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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU
GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
DISCIPLINA: PATOLOGIA E DIETOTERAPIA I
SISTEMA PULMONAR
Desde o nascimento até a maturidade e durante a vida adulta o sistema pulmonar mescla-se com a nutrição.
Em geral, o bem estar nutricional de um indivíduo, bem como o metabolismo apropriado de nutrientes específicos, são essenciais para a formação, desenvolvimento, crescimento, maturação e proteção de pulmões saudáveis e de outras estruturas e processos do corpo ao longo da vida.
A respiração é o mecanismo de troca de gases que permite aos seres vivos extrair a energia química gerada pelos
alimentos (ATP) e utilizá-la nas diversas atividades metabólicas.
SISTEMA PULMONAR
SISTEMA PULMONAR
SISTEMA PULMONAR
FUNÇÕES
Trocas gasosas – permite que o corpo obtenha o oxigênio necessário para atingir sua demanda metabólica celular e removem o dióxido de carbono produzido por esses processos;
Filtrar, aquecer e umedecer o ar inspirado;
Sintetizar surfactante – que permite as trocas gasosas;
Regular o equilíbrio ácido básico;
Produzir ácido araquidônico;
Converter angiotensina I em angiotensina II
SISTEMA PULMONARRESPIRAÇÃO
Ocorre processo inverso: o oxigênio dissocia-se da hemoglobina e difunde-se pelo líquido tissular, atingindo as células. E o gás carbônico (cerca de 70%) liberado pelas células penetra nas hemácias e reage com a água, formando o ácido carbônico, que logo se dissocia e dá origem a íons H+ e bicarbonato (HCO3-), difundindo-se para o plasma sangüíneo, onde ajudam a manter o grau de acidez do sangue.
Nos alvéolos pulmonares
Nos alvéolos pulmonares o oxigênio difunde-se para os capilares sangüíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico (CO2) é liberado para o ar (hematose);
Nos tecidos
SISTEMA PULMONAR
A desnutrição afeta negativamente os processos respiratórios de modo que altera:
A estrutura, elasticidade e função dos pulmões;
A massa, força e resistência dos músculos respiratórios;
Os mecanismos de defesa imunológicos pulmonares;
Controle da respiração
Estado nutricional
SISTEMA PULMONAR
Proteína e ferro hemoglobina O2
Cálcio, magnésio, fósforo e potássio
Comprometem a função dos músculos respiratórios a nível
celular
Hipoproteinemia
Edema pulmonar
Deslocamento de fluido para o interstício
Pressão osmótica
Proteína e ferro
Deficiência de nutrientes
SISTEMA PULMONAR
Ptn e fosfolipídios Surfactante Colapso alveolar
Vitamina C
Composição do muco normal das vias aéreas
Água, glicoproteínas e eletrólitos
Colágeno Tec. conjuntivo de sustentação dos
pulmões
Deficiência de nutrientes
SISTEMA PULMONAR
Doença pulmonar X estado nutricional
Aumento das necessidades energéticas – trabalho respiratório elevado
Ingestão reduzida – anorexia, dispnéia, dificuldade na mastigação e deglutição, tosse, fadiga.
Digestão adequada mais difícil
Absorção, circulação, uso celular, armazenamento e excreção da maioria dos nutrientes reduzida
Mecanismos da perda de peso
Conseqüências das alterações musculares e pulmonares da desnutrição
Diminuição do desempenho respiratório ao esforço;
Ocorrência de insuficiência respiratória aguda;
Dificuldade de interromper o uso da ventilação artificial, uma vez que os músculos respiratórios se atrofiam durante a ventilação mecânica prolongada, pelo fato de eles só apresentarem movimentos passivos;
Maior suscetibilidade a infecções respiratórias
Doença lentamente progressiva, parcialmente reversível, caracterizada por obstrução das vias aéreas, que não se modifica significativamente por vários meses e modesta ou nenhuma reversibilidade com o uso de medicamentos.
É causada por uma resposta exacerbada dos pulmões (inflamação) quando são diariamente irritados pela inalação de substâncias nocivas, principalmente as contidas na fumaça do cigarro (90% dos casos de DPOC).
As alterações pulmonares refletem-se em outros órgãos, principalmente no coração e nos músculos periféricos.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Que resultam da obstrução parcial ou total à passagem do ar em qualquer via aérea
SISTEMA PULMONAR
As doenças respiratórias podem ser:
RESTRITIVAS
OBSTRUTIVAS
As que se caracterizam por uma diminuição daexpansão dos pulmões com diminuição da
capacidade pulmonar e perda da área de trocasgasosas
Doenças Pulmonares restritivas
Doenças da pleura
Pneumotórax (pneumo = ar) → pode ser espontâneo (ruptura alveolar por doença pulmonar) ou traumático (acidente).
Há uma lesão da pleura e o ar que deveria estar apenas no pulmão, começa a vazar para a cavidade torácica.
Doenças Pulmonares restritivas
Doenças da parede torácica e abdominal
Escoliose acentuada Obesidade
Doenças que afetam a musculatura
Poliomielite Miastenia gravis - fraqueza muscular grave, causada por uma súbita interrupção da comunicação natural entre nervos e músculos.
Doenças Pulmonares restritivas
Doenças da parede torácica e abdominal
Doenças Pulmonares restritivas
Alteração do parênquima pulmonar
Doenças do colágeno (artrite reumatóide, Lúpus)
Doença pulmonar parenquimatosa difusa ou intersticial (DIP’s) → Grupo HETEROGÊNEO de alterações do interstício que apresentam um quadro clínico semelhante.
Doenças Pulmonares obstrutivas
Doença caracterizada por desenvolvimento progressivo de limitação ao fluxo aéreo, que não é totalmente reversível, ou obstrução e está associada à inalação de gases e partículas nocivas.
O diagnóstico da DPOC se baseia em elementos obtidos da história clínica, do exame físico e dos exames complementares.
Outro elemento importante da história é o relato de tabagismo, a principal causa da DPOC, mas não é obrigatório.
Outras causas importantes são poeira, fumo e a fumaça de combustão de lenha.
Doenças Pulmonares obstrutivas
Asma
Enfisema Bronquite crônica
Fibrose cística
DPOC
Doenças Pulmonares obstrutivas
São grupos de risco as pessoas com:Mais de 40 anos de idade, com história de tabagismo superior a dez anos; Atividade profissional de risco respiratório comprovado; Tosse ou expectoração crônica ou dispnéia (dificuldade em respirar) de esforço; Deficiência de alfa1-antitripsnina.
Fatores de risco
Tabagismo Exposição à inalação de partículas ou gases nocivos Poluição do ar Fumo passivo Hereditariedade Infecções respiratórias na infância
Em 75% dos pacientes com DPOC a tosse ou precede ou aparece simultaneamente com a dispnéia.
Doenças Pulmonares obstrutivas
Sintomas
Tosse Produção de expectoração freqüente Dispnéia ao esforço História de exposição a fatores de risco para a doença
Agentes nocivos inalados
Lesão pulmonar
Inflamação
Estreitamento das vias aéreas e
fibrose
Destruição da parede alveolar
(enfisema)
Hipersecreção de muco (bronquite)
Enfisema pulmonarAgentes agressores
(cigarro) Inflamação
macrófagos
leucócitos
Lesão
Elastase
Destruição dos septos alveolares
Redução da capacidade de oxigenar o sangue
Débito Cardíaco Hiperventilação compensatória+
alfa1-antitripsina inativa
Hipoxemia tecidual (↓O2 no sangue) e Caquexia respiratória(Diminuição da massa muscular e perda de peso)
Enfisema pulmonar - Sintomas
Falta de fôlego Tosse crônica, acompanhada de bastante muco ou bastante seca Dificuldade em respirar - dispnéia Perda de peso Capacidade reduzida de fazer exercícios Lábios, lóbulos da orelha, pele e unhas podem ficar azulados por causa da escassez de oxigênio no sangue.
Hipertrofia ventricular direita devido ao aumento da pressão nas artérias pulmonares e ICC
Todas as formas de doença pulmonar obstrutiva crônica fazem com que o ar fique
retido nos pulmões. O número de capilares nas paredes alveolares diminui.
Bronquite crônica
Hiperplasia e hipertrofia das células mucosas do brônquio
Agentes agressores (cigarro)
Inflamação
Excesso de muco nas vias aéreas
Metaplasia escamosa do epitélio brônquico (cílios)
Deficiência na excreção de muco
Risco de infecções por bactérias
Produção de muco
Aumento do DC hiperinsuflação
Bronquite crônica - Sintomas
Tosse
Expectoração
Falta de ar (dispnéia)
Inchaço nas extremidades do corpo graças à piora do trabalho cardíaco
Febre quando a bronquite crônica estiver associada à uma infecção respiratória
Cansaço
Tratamento nutricional OBJETIVOS
Fornecer uma alimentação que promova a manutenção da força, massa e função muscular respiratória a fim de satisfazer as demandas das atividades diárias;
Manter uma reserva adequada de massa corporal magra e tecido adiposo – evitar a perda de peso;
Corrigir o desequilíbrio hídrico, comum em pacientes com DPOC;
Controlar as interações entre drogas e nutrientes que interferem no apetite e na absorção de nutrientes;
Promover melhoria na qualidade de vida
Tratamento de DPOC
Interrupção do tabagismo
Antibióticos – quando resultam de infecção
Broncodilatadores – melhoram o fluxo de ar
Corticóides - freqüência e gravidade dos sintomas
Oxigênio (uso de oxigênio em casa), quando necessário, também poderá melhorar os sintomas dos doentes, além de aumentar a expectativa de vida de pacientes com hipoxemia
Dietoterapia
Avaliação individual
Histórico médico e nutricional
Peso habitual, altura, pregas cutâneas, circunferência do braço - Estado nutricional
Exames – hematócrito, hemoglobina, proteínas séricas
Histórico alimentar – Recordatório 24h, frequência de consumo alimentar
Paciente hospitalizado ou em casa
Avaliação Nutricional na DPOC
Dietoterapia
Recomendações:
Calorias - Homens: 25 a 30Kcal/Kg/dia
Mulheres: 20 a 25Kcal/Kg/dia
Evitar o uso de proteínas como fonte energética
Desnutridos - aumentar 500 a 1000Kcal/dia
Obesos - diminuir 500Kcal/dia do VET (excesso de peso limita a capacidade do exercício)
Fracionamento – 5 a 6 refeições por dia
Dietoterapia
PROTEÍNAS
Ingesta de 1,2 a 1,7 g ptn/Kg peso seco ou 15 a 20% do VET
Para manter ou restaurar os pulmões e a força muscular, bem como para promover a função imunológica.
LIPÍDIOS
30 a 45% do Valor Energético Total
CARBOIDRATOS
40 a 55% do Valor Energético Total
Dietoterapia
Para pessoas que continuam a fumar, pode ser necessária a suplementação com vitamina C.
VITAMINAS
MINERAIS
Ingesta adequada de cálcio (1000* mg) e magnésio (H-400* M-310* mg).
Alguns pacientes com retenção hídrica necessitam de restrição líquida e de sódio.
Dependendo do diurético prescrito pode ser necessária maior ingestão dietética de potássio.
*faixa etária de 19-30 anos
Dietoterapia
Outras recomendações
Para quem usa oxigênio:
Alimentar-se lentamente
Mastigar bem os alimentos
Para prevenir aspiração: tomar cuidado para que haja seqüência apropriada de respiração e deglutição, bem como postura ereta adequada durante alimentação
Dietoterapia
Outras recomendações
Anorexia:
Ingerir primeiro os alimentos mais energéticos
Utilizar alimentos preferidos
Fracionar a dieta durante o dia
Adicionar manteiga, margarina, maionese e/ou creme de leite para aumentar o valor calórico dos alimentos.
Saciedade Precoce:
Limitar líquidos às refeições; beber somente 1h após
Dar preferência aos alimentos frios
Dietoterapia
Outras recomendações
Dispnéia:
Descansar antes das refeições
Usar broncodilatadores antes das refeições
Comer devagar
Fadiga:
Descansar antes das refeições
Ter alimentos preparados para os períodos de fadiga
Escolher alimentos de fácil preparo
Dietoterapia
Outras recomendações
Flatulência:
Consumir menor quantidade de alimentos e com maior frequência
Não consumir alimentos que favoreçam o aparecimento
Comer devagar
Constipação:
Fazer exercícios, se toleráveis
Aumentar a quantidade de fibras e água
Problemas dentários:
Modificar a consistência para facilitar a mastigação
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