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FAAP – FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO
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METODOLOGIA II – ÁREA COMUM
AULAS 2 e 3
I - PROJETO DE PESQUISA
a) proposta de trabalho semestral
b) roteiro para elaboração (ambos os itens serão discutidos em sala)
Elementos para construção de um Projeto de Pesquisa
É comum estabelecer uma espécie de roteiro de fases/conjunto de tarefas para
se alcançar um objetivo. Parte desse roteiro está perfeitamente integrado às
orientações gerais de uma MONOGRAFIA. Outra parte envolve a preparação do
trabalho, desde um ponto de vista mais metodológico e teórico, razão pela qual são
apresentadas algumas regras básicas.
Escolha do Tema: definir o problema e a hipótese de estudo; o objeto da
pesquisa, DELIMITANDO-O;
Justificativa do Tema: explicar o porquê da escolha do tema e sua importância
para a pesquisa;
Objetivo: qual é a questão que pesquisa procurará responder ou que hipóteses
procurará testar/discutir;
Metodologia: qual (is) o(s) caminho(s) a ser (em) seguido(s) para alcançar o
resultado esperado, isto é, quais métodos serão utilizados; ao tentar responder a
essas questões deve-se, também, ter em mente os autores, suas idéias e os
textos escolhidos, relacionando-os;
Revisão Bibliográfica: nesse momento busca-se, essencialmente, revelar um
domínio razoável sobre o tema, considerado leituras básicas e mais específicas
sobre o mesmo;
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Referências Bibliográficas: para uma boa fundamentação teórica, o Projeto de
Pesquisa exigiria, ao menos, dez títulos (livros, manuais, revistas/artigos
especializados) recobrindo o tema escolhido.
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AULAS 4 e 5
II - CONCEITO DE PESQUISA
Não se deve (ou não se pode) falar em pesquisa sem falar, ao mesmo tempo,
em métodos de pesquisa. Falar em métodos implica falar em procedimentos,
objetivos, organização etc. E, falar em organização implica um mapeamento de
dados e informações que possam gerar conhecimento. Por isso, se deve aprender a
pesquisar, a investigar, a estudar algum objeto de interesse – científico ou não,
buscando os melhores caminhos para alcançar o alvo.
Costuma-se dizer que em tudo na vida, voluntariamente ou não, agimos com
algum método.
Antes de sair de casa costumamos cumprir uma série de tarefas, já
automatizadas, que supõe algum tipo de ordenação; senão vejamos:
Podemos acordar, levantar e escovar os dentes, não? Podemos, igualmente,
acordar, levantar e tomar um banho. Após, escovar os dentes etc. Mas, também,
podemos acordar, levantar, escovar os dentes, fazer o desjejum e sair sem o banho
(se já o fizemos à noite). Em qualquer uma dessas situações, vemo-nos compelidos
a agir segundo alguns hábitos que, por associação e repetição, fazemos sem muito
pensar.
Conquanto não sejam todos atos conscientes, eles indicam algum tipo de
organização. E, de fato, sem um método e uma (ou mais) técnica não se consegue
alcançar nenhum objetivo. Por isso se diz que o método é a estratégia; a técnica é a
tática. Aquele aponta o caminho, os aspectos importantes, as idéias que serão
valorizadas, os autores que serão estudados e assim por diante. Já esta (a técnica)
aparece como o meio mais adequado para alcançar os objetivos traçados pelo
pesquisador / estudante.
Qualquer investigação deve, inicialmente, definir sua finalidade, seus
objetivos, antes de definir seu percurso, seus procedimentos.
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A definição do tema exigirá um esforço importante do pesquisador, evitando –
sempre que possível – o aleatório, o acaso, o excesso de subjetivismo e de
empirismo (superestimar os dados imediatos da experiência). Bem, isso nos
remete ao coração de nossa disciplina, a saber:
O QUE É UMA PESQUISA E PARA QUE ELA SERVE?
Desse ponto em diante, serão discutidos alguns elementos constitutivos de
uma pesquisa, genericamente considerada. Lembre-se, antes, de que:
- Método (Methodos) é uma palavra grega que significa a direção que se
imprime a um processo de natureza reflexiva e ou prática. Tem relação direta com a
palavra THEÔRIA que, por sua vez, evoca a idéia, a concepção de algo, em
contraste com TECHNÉ (o como fazer).
Se a teoria sugere o domínio dos princípios constitutivos, a técnica sugere a
aplicação do conhecimento. Um arquiteto é um teórico; um construtor é um técnico.
II.1 - PESQUISA TEÓRICA E PESQUISA APLICADA
No que concerne a nossa disciplina, à guisa de introdução, deve-se sublinhar
duas linhas mestras de investigação, nas quais se combinam e se articulam Teoria
e Prática, Método e Técnica.
A primeira é a de um ESTUDO AVANÇADO, implicando em teses originais e
conclusivas. Tal estudo supõe algo mais que um ensaio (em que o autor desfila
suas idéias com absoluta liberdade de forma e conteúdo): exige maior rigor,
exatidão, clareza; enfoques menos enviesados e mais imparciais. Vale dizer:
nada se pode afirmar sem algum apoio em fatos e/ou argumentos consistentes.
A segunda é a de um ESTUDO EXPLORATÓRIO/DESCRITIVO cujo traço
essencial é o de levantar, preliminarmente, material para estudo e análise a partir
de um conhecimento reduzido do objeto de investigação.
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Repetindo a pergunta: o que é uma PESQUISA? Uma atividade geral e
organizada voltada para a formulação de hipóteses e a solução de problemas,
de interesse científico. Dela pode-se distinguir um levantamento bibliográfico que,
embora seja em atividade igualmente ordenada, não contempla o grau de
sistematização de uma atividade científica. Entre visitar uma biblioteca e listar uma
serie de livros, artigos científicos etc., relativos a algum tema e desenvolver um
trabalho de natureza científica, há uma grande diferença.
Indaga-se: Por que pesquisar? Há razões de cunho intelectual e prático.
De um ponto de vista teórico busca-se conhecer a realidade, em sua multiplicidade,
em sua complexidade; de um ponto de vista prático, é necessário colher dados e
produzir informações não disponíveis e/ou organizar dados aleatórios, espalhados,
dispersos...
Há, basicamente, dois tipos de pesquisa.
TEÓRICA
APLICADA
A primeira versa, principalmente, sobre temas de natureza mais formal,
apoiada no exame, análise e interpretação de documentos escritos, principalmente;
a segunda colhe dados por meio de questionários, entrevistas, análise de
exemplos, comparações de dados etc.
Outro conceito importante é o de trabalho científico original. Ele apresenta
três elementos definidores:
Repetição de procedimentos
Equivalência de resultados
Produção de novos conhecimentos
Retomando o tema de pesquisa científica. Ela pode ser concebida em dois
movimentos: pesquisa pura e pesquisa aplicada. A primeira visa ao
conhecimento em si. É mais reflexiva e não supõe, obrigatoriamente, qualquer
tipo de intervenção na realidade. Em geral, ela aparece como uma PESQUISA
BIBLIOGRÁFICA. A pesquisa aplicada, no entanto, lança o pesquisador rumo à
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aplicabilidade imediata dos resultados alcançados. Tem aspectos eminentemente
práticos visando à solução de problemas de conteúdo real.
Roteiro básico de uma pesquisa aplicada: 1) O que quero descobrir? O que fazer?
- Formulação do problema / definição do objeto
- Formulação de hipóteses
2) quais os objetivos da pesquisa? Para que fazer?
- qual a pergunta a responder
3) qual o valor da pesquisa? Por que fazer?
- contribuição e conseqüências
4) Definição da (s) HIPÓTESE (S) e escolha das variáveis empíricas
5) Exame dos possíveis obstáculos.
- dificuldades teóricas
- dados confidenciais
6) Definição da metodologia e das técnicas / Como fazer?
- questionários, entrevistas;
- estudos comparados, análise histórica etc;
- cronograma físico e financeiro;
- estudo piloto(se/quando for o caso).
7) Coleta de dados
Dados primários são aqueles dados especialmente coletados para a pesquisa. Em
regra são obtidos diretamente pelo pesquisador.
Dados secundários são os dados já disponíveis em publicações anuários,
relatórios, boletins etc. / são mais abrangentes e obtidos em instituições confiáveis
(FIPE, IBGE, SEAD, BANCO MUNDIAL, ONU etc.)
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8) Análise e interpretação dos resultados
- construção de tipos, modelos e esquemas através do uso dos conceitos teóricos,
relação com as variáveis quantificadas e realização de comparações pertinentes
(BARROS, LEHFELD, 2000:95).
Essa fase supõe uma classificação, codificação e tabulação dos dados obtidos.
9) Comunicação dos resultados - Relatório final: representa a reorganização do trabalho realizado, segundo suas
principais etapas, sob a forma de um discurso científico.
População e amostragem
Uma pesquisa procura estabelecer generalizações a partir de observações
em grupos ou conjuntos de indivíduos chamados de população ou universo. Mas, o
que é população?
É o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam, pelo menos,
uma característica em comum. Dado N para definir a população/número de
elementos, tem-se que Xn= Xl; X2, ... Xn
A pesquisa, todavia, é realizada com uma parte/porção/parcela
representativa da população/do universo, convenientemente selecionada; é um
subconjunto. Sendo n o número de elementos da amostra, a mesma pode ser
representada pela letra minúscula x , tal que xn= xl;x2; ... xn em que xn é igual ou
menor que Xn.
Variáveis
Um dos objetivos da pesquisa cientifica, para não dizer da própria ciência, é
o de estudar a freqüência de ocorrência de um ou mais fenômenos e as relações
que se estabelecem entre eles. Tais relações são chamadas de VARIÁVEIS.
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O que são variáveis? Aspectos, propriedades ou fatores reais ou
potencialmente mensuráveis pelo que representam e que são perceptíveis em um
objeto de investigação.
Exemplos: salário, renda, sexo (gênero), profissão, cor, taxa de natalidade, religião
etc. Assim, a noção de variável está associada à noção de "acidente", isto é, uma
quantidade, magnitude; um traço, uma qualidade que se destaca da "substância" e
que, em cada caso estudado/observado, pode variar.
Alguns tipos de variáveis:
independente (X) é o fator, causa ou antecedente que determina a ocorrência de
outro fenômeno, efeito ou conseqüente. Por exemplo: idade e renda
dependente (Y) é a propriedade, fator, efeito ou resultado decorrente da variável
independente. Por exemplo: Aprendizado/Rendimento escolar
interveniente (W) é a que modifica/altera a variável dependente SEM ALTERAR a
independente.
Exemplo: Alunos de Universidades Públicas e Particulares (independente) obtém
notas diferenciadas no Provão (dependente), por fatores psicológicos (insegurança,
nervosismo, desinformação etc.). (interveniente)
Análise e interpretação dos resultados:
Após coletar os dados é preciso classificá-los em categorias. Atente para três
regras bem simples e importantes:
a) Não se deve misturar categorias em um mesmo teste; idade e renda. Por
exemplo.
b) A categoria utilizada não pode deixar nenhum elemento de fora. Por exemplo, a
idade:
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- Menos de 18 anos;
- 18-20 anos;
- Mais de 20 anos.
c) As categorias devem se excluir mutuamente. Exemplo de erro comum:
- 0-3 salários mínimos
- 3-5 salários mínimos
- 5 ou salários mínimos
AULAS 6, 7 e 8
III – PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Nenhum trabalho de investigação científica, como já se viu, pode ser bem-
sucedido sem um MÍNIMO DE ORGANIZAÇÃO E RIGOR. Não existe conhecimento
científico sem MÉTODOS E TÉCNICAS ADEQUADOS.
O primeiro passo para iniciar uma investigação científica é, sem dúvida, a
ESCOLHA DO TEMA. Esse passo supõe três condições concomitantes e
relacionadas, a saber:
Interesse científico do objeto de estudo;
Qualificação mínima do pesquisador para enfrentá-lo (o assunto);
Acessibilidade física e intelectual às fontes de pesquisa.
A parte mais importante, talvez, de uma pesquisa ou de um projeto de
pesquisa, melhor dizendo, será a DEFINIÇÃO DO OBJETO DE INVESTIGAÇÃO, A
ESCOLHA DO TEMA/PROBLEMA QUE SERÁ ESTUDADO e, conseqüentemente,
A SUA DELIMITAÇÃO. Para tanto, deve-se formular uma ou mais hipóteses de
trabalho, pois ela(s) representa(m) o FOCO PRINCIPAL do estudo.
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É preciso, porém, tomar cuidado com a extensão do tema. Quanto mais
amplo for o objeto de estudo, mais difícil será pesquisá-lo e entendê-lo. Isto quer
dizer o seguinte: UM TEMA NÃO PODE FALAR DO MUNDO E UM POUCO MAIS...
ELE DEVE SE AFASTAR DE DELÍRIOS JUVENIS E DA ARROGÂNCIA TÍPICA
DOS QUE PENSAM SABER TUDO! ATENTE PARA ISSO!
Em seguida, o pesquisador se defrontará com a tarefa de EXPLICAR AS
RAZÕES DE SUA ESCOLHA, o PORQUÊ DA ESCOLHA e a RELEVÃNCIA DE SE
ESTUDAR AQUELE TEMA, AQUELE OBJETO DE ESTUDO (aquilo pelo qual se
tem interesse). Ou seja, A JUSTIFICATIVA DO TEMA. No entanto, nenhum
estudante, pesquisador ou cientista irá muito longe em seu projeto de trabalho SE
NÃO FOR CAPAZ DE FIXAR SEUS OBJETIVOS DE PESQUISA; normalmente, tais
objetivos são RETIRADOS DO PRÓPRIO OBJETO DE ESTUDO E DO PROBLEMA
e HIPÓTESE que se vai pesquisar. Em suma, qual a questão (ou questões) que a
pesquisa procurará responder ou quais hipóteses procurará testar/verificar ou
rejeitar.
Hipótese é a explicação, condição ou princípio, em forma de proposição
declarativa ser verificado (a), por meio de uma pesquisa. Geralmente é um
ENUNCIADO DECLARATIVO que serve como condição e/ou explicação do
problema. A hipótese orienta a execução da pesquisa em todas as suas fases.
Por isso, as variáveis devem ser bem definidas (para que sejam operacionais),
pois devem explicitar a conexão entre as independentes e as dependentes.
SEM ALGUMA IDÉIA QUE ORIENTE O ESTUDO, NÃO SE PODE SABER
QUAIS FATOS DEVEM SER COLETADOS! Sem algum tipo de idéia
PRECONCEBIDA É IMPOSSÍVEL DESENCADEAR QUALQUER INVESTIGAÇÃO!
Se o pesquisador se limita a uma visão inocente da realidade, não é capaz
de IR ALÉM DOS FATOS e, por isso mesmo, não é capaz de EXPLICÁ-LOS! Características de uma hipótese:
Enunciado claro, objetivo e declarativo;
Deve estabelecer relações entre duas ou mais variáveis;
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Deve ser TESTÁVEL/VERIFICÁVEL, isto é, passível de ser traduzida
em conseqüências empíricas que possam ser submetidas a testes
contrastáveis (que se pode confrontar/comparar) com a realidade.
Exemplo: A habilidade de distinguir as categorias gramaticais aumenta com a
idade cronológica e com o grau educacional, sendo IDADE CRONOLÓGICA E
GRAU EDUCACIONAL as duas primeiras VARIÁVEIS que se relacionam com a
terceira, isto é, A HABILIDADE DE DISTINGUIR AS CATEGORIAS
GRAMATICAIS. Aumentando uma, ou as duas primeiras, aumenta a outra e
vice-versa.
Na redação da hipótese aparecem termos de relação que UNEM AS
VARIÁVEIS. Em geral, esses termos assim se apresentam: “é diretamente
proporcional”, “está inversamente relacionado”, “produz”, “se... então...”, “resulta”,
“há uma relação significativa entre” etc.
A testabilidade / a confrontação empírica é o único meio para atribuir valor de
VERDADE FATUAL/OBJETIVA. O percurso de uma pesquisa científica supõe,
então, CONDIÇÕES DE FALSEABILIDADE, ou seja, se houver uma determinação
precisa da relação entre as variáveis, a busca de evidências empíricas que sejam
incompatíveis com a afirmação.
Segundo Karl POPPER, a definição empírica de uma teoria é correta
quando se consegue encontrar enunciados singulares que a tornem falseável,
ou seja, que ofereçam enunciados básicos que possam ser classificados
como INCOMPATÍVEIS com a teoria – falseadores potenciais -, ou como
COMPATÍVEIS com a teoria – não-falseadores potenciais. A teoria só deverá
levar em consideração a dos falseadores potenciais, pois só poderá afirmar
que uma teoria NÃO É FALSA e nunca que SEJA VERDADEIRA.
Além de uma clara formulação do PROBLEMA e da HIPÓTESE, um projeto
de pesquisa bibliográfica não pode abrir mão de alguma METODOLOGIA. Já vimos
como a questão é polêmica. Existem autores que juram a insuficiência ou a total
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inutilidade do método científico, para não mencionar aqueles que insistem no fato
de que NÃO EXISTE MÉTODO CIENTÍFICO, MAS, SIMPLESMENTE, ESCOLHAS
ALEATÓRIAS OU NÃO.
Todo pesquisador que se dispuser a trabalhar com seriedade e consistência
terá de, PELO MENOS, SABER QUE É PRECISO LANÇAR MÃO DE ALGUMA
ORGANIZAÇÃO e ESTRATÉGIA DE ESTUDO para chegar a qualquer ‘lugar’
(mesmo que esse lugar seja o da dúvida ou da incerteza).
Por essa razão é importante definir qual (is) o(s) caminho(s) a ser (em)
seguido(s) para alcançar o resultado esperado, isto é, quais os métodos e técnicas
serão utilizados. Ao tentar responder essas questões deve-se, também, ter em
mente os autores, suas idéias e os textos escolhidos, buscando relacioná-los.
Se escolhermos uma teoria para explicar tal ou qual fato social, político,
econômico ou cultural, ESTAMOS INDICANDO O ‘NOSSO’ CAMINHO! Ao
escolhermos ESSE OU AQUELE AUTOR, ESTAMOS INDICANDO O ‘NOSSO’
PERCURSO! Se definirmos um procedimento comparativo entre dois momentos
históricos, em vez de periodizar (e diminuir a quantidade de informação), ESTAMOS
INDICANDO uma ESCOLHA METODOLÓGICA.
Outro passo crucial é o seguinte: como se pode demonstrar alguma
familiaridade com o tema a ser estudado? Ora, só há um meio de provar isso: uma
razoável (ainda que provisória) REVISÃO DA LITERATURA. Com ela pode-se
comprovar, a um só tempo (e a exemplo do que se falou sobre a escolha do tema)
que o pesquisador REÚNE OS MEIOS INTELECTUAIS PARA DAR CONTA DA
TAREFA QUE SE COLOCOU: ser capaz de revelar um domínio aceitável sobre o
tema, considerando-se as leituras básicas sobre o mesmo. Segundo o filósofo
Ludwig Wittgenstein, do que não se pode falar, deve-se calar. Essa é a idéia.
O último elemento constitutivo de um projeto de pesquisa (e naturalmente da
própria pesquisa) é a inclusão de uma BIBLIOGRAFIA INICIAL. Ou seja: a reunião
das principais fontes que, de início, parecem servir aos propósitos do estudante. É
comum se exigir, para começo de conversa, um mínimo de DEZ TÍTULOS (livros,
artigos, periódicos não-científicos, relatórios de pesquisa etc.) SOBRE O
TEMA/OBJETO DE ESTUDO. É igualmente comum que essa bibliografia SOFRA
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UMA RAZOÁVEL AMPLIAÇÃO, À MEDIDA QUE O TRABALHO SE DESENVOLVA,
CONTANDO ESPECIALMENTE, COM O AUXÍLIO DO ORIENTADOR DE
PESQUISA. Mas, uma coisa é certa: os autores básicos (e os NOVOS AUTORES
BÁSICOS QUE O ESTUDANTE IGNORAVA...) DEVERÃO SER RIGOROSAMENTE
LIDOS E FICHADOS (o que se verá mais adiante).
d) Construção teórica e seleção do material: marco teórico / definição das fontes
Fontes - trabalhos e documentos originais diretamente ligados ao tema de
pesquisa/estudo/investigação;
Trabalhos - qualquer documento elaborado a partir das fontes.
Seleção de material:
- levantamento bibliográfico - etapa fundamental para a escolha e delimitação
do tema (correspondendo ao interesse, inclinação e capacidade do
pesquisador).
O pesquisador deve iniciar tal levantamento nesta ordem:
I) livros didáticos: manuais introdutórios / com freqüência citam livros e artigos que
tratam mais densamente os assuntos discutidos/explicados;
II) livros especializados: textos que analisam aspectos específicos dirigidos a
acadêmicos ou pesquisadores e especialistas no tema;
III) revistas especializadas: nas revistas especializadas se encontra a fronteira da
ciência. São contribuições muito peculiares/particulares para os temas estudados.
- As três Leis do Pesquisador
Orientação - contribui para a escolha e definição do tema, na organização do
trabalho e na bibliografia básica sobre o tema;
Círculos concêntricos - começar pelas obras básicas e ir se aprofundando;
Lei da árvore - as referências bibliográficas de um texto vão indicando outras
e estas novas referências levam o pesquisador a novas fontes de consulta.
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Marco Teórico:
A base teórica a partir da qual o pesquisador irá construir seu trabalho é um
passo decisivo e fundamental. É o momento em que se buscará definir as
referências teóricas, os modelos de análise e por que não dizer, a própria
metodologia escolhida para alcançar os objetivos da pesquisa. O projeto de
pesquisa deve contemplar as escolhas que serão feitas para desenvolver o tema; a
estratégia para fazer o trabalho.
Após ter cumprido a fase inicial de preparação da pesquisa, o
pesquisador tem de CONSTRUIR AS BASES TEÓRICAS DE SUA INVESTIGAÇÃO
(MARCO TEÓRICO). cujos fundamentos serão os CONCEITOS, TEORIAS,
MÉTODOS E MODELOS DE ANÁLISE AOS QUAIS RECORRERÁ, NOS QUAIS SE
APOIARÁ, PARA CUMPRIR SEU PROPÓSITO.
Essa fase, às vezes, se confunde com o próprio desenvolvimento da
pesquisa, pois o PROJETO É ALGO MUITO DIFERENTE DA PESQUISA
PROPRIAMENTE DITA! Então, normalmente, se apresentam as bases teóricas do
trabalho no corpo da INTRODUÇÃO e se demonstra a sua utilização, por ocasião
do DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO.
Esse passo é constituído por quatro movimentos articulados e necessários:
1º relacionar (se possível) o problema a ser investigado com as raízes do
pensamento dos autores estudados:
2º buscar identificar as idéias mais importantes dos autores lidos; compreender os
conceitos utilizados e saber relacioná-los com o tema de estudo;
3º buscar reconhecer os aspectos positivos e negativos das teorias, idéias, modelos
de análise apresentados e defendidos pelos autores lidos, SEMPRE EM RELAÇÃO
AO TEMA DA PESQUISA; e, por fim,
4º ordenar as idéias, fixando os objetivos da investigação frente às teorias estudas e
com as quais, eventualmente, se discorda ou concorda.
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ESSA É A BASE PARA A ANÁLISE CRÍTICA DO MATERIAL ESTUDADO E,
PORTANTO, A CONDIÇÃO NECESSÁRIA PARA INICIAR A REDAÇÃO DO
TRABALHO.
e) estudo do material: tipos de leitura, esquemas, resumos, paráfrases e
fichamentos.
Regras básicas para o estudo de um texto
Pressuposto fundamental para o sucesso (ou o fracasso) de qualquer
atividade, a organização e a disciplina também são exigências básicas para a
realização de um bom estudo. Ler um texto e fichá-lo adequadamente (os dados
referentes à obra lida, as idéias principais e secundárias do autor e a reunião de
passagens importantes e ilustrativas etc.) constitui passo decisivo para alcançar os
objetivos a que se propõe o pesquisador.
Sabe-se que a metodologia recobre, essencialmente, três dimensões do
‘fazer ciência’:
como modo de conhecer o real;
como modo de planejar e agir sobre o real; e
como modo de fazer para alcançar a verdade objetiva e/ou a realização dos
propósitos da pesquisa
Por essa razão, ler / estudar representa um momento crucial na relação entre
o pesquisador (estudante) e o objeto pesquisado (tema/problema a ser
investigado/resolvido). A leitura e o estudo, bem como a acuidade no registro dos
comentários, notas e apontamentos, exigem silêncio, concentração, disciplina,
paciência, repetição e ordenação.
Tipos de leitura:
Pré-leitura: rastreamento à procura de informações interessantes / seleciona
o material e dá uma visão panorâmica do assunto;
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Leitura seletiva: seleção ÚTIL dos autores, segundo critérios objetivos
(delimitação do tema, relação com o tema proposto etc.).
Leitura crítica/analítica: conhecer o pensamento do(s) autor (es) / esforço
em abandonar preconceitos e pré-juízos; evitar conclusões prévias e
apressadas / FASE DE ESTUDO DO TEXTO! / identificar a idéia diretriz e as
secundárias / diferenciar e comparar as idéias defendidas pelos autores e
sua importância para o tema de estudo / buscar compreender os
CONCEITOS.
Leitura interpretativa: julgamento do material lido e estudado / crítica
objetiva aos autores lidos (o que afirma e os argumentos que utiliza) / relação
com os objetivos da pesquisa / critério de verdade: afirmações com provas
lógicas e evidências empíricas ROBUSTAS E CONSISTENTES. Nessa fase
do estudo se espera que o pesquisador seja capaz de construir UMA
SÍNTESE DO QUE FOI LIDO, ESTUDADO e ANALISADO!
Esquema e resumo de leitura:
O resumo é uma condensação do texto trabalhado. Nele se buscam as idéias
principais ou problemas principais. Ele supõe uma leitura analítica, pois representa
uma tentativa de síntese. Uma só leitura não basta para se fazer um bom resumo
O esquema pretende enumerar, por listagem ou através de um quadro
sinóptico os elementos que integram o texto lido.
Paráfrases:
A citação livre é o resultado de uma ação direta do pesquisador sobre o texto
lido. Em geral, constitui uma paráfrase (reconstrução pessoal dos argumentos de
um autor) que é o contrário absoluto de uma citação textual;
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A paráfrase é um recurso ao qual o pesquisador lança mão, no processo de
elaboração de um trabalho teórico, destinado a CAPTAR E NÃO COPIAR AS
IDÉIAS DE UM AUTOR. O QUE SE BUSCA É REESCREVER ALGUMA
PASSAGEM OU ALGUM FRAGMENTO ÚTIL DO QUE ESTIVER SENDO LIDO.
Fichamentos:
A técnica do fichamento, embora pouco cotada nas escolas de ensino
fundamental, constitui-se em ELEMENTO-CHAVE para o trabalho de leitura e
estudo das FONTES. Em geral, é utilizado para registro dos dados e idéias mais
importantes de obras raras ou de difícil acesso. No entanto, recomenda-se o seu
uso SEMPRE QUE POSSÍVEL, INDEPENDENTEMENTE DA MAIOR OU MENOR
DIFICULDADE DE ACESSO AO TEXTO DE INTERESSE.
Um fichamento adequado (completo) poderia ser construído da seguinte
maneira:
Indicação bibliográfica completa [autor, título da obra, edição, local
de publicação, ano da publicação, volume (se for o caso), capítulo (se
for o caso), intervalo de páginas lidas (se for o caso) e tradutor (se for
o caso)];
Índice da obra (não apenas o capítulo lido, MAS todos os capítulos da
obra; isso contribui para melhor situar o que se leu, assim como fazer
– quando necessário – alguma referência à mesma, no decorrer do
trabalho);
Esquema geral da leitura [idéia principal, idéias secundárias,
argumentos utilizados pelo autor; outros registros de interesse (dados
estatísticos, resultados de pesquisas etc.)];
Resumo indicativo da obra (uma síntese objetiva, concisa e geral da
leitura realizada); considere-se algo em torno de 15% do que se leu
(quando se tratar de um texto longo);
Inserção de passagens/citações textuais (utilize à vontade esse
recurso, pois a quantidade de citações se converterá, mais tarde,
numa melhor chance de escolher AS CITAÇÕES MAIS
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APROPRIADAS). Sugere-se que as citações textuais apareçam COM
DESTAQUE na redação do fichamento, INDICANDO-SE a página da
qual foi extraída;
Uma breve conclusão PESSOAL sobre o texto lido (toda a obra,
capítulos ou passagens), RELACIONADA AO TEMA DE PESQUISA.
f) Estrutura do trabalho científico: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Antes de definir o estilo de redação mais apropriado ao trabalho (que, em
geral, deve ser o expositivo ou expositivo-criativo), e após o estudo paciente,
rigoroso e organizado das fontes da pesquisa (esquemas, resumos e fichamentos
dos livros, artigos científicos, artigos de periódicos, relatórios etc.), é necessário
ESTRUTURAR O TRABALHO. Essa tarefa costuma ser facilitada se já se
ESBOÇOU um ÍNDICE PROVISÓRIO quando da fase de preparação da pesquisa.
Como já vimos, esse ÍNDICE é uma provisória organização dos aspectos
mais importantes que seriam desenvolvidos. Ele é importante porque antecipa os
passos da estrutura final.
A estratégia mais adequada para aquela estruturação é a seguinte:
INTRODUÇÃO
Uma introdução apresenta em linguagem simples, direta e concisa o objeto
de pesquisa/investigação/estudo. Não é o momento para qualquer tipo de análise.
Busque falar do tema da pesquisa, de sua delimitação/abrangência / hipóteses e
problemas / das razões de sua escolha / dos objetivos do estudo / da revisão básica
da literatura sobre o tema / das questões precedentes relativas ao objeto de
pesquisa e, principalmente e dos capítulos que dividem o trabalho.
NÃO SE NUMERA A INTRODUÇÃO!
DESENVOLVIMENTO
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Chama-se desenvolvimento de um trabalho o conjunto dos CAPÍTULOS em
que se distribui toda a argumentação, testes, análises e interpretações dos
resultados a que se chegou; se a pesquisa for tipicamente TEÓRICA, O
DESENVOLVIMENTO SE APOIARÁ EM ARGUMENTOS; se, ao contrário, o
trabalho for de natureza APLICADA/EXPERIMENTAL/DE CAMPO, O
DESENVOLVIMENTO SE BASEARÁ NA EXPOSIÇÃO DOS TESTES
EXECUTADOS, EM SUAS QUANTIFICAÇÕES E NA ANÁLISE DOS RESULTADOS
OBTIDOS.
Por meio da divisão de capítulos, o pesquisador trata de construir o NÚCLEO
DE SUA INVESTIGAÇÃO, lançando mão de todas as leituras, estudos,
comparações, testes etc. que seu trabalho exigiu.
Os capítulos podem ser números em algarismos romanos ou arábicos, com
os respectivos subcapítulos e itens, quando for o caso.
CONCLUSÃO
Nessa parte igualmente essencial, o pesquisador deverá apontar a relevância
do estudo realizado, frente aos resultados alcançados. De algum modo, o
pesquisador terá de confirmar aquilo que foi APRESENTADO NA INTRODUÇÃO.
Ao concluir, deve-se demonstrar ter atingido os objetivos propostos, AINDA QUE
EM SENTIDO PROVISÓRIO.
A CONCLUSÃO NÃO É NUMERADA.
APRESENTAÇÃO DO TRABALHO Do ponto de vista formal, isto é, o modo como o trabalho APARECE, é COMUNICADO/APRESENTADO, atenção para a seguinte sucessão:
FOLHA DE ROSTO: em geral, contém os registros da Instituição, Faculdade e
Curso; título do trabalho; nome do pesquisador; natureza do trabalho (monografia,
dissertação de mestrado, tese de doutorado etc.); nome do professor-orientador;
local e ano da publicação.
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LISTA DE ABREVIATURAS (se for o caso)
LISTA DE TABELAS, GRÁFICOS, FIGURAS E QUADROS (se for o caso).
AGRADECIMENTOS (se for o caso)
PREFÁCIO (se for o caso)
ÍNDICE DO TRABALHO: conteúdo desenvolvido na pesquisa, incluindo
INTRODUÇÃO, CONCLUSÃO, BIBLIOGRAFIA, LISTA DE TABELAS, GRÁFICOS,
FIGURAS E QUADROS, ANEXOS e CONTRACAPA.
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO (Estrutura lógica e cronológica dos CAPÍTULOS,
SUBCAPÍTULOS, SEÇÕES E SUBSEÇÕES)
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS (que devem ser intitulados, de preferência, com uma folha indicativa
e ter suas páginas numeradas).
AULAS 9, 10 e 11
IV - ORGANIZAÇÃO DA BIBLIOGRAFIA
Uso de citações:
Uma citação pode ser textual ou livre. A CITAÇÃO TEXTUAL constitui uma transcrição literal de passagens, fragmentos, excertos do texto lido, que excedam a três linhas. Em regra, com tamanho de fonte menor (10), em itálico, sem aspas e com um recuo da margem esquerda de dois parágrafos;
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A CITAÇÃO LIVRE é o resultado de uma ação direta do pesquisador sobre o texto lido. Em geral, constitui uma paráfrase (reconstrução pessoal dos argumentos de um autor) que é o contrário absoluto de uma citação textual; Por que se deve citar uma fonte? POR DUAS RAZÕES FUNDAMENTAIS.
1ª Numa citação TEXTUAL, a indicação da fonte PERMITE O
CONFRONTO/ COTEJO COM O TEXTO CITADO. É um modo de VERIFICAR A
AUTENTICIDADE E A CORREÇÃO DA TRANSCRIÇÃO;
2ª É uma GARANTIA AO LEITOR/EXAMINADOR de que há
compatibilidade entre os argumentos do pesquisador/orientando e as passagens
selecionadas; é uma garantia de que a escolha não foi aleatória ou
inconsistente.
POR ESSA RAZÃO DEVE-SE EVITAR, SEMPRE QUE POSSÍVEL, O USO DE
CITAÇÕES LIVRES (que não indicam o LUGAR EXATO DE ONDE SE EXTRAIU
ALGUMA PASSAGEM AUTORAL, NEM PRESERVAM A ORIGINALIDADE DAS
IDÉIAS DO AUTOR LIDO).
COMO INDICAR?
1) SISTEMA AUTOR, DATA/AUTOR, OBRA 1 (A lista das obras utilizadas
obedecerá ao critério de ORDEM ALFABÉTICA INDIRETA).
EXEMPLO para citações textuais / diretas:
Desde então o paradigma moral é pendular: da repressão pura e simples dos
prazeres à sua racionalização. A verdade: noção de equilíbrio de forças que regula
as ações humanas. Os adversários – grupos, indivíduos, nações ou classes – desde
1 Esse SISTEMA é chamado AUTOR/DATA ou AUTOR/OBRA. Seu uso permite uma entrada mais direta e econômica. No entanto, o pesquisador pode utilizar (o que em algumas instituições é comum) o sistema NUMÉRICO (na nota de rodapé COMO RECURSO INDICATIVO DE FONTE.). Nesse caso, o critério é o seguinte: o primeiro registro da referência/fonte bibliográfica deverá ser completo e na ordem indireta. Ex: HOBBES, Thomas. Elements of Law. Oxford: Oxford Press University, 1957, p. 34. Cf. QUADRO DE EXPRESSÕES LATINAS!
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que tenham forças equivalentes – firmam contratos entre si. A regra moral:
qualquer costume é melhor do que costume algum. Isso, ainda, é verdadeiro? A
moral torna-se violência. Mas essa violência é boa, virtuosa e digna:
O levante dos escravos na moral começa quando o ressentimento mesmo se torna criador e pare valores: o ressentimento de seres tais, aos quais está vedada a reação propriamente dita, o ato, e que somente por uma vingança imaginária ficam quites. Enquanto toda moral nobre brota de um triunfante dizer-sim a si próprio, a moral de escravos diz não, logo de início, a um ‘fora’, a um ‘outro’, a um ‘não-mesmo’: e esse ‘não’ é seu ato criador. Essa inversão do olhar que põe valores – essa direção necessária para fora, em vez de voltar-se para si próprio pertence, justamente, ao ressentimento: a moral de escravos precisa sempre, para surgir, de um mundo oposto e exterior,precisa, dito fisiologicamente, de estímulos externos para em geral agir – sua ação é, desde o fundamento, por reação (NIETZSCHE, 1982:57).
EXEMPLO para citações livres / indiretas:
Os fundamentos para o desenvolvimento e para a ruptura com o ciclo de
miséria e atraso são conhecidos e universais: pode-se escolher a via implacável ou
a via amigável (SEN, 2000). A primeira preconiza a geração de estabilidade
macroeconômica (política de câmbio previsível; taxas de juros reais; taxas de
inflação baixas; políticas fiscais conseqüentes; baixa capacidade ociosa das
empresas; um consistente balanço em conta corrente e um sistema financeiro
regulado); por sua vez, tais condições favoreceriam o que se chama de eficiência
microeconômica (competitividade das empresas, investimentos em capital
humano, novas formas de gestão etc.) e de abertura da economia para o comércio
internacional. Um processo que deve resistir aos clamores sociais, direitos civis e
políticos, se for o caso (DELFIM NETTO, 1999).
2) SISTEMA NUMÉRICO (Entrada em RODAPÉ; A lista das obras
utilizadas obedecerá ao critério de ENTRADA POR ORDEM NUMÉRICA NO
FINAL DO TRABALHO).
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EXEMPLO para citações textuais / diretas:
O levante dos escravos na moral começa quando o ressentimento mesmo se torna criador e pare valores: o ressentimento de seres tais, aos quais está vedada a reação propriamente dita, o ato, e que somente por uma vingança imaginária ficam quites. Enquanto toda moral nobre brota de um triunfante dizer-sim a si próprio, a moral de escravos diz não, logo de início, a um ‘fora’, a um ‘outro’, a um ‘não-mesmo’: e esse ‘não’ é seu ato criador. Essa inversão do olhar que põe valores – essa direção necessária para fora, em vez de voltar-se para si próprio pertence, justamente, ao ressentimento: a moral de escravos precisa sempre, para surgir, de um mundo oposto e exterior, precisa, dito fisiologicamente, de estímulos externos para em geral agir – sua ação é, desde o fundamento, por reação. '
' NIETSCHE, Friedrich. Para além de bem e mal. 4a. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1980, p. 40.
EXEMPLO para citações livres / indiretas:
Os fundamentos para o desenvolvimento e para a ruptura com o ciclo de miséria e
atraso são conhecidos e universais: pode-se escolher a via implacável ou a via
amigável. ' A primeira preconiza a geração de estabilidade macroeconômica
(política de câmbio previsível; taxas de juros reais; taxas de inflação baixas;
políticas fiscais conseqüentes; baixa capacidade ociosa das empresas; um
consistente balanço em conta corrente e um sistema financeiro regulado); por sua
vez, tais condições favoreceriam o que se chama de eficiência microeconômica
(competitividade das empresas, investimentos em capital humano, novas formas de
gestão etc.) e de abertura da economia para o comércio internacional. Um
processo que deve resistir aos clamores sociais, direitos civis e políticos, se for o
caso. ²
¹ SEN, 2000.
² DELFIM NETTO, 1999.
Quadro 1 – Expressões latinas (só deverá ser utilizado no
SISTEMA NUMÉRICO)
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Abreviatura Utilização Exemplo
Apud (citado por, conforme, segundo)
Única expressão latina que pode ser usada tanto no texto como em notas de rodapé
Atanasiu et al. (1951 apud REIS; NÓBREGA, 1956,
p. 55).
Idem ou Id. (do mesmo
autor)
Usada em substituição ao nome do autor, quando se tratar de citação de diferentes obras de um mesmo autor e/ou a mesma obra.
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, 1999.
2 Idem, 2000. 3 SARMENTO, 1978. 4 Id. 1987. 5 Id.
Ibidem ou Ibid. (na mesma
obra)
Usada em substituição aos dados da citação anterior, pois o único dado que varia é a página.
1 ANDRADE, M. M. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação. São Paulo: Atlas, 1999. 2 Ibid., p. 89 3 Ibid., p. 150
Opus citatum ou op. cit.
(obra citada)
Usada no caso de obra citada anteriormente, na mesma página, quando houver outras notas.
1 SALGUEIRO, 1998, p. 19. 2 SMITH, 2000, p. 213. 3 SALGUEIRO, op. cit., p. 40-43. 4 SMITH, op. cit., p. 376.
Passim ou passim
(aqui e ali, em diversas
passagens)
Usada em informação retirada de diversas páginas do documento referenciado.
1 QUEIROZ, 1999, passim. 2 SANCHEZ; COELHO, 2000, passim.
Loco citato ou loc. cit. (no
lugar citado)
Usada para designar a mesma página de uma obra já citada anteriormente, com ou sem intercalação de notas.
1 FIGUEIREDO, 1999, p.19. 2 SANCHEZ; CARAZAS, 2000, p. 2-3. 3 FIGUEIREDO, 1999, loc. cit. 4 SANCHEZ; CARAZAS,
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2000, loc. cit.
Confira ou Cf. (confronte)
Usada como abreviatura para recomendar consulta a um trabalho ou notas.
1 Cf. GOMES, 1999, p. 76-99. 2 Cf. nota 1 deste capítulo.
Sequentia ou et seq.
(seguinte ou que se segue)
Usada em informação seguinte ou que se segue. Usada quando não se quer citar todas as páginas da obra referenciada
1 GOMES, 1999, p. 76 et seq. 2 FOUCAULT, 1994, p. 17 et seq.
ATENÇÃO! O uso EXCESSIVO de CITAÇÕES LIVRES compromete a credibilidade
do trabalho, lançando dúvidas sobre a autenticidade das referências/indicações ou,
até mesmo, sobre a correta ANÁLISE e INTERPRETAÇÃO DO MATERIAL LIDO.
FAÇA-O COM PARCIMÔNIA.
TODAS AS TRANSCRIÇÕES TEXTUAIS SERÃO REDIGIDAS EM PORTUGUÊS.
O PESQUISADOR DEVERÁ SE INCUMBIR DA TRADUÇÃO OU, ENTÃO, INDICAR
AUTOR E OBRA AOS QUAIS RECORREU.
Referências bibliográficas (SISTEMA AUTOR/DATA):
Em linhas gerais, as referências bibliográficas devem aparecer da seguinte
forma:
a) Ordem indireta por AUTOR;
b) Apresentação básica: sobrenome do autor. Título da obra (original entre
parênteses). Edição. Local de publicação: editora, ano de publicação.
c) O sobrenome poderá ser anotado em NEGRITO e MAIÚSCULO; o título da obra
será anotado em ITÁLICO, NEGRITO OU SUBLINHADO;
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d) Para outras obras do mesmo autor não se exige a repetição do nome. Basta
registrar na linha inferior um traço de oito toques e ponto final. Ex: ______.
e) No caso de obras do mesmo autor e diferentes anos de publicação, deve-se
utilizar entre ( ) letras do alfabeto. Ex: 1998 (a), 1998 (b) e assim por diante;
f) Em geral, indica-se o nome do(s) tradutor (es) no fim da referência.
g) Os nomes de dois ou mais autores são separados por ponto e vírgula; mais de
três autores, usar a expressão “e outros” ou a expressão latina et al.
(preferencialmente em itálico);
h) Obras estrangeiras serão registradas/anotadas na língua originária;
i) A referência possui os elementos separados entre si por ponto (.) seguido de
dois espaços (autor, título, edição e local de publicação). Depois, o uso de
vírgula (,) para separar a editora, ano da publicação e na separação do
sobrenome do autor;
j) Uso do hífen (-): para ligar as páginas iniciais e finais de uma parte de livro ou
periódicas; para as datas da publicação pode-se utilizar o hífen ou a barra ( / );
k) Uso da barra (/): para separar os períodos dos fascículos referenciados;
l) Uso do colchete [...]: emprego necessário quando se faz a supressão do título ou
de passagens do texto citado;
m) Os títulos de parte da obra / parte de periódicos etc. são indicados sem qualquer
recurso gráfico.
n) Entrelinhamento na indicação/obra referenciada deve ser SIMPLES;
o) As indicações dos meses (para os periódicos) respeitarão o registro
original. Exemplos:
Inglês (jan, feb. mar. apr etc.).
Francês (jan. fév. mars. avr. etc).
Português (jan. fev. mar. abr. maio etc.).
Espanhol (ene. feb. mar, abr, mayo etc.).
Italiano (gen, feb, mar, apr, mag, giug, giul etc)
Alemão (jan, feb, mar, apr, mai, juni, jule etc).
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Exemplos de referências bibliográficas
Artigo científico
ALMEIDA NOGUEIRA, Sônia Martins de. Estado Nacional, Democracia e Instrução Pública. Ensaio – Avaliação e Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro: Fundação Cesgranrio 1(3), p. 31-39, abr./jun. 1994. LAUGLO, Jon. Crítica às prioridades e estratégias do Banco Mundial para a Educação. (Banking on Education and the uses of research. A critique: World Bank priorities and strategies for education). Cadernos de Pesquisa, nº 100, p. 11-36, mar. 1997.
Artigo em revista científica FINE, Ben; SAAD FILHO, Alfredo. Políticas industriais, finanças e desenvolvimento: uma introdução crítica à literatura recente. In: LIMA, Mario José de (org.). Cadernos PUC - Economia (Crise e Desenvolvimento), v. 8, p. 49-78, jan. 1999.
Artigo em jornal HABERMAS, J. Nos limites do Estado. Folha de S. Paulo, São Paulo, 18 jul. 1999, Caderno Mais!, p. 3.
Documentos oficiais ARGENTINA. Ley Federal de Educación. BOLETIN OFICIAL DE LA REPUBLICA ARGENTINA. Buenos Aires, nº 27.632, 1ª sección, 1993. MEC/INEP/SINED. Boletim de indicadores educacionais – Fontes Estatísticas Educacionais. Brasília, volume 3, 1995. MINISTÉRIO DE CULTURA Y EDUCACIÓN. Protocolos del Mercosur: sector educativo. Buenos Aires, Dirección Nacional de Cooperación e Integración Educativa Internacional, 1991-1999. UNESCO. Statistical Yearbook 1997. Paris: UNESCO e Lanham, Maryland: Bernan Press, 1997.
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WORLD BANK. Educational change in Latin America and the Caribbean – Social and Human Development. Washington: World Bank Press, 2000.
Dois autores
BECCARIA, Luis; LÓPEZ, Néstor . Sin trabajo: las características del desempleo y sus efectos en la sociedad argentina. Buenos Aires: UNICEF/Losada, 1996.
Livro no todo (repetindo o autor) AMIN, Samir. El Capitalismo en la era de la globalización. Barcelona: Paidós Ibérica, 1999. Trad. Rafael Grasa. ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1979. Trad. Celso Lafer. _______. A Condição Humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981. Trad. Roberto Raposo.
Livro (em parte) ARRUDA, Marcos. ONGs e o Banco Mundial: é possível colaborar criticamente? In: DE TOMMASI, Lívia; WARDE, Miriam Jorge; HADDAD, Sérgio (orgs.). O Banco Mundial e as Políticas Educacionais. São Paulo: Cortez Editora/Ação Educativa/PUC-SP, 1996. BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos; CUNILL GRAU, Nuria. Entre o Estado e o mercado: o público não-estatal. In: BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos, CUNILL GRAU, Nuria (orgs.). O público não-estatal na reforma do Estado. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1999.
Periódico (no todo) CONJUNTURA ECONÔMICA. Volume 54, número 2, fevereiro/2000.
Periódico (em parte) REVISTA REPÚBLICA - Primeira Leitura. A Argentina e o pacto com o diabo. Ano 5, nº 51, janeiro/2001, p. 18-36.
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Seriados ANUARIO SOCIAL Y POLÍTICO DE AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE. Cuadernos FLACSO, año 2, 1998.
Teses BARCELOS, M.F. P. Ensaio tecnológico, bioquímico e sensorial de soja e guandu enlatados no estádio verde e maturação de colheita. 1998. 160 p. Tese (Doutorado em Nutrição) – Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Trabalho apresentado em evento
SOUZA, L.S.; BORGES, A.L.; REZENDE, J.O. Influência da correção e do preparo do solo sobre algumas propriedades químicas do solo cultivado com bananeiras. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 21-7-1994, Petrolina, Anais... Petrolina, PE: EMBRAPA, CPATSA, 1994, p. 3-4.
Para referências eletrônicas consulte material próprio na pasta do PROFESSOR. Em todo o caso, seguem dois exemplos dos mais comuns:
Artigo Publicado em Meio Eletrônico
KELLY, R. Electronic publishing at APS: its not just online journalism. APS News Online, Los Angeles, Nov. 1996. Disponível em: <http://www.aps.org/apsnews/1196/11965.html> . Acesso em: 25 nov. 1998.
Trabalho de Congresso Publicado em Meio Eletrônico SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÌFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife: UFPe, 1996. Disponível em: <http://www. propesq. ufpe.br/ anais/anais/educ/ce04..htm> . Acesso em: 21-1-1997.
NOTE BEM: NÃO É PRECISO INDICAR NA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA A
PRIMEIRA EDIÇÃO DA OBRA.
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Obras consultadas: CERVO, Amado Luis; BERVIAN, Pedro. Metodologia científica. São Paulo: Makron Books, 1992. KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. 7a.ed. Caxias do Sul, RS: EDUCS, 1982. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Diretrizes para apresentação de dissertações e teses da USP: documento eletrônico e impresso – Parte I (ABNT). 2a. ed. rev. amp. São Paulo: Sistema integrado de Bibliotecas da USP, 2009.
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