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Introdução à Filosofia Moderna
A chegada dos “tempos modernos”
. Os livros de história nos ensinam que a partir
do século XV começaram a se alterar os conceitos que os europeus tinham sobre o mundo.
As mudanças ocorridas foram tão importantes que se viu nelas o anúncio de uma nova era na história da humanidade: os “tempos modernos”.
. Confiantes no futuro, ao olhar para trás os
europeus qualificaram o tempo vivido até então como uma idade intermediária entre duas épocas brilhantes.
Por isso chamaram de Idade Média o período que se estendeu do fim da Antiguidade greco-romana, no século V, até a Idade Moderna, que então se iniciava em meio a grandes expectativas.
. As mudanças foram muitas e de várias ordens,
não acontecendo todas ao mesmo tempo. Ao contrário, estenderam-se ao longo de séculos.
A expansão da atividade comercial e das cidades foi sem dúvida um dos principais prenúncios da nova era...
. Entretanto, outras mudanças contribuíram
para consolidar a modernidade.
A redescoberta da Antiguidade e a releitura do pensamento greco-romano pelos chamados humanistas, colocando o ser humano no centro do conhecimento (antropocentrismo).
. O humanismo constituiu o âmago do
Renascimento, movimento intelectual e artístico que nasceu na Itália no séc. XIV e floresceu nos séculos XV e XVI.
Este movimento deixou grandes nomes como:
Leonardo Da Vinci (1452 – 1519)
.
Michelangelo (1475 – 1564)
.
.
As realizações renascentistas se estenderam aos campos da pintura, escultura, arquitetura, letras e filosofia;
Este processo abriu alternativas em relação ao pensamento religioso, até então dominante, como forma de conhecer, interpretar e transformar o mundo.
.
A divulgação das novas ideias foi beneficiada pela invenção da imprensa por Gutemberg (c. 1394 – 1468), em meados do século XV.
. Nessa época a ciência moderna começou a se
constituir através do que foi chamado de Revolução Científica.
O astrônomo e matemático polonês Nicolau Copérnico (1473 – 1543) propôs a teoria “heliocêntrica”, afirmando que os planetas giravam em torno do sol.
Copérnico e o heliocentrismo:
.
Antes de Copérnico, a interpretação da Igreja Católica, segundo a qual o Sol girava em torno da Terra, era a única aceita.
A Igreja reagiu às novas ideias, mas não conseguiu diminuir o impacto sobre as novas gerações de cientistas. Podemos citar:
Johannes Kepler (1571 – 1630) .
Galileu Galilei (1564 – 1642)
.
. Não foi só a astronomia que foi impulsionada a
partir de então.
A medicina também teve um grande desenvolvimento, graças aos estudos sobre o corpo humano, feitos a partir da dissecação de cadáveres. Tal prática até então era vista como profanação.
. Outra mudança importante ocorrida no início
dos “tempos modernos” foi a ampliação dos horizontes geográficos dos europeus, através da conquista de novos mares e novos continentes.
Isto levou à descoberta de novas fontes de riqueza...
.
A expansão marítima, foi liderada inicialmente por Portugal e Espanha.
Seguiu-se a expansão colonial, contando a partir do século XVII com ingleses, franceses e holandeses.
. Em termos políticos, todo esse processo foi
acompanhado pela centralização do poder.
Contudo, esta centralização não se fez da mesma maneira em todos os lugares. Em Portugal, Suécia e França a consolidação do poder real resultou no absolutismo...
.
De outro modo, na Grã-Bretanha acabou prevalecendo a divisão de poderes entre o rei e o parlamento.
Ética e política Além do desenvolvimento do pensamento científico,
com implicações evidentes no campo filosófico, os pensadores do Renascimento abordaram questões envolvendo outros temas como a natureza humana, a moral e a política.
Neste último âmbito destacou-se especialmente o italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527).
. Maquiavel é considerado o fundador do pensamento
político moderno, uma vez que desenvolveu sua filosofia política em um quadro teórico completamente diferente do que se tinha até então.
No pensamento antigo a política estava relacionada com a ética e, na Idade Média, essa ideia permaneceu, acrescida dos valores cristão.
O bom governante seria aquele que possuísse as virtudes cristãs e as implementasse no exercício do poder político.
.
Maquiavel observou, porém, que havia uma distância entre o ideal de política e a realidade política de sua época.
Escreveu então o livro O príncipe, com o propósito de tratar da política tal como ela se dá, compreendendo e esclarecendo as tensões e lutas da política real.
Conversa filosófica Blaise Pascal (1623-1662) escreveu que “O silêncio
eterno dos espaços infinitos apavora”, em referência clara ao mal-estar criado pelas descobertas científicas de seu tempo.
Compare essa frase com os versos do poema “Demogorgon” de Fernando Pessoa (1888-1935). O que eles têm em comum? Reúna-se com colegas e debata o tema...
.
Não, não, isso não! Tudo menos saber o que é o Mistério! Superfície do Universo, ó Pálpebras Descidas, Não vos ergais nunca! O olhar da Verdade Final não deve poder suportar-se! Deixai-me viver sem saber nada, e morrer sem ir saber nada! A razão de haver ser, a razão de haver seres, de haver tudo, Deve trazer uma loucura maior que os espaços Entre as almas e entre as estrelas. Não, não, a verdade não! Deixai-me estas casas e esta gente; Assim mesmo, sem mais nada, estas casas e esta gente...
Disponível em: >http://www.dominiopublico.gov.br
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