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IMPLEMENTAÇÃO E ADAPTAÇÃO DE
PRÁTICAS ENXUTAS EM UM SISTEMA
ESPECÍFICO DE GESTÃO DA
PRODUÇÃO (XPS): UM ESTUDO EM
UMA EMPRESA DE
ELETROELETRÔNICOS
Nayara Cardoso de Medeiros (UFPB )
nayaramedeiros30@gmail.com
Luciano Costa Santos (UFPB )
luciano@ct.ufpb.br
Claudia Fabiana Gohr (UFPB )
claudiagohr@ct.ufpb.br
Muitas empresas que adotaram a produção enxuta obtiveram sucesso
na implementação e passaram a amadurecer esse sistema realizando
adaptações próprias às características do seu processo específico,
criando assim, um sistema de gestão da proddução específico para sua
empresa. Diante disso, esse artigo tem como objetivo descrever as
práticas enxutas que foram implementadas em uma empresa, assim
como as adaptações que foram feitas às práticas para adequar ao
sistema de produção da organização. O método empregado para o
desenvolvimento da pesquisa foi o estudo de caso de cunho qualitativo,
que foi realizado em uma empresa de eletroeletrônicos. Os
instrumentos de coleta de dados adotados foram entrevistas
semiestruturadas, análise de documentos e observação direta do
processo. Para auxiliar na análise dos dados utilizou-se o software
Atlas.ti. Os resultados apontaram que a implementação das práticas
enxutas, de fato, necessitaram de adaptações que estavam relacionadas
às características particulares do sistema de produção da empresa
estudada. Essas adaptações foram realizadas de acordo com o
conhecimento e experiência da equipe destinada a sua implementação.
Por meio do estudo, foi possível extrair algumas lições que ressaltam a
importância da adaptação das práticas enxutas às características
específicas do sistema de produção de cada empresa.
Palavras-chave: Sistemas de Produção; Produção Enxuta; Gestão da
Produção.
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
A produção enxuta (PE) tem despertado o interesse de pesquisadores e empresários devido
aos resultados positivos da Toyota, desde o final da Segunda Guerra Mundial, com a
eliminação de desperdícios e aumento de produtividade (PAPADOPOULOU; ÖZBAYRAK,
2005; BHAMU; SANGWAN, 2014). No entanto, enquanto muitas empresas que adotaram a
produção enxuta tiveram sucesso, outras falharam no processo de adoção e não obtiveram os
resultados esperados (TAYLOR; TAYLOR; MCSWEENEY, 2013).
Chavez et al. (2013) atentaram para a necessidade de se observar a universalidade da
implementação das práticas da produção enxuta, pois apesar de a produção enxuta ser
defendida como um modelo de aplicação universal (WOMACK, JONES; ROSS, 2004),
precisa-se levar em consideração a necessidade de adaptações a processos e sistemas de
produção específicos.
Netland (2013) apontou em sua pesquisa que muitas empresas que adotaram a produção
enxuta obtiveram sucesso na implementação e passaram a amadurecer esse sistema realizando
adaptações próprias às características do seu processo específico, criando assim, um sistema
de gestão da produção específico para sua empresa. Esses sistemas específicos foram
denominados por Netland (2013) de XPS, em que o “X” substitui o “T” do TPS (Toyota
Production System) e denota que o sistema foi customizado para as necessidades da empresa.
Embora os sistemas específicos de gestão da produção tenham sido objeto de estudo de
trabalhos recentes (WALLACE, 2004; LEE; JO, 2007; NETLAND; ASPELUND, 2013;
NETLAND, 2013; NETLAND; SANCHEZ, 2014; CHIARINI; VAGNONI, 2015), este tema
ainda carece de pesquisas adicionais para explicar como esses sistemas de produção se
adaptam às necessidades das empresas.
Considerando o exposto, esta pesquisa tem como objetivo descrever as práticas enxutas que
foram implementadas em uma empresa que desenvolveu um XPS, assim como as adaptações
que foram feitas às práticas buscando uma adequação ao sistema de produção específico. Para
tanto, foi desenvolvido um estudo de caso em uma fábrica de eletroeletrônicos que passou por
um processo recente de implementação de um sistema específico de gestão da produção. Por
meio do estudo de caso, foi possível extrair algumas lições que ressaltam a importância da
adaptação das práticas enxutas às características específicas do sistema de produção de cada
empresa.
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Após esta introdução, o trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma: (i) revisão da
literatura sobre os principais temas que deram sustentação para o estudo empírico; (ii)
procedimentos metodológicos, momento em que discute detalhadamente como a pesquisa de
campo foi desenvolvida; (iii) descrição e análise dos resultados e, por fim, (iv) conclusão do
trabalho e discussões adicionais.
2. Produção enxuta e sistemas de produção específicos (XPS)
Para Shah e Ward (2007, p. 791), produção enxuta “é um sistema sócio-técnico integrado cujo
principal objetivo é eliminar os desperdícios por meio da redução ou da minimização
simultânea da variabilidade de processos internos, de fornecedores e de clientes”. Enquanto
para Lander e Liker (2007, p. 3682) é um “conjunto de ferramentas para remover desperdícios
do processo”. Algumas dessas ferramentas podem ser observadas no Quadro 1.
Porém, Hoeft (2013) adverte que um dos maiores mal-entendidos é relacionar a produção
enxuta estritamente a um conjunto de práticas, ferramentas ou técnicas. Papadopoulou e
Özbayrak (2005) complementam afirmando que se devem levar em consideração todos os
aspectos operacionais, organizacionais e de gestão de empresa no processo de implementação
da produção enxuta.
Ao levar em consideração esses aspectos, observou-se que as empresas necessitavam adaptar
as práticas enxutas às suas características organizacionais específicas. A partir dessa
necessidade de adaptação as empresas começaram a desenvolver sistemas de gestão da
produção específicos para seu processo e Netland (2013) ao estudar tais empresas chamou
esse sistema de XPS, em que o X é a denominação da empresa que adota o sistema (Ex.: VPS
– Volvo Production System).
Ao estudar os XPS's de trinta empresas (Alfa Laval, Audi, Bosch, Elkem, Fomel ZF, Haldex,
Herman Miller, Hydro Aluminium, John Deere, Novo Nordisk, REC, Scania, Valeo, Volvo,
ZF Lemförder, Almatis, Boeing, Caterpillar, DeutscheEdelstahlwerke, Ecco, Electrolux,
Gestamp Griwe, Heidelberg, JCB, Knorr Bremse, LEGO, Mercedes, Trumpf, Viessmann,
Whirlpool), Netland (2013) observou que os XPS's têm princípios semelhantes por terem a
mesma base na produção enxuta. O autor explica que, para a criação do seu XPS, as empresas
escolhem as práticas enxutas que mais atendem à sua demanda e então identificam
necessidades de adaptações às características particulares da própria empresa. É nesse
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momento que o XPS se afasta da produção enxuta e adquire uma configuração de acordo com
as características da empresa.
Quadro 1 - Práticas de Produção Enxuta
PRÁTICAS CONCEITO
Equipes multifuncionais
As equipes multifuncionais consistem em grupos de trabalhadores que
realizam várias tarefas diferentes, conferindo flexibilidade ao sistema
de produção (MONDEN, 2015).
Gestão da qualidade no processo
Prevê a eliminação ou a simplificação de processos que não adicionam
valor ao produto e também a atuação do controle de qualidade de
forma preventiva, eliminando erros no processo (LIKER, 2005).
Gerenciamento visual O gerenciamento visual consiste em informações visuais sobre
problemas e indicadores do sistema produtivo (MONDEN, 2015)
Produção puxada, Just in time
(JIT)
Fornecer itens necessários, na quantidade necessária, no momento e no
local correto para eliminar estoques e perdas e obter um fluxo contínuo
de produção (SHINGO, 1996; OHNO, 1997).
Kanban
O kanban é uma forma para se atingir o just in time por meio de
cartões que contem informações de coleta, transferência e de produção
que são enviados de um processo para o seu antecessor (OHNO,
1997).
Células de manufatura
As células de manufatura são disposições de layout de um sistema
produtivo em que há um agrupamento das máquinas de forma a
reduzir a movimentação dos funcionários, diminuir o transporte de
materiais, diminuir o estoque de materiais, além de manter uma
relação mais próxima dos funcionários (MONDEN, 2015).
Manutenção produtiva total
(TPM)
Abordagem estruturada de manutenção que reúne um conjunto de
técnicas para evitar interrupções inesperadas no fluxo de produção por
meio de manutenção autônoma e planejada (LIKER, 2005).
Mapeamento do fluxo de valor
Mapear o fluxo de valor é descrever o caminho de todo o processo de
transformação de material e informação de forma a identificar as
atividades que não agregam valor (LIKER, 2005).
Melhoria contínua (kaizen)
A melhoria contínua tem por filosofia não aceitar o status quo de uma
organização e sempre realizar as mudanças de modo incremental e
rotineiro (MONDEN, 2015).
Nivelamento da produção
(Heijunka)
Nivelamento da produção em volume e em combinação (mix), ou seja,
toma o volume total de pedidos em um período e nivela-os para que a
mesma quantidade e combinação sejam produzidas a cada dia (LIKER,
2005).
Operações padronizadas
As operações padronizadas buscam ajudar a diminuir as ineficiências
do processo, por meio do estabelecimento de padrões de tempos e
métodos (MONDEN, 2015).
Troca rápida de ferramentas
Ferramenta tem como objetivo reduzir o tempo de setup por meio da
simplificação e melhoria das atividades de preparação (SHINGO,
1996).
Lee e Jo (2007) afirmaram que quando se vai implementar a produção enxuta não se deve
fazer da mesma forma quando foi originalmente implementada no STP (Sistema Toyota de
Produção) e sim desenvolver seu próprio modelo de produção. Para tanto, os autores
desenvolveram um estudo sobre o sistema de produção Hyundai (HPS) e encontraram que
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inicialmente a Hyundai implementou a produção enxuta da mesma forma que foi
originalmente feito no STP e logo percebeu que precisava reinterpretar e modificar o STP de
acordo com as características próprias do seu processo para poder adaptá-lo.
Netland e Aspelund (2013) acrescentam que o modelo de gestão desenvolvido no XPS pode
ser replicado para as diversas fábricas de empresas multinacionais e afirmam que ele pode
garantir vantagem competitiva para as empresas. Os autores chegaram a essa constatação
estudando o Volvo Production System (VPS) e perceberam que sua implementação garantia a
vantagem competitiva da empresa, principalmente pelo pioneirismo na implementação e por
ter sido resultado de um ajuste único com os recursos estratégicos. Além de analisarem a
relação da adoção do XPS com a vantagem competitiva, Netland e Sanchez (2014)
identificaram que o XPS da Volvo (VPS) também trazia efeitos positivos no desempenho,
especificamente na qualidade do produto e na qualidade do processo. Essa pesquisa
complementa a anterior e indica o potencial efeito moderador do XPS sobre a relação entre
estratégia e desempenho das organizações.
As similaridades entre o sistema Toyota de produção e os XPS's são destacadas em diversos
artigos sobre o assunto. No entanto, também se constata a existência de adaptações, ou seja,
ao passo que se credita à Toyota a origem do sistema, reconhece-se a necessidade de sua
adequação. Nesse sentido, pode-se dizer que é importante conhecer a trajetória de
implementação de empresas que adotaram um sistema específico de gestão de produção a fim
de perceber o padrão de implementação do XPS adotado pela empresa, assim como as
adaptações que foram feitas.
3. Procedimentos metodológicos
A pesquisa relatada neste artigo é predominantemente qualitativa, adota uma abordagem
menos estruturada e utiliza, em relação aos procedimentos, o estudo de caso para a análise em
profundidade do fenômeno XPS em um contexto real (CAUCHICK MIGUEL et al., 2010).
O critério de seleção da empresa para o desenvolvimento do estudo de caso foi a existência na
organização de um XPS. Além disso, optou-se por uma empresa de um setor diferente do
setor automotivo, buscando um maior potencial para identificação de adaptações, uma vez
que a produção enxuta teve suas origens no setor automotivo. Dessa forma, foi selecionada
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uma fábrica de eletroeletrônicos localizada no município de Manaus/AM que pertencente a
um grupo empresarial de grande porte.
A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas, conforme é possível verificar no Quadro 2. Para
realizar a pesquisa na empresa selecionada, primeiramente foi elaborado e enviado um
protocolo para o desenvolvimento do estudo de caso. Em seguida, as visitas à empresa foram
agendadas.
Quadro 2 - Procedimentos da pesquisa
1ª Etapa: Revisão de
literatura O quê? Como?
1.1 Produção enxuta
Identificar conceitos e
principais práticas da PE na
literatura. Levantamento bibliográfico
1.2 Sistemas específicos de
gestão de produção (XPS)
Revisar os conceitos e as
pesquisas sobre os XPS’s
2ª Etapa: Estudo de caso O quê? Como?
2.1 XPS da empresa Caracterizar o XPS Análise documental
2.2 Implementação de práticas
Identificar as práticas de
produção enxuta implementadas
pela empresa
- Entrevista semiestruturada
- Análise de documentos
- Observação direta do processo
2.3 Sistema de produção da
empresa
Identificar as características do
sistema de produção
2.4 Adaptações das práticas
enxutas
Verificar as adaptações feitas
nas práticas enxutas em função
das características do sistema de
produção que levaram à
implementação do XPS
Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram entrevistas semiestruturadas com
gestores da empresa e responsáveis pela implementação e manutenção do sistema XPS. O
roteiro de entrevista foi desenvolvido com base nas práticas de produção enxuta apresentadas
no Quadro 1 e na classificação dos sistemas de produção de MacCarthy e Fernandes (2000)
(Quadro 3). Além das entrevistas, foram feitas observações sistemáticas utilizando um roteiro
de observação a fim de identificar e confirmar características importantes do processo
relevantes à pesquisa; e, análise documental de materiais relacionados ao XPS da empresa.
Quadro 3 - Características do sistema de produção
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Características gerais do
Sistema de Produção
Tempo de resposta
Repetitividade
Tecnologia de processo (automação)
Características do produto
Estrutura do produto
Nível de customização
Variedade do produto
Características do processo
Layout
Tipo de estoque de segurança
Tipos de fluxo
Características da
montagem
Tipos de montagem
Organização do trabalho
Fonte: MacCarthy e Fernandes (2000).
As entrevistas e observações foram realizadas no final do ano de 2015 na própria planta com
gestores e funcionários que estão descritos no Quadro 4. Todas as entrevistas foram gravadas
e posteriormente transcritas para a análise do conteúdo das informações de forma qualitativa.
Para auxiliar na análise de conteúdo, foi utilizado o software Atlas.ti versão 6.0, que auxilia
na organização e arquivamento das informações, permitindo apoio para a análise dos dados.
Foi criada uma unidade hermenêutica e inseridas as entrevistas transcritas e observações. Em
seguida, foram incluídos as categorias de pesquisa e códigos de análise de acordo com o
exposto no Quadro 1 (práticas de produção enxuta) e Quadro 3 (características do sistema de
produção). Posteriormente, analisaram-se as informações e foram identificadas as conexões e
relações entre as categorias de códigos.
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Quadro 4 – Entrevistas realizadas na empresa
Entrevistado Função Tempo na
empresa Entrevistas e tempo de duração
Entrevistado 1
Analista de projetos:
único responsável
pela implementação
do sistema de
produção específico
na planta.
2 anos e 8
meses
(i) a primeira entrevista aconteceu no dia 23/10
tendo duração de 2 horas;
(ii) a segunda no dia 29/10 tendo duração de 2 horas
e trinta minutos com exposição do processo
produtivo;
(iii) a terceira no dia 03/11 com duração de 2 horas;
(iv) a quarta no dia 06/11 também com duração de 2
horas;
(v) a quinta etapa foi uma apresentação com o
feedback da pesquisa com duração de 30 minutos.
Entervistado 2 Engenheiro de
manutenção 2 anos
A entrevista foi realizada no dia 28/10 e teve
duração de 1h 01 minuto e 17 segundos.
Entrevistado 3
Gerente de
engenharia de
processos
Trabalhou
21 anos, e
depois
retornou
estando há
3 anos.
A entrevista foi realizada no dia 03/11 e teve
duração de 57 minutos e 58 segundos.
Entrevistado 4 Analistas de
controladoria 10 anos As entrevistas foram realizadas no dia 05/11 e
tiveram duração de 1 hora 17 minutos e 50
segundos. Entrevistado 5 Analistas de
controladoria 9 anos
Entrevistado 6 Analistas de
controladoria 12 anos
A entrevista foi realizada no dia 05/11 e teve
duração de 26 minutos e 47 segundos.
Os esquemas gráficos apresentam relações entre eles por meio de conectores, representados
por símbolos, tais como os mostrados no Quadro 5. Os códigos utilizados são formados por
números entre parênteses (X, Y), em que “X” representa a quantidade citações que foram
vinculadas ao código e “Y” é a quantidade de códigos a que está vinculado a outros códigos.
Quadro 5 - Significado dos símbolos dos conectores dos esquemas gráficos
Símbolos Significado
= Está associado com
[ ] É parte de
=> É causa de
*} É propriedade de
Isa É um tipo de
<> Contradiz
4. Descrição e análise dos resultados
A Empresa tem sua sede na Alemanha e fabrica eletroeletrônicos, atuando no mercado
brasileiro há 110 anos. A planta localizada no município de Manaus, objeto de investigação
dessa pesquisa, tem aproximadamente 30 anos e fabrica produtos elétricos de baixa tensão e
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de baixa voltagem. Hoje está dividida em dois segmentos diferentes: um segmento de
disjuntores que é uma linha de produtos domésticos, ou seja, produtos mais acessíveis ao
consumidor final; e outra linha mais voltada para a indústria que são os contatores, geralmente
utilizados por empresas em máquinas, subestações, e pequenas bombas de poços artesianos.
Considerando que são processos produtivos diferentes, essa pesquisa selecionou para análise
apenas o segmento de disjuntores, pois os conceitos do XPS desenvolvidos foram
implementados apenas nesse segmento.
A planta possui pouco mais de 500 funcionários e produz 150 modelos diferentes de
disjuntores, porque além de terem amperagens diferentes, eles podem ser monopolares,
bipolares, tripolares e tetrapolares. A distribuição dos disjuntores é destinada principalmente
para o mercado de construção civil ou grandes projetos, sejam do governo ou privados.
4.1 Sistema de produção específico da organização (XPS)
O XPS foi lançado na sede do grupo no ano de 2011 e antes disso, cada fábrica tinha um
modelo de gestão e os gestores de cada planta tomavam a iniciativa própria de implementar
algumas práticas enxutas. A partir daí, a matriz se interessou pelos benefícios que as empresas
que estavam implementando práticas enxutas estavam alcançando e então contrataram
consultores para verificar o que já havia sido implementado que deu certo em todas as plantas
e reunir isso ao conhecimento dos consultores para criar uma metodologia de como
implementar as práticas da produção enxuta.
Esse trabalho resultou em um guia para a implementação das práticas enxutas, a partir das
melhores práticas identificadas nas experiências das plantas em implementar a produção
enxuta. Esse manual de implementação foi chamado de XPS, para referenciar um modelo de
gestão próprio e adaptado à realidade da empresa. O guia de implementação disponibilizado
pela matriz é dividido em 7 etapas como demonstrado no Quadro 6.
Quadro 6 - Etapas de implementação do XPS
Etapas Característica Prazo Resultados
Conscientização e
formação da gerência
- Treinamentos
- Seleção do agente de mudança 1 mês
Compromisso da gerência
com a implementação do
XPS.
Projeto farol
- Definição de uma família de
produtos piloto
- Mapeamento de fluxo de valor
- Treinamento para identificação
de desperdícios, resolução de
2 a 3
meses
História piloto de sucesso e
melhorias significativas de
desempenho.
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problemas e padronização
Definição de estratégia
(screening):
- Definição das estratégias de
implementação
- Atribuição de
responsabilidades e screening
1 mês
Resultar em uma estratégia
de longo prazo e um plano
de ação para a
implementação do XPS.
Transformação da planta
- Reorganização das famílias de
produtos levando em
consideração os 20% mais
críticos, responsáveis pela
maioria dos problemas da planta
(Princípio de Pareto)
- Mapeamento de fluxo de valor
para todas as famílias
- Treinamento orientado para o
problema para o agente de
mudança e depois para todos os
colaboradores
6 a 12
meses
Segmentação de
transformações radicais, não
sendo mais um projeto
piloto deverá abranger as
famílias de produtos
consideradas mais críticas.
Processo sustentável
- Criação de atividades de
eliminação de desperdícios
- Motivar e mudar a mentalidade
dos colaboradores para que
entendam os benefícios do XPS
- Screening para saber a
evolução da implementação
- Reajustar o roteiro de
implementação
6 meses Estabilização do processo e
melhorias contínuas.
Transformação para o
próximo nível
- Realinhamento do processo
com dimensionamento correto
das famílias de produtos
- Integração dos fornecedores
- Implementar práticas aplicadas
à logística
6 a 12
meses
Processos integrados de
transformações radicais.
Instalação do sistema XPS
- Nessa fase a planta já deve ser
enxuta
- Contabilidade enxuta
- Recompensar as pessoas
- Implementar políticas enxutas
Contínuo
Deseja-se que permaneça a
um longo prazo sempre
havendo melhorias
contínuas e, dessa forma,
concretizando-se a
implementação do XPS.
Fonte: Documentos da empresa.
No entanto, embora o grupo empresarial tenha desenvolvido esse manual para a
implementação do XPS, nem todas as plantas foram obrigadas a implementar esse novo
modelo. A necessidade de implementação precisava partir da própria planta, como decisão
estratégica, ou seja, a própria planta precisava sentir a necessidade de implementar o XPS,
não podendo ocorrer por meio de uma imposição e então as plantas foram implementando à
medida que sentiam essa necessidade.
4.2 Implementação do XPS e práticas enxutas
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O processo de implementação do XPS na planta estudada iniciou no ano de 2012, como uma
primeira tentativa que não obteve bons resultados devido à falta de comprometimento da
gerência. Após essa tentativa, o quadro de funcionários foi alterado, inclusive com a troca de
toda a gerência da empresa. A nova gerência que assumiu já havia tido contato com as
práticas enxutas em outras empresas e então, entendiam a sua necessidade e seus benefícios,
sendo mais fácil de gerenciar e aceitar o novo modelo de gestão. A partir dessa mudança, a
empresa passou a estimular uma nova tentativa de implementação do XPS. A partir daí foi
solicitado o guia de implementação do XPS para a matriz e começou-se efetivamente a
implementar no final do ano de 2014.
A segunda tentativa de implementação foi baseada no guia de implementação disponibilizado
pela matriz na Alemanha, porém sem nenhuma interferência da mesma em relação ao que
deveria ser feito.
Seguindo as etapas de implementação do XPS, a empresa acredita que conseguirá
implementar as práticas enxutas de forma organizada, sendo necessário cumprir cada etapa
antes de passar para a próxima para garantir uma mudança de mentalidade para que o XPS
seja um modelo de gestão de longo prazo garantindo. Assim, a eliminação de desperdícios e o
aumento de produtividade de maneira contínua e duradoura. As práticas enxutas
implementadas pela empresa podem ser observadas no Quadro 7.
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Quadro 7 – Práticas enxutas implementadas pela planta
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PRÁTICA ESTÁGIO DE IMPLEMENTAÇÃO
Autonomação
- A empresa possui dispositivos poka-yokes em algumas operações críticas, porém
esses dispositivos são desenvolvidos aleatoriamente, não existindo uma sistemática
para todas as operações.
- A empresa apresenta controles visuais (andon), porém, não são utilizados para
informar que há defeito e que deve haver uma decisão, são utilizados apenas para
informar se as máquinas estão paradas ou em funcionamento.
- O feedback acontece de forma lenta em situações de defeitos.
Equipes
multifuncionais
- Trabalhadores ainda executam apenas uma função.
- Não existem procedimentos nem capacitação dos funcionários.
Controle da
qualidade zero
defeito
- A análise da causa raiz é executada e documentada pelo operador como projeto de
melhoria (kaizen).
- Ações corretivas são predominantes.
- Ações preventivas ainda são inconsistentes o que leva a uma grande reincidência
do mesmo problema no processo.
Gerenciamento
visual
- Alguns quadros de comunicação são utilizados e mantidos pelos gerentes,
inclusive com a criação de uma sala pra agrupar todas as informações necessárias
para a tomada de decisão da gerência. Alguns quadros são utilizados apenas para
transmitir informações aos colaboradores não sendo utilizados no processo de
tomada de decisão dos operadores no chão de fábrica.
- O fluxo de produção não está facilmente indicado.
- São utilizados sinais visuais luminosos com as cores vermelho e verde para indicar
se o processo está parado ou não, facilitando a detecção de condições anormais no
processo.
Integração da
cadeia de
fornecedores
- Ainda não existe uma política de desenvolvimento dos fornecedores.
Kanban
- Sistema é predominantemente empurrado.
- Existe consciência dos benefícios do sistema puxado.
- Há sinais visuais (cartões kanban) que são utilizados na programação da produção
auxiliando os operadores a decidir o que, quando e quanto produzir.
Células de
manufatura
- O conceito e a necessidade da utilização de célula de produção já é conhecido,
porém não é implementado.
Manutenção
produtiva total
(TPM)
- Existe manutenção planejada, mas as prioridades são alteradas conforme a
demanda de ações corretivas.
- As atividades de TPM são focadas apenas no equipamento e os operadores não
são envolvidos na manutenção.
Mapeamento de
fluxo de valor
- Ainda não há a utilização da prática para identificação de desperdícios no fluxo do
processo.
Melhoria
contínua (kaizen)
- Existem treinamentos para todos os colaboradores.
- A partir do treinamento, cada colaborador precisa entregar um projeto de melhoria
para receber o certificado.
- São realizados workshops frequentes para o incentivo ao desenvolvimento de
projetos.
- Os projetos de melhoria são padronizados e efetivados.
- Uma cópia dos projetos de melhoria são mantidos visíveis no processo produtivo
como incentivo a elaboração de novos projetos.
Operações
padronizadas
- Existem padrões de produção que indicam quais os materiais que serão utilizados
e como serão montados, além de conter figuras e procedimentos de segurança.
- Os padrões são desenvolvidos pelos engenheiros sem participação dos
colaboradores.
Troca rápida de
ferramentas
- A técnica de redução do tempo de setup já foi utilizada em alguns equipamentos.
- Houve a redução do tempo de setup de alguns equipamentos críticos.
- A flexibilidade do sistema produtivo ainda precisa ser melhorada.
Redução do
tamanho do lote
- Existem estoques desnecessários entre cada processo.
- Células de produção não são utilizadas.
- Os operadores possuem habilidades exclusivas.
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4.3 Adaptações das práticas de produção enxuta às características do sistema de
produção
Para verificar as adaptações que foram feitas nas práticas foi necessário, em um primeiro
momento, conhecer as características do sistema de produção, conforme se observa no
Quadro 8.
Quadro 8 – Características do sistema de produção da planta estudada
Características do sistema de produção EMPRESA
Caracterização geral do
processo produtivo
Tempo de resposta Produção para estoque
Repetitividade Repetitivo
Nivel de automação Baixo
Caracterização do
produto
Estrutura do produto Múltiplos produtos que requerem montagem
Nivel de customização Padronizado
Variedade de produtos Múltiplos produtos
Caracterização do
processo
Layout Por processo
Posição predominante
de estoque no processo Estoques intermediários
Tipo de fluxo Intermitente por lote
Caracterização da
montagem
Organização do
trabalho Individual
Após o conhecimento das práticas de produção enxuta e as características do sistema de
produção, foi possível verificar a influência que essas características tiveram nas práticas de
produção enxuta. As Figuras 1, 2 e 3 ilustram essa influência. Com exceção do tempo de
resposta (característica relacionada ao processo produtivo) todas as demais características do
sistema de produção exerceram influência nas práticas de produção enxuta implementadas
pela empresa. No caso do tempo de resposta, as práticas implementadas é que exerceram
influência nessa característica melhorando o tempo de resposta da produção.
Por fim, tomando como base as influências que as características do sistema de produção
exerceram sobre as práticas enxutas foi possível conhecer as adaptações que foram
necessárias no processo de implementação das práticas de produção enxuta, conforme se
verifica no Quadro 8.
Por meio da pesquisa, foi possível extrair algumas lições em função do processo de
implementação do XPS na empresa estudada e que poderá servir para outras empresas que
estão desenvolvendo ou já desenvolveram seus sistemas de gestão da produção específicos:
Os XPS’s não devem ser impostos pelas empresas matrizes, pois as plantas muitas
vezes precisam de adaptações que estão relacionadas às características do seu sistema
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de produção. Além disso, o processo de implementação de um XPS depende das
características culturais da região e das pessoas responsáveis pelo processo.
Figura 1 – Influência das características gerais do processo nas práticas de produção enxuta
AUTOMAÇÃO REPETITIVIDADE
TEMPO DE RESPOSTA
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO
PROCESSO
Figura 2 – Influência das características do produto nas práticas de produção enxuta
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ESTRUTURA DO PRODUTO NÍVEL DE CUSTOMIZAÇÃO
VARIEDADE DE PRODUTO
CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO
Figura 3 – Influência das características do processo e da montagem nas práticas de produção enxuta
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CARACTERÍSTICAS DO
PROCESSO - LAYOUT
CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO -
POSIÇÃO PRODOMINANTE DO
ESTOQUE EM PROCESSO
CARACTERÍSTICAS DO
PROCESSO - TIPOS DE FLUXO
CARACTERÍSTICAS DA MONTAGEM
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O sucesso no processo de implementação de um XPS depende muito da aceitação e do
apoio da alta gerência.
Ao tentar apenas copiar modelos padrões, os colaboradores acham monótona ou difícil
a implementação e acabam descontinuando o esforço com o tempo.
Quando o colaborador participa das ideias de como implementar as práticas, tendem a
se sentir responsáveis pela implementação e as chances de dar certo são maiores.
A implementação do XPS tem mais relação com as experiências e o conhecimento de
quem está na linha de frente do processo de implementação.
A adaptação às características próprias do processo não são feitas de forma planejada,
durante a implementação sente-se essa necessidade e as adaptações são feitas de
acordo com a experiência dos colaboradores responsáveis pela implementação.
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Quadro 8 – Adaptações das práticas enxutas em função das características do sistema de produção
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CARACTERÍSTICAS CONTINGENCIAIS QUE AFETARAM A PRÁTICA
PRÁTICAS ENXUTAS ADAPTAÇÃO
Caracterização geral do processo
Tempo de resposta - -
Repetitividade
Melhoria continua Criação e melhoria de processos visando a
replicação de melhorias e padrões
Operações padronizadas
Troca rápida de ferramenta Sistema de abastecimento
de materiais milk run
Nível de automação
Controle da qualidade zero defeito
Time de qualidade para inspecionar o produto e o processo constantemente
Troca rápida de ferramenta Apenas ajuste e troca de
material.
Manutenção produtiva total Pouca quantidade de
máquinas
Caracterização do produto
Estrutura do produto
Autonomação Desnecessário a criação de
poka-yokes
Controle da qualidade zero defeito
Times de qualidade realizando inspeções
continuamente/ operações dedicadas
Células de manufatura Operações dispostas por
processos
Nível de customização Operações padronizadas Instruções de trabalho bem
elaboradas
Variedade de produtos
Operações padronizadas Disponibilidade dos projetos de melhoria no processo de fabricação
para fácil replicação Melhoria continua
Nivelamento da produção Nivelamento semanal
Troca rápida de ferramenta Compra de ferramentas
com rateio de custo entre as famílias de produtos
Caracterização do processo
Layout
Manutenção produtiva total Facilidade de acesso da
manutenção
Gerenciamento visual Melhor visualização e
organização do processo
Posição predominantemente do estoque em processo
Controle da qualidade zero defeito
Estabelecimento de áreas específicas
Operações padronizadas Melhor organização padronização/ melhor
acuracidade de inventário Gerenciamento visual
Tipos de fluxo Gerenciamento visual
Continuas remarcações de espaço de produto em
espera
Kanban Não utiliza kanban na área
de fabricação
Caracterização da montagem
Organização do trabalho
Equipes multifuncionais Trabalhadores individuais e
especializados
Controle da qualidade zero defeito
Facilidade na identificação dos problemas de
qualidade na montagem
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5. Considerações finais
Este artigo procurou analisar o XPS de uma organização procurando descrever as práticas
enxutas que foram implementadas, assim como as adaptações que foram feitas às práticas
para adequar ao sistema de produção da organização. O resultado mostra que a
implementação das práticas enxutas necessitaram de adaptações às características particulares
relacionadas ao sistema de produção da organização e essas adaptações foram realizadas de
acordo com o conhecimento e experiência da equipe destinada à sua implementação. Por meio
do estudo, também foi possível extrair algumas lições, que na prática, também servem para
outras organizações que estão desenvolvendo ou já desenvolveram seus sistemas de gestão da
produção específicos.
O trabalho trouxe contribuições para a literatura da área, uma vez que o XPS é um tema
recente com poucas pesquisas desenvolvidas sendo que foi a partir do trabalho de Netland
(2013) que se percebeu a necessidade de se estudar mais profundamente os XPS's. Outra
contribuição diz respeito às etapas para a execução da pesquisa, uma vez que se procurou
reconhecer as adaptações que foram feitas nas práticas de produção enxuta levando em
consideração as características dos sistemas de produção da organização. Tal sequencia pode
auxiliar outras empresas que desejam implementar a produção enxuta ou seus sistemas de
gestão da produção específicos, pois ajuda as organizações a reconhecerem as características
de seus sistemas de produção. Outra contribuição diz respeito ao setor que a empresa pertence
(eletroeletrônico), uma vez que grande parte das pesquisas sobre produção enxuta e sistemas
específicos de gestão da produção se concentram em empresas que atuam no setor
automotivo.
Para a empresa, o desenvolvimento do estudo de caso permitiu identificar a trajetória de
implementação de seu XPS, assim como verificar as práticas implementadas e suas
respectivas adaptações relacionadas ao seu sistema de produção. Os gestores da empresa que
estão passando por dificuldades na implementação de práticas enxutas podem se voltar às
características de seu sistema de produção e verificar se ainda há a necessidade de mais
adaptações de forma a se adequar às características de seu sistema de produção. Além disso, o
reconhecimento das etapas de implementação do XPS desenvolvido pela matriz pode auxiliar
os gestores a identificar quais etapas ainda precisam ser executadas.
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Para dar continuidade a este trabalho, sugere-se que sejam desenvolvidos outros estudos de
caso utilizando as mesmas etapas utilizadas nesta pesquisa para verificar se realmente as
características dos sistemas de produção das empresas influenciam nas práticas de produção
enxuta implementadas, levando ao desenvolvimento de adaptações das próprias práticas.
Além disso, o desenvolvimento de pesquisas do tipo survey podem ampliar o grau de
generalização de alguns dos resultados obtidos nessa pesquisa.
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