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Tião Carreiro e Parceiros - Raras
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Raras
Letras Por: Alexandre Fais, alehpaes@yahoo.com.br
Várias Datas Avulsas
Tião Carreiro & Parceiros
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Mariposas do Amor - Tião Carreiro & Carreirinho Tango - (Torrinha e Canhotinho)
Não sei porque é que eu fico tão errado
Traindo sempre a companheira do meu lar
Sinto vergonha e reconheço o meu pecado
Mas assim mesmo eu não sei me controlar
As mariposas têm em mim uma influência
E na clemência da esposa que eu adoro
Sinto vergonha dos meus atos praticados
Disfarço as mágoas, nesta hora então eu choro
Gosto da minha inseparável companheira
Somente a ela é que eu amo com ardor
Mas como a abelha rouba o mel de flor em flor
As mariposas do meu peito roubam amor
Não sei porque é que eu fico tão errado
Traindo sempre a companheira do meu lar
Sinto vergonha e reconheço o meu pecado
Mas assim mesmo eu não sei me controlar
As mariposas têm em mim uma influência
E na clemência da esposa que eu adoro
Sinto vergonha dos meus atos praticados
Disfarço as mágoas, nesta hora então eu choro
Gosto da minha inseparável companheira
Somente a ela é que eu amo com ardor
Mas como a abelha rouba o mel de flor em flor
As mariposas no meu peito roubam amor
Saudade do Nosso Amor - Tião Carreiro & Carreirinho Rasqueado - (Tião Carreiro e Teddy Vieira)
Saudades, quantas saudades que ainda sinto do nosso amor
Saudade dos beijo ardentes que ainda quente guardo o sabor
Saudades de um passado que apagado nunca será
Saudade me faz sofrer lembrando um prazer que não voltará
Amor, doce ilusão
Dei-te o coração, todo meu amor
Amor sei que tu reclama
Sei que ainda ama este cantador
Quisera enxugar teu pranto, beijar-te tanto, pobre de mim
A sorte ja foi traçada, foste a culpada, quiseste assim
De ti vou me “aretirar”, deixar de te amar, isso nunca penses
Pra te ajudar me despeço, sobre o meu regresso, adeus para sempre
Amor sejas bem feliz
A sorte não quis que eu te desse abrigo
Amor se de mim lembrar
Tu podes contar com esse peito amigo
1 Existe uma outra música com esse mesmo nome gravada com pardinho no álbum “Repertório de Ouro” de 1964
Triste Destino - Tião Carreiro & Carreirinho1
Tango - (Campeão, Tião Carreio e Carreirinho)
Garçon, por favor encha essa taça
Talvez eu bebendo passa esta dor que me tortura
Sinto minha vida “num” deprê
Esta mágoa quer tão cedo arrastar-me à sepultura
Chegou no ressinto um maltrapilho
Perdeu lar, esposa e filho, sem dinheiro e guarida
Eu, sem eu nunca conhecer
Passei com ele a beber e contar a minha vida
Amigo, aquela mulher que estás vendo
A mais bonita, ali na mesa acompanhada
Pode ver que está sorrindo, está bebendo
Mas traz a sua alma amargurada
Há muitos dias expulsei da minha casa
Fui obrigado a fazer este papel
Meu filho chora, tem os olhos rasos d’água
Sofremos todos pelo seu ato infiel
Pelas ruas fico acabrunhado, triste
Falo com todos fingindo ter alegria
Um homem fraco este desgosto não resiste
Meu filho ainda faz lembrar-me todo dia
Filho:
“Papaizinho, o senhor disse que amanhã a mamãe vinha, ela não veio O senhor mandou ela embora? Eu não sabia onde ela estava, coitadinha
Hoje um menino me contou onde ela mora
Papaizinho, vai buscar minha mãezinha, tive sabendo que todo dia ela chora”
Suas palavras minha triste alma invade
Não posso ver meu filho sofrer assim
Hoje ele sofre, mas quando tiver idade
Vai compreender e depois dar razão a mim
2 Regravada com Pardinho no álbum “Os Reis do Pagode” de 1965
Por Ti Padeço2 - Tião Carreiro & Carreirinho Cateretê - (Carreirinho e Tião Carreiro)
Quem me vê assim cantando sempre alegre e sorridente
Ninguém nota no meu rosto o que meu coração sente
No braço desta viola
Explicarei facilmente
É duro gostar de “arguém” que já tem seu pretendente, ai
Quem vê os versos que eu faço diz que eu sou inteligente
O coração de quem ama trova versos de repente
“Arguns” dá pra ser poeta
Outros fica impertinente
O amor quebra opinião de qualquer homem valente, ai
Às vez começo a pensar, então meu por contente
Por poder desabafar tudo que meu peito sente
Meus verso no coração
Atinge diretamente
Mas é que a felicidade não pertence a toda gente, ai
Conquistar seu coração, sei eu que não sou suficiente
Vendo você todo dia sofrerei eternamente
Amanhã eu vou-me embora
Sei que vou partir doente
Pra mim ver você com outro eu prefiro viver ausente, ai
3 Regravada com Pardinho no álbum “Repertório de Ouro” de 1964
Meu Fracasso3 - Tião Carreiro & Carreirinho Canção Rancheira - (Campeão, Tião Carreio e Carreirinho)
Companheirada! Vamos beber!
Pede ao garçom pra reunir quatro ou cinco mesas
Peçam bebida! Muitas bebida!
Que hoje sou eu quem paga a despesa
Quero beber! Quero embriagar-me!
Quero esquecer a minha tristeza
Hoje eu sofro tanto, é grande minha dor
Perdi para sempre, perdi meu amor
Hoje estou vencido, estou convencido
A maldita sorte segue-me passo a passo
O meu triste fato reduz-me ao nada
E assim levo a vida de fracasso em fracasso
E no entretanto, a quem eu amo
Encontra vitória de braços em braços
4 Regravada com Pardinho no álbum”Repertório de Ouro” de 1964
Jangadeiro Cearense4 - Tião Carreiro & Carreirinho Cururu - (Tião Carreiro & Carreirinho)
Narrador (Tião Carreiro):
O sol nasce no horizonte entre as floresta e os monte despertando o jangadeiro
Homem que não teme a morte o jangadeiro do norte trabalha nos inteiro
‘Sorta’ a jangada no mar, vai remando devagar, vai ficando a branca areia
Fica as mata e os palmiteiro, diz adeus ao jangadeiro, suas folhas balanceia
Por ter sua devoção no tirar o pé do chão
Ele faz sua oração para se ‘arretirar’
Ai, ai, pra enfrentar as ondas do mar
Eu sou um pobre pescador, ajudai oh meu senhor
Mande um anjo protetor para o meu barco guardar
Ai, ai, pras ondas não me tragar
E o sol já se despedindo sobre as águas vai sumindo
E as estrelas vão surgindo, fica as estrela e o luar
Ai, ai, só ele, Deus e o mar
Ele “vorta” carregado, com seu corpo já cansado
Seu amor desesperado no seu ranchinho a esperar
Ai, ai, ela se põe a rezar
Lá vem o meu pescador, lutou com força e vigor
Agradeço meu Senhor por esta benção me dar
Ai, ai já “vortou” para o meu lar
Madalena – Tião Carreiro e Carreirinho Moda de Viola – (Carreirinho)
Madalena era uma moça com dezoito anos de idade
Nunca teve amor na vida, era um anjo de bondade
Um moço trajado de preto, na maior serenidade
Foi passando em sua frente, despertou a curiosidade
Foi encontrar com aquele moço lá no bosque no outro dia
Eu sou um pobre estudante que estudo na academia
Pois isso não serve de base, fale por minha família
Serei uma mulher feliz estando em sua companhia
“Gerardo” no outro dia levantou muito cedinho
“Quarquer” coisa lhe avisava que ele ia encontrar o destino
Falou com o Doutor “Arvarenga”com jeito e muito carinho
Minha filha só se casa com gente da nossa linha
Com aquela má resposta quando em casa ele chegou
“Gerardo” só deu um grito e no seu leito debruçou
Um irmãozinho de “Gerardo” com Madalena encontrou
Meu irmão faz oito dias que pra sempre Deus levou
Madalena deu um grito quando estas palavra ouviu
E no ponto de automóvel onde ela se dirigiu
Senhor me leve ao cemitério, o lugar que ela exigiu
Madalena pagou o carro e do chofer se despediu
Madalena procurava qual a sua assinatura
E no fim ela encontrou aquela linda sepultura
Aqui dorme o meu “Gerardo” que me amava com ternura
Minha alma enlouquecida que esse punhal segura
Aqui fica este bilhete pros meus pais sem compaixão
Hoje mesmo lá no céu Deus fará nossa união
Cravou o punhal no peito, trespassou seu coração
Na hora seu pai chegou, ela morreu nas suas mãos
Pagode - Tião Carreiro & Carreirinho Pagode - (Tião Carreiro e Carreirinho)
Morena bonita dos dente aberto
Vai no pagode o barulho é certo
Não me namore tão descoberto
Que eu casado mais não sou certo
Modelo de agora é muito esquisito
Essas mocinha mostrando os cambito
Com as canelas lisa que nem “parmito”
As moças de hoje eu não facilito
Eu com a minha “muié” fizemo combinação
Eu vou no pagode ela não vai não
No sábado passado fui ela ficou
No sábado que vem ela fica eu vou
Eu mandei fazer um laço do couro do boi carreiro
Pra laçar moça bonita que tem os olhos morteiro
Joguei o laço na moça, o laço caiu no chão
Joguei o laço pra lá e peguei a moça com a mão
Eu tratei meu casamento, vou casar por esses dia
Foi com uma italiana gorda sem saber se ele queria
Se a gorda não me quiser caso com a magra mesmo
Italiana gorda é fantasia
Canto modas dos amigo, pro meu gasto eu também faço
Na viola eu tenho o desembaraço
É coisa que eu acho feio o violeiro querer abater
Mas não fazem moda mandam eu fazer
Quem deseja mal aos outros lembre bem desse ditado
Que o seu castigo está reservado
Quer prova cuspa pra cima, se falhar é coisa rara
Pode esperar que lhe cai na cara
Quebrei o facão do Cristiano e o facão de Penacho
“Nóis” tá por cima, eles tão por baixo
Tem uns violeiro em São Paulo, vive fazendo rotina
Eles tão por baixo, “nóis” tá por cima
Última Pescaria - Tião Carreiro & Carreirinho Cururu - (Teddy Vieira e João Carreio5)
Quando pego na viola recordo de um companheiro
Desde o tempo da escola queria ser violeiro
Foi crescendo e ficou forte, caboclo bom brasileiro
Quando foi um certo dia na casa de sua amada
Uns amigo convidou pra fazer uma pescada
“Nóis” descemo rio abaixo, ali sempre tem pintado
Eu “sortei” nossa canoa à vontade da maré
“Comecemo” “travessa” onde tinha jacaré
E “nóis ia conversando uns assunto de “muié”
De repente um “rodemuinho” fez a canoa virar
Por desgraça meu amigo nunca aprendeu a nadar
Mergulhei, fiz o que pude, mas não consegui “sarva”
Na beirada do barranco numa aflição tamanha
Eu “oiava” aquelas águas que fazia até montanha
E o sangue do meu amigo foi comido por piranhas
5 João Carreiro foi um dos nomes que Tião Carreiro usou no início da carreira
Valentão - João Carreiro6 & Pardinho Moda de Viola - (Teddy Vieira e João Carreio)
Conheci o Zé Mariano, um homem sem coração
No da “arta” Sorocabana foi o rei dos valentão
Com mais de cinquenta morte era o terror do sertão
Nas festa que ele chegava matava sem compaixão
Certo dia numa venda, veja só o que foi fazer
Tirou ser “punhar” da cinta, não deixou ninguém correr
Pegou um garrafão de pinga obrigou o “pessoar” beber
No meio tinha um menino que não quis obedecer
Mariano avançou furioso: “Menino daonde veio?
Moleque, tu vai beber um copo grande bem cheio
Aquele que se doer pode falar sem receio
Homem de barba na cara costumo cortar de reio”
Menino afastou e disse: “Os homem eu sei respeitar
Sou sozinho nesse mundo, nada tenho pra deixar”
Mariano “sortou” um berro, balanceou o reio no ar
Já na primeira guascada uma bala foi encontrar
Mariano deu quatro “vorta”, caiu no chão e falou:
“Tô” perdido rapaziada, o menino me matou”
O fim dos valente é triste, é “sinar” que Deus marcou
De pagar na mão dos fraco os crime que praticou
6 João Carreiro foi um dos nomes que Tião Carreiro usou no início da carreira
Caboclo no Cassino7 - João Carreiro & Pardinho Xote - (Teddy Vieira e João Carreio)
Pus o meu terninho branco de linho engomado
Meu sapato de verniz que eu comprei fiado
Dentro da gibeira pus “argum” trocado
E fui pro cassino diverti um bocado.
Encontrei uma morena queimadinha pelo “sór”
Fui entrando co'a conversa fui fazendo o meu “farór”
O meu pai é fazendeiro conhecido por major
Da conversa de malandro eu sabia ela de cor.
Mandei vim bebida fina, fui bancando o coroné
E pois a gaja pensava qu'eu papai noé
Tava c'uma gaita grossa tinha dinheiro a “grané”
A carteira tava gorda mais era só de “papé.
Veio a conta para mim, era uma bagatela
A despesa era três conto que eu fiz co'a Gabriela
Sai doido do salão, por fim “sartei” pela janela
E cai em cima dum guarda que tava de sentinela.
Por Causa da Gabriela no xadrez passei calor
Isto serve de exemplo pra esses conquistador
Não tendo nem um tostão quer bancar o seu doutor
Caboclo tendo dinheiro pra ele não farta amor.
7 Posteriormente gravada no álbum “Casinha da Serra” de 1963 com sanfona no arranjo
Morena de Goiás - João Carreiro & Pardinho Moda de Viola - (Teddy Vieira e João Carreiro)
Moreninha tão faceira lá das bandas de Goiás
A tua feição trigueira eu não me esqueço jamais
Pra ver um bem que não me queira eu juro que sou capaz
De atravessar a fronteira e “tarvez” não “vorte” mais
Esse teus olhos, menina, do pensamento não sai
É uma lança ferina que mata “quarqué” rapaz
“Travesso” verdes campinas sem deixar rastro pra trás
Eu vou ver quem me fascina, moreninha de Goiás
Meu viver é uma “penura”, vós contar de mim não faz
Coração de pedra dura tenha pena do meus “ais”
Saí à sua procura, sozinho não vivo em paz
Andando nessas lonjura pra ver a flor de Goiás
Olhando o céu à noitinha eu notei certos sinais
Vi correr as estrelinhas deixando raio pra trás
“Alembrei” da Goianinha, meu coração se desfaz
Mas se ela não for minha adeus sertão de Goiás
Carreteiros do Brasil - Tião Carreiro & Pardinho Chamamé - (Lourival dos Santos e Tião Carreiro)
Para os carreteiros do Brasil inteiro
Esses dois violeiros mandam uma canção
Pedimos com fé que Deus ilumine você na cabine do seu caminhão
Em todas andança corra tudo certo
Deus esteja perto de você irmão
Quantos carreteiros que veio do nada
Rodando na estrada já virou patrão
Salve o rei da estrada levando o progresso
Para Deus eu peço lhe dar proteção
Falo francamente, precisa ter classe pra falar da classe deste povo “bão”
Que Deus o proteja, carreteiro amigo
Longe do perigo firme a direção
Neste mundo velho que vive girando você vai rodando ganhando seu pão
Lá na sua casa tem alguém rezando, em você pensando, fazendo oração
Também vai alguém no seu pensamento
Não sai um momento do seu coração
Salve o rei da estrada levando o progresso
Para Deus eu peço lhe dar proteção
Falo francamente, precisa ter classe pra falar da classe deste povo “bão”
Talvez, bem distante esteja a sua amada
Noiva ou namorada querendo lhe ver
Ou sua mãezinha de cabelos branco
Sentada no banco reza por você
Eu tenho certeza, nas suas andanças não sai da lembrança o seu bem querer
Em horas amargas que o destino traz
Deus é bom demais, vai lhe proteger
Salve o rei da estrada levando o progresso
Para Deus eu peço lhe dar proteção
Falo francamente, precisa ter classe pra falar da classe deste povo “bão”
Desafio do Pagode Contra o Ye-Ye-Ye - Tião Carreiro & Pardinho x Meirinho (Piraci e Lorival dos Santos)
“E agora atenção, muita atenção, Senhoras e Senhores
Vamos ter o Pagode contra o Ye Ye Ye
Para defender o Pagode aqui está Tião Carreiro
E defendendo o Ye Ye Ye, com vocês: Meirinho”
Eu arrecebi um chamado que fosse me apresentar, pra defender meu sertão isso é muito “naturá”
Por ser o rei do pagode o meu peito é uma metralha, sou um soldado da viola e nunca perdi uma batalha
Você disse que é soldado, na guitarra eu sou tenente, eu que comando você, respeite minha patente
Você é o rei do pagode, mas não vai me assustar, bota a viola no saco e vá cantar n’outro lugar
Sou mesmo o rei do pagode e não sou do Ye Ye Ye, canto verso improvisado do jeito que você vê
Eu nasci lá no sertão e não vou me converter, eu sou da moda de viola, pagode e cateretê
Você pode ser da viola, mas eu gosto da guitarra, sou ídolo da juventude, caipira nunca me agarra
Eu gosto do Ye Ye Ye, pode ver, está na cara e quando a juventude canta os caipiras logo se cala
Sou caboclo na verdade e fui criado na roça, eu me lembro de um cavalo empacador, ruim de carroça
O cavalo relinchava, parecia gente vossa e o nome de Ye Ye Ye da crina comprida e grossa
Você está por fora da onda e eu sou um cabeludo, quem tem dinheiro e cabelo nessa vida está com tudo
Nós usamos bons sapatos e você é botinudo, só usa calça de brim enquanto a minha é de veludo
Piolho não dá em careca, só gosta de cabeludo, “purga” não gosta de brim, se agasalha no veludo
Você diz que é uma brasa, mas um brasa apagada, meu pagode é brasileiro e de estrangeiro não tem
nada
Eu sou jovem barra limpa, eu sou brasa e sou tremendão, toda a nossa juventude te chamam de goiabão
Com esse teu papo furado só tem que sair perdendo, e para mais um desafio pode vir quente que eu
estou fervendo
Você diz que está fervendo, que é brasa e é tremendão, se você está fervendo saia do meu “cardeirão”
Pra você eu dou o pé, pro caboclo eu dou a mão, eu defendo o que é nosso, sou brasileiro dos “bão”
Você pode vir fervendo que eu tô igual um vulcão
“Acho melhor a gente parar por aqui “cumpadi”, o “homi” correu”
“Corri nada, o negócio aqui é pra “quarqué” parada mora, é.. Vai morar n’outra freguesia vai...”
Violeiro e juventude foi quem cantou pra vocês
Se gostou do desafio nós volta cantar outra vez
Moda do Corintiano - Tião Carreiro & Pardinho Moda de Viola - (Cumpadre)
Viva o “V” dessa viola que agora tô ponteando
Viva o “V” dessa vitória que vivo comemorando
Viva a alegria da gente guardada por tantos anos
Viva nós, viva o Brasil e o povo corintiano
Se a gibeira tá vazia “nóis” pouco se incomodamo
Se esquecemo de dormir, não “tamo” nem “armoçano”
Coração bate no peito, de feliz tá “arrebentano”
Viva o pobre, viva o rico e o povo corintiano
Viva o Brasil e o povo brasileiro da cidade e do sertão
Viva o cigarro de “paia”, meu ranchinho beira chão
Meu cachorro é vira lata, meu carro é meu alazão
Mas eu sou corintiano e nisto sou campeão
Viva o “V” da voz do povo no dueto a multidão
Viva o “M” desse mundo que cabe na minha mão
Deus me deu a minha terra, meu Brasil, meu ganha pão
E me fez corintiano com muita satisfação
Moda dos Bairros de São Paulo - Tião Carreiro & Pardinho (Piraci)
Eu casei com a Santana, tava sem dente a morena
Em cima pus ponte grande, embaixo ponte pequena
Ela ficou tão bonita, dá inveja a muita gente
Ele sempre está sorrindo, mostrando a Vila Prudente
“Nóis” vive na Libertade, todos dois com Bela Vista
Morando num Bom Retiro, nesta cidade paulista
Moro numa casa verde junto com minha “muié”
Nesta casa não tem água, “nóis” não pode lavar pé
Também gosto d’água rasa mesmo que seja água fria
Com água branca limpinha tomo banho na bacia
Se “nóis” ficar resfriado São Jorge que nos ajude
“Nóis” muda pro clima são, para o bosque da Saúde
Também gosto do Ipiranga porque o clima é muito bom
Fubá com moinho velho tem sempre no sacolão
Perdiz com polenta frita é a nossa Consolação
“Nóis” que morava na Penha vamo pra Vila Carrão
Nosso plano já deu certo, isto foi no Sumaré
Em casa chora menino, quem trouxe foi a “muié”
Pra batizar o garoto fomos no Tatuapé
Os padrinhos chamam ele dizendo vem Canindé
A mulher brigou comigo porque eu Vila Maria
Com uma Carandiru no bairro da Freguesia
Ficou meio Butantã e começou dar pancada
Quase, quase, minha gente, que eu fui pra quarta parada
Não Volto Mais - Tião Carreiro & Pardinho Balanço - (Piraci)
Briguei e tornei “vorta”, esquecer não fui capaz
Agora briguei de novo, eu vou e não “vorto” mais
(Briguei e tornei voltar, esquecer não fui capaz
Agora briguei de novo, eu vou e não volto mais)
Você diz que não me quer, eu também não faço empenho
Você não serve de pai de um amor que agora eu tenho
Briguei e tornei “vorta”, esquecer não fui capaz
Agora briguei de novo, eu vou e não “vorto” mais
(Briguei e tornei voltar, esquecer não fui capaz
Agora briguei de novo, eu vou e não volto mais)
O “Sor” já vai descambando por detrás daquela serra
Eu também já vou-me embora, não volto mais nesta terra
Briguei e tornei “vorta”, esquecer não fui capaz
Agora briguei de novo, eu vou e não “vorto” mais
(Briguei e tornei voltar, esquecer não fui capaz
Agora briguei de novo, eu vou e não volto mais)
Quem tem dois amor tem um e quem tem um nada tem
Sempre tive dois amor pra não ficar sem ninguém
Briguei e tornei “vorta”, esquecer não fui capaz
Agora briguei de novo, eu vou e não “vorto” mais
(Briguei e tornei voltar, esquecer não fui capaz
Agora briguei de novo, eu vou e não volto mais)
Briguei e tornei “vorta”, esquecer não fui capaz
Agora briguei de novo, eu vou e não “vorto” mais
Noite feliz - Tião Carreiro & Pardinho
Cururu
Noite feliz! Noite de paz!
Noite feliz! Noite de paz!
Oh, Senhor, Deus de amor Pobrezinho nasceu em Belém
Eis em casa Jesus nosso bem
Dorme em paz, oh, Jesus
Dorme em paz, oh, Jesus
Noite feliz! Noite de paz!
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores os Anjos do Céu
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus Salvador
De Jesus Salvador
Pagode (Com Catira) – Tião Carreiro & Pardinho Pagode – (Tião Carreiro e Carreirinho)
“Vai no pé”
Morena bonita dos dente aberto
Vai no pagode o barulho é certo
Não me namore tão descoberto
Que eu casado mais não sou certo
Modelo de agora é muito esquisito
Essas mocinha mostrando os cambito
Com as canelas lisa que nem “parmito”
As moças de hoje eu não facilito
Eu com a minha “muié” fizemo combinação
Eu vou no pagode ela não vai não
No sábado passado fui ela ficou
No sábado que vem ela fica eu vou
Eu com a minha “muié” já vi que “nóis” não combina
Ela vai pra bixo e eu vou pra cima
De um certo tempo pra cá já está ficando um relaxo
Ela vai pra cima e eu vou pra baixo
Cavaleiros do Bom Jesus - Tião Carreiro & Pardinho Cururu - (Teddy Vieira e João Alves Marino)
Senerino e Zé Diniz esses santo ele adora
São chefe nas romaria
Ai, ai, Bom Jesus de Pirapora
Na matriz de Santo Amaro reza a missa das deis horas
Pelas alma dos romeiros
Ai, ai, Bom Jesus de Pirapora
Toca a banda da “arvorada”, os rojão nos ar “istora”
Vai saí o porta bandeira
Ai, ai, Bom Jesus de Pirapora
Lá vai indo os cavaleiro, doze légua estrada a fora
Pra louvr o milagroso
Ai, ai, Bom Jesus de Pirapora
Na hora da comunhão tem gente que até chora
“Jueiado” em frente o “artar”
Ai, ai Bom Jesus de Pirapora
Zé Diniz e Senerino Deus lhe dê saúde e glória
E também pros cavaleiro
Ai, ai, Bom Jesus de Pirapora
Preto de Alma Branca - Tião Carreiro & Pardinho Moda de Viola - (Teddy Vieira e Lauripe Pedroso)
Fazenda da liberdade quando o coroné vivia
Seus empregado e colonos gozava de regalia
Mas tudo que é bom se acaba, cada coisa tem seu dia
Foi numa tarde de maio o “coroner” falecia
Um preto “véio” choro na hora que o caixão saía
Era o peão mais antigo que na fazenda existia
Com a morte do “coroné” seu filho ficou patrão
Mas não herdou do seu pai aquele bom coração
Mandou chama o preto velho e falou sem compaixão
Vou mandar você embora, não tenho mais precisão
Preciso de gente nova pra cuidar das criação
Foi mais um “gorpe” doído na vida desse cristão, ai
Num palanque da mangueira o preto “véio” encostou
Ali de cabeça baixa o seu passado relembro
De quantos boi cuiabano nos seus braços já tombou
Quantos potro redomão sua chilena quebrou
Um estalo na porteira neste momento escutou
Um pantaneiro furioso na mangueira penetrou, ai
A filha do fazendeiro, sua prendinha querida
Aquele anjo inocente brincava muito “intertida”
O preto saiu correndo com suas perna enfraquecida
parou na frente do boi quando ele deu a investida
Já na primeira chifrada a suas forças foi vencida
Pra “sarvar” a sinhazinha, ele arrisco sua própria vida
O fazendeiro correndo, cinco tiro disparou
Derrubou o pantaneiro mas já não adiantou
Abraçando o preto velho, o coitado ainda falou
Mande “benzê” a sinhazinha do susto que ela levou
Eu preciso ir-me embora minha hora já chegou
E o preto de “arma” branca, desse mundo descansou, ai
Boa Noite Amor - Tião Carreiro & Pardinho (Waldik Soriano e Teddy Vieira)
Boa noite amor, boa noite
Dorme pensando somente em mim
Boa noite amor, boa noite
Eu dormirei pensando em ti
Leve contigo o meu retrato
Se tu quiseres sonhar comigo
Tu sonharás a noite inteira
Eu sonharei também contigo
O meu desejo é levar-te à igreja
Aos pés do altar unir nossas vidas
É muito tarde, eu preciso ir embora
Boa noite minha querida
(O meu desejo é levar-te à igreja
Aos pés do altar unir nossas vidas
É muito tarde, eu preciso ir embora
Boa noite minha querida)
Boa noite amor, boa noite
Dorme pensando somente em mim
Boa noite amor, boa noite
Eu dormirei pensando em ti
Leve contigo o meu retrato
Se tu quiseres sonhar comigo
Tu sonharás a noite inteira
Eu sonharei também contigo
O meu desejo é levar-te à igreja
Aos pés do altar unir nossas vidas
É muito tarde, eu preciso ir embora
Boa noite minha querida
(O meu desejo é levar-te à igreja
Aos pés do altar unir nossas vidas
É muito tarde, eu preciso ir embora
Boa noite minha querida
Boa noite minha querida)
Resposta do Bombardeio - Tião Carreiro & Pardinho Moda de Viola - (Celso Duarte e Moacyr dos Santos)
Recebi um convite de um fazendeiro
Pra cantar na festa no sertão mineiro
Um cabra ricaço cheio do dinheiro
Mandou convidar eu e meu parceiro
“Quero ver sua fama aqui no meu terreiro
Se vocês vier vou avisar primeiro
Aqui tem dois caboclos são meio banzeiro
Dentro de um catira ele nunca perderam
Dizem que eles quebram “quaqué” violeiro”
Pra enfrentar esta afronta não fizemo ensaio
Pra chegar na festa fui cortado “ataio”
Falei pro festeiro vim dar meu “trabaio”
Saudei o “pessoar” sapateei no “assoaio”
Nós dois parecia tangará no gaio
Esses violeirinho nesses versos eu vaio...
Os caboclo atacava mas não me “atrapaio”
Nos versos de abater eu sei que não caio
Nas festa que eu chego com a vitória eu saio .
Recebi aplauso do povo que veio
Eu canto largado e não tenho receio
.Eles cantaram um verso mais fizeram feio
Quis me dar um tombo perderam o galeio
Minhas rima parecem lambada de reio
Já sou “costumado” colocar o arreio
Depois que eu montar sei que eu não apeio
Vi que não “guentaro” nosso bombardeio
Peguei suas viola e quebrei no meio
. Desfeita de violeiro isso eu não aceito
Joguei no terreiro a viola do sujeito
Despedi do povo com todo respeito
Eu vi o festeiro ficar satisfeito
.Com esses pixotes eu faço desse jeito
Dentro do salão não mostrei defeito
Essas parada dura sei que não enjeito
Eu faço o caboclo pegar logo o eito
E se contar papo eu levo no peito ...
Amei a madrugada!
Amor e Perfeição – Tião Carreiro & Paraíso Cururu (Itapuã)
Não corte o verde, não derrube a mata
Não jogue detritos nas águas do rio
Não destrua a vida de quem nada destruiu
Não faça fumaça para não cobrir o sol
Se lhe faltar a luz poderá morrer de frio
Não queime a campina, não seque o varjão
Suba na colina, veja a imensidão
Quem fez a natureza tem cuca e pé no chão
Não é aventureiro, submisso e nem patrão
É o pai de todos nós, é o amor e a perfeição
Não use gaiola e nem matadouro
Não use anzol nem guasca de couro
Não queira ensinar o que ainda tem que aprender
Pra desfrutar a paz precisa saber viver
É só não plantar no mundo o que não quiser colher
Você que estuda ciência e medicina também
Você que constrói cidade na idade que o mundo tem
Não vejo nenhum invento para construir o bem
Talvez o homem esqueceu, eu vim pra lembrar que tem
A essência do amor, mas é só em Deus e mais ninguém
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