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HUGO DE SANTANA MAIA
ESTUDO SOBRE O PERFIL DOS PRODUTORES DE INHAME DE MUNICÍPIOS
DO VALE DO PARAÍBA NO PERÍODO DE 2007 A 2009
Alagoas - Brasil
Rio Largo
2010
U F A L
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS COORDENAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
C E C A
2
HUGO DE SANTANA MAIA
ESTUDO SOBRE O PERFIL DOS PRODUTORES DE INHAME DE MUNICÍPIOS
DO VALE DO PARAÍBA NO PERÍODO DE 2007 A 2009
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal de Alagoas para obtenção do título de
Engenheiro Agrônomo.
Orientadora: Profa. Dra. Roseane Cristina
Prédes Trindade
Alagoas – Brasil
Rio Largo
2010
4
DEDICO
Ao meu pai, Rudson Sarmento Maia, pelos
constantes ensinamentos fornecidos e apoio ao meu
sucesso.
A minha mãe, Josefa Jatoba de Santana, pela
confiança, dedicação e amor incondicional.
A minha Avó Maria José Jatoba de Santana pela
eterna confiança, pelo exemplo de amor e importância da
busca pelos nossos sonhos.
A minha tia, Maria do Carmo Jatoba de Santana,
pelo carinho e amor, demonstrado em toda minha vida.
A minha tia, Lucicleide Jatoba de Santana, pela
determinação que tanto me inspira, demonstrada em sua
luta na vida.
Ao meu amor Dayane Eloisa Reginalda da Silva,
pela dedicação e amor demonstrado desde o inicio.
5
AGRADECIMENTOS
Nessa conquista existem muitas pessoas que merecem meu eterno agradecimento e dificilmente farei jus a todos que o merecem. Mas quero desde já agradecer a todos com um MUITO OBRIGADO!
Ao nosso Deus todo poderoso, pois sem ele nada disso seria possível. Ao CECA – Centro de Ciências Agrárias, e todo seu corpo docente, pela promoção da minha formação profissional. A minha orientadora, Profa. Dra. Roseane Cristina Prédes Trindade, pela paciência, ensinamentos e incentivo na construção do meu trabalho. Minha grande admiração. “Professora Roseane serei eternamente grato pelo apoio fornecido durante a realização deste trabalho e pelos conhecimentos com você adquirido na graduação. Saiba que minha escolha foi feita, pois sempre a vi com muito respeito e admiração profissional, que Deus a abençoe. Ao meu herói e Pai, Rudson Sarmento Maia peça fundamental na elaboração deste trabalho e espelho para minha vida profissional. Aos produtores de inhame do Vale do Paraíba pelas informações essenciais fornecidas para a construção deste trabalho. Aos companheiros de Laboratório, pela paciência e ensinamentos passados. Ao Rubens Eduardo, grande amigo, pela amizade, conselhos e apoio durante a graduação. Aos meus colegas e amigos da turma de Agronomia, pelo companheirismo durante todo o curso de graduação. A todos os meus familiares e amigos que conquistei durante essa caminhada. E a todos que participaram direta e indiretamente de minha formação profissional. Essa foi uma das etapas que gostaria de vencer em minha vida, por isso, mais uma vez, minha sincera gratidão a todos que a fizeram se tornar realidade.
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LISTA DE TABELAS Pág. Tabela 1 – Área cultivada com inhame e área total dos produtores..................... 9 Tabela 2 – Uso e posse da terra............................................................................. 10 Tabela 3 – Pessoas trabalhando na propriedade e que trabalham na propriedade 11 Tabela 4 – Sexo dos entrevistados........................................................................ 12 Tabela 5 – Número de filhos dos entrevistados.................................................... 13 Tabela 6 – Faixa etária dos entrevistados............................................................. 13 Tabela 7 - Grau de escolaridade dos entrevistados............................................... 14 Tabela 8 - Produtores integrantes de associação e motivo da não participação.... 16 Tabela 9 - Renda familiar mensal (R$)............................................................... 17 Tabela 10 - Renda anual com a produção de inhame............................................ 17 Tabela 11 – Manejo praticado pelos entrevistados...............................................
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LISTA DE GRÁFICOS Pág. Gráfico 1 – Produtores de inhame disponíveis á cooperação......................................... 15
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RESUMO
MAIA, H. S. (HUGO DE SANTANA MAIA), O PERFIL DOS PRODUTORES DE INHAME DO VALE DO PARAÍBA. Rio Largo: UFAL/ CECA, 2010 (37 p.). Trabalho de conclusão de curso.
O perfil de produtores rurais é um tema pouco estudado no estado de Alagoas, mas que vem no decorrer do tempo ganhando seu espaço. Em vários estudos comprovou-se ser um valioso instrumento de gestão principalmente relacionado à definição da melhoria de práticas agrícolas, produtos, fortalecimento da organização social e definição de estratégias de políticas de desenvolvimento. Sendo assim, este trabalho teve o objetivo de levantar as informações disponíveis sobre o perfil dos produtores de inhame do Vale do Paraíba-AL nos estudos técnicos produzidos e fazer a leitura do perfil dos produtores procurando o elo com a forma da produção agrícola. Foram abordadas no estudo as questões de estrutura fundiária, mostrando os tamanhos das propriedades e a forma como se dividem, o uso e posse dos produtores, a mão-de-obra utilizada destacando os tipos existentes, o gênero demonstrando a divisão das tarefas entre os homens e mulheres na produção, as gerações no que diz respeito à faixa etária dos produtores e a questão da sucessão, a importância da educação mostrando o nível de escolaridade dos produtores e a sua influência nas tecnologias aplicadas, a organização social mencionando quantos não participaram e seus motivos, e as organizações existentes na região, a renda adquirida com a cultura, o manejo praticado pelos produtores quanto à irrigação, adubação, plantio dentre outros e a gestão da produção explicando como é feita a administração e os recursos usados pelos produtores pesquisados.
Palavras-chave: Perfil de produtores, Vale do Paraíba, Inhame.
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SUMÁRIO Pág. 1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 3 3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................... 7 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 9 4.1. O Perfil do Produtor de Inhame do Vale do Paraíba........................................ 9 4.1.1. Estrutura fundiária.......................................................................................... 9 4.1.2. Mão-de-obra.................................................................................................... 11 4.1.3. Gênero............................................................................................................. 12 4.1.4. Gerações.......................................................................................................... 13 4.1.5. Educação......................................................................................................... 14 4.1.6. Organização social.......................................................................................... 15 4.1.7. Renda.............................................................................................................. 16 4.1.8. Manejo............................................................................................................ 18 4.1.9. Gestão............................................................................................................. 19
5. CONCLUSÕES.................................................................................................... 21 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 22 ANEXOS.................................................................................................................. 26
1
1. INTRODUÇÃO
A cultura do Inhame, também conhecida como inhame da costa (Dioscorea spp.), vem
se destacando no Nordeste brasileiro como uma alternativa promissora para os pequenos e
médios produtores, devido ao seu grande potencial de exportação e consumo interno
(GARRIDO 1999; MENDES, 1999).
Sua propagação é feita de forma vegetativa, com túberas sementes cortadas em
pedaços de aproximadamente 200 g, plantadas em camalhões com 0,50 m de altura e
espaçamento de 1,20 m entre camalhões e 0,40 m entre plantas. A maioria dos produtores no
Nordeste utilizam adubo orgânico na fertilização da cultura e o sistema de tutoramento em
varas para a condução das plantas (SANTOS, 1996).
Na última década, o agronegócio internacional do inhame vem tendo um aumento
expressivo, contribuindo para a expansão de áreas cultivadas na região. Em termos de
produção e área plantada, os países africanos, principalmente a Nigéria, Gana e Costa do
Marfim, dominam o panorama internacional. No cenário Sul Americano, o Brasil destaca-se
como principal produtor, com uma área colhida de 25 mil hectares e produção de 225 mil
toneladas, estando a exploração econômica concentrada na região Nordeste. Os principais
Estados produtores são a Paraíba, Pernambuco e Bahia, que respondem por 90% da produção
nacional (FAO, 2003).
Contudo, os reduzidos investimentos em ciência e tecnologia têm ameaçado esta
posição do Brasil no cenário Sul Americano (MESQUITA, 2001). A baixa produtividade
brasileira (9,7 t/ha) é justificada pelo baixo nível tecnológico empregado no manejo da
cultura. Este fato também é observado em outros países, a exemplo da Jamaica, onde Sue &
Wickham (1998) atribuem a baixa produtividade alcançada nas lavouras ao baixo nível
tecnológico empregado no cultivo do inhame.
Em Alagoas, a Região do Vale da Paraíba concentra a produção de inhame no Estado.
O vale ocupa uma área de 2.176 km² de terras férteis, o que representa 8% do território
alagoano. Possui uma população de aproximadamente 175 mil habitantes e concentra mais de
50 % de todos os cultivadores de inhame do Estado de Alagoas. O cultivo do inhame é a
principal atividade econômica da agricultura familiar na região (SEPLAN, 2010).
2
A região do Vale do Paraíba é definida pelo conjunto de municípios que se localizam
às margens do Rio Paraíba, nomeadamente Cajueiro, Mar Vermelho, Quebrangulo, Chã Preta,
Paulo Jacinto e Viçosa. Os municípios estão distribuídos em mesorregião diferentes: Os
Municípios de Viçosa e Chã Preta ficam localizados na Microrregião da Serrana dos
Quilombos, mesorregião do Leste Alagoano. Os municípios de Quebrangulo, Paulo Jacinto e
Mar Vermelho ficam localizados na Microrregião de Palmeira dos índios, mesorregião do
Agreste Alagoano. O município de Cajueiro fica localizado na Microrregião da Mata
Alagoana, mesorregião do Leste Alagoano.
Dados referentes à produção agrícola e pecuária no ano de 2008 dos municípios da
região do Vale do Paraíba mostram que o valor total da produção pecuária é de 6,3 milhões de
reais, correspondentes a 3,66% do total de 171.032 milhões do Estado de Alagoas, segundo o
IBGE. Já na produção agrícola esse valor é de 16,2 milhões de reais, relativos a 1,1 % do total
de 1,440 bilhões do Estado. Com isso fica explicito a pequena participação dos municípios da
região do Vale do Paraíba no valor total da produção agropecuária do Estado e uma
superioridade na importância da agricultura em relação á pecuária. Os dados do IBGE
mostram também que, dentre os municípios que compõem o vale, são Quebrangulo e Cajueiro
os de maior participação na pecuária e na agricultura.
A identificação do perfil do produtor é um valioso instrumento de gestão,
demonstrado em vários estudos, principalmente relacionados à definição da melhoria de
práticas agrícolas e produtos fortalecimento da organização social e definição de estratégias
de políticas desenvolvimento.
O presente estudo construiu uma caracterização com a identificação do perfil do
produtor de Inhame do Vale do Paraíba a partir de produções acadêmicas produzidas por
instituições públicas e privadas que atuam nesta região, fazendo a leitura desse perfil
procurando o elo com a forma da produção agrícola. O conhecimento do perfil do produtor é
fundamental para tornar as intervenções das entidades mais objetivas. Os elementos que
contribuem para a definição do perfil do produtor de inhame estão dispersos em alguns
estudos e sem atenção específica, fato que nos levou a sistematizá-los para se fazer uma
analise focada neste tema.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
O inhame (Dioscorea spp.) é uma monocotiledônea, herbácea, pertencente à Família
Dioscoreaceae, cujo órgão de reserva é conhecido como túbera comercial ou simplesmente
túbera. O gênero Dioscorea possui cerca de 600 espécies originárias da África, Ásia ou
América do Sul (COURSEY, 1976; SANTOS, 1996).
As espécies D. cayennensis Lam. E. D. rotundata Poir., internacionalmente
conhecidas como inhame amarelo (“yellow yam”) e inhame branco (“White yam”),
originaram-se no continente africano (COURSEY, 1976; AMUSA et al, 2000). Estas duas
espécies têm sido reunidas num complexo denominado D. cayennensis – D. rotundata
(MALAURIE et al, 1998). O Inhame-da-Costa ou Cará-da-Costa, cultivar mais utilizada no
Brasil, apresenta as características do inhame branco e pertence a este complexo, sendo
referido como uma cultivar de D. cayennensis (SILVA, 1971; SANTOS, 1996; MOURA,
2005) ou de D. rotundata (PIO-RIBEIRO, 2005; 2006).
Antes da introdução de outras culturas alimentares fornecedoras de raízes, o inhame
era a principal fonte de carboidratos para os povos da África Ocidental e Central (OZEROL;
MASSEY, 1984; CARMO, 2002). Atualmente, os maiores produtores de inhame são países
tropicais da África Ocidental, principalmente Nigéria e Costa do Marfim, onde se concentram
91 % do total que é produzido no mundo, 39.897.327 t/ano, com uma área plantada de
4.438.362 ha. A Nigéria, sozinha, assume 70 % do que se produz mundialmente, acima de 26
milhões t/ano, com uma produtividade média de 19.553 kg/ha. Entretanto, países como o
Japão, que dispõe de maior nível tecnológico, chegam a alcançar uma produtividade superior
a 22.000 kg/ha (FAO, 2005).
Além de alimento humano, o gênero Dioscorea apresenta espécies que fornecem
produtos de uso farmacológico e industrial, a exemplo de contraceptivos orais e cosméticos
(PEIXOTO et al, 2000). O inhame medicinal Dioscorea floribunda Mart. Gal. é uma fonte
importante de diosgenina, empregada na síntese da cortisona, e em outros compostos de
corticosteróides úteis para tratamento alergênicos (CARMO, 2002; MOURA, 2005). As
propriedades de algumas espécies de Dioscorea são valiosas pela produção de tanino,
substâncias anti-alérgicas, sapogeninas esteroidais e alcalóides (COURSEY, 1976;
PEDRALLI, 2003).
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A produção mundial desta cultura aumentou em torno de 40 % entre 1961 a 1999
(FAO, 2005), o que provavelmente se deu devido a agroindústria farmacêutica que se tornou
um campo do agronegócio do inhame, considerado bastante amplo que envolve a extração e
uso dos derivados da diosgenina (PEDRALLI, 2003).
O Brasil produz cerca de 230.000t de inhame anualmente com área plantada de
25.000ha, ficando em segundo lugar em volume produzido na América do Sul, ultrapassado
apenas pela Colômbia com 255.000t/ano (FAO, 2005). Por não ser incluída no rol das
culturas nobres, a exploração do inhame não é contemplada nas políticas agrícolas
importantes, apresentando carência de apoio técnico e de crédito, normalmente destinados às
monoculturas de produtos exportáveis (PEIXOTO, 2000; RITZENGER, 2003).
Embora seja considerada, na maioria dos casos, uma cultura de subsistência, o inhame
tem grande importância sócio-econômica no cenário da agricultura familiar no Nordeste do
Brasil, com um significativo potencial de desenvolvimento, contribuindo para alimentação
humana, beneficiando populações carentes, além de ser fonte de renda para pequenos e
médios produtores (MENDES et al, 2005).
O destino da produção varia de acordo com a qualidade do produto e da época do ano,
podendo abastecer vários estados do Nordeste e de outras regiões, ou ainda, seguir a rota da
exportação. Da produção brasileira de inhame 4.000t/ano, são exportadas, enquanto que
outros países sul-americanos destinam sua produção inteiramente ao mercado interno (FAO,
2005). Dessa forma, esta cultura se destaca pelo seu alto valor comercial, com forte potencial
no agronegócio de exportação para Europa, especialmente, França e Inglaterra e para os
Estados Unidos (RITZENGER et al, 2003). A maior dificuldade para comercialização do
inhame no exterior, basicamente está no material de baixa qualidade sanitária e colheita
precoce, resultando em produto inaceitável para tal demanda (PEIXOTO, 2000; MENDES,
2005).
O Vale do Paraíba possui tradição no cultivo do inhame, Dioscorea rotundata, cuja
variedade mais preferida pelos produtores é o inhame branco. Dados do IBGE, demonstrados
no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola-LSPA no Estado de Alagoas, de outubro
de 2008, revelam que a área plantada foi de 2.279 hectares, a produção total de 27.025
toneladas e a produtividade média de 10,806 t/ha. Os dados da citada pesquisa demonstram
ainda que 39,27 % da área plantada e 46,82 % da produção de todo Estado pertencem aos
5
municípios desta região. A produtividade agrícola ultrapassa a média do Estado, chegando a
aproximadamente 14,333 t/ha, indicando assim sua forte participação e importância desta
atividade no Estado.
O dicionário Aurélio afirma que perfil é a “descrição de uma pessoa em traços mais ou
menos rápidos”. Semelhante é a definição descrita no dicionário Michaelis que diz tratar-se de
“Pequeno escrito em que se salientam os traços característicos de uma pessoa”. Se o conceito
for ampliado para uma comunidade, teremos então traços que caracterizam a mesma.
No estudo cujo título é o “Perfil dos pequenos produtores de leite quanto ao uso
adequado de práticas de higiene da ordenha e manipulação do produto no município de
Belém do Brejo do Cruz”, o autor afirma que a importância do conhecimento do perfil dos
pequenos produtores é indispensável para a melhoria das práticas utilizadas na produção, com
o objetivo dos produtos adquirirem “maior aceitação no mercado consumidor” (SILVA et al.,
2008).
Já o autor do estudo “Análise do perfil técnico e socioeconômico de uma
cooperativa de produtores de leite do noroeste do Paraná” relaciona o valor do
conhecimento do perfil de produtores como um dos elementos para fornecer o “suporte
adequado à formação de uma cooperativa, e para contribuir para uma melhor produção e
qualidade do produto” (FERREIRA et al., 2007).
Traçar estratégias que viabilizem a cotonicultura, para a inserção de atividades
familiares em nichos de mercado potenciais foi o objetivo do estudo “A viabilidade da
cotonicultura para a agricultura familiar no sudoeste de Goiás” com a identificação do
perfil de agricultores familiares (APARECIDA et al., 2001).
Ainda no estudo “Perfil dos produtores de frutas do município de Limoeiro do
Norte-CE frente ao novo paradigma de desenvolvimento do setor”, os autores
condicionam o desenvolvimento da atividade de fruticultura ao aumento da capacidade
competitiva dos produtores através do aperfeiçoamento de uma “visão empreendedora e
profissional para gerir a atividade”. Para tanto, sugerem “estudos que visem identificar o
perfil dos produtores nos principais pólos de produção de frutas no intuito de conhecer as suas
reais potencialidades” (MATIAS et al., 2003).
6
Como se pode observar, os meios acadêmicos utilizam frequentemente o estudo do
perfil de produtores/comunidades como recurso técnico para uma enorme diversidade de
enfoques científicos. Caracterizar as práticas de produção, níveis tecnológicos empregados,
empreendedorismo, cultura, conhecimentos tradicionais de um conjunto de produtores de uma
região, ou mesmo de uma atividade produtiva, pode contribuir na construção de estratégias de
desenvolvimento.
Assim, a identificação e conhecimento do perfil dos produtores de inhame no Vale do
Paraíba do Estado de Alagoas, irá fornecer informações com as quais se poderão assimilar
suas reais potencialidades, identificando também os verdadeiros impedimentos que dificultam
a otimização da gestão de seus negócios, assim como fornecer subsídios para a formulação de
políticas públicas e atuação dos órgãos e entidades comprometidas com a assistência técnica
para o setor.
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3. MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada uma busca das informações secundárias e estudos técnicos juntos aos
órgãos oficiais, internet e entidades da sociedade civil, as quais foram utilizadas como fontes
para o levantamento do perfil do produtor. As principais fontes e informações foram retiradas
de três diagnósticos: o Diagnóstico de Produtores de Inhame para a Certificação Globalgap no
Vale do Paraíba do Estado de Alagoas, realizado em outubro de 2009, pelo Engenheiro
Agrônomo Rudson Sarmento Maia, pelo Centro de Contabilidade, Consultoria e Projetos-
CCCP, onde o objetivo foi verificar a viabilidade das condições dos produtores de inhame da
região do Vale do Paraíba no estado de Alagoas para implantação da certificação Globalgap;
o Projeto da Cultura de Inhame do Vale do Paraíba – AL, realizado em novembro de 2007,
por pesquisadores do Instituto Compasso a pedido do SEBAE que objetivou fortalecer a
atividade produtiva do inhame, através da mobilização e organização de produtores, difusão
de tecnologias, ampliação e conquista de novos mercados, visando o aumento de ocupação e
geração de renda e identificar o perfil geral dos pequenos produtores de inhame dos
municípios de Paulo Jacinto, Chã Preta e Viçosa, conhecendo sua organização social e para
melhor desenvolver o seu potencial produtivo. E o Diagnóstico Agronegócio do Inhame,
realizado em junho de 2008, pelo Instituto Paraíba do Meio, também a pedido do SEBRAE
tem teve como objetivo avaliar a atuação e desempenho dos empresários do agronegócio do
inhame, quanto a aspectos relevantes do negócio, quais sejam, atividade econômica, gestão,
tecnologia, pessoas e mercado.
As informações coletadas desses diagnósticos foram obtidas através de entrevistas e
questionários aplicados a produtores de inhame do Vale do Paraíba Alagoas, o Instituto
Compasso realizou suas entrevistas com 93 produtores em seis municípios localizados no
Vale do Paraíba: Paulo Jacinto, Mar Vermelho, Viçosa, Quebragulo, Chã Preta e Cajueiro já o
Instituto Paraíba do Meio entrevistou 21 produtores distribuídos nos municípios de Chã Preta,
Mar Vermelho, Paulo Jacinto e Viçosa; já o CCCP conduziu seu trabalho através de
entrevistas com 28 produtores os entrevistados foram indicados por técnicos das ATER’s
Estadual e Municipais situados em Viçosa, Mar Vermelho, Chã Preta e Paulo Jacinto. As
entrevistas foram realizadas com questões abertas e semi-abertas, onde foram gravados e
anotados comentários e observações dos entrevistados, buscando assim que o trabalho
guardasse uma forma mais precisa na análise posterior, sobre os conteúdos revelados durante
os diálogos.
8
Foi necessário realizar duas visitas aos produtores rurais como o objetivo de obter
informações sobre a realidade do cooperativismo, iniciativas de beneficiamento, manejos
culturais e coletar dados complementares com os órgãos de assistência técnica locais.
As informações coletadas foram sistematizadas e, em seguida, selecionados os temas
relevantes ao objeto de estudo, nomeadamente: estrutura fundiária, mão-de-obra, gênero,
gerações, educação, organização social, renda, manejo da cultura e gestão. Os temas foram
estudados de forma à identificar de forma quantitativa sua relação com os produtores
entrevistados revelando as causas e conseqüências dos números apresentados.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 O PERFIL DO PRODUTOR DE INHAME DO VALE DO PARAÍBA
4.1.1 – ESTRUTURA FUNDIÁRIA
Dentre os municípios alagoanos que fazem parte do Vale do Paraíba, o que mais se
destaca na produção de inhame é o de Paulo Jacinto, com uma produção de 6.300 toneladas,
segundo pesquisa realizada pelo IBGE, em 2008, no Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola-LSPA no Estado de Alagoas.
Em levantamento feito no ano de 2009, pela Secretaria de Agricultura do Estado de
Alagoas no município de Paulo Jacinto, constatou-se a existência de 137 produtores de
inhame onde apenas quatro possuíam área superior a três hectares e 82 % do total se
concentravam em área inferior a um hectare (Ver Anexo 1). Nas tabelas abaixo, inserida no
diagnóstico produzido pelo Instituto Compasso, em novembro de 2007, intitulado “Projeto da
cultura de inhame do Vale do Paraíba–AL”, constatou-se que mais de 50 % dos produtores
entrevistados possuem áreas inferiores a três hectares e apenas 7,5 % têm áreas superiores a
estas. Revela ainda o diagnóstico que 84 % dos produtores cultivam menos de dois hectares.
Tabela 1–Área cultivada com inhame e área total dos produtores
AREA CULTIVADA AREA CULTIVADA AREA CULTIVADA AREA CULTIVADA COM INHAME (ha)COM INHAME (ha)COM INHAME (ha)COM INHAME (ha)
QUANT.QUANT.QUANT.QUANT. POR. (%)POR. (%)POR. (%)POR. (%) ÁREA TOTAL (Ha)ÁREA TOTAL (Ha)ÁREA TOTAL (Ha)ÁREA TOTAL (Ha) QUANT.QUANT.QUANT.QUANT. POR. (%)POR. (%)POR. (%)POR. (%)
De 0 a 0,42 21 22,6 Menos de 3 55 59,1 De 0,42 a 0,75 29 31,2 De 3 a 7 28 30,1 De 0,75 a 1,09 10 10,8 De 8 a 12 3 3,2 De 1,09 a 1,42 8 8,6 Mais de 13 7 7,5 De 1,42 a 1,75 10 10,8 De 1,75 a 2,09 5 5,4 De 2,09 a 2,42 2 2,2 De 2,42 a 2,75 4 4,3
De 2,75 a 3,09 3 3,2
A partir de 3,09 1 1,1
TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100 TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100
Fonte: Instituto Compasso
Uma hipótese provável da predominância de pequenas áreas de plantio está
relacionada ao manejo da cultura, visto que a mecanização só é possível na fase de preparo do
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solo. As demais etapas do manejo são conduzidas por trabalho manual demandando intenso
emprego de mão-de-obra.
Observou-se que o arrendamento de terras para o cultivo de inhame é o fenômeno
generalizado na região do Vale do Paraíba. O arrendamento segundo Dicionário Aurélio é
definido como um “Aluguel ou contrato pelo qual alguém cede a outrem, por certo tempo e
preço, o uso e gozo de coisa não fungível (geralmente imóveis)”. Nas condições especificas
do Vale do Paraíba, os arrendamentos são realizados em partes de imóveis que estão ociosos
ou necessitam renovação de pastagens. Os arrendamentos são realizados geralmente com a
duração de um ou dois ciclos da cultura.
O Instituto Compasso revelou que cinquenta e sete dos noventa e três entrevistados em
sua pesquisa eram arrendatários, ou seja, 61,3 % conforme Tabela 2. Já o Instituto Paraíba do
Meio no relatório do Diagnóstico descritivo do “Agronegócio do Inhame”, realizado em 2008,
afirma que 57 % dos entrevistados também eram arrendatários. No Diagnóstico de Produtores
de Inhame para a Certificação Globalgap no Vale do Paraíba do Estado de Alagoas realizado
em 2009, pelo Centro de Contabilidade, Consultoria e Projetos-CCCP identificou através da
pesquisa três motivos para a importância desse fenômeno: O primeiro está relacionado a
agricultores sem terras ou minifundiários. No segundo motivo encontram-se agricultores que,
mesmo possuindo propriedades rurais, necessitam realizar rotação de culturas devido ao
problema da casca-preta – uma das principais doenças da cultura inhame – e para tanto
arrendam partes de propriedades para dar continuidade à atividade. O terceiro diz respeito a
proprietários de terras que desejam ampliar seus negócios.
Tabela 2 – Uso e posse da terra
Fonte: Instituto Compasso
USO E POSSE DA USO E POSSE DA USO E POSSE DA USO E POSSE DA
TERRATERRATERRATERRA QUANTIDADEQUANTIDADEQUANTIDADEQUANTIDADE PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)
Proprietário 29 31,2
Arrendatário 57 61,3
Parceiro 7 7,5
TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100
11
4.1.2 – MÃO-DE-OBRA
O Instituto Paraíba do Meio, com base nos 800 produtores de inhame registrados em
2004 nas respectivas Secretarias de Agriculturas dos principais municípios produtores na
região do Vale do Paraíba, estima que aproximadamente 4000 pessoas estejam ligadas
diretamente ao cultivo de inhame, vez que esta atividade é realizada com envolvimento de
muita mão de obra.
O mesmo Instituto afirma ainda que a maioria dos inhamicultores são os próprios
trabalhadores de campo, agregando suas respectivas famílias e pessoas da circunvizinhança na
realização dos trabalhos. Em entrevista os produtores afirmaram que as atividades de plantio e
colheita são as que mais demandam emprego de mão-de-obra. Essas duas fases do cultivo
obrigam as famílias de produtores a contratarem mão-de-obra temporária.
Já o Instituto Compasso revelou que 75,3 % dos produtores entrevistados possuem no
máximo três pessoas trabalhando em suas propriedades e ainda que 74,2 % desses contam
apenas com membros da família na realização das atividades agrícolas. Observou também que
a contratação de mão-de-obra temporária é pouca utilizada sendo que apenas 23 % buscam
esse recurso.
A íntima relação deste cultivo com a produção de característica familiar é confirmada
no indicador de que apenas 1,1 % dos produtores se utilizam do emprego assalariado com
registro.
Tabela 3 – Pessoas trabalhando na propriedade e pessoas que trabalham na propriedade
Pessoas trabalhando Pessoas trabalhando Pessoas trabalhando Pessoas trabalhando na propriedadena propriedadena propriedadena propriedade
Quant.Quant.Quant.Quant. Por (%)Por (%)Por (%)Por (%) PessoaPessoaPessoaPessoas que trabalham na s que trabalham na s que trabalham na s que trabalham na propriedadepropriedadepropriedadepropriedade
Quant.Quant.Quant.Quant. Por (%)Por (%)Por (%)Por (%)
1 pessoa 23 24,7 Membros da família 69 74,2 2 pessoas 25 26,9 Assalariados e a família 1 1,1 3 pessoas 22 23,7 Diarista 22 23,7 4 pessoas 8 8,6 Outros 1 1,1 5 pessoas 5 5,4
Mais de 5 pessoas 10 10,8
TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100 TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100
Fonte: Instituto Compasso
4.1.3 – GENÊRO
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A divisão do trabalho, relativamente segmentada, também é característica marcante da
diferenciação de gênero que ocorre na agricultura familiar: homens dedicam-se
predominantemente à agricultura e as mulheres à atividade doméstica. Quando as mulheres
envolvem-se em atividades produtivas, as tarefas que realizam são recorrentemente
consideradas como “ajuda” (PAULILO, 1987; PAULILO, 2004; BRUMER, 2004).
A importância do trabalho feminino na agricultura não reside, entretanto, somente no
emprego de sua mão-de-obra nas atividades ditas produtivas (colheita, plantio,
processamento), mas também nas atividades reprodutivas, sem as quais seria inviável a
continuidade da produção do tipo familiar (alimentação, limpeza, cuidado da horta, cuidado
dos filhos e educação destes). Ambas as atividades, produtivas e reprodutivas, sofrem com o
baixo reconhecimento e invisibilidade da participação feminina, sendo associadas muito de
perto com os baixos salários que lhes são destinadas ou até ausência de remuneração
(WEISHEIMER, 2007).
De acordo com as informações constantes na Tabela 4, produzidas pelo Instituto
Compasso em novembro de 2007, há uma expressiva predominância do sexo masculino na
atividade de produção de inhame no Vale do Paraíba, onde 88 dos 93 produtores entrevistados
são homens e apenas 5 mulheres. São os homens, portanto que predominam o cenário da
produção e das organizações sociais, e demais canais de expressão do segmento.
Tabela 4 – Sexo do entrevistado
SEXO DO SEXO DO SEXO DO SEXO DO ENTREVISTADOENTREVISTADOENTREVISTADOENTREVISTADO
QUANTIDADEQUANTIDADEQUANTIDADEQUANTIDADE PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)
Masculino 88 94,6 Feminino 5 5,4 TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100
Fonte: Instituto Compasso
A SEAGDA, Secretaria de Agricultura e do Desenvolvimento Agrário do Estado de
Alagoas, vem desenvolvendo diversas ações para a inserção da mulher nos sistemas
produtivos, principalmente através do elo de beneficiamento do inhame para a produção de
pães, biscoitos e bolos.
4.1.4 – GERAÇÕES
13
O envelhecimento da população rural, questões de gênero e conflitos de gerações
influenciam as decisões nos empreendimentos agropecuários. Um dos grandes problemas da
atualidade esta em convencer os jovens, filhos de agricultores familiares, detentores de
pequenas áreas a darem continuidade à atividade dos pais, em virtude da pouca
disponibilidade de área agricultável e da expectativa de retorno financeiro muito baixo.
Em sua pesquisa o Instituto Compasso verificou que 88,2 % dos produtores de
inhame entrevistados possuem filhos, Sendo que 49,5 % destes têm de um a três filhos.
Observou também que apenas onze desses produtores não possuíam filhos (Tabela 5).
Tabela 5 – Número de filhos dos entrevistados
Fonte: Instituto Compasso
O mesmo Instituto constatou que a faixa etária dos entrevistados foi de 21 a mais de
50 anos, e que não teve muita diferença entre os valores constantes na tabela abaixo. Porém a
maior parte concentrou-se na faixa etária de mais de 50 anos (Tabela 6).
Tabela 6 – Faixa etária dos entrevistados
Fonte: Instituto Compasso
Não existe um estudo centrado na realidade de gênero e das gerações específicos para
os inhamecultores e suas consequências na produção. O que foi constatado em conversas com
N° DE FILHOS DOS N° DE FILHOS DOS N° DE FILHOS DOS N° DE FILHOS DOS ENTREVISTADOSENTREVISTADOSENTREVISTADOSENTREVISTADOS
QUANTIDADEQUANTIDADEQUANTIDADEQUANTIDADE PORCENTAEM (%)PORCENTAEM (%)PORCENTAEM (%)PORCENTAEM (%)
De 1 a 3 46 49,5 De 3 a 5 16 17,2 De 5 a 10 19 20,4 Mais de 10 1 1,1 Nenhum 11 11,8 TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100
FAIXA ETÁRIA DO FAIXA ETÁRIA DO FAIXA ETÁRIA DO FAIXA ETÁRIA DO ENTREVISTADOENTREVISTADOENTREVISTADOENTREVISTADO
QUANTIDAEQUANTIDAEQUANTIDAEQUANTIDAE PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)
De 21 a 30 18 20,4 De 31 a 40 19 19,4 De 41 a 50 24 25,8 Mais de 50 32 34,4 TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100
14
alguns produtores, foi que a juventude tem suas atenções voltadas para as oportunidades nos
centros urbanos. Pôde-se constatar casos de agricultores que já se vêem obrigados a contratar
mão-de-obra durante todo o ciclo da cultura, visto não contarem mais com seus filhos.
4.1.5 – EDUCAÇÃO
A baixa escolaridade acaba impactando negativamente na gestão da propriedade
familiar. O baixo nível de instrução tem reflexos na incorporação de algumas tecnologias na
propriedade e também interferem na compreensão por parte do agricultor da importância da
sustentabilidade da propriedade, principalmente no tocante as questões ambientais.
O CCCP em seu diagnóstico revelou que os arrendatários não tinham nenhuma
preocupação em relação à erosão do solo em que cultivavam. Essa falta de preocupação se
dava por dois motivos: O primeiro está relacionado à falta de conhecimento referente à
conservação ambiental e seus benefícios e o segundo ao fato de não serem os proprietários da
terra em questão, não vendo vantagem nem se sentido no dever de realizar praticas
conservacionistas.
O Instituto Compasso, de acordo com a Tabela 7, revela que 50,5 % dos produtores
entrevistados, ou seja, mais da metade não possuíam instrução ou eram semi-alfabetizados e
apenas 10,4 % tinham o primeiro grau completo. Os dados mostram um dos principais
problemas na agricultura da região que é o baixo nível de escolaridade dos produtores.
Tabela 7 – Grau de escolaridade dos entrevistados
Fonte: Instituto Compasso
GRAU DE ESCOLARIDADE GRAU DE ESCOLARIDADE GRAU DE ESCOLARIDADE GRAU DE ESCOLARIDADE QUANTIDAEQUANTIDAEQUANTIDAEQUANTIDAE PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%)PORCENTAGEM (%) Sem instrução 8 8,6 Semi-alfabetizado 39 41,9 Alfabetizado 28 30,1 1º GRAU INCOMPLETO 4 4,3 1º GRAU COMPLETO 5 5,4 2º GRAU INCOMPLETO 1 1,1 2º GRAU COMPLETO 7 7,5 Nível superior 1 1,1 TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100
15
Já o Instituto Paraíba do Meio afirma que o baixo nível de escolaridade dos envolvidos
parece refletir o entendimento da não visualização como prioridade para o crescimento do
setor, das capacitações e a aplicação de novas tecnologias. O domínio no trato com a cultura,
a rentabilidade e venda garantida são os principais fatores que, associados, garantem certa
“segurança” aos produtores, limitando o horizonte quanto à inserção de outras culturas.
4.1.6 – ORGANIZAÇÃO SOCIAL
Na atividade de produção de inhame, no Vale do Paraíba segundo o Instituto Paraíba
do Meio, os produtores são as pessoas chaves na propriedade, conhecem bem os processos
produtivos, são relativamente ativos nas questões de interesse comum, sendo, no entanto,
descrentes quanto à cultura do cooperativismo. A figura a seguir, demonstra o grau de
interesse dos produtores, em participar de ações associativas segundo o Instituto Paraíba do
Meio:
Figura 1 – Produtores de inhame disponíveis á cooperação
Essa descrença também é confirmada no diagnóstico realizado pelo CCCP, que
registra vários depoimentos e, dentre eles, de um agricultor afirmando que “...numa
cooperativa tem aquela cultura nordestina: que cooperativismo tudo dá errado.”. Essa
desconfiança tem fundamento em experiências passadas que por vários motivos citados pelos
entrevistados, como a falta de união e cooperação, fazem com que evitem qualquer tipo de
organização.
16
Foi revelado, através do Instituto Compasso, que dos produtores de inhame do Vale
do Paraíba participantes da pesquisa, 52 estão associados a alguma associação ou cooperativa.
Foram constatados diversos motivos para a não integração desses produtores em tais
organizações, mostrando que existe uma falta de incentivo para que se possa aumentar esse
número de adeptos.
Tabela 8 – Produtores que fazem parte de associação ou cooperativa e Motivo para a não
participação.
Por que não Por que não Por que não Por que não participa de uma participa de uma participa de uma participa de uma
associação?associação?associação?associação? Quant.Quant.Quant.Quant. Por. (%)Por. (%)Por. (%)Por. (%)
Faz parte de associação ou Faz parte de associação ou Faz parte de associação ou Faz parte de associação ou cooperativacooperativacooperativacooperativa
Quant.Quant.Quant.Quant. Por. (%)Por. (%)Por. (%)Por. (%)
Por falta de informações
4 4,3 Sim 52 55,9
Sem interesse 1 1,1 Não 41 44,1 Não acha confiável 2 2,2
Outros motivos 34 36,6
Já é associado 52 55,9
TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100 TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100
Fonte: Instituto Compasso
4.1.7 – RENDA Mesmo ocupando pouca extensão de terra e raramente ultrapassando um hectare, o
cultivo do inhame responde, no entanto, por um significativo percentual da renda global da
unidade produtora, mostrando ser fundamental na sobrevivência da propriedade. Segundo o
Instituto Paraíba do Meio, para 56 % dos entrevistados a atividade se constitui na única fonte
de renda da família, enquanto que os 44 % restantes têm em outras explorações, como a
pecuária e lavouras de subsistência, como pequeno complemento na renda da propriedade.
Apenas dois produtores declararam ser a cultura do inhame responsável por apenas 20 % da
renda total da propriedade.
O Instituto Compasso revela em sua pesquisa que a renda mensal familiar dos
produtores entrevistados se concentrava, com 91,5 %, em até R$ 700,00 e apenas 7,4 % dos
mesmos tinham renda superior a esse valor. O que mais chama a atenção nesses valores é que
cerca de 49 % detém uma renda mensal de até R$ 175,00, revelando um grave índice de
pobreza entre a quase metade dos entrevistados. Com uma renda tão baixa o produtor rural se
17
vê impossibilitado de investir em novas tecnologias para produção agrícola, pois o pouco que
tem é destinado principalmente às necessidades primordiais de sobrevivência.
Tabela 9 – Renda familiar mensal (R$)
Fonte: Instituto Compasso
A tabela abaixo mostra a renda anual com a produção de inhame dos produtores
entrevistados pelo mesmo instituto. Pode-se observar que 73,1 % dos entrevistados possuem
uma renda anual com a cultura de até mais de R$ 10.000,00. Porém a maior parte dos
produtores, cerca de 30 %, detém uma renda anual de até R$ 1.500,00. Os dados revelam o
baixo retorno financeiro que a maioria dos produtores de inhame da região possui. Dividindo
os valores das rendas por 12, e assim transformando-as em renda mensal, observa-se que
apenas 19,4 % conseguiu mais de R$ 400,00 mensalmente com a cultura.
Tabela 10 – Renda anual com a produção de inhame
Fonte: Instituto Compasso
4.1.8 – MANEJO
RENDA FAMILIAR MENSAL (R$)RENDA FAMILIAR MENSAL (R$)RENDA FAMILIAR MENSAL (R$)RENDA FAMILIAR MENSAL (R$) QUANT.QUANT.QUANT.QUANT.
PORCENT. PORCENT. PORCENT. PORCENT. (%)(%)(%)(%)
Até 175,00 46 49,5 De 176,00 a 350,00 13 14 De 351,00 a 700,00 26 28 Acima de 701,00 7 7,4 Nenhuma ou não sabe 1 1,1 TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100
RENDA ANUAL COM A RENDA ANUAL COM A RENDA ANUAL COM A RENDA ANUAL COM A PRODUÇÃO DE INHAME (R$)PRODUÇÃO DE INHAME (R$)PRODUÇÃO DE INHAME (R$)PRODUÇÃO DE INHAME (R$)
QUAQUAQUAQUANT.NT.NT.NT. PORCENt. PORCENt. PORCENt. PORCENt.
(%)(%)(%)(%) Até 1.500,00 28 30,1 De 1.501,00 a 3.000,00 20 21,5 De 3.001,00 a 5.000,00 20 21,5 De 5.001,00 a 10.000,00 14 15,1 Maior que 10.000,00 4 4,3 Nenhuma ou não sabe 7 7,5 TotalTotalTotalTotal 93939393 100100100100
18
Quanto ao manejo, segundo o Instituto Paraíba do Meio, expressiva parcela dos
produtores de inhame do Vale do Paraíba realiza adubações e aplicação eventual de
fungicidas. Entretanto, não é prática desses agricultores fazerem análise de solo. Estabeleceu-
se de alguma forma, uma formulação padrão para a adubação da cultura, que certamente
ocasionará algum tipo de prejuízo, seja pela falta ou excesso de nutrientes, gerando
desperdício e elevação do custo de produção.
Observou-se também, quanto ao uso e conservação do solo, que a condução de
plantios e feita sem a utilização de curvas de nível, e em solos completamente desprotegidos,
desnudados pelo sistemático roço, encoivaramento e queima da vegetação. Essas práticas
comuns no sistema de cultivo atual provocam constantes perdas da camada fértil e
compactação do solo, limitando o desenvolvimento normal das túberas.
O mesmo instituto constatou em sua pesquisa que a irrigação, prática cultural
fundamental na definição de estratégias de comercialização, ainda é pouco utilizada na região,
por motivos que vão desde a falta de recursos financeiros para sua implantação, ao
desconhecimento das vantagens do uso da mesma, etc. Como consequência, tem-se toda
produção colhida numa mesma época, provocando excesso de oferta, queda no preço, com
inevitável prejuízo para o resultado da atividade.
Os produtores em questão iniciam o cultivo de inhame no começo do período chuvoso,
com a limpeza da área e em seguida o levantamento das leiras e posterior plantio. São usadas
para o plantio, túberas-semente compradas, ou produzidas e armazenadas da safra anterior.
Quando se obtém um bom preço na venda das túberas comerciais, em geral, os produtores não
reservam material propagativo (túberas-semente) para o ano seguinte, fato que aumenta a
possibilidade de não se adquirir material genético de boa procedência para um novo plantio,
com risco de aquisição de túberas contaminadas.
Sobre o emprego das espaldadeiras, segundo o CCCP, pairam algumas questões de
ordem cultural, econômica e de manejo. A resistência cultural foi expressa, nas manifestações
mais simples, através de declarações de que “agente não tem costume ainda”. Um produtor
disse que o não emprego dessa tecnologia “é a falta de conhecimento na verdade”. No
emprego dessa tecnologia os agricultores argumentaram sobre as dificuldades na limpa e na
consorciação com as culturas do feijão e fava. Quando arguidos sobre esses consórcios no
sistema de espaldadeiras, foram unânimes em considerá-lo prejudicial.
19
A instituição citada acima, revelou também que a construção de plantios em curva de
nível é considerada mais onerosa pelos agricultores. Para o presidente da Associação do
Assentamento Paraibinhas, Sr. Antônio da Silva, plantar em curva de nível “dá mais
trabalho um pouquinho”. Segundo ele são investidos mais 10 % de tempo na construção de
leirões em nível. Embora o Sr. Antônio tenha utilizado o sistema, argumentou que a “curva
de nível é mais ruim para a saúde pois (o trabalhador) fica meio de banda para fazer os
leirões”. E finaliza dizendo que “muitos não quer (adotar o sistema), não acredita... já que
estão acostumados com o plantio de ladeira abaixo”.
Já o Instituto Compasso no que diz respeito ao manejo praticado pelos produtores
investigados, constatou que 57 dos entrevistados não utilizavam nenhum tipo de defensivo
agrícola na produção de inhame. Os defensivos mais usados foram os inseticidas mostrando a
importância das pragas que afetam a cultura na região. Observou-se também que a adubação
química era a mais utilizada com 42 dos produtores, porém 42 dos mesmos não empregavam
nenhum tipo de adubação. Quanto à irrigação revelou-se que não é uma pratica muito usada
pelos produtores já que 85 deles não a aplicam.
Tabela 11 – Manejo praticado pelos entrevistados.
Inseticidas 35 Esterco 9 Inundação 1
Fungicidas 1 Adubação quimica 42 Pluvial 1
Não utiliza 57 Não utiliza 42 Por gravidade 6
Total 93 Total 93 Não irriga 85
Total 93
Forma de irrigação Defensivos agrícola usado Tipo de adubação
Fonte: Instituto Compasso
4.1 9 - GESTÃO
O Instituto Paraíba do Meio constatou em sua pesquisa que não é pratica dos
produtores realizarem planejamento escrito, e que leve em consideração cenários, entretanto,
eles programam o tempo dos plantios, devido à grande experiência no trato com esta cultura.
As ações são automáticas, repetindo todos os anos, no espaço e no tempo, a rotina que
lhes foi repassada quase que hereditariamente, porém, é visível a falha na precisão das
informações, onde sua carência limita a avaliação dos resultados, bem como, a geração de
indicadores que certamente norteariam a gestão dos negócios.
20
Segundo o mesmo instituto, as finanças e a contabilidade são pouco aplicadas na
gestão dos negócios. Entre o grupo pesquisado, aproximadamente 10 % realizam fluxo de
caixa, e ainda assim, de forma empírica com registro de entradas e saída manuais, não formal
e sem avaliações rotineiras dos controles realizados. Todavia, afirmam ter previsão em curto
prazo, ou seja, sabem se serão capazes de honrar os compromissos de prazo máximo de até 60
dias. Isso se explica, em função da ampla experiência na condução desta atividade, e pela
mesma possuir despesas pontuais e previstas.
Também não foi identificado cadastros dos atuais, nem dos possíveis novos clientes e
fornecedores, sendo a venda feita normalmente, para quem aparecer primeiro. Não há
evidências da realização de estudos para se conhecer as necessidades, expectativas, tendências
e tamanho do mercado consumidor, nem de se avaliar de forma sistemática o desempenho dos
concorrentes.
21
5. CONCLUSÕES
Observa-se uma falta de ampliação de negócios entre aqueles que se dedicam ao
cultivo do inhame no Vale do Paraíba no Estado de Alagoas. Esta conclusão pode ser
facilmente comprovada devido ao baixo nível tecnológico da produção agrícola e a falta de
iniciativa para galgar outros elos da cadeia produtiva, nomeadamente o beneficiamento e
comercialização dos produtos.
Na produção, os dados evidenciaram pouco emprego de fertilizantes, defensivos e
irrigação. A falta de irrigação torna o inhame uma lavoura sazonal com excesso de oferta nos
períodos de concentração de colheita e conseqüente provocando a queda dos preços. As
dificuldades de acesso direto a insumos e canais de comercialização com os consumidores
conduzem os produtores a serem reticentes às mudanças de paradigmas das atuais práticas de
cultivo.
O incentivo a ações associativas, como a aquisição coletiva de insumos e venda direta
aos consumidores pode gerar bons resultados na região do Vale do Paraíba - AL. Apesar da
existência de organizações sociais, a integração dos membros com as entidades ainda são
muito frágeis, pois as iniciativas cooperativas ainda são recentes e encontram resistências.
Na base do modelo econômico/social dos produtores de inhame encontra-se uma
estrutura fundiária concentrada que marginaliza a cultura do inhame para ser produzida por
pequenos produtores e sem terras. O efeito desta realidade é a existência de grande número de
produtores arrendatários que fomentam uma estratégia que dispensa investimentos de longo
prazo e preservação dos recursos naturais.
Ações que permitam o acesso à terra e eleve os níveis de escolaridade pode iniciar
caminhos promissores para mudar os atuais padrões da estrutura sócio/econômico,
principalmente para a novas gerações.
22
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2007.
26
ANEXOS Anexo – 1 Questionário aplicado pelo Instituto Compasso NOME COMPLETO:
CPF: RG::
ENDEREÇO: MUNICÍPIO::
UF: CEP: TELEFONE::
1. SEXO:
A)( ) MASCULINO B)( ) FEMININO
2. ESTADO CIVIL:
A)( ) SOLTEIRO B)( ) CASADO C)( ) OUTROS
3. QUANTOS FILHOS?
A) ( ) 01 A 03 B)( ) 03 A 05 C)( ) 05 A 10
4. FAIXA ETÁRIA:
A)( ) ATÉ 20 ANOS B)( ) 21 A 30 ANOS C)( ) 31 A 40 ANOS D)( )41 A 50 ANOS
E)( )MAIS DE 50 ANOS
5. GRAU DE INSTRUÇÃO:
A)( ) SEM INSTRUÇÃO B)( ) SEMI-ALFABETIZADO C)( ) ALFABETIZADO D)( )1º GRAU
INCOMPLETO
E)( ) 1º GRAU COMPLETO F)( ) 2º GRAU INCOMPLETO G)( ) 2º GRAU COMPLETO
H)( )NÍVEL SUPERIOR
6. QUANTAS PESSOAS TRABALHAM NA PROPRIEDADE?
A)( )1 B)( ) 2 C)( ) 3 D) 4 E)( ) 5 F)( ) MAIS DE 5
7. O QUADRO DE PESSOAS QUE TRABALHAM NA PROPRIEDADE É COMPOSTO DE:
27
A)( )ASSALARIADOS B)( )MEMBROS DA FAMILÍA C)( ) ASSALARIADOS E MEMBROS DA FAMÍLIA
8. QUAL A RENDA FAMILIAR MENSAL?
A) ( )ATÉ R$ 175,00 B) ( )DE R$ 176,00 ATÉ R$350,00 C)( )DE R$ 351,00 ATÉ R$ 700,00
D)( )ACIMA DE R$ 701,00
9. QUAL A RENDA ANUAL COM A PRODUÇÃO DO INHAME?
R$_________________________
10. O (A) SENHOR (A) FAZ PARTE DE ASSOCIAÇÃO?
A)( ) SIM B)( )NÃO
11. SE SIM, QUAL ASSOCIAÇÃO?
RESPOSTA: __________________________________________________________________
12. SE NÃO, POR QUE O SENHOR (A) NÃO PARTICIPA DE UMA ASSOCIAÇÃO?
RESPOSTA: ___________________________________________________________________
13. QUAL BENEFÍCIO A SUA ASSOCIAÇÃO TEM PROPORCIONADO À SUA ATIVIDADE?
A)( )FACILITA A OBTENÇÃO DE CRÉDITO
B)( ) PROMOVE CURSO DE CAPACITAÇÃO
C)( ) DISPONIBILIZA MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA SUA ATIVIDADE
D)( ) FACILITA A COMPRA DE PRODUTOS USADOS NA SUA ATIVIDADE
E)( ) NUNCA PROMOVE NENHUM BENEFÍCIO
F)( ) NÃO SE PROJETOICA AO PRODUTOR
14. QUAL É A SUA CONDIÇÃO EM RELAÇÃO A POSSE E USO DA TERRA:
A)( ) PROPIETARIO B)( ) ARRENDATARIO C)( ) PARCEIRO D)( ) OCUPANTE E)( ) OUTROS-------------------
15. QUAL É O TAMNAHO DA SUA PROPIEDADE?
28
A)( )MENOS DE 03 HECTARES B)( ) DE 03 A 07 HECTARES C)( ) DE 08 A 12 HECTARES D)( ) MAIS DE 13
HECTARES.
16. QUAL É A ÁREA CULTIVADA COM O INHAME?
RESPOSTA: ________________________________________________________________________
17. QUAL A QUANTIDADE PRODUZIDA EM 2006?
RESPOSTA: ________________________________________________________________________
18. QUE OUTRO TIPO DE CULTIVO EXISTE NA SUA PROPRIEDADE?
A)( ) PECUÁRIA DE CORTE B)( ) PECUÁRIA DE LEITE C)( ) FEIJÃO D)( ) AVES/OVOS
E)( ) MANDIOCA F)( ) OUTROS
19. O SENHOR (A) USA ALGUM TIPO DE MÁQUINA OU EQUIPAMENTO NA SUA PRODUÇÃO?
A)( ) SIM B)( ) NÃO
20. QUAL A FONTE DE ÁGUA ULTILIZADA PARA A PROPRIEDADE?
A)( ) RIO B)( ) POÇO C)( ) OUTRAS D)( ) NÃO UTILIZA IRRIGAÇÃO
21. QUAL A FORMA DE IRRIGAÇÃO DA SUA PROPRIEDADE?
A)( ) INUNDAÇÃO B)( ) INFILTRAÇÃO C)( ) ASPERSÃO D)( ) GOTEJAMENTO
E)( ) NÃO É IRRIGADA F)( ) OUTRAS: ________________________
22. QUAIS OS INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA O PREPARO DA TERRA?
A)( ) TRATOR B)( ) TRAÇÃO ANIMAL C)( ) ENCHADA / ANCINHO / ARADO D)( ) OUTROS:
__________
23. QUAL TIPO DE DEFENSIVO AGRICOLA É UTILIZADO NA SUA PROPRIEDADE.
A) ( )HERBICIDAS B)( ) INSETICIDAS C)( ) FUNGICIDAS D)( ) OUTROS: ______________
24. QUAL O TIPO DE ADUBAÇÃO UTILIZADA NA SUA PROPRIEDADE?
A)( ) ESTERCO B)( ) BIOFERTILIZANTES C)( ) COMPOSTOS QUÍMICOS D)( ) NÃO USA ADUBAÇÃO
29
E)( ) OUTROS: ___________
25. PARA QUEM NORMALMENTE O SENHOR VENDE SEUS PRODUTOS?
A)( ) FEIRA LIVRE B)( ) NA COMUNIDADE ONDE MORA C)( ) MERCADINHO
D( ) SUPERMERCADOS E)( ) CEASA F)( ) COMPRADORES INTERMEDIÁRIOS
G)( ) OUTROS: _______________________
26. QUAL A MAIOR DIFICULDADE ENCONTRADA PELO SENHOR (A) PARA VENDER SEU PRODUTO?
A)( ) TRANSPORTAR ATÉ O MERCADO CONSUMIDOR
B)( ) O PREÇO DO MERCADO É SEMPRE MENOR QUE O VALOR DO PRODUTO
C)( )BAIXA ACEITAÇÃO DO PRODUTO NO MERCADO
D)( ) NÃO TEM DIFICULDADE
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