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ESCOLA ESTADUAL DO BAIRRO BELA VISTA
ENSINO FUNDAMENTAL
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
BANDEIRANTES – PARANÁ
2017
2
“O diálogo se dá entre iguais e diferentes, nunca entre antagônicos.”
Moacir Gadotti
3
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 11
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ........................................................................................ 12
DADOS HISTÓRICOS DA INSTITUIÇÃO ................................................................................................... 12
MARCO SITUACIONAL ........................................................................................................................... 14
OFERTA DA INSTITUIÇÃO ...................................................................................................................... 14
OCUPAÇÃO DO TEMPO E DOS ESPAÇOS PEDAGÓGICOS ...................................................................... 15
Dependências Físicas ............................................................................................................................ 15
Equipamentos de uso Pedagógico ........................................................................................................ 16
ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO .......................................................................... 16
Caracterização da População – Alunos e Família .................................................................................. 17
Caracterização dos Alunos .................................................................................................................... 19
CORPO DOCENTE .................................................................................................................................. 22
Corpo Docente Efetivo / PSS ................................................................................................................. 23
Corpo Administrativo e Apoio Pedagógico ........................................................................................... 23
PERFIL DOS PROFESSORES – 2017 ........................................................................................................ 24
Quadro de Funcionário – 2017 – Agentes Educacionais I e II ............................................................... 27
Resultados Educacionais ....................................................................................................................... 28
Órgãos Colegiados de Representação da Comunidade Escolar ............................................................ 30
Conselho Escolar ................................................................................................................................... 30
APMF (Associação dos Pais, Mestres e Responsáveis) ......................................................................... 31
Grêmio Estudantil ................................................................................................................................. 31
Conselho de Classe ................................................................................................................................ 32
Recursos Financeiros ............................................................................................................................. 32
Calendário Escolar ................................................................................................................................. 33
MARCO CONCEITUAL ............................................................................................................................ 33
A PEDAGOGIA PROGRESSISTA: BREVE CONSIDERAÇÕES ...................................................................... 39
Prática social inicial ............................................................................................................................... 41
Problematização.................................................................................................................................... 41
Instrumentalização ................................................................................................................................ 42
Catarse .................................................................................................................................................. 43
4
Prática social final ................................................................................................................................. 43
O CONSTRUTO DE VYGOTSKY – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES .............................................................. 44
PRINCÍPIOS DIDÁTICOS PEDAGÓGICOS ................................................................................................. 47
CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO ................................................................................................................. 47
CONCEPÇÃO DE HOMEM ...................................................................................................................... 48
CONCEPÇÃO DE MUNDO ...................................................................................................................... 48
CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE ................................................................................................................. 49
CONCEPÇÃO DE GESTÃO ....................................................................................................................... 50
CONCEPÇÃO DE TRABALHO .................................................................................................................. 51
CONCEPÇÃO DE ESCOLA ....................................................................................................................... 52
CONCEPÇÃO DE CIDADANIA ................................................................................................................. 53
CONCEPÇÃO DE CULTURA E CURRÍCULO .............................................................................................. 53
CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTOS E CONTEÚDOS DE ENSINO ........................................................... 56
CONCEPÇÃO DE LETRAMENTO ............................................................................................................. 57
CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA............................................................................................................... 57
CONCEPÇÃO DE ENSINO-APRENDIZAGEM............................................................................................ 58
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS ............................................................... 59
CONCEPÇÃO DE ADOLESCÊNCIA ........................................................................................................... 60
MARCO OPERACIONAL .......................................................................................................................... 61
PERFIL DO CURSO OFERTADO ............................................................................................................... 63
MATRIZ CURRICULAR ............................................................................................................................ 65
MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL .............................................................................. 66
AVALIAÇÃO ............................................................................................................................................ 66
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO ................................................................................................................. 67
INSTRUMENTOS E FORMAS DE REGISTROS AVALIATIVOS .................................................................... 68
CLASSIFICAÇÃO – RECLASSIFICAÇÃO .................................................................................................... 69
FORMAÇÃO CONTINUADA .................................................................................................................... 69
METAS DA ESCOLA ................................................................................................................................ 70
COMPETÊNCIAS DO COLETIVO – LINHAS DE AÇÃO .............................................................................. 70
Subseção I ............................................................................................................................................. 71
Da Direção ............................................................................................................................................. 71
Art. 15 - Compete ao diretor: ................................................................................................................ 71
Subseção II ............................................................................................................................................ 77
5
Da Equipe Pedagógica ........................................................................................................................... 77
Subseção IV ........................................................................................................................................... 87
Do Conselho de Classe .......................................................................................................................... 87
Seção II .................................................................................................................................................. 90
Da Equipe Docente ................................................................................................................................ 90
Seção III ................................................................................................................................................. 96
Do agente educacional I ........................................................................................................................ 96
Seção IV ................................................................................................................................................. 99
Do agente educacional II ....................................................................................................................... 99
Seção V ................................................................................................................................................ 108
Das instâncias colegiadas de representação da comunidade escolar ................................................ 108
Subseção I ........................................................................................................................................... 108
Do Conselho Escolar ............................................................................................................................ 108
Subseção II .......................................................................................................................................... 111
Da Associação de Pais, Mestres e Funcionários - APMF ..................................................................... 111
Subseção III ......................................................................................................................................... 114
Do Grêmio Estudantil .......................................................................................................................... 114
CAPÍTULO II ......................................................................................................................................... 115
Da organização didático-pedagógica .................................................................................................. 115
TÍTULO III ............................................................................................................................................. 116
Direitos e deveres da comunidade escolar ......................................................................................... 116
CAPÍTULO I .......................................................................................................................................... 116
Da equipe gestora e docentes............................................................................................................. 116
Seção I Dos Direitos ............................................................................................................................. 116
Seção II Dos Deveres ........................................................................................................................... 117
Seção III Das Proibições ....................................................................................................................... 120
CAPÍTULO II ......................................................................................................................................... 122
Do Agente Educacional I e II ................................................................................................................ 122
SEÇÃO I Dos Direitos ........................................................................................................................... 122
Seção II Dos Deveres ........................................................................................................................... 123
Seção III Das Proibições ....................................................................................................................... 124
CAPÍTULO III ........................................................................................................................................ 125
Dos Estudantes .................................................................................................................................... 125
6
SEÇÃO I Dos Direitos ........................................................................................................................... 125
Seção II Dos Deveres ........................................................................................................................... 128
Seção III - Das Proibições..................................................................................................................... 129
SEÇÃO IV Das Ações Pedagógicas, Educativas e Disciplinares aplicadas aos estudantes ................... 131
CAPÍTULO IV ........................................................................................................................................ 133
Dos Direitos, Deveres e Proibições dos Pais ou Responsáveis ............................................................ 133
Seção I Dos Direitos ............................................................................................................................. 133
Seção II Dos Deveres ........................................................................................................................... 134
SEÇÃO III Das Proibições ..................................................................................................................... 136
TÍTULO IV ............................................................................................................................................. 137
Disposições gerais e transitórias ......................................................................................................... 137
CAPÍTULO V ......................................................................................................................................... 137
Das disposições finais .......................................................................................................................... 137
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ................................................................................................................. 137
REGIMENTO ESCOLAR ......................................................................................................................... 138
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ................................................................................................................ 138
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................... 139
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 140
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - Ensino Fundamental II ....................................................... 143
CIÊNCIAS .............................................................................................................................................. 144
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA .......................................................................................... 144
CONTEÚDOS .................................................................................................................................... 144
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ........................................................................................... 145
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 147
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 148
ARTE .................................................................................................................................................... 148
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA .......................................................................................... 148
CONTEÚDOS .................................................................................................................................... 150
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ........................................................................................... 155
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 156
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 157
EDUCAÇÃO FÍSICA ............................................................................................................................... 157
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA .......................................................................................... 157
7
CONTEÚDOS .................................................................................................................................... 160
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................................... 161
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 163
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 165
ENSINO RELIGIOSO .............................................................................................................................. 165
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA .......................................................................................... 165
CONTEÚDOS .................................................................................................................................... 166
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ........................................................................................... 168
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 169
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 169
HISTÓRIA ............................................................................................................................................. 169
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA .......................................................................................... 169
CONTEÚDOS .................................................................................................................................... 172
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ........................................................................................... 175
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 175
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 176
GEOGRAFIA ......................................................................................................................................... 176
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA .......................................................................................... 176
CONTEÚDOS .................................................................................................................................... 177
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................................... 181
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 183
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................. 185
LÍNGUA PORTUGUESA ......................................................................................................................... 185
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA .......................................................................................... 185
CONTEÚDOS .................................................................................................................................... 189
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................................... 199
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 204
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 206
MATEMÁTICA ...................................................................................................................................... 207
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA .......................................................................................... 207
CONTEÚDOS .................................................................................................................................... 211
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ........................................................................................... 214
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 216
8
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 217
INGLÊS ................................................................................................................................................. 217
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA .......................................................................................... 217
CONTEÚDOS .................................................................................................................................... 219
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ........................................................................................... 223
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 224
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 226
CELEM – ESPANHOL ............................................................................................................................ 226
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA .......................................................................................... 226
CONTEÚDOS .................................................................................................................................... 228
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ........................................................................................... 241
AVALIAÇÃO ...................................................................................................................................... 243
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 244
ANEXOS ............................................................................................................................................... 246
VI CONSOLIDAÇÃO E MONITORAMENTO DO PLANO DE AÇÃO/2017 ................................................ 246
CALENDÁRIO ESCOLAR ........................................................................................................................ 253
PLANO DE AÇÃO – EQUIPE MULTIDISCIPLINAR .................................................................................. 254
MEMORIAL DESCRITIVO – EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ...................................................................... 261
ATA ...................................................................................................................................................... 267
9
APRESENTAÇÃO
O Projeto Político Pedagógico constitui-se em instrumento norteador de
toda ação educativa, por isso prioriza e envolve a comunidade escolar em sentido
amplo. Pautado na intencionalidade precípua da formação integral do aluno,
considera suas expectativas e necessidades objetivando a ampliação das
possibilidades culturais, a compreensão das transformações do mundo, a conquista
de autonomia pela aquisição do conhecimento historicamente construído.
A fim de dar sustentação teórica, e legitimidade ao presente documento,
destacamos as contribuições de Ilma Passos de Alencastro Veiga1, em seu artigo
“Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível” que, a nosso ver,
sintetizam as discussões travadas durante a sua construção.
Projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um
sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto
pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente
articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da
população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do
cidadão para um tipo de sociedade. Nas palavras de Saviane (1983) "a dimensão
política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática
especificamente pedagógica". Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da
efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo,
responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de definir as
ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus
propósitos e sua intencionalidade. Político e pedagógico têm assim uma
significação indissociável. Neste sentido é que se deve considerar o projeto
político-pedagógico como um processo permanente de reflexão e discussão dos
problemas da escola, na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua
intencionalidade, que "não é descritiva ou ou constatativa, mas é constitutiva"
(Marques,1990). Por outro lado, propicia a vivência democrática necessária para a
1 Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 14ª edição Papirus, 2002. Autoria
de Ilma Passos Alencastro Veiga, pós doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Professora Titular Emérita e pesquisadora associada sênior da Universidade de Brasília. Atualmente é membro da Comissão de Supervisão Pedagógica dos Cursos de Formação de Professores na área de Pedagogia da Secretaria de Educação Superior, do Ministério de Educação.
10
participação de todos os membros da comunidade escolar e o exercício da
cidadania. Pode parecer complicado, mas trata-se de uma relação recíproca entre a
dimensão política e a dimensão pedagógica da escola.
O projeto político-pedagógico, ao se constituir em processo
democrático de decisões, preocupa- se em instaurar uma forma de organização do
trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando eliminar as relações
competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando
impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da
escola, diminuindo os efeitos fragmentários da divisão do trabalho que reforça as
diferenças e hierarquiza os poderes de decisão.
Desse modo, o projeto político-pedagógico tema ver coma
organização do trabalho pedagógico em dois níveis: como organização da escola
como um todo e como organização da sala de aula, incluindo sua relação como
contexto social imediato, procurando preservar a visão de totalidade. Nesta
caminhada será importante ressaltar que o projeto político-pedagógico busca a
organização do trabalho pedagógico da escola na sua globalidade.
A principal possibilidade de construção do projeto político-
pedagógico passa pela relativa autonomia da escola, de sua capacidade de delinear
sua própria identidade. Isto significa resgatar a escola como espaço público, lugar de
debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva. Portanto, é preciso entender que o
projeto político-pedagógico da escola dará indicações necessárias à organização do
trabalho pedagógico, que inclui o trabalho do professor na dinâmica interna da sala
de aula, ressaltado anteriormente. Buscar uma nova organização para a escola
constitui uma ousadia para os educadores, pais, alunos e funcionários.
11
INTRODUÇÃO
A Escola Estadual do Bairro Bela Vista - Ensino Fundamental, com
sede administrativa e pedagógica na Avenida Vereador Eli Arantes Pereira, S/N –
Vila Bela Vista, é um órgão da Secretaria de Estado da Educação do Paraná –
SEED e pertence ao Núcleo Regional de Educação de Cornélio Procópio.
Regida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
9394/96, por seu Regimento Interno, este documento contempla as concepções
pedagógicas, normas administrativas emanadas da Secretaria de Estado da
Educação – SEED, Conselho Estadual de Educação - CEE do Paraná, bem como
Proposta Pedagógica Curricular, subsidiada pelas Diretrizes Curriculares do Estado
do Paraná, DCEs – PR, e Plano de Ação com as propostas para o ano vigente.
Em atendimento às orientações da Equipe de Ensino do Núcleo
Regional de Educação de Cornélio Procópio, em consonância com as recebidas de
instâncias superiores, para feitura deste documento foi criado um espaço para
reflexão coletiva rompendo com modelos coercitivos anteriores. Nas palavras de
Pinheiro (1998).
"Torna-se importante reforçar a compreensão cada vez mais ampliada de
projeto educativo como instrumento de autonomia e domínio do trabalho
docente pelos profissionais da educação, com vistas à alteração de uma
prática conservadora vigente no sistema público de ensino”.
O referido autor reitera que essa concepção de projeto político pedagógico deve
constituir o elemento diferencial para o aparente consenso sobre as atuais formas de
orientação da prática pedagógica, rompendo com modelos de mera reprodução de
saberes.
Assim sendo, a Escola Estadual do Bairro Bela Vista - Ensino
Fundamental, primou pela busca de referencial teórico que dão sustentação às
Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, pela compilação de dados que
descrevem a comunidade escolar, pela releitura dos resultados educacionais de
anos anteriores, pela análise das ações previstas - realizadas/não realizadas - bem
como a reformulação da Proposta Pedagógica Curricular.
12
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
Denominação: Escola Estadual do Bairro Bela Vista - Ensino Fundamental.
Código: 00710
Dependência Administrativa: Estadual Código: 02
NRE: Cornélio Procópio Código do NRE: 08
Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná.
Ato de Autorização de Funcionamento: Resolução nº 1.211/91 de 12/04/91.
Ato de Reconhecimento da Escola: Resolução nº 5.281/94 de 25/10/94.
Ato de Renovação de Reconhecimento: Resolução 1.590/03 de 21/05/03.
Ato Administrativo de Aprovação do Regimento Escolar: nº 129/92 de 02/12/92.
Ato Administrativo de Aprovação de Alteração do Regimento Escolar: nº 86/05
de 03/05/05.( Para Aprovação NRE)
Grêmio Estudantil:
Ato Administrativo Conselho Escolar: nº168/2016
APMF:
Distância do NRE: 30 Km
Endereço: Avenida Vereador Eli Arantes Pereira, S/N - Vila Bela Vista – Zona
Urbana.
Site www.bntbelavista.seed.pr.gov.br
CEP: 86.360-000 Município: Bandeirantes Código do Município: 24
Telefone: (43) 3542-4151 e-mail:
Tipo de escola: Urbana
Experiências acumuladas: Desde a sua fundação a escola é uma referência para a
população do Bairro Bela Vista, atendendo bairros circunvizinhos.
DADOS HISTÓRICOS DA INSTITUIÇÃO
A Escola Estadual do Bairro Bela Vista - Ensino iniciou o seu
funcionamento no dia 04/03/91, de acordo com a Resolução nº 1.211/91 de 12/04/91
- Diário Oficial nº 34/98 de 24/04/91 pg. 51 - sendo oficialmente inaugurada no
11/03/91 em sessão solene contando com a presença de autoridades, pais, alunos e
professores. Na ocasião, o governador do Estado do Paraná era o senhor Silva,
Senhora Gilda Poli Rocha Loures respondia pela Secretaria de Educação do
13
Estado, José Fernandes da Silva era o prefeito Municipal e, Sra. Janete de Azevedo
Guerra, Secretária Municipal de Educação e Cultura. O Estabelecimento teve seu
reconhecimento regulamentado pela Resolução nº 5.281/94 de 25/10/94.
Na galeria ex diretores figuram os nomes da Sra. Cleusa de Oliveira
Morais, formada em Pedagogia com Habilitação em Administração Escolar e
Orientação Educacional, no período de 01/03/91 a 31/12/91. Nascida em 16/07/50,
RG nº 2. 044.l69, foi a 1ª Diretora da referida escola, designada pelo Senhor Prefeito
Municipal José Fernandes da Silva, sob a portaria nº 4.354/91 datada de 01/03/91 a
31/12/91.
Sra. Maria Elisabete dos Anjos Romanini, formada em Educação
Física e Pedagogia – Habilitação Administração Escolar e Supervisão Escolar no
período de 24/04/92 a 25/03/93 designada pela Portaria nº 692/92 em 24/04/92.
Também a Sra. Marta Helenice Nardon Gôngora, formada em Letras Anglo
Brasileira e Pedagogia com Habilitação Supervisão Escolar, designada sob a
Resolução 383/93 de 06/04/93, assumindo de 25/03/93 a dezembro de 2003.
Desde 2004 responde pela direção a Sra. Márcia Mara Sartori
Decarli, formada em Educação Física, com Especialização em Psicopedagogia.
Designada pela Resolução nº 4254/03- DOE. 23/01/04; e para a 2ª Gestão a
Resolução 58/06 – DOE, de 16/01/2006.
A instituição já teve diferentes denominações. A Escola Estadual do
Bairro Bela Vista - Ensino de 1º Grau passou a denominar-se Escola Estadual do
Bairro Bela Vista - Ensino Fundamental conforme Resolução Secretarial nº 3.120/98
- Diário Oficial de 11/09/98 e, em 05/02/2013 por Resol.nº 572 05/02/2013 DOE
22/02/2013, após reunião realizada com APMF, Conselho Escolar, pais,
comunidade e alunos, a Escola Estadual do Bairro Bela Vista – Ensino Fundamental,
passou a denominar-se Colégio Estadual do Bairro Bela Vista Ensino Fundamental e
Médio.
No ano de 2017 não foi ofertada a matrícula para o Ensino Médio, e
o pedido de cessação do curso está em trâmite. Portanto, a denominação ‘colégio’
permanece.
14
MARCO SITUACIONAL
A Escola Estadual do Bairro Bela Vista - Ensino Fundamental, neste
quarto de século – 1991/2017 – assumiu responsavelmente a formação de crianças
e adolescentes superando desafios de diferentes ordens. Durante anos a escola
encontrou-se muito afastada do centro urbano, mas dado o crescimento em seu
entorno na última década deixou de ser tomada como ‘escola da vila distante’,
acolhendo inclusive, alunos de bairros circunvizinhos.
O crescimento geográfico não se revela como resultado de
crescimento econômico e social, pois os conjuntos habitacionais surgidos são
destinados às pessoas de baixa renda.
O Bairro Bela Vista é um bairro com histórico de pessoas que
trabalham na indústria e comércio, com prestação de serviços de diferentes
naturezas e, em menor número, na lavoura. Conta com uma igreja católica e
algumas evangélicas; um mercado relativamente grande, padaria, bares,
lanchonetes, entre outros. Um Posto de Saúde, Centro de Educação Infantil e
quadra de esportes, quadra está utilizada pela escola e comunidade.
A vida cultural e centrada quase que exclusivamente, nas atividades
desenvolvidas pela escola e Secretaria Municipal de Educação. Todo este contexto
interfere desfavoravelmente nas práticas educativas da escola que precisa criar
alternativas que ampliem as possibilidades de seus alunos intervirem em suas
realidades.
OFERTA DA INSTITUIÇÃO
Modalidade de Ensino: Ensino Fundamental – 6ªano ao 9ª ano
Organização: Atual
Turno de Funcionamento
MANHA TARDE NOITE
7:30 às 12:00 13:00 às 15:10 16:00 às 19:40 (CELEM – Espanhol)
15
Número de turmas – Ano letivo 2017
Período Matutino:
6ª ano 1 turma
7ª ano 1 turma
8ª ano 1 turma
9ª ano 1 turma
TOTAL 4 TURMAS
Período Vespertino
6ª ano 1 turma
6ª ano 1 turma
7ª ano 1 turma
8ª ano 1 turma
9ª ano 1 turma
TOTAL 4 TURMAS
Total Geral: 8 Turmas
CELEM – Centro de Línguas Estrangeiras Modernas
O Celem de Espanhol funciona no período noturno, atende aos
alunos duas vezes durante a semana às terças e quintas-feiras.
Período Noturno
1º 1 turma
2º 1 turma
Total 2 turmas
OCUPAÇÃO DO TEMPO E DOS ESPAÇOS PEDAGÓGICOS
Dependências Físicas
A Escola Estadual do Bairro Bela Vista – Ensino Fundamental
compartilha as suas dependências com a Escola Municipal Yukiti Matida
compatibilizando a organização do espaço de modo a proporcionar um ambiente
favorável à aprendizagem, bem como possibilitar as interações das modalidade
Fundamental I e II; construída em dois pisos, numa área total de 1.400,00 m2, ,
conta com escadas e rampa de acesso, no entanto, não correspondem às
exigências ergométricas, em razão do terreno irregular e da não observação de
16
alguns aspectos quando realizada as reformas e ampliação do espaço. As salas são
bem iluminadas, recebendo luz e ventilação apropriadas.
Uma parte da área de lazer e descanso (pátio) é coberta e uma
outra parte é descoberta. A quadra de esportes é coberta e comunitária, fator que
dificulta a realização da prática esportiva, quer nas aulas de Educação Física, quer
em outros eventos escolares.
O quadro a seguir descreve as dependências físicas do
estabelecimento:
Quant. Descrição da dependência
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
05
01
Almoxarifado
Banheiro Feminino de alunos
Banheiro Masculino de alunos
Biblioteca
Cozinha
Depósito de merenda
Laboratório de Informática
Pátio Coberto
Pátio descoberto
Refeitório
Sala de direção/Equipe Pedagógica
Sala de Professores
Salas de aula
Secretaria
Equipamentos de uso Pedagógico
O estabelecimento conta com uma biblioteca, que é mantida pela
instituição. A mesma funciona em dois turnos, e tem atendido da melhor forma
satisfatória, alunos do 6º a 9 º ano que necessitam de pesquisa para enriquecer
seus conhecimentos. Está equipada com mesas e cadeiras apropriadas, estantes
para organização dos livros de literatura e demais coleções.
Como apoio pedagógico ao professor e alunos, conta com vídeo,
Televisão, DVD, retroprojetor, materiais didáticos diversos, um computador, data-
show e notebook.
ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
17
A Escola Estadual do Bairro Bela Vista - Ensino Fundamental, conta
com aproximadamente 146 alunos, 25 professores, 02 pedagogos, 04 funcionários,
1 diretora.
Caracterização da População – Alunos e Família
Pesquisa realizada para a realimentação do PPP apontou o número
de 146 alunos matriculados; no entanto a amostra contou com 112 respondentes,
isso porque alguns alunos faltaram no dia da coleta e, uma turma de 13 alunos não
participou (9º B). Inicialmente, considerando N= 112, constatou-se que 60% dos
alunos moram na Vila Bela Vista, onde localiza-se a escola; ou outros 40% moram
em localidades bem próximas: Conjunto Habitacional José de Carvalho Henriques,
Vila Pompéia e uma pequena parcela na zona rural (sítios e chácaras). Tal
informação justifica o baixo índice de alunos que fazem uso do transporte escolar,
apenas 3%; os demais vem a pé ou de carro.
O nível socioeconômico é baixo, conforme descreveremos a seguir.
Destaque ao número de alunos beneficiados pela Bolsa Família - 46% - e inserção
no programa do Leite na Escola - 12%. Alguns destes alunos recebem os dois
benefícios.
Tais informações são legitimadas pela renda familiar indicadas por
146 alunos da amostra de 112 alunos.
18
O indicativo em salários mínimos está bem próximo à realidade,
conforme descrição da ocupação/profissão dos pais, ou seja, a grande maioria são
operários e comerciários; e as mães, igualmente, operárias/comerciárias,
empregadas domésticas e do lar. Destaque ao número de pais aposentados, 5%;
mães aposentadas, 3%; pais e mães no funcionalismo público, 7%. Contrariando às
expectativas, apenas 4% desenvolvem atividades no campo, como cortadores de
cana, estufa e fábrica de carvão.
Outro dado relevante é a presença da mãe no lar, pois 38% delas
não trabalham fora, sendo que 35% são do lar e 3% são costureiras e manicures,
além de cuidar da casa. Parcela significativa das mães, 20%, são empregadas
domésticas e/ou diaristas.
Demais profissões/ocupações, ou locais de trabalho, das mães:
lojas, mercados, cuidadoras de idosos, padaria, garçonete, farmácia, caixa de
supermercado, enfermeira vendedora, esteticista, agente comunitário, taxista.
Profissões/ocupações, ou locais de trabalho, dos pais:
caminhoneiro, motorista, marmorista, pedreiro, vigilante, funileiro, mecânico,
frentista, gesseiro, servente de pedreiro, taxista, pintores, escritório, rolista,
metalúrgico, reciclagem.
Tais ocupações decorrem, entre outros determinantes, da
escolaridade dos pais, conforme gráfico a seguir:
19
Outros dados relevantes serão descritos na caracterização dos
alunos.
Caracterização dos Alunos
O intervalo das idades dos alunos por série mostram que alguns
estão fora do parâmetro idade/série; em alguns casos a repetência mostrou-se como
justificativa.
Turma Intervalo idade
6º A 10 - 12 anos
6º B 10 – 13 anos
7º A 11 – 13 anos
7º B 12 – 13 anos
8º A 12 – 15 anos
8º B 12 – 15 anos
9º A 14 – 16 anos
9º B Não participou da amostra
20
Tais desvios são confirmados pela indicação de alunos que cursam
a série/ano pela primeira vez, e os que já reprovaram.
Ainda como fator descritivo das condições sócio-econômica-sociais
dos alunos, que podem interferir no desempenho escolar, a pesquisa realizada
mostrou que as condições de moradia dos alunos estão dentro de um padrão
bastante aceitável, ou seja, considerando se os mesmo têm casa própria, alugada
ou cedida, verificou-se que, 75% moram em casa própria; 20% em casas alugadas e
7% em casas cedidas.
Outros dados que apontam para as adequações de moradia
considerados foram:
● Tipo de construção: 88% - casa de tijolos; 2% - casa de madeira e 10% casa
mista (tijolos e madeira)
● Número de quartos na casa:
21
Número de quartos na casa Número de alunos
1 quarto 04
2 quartos 49
3 quartos 44
4 quartos 14
5 quartos 01
Número de banheiros:
Número de banheiros Número de alunos
1 banheiro 80
2 banheiros 19
3 banheiros 03
Número de televisores:
Número de televisores Número de alunos
1 aparelho 42
2 aparelhos 50
3 aparelhos 10
Número de computadores, impressora e acesso à internet:
Computadores Impressoras Acesso à internet
53 alunos 20 alunos 79 alunos
Para as questões que envolvem a organização familiar dos alunos a
pesquisa mostrou que: 09 alunos têm pais/mães falecidos; 07 alunos moram com
avós; 15 alunos têm madrasta/padrasto; 16 alunos vivem apenas com a mãe.
22
Ao perguntar aos alunos se além de pais e irmãos, mais alguém
morava com ele, nas respostas surgiram: tio/tia, primo/prima, sobrinho, cunhada e
sogra. A aluna que apontou morar com a sogra, tinha no dia da pesquisa, 15 anos.
Para as ocupações dos alunos no período oposto as repostas foram:
● 73 alunos ajudam nas tarefas domésticas;
● 29 alunos participam de projetos na escola;
● 15 alunos fazem CELEM;
● 17 alunos desenvolvem atividades pagas, como: curso de
violão, bateria, escolinha de futebol, informática, aula de
inglês pela internet, academia, dança e modelo.
Outro dado relevante, em relação à saúde, 21 alunos afirmam fazer
uso de medicamento contínuo para asma, bronquite, tireoide, alergia, sinusite, falta
de ferro e para “sequela de meningite”. Existe crianças que tomam medicamento
para implicações neurológicas, mas não apontaram o nome do problema.
Além de atenção especial aos alunos que têm saúde frágil, e
comportamento inadequado, para minimizar tais questões a escola, promove
reuniões com pais e, trazendo pessoas da comunidade, tais como, médicos, padres,
pastores, psicólogos, advogados, patrulha escolar, entre outros, para conscientizá-
los da importância dos cuidados que são próprios da família e não apenas da
escola, firmando assim uma parceria.
CORPO DOCENTE
23
Corpo Docente Efetivo / PSS
A Escola Estadual mantém em seu quadro de professores os
profissionais abaixo relacionados:
Nº
Ordem Nome do Professor
Disciplina
Vínculo
Nível máximo
de Escolaridade
01 Alcinda Soares Moraes Arte QPM Pós-graduação
02 Analislie dos Reis Arte PSS Graduação
03 Maria de Lourdes Corsini Medeiros Arte QPM Pós-graduação
04 Meri Hirabara Yanase Arte QPM Pós-graduação
05 Helena Cristina Bartelli Ciências QPM Pós-graduação
06 Neide Pires de Oliveira Ciências QPM Pós-graduação
07 Sônia Aparecida Comegno Gotelipe Ciências QPM Pós-graduação
08 Ana Cláudia Marques Silvestre Ed.Física PSS Pós-graduação
09 Humberto Strada Neto Ed.Física QPM Pós-graduação
10 Mara Cristina Campos Tomé Ed.Física QPM PDE
11 Odete de Paula Monteiro Ed.Física QPM Pós-graduação
12 Ilda Ferreira Lage Ens.Rel. QPM Pós-graduação
13 Marilúcia Sanches Ens.Rel. PSS Pós-graduação
14 Marisa Aparecida Ribeiro Santos Ens.Rel. QPM Pós-graduação
15 Fernanda de Godoy Ferreira Geo. QPM Pós-graduação
16 Tania Maria Arestides Geo. QPM Pós-graduação
17 Móises Amaro Costa Hist. QPM Pós-graduação
18 Marilúcia Sanches Hist. QPM Pós-graduação
19 Alessandra Cristina Neto Inglês QPM Pós-graduação
20 José Roberto de Oliveira Inglês QPM Pós-graduação
21 Américo Fernandes LPort. QPM Pós-graduação
22 Elizabete Benedito Augusto LPort. QPM PDE
23 Miriam de Oliveira Helbel Malaghini LPort. QPM Pós-graduação
24 Juliana Akemi Savano dos Santos Mat. QPM Pós-graduação
25 Juliana Conceição Possinelli Mat. QPM Mestrado
26 Maria Jacinto Pereira Mat. QPM Pós-graduação
27 Carlos Eduardo Estrada Espanhol PSS Pós-graduação
28 Veléris Aparecida Bonacini Espanhol PSS Pós-graduação
Corpo Administrativo e Apoio Pedagógico
Nome Função Vínculo
Márcia Mara Sartori Decarli Diretora QPM
Eva Campos da Silva Professor Pedagogo QPM
Maria Ivanilde Bartelli Professor Pedagogo QPM
Dulcinéia Cristina Zanardo Metring Professor Pedagogo QPM
Ana Cláudia Belchior Secretária QFEB
Francisca Sheyla Vidal Sampaio Auxiliar Administrativo PSS
Aparecida Vieira Bertim Agente Educacional I QFEB
24
Marlene Aquino Alves Agente Educacional I QFEB
Ana Karina Novais Moreira de Grandi Agente Educacional I PSS
Francyellen Porte Martins Agente Educacional I PSS
Leonice Musambani Agente Educacional I PSS
PERFIL DOS PROFESSORES – 2017
Para a realimentação do presente documento foi realizada uma
pesquisa com a comunidade escolar, e no que tange aos professores os resultados
apontaram que, dentre os respondentes do instrumento de pesquisa, N=25,
contabilizam 81% do corpo docente são mulheres, o que legitima as pesquisas que
apontam a supremacia feminina no reduto escolar no nível fundamental.
A idade mínima está no intervalo compreendido entre 21-25 anos e
a idade máxima encontra-se no intervalo compreendido entre 61-65 anos. O maior
índice foi registrado no intervalo 51- 60 anos, qual seja, 40% dos professores estão
nesta faixa etária. O quadro abaixo mostra as ocorrências das idades nos intervalos:
Intervalo Ocorrências Percentagem
1- 30 01 4%
1- 40 06 24%
1 - 50 05 20%
1 - 60 10 40%
Acima de 61 3 12%
Visualizando no gráfico temos:
25
O tempo de serviço na rede estadual, apontou para: dos 23
respondentes, N=23, 04 estão no intervalo de 1 a 10 anos; 10 estão no intervalo de
11 a 20 anos; 08 estão no intervalo de 21 a 30 anos e, apenas um, com mais de 30
anos de serviço. Ou seja:
Os professores efetivos e lotados no estabelecimento,
totalizando 48%, todos estão no intervalo 11 a 20 anos de serviço.
Dos respondentes, N=25, apenas 16% atua no ensino privado e
84% atua no ensino público. No entanto, para cumprir a jornada de trabalho, atuam
em mais de um estabelecimento. Os quadros abaixo mostram a carga horária dos
professores e o número de escolas em que os mesmos atuam:
Carga horária Número de professores Percentual
Menos que 20h 04 16%
20 a 30 h 08 32%
Acima de 30 12 48%
Número de escolas
em que o profissional
atua
Número
de professores
Percentual
01 06 24%
02 10 40%
03 04 16%
26
04 03 12%
05 01 04%
06 01 04%
Ilustrativamente temos:
Os dados acima confirmam a necessidade de locomoção do
professor, implicando em gastos financeiros, otimização do tempo, desgastes de
diferentes ordens são ter que corresponder às necessidades/exigências das escolas
nas quais atua. Considere-se que a escola, embora urbana, está localizada em uma
vila distante.
A formação continuada dos profissionais da educação, como
proposta do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE Nacional, e da
Secretaria de Estado de Educação – SEED, tem reflexos no nível escolaridade dos
professores dessa instituição. Destaque para o número expressivo de professores
com mais de uma graduação, além de cursos de pós graduação. Ou seja, 11
professores têm uma graduação, 12 professores têm duas graduações e 02
professores têm 3 graduações – um professor com o curso em andamento. O
números de professores com mais de uma graduação perfaz 56% do contingente,
N=25, como mostra o gráfico a seguir:
27
A profissão religiosa dos professores reflete a pluralidade de nossa
sociedade e exige a proposição de ações que vislumbrem o respeito à diversidade e
a tolerância nas relações interpessoais. Dos entrevistados, N=25, 4% não informou
a profissão religiosa, 4% não professa nenhuma religião, 20% são evangélicos com
4 nominações diferentes e 72% são católicos.
Quadro de Funcionário – 2017 – Agentes Educacionais I e II
Há na instituição 02 profissionais na função de Agente Educacional
II, O1 na função de secretária e 01 auxiliar administrativo; todas do sexo feminino.
A idade está no intervalo 39-59; só atuam na escola, com carga horária de 40h
semanais, e não têm outras atividades remuneradas. O tempo de serviço no Estado
está no intervalo de 3-10 anos, com ensino superior completo. Agente Educacional
I, 05 profissionais do sexo feminino, tempo de serviço no estado está no intervalo
de 05 - 20 anos, duas com ensino médio e duas com ensino superior completo, uma
ainda está cursando gestão ambiental.
O vínculo empregatício assim se apresenta:
Vínculo Percentagem
QFEB 50%
PSS 25%
REPR 25%
28
Resultados Educacionais
Para fins de realimentação do presente documento foram tomados
os resultados do triênio 2014-2016. Eles apontam para um decréscimo de
matrículas, maior índice de reprovas e abandono, bem como aprovação por
conselho e transferências no período vespertino. Sinteticamente temos:
Matrícula
total
Aprovação
por
conselho
Aprovados Reprovados Desistentes Transferidos
2014 178 01 132 19 09 20
2015 166 01 134 09 04 19
2016 158 06 124 25 00 09
Os mesmos dados podem ser visualizados no gráfico que se segue:
Tomados separadamente temos a seguinte descrição da
movimentação anual do triênio.
2014 – MANHÃ
6º 7º 8º 9º
APROVAÇÃO POR CONSELHO 1 1
APROVADOS 20 27 18 25 90
REPROVADOS 4 1 2 1 08
DESISTISTENTES 1 01
TRANSFERIDOS 1 2 03
29
MATRÍCULAS 25 31 21 26 103
2014 –TARDE
6º 7º 8º 9º
APROVAÇÃO POR CONSELHO O
APROVADOS 9 17 8 8 90
REPROVADOS 3 5 2 1 08
DESISTISTENTES. 2 3 1 2 01
TRANSFERIDOS 4 5 4 4 03
MATRÍCULAS 18 30 15 12 75
2015 – MANHÃ
6º 7º 8º 9º
APROVAÇÃO POR CONSELHO 1 01
APROVADOS 19 22 27 15 83
REPROVADOS 1 01
DESISTISTENTES 1 01
TRANSFERIDOS 2 2 1 05
MATRÍCULAS 21 24 30 15 90
2015 – TARDE
6º 7º 8º 9º
APROVAÇÃO POR CONSELHO
APROVADOS 15 17 11 8 51
REPROVADOS 3 2 3 08
DESISTISTENTES 3 03
TRANSFERIDOS 4 4 3 3 14
MATRÍCULAS 22 23 20 11 76
2016 - MANHÃ
6º 7º 8º 9º
APROVAÇÃO POR CONSELHO 3 1 04
APROVADOS 23 17 18 26 84
REPROVADOS 1 2 02 1 06
DESISTISTENTES 00
30
TRANSFERIDOS 2 02
MATRÍCULAS 26 19 20 27 92
2016 - TARDE
MATRÍCULAS 6º 7º 8º 9º
APROVAÇÃO POR CONSELHO 1 1 02
APROVADOS 9 12 10 9 40
REPROVADOS 5 7 5 2 19
DESISTISTENTES 00
TRANSFERIDOS 2 2 2 1 07
MATRÍCULAS 16 21 17 12 66
Os resultados anteriormente descritos justificam a definição de
ações com vistas à investigação, e registro, das motivações das transferências, uma
vez que a mesma interfere nos resultados finais. Os índices de reprovas justificam
as ações pensadas pelo coletivo para maior atenção aos alunos que não avançam
na série, acentuando o fenômeno distorção idade/série.
Órgãos Colegiados de Representação da Comunidade Escolar
Conselho Escolar
Como órgão deliberativo, normativo e consultivo de assuntos político-
pedagógicos, legalmente instituído por estatuto e regulamento próprio, tem o diretor
da instituição como presidente nato. O quadro abaixo mostra a composição do
Conselho Escolar:
Função Representante
Presidente Márcia Mara Sartori Decarli
Representante da Equipe Pedagógica 1 Eva Campos da Silva
Suplente Maria Ivanilde Bartelli
Representante do Corpo Docente Sonia Aparecida Comegno Gotelipe
Suplente Elizabete Benedita Augusto
Representante da Equipe Administrativa Ana Cláudia Belchior
Suplente Francisca Sheyla Sampaio de Oliveira
Representante da Equipe de Apoio Marlene Aquino Alves
Suplente Aparecida Vieira Bertim
Representante de Pais Márcia Socorro da Silva
Representante do Corpo Discente Rebecca Cristyna de Paulo Cirico
Representante da Sociedade civil Mauricio Ribeiro Lima
31
APMF (Associação dos Pais, Mestres e Responsáveis)
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários é um órgão de
representação dos Pais, Mestres e Funcionários do estabelecimento de ensino, sem
caráter político partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo
remunerados os seus dirigentes e conselheiros. A Associação é regida por estatuto
próprio, aprovado e homologado em assembleia geral, convocada especialmente
para este fim.
Função Representante
Presidente Leila Aparecida de Paula
Vice Presidente Márcia do Socorro da Silva
1º Secretário Eva Campos da Silva
2º Secretário Juliane Akemi Savano dos Santos
1ºTesoureiro Alessandra Santiago Boreski
2º Tesoureiro Lucinéia da Conceição Silva
Primeiro Diretor Sócio-
Cultural-Esportivo
Tânia Maria Aristides
Segunda Diretor Sócio-
Cultural-Esportiva
Mara Cristina Campos Tomé
Conselho Deliberativo e
Fiscal
Moisés Amaro Costa
Sônia Aparecida Comegno
Gotelipe
Marlene Aquino
Elizabete Benedita Augusto
Elísia Alessandra Fernandes
Grêmio Estudantil
O Grêmio Estudantil, de importância fundamental na formação de
lideranças, é um órgão máximo de representação dos estudantes com o objetivo de
defender os interesses individuais e coletivos dos alunos, incentivando a cultura
literária, artística e desportiva. Fazem parte do grêmio todos os alunos matriculados.
Regido por estatuto próprio, aprovado e homologado em Assembleia Geral,
convocada especialmente para este fim, faz eleição de sua diretoria para o mandato
de dois anos. O quadro abaixo mostra a diretoria do grêmio vigente:
32
Função Representante
Presidente Tainara Juliana Leite
Vice Presidente Samara Narumy YamashiroUjiie
Secretário-Geral Giovanna Caroline Baptista
1º Secretário Stephannie Caroline dos Santos de
Paula
Tesoureira-Geral Maria Cristina Fernandes
1º Tesoureiro Amanda Ramos Marinho
Diretora Social Roger Vitor da Silva
Diretora de Imprensa Dayane Vitória Paschoal de Oliveira
Diretor de Esportes João Gabriel Romulo Pavinato
Diretora de Cultura Maria Eduarda Aragão
Diretora de Saúde e Meio
Ambiente
Rafael Aparecido Correia
Conselho de Classe
O Conselho de Classe é um órgão de natureza deliberativa das
questões referentes ao processo didático-pedagógico. Numa perspectiva
democrática de gestão pública o conselho de classe deve traduzir os interesses dos
atores do processo educativo.
As reuniões de Conselho de Classe estão previstas no calendário
escolar e dela fazem parte os professores da turma, representante da equipe
pedagógica e direção; eventualmente poderão participar os pais e alunos, com a
responsabilidade precípua de analisar as ações educacionais, indicando
alternativas, e assumindo posturas, que busquem garantir o efetivo sucesso do
processo ensino e aprendizagem. A finalidade da reunião do Conselho de Classe é
a de intervir em tempo hábil neste processo oportunizando ao aluno formas
diferenciadas de apropriar-se dos conteúdos curriculares estabelecidos.
Cabe ainda, aos participantes do Conselho de Classe, verificar se os
objetivos, conteúdos, procedimentos metodológicos, avaliativos e relações
estabelecidas na ação pedagógica educativa, estão sendo cumpridos de maneira
coerente.
Recursos Financeiros
Fundo Rotativo
PDDE – Programa Dinheiro Direto Na Escola
33
PDE Escola
PDDE Escola
MAIS EDUCAÇÃO
Calendário Escolar
O Calendário Escolar é elaborado anualmente, atendendo ao
disposto na legislação vigente, bem como, as normas baixadas em instrução
específica da mantenedora. O Estabelecimento de Ensino, no tempo devido,
elabora/propõe, para apreciação e homologação do Conselho Escolar e encaminha
ao Núcleo Regional de Educação para aprovação e homologação.
Estão previstos 800 horas divididas em 200 dias letivos divididos em
3 trimestres. O calendário prevê ainda: férias e recessos escolares; feriados
nacionais; feriado municipal; dia de planejamento e replanejamento; conselho de
classe; reuniões pedagógicas; formação continuada; semana de interação família-
escola.
MARCO CONCEITUAL
O Projeto Político Pedagógico constitui-se em um instrumento de
inquestionável importância para a legitimidade da diferentes ações que compõem o
processo educativo pautadas em referencial teórico que o fundamente; assim sendo,
ultrapassa a mera elaboração de planos em cumprimento às exigências
burocráticas. Configura-se como uma sistematização intencional práticas formuladas
e acatadas pelo coletivo da escola intimamente articuladas com interesses da
população no qual insere-se o estabelecimento de ensino.
O Projeto Político Pedagógico, em sua essência, reflete a função
social da escola, considerando suas expectativas e necessidades e auxilia na efetiva
compreensão das transformações do mundo, para a conquista gradativa e
ininterrupta da autonomia pelo acesso ao conhecimento historicamente construído.
Em sua dimensão pedagógica aponta caminhos para a efetivação
da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo,
responsável, compromissado, crítico, criativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de
seus direitos e deveres.
34
Por sua natureza o Projeto Político Pedagógico reporta-se como
conquista coletiva do espaço educativo para o exercício da autonomia e auto define-
se como uma proposta flexível, por isso deve ser conhecido por todos os envolvidos
e realimentado sempre que necessário, de modo que as prioridades estabelecidas
pela coletividade sejam observadas com rigor e comprometimento de todos os
envolvidos. Nas palavras de Pinheiro (1998)
Torna-se importante reforçar a compreensão cada vez mais ampliada
de projeto educativo como instrumento de autonomia e domínio do
trabalho docente pelos profissionais da educação, com vistas à
alteração de uma prática conservadora vigente no sistema público de
ensino. É essa concepção de projeto político pedagógico como
espaço conquistado que deve constituir o elemento diferencial para o
aparente consenso sobre as atuais formas de orientação da prática
pedagógica (PINHEIRO, 1998).
Essa autonomia, porém, não deve ser confundida com a apologia a
um trabalho isolado que transforme a escola numa ilha de procedimentos sem
fundamentação nas considerações legais de todo o sistema de ensino, perdendo,
assim, a perspectiva da sociedade como um todo. Deve-se, portanto, estar atento ao
perigo do descaso político, que confunde autonomia com descompromisso do poder
público, dando margem a este de eximir-se de suas obrigações.
A autonomia implica também responsabilidade e comprometimento
das instituições que representam a comunidade, já descritas - conselho escolar,
associações de pais, mestres e funcionários, grêmios estudantis, entre outras.
Nesta perspectiva, deve-se tomar como obrigatoriedade a garantia
do acesso e da permanência do aluno na escola, bem como a criação de propostas
que resultem de fato na construção de uma escola democrática e com qualidade,
rompendo com as amarras de práticas fragmentadas e individualistas, reflexo da
estratificação social e contradições dela decorrentes.
A proposição do presente documento ganha força na construção
enquanto instrumento útil no apoio às discussões pedagógicas, elaboração de
projetos, na reflexão sobre a prática educativa, tendo em vista os objetivos que se
seguem. A Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB,
estabelece como modelo de gestão para as escolas públicas de educação básica a
gestão democrática, referenciada na Constituição Federal de 1998 que, no artigo
206, indica os princípios pelos quais a educação nacional deve se orientar:
35
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na
forma da lei por planos de carreira para o magistério público,
com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por
concurso público de provas e títulos;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
A LDB tem redação semelhante ao preceito constitucional. O artigo
2º, que estabelece os princípios e fins da educação nacional, ratifica o indicado no
artigo 205 da Constituição: “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho”.
O artigo 3.º da LDB especifica os princípios nos quais a educação se
orienta:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar
a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de
ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade
e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas
e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da
educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público,
na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX -
garantia de padrão de qualidade; X - valorização da
experiência extraescolar; XI - vinculação entre a educação
escolar, o trabalho e as práticas sociais.
36
As escolas de educação básica devem adotar o modelo de gestão
democrática, tendo como princípio fundamental a participação, segundo o artigo 14
da LDB:
Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
democrática do ensino público na educação básica, de acordo
com as suas peculiaridades e conforme os seguintes
princípios: I - participação dos profissionais da educação na
elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação
das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.
Projeto Político-Pedagógico permite que a direção, equipe
pedagógica, alunos, pais e a comunidade local participem da gestão da educação
mediados pelos objetivos gerais descritos a seguir:
● Assegurar, através de ações concretas, a realização do processo
ensino e aprendizagem, promovendo a inserção do aluno na
sociedade, tendo em vistas a preparação o exercício pleno da
cidadania;
● Criar mecanismos de participação que traduzam o compromisso de
todos na melhoria da qualidade de ensino pelo aprimoramento do
processo pedagógico;
● Promover a integração escola-comunidade;
● Incorporar a missão da Escola, qual seja, agente de
desenvolvimento cultural e social na comunidade mediados pelo
acesso ao conhecimento historicamente construído;
● Garantir aos educandos condições de acesso, permanência e
sucesso no processo educativo, bem como a inclusão dos alunos
portadores de necessidades especiais.
Considerando que as contradições estiveram presentes nos
processos de organização social em todas épocas, no entanto, a dialética nem
sempre subsidiou a tomada de decisões em todas as sociedades, isso porque a
aceitação do status quo em algumas, com liderança centralizadora, por vezes tirana,
foi assumida passivamente como uma atitude política.
37
A educação, tomada aqui em sentido restrito, a escolar propriamente
dita, está sujeita a condicionantes de ordem sociopolítica, entre outros, que implicam
em diferentes concepções de homem e de sociedade e, em razão disso, diferentes
pressupostos sobre o papel da escola e da aprendizagem, entre outros. Vista desta
forma, ora assume postura emancipadora, ora atua apenas como aparelho
ideológico do estado podendo, em algumas vezes, ser repressora defendendo o
interesse da classe dominante.
Sistematicamente, as tendências educacionais podem servir de
parâmetro entre a prática dos profissionais da educação e o referencial teórico
construído nas últimas décadas; isso porque, o modo como os profissionais da
educação realizam o seu trabalho está diretamente ligado aos pressupostos
teóricos, que explícita ou implicitamente, embasam a prática, e consequentemente,
explicam sua práxis.
Em linhas gerais, Libâneo (1990), usando como critério a posição
que adotam em relação aos condicionantes sociopolíticos da escola, classificou as
tendências pedagógicas liberais e progressistas:
Pedagogia Liberal Pedagogia Progressista
Tradicional Libertadora
Renovada progressivista Libertária
Renovada não-diretiva Crítico-social dos conteúdos
Tecnicista
Historicamente, a pedagogia liberal evoluiu para a pedagogia
renovada, denominada Escola Nova, no entanto ambas conviveram e convivem na
prática escolar. Os conteúdos, os procedimentos didáticos, a relação professor-
aluno não têm nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos com as
realidades sociais. Predomina, neste contexto, a palavra do professor, regras
impostas pelas hierarquias, e a supervalorização do intelectual. O aluno é educado
para atingir sua realização pelo próprio esforço, e assumir os seus fracassos como
resultado de esforço insuficiente.
Ainda segundo Libâneo (1990)
A tendência liberal renovada apresenta-se, entre nós, em duas
versões distintas: a renovada progressivista, ou, pragmática,
principalmente na forma difundida pelos pioneiros da educação
38
nova. [...] A tendência liberal tecnicista subordina a educação à
sociedade, tendo como função a preparação de "recursos humanos"
(mão-de-obra para indústria). A sociedade industrial e tecnológica
estabelece (cientificamente) as metas econômicas, sociais e
políticas, a educação treina (também cientificamente) nos alunos os
comportamentos de ajustamento a essas metas. No tecnicismo
acredita-se que a realidade contém em si suas próprias leis,
bastando aos homens descobri-las e aplicá-las. Dessa forma, o
essencial não é o conteúdo da realidade, mas as técnicas (forma)
de descoberta e aplicação.
Saviani (1981) apropriadamente descreveu as confusões que se
emaranhavam nos professores da época (e que ainda emaranham). Segundo ele:
Os professores têm na cabeça o movimento e os princípios da
escola nova. A realidade, porém, não oferece aos professores
condições para instaurar a escola nova, porque a realidade em que
atuam é tradicional. (...) Mas o drama do professor não termina, aí.
A essa contradição se acrescenta outra: além de constatar que as
condições concretas não correspondem à sua crença, o professor
se vê pressionado pela pedagogia oficial que prega a racionalidade
e produtividade do sistema e do seu trabalho, isto é, ênfase, nos
meios (tecnicismo).(...) Ai o quadro contraditório em que se encontra
o professor: sua cabeça é escolanovista a realidade é
tradicional;"(...) rejeita o tecnicismo porque sente-se violentado pela
ideologia oficial; não aceita a linha crítica porque não quer receber a
denominação de agente repressor (SAVIANI, 1981).
Há unanimidade na constatação de que as tendências não
aparecem em sua forma pura e nem conseguem descrever todas as nuances da
prática escolar, no entanto servem de parâmetro de análise e avaliação da prática
do professor.
Para Libâneo (1994), a tendência progressista crítico-social dos
conteúdos, diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia dos
conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola consiste
na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe
39
um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma
participação organizada e ativa na democratização da sociedade.
Na visão da pedagogia dos conteúdos, admite-se o princípio da
aprendizagem significativa, partindo do que o aluno já sabe. A transferência da
aprendizagem só se realiza no momento da síntese, isto é, quando o aluno supera
sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.
A partir da Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 foi dada à escola
maior autonomia na construção de sua Proposta Pedagógica e ênfase à atualização
constante do professor que, através do conhecimento dessas tendências
pedagógicas e dos seus pressupostos de aprendizagem, o professor terá condições
de avaliar os fundamentos teóricos empregados na sua prática em sala de aula.
No Estado do Paraná a aprovação da versão final das Diretrizes
Curriculares Orientadoras da Educação Básica, a partir das Diretrizes Curriculares
Nacionais – DCNs, mobilizou o professorado paranaense no estudo do referencial
teórico que as subsidiam. Desta forma, as ideias de Piaget, Vygotsky e Wallon são
potencializadas. Os pontos de convergência entre eles os qualificaram como
interacionistas, porque concebem o conhecimento como resultado da ação que se
passa entre o sujeito e um objeto. De acordo com Aranha (1998) o conhecimento
não está, então, no sujeito, como queriam os inatistas, nem no objeto, como diziam
os empiristas, mas resulta da interação entre ambos.
A Escola Estadual do Bairro Bela Vista - Ensino Fundamental -
depois de muito refletir sobre as tendências educacionais, no processo de formação
continuada subsidiado pela SEED, pautará suas ações na Pedagogia Crítico-social
dos conteúdos fundamentando-se nos referenciais teóricos de Demerval Saviani, na
didática de João Luiz Gasparin (vale lembrar que estes referenciais assentam-se na
filosofia de Karl Marx e Gramsci) e na psicologia de Vygotsky.
A PEDAGOGIA PROGRESSISTA: BREVE CONSIDERAÇÕES
Segundo Mercado (1996) a pedagogia crítico-social dos conteúdos,
surgida no final dos anos 70, adentrando a década de 80, foi uma reação à
pedagogia libertadora que, na ótica de alguns educadores, dava pouca relevância ao
40
“saber elaborado” historicamente acumulado e que constitui parte do acervo cultural
da humanidade. Na ótica do autor:
A "pedagogia crítico-social dos conteúdos" assegura a função social
e política da escola através do trabalho com conhecimentos
sistematizados, a fim de colocar as classes populares em condições
de uma efetiva participação nas lutas sociais. Entende que não
basta ter como conteúdo escolar as questões sociais atuais, mas
que se tenha domínio de conhecimentos, habilidades e capacidades
mais amplas para que os alunos possam interpretar suas
experiências de vida e defender seus interesses de classe.
(MERCADO, 1996).
Desta forma, a escola assume o papel de socializadora dos
conhecimentos e saberes universais que, na verdade, são produzidos pelo grupo
dominante. Para Saviani (2003):
Elaboração do saber não é sinônimo de produção do saber. A
produção do saber é social, se dá no interior das relações sociais. A
elaboração do saber implica em expressar de forma elaborada o
saber que surge da prática social. (...) Daí importância da escola:
se a escola não permite o acesso a esses instrumentos, os
trabalhadores ficam bloqueados e impedidos de ascenderem ao
nível da elaboração do saber, embora continuem, pela sua atividade
prática real, a contribuir para a produção do saber. O saber
sistematizado continua a ser propriedade privada a serviço do grupo
dominante. (2003, p.91).
A atuação da escola, na fala de Libâneo (1985, p.39), consiste “na
preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhes um
instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização da sociedade”.
Para que esse processo de aprendizagem se efetive, é preciso
percorrer o seguinte caminho metodológico, sistematizado por João Luiz Gasparin, a
partir do construto de Dermeval Saviani.
A ilustração seguir mostram as ações didáticas para a aplicação da
Pedagogia histórico-crítica:
41
Ampliando, cada etapa pode assim ser descrita:
Prática social inicial
Segundo Araújo (2009) “a prática social inicial implica em conhecer
a experiência de cada aluno, sua memória e seu saber prático”. Em princípio, o
professor situa-se em relação à realidade de maneira mais clara e mais sintética que
os alunos. Quanto a estes, pode-se afirmar que, de maneira geral, possuem uma
visão sincrética, caótica. Frequentemente é uma visão de senso comum, empírica,
um tanto confusa, em que tudo, de certa forma, aparece como natural. Todavia,
essa prática do educando é sempre uma totalidade que representa sua visão de
mundo, sua concepção da realidade, ainda que, muitas vezes, naturalizada
(Gasparin, 2007).
Neste momento a aula já começa de forma dialogada e participativa.
É feita uma introdução do conteúdo onde o professor faz uma avaliação diagnóstica,
identificando os conhecimentos prévios dos alunos sobre determinado assunto para,
a partir daí, iniciar sua mediação.
Problematização
42
De acordo com Gasparin (2007), a problematização representa o
momento do processo pedagógico em que a prática social é posta em questão,
analisada, interrogada, levando em consideração o conteúdo a ser trabalhado e as
exigências sociais de aplicação desse conhecimento.
Nesta etapa surgem as dúvidas e ocorre a discussão de questões
inerentes ao conteúdo proposto. É aqui que ocorre o ato de vislumbrar o conteúdo
em diferentes dimensões sociais. Um conteúdo problematizado deverá mostrar-se
através de várias dimensões: conceitual, histórica, social, política, estética, religiosa,
entre outras.
Professor e alunos, juntos, procuram “detectar que questões
precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e, em consequência, que
conhecimento é necessário dominar” (Saviani, 2008). As questões levantadas pelo
professor devem despertar o pensamento crítico dos alunos e estimular a busca pelo
aprofundamento do conhecimento.
Instrumentalização
Nesta etapa é que o conteúdo será trabalhado em suas dimensões.
Segundo Gasparin e Petenucci (2008), este é o momento em que o professor
“apresenta aos alunos através de ações docentes adequadas o conhecimento
científico, formal, abstrato, conforme as dimensões escolhidas na fase anterior”. E os
alunos, ainda conforme os autores, “por meio de ações estabelecerão uma
comparação mental com a vivência cotidiana que possuem desse mesmo
conhecimento, a fim de se apropriar do novo conteúdo”.
Saviani (2008) explica a instrumentalização:
Trata-se de se apropriar dos instrumentos teóricos e práticos necessários
ao equacionamento dos problemas detectados na prática social. Como tais
instrumentos são produzidos socialmente e preservados historicamente, a
sua apropriação pelos alunos está na dependência de sua transmissão
direta ou indireta por parte do professor. [...] o professor tanto pode
transmiti-los diretamente como pode indicar os meios pelos quais a
transmissão venha a se efetivar.
Esta é a parte da aula onde o professor irá transmitir seu
conhecimento, expondo os conceitos, explicando e dando exemplos, com
fundamentação científica.
43
Catarse
A palavra catarse (do grego “kátharsis”) significa purificação. Neste
contexto, a catarse é o momento em que o aluno manifesta um entendimento do
conteúdo. Ele se “liberta” do senso comum e apropria-se do conhecimento científico,
atingindo os objetivos estabelecidos pelo professor.
Para Saviani (1999), mencionado por Gasparin (2007), catarse é a
expressão elaborada da nova forma de entendimento da prática social a que se
ascendeu. [...] Trata-se da efetiva incorporação dos instrumentos culturais,
transformados agora em elementos ativos de transformação social. [...] Daí porque
o momento catártico pode ser considerado como o ponto culminante do processo
educativo, já que é aí que se realiza pela mediação da análise levada a cabo no
processo de ensino, a passagem da síncrese à síntese; em consequência,
manifesta-se nos alunos a capacidade de expressarem uma compreensão da prática
em termos tão elaborados quanto era possível ao professor.
Gasparin e Petenucci (2008) afirmam que o aluno, neste momento,
apresenta uma
[...] “nova postura mental unindo o cotidiano ao científico em uma nova
totalidade concreta no pensamento. Neste momento o educando faz um
resumo de tudo o que aprendeu, segundo as dimensões do conteúdo
estudadas. É a elaboração mental do novo conceito do conteúdo”.
Sendo assim, o professor deve empregar instrumentos de avaliação
para averiguar se o conteúdo foi assimilado e se os alunos apresentaram alguma
dificuldade. A catarse é uma etapa muito importante, pois é nela e que o professor
saberá se alcançou os objetivos da aula e se poderá avançar no processo
pedagógico.
Prática social final
Conforme Saviani (2001), citado por Araújo (2009), a prática social
inicial e a prática social final é e não é a mesma. É a mesma no sentido de que não
se consegue uma transformação das condições sociais objetivas da escola e muito
menos da sociedade como um todo. Mas não é a mesma a partir do momento em
que houve uma transformação do educador e do educando nesse processo,
refletindo em outras instâncias da sociedade.
44
A prática social final é o momento em que o aluno demonstra que
realmente aprendeu, manifestando mudanças em seu comportamento em relação
ao conteúdo. Para Gasparin e Petenucci (2008), esta se manifesta “pelo
compromisso e pelas ações que o educando se dispõe a executar em seu cotidiano
pondo em efetivo exercício social o novo conteúdo científico adquirido”.
Em síntese, segundo Gasparin (2003),
O primeiro passo da pedagogia histórico-crítica diz respeito ao nível de
desenvolvimento real do educando - prática social inicial; o segundo
constitui o elo entre a prática social e a instrumentalização - é a
problematização; o terceiro relaciona-se às ações didático-pedagógicas
para a aprendizagem - instrumentalização; o quarto, a expressão elaborada
da nova forma de entender a prática social - catarse; e o quinto e último, ao
nível de desenvolvimento atual do educando - prática social final. Sendo
que os três passos intermediários compõem a zona de desenvolvimento
imediato ou proximal do educando (Vygotsky, 1991).
O CONSTRUTO DE VYGOTSKY – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A psicologia sócio histórica tem como base a teoria de Vygotsky
concebe o desenvolvimento humano a partir das relações sociais que a pessoa
estabelece no decorrer da vida. Nesse referencial, o processo de ensino-
aprendizagem também se constitui dentro de interações nos diversos contextos
sociais. Assim, a história da sociedade na qual a criança se desenvolve e a história
pessoal desta criança são fatores cruciais que vão determinar sua forma de pensar.
Neste processo de desenvolvimento cognitivo, a linguagem tem
papel crucial na determinação de como a criança, e por extensão o aluno, vai
aprender a pensar, uma vez que formas avançadas de pensamento são produzidas
através de palavras. Para Vygotsky, um claro entendimento das relações entre
pensamento e língua é necessário para que se entenda o processo de
desenvolvimento intelectual. Linguagem não é apenas uma expressão do
conhecimento adquirido. Existe uma inter-relação fundamental entre pensamento e
linguagem, um proporcionando recursos ao outro. Desta forma a linguagem tem um
papel essencial na formação do pensamento e do caráter do indivíduo.
Um dos princípios básicos da teoria de Vygotsky é o conceito de
"zona de desenvolvimento proximal". A zona de desenvolvimento próximo
45
representa a diferença entre a capacidade do aprendente resolver problemas por si
mesmos e a capacidade de resolvê-los com ajuda de alguém. A zona de
desenvolvimento próximo abrange todas as funções e atividades que o aluno
consegue desempenhar apenas se houver ajuda de alguém. Esta pessoa que
intervém para orientá-lo pode ser tanto um adulto (pais, professor, responsável,
instrutor) quanto um colega que já tenha desenvolvido a habilidade requerida.
A ideia de zona de desenvolvimento próximo é de grande relevância
em todas as áreas educacionais. Uma implicação importante é a de que o
aprendizado humano é de natureza social e é parte de um processo em que a
criança desenvolve seu intelecto dentro da intelectualidade daqueles que a cercam
(Vygotsky, 1978). De acordo com Vygotsky, uma característica essencial do
aprendizado é que ele desperta vários processos de desenvolvimento internamente,
os quais funcionam apenas quando o aprendente interage em seu ambiente de
convívio.
A humanidade, produzida histórica e coletivamente pelo conjunto
dos homens, diz respeito ao conjunto de instrumentos com os quais os homens se
relacionam com a natureza e com os outros homens para promover a sobrevivência.
A forma histórica de produzir a humanidade chama-se trabalho, portanto a
centralidade do trabalho nas relações sociais diz respeito também à educação
segundo o que preconizam os referenciais de Karl Marx e Antônio Gramsci, como
aqui já foi exposto.
Para que a educação seja um instrumento do processo de
humanização, o trabalho, categoria central de análise da materialidade histórica dos
homens enquanto a forma mais simples, mais objetiva, que eles desenvolveram
para se organizarem em sociedade, deve ser tomado como princípio educativo.
Para a realimentação do presente documento, uma pesquisa junto
aos professores, apontou uma preocupação e compromisso, em enriquecer a prática
pedagógica seguindo este referencial teórico, com ênfase na adoção de uma
postura metodológica que valorize a interdisciplinaridade, a contextualização e a
problematização na perspectiva do materialismo histórico.
Nessa ótica, a interdisciplinaridade é um desafio porque os
professores foram formados de maneira segmentada, compartimentalizada,
46
percebendo pouca ou nenhuma relação entre as disciplinas. Necessário se faz,
dessa forma, revisão de alguns conceitos já cristalizados, romper com alguns
paradigmas e tomar a interdisciplinaridade como postura metodológica educativa.
Fazenda (2007) sustenta que:
No limiar do século XXI e no contexto da internacionalização
caracterizada por uma intensa troca entre os homens, a
interdisciplinaridade assume um papel de grande importância.
Além do desenvolvimento de novos saberes, a
interdisciplinaridade na educação favorece novas formas de
aproximação da realidade social e novas leituras das
dimensões socioculturais das comunidades humanas.
(FAZENDA, 2007. p. 3)
Para garantir um desenvolvimento adequado de práticas
interdisciplinares, torna-se importante estabelecer diferenças básicas entre esta e a
contextualização.
Uma questão que Zacharias (2007) esclarece que o
entrecruzamento dos conteúdos, independente das áreas do conhecimento, constitui
a mola propulsora da interdisciplinaridade, concomitantemente ao inter-
relacionamento entre os conteúdos da disciplina. Ao passo que os conteúdos
impregnados da(s) realidade(s) do aluno demarcam o significado pedagógico da
contextualização. A contextualização, dessa forma, imprime significados e relevância
aos conteúdos escolares. À interdisciplinaridade caberá a explicitação dos
conteúdos contextualizados.
A contextualização aponta para a necessidade de se trabalhar os
conteúdos, ultrapassando a realidade do aluno, pois, do contrário, incorre no risco
de proporcionar um esvaziamento dos conteúdos. É necessário transpor o contexto
do aluno, enfocando situações históricas, sociais, culturais, éticas que se imbricam
na produção do conhecimento e uma prática social refletida, diz Zacharias (2007).
Ao lado da interdisciplinaridade e contextualização a
problematização deve ser considerada, como nos lembra Pozo (1998).
Um dos veículos mais acessíveis para levar os alunos a
aprender a aprender é a solução de problemas[...] A solução
de problemas baseia-se na apresentação de situações abertas
e sugestivas que exijam dos alunos uma atitude ativa e um
esforço para buscar suas próprias respostas, seu próprio
conhecimento. O ensino baseado na solução de problemas
pressupõe promover nos alunos o domínio de procedimentos,
47
assim como a utilização de conhecimentos disponíveis, para
dar resposta a situações variáveis e diferentes. Assim, ensinar
os alunos a resolver problemas supõe dotá-los da capacidade
de aprender a aprender, no sentido de habituá-los a encontrar
por si mesmos as respostas às perguntas que os inquietam ou
que precisam responder, ao invés de esperar uma resposta já
elaborada por outros e transmitida pelo livro-texto ou pelo
professor (POZO, 1998.p.9).
Isto posto, apresentamos a seguir, as bases filosóficas da tendência
progressista "crítico-social dos conteúdos" sob a qual esta instituição assenta suas
ações, considerando também as contribuições de Vygotsky.
PRINCÍPIOS DIDÁTICOS PEDAGÓGICOS
CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO
A educação, na perspectiva da pedagogia histórico-crítica, é
concebida como “produção do saber”, pois o homem ao longo da história tornou-se
capaz de elaborar ideias, assimilar comportamentos e atitudes com base nos
conceitos que formulou na relação com o seu meio. O ensino, tomado como parte da
ação educativa, é visto como processo, no qual o professor é o produtor do saber e
o aluno consumidor. Ou ainda, o professor, detentor de competência técnica, é o
responsável pela transmissão e socialização do saber escolar, cabendo ao aluno
aprender os conteúdos para ultrapassar o saber espontâneo, de caráter empírico.
A educação em sentido restrito, a escolarizada propriamente dita,
deverá enfatizar o currículo escolar, a escrita e o conhecimento científico, e a escola
será a mediadora entre o saber popular e o saber erudito, vislumbrando a sua
superação. Segundo Saviani “pela mediação da escola, dá-se a passagem do saber
espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita” (SAVIANI,
1991, p. 29). O saber popular seria o ponto de partida e o saber científico o ponto de
chegada. A igualdade para Saviani estaria no acesso ao saber sistematizado,
portanto, pelo ponto de chegada.
Neste sentido Saviani afirma que professor e aluno são agentes
sociais na medida em que são parceiros na solidificação de uma sociedade menos
desigual pelo direito de aquisição/reconstrução do conhecimento historicamente
construído.
48
CONCEPÇÃO DE HOMEM
Em Freire (2002) reitera-se a importância e a necessidade de se
entender a existência humana a partir de sua substancialidade, ou seja, o
reconhecimento de todos os homens como verdadeiros sujeitos históricos. Os
atributos dados aos homens não podem, assim, sobrepujar o dado mais importante
da existência humana: a sua presença no mundo como sujeito.
Em Vygotsky (1988) toma-se como referência, no desvelamento do
homem histórico, o ambiente cultural onde ele nasce e se desenvolve. Na
abordagem vygotskyana o processo de construção do conhecimento ocorre através
da interação do sujeito historicamente situado com o ambiente sociocultural onde
vive. A educação deve, nessa perspectiva, tomar como referência toda a experiência
de vida própria do sujeito.
Neste sentido, a Escola Estadual do Bairro Bela Vista, a partir do
construto destes dois autores, concebe o aluno como sujeito socialmente inserido
num meio historicamente construído. O meio social do aluno e visto como veiculador
da cultura, desta forma constitui-se também em fonte de conhecimento. Nesse
sentido, respeitar-se-á o aluno enquanto ser histórico e o seu meio como gerador da
cultura, sem, no entanto, perder de vista a superação dos saberes do senso comum
vislumbrando a aquisição dos saberes científicos historicamente construídos.
CONCEPÇÃO DE MUNDO
A contradição é a essência da dialética. Esta instituição ao buscar a
concepção de mundo que pautasse suas expectativas, considerou aquela que
traduzisse a dimensão dialética. Para tanto, considera os seguintes princípios, ou
leis, da Dialética conforme quadro a seguir:
1º Princípio
Tudo se relaciona: princípio da totalidade
2º Princípio
Tudo se transforma: princípio do movimento
3º Princípio
Mudança qualitativa:
princípio da não repetição
4º Princípio
Unidade e luta dos contrários: princípio da
contradição
A natureza se apresenta como um todo onde objetos e
A natureza e a sociedade não são realidades
A mudança das coisas não se realiza num
A transformação das coisas só é possível porque no seu interior
49
fenômenos são ligados entre si, condicionando-se reciprocamente. Essa compreensão da totalidade significa não só que as partes se encontram em conexão entre si e com o todo, mas também que o todo não pode ser petrificado na abstração situada por cima das partes, visto que o todo se cria a si mesmo na interação das partes.
acabadas, mas em contínua transformação, jamais estabelecidos definitivamente.
processo de eterna repetição. Esta mudança qualitativa dá-se pelo acúmulo de elementos quantitativos que num determinado momento produzem o qualitativamente novo.
coexistem forças opostas tendendo simultaneamente à unidade e à oposição. A contradição é a essência da dialética.
CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE
Conceituar história, cultura e sociedade a partir do entendimento do
conceito de Materialismo Histórico foi uma necessidade apontada no coletivo da
escola em razão do que prescreve a SEED. O materialismo diz respeito à teoria que
atribui à realidade material o sentido e explicação da realidade; concebe a realidade
explicada e entendida a partir de uma relação dinâmica e contraditória de vários
processos que dão origem a novas realidades. Segundo os princípios do
Materialismo Histórico a maneira ou modo como uma sociedade realiza a produção
da vida material (bens culturais e serviços) interfere e define o processo social, a
política, a produção intelectual em geral. Desta forma as manifestações do
pensamento humano surgem a partir da estrutura econômica da sociedade
De acordo com Russ (1994):
As relações sociais e culturais se auto definem e são influenciadas
pelo modelo econômico. Os fenômenos econômicos explicam todos
os outros aspectos da sociedade. A estrutura econômica definida
nas relações de produção e forças de produção forma a
infraestrutura de uma sociedade, e sobre esta se organiza a
superestrutura, ou seja, todo o arcabouço de explicações, ideias,
definições, conceituações, organismos e instituições. A
superestrutura representa, justifica, reproduz e promove a estrutura
econômica ou infraestrutura. As maneiras de pensar se explicam
pelas relações econômicas e sociais (RUSS,1994).
50
A escola é, potencialmente, uma superestrutura que pode estar a
serviço de estruturas injustas ou a serviço da contestação destas estruturas. É uma
questão de opção política que pode legitimar mecanismos de coerção social ou
rompimento com os mesmos.
Severino (1994) entende que as mudanças sociais são fruto de uma
permanente luta de contrários, mas podem ser aceleradas com atuação consciente
dos homens, através de uma vinculação comprometida do pensamento à prática
social no sentido de desvelar as contradições da realidade (SEVERINO, 1994).
Com base nos princípios do Materialismo Histórico esta instituição
buscará, em todas as disciplinas, intermediar a análise das mudanças sociais acima
mencionadas abrindo o horizonte de expectativas dos alunos para que nelas
possam interferir quando possível.
CONCEPÇÃO DE GESTÃO
No epicentro da gestão escolar, norteada pelos princípios
democráticos, está a busca incessante pela melhoria da qualidade de ensino. Todos
os esforços do coletivo da escola devem primar pela valorização do trabalho
desenvolvido pelos profissionais da educação gerindo mecanismos que efetivem
esta qualidade. No entanto, ele precisa ser balizada pelos princípios da democracia,
da igualdade, da universalidade e da laicidade.
Para que este objetivo-mor seja alcançado é de fundamental
importância a compreensão dos limites e possibilidades da ação diretiva e o
conhecimento de novas práticas e experiências, novas tecnologias e novos métodos
da gestão da escola pública como resposta a uma concepção democrática e
dialógica.
Segundo Canário (1996):
O acesso a novas experiências e aos resultados a que a
investigação vem chegando, devem corresponder a um recurso
fundamental das escolas quando se pretende promover a
substituição de práticas de organização e gestão baseadas
fundamentalmente na reprodução de hábitos adquiridos, por uma
prática refletida, geradora de soluções inovadoras (CANÁRIO,
1996).
51
A partir da década de 80 a prática reflexiva tem sido incentivada
como meio eficaz de rever conceitos e práticas, antever fenômenos e situações que
requeiram a tomada de decisões já previstas em lei, isso porque a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional prescreve como função dos sistemas de ensino a
regulamentação da gestão democrática nos termos do artigo 3º, inciso VIII:
“Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da
legislação dos sistemas de ensino” e complementa no artigo 14: “os
sistemas de ensino definirão normas de gestão democrática do
ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades (...)”.
Esta instituição, após analisar as suas peculiaridades, definiu como
prática na perspectiva de gestão democrática o pré-conselho, o conselho de classe
propriamente dito, e o pós conselho.
CONCEPÇÃO DE TRABALHO
Estudos recentes, final do século XX e início do século XXI, têm
apontado o conceito de trabalho na vertente marxista. Segundo Luckács (1981):
O trabalho é uma dimensão ineliminável da vida humana, isto é,
uma dimensão ontológica fundamental, pois, por meio dele, o
homem cria, livre e conscientemente, a realidade, bem como o
permite dar um salto da mera existência orgânica à sociabilidade
(LUCKÁCS, 1981, p.12).
O homem possui a capacidade potencial de realizar-se como ser
livre e universal ao efetivar o curso da História, ao mesmo tempo em que dá rumos à
sua existência. Isso quer dizer que o homem está em um constante processo de
autoconstrução possibilitada por sua atividade essencial, o trabalho.
Nesta perspectiva, esta instituição reitera o pensamento de
Marx quando afirma que:
É por meio dessa atividade vital, que o homem objetiva o seu
espírito no mundo e materializa em objetos suas inquietações,
ideias e sentimentos, resultando daí os bens materiais necessários
à existência, bem como toda a riqueza social, descrita como a
objetivação do trabalho” (MARX, 2004, p. 80).
52
O trabalho modifica o meio que o circunda e, ao modificá-lo, cria
uma nova realidade, da qual os demais homens usufruem, engendrando assim um
feixe de relações sociais. É nessa estreita relação com a natureza e os demais
homens, mediada pelo trabalho, que o ser humano constrói sociedades, reconfigura
a história e, simultaneamente, molda a sua essência.
O trabalho humano, em sua essência, difere-se
substancialmente da atividade produtiva dos demais seres vivos porque ele envolve
consciência, vontade e um comportamento próprio de seu gênero; ao trabalhar, o
homem não realiza uma mera atividade animal, instintiva, para satisfazer suas
necessidades imediatas. O homem, tomado de racionalidade que lhe é peculiar,
pensa, planeja e imprime sentido a tudo o que faz. É essa capacidade que diferencia
a atividade produtiva humana da mera atividade animal. Enquanto este produz sob o
domínio da carência física, o homem produz universalmente, embora seja com base
na sua condição objetiva que produza.
Neste sentido o simples ato de estudar sintetiza os princípios da
produção vistos nesta ótica. Essa produção da vida por meio do trabalho não deve
ser compreendida como uma mera reprodução da existência física dos homens. Ela
é, antes, um determinado modo de vida dos indivíduos, o ato de exteriorização de
sua vida, ou seja, a vida dos homens em cada época histórica coincide com a sua
produção; os homens são aquilo que eles fazem de si mesmos pelo trabalho.
CONCEPÇÃO DE ESCOLA
O conceito de escola pode ser definido pela sua tarefa primordial,
qual seja, a difusão do conhecimento científico historicamente construído. Estes
conhecimentos integram-se na rotina da escola, no entanto são indissociáveis das
realidades sociais. Cumpre ainda à escola contribuir para eliminar a seletividade
imposta pela sociedade e torná-la democrática. Se a escola é parte integrante do
todo social, agir dentro dela é também agir no rumo da transformação da sociedade.
Na perspectiva histórico-crítica dos conteúdos Saviani (2003) lembra
que:
A condição para que a escola sirva aos interesses populares é
garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos
53
conteúdos escolares básicos que tenham ressonância na vida dos
átimos. Entendida nesse sentido, a educação é uma atividade
mediadora no seio da prática social global, ou seja, uma das
mediações pela qual o aluno, pela intervenção do professor e por
sua própria participação ativa, passa de uma experiência
inicialmente confusa e fragmentada (sincrética), a uma visão
sintética, mais organizada e unificada (sintética) (SAVIANI,2003).
Em síntese, a atuação da escola consiste na preparação do aluno
para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo lhe um instrumental, por meio
da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e
ativa na democratização da sociedade.
CONCEPÇÃO DE CIDADANIA
A concepção de cidadania só pode ser compreendida a partir do
conceito de democracia, pois há entre estas duas realidades uma estreita afinidade,
pois perpassam pelas duas exigências básicas de vida em sociedade: o
conhecimento dos direitos e cumprimento dos deveres que legitimam o equilíbrio
necessário entre os interesses individuais e o interesse público. Desta forma, ao
longo da história a cidadania vem se afirmando e se consolidando com a conquista
de direitos, quais sejam, os direitos os políticos, os econômicos e sociais.
Tomamos aqui democracia como “regime que assegura a igualdade,
a participação coletiva de todos na apropriação dos bens coletivamente criados”
(COUTINHO, 2000), pois esta instituição entende que a desigualdade que permeia
as relações nem sempre assegura os direitos do cidadão, desta forma buscará
articular mecanismos que minimizem as evidências das diferenças, pelo respeito e
tolerância.
CONCEPÇÃO DE CULTURA E CURRÍCULO
Existe uma relação de inegável interdependência entre cultura,
currículo, conhecimento e conteúdo de ensino. Para Grundy (1987)
“O currículo não é um conceito, mas uma construção cultural. Isto é,
não se trata de um conceito abstrato que tenha algum tipo de
existência fora e previamente à experiência humana. É, antes, um
54
modo de organizar uma série de práticas educativas” (GRUNDY,
1987).
Ao estabelecermos a estreita relação que percebemos entre cultura
e currículo, relação esta já anunciada por Grundy (1987 apud SACRISTÁN, 2000,
p.14) recorremos ao dicionário Aurélio (2010) destacando apenas as definições que
julgamos pertinentes:
Cultura. [Do lat. cultura]. S.f. [...] 3. O complexo dos padrões de
comportamento, das crenças, das instituições e doutros valores
espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos
de uma sociedade; civilização: a cultura ocidental; a cultura dos
esquimós. 4. O desenvolvimento de um grupo social, uma nação,
etc., que é fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento desses
valores; civilização, progresso: A Grécia do séc. V a.C atingiu o
mais alto grau de cultura de sua época. 5. Atividade e
desenvolvimento intelectuais; saber, ilustração, instrução: Ministério
da Educação e Cultura; a cultura do espírito. 6. Apuro, esmero,
elegância [...] (p.409).
A abrangência significativa de cultura contrapõe-se à restrição
significativa do termo currículo. No viés que buscaremos assentar nossas reflexões
destacamos a análise apresentada por Saveli (2001) para o vocábulo cultura para
estabelecermos as aproximações com o currículo. Segundo a autora, todas as
definições imputadas pela metalinguagem são pertinentes e apoiam-se em dois
polos básicos: um de caráter individual e outro de caráter coletivo. A cultura assim,
ao mesmo tempo, assenta-se numa acepção puramente descritiva e objetiva
desenvolvida pelas ciências sociais contemporâneas, podendo ser considerada
como o conjunto dos traços característicos do modo de vida de uma sociedade, de
uma comunidade ou de um grupo; e, numa acepção individual, a cultura desarticula-
se na relação dos indivíduos entre si e percebe-se num contexto unilateral, ou seja,
refere-se à cultura do espírito no qual o indivíduo se banha de uma tradição cultural
que ele herda e do qual os outros, seus contemporâneos, são os herdeiros e as
testemunhas (SAVELI, 2001, p.7-8).
Tomando os conceitos anteriormente apresentados como
complementares e não contraditórios, posicionamento este também adotado
55
por Forquin (1993) ao afirmar que certos aspectos da cultura que, são
reconhecidos como podendo ou devendo dar lugar a uma transmissão
deliberada e, mais ou menos institucionalizadas, enquanto outros constituem
objetos de aprendizagens informais e outros tantos, enfim, que não
sobrevivem ao envelhecimento de gerações e não conseguem deixar marcas
no tempo. Desse modo “falar de transmissão cultural supõe, então, sempre,
em qualquer nível, a ideia de uma permanência (pelo menos seletiva), e a
ideia de um valor, ou de uma excelência.” (FORQUIN,1993, p.11). Assim
sendo, o autor define cultura como
Um patrimônio de conhecimentos e de competências, de
instituições, de valores e de símbolos, constituído ao longo de
gerações e característico de uma comunidade humana particular,
definida de modo mais ou menos amplo e mais ou menos exclusivo
(FORQUIN, 1993, p. 12).
Partindo dessa polarização conceitual de cultura, concordamos com
Forquin (1993) ao ponderar que a cultura simultaneamente
[...] pode ser compreendida como herança coletiva, patrimônio
cultural e espiritual trazendo em seu bojo uma face pluralista que
norteia a ideia de que o essencial daquilo que a educação
transmite, ou deveria transmitir, transcende as fronteiras entre os
grupos humanos e os particularismos psicológicos; advém de uma
memória coletiva e de um destino comum a toda a humanidade
(FORQUIN 1993, p. 15)
No construto reflexivo de Pérez Gómez (1998) encontramos que:
[...] a cultura não é um conjunto de determinações e normas claras
e precisas, é antes de mais nada, um conglomerado aberto de
representações e normas de comportamento que contextualizam a
rica, mutante e criadora vida dos membros de uma comunidade e
que vai se ampliando, enriquecendo e modificando precisamente
como consequência da vida inovadora daqueles que atuam sob o
guarda-chuva de sua influência. (GOMÉZ,1998, p. 60 - 61).
Revisitando Saveli (2001) concordamos que o currículo, nesta
perspectiva, deva ser tomado, então
56
[...] não como a soma bruta de tudo o que pode ser vivido, pensado,
produzido pelos homens desde o começo dos tempos, mas como
aquilo que, ao longo do tempo, pôde aceder como valor e
significado social, cristalizando-se nos saberes cumulativos e
controláveis, nos sistemas de símbolos inteligíveis, nos
instrumentos aperfeiçoáveis, nas obras admiráveis [...] Através de
um trabalho docente a cultura se transmite e se perpetua. Assim,
educação e cultura são duas faces, rigorosamente recíprocas e
complementares, de uma mesma realidade (SAVELI, 2001, p. 11).
Avançando nesse raciocínio concordamos com Reboul (apud
SAVELI, 2001) quando afirma que “a educação é o conjunto dos processos e dos
procedimentos que permitem à criança humana chegar a um estado de cultura,
sendo a cultura o que distingue o homem do animal”; considerando ainda que, o
currículo seja a materialização da seleção de conhecimentos que garantirão a
educação das gerações que passam pela educação escolarizada, é que
reafirmamos a estreita relação entre cultura e currículo.
CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTOS E CONTEÚDOS DE ENSINO
A visão de conhecimento está vinculada às visões de homem e de
mundo. O conhecimento escolar deve se apoiar na realidade concreta do aluno,
sendo assim, ele não é um produto pronto e acabado. A escolha dos conteúdos,
portanto, não é uma escolha “do gosto do professor” ou “da imposição dos
conteúdos por eles mesmos” ou da “vida pregressa dos alunos”. A escolha dos
conteúdos deve estar intimamente ligada aos grandes problemas enfrentados na
prática social.
Os conteúdos de ensino são, segundo Libâneo (1985), os bens
culturais universais que se constituíram em domínios de conhecimento relativamente
autônomos, incorporados pela humanidade, mas permanentemente reavaliados face
às realidades sociais. Embora se aceite que os conteúdos são realidades exteriores
ao aluno, que devem ser assimilados e não simplesmente reinventados, eles não
são fechados e refratários às realidades sociais. Desta forma, não basta que os
57
conteúdos sejam apenas ensinados, ainda que bem ensinados, é preciso que se
liguem, de forma indissociável, à sua significação humana e social.
CONCEPÇÃO DE LETRAMENTO
O termo letramento, hoje associado à pesquisadora Magda Becker
Soares (2003) teve seu conceito ampliado nas últimas décadas a partir da distinção
do mesmo em relação ao termo alfabetização. Letrar é mais que alfabetizar, é
ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham
sentido e façam parte da vida do aluno. Neste sentido, o letramento compreende
tanto a apropriação das técnicas para a alfabetização quanto o convívio e hábito de
utilização da leitura e da escrita.
A pesquisadora considera ainda a possibilidade de uma pessoa será
alfabetizada e não ser letrada e vice-versa. Segundo Magda Soares “No Brasil as
pessoas não leem. São indivíduos que sabem ler e escrever, mas não praticam essa
habilidade e alguns não sabem sequer preencher um requerimento.” Paralelamente
existem pessoas que conhecem e fazem distinção entre gêneros textuais diversos e
dominam a sua estrutura, mas não foram alfabetizados.
Esta instituição de ensino entende que além de alfabetizar precisa
dar condições para o letramento de seus alunos.
CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA
O termo tecnologia, de forma ampla, tem sido usado para designar
todo o aparato criado pelo homem para expandir seus domínios e tornar o seu
trabalho mais fácil pelo melhor aproveitamento do tempo. No entanto, vale ressaltar
que o termo não se restringe apenas ao instrumento, ferramenta ou equipamento
tangível. Tecnologia também agrega realidades intangíveis, como procedimentos,
métodos, técnicas, algoritmos e linguagens. Enfim, todo o conhecimento utilizado na
produção dos aparatos tecnológicos configura-se como tecnologia.
De uma maneira simples pode-se elencar algumas grandes
revoluções tecnológicas que tiveram enorme impacto na educação, segundo Chaves
(1999):
58
A invenção da fala, que permitiu o surgimento da educação como
diálogo pessoal e individualizado. Sócrates é o principal educador a
representar esse estágio de desenvolvimento tecnológico. A
Invenção da Escrita Alfabética, que representa os sons e não os
objetos e que permitiu o surgimento da correspondência e do livro
manuscrito e, portanto, o aparecimento da educação a distância. A
Invenção da Impressão Tipográfica, que permitiu a criação do livro
impresso e que criou condições para a educação em massa e,
portanto, para a criação da escola moderna. A Invenção do
Computador e da Comunicação Digital, que permitiu o surgimento
da Internet e, com ela, de multimídia, isto é, pessoas em contato
umas com as outras e com a informação num ambiente interativo
que incorpora som (como a voz humana), imagem, e texto e que,
portanto, torna possível educação presencial e a distância que é ao
mesmo tempo personalizada e individualizada e em massa
(CHAVES, 1999).
Com o aparecimento da multimídia tornou-se possível a criação de
novos espaços, tempos e ambientes presenciais e virtuais de aprendizagem. O
caráter inovador de multimídia, do ponto de vista da educação, não está na forma de
aprender por ela viabilizada (aproveitamento do som, do texto escrito, e a imagem),
mas na dialogicidade virtual global mediada pelo som, texto escrito e imagem. O que
implica dizer que, se a dialogicidade não estiver presente, a utilização da multimídia
perde-se na ausência de objetivos pré definidos.
Nosso desafio é integrar a multimídia sem que se perca de vista o
foco do processo ensino aprendizagem que deve ser mediado pelo professor e não
pelo aparato tecnológico.
Esta instituição utiliza a TV pen drive, laboratório de informática com
acesso à internet, vídeos e datashow. Para garantir a segurança dos alunos,
professores e funcionários foram instaladas câmeras em pontos estratégicos. Vale
citar ainda o grande avanço garantido pelo uso de computadores e internet na
sistematização das informações e registros de cunho administrativo que viabilizam
tomadas de decisões pedagógicas.
CONCEPÇÃO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
59
Segundo Vygotsky, o homem se produz na e pela linguagem, na
interação com outros sujeitos. Formas de pensar são construídas por meio da
apropriação do saber da comunidade na qual está inserido o sujeito numa estreita
relação entre homem e mundo. Esta relação é mediada por alguns e elementos que
auxiliam nas atividades humanas. Estes elementos de mediação são os signos e os
instrumentos. O trabalho humano, que une a natureza ao homem e cria, então, a
cultura e a história do homem, desenvolve a atividade coletiva, as relações sociais e
a utilização de instrumentos. Os instrumentos são utilizados pelo trabalhador,
ampliando as possibilidades de transformar a natureza, sendo assim, um objeto
social.
Para Tozoni (2004):
A valorização dos conhecimentos, contextualizados histórico e
socialmente como verdades em movimento, como instrumentos
mediadores da relação dialética homem natureza, fornecidos e
modificados pela cultura, está no fato de serem considerados por
diversos autores (como Vygotsky e Saviani) produtos e produtores
sociais. A apropriação desses conhecimentos (considerados, assim,
não-neutros), pelo capitalismo (como ciência e tecnologia) em
benefício do capital numa lógica exploratória degradante, é vista
como ferramenta do processo de humanização e, certamente de
transformação social.
Esse mecanismo proposto por Tozoni (2004) exemplifica o
mecanismo de ensino e aprendizagem na perspectiva dialética onde professores e
alunos ensinam à medida que aprendem.
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A avaliação não é um processo meramente técnico, pois implica
num posicionamento político e inclui valores e princípios. Neste sentido, entendemos
que o desafio da escola pública foi e, continua sendo, o do avanço na direção do
desvelamento dos princípios que vêm norteando e permeando as práticas
avaliativas.
Ao longo do tempo, houve alterações quanto à concepção de
avaliação subjacente à legislação: inicialmente, consistia em julgar o desempenho
60
do aluno, de forma imparcial e objetiva, computando acertos e erros apresentados
nas questões de provas e exames; posteriormente, a avaliação da aprendizagem
como procedimento de julgar o desempenho do aluno passou a se basear em
critérios expressos nos objetivos previstos a ser realizada de forma ampla e
contínua.
O conceito de avaliação de aprendizagem, que tradicionalmente tem
como alvo o julgamento e a classificação do aluno, e ainda persiste na prática de
alguns profissionais necessita ser redirecionado, pois a competência ou
incompetência do aluno resulta, em última instância, da competência ou
incompetência da escola. A avaliação escolar, portanto, não pode restringir-se a um
de seus elementos, de forma isolada. Importa, pois, enfatizar a relação entre
avaliação da aprendizagem e avaliação do ensino, considerando-se o desempenho
do aluno de forma relacionada com o desempenho do professor e com as condições
contextuais da própria escola.
No início do ano letivo, os professores são orientados a expor aos
alunos os critérios segundo os quais serão avaliados e os riscos de acumular faltas
não justificadas. Uma vez conhecidos os critérios os professores devem utilizar
estratégias avaliativas diversificadas ponderando os valores atribuídos a cada uma
delas.
A recuperação de estudos é oportunizada ao longo do processo e
não num momento pontual (recuperação diagnóstica e paralela). Cabe ao professor
ofertar os alunos, em razão do baixo rendimento ou perda de avaliações. Muito
embora se privilegie a recuperação de conteúdos ao aluno é oportunizada a
substituição da nota.
CONCEPÇÃO DE ADOLESCÊNCIA
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a adolescência é um
período da vida, que começa aos 10 e vai até os 19 anos, e segundo o Estatuto da
Criança e do Adolescente começa aos 12 e vai até os 18 anos, onde acontecem
diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais.
Estima que haja 1 bilhão de pessoas vivendo a adolescência, ou
seja, quase 20% da população mundial. No Brasil, somos cerca de 34 milhões de
61
adolescentes*, 21,84% da população total do país. Destes 34 milhões: 1,1 milhão
são analfabetos/as; 76,5% desses analfabetos/as se encontram no nordeste; 2,7
milhões de 07 a14 anos estão fora da escola (10% da faixa etária); 4,6 milhões de
10 a 17 anos estudam e trabalham; 2,7 milhões de 10 a 17 anos só trabalham;
desses dois grupos, 3,5 milhões trabalham mais de 40 horas semanais.
Para Aberastury, 1981 (apud Ozella, 2007). “toda adolescência leva,
além do selo individual, o selo de meio cultural e histórico”. Sendo assim, o
adolescente formado nesta instituição leva consigo “a juventude eterna,
notavelmente idêntica a si própria no decurso dos séculos (OZELLA, 2007) devendo
seus formadores atentar para as transformações decorrentes desta fase de vital
importância, uma vez que os conceitos formados poderão definir o devir.
MARCO OPERACIONAL
Muitos são os desafios com os quais os profissionais da educação
deparam-se no intuito de operacionalizar o ideário sobre o qual assentam-se as
bases da escola pública no país, cuja função social é, possibilitar acesso e
emancipação humana e transformação social através da aquisição de saberes
historicamente sistematizados pela humanidade.
Sistematizar as ações que expressassem as concepções descritas
no marco conceitual deste documento exigiu um esforço coletivo em interpretar
questões evidenciadas em pesquisa em todos os segmentos da escola. Isso porque
a construção do PPP é responsabilidade dos sujeitos envolvidos no processo
educativo da escola, sendo resultado de um processo complexo de discussões e
debates, cuja concepção requer tempo, estudo, reflexão e aprendizagem de trabalho
coletivo.
De acordo com Veiga:
O projeto político pedagógico, como projeto/intenções, deve
constituir-se em tarefa comum da equipe escolar e, mais
especificamente, dos serviços pedagógicos (Supervisão Escolar e
Orientação Educacional). A esses cabe o papel de liderar o
processo de construção desse projeto pedagógico. Se, por um lado,
a coordenação do processo de construção do projeto pedagógico é
tarefa do corpo diretivo e da equipe técnica, por outro, é
62
corresponsabilidade dos professores, dos pais, dos alunos, do
pessoal técnico-administrativo e de segmentos organizados da
sociedade local, contando, ainda, com a colaboração e a assessoria
efetivas de profissionais ligados à educação (1998, p.31).
Em linhas gerais as ações pensadas pautaram-se em referencial
teórico disponibilizado pela SEED para as semanas pedagógicas. Desta forma, o
entendimento que o coletivo desta instituição têm de Projeto Político Pedagógico,
está em consonância com o apontado LDB, como bem sintetizou Cardeiro (1998) o
inciso I do artigo 12 estabelece que cada escola deverá “elaborar e executar sua
proposta pedagógica”. Já no inciso VII do mesmo artigo especifica-se outra
incumbência para os estabelecimentos de ensino: “dar aos pais e responsáveis
pelos alunos informações sobre a execução de sua proposta pedagógica”. No artigo
14 estabelece por meio dos seus incisos, para os professores que “participação dos
profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.”
(CARDEIRO,1998, p.73).
Nesse sentido é que o PPP não é apenas uma listagem de objetivos
e metodologias estanques concebidos por seus gestores, uma vez que a
administração escolar está longe de ser simplesmente a gerenciadora de processos
burocráticos estrategicamente planejados, mas deve se fazer presente desde a
sensibilização e mobilização, passando pela construção coletiva até chegar à
execução da proposta. Para Pacífico (2007):
[...] a gestão democrática nas escolas requer, pois, participação
coletiva viabilizando os procedimentos de gestão, capazes de
propiciar o comprometimento dos envolvidos; decidir e implementar
as ideias acordadas; estabelecer procedimentos institucionais
adequados à igualdade de participação; articular interesses
coletivos, de forma a melhorar o projeto pedagógico; estabelecer
mecanismos de controle das ações efetivadas e desenvolver um
processo de comunicação claro e aberto entre as comunidades
escolar e local (PACÍFICO, 2007).
Vale lembrar que a elaboração do projeto político pedagógico,
dentro do princípio da autonomia, passa por dois momentos cruciais, que aqui
chamaremos de níveis: a organização da escola e a organização da sala de aula,
63
incluindo sua relação com o contexto social imediato, procurando preservar a visão
de totalidade.
A autonomia dada à escola, no entanto, não a desobriga de
conhecer os desígnios constitucionais e o princípio da gestão democrática, a LDB
nº9394/96, os dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente nº 8069/1990, a
Resolução nº 04/2010 – CEB/CNE que define as Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais para a Educação Básica, a Resolução nº 07/2010 – CEB/CNE que fixa as
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de 9 anos; a Deliberação nº 14/1999
que normatiza a elaboração do Projeto Político Pedagógico/Proposta Pedagógica; a
Deliberação nº 16/1999 que normatiza a elaboração do Regimento Escolar.
A principal possibilidade de construção coletiva do PPP é a de
resgatar a escola como espaço público, lugar de debate, diálogo, fundado na
reflexão permanente. Portanto, é preciso entender que projeto político-pedagógico
da escola dará indicações necessárias à organização do trabalho pedagógico, que
inclui o trabalho do professor na dinâmica interna da sala de aula e do gestor que
deve, pela condição de sua função, a obrigação de ter uma visão globalizada do
processo educativo.
Após levantamento criterioso de elementos para compor o pano de
fundo do PPP, com a utilização de questionários, algumas questões levantadas
exigiram tomadas de medidas pontuais; outras, no entanto, clamavam pela criação
de estratégias metodológicas que só poderão ser avaliadas ao longo do processo
educativo em anos subsequentes, o que exigirá realimentação do presente
documento, no entanto as instâncias, assumirão a responsabilidade inerente, ou
seja, proporcionar uma educação de qualidade aos alunos, evidenciando valores
éticos da cidadania. Nesse sentido, frente aos desafios atuais, é necessário
estabelecer propostas e objetivos comuns, fruto do trabalho coletivo, que visem
colaborar para a construção de uma sociedade mais humanizada.
PERFIL DO CURSO OFERTADO
A escola pública brasileira, nas últimas décadas, passou a atender
um número cada vez maior de estudantes oriundos das classes populares. Ao
64
assumir essa função, que historicamente justifica a existência da escola pública,
intensificou-se a necessidade de discussões contínuas sobre o papel do ensino
básico no projeto de sociedade que se quer para o país e que sujeito pretende
formar. Um sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações sociais em que está
inserido, mas é, também, um ser singular, que atua no mundo a partir do modo
como o compreende e como dele lhe é possível participar.
As DCEs, propõe uma reorientação na política curricular com o
objetivo de construir uma sociedade justa, onde as oportunidades sejam iguais para
todos. Para isso, os sujeitos da Educação Básica, crianças, jovens e adultos, em
geral oriundos das classes assalariadas, urbanas ou rurais, de diversas regiões e
com diferentes origens étnicas e culturais devem ter acesso ao conhecimento
produzido pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos conteúdos das
disciplinas escolares.
Assim sendo, o ensino Fundamental II, dá ênfase à escola como
lugar de socialização do conhecimento, pois essa função da instituição escolar é
especialmente importante para os estudantes das classes menos favorecidas, que
têm nela uma oportunidade, algumas vezes a única, de acesso ao mundo letrado, do
conhecimento científico, da reflexão filosófica e do contato com a arte, para isso
investe na formação continuada de professores e gestores para que tal intento seja
atendido.
Nesse sentido, a escola deve incentivar a prática pedagógica
fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino, de
aprendizagem (internalização) e de avaliação que permitam aos professores e
estudantes conscientizarem-se da necessidade de uma transformação
emancipadora. Essas características devem ser tomadas como potencialidades para
promover a aprendizagem dos conhecimentos que cabe à escola ensinar, para
todos.
Para efetivação da proposta pedagógica curricular – PPC - a escola
fez opção pela concepção histórico-crítica- social dos conteúdos, e as contribuições
de Dermeval Saviani e João Luiz Gasparin, enfatizando a mediação proposta por
Vygotsky. Desta forma, a Proposta Pedagógica Curricular se organiza a partir dos
seguintes eixos:
65
- Trato ético nas relações de diferentes naturezas do processo
pedagógico;
- Socialização dos conhecimentos historicamente construídos;
- Respeito aos conhecimentos culturais trazidos pelos alunos;
- Práticas interdisciplinares;
- Acesso às tecnologias disponíveis no espaço escolar;
- Construção da cultura da pesquisa;
- Desenvolvimento e prática da escrita, leitura nos diferentes
gêneros discursivos nas diferentes disciplinas;
- Prática da oralidade pela preparação de temas polêmicos
apresentados em forma de seminário, mesa redonda, artes
cênicas;
- Inclusão de pessoas com necessidades educativas especiais,
temporárias ou permanentes.
- Preparação globalizada para a inserção no universo do trabalho e
universidade.
MATRIZ CURRICULAR
A matriz curricular integra as disciplinas da Base Nacional Comum -
Arte, Ciências, Educação Física, Ensino Religioso, Geografia, História, Língua
Portuguesa, Matemática; e da Parte Diversificada - LEM - Inglês. A carga horária
total do curso compreende 200 dias letivos e 800 horas anuais.
66
COLÉGIO ESTADUAL DO BAIRRO BELA VISTA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Rua Vereador Eli Arantes Pereira S/N – Bela Vista Fone / Fax: (43) 3542-4151 - Bandeirantes - Paraná - CEP 86.360-000
e-mail: escolabelavista@gmail.com/ escolabelavista@yahoo.com
Aut. Func.: Res. 1.211/91 – D.O.E. 24/04/91 - Rec. Estab.: Res. 5.28/94 - D.O.E. 17/11/94
MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL
NRE: 08 – CORNÉLIO PROCÓPIO MUNICÍPIO: BANDEIRANTES – cod. 0240
ESTABELECIMENTO: ESCOLA ESTADUAL DO BAIRRO BELA VISTA – cod. 00710
ENDEREÇO: RUA VEREADOR ELI ARANTES PEREIRA, S/Nº
TELEFONE: (43) 3542-4151
ENTIDADE MANTENEDORA:GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
CURSO:4039 ENSINO FUNDAMENTAL:6º / 9º ANO
TURNO: MANHÃ/ TARDE MÓDULO:40 SEMANAS
ANO DE IMPLANTAÇÃO:2013 FORMA:SIMULTÂNEA
BASE NACIONAL
COMUM
DISCIPLINAS / ANOS 6º 7º 8º 9º
Arte 2 2 2 2
Ciências 3 3 3 3
Educação Física 2 2 2 2
Ensino Religioso* 1 1 0 0
Geografia 2 3 3 3
História 3 2 3 3
Língua Portuguesa 5 5 5 5
Matemática 5 5 5 5
- - - -
Subtotal 23 23 23 23
PARTE
DIVERSIFI-CADA
L.E.M. - Inglês 2 2 2 2
- - - -
Subtotal 2 2 2 2
Total Geral 25 25 25 25
Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96.
*Ensino Religioso – Disciplina de matrícula facultativa.
AVALIAÇÃO
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CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB - aprovada
em 1996, determina que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos
qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos. Da mesma forma, os resultados
obtidos pelos estudantes ao longo do ano escolar devem ser mais valorizados que a
nota da prova final.
Assumir tal prática avaliativa significa questionar a educação desde
as suas concepções, seus fundamentos, sua organização, suas normas
burocráticas; exige mudanças conceituais, redefinição de conteúdos, das funções
docentes, entre outras.
A avaliação formativa respeita a individualidade, e busca a
regulação da aprendizagem, por isso faz-se necessário um atendimento especial
aos alunos com dificuldades. A avaliação formativa aparece então como um
componente necessário de um dispositivo de individualização das aprendizagens e
de diferenciação das intervenções e dos meios pedagógicos.
Para que a avaliação sirva à aprendizagem é essencial conhecer as
particularidades do aluno e suas necessidades. Assim o professor poderá pensar em
caminhos para que, democraticamente, e cada qual no seu ritmo, todos alcancem os
objetivos comuns. Assim, o importante não é apenas identificar problemas de
aprendizagem, mas buscar possíveis alternativas de solução para eles.
A avaliação formativa não tem como objetivo classificar ou
selecionar. Fundamenta-se nos processos de aprendizagem, em seus aspectos
cognitivos, afetivos e relacionais que se aplicam em diversos contextos. Nesta
perspectiva caberá ao professor avaliar o que/como ensina, e o que/como o aluno
aprende, ou seja, o processo de ensino-aprendizagem. Somente neste contexto é
possível falar em avaliação inicial (avaliar para conhecer melhor o aluno e ensinar
melhor) e avaliação final (avaliar ao finalizar um determinado processo didático).
De acordo com Vasconcellos
A “avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma
reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas
resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que
fazer para superar os obstáculos” (VASCONCELLOS, 1996).
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Ainda na ótica de Vasconcellos (1996), é fundamental que o
professor defina objetivos claros, pois deles derivarão os critérios de análise do
aproveitamento dos estudos.
INSTRUMENTOS E FORMAS DE REGISTROS AVALIATIVOS
O Professor usará diferentes instrumentos para avaliação como:
participação do aluno em trabalho em grupo, relatórios, debates em sala, pesquisas,
dramatizações, prova oral e escrita, atividades de casa, entre outros.
O rendimento mínimo exigido pelo estabelecimento é a nota 6,0
(seis, vírgula, zero) por disciplina, resultante das avaliações trimestrais. Considera-
se aprovado o aluno que obtiver frequência e média anual igual ou superior a 75% e
nota 6,0, resultante da média aritmética dos trimestres. Considera-se reprovado o
aluno que apresentar frequência inferior a 75% sobre o total da carga horária do
período letivo e a média anual inferior a 6,0, ou ainda, frequência inferior a 75%, com
qualquer média anual.
No caso de o aluno apresentar frequência igual ou superior a 75% e
média anual inferior a 6,0, mesmo após os estudos de Recuperação Paralela será
submetido à análise do Conselho de Classe.
A Avaliação Final considerará todos os resultados obtidos durante o
ano letivo para efeito de promoção ou retenção do aluno. Encerrado esse processo,
o Estabelecimento registrará na documentação escolar do aluno, sua aprovação ou
reprovação.
Síntese do Sistema de Avaliação
Frequência Avaliação Situação
= ou > 75% = ou > 6,0 Aprovado
= ou > 75% < 6,0 Reprovado
< 75% Qualquer Reprovado
ADAPTAÇÃO
Adaptação compreende um conjunto de atividades didático-
pedagógicas, desenvolvidas pelo aluno oriundo de outra localidade ou escola, após
observadas todas as exigências da transferência, sem prejuízo das atividades
normais da série em está matriculado, com a finalidade de ajustá-lo ao novo
69
currículo. A realização da adaptação de estudos é obrigatória sempre que o novo
currículo for diferente daquele cursado na escola de origem.
CLASSIFICAÇÃO – RECLASSIFICAÇÃO
Classificação é o procedimento para colocar o educando na série,
fase, período ou etapa que seja compatível com a sua idade, experiência ou
desempenho. A classificação pode ser realizada por promoção, no caso de alunos
que cursarão com aproveitamento na própria escola, por transferência, para
candidatos vindos de outras escolas do País ou do exterior, considerando-se a
classificação da escola de origem, mediante avaliação feita, de modo a permitir sua
inscrição na série ou etapa adequada (reclassificação).
Fica vedada a classificação, ou reclassificação, para a etapa inferior
à anteriormente cursada.
FORMAÇÃO CONTINUADA
A Escola Estadual do Bairro Bela Vista, além da formação prevista
em calendário, atualiza-se e planeja momentos formativos de acordo com as
necessidades de seus profissionais, como os descritos a seguir:
● Grupos de estudo e seminários sobre LDB, Diretrizes Curriculares
com o objetivo de aprofundar, analisar, interpretar e contextualizar
as ideias ali contidas;
● Envolvimento na Elaboração do Projeto Político Pedagógico por
toda comunidade escolar, bem como na revisão das Propostas
Pedagógicas Curriculares.
● Visita a escolas onde se realizam experiências/projetos
interessantes;
● Discussão e trocas de conhecimentos com professores do mesmo
ano, da mesma disciplina, mesma escola - ou escolas diferentes -
diferentes, acerca de um projeto, um tema, conteúdos, tipos de
atividades;
● Elaboração de critérios e indicadores de avaliação da prática
pedagógica pela equipe;
70
● Seleção e elaboração de material didático, discussão sobre
formas de utilização.
Tais ações de formação continuada buscam subsidiar a ação dos
professores, de modo a atingir os seguintes objetivos:
● Zelar pela aprendizagem dos alunos sem deixar de considerar os
conhecimentos construídos fora da escola;
● Identificar e explicitar as competências a serem construídas ou
mobilizadas pelos alunos, em cada situação, pela construção
coletiva de professores e alunos;
● Considerar, explicitar e explorar as relações interdisciplinares,
considerando o caráter orgânico do conhecimento e
complementaridade dos saberes;
● Contextualizar os conhecimentos, os problemas e as atividades,
uma vez que o que dá sentido à aprendizagem é a dimensão
vivencial que a condiciona;
● Negociar projetos dos e com os alunos e gerenciá-los
coletivamente, uma vez que nada pode substituir a atuação do
próprio aluno na própria aprendizagem;
● Desenvolver uma avaliação formativa e permanente durante o
trabalho; Implementar e explicitar para os alunos o contrato
didático.
METAS DA ESCOLA
As metas da escola para serem atingidas a longo/médio prazo no
coletivo estão descritas no plano de ação da Escola (em anexo).
COMPETÊNCIAS DO COLETIVO – LINHAS DE AÇÃO
As competências de cada segmento do coletivo da escola são
definidas em ações previstas no Regimento Escolar do Estabelecimento (transcrição
literal).
71
Subseção I
Da Direção
Art. 15 - Compete ao diretor:
I. cumprir e fazer cumprir a legislação vigente;
II. responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato
da posse;
III. organizar o processo de distribuição de aulas e disciplinas a partir
de critérios legais e pedagógicos;
IV. gerir a elaboração e implementação do Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica;
V. orientar a construção coletiva do Regimento Escolar em
consonância com a legislação vigente, submetendo-o à apreciação do Conselho
Escolar e, encaminhando-o ao Núcleo Regional de Educação - NRE;
VI. coordenar e incentivar a qualificação permanente dos
profissionais em exercício na instituição de ensino;
VII. implementar a Proposta Pedagógica Curricular da instituição de
ensino, em observância à legislação vigente;
VIII. organizar a elaboração do Plano de Ação da instituição de
ensino e submetê-lo à apreciação do Conselho Escolar;
IX. convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando
encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;
X. convocar os profissionais em exercício na instituição de ensino,
quando necessário, para participação de capacitações, eventos, reuniões, com
antecedência de 48 (quarenta e oito) horas.
XI. elaborar coletivamente os planos de aplicação financeira sob sua
responsabilidade, tornando-os públicos;
XII. prestar contas dos recursos recebidos, submetendo sua
aplicação e utilização à aprovação do Conselho Escolar e fixando-a em edital
público;
72
XIII. garantir o fluxo de comunicação na instituição de ensino, e
desta com os órgãos da administração estadual;
XIV. encaminhar aos órgãos competentes as propostas de
modificações no ambiente escolar, quando necessárias, aprovadas pelo Conselho
Escolar;
XV. deferir os requerimentos de matrícula;
XVI. acompanhar com a equipe pedagógica e coordenação de
cursos, o trabalho docente, assegurando o cumprimento dos dias letivos e da carga-
horária, previstos em Calendário Escolar;
XVII. propor à Secretaria de Estado da Educação – SEED, via NRE,
após apreciação do Conselho Escolar, alterações na oferta de ensino e abertura ou
fechamento de cursos/ensinos, se necessário;
XVIII. planejar com a equipe pedagógica e coordenação de cursos, o
Calendário Escolar de acordo com as orientações da SEED, submetendo-o à
apreciação do Conselho Escolar e encaminhando-o ao NRE para homologação;
XIX. constituir grupos de trabalho visando promover ações para
atender problemas de natureza pedagógico-administrativa;
XX. participar da elaboração dos regulamentos internos e
encaminhá-los ao Conselho Escolar para aprovação;
XXI. supervisionar a merenda escolar/almoço e a cantina comercial,
quanto ao cumprimento das normas estabelecidas na legislação vigente, atendendo
às exigências sanitárias e padrões de qualidade nutricional;
XXII. presidir o Conselho de Classe/Conselho de Avaliação da
Educação de Jovens e Adultos, dando encaminhamento às decisões tomadas
coletivamente;
XXIII. definir horário e escalas de trabalho dos funcionários - agente
educacional I e II, garantindo que, no intervalo do almoço e das atividades, os
estudantes matriculados nas Atividades de Educação Integral em Jornada Ampliada
sejam atendidas as especificidades dessa oferta;
XXIV. promover a integração da instituição de ensino com a
comunidade;
73
XXV. solicitar ao NRE suprimento e cancelamento da demanda de
funcionários e professores em exercício na instituição de ensino, observando as
instruções emanadas da SEED;
XXVI. orientar a comunidade escolar quanto ao peso do material
escolar a ser transportado diariamente pelos estudantes, compatível com o peso e
idade, de acordo com a legislação vigente;
XXVII. organizar com a equipe pedagógica e disponibilizar armários
individuais ou coletivos para a guarda do excesso de material dos estudantes, de
acordo com a legislação vigente;
XXVIII. disponibilizar espaço físico e horário adequados para a
realização dos encontros presenciais e atendimento individualizado aos estudantes,
hora-atividade dos professores tutores e da Prática Profissional Supervisionada –
PPS dos estudantes matriculados no(s) Curso(s) Técnico(s) em nível médio do
Programa de Formação Inicial em Serviço dos Profissionais da Educação Básica
dos Sistemas de Ensino Público - ProFuncionário;
XXIX. viabilizar horário adequado à PPS, dos participantes do
ProFuncionário, no horário de trabalho, correspondendo a 50% (cinquenta por cento)
da carga horária da PPS, conforme contida no Plano de Curso e orientação da
SEED;
XXX. participar com a equipe pedagógica, coordenação e
comunidade escolar, da análise e definição de tópicos a serem inseridos no Projeto
Político-Pedagógico/Proposta Pedagógica, regulamentados no Regimento Escolar
da instituição de ensino;
XXXI. cumprir as orientações técnicas de vigilância sanitária e
epidemiológica;
XXXII. disponibilizar espaço físico adequado com adaptações
arquitetônicas e ergonômicas para a oferta do Atendimento Educacional
Especializado - AEE, no turno e contraturno;
XXXIII. assegurar a realização do processo de avaliação
institucional;
74
XXXIV. cumprir e fazer cumprir as disposições legais definidas em
legislação específica para o Centro de Línguas Estrangeiras Modernas - CELEM,
bem como as orientações emanadas pela SEED;
XXXV. disponibilizar no Ensino Médio, a oferta de uma segunda
opção de Língua Estrangeira Moderna – LEM, de matrícula facultativa para os
estudantes;
XXXVI. possibilitar e acompanhar o desenvolvimento dos Programas
Federais e Estaduais no âmbito escolar;
XXXVII. viabilizar a composição da Equipe Multidisciplinar,
acompanhando sua atuação educativa no que se refere à Educação das Relações
Étnico-Raciais, conforme legislação vigente;
XXXVIII. acompanhar o processo de atendimento pedagógico
domiciliar destinado aos estudantes impossibilitados de frequentar as aulas por
problemas de saúde ou por licença maternidade, devidamente comprovado por
atestado/laudo médico, conforme dispositivos legais;
XXXIX. fornecer informações sobre os estudantes em atendimento
hospitalar, ao responsável pelo Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização
Hospitalar – SAREH no NRE e ao pedagogo que presta serviço na entidade
conveniada, sempre que solicitado;
XL. possibilitar a implementação e o cumprimento do “Programa
Brigada Escolar – Defesa Civil na instituição de ensino”, indicando profissionais em
exercício na instituição de ensino para compor o grupo da Brigada Escolar;
XLI. acompanhar o desenvolvimento do Programa Brigada Escolar e
de suas ações, bem como o processo orientador de proteção, assegurando a
formação integral dos estudantes e de suas responsabilidades individuais e
coletivas;
XLII. viabilizar o cumprimento do Plano da Brigada Escolar como
processo orientador de proteção, assegurando a formação integral e de
responsabilidade individual e coletiva;
XLIII. analisar, assinar e encaminhar ao NRE, ao final de cada mês,
o “Relatório de Acompanhamento Mensal” de cada turma de Ação Pedagógica
Descentralizada;
75
XLIV. viabilizar a organização pedagógica e administrativa das
atividades de ampliação de jornada, conforme orientações da SEED;
XLV. participar com a equipe pedagógica e docentes, na construção
de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de violências,
discriminação, preconceito e exclusão social, atendendo às Diretrizes Nacionais
para a Educação em Direitos Humanos e legislação vigente;
XLVI. promover o respeito às especificidades culturais, regionais,
religiosas, étnicas e raciais dos estudantes das populações em situação de
itinerância: ciganos, indígenas, povos nômades, trabalhadores itinerantes,
acampados, circenses, artistas e/ou trabalhadores de parques de diversão, de teatro
mambembe, dentre outros, bem como o tratamento pedagógico, ético e não
discriminatório, possibilitando as condições necessárias para a aprendizagem destes
estudantes;
XLVII. cumprir e fazer cumprir os prazos relativos ao registro da
frequência escolar dos beneficiários do “Programa Bolsa Família na Educação”,
conforme legislação vigente;
XLVIII. informar sobre a assiduidade de crianças e adolescentes
com deficiência, de 0 (zero) a 18 (dezoito) anos, atendidos pelo Programa Benefício
de Prestação Continuada da Assistência Social - conhecido como “Programa BPC
na Escola”;
XLIX. estabelecer ações que possibilitem a efetivação dos princípios
de Educação em Direitos Humanos e de gestão democrática em casos de
indisciplina escolar;
L. comunicar à autoridade policial quando verificado ato infracional
cometido por criança ou adolescente, tal como contra criança ou adolescente;
LI. mobilizar a comunidade escolar a fim de propor medidas de
prevenção às violências;
LII. contemplar no Plano de Ação da instituição de ensino, ações de
prevenção às situações de “bullying”, estabelecendo medidas que promovam a
cultura de Educação em Direitos Humanos;
LIII. assessorar tecnicamente a APMF;
76
LIV. encaminhar, após eleição da APMF, a documentação da
diretoria ao NRE para atualização junto ao Portal Dia a Dia Educação;
LV. acompanhar com a APMF a regularidade dos dados referentes
ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, junto à Receita Federal; a
Relação Anual de Informações Sociais - RAIS, junto ao Ministério do Trabalho; a
Certidão Negativa de Débitos do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS; o
cadastro da APMF, junto ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná para a
solicitação de Certidões Negativas e outros documentos da legislação vigente; a
Declaração de Imposto de Renda; a Declaração de Débitos e Créditos Tributários
Federais - DCTF (1º e 2º semestre); a Lei de Utilidade Pública; e o registro da ata
em cartório, após processo de eleição ou alteração no estatuto;
LVI. encaminhar, após eleição, a documentação da diretoria do
Grêmio Estudantil ao NRE para atualização;
LVII. propiciar aos estudantes a participação nas instâncias
colegiadas.
Art. 16 - Compete ao diretor(a) auxiliar assessorar o diretor(a) em
todas as suas atribuições e substituí-lo na sua falta ou por algum impedimento.
Art. 17 - A direção escolar é composta pelo diretor(a) escolhido pelo
Presidente da entidade mantenedora e referendado pela sua diretoria executiva,
registrado em ata.
Parágrafo Único: A duração do mandato atenderá à legislação
vigente.
Art. 18 - A direção é exercida por profissional que comprove
licenciatura com habilitação ou especialização em Educação Especial, na área
específica.
Parágrafo Único - Atendendo à especificidade da escola, o diretor(a)
deve ter no mínimo 2 (dois) anos de experiência pedagógica nesta escola ou em
outra instituição da mesma área de atendimento.
Art. 19 - O diretor auxiliar e equipe pedagógica serão escolhidos
pela direção da escola com a anuência da diretoria de entidade mantenedora.
77
Art. 20 - A direção auxiliar é exercida por profissional que comprove
licenciatura com habilitação ou especialização em Educação Especial, na área
específica.
Parágrafo Único - Atendendo à especificidade da escola, o diretor(a)
e o diretor(a) auxiliar devem ter no mínimo 2 (dois) anos de experiência pedagógica
nesta escola ou em outra instituição do mesmo atendimento.
Art. 21 - O diretor(a) deverá ter proficiência e/ou fluência em Libras.
Subseção II
Da Equipe Pedagógica
Art. 22 - A equipe pedagógica é responsável por coordenar a
implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica e
legislação vigente contempladas no Projeto Político-Pedagógico/Proposta
Pedagógica e regulamentadas no Regimento EscoIar, em consonância com a
política educacional e orientações emanadas da SEED.
Art. 23 – A equipe pedagógica é composta por professores
licenciados em Pedagogia.
Art. 24 - Compete à equipe pedagógica:
I. coordenar a construção coletiva do Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica e do Regimento Escolar, a partir das políticas
educacionais da SEED e legislação vigente, bem como acompanhar sua efetiva
implementação;
II. elaborar o Plano de Ação da Equipe Pedagógica articulado ao
Projeto Político- Pedagógico/Proposta Pedagógica;
III. participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho
pedagógico, no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação;
IV. coordenar a análise de projetos e programas a serem inseridos
no Projeto Político-Pedagógico/Proposta Pedagógica;
V. orientar para que a legislação vigente referente às Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais, Diretrizes
Nacionais para Educação em Direitos Humanos, Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Ambiental, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto do
78
Idoso, Estatuto da Juventude e Estatuto da Pessoa com Deficiência, entre outros,
esteja contemplada na elaboração da Proposta Pedagógica Curricular e/ou Plano de
Curso;
VI. elaborar, com os docentes, as Propostas Pedagógicas
Curriculares da instituição de ensino, integradas ao seu Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica e participar da sua regulamentação no Regimento
Escolar, em consonância com a legislação vigente;
VII. subsidiar, orientar e acompanhar a elaboração do Plano de
Trabalho Docente – PTD e sua efetivação;
VIII. promover e coordenar, com a direção, reuniões pedagógicas e
grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho
pedagógico;
IX. organizar e acompanhar, com a direção, os Pré-Conselhos de
Classe, os Conselhos de Classe ou Conselho de Avaliação da EJA em todas as
etapas e modalidades de ensino, de forma a garantir um processo coletivo de
reflexão-ação sobre o trabalho pedagógico desenvolvido;
X. coordenar a elaboração de proposta de intervenção pedagógica e
de recuperação de estudos, decorrentes das decisões do Conselho de Classe, do
Conselho Participativo ou do Conselho de Avaliação da EJA e acompanhar a sua
efetivação;
XI. acompanhar a hora-atividade dos professores, garantindo que
esse espaço-tempo seja utilizado em função do processo pedagógico desenvolvido
em sala de aula, subsidiando o aprimoramento teórico-metodológico do corpo
docente;
XII. participar do Conselho Escolar, subsidiando teórica e
metodologicamente as reflexões acerca da organização e efetivação do trabalho
pedagógico escolar;
XIII. acompanhar a distribuição, conservação e utilização dos livros
e demais materiais pedagógicos;
XIV. coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo
e seleção de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico;
79
XV. planejar com o coletivo escolar os critérios pedagógicos de
utilização dos espaços da biblioteca;
XVI. participar da organização pedagógica da biblioteca e
acompanhar ações e projetos de incentivo à leitura;
XVII. acompanhar todas as atividades pedagógicas desenvolvidas;
XVIII. incentivar e orientar os estudantes à participação nas
instâncias colegiadas;
XIX. coordenar o processo democrático de representação docente e
discente de cada turma;
XX. cumprir, no que lhe compete, a legislação vigente referente aos
estágios obrigatórios e não obrigatórios;
XXI. acompanhar a frequência escolar dos estudantes beneficiários
do Programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada da Assistência
Social;
XXII. acompanhar o desenvolvimento da PPS prevista no(s)
Curso(s) Técnico(s) em nível médio do ProFuncionário a ser realizada pelos
funcionários cursistas da instituição de ensino e de outras unidades escolares;
XXIII. coordenar o coletivo escolar na construção de estratégias
pedagógicas de superação de todas as formas de discriminação, preconceito e
exclusão social;
XXIV. acompanhar o processo de avaliação institucional;
XXV. participar na elaboração dos regulamentos internos que
estabelecem o uso dos espaços pedagógicos;
XXVI. organizar e acompanhar, com a direção, as reposições de
dias letivos, horas e conteúdos aos estudantes;
XXVII. orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de
procedimentos didático-pedagógicos referentes à avaliação processual e aos
processos de classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos, adaptação e
progressão parcial, conforme legislação vigente;
XXVIII. orientar os docentes quanto ao preenchimento dos Livros
Registro de Classe, Registro de Classe Online ou Ficha Individual de Controle de
Nota e Frequência, conforme legislação vigente;
80
XXIX. acompanhar e vistar periodicamente os Livros Registro de
Classe, o Registro de Classe Online ou a Ficha Individual de Controle de Nota e
Frequência;
XXX. acompanhar o processo de ensino-aprendizagem e os
aspectos de sociabilização dos estudantes, promovendo ações para o seu
desenvolvimento integral;
XXXI. acompanhar a realização da prática pedagógica dos
docentes;
XXXII. solicitar autorização dos pais ou responsáveis legais para
realização da Avaliação Psicoeducacional, no contexto e fora do contexto, se
necessário, a fim de atender às necessidades educacionais dos estudantes da
Educação Especial;
XXXIII. acompanhar o processo de Avaliação Pedagógica dos
estudantes encaminhados ao AEE em Sala de Recursos Multifuncional;
XXXIV. subsidiar os professores do AEE para elaboração do
cronograma das Salas de Recursos Multifuncionais;
XXXV. mediar o trabalho colaborativo entre os professores do AEE,
turno e contraturno, e professores das disciplinas no planejamento para acesso ao
currículo e demais aspectos pedagógicos;
XXXVI. acompanhar a frequência escolar dos estudantes e
promover ações preventivas de combate ao abandono/evasão escolar,
XXXVII. notificar os órgãos competentes, em caso de infrequência
dos estudantes, por motivos não previstos na legislação vigente;
XXXVIII. acionar serviços de proteção à criança e adolescente,
sempre que houver necessidade de encaminhamentos;
XXXIX. orientar e acompanhar o funcionamento dos cursos de LEM
ofertados pelo CELEM, conforme legislação e orientações específicas;
XL. acompanhar as coordenações das escolas itinerantes,
realizando visitas regulares;
XLI. elaborar e orientar os estudantes quanto às informações
contidas no Guia de Estudos e quanto à modalidade da EJA;
81
XLII. coordenar e acompanhar Ações Pedagógicas Descentralizadas
e Exames da EJA (quando na instituição de ensino não existir coordenação
específica de exames da EJA, devidamente autorizados);
XLIII. promover aos estudantes condições de igualdade no acesso,
permanência, inclusão e sucesso, respeitando a diversidade no processo de ensino-
aprendizagem;
XLIV. participar da Equipe Multidisciplinar da Educação das
Relações Étnico- Raciais, subsidiando professores, funcionários e estudantes;
XLV. coordenar a equipe docente no atendimento, nas intervenções
pedagógicas, na elaboração do material didático, no processo de avaliação e formas
de registro aos estudantes impossibilitados de frequentar a instituição de ensino por
problemas de saúde ou licença maternidade, comprovados por atestado/laudo
médico;
XLVI. acompanhar o processo de ensino-aprendizagem dos
estudantes atendidos pelo SAREH e domiciliar.
XLVII. comunicar semestralmente ao NRE e à SEED, por meio de
planilha própria, informações sobre todos os estudantes afastados da instituição de
ensino, por motivo de tratamento de saúde hospitalar e domiciliar;
XLVIII. prever com a direção, as datas no Calendário Escolar, em
que serão realizados os exercícios do Plano de Abandono das Edificações da
Instituição de Ensino;
XLIX. promover a cultura de Educação em Direitos Humanos, e
apresentar medidas de prevenção a todas as formas de violências;
L. proporcionar ações pedagógicas para atendimento dos
estudantes que praticaram atos de indisciplina e/ou infracionais;
LI. orientar a comunidade escolar quanto ao peso do material
escolar a ser transportado diariamente pelos estudantes, compatível com o peso e
idade, de acordo com a legislação vigente;
LII. organizar e disponibilizar armários individuais ou coletivos para a
guarda do excesso de material dos estudantes, de acordo com a legislação vigente;
82
LIII. articular com o currículo escolar, as ações pedagógicas para a
valorização do Povo Romani ciganos na história da imigração do Brasil, por meio de
sua identidade histórica, artística e cultural, em todas etapas de ensino;
LIV. orientar o corpo docente no desenvolvimento de estratégias
pedagógicas adequadas às necessidades de aprendizagem dos estudantes das
populações em situação de itinerância: ciganos, indígenas, povos nômades,
trabalhadores itinerantes, acampados, circenses, artistas e/ou trabalhadores de
parques de diversão, de teatro mambembe, dentre outros;
LV. promover o respeito às particularidades culturais, regionais,
religiosas, de orientação sexual e identidade de gênero, étnico-raciais, dos
estudantes das populações em situação de itinerância (tais como ciganos,
indígenas, povos nômades, trabalhadores itinerantes, acampados, circenses,
artistas e/ou trabalhadores de parques de diversão, de teatro mambembe, dentre
outros), bem como o tratamento pedagógico, ético e não discriminatório, de acordo
com a legislação vigente;
LVI. articular com o currículo escolar, as ações pedagógicas para
promover o respeito, coibir a violência, a discriminação e o preconceito;
LVII. reconhecer e valorizar a diversidade sexual, bem como a
igualdade de gênero;
LVIII. assegurar o sigilo do nome de registro civil de estudantes,
respeitando sua identidade de gênero;
LIX. utilizar o nome social de estudantes nos registros escolares
internos, conforme legislação vigente;
LX. cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Art. 26 - Compete ao Professor Pedagogo indicado para compor o
grupo da Brigada Escolar:
I. acompanhar o trabalho de identificação de riscos nas edificações
da instituição de ensino;
II. indicar riscos nas condutas rotineiras da comunidade escolar e
comunicar à direção;
III. garantir a execução do exercício do Plano de Abandono Escolar.
83
Art. 27 - A equipe pedagógica é exercida por profissional que
comprove, licenciatura com habilitação ou especialização em Educação Especial,
em nível médio ou superior.
Art. 28 - A equipe pedagógica deverá ter proficiência e/ou fluência
em Libras.
Art. 29 - A equipe pedagógica é exercida por profissional que
comprove, licenciatura com habilitação ou especialização em Educação Especial,
em nível médio ou superior.
Art. 30 - Nos períodos em que a SEED ofertar os Exames da EJA,
os gestores das instituições de ensino que ofertam EJA, devem indicar servidores
para compor uma comissão especial local designada para supervisionar e executar
as seguintes ações:
I. acompanhar todo o processo que envolve os Exames, desde as
inscrições até a divulgação dos resultados, zelando pelo cumprimento do edital, das
resoluções, orientações e instruções da SEED/DEB/CEJA;
II. fazer as inscrições de candidatos, conforme datas e orientações
determinadas no edital;
III. verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os
Exames possam ser realizados;
IV. acompanhar, no sistema, a inserção das inscrições de
candidatos selecionados e a emissão de Relatório de Inscritos;
V. divulgar em edital, na instituição de ensino, a relação de
candidatos selecionados;
VI. solicitar à SEED, via NRE, as provas em Braille e as provas
online ampliadas das etapas a serem realizadas, quando for o caso, conforme
orientações previstas em edital;
VII. informar, na inserção das inscrições no sistema, as solicitações
de provas a serem transcritas para o Braille, provas online ampliadas, bancas
especiais e acompanhamento de especialista;
84
VIII. viabilizar aos candidatos com deficiência física e/ou
neuromotora, ferramentas, recursos, tecnologias assistivas e/ou adaptações que se
fizerem necessárias;
IX. comunicar ao NRE todos os procedimentos para realização dos
Exames;
X. acompanhar a aplicação das provas, para que transcorra com
segurança e tranquilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos
Exames;
XI. publicar os resultados dos Exames da EJA, mantendo-os à
disposição dos candidatos interessados;
XII. solicitar credenciamento de outros locais de aplicação, quando
necessário, seguindo as normas pré-estabelecidas pelo edital;
XIII. cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Art. 31 - A coordenação de curso deverá ter proficiência e/ou
fluência em Libras.
Art. 32 - Na Educação Profissional Técnica de nível médio e Curso
de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino
Fundamental, em nível médio, na modalidade Normal, as funções de apoio técnico
pedagógico são:
Parágrafo único: As funções serão supridas por profissionais com
habilitação específica, conforme orientações da SEED, em atendimento aos
dispositivos legais.
Art. 33 - Cabe ao Coordenador de Curso na Educação Profissional
Técnica de nível médio:
I. acompanhar a efetivação do Plano de Curso para a consolidação
do processo de formação integrada juntamente com a equipe pedagógica;
II. orientar, analisar e acompanhar com a equipe pedagógica o
processo de elaboração do PTD;
85
III. indicar e sugerir aos docentes, em articulação com a equipe
pedagógica, metodologias de ensino adequadas à concepção do curso e recursos
didáticos apropriados e atualizados;
IV. possibilitar e incentivar os docentes quanto à promoção de
práticas profissionais intrínsecas ao currículo do curso tais como: palestras,
seminários, debates e visitas técnicas;
V. articular parcerias para a realização de práticas profissionais em
cooperação técnica com o setor produtivo e/ou instituições de ensino;
VI. promover e coordenar, em articulação com a equipe pedagógica,
reuniões e grupos de estudos para reflexão e aprofundamento de temas relativos às
técnicas e tecnologias pertinentes ao curso;
VII. proceder, em articulação com a equipe pedagógica, a análise
dos dados do aproveitamento escolar de forma a desencadear um processo de
reflexão sobre esses dados, na comunidade escolar, com vistas a promover a
aprendizagem dos estudantes;
VIII. participar do Conselho de Classe, de forma a garantir um
processo coletivo de reflexão-ação sobre o trabalho pedagógico, bem como,
acompanhar a efetivação de propostas de intervenção decorrentes das decisões;
IX. organizar reuniões com os estudantes para apresentar o curso,
informá-los quanto à diversidade do mundo do trabalho e incentivá-los quanto à sua
permanência;
X. incentivar e facilitar o acesso à biblioteca, laboratórios e recursos
tecnológicos adequados para cada curso;
XI. orientar os estudantes quanto às dúvidas em relação aos
conteúdos, horários de aula, dentre outros;
XII. articular com a coordenação de estágio, novas parcerias para
firmar convênios para concessão de estágios;
XIII. acompanhar o planejamento e a execução dos Trabalhos de
Conclusão de Curso – TCC (quando houver) com os docentes encarregados da
orientação dos estudantes;
XIV. acompanhar, em articulação com a equipe pedagógica, o
processo de avaliação do curso e institucional;
86
XV. planejar e avaliar as atividades de estágio não obrigatório dos
estudantes matriculados nos Cursos da Educação Profissional Técnica de nível
médio;
XVI. orientar e auxiliar quanto ao processo classificatório dos
estudantes para as matrículas de turmas iniciais;
XVII. promover a cultura de Educação em Direitos Humanos, e
apresentar medidas de prevenção à todas as formas de violências;
XVIII. cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Art. 34 - Cabe ao Coordenador de Estágio Obrigatório:
I. elaborar normas e planejar atividades de estágio em conjunto com
os docentes, coordenador de curso e supervisor de estágio;
II. estabelecer parcerias com as instituições públicas e particulares
para a abertura de vagas de estágio;
III. informar e orientar a instituição concedente quanto à legislação e
normas do estágio;
IV. coordenar e acompanhar o cumprimento do plano de estágio;
V. elaborar e definir junto com o supervisor de estágio, a distribuição
dos estudantes nos campos de estágios;
VI. manter permanente contato com os supervisores responsáveis
para dinamizar e otimizar as condições de funcionamento do estágio;
VII. manter atualizados os documentos referentes ao
acompanhamento e registro de estágio dos estudantes (Termos de Convênio, Termo
de Compromisso, plano de estágio, registro e notas, apólice de seguro e outros);
VIII. promover reuniões com as concedentes de estágio;
IX. coordenar e acompanhar com o supervisor, a assiduidade,
responsabilidade, compromisso e desempenho do estagiário;
X. coordenar e participar com a supervisão de reuniões para
avaliação do estágio;
XI. providenciar documentos de acompanhamento do estágio e
credencial de apresentação do estagiário para o ingresso nas empresas;
87
XII. promover a cultura de Educação em Direitos Humanos, e
apresentar medidas de prevenção a todas as formas de violências;
XIII. cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Subseção IV
Do Conselho de Classe
Art. 35 - O Conselho de Classe é órgão colegiado de natureza
consultiva e deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no
Projeto Político- Pedagógico/Proposta Pedagógica e regulamentado pelo Regimento
Escolar, com objetivo de analisar as ações educacionais, indicando alternativas que
busquem garantir a efetivação do processo de ensino-aprendizagem.
Art. 36 - A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após
analisar as informações e dados apresentados no Pré-Conselho, é a intervenção em
tempo hábil no processo ensino-aprendizagem, oportunizando aos estudantes
formas diferenciadas de apropriar-se dos conteúdos curriculares.
Parágrafo Único – É da responsabilidade da equipe pedagógica
organizar as informações e dados coletados a serem analisados no Conselho de
Classe.
Art. 37 - Ao Conselho de Classe cabe verificar se os objetivos,
conteúdos, procedimentos metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na
ação pedagógico-educativa, estão coerentes com o Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica da instituição de ensino.
Art. 38 - O Conselho de Classe constitui-se em um espaço de
reflexão pedagógica, onde todos os sujeitos do processo educativo, de forma
coletiva, discutem alternativas e propõem ações pedagógicas educativas que
possam vir a superar necessidades/dificuldades apresentadas no processo de
ensino-aprendizagem.
88
Parágrafo único - O Conselho de Classe deve compreender uma
oportunidade para que todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem
possam repensar o trabalho pedagógico.
Art. 39 - O Conselho de Classe é constituído pelo diretor(a),
diretor(a) auxiliar, equipe pedagógica, coordenação(ções) e por todos os docentes
que atuam numa mesma turma/série/ano, incluindo os docentes atuantes no AEE,
Salas de Apoio, nas Atividades de Educação Integral em Jornada Ampliada, para
que sejam atendidos nas especificidades dessa oferta, implementados no âmbito
escolar e da representação facultativa dos estudantes, dos pais ou responsáveis.
Art. 40 - O Conselho de Classe será organizado a partir de três
dimensões:
I. Pré-Conselho, realizado em sala de aula com todos os estudantes
da turma, sob a coordenação de um pedagogo e/ou do professor representante da
turma;
II. Conselho de Classe, composto pela equipe gestora - direção,
direção auxiliar e pedagogos, secretário, professores e outros membros da
comunidade escolar - que se reúnem para discutir os dados, problemas e
proposições levantados no Pré-Conselho;
III. Pós-Conselho, são os encaminhamentos das ações previstas no
Conselho de Classe, que podem implicar em: retomada do PTD (conteúdos,
encaminhamentos metodológicos, recursos, critérios e instrumentos de avaliação),
retorno aos pais ou responsáveis e aos estudantes, além de encaminhamentos para
situações mais específicas e individuais.
Parágrafo único - Todas as ações e os encaminhamentos do
processo pedagógico devem ser registrados em ata.
Art. 41 - Conselho de Classe Final é o momento em que o colegiado
retoma as ações e registros, para fundamentar, avaliar e definir, dentre os
estudantes com rendimento insuficiente, aqueles que possuem ou não condições
para prosseguir e acompanhar o ano subsequente.
89
Parágrafo único - A ata final também deve expressar e registrar,
objetivamente, as reflexões e encaminhamentos de todo processo pedagógico.
Art. 42 - A convocação, pela direção, das reuniões ordinárias do
Conselho de Classe, deve ser divulgada em edital, e as convocações das
extraordinárias deverão ser divulgadas, com antecedência de 48 (quarenta e oito)
horas.
Art. 43 - O Conselho de Classe reunir-se-á ordinariamente, em
datas previstas em Calendário Escolar e, extraordinariamente, sempre que se fizer
necessário.
Art. 44 - As reuniões do Conselho de Classe serão lavradas em ata,
pelo secretário da instituição de ensino, como forma de registro das decisões
tomadas.
Art. 45 - São atribuições do Conselho de Classe:
I. analisar as informações sobre os conteúdos curriculares,
encaminhamentos metodológicos e práticas avaliativas que se referem ao processo
de ensino-aprendizagem;
II. propor procedimentos e formas diferenciadas de ensino e de
estudos para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem;
III. estabelecer mecanismos de recuperação de estudos,
concomitantes ao processo de aprendizagem, que atendam às reais necessidades
dos estudantes, em consonância com a Proposta Pedagógica Curricular/Plano de
Curso da instituição de ensino;
IV. discutir o processo de avaliação de cada turma, analisando os
dados qualitativos e quantitativos do processo de ensino-aprendizagem;
V. atuar com corresponsabilidade na decisão sobre a possibilidade
de avanço dos estudantes para série/período/etapa/ciclo/fase/disciplina/bloco/ano
subsequente ou retenção, após a apuração dos resultados finais, levando-se em
consideração o seu desenvolvimento integral;
90
VI. acompanhar o processo de atendimento pedagógico domiciliar
ao estudante impossibilitado de frequentar as aulas por problemas de saúde ou por
licença maternidade, devidamente comprovados por atestado/laudo médico,
conforme dispositivos legais;
VII. analisar os documentos dos estudantes solicitantes de revisão
do aproveitamento escolar (resultado final), recebidos na secretaria da instituição de
ensino, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, após sua divulgação em edital;
VIII. divulgar, por meio de edital, o resultado da análise do
aproveitamento escolar imediatamente após o término da revisão;
IX. reanalisar os documentos dos estudantes solicitantes, recebidos
na secretaria da instituição de ensino no prazo de 24 (vinte e quatro) horas após a
divulgação do resultado da revisão, prevista no item anterior, em conformidade com
as orientações emanadas pela SEED;
X. divulgar, por meio de edital, o resultado da reanálise do
aproveitamento escolar imediatamente após o término da revisão.
§ 1º Os prazos mencionados nos incisos VII e IX deverão excetuar
sábados, domingos e feriados.
§ 2º A análise e reanálise do aproveitamento escolar está
condicionada à frequência mínima dos estudantes em 75%(setenta e cinco por
cento) do total de horas letivas.
Seção II
Da Equipe Docente
Art. 46 - A equipe docente é constituída por professores,
devidamente licenciados, excetuando, caso necessário, tradutor e intérprete de
Libras/Língua Portuguesa e guia- intérprete.
§ 1º Os docentes do(s) Curso(s) Técnico(s), em nível médio, do Eixo
Tecnológico: Desenvolvimento Educacional e Social são denominados como tutores.
91
§ 2º Os docentes especializados em Educação Especial que atuam
na Educação Básica, com estudantes, com deficiência física neuromotora, são
denominados de Professores de Apoio à Comunicação Alternativa - PAC.
§ 3º Os docentes especializados em Educação Especial que atuam
na Educação Básica, com estudantes, com Transtornos Globais do
Desenvolvimento são denominados de Professores de Apoio Educacional
Especializado - PAEE.
§ 4º A função de tradutor e intérprete de Libras/Língua Portuguesa
pode ser exercida por profissional de nível médio ou superior, com proficiência na
tradução e interpretação da Libras/Língua Portuguesa;
§ 5º A função de guia-intérprete pode ser exercida por um
profissional com licenciatura, especialização em Educação Especial ou por instrutor
com formação específica.
Art. 47 - Compete aos docentes:
I. participar da construção coletiva do Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica e do Regimento Escolar, a partir das políticas
educacionais da SEED e legislação vigente, bem como acompanhar sua efetiva
implementação;
II. elaborar, com a equipe pedagógica, as Propostas Pedagógicas
Curriculares da instituição de ensino, integradas ao seu Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica e participar da sua regulamentação no Regimento
Escolar, em consonância com a legislação vigente;
III. participar do processo de escolha dos livros e materiais didáticos,
com a equipe pedagógica, em consonância com o Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica da instituição de ensino;
IV. elaborar seu plano de trabalho docente;
V. repor conteúdos, carga horária e dias letivos, quando se fizer
necessário, a fim de cumprir o calendário e o currículo escolar, resguardando o
direito dos estudantes;
92
VI. proceder à avaliação contínua, cumulativa e processual dos
estudantes, utilizando-se de instrumentos diversificados previstos no Projeto
Político- Pedagógico/Proposta Pedagógica e Regimento Escolar;
VII. promover a recuperação de estudos em concomitância com o
processo ensino-aprendizagem, estabelecendo estratégias diferenciadas no
decorrer do período letivo;
VIII. participar do processo de avaliação psicoeducacional, dos
estudantes com dificuldades acentuadas de aprendizagem, para encaminhamento
aos serviços e apoios especializados da Educação Especial, se necessário;
IX. participar da avaliação institucional, conforme orientação da
SEED;
X. participar de reuniões, sempre que convocados pela equipe
gestora, NRE ou SEED;
XI. participar da Equipe Multidisciplinar;
XII. promover, no desenvolvimento do trabalho pedagógico, na
abordagem de conteúdos e na relação professor-estudante, o respeito às diferenças
físicas, étnico-raciais, orientação sexual, identidade de gênero, religião, condição
social-econômica e cultural;
XIII. viabilizar a igualdade de condições para a permanência dos
estudantes na instituição de ensino, respeitando a diversidade e a pluralidade
cultural no processo de ensino-aprendizagem;
XIV. planejar e acompanhar, com o PAEE e outros, as intervenções
para ajustes ou modificações, a fim de melhorar o processo de ensino-
aprendizagem;
XV. participar ativamente dos Pré-Conselhos e Conselhos de
Classe, propondo alternativas pedagógicas que visem o aprimoramento do processo
educacional, responsabilizando-se pelas informações prestadas e decisões
tomadas, que serão registradas e assinadas em ata;
XVI. zelar pela frequência dos estudantes à instituição de ensino,
comunicando qualquer irregularidade à equipe pedagógica;
93
XVII. realizar a hora-atividade no âmbito escolar, para fins de
estudos, pesquisas e planejamento de atividades docentes, sob orientação da
equipe pedagógica;
XVIII. cumprir o Calendário Escolar, quanto aos dias letivos, horas-
aula e horas- atividades estabelecidos, além de participar integralmente dos
períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
XIX. manter atualizados os Registros de Classe, Registro de Classe
On-line e Ficha Individual de Controle de Nota e Frequência, conforme legislação
vigente, deixando-os disponíveis na instituição de ensino;
XX. participar de atividades que envolvam a instituição de ensino e a
comunidade escolar;
XXI. desempenhar o papel de representante de turma, contribuindo
para o desenvolvimento do processo educativo;
XXII. participar com a direção, equipe pedagógica e comunidade
escolar, na análise e definição de programas/atividades de ampliação de jornada ou
educação em tempo integral, em turno único.
XXIII. acompanhar, quando em exercício nas casas familiares rurais,
os estudantes nas suas propriedades, conforme previsto na Pedagogia da
Alternância;
XXIV. contemplar no plano de trabalho docente, a legislação vigente
referente à temática da Educação das Relações Étnico Raciais para o Ensino de
História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena, Estatuto do Idoso, Estatuto da
Juventude, entre outras;
XXV. assegurar o sigilo do nome de registro civil de estudantes,
respeitando sua identidade de gênero;
XXVI. utilizar o nome social de estudantes nos registros escolares
internos, conforme legislação vigente;
XXVII. atuar na instituição de ensino sede, nas organizações coletiva
e individual, como também nas APEDs autorizadas pela SEED;
XXVIII. participar da aplicação dos Exames da EJA autorizados pela
SEED;
94
XXIX. comunicar à equipe pedagógica ou secretário escolar, as
faltas dos estudantes beneficiários do Programa Bolsa Família e/ou do Benefício de
Prestação Continuada da Assistência Social;
XXX. comunicar a equipe pedagógica a infrequência escolar dos
estudantes de acordo com o Programa de Combate ao Abandono Escolar;
XXXI. identificar atos de indisciplina escolar, dando os devidos
encaminhamentos conforme legislação vigente;
XXXII. elaborar e avaliar atividades diferenciadas, sob orientação da
equipe pedagógica, aos estudantes afastados da instituição de ensino por
enfermidade ou licença maternidade, comprovada por atestado/laudo médico,
conforme legislação vigente;
XXXIII. elaborar, sob orientação da equipe pedagógica, a Proposta
Pedagógica Curricular, integrada ao Projeto Político-Pedagógico/Proposta
Pedagógica e em consonância à legislação vigente;
XXXIV. articular com o currículo escolar, as ações pedagógicas para
a valorização do Povo Romani (ciganos, na história da imigração do Brasil, por meio
de sua identidade histórica, artística e cultural, em todas etapas de ensino;
XXXV. promover o respeito às particularidades culturais, regionais,
religiosas, étnicas e raciais dos estudantes das populações em situação de
itinerância: ciganos, indígenas, povos nômades, trabalhadores itinerantes,
acampados, circenses, artistas e/ou trabalhadores de parques de diversão, de teatro
mambembe, dentre outros , bem como o tratamento pedagógico, ético e não
discriminatório, de acordo com a legislação vigente;
XXXVI. promover a cultura de Educação em Direitos Humanos, e
apresentar medidas de prevenção a todas as formas de violências;
XXXVII. cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Art. 48 - A hora-atividade constitui-se, aos docentes em exercício na
instituição de ensino, no tempo reservado voltado para estudos, planejamento,
avaliação e outras atividades de caráter pedagógico, incluídas na carga horária de
trabalho. Compete ao docente:
95
I. cumprir integralmente a hora-atividade no mesmo local de trabalho
e período das aulas;
II. planejar as ações de intervenção com base no diagnóstico da
realidade escolar;
III. participar da Formação Continuada e contribuir para a melhoria
da qualidade do processo educativo;
IV. discutir os encaminhamentos teórico-metodológicos que
embasam a prática pedagógica do ensino da disciplina.
Art. 49 - Compete ao docente indicado para compor o grupo da
Brigada Escolar:
I. acompanhar o trabalho de identificação de riscos nas edificações
da instituição de ensino;
II. apontar riscos nas condutas rotineiras da comunidade escolar e
comunicar à direção;
III. garantir a execução do exercício do Plano de Abandono Escolar;
IV. promover revisões periódicas do Plano de Abandono Escolar,
apontando as necessidades de mudanças, tanto na edificação como na conduta da
comunidade escolar, visando o aprimoramento;
V. verificar constantemente o ambiente escolar e a rotina da
instituição de ensino, em busca de situações que ofereçam riscos à comunidade
escolar, comunicando-as imediatamente à direção escolar;
VI. participar das capacitações das Brigadas Escolares na
modalidade de ensino a distância e também presencial;
VII. apontar mudanças necessárias, tanto na edificação escolar,
como na conduta da comunidade escolar, visando ao aprimoramento do plano de
abandono;
VIII. observar em caso de sinistro e/ou simulações, o organograma
elaborado pela instituição de ensino.
Parágrafo Único - Atendendo à especificidade da instituição de
ensino, o docente deverá ser proficiente em Libras ou Sistema Braille.
96
Seção III
Do agente educacional I
Art. 50 - Os agentes educacionais I desempenham suas funções na
área de concentração: Manutenção de Infraestrutura Escolar e Preservação do Meio
Ambiente, Alimentação Escolar, Interação com o Educando e Apoio Operacional,
sendo coordenado e supervisionado pela direção da instituição de ensino.
Art. 51 - Compete aos agentes educacionais I, na função de
manutenção de infraestrutura escolar e preservação do meio ambiente:
I. garantir a segurança e atuar nos serviços de conservação,
manutenção e preservação do ambiente escolar e de seus utensílios e instalações;
II. zelar pelo ambiente físico da instituição de ensino e de suas
instalações, cumprindo as normas estabelecidas na legislação sanitária vigente;
III. utilizar o material de limpeza, sem desperdícios, e comunicar à
direção, com antecedência, a necessidade de reposição dos produtos;
IV. cuidar da conservação do patrimônio escolar, comunicando
qualquer irregularidade à direção;
V. auxiliar no acompanhamento da movimentação dos estudantes
em horários de recreio, de início e de término dos períodos, mantendo a ordem e a
segurança dos estudantes, quando solicitado pela direção;
VI. atender adequadamente aos estudantes e professores com
deficiência neuromotora, que demandam apoio de locomoção, de higiene e de
alimentação;
VII. auxiliar na locomoção dos estudantes que fazem uso de cadeira
de rodas, andadores, muletas, e outros facilitadores, viabilizando a acessibilidade e
a participação no ambiente escolar;
VIII. ajudar nos serviços correlatos a sua função, participando das
diversas atividades escolares;
IX. coletar lixo de todos os ambientes da instituição de ensino,
dando-lhe o devido destino, conforme exigências sanitárias;
97
X. participar da avaliação institucional, conforme orientações da
SEED;
XI. participar da Equipe Multidisciplinar;
XII. garantir a preservação do ambiente físico, instalações,
equipamentos e materiais didático-pedagógicos;
XIII. auxiliar a equipe pedagógica no remanejamento, organização e
instalação de equipamentos e materiais didático-pedagógicos;
XIV. atender e identificar visitantes, prestando informações e
orientações quanto à estrutura física e setores da instituição de ensino;
XV. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais;
XVI. colaborar nas ações de prevenção a todas as formas de
violências, quando da ocorrência de situações que perturbem o bom andamento
escolar;
XVII. participar das ações que promovam a cultura de Educação em
Direitos Humanos;
XVIII. exercer sua função e, quando necessário, auxiliar nas demais
atribuições inerentes ao cargo.
XIX. comparecer e participar de eventos, cursos e reuniões, quando
convocados.
Art. 52 - São atribuições dos agentes educacionais I, na função da
área da alimentação escolar:
I. zelar pelo ambiente da cozinha e por suas instalações e utensílios,
cumprindo as normas estabelecidas na legislação sanitária vigente;
II. selecionar e preparar a merenda escolar balanceada, observando
padrões de qualidade nutricional;
III. servir a merenda escolar, observando os cuidados básicos de
higiene e segurança;
IV. informar à equipe gestora da necessidade de reposição do
estoque da merenda escolar;
V. receber, armazenar e responsabilizar-se por todo material
adquirido para a cozinha e merenda escolar;
98
VI. respeitar as normas de segurança ao manusear fogões,
aparelhos de preparação ou manipulação de gêneros alimentícios e de refrigeração;
VII. participar da avaliação institucional, conforme orientações da
SEED;
VIII. participar da Equipe Multidisciplinar;
IX. colaborar na mediação de conflitos quando da ocorrência de
situações que perturbem o bom andamento escolar;
X. participar das ações que promovam a cultura de Educação em
Direitos Humanos;
XI. exercer sua função e, quando necessário, auxiliar nas demais
atribuições inerentes ao cargo.
XII. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais;
XIII. comparecer e participar de eventos, cursos e reuniões, quando
convocado.
XIV. colaborar nas ações de prevenção a todas as formas de
violências, quando da ocorrência de situações que perturbem o bom andamento
escolar;
XV. participar das ações que promovam a cultura de Educação em
Direitos Humanos;
XVI. comparecer e participar de eventos, cursos e reuniões, quando
convocados.
Art. 53 - São atribuições dos agentes educacionais I, na função de
interação com os estudantes:
I. coordenar e orientar a movimentação dos estudantes, desde o
início até o término dos períodos de atividades escolares;
II. zelar pela segurança individual e coletiva, orientando os
estudantes sobre as normas disciplinares, para manter a ordem e prevenir acidentes
na instituição de ensino;
III. comunicar imediatamente à direção, situações que evidenciem
riscos à segurança dos estudantes;
IV. percorrer as diversas dependências da instituição, observando os
estudantes quanto às necessidades de orientação e auxílio em situações irregulares;
99
V. encaminhar à equipe gestora os estudantes que necessitarem de
orientação ou atendimento;
VI. auxiliar a equipe gestora, docentes e secretaria na divulgação de
comunicados no âmbito escolar;
VII. zelar pela preservação do ambiente físico, instalações,
equipamentos e materiais didático-pedagógicos;
VIII. auxiliar a equipe pedagógica no remanejamento, organização e
instalação de equipamentos e materiais didático pedagógicos;
XIX. atender e identificar visitantes, prestando informações e
orientações quanto à estrutura física e setores da instituição de ensino;
X. participar da avaliação institucional, conforme orientações da
SEED;
XI. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais;
XII. participar da Equipe Multidisciplinar;
XIII. colaborar nas ações de prevenção a todas as formas de
violências, quando da ocorrência de situações que perturbem o bom andamento
escolar;
XIV. participar das ações que promovam a cultura de Educação em
Direitos Humanos;
XV. exercer sua função e, quando necessário, auxiliar nas demais
atribuições inerentes ao cargo.
XVI. comparecer e participar de eventos, cursos e reuniões, quando
convocados.
Seção IV
Do agente educacional II
Art. 54 - Os agentes educacionais II desempenham suas funções na
área de concentração: administração e operação de multimeios escolares, sendo
coordenado e supervisionado pela direção da instituição de ensino.
100
Art. 55 - Os agentes educacionais II que desempenham sua função
como secretário escolar é indicado pela direção da instituição de ensino e designado
por ato oficial, conforme normas da SEED.
Art. 56 - Compete aos agentes educacionais II, na função de
secretário escolar:
I. participar da elaboração do Projeto Político-Pedagógico/Proposta
Pedagógica e Regimento Escolar da instituição de ensino;
II. realizar serviços auxiliares relativos às áreas, financeira, contábil
e patrimonial da instituição de ensino, sempre que solicitado;
III. cumprir a legislação vigente que rege o registro escolar dos
estudantes e a vida legal da instituição de ensino;
IV. receber, redigir e expedir documentos que lhe forem confiados;
V. organizar e manter atualizados a coletânea de legislação,
deliberações, resoluções, instruções normativas e demais documentos
administrativos;
VI. efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à
matrícula, transferência e conclusão de curso de todos os estudantes matriculados
na instituição de ensino;
VII. elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem
encaminhados às autoridades competentes;
VIII. encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos
que devem ser assinados;
IX. organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo, inclusive
dos estudantes matriculados no ensino extracurricular e plurilinguístico de LEM,
Atividades Complementares no Contraturno, e conservar o inativo, de forma a
permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da regularidade da vida
escolar dos estudantes e da autenticidade dos documentos escolares;
X. manter atualizados os dados funcionais de todos os servidores da
instituição de ensino em sistema específico da SEED;
XI. responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação
escolar dos estudante, respondendo por qualquer irregularidade;
101
XII. manter atualizados os registros escolares dos estudantes no
sistema específico;
XIII. colaborar na organização dos documentos referentes à
estrutura e funcionamento da instituição de ensino;
XIV. organizar e disponibilizar o Livro Ponto a todos os servidores da
instituição de ensino;
XV. cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da
secretaria, quanto ao registro escolar do estudante, referente à documentação
comprobatória, de adaptação, aproveitamento de estudos, progressão parcial,
classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;
XVI. secretariar os Conselhos de Classe/Conselho de Avaliação da
Educação de Jovens e Adultos e reuniões, redigindo as respectivas atas;
XVII. comunicar imediatamente à direção, toda irregularidade que
venha ocorrer na secretaria da instituição de ensino;
XVIII. fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da
secretaria escolar, quando solicitado;
XIX. participar da avaliação institucional, conforme orientações da
SEED;
XX. conferir, registrar e patrimoniar materiais e equipamentos
recebidos;
XXI. organizar a documentação escolar do estudante afastado da
instituição de ensino por problema de saúde ou por licença maternidade,
comprovados por atestado/laudo médico, conforme legislação vigente;
XXII. no ato da matrícula utilizar o nome social, quando houver, nos
registros escolares internos, mediante solicitação por escrito, conforme legislação
vigente;
XXIII. assegurar o sigilo do nome de registro civil de
estudantes/travestis ou transexuais, bem como o respeito a sua identidade de
gênero, conforme a orientação pedagógica em observância à legislação vigente;
XXIV. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais;
XXV. cumprir os prazos para inserção da frequência no Sistema
Presença disponibilizado pelo Ministério de Educação, os dados sobre a frequência
102
escolar dos estudantes beneficiários do Programa Bolsa Família, conforme instrução
operacional do Ministério de Desenvolvimento Social;
XXVI. informar a direção da instituição de ensino sobre a
assiduidade de crianças e adolescentes de 0 (zero) a 18 (dezoito) anos, com
deficiência, assistidos pelo Programa Benefício de Prestação Continuada da
Assistência Social - BPC na Escola;
XXVII. colaborar nas ações de prevenção a todas as formas de
violências, quando da ocorrência de situações que perturbem o bom andamento
escolar;
XXVIII. participar das ações que promovam a cultura de Educação
em Direitos Humanos;
XXIX. participar da Equipe Multidisciplinar;
XXX. exercer sua função e, quando necessário, auxiliar nas demais
atribuições inerentes ao cargo.
XXXI. comparecer e participar de eventos, cursos e reuniões,
quando convocado.
Art. 57 - Compete aos agentes educacionais II que desempenham
suas funções na secretaria da instituição de ensino:
I. organizar e colaborar com as atividades administrativas da
secretaria;
II. prestar informações e orientações à comunidade escolar e demais
interessados;
III. cumprir a escala de trabalho previamente estabelecida;
IV. controlar a entrada e saída de documentos escolares, prestando
informações sobre os mesmos;
V. efetivar os registros em documentos oficiais como Ficha
Individual, Histórico Escolar, Boletins, Certificados, Diplomas e outros, garantindo
sua idoneidade;
VI. organizar e manter atualizado o arquivo ativo e conservar o
inativo da instituição de ensino;
103
VII. classificar, protocolar e arquivar documentos e
correspondências, registrando a movimentação de expedientes;
VIII. realizar serviços auxiliares relativos às áreas financeira, contábil
e patrimonial da instituição de ensino, sempre que solicitado;
IX. coletar e digitar dados estatísticos quanto à avaliação escolar,
atualizando o sistema;
X. executar trabalho, por meio de mecanografia, reprografia e
equipamentos de multimeios;
XI. participar da avaliação institucional, conforme orientações da
SEED;
XII. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais;
XIII. participar da Equipe Multidisciplinar;
XIV. exercer sua função e, quando necessário, auxiliar nas demais
atribuições inerentes ao cargo.
XV. colaborar nas ações de prevenção a todas as formas de
violências, quando da ocorrência de situações que perturbem o bom andamento
escolar;
XVI. participar das ações que promovam a cultura de Educação em
Direitos Humanos;
XVII. comparecer e participar de eventos, cursos e reuniões, quando
convocados.
Art. 58 - Compete aos agentes educacionais II que desempenham
suas funções na biblioteca escolar, indicado pela direção da instituição de ensino:
I. cumprir e fazer cumprir o regulamento de uso da biblioteca,
assegurando sua organização e funcionamento;
II. atender os leitores;
III. orientar os leitores no manuseio dos fichários e localização de
livros e publicações, para auxiliá-los em suas consultas;
IV. efetuar o registro dos livros retirados por empréstimo;
V. controlar a entrada dos livros devolvidos, registrando a data de
devolução dos mesmos;
104
VI. enviar lembretes referentes a livros cuja data de devolução esteja
vencida, preenchendo formulários apropriados para possibilitar a recuperação dos
volumes não devolvidos;
VII. repor, nas estantes, os livros utilizados pelos leitores,
posicionando-os nas prateleiras de acordo com o sistema de classificação adotados
na biblioteca, para mantê- los ordenados e possibilitar novas consultas e registros;
VIII. manter atualizados os dados no Sistema de Controle e
Remanejamento dos Livros Didáticos e fichários da biblioteca, completando-os e
ordenando suas fichas de consulta, para assegurar a pronta localização dos livros e
publicações;
IX. digitar ou datilografar fichas e etiquetas;
X. localizar livros nas estantes, para colocá-los à disposição dos
leitores;
XI. higienizar ou supervisionar a higienização dos livros e demais
acervos da biblioteca;
XII. carimbar e conferir documentos referentes à biblioteca;
XIII. digitar lista de material bibliográfico para aquisição;
XIV. zelar pela preservação, conservação e restauração do acervo;
XV. organizar o espaço físico da biblioteca;
XVI. auxiliar na implementação dos projetos de leitura previstos na
Proposta Pedagógica Curricular/Plano de Curso da instituição de ensino;
XVII. organizar o acervo de livros, revistas, gibis, vídeos, DVDs,
entre outros;
XVIII. receber, organizar e controlar o material de consumo e
equipamentos da biblioteca;
XIX. distribuir e recolher os livros didáticos;
XX. participar da avaliação institucional, conforme orientações da
SEED;
XXI. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais;
XXII. participar da Equipe Multidisciplinar;
105
XXIII. colaborar nas ações de prevenção a todas as formas de
violências, quando da ocorrência de situações que perturbem o bom andamento
escolar;
XXIV. participar das ações que promovam a cultura de Educação em
Direitos Humanos;
XXV. comparecer e participar de eventos, cursos e reuniões, quando
convocados.
Art. 59 - Compete aos agentes educacionais II, que desempenham
suas funções no Laboratório de Informática da instituição de ensino:
I. cumprir e fazer cumprir o regulamento de uso do laboratório de
informática, assessorando na sua organização e funcionamento;
II. auxiliar o corpo docente e discente nos procedimentos de
manuseio de materiais e equipamentos de informática;
III. preparar e disponibilizar os equipamentos de informática e
materiais necessários para a realização de atividades práticas de ensino no
laboratório;
IV. dar assistência aos professores e estudantes durante a aula de
informática no laboratório;
V. zelar pela manutenção, limpeza e segurança dos equipamentos;
VI. receber, organizar e controlar o material de consumo e
equipamentos do laboratório de Informática;
VII. participar da avaliação institucional, conforme orientações da
SEED;
VIII. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais;
IX. participar da Equipe Multidisciplinar;
X. exercer sua função e, quando necessário, auxiliar nas demais
atribuições inerentes ao cargo;
XI. colaborar nas ações de prevenção a todas as formas de
violências, quando da ocorrência de situações que perturbem o bom andamento
escolar;
106
XII. participar das ações que promovam a cultura de Educação em
Direitos Humanos;
XIII. comparecer e participar de eventos, cursos e reuniões, quando
convocados.
Art. 60 - Compete aos agentes educacionais II que desempenham
suas funções no Laboratório de Ciências, Biologia, Física e Química e no laboratório
específico dos cursos técnicos da instituição de ensino:
I. cumprir e fazer cumprir o regulamento de uso dos laboratórios;
II. aplicar, em regime de cooperação e de corresponsabilidade com
o corpo docente e discente, normas de segurança para o manuseio de materiais e
equipamentos;
III. preparar e disponibilizar materiais de consumo e equipamentos
para a realização de atividades práticas de ensino;
IV. receber, controlar e armazenar materiais de consumo e
equipamentos do laboratório;
V. dar assistência aos professores e estudantes, durante as aulas
práticas do laboratório;
VI. comunicar imediatamente à direção qualquer irregularidade,
incidente ou acidente ocorridos no laboratório;
VII. manter atualizado o inventário de instrumentos, ferramentas,
equipamentos, solventes, reagentes e demais materiais de consumo;
VIII. participar da avaliação institucional, conforme orientações da
SEED;
IX. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais;
X. participar da Equipe Multidisciplinar;
XI. exercer sua função e, quando necessário, auxiliar nas demais
atribuições inerentes ao cargo.
XII. colaborar nas ações de prevenção a todas as formas de
violências, quando da ocorrência de situações que perturbem o bom andamento
escolar;
XIII. participar das ações que promovam a cultura de Educação em
Direitos Humanos;
107
XIV. comparecer e participar de eventos, cursos e reuniões, quando
convocados.
Art. 61 - Compete aos agentes educacionais II indicados para
compor o grupo da Brigada Escolar:
I. acompanhar o trabalho de identificação de riscos na edificação e
nas condutas rotineiras da comunidade escolar;
II. garantir a implementação do Plano de Abandono Escolar, que
consiste na retirada, de forma segura, dos estudantes, professores e funcionários
das edificações escolares, por meio da realização de, no mínimo, um exercício
simulado por semestre, a ser registrado em Calendário Escolar;
III. promover revisões periódicas do Plano de Abandono Escolar,
junto aos integrantes da Brigada Escolar;
IV. apontar mudanças necessárias, tanto na edificação escolar,
como na conduta da comunidade escolar, visando ao aprimoramento do Plano de
Abandono Escolar;
V. promover reuniões bimestrais entre os integrantes da Brigada
Escolar para discutir assuntos referentes à segurança da instituição de ensino, com
registro em ata específica do Programa;
VI. verificar constantemente o ambiente escolar e a rotina da
instituição de ensino, para prevenir situações que ofereçam riscos à comunidade
escolar, comunicando, imediatamente, a equipe gestora;
VII. observar, em caso de sinistro e/ou simulações, o organograma
elaborado pela instituição de ensino;
VIII. participar das formações para a Brigada Escolar, na modalidade
de ensino a distância e presencial;
IX. colaborar nas ações de prevenção a todas as formas de
violências, quando da ocorrência de situações que perturbem o bom andamento
escolar;
X. participar das ações que promovam a cultura de Educação em
Direitos Humanos;
XI. comparecer e participar de eventos, cursos e reuniões, quando
convocados.
108
Seção V
Das instâncias colegiadas de representação da comunidade escolar
Art. 62 - Os segmentos sociais organizados, legalmente instituídos,
regidos por Estatutos e Regulamentos próprios, reconhecidos como instâncias
colegiadas de representação da comunidade escolar são: Conselho Escolar, APMF
e Grêmio Estudantil.
Art. 63 - Caberá às instâncias colegiadas colaborar com a equipe
gestora nas medidas pedagógicas para os casos de indisciplina, bem como,
acompanhar, avaliar e encaminhar à Rede de Proteção Social dos Direitos de
Crianças e Adolescentes, as situações, quando necessário.
Subseção I
Do Conselho Escolar
Art. 64 - O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza
deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora da organização e da realização do
trabalho pedagógico e administrativo da instituição de ensino, em conformidade com
a legislação educacional vigente e orientações da SEED.
Art. 65 - O Conselho Escolar é composto por representantes da
comunidade escolar e de movimentos sociais organizados, comprometidos com a
educação, presentes na comunidade, conforme legislação vigente.
§ 1° A comunidade escolar é compreendida como o conjunto dos
profissionais da educação atuantes na instituição de ensino, os estudantes
matriculados e frequentando regularmente e pais ou responsáveis legais.
§ 2° A participação dos representantes dos movimentos sociais
organizados, presentes na comunidade, não ultrapassará 1/5 (um quinto) do
colegiado.
Art. 66 - O Conselho Escolar tem como principais atribuições:
109
I. dar anuência ao Regimento Escolar;
II. discutir, aprovar e acompanhar a efetivação do Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica;
III. aprovar o Regulamento Interno, o Plano de Aplicação e utilização
dos recursos recebidos, o Calendário Escolar e a constituição do Grupo da Brigada
Escolar;
IV. definir os Programas de Atividades de Ampliação de Jornada ou
implementação da Educação em Tempo Integral, em turno único;
V. dar anuência à decisão da comunidade escolar quanto ao uso do
uniforme, juntamente com a APMF;
VI. emitir parecer em relação à implantação de cursos do CELEM e
Educação Profissional;
VII. atuar no âmbito da instituição de ensino, conforme atribuições
definidas em Estatuto próprio;
VIII. colaborar, quando necessário, na mediação de situações de
indisciplina dos estudantes.
Art. 67 - Os representantes do Conselho Escolar são escolhidos
entre seus pares, mediante processo eletivo de cada segmento escolar, garantindo-
se a representatividade das etapas e modalidades de ensino.
Parágrafo Único – As eleições dos membros do Conselho Escolar,
titulares e suplentes, realizar-se-ão em reunião de cada segmento convocada para
este fim, para um mandato de 2 (dois) anos, admitindo-se uma única reeleição
consecutiva.
Art. 68 - O Conselho Escolar, de acordo com o princípio da
representatividade e da proporcionalidade, é constituído pelos seguintes
conselheiros:
I. diretor(a);
II. representante da equipe pedagógica;
III. representante da equipe docente;
110
IV. representante dos agentes educacionais I; V. representante dos
agentes educacionais II;
VI. representante dos pais ou responsáveis pelo estudante;
VII. representante do Grêmio Estudantil (ou dos estudantes apenas
quando o Grêmio não estiver instituído);
VIII. representante da Associação de Pais, Mestres e Funcionários –
APMF;
IX. representante dos movimentos sociais organizados da
comunidade (associação de moradores, sindicatos, instituições religiosas, conselhos
comunitários, conselhos de saúde, entre outros).
Art. 69 - O Conselho Escolar é regido por Estatuto próprio.
Parágrafo único – A modificação do Estatuto do Conselho Escolar
depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos seus integrantes.
Art. 70 - Compete ao Conselho Escolar e à APMF, a decisão quanto
à obrigatoriedade do uso do uniforme e ao estabelecimento de regras referentes a
sua adoção, garantindo aos estudantes, o direito à igualdade nas condições de
acesso e permanência no ambiente escolar.
Parágrafo único – Aprovada a obrigatoriedade do uso do uniforme
escolar, deverá ser constituído um fundo financeiro e estabelecidas estratégias para
o atendimento dos estudantes que declararem falta de condições para aquisição do
uniforme adotado.
Art. 71 - Compete ao Presidente do Conselho Escolar encaminhar
ao NRE, a relação nominal de seus componentes (titulares e suplentes), o prazo de
vigência do mandato, a ata de eleição de cada segmento e a ata de posse, logo
após a sua constituição ou alteração, bem como o Estatuto, para análise e
aprovação.
Art. 72 - Compete ao Presidente do Conselho Escolar manter a
documentação atualizada na instituição de ensino e no NRE.
111
Subseção II
Da Associação de Pais, Mestres e Funcionários - APMF
Art. 73 - A APMF ou similar, pessoa jurídica de direito privado, é um
órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários da instituição de ensino,
não tendo caráter político-partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo
remunerados os seus dirigentes e conselheiros, sendo constituída por prazo
indeterminado.
Parágrafo único - A APMF é regida por estatuto próprio, registrado
em cartório e aprovado em Assembleia Geral.
Art. 74 - A APMF tem como principais atribuições:
I. acompanhar o desenvolvimento do Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica, sugerindo ao Conselho Escolar da instituição de
ensino as alterações que julgar necessárias;
II. observar as disposições legais vigentes no que concerne à
utilização das dependências da unidade escolar para a realização de eventos;
III. estimular a criação e o desenvolvimento de atividades para pais,
estudantes, professores, agentes educacionais I e II, assim como para a
comunidade, mobilizando na perspectiva de organização, enquanto órgão
representativo, após análise do Conselho Escolar;
IV. colaborar, de acordo com as possibilidades financeiras da
entidade, com as necessidades dos estudantes comprovadamente carentes;
V. convocar para Assembleia Geral Ordinária ou Extraordinária, bem
como para as reuniões de diretoria, o Conselho Deliberativo e Fiscal, conforme
demandas do estatuto, registrando em ata;
VI. definir o destino dos recursos advindos de convênios públicos
mediante a elaboração de planos de aplicação e prestação de contas, com anuência
do Conselho Escolar e registro em ata;
VII. registrar em livro próprio, a prestação de contas de valores e
inventários de bens (patrimônio) da associação, sempre que uma nova Diretoria e
112
Conselho Deliberativo e Fiscal tomarem posse, informando ao Conselho Escolar,
inclusive se constatada alguma irregularidade;
VIII. receber doações e contribuições voluntárias aplicando essas
receitas para o bem estar da comunidade escolar, por meio da celebração de
contratos, convênios ou outros, conforme necessidades em consenso com o
Conselho Escolar;
IX. indicar entre os seus membros, em reunião de Diretoria,
Conselho Deliberativo e Fiscal ou Assembleia Geral, o(s) representante(s), para
compor o Conselho Escolar;
X. manter atualizada e organizada toda a documentação referente à
APMF, obedecendo os dispositivos legais e normas do Tribunal de Contas, da
Mantenedora, do INSS, da Receita Federal e do Ministério do Trabalho;
XI. atuar no âmbito da instituição de ensino, conforme atribuições
definidas em Estatuto próprio registrado em cartório.
XII. manter atualizado o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica –
CNPJ, junto à Receita Federal, a RAIS, junto ao Ministério do Trabalho, a Certidão
Negativa de Débitos do Instituto Nacional de Seguro Social, o cadastro da APMF,
junto ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná, para a solicitação de Certidões
Negativas, a Declaração de Imposto de Renda e outros documentos solicitados pela
Receita Federal; o registro da ata em cartório, após processo de eleição ou
alteração no estatuto, e outros documentos da legislação vigente.
Art. 75 - Compete à APMF e ao Conselho Escolar, a decisão quanto
à obrigatoriedade do uso do uniforme e o estabelecimento de regras referentes à
sua adoção, garantindo aos estudantes o direito à igualdade de condições ao
acesso e permanência no ambiente escolar.
Parágrafo único – Aprovada a obrigatoriedade do uso do uniforme
escolar, deverá ser constituído um fundo financeiro e estabelecidas estratégias para
o atendimento dos estudantes que declararem falta de condições para aquisição do
uniforme adotado.
113
Art. 76 - O patrimônio da APMF é constituído pelos bens móveis e
imóveis:
I. os bens móveis e imóveis, assim como os valores da APMF,
devem ser obrigatoriamente contabilizados, inventariados em livro próprio e
cadastrados no sistema de patrimônio da Secretaria de Estado da Administração e
da Previdência - SEAP, ficando
sob a responsabilidade da diretoria e do Conselho Deliberativo e
Fiscal, permanecendo uma cópia atualizada do registro com a direção da instituição
de ensino;
II. a APMF deve manter em dia o cadastro de seu patrimônio;
III. a compra, venda ou doação do todo ou de parte do patrimônio da
APMF deverá ser decidida em Assembleia Geral pela maioria dos votos;
IV. manter escrituração completa de suas receitas e despesas em
livros próprios, assegurando a respectiva exatidão dos registros contábeis.
Parágrafo Único - O patrimônio público não integrará o patrimônio da
APMF, ou similares, em nenhuma hipótese.
Art. 77 - A Assessoria Técnica é constituída pelo diretor(a) e
representantes da equipe pedagógica-administrativa da unidade escolar,
independente do mandato da diretoria da APMF.
Art. 78 - Compete à Assessoria Técnica:
I. orientar quanto às normas para criação, funcionamento e registro
da APMF;
II. apreciar projetos a serem executados pela associação visando
sempre à garantia da execução do Projeto Político-Pedagógico/Proposta
Pedagógica e da assistência aos estudantes;
III. participar na implantação e complementação do Estatuto da
APMF;
IV. depositar todos os recursos financeiros da APMF em
estabelecimento bancário (conta bancária em nome da APMF);
114
V. participar das Assembleias Gerais, reuniões da diretoria e do
Conselho Deliberativo e Fiscal da APMF;
VI. opinar sobre a aplicação dos recursos de acordo com as
finalidades da APMF;
VII. providenciar a lista de votantes (só para consulta/controle) e a
cédula eleitoral da APMF;
VIII. divulgar e organizar o acervo da legislação vigente e das
orientações da mantenedora;
IX. divulgar, para a diretoria da APMF e demais membros da
comunidade escolar, por meio de edital impresso e eletrônico, as políticas públicas
da mantenedora.
Subseção III
Do Grêmio Estudantil
Art. 79 - O Grêmio Estudantil constitui-se no órgão máximo de
representação dos estudantes da instituição de ensino, com o objetivo de defender
os interesses individuais e coletivos dos estudantes, incentivando a cultura literária,
artística e desportiva de seus membros.
Parágrafo Único – O Grêmio Estudantil é regido por Estatuto próprio,
aprovado e homologado em Assembleia Geral, convocada especificamente para
este fim.
Art. 80 - O Grêmio Estudantil tem por atribuições:
I – elaborar e executar o plano anual de trabalho, após apreciação
do Conselho Escolar;
II – divulgar o plano anual de trabalho em Assembleia Geral;
III – participar efetivamente de temas pertinentes à escola;
IV – promover ações que envolvam temas contemporâneos;
V – indicar um representante do Grêmio Estudantil para compor o
Conselho Escolar;
VI – reunir-se ordinariamente, pelo menos uma vez por mês e,
extraordinariamente, a critério do presidente ou de 2/3 (dois terços) da diretoria;
115
VII – atuar no âmbito da instituição de ensino, conforme atribuições
definidas em estatuto próprio.
Parágrafo único - Ao Grêmio Estudantil compete, após aprovação do
seu estatuto em Assembleia Geral, encaminhar cópia desse, bem como a ata de
eleição da nova diretoria com a ficha cadastral dos membros, para a apreciação do
diretor(a) da instituição de ensino que enviará o respectivo documento ao NRE para
atualização cadastral.
CAPÍTULO II
Da organização didático-pedagógica
Art. 81 - A organização didático pedagógica é entendida como o
conjunto de decisões coletivas necessárias à realização das atividades escolares,
que viabiliza o processo de ensino-aprendizagem.
Art. 82 - A organização didático pedagógica é constituída pelos
seguintes componentes:
I. etapas e modalidades de ensino da Educação Básica;
II. fins e objetivos da Educação Básica em cada etapa e modalidade
de ensino;
III. organização curricular, estrutura e funcionamento;
IV. matrícula;
V. matrícula por transferência;
VI. matrícula em regime de progressão parcial;
VII. aproveitamento de estudos;
VIII. processo de classificação;
IX. processo de reclassificação;
X. adaptação;
XI. revalidação e equivalência de estudos feitos no exterior;
XII. regularização da vida escolar;
XIII. frequência;
XIV. avaliação, recuperação de estudos e promoção;
XV. calendário escolar;
XVI. registros e arquivos escolares;
116
XVII. eliminação de documentos escolares;
XVIII. avaliação institucional;
XIX. espaços pedagógicos.
TÍTULO III
Direitos e deveres da comunidade escolar
CAPÍTULO I
Da equipe gestora e docentes
Seção I Dos Direitos
Art. 234 - Aos docentes, equipe pedagógica, coordenação e direção,
além dos direitos que lhes são assegurados pelo Estatuto dos Funcionários Públicos
do Estado do Paraná - Lei nº 6174/1970 e Estatuto do Magistério são garantidos os
seguintes direitos:
I. ser respeitado na condição de profissional atuante na área da
educação e no desempenho de suas funções;
II. contribuir na elaboração e implementação do Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica, Regimento Escolar e regulamentos internos;
III. participar de grupos de estudos, encontros, cursos, seminários e
outros eventos, ofertados pela SEED e pela própria instituição de ensino, tendo em
vista o seu constante aperfeiçoamento profissional;
IV. propor aos diversos setores da instituição de ensino, ações que
viabilizem um melhor funcionamento das atividades;
V. requisitar ao setor competente, o material necessário à sua
atividade, dentro das possibilidades da instituição de ensino;
VI. sugerir ações que objetivem o aprimoramento dos procedimentos
de ensino, da avaliação do processo pedagógico, da administração, da disciplina e
das relações de trabalho na instituição de ensino;
VII. utilizar-se das dependências e dos recursos materiais da
instituição de ensino para o desenvolvimento de suas atividades;
VIII. ter assegurado o direito de votar e/ou ser votado como
representante no
117
Conselho Escolar e associações afins;
IX. participar de associações e/ou agremiações afins;
X. acompanhar a definição da Proposta Pedagógica Curricular/Plano
de Curso da instituição de ensino e sua Matriz Curricular, conforme normas
emanadas da SEED;
XI. ter assegurado, pelo mantenedor, o processo de formação
continuada;
XII. ter acesso às orientações e normas emanadas da SEED;
XIII. participar da avaliação institucional, conforme orientação da
SEED;
XIV. tomar conhecimento das disposições do Regimento Escolar e
do(s) Regulamento(s) Interno(s) da instituição de ensino;
XV. compor equipe multidisciplinar, para orientar e auxiliar o
desenvolvimento das ações relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena, ao longo do período
letivo;
XVI. ter assegurado gozo de férias previsto em lei;
XVII. assegurar o sigilo do nome de registro civil de estudantes,
respeitando sua identidade de gênero;
XVIII. utilizar o nome social de estudantes nos registros escolares
internos, conforme legislação vigente;
XIX. contribuir com a prevenção da ocorrência de casos de
“bullying”, estabelecendo ações que promovam à cultura de Educação em Direitos
Humanos.
Seção II Dos Deveres
Art. 235 - Aos docentes, equipe pedagógica, coordenação e direção,
além das atribuições previstas neste Regimento Escolar, compete:
I. possibilitar que a instituição de ensino cumpra a sua função, no
âmbito de sua competência;
118
II. desempenhar sua função de modo a assegurar o princípio
constitucional de igualdade de condições para o acesso, permanência e sucesso
dos estudantes na instituição de ensino;
III. elaborar tarefas domiciliares aos estudantes impossibilitados de
frequentar a instituição de ensino;
IV. colaborar com as atividades de articulação da instituição de
ensino com as famílias e a comunidade;
V. comparecer às reuniões do Conselho Escolar, quando membro
representante do seu segmento;
VI. manter e promover relações cooperativas no âmbito escolar;
VII. cumprir as diretrizes definidas no Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica;
VIII. manter o ambiente favorável ao desenvolvimento do processo
pedagógico;
IX. cumprir rigorosamente o contido no Programa de Combate ao
Abandono Escolar;
X. comunicar aos órgãos competentes quanto à frequência dos
estudantes, para tomada das ações cabíveis;
XI. atender aos estudantes independentemente de suas condições
de aprendizagem;
XII. organizar e garantir a reflexão sobre o processo pedagógico na
instituição de ensino;
XIII. manter os pais ou responsáveis e os estudantes informados
sobre o Sistema de Avaliação da instituição de ensino, no que diz respeito à sua
área de atuação;
XIV. informar pais ou responsáveis e os estudantes sobre a
frequência e desenvolvimento escolar obtidos no decorrer do ano letivo;
XV. orientar os estudantes quanto ao uso obrigatório do uniforme,
quando aprovado pela APMF e Conselho Escolar;
XVI. discutir junto à comunidade escolar sobre a importância do uso
obrigatório do uniforme, encaminhando pedagogicamente as situações;
XVII. informar os pais ou responsáveis sobre o não uso do uniforme;
119
XVIII. estabelecer estratégias de recuperação de estudos, no
decorrer do ano letivo, visando à melhoria do aproveitamento escolar;
XIX. revisar o aproveitamento escolar dos estudantes, solicitado no
prazo estabelecido de 72 (setenta e duas) horas, após divulgação do resultado final;
XX. cumprir e fazer cumprir os horários e Calendário Escolar;
XXI. proceder à reposição dos conteúdos, carga horária e dias
letivos aos estudantes, quando se fizer necessário, a fim de cumprir o Calendário
Escolar e a legislação vigente, resguardando prioritariamente o direito dos
estudantes;
XXII. ser assíduo, comparecendo pontualmente à instituição de
ensino nas horas efetivas de trabalho e, quando convocado, para outras atividades
programadas e definidas pelo coletivo;
XXIII. comunicar, com antecedência, eventuais atrasos e faltas;
XXIV. zelar pela conservação e preservação das instalações
escolares;
XXV. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais e a
orientação sexual de qualquer membro da comunidade escolar;
XXVI. denunciar situações de discriminação e preconceito étnico-
racial, de gênero, de orientação sexual, de identidade de gênero, de religião, de
território, sofrido ou presenciado na comunidade escolar;
XXVII. comunicar à autoridade policial quando verificado ato
infracional cometido por criança ou adolescente, tal como contra criança ou
adolescente;
XXVIII. mobilizar a comunidade escolar a fim de propor medidas de
prevenção às violências;
XXIX. prevenir situações de “bullying” estabelecendo medidas que
promovam à cultura de Educação em Direitos Humanos;
XXX. denunciar os casos suspeitos de desrespeito aos Direitos
Humanos contra a população infanto juvenil, conforme legislação vigente;
XXXI. cumprir a hora-atividade na instituição de ensino, em horário
normal das aulas a eles atribuídas;
120
XXXII. encaminhar pedagogicamente ações que possibilitem a
efetivação dos princípios de Educação em Direitos Humanos e de gestão
democrática;
XXXIII. encaminhar pedagogicamente os casos de indisciplina;
XXXIV. cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Art. 236 - Compete à equipe pedagógica também:
I – organizar as informações e dados coletados a serem analisados
no Conselho de Classe;
II – solicitar aos pais ou responsáveis, o(s) motivo(s) do afastamento
do estudante.
Art. 237 - Compete à direção da instituição de ensino, conforme a
Lei nº 14361/2004, de 22/04/2004, em seu respectivo art. 3º, atender situações que
envolvam famílias sem condições de adquirir uniforme escolar.
Parágrafo único – Resguardar o direito ao acesso e permanência do
estudante na instituição de ensino, considerando a legislação vigente, mesmo no
caso do não uso do uniforme.
Art. 238 - Para os casos de ato infracional, deverá a equipe gestora:
§ 1º Quando praticado por criança, comunicar imediatamente ao
Conselho Tutelar, em atendimento ao disposto no art. 136, inciso I e no art. 147, da
Lei nº 8069/1990.
§ 2º Quando praticado por adolescente, comunicar a autoridade
policial, imediatamente, e em seguida ao Conselho Tutelar ou à Promotoria de
Justiça da Infância e da Juventude.
§ 3º Não permitir prejuízo à frequência do estudante na instituição de
ensino, salvo decreto de internação provisória.
Seção III Das Proibições
Art. 238 - Aos docentes, equipe pedagógica, coordenação e direção
são vetados:
121
I. tomar decisões individuais que venham a prejudicar o processo
pedagógico;
II. ministrar, sob qualquer pretexto, aulas particulares e atendimento
especializado remunerado a estudantes da instituição de ensino;
III. discriminar, usar de violência simbólica, agredir fisicamente e/ou
verbalmente qualquer membro da comunidade escolar;
IV. retirar e utilizar, sem a devida permissão do órgão competente,
qualquer documento ou material pertencente à instituição de ensino;
V. ocupar-se com atividades alheias à sua função, durante o período
de trabalho;
VI. receber pessoas estranhas ao funcionamento da instituição de
ensino, durante o período de trabalho, sem a prévia autorização do órgão
competente;
VII. expor colegas de trabalho, estudantes ou qualquer membro da
comunidade a situações constrangedoras;
VIII. ausentar-se da instituição de ensino, sem prévia autorização do
órgão competente;
IX. transferir para outras pessoas o desempenho do encargo que lhe
foi confiado; X. utilizar-se em sala de aula de aparelhos celulares;
XI. divulgar, por qualquer meio de publicidade, assuntos que
envolvam direta ou indiretamente o nome da instituição de ensino, sem prévia
autorização da direção e/ou do Conselho Escolar;
XII. promover excursões, jogos, coletas, lista de pedidos, vendas ou
campanhas de qualquer natureza, envolvendo o nome da instituição de ensino, sem
a prévia autorização da direção;
Art. 239 - A prática de atos de indisciplina realizados pelos
estudantes, não poderá resultar na aplicação, por parte das autoridades escolares,
em sanções que impeçam o exercício do direito fundamental à educação por parte
das crianças e adolescentes.
122
Art. 240 - Os fatos ocorridos em desacordo com o disposto no
Regimento Escolar serão apurados ouvindo-se os envolvidos e registrando-se em
ata, com as respectivas assinaturas.
CAPÍTULO II
Do Agente Educacional I e II
SEÇÃO I Dos Direitos
Art. 241 - Aos agentes educacionais I, que desempenham suas
funções nas áreas de concentração: Manutenção de Infraestrutura Escolar e
Preservação do Meio Ambiente, Alimentação Escolar e Interação com o Estudante;
e aos agentes educacionais II que desempenham suas funções nas áreas de
concentração: Administração e Operação de Multimeios Escolares, além dos direitos
que lhes são assegurados, têm, ainda, as seguintes prerrogativas:
I. ser respeitado na condição de profissional atuante na área da
educação e no desempenho de suas funções;
II. utilizar-se das dependências, das instalações e dos recursos
materiais da instituição, necessários ao exercício de suas funções;
III. participar da elaboração e implementação do Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica;
IV. colaborar na implementação da Proposta Pedagógica
Curricular/Plano de Curso definida no Projeto Político-Pedagógico/Proposta
Pedagógica;
V. requisitar o material necessário à sua atividade, dentro das
possibilidades da instituição de ensino;
VI. sugerir aos diversos setores de serviços da instituição de ensino,
ações que viabilizem um melhor funcionamento de suas atividades;
VII. ter assegurado o direito de votar e/ou ser votado como
representante no Conselho Escolar e associações afins;
VIII. participar de associações e/ou agremiações afins;
123
IX. tomar conhecimento das disposições do Regimento Escolar e
do(s) regulamento(s) interno(s) da instituição de ensino;
X. assegurar o sigilo do nome de registro civil de estudantes,
respeitando sua identidade de gênero;
XI. utilizar o nome social de estudantes nos registros escolares
internos, conforme legislação vigente;
XII. participar das medidas para prevenir a ocorrência de atos de
indisciplina ou infracionais, promovendo a prevenção/mediação de conflitos;
XIII. contribuir com a prevenção da ocorrência de casos de
“bullying”, estabelecendo ações que promovam a cultura de Educação em Direitos
Humanos.
Seção II Dos Deveres
Art. 242 - Aos agentes educacionais I e II compete:
I. cumprir e fazer cumprir os horários e Calendário Escolar;
II. ser assíduo, comunicando com antecedência, sempre que
possível, os atrasos e faltas eventuais;
III. contribuir, no âmbito de sua competência, para que a instituição
de ensino cumpra sua função;
IV. desempenhar sua função de modo a assegurar o princípio
constitucional de igualdade de condições para o acesso e a permanência do
estudante na instituição de ensino;
V. promover relações cooperativas no ambiente escolar;
VI. manter ambiente favorável ao desenvolvimento do processo de
trabalho escolar;
VII. colaborar na realização dos eventos da instituição de ensino
quando convocado;
VIII. comparecer às reuniões do Conselho Escolar, quando membro
representante do seu segmento;
IX. zelar pela manutenção e conservação das instalações escolares;
124
X. contribuir com as atividades de articulação da instituição de
ensino com as famílias e a comunidade;
XI. cumprir as atribuições inerentes ao seu cargo;
XII. tomar conhecimento das disposições contidas no Regimento
Escolar;
XIII. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais e a
orientação sexual de qualquer membro da comunidade escolar;
XIV. denunciar situações de discriminação e preconceito étnico-
racial, de gênero, de orientação sexual, de identidade de gênero, de religião, de
território, sofrido ou presenciado na comunidade escolar;
XV. comunicar à autoridade policial quando verificado ato infracional
cometido por criança ou adolescente, tal como contra criança ou adolescente;
XVI. participar das ações de mobilização com a comunidade escolar
a fim de propor medidas de prevenção às violências;
XVII. prevenir situações de “bullying” estabelecendo medidas que
promovam a cultura de Educação em Direitos Humanos;
XVIII. denunciar os casos suspeitos de desrespeito aos Direitos
Humanos contra a população infanto-juvenil, conforme legislação vigente;
XIX. cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Seção III Das Proibições
Art. 243 - Aos agentes educacionais I e II é proibido:
I. tomar decisões individuais que venham prejudicar o processo
pedagógico e o andamento geral da instituição de ensino;
II. retirar e utilizar qualquer documento ou material pertencente à
instituição de ensino, sem a devida permissão do órgão competente;
III. discriminar, usar de violência simbólica, agredir fisicamente e/ou
verbalmente qualquer membro da comunidade escolar;
IV. ausentar-se da instituição de ensino no seu horário de trabalho
sem a prévia autorização do setor competente;
V. expor estudantes, colegas de trabalho ou qualquer pessoa da
comunidade a situações constrangedoras;
125
VI. receber pessoas estranhas ao funcionamento da instituição de
ensino durante o período de trabalho, sem prévia autorização do órgão competente;
VII. ocupar-se, durante o período de trabalho, de atividades
estranhas à sua função;
VIII. transferir a outra pessoa o desempenho do encargo que lhe foi
confiado;
IX. divulgar assuntos que envolvam direta ou indiretamente o nome
da instituição de ensino, por qualquer meio de publicidade, sem prévia autorização
da direção e/ou do Conselho Escolar;
X. promover excursões, jogos, coletas, lista de pedidos, vendas ou
campanhas de qualquer natureza, que envolvam o nome da instituição de ensino,
sem a prévia autorização da direção;
XI. comparecer ao trabalho e aos eventos da instituição de ensino
embriagado ou com sintomas de ingestão e/ou uso de substâncias psicoativas
ilícitas;
XII. fumar nas dependências da instituição de ensino.
Art. 244 - Os fatos ocorridos em desacordo com o disposto no
Regimento Escolar serão apurados, ouvindo-se os envolvidos e registrando-se em
ata, com as respectivas assinaturas.
CAPÍTULO III
Dos Estudantes
SEÇÃO I Dos Direitos
Art. 245 - Aos estudantes, além dos direitos que lhes são
assegurados pela Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Estatuto da Criança e do Adolescente e demais legislações vigentes, são
garantidos:
I. tomar conhecimento das disposições do Regimento Escolar e
do(s) regulamento(s) interno(s) da instituição de ensino, no ato da matrícula;
126
II. ter assegurado que a instituição de ensino cumpra a sua função
de efetivar o processo de ensino-aprendizagem;
III. ter assegurado o princípio constitucional de igualdade de
condições para o acesso e permanência na instituição de ensino;
IV. ser respeitado, sem qualquer forma de discriminação;
V. solicitar orientação dos diversos setores da instituição de ensino;
VI. utilizar os serviços, as dependências escolares e os recursos
materiais da instituição de ensino, de acordo com as normas estabelecidas nos
regulamentos internos;
VII. participar das aulas e das demais atividades escolares;
VIII. ter assegurada a prática, facultativa, da Educação Física, nos
casos previstos em lei;
IX. ter ensino de qualidade ministrado por profissionais habilitados
para o exercício de suas funções e atualizados em suas áreas de conhecimento;
X. ter acesso a todos os conteúdos previstos na Proposta
Pedagógica Curricular/Plano de Curso da instituição de ensino;
XI. participar de forma representativa na construção,
acompanhamento e avaliação do Projeto Político-Pedagógico/Proposta Pedagógica;
XII. ser informado sobre o Sistema de Avaliação da instituição de
ensino;
XIII. tomar conhecimento do seu aproveitamento escolar e de sua
frequência, no decorrer do processo de ensino-aprendizagem;
XIV. solicitar, pelos pais ou responsáveis, quando criança ou
adolescente, revisão do aproveitamento escolar, dentro do prazo máximo de 72
(setenta e duas) horas úteis, a partir da divulgação do mesmo;
XV. ter assegurado o direito à recuperação de estudos, no decorrer
do ano letivo, mediante metodologias diferenciadas que possibilitem sua
aprendizagem;
XVI. contestar os critérios avaliativos que julgar estar em divergência
do contido no disposto deste Regimento Escolar, podendo recorrer ao Conselho
Escolar e instâncias superiores;
127
XVII. requerer transferência, quando maior ou quando criança e
adolescente por meio dos pais ou responsáveis;
XVIII. reposição das aulas e conteúdos, cumprindo o mínimo de 800
(oitocentas) horas e 200 (duzentos) dias letivos de efetivo trabalho escolar, conforme
previsto na LDBEN e na instrução de Calendário Escolar vigente;
XIX. ter assegurado o direito de votar e/ou ser votado representante
no Conselho Escolar e no Grêmio Estudantil;
XX. participar do Grêmio Estudantil;
XXI. representar ou fazer-se representar nas reuniões do Pré-
Conselho, do Conselho Participativo, do Conselho de Avaliação da Educação de
Jovens e Adultos e do Conselho de Classe;
XXII. atividades avaliativas pré-estabelecidas, em caso de faltas,
mediante atestado médico;
XXIII. atendimento de escolarização hospitalar, quando
impossibilitado de frequentar a instituição de ensino por motivos de enfermidade, em
virtude de situação de internamento hospitalar;
XXIV. o processo de ensino-aprendizagem, com acompanhamento
pedagógico da instituição de ensino, quando impossibilitado de frequentar as aulas
por motivo de enfermidade ou gestação, mediante laudo médico;
XXV. ter registro de carga horária cumprida pelo estudante, no
Histórico Escolar, das atividades pedagógicas complementares e do estágio não
obrigatório;
XXVI. requerer por escrito, a inserção do nome social em registros
escolares internos, conforme legislação vigente;
XXVII. ter respeitada a sua identidade de gênero e ser tratado pelo
nome social, no âmbito escolar;
XXVIII. denunciar situações de discriminação e preconceito étnico-
racial, de gênero, de orientação sexual, de identidade de gênero, de religião, de
território, sofrido ou presenciado na comunidade escolar;
XXIX. ambiente escolar que promova uma Educação em Direitos
Humanos e de respeito às diversidades;
XXX. receber AEE, quando necessário.
128
Seção II Dos Deveres
Art. 246 - São deveres dos estudantes:
I. manter e promover relações de cooperação no ambiente escolar;
II. realizar as tarefas escolares definidas pelos docentes;
III. atender às determinações dos diversos setores da instituição de
ensino, nos respectivos âmbitos de competência;
IV. participar de todas as atividades curriculares programadas e
desenvolvidas pela instituição de ensino;
V. comparecer às reuniões do Conselho Escolar, quando membro
representante do seu segmento;
VI. cooperar na manutenção da higiene e na conservação das
instalações escolares;
VII. zelar pelo patrimônio público, e em caso de dano intencional e
comprovada a sua autoria, caberá encaminhamento aos órgãos responsáveis;
VIII. cumprir as ações pedagógicas disciplinares propostas pela
instituição de ensino;
IX. providenciar e dispor, sempre que possível, do material solicitado
e necessário ao desenvolvimento das atividades escolares;
X. tratar com respeito e sem discriminação professores, funcionários
e colegas;
XI. comunicar aos pais ou responsáveis sobre reuniões,
convocações e avisos gerais, sempre que lhe for solicitado;
XII. comparecer pontualmente às aulas e demais atividades
escolares; XIII. manter-se em sala durante o período das aulas;
XIV. comunicar qualquer irregularidade de que tiver conhecimento
ao setor competente;
XV. apresentar justificativa dos pais ou responsáveis, à equipe
pedagógica, ao entrar após o horário de início das aulas;
129
XVI. apresentar à equipe pedagógica o atestado médico e/ou
justificativa dos pais ou responsáveis, quando criança ou adolescente, em caso de
falta às aulas, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas;
XVII. zelar e devolver os livros didáticos recebidos e os pertencentes
à biblioteca escolar;
XVIII. observar a organização do horário semanal, deslocando-se
para as atividades e locais determinados, dentro do prazo estabelecido;
XIX. respeitar a identidade de gênero de travestis e transexuais e a
orientação sexual de qualquer membro da comunidade escolar;
XX. denunciar situações de discriminação e preconceito étnico-
racial, de gênero, de orientação sexual, de identidade de gênero, de religião, de
território, sofrido ou presenciado na comunidade escolar;
XXI. denunciar os casos suspeitos de desrespeito aos Direitos
Humanos contra a população infanto-juvenil conforme legislação vigente;
XXII. participar de medidas para prevenir a ocorrência de atos de
indisciplina;
XXIII. cooperar com as medidas preventivas nos casos de “bullying”;
XXIV. respeitar a propriedade alheia;
XXV. comparecer à instituição de ensino devidamente uniformizado,
quando o uso obrigatório do uniforme for aprovado pelo Conselho Escolar e pela
APMF.
Seção III - Das Proibições
Art. 247 - Ao estudante é vetado:
I. prejudicar o processo pedagógico e o bom andamento das
atividades escolares;
II. ocupar-se, durante o período de aula, de atividades contrárias
ao processo pedagógico;
III. retirar e utilizar, sem a devida permissão do órgão competente,
qualquer documento ou material pertencente à instituição de ensino;
IV. trazer para a instituição de ensino qualquer material não
pedagógico;
130
V. ausentar-se da instituição de ensino sem prévia autorização dos
pais ou responsáveis e do órgão competente;
VI. receber, durante o período de aula, pessoas estranhas ao
funcionamento da instituição de ensino;
VII. discriminar, usar de violência, agredir fisicamente e/ou
verbalmente colegas, professores e demais funcionários da instituição de ensino;
VIII. expor colegas, funcionários, professores ou qualquer pessoa da
comunidade a situações constrangedoras;
IX. entrar e sair da sala durante a aula, sem a prévia autorização do
respectivo professor;
X. consumir, portar, manusear ou ingerir qualquer tipo de substância
psicoativa lícita ou ilícita nas dependências da instituição de ensino, bem como
comparecer às aulas sob efeito de tais substâncias;
XI. fumar nas dependências da instituição de ensino;
XII. utilizar-se de aparelhos eletrônicos na sala de aula, que não
estejam vinculados ao processo ensino-aprendizagem;
XIII. danificar os bens patrimoniais da instituição de ensino ou
pertences de seus colegas, funcionários e professores;
XIV. carregar material que represente perigo para sua integridade
moral e/ou física ou de outrem;
XV. divulgar, por qualquer meio de publicidade, ações que envolvam
direta ou indiretamente o nome da instituição de ensino, sem prévia autorização da
direção e/ou do Conselho Escolar;
XVI. promover excursões, jogos, coletas, rifas, lista de pedidos,
vendas ou campanhas de qualquer natureza, no ambiente escolar, sem a prévia
autorização da direção;
XVII. rasurar ou adulterar qualquer documento escolar;
XVIII. utilizar de fraudes no desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem;
XIX. impedir colegas de participar das atividades escolares ou incitá-
los à ausência.
131
SEÇÃO IV Das Ações Pedagógicas, Educativas e Disciplinares aplicadas aos
estudantes
Art. 248 - O estudante que deixar de cumprir ou transgredir, de
alguma forma, as disposições contidas no Regimento Escolar ficará sujeito às
seguintes ações:
I. orientação disciplinar com ações pedagógicas dos professores,
equipe pedagógica e direção;
II. registro dos fatos ocorridos envolvendo o estudante, com
assinatura dos pais ou responsáveis, quando menor;
III. comunicado por escrito, com ciência e assinatura dos pais ou
responsáveis, quando criança ou adolescente.
Art. 249 - O ato de indisciplina será apurado pela direção da
instituição de ensino e/ou pelo Conselho Escolar, com a participação de demais
instâncias colegiadas, quando se fizer necessário.
Art. 250 - Os atos de indisciplina serão analisados na esfera
pedagógica e administrativa da escola, aplicando as ações pedagógicas, educativas
e disciplinares previstas no Regimento Escolar, e, depois de esgotados todos os
recursos pedagógicos, deve-se acionar a Rede de Proteção Social dos Direitos de
Crianças e Adolescentes.
Art. 251 - A prática de atos de indisciplina não pode resultar na
aplicação, por parte das autoridades escolares, de sanções que impeçam o
exercício do direito fundamental à educação por parte das crianças ou adolescentes.
Art. 252 - Todas as ações pedagógicas disciplinares previstas no
Regimento Escolar serão devidamente registradas em ata e apresentadas aos
responsáveis e demais órgãos competentes para ciência das ações tomadas.
132
Art. 253 - O uso do uniforme é obrigatório, mediante aprovação do
Conselho Escolar e da APMF.
§ 1º O não uso do uniforme pelo estudante prevê as seguintes
medidas pela instituição de ensino:
I. registro dos fatos da ausência do uso do uniforme, envolvendo o
estudante, com assinatura dos pais ou responsáveis, quando menor;
II. comunicado por escrito, com ciência e assinatura dos pais ou
responsáveis, quando criança ou adolescente, em virtude do falta de uso do
uniforme no seu comparecimento às aulas, evitando, assim, situação de
vulnerabilidade ante os perigos que rondam a escola;
III. convocação dos pais ou responsáveis, quando criança ou
adolescente, com registro e assinatura, e/ou Termo de Compromisso,
conscientizando os estudantes e seus responsáveis, incutindo nos estudantes
noções básicas de cidadania e na prevenção da vulnerabilidade ante os perigos que
rondam a escola, pela não utilização do uniforme;
IV. empréstimo do uniforme para utilização no ambiente escolar.
§ 2º O estudante não poderá ser exposto à situação vexatória pela
não utilização do uniforme.
Art. 254 - O ato de indisciplina previsto nesse Regimento Escolar e
o procedimento para a aplicação de ações pedagógicas, educativas e disciplinares
obedecem rigorosamente ao princípio da legalidade, considerando o amplo direito
de defesa e o contraditório.
Art. 255 - O estudante, bem como, pais ou responsáveis deverão
ser formalmente cientificados, por escrito, da imputação que lhes é feita e
informados que a conduta praticada refere-se a violação de norma contida no
Regimento Escolar, sem prejuízo de outras consequências/medidas.
Art. 256 - Todas as ações pedagógicas disciplinares previstas no
Regimento Escolar serão devidamente registradas em ata e apresentadas aos
responsáveis e, caso necessário, aos demais órgãos competentes, para ciência das
ações tomadas.
133
CAPÍTULO IV
Dos Direitos, Deveres e Proibições dos Pais ou Responsáveis
Seção I Dos Direitos
Art. 257 - Os pais ou responsáveis, além dos direitos outorgados
pela legislação vigente, têm ainda as seguintes prerrogativas:
I. serem respeitados na condição de pais ou responsáveis,
interessados no processo educacional desenvolvido na instituição de ensino;
II. participarem da elaboração e implementação do Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica;
III. terem conhecimento efetivo do Projeto Político-
Pedagógico/Proposta Pedagógica, e das disposições contidas neste Regimento
Escolar;
IV. sugerirem, aos diversos setores da instituição de ensino, ações
que viabilizem melhor funcionamento das atividades;
V. serem informados sobre o Sistema de Avaliação da
Aprendizagem da instituição de ensino;
VI. serem informados, no decorrer do ano letivo, sobre a frequência
e rendimento escolar obtido pelo estudante;
VII. terem acesso ao Calendário Escolar da instituição de ensino;
VIII. solicitarem, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas
úteis, a partir da divulgação dos resultados, pedido de revisão de notas do
estudante;
IX. terem assegurada autonomia na definição dos seus
representantes no Conselho Escolar;
X. contestarem critérios avaliativos, encaminhamentos pedagógicos
e demais disposições que julguem estar em divergência do contido no disposto
deste Regimento Escolar, podendo recorrer ao Conselho Escolar e instâncias
superiores;
XI. terem garantido o princípio constitucional de igualdade de
condições para o acesso e a permanência do estudante na instituição de ensino;
134
XII. terem assegurado o direito de votar e/ou ser votado
representante no Conselho EscoIar e associações afins;
XIII. representarem e/ou serem representados, na condição de
segmento, no Conselho Escolar;
XIV. participarem das ações que promovam a cultura de Educação
em Direitos Humanos.
Seção II Dos Deveres
Art. 258 - Aos pais ou responsáveis, além de outras atribuições
legais, compete:
I. matricular o estudante na instituição de ensino, de acordo com a
legislação vigente;
II. manter relações cooperativas no âmbito escolar;
III. assumir junto à instituição de ensino ações de
corresponsabilidade que assegurem a formação educativa do estudante;
IV. assegurar o comparecimento e a permanência do estudante na
instituição de ensino;
V. respeitar a decisão do Conselho Escolar quanto ao uso do
uniforme pelo estudante no ambiente escolar;
VI. não será permitido o uso de boné dentro da instituição de ensino.
VII. respeitar os horários estabelecidos pela instituição de ensino
para o bom andamento das atividades escolares;
VII. requerer transferência quando responsável pelo estudante,
criança ou adolescente;
IX. identificar-se na secretaria da instituição de ensino, para que seja
encaminhado a atendimentos;
X. comparecer às reuniões e demais convocações do setor
pedagógico e administrativo da instituição de ensino, sempre que se fizer
necessário;
XI. comparecer às reuniões do Conselho Escolar de que, por força
do Regimento Escolar, for membro inerente;
135
XII. acompanhar o desenvolvimento escolar do estudante pelo qual
é responsável;
XIII. encaminhar e acompanhar o estudante pelo qual é responsável
aos atendimentos especializados, solicitados pela instituição de ensino e ofertados
pelas instituições públicas;
XIV. respeitar e fazer cumprir as decisões tomadas nas assembleias
de pais ou responsáveis para as quais for convocado;
XV. apresentar à equipe pedagógica, o atestado médico e/ou
justificativa, em caso de falta às aulas, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito)
horas;
XVI. denunciar os casos suspeitos de desrespeito aos Direitos
Humanos contra a população infanto-juvenil, conforme legislação vigente;
XVII. prevenir todas as formas de violência no ambiente escolar;
XVII. cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Art. 259 - Os pais ou responsáveis serão notificados sobre atrasos
no comparecimento do estudante às aulas.
Art. 260 - Cabe aos pais ou responsáveis pelos estudantes que
deixarem de cumprir ou transgredir de alguma forma as disposições contidas no
Regimento Escolar tomarem ciência das ações pedagógicas educativas aplicadas,
comparecendo, quando convocados pela direção, assinando o registro dos fatos
ocorridos envolvendo os estudantes.
Art. 261 - Em qualquer hipótese, os pais ou responsáveis pela
criança ou adolescente, após serem notificados e orientados, poderão acompanhar
todo procedimento disciplinar e interpor os recursos administrativos, caso julguem
necessário.
Art. 262 - O ato infracional será apurado pela autoridade policial,
com acompanhamento dos pais ou responsáveis dos estudantes envolvidos.
136
SEÇÃO III Das Proibições
Art. 263 - Aos pais ou responsáveis é vetado:
I. tomar decisões individuais que venham a prejudicar o
desenvolvimento escolar do estudante pelo qual é responsável, no âmbito da
instituição de ensino;
II. interferir no trabalho dos docentes, entrando em sala de aula ou
acompanhar o estudante durante a aula, sem a permissão do setor competente;
III. retirar e utilizar, sem a devida permissão do órgão competente,
qualquer documento ou material pertencente à instituição de ensino;
IV. desrespeitar qualquer integrante da comunidade escolar,
inclusive o estudante pelo qual é responsável, discriminando-o ou utilizando-se de
violência;
V. expor o estudante pelo qual é responsável, funcionário, professor
ou qualquer pessoa da comunidade, a situações constrangedoras;
VI. divulgar, por qualquer meio de publicidade, assuntos que
envolvam direta ou indiretamente o nome da instituição de ensino, sem prévia
autorização da direção e/ou do Conselho Escolar;
VII. promover excursões, jogos, coletas, lista de pedidos, vendas ou
campanhas de qualquer natureza, em nome da instituição de ensino, sem a prévia
autorização da direção;
VIII. comparecer a reuniões ou eventos da instituição de ensino
embriagado ou com sintomas de ingestão e/ou uso de substâncias psicoativas
ilícitas;
IX. fumar nas dependências da instituição de ensino;
X. permitir o uso de aparelhos eletrônicos pelo estudante do qual é
responsável, na sala de aula, que não estejam vinculados ao processo ensino-
aprendizagem.
Art. 264 - Os fatos ocorridos em desacordo com o disposto no
Regimento Escolar serão apurados, ouvindo-se os envolvidos e registrando-se em
ata, com as respectivas assinaturas.
137
Parágrafo Único – Nos casos de recusa de assinatura do registro,
por parte da pessoa envolvida, o mesmo será validado por assinaturas de
testemunhas.
TÍTULO IV
Disposições gerais e transitórias
CAPÍTULO V
Das disposições finais
Art. 265 - A comunidade escolar deverá acatar e respeitar o
disposto no Regimento Escolar, apreciado pelo Conselho Escolar e aprovado pelo
NRE, mediante Ato Administrativo.
Art. 266 - O Regimento Escolar pode ser modificado sempre que o
aperfeiçoamento do processo educativo assim o exigir, quando da alteração da
legislação vigente, sendo as suas modificações orientadas pela SEED, por Adendo
de Alteração e/ou de Acréscimo, devendo ser submetido à apreciação do Conselho
Escolar, com análise e aprovação do NRE.
Art. 267 - Todos os profissionais em exercício na instituição de
ensino e representantes da comunidade escolar (estudantes regularmente
matriculados e pais ou responsáveis) devem participar da elaboração coletiva do
Regimento Escolar da instituição.
Art. 268 - Os casos omissos no Regimento Escolar serão analisados
pelo Conselho Escolar e, se necessário, encaminhados aos órgãos superiores
competentes.
Art. 269 - O Regimento Escolar entrará em vigor no período letivo
subsequente à sua homologação, pelo NRE.
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
138
As Equipes Multidisciplinares são instâncias de organização do
trabalho escolar, preferencialmente coordenadas pela equipe pedagógica, e
instituídas por instrução da SUED/SEED, de acordo com o disposto no art. 8º da
Deliberação nº 04/06-CEE/PR, com a finalidade de orientar e auxiliar o
desenvolvimento das ações relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena, ao longo do período
letivo.
Constituem-se por meio da articulação das disciplinas da Base
Nacional Comum, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais da
Educação Básica e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, com
vistas a tratar da História e da Cultura da África, dos Africanos, Afrodescendentes e
Indígenas no Brasil, na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e indígena
olhe positivamente, pela valorização da história de seu povo, da cultura, da
contribuição para o país e para a humanidade.
REGIMENTO ESCOLAR
O regime disciplinar é decorrente das disposições legais, das
determinações deste documento e do regimento escolar.
A escola aplicará as sanções disciplinares:
a) Advertência oral ou escrita (comunicação aos pais, ao Conselho
Tutelar ou Ministério Público);
b) Afastamento temporário, de até trinta dias;
c) Aplicação de medidas socioeducativas, de conformidade com o
Estatuto da Criança e Adolescente.
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Conforme Art. 228 do Regimento Escolar a avaliação Institucional
ocorrerá por meio de mecanismos criados pela instituição de ensino e/ou pela
SEED, prevendo-se a análise crítica de resultados e do processo de gestão em
todas as etapas hierárquicas da instituição.
139
Parágrafo Único - A Avaliação Institucional ocorrerá anualmente,
preferencialmente no final do ano letivo, e subsidiará a organização do Plano de
Ação da Instituição de Ensino no ano subsequente
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente Projeto Político Pedagógico atende ao proposto na LDB
nº 9394/96, nas Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais na Deliberação nº
14/99 – CEE e para a sua elaboração necessitou rever suas práticas e posturas com
o intuito de estar sintonizada com tais mudanças, para tanto aplicou um questionário
como instrumento de pesquisa, bem como promoveu espaço de discussão e análise
de questões pertinentes.
Neste processo de reconstrução revisitou-se o seu Projeto Político-
Pedagógico anterior para que de forma coletiva, democrática e transparente
pudesse discutir, com diversos segmentos, novas propostas para a escola, em
encontros com membros do Conselho Escolar, APMF, alunos (as), professores (as),
equipe pedagógica e direção. A cada encontro, a construção era socializada com o
grupo para sugestões, alterações e adendos, com a finalidade de contribuir para o
aprimoramento.
O documento contudo, por sua natureza, não é completo e acabado,
pelo contrário, tem-se a clareza que deve ser revisto constantemente, de modo a
atender as demandas e garantir o sucesso do processo educativo.
140
REFERÊNCIAS
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143
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - Ensino Fundamental II
A Proposta Pedagógica Curricular - PPC - é parte integrante do
Projeto Político Pedagógico – PPP – e contempla os conteúdos estruturantes e
básicos de cada disciplina, bem como informações teóricas que dão suporte ao
trabalho pedagógico; traça estratégias norteadores do trabalho do professor para
que se efetive a apropriação do conhecimento no educando.
Essa Proposta Pedagógica Curricular inclui os desafios
educacionais contemporâneos e reorganiza os conteúdos segundo a relação de
conteúdos básicos/estruturantes previstos nas Diretrizes Curriculares Educacionais
– DCEs, quais sejam, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento à
violência nas escolas, História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena,
Prevenção ao uso indevido de drogas, Sexualidade, Estatuto do Idoso, Estatuto da
Criança e Adolescente e Direitos Humanos.
Desafios Educacionais contemporâneos são demandas que se
inserem nas diferentes disciplinas do currículo, muitas vezes oriundas dos
movimentos sociais e, por isso, presentes na sociedade contemporânea. São de
relevância para a comunidade escolar pois estão presentes nas experiências,
práticas, representações e identidades de educandos e educadores. (CDEC / DEDI,
2007).
Nem todas as disciplinas têm, em seus conteúdos e referenciais
teórico metodológicos, condições de abarcar todos esses temas. Por isso os
desafios educacionais contemporâneos não se impõem à disciplina em uma relação
artificial e arbitrária; devem sim, ser contemplados pelo conteúdo da disciplina em
seu contexto, transversalizando-os.
144
CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
O ensino de Ciências justifica-se pela necessidade de levar os
educandos a entenderem as relações que ocorrem entre os seres humanos, os
demais seres vivos e natureza na busca de condições favoráveis de sobrevivência,
respeitando tanto os valores construídos na coletividade e transmitidos
culturalmente, e com a própria natureza. Natureza essa, aqui entendida, como um
conjunto de elementos integradores que compõe o universo, resultantes das
relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento,
força, campo, energia e vida.
A disciplina tem por objetivo a superação de concepções empíricas
dos estudantes através da compreensão do processo de formação dos conceitos
científicos, mediada pela interpretação racional dos fenômenos naturais, apontando
alternativas de domínio e apropriação dos recursos naturais de forma consciente
numa perspectiva que respeite as vertentes sociais, econômicas, éticas e políticas.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes
➢ Astronomia
➢ Matéria
➢ Sistemas Biológicos
➢ Energia
➢ Biodiversidade
Conteúdos Básicos
6º ANO
Astronomia Matéria Sistemas
Biológicos
Energia Biodiversidade
Universo
Sistema Solar
Movimentos
Terrestres
Astros
Constituição
da matéria
Níveis de
organização
celular
Formas de
energia
Conversão de
energia
Transmissão
Organização
dos seres vivos
Ecossistema
Evolução dos
seres vivos
145
de energia
7º ANO
Astronomia Matéria Sistemas
Biológicos
Energia Biodiversidade
Astros
Movimentos
terrestres
Movimentos
celestes
Constituição
da matéria
Célula
Morfologia e
Fisiologia dos
seres vivos
Formas de
energia
Transmissão
de energia
Origem da vida
Organização
dos seres vivos
8º ANO
Astronomia Matéria Sistemas
Biológicos
Energia Biodiversidade
Origem e
evolução do
universo
Origem e
evolução do
universo
Constituição
da matéria
Célula
Morfologia e
Fisiologia dos
seres vivos
Formas de
energia
Evolução dos
seres vivos
9º ANO
Astronomia Matéria Sistemas
Biológicos
Energia Biodiversidade
Astros
Gravitação
universal
Propriedades
da matéria
Célula
Morfologia e
Fisiologia dos
seres vivos
Mecanismos
de Herança
Genética
Formas de
energia
Conservação
de energia
Interações
ecológicas
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A Ciência, aqui entendida como processo de construção humana,
provisória, falível e intencional, cujos conteúdos estruturantes se desdobram em
conteúdo específicos da disciplina de Ciências. Recomenda-se que esses conteúdos
sejam abordados de forma consistente, crítica, histórica, e relacionados à ciência, à
146
tecnologia e à sociedade. Desse modo, o currículo de Ciências pode propiciar
condições para que professores e alunos discutam, analisem, argumentem e
avancem na compreensão do seu papel frente às demandas sociais, pois questões
de saúde, sexualidade e meio ambiente, entre outras, são tradicionalmente
incorporadas aos conteúdo específicos e, portanto, imprescindíveis à disciplina de
Ciências.
Dessa forma, os conteúdos específicos passam a ser entendidos
como expressão complexa da realidade e deixam de ser compreendidos como
elementos fragmentados, neutros e a-históricos do currículo. Ou seja, cada conteúdo
específico é analisado, compreendido e adquirido em meio a um dinamismo social,
de modo que é preciso delinear um caminho para dar conta desse desafio na escola.
Pautado nessa concepção, o processo de ensino e aprendizagem
de Ciências valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência, o
questionamento das certezas e incertezas, e faz superar o tratamento curricular dos
conteúdos por eles mesmos, de modo a dar prioridade à sua função social. A leitura
e análise crítica dessa realidade social possibilita um novo encaminhamento
pedagógico porque propõe que ela seja interpretada em sua conjuntura e vinculada
à especificidade teórico-prática da sala de aula. Sob essa visão, o referencial do
processo de ensino e aprendizagem “não será [somente] a escola nem a sala de
aula, mas a realidade social” (GASPARIM, 2003, p. 3-4)
O currículo de Ciências no Ensino Fundamental contribui,
juntamente com os conhecimentos físicos, químicos e biológicos como instrumental
que favorece a reflexão, a noção de contexto e a articulação dos conteúdos
específicos. Assim, uma análise crítica sobre a relação entre ciência, tecnologia e
sociedade deve, necessariamente, levar em conta:
● aspectos sociais, políticos, econômicos e éticos, abordados em
Ciências por meio da historicidade da produção do conhecimento
científico;
● a intencionalidade inerente ao processo de produção;
● a provisoriedade dos conhecimentos científicos e sua aplicação;
● as relações e inter-relações entre os sujeitos do processo de
ensino e aprendizagem;
147
● o objeto de estudo da disciplina, entre outros.
Segundo as DCEs, o currículo de Ciências deve propiciar aos alunos
que estabeleçam as relações entre o mundo natural (conteúdo da ciência), o mundo
construído pelo homem (tecnologia) e seu cotidiano (sociedade); e que tenham
potencializada a função social da disciplina para se orientarem e,
consequentemente, tomarem decisões como sujeitos transformadores.
A característica da abordagem de ensino na perspectiva CTS é o
compromisso com o ensino dos conteúdos específicos e conceitos científicos, os
quais são tratados no currículo em função de questões sociais que devem ser
analisadas e sistematizadas pelos alunos, tendo em vista a transformação da
sociedade, e não uma abordagem de conteúdos desvinculados de questionamentos
sociais, econômicos, políticos e éticos. Os conteúdos específicos poderão ser
abordados em suas inter-relações com outros conteúdos e disciplinas, considerados
seus aspectos conceituais, científicos, históricos, econômicos, políticos e sociais,
que devem ficar evidentes no processo de ensino e de aprendizagem da disciplina
(GASPARIM, 2003)
Para tanto, cabe ao professor a mediação dos conteúdos pautada
na análise discursiva interdisciplinar, contextualizando questões sociais, culturais,
éticas e políticas inerentes.
AVALIAÇÃO
A avaliação para o ensino de Ciências deve priorizar aspectos
qualitativos, entendida como uma ação educativa que prioriza a ação, movimento e
provocação, buscando a reciprocidade intelectual do educando. De acordo com a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação a avaliação dentro do espaço escolar deve
ser contínua e cumulativa, valorizando o conhecimento alternativo do aluno,
construído no seu cotidiano e através das atividades experimentais.
Caberá ao professor selecionar estratégias que valorizem a
atividade experimental, observação, atividades individuais e em grupos, leitura
científica e pesquisas, recursos instrucionais e o lúdico, visando uma aprendizagem
significativa por parte do educando.
148
É necessário que o processo avaliativo ocorra de forma sistemática
e a partir de critérios estabelecidos pelo professor, relativamente:
● Aos conhecimentos acumulados pelos alunos e à prática social
deles;
● Ao confronto entre esses conhecimentos e os conteúdos
específicos;
● Às relações e interações estabelecidas em seu progresso
cognitivo, no cotidiano escolar e fora dele.
Nesta perspectiva torna-se imprescindível, assim, a coerência entre
o planejamento, o encaminhamento metodológico e o processo avaliativo, a fim de
que os critérios de avaliação estejam ligados ao propósito do processo pedagógico,
à aquisição dos conteúdos específicos e à ampliação de seu referencial de análise
crítica da realidade.
Vale ressaltar que nas Diretrizes não consta a opção de trabalhar os
conteúdos estruturantes separados por série específica, no entanto optou-se pela
seriação, considerando os indicativos de avaliação, tais como:
● a série em que a turma se encontra;
● o nível cognitivo dos alunos;
● as diferentes formas de apropriação dos conteúdos específicos;
● o planejamento das ações pedagógicas.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes
Curriculares de Ciências para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
ARTE
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Arte, enquanto conhecimento elaborado historicamente, traz
culturalmente a visão particular do artista, seu olhar crítico e sensível sobre o
mundo, revelando-se como fonte de compreensão de conceitos de um período. Esta
proposta visa a educação dos sentidos, para a apropriação do saber artístico e
149
estético, de modo a possibilitar o desenvolvimento dos aspectos cognitivo,
perceptivo, criativo e expressivo nas linguagens da dança, arte visual, musical e
cênica, por meio da fruição, apreciação e reflexão do fazer, da leitura deste fazer e
da sua inserção na sociedade construída historicamente e em constante
transformação.
O ensino de Arte deve basear-se num processo contínuo e
significativo de reflexão sobre a realidade em consonância com finalidade da
Educação, objetivos específicos da disciplina, os conteúdos programados (os
aspectos teóricos) e a metodologia proposta. Pretende-se que os alunos adquiram
conhecimentos sobre a diversidade de pensamento e de criação artística para
expandir sua capacidade de criação e efetivação do pensamento crítico.
De acordo com os pressupostos teóricos das DCEs a Arte foi aqui
abordada a partir dos campos conceituais que historicamente têm produzido estudos
sobre ela, quais sejam: o conhecimento estético, relacionado à apreensão do objeto
artístico como criação de cunho sensível e cognitivo; e ao conhecimento da
produção artística, relacionado aos processos do fazer e da criação.
Orientada por esses campos conceituais, a construção do
conhecimento em Arte se efetiva na relação entre o estético e o artístico,
materializada nas representações artísticas. Apesar de suas especificidades, esses
campos conceituais são interdependentes e articulados entre si, abrangendo todos
os aspectos do conhecimento em Arte.
A disciplina de Arte, além de promover conhecimento sobre as
diversas áreas do conhecimento, deve possibilitar ao aluno a experiência de um
trabalho de criação total e unitário. O aluno pode, assim, dominar todo o processo
produtivo, desde a criação do projeto, a escolha dos materiais e do instrumental
mais adequado aos objetivos que estabeleceu, a metodologia que adotada e,
finalmente, a produção e a destinação que dará ao objeto criado.
Além disso, a disciplina de Arte tem uma forte característica
interdisciplinar que possibilita a recuperação da unidade do trabalho pedagógico,
pois seus conteúdos de ensino ensejam diálogos com a história, a filosofia, a
geografia, a matemática, a sociologia, a literatura.
150
Considerou-se ainda a concepção de arte como fonte de
humanização, que incorpora as três vertentes das teorias críticas em arte: arte como
forma de conhecimento, arte como ideologia e arte como trabalho criador, por
reconhecê-las como aspectos essenciais da arte na sua complexidade de produto
da criação humana. Por esse motivo, essa concepção constitui o fundamento teórico
das Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação Básica, bem como é fonte de
referência para a organização da disciplina no seu conjunto e compõe essa Proposta
Pedagógica Curricular.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes
➢ Elementos formais
➢ Composição
➢ Movimentos e Períodos
Conteúdos Básicos
➢ Música
➢ Artes Visuais
➢ Teatro
➢ Dança
MÚSICA
Elementos
Formais
Composição
Movimentos e
Períodos
6º ANO
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas: diatônica,
pentatônica
Cromática
Improvisação
Greco-Romana
Oriental
Ocidental
Africana
7º ANO Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Escalas
Gêneros: folclórico,
indígena, popular, e
étnico
Música popular
e étnica:
ocidental e
oriental
151
Técnicas: Vocal,
instrumental e mista
Improvisação
8° ANO Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Tonal, modal e a fusão
de ambos
Técnicas: Vocal,
instrumental e mista
Indústria cultural
Eletrônica
Minimalista
Rap
Rock
Tecn
9º ANO Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Melodia
Harmonia
Técnicas: Vocal,
instrumental e mista
Gêneros: popular,
folclórico e étnico
Música
engajada
Música Popular
Brasileira –
MPB
Música
Contemporânea
ARTES VISUAIS
Elementos
Formais
Composição
Movimentos e
Períodos
6º ANO
Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Figurativa
Geométrica
Simetria
Técnicas: pintura, escultura e
arquitetura
Gêneros: cenas da Mitologia
Arte grego-romana
Arte africana
Arte oriental
Arte pré-histórica
7º ANO Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Proporção
Tridimensional
Figura-fundo
Abstrata
Perspectiva
Técnicas: pintura, escultura,
modelagem e gravura
Gêneros: paisagem, retrato e
natureza morta
Arte indígena
Arte popular
Arte brasileira e
paranaense
Renascimento Barroco
8° ANO Ponto
Linha
Semelhanças
Contrastes Ritmo visual
Indústria cultural
Arte no século XX
152
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Estilização
Deformação
Técnicas: desenho, fotografia,
audiovisuais e mista
Arte contemporânea
9º ANO Ponto
Linha
Textura
Forma
Superfície
Volume
Cor
Luz
Bidimensional
Tridimensional
Figura-fundo
Ritmo visual
Técnicas: pintura, grafite,
performance
Gêneros: paisagem urbana,
cenas do cotidiano
Realismo
Vanguardas
Muralismo e arte
latino-americana
Hip hop
TEATRO
Elementos
Formais
Composição
Movimentos e
Períodos
6º ANO
Personagem
Expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Enredo
Roteiro
Espaço cênico
Adereços
Técnicas: jogos teatrais,
teatro indireto e direto,
improvisação, manipulação e
máscara
Gêneros: tragédia, comédia
e circo
Greco-romana
Teatro Oriental
Teatro Medieval
7º ANO Personagem
Expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representação
Leitura dramática
Cenografia
Técnicas: jogos teatrais,
mímica, improvisação,
formas animadas
Gêneros: rua e arena
Caracterização
Comédia dell’Arte
Teatro popular
brasileiro e
paranaense
Teatro africano
153
8° ANO Personagem
Expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representação no cinema e
mídias
Texto dramático
Maquiagem
Sonoplastia
Roteiro
Técnicas: jogos teatrais,
sombra, adaptação cênica
Indústria cultural
Realismo
Expressionismo
Cinema novo
Personagem
Expressões
corporais, vocais,
gestuais e faciais
Ação
Espaço
Técnicas: monólogo, jogos
teatrais, direção, ensaio
Dramaturgia
Cenografia
Sonoplastia
Iluminação
Figurino
Teatro engajado
Teatro do oprimido
Teatro pobre
Teatro-fórum
Teatro do absurdo
Vanguardas
DANÇA
Elementos
Formais
Composição
Movimentos e
Períodos
6º ANO
Movimento
corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Eixo
Ponto de apoio
Movimento articulares
Fluxo livre e interrompido –
rápido e lento
Formação
Níveis: alto, médio e baixo
Deslocamento direto e
indireto
Dimensões: pequeno e
grande
Técnica: improvisação
Gênero: Circular
Pré- história
Greco- romana
Renascimento
Dança clássica
7º ANO Movimento
corporal
Ponto de apoio
Rotação
Dança popular
brasileira e
154
Tempo
Espaço
Coreografia
Salto e queda
Peso leve e pesado
Fluxo livre, interrompido e
conduzido – rápido, lento e
moderado
Níveis: alto, médio e baixo
Formação
Direção
Gênero: folclórica, popular e
étnica
paranaense
Dança africana e
indígena
8° ANO Movimento
corporal
Tempo
Espaço
Giro
Rolamento
Saltos
Aceleração e
desaceleração
Direções: frente, atrás,
direita, esquerda
Improvisação
Coreografia
Sonoplastia
Gênero: Indústria cultural e
espetáculo
Hip hop
Musicais
Expressionismo
Indústria cultural
Dança moderna
9º ANO
Movimento
corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Ponto de apoio
Peso
Fluxo
Quedas
Saltos
Giros
Rolamento
Extensão: perto e longe
Coreografia e deslocamento
Gênero: performance
moderna
Vanguardas
Dança moderna
Dança
contemporânea
No Ensino Fundamental II gradativamente abandona-se a prática
artística e a ênfase nos elementos formais, tratando de forma superficial os
conteúdos de composição e dos movimentos e períodos, devendo o aluno ter
contato com o conhecimento amplo da Arte, o que torna imprescindível adotar uma
155
postura metodológica que propicie uma compreensão mais próxima da totalidade da
arte.
Somente abordando metodologicamente, de forma horizontal, os
elementos formais, composição e movimentos e períodos, relacionados entre si e
demonstrando que são interdependentes, será possível ao aluno a compreensão da
Arte como forma de conhecimento, como ideologia e como trabalho criador.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Nas aulas de Arte, os conteúdos devem ser selecionados a partir de
uma análise histórica, abordados por meio do conhecimento estético e da produção
artística, de maneira crítica, o que permitirá ao aluno uma percepção da arte em
suas múltiplas dimensões sentido de cognição implica, não apenas o aspecto
inteligível e racional, mas também o emocional e o valorativo, de maneira a permitir
a apreensão plena da realidade (FARACO apud KUENZER, 2000).
Para que o processo de ensino e aprendizagem se efetive é
necessário, ainda, que o professor trabalhe harmonicamente os conteúdos básicos -
Artes Visuais, Música, Teatro e Dança - propondo pesquisas e proporcionando
experiências artísticas. Desta forma, o encaminhamento metodológico contemplará
as linguagens artísticas por meio das manifestações/produções compostas pelos
elementos básicos, com prioridade e valorização do conhecimento nas aulas de
Arte.
Nas Artes Visuais, o professor explorará formatos bidimensionais,
tridimensionais e virtuais, de modo a trabalhar as características específicas
contidas na estrutura, na cor, nas superfícies, nas formas e na disposição desses
elementos no espaço. Na Dança, o principal elemento básico é o movimento. Seu
desenvolvimento no tempo e no espaço implica que o professor explore as
possibilidades de improvisar e compor. Nessa linguagem artística também podem
ser abordadas questões acerca das relações entre o movimento e dos conceitos a
respeito do corpo e da dança, uma vez que refletem esteticamente recortes da
realidade.
Na linguagem musical, a simples percepção e memorização dos
sons presentes no cotidiano não caracterizam o conhecimento musical. Há que se
156
priorizar no tratamento escolar dessa linguagem, a escuta consciente de sons
percebidos, bem como a identificação de suas prioridades, variações e maneiras
intencionais de como esses sons são distribuídos numa estrutura musical. A escuta
atenta propiciará o conhecimento da organização desses elementos nos repertórios
pessoais e culturais propostos nas aulas.
Na linguagem teatral deverão ser exploradas as possibilidades de
improvisação e composição no trabalho com os personagens, com o espaço da
cena e o desenvolvimento de temáticas de textos literários ou dramáticos, clássicos
ou de narrativas orais e cotidianas. O desenvolvimento da linguagem do Teatro na
escola também se ocupa da montagem do espetáculo e da respectiva análise dos
elementos formadores dessa linguagem, de forma a proporcionar ao aluno
conhecimentos por meio do ato de dramatizar.
Os saberes específicos em Arte, nas diferentes linguagens
artísticas, sob a concepção expressa nas DCEs integram-se, ainda, às
manifestações/produções artístico-culturais afro-brasileira, indígena.
AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de Arte, proposta nesta PPC, e embasada
nas DCEs, configura-se como diagnóstica e processual e supera o papel de mero
instrumento de medição da apreensão de conteúdos, buscando propiciar
aprendizagens socialmente significativas para o aluno. O professor, a partir de um
levantamento das formas artísticas que os alunos já conhecem, e de suas
respectivas habilidades -como tocar um instrumento musical, dançar, desenhar ou
representar – deverá implementar as aulas e formas de avaliação. Assim, durante o
ano letivo, as tendências e habilidades dos alunos, para uma ou mais dimensões da
arte, serão reconhecidas e valorizadas pelo professor.
A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são
necessários vários instrumentos de verificação, como o diagnóstico inicial e o
acompanhamento da aprendizagem no percurso e no final do período letivo, por
meio de trabalhos artísticos, pesquisas, debates, provas teóricas e práticas e
registros em forma de relatórios.
157
Por meio desses instrumentos, o professor terá uma compreensão
ampla para planejar o processo de ensino e acompanhar o processo de
aprendizagem de modo que o aluno compreenda, estruture e perceba na arte a
relação com a sociedade contemporânea; reconheça a produção artística a partir da
atuação do sujeito em sua realidade singular e social.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes
Curriculares de Arte para a Educação Básica. Departamento de Educação
Básica. Curitiba, 2008.
EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Muitas são as abordagens teóricas que sustentaram historicamente
as teorizações em Educação Física escolar no Brasil, desde as mais reacionárias
até as mais críticas, isso porque ao longo da história muitas foram as concepções do
corpo e seus desdobramentos. As DCEs, ao buscar a sustentabilidade da disciplina
rompe com a hegemonia que entende a disciplina como treinamento, sem a devida
reflexão sobre o fazer corporal. Desta forma, dentro de um projeto mais amplo de
educação do Estado do Paraná, entende-se a escola como um espaço que, dentre
outras funções, deve garantir o acesso aos alunos ao conhecimento produzido
historicamente pela humanidade.
Partindo de seu objeto de estudo e de ensino, Cultura Corporal,
a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso ao conhecimento e à
reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente
produzidas pela humanidade, em busca de contribuir com um ideal mais amplo de
formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que
é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural.
A Educação Física deve promover a observação consciente do
corpo em movimento, possibilitando aos seus alunos participar da construção do
conhecimento de si mesmos e de seus colegas, mediada por uma ação pedagógica
que considera o desenvolvimento do organismo enquanto complexidade biofísico
158
social, criando condições para o desabrochar de processos corporais mais
complexos no que se referem aos fatos, conceitos, procedimentos, valores e
atitudes.
O processo de ensino aprendizagem, tendo em vista as diversas
situações do cotidiano, associadas à cultura de movimentos, pode ser utilizado com
objeto para reflexão, isso porque na sociedade contemporânea, a escola tem
assumido papel primordial na formação de crianças, jovens e adultos ressignificando
as desigualdades de todas as naturezas e suas consequências.
Neste contexto, a Educação Física, como disciplina do núcleo
comum, busca assim sua reorganização uma vez entendida como fruto do processo
histórico de evolução do homem que sempre se movimentou, criou jogos, danças e
práticas atendendo suas várias necessidades sociais, configurando-se como um
processo racional, sistematizado e intencional de tornar acessível a todas as
crianças e jovens que frequentam a instituição escolar, atitudes e práticas que
constituem essa cultura corporal.
A Proposta Pedagógica Curricular da referida disciplina tem como
objetivos:
● Garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das
inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente
produzidas pela humanidade, a fim de contribuir com um ideal
mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo;
● Estimular a participação de todos os alunos, especificando os
objetivos de cada atividade, para que tenham consciência de seus
benefícios como instrumento de comunicação, expressão de
sentimentos e emoções, de lazer e de manutenção e melhoria da
saúde e qualidade de vida;
● Conhecer, valorizar e respeitar a pluralidade de manifestações
culturais do Brasil e do mundo, percebendo-a como recurso
valioso para a integração entre pessoas e entre deferentes grupos
sociais;
● Estimular o desenvolvimento corporal nos aspectos afetivos,
cognitivos e motores através de jogos, ginástica, dança e prática
159
desportiva, proporcionando desenvolvimento de hábitos
saudáveis;
● Conhecer, valorizar e respeitar os limites da cada um, inclusive os
alunos com necessidades educacionais especiais, estabelecendo
relações equilibradas e construtivas com os outros;
● Conhecer o próprio corpo valorizando e adotando hábitos
saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida;
● Garantir aos alunos o direito de acesso e de reflexão sobre ás
práticas esportivas adaptando à realidade escolar propiciando ao
aluno uma leitura de sua complexidade social, histórica e política;
● Questionar padrões estéticos e a busca exacerbada pelo culto ao
corpo e aos exercícios físicos, bem como os modismos presentes
nas diversas práticas corporais;
● Aprofundar com os alunos uma consciência crítica e reflexiva
sobre os significados da dança, criando situações em que a
representação simbólica, peculiar a cada modalidade seja
contemplada;
● Possibilitar, através dos jogos e brincadeiras, condições
favoráveis para ampliar a percepção e a interação da realidade,
além de intensificar a curiosidade, o interesse e a intervenção dos
alunos envolvidos nas diferentes atividades;
● Propiciar e vivenciar através das lutas o trabalho corporal,
aquisição de valores e princípios essenciais para a formação do
ser humano, como cooperação, solidariedade, autocontrole
emocional, e acima de tudo, o respeito pelo outro, de maneira
crítica e consciente.
Em linhas gerais, o desafio será o de perceber a Educação Física
dentro desta perspectiva amplia as possibilidades de atuação educacional dos
professores de Educação Física, superando a característica meramente motriz das
aulas, sem desconsiderar o movimento como manifestação humana e, desse modo,
contemplar os conhecimentos da cultura corporal já trazidos pelos educandos e a
sua potencialidade educativa, contribuindo para a formação do indivíduo, que
160
reconhece o próprio corpo em movimento com toda sua subjetividade, nas
dimensões histórica, cultural e social.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes
➢ Esporte
➢ Jogos e brincadeiras
➢ Dança
➢ Ginástica
➢ Lutas
Conteúdos Básicos
6º ANO
● Jogos coletivos e individuais
● Jogos e brincadeiras populares
● Brincadeiras e cantigas de roda
● Jogos de tabuleiro
● Jogos cooperativos
● Danças folclóricas
● Danças de rua
● Danças criativas
● Ginástica rítmica
● Ginástica circense
● Ginástica geral
● Lutas de aproximação
● Capoeira
7º ANO
● Jogos coletivos e individuais
● Jogos e brincadeiras populares
● Brincadeiras e cantigas de roda
● Jogos de tabuleiro
161
● Jogos cooperativos
● Danças folclóricas
● Danças de rua
● Danças criativas
● Ginástica rítmica
● Ginástica circense
● Ginástica geral
● Lutas de aproximação
● Capoeira
8ºANO
● Jogos de tabuleiro
● Jogos cooperativos
● Jogos dramáticos
● Danças criativas
● Danças circulares
● Ginástica Rítmica
● Lutas com instrumentos mediadores
● Capoeira
9º ANO
● Jogos de tabuleiro
● Jogos cooperativos
● Jogos dramáticos
● Danças criativas
● Danças circulares
● Ginástica Rítmica
● Lutas com instrumentos mediadores
● Capoeira
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
162
Por meio dos conteúdos estruturantes da disciplina - esporte, dança
ginástica, lutas, jogos e brincadeiras –pelo encaminhamento metodológico caberá ao
professor dar sustentabilidade à função social da escola de modo que os alunos se
tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma expressividade
corporal, consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais. Para tanto, o
professor de Educação Física tem a responsabilidade de organizar e sistematizar o
conhecimento sobre as práticas corporais, possibilitando a comunicação e o diálogo
com as diferentes culturas no processo pedagógico.
O senso de investigação e de pesquisa podem transformar as aulas
de Educação Física e ampliar o conjunto de conhecimentos que não se esgotam nos
conteúdos, nas metodologias, nas práticas e nas reflexões, permitindo ao educando
ampliar sua visão de mundo por meio da cultura corporal. Para isso é preciso
reconhecer que a dimensão corporal é resultado de experiências objetivas, fruto da
interação social nos diferentes contextos em que se efetiva, sejam eles a família, a
escola, o trabalho e o lazer.
É de fundamental importância considerar os contextos e
experiências na interlocução com outras disciplinas que permitam entender a cultura
corporal em sua complexidade humana, tratadas tanto pelas ciências humanas,
sociais, da saúde e da natureza, deixando de lado concepção de treinamento.
Através dos Elementos Articuladores da Educação Física – aqui não
entendidos como conteúdos paralelos – será possível integrar e interligar as práticas
corporais de forma mais reflexiva e contextualizada, instaurando um novo
paradigma: o da cultura corporal.
Elementos Articuladores
● Cultura corporal e corpo;
● Cultura corporal e ludicidade;
● Cultura corporal e saúde;
● Cultura corporal e mundo do trabalho;
● Cultura corporal e desportivização;
● Cultura corporal técnica e tática;
● Cultura corporal e lazer;
163
● Cultura corporal e diversidade;
● Cultura corporal e mídia;
AVALIAÇÃO
A avaliação em Educação Física significa reconhecer a insuficiência
das discussões e teorizações sobre a disciplina no Brasil e assumir o compromisso
pela busca constante de novas ferramentas e estratégias metodológicas que sirvam
para garantir maior coerência com o par dialético objetivos-avaliação, ou seja,
pensar formas de avaliar que sejam coerentes com os objetivos inicialmente
definidos.
Diante das discussões desenvolvidas nestas Diretrizes, é necessário
entender os aspectos quantitativos de mensuração do rendimento do aluno, em
gestos técnicos, destrezas motoras e qualidades físicas, visando principalmente à
seleção e à classificação dos alunos deram lugar a outros aspectos. Um deles, e o
mais relevante, e que precisa ser garantido é a não exclusão, isto é, a avaliação
deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeie o
conjunto das ações pedagógicas e não seja um elemento externo a esse processo.
Os critérios de avaliação devem ser estabelecidos, considerando:
● O comprometimento e envolvimento dos alunos no processo
pedagógico observando se os mesmos se integraram nas
atividades propostas pelo professor; se houve assimilação dos
conteúdos propostos, por meio da recriação de jogos e regras;
● Resoluções de situações problemas, de maneira criativa, sem
desconsiderar a opinião do outro, respeitando o posicionamento
do grupo e propondo soluções para as divergências; se o aluno
se mostra envolvido nas atividades, seja através de participação
nas atividades práticas ou realizando relatórios.
Partindo-se desses critérios, a avaliação deve se caracterizar como
um processo contínuo, permanente e cumulativo, tal qual preconiza a LDB nº
9394/96, em que o professor organizará e reorganizará o seu trabalho, sustentado
nas diversas práticas corporais, como a ginástica, o esporte, os jogos e brincadeiras,
a dança e a luta. A avaliação deve, ainda, estar relacionada aos encaminhamentos
164
metodológicos, constituindo-se na forma de resgatar as experiências e
sistematizações realizadas durante o processo de aprendizagem. Isto é, tanto o
professor quanto os alunos poderão revisitar o trabalho realizado, identificando
avanços e dificuldades no processo pedagógico, com o objetivo de (re)planejar e
propor encaminhamentos que reconheçam os acertos e ainda superem as
dificuldades constatadas.
Há ainda de se promover, com fins avaliativos:
● Conhecimento Das experiências individuais e coletivas advindas
das diferentes realidades dos alunos, problematizando-as;
● Reconhecimento das experiências corporais e o entendimento
prévio por parte dos alunos sobre o conteúdo que será
desenvolvido, através de diálogo em grupos, dinâmicas, jogos,
dentre outras;
● Utilização de um apanhado de indicadores que evidenciem,
através de registros de atitudes e técnicas de observação, o que
os alunos expressam em relação a sua capacidade de criação, de
socialização, os (pré)conceitos sobre determinadas temáticas, a
capacidade de resolução de situações problemas e a apreensão
dos objetivos inicialmente traçados;
● Reflexão crítica sobre aquilo que foi trabalhado. Isso pode ocorrer
de diferentes formas, dentre elas: a escrita, o desenho, o debate e
a expressão corporal. Nesse momento, é fundamental
desenvolver estratégias que possibilitem aos alunos
expressarem-se sobre aquilo que apreenderam, ou mesmo o que
mais lhes chamou a atenção. Ainda, é imprescindível utilizar
instrumentos que permitam aos alunos se auto avaliarem,
reconhecendo seus limites e possibilidades, para que possam ser
agentes do seu próprio processo de aprendizagem.
Quanto aos instrumentos avaliativos, além dos citados, pode ainda
recorrer às dinâmicas em grupo, seminários, debates, júri-simulado, (re)criação de
jogos, pesquisa em grupos, inventário do processo pedagógico, entre outros, em
que os estudantes possam expressar suas opiniões aos demais colegas. Outra
165
sugestão é a organização e a realização de festivais e jogos escolares, cuja
finalidade é demonstrar a apreensão dos conhecimentos e como estes se aplicam
numa situação real de atividade que demonstre a capacidade de liberdade e
autonomia dos alunos.
As provas e os trabalhos escritos podem ser utilizados para
avaliação das aulas de Educação Física, desde que a nota não sirva exclusivamente
para hierarquizar e classificar os alunos em melhores ou piores; aprovados e
reprovados; mas que sirva, também, como referência para redimensionar sua ação
pedagógica.
Por fim, os professores precisam ter clareza de que a avaliação não
deve ser pensada à parte do processo de ensino/aprendizado da escola. Deve, sim,
avançar dialogando com as discussões sobre as estratégias didático-metodológicas,
compreendendo esse processo como algo contínuo, permanente e cumulativo.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes
Curriculares da Educação Física para a Educação Básica. Departamento de
Educação Básica. Curitiba, 2008.
ENSINO RELIGIOSO
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
As Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso expressam a
necessária reflexão em torno dos modelos de ensino e do processo de
escolarização, diante das demandas sociais contemporâneas, que exigem a
compreensão ampla da diversidade cultural. As diferenças culturais são abordadas,
de modo a ampliar a compreensão da diversidade religiosa como expressão da
cultura, construída historicamente, e que, são marcadas por aspectos econômicos,
políticos e sociais.
Portanto, busca propiciar oportunidade de identificação, de
entendimento, de conhecimento e de aprendizagem em relação às diferentes
manifestações religiosas presentes na sociedade, de modo que tenham a amplitude
da própria cultura em que se insere.
166
Para tal intento, as Diretrizes para o Ensino Religioso definem como
objeto de estudo o sagrado como foco do fenômeno religioso, por contemplar algo
presente em todas as manifestações religiosas, ao mesmo tempo em que busca
explicitar as diferentes culturas expressas, tanto nas religiões mais sedimentadas,
como em outras recentes, isto porque é inegável que o sagrado influencia a
compreensão de mundo e a maneira como o homem vive seu cotidiano.
A disciplina propõe subsidiar, por meio dos conteúdos, a
compreensão, comparação e análise das diferentes manifestações do sagrado, com
vistas à interpretação dos seus múltiplos significados, auxiliando na compreensão de
conceitos básicos no campo religioso, inferências das tradições religiosas ou mesmo
da afirmação ou negação do sagrado.
Por fim, destacam-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e
às suas manifestações são significativos para todos os alunos no processo de
escolarização, por propiciarem subsídios para a compreensão de uma das interfaces
culturais da vida em sociedade.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes
Os conteúdos estruturantes compõem os saberes, os
conhecimentos de grande amplitude, os conceitos ou práticas que identificam e
organizam os campos de estudos a seres contemplados no Ensino Religioso. O
conhecimento religioso é entendido como um patrimônio da humanidade, legalmente
instituído na escola a fim de promover uma oportunidade para que os educandos se
tornem capazes de entender os movimentos específicos das diversas culturas, para
que o substantivo religioso represente um elemento de colaboração na constituição
do sujeito. Sintetizam os conteúdos estruturantes:
➢ a paisagem religiosa
➢ o universo simbólico religioso
➢ os textos sagrados.
5.5.7.1. Paisagem Religiosa
167
A paisagem religiosa é definida pela combinação de elementos
culturais e naturais que remetem às experiências do sagrado que, por força dessas
experiências anteriores, elencam uma gama de representações sobre a diversidade
cultural e religiosa. Para o homem religioso, a natureza não é exclusivamente
natural; sempre está carregada de um valor sagrado. A ideia da existência de
lugares sagrados conduz o homem a suportar suas dificuldades diárias.
5.5.7.2. Universo Simbólico Religioso
A complexa realidade que configura o universo simbólico tem como
chave de leitura as diferentes manifestações do sagrado no coletivo, cujas
significações se sustentam em determinados símbolos religiosos. Tais símbolos são
criações essenciais da vida humana, cuja função é comunicar ideias.
Todo sujeito se constitui e se constrói por meio de inúmeras
linguagens simbólicas, portanto, é um elemento presente em quase todas as
manifestações religiosas e também no cotidiano das pessoas.
5.5.7.3. Textos Sagrados
Como conteúdo estruturante, o texto sagrado é uma referência
importante para o Ensino Religioso, pois permite identificar como a tradição e a
manifestação atribuem às práticas religiosas o caráter sagrado e, em que medida
orientam, ou estão presentes nos ritos, nas festas, na organização das religiões, nas
explicações da morte e da vida.
Os textos sagrados expressam ideias e viabilizam a disseminação e
a preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e manifestações religiosas.
Conteúdos Básicos
A organização dos conteúdos faz referência às manifestações
religiosas conhecidas, menos conhecidas ou desconhecidas, a fim de ampliar o
universo cultural dos educandos. No entanto, o tratamento a ser dado aos conteúdos
básicos estará sempre relacionado ao sagrado, objeto de estudo da disciplina.
6ºANO
168
● Organizações Religiosas
● Lugares Sagrados
● Textos Sagrados Orais ou Escritos
● Símbolos Religiosos
7ºANO
● Temporalidade Sagrada
● Festas Religiosas
● Ritos
● Vida e Morte
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O sagrado será a base sob a qual serão trabalhados os demais
conteúdos. A linguagem utilizada é essencialmente pedagógica partindo de
questionamentos que provocam reflexões, de modo que o educando possa construir
sua identidade e autonomia, entendendo o sentido da vida, do respeito às diferenças
e pluralidade religiosa, o que amplia e valoriza o universo cultural dos alunos.
Os conteúdos propostos pelas DCEs contemplam as diversas
manifestações do sagrado, entendidas como integrantes do patrimônio cultural, as
quais poderão ser enriquecidas pelo professor, desde que contribuam para a
construção, análise e socialização do conhecimento religioso, a fim de favorecer a
formação integral dos educandos, o respeito e o convívio com o diferente.
Portanto, é preciso respeitar o direito à liberdade de consciência e à
opção religiosa do educando, razão pela qual a reflexão e a análise dos conteúdos
valorizarão aspectos reconhecidos como pertinentes ao universo do sagrado e da
diversidade sociocultural.
Tal encaminhamento metodológico priorizará a leitura e
interpretação das informações contidas em textos diversificados, pesquisas em
jornais e revistas, para que o aluno reflita sobre as diversas informações levando-o à
troca de ideias, e debate em sala de aula, despertando o senso crítico no educando.
169
Utilização do laboratório de informática, com destaque aos vídeos educativos
relacionados aos conteúdos propostos.
AVALIAÇÃO
A avaliação é condição para análise do educador sobre as práticas e
processos de aprendizagem, deve apresentar elementos que motivam a prática
avaliativa classificando-se em avaliação inicial, processual, formativa e final. A
disciplina de Ensino Religioso requer um trabalho comprometido, de modo que a
avaliação se torna um fator que pode contribuir para sua legitimação como
componente curricular. Cabe ao professor implementar práticas avaliativas que
permitam acompanhar o processo de apropriação de conhecimentos pelo aluno e
pela classe, cujo parâmetro são os conteúdos tratados e o seus objetivos. Será
realizada através da convivência do respeito às diferenças do outro, da postura e
instrumentos diversos durante o desenvolvimento da aula, como:
● Participação de trabalhos em grupos; Exposição de trabalhos;
● Produção de textos e desenhos;
● Observação dirigida e espontânea de atitudes; Comunicação oral
e escrita;
● Relatos de experiência;
● Trabalhos escritos ou orais;
● Leitura e interpretação de fotos, imagens, textos, entre outros.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes
Curriculares de Ensino Religioso para a Educação Básica. Departamento de
Educação Básica. Curitiba, 2008.
HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Por meio destas Diretrizes Curriculares para o ensino de História na
Educação Básica, busca-se suscitar reflexões a respeito de aspectos políticos,
170
econômicos, culturais, sociais, e das relações entre o ensino da disciplina com a
produção do conhecimento histórico, quebrando alguns paradigmas, isso porque
pretende-se analisar as principais características do currículo da disciplina, suas
permanências, mudanças, rupturas e a inserção da produção historiográfica nas
práticas escolares, a fim de atribuir significados coerentes às diretrizes que orientam
a organização do currículo para o Ensino Fundamental na rede pública estadual.
Na década de 1970, o ensino de História era predominantemente
tradicional, fosse pela valorização de alguns personagens como sujeitos da História
e de sua atuação em fatos políticos, fosse pela abordagem dos conteúdos históricos
de forma factual e linear. As origens dessas práticas no ensino de História remetiam
ao período imperial, quando a disciplina se tornou parte do currículo escolar. A
História como disciplina escolar passou a ser obrigatória, com a criação do Colégio
D. Pedro II, em 1837.
A narrativa histórica produzida justificava o modelo de nação
brasileira, vista como extensão da História da Europa Ocidental. Propunha uma
nacionalidade expressa na síntese das raças branca, índia e negra, com o
predomínio da ideologia do branqueamento. Nesse modelo conservador de
sociedade, o currículo oficial de História tinha como objetivo contribuir para legitimar
os valores aristocráticos, no qual o processo histórico conduzido por líderes excluía
a possibilidade das pessoas comuns serem entendidas como sujeitos históricos.
O modelo de ensino de História foi mantido no início da República
(1889) e o Colégio D. Pedro II continuava a ter o papel de referência para a
organização educacional brasileira. Nessa nova configuração, o conteúdo de
História do Brasil ficou relegado a um espaço restrito do currículo, que, devido à sua
extensão, dificilmente era tratado pelos professores nas aulas de História.
O ensino de História foi marcado pelos debates teóricos no início da
década de 1930. As experiências norte- americanas na organização da disciplina de
Estudos Sociais passaram a fazer parte dos debates educacionais por meio da
Escola Nova. Para dar viabilidade à sua implementação, Anísio Teixeira (1900-
1971), um dos intelectuais desse movimento e à frente da Diretoria da Instrução
Pública do Distrito Federal, publicou uma proposta de Estudos Sociais para a escola
171
elementar, em 1934, denominada Programa de Ciências Sociais, com vistas à
inserção desta disciplina nos currículos escolares.
Na década de 1950, foi instituído o Programa de Assistência
Brasileiro-Americano ao Ensino Elementar (PABAEE), cujo enfoque era a formação
do professor. Essas experiências serviram como referência para a posterior
instituição dos Estudos Sociais no Ensino de Primeiro Grau, por força da Lei n.
5.692, de 1971.
Durante o regime militar, a partir de 1964, o ensino de História
manteve seu caráter estritamente político, pautado no estudo de fontes oficiais e
narrado apenas do ponto de vista factual. Modelo da ordem estabelecida, de uma
sociedade hierarquizada e nacionalista, o ensino não tinha espaço para análise
crítica e interpretações dos fatos, mas objetivava formar indivíduos que aceitassem e
valorizassem a organização da Pátria. O Estado figurava como o principal sujeito
histórico, responsável pelos grandes feitos da nação, exemplificado nas obras dos
governantes e das elites condutoras do país.
O ensino de História tinha como prioridade ajustar o aluno ao
cumprimento dos seus deveres patrióticos e privilegiava noções e conceitos básicos
para adaptá-lo à realidade. A História continuava tratada de modo linear, cronológica
e harmônica, conduzida pelos heróis em busca de um ideal de progresso de nação.
Cabia ao aluno, assim como ao cidadão, deixar-se conduzir nessa corrente
inexorável rumo ao futuro.
O Estado do Paraná incorporou, no final da década de 1990, os
Parâmetros Curriculares Nacionais como referência para a organização curricular da
Rede Pública Estadual. Tal implementação se deu de modo autoritário, apesar de
ser garantida na LDB/96 a autonomia das escolas para elaborar suas propostas
curriculares. Não se pode negar que os PCN apresentaram inovações para o ensino
de História. No documento do Ensino Fundamental traziam um histórico da disciplina
no Brasil.
Entretanto, com base em conteúdos conceituais, atitudinais e
procedimentais, a organização dos PCN privilegiou uma abordagem psicológica e
sociológica dos conteúdos no Ensino Fundamental, e minimizou a abordagem do
objeto de estudos da disciplina de História e do pensamento crítico. Esse conjunto
172
de fatores marcou o currículo de História na rede pública estadual, tanto no Ensino
Fundamental como Ensino Médio, até o final de 2002. Essa realidade começou a ser
discutida em 2003, com a elaboração destas Diretrizes Curriculares para o Ensino
de História.
Com esse propósito, a SEED organizou um projeto de formação
continuada para os professores da disciplina, articulado ao processo de construção
de Diretrizes Curriculares, pela definição de orientações comuns ao ensino de
História para a Rede Pública Estadual. Sob uma perspectiva de inclusão social,
estas Diretrizes consideram a diversidade cultural nos locais de memória
paranaenses, de modo que busca contemplar demandas em que também se situam
os movimentos sociais organizados
A análise histórica da disciplina e às novas demandas sociais para o
ensino de História se apresentam como indicativos para estas Diretrizes Curriculares
porque possibilitam reflexões a respeito dos contextos históricos em que os saberes
foram produzidos e repercutiram na organização do currículo da disciplina.
Neste documento, a organização do currículo para o ensino de
História tem como referência os conteúdos estruturantes, entendidos como saberes
que aproximam e organizam os campos da História e seus objetos. Os conteúdos
estruturantes são identificados no processo histórico da constituição da disciplina e
no referencial teórico que sustenta a investigação da História política, sócio-
econômico e cultural, à luz da Nova Esquerda Inglesa e da Nova História Cultural,
que insere conceitos relativos à consciência histórica.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes
Os Conteúdos Estruturantes, entendidos como conhecimentos de
grande amplitude que aproximam e organizam os campos da História, são
considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino,
quais sejam:
➢ As relações de trabalho
➢ As relações de poder
➢ As relações culturais
173
Os conteúdos estruturantes podem ser identificados no processo
histórico da constituição da disciplina e no referencial teórico que sustenta a
investigação histórica em uma nova racionalidade não linear e temática. Deles
derivam os conteúdos básicos/temas históricos e específicos que compõem o
trabalho pedagógico e a relação de ensino/aprendizagem no cotidiano da escola, e
devem ser trabalhados de forma articulada entre si. Apontando para o estudo das
ações e relações humanas que constituem o processo histórico, o qual é dinâmico.
5.5.9.1. As Relações de Trabalho
Pelo trabalho expressam as relações que os seres humanos
estabelecem entre si e com a natureza, seja no que se refere à produção material,
bem como à produção simbólica. As relações de trabalho permitem diversas formas
de organização social. No mundo capitalista, o trabalho assumiu historicamente um
estatuto muito específico, qual seja, do emprego assalariado, entendendo como
essas relações foram construídas no processo histórico e como determinam a
condição do conjunto da população.
5.5.9.2. As Relações de Poder
As relações de poder podem ser definidas como “a capacidade de
agir ou de produzir efeitos” e “pode ser referida a indivíduos e grupos humanos”.
Portanto, o poder se manifesta como relações sociais e ideológicas estabelecidas
entre aquele que exerce e aquele se submete.
As relações de poder são exercidas nas diversas instâncias sócio
históricas, como o mundo do trabalho, as políticas públicas e as diversas
instituições, permite ao aluno perceber que tais relações estão em seu cotidiano.
Assim, ele poderá identificar onde estão os espaços decisórios, porque determinada
decisão foi tomada; de que forma foi executada ou implementada, e como, quando e
onde reagir a ela.
5.5.9.3. As Relações Culturais
Neste conteúdo estruturante a cultura é tomada como elemento que
permite conhecer os conjuntos de significados que os homens conferiram à sua
174
realidade para explicar o mundo, considerando a especificidade de cada sociedade
e as relações entre elas. Portanto, ao produzir e vivenciar o processo de constituição
da humanidade, o uso destas evidências possibilitou aos historiadores construírem
narrativas históricas que incorporavam olhares alternativos quanto às ações dos
sujeitos.
Conteúdos Básicos
Os conteúdos básicos do Ensino Fundamental deve considerar que
a formação da consciência histórica dos estudantes, expressada em suas múltiplas
narrativas, é a finalidade do ensino e da aprendizagem em História, devendo
compreender que os temas históricos são a expressão narrativa das experiências do
tempo. Ou seja, no que se refere à formação histórica, as narrativas, com suas
múltiplas temporalidades, materializam as experiências históricas dos sujeitos por
meio dos temas históricos. A articulação de recortes temáticos aos conteúdos
estruturantes explicita-se na sugestão de conteúdos básicos apresentada.
6ºANO
● A experiência humana no tempo;
● Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo;
● As culturas locais e a cultura comum.
7º ANO
● As relações de propriedade;
● A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da
cidade;
● Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.
8º ANO
● História das relações da humanidade com o trabalho;
● O trabalho e a vida em sociedade;
● O trabalho e as contradições da modernidade;
● Os trabalhadores e as conquistas de direito.
175
9º ANO
● A constituição das instituições sociais;
● A formação do Estado;
● Sujeitos, Guerras e revoluções.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A metodologia proposta pelas DCEs contemplam a utilização dos
conteúdos estruturantes, devendo os mesmos estarem articulados com a
fundamentação teórica e a narrativa histórica, sendo elas: narração, argumentação,
explicação e problematização. Portanto, o trabalho pedagógico com os Conteúdos
Estruturantes, básicos e específicos tem como finalidade a formação do pensamento
histórico dos estudantes, a partir das histórias locais e do Brasil, estabelecendo
relações e comparações com a história mundial.
A problematização de situações relacionadas às dimensões
econômico-sociais, política e cultural leva a seleção de objetos históricos fazendo
recortes espaço- temporais e conceituais a luz da historiografia de referência. Estes
recortes constituem-se nos conteúdos específicos.
A interpretação das informações contidas nas diferentes fontes
históricas, associando as diferentes dimensões da temporalidade histórica, através
de leitura, pesquisas em jornais e revistas, deverá subsidiar a reflexão pela troca de
ideias e debate em sala de aula, despertando o senso crítico no educando. Será
dado destaque à utilização do laboratório de informática como recurso auxiliar na
compreensão do conteúdos.
Os saberes específicos em História, nos diferentes momentos do
processo de ensino-aprendizagem, sob a concepção expressa nestas
Diretrizes/PPC, integram-se as manifestações/produções artístico-culturais, bem
como, a Educação Ambiental, Cultura Afro-Brasileira, Indígena, a Educação Fiscal e
do Campo, vinculando esses conteúdos aos já estabelecidos nos conteúdos
estruturantes.
AVALIAÇÃO
176
Propõe-se para o ensino de História uma avaliação diagnóstica,
formativa e somativa, sendo realizada no processo de ensino-aprendizagem,
percebendo o quanto cada educando desenvolveu na apropriação do conhecimento
histórico.
Ao longo do Ensino Fundamental o aluno deverá entender que as
relações de trabalho, as relações de poder e as relações culturais se articulam e
constituem o processo histórico, bem como compreender que o estudo do passado
se realiza a partir de questionamentos feitos no presente por meio da análise de
diferentes documentos históricos.
Serão considerados três aspectos importantes para a avaliação do
ensino de História: a investigação e a apropriação de conceitos históricos pelos
estudantes; a compreensão das relações da vida humana - Conteúdos Estruturantes
- e o aprendizado dos conteúdos básicos/temas históricos e específicos, sendo
complementares e indissociáveis.
Atividades avaliativas como leitura, interpretação e análise de
narrativas historiográficas, mapas e documentos históricos, produção de narrativas
históricas, pesquisas bibliográficas, sistematização de conceitos históricos,
apresentação de seminários, entre outras, são grandes instrumentos avaliativos
desde que o enfoque qualitativo seja considerado.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes
Curriculares de História para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A Geografia é a ciência que tem por objetivo estudar o espaço
geográfico resultado da inter-relação entre objetos e ações. Para a compreensão
desse espaço geográfico essa ciência/disciplina possui um quadro conceitual de
referência: lugar, paisagem, território, redes, regiões, sociedade e natureza. Assim
promove uma análise espacial sob a abordagem natural, histórica, econômica,
177
cultural e política. Levando em consideração as diferentes formas de organização do
espaço.
Assim sendo, o ensino da Geografia justifica-se pela necessidade de
levar o educando a compreender as relações político-sociais, culturais e econômicas
que nivelam as relações no espaço geográfico, auxiliando-o a formar uma
consciência crítica considerando a diversidade geográfica existente e sabendo-se
parte desta diversidade.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes
Os Conteúdos Estruturantes sistematizam conhecimentos de
grandes amplitudes que visam organizar e identificar os campos de estudo
considerados fundamentais da disciplina, ou seja, assumem a função de demarcar e
articular o que é próprio do conhecimento geográfico escolar. São eles:
➢ Dimensão econômica do espaço geográfico;
➢ Dimensão política do espaço geográfico;
➢ Dimensão socioambiental do espaço geográfico;
➢ Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico.
5.5.11.1. Dimensão econômica do espaço geográfico
Neste conteúdo enfatiza-se a apropriação do meio natural pela
sociedade, por meio das relações sociais e de trabalho. É considerado uma
fundamental forma de análise para entender como se constitui o espaço geográfico
através da discussão dos espaços de produção, como o industrial-urbano e o
agropecuário-rural, as hierarquias dos lugares, as relações econômicas e as
diferenças tanto territoriais como sociais.
5.5.11.2. Dimensão política do espaço geográfico
Trata dos interesses relativos ao território e as relações de poder
econômicas e sociais que os envolvem. Este conteúdo relaciona-se de forma mais
direta às questões territoriais. As relações de poder não institucionais também são
178
abordadas neste conteúdo, possibilitando a compreensão por parte do educando, do
espaço onde vive e das relações de poder que envolve esse espaço.
5.5.11.3. Dimensão socioambiental do espaço geográfico
Neste conteúdo a abordagem geográfica atenta para o fato de que
quando se fala em ambiente não se está referindo apenas às questões naturais, pois
as questões sociais e econômicas como da pobreza, da fome, do preconceito e das
diferenças culturais também interferem no ambiente. Entender a formação natural
geográfica, assim como as alterações imprimidas nesse espaço pela ação do
homem é fundamental para que o educando formule conceitos básicos de
convivência e sobrevivência humana e da natureza.
5.5.11.4. Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
Neste conteúdo procura-se analisar as questões do espaço
geográfico sobre a ótica das relações sociais e culturais, como essas relações se
constituíram e de que forma é distribuída na sociedade. O enfoque que se dá é no
intuito de levar a reflexão sobre a circulação de informações, mercadorias, dinheiro,
pessoas e modo de vida na sociedade, para tanto faz-se necessário conhecer as
diferentes sociedades e as relações que as caracterizam.
Conteúdos Básicos
De acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná os
conteúdos básicos compreendem os conhecimentos fundamentais e imprescindíveis
para cada série/ano do Ensino Fundamental, garantindo ao educando o direito ao
conhecimento acumulado pelas gerações, bem como a possibilidade de refletir
acerca dos saberes acumulados como possibilidade de melhorar existências futuras.
6º ANO
● O ser humano transforma a paisagem
● O espaço geográfico
● A orientação no espaço
● A localização no espaço
179
● A representação no espaço
● Iniciação a cartográfica
● Formação e transformação das paisagens naturais e culturais
● Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e produção
● A formação, localização, exploração e utilização dos recursos
naturais
● A distribuição espacial das atividades produtivas e a
(re)organização do espaço geográfico
● As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista
● A mobilidade populacional e as manifestações sócio espaciais
7º ANO
● As diversas regionalizações do espaço geográfico
● O Brasil no Globo Terrestre
● Origem do espaço brasileiro
● Atividades industriais
● O espaço agropecuário
● Comércio, Transporte, Comunicações
● A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do
território brasileiro
● A população brasileira
● Movimentos da População brasileira
● O espaço urbano
● Brasil um país de desigualdades
● A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços
urbanos e a urbanização
● A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de
tecnologias de exploração e produção
● As diversas regionalizações do espaço brasileiro
● A divisão regional brasileira
● Os aspectos social e política das cinco regiões
180
● As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista
● O espaço urbano e seus problemas sociais
● O espaço rural e a modernização da agricultura.
8º ANO
● A revolução técnico-científico informacional e os novos arranjos
no espaço da produção
● O comércio mundial e as implicações sócioespaciais
● A evolução do capitalismo e suas consequências para nossa
sociedade
● A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do
Estado
● O comércio em suas implicações sócioespaciais
● A circulação da mão - de- obra, do capital, das mercadorias e das
informações
● A distribuição espacial das atividades produtivas, a
(re)organização do espaço geográfico
● A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos
territórios do continente americano
● Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos
territórios. O papel do canal do Panamá para a questão
geopolítica mundial
● Os países que compõem a América do Sul e seu papel
geopolítico na economia mundial e local
● A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e
os indicadores estatísticos
● As manifestações sócioespaciais da diversidade cultural. Fluxos
migratórios e suas influências
● Formações e conflitos étnico-religiosos.
9º ANO
181
● A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do
Estado
● Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações
● A distribuição das atividades produtivas, a transformação da
paisagem e a (re) organização do espaço geográfico
● Europa, com seus aspectos culturais e econômicos e a influência
para a nossa sociedade
● África e seus fatores culturais e sua influência para o mundial
● Oriente médio–formações e conflitos étnicos e religiosos e raciais
● A importância do petróleo para a economia mundial e regional
● Ásia, com seus aspectos culturais e a influência para a nossa
sociedade
● A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e
indicadores estatísticos
● A circulação da mão-de- obra, do capital, das mercadorias e das
informações
● A distribuição espacial das atividades produtivas, a
(re)organização do espaço geográfico.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná prisma por uma
metodologia que possibilite aos educandos a apropriação dos conceitos
fundamentais da Geografia bem como a identificação dos processos de produção e
transformação do espaço geográfico. Para tanto cabe ao professor trabalhar dentro
da dinâmica da criticidade, estabelecendo relações com a realidade próxima e
distante do educando de forma coerente com as fundamentações teóricas que
embasam todo o trabalho numa perspectiva Histórico Crítica dos Conteúdos.
Neste sentido os conteúdos fundamentais da Geografia deverão ser
abordados com devida utilização de instrumentos próprios da Geografia como
também de recursos midiáticos e tecnológicos possibilitando melhor entendimento
por parte do educando.
182
Algumas práticas pedagógicas para a disciplina de Geografia
atreladas aos fundamentos teóricos destas Diretrizes tornam-se importantes
instrumentos para compreensão do espaço geográfico, dos conceitos e das relações
sócio espaciais nas diversas escalas geográficas a exemplo de:
Aula de Campo
Objetiva analisar a área em estudo (urbana ou rural), de modo que o
aluno poderá diferenciar, por exemplo, paisagem de espaço geográfico. A aula de
campo abre, ainda, possibilidades de desenvolver múltiplas atividades práticas, tais
como: consultas bibliográficas (livros e periódicos), análise de fotos antigas,
interpretação de mapas, entrevistas com moradores, elaboração de maquetes,
murais, entre outros.
Os Recursos Visuais
Filmes, trechos de filmes, programas de reportagem e imagens em
geral (fotografias, slides, charges, ilustrações) podem ser utilizados para a
problematização dos conteúdos da Geografia, desde que sejam explorados à luz de
seus fundamentos teórico-conceituais.
Assim, a partir da exibição de um filme, da observação de uma
imagem (foto, ilustração, charge, entre outros), deve iniciar-se uma pesquisa que se
fundamente nas categorias de análise do espaço geográfico e nos fundamentos
teóricos conceituais da Geografia. O recurso audiovisual assume, assim, o papel
que lhe cabe: problematizador, estimulador para pesquisas sobre os assuntos
provocados pelo filme, a fim de desvelar preconceitos e leituras rasas, ideológicas e
estereotipadas sobre lugares e povos.
Portanto, o uso de recursos audiovisuais como mobilização para a
pesquisa, precisa levar o aluno a duvidar das verdades anunciadas e das paisagens
exibidas. Essa suspeita instigará a busca de outras fontes de pesquisa para
investigação das raízes da configuração socioespacial exibida, necessária para uma
análise crítica.
A Cartografia
183
O uso da cartografia nas aulas de Geografia, teve abordagens
variadas em função da perspectiva teórico-metodológica assumida pelo professor,
que durante muito tempo, considerou os mapas como um instrumento básico na
localização e descrição dos fenômenos espaciais. Não havia, no trabalho
metodológico cartográfico, a preocupação em explicar o ordenamento territorial da
sociedade.
Em função dessa avaliação, hoje compreendida como equivocada, o
ensino de Geografia abandonou o uso da linguagem cartográfica por algum tempo.
Ao rejeitar-se um método e uma linha de pensamento, rejeitou-se, sem maiores
reflexões, uma linguagem que, sob outra concepção teórico-metodológica, poderia
(e pode) contribuir muito para o ensino crítico do espaço Geográfico.
As DCEs propõe-se que os mapas e seus conteúdos sejam lidos
pelos estudantes como se fossem textos, passíveis de interpretação,
problematização e análise crítica.
A Literatura
A prática docente no ensino de Geografia também pode ser
viabilizada por instrumentos menos convencionais no cotidiano escolar que podem
enriquecer o processo de ensino e aprendizagem como, por exemplo, as obras de
arte e a literatura. As obras de arte possuem, dessa forma, uma importância
destacada no conjunto de abordagens possíveis nas aulas de Geografia, visto que
abarcam particularidades que não são possíveis em outros recursos.
Assim, sugere-se que o professor de Geografia mobilize o
acervo bibliográfico das escolas da rede estadual de ensino, contemplando
metodologias que estimulem a leitura.
Outro aspecto a ser considerado é a integração dos saberes
específicos em Geografia, com a Educação Ambiental, Cultura Afro-Brasileira,
Indígena, a Educação Fiscal e do Campo, vinculando esses conteúdos aos já
estabelecidos nos conteúdos estruturantes, já propostas na disciplina.
AVALIAÇÃO
184
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN)
determina que a avaliação do processo de ensino-aprendizagem seja formativa,
diagnóstica e processual. Respeitando o prenúncio da lei, considera-se que os
alunos têm diferentes ritmos de aprendizagem, identificam-se dificuldades e isso
possibilita a intervenção pedagógica a todo o tempo.
Assim sendo, o processo de avaliação deve considerar, na mudança
de pensamento e atitude do aluno, alguns elementos que demonstram o êxito do
processo de ensino/aprendizagem, quais sejam: a aprendizagem, a compreensão, o
questionamento e a participação dos alunos, no confronto de ideias, dos valores,
dos posicionamentos políticos, da formação conceitual prévia dos alunos e as
concepções científicas sobre tais elementos.
A avaliação deixa de ser um momento terminal do processo
educativo (como hoje é concebida) abrindo espaço para a dinamização de novas
oportunidades de aprendizagem. Para isso, destacam-se como os principais critérios
de avaliação em Geografia:
● a formação dos conceitos geográficos básicos
● e o entendimento das relações socioespaciais para compreensão
e intervenção na realidade: Espaço ↔Temporais e Sociedade
↔Natureza
Nesta perspectiva de avaliação formativa é importante que o
professor tenha registrado, de maneira organizada e precisa, todos os momentos do
processo de ensino-aprendizagem, bem como as dificuldades e os avanços obtidos
pelos alunos, de modo que esses registros tanto explicitem o caráter processual e
continuado da avaliação quanto atenda às exigências burocráticas do sistema de
notas. Ao invés de avaliar apenas por meio de provas, o professor pode usar
técnicas e instrumentos que possibilitem várias formas de expressão dos alunos,
como:
● interpretação e produção de textos de Geografia;
● interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;
● pesquisas bibliográficas;
● relatórios de aulas de campo;
185
● apresentação e discussão de temas em seminários;
● construção, representação e análise do espaço através de
maquetes, entre outros.
Reitera-se que, Não deve ser somente a avaliação do aprendizado
do aluno, mas também uma reflexão das metodologias do professor, da seleção dos
conteúdos, dos objetivos estabelecidos e podem ser um referencial para o
redimensionamento do trabalho pedagógico, pois as DCEs valoriza a noção de que
o aluno possa, durante e ao final do percurso, avaliar a realidade socioespacial em
que vive, sob a perspectiva de transformá-la.
BIBLIOGRAFIA
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes
Curriculares de Geografia para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
O ensino da língua materna busca o aprimoramento de competência
Linguística dos educandos, de forma a garantir uma inserção ativa e crítica na
sociedade. É na escola que o aluno, e mais especificamente o da escola pública,
deve encontrar o espaço para as práticas de linguagem que lhe possibilitem interagir
na sociedade, nas mais diferentes circunstâncias de uso da língua, em instâncias
públicas e privadas.
Não há como negar que, democratização do ensino levou para a
instituição escolar os integrantes das classes menos favorecidas e, a consequência,
foi a instalação do conflito entre a linguagem ensinada na escola, que é a norma das
classes privilegiadas, e a linguagem das camadas populares. Assim como é inegável
o papel que escola, notadamente a pública, tem para com o povo brasileiro: ensinar
a ler e a escrever com a proficiência necessária e de direito àqueles que nasceram
no universo da Língua Portuguesa falada no Brasil e necessitam dela como um
instrumento legítimo de luta e posicionamento, para que, de posse desse
186
instrumento, possam assumir uma postura de cidadãos ativos na sociedade
brasileira.
Historicamente, o processo de ensino de Língua Portuguesa no
Brasil iniciou-se com a educação jesuítica ainda não institucionalizada, partindo de
práticas pedagógicas restritas à alfabetização, que visavam manter os discursos
hegemônicos da metrópole e da Igreja. Essa educação era, tão somente,
instrumento fundamental na formação da elite colonial.
As primeiras práticas pedagógicas, para os já alfabetizados,
moldavam-se ao ensino do latim, para os poucos que tinham acesso a uma
escolarização mais prolongada. Nos cursos chamados secundários, as aulas eram
de gramática latina e retórica, além do estudo de grandes autores clássicos. No
período colonial, a língua mais utilizada pela população era o tupi, e o português “era
a língua da burocracia” ou seja, a língua das transações comerciais, dos
documentos legais.
A interação entre colonizados e colonizadores resultou na
constituição da Língua Geral (tupi-guarani), utilizada pelos portugueses, num
primeiro momento, com vistas ao conhecimento necessário para a dominação da
nova terra. Essas línguas continuaram sendo usadas por muito tempo na
comunicação informal por grande parte da população não escolarizada. A fim de
reverter esse quadro, em 1758 um decreto do Marquês de Pombal tornou a Língua
Portuguesa idioma oficial do Brasil, proibindo o uso da Língua Geral. Essa foi uma
das primeiras medidas para tornar hegemônica a Língua Portuguesa em todo o
território. Foi nesse contexto, e influenciado por alguns ideais iluministas, que o
Marquês de Pombal tornou obrigatório o ensino da Língua Portuguesa em Portugal e
no Brasil.
A educação brasileira passou por mudanças estruturais. O ensino,
até então dominado pelos jesuítas, não se limitava mais às escolas de ler e contar,
ou escolas elementares, dirigidas à população indígena. Eles também mantinham
cursos de Letras e de Filosofia, que eram considerados secundários, e o curso de
Teologia para a formação de sacerdotes. Essas instituições de ensino, portanto,
privilegiaram as camadas superiores da sociedade, europeizado e produzindo uma
educação que visava à manutenção do status quo. As classes populares, que
187
precisavam do ensino primário para aprender a ler e escrever a língua portuguesa,
continuaram negligenciadas.
Somente nas últimas décadas do século XIX, a disciplina de Língua
Portuguesa passou a integrar os currículos escolares brasileiros. Ainda no final do
século XIX, e com o advento da República, a preocupação com a nascente
industrialização influenciou a estrutura curricular: tendo em vista a formação
profissional, as Humanidades não eram consideradas prioritárias, fortalecendo-se o
caráter utilitário da educação. Houve, então, a necessidade de rever o acesso ao
ensino para atender às necessidades da industrialização.
O Latim começou a perder prestígio com a valorização da língua
nacional. Esse declínio teve início já no contexto do movimento romântico, integrado,
em sua maioria, por jovens burgueses que, entre outros princípios, defendiam uma
língua brasileira que garantisse a unidade nacional, estabelecida conforme ideais de
civilização e de ordem. Não se deve esquecer, porém, que o contexto romântico, no
Brasil, coincidiu com a Proclamação da Independência, e seus ideais eram os ideais
burgueses de consolidação do poder em uma nação recém-constituída. A literatura
veiculada na variedade brasileira da língua portuguesa foi retomada, depois, pelos
modernistas, os quais, em 1922, defendiam a necessidade de romper com os
modelos tradicionais portugueses e privilegiar o falar brasileiro.
O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista
até meados do século XX, quando se iniciou, no Brasil, a partir da década 1960, um
processo de expansão do ensino primário público, ampliando o números de vagas
para os filhos de operários. No contexto da expansão da escolarização, o ensino de
Língua Portuguesa não poderia dispensar propostas pedagógicas que levassem em
conta as novas necessidades trazidas por esses alunos para o espaço escolar,
dentre elas a presença de registros linguísticos e padrões culturais diferentes dos
até então admitidos na escola.
A disciplina de Português passou a denominar-se, a partir da Lei
5692/71, no primeiro grau, Comunicação e Expressão (nas quatro primeiras séries)
e Comunicação em Língua Portuguesa (nas quatro últimas séries), com base em
estudos posteriores a Saussure, em especial nos estudos de Jakobson, referentes à
teoria da comunicação. O ensino de Língua Portuguesa fundamentava-se, então, em
188
exercícios estruturais, técnicas de redação e treinamento de habilidades de leitura.
Com relação à literatura, até meados do século XX, o principal instrumento do
trabalho pedagógico eram as antologias literárias, com base nos cânones. A leitura
do texto literário, no ensino primário e ginasial, visava transmitir a norma culta da
língua, com base em exercícios gramaticais e estratégias para incutir valores
religiosos, morais e cívicos.
Com o movimento que levaria ao fim do regime militar, houve um
aumento de cursos de pós-graduação para a formação de uma elite de professores
e pesquisadores, possibilitando um pensamento crítico em relação à educação.
Ganham força as discussões sobre o currículo escolar e sobre o papel da educação
na transformação social, política e econômica da sociedade brasileira.
A consolidação da abertura política resultou em pesquisas que
fortaleceram a pedagogia histórico-crítica, propiciando uma rede de outras
pesquisas, inserindo, no pedagógico dos anos 80, uma vertente progressista. A
pedagogia histórico-crítica vê a educação como mediação da prática social.
Na disciplina de Língua Portuguesa, essa pedagogia se revelou nos
estudos linguísticos centrados no texto/contexto e na interação social das práticas
discursivas. As novas concepções sobre a aquisição da Língua Materna chegaram
ao Brasil no final da década de 1970 e início de 1980, quando as primeiras obras do
Círculo de Bakhtin passaram a ser lidas nos meios acadêmicos. Essas primeiras
leituras contribuíram para fazer frente à pedagogia tecnicista. A dimensão tradicional
de ensino da língua cedeu espaço a novos paradigmas, envolvendo questões de
uso, contextuais, valorizando o texto como unidade fundamental de análise.
Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua
Portuguesa na Educação Básica brasileira, e confrontando esse percurso com a
situação de analfabetismo funcional, de dificuldade de leitura compreensiva e
produção de textos apresentada pelos alunos – segundo os resultados de
avaliações em larga escala e, mesmo, de pesquisas acadêmicas – as Diretrizes
Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa propôs novos posicionamentos, em
relação às práticas de ensino; seja pela discussão crítica dessas práticas, seja pelo
envolvimento direto dos professores na construção de alternativas.
189
Essas considerações resultaram, nas DCE, numa proposta que dá
ênfase à língua viva, dialógica, em constante movimentação, permanentemente
reflexiva e produtiva. Tal ênfase traduz-se na adoção das práticas de linguagem
como ponto central do trabalho pedagógico. Este aspecto será mais amplamente
explicitado quando se abordar o Conteúdo Estruturante da disciplina, qual seja, o
discurso como prática social. É tarefa da escola possibilitar que seus alunos
participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a
oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação. Se a
escola desconsiderar esse papel, o sujeito ficará à margem dos novos letramentos,
não conseguindo se constituir no âmbito de uma sociedade letrada.
Dessa forma, será possível a inserção de todos os que frequentam a
escola pública em uma sociedade cheia de conflitos sociais, raciais, religiosos e
políticos de forma ativa, marcando, assim, suas vozes no contexto em que estiverem
inseridos.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes
➢ Discurso como prática social.
O trabalho com a disciplina considerará os gêneros discursivos que
circulam socialmente, com especial atenção àqueles de maior exigência na sua
elaboração formal, isso porque os gêneros discursivos “são formas comunicativas
que não são adquiridas em manuais, mas sim nos processos interativos”. Nessa
concepção, antes de constituir um conceito, é uma prática social e deve orientar a
ação pedagógica com a língua. Compreender essa relação é fundamental para que
não se caia tão somente na sua normatização que dissocia o texto de sua realidade
social.
O aprimoramento da competência linguística do aluno acontecerá
com maior propriedade se lhe for dado conhecer, nas práticas de leitura, escrita e
oralidade, o caráter dinâmico dos gêneros discursivos. O trânsito pelas diferentes
esferas de comunicação possibilitará ao educando uma inserção social mais
produtiva no sentido de poder formular seu próprio discurso e interferir na sociedade
em que está inserido.
190
O trabalho com os gêneros, portanto, deverá levar em conta que a
língua é instrumento de poder e que o acesso ao poder, ou sua crítica, é legítimo e é
direito para todos os cidadãos. Para que isso se concretize, o estudante precisa
conhecer e ampliar o uso dos registros socialmente valorizados da língua, como a
norma culta.
É na escola que um imenso contingente de alunos que frequentam
as redes públicas de ensino tem a oportunidade de acesso à norma culta da língua,
ao conhecimento social e historicamente construído e à instrumentalização que
favoreça sua inserção social e exercício da cidadania, sem no entanto desprezar os
falares presentes no cotidiano, ou fazer deles alvos de preconceitos linguísticos.
Há de se considerar, de acordo com as DCEs, os três itens das
práticas discursivas nela descritos:
5.5.17.1. Práticas Discursivas
● Oralidade
● Escrita
● Leitura
Conteúdos Básicos
6º ANO
Eixo: Leitura
● Tema do texto;
● Interlocutor;
● Finalidade;
● Argumentos do texto;
● Discurso direto e indireto;
● Elementos composicionais do gênero;
● Léxico;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito), figuras de linguagem.
191
Eixo: Escrita
● Contexto de produção;
● Interlocutor;
● Finalidade do texto;
● Informatividade;
● Argumentatividade;
● Discurso direto e indireto;
● Elementos composicionais do gênero;
● Divisão do texto em parágrafos;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito), figuras de linguagem;
● Processo de formação de palavras;
● Acentuação gráfica;
● Ortografia;
● Concordância verbal/nominal
Eixo: Oralidade
● Tema do texto;
● Finalidade;
● Argumentos;
● Papel do locutor e interlocutor;
● Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;
● Adequação do discurso ao gênero;
● Turnos de fala;
● Variações linguísticas;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos
semânticos.
7º ANO
● Eixo: Leitura
● Tema do texto;
192
● Interlocutor;
● Finalidade do texto;
● Argumentos do texto;
● Contexto de produção;
● Intertextualidade;
● Informações explícitas e implícitas;
● Discurso direto e indireto;
● Elementos composicionais do gênero;
● Repetição proposital de palavras;
● Léxico;
● Ambiguidade;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito), figuras de linguagem.
Eixo: Escrita
● Contexto de produção;
● Interlocutor;
● Finalidade do texto;
● Informatividade;
● Discurso direto e indireto;
● Elementos composicionais do gênero;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito)
● Figuras de linguagem.
● Processo de formação de palavras;
● Acentuação gráfica;
● Ortografia;
● Concordância verbal/nominal
Eixo: Oralidade
● Tema do texto;
● Finalidade;
193
● Argumentos;
● Papel do locutor e interlocutor;
● Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;
● Adequação do discurso ao gênero;
● Turnos de fala;
● Variações linguísticas;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos
semânticos.
8º ANO
Eixo: Leitura
● Conteúdo temático;
● Interlocutor;
● Intencionalidade do texto;
● Argumentos do texto;
● Contexto de produção;
● Intertextualidade;
● Vozes sociais presentes no texto;
● Elementos composicionais do gênero;
● Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do
texto;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito);
● Semântica:
o operadores argumentativos;
o ambiguidade;
o sentido figurado;
o expressões que denotam ironia e humor no texto.
Eixo: Escrita
● Conteúdo temático;
● Interlocutor;
194
● Intencionalidade do texto;
● Informatividade;
● Contexto de produção;
● Intertextualidade;
● Vozes sociais presentes no texto;
● Elementos composicionais do gênero;
● Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do
texto;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas,
travessão, negrito;
● Concordância verbal e nominal.
Eixo: Oralidade
● Conteúdo temático;
● Finalidade;
● Argumentos;
● Papel do locutor e interlocutor;
● Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial,
corporal e gestual, pausas ...;
● Adequação do discurso ao gênero;
● Turnos de fala;
● Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre
outras);
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
● Elementos semânticos;
● Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias,
repetições);
● Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito
9º ANO
Eixo: Leitura
● Conteúdo temático;
195
● Interlocutor;
● Intencionalidade do texto;
● Argumentos do texto;
● Contexto de produção;
● Intertextualidade;
● Discurso ideológico presente no texto;
● Vozes sociais presentes no texto;
● Elementos composicionais do gênero;
● Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do
texto;
● Partículas conectivas do texto;
● Progressão referencial no texto;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas,
travessão, negrito;
● Semântica:
o operadores argumentativos;
o polissemia;
o expressões que denotam ironia e humor no texto.
Eixo: Escrita
● Interlocutor;
● Intencionalidade do texto;
● Informatividade;
● Contexto de produção;
● Intertextualidade;
● Vozes sociais presentes no texto;
● Elementos composicionais do gênero;
● Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do
texto;
● Partículas conectivas do texto;
● Progressão referencial no texto;
196
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes
gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas,
travessão, negrito, etc.;
● Sintaxe de concordância;
● Sintaxe de regência;
● Processo de formação de palavras;
● Vícios de linguagem;
● Semântica:
o operadores argumentativos;
o polissemia;
o modalizadores
Eixo: Oralidade
● Conteúdo temático;
● Finalidade;
● Argumentos;
● Papel do locutor e interlocutor;
● Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial,
corporal e gestual, pausas ...;
● Adequação do discurso ao gênero;
● Turnos de fala;
● Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas entre
outras);
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição,
conectivos;
● Semântica;
● Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias,
repetições, etc.);
● Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito
Observação: Para todos os anos deverão ser considerados os
gêneros discursivos. Lembrando que para o trabalho das práticas de leitura, escrita,
oralidade e análise linguística serão adotados como conteúdos básicos os gêneros
197
discursivos conforme suas esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer
a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político
Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho Docente,
ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de
complexidade adequado a cada uma das séries. Os quadros a seguir referem-se às
esferas de circulação dos gêneros discursivos e os gêneros orais e escritos
considerando os aspectos tipológicos do grupo narrar, relatar, argumentar, expor e
descrever.
Gêneros textuais e esferas de circulação
COTIDIANA Adivinhas, Diário, Álbum de Família Exposição Oral,
Anedotas, Fotos, Bilhetes, Músicas, Cantigas de Roda,
Parlendas, Carta Pessoal, Piadas, Cartão, Provérbios,
Cartão-postal, Quadrinhas, Causos, Receitas,
Comunicado, Relatos de Experiências Vividas,
Convites, Trava-Línguas, Curriculum Vitae.
LITERÁRIA/ARTÍSTICA Autobiografia, Letras de Músicas, Biografias, Narrativas
de Aventura, Contos, Narrativas de Enigma, Contos de
Fadas, Narrativas de Ficção, Contos de Fadas
Contemporâneos, Narrativas de Humor, Crônicas de
Ficção, Narrativas de Terror, Escultura, Narrativas
Fantásticas, Fábulas, Narrativas Míticas, Fábulas
Contemporâneas, Paródias, Haicai, Pinturas, Histórias
em Quadrinhos, Poemas, Lendas, Romances,
Literatura de Cordel, Tankas, Memórias, Textos
Dramáticos.
CIENTÍFICA Artigos, Relato Histórico, Conferência, Relatório,
Debate, Palestra, Verbetes, Pesquisas
ESCOLAR Ata, Relato Histórico, Cartazes, Relatório, Debate,
Regrado, Relatos de Experiências, Diálogo/Discussão
Argumentativa Científicas, Exposição Oral, Resenha,
Júri Simulado, Resumo, Mapas, Seminário, Palestra,
Texto Argumentativo, Pesquisas, Texto de Opinião,
Verbetes de Enciclopédias
IMPRENSA Agenda Cultural, Fotos, Anúncio de Emprego,
Horóscopo, Artigo de Opinião, Infográfico, Caricatura,
Manchete, Carta ao Leitor, Mapas, Mesa Redonda,
Cartum, Notícia, Charge, Reportagens, Classificados,
Resenha Crítica, Crônica Jornalística, Sinopses de
Filmes, Editorial, Tiras, Entrevista (oral e escrita)
PUBLICITÁRIA Anúncio, Músicas, Caricatura, Paródia, Cartazes,
Placas, Comercial para TV, Publicidade Comercial, E-
198
mail, Publicidade Institucional, Folder, Publicidade
Oficial, Fotos, Texto Político, Slogan.
POLÍTICA Abaixo-Assinado, Debate Regrado, Assembleia,
Discurso Político “de Palanque”, Carta de Emprego,
Fórum, Carta de Reclamação, Manifesto, Carta de
Solicitação, Mesa Redonda, Debate, Panfleto.
JURÍDICA Boletim de Ocorrência, Estatutos, Constituição
Brasileira, Leis, Contrato, Ofício, Declaração de
Direitos, Procuração, Depoimentos, Regimentos,
Discurso de Acusação, Regulamentos, Discurso de
Defesa, Requerimentos.
PRODUÇÃO E CONSUMO Bulas, Relato Histórico, Manual Técnico, Relatório,
Placas, Relatos de Experiências Científicas, Resenha,
Resumo, Seminário, Texto Argumentativo, Texto de
Opinião, Verbetes de Enciclopédias
MIDIÁTICA Blog, Reality Show, Chat, Talk Show, Desenho
Animado, Telejornal, E-mail, Telenovelas, Entrevista,
Torpedos, Filmes, Vídeo Clip, Fotoblog,
Vídeoconferência, Home Page.
Gêneros orais e escritos
Domínios
sociais de
comunicação
Aspectos
tipológicos
Capacidade de
linguagem
dominante
Exemplo de gêneros orais e
escritos
Cultura
Literária
Ficcional
Narrar Mimeses de
ação através da
criação da
intriga no
domínio do
verossímil
Conto de Fadas, fábula, lenda,
narrativa de aventura, narrativa
de ficção cientifica, narrativa de
enigma, narrativa mítica, sketch
ou história engraçada, biografia
romanceada, romance,
romance histórico, novela
fantástica, conto, crônica
literária, adivinha, piada
Documentação
e
memorização
das ações
humanas
Relatar Representação
pelo discurso de
experiências
vividas, situadas
no tempo
Relato de experiência vivida,
relato de viagem, diário íntimo,
testemunho, anedota ou caso,
autobiografia, curriculum vitae,
notícia, reportagem, crônica
social, crônica esportiva,
histórico, relato histórico, ensaio
ou perfil biográfico, biografia
Discussão de
problemas
Argumentar Sustentação,
refutação e
Textos de opinião, diálogo
argumentativo, carta de leitor,
199
sociais
controversos
negociação de
tomadas de
posição
carta de solicitação, deliberação
informal, debate regrado,
assembleia, discurso de defesa
(advocacia), discurso de
acusação (advocacia), resenha
crítica, artigos de opinião ou
assinados, editorial, ensaio
Transmissão e
construção de
saberes
Expor Apresentação
textual de
diferentes
formas dos
saberes
Texto expositivo, exposição
oral, seminário, conferência,
comunicação oral, palestra,
entrevista de especialista,
verbete, artigo enciclopédico,
texto explicativo, tomada de
notas, resumo de textos
expositivos e explicativos,
resenha, relatório científico,
relatório oral de experiência
Instruções e
prescrições
Descrever
ações
Regulação
mútua de
comportamentos
Instruções de montagem,
receita, regulamento, regras de
jogo, instruções de uso,
comandos diversos, textos
prescritivos
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Tendo em vista a concepção de linguagem como discurso que se
efetiva nas diferentes práticas sociais, o processo de ensino-aprendizagem na
disciplina de língua, buscará:
● empregar a língua oral em diferentes situações de uso, saber
adequá-la a cada contexto e interlocutor, reconhecer as intenções
implícitas nos discursos do cotidiano e propiciar a possibilidade de
um posicionamento diante deles;
● desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por
meio de práticas sociais que considerem os interlocutores, seus
objetivos, o assunto tratado, além do contexto de produção;
200
● analisar os textos produzidos, lidos e/ou ouvidos, possibilitando
que o aluno amplie seus conhecimentos linguístico-discursivos;
● aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a capacidade
de pensamento crítico e a sensibilidade estética, permitindo a
expansão lúdica da oralidade, da leitura e da escrita;
● aprimorar os conhecimentos linguísticos, de maneira a propiciar
acesso às ferramentas de expressão e compreensão de
processos discursivos, proporcionando ao aluno condições para
adequar a linguagem aos diferentes contextos sociais,
apropriando-se, também, da norma padrão.
A quebra de paradigma está para o ensino da gramática normativa
que deixa de ser visto a partir de exercícios tradicionais, e passa a implicar que o
aluno compreenda o que seja um bom texto, como é organizado, como os
elementos gramaticais ligam palavras, frases, parágrafos, retomando ou avançando
ideias defendidas pelo autor, além disso, o aluno refletirá e analisará a adequação
do discurso considerando o destinatário, o contexto de produção e os efeitos de
sentidos provocados pelos recursos linguísticos utilizados no texto.
Para melhor compreensão da diferença entre o ensino de gramática
(normativa) e a prática de análise linguística, segue um quadro produzido por
Mendonça (2006, p. 207), que aponta algumas dessas diferenças:
ENSINO DE GRAMÁTICA PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICA
- AL
● Concepção de língua como sistema,
estrutura inflexível e invariável. ● Fragmentação entre os eixos de
ensino: as aulas de gramática não
se relacionam necessariamente com
as de leitura e de produção textual. ● Metodologia transmissiva, baseada
na exposição dedutiva (do geral
para o particular, isto é, das regras
para o exemplo) + treinamento. ● Privilégio das habilidades
metalinguísticas. ● Ênfase nos conteúdos gramaticais
● Concepção de língua como ação
interlocutiva situada, sujeita às
interferências dos falantes. ● Integração entre os eixos de ensino:
a AL é ferramenta para a leitura e a
produção de textos. ● Metodologia reflexiva, baseada na
indução (observação dos casos
particulares para conclusão das
regularidades/regras). ● Trabalho paralelo com habilidades
metalinguísticas e epilinguísticas. ● Ênfase nos usos como objetos de
201
como objetos de ensino, abordados
isoladamente e em sequência mais
ou menos fixa.
● Centralidade na norma-padrão. ● Ausência de relação com as
especificidades dos gêneros, uma
vez que a análise é mais de cunho
estrutural e, quando normativa,
desconsidera o funcionamento
desses gêneros nos contextos de
interação verbal. ● Unidade privilegiada: a palavra, a
frase e o período. ● Preferência pelos exercícios
estruturais, de identificação e
classificação de unidades/funções
morfossintáticas e correção.
ensino (habilidades de leitura e
escrita), que remetem a vários
outros objetos de ensino
(estruturais, textuais, discursivos,
normativos), apresentados e
retomados sempre que necessário. ● Centralidade nos efeitos de sentido. ● Fusão do trabalho com os gêneros,
na medida em que contempla
justamente a intersecção das
condições de produção dos textos e
as escolhas linguísticas.
● Unidade privilegiada: o texto.
● Preferência por questões abertas e
atividades de pesquisa, que exigem
comparação e reflexão sobre
adequação e efeitos de sentido.
Para o trato com a leitura, as DCEs sugerem como
encaminhamento metodológico o Método Recepcional, elaborado pelas professoras
Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar, partindo dos pressupostos
teóricos apresentados na Estética da Recepção e na Teoria do Efeito. O método tem
como objetivos:
● Efetuar leituras compreensivas e críticas;
● Ser receptivo a novos textos e a leitura de outrem;
● Questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio
horizonte cultural;
● Transformar os próprios horizontes de expectativas, bem como os
do professor, da escola, da comunidade familiar e social.
Esse trabalho divide-se em cinco etapas e cabe ao professor
delimitar o tempo de aplicação de cada uma delas, de acordo com o seu plano de
trabalho docente e com a sua turma.
1ª Etapa A primeira etapa é o momento de determinação do horizonte de expectativa do aluno/leitor. O professor precisa tomar conhecimento da realidade sociocultural dos educandos, observando o dia a dia da sala de aula. Informalmente, pode-se analisar os interesses e o nível de leitura, a partir de discussões de textos, visitas à biblioteca, exposições de livros
202
2ª Etapa Na segunda, ocorre o atendimento ao horizonte de expectativas, o professor Língua apresenta textos que sejam próximos ao conhecimento de mundo e às experiências de leitura dos alunos. Para isso, é fundamental que sejam selecionadas obras que tenham um senso estético aguçado, percebendo que a diversidade de leituras pode suscitar a busca de autores consagrados da literatura, de obras clássicas
3ª Etapa Em seguida, acontece a ruptura do horizonte de expectativas. É o momento de mostrar ao leitor que nem sempre determinada leitura é o que ele espera, suas certezas podem ser abaladas. Para que haja o rompimento, é importante o professor trabalhar com obras que, partindo das experiências de leitura dos alunos, aprofundem seus conhecimentos, fazendo com que eles se distanciam do senso comum em que se encontravam e tenham seu horizonte de expectativa ampliado, consequentemente, o entendimento do evento estético
4ª Etapa Após essa ruptura, o sujeito é direcionado a um questionamento do horizonte de expectativas. O professor orienta o aluno/leitor a um questionamento e a uma autoavaliação a partir dos textos oferecidos. O aluno deverá perceber que os textos oferecidos na etapa anterior (ruptura) trouxeram-lhe mais dificuldades de leitura, porém, garantiram-lhe mais conhecimento, o que o ajudou a ampliar seus horizontes.
5ª Etapa A quinta e última etapa do método recepcional é a ampliação do horizonte de expectativas. As leituras oferecidas ao aluno e o trabalho efetuado a partir delas possibilitam uma reflexão e uma tomada de consciência das mudanças e das aquisições, levando-o a uma ampliação de seus conhecimentos.
De acordo com o exposto, quanto mais variado for o contato do
aluno com diferentes gêneros discursivos (orais e escritos), mais fácil será assimilar
as regularidades que determinam o uso da língua em diferentes esferas sociais
(BAKHTIN, 1992). No entanto, é necessário que o professor selecione o gênero que
pretende trabalhar e, depois de discutir sobre o conteúdo temático e o contexto de
produção/ circulação, prepare atividades sobre a análise das marcas linguístico-
enunciativas, entre elas:
Oralidade:
● as variedades linguísticas e a adequação da linguagem ao
contexto de uso: diferentes registros, grau de formalidade em
relação ao gênero discursivo;
● os procedimentos e as marcas linguísticas típicas da conversação
(como a repetição, o uso das gírias, a entonação), entre outros;
● as diferenças lexicais, sintáticas e discursivas que caracterizam a
fala formal e a informal;
203
● os conectivos como mecanismos que colaboram com a coesão e
coerência do texto, uma vez que tais conectivos são marcadores
orais e, portanto, devem ser utilizados conforme o grau de
formalidade/informalidade do gênero, etc.
Leitura:
● as particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em
registro formal e do texto em registro informal;
● a repetição de palavras (que alguns gêneros permitem) e o efeito
produzido;
● o efeito de uso das figuras de linguagem e de pensamento
(efeitos de humor, ironia, ambiguidade, exagero, expressividade,
entre outros);
● léxico;
● progressão referencial no texto;
● os discursos direto, indireto e indireto livre na manifestação das
vozes que falam no texto. Nessa perspectiva, o texto não serve
apenas para o aluno identificar, por exemplo, os adjetivos e
classificá-los; considera-se que o texto tem o que dizer, há
ideologias, vozes, e para atingir a sua intenção, utiliza-se de
Escrita:
Por meio do texto dos alunos, num trabalho de reescrita do texto ou
de partes do texto, o professor pode selecionar atividades que reflitam e analisam os
aspectos:
● discursivos (argumentos, vocabulário, grau de formalidade do
gênero);
● textuais (coesão, coerência, modalizadores, operadores
argumentativos, ambiguidades, intertextualidade, processo de
referenciação);
● estruturais (composição do gênero proposto para a
escrita/oralidade do texto, estruturação de parágrafos);
204
● normativos (ortografia, concordância verbal/nominal, sujeito,
predicado, complemento, regência, vícios da linguagem...);
● recursos gráficos e efeitos de uso, como: aspas, travessão,
negrito, itálico, sublinhado, parênteses, etc.;
● pontuação como recurso sintático e estilístico em função dos
efeitos de sentido, entonação e ritmo, intenção, significação e
objetivos do texto;
● papel sintático e estilístico dos pronomes na organização,
retomadas e sequenciação do texto;
● valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais em função
dos propósitos do texto, estilo composicional e natureza do
gênero discursivo;
● efeito do uso de certas expressões que revelam a posição do
falante em relação ao que diz – expressões modalizadoras;
● associação semântica entre as palavras de um texto e seus
efeitos para coesão e coerência pretendidas;
● procedimentos de concordância verbal e nominal;
● função da conjunção, das preposições, dos advérbios na conexão
do sentido entre o que vem antes e o que vem depois em um
texto
AVALIAÇÃO
A avaliação em Língua Portuguesa, segundo os pressupostos
teóricos das DCEs, é tomada como um processo de aprendizagem contínuo e que
prioriza a qualidade e o desempenho do aluno ao longo do ano letivo, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao
longo do período sobre os de eventuais provas finais)”.
A avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e
processos de aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta
dificuldades, possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo.
Informa ao professor e ao aluno acerca do ponto em que se encontram e contribui
205
com a busca de estratégias para que os alunos aprendam e participem mais das
aulas.
Sob essa perspectiva, estas Diretrizes recomendam que sejam
considerados os eixos:
Oralidade
Será avaliada em função da adequação do discurso/texto aos
diferentes interlocutores e situações. O professor verificará a participação do aluno
nos diálogos, relatos e discussões, a clareza que ele mostra ao expor suas ideias, a
fluência da sua fala, a argumentação que apresenta ao defender seus pontos de
vista. O aluno também deve se posicionar como avaliador de textos orais com os
quais convive, como: noticiários, discursos políticos, programas televisivos, e de
suas próprias falas, formais ou informais, tendo em vista o resultado esperado.
Leitura
Serão avaliadas as estratégias que os estudantes empregam para a
compreensão do texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre textos,
relações de causa e consequência entre as partes do texto, o reconhecimento de
posicionamentos ideológicos no texto, a identificação dos efeitos de ironia e humor
em textos variados, a localização das informações tanto explícitas quanto implícitas,
o argumento principal, entre outros. Caberá ao professor levar o aluno a ativar seus
conhecimentos prévios; compreender o significado das palavras desconhecidas a
partir do contexto; fazer inferências corretas; reconhecer o gênero e o suporte
textual; considerar as diferenças de leituras de mundo e ampliação do horizonte de
expectativas.
Escrita
O texto do aluno deve ser tomado como uma fase do processo de
produção, nunca como produto final, devendo ser consideradas as circunstâncias de
sua produção e o resultado dessa ação, nos seus aspectos discursivo textuais,
verificando:
● a adequação à proposta e ao gênero solicitado;
● se a linguagem está de acordo com o contexto exigido;
● a elaboração de argumentos consistentes;
● a coesão e coerência textual;
206
● a organização dos parágrafos.
● No momento da refacção textual, é pertinente observar:
● se a intenção do texto foi alcançada;
● se há relação entre partes do texto;
● se há necessidade de cortes, devido às repetições;
● se é necessário substituir parágrafos, ideias ou conectivos.
Análise Linguística
É no texto – oral e escrito – que a língua se manifesta em todos os
seus aspectos discursivos, textuais e gramaticais. Por isso, nessa prática
pedagógica, os elementos linguísticos usados nos diferentes gêneros precisam ser
avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada que lhes possibilitem
compreender esses elementos no interior do texto.
O professor poderá avaliar:
● o uso da linguagem formal e informal;
● a ampliação lexical;
● a percepção dos efeitos de sentidos causados pelo uso de
recursos linguísticos e estilísticos;
● as relações estabelecidas pelo uso de operadores argumentativos
e modalizadores;
● as relações semânticas entre as partes do texto (causa, tempo,
comparação).
Para que as propostas das Diretrizes de Língua Portuguesa se
efetivem na sala de aula, é imprescindível a participação pró-ativa do professor, que
engajado com as questões de seu tempo, respeitará as diferenças e promoverá uma
ação pedagógica de qualidade a todos os alunos, tanto para derrubar mitos que
sustentam o pensamento único, padrões pré-estabelecidos e conceitos
tradicionalmente aceitos, como para construir relações sociais mais generosas e
includentes.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares
de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
207
MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A matemática se desenvolveu ao longo da história da humanidade e
está em constante evolução, aperfeiçoando-se subsidiando novos conhecimentos.
Estando ciente que a Matemática estudada e ensinada hoje é produto das ideias e
contribuições construídas historicamente, é sempre possível rediscutir conceitos,
modificar pontos de vista sobre assuntos já conhecidos e propor outros.
Estudiosos defendem que a matemática teria surgido de
necessidades práticas urgentes do homem, como a demarcação de áreas, o
levantamento de seu rebanho, partindo para a valoração de objetos (comércio,
dinheiro). Outros já definiam que a matemática teria surgido do lazer de uma classe
de sacerdotes ou de rituais religiosos.
Na origem do ensino da Matemática, a educação ministrada de
forma clássica, o homem estava reduzido a contar números, memorizar e repetir.
Tempos depois o ensino foi voltado às atividades práticas que contribuíram para
uma fase de progressos, ocorrendo à valorização, popularização e inclusão do
ensino da matemática nos estudos.
Assim, a matemática passou a ser considerada como um saber
dinâmico e prático criando possibilidades de trocas de conhecimentos, pois é
imprescindível que o estudante se aproprie do conhecimento de forma que
compreenda conceitos e princípios matemáticos, raciocine claramente e comunique
ideias matemáticas, reconheça suas aplicações e aborde situações problemas com
segurança.
As relações que surgem entre professor - matemática - aluno, dentro
da realidade em que estão inseridos, é que fundamentam o acesso aos
conhecimentos e instrumentos matemáticos, como uma condição necessária para
participarem e intervirem na sociedade em que vivem, e seu entorno.
O conhecimento matemático não pode ser tratado como um
conjunto de fatos e definições isoladas e conclusivas. Sempre haverá outras
descobertas e conexões entre os vários conhecimentos que são fundamentais para
208
que os alunos possam compreender evolução, não só da matemática, mas da
humanidade. Historicamente, o ensino da Matemática esteve à mercê de políticas
que buscavam traduzir os conceitos emergentes da sociedade. Já nas antigas
civilizações desenvolveram-se os primeiros conhecimentos que vieram compor a
Matemática conhecida hoje. Há menções na história da Matemática de que os
babilônios, por volta de 2000 a.C., acumulavam registros do que hoje podem ser
classificados como álgebra elementar; esse período demarcou o nascimento da
Matemática.
Em solo grego, a Matemática emergiu somente mais tarde, nos
séculos VI e V a.C. Com a civilização grega, regras, princípios lógicos e exatidão de
resultados foram registrados. Com os pitagóricos ocorreram as primeiras discussões
sobre a importância e o papel da Matemática no ensino e na formação das pessoas.
Com os platônicos, buscava-se, pela Matemática, um instrumento que, para eles,
instigaria o pensamento do homem. Essa concepção arquitetou as interpretações e
o pensamento matemático de tal forma que influencia no ensino de Matemática até
os dias de hoje.
As primeiras propostas de ensino baseadas em práticas
pedagógicas ocorreram no século V a.C. com os sofistas, considerados profissionais
do ensino. O objetivo desse grupo era formar o homem político, que, pela retórica,
deveria dominar a arte da persuasão. Aos sofistas, devemos a popularização do
ensino da Matemática, o seu valor formativo e a sua inclusão de forma regular nos
círculos de estudos. Entre os séculos IV a II a.C., a educação era ministrada de
forma clássica e enciclopédica e o ensino de Matemática desse período estava
reduzido a contar Matemática números naturais, cardinais e ordinais, fundamentado
na memorização e na repetição.
Durante algum tempo, o ensino da geometria e aritmética ocorreu de
acordo com o pensamento euclidiano, fundado no rigor das demonstrações. A partir
do século II d.C., o ensino da aritmética teve outra orientação e privilegiou uma
exposição mais completa de seus conceitos. Já no século V d.C., início da Idade
Média, até o século VII, o ensino teve caráter estritamente religioso. Entre os
séculos VIII e IX, o ensino passou por mudanças significativas com o surgimento das
escolas e a organização dos sistemas de ensino. Embora a ênfase fosse dada ao
209
estudo do latim, surgiram as primeiras ideias que privilegiavam o aspecto empírico
da Matemática.
Após o século XV, o avanço das navegações e a intensificação das
atividades comerciais e, mais tarde, industriais possibilitaram novas descobertas na
Matemática, cujos conhecimentos e ensino voltaram-se às atividades práticas. O
século XVI demarcou um novo período de sistematização deste conhecimento,
denominado de matemáticas de grandezas variáveis
As descobertas matemáticas desse período contribuíram para uma
fase de grande progresso científico e econômico aplicado na construção,
aperfeiçoamento e uso produtivo de máquinas e equipamentos, tais como: armas de
fogo, imprensa, moinhos de vento, relógios e embarcações. O valor da técnica e a
concepção mecanicista de mundo propiciaram estudos que se concentraram,
principalmente, no que hoje chamamos Matemática Aplicada.
No Brasil, na metade do século XVI, os jesuítas instalaram colégios
católicos com uma educação de caráter clássico humanista. A educação jesuítica
contribuiu para o processo pelo qual a Matemática viria a ser introduzida como
disciplina nos currículos da escola brasileira. Entretanto, o ensino de conteúdos
matemáticos como disciplina escolar, nos colégios jesuítas, não alcançou destaque
nas práticas pedagógicas.
O século XVIII foi marcado pelas Revoluções Francesa e Industrial e
pelo início da intervenção estatal na educação. Com a emergente economia e
política capitalista, a pesquisa Matemática voltou-se, definitivamente, para as
necessidades do processo da industrialização. Desde o final do século XVI ao início
do século XIX, o ensino da Matemática, desdobrado em aritmética, geometria,
álgebra e trigonometria, contribuiu para formar engenheiros, geógrafos e topógrafos
que trabalhariam em minas, abertura de estradas, construções de portos, canais,
pontes, fontes, calçadas e preparar jovens para a prática da guerra.
No final do século XIX e início do século XX, o ensino da Matemática
foi discutido em encontros internacionais, nos quais se elaboraram propostas
pedagógicas que contribuíram para legitimar a Matemática como disciplina escolar e
para vincular seu ensino com os ideais e as exigências advindas das transformações
sociais e econômicas dos últimos séculos. As ideias reformadoras do ensino da
210
Matemática compactuavam discussões do movimento da Escola Nova, que
propunha um ensino orientado por uma concepção empírico-ativista ao valorizar os
processos de aprendizagem e o envolvimento do estudante em atividades de
pesquisa, lúdicas, resolução de problemas, jogos e experimentos. Outras
tendências, concomitantemente a empírico-ativista (escolanovista), influenciaram o
ensino da Matemática em nosso país. Muitas fundamentam o ensino até hoje, dentre
as quais se destacam as tendências: formalista clássica, formalista moderna,
tecnicista, construtivista, socioetnocultural e histórico-crítica.
A tendência histórico-crítica surgiu, no Brasil, em meados de 1984 e,
através de sua metodologia fundamentada no materialismo histórico, buscava a
construção do conhecimento a partir da prática social. Essa tendência é vista como
um saber vivo, dinâmico, construído para atender às necessidades sociais,
econômicas e teóricas em um determinado período histórico. A aprendizagem da
Matemática consiste em criar estratégias que possibilitam ao aluno atribuir sentido e
construir significado às ideias matemáticas de modo a tornar-se capaz de
estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar. Desse modo, supera o
ensino baseado apenas em desenvolver habilidades, como calcular e resolver
problemas ou fixar conceitos pela memorização ou listas de exercícios.
A ação do professor é articular o processo pedagógico, a visão de
mundo do aluno, suas opções diante da vida, da história e do cotidiano, isso porque
essa tendência é vista como um saber vivo, dinâmico, construído para atender às
necessidades sociais, econômicas e teóricas em um determinado período histórico.
No final da década de 1980, o Estado do Paraná produziu
coletivamente um documento de referência curricular para sua rede pública de
Ensino Fundamental Currículo Básico. O texto de Matemática teve uma forte
influência da pedagogia histórico-crítica em sua fundamentação teórica. A partir de
1998, o Ministério da Educação distribuiu os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN), que para o Ensino Fundamental apresentavam conteúdos da Matemática.
As DCEs do Paraná resgatam, para o processo de ensino e
aprendizagem, a importância do conteúdo matemático e da disciplina Matemática. É
imprescindível que o estudante se aproprie do conhecimento de forma que
compreenda os conceitos e princípios matemáticos, raciocine claramente e
211
comunique ideias matemáticas, reconheça suas aplicações e aborde problemas
matemáticos com segurança. Para tanto, o trabalho docente necessita emergir da
disciplina Matemática e ser organizado em torno do conteúdo matemático e, por
conseguinte, se faz necessário uma fundamentação teórica e metodológica.
A efetivação desta proposta requer um professor interessado em
desenvolver-se intelectual e profissionalmente e em refletir sobre sua prática para
tornar-se um educador matemático e um pesquisador em contínua formação.
Interessa-lhe, portanto, analisar criticamente os pressupostos ou as ideias centrais
que articulam a pesquisa ao currículo, a fim de potencializar meios para superar
desafios pedagógicos.
CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes
➢ Números e Álgebra
➢ Grandezas e Medidas
➢ Geometrias
➢ Funções
➢ Tratamento da Informação
6.1.1.1. Números e Álgebra
➢ Conjuntos numéricos e operações
➢ Equações e inequações
➢ Polinômios
➢ Proporcionalidade
6.1.1.2. Grandezas e Medidas
➢ sistema monetário
➢ medidas de comprimento
➢ medidas de massa
➢ medidas de tempo
➢ medidas derivadas: áreas e volumes
➢ medidas de ângulos
➢ medidas de temperatura
212
➢ medidas de velocidade
➢ trigonometria: relações métricas no triângulo retângulo e
relações trigonométricas nos triângulos
6.1.1.3. Geometrias
➢ geometria plana
➢ geometria espacial
➢ geometria analítica
➢ noções básicas de geometrias não-euclidianas
6.1.1.4. Funções
➢ função afim
➢ função quadrática
6.1.1.5. Tratamento da Informação
➢ noções de probabilidade
➢ estatística
➢ matemática financeira
➢ noções de análise combinatória
Conteúdos Básicos
6º ANO
● Sistemas de numeração
● Números naturais
● Múltiplos e divisores
● Potenciação e radiciação
● Números fracionários Números decimais
● Medidas de comprimento
● Medidas de massa
● Medidas de área
● Medidas de volume
● Medidas de tempo
213
● Medidas de ângulos
● Sistema monetário
● Geometria Plana
● Geometria Espacial
● Dados, tabelas e gráficos
● Porcentagem
7º ANO
● Números Inteiros
● Números Racionais
● Equação e Inequação do 1ºgrau
● Razão e proporção
● Regra de três simples
● Medidas de Temperaturas
● Medidas de Ângulos
● Geometria Plana Geometria Espacial
● Geometrias Não-Euclidianas
● Pesquisa Estatística
● Média Aritmética
● Moda e Mediana
● Juros Simples
8º ANO
● Números Racionais e Irracionais; Sistemas de Equações do 1º
grau Potências
● Monômios e Polinômios Produtos Notáveis
● Medidas de comprimento Medidas de área
● Medidas de volume Medidas de ângulos Geometria Plana
Geometria Espacial Geometria Analítica
● Geometrias Não-Euclidianas Gráficos e Informação
● População e Amostra
214
9º ANO
● Números Reais
● Propriedades dos radicais
● Equação do 2o grau
● Teorema de Pitágoras
● Equações Irracionais
● Equações Biquadradas
● Regra de Três Composta
● Relação Métrica no Triângulo Retângulo
● Trigonometria no Triângulo Retângulo
● Noção Intuitiva de Função Afim
● Noção Intuitiva de Função Quadrática Geometria Plana
● Geometria Espacial
● Geometria Analítica
● Geometrias Não-Euclidianas
● Noções de Análise Combinatória
● Noções de Probabilidade
● Estatística
● Juros Compostos
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Entre o mundo globalizado e a real condição de vida do aluno, está
a escola. Nesse contexto a matemática deve se apresentar como um elo entre o real
e o globalizado sendo um importante instrumento na formação e apreensão dos
conhecimentos matemáticos como meios eficazes para compreender e transformar
o mundo a sua volta. Este vínculo entre a matemática, escola e a realidade do aluno,
apresenta-se pela iniciação de um conceito matemático deve ser iniciada através de
situações reais que possibilitem ao aluno tomar consciência de que já tem algum
conhecimento sobre o assunto promovendo a difusão do conhecimento matemático
já organizado.
Assim a aprendizagem matemática se organiza a partir dos
conteúdos chamados estruturantes que são considerados de grande amplitude.
215
Partindo dos conteúdos estruturantes organizam-se os conteúdos básicos que são
considerados assuntos mais permanentes distribuídos por ano/série. Assim as
articulações desses conteúdos fundamentados às teorias metodológicas fazem parte
da proposta pedagógica curricular – PPC.
As DCEs contemplam tendências metodológicas da Educação
Matemática que priorizam:
● Resolução de problemas;
● Modelagem matemática;
● Mídias tecnológicas;
● Etnomatemática;
● História da matemática;
● Investigações matemáticas.
Como o processo ensino aprendizagem não se esgota em si
mesmo, a articulação entre as tendências anunciadas devem ser utilizadas, além
de ferramentas e equipamentos, tais como:
● Materiais manipulativos (tampinhas, palitos, barbantes, fichas,
cartões, papéis cartões, cartolina, recortes...)
● Materiais de construção (régua, compasso, transferidor,
esquadros, tesoura, dobraduras, recortes, embalagens, fita
métrica, trena, papel milimetrado...)
● mídias (internet via laboratório Paraná Digital, vídeos, TV
pendrive, rádio, aparelho de som...)
● Instrumentos de cálculo (calculadora, computadores)
● Jogos (encontrados à venda pela indústria que auxilie em
processos de aprendizagem como também a confecção dos
mesmos como os dados, a trilha, pentaminós, tangram etc.).
● Publicações (jornais, revistas, livros didáticos, paradidáticos, de
apoio, panfletos de propaganda...).
● Publicidade (panfletos de propagandas diversos, banners)
216
Havendo possibilidade, esses materiais serão acomodados em
laboratório apropriado para aulas práticas, pois são materiais que estão diretamente
relacionados ao cotidiano do aluno, servindo ao propósito de articulação entre
situações que exercitem a análise e a reflexão, pela atualização das informações.
AVALIAÇÃO
Para que esse aluno ativo não obter sucesso nas atividades
escolares há necessidade de se pensar a educação matemática como ciência
elaborada pelos homens em constantes modificações e que nos leva a pensar a
avaliação não como resultado de um único elemento a ser considerado, mas sim a
observação de todo o processo de construção desse conhecimento, sendo
necessária uma observação sistemática, que nos leva a avaliação diagnóstica.
No processo avaliativo, é necessário que o professor faça uso da
observação sistemática para diagnosticar as dificuldades dos alunos e criar
oportunidades diversificadas para que possam expressar seu conhecimento. Tais
oportunidades devem incluir manifestações escritas, orais e de demonstração,
inclusive por meio de ferramentas e equipamentos, tais como materiais
manipuláveis, computador e calculadora.
Alguns critérios devem orientar as atividades avaliativas propostas
pelo professor. Essas práticas devem possibilitar ao professor verificar se o aluno:
● comunica-se matematicamente, oral ou por escrito
● compreende, por meio da leitura, o problema matemático;
● elabora um plano que possibilite a solução do problema;
● encontra meios diversos para a resolução de um problema
matemático;
● realiza o retrospecto da solução de um problema.
E, dessa forma, o aluno deve ser estimulado a:
● partir de situações-problema internas ou externas à matemática;
● pesquisar acerca de conhecimentos que possam auxiliar na
solução dos problemas;
● elaborar conjecturas, fazer afirmações sobre elas e testá-las;
● perseverar na busca de soluções, mesmo diante de dificuldades;
217
● sistematizar o conhecimento construído a partir da solução
encontrada, generalizando, abstraindo e desvinculando-o de
todas as condições particulares;
● socializar os resultados obtidos, utilizando, para isso, uma
linguagem adequada;
● argumentar a favor ou contra os resultados
O professor deve considerar as noções que o estudante traz,
decorrentes da sua vivência, de modo a relacioná-las com os novos conhecimentos
abordados nas aulas de Matemática. Assim, será possível que as práticas
avaliativas finalmente superem a pedagogia do exame para se basearem numa
pedagogia do ensino e da aprendizagem.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares
de Matemática para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
INGLÊS
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Desde o início da colonização houve a preocupação de se promover
educação e aos Jesuítas coube a responsabilidade de evangelizar e ensinar o Latim.
Com a chegada da Família Real (1808), criou-se as cadeiras de Inglês e Francês
com objetivo de melhorar a instrução pública e de atender também às necessidades
de escolarização dos filhos dos imigrantes europeus, que lutavam pela preservação
de sua cultura, construindo e mantendo escolas para seus filhos.
Mesmo com a valorização de outras línguas estrangeiras, o Inglês
teve seu espaço garantido nos currículos oficiais por ser o idioma mais usado nas
transações comerciais, e também pela dependência econômica e cultural com os
Estados Unidos após a 2ª Guerra Mundial.
O ensino de Língua Estrangeira tem como função um ensino que
contribua para reduzir desigualdades sociais e desvelar as relações de poder que as
apoiam. Propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um espaço
para que os alunos reconheçam e compreendam a diversidade linguística e cultural,
218
de modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de construção de
significados em relação ao mundo em que vive. Espera-se que o aluno compreenda
que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis
de transformação na prática social.
Partindo deste princípio a pedagogia crítica é o referencial teórico
para o trabalho pedagógico. A língua, objeto de estudo desta disciplina contempla as
relações com a cultura, o sujeito e a identidade. O texto é o recurso metodológico a
ser utilizado nesta disciplina, abordando os diferentes gêneros textuais, em
atividades diversificadas, analisando a função do gênero estudado, sua composição,
a distribuição de informações, o grau de informação presente ali, a intertextualidade,
os recursos coesivos, a coerência e, somente depois a gramática.
O ensino da LEM pode ser sistematizado pelos objetivos a ele
definidos:
● Usar a língua em situações de comunicação oral e escrita;
● Compreender a diversidade linguística e cultural, bem como os
seus benefícios para o desenvolvimento humano;
● Conscientizar dos conhecimentos de Língua Estrangeira que os
alunos já possuem como participantes de um mundo globalizado;
● Compreender que o significado é, social e historicamente
construídos, e portanto, passíveis de transformação na prática
social;
● Conhecer no universo que o cerca percebendo a Língua
Estrangeira como parte integrante de um mundo plurilíngue;
● Compreender o papel hegemônico que algumas línguas
desempenham em determinado momento histórico;
● Reconhecer que o aprendizado da Língua Estrangeira l possibilita
o acesso a bens culturais de outros países;
● Construir consciência linguística e consciência crítica dos usos
que se fazem da Língua Estrangeira que estão aprendendo;
● Comunicar-se com e, em diferentes formas discursivas,
materializadas em diferentes tipos de textos;
219
● Transferir os conhecimentos adquiridos para produções orais e
escritas;
● Usar a língua estrangeira de forma interativa.
CONTEÚDOS
Conteúdo Estruturante
➢ Discurso como prática social
Conteúdos Básicos
Os conteúdos básicos assentam-se nos eixos: Leitura, escrita e
oralidade.
6º ANO
Leitura
● Identificação do tema; Intertextualidade;
● Intencionalidade;
● Léxico;
● Coesão e coerência;
● Função das classes gramaticais no texto; Elementos semânticos;
● Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
● Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação,
recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);
● Variedade linguística;
● Acentuação gráfica; Ortografia.
Escrita
● Tema do texto do texto; Finalidade do texto;
● Interlocutor;
● Intencionalidade do texto; Condições de produção;
● Informatividade (informações necessárias para a coerência do
texto; Léxico;
● Coesão e coerência;
● Funções das classes gramaticais no texto; Elementos semânticos;
● Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
220
● Marcas linguísticas: particularidade da língua, pontuação,
recursos gráficos(como aspas, travessão, negrito);
● Variedade linguística; Ortografia;
● Acentuação gráfica.
Oralidade
● Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
● Turnos da fala;
● Variações linguísticas;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
7º ANO
Leitura
● Identificação do tema; Intertextualidade;
● Intencionalidade;
● Léxico;
● Coesão e coerência;
● Função das classes gramaticais no texto;
● Elementos semânticos;
● Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
● Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação,
recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito)
● Variedade linguística; Acentuação gráfica; Ortografia.
Escrita
● Tema do texto do texto; Finalidade do texto;
● Interlocutor;
● Intencionalidade do texto; Condições de produção;
● Informatividade (informações necessárias para a coerência do
texto;
● Léxico;
221
● Coesão e coerência;
● Funções das classes gramaticais no texto; Elementos semânticos;
● Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
● Marcas linguísticas: particularidade da língua, pontuação,
recursos gráficos(como aspas, travessão, negrito);
● Variedade linguística;
● Ortografia;
● Acentuação gráfica.
Oralidade
● Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos;
● Adequação do discurso ao gênero;
● Turnos da fala;
● Variações linguísticas;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
Pronúncia.
8º ANO
Leitura
● Identificação do tema;
● Intertextualidade;
● Intencionalidade;
● Vozes sociais presentes no texto; Léxico;
● Coesão e coerência;
● Funções das classes gramaticais no texto; Elementos semânticos;
● Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
● Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação,
recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);
● Variedade linguística;
● Acentuação gráfica;
● Ortografia.
Escrita
● Tema do texto do texto; Finalidade
222
● Interlocutor;
● Intencionalidade do texto; Intertextualidade;
● Condições de produção;
● Informatividade (informações necessárias para a coerência do
texto; Léxico;
● Coesão e coerência;
● Funções das classes gramaticais no texto; Elementos semânticos;
● Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
● Marcas linguísticas: particularidade da língua, pontuação,
recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);
● Variedade linguística; Ortografia;
● Acentuação gráfica.
Oralidade
● Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos;
● Adequação do discurso ao gênero;
● Turnos da fala;
● Vozes sociais presentes no texto;
● Variações linguísticas;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
Adequação da fala ao contexto;
● Pronúncia.
9º ANO
Leitura
● Identificação do tema;
● Intencionalidade;
● Vozes sociais presentes no texto; Léxico;
● Coesão e coerência;
● Funções das classes gramaticais no texto; Elementos semânticos;
● Discurso direto e indireto;
223
● Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
● Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação,
recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);
● Variedade linguística. Acentuação gráfica; Ortografia;
● Intertextualidade.
Escrita
● Tema do texto do texto; Finalidade do texto;
● Interlocutor;
● Intencionalidade do texto;
● Condições de produção;
● Informatividade (informações necessárias para a coerência do
texto; Léxico;
● Coesão e coerência;
● Funções das classes gramaticais no texto; Elementos semânticos;
● Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
● Marcas linguísticas: particularidade da língua, pontuação,
recursos gráficos(como aspas, travessão, negrito);
● Variedade linguística;
● Ortografia;
● Acentuação gráfica.
Oralidade
● Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
● Turnos da fala;
● Vozes sociais presentes no texto; Variações linguísticas;
● Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
Adequação da fala ao contexto;
● Pronúncia.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
224
A metodologia de ensino de Língua Estrangeira terá como estrutura
fundamental a proposta da Pedagogia Histórico Crítica a qual implica em engajar os
alunos em atividades críticas e problematizadoras. A partir do Conteúdo Estruturante
- Discurso como prática social - serão trabalhadas questões linguísticas, sócio
pragmáticas, culturais e discursivas, bem como as práticas do uso da língua: leitura,
oralidade e escrita.
O ponto de partida da aula de Língua Estrangeira Moderna será o
texto, verbal e não-verbal, como unidade de linguagem em uso abordando os vários
gêneros textuais, em atividades diversificadas, analisando a função do gênero
estudado, sua composição, a distribuição de informações, o grau de informação
presente ali, a intertextualidade, os recursos coesivos, a coerência e a gramática em
si. Sendo assim, o ensino deixa de priorizar a gramática para trabalhar com o texto,
sem, no entanto, abandoná-la.
Nesse sentido, a aula de LEM deve ser um espaço em que se
desenvolvam atividades significativas, a partir de textos e envolverão,
simultaneamente, práticas e conhecimentos mencionados, de modo a proporcionar
ao aluno condições para assumir uma atitude crítica e transformadora com relação
aos discursos apresentados.
Para cada texto escolhido o professor poderá trabalhar com: gênero,
aspecto cultural/inter discurso, variedade linguística (formal e informal), análise
linguística, pesquisa em livros e na internet, entrevista, discussão oral em sala de
aula, produção de texto, a fim de que o aluno vincule o que é estudado com o seu
cotidiano; lembrando que, a utilização de diferentes materiais disponíveis na escola -
dicionários, vídeos, DVD, CD-ROM, Internet, TV multimídia - poderão implementar o
trabalho.
AVALIAÇÃO
Elemento que integra ensino e aprendizagem, a avaliação tem por
meta o ajuste e a orientação para intervenção pedagógica, visando à aprendizagem
da forma mais adequada para o aluno. Assim sendo, a avaliação da aprendizagem
de Língua Estrangeira superará a concepção de mero instrumento de medição da
apreensão de conteúdos, sendo abordada como processual, subsidiando discussões
225
acerca das dificuldades e avanços dos alunos a partir de suas próprias produções, e
construção de significados na interação com os textos.
O processo avaliativo também será diagnóstico, formativo, somatório
e cumulativo, tendo como objetivo mostrar os acertos e avanços dos alunos, e não
seus erros e falhas. A avaliação está inserida no processo de ensino-aprendizagem
e deve nortear o trabalho do professor, auxiliando no crescimento do aluno,
permitindo-lhe numa relação dialógica, participar do processo ação-reflexão-ação.
Assim tanto professor quanto aluno poderão acompanhar o percurso desenvolvido
até então, e identificar dificuldades, planejar e propor outros encaminhamentos que
busquem superá-las.
Como a aprendizagem não ocorre da mesma forma e ao mesmo
tempo parta diferentes pessoas, o erro deve ser considerado como efeito da própria
prática, devendo ser um passo para refletir na produção do aluno e levá-lo à
superação, à aquisição de saberes e, nesse sentido, a ação avaliativa reflexiva
cumprirá a sua função.
Alguns critérios/instrumentos de avaliação que o professor utilizará
para verificar os avanços e dificuldades dos alunos, tais como:
● Participação em sala de aula, interesse, dinamismo e interação
verbal; Trabalhos em sala, em grupos e, ou individuais;
● Resolução de exercícios propostos pelo professor em sala de
aula e em casa; Avaliação escrita;
● Produção de pequenos textos, concentração no significado e na
relevância do que é produzido em termos de como o aluno se
constitui como ser discursivo, mais do que na correção
gramatical;
● Interação dos alunos com o material didático;
● Exercícios orais.
● Pesquisas.
Após a avaliação diagnóstica, o professor e seus alunos poderão
revisitar as práticas desenvolvidas até então, de modo que identifiquem lacunas no
processo pedagógico. Essa ação permitirá ao professor planejar e propor outros
226
encaminhamentos para a superação das dificuldades constatadas, tais como:
revisão de conteúdos, interpretação de textos complementares, avaliação escrita ou
oral, trabalhos, pesquisas na internet.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares
de Língua Estrangeira para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2006
CELEM – ESPANHOL
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Toda língua é uma construção histórica e cultural em constante transformação. A
escolha da Língua Estrangeira Moderna (doravante LEM) a compor o currículo, bem
como os métodos de ensino sempre estiveram atrelados a fatores políticos, sociais e
econômicos.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9394/96 determinou
a oferta obrigatória de pelo menos uma LEM no Ensino Fundamental, a partir da
quinta série, ficando a escolha do idioma a critério da comunidade escolar, (Art.26,
5º). Já para o Ensino Médio a lei determinou que uma LEM, escolhida pela
comunidade escolar, seja disciplina obrigatória e uma segunda seja ofertada em
caráter optativo, dentro das disponibilidades de cada instituição de Ensino (Art. 36,
Inciso III).
Em função do Mercosul, foi assinada em 05 de agosto de 2005 a lei n. 11.161, que
tornou obrigatória a oferta de Língua Espanhola nos Estabelecimentos de Ensino
Médio, com matrícula facultativa para o estudante ; tendo os estabelecimentos de
ensino 5 anos para implementá-la.
Atualmente o ensino de LEM na rede pública de ensino do Paraná tem como
referencial teórico as Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o ensino de
Língua Estrangeira Moderna (doravante DCE), que foram construídas com a
colaboração dos professores da rede. As DCE, fundamentadas na pedagogia crítica
227
e na teoria do Discurso proposta pelo Círculo de Bakhtin, consideram que tanto o
idioma quanto a opção teórico/metodológica são marcados por questões político-
econômicas e ideológicas, logo não são neutros.
A língua é parte de nós mesmos, de nossa identidade cultural, histórica e social. Os
sujeitos da Educação Básica, devem ter acesso ao conhecimento produzido pela
humanidade que, na escola, é veiculado pelos conteúdos das disciplinas escolares,
incluindo Língua Estrangeira Moderna (Espanhol). As aulas de Língua Estrangeira
Moderna (Espanhol) se configuram como espaços de interações entre professores e
estudantes e pelas representações e visões de mundo que se revelam no dia a dia.
Objetiva-se que os estudantes analisem as questões sociais-políticas-econômicas
da nova ordem mundial, suas implicações e que desenvolvam uma consciência
crítica a respeito do papel das línguas na sociedade. Embora a aprendizagem de
Língua Estrangeira Moderna também sirva como meio para progressão no trabalho
e estudos posteriores, este componente curricular, contribui para formar estudantes
críticos e transformadores através do estudo de textos que permitam explorar as
práticas da leitura, da escrita e da oralidade, além de incentivar a pesquisa e a
reflexão.
De acordo com as Diretrizes (2008), o que se pretende com o ensino da Língua
Estrangeira na Educação Básica é a compreensão de que ensinar e aprender língua
é ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir sentido, é formar
subjetividades, é permitir que se reconheça no uso da língua os diferentes
propósitos comunicativos, independentemente do grau de proficiência atingido. Mais
do que formar para o mercado de trabalho ou para o uso das tecnologias, o ensino
de LEM proposto deve contribuir para formar estudantes críticos e transformadores,
que saibam utilizar as operações de linguagem para agir no mundo em situações de
comunicação. Espera-se que o estudante use a língua em situações de
comunicação oral e escrita e compreenda que os significados são sociais e
historicamente construídos e, portanto, passíveis de transformação na prática social;
vivencie formas de participação que lhe possibilitem estabelecer relações entre
ações individuais e coletivas; compreenda que os significados são sociais e
historicamente construídos e, portanto, passíveis de transformação na prática social.
228
O principal objetivo de ofertar o ensino de Língua Espanhol no CELEM é oportunizar
aos estudantes o acesso aos diversos discursos que circulam globalmente, a fim de
que percebam que há várias formas de produção e circulação de textos em nossa
cultura e em outras e sejam capazes de lhes conferir sentidos. Ao possibilitar o
trabalho com gêneros, aos quais os estudantes dificilmente teriam acesso em outro
ambiente, a escola estará promovendo um trabalho inclusivo. Trata-se da inclusão
social do estudante numa sociedade reconhecidamente diversa e complexa através
do comprometimento mútuo.
CONTEÚDOS
Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social (Oralidade,
Leitura e Escrita)
Conteúdos Básicos: Todos os Gêneros Textuais.
ESFERA SOCIAL DE CIRCULAÇÃO E SEUS GÊNEROS TEXTUAIS
Esfera cotidiana de
circulação:
Bilhete
Carta pessoal
Cartão de
felicitações
Cartão postal
Convite
Letra de música
Receita culinária
Esfera publicitária
de circulação:
Anúncio**
Comercial para
radio*
Folder
Paródia
Placa
Publicidade
Comercial
Slogan
Esfera produção
de circulação:
Bula
Embalagem
Placa
Regra de jogo
Rótulo
Esfera jornalística de
circulação:
Anúncio classificados
Cartum
Charge
Entrevista**
Horóscopo
Reportagem**
Sinopse de filme
Esfera artística de
circulação:
Autobiografia
Biografia
Esfera escolar de
circulação:
Cartaz
Diálogo**
Esfera literária de
circulação:
Conto
Crônica
Esfera midiática de
circulação:
Correio eletrônico (e-
mail)
229
Exposição oral*
Mapa
Resumo
Fábula
História em
quadrinhos
Poema
Mensagem de texto
(SMS)
Telejornal*
Telenovela*
Videoclipe*
PRÁTICA
DISCURSIVA:
Oralidade
ABORDAGEM TEÓRICO-
METODOLÓGICA AVALIAÇÃO
Fatores de textualidade
centrada no leitor:
· Tema do texto;
· Aceitabilidade do
texto;
· Finalidade do texto;
· Informatividade do
texto;
· Intencionalidade do
texto;
· Situacionalidade do
texto;
· Papel do locutor e
interlocutor;
· Conhecimento de
mundo;
· Elementos
extralinguísticos:
entonação, pausas,
gestos;
· Adequação do
discurso ao gênero;
· Turnos de fala;
· Organizar apresentações
de textos produzidos pelos
estudantes;
· Orientar sobre o contexto
social de uso do gênero oral
trabalhado;
· Propor reflexões sobre os
argumentos utilizados nas
exposições orais dos
estudantes;
· Preparar apresentações
que explorem as marcas
linguísticas típicas da
oralidade em seu uso formal
e informal;
· Estimular a expressão oral
(contação de histórias),
comentários, opiniões sobre
os diferentes gêneros
trabalhados, utilizando-se
dos recursos
extralinguísticos, como:
entonação, expressões
Espera-se que o estudante :
· Utilize o discurso de acordo
com a situação de produção
(formal e/ou informal);
· Apresente suas ideias com
clareza, coerência;
· Utilize adequadamente
entonação, pausas, gestos;
· Organize a sequência de sua
fala;
· Respeite os turnos de fala;
· Explore a oralidade, em
adequação ao gênero proposto;
· Exponha seus argumentos;
· Compreenda os argumentos
no discurso do outro;
· Participe ativamente dos
diálogos, relatos, discussões
(quando necessário em língua
materna);
· Utilize expressões faciais
corporais e gestuais, pausas e
entonação nas exposições
230
· Variações linguísticas.
Fatores de textualidade
centrada no texto:
· Marcas linguísticas:
coesão, coerência,
gírias, repetição,
recursos semânticos;
· Adequação da fala ao
contexto (uso de
distintivos formais e
informais como
conectivos, gírias,
expressões, repetições);
· Diferenças e
semelhanças entre o
discurso oral ou escrito.
facial, corporal e gestual,
pausas e outros;
· Selecionar os discursos de
outros para análise dos
recursos da oralidade,
como: cenas de desenhos,
programas infanto-juvenis,
entrevistas, reportagem
entre outros.
orais, entre outros elementos
extralinguísticos que julgar
necessário.
PRÁTICA
DISCURSIVA:
Leitura
ABORDAGEM TEÓRICO-
METODOLÓGICA AVALIAÇÃO
Fatores de textualidade
centradas no leitor:
· Tema do texto;
· Conteúdo temático do
gênero;
· Elementos
composicionais do
gênero;
· Propriedades
estilísticas do gênero;
· Aceitabilidade do
texto;
· Práticas de leitura de
textos de diferentes gêneros
atrelados à esfera social de
circulação;
· Considerar os
conhecimentos prévios dos
estudantes;
· Desenvolver atividades de
leitura em três etapas:
- pré-leitura (ativar
conhecimentos prévios,
discutir questões referentes
Espera-se que o estudante :
· Realize leitura compreensiva
do texto;
· Identifique o conteúdo
temático;
· Identifique a ideia principal do
texto;
· Deduza os sentidos das
palavras e/ou expressões a
partir do contexto;
· Perceba o ambiente (suporte)
no qual circula o gênero textual;
231
· Finalidade do texto;
· Informatividade do
texto;
· Intencionalidade do
texto;
· Situacionalidade do
texto;
· Papel do locutor e
interlocutor;
· Conhecimento de
mundo;
· Temporalidade;
· Referência textual.
Fatores de textualidade
centrada no texto:
· Intertextualidade;
· Léxico: repetição,
conotação, denotação,
polissemia;
· Marcas linguísticas:
coesão, coerência,
função das classes
gramaticais no texto,
pontuação, figuras de
linguagem, recursos
gráficos (aspas,
travessão, negrito);
· Partículas conectivas
básicas do texto.
a temática, construir
hipóteses e antecipar
elementos do texto, antes
mesmo da leitura);
- leitura (comprovar ou
desconsiderar as hipóteses
anteriormente construídas);
- pós-leitura (explorar as
habilidades de
compreensão e expressão
oral e escrita objetivando a
atribuição e construção de
sentidos com o texto).
· Formular questionamentos
que possibilitem inferências
sobre o texto;
· Encaminhar as discussões
sobre: tema, intenções,
intertextualidade;
· Contextualizar a produção:
suporte/fonte, interlocutores,
finalidade, época;
· Utilizar de textos verbais
diversos que dialoguem
com textos não-verbais,
como: gráficos, fotos,
imagens, mapas;
· Socializar as ideias dos
estudantes sobre o texto;
· Estimular leituras que
suscitem no
reconhecimento das
· Compreenda as diferenças
decorridas do uso de palavras
e/ou expressões no sentido
conotativo e denotativo;
· Analise as intenções do autor;
· Identifique e reflita sobre as
vozes sociais presentes no
texto;
· Faça o reconhecimento de
palavras e/ou expressões que
estabelecem a referência
textual;
· Amplie seu léxico, bem como
as estruturas da língua
(aspectos gramaticais) e
elementos culturais.
232
propriedades próprias de
diferentes gêneros:
- temáticas (o que é dito
nesses gêneros);
- estilísticas (o registro das
marcas enunciativas do
produtor e os recursos
linguísticos);
- composicionais (a
organização, as
características e a
sequência tipológica).
PRÁTICA
DISCURSIVA:
Escrita
ABORDAGEM TEÓRICO-
METODOLÓGICA AVALIAÇÃO
Fatores de textualidade
centrada no leitor:
· Tema do texto;
· Conteúdo temático do
texto;
· Elementos
composicionais do
gênero;
· Propriedades
estilísticas do gênero;
· Aceitabilidade do
texto;
· Finalidade do texto;
· Informatividade do
texto;
· Planejar a produção
textual a partir da
delimitação do tema, do
interlocutor, do gênero, da
finalidade;
· Estimular a ampliação de
leituras sobre o tema e o
gênero proposto;
· Acompanhar a produção
do texto;
· Encaminhar e acompanhar
a re-escrita textual: revisão
dos argumentos (ideias),
dos elementos que
compõem o gênero;
Espera-se que o estudante :
· Expresse as ideias com
clareza;
· Elabore e re-elabore textos de
acordo com o encaminhamento
do professor, atendendo:
- às situações de produção
propostas (gênero, interlocutor,
finalidade);
- à continuidade temática;
· Diferencie o contexto de uso
da linguagem formal e informal;
· Use recursos textuais como:
coesão e coerência,
informatividade, etc;
233
· Intencionalidade do
texto;
· Situacionalidade do
texto;
· Papel do locutor e
interlocutor;
· Conhecimento de
mundo
· Temporalidade;
· Referência textual.
Fatores de textualidade
centrada no texto:
· Intertextualidade;
· Partículas conectivas
básicas do texto;
· Vozes do discurso:
direto e indireto;
· Léxico: emprego de
repetições, conotação,
denotação, polissemia,
formação das palavras,
figuras de linguagem;
· Emprego de palavras
e/ou expressões com
mensagens implícitas e
explicitas;
· Marcas linguísticas:
coesão, coerência,
função das classes
gramaticais no texto,
pontuação, figuras de
· Analisar a produção
textual quanto à coerência e
coesão, continuidade
temática, à finalidade,
adequação da linguagem ao
contexto;
· Conduzir à reflexão dos
elementos discursivos,
textuais, estruturais e
normativos.
· Oportunizar o uso
adequado de palavras e
expressões para
estabelecer a referência
textual;
· Conduzir a utilização
adequada das partículas
conectivas básicas;
· Estimular as produções
nos diferentes gêneros
trabalhados.
· Utilize adequadamente
recursos linguísticos como:
pontuação, uso e função do
artigo, pronome, numeral,
substantivo, adjetivo, advérbio,
etc.;
· Empregue palavras e/ou
expressões no sentido
conotativo e denotativo, em
conformidade com o gênero
proposto;
· Use apropriadamente
elementos discursivos, textuais,
estruturais e normativos
atrelados aos gêneros
trabalhados;
· Reconheça palavras e/ou
expressões que estabelecem a
referência textual.
234
linguagem, recursos
gráficos (como aspas,
travessão, negrito);
· Acentuação gráfica;
· Ortografia;
· Concordância verbal e
nominal.
CURSO BÁSICO DO CELEM – P1 e P2
ESFERA SOCIAL DE CIRCULAÇÃO E SEUS GÊNEROS TEXTUAIS
Esfera cotidiana
de circulação:
Comunicado
Curriculum Vitae
Exposição oral*
Ficha de
inscrição
Lista de compras
Piada**
Telefonema*
Esfera publicitária
de circulação:
Anúncio**
Comercial para
televisão*
Folder
Inscrições em muro
Propaganda**
Publicidade
Institucional
Slogan
Esfera
produção de
circulação:
Instrução de
montagem
Instrução de uso
Manual técnico
Regulamento
Esfera jornalística de
circulação:
Artigo de opinião
Boletim do tempo**
Carta do leitor
Entrevista**
Notícia**
Obituário
Reportagem**
Esfera jurídica de
circulação:
Boletim de
ocorrência
Contrato
Lei
Ofício
Esfera escolar de
circulação:
Aula em vídeo*
Ata de reunião
Exposição oral
Palestra*
Resenha
Esfera literária de
circulação:
Contação de
história*
Conto
Peça de teatro*
Romance
Esfera midiática de
circulação:
Aula virtual
Conversação chat
Correio eletrônico (e-
mail)
Mensagem de texto
235
Procuração
Requerimento
Texto de opinião Sarau de poema* (SMS)
Videoclipe*
* Embora apresentados oralmente, dependem da escrita para existir.
** Gêneros textuais com características das modalidades escrita e oral de uso da
língua.
PRÁTICA
DISCURSIVA:
Oralidade
ABORDAGEM
TEÓRICO-
METODOLÓGICA
AVALIAÇÃO
Fatores de textualidade
centradas no leitor:
· Tema do texto;
· Aceitabilidade do
texto;
· Finalidade do texto;
· Informatividade do
texto;
· Intencionalidade do
texto;
· Situacionalidade do
texto;
· Papel do locutor e
interlocutor;
· Conhecimento de
mundo;
· Elementos
extralinguísticos:
entonação, pausas,
gestos;
· Adequação do
discurso ao gênero;
· Turnos de fala;
· Organizar
apresentações de textos
produzidos pelos
estudantes;
· Orientar sobre o
contexto social de uso do
gênero oral trabalhado;
· Propor reflexões sobre
os argumentos utilizados
nas exposições orais dos
estudantes;
· Preparar apresentações
que explorem as marcas
linguísticas típicas da
oralidade em seu uso
formal e informal;
· Estimular a expressão
oral (contação de
histórias), comentários,
opiniões sobre
os diferentes gêneros
trabalhados, utilizando-se
dos recursos
Espera-se que o estudante :
· Utilize o discurso de acordo
com a situação de produção
(formal e/ou informal);
· Apresente suas ideias com
clareza, coerência;
· Utilize adequadamente
entonação, pausas, gestos;
· Organize a sequência de
sua fala;
· Respeite os turnos de fala;
· Explore a oralidade, em
adequação ao gênero
proposto;
· Exponha seus argumentos;
· Compreenda os
argumentos no discurso do
outro;
· Participe ativamente dos
diálogos, relatos, discussões
(quando necessário em
língua materna);
· Utilize expressões faciais
236
· Variações linguísticas.
Fatores de textualidade
centrada no texto:
· Marcas linguísticas:
coesão, coerência,
gírias, repetição,
recursos semânticos;
· Adequação da fala ao
contexto (uso de
distintivos formais e
informais como
conectivos, gírias,
expressões,
repetições);
· Diferenças e
semelhanças entre o
discurso oral ou escrito.
extralinguísticos, como:
entonação, expressões
facial, corporal e gestual,
pausas e outros;
· Selecionar os discursos
de outros para análise
dos recursos da
oralidade, como: cenas
de desenhos, programas
infanto-juvenis,
entrevistas, reportagem
entre outros.
corporais e gestuais, pausas
e entonação nas exposições
orais, entre outros elementos
extralinguísticos que julgar
necessário.
PRÁTICA
DISCURSIVA: Leitura
ABORDAGEM
TEÓRICO-
METODOLÓGICA
AVALIAÇÃO
Fatores de textualidade
centrada no leitor:
· Tema do texto;
· Conteúdo temático do
texto;
· Elementos
composicionais do
gênero;
· Propriedades
estilísticas do gênero;
· Práticas de leitura de
textos de diferentes
gêneros atrelados à
esfera social de
circulação;
· Utilizar estratégias de
leitura que possibilite a
compreensão textual
significativa de acordo
com o objetivo proposto
Espera-se que o estudante :
· Realize leitura
compreensiva do texto com
vista a prever o conteúdo
temático, bem como a ideia
principal do texto através da
observação das
propriedades estilísticas do
gênero (recursos como
elementos gráficos, mapas,
237
· Aceitabilidade do
texto;
· Finalidade do texto;
· Informatividade do
texto;
· Intencionalidade do
texto;
· Situacionalidade do
texto;
· Papel do locutor e
interlocutor;
· Conhecimento de
mundo;
· Temporalidade;
· Referência textual.
Fatores de textualidade
centrada no texto:
· Intertextualidade;
· Léxico: repetição,
conotação, denotação,
polissemia;
· Marcas linguísticas:
coesão, coerência,
função das classes
gramaticais no texto,
pontuação, figuras de
linguagem, recursos
gráficos (aspas,
travessão, negrito);
· Partículas conectivas
básicas do texto;
no trabalho com o gênero
textual selecionado;
· Desenvolver atividades
de leitura em três etapas:
- pré-leitura (ativar
conhecimentos prévios,
discutir questões
referentes a temática,
construir hipóteses e
antecipar elementos do
texto, antes mesmo da
leitura);
- leitura (comprovar ou
desconsiderar as
hipóteses anteriormente
construídas);
- pós-leitura (explorar as
habilidades de
compreensão e
expressão oral e escrita
objetivando a atribuição e
construção de sentidos
com o texto);
· Formular
questionamentos que
possibilitem inferências
sobre o texto;
· Encaminhar as
discussões sobre: tema,
intenções, finalidade,
intertextualidade;
· Utilizar de textos verbais
fotos, tabelas);
· Localize informações
explícitas e implícitas no
texto;
· Deduza os sentidos das
palavras e/ou expressões a
partir do contexto;
· Perceba o ambiente
(suporte) no qual circula o
gênero textual;
· Reconheça diversos
participantes de um texto
(quem escreve, a quem se
destina, outros participantes);
· Estabeleça o
correspondente em língua
materna de palavras ou
expressões a partir do texto;
· Analise as intenções do
autor;
· Infira relações intertextuais;
· Faça o reconhecimento de
palavras e/ou expressões
que estabelecem a
referência textual;
· Amplie seu léxico, bem
como as estruturas da língua
(aspectos gramaticais) e
elementos culturais.
238
· Elementos textuais:
levantamento lexical de
palavras italicizadas,
negritadas,
sublinhadas, números,
substantivos próprios;
· Interpretação da rede
de relações semânticas
existentes entre itens
lexicais recorrentes no
título, subtítulo,
legendas e textos.
diversos que dialoguem
com textos não-verbais,
como: gráficos, fotos,
imagens, mapas;
· Relacionar o tema com
o contexto cultural do
estudante e o contexto
atual;
· Demonstrar o
aparecimento dos modos
e tempos verbais mais
comuns em determinados
gêneros textuais;
· Estimular leituras que
suscitem no
reconhecimento das
propriedades próprias de
diferentes gêneros:
- temáticas (o que é dito
nesses gêneros);
- estilísticas (o registro
das marcas enunciativas
do produtor e os recursos
linguísticos);
- composicionais (a
organização, as
características e a
sequência tipológica).
PRÁTICA
DISCURSIVA: Escrita
ABORDAGEM
TEÓRICO-AVALIAÇÃO
239
METODOLÓGICA
Fatores de textualidade
centrada no leitor:
· Tema do texto;
· Conteúdo temático do
texto;
· Elementos
composicionais do
gênero;
· Propriedades
estilísticas do gênero;
· Aceitabilidade do
texto;
· Finalidade do texto;
· Informatividade do
texto;
· Intencionalidade do
texto;
· Situacionalidade do
texto;
· Papel do locutor e
interlocutor;
· Conhecimento de
mundo;
· Temporalidade;
· Referência textual.
Fatores de textualidade
centrada no texto:
· Intertextualidade;
· Partículas conectivas
· Planejar a produção
textual a partir da
delimitação do tema, do
interlocutor, do gênero,
da finalidade;
· Estimular a ampliação
de leituras sobre o tema e
o gênero proposto;
· Acompanhar a produção
do texto;
· Encaminhar e
acompanhar a re-escrita
textual: revisão dos
argumentos (ideias), dos
elementos que compõem
o gênero;
· Analisar a produção
textual quanto à
coerência e coesão,
continuidade temática, à
finalidade, adequação da
linguagem ao contexto;
· Conduzir à reflexão dos
elementos discursivos,
textuais, estruturais e
normativos.
· Oportunizar o uso
adequado de palavras e
expressões para
estabelecer a referência
Espera-se que o estudante :
· Expresse as ideias com
clareza;
· Elabore e re-elabore textos
de acordo com o
encaminhamento do
professor, atendendo:
- às situações de produção
propostas (gênero,
interlocutor, finalidade);
- à continuidade temática;
· Diferencie o contexto de
uso da linguagem formal e
informal;
· Use recursos textuais
como: coesão e coerência,
informatividade, etc;
· Utilize adequadamente
recursos linguísticos como:
pontuação, uso e função do
artigo, pronome, numeral,
substantivo, adjetivo,
advérbio, etc.;
· Empregue palavras e/ou
expressões no sentido
conotativo e denotativo, em
conformidade com o gênero
proposto;
· Use apropriadamente
elementos discursivos,
240
básicas do texto;
· Vozes do discurso:
direto e indireto;
· Léxico: emprego de
repetições, conotação,
denotação, polissemia,
formação das palavras,
figuras de linguagem;
· Emprego de palavras
e/ou expressões com
mensagens implícitas e
explicitas;
· Marcas linguísticas:
coesão, coerência,
função das classes
gramaticais no texto,
pontuação, figuras de
linguagem, recursos
gráficos (como aspas,
travessão, negrito);
· Acentuação gráfica;
· Ortografia;
· Concordância verbal e
nominal.
textual;
· Conduzir a utilização
adequada das partículas
conectivas básicas;
· Estimular as produções
nos diferentes gêneros
trabalhados.
textuais, estruturais e
normativos atrelados aos
gêneros trabalhados;
· Reconheça palavras e/ou
expressões que estabelecem
a referência textual;
· Defina fatores de
contextualização para o texto
(elementos gráficos,
temporais).
As Práticas Discursivas: oralidade, leitura, escrita e a prática da análise
linguística, serão trabalhados em todos os bimestres e serão contemplados também
nesses conteúdos os Desafios Educacionais Contemporâneos:
- Educação Ambiental;
- Prevenção ao uso indevido de drogas;
- Relações Étnico-Raciais;
- Sexualidade;
241
- Violência na escola.
- Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas
brasileiros (LEI N. 11.645, DE 10 MAIO DE 2008) serão contemplados no ensino de
Espanhol, pois é parte integrante do currículo da Educação Básica, portanto, de
todas as disciplinas trabalhadas neste Colégio, e será abordada visando as
reparações, o reconhecimento e valorização da identidade , da cultura e da história
dos negros, fazendo que os estudantes negros se sintam valorizados. Os
professores desenvolverão diferentes atividades com responsabilidade moral e
política de combater o racismo e as discriminações para que todos cresçam e se
realizem enquanto seres humanos e cidadãos, visando o fim das desigualdades.
Obs: Os conteúdos da Proposta Pedagógica Curricular deste Colégio estão
vinculados a realidade local, garantindo a relação entre o acesso aos conhecimentos
historicamente acumulados e os saberes da vivência cotidiana.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Tomando a língua, numa concepção discursiva, como objeto de estudo da disciplina,
propõe-se o trabalho com a língua viva, de forma dinâmica, através das práticas da
leitura, oralidade e escrita, que são as práticas que efetivam o discurso.
O ponto de partida da aula de Língua Estrangeira será o texto, verbal ou não verbal,
para que o estudante dialogue com ele, a fim de construir sentidos. Logo, as
atividades desenvolvidas serão problematizadoras e contemplarão questões
linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas. Mais do que ensinar
estruturas linguísticas, o que se pretende é ensinar ao estudante como construir
significados e subjetividade para agir por meio da linguagem.
Considerando que o que se pretende é desenvolver a capacidade do estudante de
agir em diferentes situações de comunicação e que a linguagem permeia todas as
relações sociais, faz se necessário que ele compreenda que cada situação exige um
agir específico e para tal se propõe um estudo de textos de diferentes gêneros
discursivos.
O estudo destes textos compreenderá atividades diversificadas, analisando a função
do gênero estudado, sua composição, a distribuição de informações, o grau de
242
informação presente ali, a intertextualidade, os recursos coesivos, a coerência e,
somente depois de tudo isso, a gramática em si. Uma vez que a leitura, numa
concepção discursiva, deve ser crítica, o estudante será sempre questionado sobre
quem disse o quê, para quem, onde, quando e por que, buscando desvendar as
atitudes, valores e crenças subjacentes ao texto. Estes questionamentos são
importantes para que o estudante compreenda que a língua não é neutra.
Para cada texto escolhido, o professor poderá trabalhar levando em conta:
- Gênero – explorar o gênero escolhido;
- Aspecto Cultural/ Interdiscurso – quem disse o quê, para quem, onde, quando e
por que (contexto de produção e circulação);
- Variedade Linguística – formal ou informal;
- Análise linguística – conforme se fizer necessária para a construção se sentidos;
- Atividades de pesquisa, discussão e produção.
Mais importante que o uso funcional da língua, será o engajamento discursivo. As
interações em LEM serão conduzidas de modo que familiarizem os estudantes com
os sons da língua que estão aprendendo e lhes possibilite desenvolver a capacidade
de adequar as diferentes variedades linguísticas conforme as situações de
comunicação.
Quanto às atividades de produção de texto, o professor deverá explicitar para o
estudante seu objetivo, os recursos do gênero a ser produzido e determinar para
quem se está escrevendo. Esta contextualização permitirá ao estudante (escritor)
estabelecer um diálogo imaginário com o leitor e planejar o seu discurso, isto será
definitivo para a legitimidade desta interação.
Embora cada prática discursiva possa apresentar encaminhamentos diferenciados
conforme suas especificidades, é importante esclarecer que estas não serão
trabalhadas de forma fragmentada, posto que numa concepção discursiva leitura,
oralidade e escrita não se separam em situações concretas de comunicação.
Salientamos que, serão critérios para a seleção dos textos o seu conteúdo ao que se
refere às informações, de modo que instiguem à pesquisa e discussão. Dentro das
temáticas que serão desenvolvidas, estarão os Desafios Educacionais
Contemporâneos e as leis: Lei 10.639/03 “História e Cultura Afro”, Lei 13.381/01
243
“História do Paraná”, Lei 9.795/99 “Meio Ambiente” e Lei 11645/08 “História e cultura
dos povos indígenas”.
As temáticas dos textos selecionados muitas vezes exigirão o conhecimento de
outras áreas, neste momento a disciplina de LEM dialogará com as demais, numa
perspectiva interdisciplinar. Uma vez que o Conteúdo Estruturante é o discurso, e
este não é algo pronto, os conteúdos poderão ser retomados em todas as séries e
trabalhados, por vezes, de forma não linear, posto que serão decorrentes das
necessidades específicas dos estudantes para que se expressem ou construam
sentidos aos textos.
Serão utilizados como recursos didáticos e pedagógicos os dicionários de Espanhol/
Português/Espanhol encaminhados pela SEED a este instituição, a TV multimídia, o
laboratório de informática, revistas e jornais na língua-alvo para leitura e para
recorte, CD e CD-room.
AVALIAÇÃO
A avaliação deverá estar articulada aos fundamentos teóricos da LDB nº 9394/96,
das Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o ensino de Língua Estrangeira
Moderna, da Resolução nº 3904/008 e da Instrução Normativa 019/2008 –
SUED/SEED. Logo, será formativa, diagnóstica e processual.
Na prática da leitura será avaliada a capacidade de análise linguística-discursiva de
textos orais e escritos/ verbais e não-verbais e de posicionamento diante do que
está sendo lido.
Na oralidade verificar-se-á, além do conhecimento dos sons da Língua Estrangeira e
dos vários gêneros orais, a capacidade de fazer adequação da variedade linguística
para diferentes situações.
Na escrita será avaliada a capacidade de agir por meio da linguagem para resolver
situações reais de comunicação. Será verificado se o estudante conseguiu
explicitar seu posicionamento de forma coerente e se houve planejamento,
adequação ao gênero, articulação das partes e escolha da variedade linguística
adequada na atividade de produção. É importante considerar o erro como efeito da
própria prática.
244
Para tais verificações servirão de instrumentos atividades de leitura, debates,
pesquisas, produção de textos e relatórios, apresentações orais, seminários,
trabalhos em grupos, avaliações escritas e apresentações de peças teatrais, jograis
e cantos.
Quando os estudantes apresentarem baixo rendimento escolar, serão ofertados
estudos de Recuperação Paralela, conforme determina o artigo 24, alínea e, da LDB
n.9394/96 e estes serão organizados com atividades significativas, por meio de
procedimentos didático-metodológicos diversificados anotados em Livro Registro de
Classe.
A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressos em uma escala
de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula zero).
A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do estudante ,
aliada à apuração da sua frequência.
Nos cursos do CELEM a promoção será ao final de cada ano letivo.
Na promoção e certificação de conclusão a média final mínima exigida é de 6,0 (seis
vírgula zero), conforme o disposto na Resolução 3904/2008.
Os estudantes do CELEM que apresentarem frequência mínima de 75% do total de
horas letivas e a média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) serão
considerados aprovados ao final do ano letivo.
Serão considerados retidos ao final do ano letivo os estudantes que apresentarem:
I. frequência inferior a 75% do total de horas letivas, independentemente do
aproveitamento escolar;
II. frequência igual ou superior a 75% do total de horas letivas e média inferior a 6,0
(seis vírgula zero).
Nos cursos do CELEM serão registradas médias pelo idioma cursado, que
corresponderão às avaliações individuais realizadas através de diversos
instrumentos avaliativos adotados, aos quais, obrigatoriamente, o estudante
submeter-se-á, respeitando o sistema de avaliação adotado pelo instituição de
ensino.
REFERÊNCIAS
245
ALONSO, E. Cómo Ser Professor/a y Querer Seguir Siéndolo. Madrid: Edelsa, 2006. LEFFA, V. J. A Interação na Aprendizagem das Línguas. Pelotas: Educat, 2006.
______. O Professor de Línguas: construindo a profissão. Pelotas: Educat, 2006.
LIPSKI, J. M. El español de América. Madrid: Cátedra, 1994.
MASCIA, M. A .A Discursos Fundadores das Metodologias e Abordagens de Ensino de Língua Estrangeira. In: CORACINI, M. J; BERTOLDO, E. S (ORG). O DESEJO DA TEORIA E A CONTINGENCIA DA PRATICA: discurso sobre e na sala de aula. Campinas: Mercado de letras, 2003. MEURER, J. L. O trabalho de Leitura Crítica: Recompondo Representações, Relações e Identidades Sociais. Florianópolis: UFSC, 2000. P. 155-171. MILANI, E. M. Gramática de Espanhol para Brasileiros. São Paulo: Saraiva, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica.
Língua Estrangeira Moderna. Curitiba, 2008.88p. Disponível
em:<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/arquivos/File/diretrizes_2009/lem.
pdf>. Acesso em: 10 nov. 2009.
PICANÇO, D.C.L. História, Memória e Ensino de Espanhol (1942-1990). Curitiba:UFPR, 2003.
Bandeirantes, 30 de outubro de 2017.
___________________________________
Márcia Mara Sartori Decarli
Diretora
246
ANEXOS
VI CONSOLIDAÇÃO E MONITORAMENTO DO PLANO DE AÇÃO/2017
INSTITUIÇÃO: ESCOLA ESTADUAL DO BAIRRO BELA VISTA – ENSINO
FUNDAMENTAL MUNICÍPIO: BANDEIRANTES
INSUCESSOS / 2016
CONSIDERAR ESSAS METAS NAS AÇÕES
Reprovação Distorção idade-série Abandono escolar Aprovação por Conselho de Classe IDEB (abaixo da meta) Ensino Fundamental 2017 – 4.3
PPP / PPC/ PTD Práticas Pedagógicas: PROEMI / PAE / IDEB / ENEM Atividades / turno complementar Institucionalização das Instâncias colegiadas Formação Continuada / Tecnologia Gestão Escolar Democrática
DIMENSÕES
AÇÕES PREVISTAS PARA O 1º e 2º SEMESTRE
(Atividades que a escola irá propor para a resolução dos problemas diagnosticados)
GESTÃO DEMOCRÁTICA
AÇÃO: ● Reunião com a equipe pedagógica para
estudo do material, organização da Semana Pedagógica e procedimentos para o início do ano letivo.
● DATA: Fevereiro/julho.
● Reunião com os funcionários Agente I e II para organização da Escola, para o recebimento dos alunos.
● DATA: Fevereiro/julho.
● Eleição para escolha dos Líderes de sala.
● DATA: Fevereiro.
● Reunião com conselho escolar e APMF para tomada de decisões no plano de aplicação das verbas recebida mensalmente.
● DATA: Março a dezembro. ● Reunião com os pais para entrega de
boletins. ● Data: Bimestralmente
● Atendimento aos pais para tratar de
assuntos relacionados aos alunos,
247
aprendizagem e mediação de conflitos no cotidiano da Escola.
● DATA: Diariamente.
● Trabalho de parceria com os pais, para o bom andamento da Escola, recebimento das mães para um café pedagógico e comemorativo, com palestra sobre Respeito, Valores e a importância dos pais participarem da vida escolar de seus filhos.
● DATA: Maio.
PRÁTICA PEDAGÓGICA
AÇÃO: ● Reunião para estudo do material e
organização da Semana Pedagógica. ● DATA: 08/02/2017.
● Reunião com alunos e professores para
repasse das regras da Escola, horário de entrada/saída, uso do uniforme, frequência, aprendizagem, avaliação.
● DATA: Fevereiro.
● Entrega dos livros didáticos. ● DATA: Fevereiro.
● Atendimento aos pais e alunos
comunidade escolar para tratar de assuntos referente a aprendizagem e/outros.
● DATA: Diariamente.
● Reunião com aos professores, repasse de orientações sobre livro registro, hora atividade, avaliação e efetivar o planejamento (PTD).
● DATA: 06/03/2017.
● Reunião Pedagógica com a participação de professores, equipe pedagógica e direção para tratar de assuntos relacionados a melhoria da aprendizagem dos alunos e estabelecer metodologias diferenciadas.
● DATA: 08/04 ,10/06, 23/09 e11/11/2017.
● Realização da simulação Plano de
Abandono com apoio de professores, direção e funcionários.
● DATA: 18/04 e 12/09/2017.
248
● Atendimento aos alunos para tratar de conflitos no cotidiano da Escola.
● DATA: Diariamente.
● Através de atividades nas disciplinas de Português/Matemática foi realizada pelos professores, uma sondagem com alunos do 6º e 7º ano para diagnosticar os alunos que precisam ser encaminhados para sala de apoio/recurso.
● DATA: Fevereiro/março.
● Reunião com os pais/alunos e professores para entregar de boletins.
● DATA: Ao término de cada bimestre.
● Contato com os pais e/ou responsáveis de alunos faltosos, encaminhamento da ficha FICA ao Conselho Tutelar.
● DATA: Sempre que necessário.
● Participação no Programa Agrinho, incentivo aos alunos a se dedicarem a leitura e escrita de forma interdisciplinar e obter informações sobre saúde e segurança pessoal e ambiental.
● DATA: De abril a setembro.
● Trabalho junto aos professores para
que de uma forma interdisciplinar seja conscientizado os alunos da importância do nosso compromisso com o meio ambiente.
● DATA: Durante o ano todo. ● Momento Cívico, execução dos Hinos:
Nacional, do Paraná, Independência e de Bandeirantes, com a presença da direção, pedagogo, professores e alunos.
● DATA: Uma vez na semana durante ano letivo.
● Reunião para estudo do material e
preparação para Semana Pedagógica. ● DATA: Julho.
● Reunião com os pais para repasse do
Programa Novo Mais Educação, horário de início e término e carga horária semanal das atividades.
● DATA: Março/2017.
● Estudo sobre o IDEB da Escola. ● DATA: Semana Pedagógica.
249
AVALIAÇÃO: interna, externa, institucional
AÇÃO: ● Simulado, questões avaliativas de
todas as disciplinas com objetivo de verificar o aprendizado do aluno e trabalhar metodologias que garanta o sucesso em outros tipos de avaliações internas, externas e proporcionar formas diferenciadas de avaliação e buscar um comprometimento maior com aprendizagem.
● DATA: 03/07/2017.
● Participação na OBMEP Olimpíadas Brasileira de Matemática.
● DATA: 1ª Fase 06/06/2017. ● DATA: 2ª Fase 16/09/2017.
● Acompanhamento dos alunos nas
atividades em contraturno, Programa Novo Mais Educação e CELEM de Espanhol.
● DATA: Durante o ano letivo.
● Conselho de classe ● DATA: 04/05, 13/07, 10/10 e
19/12/2017 em contraturno.
● Participação no Concurso Municipal de Soletração, com objetivo incentivar a leitura e despertar no aluno a busca pelo aperfeiçoamento na Língua Portuguesa.
● DATA: Início 1º semestre /término 2º semestre.
● Participação no programa Agrinho,
trabalho interdisciplinar realizado pelos professores, uma forma de incentivar os alunos a se dedicarem mais a leitura e a escrita.
● DATA: De abril a setembro.
● Estudo sobre o IDEB da Escola. ● DATA: Semana Pedagógica.
● Reunião Pedagógica com a
participação de professores, equipe pedagógica e direção para tratar de assuntos relacionados a melhoria da aprendizagem dos alunos e estabelecer metodologias diferenciadas.
● DATA: 08/04,10/06/20,23/09 e
250
11/11/2017.
ACESSO/PERMANÊNCIA E SUCESSO NA ESCOLA
AÇÃO: ● Recreio dirigido para os alunos, com a
participação da direção, pedagogo e funcionárias de apoio, onde os alunos organizados por turma, tem a opção de jogar Pingue-pongue, Pebolim, Uno, Dama, Cubo Mágico, Futsal no pátio, e pular corda.
● DATA: De segunda-feira a quinta-feira, durante o ano letivo.
● Acompanhamento da frequência dos
alunos nas atividades em contraturno, Programa Novo Mais Educação e CELEM de Espanhol para melhor aprendizagem e socialização dos alunos. DATA: Durante o ano.
● Atendimento aos pais com orientação e esclarecimento de fatos que envolvem aprendizagem, indisciplina, assiduidade, encaminhamento para sala de recurso e de apoio.
● DATA: Durante o ano.
● Visita dos alunos do período matutino e vespertino ao Museu Municipal Maria Calil Zambon de Bandeirantes, em contraturno para conhecimento da História do Município.
● DATA: De abril a julho.
● Visita a Estação de Tratamento de Água (SAAE) em contraturno para conscientização de consumo.
● DATA: Segundo semestre.
● Palestra para sobre: Prevenção, uso de drogas, gravidez na adolescência.
● DATA: Segundo Semestre.
● Palestra com o Pastor Valdir Ramos de Carvalho. O verdadeiro sentido da Páscoa.
● DATA: 13/04/2017.
● Dia de Ação Contra a Dengue. ● DATA: Durante o ano ano letivo uma
vez no mês.
251
AMBIENTE EDUCATIVO
AÇÃO: ● Trabalhos interdisciplinares com
vídeos educativos sobre preconceito, racismo, diversidades e discriminação.
DATA: Durante o primeiro e segundo semestre.
● Entrega de boletins, diálogo constante
com os alunos e com os pais e ou responsáveis.
DATA: 1º Semestre/2ºSemestre
● Atividades de Integração
Escola/Comunidade, com palestra para os pais e alunos, gincana recreativa e cultural, jogos interséries de futsal e handebol masculino e feminino.
● DATA: Agosto
● Recreio dirigido para os alunos, com a participação da direção, pedagogo e funcionárias de apoio, onde os alunos organizados por turma, tem a opção de jogar Pingue-pongue, Pebolim, Uno, Dama, Cubo Mágico, Futsal no pátio, e pular corda.
● DATA: De segunda-feira a quinta-feira, durante o ano letivo.
● Equipe Multidisciplinar, estudo e
realização de atividades relacionadas ao ensino e cultura afro-brasileira e indígena, educação das relações étnico-raciais.
● DATA: Durante ano letivo.
● Dia de Ação Contra a Dengue. ● DATA: Durante o ano ano letivo uma
vez no mês.
● Palestra com o Pastor Valdir Ramos de Carvalho. O verdadeiro sentido da Páscoa.
● DATA: 13/04/2017.
● Momento Cívico, execução dos Hinos: Nacional, do Paraná, Independência e de Bandeirantes, com a presença da direção, pedagogo, professores e alunos.
● DATA: Uma vez na semana durante ano letivo.
● Comemoração dia dos professores. ● DATA: Outubro.
252
FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS
AÇÃO: ● Semana pedagógica.
DATA: 13/02, 14/02/17/ 24/07, 25/07.
● Formação em Ação. ● DATA: 02/06 e 06/10.
● Formação Disciplinar. ● DATA: 10/07/ alterado para 30/08.
● Encontro da Equipe Multidisciplinar. ● DATA: Durante o ano letivo. ● Participação no Grupo de Trabalho em
Rede (GTR) ● DATA: De abril/junho.
Bandeirantes, 31 de março 2017.
253
CALENDÁRIO ESCOLAR
254
PLANO DE AÇÃO – EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
1. IDENTIFICAÇÃO
Instituição de Ensino: Colégio Estadual do Bairro Bela Vista – Ensino Fundamental
Município: Bandeirantes
NRE: Cornélio Procópio - PR
Coordenadora/or da Equipe Multidisciplinar: Elizabete Benedita Augusto
Componentes da Equipe Multidisciplinar:
Ana Claudia Belchior
Elizabete Benedita Augusto
Eva Campos da Silva
Fernanda de Godoy Ferreira
Geovana Fabrizia Montini Pereira
Márcia Mara Sartori Decarli
Maria de Lourdes Corsini Medeiros
Marlene Aquino Alves
Moisés Amaro Costa
2. JUSTIFICATIVA
Com a necessidade de se fazer um trabalho multidisciplinar com os alunos do Ensino
Fundamental da Escola Estadual do Bairro Bela Vista, e com o intuito de apresentar a
valorização dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas, dentre outros temas, que
sirva para fornecer informações úteis sobre como aprimorar, fortalecer e assegurar a
continuidade do exercício pedagógico, pautado pelo respeito e reconhecimento da cultura
e da história afro- brasileira africana e indígena propiciando momentos de reflexão
coletiva a partir das ações desenvolvidas.
3. OBJETIVO GERAL
Romper com os mecanismos de discriminação e exclusão étnico-racial.
Articular reflexões entre as diversas realidades que envolvem os povos indígenas,
população negra e indígena, a fim de provocar mobilização e mudanças e posturas no
ambiente. Construir a autoestima dos afro-brasileiros e dos indígenas por meio de
255
reações mais humanitárias conscientizando-os de que cada etnia, por meio de sua
cultura, contribui para a formação de um povo único.
4. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES
Ações Práticas didático-pedagógicas para efetivar o ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira, Africana e Indígena nas disciplinas curriculares.
- Palestras sobre os povos africanos e indígena. - Visitas a uma comunidade indígena. - Pesquisas sobre as diversidades culturais, belezas e riquezas ocultas, direitos e conquistas, etc. - Projeto de leitura sobre a literatura africana e indígena. - Gráficos da população afro e indígenas (dados IBGE). - Apresentação de danças afro e indígenas.
- Trabalhos de artesanatos da cultura indígena e africana: desenho, pintura, colagem, caricatura
- Cartazes (contendo os temas da equipe multidisciplinar). - Painel Multidisciplinar (contendo os temas da equipe multidisciplinar) - Brincadeiras infantis africanas: pular cordas, escravo de Jó, pular elástico, mamba - Comida típica da cultura afro e indígena.
Ação Mobilizadora de Reconhecimento e Valorização Afro-Brasileira, Quilombola e
Indígena.
- Palestras para o alunos e comunidade escolar sobre a cultura e história dos povos africanos e indígenas; - Visita a uma comunidade indígena; - Pesquisa e leitura sobre a cultura e história dos povos africanos e indígenas; .
Ação de incentivo à auto declaração.
- Trazer para a sala de aula reflexões de racismo, conceitos de respeito e preconceito a beleza
negra e indígena, tornando-os capazes de se identificar, compreender e assumir suas origens, e a
partir delas afirmar sua identidade e sua cidadania.
Ações para a Promoção de Igualdade Racial garantindo a participação e atuação
multiplicadora dos Agentes Educacionais e Estudantes integrantes da EM.
- Em todas as disciplinas haverá leitura para reflexão sobre valores, modos de vida, conhecimentos e crenças das diferentes culturas e suas influências na cultura brasileira,
256
sensibilizando os aluno e a comunidade em geral para a importância das contribuições étnico-raciais para igualdade racial. - Palestras para o alunos e comunidade escolar sobre a cultura e história dos povos africanos e indígenas;
Realização do seminário na Semana da Consciência Negra.
Será realizado por um pessoa da sociedade, juntamente com Profº Moisés Amaro Costa,
oportunizando conhecimentos sobre a história e cultura dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas.
Ações pedagógicas o assessoramento e monitoramento das EM das instituições de ensino.
CAMPO A SER PREENCHIDO SOMENTE PELA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DOS NRE. Relatório em anexo.
5. CRONOGRAMA
Ação
Objetivo
Data/Período
Responsáveis
1) Ciências:
Contribuição à saúde
alimentação e plantas
medicinais nas comunidades,
indígena e afro.
- Pesquisar, conhecer e valorizar os fatos históricos que influenciam e contribuem na sociedade em geral através das cultura afro brasileira , africana e indígena.
Previstas para serem desenvolvidas durante os meses agosto, setembro outubro e novembro.
Equipe multidisciplinar e professores de Ciências
2) História:
- Fatos históricos marcantes
da cultura afro e indígena. -
Dinâmica populacional.
Condições de vida.
Apresentação de dança afro
- Pesquisar, conhecer e valorizar os fatos históricos que influenciam e contribuem na sociedade em geral através das cultura afro brasileira , africana e indígena.
Previstas para serem desenvolvidas durante os meses agosto, setembro outubro e novembro.
Equipe multidisciplinar e professores de Histórias
257
com baquetas.
3) Geografia:
- Pesquisas as desigualdades
sociais existente entre os
continentes africanos e
brasileiros e a pluralidade
cultural. Trazer a sala de aula
os conceitos de respeito,
preconceito e diversidade
cultural, com os significados
das palavras pesquisados do
dicionário da língua
portuguesa e trazidos para a
realidade do aluno,
mostrando exemplos da sala
de aula e do cotidiano.
- Brincadeiras infantis
africana: pular cordas,
escravo de Jó, pular elástico,
mamba, etc.
Entender os conceitos de respeito, preconceito da diversidade cultural e refletir sobre as brincadeiras infantis.
Previstas para serem desenvolvidas durante os meses agosto, setembro outubro e novembro.
Equipe multidisciplinar e professores de Geografia
4) Português: Contos, textos,
fábulas, filmes, canções
populares, reportagens e
folclore da cultura afro e
indígena.
Ler, interpretar, refletir debater sobre a cultura afro e indígena.
Previstas para serem desenvolvidas durante os meses agosto, setembro outubro e novembro.
Equipe multidisciplinar e professores de Língua Portuguesa
5) Matemática: Gráficos da
população afro e indígenas
- Pesquisar, diagnosticar e
Previstas para serem
Equipe multidisciplinar
258
(dados IBGE).
- Tipos de gráficos
populacional afro e indígena.
interpretar gráficos da população afro e indígena (dados IBGE)
desenvolvidas durante os meses agosto, setembro outubro e novembro.
e professores de Matemática
6) Inglês: Igualdade racial (
Racial equality), texto.
- Ler, interpretar e refletir e debater sobre a cultura afro e indígena.
Previstas para serem desenvolvidas durante os meses agosto, setembro outubro e novembro.
Equipe multidisciplinar e professores de Inglês
7) Educação Física:
Investigar, Descrever o que é
e quais são as danças afro-
brasileira e indígenas usada
para promover a identidade
racial; suas vertentes: ritmos,
instrumentos, movimentos e
símbolos próprios. A força
dos seus movimentos;
apresentar a dança afro-
brasileira como capaz de
resgatar a identidade cultural
e promover a
interdisciplinaridade
Capoeira: os segredos do
corpo; jogo, luta ou dança.
Corpo: Som e movimento –
redescobrir brinquedos
cantados na africanidade
brasileira; Atividades
relacionadas a cultura afro-
brasileira e indígenas
importantes que contribuem
para o rompimento de
barreiras sociais, a
autonomia dos indivíduos
Sensibilizar para a importância da temática étcnico-racial oportunizando discussões sobre o reconhecimento e valorização das diversidades culturais.
Previstas para serem desenvolvidas durante os meses agosto, setembro outubro e novembro.
Equipe multidisciplinar e professores de Educação Física
259
através do conhecimento
sobre suas raízes, sua
história e suas linguagens. A
cultura afro-brasileira
através de vídeos de aulas de
Capoeira, dança afro-
brasileira, textos, Atividades
que promovam a
preservação dos valores
culturais e sociais
decorrentes da influência
negra na formação da
sociedade brasileira,
potencialização no processo
de desenvolvimento social,
político e econômico da
sociedade tornando-os
capazes de identificar,
compreender e assumir suas
origens, e a partir delas
afirmar sua identidade e sua
cidadania.
8) Ensino Religioso:
Contribuição à sociedade
com as tradições religiosas
da cultura afro e indígena.
Promovendo a igual Racial
- Pesquisar a contribuição à sociedade com as tradições religiosa da cultura afro e indígena, promovendo a igualdade.
9) Arte:
Trabalhos de artesanatos da
cultura indígena e afro:
desenho, pintura, colagem,
caricatura.
- Pesquisar a contribuição da arte na sociedade através de trabalhos artísticos da cultura africana e indígena.
Previstas para serem desenvolvidas durante os meses agosto, setembro outubro e novembro.
Equipe multidisciplinar e professores de ciências
260
6. AVALIAÇÃO
A avaliação acontecerá em todos os momentos do processo educativo, de forma
contínua e diagnóstica; com a intenção primordial de rever a própria prática docente
criando novas possibilidades para estimular os alunos a desenvolverem suas
potencialidades levando em conta, principalmente, os avanços individuais dentro da
coletividade e a participação no desenvolvimento de todas as atividades (de acordo com
as peculiaridades de cada aluno) no decorrer do projeto.
7. REFERÊNCIAS
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico–Raciais e
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Secretaria Especial de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Brasília: MEC, 2005. 35p.
BRASIL. Lei n. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
MACHADO. Ana Maria. Menina bonita do laço de fita. São Paulo-SP. Ed. Ática, 2007.
MAGALHÃES, Cláudia. et al. Projeto Apoema. 8 2.ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2015.
Revista Nova Escola. Vários autores. São Paulo-SP – edição de Nov. 2004 e 2005.
ROCHA. Ruth. ROTH. Otávio. Declaração universal dos direitos humanos. São Paulo SP,
2004.
SILVÉRIO, Valter Roberto. A (Re) configuração do Nacional e a Questão da Diversidade.
261
In: ABRAMOWICS, Anete; SILVÉRIO, Valter Roberto. (orgs). Afirmando Diferenças. 3° ed.
Campinas: Papirus, 2010.p.87-108.
SANTOS Pedro, 2002. Uma onda no ar. Acesso em 28/09/2015, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=EAXh8iHqZUU
.
MEMORIAL DESCRITIVO – EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
1. IDENTIFICAÇÃO
Instituição de Ensino: Colégio Estadual do Bairro Bela Vista – Ensino Fundamental Município: Bandeirantes NRE: Cornélio Procópio - PR Coordenadora/or da Equipe Multidisciplinar: Elizabete Benedita Augusto Componentes da Equipe Multidisciplinar: Ana Claudia Belchior Elizabete Benedita Augusto Eva Campos da Silva Fernanda de Godoy Ferreira Geovana Fabrizia Montini Pereira Márcia Mara Sartori Decarli Maria de Lourdes Corsini Medeiros Marlene Aquino Alves
Moisés Amaro Costa
2. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
As práticas Pedagógicas foram desenvolvidas com o objetivo de visar à e à divulgação de saberes que contribuam com a formação de uma nova cultura, que possibilite o enfrentamento do preconceito racial e do racismo, na perspectiva de superar a desigualdade racial e a exclusão social em que vivem as populações negra e indígenas, e na intenção de desconstruir e romper com possíveis percepções estereotipadas e estigmatizadas que permeiam as relações nos espaços escolares.
262
O memorial descritivo apresenta os registros das ações e práticas pedagógicas que foram realizadas durante o percurso de efetivação das atividades relacionada ao tema: A beleza, a riqueza e a resistência dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas. Apresentando aos alunos a presença da cultura africana, afro -brasileira e indígena em vários aspectos do nosso dia a dia e que estes devem ser motivo de curiosidade e construção e de novos conhecimentos como forma de valorização e estratégia de superação da discriminação e do racismo estrutural presente em nossa sociedade, pautado pelo respeito e reconhecimento da cultura e história afro- brasileira e africana. Vem propiciar momentos de reflexão coletiva a partir das ações desenvolvidas.
Buscando através de ações, a construção e a autoestima dos afro-brasileiros e dos indígenas, por meio de relações humanitárias e de conscientização de que cada etnia, por meio de sua cultura, contribui para a formação de um povo único, foram realizadas as atividades da Equipe Multidisciplinar em todas as disciplinas com leitura para reflexão sobre valores, modos de vida, conhecimentos e crenças das diferentes culturas e suas influências na cultura brasileira, sensibilizando os aluno e a comunidade em geral para a importância das contribuições étnico-raciais para igualdade racial.
As atividades tiveram como objetivo promover a Interdisciplinaridade nas aulas, tendo como impulso as seguintes ações:
1) Ciências: Contribuição à saúde alimentação e plantas medicinais das comunidades, africana, com o objetivo de identificar os diferentes tipos de plantas medicinais mais utilizada pelos alunos, familiares e comunidade e seus benefícios reconhecendo a importância das plantas para a vida dos alunos. Elaboração de chás e sua importância na cura de algumas doenças na Mostra Cultural. Erva cidreira, boldo, babosa, camomila, alecrim, erva doce, amendoim, hortelã.
Foi realizado também pesquisa sobre a influência da culinária indígena e africana no Brasil, com o intuito de pesquisar quais os alimentos consumidos pelos brasileiros que são de origem indígena e africana, depois da pesquisa foi selecionados alguns pratos: sagu, canjica, pipoca, tapioca e pirão de peixe que foram feitos e servidos aos alunos em porções durante a Mostra Cultural no dia 20/11/12. Com a atividade explorou os conteúdos relacionados à física (temperatura, combustão e química: misturas e substâncias, transformação da matéria)
2) História: Foi apresentado fatos históricos marcantes da cultura afro e indígena personalidades afro que lutaram pela abolição; Definição de cultura e culturalismo; a produção de cores na arte afro-brasileira; produção de painéis e o valor monetário do abstrato. Apresentação de dança afro com baquetas e confecção
263
de painéis apresentando a beleza, a riqueza e a resistência dos povos africanos, afro -brasileiros e indígenas.
Dança de baquetas e confecção de painel
3) Geografia: Pesquisas as desigualdades sociais existente entre os
continentes africanos e brasileiros e a pluralidade cultural. Trazer a sala de aula os conceitos de respeito, preconceito e diversidade cultural, com os significados das palavras pesquisados do dicionário da língua portuguesa e trazidos para a realidade do aluno, mostrando exemplos da sala de aula e do cotidiano.
- Brincadeiras infantis africana realizadas no intervalo durante o período letivo: pular cordas, escravo de Jó, pular elástico, mamba – Africa do Sul, terra-mar – origem Moçambique, mbule - Gana e Moçambique.
4) Português: Com o objetivo de contribuir com a história e a cultura
indígena e africana respeitando o pertencimento sociocultural e étnico-racial das/os alunas/os, foi realizado um projeto de leitura com a finalidade de compreensão e de valorização da diversidade dos saberes culturais através de leituras com debates, interpretação e compreensão de textos com confecção de cartazes, desenhos e paródias sobre: diversidade cultural, valores e costumes, letra da canção de Arnaldo Antunes: Inclassificáveis, contos, fábulas, canções populares, folclore. Apresentados na Mostra Cultural.
5) Matemática: Foi trabalhado Gráficos da população afro e indígenas
(dados IBGE). E também Jogos Africanos de Tabuleiro – A Matemática na Cultura Africana - Tipos de gráficos populacional afro e indígena. Jogo africano: Confecção e atividade lúdica. Trabalhar a construção do tabuleiro, evidenciar as formas geométricas existentes. É possível explorar conceitos matemáticos de geometria (raio, diâmetro, círculo, circunferência), frações, medidas, ângulos e principalmente o desenvolvimento do raciocínio lógico.
264
6) Inglês: Igualdade racial ( Racial equality) compreensão e interpretação,
texto. 7) Educação Física: Foi realizado pesquisa para investigar, descrever o que
é e quais são as danças afro-brasileira e indígenas usada para promover a identidade racial; suas vertentes: ritmos, instrumentos, movimentos e símbolos próprios.
8) Ensino Religioso: Contribuição à sociedade efetivando uma prática de
ensino voltada para a superação do preconceito religioso da cultura afro e indígena: função das máscaras.
9) Arte: Releitura em telhas de máscaras. Desenhos e pinturas indígenas
trabalhando formas geométricas. Confecção de petecas. Recorte, pintura e colagem representando a dança, música e instrumentos musicais. Releitura de obras com pintura guache representando a cultura afro.
Palestras realizadas com a comunidades escolar durante o ano letivo de
2017. No dia 02/10/17 foi realizado uma palestra com a Profª Vanda Lúcia
Souza Silva – que trabalhou como Pedagoga na Escola Estadual Indígena Cacique Tudja Nhamderu de Santa Amélia, na qual ela comentou sobre os temas abaixo e sobre seu trabalho realizado e respondeu algumas perguntas questionadas pelos alunos. Temas: I Povos indígenas: direitos e conquistas na educação. II – Belezas e riquezas ocultas na história dos povos indígenas. III – Diversidade cultural. IV – Organização social e movimentos de resistência.
265
No dia 20/11/17, foi comemorado o dia da consciência negra com uma Palestra sobre a história e a cultura afro pela Srª Maria Aparecida se Souza Campanha e finalizado as atividades da Equipe Multidisciplinar com a Mostra cultural dos trabalhos realizados pelos alunos juntamente com os professores do Colégio Estadual do Bairro Bela Vista.
3. AVALIAÇÃO
A avaliação acontecerá em todos os momentos do processo educativo, de forma contínua e diagnóstica; com a intenção primordial de rever a própria prática docente criando novas possibilidades para estimular os alunos a desenvolverem suas potencialidades levando em conta, principalmente, os avanços individuais dentro da coletividade e a participação no desenvolvimento de todas as atividades (de acordo com as peculiaridades de cada aluno) no decorrer do projeto.
4. REFERÊNCIAS
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico–Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Brasília: MEC, 2005. 35p.
BRASIL. Lei n. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
MACHADO. Ana Maria. Menina bonita do laço de fita. São Paulo-SP. Ed. Ática, 2007.
CUNHA, Débora Afaia da, FREITAS, Claudio Lopes de. Oficina; jogos infantis e afro brasileiros. (II Semana da consciência negra UFPA/CUN TINS 2010).
FIGUEIREDO, Laura de. Singular & plural: leitura, produção e estudos de linguagem.
2.ed. São Paulo: Moderna, 2015.
HTTPS://artes.umcomo.com.br/artigo/como.fazer.mascaras.africanas. (04/10/2017). HTTPS://Piquiri.blogspot,com.br. (04/10/2017)
Http://www.multart.com.br.(04.10.2017)
HTTPS://Debr.pintoret.com.
HTTPS://pt.m.wikipedia.org.>wiki>culinária indígena indígena no Brasil. 17/10/17.
MAGALHÃES, Cláudia. et al. Projeto Apoema. 8 2.ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2015.
266
PEREIRA, Camila Sequetto et al. Universos: língua portuguesa, 9º ano. 3.ed. São Paulo: Edições SM, 2015.
Revista Nova Escola. Vários autores. São Paulo-SP – edição de Nov. 2004 e 2005.
ROCHA. Ruth. ROTH. Otávio. Declaração universal dos direitos humanos. São Paulo SP, 2004.
SILVÉRIO, Valter Roberto. A (Re) configuração do Nacional e a Questão da Diversidade. In: ABRAMOWICS, Anete; SILVÉRIO, Valter Roberto. (orgs). Afirmando Diferenças. 3° ed. Campinas: Papirus, 2010.p.87-108.
SANTOS Pedro, 2002. Uma onda no ar. Acesso em 28/09/2015, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EAXh8iHqZUU
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ATA
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