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7/18/2019 HARVEY, David. A Produo Capitalista do Espao..pdf
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rela o de saberes distintos como
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elem ento de
.uuoidcruificao. A geografia foi em diferente s momentos c formula-es, pensada C um cam po de
inrcrrclacionarncnro de estudos tpicos de variados fenme-nos e processos. Uma rea de dilogos e conexes
entre teorias dspares. Uma base comum de aproximao de diferenciadas cincias. Enfim, um campo
rransdisciplinar, auant Ia lettre.
No raro este inruiro inregrador esteve identificado com um conceito, entendido como uma realidade
material ou como um ngulo de observao da realidade. Em algumas concepes, a superfcie terrestre
fornecia o indicador que delimitava a especificidade do campo disciplinar, conformando uma cincia te lr ica .
Em outras vises, o espao cumpria ral funo, com
O
nexo entre os fenmenos advindo da sobreposio de
suas espacial idades. A regio , a paisagem e o lugar tarnbrn foram mobilizados nas tentativas de
construo (onrolgica ou episremolgica) do objeto geogrfico.
Em tal percurso - razoavelmente linear enquanto geografia moderna - foi se
sedimen-rando,
terica e
insritucionalmente, uma tradio acadmica contempornea. Uma tradio com demarcaes cambiantes e
fronteiras aberras, marcada por forres influncias exrradisciplinares. Nessa dinmica, corporificarn-se geografias
singulares umas com pretenso sinttica. outras especializadas. Algumas diretamente derivadas de debates
com disciplinas especficas, outras almejando um patamar universalizanre quase filosfico. Umas de marcado
carter ernprico, ou-tras erninenternenre tericas.
Mais que uma eventual essncia geogrfica, a presente coleo visa captar a diversidade e a dinmica
exogmica que acompanha a histria da disciplina. Mapear as geografias e suas adjacncias.
Conhea os ttulos desta coleo no final do livro.
y
, . . . ,
P R O D U O
P I T L I S T D O E S P O
Traduo
CARLOS
S
ZLAK
Seminrio
Tem~~.,q~~~-,
LUGAR CNICO E IMAGEM DIALTICA
Professora FTIMA COSTA DE LIMA
~ostadelimafatima@gmai1.com, 48 8469 2944 / 3321 8353
PPGT -
2015/2
Sextas-feiras
8h 12h
ANN~LUME
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l);1V
id Harvey, 200 I
Spaccs
01
Capital: Towards a Crit ical Gcography
Eelinburgh Univcrsity Prcss Ltcl
Centro de Documentao e Informao Polis Instituto de Estudos,
Formao e Assessoria em Polticas Sociais
11 27:[
Harvey, O avid
A prod uo capita lista do es pa o . / O avid Har vey . - So Paulo: Annab lume ,
2005.
(Col e o Geog rafia e Ad jacnc ias)
252p.; 16
x
23
cm
Extr a do de Har vey, O av id.
Edi nbu rgh : Edin burgh Unive rs ity Pre ss,
2001
ISBN 85-7419-496-4
1.
Geog raf ia U rban a.
2.
Plane jame nto U rb an o.
3.
Soc io log ia Urbana .
4.
Capi ta lismo.
5.
Teona M arX1S ta .
6.
Ge op ol tica do Capi ta lismo.
1.
Ttul o. n. Srie
CDU 659.3
CDO
301.11
A PRODUO CAPITALISTA DO ESPAO
Projeto e Produo
Coletivo Grfico Annablurne
Preparao e Reviso
Celso Cruz
Paginao
Maria Augusta MOla
apa
Zeca Li ns a partir ele obra de E. Z. Lievin
CONSELHO EDITORIAL
Eduardo P e u cla Ca n iza l
Norval Bai te llo Junior
Maria Odila Leite da Silva Dias
Cclia Maria Marinho de Azevedo
Gusiavo Bernardo Krause
Maria de Lourdcs Sekelf in memoriann
Pcdro Roberto Jacobi
l.ucrcia D'
Alssio Ferrara
I
a
edio: maro de 2005
T edio:
janeiro de 200
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SUMRIO
APRESENTAO
7
PREFCIO
9
CAPTULO I - A reinveno da geografia:
uma entrevista com os editores da New Left Review
13
CAPTULO Il- A geografia da acumulao capitalista:
uma reconstruo da teoria marxista
39
CAPTULO
III - A teoria marxista do Estado
73
CAPTULO IV - O ajuste espacial:
Hegel, Von Thnen e Marx
93
CAPTULO V - A geopoltica do capitalismo
1 2 5
CAPTULO
VI - Do administrativismo ao empreendedOlismo:
a transformao da governana urbana no capitalismo tardio
1 6 1
CAPTULO VII - A geografia do poder de classe
189
'APTULO
VIII - A arte da renda:
a globalizao e transformao da cultura em commodities
2 1 7
H IBLlO ,R AFIA
23 1
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Preparado para a
onference
011
Global and Local
realizada na Tate Modern em Londres, em fevereiro de 2001.
inegvel que a cultura se transformou em algum gnero de mercadoria.
No entanto, tambm h a crena muito difundida de que algo muito especial envolve
os produtos e os eventos culturais (estejam eles nas artes plsticas, no teatro, na msica,
no cinema, na arquitetura, ou, mais amplamente, em modos localizados de vida, no
patrimnio, nas memrias coletivas e nas comunhes afetivas), sendo preciso p-I os ~
parte das mercadorias normais, como camisas e sapatos. Talvez faamos isso porque
somente conseguimos pensar a seu respeito como produtos e eventos que esto num
plano mais elevado da criatividade e do sentido humano, diferente do plano das fbricas
de produo de massa e do consumo de massa. No entanto, mesmo quando nos despimos
de todos os resduos de pensamento tendencioso (muitas vezes, com base em ideologias
poderosas), ai nda assim continuamos considerando como muito especiais esses produtos
designados como culturais. Como a condio de mercadoria de tantos desses fenmenos
se harmoniza com seu carter especfico?
A
relao entre cultura e capital, evidente,
requer inquirio cuidadosa e escrutnio matizado.
A renda monopo li sta e a compet io
Comeo
com
certas reflexes sobre o significado do termo renda
monopolista, buscando entender como os processos contemporneos de globalizao
econmica se relacionam com as localidades e as formas culturais.
A categoria renda monopolista uma abstrao advinda da linguagem
da economia pol ti ca . Para os mais interessados em questes de cultura, esttica,
valores afetivos, vida social e corao, esse termo talvez seja muito tcnico e rido
para suportar o peso dos assuntos humanos, alm dos possveis clculos dos financistas,
dos incorporadores, dos especuladores imobilirios e dos locadores. No entanto,
csp ro mostrar que o termo possui um poder multiplicador muito maior: se elaborado
< le i .q uadu m n t , pode propiciar interpretaes valiosas sobre muitos dilemas prticos
p 'sStl:lis r .sultantcs do n 'xo cntr
lobalizao
capita li: ta. desenvolvimentos
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222
DAVID HARVEY
.ontradio, quanto mais a Europa se toma disneificada, menos nica e especial
se torna. A homogeneidade inspida provocada pela transformao pura em
commodities
suprime as vantagens monopolistas. Para a renda monopolista se
materializar, preciso encontrar algum modo de conservar nicos e particulares as
mercadorias ou os lugares (posteriormente, refletirei sobre o que i sso signi fica),
mantendo a vantagem monopolista numa economia mercantil e, f reqentemente,
muito competitiva. No entanto, por que, num mundo neoliberal, onde os mercados
competitivos so supostamente dominantes, os monoplios de qualquer t ipo seriam
tolerados, ou seriam vistos como desejveis? Aqui, encontramos a segunda
contradio, que, na raiz, revela-se uma imagem refletida da pri meira.
A
competio,
como Marx notou h muito tempo, sempre tende para o monoplio (ou oligoplio),
pois a sobrevivncia do mais apto, na guerra de todos contra todos, elimina as
empresas mais fracas. Quanto mais violenta a competio, mais rpido se tende ao
oligoplio, quando no ao monoplio. Portanto, no casualidade alguma que, no
ltimos anos, a Iiberalizao dos mercados e a celebrao da competio no mercado
produzissem uma concentrao inacreditvel de capital (Microsoft, Rupert Murdoch,
Bertelsmann, servios financeiros e uma onda de aquisies, fuses e consolidaes
em empresas areas, no varejo e mesmo nas indstrias tradicionais, como
automobilstica, petrolfera etc.). H muito tempo, essa tendncia foi identi ficada
como um aspecto incmodo da dinmica capitalista; por isso, a legislao antitruste
dos Estados Unidos e o trabalho das comisses de monoplios e fuses na Europa.
No entanto, so defesas fracas contra uma fora esmagadora.
Essa dinmica estrutural no teria a importncia que tem se no fosse O
fato de que os capitalistas cultivam, de modo ativo, o poder monopolista. Por
meio disso, eles realizam um controle de longo alcance sobre a produo e
marketing, para estabilizar o ambiente empresarial, permitindo o clculo racional
e o planejamento a longo prazo, a reduo do risco e da incerteza e, de modo mais
geral, a garantia de um vida relativamente pacfica e tranqila para si mesmos.
Em conseqncia, a mo visvel da empresa, como Chandler a denomina, foi
muito mais importante para a geografia histrica capitalista do que a mo invisvel
do mercado, muito alardeada por Adam Smith, e pavoneada
ad nauseam
nos
ltimos anos, como poder diretriz da ideologia neoliberal da
globalizao
contempornea. No entanto, aqui que a imagem refletida da primeira contradio
aparece
vista com mais clareza: de modo decisivo, os processos de mercado
dependem do monoplio individual dos capitalistas (de todos os tipos) sobre os
meios de produo da mais-valia, incluindo as finanas e a terra (toda
renda,
lembremos, um retorno proveniente do poder monopolista ela propriedade
pr iva da
de qualquer poro do planeta). O poder
rnonopolisrn
du
propr iedad e privu dn
CAPTULOVIII' A ARTEDA RENDA 223
portanto, tanto o ponto de par tida como o ponto final de toda a atividade capitalista.
Um direito jurdico inegocivel existe na origem de todo o negcio capitalista,
tomando a opo de no-negcio (aambarcamento, sonegao, conduta avarenta)
um problema importante nos mercados capitalistas. A competio pura de mercado,
a troca livre de mercadorias e a racional idade perfeita de mercado so, desse
modo, mecanismos raros e cronicamente instveis para a produo coordenada e
para as decises de consumo. A di ficuldade consiste na manuteno de relaes
econmicas suficientemente competitivas, enquanto se sustentam os privilgios
do indivduo e do monoplio de classe em relao
propriedade privada, que so
os alicerces do capitalismo como sistema poltico-econmico.
Esse ltimo ponto requer uma elaborao adicional para nos aproximar
ainda mais do assunto em questo. Admite-se, ampla mas equivocadamente, que o
poder monopolista do tipo supremo e culminante seja mais evidentemente sinalizado
pela centralizao e concentrao do capital em megaempresas. De modo contrrio,
tambm equivocadamente, admite-se amplamente que as pequenas empresas so um
sinal de mercado competitivo. Assim, o antigo capitalismo competitivo se tomou
cada vez mais monopolizado ao longo do tempo. O erro surge porque a teoria
econmica da empresa ignora totalmente seu contexto espacial, ainda que aceite
(nas raras ocasies em que condescende em considerar a questo) que a vantagem
localizacional envolve competio monopolista. No sculo XIX, por exemplo,
em grau considervel, os fabricantes de cerveja, po e castiais, nos mercados locais,
estavam protegidos da competio por causa do alto custo do transporte. O poder
monopolista local era onipresente e m uito difcil de ser quebrado em todos os setores,
de energia a suprimento de alimentos. Assim, o capitalismo do sculo XIX era
muito menos competitivo do que agora. Neste ponto, que as mudanas nas condies
de transporte e comunicaes entram como variveis determinantes cruciais.
medida
que as barreiras espaciais diminuam por meio do pendor capitalista para a anulao
do espao pelo tempo, muitas indstrias e servios locais perdiam suas protees
locais e seus privilgios monopolistas. Foram forados
competio contra produtores
de outras localidades; de incio, relativamente prximos, mas, depois, contra
produtores situados em locais muito mais distantes. Sob esse aspecto, a geografia
histrica do setor cervejeiro muito instruti
v
No sculo XIX, a maioria das pessoas
tomava cerveja local, pois no tinha opo. No final desse mesmo sculo, na
G r -
Bretanha, a produo e o consumo de cerveja tinham se regionalizado num grau
considervel, mantendo-se assim at a dcada de 1960 (as importaes, com exceo
ela cerveja
Guinncsx,
eram inexistentes). No entanto, nessa poca,
o
mercado
se
(ornuu nuciunul ( 1 1 Ncwcnstlc Brown e a Scottish
Youngcrs
nparcccr.un
em Londres
, no sut ), IlIiI\\H dI' IW uunur illtcrllll{'iolllll (slIllit:IIIWIII', IIS illl]lO'IIIl'Il\'S virnnuu
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DAVID,ARVEY
(a ser autenticada, presumivelmente, pelo Australian Wine and Brandy Corporation's
Geographical Indications Committee, cr iado para identificar regies vincolas em toda
a Austrlia). Assim, o produtor do Tahbilk estabelece uma alegao contrria em
relao s rendas monopolistas, com base numa combinao exclusiva de fatores
ambientais da regio em que se situa. Faz isso de uma maneira que se assemelha e
concorre com as alegaes de singularidade concernentes aos termos terroir e
domaine impostas pelos produtores franceses de vinho.
Mas, ento, deparamo-nos com a primeira contradio. Todos os vinhos so
negociveis, e, portanto, em algum sentido, so comparveis, no importa sua origem.
/ Entra Robert Parker, e o seu guia
Wi ne ad vo cat e
que ele publica periodicamente.
Parker avalia os vinhos pelo seu sabor, no dedicando ateno particular ao terroir
ou a quaisquer outras a legaes histrico-culturais. Ele notoriamente independente
(a maior parte dos outros guias so patrocinados por setores influentes da indstria do
vinho). Parker d notas aos vinhos conforme seu prprio e distintivo gosto. Ele tem
muitos seguidores nos Estados Unidos, um mercado muito importante. Se ele d nota
65 a um vinho de Bordeaux e 95 a um vinho australiano, os preos so afetados. Os
produtores de vinho de Bordeaux esto apavorados com ele. Eles processaram,
denegriram e insultaram Parker, e at o agrediram fisica~ente. Ele desafia a base das
rendas monopolistas desses produtores. As alegaes monopolistas, podemos concluir,
so tanto uma influncia do discurso, como resultado do empenho enquanto reflexo
a respeito das qualidades do produto. No entanto, se for abandonada a linguagem
relativa ao terroir e tradio, que tipo de discurso pode ser posto em seu lugar?
os ltimos anos, Parker e muitos outros envolvidos no negcio do vinho inventaram
uma linguagem em que os vinhos so descritos em termos de sabor de pssego e
ameixa, com um toque de tomilho e groselha . A linguagem parece bizarra, mas essa
mudana discursiva, correspondente ascenso da competio e globalizao
internacional no negcio do vinho, assumiu um papel distintivo, refletindo a
transformao em
C 171171di ties
do consumo do vinho dentro de linhas padronizadas.
No entanto, o consumo do vinho possui muitas dimenses, abrindo sendas
para uma investigao proveitosa. Para muitas pessoas, uma experincia esttica.
Alm do prazer absoluto (para alguns) de um bom vinho acompanhado da comida
certa, existem todos os tipos de outros referentes da tradio ocidental, que remontam
mitologia (Dioniso e Baco) , religio (o sangue de Jesus e os rituais de comunho)
e s tradies celebradas em festivais, na poesia, nas canes na literatura. O
conhecimento dos vinhos e a apreciao apropriada so, muitas v /, S , 11msinal de
classe, sendo analisvel como uma forma de u11 i1 < 1 I t'IIIII1I'1 ( '()Illll llourdi iu
expressaria). O vinho Correio talvez tenha ajudn lt
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contradio: que o mais vido
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to da glol ali:t,u
110
upolur I os
dcscnvolvirn
'nlos
locais com potencial para produzir rendas monopolistus (m srno se o resulta 10 til:
tal apoio seja a criao de um clima poltico local contrrio
globalizacl).
1 \
nfase na singularidade e pureza da cultura local balinesa talvez seja e sencial
r ti '
}2-0teleira, s empresas areas e indstria turstica, mas o que acontece quando isso
estimula um movimento balins de resistncia violenta impureza ela
comercializao? O pas basco talvez seja uma configurao cultural potencialrnent '
vai iosa, exatamente por causa da sua singularidade, mas o ETA
48
no parece recepti
VI)
comercializao. Investiguemos com um pouco mais de profundidade essa
contradio, medida que a mesma afeta a poltica do desenvolvimento urbano.
Para isso, requer-se situar essa polt ica em relao globalizao. Nas ltimas dcadas,
o empreendedorismo urbano se tornou importante tanto nacionalmente quanto
internacionalmente. Por empreendedorismo urbano, entendo o padro de condu Ia
na govemana urbana que combina poderes estatais (local, metropolitano, regional,
nacional ou supranacional), diversas formas organizacionais da sociedade civil
(cmaras de comrcio, sindicatos, igrejas, instituies educacionais e de pesquisa,
grupos comunitrios, ONGs etc.) e interesses privados (empresariais e individuais),
formando coalizes para fomentar ou administrar o desenvolvimento urbano/regional
de um tipo ou outro. H agora uma extensa literatura sobre esse tema, que revela
que as formas, atividades e objetivos desses sistemas de governana (diversament '
conhecidos como regimes urbanos, mquinas de crescimento ou coalizes el'
crescimento regional) variam amplamente, dependendo das condies locais e elo
arco de foras operantes dentro desses sistemas. O papel desse empreendedorismo
urbano em relao forma neoliberal ele globalizao tambm foi analisaelo em
detalhe, mais geralmente sob a rubrica das relaes local-global e da assim chamada
dialtica espao-lugar. A maior parte dos gegrafos que examinaram o problema
concluiu corretamente que
um erro categrico considerar a globalizao uma fora
causal com respeito ao desenvolvimento local. Nesse caso, o que est em jogo,
afirmam eles acertadamente, um relacionamento mais complicado atravs das
escalas, em que as iniciativas locais podem alcanar uma escala global e vice-versa,
ao mesmo tempo que cer tos processos, dentro de uma definio especfica de escala
- competio interurbana e inter-regional sendo os exemplos mais evidentes -, podem
reelaborar as configuraes local/regional da globalizao. Portanto, no se deve
48. Na Espanha, organizao poltica que quer estabelecer um governo independente para o povo
basco. e costuma usar mtodos violentos para tentar alcanar seus objetivos (N. T
vi-r
1 1 IOhlilli',1Ino
.on
O uma
unidade
inclilcrcn 'ia
Ia,
mas si
m .omo uma p
IdrOl1iZII
no
ico '1'1I1'i1 1 1 1 \ .ntc articulada elas atividade, e das relae: .apitalistas globais.
. No entanto, o que significa exatamente falar de uma I adronizur
geograficamente articulada? H muita evidncia de desenvolvimento lcogrMi 'o
desigual (numa variedade de escalas) e, ao menos, alguma teorizao convin .cnre
para entender sua lgica capitalista. Algo disso pode ser entendido em
I
rmos
conv~n~ais, como a busca dos capitais mveis (com o capital financeiro,
comercial e produtivo tendo capacidades diferentes sob esse aspecto) em aufcrir
van~gens na produo e na apropriao da mais-valia por meio do giro. De Iato,
pode se identificar algumas tendncias ajustveis a modelos simples, concernenres
a uma corrida para a parte mais baixa, em que a fora de trabalho mais barata c
mais facilmente explorvel se torna o farol guia para a mobilidade do capital '
para as decises de investimento. No entanto, h mita evidncia
co mpensatria ,
que ~ug~r~ ser isso uma simplificao excessi va, quando ressaltada como explicao
causal urnca a respeito da dinmica do desenvolvimento geogrfico desigual. L:111
geral, o capital flui com facilidade tanto para regies de altos salrios, como pnrn
de baixos salrios, e, muitas vezes, parece ser guiado geograficamente por critrios
diferentes daqueles descritos na economia poltica tanto burguesa quanto marxisui.
Em parte (mas no inteiramente), o problema resulta do
h b i t o
t i
desconsiderar a categoria de capital fundirio e a importncia consid 'nvel dm,
investimentos a longo prazo no ambiente construido, que so, por definio, i111(lwi:,
geograficamente (exceto no sentido de acessibilidade relativa). Tais
investirn 'nlns.
especialmente quando so do tipo especulati vo, invariavelmente requerem novas
ondas de investimento se a primeira onda se provou rentvel (para lotar um e \111'()
de convenes, precisa-se de hotis, que exigem melhores transportes e cornunica
S,
que requerem uma expanso do centro de convenes ...). Assim, h um elemento d '
causa circular e cumulativa.em funcionamento na dinmica dos investimentos na
~rea metropolitana (considere-se, por exemplo, toda a renovao da zona elas docas
londrina e a viabilidade financeira do Canary
Wharf,
que estimulou novos
investimentos, tanto pblicos quanto privados). Eis o que freqenternent so
mquinas de crescimento urbano em todas as partes: a orquestrao da dinmica do
processo de investimento e
proviso de investimentos pblicos chave, no luuar
tempo certos, para fomentar o xito na competio interurbana e inter-regional.
49. Gra~de e moderno empreendimento,
1
CIlV Ivcu a construo de residcncias c de cscritriux 11 11
rcgiao leste do centro de Londres . junto ao, rio
'I 'mi :
a, principalmente durante a dcada de
19RO
(N.
'1 '.).
50. Parte da zona das docas lom':la. que 11 \ '',11 1 o Cnnary Wharf Tower, o cdilicio mais alto da (;ra IIr~I;II ' ;I,
e multas outros grandes CCItItCIOSe cscru wios. IIIml m construdos na dcada de 1
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Nn .ntunro,
isso 11110
'riu
IIssill1 111 0 1Ill'lIl'lllll (rnmo ) H' IUIOI'W lN I ' I1
man 'ira pela qual ta rnb m pode obter rendas monopnlistu. Jmll 'slrlll ~ ill 11\'111
conhecida dos incorporadores imobilirios, por exemplo, cons ervur 1111)111mI
mais alugvel parte do terreno de algum empreendimento para extrair 1\'11(111
monopolista dessa parte depois da realizao do restante do projeto. s gov '1110
astutos, com os poderes necessrios, podem adotar as mesmas
pr ticas .
'OV('IIIII
de Hong Kong, como o entendo, custeado largamente pelas vendas controludn .
a preos monopolistas muito elevados, dos terrenos pblicos para empreendi mculu
imobilirios. Por sua vez, isso converte os bens imveis em rendas monopolistu .
tomando Hong Kong muito atraente para o capital de investimento finan
.ciru
internacional, que opera por meio do mercado de bens imveis. Naturalm '111,,,
Hong Kong possui outras alegaes de singularidade, devido sua localizunu,
sobre a qual pode tambm negociar com muita fora, oferecendo vanta 'l'lI/
monopolistas. Casualmente, o governo de Cingapura comeou a capturar r ndu
monopolistas, e foi muito bem-sucedido, de forma quase similar, ainda que
pOI
meios poltico-econmicos muito diferentes.
Esse tipo de govemana urbana se orienta principalmente para a
c rinrlu
de padres locais de investimentos, no apenas em infra-estruturas fsicas, conu:
transportes e comunicaes, instalaes porturias, saneamento bsico, fomecim '11111
de gua, mas tambm em infra-estruturas sociais de educao, cincia e tecnolo .iu,
controle social, cultura e qualidade de vida.
O
propsito gerar sinergia sufici '1111'
no processo de urbanizao, para que se criem e se obtenham rendas rnonopolistu
tanto pelos interesses privados como pelos poderes estatais. Nem todos esse
esforcos obtm xito. mas mesmo os exemplos de insucesso podem, parcial 011
inteil~amente, ser en~endidos em termos do seu fracasso em realizar rendus
monopolistas. No entanto, a busca de rendas monopolistas no se limita s
pr ticu
de empreendimentos imobilirios, iniciativas econmicas e recursos
governamentais. Essa busca possui uma aplicao bem mais ampla.
capital simblico coletivo, os marcos
de distino e as rendas monopol istas
Se as alegaes de singularidade, autenticidade, particularidade e especialidade
sustentam a capacidade de conquistar rendas monopolistas, ento sobre que melhm
terreno possvel fazer tais alegaes do qu~ no campo dos artefatos e das prticm,
culturais historicamente constitudas, assim ~mo no das caractersticas ambienrais
especiais (incluindo, claro, os ambientes sociais e culturais construdos)? Tod.,
essas alegaes, como no negcio do vinho, so tanto resultado das construoo,
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'as culturais etc.: sempre h um forte elemento social e eli 'cursivo 01 .runtc
na construo de tais alegaes. Logo que estabelecidas, porm, tais alegaes podem
ser devolvidas com fora ao ponto de origem para a extrao das rendas monopolistas,
j que, na mente de muitas pessoas ao menos, no existiro lugares outros alm de
Londres, Cairo, Barcelona, Milo, Istambul, So Francisco, ou seja onde for, para
obter acesso a tudo quanto seja supostamente nico a tais lugares.
O
ponto de referncia mais evidente onde esse processo funciona o turismo
contemporneo, mas considero um erro basear a questo nisso. Pois o que est em
jogo o poder do capital simblico coletivo, isto , o poder dos marcos especiais de
.distino vinculados a algum lugar, dotados de um poder de atrao importante ~m
relao aos fluxos de capital de modo mais geral. Bourdieu, a quem devemos o uso
genrico desses termos, infelizmente os restringe aos indivduos (quase como tomos
t1utuando num mar de juzos estticos estruturados), quando para mim parece que as
formas coletivas (e a relao dos indivduos com essas formas coletivas) talvez fossem
de interesse ainda maior. O capital simblico coletivo vinculado a nomes elugares
como Paris, Atenas, Nova York, Rio de Janeiro, Berlim e Roma elegrande importncia,
conferindo a tais lugares grandes vantagens econmicas em relao a, por exemplo,
Baltimore, Liverpool, Essen, Lille e Glasgow. O problema para esses lugares citados
em segundo lugar elevar seu quociente de capital simblico e aumentar seus marcos
de distino, para melhor basear suas alegaes relativas singularidade geradora ela
renda monopolista. Dada a perda _deoutros poderes monopolistas por causa do transporte
e comunicaco mais fceis e a reduco de outras barreiras para o comrcio, a lutapelo
,
capital simblico coletivo se tomou ainda mais importante como base para as rendas
monopolistas. De que outro modo podemos explicar o alarde provocado pelo Museu
Guggenheim, em Bilbao, da grife arquitetnica Gehry? E tambm como podemos
explicar a disposio de instituies financeiras importantes, com considerveis
interesses internacionais, de financiar tal projeto?
A ascenso de Barcelona proeminncia do sistema europeu de cidades,
para considerar outro exemplo, deu-se, em parte, com base na sua firme acumulao
tanto de capital simblico como de marcos de distino. Nesse caso, enfatizou-se a
prospeco da histria e da tradio caracteristicamente catal, o marketing a respeito
de suas importantes realizaes artsticas e heranas arquitetnicas (Gaud, claro),
e seus marcos distintivos de estilo
c I
viela tradies literrias, com o apoio de uma
avalanche de publicaes, exibies e eventos culturais celebrantes da distino.
Alm disso, houve novos ernbc l zarncntos arquitetnicos (a antena de
radiocomunicao de Norrnan Foxtcr e ()Museu de Arte Moderna branco fulgurante
A
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Vila Olmpica (com referncia sagaz
utopia elos I c ri o s) , c a uunsformno do 1 1 . 1
fora antes uma vida noturna lgubre e perigosa num panorama aberto cI csp
'l
.ulo
urbano. Todo esse processo ainda recebeu a ajuda dos Jogos Olmpicos ele 1992, qu '
propiciou grandes oportunidades para acumulao de rendas monol~o~i, tas (Jua n
Samaranch, presidente do Comit Olmpico Internacional, por co in c id n c ia , unha
muitos interesses imobilirios em Barcelona).
No entanto, o sucesso inicial de Barcelona parece ter tomado o rumo lu
primeira contradio. Enquanto as oportunidades de apropriao, das ren~las
-monopolistas se apresentavam em abundncia, com base no capital simblico coletivo
de Barcelona enquanto cidade (os preos dos imveis explodiram e o Royal Institu to
of British Architects concedeu, a toda a cidade sua medalha por realizaes
arquitetnicas), seu irresistvel chamariz atraiu, como conseqncia, mais e mais il
transformao em
commodities
multinacional e homogeneizada. As fases postenor s
dos empreendimentos margem do mar parecem exatamente como quaisquer ~utros
empreendimentos do mundo ocidental, os espantosos congestionamentos de transito
provocam presses para abrir avenidas na cidade velha,' lojas de propned~d'
multinacional substituem o comrcio local, o
enobreci mento
de regiocs
desvalorizadas da cidade transfere os moradores antigos e destri construes mais
antigas, e Barcelona perde alguns dos seus marcos de distino. H inclusive sinais
nada sutis de disneificao. Essa contradio marcada por questronarnentos c
resistncia. Que memria coletiva deve ser celebrada pela cidade (os anarquistas,
como os Icrios, que desempenharam papel importante na histria de Barcelona; os
republicanos, que lutaram to bravamante contra Franco; os nacionalistas catales;
os migrantes da Andaluzia; ou um velho aliado de Franco, como Sarnaranch)? Qu .
esttica realmente tem valor (os arquitetos celebremente poderosos de Barcelona,
como Bohigas)? Por que aceitar a disneificao? Os debates desse tipo no podem
ser facilmente silenciados, exatamente porque evidente para todos que o capital
simblico coletivo acumulado por Barcelona deRende dos valores de autenticidad
singularidade e qualidades especficas irreplicveis. Tais marcos locais de distino
so de difcil acumulao sem suscitar a questo do exerccio local de poder, mesmo
dos movimentos populares e oposicionistas. Nesse ponto, normalmente, os
guardi
's
do capital simblico coletivo e do capital cultijral (os museus, as universidade~,
11
classe dos mecenas e o aparelho estatal) fecham suas portas, e tratam de manter lol'l
a ral (ainda que, em Barcelona, o Museu de Arte Moderna, ao contrrio da maiorin
das instituies desse tipo, continuou, surpreendente e construtivamente, aberto
~l;
sensibilidades populares). Nesse caso, os interesses so significativos. Trata-se dI'
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parte do aparato es tatal local) procura r validar as rOrmlSar ru itc t ini 'as da 13
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dos sculos XVIII e XIX, e,em particular, realar a tradio
arquitetnica
de .hinl 'I,
excluindo quase todo o resto. Essa posio talvez seja vista como simples que .to
c I
preferncia esttica elitista, mas possui diversos significados, que tm a ver c m as
memrias coletivas, a monumentalidade, o poder da histria e a identidade polti 'li
da cidade. Tambm se associa ao clima opinativo (articulado em uma variedade d '
discursos) que define quem berlinense e no , e quem tem dire ito cidade, em
termos bem definidos de estirpe ou de adeso a valores e crenas especficas. Prospecia
uma histria local e uma herana arquitetnica carregadas de conotaes nacional iSI,IS
e romnticas. Num contexto em que os maus-tratos e a violncia contra os imigrantes
so comuns, talvez at oferea legitimao tcita a tais aes. A populao turca
(grande parte da qual agora natural de Berlim) sofreu muitas afrontas, sendo
forada a abandonar o centro da cidade. Sua contribuio a Berlim como cidade
inteiramente ignorada. Alm disso, esse estilo romntico/nacionalista se ajusta i \
abordagem tradicional concernente monumentalidade, que, nos projetos
contemporneos (embora sem referncia especfica e at talvez sem saber), replica
amplamente os projetos de Albert Speer (esboados para Hitler na dcada de 1930)
para um primeiro plano monumental para o Reichstag.P Felizmente, isso no tudo
que est entrando em cena em Berlim, na busca por capital simblico coletivo. A
reconstruo do Reichstag, de autoria de Norman Foster, por exemplo, ou o grupo
de arquitetos modernistas internacionais importado pelas multinacionais (largamente
em oposio aos arquitetos locais), para dominar a Potsdamer Platz , so incompatveis
com a posio inicialmente mencionada. A reao romntica local ameaa
c I
dominao multinacional pode simplesmente acabar sendo um elemento de interesse
inocente num empreendimento complexo relativo a diversos marcos de distino
para a cidade (Schinkel, afinal, possui considervel mrito arquitetnico, e a
reconstruo de um castelo do sculo XVIII pode facilmente se prestar ~I
disneificao). No entanto, o possvel aspecto negativo da histria desperta interesse,
pois reala como as contradies da renda monopolista podem terminar. Se os projetos
limitadores, a esttica excludente e as prticas discursivas'se tornarem dominantes,
o capital simblico coletivo criado dificilmente transacionar com liberdade, pois
suas qualidades especiais o poro largamente fora da globalizao. O poder
monopolista coletivo, que a governana urbana capaz de comandar, pode sempre
ser orquestrado em oposio ao cosmopolitismo banal da globalizao multinacional.
. 2. O parlamento alemo
(N.
T
() doi .
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Ilpm; de outrus dim 'nsO 's 1:1vida social in 'oIl1j1111(v 'is ('0111li llol11o 'l1'idlld'
prcssup. stu I
ela produo da mercadoria.
Para o capital no d
'slruir
rotulm 'n~ ,
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singularidade, base para a apropriao das rendas monopolistas (e h muuus
circunstncias em que o capital fez exatamente isso), dever apoiar formas
li '
diferenciao, assim como dever permitir o desenvolvimento cultural local divergente
e, em algum grau, incontrolvel, que possa ser antagnico ao seu prprio e suav '
funcionamento. em tai s espaos que todos os tipos de movimen tos oposicionistas
podem se organizar ; pressupondo, como freqentemente o caso, que os movi
mentox
oposicionis tas no estejam firmemente ali entrincheirados . O problema para o capital
achar os meios de cooptar , subordinar, mercadoriza r e monetizar tais diferenas
apenas o suficiente para se r capaz de se apropriar. das rendas monopol istas disto. O
problema para os movimentos oposicion istas usar a va lidao da parti c~la ridad. '
singula ridade, auten tic idade e signi ficados cul tura is e est ticos de mane ira a abrir
novas possibi lidades e a lte rnat ivas, em vez de permiti r que essa va lidao seja usada
Para criar um terreno mais frti l do qua l possam ser ex tradas rendas rnonopolistas
por aqueles que possuem tanto o poder como a inclinao compulsiva para fazer
isso. As lu tas resultantes, mui to di fundidas ainda que gera lmente fragmentadas,
ent re a apropriao capi ta lista e a criat ividade art stica, podem levar um segmento
da comunidade preocupado com questes culturais para o lado com uma poltica
contrria ao capitalismo multinacional.
No entanto, no nada certo que o conservadorisrno e mesmo a prtica
reacionr ia da excluso, muitas vezes vinculados a valores puros de autenticidade,
o riginalidade e a uma estti ca de parti cula ridade da cu ltura, sejam bases adequadas
para uma polt ica progressista de oposio. Pode-se muito facilmente guinar par
polt icas de identidade local, regional ou nacionalista, do tipo neofascista, das quais
j h muitos sinais preocupantes por toda a Europa. Essa uma ,contradio bsica,
que a esquerda deve combater. Os espaos para pol t icas de t ransformao esto ali,
pois o capital no pode se permitir
fech -Ios
completamente, e a oposio de esquerda
est gradualmente aprendendo a como melhor us-los. Os fragmentados movimentos
de oposio
globalizao neol iberal, como revelado em Seat tl e, Praga, Melbourne,
Bangcoc e Nice, e, agora, mais construtivamente, no Frum.Social Mundial , em
Porto Alegre (em oposio ao encontro anual, em Davos, das elites empresariais '
dos lderes governamentais), indica uma polt ica alternativa. No inteiramente
antagnica
globaiizao, mas a quer em condies muito diferentes. Naturalmente,
no por acaso foi Porto Alegre e no Barcelona, Berlim, So Francisco ou Milo
que se abriu a essa iniciativa. Em Porto Alegre, as. foras da cultura e da histria
esto sendo mobilizadas por um movimento poltico (liderado pelo Partido cios I
Trabalhadores) de modo dife rente, buscando um outro tipo de capital simblico
VIlI 'Iivll llllll'llll 'no no osl nuido no M us 'l i (lu IIm h 'in , 'll113ilbao, ou nu 11
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11 1 Londres. Os mar
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de distino em acumulao em Porto
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ori iinam da sua luta para moldar uma aiternativa globalizao, que niio
tire partido
da'
rendas monopolistas, em particular, ou se submeta ao capitalismo
multinacional, em geral . Ao se concentrar na mobil izao popular, est construindo.
de modo ativo, novas formas culturais e novas definies de autenticidud
originalidade e tradio. Esse um caminho difcil de ser seguido, como
1110sl1'11l1l
exemplos anter iores, como asexperincias notveis na Bolonha vermelha das d ca da s
de
1960
e
1970.
O socialismo em uma nica cidade no um conceito vivel.
No
entanto, evidente que altemativa alguma forma contempornea de globalizao
ser apresentada a ns a partir do alto. Ter de vir de dentro dos espaos mltiplos
locais, l igados num movimento mais amplo.
Nesse caso, que assumem certa importnc ia estrutural as contrad ies
enfrentadas pe los capi ta list as quando buscam renda monopo lista . Ao procurarem
explorar valores de autenticidade, localidade, his tria, cultura, memrias colet ivas
e tradio, abrem espao para a reflexo e a ao poltica, nas .q.ua s alternativas
podem ser tanto planejadas como perseguidas. Esse espao merece intensa investigao
e cultivo pelos movimentos de oposio. um dos espaos chave de esperana para
a const ruo de um tipo alternativo de globalizao, em que as foras progressistas
da cultu ra se apropriam dos espaos chave do capital em vez do contr rio.
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