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1- INTRODUÇÃO
Na atual conjuntura, em pleno século XXI, vivemos num caos ambiental. Caos esse
que foi provocado por nós seres humanos e somos nós os maiores ameaçados por fatores
ambientais que se mostram como um dos problemas mais urgentes a serem resolvidos para
que a nossa vida seja preservada.
A contaminação dos recursos hídricos, a poluição do ar e do solo, o consumo
desenfreado dos recursos naturais, o aumento da produção de resíduos sólidos, entre outros
agravantes têm contribuído para a redução da qualidade de vida de todos os seres humanos e
também de todas as outras formas de vida em nosso planeta.
A Educação Ambiental entra nesse cenário mundial de destruição iminente como
uma ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável. Através dessa ferramenta de
educação para o desenvolvimento sustentável objetiva-se a mudança urgente do modo como
as pessoas enxergam o meio ambiente, para que a forma de agir também mude e essa forma
de agir depende da educação, do conhecimento e da consciência que cada um possui sobre o
meio ambiente possibilitando a todos no presente e às futuras gerações a garantia de ter
supridas suas necessidades.
A Educação Ambiental é um processo capaz de não apenas desenvolver novos
conhecimentos e habilidades, visando a resolução dos problemas ambientais, mas também
atitudes e valores, que possibilitem a todos a elevação da qualidade de vida, pois ela prepara e
lapida o indivíduo para a vida enquanto parte integrante do grande sistema global, fazendo-o
entender e saber lidar com o meio ambiente evitando desperdícios e danos à natureza ao
mesmo tempo aumentando sua produtividade.
A Lei Federal nº 9.795 define a Educação Ambiental como “o processo por meio dos
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (art.1º, Lei Federal nº
9.795, de 27/4/99)
Este trabalho se propõe a apresentar como o Teatro de Papel (Kamishibai) que surgiu
no Japão no século XII para ministrar ensinamentos de cunho moral, pode contribuir no
processo de Educação Ambiental, ensinando questões da problemática ambiental para
crianças da faixa etária de cinco anos em uma escola de educação infantil.
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2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1- Educação Ambiental Infantil
Para Pereira (2007), a população sem conscientização é um forte agravante para a
deterioração do ambiente. Para que a educação ambiental abranja o meio ambiente em sua
totalidade, é necessário trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a
aprendizagem de habilidades e procedimentos, buscando novos modelos de conhecimento e
responsabilidade ética nos indivíduos.
Segundo Funk e Santos (2008), as práticas pedagógicas devem fazer com que a
criança descubra o prazer de observar, examinar e explorar o mundo que a rodeia,
contribuindo para o interesse e entusiasmo de descobrir o mundo e se relacionar com ele.
Ainda para Funk e Santos (2008), a educação ambiental infantil é fundamental na
formação da consciência sobre a responsabilidade ambiental do ser humano e para que cada
um de nós perceba essa responsabilidade associado a valores de preservação e cuidado com o
mundo. Conscientizar a criança é promover a futura gestão de um mundo melhor e mais
sustentável.
No ensino infantil, o cidadão se encontra em formação inicial de seus conceitos e
valores. Por meio da educação e conscientização atingiremos meios para chegarmos a uma
sociedade sustentável em que seja possível a vida no nosso planeta por muito mais tempo.
Para tanto, se faz importante que essa conscientização seja formada desde criança, através da
educação ambiental infantil.
2.2- Kamishibai ou Teatro de Papel
Sendo uma das formas mais populares de representação no Japão, o Teatro de Papel
que daqui para frente denominaremos Kamishibai, teve origem nos templos budistas
japoneses no século XII, para contar histórias com ensinamentos morais. Esse método
perdurou por vários séculos, porém ressurgiu com grande intensidade no início dos anos vinte
até os anos cinqüenta.
Ainda no século XIX, o contador de histórias chegava de bicicleta ou a pé e batia
com pedaços de madeira unidos por uma corda (hyoshigi) para anunciar a sua chegada às
diferentes aldeias. As crianças contentes eram as primeiras a chegar, compravam doces e
sentavam-se à volta do cenário. Contava várias historias utilizando um pequeno teatro de
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madeira construído de forma a que pudessem colocar as ilustrações e tirá-las conforme
contava a história. Os textos que fazem parte dos Kamishibai são claros e diretos, histórias
simples, com frases curtas e fáceis, e uso de formas verbais básicas. Os desenhos devem ser
grandes e com traço simples para que possam ser vistos a certa distância.
Figura 1 - Contador de histórias fazendo uso do Kamishibai
Fonte: <http://www.ceas.ku.edu
O Kamishibai ressurgiu de forma dramática nos anos vinte devido a grande
depressão econômica nos bairros mais movimentados de Tóquio, onde um número muito
grande de desempregados viam no Kamishibai a oportunidade de ganhar um pouco de
dinheiro.
Com a chegada da televisão nos anos cinquenta essa tradição foi desaparecendo, as
crianças simplesmente pararam de vir para fora para ver as suas histórias favoritas,
transformando alguns desses contadores em narradores do cinema mudo e outros que
desenhavam as histórias, muitos deles eram estudantes de arte, passaram para o mundo do
manga.
Recentemente o Kamishibai foi recuperado pelas bibliotecas japonesas e escolas
primárias, surgindo o Kamishibai educativo (figura 2 e 3). Atualmente o kamishibai é
considerado como parte da herança cultural japonesa. (www.clubotaku.org).
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O Kamishibai ou Teatro de Papel é um recurso que age como uma ferramenta
facilitadora na aprendizagem infantil, tornando-se atrativo por chamar a atenção da criança.
Aliar a arte com a educação dentro do tema ambiental para promover os valores humanos
torna-se fundamental nesse mundo complexo e desafiador.
Figura 2 - Kamishibai Educativo – Capa
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Figura 3 - Verso da última página com narração e instrução referente a capa,
incluindo também, a imagem da capa.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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3- CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A Escola de Educação Infantil Sernovo, situada a Av. Major Alvim número 301 no
Bairro do Alvinópolis em Atibaia-SP foi fundada em 1984, autorizada pela Portaria da
Secretaria de Educação número 06/02 de 03/05/2002. Atua na Prestação de serviços
educacionais de ensino infantil. Funciona no período diurno sob regime de externato; período
matutino das 7:30 às 12:00 horas, período vespertino das 13:00 às 17:30 horas ou ainda
freqüentam o período integral, com opção de recreação nos meses de janeiro e julho.
Seus dirigentes atuam na área da educação desde 1984, na linha Sócio-Construtivista
e tem como proposta a missão de estimular a criança na busca da aprendizagem, oferecendo-
lhe desafios, usando como instrumentos materiais que a aproximam da realidade e do seu
cotidiano.
O ensino Infantil faz parte de uma das mais importantes fases do desenvolvimento da
criança. Saber compreender as necessidades e demandas dessa faixa etária é importante para
garantir uma educação eficiente e saudável. É por meio da relação inteira com a criança que o
educador será capaz de estimulá-la a crescer.
O objetivo da empresa é situar-se como instituição de vanguarda, proporcionando à
sua equipe docente, constantes descobertas e aperfeiçoamentos, valorizando-os e tornando-os
aptos a enfrentar os conflitos e competições diante da vida, educar integralmente as crianças,
desenvolvendo práticas pedagógicas que as atendam nas necessidades básicas levando sempre
em consideração suas individualidades, respeitar as crianças como seres pensantes,
estimulando-as nas relações intra e interpessoais, para que aprendam a conviver e a cooperar
com o grupo, estimular nas crianças uma atitude de busca constante do conhecimento, através
de atividades que desenvolvam e desafiem continuamente o raciocínio, a criatividade, a
curiosidade, o espírito crítico, questionador, a livre expressão e a comunicação, prover o
espírito de união, confiança e companheirismo entre os funcionários e a equipe dirigente,
buscar a satisfação dos funcionários e colaboradores para que sintam-se realizados dentro da
empresa, obter resultados empresariais compatíveis com as expectativas dos sócios e o
reconhecimento, pelos clientes, da proposta pedagógica desta instituição e por fim conquistar
a criança, visando a fidelidade familiar.
Observar a criança a partir do conhecimento de suas etapas evolutivas e do respeito a
ela; Oportunizar às crianças novos desafios com base na observação e na reflexão teórica;
Incentivar a autoavalização, a partir de regras combinadas no coletivo, favorecendo a
superação gradual do egocentrismo infantil, a socialização e a autonomia progressiva; Manter
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diálogo freqüente e sistemático entre os adultos que lidam com a criança e os pais ou
responsável, revendo continuamente a adequação da prática psicopedagógica da escola.
Dentro do organograma da direção pedagógica da empresa temos a Coordenadora, as
Professoras, as Monitoras, a Ajudante Geral Administrativo e Financeiro, a Secretária e a
Auxiliar Administrativo.
¨Cada vez que ensinamos prematuramente a uma criança algo que ela poderia ter
descoberto por si mesma, esta criança foi impedida de inventar e consequentemente de se
desenvolver.¨ Jean Piaget.
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4- DISCUSSÃO E RESULTADOS
4.1- PROJETO
4.1.1- Apresentação
Baseado na arte milenar japonesa -Kamishibai educativo-, expôs-se a importância de
preservar o meio ambiente através de colagem em papel-cartão de figuras relacionadas a
atividades de educação ambiental.
4.1.2- Justificativa
Devido a crescente degradação ambiental, a educação ambiental em creches tem o
propósito de formar cidadãos conscientes e capazes de gerir o ambiente em que vive de
forma sustentável.
4.1.3- Objetivos
Incutir nas crianças a necessidade de se preservar o meio ambiente através do
Kamishibai educativo.
4.1.4- Público alvo
O projeto se desenvolve na Escola de Educação Infantil Ser Novo que conta com 9
crianças( Gabriel, Larissa, Vitória, João, Raul, Beatriz, Sabrina, Thiago e Pedro) na faixa
etária de 5 anos.
4.2- Metodologia
Considerando a inexistência do Kamishibai Educativo no Brasil, através de colagem
de figuras recortadas, por vezes, pelas próprias crianças, criou-se um modelo adaptado do
Kamishibai educativo para se conseguir expor a problemática ambiental.
4.3- Materiais
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- papel cartão de várias cores
- figuras retiradas de revistas, jornais e internet
- tesoura
- cola
- resíduos sólidos
- caixas de papelão
- papel dobradura
- fita crepe
4.4- Práticas
4.4.1- Prática 1: Importância e Respeito à Natureza.
Recortou-se o papel-cartão na mesma medida do Kamishibai, em seguida pediu-se às
crianças que recortassem figuras de alimentos que mais gostassem. Colou-se as figuras em
dois papéis cartão (Fig. 4 e 5). Explicou-se a origem das figuras recortadas pelas crianças
através da figura de uma plantação agrícola e da figura de um animal bovino, salientando a
importância do solo, da água e do sol para o crescimento de qualquer planta. Em seguida, com
outro cartaz ,explicou-se às crianças a importância daquele que plantou, daquele que colheu e
também daquele que cozinhou, ressaltando a gratidão que se deve ter por esses agentes (Fig.
6).
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Fig. 4 – Importância e respeito à Natureza. Figuras explicativas de origem.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Fig. 5 – Importância e respeito à Natureza. Figuras que ressaltam a importância e respeito
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
No dia seguinte, cada criança recebeu a figura de um limão. Pediu-se para que
colassem o limão na folha de atividade e que em seguida desenhassem aquilo que seria
necessário para que o pé de limão crescesse de forma saudável.
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4.2.2- Prática 2 : Viagem da família Sujinho
Com dois cartazes, um com a figura de um carro e a outra com a figura de uma
enchente, contou-se a história da família Sujinho que jogava o lixo para fora do carro durante
a viagem (jogou-se literalmente, alguns resíduos referente a história, no chão) e que
chegando em seu destino (São Paulo), encontrou a cidade toda alagada, inclusive a casa da
vovó onde iriam se hospedar. Explicou-se que as águas tendem a retornar para as ruas quando
não encontram passagem para fluir por estarem os bueiros muitas vezes entupido de resíduos
e que um dos fatores da enchente seria a quantidade de lixo jogado nas ruas pelas pessoas,
conforme mostra a figura 6.
Fig. 6 – Contando a história ¨Viagem da Família Sujinho¨.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Em seguida entregou-se a cada criança uma bala, com o intuito de verificar a postura
de cada um com relação ao papel da bala.
4.2.3- Prática 3: Segregação do lixo – expositiva
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Recortou-se várias figuras de produtos, cujas embalagens são recicláveis e também
figuras de alimentos sem a embalagem. No cartaz fez-se dois compartimentos, um para
figuras de materiais recicláveis e outra para material orgânico distinguindo uma da outra
através do símbolo da reciclagem e através da figura de uma banana descascada (figura 7).
Durante a explicação do que é reciclagem e em quê alguns materiais recicláveis podem se
transformar e também sobre o que é e quais são os materiais orgânicos, inseriu-se cada figura
em seu devido compartimento.
Em seguida pediu-se aos alunos que desenhassem dois lixos e o que poderia ser
colocado em cada lixo.
Fig.7 – Segregação do lixo – expositiva. Cartaz com os compartimentos para orgânicos e recicláveis.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
4.2.4- Prática 4: Segregação do Lixo – dinâmica
Com a participação das crianças, encapou-se duas caixas de papelão nas cores verde
para recicláveis e amarela para lixo orgânico (figura 8). Perguntou-se às crianças se as
mesmas lembravam da explicação feita há seis dias atrás sobre o que é e o que não é
reciclável? Em seguida com várias embalagens de vidro, de plástico, papéis, pilhas, etc.,
pediu-se a cada criança que colocasse um lixo por vez na caixa correta.
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Fig.8 – Dinâmica da Segregação do Lixo. Crianças encapando a caixa
(orgânico) com ajuda da professora Priscila.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Fig. 9 – Dinâmica da Segregação do Lixo. Larissa descartando o lixo.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
4.2.5- Prática 5 – Rota da Pet.
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Com uma garrafa PET e figuras de uma indústria, um supermercado, uma residência,
um rio poluído, um lixão e novamente de uma fábrica, (figuras 10, 11 e 12) explicou-se o
caminho que a PET faz quando chega em nossas casas e para onde a mesma se destina ou
deveria se destinar. Da indústria, a garrafa PET segue para o supermercado, em seguida os
pais compram um refrigerante, por exemplo, assim a PET chega as nossas casas. Porém, após
o consumo do refrigerante se jogarmos a PET na rua, ela vai para os rios (figura 12), e
juntamente com outros objetos como chinelo, bola, lâmpada, isopores e várias outras PETs
contaminam esse curso de água. Se descartamos dentro de nossas casas sem a devida
segregação, ou seja, misturamos tudo e não enviamos para a reciclagem, a PET vai para lixão,
onde contamina o solo, o ar, água, é criadouro para inúmeros vetores de doenças e além disso,
representa grande volume. Mas, se separamos a PET dentro de nossas casas e a destinarmos
para a reciclagem, ela volta para a fábrica e se transforma em outro produto como vassoura e
roupas.
Em seguida pediu-se às crianças que desenhassem para onde seria melhor destinar a
PET da sua casa.
Fig. 10 – Rota da PET. Da indústria ao supermercado
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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Fig. 11 – Rota da PET. Do supermercado às nossas casas.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Fig. 12 – Rota da PET. Das casas aos rios, lixões ou retorno às indústrias.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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4.2.6- Pratica 6 – História da enchente.
Baseado nas histórias em quadrinho de Funk e Santos (2008), contou-se a história de
uma mãe que frequentemente ensinava seu filho a jogar lixo no chão(figura 13). Clima
bastante instável com chuvas torrenciais que perdura duas semanas(figura 14), a casa da
família fica quase totalmente imerso na água e o filho por pouco não se afoga(figura 15). Dias
depois o sol volta a raiar e a enchente deixa a cidade e, novamente passeando pelas ruas do
bairro, a mãe diz para o filho não jogar no chão o lixo que está na mão da criança, e o filho
todo consciente responde: ¨Sim, mamãe eu aprendi a lição¨(figura 17).
Em seguida, pediu-se às crianças que desenhassem onde seria melhor jogar o lixo.
Fig. 13 – História da enchente. Mãe sempre ensina seu filho a jogar o lixo no chão.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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Fig. 14 – História da enchente. Chove muito por duas semanas.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Fig. 15 – História da enchente. Casa alagada e filho em apuros.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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Fig. 16 – História da enchente. O sol volta a brilhar e a família aprende a lição
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
4.2.7- Prática 7 – Ciclo da água
Explicou-se o ciclo da água (figura 17) com um cartaz contendo a figura do sol, da
montanha, do rio, do mar, da nuvem e duas figuras que foram inseridas somente no decorrer
da explicação, com ajuda de fita crepe; uma de nuvem carregada com suas gotinhas e outra de
uma caneca de água fervendo.
Em seguida as crianças desenharam o ciclo da água com tinta.
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Fig. 17 - O ciclo da água
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
4.2.8- Prática 8 – Porquê não desperdiçar água.
Com um cartaz contendo a figura de um lago conectado a uma Estação de
Tratamento de Água e posterior reservatório dando seqüência à conecção até chegar nas
casas, prédios e supermercados, explicou-se o caminho que a água faz para chegar até as
nossas casas, ressaltando a importância e a dificuldade do tratamento de água devido a mesma
estar cada vez mais contaminada. Para isso utilizou-se quatro figuras inseridas no decorrer da
explicação, de recipientes que seriam os produtos químicos no qual deveriam ser adicionados
à água e também de uma outra figura que chamou a atenção para o Tratamento da água
(figura 18).
No final da explicação citou-se alguns exemplos de não desperdício da água, como por
exemplo; não ficar brincando com a torneira aberta, não deixar a torneira aberta enquanto se
escova os dentes, não brincar de água com a mangueira, não lavar o carro com mangueira e
sim com balde de água, não ficar brincando no chuveiro, não trocar a vassoura pela
mangueira, etc.
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Em seguida pediu-se às crianças que desenhassem o que cada um poderia fazer para
não desperdiçar água.
Fig. 18 - Porquê não desperdiçar água
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
4.2.9- Prática 9 – História da coruja
Com um cartaz contou-se a história de uma coruja que vivia tranquilamente em uma
praça pública, quando adolescentes começam a vir até à praça para jogar pedra na coruja e em
sua família composta por casal e três filhotes. A violência causou a morte de uma coruja
filhote. A mãe coruja muito furiosa levanta vôo e mergulha cortando o ar e finca suas garras
na cabeça de um dos meninos e o machuca a ponto de sangrar. Os meninos nunca mais
apareceram na praça. No decorrer da história colou-se, com ajuda de fita crepe, as figuras da
família da coruja, da coruja levantando vôo, e dos meninos que atiravam pedras nas corujas
(figura 19). Antes de se contar a história conversou-se sobre o cuidado que se deve ter com os
animais; não chutar os animais, não jogar pedras, enfim, não maltratá-los. Em seguida
explicou-se as características da coruja, principalmente a coruja buraqueira que faz seus
ninhos no chão com o bico e com os pés, que enxerga cem vezes mais do que os seres
humanos e com o auxílio de uma boneca demonstrou-se o giro de 270 graus que a coruja
consegue fazer com sua cabeça.
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Fig. 19 – História da coruja
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
4.2.10- Prática 10 – Dinâmica do Certo ou Errado
Com o papel cartão em tamanho original, elaborou-se várias situações originadas de
ações que representam a consciência ou a não consciência ambiental. A partir de então, pediu-
se às crianças para que colassem o adesivo vermelho para situações que achassem
ambientalmente inadequado: ¨não legal¨ e colassem o adesivo verde para situações que
achassem ambientalmente adequado ou ¨legal¨. Explicou-se situação por situação às crianças
para que as mesmas pudessem definir o que é certo ou o que é errado. As crianças ficaram
sentadas esperando ser chamadas um a um. Quando chamada, explicou-se a situação e
perguntou-se: ¨isso é legal ou não é legal¨, após respondido a criança pegava e colava o
adesivo que considerava correto. As situações foram: Filho agradece o almoço para a mamãe,
criança brinca com o chuveiro ligado, criança escova os dentes com a torneira aberta, dentro
de uma casa existem dois lixos: reciclável e orgânico, pessoa lava o carro com a mangueira,
motorista joga garrafa para fora do carro, lixo jogado na rua, menino atirando pedra na coruja,
menino quebrando um galho da árvore, pessoa plantando uma árvore, pessoa colocando lata
33
no lixo, senhora varrendo o quintal sem usar a mangueira de água, crianças brincando com a
mangueira e lixo no rio (figura 20).
Fig. 20 – Explicação realizada das situações expostas no cartaz para que em seguida
as crianças colassem o adesivo vermelho (errado) ou verde (certo).
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
4.5- Cronograma
AÇÕES ATIVIDADES DATA
Pratica 1 Importância e Respeito à
Natureza
18/03/2010
Continuação Importância e Respeito à
Natureza
19/03/2010
Prática 2 Viagem da família Sujinho 23/03/2010
Prática 3 Segregação do lixo -
expositiva
25/03/2010
Prática 4 Segregação do lixo - prática 31/03/2010
Prática 5 Rota da PET 07/04/2010
Prática 6 História da enchente 09/04/2010
Prática 7 O Ciclo da água 13/04/2010
Prática 8 Porquê não desperdiçar água 15/04/2010
Prática 9 História da coruja 20/04/2010
Prática 10 Dinâmica: Certo ou Errado 22/04/2010
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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Na prática 1: Importância e Respeito à Natureza, quando pediu-se para as crianças
desenharem o que seria importante para que o pé de limão crescesse de forma saudável.
Quase todos desenharam o sol, a chuva e a terra. A maioria desenhou tanto a água como o
solo como um objeto, ou com formato esférico, porém duas crianças (João e Beatriz) se
destacaram e desenharam o sol, a chuva e uma árvore, exatamente como é disposto na
natureza, como mostra as figuras 21.
Fig. 21 – Desenhos referente Prática 1 – Importância e Respeito à Natureza.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Tabela 1 – Desempenho dos alunos referente Prática 1 (Total de alunos: 8)
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Prática 1 Freqüência
Sol 6
Terra 2
Água 4
Conjunto de Elementos Necessários 4
Outros (óculos, pirulito) 2
Total 18
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Gráfico 1 – Desempenho dos alunos na Prática 1
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Ao se observar os desenhos feitos pelos alunos, nota-se que sua maioria, acha que o
Sol é uma das coisas mais importantes para o crescimento do pé de limão, e que alguns alunos
destacaram que o Conjunto da Luz (Sol), Água, Solo (Terra), sendo classificados na categoria
Elementos Necessários, quando agrupados tem uma importância fundamental.
Após a aplicação desta atividade leu-se uma história intitulada: Família Sujinho, e no
decorrer do conto, a Vitória (4 anos) perceptivamente interrompeu dizendo: ¨Que porquisse¨.
Depois foram entregues balas aos alunos, para poder verificar o grau de
conscientização ocorrido, e obteve-se um bom resultado, onde todos os alunos abriram as
balas para chuparem, e em seguida jogaram o papel no lixo.
Durante a aula expositiva sobre a segregação dos resíduos, onde através de figuras
recortadas ensinou-se o descarte correto dos resíduos inserindo-os em compartimentos de
resíduos orgânicos e outro de recicláveis. A partir da segunda figura, as crianças já
respondiam por si só onde a figura deveria ser colocada. Depois da aula expositiva, quando
pedido às crianças para desenharem dois recipientes de lixos e o que poderia ser colocado em
cada lixo, quase todos conseguiram distinguir o reciclável do orgânico, como mostra as
figuras 22 e 23.
Freqüência
Sol
Terra Água
Conjunto de Elementos
Necessários
Outros (óculos, pirulito)
Sol
Terra
Água
Conjunto de Elementos Necessários
Outros (óculos, pirulito)
36
Fig. 22 - Desenho referente ao descarte de lixo orgânico e reciclável.
Uma mão descarta uma casca de banana e a outra mão descarta em
outro lixo uma lata de guaraná.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Fig. 23 – Desenho ao descarte de lixo orgânico e reciclável. Dentro do lixo orgânico
ele desenhou um ovo e dentro do lixo reciclável ele desenhou uma lata de
coca-cola.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
37
A tabela abaixo mostra o desempenho dos alunos na atividade referente a Prática 3 –
Segregação do Lixo – aula expositiva, onde os alunos deveriam desenhar dois lixos e o que
poderiam ser colocados nesses lixos. Total de alunos participantes: 8 alunos
Tabela 2 – Desempenho dos alunos na Prática 3
Prática 3 Frequência %
2 lixos (Recicláveis e
Orgânicos)
7 87,5
Outros (dinossauro, pipa) 1 12,5
Total 8 100
Gráfico 2 – Desempenho dos alunos referente Prática 3
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
A análise dos resultados demonstra que a maioria dos alunos conseguiu distinguir o
lixo reciclável do lixo orgânico, desenhando separadamente um lixo reciclável contendo: lata
de coca-cola, bola, lata de guaraná, etc., e outro lixo de material orgânico contendo: tomate,
banana, batata, etc.
Na aula prática de segregação dos resíduos, onde encapou-se duas caixas de papelão
com ajuda dos próprios alunos para que depois cada aluno colocasse um resíduo (frascos
vazios de xampu, maionese, refrigerante, creme, embalagens plásticas, pilhas, vidros, latas de
cerveja, etc.), na caixa que considerasse correta. Perguntou-se às crianças se as mesmas
lembravam da aula expositiva (seis dias antes) e se sabiam o que era reciclável e o que era
orgânico? Responderam: ¨sim¨ e quando perguntado somente o que era orgânico?
87%
13%
Lixo orgânico e Lixo reciclável Outros (dinossauro, pipa)
38
Responderam: ¨é da banana¨. Percebeu-se então, que as crianças memorizam os materiais
orgânicos através do símbolo afixado no compartimento do material orgânico, que era, como
mostra a figura 7, uma casca de banana. Observou-se um entusiasmo muito grande por parte
dos alunos por estarem participando na elaboração das caixas de papelão, encapando-os
(figura 8). Quanto a segregação, propriamente dita dos resíduos, os alunos foram muito bem,
conseguindo colocar cada lixo em sua devida caixa, sem dificuldades. Porém, o Pedro que não
estava no dia da aula expositiva de Segregação do Lixo, não conseguiu separar o lixo
corretamente, como mostra a figura 24, onde ele coloca o papel na caixa de orgânicos.
Fig. 24 - Aula Prática de Segregação dos Resíduos. Pedro (5 anos) descartando o lixo
de forma inadequada.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
O objetivo da aula sobre A Rota da PET era a de explicar como a garrafa Pet chega
em nossas casas e para onde segue após o consumo, ¨...se jogarmos nas ruas, ela vai para os
rios poluindo os cursos de água, se dentro de casa não separarmos a Pet de outro lixo
orgânico, ela vai para os lixões contaminando o solo, aumentando os casos de doenças por
serem criadores de mosquitos que transmitem doenças, mas se enviarmos para a reciclagem
ela volta para a fábrica e podemos transformá-las em vassouras, por exemplo.¨
Antes de iniciar a explicação acima, anunciando o tema: ¨...então, vou explicar de
onde essa garrafa PET vem e pra onde ela vai depois que sai da nossa casa...¨, o João Luiz ( 4
anos) levantando a mão disse: ¨Já sei, volta pra fábrica pra fazer outra garrafa PET de novo.¨
39
Em seguida mostrou-se o primeiro cartaz, onde está desenhado uma indústria e um
supermercado (fig. 10), a mesma criança disse: ¨vai pro supermercado¨. Detalhe: a criança
ainda não sabe ler. Reafirma-se a importância da imagem no aprendizado.
Em seguida pediu-se aos alunos que desenhassem: ¨Onde seria melhor destinar a
PET da sua casa¨, percebeu-se que todos os alunos entenderam qual o melhor destino da Pet,
como mostra algumas figuras 25 e 26.
Fig. 25 – Desenho realizado pelo Thiago (6 anos) referente a Prática Rota da Pet,
onde ele desenha uma fábrica.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Fig. 26 – Desenho realizado pelo Raul (4 anos) referente a Prática da Rota da PET, onde
ele desenha uma fábrica.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
40
Tabela 3 - Desempenho dos alunos na Prática Rota da Pet – 9 alunos
Prática 5 Frequência
Lixo reciclável 9
Fábrica 3
Lixo reciclável e Fábrica 6
Total 18
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Frequência
Lixo
reciclável
Fábrica
Lixo
reciclável e
Fábrica
Lixo reciclável Fábrica Lixo reciclável e Fábrica
Gráfico 3 - Desempenho dos alunos referente Prática
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
A análise dos dados demonstra que a maioria dos alunos entenderam que a Pet deve
ser descartada no lixo reciclável, e que de maneira geral todos compreenderam que a Pet não
deve ser descartada de forma indevida, ou seja, jogada no chão, na rua ou diretamente nos
rios.
Na história da enchente, contou-se a história de uma mãe que frequentemente
ensinava seu filho a jogar lixo no chão, certo dia começou a chover muito, ininterruptamente
por duas semanas, a casa dessa família então foi alagada e para dentro dela entrou também
muito lixo. Passados alguns dias o sol volta a brilhar e eles aprendem que não se deve jogar
lixo no chão.
Depois disso, pediu-se aos alunos que desenhassem: ¨Onde você acha que deve ser
jogado o lixo?¨ Observou-se que as crianças entenderam onde deve ser jogado o lixo, pois
todos desenharam uma pessoa jogando algum resíduo no lixo, como mostram as figuras 27 e
28.
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Fig. 27 – Desenho da Sabrina (4 anos) referente a História
da Enchente, onde ela desenha o sol, a mamãe e o filho
jogando o lixo no lixo.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Fig. 28 – Desenho do João (4 anos) referente a História da
Enchente, onde ele desenha o sol, a nuvem, uma borboleta,
o rio, a mamãe e o filho jogando o lixo no lixo.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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Na Prática 7: Ciclo da Água, explicou-se o percurso da água dos rios e mares até
chegar nas nuvens e posterior descida aos cursos de água. Em seguida pediu-se aos alunos que
desenhassem o ciclo da água e assim o fizeram como mostra as figuras 29 e 30.
Observou-se que houve completa assimilação do ciclo da água, pois todos os alunos
desenharam o rio ou mar, o sol, a nuvem carregada, a chuva e a montanha. A Sabrina de 4
anos, desenhou até a casinha que estava no cenário da explicação conforme mostra a figura
30.
Fig. 29 - Desenho do Thiago (6 anos) onde ele desenha o rio (água secando), o sol, nuvem carregada
(nuvem pegando água), nuvem chovendo, montanha e mar ou rio (água).
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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Fig. 30 - Desenho da Sabrina de 4 anos. Detalhe: casinha
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Na Prática 8: Porquê não desperdiçar água, após a explicação do percurso que a
água faz até chegar as nossas casas e que o ponto crítico está no tratamento cada vez mais
complexo que a água necessita para ficar limpa, citando alguns exemplos de não desperdício,
pediu-se aos alunos que desenhassem: ¨O que você pode fazer para não desperdiçar água?¨.A
maioria desenhou uma pessoa lavando o carro com o balde de água, como podemos observar
pelas figuras abaixo:
Fig. 31 – Desenho da Beatriz (5 anos) referente Prática 8 ¨Porque não desperdiçar
água¨, onde ela desenha uma menina lavando o carro com um balde.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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Fig. 32 – Desenho do João (4 anos) referente Prática 8 ¨Porque não desperdiçar água¨, onde ele
desenha um menino lavando o carro com um balde e desenha também tudo que estava no painel
explicativo (represa conectado com a estação de tratamento de água com o reservatório
de água e a distribuição dessa água para as casas).
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Tabela 4 - Desempenho dos alunos referente a Prática 8 (Total de alunos: 8)
Prática 8 Frequência
Pessoa lavando o carro com o balde 5
Torneira fechada 2
Estação de Tratamento de Água 3
Outros (borboleta, escada, casa, janela) 1
Total 11
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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Frequência
Pessoa
lavando o
carro com o
balde
Torneira
fechada
Estação de
Tratamento
de Água
Outros
(borboleta,
escada,
casa,
janela)
Pessoa lavando o carro com o balde
Torneira fechada
Estação de Tratamento de Água
Outros (borboleta, escada, casa, janela)
Gráfico 4 - Desempenho dos alunos referente a Prática 8 (Total de alunos: 8)
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Analisando as figuras constatou-se que a maioria dos alunos assimilou o que é não
desperdiçar a água, pois desenharam pessoas lavando o carro com um balde de água e
desenharam também uma torneira fechada.
Na Prática 9: História da Coruja, antes de contar a história de uma família de Corujas
Buraqueira que são constantemente apedrejados pelos adolescentes do bairro, explicou-se
suas características, como por exemplo, o fato delas enxergarem 100 vezes mais que nós seres
humanos. No entanto, ao questionado se sabiam quanto significava 100 vezes mais, as
crianças responderam que não sabiam o quanto isso significava. Diante do fato mensurou-se
essa quantidade contando junto com os alunos os números de um a cem. Eles puderam então,
sentir a quão grande era 100 vezes mais. As crianças ficaram espantadas também, com o giro
de 270 graus do pescoço, que a coruja consegue realizar, demonstrada com o auxílio de uma
boneca. Ficaram também, muito atentas à história (figura 33).
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Fig. 33 - Crianças atentas ouvindo a história da Coruja.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Na dinâmica ¨Certo ou Errado¨, onde os alunos deveriam colar os adesivos: vermelho
para situações ambientalmente incorretas e verde para situações ambientalmente corretas,
sentiu-se grande facilidade de compreensão das situações expostas no cartaz e por
conseguinte segurança em escolher o adesivo correto. Embora crianças menores, da faixa
etária de três anos, estivessem por perto e manifestassem interesse em participar (a dinâmica
aconteceu no pátio da escola), as mesmas não tiveram dificuldades em responder qual seria o
adesivo correto, após breve explicação da situação exposta no cartaz. Assim, os menores
puderam na maioria das vezes, acertar. (figuras 34 e 35).
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Fig. 34 – Sabrina (4 anos) colando o adesivo verde ao lado do peixinho no
rio, referente a Prática ¨Dinâmica do certo ou errado¨.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
Fig. 35 – Gabriel (3 anos) , aluno de outra turma, colando o adesivo vermelho ao lado
do pneu dentro do rio.
Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes
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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os novos cenários sócio-ambientais nacionais e internacionais apontam a
necessidade urgente do estabelecimento de um novo paradigma para a sustentabilidade do
planeta Terra. A Educação Ambiental então, assume caráter realista alicerçado na busca do
equilíbrio entre homem e ambiente, com a finalidade de construir um futuro sustentável.
Os resultados obtidos foram muito positivos e satisfatórios porque os desenhos
refletiram uma consciência ambiental. O ensino reforçado por imagens que é a grande
característica do Kamishibai facilitou o aprendizado por chamar a atenção de um público com
faixa etária de cinco anos.
A participação dos alunos na execução de atividades como nos recortes de figuras de
alimentos que os mesmos escolheram e recortaram (Prática 1) bem como na confecção da
caixa de reciclável e orgânico (Prática 4) propiciou um envolvimento e um entendimento
maior do tema abordado. Brincando e colaborando, a criança constrói o seu conhecimento,
expressa sentimentos e emoções, aprende sobre normas e valores essenciais à sua vida e cria-
se nos pequenos o interesse pelo processo participativo.
A criança, por ter facilidade em transmitir o que aprende, se torna um grande vetor
dentro da sociedade e elas se comprometem com a Natureza, não por obrigação, mas por
realização pessoal, que a fortalece e a torna cidadã consciente dos problemas do nosso
planeta.
Este trabalho, também se torna um projeto sócio-cultural onde as crianças interagem
com o meio em que vivem. O projeto permitiu que mudanças no dia a dia da escola
acontecessem, fazendo com que já não mais deixassem a torneira aberta ao escovar os dentes
e por incentivo das crianças o lixo gerado na escola começa a ser segregado.
Por meio deste método em que o recurso da imagem é enfático, possível se torna a
conscientização da qualidade alimentar. Com cartazes que abordem a importância de
consumir alimentos variados, da importância nutricional de frutas, verduras e legumes é
possível não só incentivar as crianças para uma alimentação equilibrada, mas também formar
pessoas conscientes da importância da natureza para a nossa alimentação.
A educação é um processo que requer do educador um compromisso com a formação
de um cidadão para alcançarmos no futuro uma sociedade sustentável.
A construção de valores sociais deve ser iniciada desde a mais tenra idade e deve ser
parte de uma educação continuada ao longo da vida.
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6- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CLUBOTAKU. Este site apresenta artigos, jogos, manga, cinema, músicas, etc.,
referentes a cultura e a sociedade japonesa. Disponível em www.clubotaku.org. Acesso em 15
de abr.
FUNK, Suzana ; SANTOS, Ana Paula dos. A educação ambiental infantil apoiada
pelo design gráfico através das histórias em quadrinhos. IN: II Encontro de
Sustentabilidade do Vale do Itajaí, 2008, Balneário Camboriú. Anais do II Encontro de
Sustentabilidade do Vale do Itajaí, 2008.
LEI FEDERAL. art.1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99, define Educação Ambiental.
PEREIRA, Jaqueline S. Educação Ambiental na Educação Infantil – Um
Compromisso Social. IN: Rev. Brás. Agroecologia, v.2, n.1, fev.2007.
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