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GESTÃO TRIBUTÁRIA NOS MUNICÍPIOS Janete Probst Munhoz
1. Definição
IPTU é a sigla para Imposto Predial e Territorial Urbano, sendo o mesmo um imposto municipal, devidamente
instituído por lei, que incide sobre todos os tipos de imóveis – casas, lojas, terrenos, prédios comerciais e industriais e
outros.
1.1. contribuinte (art. 34 do CTN)
O contribuinte desse imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio ou o seu possuidor a qualquer
título. No entanto, respondem solidariamente pelo pagamento do IPTU, o titular do domínio pleno, o possuidor a
qualquer título, o titular do direito de usufruto, os promitentes compradores emitidos na posse, os cessionários, os
comodatários e os ocupantes a qualquer título do imóvel tributado, ainda que pertencente a qualquer pessoa física ou
jurídica, de direito público ou privado, isento ou a ele imune.
1.2. Fato Gerador
De acordo com o Código Tributário Nacional - CTN
O Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU, de acordo com o art. 32 é um imposto, de competência dos
Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana e tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a
posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do
Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal;
observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois)
dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana,
constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria
ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
É importante entendermos os significados das terminologias jurídicas atreladas ao fato gerador, segundo
definição de Amaro(2011):
Propriedade: "propriedade é o direito real que garante, ao seu titular, o uso, o gozo e a disposição do bem. Esse
direito presume-se exclusivo e ilimitado”.
Domínio Útil: “Já o domínio útil muito se aproxima da propriedade, mas com ela não se confunde. Ao titular do
domínio útil é dado o direito de usar e gozar, mas não o de dispor do bem; todavia, pode haver alienação do próprio
domínio útil. Nesse sentido, evocamos o conceito de enfiteuse, a qual se dá quando, por ato inter vivos, ou de ultima
vontade, o proprietário atribui a outra pessoa o domínio útil do imóvel, pagando esta pessoa (adquirente) ao senhorio
direto uma remuneração (pensão ou foro) anual, certa e invariável.”
Posse: “a posse é o direito real que concede ao seu titular o exercício, de fato, pleno, ou não, de algum dos
poderes inerentes à propriedade. O possuidor não tem o domínio do bem, mas pode usá-lo e gozar dele”.
Decisão STJ: Resp 433.907/DF
Momento da Ocorrência do “Fato Gerador”: definido na legislação municipal. Normalmente o primeiro dia do
ano.
1.3. Base de Cálculo
De acordo com o CTN a base de cálculo é
art. 33 a base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens
móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua
utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade.
Neste contexto o Valor venal corresponde ao valor que o bem alcançaria caso fosse posto à venda em condições
usuais de mercado, isto é, equivalendo ao preço de uma venda à vista, portanto sem inclusão de qualquer encargo
relativo a financiamento, quando vendedor e comprador tenham plena consciência do uso a que pode servir aquele
imóvel. Para Tanto existe a necessidade de previsão em lei (P. da legalidade tributária)
A constante atualização codifica a força legal da cobrança efetiva real ou proximo do real do ITBI e do IPTU,
fatores que estabelecem a diferença no processo de incremento destas receitas, porisso trabalhar a planta generica
significa trabalhar orçamento, eis ai sua importância.
1.4 periodicidade
O Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU, é anual e constitui ônus real, acompanhando o imóvel em todos
os casos de transmissão de propriedade ou de direitos a ele relativos, a qualquer título.
1.5. Vedações
De acordo com a constituição Federal é vedado
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (Vide
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público;
VI - instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e
154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V;
e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos
serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem
imóvel.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que
incidam sobre mercadorias e serviços.
§ 6º - Qualquer anistia ou remissão, que envolva matéria tributária ou previdenciária, só poderá ser
concedida através de lei específica, federal, estadual ou municipal.
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia
ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei
específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o
correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo
pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a
imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido
1.6. Isenção
As isenções são de autonomia plena do ente municipal quanto a este imposto, assim o gestor deve prever em
legislação quais são os contribuintes e/ou a propriedade atingida por esta prerrogativa legal, porém não deve esquecer
que deve levar em consideração a lei 101/2000 para não caracterizar renuncia de receita.
Segue abaixo alguns exemplos de isenções praticadas pelos entes municipais:
"Ficam isentos deste imposto, os imóveis residenciais de propriedade de pessoas aposentadas, pensionistas ,
pessoas que possuam a curatela de deficientes físico ou mental.
Para usufruir desse benefício, o contribuinte deverá preencher e comprovar ao Município, dependendo de cada
legislação, os seguintes requisitos:
I - Apresentar a certidão do Registro de Imóveis para comprovar que possui somente um único imóvel no Município;
II - residir no mesmo;
III - que o benefício seja sua única fonte de renda e não ultrapasse 02 (dois) salários mínimo de renda familiar;
IV – esteja com o imóvel devidamente cadastrado no Município como sendo de sua propriedade". (CTM de Pitanga -
PR)
Serão isentos os imóveis atingidos por eventos naturais decorrentes exclusivamente de alagamento ou
queimadas, desde que acarrete situação de desabrigo, comprovado via laudo social e laudo do Corpo de Bombeiros.
Exclui-se deste beneficio os imóveis que não respeitarem a legislação ambiental e o Código de Obras do
Município. (CTM de Pitanga - PR)
As áreas verdes consideradas como áreas de preservação permanente, desde que ocupem mais de 70% (setenta
por cento) da área total do imóvel, estarão isentos do Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU e detenham a
comprovação documental do IAP – Instituto Ambiental do Paraná.
exclui-se desta prerrogativa, os imóveis que exerçam atividades econômicas no referido imóvel. (CTM
Guarapuava-PR).
1.7.DA ALIQUOTA E DA BASE DE CÁLCULO
O Imposto Predial e Territorial Urbano, será calculado mediante a aplicação sobre o valor venal dos imóveis,
sob alíquotas devidamente definidas em lei, podendo estas serem iguais ou diferentes, para imóveis prediais (imóvel
edificado) e territoriais (imóvel não edificado).
Considera-se edificado aquele devidamente construído, utilizável e imóvel não edificado aquele cujo valor de
construção não alcançar a vigésima parte do valor venal do respectivo terreno, a exceção daquele de uso próprio,
exclusivamente residencial, cujo terreno, nos termos da legislação específica, não seja divisível.
1.8.DA ALIQUOTA PROGRESSIVA
A constituição federal, art 156 prevê
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto
previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
Tal prerrogativa se aplica a imóveis não edificados, não utilizados ou subutilizados, que não cumprirem a sua
função social e a política de desenvolvimento urbano instituída no Plano Diretor do Município em conformidade com o
Estatuto da Cidade - Lei 10.257/2001, poderão sofrer a notificação do proprietário e a aplicação da alíquota
progressiva de até 15% conforme legislação especifica.
1.9.DAS GLEBAS
Denominam-se GLEBAS, os imóveis com áreas grandes situados no perímetro urbano, porém destinadas a
cultivo agrícola familiar ou similar, normalmente com área superior a 3.000,00 m² (três mil metros quadrados); inseridas
nos perímetros urbanos.
1.10.DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO
A comissão da planta genérica de valores é uma ferramenta gestora democrática fundamental para deter uma
gestão tecnicamente respaldada, normalmente é constituída por três membros, sendo um representante dos cartórios e
notariais, 01 representante das imobiliárias e 01 representante da secretaria da fazenda do município.
A sua atuação consiste em analisar o pleito e emitir parecer com o deferimento ou indeferimento, enviando-o ao
depto. Responsável pelo lançamento para providências cabíveis.
1.11.DA PLANTA GENÊRICA
O instrumento técnico de avaliação imobiliária que identifica o valor venal do imóvel para os fins cobrança de
IPTU e de ITBI, no qual se considera:
I - para terrenos não edificados, o valor da terra nua;
II - nos demais casos, o valor da terra nua e das edificações, consideradas em conjunto.
O valor venal do imóvel é considerado com base nas suas características e condições peculiares, levando-se em
conta, entre outros fatores, sua forma, dimensão, utilização, localização, estado da construção e conservação, valores das
áreas vizinhas ou situadas em zonas economicamente equivalentes, custo unitário das construções e os valores aferidos
no mercado imobiliário local.
Para fins de lançamento do Imposto, a Administração Tributária do Município, deverá manter
permanentemente atualizada os valores venais dos imóveis, utilizando-se entre outras, as seguintes fontes em conjunto
ou separadamente:
I - declarações fornecidas obrigatoriamente pelos contribuintes;
II - permuta de informações com a União, Estados e outros Municípios da mesma região geo-econômica;
III - demais estudos, pesquisas e investigações e dados do mercado imobiliário local;
IV - índices de atualização monetária, fornecida pelo Governo Federal.
O Município deverá corrigir a PGV anualmente com base na mudança estrutural econômica auferida por
zoneamento ou região.
Lembrando que na determinação da base de cálculo não se considera o valor dos bens móveis mantidos em
caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou
comodidade.
Ressaltando que a constante atualização do cadastro é uma forma pratica e fácil de sempre estar ampliando a
carteira de receitas, pois ela identifica as situações incorretas para que haja um lançamento real e assim condiza com a
realidade existente e possa estar promovendo o incremento das receitas proprias municipais.
1.12. DO LANÇAMENTO E DA ARRECADAÇÃO
O lançamento do Imposto Predial e Territorial Urbano-IPTU será efetivado a vista dos elementos constante do
cadastro imobiliário fiscal, devidamente atualizado, quer por declaração prestada pelo contribuinte, quer apurados pela
Administração Pública.
Far-se-á o lançamento no nome sob o qual estiver inscrito o imóvel no Cadastro Fiscal.
No caso de condomínio de terreno não edificado, figurará o lançamento em nome de todos os condôminos,
respondendo cada um, na proporção de sua parte, pelo ônus do tributo, conforme apresentação de documento registrado
de constituição de condomínio pelos condôminos ou representante legal.
Não sendo conhecido o proprietário, o lançamento será feito em nome de quem esteja na posse do terreno.
Os apartamentos, unidades ou dependências com economias autônomas, devem ser lançadas um a um, em
nome dos proprietários condôminos; conforme apresentação de documento registrado de constituição de condomínio
pelos condôminos ou representante legal.
Quando o imóvel estiver sujeito a inventário, far-se- deve ser lançado em nome do espólio, e, feita à partilha,
será transferido para o nome dos sucessores; para esse fim os herdeiros são obrigados a promover a transferência perante
os órgãos fazendários competentes, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data do julgamento da partilha ou da
adjudicação.
Os imóveis pertencentes a espólio, cujo inventário esteja sobrestado, deve ser lançado em nome do mesmo, que
responderá pelo tributo até que, julgado o inventário, se façam as necessárias modificações.
O lançamento do imóvel pertencente a massas falidas ou sociedades em liquidação, deve ser lançado em nome
das mesmas, mas os avisos ou notificações serão enviados aos seus representantes legais, anotando-se os nomes e
endereços nos registros.
No caso de imóvel objeto de compromisso de compra e venda, o lançamento deve ser feito em nome do
promitente vendedor ou do compromissário comprador, se estiver na posse do imóvel.
1.13. DO RECOLHIMENTO E DAS REDUÇÕES LEGAIS
O lançamento e o recolhimento do imposto serão efetuados na época e pela forma estabelecida na lei e/ou no
Regulamento e/ou nas respectiva data de vencimento impressa no documento de arrecadação.
A qualquer tempo, desde que dentro do prazo não prescrito, poderá ser feito lançamento omitido por qualquer
circunstância nas épocas próprias, ou para corrigir lançamentos já efetuados ou ainda, para lançamentos substitutivos.
1.14. DAS PENALIDADES
A falta de pagamento do IPTU, nos prazos e datas estipuladas, implicará cumulativamente na incidência de
multa, juro e correção conforme dispuser a legislação municipal.
1.15. Recurso e Valor mínimo
É facultado ao contribuinte, interpor impugnação ao lançamento do presente imposto, até a data do vencimento
estipulado para pagamento da parcela única ou primeira parcela, incumbindo-lhes o ônus da prova.
Fica estipulado o valor mínimo de x Unidade Fiscal Municipal-UFM, para o valor venal dos imóveis, a qual
servirá de base para o lançamento do imposto.
1.16. Execução Fiscal
Toda divida ativa para que não se prescreva deve ser devidamente executada, inibindo assim aqueles que se
beneficiam com a falta de controle dos gestores, se aproveitando do beneficio prescricional.
1.17. Considerações
é importante levar em consideração os dados dos institutos de pesquisa sobre os dados econômicos dos
municípios, os quais demonstram que mais de 50% dos municípios não chegam a arrecadar 50% do valor lançado de
IPTU ano, quando legalmente e administrativamente deveria arrecadar no mínimo 70% desta, estando na busca de
arrecadar os 100%.
Mais grave ainda é que na maioria dos municípios, o IPTU não chega a representar 1% da receita corrente
liquida e que não existe uma análise de custo benefícios sobre os lançamentos efetivados.
2. ISS:
O Imposto Sobre Serviços de qualquer Natureza, é o tributo próprio que pode proporcionar as finanças
municipais os recursos necessários para fazer face ao crescimento urbano, e na verdade, é também, um tributo complexo
de ser administrado.
Ë necessário muita coerência na taxação das alíquotas deste tributo, objetivando adaptá-las às reais
necessidades das atividades desenvolvidas, procurando fazer maior justiça social.
Como o entendimento da jurisprudência é no sentido de que o serviço não listado na Lista de Serviços não está
sujeito à incidência do Imposto Sobre Serviços.
Um fato considerável refere-se ao cadastramento dos prestadores de serviços. O fato de se obter um cadastro
devidamente constituído e alimentado propicia facilidade no ato fiscalizador, bem como no gerenciamento do tributo.
Ao analista tributário compete a prudência de analise das legislações aplicáveis para um correto enquadramento
de serviços na Lista de Serviços, bem como outras situações que se apresentem no ato fiscalizador, ou ainda, antes e
depois.
Considerando as diversas bases de cálculo, observadas as alíquotas diferenciadas e a diferença de local onde se
considera devido o tributo, conforme o caso, as isenções, as incidências, as deduções, os conflitos de competências
tributárias, a complexidade da legislação, é valido afirmar que há um ISSQN para cada tipo de serviço.
2.1 ISSQN: CONCEITUAÇÃO E LEGISLAÇÃO
O imposto sobre serviços de qualquer natureza com exceção dos impostos compreendidos em Circulação de
Mercadorias. (ICMS), conf. art. 155 II da CF/88 (ISSQN ou ISS) é um imposto municipal, ou seja, somente os
municípios têm competência para instituí-lo (Art.156, IV, da Constituição Federal). A única exceção é o Distrito
Federal, unidade da federação que tem as mesmas atribuições dos Estados e dos municípios.
2.2 COMPETENCIA TRIBUTÁRIA E LIMITES DE COMPETENCIA TRIBUTÁRIA
2.2.1 A lei municipal
Para que o município possa legitimar o ISS em seu território, faz-se necessário o estabelecimento de lei
ordinária local, em que seja expressamente delineado o referido imposto, contendo seus elementos essenciais (fato
gerador, base de cálculo, alíquotas, lista de serviços, sujeito passivo da obrigação, infrações e correspondentes
penalidades etc.), obedecendo às normas determinadas pela lei complementar vigente. Sem lei local, o município não
pode cobrar o imposto, porque inexiste amparo legal próprio.
2.2.2 Constituição Federal
A Constituição brasileira é uma das mais minuciosas em relação ao tema tributário. Pouco restou da liberdade
às pessoas políticas que compõem à federação. A chamada Constituição Tributária, que na verdade se espalha por todo o
corpo da Carta, sistematiza-se no Título VI – Da Tributação e do Orçamento, dos artigos 145 a 156, apresentando as
normas gerais da repartição das competências tributarias, dos princípios tributários, das limitações ao poder de tributar e
das partilhas do produto das arrecadações dos impostos Ao redigir a proposta de lei tributária, o legislador municipal
tem que estar de posse, dentre outros, a Constituição Federal.
2.2.3 Constituição Estadual
Repte, nos termos que lhe são pertinentes, as normas e princípios da Constituição Federal, mas nem por isso
deve ser descartada, pois traz, às vezes, indicações tributárias de efeito estadual que não podem ser relegadas.
2.2.4 Lei Orgânica
A lei básica do Município é de fundamental importância na elaboração da lei tributária local. Ela estabelece, em
geral, normas de conseqüências tributárias, principalmente na área de incentivos fiscais, isenções ou tratamentos
especiais a certas categorias profissionais ou atividades exercidas e bairros, regiões ou sub-regiões.
2.2.5 Código Tributário Nacional
A Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, é quem regula o sistema tributário nacional e estabelece as normais
gerais de direito tributário. Em vista da dinâmica de permanentes mudanças no mundo econômico, o nosso Código
Tributário Nacional já se enverga ao peso dos anos, apesar das inúmeras retificações, remendos e ajustes a que se
submeteu no decorrer de sua longa vida. Todavia, ainda é o instrumento básico em seu desenho de codificação, dando
ao legislador municipal o “mapa” das seqüências lógicas que deve seguir, ou servir de orientação.
2.2.6 Lei Complementar nº 116/03
É a nova (apesar de estar em vigor desde 2003) lei do ISS, trazendo, a qual também traz conseqüências em
relação ao ICMS estadual. Ao contrário do Decreto-Lei 406/68 que estabelecia normas gerais de Direito Financeiro
aplicáveis aos impostos de circulação de bens materiais ou imateriais, a atual se limita a dispor sobre o imposto
municipal, embora algumas de suas normas influenciam o imposto estadual.
O legislador municipal deve acompanhá-la como norma geral, podendo inserir mudanças de características
nitidamente locais, mas que não se oponham aos preceitos básicos lá instituídos.
2.2.7Lei de Responsabilidade Fiscal
A Lei Complementar n° 101/2000 não diz respeito somente ao Direito Financeiro, uma vez que seus efeitos se
irradiam ao Direito Tributário e não devem ser esquecidos. Um deles se refere ao planejamento, conduzindo-nos à
obrigatoriedade do cumprimento das normas orçamentárias, diretrizes orçamentárias e dos planos plurianuais. A
previsão de receitas, entre elas, é claro, do próprio ISS, devem estar identificadas. Isso significa que o Município deverá
ter uma visão do impacto que a nova receita do imposto terá nas finanças municipais.
Outra questão está relacionada com a chamada renúncia da receita. Qualquer idéia de conceder isenção, anistia,
remissão, ou seja, qualquer beneficio de ordem fiscal, tem que passar sob o jugo da lei. Deverá ser demonstrado que a
renúncia foi previamente considerada na previsão de receitas da lei orçamentária anual e que ela não afetará as metas de
resultados trienais, art. 14 da 101/00. Se isto não ficar comprovado, a perda de receita decorrente da concessão do
incentivo ou beneficio precisará ser compensada, pela elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração
ou criação de tributo ou contribuição, e só entrará em vigor quando as medidas de compensação também entrarem.
2.8. ASPECTOS MATERIAIS
O Vínculo jurídico através do qual o Estado, com base exclusivamente na lei, pode exigir do sujeito passivo
(contribuinte ou responsável) um tributo.
A obrigação tributária (art. 113 CTN) é a relação jurídica abstrata, de caráter temporário, que vincula o sujeito
ativo (Estado/Município) ao sujeito passivo (contribuinte):
a)principal – que surge com a ocorrência do fato gerador , tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Ex. pagamento do imposto;
b)acessória - a que decorre da legislação tributária tem por objeto as prestações positivas nela previstas no
interesse da arrecadação, e converte-se em principal pelo simples fato da sua inobservância, relativamente à penalidade
pecuniária. Ex. escrituração de livros, entrega de declaração, etc.
2.9 – Fato Gerador
Fato gerador da obrigação tributária é o elemento material da obrigação. É a sua ocorrência que faz nascer o
direito do Estado ao Imposto. O Código Tributário Nacional define assim o fato gerador:
“Art. 114 – Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência”.
2.10 A realização efetiva do serviço.
O fato imponível somente ocorre com a efetiva prestação do serviço. Se o serviço não foi prestado não há
incidência do imposto. Ex: Se a Fiscalização encontrar em uma oficina mecânica um talonário de “orçamentos” não
pode determinar o imposto sobre os valores ali constantes, se inexistir prova de que aqueles serviços foram realmente
realizados.
1.2.1.2 O enquadramento do serviço na lista de serviços.
Apesar dos protestos e argumentos contra a taxatividade da lista, o entendimento é de que a lista de serviços
enumera restritamente os serviços que podem ser tributados pelo ISS. De fato, a exposição constitucional é clara
(“serviços de qualquer natureza (...) definidos em lei complementar”). O motivo básico é exatamente limitar a
abrangência do imposto com o intuito de evitar conflitos tributários, provocando bitributações sobre um mesmo fato
gerador, principalmente com o ICMS.
2.11 O caráter oneroso do serviço.
A base de cálculo do imposto é o preço do serviço, entendendo-se, assim, que se o serviço for realizado
gratuitamente, não se pode falar em ISS (veja mais adiante os comentários sobre base de cálculo).Não são mais
necessários na caracterização do fato gerador:
2.12 A profissionalidade.
A nova lei não fala mais na profissão (Médico, Assistente Social, Advogado) e sim na atividade (medicina,
assistência social, advocacia). Com isso, a natureza do contribuinte não é mais elemento do fato gerador da obrigação
tributária, embora a essência do fato, em muitos casos, não se altera, como, por exemplo, somente Advogado pode
exercer a advocacia. A maior importância da mudança refere-se ao aspecto de que agora não há mais distinção de
pessoa física ou jurídica no exercício da atividade, para os efeitos do imposto.
2.13 A habitualidade.
Decorrência da anterior, a prática de uma atividade habitual deixou de ser elemento essencial na caracterização
da fato gerador do imposto. A habitualidade dá a idéia de atividade permanente, profissional, tanto de uma empresa
quanto de um profissional autônomo. Agora não importa mais. Se um Engenheiro fizer um “bico” como corretor de
imóveis, mesmo em circunstancias eventuais, tais serviços de corretagem estarão sujeitos ao imposto.
2.14 Dedução de mercadorias e materiais, para efeitos de ICMS
Diz a nova lei que os serviços constantes da lista não ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua prestação envolva
fornecimento de mercadorias, com exceção dos seguintes itens:
1) 7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou
elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação,
terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica
sujeito ao ICMS);
2) 7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento
de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS);
3) 14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e
conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e
partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS);
4) 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS);
5) 17.11 – Organização de festas e recepções: buffet (exceto o fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito
ao ICMS).
A redação da nova lei, no mesmo teor que a anterior, continua a intercalar as expressões “mercadorias” e
“materiais”. O presente artigo se refere à “mercadorias”, enquanto no § 2° do art. 7°, determina a não inclusão na base
de cálculo do imposto: “o valor dos materiais fornecidos pelo prestador do serviço”, ao tratar dos itens 1 e 2 acima
descritos. Mercadoria é objeto de comércio, de venda, dando a entender que a empresa prestadora do serviço deva ser,
também, industrial ou comercial; que o serviço que realiza serve justamente para instalar o bem vendido, como, por
exemplo, o fabricante de elevadores, casas pré-fabricadas, a industria de pré-moldados, de segurança etc.
Sendo a intenção do legislador de deduzir tanto as mercadorias vendidas, quanto os materiais adquiridos de
terceiros e aplicados na obra por conta do construtor, temos a convicção de que esta última dedução, quando
interpretada genericamente, interfere irregularmente na base de cálculo do imposto, à guisa de uma suposta isenção.
2.15 Outras incidências do ISS
2.15.1 Importação
Ocorre fato gerador sobre os serviços importados, ou quando a prestação do serviço se tenha iniciado fora do
País. Nesses casos, a incidência do imposto é instaurada no município onde estiver localizado o tomador do serviço, ou
o seu intermediário, que assumirá a responsabilidade do seu pagamento. A legislação anterior não tratava dos serviços
importados e ainda não sabemos como os municípios agirão para capturar o imposto em casos de importação. Sendo o
tomador do serviço ou o intermediário o responsável pelo pagamento do imposto, certamente haverá a inclusão da figura
do substituto responsável nos regulamentos municipais para tais situações, mas realmente difícil será a tarefa de
identificar o fato imponível, se levarmos em consideração a imaterialidade da prestação do serviço. Em termos gerais,
serviços não redundam em operações portuárias, ou aeroportuárias, em carga e descarga. São bens imateriais, podendo
até mesmo ser transmitido por meios digitais, invisíveis ao Fisco.
A operacionalidade da cobrança acontecerá, provavelmente, no momento do pagamento do serviço, ou seja, no
fechamento do câmbio. Para tanto, haverá necessidade de os municípios interessados firmarem acordo com o Banco
Central, no sentido de ser recolhido o imposto junto ao processamento da operação. Ou então, quando o tomador do
serviço requerer autorização à Receita Federal para efetuar a importação.
2.15.2 A não incidência do imposto
Antes:
Não são contribuintes os que prestem serviços em relação de emprego, os trabalhadores avulsos, os
diretores e membros de conselhos consultivo ou fiscal de sociedades.
Agora:
Art. 2° O imposto não incide sobre:
I – as exportações de serviços para o exterior do País;
II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores
e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos
sócios-gerentes e dos gerentes-delegados;
III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos
bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por
instituições financeiras.
Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no
Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.
Com base no disposto constitucional, temos que serviços exportados gozam de imunidade, não tendo validade
lei municipal que os tente alcançar. Todavia, cabe à lei complementar definir exportações de serviços para tais efeitos e,
neste sentido, amparada no normativo constitucional, a Lei Complementar nº 116/03 fez cumprir a ordem maior ao
dispor sobre exclusões de incidência do ISS, especificas às exportações de serviços.
2.16 – Base de Calculo
A base de cálculo é o preço do serviço.
2.17 O conceito de preço para fins de ISS
Preço do serviço é o valor monetário do respectivo serviço. A expressão “preço do serviço” significa que a base
imponível do ISS é o valor total cobrado do cliente pelo serviço usufruído.
O conceito de preço de serviço é sempre orientado sob a visão do tomador do serviço e nunca através dos
critérios de formação de preço elaborados pelo prestador. O preço, como base de cálculo do ISS, não pode
sofrer reduções ou descontos especiais, o que seria mera liberalidade do prestador. A única hipótese aceita é quando o
desconto é concedido sob condição contratual ou integrante do negócio pactual com o cliente. Na prática, porém, não é
tão fácil definir o desconto, se de liberalidade ou de condição.
2.18 A nova situação do profissional autônomo
Temos na base de cálculo uma das mais marcantes mudanças da legislação do ISS. A nova lei extingue as
exceções dos cálculos através de alíquotas específicas (aquela que se expressam em valores monetários, ao contrário das
alíquotas comuns ad valorem, expressa em índices ou porcentuais). Assim, os profissionais autônomos e as sociedades
profissionais não serão mais gravados por meio de alíquotas fixas ou variáveis, conforme determinava a legislação
anterior, e, sim, pelo preço do serviço.
2.19 A nova situação das sociedades profissionais
A redação original da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional -, ao tratar do
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, estabeleceu às seguintes normas sobre a base de cálculo do imposto:
“Art. 72 – A base de cálculo do imposto é o preço do serviço, salvo:
I – quando se trate de prestação de serviço sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte, caso em que o
imposto será calculado, por meio de alíquotas fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço e outros fatores
pertinentes, não compreendida nestes a renda proveniente da remuneração do próprio trabalho;
II – quando a prestação do serviço tenha como parte integrante da operação sujeita ao imposto de que trata o art. 52,
caso em que este imposto será calculado sobre 50 % (cinqüenta por cento) do valor total da operação”.
A Lei Complementar n° 116, de 31 de julho de 2003, que se omite em relação ao tema ora tratado, mantendo a
“regra matriz” de que a base de cálculo do imposto é o preço do serviço.
2.20 Definição de Sociedade Profissional
O antigo Código Civil – Lei n° 3.071, de 1° de janeiro de 1942 – considerava a existência de três espécies de
pessoas jurídicas de direito privado:
I – as sociedades civis, religiosas, pias, morais, cientificas ou literárias, as associações de utilidade pública e as
fundações;
II – as sociedades mercantis;
III – os partidos políticos (acrescentado posteriormente pela Lei 9.096/95).
Diante das especificações acima, as sociedades civis tinham um tratamento diferenciado das sociedades
mercantis que eram regidas nas leis comerciais. As sociedades civis, por sua vez, eram regidas pelo próprio Código
Civil.
Ao nosso tema, interessa-nos, em especial, as sociedades particulares constituídas especialmente para o
exercício de certas profissões. Dá-se aí a origem das chamadas sociedades profissionais, lembrando que estas eram
obrigadas ao cumprimento das normas de direito civil.
Neste teor, profissionais de várias categorias foram autorizados a constituírem sociedades civis de prestação de
serviços específicos de suas áreas de atuação, adquirindo personalidade jurídica mediante registro de seus atos em
Cartórios de Registro Civil e no Conselho Regional da categoria correspondente.
Em geral, eram vedadas às sociedades civis de prestação de serviços:
I – Funcionar sem prévia aprovação do Conselho da categoria correspondente;
II – Adotar forma ou característica mercantil;
III – Adotar denominação de fantasia (no caso de Advogados);
IV – Realizar atividades estranhas à profissão;
V – Incluir sócio estranho à profissão, ou não inscrito no Conselho correspondente.
2.21 As sociedades profissionais perante o novo Código Civil
O novo Código Civil reuniu sob os mesmos princípios as matérias concernentes aos contratos, revogando o
Direito Comercial nesta parte, não mais existindo contratos comerciais distintos dos contratos do direito civil.
Nos termos no novo Código Civil, temos uma nova classificação das sociedades, que podem ser empresárias ou
simples, segundo tenham ou não por objetivo o exercício de uma atividade própria de empresário sujeito a registro,
sendo empresário sujeito a registro os que exercem profissionalmente atividades econômicas organizadas para a
produção ou circulação de bens ou de serviços.
As sociedades empresárias são aquelas que exercem suas atividades por meio de uma organização operacional
com estrutura fundada em pessoas e em meios materiais que se sobrelevam à atividade pessoal dos sócios. Mesmo na
hipótese comum de serem os sócios os dirigentes da empresa, distingue-se na sociedade empresária o caráter de
dependência aos instrumentos organizacionais disponíveis. Sem a atuação conjunta deste complexo de bens e pessoas, a
sociedade empresária não dispõe de funcionalidade e não consegue alcançar suas finalidades.
2.22 O trabalho intelectual
O Código Civil estabelece uma exceção à definição de empresário. Diz o §único do art. 966: “Não se considera
empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza cientifica, literária ou artística, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”.
Temos, portanto, que o trabalho intelectual não constitui uma atividade empresária, até mesmo quando exercido
através de uma organização. Deste modo, a sociedade cujo objeto social compreenda a realização de trabalho de caráter
intelectual será sempre uma sociedade simples. Trabalho intelectual é aquele que apresenta natureza científica, literária
ou artística, entendendo de natureza cientifica todas as manifestações no campo da ciência.
2.23 Possibilidades ao legislador municipal
Não havendo obrigatoriedade por parte da lei complementar em determinar excepcionalidade de cálculo para as
chamadas sociedades profissionais, a decisão caberá ao legislador municipal em criar ou não cláusula especial
correspondente ao fato.
Vários aspectos deverão ser analisados pelo legislador municipal. Um deles seria o de criar uma base isonômica
no trato dos profissionais autônomos, dentro de suas atividades específicas, e respectivas sociedades uniprofissionais.
De fato, se a lei municipal decidir por alíquotas fixas para profissionais de determinada profissão, em vista do princípio
da isonomia, deveria, também, acolher as sociedades desses profissionais sob o mesmo critério.
É de notar que os municípios ficaram livres para escolher as sociedades das profissões, não se limitando mais às
expressamente designadas na antiga legislação. Da forma anterior, várias profissões não estavam relacionadas dentre as
beneficiadas, provocando flagrantes injustiças e favorecimentos indevidos.
Os municípios terão, também, de analisar as sociedades profissionais com base nas novas disposições do
Código Civil, classificando-as como Sociedades Simples de caráter pessoal, não-empresária, a fim de evitar o
ressurgimento de velhas polêmicas e de não permitir que grandes organizações empresariais, por artifícios jurídicos,
venham a usufruir vantagens tributárias indevidas.
2.3 – Alíquota
Lembre se que a lei determina que a alíquota deve era atribuída em 2% mínimo e Maximo 5%
2.4 Aspectos Espaciais: Local do Recolhimento de ISSQN ( LC 116/03)
Uma das questões mais complexas relativas ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza é a determinação
do local da prestação do serviço, para fins de identificar qual Município detém a competência de exercer a sua cobrança.
Dizer simplesmente que o ISS é devido ao Município em que foi prestado o serviço, ou seja, dentro dos seus limites
territoriais, não resolve como norma geral a absoluta, se levarmos em conta inúmeros exemplos de serviços cujos locais
de efetiva prestação se confundem e se misturam em lugares distintos, como se fossem partes de um mesmo serviço.
A nova lei complementar manteve como regra matriz o estabelecimento prestador, critério
“Art. 3°. O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do
estabelecimento, no local do domicilio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o
imposto será devido no local: (...)”.
Deste modo, um novo painel é arquitetado na definição do local da incidência do imposto:
LOCAL DA INCIDÊNCIA DO ISS
(conforme a Lei Complementar n° 116)
1° - O ISS incide no local do estabelecimento prestador do serviço;
2° - O ISS incide no local do domicilio do prestador quando este não tem unidade econômica ou
profissional;
3° - O ISS incide no local onde surgem os efeitos da prestação do serviço, nas atividades
relacionadas na lei complementar.
2.4.1 O princípio da territorialidade
Sem dúvida, existem divergências de interpretação e várias decisões contrárias, mas além da discussão
conceitual de “estabelecimento prestador” há, também, em jogo, o cumprimento do principio constitucional da
territorialidade.
Como se sabe, o ISS é um imposto municipal, e, como qualquer outro tributo, regulado por lei complementar
obrigatoriamente obediente às normas constitucionais. Cada município é autônomo para criar suas próprias leis, base
jurídica do exercício de seus direitos, mas atreladas aos mandamentos da Constituição e orientadas pelas disposições
complementares. Assim, a única similaridade obrigatória entre as leis municipais é a subordinação ao regulamento
superior, com a faculdade limitada ao seu espaço geopolítico.
2.5 Retenção Tributária na Prestação de Serviço
A retenção na fonte não significa necessariamente a caracterização do retentor como sujeito passivo da
obrigação tributária, tratando-se, tão-somente, de uma forma adotada pela Administração, através de lei, que visa
facilitar, ou tornar possível, a arrecadação do tributo.
A lei institui uma obrigação de fazer às pessoas, obrigadas a reter e recolher à Fazenda tributo de outrem. O
retentor não participa da relação jurídico-tributária, agindo como agente de arrecadação por determinação legal do
Estado. Sua atuação é nitidamente extratributária. Com a maestria Sacha Calmon distingui o mero retentor do
responsável da seguinte forma:
“Só ao retentor pode ser imputado o delito de apropriação indébita. Os responsáveis só podem ser
inadimplentes, nada mais. O dever de retentor é de fazer (facere) – fazer a retenção e fazer a entrega
do tributo retido. O dos responsáveis é de dar (dare). O retentor jamais tem legitimidade para pedir
a repetição, porque nada pagou, só reteve e entregou. Tampouco tem legitimidade para impugnar a
exigência, por falta de interesse econômico ou moral. O responsável, seja qual for a modalidade,
pode impugnar a exigência”.
2.5.1 Serviços Tomados de prestadores não residentes no Município
Os serviços tomados devem ser objeto de retenção quando realizado com empresas não residentes no
município, desde que estejam no rol das 23 atividades previstas para tal na lei 116/03.Os tomadores deverão Verificar o
enquadramento da empresa – Simples Nacional e no quesito retenção observar legislação municipal e art. 3º da LC
116/03, bem como operacionalmente :
Solicitar uma nota para cada tipo de serviço adquirido (observar o enquadramento nos itens e subitens da lista) –
alíquotas e incidência diferentes;
De quem o serviço foi adquirido (pessoa física ou jurídica);
De onde o serviço foi adquirido (no município, fora do município ou no
exterior);
Onde o serviço é tributado (na origem ou no destino) – art. 3º da 116/03;
Haverá ou não retenção na fonte;
Alíquota de enquadramento;
Prestador é optante pelo Simples Nacional - (essa opção deve constar da
nota, bem como a alíquota à que está enquadrado) – não constando alíquota– reter 5%.
Qual o CFPS – Código Fiscal de Prestação de Serviço enquadrar;
2.6 Lei 123/06 – Simples Nacional
A lei 123/06 instituiu para empresas normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser
dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, determinando as alíquotas dos impostos para prestadores de serviço conforme anexo V
Como regra geral, a Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, estabelece que o ISSQN deve ser
calculado aplicando uma determinada alíquota sobre a respectiva base de cálculo do imposto. A base de cálculo do
imposto está prevista no art. 7º da citada Lei, como sendo "o preço do serviço". Quanto à alíquota, a citada norma,
juntamente com a Constituição Federal, traça os limites para as leis municipais a estabelecerem.
Sobre o cálculo do imposto sobre serviços, Morais (1978, p. 558) afirma que existem três critérios para a sua
apuração, a saber:
a) Preço do serviço (regra geral);
b) preço do serviço com deduções (1ª exceção); e
c) parâmetro diferente do preço do serviço (2ª exceção).
Fora das três formas de cálculo, inexiste outra. No entanto, o citado autor admite que nem sempre o Fisco pode
encontrar o preço do serviço com facilidade e antes do fim de cada exercício. Nestes casos, admite-se que os Fiscos
municipais podem adotar o regime de estimativa.
3. O ISS DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS (BANCOS)
Na concepção de Tail (2010) uma das maiores dificuldades da Fiscalização Tributária Municipal é a de
fiscalizar as instituições financeiras, para fins de homologar os recolhimentos espontâneos do Imposto Sobre Serviços
– ISS. Os principais motivos das dificuldades encontradas pelo Fisco Municipal são os seguintes:
a) Banco não emite documento fiscal, impossibilitando o acompanhamento pela emissão de tais documentos;
b) Nem toda receita da instituição financeira é tributável pelo ISS, impossibilitando, assim, o exame da base de cálculo
através da receita bruta lançada no Resultado mensal;
c) O Plano de Contas COSIF, instituído pelo Banco Central, não é, geralmente, adotado nas Agências, sendo apenas
aplicado após a consolidação e efetuado pela Matriz;
d) A diversidade de agências espalhadas por todo o País exige fiscalização de quase todos os Municípios brasileiros,
muitos deles sem a adequada estrutura técnica que possibilite o adequado exercício da função de fiscalizar;
e) Por conta de tal diversidade, o critério de calcular e de recolher o imposto fica, muitas vezes, sob a responsabilidade
da gerência local, cada uma decidindo ao seu talante o valor que deve recolher e, pior, o que não deve.
3. 1. A lista de serviço
Com base na legislação é necessário observar a lei 116/03, ou seja a lista de serviço para auditar os serviços
realizados com base no Fato Gerador, assim sendo vejamos quais são os itens previstos:
15 – Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por instituições financeiras
autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito.
15.01 – Administração de fundos quaisquer, de consórcio, de cartão de crédito ou débito e congêneres, de carteira
de clientes, de cheques pré-datados e congêneres.
15.02 – Abertura de contas em geral, inclusive conta-corrente, conta de investimentos e aplicação e caderneta de
poupança, no País e no exterior, bem como a manutenção das referidas contas ativas e inativas.
15.03 – Locação e manutenção de cofres particulares, de terminais eletrônicos, de terminais de atendimento e de
bens e equipamentos em geral.
15.04 – Fornecimento ou emissão de atestados em geral, inclusive atestado de idoneidade, atestado de capacidade
financeira e congêneres.
15.05 – Cadastro, elaboração de ficha cadastral, renovação cadastral e congêneres, inclusão ou exclusão no
Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos – CCF ou em quaisquer outros bancos cadastrais.
15.06 – Emissão, reemissão e fornecimento de avisos, comprovantes e documentos em geral; abono de firmas;
coleta e entrega de documentos, bens e valores; comunicação com outra agência ou com a administração central;
licenciamento eletrônico de veículos; transferência de veículos; agenciamento fiduciário ou depositário; devolução de
bens em custódia.
15.07 – Acesso, movimentação, atendimento e consulta a contas em geral, por qualquer meio ou processo,
inclusive por telefone, fac-símile, internet e telex, acesso a terminais de atendimento, inclusive vinte e quatro horas;
acesso a outro banco e a rede compartilhada; fornecimento de saldo, extrato e demais informações relativas a contas em
geral, por qualquer meio ou processo.
15.08 – Emissão, reemissão, alteração, cessão, substituição, cancelamento e registro de contrato de crédito;
estudo, análise e avaliação de operações de crédito; emissão, concessão, alteração ou contratação de aval, fiança,
anuência e congêneres; serviços relativos a abertura de crédito, para quaisquer fins.
15.09 – Arrendamento mercantil (leasing) de quaisquer bens, inclusive cessão de direitos e obrigações,
substituição de garantia, alteração, cancelamento e registro de contrato, e demais serviços relacionados ao arrendamento
mercantil (leasing).
15.10 – Serviços relacionados a cobranças, recebimentos ou pagamentos em geral, de títulos quaisquer, de contas
ou carnês, de câmbio, de tributos e por conta de terceiros, inclusive os efetuados por meio eletrônico, automático ou por
máquinas de atendimento; fornecimento de posição de cobrança, recebimento ou pagamento; emissão de carnês, fichas
de compensação, impressos e documentos em geral.
15.11 – Devolução de títulos, protesto de títulos, sustação de protesto, manutenção de títulos, reapresentação de
títulos, e demais serviços a eles relacionados.
15.12 – Custódia em geral, inclusive de títulos e valores mobiliários.
15.13 – Serviços relacionados a operações de câmbio em geral, edição, alteração, prorrogação, cancelamento e
baixa de contrato de câmbio; emissão de registro de exportação ou de crédito; cobrança ou depósito no exterior;
emissão, fornecimento e cancelamento de cheques de viagem; fornecimento, transferência, cancelamento e demais
serviços relativos a carta de crédito de importação, exportação e garantias recebidas; envio e recebimento de mensagens
em geral relacionadas a operações de câmbio.
15.14 – Fornecimento, emissão, reemissão, renovação e manutenção de cartão magnético, cartão de crédito, cartão
de débito, cartão salário e congêneres.
15.15 – Compensação de cheques e títulos quaisquer; serviços relacionados a depósito, inclusive depósito
identificado, a saque de contas quaisquer, por qualquer meio ou processo, inclusive em terminais eletrônicos e de
atendimento.
15.16 – Emissão, reemissão, liquidação, alteração, cancelamento e baixa de ordens de pagamento, ordens de
crédito e similares, por qualquer meio ou processo; serviços relacionados à transferência de valores, dados, fundos,
pagamentos e similares, inclusive entre contas em geral.
15.17 – Emissão, fornecimento, devolução, sustação, cancelamento e oposição de cheques quaisquer, avulso ou
por talão.
15.18 – Serviços relacionados a crédito imobiliário, avaliação e vistoria de imóvel ou obra, análise técnica e
jurídica, emissão, reemissão, alteração, transferência e renegociação de contrato, emissão e reemissão do termo de
quitação e demais serviços relacionados a crédito imobiliário.
3.2 - Base de Cálculo
A base de Calculo é o Preço do serviço é o valor monetário do respectivo serviço. A expressão “preço do
serviço” significa que a base imponível do ISS é o valor total cobrado do cliente pelo serviço usufruído.
O conceito de preço de serviço é sempre orientado sob a visão do tomador do serviço e nunca através dos
critérios de formação de preço elaborados pelo prestador. O preço, como base de cálculo do ISS, não pode
sofrer reduções ou descontos especiais, o que seria mera liberalidade do prestador. A única hipótese aceita é quando o
desconto é concedido sob condição contratual ou integrante do negócio pactual com o cliente. Na prática, porém, não é
tão fácil definir o desconto, se de liberalidade ou de condição.
3.2.1 – Alíquota
Lembre se que a lei determina que a alíquota deve era atribuída em 2% mínimo e Maximo 5%
3.3 Livros e Documentos a Serem Examinados
a. Plano de Contas
b. Livro de Apuração do ISS;
c. Livro Diário/ Razão.
d. Balancetes
e. Guias de recolhimento
f. ARI 782
g. Contrato com Terceiros
h. Relatório Gerencial ( em caso de PA)
i. Outros documentos que entenda importante na fiscalização
4. ISS CARTÓRIOS
A incidência do imposto sobre serviços (ISS) em relação àqueles prestados em caráter particular pelos notários
e registradores é legal, visto que não são imunes à tributação em face da remuneração lucrativa dessas atividades
delegadas, como se dá com os serviços concedidos. (4ª Câmara de Direito Público do TJ)
A atual lista de serviços, acertadamente, traz previsão expressa dos serviços notariais e de registro em seu rol. É
o que define o item 21: “Serviços de registros públicos, cartorários e notariais.“
Contudo, até 2008 havia polêmica em torno da tributação dos cartórios pelo ISS. Segundo certo segmento
doutrinário, por se tratar de serviço público, haveria “imunidade recíproca”.
O STF definiu a questão favoravelmente à incidência do ISS no julgamento de ADIn 3089 (10 votos a favor e
1 contra).
4.1 Lista de serviço
21.01 - Serviços de registros públicos, cartorários e notariais.
anexa à Lei Complementar nº 116/03 prevê a incidência do imposto municipal sobre os serviços de registros públicos,
cartorários e notariais, cujos prestadores são usualmente conhecidos como cartórios, tabelionatos ou serventias
extrajudiciais:
4.2 Cartórios Extrajudiciais
As serventias extrajudiciais, também conhecidas como cartórios, são os locais onde funcionam os serviços
notariais (tabelionatos) e de Registro (ofícios de registro). Nos quais são praticados diversos atos extrajudiciais, por
exemplo: escrituras, registros de Imóveis, Registros de nascimento, casamento, etc. , sendo todos esses serviços
passiveis da cobrança de ISSQN.
4.3 Natureza Jurídica dos Emolumentos e sua Finalidade
Não se sabe da existência de uma política certa sobre a remuneração dos servidores de cartórios extrajudiciais,
as pessoas delegadas na função obterão sua remunerada através de emolumentos cobrados mediante a prestação do
serviço, cabendo ao Estado estabelecer as normas de fixação dos valores.
Até então, era incerta a natureza dos valores cobrados pelas serventias, não se sabia ao certo se eram preços
públicos, vista que os serviços prestados são de caráter público, porém destinada a quem se utiliza de tais serviços. Ou
ainda, equiparados a tributo, porém eis que este é de caráter compulsório, cobrados pela administração em forma de
prestação pecuniária, em retribuição as atividades vinculadas à administração pública, e por ultimo atribui aos
emolumentos à natureza de taxas, por ser imposto ao contribuinte ou posto a sua disposição, tendo como fato gerador o
exercício a utilização, efetiva ou potencial de serviços públicos, como dispõe o art. 77 do Código Tributário Nacional.
4.4 Base de Cálculo
Mais uma decisão da Justiça para colecionar: o ISS incidente sobre serviços notariais e registrais tem como
base de cálculo a receita bruta auferida pelo titular, com a dedução apenas das custas transferidas ao Estado.
4.5 Fiscalização Tributária Municipal
Pode seguir o padrão normal, já explicitado nos bancos, ou solicitando apoio do Ministério Público, uma vez
que tais serviços são prestado contas para a corregedoria, portanto detendo todas as informações fiscais necessárias para
auditar.
4.6 Como Enquadrar
Qualquer que seja a modalidade da serventia, todos os serviços próprios, ou seja, aqueles exercidos por
delegação do Poder Público serão enquadrados no item 21.01 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar Federal
116, de 2003, que tem a seguinte redação: “21.01 - Serviços de registros públicos, cartorários e notariais”.
Identificados serviços não próprios ou diferentes dos delegados, devem estes ser enquadrados no item
específico da Lista de Serviços e tributados com a alíquota própria prevista na legislação municipal. Nenhuma
diferenciação mostra-se plausível pelo fato de o serviço ter sido executado por prestador que em princípio presta apenas
serviços específicos a ele delegados. E não cabe aqui alegação de constituir-se em atividade meio, necessário à
execução do ato próprio. Se o serviço é diferenciado e tiver preço cobrado em separado, deverá ser submetido ao
tributo municipal pelo item específico que o prevê e alíquota diferenciada, pouco importando se maior ou menor que a
alíquota prevista para o item 21. A não sujeição dos serviços ao item e alíquota próprios implica em concorrência
desleal com o mercado de serviços.
4.7 Documentos
De extremo interesse para a fiscalização dos serviços notariais e de registro, é saber que, de acordo com a Lei
8.935/1994, os titulares das serventias são obrigados a emitir recibos relativos aos emolumentos percebidos (Art. 30,
IX) e afixar as tabelas de emolumentos (Art. 30, VII). A obrigação de emitir recibos também está prevista na Lei
10.169/2000 – Lei dos Emolumentos - que vai além e determina a “indicação definitiva e obrigatória dos respectivos
valores à margem do documento entregue ao interessado, em conformidade com a tabela vigente ao tempo da prática
do ato”. Portanto, os recibos e as Tabelas de Emolumentos podem se configurar em importantes instrumentos de
mensuração dos fatos geradores do ISSQN e podem ser solicitados pelos auditores fiscais no início ou no curso de
procedimento regular. Em relação à contabilidade, os titulares das serventias são obrigados a manter Livro Caixa.
4.8 Serviços
Fonte: POMPERMEIR, C. R. F., O ISS nos serviços Notariais e Registros Públicos: Teoria e Pratica. Blumenau, Nova
letra, 2001, p. 70-78.
5 O ITBI:
O fato gerador: Código tributário nacional: Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles
relativos tem como fato gerador:
I – a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão
física, como definidos na lei civil;
II – a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia;
III – a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.
● Competência tributária: município da localização do imóvel.
● Imunidade e isenções:
Art. 36. Ressalvando o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre a transmissão dos bens ou
direitos referidos no artigo anterior:
I – quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de capital nela subscrito;
II – quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por outra ou com outra.
Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos
adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a
que foram conferidos.
Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade
preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição.
§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de 50% (cinqüenta por
cento) da receita operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos subseqüentes
à aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo.
§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos de 2 (dois) anos antes dela,
apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anterior levando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à data
da aquisição.
§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos termos da lei vigente á data da
aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data.
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, quando realizada em conjunto com a da
totalidade do patrimônio da pessoa jurídica alienante.
● A Base de Calculo: CTN e apuração do valor venal.
Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.
● Alíquotas : Limites.
Art. 39. A alíquota do imposto não excederá os limites fixados em resolução do Senado federal, que distinguirá,
para efeito de aplicação do alíquota mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional de habitação.
● Impossibilidade de progressividade das alíquotas: STF Rext 234.105/SP.
6.ITR
ITR Municipal: Noções Essenciais
1. O ITR: Conceito
É previsto constitucionalmente, através do inciso VI do artigo 153 da Constituição Federal. O Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse
de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. Considera-se
imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município. A
legislação que rege o ITR é a Lei 9.393/1996 e alterações subsequentes.
2. Legislação
2.1 Consituição Federal
A CF/1988 dispõe em seu art. 153, caput, inciso VI e § 4º, com a redação dada pela Emenda Constitucional
(EC) nº 42, de 19 de dezembro de 2003:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
...................................................................................................
VI - propriedade territorial rural;
...................................................................................................
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que
não possua outro imóvel;
III - será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não
implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.
A competência constitucional da União não foi alterada, sendo apenas delegadas as atribuições de fiscalização,
lançamento e cobrança do Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) para os municípios que assim optarem, na
forma da lei.
2.2 Código Tributário Nacional
A Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN), dispõe em seu art. 31: “ Art. 31.
Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título”.
2.2.1 Definições:
2.2.1.1 PROPRIETÁRIO
Segundo o disposto no art. 1.228 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil (CC/2002), o direito
de propriedade consiste no direito de usar, fruir e dispor do imóvel e de reavê-lo de quem quer que injustamente o
possua ou detenha. Portanto, proprietário do imóvel rural é aquele que detém tais direitos.
2.2.1.2 TITULAR DO DOMÍNIO ÚTIL
É titular do domínio útil aquele que adquiriu o imóvel rural por enfiteuse ou aforamento, nos termos do art. 678
e seguintes da Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil de 1916 (CC/1916), conforme art. 2.038 do
CC/2002
Segundo dispõe os arts. 1.196, 1.412 e 1.414 do CC/2002, é possuidor a qualquer título aquele que tem a posse
plena do imóvel rural, seja por direito real de fruição sobre coisa alheia, como ocorre no caso do usufrutuário, seja por
ocupação autorizada ou não pelo Poder Público.
2.3 LEI Nº 9.393, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1996.
Segundo art. 6º, § 3º da Lei nº 9.393, de 1996, o contribuinte poderá indicar no Documento de Informação e
Atualização Cadastral do ITR (Diac), somente para fins de intimação, endereço diferente daquele constante do domicílio
tributário, que valerá para esse efeito até ulterior alteração.
3. DO SUJEITO PASSIVO: CONTRIBUINTE DO ITR
Está obrigado a apurar o ITR toda pessoa física ou jurídica que, em relação ao imóvel rural a ser declarado,
exceto o imune ou isento, seja, na data da efetiva apresentação, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora a
qualquer título, inclusive a usufrutuária.
Portanto, o imóvel rural que, na data de ocorrência do fato de gerador, ou seja, 1º de janeiro, não atenda às
condições de imunidade ou isenção do imposto e que, após esta data, tenha sido totalmente desapropriado ou alienado
para entidade imune está sujeito à apuração do ITR, pela pessoa física ou jurídica que perdeu a posse ou a propriedade.
No caso de desapropriação ou alienação de parte da área do imóvel rural para entidade imune, o contribuinte
expropriado ou alienante, pessoa física ou jurídica, apurará o imposto referente à área total do imóvel rural anterior à
desapropriação ou alienação.
3.1. IMUNIDADE E/OU ISENÇÃO DO ITR
O imóvel rural imune ou isento é dispensado da apuração do ITR.
3.1.1 Imovel Isento: todo imóvel que for isento cfe lei.
Os imóveis rurais isentos do ITR são:
1. O imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária, caracterizado pelas autoridades competentes
como assentamento, que, cumulativamente, atenda aos seguintes requisitos:
a) seja titulado em nome coletivo;
b) seja explorado por associação ou cooperativa de produção;
c) tenha fração ideal por família assentada não superior aos limites da pequena gleba rural; e
d) não haja nenhum assentado, individual ou coletivamente, possuidor de qualquer outro imóvel rural ou urbano.
2. O conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, titular do domínio útil ou possuidor a qualquer título, cujo
somatório das áreas não ultrapasse os limites estabelecidos para a pequena gleba rural em cada região, desde que,
cumulativamente, o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor:
a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros; e
b) não possua imóvel urbano.
Em relação a isenção do ITR disposta no item 1 acima, o não atendimento aos requisitos por qualquer um dos
assentados descaracteriza todo o assentamento.
Entende-se por ajuda eventual de terceiros o trabalho, remunerado ou não, de natureza eventual ou temporária,
realizado nas épocas de maiores serviços)
No caso de conjunto de imóveis rurais localizados em mais de uma região, a área total dos imóveis em cada
região deve ser igual ou inferior ao limite da pequena gleba rural estabelecido para a região em que se localizem.
O imóvel rural ou o conjunto de imóveis rurais perde a isenção do ITR caso tenha qualquer área explorada por contrato de arrendamento, comodato ou parceria, sujeitando-se a apuração do tributo.
3.2.2 Os imóveis rurais imunes do ITR são:
1. A pequena gleba rural, desde que a explore o proprietário, titular do domínio útil ou possuidor a qualquer título, que
não possua outro imóvel rural ou urbano, sendo vedada a exploração do imóvel por contrato de arrendamento, comodato
ou parceria. É considerada pequena gleba rural o imóvel com área total igual ou inferior a:
a) 100 ha (cem hectares), se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-
grossense e sul-mato-grossense;
b) 50 ha (cinquenta hectares), se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia
Oriental; e
c) 30 ha (trinta hectares), se localizado em qualquer outro município.
2. O imóvel rural pertencente à União, a estado, ao Distrito Federal ou a município;
3. O imóvel rural pertencente a autarquia ou fundação instituída e mantida pelo Poder Público, desde que vinculado às
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes; e
4. O imóvel rural pertencente a instituição de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, desde que vinculado
às suas finalidades essenciais, atendidos os requisitos do art. 14 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código
Tributário Nacional (CTN), e art. 12, exceto alínea “f”, da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997.
3.3 Como o processo se dá com Arrendatários
O arrendatário e/ou o comodatário não são considerados contribuintes do ITR, pois não têm a posse plena do
imóvel rural.
A relação jurídica estabelecida pelos contratos de arrendamento, de comodato ou de parceria é de natureza
obrigacional. Em decorrência destes contratos há a entrega do imóvel sem a intenção de transferir a posse plena; é
cedido, temporariamente, apenas o exercício parcial do uso e da fruição (posse limitada).
3.4 E em caso de desapropriação
O expropriado perde a posse ou a propriedade quando o juiz determina a imissão préviaa posse ou quando
ocorre a transferência ou incorporação do imóvel rural ao patrimônio do expropriante.
Desse modo, sendo o imóvel rural desapropriado por pessoa jurídica de direito público, o expropriado é
contribuinte em relação aos fatos geradores ocorridos até a data da perda da posse ou da propriedade, estando obrigado,
em relação a estes, a apurar e a pagar o imposto devido.
Como o patrimônio da pessoa jurídica de direito público é imune, não há incidência do ITR a partir do
momento em que esta se investe na posse ou se torna proprietária do imóvel. A pessoa imune não reveste a condição de
contribuinte do imposto, estando, entretanto, obrigada ao cumprimento de obrigações acessórias.
Havendo a desapropriação do imóvel rural por pessoa jurídica de direito privado delegatária ou concessionária
de serviço público, é contribuinte:
1) o expropriado, em relação aos fatos geradores ocorridos até a data da perda da posse ou da propriedade;
2) o expropriante, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir da perda da posse ou da propriedade pelo
expropriado.
3.5 Da responsabilidade pelo crédito
É responsável pelo crédito tributário do ITR o sucessor, a qualquer título.
No caso de imóvel rural pertencente a espólio, para fins do ITR, é responsável:
1) o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelo imposto devido pela pessoa falecida até a data da partilha,
sobrepartilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação;
2) o espólio, pelo imposto devido pela pessoa falecida até a data da abertura da sucessão.
A responsabilidade de terceiro, por sucessão do contribuinte, tanto pode ocorrer quanto às dívidas tributárias
preexistentes ou quanto às que vierem a ser lançadas ou apuradas posteriormente à sucessão, desde que o fato gerador
haja ocorrido até a data dessa sucessão, conforme art. 129 do CTN.
Em relação a fatos geradores do ITR ocorridos anteriormente à aquisição do imóvel rural, o adquirente
responde pelo débito tributário existente, pois o crédito tributário relativo a fato gerador ocorrido até a data da alienação
do imóvel sub-roga-se na pessoa do respectivo adquirente, salvo quando conste do título de aquisição a prova de sua
quitação, nos termos do art. 130 do CTN, o qual prevê a sub-rogação dos créditos tributários relativos a bens imóveis na
pessoa de seu adquirente.
Já no caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço, conforme parágrafo
único do art. 130 do CTN.
Entretanto, não se aplica o instituto da sub-rogação à aquisição de imóvel rural pelo Poder Público, pelas suas
autarquias e fundações e pelas entidades privadas imunes do imposto, bem como em relação ao imóvel desapropriado
por necessidade ou utilidade pública, ou interesse social, inclusive para reforma agrária, seja a desapropriação
promovida pelo Poder Público, seja por pessoa jurídica de direito privado delegatária ou concessionária de serviço
público.
4. Da constituição do Crédito
A apuração do ITR é procedida pelo contribuinte mediante o preenchimento da DITR, a qual deve ser
apresentada somente em meio eletrônico, observados os termos, locais, formas, prazos e condições estabelecidos pela
RFB.
Deve ser elaborada com o uso de computador, mediante a utilização do Programa Gerador da Declaração
(PGD) do ITR, para o respectivo exercício, disponível no sítio da RFB na internet, no endereço
http://www.receita.fazenda.gov.br.
A DITR deve ser apresentada anualmente por toda pessoa física ou jurídica que seja proprietária, titular do
domínio útil (enfiteuta ou foreira), ou possuidora a qualquer título, inclusive a usufrutuária, de imóvel rural.
Cabe ressaltar que, para a DITR do exercício de 2012, o art. 1º da IN RFB nº 1.279, de 6 de julho de 2012,
dispõe que estão dispensada de apresentar a declaração a pessoa física ou jurídica que possui imunidade ou isenção.
Deverá ser apresentada uma DITR para cada imóvel rural que o declarante possuir.
A DITR é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (Diac) e pelo Documento
de Informação e Apuração do ITR (Diat).
4.1 DIAC
O Diac destina-se a coletar informações cadastrais do imóvel rural e de seu proprietário, titular do domínio útil
(enfiteuta ou foreiro) ou possuidor a qualquer título, inclusive o usufrutuário, para integrar o Cafir da RFB. O Diat
destina-se à apuração do ITR, para o imóvel rural sujeito ao cálculo do imposto.
4.1.1 Obrigatoriedade da DITR
Está obrigado a apresentar a DITR, referente ao exercício de 2012:
I - a pessoa física ou jurídica que, em relação ao imóvel rural a ser declarado, exceto o imune ou isento, seja, na data da
efetiva apresentação:
a) proprietária;
b) titular do domínio útil;
c) possuidora a qualquer título, inclusive a usufrutuária;
II - um dos condôminos quando, na data da efetiva apresentação da declaração, o imóvel rural pertencer
simultaneamente a mais de um contribuinte, em decorrência de contrato ou decisão judicial ou em função de doação
recebida em comum;
III - a pessoa física ou jurídica que, entre 1º de janeiro de 2012 e a data da efetiva apresentação da declaração, perdeu:
a) a posse do imóvel rural, pela imissão prévia do expropriante, em processo de desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, inclusive para fins de reforma agrária;
b) o direito de propriedade pela transferência ou incorporação do imóvel rural ao patrimônio do expropriante, em
decorrência de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, inclusive para fins de
reforma agrária;
c) a posse ou a propriedade do imóvel rural, em função de alienação ao Poder Público, inclusive às suas autarquias e
fundações, ou às instituições de educação e de assistência social imunes do imposto;
IV - a pessoa jurídica que recebeu o imóvel rural nas hipóteses previstas no inciso III, desde que essas hipóteses tenham
ocorrido entre 1º de janeiro e 28 de setembro de 2012;
V - o inventariante, em nome do espólio, enquanto não ultimada a partilha, ou, se esse não tiver sido nomeado, o
cônjuge meeiro, o companheiro ou o sucessor a qualquer título, nos casos em que o imóvel rural pertencer a espólio;
VI - um dos compossuidores, quando, na data da efetiva apresentação da declaração, mais de uma pessoa for possuidora
do imóvel rural;
VII - a pessoa física ou jurídica que, em relação ao imóvel rural imune ou isento a ser declarado e para o qual houve
alteração nas informações cadastrais correspondentes ao imóvel rural, ao seu titular, à composse ou ao condomínio
constantes do Cadastro de Imóveis Rurais (Cafir) e que não foi comunicada à Secretaria da Receita Federal do Brasil
(RFB) para fins de alteração no Cafir, seja, na data da efetiva apresentação:
a) proprietária;
b) titular do domínio útil;
c) possuidora a qualquer título, inclusive a usufrutuária.
Os arrendatários, os comodatários e os parceiros não devem declarar.
4.1.2 Prazo da DITR
A DITR deve ser apresentada até o último dia útil do mês de setembro do ano a que se referir.
4.1.3 A entrega da DITR após o prazo sujeita o contribuinte à seguinte multa:
1) 1% (um por cento) ao mês ou fração de atraso sobre o imposto devido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50,00
(cinqüenta reais), no caso de imóvel rural sujeito à apuração do imposto, sem prejuízo da multa e dos juros de mora
devidos pela falta ou insuficiência do recolhimento do imposto ou quota; ou
2) R$ 50,00 (cinquenta reais), no caso de imóvel rural imune ou isento do ITR.
A multa por atraso na entrega da DITR é objeto de lançamento de ofício e tem, por termo inicial, o 1º (primeiro)
dia subsequente ao do final do prazo fixado para a entrega da declaração e, por termo final, o mês da entrega da DITR.
4.1.4 Da Apuração: Áreas Tributaveis
O imposto deve ser calculado pelo sujeito passivo, sujeitando-se este cálculo a homologação posterior pela
RFB. A distribuição das áreas tributável e aproveitável deve se referir à situação existente na data de ocorrência do fato
gerador (1º de janeiro). No caso de aquisição de área após 1º de janeiro até a data da efetiva apresentação da declaração,
os dados da distribuição da área adquirida devem ser informados pelo adquirente, se esta ainda não houver sido
declarada para o exercício da DITR pelo alienante, expressando a situação existente em 1º de janeiro do exercício da
DITR.
Na sua distribuição, as áreas da propriedade não devem ser declaradas em duplicidade. Assim, por exemplo, se
uma área for declarada como de preservação permanente ou de reserva legal, não poderá ser informada como de
exploração extrativa.
As áreas com reflorestamento de essências nativas destinadas a recompor as áreas de preservação permanente
ou de reserva legal devem ser assim declaradas. Se plantadas com finalidade comercial, devem ser informadas como
área com reflorestamento (essências exóticas ou nativas).
Os documentos que comprovem as especificações, qualidades e condições atribuídas às áreas que compõem o
imóvel rural, tais como laudo técnico expedido por profissional habilitado, certidões fornecidas por órgãos públicos
competentes ou por Cartório de Registro de Imóveis e atos do Poder Público, devem ser mantidos à disposição da RFB
até que ocorra a prescrição dos créditos tributários relativos às situações e aos fatos a que se refiram.
A área tributável corresponde à diferença entre a área total do imóvel e o somatório das áreas não tributáveis.
O contribuinte cujo imóvel rural não possuir área tributável está sujeito ao recolhimento do imposto mínimo de
R$ 10,00 (dez reais).
4.1.5 Da Apuração: Áreas Não Tributaveis
Consideram-se não tributáveis as áreas de preservação permanente, de reserva legal, de reserva particular do
patrimônio natural, de interesse ecológico, de servidão florestal ou ambiental, cobertas por florestas nativas e as
alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizadas pelo Poder Público.
Para exclusão das áreas não tributáveis da incidência do ITR é necessário que o contribuinte apresente ao
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o Ato Declaratório Ambiental
(ADA) e que as áreas assim declaradas atendam ao disposto na legislação pertinente.
Se o contribuinte não apresentar o ADA, ou se esse não for acatado pelo Ibama, a RFB fará o lançamento de
ofício, se for o caso, recalculando o ITR devido.
A área do imóvel rural que se enquadrar, ainda que parcialmente, em mais de uma espécie de área não
tributável deverá ser excluída uma única vez da área total do imóvel, para fins de apuração da área tributável.
4.1.5 Da Apuração: Áreas APP
De acordo com o art. 3º, inciso II, da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, entende-se por APP a área
protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-
estar das populações humanas.
4.1.6 Da Apuração: Áreas de Reserva Legal
De acordo com o art. 3º, inciso III, da Lei nº 12.651, de 2012, entende-se por Reserva Legal a área localizada no
interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso
econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos
processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e
da flora nativa.
4.1.7 Da Apuração: Áreas Tributaveis
A RPPN está prevista no Decreto nº 5.746, de 5 de abril de 2006, no art. 21 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de
2000, e no Decreto nº 1.922, de 5 de junho de 1996, sendo destinada à conservação da diversidade biológica, na qual
somente poderão ser permitidas a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais,
gravada com perpetuidade conforme termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental, averbada à margem da
inscrição de matrícula do imóvel no Registro de Imóveis competente e reconhecida pelo Ibama.
4.1.8 Da Apuração: Áreas Ecologicas
a) Área de Interesse Ecológico para Proteção dos Ecossistemas assim declarada mediante ato do órgão competente
federal ou estadual, e que amplie as restrições de uso previstas para as áreas de Preservação Permanente e de Reserva
Legal, de que trata a Lei nº 9.393, de 1996, em seu art. 10, § 1º, inciso II, alínea "b";
b) Área Imprestável para a Atividade Rural, exclusivamente se declarada de interesse ecológico mediante ato específico
do órgão competente federal ou estadual, conforme dispõe a Lei nº 9.393, de 1996, em seu art. 10, § 1º, inciso II, alínea
"c".
Para efeito de exclusão do ITR, apenas é aceita como área de interesse ecológico a área declarada em caráter
específico para determinada área da propriedade particular, não sendo aceita a área declarada em caráter geral. Portanto,
se o imóvel rural estiver dentro de área declarada em caráter geral como de interesse ecológico, é necessário também o
reconhecimento específico de órgão competente federal ou estadual para a área da propriedade particular.
4.1.9 Da Apuração: Áreas de Servidão Florestal
a) Área de Servidão Florestal onde o proprietário renuncia voluntariamente, em caráter temporário ou permanente, a
direitos de supressão ou exploração da vegetação nativa, desde que averbada no Registro de Imóveis competente, após
anuência do órgão ambiental estadual competente, segundo o disposto no art. 44-A da Lei nº 4.771, de 1965,
acrescentado pelo art. 2º da Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001;
b) Área de Servidão Ambiental onde o proprietário renuncia voluntariamente, em caráter temporário ou permanente, a
direitos de uso, supressão ou exploração de recursos naturais, desde que averbada no Registro de Imóveis competente,
após anuência do órgão ambiental competente, segundo o disposto no art. 9-A da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,
acrescentado pelo art. 84 da Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006.
Ressalta-se que o art. 78 da Lei nº 12.651, de 2012, alterou o conceito de Servidão Florestal, dispondo que as áreas que
tenham sido instituídas na forma de servidão florestal, nos termos do art. 44-A da Lei no 4.771, de 15 de setembro de
1965, passam a ser consideradas como de servidão ambiental.
4.2 Grau de Utilização
O GU é a relação percentual existente entre a área efetivamente utilizada pela atividade rural e a área
aproveitável do imóvel rural.
Constitui critério, juntamente com a área total do imóvel rural, para a determinação das alíquotas do ITR.
Na hipótese de inexistir área aproveitável após excluídas as áreas não tributáveis e as áreas ocupadas com
benfeitorias úteis e necessárias, o GU não pode ser calculado e serão aplicadas as alíquotas correspondentes aos imóveis
rurais com grau de utilização superior a oitenta por cento, observada a área total do imóvel.
4.2. Aliquota
Para encontrar a alíquota do imposto na Tabela de Alíquotas para Cálculo do Imposto, devem ser considerados:
a) a área total do imóvel; e
b) o grau de utilização.
A alíquota é obtida pelo cruzamento da linha correspondentes à faixa da área total do imóvel em hectares com a
coluna correspondente à faixa do grau de utilização.
Exemplo: imóvel rural com área total de 228,8 há e grau de utilização de 84,3% terá como alíquota 0,10%.
ÁREA TOTAL
DO IMÓVEL
(em hectares)
GRAU DE UTILIZAÇÃO (em %)
Maior
que 80
Maior que 65
até 80
Maior que 50
até 65
Maior que 30
até 50 Até 30
Até 50 0,03 0,20 0,40 0,70 1,00
Maior que 50 até 200 0,07 0,40 0,80 1,40 2,00
Maior que 200 até 500 0,10 0,60 1,30 2,30 3,30
Maior que 500 até 1.000 0,15 0,85 1,90 3,30 4,70
Maior que 1.000 até
5.000 0,30 1,60 3,40 6,00 8,60
Acima de 5.000 0,45 3,00 6,40 12,00 20,00
Fonte: Anexo único da Lei nº 9.393, de 1996.
Na hipótese de inexistir área aproveitável após a exclusão das áreas não-tributáveis e das áreas ocupadas com
benfeitorias úteis e necessárias, devem ser aplicadas as alíquotas correspondentes aos imóveis rurais com grau de
utilização superior a oitenta por cento, observada a área total do imóvel.
4.3 Valor da Terra Nua
É o imóvel por natureza ou acessão natural, compreendendo o solo com sua superfície e a respectiva mata
nativa, floresta natural e pastagem natural.
Assim, VTN é o valor de mercado do imóvel, excluídos os valores de mercado relativos a:
construções, instalações e benfeitorias;
culturas permanentes e temporárias;
pastagens cultivadas e melhoradas;
florestas plantadas.
Incluem-se no conceito de construções, instalações e benfeitorias, para efeito de exclusão do VTN, os prédios,
depósitos, galpões, casas de trabalhadores, estábulos, currais, mangueiras, aviários, pocilgas e outras instalações para
abrigo ou tratamento de animais, terreiros e similares para secagem de produtos agrícolas, eletricidade rural, colocação
de água subterrânea, abastecimento ou distribuição de águas, barragens, represas, tanques, cercas e, ainda, as
benfeitorias não relacionadas à atividade rural.
O VTN deve refletir o preço de mercado de terras apurado na data de ocorrência do fato gerador, e será
considerado auto-avaliação da terra nua a preço de mercado.
Por oportuno, convém ressaltar que, caso o imóvel rural seja desapropriado para fins de reforma agrária, o valor
da terra nua a ser considerado para depósito judicial não poderá ser superior ao VTN declarado pelo contribuinte.
O VTNT é obtido mediante a multiplicação do VTN pelo quociente entre a área tributável e a área total do
imóvel.
O valor do ITR a ser pago é obtido mediante a multiplicação do VTNT pela alíquota correspondente,
considerados a área total e o grau de utilização do imóvel rural.
Em nenhuma hipótese o valor do imposto devido será inferior a R$ 10,00 (dez reais), que constitui, portanto, o
seu valor mínimo.
5. Do pagamento
O valor do imposto a pagar apurado na declaração deve ser recolhido no prazo previsto na legislação,
independentemente da apresentação da DITR.
É facultado ao contribuinte:
a) antecipar, total ou parcialmente, o pagamento do imposto ou das quotas, não sendo necessário, neste caso, apresentar
declaração retificadora com a nova opção de pagamento;
b) ampliar o número de quotas do imposto inicialmente previsto na declaração, até a data de vencimento da última quota
desejada, observado o máximo de quatro quotas, mediante apresentação de declaração retificadora.
O pagamento do imposto pode ser parcelado em até quatro quotas, mensais e consecutivas, desde que o valor de
cada quota não seja inferior a R$50,00.
O imposto de valor até R$100,00 deve ser recolhido em quota única. O valor mínimo de imposto a ser pago é
de R$ 10,00, independentemente do valor calculado ser menor.
O pagamento do imposto deve ser efetuado nas agências bancárias integrantes da rede arrecadadora de receitas
federais mediante a apresentação do correspondente Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf).
O contribuinte também poderá pagar o imposto por meio de transferência eletrônica de fundos mediante
sistemas eletrônicos das instituições financeiras autorizadas pela RFB a operar com esta modalidade de arrecadação.
É facultado ao sujeito passivo o pagamento de até 50% do ITR devido com Títulos da Dívida Agrária (TDA) do
tipo escritural.
5.1 Pagamento em quotas
O pagamento do imposto pode ser parcelado em até quatro quotas, mensais e consecutivas, desde que o valor de
cada quota não seja inferior a R$50,00.
O imposto de valor até R$100,00 deve ser recolhido em quota única. O valor mínimo de imposto a ser pago é
de R$ 10,00, independentemente do valor calculado ser menor.
O pagamento da primeira quota ou da quota única, sem acréscimo de juros, deve ser efetuado até o término do
prazo fixado para a apresentação da respectiva DITR.
A segunda quota, que deve ser paga até o último dia útil do mês subseqüente ao do término do prazo fixado
para a apresentação da DITR, tem acréscimo de juros de 1% (um por cento).
O valor das demais quotas é acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia (Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subsequente
ao do término do prazo fixado para a apresentação da DITR até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento)
no mês do pagamento.
A taxa Selic é pós-fixada, sendo conhecida somente no primeiro dia útil do mês seguinte. O valor da taxa Selic
pode ser obtido no sítio da RFB, no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br.
5.2 Pagamento TDA
É facultado ao contribuinte o pagamento de até 50% (cinqüenta por cento) do ITR devido com TDA do tipo
escritural.
A solicitação de pagamento deve ser feita mediante preenchimento de formulários específicos, que podem ser
obtidos no sítio da RFB na internet, no endereço www.receita.fazenda.gov.br.
Somente pode ser utilizado o TDA do tipo escritural, ou seja, custodiado em uma instituição financeira. Caso o
contribuinte seja detentor de TDA do tipo cartular e queira utilizá-lo para quitação do ITR deverá encaminhar os títulos
ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que certificará a autenticidade das cártulas. Certificada
a autenticidade das cártulas, o Incra providenciará o registro dos ativos no sistema Securitizar do Balcão organizado de
Ativos Derivativos (Cetip), por meio de solicitação à Secretaria do tesouro Nacional (STN).
Devem ser anexados ao requerimento de pagamento do ITR com TDA, entre outros, os seguintes documentos:
a) autorização á instituição financeira custodiante para realizar a transferência dos títulos aos respectivos beneficiários;
b) Documento de Transferência (DOC), conforme modelo constante do Anexo II da Instrução Normativa Conjunta
RFB/STN nº 1.032, de 11 de maio de 2010, assinado pelo representante da instituição financeira custodiante dos títulos;
c) Documentos comprobatórios do preço e características do TDA, obtidos no Sistema de Moedas de Privatização
(MOP) da Cetip; e
d) Cópia da Nota Fiscal ou do documento que comprova a aquisição dos TDA.
A quitação definitiva é reconhecida somente após a confirmação da transferência dos títulos aos beneficiários
(União e município) pela Cetip.
5.3 Pagamento com Atraso
O valor do imposto pago após o vencimento da quota única ou de cada quota será acrescido de multa e juros de
mora calculados da seguinte forma:
1. no caso de multa de mora, sobre o valor quota única ou da quota em atraso deve-se aplicar 0,33% (trinta e três
centésimos por cento) por dia de atraso, a partir do primeiro dia útil subsequente ao do vencimento do prazo previsto
para pagamento, devendo ser observado o limite máximo de 20% (vinte por cento);
2. no caso de juros de mora, sobre o valor quota única ou da quota em atraso deve-se aplicar os juros equivalentes à taxa
Selic acumulada mensalmente a partir do mês subsequente ao do término do prazo fixado para a apresentação da DITR
até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.
O valor do imposto pago após o vencimento da quota única ou de cada quota será acrescido de multa e juros de
mora calculados da seguinte forma:
1. no caso de multa de mora, sobre o valor quota única ou da quota em atraso deve-se aplicar 0,33% (trinta e três
centésimos por cento) por dia de atraso, a partir do primeiro dia útil subsequente ao do vencimento do prazo previsto
para pagamento, devendo ser observado o limite máximo de 20% (vinte por cento);
2. no caso de juros de mora, sobre o valor quota única ou da quota em atraso deve-se aplicar os juros equivalentes à taxa
Selic acumulada mensalmente a partir do mês subsequente ao do término do prazo fixado para a apresentação da DITR
até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.
5.4 Penalidades
Segundo dispõe a Lei nº 9.393, de 1996, em seus arts. 20 e 21, a não-comprovação do pagamento do ITR
devido nos últimos cinco exercícios, ressalvados os casos em que a exigibilidade do imposto esteja suspensa ou em
curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, impossibilitará:
1. a prática de quaisquer atos que envolvam registro ou averbação do imóvel rural no Registro de Imóveis;
2. a concessão de incentivos fiscais e de crédito rural e a constituição das respectivas contrapartidas ou garantias,
relativas ao imóvel rural objeto do financiamento.
5.5 Procedimentos
Na falta de apresentação da DITR, subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou
fraudulentas, a RFB procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre
preços de terras, constantes em sistema por ela instituído, e os demais dados apurados em procedimentos de fiscalização.
A Gestão Municipal do ITR, na Prática
Os conceitos gerais do PAF são regulados pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, combinado com o
Decreto-lei nº 822, de 5 de setembro de 1969.
1. Recadastramento: viabilidade
O cadastro fiscal é importantíssimo no processo de fiscalização do ITR. O cadastro devidamente atualizado
constitui uma ferramenta eficaz de fiscalização, portanto fundamental ao incremento de arrecadação, pois muitas vezes a
inoperância deste setor responde por boa parte de perdas no incremento.
1.1 Cadastro Imobiliário
Integrante do Cadastro Técnico, o Cadastro Imobiliário consiste em um conjunto de informações de
identificação, localização e características dos imóveis da área urbana municipal, cujos dados são coletados em campo
e/ou em instituições produtoras de dados, que atuam no município.
1.2 Cadastro Mobiliário
O cadastro mobiliário compreende estabelecimentos comerciais, industriais, produtores e prestadores de
serviços, os profissionais autônomos, com ou sem estabelecimento fixo, as repartições públicas, as autarquias e as
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, as
delegadas, as autorizadas, as permissionárias e as concessionárias de serviços públicos, e os registro públicos, cartórios e
notariais.
2. DIAC - Declaração de Informação e Atualização Cadastral
É o documento destinado à coleta de informações cadastrais do imóvel rural e de seu proprietário, titular do
domínio útil (enfi teuta ou foreiro) ou possuidor a qualquer título, inclusive o usufrutuário, para integrar o Cadastro de
Imóveis Rurais (Cafi r) administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).
3. DIAT - Declaração de Informação e Apuração do ITR
É o documento destinado à apuração do ITR relativo ao imóvel rural sujeito ao imposto. IMÓVEL RURAL
Para efeito do ITR, é considerado imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras do mesmo
titular, localizada na zona rural do município, ainda que, em relação a alguma parte da área, o contribuinte detenha
apenas a posse. Considera-se área contínua a área total do prédio rústico, mesmo que fi sicamente dividida por rua,
estrada, rodovia, ferrovia ou por canal ou curso de água.
4. ITR Convenio
De acordo com a Receita Federal
O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR é um imposto federal previsto no inciso VI do artigo 153
da Constituição Federal. É de apuração anual e tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de
imóvel rural. Considera-se imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada fora da
zona urbana do município.
O art. 153, § 4º, inciso III, da Constituição Federal, determina que o Imposto sobre a Propriedade Territorial
Rural - ITR, será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que isso não
implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal, sendo que, de acordo com o inciso II do art.
158 da mesma Constituição Federal, pertencem aos Municípios 50% do produto da arrecadação do ITR, relativamente
aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III.
A Lei nº 11.250, de 27 de dezembro de 2005, dispõe que a União, por intermédio da Secretaria da Receita
Federal do Brasil - RFB, sem prejuízo da sua competência supletiva, poderá celebrar convênios com o Distrito Federal e
os Municípios que assim optarem, para delegação das atribuições de fiscalização, inclusive a de lançamento dos créditos
tributários, e de cobrança do ITR.
O Decreto nº 6.433, de 15 de abril de 2008, instituiu o Comitê Gestor do ITR - CGITR, que tem como
atribuição dispor sobre a opção pelo DF e pelos Municípios para exercer as atividades de fiscalização, inclusive a de
lançamento de créditos tributários, e de cobrança do ITR, e determinou a criação do portal do ITR, onde devem ser
disponibilizados a relação dos optantes, as informações e os aplicativos relacionados ao imposto, inclusive os modelos
de documentos utilizados nas atividades de fiscalização e cobrança do imposto.
5.Analise de Arrecadação atual versus projeção
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6.Operacionalidade Fiscal com base no principio da legalidade
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7.Efetivação de Arrecadação: passo a passo na fiscalização
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8.Comissão de Avaliação
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9.Processo Administrativo fiscal
PROCEDIMENTO DE OFÍCIO Na falta de apresentação da DITR, subavaliação ou prestação de informações
inexatas, incorretas ou fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal do Brasil procederá à determinação e ao lançamento
de ofício do imposto, considerando informações sobre preços de terras, constantes em sistema por ela instituído, e os
demais dados apurados em procedimentos de fi scalização. A não apresentação da DITR e a não comprovação do
pagamento do imposto devido dos cinco últimos exercícios, ressalvados os casos em que a exigibilidade do imposto
esteja suspensa ou em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, impossibilitará: a) a prática
de quaisquer atos que envolvam registro ou averbação do imóvel rural no Registro de Imóveis; e b) a concessão de
incentivos fi scais e de crédito rural e a constituição das respectivas contrapartidas ou garantias, relativas ao imóvel rural
objeto do financiamento.
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10. Consultas ao ITR
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11. Cobrança da Divida Ativa
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12.Processo judicial Tributário
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Temente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela
Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior.
19. Bibliografia
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 4ª. Ed., São Paulo: Saraiva, 1999.
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributaria, 5ª Ed., São Paulo, Malheiros, 1980. BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. 3ª. Ed., São Paulo: Lejus, 1998.
BORGES, José Souto Maior. A fixação em Lei complementar das alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços.
In Projeção – Revista Brasileira de Tributação e Economia 10, Ano I, agosto de 1976.
______. Curso de Direito Constitucional Tributário. 12ª Ed., São Paulo: Malheiros, 1999 .
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Comentários à Constituição Brasileira. 2ª. ed., São Paulo: Saraiva, 1977.
FONROUGE, C. M. Giuliani. Conceitos de Direito Tributário. Trad. De Geraldo Ataliba e Marco Aurélio Grecco.
São Paulo: Lael, 1973.
GASPAR, Walter. ISS – Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 1994.
GRECO, Marco Aurélio. Norma Jurídica Tributária. 1ª ed., São Paulo: Saraiva-EDUC, 1974.
HARADA, Kiyoshi. Direito Municipal. São Paulo: Atlas, 2001.
JARACH. Dino. Curso Superior de Derecho Tributário. Buenos Aires, Liceo Profesional Cima, 1969.
LAROUSSE CULTURAL – Grande Enciclopédia. São Paulo: Nova Cultura, 1996.
LAZARIN, Antonio. Direito Tributário. 3ª. ed., São Paulo: Atlas, 1992.
LEITE, Luciano Ferreira. Discricionariedade Administrativa e Controle Judicial. São Paulo: RT, 1981.
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AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art3
http://www.pmg.pr.gov.br/leis/arquivos/2001/1108_2001.pdf
http://www.camarapitanga.com.br/documentos/cod_tributario2009.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm
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