View
1
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO
IMPLANTACcedilAtildeO DE UM PROGRAMA DE CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA
ENFOQUE FONOAUDIOLOacuteGICO
ANA LUacuteCIA RIOS
RIBEIRAtildeO PRETO 2007
ANA LUacuteCIA RIOS
IMPLANTACcedilAtildeO DE UM PROGRAMA DE CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA
ENFOQUE FONOAUDIOLOacuteGICO
Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica Orientadora Profordf Dra Geruza Alves da Silva
Ribeiratildeo Preto 2007
AUTORIZO A REPRODUCcedilAtildeO E DIVULGACcedilAtildeO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO POR
QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETROcircNICO
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE
FICHA CATALOGRAacuteFICA
Rios Ana Luacutecia Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque
fonoaudioloacutegico Ribeiratildeo Preto 2007 133p il 30cm
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica
Orientadora Silva Geruza Alves da
1 Prevenccedilatildeo amp controle 2 Sauacutede do trabalhador 3 Perda auditiva provocada por ruiacutedo 4 Programa de sauacutede ocupacional 5 Ruiacutedo ocupacional
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO Ana Luacutecia Rios Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico
Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica
Aprovado em _____ _____ _____
BANCA EXAMINADORA Profa Dra Geruza Alves da Silva Professora Doutora do Departamento de Cliacutenica Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Orientadora Assinatura _____________________________ Profa Dra Andreacutea Cintra Lopes Professora Doutora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Everardo Andrade da Costa Professor Doutor Colaborador da Disciplina de Otorrinolaringologia Cabeccedila e Pescoccedilo e da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Joseacute Antocircnio Apparecido de Oliveira Professor Titular do Departamento de Oftalmologia Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeccedila e Pescoccedilo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Milton Roberto Laprega Professor Doutor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________
DEDICATOacuteRIA
A todos aqueles que fazem ou que fizeram algo
para um ambiente de trabalho mais humano
EM ESPECIAL
A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada
pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo
Meu respeito sempre Sou muito grata
AGRADECIMENTOS
AGRADECcedilO
a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos
aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora
e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um
aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia
ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da
paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida
aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos
a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes
do SESMT da empresa pela confianccedila depositada
pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado
a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa
que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo
a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes
A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA
ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo
IRMAtildeOS GRIMM
RESUMO
RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional
ABSTRACT
RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent
Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia
61
GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
62
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
64
GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia
68
GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
69
GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
55
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
56
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
57
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
57
TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004
59
TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
60
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
63
TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual
65
TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
66
TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo
66
TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
67
TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
67
TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004
70
TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005
72
TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOHNS American Academy of Otolaryngology
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AC Antes de Cristo
ANSI American National Standard Institute
CA Certificado de Aprovaccedilatildeo
CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes
CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho
dB DeciBel
dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A
dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel
DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
DP Desvio Padratildeo
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo
HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
Hz Hertz
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
ISO International Standardization Organization
Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo
LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
MPL Mudanccedila Permanente de Limiar
MTb Ministeacuterio do Trabalho
MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar
n Nuacutemero de indiviacuteduos
NHO Norma de Higiene Ocupacional
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora
NR Norma Regulamentadora
NRR Noise Reduction Rating
NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)
OS Ordem de Serviccedilo
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PA Perda Auditiva
PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo
PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional
PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais
PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho
USP Universidade de Satildeo Paulo
WHO World Health Organization
SUMAacuteRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRAacuteFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APRESENTACcedilAtildeO
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
19
2 OBJETIVOS
42
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
43
4 RESULTADOS
54
5 DISCUSSAtildeO
76
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
REFEREcircNCIAS1
95
ANEXOS
107
1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002
APRESENTACcedilAtildeO
APRESENTACcedilAtildeO
16
Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser
desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa
rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do
trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao
ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros
processos produtivos
A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas
ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre
todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no
ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente
distribuiacutedo
A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de
administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave
qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no
sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das
normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo
O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social
educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais
de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do
Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O
PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de
levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus
efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se
APRESENTACcedilAtildeO
17
constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade
Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia
uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames
audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia
da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as
chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos
exames auditivos
Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel
pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo
dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute
problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da
ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade
Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das
fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico
do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo
se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador
e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos
de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso
Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na
empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades
relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas
Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e
APRESENTACcedilAtildeO
18
exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de
cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da
alteraccedilatildeo auditiva
Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus
dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do
trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados
padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e
adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e
da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o
gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo
A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da
audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais
de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e
contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa
1 INTRODUCcedilAtildeO
INTRODUCcedilAtildeO 19
Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais
presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua
intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer
(ALBERTI 1998)
No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas
ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus
efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo
que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES
1995)
A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs
prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute
muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas
intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases
produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)
A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos
problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por
Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de
Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez
Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva
Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras
1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo
INTRODUCcedilAtildeO 20
Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais
suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as
doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia
(RABINOWITZ 2000)
No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e
psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis
moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-
os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila
permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e
suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de
pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos
frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997
HUNGRIA 2000)
A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis
elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo
da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de
cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro
indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a
ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY
1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)
A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo
repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva
permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia
INTRODUCcedilAtildeO 21
criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo
(TAY 1996)
Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior
prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta
prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do
trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda
que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por
conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios
adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para
a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma
noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros
possam ser ainda maiores
Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees
praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos
trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do
niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras
O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que
em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo
ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30
desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa
base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o
risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto
a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998
PRASHER 1998)
INTRODUCcedilAtildeO 22
O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em
alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas
crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)
Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e
Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos
limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a
niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais
do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa
irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a
suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva
quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)
De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute
primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda
auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma
lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR
apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas
frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos
anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais
humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que
coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior
vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das
orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu
suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade
INTRODUCcedilAtildeO 23
demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a
frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute
uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute
o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os
autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da
regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a
aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a
afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E
CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)
Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e
predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de
progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz
1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo
ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu
niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo
As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de
pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na
perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute
progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)
Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta
frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo
provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses
dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais
(WARD 1973 DUNN 1987)
INTRODUCcedilAtildeO 24
Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo
tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas
mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para
o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999
HUNGRIA 2000)
A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos
ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes
simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes
ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de
outros fatores
A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de
risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e
bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com
niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma
Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo
destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes
(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes
bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais
dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom
insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem
distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas
hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)
Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos
derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as
INTRODUCcedilAtildeO 25
causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez
O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos
(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999
CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema
sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta
avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e
no seu controle
Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de
relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre
os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda
que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma
sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as
estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida
Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede
do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato
pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito
promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada
agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o
trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas
adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas
categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de
trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da
produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas
Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 26
patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes
o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no
trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava
excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou
mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia
Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e
progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As
tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos
de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e
previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees
agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu
estado
A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health
Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e
recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida
pelo ruiacutedo
Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de
serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia
oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia
privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas
ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente
dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter
INTRODUCcedilAtildeO 27
predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre
doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente
dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia
como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as
empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era
de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas
A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do
processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo
mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho
Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias
geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a
partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no
setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava
de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos
limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e
epidemioloacutegica agraves empresas
Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito
limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias
(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias
Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente
transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o
desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade
INTRODUCcedilAtildeO 28
Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo
(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de
classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico
propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador
bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA
CARNICELLI 1988)
Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios
para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A
promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia
Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como
profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva
execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele
deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua
base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)
Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames
audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas
Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande
importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998
passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores
elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos
riscos
Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica
acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que
tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)
INTRODUCcedilAtildeO 29
Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de
exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as
accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de
responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo
profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados
confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo
auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a
progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)
No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente
demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de
fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus
trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio
Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do
trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda
auditiva satildeo exigidos por lei
Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser
adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o
controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em
fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira
opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees
teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o
equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva
de acordo com Giampaoli (2000)
INTRODUCcedilAtildeO 30
O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que
leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o
recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes
nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo
No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de
trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL
1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes
ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do
Trabalho
Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito
da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a
realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo
ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de
exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de
toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por
exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)
Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova
a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle
Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear
e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos
riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia
previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece
nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)
INTRODUCcedilAtildeO 31
Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da
Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que
aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da
obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)
nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos
trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes
fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho
(BRASIL 1994b)
Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a
inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o
acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de
exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo
ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de
trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para
a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria
define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e
determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em
cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de
meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem
quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise
de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no
diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no
manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)
INTRODUCcedilAtildeO 32
A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de
conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute
composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica
da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais
dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de
Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um
PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos
procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de
benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na
capacidade laborativa (BRASIL 1998a)
Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa
interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de
medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho
provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize
as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem
Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de
pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de
responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e
gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda
auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as
normas do Ministeacuterio do Trabalho
Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 33
inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana
realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on
Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck
Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA
em um ambiente
- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral
- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de
trabalho
- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular
apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo
- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos
extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros
agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um
PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores
importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees
preventivas
- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho
encaminhando-os para tratamento adequado
- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo
medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores
- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais
- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica
INTRODUCcedilAtildeO 34
- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a
perda auditiva
- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos
relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional
As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e
da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de
avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais
que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho
O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja
ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a
partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco
O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda
Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo
indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional
ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira
exposiccedilatildeo
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar
constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades
Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou
seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo
2 Gerenciamento audiomeacutetrico
3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)
INTRODUCcedilAtildeO 35
4 Medidas de proteccedilatildeo individual
5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo
6 Gerenciamento dos dados
7 Avaliaccedilatildeo do programa
Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura
acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de
acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo
auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis
A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser
implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um
cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo
contiacutenuo ao longo do tempo
Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da
aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real
e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)
As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute
um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza
Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho
fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)
Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da
equipe de sauacutede da empresa eacute
- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico
- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para
projetos de melhorias ambientais
INTRODUCcedilAtildeO 36
- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos
trabalhadores
- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta
utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos
para a audiccedilatildeo
- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas
auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa
- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da
elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas
administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo
- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e
registro adequado de todas as accedilotildees realizadas
A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do
mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo
desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho
A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos
quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e
outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de
medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo
acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et
al 2002)
A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo
(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria
INTRODUCcedilAtildeO 37
das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem
ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva
do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias
que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as
medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo
Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja
adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos
ou flexibilizados
- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade
- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais
- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo
- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores
- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico
- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero
dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador
exposto ao ruiacutedo
- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas
- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico
- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador
- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional
- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame
- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1
INTRODUCcedilAtildeO 38
- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual
- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico
- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados
com o exame
- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz
3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz
1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio
- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento
do examinador
- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a
partir de entatildeo anual e no exame demissional
- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi
realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da
uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso
auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos
Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e
Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos
trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para
a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA
De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de
cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento
proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas
horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar
perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que
INTRODUCcedilAtildeO 39
a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no
miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no
resultado do exame
O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de
exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste
audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames
ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico
Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e
torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou
agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento
fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA
De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com
absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o
controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares
auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do
monitoramento auditivo satildeo
- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a
comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos
- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento
perioacutedico
- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico
otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de
problemas de orelha meacutedia
- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo
INTRODUCcedilAtildeO 40
- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador
- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA
Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do
monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente
na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como
- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias
- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento
- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro
protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo
- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos
no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes
futuros seratildeo comparados
- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do
protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador
aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo
devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute
responsaacutevel pelo custeio desse procedimento
Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas
que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando
dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso
dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos
intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas
INTRODUCcedilAtildeO 41
etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma
melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador
Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o
controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH
1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares
tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil
acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o
protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido
negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de
protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de
trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)
Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a
partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande
responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na
implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a
alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo
Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da
conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um
hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora
elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e
enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos
teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios
para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado
com a sauacutede do trabalhador na empresa
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS
42
- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior
geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND
- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos
funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo
auditiva
- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de
exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo
individual do tipo auricular
- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em
engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado
- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos
quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados
auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo
auricular
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
MATERIAL E MEacuteTODOS
43
31 TIPO DE ESTUDO
A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos
dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de
natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede
audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento
preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de
Conservaccedilatildeo Auditiva
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e
patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia
administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos
e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou
seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade
Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que
possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)
8 horas diaacuterias)
A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como
atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos
doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina
profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de
funcionaacuterios que ficam na creche
MATERIAL E MEacuteTODOS
44
Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees
1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e
individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios
em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos
pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar
e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna
Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas
seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica
Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica
Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil
Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica
Armazenagem Expediente
Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento
Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo
Desjejum e Lanches Restaurantes I e II
33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO
No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos
riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente
atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
(LTCAT) organizado por Jesus (2004)
Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados
os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no
desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos
por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca
Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e
MATERIAL E MEacuteTODOS
45
os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450
sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores
Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes
da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute
(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para
incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)
O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas
atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo
Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose
observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)
34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO
A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de
pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de
admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo
da amostra
Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a
amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em
qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade
Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois
natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com
problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de
1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)
MATERIAL E MEacuteTODOS
46
realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do
estudo totalizando 174 trabalhadores estudados
35 ASPECTO EacuteTICO
O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de
dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue
ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND
(ANEXO B) (BRASIL 1996)
36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os
funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo
de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da
admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum
funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo
do exame para que esse se tornasse o de referecircncia
361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS
A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os
exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e
agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo
Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do
niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL
1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria
MATERIAL E MEacuteTODOS
47
pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de
accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma
de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um
valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite
de exposiccedilatildeo seja ultrapassado
Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico
de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem
desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de
funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo
assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho
para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio
funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento
Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato
auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar
de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar
o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista
3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS
As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de
250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization
for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos
audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-
MATERIAL E MEacuteTODOS
48
41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em
que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a
4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada
No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT
desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e
padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o
programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo
foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por
ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores
das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o
resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees
- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)
em todas as frequumlecircncias examinadas
- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os
limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem
valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando
essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em
ambos os lados
- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo
os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e
Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
MATERIAL E MEacuteTODOS
49
- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo
Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser
menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz
4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores
acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser
maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos
criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de
500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala
ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser
classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como
- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de
natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea
e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala
com resultados em torno de 100
MATERIAL E MEacuteTODOS
50
- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via
aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre
proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada
- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um
sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as
frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem
prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela
presenccedila do componente sensorioneural
362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO
Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da
pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)
(ANEXO D)
Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave
histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas
anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao
equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de
exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de
protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros
Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de
investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de
participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas
MATERIAL E MEacuteTODOS
51
363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS
Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees
forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo
acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou
intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo
com as seguintes especificaccedilotildees
1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de
aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB
2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca
Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB
3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319
CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB
Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo
sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que
circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor
auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes
As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos
de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de
2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)
MATERIAL E MEacuteTODOS
52
trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos
profissionais do SESMT da empresa
Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-
cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e
importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular
a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de
esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional
O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes
informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para
motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento
Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de
Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos
os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo
de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma
hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios
Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com
perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os
funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto
informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)
Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos
funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para
esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes
informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de
informaccedilatildeo para o grupo
MATERIAL E MEacuteTODOS
53
4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os
dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas
A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de
respostas entre os lados foi importante
Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia
admitindo as linhas ou as colunas como subtotais
4 RESULTADOS
RESULTADOS
54
Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os
paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor
ilustrar as anaacutelises
Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada
o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade
o Ambiente de produccedilatildeo
Dados de Anamnese
o Aspectos pessoais
o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho
o Aspectos gerais
Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados
o Por anos em que os exames auditivos foram realizados
Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005
41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA
411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE
Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste
estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo
por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos
da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)
A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade
do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A
idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn
860)
RESULTADOS
55
IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA
NAtildeO ZARAM
E AUDITIVO
LABILA
ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE
Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais
presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na
TABELA 1
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
REALIXAME
IMITE CEITAacuteVEL
TERAL
OtildeES NI
RAL) n n n
23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413
22 1454
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)
ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior
prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino
412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que
sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528
relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto
Esses dados podem ser observados na TABELA 2
Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos
antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos
ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento
RESULTADOS
56
de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo
ruidosas dentro da DND
Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato
Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas
como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA
SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES
DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE
COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160
Uso de moto 7
CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150
Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso
Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis
meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28
anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou
igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e
tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno
Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal
de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e
16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma
funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser
observados
RESULTADOS
57
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)
MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL
13 anos e meio
30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011
JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609
9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)
Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo
verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se
mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na
TABELA 4
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
TEMPO DE SERVICcedilO (DND)
NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)
n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse
estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No
RESULTADOS
58
GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos
funcionaacuterios que participaram no estudo
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
20
1210
15
20
25
tage
m (
)
14 14
64
8 8
2 21
5
10
ubseccedilotildees
Perc
en
0S
Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no
GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND
tambeacutem foram os que mais participaram no estudo
Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND
22
8 2
4612
10
Atendente de Nutriccedilatildeo
Auxiliar de Serviccedilo - Servente
Chefias
Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede
OficialAgente Administrativo
RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG
RESULTADOS
59
Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no
nuacutemero de fun etera exam realizado em
2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE
TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004
NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
que compotildeem a DND doze p desse do e houve
cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo
ervar na T LA 5
Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM
EXAME
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES (UNI OU
BILATERAL) n n n
CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -
COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272
DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176
LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo
() feita admitindo as linhas como subtotais
No ambiente de prod enos de 60dB(A)
a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo
Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados
podem ser observados no ( )
ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17
preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante
OBS Percentagem
4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO
uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m
(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de
ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod
ANEXO C
Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no
RESULTADOS
60
1782
ser observados na TABELA 6
ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos
R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no
trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se
acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses
dados podem
T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
EPERCUSS T
Alto 5345 Meacutedio 2931
PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL
Natildeo o 1724 Constante 4770
CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT
pinaram
Flutuante 1782 Impacto -
PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL
Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655
CcedilEcircNCIA DO
DUOS SOBMB
Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816
Jaacute acostumou 1337
PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO
Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034
PCcedilDESCO
42 DADOS DE MNESE
421 ASPECTOS PESSOAIS
A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas
revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes
relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201
atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos
funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou
bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons
Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o
protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o
ANA
RESULTADOS
61
equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o
protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio
(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no
meato acuacutestico externo ao usaacute-lo
Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou
tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo
apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3
Queixas natildeo auditivas
39
46
2016 16
12
230
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
em (
)
Prurido
Zumbido
Plenitude auricular
Vertigem
Cera excessiva
Otalgia
Inflamaccedilatildeo
GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia
Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais
apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas
apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4
Representaccedilatildeo dos sintompe
RESULTADOS
62
Queixas e frequumlecircncia de comportamento
42
21
129
117
95
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Cansaccedilo (agraves vezes)
Cansaccedilo (sempre)
Sono (agraves vezes)
Sono (sempre)
Irritaccedilatildeo (agraves vezes)
Irritaccedilatildeo (sempre)
Desmotivado (agraves vezes)
Desmotivado (sempre)
Desatento (agraves vezes)
GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia
Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20
referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias
mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)
seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos
rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou
resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas
auditivas perceptiacuteveis
A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e
6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que
ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente
Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo
realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram
o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225
conhecem com opinaram
Roc
otildee
natildeo faz
o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo
RESULTADOS
63
A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137
acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede
422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com
uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a
limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento
das bandejas com os alimentos
Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao
trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)
que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo
que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que
natildeo participam
Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso
de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do
SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados
Esses dados podem ser observados na TABELA 7
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim Natildeo
pr
3218 6718 Sim Natildeo
OUTROS AGENTES NOCIVOS
Vibraccedilatildeo 1436 8563
Produtos Quiacutemicos CONTATO COM
Sim Natildeo
CIPA
Sim Natildeo
Capacitaccedilotildees
PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES
862 9138
6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS
Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574
RESULTADOS
64
8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem
uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo
perten
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem
uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5
Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando
frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298
389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade
do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois
cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade
Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da
preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo
Queixas durante o uso do protetor auricular
4550 Incomodo
42
35
85 3
0
5
1015
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Dificulta a conservaccedilatildeo
Coceira excessiva
Excesso de cera
Aumento da temperaturaauricular
Inseguranccedila
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
RESULTADOS
65
ossuem limiares
uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as
usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8
TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual
USO DO PROTETOR AURICULAR
Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo
consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental
Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p
a
frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que
referem itiva
Df
entuais icular
tiva dos
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
R ULTADOS DOS EXAMES n n n
ES
NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)
11 2115 37 3627 7 35 X
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)
23 4423 45 4411 9 45
LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)
18 3461 20 1960 4 20
TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100
ANI
OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais
O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e
Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de
Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de
1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do
equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9
Pe
RESULTADOS
66
TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
USO DO PROTETOR AURICULAR
Dp
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
n n n
SN
CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A
COZIN
CA
RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30
CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20
DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25
LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10
TOTAL (n = 174) 52 102 20
GEM E T
R
OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais
Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente
da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria
dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou
pelo menos agraves vezes
TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo
USO DE EPI
nta
os
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
INFORMACcedilAtildeO n n n
SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual
qu
RESULTADOS
67
TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
USO DE EPI
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO
n n n
MIN
PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447
NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149
OLOI
OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual
Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os
de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande
nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor
auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que
tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade
auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na
TABELA 12
TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
LIMITE
ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL
PA ESTAacuteVEL
AGRAVOU
MELHOROU
ntaamento de
Dindividu
USO D
PROTETOR AURICUL
n n n n
E
AR
SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270
NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704
= 6= 7
OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
em () fei
RESULTADOS
68
423 ASPECTOS GERAIS
A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da
Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de
fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios
Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas
questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser
observadas no RAacuteFICO 6
G
Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado
42
26
16
88
Importante
Bom
Faacutecil
Confuso
Longo
GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia
43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS
Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que
natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174
funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e
esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo
Ro
U
RESULTADOS
69
de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)
Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de
aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas
A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria
e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada
entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos
2 0
18 22 24
514
3
84
115
0
20
40
60
80
100
120
140
No
de
exam
es
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996
GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
431 ANAacuteLIS OR ANOS
Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19
fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os
exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005
Re
E P
RESULTADOS
70
4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004
Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria
dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou
bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13
TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004
DND (n = 174) n
IS
Distrf
NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas
sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha
esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita
Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos
funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses
4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e
limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva
sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na
maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas
770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e
limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8
RESULTADOS
71
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004
4583
0
50
416
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )
Orelha Direita Orelha Esquerda
Natildeo Sugest de PAIR
Sugestivo PAIR
(n = 24)
GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos
ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida
por outras etiologias que
natildeo o r
ivo
de
Di
nt
Das alteraccedilotildees auditivas
fu
por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva
uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004
222Natildeo Sugestivo de PAIR
778
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
de PAIR
(n = 18)
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
Percentagem ()
Sugestivo
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
RESULTADOS
72
zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para
15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos
ites ac i
TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex
4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005
O nuacutemero de funcionaacuterios que reali
1
lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral
Esses dados podem ser observados na TABELA 14
14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am
accedilatildeo auds es de 2005
DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59
REALIZARAM EXAME 6609AT 000
115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A
S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826
U IS ERAIS 21
OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees
auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na
orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita
Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios
da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)
apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis
na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na
orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos
funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)
satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser
observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11
o as linhas como subtotais
RESULTADOS
73
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005
40
0 10 20 30 40 50 60 70
Percentagem ()
Sugestivo de
SuPA
(n = 25)
GRAacuteFICO
Situaccedilatilde do
60
PAIR na OD
gestivo de IR na OE
10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005
o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005
8571de PAI
1429
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Percentagem ( )
Sugestivo R
Natildeo Sugestivo de
(n =
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR
alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de
alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via
aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural
plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)
21)
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
apresentaram
RESULTADOS
74
4313
a com
referecircnc
em
- Estaacutevel
- Agravado
Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)
dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva
sugestivo de PAIR (estaacuteveis)
Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na
orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo
contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que
minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de
PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis
Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND
observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva
pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de
funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como
podemos observar na TABELA 15
COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005
Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando
paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como
ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos
exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado
exames em que houve piora nos resultados
permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo
RESULTADOS
75
TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
LIMITE ACEITAacuteVEL
PA AGRAVOU
MELHOROU
A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos
ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E
DIETEacuteTICA n n n n
CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -
EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)
CODE 8
DIE - - 1 2500 3 7500 - -
LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5
RESTA 0 SE
E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250
RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
5 DISCUSSAtildeO
DISCUSSAtildeO
76
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de
caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho
auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves
vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo
interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos
profissionais da equipe de sauacutede
A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e
subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios
de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees
desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo
que trabalha foi a de maior destaque
No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea
de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um
nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)
Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho
em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos
anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades
laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes
nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos
direcionados a essa populaccedilatildeo
Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave
ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)
afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em
relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para
DISCUSSAtildeO
77
alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente
no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer
os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER
1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos
num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares
auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram
alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das
mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as
mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute
de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo
delas serem menos suscetiacuteveis
A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a
perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia
consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram
essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que
em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e
os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)
A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo
apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de
perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE
ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)
Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras
variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia
Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de
DISCUSSAtildeO
78
trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de
funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A
perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute
caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de
8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido
O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com
a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada
ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo
entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando
combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas
frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece
no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma
tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias
(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias
Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da
presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais
importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e
niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos
testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito
diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada
na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas
altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de
sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR
para as perdas auditivas encontradas
DISCUSSAtildeO
79
A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute
dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao
ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)
Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais
foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e
com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior
proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco
anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute
elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo
da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A
partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da
orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo
funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior
mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e
naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila
dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo
A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis
de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma
funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)
afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB
durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees
irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo
inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da
coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
80
resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios
para a sauacutede (MELNICK 1985)
Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos
quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI
1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na
amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo
foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas
A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o
conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa
avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc
Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da
perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de
procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo
audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida
(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do
sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as
doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de
instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica
O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e
qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo
da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que
envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de
seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho
(PIZARRO PIZARRO 2000)
DISCUSSAtildeO
81
Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o
agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral
como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY
2000)
Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem
em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das
conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os
dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e
de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio
aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa
sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim
como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados
audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas
doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela
na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo
ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A
realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de
indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados
sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo
adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa
atuaccedilatildeo (SAVA 2005)
O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo
Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente
laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees
DISCUSSAtildeO
82
mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e
Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de
trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)
chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a
comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees
psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se
comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido
frente a esse agente fiacutesico
Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo
auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a
acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o
prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim
como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa
populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo
do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local
e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora
percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda
pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das
perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o
nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau
da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem
excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem
assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)
DISCUSSAtildeO
83
Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e
terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente
comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a
realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e
educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as
atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse
conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na
educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como
tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)
Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a
estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar
de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia
ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER
1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei
no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)
Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a
situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as
necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo
Kwitko (1998) satildeo
- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de
ruiacutedo excessivo no interior da cabina
DISCUSSAtildeO
84
- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de
sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos
durante a colocaccedilatildeo dos fones
- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do
teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees
experiecircncia em testes anteriores
- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo
entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias
condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal
resposta motora)
Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e
comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso
esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser
garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados
possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e
apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva
Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente
tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o
mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o
tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente
principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio
De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios
de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como
referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
85
que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior
nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando
a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute
uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal
A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a
realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de
oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo
do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo
audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees
com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774
referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao
meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o
funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas
estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame
Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a
elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-
se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo
entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health
Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck
Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva
(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)
Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos
de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao
DISCUSSAtildeO
86
ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise
das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo
(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)
A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute
extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente
dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)
Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da
amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares
auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a
10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz
ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em
frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de
limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias
No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame
auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das
alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo
Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua
situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames
audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a
conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)
Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para
115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as
alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram
resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma
DISCUSSAtildeO
87
alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo
audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR
Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que
45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as
mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou
agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem
alta e permanente
Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros
autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de
metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em
trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a
prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275
mineradores
A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo
bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas
alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma
maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os
casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)
Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente
unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001
CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise
uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias
havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais
para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees
DISCUSSAtildeO
88
Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos
limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa
melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva
normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos
limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute
irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito
aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a
diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO
et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da
dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel
ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER
ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar
o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis
Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas
auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)
Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos
que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo
de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que
60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que
pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser
considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz
respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da
populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor
1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983
DISCUSSAtildeO
89
Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano
auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo
protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que
chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau
de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo
protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em
oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um
periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH
1998)
O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio
complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de
pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a
dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado
ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do
protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo
individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente
ao trabalhador (SARTORI 2005)
Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores
auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e
escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de
colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia
pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)
O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que
atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a
DISCUSSAtildeO
90
execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu
ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo
Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de
apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam
(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso
quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre
Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de
intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo
mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo
plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse
modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o
plugue satildeo desconfortaacuteveis
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo
precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que
usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios
revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico
tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa
As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo
e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235
referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o
pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que
nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho
DISCUSSAtildeO
91
No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo
auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais
relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira
excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da
construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem
inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem
nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)
A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na
anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos
limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam
quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram
usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam
limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo
usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas
As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees
preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu
Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores
como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute
evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa
proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo
diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem
demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como
por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui
DISCUSSAtildeO
92
Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela
diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da
acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional
(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)
Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que
as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo
sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco
eficazes
Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva
encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de
ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a
proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa
estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas
com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos
exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de
perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento
audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes
consideraccedilotildees
- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente
- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros
com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi
suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica
- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa
de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido
(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees
- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva
do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um
monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo
permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva
- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para
prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo
de condutas preventivas nos casos alterados
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
94
- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)
para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos
outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano
- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo
das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees
- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes
por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas
mais contundentes
- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em
consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional
meacutedico no processo preventivo
- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas
integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com
as medidas atuais
REFEREcircNCIAS
REFEREcircNCIAS
95
ABEL S M HAYTHORNTHWAITE C A The progression of noise-induced hearing loss a survey of workers in selected industries in Canada J Otolaryngol Suppl Toronto v13 p2-36 1984
ALBERTI P W Noise the most ubiquitous pollutant Noise amp Health London n1 p3-5 1998
ALMEIDA S I C ALBERNAZ P L M ZAIA P A XAVIER O G KARAZAWA E H I Histoacuteria natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruiacutedo Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v46 n22 p143-58 2000
ALVES R P C Perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores de uma induacutestria de papel e celulose 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Promoccedilatildeo de Sauacutede) - Universidade de Franca FrancaSP 2004
AMERICAN ACADEMY OF OTOLARYNGOLOGY HEAD AND NECK SURGERY FOUNDATION (AAOHNS) Guide for conservation of hearing in noise Washington 1988
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE ANSI Ѕ125 New York 1996
______ ANSI S126 New York 1997
ARANA G A C Sauacutede ambiental e fonoaudiologia O mundo da sauacutede Satildeo Paulo v21 n5 p285-89 setout1997
ARAUacuteJO G M REGAZZI R D Periacutecia e avaliaccedilatildeo de ruiacutedo e calor teoria e praacutetica 2ed Rio de Janeiro (sn) 2002 468p
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS (ABNT) Niacuteveis de ruiacutedos aceitaacuteveis referecircncias elaboraccedilatildeo NB951996 Rio de Janeiro ABNT 1996
AVAGLIANO A ALMEIDA K Estudo do desempenho de diferentes tipos de protetores auditivos Rev CEFAC Satildeo Paulo v3 n1 p77-87 2001
AZEVEDO A N ATHAYDE D S M REIS M L GIOVANELLA N Trabalho de educaccedilatildeo e sauacutede fonoaudioloacutegica em olarias Fono Atual Satildeo Paulo v5 n21 p36-39 2002
REFEREcircNCIAS
96
BERNARDI A P A SALDANHA JUNIOR O M Histoacuterico da inserccedilatildeo do fonoaudioacutelogo nas empresas do acompanhamento audiomeacutetrico agrave consultoria In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p15-27
BOSCH J Sorderas neurosensoriales In ABELLOacute P TRASERRA J Otorrinolaringologia Barcelona Doyma 1992 p192-8
BRASIL Ministeacuterio do Trabalho Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Decreto-lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Aprova a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 09 de ago 1943
______ Ministeacuterio do Trabalho Portaria 3214 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capiacutetulo V Tiacutetulo II da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho relativas a Seguranccedila e Medicina do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 8 de jun 1978a
______ Ministeacuterio do Trabalho Normas regulamentadoras de seguranccedila e sauacutede do trabalhador NR-15 anexos I e II Estabelece limites de toleracircncia para exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 08 de jun 1978b
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 24 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 7 - Programa de Controle Meacutedico e Sauacutede Ocupacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994a
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 25 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 9 - Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994b
______ Conselho Nacional de Sauacutede Aprovaccedilatildeo das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo nordm 196 10 out de 1996 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia out1996
______ Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) Ordem de Serviccedilo nordm 608 de 5 de agosto de 1998 Aprova Norma Teacutecnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora de origem ocupacional Ministeacuterio da Previdecircncia e Assistecircncia Social Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 19 de ago 1998a
REFEREcircNCIAS
97
______ Ministeacuterio do Trabalho - Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 19 de 9 de Abril de 1998 Diretrizes e paracircmetros miacutenimos para avaliaccedilatildeo a acompanhamento da audiccedilatildeo em trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevados Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 22 de abr 1998b
BURNS V STEAD J C PENNY H W The relations between temporary shift and occupational hearing loss In BURNS W ROBINSON D W Hearing and noise in industry London Her Magestyrsquos Stationery Office 1970
CARNICELLI M V F Exposiccedilatildeo ocupacional a vibraccedilatildeo transmitida atraveacutes das matildeos uma revisatildeo sobre o distuacuterbio vascular perifeacuterico Rev Bras Sauacutede Ocup Satildeo Paulo v22 n82 p35-44 abrjun 1994
CELIK O YALCcedilIN S OumlZTUumlRK A Hearing parameters in noise exposed industrial workers Auris Nasus Larynx Amsterdam v25 n4 p369-375 1998
CHERMAK G D DENGERINK J E DENGERINK H A Threshold of octave masking as a predictor of temporary threshold shift following repeated noise exposure J Speech Hear Disord Rockville n49 p303-8 1984
COLES R A Classification of causes mechanisms of patient disturbance and associated counseling In VERNON J A MOLLER A R Mechanisms of tinnitus Boston Allyn and Bacon 1995 p11-19
COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA Perda auditiva induzida por ruiacutedo relacionada ao trabalho Boletim Satildeo Paulo n 1 1999a
______ Padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador exposto ao ruiacutedo Boletim Belo Horizonte n2 1999b
______ Recomendaccedilotildees miacutenimas para elaboraccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva Boletim Satildeo Paulo n6 1999c
CORDEIRO R LIMA FILHO E C NASCIMENTO L C Associaccedilatildeo da perda auditiva induzida pelo ruiacutedo com o tempo acumulado de trabalho entre motoristas e cobradores Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n10 p210-21 1994
REFEREcircNCIAS
98
CORREcircA FILHO H R COSTA L S HOEHNE E L PEREZ M A NASCIMENTO L C DE MOURA E C Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v36 n6 p693-701 2002
CORREIA J W PAIR e suas complicaccedilotildees meacutedico-periciais CIPA Satildeo Paulo v244 n21 p54-69 2000
COSTA E A KITAMURA S Oacutergatildeos dos sentidos audiccedilatildeo In MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995 p365-86
COSTA E N Efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo e audiologia industrial Revista de Fonoaudiologia Satildeo Paulo v1 n2 p12-16 nov abr 19941995
COX R M ALEXANDER G C GRAY GA Who wants a hearing aid Personality profiles of hearing aid seekers Ear Hear Baltimore v26 n1 p12-26 2005
CUBAS DE ALMEIDA S I Histoacuteria natural da disacusia induzida por ruiacutedo industrial e implicaccedilotildees meacutedico-legais1992 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Otorrinolaringologia) - Escola Paulista de Medicina Satildeo Paulo 1992
_____ O diagnoacutestico diferencial da disacusia neurossensorial por ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p181-187
DAVIS H SILVERMAN SR Hearing and deafness 3ed New York Holt Rinehart amp Winston 1970
DUNN D Cochlear morphology associated with overexposure to noise Journal of the Ohio Speech and Hearing Association Ohio n10 p 22-28 1987
FANTAZZINI M L Atenuaccedilatildeo de protetores auriculares In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p103-111
FERNANDES M Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposiccedilatildeo ocupacional a ruiacutedo e vibraccedilatildeo 2005 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Universidade Tuiuti do ParanaacutePR 2005
REFEREcircNCIAS
99
FERREIRA D A fonoaudiologia o direito previdenciaacuterio e a perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p202-214
FERREIRA JUNIOR M Perda auditiva induzida por ruiacutedo bom senso e consenso Satildeo Paulo VK 1998 121p
_____ Perda auditiva induzida por ruiacutedo In ______ Sauacutede no trabalho Satildeo Paulo Roca 2000 p262-285
FIORINI A C SILVA S BEVILACQUA M C Ruiacutedo comunicaccedilatildeo e outras alteraccedilotildees SOS Sauacutede Ocup Segur Satildeo Paulo v26 p49-60 1991
FIORINI A C A importacircncia do monitoramento audiomeacutetrico no programa de conservaccedilatildeo auditiva Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo n13 p95-102 1994a
FIORINI A C Conservaccedilatildeo auditiva estudo sobre o monitoramento audiomeacutetrico em trabalhadores de uma induacutestria metaluacutergica 1994 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo Humana) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1994b
FIORINI A C O uso de registros de emissotildees otoacuacutesticas como instrumento de vigilacircncia epidemioloacutegica de alteraccedilotildees auditivas em trabalhadores expostos a ruiacutedo Tese (Doutorado em Sauacutede Ambiental) - Faculdade de Sauacutede Puacuteblica Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2000
FIORINI A C NASCIMENTO P E S Programa de prevenccedilatildeo de perdas auditivas In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Rio de Janeiro Revinter 2001 v2 p51-61
FRANCO E S RUSSO I C P Prevalecircncia de perdas auditivas em trabalhadores no processo admissional em empresa na regiatildeo de CampinasSP Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n5 p661-70 2001
FUNDACENTRO Norma de higiene ocupacional procedimento teacutecnico ndash avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo nordm 1 (NHO - 01) Satildeo Paulo 2001
GALAFASSI M C Medicina do trabalho Satildeo Paulo Atlas 1998
REFEREcircNCIAS
100
GATES G A COOPER J C KANNEL W B et al Hearing in the elderly the framingham cohort Ear Hear Baltimore n11 p247-56 1990
GATES G A SCHMID P KUJAWA S G NAM B DAGOSTINHO R Longitudinal threshold changes in older men with audiometric notches Hearing Research Amsterdam v141 n12 p220-28 2000
GERGES S N Y Efeitos nocivos a audiccedilatildeo e as consequumlecircncias das vibraccedilotildees no corpo humano Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p56-62 jul 1997
GIAMPAOLI E Persistecircncia especialista diz que profissionais tem como resolver problemas mais comuns da induacutestria Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo n101 p8 2000
GOBBATO L H F G COSTA E A SAMPAIO M H GOBBATO JUacuteNIOR F M Estudo do efeito aprendizagem em exames audiomeacutetricos sequumlenciais em trabalhadores de induacutestria metaluacutergica e suas implicaccedilotildees nos programas de conservaccedilatildeo auditiva Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v70 n4 p540-4 julago 2004
GLORIG A Noise past present and future Ear Hear Baltimore v1 n1 p4-18 1980
GOMES R Inimigo invisiacutevel induacutestria brasileira continua fabricando surdos apesar dos avanccedilos tecnoloacutegicos Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v 22 n5 p74-8 abrmaio 1989
GUERRA M R LOURENCcedilO P M C TEXEIRA M T B ALVES M J M Prevalecircncia de perda auditiva induzida por ruiacutedo em empresa metaluacutergica Rev Sauacutede Publ Satildeo Paulo n39 p527-30 2005
HANDAR Z Ruiacutedo controlado Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v11 n77 p63-67 maio 1998
HENDERSON D HAMERNIK R P Biologics bases of noise-induced hearing loss In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p513-33
HEacuteTU R GETTY I QUOC H T Impact of occupational hearing loss on the lives of workers In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p495-512
REFEREcircNCIAS
101
HUNGRIA H Trauma sonoro In ______ Otorrinolaringologia 8ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 p389-400
IBANtildeEZ R N Programa de conservaccedilatildeo auditiva In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p255-60
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) Instruccedilatildeo Normativa nordm 78 de 16 de julho de 2002 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 18 de jul 2002
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO) Acoustics audiometric test methods ndash Part 1 basic pure tone air and bone conduction threshold audiometry ISO 8253-1 Geneve Switzerland 1989
JERGER S JERGER J Perda auditiva por induccedilatildeo de ruiacutedo In ______ Alteraccedilotildees auditivas Satildeo Paulo Atheneu 1998 p133-137
JESUS J E C C (Org) Laudo teacutecnico das condiccedilotildees ambientais de trabalho Ribeiratildeo PretoSP 2004
KRYTER K D The effects of noise on man New York Academic Press 1985
KWITKO A Audiometria ocupacional CIPA Satildeo Paulo v18 n213 p34-36 1997
______ Teste de rotina a obtenccedilatildeo da qualidade de ambiente e cabinas de testes audiomeacutetricos ocupacionais Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p66-68 out1998
LANDEN D WILKINS S STEPHENSON M MCWILLIAMS L Noise exposure and hearing loss among sand and gravel miners J Occup Environ Hyg Philadelphia v1 n8 p532-41 aug 2004
LASMAR A Diagnoacutestico da doenccedila profissional induzida pelo ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p153-161
LOPES-FILHO O C Deficiecircncia auditiva In ______ (Org) Tratado de fonoaudiologia Satildeo Paulo Tecmedd 2005 p23-40
REFEREcircNCIAS
102
LUXON L M The clinical diagnosis of noise induced hearing loss Advances in Noise Research Londres 1998
MARCHIORI L L M MELO J J Comparaccedilatildeo das queixas auditivas com relaccedilatildeo agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo em componentes de orquestra sinfocircnica Proacute-Fono Carapicuiacuteba v13 n1 p9-12 2001
MARTINS A L ALVARENGA K F BEVILACQUA M C COSTA FILHO O A Perda auditiva em motoristas e cobradores de ocircnibus Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n4 p 467-73 2001
MAY J J Occupational hearing loss Am J Ind Med New York v37 n1 p112-120 2000
MAYRINK C E SILVA C S FERREIRA M D BEVILAQUA M C Os efeitos do ruiacutedo na audiccedilatildeo Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo v12 p30-43 1993
MELLO A P WAISMANN W Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e quiacutemicos industriais e seus efeitos no sistema auditivo revisatildeo da literatura Arq Otorrinolaringol Satildeo Paulo v8 n3 p226-34 2004
MELNICK W Industrial hearing conservation In KATZ J Handbook of clinical audiology 4ed Baltimore Williams amp Wilkins 1985 p534-552
______ Sauacutede auditiva do trabalhador In KATZ J Tratado de audiologia cliacutenica 4ed Satildeo Paulo Manole 1999 p529-547 1999
MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995
MERLUZZI F Patologia da rumore In SARTORELLI E Tratatto di medicina del lavoro Padova Piccin 1981 v2 p1119-49
MOLLER M B Hearing in 70 and 75 years old people results from a crossection and longitudinal population Am J Otol Philadelphia n2 p22-9 1981
MOMENSOHN-SANTOS T M RUSSO I C P(Orgs) A praacutetica da audiologia cliacutenica 6ed Satildeo Paulo Cortez 2005 375p
REFEREcircNCIAS
103
MONTIEL-LOacutePEZ M CORZO-ALVAREZ G CHACIacuteN-ALMARZA B ROJAS-GONZAacuteLEZ L QUEVEDO A RENDILES H Prevalence and characterization of hearing loss in workers exposed to industrial noise of the turbogenerated electric plant of a petrochemical industry Invest Clin Maracaibo v47 n2 p117-31 jun 2006
MORATA T C Sauacutede do trabalhador estudo da exposiccedilatildeo simultacircnea a ruiacutedo e dissulfeto de carbono 1986 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1986
MORATA T C CARNICELLI M V Audiologia e sauacutede dos trabalhadores Satildeo Paulo EDUC 1988
MORATA T C LEMASTERS G K Epidemiologic considerations in the evaluation of occupational hearing loss Occup Med State Art Rev Philadelphia v10 n3 p 641-56 1995
MORATA T C DUNN D E SIEBER W K Perda auditiva ocupacional a agentes ototoacutexicos In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p189-201
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH) Preventing occupational hearing loss a practical guide Washington U S Department of Health and Human Services 1996
_____ Criteria for a recommended standard occupational noise exposure revised criterion Washington U S Department of Health and Human Services 1998
OLIVEIRA C G Fonoaudiologia preventiva em sauacutede do trabalhador In MARCHESAN I ZORZI J L E GOMES I C D (Orgs) Toacutepicos em fonoaudiologia 1996 v3 p 121-29
OLIVEIRA J A A Fisiologia cliacutenica da audiccedilatildeo ndash coacuteclea ativa In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p101-142
OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA) United States Department of Labor Occupational noise exposure hearing conservation amendment Federal Register Washington U S v48 n46 p9738-45 1983
REFEREcircNCIAS
104
PEARSON J D et al Gender differences in a longitudinal study of age-associated hearing loss Journal Acoust Soc Am Lancaster v97 n2 p1196-205 fev1995
PINTO N M C Alternativas para anaacutelise longitudinal de resultados audiomeacutetricos In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p73-188
PIZARRO G PIZARRO G U Diagnoacutestico cliacutenico pela audiometria ocupacional Acta Who Geneve v19 n1 p32-38 2000
PRASHER D New strategies for prevention and treatment of noise-induced hearing loss J Lancet Minneapolis n352 p1240-41 1998
RABINOWITZ P M Noise induced hearing loss Am Fam Physician Kansas City v61 n9 p2749-562759-60 2000
RIBEIRO A M D CAcircMARA V M Perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora em trabalhadores de manutenccedilatildeo de aeronaves de asas rotativas Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v22 n6 p1217-24 2006
RIBEIRO F S N OLIVEIRA S REIS M M SILVA C R MENEZES M A DIAS A E Processo de trabalho e riscos para a sauacutede dos trabalhadores em uma induacutestria de cimento Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n68 p1243-50 2002
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a niacuteveis elevados 2003 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) - Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo 2003
RIOS A L SILVA G A Sleep quality in noise exposed brazilian workers Noise amp Health London v8 n29 p27-34 2005
RODRIGUES M A G DEZAN A A MARCHIORI L L MEficaacutecia da escolha do protetor auditivo pequeno meacutedio e grande em programa de conservaccedilatildeo auditiva Rev CEFAC Satildeo Paulo v8 n4 p543-7 2006
ROYSTER J D ROYSTER L H Using audiometric data base analysis J Occup Med Baltimore n 28 p1055-68 1986
REFEREcircNCIAS
105
RUIZ R C MOREIRA M IZUMIDA M M RUIZ V Funccedilatildeo auditiva de trabalhadores em induacutestrias de papel e papelatildeo eacute analisada Revista CIPA Satildeo Paulo v12 n 3 p85-90 1996
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M SANTOS U P Programa de sauacutede dos trabalhadores a experiecircncia da zona norte uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo Hucitec 1989 p125-155
SANTOS U P (Org) Ruiacutedo riscos e prevenccedilatildeo 3ed Satildeo Paulo Hucitec 1999 157p
SANTANA V S BARBERINO J L Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e hipertensatildeo arterial Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo n29 p478-87 1995
SARTORI E Conhecimento e atitude de trabalhadores em relaccedilatildeo a prevenccedilatildeo da perda auditiva In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndash ocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p109-23
SATALOFF R T SATALOFF J Differential diagnosis of occupational hearing loss Occup Health Saf Waco v70 n9 p126-129 2001
SAVA L C Protocolo de avaliaccedilatildeo para populaccedilotildees expostas ao ruiacutedo industrial In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p189-202
SELIGMAN J Sintomas e sinais de PAIR In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p 143-9
SELIGMAN J NUDELMANN AA IBANtildeEZ R COSTA EA Perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In LAVINSKY L OLIVEIRA JAA Programa de educaccedilatildeo continuada em otologia Rio de Janeiro SOBSB 1999 p1-7
SIMPSON T H Programas de prevenccedilatildeo da perda auditiva ocupacional In MUSIEK F E RINTELMANN W F Perspectivas atuais em avaliaccedilatildeo auditiva Barueri Manole 2001 p461-480
REFEREcircNCIAS
106
SIVIERO A B FERNANDES M J LIMA J AC SANTONI C B BERNARDI A P A Prevalecircncia de perda auditiva em motoristas de ocircnibus do transporte coletivo da cidade de MaringaacutePR Rev CEFAC Satildeo Paulo v7 n3 p376-81 julset 2005
SUTER A H Construction noise exposure effects and the potential for remediation a review and analysis AIHA J Fairfax v63 n6 p768-89 novdec 2002
TAMBS K Moderate effects of hearing loss on mental health and subjective well-being results from the nord-trondelag hearing loss study Psychosom Med Baltimore v66 n5 p776-82 2004
TAY P Severe noise-induced deafness a 10-year review of cases Singapore Medical Journal Singapore v37 n4 p362-64 aug1996
WARD W D Adaptation and fatigue In JERGER J Modern developments in audiology 2ed New York Academic Press 1973 p323-8
_____ Endogenous factors related to susceptibility to damage from noise Occupational Hearing Loss State of the Art Reviews Baltimore v10 n3 p 561-76 1995
WELLESCHIK B KORPERT K Is the risk of noise-induced hearing damage higher for man than for women Journal Laryng Rhinol New York n59 p681-9 aug 1980
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of impairments disability and handcaps Geneve 1980
ANEXOS
ANEXOS
107
ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP
ANEXOS
108
ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo
E S C L A R E C I M E N T O
Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______
Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica
Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash
FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de
Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende
analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a
realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os
cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral
Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha
sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc
Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este
esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea
Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho
para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees
Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder
Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua
qualidade de vida
Atenciosamente
Ana Luacutecia Rios
ANEXOS
109
ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)
detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)
ANEXOS
110
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897
DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862
ANEXOS
111
RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
NPS dB (A)
DOS Q = 5 dB
(A)
DOS Q = 3 dB
(A)
GHE
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3
Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4
Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68
Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80
Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60
ANEXOS
112
Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60
Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62
Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60
Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60
Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60
ANEXOS
113
Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que
ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima
dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 5 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712
Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das
avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a
seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 3 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765
ANEXOS
114
ANEXO D ndash Questionaacuterio
NOME __________________________________
- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome
- Entregar o mais raacutepido possiacutevel
- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo
- Marque um (X) nas alternativas
- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)
- OD = orelha direita OE = orelha esquerda
- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
- Data de Nascimento ____ ____ ____
- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )
2ordm Grau Completo ( )
Superior ( )
- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos
- Seccedilatildeo ________________________________
1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo
( ) menos que oito horas diaacuterias
( ) oito horas diaacuterias
( ) mais que oito horas diaacuterias
2) Tem outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usa protetor de orelha neste outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute
( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto
( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto
4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) em casa ( ) oficina caseira
( ) wallkman ( ) banda de muacutesica
( ) discoteca ( ) esportes ruidosos
( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante
5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes
do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usava protetor de orelha neste serviccedilo
( ) SIM ( ) NAtildeO
Trabalhou por quanto tempo ____________
6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual ____________________________
Esse outro setor era barulhento
( ) SIM ( ) NAtildeO
7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho
( ) irrita
( ) incomoda
( ) prejudica a audiccedilatildeo
( ) natildeo trabalho no ruiacutedo
( ) jaacute acostumei
( ) natildeo atrapalha
8) Trabalha em turnos alternados
( ) SIM ( ) NAtildeO
9) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
10) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
11) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
ANEXOS
115
12) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute
( ) Normal ( ) OD ( ) OE
( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE
( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE
14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou
( ) lentamente
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
( ) bruscamente (muito raacutepido)
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quecirc _____________________________
____________________________________
18) Quanto a orelha vocecirc reclama de
( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera
( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)
( ) tontura ( ) barulho (zumbido)
( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado
( ) Natildeo reclamo
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama
19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc
sente
( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo
( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo
( ) sono ( ) desmotivado
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente
20) Vocecirc jaacute teve
( ) caxumba ( ) sarampo
( ) rubeacuteola ( ) catapora
( ) tuberculose ( ) meningite
21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) As duas orelhas
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
( ) As duas orelhas
( ) Teve que procurar um meacutedico
( ) SIM ( ) NAtildeO
23) Tem contato com produtos quiacutemicos
( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________
24) Tem contato com vibraccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede
( ) pressatildeo alta ( ) diabetes
( ) coraccedilatildeo ( ) rim
( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho
Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO
ANEXOS
116
26) Faz uso prolongado de
( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina
( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio
Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO
27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
28) Faz uso de fumo
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) nasceu com o problema
( ) ficou com o problema quando crianccedila
( ) ficou com o problema quando adulto
( ) ficou com o problema quando idoso
30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA
( ) SIM ( ) NAtildeO
31) Participa dos treinamentos e de palestras
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees
( ) Natildeo participo
32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo
quanto ao uso de protetor de orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quem
( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso
( ) jornal ( ) chefe ( ) outros
33) Usa o protetor de orelha
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa
( ) tipo concha (abafador)
( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)
( ) tipo concha + tipo plug (os dois)
( ) Natildeo uso
Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel
( ) abafador ( ) plug de borracha
( ) outro ( ) nenhum
35) Com o uso do protetor de orelha
( ) o ruiacutedo diminui no trabalho
( ) fica ruim para conversar
( ) o protetor incomoda
( ) a orelha coccedila muito
( ) junta sempre cera e entope
( ) a orelha fica muito quente
( ) se sente inseguro
( ) natildeo faz diferenccedila
( ) natildeo preciso usar protetor
( ) natildeo consigo usar o protetor
( ) uso soacute porque eacute obrigado
36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Quando crianccedila
( ) Por causa do trabalho
Ficou sabendo do resultado
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Gostaria de ser informado do resultado
37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees
da minha sauacutede
( ) SIM mas acho que natildeo preciso
ANEXOS
117
38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Natildeo me interesso
39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA
( ) SIM ( ) NAtildeO
Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico
( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo
( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo
( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC
( ) Outro meio informaccedilatildeo
40) O que achou do questionaacuterio
( ) muito longo ( ) confuso
( ) faacutecil ( ) difiacutecil
( ) importante ( ) bom
OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO
OBS Questionaacuterio adaptado de
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e
na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a
niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash
FMRP - USP 2003
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo
auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In
COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M
SANTOS U P Programa de sauacutede dos
trabalhadores A experiecircncia da zona norte
uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo
Hucitec 1989 p125-155
ANEXOS
117
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras
ANEXOS
118
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
119
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
120
ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
121
ANEXO G ndash Palestra informativa na DND
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
122
ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras
Capa do panfleto
Interior do panfleto
ANEXOS
123
ANEXO I ndash Cartazes informativos
ANEXOS
124
ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND
Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo
Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe
ANA LUacuteCIA RIOS
IMPLANTACcedilAtildeO DE UM PROGRAMA DE CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA
ENFOQUE FONOAUDIOLOacuteGICO
Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica Orientadora Profordf Dra Geruza Alves da Silva
Ribeiratildeo Preto 2007
AUTORIZO A REPRODUCcedilAtildeO E DIVULGACcedilAtildeO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO POR
QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETROcircNICO
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE
FICHA CATALOGRAacuteFICA
Rios Ana Luacutecia Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque
fonoaudioloacutegico Ribeiratildeo Preto 2007 133p il 30cm
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica
Orientadora Silva Geruza Alves da
1 Prevenccedilatildeo amp controle 2 Sauacutede do trabalhador 3 Perda auditiva provocada por ruiacutedo 4 Programa de sauacutede ocupacional 5 Ruiacutedo ocupacional
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO Ana Luacutecia Rios Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico
Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica
Aprovado em _____ _____ _____
BANCA EXAMINADORA Profa Dra Geruza Alves da Silva Professora Doutora do Departamento de Cliacutenica Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Orientadora Assinatura _____________________________ Profa Dra Andreacutea Cintra Lopes Professora Doutora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Everardo Andrade da Costa Professor Doutor Colaborador da Disciplina de Otorrinolaringologia Cabeccedila e Pescoccedilo e da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Joseacute Antocircnio Apparecido de Oliveira Professor Titular do Departamento de Oftalmologia Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeccedila e Pescoccedilo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Milton Roberto Laprega Professor Doutor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________
DEDICATOacuteRIA
A todos aqueles que fazem ou que fizeram algo
para um ambiente de trabalho mais humano
EM ESPECIAL
A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada
pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo
Meu respeito sempre Sou muito grata
AGRADECIMENTOS
AGRADECcedilO
a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos
aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora
e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um
aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia
ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da
paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida
aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos
a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes
do SESMT da empresa pela confianccedila depositada
pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado
a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa
que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo
a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes
A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA
ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo
IRMAtildeOS GRIMM
RESUMO
RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional
ABSTRACT
RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent
Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia
61
GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
62
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
64
GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia
68
GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
69
GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
55
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
56
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
57
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
57
TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004
59
TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
60
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
63
TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual
65
TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
66
TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo
66
TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
67
TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
67
TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004
70
TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005
72
TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOHNS American Academy of Otolaryngology
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AC Antes de Cristo
ANSI American National Standard Institute
CA Certificado de Aprovaccedilatildeo
CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes
CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho
dB DeciBel
dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A
dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel
DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
DP Desvio Padratildeo
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo
HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
Hz Hertz
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
ISO International Standardization Organization
Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo
LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
MPL Mudanccedila Permanente de Limiar
MTb Ministeacuterio do Trabalho
MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar
n Nuacutemero de indiviacuteduos
NHO Norma de Higiene Ocupacional
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora
NR Norma Regulamentadora
NRR Noise Reduction Rating
NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)
OS Ordem de Serviccedilo
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PA Perda Auditiva
PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo
PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional
PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais
PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho
USP Universidade de Satildeo Paulo
WHO World Health Organization
SUMAacuteRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRAacuteFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APRESENTACcedilAtildeO
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
19
2 OBJETIVOS
42
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
43
4 RESULTADOS
54
5 DISCUSSAtildeO
76
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
REFEREcircNCIAS1
95
ANEXOS
107
1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002
APRESENTACcedilAtildeO
APRESENTACcedilAtildeO
16
Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser
desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa
rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do
trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao
ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros
processos produtivos
A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas
ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre
todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no
ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente
distribuiacutedo
A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de
administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave
qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no
sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das
normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo
O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social
educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais
de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do
Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O
PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de
levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus
efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se
APRESENTACcedilAtildeO
17
constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade
Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia
uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames
audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia
da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as
chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos
exames auditivos
Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel
pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo
dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute
problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da
ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade
Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das
fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico
do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo
se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador
e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos
de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso
Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na
empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades
relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas
Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e
APRESENTACcedilAtildeO
18
exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de
cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da
alteraccedilatildeo auditiva
Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus
dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do
trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados
padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e
adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e
da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o
gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo
A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da
audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais
de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e
contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa
1 INTRODUCcedilAtildeO
INTRODUCcedilAtildeO 19
Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais
presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua
intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer
(ALBERTI 1998)
No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas
ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus
efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo
que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES
1995)
A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs
prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute
muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas
intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases
produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)
A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos
problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por
Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de
Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez
Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva
Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras
1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo
INTRODUCcedilAtildeO 20
Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais
suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as
doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia
(RABINOWITZ 2000)
No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e
psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis
moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-
os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila
permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e
suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de
pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos
frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997
HUNGRIA 2000)
A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis
elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo
da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de
cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro
indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a
ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY
1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)
A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo
repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva
permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia
INTRODUCcedilAtildeO 21
criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo
(TAY 1996)
Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior
prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta
prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do
trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda
que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por
conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios
adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para
a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma
noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros
possam ser ainda maiores
Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees
praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos
trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do
niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras
O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que
em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo
ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30
desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa
base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o
risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto
a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998
PRASHER 1998)
INTRODUCcedilAtildeO 22
O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em
alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas
crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)
Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e
Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos
limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a
niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais
do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa
irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a
suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva
quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)
De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute
primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda
auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma
lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR
apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas
frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos
anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais
humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que
coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior
vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das
orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu
suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade
INTRODUCcedilAtildeO 23
demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a
frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute
uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute
o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os
autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da
regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a
aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a
afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E
CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)
Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e
predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de
progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz
1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo
ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu
niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo
As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de
pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na
perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute
progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)
Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta
frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo
provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses
dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais
(WARD 1973 DUNN 1987)
INTRODUCcedilAtildeO 24
Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo
tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas
mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para
o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999
HUNGRIA 2000)
A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos
ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes
simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes
ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de
outros fatores
A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de
risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e
bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com
niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma
Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo
destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes
(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes
bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais
dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom
insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem
distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas
hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)
Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos
derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as
INTRODUCcedilAtildeO 25
causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez
O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos
(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999
CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema
sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta
avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e
no seu controle
Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de
relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre
os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda
que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma
sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as
estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida
Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede
do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato
pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito
promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada
agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o
trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas
adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas
categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de
trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da
produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas
Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 26
patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes
o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no
trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava
excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou
mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia
Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e
progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As
tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos
de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e
previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees
agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu
estado
A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health
Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e
recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida
pelo ruiacutedo
Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de
serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia
oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia
privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas
ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente
dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter
INTRODUCcedilAtildeO 27
predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre
doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente
dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia
como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as
empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era
de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas
A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do
processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo
mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho
Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias
geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a
partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no
setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava
de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos
limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e
epidemioloacutegica agraves empresas
Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito
limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias
(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias
Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente
transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o
desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade
INTRODUCcedilAtildeO 28
Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo
(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de
classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico
propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador
bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA
CARNICELLI 1988)
Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios
para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A
promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia
Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como
profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva
execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele
deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua
base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)
Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames
audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas
Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande
importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998
passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores
elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos
riscos
Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica
acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que
tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)
INTRODUCcedilAtildeO 29
Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de
exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as
accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de
responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo
profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados
confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo
auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a
progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)
No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente
demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de
fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus
trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio
Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do
trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda
auditiva satildeo exigidos por lei
Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser
adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o
controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em
fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira
opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees
teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o
equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva
de acordo com Giampaoli (2000)
INTRODUCcedilAtildeO 30
O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que
leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o
recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes
nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo
No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de
trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL
1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes
ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do
Trabalho
Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito
da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a
realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo
ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de
exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de
toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por
exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)
Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova
a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle
Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear
e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos
riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia
previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece
nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)
INTRODUCcedilAtildeO 31
Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da
Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que
aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da
obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)
nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos
trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes
fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho
(BRASIL 1994b)
Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a
inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o
acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de
exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo
ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de
trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para
a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria
define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e
determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em
cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de
meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem
quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise
de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no
diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no
manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)
INTRODUCcedilAtildeO 32
A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de
conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute
composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica
da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais
dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de
Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um
PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos
procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de
benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na
capacidade laborativa (BRASIL 1998a)
Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa
interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de
medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho
provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize
as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem
Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de
pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de
responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e
gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda
auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as
normas do Ministeacuterio do Trabalho
Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 33
inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana
realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on
Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck
Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA
em um ambiente
- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral
- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de
trabalho
- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular
apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo
- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos
extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros
agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um
PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores
importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees
preventivas
- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho
encaminhando-os para tratamento adequado
- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo
medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores
- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais
- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica
INTRODUCcedilAtildeO 34
- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a
perda auditiva
- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos
relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional
As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e
da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de
avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais
que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho
O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja
ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a
partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco
O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda
Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo
indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional
ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira
exposiccedilatildeo
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar
constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades
Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou
seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo
2 Gerenciamento audiomeacutetrico
3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)
INTRODUCcedilAtildeO 35
4 Medidas de proteccedilatildeo individual
5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo
6 Gerenciamento dos dados
7 Avaliaccedilatildeo do programa
Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura
acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de
acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo
auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis
A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser
implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um
cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo
contiacutenuo ao longo do tempo
Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da
aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real
e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)
As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute
um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza
Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho
fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)
Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da
equipe de sauacutede da empresa eacute
- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico
- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para
projetos de melhorias ambientais
INTRODUCcedilAtildeO 36
- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos
trabalhadores
- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta
utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos
para a audiccedilatildeo
- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas
auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa
- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da
elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas
administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo
- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e
registro adequado de todas as accedilotildees realizadas
A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do
mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo
desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho
A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos
quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e
outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de
medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo
acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et
al 2002)
A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo
(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria
INTRODUCcedilAtildeO 37
das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem
ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva
do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias
que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as
medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo
Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja
adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos
ou flexibilizados
- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade
- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais
- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo
- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores
- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico
- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero
dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador
exposto ao ruiacutedo
- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas
- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico
- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador
- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional
- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame
- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1
INTRODUCcedilAtildeO 38
- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual
- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico
- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados
com o exame
- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz
3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz
1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio
- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento
do examinador
- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a
partir de entatildeo anual e no exame demissional
- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi
realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da
uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso
auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos
Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e
Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos
trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para
a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA
De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de
cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento
proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas
horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar
perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que
INTRODUCcedilAtildeO 39
a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no
miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no
resultado do exame
O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de
exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste
audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames
ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico
Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e
torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou
agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento
fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA
De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com
absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o
controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares
auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do
monitoramento auditivo satildeo
- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a
comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos
- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento
perioacutedico
- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico
otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de
problemas de orelha meacutedia
- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo
INTRODUCcedilAtildeO 40
- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador
- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA
Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do
monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente
na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como
- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias
- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento
- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro
protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo
- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos
no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes
futuros seratildeo comparados
- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do
protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador
aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo
devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute
responsaacutevel pelo custeio desse procedimento
Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas
que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando
dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso
dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos
intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas
INTRODUCcedilAtildeO 41
etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma
melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador
Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o
controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH
1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares
tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil
acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o
protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido
negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de
protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de
trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)
Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a
partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande
responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na
implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a
alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo
Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da
conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um
hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora
elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e
enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos
teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios
para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado
com a sauacutede do trabalhador na empresa
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS
42
- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior
geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND
- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos
funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo
auditiva
- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de
exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo
individual do tipo auricular
- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em
engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado
- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos
quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados
auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo
auricular
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
MATERIAL E MEacuteTODOS
43
31 TIPO DE ESTUDO
A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos
dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de
natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede
audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento
preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de
Conservaccedilatildeo Auditiva
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e
patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia
administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos
e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou
seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade
Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que
possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)
8 horas diaacuterias)
A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como
atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos
doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina
profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de
funcionaacuterios que ficam na creche
MATERIAL E MEacuteTODOS
44
Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees
1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e
individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios
em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos
pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar
e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna
Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas
seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica
Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica
Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil
Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica
Armazenagem Expediente
Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento
Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo
Desjejum e Lanches Restaurantes I e II
33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO
No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos
riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente
atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
(LTCAT) organizado por Jesus (2004)
Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados
os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no
desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos
por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca
Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e
MATERIAL E MEacuteTODOS
45
os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450
sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores
Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes
da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute
(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para
incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)
O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas
atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo
Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose
observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)
34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO
A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de
pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de
admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo
da amostra
Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a
amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em
qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade
Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois
natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com
problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de
1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)
MATERIAL E MEacuteTODOS
46
realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do
estudo totalizando 174 trabalhadores estudados
35 ASPECTO EacuteTICO
O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de
dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue
ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND
(ANEXO B) (BRASIL 1996)
36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os
funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo
de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da
admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum
funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo
do exame para que esse se tornasse o de referecircncia
361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS
A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os
exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e
agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo
Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do
niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL
1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria
MATERIAL E MEacuteTODOS
47
pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de
accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma
de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um
valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite
de exposiccedilatildeo seja ultrapassado
Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico
de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem
desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de
funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo
assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho
para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio
funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento
Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato
auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar
de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar
o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista
3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS
As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de
250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization
for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos
audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-
MATERIAL E MEacuteTODOS
48
41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em
que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a
4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada
No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT
desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e
padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o
programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo
foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por
ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores
das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o
resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees
- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)
em todas as frequumlecircncias examinadas
- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os
limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem
valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando
essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em
ambos os lados
- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo
os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e
Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
MATERIAL E MEacuteTODOS
49
- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo
Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser
menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz
4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores
acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser
maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos
criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de
500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala
ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser
classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como
- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de
natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea
e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala
com resultados em torno de 100
MATERIAL E MEacuteTODOS
50
- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via
aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre
proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada
- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um
sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as
frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem
prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela
presenccedila do componente sensorioneural
362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO
Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da
pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)
(ANEXO D)
Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave
histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas
anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao
equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de
exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de
protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros
Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de
investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de
participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas
MATERIAL E MEacuteTODOS
51
363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS
Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees
forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo
acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou
intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo
com as seguintes especificaccedilotildees
1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de
aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB
2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca
Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB
3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319
CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB
Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo
sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que
circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor
auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes
As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos
de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de
2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)
MATERIAL E MEacuteTODOS
52
trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos
profissionais do SESMT da empresa
Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-
cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e
importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular
a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de
esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional
O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes
informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para
motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento
Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de
Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos
os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo
de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma
hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios
Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com
perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os
funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto
informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)
Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos
funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para
esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes
informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de
informaccedilatildeo para o grupo
MATERIAL E MEacuteTODOS
53
4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os
dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas
A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de
respostas entre os lados foi importante
Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia
admitindo as linhas ou as colunas como subtotais
4 RESULTADOS
RESULTADOS
54
Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os
paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor
ilustrar as anaacutelises
Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada
o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade
o Ambiente de produccedilatildeo
Dados de Anamnese
o Aspectos pessoais
o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho
o Aspectos gerais
Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados
o Por anos em que os exames auditivos foram realizados
Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005
41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA
411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE
Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste
estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo
por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos
da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)
A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade
do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A
idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn
860)
RESULTADOS
55
IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA
NAtildeO ZARAM
E AUDITIVO
LABILA
ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE
Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais
presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na
TABELA 1
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
REALIXAME
IMITE CEITAacuteVEL
TERAL
OtildeES NI
RAL) n n n
23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413
22 1454
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)
ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior
prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino
412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que
sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528
relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto
Esses dados podem ser observados na TABELA 2
Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos
antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos
ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento
RESULTADOS
56
de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo
ruidosas dentro da DND
Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato
Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas
como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA
SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES
DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE
COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160
Uso de moto 7
CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150
Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso
Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis
meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28
anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou
igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e
tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno
Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal
de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e
16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma
funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser
observados
RESULTADOS
57
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)
MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL
13 anos e meio
30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011
JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609
9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)
Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo
verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se
mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na
TABELA 4
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
TEMPO DE SERVICcedilO (DND)
NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)
n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse
estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No
RESULTADOS
58
GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos
funcionaacuterios que participaram no estudo
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
20
1210
15
20
25
tage
m (
)
14 14
64
8 8
2 21
5
10
ubseccedilotildees
Perc
en
0S
Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no
GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND
tambeacutem foram os que mais participaram no estudo
Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND
22
8 2
4612
10
Atendente de Nutriccedilatildeo
Auxiliar de Serviccedilo - Servente
Chefias
Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede
OficialAgente Administrativo
RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG
RESULTADOS
59
Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no
nuacutemero de fun etera exam realizado em
2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE
TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004
NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
que compotildeem a DND doze p desse do e houve
cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo
ervar na T LA 5
Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM
EXAME
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES (UNI OU
BILATERAL) n n n
CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -
COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272
DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176
LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo
() feita admitindo as linhas como subtotais
No ambiente de prod enos de 60dB(A)
a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo
Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados
podem ser observados no ( )
ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17
preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante
OBS Percentagem
4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO
uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m
(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de
ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod
ANEXO C
Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no
RESULTADOS
60
1782
ser observados na TABELA 6
ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos
R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no
trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se
acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses
dados podem
T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
EPERCUSS T
Alto 5345 Meacutedio 2931
PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL
Natildeo o 1724 Constante 4770
CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT
pinaram
Flutuante 1782 Impacto -
PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL
Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655
CcedilEcircNCIA DO
DUOS SOBMB
Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816
Jaacute acostumou 1337
PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO
Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034
PCcedilDESCO
42 DADOS DE MNESE
421 ASPECTOS PESSOAIS
A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas
revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes
relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201
atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos
funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou
bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons
Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o
protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o
ANA
RESULTADOS
61
equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o
protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio
(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no
meato acuacutestico externo ao usaacute-lo
Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou
tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo
apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3
Queixas natildeo auditivas
39
46
2016 16
12
230
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
em (
)
Prurido
Zumbido
Plenitude auricular
Vertigem
Cera excessiva
Otalgia
Inflamaccedilatildeo
GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia
Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais
apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas
apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4
Representaccedilatildeo dos sintompe
RESULTADOS
62
Queixas e frequumlecircncia de comportamento
42
21
129
117
95
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Cansaccedilo (agraves vezes)
Cansaccedilo (sempre)
Sono (agraves vezes)
Sono (sempre)
Irritaccedilatildeo (agraves vezes)
Irritaccedilatildeo (sempre)
Desmotivado (agraves vezes)
Desmotivado (sempre)
Desatento (agraves vezes)
GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia
Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20
referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias
mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)
seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos
rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou
resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas
auditivas perceptiacuteveis
A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e
6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que
ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente
Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo
realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram
o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225
conhecem com opinaram
Roc
otildee
natildeo faz
o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo
RESULTADOS
63
A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137
acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede
422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com
uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a
limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento
das bandejas com os alimentos
Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao
trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)
que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo
que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que
natildeo participam
Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso
de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do
SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados
Esses dados podem ser observados na TABELA 7
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim Natildeo
pr
3218 6718 Sim Natildeo
OUTROS AGENTES NOCIVOS
Vibraccedilatildeo 1436 8563
Produtos Quiacutemicos CONTATO COM
Sim Natildeo
CIPA
Sim Natildeo
Capacitaccedilotildees
PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES
862 9138
6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS
Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574
RESULTADOS
64
8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem
uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo
perten
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem
uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5
Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando
frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298
389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade
do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois
cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade
Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da
preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo
Queixas durante o uso do protetor auricular
4550 Incomodo
42
35
85 3
0
5
1015
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Dificulta a conservaccedilatildeo
Coceira excessiva
Excesso de cera
Aumento da temperaturaauricular
Inseguranccedila
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
RESULTADOS
65
ossuem limiares
uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as
usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8
TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual
USO DO PROTETOR AURICULAR
Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo
consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental
Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p
a
frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que
referem itiva
Df
entuais icular
tiva dos
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
R ULTADOS DOS EXAMES n n n
ES
NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)
11 2115 37 3627 7 35 X
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)
23 4423 45 4411 9 45
LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)
18 3461 20 1960 4 20
TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100
ANI
OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais
O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e
Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de
Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de
1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do
equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9
Pe
RESULTADOS
66
TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
USO DO PROTETOR AURICULAR
Dp
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
n n n
SN
CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A
COZIN
CA
RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30
CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20
DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25
LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10
TOTAL (n = 174) 52 102 20
GEM E T
R
OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais
Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente
da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria
dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou
pelo menos agraves vezes
TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo
USO DE EPI
nta
os
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
INFORMACcedilAtildeO n n n
SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual
qu
RESULTADOS
67
TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
USO DE EPI
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO
n n n
MIN
PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447
NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149
OLOI
OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual
Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os
de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande
nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor
auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que
tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade
auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na
TABELA 12
TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
LIMITE
ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL
PA ESTAacuteVEL
AGRAVOU
MELHOROU
ntaamento de
Dindividu
USO D
PROTETOR AURICUL
n n n n
E
AR
SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270
NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704
= 6= 7
OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
em () fei
RESULTADOS
68
423 ASPECTOS GERAIS
A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da
Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de
fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios
Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas
questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser
observadas no RAacuteFICO 6
G
Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado
42
26
16
88
Importante
Bom
Faacutecil
Confuso
Longo
GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia
43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS
Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que
natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174
funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e
esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo
Ro
U
RESULTADOS
69
de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)
Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de
aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas
A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria
e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada
entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos
2 0
18 22 24
514
3
84
115
0
20
40
60
80
100
120
140
No
de
exam
es
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996
GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
431 ANAacuteLIS OR ANOS
Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19
fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os
exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005
Re
E P
RESULTADOS
70
4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004
Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria
dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou
bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13
TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004
DND (n = 174) n
IS
Distrf
NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas
sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha
esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita
Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos
funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses
4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e
limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva
sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na
maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas
770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e
limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8
RESULTADOS
71
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004
4583
0
50
416
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )
Orelha Direita Orelha Esquerda
Natildeo Sugest de PAIR
Sugestivo PAIR
(n = 24)
GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos
ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida
por outras etiologias que
natildeo o r
ivo
de
Di
nt
Das alteraccedilotildees auditivas
fu
por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva
uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004
222Natildeo Sugestivo de PAIR
778
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
de PAIR
(n = 18)
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
Percentagem ()
Sugestivo
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
RESULTADOS
72
zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para
15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos
ites ac i
TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex
4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005
O nuacutemero de funcionaacuterios que reali
1
lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral
Esses dados podem ser observados na TABELA 14
14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am
accedilatildeo auds es de 2005
DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59
REALIZARAM EXAME 6609AT 000
115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A
S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826
U IS ERAIS 21
OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees
auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na
orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita
Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios
da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)
apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis
na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na
orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos
funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)
satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser
observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11
o as linhas como subtotais
RESULTADOS
73
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005
40
0 10 20 30 40 50 60 70
Percentagem ()
Sugestivo de
SuPA
(n = 25)
GRAacuteFICO
Situaccedilatilde do
60
PAIR na OD
gestivo de IR na OE
10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005
o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005
8571de PAI
1429
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Percentagem ( )
Sugestivo R
Natildeo Sugestivo de
(n =
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR
alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de
alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via
aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural
plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)
21)
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
apresentaram
RESULTADOS
74
4313
a com
referecircnc
em
- Estaacutevel
- Agravado
Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)
dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva
sugestivo de PAIR (estaacuteveis)
Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na
orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo
contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que
minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de
PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis
Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND
observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva
pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de
funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como
podemos observar na TABELA 15
COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005
Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando
paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como
ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos
exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado
exames em que houve piora nos resultados
permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo
RESULTADOS
75
TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
LIMITE ACEITAacuteVEL
PA AGRAVOU
MELHOROU
A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos
ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E
DIETEacuteTICA n n n n
CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -
EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)
CODE 8
DIE - - 1 2500 3 7500 - -
LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5
RESTA 0 SE
E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250
RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
5 DISCUSSAtildeO
DISCUSSAtildeO
76
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de
caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho
auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves
vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo
interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos
profissionais da equipe de sauacutede
A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e
subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios
de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees
desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo
que trabalha foi a de maior destaque
No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea
de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um
nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)
Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho
em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos
anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades
laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes
nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos
direcionados a essa populaccedilatildeo
Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave
ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)
afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em
relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para
DISCUSSAtildeO
77
alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente
no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer
os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER
1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos
num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares
auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram
alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das
mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as
mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute
de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo
delas serem menos suscetiacuteveis
A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a
perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia
consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram
essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que
em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e
os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)
A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo
apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de
perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE
ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)
Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras
variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia
Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de
DISCUSSAtildeO
78
trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de
funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A
perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute
caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de
8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido
O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com
a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada
ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo
entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando
combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas
frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece
no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma
tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias
(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias
Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da
presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais
importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e
niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos
testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito
diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada
na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas
altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de
sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR
para as perdas auditivas encontradas
DISCUSSAtildeO
79
A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute
dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao
ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)
Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais
foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e
com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior
proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco
anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute
elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo
da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A
partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da
orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo
funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior
mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e
naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila
dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo
A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis
de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma
funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)
afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB
durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees
irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo
inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da
coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
80
resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios
para a sauacutede (MELNICK 1985)
Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos
quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI
1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na
amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo
foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas
A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o
conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa
avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc
Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da
perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de
procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo
audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida
(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do
sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as
doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de
instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica
O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e
qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo
da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que
envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de
seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho
(PIZARRO PIZARRO 2000)
DISCUSSAtildeO
81
Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o
agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral
como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY
2000)
Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem
em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das
conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os
dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e
de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio
aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa
sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim
como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados
audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas
doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela
na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo
ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A
realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de
indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados
sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo
adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa
atuaccedilatildeo (SAVA 2005)
O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo
Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente
laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees
DISCUSSAtildeO
82
mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e
Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de
trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)
chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a
comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees
psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se
comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido
frente a esse agente fiacutesico
Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo
auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a
acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o
prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim
como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa
populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo
do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local
e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora
percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda
pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das
perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o
nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau
da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem
excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem
assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)
DISCUSSAtildeO
83
Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e
terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente
comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a
realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e
educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as
atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse
conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na
educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como
tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)
Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a
estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar
de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia
ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER
1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei
no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)
Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a
situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as
necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo
Kwitko (1998) satildeo
- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de
ruiacutedo excessivo no interior da cabina
DISCUSSAtildeO
84
- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de
sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos
durante a colocaccedilatildeo dos fones
- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do
teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees
experiecircncia em testes anteriores
- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo
entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias
condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal
resposta motora)
Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e
comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso
esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser
garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados
possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e
apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva
Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente
tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o
mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o
tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente
principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio
De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios
de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como
referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
85
que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior
nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando
a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute
uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal
A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a
realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de
oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo
do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo
audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees
com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774
referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao
meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o
funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas
estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame
Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a
elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-
se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo
entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health
Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck
Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva
(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)
Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos
de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao
DISCUSSAtildeO
86
ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise
das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo
(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)
A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute
extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente
dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)
Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da
amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares
auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a
10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz
ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em
frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de
limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias
No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame
auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das
alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo
Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua
situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames
audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a
conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)
Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para
115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as
alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram
resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma
DISCUSSAtildeO
87
alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo
audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR
Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que
45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as
mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou
agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem
alta e permanente
Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros
autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de
metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em
trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a
prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275
mineradores
A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo
bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas
alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma
maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os
casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)
Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente
unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001
CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise
uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias
havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais
para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees
DISCUSSAtildeO
88
Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos
limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa
melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva
normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos
limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute
irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito
aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a
diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO
et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da
dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel
ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER
ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar
o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis
Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas
auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)
Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos
que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo
de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que
60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que
pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser
considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz
respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da
populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor
1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983
DISCUSSAtildeO
89
Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano
auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo
protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que
chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau
de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo
protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em
oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um
periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH
1998)
O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio
complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de
pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a
dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado
ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do
protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo
individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente
ao trabalhador (SARTORI 2005)
Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores
auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e
escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de
colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia
pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)
O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que
atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a
DISCUSSAtildeO
90
execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu
ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo
Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de
apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam
(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso
quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre
Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de
intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo
mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo
plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse
modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o
plugue satildeo desconfortaacuteveis
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo
precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que
usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios
revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico
tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa
As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo
e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235
referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o
pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que
nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho
DISCUSSAtildeO
91
No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo
auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais
relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira
excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da
construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem
inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem
nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)
A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na
anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos
limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam
quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram
usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam
limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo
usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas
As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees
preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu
Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores
como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute
evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa
proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo
diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem
demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como
por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui
DISCUSSAtildeO
92
Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela
diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da
acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional
(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)
Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que
as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo
sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco
eficazes
Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva
encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de
ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a
proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa
estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas
com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos
exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de
perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento
audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes
consideraccedilotildees
- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente
- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros
com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi
suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica
- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa
de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido
(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees
- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva
do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um
monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo
permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva
- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para
prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo
de condutas preventivas nos casos alterados
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
94
- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)
para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos
outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano
- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo
das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees
- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes
por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas
mais contundentes
- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em
consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional
meacutedico no processo preventivo
- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas
integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com
as medidas atuais
REFEREcircNCIAS
REFEREcircNCIAS
95
ABEL S M HAYTHORNTHWAITE C A The progression of noise-induced hearing loss a survey of workers in selected industries in Canada J Otolaryngol Suppl Toronto v13 p2-36 1984
ALBERTI P W Noise the most ubiquitous pollutant Noise amp Health London n1 p3-5 1998
ALMEIDA S I C ALBERNAZ P L M ZAIA P A XAVIER O G KARAZAWA E H I Histoacuteria natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruiacutedo Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v46 n22 p143-58 2000
ALVES R P C Perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores de uma induacutestria de papel e celulose 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Promoccedilatildeo de Sauacutede) - Universidade de Franca FrancaSP 2004
AMERICAN ACADEMY OF OTOLARYNGOLOGY HEAD AND NECK SURGERY FOUNDATION (AAOHNS) Guide for conservation of hearing in noise Washington 1988
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE ANSI Ѕ125 New York 1996
______ ANSI S126 New York 1997
ARANA G A C Sauacutede ambiental e fonoaudiologia O mundo da sauacutede Satildeo Paulo v21 n5 p285-89 setout1997
ARAUacuteJO G M REGAZZI R D Periacutecia e avaliaccedilatildeo de ruiacutedo e calor teoria e praacutetica 2ed Rio de Janeiro (sn) 2002 468p
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS (ABNT) Niacuteveis de ruiacutedos aceitaacuteveis referecircncias elaboraccedilatildeo NB951996 Rio de Janeiro ABNT 1996
AVAGLIANO A ALMEIDA K Estudo do desempenho de diferentes tipos de protetores auditivos Rev CEFAC Satildeo Paulo v3 n1 p77-87 2001
AZEVEDO A N ATHAYDE D S M REIS M L GIOVANELLA N Trabalho de educaccedilatildeo e sauacutede fonoaudioloacutegica em olarias Fono Atual Satildeo Paulo v5 n21 p36-39 2002
REFEREcircNCIAS
96
BERNARDI A P A SALDANHA JUNIOR O M Histoacuterico da inserccedilatildeo do fonoaudioacutelogo nas empresas do acompanhamento audiomeacutetrico agrave consultoria In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p15-27
BOSCH J Sorderas neurosensoriales In ABELLOacute P TRASERRA J Otorrinolaringologia Barcelona Doyma 1992 p192-8
BRASIL Ministeacuterio do Trabalho Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Decreto-lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Aprova a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 09 de ago 1943
______ Ministeacuterio do Trabalho Portaria 3214 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capiacutetulo V Tiacutetulo II da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho relativas a Seguranccedila e Medicina do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 8 de jun 1978a
______ Ministeacuterio do Trabalho Normas regulamentadoras de seguranccedila e sauacutede do trabalhador NR-15 anexos I e II Estabelece limites de toleracircncia para exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 08 de jun 1978b
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 24 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 7 - Programa de Controle Meacutedico e Sauacutede Ocupacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994a
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 25 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 9 - Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994b
______ Conselho Nacional de Sauacutede Aprovaccedilatildeo das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo nordm 196 10 out de 1996 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia out1996
______ Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) Ordem de Serviccedilo nordm 608 de 5 de agosto de 1998 Aprova Norma Teacutecnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora de origem ocupacional Ministeacuterio da Previdecircncia e Assistecircncia Social Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 19 de ago 1998a
REFEREcircNCIAS
97
______ Ministeacuterio do Trabalho - Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 19 de 9 de Abril de 1998 Diretrizes e paracircmetros miacutenimos para avaliaccedilatildeo a acompanhamento da audiccedilatildeo em trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevados Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 22 de abr 1998b
BURNS V STEAD J C PENNY H W The relations between temporary shift and occupational hearing loss In BURNS W ROBINSON D W Hearing and noise in industry London Her Magestyrsquos Stationery Office 1970
CARNICELLI M V F Exposiccedilatildeo ocupacional a vibraccedilatildeo transmitida atraveacutes das matildeos uma revisatildeo sobre o distuacuterbio vascular perifeacuterico Rev Bras Sauacutede Ocup Satildeo Paulo v22 n82 p35-44 abrjun 1994
CELIK O YALCcedilIN S OumlZTUumlRK A Hearing parameters in noise exposed industrial workers Auris Nasus Larynx Amsterdam v25 n4 p369-375 1998
CHERMAK G D DENGERINK J E DENGERINK H A Threshold of octave masking as a predictor of temporary threshold shift following repeated noise exposure J Speech Hear Disord Rockville n49 p303-8 1984
COLES R A Classification of causes mechanisms of patient disturbance and associated counseling In VERNON J A MOLLER A R Mechanisms of tinnitus Boston Allyn and Bacon 1995 p11-19
COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA Perda auditiva induzida por ruiacutedo relacionada ao trabalho Boletim Satildeo Paulo n 1 1999a
______ Padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador exposto ao ruiacutedo Boletim Belo Horizonte n2 1999b
______ Recomendaccedilotildees miacutenimas para elaboraccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva Boletim Satildeo Paulo n6 1999c
CORDEIRO R LIMA FILHO E C NASCIMENTO L C Associaccedilatildeo da perda auditiva induzida pelo ruiacutedo com o tempo acumulado de trabalho entre motoristas e cobradores Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n10 p210-21 1994
REFEREcircNCIAS
98
CORREcircA FILHO H R COSTA L S HOEHNE E L PEREZ M A NASCIMENTO L C DE MOURA E C Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v36 n6 p693-701 2002
CORREIA J W PAIR e suas complicaccedilotildees meacutedico-periciais CIPA Satildeo Paulo v244 n21 p54-69 2000
COSTA E A KITAMURA S Oacutergatildeos dos sentidos audiccedilatildeo In MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995 p365-86
COSTA E N Efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo e audiologia industrial Revista de Fonoaudiologia Satildeo Paulo v1 n2 p12-16 nov abr 19941995
COX R M ALEXANDER G C GRAY GA Who wants a hearing aid Personality profiles of hearing aid seekers Ear Hear Baltimore v26 n1 p12-26 2005
CUBAS DE ALMEIDA S I Histoacuteria natural da disacusia induzida por ruiacutedo industrial e implicaccedilotildees meacutedico-legais1992 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Otorrinolaringologia) - Escola Paulista de Medicina Satildeo Paulo 1992
_____ O diagnoacutestico diferencial da disacusia neurossensorial por ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p181-187
DAVIS H SILVERMAN SR Hearing and deafness 3ed New York Holt Rinehart amp Winston 1970
DUNN D Cochlear morphology associated with overexposure to noise Journal of the Ohio Speech and Hearing Association Ohio n10 p 22-28 1987
FANTAZZINI M L Atenuaccedilatildeo de protetores auriculares In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p103-111
FERNANDES M Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposiccedilatildeo ocupacional a ruiacutedo e vibraccedilatildeo 2005 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Universidade Tuiuti do ParanaacutePR 2005
REFEREcircNCIAS
99
FERREIRA D A fonoaudiologia o direito previdenciaacuterio e a perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p202-214
FERREIRA JUNIOR M Perda auditiva induzida por ruiacutedo bom senso e consenso Satildeo Paulo VK 1998 121p
_____ Perda auditiva induzida por ruiacutedo In ______ Sauacutede no trabalho Satildeo Paulo Roca 2000 p262-285
FIORINI A C SILVA S BEVILACQUA M C Ruiacutedo comunicaccedilatildeo e outras alteraccedilotildees SOS Sauacutede Ocup Segur Satildeo Paulo v26 p49-60 1991
FIORINI A C A importacircncia do monitoramento audiomeacutetrico no programa de conservaccedilatildeo auditiva Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo n13 p95-102 1994a
FIORINI A C Conservaccedilatildeo auditiva estudo sobre o monitoramento audiomeacutetrico em trabalhadores de uma induacutestria metaluacutergica 1994 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo Humana) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1994b
FIORINI A C O uso de registros de emissotildees otoacuacutesticas como instrumento de vigilacircncia epidemioloacutegica de alteraccedilotildees auditivas em trabalhadores expostos a ruiacutedo Tese (Doutorado em Sauacutede Ambiental) - Faculdade de Sauacutede Puacuteblica Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2000
FIORINI A C NASCIMENTO P E S Programa de prevenccedilatildeo de perdas auditivas In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Rio de Janeiro Revinter 2001 v2 p51-61
FRANCO E S RUSSO I C P Prevalecircncia de perdas auditivas em trabalhadores no processo admissional em empresa na regiatildeo de CampinasSP Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n5 p661-70 2001
FUNDACENTRO Norma de higiene ocupacional procedimento teacutecnico ndash avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo nordm 1 (NHO - 01) Satildeo Paulo 2001
GALAFASSI M C Medicina do trabalho Satildeo Paulo Atlas 1998
REFEREcircNCIAS
100
GATES G A COOPER J C KANNEL W B et al Hearing in the elderly the framingham cohort Ear Hear Baltimore n11 p247-56 1990
GATES G A SCHMID P KUJAWA S G NAM B DAGOSTINHO R Longitudinal threshold changes in older men with audiometric notches Hearing Research Amsterdam v141 n12 p220-28 2000
GERGES S N Y Efeitos nocivos a audiccedilatildeo e as consequumlecircncias das vibraccedilotildees no corpo humano Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p56-62 jul 1997
GIAMPAOLI E Persistecircncia especialista diz que profissionais tem como resolver problemas mais comuns da induacutestria Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo n101 p8 2000
GOBBATO L H F G COSTA E A SAMPAIO M H GOBBATO JUacuteNIOR F M Estudo do efeito aprendizagem em exames audiomeacutetricos sequumlenciais em trabalhadores de induacutestria metaluacutergica e suas implicaccedilotildees nos programas de conservaccedilatildeo auditiva Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v70 n4 p540-4 julago 2004
GLORIG A Noise past present and future Ear Hear Baltimore v1 n1 p4-18 1980
GOMES R Inimigo invisiacutevel induacutestria brasileira continua fabricando surdos apesar dos avanccedilos tecnoloacutegicos Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v 22 n5 p74-8 abrmaio 1989
GUERRA M R LOURENCcedilO P M C TEXEIRA M T B ALVES M J M Prevalecircncia de perda auditiva induzida por ruiacutedo em empresa metaluacutergica Rev Sauacutede Publ Satildeo Paulo n39 p527-30 2005
HANDAR Z Ruiacutedo controlado Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v11 n77 p63-67 maio 1998
HENDERSON D HAMERNIK R P Biologics bases of noise-induced hearing loss In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p513-33
HEacuteTU R GETTY I QUOC H T Impact of occupational hearing loss on the lives of workers In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p495-512
REFEREcircNCIAS
101
HUNGRIA H Trauma sonoro In ______ Otorrinolaringologia 8ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 p389-400
IBANtildeEZ R N Programa de conservaccedilatildeo auditiva In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p255-60
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) Instruccedilatildeo Normativa nordm 78 de 16 de julho de 2002 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 18 de jul 2002
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO) Acoustics audiometric test methods ndash Part 1 basic pure tone air and bone conduction threshold audiometry ISO 8253-1 Geneve Switzerland 1989
JERGER S JERGER J Perda auditiva por induccedilatildeo de ruiacutedo In ______ Alteraccedilotildees auditivas Satildeo Paulo Atheneu 1998 p133-137
JESUS J E C C (Org) Laudo teacutecnico das condiccedilotildees ambientais de trabalho Ribeiratildeo PretoSP 2004
KRYTER K D The effects of noise on man New York Academic Press 1985
KWITKO A Audiometria ocupacional CIPA Satildeo Paulo v18 n213 p34-36 1997
______ Teste de rotina a obtenccedilatildeo da qualidade de ambiente e cabinas de testes audiomeacutetricos ocupacionais Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p66-68 out1998
LANDEN D WILKINS S STEPHENSON M MCWILLIAMS L Noise exposure and hearing loss among sand and gravel miners J Occup Environ Hyg Philadelphia v1 n8 p532-41 aug 2004
LASMAR A Diagnoacutestico da doenccedila profissional induzida pelo ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p153-161
LOPES-FILHO O C Deficiecircncia auditiva In ______ (Org) Tratado de fonoaudiologia Satildeo Paulo Tecmedd 2005 p23-40
REFEREcircNCIAS
102
LUXON L M The clinical diagnosis of noise induced hearing loss Advances in Noise Research Londres 1998
MARCHIORI L L M MELO J J Comparaccedilatildeo das queixas auditivas com relaccedilatildeo agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo em componentes de orquestra sinfocircnica Proacute-Fono Carapicuiacuteba v13 n1 p9-12 2001
MARTINS A L ALVARENGA K F BEVILACQUA M C COSTA FILHO O A Perda auditiva em motoristas e cobradores de ocircnibus Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n4 p 467-73 2001
MAY J J Occupational hearing loss Am J Ind Med New York v37 n1 p112-120 2000
MAYRINK C E SILVA C S FERREIRA M D BEVILAQUA M C Os efeitos do ruiacutedo na audiccedilatildeo Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo v12 p30-43 1993
MELLO A P WAISMANN W Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e quiacutemicos industriais e seus efeitos no sistema auditivo revisatildeo da literatura Arq Otorrinolaringol Satildeo Paulo v8 n3 p226-34 2004
MELNICK W Industrial hearing conservation In KATZ J Handbook of clinical audiology 4ed Baltimore Williams amp Wilkins 1985 p534-552
______ Sauacutede auditiva do trabalhador In KATZ J Tratado de audiologia cliacutenica 4ed Satildeo Paulo Manole 1999 p529-547 1999
MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995
MERLUZZI F Patologia da rumore In SARTORELLI E Tratatto di medicina del lavoro Padova Piccin 1981 v2 p1119-49
MOLLER M B Hearing in 70 and 75 years old people results from a crossection and longitudinal population Am J Otol Philadelphia n2 p22-9 1981
MOMENSOHN-SANTOS T M RUSSO I C P(Orgs) A praacutetica da audiologia cliacutenica 6ed Satildeo Paulo Cortez 2005 375p
REFEREcircNCIAS
103
MONTIEL-LOacutePEZ M CORZO-ALVAREZ G CHACIacuteN-ALMARZA B ROJAS-GONZAacuteLEZ L QUEVEDO A RENDILES H Prevalence and characterization of hearing loss in workers exposed to industrial noise of the turbogenerated electric plant of a petrochemical industry Invest Clin Maracaibo v47 n2 p117-31 jun 2006
MORATA T C Sauacutede do trabalhador estudo da exposiccedilatildeo simultacircnea a ruiacutedo e dissulfeto de carbono 1986 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1986
MORATA T C CARNICELLI M V Audiologia e sauacutede dos trabalhadores Satildeo Paulo EDUC 1988
MORATA T C LEMASTERS G K Epidemiologic considerations in the evaluation of occupational hearing loss Occup Med State Art Rev Philadelphia v10 n3 p 641-56 1995
MORATA T C DUNN D E SIEBER W K Perda auditiva ocupacional a agentes ototoacutexicos In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p189-201
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH) Preventing occupational hearing loss a practical guide Washington U S Department of Health and Human Services 1996
_____ Criteria for a recommended standard occupational noise exposure revised criterion Washington U S Department of Health and Human Services 1998
OLIVEIRA C G Fonoaudiologia preventiva em sauacutede do trabalhador In MARCHESAN I ZORZI J L E GOMES I C D (Orgs) Toacutepicos em fonoaudiologia 1996 v3 p 121-29
OLIVEIRA J A A Fisiologia cliacutenica da audiccedilatildeo ndash coacuteclea ativa In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p101-142
OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA) United States Department of Labor Occupational noise exposure hearing conservation amendment Federal Register Washington U S v48 n46 p9738-45 1983
REFEREcircNCIAS
104
PEARSON J D et al Gender differences in a longitudinal study of age-associated hearing loss Journal Acoust Soc Am Lancaster v97 n2 p1196-205 fev1995
PINTO N M C Alternativas para anaacutelise longitudinal de resultados audiomeacutetricos In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p73-188
PIZARRO G PIZARRO G U Diagnoacutestico cliacutenico pela audiometria ocupacional Acta Who Geneve v19 n1 p32-38 2000
PRASHER D New strategies for prevention and treatment of noise-induced hearing loss J Lancet Minneapolis n352 p1240-41 1998
RABINOWITZ P M Noise induced hearing loss Am Fam Physician Kansas City v61 n9 p2749-562759-60 2000
RIBEIRO A M D CAcircMARA V M Perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora em trabalhadores de manutenccedilatildeo de aeronaves de asas rotativas Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v22 n6 p1217-24 2006
RIBEIRO F S N OLIVEIRA S REIS M M SILVA C R MENEZES M A DIAS A E Processo de trabalho e riscos para a sauacutede dos trabalhadores em uma induacutestria de cimento Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n68 p1243-50 2002
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a niacuteveis elevados 2003 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) - Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo 2003
RIOS A L SILVA G A Sleep quality in noise exposed brazilian workers Noise amp Health London v8 n29 p27-34 2005
RODRIGUES M A G DEZAN A A MARCHIORI L L MEficaacutecia da escolha do protetor auditivo pequeno meacutedio e grande em programa de conservaccedilatildeo auditiva Rev CEFAC Satildeo Paulo v8 n4 p543-7 2006
ROYSTER J D ROYSTER L H Using audiometric data base analysis J Occup Med Baltimore n 28 p1055-68 1986
REFEREcircNCIAS
105
RUIZ R C MOREIRA M IZUMIDA M M RUIZ V Funccedilatildeo auditiva de trabalhadores em induacutestrias de papel e papelatildeo eacute analisada Revista CIPA Satildeo Paulo v12 n 3 p85-90 1996
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M SANTOS U P Programa de sauacutede dos trabalhadores a experiecircncia da zona norte uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo Hucitec 1989 p125-155
SANTOS U P (Org) Ruiacutedo riscos e prevenccedilatildeo 3ed Satildeo Paulo Hucitec 1999 157p
SANTANA V S BARBERINO J L Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e hipertensatildeo arterial Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo n29 p478-87 1995
SARTORI E Conhecimento e atitude de trabalhadores em relaccedilatildeo a prevenccedilatildeo da perda auditiva In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndash ocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p109-23
SATALOFF R T SATALOFF J Differential diagnosis of occupational hearing loss Occup Health Saf Waco v70 n9 p126-129 2001
SAVA L C Protocolo de avaliaccedilatildeo para populaccedilotildees expostas ao ruiacutedo industrial In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p189-202
SELIGMAN J Sintomas e sinais de PAIR In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p 143-9
SELIGMAN J NUDELMANN AA IBANtildeEZ R COSTA EA Perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In LAVINSKY L OLIVEIRA JAA Programa de educaccedilatildeo continuada em otologia Rio de Janeiro SOBSB 1999 p1-7
SIMPSON T H Programas de prevenccedilatildeo da perda auditiva ocupacional In MUSIEK F E RINTELMANN W F Perspectivas atuais em avaliaccedilatildeo auditiva Barueri Manole 2001 p461-480
REFEREcircNCIAS
106
SIVIERO A B FERNANDES M J LIMA J AC SANTONI C B BERNARDI A P A Prevalecircncia de perda auditiva em motoristas de ocircnibus do transporte coletivo da cidade de MaringaacutePR Rev CEFAC Satildeo Paulo v7 n3 p376-81 julset 2005
SUTER A H Construction noise exposure effects and the potential for remediation a review and analysis AIHA J Fairfax v63 n6 p768-89 novdec 2002
TAMBS K Moderate effects of hearing loss on mental health and subjective well-being results from the nord-trondelag hearing loss study Psychosom Med Baltimore v66 n5 p776-82 2004
TAY P Severe noise-induced deafness a 10-year review of cases Singapore Medical Journal Singapore v37 n4 p362-64 aug1996
WARD W D Adaptation and fatigue In JERGER J Modern developments in audiology 2ed New York Academic Press 1973 p323-8
_____ Endogenous factors related to susceptibility to damage from noise Occupational Hearing Loss State of the Art Reviews Baltimore v10 n3 p 561-76 1995
WELLESCHIK B KORPERT K Is the risk of noise-induced hearing damage higher for man than for women Journal Laryng Rhinol New York n59 p681-9 aug 1980
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of impairments disability and handcaps Geneve 1980
ANEXOS
ANEXOS
107
ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP
ANEXOS
108
ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo
E S C L A R E C I M E N T O
Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______
Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica
Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash
FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de
Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende
analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a
realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os
cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral
Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha
sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc
Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este
esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea
Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho
para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees
Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder
Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua
qualidade de vida
Atenciosamente
Ana Luacutecia Rios
ANEXOS
109
ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)
detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)
ANEXOS
110
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897
DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862
ANEXOS
111
RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
NPS dB (A)
DOS Q = 5 dB
(A)
DOS Q = 3 dB
(A)
GHE
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3
Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4
Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68
Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80
Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60
ANEXOS
112
Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60
Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62
Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60
Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60
Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60
ANEXOS
113
Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que
ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima
dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 5 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712
Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das
avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a
seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 3 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765
ANEXOS
114
ANEXO D ndash Questionaacuterio
NOME __________________________________
- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome
- Entregar o mais raacutepido possiacutevel
- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo
- Marque um (X) nas alternativas
- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)
- OD = orelha direita OE = orelha esquerda
- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
- Data de Nascimento ____ ____ ____
- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )
2ordm Grau Completo ( )
Superior ( )
- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos
- Seccedilatildeo ________________________________
1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo
( ) menos que oito horas diaacuterias
( ) oito horas diaacuterias
( ) mais que oito horas diaacuterias
2) Tem outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usa protetor de orelha neste outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute
( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto
( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto
4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) em casa ( ) oficina caseira
( ) wallkman ( ) banda de muacutesica
( ) discoteca ( ) esportes ruidosos
( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante
5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes
do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usava protetor de orelha neste serviccedilo
( ) SIM ( ) NAtildeO
Trabalhou por quanto tempo ____________
6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual ____________________________
Esse outro setor era barulhento
( ) SIM ( ) NAtildeO
7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho
( ) irrita
( ) incomoda
( ) prejudica a audiccedilatildeo
( ) natildeo trabalho no ruiacutedo
( ) jaacute acostumei
( ) natildeo atrapalha
8) Trabalha em turnos alternados
( ) SIM ( ) NAtildeO
9) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
10) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
11) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
ANEXOS
115
12) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute
( ) Normal ( ) OD ( ) OE
( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE
( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE
14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou
( ) lentamente
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
( ) bruscamente (muito raacutepido)
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quecirc _____________________________
____________________________________
18) Quanto a orelha vocecirc reclama de
( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera
( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)
( ) tontura ( ) barulho (zumbido)
( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado
( ) Natildeo reclamo
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama
19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc
sente
( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo
( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo
( ) sono ( ) desmotivado
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente
20) Vocecirc jaacute teve
( ) caxumba ( ) sarampo
( ) rubeacuteola ( ) catapora
( ) tuberculose ( ) meningite
21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) As duas orelhas
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
( ) As duas orelhas
( ) Teve que procurar um meacutedico
( ) SIM ( ) NAtildeO
23) Tem contato com produtos quiacutemicos
( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________
24) Tem contato com vibraccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede
( ) pressatildeo alta ( ) diabetes
( ) coraccedilatildeo ( ) rim
( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho
Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO
ANEXOS
116
26) Faz uso prolongado de
( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina
( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio
Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO
27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
28) Faz uso de fumo
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) nasceu com o problema
( ) ficou com o problema quando crianccedila
( ) ficou com o problema quando adulto
( ) ficou com o problema quando idoso
30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA
( ) SIM ( ) NAtildeO
31) Participa dos treinamentos e de palestras
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees
( ) Natildeo participo
32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo
quanto ao uso de protetor de orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quem
( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso
( ) jornal ( ) chefe ( ) outros
33) Usa o protetor de orelha
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa
( ) tipo concha (abafador)
( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)
( ) tipo concha + tipo plug (os dois)
( ) Natildeo uso
Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel
( ) abafador ( ) plug de borracha
( ) outro ( ) nenhum
35) Com o uso do protetor de orelha
( ) o ruiacutedo diminui no trabalho
( ) fica ruim para conversar
( ) o protetor incomoda
( ) a orelha coccedila muito
( ) junta sempre cera e entope
( ) a orelha fica muito quente
( ) se sente inseguro
( ) natildeo faz diferenccedila
( ) natildeo preciso usar protetor
( ) natildeo consigo usar o protetor
( ) uso soacute porque eacute obrigado
36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Quando crianccedila
( ) Por causa do trabalho
Ficou sabendo do resultado
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Gostaria de ser informado do resultado
37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees
da minha sauacutede
( ) SIM mas acho que natildeo preciso
ANEXOS
117
38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Natildeo me interesso
39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA
( ) SIM ( ) NAtildeO
Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico
( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo
( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo
( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC
( ) Outro meio informaccedilatildeo
40) O que achou do questionaacuterio
( ) muito longo ( ) confuso
( ) faacutecil ( ) difiacutecil
( ) importante ( ) bom
OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO
OBS Questionaacuterio adaptado de
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e
na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a
niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash
FMRP - USP 2003
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo
auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In
COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M
SANTOS U P Programa de sauacutede dos
trabalhadores A experiecircncia da zona norte
uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo
Hucitec 1989 p125-155
ANEXOS
117
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras
ANEXOS
118
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
119
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
120
ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
121
ANEXO G ndash Palestra informativa na DND
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
122
ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras
Capa do panfleto
Interior do panfleto
ANEXOS
123
ANEXO I ndash Cartazes informativos
ANEXOS
124
ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND
Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo
Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe
AUTORIZO A REPRODUCcedilAtildeO E DIVULGACcedilAtildeO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO POR
QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETROcircNICO
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE
FICHA CATALOGRAacuteFICA
Rios Ana Luacutecia Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque
fonoaudioloacutegico Ribeiratildeo Preto 2007 133p il 30cm
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica
Orientadora Silva Geruza Alves da
1 Prevenccedilatildeo amp controle 2 Sauacutede do trabalhador 3 Perda auditiva provocada por ruiacutedo 4 Programa de sauacutede ocupacional 5 Ruiacutedo ocupacional
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO Ana Luacutecia Rios Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico
Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica
Aprovado em _____ _____ _____
BANCA EXAMINADORA Profa Dra Geruza Alves da Silva Professora Doutora do Departamento de Cliacutenica Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Orientadora Assinatura _____________________________ Profa Dra Andreacutea Cintra Lopes Professora Doutora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Everardo Andrade da Costa Professor Doutor Colaborador da Disciplina de Otorrinolaringologia Cabeccedila e Pescoccedilo e da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Joseacute Antocircnio Apparecido de Oliveira Professor Titular do Departamento de Oftalmologia Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeccedila e Pescoccedilo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Milton Roberto Laprega Professor Doutor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________
DEDICATOacuteRIA
A todos aqueles que fazem ou que fizeram algo
para um ambiente de trabalho mais humano
EM ESPECIAL
A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada
pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo
Meu respeito sempre Sou muito grata
AGRADECIMENTOS
AGRADECcedilO
a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos
aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora
e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um
aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia
ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da
paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida
aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos
a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes
do SESMT da empresa pela confianccedila depositada
pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado
a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa
que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo
a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes
A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA
ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo
IRMAtildeOS GRIMM
RESUMO
RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional
ABSTRACT
RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent
Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia
61
GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
62
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
64
GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia
68
GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
69
GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
55
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
56
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
57
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
57
TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004
59
TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
60
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
63
TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual
65
TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
66
TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo
66
TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
67
TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
67
TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004
70
TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005
72
TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOHNS American Academy of Otolaryngology
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AC Antes de Cristo
ANSI American National Standard Institute
CA Certificado de Aprovaccedilatildeo
CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes
CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho
dB DeciBel
dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A
dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel
DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
DP Desvio Padratildeo
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo
HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
Hz Hertz
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
ISO International Standardization Organization
Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo
LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
MPL Mudanccedila Permanente de Limiar
MTb Ministeacuterio do Trabalho
MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar
n Nuacutemero de indiviacuteduos
NHO Norma de Higiene Ocupacional
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora
NR Norma Regulamentadora
NRR Noise Reduction Rating
NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)
OS Ordem de Serviccedilo
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PA Perda Auditiva
PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo
PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional
PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais
PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho
USP Universidade de Satildeo Paulo
WHO World Health Organization
SUMAacuteRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRAacuteFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APRESENTACcedilAtildeO
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
19
2 OBJETIVOS
42
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
43
4 RESULTADOS
54
5 DISCUSSAtildeO
76
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
REFEREcircNCIAS1
95
ANEXOS
107
1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002
APRESENTACcedilAtildeO
APRESENTACcedilAtildeO
16
Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser
desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa
rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do
trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao
ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros
processos produtivos
A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas
ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre
todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no
ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente
distribuiacutedo
A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de
administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave
qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no
sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das
normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo
O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social
educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais
de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do
Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O
PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de
levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus
efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se
APRESENTACcedilAtildeO
17
constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade
Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia
uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames
audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia
da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as
chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos
exames auditivos
Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel
pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo
dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute
problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da
ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade
Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das
fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico
do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo
se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador
e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos
de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso
Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na
empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades
relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas
Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e
APRESENTACcedilAtildeO
18
exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de
cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da
alteraccedilatildeo auditiva
Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus
dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do
trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados
padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e
adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e
da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o
gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo
A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da
audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais
de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e
contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa
1 INTRODUCcedilAtildeO
INTRODUCcedilAtildeO 19
Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais
presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua
intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer
(ALBERTI 1998)
No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas
ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus
efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo
que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES
1995)
A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs
prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute
muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas
intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases
produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)
A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos
problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por
Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de
Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez
Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva
Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras
1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo
INTRODUCcedilAtildeO 20
Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais
suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as
doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia
(RABINOWITZ 2000)
No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e
psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis
moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-
os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila
permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e
suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de
pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos
frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997
HUNGRIA 2000)
A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis
elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo
da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de
cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro
indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a
ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY
1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)
A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo
repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva
permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia
INTRODUCcedilAtildeO 21
criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo
(TAY 1996)
Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior
prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta
prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do
trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda
que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por
conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios
adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para
a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma
noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros
possam ser ainda maiores
Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees
praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos
trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do
niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras
O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que
em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo
ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30
desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa
base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o
risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto
a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998
PRASHER 1998)
INTRODUCcedilAtildeO 22
O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em
alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas
crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)
Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e
Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos
limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a
niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais
do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa
irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a
suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva
quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)
De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute
primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda
auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma
lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR
apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas
frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos
anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais
humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que
coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior
vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das
orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu
suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade
INTRODUCcedilAtildeO 23
demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a
frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute
uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute
o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os
autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da
regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a
aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a
afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E
CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)
Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e
predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de
progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz
1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo
ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu
niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo
As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de
pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na
perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute
progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)
Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta
frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo
provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses
dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais
(WARD 1973 DUNN 1987)
INTRODUCcedilAtildeO 24
Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo
tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas
mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para
o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999
HUNGRIA 2000)
A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos
ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes
simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes
ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de
outros fatores
A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de
risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e
bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com
niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma
Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo
destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes
(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes
bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais
dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom
insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem
distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas
hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)
Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos
derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as
INTRODUCcedilAtildeO 25
causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez
O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos
(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999
CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema
sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta
avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e
no seu controle
Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de
relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre
os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda
que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma
sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as
estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida
Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede
do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato
pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito
promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada
agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o
trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas
adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas
categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de
trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da
produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas
Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 26
patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes
o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no
trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava
excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou
mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia
Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e
progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As
tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos
de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e
previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees
agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu
estado
A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health
Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e
recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida
pelo ruiacutedo
Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de
serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia
oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia
privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas
ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente
dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter
INTRODUCcedilAtildeO 27
predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre
doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente
dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia
como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as
empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era
de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas
A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do
processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo
mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho
Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias
geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a
partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no
setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava
de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos
limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e
epidemioloacutegica agraves empresas
Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito
limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias
(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias
Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente
transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o
desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade
INTRODUCcedilAtildeO 28
Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo
(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de
classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico
propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador
bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA
CARNICELLI 1988)
Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios
para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A
promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia
Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como
profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva
execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele
deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua
base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)
Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames
audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas
Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande
importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998
passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores
elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos
riscos
Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica
acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que
tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)
INTRODUCcedilAtildeO 29
Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de
exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as
accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de
responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo
profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados
confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo
auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a
progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)
No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente
demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de
fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus
trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio
Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do
trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda
auditiva satildeo exigidos por lei
Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser
adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o
controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em
fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira
opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees
teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o
equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva
de acordo com Giampaoli (2000)
INTRODUCcedilAtildeO 30
O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que
leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o
recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes
nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo
No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de
trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL
1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes
ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do
Trabalho
Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito
da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a
realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo
ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de
exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de
toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por
exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)
Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova
a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle
Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear
e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos
riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia
previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece
nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)
INTRODUCcedilAtildeO 31
Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da
Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que
aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da
obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)
nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos
trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes
fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho
(BRASIL 1994b)
Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a
inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o
acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de
exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo
ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de
trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para
a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria
define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e
determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em
cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de
meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem
quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise
de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no
diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no
manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)
INTRODUCcedilAtildeO 32
A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de
conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute
composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica
da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais
dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de
Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um
PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos
procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de
benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na
capacidade laborativa (BRASIL 1998a)
Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa
interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de
medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho
provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize
as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem
Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de
pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de
responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e
gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda
auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as
normas do Ministeacuterio do Trabalho
Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 33
inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana
realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on
Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck
Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA
em um ambiente
- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral
- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de
trabalho
- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular
apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo
- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos
extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros
agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um
PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores
importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees
preventivas
- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho
encaminhando-os para tratamento adequado
- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo
medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores
- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais
- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica
INTRODUCcedilAtildeO 34
- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a
perda auditiva
- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos
relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional
As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e
da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de
avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais
que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho
O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja
ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a
partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco
O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda
Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo
indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional
ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira
exposiccedilatildeo
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar
constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades
Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou
seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo
2 Gerenciamento audiomeacutetrico
3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)
INTRODUCcedilAtildeO 35
4 Medidas de proteccedilatildeo individual
5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo
6 Gerenciamento dos dados
7 Avaliaccedilatildeo do programa
Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura
acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de
acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo
auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis
A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser
implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um
cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo
contiacutenuo ao longo do tempo
Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da
aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real
e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)
As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute
um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza
Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho
fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)
Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da
equipe de sauacutede da empresa eacute
- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico
- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para
projetos de melhorias ambientais
INTRODUCcedilAtildeO 36
- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos
trabalhadores
- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta
utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos
para a audiccedilatildeo
- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas
auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa
- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da
elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas
administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo
- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e
registro adequado de todas as accedilotildees realizadas
A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do
mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo
desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho
A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos
quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e
outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de
medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo
acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et
al 2002)
A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo
(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria
INTRODUCcedilAtildeO 37
das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem
ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva
do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias
que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as
medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo
Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja
adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos
ou flexibilizados
- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade
- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais
- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo
- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores
- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico
- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero
dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador
exposto ao ruiacutedo
- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas
- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico
- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador
- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional
- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame
- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1
INTRODUCcedilAtildeO 38
- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual
- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico
- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados
com o exame
- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz
3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz
1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio
- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento
do examinador
- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a
partir de entatildeo anual e no exame demissional
- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi
realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da
uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso
auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos
Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e
Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos
trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para
a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA
De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de
cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento
proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas
horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar
perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que
INTRODUCcedilAtildeO 39
a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no
miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no
resultado do exame
O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de
exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste
audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames
ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico
Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e
torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou
agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento
fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA
De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com
absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o
controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares
auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do
monitoramento auditivo satildeo
- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a
comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos
- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento
perioacutedico
- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico
otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de
problemas de orelha meacutedia
- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo
INTRODUCcedilAtildeO 40
- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador
- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA
Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do
monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente
na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como
- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias
- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento
- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro
protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo
- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos
no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes
futuros seratildeo comparados
- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do
protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador
aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo
devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute
responsaacutevel pelo custeio desse procedimento
Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas
que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando
dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso
dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos
intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas
INTRODUCcedilAtildeO 41
etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma
melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador
Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o
controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH
1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares
tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil
acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o
protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido
negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de
protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de
trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)
Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a
partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande
responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na
implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a
alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo
Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da
conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um
hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora
elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e
enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos
teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios
para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado
com a sauacutede do trabalhador na empresa
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS
42
- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior
geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND
- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos
funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo
auditiva
- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de
exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo
individual do tipo auricular
- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em
engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado
- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos
quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados
auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo
auricular
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
MATERIAL E MEacuteTODOS
43
31 TIPO DE ESTUDO
A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos
dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de
natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede
audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento
preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de
Conservaccedilatildeo Auditiva
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e
patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia
administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos
e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou
seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade
Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que
possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)
8 horas diaacuterias)
A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como
atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos
doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina
profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de
funcionaacuterios que ficam na creche
MATERIAL E MEacuteTODOS
44
Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees
1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e
individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios
em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos
pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar
e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna
Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas
seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica
Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica
Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil
Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica
Armazenagem Expediente
Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento
Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo
Desjejum e Lanches Restaurantes I e II
33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO
No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos
riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente
atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
(LTCAT) organizado por Jesus (2004)
Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados
os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no
desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos
por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca
Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e
MATERIAL E MEacuteTODOS
45
os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450
sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores
Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes
da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute
(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para
incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)
O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas
atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo
Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose
observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)
34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO
A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de
pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de
admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo
da amostra
Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a
amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em
qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade
Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois
natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com
problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de
1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)
MATERIAL E MEacuteTODOS
46
realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do
estudo totalizando 174 trabalhadores estudados
35 ASPECTO EacuteTICO
O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de
dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue
ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND
(ANEXO B) (BRASIL 1996)
36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os
funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo
de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da
admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum
funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo
do exame para que esse se tornasse o de referecircncia
361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS
A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os
exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e
agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo
Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do
niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL
1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria
MATERIAL E MEacuteTODOS
47
pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de
accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma
de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um
valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite
de exposiccedilatildeo seja ultrapassado
Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico
de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem
desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de
funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo
assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho
para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio
funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento
Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato
auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar
de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar
o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista
3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS
As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de
250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization
for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos
audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-
MATERIAL E MEacuteTODOS
48
41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em
que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a
4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada
No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT
desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e
padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o
programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo
foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por
ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores
das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o
resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees
- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)
em todas as frequumlecircncias examinadas
- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os
limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem
valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando
essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em
ambos os lados
- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo
os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e
Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
MATERIAL E MEacuteTODOS
49
- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo
Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser
menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz
4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores
acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser
maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos
criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de
500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala
ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser
classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como
- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de
natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea
e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala
com resultados em torno de 100
MATERIAL E MEacuteTODOS
50
- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via
aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre
proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada
- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um
sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as
frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem
prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela
presenccedila do componente sensorioneural
362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO
Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da
pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)
(ANEXO D)
Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave
histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas
anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao
equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de
exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de
protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros
Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de
investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de
participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas
MATERIAL E MEacuteTODOS
51
363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS
Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees
forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo
acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou
intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo
com as seguintes especificaccedilotildees
1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de
aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB
2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca
Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB
3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319
CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB
Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo
sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que
circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor
auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes
As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos
de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de
2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)
MATERIAL E MEacuteTODOS
52
trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos
profissionais do SESMT da empresa
Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-
cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e
importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular
a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de
esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional
O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes
informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para
motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento
Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de
Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos
os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo
de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma
hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios
Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com
perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os
funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto
informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)
Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos
funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para
esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes
informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de
informaccedilatildeo para o grupo
MATERIAL E MEacuteTODOS
53
4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os
dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas
A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de
respostas entre os lados foi importante
Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia
admitindo as linhas ou as colunas como subtotais
4 RESULTADOS
RESULTADOS
54
Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os
paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor
ilustrar as anaacutelises
Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada
o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade
o Ambiente de produccedilatildeo
Dados de Anamnese
o Aspectos pessoais
o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho
o Aspectos gerais
Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados
o Por anos em que os exames auditivos foram realizados
Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005
41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA
411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE
Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste
estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo
por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos
da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)
A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade
do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A
idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn
860)
RESULTADOS
55
IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA
NAtildeO ZARAM
E AUDITIVO
LABILA
ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE
Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais
presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na
TABELA 1
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
REALIXAME
IMITE CEITAacuteVEL
TERAL
OtildeES NI
RAL) n n n
23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413
22 1454
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)
ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior
prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino
412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que
sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528
relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto
Esses dados podem ser observados na TABELA 2
Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos
antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos
ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento
RESULTADOS
56
de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo
ruidosas dentro da DND
Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato
Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas
como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA
SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES
DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE
COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160
Uso de moto 7
CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150
Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso
Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis
meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28
anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou
igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e
tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno
Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal
de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e
16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma
funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser
observados
RESULTADOS
57
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)
MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL
13 anos e meio
30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011
JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609
9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)
Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo
verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se
mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na
TABELA 4
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
TEMPO DE SERVICcedilO (DND)
NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)
n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse
estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No
RESULTADOS
58
GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos
funcionaacuterios que participaram no estudo
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
20
1210
15
20
25
tage
m (
)
14 14
64
8 8
2 21
5
10
ubseccedilotildees
Perc
en
0S
Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no
GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND
tambeacutem foram os que mais participaram no estudo
Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND
22
8 2
4612
10
Atendente de Nutriccedilatildeo
Auxiliar de Serviccedilo - Servente
Chefias
Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede
OficialAgente Administrativo
RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG
RESULTADOS
59
Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no
nuacutemero de fun etera exam realizado em
2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE
TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004
NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
que compotildeem a DND doze p desse do e houve
cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo
ervar na T LA 5
Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM
EXAME
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES (UNI OU
BILATERAL) n n n
CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -
COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272
DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176
LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo
() feita admitindo as linhas como subtotais
No ambiente de prod enos de 60dB(A)
a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo
Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados
podem ser observados no ( )
ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17
preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante
OBS Percentagem
4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO
uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m
(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de
ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod
ANEXO C
Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no
RESULTADOS
60
1782
ser observados na TABELA 6
ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos
R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no
trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se
acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses
dados podem
T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
EPERCUSS T
Alto 5345 Meacutedio 2931
PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL
Natildeo o 1724 Constante 4770
CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT
pinaram
Flutuante 1782 Impacto -
PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL
Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655
CcedilEcircNCIA DO
DUOS SOBMB
Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816
Jaacute acostumou 1337
PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO
Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034
PCcedilDESCO
42 DADOS DE MNESE
421 ASPECTOS PESSOAIS
A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas
revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes
relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201
atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos
funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou
bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons
Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o
protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o
ANA
RESULTADOS
61
equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o
protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio
(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no
meato acuacutestico externo ao usaacute-lo
Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou
tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo
apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3
Queixas natildeo auditivas
39
46
2016 16
12
230
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
em (
)
Prurido
Zumbido
Plenitude auricular
Vertigem
Cera excessiva
Otalgia
Inflamaccedilatildeo
GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia
Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais
apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas
apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4
Representaccedilatildeo dos sintompe
RESULTADOS
62
Queixas e frequumlecircncia de comportamento
42
21
129
117
95
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Cansaccedilo (agraves vezes)
Cansaccedilo (sempre)
Sono (agraves vezes)
Sono (sempre)
Irritaccedilatildeo (agraves vezes)
Irritaccedilatildeo (sempre)
Desmotivado (agraves vezes)
Desmotivado (sempre)
Desatento (agraves vezes)
GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia
Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20
referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias
mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)
seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos
rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou
resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas
auditivas perceptiacuteveis
A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e
6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que
ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente
Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo
realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram
o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225
conhecem com opinaram
Roc
otildee
natildeo faz
o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo
RESULTADOS
63
A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137
acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede
422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com
uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a
limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento
das bandejas com os alimentos
Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao
trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)
que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo
que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que
natildeo participam
Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso
de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do
SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados
Esses dados podem ser observados na TABELA 7
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim Natildeo
pr
3218 6718 Sim Natildeo
OUTROS AGENTES NOCIVOS
Vibraccedilatildeo 1436 8563
Produtos Quiacutemicos CONTATO COM
Sim Natildeo
CIPA
Sim Natildeo
Capacitaccedilotildees
PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES
862 9138
6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS
Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574
RESULTADOS
64
8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem
uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo
perten
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem
uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5
Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando
frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298
389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade
do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois
cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade
Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da
preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo
Queixas durante o uso do protetor auricular
4550 Incomodo
42
35
85 3
0
5
1015
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Dificulta a conservaccedilatildeo
Coceira excessiva
Excesso de cera
Aumento da temperaturaauricular
Inseguranccedila
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
RESULTADOS
65
ossuem limiares
uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as
usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8
TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual
USO DO PROTETOR AURICULAR
Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo
consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental
Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p
a
frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que
referem itiva
Df
entuais icular
tiva dos
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
R ULTADOS DOS EXAMES n n n
ES
NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)
11 2115 37 3627 7 35 X
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)
23 4423 45 4411 9 45
LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)
18 3461 20 1960 4 20
TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100
ANI
OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais
O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e
Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de
Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de
1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do
equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9
Pe
RESULTADOS
66
TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
USO DO PROTETOR AURICULAR
Dp
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
n n n
SN
CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A
COZIN
CA
RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30
CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20
DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25
LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10
TOTAL (n = 174) 52 102 20
GEM E T
R
OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais
Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente
da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria
dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou
pelo menos agraves vezes
TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo
USO DE EPI
nta
os
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
INFORMACcedilAtildeO n n n
SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual
qu
RESULTADOS
67
TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
USO DE EPI
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO
n n n
MIN
PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447
NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149
OLOI
OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual
Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os
de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande
nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor
auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que
tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade
auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na
TABELA 12
TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
LIMITE
ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL
PA ESTAacuteVEL
AGRAVOU
MELHOROU
ntaamento de
Dindividu
USO D
PROTETOR AURICUL
n n n n
E
AR
SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270
NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704
= 6= 7
OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
em () fei
RESULTADOS
68
423 ASPECTOS GERAIS
A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da
Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de
fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios
Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas
questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser
observadas no RAacuteFICO 6
G
Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado
42
26
16
88
Importante
Bom
Faacutecil
Confuso
Longo
GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia
43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS
Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que
natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174
funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e
esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo
Ro
U
RESULTADOS
69
de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)
Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de
aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas
A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria
e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada
entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos
2 0
18 22 24
514
3
84
115
0
20
40
60
80
100
120
140
No
de
exam
es
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996
GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
431 ANAacuteLIS OR ANOS
Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19
fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os
exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005
Re
E P
RESULTADOS
70
4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004
Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria
dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou
bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13
TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004
DND (n = 174) n
IS
Distrf
NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas
sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha
esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita
Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos
funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses
4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e
limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva
sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na
maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas
770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e
limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8
RESULTADOS
71
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004
4583
0
50
416
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )
Orelha Direita Orelha Esquerda
Natildeo Sugest de PAIR
Sugestivo PAIR
(n = 24)
GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos
ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida
por outras etiologias que
natildeo o r
ivo
de
Di
nt
Das alteraccedilotildees auditivas
fu
por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva
uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004
222Natildeo Sugestivo de PAIR
778
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
de PAIR
(n = 18)
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
Percentagem ()
Sugestivo
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
RESULTADOS
72
zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para
15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos
ites ac i
TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex
4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005
O nuacutemero de funcionaacuterios que reali
1
lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral
Esses dados podem ser observados na TABELA 14
14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am
accedilatildeo auds es de 2005
DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59
REALIZARAM EXAME 6609AT 000
115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A
S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826
U IS ERAIS 21
OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees
auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na
orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita
Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios
da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)
apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis
na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na
orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos
funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)
satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser
observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11
o as linhas como subtotais
RESULTADOS
73
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005
40
0 10 20 30 40 50 60 70
Percentagem ()
Sugestivo de
SuPA
(n = 25)
GRAacuteFICO
Situaccedilatilde do
60
PAIR na OD
gestivo de IR na OE
10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005
o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005
8571de PAI
1429
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Percentagem ( )
Sugestivo R
Natildeo Sugestivo de
(n =
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR
alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de
alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via
aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural
plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)
21)
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
apresentaram
RESULTADOS
74
4313
a com
referecircnc
em
- Estaacutevel
- Agravado
Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)
dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva
sugestivo de PAIR (estaacuteveis)
Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na
orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo
contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que
minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de
PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis
Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND
observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva
pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de
funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como
podemos observar na TABELA 15
COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005
Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando
paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como
ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos
exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado
exames em que houve piora nos resultados
permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo
RESULTADOS
75
TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
LIMITE ACEITAacuteVEL
PA AGRAVOU
MELHOROU
A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos
ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E
DIETEacuteTICA n n n n
CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -
EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)
CODE 8
DIE - - 1 2500 3 7500 - -
LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5
RESTA 0 SE
E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250
RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
5 DISCUSSAtildeO
DISCUSSAtildeO
76
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de
caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho
auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves
vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo
interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos
profissionais da equipe de sauacutede
A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e
subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios
de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees
desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo
que trabalha foi a de maior destaque
No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea
de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um
nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)
Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho
em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos
anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades
laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes
nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos
direcionados a essa populaccedilatildeo
Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave
ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)
afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em
relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para
DISCUSSAtildeO
77
alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente
no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer
os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER
1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos
num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares
auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram
alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das
mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as
mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute
de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo
delas serem menos suscetiacuteveis
A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a
perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia
consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram
essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que
em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e
os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)
A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo
apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de
perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE
ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)
Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras
variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia
Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de
DISCUSSAtildeO
78
trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de
funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A
perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute
caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de
8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido
O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com
a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada
ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo
entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando
combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas
frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece
no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma
tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias
(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias
Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da
presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais
importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e
niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos
testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito
diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada
na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas
altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de
sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR
para as perdas auditivas encontradas
DISCUSSAtildeO
79
A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute
dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao
ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)
Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais
foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e
com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior
proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco
anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute
elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo
da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A
partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da
orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo
funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior
mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e
naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila
dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo
A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis
de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma
funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)
afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB
durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees
irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo
inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da
coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
80
resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios
para a sauacutede (MELNICK 1985)
Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos
quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI
1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na
amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo
foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas
A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o
conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa
avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc
Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da
perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de
procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo
audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida
(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do
sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as
doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de
instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica
O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e
qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo
da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que
envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de
seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho
(PIZARRO PIZARRO 2000)
DISCUSSAtildeO
81
Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o
agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral
como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY
2000)
Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem
em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das
conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os
dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e
de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio
aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa
sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim
como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados
audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas
doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela
na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo
ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A
realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de
indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados
sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo
adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa
atuaccedilatildeo (SAVA 2005)
O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo
Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente
laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees
DISCUSSAtildeO
82
mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e
Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de
trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)
chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a
comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees
psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se
comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido
frente a esse agente fiacutesico
Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo
auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a
acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o
prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim
como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa
populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo
do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local
e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora
percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda
pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das
perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o
nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau
da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem
excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem
assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)
DISCUSSAtildeO
83
Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e
terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente
comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a
realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e
educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as
atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse
conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na
educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como
tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)
Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a
estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar
de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia
ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER
1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei
no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)
Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a
situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as
necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo
Kwitko (1998) satildeo
- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de
ruiacutedo excessivo no interior da cabina
DISCUSSAtildeO
84
- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de
sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos
durante a colocaccedilatildeo dos fones
- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do
teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees
experiecircncia em testes anteriores
- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo
entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias
condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal
resposta motora)
Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e
comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso
esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser
garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados
possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e
apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva
Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente
tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o
mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o
tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente
principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio
De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios
de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como
referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
85
que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior
nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando
a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute
uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal
A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a
realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de
oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo
do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo
audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees
com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774
referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao
meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o
funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas
estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame
Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a
elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-
se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo
entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health
Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck
Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva
(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)
Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos
de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao
DISCUSSAtildeO
86
ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise
das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo
(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)
A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute
extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente
dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)
Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da
amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares
auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a
10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz
ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em
frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de
limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias
No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame
auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das
alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo
Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua
situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames
audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a
conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)
Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para
115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as
alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram
resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma
DISCUSSAtildeO
87
alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo
audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR
Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que
45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as
mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou
agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem
alta e permanente
Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros
autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de
metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em
trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a
prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275
mineradores
A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo
bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas
alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma
maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os
casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)
Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente
unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001
CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise
uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias
havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais
para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees
DISCUSSAtildeO
88
Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos
limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa
melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva
normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos
limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute
irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito
aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a
diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO
et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da
dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel
ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER
ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar
o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis
Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas
auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)
Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos
que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo
de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que
60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que
pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser
considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz
respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da
populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor
1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983
DISCUSSAtildeO
89
Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano
auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo
protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que
chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau
de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo
protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em
oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um
periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH
1998)
O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio
complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de
pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a
dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado
ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do
protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo
individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente
ao trabalhador (SARTORI 2005)
Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores
auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e
escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de
colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia
pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)
O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que
atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a
DISCUSSAtildeO
90
execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu
ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo
Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de
apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam
(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso
quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre
Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de
intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo
mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo
plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse
modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o
plugue satildeo desconfortaacuteveis
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo
precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que
usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios
revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico
tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa
As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo
e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235
referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o
pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que
nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho
DISCUSSAtildeO
91
No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo
auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais
relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira
excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da
construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem
inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem
nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)
A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na
anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos
limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam
quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram
usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam
limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo
usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas
As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees
preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu
Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores
como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute
evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa
proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo
diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem
demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como
por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui
DISCUSSAtildeO
92
Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela
diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da
acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional
(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)
Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que
as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo
sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco
eficazes
Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva
encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de
ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a
proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa
estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas
com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos
exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de
perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento
audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes
consideraccedilotildees
- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente
- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros
com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi
suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica
- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa
de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido
(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees
- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva
do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um
monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo
permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva
- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para
prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo
de condutas preventivas nos casos alterados
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
94
- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)
para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos
outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano
- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo
das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees
- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes
por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas
mais contundentes
- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em
consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional
meacutedico no processo preventivo
- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas
integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com
as medidas atuais
REFEREcircNCIAS
REFEREcircNCIAS
95
ABEL S M HAYTHORNTHWAITE C A The progression of noise-induced hearing loss a survey of workers in selected industries in Canada J Otolaryngol Suppl Toronto v13 p2-36 1984
ALBERTI P W Noise the most ubiquitous pollutant Noise amp Health London n1 p3-5 1998
ALMEIDA S I C ALBERNAZ P L M ZAIA P A XAVIER O G KARAZAWA E H I Histoacuteria natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruiacutedo Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v46 n22 p143-58 2000
ALVES R P C Perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores de uma induacutestria de papel e celulose 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Promoccedilatildeo de Sauacutede) - Universidade de Franca FrancaSP 2004
AMERICAN ACADEMY OF OTOLARYNGOLOGY HEAD AND NECK SURGERY FOUNDATION (AAOHNS) Guide for conservation of hearing in noise Washington 1988
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE ANSI Ѕ125 New York 1996
______ ANSI S126 New York 1997
ARANA G A C Sauacutede ambiental e fonoaudiologia O mundo da sauacutede Satildeo Paulo v21 n5 p285-89 setout1997
ARAUacuteJO G M REGAZZI R D Periacutecia e avaliaccedilatildeo de ruiacutedo e calor teoria e praacutetica 2ed Rio de Janeiro (sn) 2002 468p
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS (ABNT) Niacuteveis de ruiacutedos aceitaacuteveis referecircncias elaboraccedilatildeo NB951996 Rio de Janeiro ABNT 1996
AVAGLIANO A ALMEIDA K Estudo do desempenho de diferentes tipos de protetores auditivos Rev CEFAC Satildeo Paulo v3 n1 p77-87 2001
AZEVEDO A N ATHAYDE D S M REIS M L GIOVANELLA N Trabalho de educaccedilatildeo e sauacutede fonoaudioloacutegica em olarias Fono Atual Satildeo Paulo v5 n21 p36-39 2002
REFEREcircNCIAS
96
BERNARDI A P A SALDANHA JUNIOR O M Histoacuterico da inserccedilatildeo do fonoaudioacutelogo nas empresas do acompanhamento audiomeacutetrico agrave consultoria In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p15-27
BOSCH J Sorderas neurosensoriales In ABELLOacute P TRASERRA J Otorrinolaringologia Barcelona Doyma 1992 p192-8
BRASIL Ministeacuterio do Trabalho Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Decreto-lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Aprova a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 09 de ago 1943
______ Ministeacuterio do Trabalho Portaria 3214 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capiacutetulo V Tiacutetulo II da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho relativas a Seguranccedila e Medicina do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 8 de jun 1978a
______ Ministeacuterio do Trabalho Normas regulamentadoras de seguranccedila e sauacutede do trabalhador NR-15 anexos I e II Estabelece limites de toleracircncia para exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 08 de jun 1978b
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 24 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 7 - Programa de Controle Meacutedico e Sauacutede Ocupacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994a
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 25 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 9 - Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994b
______ Conselho Nacional de Sauacutede Aprovaccedilatildeo das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo nordm 196 10 out de 1996 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia out1996
______ Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) Ordem de Serviccedilo nordm 608 de 5 de agosto de 1998 Aprova Norma Teacutecnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora de origem ocupacional Ministeacuterio da Previdecircncia e Assistecircncia Social Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 19 de ago 1998a
REFEREcircNCIAS
97
______ Ministeacuterio do Trabalho - Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 19 de 9 de Abril de 1998 Diretrizes e paracircmetros miacutenimos para avaliaccedilatildeo a acompanhamento da audiccedilatildeo em trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevados Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 22 de abr 1998b
BURNS V STEAD J C PENNY H W The relations between temporary shift and occupational hearing loss In BURNS W ROBINSON D W Hearing and noise in industry London Her Magestyrsquos Stationery Office 1970
CARNICELLI M V F Exposiccedilatildeo ocupacional a vibraccedilatildeo transmitida atraveacutes das matildeos uma revisatildeo sobre o distuacuterbio vascular perifeacuterico Rev Bras Sauacutede Ocup Satildeo Paulo v22 n82 p35-44 abrjun 1994
CELIK O YALCcedilIN S OumlZTUumlRK A Hearing parameters in noise exposed industrial workers Auris Nasus Larynx Amsterdam v25 n4 p369-375 1998
CHERMAK G D DENGERINK J E DENGERINK H A Threshold of octave masking as a predictor of temporary threshold shift following repeated noise exposure J Speech Hear Disord Rockville n49 p303-8 1984
COLES R A Classification of causes mechanisms of patient disturbance and associated counseling In VERNON J A MOLLER A R Mechanisms of tinnitus Boston Allyn and Bacon 1995 p11-19
COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA Perda auditiva induzida por ruiacutedo relacionada ao trabalho Boletim Satildeo Paulo n 1 1999a
______ Padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador exposto ao ruiacutedo Boletim Belo Horizonte n2 1999b
______ Recomendaccedilotildees miacutenimas para elaboraccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva Boletim Satildeo Paulo n6 1999c
CORDEIRO R LIMA FILHO E C NASCIMENTO L C Associaccedilatildeo da perda auditiva induzida pelo ruiacutedo com o tempo acumulado de trabalho entre motoristas e cobradores Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n10 p210-21 1994
REFEREcircNCIAS
98
CORREcircA FILHO H R COSTA L S HOEHNE E L PEREZ M A NASCIMENTO L C DE MOURA E C Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v36 n6 p693-701 2002
CORREIA J W PAIR e suas complicaccedilotildees meacutedico-periciais CIPA Satildeo Paulo v244 n21 p54-69 2000
COSTA E A KITAMURA S Oacutergatildeos dos sentidos audiccedilatildeo In MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995 p365-86
COSTA E N Efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo e audiologia industrial Revista de Fonoaudiologia Satildeo Paulo v1 n2 p12-16 nov abr 19941995
COX R M ALEXANDER G C GRAY GA Who wants a hearing aid Personality profiles of hearing aid seekers Ear Hear Baltimore v26 n1 p12-26 2005
CUBAS DE ALMEIDA S I Histoacuteria natural da disacusia induzida por ruiacutedo industrial e implicaccedilotildees meacutedico-legais1992 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Otorrinolaringologia) - Escola Paulista de Medicina Satildeo Paulo 1992
_____ O diagnoacutestico diferencial da disacusia neurossensorial por ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p181-187
DAVIS H SILVERMAN SR Hearing and deafness 3ed New York Holt Rinehart amp Winston 1970
DUNN D Cochlear morphology associated with overexposure to noise Journal of the Ohio Speech and Hearing Association Ohio n10 p 22-28 1987
FANTAZZINI M L Atenuaccedilatildeo de protetores auriculares In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p103-111
FERNANDES M Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposiccedilatildeo ocupacional a ruiacutedo e vibraccedilatildeo 2005 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Universidade Tuiuti do ParanaacutePR 2005
REFEREcircNCIAS
99
FERREIRA D A fonoaudiologia o direito previdenciaacuterio e a perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p202-214
FERREIRA JUNIOR M Perda auditiva induzida por ruiacutedo bom senso e consenso Satildeo Paulo VK 1998 121p
_____ Perda auditiva induzida por ruiacutedo In ______ Sauacutede no trabalho Satildeo Paulo Roca 2000 p262-285
FIORINI A C SILVA S BEVILACQUA M C Ruiacutedo comunicaccedilatildeo e outras alteraccedilotildees SOS Sauacutede Ocup Segur Satildeo Paulo v26 p49-60 1991
FIORINI A C A importacircncia do monitoramento audiomeacutetrico no programa de conservaccedilatildeo auditiva Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo n13 p95-102 1994a
FIORINI A C Conservaccedilatildeo auditiva estudo sobre o monitoramento audiomeacutetrico em trabalhadores de uma induacutestria metaluacutergica 1994 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo Humana) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1994b
FIORINI A C O uso de registros de emissotildees otoacuacutesticas como instrumento de vigilacircncia epidemioloacutegica de alteraccedilotildees auditivas em trabalhadores expostos a ruiacutedo Tese (Doutorado em Sauacutede Ambiental) - Faculdade de Sauacutede Puacuteblica Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2000
FIORINI A C NASCIMENTO P E S Programa de prevenccedilatildeo de perdas auditivas In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Rio de Janeiro Revinter 2001 v2 p51-61
FRANCO E S RUSSO I C P Prevalecircncia de perdas auditivas em trabalhadores no processo admissional em empresa na regiatildeo de CampinasSP Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n5 p661-70 2001
FUNDACENTRO Norma de higiene ocupacional procedimento teacutecnico ndash avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo nordm 1 (NHO - 01) Satildeo Paulo 2001
GALAFASSI M C Medicina do trabalho Satildeo Paulo Atlas 1998
REFEREcircNCIAS
100
GATES G A COOPER J C KANNEL W B et al Hearing in the elderly the framingham cohort Ear Hear Baltimore n11 p247-56 1990
GATES G A SCHMID P KUJAWA S G NAM B DAGOSTINHO R Longitudinal threshold changes in older men with audiometric notches Hearing Research Amsterdam v141 n12 p220-28 2000
GERGES S N Y Efeitos nocivos a audiccedilatildeo e as consequumlecircncias das vibraccedilotildees no corpo humano Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p56-62 jul 1997
GIAMPAOLI E Persistecircncia especialista diz que profissionais tem como resolver problemas mais comuns da induacutestria Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo n101 p8 2000
GOBBATO L H F G COSTA E A SAMPAIO M H GOBBATO JUacuteNIOR F M Estudo do efeito aprendizagem em exames audiomeacutetricos sequumlenciais em trabalhadores de induacutestria metaluacutergica e suas implicaccedilotildees nos programas de conservaccedilatildeo auditiva Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v70 n4 p540-4 julago 2004
GLORIG A Noise past present and future Ear Hear Baltimore v1 n1 p4-18 1980
GOMES R Inimigo invisiacutevel induacutestria brasileira continua fabricando surdos apesar dos avanccedilos tecnoloacutegicos Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v 22 n5 p74-8 abrmaio 1989
GUERRA M R LOURENCcedilO P M C TEXEIRA M T B ALVES M J M Prevalecircncia de perda auditiva induzida por ruiacutedo em empresa metaluacutergica Rev Sauacutede Publ Satildeo Paulo n39 p527-30 2005
HANDAR Z Ruiacutedo controlado Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v11 n77 p63-67 maio 1998
HENDERSON D HAMERNIK R P Biologics bases of noise-induced hearing loss In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p513-33
HEacuteTU R GETTY I QUOC H T Impact of occupational hearing loss on the lives of workers In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p495-512
REFEREcircNCIAS
101
HUNGRIA H Trauma sonoro In ______ Otorrinolaringologia 8ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 p389-400
IBANtildeEZ R N Programa de conservaccedilatildeo auditiva In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p255-60
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) Instruccedilatildeo Normativa nordm 78 de 16 de julho de 2002 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 18 de jul 2002
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO) Acoustics audiometric test methods ndash Part 1 basic pure tone air and bone conduction threshold audiometry ISO 8253-1 Geneve Switzerland 1989
JERGER S JERGER J Perda auditiva por induccedilatildeo de ruiacutedo In ______ Alteraccedilotildees auditivas Satildeo Paulo Atheneu 1998 p133-137
JESUS J E C C (Org) Laudo teacutecnico das condiccedilotildees ambientais de trabalho Ribeiratildeo PretoSP 2004
KRYTER K D The effects of noise on man New York Academic Press 1985
KWITKO A Audiometria ocupacional CIPA Satildeo Paulo v18 n213 p34-36 1997
______ Teste de rotina a obtenccedilatildeo da qualidade de ambiente e cabinas de testes audiomeacutetricos ocupacionais Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p66-68 out1998
LANDEN D WILKINS S STEPHENSON M MCWILLIAMS L Noise exposure and hearing loss among sand and gravel miners J Occup Environ Hyg Philadelphia v1 n8 p532-41 aug 2004
LASMAR A Diagnoacutestico da doenccedila profissional induzida pelo ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p153-161
LOPES-FILHO O C Deficiecircncia auditiva In ______ (Org) Tratado de fonoaudiologia Satildeo Paulo Tecmedd 2005 p23-40
REFEREcircNCIAS
102
LUXON L M The clinical diagnosis of noise induced hearing loss Advances in Noise Research Londres 1998
MARCHIORI L L M MELO J J Comparaccedilatildeo das queixas auditivas com relaccedilatildeo agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo em componentes de orquestra sinfocircnica Proacute-Fono Carapicuiacuteba v13 n1 p9-12 2001
MARTINS A L ALVARENGA K F BEVILACQUA M C COSTA FILHO O A Perda auditiva em motoristas e cobradores de ocircnibus Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n4 p 467-73 2001
MAY J J Occupational hearing loss Am J Ind Med New York v37 n1 p112-120 2000
MAYRINK C E SILVA C S FERREIRA M D BEVILAQUA M C Os efeitos do ruiacutedo na audiccedilatildeo Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo v12 p30-43 1993
MELLO A P WAISMANN W Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e quiacutemicos industriais e seus efeitos no sistema auditivo revisatildeo da literatura Arq Otorrinolaringol Satildeo Paulo v8 n3 p226-34 2004
MELNICK W Industrial hearing conservation In KATZ J Handbook of clinical audiology 4ed Baltimore Williams amp Wilkins 1985 p534-552
______ Sauacutede auditiva do trabalhador In KATZ J Tratado de audiologia cliacutenica 4ed Satildeo Paulo Manole 1999 p529-547 1999
MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995
MERLUZZI F Patologia da rumore In SARTORELLI E Tratatto di medicina del lavoro Padova Piccin 1981 v2 p1119-49
MOLLER M B Hearing in 70 and 75 years old people results from a crossection and longitudinal population Am J Otol Philadelphia n2 p22-9 1981
MOMENSOHN-SANTOS T M RUSSO I C P(Orgs) A praacutetica da audiologia cliacutenica 6ed Satildeo Paulo Cortez 2005 375p
REFEREcircNCIAS
103
MONTIEL-LOacutePEZ M CORZO-ALVAREZ G CHACIacuteN-ALMARZA B ROJAS-GONZAacuteLEZ L QUEVEDO A RENDILES H Prevalence and characterization of hearing loss in workers exposed to industrial noise of the turbogenerated electric plant of a petrochemical industry Invest Clin Maracaibo v47 n2 p117-31 jun 2006
MORATA T C Sauacutede do trabalhador estudo da exposiccedilatildeo simultacircnea a ruiacutedo e dissulfeto de carbono 1986 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1986
MORATA T C CARNICELLI M V Audiologia e sauacutede dos trabalhadores Satildeo Paulo EDUC 1988
MORATA T C LEMASTERS G K Epidemiologic considerations in the evaluation of occupational hearing loss Occup Med State Art Rev Philadelphia v10 n3 p 641-56 1995
MORATA T C DUNN D E SIEBER W K Perda auditiva ocupacional a agentes ototoacutexicos In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p189-201
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH) Preventing occupational hearing loss a practical guide Washington U S Department of Health and Human Services 1996
_____ Criteria for a recommended standard occupational noise exposure revised criterion Washington U S Department of Health and Human Services 1998
OLIVEIRA C G Fonoaudiologia preventiva em sauacutede do trabalhador In MARCHESAN I ZORZI J L E GOMES I C D (Orgs) Toacutepicos em fonoaudiologia 1996 v3 p 121-29
OLIVEIRA J A A Fisiologia cliacutenica da audiccedilatildeo ndash coacuteclea ativa In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p101-142
OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA) United States Department of Labor Occupational noise exposure hearing conservation amendment Federal Register Washington U S v48 n46 p9738-45 1983
REFEREcircNCIAS
104
PEARSON J D et al Gender differences in a longitudinal study of age-associated hearing loss Journal Acoust Soc Am Lancaster v97 n2 p1196-205 fev1995
PINTO N M C Alternativas para anaacutelise longitudinal de resultados audiomeacutetricos In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p73-188
PIZARRO G PIZARRO G U Diagnoacutestico cliacutenico pela audiometria ocupacional Acta Who Geneve v19 n1 p32-38 2000
PRASHER D New strategies for prevention and treatment of noise-induced hearing loss J Lancet Minneapolis n352 p1240-41 1998
RABINOWITZ P M Noise induced hearing loss Am Fam Physician Kansas City v61 n9 p2749-562759-60 2000
RIBEIRO A M D CAcircMARA V M Perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora em trabalhadores de manutenccedilatildeo de aeronaves de asas rotativas Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v22 n6 p1217-24 2006
RIBEIRO F S N OLIVEIRA S REIS M M SILVA C R MENEZES M A DIAS A E Processo de trabalho e riscos para a sauacutede dos trabalhadores em uma induacutestria de cimento Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n68 p1243-50 2002
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a niacuteveis elevados 2003 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) - Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo 2003
RIOS A L SILVA G A Sleep quality in noise exposed brazilian workers Noise amp Health London v8 n29 p27-34 2005
RODRIGUES M A G DEZAN A A MARCHIORI L L MEficaacutecia da escolha do protetor auditivo pequeno meacutedio e grande em programa de conservaccedilatildeo auditiva Rev CEFAC Satildeo Paulo v8 n4 p543-7 2006
ROYSTER J D ROYSTER L H Using audiometric data base analysis J Occup Med Baltimore n 28 p1055-68 1986
REFEREcircNCIAS
105
RUIZ R C MOREIRA M IZUMIDA M M RUIZ V Funccedilatildeo auditiva de trabalhadores em induacutestrias de papel e papelatildeo eacute analisada Revista CIPA Satildeo Paulo v12 n 3 p85-90 1996
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M SANTOS U P Programa de sauacutede dos trabalhadores a experiecircncia da zona norte uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo Hucitec 1989 p125-155
SANTOS U P (Org) Ruiacutedo riscos e prevenccedilatildeo 3ed Satildeo Paulo Hucitec 1999 157p
SANTANA V S BARBERINO J L Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e hipertensatildeo arterial Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo n29 p478-87 1995
SARTORI E Conhecimento e atitude de trabalhadores em relaccedilatildeo a prevenccedilatildeo da perda auditiva In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndash ocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p109-23
SATALOFF R T SATALOFF J Differential diagnosis of occupational hearing loss Occup Health Saf Waco v70 n9 p126-129 2001
SAVA L C Protocolo de avaliaccedilatildeo para populaccedilotildees expostas ao ruiacutedo industrial In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p189-202
SELIGMAN J Sintomas e sinais de PAIR In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p 143-9
SELIGMAN J NUDELMANN AA IBANtildeEZ R COSTA EA Perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In LAVINSKY L OLIVEIRA JAA Programa de educaccedilatildeo continuada em otologia Rio de Janeiro SOBSB 1999 p1-7
SIMPSON T H Programas de prevenccedilatildeo da perda auditiva ocupacional In MUSIEK F E RINTELMANN W F Perspectivas atuais em avaliaccedilatildeo auditiva Barueri Manole 2001 p461-480
REFEREcircNCIAS
106
SIVIERO A B FERNANDES M J LIMA J AC SANTONI C B BERNARDI A P A Prevalecircncia de perda auditiva em motoristas de ocircnibus do transporte coletivo da cidade de MaringaacutePR Rev CEFAC Satildeo Paulo v7 n3 p376-81 julset 2005
SUTER A H Construction noise exposure effects and the potential for remediation a review and analysis AIHA J Fairfax v63 n6 p768-89 novdec 2002
TAMBS K Moderate effects of hearing loss on mental health and subjective well-being results from the nord-trondelag hearing loss study Psychosom Med Baltimore v66 n5 p776-82 2004
TAY P Severe noise-induced deafness a 10-year review of cases Singapore Medical Journal Singapore v37 n4 p362-64 aug1996
WARD W D Adaptation and fatigue In JERGER J Modern developments in audiology 2ed New York Academic Press 1973 p323-8
_____ Endogenous factors related to susceptibility to damage from noise Occupational Hearing Loss State of the Art Reviews Baltimore v10 n3 p 561-76 1995
WELLESCHIK B KORPERT K Is the risk of noise-induced hearing damage higher for man than for women Journal Laryng Rhinol New York n59 p681-9 aug 1980
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of impairments disability and handcaps Geneve 1980
ANEXOS
ANEXOS
107
ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP
ANEXOS
108
ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo
E S C L A R E C I M E N T O
Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______
Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica
Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash
FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de
Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende
analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a
realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os
cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral
Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha
sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc
Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este
esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea
Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho
para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees
Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder
Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua
qualidade de vida
Atenciosamente
Ana Luacutecia Rios
ANEXOS
109
ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)
detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)
ANEXOS
110
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897
DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862
ANEXOS
111
RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
NPS dB (A)
DOS Q = 5 dB
(A)
DOS Q = 3 dB
(A)
GHE
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3
Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4
Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68
Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80
Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60
ANEXOS
112
Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60
Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62
Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60
Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60
Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60
ANEXOS
113
Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que
ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima
dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 5 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712
Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das
avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a
seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 3 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765
ANEXOS
114
ANEXO D ndash Questionaacuterio
NOME __________________________________
- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome
- Entregar o mais raacutepido possiacutevel
- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo
- Marque um (X) nas alternativas
- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)
- OD = orelha direita OE = orelha esquerda
- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
- Data de Nascimento ____ ____ ____
- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )
2ordm Grau Completo ( )
Superior ( )
- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos
- Seccedilatildeo ________________________________
1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo
( ) menos que oito horas diaacuterias
( ) oito horas diaacuterias
( ) mais que oito horas diaacuterias
2) Tem outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usa protetor de orelha neste outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute
( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto
( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto
4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) em casa ( ) oficina caseira
( ) wallkman ( ) banda de muacutesica
( ) discoteca ( ) esportes ruidosos
( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante
5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes
do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usava protetor de orelha neste serviccedilo
( ) SIM ( ) NAtildeO
Trabalhou por quanto tempo ____________
6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual ____________________________
Esse outro setor era barulhento
( ) SIM ( ) NAtildeO
7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho
( ) irrita
( ) incomoda
( ) prejudica a audiccedilatildeo
( ) natildeo trabalho no ruiacutedo
( ) jaacute acostumei
( ) natildeo atrapalha
8) Trabalha em turnos alternados
( ) SIM ( ) NAtildeO
9) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
10) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
11) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
ANEXOS
115
12) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute
( ) Normal ( ) OD ( ) OE
( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE
( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE
14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou
( ) lentamente
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
( ) bruscamente (muito raacutepido)
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quecirc _____________________________
____________________________________
18) Quanto a orelha vocecirc reclama de
( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera
( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)
( ) tontura ( ) barulho (zumbido)
( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado
( ) Natildeo reclamo
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama
19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc
sente
( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo
( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo
( ) sono ( ) desmotivado
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente
20) Vocecirc jaacute teve
( ) caxumba ( ) sarampo
( ) rubeacuteola ( ) catapora
( ) tuberculose ( ) meningite
21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) As duas orelhas
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
( ) As duas orelhas
( ) Teve que procurar um meacutedico
( ) SIM ( ) NAtildeO
23) Tem contato com produtos quiacutemicos
( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________
24) Tem contato com vibraccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede
( ) pressatildeo alta ( ) diabetes
( ) coraccedilatildeo ( ) rim
( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho
Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO
ANEXOS
116
26) Faz uso prolongado de
( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina
( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio
Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO
27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
28) Faz uso de fumo
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) nasceu com o problema
( ) ficou com o problema quando crianccedila
( ) ficou com o problema quando adulto
( ) ficou com o problema quando idoso
30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA
( ) SIM ( ) NAtildeO
31) Participa dos treinamentos e de palestras
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees
( ) Natildeo participo
32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo
quanto ao uso de protetor de orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quem
( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso
( ) jornal ( ) chefe ( ) outros
33) Usa o protetor de orelha
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa
( ) tipo concha (abafador)
( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)
( ) tipo concha + tipo plug (os dois)
( ) Natildeo uso
Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel
( ) abafador ( ) plug de borracha
( ) outro ( ) nenhum
35) Com o uso do protetor de orelha
( ) o ruiacutedo diminui no trabalho
( ) fica ruim para conversar
( ) o protetor incomoda
( ) a orelha coccedila muito
( ) junta sempre cera e entope
( ) a orelha fica muito quente
( ) se sente inseguro
( ) natildeo faz diferenccedila
( ) natildeo preciso usar protetor
( ) natildeo consigo usar o protetor
( ) uso soacute porque eacute obrigado
36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Quando crianccedila
( ) Por causa do trabalho
Ficou sabendo do resultado
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Gostaria de ser informado do resultado
37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees
da minha sauacutede
( ) SIM mas acho que natildeo preciso
ANEXOS
117
38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Natildeo me interesso
39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA
( ) SIM ( ) NAtildeO
Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico
( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo
( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo
( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC
( ) Outro meio informaccedilatildeo
40) O que achou do questionaacuterio
( ) muito longo ( ) confuso
( ) faacutecil ( ) difiacutecil
( ) importante ( ) bom
OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO
OBS Questionaacuterio adaptado de
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e
na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a
niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash
FMRP - USP 2003
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo
auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In
COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M
SANTOS U P Programa de sauacutede dos
trabalhadores A experiecircncia da zona norte
uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo
Hucitec 1989 p125-155
ANEXOS
117
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras
ANEXOS
118
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
119
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
120
ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
121
ANEXO G ndash Palestra informativa na DND
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
122
ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras
Capa do panfleto
Interior do panfleto
ANEXOS
123
ANEXO I ndash Cartazes informativos
ANEXOS
124
ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND
Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo
Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO Ana Luacutecia Rios Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico
Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica
Aprovado em _____ _____ _____
BANCA EXAMINADORA Profa Dra Geruza Alves da Silva Professora Doutora do Departamento de Cliacutenica Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Orientadora Assinatura _____________________________ Profa Dra Andreacutea Cintra Lopes Professora Doutora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Everardo Andrade da Costa Professor Doutor Colaborador da Disciplina de Otorrinolaringologia Cabeccedila e Pescoccedilo e da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Joseacute Antocircnio Apparecido de Oliveira Professor Titular do Departamento de Oftalmologia Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeccedila e Pescoccedilo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Milton Roberto Laprega Professor Doutor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________
DEDICATOacuteRIA
A todos aqueles que fazem ou que fizeram algo
para um ambiente de trabalho mais humano
EM ESPECIAL
A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada
pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo
Meu respeito sempre Sou muito grata
AGRADECIMENTOS
AGRADECcedilO
a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos
aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora
e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um
aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia
ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da
paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida
aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos
a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes
do SESMT da empresa pela confianccedila depositada
pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado
a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa
que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo
a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes
A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA
ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo
IRMAtildeOS GRIMM
RESUMO
RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional
ABSTRACT
RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent
Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia
61
GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
62
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
64
GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia
68
GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
69
GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
55
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
56
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
57
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
57
TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004
59
TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
60
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
63
TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual
65
TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
66
TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo
66
TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
67
TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
67
TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004
70
TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005
72
TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOHNS American Academy of Otolaryngology
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AC Antes de Cristo
ANSI American National Standard Institute
CA Certificado de Aprovaccedilatildeo
CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes
CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho
dB DeciBel
dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A
dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel
DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
DP Desvio Padratildeo
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo
HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
Hz Hertz
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
ISO International Standardization Organization
Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo
LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
MPL Mudanccedila Permanente de Limiar
MTb Ministeacuterio do Trabalho
MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar
n Nuacutemero de indiviacuteduos
NHO Norma de Higiene Ocupacional
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora
NR Norma Regulamentadora
NRR Noise Reduction Rating
NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)
OS Ordem de Serviccedilo
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PA Perda Auditiva
PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo
PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional
PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais
PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho
USP Universidade de Satildeo Paulo
WHO World Health Organization
SUMAacuteRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRAacuteFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APRESENTACcedilAtildeO
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
19
2 OBJETIVOS
42
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
43
4 RESULTADOS
54
5 DISCUSSAtildeO
76
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
REFEREcircNCIAS1
95
ANEXOS
107
1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002
APRESENTACcedilAtildeO
APRESENTACcedilAtildeO
16
Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser
desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa
rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do
trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao
ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros
processos produtivos
A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas
ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre
todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no
ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente
distribuiacutedo
A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de
administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave
qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no
sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das
normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo
O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social
educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais
de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do
Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O
PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de
levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus
efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se
APRESENTACcedilAtildeO
17
constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade
Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia
uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames
audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia
da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as
chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos
exames auditivos
Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel
pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo
dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute
problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da
ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade
Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das
fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico
do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo
se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador
e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos
de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso
Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na
empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades
relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas
Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e
APRESENTACcedilAtildeO
18
exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de
cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da
alteraccedilatildeo auditiva
Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus
dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do
trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados
padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e
adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e
da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o
gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo
A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da
audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais
de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e
contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa
1 INTRODUCcedilAtildeO
INTRODUCcedilAtildeO 19
Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais
presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua
intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer
(ALBERTI 1998)
No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas
ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus
efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo
que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES
1995)
A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs
prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute
muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas
intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases
produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)
A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos
problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por
Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de
Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez
Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva
Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras
1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo
INTRODUCcedilAtildeO 20
Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais
suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as
doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia
(RABINOWITZ 2000)
No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e
psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis
moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-
os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila
permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e
suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de
pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos
frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997
HUNGRIA 2000)
A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis
elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo
da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de
cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro
indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a
ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY
1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)
A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo
repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva
permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia
INTRODUCcedilAtildeO 21
criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo
(TAY 1996)
Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior
prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta
prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do
trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda
que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por
conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios
adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para
a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma
noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros
possam ser ainda maiores
Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees
praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos
trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do
niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras
O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que
em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo
ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30
desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa
base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o
risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto
a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998
PRASHER 1998)
INTRODUCcedilAtildeO 22
O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em
alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas
crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)
Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e
Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos
limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a
niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais
do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa
irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a
suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva
quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)
De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute
primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda
auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma
lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR
apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas
frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos
anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais
humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que
coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior
vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das
orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu
suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade
INTRODUCcedilAtildeO 23
demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a
frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute
uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute
o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os
autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da
regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a
aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a
afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E
CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)
Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e
predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de
progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz
1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo
ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu
niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo
As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de
pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na
perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute
progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)
Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta
frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo
provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses
dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais
(WARD 1973 DUNN 1987)
INTRODUCcedilAtildeO 24
Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo
tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas
mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para
o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999
HUNGRIA 2000)
A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos
ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes
simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes
ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de
outros fatores
A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de
risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e
bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com
niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma
Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo
destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes
(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes
bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais
dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom
insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem
distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas
hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)
Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos
derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as
INTRODUCcedilAtildeO 25
causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez
O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos
(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999
CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema
sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta
avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e
no seu controle
Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de
relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre
os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda
que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma
sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as
estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida
Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede
do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato
pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito
promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada
agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o
trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas
adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas
categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de
trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da
produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas
Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 26
patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes
o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no
trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava
excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou
mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia
Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e
progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As
tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos
de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e
previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees
agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu
estado
A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health
Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e
recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida
pelo ruiacutedo
Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de
serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia
oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia
privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas
ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente
dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter
INTRODUCcedilAtildeO 27
predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre
doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente
dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia
como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as
empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era
de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas
A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do
processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo
mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho
Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias
geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a
partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no
setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava
de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos
limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e
epidemioloacutegica agraves empresas
Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito
limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias
(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias
Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente
transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o
desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade
INTRODUCcedilAtildeO 28
Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo
(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de
classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico
propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador
bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA
CARNICELLI 1988)
Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios
para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A
promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia
Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como
profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva
execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele
deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua
base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)
Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames
audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas
Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande
importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998
passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores
elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos
riscos
Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica
acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que
tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)
INTRODUCcedilAtildeO 29
Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de
exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as
accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de
responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo
profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados
confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo
auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a
progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)
No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente
demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de
fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus
trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio
Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do
trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda
auditiva satildeo exigidos por lei
Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser
adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o
controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em
fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira
opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees
teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o
equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva
de acordo com Giampaoli (2000)
INTRODUCcedilAtildeO 30
O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que
leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o
recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes
nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo
No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de
trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL
1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes
ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do
Trabalho
Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito
da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a
realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo
ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de
exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de
toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por
exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)
Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova
a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle
Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear
e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos
riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia
previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece
nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)
INTRODUCcedilAtildeO 31
Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da
Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que
aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da
obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)
nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos
trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes
fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho
(BRASIL 1994b)
Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a
inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o
acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de
exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo
ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de
trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para
a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria
define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e
determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em
cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de
meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem
quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise
de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no
diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no
manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)
INTRODUCcedilAtildeO 32
A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de
conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute
composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica
da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais
dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de
Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um
PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos
procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de
benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na
capacidade laborativa (BRASIL 1998a)
Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa
interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de
medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho
provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize
as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem
Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de
pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de
responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e
gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda
auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as
normas do Ministeacuterio do Trabalho
Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 33
inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana
realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on
Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck
Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA
em um ambiente
- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral
- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de
trabalho
- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular
apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo
- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos
extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros
agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um
PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores
importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees
preventivas
- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho
encaminhando-os para tratamento adequado
- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo
medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores
- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais
- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica
INTRODUCcedilAtildeO 34
- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a
perda auditiva
- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos
relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional
As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e
da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de
avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais
que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho
O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja
ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a
partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco
O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda
Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo
indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional
ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira
exposiccedilatildeo
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar
constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades
Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou
seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo
2 Gerenciamento audiomeacutetrico
3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)
INTRODUCcedilAtildeO 35
4 Medidas de proteccedilatildeo individual
5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo
6 Gerenciamento dos dados
7 Avaliaccedilatildeo do programa
Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura
acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de
acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo
auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis
A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser
implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um
cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo
contiacutenuo ao longo do tempo
Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da
aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real
e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)
As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute
um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza
Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho
fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)
Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da
equipe de sauacutede da empresa eacute
- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico
- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para
projetos de melhorias ambientais
INTRODUCcedilAtildeO 36
- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos
trabalhadores
- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta
utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos
para a audiccedilatildeo
- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas
auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa
- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da
elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas
administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo
- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e
registro adequado de todas as accedilotildees realizadas
A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do
mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo
desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho
A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos
quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e
outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de
medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo
acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et
al 2002)
A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo
(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria
INTRODUCcedilAtildeO 37
das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem
ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva
do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias
que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as
medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo
Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja
adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos
ou flexibilizados
- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade
- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais
- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo
- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores
- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico
- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero
dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador
exposto ao ruiacutedo
- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas
- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico
- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador
- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional
- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame
- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1
INTRODUCcedilAtildeO 38
- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual
- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico
- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados
com o exame
- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz
3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz
1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio
- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento
do examinador
- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a
partir de entatildeo anual e no exame demissional
- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi
realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da
uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso
auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos
Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e
Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos
trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para
a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA
De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de
cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento
proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas
horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar
perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que
INTRODUCcedilAtildeO 39
a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no
miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no
resultado do exame
O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de
exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste
audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames
ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico
Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e
torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou
agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento
fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA
De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com
absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o
controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares
auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do
monitoramento auditivo satildeo
- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a
comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos
- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento
perioacutedico
- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico
otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de
problemas de orelha meacutedia
- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo
INTRODUCcedilAtildeO 40
- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador
- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA
Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do
monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente
na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como
- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias
- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento
- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro
protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo
- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos
no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes
futuros seratildeo comparados
- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do
protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador
aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo
devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute
responsaacutevel pelo custeio desse procedimento
Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas
que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando
dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso
dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos
intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas
INTRODUCcedilAtildeO 41
etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma
melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador
Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o
controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH
1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares
tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil
acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o
protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido
negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de
protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de
trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)
Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a
partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande
responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na
implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a
alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo
Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da
conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um
hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora
elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e
enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos
teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios
para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado
com a sauacutede do trabalhador na empresa
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS
42
- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior
geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND
- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos
funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo
auditiva
- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de
exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo
individual do tipo auricular
- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em
engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado
- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos
quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados
auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo
auricular
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
MATERIAL E MEacuteTODOS
43
31 TIPO DE ESTUDO
A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos
dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de
natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede
audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento
preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de
Conservaccedilatildeo Auditiva
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e
patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia
administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos
e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou
seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade
Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que
possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)
8 horas diaacuterias)
A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como
atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos
doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina
profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de
funcionaacuterios que ficam na creche
MATERIAL E MEacuteTODOS
44
Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees
1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e
individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios
em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos
pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar
e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna
Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas
seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica
Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica
Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil
Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica
Armazenagem Expediente
Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento
Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo
Desjejum e Lanches Restaurantes I e II
33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO
No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos
riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente
atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
(LTCAT) organizado por Jesus (2004)
Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados
os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no
desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos
por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca
Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e
MATERIAL E MEacuteTODOS
45
os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450
sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores
Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes
da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute
(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para
incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)
O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas
atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo
Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose
observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)
34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO
A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de
pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de
admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo
da amostra
Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a
amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em
qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade
Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois
natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com
problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de
1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)
MATERIAL E MEacuteTODOS
46
realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do
estudo totalizando 174 trabalhadores estudados
35 ASPECTO EacuteTICO
O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de
dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue
ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND
(ANEXO B) (BRASIL 1996)
36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os
funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo
de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da
admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum
funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo
do exame para que esse se tornasse o de referecircncia
361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS
A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os
exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e
agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo
Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do
niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL
1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria
MATERIAL E MEacuteTODOS
47
pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de
accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma
de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um
valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite
de exposiccedilatildeo seja ultrapassado
Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico
de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem
desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de
funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo
assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho
para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio
funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento
Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato
auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar
de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar
o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista
3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS
As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de
250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization
for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos
audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-
MATERIAL E MEacuteTODOS
48
41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em
que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a
4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada
No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT
desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e
padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o
programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo
foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por
ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores
das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o
resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees
- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)
em todas as frequumlecircncias examinadas
- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os
limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem
valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando
essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em
ambos os lados
- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo
os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e
Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
MATERIAL E MEacuteTODOS
49
- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo
Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser
menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz
4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores
acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser
maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos
criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de
500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala
ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser
classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como
- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de
natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea
e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala
com resultados em torno de 100
MATERIAL E MEacuteTODOS
50
- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via
aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre
proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada
- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um
sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as
frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem
prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela
presenccedila do componente sensorioneural
362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO
Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da
pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)
(ANEXO D)
Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave
histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas
anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao
equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de
exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de
protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros
Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de
investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de
participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas
MATERIAL E MEacuteTODOS
51
363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS
Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees
forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo
acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou
intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo
com as seguintes especificaccedilotildees
1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de
aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB
2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca
Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB
3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319
CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB
Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo
sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que
circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor
auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes
As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos
de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de
2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)
MATERIAL E MEacuteTODOS
52
trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos
profissionais do SESMT da empresa
Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-
cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e
importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular
a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de
esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional
O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes
informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para
motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento
Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de
Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos
os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo
de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma
hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios
Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com
perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os
funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto
informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)
Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos
funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para
esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes
informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de
informaccedilatildeo para o grupo
MATERIAL E MEacuteTODOS
53
4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os
dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas
A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de
respostas entre os lados foi importante
Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia
admitindo as linhas ou as colunas como subtotais
4 RESULTADOS
RESULTADOS
54
Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os
paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor
ilustrar as anaacutelises
Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada
o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade
o Ambiente de produccedilatildeo
Dados de Anamnese
o Aspectos pessoais
o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho
o Aspectos gerais
Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados
o Por anos em que os exames auditivos foram realizados
Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005
41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA
411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE
Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste
estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo
por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos
da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)
A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade
do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A
idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn
860)
RESULTADOS
55
IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA
NAtildeO ZARAM
E AUDITIVO
LABILA
ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE
Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais
presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na
TABELA 1
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
REALIXAME
IMITE CEITAacuteVEL
TERAL
OtildeES NI
RAL) n n n
23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413
22 1454
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)
ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior
prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino
412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que
sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528
relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto
Esses dados podem ser observados na TABELA 2
Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos
antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos
ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento
RESULTADOS
56
de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo
ruidosas dentro da DND
Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato
Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas
como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA
SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES
DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE
COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160
Uso de moto 7
CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150
Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso
Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis
meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28
anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou
igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e
tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno
Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal
de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e
16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma
funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser
observados
RESULTADOS
57
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)
MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL
13 anos e meio
30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011
JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609
9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)
Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo
verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se
mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na
TABELA 4
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
TEMPO DE SERVICcedilO (DND)
NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)
n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse
estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No
RESULTADOS
58
GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos
funcionaacuterios que participaram no estudo
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
20
1210
15
20
25
tage
m (
)
14 14
64
8 8
2 21
5
10
ubseccedilotildees
Perc
en
0S
Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no
GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND
tambeacutem foram os que mais participaram no estudo
Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND
22
8 2
4612
10
Atendente de Nutriccedilatildeo
Auxiliar de Serviccedilo - Servente
Chefias
Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede
OficialAgente Administrativo
RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG
RESULTADOS
59
Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no
nuacutemero de fun etera exam realizado em
2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE
TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004
NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
que compotildeem a DND doze p desse do e houve
cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo
ervar na T LA 5
Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM
EXAME
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES (UNI OU
BILATERAL) n n n
CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -
COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272
DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176
LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo
() feita admitindo as linhas como subtotais
No ambiente de prod enos de 60dB(A)
a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo
Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados
podem ser observados no ( )
ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17
preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante
OBS Percentagem
4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO
uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m
(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de
ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod
ANEXO C
Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no
RESULTADOS
60
1782
ser observados na TABELA 6
ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos
R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no
trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se
acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses
dados podem
T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
EPERCUSS T
Alto 5345 Meacutedio 2931
PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL
Natildeo o 1724 Constante 4770
CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT
pinaram
Flutuante 1782 Impacto -
PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL
Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655
CcedilEcircNCIA DO
DUOS SOBMB
Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816
Jaacute acostumou 1337
PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO
Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034
PCcedilDESCO
42 DADOS DE MNESE
421 ASPECTOS PESSOAIS
A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas
revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes
relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201
atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos
funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou
bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons
Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o
protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o
ANA
RESULTADOS
61
equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o
protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio
(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no
meato acuacutestico externo ao usaacute-lo
Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou
tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo
apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3
Queixas natildeo auditivas
39
46
2016 16
12
230
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
em (
)
Prurido
Zumbido
Plenitude auricular
Vertigem
Cera excessiva
Otalgia
Inflamaccedilatildeo
GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia
Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais
apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas
apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4
Representaccedilatildeo dos sintompe
RESULTADOS
62
Queixas e frequumlecircncia de comportamento
42
21
129
117
95
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Cansaccedilo (agraves vezes)
Cansaccedilo (sempre)
Sono (agraves vezes)
Sono (sempre)
Irritaccedilatildeo (agraves vezes)
Irritaccedilatildeo (sempre)
Desmotivado (agraves vezes)
Desmotivado (sempre)
Desatento (agraves vezes)
GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia
Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20
referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias
mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)
seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos
rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou
resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas
auditivas perceptiacuteveis
A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e
6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que
ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente
Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo
realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram
o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225
conhecem com opinaram
Roc
otildee
natildeo faz
o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo
RESULTADOS
63
A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137
acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede
422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com
uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a
limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento
das bandejas com os alimentos
Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao
trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)
que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo
que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que
natildeo participam
Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso
de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do
SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados
Esses dados podem ser observados na TABELA 7
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim Natildeo
pr
3218 6718 Sim Natildeo
OUTROS AGENTES NOCIVOS
Vibraccedilatildeo 1436 8563
Produtos Quiacutemicos CONTATO COM
Sim Natildeo
CIPA
Sim Natildeo
Capacitaccedilotildees
PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES
862 9138
6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS
Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574
RESULTADOS
64
8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem
uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo
perten
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem
uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5
Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando
frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298
389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade
do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois
cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade
Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da
preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo
Queixas durante o uso do protetor auricular
4550 Incomodo
42
35
85 3
0
5
1015
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Dificulta a conservaccedilatildeo
Coceira excessiva
Excesso de cera
Aumento da temperaturaauricular
Inseguranccedila
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
RESULTADOS
65
ossuem limiares
uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as
usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8
TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual
USO DO PROTETOR AURICULAR
Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo
consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental
Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p
a
frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que
referem itiva
Df
entuais icular
tiva dos
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
R ULTADOS DOS EXAMES n n n
ES
NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)
11 2115 37 3627 7 35 X
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)
23 4423 45 4411 9 45
LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)
18 3461 20 1960 4 20
TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100
ANI
OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais
O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e
Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de
Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de
1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do
equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9
Pe
RESULTADOS
66
TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
USO DO PROTETOR AURICULAR
Dp
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
n n n
SN
CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A
COZIN
CA
RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30
CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20
DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25
LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10
TOTAL (n = 174) 52 102 20
GEM E T
R
OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais
Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente
da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria
dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou
pelo menos agraves vezes
TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo
USO DE EPI
nta
os
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
INFORMACcedilAtildeO n n n
SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual
qu
RESULTADOS
67
TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
USO DE EPI
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO
n n n
MIN
PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447
NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149
OLOI
OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual
Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os
de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande
nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor
auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que
tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade
auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na
TABELA 12
TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
LIMITE
ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL
PA ESTAacuteVEL
AGRAVOU
MELHOROU
ntaamento de
Dindividu
USO D
PROTETOR AURICUL
n n n n
E
AR
SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270
NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704
= 6= 7
OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
em () fei
RESULTADOS
68
423 ASPECTOS GERAIS
A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da
Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de
fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios
Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas
questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser
observadas no RAacuteFICO 6
G
Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado
42
26
16
88
Importante
Bom
Faacutecil
Confuso
Longo
GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia
43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS
Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que
natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174
funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e
esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo
Ro
U
RESULTADOS
69
de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)
Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de
aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas
A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria
e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada
entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos
2 0
18 22 24
514
3
84
115
0
20
40
60
80
100
120
140
No
de
exam
es
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996
GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
431 ANAacuteLIS OR ANOS
Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19
fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os
exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005
Re
E P
RESULTADOS
70
4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004
Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria
dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou
bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13
TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004
DND (n = 174) n
IS
Distrf
NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas
sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha
esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita
Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos
funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses
4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e
limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva
sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na
maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas
770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e
limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8
RESULTADOS
71
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004
4583
0
50
416
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )
Orelha Direita Orelha Esquerda
Natildeo Sugest de PAIR
Sugestivo PAIR
(n = 24)
GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos
ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida
por outras etiologias que
natildeo o r
ivo
de
Di
nt
Das alteraccedilotildees auditivas
fu
por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva
uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004
222Natildeo Sugestivo de PAIR
778
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
de PAIR
(n = 18)
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
Percentagem ()
Sugestivo
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
RESULTADOS
72
zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para
15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos
ites ac i
TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex
4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005
O nuacutemero de funcionaacuterios que reali
1
lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral
Esses dados podem ser observados na TABELA 14
14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am
accedilatildeo auds es de 2005
DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59
REALIZARAM EXAME 6609AT 000
115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A
S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826
U IS ERAIS 21
OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees
auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na
orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita
Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios
da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)
apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis
na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na
orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos
funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)
satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser
observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11
o as linhas como subtotais
RESULTADOS
73
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005
40
0 10 20 30 40 50 60 70
Percentagem ()
Sugestivo de
SuPA
(n = 25)
GRAacuteFICO
Situaccedilatilde do
60
PAIR na OD
gestivo de IR na OE
10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005
o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005
8571de PAI
1429
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Percentagem ( )
Sugestivo R
Natildeo Sugestivo de
(n =
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR
alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de
alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via
aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural
plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)
21)
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
apresentaram
RESULTADOS
74
4313
a com
referecircnc
em
- Estaacutevel
- Agravado
Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)
dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva
sugestivo de PAIR (estaacuteveis)
Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na
orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo
contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que
minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de
PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis
Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND
observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva
pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de
funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como
podemos observar na TABELA 15
COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005
Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando
paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como
ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos
exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado
exames em que houve piora nos resultados
permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo
RESULTADOS
75
TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
LIMITE ACEITAacuteVEL
PA AGRAVOU
MELHOROU
A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos
ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E
DIETEacuteTICA n n n n
CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -
EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)
CODE 8
DIE - - 1 2500 3 7500 - -
LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5
RESTA 0 SE
E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250
RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
5 DISCUSSAtildeO
DISCUSSAtildeO
76
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de
caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho
auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves
vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo
interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos
profissionais da equipe de sauacutede
A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e
subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios
de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees
desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo
que trabalha foi a de maior destaque
No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea
de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um
nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)
Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho
em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos
anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades
laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes
nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos
direcionados a essa populaccedilatildeo
Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave
ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)
afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em
relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para
DISCUSSAtildeO
77
alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente
no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer
os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER
1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos
num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares
auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram
alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das
mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as
mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute
de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo
delas serem menos suscetiacuteveis
A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a
perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia
consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram
essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que
em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e
os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)
A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo
apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de
perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE
ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)
Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras
variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia
Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de
DISCUSSAtildeO
78
trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de
funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A
perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute
caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de
8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido
O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com
a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada
ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo
entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando
combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas
frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece
no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma
tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias
(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias
Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da
presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais
importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e
niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos
testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito
diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada
na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas
altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de
sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR
para as perdas auditivas encontradas
DISCUSSAtildeO
79
A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute
dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao
ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)
Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais
foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e
com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior
proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco
anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute
elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo
da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A
partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da
orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo
funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior
mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e
naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila
dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo
A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis
de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma
funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)
afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB
durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees
irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo
inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da
coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
80
resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios
para a sauacutede (MELNICK 1985)
Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos
quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI
1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na
amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo
foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas
A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o
conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa
avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc
Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da
perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de
procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo
audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida
(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do
sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as
doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de
instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica
O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e
qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo
da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que
envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de
seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho
(PIZARRO PIZARRO 2000)
DISCUSSAtildeO
81
Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o
agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral
como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY
2000)
Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem
em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das
conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os
dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e
de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio
aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa
sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim
como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados
audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas
doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela
na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo
ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A
realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de
indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados
sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo
adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa
atuaccedilatildeo (SAVA 2005)
O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo
Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente
laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees
DISCUSSAtildeO
82
mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e
Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de
trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)
chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a
comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees
psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se
comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido
frente a esse agente fiacutesico
Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo
auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a
acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o
prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim
como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa
populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo
do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local
e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora
percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda
pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das
perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o
nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau
da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem
excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem
assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)
DISCUSSAtildeO
83
Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e
terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente
comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a
realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e
educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as
atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse
conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na
educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como
tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)
Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a
estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar
de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia
ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER
1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei
no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)
Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a
situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as
necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo
Kwitko (1998) satildeo
- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de
ruiacutedo excessivo no interior da cabina
DISCUSSAtildeO
84
- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de
sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos
durante a colocaccedilatildeo dos fones
- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do
teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees
experiecircncia em testes anteriores
- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo
entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias
condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal
resposta motora)
Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e
comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso
esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser
garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados
possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e
apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva
Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente
tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o
mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o
tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente
principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio
De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios
de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como
referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
85
que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior
nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando
a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute
uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal
A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a
realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de
oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo
do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo
audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees
com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774
referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao
meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o
funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas
estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame
Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a
elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-
se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo
entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health
Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck
Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva
(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)
Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos
de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao
DISCUSSAtildeO
86
ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise
das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo
(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)
A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute
extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente
dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)
Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da
amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares
auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a
10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz
ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em
frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de
limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias
No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame
auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das
alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo
Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua
situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames
audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a
conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)
Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para
115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as
alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram
resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma
DISCUSSAtildeO
87
alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo
audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR
Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que
45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as
mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou
agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem
alta e permanente
Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros
autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de
metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em
trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a
prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275
mineradores
A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo
bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas
alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma
maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os
casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)
Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente
unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001
CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise
uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias
havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais
para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees
DISCUSSAtildeO
88
Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos
limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa
melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva
normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos
limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute
irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito
aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a
diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO
et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da
dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel
ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER
ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar
o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis
Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas
auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)
Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos
que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo
de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que
60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que
pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser
considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz
respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da
populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor
1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983
DISCUSSAtildeO
89
Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano
auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo
protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que
chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau
de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo
protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em
oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um
periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH
1998)
O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio
complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de
pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a
dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado
ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do
protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo
individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente
ao trabalhador (SARTORI 2005)
Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores
auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e
escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de
colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia
pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)
O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que
atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a
DISCUSSAtildeO
90
execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu
ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo
Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de
apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam
(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso
quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre
Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de
intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo
mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo
plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse
modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o
plugue satildeo desconfortaacuteveis
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo
precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que
usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios
revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico
tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa
As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo
e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235
referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o
pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que
nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho
DISCUSSAtildeO
91
No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo
auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais
relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira
excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da
construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem
inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem
nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)
A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na
anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos
limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam
quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram
usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam
limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo
usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas
As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees
preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu
Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores
como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute
evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa
proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo
diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem
demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como
por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui
DISCUSSAtildeO
92
Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela
diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da
acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional
(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)
Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que
as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo
sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco
eficazes
Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva
encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de
ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a
proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa
estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas
com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos
exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de
perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento
audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes
consideraccedilotildees
- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente
- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros
com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi
suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica
- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa
de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido
(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees
- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva
do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um
monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo
permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva
- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para
prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo
de condutas preventivas nos casos alterados
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
94
- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)
para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos
outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano
- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo
das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees
- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes
por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas
mais contundentes
- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em
consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional
meacutedico no processo preventivo
- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas
integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com
as medidas atuais
REFEREcircNCIAS
REFEREcircNCIAS
95
ABEL S M HAYTHORNTHWAITE C A The progression of noise-induced hearing loss a survey of workers in selected industries in Canada J Otolaryngol Suppl Toronto v13 p2-36 1984
ALBERTI P W Noise the most ubiquitous pollutant Noise amp Health London n1 p3-5 1998
ALMEIDA S I C ALBERNAZ P L M ZAIA P A XAVIER O G KARAZAWA E H I Histoacuteria natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruiacutedo Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v46 n22 p143-58 2000
ALVES R P C Perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores de uma induacutestria de papel e celulose 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Promoccedilatildeo de Sauacutede) - Universidade de Franca FrancaSP 2004
AMERICAN ACADEMY OF OTOLARYNGOLOGY HEAD AND NECK SURGERY FOUNDATION (AAOHNS) Guide for conservation of hearing in noise Washington 1988
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE ANSI Ѕ125 New York 1996
______ ANSI S126 New York 1997
ARANA G A C Sauacutede ambiental e fonoaudiologia O mundo da sauacutede Satildeo Paulo v21 n5 p285-89 setout1997
ARAUacuteJO G M REGAZZI R D Periacutecia e avaliaccedilatildeo de ruiacutedo e calor teoria e praacutetica 2ed Rio de Janeiro (sn) 2002 468p
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS (ABNT) Niacuteveis de ruiacutedos aceitaacuteveis referecircncias elaboraccedilatildeo NB951996 Rio de Janeiro ABNT 1996
AVAGLIANO A ALMEIDA K Estudo do desempenho de diferentes tipos de protetores auditivos Rev CEFAC Satildeo Paulo v3 n1 p77-87 2001
AZEVEDO A N ATHAYDE D S M REIS M L GIOVANELLA N Trabalho de educaccedilatildeo e sauacutede fonoaudioloacutegica em olarias Fono Atual Satildeo Paulo v5 n21 p36-39 2002
REFEREcircNCIAS
96
BERNARDI A P A SALDANHA JUNIOR O M Histoacuterico da inserccedilatildeo do fonoaudioacutelogo nas empresas do acompanhamento audiomeacutetrico agrave consultoria In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p15-27
BOSCH J Sorderas neurosensoriales In ABELLOacute P TRASERRA J Otorrinolaringologia Barcelona Doyma 1992 p192-8
BRASIL Ministeacuterio do Trabalho Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Decreto-lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Aprova a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 09 de ago 1943
______ Ministeacuterio do Trabalho Portaria 3214 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capiacutetulo V Tiacutetulo II da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho relativas a Seguranccedila e Medicina do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 8 de jun 1978a
______ Ministeacuterio do Trabalho Normas regulamentadoras de seguranccedila e sauacutede do trabalhador NR-15 anexos I e II Estabelece limites de toleracircncia para exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 08 de jun 1978b
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 24 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 7 - Programa de Controle Meacutedico e Sauacutede Ocupacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994a
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 25 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 9 - Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994b
______ Conselho Nacional de Sauacutede Aprovaccedilatildeo das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo nordm 196 10 out de 1996 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia out1996
______ Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) Ordem de Serviccedilo nordm 608 de 5 de agosto de 1998 Aprova Norma Teacutecnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora de origem ocupacional Ministeacuterio da Previdecircncia e Assistecircncia Social Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 19 de ago 1998a
REFEREcircNCIAS
97
______ Ministeacuterio do Trabalho - Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 19 de 9 de Abril de 1998 Diretrizes e paracircmetros miacutenimos para avaliaccedilatildeo a acompanhamento da audiccedilatildeo em trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevados Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 22 de abr 1998b
BURNS V STEAD J C PENNY H W The relations between temporary shift and occupational hearing loss In BURNS W ROBINSON D W Hearing and noise in industry London Her Magestyrsquos Stationery Office 1970
CARNICELLI M V F Exposiccedilatildeo ocupacional a vibraccedilatildeo transmitida atraveacutes das matildeos uma revisatildeo sobre o distuacuterbio vascular perifeacuterico Rev Bras Sauacutede Ocup Satildeo Paulo v22 n82 p35-44 abrjun 1994
CELIK O YALCcedilIN S OumlZTUumlRK A Hearing parameters in noise exposed industrial workers Auris Nasus Larynx Amsterdam v25 n4 p369-375 1998
CHERMAK G D DENGERINK J E DENGERINK H A Threshold of octave masking as a predictor of temporary threshold shift following repeated noise exposure J Speech Hear Disord Rockville n49 p303-8 1984
COLES R A Classification of causes mechanisms of patient disturbance and associated counseling In VERNON J A MOLLER A R Mechanisms of tinnitus Boston Allyn and Bacon 1995 p11-19
COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA Perda auditiva induzida por ruiacutedo relacionada ao trabalho Boletim Satildeo Paulo n 1 1999a
______ Padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador exposto ao ruiacutedo Boletim Belo Horizonte n2 1999b
______ Recomendaccedilotildees miacutenimas para elaboraccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva Boletim Satildeo Paulo n6 1999c
CORDEIRO R LIMA FILHO E C NASCIMENTO L C Associaccedilatildeo da perda auditiva induzida pelo ruiacutedo com o tempo acumulado de trabalho entre motoristas e cobradores Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n10 p210-21 1994
REFEREcircNCIAS
98
CORREcircA FILHO H R COSTA L S HOEHNE E L PEREZ M A NASCIMENTO L C DE MOURA E C Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v36 n6 p693-701 2002
CORREIA J W PAIR e suas complicaccedilotildees meacutedico-periciais CIPA Satildeo Paulo v244 n21 p54-69 2000
COSTA E A KITAMURA S Oacutergatildeos dos sentidos audiccedilatildeo In MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995 p365-86
COSTA E N Efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo e audiologia industrial Revista de Fonoaudiologia Satildeo Paulo v1 n2 p12-16 nov abr 19941995
COX R M ALEXANDER G C GRAY GA Who wants a hearing aid Personality profiles of hearing aid seekers Ear Hear Baltimore v26 n1 p12-26 2005
CUBAS DE ALMEIDA S I Histoacuteria natural da disacusia induzida por ruiacutedo industrial e implicaccedilotildees meacutedico-legais1992 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Otorrinolaringologia) - Escola Paulista de Medicina Satildeo Paulo 1992
_____ O diagnoacutestico diferencial da disacusia neurossensorial por ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p181-187
DAVIS H SILVERMAN SR Hearing and deafness 3ed New York Holt Rinehart amp Winston 1970
DUNN D Cochlear morphology associated with overexposure to noise Journal of the Ohio Speech and Hearing Association Ohio n10 p 22-28 1987
FANTAZZINI M L Atenuaccedilatildeo de protetores auriculares In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p103-111
FERNANDES M Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposiccedilatildeo ocupacional a ruiacutedo e vibraccedilatildeo 2005 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Universidade Tuiuti do ParanaacutePR 2005
REFEREcircNCIAS
99
FERREIRA D A fonoaudiologia o direito previdenciaacuterio e a perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p202-214
FERREIRA JUNIOR M Perda auditiva induzida por ruiacutedo bom senso e consenso Satildeo Paulo VK 1998 121p
_____ Perda auditiva induzida por ruiacutedo In ______ Sauacutede no trabalho Satildeo Paulo Roca 2000 p262-285
FIORINI A C SILVA S BEVILACQUA M C Ruiacutedo comunicaccedilatildeo e outras alteraccedilotildees SOS Sauacutede Ocup Segur Satildeo Paulo v26 p49-60 1991
FIORINI A C A importacircncia do monitoramento audiomeacutetrico no programa de conservaccedilatildeo auditiva Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo n13 p95-102 1994a
FIORINI A C Conservaccedilatildeo auditiva estudo sobre o monitoramento audiomeacutetrico em trabalhadores de uma induacutestria metaluacutergica 1994 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo Humana) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1994b
FIORINI A C O uso de registros de emissotildees otoacuacutesticas como instrumento de vigilacircncia epidemioloacutegica de alteraccedilotildees auditivas em trabalhadores expostos a ruiacutedo Tese (Doutorado em Sauacutede Ambiental) - Faculdade de Sauacutede Puacuteblica Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2000
FIORINI A C NASCIMENTO P E S Programa de prevenccedilatildeo de perdas auditivas In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Rio de Janeiro Revinter 2001 v2 p51-61
FRANCO E S RUSSO I C P Prevalecircncia de perdas auditivas em trabalhadores no processo admissional em empresa na regiatildeo de CampinasSP Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n5 p661-70 2001
FUNDACENTRO Norma de higiene ocupacional procedimento teacutecnico ndash avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo nordm 1 (NHO - 01) Satildeo Paulo 2001
GALAFASSI M C Medicina do trabalho Satildeo Paulo Atlas 1998
REFEREcircNCIAS
100
GATES G A COOPER J C KANNEL W B et al Hearing in the elderly the framingham cohort Ear Hear Baltimore n11 p247-56 1990
GATES G A SCHMID P KUJAWA S G NAM B DAGOSTINHO R Longitudinal threshold changes in older men with audiometric notches Hearing Research Amsterdam v141 n12 p220-28 2000
GERGES S N Y Efeitos nocivos a audiccedilatildeo e as consequumlecircncias das vibraccedilotildees no corpo humano Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p56-62 jul 1997
GIAMPAOLI E Persistecircncia especialista diz que profissionais tem como resolver problemas mais comuns da induacutestria Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo n101 p8 2000
GOBBATO L H F G COSTA E A SAMPAIO M H GOBBATO JUacuteNIOR F M Estudo do efeito aprendizagem em exames audiomeacutetricos sequumlenciais em trabalhadores de induacutestria metaluacutergica e suas implicaccedilotildees nos programas de conservaccedilatildeo auditiva Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v70 n4 p540-4 julago 2004
GLORIG A Noise past present and future Ear Hear Baltimore v1 n1 p4-18 1980
GOMES R Inimigo invisiacutevel induacutestria brasileira continua fabricando surdos apesar dos avanccedilos tecnoloacutegicos Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v 22 n5 p74-8 abrmaio 1989
GUERRA M R LOURENCcedilO P M C TEXEIRA M T B ALVES M J M Prevalecircncia de perda auditiva induzida por ruiacutedo em empresa metaluacutergica Rev Sauacutede Publ Satildeo Paulo n39 p527-30 2005
HANDAR Z Ruiacutedo controlado Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v11 n77 p63-67 maio 1998
HENDERSON D HAMERNIK R P Biologics bases of noise-induced hearing loss In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p513-33
HEacuteTU R GETTY I QUOC H T Impact of occupational hearing loss on the lives of workers In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p495-512
REFEREcircNCIAS
101
HUNGRIA H Trauma sonoro In ______ Otorrinolaringologia 8ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 p389-400
IBANtildeEZ R N Programa de conservaccedilatildeo auditiva In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p255-60
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) Instruccedilatildeo Normativa nordm 78 de 16 de julho de 2002 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 18 de jul 2002
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO) Acoustics audiometric test methods ndash Part 1 basic pure tone air and bone conduction threshold audiometry ISO 8253-1 Geneve Switzerland 1989
JERGER S JERGER J Perda auditiva por induccedilatildeo de ruiacutedo In ______ Alteraccedilotildees auditivas Satildeo Paulo Atheneu 1998 p133-137
JESUS J E C C (Org) Laudo teacutecnico das condiccedilotildees ambientais de trabalho Ribeiratildeo PretoSP 2004
KRYTER K D The effects of noise on man New York Academic Press 1985
KWITKO A Audiometria ocupacional CIPA Satildeo Paulo v18 n213 p34-36 1997
______ Teste de rotina a obtenccedilatildeo da qualidade de ambiente e cabinas de testes audiomeacutetricos ocupacionais Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p66-68 out1998
LANDEN D WILKINS S STEPHENSON M MCWILLIAMS L Noise exposure and hearing loss among sand and gravel miners J Occup Environ Hyg Philadelphia v1 n8 p532-41 aug 2004
LASMAR A Diagnoacutestico da doenccedila profissional induzida pelo ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p153-161
LOPES-FILHO O C Deficiecircncia auditiva In ______ (Org) Tratado de fonoaudiologia Satildeo Paulo Tecmedd 2005 p23-40
REFEREcircNCIAS
102
LUXON L M The clinical diagnosis of noise induced hearing loss Advances in Noise Research Londres 1998
MARCHIORI L L M MELO J J Comparaccedilatildeo das queixas auditivas com relaccedilatildeo agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo em componentes de orquestra sinfocircnica Proacute-Fono Carapicuiacuteba v13 n1 p9-12 2001
MARTINS A L ALVARENGA K F BEVILACQUA M C COSTA FILHO O A Perda auditiva em motoristas e cobradores de ocircnibus Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n4 p 467-73 2001
MAY J J Occupational hearing loss Am J Ind Med New York v37 n1 p112-120 2000
MAYRINK C E SILVA C S FERREIRA M D BEVILAQUA M C Os efeitos do ruiacutedo na audiccedilatildeo Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo v12 p30-43 1993
MELLO A P WAISMANN W Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e quiacutemicos industriais e seus efeitos no sistema auditivo revisatildeo da literatura Arq Otorrinolaringol Satildeo Paulo v8 n3 p226-34 2004
MELNICK W Industrial hearing conservation In KATZ J Handbook of clinical audiology 4ed Baltimore Williams amp Wilkins 1985 p534-552
______ Sauacutede auditiva do trabalhador In KATZ J Tratado de audiologia cliacutenica 4ed Satildeo Paulo Manole 1999 p529-547 1999
MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995
MERLUZZI F Patologia da rumore In SARTORELLI E Tratatto di medicina del lavoro Padova Piccin 1981 v2 p1119-49
MOLLER M B Hearing in 70 and 75 years old people results from a crossection and longitudinal population Am J Otol Philadelphia n2 p22-9 1981
MOMENSOHN-SANTOS T M RUSSO I C P(Orgs) A praacutetica da audiologia cliacutenica 6ed Satildeo Paulo Cortez 2005 375p
REFEREcircNCIAS
103
MONTIEL-LOacutePEZ M CORZO-ALVAREZ G CHACIacuteN-ALMARZA B ROJAS-GONZAacuteLEZ L QUEVEDO A RENDILES H Prevalence and characterization of hearing loss in workers exposed to industrial noise of the turbogenerated electric plant of a petrochemical industry Invest Clin Maracaibo v47 n2 p117-31 jun 2006
MORATA T C Sauacutede do trabalhador estudo da exposiccedilatildeo simultacircnea a ruiacutedo e dissulfeto de carbono 1986 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1986
MORATA T C CARNICELLI M V Audiologia e sauacutede dos trabalhadores Satildeo Paulo EDUC 1988
MORATA T C LEMASTERS G K Epidemiologic considerations in the evaluation of occupational hearing loss Occup Med State Art Rev Philadelphia v10 n3 p 641-56 1995
MORATA T C DUNN D E SIEBER W K Perda auditiva ocupacional a agentes ototoacutexicos In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p189-201
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH) Preventing occupational hearing loss a practical guide Washington U S Department of Health and Human Services 1996
_____ Criteria for a recommended standard occupational noise exposure revised criterion Washington U S Department of Health and Human Services 1998
OLIVEIRA C G Fonoaudiologia preventiva em sauacutede do trabalhador In MARCHESAN I ZORZI J L E GOMES I C D (Orgs) Toacutepicos em fonoaudiologia 1996 v3 p 121-29
OLIVEIRA J A A Fisiologia cliacutenica da audiccedilatildeo ndash coacuteclea ativa In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p101-142
OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA) United States Department of Labor Occupational noise exposure hearing conservation amendment Federal Register Washington U S v48 n46 p9738-45 1983
REFEREcircNCIAS
104
PEARSON J D et al Gender differences in a longitudinal study of age-associated hearing loss Journal Acoust Soc Am Lancaster v97 n2 p1196-205 fev1995
PINTO N M C Alternativas para anaacutelise longitudinal de resultados audiomeacutetricos In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p73-188
PIZARRO G PIZARRO G U Diagnoacutestico cliacutenico pela audiometria ocupacional Acta Who Geneve v19 n1 p32-38 2000
PRASHER D New strategies for prevention and treatment of noise-induced hearing loss J Lancet Minneapolis n352 p1240-41 1998
RABINOWITZ P M Noise induced hearing loss Am Fam Physician Kansas City v61 n9 p2749-562759-60 2000
RIBEIRO A M D CAcircMARA V M Perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora em trabalhadores de manutenccedilatildeo de aeronaves de asas rotativas Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v22 n6 p1217-24 2006
RIBEIRO F S N OLIVEIRA S REIS M M SILVA C R MENEZES M A DIAS A E Processo de trabalho e riscos para a sauacutede dos trabalhadores em uma induacutestria de cimento Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n68 p1243-50 2002
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a niacuteveis elevados 2003 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) - Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo 2003
RIOS A L SILVA G A Sleep quality in noise exposed brazilian workers Noise amp Health London v8 n29 p27-34 2005
RODRIGUES M A G DEZAN A A MARCHIORI L L MEficaacutecia da escolha do protetor auditivo pequeno meacutedio e grande em programa de conservaccedilatildeo auditiva Rev CEFAC Satildeo Paulo v8 n4 p543-7 2006
ROYSTER J D ROYSTER L H Using audiometric data base analysis J Occup Med Baltimore n 28 p1055-68 1986
REFEREcircNCIAS
105
RUIZ R C MOREIRA M IZUMIDA M M RUIZ V Funccedilatildeo auditiva de trabalhadores em induacutestrias de papel e papelatildeo eacute analisada Revista CIPA Satildeo Paulo v12 n 3 p85-90 1996
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M SANTOS U P Programa de sauacutede dos trabalhadores a experiecircncia da zona norte uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo Hucitec 1989 p125-155
SANTOS U P (Org) Ruiacutedo riscos e prevenccedilatildeo 3ed Satildeo Paulo Hucitec 1999 157p
SANTANA V S BARBERINO J L Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e hipertensatildeo arterial Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo n29 p478-87 1995
SARTORI E Conhecimento e atitude de trabalhadores em relaccedilatildeo a prevenccedilatildeo da perda auditiva In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndash ocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p109-23
SATALOFF R T SATALOFF J Differential diagnosis of occupational hearing loss Occup Health Saf Waco v70 n9 p126-129 2001
SAVA L C Protocolo de avaliaccedilatildeo para populaccedilotildees expostas ao ruiacutedo industrial In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p189-202
SELIGMAN J Sintomas e sinais de PAIR In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p 143-9
SELIGMAN J NUDELMANN AA IBANtildeEZ R COSTA EA Perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In LAVINSKY L OLIVEIRA JAA Programa de educaccedilatildeo continuada em otologia Rio de Janeiro SOBSB 1999 p1-7
SIMPSON T H Programas de prevenccedilatildeo da perda auditiva ocupacional In MUSIEK F E RINTELMANN W F Perspectivas atuais em avaliaccedilatildeo auditiva Barueri Manole 2001 p461-480
REFEREcircNCIAS
106
SIVIERO A B FERNANDES M J LIMA J AC SANTONI C B BERNARDI A P A Prevalecircncia de perda auditiva em motoristas de ocircnibus do transporte coletivo da cidade de MaringaacutePR Rev CEFAC Satildeo Paulo v7 n3 p376-81 julset 2005
SUTER A H Construction noise exposure effects and the potential for remediation a review and analysis AIHA J Fairfax v63 n6 p768-89 novdec 2002
TAMBS K Moderate effects of hearing loss on mental health and subjective well-being results from the nord-trondelag hearing loss study Psychosom Med Baltimore v66 n5 p776-82 2004
TAY P Severe noise-induced deafness a 10-year review of cases Singapore Medical Journal Singapore v37 n4 p362-64 aug1996
WARD W D Adaptation and fatigue In JERGER J Modern developments in audiology 2ed New York Academic Press 1973 p323-8
_____ Endogenous factors related to susceptibility to damage from noise Occupational Hearing Loss State of the Art Reviews Baltimore v10 n3 p 561-76 1995
WELLESCHIK B KORPERT K Is the risk of noise-induced hearing damage higher for man than for women Journal Laryng Rhinol New York n59 p681-9 aug 1980
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of impairments disability and handcaps Geneve 1980
ANEXOS
ANEXOS
107
ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP
ANEXOS
108
ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo
E S C L A R E C I M E N T O
Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______
Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica
Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash
FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de
Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende
analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a
realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os
cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral
Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha
sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc
Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este
esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea
Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho
para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees
Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder
Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua
qualidade de vida
Atenciosamente
Ana Luacutecia Rios
ANEXOS
109
ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)
detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)
ANEXOS
110
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897
DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862
ANEXOS
111
RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
NPS dB (A)
DOS Q = 5 dB
(A)
DOS Q = 3 dB
(A)
GHE
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3
Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4
Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68
Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80
Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60
ANEXOS
112
Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60
Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62
Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60
Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60
Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60
ANEXOS
113
Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que
ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima
dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 5 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712
Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das
avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a
seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 3 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765
ANEXOS
114
ANEXO D ndash Questionaacuterio
NOME __________________________________
- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome
- Entregar o mais raacutepido possiacutevel
- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo
- Marque um (X) nas alternativas
- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)
- OD = orelha direita OE = orelha esquerda
- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
- Data de Nascimento ____ ____ ____
- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )
2ordm Grau Completo ( )
Superior ( )
- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos
- Seccedilatildeo ________________________________
1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo
( ) menos que oito horas diaacuterias
( ) oito horas diaacuterias
( ) mais que oito horas diaacuterias
2) Tem outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usa protetor de orelha neste outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute
( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto
( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto
4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) em casa ( ) oficina caseira
( ) wallkman ( ) banda de muacutesica
( ) discoteca ( ) esportes ruidosos
( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante
5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes
do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usava protetor de orelha neste serviccedilo
( ) SIM ( ) NAtildeO
Trabalhou por quanto tempo ____________
6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual ____________________________
Esse outro setor era barulhento
( ) SIM ( ) NAtildeO
7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho
( ) irrita
( ) incomoda
( ) prejudica a audiccedilatildeo
( ) natildeo trabalho no ruiacutedo
( ) jaacute acostumei
( ) natildeo atrapalha
8) Trabalha em turnos alternados
( ) SIM ( ) NAtildeO
9) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
10) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
11) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
ANEXOS
115
12) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute
( ) Normal ( ) OD ( ) OE
( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE
( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE
14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou
( ) lentamente
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
( ) bruscamente (muito raacutepido)
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quecirc _____________________________
____________________________________
18) Quanto a orelha vocecirc reclama de
( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera
( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)
( ) tontura ( ) barulho (zumbido)
( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado
( ) Natildeo reclamo
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama
19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc
sente
( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo
( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo
( ) sono ( ) desmotivado
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente
20) Vocecirc jaacute teve
( ) caxumba ( ) sarampo
( ) rubeacuteola ( ) catapora
( ) tuberculose ( ) meningite
21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) As duas orelhas
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
( ) As duas orelhas
( ) Teve que procurar um meacutedico
( ) SIM ( ) NAtildeO
23) Tem contato com produtos quiacutemicos
( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________
24) Tem contato com vibraccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede
( ) pressatildeo alta ( ) diabetes
( ) coraccedilatildeo ( ) rim
( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho
Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO
ANEXOS
116
26) Faz uso prolongado de
( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina
( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio
Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO
27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
28) Faz uso de fumo
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) nasceu com o problema
( ) ficou com o problema quando crianccedila
( ) ficou com o problema quando adulto
( ) ficou com o problema quando idoso
30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA
( ) SIM ( ) NAtildeO
31) Participa dos treinamentos e de palestras
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees
( ) Natildeo participo
32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo
quanto ao uso de protetor de orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quem
( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso
( ) jornal ( ) chefe ( ) outros
33) Usa o protetor de orelha
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa
( ) tipo concha (abafador)
( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)
( ) tipo concha + tipo plug (os dois)
( ) Natildeo uso
Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel
( ) abafador ( ) plug de borracha
( ) outro ( ) nenhum
35) Com o uso do protetor de orelha
( ) o ruiacutedo diminui no trabalho
( ) fica ruim para conversar
( ) o protetor incomoda
( ) a orelha coccedila muito
( ) junta sempre cera e entope
( ) a orelha fica muito quente
( ) se sente inseguro
( ) natildeo faz diferenccedila
( ) natildeo preciso usar protetor
( ) natildeo consigo usar o protetor
( ) uso soacute porque eacute obrigado
36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Quando crianccedila
( ) Por causa do trabalho
Ficou sabendo do resultado
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Gostaria de ser informado do resultado
37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees
da minha sauacutede
( ) SIM mas acho que natildeo preciso
ANEXOS
117
38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Natildeo me interesso
39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA
( ) SIM ( ) NAtildeO
Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico
( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo
( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo
( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC
( ) Outro meio informaccedilatildeo
40) O que achou do questionaacuterio
( ) muito longo ( ) confuso
( ) faacutecil ( ) difiacutecil
( ) importante ( ) bom
OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO
OBS Questionaacuterio adaptado de
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e
na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a
niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash
FMRP - USP 2003
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo
auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In
COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M
SANTOS U P Programa de sauacutede dos
trabalhadores A experiecircncia da zona norte
uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo
Hucitec 1989 p125-155
ANEXOS
117
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras
ANEXOS
118
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
119
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
120
ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
121
ANEXO G ndash Palestra informativa na DND
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
122
ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras
Capa do panfleto
Interior do panfleto
ANEXOS
123
ANEXO I ndash Cartazes informativos
ANEXOS
124
ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND
Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo
Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe
DEDICATOacuteRIA
A todos aqueles que fazem ou que fizeram algo
para um ambiente de trabalho mais humano
EM ESPECIAL
A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada
pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo
Meu respeito sempre Sou muito grata
AGRADECIMENTOS
AGRADECcedilO
a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos
aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora
e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um
aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia
ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da
paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida
aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos
a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes
do SESMT da empresa pela confianccedila depositada
pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado
a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa
que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo
a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes
A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA
ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo
IRMAtildeOS GRIMM
RESUMO
RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional
ABSTRACT
RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent
Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia
61
GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
62
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
64
GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia
68
GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
69
GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
55
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
56
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
57
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
57
TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004
59
TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
60
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
63
TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual
65
TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
66
TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo
66
TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
67
TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
67
TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004
70
TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005
72
TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOHNS American Academy of Otolaryngology
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AC Antes de Cristo
ANSI American National Standard Institute
CA Certificado de Aprovaccedilatildeo
CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes
CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho
dB DeciBel
dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A
dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel
DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
DP Desvio Padratildeo
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo
HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
Hz Hertz
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
ISO International Standardization Organization
Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo
LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
MPL Mudanccedila Permanente de Limiar
MTb Ministeacuterio do Trabalho
MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar
n Nuacutemero de indiviacuteduos
NHO Norma de Higiene Ocupacional
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora
NR Norma Regulamentadora
NRR Noise Reduction Rating
NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)
OS Ordem de Serviccedilo
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PA Perda Auditiva
PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo
PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional
PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais
PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho
USP Universidade de Satildeo Paulo
WHO World Health Organization
SUMAacuteRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRAacuteFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APRESENTACcedilAtildeO
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
19
2 OBJETIVOS
42
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
43
4 RESULTADOS
54
5 DISCUSSAtildeO
76
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
REFEREcircNCIAS1
95
ANEXOS
107
1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002
APRESENTACcedilAtildeO
APRESENTACcedilAtildeO
16
Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser
desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa
rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do
trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao
ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros
processos produtivos
A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas
ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre
todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no
ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente
distribuiacutedo
A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de
administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave
qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no
sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das
normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo
O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social
educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais
de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do
Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O
PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de
levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus
efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se
APRESENTACcedilAtildeO
17
constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade
Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia
uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames
audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia
da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as
chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos
exames auditivos
Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel
pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo
dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute
problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da
ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade
Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das
fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico
do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo
se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador
e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos
de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso
Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na
empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades
relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas
Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e
APRESENTACcedilAtildeO
18
exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de
cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da
alteraccedilatildeo auditiva
Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus
dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do
trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados
padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e
adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e
da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o
gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo
A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da
audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais
de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e
contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa
1 INTRODUCcedilAtildeO
INTRODUCcedilAtildeO 19
Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais
presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua
intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer
(ALBERTI 1998)
No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas
ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus
efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo
que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES
1995)
A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs
prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute
muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas
intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases
produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)
A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos
problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por
Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de
Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez
Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva
Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras
1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo
INTRODUCcedilAtildeO 20
Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais
suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as
doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia
(RABINOWITZ 2000)
No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e
psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis
moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-
os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila
permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e
suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de
pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos
frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997
HUNGRIA 2000)
A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis
elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo
da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de
cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro
indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a
ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY
1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)
A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo
repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva
permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia
INTRODUCcedilAtildeO 21
criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo
(TAY 1996)
Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior
prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta
prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do
trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda
que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por
conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios
adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para
a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma
noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros
possam ser ainda maiores
Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees
praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos
trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do
niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras
O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que
em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo
ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30
desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa
base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o
risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto
a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998
PRASHER 1998)
INTRODUCcedilAtildeO 22
O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em
alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas
crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)
Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e
Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos
limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a
niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais
do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa
irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a
suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva
quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)
De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute
primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda
auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma
lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR
apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas
frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos
anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais
humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que
coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior
vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das
orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu
suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade
INTRODUCcedilAtildeO 23
demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a
frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute
uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute
o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os
autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da
regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a
aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a
afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E
CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)
Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e
predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de
progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz
1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo
ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu
niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo
As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de
pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na
perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute
progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)
Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta
frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo
provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses
dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais
(WARD 1973 DUNN 1987)
INTRODUCcedilAtildeO 24
Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo
tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas
mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para
o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999
HUNGRIA 2000)
A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos
ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes
simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes
ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de
outros fatores
A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de
risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e
bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com
niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma
Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo
destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes
(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes
bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais
dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom
insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem
distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas
hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)
Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos
derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as
INTRODUCcedilAtildeO 25
causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez
O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos
(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999
CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema
sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta
avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e
no seu controle
Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de
relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre
os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda
que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma
sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as
estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida
Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede
do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato
pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito
promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada
agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o
trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas
adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas
categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de
trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da
produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas
Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 26
patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes
o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no
trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava
excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou
mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia
Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e
progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As
tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos
de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e
previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees
agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu
estado
A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health
Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e
recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida
pelo ruiacutedo
Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de
serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia
oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia
privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas
ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente
dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter
INTRODUCcedilAtildeO 27
predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre
doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente
dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia
como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as
empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era
de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas
A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do
processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo
mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho
Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias
geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a
partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no
setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava
de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos
limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e
epidemioloacutegica agraves empresas
Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito
limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias
(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias
Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente
transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o
desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade
INTRODUCcedilAtildeO 28
Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo
(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de
classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico
propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador
bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA
CARNICELLI 1988)
Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios
para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A
promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia
Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como
profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva
execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele
deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua
base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)
Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames
audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas
Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande
importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998
passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores
elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos
riscos
Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica
acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que
tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)
INTRODUCcedilAtildeO 29
Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de
exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as
accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de
responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo
profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados
confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo
auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a
progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)
No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente
demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de
fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus
trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio
Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do
trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda
auditiva satildeo exigidos por lei
Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser
adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o
controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em
fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira
opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees
teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o
equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva
de acordo com Giampaoli (2000)
INTRODUCcedilAtildeO 30
O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que
leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o
recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes
nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo
No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de
trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL
1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes
ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do
Trabalho
Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito
da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a
realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo
ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de
exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de
toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por
exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)
Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova
a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle
Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear
e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos
riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia
previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece
nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)
INTRODUCcedilAtildeO 31
Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da
Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que
aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da
obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)
nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos
trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes
fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho
(BRASIL 1994b)
Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a
inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o
acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de
exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo
ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de
trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para
a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria
define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e
determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em
cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de
meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem
quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise
de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no
diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no
manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)
INTRODUCcedilAtildeO 32
A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de
conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute
composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica
da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais
dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de
Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um
PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos
procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de
benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na
capacidade laborativa (BRASIL 1998a)
Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa
interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de
medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho
provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize
as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem
Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de
pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de
responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e
gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda
auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as
normas do Ministeacuterio do Trabalho
Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 33
inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana
realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on
Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck
Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA
em um ambiente
- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral
- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de
trabalho
- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular
apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo
- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos
extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros
agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um
PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores
importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees
preventivas
- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho
encaminhando-os para tratamento adequado
- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo
medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores
- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais
- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica
INTRODUCcedilAtildeO 34
- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a
perda auditiva
- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos
relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional
As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e
da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de
avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais
que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho
O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja
ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a
partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco
O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda
Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo
indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional
ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira
exposiccedilatildeo
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar
constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades
Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou
seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo
2 Gerenciamento audiomeacutetrico
3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)
INTRODUCcedilAtildeO 35
4 Medidas de proteccedilatildeo individual
5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo
6 Gerenciamento dos dados
7 Avaliaccedilatildeo do programa
Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura
acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de
acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo
auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis
A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser
implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um
cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo
contiacutenuo ao longo do tempo
Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da
aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real
e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)
As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute
um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza
Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho
fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)
Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da
equipe de sauacutede da empresa eacute
- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico
- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para
projetos de melhorias ambientais
INTRODUCcedilAtildeO 36
- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos
trabalhadores
- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta
utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos
para a audiccedilatildeo
- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas
auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa
- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da
elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas
administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo
- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e
registro adequado de todas as accedilotildees realizadas
A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do
mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo
desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho
A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos
quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e
outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de
medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo
acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et
al 2002)
A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo
(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria
INTRODUCcedilAtildeO 37
das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem
ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva
do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias
que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as
medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo
Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja
adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos
ou flexibilizados
- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade
- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais
- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo
- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores
- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico
- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero
dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador
exposto ao ruiacutedo
- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas
- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico
- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador
- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional
- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame
- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1
INTRODUCcedilAtildeO 38
- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual
- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico
- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados
com o exame
- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz
3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz
1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio
- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento
do examinador
- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a
partir de entatildeo anual e no exame demissional
- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi
realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da
uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso
auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos
Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e
Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos
trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para
a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA
De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de
cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento
proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas
horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar
perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que
INTRODUCcedilAtildeO 39
a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no
miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no
resultado do exame
O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de
exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste
audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames
ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico
Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e
torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou
agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento
fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA
De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com
absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o
controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares
auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do
monitoramento auditivo satildeo
- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a
comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos
- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento
perioacutedico
- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico
otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de
problemas de orelha meacutedia
- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo
INTRODUCcedilAtildeO 40
- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador
- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA
Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do
monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente
na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como
- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias
- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento
- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro
protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo
- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos
no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes
futuros seratildeo comparados
- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do
protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador
aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo
devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute
responsaacutevel pelo custeio desse procedimento
Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas
que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando
dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso
dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos
intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas
INTRODUCcedilAtildeO 41
etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma
melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador
Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o
controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH
1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares
tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil
acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o
protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido
negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de
protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de
trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)
Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a
partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande
responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na
implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a
alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo
Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da
conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um
hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora
elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e
enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos
teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios
para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado
com a sauacutede do trabalhador na empresa
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS
42
- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior
geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND
- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos
funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo
auditiva
- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de
exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo
individual do tipo auricular
- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em
engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado
- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos
quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados
auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo
auricular
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
MATERIAL E MEacuteTODOS
43
31 TIPO DE ESTUDO
A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos
dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de
natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede
audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento
preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de
Conservaccedilatildeo Auditiva
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e
patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia
administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos
e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou
seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade
Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que
possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)
8 horas diaacuterias)
A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como
atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos
doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina
profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de
funcionaacuterios que ficam na creche
MATERIAL E MEacuteTODOS
44
Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees
1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e
individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios
em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos
pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar
e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna
Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas
seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica
Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica
Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil
Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica
Armazenagem Expediente
Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento
Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo
Desjejum e Lanches Restaurantes I e II
33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO
No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos
riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente
atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
(LTCAT) organizado por Jesus (2004)
Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados
os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no
desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos
por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca
Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e
MATERIAL E MEacuteTODOS
45
os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450
sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores
Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes
da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute
(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para
incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)
O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas
atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo
Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose
observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)
34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO
A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de
pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de
admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo
da amostra
Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a
amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em
qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade
Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois
natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com
problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de
1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)
MATERIAL E MEacuteTODOS
46
realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do
estudo totalizando 174 trabalhadores estudados
35 ASPECTO EacuteTICO
O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de
dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue
ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND
(ANEXO B) (BRASIL 1996)
36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os
funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo
de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da
admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum
funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo
do exame para que esse se tornasse o de referecircncia
361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS
A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os
exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e
agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo
Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do
niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL
1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria
MATERIAL E MEacuteTODOS
47
pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de
accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma
de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um
valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite
de exposiccedilatildeo seja ultrapassado
Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico
de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem
desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de
funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo
assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho
para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio
funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento
Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato
auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar
de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar
o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista
3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS
As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de
250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization
for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos
audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-
MATERIAL E MEacuteTODOS
48
41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em
que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a
4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada
No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT
desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e
padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o
programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo
foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por
ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores
das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o
resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees
- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)
em todas as frequumlecircncias examinadas
- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os
limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem
valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando
essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em
ambos os lados
- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo
os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e
Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
MATERIAL E MEacuteTODOS
49
- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo
Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser
menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz
4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores
acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser
maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos
criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de
500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala
ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser
classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como
- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de
natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea
e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala
com resultados em torno de 100
MATERIAL E MEacuteTODOS
50
- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via
aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre
proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada
- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um
sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as
frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem
prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela
presenccedila do componente sensorioneural
362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO
Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da
pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)
(ANEXO D)
Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave
histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas
anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao
equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de
exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de
protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros
Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de
investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de
participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas
MATERIAL E MEacuteTODOS
51
363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS
Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees
forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo
acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou
intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo
com as seguintes especificaccedilotildees
1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de
aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB
2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca
Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB
3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319
CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB
Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo
sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que
circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor
auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes
As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos
de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de
2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)
MATERIAL E MEacuteTODOS
52
trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos
profissionais do SESMT da empresa
Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-
cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e
importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular
a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de
esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional
O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes
informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para
motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento
Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de
Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos
os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo
de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma
hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios
Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com
perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os
funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto
informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)
Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos
funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para
esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes
informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de
informaccedilatildeo para o grupo
MATERIAL E MEacuteTODOS
53
4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os
dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas
A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de
respostas entre os lados foi importante
Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia
admitindo as linhas ou as colunas como subtotais
4 RESULTADOS
RESULTADOS
54
Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os
paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor
ilustrar as anaacutelises
Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada
o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade
o Ambiente de produccedilatildeo
Dados de Anamnese
o Aspectos pessoais
o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho
o Aspectos gerais
Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados
o Por anos em que os exames auditivos foram realizados
Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005
41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA
411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE
Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste
estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo
por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos
da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)
A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade
do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A
idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn
860)
RESULTADOS
55
IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA
NAtildeO ZARAM
E AUDITIVO
LABILA
ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE
Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais
presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na
TABELA 1
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
REALIXAME
IMITE CEITAacuteVEL
TERAL
OtildeES NI
RAL) n n n
23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413
22 1454
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)
ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior
prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino
412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que
sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528
relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto
Esses dados podem ser observados na TABELA 2
Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos
antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos
ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento
RESULTADOS
56
de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo
ruidosas dentro da DND
Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato
Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas
como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA
SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES
DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE
COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160
Uso de moto 7
CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150
Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso
Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis
meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28
anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou
igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e
tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno
Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal
de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e
16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma
funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser
observados
RESULTADOS
57
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)
MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL
13 anos e meio
30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011
JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609
9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)
Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo
verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se
mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na
TABELA 4
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
TEMPO DE SERVICcedilO (DND)
NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)
n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse
estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No
RESULTADOS
58
GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos
funcionaacuterios que participaram no estudo
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
20
1210
15
20
25
tage
m (
)
14 14
64
8 8
2 21
5
10
ubseccedilotildees
Perc
en
0S
Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no
GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND
tambeacutem foram os que mais participaram no estudo
Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND
22
8 2
4612
10
Atendente de Nutriccedilatildeo
Auxiliar de Serviccedilo - Servente
Chefias
Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede
OficialAgente Administrativo
RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG
RESULTADOS
59
Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no
nuacutemero de fun etera exam realizado em
2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE
TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004
NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
que compotildeem a DND doze p desse do e houve
cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo
ervar na T LA 5
Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM
EXAME
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES (UNI OU
BILATERAL) n n n
CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -
COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272
DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176
LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo
() feita admitindo as linhas como subtotais
No ambiente de prod enos de 60dB(A)
a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo
Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados
podem ser observados no ( )
ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17
preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante
OBS Percentagem
4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO
uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m
(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de
ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod
ANEXO C
Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no
RESULTADOS
60
1782
ser observados na TABELA 6
ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos
R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no
trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se
acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses
dados podem
T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
EPERCUSS T
Alto 5345 Meacutedio 2931
PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL
Natildeo o 1724 Constante 4770
CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT
pinaram
Flutuante 1782 Impacto -
PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL
Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655
CcedilEcircNCIA DO
DUOS SOBMB
Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816
Jaacute acostumou 1337
PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO
Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034
PCcedilDESCO
42 DADOS DE MNESE
421 ASPECTOS PESSOAIS
A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas
revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes
relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201
atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos
funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou
bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons
Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o
protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o
ANA
RESULTADOS
61
equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o
protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio
(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no
meato acuacutestico externo ao usaacute-lo
Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou
tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo
apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3
Queixas natildeo auditivas
39
46
2016 16
12
230
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
em (
)
Prurido
Zumbido
Plenitude auricular
Vertigem
Cera excessiva
Otalgia
Inflamaccedilatildeo
GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia
Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais
apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas
apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4
Representaccedilatildeo dos sintompe
RESULTADOS
62
Queixas e frequumlecircncia de comportamento
42
21
129
117
95
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Cansaccedilo (agraves vezes)
Cansaccedilo (sempre)
Sono (agraves vezes)
Sono (sempre)
Irritaccedilatildeo (agraves vezes)
Irritaccedilatildeo (sempre)
Desmotivado (agraves vezes)
Desmotivado (sempre)
Desatento (agraves vezes)
GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia
Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20
referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias
mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)
seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos
rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou
resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas
auditivas perceptiacuteveis
A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e
6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que
ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente
Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo
realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram
o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225
conhecem com opinaram
Roc
otildee
natildeo faz
o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo
RESULTADOS
63
A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137
acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede
422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com
uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a
limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento
das bandejas com os alimentos
Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao
trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)
que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo
que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que
natildeo participam
Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso
de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do
SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados
Esses dados podem ser observados na TABELA 7
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim Natildeo
pr
3218 6718 Sim Natildeo
OUTROS AGENTES NOCIVOS
Vibraccedilatildeo 1436 8563
Produtos Quiacutemicos CONTATO COM
Sim Natildeo
CIPA
Sim Natildeo
Capacitaccedilotildees
PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES
862 9138
6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS
Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574
RESULTADOS
64
8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem
uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo
perten
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem
uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5
Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando
frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298
389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade
do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois
cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade
Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da
preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo
Queixas durante o uso do protetor auricular
4550 Incomodo
42
35
85 3
0
5
1015
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Dificulta a conservaccedilatildeo
Coceira excessiva
Excesso de cera
Aumento da temperaturaauricular
Inseguranccedila
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
RESULTADOS
65
ossuem limiares
uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as
usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8
TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual
USO DO PROTETOR AURICULAR
Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo
consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental
Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p
a
frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que
referem itiva
Df
entuais icular
tiva dos
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
R ULTADOS DOS EXAMES n n n
ES
NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)
11 2115 37 3627 7 35 X
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)
23 4423 45 4411 9 45
LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)
18 3461 20 1960 4 20
TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100
ANI
OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais
O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e
Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de
Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de
1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do
equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9
Pe
RESULTADOS
66
TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
USO DO PROTETOR AURICULAR
Dp
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
n n n
SN
CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A
COZIN
CA
RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30
CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20
DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25
LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10
TOTAL (n = 174) 52 102 20
GEM E T
R
OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais
Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente
da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria
dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou
pelo menos agraves vezes
TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo
USO DE EPI
nta
os
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
INFORMACcedilAtildeO n n n
SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual
qu
RESULTADOS
67
TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
USO DE EPI
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO
n n n
MIN
PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447
NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149
OLOI
OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual
Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os
de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande
nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor
auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que
tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade
auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na
TABELA 12
TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
LIMITE
ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL
PA ESTAacuteVEL
AGRAVOU
MELHOROU
ntaamento de
Dindividu
USO D
PROTETOR AURICUL
n n n n
E
AR
SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270
NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704
= 6= 7
OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
em () fei
RESULTADOS
68
423 ASPECTOS GERAIS
A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da
Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de
fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios
Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas
questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser
observadas no RAacuteFICO 6
G
Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado
42
26
16
88
Importante
Bom
Faacutecil
Confuso
Longo
GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia
43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS
Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que
natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174
funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e
esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo
Ro
U
RESULTADOS
69
de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)
Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de
aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas
A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria
e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada
entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos
2 0
18 22 24
514
3
84
115
0
20
40
60
80
100
120
140
No
de
exam
es
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996
GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
431 ANAacuteLIS OR ANOS
Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19
fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os
exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005
Re
E P
RESULTADOS
70
4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004
Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria
dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou
bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13
TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004
DND (n = 174) n
IS
Distrf
NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas
sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha
esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita
Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos
funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses
4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e
limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva
sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na
maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas
770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e
limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8
RESULTADOS
71
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004
4583
0
50
416
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )
Orelha Direita Orelha Esquerda
Natildeo Sugest de PAIR
Sugestivo PAIR
(n = 24)
GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos
ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida
por outras etiologias que
natildeo o r
ivo
de
Di
nt
Das alteraccedilotildees auditivas
fu
por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva
uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004
222Natildeo Sugestivo de PAIR
778
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
de PAIR
(n = 18)
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
Percentagem ()
Sugestivo
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
RESULTADOS
72
zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para
15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos
ites ac i
TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex
4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005
O nuacutemero de funcionaacuterios que reali
1
lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral
Esses dados podem ser observados na TABELA 14
14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am
accedilatildeo auds es de 2005
DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59
REALIZARAM EXAME 6609AT 000
115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A
S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826
U IS ERAIS 21
OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees
auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na
orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita
Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios
da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)
apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis
na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na
orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos
funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)
satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser
observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11
o as linhas como subtotais
RESULTADOS
73
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005
40
0 10 20 30 40 50 60 70
Percentagem ()
Sugestivo de
SuPA
(n = 25)
GRAacuteFICO
Situaccedilatilde do
60
PAIR na OD
gestivo de IR na OE
10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005
o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005
8571de PAI
1429
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Percentagem ( )
Sugestivo R
Natildeo Sugestivo de
(n =
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR
alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de
alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via
aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural
plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)
21)
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
apresentaram
RESULTADOS
74
4313
a com
referecircnc
em
- Estaacutevel
- Agravado
Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)
dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva
sugestivo de PAIR (estaacuteveis)
Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na
orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo
contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que
minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de
PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis
Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND
observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva
pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de
funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como
podemos observar na TABELA 15
COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005
Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando
paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como
ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos
exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado
exames em que houve piora nos resultados
permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo
RESULTADOS
75
TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
LIMITE ACEITAacuteVEL
PA AGRAVOU
MELHOROU
A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos
ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E
DIETEacuteTICA n n n n
CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -
EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)
CODE 8
DIE - - 1 2500 3 7500 - -
LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5
RESTA 0 SE
E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250
RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
5 DISCUSSAtildeO
DISCUSSAtildeO
76
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de
caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho
auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves
vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo
interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos
profissionais da equipe de sauacutede
A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e
subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios
de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees
desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo
que trabalha foi a de maior destaque
No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea
de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um
nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)
Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho
em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos
anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades
laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes
nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos
direcionados a essa populaccedilatildeo
Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave
ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)
afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em
relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para
DISCUSSAtildeO
77
alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente
no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer
os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER
1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos
num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares
auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram
alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das
mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as
mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute
de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo
delas serem menos suscetiacuteveis
A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a
perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia
consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram
essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que
em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e
os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)
A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo
apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de
perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE
ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)
Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras
variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia
Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de
DISCUSSAtildeO
78
trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de
funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A
perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute
caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de
8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido
O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com
a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada
ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo
entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando
combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas
frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece
no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma
tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias
(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias
Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da
presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais
importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e
niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos
testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito
diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada
na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas
altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de
sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR
para as perdas auditivas encontradas
DISCUSSAtildeO
79
A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute
dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao
ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)
Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais
foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e
com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior
proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco
anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute
elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo
da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A
partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da
orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo
funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior
mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e
naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila
dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo
A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis
de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma
funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)
afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB
durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees
irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo
inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da
coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
80
resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios
para a sauacutede (MELNICK 1985)
Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos
quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI
1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na
amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo
foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas
A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o
conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa
avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc
Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da
perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de
procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo
audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida
(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do
sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as
doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de
instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica
O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e
qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo
da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que
envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de
seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho
(PIZARRO PIZARRO 2000)
DISCUSSAtildeO
81
Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o
agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral
como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY
2000)
Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem
em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das
conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os
dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e
de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio
aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa
sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim
como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados
audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas
doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela
na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo
ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A
realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de
indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados
sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo
adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa
atuaccedilatildeo (SAVA 2005)
O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo
Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente
laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees
DISCUSSAtildeO
82
mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e
Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de
trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)
chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a
comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees
psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se
comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido
frente a esse agente fiacutesico
Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo
auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a
acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o
prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim
como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa
populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo
do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local
e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora
percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda
pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das
perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o
nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau
da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem
excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem
assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)
DISCUSSAtildeO
83
Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e
terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente
comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a
realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e
educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as
atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse
conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na
educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como
tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)
Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a
estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar
de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia
ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER
1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei
no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)
Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a
situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as
necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo
Kwitko (1998) satildeo
- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de
ruiacutedo excessivo no interior da cabina
DISCUSSAtildeO
84
- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de
sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos
durante a colocaccedilatildeo dos fones
- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do
teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees
experiecircncia em testes anteriores
- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo
entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias
condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal
resposta motora)
Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e
comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso
esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser
garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados
possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e
apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva
Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente
tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o
mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o
tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente
principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio
De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios
de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como
referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
85
que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior
nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando
a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute
uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal
A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a
realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de
oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo
do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo
audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees
com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774
referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao
meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o
funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas
estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame
Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a
elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-
se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo
entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health
Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck
Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva
(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)
Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos
de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao
DISCUSSAtildeO
86
ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise
das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo
(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)
A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute
extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente
dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)
Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da
amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares
auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a
10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz
ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em
frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de
limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias
No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame
auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das
alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo
Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua
situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames
audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a
conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)
Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para
115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as
alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram
resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma
DISCUSSAtildeO
87
alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo
audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR
Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que
45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as
mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou
agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem
alta e permanente
Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros
autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de
metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em
trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a
prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275
mineradores
A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo
bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas
alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma
maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os
casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)
Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente
unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001
CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise
uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias
havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais
para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees
DISCUSSAtildeO
88
Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos
limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa
melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva
normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos
limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute
irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito
aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a
diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO
et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da
dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel
ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER
ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar
o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis
Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas
auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)
Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos
que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo
de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que
60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que
pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser
considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz
respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da
populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor
1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983
DISCUSSAtildeO
89
Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano
auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo
protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que
chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau
de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo
protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em
oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um
periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH
1998)
O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio
complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de
pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a
dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado
ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do
protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo
individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente
ao trabalhador (SARTORI 2005)
Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores
auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e
escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de
colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia
pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)
O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que
atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a
DISCUSSAtildeO
90
execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu
ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo
Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de
apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam
(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso
quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre
Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de
intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo
mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo
plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse
modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o
plugue satildeo desconfortaacuteveis
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo
precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que
usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios
revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico
tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa
As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo
e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235
referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o
pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que
nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho
DISCUSSAtildeO
91
No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo
auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais
relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira
excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da
construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem
inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem
nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)
A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na
anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos
limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam
quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram
usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam
limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo
usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas
As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees
preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu
Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores
como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute
evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa
proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo
diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem
demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como
por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui
DISCUSSAtildeO
92
Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela
diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da
acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional
(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)
Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que
as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo
sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco
eficazes
Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva
encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de
ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a
proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa
estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas
com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos
exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de
perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento
audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes
consideraccedilotildees
- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente
- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros
com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi
suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica
- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa
de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido
(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees
- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva
do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um
monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo
permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva
- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para
prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo
de condutas preventivas nos casos alterados
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
94
- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)
para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos
outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano
- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo
das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees
- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes
por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas
mais contundentes
- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em
consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional
meacutedico no processo preventivo
- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas
integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com
as medidas atuais
REFEREcircNCIAS
REFEREcircNCIAS
95
ABEL S M HAYTHORNTHWAITE C A The progression of noise-induced hearing loss a survey of workers in selected industries in Canada J Otolaryngol Suppl Toronto v13 p2-36 1984
ALBERTI P W Noise the most ubiquitous pollutant Noise amp Health London n1 p3-5 1998
ALMEIDA S I C ALBERNAZ P L M ZAIA P A XAVIER O G KARAZAWA E H I Histoacuteria natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruiacutedo Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v46 n22 p143-58 2000
ALVES R P C Perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores de uma induacutestria de papel e celulose 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Promoccedilatildeo de Sauacutede) - Universidade de Franca FrancaSP 2004
AMERICAN ACADEMY OF OTOLARYNGOLOGY HEAD AND NECK SURGERY FOUNDATION (AAOHNS) Guide for conservation of hearing in noise Washington 1988
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE ANSI Ѕ125 New York 1996
______ ANSI S126 New York 1997
ARANA G A C Sauacutede ambiental e fonoaudiologia O mundo da sauacutede Satildeo Paulo v21 n5 p285-89 setout1997
ARAUacuteJO G M REGAZZI R D Periacutecia e avaliaccedilatildeo de ruiacutedo e calor teoria e praacutetica 2ed Rio de Janeiro (sn) 2002 468p
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS (ABNT) Niacuteveis de ruiacutedos aceitaacuteveis referecircncias elaboraccedilatildeo NB951996 Rio de Janeiro ABNT 1996
AVAGLIANO A ALMEIDA K Estudo do desempenho de diferentes tipos de protetores auditivos Rev CEFAC Satildeo Paulo v3 n1 p77-87 2001
AZEVEDO A N ATHAYDE D S M REIS M L GIOVANELLA N Trabalho de educaccedilatildeo e sauacutede fonoaudioloacutegica em olarias Fono Atual Satildeo Paulo v5 n21 p36-39 2002
REFEREcircNCIAS
96
BERNARDI A P A SALDANHA JUNIOR O M Histoacuterico da inserccedilatildeo do fonoaudioacutelogo nas empresas do acompanhamento audiomeacutetrico agrave consultoria In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p15-27
BOSCH J Sorderas neurosensoriales In ABELLOacute P TRASERRA J Otorrinolaringologia Barcelona Doyma 1992 p192-8
BRASIL Ministeacuterio do Trabalho Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Decreto-lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Aprova a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 09 de ago 1943
______ Ministeacuterio do Trabalho Portaria 3214 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capiacutetulo V Tiacutetulo II da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho relativas a Seguranccedila e Medicina do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 8 de jun 1978a
______ Ministeacuterio do Trabalho Normas regulamentadoras de seguranccedila e sauacutede do trabalhador NR-15 anexos I e II Estabelece limites de toleracircncia para exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 08 de jun 1978b
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 24 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 7 - Programa de Controle Meacutedico e Sauacutede Ocupacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994a
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 25 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 9 - Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994b
______ Conselho Nacional de Sauacutede Aprovaccedilatildeo das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo nordm 196 10 out de 1996 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia out1996
______ Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) Ordem de Serviccedilo nordm 608 de 5 de agosto de 1998 Aprova Norma Teacutecnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora de origem ocupacional Ministeacuterio da Previdecircncia e Assistecircncia Social Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 19 de ago 1998a
REFEREcircNCIAS
97
______ Ministeacuterio do Trabalho - Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 19 de 9 de Abril de 1998 Diretrizes e paracircmetros miacutenimos para avaliaccedilatildeo a acompanhamento da audiccedilatildeo em trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevados Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 22 de abr 1998b
BURNS V STEAD J C PENNY H W The relations between temporary shift and occupational hearing loss In BURNS W ROBINSON D W Hearing and noise in industry London Her Magestyrsquos Stationery Office 1970
CARNICELLI M V F Exposiccedilatildeo ocupacional a vibraccedilatildeo transmitida atraveacutes das matildeos uma revisatildeo sobre o distuacuterbio vascular perifeacuterico Rev Bras Sauacutede Ocup Satildeo Paulo v22 n82 p35-44 abrjun 1994
CELIK O YALCcedilIN S OumlZTUumlRK A Hearing parameters in noise exposed industrial workers Auris Nasus Larynx Amsterdam v25 n4 p369-375 1998
CHERMAK G D DENGERINK J E DENGERINK H A Threshold of octave masking as a predictor of temporary threshold shift following repeated noise exposure J Speech Hear Disord Rockville n49 p303-8 1984
COLES R A Classification of causes mechanisms of patient disturbance and associated counseling In VERNON J A MOLLER A R Mechanisms of tinnitus Boston Allyn and Bacon 1995 p11-19
COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA Perda auditiva induzida por ruiacutedo relacionada ao trabalho Boletim Satildeo Paulo n 1 1999a
______ Padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador exposto ao ruiacutedo Boletim Belo Horizonte n2 1999b
______ Recomendaccedilotildees miacutenimas para elaboraccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva Boletim Satildeo Paulo n6 1999c
CORDEIRO R LIMA FILHO E C NASCIMENTO L C Associaccedilatildeo da perda auditiva induzida pelo ruiacutedo com o tempo acumulado de trabalho entre motoristas e cobradores Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n10 p210-21 1994
REFEREcircNCIAS
98
CORREcircA FILHO H R COSTA L S HOEHNE E L PEREZ M A NASCIMENTO L C DE MOURA E C Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v36 n6 p693-701 2002
CORREIA J W PAIR e suas complicaccedilotildees meacutedico-periciais CIPA Satildeo Paulo v244 n21 p54-69 2000
COSTA E A KITAMURA S Oacutergatildeos dos sentidos audiccedilatildeo In MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995 p365-86
COSTA E N Efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo e audiologia industrial Revista de Fonoaudiologia Satildeo Paulo v1 n2 p12-16 nov abr 19941995
COX R M ALEXANDER G C GRAY GA Who wants a hearing aid Personality profiles of hearing aid seekers Ear Hear Baltimore v26 n1 p12-26 2005
CUBAS DE ALMEIDA S I Histoacuteria natural da disacusia induzida por ruiacutedo industrial e implicaccedilotildees meacutedico-legais1992 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Otorrinolaringologia) - Escola Paulista de Medicina Satildeo Paulo 1992
_____ O diagnoacutestico diferencial da disacusia neurossensorial por ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p181-187
DAVIS H SILVERMAN SR Hearing and deafness 3ed New York Holt Rinehart amp Winston 1970
DUNN D Cochlear morphology associated with overexposure to noise Journal of the Ohio Speech and Hearing Association Ohio n10 p 22-28 1987
FANTAZZINI M L Atenuaccedilatildeo de protetores auriculares In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p103-111
FERNANDES M Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposiccedilatildeo ocupacional a ruiacutedo e vibraccedilatildeo 2005 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Universidade Tuiuti do ParanaacutePR 2005
REFEREcircNCIAS
99
FERREIRA D A fonoaudiologia o direito previdenciaacuterio e a perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p202-214
FERREIRA JUNIOR M Perda auditiva induzida por ruiacutedo bom senso e consenso Satildeo Paulo VK 1998 121p
_____ Perda auditiva induzida por ruiacutedo In ______ Sauacutede no trabalho Satildeo Paulo Roca 2000 p262-285
FIORINI A C SILVA S BEVILACQUA M C Ruiacutedo comunicaccedilatildeo e outras alteraccedilotildees SOS Sauacutede Ocup Segur Satildeo Paulo v26 p49-60 1991
FIORINI A C A importacircncia do monitoramento audiomeacutetrico no programa de conservaccedilatildeo auditiva Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo n13 p95-102 1994a
FIORINI A C Conservaccedilatildeo auditiva estudo sobre o monitoramento audiomeacutetrico em trabalhadores de uma induacutestria metaluacutergica 1994 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo Humana) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1994b
FIORINI A C O uso de registros de emissotildees otoacuacutesticas como instrumento de vigilacircncia epidemioloacutegica de alteraccedilotildees auditivas em trabalhadores expostos a ruiacutedo Tese (Doutorado em Sauacutede Ambiental) - Faculdade de Sauacutede Puacuteblica Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2000
FIORINI A C NASCIMENTO P E S Programa de prevenccedilatildeo de perdas auditivas In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Rio de Janeiro Revinter 2001 v2 p51-61
FRANCO E S RUSSO I C P Prevalecircncia de perdas auditivas em trabalhadores no processo admissional em empresa na regiatildeo de CampinasSP Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n5 p661-70 2001
FUNDACENTRO Norma de higiene ocupacional procedimento teacutecnico ndash avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo nordm 1 (NHO - 01) Satildeo Paulo 2001
GALAFASSI M C Medicina do trabalho Satildeo Paulo Atlas 1998
REFEREcircNCIAS
100
GATES G A COOPER J C KANNEL W B et al Hearing in the elderly the framingham cohort Ear Hear Baltimore n11 p247-56 1990
GATES G A SCHMID P KUJAWA S G NAM B DAGOSTINHO R Longitudinal threshold changes in older men with audiometric notches Hearing Research Amsterdam v141 n12 p220-28 2000
GERGES S N Y Efeitos nocivos a audiccedilatildeo e as consequumlecircncias das vibraccedilotildees no corpo humano Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p56-62 jul 1997
GIAMPAOLI E Persistecircncia especialista diz que profissionais tem como resolver problemas mais comuns da induacutestria Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo n101 p8 2000
GOBBATO L H F G COSTA E A SAMPAIO M H GOBBATO JUacuteNIOR F M Estudo do efeito aprendizagem em exames audiomeacutetricos sequumlenciais em trabalhadores de induacutestria metaluacutergica e suas implicaccedilotildees nos programas de conservaccedilatildeo auditiva Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v70 n4 p540-4 julago 2004
GLORIG A Noise past present and future Ear Hear Baltimore v1 n1 p4-18 1980
GOMES R Inimigo invisiacutevel induacutestria brasileira continua fabricando surdos apesar dos avanccedilos tecnoloacutegicos Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v 22 n5 p74-8 abrmaio 1989
GUERRA M R LOURENCcedilO P M C TEXEIRA M T B ALVES M J M Prevalecircncia de perda auditiva induzida por ruiacutedo em empresa metaluacutergica Rev Sauacutede Publ Satildeo Paulo n39 p527-30 2005
HANDAR Z Ruiacutedo controlado Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v11 n77 p63-67 maio 1998
HENDERSON D HAMERNIK R P Biologics bases of noise-induced hearing loss In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p513-33
HEacuteTU R GETTY I QUOC H T Impact of occupational hearing loss on the lives of workers In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p495-512
REFEREcircNCIAS
101
HUNGRIA H Trauma sonoro In ______ Otorrinolaringologia 8ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 p389-400
IBANtildeEZ R N Programa de conservaccedilatildeo auditiva In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p255-60
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) Instruccedilatildeo Normativa nordm 78 de 16 de julho de 2002 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 18 de jul 2002
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO) Acoustics audiometric test methods ndash Part 1 basic pure tone air and bone conduction threshold audiometry ISO 8253-1 Geneve Switzerland 1989
JERGER S JERGER J Perda auditiva por induccedilatildeo de ruiacutedo In ______ Alteraccedilotildees auditivas Satildeo Paulo Atheneu 1998 p133-137
JESUS J E C C (Org) Laudo teacutecnico das condiccedilotildees ambientais de trabalho Ribeiratildeo PretoSP 2004
KRYTER K D The effects of noise on man New York Academic Press 1985
KWITKO A Audiometria ocupacional CIPA Satildeo Paulo v18 n213 p34-36 1997
______ Teste de rotina a obtenccedilatildeo da qualidade de ambiente e cabinas de testes audiomeacutetricos ocupacionais Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p66-68 out1998
LANDEN D WILKINS S STEPHENSON M MCWILLIAMS L Noise exposure and hearing loss among sand and gravel miners J Occup Environ Hyg Philadelphia v1 n8 p532-41 aug 2004
LASMAR A Diagnoacutestico da doenccedila profissional induzida pelo ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p153-161
LOPES-FILHO O C Deficiecircncia auditiva In ______ (Org) Tratado de fonoaudiologia Satildeo Paulo Tecmedd 2005 p23-40
REFEREcircNCIAS
102
LUXON L M The clinical diagnosis of noise induced hearing loss Advances in Noise Research Londres 1998
MARCHIORI L L M MELO J J Comparaccedilatildeo das queixas auditivas com relaccedilatildeo agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo em componentes de orquestra sinfocircnica Proacute-Fono Carapicuiacuteba v13 n1 p9-12 2001
MARTINS A L ALVARENGA K F BEVILACQUA M C COSTA FILHO O A Perda auditiva em motoristas e cobradores de ocircnibus Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n4 p 467-73 2001
MAY J J Occupational hearing loss Am J Ind Med New York v37 n1 p112-120 2000
MAYRINK C E SILVA C S FERREIRA M D BEVILAQUA M C Os efeitos do ruiacutedo na audiccedilatildeo Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo v12 p30-43 1993
MELLO A P WAISMANN W Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e quiacutemicos industriais e seus efeitos no sistema auditivo revisatildeo da literatura Arq Otorrinolaringol Satildeo Paulo v8 n3 p226-34 2004
MELNICK W Industrial hearing conservation In KATZ J Handbook of clinical audiology 4ed Baltimore Williams amp Wilkins 1985 p534-552
______ Sauacutede auditiva do trabalhador In KATZ J Tratado de audiologia cliacutenica 4ed Satildeo Paulo Manole 1999 p529-547 1999
MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995
MERLUZZI F Patologia da rumore In SARTORELLI E Tratatto di medicina del lavoro Padova Piccin 1981 v2 p1119-49
MOLLER M B Hearing in 70 and 75 years old people results from a crossection and longitudinal population Am J Otol Philadelphia n2 p22-9 1981
MOMENSOHN-SANTOS T M RUSSO I C P(Orgs) A praacutetica da audiologia cliacutenica 6ed Satildeo Paulo Cortez 2005 375p
REFEREcircNCIAS
103
MONTIEL-LOacutePEZ M CORZO-ALVAREZ G CHACIacuteN-ALMARZA B ROJAS-GONZAacuteLEZ L QUEVEDO A RENDILES H Prevalence and characterization of hearing loss in workers exposed to industrial noise of the turbogenerated electric plant of a petrochemical industry Invest Clin Maracaibo v47 n2 p117-31 jun 2006
MORATA T C Sauacutede do trabalhador estudo da exposiccedilatildeo simultacircnea a ruiacutedo e dissulfeto de carbono 1986 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1986
MORATA T C CARNICELLI M V Audiologia e sauacutede dos trabalhadores Satildeo Paulo EDUC 1988
MORATA T C LEMASTERS G K Epidemiologic considerations in the evaluation of occupational hearing loss Occup Med State Art Rev Philadelphia v10 n3 p 641-56 1995
MORATA T C DUNN D E SIEBER W K Perda auditiva ocupacional a agentes ototoacutexicos In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p189-201
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH) Preventing occupational hearing loss a practical guide Washington U S Department of Health and Human Services 1996
_____ Criteria for a recommended standard occupational noise exposure revised criterion Washington U S Department of Health and Human Services 1998
OLIVEIRA C G Fonoaudiologia preventiva em sauacutede do trabalhador In MARCHESAN I ZORZI J L E GOMES I C D (Orgs) Toacutepicos em fonoaudiologia 1996 v3 p 121-29
OLIVEIRA J A A Fisiologia cliacutenica da audiccedilatildeo ndash coacuteclea ativa In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p101-142
OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA) United States Department of Labor Occupational noise exposure hearing conservation amendment Federal Register Washington U S v48 n46 p9738-45 1983
REFEREcircNCIAS
104
PEARSON J D et al Gender differences in a longitudinal study of age-associated hearing loss Journal Acoust Soc Am Lancaster v97 n2 p1196-205 fev1995
PINTO N M C Alternativas para anaacutelise longitudinal de resultados audiomeacutetricos In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p73-188
PIZARRO G PIZARRO G U Diagnoacutestico cliacutenico pela audiometria ocupacional Acta Who Geneve v19 n1 p32-38 2000
PRASHER D New strategies for prevention and treatment of noise-induced hearing loss J Lancet Minneapolis n352 p1240-41 1998
RABINOWITZ P M Noise induced hearing loss Am Fam Physician Kansas City v61 n9 p2749-562759-60 2000
RIBEIRO A M D CAcircMARA V M Perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora em trabalhadores de manutenccedilatildeo de aeronaves de asas rotativas Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v22 n6 p1217-24 2006
RIBEIRO F S N OLIVEIRA S REIS M M SILVA C R MENEZES M A DIAS A E Processo de trabalho e riscos para a sauacutede dos trabalhadores em uma induacutestria de cimento Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n68 p1243-50 2002
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a niacuteveis elevados 2003 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) - Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo 2003
RIOS A L SILVA G A Sleep quality in noise exposed brazilian workers Noise amp Health London v8 n29 p27-34 2005
RODRIGUES M A G DEZAN A A MARCHIORI L L MEficaacutecia da escolha do protetor auditivo pequeno meacutedio e grande em programa de conservaccedilatildeo auditiva Rev CEFAC Satildeo Paulo v8 n4 p543-7 2006
ROYSTER J D ROYSTER L H Using audiometric data base analysis J Occup Med Baltimore n 28 p1055-68 1986
REFEREcircNCIAS
105
RUIZ R C MOREIRA M IZUMIDA M M RUIZ V Funccedilatildeo auditiva de trabalhadores em induacutestrias de papel e papelatildeo eacute analisada Revista CIPA Satildeo Paulo v12 n 3 p85-90 1996
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M SANTOS U P Programa de sauacutede dos trabalhadores a experiecircncia da zona norte uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo Hucitec 1989 p125-155
SANTOS U P (Org) Ruiacutedo riscos e prevenccedilatildeo 3ed Satildeo Paulo Hucitec 1999 157p
SANTANA V S BARBERINO J L Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e hipertensatildeo arterial Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo n29 p478-87 1995
SARTORI E Conhecimento e atitude de trabalhadores em relaccedilatildeo a prevenccedilatildeo da perda auditiva In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndash ocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p109-23
SATALOFF R T SATALOFF J Differential diagnosis of occupational hearing loss Occup Health Saf Waco v70 n9 p126-129 2001
SAVA L C Protocolo de avaliaccedilatildeo para populaccedilotildees expostas ao ruiacutedo industrial In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p189-202
SELIGMAN J Sintomas e sinais de PAIR In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p 143-9
SELIGMAN J NUDELMANN AA IBANtildeEZ R COSTA EA Perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In LAVINSKY L OLIVEIRA JAA Programa de educaccedilatildeo continuada em otologia Rio de Janeiro SOBSB 1999 p1-7
SIMPSON T H Programas de prevenccedilatildeo da perda auditiva ocupacional In MUSIEK F E RINTELMANN W F Perspectivas atuais em avaliaccedilatildeo auditiva Barueri Manole 2001 p461-480
REFEREcircNCIAS
106
SIVIERO A B FERNANDES M J LIMA J AC SANTONI C B BERNARDI A P A Prevalecircncia de perda auditiva em motoristas de ocircnibus do transporte coletivo da cidade de MaringaacutePR Rev CEFAC Satildeo Paulo v7 n3 p376-81 julset 2005
SUTER A H Construction noise exposure effects and the potential for remediation a review and analysis AIHA J Fairfax v63 n6 p768-89 novdec 2002
TAMBS K Moderate effects of hearing loss on mental health and subjective well-being results from the nord-trondelag hearing loss study Psychosom Med Baltimore v66 n5 p776-82 2004
TAY P Severe noise-induced deafness a 10-year review of cases Singapore Medical Journal Singapore v37 n4 p362-64 aug1996
WARD W D Adaptation and fatigue In JERGER J Modern developments in audiology 2ed New York Academic Press 1973 p323-8
_____ Endogenous factors related to susceptibility to damage from noise Occupational Hearing Loss State of the Art Reviews Baltimore v10 n3 p 561-76 1995
WELLESCHIK B KORPERT K Is the risk of noise-induced hearing damage higher for man than for women Journal Laryng Rhinol New York n59 p681-9 aug 1980
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of impairments disability and handcaps Geneve 1980
ANEXOS
ANEXOS
107
ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP
ANEXOS
108
ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo
E S C L A R E C I M E N T O
Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______
Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica
Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash
FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de
Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende
analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a
realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os
cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral
Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha
sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc
Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este
esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea
Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho
para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees
Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder
Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua
qualidade de vida
Atenciosamente
Ana Luacutecia Rios
ANEXOS
109
ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)
detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)
ANEXOS
110
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897
DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862
ANEXOS
111
RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
NPS dB (A)
DOS Q = 5 dB
(A)
DOS Q = 3 dB
(A)
GHE
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3
Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4
Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68
Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80
Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60
ANEXOS
112
Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60
Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62
Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60
Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60
Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60
ANEXOS
113
Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que
ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima
dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 5 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712
Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das
avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a
seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 3 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765
ANEXOS
114
ANEXO D ndash Questionaacuterio
NOME __________________________________
- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome
- Entregar o mais raacutepido possiacutevel
- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo
- Marque um (X) nas alternativas
- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)
- OD = orelha direita OE = orelha esquerda
- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
- Data de Nascimento ____ ____ ____
- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )
2ordm Grau Completo ( )
Superior ( )
- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos
- Seccedilatildeo ________________________________
1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo
( ) menos que oito horas diaacuterias
( ) oito horas diaacuterias
( ) mais que oito horas diaacuterias
2) Tem outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usa protetor de orelha neste outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute
( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto
( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto
4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) em casa ( ) oficina caseira
( ) wallkman ( ) banda de muacutesica
( ) discoteca ( ) esportes ruidosos
( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante
5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes
do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usava protetor de orelha neste serviccedilo
( ) SIM ( ) NAtildeO
Trabalhou por quanto tempo ____________
6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual ____________________________
Esse outro setor era barulhento
( ) SIM ( ) NAtildeO
7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho
( ) irrita
( ) incomoda
( ) prejudica a audiccedilatildeo
( ) natildeo trabalho no ruiacutedo
( ) jaacute acostumei
( ) natildeo atrapalha
8) Trabalha em turnos alternados
( ) SIM ( ) NAtildeO
9) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
10) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
11) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
ANEXOS
115
12) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute
( ) Normal ( ) OD ( ) OE
( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE
( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE
14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou
( ) lentamente
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
( ) bruscamente (muito raacutepido)
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quecirc _____________________________
____________________________________
18) Quanto a orelha vocecirc reclama de
( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera
( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)
( ) tontura ( ) barulho (zumbido)
( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado
( ) Natildeo reclamo
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama
19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc
sente
( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo
( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo
( ) sono ( ) desmotivado
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente
20) Vocecirc jaacute teve
( ) caxumba ( ) sarampo
( ) rubeacuteola ( ) catapora
( ) tuberculose ( ) meningite
21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) As duas orelhas
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
( ) As duas orelhas
( ) Teve que procurar um meacutedico
( ) SIM ( ) NAtildeO
23) Tem contato com produtos quiacutemicos
( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________
24) Tem contato com vibraccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede
( ) pressatildeo alta ( ) diabetes
( ) coraccedilatildeo ( ) rim
( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho
Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO
ANEXOS
116
26) Faz uso prolongado de
( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina
( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio
Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO
27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
28) Faz uso de fumo
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) nasceu com o problema
( ) ficou com o problema quando crianccedila
( ) ficou com o problema quando adulto
( ) ficou com o problema quando idoso
30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA
( ) SIM ( ) NAtildeO
31) Participa dos treinamentos e de palestras
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees
( ) Natildeo participo
32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo
quanto ao uso de protetor de orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quem
( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso
( ) jornal ( ) chefe ( ) outros
33) Usa o protetor de orelha
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa
( ) tipo concha (abafador)
( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)
( ) tipo concha + tipo plug (os dois)
( ) Natildeo uso
Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel
( ) abafador ( ) plug de borracha
( ) outro ( ) nenhum
35) Com o uso do protetor de orelha
( ) o ruiacutedo diminui no trabalho
( ) fica ruim para conversar
( ) o protetor incomoda
( ) a orelha coccedila muito
( ) junta sempre cera e entope
( ) a orelha fica muito quente
( ) se sente inseguro
( ) natildeo faz diferenccedila
( ) natildeo preciso usar protetor
( ) natildeo consigo usar o protetor
( ) uso soacute porque eacute obrigado
36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Quando crianccedila
( ) Por causa do trabalho
Ficou sabendo do resultado
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Gostaria de ser informado do resultado
37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees
da minha sauacutede
( ) SIM mas acho que natildeo preciso
ANEXOS
117
38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Natildeo me interesso
39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA
( ) SIM ( ) NAtildeO
Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico
( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo
( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo
( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC
( ) Outro meio informaccedilatildeo
40) O que achou do questionaacuterio
( ) muito longo ( ) confuso
( ) faacutecil ( ) difiacutecil
( ) importante ( ) bom
OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO
OBS Questionaacuterio adaptado de
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e
na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a
niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash
FMRP - USP 2003
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo
auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In
COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M
SANTOS U P Programa de sauacutede dos
trabalhadores A experiecircncia da zona norte
uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo
Hucitec 1989 p125-155
ANEXOS
117
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras
ANEXOS
118
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
119
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
120
ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
121
ANEXO G ndash Palestra informativa na DND
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
122
ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras
Capa do panfleto
Interior do panfleto
ANEXOS
123
ANEXO I ndash Cartazes informativos
ANEXOS
124
ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND
Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo
Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe
EM ESPECIAL
A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada
pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo
Meu respeito sempre Sou muito grata
AGRADECIMENTOS
AGRADECcedilO
a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos
aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora
e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um
aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia
ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da
paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida
aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos
a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes
do SESMT da empresa pela confianccedila depositada
pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado
a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa
que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo
a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes
A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA
ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo
IRMAtildeOS GRIMM
RESUMO
RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional
ABSTRACT
RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent
Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia
61
GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
62
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
64
GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia
68
GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
69
GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
55
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
56
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
57
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
57
TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004
59
TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
60
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
63
TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual
65
TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
66
TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo
66
TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
67
TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
67
TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004
70
TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005
72
TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOHNS American Academy of Otolaryngology
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AC Antes de Cristo
ANSI American National Standard Institute
CA Certificado de Aprovaccedilatildeo
CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes
CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho
dB DeciBel
dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A
dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel
DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
DP Desvio Padratildeo
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo
HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
Hz Hertz
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
ISO International Standardization Organization
Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo
LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
MPL Mudanccedila Permanente de Limiar
MTb Ministeacuterio do Trabalho
MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar
n Nuacutemero de indiviacuteduos
NHO Norma de Higiene Ocupacional
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora
NR Norma Regulamentadora
NRR Noise Reduction Rating
NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)
OS Ordem de Serviccedilo
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PA Perda Auditiva
PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo
PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional
PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais
PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho
USP Universidade de Satildeo Paulo
WHO World Health Organization
SUMAacuteRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRAacuteFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APRESENTACcedilAtildeO
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
19
2 OBJETIVOS
42
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
43
4 RESULTADOS
54
5 DISCUSSAtildeO
76
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
REFEREcircNCIAS1
95
ANEXOS
107
1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002
APRESENTACcedilAtildeO
APRESENTACcedilAtildeO
16
Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser
desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa
rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do
trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao
ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros
processos produtivos
A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas
ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre
todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no
ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente
distribuiacutedo
A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de
administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave
qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no
sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das
normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo
O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social
educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais
de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do
Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O
PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de
levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus
efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se
APRESENTACcedilAtildeO
17
constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade
Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia
uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames
audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia
da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as
chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos
exames auditivos
Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel
pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo
dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute
problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da
ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade
Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das
fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico
do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo
se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador
e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos
de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso
Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na
empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades
relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas
Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e
APRESENTACcedilAtildeO
18
exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de
cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da
alteraccedilatildeo auditiva
Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus
dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do
trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados
padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e
adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e
da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o
gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo
A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da
audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais
de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e
contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa
1 INTRODUCcedilAtildeO
INTRODUCcedilAtildeO 19
Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais
presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua
intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer
(ALBERTI 1998)
No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas
ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus
efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo
que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES
1995)
A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs
prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute
muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas
intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases
produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)
A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos
problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por
Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de
Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez
Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva
Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras
1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo
INTRODUCcedilAtildeO 20
Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais
suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as
doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia
(RABINOWITZ 2000)
No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e
psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis
moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-
os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila
permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e
suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de
pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos
frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997
HUNGRIA 2000)
A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis
elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo
da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de
cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro
indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a
ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY
1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)
A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo
repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva
permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia
INTRODUCcedilAtildeO 21
criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo
(TAY 1996)
Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior
prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta
prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do
trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda
que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por
conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios
adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para
a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma
noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros
possam ser ainda maiores
Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees
praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos
trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do
niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras
O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que
em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo
ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30
desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa
base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o
risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto
a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998
PRASHER 1998)
INTRODUCcedilAtildeO 22
O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em
alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas
crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)
Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e
Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos
limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a
niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais
do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa
irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a
suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva
quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)
De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute
primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda
auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma
lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR
apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas
frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos
anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais
humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que
coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior
vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das
orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu
suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade
INTRODUCcedilAtildeO 23
demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a
frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute
uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute
o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os
autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da
regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a
aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a
afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E
CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)
Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e
predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de
progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz
1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo
ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu
niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo
As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de
pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na
perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute
progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)
Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta
frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo
provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses
dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais
(WARD 1973 DUNN 1987)
INTRODUCcedilAtildeO 24
Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo
tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas
mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para
o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999
HUNGRIA 2000)
A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos
ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes
simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes
ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de
outros fatores
A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de
risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e
bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com
niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma
Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo
destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes
(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes
bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais
dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom
insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem
distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas
hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)
Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos
derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as
INTRODUCcedilAtildeO 25
causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez
O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos
(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999
CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema
sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta
avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e
no seu controle
Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de
relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre
os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda
que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma
sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as
estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida
Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede
do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato
pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito
promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada
agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o
trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas
adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas
categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de
trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da
produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas
Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 26
patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes
o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no
trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava
excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou
mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia
Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e
progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As
tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos
de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e
previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees
agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu
estado
A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health
Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e
recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida
pelo ruiacutedo
Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de
serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia
oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia
privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas
ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente
dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter
INTRODUCcedilAtildeO 27
predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre
doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente
dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia
como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as
empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era
de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas
A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do
processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo
mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho
Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias
geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a
partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no
setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava
de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos
limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e
epidemioloacutegica agraves empresas
Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito
limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias
(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias
Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente
transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o
desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade
INTRODUCcedilAtildeO 28
Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo
(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de
classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico
propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador
bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA
CARNICELLI 1988)
Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios
para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A
promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia
Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como
profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva
execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele
deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua
base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)
Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames
audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas
Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande
importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998
passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores
elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos
riscos
Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica
acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que
tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)
INTRODUCcedilAtildeO 29
Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de
exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as
accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de
responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo
profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados
confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo
auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a
progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)
No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente
demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de
fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus
trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio
Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do
trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda
auditiva satildeo exigidos por lei
Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser
adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o
controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em
fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira
opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees
teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o
equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva
de acordo com Giampaoli (2000)
INTRODUCcedilAtildeO 30
O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que
leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o
recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes
nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo
No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de
trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL
1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes
ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do
Trabalho
Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito
da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a
realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo
ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de
exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de
toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por
exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)
Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova
a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle
Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear
e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos
riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia
previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece
nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)
INTRODUCcedilAtildeO 31
Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da
Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que
aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da
obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)
nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos
trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes
fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho
(BRASIL 1994b)
Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a
inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o
acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de
exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo
ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de
trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para
a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria
define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e
determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em
cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de
meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem
quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise
de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no
diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no
manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)
INTRODUCcedilAtildeO 32
A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de
conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute
composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica
da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais
dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de
Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um
PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos
procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de
benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na
capacidade laborativa (BRASIL 1998a)
Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa
interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de
medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho
provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize
as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem
Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de
pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de
responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e
gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda
auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as
normas do Ministeacuterio do Trabalho
Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 33
inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana
realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on
Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck
Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA
em um ambiente
- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral
- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de
trabalho
- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular
apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo
- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos
extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros
agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um
PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores
importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees
preventivas
- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho
encaminhando-os para tratamento adequado
- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo
medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores
- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais
- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica
INTRODUCcedilAtildeO 34
- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a
perda auditiva
- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos
relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional
As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e
da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de
avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais
que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho
O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja
ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a
partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco
O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda
Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo
indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional
ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira
exposiccedilatildeo
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar
constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades
Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou
seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo
2 Gerenciamento audiomeacutetrico
3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)
INTRODUCcedilAtildeO 35
4 Medidas de proteccedilatildeo individual
5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo
6 Gerenciamento dos dados
7 Avaliaccedilatildeo do programa
Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura
acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de
acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo
auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis
A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser
implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um
cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo
contiacutenuo ao longo do tempo
Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da
aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real
e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)
As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute
um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza
Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho
fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)
Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da
equipe de sauacutede da empresa eacute
- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico
- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para
projetos de melhorias ambientais
INTRODUCcedilAtildeO 36
- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos
trabalhadores
- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta
utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos
para a audiccedilatildeo
- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas
auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa
- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da
elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas
administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo
- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e
registro adequado de todas as accedilotildees realizadas
A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do
mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo
desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho
A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos
quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e
outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de
medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo
acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et
al 2002)
A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo
(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria
INTRODUCcedilAtildeO 37
das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem
ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva
do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias
que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as
medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo
Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja
adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos
ou flexibilizados
- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade
- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais
- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo
- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores
- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico
- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero
dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador
exposto ao ruiacutedo
- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas
- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico
- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador
- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional
- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame
- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1
INTRODUCcedilAtildeO 38
- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual
- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico
- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados
com o exame
- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz
3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz
1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio
- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento
do examinador
- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a
partir de entatildeo anual e no exame demissional
- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi
realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da
uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso
auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos
Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e
Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos
trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para
a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA
De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de
cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento
proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas
horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar
perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que
INTRODUCcedilAtildeO 39
a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no
miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no
resultado do exame
O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de
exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste
audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames
ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico
Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e
torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou
agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento
fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA
De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com
absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o
controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares
auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do
monitoramento auditivo satildeo
- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a
comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos
- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento
perioacutedico
- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico
otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de
problemas de orelha meacutedia
- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo
INTRODUCcedilAtildeO 40
- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador
- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA
Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do
monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente
na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como
- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias
- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento
- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro
protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo
- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos
no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes
futuros seratildeo comparados
- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do
protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador
aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo
devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute
responsaacutevel pelo custeio desse procedimento
Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas
que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando
dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso
dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos
intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas
INTRODUCcedilAtildeO 41
etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma
melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador
Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o
controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH
1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares
tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil
acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o
protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido
negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de
protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de
trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)
Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a
partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande
responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na
implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a
alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo
Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da
conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um
hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora
elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e
enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos
teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios
para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado
com a sauacutede do trabalhador na empresa
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS
42
- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior
geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND
- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos
funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo
auditiva
- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de
exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo
individual do tipo auricular
- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em
engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado
- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos
quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados
auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo
auricular
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
MATERIAL E MEacuteTODOS
43
31 TIPO DE ESTUDO
A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos
dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de
natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede
audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento
preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de
Conservaccedilatildeo Auditiva
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e
patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia
administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos
e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou
seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade
Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que
possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)
8 horas diaacuterias)
A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como
atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos
doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina
profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de
funcionaacuterios que ficam na creche
MATERIAL E MEacuteTODOS
44
Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees
1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e
individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios
em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos
pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar
e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna
Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas
seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica
Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica
Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil
Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica
Armazenagem Expediente
Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento
Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo
Desjejum e Lanches Restaurantes I e II
33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO
No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos
riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente
atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
(LTCAT) organizado por Jesus (2004)
Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados
os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no
desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos
por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca
Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e
MATERIAL E MEacuteTODOS
45
os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450
sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores
Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes
da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute
(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para
incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)
O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas
atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo
Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose
observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)
34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO
A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de
pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de
admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo
da amostra
Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a
amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em
qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade
Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois
natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com
problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de
1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)
MATERIAL E MEacuteTODOS
46
realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do
estudo totalizando 174 trabalhadores estudados
35 ASPECTO EacuteTICO
O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de
dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue
ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND
(ANEXO B) (BRASIL 1996)
36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os
funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo
de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da
admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum
funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo
do exame para que esse se tornasse o de referecircncia
361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS
A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os
exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e
agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo
Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do
niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL
1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria
MATERIAL E MEacuteTODOS
47
pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de
accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma
de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um
valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite
de exposiccedilatildeo seja ultrapassado
Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico
de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem
desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de
funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo
assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho
para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio
funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento
Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato
auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar
de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar
o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista
3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS
As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de
250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization
for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos
audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-
MATERIAL E MEacuteTODOS
48
41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em
que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a
4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada
No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT
desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e
padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o
programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo
foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por
ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores
das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o
resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees
- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)
em todas as frequumlecircncias examinadas
- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os
limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem
valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando
essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em
ambos os lados
- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo
os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e
Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
MATERIAL E MEacuteTODOS
49
- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo
Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser
menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz
4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores
acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser
maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos
criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de
500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala
ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser
classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como
- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de
natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea
e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala
com resultados em torno de 100
MATERIAL E MEacuteTODOS
50
- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via
aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre
proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada
- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um
sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as
frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem
prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela
presenccedila do componente sensorioneural
362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO
Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da
pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)
(ANEXO D)
Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave
histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas
anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao
equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de
exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de
protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros
Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de
investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de
participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas
MATERIAL E MEacuteTODOS
51
363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS
Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees
forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo
acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou
intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo
com as seguintes especificaccedilotildees
1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de
aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB
2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca
Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB
3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319
CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB
Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo
sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que
circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor
auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes
As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos
de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de
2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)
MATERIAL E MEacuteTODOS
52
trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos
profissionais do SESMT da empresa
Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-
cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e
importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular
a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de
esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional
O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes
informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para
motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento
Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de
Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos
os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo
de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma
hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios
Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com
perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os
funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto
informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)
Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos
funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para
esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes
informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de
informaccedilatildeo para o grupo
MATERIAL E MEacuteTODOS
53
4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os
dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas
A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de
respostas entre os lados foi importante
Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia
admitindo as linhas ou as colunas como subtotais
4 RESULTADOS
RESULTADOS
54
Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os
paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor
ilustrar as anaacutelises
Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada
o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade
o Ambiente de produccedilatildeo
Dados de Anamnese
o Aspectos pessoais
o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho
o Aspectos gerais
Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados
o Por anos em que os exames auditivos foram realizados
Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005
41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA
411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE
Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste
estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo
por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos
da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)
A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade
do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A
idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn
860)
RESULTADOS
55
IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA
NAtildeO ZARAM
E AUDITIVO
LABILA
ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE
Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais
presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na
TABELA 1
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
REALIXAME
IMITE CEITAacuteVEL
TERAL
OtildeES NI
RAL) n n n
23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413
22 1454
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)
ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior
prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino
412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que
sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528
relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto
Esses dados podem ser observados na TABELA 2
Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos
antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos
ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento
RESULTADOS
56
de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo
ruidosas dentro da DND
Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato
Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas
como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA
SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES
DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE
COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160
Uso de moto 7
CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150
Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso
Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis
meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28
anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou
igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e
tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno
Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal
de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e
16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma
funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser
observados
RESULTADOS
57
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)
MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL
13 anos e meio
30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011
JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609
9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)
Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo
verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se
mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na
TABELA 4
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
TEMPO DE SERVICcedilO (DND)
NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)
n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse
estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No
RESULTADOS
58
GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos
funcionaacuterios que participaram no estudo
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
20
1210
15
20
25
tage
m (
)
14 14
64
8 8
2 21
5
10
ubseccedilotildees
Perc
en
0S
Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no
GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND
tambeacutem foram os que mais participaram no estudo
Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND
22
8 2
4612
10
Atendente de Nutriccedilatildeo
Auxiliar de Serviccedilo - Servente
Chefias
Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede
OficialAgente Administrativo
RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG
RESULTADOS
59
Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no
nuacutemero de fun etera exam realizado em
2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE
TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004
NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
que compotildeem a DND doze p desse do e houve
cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo
ervar na T LA 5
Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM
EXAME
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES (UNI OU
BILATERAL) n n n
CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -
COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272
DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176
LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo
() feita admitindo as linhas como subtotais
No ambiente de prod enos de 60dB(A)
a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo
Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados
podem ser observados no ( )
ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17
preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante
OBS Percentagem
4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO
uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m
(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de
ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod
ANEXO C
Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no
RESULTADOS
60
1782
ser observados na TABELA 6
ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos
R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no
trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se
acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses
dados podem
T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
EPERCUSS T
Alto 5345 Meacutedio 2931
PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL
Natildeo o 1724 Constante 4770
CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT
pinaram
Flutuante 1782 Impacto -
PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL
Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655
CcedilEcircNCIA DO
DUOS SOBMB
Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816
Jaacute acostumou 1337
PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO
Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034
PCcedilDESCO
42 DADOS DE MNESE
421 ASPECTOS PESSOAIS
A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas
revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes
relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201
atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos
funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou
bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons
Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o
protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o
ANA
RESULTADOS
61
equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o
protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio
(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no
meato acuacutestico externo ao usaacute-lo
Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou
tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo
apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3
Queixas natildeo auditivas
39
46
2016 16
12
230
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
em (
)
Prurido
Zumbido
Plenitude auricular
Vertigem
Cera excessiva
Otalgia
Inflamaccedilatildeo
GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia
Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais
apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas
apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4
Representaccedilatildeo dos sintompe
RESULTADOS
62
Queixas e frequumlecircncia de comportamento
42
21
129
117
95
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Cansaccedilo (agraves vezes)
Cansaccedilo (sempre)
Sono (agraves vezes)
Sono (sempre)
Irritaccedilatildeo (agraves vezes)
Irritaccedilatildeo (sempre)
Desmotivado (agraves vezes)
Desmotivado (sempre)
Desatento (agraves vezes)
GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia
Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20
referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias
mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)
seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos
rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou
resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas
auditivas perceptiacuteveis
A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e
6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que
ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente
Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo
realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram
o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225
conhecem com opinaram
Roc
otildee
natildeo faz
o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo
RESULTADOS
63
A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137
acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede
422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com
uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a
limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento
das bandejas com os alimentos
Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao
trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)
que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo
que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que
natildeo participam
Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso
de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do
SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados
Esses dados podem ser observados na TABELA 7
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim Natildeo
pr
3218 6718 Sim Natildeo
OUTROS AGENTES NOCIVOS
Vibraccedilatildeo 1436 8563
Produtos Quiacutemicos CONTATO COM
Sim Natildeo
CIPA
Sim Natildeo
Capacitaccedilotildees
PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES
862 9138
6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS
Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574
RESULTADOS
64
8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem
uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo
perten
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem
uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5
Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando
frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298
389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade
do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois
cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade
Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da
preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo
Queixas durante o uso do protetor auricular
4550 Incomodo
42
35
85 3
0
5
1015
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Dificulta a conservaccedilatildeo
Coceira excessiva
Excesso de cera
Aumento da temperaturaauricular
Inseguranccedila
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
RESULTADOS
65
ossuem limiares
uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as
usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8
TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual
USO DO PROTETOR AURICULAR
Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo
consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental
Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p
a
frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que
referem itiva
Df
entuais icular
tiva dos
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
R ULTADOS DOS EXAMES n n n
ES
NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)
11 2115 37 3627 7 35 X
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)
23 4423 45 4411 9 45
LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)
18 3461 20 1960 4 20
TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100
ANI
OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais
O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e
Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de
Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de
1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do
equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9
Pe
RESULTADOS
66
TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
USO DO PROTETOR AURICULAR
Dp
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
n n n
SN
CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A
COZIN
CA
RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30
CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20
DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25
LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10
TOTAL (n = 174) 52 102 20
GEM E T
R
OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais
Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente
da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria
dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou
pelo menos agraves vezes
TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo
USO DE EPI
nta
os
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
INFORMACcedilAtildeO n n n
SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual
qu
RESULTADOS
67
TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
USO DE EPI
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO
n n n
MIN
PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447
NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149
OLOI
OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual
Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os
de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande
nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor
auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que
tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade
auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na
TABELA 12
TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
LIMITE
ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL
PA ESTAacuteVEL
AGRAVOU
MELHOROU
ntaamento de
Dindividu
USO D
PROTETOR AURICUL
n n n n
E
AR
SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270
NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704
= 6= 7
OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
em () fei
RESULTADOS
68
423 ASPECTOS GERAIS
A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da
Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de
fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios
Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas
questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser
observadas no RAacuteFICO 6
G
Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado
42
26
16
88
Importante
Bom
Faacutecil
Confuso
Longo
GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia
43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS
Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que
natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174
funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e
esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo
Ro
U
RESULTADOS
69
de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)
Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de
aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas
A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria
e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada
entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos
2 0
18 22 24
514
3
84
115
0
20
40
60
80
100
120
140
No
de
exam
es
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996
GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
431 ANAacuteLIS OR ANOS
Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19
fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os
exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005
Re
E P
RESULTADOS
70
4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004
Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria
dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou
bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13
TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004
DND (n = 174) n
IS
Distrf
NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas
sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha
esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita
Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos
funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses
4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e
limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva
sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na
maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas
770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e
limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8
RESULTADOS
71
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004
4583
0
50
416
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )
Orelha Direita Orelha Esquerda
Natildeo Sugest de PAIR
Sugestivo PAIR
(n = 24)
GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos
ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida
por outras etiologias que
natildeo o r
ivo
de
Di
nt
Das alteraccedilotildees auditivas
fu
por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva
uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004
222Natildeo Sugestivo de PAIR
778
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
de PAIR
(n = 18)
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
Percentagem ()
Sugestivo
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
RESULTADOS
72
zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para
15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos
ites ac i
TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex
4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005
O nuacutemero de funcionaacuterios que reali
1
lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral
Esses dados podem ser observados na TABELA 14
14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am
accedilatildeo auds es de 2005
DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59
REALIZARAM EXAME 6609AT 000
115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A
S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826
U IS ERAIS 21
OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees
auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na
orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita
Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios
da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)
apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis
na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na
orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos
funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)
satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser
observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11
o as linhas como subtotais
RESULTADOS
73
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005
40
0 10 20 30 40 50 60 70
Percentagem ()
Sugestivo de
SuPA
(n = 25)
GRAacuteFICO
Situaccedilatilde do
60
PAIR na OD
gestivo de IR na OE
10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005
o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005
8571de PAI
1429
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Percentagem ( )
Sugestivo R
Natildeo Sugestivo de
(n =
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR
alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de
alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via
aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural
plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)
21)
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
apresentaram
RESULTADOS
74
4313
a com
referecircnc
em
- Estaacutevel
- Agravado
Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)
dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva
sugestivo de PAIR (estaacuteveis)
Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na
orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo
contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que
minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de
PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis
Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND
observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva
pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de
funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como
podemos observar na TABELA 15
COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005
Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando
paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como
ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos
exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado
exames em que houve piora nos resultados
permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo
RESULTADOS
75
TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
LIMITE ACEITAacuteVEL
PA AGRAVOU
MELHOROU
A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos
ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E
DIETEacuteTICA n n n n
CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -
EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)
CODE 8
DIE - - 1 2500 3 7500 - -
LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5
RESTA 0 SE
E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250
RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
5 DISCUSSAtildeO
DISCUSSAtildeO
76
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de
caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho
auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves
vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo
interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos
profissionais da equipe de sauacutede
A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e
subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios
de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees
desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo
que trabalha foi a de maior destaque
No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea
de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um
nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)
Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho
em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos
anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades
laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes
nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos
direcionados a essa populaccedilatildeo
Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave
ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)
afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em
relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para
DISCUSSAtildeO
77
alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente
no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer
os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER
1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos
num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares
auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram
alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das
mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as
mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute
de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo
delas serem menos suscetiacuteveis
A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a
perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia
consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram
essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que
em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e
os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)
A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo
apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de
perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE
ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)
Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras
variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia
Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de
DISCUSSAtildeO
78
trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de
funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A
perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute
caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de
8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido
O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com
a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada
ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo
entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando
combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas
frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece
no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma
tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias
(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias
Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da
presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais
importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e
niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos
testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito
diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada
na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas
altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de
sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR
para as perdas auditivas encontradas
DISCUSSAtildeO
79
A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute
dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao
ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)
Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais
foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e
com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior
proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco
anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute
elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo
da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A
partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da
orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo
funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior
mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e
naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila
dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo
A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis
de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma
funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)
afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB
durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees
irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo
inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da
coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
80
resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios
para a sauacutede (MELNICK 1985)
Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos
quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI
1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na
amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo
foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas
A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o
conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa
avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc
Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da
perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de
procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo
audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida
(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do
sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as
doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de
instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica
O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e
qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo
da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que
envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de
seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho
(PIZARRO PIZARRO 2000)
DISCUSSAtildeO
81
Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o
agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral
como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY
2000)
Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem
em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das
conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os
dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e
de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio
aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa
sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim
como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados
audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas
doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela
na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo
ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A
realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de
indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados
sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo
adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa
atuaccedilatildeo (SAVA 2005)
O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo
Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente
laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees
DISCUSSAtildeO
82
mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e
Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de
trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)
chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a
comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees
psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se
comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido
frente a esse agente fiacutesico
Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo
auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a
acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o
prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim
como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa
populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo
do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local
e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora
percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda
pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das
perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o
nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau
da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem
excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem
assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)
DISCUSSAtildeO
83
Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e
terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente
comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a
realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e
educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as
atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse
conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na
educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como
tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)
Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a
estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar
de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia
ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER
1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei
no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)
Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a
situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as
necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo
Kwitko (1998) satildeo
- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de
ruiacutedo excessivo no interior da cabina
DISCUSSAtildeO
84
- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de
sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos
durante a colocaccedilatildeo dos fones
- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do
teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees
experiecircncia em testes anteriores
- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo
entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias
condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal
resposta motora)
Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e
comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso
esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser
garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados
possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e
apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva
Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente
tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o
mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o
tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente
principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio
De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios
de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como
referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
85
que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior
nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando
a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute
uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal
A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a
realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de
oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo
do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo
audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees
com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774
referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao
meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o
funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas
estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame
Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a
elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-
se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo
entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health
Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck
Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva
(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)
Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos
de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao
DISCUSSAtildeO
86
ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise
das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo
(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)
A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute
extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente
dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)
Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da
amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares
auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a
10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz
ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em
frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de
limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias
No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame
auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das
alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo
Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua
situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames
audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a
conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)
Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para
115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as
alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram
resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma
DISCUSSAtildeO
87
alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo
audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR
Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que
45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as
mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou
agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem
alta e permanente
Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros
autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de
metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em
trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a
prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275
mineradores
A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo
bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas
alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma
maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os
casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)
Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente
unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001
CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise
uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias
havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais
para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees
DISCUSSAtildeO
88
Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos
limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa
melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva
normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos
limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute
irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito
aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a
diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO
et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da
dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel
ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER
ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar
o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis
Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas
auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)
Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos
que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo
de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que
60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que
pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser
considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz
respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da
populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor
1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983
DISCUSSAtildeO
89
Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano
auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo
protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que
chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau
de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo
protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em
oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um
periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH
1998)
O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio
complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de
pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a
dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado
ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do
protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo
individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente
ao trabalhador (SARTORI 2005)
Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores
auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e
escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de
colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia
pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)
O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que
atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a
DISCUSSAtildeO
90
execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu
ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo
Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de
apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam
(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso
quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre
Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de
intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo
mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo
plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse
modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o
plugue satildeo desconfortaacuteveis
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo
precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que
usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios
revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico
tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa
As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo
e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235
referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o
pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que
nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho
DISCUSSAtildeO
91
No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo
auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais
relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira
excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da
construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem
inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem
nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)
A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na
anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos
limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam
quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram
usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam
limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo
usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas
As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees
preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu
Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores
como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute
evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa
proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo
diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem
demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como
por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui
DISCUSSAtildeO
92
Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela
diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da
acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional
(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)
Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que
as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo
sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco
eficazes
Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva
encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de
ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a
proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa
estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas
com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos
exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de
perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento
audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes
consideraccedilotildees
- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente
- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros
com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi
suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica
- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa
de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido
(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees
- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva
do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um
monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo
permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva
- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para
prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo
de condutas preventivas nos casos alterados
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
94
- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)
para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos
outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano
- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo
das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees
- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes
por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas
mais contundentes
- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em
consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional
meacutedico no processo preventivo
- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas
integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com
as medidas atuais
REFEREcircNCIAS
REFEREcircNCIAS
95
ABEL S M HAYTHORNTHWAITE C A The progression of noise-induced hearing loss a survey of workers in selected industries in Canada J Otolaryngol Suppl Toronto v13 p2-36 1984
ALBERTI P W Noise the most ubiquitous pollutant Noise amp Health London n1 p3-5 1998
ALMEIDA S I C ALBERNAZ P L M ZAIA P A XAVIER O G KARAZAWA E H I Histoacuteria natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruiacutedo Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v46 n22 p143-58 2000
ALVES R P C Perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores de uma induacutestria de papel e celulose 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Promoccedilatildeo de Sauacutede) - Universidade de Franca FrancaSP 2004
AMERICAN ACADEMY OF OTOLARYNGOLOGY HEAD AND NECK SURGERY FOUNDATION (AAOHNS) Guide for conservation of hearing in noise Washington 1988
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE ANSI Ѕ125 New York 1996
______ ANSI S126 New York 1997
ARANA G A C Sauacutede ambiental e fonoaudiologia O mundo da sauacutede Satildeo Paulo v21 n5 p285-89 setout1997
ARAUacuteJO G M REGAZZI R D Periacutecia e avaliaccedilatildeo de ruiacutedo e calor teoria e praacutetica 2ed Rio de Janeiro (sn) 2002 468p
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS (ABNT) Niacuteveis de ruiacutedos aceitaacuteveis referecircncias elaboraccedilatildeo NB951996 Rio de Janeiro ABNT 1996
AVAGLIANO A ALMEIDA K Estudo do desempenho de diferentes tipos de protetores auditivos Rev CEFAC Satildeo Paulo v3 n1 p77-87 2001
AZEVEDO A N ATHAYDE D S M REIS M L GIOVANELLA N Trabalho de educaccedilatildeo e sauacutede fonoaudioloacutegica em olarias Fono Atual Satildeo Paulo v5 n21 p36-39 2002
REFEREcircNCIAS
96
BERNARDI A P A SALDANHA JUNIOR O M Histoacuterico da inserccedilatildeo do fonoaudioacutelogo nas empresas do acompanhamento audiomeacutetrico agrave consultoria In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p15-27
BOSCH J Sorderas neurosensoriales In ABELLOacute P TRASERRA J Otorrinolaringologia Barcelona Doyma 1992 p192-8
BRASIL Ministeacuterio do Trabalho Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Decreto-lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Aprova a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 09 de ago 1943
______ Ministeacuterio do Trabalho Portaria 3214 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capiacutetulo V Tiacutetulo II da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho relativas a Seguranccedila e Medicina do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 8 de jun 1978a
______ Ministeacuterio do Trabalho Normas regulamentadoras de seguranccedila e sauacutede do trabalhador NR-15 anexos I e II Estabelece limites de toleracircncia para exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 08 de jun 1978b
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 24 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 7 - Programa de Controle Meacutedico e Sauacutede Ocupacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994a
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 25 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 9 - Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994b
______ Conselho Nacional de Sauacutede Aprovaccedilatildeo das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo nordm 196 10 out de 1996 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia out1996
______ Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) Ordem de Serviccedilo nordm 608 de 5 de agosto de 1998 Aprova Norma Teacutecnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora de origem ocupacional Ministeacuterio da Previdecircncia e Assistecircncia Social Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 19 de ago 1998a
REFEREcircNCIAS
97
______ Ministeacuterio do Trabalho - Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 19 de 9 de Abril de 1998 Diretrizes e paracircmetros miacutenimos para avaliaccedilatildeo a acompanhamento da audiccedilatildeo em trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevados Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 22 de abr 1998b
BURNS V STEAD J C PENNY H W The relations between temporary shift and occupational hearing loss In BURNS W ROBINSON D W Hearing and noise in industry London Her Magestyrsquos Stationery Office 1970
CARNICELLI M V F Exposiccedilatildeo ocupacional a vibraccedilatildeo transmitida atraveacutes das matildeos uma revisatildeo sobre o distuacuterbio vascular perifeacuterico Rev Bras Sauacutede Ocup Satildeo Paulo v22 n82 p35-44 abrjun 1994
CELIK O YALCcedilIN S OumlZTUumlRK A Hearing parameters in noise exposed industrial workers Auris Nasus Larynx Amsterdam v25 n4 p369-375 1998
CHERMAK G D DENGERINK J E DENGERINK H A Threshold of octave masking as a predictor of temporary threshold shift following repeated noise exposure J Speech Hear Disord Rockville n49 p303-8 1984
COLES R A Classification of causes mechanisms of patient disturbance and associated counseling In VERNON J A MOLLER A R Mechanisms of tinnitus Boston Allyn and Bacon 1995 p11-19
COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA Perda auditiva induzida por ruiacutedo relacionada ao trabalho Boletim Satildeo Paulo n 1 1999a
______ Padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador exposto ao ruiacutedo Boletim Belo Horizonte n2 1999b
______ Recomendaccedilotildees miacutenimas para elaboraccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva Boletim Satildeo Paulo n6 1999c
CORDEIRO R LIMA FILHO E C NASCIMENTO L C Associaccedilatildeo da perda auditiva induzida pelo ruiacutedo com o tempo acumulado de trabalho entre motoristas e cobradores Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n10 p210-21 1994
REFEREcircNCIAS
98
CORREcircA FILHO H R COSTA L S HOEHNE E L PEREZ M A NASCIMENTO L C DE MOURA E C Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v36 n6 p693-701 2002
CORREIA J W PAIR e suas complicaccedilotildees meacutedico-periciais CIPA Satildeo Paulo v244 n21 p54-69 2000
COSTA E A KITAMURA S Oacutergatildeos dos sentidos audiccedilatildeo In MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995 p365-86
COSTA E N Efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo e audiologia industrial Revista de Fonoaudiologia Satildeo Paulo v1 n2 p12-16 nov abr 19941995
COX R M ALEXANDER G C GRAY GA Who wants a hearing aid Personality profiles of hearing aid seekers Ear Hear Baltimore v26 n1 p12-26 2005
CUBAS DE ALMEIDA S I Histoacuteria natural da disacusia induzida por ruiacutedo industrial e implicaccedilotildees meacutedico-legais1992 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Otorrinolaringologia) - Escola Paulista de Medicina Satildeo Paulo 1992
_____ O diagnoacutestico diferencial da disacusia neurossensorial por ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p181-187
DAVIS H SILVERMAN SR Hearing and deafness 3ed New York Holt Rinehart amp Winston 1970
DUNN D Cochlear morphology associated with overexposure to noise Journal of the Ohio Speech and Hearing Association Ohio n10 p 22-28 1987
FANTAZZINI M L Atenuaccedilatildeo de protetores auriculares In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p103-111
FERNANDES M Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposiccedilatildeo ocupacional a ruiacutedo e vibraccedilatildeo 2005 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Universidade Tuiuti do ParanaacutePR 2005
REFEREcircNCIAS
99
FERREIRA D A fonoaudiologia o direito previdenciaacuterio e a perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p202-214
FERREIRA JUNIOR M Perda auditiva induzida por ruiacutedo bom senso e consenso Satildeo Paulo VK 1998 121p
_____ Perda auditiva induzida por ruiacutedo In ______ Sauacutede no trabalho Satildeo Paulo Roca 2000 p262-285
FIORINI A C SILVA S BEVILACQUA M C Ruiacutedo comunicaccedilatildeo e outras alteraccedilotildees SOS Sauacutede Ocup Segur Satildeo Paulo v26 p49-60 1991
FIORINI A C A importacircncia do monitoramento audiomeacutetrico no programa de conservaccedilatildeo auditiva Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo n13 p95-102 1994a
FIORINI A C Conservaccedilatildeo auditiva estudo sobre o monitoramento audiomeacutetrico em trabalhadores de uma induacutestria metaluacutergica 1994 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo Humana) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1994b
FIORINI A C O uso de registros de emissotildees otoacuacutesticas como instrumento de vigilacircncia epidemioloacutegica de alteraccedilotildees auditivas em trabalhadores expostos a ruiacutedo Tese (Doutorado em Sauacutede Ambiental) - Faculdade de Sauacutede Puacuteblica Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2000
FIORINI A C NASCIMENTO P E S Programa de prevenccedilatildeo de perdas auditivas In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Rio de Janeiro Revinter 2001 v2 p51-61
FRANCO E S RUSSO I C P Prevalecircncia de perdas auditivas em trabalhadores no processo admissional em empresa na regiatildeo de CampinasSP Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n5 p661-70 2001
FUNDACENTRO Norma de higiene ocupacional procedimento teacutecnico ndash avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo nordm 1 (NHO - 01) Satildeo Paulo 2001
GALAFASSI M C Medicina do trabalho Satildeo Paulo Atlas 1998
REFEREcircNCIAS
100
GATES G A COOPER J C KANNEL W B et al Hearing in the elderly the framingham cohort Ear Hear Baltimore n11 p247-56 1990
GATES G A SCHMID P KUJAWA S G NAM B DAGOSTINHO R Longitudinal threshold changes in older men with audiometric notches Hearing Research Amsterdam v141 n12 p220-28 2000
GERGES S N Y Efeitos nocivos a audiccedilatildeo e as consequumlecircncias das vibraccedilotildees no corpo humano Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p56-62 jul 1997
GIAMPAOLI E Persistecircncia especialista diz que profissionais tem como resolver problemas mais comuns da induacutestria Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo n101 p8 2000
GOBBATO L H F G COSTA E A SAMPAIO M H GOBBATO JUacuteNIOR F M Estudo do efeito aprendizagem em exames audiomeacutetricos sequumlenciais em trabalhadores de induacutestria metaluacutergica e suas implicaccedilotildees nos programas de conservaccedilatildeo auditiva Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v70 n4 p540-4 julago 2004
GLORIG A Noise past present and future Ear Hear Baltimore v1 n1 p4-18 1980
GOMES R Inimigo invisiacutevel induacutestria brasileira continua fabricando surdos apesar dos avanccedilos tecnoloacutegicos Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v 22 n5 p74-8 abrmaio 1989
GUERRA M R LOURENCcedilO P M C TEXEIRA M T B ALVES M J M Prevalecircncia de perda auditiva induzida por ruiacutedo em empresa metaluacutergica Rev Sauacutede Publ Satildeo Paulo n39 p527-30 2005
HANDAR Z Ruiacutedo controlado Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v11 n77 p63-67 maio 1998
HENDERSON D HAMERNIK R P Biologics bases of noise-induced hearing loss In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p513-33
HEacuteTU R GETTY I QUOC H T Impact of occupational hearing loss on the lives of workers In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p495-512
REFEREcircNCIAS
101
HUNGRIA H Trauma sonoro In ______ Otorrinolaringologia 8ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 p389-400
IBANtildeEZ R N Programa de conservaccedilatildeo auditiva In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p255-60
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) Instruccedilatildeo Normativa nordm 78 de 16 de julho de 2002 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 18 de jul 2002
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO) Acoustics audiometric test methods ndash Part 1 basic pure tone air and bone conduction threshold audiometry ISO 8253-1 Geneve Switzerland 1989
JERGER S JERGER J Perda auditiva por induccedilatildeo de ruiacutedo In ______ Alteraccedilotildees auditivas Satildeo Paulo Atheneu 1998 p133-137
JESUS J E C C (Org) Laudo teacutecnico das condiccedilotildees ambientais de trabalho Ribeiratildeo PretoSP 2004
KRYTER K D The effects of noise on man New York Academic Press 1985
KWITKO A Audiometria ocupacional CIPA Satildeo Paulo v18 n213 p34-36 1997
______ Teste de rotina a obtenccedilatildeo da qualidade de ambiente e cabinas de testes audiomeacutetricos ocupacionais Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p66-68 out1998
LANDEN D WILKINS S STEPHENSON M MCWILLIAMS L Noise exposure and hearing loss among sand and gravel miners J Occup Environ Hyg Philadelphia v1 n8 p532-41 aug 2004
LASMAR A Diagnoacutestico da doenccedila profissional induzida pelo ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p153-161
LOPES-FILHO O C Deficiecircncia auditiva In ______ (Org) Tratado de fonoaudiologia Satildeo Paulo Tecmedd 2005 p23-40
REFEREcircNCIAS
102
LUXON L M The clinical diagnosis of noise induced hearing loss Advances in Noise Research Londres 1998
MARCHIORI L L M MELO J J Comparaccedilatildeo das queixas auditivas com relaccedilatildeo agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo em componentes de orquestra sinfocircnica Proacute-Fono Carapicuiacuteba v13 n1 p9-12 2001
MARTINS A L ALVARENGA K F BEVILACQUA M C COSTA FILHO O A Perda auditiva em motoristas e cobradores de ocircnibus Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n4 p 467-73 2001
MAY J J Occupational hearing loss Am J Ind Med New York v37 n1 p112-120 2000
MAYRINK C E SILVA C S FERREIRA M D BEVILAQUA M C Os efeitos do ruiacutedo na audiccedilatildeo Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo v12 p30-43 1993
MELLO A P WAISMANN W Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e quiacutemicos industriais e seus efeitos no sistema auditivo revisatildeo da literatura Arq Otorrinolaringol Satildeo Paulo v8 n3 p226-34 2004
MELNICK W Industrial hearing conservation In KATZ J Handbook of clinical audiology 4ed Baltimore Williams amp Wilkins 1985 p534-552
______ Sauacutede auditiva do trabalhador In KATZ J Tratado de audiologia cliacutenica 4ed Satildeo Paulo Manole 1999 p529-547 1999
MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995
MERLUZZI F Patologia da rumore In SARTORELLI E Tratatto di medicina del lavoro Padova Piccin 1981 v2 p1119-49
MOLLER M B Hearing in 70 and 75 years old people results from a crossection and longitudinal population Am J Otol Philadelphia n2 p22-9 1981
MOMENSOHN-SANTOS T M RUSSO I C P(Orgs) A praacutetica da audiologia cliacutenica 6ed Satildeo Paulo Cortez 2005 375p
REFEREcircNCIAS
103
MONTIEL-LOacutePEZ M CORZO-ALVAREZ G CHACIacuteN-ALMARZA B ROJAS-GONZAacuteLEZ L QUEVEDO A RENDILES H Prevalence and characterization of hearing loss in workers exposed to industrial noise of the turbogenerated electric plant of a petrochemical industry Invest Clin Maracaibo v47 n2 p117-31 jun 2006
MORATA T C Sauacutede do trabalhador estudo da exposiccedilatildeo simultacircnea a ruiacutedo e dissulfeto de carbono 1986 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1986
MORATA T C CARNICELLI M V Audiologia e sauacutede dos trabalhadores Satildeo Paulo EDUC 1988
MORATA T C LEMASTERS G K Epidemiologic considerations in the evaluation of occupational hearing loss Occup Med State Art Rev Philadelphia v10 n3 p 641-56 1995
MORATA T C DUNN D E SIEBER W K Perda auditiva ocupacional a agentes ototoacutexicos In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p189-201
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH) Preventing occupational hearing loss a practical guide Washington U S Department of Health and Human Services 1996
_____ Criteria for a recommended standard occupational noise exposure revised criterion Washington U S Department of Health and Human Services 1998
OLIVEIRA C G Fonoaudiologia preventiva em sauacutede do trabalhador In MARCHESAN I ZORZI J L E GOMES I C D (Orgs) Toacutepicos em fonoaudiologia 1996 v3 p 121-29
OLIVEIRA J A A Fisiologia cliacutenica da audiccedilatildeo ndash coacuteclea ativa In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p101-142
OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA) United States Department of Labor Occupational noise exposure hearing conservation amendment Federal Register Washington U S v48 n46 p9738-45 1983
REFEREcircNCIAS
104
PEARSON J D et al Gender differences in a longitudinal study of age-associated hearing loss Journal Acoust Soc Am Lancaster v97 n2 p1196-205 fev1995
PINTO N M C Alternativas para anaacutelise longitudinal de resultados audiomeacutetricos In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p73-188
PIZARRO G PIZARRO G U Diagnoacutestico cliacutenico pela audiometria ocupacional Acta Who Geneve v19 n1 p32-38 2000
PRASHER D New strategies for prevention and treatment of noise-induced hearing loss J Lancet Minneapolis n352 p1240-41 1998
RABINOWITZ P M Noise induced hearing loss Am Fam Physician Kansas City v61 n9 p2749-562759-60 2000
RIBEIRO A M D CAcircMARA V M Perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora em trabalhadores de manutenccedilatildeo de aeronaves de asas rotativas Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v22 n6 p1217-24 2006
RIBEIRO F S N OLIVEIRA S REIS M M SILVA C R MENEZES M A DIAS A E Processo de trabalho e riscos para a sauacutede dos trabalhadores em uma induacutestria de cimento Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n68 p1243-50 2002
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a niacuteveis elevados 2003 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) - Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo 2003
RIOS A L SILVA G A Sleep quality in noise exposed brazilian workers Noise amp Health London v8 n29 p27-34 2005
RODRIGUES M A G DEZAN A A MARCHIORI L L MEficaacutecia da escolha do protetor auditivo pequeno meacutedio e grande em programa de conservaccedilatildeo auditiva Rev CEFAC Satildeo Paulo v8 n4 p543-7 2006
ROYSTER J D ROYSTER L H Using audiometric data base analysis J Occup Med Baltimore n 28 p1055-68 1986
REFEREcircNCIAS
105
RUIZ R C MOREIRA M IZUMIDA M M RUIZ V Funccedilatildeo auditiva de trabalhadores em induacutestrias de papel e papelatildeo eacute analisada Revista CIPA Satildeo Paulo v12 n 3 p85-90 1996
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M SANTOS U P Programa de sauacutede dos trabalhadores a experiecircncia da zona norte uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo Hucitec 1989 p125-155
SANTOS U P (Org) Ruiacutedo riscos e prevenccedilatildeo 3ed Satildeo Paulo Hucitec 1999 157p
SANTANA V S BARBERINO J L Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e hipertensatildeo arterial Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo n29 p478-87 1995
SARTORI E Conhecimento e atitude de trabalhadores em relaccedilatildeo a prevenccedilatildeo da perda auditiva In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndash ocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p109-23
SATALOFF R T SATALOFF J Differential diagnosis of occupational hearing loss Occup Health Saf Waco v70 n9 p126-129 2001
SAVA L C Protocolo de avaliaccedilatildeo para populaccedilotildees expostas ao ruiacutedo industrial In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p189-202
SELIGMAN J Sintomas e sinais de PAIR In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p 143-9
SELIGMAN J NUDELMANN AA IBANtildeEZ R COSTA EA Perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In LAVINSKY L OLIVEIRA JAA Programa de educaccedilatildeo continuada em otologia Rio de Janeiro SOBSB 1999 p1-7
SIMPSON T H Programas de prevenccedilatildeo da perda auditiva ocupacional In MUSIEK F E RINTELMANN W F Perspectivas atuais em avaliaccedilatildeo auditiva Barueri Manole 2001 p461-480
REFEREcircNCIAS
106
SIVIERO A B FERNANDES M J LIMA J AC SANTONI C B BERNARDI A P A Prevalecircncia de perda auditiva em motoristas de ocircnibus do transporte coletivo da cidade de MaringaacutePR Rev CEFAC Satildeo Paulo v7 n3 p376-81 julset 2005
SUTER A H Construction noise exposure effects and the potential for remediation a review and analysis AIHA J Fairfax v63 n6 p768-89 novdec 2002
TAMBS K Moderate effects of hearing loss on mental health and subjective well-being results from the nord-trondelag hearing loss study Psychosom Med Baltimore v66 n5 p776-82 2004
TAY P Severe noise-induced deafness a 10-year review of cases Singapore Medical Journal Singapore v37 n4 p362-64 aug1996
WARD W D Adaptation and fatigue In JERGER J Modern developments in audiology 2ed New York Academic Press 1973 p323-8
_____ Endogenous factors related to susceptibility to damage from noise Occupational Hearing Loss State of the Art Reviews Baltimore v10 n3 p 561-76 1995
WELLESCHIK B KORPERT K Is the risk of noise-induced hearing damage higher for man than for women Journal Laryng Rhinol New York n59 p681-9 aug 1980
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of impairments disability and handcaps Geneve 1980
ANEXOS
ANEXOS
107
ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP
ANEXOS
108
ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo
E S C L A R E C I M E N T O
Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______
Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica
Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash
FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de
Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende
analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a
realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os
cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral
Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha
sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc
Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este
esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea
Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho
para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees
Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder
Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua
qualidade de vida
Atenciosamente
Ana Luacutecia Rios
ANEXOS
109
ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)
detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)
ANEXOS
110
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897
DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862
ANEXOS
111
RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
NPS dB (A)
DOS Q = 5 dB
(A)
DOS Q = 3 dB
(A)
GHE
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3
Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4
Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68
Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80
Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60
ANEXOS
112
Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60
Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62
Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60
Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60
Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60
ANEXOS
113
Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que
ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima
dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 5 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712
Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das
avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a
seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 3 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765
ANEXOS
114
ANEXO D ndash Questionaacuterio
NOME __________________________________
- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome
- Entregar o mais raacutepido possiacutevel
- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo
- Marque um (X) nas alternativas
- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)
- OD = orelha direita OE = orelha esquerda
- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
- Data de Nascimento ____ ____ ____
- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )
2ordm Grau Completo ( )
Superior ( )
- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos
- Seccedilatildeo ________________________________
1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo
( ) menos que oito horas diaacuterias
( ) oito horas diaacuterias
( ) mais que oito horas diaacuterias
2) Tem outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usa protetor de orelha neste outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute
( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto
( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto
4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) em casa ( ) oficina caseira
( ) wallkman ( ) banda de muacutesica
( ) discoteca ( ) esportes ruidosos
( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante
5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes
do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usava protetor de orelha neste serviccedilo
( ) SIM ( ) NAtildeO
Trabalhou por quanto tempo ____________
6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual ____________________________
Esse outro setor era barulhento
( ) SIM ( ) NAtildeO
7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho
( ) irrita
( ) incomoda
( ) prejudica a audiccedilatildeo
( ) natildeo trabalho no ruiacutedo
( ) jaacute acostumei
( ) natildeo atrapalha
8) Trabalha em turnos alternados
( ) SIM ( ) NAtildeO
9) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
10) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
11) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
ANEXOS
115
12) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute
( ) Normal ( ) OD ( ) OE
( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE
( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE
14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou
( ) lentamente
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
( ) bruscamente (muito raacutepido)
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quecirc _____________________________
____________________________________
18) Quanto a orelha vocecirc reclama de
( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera
( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)
( ) tontura ( ) barulho (zumbido)
( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado
( ) Natildeo reclamo
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama
19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc
sente
( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo
( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo
( ) sono ( ) desmotivado
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente
20) Vocecirc jaacute teve
( ) caxumba ( ) sarampo
( ) rubeacuteola ( ) catapora
( ) tuberculose ( ) meningite
21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) As duas orelhas
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
( ) As duas orelhas
( ) Teve que procurar um meacutedico
( ) SIM ( ) NAtildeO
23) Tem contato com produtos quiacutemicos
( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________
24) Tem contato com vibraccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede
( ) pressatildeo alta ( ) diabetes
( ) coraccedilatildeo ( ) rim
( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho
Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO
ANEXOS
116
26) Faz uso prolongado de
( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina
( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio
Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO
27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
28) Faz uso de fumo
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) nasceu com o problema
( ) ficou com o problema quando crianccedila
( ) ficou com o problema quando adulto
( ) ficou com o problema quando idoso
30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA
( ) SIM ( ) NAtildeO
31) Participa dos treinamentos e de palestras
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees
( ) Natildeo participo
32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo
quanto ao uso de protetor de orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quem
( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso
( ) jornal ( ) chefe ( ) outros
33) Usa o protetor de orelha
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa
( ) tipo concha (abafador)
( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)
( ) tipo concha + tipo plug (os dois)
( ) Natildeo uso
Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel
( ) abafador ( ) plug de borracha
( ) outro ( ) nenhum
35) Com o uso do protetor de orelha
( ) o ruiacutedo diminui no trabalho
( ) fica ruim para conversar
( ) o protetor incomoda
( ) a orelha coccedila muito
( ) junta sempre cera e entope
( ) a orelha fica muito quente
( ) se sente inseguro
( ) natildeo faz diferenccedila
( ) natildeo preciso usar protetor
( ) natildeo consigo usar o protetor
( ) uso soacute porque eacute obrigado
36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Quando crianccedila
( ) Por causa do trabalho
Ficou sabendo do resultado
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Gostaria de ser informado do resultado
37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees
da minha sauacutede
( ) SIM mas acho que natildeo preciso
ANEXOS
117
38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Natildeo me interesso
39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA
( ) SIM ( ) NAtildeO
Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico
( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo
( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo
( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC
( ) Outro meio informaccedilatildeo
40) O que achou do questionaacuterio
( ) muito longo ( ) confuso
( ) faacutecil ( ) difiacutecil
( ) importante ( ) bom
OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO
OBS Questionaacuterio adaptado de
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e
na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a
niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash
FMRP - USP 2003
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo
auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In
COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M
SANTOS U P Programa de sauacutede dos
trabalhadores A experiecircncia da zona norte
uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo
Hucitec 1989 p125-155
ANEXOS
117
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras
ANEXOS
118
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
119
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
120
ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
121
ANEXO G ndash Palestra informativa na DND
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
122
ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras
Capa do panfleto
Interior do panfleto
ANEXOS
123
ANEXO I ndash Cartazes informativos
ANEXOS
124
ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND
Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo
Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe
AGRADECIMENTOS
AGRADECcedilO
a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos
aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora
e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um
aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia
ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da
paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida
aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos
a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes
do SESMT da empresa pela confianccedila depositada
pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado
a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa
que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo
a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes
A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA
ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo
IRMAtildeOS GRIMM
RESUMO
RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional
ABSTRACT
RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent
Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia
61
GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
62
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
64
GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia
68
GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
69
GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
55
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
56
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
57
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
57
TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004
59
TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
60
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
63
TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual
65
TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
66
TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo
66
TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
67
TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
67
TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004
70
TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005
72
TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOHNS American Academy of Otolaryngology
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AC Antes de Cristo
ANSI American National Standard Institute
CA Certificado de Aprovaccedilatildeo
CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes
CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho
dB DeciBel
dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A
dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel
DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
DP Desvio Padratildeo
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo
HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
Hz Hertz
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
ISO International Standardization Organization
Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo
LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
MPL Mudanccedila Permanente de Limiar
MTb Ministeacuterio do Trabalho
MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar
n Nuacutemero de indiviacuteduos
NHO Norma de Higiene Ocupacional
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora
NR Norma Regulamentadora
NRR Noise Reduction Rating
NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)
OS Ordem de Serviccedilo
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PA Perda Auditiva
PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo
PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional
PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais
PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho
USP Universidade de Satildeo Paulo
WHO World Health Organization
SUMAacuteRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRAacuteFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APRESENTACcedilAtildeO
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
19
2 OBJETIVOS
42
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
43
4 RESULTADOS
54
5 DISCUSSAtildeO
76
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
REFEREcircNCIAS1
95
ANEXOS
107
1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002
APRESENTACcedilAtildeO
APRESENTACcedilAtildeO
16
Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser
desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa
rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do
trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao
ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros
processos produtivos
A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas
ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre
todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no
ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente
distribuiacutedo
A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de
administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave
qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no
sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das
normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo
O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social
educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais
de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do
Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O
PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de
levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus
efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se
APRESENTACcedilAtildeO
17
constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade
Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia
uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames
audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia
da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as
chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos
exames auditivos
Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel
pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo
dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute
problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da
ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade
Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das
fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico
do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo
se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador
e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos
de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso
Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na
empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades
relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas
Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e
APRESENTACcedilAtildeO
18
exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de
cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da
alteraccedilatildeo auditiva
Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus
dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do
trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados
padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e
adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e
da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o
gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo
A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da
audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais
de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e
contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa
1 INTRODUCcedilAtildeO
INTRODUCcedilAtildeO 19
Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais
presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua
intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer
(ALBERTI 1998)
No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas
ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus
efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo
que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES
1995)
A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs
prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute
muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas
intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases
produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)
A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos
problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por
Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de
Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez
Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva
Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras
1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo
INTRODUCcedilAtildeO 20
Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais
suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as
doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia
(RABINOWITZ 2000)
No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e
psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis
moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-
os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila
permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e
suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de
pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos
frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997
HUNGRIA 2000)
A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis
elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo
da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de
cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro
indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a
ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY
1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)
A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo
repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva
permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia
INTRODUCcedilAtildeO 21
criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo
(TAY 1996)
Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior
prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta
prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do
trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda
que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por
conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios
adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para
a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma
noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros
possam ser ainda maiores
Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees
praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos
trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do
niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras
O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que
em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo
ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30
desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa
base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o
risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto
a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998
PRASHER 1998)
INTRODUCcedilAtildeO 22
O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em
alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas
crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)
Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e
Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos
limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a
niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais
do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa
irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a
suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva
quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)
De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute
primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda
auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma
lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR
apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas
frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos
anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais
humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que
coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior
vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das
orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu
suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade
INTRODUCcedilAtildeO 23
demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a
frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute
uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute
o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os
autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da
regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a
aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a
afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E
CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)
Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e
predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de
progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz
1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo
ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu
niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo
As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de
pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na
perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute
progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)
Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta
frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo
provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses
dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais
(WARD 1973 DUNN 1987)
INTRODUCcedilAtildeO 24
Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo
tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas
mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para
o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999
HUNGRIA 2000)
A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos
ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes
simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes
ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de
outros fatores
A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de
risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e
bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com
niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma
Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo
destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes
(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes
bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais
dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom
insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem
distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas
hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)
Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos
derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as
INTRODUCcedilAtildeO 25
causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez
O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos
(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999
CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema
sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta
avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e
no seu controle
Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de
relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre
os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda
que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma
sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as
estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida
Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede
do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato
pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito
promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada
agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o
trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas
adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas
categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de
trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da
produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas
Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 26
patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes
o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no
trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava
excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou
mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia
Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e
progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As
tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos
de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e
previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees
agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu
estado
A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health
Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e
recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida
pelo ruiacutedo
Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de
serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia
oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia
privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas
ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente
dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter
INTRODUCcedilAtildeO 27
predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre
doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente
dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia
como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as
empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era
de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas
A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do
processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo
mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho
Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias
geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a
partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no
setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava
de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos
limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e
epidemioloacutegica agraves empresas
Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito
limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias
(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias
Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente
transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o
desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade
INTRODUCcedilAtildeO 28
Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo
(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de
classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico
propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador
bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA
CARNICELLI 1988)
Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios
para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A
promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia
Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como
profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva
execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele
deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua
base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)
Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames
audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas
Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande
importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998
passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores
elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos
riscos
Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica
acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que
tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)
INTRODUCcedilAtildeO 29
Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de
exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as
accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de
responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo
profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados
confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo
auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a
progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)
No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente
demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de
fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus
trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio
Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do
trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda
auditiva satildeo exigidos por lei
Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser
adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o
controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em
fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira
opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees
teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o
equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva
de acordo com Giampaoli (2000)
INTRODUCcedilAtildeO 30
O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que
leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o
recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes
nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo
No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de
trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL
1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes
ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do
Trabalho
Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito
da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a
realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo
ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de
exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de
toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por
exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)
Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova
a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle
Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear
e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos
riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia
previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece
nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)
INTRODUCcedilAtildeO 31
Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da
Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que
aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da
obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)
nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos
trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes
fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho
(BRASIL 1994b)
Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a
inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o
acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de
exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo
ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de
trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para
a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria
define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e
determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em
cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de
meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem
quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise
de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no
diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no
manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)
INTRODUCcedilAtildeO 32
A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de
conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute
composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica
da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais
dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de
Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um
PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos
procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de
benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na
capacidade laborativa (BRASIL 1998a)
Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa
interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de
medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho
provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize
as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem
Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de
pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de
responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e
gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda
auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as
normas do Ministeacuterio do Trabalho
Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 33
inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana
realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on
Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck
Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA
em um ambiente
- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral
- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de
trabalho
- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular
apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo
- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos
extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros
agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um
PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores
importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees
preventivas
- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho
encaminhando-os para tratamento adequado
- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo
medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores
- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais
- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica
INTRODUCcedilAtildeO 34
- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a
perda auditiva
- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos
relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional
As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e
da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de
avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais
que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho
O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja
ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a
partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco
O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda
Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo
indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional
ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira
exposiccedilatildeo
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar
constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades
Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou
seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo
2 Gerenciamento audiomeacutetrico
3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)
INTRODUCcedilAtildeO 35
4 Medidas de proteccedilatildeo individual
5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo
6 Gerenciamento dos dados
7 Avaliaccedilatildeo do programa
Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura
acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de
acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo
auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis
A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser
implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um
cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo
contiacutenuo ao longo do tempo
Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da
aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real
e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)
As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute
um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza
Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho
fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)
Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da
equipe de sauacutede da empresa eacute
- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico
- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para
projetos de melhorias ambientais
INTRODUCcedilAtildeO 36
- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos
trabalhadores
- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta
utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos
para a audiccedilatildeo
- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas
auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa
- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da
elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas
administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo
- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e
registro adequado de todas as accedilotildees realizadas
A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do
mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo
desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho
A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos
quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e
outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de
medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo
acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et
al 2002)
A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo
(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria
INTRODUCcedilAtildeO 37
das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem
ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva
do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias
que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as
medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo
Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja
adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos
ou flexibilizados
- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade
- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais
- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo
- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores
- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico
- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero
dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador
exposto ao ruiacutedo
- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas
- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico
- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador
- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional
- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame
- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1
INTRODUCcedilAtildeO 38
- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual
- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico
- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados
com o exame
- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz
3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz
1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio
- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento
do examinador
- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a
partir de entatildeo anual e no exame demissional
- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi
realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da
uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso
auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos
Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e
Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos
trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para
a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA
De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de
cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento
proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas
horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar
perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que
INTRODUCcedilAtildeO 39
a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no
miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no
resultado do exame
O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de
exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste
audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames
ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico
Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e
torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou
agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento
fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA
De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com
absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o
controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares
auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do
monitoramento auditivo satildeo
- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a
comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos
- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento
perioacutedico
- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico
otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de
problemas de orelha meacutedia
- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo
INTRODUCcedilAtildeO 40
- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador
- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA
Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do
monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente
na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como
- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias
- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento
- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro
protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo
- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos
no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes
futuros seratildeo comparados
- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do
protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador
aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo
devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute
responsaacutevel pelo custeio desse procedimento
Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas
que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando
dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso
dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos
intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas
INTRODUCcedilAtildeO 41
etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma
melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador
Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o
controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH
1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares
tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil
acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o
protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido
negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de
protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de
trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)
Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a
partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande
responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na
implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a
alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo
Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da
conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um
hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora
elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e
enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos
teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios
para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado
com a sauacutede do trabalhador na empresa
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS
42
- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior
geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND
- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos
funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo
auditiva
- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de
exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo
individual do tipo auricular
- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em
engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado
- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos
quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados
auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo
auricular
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
MATERIAL E MEacuteTODOS
43
31 TIPO DE ESTUDO
A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos
dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de
natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede
audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento
preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de
Conservaccedilatildeo Auditiva
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e
patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia
administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos
e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou
seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade
Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que
possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)
8 horas diaacuterias)
A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como
atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos
doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina
profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de
funcionaacuterios que ficam na creche
MATERIAL E MEacuteTODOS
44
Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees
1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e
individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios
em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos
pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar
e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna
Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas
seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica
Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica
Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil
Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica
Armazenagem Expediente
Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento
Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo
Desjejum e Lanches Restaurantes I e II
33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO
No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos
riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente
atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
(LTCAT) organizado por Jesus (2004)
Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados
os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no
desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos
por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca
Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e
MATERIAL E MEacuteTODOS
45
os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450
sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores
Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes
da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute
(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para
incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)
O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas
atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo
Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose
observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)
34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO
A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de
pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de
admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo
da amostra
Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a
amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em
qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade
Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois
natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com
problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de
1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)
MATERIAL E MEacuteTODOS
46
realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do
estudo totalizando 174 trabalhadores estudados
35 ASPECTO EacuteTICO
O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de
dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue
ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND
(ANEXO B) (BRASIL 1996)
36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os
funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo
de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da
admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum
funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo
do exame para que esse se tornasse o de referecircncia
361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS
A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os
exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e
agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo
Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do
niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL
1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria
MATERIAL E MEacuteTODOS
47
pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de
accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma
de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um
valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite
de exposiccedilatildeo seja ultrapassado
Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico
de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem
desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de
funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo
assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho
para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio
funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento
Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato
auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar
de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar
o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista
3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS
As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de
250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization
for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos
audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-
MATERIAL E MEacuteTODOS
48
41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em
que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a
4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada
No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT
desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e
padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o
programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo
foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por
ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores
das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o
resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees
- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)
em todas as frequumlecircncias examinadas
- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os
limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem
valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando
essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em
ambos os lados
- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo
os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e
Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
MATERIAL E MEacuteTODOS
49
- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo
Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser
menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz
4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores
acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser
maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos
criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de
500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala
ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser
classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como
- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de
natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea
e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala
com resultados em torno de 100
MATERIAL E MEacuteTODOS
50
- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via
aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre
proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada
- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um
sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as
frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem
prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela
presenccedila do componente sensorioneural
362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO
Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da
pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)
(ANEXO D)
Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave
histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas
anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao
equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de
exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de
protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros
Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de
investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de
participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas
MATERIAL E MEacuteTODOS
51
363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS
Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees
forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo
acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou
intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo
com as seguintes especificaccedilotildees
1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de
aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB
2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca
Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB
3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319
CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB
Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo
sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que
circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor
auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes
As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos
de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de
2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)
MATERIAL E MEacuteTODOS
52
trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos
profissionais do SESMT da empresa
Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-
cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e
importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular
a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de
esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional
O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes
informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para
motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento
Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de
Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos
os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo
de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma
hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios
Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com
perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os
funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto
informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)
Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos
funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para
esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes
informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de
informaccedilatildeo para o grupo
MATERIAL E MEacuteTODOS
53
4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os
dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas
A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de
respostas entre os lados foi importante
Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia
admitindo as linhas ou as colunas como subtotais
4 RESULTADOS
RESULTADOS
54
Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os
paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor
ilustrar as anaacutelises
Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada
o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade
o Ambiente de produccedilatildeo
Dados de Anamnese
o Aspectos pessoais
o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho
o Aspectos gerais
Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados
o Por anos em que os exames auditivos foram realizados
Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005
41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA
411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE
Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste
estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo
por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos
da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)
A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade
do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A
idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn
860)
RESULTADOS
55
IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA
NAtildeO ZARAM
E AUDITIVO
LABILA
ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE
Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais
presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na
TABELA 1
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
REALIXAME
IMITE CEITAacuteVEL
TERAL
OtildeES NI
RAL) n n n
23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413
22 1454
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)
ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior
prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino
412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que
sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528
relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto
Esses dados podem ser observados na TABELA 2
Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos
antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos
ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento
RESULTADOS
56
de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo
ruidosas dentro da DND
Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato
Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas
como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA
SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES
DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE
COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160
Uso de moto 7
CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150
Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso
Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis
meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28
anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou
igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e
tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno
Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal
de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e
16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma
funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser
observados
RESULTADOS
57
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)
MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL
13 anos e meio
30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011
JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609
9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)
Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo
verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se
mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na
TABELA 4
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
TEMPO DE SERVICcedilO (DND)
NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)
n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse
estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No
RESULTADOS
58
GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos
funcionaacuterios que participaram no estudo
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
20
1210
15
20
25
tage
m (
)
14 14
64
8 8
2 21
5
10
ubseccedilotildees
Perc
en
0S
Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no
GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND
tambeacutem foram os que mais participaram no estudo
Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND
22
8 2
4612
10
Atendente de Nutriccedilatildeo
Auxiliar de Serviccedilo - Servente
Chefias
Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede
OficialAgente Administrativo
RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG
RESULTADOS
59
Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no
nuacutemero de fun etera exam realizado em
2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE
TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004
NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
que compotildeem a DND doze p desse do e houve
cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo
ervar na T LA 5
Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM
EXAME
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES (UNI OU
BILATERAL) n n n
CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -
COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272
DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176
LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo
() feita admitindo as linhas como subtotais
No ambiente de prod enos de 60dB(A)
a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo
Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados
podem ser observados no ( )
ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17
preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante
OBS Percentagem
4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO
uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m
(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de
ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod
ANEXO C
Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no
RESULTADOS
60
1782
ser observados na TABELA 6
ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos
R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no
trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se
acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses
dados podem
T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
EPERCUSS T
Alto 5345 Meacutedio 2931
PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL
Natildeo o 1724 Constante 4770
CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT
pinaram
Flutuante 1782 Impacto -
PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL
Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655
CcedilEcircNCIA DO
DUOS SOBMB
Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816
Jaacute acostumou 1337
PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO
Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034
PCcedilDESCO
42 DADOS DE MNESE
421 ASPECTOS PESSOAIS
A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas
revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes
relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201
atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos
funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou
bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons
Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o
protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o
ANA
RESULTADOS
61
equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o
protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio
(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no
meato acuacutestico externo ao usaacute-lo
Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou
tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo
apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3
Queixas natildeo auditivas
39
46
2016 16
12
230
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
em (
)
Prurido
Zumbido
Plenitude auricular
Vertigem
Cera excessiva
Otalgia
Inflamaccedilatildeo
GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia
Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais
apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas
apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4
Representaccedilatildeo dos sintompe
RESULTADOS
62
Queixas e frequumlecircncia de comportamento
42
21
129
117
95
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Cansaccedilo (agraves vezes)
Cansaccedilo (sempre)
Sono (agraves vezes)
Sono (sempre)
Irritaccedilatildeo (agraves vezes)
Irritaccedilatildeo (sempre)
Desmotivado (agraves vezes)
Desmotivado (sempre)
Desatento (agraves vezes)
GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia
Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20
referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias
mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)
seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos
rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou
resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas
auditivas perceptiacuteveis
A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e
6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que
ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente
Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo
realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram
o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225
conhecem com opinaram
Roc
otildee
natildeo faz
o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo
RESULTADOS
63
A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137
acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede
422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com
uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a
limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento
das bandejas com os alimentos
Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao
trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)
que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo
que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que
natildeo participam
Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso
de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do
SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados
Esses dados podem ser observados na TABELA 7
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim Natildeo
pr
3218 6718 Sim Natildeo
OUTROS AGENTES NOCIVOS
Vibraccedilatildeo 1436 8563
Produtos Quiacutemicos CONTATO COM
Sim Natildeo
CIPA
Sim Natildeo
Capacitaccedilotildees
PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES
862 9138
6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS
Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574
RESULTADOS
64
8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem
uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo
perten
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem
uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5
Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando
frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298
389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade
do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois
cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade
Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da
preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo
Queixas durante o uso do protetor auricular
4550 Incomodo
42
35
85 3
0
5
1015
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Dificulta a conservaccedilatildeo
Coceira excessiva
Excesso de cera
Aumento da temperaturaauricular
Inseguranccedila
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
RESULTADOS
65
ossuem limiares
uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as
usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8
TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual
USO DO PROTETOR AURICULAR
Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo
consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental
Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p
a
frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que
referem itiva
Df
entuais icular
tiva dos
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
R ULTADOS DOS EXAMES n n n
ES
NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)
11 2115 37 3627 7 35 X
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)
23 4423 45 4411 9 45
LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)
18 3461 20 1960 4 20
TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100
ANI
OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais
O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e
Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de
Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de
1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do
equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9
Pe
RESULTADOS
66
TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
USO DO PROTETOR AURICULAR
Dp
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
n n n
SN
CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A
COZIN
CA
RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30
CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20
DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25
LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10
TOTAL (n = 174) 52 102 20
GEM E T
R
OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais
Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente
da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria
dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou
pelo menos agraves vezes
TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo
USO DE EPI
nta
os
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
INFORMACcedilAtildeO n n n
SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual
qu
RESULTADOS
67
TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
USO DE EPI
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO
n n n
MIN
PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447
NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149
OLOI
OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual
Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os
de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande
nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor
auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que
tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade
auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na
TABELA 12
TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
LIMITE
ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL
PA ESTAacuteVEL
AGRAVOU
MELHOROU
ntaamento de
Dindividu
USO D
PROTETOR AURICUL
n n n n
E
AR
SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270
NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704
= 6= 7
OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
em () fei
RESULTADOS
68
423 ASPECTOS GERAIS
A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da
Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de
fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios
Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas
questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser
observadas no RAacuteFICO 6
G
Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado
42
26
16
88
Importante
Bom
Faacutecil
Confuso
Longo
GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia
43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS
Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que
natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174
funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e
esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo
Ro
U
RESULTADOS
69
de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)
Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de
aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas
A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria
e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada
entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos
2 0
18 22 24
514
3
84
115
0
20
40
60
80
100
120
140
No
de
exam
es
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996
GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
431 ANAacuteLIS OR ANOS
Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19
fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os
exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005
Re
E P
RESULTADOS
70
4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004
Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria
dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou
bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13
TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004
DND (n = 174) n
IS
Distrf
NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas
sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha
esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita
Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos
funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses
4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e
limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva
sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na
maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas
770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e
limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8
RESULTADOS
71
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004
4583
0
50
416
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )
Orelha Direita Orelha Esquerda
Natildeo Sugest de PAIR
Sugestivo PAIR
(n = 24)
GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos
ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida
por outras etiologias que
natildeo o r
ivo
de
Di
nt
Das alteraccedilotildees auditivas
fu
por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva
uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004
222Natildeo Sugestivo de PAIR
778
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
de PAIR
(n = 18)
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
Percentagem ()
Sugestivo
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
RESULTADOS
72
zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para
15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos
ites ac i
TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex
4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005
O nuacutemero de funcionaacuterios que reali
1
lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral
Esses dados podem ser observados na TABELA 14
14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am
accedilatildeo auds es de 2005
DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59
REALIZARAM EXAME 6609AT 000
115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A
S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826
U IS ERAIS 21
OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees
auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na
orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita
Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios
da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)
apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis
na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na
orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos
funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)
satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser
observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11
o as linhas como subtotais
RESULTADOS
73
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005
40
0 10 20 30 40 50 60 70
Percentagem ()
Sugestivo de
SuPA
(n = 25)
GRAacuteFICO
Situaccedilatilde do
60
PAIR na OD
gestivo de IR na OE
10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005
o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005
8571de PAI
1429
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Percentagem ( )
Sugestivo R
Natildeo Sugestivo de
(n =
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR
alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de
alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via
aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural
plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)
21)
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
apresentaram
RESULTADOS
74
4313
a com
referecircnc
em
- Estaacutevel
- Agravado
Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)
dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva
sugestivo de PAIR (estaacuteveis)
Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na
orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo
contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que
minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de
PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis
Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND
observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva
pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de
funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como
podemos observar na TABELA 15
COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005
Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando
paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como
ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos
exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado
exames em que houve piora nos resultados
permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo
RESULTADOS
75
TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
LIMITE ACEITAacuteVEL
PA AGRAVOU
MELHOROU
A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos
ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E
DIETEacuteTICA n n n n
CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -
EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)
CODE 8
DIE - - 1 2500 3 7500 - -
LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5
RESTA 0 SE
E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250
RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
5 DISCUSSAtildeO
DISCUSSAtildeO
76
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de
caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho
auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves
vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo
interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos
profissionais da equipe de sauacutede
A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e
subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios
de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees
desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo
que trabalha foi a de maior destaque
No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea
de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um
nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)
Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho
em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos
anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades
laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes
nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos
direcionados a essa populaccedilatildeo
Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave
ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)
afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em
relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para
DISCUSSAtildeO
77
alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente
no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer
os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER
1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos
num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares
auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram
alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das
mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as
mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute
de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo
delas serem menos suscetiacuteveis
A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a
perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia
consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram
essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que
em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e
os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)
A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo
apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de
perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE
ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)
Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras
variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia
Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de
DISCUSSAtildeO
78
trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de
funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A
perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute
caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de
8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido
O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com
a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada
ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo
entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando
combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas
frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece
no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma
tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias
(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias
Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da
presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais
importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e
niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos
testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito
diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada
na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas
altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de
sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR
para as perdas auditivas encontradas
DISCUSSAtildeO
79
A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute
dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao
ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)
Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais
foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e
com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior
proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco
anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute
elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo
da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A
partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da
orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo
funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior
mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e
naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila
dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo
A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis
de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma
funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)
afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB
durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees
irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo
inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da
coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
80
resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios
para a sauacutede (MELNICK 1985)
Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos
quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI
1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na
amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo
foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas
A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o
conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa
avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc
Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da
perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de
procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo
audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida
(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do
sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as
doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de
instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica
O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e
qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo
da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que
envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de
seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho
(PIZARRO PIZARRO 2000)
DISCUSSAtildeO
81
Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o
agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral
como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY
2000)
Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem
em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das
conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os
dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e
de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio
aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa
sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim
como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados
audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas
doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela
na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo
ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A
realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de
indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados
sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo
adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa
atuaccedilatildeo (SAVA 2005)
O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo
Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente
laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees
DISCUSSAtildeO
82
mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e
Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de
trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)
chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a
comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees
psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se
comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido
frente a esse agente fiacutesico
Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo
auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a
acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o
prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim
como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa
populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo
do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local
e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora
percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda
pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das
perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o
nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau
da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem
excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem
assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)
DISCUSSAtildeO
83
Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e
terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente
comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a
realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e
educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as
atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse
conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na
educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como
tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)
Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a
estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar
de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia
ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER
1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei
no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)
Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a
situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as
necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo
Kwitko (1998) satildeo
- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de
ruiacutedo excessivo no interior da cabina
DISCUSSAtildeO
84
- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de
sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos
durante a colocaccedilatildeo dos fones
- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do
teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees
experiecircncia em testes anteriores
- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo
entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias
condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal
resposta motora)
Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e
comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso
esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser
garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados
possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e
apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva
Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente
tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o
mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o
tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente
principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio
De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios
de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como
referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
85
que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior
nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando
a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute
uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal
A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a
realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de
oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo
do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo
audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees
com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774
referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao
meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o
funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas
estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame
Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a
elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-
se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo
entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health
Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck
Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva
(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)
Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos
de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao
DISCUSSAtildeO
86
ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise
das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo
(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)
A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute
extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente
dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)
Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da
amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares
auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a
10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz
ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em
frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de
limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias
No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame
auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das
alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo
Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua
situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames
audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a
conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)
Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para
115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as
alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram
resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma
DISCUSSAtildeO
87
alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo
audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR
Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que
45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as
mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou
agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem
alta e permanente
Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros
autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de
metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em
trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a
prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275
mineradores
A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo
bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas
alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma
maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os
casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)
Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente
unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001
CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise
uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias
havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais
para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees
DISCUSSAtildeO
88
Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos
limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa
melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva
normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos
limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute
irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito
aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a
diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO
et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da
dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel
ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER
ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar
o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis
Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas
auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)
Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos
que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo
de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que
60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que
pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser
considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz
respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da
populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor
1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983
DISCUSSAtildeO
89
Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano
auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo
protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que
chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau
de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo
protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em
oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um
periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH
1998)
O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio
complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de
pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a
dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado
ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do
protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo
individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente
ao trabalhador (SARTORI 2005)
Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores
auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e
escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de
colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia
pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)
O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que
atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a
DISCUSSAtildeO
90
execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu
ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo
Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de
apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam
(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso
quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre
Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de
intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo
mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo
plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse
modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o
plugue satildeo desconfortaacuteveis
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo
precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que
usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios
revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico
tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa
As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo
e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235
referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o
pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que
nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho
DISCUSSAtildeO
91
No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo
auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais
relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira
excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da
construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem
inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem
nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)
A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na
anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos
limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam
quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram
usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam
limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo
usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas
As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees
preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu
Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores
como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute
evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa
proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo
diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem
demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como
por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui
DISCUSSAtildeO
92
Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela
diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da
acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional
(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)
Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que
as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo
sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco
eficazes
Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva
encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de
ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a
proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa
estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas
com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos
exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de
perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento
audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes
consideraccedilotildees
- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente
- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros
com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi
suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica
- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa
de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido
(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees
- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva
do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um
monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo
permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva
- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para
prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo
de condutas preventivas nos casos alterados
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
94
- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)
para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos
outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano
- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo
das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees
- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes
por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas
mais contundentes
- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em
consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional
meacutedico no processo preventivo
- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas
integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com
as medidas atuais
REFEREcircNCIAS
REFEREcircNCIAS
95
ABEL S M HAYTHORNTHWAITE C A The progression of noise-induced hearing loss a survey of workers in selected industries in Canada J Otolaryngol Suppl Toronto v13 p2-36 1984
ALBERTI P W Noise the most ubiquitous pollutant Noise amp Health London n1 p3-5 1998
ALMEIDA S I C ALBERNAZ P L M ZAIA P A XAVIER O G KARAZAWA E H I Histoacuteria natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruiacutedo Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v46 n22 p143-58 2000
ALVES R P C Perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores de uma induacutestria de papel e celulose 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Promoccedilatildeo de Sauacutede) - Universidade de Franca FrancaSP 2004
AMERICAN ACADEMY OF OTOLARYNGOLOGY HEAD AND NECK SURGERY FOUNDATION (AAOHNS) Guide for conservation of hearing in noise Washington 1988
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE ANSI Ѕ125 New York 1996
______ ANSI S126 New York 1997
ARANA G A C Sauacutede ambiental e fonoaudiologia O mundo da sauacutede Satildeo Paulo v21 n5 p285-89 setout1997
ARAUacuteJO G M REGAZZI R D Periacutecia e avaliaccedilatildeo de ruiacutedo e calor teoria e praacutetica 2ed Rio de Janeiro (sn) 2002 468p
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS (ABNT) Niacuteveis de ruiacutedos aceitaacuteveis referecircncias elaboraccedilatildeo NB951996 Rio de Janeiro ABNT 1996
AVAGLIANO A ALMEIDA K Estudo do desempenho de diferentes tipos de protetores auditivos Rev CEFAC Satildeo Paulo v3 n1 p77-87 2001
AZEVEDO A N ATHAYDE D S M REIS M L GIOVANELLA N Trabalho de educaccedilatildeo e sauacutede fonoaudioloacutegica em olarias Fono Atual Satildeo Paulo v5 n21 p36-39 2002
REFEREcircNCIAS
96
BERNARDI A P A SALDANHA JUNIOR O M Histoacuterico da inserccedilatildeo do fonoaudioacutelogo nas empresas do acompanhamento audiomeacutetrico agrave consultoria In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p15-27
BOSCH J Sorderas neurosensoriales In ABELLOacute P TRASERRA J Otorrinolaringologia Barcelona Doyma 1992 p192-8
BRASIL Ministeacuterio do Trabalho Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Decreto-lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Aprova a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 09 de ago 1943
______ Ministeacuterio do Trabalho Portaria 3214 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capiacutetulo V Tiacutetulo II da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho relativas a Seguranccedila e Medicina do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 8 de jun 1978a
______ Ministeacuterio do Trabalho Normas regulamentadoras de seguranccedila e sauacutede do trabalhador NR-15 anexos I e II Estabelece limites de toleracircncia para exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 08 de jun 1978b
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 24 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 7 - Programa de Controle Meacutedico e Sauacutede Ocupacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994a
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 25 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 9 - Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994b
______ Conselho Nacional de Sauacutede Aprovaccedilatildeo das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo nordm 196 10 out de 1996 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia out1996
______ Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) Ordem de Serviccedilo nordm 608 de 5 de agosto de 1998 Aprova Norma Teacutecnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora de origem ocupacional Ministeacuterio da Previdecircncia e Assistecircncia Social Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 19 de ago 1998a
REFEREcircNCIAS
97
______ Ministeacuterio do Trabalho - Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 19 de 9 de Abril de 1998 Diretrizes e paracircmetros miacutenimos para avaliaccedilatildeo a acompanhamento da audiccedilatildeo em trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevados Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 22 de abr 1998b
BURNS V STEAD J C PENNY H W The relations between temporary shift and occupational hearing loss In BURNS W ROBINSON D W Hearing and noise in industry London Her Magestyrsquos Stationery Office 1970
CARNICELLI M V F Exposiccedilatildeo ocupacional a vibraccedilatildeo transmitida atraveacutes das matildeos uma revisatildeo sobre o distuacuterbio vascular perifeacuterico Rev Bras Sauacutede Ocup Satildeo Paulo v22 n82 p35-44 abrjun 1994
CELIK O YALCcedilIN S OumlZTUumlRK A Hearing parameters in noise exposed industrial workers Auris Nasus Larynx Amsterdam v25 n4 p369-375 1998
CHERMAK G D DENGERINK J E DENGERINK H A Threshold of octave masking as a predictor of temporary threshold shift following repeated noise exposure J Speech Hear Disord Rockville n49 p303-8 1984
COLES R A Classification of causes mechanisms of patient disturbance and associated counseling In VERNON J A MOLLER A R Mechanisms of tinnitus Boston Allyn and Bacon 1995 p11-19
COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA Perda auditiva induzida por ruiacutedo relacionada ao trabalho Boletim Satildeo Paulo n 1 1999a
______ Padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador exposto ao ruiacutedo Boletim Belo Horizonte n2 1999b
______ Recomendaccedilotildees miacutenimas para elaboraccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva Boletim Satildeo Paulo n6 1999c
CORDEIRO R LIMA FILHO E C NASCIMENTO L C Associaccedilatildeo da perda auditiva induzida pelo ruiacutedo com o tempo acumulado de trabalho entre motoristas e cobradores Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n10 p210-21 1994
REFEREcircNCIAS
98
CORREcircA FILHO H R COSTA L S HOEHNE E L PEREZ M A NASCIMENTO L C DE MOURA E C Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v36 n6 p693-701 2002
CORREIA J W PAIR e suas complicaccedilotildees meacutedico-periciais CIPA Satildeo Paulo v244 n21 p54-69 2000
COSTA E A KITAMURA S Oacutergatildeos dos sentidos audiccedilatildeo In MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995 p365-86
COSTA E N Efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo e audiologia industrial Revista de Fonoaudiologia Satildeo Paulo v1 n2 p12-16 nov abr 19941995
COX R M ALEXANDER G C GRAY GA Who wants a hearing aid Personality profiles of hearing aid seekers Ear Hear Baltimore v26 n1 p12-26 2005
CUBAS DE ALMEIDA S I Histoacuteria natural da disacusia induzida por ruiacutedo industrial e implicaccedilotildees meacutedico-legais1992 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Otorrinolaringologia) - Escola Paulista de Medicina Satildeo Paulo 1992
_____ O diagnoacutestico diferencial da disacusia neurossensorial por ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p181-187
DAVIS H SILVERMAN SR Hearing and deafness 3ed New York Holt Rinehart amp Winston 1970
DUNN D Cochlear morphology associated with overexposure to noise Journal of the Ohio Speech and Hearing Association Ohio n10 p 22-28 1987
FANTAZZINI M L Atenuaccedilatildeo de protetores auriculares In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p103-111
FERNANDES M Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposiccedilatildeo ocupacional a ruiacutedo e vibraccedilatildeo 2005 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Universidade Tuiuti do ParanaacutePR 2005
REFEREcircNCIAS
99
FERREIRA D A fonoaudiologia o direito previdenciaacuterio e a perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p202-214
FERREIRA JUNIOR M Perda auditiva induzida por ruiacutedo bom senso e consenso Satildeo Paulo VK 1998 121p
_____ Perda auditiva induzida por ruiacutedo In ______ Sauacutede no trabalho Satildeo Paulo Roca 2000 p262-285
FIORINI A C SILVA S BEVILACQUA M C Ruiacutedo comunicaccedilatildeo e outras alteraccedilotildees SOS Sauacutede Ocup Segur Satildeo Paulo v26 p49-60 1991
FIORINI A C A importacircncia do monitoramento audiomeacutetrico no programa de conservaccedilatildeo auditiva Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo n13 p95-102 1994a
FIORINI A C Conservaccedilatildeo auditiva estudo sobre o monitoramento audiomeacutetrico em trabalhadores de uma induacutestria metaluacutergica 1994 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo Humana) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1994b
FIORINI A C O uso de registros de emissotildees otoacuacutesticas como instrumento de vigilacircncia epidemioloacutegica de alteraccedilotildees auditivas em trabalhadores expostos a ruiacutedo Tese (Doutorado em Sauacutede Ambiental) - Faculdade de Sauacutede Puacuteblica Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2000
FIORINI A C NASCIMENTO P E S Programa de prevenccedilatildeo de perdas auditivas In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Rio de Janeiro Revinter 2001 v2 p51-61
FRANCO E S RUSSO I C P Prevalecircncia de perdas auditivas em trabalhadores no processo admissional em empresa na regiatildeo de CampinasSP Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n5 p661-70 2001
FUNDACENTRO Norma de higiene ocupacional procedimento teacutecnico ndash avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo nordm 1 (NHO - 01) Satildeo Paulo 2001
GALAFASSI M C Medicina do trabalho Satildeo Paulo Atlas 1998
REFEREcircNCIAS
100
GATES G A COOPER J C KANNEL W B et al Hearing in the elderly the framingham cohort Ear Hear Baltimore n11 p247-56 1990
GATES G A SCHMID P KUJAWA S G NAM B DAGOSTINHO R Longitudinal threshold changes in older men with audiometric notches Hearing Research Amsterdam v141 n12 p220-28 2000
GERGES S N Y Efeitos nocivos a audiccedilatildeo e as consequumlecircncias das vibraccedilotildees no corpo humano Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p56-62 jul 1997
GIAMPAOLI E Persistecircncia especialista diz que profissionais tem como resolver problemas mais comuns da induacutestria Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo n101 p8 2000
GOBBATO L H F G COSTA E A SAMPAIO M H GOBBATO JUacuteNIOR F M Estudo do efeito aprendizagem em exames audiomeacutetricos sequumlenciais em trabalhadores de induacutestria metaluacutergica e suas implicaccedilotildees nos programas de conservaccedilatildeo auditiva Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v70 n4 p540-4 julago 2004
GLORIG A Noise past present and future Ear Hear Baltimore v1 n1 p4-18 1980
GOMES R Inimigo invisiacutevel induacutestria brasileira continua fabricando surdos apesar dos avanccedilos tecnoloacutegicos Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v 22 n5 p74-8 abrmaio 1989
GUERRA M R LOURENCcedilO P M C TEXEIRA M T B ALVES M J M Prevalecircncia de perda auditiva induzida por ruiacutedo em empresa metaluacutergica Rev Sauacutede Publ Satildeo Paulo n39 p527-30 2005
HANDAR Z Ruiacutedo controlado Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v11 n77 p63-67 maio 1998
HENDERSON D HAMERNIK R P Biologics bases of noise-induced hearing loss In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p513-33
HEacuteTU R GETTY I QUOC H T Impact of occupational hearing loss on the lives of workers In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p495-512
REFEREcircNCIAS
101
HUNGRIA H Trauma sonoro In ______ Otorrinolaringologia 8ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 p389-400
IBANtildeEZ R N Programa de conservaccedilatildeo auditiva In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p255-60
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) Instruccedilatildeo Normativa nordm 78 de 16 de julho de 2002 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 18 de jul 2002
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO) Acoustics audiometric test methods ndash Part 1 basic pure tone air and bone conduction threshold audiometry ISO 8253-1 Geneve Switzerland 1989
JERGER S JERGER J Perda auditiva por induccedilatildeo de ruiacutedo In ______ Alteraccedilotildees auditivas Satildeo Paulo Atheneu 1998 p133-137
JESUS J E C C (Org) Laudo teacutecnico das condiccedilotildees ambientais de trabalho Ribeiratildeo PretoSP 2004
KRYTER K D The effects of noise on man New York Academic Press 1985
KWITKO A Audiometria ocupacional CIPA Satildeo Paulo v18 n213 p34-36 1997
______ Teste de rotina a obtenccedilatildeo da qualidade de ambiente e cabinas de testes audiomeacutetricos ocupacionais Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p66-68 out1998
LANDEN D WILKINS S STEPHENSON M MCWILLIAMS L Noise exposure and hearing loss among sand and gravel miners J Occup Environ Hyg Philadelphia v1 n8 p532-41 aug 2004
LASMAR A Diagnoacutestico da doenccedila profissional induzida pelo ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p153-161
LOPES-FILHO O C Deficiecircncia auditiva In ______ (Org) Tratado de fonoaudiologia Satildeo Paulo Tecmedd 2005 p23-40
REFEREcircNCIAS
102
LUXON L M The clinical diagnosis of noise induced hearing loss Advances in Noise Research Londres 1998
MARCHIORI L L M MELO J J Comparaccedilatildeo das queixas auditivas com relaccedilatildeo agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo em componentes de orquestra sinfocircnica Proacute-Fono Carapicuiacuteba v13 n1 p9-12 2001
MARTINS A L ALVARENGA K F BEVILACQUA M C COSTA FILHO O A Perda auditiva em motoristas e cobradores de ocircnibus Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n4 p 467-73 2001
MAY J J Occupational hearing loss Am J Ind Med New York v37 n1 p112-120 2000
MAYRINK C E SILVA C S FERREIRA M D BEVILAQUA M C Os efeitos do ruiacutedo na audiccedilatildeo Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo v12 p30-43 1993
MELLO A P WAISMANN W Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e quiacutemicos industriais e seus efeitos no sistema auditivo revisatildeo da literatura Arq Otorrinolaringol Satildeo Paulo v8 n3 p226-34 2004
MELNICK W Industrial hearing conservation In KATZ J Handbook of clinical audiology 4ed Baltimore Williams amp Wilkins 1985 p534-552
______ Sauacutede auditiva do trabalhador In KATZ J Tratado de audiologia cliacutenica 4ed Satildeo Paulo Manole 1999 p529-547 1999
MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995
MERLUZZI F Patologia da rumore In SARTORELLI E Tratatto di medicina del lavoro Padova Piccin 1981 v2 p1119-49
MOLLER M B Hearing in 70 and 75 years old people results from a crossection and longitudinal population Am J Otol Philadelphia n2 p22-9 1981
MOMENSOHN-SANTOS T M RUSSO I C P(Orgs) A praacutetica da audiologia cliacutenica 6ed Satildeo Paulo Cortez 2005 375p
REFEREcircNCIAS
103
MONTIEL-LOacutePEZ M CORZO-ALVAREZ G CHACIacuteN-ALMARZA B ROJAS-GONZAacuteLEZ L QUEVEDO A RENDILES H Prevalence and characterization of hearing loss in workers exposed to industrial noise of the turbogenerated electric plant of a petrochemical industry Invest Clin Maracaibo v47 n2 p117-31 jun 2006
MORATA T C Sauacutede do trabalhador estudo da exposiccedilatildeo simultacircnea a ruiacutedo e dissulfeto de carbono 1986 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1986
MORATA T C CARNICELLI M V Audiologia e sauacutede dos trabalhadores Satildeo Paulo EDUC 1988
MORATA T C LEMASTERS G K Epidemiologic considerations in the evaluation of occupational hearing loss Occup Med State Art Rev Philadelphia v10 n3 p 641-56 1995
MORATA T C DUNN D E SIEBER W K Perda auditiva ocupacional a agentes ototoacutexicos In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p189-201
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH) Preventing occupational hearing loss a practical guide Washington U S Department of Health and Human Services 1996
_____ Criteria for a recommended standard occupational noise exposure revised criterion Washington U S Department of Health and Human Services 1998
OLIVEIRA C G Fonoaudiologia preventiva em sauacutede do trabalhador In MARCHESAN I ZORZI J L E GOMES I C D (Orgs) Toacutepicos em fonoaudiologia 1996 v3 p 121-29
OLIVEIRA J A A Fisiologia cliacutenica da audiccedilatildeo ndash coacuteclea ativa In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p101-142
OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA) United States Department of Labor Occupational noise exposure hearing conservation amendment Federal Register Washington U S v48 n46 p9738-45 1983
REFEREcircNCIAS
104
PEARSON J D et al Gender differences in a longitudinal study of age-associated hearing loss Journal Acoust Soc Am Lancaster v97 n2 p1196-205 fev1995
PINTO N M C Alternativas para anaacutelise longitudinal de resultados audiomeacutetricos In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p73-188
PIZARRO G PIZARRO G U Diagnoacutestico cliacutenico pela audiometria ocupacional Acta Who Geneve v19 n1 p32-38 2000
PRASHER D New strategies for prevention and treatment of noise-induced hearing loss J Lancet Minneapolis n352 p1240-41 1998
RABINOWITZ P M Noise induced hearing loss Am Fam Physician Kansas City v61 n9 p2749-562759-60 2000
RIBEIRO A M D CAcircMARA V M Perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora em trabalhadores de manutenccedilatildeo de aeronaves de asas rotativas Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v22 n6 p1217-24 2006
RIBEIRO F S N OLIVEIRA S REIS M M SILVA C R MENEZES M A DIAS A E Processo de trabalho e riscos para a sauacutede dos trabalhadores em uma induacutestria de cimento Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n68 p1243-50 2002
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a niacuteveis elevados 2003 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) - Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo 2003
RIOS A L SILVA G A Sleep quality in noise exposed brazilian workers Noise amp Health London v8 n29 p27-34 2005
RODRIGUES M A G DEZAN A A MARCHIORI L L MEficaacutecia da escolha do protetor auditivo pequeno meacutedio e grande em programa de conservaccedilatildeo auditiva Rev CEFAC Satildeo Paulo v8 n4 p543-7 2006
ROYSTER J D ROYSTER L H Using audiometric data base analysis J Occup Med Baltimore n 28 p1055-68 1986
REFEREcircNCIAS
105
RUIZ R C MOREIRA M IZUMIDA M M RUIZ V Funccedilatildeo auditiva de trabalhadores em induacutestrias de papel e papelatildeo eacute analisada Revista CIPA Satildeo Paulo v12 n 3 p85-90 1996
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M SANTOS U P Programa de sauacutede dos trabalhadores a experiecircncia da zona norte uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo Hucitec 1989 p125-155
SANTOS U P (Org) Ruiacutedo riscos e prevenccedilatildeo 3ed Satildeo Paulo Hucitec 1999 157p
SANTANA V S BARBERINO J L Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e hipertensatildeo arterial Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo n29 p478-87 1995
SARTORI E Conhecimento e atitude de trabalhadores em relaccedilatildeo a prevenccedilatildeo da perda auditiva In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndash ocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p109-23
SATALOFF R T SATALOFF J Differential diagnosis of occupational hearing loss Occup Health Saf Waco v70 n9 p126-129 2001
SAVA L C Protocolo de avaliaccedilatildeo para populaccedilotildees expostas ao ruiacutedo industrial In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p189-202
SELIGMAN J Sintomas e sinais de PAIR In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p 143-9
SELIGMAN J NUDELMANN AA IBANtildeEZ R COSTA EA Perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In LAVINSKY L OLIVEIRA JAA Programa de educaccedilatildeo continuada em otologia Rio de Janeiro SOBSB 1999 p1-7
SIMPSON T H Programas de prevenccedilatildeo da perda auditiva ocupacional In MUSIEK F E RINTELMANN W F Perspectivas atuais em avaliaccedilatildeo auditiva Barueri Manole 2001 p461-480
REFEREcircNCIAS
106
SIVIERO A B FERNANDES M J LIMA J AC SANTONI C B BERNARDI A P A Prevalecircncia de perda auditiva em motoristas de ocircnibus do transporte coletivo da cidade de MaringaacutePR Rev CEFAC Satildeo Paulo v7 n3 p376-81 julset 2005
SUTER A H Construction noise exposure effects and the potential for remediation a review and analysis AIHA J Fairfax v63 n6 p768-89 novdec 2002
TAMBS K Moderate effects of hearing loss on mental health and subjective well-being results from the nord-trondelag hearing loss study Psychosom Med Baltimore v66 n5 p776-82 2004
TAY P Severe noise-induced deafness a 10-year review of cases Singapore Medical Journal Singapore v37 n4 p362-64 aug1996
WARD W D Adaptation and fatigue In JERGER J Modern developments in audiology 2ed New York Academic Press 1973 p323-8
_____ Endogenous factors related to susceptibility to damage from noise Occupational Hearing Loss State of the Art Reviews Baltimore v10 n3 p 561-76 1995
WELLESCHIK B KORPERT K Is the risk of noise-induced hearing damage higher for man than for women Journal Laryng Rhinol New York n59 p681-9 aug 1980
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of impairments disability and handcaps Geneve 1980
ANEXOS
ANEXOS
107
ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP
ANEXOS
108
ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo
E S C L A R E C I M E N T O
Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______
Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica
Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash
FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de
Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende
analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a
realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os
cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral
Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha
sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc
Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este
esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea
Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho
para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees
Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder
Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua
qualidade de vida
Atenciosamente
Ana Luacutecia Rios
ANEXOS
109
ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)
detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)
ANEXOS
110
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897
DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862
ANEXOS
111
RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
NPS dB (A)
DOS Q = 5 dB
(A)
DOS Q = 3 dB
(A)
GHE
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3
Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4
Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68
Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80
Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60
ANEXOS
112
Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60
Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62
Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60
Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60
Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60
ANEXOS
113
Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que
ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima
dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 5 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712
Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das
avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a
seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 3 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765
ANEXOS
114
ANEXO D ndash Questionaacuterio
NOME __________________________________
- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome
- Entregar o mais raacutepido possiacutevel
- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo
- Marque um (X) nas alternativas
- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)
- OD = orelha direita OE = orelha esquerda
- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
- Data de Nascimento ____ ____ ____
- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )
2ordm Grau Completo ( )
Superior ( )
- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos
- Seccedilatildeo ________________________________
1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo
( ) menos que oito horas diaacuterias
( ) oito horas diaacuterias
( ) mais que oito horas diaacuterias
2) Tem outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usa protetor de orelha neste outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute
( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto
( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto
4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) em casa ( ) oficina caseira
( ) wallkman ( ) banda de muacutesica
( ) discoteca ( ) esportes ruidosos
( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante
5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes
do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usava protetor de orelha neste serviccedilo
( ) SIM ( ) NAtildeO
Trabalhou por quanto tempo ____________
6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual ____________________________
Esse outro setor era barulhento
( ) SIM ( ) NAtildeO
7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho
( ) irrita
( ) incomoda
( ) prejudica a audiccedilatildeo
( ) natildeo trabalho no ruiacutedo
( ) jaacute acostumei
( ) natildeo atrapalha
8) Trabalha em turnos alternados
( ) SIM ( ) NAtildeO
9) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
10) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
11) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
ANEXOS
115
12) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute
( ) Normal ( ) OD ( ) OE
( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE
( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE
14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou
( ) lentamente
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
( ) bruscamente (muito raacutepido)
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quecirc _____________________________
____________________________________
18) Quanto a orelha vocecirc reclama de
( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera
( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)
( ) tontura ( ) barulho (zumbido)
( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado
( ) Natildeo reclamo
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama
19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc
sente
( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo
( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo
( ) sono ( ) desmotivado
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente
20) Vocecirc jaacute teve
( ) caxumba ( ) sarampo
( ) rubeacuteola ( ) catapora
( ) tuberculose ( ) meningite
21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) As duas orelhas
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
( ) As duas orelhas
( ) Teve que procurar um meacutedico
( ) SIM ( ) NAtildeO
23) Tem contato com produtos quiacutemicos
( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________
24) Tem contato com vibraccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede
( ) pressatildeo alta ( ) diabetes
( ) coraccedilatildeo ( ) rim
( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho
Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO
ANEXOS
116
26) Faz uso prolongado de
( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina
( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio
Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO
27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
28) Faz uso de fumo
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) nasceu com o problema
( ) ficou com o problema quando crianccedila
( ) ficou com o problema quando adulto
( ) ficou com o problema quando idoso
30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA
( ) SIM ( ) NAtildeO
31) Participa dos treinamentos e de palestras
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees
( ) Natildeo participo
32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo
quanto ao uso de protetor de orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quem
( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso
( ) jornal ( ) chefe ( ) outros
33) Usa o protetor de orelha
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa
( ) tipo concha (abafador)
( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)
( ) tipo concha + tipo plug (os dois)
( ) Natildeo uso
Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel
( ) abafador ( ) plug de borracha
( ) outro ( ) nenhum
35) Com o uso do protetor de orelha
( ) o ruiacutedo diminui no trabalho
( ) fica ruim para conversar
( ) o protetor incomoda
( ) a orelha coccedila muito
( ) junta sempre cera e entope
( ) a orelha fica muito quente
( ) se sente inseguro
( ) natildeo faz diferenccedila
( ) natildeo preciso usar protetor
( ) natildeo consigo usar o protetor
( ) uso soacute porque eacute obrigado
36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Quando crianccedila
( ) Por causa do trabalho
Ficou sabendo do resultado
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Gostaria de ser informado do resultado
37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees
da minha sauacutede
( ) SIM mas acho que natildeo preciso
ANEXOS
117
38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Natildeo me interesso
39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA
( ) SIM ( ) NAtildeO
Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico
( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo
( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo
( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC
( ) Outro meio informaccedilatildeo
40) O que achou do questionaacuterio
( ) muito longo ( ) confuso
( ) faacutecil ( ) difiacutecil
( ) importante ( ) bom
OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO
OBS Questionaacuterio adaptado de
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e
na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a
niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash
FMRP - USP 2003
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo
auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In
COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M
SANTOS U P Programa de sauacutede dos
trabalhadores A experiecircncia da zona norte
uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo
Hucitec 1989 p125-155
ANEXOS
117
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras
ANEXOS
118
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
119
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
120
ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
121
ANEXO G ndash Palestra informativa na DND
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
122
ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras
Capa do panfleto
Interior do panfleto
ANEXOS
123
ANEXO I ndash Cartazes informativos
ANEXOS
124
ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND
Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo
Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe
ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo
IRMAtildeOS GRIMM
RESUMO
RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional
ABSTRACT
RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent
Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia
61
GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
62
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
64
GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia
68
GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
69
GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
55
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
56
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
57
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
57
TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004
59
TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
60
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
63
TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual
65
TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
66
TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo
66
TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
67
TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
67
TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004
70
TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005
72
TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOHNS American Academy of Otolaryngology
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AC Antes de Cristo
ANSI American National Standard Institute
CA Certificado de Aprovaccedilatildeo
CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes
CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho
dB DeciBel
dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A
dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel
DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
DP Desvio Padratildeo
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo
HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
Hz Hertz
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
ISO International Standardization Organization
Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo
LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
MPL Mudanccedila Permanente de Limiar
MTb Ministeacuterio do Trabalho
MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar
n Nuacutemero de indiviacuteduos
NHO Norma de Higiene Ocupacional
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora
NR Norma Regulamentadora
NRR Noise Reduction Rating
NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)
OS Ordem de Serviccedilo
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PA Perda Auditiva
PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo
PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional
PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais
PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho
USP Universidade de Satildeo Paulo
WHO World Health Organization
SUMAacuteRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRAacuteFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APRESENTACcedilAtildeO
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
19
2 OBJETIVOS
42
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
43
4 RESULTADOS
54
5 DISCUSSAtildeO
76
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
REFEREcircNCIAS1
95
ANEXOS
107
1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002
APRESENTACcedilAtildeO
APRESENTACcedilAtildeO
16
Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser
desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa
rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do
trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao
ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros
processos produtivos
A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas
ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre
todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no
ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente
distribuiacutedo
A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de
administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave
qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no
sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das
normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo
O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social
educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais
de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do
Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O
PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de
levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus
efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se
APRESENTACcedilAtildeO
17
constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade
Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia
uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames
audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia
da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as
chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos
exames auditivos
Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel
pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo
dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute
problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da
ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade
Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das
fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico
do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo
se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador
e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos
de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso
Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na
empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades
relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas
Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e
APRESENTACcedilAtildeO
18
exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de
cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da
alteraccedilatildeo auditiva
Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus
dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do
trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados
padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e
adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e
da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o
gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo
A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da
audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais
de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e
contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa
1 INTRODUCcedilAtildeO
INTRODUCcedilAtildeO 19
Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais
presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua
intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer
(ALBERTI 1998)
No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas
ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus
efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo
que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES
1995)
A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs
prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute
muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas
intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases
produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)
A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos
problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por
Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de
Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez
Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva
Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras
1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo
INTRODUCcedilAtildeO 20
Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais
suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as
doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia
(RABINOWITZ 2000)
No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e
psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis
moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-
os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila
permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e
suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de
pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos
frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997
HUNGRIA 2000)
A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis
elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo
da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de
cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro
indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a
ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY
1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)
A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo
repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva
permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia
INTRODUCcedilAtildeO 21
criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo
(TAY 1996)
Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior
prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta
prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do
trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda
que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por
conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios
adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para
a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma
noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros
possam ser ainda maiores
Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees
praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos
trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do
niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras
O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que
em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo
ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30
desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa
base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o
risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto
a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998
PRASHER 1998)
INTRODUCcedilAtildeO 22
O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em
alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas
crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)
Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e
Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos
limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a
niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais
do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa
irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a
suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva
quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)
De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute
primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda
auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma
lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR
apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas
frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos
anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais
humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que
coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior
vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das
orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu
suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade
INTRODUCcedilAtildeO 23
demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a
frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute
uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute
o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os
autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da
regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a
aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a
afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E
CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)
Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e
predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de
progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz
1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo
ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu
niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo
As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de
pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na
perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute
progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)
Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta
frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo
provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses
dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais
(WARD 1973 DUNN 1987)
INTRODUCcedilAtildeO 24
Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo
tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas
mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para
o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999
HUNGRIA 2000)
A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos
ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes
simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes
ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de
outros fatores
A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de
risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e
bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com
niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma
Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo
destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes
(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes
bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais
dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom
insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem
distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas
hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)
Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos
derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as
INTRODUCcedilAtildeO 25
causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez
O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos
(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999
CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema
sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta
avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e
no seu controle
Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de
relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre
os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda
que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma
sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as
estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida
Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede
do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato
pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito
promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada
agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o
trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas
adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas
categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de
trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da
produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas
Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 26
patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes
o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no
trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava
excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou
mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia
Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e
progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As
tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos
de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e
previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees
agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu
estado
A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health
Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e
recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida
pelo ruiacutedo
Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de
serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia
oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia
privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas
ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente
dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter
INTRODUCcedilAtildeO 27
predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre
doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente
dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia
como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as
empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era
de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas
A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do
processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo
mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho
Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias
geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a
partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no
setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava
de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos
limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e
epidemioloacutegica agraves empresas
Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito
limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias
(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias
Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente
transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o
desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade
INTRODUCcedilAtildeO 28
Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo
(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de
classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico
propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador
bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA
CARNICELLI 1988)
Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios
para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A
promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia
Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como
profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva
execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele
deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua
base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)
Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames
audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas
Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande
importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998
passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores
elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos
riscos
Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica
acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que
tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)
INTRODUCcedilAtildeO 29
Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de
exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as
accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de
responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo
profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados
confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo
auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a
progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)
No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente
demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de
fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus
trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio
Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do
trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda
auditiva satildeo exigidos por lei
Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser
adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o
controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em
fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira
opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees
teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o
equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva
de acordo com Giampaoli (2000)
INTRODUCcedilAtildeO 30
O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que
leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o
recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes
nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo
No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de
trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL
1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes
ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do
Trabalho
Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito
da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a
realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo
ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de
exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de
toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por
exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)
Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova
a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle
Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear
e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos
riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia
previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece
nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)
INTRODUCcedilAtildeO 31
Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da
Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que
aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da
obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)
nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos
trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes
fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho
(BRASIL 1994b)
Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a
inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o
acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de
exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo
ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de
trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para
a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria
define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e
determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em
cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de
meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem
quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise
de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no
diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no
manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)
INTRODUCcedilAtildeO 32
A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de
conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute
composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica
da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais
dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de
Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um
PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos
procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de
benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na
capacidade laborativa (BRASIL 1998a)
Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa
interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de
medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho
provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize
as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem
Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de
pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de
responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e
gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda
auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as
normas do Ministeacuterio do Trabalho
Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 33
inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana
realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on
Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck
Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA
em um ambiente
- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral
- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de
trabalho
- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular
apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo
- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos
extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros
agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um
PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores
importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees
preventivas
- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho
encaminhando-os para tratamento adequado
- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo
medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores
- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais
- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica
INTRODUCcedilAtildeO 34
- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a
perda auditiva
- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos
relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional
As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e
da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de
avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais
que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho
O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja
ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a
partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco
O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda
Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo
indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional
ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira
exposiccedilatildeo
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar
constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades
Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou
seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo
2 Gerenciamento audiomeacutetrico
3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)
INTRODUCcedilAtildeO 35
4 Medidas de proteccedilatildeo individual
5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo
6 Gerenciamento dos dados
7 Avaliaccedilatildeo do programa
Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura
acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de
acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo
auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis
A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser
implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um
cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo
contiacutenuo ao longo do tempo
Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da
aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real
e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)
As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute
um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza
Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho
fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)
Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da
equipe de sauacutede da empresa eacute
- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico
- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para
projetos de melhorias ambientais
INTRODUCcedilAtildeO 36
- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos
trabalhadores
- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta
utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos
para a audiccedilatildeo
- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas
auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa
- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da
elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas
administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo
- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e
registro adequado de todas as accedilotildees realizadas
A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do
mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo
desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho
A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos
quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e
outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de
medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo
acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et
al 2002)
A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo
(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria
INTRODUCcedilAtildeO 37
das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem
ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva
do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias
que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as
medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo
Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja
adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos
ou flexibilizados
- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade
- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais
- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo
- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores
- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico
- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero
dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador
exposto ao ruiacutedo
- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas
- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico
- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador
- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional
- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame
- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1
INTRODUCcedilAtildeO 38
- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual
- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico
- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados
com o exame
- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz
3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz
1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio
- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento
do examinador
- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a
partir de entatildeo anual e no exame demissional
- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi
realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da
uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso
auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos
Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e
Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos
trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para
a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA
De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de
cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento
proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas
horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar
perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que
INTRODUCcedilAtildeO 39
a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no
miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no
resultado do exame
O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de
exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste
audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames
ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico
Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e
torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou
agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento
fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA
De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com
absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o
controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares
auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do
monitoramento auditivo satildeo
- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a
comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos
- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento
perioacutedico
- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico
otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de
problemas de orelha meacutedia
- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo
INTRODUCcedilAtildeO 40
- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador
- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA
Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do
monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente
na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como
- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias
- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento
- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro
protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo
- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos
no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes
futuros seratildeo comparados
- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do
protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador
aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo
devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute
responsaacutevel pelo custeio desse procedimento
Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas
que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando
dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso
dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos
intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas
INTRODUCcedilAtildeO 41
etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma
melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador
Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o
controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH
1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares
tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil
acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o
protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido
negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de
protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de
trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)
Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a
partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande
responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na
implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a
alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo
Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da
conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um
hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora
elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e
enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos
teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios
para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado
com a sauacutede do trabalhador na empresa
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS
42
- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior
geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND
- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos
funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo
auditiva
- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de
exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo
individual do tipo auricular
- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em
engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado
- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos
quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados
auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo
auricular
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
MATERIAL E MEacuteTODOS
43
31 TIPO DE ESTUDO
A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos
dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de
natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede
audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento
preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de
Conservaccedilatildeo Auditiva
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e
patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia
administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos
e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou
seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade
Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que
possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)
8 horas diaacuterias)
A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como
atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos
doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina
profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de
funcionaacuterios que ficam na creche
MATERIAL E MEacuteTODOS
44
Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees
1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e
individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios
em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos
pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar
e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna
Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas
seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica
Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica
Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil
Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica
Armazenagem Expediente
Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento
Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo
Desjejum e Lanches Restaurantes I e II
33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO
No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos
riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente
atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
(LTCAT) organizado por Jesus (2004)
Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados
os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no
desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos
por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca
Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e
MATERIAL E MEacuteTODOS
45
os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450
sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores
Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes
da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute
(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para
incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)
O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas
atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo
Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose
observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)
34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO
A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de
pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de
admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo
da amostra
Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a
amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em
qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade
Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois
natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com
problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de
1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)
MATERIAL E MEacuteTODOS
46
realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do
estudo totalizando 174 trabalhadores estudados
35 ASPECTO EacuteTICO
O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de
dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue
ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND
(ANEXO B) (BRASIL 1996)
36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os
funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo
de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da
admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum
funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo
do exame para que esse se tornasse o de referecircncia
361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS
A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os
exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e
agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo
Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do
niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL
1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria
MATERIAL E MEacuteTODOS
47
pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de
accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma
de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um
valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite
de exposiccedilatildeo seja ultrapassado
Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico
de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem
desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de
funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo
assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho
para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio
funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento
Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato
auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar
de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar
o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista
3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS
As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de
250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization
for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos
audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-
MATERIAL E MEacuteTODOS
48
41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em
que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a
4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada
No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT
desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e
padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o
programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo
foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por
ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores
das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o
resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees
- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)
em todas as frequumlecircncias examinadas
- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os
limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem
valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando
essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em
ambos os lados
- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo
os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e
Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
MATERIAL E MEacuteTODOS
49
- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo
Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser
menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz
4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores
acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser
maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos
criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de
500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala
ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser
classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como
- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de
natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea
e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala
com resultados em torno de 100
MATERIAL E MEacuteTODOS
50
- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via
aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre
proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada
- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um
sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as
frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem
prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela
presenccedila do componente sensorioneural
362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO
Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da
pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)
(ANEXO D)
Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave
histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas
anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao
equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de
exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de
protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros
Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de
investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de
participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas
MATERIAL E MEacuteTODOS
51
363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS
Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees
forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo
acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou
intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo
com as seguintes especificaccedilotildees
1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de
aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB
2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca
Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB
3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319
CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB
Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo
sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que
circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor
auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes
As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos
de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de
2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)
MATERIAL E MEacuteTODOS
52
trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos
profissionais do SESMT da empresa
Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-
cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e
importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular
a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de
esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional
O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes
informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para
motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento
Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de
Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos
os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo
de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma
hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios
Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com
perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os
funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto
informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)
Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos
funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para
esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes
informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de
informaccedilatildeo para o grupo
MATERIAL E MEacuteTODOS
53
4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os
dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas
A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de
respostas entre os lados foi importante
Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia
admitindo as linhas ou as colunas como subtotais
4 RESULTADOS
RESULTADOS
54
Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os
paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor
ilustrar as anaacutelises
Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada
o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade
o Ambiente de produccedilatildeo
Dados de Anamnese
o Aspectos pessoais
o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho
o Aspectos gerais
Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados
o Por anos em que os exames auditivos foram realizados
Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005
41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA
411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE
Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste
estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo
por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos
da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)
A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade
do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A
idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn
860)
RESULTADOS
55
IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA
NAtildeO ZARAM
E AUDITIVO
LABILA
ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE
Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais
presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na
TABELA 1
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
REALIXAME
IMITE CEITAacuteVEL
TERAL
OtildeES NI
RAL) n n n
23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413
22 1454
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)
ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior
prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino
412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que
sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528
relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto
Esses dados podem ser observados na TABELA 2
Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos
antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos
ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento
RESULTADOS
56
de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo
ruidosas dentro da DND
Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato
Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas
como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA
SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES
DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE
COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160
Uso de moto 7
CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150
Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso
Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis
meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28
anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou
igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e
tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno
Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal
de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e
16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma
funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser
observados
RESULTADOS
57
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)
MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL
13 anos e meio
30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011
JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609
9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)
Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo
verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se
mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na
TABELA 4
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
TEMPO DE SERVICcedilO (DND)
NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)
n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse
estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No
RESULTADOS
58
GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos
funcionaacuterios que participaram no estudo
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
20
1210
15
20
25
tage
m (
)
14 14
64
8 8
2 21
5
10
ubseccedilotildees
Perc
en
0S
Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no
GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND
tambeacutem foram os que mais participaram no estudo
Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND
22
8 2
4612
10
Atendente de Nutriccedilatildeo
Auxiliar de Serviccedilo - Servente
Chefias
Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede
OficialAgente Administrativo
RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG
RESULTADOS
59
Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no
nuacutemero de fun etera exam realizado em
2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE
TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004
NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
que compotildeem a DND doze p desse do e houve
cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo
ervar na T LA 5
Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM
EXAME
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES (UNI OU
BILATERAL) n n n
CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -
COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272
DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176
LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo
() feita admitindo as linhas como subtotais
No ambiente de prod enos de 60dB(A)
a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo
Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados
podem ser observados no ( )
ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17
preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante
OBS Percentagem
4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO
uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m
(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de
ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod
ANEXO C
Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no
RESULTADOS
60
1782
ser observados na TABELA 6
ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos
R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no
trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se
acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses
dados podem
T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
EPERCUSS T
Alto 5345 Meacutedio 2931
PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL
Natildeo o 1724 Constante 4770
CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT
pinaram
Flutuante 1782 Impacto -
PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL
Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655
CcedilEcircNCIA DO
DUOS SOBMB
Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816
Jaacute acostumou 1337
PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO
Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034
PCcedilDESCO
42 DADOS DE MNESE
421 ASPECTOS PESSOAIS
A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas
revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes
relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201
atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos
funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou
bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons
Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o
protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o
ANA
RESULTADOS
61
equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o
protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio
(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no
meato acuacutestico externo ao usaacute-lo
Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou
tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo
apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3
Queixas natildeo auditivas
39
46
2016 16
12
230
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
em (
)
Prurido
Zumbido
Plenitude auricular
Vertigem
Cera excessiva
Otalgia
Inflamaccedilatildeo
GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia
Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais
apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas
apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4
Representaccedilatildeo dos sintompe
RESULTADOS
62
Queixas e frequumlecircncia de comportamento
42
21
129
117
95
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Cansaccedilo (agraves vezes)
Cansaccedilo (sempre)
Sono (agraves vezes)
Sono (sempre)
Irritaccedilatildeo (agraves vezes)
Irritaccedilatildeo (sempre)
Desmotivado (agraves vezes)
Desmotivado (sempre)
Desatento (agraves vezes)
GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia
Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20
referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias
mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)
seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos
rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou
resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas
auditivas perceptiacuteveis
A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e
6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que
ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente
Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo
realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram
o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225
conhecem com opinaram
Roc
otildee
natildeo faz
o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo
RESULTADOS
63
A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137
acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede
422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com
uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a
limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento
das bandejas com os alimentos
Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao
trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)
que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo
que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que
natildeo participam
Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso
de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do
SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados
Esses dados podem ser observados na TABELA 7
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim Natildeo
pr
3218 6718 Sim Natildeo
OUTROS AGENTES NOCIVOS
Vibraccedilatildeo 1436 8563
Produtos Quiacutemicos CONTATO COM
Sim Natildeo
CIPA
Sim Natildeo
Capacitaccedilotildees
PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES
862 9138
6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS
Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574
RESULTADOS
64
8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem
uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo
perten
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem
uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5
Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando
frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298
389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade
do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois
cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade
Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da
preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo
Queixas durante o uso do protetor auricular
4550 Incomodo
42
35
85 3
0
5
1015
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Dificulta a conservaccedilatildeo
Coceira excessiva
Excesso de cera
Aumento da temperaturaauricular
Inseguranccedila
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
RESULTADOS
65
ossuem limiares
uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as
usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8
TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual
USO DO PROTETOR AURICULAR
Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo
consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental
Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p
a
frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que
referem itiva
Df
entuais icular
tiva dos
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
R ULTADOS DOS EXAMES n n n
ES
NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)
11 2115 37 3627 7 35 X
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)
23 4423 45 4411 9 45
LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)
18 3461 20 1960 4 20
TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100
ANI
OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais
O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e
Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de
Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de
1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do
equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9
Pe
RESULTADOS
66
TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
USO DO PROTETOR AURICULAR
Dp
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
n n n
SN
CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A
COZIN
CA
RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30
CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20
DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25
LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10
TOTAL (n = 174) 52 102 20
GEM E T
R
OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais
Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente
da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria
dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou
pelo menos agraves vezes
TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo
USO DE EPI
nta
os
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
INFORMACcedilAtildeO n n n
SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual
qu
RESULTADOS
67
TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
USO DE EPI
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO
n n n
MIN
PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447
NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149
OLOI
OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual
Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os
de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande
nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor
auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que
tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade
auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na
TABELA 12
TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
LIMITE
ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL
PA ESTAacuteVEL
AGRAVOU
MELHOROU
ntaamento de
Dindividu
USO D
PROTETOR AURICUL
n n n n
E
AR
SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270
NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704
= 6= 7
OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
em () fei
RESULTADOS
68
423 ASPECTOS GERAIS
A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da
Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de
fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios
Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas
questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser
observadas no RAacuteFICO 6
G
Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado
42
26
16
88
Importante
Bom
Faacutecil
Confuso
Longo
GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia
43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS
Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que
natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174
funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e
esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo
Ro
U
RESULTADOS
69
de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)
Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de
aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas
A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria
e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada
entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos
2 0
18 22 24
514
3
84
115
0
20
40
60
80
100
120
140
No
de
exam
es
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996
GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
431 ANAacuteLIS OR ANOS
Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19
fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os
exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005
Re
E P
RESULTADOS
70
4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004
Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria
dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou
bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13
TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004
DND (n = 174) n
IS
Distrf
NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas
sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha
esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita
Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos
funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses
4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e
limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva
sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na
maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas
770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e
limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8
RESULTADOS
71
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004
4583
0
50
416
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )
Orelha Direita Orelha Esquerda
Natildeo Sugest de PAIR
Sugestivo PAIR
(n = 24)
GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos
ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida
por outras etiologias que
natildeo o r
ivo
de
Di
nt
Das alteraccedilotildees auditivas
fu
por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva
uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004
222Natildeo Sugestivo de PAIR
778
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
de PAIR
(n = 18)
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
Percentagem ()
Sugestivo
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
RESULTADOS
72
zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para
15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos
ites ac i
TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex
4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005
O nuacutemero de funcionaacuterios que reali
1
lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral
Esses dados podem ser observados na TABELA 14
14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am
accedilatildeo auds es de 2005
DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59
REALIZARAM EXAME 6609AT 000
115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A
S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826
U IS ERAIS 21
OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees
auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na
orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita
Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios
da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)
apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis
na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na
orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos
funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)
satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser
observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11
o as linhas como subtotais
RESULTADOS
73
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005
40
0 10 20 30 40 50 60 70
Percentagem ()
Sugestivo de
SuPA
(n = 25)
GRAacuteFICO
Situaccedilatilde do
60
PAIR na OD
gestivo de IR na OE
10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005
o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005
8571de PAI
1429
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Percentagem ( )
Sugestivo R
Natildeo Sugestivo de
(n =
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR
alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de
alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via
aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural
plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)
21)
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
apresentaram
RESULTADOS
74
4313
a com
referecircnc
em
- Estaacutevel
- Agravado
Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)
dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva
sugestivo de PAIR (estaacuteveis)
Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na
orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo
contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que
minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de
PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis
Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND
observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva
pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de
funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como
podemos observar na TABELA 15
COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005
Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando
paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como
ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos
exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado
exames em que houve piora nos resultados
permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo
RESULTADOS
75
TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
LIMITE ACEITAacuteVEL
PA AGRAVOU
MELHOROU
A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos
ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E
DIETEacuteTICA n n n n
CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -
EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)
CODE 8
DIE - - 1 2500 3 7500 - -
LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5
RESTA 0 SE
E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250
RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
5 DISCUSSAtildeO
DISCUSSAtildeO
76
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de
caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho
auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves
vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo
interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos
profissionais da equipe de sauacutede
A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e
subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios
de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees
desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo
que trabalha foi a de maior destaque
No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea
de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um
nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)
Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho
em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos
anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades
laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes
nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos
direcionados a essa populaccedilatildeo
Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave
ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)
afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em
relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para
DISCUSSAtildeO
77
alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente
no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer
os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER
1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos
num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares
auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram
alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das
mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as
mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute
de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo
delas serem menos suscetiacuteveis
A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a
perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia
consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram
essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que
em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e
os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)
A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo
apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de
perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE
ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)
Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras
variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia
Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de
DISCUSSAtildeO
78
trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de
funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A
perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute
caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de
8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido
O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com
a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada
ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo
entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando
combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas
frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece
no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma
tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias
(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias
Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da
presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais
importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e
niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos
testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito
diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada
na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas
altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de
sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR
para as perdas auditivas encontradas
DISCUSSAtildeO
79
A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute
dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao
ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)
Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais
foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e
com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior
proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco
anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute
elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo
da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A
partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da
orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo
funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior
mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e
naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila
dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo
A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis
de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma
funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)
afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB
durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees
irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo
inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da
coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
80
resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios
para a sauacutede (MELNICK 1985)
Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos
quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI
1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na
amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo
foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas
A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o
conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa
avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc
Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da
perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de
procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo
audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida
(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do
sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as
doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de
instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica
O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e
qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo
da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que
envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de
seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho
(PIZARRO PIZARRO 2000)
DISCUSSAtildeO
81
Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o
agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral
como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY
2000)
Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem
em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das
conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os
dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e
de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio
aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa
sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim
como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados
audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas
doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela
na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo
ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A
realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de
indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados
sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo
adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa
atuaccedilatildeo (SAVA 2005)
O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo
Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente
laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees
DISCUSSAtildeO
82
mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e
Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de
trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)
chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a
comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees
psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se
comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido
frente a esse agente fiacutesico
Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo
auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a
acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o
prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim
como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa
populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo
do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local
e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora
percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda
pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das
perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o
nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau
da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem
excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem
assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)
DISCUSSAtildeO
83
Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e
terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente
comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a
realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e
educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as
atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse
conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na
educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como
tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)
Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a
estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar
de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia
ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER
1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei
no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)
Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a
situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as
necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo
Kwitko (1998) satildeo
- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de
ruiacutedo excessivo no interior da cabina
DISCUSSAtildeO
84
- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de
sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos
durante a colocaccedilatildeo dos fones
- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do
teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees
experiecircncia em testes anteriores
- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo
entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias
condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal
resposta motora)
Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e
comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso
esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser
garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados
possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e
apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva
Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente
tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o
mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o
tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente
principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio
De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios
de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como
referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
85
que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior
nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando
a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute
uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal
A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a
realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de
oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo
do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo
audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees
com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774
referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao
meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o
funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas
estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame
Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a
elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-
se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo
entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health
Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck
Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva
(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)
Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos
de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao
DISCUSSAtildeO
86
ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise
das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo
(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)
A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute
extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente
dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)
Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da
amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares
auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a
10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz
ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em
frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de
limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias
No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame
auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das
alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo
Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua
situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames
audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a
conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)
Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para
115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as
alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram
resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma
DISCUSSAtildeO
87
alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo
audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR
Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que
45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as
mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou
agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem
alta e permanente
Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros
autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de
metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em
trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a
prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275
mineradores
A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo
bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas
alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma
maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os
casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)
Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente
unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001
CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise
uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias
havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais
para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees
DISCUSSAtildeO
88
Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos
limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa
melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva
normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos
limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute
irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito
aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a
diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO
et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da
dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel
ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER
ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar
o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis
Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas
auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)
Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos
que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo
de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que
60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que
pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser
considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz
respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da
populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor
1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983
DISCUSSAtildeO
89
Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano
auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo
protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que
chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau
de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo
protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em
oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um
periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH
1998)
O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio
complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de
pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a
dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado
ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do
protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo
individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente
ao trabalhador (SARTORI 2005)
Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores
auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e
escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de
colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia
pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)
O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que
atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a
DISCUSSAtildeO
90
execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu
ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo
Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de
apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam
(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso
quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre
Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de
intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo
mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo
plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse
modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o
plugue satildeo desconfortaacuteveis
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo
precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que
usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios
revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico
tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa
As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo
e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235
referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o
pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que
nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho
DISCUSSAtildeO
91
No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo
auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais
relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira
excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da
construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem
inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem
nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)
A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na
anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos
limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam
quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram
usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam
limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo
usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas
As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees
preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu
Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores
como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute
evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa
proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo
diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem
demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como
por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui
DISCUSSAtildeO
92
Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela
diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da
acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional
(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)
Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que
as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo
sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco
eficazes
Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva
encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de
ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a
proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa
estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas
com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos
exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de
perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento
audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes
consideraccedilotildees
- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente
- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros
com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi
suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica
- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa
de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido
(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees
- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva
do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um
monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo
permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva
- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para
prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo
de condutas preventivas nos casos alterados
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
94
- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)
para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos
outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano
- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo
das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees
- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes
por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas
mais contundentes
- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em
consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional
meacutedico no processo preventivo
- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas
integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com
as medidas atuais
REFEREcircNCIAS
REFEREcircNCIAS
95
ABEL S M HAYTHORNTHWAITE C A The progression of noise-induced hearing loss a survey of workers in selected industries in Canada J Otolaryngol Suppl Toronto v13 p2-36 1984
ALBERTI P W Noise the most ubiquitous pollutant Noise amp Health London n1 p3-5 1998
ALMEIDA S I C ALBERNAZ P L M ZAIA P A XAVIER O G KARAZAWA E H I Histoacuteria natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruiacutedo Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v46 n22 p143-58 2000
ALVES R P C Perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores de uma induacutestria de papel e celulose 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Promoccedilatildeo de Sauacutede) - Universidade de Franca FrancaSP 2004
AMERICAN ACADEMY OF OTOLARYNGOLOGY HEAD AND NECK SURGERY FOUNDATION (AAOHNS) Guide for conservation of hearing in noise Washington 1988
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE ANSI Ѕ125 New York 1996
______ ANSI S126 New York 1997
ARANA G A C Sauacutede ambiental e fonoaudiologia O mundo da sauacutede Satildeo Paulo v21 n5 p285-89 setout1997
ARAUacuteJO G M REGAZZI R D Periacutecia e avaliaccedilatildeo de ruiacutedo e calor teoria e praacutetica 2ed Rio de Janeiro (sn) 2002 468p
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS (ABNT) Niacuteveis de ruiacutedos aceitaacuteveis referecircncias elaboraccedilatildeo NB951996 Rio de Janeiro ABNT 1996
AVAGLIANO A ALMEIDA K Estudo do desempenho de diferentes tipos de protetores auditivos Rev CEFAC Satildeo Paulo v3 n1 p77-87 2001
AZEVEDO A N ATHAYDE D S M REIS M L GIOVANELLA N Trabalho de educaccedilatildeo e sauacutede fonoaudioloacutegica em olarias Fono Atual Satildeo Paulo v5 n21 p36-39 2002
REFEREcircNCIAS
96
BERNARDI A P A SALDANHA JUNIOR O M Histoacuterico da inserccedilatildeo do fonoaudioacutelogo nas empresas do acompanhamento audiomeacutetrico agrave consultoria In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p15-27
BOSCH J Sorderas neurosensoriales In ABELLOacute P TRASERRA J Otorrinolaringologia Barcelona Doyma 1992 p192-8
BRASIL Ministeacuterio do Trabalho Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Decreto-lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Aprova a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 09 de ago 1943
______ Ministeacuterio do Trabalho Portaria 3214 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capiacutetulo V Tiacutetulo II da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho relativas a Seguranccedila e Medicina do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 8 de jun 1978a
______ Ministeacuterio do Trabalho Normas regulamentadoras de seguranccedila e sauacutede do trabalhador NR-15 anexos I e II Estabelece limites de toleracircncia para exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 08 de jun 1978b
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 24 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 7 - Programa de Controle Meacutedico e Sauacutede Ocupacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994a
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 25 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 9 - Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994b
______ Conselho Nacional de Sauacutede Aprovaccedilatildeo das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo nordm 196 10 out de 1996 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia out1996
______ Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) Ordem de Serviccedilo nordm 608 de 5 de agosto de 1998 Aprova Norma Teacutecnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora de origem ocupacional Ministeacuterio da Previdecircncia e Assistecircncia Social Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 19 de ago 1998a
REFEREcircNCIAS
97
______ Ministeacuterio do Trabalho - Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 19 de 9 de Abril de 1998 Diretrizes e paracircmetros miacutenimos para avaliaccedilatildeo a acompanhamento da audiccedilatildeo em trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevados Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 22 de abr 1998b
BURNS V STEAD J C PENNY H W The relations between temporary shift and occupational hearing loss In BURNS W ROBINSON D W Hearing and noise in industry London Her Magestyrsquos Stationery Office 1970
CARNICELLI M V F Exposiccedilatildeo ocupacional a vibraccedilatildeo transmitida atraveacutes das matildeos uma revisatildeo sobre o distuacuterbio vascular perifeacuterico Rev Bras Sauacutede Ocup Satildeo Paulo v22 n82 p35-44 abrjun 1994
CELIK O YALCcedilIN S OumlZTUumlRK A Hearing parameters in noise exposed industrial workers Auris Nasus Larynx Amsterdam v25 n4 p369-375 1998
CHERMAK G D DENGERINK J E DENGERINK H A Threshold of octave masking as a predictor of temporary threshold shift following repeated noise exposure J Speech Hear Disord Rockville n49 p303-8 1984
COLES R A Classification of causes mechanisms of patient disturbance and associated counseling In VERNON J A MOLLER A R Mechanisms of tinnitus Boston Allyn and Bacon 1995 p11-19
COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA Perda auditiva induzida por ruiacutedo relacionada ao trabalho Boletim Satildeo Paulo n 1 1999a
______ Padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador exposto ao ruiacutedo Boletim Belo Horizonte n2 1999b
______ Recomendaccedilotildees miacutenimas para elaboraccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva Boletim Satildeo Paulo n6 1999c
CORDEIRO R LIMA FILHO E C NASCIMENTO L C Associaccedilatildeo da perda auditiva induzida pelo ruiacutedo com o tempo acumulado de trabalho entre motoristas e cobradores Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n10 p210-21 1994
REFEREcircNCIAS
98
CORREcircA FILHO H R COSTA L S HOEHNE E L PEREZ M A NASCIMENTO L C DE MOURA E C Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v36 n6 p693-701 2002
CORREIA J W PAIR e suas complicaccedilotildees meacutedico-periciais CIPA Satildeo Paulo v244 n21 p54-69 2000
COSTA E A KITAMURA S Oacutergatildeos dos sentidos audiccedilatildeo In MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995 p365-86
COSTA E N Efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo e audiologia industrial Revista de Fonoaudiologia Satildeo Paulo v1 n2 p12-16 nov abr 19941995
COX R M ALEXANDER G C GRAY GA Who wants a hearing aid Personality profiles of hearing aid seekers Ear Hear Baltimore v26 n1 p12-26 2005
CUBAS DE ALMEIDA S I Histoacuteria natural da disacusia induzida por ruiacutedo industrial e implicaccedilotildees meacutedico-legais1992 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Otorrinolaringologia) - Escola Paulista de Medicina Satildeo Paulo 1992
_____ O diagnoacutestico diferencial da disacusia neurossensorial por ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p181-187
DAVIS H SILVERMAN SR Hearing and deafness 3ed New York Holt Rinehart amp Winston 1970
DUNN D Cochlear morphology associated with overexposure to noise Journal of the Ohio Speech and Hearing Association Ohio n10 p 22-28 1987
FANTAZZINI M L Atenuaccedilatildeo de protetores auriculares In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p103-111
FERNANDES M Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposiccedilatildeo ocupacional a ruiacutedo e vibraccedilatildeo 2005 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Universidade Tuiuti do ParanaacutePR 2005
REFEREcircNCIAS
99
FERREIRA D A fonoaudiologia o direito previdenciaacuterio e a perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p202-214
FERREIRA JUNIOR M Perda auditiva induzida por ruiacutedo bom senso e consenso Satildeo Paulo VK 1998 121p
_____ Perda auditiva induzida por ruiacutedo In ______ Sauacutede no trabalho Satildeo Paulo Roca 2000 p262-285
FIORINI A C SILVA S BEVILACQUA M C Ruiacutedo comunicaccedilatildeo e outras alteraccedilotildees SOS Sauacutede Ocup Segur Satildeo Paulo v26 p49-60 1991
FIORINI A C A importacircncia do monitoramento audiomeacutetrico no programa de conservaccedilatildeo auditiva Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo n13 p95-102 1994a
FIORINI A C Conservaccedilatildeo auditiva estudo sobre o monitoramento audiomeacutetrico em trabalhadores de uma induacutestria metaluacutergica 1994 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo Humana) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1994b
FIORINI A C O uso de registros de emissotildees otoacuacutesticas como instrumento de vigilacircncia epidemioloacutegica de alteraccedilotildees auditivas em trabalhadores expostos a ruiacutedo Tese (Doutorado em Sauacutede Ambiental) - Faculdade de Sauacutede Puacuteblica Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2000
FIORINI A C NASCIMENTO P E S Programa de prevenccedilatildeo de perdas auditivas In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Rio de Janeiro Revinter 2001 v2 p51-61
FRANCO E S RUSSO I C P Prevalecircncia de perdas auditivas em trabalhadores no processo admissional em empresa na regiatildeo de CampinasSP Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n5 p661-70 2001
FUNDACENTRO Norma de higiene ocupacional procedimento teacutecnico ndash avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo nordm 1 (NHO - 01) Satildeo Paulo 2001
GALAFASSI M C Medicina do trabalho Satildeo Paulo Atlas 1998
REFEREcircNCIAS
100
GATES G A COOPER J C KANNEL W B et al Hearing in the elderly the framingham cohort Ear Hear Baltimore n11 p247-56 1990
GATES G A SCHMID P KUJAWA S G NAM B DAGOSTINHO R Longitudinal threshold changes in older men with audiometric notches Hearing Research Amsterdam v141 n12 p220-28 2000
GERGES S N Y Efeitos nocivos a audiccedilatildeo e as consequumlecircncias das vibraccedilotildees no corpo humano Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p56-62 jul 1997
GIAMPAOLI E Persistecircncia especialista diz que profissionais tem como resolver problemas mais comuns da induacutestria Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo n101 p8 2000
GOBBATO L H F G COSTA E A SAMPAIO M H GOBBATO JUacuteNIOR F M Estudo do efeito aprendizagem em exames audiomeacutetricos sequumlenciais em trabalhadores de induacutestria metaluacutergica e suas implicaccedilotildees nos programas de conservaccedilatildeo auditiva Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v70 n4 p540-4 julago 2004
GLORIG A Noise past present and future Ear Hear Baltimore v1 n1 p4-18 1980
GOMES R Inimigo invisiacutevel induacutestria brasileira continua fabricando surdos apesar dos avanccedilos tecnoloacutegicos Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v 22 n5 p74-8 abrmaio 1989
GUERRA M R LOURENCcedilO P M C TEXEIRA M T B ALVES M J M Prevalecircncia de perda auditiva induzida por ruiacutedo em empresa metaluacutergica Rev Sauacutede Publ Satildeo Paulo n39 p527-30 2005
HANDAR Z Ruiacutedo controlado Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v11 n77 p63-67 maio 1998
HENDERSON D HAMERNIK R P Biologics bases of noise-induced hearing loss In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p513-33
HEacuteTU R GETTY I QUOC H T Impact of occupational hearing loss on the lives of workers In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p495-512
REFEREcircNCIAS
101
HUNGRIA H Trauma sonoro In ______ Otorrinolaringologia 8ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 p389-400
IBANtildeEZ R N Programa de conservaccedilatildeo auditiva In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p255-60
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) Instruccedilatildeo Normativa nordm 78 de 16 de julho de 2002 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 18 de jul 2002
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO) Acoustics audiometric test methods ndash Part 1 basic pure tone air and bone conduction threshold audiometry ISO 8253-1 Geneve Switzerland 1989
JERGER S JERGER J Perda auditiva por induccedilatildeo de ruiacutedo In ______ Alteraccedilotildees auditivas Satildeo Paulo Atheneu 1998 p133-137
JESUS J E C C (Org) Laudo teacutecnico das condiccedilotildees ambientais de trabalho Ribeiratildeo PretoSP 2004
KRYTER K D The effects of noise on man New York Academic Press 1985
KWITKO A Audiometria ocupacional CIPA Satildeo Paulo v18 n213 p34-36 1997
______ Teste de rotina a obtenccedilatildeo da qualidade de ambiente e cabinas de testes audiomeacutetricos ocupacionais Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p66-68 out1998
LANDEN D WILKINS S STEPHENSON M MCWILLIAMS L Noise exposure and hearing loss among sand and gravel miners J Occup Environ Hyg Philadelphia v1 n8 p532-41 aug 2004
LASMAR A Diagnoacutestico da doenccedila profissional induzida pelo ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p153-161
LOPES-FILHO O C Deficiecircncia auditiva In ______ (Org) Tratado de fonoaudiologia Satildeo Paulo Tecmedd 2005 p23-40
REFEREcircNCIAS
102
LUXON L M The clinical diagnosis of noise induced hearing loss Advances in Noise Research Londres 1998
MARCHIORI L L M MELO J J Comparaccedilatildeo das queixas auditivas com relaccedilatildeo agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo em componentes de orquestra sinfocircnica Proacute-Fono Carapicuiacuteba v13 n1 p9-12 2001
MARTINS A L ALVARENGA K F BEVILACQUA M C COSTA FILHO O A Perda auditiva em motoristas e cobradores de ocircnibus Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n4 p 467-73 2001
MAY J J Occupational hearing loss Am J Ind Med New York v37 n1 p112-120 2000
MAYRINK C E SILVA C S FERREIRA M D BEVILAQUA M C Os efeitos do ruiacutedo na audiccedilatildeo Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo v12 p30-43 1993
MELLO A P WAISMANN W Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e quiacutemicos industriais e seus efeitos no sistema auditivo revisatildeo da literatura Arq Otorrinolaringol Satildeo Paulo v8 n3 p226-34 2004
MELNICK W Industrial hearing conservation In KATZ J Handbook of clinical audiology 4ed Baltimore Williams amp Wilkins 1985 p534-552
______ Sauacutede auditiva do trabalhador In KATZ J Tratado de audiologia cliacutenica 4ed Satildeo Paulo Manole 1999 p529-547 1999
MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995
MERLUZZI F Patologia da rumore In SARTORELLI E Tratatto di medicina del lavoro Padova Piccin 1981 v2 p1119-49
MOLLER M B Hearing in 70 and 75 years old people results from a crossection and longitudinal population Am J Otol Philadelphia n2 p22-9 1981
MOMENSOHN-SANTOS T M RUSSO I C P(Orgs) A praacutetica da audiologia cliacutenica 6ed Satildeo Paulo Cortez 2005 375p
REFEREcircNCIAS
103
MONTIEL-LOacutePEZ M CORZO-ALVAREZ G CHACIacuteN-ALMARZA B ROJAS-GONZAacuteLEZ L QUEVEDO A RENDILES H Prevalence and characterization of hearing loss in workers exposed to industrial noise of the turbogenerated electric plant of a petrochemical industry Invest Clin Maracaibo v47 n2 p117-31 jun 2006
MORATA T C Sauacutede do trabalhador estudo da exposiccedilatildeo simultacircnea a ruiacutedo e dissulfeto de carbono 1986 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1986
MORATA T C CARNICELLI M V Audiologia e sauacutede dos trabalhadores Satildeo Paulo EDUC 1988
MORATA T C LEMASTERS G K Epidemiologic considerations in the evaluation of occupational hearing loss Occup Med State Art Rev Philadelphia v10 n3 p 641-56 1995
MORATA T C DUNN D E SIEBER W K Perda auditiva ocupacional a agentes ototoacutexicos In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p189-201
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH) Preventing occupational hearing loss a practical guide Washington U S Department of Health and Human Services 1996
_____ Criteria for a recommended standard occupational noise exposure revised criterion Washington U S Department of Health and Human Services 1998
OLIVEIRA C G Fonoaudiologia preventiva em sauacutede do trabalhador In MARCHESAN I ZORZI J L E GOMES I C D (Orgs) Toacutepicos em fonoaudiologia 1996 v3 p 121-29
OLIVEIRA J A A Fisiologia cliacutenica da audiccedilatildeo ndash coacuteclea ativa In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p101-142
OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA) United States Department of Labor Occupational noise exposure hearing conservation amendment Federal Register Washington U S v48 n46 p9738-45 1983
REFEREcircNCIAS
104
PEARSON J D et al Gender differences in a longitudinal study of age-associated hearing loss Journal Acoust Soc Am Lancaster v97 n2 p1196-205 fev1995
PINTO N M C Alternativas para anaacutelise longitudinal de resultados audiomeacutetricos In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p73-188
PIZARRO G PIZARRO G U Diagnoacutestico cliacutenico pela audiometria ocupacional Acta Who Geneve v19 n1 p32-38 2000
PRASHER D New strategies for prevention and treatment of noise-induced hearing loss J Lancet Minneapolis n352 p1240-41 1998
RABINOWITZ P M Noise induced hearing loss Am Fam Physician Kansas City v61 n9 p2749-562759-60 2000
RIBEIRO A M D CAcircMARA V M Perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora em trabalhadores de manutenccedilatildeo de aeronaves de asas rotativas Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v22 n6 p1217-24 2006
RIBEIRO F S N OLIVEIRA S REIS M M SILVA C R MENEZES M A DIAS A E Processo de trabalho e riscos para a sauacutede dos trabalhadores em uma induacutestria de cimento Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n68 p1243-50 2002
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a niacuteveis elevados 2003 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) - Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo 2003
RIOS A L SILVA G A Sleep quality in noise exposed brazilian workers Noise amp Health London v8 n29 p27-34 2005
RODRIGUES M A G DEZAN A A MARCHIORI L L MEficaacutecia da escolha do protetor auditivo pequeno meacutedio e grande em programa de conservaccedilatildeo auditiva Rev CEFAC Satildeo Paulo v8 n4 p543-7 2006
ROYSTER J D ROYSTER L H Using audiometric data base analysis J Occup Med Baltimore n 28 p1055-68 1986
REFEREcircNCIAS
105
RUIZ R C MOREIRA M IZUMIDA M M RUIZ V Funccedilatildeo auditiva de trabalhadores em induacutestrias de papel e papelatildeo eacute analisada Revista CIPA Satildeo Paulo v12 n 3 p85-90 1996
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M SANTOS U P Programa de sauacutede dos trabalhadores a experiecircncia da zona norte uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo Hucitec 1989 p125-155
SANTOS U P (Org) Ruiacutedo riscos e prevenccedilatildeo 3ed Satildeo Paulo Hucitec 1999 157p
SANTANA V S BARBERINO J L Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e hipertensatildeo arterial Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo n29 p478-87 1995
SARTORI E Conhecimento e atitude de trabalhadores em relaccedilatildeo a prevenccedilatildeo da perda auditiva In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndash ocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p109-23
SATALOFF R T SATALOFF J Differential diagnosis of occupational hearing loss Occup Health Saf Waco v70 n9 p126-129 2001
SAVA L C Protocolo de avaliaccedilatildeo para populaccedilotildees expostas ao ruiacutedo industrial In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p189-202
SELIGMAN J Sintomas e sinais de PAIR In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p 143-9
SELIGMAN J NUDELMANN AA IBANtildeEZ R COSTA EA Perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In LAVINSKY L OLIVEIRA JAA Programa de educaccedilatildeo continuada em otologia Rio de Janeiro SOBSB 1999 p1-7
SIMPSON T H Programas de prevenccedilatildeo da perda auditiva ocupacional In MUSIEK F E RINTELMANN W F Perspectivas atuais em avaliaccedilatildeo auditiva Barueri Manole 2001 p461-480
REFEREcircNCIAS
106
SIVIERO A B FERNANDES M J LIMA J AC SANTONI C B BERNARDI A P A Prevalecircncia de perda auditiva em motoristas de ocircnibus do transporte coletivo da cidade de MaringaacutePR Rev CEFAC Satildeo Paulo v7 n3 p376-81 julset 2005
SUTER A H Construction noise exposure effects and the potential for remediation a review and analysis AIHA J Fairfax v63 n6 p768-89 novdec 2002
TAMBS K Moderate effects of hearing loss on mental health and subjective well-being results from the nord-trondelag hearing loss study Psychosom Med Baltimore v66 n5 p776-82 2004
TAY P Severe noise-induced deafness a 10-year review of cases Singapore Medical Journal Singapore v37 n4 p362-64 aug1996
WARD W D Adaptation and fatigue In JERGER J Modern developments in audiology 2ed New York Academic Press 1973 p323-8
_____ Endogenous factors related to susceptibility to damage from noise Occupational Hearing Loss State of the Art Reviews Baltimore v10 n3 p 561-76 1995
WELLESCHIK B KORPERT K Is the risk of noise-induced hearing damage higher for man than for women Journal Laryng Rhinol New York n59 p681-9 aug 1980
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of impairments disability and handcaps Geneve 1980
ANEXOS
ANEXOS
107
ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP
ANEXOS
108
ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo
E S C L A R E C I M E N T O
Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______
Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica
Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash
FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de
Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende
analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a
realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os
cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral
Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha
sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc
Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este
esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea
Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho
para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees
Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder
Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua
qualidade de vida
Atenciosamente
Ana Luacutecia Rios
ANEXOS
109
ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)
detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)
ANEXOS
110
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897
DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862
ANEXOS
111
RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
NPS dB (A)
DOS Q = 5 dB
(A)
DOS Q = 3 dB
(A)
GHE
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3
Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4
Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68
Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80
Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60
ANEXOS
112
Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60
Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62
Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60
Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60
Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60
ANEXOS
113
Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que
ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima
dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 5 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712
Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das
avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a
seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 3 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765
ANEXOS
114
ANEXO D ndash Questionaacuterio
NOME __________________________________
- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome
- Entregar o mais raacutepido possiacutevel
- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo
- Marque um (X) nas alternativas
- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)
- OD = orelha direita OE = orelha esquerda
- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
- Data de Nascimento ____ ____ ____
- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )
2ordm Grau Completo ( )
Superior ( )
- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos
- Seccedilatildeo ________________________________
1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo
( ) menos que oito horas diaacuterias
( ) oito horas diaacuterias
( ) mais que oito horas diaacuterias
2) Tem outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usa protetor de orelha neste outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute
( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto
( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto
4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) em casa ( ) oficina caseira
( ) wallkman ( ) banda de muacutesica
( ) discoteca ( ) esportes ruidosos
( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante
5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes
do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usava protetor de orelha neste serviccedilo
( ) SIM ( ) NAtildeO
Trabalhou por quanto tempo ____________
6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual ____________________________
Esse outro setor era barulhento
( ) SIM ( ) NAtildeO
7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho
( ) irrita
( ) incomoda
( ) prejudica a audiccedilatildeo
( ) natildeo trabalho no ruiacutedo
( ) jaacute acostumei
( ) natildeo atrapalha
8) Trabalha em turnos alternados
( ) SIM ( ) NAtildeO
9) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
10) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
11) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
ANEXOS
115
12) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute
( ) Normal ( ) OD ( ) OE
( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE
( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE
14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou
( ) lentamente
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
( ) bruscamente (muito raacutepido)
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quecirc _____________________________
____________________________________
18) Quanto a orelha vocecirc reclama de
( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera
( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)
( ) tontura ( ) barulho (zumbido)
( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado
( ) Natildeo reclamo
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama
19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc
sente
( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo
( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo
( ) sono ( ) desmotivado
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente
20) Vocecirc jaacute teve
( ) caxumba ( ) sarampo
( ) rubeacuteola ( ) catapora
( ) tuberculose ( ) meningite
21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) As duas orelhas
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
( ) As duas orelhas
( ) Teve que procurar um meacutedico
( ) SIM ( ) NAtildeO
23) Tem contato com produtos quiacutemicos
( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________
24) Tem contato com vibraccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede
( ) pressatildeo alta ( ) diabetes
( ) coraccedilatildeo ( ) rim
( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho
Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO
ANEXOS
116
26) Faz uso prolongado de
( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina
( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio
Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO
27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
28) Faz uso de fumo
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) nasceu com o problema
( ) ficou com o problema quando crianccedila
( ) ficou com o problema quando adulto
( ) ficou com o problema quando idoso
30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA
( ) SIM ( ) NAtildeO
31) Participa dos treinamentos e de palestras
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees
( ) Natildeo participo
32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo
quanto ao uso de protetor de orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quem
( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso
( ) jornal ( ) chefe ( ) outros
33) Usa o protetor de orelha
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa
( ) tipo concha (abafador)
( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)
( ) tipo concha + tipo plug (os dois)
( ) Natildeo uso
Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel
( ) abafador ( ) plug de borracha
( ) outro ( ) nenhum
35) Com o uso do protetor de orelha
( ) o ruiacutedo diminui no trabalho
( ) fica ruim para conversar
( ) o protetor incomoda
( ) a orelha coccedila muito
( ) junta sempre cera e entope
( ) a orelha fica muito quente
( ) se sente inseguro
( ) natildeo faz diferenccedila
( ) natildeo preciso usar protetor
( ) natildeo consigo usar o protetor
( ) uso soacute porque eacute obrigado
36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Quando crianccedila
( ) Por causa do trabalho
Ficou sabendo do resultado
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Gostaria de ser informado do resultado
37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees
da minha sauacutede
( ) SIM mas acho que natildeo preciso
ANEXOS
117
38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Natildeo me interesso
39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA
( ) SIM ( ) NAtildeO
Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico
( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo
( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo
( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC
( ) Outro meio informaccedilatildeo
40) O que achou do questionaacuterio
( ) muito longo ( ) confuso
( ) faacutecil ( ) difiacutecil
( ) importante ( ) bom
OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO
OBS Questionaacuterio adaptado de
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e
na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a
niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash
FMRP - USP 2003
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo
auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In
COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M
SANTOS U P Programa de sauacutede dos
trabalhadores A experiecircncia da zona norte
uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo
Hucitec 1989 p125-155
ANEXOS
117
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras
ANEXOS
118
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
119
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
120
ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
121
ANEXO G ndash Palestra informativa na DND
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
122
ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras
Capa do panfleto
Interior do panfleto
ANEXOS
123
ANEXO I ndash Cartazes informativos
ANEXOS
124
ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND
Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo
Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe
RESUMO
RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional
ABSTRACT
RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent
Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational
LISTA DE GRAacuteFICOS
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
58
GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia
61
GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
62
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
64
GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia
68
GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
69
GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
71
GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
73
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
55
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
56
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
57
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
57
TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004
59
TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
60
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
63
TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual
65
TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
66
TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo
66
TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
67
TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
67
TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004
70
TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005
72
TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOHNS American Academy of Otolaryngology
ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
AC Antes de Cristo
ANSI American National Standard Institute
CA Certificado de Aprovaccedilatildeo
CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes
CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho
dB DeciBel
dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A
dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel
DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
DP Desvio Padratildeo
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo
HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
Hz Hertz
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
ISO International Standardization Organization
Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo
LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
MPL Mudanccedila Permanente de Limiar
MTb Ministeacuterio do Trabalho
MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar
n Nuacutemero de indiviacuteduos
NHO Norma de Higiene Ocupacional
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora
NR Norma Regulamentadora
NRR Noise Reduction Rating
NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)
OS Ordem de Serviccedilo
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PA Perda Auditiva
PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo
PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional
PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais
PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho
USP Universidade de Satildeo Paulo
WHO World Health Organization
SUMAacuteRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRAacuteFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APRESENTACcedilAtildeO
16
1 INTRODUCcedilAtildeO
19
2 OBJETIVOS
42
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
43
4 RESULTADOS
54
5 DISCUSSAtildeO
76
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
REFEREcircNCIAS1
95
ANEXOS
107
1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002
APRESENTACcedilAtildeO
APRESENTACcedilAtildeO
16
Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser
desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa
rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do
trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao
ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros
processos produtivos
A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas
ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre
todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no
ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente
distribuiacutedo
A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de
administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave
qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no
sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das
normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo
O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social
educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais
de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do
Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O
PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de
levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus
efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se
APRESENTACcedilAtildeO
17
constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade
Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia
uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames
audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia
da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as
chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos
exames auditivos
Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel
pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo
dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute
problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da
ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade
Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das
fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico
do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo
se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador
e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos
de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso
Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na
empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades
relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas
Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e
APRESENTACcedilAtildeO
18
exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de
cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da
alteraccedilatildeo auditiva
Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus
dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do
trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados
padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e
adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e
da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o
gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo
A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da
audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais
de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e
contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa
1 INTRODUCcedilAtildeO
INTRODUCcedilAtildeO 19
Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais
presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua
intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer
(ALBERTI 1998)
No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas
ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus
efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo
que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES
1995)
A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs
prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute
muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas
intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases
produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)
A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos
problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por
Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva
Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de
Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez
Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva
Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras
1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo
INTRODUCcedilAtildeO 20
Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais
suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as
doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia
(RABINOWITZ 2000)
No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e
psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis
moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-
os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila
permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e
suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de
pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos
frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997
HUNGRIA 2000)
A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis
elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo
da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de
cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro
indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a
ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY
1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)
A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo
repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva
permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia
INTRODUCcedilAtildeO 21
criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo
(TAY 1996)
Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior
prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta
prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do
trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda
que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por
conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios
adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para
a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma
noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros
possam ser ainda maiores
Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees
praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos
trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do
niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras
O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que
em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo
ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30
desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa
base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o
risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto
a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998
PRASHER 1998)
INTRODUCcedilAtildeO 22
O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em
alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas
crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)
Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)
Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e
Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos
limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a
niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais
do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa
irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a
suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva
quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)
De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute
primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda
auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma
lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR
apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas
frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos
anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais
humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que
coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior
vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das
orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu
suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade
INTRODUCcedilAtildeO 23
demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a
frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute
uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute
o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os
autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da
regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a
aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a
afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E
CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)
Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e
predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de
progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz
1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo
ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu
niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo
As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de
pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na
perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute
progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)
Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta
frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo
provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses
dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais
(WARD 1973 DUNN 1987)
INTRODUCcedilAtildeO 24
Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo
tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas
mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para
o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999
HUNGRIA 2000)
A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos
ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes
simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes
ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de
outros fatores
A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de
risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e
bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com
niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma
Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo
destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes
(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes
bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais
dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom
insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem
distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas
hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)
Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos
derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as
INTRODUCcedilAtildeO 25
causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez
O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos
(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999
CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema
sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta
avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e
no seu controle
Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de
relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre
os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda
que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma
sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as
estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida
Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede
do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato
pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito
promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada
agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o
trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas
adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas
categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de
trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da
produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas
Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 26
patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes
o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no
trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava
excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou
mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia
Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e
progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As
tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos
de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e
previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees
agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu
estado
A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health
Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao
ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e
recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida
pelo ruiacutedo
Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de
serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia
oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia
privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas
ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente
dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter
INTRODUCcedilAtildeO 27
predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre
doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente
dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia
como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as
empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era
de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas
A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do
processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de
atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo
mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho
Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias
geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a
partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no
setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava
de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos
limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e
epidemioloacutegica agraves empresas
Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito
limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias
(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias
Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente
transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o
desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade
INTRODUCcedilAtildeO 28
Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo
(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de
classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico
propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador
bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA
CARNICELLI 1988)
Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios
para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A
promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia
Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como
profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva
execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele
deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua
base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)
Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames
audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas
Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande
importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998
passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores
elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos
riscos
Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica
acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que
tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)
INTRODUCcedilAtildeO 29
Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de
exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as
accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)
Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de
responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo
profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados
confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo
auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a
progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)
No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente
demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de
fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus
trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio
Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do
trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda
auditiva satildeo exigidos por lei
Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser
adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o
controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em
fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira
opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees
teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o
equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva
de acordo com Giampaoli (2000)
INTRODUCcedilAtildeO 30
O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que
leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o
recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes
nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo
No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de
trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL
1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes
ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do
Trabalho
Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito
da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a
realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo
ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de
exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de
toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por
exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)
Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova
a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle
Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear
e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos
riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia
previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece
nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)
INTRODUCcedilAtildeO 31
Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da
Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que
aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da
obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)
nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos
trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes
fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho
(BRASIL 1994b)
Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a
inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o
acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de
exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo
ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de
trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para
a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria
define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e
determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em
cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de
meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem
quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise
de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no
diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no
manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)
INTRODUCcedilAtildeO 32
A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de
conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute
composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica
da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais
dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de
Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um
PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos
procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de
benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na
capacidade laborativa (BRASIL 1998a)
Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa
interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de
medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho
provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize
as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem
Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de
pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de
responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e
gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda
auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as
normas do Ministeacuterio do Trabalho
Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo
INTRODUCcedilAtildeO 33
inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana
realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on
Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck
Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA
em um ambiente
- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral
- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de
trabalho
- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular
apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo
- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos
extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros
agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um
PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores
importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees
preventivas
- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho
encaminhando-os para tratamento adequado
- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo
medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores
- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais
- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica
INTRODUCcedilAtildeO 34
- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a
perda auditiva
- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos
relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional
As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e
da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de
avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais
que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho
O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja
ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a
partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco
O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda
Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo
indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional
ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira
exposiccedilatildeo
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar
constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades
Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou
seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo
2 Gerenciamento audiomeacutetrico
3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)
INTRODUCcedilAtildeO 35
4 Medidas de proteccedilatildeo individual
5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo
6 Gerenciamento dos dados
7 Avaliaccedilatildeo do programa
Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura
acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de
acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo
auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis
A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser
implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um
cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo
contiacutenuo ao longo do tempo
Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da
aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real
e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)
As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute
um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza
Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho
fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)
Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da
equipe de sauacutede da empresa eacute
- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico
- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para
projetos de melhorias ambientais
INTRODUCcedilAtildeO 36
- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos
trabalhadores
- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta
utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos
para a audiccedilatildeo
- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas
auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa
- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da
elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas
administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo
- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e
registro adequado de todas as accedilotildees realizadas
A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do
mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo
desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho
A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos
quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e
outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de
medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo
acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et
al 2002)
A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo
(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo
ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria
INTRODUCcedilAtildeO 37
das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem
ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva
do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias
que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as
medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo
Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja
adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos
ou flexibilizados
- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade
- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo
- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais
- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo
- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores
- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico
- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR
O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero
dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador
exposto ao ruiacutedo
- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas
- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico
- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador
- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional
- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame
- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1
INTRODUCcedilAtildeO 38
- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual
- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico
- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados
com o exame
- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz
3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz
1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio
- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento
do examinador
- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a
partir de entatildeo anual e no exame demissional
- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi
realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da
uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso
auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos
Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e
Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos
trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para
a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA
De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de
cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento
proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas
horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar
perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que
INTRODUCcedilAtildeO 39
a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no
miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no
resultado do exame
O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de
exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste
audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames
ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico
Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e
torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou
agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento
fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA
De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com
absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o
controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares
auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do
monitoramento auditivo satildeo
- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a
comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos
- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento
perioacutedico
- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico
otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de
problemas de orelha meacutedia
- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo
INTRODUCcedilAtildeO 40
- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador
- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA
Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do
monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente
na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como
- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias
- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento
- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a
utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro
protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo
- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos
no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes
futuros seratildeo comparados
- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do
protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador
aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo
devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute
responsaacutevel pelo custeio desse procedimento
Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas
que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando
dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso
dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos
intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas
INTRODUCcedilAtildeO 41
etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma
melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador
Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o
controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH
1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares
tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil
acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o
protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido
negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de
protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de
trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)
Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a
partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande
responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na
implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a
alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo
Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da
conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um
hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora
elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e
enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos
teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios
para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado
com a sauacutede do trabalhador na empresa
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS
42
- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior
geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND
- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos
funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo
auditiva
- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de
exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo
individual do tipo auricular
- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em
engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado
- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos
quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados
auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo
auricular
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
MATERIAL E MEacuteTODOS
43
31 TIPO DE ESTUDO
A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos
dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de
natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede
audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento
preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de
Conservaccedilatildeo Auditiva
32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e
patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia
administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos
e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou
seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade
Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que
possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)
8 horas diaacuterias)
A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como
atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos
doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina
profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de
funcionaacuterios que ficam na creche
MATERIAL E MEacuteTODOS
44
Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees
1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e
individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios
em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos
pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar
e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna
Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas
seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica
Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica
Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil
Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica
Armazenagem Expediente
Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento
Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo
Desjejum e Lanches Restaurantes I e II
33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO
No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos
riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente
atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho
(LTCAT) organizado por Jesus (2004)
Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados
os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no
desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos
por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca
Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e
MATERIAL E MEacuteTODOS
45
os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450
sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores
Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes
da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute
(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para
incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)
O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas
atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo
Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose
observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)
34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO
A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de
pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de
admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo
da amostra
Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a
amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em
qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade
Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois
natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com
problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de
1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)
MATERIAL E MEacuteTODOS
46
realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do
estudo totalizando 174 trabalhadores estudados
35 ASPECTO EacuteTICO
O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de
dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue
ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND
(ANEXO B) (BRASIL 1996)
36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os
funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo
de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da
admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum
funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo
do exame para que esse se tornasse o de referecircncia
361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS
A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os
exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e
agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo
Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do
niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL
1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria
MATERIAL E MEacuteTODOS
47
pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de
accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma
de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um
valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite
de exposiccedilatildeo seja ultrapassado
Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico
de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem
desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de
funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo
assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho
para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio
funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento
Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato
auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar
de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar
o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista
3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS
As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de
250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization
for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos
audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-
MATERIAL E MEacuteTODOS
48
41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em
que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a
4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada
No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT
desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e
padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o
programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo
foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por
ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores
das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o
resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees
- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)
em todas as frequumlecircncias examinadas
- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os
limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem
valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando
essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em
ambos os lados
- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo
os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e
Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados
MATERIAL E MEacuteTODOS
49
- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo
Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser
menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz
4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora
Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores
acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser
maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos
criteacuterios
1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de
500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala
ou ultrapassa a 10dB(NA)
2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA)
As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser
classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como
- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de
natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea
e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala
com resultados em torno de 100
MATERIAL E MEacuteTODOS
50
- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via
aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre
proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada
- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um
sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as
frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem
prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela
presenccedila do componente sensorioneural
362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO
Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da
pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)
(ANEXO D)
Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave
histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas
anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao
equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de
exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de
protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros
Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de
investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de
participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas
MATERIAL E MEacuteTODOS
51
363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS
Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees
forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo
acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou
intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo
com as seguintes especificaccedilotildees
1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de
aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB
2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca
Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB
3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319
CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB
Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo
sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que
circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor
auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes
As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos
de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de
2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)
MATERIAL E MEacuteTODOS
52
trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos
profissionais do SESMT da empresa
Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-
cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e
importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular
a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de
esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional
O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes
informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para
motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento
Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de
Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos
os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo
de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma
hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios
Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com
perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os
funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto
informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)
Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos
funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para
esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes
informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de
informaccedilatildeo para o grupo
MATERIAL E MEacuteTODOS
53
4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA
Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os
dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas
A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de
respostas entre os lados foi importante
Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia
admitindo as linhas ou as colunas como subtotais
4 RESULTADOS
RESULTADOS
54
Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os
paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor
ilustrar as anaacutelises
Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada
o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade
o Ambiente de produccedilatildeo
Dados de Anamnese
o Aspectos pessoais
o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho
o Aspectos gerais
Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados
o Por anos em que os exames auditivos foram realizados
Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005
41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA
411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE
Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste
estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo
por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos
da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)
A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade
do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A
idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn
860)
RESULTADOS
55
IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA
NAtildeO ZARAM
E AUDITIVO
LABILA
ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE
Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais
presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na
TABELA 1
TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004
REALIXAME
IMITE CEITAacuteVEL
TERAL
OtildeES NI
RAL) n n n
23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413
22 1454
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)
ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior
prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino
412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO
A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que
sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528
relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto
Esses dados podem ser observados na TABELA 2
Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos
antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos
ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento
RESULTADOS
56
de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo
ruidosas dentro da DND
Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato
Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas
como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio
TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA
SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES
DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE
COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160
Uso de moto 7
CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150
Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso
Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis
meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28
anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou
igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e
tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno
Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal
de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e
16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma
funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser
observados
RESULTADOS
57
TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia
TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)
MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL
13 anos e meio
30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011
JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609
9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)
Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo
verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se
mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na
TABELA 4
TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004
TEMPO DE SERVICcedilO (DND)
NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)
n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais
A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse
estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No
RESULTADOS
58
GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos
funcionaacuterios que participaram no estudo
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
20
1210
15
20
25
tage
m (
)
14 14
64
8 8
2 21
5
10
ubseccedilotildees
Perc
en
0S
Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo
GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no
GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND
tambeacutem foram os que mais participaram no estudo
Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND
22
8 2
4612
10
Atendente de Nutriccedilatildeo
Auxiliar de Serviccedilo - Servente
Chefias
Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede
OficialAgente Administrativo
RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham
Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG
RESULTADOS
59
Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no
nuacutemero de fun etera exam realizado em
2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE
TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004
NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
que compotildeem a DND doze p desse do e houve
cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo
ervar na T LA 5
Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM
EXAME
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL
ALTERACcedilOtildeES (UNI OU
BILATERAL) n n n
CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -
COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272
DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176
LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857
TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo
() feita admitindo as linhas como subtotais
No ambiente de prod enos de 60dB(A)
a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo
Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados
podem ser observados no ( )
ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17
preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante
OBS Percentagem
4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO
uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m
(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de
ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod
ANEXO C
Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no
RESULTADOS
60
1782
ser observados na TABELA 6
ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos
R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no
trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se
acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses
dados podem
T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
EPERCUSS T
Alto 5345 Meacutedio 2931
PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL
Natildeo o 1724 Constante 4770
CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT
pinaram
Flutuante 1782 Impacto -
PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL
Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655
CcedilEcircNCIA DO
DUOS SOBMB
Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816
Jaacute acostumou 1337
PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO
Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034
PCcedilDESCO
42 DADOS DE MNESE
421 ASPECTOS PESSOAIS
A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas
revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes
relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201
atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos
funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou
bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons
Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o
protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o
ANA
RESULTADOS
61
equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o
protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio
(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no
meato acuacutestico externo ao usaacute-lo
Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou
tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo
apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3
Queixas natildeo auditivas
39
46
2016 16
12
230
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
em (
)
Prurido
Zumbido
Plenitude auricular
Vertigem
Cera excessiva
Otalgia
Inflamaccedilatildeo
GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia
Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais
apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas
apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4
Representaccedilatildeo dos sintompe
RESULTADOS
62
Queixas e frequumlecircncia de comportamento
42
21
129
117
95
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Cansaccedilo (agraves vezes)
Cansaccedilo (sempre)
Sono (agraves vezes)
Sono (sempre)
Irritaccedilatildeo (agraves vezes)
Irritaccedilatildeo (sempre)
Desmotivado (agraves vezes)
Desmotivado (sempre)
Desatento (agraves vezes)
GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia
Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20
referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias
mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)
seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos
rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou
resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas
auditivas perceptiacuteveis
A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e
6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que
ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente
Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo
realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram
o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225
conhecem com opinaram
Roc
otildee
natildeo faz
o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo
RESULTADOS
63
A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137
acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede
422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO
No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com
uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a
limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento
das bandejas com os alimentos
Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao
trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)
que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo
que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que
natildeo participam
Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso
de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do
SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados
Esses dados podem ser observados na TABELA 7
TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
Sim Natildeo
pr
3218 6718 Sim Natildeo
OUTROS AGENTES NOCIVOS
Vibraccedilatildeo 1436 8563
Produtos Quiacutemicos CONTATO COM
Sim Natildeo
CIPA
Sim Natildeo
Capacitaccedilotildees
PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES
862 9138
6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS
Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574
RESULTADOS
64
8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem
uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo
perten
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem
uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5
Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando
frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298
389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade
do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois
cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade
Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da
preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo
Queixas durante o uso do protetor auricular
4550 Incomodo
42
35
85 3
0
5
1015
20
25
30
35
40
45
Perc
enta
gem
()
Dificulta a conservaccedilatildeo
Coceira excessiva
Excesso de cera
Aumento da temperaturaauricular
Inseguranccedila
GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
RESULTADOS
65
ossuem limiares
uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as
usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8
TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual
USO DO PROTETOR AURICULAR
Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo
consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental
Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p
a
frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que
referem itiva
Df
entuais icular
tiva dos
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
R ULTADOS DOS EXAMES n n n
ES
NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)
11 2115 37 3627 7 35 X
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)
23 4423 45 4411 9 45
LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)
18 3461 20 1960 4 20
TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100
ANI
OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais
O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e
Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de
Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de
1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do
equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9
Pe
RESULTADOS
66
TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho
USO DO PROTETOR AURICULAR
Dp
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA
n n n
SN
CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A
COZIN
CA
RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30
CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20
DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25
LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -
PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10
TOTAL (n = 174) 52 102 20
GEM E T
R
OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais
Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente
da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria
dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou
pelo menos agraves vezes
TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo
USO DE EPI
nta
os
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
INFORMACcedilAtildeO n n n
SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual
qu
RESULTADOS
67
TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo
USO DE EPI
Din
SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA
EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO
n n n
MIN
PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447
NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149
OLOI
OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual
Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os
de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande
nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor
auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que
tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade
auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na
TABELA 12
TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005
LIMITE
ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL
PA ESTAacuteVEL
AGRAVOU
MELHOROU
ntaamento de
Dindividu
USO D
PROTETOR AURICUL
n n n n
E
AR
SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270
NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704
= 6= 7
OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
em () fei
RESULTADOS
68
423 ASPECTOS GERAIS
A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da
Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de
fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios
Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas
questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser
observadas no RAacuteFICO 6
G
Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado
42
26
16
88
Importante
Bom
Faacutecil
Confuso
Longo
GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia
43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS
Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que
natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174
funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e
esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo
Ro
U
RESULTADOS
69
de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)
Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de
aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas
A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria
e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada
entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos
2 0
18 22 24
514
3
84
115
0
20
40
60
80
100
120
140
No
de
exam
es
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996
GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos
431 ANAacuteLIS OR ANOS
Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19
fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os
exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005
Re
E P
RESULTADOS
70
4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004
Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria
dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou
bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13
TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004
DND (n = 174) n
IS
Distrf
NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840
LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas
sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha
esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita
Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos
funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses
4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e
limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva
sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na
maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas
770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e
limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8
RESULTADOS
71
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004
4583
0
50
416
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )
Orelha Direita Orelha Esquerda
Natildeo Sugest de PAIR
Sugestivo PAIR
(n = 24)
GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis
encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos
ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida
por outras etiologias que
natildeo o r
ivo
de
Di
nt
Das alteraccedilotildees auditivas
fu
por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva
uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004
222Natildeo Sugestivo de PAIR
778
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
de PAIR
(n = 18)
GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004
Percentagem ()
Sugestivo
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
RESULTADOS
72
zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para
15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos
ites ac i
TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex
4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005
O nuacutemero de funcionaacuterios que reali
1
lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral
Esses dados podem ser observados na TABELA 14
14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am
accedilatildeo auds es de 2005
DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59
REALIZARAM EXAME 6609AT 000
115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6
ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A
S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826
U IS ERAIS 21
OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees
auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na
orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita
Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios
da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)
apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis
na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na
orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos
funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)
satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser
observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11
o as linhas como subtotais
RESULTADOS
73
Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005
40
0 10 20 30 40 50 60 70
Percentagem ()
Sugestivo de
SuPA
(n = 25)
GRAacuteFICO
Situaccedilatilde do
60
PAIR na OD
gestivo de IR na OE
10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005
o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza
Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005
8571de PAI
1429
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Percentagem ( )
Sugestivo R
Natildeo Sugestivo de
(n =
GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005
Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR
alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de
alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via
aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural
plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)
21)
Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado
apresentaram
RESULTADOS
74
4313
a com
referecircnc
em
- Estaacutevel
- Agravado
Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)
dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva
sugestivo de PAIR (estaacuteveis)
Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na
orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo
contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que
minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de
PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis
Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND
observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva
pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de
funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como
podemos observar na TABELA 15
COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005
Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando
paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como
ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos
exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado
exames em que houve piora nos resultados
permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo
RESULTADOS
75
TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005
LIMITE ACEITAacuteVEL
PA AGRAVOU
MELHOROU
A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos
ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL
SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E
DIETEacuteTICA n n n n
CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -
EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)
CODE 8
DIE - - 1 2500 3 7500 - -
LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5
RESTA 0 SE
E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250
RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704
OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva
5 DISCUSSAtildeO
DISCUSSAtildeO
76
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de
caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho
auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves
vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo
interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos
profissionais da equipe de sauacutede
A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e
subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios
de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees
desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo
que trabalha foi a de maior destaque
No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea
de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um
nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)
Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho
em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos
anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades
laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes
nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos
direcionados a essa populaccedilatildeo
Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave
ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)
afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em
relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para
DISCUSSAtildeO
77
alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente
no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer
os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER
1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos
num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares
auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram
alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das
mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as
mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute
de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo
delas serem menos suscetiacuteveis
A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a
perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia
consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram
essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que
em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e
os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)
A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo
apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de
perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE
ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)
Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras
variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia
Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de
DISCUSSAtildeO
78
trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de
funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A
perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute
caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de
8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido
O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com
a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada
ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo
entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando
combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas
frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece
no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma
tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias
(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias
Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da
presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais
importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e
niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos
testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito
diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada
na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas
altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de
sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR
para as perdas auditivas encontradas
DISCUSSAtildeO
79
A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute
dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao
ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)
Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais
foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e
com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior
proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco
anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute
elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo
da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A
partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da
orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo
funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior
mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e
naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila
dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo
A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis
de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma
funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)
afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB
durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees
irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo
inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da
coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
80
resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios
para a sauacutede (MELNICK 1985)
Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos
quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI
1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na
amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo
foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas
A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o
conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa
avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc
Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da
perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de
procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo
audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida
(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do
sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as
doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de
instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica
O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e
qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo
da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que
envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de
seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho
(PIZARRO PIZARRO 2000)
DISCUSSAtildeO
81
Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o
agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral
como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY
2000)
Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem
em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das
conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os
dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e
de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio
aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa
sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim
como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados
audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas
doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela
na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo
ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A
realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de
indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados
sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo
adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa
atuaccedilatildeo (SAVA 2005)
O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo
Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente
laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees
DISCUSSAtildeO
82
mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e
Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de
trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)
chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a
comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees
psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se
comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido
frente a esse agente fiacutesico
Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo
auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a
acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o
prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim
como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa
populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo
do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local
e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora
percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda
pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das
perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o
nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau
da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem
excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem
assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)
DISCUSSAtildeO
83
Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e
terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente
comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a
realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e
educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as
atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse
conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na
educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como
tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)
Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a
estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar
de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia
ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER
1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei
no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)
Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a
situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as
necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva
A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo
Kwitko (1998) satildeo
- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de
ruiacutedo excessivo no interior da cabina
DISCUSSAtildeO
84
- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de
sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos
durante a colocaccedilatildeo dos fones
- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do
teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees
experiecircncia em testes anteriores
- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo
entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias
condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal
resposta motora)
Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e
comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso
esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser
garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados
possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e
apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva
Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente
tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o
mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o
tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente
principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio
De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios
de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como
referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo
DISCUSSAtildeO
85
que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior
nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando
a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute
uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal
A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a
realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de
oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo
do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7
Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo
audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees
com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774
referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao
meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o
funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas
estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame
Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a
elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-
se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo
entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health
Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck
Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva
(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)
Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos
de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao
DISCUSSAtildeO
86
ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise
das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo
(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)
A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute
extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente
dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)
Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da
amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares
auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a
10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz
ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em
frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de
limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias
No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame
auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das
alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo
Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua
situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames
audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a
conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)
Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para
115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as
alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram
resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma
DISCUSSAtildeO
87
alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo
audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR
Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que
45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as
mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou
agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem
alta e permanente
Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros
autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de
metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em
trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a
prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275
mineradores
A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo
bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas
alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma
maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os
casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)
Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente
unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001
CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise
uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias
havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais
para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees
DISCUSSAtildeO
88
Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos
limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa
melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva
normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos
limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute
irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito
aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a
diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO
et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da
dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel
ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER
ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar
o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis
Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas
auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)
Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos
que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo
de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que
60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que
pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser
considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz
respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da
populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor
1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983
DISCUSSAtildeO
89
Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano
auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo
protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que
chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau
de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo
protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em
oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um
periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH
1998)
O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio
complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de
pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a
dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado
ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do
protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo
individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente
ao trabalhador (SARTORI 2005)
Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores
auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e
escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de
colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia
pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)
O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que
atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a
DISCUSSAtildeO
90
execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu
ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo
Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de
apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam
(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso
quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre
Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de
intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo
mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo
plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse
modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o
plugue satildeo desconfortaacuteveis
Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o
uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo
precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que
usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios
revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico
tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa
As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo
e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235
referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o
pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que
nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho
DISCUSSAtildeO
91
No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo
auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais
relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira
excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da
construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem
inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem
nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)
A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na
anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos
limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam
quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram
usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam
limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo
usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas
As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees
preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu
Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores
como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute
evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa
proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo
diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem
demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como
por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui
DISCUSSAtildeO
92
Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela
diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da
acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional
(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)
Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que
as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo
sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco
eficazes
Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva
encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de
ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a
proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa
estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas
com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos
exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de
perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento
audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
93
Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes
consideraccedilotildees
- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um
Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente
- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros
com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi
suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo
detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica
- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa
de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido
(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees
- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva
do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um
monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo
permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva
- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para
prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo
de condutas preventivas nos casos alterados
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
94
- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)
para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos
outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano
- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo
das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees
- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes
por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas
mais contundentes
- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em
consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional
meacutedico no processo preventivo
- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas
integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com
as medidas atuais
REFEREcircNCIAS
REFEREcircNCIAS
95
ABEL S M HAYTHORNTHWAITE C A The progression of noise-induced hearing loss a survey of workers in selected industries in Canada J Otolaryngol Suppl Toronto v13 p2-36 1984
ALBERTI P W Noise the most ubiquitous pollutant Noise amp Health London n1 p3-5 1998
ALMEIDA S I C ALBERNAZ P L M ZAIA P A XAVIER O G KARAZAWA E H I Histoacuteria natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruiacutedo Rev Assoc Med Bras Satildeo Paulo v46 n22 p143-58 2000
ALVES R P C Perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores de uma induacutestria de papel e celulose 2004 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Promoccedilatildeo de Sauacutede) - Universidade de Franca FrancaSP 2004
AMERICAN ACADEMY OF OTOLARYNGOLOGY HEAD AND NECK SURGERY FOUNDATION (AAOHNS) Guide for conservation of hearing in noise Washington 1988
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE ANSI Ѕ125 New York 1996
______ ANSI S126 New York 1997
ARANA G A C Sauacutede ambiental e fonoaudiologia O mundo da sauacutede Satildeo Paulo v21 n5 p285-89 setout1997
ARAUacuteJO G M REGAZZI R D Periacutecia e avaliaccedilatildeo de ruiacutedo e calor teoria e praacutetica 2ed Rio de Janeiro (sn) 2002 468p
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS (ABNT) Niacuteveis de ruiacutedos aceitaacuteveis referecircncias elaboraccedilatildeo NB951996 Rio de Janeiro ABNT 1996
AVAGLIANO A ALMEIDA K Estudo do desempenho de diferentes tipos de protetores auditivos Rev CEFAC Satildeo Paulo v3 n1 p77-87 2001
AZEVEDO A N ATHAYDE D S M REIS M L GIOVANELLA N Trabalho de educaccedilatildeo e sauacutede fonoaudioloacutegica em olarias Fono Atual Satildeo Paulo v5 n21 p36-39 2002
REFEREcircNCIAS
96
BERNARDI A P A SALDANHA JUNIOR O M Histoacuterico da inserccedilatildeo do fonoaudioacutelogo nas empresas do acompanhamento audiomeacutetrico agrave consultoria In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p15-27
BOSCH J Sorderas neurosensoriales In ABELLOacute P TRASERRA J Otorrinolaringologia Barcelona Doyma 1992 p192-8
BRASIL Ministeacuterio do Trabalho Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Decreto-lei nordm 5452 de 1ordm de maio de 1943 Aprova a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 09 de ago 1943
______ Ministeacuterio do Trabalho Portaria 3214 Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capiacutetulo V Tiacutetulo II da Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho relativas a Seguranccedila e Medicina do Trabalho Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 8 de jun 1978a
______ Ministeacuterio do Trabalho Normas regulamentadoras de seguranccedila e sauacutede do trabalhador NR-15 anexos I e II Estabelece limites de toleracircncia para exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 08 de jun 1978b
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 24 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 7 - Programa de Controle Meacutedico e Sauacutede Ocupacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994a
______ Ministeacuterio do Trabalho Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 25 de 29 de Dezembro de 1994 Aprova Norma o texto da Norma Regulamentadora nordm 9 - Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 30 de dez 1994b
______ Conselho Nacional de Sauacutede Aprovaccedilatildeo das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos Resoluccedilatildeo nordm 196 10 out de 1996 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia out1996
______ Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) Ordem de Serviccedilo nordm 608 de 5 de agosto de 1998 Aprova Norma Teacutecnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora de origem ocupacional Ministeacuterio da Previdecircncia e Assistecircncia Social Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 19 de ago 1998a
REFEREcircNCIAS
97
______ Ministeacuterio do Trabalho - Secretaria da Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho Portaria nordm 19 de 9 de Abril de 1998 Diretrizes e paracircmetros miacutenimos para avaliaccedilatildeo a acompanhamento da audiccedilatildeo em trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevados Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 22 de abr 1998b
BURNS V STEAD J C PENNY H W The relations between temporary shift and occupational hearing loss In BURNS W ROBINSON D W Hearing and noise in industry London Her Magestyrsquos Stationery Office 1970
CARNICELLI M V F Exposiccedilatildeo ocupacional a vibraccedilatildeo transmitida atraveacutes das matildeos uma revisatildeo sobre o distuacuterbio vascular perifeacuterico Rev Bras Sauacutede Ocup Satildeo Paulo v22 n82 p35-44 abrjun 1994
CELIK O YALCcedilIN S OumlZTUumlRK A Hearing parameters in noise exposed industrial workers Auris Nasus Larynx Amsterdam v25 n4 p369-375 1998
CHERMAK G D DENGERINK J E DENGERINK H A Threshold of octave masking as a predictor of temporary threshold shift following repeated noise exposure J Speech Hear Disord Rockville n49 p303-8 1984
COLES R A Classification of causes mechanisms of patient disturbance and associated counseling In VERNON J A MOLLER A R Mechanisms of tinnitus Boston Allyn and Bacon 1995 p11-19
COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA Perda auditiva induzida por ruiacutedo relacionada ao trabalho Boletim Satildeo Paulo n 1 1999a
______ Padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador exposto ao ruiacutedo Boletim Belo Horizonte n2 1999b
______ Recomendaccedilotildees miacutenimas para elaboraccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva Boletim Satildeo Paulo n6 1999c
CORDEIRO R LIMA FILHO E C NASCIMENTO L C Associaccedilatildeo da perda auditiva induzida pelo ruiacutedo com o tempo acumulado de trabalho entre motoristas e cobradores Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n10 p210-21 1994
REFEREcircNCIAS
98
CORREcircA FILHO H R COSTA L S HOEHNE E L PEREZ M A NASCIMENTO L C DE MOURA E C Perda auditiva induzida por ruiacutedo e hipertensatildeo em condutores de ocircnibus Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v36 n6 p693-701 2002
CORREIA J W PAIR e suas complicaccedilotildees meacutedico-periciais CIPA Satildeo Paulo v244 n21 p54-69 2000
COSTA E A KITAMURA S Oacutergatildeos dos sentidos audiccedilatildeo In MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995 p365-86
COSTA E N Efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo e audiologia industrial Revista de Fonoaudiologia Satildeo Paulo v1 n2 p12-16 nov abr 19941995
COX R M ALEXANDER G C GRAY GA Who wants a hearing aid Personality profiles of hearing aid seekers Ear Hear Baltimore v26 n1 p12-26 2005
CUBAS DE ALMEIDA S I Histoacuteria natural da disacusia induzida por ruiacutedo industrial e implicaccedilotildees meacutedico-legais1992 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Otorrinolaringologia) - Escola Paulista de Medicina Satildeo Paulo 1992
_____ O diagnoacutestico diferencial da disacusia neurossensorial por ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p181-187
DAVIS H SILVERMAN SR Hearing and deafness 3ed New York Holt Rinehart amp Winston 1970
DUNN D Cochlear morphology associated with overexposure to noise Journal of the Ohio Speech and Hearing Association Ohio n10 p 22-28 1987
FANTAZZINI M L Atenuaccedilatildeo de protetores auriculares In BERNARDI A P A (Org) Audiologia ocupacional Satildeo Joseacute dos CamposSP Pulso 2003 p103-111
FERNANDES M Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da exposiccedilatildeo ocupacional a ruiacutedo e vibraccedilatildeo 2005 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Universidade Tuiuti do ParanaacutePR 2005
REFEREcircNCIAS
99
FERREIRA D A fonoaudiologia o direito previdenciaacuterio e a perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p202-214
FERREIRA JUNIOR M Perda auditiva induzida por ruiacutedo bom senso e consenso Satildeo Paulo VK 1998 121p
_____ Perda auditiva induzida por ruiacutedo In ______ Sauacutede no trabalho Satildeo Paulo Roca 2000 p262-285
FIORINI A C SILVA S BEVILACQUA M C Ruiacutedo comunicaccedilatildeo e outras alteraccedilotildees SOS Sauacutede Ocup Segur Satildeo Paulo v26 p49-60 1991
FIORINI A C A importacircncia do monitoramento audiomeacutetrico no programa de conservaccedilatildeo auditiva Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo n13 p95-102 1994a
FIORINI A C Conservaccedilatildeo auditiva estudo sobre o monitoramento audiomeacutetrico em trabalhadores de uma induacutestria metaluacutergica 1994 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo Humana) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1994b
FIORINI A C O uso de registros de emissotildees otoacuacutesticas como instrumento de vigilacircncia epidemioloacutegica de alteraccedilotildees auditivas em trabalhadores expostos a ruiacutedo Tese (Doutorado em Sauacutede Ambiental) - Faculdade de Sauacutede Puacuteblica Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2000
FIORINI A C NASCIMENTO P E S Programa de prevenccedilatildeo de perdas auditivas In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Rio de Janeiro Revinter 2001 v2 p51-61
FRANCO E S RUSSO I C P Prevalecircncia de perdas auditivas em trabalhadores no processo admissional em empresa na regiatildeo de CampinasSP Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n5 p661-70 2001
FUNDACENTRO Norma de higiene ocupacional procedimento teacutecnico ndash avaliaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo nordm 1 (NHO - 01) Satildeo Paulo 2001
GALAFASSI M C Medicina do trabalho Satildeo Paulo Atlas 1998
REFEREcircNCIAS
100
GATES G A COOPER J C KANNEL W B et al Hearing in the elderly the framingham cohort Ear Hear Baltimore n11 p247-56 1990
GATES G A SCHMID P KUJAWA S G NAM B DAGOSTINHO R Longitudinal threshold changes in older men with audiometric notches Hearing Research Amsterdam v141 n12 p220-28 2000
GERGES S N Y Efeitos nocivos a audiccedilatildeo e as consequumlecircncias das vibraccedilotildees no corpo humano Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p56-62 jul 1997
GIAMPAOLI E Persistecircncia especialista diz que profissionais tem como resolver problemas mais comuns da induacutestria Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo n101 p8 2000
GOBBATO L H F G COSTA E A SAMPAIO M H GOBBATO JUacuteNIOR F M Estudo do efeito aprendizagem em exames audiomeacutetricos sequumlenciais em trabalhadores de induacutestria metaluacutergica e suas implicaccedilotildees nos programas de conservaccedilatildeo auditiva Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v70 n4 p540-4 julago 2004
GLORIG A Noise past present and future Ear Hear Baltimore v1 n1 p4-18 1980
GOMES R Inimigo invisiacutevel induacutestria brasileira continua fabricando surdos apesar dos avanccedilos tecnoloacutegicos Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v 22 n5 p74-8 abrmaio 1989
GUERRA M R LOURENCcedilO P M C TEXEIRA M T B ALVES M J M Prevalecircncia de perda auditiva induzida por ruiacutedo em empresa metaluacutergica Rev Sauacutede Publ Satildeo Paulo n39 p527-30 2005
HANDAR Z Ruiacutedo controlado Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo v11 n77 p63-67 maio 1998
HENDERSON D HAMERNIK R P Biologics bases of noise-induced hearing loss In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p513-33
HEacuteTU R GETTY I QUOC H T Impact of occupational hearing loss on the lives of workers In MORATA T C DUNN D E (Eds) Occupational Medicine occupational hearing loss Philadelphia Hanley amp Belfus 1995 p495-512
REFEREcircNCIAS
101
HUNGRIA H Trauma sonoro In ______ Otorrinolaringologia 8ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2000 p389-400
IBANtildeEZ R N Programa de conservaccedilatildeo auditiva In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida pelo ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p255-60
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS) Instruccedilatildeo Normativa nordm 78 de 16 de julho de 2002 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia 18 de jul 2002
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO) Acoustics audiometric test methods ndash Part 1 basic pure tone air and bone conduction threshold audiometry ISO 8253-1 Geneve Switzerland 1989
JERGER S JERGER J Perda auditiva por induccedilatildeo de ruiacutedo In ______ Alteraccedilotildees auditivas Satildeo Paulo Atheneu 1998 p133-137
JESUS J E C C (Org) Laudo teacutecnico das condiccedilotildees ambientais de trabalho Ribeiratildeo PretoSP 2004
KRYTER K D The effects of noise on man New York Academic Press 1985
KWITKO A Audiometria ocupacional CIPA Satildeo Paulo v18 n213 p34-36 1997
______ Teste de rotina a obtenccedilatildeo da qualidade de ambiente e cabinas de testes audiomeacutetricos ocupacionais Revista Proteccedilatildeo Novo Hamburgo p66-68 out1998
LANDEN D WILKINS S STEPHENSON M MCWILLIAMS L Noise exposure and hearing loss among sand and gravel miners J Occup Environ Hyg Philadelphia v1 n8 p532-41 aug 2004
LASMAR A Diagnoacutestico da doenccedila profissional induzida pelo ruiacutedo In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p153-161
LOPES-FILHO O C Deficiecircncia auditiva In ______ (Org) Tratado de fonoaudiologia Satildeo Paulo Tecmedd 2005 p23-40
REFEREcircNCIAS
102
LUXON L M The clinical diagnosis of noise induced hearing loss Advances in Noise Research Londres 1998
MARCHIORI L L M MELO J J Comparaccedilatildeo das queixas auditivas com relaccedilatildeo agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo em componentes de orquestra sinfocircnica Proacute-Fono Carapicuiacuteba v13 n1 p9-12 2001
MARTINS A L ALVARENGA K F BEVILACQUA M C COSTA FILHO O A Perda auditiva em motoristas e cobradores de ocircnibus Rev Bras Otorrinolaringol Satildeo Paulo v67 n4 p 467-73 2001
MAY J J Occupational hearing loss Am J Ind Med New York v37 n1 p112-120 2000
MAYRINK C E SILVA C S FERREIRA M D BEVILAQUA M C Os efeitos do ruiacutedo na audiccedilatildeo Revista de Acuacutestica e Vibraccedilotildees Satildeo Paulo v12 p30-43 1993
MELLO A P WAISMANN W Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e quiacutemicos industriais e seus efeitos no sistema auditivo revisatildeo da literatura Arq Otorrinolaringol Satildeo Paulo v8 n3 p226-34 2004
MELNICK W Industrial hearing conservation In KATZ J Handbook of clinical audiology 4ed Baltimore Williams amp Wilkins 1985 p534-552
______ Sauacutede auditiva do trabalhador In KATZ J Tratado de audiologia cliacutenica 4ed Satildeo Paulo Manole 1999 p529-547 1999
MENDES R Patologia do trabalho Satildeo Paulo Atheneu 1995
MERLUZZI F Patologia da rumore In SARTORELLI E Tratatto di medicina del lavoro Padova Piccin 1981 v2 p1119-49
MOLLER M B Hearing in 70 and 75 years old people results from a crossection and longitudinal population Am J Otol Philadelphia n2 p22-9 1981
MOMENSOHN-SANTOS T M RUSSO I C P(Orgs) A praacutetica da audiologia cliacutenica 6ed Satildeo Paulo Cortez 2005 375p
REFEREcircNCIAS
103
MONTIEL-LOacutePEZ M CORZO-ALVAREZ G CHACIacuteN-ALMARZA B ROJAS-GONZAacuteLEZ L QUEVEDO A RENDILES H Prevalence and characterization of hearing loss in workers exposed to industrial noise of the turbogenerated electric plant of a petrochemical industry Invest Clin Maracaibo v47 n2 p117-31 jun 2006
MORATA T C Sauacutede do trabalhador estudo da exposiccedilatildeo simultacircnea a ruiacutedo e dissulfeto de carbono 1986 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Distuacuterbios da Comunicaccedilatildeo) - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica Satildeo Paulo 1986
MORATA T C CARNICELLI M V Audiologia e sauacutede dos trabalhadores Satildeo Paulo EDUC 1988
MORATA T C LEMASTERS G K Epidemiologic considerations in the evaluation of occupational hearing loss Occup Med State Art Rev Philadelphia v10 n3 p 641-56 1995
MORATA T C DUNN D E SIEBER W K Perda auditiva ocupacional a agentes ototoacutexicos In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p189-201
NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH) Preventing occupational hearing loss a practical guide Washington U S Department of Health and Human Services 1996
_____ Criteria for a recommended standard occupational noise exposure revised criterion Washington U S Department of Health and Human Services 1998
OLIVEIRA C G Fonoaudiologia preventiva em sauacutede do trabalhador In MARCHESAN I ZORZI J L E GOMES I C D (Orgs) Toacutepicos em fonoaudiologia 1996 v3 p 121-29
OLIVEIRA J A A Fisiologia cliacutenica da audiccedilatildeo ndash coacuteclea ativa In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p101-142
OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA) United States Department of Labor Occupational noise exposure hearing conservation amendment Federal Register Washington U S v48 n46 p9738-45 1983
REFEREcircNCIAS
104
PEARSON J D et al Gender differences in a longitudinal study of age-associated hearing loss Journal Acoust Soc Am Lancaster v97 n2 p1196-205 fev1995
PINTO N M C Alternativas para anaacutelise longitudinal de resultados audiomeacutetricos In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p73-188
PIZARRO G PIZARRO G U Diagnoacutestico cliacutenico pela audiometria ocupacional Acta Who Geneve v19 n1 p32-38 2000
PRASHER D New strategies for prevention and treatment of noise-induced hearing loss J Lancet Minneapolis n352 p1240-41 1998
RABINOWITZ P M Noise induced hearing loss Am Fam Physician Kansas City v61 n9 p2749-562759-60 2000
RIBEIRO A M D CAcircMARA V M Perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora em trabalhadores de manutenccedilatildeo de aeronaves de asas rotativas Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v22 n6 p1217-24 2006
RIBEIRO F S N OLIVEIRA S REIS M M SILVA C R MENEZES M A DIAS A E Processo de trabalho e riscos para a sauacutede dos trabalhadores em uma induacutestria de cimento Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro n68 p1243-50 2002
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a niacuteveis elevados 2003 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) - Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo 2003
RIOS A L SILVA G A Sleep quality in noise exposed brazilian workers Noise amp Health London v8 n29 p27-34 2005
RODRIGUES M A G DEZAN A A MARCHIORI L L MEficaacutecia da escolha do protetor auditivo pequeno meacutedio e grande em programa de conservaccedilatildeo auditiva Rev CEFAC Satildeo Paulo v8 n4 p543-7 2006
ROYSTER J D ROYSTER L H Using audiometric data base analysis J Occup Med Baltimore n 28 p1055-68 1986
REFEREcircNCIAS
105
RUIZ R C MOREIRA M IZUMIDA M M RUIZ V Funccedilatildeo auditiva de trabalhadores em induacutestrias de papel e papelatildeo eacute analisada Revista CIPA Satildeo Paulo v12 n 3 p85-90 1996
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M SANTOS U P Programa de sauacutede dos trabalhadores a experiecircncia da zona norte uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo Hucitec 1989 p125-155
SANTOS U P (Org) Ruiacutedo riscos e prevenccedilatildeo 3ed Satildeo Paulo Hucitec 1999 157p
SANTANA V S BARBERINO J L Exposiccedilatildeo ocupacional ao ruiacutedo e hipertensatildeo arterial Rev Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo n29 p478-87 1995
SARTORI E Conhecimento e atitude de trabalhadores em relaccedilatildeo a prevenccedilatildeo da perda auditiva In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambiental ndash ocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p109-23
SATALOFF R T SATALOFF J Differential diagnosis of occupational hearing loss Occup Health Saf Waco v70 n9 p126-129 2001
SAVA L C Protocolo de avaliaccedilatildeo para populaccedilotildees expostas ao ruiacutedo industrial In MORATA T C ZUCKI F (Orgs) Caminhos para a sauacutede auditiva ambientalndashocupacional Satildeo Paulo Plexus 2005 p189-202
SELIGMAN J Sintomas e sinais de PAIR In NUDELMANN A A COSTA E A SELIGMAN J IBANtildeEZ R N (Orgs) PAIR perda auditiva induzida por ruiacutedo Porto Alegre Bagaggem Comunicaccedilatildeo 1997 v1 p 143-9
SELIGMAN J NUDELMANN AA IBANtildeEZ R COSTA EA Perda auditiva induzida pelo ruiacutedo In LAVINSKY L OLIVEIRA JAA Programa de educaccedilatildeo continuada em otologia Rio de Janeiro SOBSB 1999 p1-7
SIMPSON T H Programas de prevenccedilatildeo da perda auditiva ocupacional In MUSIEK F E RINTELMANN W F Perspectivas atuais em avaliaccedilatildeo auditiva Barueri Manole 2001 p461-480
REFEREcircNCIAS
106
SIVIERO A B FERNANDES M J LIMA J AC SANTONI C B BERNARDI A P A Prevalecircncia de perda auditiva em motoristas de ocircnibus do transporte coletivo da cidade de MaringaacutePR Rev CEFAC Satildeo Paulo v7 n3 p376-81 julset 2005
SUTER A H Construction noise exposure effects and the potential for remediation a review and analysis AIHA J Fairfax v63 n6 p768-89 novdec 2002
TAMBS K Moderate effects of hearing loss on mental health and subjective well-being results from the nord-trondelag hearing loss study Psychosom Med Baltimore v66 n5 p776-82 2004
TAY P Severe noise-induced deafness a 10-year review of cases Singapore Medical Journal Singapore v37 n4 p362-64 aug1996
WARD W D Adaptation and fatigue In JERGER J Modern developments in audiology 2ed New York Academic Press 1973 p323-8
_____ Endogenous factors related to susceptibility to damage from noise Occupational Hearing Loss State of the Art Reviews Baltimore v10 n3 p 561-76 1995
WELLESCHIK B KORPERT K Is the risk of noise-induced hearing damage higher for man than for women Journal Laryng Rhinol New York n59 p681-9 aug 1980
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) International classification of impairments disability and handcaps Geneve 1980
ANEXOS
ANEXOS
107
ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP
ANEXOS
108
ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo
E S C L A R E C I M E N T O
Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______
Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica
Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica
Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash
FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de
Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende
analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a
realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os
cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral
Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha
sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc
Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este
esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea
Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho
para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees
Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder
Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua
qualidade de vida
Atenciosamente
Ana Luacutecia Rios
ANEXOS
109
ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)
detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)
NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA
DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)
ANEXOS
110
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897
DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450
DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862
ANEXOS
111
RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
NPS dB (A)
DOS Q = 5 dB
(A)
DOS Q = 3 dB
(A)
GHE
Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60
Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3
Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4
Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68
Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80
Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60
ANEXOS
112
Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60
Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60
Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62
Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60
Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60
Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60
ANEXOS
113
Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que
ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima
dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 5 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712
Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das
avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a
seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia
DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES
Nordm de funcio-naacuterios
DOSQ = 3 dB(A)
NPSc dB (A)Prot 1
NPSc dB (A) Prot 2
NPSc dB (A)Prot 3
Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761
Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731
Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719
Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765
ANEXOS
114
ANEXO D ndash Questionaacuterio
NOME __________________________________
- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome
- Entregar o mais raacutepido possiacutevel
- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo
- Marque um (X) nas alternativas
- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)
- OD = orelha direita OE = orelha esquerda
- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
- Data de Nascimento ____ ____ ____
- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )
2ordm Grau Completo ( )
Superior ( )
- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos
- Seccedilatildeo ________________________________
1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo
( ) menos que oito horas diaacuterias
( ) oito horas diaacuterias
( ) mais que oito horas diaacuterias
2) Tem outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usa protetor de orelha neste outro emprego
( ) SIM ( ) NAtildeO
3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute
( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto
( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto
4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) em casa ( ) oficina caseira
( ) wallkman ( ) banda de muacutesica
( ) discoteca ( ) esportes ruidosos
( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante
5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes
do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO
Usava protetor de orelha neste serviccedilo
( ) SIM ( ) NAtildeO
Trabalhou por quanto tempo ____________
6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual ____________________________
Esse outro setor era barulhento
( ) SIM ( ) NAtildeO
7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho
( ) irrita
( ) incomoda
( ) prejudica a audiccedilatildeo
( ) natildeo trabalho no ruiacutedo
( ) jaacute acostumei
( ) natildeo atrapalha
8) Trabalha em turnos alternados
( ) SIM ( ) NAtildeO
9) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
10) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Entende ( ) Natildeo Entende
11) Acha que da orelha direita vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
ANEXOS
115
12) Acha que da orelha esquerda vocecirc
( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta
13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute
( ) Normal ( ) OD ( ) OE
( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE
( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE
14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou
( ) lentamente
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
( ) bruscamente (muito raacutepido)
( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave
esquerda
15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quecirc _____________________________
____________________________________
18) Quanto a orelha vocecirc reclama de
( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera
( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)
( ) tontura ( ) barulho (zumbido)
( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado
( ) Natildeo reclamo
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama
19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc
sente
( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo
( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo
( ) sono ( ) desmotivado
( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente
20) Vocecirc jaacute teve
( ) caxumba ( ) sarampo
( ) rubeacuteola ( ) catapora
( ) tuberculose ( ) meningite
21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) As duas orelhas
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)
( ) SIM ( ) NAtildeO
Qual orelha
( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda
( ) As duas orelhas
( ) Teve que procurar um meacutedico
( ) SIM ( ) NAtildeO
23) Tem contato com produtos quiacutemicos
( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________
24) Tem contato com vibraccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede
( ) pressatildeo alta ( ) diabetes
( ) coraccedilatildeo ( ) rim
( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho
Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO
ANEXOS
116
26) Faz uso prolongado de
( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina
( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio
Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO
27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
28) Faz uso de fumo
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) nasceu com o problema
( ) ficou com o problema quando crianccedila
( ) ficou com o problema quando adulto
( ) ficou com o problema quando idoso
30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA
( ) SIM ( ) NAtildeO
31) Participa dos treinamentos e de palestras
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees
( ) Natildeo participo
32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo
quanto ao uso de protetor de orelha
( ) SIM ( ) NAtildeO
Por quem
( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso
( ) jornal ( ) chefe ( ) outros
33) Usa o protetor de orelha
( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa
34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa
( ) tipo concha (abafador)
( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)
( ) tipo concha + tipo plug (os dois)
( ) Natildeo uso
Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel
( ) abafador ( ) plug de borracha
( ) outro ( ) nenhum
35) Com o uso do protetor de orelha
( ) o ruiacutedo diminui no trabalho
( ) fica ruim para conversar
( ) o protetor incomoda
( ) a orelha coccedila muito
( ) junta sempre cera e entope
( ) a orelha fica muito quente
( ) se sente inseguro
( ) natildeo faz diferenccedila
( ) natildeo preciso usar protetor
( ) natildeo consigo usar o protetor
( ) uso soacute porque eacute obrigado
36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Quando crianccedila
( ) Por causa do trabalho
Ficou sabendo do resultado
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Gostaria de ser informado do resultado
37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos
( ) SIM quando sou obrigado
( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees
da minha sauacutede
( ) SIM mas acho que natildeo preciso
ANEXOS
117
38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede
( ) SIM ( ) NAtildeO
( ) Natildeo me interesso
39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA
( ) SIM ( ) NAtildeO
Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico
( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo
( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo
( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC
( ) Outro meio informaccedilatildeo
40) O que achou do questionaacuterio
( ) muito longo ( ) confuso
( ) faacutecil ( ) difiacutecil
( ) importante ( ) bom
OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO
OBS Questionaacuterio adaptado de
RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e
na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a
niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado
em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash
FMRP - USP 2003
SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo
auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In
COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M
SANTOS U P Programa de sauacutede dos
trabalhadores A experiecircncia da zona norte
uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo
Hucitec 1989 p125-155
ANEXOS
117
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras
ANEXOS
118
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
119
ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)
ANEXOS
120
ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
121
ANEXO G ndash Palestra informativa na DND
Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios
Funcionaacuterios Funcionaacuterios
ANEXOS
122
ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras
Capa do panfleto
Interior do panfleto
ANEXOS
123
ANEXO I ndash Cartazes informativos
ANEXOS
124
ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND
Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo
Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe
Recommended