinheiros, nas estações de integração cptm-metrô.
Pode-se notar através do mapa que a av.padre josé maria se
coloca como articuladora entre as vias coletoras e outras de
caráter local, assim, identifica-se pela própria estrutura viária
principal, essa avenida como principal eixo de conexão dos
pontos nodais, já evidenciados no mapa da página anterior, a
qual se coloca como estrutura primária para a própria interven-
ção, de sua saída do largo treze, de frente à matriz como um
braço das avenidas adolfo pinheiro e santo amaro, até a av.das
nações ao lado do canal do rio pinheiros.
av.das nações unidas
av.mario lopes leão
r.amador bueno
av.padre josé maria
r.eng.francisco pitta brito
al.s
anto
am
aro
av.
adol
fo p
inhei
ro
r.prof.clemente pinho
r.basil
io luz
r.gen.roberto alves filho
r.barã
o d
o rio
bra
nco
r.cerqueira césar
25
linha esmeralda cptm linha 5-metrô vias estruturais vias coletoras eixos locais fluxo peatonal
FLUXOS
Nessa leitura busca-se relacionar o eixo primário (av.padre josé
maria) da intervenção ao fluxo peatonal, ou seja, à escala do
pedestre. Assim, através do transeunte pode-se reconhecer a
dinâmica e vitalidade desse lugar, de como esse se apropria do
espaço, das suas relações e uso na cidade, seja nas ruas, nas
áreas livres, comerciais e/ou serviços.
Fica evidente a centralidade do largo treze e suas mediações
como pontos de atração, como um nó de mobilidade e acessibili-
dade à cidade junto às atividades comerciais e de serviços, que
acentuam o caráter desse lugar não só de trânsito/passagem,
mas de permanência, de suas tensões, conflitos e contradições
sociais. Por isso, tal leitura promove a soma de uma outra
camada ao entendimento desses fluxos, sejam estes estruturais
ou subjetivos, os quais constroem a própria experiência metro-
politana, de suas dimensões, seus edifícios e espaços públicos.
av.das nações unidas
av.mario lopes leão
r.amador bueno
av.padre josé maria
r.eng.francisco pitta brito
al.s
anto
am
aro
av.
adol
fo p
inhei
ro
r.prof.clemente pinho
r.basil
io luz
r.gen.roberto alves filho
r.barã
o d
o rio
bra
nco
r.cerqueira césar
27
linha esmeralda cptm linha 5-metrô vias estruturais vias coletoras eixos locais fluxo peatonal pontos de atração
PONTOS DE ATRAÇÃO
A partir dessas considerações, podemos repensar os pontos das
estações do terminal/metrô identificados no mapa, como pontos
de atração devido à questão de mobilidade urbana.
Dessa forma, propõe-se a plataforma não mais como o principal
programa, mas sim, de como esta se articula junto às circu-
lações de grande fluxo, de como estas estruturas integram-se ao
território.
Por tudo isso, podemos pensar a arquitetura como episódio, com
foco para as narrativas, tanto como seqüência ou linguagem,
segundo Tschumi “uma sucessão de eventos, como frames”
capazes de modificar esse lugar de passagem através da
experiência subjetiva ao atravessá-lo.
1 estação largo treze-metrô
2 terminal de ônibus urbano
3 estação santo amaro-metrô
4 estação santo amaro-cptm
av.das nações unidas
av.mario lopes leão
r.amador bueno
av.padre josé maria
r.eng.francisco pitta brito
al.s
anto
am
aro
av.
adol
fo p
inhei
ro
r.prof.clemente pinho
r.basil
io luz
r.gen.roberto alves filho
r.barã
o d
o rio
bra
nco
r.cerqueira césar
29
12
3
4
linha esmeralda cptm linha 5-metrô vias estruturais vias coletoras eixos locais fluxo peatonal pontos de atração
SOBREPOSIÇÕES
Percebe-se pela sobreposição das leituras as várias dinâmicas
de uso nesse lugar. Tem-se significativos edifícios com ativi-
dades culturais como o sesc santo amaro, é também um reco-
nhecido pólo de ensino pela presença de duas universidades
(uninove e unisa) e outras instituições, além de outros equipa-
mentos de abrangência regional como o poupa tempo. Todos
esses edifícios possuem um uso massivo, porte e perenidade
frente à própria infraestrutura urbana, no caso, ao transporte
público, este funciona como espinha dorsal dessa permeabili-
dade no território.
Diante disso, é interessante pensar em como essa estrutura se
integra a todas essas atividades que permeiam esse espaço, de
como esta poderia se mostrar numa relação propositiva com
esses equipamentos existentes, trazendo assim diversas possi-
bilidades de experimentação nesse entorno de tráfego ace-
lerado, de passagem mas ao mesmo tempo de permanência.
equipamento educação
equipamento lazer/cultura
equipamento saúde
área livre
av.das nações unidas
av.mario lopes leão
r.amador bueno
av.padre josé maria
r.eng.francisco pitta brito
al.s
anto
am
aro
av.
adol
fo p
inhei
ro
r.prof.clemente pinho
r.basil
io luz
r.gen.roberto alves filho
r.barã
o d
o rio
bra
nco
r.cerqueira césar
clube da cidade
“joerg bruder”
sesc
santo amaro
uninove
senaipoupa
tempo
emei
unisa
emei
largo treze
de maio
praça floriano
peixoto
biblioteca
municipalpraça
francisco
glicério
31
relações paisagem relações atividades
av.das nações unidas
av.mario lopes leão
r.amador bueno
av.padre josé maria
r.eng.francisco pitta brito
al.s
anto
am
aro
av.
adol
fo p
inhei
ro
r.prof.clemente pinho
r.basil
io luz
r.gen.roberto alves filho
r.barã
o d
o rio
bra
nco
r.cerqueira césar
linha esmeralda
cptm
linha 5-metrô vias estruturais vias coletoras eixos locais eixo longitudinal estruturas
primárias
APROXIMAÇÕES
Diante dessas questões levantadas como aproxi-
mações referentes às próprias intenções projetuais,
tem-se a av.padre josé maria como uma estrutura
urbana capaz de tensionar em seu eixo relações
espaciais desde o largo treze (1), da integração do
território com as conexões referentes ao sistema de
mobilidade, terminal de ônibus (3) e estações de
metro (2), acompanhando esse lugar de passagem
até as outras conexões da cptm e metrô (4) ao lado
do canal do rio pinheiros.
Assim, a intervenção assume esse eixo longitudinal
como um redesenho da própria paisagem de forma
concreta e subjetiva, da articulação das estruturas
como o terminal de ônibus urbano (3) e da estação
de metrô (2) com os equipamentos e atividades
existentes direta ou indiretamente, procurando
expandi-las para espaços que explorem a experiên-
cia desse lugar como passagem mas ao mesmo
tempo de permanência.
1
4
32
33
relações paisagem relações atividades curvas de nível eixo intervenção vínculoseixo longitudinal estruturas primárias
A intervenção toma como base a forte declividade existente na área, propõe-se então a topografia como plataforma para a construção de vínculos, a partir do eixo longitudinal reconhecido de uma estrutura urbana legível que abrange o terminal de ônibus e a estação de metrô.
Portanto, o projeto procura interpretar essa estrutura da cidade em suas várias escalas, se colocando como elemento de investigação em uma trama que articula através de combinações, sobre-posições ou mesmo rupturas o percurso e seus eventos conforme a conectividade e complementa-ridade possível entre atividades e modos de trans-porte.
“o percurso diariamente apressado poderá ser celebrado por outros caminhos além do consumo” (bucci, a.)
750
740
730
35
A partir de alguns estudos de conexões e
implantação, procura-se interpretar o que
seria essa superposição programática, não
só de atividades, como do terminal de
ônibus e do metrô, mas principalmente de
sua relação com a superfície, de suas
transposições e permanências com experi-
mentações projetuais que construa o
espaço urbano, de espaços se formando
pelo cruzamento de fluxos e encontros das
atividades, como sequencias e ritmos de
maneira a explicitar o próprio programa,
gerando situações/eventos.
Propõe-se mediações tanto entre ativi-
dades culturais, desenvolvidas dentro de
um edifício, no caso o SESC santo amaro, e
de uma área livre, de um espaço público,
assim, que mediações ou mesmo que situ-
ações poderiam ser interessantes para a
experiência desse lugar.
0 50 100
PLANTA DE SITUAÇÃO
construções demolidas
37
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO
O projeto apresenta-se primariamente em 3 níveis na
superfície que vão se entrelaçando conforme o encontro
das atividades propostas e do cruzamento de fluxos nos
patamares. Estes vão construindo os espaços de trans-
posição e de permanência dentro do projeto e das medi-
ações do largo treze para si. Através desses níveis longitu-
dinais inserem-se praças intermediárias, que se integram
transversalmente ao entorno, procurando-se o desdobra-
mento de outras formas de uso desse espaço público.
Assim, propõe-se o edifício como receptor e propulsor
dessas diversas conexões, que não se fecha em si, mas
que explode em suas diversas combinações e níveis o
próprio programa de mobilidade (terminal de ônibus e
estação de metrô) com atividades ligadas à arte desde
projeções e núcleos de mídias, perpassando por espaços
de exposição e de experimentações teatrais. Com isso,
através do eixo da av.padre josé maria constrói e tensiona
relações entre as várias escalas da intervenção, da urbana
ao edifício, e de como este articula seus eventos.
PP
C
P
P
C
RUA
0 50 100 39
RUA
P
P
P
0 50 100
s
s
1
234
1.sala disponível
2.sala de operadores
3.depósito material limpeza
4.sala de lixo
5678
5.sala disponível
6.sala de operadores
7.sanitário
8.depósito material limpeza
APROXIMAÇÃO PLANTA PLATAFORMA METRÔ | NIVEL +729
escala 1:500
PLANTA PLATAFORMA METRÔ NIVEL +729
Ao longo da cota 729, nível subterrâneo do projeto, estabelecem-se as plata-
formas da estação largo treze, com um conjunto de duas entradas/saídas e
suas respectivas áreas de serviço e manutenção. A estação composta de
plataformas laterais conecta a área do largo treze à linha 5-lilás do metrô e ao
restante do sistema metroviário da cidade de são paulo. E junto com o terminal
de ônibus urbano de santo amaro, promove a integração deste como ponto
focal na estruturação espacial e funcional da cidade, organizando o funciona-
mento urbano na macroescala. Essa estação possui uma demanda diária por
volta de 13 mil pessoas, que usam e transitam nesse espaço. A partir desse
primeiro nível da intervenção busca-se explorar as conexões e continuidades
dessa com o território, construindo a relação entre a escala do edifício e a
urbana na qual o trabalho tensiona.
O projeto oferece uma integração com equipamentos complementares, como
um bolsão de estacionamento público, na cota 731 e bicicletários na super-
fície, de forma a oferecer outras possibilidades dentro desse caráter de
passagem/permanência no qual a intervenção se insere.
729
41
PP
RUA
P
P
0 50 100
s
s
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1213
14
15
16
17 18 19 20
Nesse recorte da primeira entrada da estação sentido
largo treze ao terminal de ônibus, nota-se a estrutura
do percurso, que se configura parte em projeção no
desenho como continuidade da cota da rua humboldt
na 737,5 e adentra-se para os níveis subterrâneos na
735,75 com as bilheterias e sanitários, a área admin-
istrativa e operacional da estação, e descendo após a
linha de bloqueio para a área paga que acessa as
plataformas de embarque do metrô.
1.área paga-acesso plataformas metrô
2.linha de bloqueio
3.bilheteria
4.achados e perdidos
5.sanitário masculino
6.sanitário feminino
7.sala baterias
8.9.10.11.trafo auxiliar
12.sala de media tensão
13.sala painéis controle
14.sanitário masculino
15.sanitário feminino
16.escritório
17.refeitório
18.sala de reunião
19.escritório
20.sala de baixa tensão
APROXIMAÇÃO PLANTA MEZANINO METRÔ | NIVEL +734 | +735,75
escala 1:500
PLANTA MEZANINO METRÔ NIVEL +734 | +735,75
734
735,75
43
PP
P
P
P
0 50 100
APROXIMAÇÃO PLANTA VIÁRIO-TERMINAL ÔNIBUS NIVEL +734
escala 1:1500
PLANTA VIÁRIO-TERMINAL ÔNIBUS NIVEL +734
Acentuou-se o desnível ao longo da av.padre josé maria, estabelecendo na cota 734 o patamar tanto para o termi-
nal de ônibus urbano quanto para a outra entrada da estação largo treze do metrô. A partir desse primeiro nível da
superfície estruturaram-se as relações entre as partes do edifício e seus elementos com os componentes funcion-
ais da própria estação e terminal, configurando o percurso desse conjunto entre seus níveis, se dá a experimen-
tação de novos processos de leitura desse espaço urbano.
Com isso, toma-se o percurso desse espaço como o elemento que tensionará a própria intervenção, propõe-se a
criação de espaços flexíveis, mistura de usos e atividades em meio a esse grande fluxo de pessoas.
45
734,30
734,30
734,30
734,30
734,30
1
1.bilheteria
2.primeiro-socorros
3.achados e perdidos
4.bicicletário
5.linha de bloqueio
6.área paga-acesso
plataformas metrô
APROXIMAÇÃO PLANTA TERMINAL DE ÔNIBUS
escala 1:250
734,30
734,30
APROXIMAÇÃO PLANTA ESTAÇÃO LARGO TREZE
escala 1:350
2
3
4
5 6 7 8
1
2 3
4
5
6
1.sala gerador energia
elétrica
2.sanitário/vestiário
3.refeitório
4.depósito lixo
5.administração
6.empresas operadoras
7.quadros elétricos
8.sala limpeza
9.bilheterias9
APROXIMAÇÃO PLANTA VIÁRIO-TERMINAL
ÔNIBUS NIVEL +734
escala 1:500
47
O projeto do terminal de ônibus urbano de
santo amaro perpassa não só pelas questões
inerentes ao conceito projetual, mas também à
técnica operacional desse equipamento
urbano. É um terminal de médio porte, portanto,
mantém-se essa característica mesmo com a
prevista expansão da linha 5 do metrô, e da
possibilidade de diminuição de algumas linhas
para esse. Como terminal aberto, seu acesso é
livre sem pagamento prévio de tarifa na bilhe-
teria, na qual suas plataformas são dispostas
paralelamente, com uso de ambos os lados
para embarque e desembarque. Ao lado direito,
na parte superior, pode-se observar as áreas de
apoio operacional deste, e na parte inferior a
área de serviço e apoio para o funcionamento
da segunda entrada da estação largo treze.
PP
RUA
P
P
s
0 50 100
s
APROXIMAÇÃO PLANTA PRAÇAS-TRANSPOSIÇÕES
NIVEL +740 | +741 | 743,60
escala 1:1200
PLANTA PRAÇAS-TRANSPOSIÇÕES NIVEL +740 | +741 | +743,60
O espaço público permeia toda a extensão do edifício, estabelecendo
entre seus cruzamentos e encontros múltiplas conexões com o
tecido urbano. É através deste que se passeia, caminha, corre... que
se transpõem pelo projeto, mas ao mesmo tempo, é o que propor-
ciona situações, de descanso, de lazer, de conhecimento, são as
permanências que pontuam esse trânsito de pedestres e de veículos.
Portanto, é pela própria superposição ou mesmo seqüência de even-
tos, que se articula o percurso e seus níveis, é o “entre” esses pontos
e linhas de fluxos que se constrói a intervenção.
49
743,60
741
740
1
1.bicicletário
2.experimentações midiá-
ticas (núcleos)
3.arquibancada
4.experimentações midiá-
ticas (projeções)
2 3
4
APROXIMAÇÃO PLANTA PRAÇA-TRANSPOSIÇÃO
NIVEL +740 | +741 | 743,60
escala 1:500
Nesse ponto pode-se observar o percurso como
elemento visível do lugar, mas principalmente de
como esse entrelaça o entorno ao edifício ao
despertar as várias formas de apreensão e uso do
espaço construído. Propõe-se através de suas
várias escalas e programa experimentações
midiáticas, sejam estas fechadas em núcleos ou
em projeções ao ar livre na própria estrutura do
edifício. Assim como as “folies”, esse encontro de
atividades potencializa a criação de situações
abertas à construção de conexões por parte do
sujeito, seja este só de passagem ou a lazer.
51
741
1.experimentações midiá-
ticas (núcleos)
2.espaço de exposições
1
APROXIMAÇÃO PLANTA PRAÇA-TRANSPOSIÇÃO
NIVEL +740 | +741
escala 1:500
740
2
“evento” – acontecimento ou espaço de acon-
tecimento, onde tensiona-se, investiga-se,
constrói-se as relações espaciais com as dinâmi-
cas de uso, a experiência do espaço.
acontece
incidência
questionamento
desvio
tschumi, b.
53
PP
P
P
0 50 100
APROXIMAÇÃO PLANTA COBERTURA-PASSEIO
NIVEL +747 | +748
escala 1:1300
PLANTA COBERTURA-PASSEIO NIVEL +747 | +748
O nível da cobertura é caracterizado como uma continuidade da
estrutura de percurso, transbordando os limites do edifício ao
território. . Traz junto à intervenção o redesenho dessa pais-
agem urbana, construindo ligações subjetivas e concretas em
relação ao largo treze e ao canal do rio pinheiros e a respectiva
estação de integração cptm-metrô de santo amaro.
55
CORTE LONGITUDINAL EDIFÍCIO
e diagrama da sobreposição programática
0 50 100
PERCURSO PASSAGEM TRANSPOSIÇÃOFLUXO
LINHA PONTOS
PROJEÇÕESBELVEDEREEXPOSIÇÕES
MÍDIASEXPERIMENTAÇÕESTEATRAIS
TERMINAL ÔNIBUS URBANOPLATAFORMAS ESTAÇÃO
LARGO TREZE
ENTRADAEMBARQUEAV.PADRE JOSÉ MARIADESVIO CONTINUIDADE
TERRITÓRIO MATRIZ
METRÔCONEXÃO
59
APROXIMAÇÃO CORTE LONGITUDINALescala 1:300
748
743,60
734,30
729
CORTE TRANSVERSAL 1 EDIFÍCIO
e diagrama da sobreposição programática
0 10 25
FLUXO
LINHA
PROJEÇÕES
BELVEDERE
MÍDIAS
TERMINAL ÔNIBUS URBANOESTAÇÃO
DESVIO
PERCURSO
METRÔ
CONEXÃO
ENTORNOTRANSPOSIÇÃOEXPERIMENTAÇÃO
PASSEIO PERMANÊNCIA
ESPAÇO PÚBLICO
63
APROXIMAÇÃO CORTE TRANSVERSAL 1
escala 1:200
748
741
734,30
CORTE TRANSVERSAL 2 EDIFÍCIO
e diagrama da sobreposição programática
0 10 25
FLUXOTERMINAL ÔNIBUS URBANO
DESVIOPERCURSO
ENTORNOTRANSPOSIÇÃOPASSEIO
ESPAÇO PÚBLICONÚCLEOSEXPOSIÇÃO
CAMINHACONVERSADESCANSA
67
APROXIMAÇÃO CORTE TRANSVERSAL 2
escala 1:200
747
740
734
CORTE TRANSVERSAL 3 EDIFÍCIO
e diagrama da sobreposição programática
0 10 25
71
METRÔ
CONEXÃO ESPAÇO PÚBLICO PERMANÊNCIA
EXPERIMENTAÇÕES
TEATRAISEVENTO FLUXO
TERMINAL DE ÔNIBUS URBANO
PASSEIOPERCURSO
TRANSPOSIÇÃODESVIOENTORNO
APROXIMAÇÃO CORTE TRANSVERSAL 3
escala 1:200
747
740
734,30
73
Por tudo isso, um dos pontos mais interessantes do desenvolvimento deste
trabalho é o processo de investigação em que o projeto se insere, pelas suas
várias escalas, de uma intervenção em que o edifício não somente articula,
mas incorpora questões e relações urbanas. Assim, é um trabalho que não se
encerra em si mesmo, mas que impulsiona ainda mais essa investigação a
cerca das relações entre arquitetura e cidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
koolhaas, rem. nova york delirante: um manifesto retroativo
para manhattan. sao paulo, cosac naify, 2008.
augé, marc. non-places and public space quaderns
d'arquitectura i urbanisme, 231, pp. 11-15. barcelona: collegi
d'arquitectes de catalunya, 2001.
meyer, regina maria prosperi; grostein, marta dora e
biderman, ciro. são paulo metrópole. são paulo: editora da
universidade de são paulo, imprensa oficial do estado de são
paulo, 2004.
são paulo (estado). secretaria dos transportes metropolitanos
(stm) pitu 2020/2025 - plano integrado de transportes
urbanos. são paulo.
revista el croquis. princípios de siglo em proceso (ii). gustavo
gili: madrid,n. 106/107, dezembro de 2002.
lynch, kevin. a imagem da cidade. martins fontes, são paulo,
1997.
bucci, angelo. são paulo: quatro imagens para quatro
operações. [da dissolução de edifícios e de como atravessar
paredes]. são paulo: tese (doutorado) fau-usp, 2005.
sperling, david moreno. espaço e evento: considerações
críticas sobre a arquitetura contemporânea. são paulo, 2008.
miralles-guash, carme. trasport i ciutat. reflexió sobre la
barcelonia conteporánia. barcelona: universidad autônoma de
barcelona/servei publicacions/bellaterra, 1997.
sola-morales, ignasi de. territorios. barcelona, gustavo gili,
2002.
galender, fany cutcher. nova york: uma experiência de desen-
hos dos espaços livres urbanos in: paisagem e ambiente nº8.
faculdade de arquitetura e urbanismo da universidade de são
paulo: são paulo, 1995.
peixoto, nelson brissac. paisagens urbanas. são paulo: editora
senac são paulo, 2004.
santos, milton. metamorfoses do espaço habitado. são paulo,
1988.
careri, francesco. walkscapes: el andar como practica
estética. barcelona: gustavo gili, 2002.75
Recommended