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II UFUMUN
Conselho de Segurança das Nações Unidas
Guia de Estudos
1967: As Tensões Pré-Guerra dos Seis Dias
Ana Teresa Souza
Manoel Alves dos Santos Neto
"A diplomacia é, e sempre será a mais poderosa de todas as espadas, o mais
poderoso de todos os escudos. Somente ela é capaz de proteger dois
extremos em casos extremos."
Eliaxe Mondarck
Sumário
-Carta de apresentação
- O Comitê: Funcionamento do Conselho de Segurança
-Introdução
-Cronologia
-Histórico
Pré 1º Guerra Mundial
1º Guerra Mundial
Período Entre Guerras
2º Guerra Mundial
1948: Divisão da Palestina e A Guerra da Independência de Israel
1950-1956: Novas motivações para um velho conflito
Crise de Suez
1967: Prelúdio à Guerra dos Seis Dias
-Posicionamentos
-Referências
Carta de apresentação:
Bem vindos à 2ª edição do UFUMUN (Universidade Federal de
Uberlândia United Model Nations)! Primeiramente, segue uma breve
apresentação dos Diretores:
Manoel Alves dos Santos Neto, 18 anos, aluno do 3º Período de
Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia, iniciou sua
experiência com o mundo das simulações durante seu primeiro período da
faculdade, e o UFUMUN será a sua 5ª simulação. Ana Teresa Souza, 18 anos,
aluna do 3º Período de Relações Internacionais da Universidade Federal de
Uberlândia, teve como início da sua experiência no mundo das simulações o 1º
UFUMUN, e essa segunda edição será a sua 3ª simulação.
A segunda edição do UFUMUN contará com 3 comitês, e eles são: o
Conselho de Segurança das Nações Unidas, a União dos Estados Americanos,
e o Gabinete da Presidência da República Federativa do Brasil. O tema a ser
discutido no nosso comitê será “As tensões no Oriente Médio pré-guerra dos
seis dias”, será um comitê discutindo uma crise de extrema importância para a
sociedade internacional, e seguirá uma ordem cronologia que acontecerá antes
do inicio da guerra, especificamente no dia 01 de junho de 1957 (1ª reunião).
Estamos muito entusiasmados com esse comitê, não só pelo tema ser
de extremo interesse de ambos os diretores, mas também porque acreditamos
que os níveis de discussões durante o evento serão de extrema qualidade.
Gostaríamos de ressaltar também a extrema importância dessa problemática a
ser discutida, pois sem a compreensão dos fatos que aconteceram nessa
época, o entendimento da questão conflituosa que ainda se matem no Oriente
Médio é impossível.
Atenciosamente,
Ana Teresa Souza
Manoel Alves dos Santos Neto
O Comitê: Funcionamento do Conselho de Segurança
O CSNU teve sua primeira reunião no dia 17 de julho de 1947. A
principal função de conselho é a manutenção da paz e da segurança
internacionais no Conselho de Segurança, que pode reunir sempre que a paz
está ameaçada. (ONU, 2013)
O conselho de segurança das nações unidas é formado por 15 países,
sendo 5 permanentes (EUA, China, URSS, Reino Unido e França) e 10
membros rotativos que na ocasião serão (Mali, Nigéria, Argentina, Brasil,
Bulgária, Canadá, Dinamarca, Etiópia, Índia, Japão). A escolha desses
membros não permanentes é feita pela Assembléia Geral das Nações Unidas,
sem direito de reeleição, e utilizando como critério de escolha a contribuição
efetiva dos países para o processo de paz e segurança internacional, bem
como da preservação dos princípios da Carta das Nações Unidas. (ONU, 2013)
O conselho tem o caráter decisório dentro das Nações Unidas, ou seja,
os membros das nações unidas devem aceitar e cumprir todas as decisões
tomadas no âmbito do conselho. Deve-se ressaltar que, de acordo a Carta das
Nações unidas, o Conselho de Segurança determina a criação, continuação e
encerramento das Missões de Paz, investiga toda situação que possa vir a se
transformar em um conflito internacional, recomenda métodos de diálogo entre
os países, elabora planos de regulamentação de armamentos, determina se
existe uma ameaça para a paz, solicita aos países que apliquem sanções
econômicas e outras medidas para impedir ou deter alguma agressão,
recomenda o ingresso de novos membros na ONU, bem como, recomenda
para a Assembleia Geral a eleição de um novo Secretário-Geral das Nações
Unidas.
Introdução
Esse artigo objetiva, principalmente, esclarecer as origens e aspectos
importantes do famigerado conflito Palestino anteriores à Guerra dos Seis Dias.
Para tal, vê-se necessária a definição de alguns termos-chave, como sionismo
e anti-semitismo, tanto como o conhecimento histórico-geográfico da região.
Ele parte dos acontecimentos relacionados ao tema desde o final do
século XIX e se estende até a análise dos eventos que antecederam a Guerra
dos Seis Dias, em 1967, e os posicionamentos de alguns países com relação a
questão. A Guerra dos Seis Dias é um marco para a história do Oriente Médio,
não só pela dimensão do confronto, como por seus resultados: Israel, antes
uma faixa de terra com fronteiras de dificílima defesa cercada por inimigos
Árabes hostis, transformou-se em uma potência local com o dobro de seu
território de seis dias antes. (ALONI, 2001)
Mais do que isso, é um ponto chave para compreender-se os grandes
problemas da área que repercutem até a atualidade, como os refugiados
Palestinos, a dificuldade de entendimento nas negociações e os grupos
extremistas de ambos os lados.
É possível acompanhar as relações conflituosas entre judeus e árabes
na região da Palestina por várias décadas, entretanto, a questão apenas
ganhou atenção internacional com as recomendações da ONU para divisão da
Palestina e criação do Estado de Israel, após a Segunda Grande Guerra. Com
segurança, pode-se afirmar a importância do Holocausto nesse processo,
trazendo um apelo emocional a causa dos refugiados judeus dos campos de
concentração.
Ambas as partes possuem seus argumentos históricos e religiosos que
os legitimam habitantes do local, cada qual com maior aceitação em sua
própria cultura e nenhum apresentando resposta clara sobre qual povo se
instalou primeiro. Os movimentos sionistas judeus veem-se no direito de
retornar a terra prometida por Deus, a qual foram obrigados a deixar, não
considerando a possibilidade de formação de seu Estado em uma área menos
crítica. Já os Árabes palestinos consideram-se no direito de habitar o local do
qual nunca saíram, berço do seu profeta Maomé e da sua religião islâmica.
Para alguns árabes, a imigração judaica também representa uma nova forma
de imperialismo ocidental, feito por meio do povoamento com colonos judeus
advindos, principalmente, da Europa. (SCALERCIO, 2003)
Não se pode deixar de pensar, também, no contexto global da época,
sendo, em alguns momentos, crucial e fomentador dos conflitos. Em um
contexto de descolonização do chamado ''Terceiro Mundo" e de Guerra Fria, as
potências, direta ou indiretamente, financiaram a obtenção de armamentos de
guerra para ambos os lados. As pressões sociais e econômicas fizeram os
anteriormente prósperos impérios coloniais permitirem a independência dos
países árabes, lentamente retirando suas tropas. A disputa dos blocos
ideologicamente opostos por aliados favoreceu alguns líderes que souberam se
aproveitar da situação, como Nasser no Egito. (KEYLOR, 2009)
A maior parte dos Estados árabes buscavam uma política de
alinhamento com os Estados Unidos ou a Grã-Bretanha, ou de neutralidade,
que comumente resultava em acordos para obtenção de armas soviéticas. À
parte das animosidades de qualquer outra espécie, Jordânia, Egito e Síria
sempre foram considerados aliados contra Israel. (SMITH, 2009)
Outro aspecto a se ressaltar foi uso da violência como meio para atingir
interesses. Para Israel, o recurso militar sempre foi imprescindível a sua
sobrevivência. Muito antes da oficialização do Estado, as lideranças dos grupos
judeus já buscavam armamentos, considerando o confronto armado inevitável,
e planejando os melhores modos de superar suas desvantagens. Os sucessos
militares dos grupos judeus produziram uma crença de superioridades que
atrapalhou as negociações pacíficas. E também levou os esforços árabes, após
as derrotas, a substituírem as estratégias de guerra convencionais pela
guerrilha. Assim, eles chamaram atenção para sua causa com ações mais
tarde classificadas como terrorismo, pois "tudo era um alvo no território
inimigo". Tais atos levam à retaliações israelenses e, consequentemente, à
instabilidade e dificuldade no estabelecimento da paz até hoje. (SCALERCIO,
2003)
Judeus e árabes não são inimigos mortais, condenados a conviver em
eterno conflito. Os principais empecilhos à estabilização da região são os
grupos extremistas, especialmente, quando esses atingem a esfera estatal:
"O problema não é religioso ou a religião, pois o homem é um ser que
busca e necessita algo transcendental, e sim a utilização que alguns
radicais político-religiosos fazem do Estado teocrático para seus próprios
fins." (COSTA, 2002).
Tendo essas questões em vista, é importante nos perguntarmos que tipo de
condições são necessárias para a resolver um conflito com tal nível de
abstração. Isso é, um conflito que envolve as noções de nação, nacionalismo,
etnia, religião e cultura, definição de Estado, independência estatal e até que
ponto esse denominado Estado é capaz de fornecer segurança, entre outras.
Buscar o entendimento profundo desses pontos configura o primeiro passo
para a real evolução no processo de paz na Palestina.
Cronologia
Final do século XIX: Fundação do movimento sionista.
Até a Primeira Guerra Mundial: a região da Palestina faz parte do Império
Turco-Otomano.
Pós queda do Império Turco-Otomano: Palestina torna-se parte do Império
Britânico.
1917, Novembro: Declaração Balfour favorecendo o movimento sionista.
1922: Independência do Egito.
1936-1939: Revolta na Palestina.
1947: Grã-Bretanha anuncia sua retirada da Palestina.
1947, Novembro: A Assembleia Geral da ONU adota o Plano de Divisão da
Palestina
1948, Maio: Proclamação do Estado de Israel. As tropas britânicas deixam a
região. Os exércitos dos Estados árabes entram na Palestina.
1948: Transjordânia se torna o Reino Hashemita da Jordânia.
1948-49: Guerra na Palestina, terminando na vitória de Israel e abrindo
caminho para armistícios com os países árabes.
1949, Maio: Israel se torna membro da ONU.
1949, Dezembro: Adoção da Resolução 194, garantindo o direito de retorno
aos refugiados palestinos.
1950, Abril: Egito anexa a Faixa de Gaza.
1954: Grã-Bretanha aceita ceder o controle do Canal de Suez ao Egito,
retirando suas tropas em 1956.
1955: Egito assina acordo para obtenção de armas soviéticas.
1956, Julho: Nacionalização do Canal de Suez.
1956, Outubro-Novembro: Israel, França e Grã-Bretanha atacam o Egito.
1958, Fevereiro: Egito e Síria formam a República Árabe Unida.
1959: Fundação do al-Fatah, no Kuwait.
1961: Síria declara independência da República Árabe.
1964, Janeiro: Reunião da Liga Árabe, no Cairo.
1964, Maio: Criação da OLP.
1965: Primeira ação militar do al-Fatah contra Israel.
1967, Maio: As forças da ONU deixam a Península do Sinai e Egito
posiciona seus exércitos contra Israel, bloqueando o Estreito de Tiran.
1967, Junho: Israel ataca Egito, Síria e Jordânia. Nos seis dias
consecutivos, a guerra garantiu a Israel os seguintes territórios: Faixa de
Gaza, região do Sinai, Colinas de Golã e Cisjordânia.
1967, Novembro: O Conselho de Segurança adota a resolução 242.
Fonte: BBC News, 2013.
Histórico do conflito
>Pré 1º Guerra Mundial
Durante a Idade Média os judeus e os árabes não eram inimigos como
são hoje. Somente após o movimento sionista essa situação se alterou, e isso
pode ser visto no trecho do livro “Colheita Amarga” de Sami Hadwai, “(Durante
a Idade Média) as cidades árabes da África do Norte e do Oriente Próximo
foram lugares que deram asilo e refúgio para os judeus (perseguidos) na
Espanha e em outras partes. Na Terra Santa... (os palestinos e a minoria
judaica) viveram juntos em harmonia, uma harmonia que só se deteriorou (no
final do século XIX) quando os sionistas começaram a afirmar que a Palestina
era uma possessão ‘justa' (e exclusiva) do ‘povo judeu', excluindo seus
habitantes muçulmanos e cristãos.” (HADWAI, 2013)
O Sionismo foi o grande precursor para os conflitos árabes-israelenses e
pode ser definido como o direito auto afirmado pelos judeus de retornar a seu
lar nacional. No fim do século XIX, esse movimento surge novamente na
Europa, difundido principalmente pela burguesia judaica e motivado pelo
crescente anti-semitismo:
"Fontette pontua que a segregação acentuada dos judeus na
Europa é caracterizada pelos sinais de humilhação como a “rodela” ou
outro distintivo que eram obrigados a usar na roupa, em vários
momentos da história. Também se fazia notar nas práticas de escárnio
público a que eram impostos. A segregação também aparece nas
expulsões parciais e temporárias com o objetivo de sangrias fiscais ou
nas tentativas de expulsões definitivas e globais, como as ocorridas na
França, na Inglaterra e na Espanha. A formação dos guetos, bairros
onde se concentravam os judeus, é outro exemplo dessa segregação.
[...] As teorias do Racismo, Darwinismo Social com Gobineau, H.S.
Chamberlain, Wagner que, ao estabelecerem uma hierarquização rígida
de raças, embasaram este tipo de anti-semitismo característico do
nazismo." (PILATI, e PIRES, 2013)
Um erro cometido pelo movimento sionista, apontado por Márcio
Scalercio, foi que seus líderes se preocupavam na maioria das vezes somente
com as entidades britânicas na Palestina. Eles ignoraram o povo que habitava
aquela região mesmo com o alerta de que as populações árabes que viviam ali
não aceitariam passivamente abrir mão de uma parte de seu território para o
povo judeu recém-chegado. (SCALERCIO, 2013)
O agravamento da questão palestina também acontece devido à estima
das potências imperialistas na segunda metade do século XIX, sobretudo da
Inglaterra. Segundo Salem, a Inglaterra usou a velha estratégia de “dividir para
reinar”. Inicialmente, ela apoiava a imigração de judeus para a palestina e
diminuía esse apoio quando as tenções entre os árabes e os sionistas atingiam
níveis elevados. (SALEM, 2013)
>1º Guerra Mundial
A análise da política, interna e internacional, de uma região submetida a
dominação internacional, é evidentemente tentador atribuir tudo a forças
externas. Muitos dos debates da história moderna do Oriente Médio são devido
às preções externas, como por exemplo, as promessas contraditórias feitas
pelo Reino Unido durante a 1ª guerra mundial. Durante a primeira guerra
mundial houve planos para a partilha do oriente médio. O Reino Unido liderou
três diferentes negociações sobre a partilha do Oriente Médio, em 1915 o alto
comissário do reino unido no Egito Henry McMahon e o Sharif de Meca
Hussein ibn Ali pertencente à família Hashemite negociaram os termos para
uma revolta árabe contra as regras estabelecidas pelo império Otomano. Em
troca pela abertura dessa frente de oposição interna contra os Otomanos,
Hussein solicitou o apoio do Reino Unido para um imenso império árabe, que
se estenderia de Mersin e Adana até a pérsia no norte, ao golfo pérsico, o
oceano índico, o mar vermelho, e o mediterrâneo, excluindo apenas a colônia
Britânica de Aden. Em sua famosa carta de 24 de Outubro de 1915, McMahon
respondeu com a aceitação britânica a essas fronteiras, com a exclusão dos 2
distritos de Mersina e Alexandretta e partes da Síria situadas a oeste dos
distritos de Damasco, Homs, Hama e Alepo. Com isso Sharif Hussein iniciou a
revolta árabe em julho de 1916. (ROGAN, 2013)
Enquanto os representantes britânicos em Cairo negociavam com o
Sharif Hussein, o escritório de relações exteriores do reino unido iniciou
negociações com o ministério de relações exteriores francês para um acordo
de posicionamento pós-guerra para partilha dos domínios Otomanos. O acordo,
conhecido pelo nome das autoridades francesas e britânicas em questão, Mark
Sykes e Charles François Georges-Picot, foi aprovado em 4 de fevereiro de
1916 e ganhou apoio Russo em Março de 1916 em troca do apoio anglo-
francês às demandas territoriais russas na Anatólia oriental. (ROGAN, 2013)
Em 2 de novembro de 1917, o governo britânico deu apoio formal às
aspirações da Organização para estabelecer um estado judeu na palestina. A
declaração de Balfour, transmitida em uma carta do ministro das relações
exteriores Arthur James Balfour para o Lorde Rothschild, confirmando o apoio
britânico para o estabelecimento do lar judeu na palestina. A declaração de
Balfour entrou em conflito tanto com a promessa para Sharif Houssein como
com o acordo de Sykes-Picot, e futuramente e complicou ainda mais a solução
do pós-guerra em Versalhes. (ROGAN, 2013)
> Período Entre Guerras
Discussões sobre o período pós 1918 envolvem, como sempre, escolhas
analíticas; a escolha é sobre como as forças internacionais operam; o quão
longe esses fatores são para a região, até que ponto são estados regionais, o
quanto outros processos, internos e transnacionais, determinam o curso dos
eventos. (HALLIDAY, 2013)
Foi na I Guerra Mundial que acabou o longo desmembramento do
império Otomano que fundou o sistema de Estados moderno. Após a I Guerra
Mundial, com essa desintegração formaram-se os seguintes Estados: Líbano,
Síria, Iraque, Transjordânia e a Palestina. (HALLIDAY, 2013)
Nos quatro anos seguintes à retirada otomana de terras árabes, o mapa
do Oriente Médio moderno foi desenhado. O fracasso dos partidos árabes para
alcançar seus objetivos nacionais em Versalhes revela a fraqueza de sua
posição de barganha na disputa interesses imperial europeus. Dada essa
gênese um pouco comprometida, é ainda mais notável o quão duradoura das
fronteiras do Oriente Médio se provaram. (ROGAN, 2013)
O Oriente Médio que emergiu das negociações do pós-guerra era quase
exclusivamente uma prerrogativa anglo-francês. Argélia era uma colônia
francesa, Marrocos e Tunísia protetorados, e Síria e Líbano foram mantidas
com mandatos da Liga das Nações. Egito ganhou Independência nominal em
1922, mas continuou sob a influência britânica durante todo um tratado
restritivo. Sudão foi como um "condomínio" governado conjuntamente pela Grã-
Bretanha e Egito. Aden, ou Iêmen do Sul, era uma colônia britânica, a
Palestina, a Transjordânia, e Iraque foram mantidos como mandatos, e os
interesses da Grã-Bretanha no Golfo Pérsio foram confirmadas através de
acordos contratuais com as famílias então vigente no Kuwait, Bahrain, Qatar e
os sheikhdoms conhecido como os estados da Trégua nos tratados
antipirataria, ou "tréguas" assinado entre eles e o Reino Unido. (ROGAN. 2013)
Três estados no que hoje é chamado no Oriente Médio escaparam de
alguma forma da dominação colonial: a Turquia, o Irã e a Arábia Saudita. Para
o resto do Oriente Médio, o período entre guerras foi um período de auto
definição nacional dentro dos limites dos novos estados, e uma batalha para a
autodeterminação contra os poderes coloniais. Neste, o Oriente se identifica
com experiências comuns com aquelas partes da Ásia e da África que surgiram
na comunidade das nações através imperialismo europeu no período entre
guerras. A diferença é que no Oriente Médio foi o apelo duradouro de uma
identidade supranacional baseada em uma série de grandes nações árabes
que transcendem as fronteiras coloniais. (ROGAN, 2013)
>Segunda Guerra Mundial
Na sua promoção “da”, ou talvez “de uma” revolta árabe, no seu impacto
na península arábica e, sobretudo trazendo a tona o fim do império Otomano, a
primeira guerra mundial assentou os fundamento do Oriente Médio moderno.
No entanto, a segunda guerra mundial, mesmo com um grau menor de
influência direta e no médio prazo sobre a região teve, todavia um grande papel
transformador. Em contraste com a 1ª guerra mundial as áreas centrais do
Oriente Médio não foram diretamente envolvidas nos combates: apenas o norte
da áfrica, onde forças italianas e alemãs de um lado, e as forças aliadas de
outro, se enfrentaram entre 1939 e 1943, foi um teatro direto da guerra. Mesmo
lá, a participação dos exércitos locais e de forças policiais foi mínima. No Irã a
ocupação britânica e russa começou em agosto de 1941 e acabou em 1946. O
apoio soviético às regiões autônomas do Azerbaijão e do Curdistão foi mal
sucedida. Com a exceção da partição da palestina entre judeus e árabes no
imediato pós guerra, o mapa político da região permaneceu inalterado.
(HALLIDAY, 2013)
Não obstante o isolamento comparativo do Oriente Médio do contexto
global, a campanha anti-eixo contrastou com a outra, de mudanças dramáticas
nas políticas internacionais e internas da região durante o começo dos anos de
1940. Em primeiro lugar a segunda guerra mundial acelerou como fez por todo
o mundo o fim dos regimes imperiais francês e britânico. Durante a guerra o
domínio britânico foi questionado mas todas as ameaças foram suprimidas,
tanto na revolta militar nacionalista no Iraque em 1941 liderada por Rashid Alid
Gaylani quanto na resistência do governo egípcio em 1940 e 1942. Embora o
poder britânico e a sua presença militar no Egito e em outros lugares tenham
aumentado durante a guerra por razões estratégicas isso marcou antes o
último suspiro antes da retirada desmoralizada do que o restabelecimento do
poder colonial duradouro. Para alguns o Reino Unido permaneceu nas suas
colônias árabes e a Franças no norte da África. Havia também a questão não
resolvida do controle britânico sobre a zona do canal de Suez no Egito da qual
Londres não se retirou até 1954. Embora uma independência formal tenha
acontecido, a independência real dos principais Estados árabes foi
definitivamente acelerada pela guerra mundial, pelo crescimento constante do
nacionalismo árabe e pelo acirramento do clima anti colonial global com o qual
a URSS contribuiria. (HALLIDAY, 2013)
Entre 1936-1939 houve uma grande insurreição palestina. Foi uma
poderosa revolta anticolonial e anti-sionista que necessitou a metade dos
efetivos do exército britânico para ser sufocada. Além dos seis meses de greve
geral da população palestina, esta foi combinada com processos de
desobediência civil. Quando os ‘notáveis' palestinos que a dirigiam (o clã dos
Housseim) abandonaram a luta, esta se manteve em forma de resistência
guerrilheira no campo. (A NOVA DEMOCRACIA, 2013)
A falta de engajamento britânica foi mais evidente no seu território mais
controverso no Oriente Médio, a Palestina, no fim da década de 30 a política
britânica oscilou entre favorecer a partição da palestina em zona judia e uma
zona árabe (em Peel Commission Report, 1937) e divisar uma Palestina
independente com uma maioria árabe dentro de 10 anos (White paper, 1939).
A mudança para o último posicionamento foi o desejo de prevenir que a
Alemanha e a Itália mobilizassem a opinião árabe contra o Reino Unido e os
seus aliados na segunda guerra mundial. Com o fim da guerra a balança
mudou dramaticamente na outra direção: Conhecimento atrasado do destino
da população judia dos territórios europeus ocupados pelos nazistas, o grande
envolvimento dos EUA e da URSS em favor do sionismo, o aparecimento de
uma campanha de guerrilha judia contra as forças britânicas em 1946, e a
preocupação geral britânica com seu império depois do fim da guerra levou ao
anúncio de Londres feito em 1947 que toda e qualquer presença na palestina
seria retirada sem que fossem feitos arranjos para a configuração política
subseqüente. (HALLIDAY, 2013)
Conflitos intra-regionais e aspirações diversas que viriam a ser
alimentadas pela guerra fria, e que remontavam desde o fim do império
otomano até a emergência do estado de Israel, assentaram os fundamentos
para episódios futuros. Essa influência era tão evidente na dimensão interna do
estado da sociedade e da economia quanto nas relações inter-estatais. De
1940 em diante a guerra fria foi conduzida dentro de um contexto estratégico,
ideológico e econômico e foi determinada no tocante ao Oriente Médio a partir
de fora. No entanto nem o leste nem o oeste se encontraram em condições de
decisivamente influenciar seus aliados – sejam eles árabes, israelenses, turcos
ou iranianos. O impacto da guerra fria foi, em grande medida moldar os
estados e as sociedades que já estavam estabelecidos na região. (HALLIDAY,
2013)
>1948: A divisão da Palestina e A Guerra da Independência de Israel
Embora esse guia se ocupe de um determinado período de tempo, é
possível rastrear evidências de anti-semitismo até mesmo em tempos
anteriores ao Império Romano, tomando como anti-semitismo o preconceito,
exclusão e perseguição do povo judeu. É interessante, porém, analisar que
tanto árabes quando judeus tem origem semita. E, de fato, o povo árabe não foi
também vítima de preconceito, exclusão e perseguição ocidental nos últimos
séculos? Bom, nesse momento, nos cabe identificar o período do Holocausto
como o ápice do anti-semitismo racial judeu e enquadrá-lo como motivador da
criação do Estado de Israel em 1948, pois foi a partir desse período que a
questão ganha a atenção das potências e o conflito judeu-palestino ganha
notoriedade internacional. (PILATI & PIRES, 2013)
"O fundamentalismo judaico e palestino que tanto emperram as
negociações de paz perde consistência ao se deparar com bases
originais comuns” (ROCHA, 2004)
Uma das mais problemáticas heranças da Segunda Guerra Mundial foi o
grande número de refugiados dos campos de concentração, especialmente, de
origem judia. E a comunidade internacional julgou uma compensação justa
apoiar a criação de um Estado para esse povo, que já o ansiava à décadas.
Assim, discussões no âmbito da recém formada Organização das Nações
Unidas culminaram em uma resolução com uma proposta de partilha da
Palestina.
Essa resolução propunha que 53% do território Palestino fosse
destinado ao futuro Estado judaico e 47% ao Estado independente da
Palestina. Embora o espaço destinado aos judeus fosse maior, as três faixas
territoriais Palestinas ofereciam algumas vantagens compensatórias, como o
terreno altamente fértil da Cisjordânia. A resolução também propunha a
internacionalização da cidade de Jerusalém, cidade santa para as três maiores
religiões do mundo: o Islã, o Judaísmo e o Cristianismo. (KEYLOR, 2009)
Porém, a resolução proposta não agradou ninguém. Os árabes vivendo
na região da Palestina, na época, ultrapassavam o número de judeus em mais
de duas vezes.
"Duas forças aspiravam substituir a autoridade soberana britânica na
área. A primeira eram os aproximadamente 1,3 milhões de habitantes
árabes, apoiados [...] pelos Estados vizinhos do Egito, Síria, Líbano,
Iraque e Transjordânia (mais tarde chamada Jordânia), que exigiam uma
Palestina independente e sob seu próprio controle. A segunda eram os
600 mil judeus que imigraram para Palestina da Rússia e do Leste
Europeu em cinco grandes fluxos de 1882 à 1930, alguns em um retorno
sentimental às terras de seus (ancestrais) bíblicos, outros para escapar
da perseguição anti-semita em seus países de origem." (KEYLOR, 2009)
A divisão também foi de encontro com os interesses expansionistas dos
países árabes nos arredores. A faixa de Gaza fazia parte do Egito. Jordânia
queria a Cisjordânia. Além disso, ela oferecia aos judeus fronteiras muito
difíceis de defender, com grande desvantagem estratégica, e as lideranças dos
grupos radicais exigiam Jerusalém como capital de seu futuro Estado. A
aceitação formal das recomendações da ONU configurava uma estratégia de
David Ben Gurion, líder do movimento sionista, para que houvesse a criação do
Estado de Israel e sua imagem internacional frente à recusa árabe fosse
favorecida. (SCARLECIO, 2003)
Então, em maio de 1948, um dia antes da programada retirada dos
exércitos britânicos, Ben Gurion anuncia e formaliza o nascimento do Estado
de Israel. Enquanto isso, o Egito, a TransJordânia e a Síria mobilizam suas
tropas para quase concomitantemente invadir a Palestina, dando início ao que
ficou conhecido como Guerra da Independência de Israel. É importante
informar que a Trasjordânia, na ocasião, tinha interesses expansionistas contra
o território Palestino tanto quanto Israel e esperava dividi-lo com o novo
Estado. Entretanto, a vitória israelense marcou a primeira de várias
experiências as quais demonstrariam sua superioridade militar e a desunião e
desorganização das investidas árabes. (SMITH, 2009)
A partir dessa derrota, vários armistícios foram firmados entre Israel e os
países árabes durante 1949, mas o sentimento de revanchismo por Israel
permaneceu, assim como várias guerrilhas nas novas fronteiras israelenses a
serem consolidadas. O território de Israel aumentou em um quinto em relação a
área designada pela ONU em 1948, enquanto sua população alcançava a casa
dos milhões no início dos anos 50. Também, em 1950, Reino Unido, França e
Estados Unidos assinaram uma declaração se comprometendo a promover a
paz e estabilidade na região por meio do balanceamento de força militar de
Israel e dos países Árabes, para que nenhum pudesse derrotar o outro.
(KEYLOR, 2009)
>1950-1956: Novas motivações para um velho conflito
Quando o jovem coronel Gamal Abd as-Nasser assume o poder no Egito
em 1952, começa a tomar várias medidas para o fortalecimento do país. Sua
política da não alinhamento na Guerra Fria possibilitou que, inicialmente,
pudesse manipular as grandes potências para ganhar auxílio militar e
econômica, em especial, empréstimos para a construção de um barreira de
águas para irrigação. Nasser também se tornou o principal defensor dos
refugiados Palestinos, defendendo seu direito de retorno às suas casas em
diversos discursos exasperados.Outros pontos importantes de sua política
externa foram o apoio aos rebeldes na Argélia contra o ainda vigente
imperialismo francês e às guerrilhas que eclodiam nas fronteiras árabes-
israelenses, inclusive, na Faixa de Gaza, anexada pelo Egito após a Guerra da
Independência. Com essas atitudes, Nasser começa a construir sua má
reputação com os países do Ocidente. (KEYLOR, 2009)
Em 1954, Nasser conseguiu negociar com o Reino Unido a retirada das
forças militares britânicas da Zona do Canal de Suez até 1956, permitindo a
retomada do controle egípcio sob a Península do Sinai, que faz fronteira com
Israel e terminando o mandato britânico no Oriente Médio, contanto que o Egito
garantisse a liberdade de navegação pelo Canal. E logo em 1955, também
negociou com a União Soviética um pacto para obtenção de armas, alarmando
Israel. As tensões aumentaram ainda mais quando, em 1956, os Estados
Unidos e o Reino Unido se recusam a financiar a construção da Barreira de
Aswan, e o Egito responde com a nacionalização do Canal de Suez. (SMITH,
2009)
A nacionalização da Companhia que controlava o Canal estava de
acordo com as normas do Direito Internacional, entretanto, a maior parte dos
investidores, britânicos e franceses, não ficaram nada satisfeitos. Também
existia enorme insatisfação por parte dos israelenses com o impedimento de
trânsito de navios destinas a Israel por Suez e pelo Estreito de Tiran imposto
por Nasser. (KEYLOR, 2009)
>Crise de Suez
Assim, em outubro de 1956, França, Reino Unido e Israel se aliaram
contra o Egito, por diferentes razões, configurando a Guerra de Suez.
Enquanto Israel buscava restaurar sua saída marítimo e acabar com pontos
estratégicos da liderança das guerrilhas em território egípcio, Durante os
meses anteriores, acordos secretos entre esses países teriam sido discutidos
para lidar com as ações de Nasser. Como um ataque não justificado por parte
da França e do Reino Unidos levariam a indisposição dos países árabes contra
eles e desaprovação da comunidade internacional, o plano traçado foi: Israel
lançaria um ataque surpresa à Península do Sinai, enquanto as potências
anunciariam um ultimato de invasão caso a guerra não parasse. Israel aceitaria
o ultimato, legitimando as bombas europeias. A conspiração falhou. Quando as
tropas britânicas e francesas começaram a invasão, as ofensivas israelenses e
egípcias já haviam cessado, revelando suas verdadeiras intenções de depor
Nasser. Quando franceses e britânicos conseguiram assegurar o controle de
metade do Canal de Suez, seu poder já era muito escasso para uma
negociação. Com a desaprovação americana, os exércitos europeus retornam
e as Forças de Emergência da ONU (UNEF) chegaram para supervisionar o
cessar-fogo. Israel concordou abandonar a ocupação contanto que o Egito
concordasse com a presença das força da ONU na Faixa de Gaza e em parte
do Canal, garantindo sua passagem marítima. (KEYLOR, 2009)
>1967: Prelúdio à Guerra dos Seis Dias
Em contraste com a Crise de Suez, as preliminares para Guerra de 1967
envolveram conflitos de interesses entre os países Árabes. Embora
concordassem na defesa dos mais de dois milhões de Palestinos sem Estado,
muitos refugiados em seus territórios, aos quais Israel Israel negava direito de
retorno, seu suporte não foi uni direcionado conforme diferentes facções de
lideranças Palestinas foram emergindo. (KEYLOR, 2009)
Como um reflexo da crescente ideologia do Pan-arabismo, que pregava
a união de todo o mundo árabe sob uma única autoridade política, Síria e Egito
se juntam politicamente, formando a República Árabe Unida. Desavenças entre
os dois fazem com que a Síria deixe a aliança em 1961, não obstante, o Egito
só abandona o nome dez anos depois. (DEUTSCHE WELLE)
Enquanto a Síria buscava uma atuação militar mais enfática contra
Israel, devido aos seus desentendimentos na questão do aproveitamento
hídrico do Rio Jordão no início dos anos 60, o Egito permanecia sem investidas
por conta das forças da UNEF estacionadas na região do Sinai desde 1956.
Desse modo, a Síria começou a acusar Nasser de desinteresse pela causa
Palestina e de estar se escondendo por trás das tropas da ONU. Na reunião da
Liga Árabe, em 1964, convocada para resolver as desavenças entre Egito e
Síria, o Egito apoiou a criação de uma organização oficial para representar os
Palestinos: a OLP (Organização da Libertação da Palestina). (SMITH, 2009)
O primeiro líder da Organização era muito próximo de Nasser, portanto o
Egito tinha influência para restringir provocações dos Palestinos que o
arrastariam a um confronto prematuro com o Estado judeu. Com o governo
Sírio procurava confrontar Israel, seu apoio foi direcionado para uma
organização de estudantes Palestina, incluindo Yasser Arafat, al-Fatah. Criada
no Kuwait, em 1959, e a al-Fatah promovia incursões contra Israel a partir da
Cisjordânia e da Faixa de Gaza desde 1965. (KEYLOR, 2009)
Em maio de 1967, uma série de eventos podem ser identificados como
principais motivadores da guerra: as ameaças israelenses de retaliações contra
a Síria, levaram a União Soviética a falsamente avisar Nasser da presença
militar israelense maciça na fronteira com a Síria. Com alianças de defesa
mútua já firmadas com a Jordânia e a Síria, o comandante egípcio, então,
exigiu a retirada das tropas da UNEF e reposicionou suas tropas Península do
Sinai, novamente bloqueando o Estreito de Tiran para os navios direcionados a
Israel. Essa provocações culminaram, no dia 5 de junho, em um ataque
surpresa de Israel ao Egito. Com a entrada da Jordânia e da Síria na Guerra
dos Seis Dias, Israel anexou territórios dos três Estados, incluindo Jerusalém.
Desde então, as consequências de 1967 tem determinado os rumos das
negociações do conflito árabe-israelense. (SMITH, 2009)
Fonte: JACOBS, 2012
Posicionamentos
Argentina
A Argentina em 1967 passava por um regime militar, que começou em 1962.
Esse regime tinha grande apoio dos EUA, e segundo vários autores e
jornalistas foi financiado por esse país, portanto a política externa desse país
tende a se aproximar com a norte-americana, que se caracteriza pelo apoio à
Israel nos conflitos com os árabes
Brasil
Assim como a argentina, o Brasil também passava por um regime militar, cujo
golpe ocorreu em 1964. O regime militar que se instaurou no Brasil se
assemelha muito com os demais que ocorreram na América Latina, inclusive,
pois ele foi financiado e apoiado massivamente pelos EUA para evitar a
propagação do comunismo nas Américas, haja vista as política de Jânio
Quadros e João Goulart. Portanto devido aos acontecimentos, e a grande
afinidade do governo brasileiro com o norte-americano. O posicionamento do
Brasil em relação ao tema discutido é bastante semelhante ao dos EUA, que
defendiam Israel nos conflitos com os árabes.
Bulgária
Após o fim da segunda guerra mundial, a Bulgária se tornou uma república
popular, portanto esse país se tornou um grande aliado da URSS, e também
devido a proximidade com ela, a influência que o país soviético tinha era maior
ainda. Assim, devido à essa inclinação política, a Bulgária tinha uma política
externa muito parecida com a soviética e as reivindicações árabes tinham o
apoio búlgaro.
Canadá
Apesar de ser vizinho dos EUA e ter diversos acordos políticos-econômicos
com este, o Canadá não defendia nenhum lado do conflito, tanto é que ele
criticou fortemente a resolução da ONU que retirou as tropas que mantinham a
paz no canal de Suez. Portanto esse país defendia a resolução do conflito por
meios pacíficos.
China
A China nessa época era representada no Conselho de Segurança pela
República da China (Tawian), que era inclinada aos interesses norte-
americanos, e também recebia auxílio político desse país, pois vivia em conflito
com a República Popular da China que fazia parte do bloco soviético, para
representar a China no cenário internacional. Dessa forma, a China tem uma
política externa pró Israel.
Dinamarca
Esse país é historicamente conhecido pela sua neutralidade em relações à
conflitos no cenário internacional, e defende a resolução dos conflitos no
Oriente Médio por meio da diplomacia.
Estados Unidos da América
Deve-se lembrar que o mundo nessa época estava inserido na Guerra Fria, e
os EUA buscavam cada vez mais a propagação das suas redes de domínio. No
período que se estendeu do fim da primeira guerra mundial até o fim da
segunda guerra, o nacionalismo no Oriente Médio se tornou cada vez mais
forte, e a cada vez mais figuras como Nasser, no Egito, surgiam. Os norte-
americanos viam Israel como um canal para ter seus interesses representados
no Oriente Médio. Por isso, o apoio às reivindicações israelenses era maciço.
Etiópia
O país era um Império, que teve a sua independência em 1941 com um apoio
do Reino Unido, portanto a política externa desse país terá uma grande
semelhança com a britânica.
França
Presidida por Charles de Gaulle, a República da França, tinha uma política
antiamericana como dominante, e também uma diretriz forte de apoio aos
países árabes. Por consequência, ela tinha poucas afinidades com as
reivindicações israelenses.
Israel
Criado em 1947, o Estado de Israel reivindicava o direito do povo judeu de se
estabelecer na terra que foi destinada à eles por Deus. O país acredita que
sem se proteger militarmente das pressões dos países árabes é impossível que
o estado israelense continue existindo.
Índia
A Índia enfrenta um histórico conflito com o seu vizinho Paquistão pelo domínio
da região da Caxemira, e por essa região ter uma população árabe significante,
é inviável para ela se indispor com essa população. Mas a Índia tem em seu
histórico a relação cordial com os outros países do cenário internacional, tanto
é que ela teve grande importância no Movimento não alinhado. Portanto, o país
tentará ser neutro em relação aos conflitos, mas vai ter uma tendência aos
interesses árabes devido às questões geopolíticas.
Japão
Após a segunda guerra, o Japão estava devastado. Com plano Colombo, feito
pelos EUA, o país foi capaz de se reerguer economicamente e politicamente, e
devido a essa ajuda dos EUA o Japão tornou-se um grande aliado. Assim, o
Japão tem uma política pró Israel.
Jordânia
Em 1967 a Jordânia assinou um tratado de defesa mútua com o Egito
(República Árabe Unida), e se dispôs a lutar conjuntamente com o restante dos
países árabes do Oriente Médio pelos interesses da Palestina. Apesar de ser o
menos radical dos países árabes envolvidos no conflito, a Jordânia acredita
que Israel é um obstáculo à justiça na região.
Mali
Madibo Keita, chefe de governo da Federação do Mali até a sua dissolução, foi
eleito democraticamente o primeiro presidente do Mali. Após isso, o país viu se
estabelecer um uni partidarismo e se tornou socialista, estabelecendo fortes
laços políticos com a URSS. Desse modo, como os soviético, o Mali tem mais
afinidade com os países árabes.
Nigéria
Em 1966, a Nigéria sofrer dois golpes de estado sucessivos, assim
estabelecendo uma ditadura no país e, em 1967, os igbos, o grupo dominante
na região leste do país, declararam independência como a República de Biafra.
Esse acontecimento levou a uma sangrenta guerra civil no país. A Nigéria
recebeu apoio da URSS para lidar com esses acontecimentos, assim ela se
alinhou ao bloco socialista, buscando uma política externa similar.
Reino Unido
O Oriente Médio representa uma área de grande interesse para o Reino Unido,
que tem grande domínios naquela região desde o final do século XIX. O país
foi um dos grandes responsáveis pela criação do Estado de Israel, inclusive o
país financiava armamentos para que os israelenses pudessem se defender
das opressões árabes, e para prevenir uma possível guerra. Logo, devido ao
contexto histórico de apoio que o Reino Unido deu ao povo Judeu, ele
defenderá os interesses de Israel na região.
República Árabe Unida
A República Árabe Unida, que em 1967 era constituída somente pelo Egito,
usou essa denominação até 1971. Era o país mais radical em relação à criação
de Israel, por acreditar que sua existência era inaceitável, e que qualquer meio
seria válido para que os interesses árabes fossem atingidos.
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
Como os regimes militares que governavam os estados do Oriente Médio
durante as décadas de 1950 e 1960 eram nacionalistas e anti-imperialistas, a
URSS viu nessas características uma forma de expandir suas linhas de
influências. A limitação do poder soviético e o maior ou menor grau de
entendimento por parte dos árabes, que não tinham a intenção de se tornarem
socialistas, explicam muito da relação inconstante entre a União Soviética e os
Estados Árabes. Mesmo com esses problemas a URSS possuía grande
influência sobre os líderes árabes, e apoiava ideologicamente e militarmente
esses países.
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