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Aula do Módulo Introdução a Epidemiologia do MBA em Gestão e Qualidade de Alimentos UVA 21/11/09
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Profª Flávia Farias
MBA em Gestão da Qualidade e Segurança MBA em Gestão da Qualidade e Segurança dos Alimentosdos Alimentos
Filmes:
O risco dos alimentos
Alimentos contaminados com coliformes
fecais
Dr Bactéia - DTAs
Epis => em cima de, sobre; Demos => povo, população; Epis => em cima de, sobre; Demos => povo, população; Logos => estudoLogos => estudo
Ciência que estuda os fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas e dos fatores causais
responsáveis por essa distribuição.
População
DoençaSaúde
Cura SequelaÓbito
SaúdeSaúdeSaúdeSaúde
LazerLazerHabitaçãoHabitação
EducaçãoEducaçãoAlimentaçãoAlimentação
AssistênciaAssistência
RendaRendaFatores genéticosFatores genéticos
SaúdeSaúde
“Saúde é o completo bem-estar físico, mental bem-estar físico, mental e social e social e não apenas a ausência de doença”
(Organização Mundial da Saúde)
“Direito de todos e dever do EstadoDireito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços, para sua promoção, proteção e recuperação”
(Constituição de 1988)
“Saúde é um estado de relativo equilíbrio equilíbrio de forma e função do organismo, que resulta de
seu ajustamento dinâmico, satisfatório às forças que tendem a perturbá-lo. Não é um
inter-relacionamento passivo entre a matéria orgânica e as forças que agem sobre ela, mas
uma resposta ativa do organismo no sentido do reajustamento” (Perkins)
“Saúde é um dos itens de bem-estar socialitens de bem-estar social, o que termo relacionado à possibilidade de vida digna, onde
os indivíduos tenham liberdade de realizar as escolhas que lhes sejam valorozas”
(Amartya Sen)
Fisiopatologia Processo mental Simbologismo
Séc XVII:“a doença é algo concreto e externo ao
ser humano, mas que pode invadir o corpo causando doenças. Os sintomas são o resultado da briga do corpo com
a doença.” (Machado & Focoault)
sofrimentosofrimento
dordor
Doenças são levadas aos seres humanos através de uma ‘nuvem’
de sujeiras de odor fétido que pairam sobre um indivíduo (doença) ou sobre uma comunidade (epidemia). Essas sujeiras eram chamadas de miasma.
Hospitais – instituições para escória da sociedade: leprosos, loucos, prostitutas com doenças venéreas, marginais etc.
Dimensão do cuidado médico: consultas, uso de medicação, cuidados de enfermagem, presença ou não de feridas e outros sinais físicos, necessidade de outros cuidados multiprofissionais (fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, odontologia e outros)
DoençaDoença
Dimensão religiosa: atrelamento dos eventos negativos na saúde a castigo por conduta não correta (‘pecado’)
Como explicar o adoecimento de padres, madres, freiras, pessoas caridosas...?
Como explicar a sobrevivência de ‘malandros’, bêbados, viúvas (bruxaria?) às epidemias.
DoençaDoença
Dimensão da culturas, mitos e tabús. Ex.: exposição ao ‘sereno’, frio, calor, sujeiras...
Golpe de ar: resfriados Sorvete: amigdalite Praia: micoses, insolação, verminoses...
DoençaDoença
Integravam a teoria miasmática: doenças que ‘encarnavam’ nas cidades
O saneamento e a limpeza das cidades, o tratamento da água não resolveu as epidemias
Determinaram a separação de doentes e não doentes nos hospitais e a divisão em enfermarias
Marcam a entrada dos médicos nas instituições hospitalares
Estudantes de medicina observavam e anotavam todos os achados clínicos associados (instituição de formação)
Subdivisão dos doentes por enfermarias
Primeiras classificações de doenças, baseadas na taxonomia vegetal
Surgimento da anatomo-clínica:
“Não há doença fora do corpo”
Associação dos achados de necropsia
com os sintomas apresentados pelo
paciente em vida
Quebra do mito dos miasmas
meio ambiente
DOENÇA
agenteHospedeiro
“A doença pode ser resultado da interação entre o hospedeiro, o agente e o meio ambiente. Na prevenção tenta-se quebrar esta
interação de alguma forma.”
“Conjunto de processos interativos (hospedeiro-agente-fatores ambientais) que afetam a origem, o desenvolvimento e o desenlace
das enfermidades.”
HOSPEDEIROAGENTE CAUSADOR
MEIODOENÇA
Evolução aguda, por vezes fatal
Evolução aguda, clinicamente evidente e com recuperação rápida
Evolução crônica progressiva, se tornando incompatível com a vida
Evolução crônica com períodos assintomáticos e períodos de agudização
antecipar, preceder, tornar impossível por meio de uma providência precoce. Exige
uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural, a fim de
tornar improvável o progresso posterior da doença
utiliza o conhecimento moderno para desenvolver a saúde, evitar a doença e a
invalidez, e prolongar a vida (boa assistência médica para indivíduos e
famílias e bons serviços de saúde pública para as comunidades)
Prevenção Primária
- Proteção específica
- Promoção da saúde
Prevenção Secundária
- Diagnóstico
-Tratamento precoce
- Limitação da invalidez
Prevenção Terciária
- Reabilitação
Vacinação populacional, promoção da higiene pessoal, saúde ocupacional, proteção contra
acidentes, proteção contra substâncias carcinogênicas, controle de vetores,
saneamento ambiental, tratamento de águas, esgotos e lixo e a promoção da saúde através
da promoção de moradias adequadas, alimentação saudável, aconselhamento
matrimonial, educação sexual, lazer, educação e cultura.
2 etapas: diagnóstico e tratamento precoce através de medidas individuais e coletivas para descoberta de casos, pesquisas de
triagem exames seletivos com os objetivos de curar e evitar o processo da doença; e evitar a
propagação de doenças contagiosas; e limitação da invalidez, através de tratamento
adequado para interromper o processo mórbido e evitar futuras complicações e
seqüelas; provisão de meios para limitar a invalidez e evitar a morte; evitar complicações
e seqüelas; encurtar o período de invalidez
Prestação de serviços hospitalares e comunitários para reeducação e treinamento; educação do público e indústria; garantia de
emprego tão completo quanto possível; terapia ocupacional em hospitais; utilização
de asilos.
-Aumentar a saúde e o bem-estar gerais
- A educação e a motivação sanitária
- Promover saúde inclui bom padrão de
nutrição, ajustado a várias fases do
desenvolvimento
- Estratégia promissora para enfrentar os
múltiplos problemas de saúde que afetam
as populações humanas na época atual.
Proposta: articulação de saberes técnicos e populares, mobilização de recursos institucionais e comunitários públicos e privados
“Embora anteriormente tenha sido entendida
como um dos níveis da medicina preventiva, hoje a promoção da saúde é
encarada como um enfoque de abordagem que compreende aspectos políticos e técnicos em torno do processo saúde-
doença-cuidado, podendo ser desenvolvida em qualquer etapa do setor saúde.”
Definiu a promoção da saúde como “processo de capacitação da comunidade para atuar na
melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle
deste processo”
Refere-se também a uma combinação de estratégias:
- Ações do Estado (políticas públicas saudáveis);
- Da comunidade (reforço da ação comunitária);
- De indivíduos (desenvolvimento de habilidades pessoais);
- Do sistema de saúde (reorientação do sistema);
- De parcerias intersetoriais.
Atualmente a promoção da saúde pode ser dividida em dois grandes grupos:
1) Atividades dirigidas à transformação
do indivíduo, focando no estilo de vida e localizando-o nas famílias;
2) A construção dos determinantes gerais do processo saúde incorporando aspectos relacionados às condições de vida.
Carta de Ottawa propõe cinco campos centrais de ação:
ORIGENS: Surge com a consolidação da clínica e da
medicina, se aprimora com a utilização da estatística e da computação.
OBJETIVOS Descrever a distribuição e a magnitude dos
problemas de saúde nas populações humanas; Apresentar dados para o planejamento,
execução e avaliação de ações de prevenção, controle e tratamento de doenças;
Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades;
Identificar grupos populacionais susceptíveis à doenças.
UTILIDADE PRÁTICA
Permite conhecer adequadamente uma situação de agravo à saúde da população, pode ser utilizada com o propósito de intervir para melhorar condições insatisfatórias, permite
comparações populacionais e pode ser utilizada para fins prognósticos
(prever ocorrências futuras).
ÁREA TEMÁTICAS
Doenças Infecciosas Carências de micronutrientes Doenças Crônico-degenerativas
(DCD) Utilização dos Serviços de Saúde
PREMISSAS
Agravos à saúde não acontecem ao acaso na população
A distribuição desigual dos agravos se deve a presença de fatores que se distribuem desigualmente na população
Os fatores responsáveis pela ocorrência de doenças devem ser elucidados
Medidas preventivas e curativas devem tomar como base esses fatores
DETERMINAÇÃO DO RISCO DE DOENÇAS Risco é a probabilidade da ocorrência de um
determinado evento (p. ex doença) INCIDÊNCIA é o número de casos novos da
doença em um determinado grupo populacional ou área geográfica em determinado período temporal.
PREVALÊNCIA é a quantidade de casos
existentes de uma doença em uma dada população, em um certo momento.
RISCO RELATIVO: mostra quantas vezes o risco é maior (ou menor) em um grupo populacional ou área geográfica quando comparado a outro.
RISCO ATRIBUÍVEL: indica a diferença
na incidência entre dois grupos, atribuída à exposição ao fator de risco.
PRINCIPAIS TERMOS
ENDEMIA: presença esperada ou “normal” de casos de uma doença ou agravo em determinada área geográfica ou grupo populacional.
SURTO: ocorrência da doença em grande número de pessoas ao mesmo tempo, também excedendo a previsão, porém em um pequeno espaço geográfico (bairro, cidade).
PRINCIPAIS TERMOS
EPIDEMIA: ocorrência da doença em grande número de pessoas ao mesmo tempo, excedendo a ocorrência prevista em uma região geográfica ou grupo populacional.
PANDEMIA: ocorrência da doença em grande número de pessoas ao mesmo tempo, também excedendo a previsão, com larga distribuição espacial, atingindo várias nações (abrangência global).
Pandemias
Gripe A H1N1
ESTUDO DE CASO-CONTROLE: estudo comparativo entre dois grupos, um deles afetado pela doença. Tem a finalidade de investigar os fatores envolvidos com a doença.
ESTUDO DE COORTE: observação de
grupos comprovadamente expostos a fatores de risco.
ESTUDO DE PREVALÊNCIA: investigação da prevalência de uma determinada doença em grupos e momentos específicos.
ESTUDO ECOLÓGICO: estudo com área geográfica delimitada com a finalidade de analisar e comparar variáveis de saúde.
VARIÁVEIS NOMINAIS: elementos de estudo de natureza qualitativa, resultante de um processo de classificação e que se expressa nominalmente (sexo, cor, estado civil, motivo de óbito etc).
VARIÁVEIS ORDINAIS OU CATEGÓRICAS: elementos de estudo de natureza qualitativa, resultante de um processo de ordenação (nível de escolaridade, nível sócio-econômico etc)
VARIÁVEIS DISCRETAS: elementos de estudo de natureza quantitativa, expressa por números inteiros, resultantes de um processo de contagem (número de filhos, número de desnutridos em uma enfermaria, número de leitos de hospitais etc)
VARIÁVEIS CONTÍNUAS: elementos de estudo de natureza quantitativa, expressa através de escalas que admitem valores fracionados, resultam de um processo de medida.
DADO PRIMÁRIO: dado colhido por pesquisadores ou membros treinados da equipe de pesquisa.
DADO SECUNDÁRIO: dado colhido por terceiros e utilizado por pesquisadores.
Levantamento de informações necessárias para programação e avaliação de medidas de controle de doenças e situações de agravo à saúde. Inclui
procedimentos de coleta, processamento, análise e divulgação de
estatísticas vitais.
Funções:
Coleta de dadosProcessamento de dadosAnálise e interpretação de informaçõesDeterminar medidas de controle
apropriadas aos resultados encontrados Implementar ações indicadasAvaliar eficácia das medidas adotadasDivulgação de informações pertinentes
No Brasil, a FUNASA é responsável pela coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), que colhe dados das unidades de saúde de qualquer nível de complexidade e das
três esferas de governo (municipal, estadual e federal)
Nível Federal: MS
Nível Estadual: SES, Conselhos Estaduais de
Saúde
Nível Municipal: SMS, Conselhos Municipais de
Saúde, postos de saúde, centros de saúde,
laboratórios, escolas, igrejas etc. Realizam
diagnóstico e notificação de doenças
investigando novos casos, surtos, tratando ou
encaminhando ao tratamento.
NOTIFICAÇÃO: comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo, feita à autoridade sanitária por profissionais de
saúde ou não, para fins de adoção de medidas pertinentes.
Disque Saúde 0800 61 1997
Principal instrumento de coleta de dados sobre agravos considerados prioritários. Mesmo a suspeita destes casos deve ser notificada.
TIPOS DE VIGILÂNCIA ATIVA: quando as agências de saúde solicitam
frequentemente notificações da doença PASSIVA: quando agências de saúde esperam o
envio e consolidação das informações pelas fontes notificadoras
EVENTO SENTINELA: tipo especial de vigilância utilizada em hospitais e clínicas onde é comum o atendimento de pacientes com alguns diagnósticos, como HIV, sífilis etc.
Botulismo carbúnculo (Antraz) Cólera Coqueluche Dengue Difteria Doença de Chagas Doença Meningocócica e outras
meningites Esquistossomose em área não endêmica Febre amarela Febre maculosa Febre tifóide Hanseníase Hantaviroses Hepatite B Hepatite C HIV em gestantes e crianças
• Leishmaniose• Leptospirose• Malária em área não endêmica• Poliomelite• Paralisia flácida aguda• Raiva humana• Rubéola• Síndrome da Rubéola Congênita• SIDA• Tétano• Tularemia• Tuberculose• Varíola
Epidemiologia populacional => fenômenos demográficos e sociais que tem impacto no perfil de morbimortalidade e repercussões para a assistência médico-sanitária
↓ mortalidade ↓ fecundidade ↓ crescimento populacional ↑ expectativa de vida ↑ população idosa Urbanização/ industrialização Precarização dos vínculos empregatícios
Estilo de vida moderno: Exposição à violência Exposição à poluição ambiental Estresse Sedentarismo Alimentação inadequada Ganho de peso Fumo Utilização de álcool e alucinógenos ilícitos Extensão do trabalho até o lar c/ a
virtualização das tarefas Acidentes de trânsito
alguns destes fenômenos já estavam presentes, o que determinou uma mudança nas principais causas de mortalidade de Doenças Infectoparasitárias (DIP) para Doenças Crônico-degenerativas e causas externas.
Mudança nas demandas por serviços de saúde, principalmente devido a necessidade de pronto-atendimento e serviços de acompanhamento de longa duração.
Assim, os Sistemas de Saúde precisaram se adaptar e implementar algumas tecnologias de ↑ custo
↑ tempo ou recidiva de internações hospitalares
↑ utilização de serviços médicos ↑ utilização de equipamentos médico-
hospitalares ↑ utilização de fármacos
Doença Coronariana Aterosclerótica Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) Acidente Vascular Cerebral (AVC) Cânceres Diabetes Mellitus Doenças bronco-pulmonares
Depressão Ansiedade Neurose Doenças Psicossomáticas Abuso de álcool e drogas (dependência) Distúrbios nutricionais Osteoarticulares (coluna)
↑ ruídos Aglomerações Atividade laborativa insatisfatória Insegurança, medo, solidão
indutores de adoecimento psíquico, isolamento e depressão.
transição epidemiológica atípica, com rápido surgimento de DCD e incapacitantes, distúrbios sociais etc, com a coexistência das ↑ taxas de natalidade => explosão demográfica
coexistem por um grande período os dois tipos de causas de óbito: DIP e DCD/ causas externas, dificultando a formulação de políticas públicas de combate aos agravos à saúde.
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA INCOMPLETA
Grandes diferenças regionais e intraregionais
Longo processo de transição ressurgimento de doenças erradicadas
(malária, tuberculose, dengue, cólera) polarização epidemiológica
(heterogeneidade entre grupos sócio-econômicos)
Doenças Cardiovasculares Neoplasias Doenças Mentais Causas externas
Principais causas externas: Violência Urbana por armas de fogo,
armas brancas e agressões, o que ↑ demanda por atendimento médico de urgência e emergência
Sabendo que a epidemiologia estuda os fenômenos relacionados às condições
de saúde da população, a epidemiologia nutricional é um ramo da epidemiologia geral que tem a nutrição como aspecto
de interesse vinculado à saúde ou doença da população. A nutrição é vista
como resultante de processos complexos que se correlacionam de modo diferenciado, de acordo com a situação do indivíduo ou população.
... pode ser considerada a ciência que estuda os aspectos de nutrição que
ocorrem nas coletividades (integrada a outras ciências), permitindo o estudo
descritivo sobre a análise dos determinantes de nutrição (de risco e
proteção).
O estudo do diagnóstico nutricional de forma descritiva e quantitativa sobre a
distribuição de freqüência dos fenômenos de interesse, a população atingida e o local
de ocorrência se mostra um importante instrumento para identificar desequilíbrios entre suprimento, gasto e necessidade de
nutrientes e energia. Esta afirmação se baseia no entendimento de que o estado
nutricional reflete o grau com que as necessidades fisiológicas de nutrientes e
energia estão sendo atendidas.
Estudos dietéticos: registro alimentar, recordatório de 24 horas, freqüência alimentar*
Estudos antropométricos* Estudos bioquímicos Estudos clínicos
* são os estudos mais utilizados em razão do baixo custo e menor complexidade de execução.
Objetivam identificar a relação (causal) entre exposição nutricional ou
dietética e condições (ou agravos) à saúde. Definem os fatores de risco e
fatores de proteção para determinadas doenças (por exemplo, a influência do consumo de lipídios na
DCV).
Fator de Risco: atributo ou exposição que aumenta a probabilidade de ocorrência de uma determinada
doença ou resultado específico. É um fator determinante, nem sempre tem
relação causal estabelecida.
Fator de Risco modificável: determinante que pode ser modificado por intervenção e, como resultado, reduz-se a probabilidade de ocorrência de doença/ agravo.
Marcador de risco: atributo ou exposição que está associado com o aumento da probabilidade de um resultado específico, tal como a ocorrência de doença, mas não é um fator determinante.
“Estudos de exposição dietética buscam identificar padrões alimentares
envolvidos na complexidade da cadeia de determinantes do processo de saúde
e doença. O enfoque está na composição dos alimentos (nutrientes
ou não) e seus efeitos na relação exposição nutricional – desfecho”.
Extremamente complexa => alimentação é componente de vida permeado por valores religiosos, culturais, sociais, de tal forma que dificilmente as pessoas contam, observam e recordam em detalhes do seu padrão alimentar ao longo do tempo
Outros produtos (cigarros, por exemplo) => em geral os indivíduos sabem informar com precisão o consumo diário, marca, início do hábito, tentativas de abandono, etc
Também por isso a relação entre fumo e ocorrência de doenças/ agravos é bem estabelecida
A dieta representa um complexo conjunto de exposições que estão
correlacionados de forma que, a maioria dos indivíduos consumo carboidratos, lipídios, proteínas, fibras, vitamina A, portanto é necessário caracterizar os
diversos graus de consumo.
Dificultam os estudos de exposição dietética o fato de a maioria dos
indivíduos raramente se lembrarem das mudanças em seus padrões
alimentares e não se preocuparem com a quantidade de alimentos
consumida, a menos que já tenha um processo mórbido estabelecido.
Pesquisas têm estabelecido o envolvimento de fatores nutricionais e a ocorrência de alguns agravos à saúde, principalmente aqueles de
natureza crônico-degenerativa. Sabe-se que o estilo de vida e as atitudes
pessoais contribuem fortemente para o desenvolvimento destas doenças.
Os resultados destas investigações sinalizaram para fatores que funcionam
como protetores e promotores de diferentes condições de saúde, mas cabe ressaltar que
esses achados não são conclusivos, representam fortes possibilidades.
relacionados a cânceres de esôfago e estômago, hipertensão arterial, infarto
“2 CLORO-4METIL-TIOBUTANATO”: substância presente no peixe japonês
salgado e conservado com alto potencial carcinogênico.
relacionados a cânceres de mama, cólon, reto, próstata, ovário, endométrio e
pâncreas. DCV.
O tipo e a quantidade de gordura são importantes.
Óleos ricos em ácidos graxos monoinsaturados (exemplo oliva e canola)
proteção contra câncer de cólon e mama
proteção contra cânceres de esôfago, estômago, fígado, cólon, mama e
próstata
“As orientações para uma dieta saudável e protetora incluem o consumo diário de mais de 2 litros de líquidos, uso de óleos vegetais ricos em AG monoinsaturados,
alimentos ricos em carboidratos complexos, tubérculos, arroz, macarrão, produtos integrais ricos em fibras e 5-10
porções de vegetais.”
Objetivo geral: reduzir a incidência das DTA no Brasil, a partir do
conhecimento do problema e de sua magnitude, com vistas a subsidiar as
medidas de prevenção e controle, contribuindo para melhoria da qualidade
de vida da população.
Objetivos específicos:
conhecer o comportamento das DTA na população; detectar mudanças no comportamento das DTA,
por Unidade Federada; identificar tecnologias ou práticas de produção e
prestação de serviços e locais de maior risco de DTA;
identificar os locais, alimentos e os agentes etiológicos mais envolvidos em surtos de DTA;
detectar, intervir, prevenir e controlar surtos de DTA;
Objetivos específicos:
identificar e disponibilizar subsídios às atividades e condutas relacionadas à assistência médica das DTA;
identificar e disponibilizar subsídios científicos com vistas a definição de
medidas de prevenção e controle de DTA;desenvolver atividades de educação
continuada para profissionais desaúde, produtores de alimentos e
prestadores de serviços de alimentação econsumidores.
Vigilância da Saúde – modelo assistencial voltado para a superação da dicotomia entre
as chamadas práticas coletivas (vigilância epidemiológica e sanitária) e as práticas individuais (assistência ambulatorial e
hospitalar), pela incorporação das contribuições da nova geografia, do
planejamento urbano, da epidemiologia, da administração estratégica e das ciências
sociais, tendo como suporte político-institucional o processo de descentralização e reorganização dos serviços e das práticas
de saúde do nível local.
Vigilância Sanitária – conjunto de ações capaz de eliminar,diminuir ou prevenir
riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente,da
produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da
saúde abrangendo: o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente,
relacionem-se com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos da produção ao consumo e o controle da prestação de
serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.
Vigilância Epidemiológica – conjunto de ações que proporcionam o conhecimento a
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva com a finalidade de
recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças e agravos.
Doença Transmitida por Alimentos – DTA : Síndrome originada pela ingestão de
alimentos e/ou de água que contenham agentes etiológicos ( biológicos, toxinas,
físicos ou substâncias químicas) em quantidades tais que afetem a saúde do
consumidor em nível individual ou grupo de população; as intolerâncias e alergias de
hipersensibilidade individual a determinados alimentos não são consideradas DTA.
Caso de DTA: episódio em que uma pessoa apresenta sinais e sintomas após
ingerir alimento considerado contaminado por evidência clínica-epidemiológica e/ou
laboratorial;
Surto de DTA: episódio no qual duas ou mais pessoas apresentam, num
determinado período de tempo, sinais e sintomas após ingestão de um mesmo alimento considerado contaminado por evidência clínica-epidemiológica e/ou laboratorial. Quando se tratar de caso
não usual, um caso constitui surto.
Investigação epidemiológica: atividade a ser realizada a partir de ações integradas, devendo-se dispor de meios para:
I – coletar informações básicas necessárias ao
controle do surto de DTA;
II – analisar a distribuição da DTA na população
sob risco;
III – identificar os fatores de risco associados ao
surto;
IV- diagnosticar a doença e identificar os agentes
etiológicos relacionados ao surto;
V – propor medidas de intervenção, prevenção e
controle pertinentes;
VI – divulgar os resultados da investigação
epidemiológica às áreas envolvidas e à
comunidade.
Atividade de campo: Ação, imediata à notificação, integrante da investigação
epidemiológica do surto de DTA, caracteriza-se pelo deslocamento de
uma equipe ao(s) local (ais) envolvido (s) com a ocorrência, com a finalidade de
obtenção de informações epidemiológicas e intervenção, se
necessário, em pontos críticos a partir da introdução de medidas sanitárias de
controle.
Integrantes da equipe de atividade de campo: Integram em caráter permanente a
equipe de atividade de campo, os profissionais das áreas das vigilâncias
epidemiológica e sanitária. Os profissionais das áreas de laboratório, assistência à saúde e educação em saúde irão compor a equipe sempre que possível e/ou necessário. Em função da natureza do surto, poderão ser
convocadas as áreas de vigilância ambiental e saneamento e de inspeção defesa e
vigilâncias zoo e fitossanitária.
Nível federal: caberá ao Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional de Saúde do Ministério da Saúde – CENEPI - FNS/MS
Nível estadual e Distrito Federal: caberá às Secretarias de Estado da Saúde e do Distrito Federal
Nível municipal: caberá às Secretarias Municipais de Saúde, ou aos órgãos municipais que respondam por suas obrigações
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