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PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALProcuradoria Especial de Assuntos Consultivos - PRCON
PARECER n" 1.005/2015 - PRCON/PGDFPROCESSO n" 0040-001390/2015INTERESSADO: TARFISEFASSUNTO: NORMA - PROCEDIMENTO
TARF_ CONSELHEIRO. EXERCÍCIO DA ADVOCACIA.INCOMPATIBILIDADE. NOVO ENTENDIMENTO DO CFOAB.REVISÃO DO PARECER 334/2015-PRCON/PGDF. PROIBIÇÃODE FUNCIONAR, COMO CONSELHEIRO, NOS PROCESSOSEM QUE HAJA PARTICIPADO, COMO ADVOGADO, OU QUEINTERESSAREM A SOCIEDADE DE QUE TENHA FEITOPARTE COMO SÓCIO, ADVOGADO OU MEMBRO DADIRETORIA, DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO OU DOCONSELHO FISCAL. AUSÊNCIA DE RAZÃO PLAUSÍVELPARA SE IMPEDIR A ESCOLHA, PARA CONSELHEIRO,DAQUELE QUE, AO LONGO DE SUA CARREIRA, TENHAADVOGADO PERANTE O TRIBUNAL.
I - A PGDF firmou entendimento no sentido de que a advocacia nãoseria, de um modo geral, incompatível com o cargo de Conselheiro doTARF, mas haveria "proibição absoluta de atuação do Conselheiro,ou da sociedade da qual faça ou tenha feito parte, comorepresentante do contribuinte, em processos administrativos fiscaisperante o próprio Tribuna! Administrativo de Recursos Fiscais"(Parecer n'' 334/2015-PRCON). E para afirmar a ausência deincompatibilidade, valeu-se a eminente parecerista do entendimentodo CFOAB.
11 - Todavia, após a emissão do Parecer n'' 334/20 15-PRCON, oCFOAB reviu a sua jurisprudência, ao assentar a incompatibilidadetotal da advocacia (em qualquer órgão. juízo ou Tribunal) com oexercício do cargo de conselheiro do CARF representante doscontribuintes, nos termos do artigo 28, Il, da Lei 8.906/1994(Consulta o" 49.0000.20 15.004 I 93-7/COP).
III - A partir desse precedente, portanto, cumpre adotar umainterpretação mais restritiva do que a conferida pelo Parecer n''334/2015-PRCON, assentando-se a incompatibilidade da advocaciacom o exercício do cargo de Conselheiro do TARF. Assim, há de seexigir do Conselheiro que, assim que empossado, noticie à Ordem dosAdvogados do Brasil, a fim de que se promova olicenciamento/cancelamento de sua inscrição.
IV - Ademais, o Conselheiro do TARF deve se declarar impedido deestudar, discutir, votar e presidir o julgamento dos processos em quehaja participado ou que interessarem a sociedade de que tenha feito
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PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALProcuradoria Especial de Assuntos Consultivos - PRCON
RELATÓRIO
parte como sócio, advogado ou membro da Diretoria, do Conselho deAdministração ou do Conselho Fiscal (inciso I e § 2°, ambos do artigo13, da Lei 4.567/2011).
V - Por outro lado, não há razão plausível para se impedir, adaeternum, a escolha, para Conselheiro do TARF representante doscontribuintes, daquele que, no passado, tenha militado ou tenha feitoparte de sociedade que tenha atuado ou atue junto a esse Tribunal.
VI - Opina-se, destarte, (a) pela revisão do Parecer n" 334/2015-PRCON/PGDF para se assentar a incompatibilidade da advocaciacom o exercício do cargo de Conselheiro do TARF; e (b) peloimpedimento do Conselheiro do TARF de estudar, discutir, votar epresidir o julgamento dos processos em que haja participado ou queinteressarem a sociedade de que tenha feito parte como sócio,advogado ou membro da Diretoria, do Conselho de Administração oudo Conselho Fiscal. Por outro lado, entende-se que não há razãoplausível para se impedir, ad aetemum, a escolha, para Conselheirodo TARF representante dos contribuintes, daquele que, no passado,tenha militado ou tenha feito parte de sociedade que tenha atuado ouatue junto a esse Tribunal. l
reie.an'_~__ ~~;..;pProcesso r;'D!iO.OOL~.ª.d:
Senhora Procuradora-Chefe, Rubricn. __ .._._.-IJCt.L--_.~----\Matrícul3 nO 26.~3..:.1 __ ._R
01.Questionada "sobre a conveniência e incompatibilidade do
exercício do cargo de Conselheiro do Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais _ TARF,
por advogado em pleno exercício da profissão, principalmente nos casos de militância no
próprio TARP', esta Casa emitiu o Parecer n? 334/20l5-PRCON (devidamente
aprovado pela cúpula), da lavra da i. Procuradora Danuza M. Ramos, cujaementa proclama (fls. 60/67):
"ADMINISTRATIVO. INTERPRETAÇÃO DE NORMAS.(IN)COMPATIBILIDADE DE ATUAÇÃO DE ADVOGADOSMILITANTES NO CONSELHO DO TRlBUNALADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TARF. LeiFederal 8.906/94. Lei Distrital n° 4.567/2011.
\
o;: 1 .
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,
- o art. 13 da Lei 4.567/2011, que trata sobre os impedimentos noseio dos processos administrativos fiscais, deve ser interpretadono sentido de impossibilitar, por conflito de interesses, queConselheiro do TARF atue em processos administrativos peranteo colegiado."
02. Nessa oportunidade, assentou-se "correto compreender a
regra ínsculpída no inciso I do art. 13 da Lei 4.567/11 como equivalente à proibição
absoluta de atuação do Conselheiro, ou da sociedade da qual faça ou tenha feito parte, como
representante do contribuinte, em processos administrativos fiscais perante o próprio
Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais",
03. Ao tomar conhecimento desse opinativo. o Presidente
do TARF encaminhou, ao Senhor Secretário de Fazenda, consulta sobre "o
alcance da expressão 'fez parte de sociedade', dada no Parecer n. o 334/2015 -
PRCON/PGDF, a fim de responder à seguinte pergunta: aquele que um dia fez parte de
sociedades com processos no TARF nunca mais poderá ser conselheiro do Tribunal" (fls.
104/105), Isso porque "há interessados a se candidatar a vagas de conselheiro do TARF
que já fizeram parte de sociedade que teve ou tem processts que patrocinam causas ou
interesses de clientes no Tribunal",
04. Instada a se manifestar, a Assessoria Jurídico-
Legislativa da Secretaria de Fazenda emitiu o Parecer n" 48/2015, no qual se
afirma o seguinte (fls. 1061112):
"EMENTA: ADMINISTRATIVO. CONSELHEIRO DOTRIBUNAL ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS-TARF. EXERCÍCIO DA ADVOCACIA. PARECER N°334/2015-PRCONIPGDF. IMPEDIMENTO DE ATUAÇÃOEM PROCESSOS ADMINISTRATIVOS PERANTE OCOLEGIADO. CONSULTA. ALCANCE DA EXPRESSÃO'FEZ PARTE DE SOCIEDADE'. -----------··--1
r;:oir., n'--._Lo--3·_·~'ZO!t\~'G:~:~on'-Dl1Ú~~::~~\\K."..>'._,._. .._·_~-- , ;\"'''''1-:(.";:2 i'i] 2.2, '.-.r'. __ • .. _ ....!~.'~,'.':~-~----_.-
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I, À primeira vista, o opinativo em apreço concluiu peloimpedimento absoluto de Conselheiro do TARF exercer aadvocacia em processos administrativos fiscais perante o próprioTribunal, detendo-se a questão inicialmente formulada.2. Ocorre que, adicionalmente, no desfecho da fundamentação, oimpedimento parece ter sido também estendido a Sociedade daqual o Conselheiro faça ou tenha feito parte, conforme destacadono parágrafo 13. Residindo nessa colocação, pelo que nosparece, a dúvida erigida pela presidência do TARF;3. Com efeito, enquanto o § 2' do art. 13 da Lei 4.567/2011exorta o Conselheiro do TARF a declarar-se impedido de estudo,discussão, votação e presidência do julgamento de processos queinteressarem à sociedade que faça ou tenha feito parte, a opiniãoesposada pela nobre procuradora no fecho da fundamentação deseu parecer parece apontar corno alvo da proibição absoluta deatuar, como representante do contribuinte, em processosadministrativos fiscais perante o próprio TARF a sociedade daqual faça ou tenha feito parte o Conselheiro;4. Assim, a nosso aviso, a consulta em tela, mostra-se útil por terreclamado uma leitura mais acurada do Parecer n" 334/2015-PRCON/PGDF, exercício que trouxe ao ensejo urna opinião queaparentemente extrapola os contornos gizados no § 2' do art. 13da Lei 4,567/20 11, ou do próprio inciso I do artigo precitado, noqual se fundou.5, Em geral, qualquer pessoa natural, capaz, que atenda ascondições estatuídas no art. 86 da Lei n? 4.567/2011, pode serescolhida para integrar o TARF como Conselheiro, seja nasvagas de representantes dos Contribuintes, seja nas derepresentantes do Distrito Federal. E é prioritariamente contraestes, além do servidor ou da autoridade fiscal, que asdisposições do art. 13 da Lei 4.567/2011 foram estabelecidas.Logo, data máxima vênia, mostra-se dissonante à compreensãosegundo a qual o inciso I do art. 13 da Lei 4.567/2011 pareceproibir, de modo absoluto, a atuação da sociedade, da qual oConselheiro faça ou tenha feito parte, corno representante docontribuinte, em processos administrativos fiscais perante oTARF;6. A despeito do desenvolvimento das possíveis implicações paraos contribuintes (sociedades), caso esse entendlmento, ..s.eja
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referendado, a exemplo da arguida pela presidência do TARF,importa submeter os autos a douta Procuradoria Geral do DFpara examinar o questionamento ora traçado, visto ser aquelaCasa Jurídica o órgão central do sistema jurídico local, a quemcompete em última instância opinar a respeito".
05. A sugestão de envio dos autos a esta Casa, para que
respondesse à indagação formulada pelo Presidente do TARF às fls. 104/105,
foi acatada pela Unidade de Assuntos Jurídico-Administrativos (fls. 120/123;
126/127) e pelo Senhor Secretário da Fazenda (fls. 124; 129).
06. É o relatório. Segue a fundamentação.
FUNDAMENTAÇÃO
07. Como se VIU, ao ensejo do Parecer n° 334/2015-
PRCON, esta Casa firmou entendimento no sentido de que a advocacia, de um
modo geral, não seria incompatível com o cargo de Conselheiro do TARF, mas
haveria "proibição absoluta de atuação do Conselheiro, ou da sociedade da qual faça ou
tenha feito parte, como representante do contribuinte, em processos administrativos fiscais
perante o próprio Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais" .
08. Para afirmar essa ausência de incompatibilidade (e,
portanto, a inaplicabilidade, aos Conselheiros do TARF, do previsto no artigo
28, ll, da Lei 8.906/1994), valeu-se a eminente parecerista do decidido, pelo
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, na Consulta n"
49.0000.2013.007132-1/0EP, in verbis:
"(...) II _Em que pese o teor da norma, o artigo 28. inciso /l, daLei 8.906/94 não se aplica a advogados que integram, de forma temporáriae não remunerada, o Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São
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PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALProcuradoria Especial de Assuntos Consultivos - PRCON
Paulo, mOXlme quando indicados por entidades representativas daadvocacia, devendo ser observada, todavia, a limitação importa pelalegislação à atuação profissional dos juízes que compõem aquelecolegiado. Aplicação do precedente firmado na Consulta n" 002/2004 -DEP,
lII- O artigo 28. inciso lI. do Estatuto da OAB e da Advocaciadeve ser interpretado de acordo com comandos constitucionais maiores,evitando-se que sua aplicação venha a malferir princípios de isonomia erazoabilidade. (...]",
09, Sucede, contudo, que há fato superveniente que altera
as conclusões obtidas no aludido parecer, impondo uma interpretação ainda
mais restritiva quanto à possibilidade de exercício da advocacia por parte dos
conselheiros de tribunais competentes para julgar processos administrativos
fiscais.
IO. É que o Conselho Federal da OAB, na Consulta n?
49,OOOO,2015.004193-7/COP, reviu a sua jurisprudência, ao assentar a
incompatibilidade total da advocacia (em qualquer órgão, juízo ou Tribunal)
com o exercício do cargo de Conselheiro do CARF representante dos
contribuintes, nos termos do artigo 28, lI, da Lei 8.906/1994 (em anexo).
11, Tal conclusão, vale dizer, fundou-se nos princípios da
estrita legalidade e da moralidade (CF, art. 37, caput) e em preceitos contidos
no Código de Ética e Disciplina da OAB, em especial o seu artigo I',
12, Ainda nessa oportunidade, assentou-se caber
exclusivamente à OAB interpretar as limitações ao exercício profissional
constantes do Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94 e Regulamentos).
13, A partir desse precedente, portanto, cumpre adotar
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PRCON, assentando-se a incompatibilidade da advocacia com o exercício do
cargo de Conselheiro do TARF.
14. Em outras palavras, há proibição total do exercício da
advocacia por Conselheiro do TARF.
15. Dessa forma, impõe-se exigir do Conselheiro que,
assim que empossado, noticie à Ordem dos Advogados do Brasil, a fim de que
se promova o licenciamento/cancelamento de sua inscrição,
16. Estabelecidas essas premissas, passa-se, então, a
perquirir o alcance da expressão "fez parte de sociedade", constante do Parecer na
334/2015-PRCONIPGDF (da lavra da i. Procuradora Danuza M. Ramos), para,
em seguida, saber se "aquele que um dto fez parte de sociedades com processos no TARF
nU.'lcamais poderá ser conselheiro do Tribunal",
17. Como se sabe, as hipóteses de impedimento e de
suspeição dos conselheiros do TARF estão previ rc~~Sno_~Plmrw~~Lel ..~4.567, de 2011, onde se lê que: PreGO'" n'.6.tilJ,1JllI3!l\!mJ .
Rubrica __ .__... ifU..__..__...__j., Matrícula nO 2[',,6C:,·-1"CAPITULO IV -.- ..- ...-----.---DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃOArt. 13.O servidor ou autoridade fiscal é impedido de atuar em
procedimento administrativo fiscal nos casos em que:I - seja interessado, direta ou indiretamente, ou nele tenha
atuado;ll- o cônjuge, companheiro ou parente consanguineo ou afim,
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, seja interessado, direta ouindiretamente, ou tenha atuado;
ll! - esteja litigando judicial ou administrativamente com ointeressado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
§ 1° O termo "atuar" e a expressão "tenha atuado"mencionados neste Capítulo referem-se aos seguintes atos: lavrar Auto de
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Infração ou Auto de Infração e Apreensão, expedir Notificação deLançamento ou Aviso de Lançamento, proferir parecer, relatório ou voto,decidir ejulgar.
§ r o Conselheiro do Tribunal Administrativo de RecursosFiscais - TARF deverá ainda declarar-se impedido de estudo, discussão,votação e presidência do julgamento dos processos que interessarem asociedade de que faça ou tenha feito parte como sócio, advogado oumembro da Diretoria, do Conselho de Administração ou do ConselhoFiscal.
§30 Não está impedido de proferir:[ _ juízo de admissibilidade o servidor ou autoridade que
expediu Notificação de Lançamento;JI - voto no Pleno o Conselheiro do TARF que votou ou decidiu
anteriormente nos autos no âmbito do TAR?§ 40 inexiste impedimento de servidor ou autoridade para
prática de ato que objetive complementar ato por ele iniciado ou realizadoanteriormente ou para expedir a Notificação de Lançamento de que trata oart. 36, §2'.
Art. 14. Incorre em suspeição o servidor ou a autoridade quetenha amizade ou inimizade notória com o sujeito passivo ou com pessoainteressada no resultado do procedimento ou do processo administrativofiscal, ou com seus respectivos cônjuges, companheiros, parentes,consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Art. 15. O servidor ou autoridade que incorrer em impedimentoou suspeição deve declarar o fato e as razões.
1-no prazo de 2 (dois) dias contados:a) da designação para atuar em procedimento administrativo
fiscal;b) do recebimento dos autos do processo administrativo fiscal
para relatório, voto, parecer, decisão ou julgamento;J/ - antes de iniciado o julgamento do processo administrativo
fiscal, no caso de Conselheiro diverso do Conselheiro Relator.Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o servidor ou a
autoridade se absterá de atuar e comunicará ofato ao superior hierárquicoou ao Presidente do Tribunal, que:
1- concordando, designará outro servidor ou autoridade;/I - discordando, determinará a atuação do servidor ou
autoridade.Art. 16. O interessado, o requerente ou a Administração poderá
arguír, por meio de exceção, em processo próprio, o impedimento ou asuspeição de servidor ou autoridade, especificando seus motivos, antes daconclusão definitiva do procedimento ou do processo administrativo fiscalobjeto da arguíção, ressalvado o disposto no art. 95, no prazo de até 30(trinta) dias contados do fato que ocasionou o impedimento ou a suspeição.
§ J o Caso o servidor ou a autoridade reconheça o impedimentoou a suspeição arguidos na forma do caJ!!ll,.dg,~,"~ fato nos
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18.
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autos e encaminhá-los ao superior hierárquico ou ao Presidente doTribunal, que designará outro servidor ou autoridade.
§ 2° Não reconhecendo o impedimento ou a suspeição, oservidor ou autoridade declarará suas razões nos autos do processo deexceção, encaminhando-os ao superior hierárquico ou ao Presidente doTribunal para decisão.
§ 30 Em caso de procedência da exceção, serão consideradosnulos os atos praticados pelo servidor ou autoridade.
§ 4° O processo fica suspenso até a decisão da autoridadecompetente, quando for oposta exceção de suspeição ou impedimento. "
- grifou-se -
Nesse contexto, veio a lume o Regimento Interno
TARF, aprovado pelo Decreto 33.268/2011, cujos artigos 55 e 56 prescrevem
que:
19.
"Art. 55. O conselheiro deverá declarar-se impedido deestudo, discussão, votação e presidência do julgamento dos processos quelhe interessarem pessoalmente, direta ou indiretamente, ou a seusparentes, consanguíneos ou afins, até o terceiro grau civil, inclusive, ou àsociedade de que faça ou tenha feito parte como sócio, sido advogado oumembro da diretoria, do conselho de administração ou do conselho fiscal.
§ J o Subsiste também impedimento quando, em instânciainferior, o conselheiro houver proferido decisão ou parecer sobre o méritodo processo.
§ 20 O impedimento do relator deve ser declarado no prazo dedois dias contado da proclamação do resultado da distribuição, e o dosdemais conselheiros, antes de iniciado ojulgamento do processo.
Art. 56. Incorre em suspeição o servidor ou a autoridade quetenha amizade ou inimizade notória com sujeito passivo ou com pessoainteressada no resultado do procedimento ou do processo administrativo-fiscal, ou com seus respectivos cônjuges, companheiros, parentes,consanguineos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Parágrafo único. A declaração de suspeição observará odisposto no §2" do art. 55. "
- grifou-se -
Pois bem. Como bem realçado no Parecer n"
334/2015-PRCON, o inciso I, do artigo 13, da Lei 4.567/2011, ao prever o
~.
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impedimento em virtude do simples interesse, direto ou indireto, na causa, está
aberto a interpretações.
20. E essas interpretações, de fato, têm de se pautar nos
postulados constitucionais da impessoalidade, da publicidade, da razoabilidade
e da moralidade.
21. Daí se extrair, desse preceito, que o Conselheiro do
TARF deve se declarar impedido de estudar, discutir, votar e presidir o
julgamento dos processos em que haja participado ou que interessarem a
sociedade de que tenha feito parte como sócio, advogado ou membro da
Diretoria, do Conselho de Administração ou do Conselho Fiscal (inciso I e § 2°,
ambos do artigo 13, da Lei 4.567/201 1).
22. Em outras palavras, o Conselheiro deve se dar por
impedido em qualquer processo em que tenha atuado ou que interesse a
sociedade que tenha integrado (em qualquer momento de sua vida).
23. Isso, todavia, não significa que aquele que, no passado,
tenha advogado em processos no TARF ou feito parte de sociedade que tenha
atuado ou atue nesse Tribunal jamais poderá ser seu conselheiro.
24. Com a devida vênia, não seria correto afirmar que a
atuação, como Conselheiro do TARF, daquele que um dia advogou ou integrou
sociedade de advogados que milita perante esse Tribunal ofende os postulados
da impessoalidade, da publicidade, da razoabilidade e da moralidade.
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALProcuradoria Especial de Assuntos ccneuttlvce - PRCON
25. Nota-se, portanto, que não há razão plausível para
impedir, ad aeternum, a escolha, para Conselheiro do TARF representante dos
contribuintes, daquele que, no passado, tenha militado ou feito parte de
sociedade que tenha atuado ou atue junto a esse Tribunal.
CONCLUSÃO
26. Isto posto, pode-se concluir que:
I - A PGDF firmou entendimento no sentido de que a
advocacia não seria, de um modo geral, incompatível com o
cargo de Conselheiro do TARF, mas haveria "proibição
absoluta de atuação do Conselheiro, ou da sociedade da qual faça ou
tenha feito parte, como representante do contribuinte, em processos
administrativos fiscais perante o próprio Tribunal Administrativo de
Recursos Fiscais" (Parecer n? 334/2015-PRCON). E para
afirmar a ausência de incompatibilidade, valeu-se a
eminente parecerista do entendimento do CFOAB.
II - Todavia, após a emissão do Parecer n'' 33412015-
PRCON, o CFOAB reviu a sua jurisprudência, ao assentar a
incompatibilidade total da advocacia (em qualquer órgão,
juízo ou Tribunal) com o exercício do cargo de conselheiro
do CARF representante dos contribuintes, nos termos do
artigo 28, \I, da Lei 8.906/1994 (Consulta n"
49.0000.2015.004193-7/COP).
"
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III - A partir desse precedente, portanto, cumpre adotar uma
interpretação mais restritiva do que a conferida pelo Parecer
n° 334/2015-PRCON, assentando-se a incompatibilidade da
advocacia com o exercício do cargo de Conselheiro do
TARF. Assim, há de se exigir do Conselheiro que, assim
que empossado, noticie à Ordem dos Advogados do Brasil,
a fim de que se promova o licenciamento/cancelamento de
sua inscrição.
IV - Ademais, o Conselheiro do TARF deve se declarar
impedido de estudar, discutir, votar e presidir o julgamento
dos processos em que haja participado ou que interessarem
a sociedade de que tenha feito parte como sócio, advogado
ou membro da Diretoria, do Conselho de Administração ou
do Conselho Fiscal (inciso I e § 2°, ambos do artigo 13, da
Lei 4.567/2011).
V - Por outro lado, não há razão plausível para se ímpedir,
ad aeternum, a escolha, para Conselheiro do TARF
representante dos contribuintes, daquele que, no passado,
tenha militado ou tenha feito parte de sociedade que tenha
atuado ou atue junto a esse Tribunal.
VI - Opina-se, destarte, (a) pela revisão do Parecer n"
334/2015-PRCON/PGDF para se assentar
incompatibilidade da advocacia com o exercício do cargo
de Conselheiro do TARF; e (b) pelo impedimento do
a
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALProcuradoria Especial de Assuntos Consultivos - PRCON
Conselheiro do TARF de estudar, discutir, votar e presidir o
julgamento dos processos em que haja participado ou que
interessarem a sociedade de que tenha feito parte como
sócio, advogado ou membro da Diretoria, do Conselho de
Administração ou do Conselho Fiscal. Por outro lado,
entende-se que não há razão plausível para se impedir, ad
aeternum, a escolha, para Conselheiro do TARF
representante dos contribuintes, daquele que, no passado,
tenha militado ou tenha feito parte de sociedade que tenha
atuado ou atue junto a esse Tribunal.
Brasília, 13 de outubro de 2015
. . . fij·. U-j.~Carlos Mano da Silva \I:\los Filho
Subprocurador-Geral do Distrito Federal
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•~~ do. (f;I(~ <lo ~',f-...lk ~ •••I~.~r!F
..
Consulta D.1?OOOO.2015.0011?3.71COrOricem: Joaquim Vieira Ferreira Levy. Ministro de Estado da Fazenda. Oficio n. 0212015.Assunto: Decreto n. 8.44112015. Restrições ao exercfcío de atividades profissionais aplicáveisaos representantes dos contribuintes no Conselho Administrativo - CARF. Gratlflcação depresença.. Lei n. 5.708/1971. Incompatibilidade, Impedimento. Extensâo/escrltôrio. Sócios.associados ou empregados. Parentes. Grau' de parentesco.Relator: Conselheiro Federal Marcelo Lavccet Gaivão (DF).Relator para o aç6rdlo: Conselheiro Federal Valmir Pontes filho (CE).
VOTO DIVERGENTE
Adoto o relatório lançado aos autos pelo eminente Relator.
8.906194):Estabelece, em textual, o art. 29, n. do Estatuto da Advocacia e da OAB (lei n.
"Art. 28 - A advocacia é incompatlvel, mesmo em causa própria, com as seguintesatividades:
11- membros de órgãos do Poder Judiciário, do Mlalstérlc Público, dos tribunais cconselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas,bem como de todos que exerçam runçlo de jule;amento em 61'11105 dedelibençlo coletiva da adminlstnç1io pública direta ou indireta ".
Ora, induvidoso é que O CARF - Conselho Administrativo de Recursos Fiscais,criado pela Medida Provisória n. 449, de 2008, convertida na Lei n. 11.941, de 27 de maio de2009,-é órgão da Administração Pública Federal. a exercer funções judicantes, ainda que nêo emcaráter de definitividade (já que suas decisões ficam sujeitas. em tese, à revisão do PoderJudiciário).
o preceito normativo transcrito é daqueles que não admitem dubiedadeinterpretativa. Sua moldura normativa - para usar a linguagem de Kelsen - é estreita. nãodeixando liberdade para o interprete/aplicador.
Atuar alguém profissionalmente como advogado e, ao mesmo tempo, compor,com ou sem remuneração, órgão julgador integrante da AdministraçJo Pública, significariaexercer, simultaneamente, atividades essencialmente lnccmpatlvels entre si. Disto resulta,lnduvidosamente, a incompatibilidade a que se reporta o preceito legal já referido.
Neste ponto, segundo os debates realizados em Plenário, entendo adequado oencaminhamento do Decreto n. 8.44112015 à Comissão Nacional de Estudos Constitucionais paraprévio exame de sua juridlcidede, com a urgêncla que o assunto requer. em especial no tocante àtixaçAoda remuneração.
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Se alguém fizer a opção de integrar o CARP, seja pela eventual remuneração quevenha a perceber, seja por se tratar de funçAo honorifica ou. enflm, porque do seu exerclclcretirarA rica experiência profissional, há de saber que, enquanto lá estiver, estar6 Incompatívelcom o exerclcêc da advocacia. Essa incompatibilidade será transitória, sim, mas insuperável.
A tal conclusão se chega, necessartemerue, levados em conta os principiosconstitucionais da estrita legalidade e da moralidade (CF. art. 37, CapUl), bem como os preceitoscontidos no Código de Ética e Disciplina da OAB, em especial em seu art. )11I, segundo o qual" o ••
o exercfclc da. advocacia exige conduta compatlveJ com 05 preceitos deste Código, do Estatuto.do Regulamento Geral, dos Provimentos c com os demais princípios da moral individual, social epeoflsslonal",
Também diante dos debates realizados em Plenário, revela-se oportuno oencaminhamento da matéria concernente à verlflcaçãc da necessidade, legalidade e adequação denormatizaçlo da eventual extensão da incompatibilidade aos demais advogados, sócios.associados ou empregados do mesmo escritório à análise da ComissAo Nacional de Sociedades deAdvogados e da Comissão Especial de Direito Tributário, bem tomo da matéria relativa àrepercussão da decisão tomada quanto à incompatibilidade, no âmbito dos Conselhos Estaduais eMunicipais de Contribuintes e outros órglos de deliberaç!o coletiva, ouvindo-se previamente asSeccionais sobre este assunto.
Assim é que às perguntas formuladas na consulta do Exmo. Senhor Ministro daFazenda devem ser dadas as seguintes respostas:
a) O advogado, conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.representante dos contribuintes, indicado pelas confederações representativas decategorias econômlces de nível nacional ou por centrais sindicais, incorre naincompatibilidade prevista no er. 28,11. da Lei n, 8.906. de 4 de julho de 1994, emface do quanto previsto no Decreto n. 8.4411201 S?--Resposta: Sim. a incompatibilidade é clara e resulta do que dispõe o art. 28, 11.doEstatuto da Advocacia e da OAB.
b) Caso a resposta ao item "a" seja negativa, Indaga-se se o advogado, conselheirodo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, indicado pelas confederaçõesrepresentativas de categorias ecceõmlcea de nível nacional ou por centraissindicais, incorre no impedimento previsto no art. 30. da lei n. 8.906, de 4 dejulho de 1994. em face do quanto previsto no Decreto n. 8.441120157
Resposta: A pergunta resta prejudicada, posto que se trata de incompatibilidadetotal com a advocacia, não de mero impedimento.
c:) Caso a resposta ao item "b" seja positiva, o impedimento previsto no art. 30, I.da Lei n. 8.906. de 4 de Julho de 1994 se estende aos demais advogados, scclos,associados ou empregados do mesmo escritório de advocacia do conselhe~
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Resposta: A pergunta resta prejudiçada., posto que se trata de incompatibilidadetotal com a advocacia. nlo de mero impedimento.
d) Caso a resposta ao item "b" seja positiva, o impedimento previsto no art. 30, I.da Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994 se estende aos advogados que sejamparente, do conselheiro? Se sim. o impedimento estende-se até que grau deparentesco?
Resposta: Inobstante nlo se tratar de impedimento, mas de incompatibmdade totalcom a advocacia, resulta o impedimento de parentes de Conselheiros do CARF.até o segundo grau, para advogar no referido colegiado.
Finalmente, resultando das discussões anotadas em Plenário, acrescento 80presente voto as seguintes conclusões:
- a inexistência de eficácia normativa do art. 111, § ~. do Decreto n. 8.4411201S,cabendo exclusivamente à Ordem dos Advogados do Brasil interpretar a JegislaçAode regência para o tema (Estatuto da Advocacia e da OAB). tratando-se delimitações ao exercício profissional;
- a modulaçao de forma temporal dos termos da resposta à consulta. aplicando-sea decido após a publicação do respectivo acórdlo no Diário Oficial da União, apartir da qual, no prazo de quinze dias. os atuais ocupantes do cargo deverãoadequar-se à dellberaçâc, sem eventual punição disciplinar daqueles que atuarampreteritamente, porque implementavam orientação até então em vigor.
É como voto.
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CODnlta n. 12.000Q.1015.00419J-71COPOrtaem: Joaquim Vieira Ferreira Levy, Ministro de Estado da Fazenda. Oficio n. 0212015.A.ssUDtO:Decreto n, 8.4411201.5. Restrições ao exercfclc de atividades profissIonais aplicáveisaos representantes dos contribuintes no Conselho Administrativo • CARf. Gretíflcação depresença, Lei n. .5.708/1971. Incompatibilidade. Impedimento. Extensla/escritório, Sócios,associados ou empregados. Parentes. Grau de parentesco.Relator: Ccnselbelrc Federal Marcelo Levccer Galvlo (DF).Rel.tor para o acórdlo: Conselheiro Federal Valmir Pontes Filho (CE).
Ementa n. 016 1l0ISICOP, I • Advogado. Conselheiro do ConselhoAdministrativo de Recursos Fiscais - CARF. Incomp~tibilldade prevista no art.2&, li, da Lei n. &.906, de 4 de julho de 1994 (EAOAB). 11 - Decreto n.8.44112015. Juridicidade, Fixaçlo de remunereçêo. Análise da Comlseêo Nacionalde Estudos Constitucionais, 111• impedimento de parentes de Conselheiros doCARF, até o segundo grau. para advogar no referido colegiado. rv , Inexistênciade eficácia normativa do art. l°, § ~. do Decreto n. 8.44112015, cabendoexclusivamente à Ordem dos Advogados do Brasil interpretar a leglslaçâc deregêocle para o tema (EAOAS), tratando-se de limitações ao exercícioprofissional. V. Modulaçlo de forma temporal dos termos da resposta à consulta.aplicando-se a decisâc após a pueliceçâo do respectivo acórdlo no Diário Oflclalda União. a partir da qual, no prazo de quinze dias. os atuais ocupantes do cargodeverão adequar-se à deliberação.
Ae6rdlo: Vistos, relatados e discutidos os autos do processo em referêncle. decidem os membrosdo Conselho Pleno do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por unanimidade,em conhecer da consulta e acolher em parte o voto do Relator c. por maioria, em acolher o votodo Conselheiro Federal Valmir Pontes Filho (CE), partes integrantes deste.
Brasllia. i8 de maio de 201S,
L~LMarcus Vinicius Furtado Coflho
Presidente
Valmir Pontes FilhoRelator para o acórdão
4
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2102 • Sessão Ordinária do Conselho PlenoCOD,elho Federal d. Ordem dos Advogad,oa.do.lI.ru.Q.. ....__ .
Pauta de: 18 de maio de 2015. i i'";;,, :'.J~ _ :Sessão de: 18 de maio de 2015. I~''"''),:'Qlj[J)Qf.5B:Q1Jbib!
It;i,j_ )I-,'_""_._~-,-__~ __ . __ . __ . ICopsulta p. 49.o..2015.004193-7/COP. lMat(jc;.;;~, n'' .' ri _%:~_1 i
-------.,------ ..-....._.JOrigem: Joaquim Vieira Ferreira Levy, Ministro de Estado da Fazenda. Oficio o.0212015.Assunto: Decreto n. 8.44112015. Restrições ao exercício de atividades profissionaisaplicáveis aos representantes dos contribuintes no Conselho Administrativo de RecursosFiscais - CARF. Gratificação de presença. Lei n. 5.708/1971. Incompatibilidade.Impedimento. Extensão/escritório. Sócios, associados ou empregados. Parentes. Grau deparentesco.Relator: Conselheiro Federal Marcelo Lavocat Galvão (DF).
Presidente da Sessão: Marcus Vinicius Furtado Coêlho.Secretário: Cláudio Pacheco Prates LamachiaSustentação oral: --o
CERTIDÃO
Certifico que o Conselho Pleno, ao apreciar o processo em referência, emsessão realizada no dia 18/0512015, proferiu a seguinte decisão: "Anotada a declaraçãode impedimento oriunda do Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça (AM). Feita aleitura do relatório e do voto, manifestaram-se os Conselheiros Eid Badr (AM), CléaCarpi da Rocha (RS), Guilherme Octávio Batochio (SP), José Lúcio Glomb (PR) eMário Roberto Pereira de Araújo cPO e o Presidente lbaaeis Rocha Barros Júnior (DF).Ofereceram. pronunciamento sobre a matéria, em especial quanto ao tema da extensãodo impedimento alvitrado, os advogados Solon Seben OAB/SC 20987-B, representandoos Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, DanielMonteiro Peixoto OAB/SP 238434, representando o Centro de Estudo das Sociedadesde Advogados .. CESA, Thiago Taborda Simões OAB/SP 223886, Conselheiro doCARF (Confederação Nacional dos Transportes), e José Horácio Halfeld RezendeRibeiro, Presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo - lASP. Manifestaram-se,após, os Conselheiros Valmir Pontes Filho (CE), José Cândido Lustose Bittencourt deAlbuquerque (CE), Carlos Roberto Siqueira Castro (RI), Everaldo Bezerra Patriota(AL), Mário Roberto Pereira de Araújo (PI), Humberto Henrique Costa Fernandes doRego (RN), Sérgio Augusto Santos Rodrigues (MG), Aldemario Araujo Castro (DF),André Luis Guimarães Godinho (BA), Eid Badr (AM), Gaspare Saraceno (BA), JoséLúcio Glomb (PR), Mareio Kayan (SP), Afeife Mobamad Hajj (MS) e José AlbertoSoares Vasconcelos (PA), o Diretor-Tesoureíro Antonio Oneildo Ferreira e osConselheiros Felipe Sarmento Cordeiro (AL), José Luis Wagner (AP), Renato da CostaFigueira (RS) e Miguel Ângelo Cançado (GO). Decidiu o Plenário responder à consultareconhecendo a incompatibilidade para o exercício da advocacia do ocupante do cargo,nos termos do art. 28, 11,do EAOAB, por dezessete votos (ES, MA, MS, PA, PB, PRoRJ, RN, RS, RO, RR, TO, AC, AL, AP, BA e CE) a dez (DF, GO, MT, MG, PE, PI,
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SC. SP e SE e MHV Mário Sérgio Duarte Garcia), que votaram pelo impedimentocontra a Fazenda Nacional, com a abstenção da Delegação do Amazonas. O julgamentofoi. então. suspenso para o almoço. ( ...) retomou-se à apreciação da Consulta D.
49.0000.l015.004193-7/COP. Prosseguindo, manifestaram-se, ainda, os ConselheirosJosé Cândido Lustosa Bittencourt de Albuquarque (CE), Mareio Kayatt (SP), Eid Badr(AM), Felipe Sarmento Cordeiro (Al), Miguel Ângelo Cançado Carlos RobertoSiqueira Castro (RJ), José Luis Wagner (AP), Valmir Pontes Filho (CE) e André LuisGuimarães Godinho (BA). Registradas, em seguida, as seguintes deliberações unânimesdo Conselho Pleno: - a inexistência de eficácia normativa do art. 10. § 2°, do Decreto n.8.44112015, cabendo exclusivamente à Ordem dos Advogados do Brasil interpretar alegislação de regência para o tema (Estatuto da Advocacia e da OAB), tratando-se delimitações ao exercício profissional; a - o impedimento de parentes de Conselheiros doCARF. até o segundo grau, para advogar no referido colegiado; - a remessa à análise daComissão Nacional de Estudos Constitucionais do tema da constitucionalidade dodecreto citado, no tocante à fixação da remuneração; - a remessa à análise da ComissãoNacional de Sociedades de Advogados e à Comissão Especial de Direito Tributário dotema concernente à verificação da necessidade, legalidade e adequação de normatizaçãoda eventual extensão da incompatibilidade aos demais advogados, sócios. associados ouempregados do mesmo escritório, bem como da repercussão da decisão tomada, quantoà incompatibilidade, no âmbito dos Conselhos Estaduais e Municipais de Contribuintese outros órgãos de deliberação coletiva. ouvindo-se previamente as Seccionais sobreeste assunto; - a modulação de forma temporal dos termos da resposta à consulta,aplicando-se a decisão após a publicação do respectivo acórdão no Diário Oficial daUnião, a partir da qual, no prazo de quinze dias. os atuais ocupantes do cargo deveriaadequar-se à deliberação, sem eventual punição disciplinar daqueles que atuarampreteritamente, porque implementavam orientação até então em vigor. Designadorelator para o acórdão o Conselheiro Valmir Pontes Filho (CE) .".
Brasília, 19 de maio de 2015.
JanetA~roTécm~~dica - Conselho Pleno
PauloTorre~esGerente de Órgãos Colegiados
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Ref.: Consulta n. 49.0000.2015.004193_ 7/COP.
CERTIDÃO DE PUBLICACÃO DE ACÓRDÃO
Certifico que o acórdão de fls. 57/60 foi publicado no Diário Oficial daUnião - Seção I de 26/0512015. p. 55. cf. documento juntado às fls. 64.
Brasília, 26 de maio de 2015.
Jan~~~troTécnica·Jurfdica - Conselho Pleno
,Paulo Torres~ries
Gerente de Órg~~~~~giadOS
", •...'
N" 91, •••• -ft,ia., 26 de maio de 2015
,r ~,/., '("--.- ~.__ .,
Diário OficiaJ da Uniio - SeçIo 1 ISSN 16'MINI 5JCON5EUlO P1!DEIl.AL DI: $IRVICO SOCIALfCIIoIn,TI'SOU.O OEUNCIALJ $IAfI GER~I.o.t .NU-
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CONSELHO FEDERAl,. DE MEDICINAVEnRINA.RIA
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MARClISV1I<lClUS I'lIlIIT"DO coeLIIOPfo.••••••,,""~ C""""OO
~MACHADO DE ASSIS::':' . Patrono da Imprensa Nacional~..Ll
o tub"'"OomÚllnw19', 'OuQ:Bo!.',•••• 1UIII! ••• t,t~1n _moriam
" ."'11III tioOOnIJ~ ,...i,~dt 1997.
Machado de Assisj no inicio de suo carreira literária, trabalhou,de 1856 a 1858, (orno aprendiz de tipógrafo, usando o prelo
que hoje eSlá em eJposi~ão no Museu da Imprensa.Em 1867 regressa ao órgão oficial para trabalhar como
ajudante do diretor de publi(a~õa do Diário Oficial,cargo que ocupou até 6de janeiro de 1874.
-m" o'c, o- ." .,..,
t.,iJO
lloO.do<u_pod<> ••• ..,;_ •• _._i..h'~'" ••••••,i"-••• _.•...,•.••._,""~'.""... DocuI><oIO••••OOÓOdili,,"-,,< ••• r..- M',' 2-200-2._I .••••••••••••IOU•••••••••• do0. ••••••••,••••_. IC,._,
GOVERNO DO DISTRITO FEDERALPROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALGabinete da Procuradora-GeralProcuradoria Especial da Atividade Consultiva
DESPACHON° f}'i 12016- PRCON/PGDF
PROCESSO N°:INTERESSADO:ASSUNTO:
MATERIA:
040.001.39012015TARFISEFNorma Procedimento
Administrativa e Fiscal
O presente processo administrativo foi instaurado, em abril de 2015, pelo,,{ ,,' ",,'
Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais da SEFIDF, para que fos~~m ~t<1o'ros... \- f ,
tralamentos institucionais devidos à stíuação de Conselheiro, repre~n\!!"le ~os. contribuintes, que patrocina também, na condição de advogado, ca.Jl.aS·jUhtCliao. "
colendo Tribunal.
Diante da repercussão do caso, o feito foi remetido à Procuradoria-Geral
do Distrito Federal, dando origem, em 07 de maio de 2015, ao Parecer nO033412015-
PRCONIPGDF, exarado pela i. Procuradora Oanuza M. Ramos e por mim aprovadoem última instância.
Em apertada slntese, por meio do parecer encimado, esta.ÇasaJurldlcaopinou que (i) Conselheiros não podem atuar, como advogado, em processos
<.".. " " ,.administrativos submetidos ao TARF e que (ii) a sociedade de adl/ogados de que o
'':fi. ~ .. .,-Conselheiro faça ou tenha feito parte não pode patrocinar causas junto ao referida
--> .. "\\;" ,i;, .." ..,Tribunal: Tudo isso, sedimenlado em vasto arcabouço normativo e corri'ámP'i'ro nosprínctpfos da moralidade, razoabilidade e proporcionalidade. .,"
Na<;la obstante, em julho de 2015, por intermédio".d't •.m~rn.?}~,~~Oencaminhado ao Excelentlssimo Senhor Secretário de Estado' de·r;;~~Q.J>'fi o
Presidente do Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais susc~ou ~Yyi,~s,~.J~ daabrang"énciade' parte do Parecer nO0334/2015-PRCON/PGDF, espe~ifiêa.mente no
" . ~ .".••.' v ~""",,;J,._,.-., :.,.. .. .. ' if .. '""",-,"'/ ••."'.que tárige à impossibilidade de nomeação, como Conselheiro, de "cjvogado que já
~ .. ' ?' ~. '.i:.Ó: " .••,
integrou i6Ciedade' com processos no TARF, ainda que desta jl tenha se.e. .~.,
desvinculado.
"Brasflia .. Patrlmõnlo CultUral déi'Húnumidade"'"
Para aclarar tal questionamento, o presente processo administrativo fOi
devolvido à Procuradoria Especial da Atividade Consultiva, em setembro de 2015. Por
isso, foi emitido novo opinativo, o Parecer n° 1005/2015-PRCON/PGDF, de autoria do
Subptocur~por-Geral do Distrito Federal Carlos Mário da Silva Velloso Filho,
Nesse novel parecer, aprouve a esta Procuradoria sustentar, a partir desubstanciosos fundamentos, pela imperativa necessidade de acatamento à decisão
exarada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil na Consulta nO
49,0000,2015,004193-7/COP, Com efeito, o exercicio da advocacia e o desempenho
da função de Conselheiro de Tribunal Administrativo deveriam ser tomados por
incompatíveis.
Por consequência, ficou consignada recomendação para que o
Conselheiro se declarasse impedido de.atuar, como tal ,em processo patrocinado por
sociedade de que ele um dia fez parte, sem que houvesse, por outro lado, 6bices a
que referidas sociedades continuassem suas atuações junto ao Tribunal. Demais
disso, ficou anotado que o fato de alguém ter, no passado, atuado junto ao TARF
como advoqadonãoimpede sua nomeação como Conselheiro, desde querespeitadasas orientaçOes anteriores.
Retoma o processo agora à Procuradoria-Geral do Distrito Federal, por
nova e pertinente iniciativa do Presidente do TARF, que, em apertada síntese, destaca
fatos qU!3 influe'!), sobremaneira, na atual posição jurídica veiculada. Nesse sentido,
entendo que um deles é digno de nota - sem embargo à prudência de todos os demais
constderenaos apresentados - e impõe ao Distrito Federal uma atuação mais
cautelosa no que concerne à interpretação do ordenamento jurídico conferida pelo
Parecer nOlQ0512015-PRCON/PGDF,
Alerta-nos, agora, o douto Presidente do TARF sobre ter ficado
consignado, na Certidão da 2102" Sessão Ordinária do Conselho Pleno, juntada às
fls. 148/149, que caberia à Comissão Nacional de Sociedades de Advogados. eà
Oomissão Bspecíal de Direito Tributário a análise do "tema ccncernenteià (. ..)
incornpatjbllidade, .no âmbito dos Conselhos Estaduais e Municipais de Contribuintes
e outros órgãos de deliberação coletiva, ouvindo-se previamente as Seccionais sobre
esse assunto". . p.l"-S 2 ';(\
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A partir do registro transcrito, é possivel compreender que, apesar derecomendável a adoção de parâmetros uníssonos para o trato de circunstânciaspareihas,a fim de harmonizar os institutos e a íntepretação do ordenamento - tal qualproposto no Parecer nO100512015-PRCON/PGDF -', não é dado ao Distrito Federal,por ora, conferir imediata eplicaçãc da posiçãc do Conselho Federai da OAB aoTribunál Administrativo de Recursos Fiscais.
Referida extensão de efeitos, consoante o decidido, somente será
aperfeiçoáda peta mesma eniidade de classe, nos termos da análise empreendida
pela éSmiiisAo Nacional de Sociedades de Advoqados e à Comissão Especial deDir'àíi6''tributáriO e, ainda, após o posicionamento espeéifico da Seccional DF.
Por essa razão, em atenção ao requerimento deduzido no expediente defls. 154/155, entendo que é medida que se impõe o sobrestamento, por ora, daaplicaçaodos ~em 111e subitem VI(a) da conclusão do Parecer nO 100512015-
- , "PRCONIPGDF, permanecendo hlgidas todas as demais conclusões, e, por
"" . " ,li' ~..- "." . '. .'conseguinte, o Parecer nO033412015-PRCON/PGDF naquilo que não se opuser àspa~élÇigêhtes do opinativo posterior.
Sistematicamente, sem prejuizo da obrigatória leitura dos pareceresmuKic~àdos, esta Procuradortà-Geral do Distrito Federal posiciona-se da seguinteforma, até que sobrevenha a decisão final do Conselho Federal da Ordem dosAdvógádôs do Brasil:
1. Nos termos do Parecer nO033412015-PRCON/PGDF, em virtude
do patente contllto de interesses, é imposslvei que Conselheirodo Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais atue, como
advogado, em processos administrativos em trãmlte junto aocolegiado;
2. O Conselheiro
advogados que
Administrativo;
o TARF não poderá integrar sociedade de
patrocine processos submetidos ao Tribunal
Fo~.rf':Vr..::ó8:.;,...-:-:-_·_,.36.99'- ;.
P""•••o O ~O.001 ,3'1VI rtJ.!1'" 3~-Brasrlia - Patrlmõnlc Cultural da Hum ade"
3. O Conselheiro do TARF deve se declarar impedido de estudar,
discutir, votar e presidir o julgamento dos processos em que haja
participado ou que interessarem à sociedade de que faça ou
tenha feito parte como sócio, advogado ou membro da Diretoria,do Conselho de Administração ou do Conselho Fiscal;
4. Não há óbices à escolha, para integrar o Conselho do TARF como
representante dos contribuintes, daquele que, no passado,tenha
militado ou tenha f~ito parte de sociedade que tenha atuado ou
atue junto a esse Tribunal.
Para subsidiar novas análises a respeito do assunto, deve o Centro de
Estudos (CETES) providenciar anotações no sistema de consulta de pareceres,
especialmente junto aos Pareceres nO 0334/2015-PRCON/PGDF e 1.00512015-
PRCON/PGDF, acerca da necessidade transitória de se aguardar Consolidação final
da matéria pela entidade competente.
Oficie-se o Conselho Seccional do Distrito Federal e o Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil, encaminhando-lhes cópia dos Pareceres
precitados, bem como da presente manifestação, a fim de externar o entendimento
atéentao·vigente sobre a matéria e interesse na orientação que será veiculada.
Após, devolva-se o processo administrativo à Secretaria de Estado de
Fazenda do Distrito Federal, para ciência e adoção das providências que entender
cabiveis.
Em CA I 0$ 12016.
KARLAAPAR CID DE SOUZA MOTTAProcuradora-Geral Adjunta ara Assuntos do Consultivo
GOVERNO DO DISTRITO FEDERALPROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALGabinete da procuradora-Geral
MEMORANDON' r:,} J /2017 - PRCON/GABIPGDF
Brasília, j~ de fevereiro de 2017.
Para: Centro de Estudos - CETES
Referências: Parecer n" 1005/2015 e 0334/2015 - PRCONIPGDF
Assunto: Exercício da advocacia por Conselheiro do Tribunal Administrativo de RecursosFiscais - TARF.
Senhor Procurador-Chefe,
Para subsidiar novas análises por esta Casa Jurídica a respeito do
exercício da advocacia por Conselheiro do Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais -
TARF, solicito a Vossa Senhoria que seja providenciada no sistema de consulta de pareceres,
especialmente junto aos Pareceres n" 1005/2015 e 0334/2015-PRCONIPGDF, anexação de
cópia do Oficio n" 61O/2017-CS/OAB, veiculando resposta às Consultas n°
07.0000.2015.007839-5 e 07.0000.2016.013962-5.
Atenciosamente,
E SOUZA MOTTAa Assuntos do Consultivo
KARLA AP ARECIDProcuradora-Geral Adjunta
"Brasüia - PatrimOnio Cultural da Humanidade"JAS - hEMO 00BI2017 - PRCONlGAa
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASILCONSELHO SECCIONAL DO DISTRITO FEDERAL
Of. N." 610/2017 - CS Brasília-DF, 03 de fevereiro de 2017.
Senhora Procuradora-Geral Adjunta,
Encaminhamos a Vossa Excelência cópia da decisão emitida pela Comissão
de Seleção da OABIDF para conhecimento.
Atenciosamente,
A SUA EXCELÊNCIA A SENHORA KARLA APARECIDA·DE SOUZA MOTTA
PROCURADORA-GERAL ADJUNTA DO DISTRITO FEDERAL
SAM PROJEÇÃO I, EDIFÍCIO SEDE, 4" ANDAR
70620-000 - BRASÍLIA - DF
ADVOGADO\'ALURllADO,ElOlItlAO RfSPUlMIOI ORDEM DOS
CONSELHOADVOGADOS DO BRASILSECCIONAL DO DISTRITO
FEDERAL
Protocolos nO07.0000.2015.007839-5 e 07.0000.013962-5
Consulta Conselheiro do TARF - Tribunal Administrativo de Recursos
Fiscais do DF
Remetente: Karla Aparecida de Souza Motta
Interessado: Henrique de Mello Franco, OAB/DF 23.016
Relator: Maxmiliam Patriota Carneiro
RELATÓRIO
Tratam-se de remessas de Pareceres da Procuradoria Do Distrito Federal,
um deles solicitado pelo Advogado Henrique de Mello Franco, inscrito na
OAB/DF sob o número 23.016, cujo objeto é a mudança de paradigma, de um
parecer que previa o impedimento do artigo 30, I, do EAOAB, para a
incompatibilidade de Atuação de Advogados Militantes no Conselho do Tribunal
Administrativo de Recursos Fiscais, prevista no artigo 28, inciso 11,do mesmo
diploma legal.
Em que pese o parecer estar ementado, como se estivesse baseado no
Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94) e na Lei 4.5627/2011, verifica-se à fi. 09
dos autos. que a incompatibilidade analisada foi somente a do artigo 13 da Lei
4.567/2011, ou seja na verdade proibição absoluta de atuação do Conselheiro,
ou da Sociedade da qual faça ou tenha feito parte, como Representante do
Contribuinte em processos administrativo fiscais perante o TARF.
Nos termos do Estatuto da Advocacia, Lei não abordada no parecer
da Procuradoria do DF, quem tem o poder, dever de analisar e determinar,
caso a caso, de acordo com as atribuições, funções e atividades
1
-1
desempenhadas no cargo público a ser analisado, se incompatível ou nãocom a advocacia, é o Conselho Seccional Competente e nenhum outroÓrgão alheio a OAB está habilitado a fazê-lo, por derrogação de competência.
No Parágrafo Segundo do Artigo das Incompatibilidades, consta uma ressalva:
•
Art. 28. A advocacia é incompatfvel, mesmo em causa própria, com as
seguintes atividades:.
§ 2° Náo se incluem nas hipóteses do inciso 111os que não detenham poder
de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do
conselho competente da OAB, bem como a
administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurldico.
Ora, sabendo que quem requereu o parecer é advogado inscrito nos
quadros desta Seccional, a competência para tratar da incompatibilidade do
exercício do cargo/função de Conselheiro do TARF é da OAB/DF e nenhum outroórgão a mais.
Assim agora que está claro de quem é a competência para deliberar sobre
incompatibilidade de exercício de cargo, função ou atividade com a advocacia,
destaco quais são as atribuições do TARF, nos termos da Lei n° 4.567, de 09 demaio de 2011, artigo 86 e seguintes:
86. O TARF é integrado por quatorze conselheiros efetivos e igual número de
suplentes, de reconhecida competência e possuidores de conhecimentos
especializados em assuntos tributários, sendo sete representantes da
Fazenda do Distrito Federal e sete representantes dos contribuintes, todos
nomeados pelo Governador do Distrito Federal para mandato de 3 (três)
anos, admitida uma única recondução, a critério da autoridade competente.
§ 1° Os representantes dos contribuintes e respectivos suplentes serão
escolhidos dentre lista tríplice apresentada pelas entidades representativas
do comércio, da indústria, dos proprietários de imóveis, dos transportes, das
instituições de ensino, dos serviços, da comunicação e da agricultura.
§ 2° Os representantes do Distrito Federal serão escolhidos dentre servidores
integrantes da carreira Auditoria Tributária do Distrito Federal, com, no
mínimo, cinco anos de efetivo exercício, mediante lista tríplice resultante de
2
processo seletivo interno, na forma estabelecida em regulamento aprovado
pelo Secretário de Estado de Fazenda.Art. 87. O TARF elegerá seu Presidente e Vice-Presidente para um mandato
de 1 (um) ano, dentre os Conselheirp~ efetivos, observando-se que o
PresIdente será escolhido dentre os Conselheiros representantes do Distrito
Federal, e o Vice-Presidente dentre os Conselheiros dos contribuintes.
Art. 88. O TARF funcionará com duas Camaras e um Pleno.
§ 10 O Pleno funcionará composto pela totalidade dos Conselheiros, sendo
vedado o direito a voto do Vice-Presidente do Tribunal Administrativo de
Recursos Fiscais.§ 20 As Câmaras funcionarão com a seguinte composição:
I _ Primeira Câmara, com o presidente do Tribunal, três representantes do
Distrito Federal e três dos contribuintes;11- Segunda Câmara, com o vice-presidente do Tribunal, três representantes
do Distrito Federal e três dos contribuintes.§ 30 O Pleno e a Primeira Cámara serão presididos pelo Presidente do
,Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais.§ 40 A Segunda Cami!~sertl presidida pelo Vice-presidente do Tribunal
Administrativo de Recursos Fiscais.§ 50 As decisões do Tribunal Pleno e das Câmaras serão tomadas por maioria
de votos, cabendo ao respectivo Presidente o voto de qualidade.
Art. 89. Ao TARF compete julgar em segunda mstàncla os processos
administrativos fiscais de jurisdição:
I _ contenciosa;11_ voluntária de reconhecimento de beneficios üscate de caráter não geral,
de autorização de adoção de regime especial de Interesse do contribuinte e
de restituição.Parágrafo único. A competência para julgamento dos processos
administrativos fiscais de juris-dição voluntária será exercida por intermédio
do Pleno do TARF.Art. 90. O Presidente do TARF não receberá o recurso se:
I - for intempestivo;11_a oecisãc'oe primeira instância ou camerat estiver em plena conformidade
com enunciado de súmula desse Tribunal.
Parágrafo único. O disposto no inciso 11do caput aplica-se às decisões
sujeitas ao reexame necessário.Art. 91. A Fazenda Pública será representada junto ao TARF por integrantes
da carreira de Procurador do Distrito Federal.
3
Parágrafo único. A falta de comparecimento à sessão de julgamento de
representante da Fazenda Pública não é obstáculo para que a decisão seja
proferida.
Art. 92. O julgamento no TARF se fará em conformidade com o disposto nesta
Lei e em seu Regimento Interno.
§ 1° O Conselheiro relator e o representante da Fazenda Pública terão o
prazo de até 30 (trinta) dias para fazerem conclusos os processos que lhes
forem distribuídos.
§ 2Q O pedido de vista não impede que os Conselheiros que se sintamhabilitados possam votar.
§ 3Q O Conselheiro que formular o pedido de vista restituirá os autos ao
Presidente, no prazo de 10 (dez) dias, contados da data do recebimento
§ 4Q A realização de diligências interrompe a contagem dos prazos fixados
neste artigo.
§ 5° As decisões do Pleno e das Câmaras serão tomadas por maioria de
votos, cabendo ao res-pectivo Presidente o voto de qualidade
Art. 93. O TARF poderá analisar o mérito ainda que a autoridade julgadora
de primeira instância não o tenha feito, desde que se verifiquem nos autos
elementos que possibilitem o julgamento do recurso, sem retorno a primeirainstância.
Art. 94. Dos atos do Presidente do TARF ou dos Presidentes das Câmaras
cabe recurso ao Pleno, no prazo de 10 (dez) dias, contados da sua ciência.
Art. 95. Ocorrendo impedimento de Conselheiro, quando não declarado
tempestivamente, pode a parte opor-lhe exceção.
Agora que não resta dúvida que o TARF é um órgão daAdministração Pública de Deliberação Coletiva, passamos ao voto.
É o relatório.
VOTO
Nos termos da lei 8.906/94, também conhecida como Estatuto daAdvocacia (EAOAB), norma que regulamenta a advocacia, atualmente em vigor,
mais precisamente nos artigos 27 a 30 do EAOAB, primeiramente se faz adistinção entre impedimento e incompatibilidade.
4
Os casos de incompatibilidade, elencados no artigo 28, tratam de
situações nas quais as atribuições do cargolfunção do agente são incompatíveiscom o exercicio da advocacia, portanto a inscrição nos quadros da OAB deve
ser obstada.
Os casos de impedimento do artigo 30 tratam de situações onde o Agente
pode advogar, mas com restrição, sem poder atuar em demandas que envolvam
determinadas partes.
De acordo com a doutrina dominante', baseada em julgados do CFOAB
_ Cons~lho Federal da OAB, nas hipóteses nas quais o advogado atue em
situação de incompatibilidade, todos os atos praticados durante o período de
exercício de atividade incompatível devem ser declarados nulos. O mesmo deve
ser feito em relação ao advogado que atua em desfavor de parte que esteja
impedido de advogar contra.
Sobre os fatos narrados e atribuições do cargo/função apresentados
pela Cbnsulente se trata da incompatibilidade prevista no artigo 28, inciso
11, da Lei 8.906/94, in verbis:
Art. 28. A advocacia é incompatlvel, mesmo em causa própria, com as
seguintes atividades:
11_ membros de órpâos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos
tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz,julzes classistas, bem como de todos os que exerçam função de
julgamento em 6rglrlos de dellberaçlrlo coletiva da admlnlstraçilo pública
direta e Indireta; (Vide AOIN1127-B).
! Assim todos aqueles que atuam em Órgãos de Deliberação Coletiva da
Administração Pública exercem cargolfunção ou atividade incompativel com a
advocacia e não podem advogar.
, ..Gondlm Ramos: crseta. Estatuto da Advocacia Comentários e Jurisprudencia Selecionada. EditoraForum:Belo Horizonte. 61 Edição, 2013.
5
A única exceção diz respeito aqueles que exercem referida função SEMRECEBER QUALqUER REMUNERACÃO, conforme precedente do CFOAB:
Data: 11 de setembro de 2013
CONSULTA n. 49.0000.2013.007132·1/0EP. Assunto: Consulta.
Participação de advogados em órgãos de julgamento de processos
administrativos. Exerclcio da advocacia. Demanda judicial.
Administração Pública. Ato ilicito. Julgamento que envolve participação
de advogado. Código de Ética e Disciplina. Consulente: Movimento de
Defesa da Advocacia (Representante legal: Marcelo Knoepfelmacher .
Diretor Presidente). Relator: Conselheiro Federal Marcelo lavocat Gelvão(DF). EMENTA n 0156/2013/0EP: CONSULTA. ADVOGADO INDICADO
COMO MEMBRO DO TRIBUNAL DE IMPOSTOS E TAXAS DO ESTADO
DE SÃO PAULO. FUNÇÃO DESPROVIDA DE
REMUNERAÇÃO. EXIGeNCIA DE CONHECIMENTO EM
DIREITO TRIBUTÁRIO. INDICAÇÃO DE ENTIDADES JURíDlCf-S.
INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DO ARTIGO 28, 11,DO ESTATUTO DA
OAB. INCOMPATIBllIDADEAFASTADA. IMPOSSIBILIDADE DE
PUNiÇÃO DO ADVOGADO QUE POSTULA A NULIDADE DOS
JULGAMENTOS PROFERIDOS COM VOTO DE ADVOGADOS
INTEGRANTES DO COLEGIADO. J . O integrante do Tribunal de Impostos
e Taxas do Estado de São Paulo tem que possuir conhecimento
comprovado em direito tributário e não recebe remuneração fixa por sua
atuação no colegiado, devendo manter- se em atividade profissional
para sua subsistência. II - Em que pese o teor da norma, o artigo 28,
inciso 11,da lei nO8.906/94 não se aplica a advogados que integram, de
forma temporária e não remunerada, o Tribunal de Impostos e Taxas do
Estado de São Paulo, mãxime quando indicados por entidades
representativas da advocacia, devendo ser observada, todavia, a
limitação imposta pela legislação à atuação profissional dos juizes que
compõem aquele colegiado. Aplicação do precedente firmando na
Consulta nO002/2004-0EP. 111- O artigo 28, inciso 11,do Estatuto da OAB e
da Advocacia deve ser interpretado de acordo com comandos constitucionais
maiores, evitando- se que sua aplicação venha a malferir princípios de
isonomia e razoabilidade. IV - Na ausência de pronunciamento definitivo do
Poder Judiciário sobre o tema, devem prevalecer a liberdade e a
independência profissionais do advogado, que não pode ser punido por
defender em juízo a nulidade de decisões administrativas perpetradas em
colegiado composto por juizes que exercem a advocacia. ACORDA0: Vistos,
6
..
relatados e discutidos os autos do processo em referência, acordam os
membros do Órgão Especial do Conselho Pleno do CFOAB, por
_unanimidade, em responder à consulta, nos termos do voto do R--,~I?tor,que
integra o presente julgado. Brasltla, 6 de agosto de 2013. Claudio Pacheco
Prates Lamachia ~Presidente. Marcelo Lavocat Galvão ~Relator. (DOU, 5.1,
1109.2013, p. 115)
As~im! sabendo~se que o Advogado Consêlheiro do TARF é
remunerado nos termos da Lei 4.585 d? 13 de julho de 2011:
Art. 4° A gratificação pela participação nos órgãos de que trata o art. 3°
será devida aos respectivos membros e compreende os seguintes
valores:I _ órgãos de 10 grau: R$ 2.743,40 (dois mil, setecentos e quarenta e três
reais e quarenta centavos);\I _ órgãos de 20 grau: R$ 2.057,55 (dois mil e cinquenta e sete reais e
cinquenta e cinco centavos);1\1_ órgãos de 30 grau: R$ ; .371 ,70 (mil, trezentos e setenta e um reais e
setenta centavos).§ 10 A gratificação do presidente será acrescida, a titulo de representação, do
percentual de 10% (dez por cento) calculado sobre o valor a que fizer jus,
conforme o grau do ár-gãocolegiado que presidir.§ 20 É vedada a instituição da gratificação de que trata este artigo para os
órgãos de deliberação coletiva cuja participação não seja remunerada até a
data de publicação desta Lei.§ 30 Aos órgãos de deliberação coletiva que remunerem seus integrantes com
cargos comissionados fica vedado o pagamento das gratificações de que
trata esta Lei.§ 40 Os conselheiros re resentantes dos contribuintes Inte rantes do
Tribunal Adminlstrativ~ de Recursos Fiscais. farão jus a uma
gratificacãoadiclonal de 1/10 lum décimo) do valor estabelecido no
inciso 11,limitado ao recebimento de até 10 (dez) sessões por mês.
§ 50 O pagamento das gratificações será operacionalizado por meio de
Nota de Empenho, que deverá discriminar o conselho a que se refere.
.Art. 50 O número de reuniões será fixado de acordo com a necessidade
do .órgão colegiado, devendo, obrigatoriamente, ser realizada no mínimo
uma reunião mensal.§ 10 O descumprimento do disposto no caput poderá ensejar
responsabilização pessoal do presidente ou do seu suplente legal. nos
termos do art. 11 da lei federal n" 8.429, de 2 de junho de 1992.
7
§2° Na hipótese do § 1°, deverá ser aberto processo administrativo no âmbito
do órgão central de correição, auditoria e ouvidoria para avaliar a
continuidade do órgão de deliberação coletiva e, se for o caso, deverá ser
proposta a sua extinção.
Essa questão será colocada em pauta para reanálise, tendo em vista que
existem entendimentos conflitantes no CFOAB (consultas: n°
49.0000.2013.007132-1/0EPe 49.0000.2015.004193-7)alémde, sobreo tema,existirem pareceres contraditórios da própria PGDF, como se verifica nos autos
e também no âmbito da Comissão de Seleção, que já decidiu pelo
reconhecimentodo impedimentodo artigo 30, I, do EAOB, apesar de o voto
condutor possuir um erro material, fazendo referência a incompatibilidade,
quando o que foi aprovado foi o reconhecimento do impedimento do artigo 30,1,da Lei 8.906/94, para a função de Conselheiro do TARF.
filio-me a corrente do voto do Conselheiro Federal Marcelo Galvâo, que
deu origem ao parecer aprovado à unanimidade na consulta49.0000.2013.007132-1/0EPdo CFOAB.
Assim entendo porque as funções de conselheiro do TARF sãoprovisórias, não há estabilidade, não há recondução automática ao mandato,
que pode muito bem não ser renovado e a remuneração existente é pífia, uma
espécie de jeton, que salvo correção monetária ou atualização, fica abaixo de 3
mil reais por sessão, considerando-se ainda que raríssimas vezes, ao longo do
mandato, um conselheiro do TARF participará de mais de uma sessão, por mês,
podendo, inclusive, passar um mês inteiro sem participar de nenhuma sessão econsequentemente, sem perceber qualquer valor.
Ex positis, ante a remessa de parecer enviada pela Requerente
e a existência de diversas decisões conflitantes sobre o tema,
considero devidamente analisada a consulta, nos termos da
fundamentação acima, para afirmar que, em relação a realidade de
trabalho, funções do mandato remuneração incerta, podendo ser até
inexistente, sem estabilidade, deve ser reconhecido o impedimento para
8
advocacia, nos termos do artigo 30,1,da Lei 8.906/94,.para Conselheiro (lo:TARF, compartilhando o entendimento do Conselheiro Federal Marcel9·
Galvão, acolhido à unanimidade, na consulta 49.0000.2013.007132'
1/0EP do CFOAB. Para inclusão em pauta. Intimar os Interessados, para quequerendo, façam uso da palavra em sustentação oral. É o parecer em 9 laudas.
Brasília, 10 de outubro de 2016.
Maxmiliam Patriota CarneiroOAB/DF 23.185
9
;
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASILCONSELHO SECCIONAL DO DISTRITO FEDERAL
Processo N.' 07.0000.2015.007839-5; 07.0000.2016.013962-5
Requerente: Karla Aparecida de Souza Motta - Procuradora-Geral do Distrito Federal
ACÓRDÃO:
Ementa: Parecer N,O 033412015-PROCON/PGDF,
referente aos Conselheiros do TARF - Tribunal
Administrativo de Recursos Federais. Afastar a
incompatibilidade prevista no inciso II do Artigo 28 do
EOAB. Aplicabilidade do inciso I do Artigo 30 da Lei
8.906/94. Precedente Consulta N." 49.0000.2013.007132-
I/OEP, do Conselho Federal da OAB.
Vistos e examinados os autos dos Processos Nvs 07.0000.2015.007839-5;
07.0000.2016.013962-5, que é interessada Karla Aparecida de Souza Motta - Procuradora-
Geral do Distrito Federal, acordam os Conselheiros integrantes do Plenário da Comissão, por
unanimidade de votos, aplicar-se o impedimento parcial para a advocacia, nos termos do votodo relator.
Sala de Sessões, aos quatorze dias do mês de dezembro de 2016.
Vice-Presidente da Comis de Seleção da OAB/DF
Maxmiliam Patriota Carneiro
Relator
GOVERNO DO DISTRITO FEDERALPROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERALOab"*" da ProcIU1ldont-Gc..lProcm.doria Especial da Atividade Consultiva
PROCESSO N":INTERESSADO:ASSUNTO:
MATÉRIA:
_ •• q/ ._, ••.It7.'=tJoOO31 J!rdJ/.f
EMENTA:ADMINISTRATIVO.PESSOAL CONSELHEIROSDOTARF.REGIME JURIDICO. ATIVIDADES DE CONSULTORIAIMPEDIMENTO.PARECERESNO334/2015,100512015 E DESPACHON' 3àJ2016, TODOS DA PRCONIPGDF.Corno 00 conselheiros reprMentanles doe contr1bulntes nIo ••enquadram corno _ públicos, nIo sIo ragIdoo pela leiComplementar n' 84012011 (que diopOesobre o ~_ JurfdIco doeServIdo,.. P1lbIic:ooCivis do Diotrito _, d••• ~ e _fund8ÇCeo publica0 dio1ritals) (Parecer n' 1.111111/2012PROPESlPGDF).Conforme ••••••• rado no Despacho n' 38/2017 - PRCONIPGOF, ' ••_ de ""'60& {dedecido do CFOABJ. """"""'" decidido.__ ~pe/<Jmesma •••_de_,noa_de ....- etnpIHIIdIdape/<JComisdo NIKIionaI de -. deAtIYogedos e pele Com/aIIo EspecIs/ de DIt8Ito TribulMo. e. _,lIpÓS o poeicionemenfo espec1fIco de _ DP. __ , foi__ •• pllcaçIo do Item 11Id. concluolo do Perecer n' 100512015- PRCONIPGDF, reata••• ndo-oe 00 afe~08 do Parecer n' 334/2015-PRCONIPGDF, que concluiu pelo impedimento parcial doaConoeIhelrosdo TARF.00 ConoeIheiroodo TARF podem ter atuaçao profieoionlll reI_ ••pre8t8çto dIIs conaultori •• fin.ncelra, contébil, comercial, trlbutárta •"mllares, deede que "lo atuem - como profiaalonals partlcutaree - emprocellot que tremttem junto 80 TARF, bem como nIo integrem nemte(lham InlelJrodoPO"_ Juridlcaoque tenham atuoçllo JuntoAqueleTribunal.Pareger que ae aprova parcialmente.
040.000.38712017SUREC/SEFIDFConautta Parecer
Pencal
Cuidam os autos de consulta fonnulada pela Secretaria de Estado de
Fazenda a raspeMo do regime jurldico apllcével a08 Con88lheinoo do TribunalAdminlatrallvo de Recursos Fiscais - TARF, bem oomo a compatlbDldade do exercidodessa funçAo com outras pertinentes ao trabalho _nvolvldo naquele Tribunal.
A consulta é melhor elucidada por meto da tranac:rtçao das p81gUntasformutadas:
1. Os conselheiros do TARF, nop_nlea dos oontribuintas, _sujeMos à Lei Complementar nO 84012011 - Regime JuridicO dosServidonIs Públicos Civi8 do Diatrfto Faderal, da. Autarquias e dasFundações Públicas? ~)t:::.
2. Em caso de resposta negativa ao item 1, os conselheiros do TARF.representantes dos contribuintes, podem exercer atividades deconsultoria contábil, tributária. comerciai, fln~lMc:eira e sirnilarn?
Designado para emissAo de parecer, o Subprocurador-Geral do DistritoFederal carlos Mário da Silva Velloso Filho apresentou as seguintes conclusoes
I - Como os conselheiros representantes dos contribuintes não se
enquadram como servidores públicos, nAo do regidos pela lei Oompjementar n''84012011 (que dispõe sobre o regime Jurldico dos Servidores Públicos Civis do Distrito
Federal, das autarquias e des fUndaçOe$ públicas distritais) (Parecer nO1.66912012 _PROPESIPGDF) .
11 - Cumpre aplicar, por analogia, o decidido pelo CFOAB na Consulta n°
49.0000.2015,004193-7/COP e, portanto, o Parecer "°1.00512015 - PRCON, da lavradeste Procurador, a fim de se considerar vedado. aos conselheiros do TARF o
exercfcio de atividades de consultoria contilbil, tributária, comercial, financeira ou
similares.
Em que pese a plena concordência com a resposta ao primeiroQuestionamento, entendo que a análise relativa ao segundo impOe maior temperança.
E nesse ponto considero relevante tecer um breve histórico acerca do
entendimento sobre o tema no âmbito da Procuradoria Geral do DF, considerando os
posicionamentos dos Conselhos F_ral e Seccional da OAB.
De fato. contorme asseverado pelo parecerista, no Parecer nO 100512015
- PRCONIPGDF afirmou-se a incompatibilidade (isto é, proibiçao total) oda advocacoacom o exerclcio do cargo de Conselheíro do TARF, exiginc;:k)..se do empossado Que
comunicasse essa condiçAo à OAB, para que se promovesse olicenciamento/cancelamento da inscrição.
Tal entendimento ItgniflCOu linha maia restritiva de pensamento em
relaçlo ao anteriormente veiculado no Parecer n° 33412015 - PRCON/PGDF que
havia concluldo pela proibiçAo de atuaçlo do Conselheiro do TARF em processos Junto
I Lei 8.90611994, art. 28.a
"Brullia - PatrimOnlo Cultural da Humanidade",
•••••"" '1oL- ._:30."'.7~:O OOOO.3U ~.~,.
àquele Tribunal, seja como advogado autônomo a- por Integrar sociedade deadvogados que atuasse junto ao tribunal.
Ocorre que posteriormente à aprovação do Parecer nO 100512015 _
PRCONIPGOF foi emitido o Despacho nO 03812018 - PRCONIPGDF noticiando que
na 2102" SessAo Ordinária do Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB decidiu.
se que caberia à Comlssllo Nacional de Sociedades de Advogados e à Comlssllo
Especial de OlreHo Tributário a análise do tema relativo à incompatibilidade da
advocacia com a funçAo de Conselheiro do Conselhos Estaduais e Municipais de
Contribuintes e de outros OrgIas de deliberaçAo coletiva. Tembém restou cona/gnado
na reunião em comento a necessidade de oHiva prévia das Seccionais sobre o assunto.
Nesse passo, esta Case optou por adotar postura de prudência,
registrando que "nllo é dado ao Distrito Federal, por ora, conferir imediata IIIpIIcaçAo da
poSIÇSO do Conselho Fedaml da OAB ao Tribunal Administrativo da Recun;os Fiscais",
considerando a necessidade de manifestaçAo prévia das ComissOes acima referidas e
da OABIDF.
Com base nesse antendimento, determinou o "SQbmstamento, porora, daap/icaçlo dos item 11(2a subitem VI, a, da conc/uslo do Parecer li" 1.00512015 _
PRCONIPGDF", ressaltando que permanacariam hlgidas, portanto, a8 concIUtIOes do
Parecer nO 33412015-PRCONIPGDF, naquilo que nAO conflHasse com as demaisconclusoes ainda vigantes do opinativo posterior.
Dessa forma, nsstou assim consolidado o entendimento a ser seguido pelaCasa naquela momento;
1. Nos termos do Parecer nO033412015-PRCONIPGOF, em virtudado patente conflito de inte_, é imposslvel que Conselheiro doTribunal Administrativo da Recursos Fiscais atue, como adwgado,em processas administrativos am trêmHe junto ao colegiado;
2. O Conselheiro do TARF nAo poderá integrar socladade deadvogados que patrocina processos submetidos ao TribunalAdministrativo;
3. O Conselheiro do TARF deve se declarar Impedido de estudar,discutir, votar e pnssldlr o julgamento dos_processos em que haja
"11I A portir_ preced~, pof1anto. cump'" adotarum. inlefprelaçAo _. __ do quooonfe"". pato ••• _ n" 330112015- PRCON, •••• ntando-ae. incompatiblUd_ da advocacia comexercicio dO cargo de Conselheiro do TARF. Assim, hé de •• exigir do ConHlflelro que, auIm queempossado, notICie • Ordem dos Advogados do Brasil, a fim de que se promova oliCenclamentolcancelamento de sua inscriçlo".~ 3
"Bruma - PatrtrnOnio Cultul'lll daHumanidade-
participado ou que interessarem à sociedade de que faça ou tenhafeito parte como sócio. advogado ou membro da Diretoria. doConselho de AdministraçAo ou do Conselho Fiscal;
4. Nlo hé Obices à escolha, para integrar o Conselho dQ TARF Comorepresentante dos contribuintes, daquele que, no passado, tenhamilitado ou tenha feito parte de sociedade que tenha atuado ouatue junto a esse Tribunal.
Posterionnente esta Procuradoria tomou conhecimento doposicionamento da OAB/DF acerca do tema, conforme está registrado no Memorando
n° 2112017-PRCON/GABlPGDF (fls. 50-61). Aquela Seccional apresentou
entendimento menos restrito que o alcançado pato Conselho Federal da OAB.
registrando que o exerc(cto do cargo de Conselheiro do TARF importa apenasimpadimanto (isto é, proibiçAo parcial) para a advocacia (Processo nO07.0000.2015.007839-5; 07,0000.2016.013962-5).
Esse posicionamento da Seccional do DF corrobora a postura de cauteladesta Procuradoria de não aplicar, de imediato, o entendimento do Conselho Federalda Ordem quanto à incompatibilidade absoluta entre a8 atividades.
Nesse contexto, e conskferando a infarmaçAo quanto ao decidido na
2102" Sessao Ordinéria do Conaalho Pleno do Conselho Federal da OAB, acimareferida. esta Casa oficiou ao Conselho Federal da OAB a fim de obter notícias quantoa eventual novo pronunciamento.
Ocorre que, conforme consta do OfIcio nO05212017 - GOC/COP, recebido
em 24/1012017, "o assunto aguarda manifestaçSo da Entidade, com a prévia ouvIda de
comIss{Jes de assesso18mento e dos Consalhos S&CCionaisda OAB", o que demanda
o pronunciamento desta Procuradoria com base no contexto jurfdico normatrvo atual. afim de evitar mais insegurança jurfdica a respeito do tema já controvertido.
Nessa linda de k:leias. considerando o histórico de manifestaçOes ecrnanarrado, inclusive com o expresso afastamento do item 111da concluslo do Parecer nO
1005/2015 - PRCONIPGDF, entendo não ser o caso de aplicaçAo analógica do que
decidido pelo CFOAB na Consulta n° 49.0000.2015.004193-7/COP, relativo àincompatibilktade da advocacia com o exercido do cargo de Conselheiro do ConselhoAdministrativo de Recursos Fiscais - CARF.
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Em que pese o Conselho Federal ~a· '. ser o "ótp40 supremo da OAB",
seu próprio Conselho Pleno consignou a necessldede de pronunciamento da.ComiSSOes com alribuiçllo pertinente ao tema, que deverao considerar 08
pronunciamentos da. Seccionais, o que justifica a detanninaçllo de oitiva prévia.
Confonne _verado no Despacho nO 38/2016 - PRCONIPGDF, "aax/ando de afeitoa (da decisllo do CFOAB), conSOBnt& decidido, SOII'I8IJ/IJ seni
aperfeiçoada pela mesma entidade de classe, nos t&nnos de anélise empteendida pelaComissilo /IIacional de SocIadadas de Advogados e pela ComissIJo Especial de DIt8itoTributário, e, ainda, após o posicionamento especifico de Seccional DF".
Nesse contexto, ganha ralevo o posicionamento da OASlOF, noticiadoacima, de que o cargo de Conselheiro do TARF Implica aomente impedimento parcialpara O exerclcio da advocacia.
Esse deve ser o parametro de anâlise para apreciaçAo do tema objeto
desses autos -..o ti possibilidade de que os Conselheiros do TARF, rapresentantes
dos contribuintes, exerçam alMdadea de consultoria contâbil, tributérta, comercial,financeira e similares.
E nesse sentido, a conclusao d""" ser de que tais Conselheiros podemter atuaçllo proftaaional relativa A prastaçllo da. oonsuttoriaa em queatlo, _ que
nlo atuem - como profissionais particulares - em processos que tramitem junto ao
TARF, bem como nlo integram nem tenliam Integrado pessoas jurldicas que tenhamatuaçllo junto 6quele Tribunal.
Na linha do que orientado no Parecer nO100512015 - PRCONlPGDF e noDespacho nO3612016, a restriçllo concemente a "ter integrado· pessoa jurldica comesse tipo de atuaçllo não deve ser considerada ad aat&mum, podendo o profissional
atuar como Conselheiro após dalxar de integrar a referida socIedede, devendo,
contudo, declarar-se impedido de estudar, discutir, votar e presidir o julgamento deprocessos nos quais haja participado ou que i-.aram a pessoa jurldica de que
tenha fe~o parta como sócio, consultor ou membro da Diretoria, do Conselho e
Adminlatraçllo ou do Conselho Fiscal.
Vale registrar, por fim, que esta é a conclusAo que 88 afigura maisrazoável dentro do contexto jurldioo-nonnativo que ora se apresenta, o que nlo impede,
a. -BnJJf- 'PatrimOnio Cultural di!HumanidadeM 5
contudo. que a leglslaçlo distrital a respeito do TARF. ao estabelecer os requisitos para
exerclcio da funçlo de Conselheiro. venha a prever a incompatibilidade com o exercícioda advOcacia ou de outras ativtdadea de conai..dtonl!llprivada.
Com essas consideraçOes. APROVO PARCIALMENTE O PARECER N'21812017 - PRCONIPGDF. exarado pelo ilustre Subprocurador-Geral do Distrito
Federal Ca~os Mário da Silva Velloso Filho.
Em ':r 1 li 12017.
MARIA JÚLlA ÉSARprocurao••••r-th<ll'é
Procuradoria Especial da Atividade ConsuRiva
De acordo.
Para subsidiar novas análiaea por esta Casa Jurldica a respeito doassunto versado no opinativo em apreço, deve o CENTRO DE ESTUDOS destaProcuradoria-Geral proceder as devidas anotações no sistema de consulta de
pareceres, a fim de registrar a consolidaçAo do entendimento anteriormente adotado
por ocasiao da emtssão dos Pareceres n' 334/2015 e 100512015 - PRCON/PGDF.
Restituam-se os autos à Secretaria de Estado de Fazenda do DistritoFederal, para conhecimento e adoça0 daI provid6nci •• pertinentes.
Em I t 1 ,( 12017.
KARLA APA 'Ccffil itiDE>ElRHl2A-IIOTTAProcuradora-Geral Adjunta ra ASIIunt"" do ConsuRivo
"e,...flia - PatrtmOnlo Cuttural da Humanidade"6
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