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Rubens Benini – Gerente Restauração TNC
IV Congresso de Reflorestamento Ambiental
Outubro/ 2016
© Insert Image Credit
Fatores críticos e estratégias para o Reflorestamento no Brasil
Breve conceito de reflorestamento e Restauração
Demanda por Restauração no BR
Como atender a demanda
Conhecendo a cadeia da restauração - PERF
Desafios e soluções para a restauração
RESUMO
Criada em 1951, nos EUA- No Brasil desde 1988
Missão é
Conservar as terras e as águas das quais a vida depende
No Brasil os dois principais pilares são:
•Segurança Alimentar e
•Segurança Hídrica.
A TNC
“Plantação de árvores, nativas ou não, em povoamentos puros ou não, para formação de uma estrutura florestal em área que foi
desmatada há menos de 50 anos.” (Aronson, 2011)
Conceito de
Reflorestamento
“A ciência, prática e arte de assistir e manejar a recuperação da integridade ecológica dos ecossistemas, incluindo um
nível mínimo de biodiversidade e de variabilidade na estrutura e funcionamento dos processos ecológicos,
considerando-se seus valores ecológicos, econômicos e sociais” (SER e PACTO)
Conceito de
Restauração
“Processo planejado para recuperar a integridade ecológica
e melhorar o bem-estar em paisagens desmatadas ou
degradadas” (FAO, 2002)
Restauração de
Paisagem
A restauração pode ter várias dimensões
Regeneração natural
passiva
Regeneração
assistida
Apenas espécies
nativas
Serviços ambientais
Terras públicas Produtos
Algumas espécies
exóticas
Terras privadas
Lei
12.651/2012
Passivo (21 a 24 Mha) – SOARES FILHO, 2104
Demanda por Restauração -
Contexto Brasil
Passivo a ser restaurado – INDC –
COP21 (12,5 Mha)
CUSTOS ESTIMADOS
Só no Sudeste estima-se aprox 70 anos
para se restaurar, necessário investimento
de mais de R$ 45 BI (Por Sergio Adeodato | Para o Valor Econômico,
de São Paulo. 28 Maio de 2013)
CUSTOS ESTIMADOS
$ 52 bilhões – média de R$ 3,7 bilhões/ ano (até
2030)
– criaria 215 mil empregos, arrecadaria 6,5
bilhões em impostos e;
- resolveria o passivo ambiental do agronegócio
com a implantação de uma moderna indústria
de recuperação florestal no país. (Instituto
Escolhas, 2016)
O que é o PERF?
Ferramenta que busca conhecer, estruturar
e garantir o funcionamento eficiente da
cadeia produtiva da restauração numa
determinada região.
Conhecer e
estruturar a
cadeia
Identificar
áreas
prioritárias
Ameaças e
Oportunidades
Resolver
gargalos e
fortalecer elos
Mapa Geral da Cadeia Produtiva da Restauração Florestal no Espírito Santo
RN
RP
Viveiros Registrados no MAPA (13)
Pequenos Viveiros”
Fornecedores de Sementes
Certificadas
Viveiros Não Registrados Op
era
do
res
Serv
iço
s O
per
acio
nai
s
Transporte de Mudas
Projetos Técnicos
MDO Plantio das Mudas
Fornecedores de Sementes Não
Certificadas
Serv
iço
s d
e A
po
io
Org
anis
mo
s d
e R
egu
laçã
o
Pesquisa CEDAGRO, UFES
Extensão INCAPER Instituto Terra,
Consórcio Guandu
Apoio Financeiro Programa Reflorestar (SEAMA,
SEAG)
MAPA/Coordenação de Sementes e Mudas IDAF; IEMA
Produto
• Identificação, seleção e marcação de matrizes;
• Beneficiamento , armazenamento e venda
• Produção, manutenção e comercialização de mudas;
• Preparar solo, realizar plantio, manutenção do plantio
SA
SS
Agricultor Familiar (Até 4 Módulos Fiscais)
Médio Proprietário
Grande Proprietário
Proprietários de Sítios
RIOESBA
A Cadeia da restauração no MT
Mercado Banco Fiscalização
Produtor Rural
Coleta de Sementes
e Produção de
Mudas
Serviços de
Restauração e
Manutenção
Produtor Rural: Elo
mais sensível do
modelo
demanda trará
estabilidade
Otimismo dos
viveiros em atender
a demanda
Looping:
amadurecimento
estrutural da cadeia
1
2
3
4
Áreas a restaurar
Propriedades
>4M (ha)
Propriedades
<4M (ha)
963,57 319,72
4525,42 410,66
8913,68 301,13
Baixa prioridade
Média prioridade
Alta prioridade
14402 1031 Total
Resumo da Demanda/ oferta mudas -
ES Lei Florestal:
342 mil ha de APP degradada
Déficit de RL no ES: 85 mil ha
Aprox: 570 milhões de mudas só para APP
Aprox: 141 milhões de mudas para RL
OFERTA (2011, ACCENTURE):
11,6 MI/mudas/ano
= 49 anos para as metas da Lei só APP
CUSTO: R$ 6.1 bilhões para a restauração
Potencial de
Regeneração
Natural
Recomendação de intervenção
Custo médio por
intervenção
(R$/ha) *
Demanda
estimada
(ha)
Custo Total
(milhões de
reais)
Baixo isolamento dos fatores de degradação e plantio de mudas
14.300 110.399 1.578
Médio
isolamento dos fatores de degradação e adoção de técnicas de nucleação em conjunto com o
plantio de mudas seguindo modelos ecológicos de baixo custo.
8.500 79.978 679
Médio-Alto
isolamento dos fatores de degradação e a adoção de técnicas de nucleação
5.000 114.318 571
Alto isolamento das áreas dos fatores de degradação
2.300 122.492 281
Custo TOTAL 427.187 3.111
* Custos médios de intervenção inicial mais dois anos de manutenção obtidos nos projetos gerenciados pela TNC-Brasil para
execução ações de restauração de 3.160 hectares nos Estados de Minas Gerais e Espirito Santo (período de 2009 à 2012). Fonte: The Nature Conservancy (2014).
....SE considerarmos as áreas com Elevado Potencial de RN
i) Diminuir custo da restauração e gerar renda em áreas restauradas; ii) Mudar vontade política e de tomadores de decisão; iii) Criar mecanismos de financiamento direcionado para restauração à longo prazo; iv) Fomentar P&D de produtos madeireiros e não madeireiros e mercados de áreas restauradas; v) Criar Assistência Técnica específica à Restauração Florestal; vi) Diminuir a Insegurança jurídica; vii) Aumentar produtividade sem aumentar desmatamentos; viii) Cumprimento legislação ambiental (CAR e PRA).
Desafios
Restauração e Negócios Florestais - Agenda de Mudanças
TEORIA DA MUDANÇA APLICADA À RESTAURAÇÃO
20
16
20
30
• Produtores rurais percebem adequação ambiental como perda econômica;
• Baixo investimento privado na geração de produtos da sociobiodiversidade e serviços ambientais;
• Mercado para produtos da sociobiodiversidade e serviços ambientais pouco desenvolvidos;
• Modelos de restauração florestal sem interface com a perspectiva de geração de renda.
• Adequação ambiental gera negócios sustentáveis;
• Ampliação dos investimentos público e privados em produtos e serviços florestais;
• Valorização dos produtos da sociobiodiversidade;
• Mercados para produtos da sociobiodiversidade e serviços ambientais desenvolvidos;
• Modelos regionalizados de restauração florestal integram perspectiva ecológica e econômica;
• Lacuna de competência técnica em serviços operacionais para adequação ambiental;
• A demanda por serviços operacionais é reprimida; • Serviços financeiros não atendem especificidades
demandada para produtos e serviços florestais; • Programas de fomento são de curto prazo; • Grande lacuna de conhecimento para produtos da
sociobiodiversidade.
• Serviços operacionais oferecidos na qualidade e volume demandado;
• Serviços financeiros alinhados com as demandas, potencialidades e oportunidades da economia florestal dos estados e federal;
• Estrutura de fomento de longo prazo integrada com a perspectiva de desenvolvimento florestal;
• Cadeia de conhecimentos ampliada e estruturada;
• Politicas, programas , financiamentos e projetos não dialogam efetivamente;
• Ambiente de insegurança jurídica para investidores.
• Integração dos esforços e recursos púbicos e privados;
• Maior efetividade em termos de cooperação entre órgãos públicos, empresas e terceiro setor;
• Ambiente de segurança jurídica para investidores;
Proteção Enriquecimento
Condução da Regeneração
Natural
Plantio de Mudas Nativas
i- Diminuir custo e gerar renda em áreas restauradas
Exemplo de modelos de restauração
regionalizados, que tenham
atratividade (motivação) econômica;
- SAFs na Amazonia e demais locais;
- Verena (Symbiosis; Toca; Amata);
- Enriquecimento de florestas
secundárias.
Avaliação Econômica
Metodologia e Área de Estudo
• 17 hectares de restauração
• Municípios de Cajati e Barra do Turvo, SP
• Reservas do Desenvolvimento Sustentável de Lavras e
Pinheirinhos – MOJAC - SP
Avaliação Econômica
O estudo contemplou a análise dos custos e receitas do projeto,
do modelo de enriquecimento implantado na RDS de Lavras e
RDS de Pinheirinhos – MOJAC-SP:
RECEITAS
• Produção e comercialização de frutos juçara in natura;
• Produção e uso interno de madeira.
Avaliação Econômica
Metodologia
Modelo de Restauração
Densidade de plantas
Total de plantas por hectare
Juçara (2 x 8 m) 625
Árvores médias (2 x 16 m) 312
Árvores finais (4 x 16 m) 156
Árvores Não Madeiráveis (4 x 16
m) 156
Total 1248
Modelo de restauração
Avaliação Econômica
Metodologia
Estimativas de produção - Juçara
Plantas
por
hectare
Indivíduos
colhidos
(50%)
Produção
individual
(kg/ind) (3
cachos a 3 kg -
ano)
Frutos
aproveitados
(70%) por
indivíduo (kg)
Produção
máxima (kg)
Produção estimada (kg)
5º ano
(70%)
6º ano
(85%)
7º ano
(100%)
625 312,5 9 6,3 1969 1378 1673 1969
Preço do fruto in natura: R$ 2,00/kg
Custos: Foram considerados os custos de
coleta e embalamento dos frutos
Estimativa de produção de frutos de juçara por hectare
Indicador Valor obtido
VPL R$ 10.451,95
TIR 9,65%
Razão Benefício/custo 1,29
Payback 20 anos
Indicadores de viabilidade econômica
Avaliação Econômica
Resultados
Horizonte temporal de 40 anos.
Taxa de 6% de juros a.a.
Metodologia de Consorciamento
para os SAFs
Cacaueiro
Bananeira
(maçã
melhorada,
maça
papemel,
emissora)
Espécie
Arbórea
3 m
3 m 18 m
12 m
15 m
Florestais e agrícolas plantadas
em SAFs com o cacaueiro
Nome Comum Gênero/Espécie Produtos/Função
Açaí Euterpe oleracea frutos
Amarelão Apuleia leiocarpa Madeira
Andiroba Carapa guianensis Óleo, madeira e medicinal
Cedro Cedrela adorata Madeira e óleo
Copaíba Copaifera langsdorfii Madeira, óleo e medicinal
Cumaru Dipteryx odorata Madeira, óleo, medicinal
Freijó Cordia spp Madeira e melífera
Golosa Chrysophyllum cuneifolium Frutos
Guandú Cajanus cajan biomassa
Ingá Inga edulis Biomassa e frutos
Ipê Tabebuia serratifolia Madeira
Jatobá Hymenaea courbaril Madeira, frutos e medicinal
Mogno Swietenia macrophylla Madeira e sementes
Paricá Schyzolobium amazonicum Madeira e sementes
Pupunheira Bactris gasipaes Frutos e palmito
Seringa Hevea brasiliensis Borracha e madeira
Taperebá Spondias mombin Frutos e madeira
Espécies florestais e agrícolas dos SAFs com cacau
IMPLANTAÇÃO DE UDPs DE CACAU EM SAF
Sistema de Irrigação
Sistema de captação de água
Identificação da UDP
Análise Financeira de Sistemas Produtivos Integrados (V. 4.11 09/2015)
Entradas Aj 7.582,94 898,45 1.791,80 4.100,66 4.743,83 5.279,79 6.544,40 6.203,22 4.595,16 6.319,72
Entradas 8.000,00 1.000,00 2.104,00 5.080,00 6.200,00 7.280,00 9.520,00 9.520,00 7.440,00 10.795,00
Período 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Saídas 1.247,00 6.034,10 2.414,00 2.902,00 3.780,00 5.713,00 4.897,00 4.940,00 5.340,00 5.887,00 6.172,50
Saídas Aj 1.247,00 5.719,53 2.168,86 2.471,38 3.051,28 4.371,21 3.551,53 3.395,94 3.479,54 3.635,98 3.613,57
Fl Cx -1.247,00 1.965,90 -1.414,00 -798,00 1.300,00 487,00 2.383,00 4.580,00 4.180,00 1.553,00 4.622,50
Fl Cx Acum -1.247,00 718,90 -695,10 -1.493,10 -193,10 293,90 2.676,90 7.256,90 11.436,90 12.989,90 17.612,40
Diagrama de Fluxo de Caixa
Avaliação Financeira 10 20 30
TIR do Projeto: 58,24% 61,12% 61,12%
VPL do Projeto: 11.354,15 31.607,16 31.607,16
Payback 4,0 4,0 4,0
Relação B/C: 1,3 1,5 1,5
Taxa de Desconto
VPL
3% 44.111,85 6% 31.607,16
11% 17.140,55 22% 5.939,27 44% 875,73 88% -435,61
Desafio ii) Mudar vontade política e de tomadores de
decisão - New Deal criada no Governo Roosevelt na década de 30. Ocorreram
investimentos de mais de U$500 Milhões, geração de emprego
- EUA a serem lideres em produção de madeira no mundo.
- EUA investem US$ 9,5 bilhões/ ano na recuperação de áreas gerando
126 mil empregos diretos.
- Gera mais emprego que as indústrias americanas do carvão, da
madeira ou mesmo do aço;
- Contribui para uma série de atividades econômicas secundárias, que
representam um volume de negócios da ordem de mais de US$ 15
bilhões e geram outros 95 mil empregos indiretos.
- Cria 33 empregos por milhão de dólares investidos, sendo superior a
indústria americana do petróleo e do gás natural, que cria 5,3 empregos
por milhão investido.
Articulações com agentes econômicos/ financeiros, mostrando estudos que apontam a necessidade de maiores prazos de carência e menores taxas de juros. Encontrar modelos de restauração que diminuam risco e aumentem taxa de rendimento. Atrelar o acesso de recursos ao cumprimento da legislação ambiental
Desafio iii: Criar mecanismos de financiamento direcionado para restauração à
longo prazo;
Desenvolver base genética para nativas
Desafio iv: Fomentar P&D de produtos madeireiros e não madeireiros e mercados de áreas
restauradas
Pesquisar, aprender e levar o conhecimento ao produtor rural
Desafio v: Criar Assistência Técnica específica à Restauração Florestal
Melhorar processos de licenciamento, taxas e legislação que dê segurança ao empreendedor
Desafio vi: Diminuir a Insegurança jurídica/ Desburocratizar
EX Café no ES – aumento de produtividade e produção de ordem de 200%
Desafio vii: Aumentar produtividade sem aumentar
desmatamentos
Mecanismos estaduais efetivos em termos de execução da Lei
Desafio viii: Cumprimento da legislação ambiental (CAR e PRA).
Considerações finais
Atualmente os custos de restauração são elevados. É
necessário explorar um pouco mais a possibilidade de
diminuição desses custos, tanto na operação e também
na diminuição de impostos (Novo CF).
• A escassez de mão de obra é um desafio a ser
superado. Por outro lado, essa escassez pode
representar uma oportunidade;
• Modelos de negócios regionalizados para a restauração
florestal podem ser rentáveis;
• Buscar integração com programas e projetos públicos e
privados que potencializem negócios em restauração
florestal;
• Construir conexões com o setor empresarial,
atraindo investimentos e orientando a produção de
produtos madeireiros e não madeireiros;
• Construir segurança jurídica no que se refere à
regulamentação para manejo em APPs e RL;
• Criar alternativas para potencializar a extensão
florestal;
• Os projetos técnicos de restauração florestal devem,
estar alinhados às oportunidades de negócios
fortalecendo a perspectiva de escala em termos de
áreas restauradas e de oferta de produtos;
• Fomentar conhecimento em pesquisa e
desenvolvimento em todos os elos da cadeia;
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