Interpretação e Recomendação de Calagem e Adubação

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Interpretação e Recomendação

de Calagem e Adubação

Maurel Behling

Eng.º Agr.º, D. Sc. Solos em Nutrição de Plantas

Pesquisador – Sistemas Integrados de Produção (ILPF)

Calagem e Adubação

– Porque corrigir e adubar o solo?

– Abertura de áreas,

– Remoção sem reposição,

– Declínio da produtividade com o tempo,

– Exigência das plantas por nutrientes,

– Baixa fertilidade versus elevada exigência,

– Aumento da produção e qualidade.

MO

SB

CTC

Fonte: Sparovek et al.

Restrição dos solos brasileiros em relação à fertilidade

Lopes & Fox (1977):

- 518 amostras de terra - Disponibilidade de P:

0,1 e 16,5 ppm P - 92% das amostras

com P < 2 ppm

“A disponibilidade de P muito baixa é possivelmente a maior limitação para o cultivo de plantas e sua correção pode ser bastante dificultada devido à

elevada capacidade de fixação de P destes solos” Lopes & Fox (1977)

Apontamentos

Solos divergem quanto às propriedades físicas, químicas e

biológicas.

Se faz necessário aferir tais propriedades para que se

possa manejar visando eficiência.

Os solos do Brasil são geralmente de reação ácida, baixa

fertilidade e elevada capacidade de fixação de fósforo.

Atenção!

O manejo correto dos solos visando a adequada nutrição

das culturas passa necessariamente pela compreensão dos

princípios básicos de dinâmica dos nutrientes no solo.

Representação esquemática dos mecanismos de contato íon-raiz

Fonte: Malavolta (1976).

Percentagem de perdas de nutrientes extraídos por uma

pastagem que podem ocorrer anualmente

Animais removem 5 a 30% dos minerais

- 500 kg PV = 1,2 kg de P, 1 kg de K e 0,75 kg de S;

- deposição pelos resíduos de pastejo;

- adubação de manutenção: Quando? Quanto?

Zimmer- 2005

Clorose internerval,

deficiência de magnésio

Queima das bordas das

folhas, deficiência de

potássio

Fundo-preto, causado por

deficiência de cálcio.

Necrose interna do fruto,

deficiência de cálcio.

Fase 1

Pré-análise/Laboratório

Amostragem

– Tipos de trado

Trado de

rosca

Trado de

holandês

Trado tipo

sonda

Trado de caneco

Amostragem de solo

– Dividir a área em talhões uniformes,

– Percorrer cada área em zigue-zague,

– Retirar amostras em 20 pontos diferentes –

profundidade de 0-20 cm (20-40 cm),

– Juntar as amostras individuais para formar uma

amostra composta,

– Homogeneizar bem a amostra e retirar uma

alíquota para enviar para o laboratório (± 300g).

Relação entre pontos de amostragem e erros permitidos.

Número de amostras simples/composta

SPC (aração e gradagem)

SPD

Formação

Produção

Formação

Manutenção

Culturas Anuais

Culturas Perenes

Pastagem

Campo Natural sem Revolvimento da Terra

Profundidade de amostragem?

100 cm

30 cm

Axial ou Pivotante Ramificado

Alguns hábitos de crescimento das raízes das árvores

Pioneiras

Secundárias iniciais

Eucalyptus

Secundárias

Clímax

Pinus

Espécies de rápido crescimento

Elevada capacidade de ciclar nutrientes (concentra-os no horizonte A)

Eficiente associação micorrízica

Absorção de água e nutrientes de horizontes subsuperficiais

Coletar: 0-20 e 20-40 cm

Pere

nes/F

lore

sta

is

Local de coleta da amostra de solo (amostra simples)

em culturas perenes.

10 cm

20 cm

30 cm

40 cm

Amostragem de solo em sistema de plantio direto

consolidado. Fonte: Anghinoni e Gianello (2004).

Amostradores semi-automático Profundidades -20 cm - 40 cm - 80 cm - Amostras estratificadas

AMOSTRAGEM SISTEMATIZADA

pontos de amostragem

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Grade Amostral – Área Experimental

Sequência de operações na

coleta de amostra de

solo, utilizando-se enxadão

e pá reta (pá-de-corte).

Em geral 4 anos Comportamento da Cultura;

Áreas irrigadas anualmente;

Pastagem

Pouco exigente 2-3 anos

Muito exigente anualmente

Frequência de amostragem?

Resultado da

Análise Atenção!

Escolha do laboratório: procurar

os laboratórios com controle de

qualidade, atenção a metodologia

utilizada (P, acidez potencial).

Fase 2

Pós-análise/Laboratório

Interpretação dos resultados

analíticos

e

Recomendação de Calagem e

Adubação

A análise do solo tem as seguintes finalidades:

1. Verificar a necessidade de aplicação de corretivos

2. Recomendação dos nutrientes e respectivas doses de

adubação

3. Fornecimento de subsídios para descrição e classificação

em levantamentos pedológicos

Passo a passo: 1. Calcular a soma de bases (SB): K + Ca2+ + Mg2+ + Na

2. Calcular a CTC efetiva: SB + Al3+

3. Calcular a CTC a pH 7,0: SB + (H+Al)

4. Calcular a saturação por bases (V): SB x 100/CTC a pH 7,0

5. Calcular a saturação por Al (m): Al x 100/CTC efetiva

6. Calcular a saturação dos cátions: teor do nutriente x 100/CTC a pH 7,0 Ca: 60-70% Mg: 10-20% K: 2 a 5%

7. Calcular as relações entre os cátions: Ca/Mg (3:1), Ca/K (9:1) e Mg/K (3:1)

ppm

mg/dm3

Meq/100 ml

cmolc/dm3

mmolc/dm3 divide por 39

multiplica por 39

K Diagrama de conversão de unidades usadas

para expressar teores de K trocável.

Determinação Metodologia Estados

pH (acidez ativa) pH em água ou CaCl2 (relação solo:solução = 1:2,5) Todos, exceto RS e SC

pH em água (relação solo:solução = 1:1) RS e SC

Matéria orgânica Digestão úmida com dicromato de potássio e ácido

sulfúrico ou método colorimétrico Todos

P disponível

Mehlich-1 (solução diluída de ácidos sulfúrico e

clorídrico) Todos, exceto SP

Resina trocadora de ânios SP

K trocável Mehlich-1 Todos, exceto SP

Resina trocadora de ânios SP

Ca e Mg trocáveis KCl 1 mol/L Todos, exceto SP

Resina trocadora de ânios SP

Al trocável KCl 1 mol/L Todos

H+Al (acidez

potencial)

Acetato de cálcio 0,5 mol/L (pH 7) ou método indireto

(índice SMP) Todos

Resumo das metodologias empregadas na análise de solo no Brasil

Cálcio, Magnésio e

Acidez do Solo

Calagem

Calcário – eleva o pH e neutraliza o alumínio do solo

Fornece de Ca e Mg para as plantas

Aumenta a disponibilidade de nutrientes (N e P)

Reduz a disponibilidade de micronutrientes

pH X Disponibilidade de Nutrientes

Classe Ca Mg K Faixa Relação

Ca/K Mg/K Ca+Mg/K

cmolc dm-3 mg dm-3 Baixo < 7 < 2 < 10

Baixo < 1,5 < 0,5 < 25 Médio 7 -14 2 - 4 10- 19

Adequado 1,5 - 7,0 0,5 - 2,0 25 - 50 Adequado 15 - 25 5 - 15 20 - 30

Alto > 7,0 > 2,0 > 50 Alto > 25 > 15 > 30

Interpretação dos teores de Ca, Mg e K na camada de 0-20 cm e suas

relações para solos do Cerrado

Fonte: Souza e Lobato (2004).

Equilíbrio iônico no complexo de troca

Reações envolvidas na correção da acidez do solo

Fonte: Preparado por Prochnow.

CaCO3 + H2O + H+ Ca2+ + H2CO3- + OH-

Al3+ + 3 H2O Al(OH)3 + 3 H+

(1) Neutralização da acidez (H+)

(2) Hidrólise do Al3+ gera acidez

(3) Imobilização do Al3+

(4) Necessitamos de uma base forte

Alterações no pHCaCl2 e nos teores de Al3+, Ca2+ e Mg2+ trocáveis, em diferentes profundidades de um

Latossolo Vermelho textura média, considerando a calagem na superfície em sistema plantio direto;

calcário dolomítico aplicado em 1993. Os pontos são médias de cinco amostragens de solo

realizadas no período de 1993 a 1998.

Fonte: Adaptado de Caires et al. (2000).

1. Verificar a necessidade de aplicação de corretivos

Método Generalidades Onde é utilizado

Neutralização

do Al

A quantidade de calcário é calculada para

insolubilizar os íons Al3+ trocáveis e elevar os

teores de Ca2+ e Mg2+

ES, MG e

Cerrado

(GO, MT e MS)

Saturação por

bases

A quantidade de calcário é calculada para

aumentar a % de cátions na CTC

PR, SP, Ba e

Cerrado

(GO, MT e MS)

Método do

índice SMP

O pH de equilíbrio de uma suspensão de solo

com a solução SMP é usado em tabelas que

fornecem a dose de calcário

RS e SC

Método da Netralização da Acidez trocável e

Elevação dos Teores de Ca e Mg.

Para a Região do Cerrado (EMBRAPA)

a) Se:

o teor de argila > 15%

o teor de Ca + Mg < 2,0 cmolc dm-3

b) Se:

teor de argila > 15%

teor de Ca + Mg > 2,0 cmolc dm-3

Fonte: Sousa e Lobato (2004)

NC= (2xAl3+) + [ 2 - (Ca2+ + Mg2+) ]= t ha-1

(PRNT = 100%)

NC= (2xAl3+) = t ha-1

(PRNT = 100%)

c) Se:

Solos com teor de argila < 15% (Neossolos Quartzarênicos)

ou

Critério: utiliza-se o que der maior valor

Fonte: Sousa e Lobato (2004)

NC= (2xAl3+) = t ha-1

(PRNT = 100%)

NC= 2 - (Ca2+ + Mg2+) = t ha-1

(PRNT = 100%)

Resultado de Análise de Solo - Sinop-MT

NC= (2x0) = 0 t ha-1

(PRNT = 100%)

NC= 3 - (2,84 + 1,16) = -1 t ha-1

(PRNT = 100%)

Método da Saturação por Bases (V)

Utilizado na região Sudeste e Centro Oeste.

Baseado na relação entre o pH e o V%.

Flexibilidade de recomendação da calagem para

diferentes culturas

Fonte: Sousa et al. (2007); Raij (1981)

NC (t/ha) = [(V2 – V1) x T]

100

(PRNT = 100%)

V2 = saturação por bases desejada

V1 = saturação por bases atual do solo (Sb/T x 100)

T = CTC a pH 7 (H+Al+Sb)

Sb = (Ca+Mg+K) cmolc/dm3

Espécie Grau de

adaptação

à fertilidade

Saturação por

bases

(%)

Grupo 3 – Espécies muito exigentes

Pennisetum purpureum:

Napier, Taiwan A-146 Muito baixo

45 - 55 Cynodum spp.:

Coast-Cross, Tifton

Muito baixo

Macedo (2008)

Graus de adaptação das principais forrageiras às

condições de fertilidade do solo para a região dos

Cerrados e saturações por bases recomendadas

Espécie Grau de adaptação

à fertilidade

Saturação por bases

(%)

Grupo 2 - Espécies exigentes

B. brizantha cv. Marandu Médio

40 - 45

B. brizantha cv. Xaraés Médio

B. brizantha cv. Piatã Médio

P. maximum cv. Vencedor Baixo

P. Maximum cv. Tobiatã Baixo

P.maximum cv. Massai Baixo

P.maximum cv. Tanzânia-1 Muito baixo

P.maximum cv. Mombaça Muito baixo

Macedo (2008)

Graus de adaptação das principais forrageiras às

condições de fertilidade do solo para a região dos

Cerrados e saturações por bases recomendadas

Espécie Grau de

adaptação

à fertilidade

Saturação por

bases

(%)

Grupo 1 - Espécies pouco exigentes

Brachiaria humidicola Alto

30 - 35

Andropogon gayanus Alto

Brachiaria decumbens Alto

Brachiaria ruziziensis Médio

Graus de adaptação das principais forrageiras às

condições de fertilidade do solo para a região dos

Cerrados e saturações por bases recomendadas

Macedo (2008)

Resultado de Análise de Solo - Sinop-MT

NC (t/ha) = [(V2 – V1) x T] = [(55 – 48,43) x 8,64]

100 100

NC (t/ha) = 0,6 t/ha (PRNT 100%)

NC = 0,6 x 1,25 = 0,75 t/ha (PRNT 80%)

f = 100/80 = 1,25

Deve-se considerar:

a % da superfície a ser coberta pela calagem (sc);

a profundidade (cm) na qual será incorporada o calcário (p);

o PRNT do calcário a ser utilizado.

QC = NC (sc/100) (p/20) (100/PRNT)

Fonte: Sousa et al. (2007)

Quantidade de calcário a ser aplicado

sc = 100%, p = 20 cm e NC =

QC =

CTC (V2 – V1)

100

20 100

100

100

PRNT

CTC (V2 – V1)

100 20

Fonte: Raij et al. (1997)

QC

Qual calcário?

Calcário PRNT PN RE PN 30 dias PN após 30

dias

A 80 89,5 89,5 80,1 9,4

B 80 100 80 80 20,0

C 80 80 100 80 0,0

Teor de Ca e Mg

PRNT

RE (granulometria)

Tipo de Calcário

Classificados de acordo com a [MgO]

– Calcítico – menos de 5% de MgO

– Magnesianos – 5 a 12% de MgO

– Dolomíticos – acima de 12% de MgO

– Teores de Ca e Mg

> 8 5 - 8 0 - 4 Mg

> 7 4 - 7 0 - 3 Ca

alto

médio

baixo Mmol/dm³

Escolha do Corretivo

Deve-se considerar:

Relação Ca:Mg encontrada na análise do solo.

Ca:Mg Calcário indicado % MgO

> 2:1 Dolomítico >12%

2:1 Magnesiano 5 a 12%

< 2:1 Calcítico < 5%

Fonte: Sousa et al. (2007)

Escolha do Corretivo

Deve-se considerar:

Preço do corretivo posto na propriedade

Preço por t. efetiva = preço na fazenda x 100

PRNT

Fonte: Sousa et al. (2007)

Escolha do Corretivo

Aplicação do calcário

Formação: – ½ lanço antes da aração

– ½ lanço antes da gradagem

Manutenção:

– Quantidades menores de 3 t/ha

– 1 a 2 meses antes da aplicação de N e P

– Monitoramento com análise de solo

Reações envolvidas na gessagem do solo

Fonte: Preparado por Prochnow.

CaSO4.2H2O Ca2+ + SO4

2-

SO42- + Xn+ Xn+SO4

(1) Aumento de Ca em superfície

(2) Lixiviação de SO42- e cátions acompanhantes

(3) Diminuição da atividade do Al3+

(4) Cuidados são necessários

(5) Gesso é mais solúvel que calcário

(6) Gesso tem base fraca que leva a formação de ácido

forte, não sendo portanto corretivo da acidez

Xn+SO42- Xn+ + SO4

2-

SO42- + Al3+ AlSO4

-

Recomendação de Gesso Agrícola

D.G. (kg/ha) = 50 x argila (%)

D.G. (kg/ha) = 75 x argila (%)

Culturas anuais

Culturas perenes

D.G. = dose de gesso agrícola com 15% de enxofre

E o calcário Líquido?

Fonte: Tecnologias de Produção de Soja – Região Central do Brasil 2014.

2. Verificar a necessidade de aplicação de nutrientes

Classificação dos teores de nutrientes

Classificação dos teores de nutrientes

Adubação

NPK

Adubação NPK

• Nitrogênio

– Proteína – Elemento móvel na planta

– Muito móvel no solo

– Formas no solo: N2, NO3- NH4

+ e Norg

– Absorção: NO3- e NH4+

• Benefícios da adubação nitrogenada

– Aumento de produtividade

– Aumenta o teor de proteína

– Qualidade do produto final

N

4. ADIÇÕES AO SOLO

Entradas de N no sistema:

1. Precipitações Atmosféricas: Descargas Elétricas e Poluição

2. Fixação Biológica: Fixação Assimbiótica e Fixação Simbiótica

3. Fixação Industrial

Precipitações Atmosféricas N2 + H2 ou O2 NH4

+ ou NO3-

Incorporação anual: 2 a 10 kg.ha-1 N

Condições favoráveis para a máxima

fixação de N2

- Inoculação eficiente

- Fornecimento de Mo e Co

- Nutrição balanceada em P e S

- Fornecimento de Ca e Mg

- Sanidade da cultura

- Dose e época de aplicação de N mineral (Feijão)

- Acidez do solo

- Cobertura do solo (T ºC)

Fertilizantes nitrogenados

Uréia – 44% de N

Sulfato de amônio – 20% de N e 22-24% de S

Nitrato de amônio – 32% de N

Formulações:

20-00-20

20-05-20

Adubos orgânicos: esterco, cama de frango (N, P e K)

Características dos Principais Adubos

Nitrogenados

Aumentam a acidez do solo

Índice salino relativamente elevado

Solubilidade alta em água

Isento de macronutriente 2ários

(Exceção: Sulfato de Amônio: 24% S)

Critérios para recomendar N

Nenhum método que mede N no solo é utilizado em larga

escala no mundo

Teor de matéria orgânica é utilizado em alguns Estados

Principais critérios:

Rendimento esperado

Histórico/manejo/cultura anterior

Análise foliar

Extraído: Cantarella & Montezano

1/3 plantio

Culturas Anuais

2/3 cobertura

* Teor de M.O. do Solo:

Quanto maior o teor de M.O. melhor

estrutura do solo, maior retenção de H2O

Menor perda por lixiviação.

* Quantidade de Adubos Nitrogenados:

A lixiviação é o motivo principal do uso

de adubação nitrogenada parcelada.

Ex.:

Comportamento do NO3- no solo

Principal: lixiviação

Plantas

DESTINOS Absorção

Microorganismos

Desnitrificação

Erosão

Diminuir velocidade de nitrificação. Como?

* Menor oxidação da M.O. do solo

* Parcelar a adubação nitrogenada

* Adubos nitrogenados protegidos

a) O fósforo é um macronutriente primário ou nobre

N - P2O5 - K2O

b) Menos extraído e o mais aplicado nas lavouras

- Baixo teor no solo

- Dinâmica no solo

c) Função: Energia (ATP)

Estrutural (RNA e DNA)

d) Nutriente que mais limita a produção

P2O5 > N = K2O

Fósforo P

Fertilizantes Fosfatados

– Fosfato natural – 6 a 9% de P2O5 solúvel

– P2O5 total pode chegar a 24-28%

– Superfosfato simples - 18 % de P2O5

– Superfosfato triplo - 41% de P2O5

– Fosfato Monoamônico (MAP) – 48% de P2O5 e 9% de N

– Termofosfato Magnesiano (Yoorin) – 14% P2O5 e 7% de Mg

Adubação Fosfatada

P NO

FERTILIZANTE

P NA SOLUÇÃO

DO SOLO

P

LÁBIL

P NA EROSÃO E

NA ÁGUA DE

DRENAGEM

P NÃO

LÁBIL

FASE

SÓLIDA

DO SOLO

Manejo do solo para manutenção do P

a) Calagem

b) Adubações fosfatadas com frequência e fosfatagem

c) Aplicar M.O.

d) Rotação de culturas

e) Plantio direto

f) Estimular micorrização

g) P solúvel x P reativo

Potássio • Potássio

– Regulação hídrica e osmótica

– Regula abertura e fechamento de

estômatos

– Ativador de funções enzimáticas

• Deficiência de K – Reduz crescimento (“perda invisível”)

– Clorose e necrose de tecidos

– Redução na turgidez

– Diminuição da resistência

K

Solos arenosos < K

Solos argilosos > K

Região úmida < K

Região árida > K

Regra

Geral

K

Fatores que influem na disponibilidade de

Potássio para as Plantas

(1)Textura do solo

Solos mais ricos em M.O. e argila maior CTC

maior adsorção mais K-trocável menor perda

por lixiviação

(2) Reação do solo (pH)

Em solos ácidos a CTC está preenchida principalmente

com H menos K-trocável maior perda por

lixiviação

(3) Equilíbrio iônico excesso de Ca++ e Mg++ desloca o K+ adsorvido para a solução do solo maiores perdas por lixiviação

Al3+ > Ca2+ > Mg2+ > K+ > Na+

K Mg

> lixiviação

> adsorção

Ca

Al

H

Fatores que influem na disponibilidade de

Potássio para as Plantas

(4) Natureza da Planta

As gramíneas absorvem mais facilmente

potássio do que as leguminosas.

Ex.: Hipomagnesemia ou tétano da forragem

em gado causada pela alta relação K/Mg.

Fatores que influem na disponibilidade de

Potássio para as Plantas

Fertilizantes Potássicos

– Cloreto de Potássio – 58% de K2O

– Sulfato de Potássio - 48% de K2O

– Nitrato de Potássio - 44% de K2O e 13% de N

Um método simples de interpretar

análises de solo e recomendar

calcário e fertilizantes para culturas

anuais e olerícolas

Adaptado de R.F. Novais

Níveis de P e K disponíveis no solo

Faixa de

Disponibilidade

Fósforo

Potássio

“Disponível”

Mehlich 1 (Argila %)

Resina > 35 15 – 35 < 15

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg dm-3 - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Baixo 0 – 5 0 – 10 0 – 20 0 – 20 0 - 30

Médio 6 – 10 11 – 20 21 – 40 21 – 40 31 – 60

Alto > 10 > 20 > 40 > 40 > 60

Recomendação de NPK para

Culturas Anuais e Pastagens

P e K Culturas anuais Pastagens

Disp. N P2O5(1) K2O

(1) N P2O5 K2O

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Baixo 40-80 80-100 80-100 20-40 70-120 40-60

Médio 40-80 55-70 55-70 20-40 50-90 20-30

Alto 40-80(1,2) 30-40 30-40 20-40 20-40 0 (1)Recomende doses maiores quando produtividades maiores são esperadas.

(2)Para culturas com efetiva fixação de N2, fertilização nitrogenada não é recomendada.

(*)Parte do fertilizante nitrogenado mineral pode ser suprida em formas orgânicas (estercos).

Adubação de Cobertura

Aplicação Culturas anuais1 Pastagens2

N N

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

1ª 40-60 20-40

2ª 40-60 20-40

Interpretação:

Fósforo = médio

Potássio = alto Recomendação:

Fósforo = 40 kg/ha de P2O5

Potássio = 20 kg/ha de K2O

Nitrogênio = 20 kg/ha de N

Uréia

• Uréia– 44% de N

100 kg de Uréia ---------- 44 kg de N

X kg de Uréia -------------- 20 kg de N

44X = 2.000

X = 45 kg/ha de Uréia

Superfosfato Simples

• SS – 18% de P2O5

100 kg de SS ---------- 18 kg de P2O5

X kg de SS -------------- 40 kg de P2O5

18X = 4.000

X = 222,22 kg/ha de Superfosfato Simples

Cloreto de Potássio

• Cloreto de Potássio – 58% de K2O

100 kg de KCl ---------- 58 kg de K2O

X kg de KCl -------------- 20 kg de K2O

58X = 2.000

X = 34,5 kg/ha de Cloreto de Potássio

Qual quantidade aplicar por metro de sulco

• Ex: espaçamento 0,8 x 0,2 m

• 1º passo: calcular a qdte sulco por ha

– 1 ha = 10.000 m2

– 10.000 m2 /0,8 m = 12.500 m de sulco

• 2º passo: calcular a qdte de adubo por metro

– 222,22 kg = 222.220 g

– 222.222 g/12500 m = 17,8 g/m de sulco

P

Mas se a cultura é plantada em covas?

• 1º passo: definir a área da cova

– Ex: espaçamento de 0,8 x 0,2 m

– Área da útil da cova = 0,16 m2

• 2º passo: calcular o número de covas/ha

– 10.000m2/0,16 m2 = 62.500 covas

• 3º passo: calcular a quantidade de adubo/cova

– 222.222 g de SS/62.500 covas

– 3,6 g de SS/cova

P

pH

água

P-Mehlic K Ca+Mg Ca2+ Mg2+ Al3+ H

------mg/dm3------ -----------cmolc/dm3-----------

4,6 1,46 4 0,07 0,06 0,01 0,45 3,67

Mat.

Org Areia Silte Argila Soma de Bases CTC V

g/dm3 --------g/kg-------- --------cmolc/dm3-------- %

13,8 748 112 140 0,08 4,2 1,91

Resultado de Análise de Solo – Porto dos Gaúchos-MT

Interpretação:

Fósforo = ?

Potássio = ?

Recomendação:

Fósforo = ? kg/ha de P2O5

Potássio = ? kg/ha de K2O

Nitrogênio = ? kg/ha de N

Composição média de alguns adubos orgânicos

Índices de eficiência dos nutrientes no solo de diferentes

estercos e resíduos orgânicos

Adubar o solo ou

adubar a planta?

Relação entre o rendimento relativo de uma cultura e o teor de um nutriente no solo e as indicações de adubação para cada faixa de teor no solo.

XI Encontro Técnico Fundação MT

Prof. pH CaCl2 P K Ca Mg Al CTC V NC

cm ppm cmolc dm-3 % t/ha

0-20 5.0 19 29 1.8 0.7 0.0 5.8 44 1.7 20-40 4.4 2 14 0.6 0.2 0.5 4.0 21

0-5 5.4 34 48 2.7 0.8 0.0 6.5 56

5-10 4.6 14 31 1.4 0.5 0.3 5.9 34

10-15 4.4 6 20 0.9 0.3 0.4 5.1 25

15-20 4.2 2 13 0.4 0.2 0.6 4.2 15

0.3 5.4 32 2.8 Oxysol, 34% clay content

Avaliação da “real” acidez do solo

Fonte: Fundação MT/PMA - Safra 09/10

Avaliação da “real” fertilidade do solo

Obrigado!

Maurel Behling

maurel.behling@embrapa.br

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