Estrutura da comunidade de Bacterioplâncton na coluna dágua da Lagoa D. Helvécio, Parque estadual...

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Estrutura da comunidade de Bacterioplâncton na coluna d’água

da Lagoa D. Helvécio, Parque estadual do Rio Doce, Minas

gerais.

Cecília Leal Fernanda Barros

Ivan Barbosa Letícia Garcia

Introdução

• A estrutura de uma comunidade aquática está relacionada com processos energéticos:– Produção– Ciclagem de nutrientes – Decomposição

• Comunidade planctônica (ciclo de vida muito curto) diferentes respostas refletem os processos no ecossistema aquático

Parâmetro em estudos limnológicos

• Em um lago, os organismos assumem padrões espaço-temporais típicos, sendo as variações diurnas e sazonais mais facilmente observadas.

• Os principais padrões espaciais: variações horizontais e verticais.

• Esses padrões são assumidos conforme as características químicas e físicas vão sendo modificados.

• Entrada de nutrientes ou de matéria orgânica em um lago rápidas mudanças em toda cadeia trófica:– crescimento exagerado de bactérias,– aparecimento de cianobactérias,– predomínio de formas detritívoras no

zooplâncton.

• Por que estudar comunidades de água continental?– Biota de águas interiores é muito mais diversa e rica

do que a dos oceanos;• Ocupam 0,0093% do volume total de água do planeta no

entanto, 12% das espécies animais vivem nas águas interiores (contra 7% que vivem nos oceanos) (Tundisi, 2002).

– Alta pressão antrópica nas diferentes bacias hidrográficas:

• poluição, contaminação com substâncias tóxicas; introdução de espécies exóticas predadoras; remoção da vegetação ciliar; atividades excessivas de pesca; eutrofização; alterações nas condições químicas e físicas das águas (qualidade da água) - temperatura, oxigênio dissolvido, pH (por acidificação), nutrientes (por eutrofização),

Objetivos

• Avaliar o perfil vertical da comunidade de bacterioplâncton em um ponto do lago Dom Helvécio, PERD.

Materiais e Métodos

Preparação da Solução Estoque DAPI

Em um balão volumétrico de 500 ml:

Água ultra-filtrada e destilada (Milli-Q)

0,2 ml (=70 mg) de solução DAPI (1,4 mg/ml)

concentração final: 0,4 mg DAPI / ml.

+

=

Filtragem

filtro (Millipore, 0,4m, HEFHTBPO2500) de membrana de Ø25 mm

0,3 ml da amostra fixada

2,0 ml do corante DAPI

filtração à vácuo usando um aparato SS 25m

e uma bomba à vácuo KNS (-600mbar)

O filtro acondicionado a uma placa de petri

contendo um pré-filtro GF/C de 97 mm de Ø.

+ 10 min

Contagem de BactériasFiltro retirado cuidadosamente com uma pinça

Lâmina limpa

Óleo de imersão na lâmina

Microscópio de epifluorescência

Contagem* (aumento de 100x, lâmpada de mercúrio 30W, filtro UV, objetiva cromática, filtro central).

*30 campos para cada lâmina

Contagem Bactérias

• Média das densidades dos campos de cada lâmina:

D = X x F.C.D = n° de indivíduos / ml de água do lagoX= n° de indivíduos contados no filtro

F.C.= fator de concentração

• N° de indivíduos contados no filtro:X = Y x A/ a

X = n° de indivíduos contados no filtroY = n° total de bactérias contadas na amostra divididas pelo n° de campos

observadosA = área do filtro e a = área dos campos (Bianchini, 2004).

Resultados

0 5 10 15 20 2540

42

44

46

48

50

52

54

Con

dutiv

idad

e

Profundidade (m)

0 5 10 15 20 2522

23

24

25

26

27

28

Tem

pera

tura

(°C

)

Profundidade (m)

0 5 10 15 20 25

0

2

4

6

8

10

OD

Profundidade (m)0 2 4 6 8

0

50

100

150

200

250

300

Rad

iaçã

o

Profundidade (m)

Características Físicas do Lago

0 5 10 15 20 257,8

8,0

8,2

8,4

8,6

8,8

9,0

9,2

pH

Profundidade (m)

0 5 10 15 20 25

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200D

ensi

dade

de

indi

vídu

os p

or m

l de

água

Porfundidade da coluna d'água (m)

Cocoides atachados Cocoides livres

0 5 10 15 20 25

0

20

40

60

80

Densi

dade d

e in

div

íduos

por

ml d

e á

gua

Profundidade da coluna d'água (m)

Bastonetes atachados Bastonetes Livres

Figura 2 – Densidade de indivíduos na coluna d’água (A - Cocoides; B - Bastonetes).

0 5 10 15 20 25

0

20

40

60

80

100

120

140

160D

ensi

dade

de

indi

vídu

os p

or m

l de

água

Profundidade da coluna d'água (m)

Colônias Ciliados NFH (flagelados)

0 5 10 15 20 25

0

100

200

300

400

500

600

Den

sida

de d

e in

diví

duos

por

ml d

e ág

ua

Profundidade na coluna d'água (m)

Alga atachada Alga livre Alga bastonete

Figura 3 – Densidade de indivíduos na coluna d’água

(A - Colônias, Ciliados e NHF, B - Algas).

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

0

1,5

3

4

,5

6

12

1

8

24

Frequência dos grupos na coluna d'água

Pro

fun

did

ade

s (m

)

Cocoide atachado Cocoide livre Bastonete atachado Bastonete livre Colônia Ciliado NHF Alga atachada Alga livre Alga bastonete

Figura 4- Freqüência de grupos plantônicos em diferentes níveis da coluna d’água

Discussão

• Ocorre estratificação vertical dos organismos

• Comparando os gráficos de disponibilidade de oxigênio com a estratificação dos organismos (figura 3) é possível inferir algumas relações :

•1- Naturalmente observa-se que com a diminuição do número de algas a taxa de oxigênio disponível cai.

•2- Pode-se ver na profundidade 0, apesar de ocorrer difusão do oxigênio para essa área , apresenta uma disponibilidade menor do que a 3 metros de profundidade .Isso pode estar ocorrendo porque a 0 de profundidade encontra-se uma quantidade bem maior de bactérias do que de algas.

•A densidade bacteriana em ambientes aquáticos normalmente oscila entre 105 e 106 células/mL. Essa variação ocorre em função do estado trófico dos ambientes e valores inferiores a 1,7 x 106 estão relacionados a ambientes oligotróficos (Forsber & Ryding, 1980; Bird & Kalff, 1984). No lago Dom Helvécio foi encontrado o valor de 1,09 x 103 para a densidade bacteriana o que caracteriza um lago extremamente oligotrófico.

• No nível de profundidade 0 encontrou-se valores próximos a 0 para o picoplâncton. Dados semelhantes foram obtidos por Barbosa & Tundisi (1980) em uma pesquisa realizada na Lagoa Carioca, também situada no Parque Estadual do Rio Doce, Brasil. Esses autores apontam como provável causa desses resultados o excesso de luminosidade na superfície que pode exceder o ponto compensatório do fitoplâncton.

Conclusão

Percebe-se que ao longo da coluna d’água a composição de organismos altera de acordo com as condições de luminosidade, pH, oxigênio e nutrientes disponíveis. A determinação desses fatores e de sua interação com o meio é de grande importância para a determinação da comunidade aí residente, possibilitando o estudo do manejo e conservação dessas áreas.

Referências Bibliográficas• Bianchini, D.C. 2004. A importância da “alça” microbiana no

reservatório da Pampulha: variações espaço-temporais. Monografia apresentada para obtenção do título de Bacharel em Ecologia/ UFMG.

• Azevedo – Barros, C.2003. Fatores que influenciam a variação temporal da biomasa fitoplantônica em um lago tropical profundo (Lago D. Helvécio). Dissertação de Mestrado. ECMVS. 72p.

• Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC,1981. Programa de pesquisas ecológicas no Parque estadual do rio Doce. 285p.

• Tundisi, J. G., Tundisi, T. M. & Rocha, O. Águas Doces no Brasil - Capital Ecológico, Uso e Conservação. 2° Edição São Paulo - 2002

• Meis, M.R. & Tundisi, J.G. 1997. Geomorphological and limnological processes as a basis for the lake tipology. The middle Rio Doce lake system. Limnological studies in the Rio doce Valley lakes. Brazilian Academy of Sciences. 25-50p.

• Pinto-Coelho, R. M. Fundamentos em ecologia. Artmed, Porto alegre, 2000.

• http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agua/doce/index.html&conteudo=./agua/doce/artigos/biota.html

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