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FERNANDO DE AZEVEDO - exposições: Um Texto, Uma Obra / Fernando de Azevedo e os Outros | CARNAVAL DE LISBOA | ENAMORADOS POR LISBOA | SANGUE (teatro) | MARGARIDA GIL - PAIXÃO (entrevista)
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15 a 28 de fevereiro
SIGA-NOS EM:twitter.com/lisboa_culturalfacebook.com/lisboacultural
itematicoslisboa.blogspot.com
I Índice #244de 15 de fevereiro a 28 de fevereiro de´12
//
Edição: CML | Direção Municipal de Cultura
Departamento de Ação Cultural | Divisão de Promoção
e Comunicação Cultural
Editor: Frederico Bernardino
Redação: Frederico Bernardino; Raquel Antunes;
Sara Simões e Isabel Guedes
Designer: Ana Filipa Leite
Capa: Fernando Azevedo; de Humberto Mouco
Contactos: Rua do Machadinho, 20,
1249-150 Lisboa | Tel. 218 170 600
lisboa.cultural@cm-lisboa.pt
Ficha técnica
Destaque
Homenagem a Fernando Azevedo | Pág. 2
O pintor que amava a Arte | Pág. 4
Entrevista
Margarida Gil | Pág. 6
Efemérides
Namorar por Lisboa | Pág. 9
Especial Carnaval no Museu da Marioneta | Pág. 10
Carnaval em Lisboa | Pág. 11
Teatro
Haverá Sangue | Pág. 12
Noites no Teatro | Pág. 13
Curtas | Pág. 14
Em Agenda | Pág. 16
D Destaque/Capa Homenagem a Fernando de Azevedo
//
2
Personalidade incontornável da arte portuguesa do
século XX, vulto do surrealismo e do abstracionismo,
para além de pintor, Fernando de Azevedo foi também
um dos mais notáveis curadores e críticos de arte do seu
tempo. Dez anos volvidos sobre o seu desaparecimento,
a Sociedade Nacional de Belas-Artes homenageia o seu
antigo presidente com duas exposições.
Em Um texto – Uma obra estão expostas 91 obras de 91
artistas portugueses contemporâneos, de Amadeo de
Souza-Cardoso a António Canau, passando por Vieira da
Silva, Eduardo Nery ou Maluda.
Fernando de Azevedo e os Outros reúne algumas obras
do pintor nunca antes vistas, manuscritos, documentos
inéditos e fotografias que evocam a relação de proximi-
dade do artista com grandes personalidades da cultura
portuguesa das últimas décadas.
O Salão Nobre da Sociedade Nacional de Belas-Artes (SNBA)
poderia parecer exíguo para acolher 91 obras de arte, entre pintu-
ra, gravura, escultura ou fotografia, assinadas por outros tantos
grandes artistas portugueses a quem Fernando de Azevedo de-
dicou, com a sua sabedoria e generosidade únicas, prefácios cor-
respondentes ao catálogo de uma exposição individual de cada
um deles. “Como num livro”, António Viana montou por secções
um espaço expositivo onde não há propriamente uma arrumação
disciplinada das obras que integram Um texto – Uma obra, exposi-
ção onde, “para todos os efeitos”, é Fernando de Azevedo “o ver-
dadeiro curador”, segundo as palavras dos comissários Cristina
Azevedo Tavares, José Augusto-França e Rui Mário Gonçalves.
Objetivamente, a mostra torna visíveis in loco obras que ins-
piraram textos de Fernando de Azevedo, escritos entre 1953
e 2001, que agora surgem, a bom tempo, reunidos em livro.
“Foi uma ideia de amigos que surgiu logo no seu funeral mas
que, devido à complexidade, acabou por só ganhar forma
agora”, explica-nos Cristina Azevedo Tavares, curadora e filha
do artista. “Trabalhámos nesta exposição mais de um ano,
fazendo um profundo trabalho de investigação através dos es-
critos e, claro, tentando junto de artistas, colecionadores de
arte e museus conseguir, senão a obra correspondente ao texto,
uma solução de compromisso entre a obra de arte e aquilo que ele
escreveu nesses prefácios.”
O gosto eclético de Fernando de Azevedo e “a forte intuição que o
guiava pela obra de arte” estão soberbamente representados na
diversidade de artistas expostos. E, em pé de igualdade neste
Salão Nobre da SNBA, surgem os seus “muito acarinhados” An-
tónio Pedro (A Ilha do Cão, 1940) ou Eduardo Marques (Figuras
de Circo, s/ data); os notabilíssimos modernistas que tanto ad-
mirou, Amadeo (Pintura, 1913) e Almada (Auto-retrato, 1926);
ou os “primos”, companheiros da aventura surrealista, Vespeira
(Óleo 119, 1959) e Fernando Lemos. Mas ali também se encon-
tram a gravura de Ilda Reis ou António Canau, a escultura de
Amaral da Cunha ou Delfim Maya, ou rasgos do génio de Pomar,
Graça Morais, Vieira da Silva, José de Guimarães ou Malangatana.
Apenas alguns, entre os 91 protagonistas aqui reunidos sob os
olhares de Fernando de Azevedo.
frederico bernardino
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O Pintor que amava a ArteTravessa da Trindade. Três anos depois, expõe ao lado dos amigos
de sempre, Vespeira e Fernando Lemos, na Casa Jalco, ao Chiado,
naquilo que seria um dos mais polémicos acontecimentos cultu-
rais ocorridos na capital durante o Estado Novo.
Com o passar dos anos, Fernando de Azevedo acaba por se dedi-
car menos à pintura e mais à colagem e à ocultação. A partir dos
anos de 1960 vai desempenhando algumas funções de relevo,
como a direção artística da revista Colóquio-Artes, a presidência
da Sociedade Nacional de Belas-Artes ou a direção do serviço de
Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian. Quando ques-
tionamos Cristina Azevedo Tavares sobre o porquê da produção
artística do seu pai ter esmorecido ao longo dos anos, responde-
-nos: “era um homem tímido que gostava mais de mostrar dos
outros, que de si. Desse modo, dava todo o seu amor à arte”.
Faleceu em Lisboa, em 2002, deixando junto de largas dezenas de
artistas portugueses uma imensa saudade.
Frederico Bernardino
Perante dezenas de fotografias do largo acervo de Fernando de
Azevedo, a filha, Cristina Azevedo Tavares, fala-nos do homem
generoso a quem bastava intuir “na qualidade de um pintor, mes-
mo que jovem e desconhecido, para o valorizar tanto como se de
um notabilizado se tratasse”. Antes, tínhamos percorrido o pe-
queno núcleo expositivo de Fernando de Azevedo e os Outros onde
se encontram algumas gravuras, esquissos, colagens e ocultações
que o pintor fez ao longo dos seus 79 anos de vida. Uma vida de
amor à arte que parece plasmar-se “numa obra de despedida”, A
Asa de Ícaro, a sua última pintura, também ali exposta.
Nascido em Vila Nova de Gaia, em 1923, veio para Lisboa muito
cedo e na capital fez a sua formação. Primeiro, na Escola António
Arroio onde fez muitas das suas mais fiéis amizades. Depois, na
Escola Superior de Belas-Artes que acabaria por abandonar, con-
siderando o ensino demasiado antiquado – ou não se vivesse em
plena ditadura salazarista. Passa a trabalhar em design, ilustração
e publicidade, como tantos artistas portugueses da época.
No final de 1947, ao lado de Cesariny, Augusto-França, Antó-
nio Pedro, António Dacosta, Vespeira ou Moniz Pereira, funda
o Grupo Surrealista de Lisboa. Paralelamente, inicia a sua car-
reira como crítico de arte no Mundo Literário e na Horizonte,
afirmando o compromisso com “a liberdade do surrealismo”.
Em 1949, integra a única exposição do Grupo Surrealista de Lis-
boa, num antigo ateliê de António Pedro e António Dacosta, na
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fotografias de Humberto Mouco
UM TEXTO – UMA OBRA
Fernando de Azevedo e os Outros
Até 30 de abril
Sociedade Nacional de Belas-Artes
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Entrevista Margarida Gil“A paixão é o melhor sofrimento
que existe”
>
//
Distinguida com o Prémio Carreira no Festival Internacional de
Cinema de Roma, em 2011, Margarida Gil tem nas salas o seu
novo filme Paixão. Uma história de amor, desespero e loucura
protagonizada por Maria Salomé (Ana Brandão) e João Lucas
(Carloto Cotta), dois seres que se conhecem no final de uma noite
de copos e acabam reféns um do outro.
Na sinopse lê-se que Paixão “é uma viagem aos abismos do desejo da relação humana”. O que a inspirou a escrever esta história?
Já penso nisto há muito tempo. Quando realizei o meu primei-
ro filme, Relação Fiel e Verdadeira, fiquei surpreendida com o fato
de as relações amorosas e passionais serem também relações
de poder. E apercebi-me que isso tocava todas as mulheres e,
muito particularmente, as portuguesas.
É um assunto que me interessa no cinema. Mas como todo o im-
pulso criativo, não tem explicação.
A paixão é um sentimento irracional e “ignóbil” como refe-re Maria Salomé?
O filme é muito romântico porque retrata a busca desesperada
do outro. Em O Monte dos Vendavais, Catherine diz “o Heath-
cliff sou eu” e isto resume o que é a paixão - uma procura e
dissolução no outro que anula tudo o resto. É a procura mais
importante de um ser humano e faz sofrer, mas é o melhor sofri-
mento que existe.
Um sofrimento que pode ser neurótico. O tormento de Ma-ria contagia João Lucas que recusa a liberdade, regressan-do para junto dela. É a Síndroma de Estocolmo?
É engraçado porque eu já tinha escrito a história e não sabia o que
era a síndroma de Estocolmo. Só fiquei a saber depois da notícia
de Natascha Kampusch, a jovem austríaca. E fiquei impressiona-
da porque, mais uma vez, a vida ultrapassa a ficção. No cinema,
a relação carrasco/vítima já foi várias vezes tratada, mas julgo
ser a primeira a fazê-lo no cinema português. O fato de ser
mulher também me predispõe para a compreensão deste tipo
de relação amorosa.
Ao vermos o filme ficamos com a sensação de estar a assistir a uma peça de teatro. Pode-se dizer que Paixão é um filme-teatro?
Ah, eu acho que sim. Eu nunca fiz nada de teatro, mas o fato de
o filme se passar num décor praticamente único e de existir aque-
la clausura, dá-lhe uma certa teatralidade. Depois existe o texto
que é muito forte. Sei que muitas das palavras já deixaram de ser
ouvidas. São relíquias e armas aguçadas que Maria e João usam
para a agressão verbal – é um apurar de palavras que magoam,
que são aço e lâmina. Na construção dos diálogos, foi importante
a colaboração da Maria Velho da Costa que é exímia.
E
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7
fotografia de Francisco Levita
A música tem uma presença marcante. É a terceira protago-nista da história?
A música está presente em todos os meus filmes. É possível que
o seja. A minha fixação para este filme foi a Chaconne de Bach. A
música para mim é respiração. Quando quero sublinhar qualquer
coisa, um sentimento, uma visão, um cheiro ou uma perceção, é
sempre através da música.
“Portugal está à beira do abismo mas com sol”– lê Maria nos jornais. Um prognóstico que até tem algum otimismo, mas que não contagia as personagens que encontram na morte a sua salvação. Porquê este fim?
Bem, não sei se é propriamente a morte… é a escuridão. Os cor-
pos não se veem. É como o 11 de setembro, o prédio rui, mas não
há corpos, o que é pior. Aquele final é terrível, mas considero-o
uma boa ideia porque a confinação das personagens só podia ser
aquela. Se é morte ou não, não sei, porque não se vê.
Os seus filmes foram selecionados e, a maior parte, premia-dos nos festivais internacionais de cinema. Qual a sua im-portância para a divulgação do cinema português?
Hoje, existem lobbys muito fortes e é mais difícil entrar num
festival. Estão sempre ocupados pelos mesmos. Contudo, consi-
dero-os importantes para o reconhecimento do trabalho de um
realizador e espero que Paixão entre no circuito. Não consigo é
traduzir a importância dessa participação em Portugal. Há filmes
que não são reconhecidos nos festivais e depois são melhores que
os que ganham prémios.
Enquanto presidente da Associação Portuguesa de Realiza-dores, como vê o estado atual do cinema português?
Vejo-o muito ameaçado. Estou muito preocupada. A situação é
grave. Aguardamos a aprovação da lei do cinema, fundamental
para o aumento das fontes de financiamento – essenciais para
a sobrevivência do cinema. Depois é importante que o dinheiro
do ICA, apesar dos cortes, seja canalizado para o cinema portu-
guês. Realizadores, atores, técnicos e assistentes, estamos todos
a lutar.
Isabel Guedes
Versão integral da entrevista publicada na Agenda Cultural de Lis-
boa em fevereiro de 2012
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PAIXÃO
em exibição nos cinemas
natureza e da química envolvida. As inscrições devem ser feitas
pelo número de telefone 218 170 900. Dia 19, oportunidade
para conhecer algumas personalidades que mais marcaram a ci-
dade, no percurso Amor por Lisboa. O ponto de encontro é o Ros-
sio, junto à estátua de D. Pedro IV.
A par destas visitas, quiosques e esplanadas, como o de São Pedro
de Alcântara ou o do Jardim das Amoreiras, oferecem música, ex-
posições e workshops onde pode aprender a preparar uma refeição
romântica ou receitas picantes. Já o Centro de Artes Culinárias,
no Mercado de Santa Clara, convida os mais audazes, mas menos
coordenados, para as aulas Dança a par para pés de chumbo. Para
ouvir fado, só tem de ir até aos Mercados de Alcântara, Ajuda e
Benfica, onde Luis Caeiro e Inês Pereira, acompanhados por Sidó-
nio Pereira (guitarra) e João Penedo (viola), apresentam o espe-
táculo De quem eu gosto só nos mercados confesso. A entrada é livre.
Sara Simões
Namorar pela cidade é o desafio que a Câmara Municipal de
Lisboa (CML) lança a todos os casais em mais uma edição de
Enamorados por Lisboa. A decorrer até 19 de fevereiro, a iniciativa,
que vai já na sua 3.ª edição, apresenta um vasto programa. Desde
visitas guiadas por bairros típicos e miradouros, a percursos de
bicicleta ou aulas de dança e culinária, há de tudo um pouco.
Depois do sucesso do ano passado, a CML, através da Divisão
de Promoção e Comunicação Cultural, volta a promover a visi-
ta Lisboa dos Amores. A realizar-se no dia 18, às 14 horas, este
é um percurso, de cerca de duas horas, por miradouros e ruas
do centro histórico, em que se descobrem as mais belas histórias
de amor. O ponto de encontro é no Miradouro de Nossa Senho-
ra do Monte e as inscrições devem ser feitas através do telefone
218 170 600. Como alternativa, no mesmo dia, mas a começar às
15 horas, vá até Monsanto e descubra alguns dos segredos mais
bem guardados do parque, como o Espaço Biodiversidade, num
percurso onde se vai falar dos rituais de corte e acasalamento da
E Efemérides Namorar por Lisboa
//
ENAMORADOS POR LISBOA
Até 19 de fevereiro
Programa disponível em: www.cm-lisboa.pt
Entrada livre
9
fotografia de Francisco Levita
Especial Carnaval no Museu da Marioneta
//
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Dois pratos de papel são o ponto de partida para mais um ate-
liê no Museu da Marioneta, desta feita dedicado ao Carnaval. A
realizar-se precisamente nesse fim de semana, dias 19 e 21 de
fevereiro, a partir das 10h30, a atividade dirige-se a crianças com
mais de seis anos que, acompanhadas de um adulto, e a partir dos
tais pratos de papel, aos quais juntarão muitos outros ingredien-
tes, construirão uma marioneta quase do seu tamanho.
Se ficou curioso e com vontade de ajudar os mais pequenos a da-
rem asas à sua imaginação enquanto constroem uma máscara,
reserve já o seu lugar no ateliê Especial Carnaval. Com um preço
de 6 euros, a inscrição pode ser feita pelo telefone 213 942 810
ou através do e-mail servicoeducativo.marioneta@egeac.pt.
Findo o ateliê, caso ainda não conheça, aproveite para visitar o
novo núcleo do museu onde estão expostas marionetas africanas
provenientes da coleção Francisco Capelo. Peças com uma beleza
plástica única, que nos transportam para um universo em que
máscaras e marionetas são usadas de forma festiva e ritual, num
espaço em que toda a comunidade se encontra.
Sara SimõesATELIÊ ESPECIAL CARNAVAL
Museu da Marioneta
19 e 21 de fevereiro | 10h30
www.museudamarioneta.pt
11
Carnaval em Lisboa
//
Os Expensive Soul & Jaguar Band são a principal atração do XIV
Desfile de Carnaval de Lisboa, a realizar-se no dia 18 de fevereiro, a
partir das 15h30. Com a Praça do Comércio a servir de ponto de
encontro aos muitos foliões que se quiserem juntar a esta festa,
animada pelos Tocándar, pela Trupe de Batuqueiros do Tejo, pela
Escola de Gaitas de fole da Casa Pia e pelas juntas de freguesia
do Beato, Castelo, Sé e Socorro, entre outras, o momento alto
do desfile terá lugar no Rossio, local onde os Expensive Soul &
Jaguar Band iniciam a Utopia Tour 2012.
Quatro anos depois de Alma Cara, o grupo apresenta Utopia. O
tema de avanço, O Amor É Mágico, tomou as principais rádios de
assalto e renovou o interesse do público pela banda. Em relação a
este trabalho, onde o formato canção é levado à excelência, New
Max revela “é um disco dentro da linha soul, funk e hip-hop, mas
mais maduro, mais ‘sujo’ e muito mais adulto”. Com 13 temas,
Utopia mantém a tradição dos dois discos que o precedem: uma
balada escondida no final. Gravado, misturado, produzido e mas-
terizado pelo próprio New Max, todas as letras são assinadas por
Demo e New Max à exceção de Hoje é o dia mais feliz da minha
vida, assinada com os parceiros vocais Bob da Rage Sense e AS2.
Sara Simões
XIV DESFILE DE CARNAVAL DE LISBOA
15h30 | Praça do Comércio
Expensive Soul & Jaguar Band
16h30 | Rossio
www.egeac.pt
T Teatro Haverá Sangue
//
Depois de Titus: Laboratório de Sangue, a partir de Heiner Müller,
na Casa Conveniente, David Pereira Bastos regressa ao universo
de Shakespeare. A partir de Titus Andronicus, a mais sangrenta
tragédia do autor inglês, o ator e encenador apresenta um espetá-
culo sobre a vertigem da violência e do poder no palco do Maria
Matos Teatro Municipal.
Em Sangue, Pereira Bastos volta à Roma que trai Titus e despreza
o seu valor enquanto homem de virtude e bravura. Sentindo-se
um apátrida, a cidade corrompida enreda-o numa teia de conspi-
rações e assassinatos. Acossado, resta-lhe envergar a máscara dos
carrascos e empreender uma vingança sem limites para, depois,
morrer em paz.
Para além do próprio encenador, o espetáculo conta com atuações
de Rui Gato e Miguel Raposo, atores em “revolta”, que combatem
com “tambores”, “um palco” e “voz e corpo para um grito de luz.”
Frederico Bernardino
SANGUE
(a partir de Titus Andronicus de Shakespeare)
Maria Matos Teatro Municipal
De 23 a 26 de fevereiro | 21h30
Preço: €12 (ver descontos)
www.teatromariamatos.pt
LA MUDANZA
Em 1961 um casal é obrigado a emigrar para a
Alemanha para arranjar dinheiro para pagar a
casa que foram obrigados a deixar. 50 anos de-
pois, em 2011, a neta do casal e o seu marido,
ambos fotógrafos, hipotecam essa mesma casa
para cumprirem um sonho. Nesta ocasião, o
banco acaba por ficar com a casa, fazendo ruir
todos os sonhos. O mesmo conflito situado em
duas ocasiões distintas de crise económica, re-
tratado num comédia amarga sobre um tema
bem atual, com encenação de João Mota.
Teatro da Comuna
17 fevereiro | 21h30
FIM OU PROJETO FRÁGIL DE ESTRUTURA
SUSPENSA
O novo projeto do Teatro A Vara, coletivo lide-
rado pela atriz e encenadora Margarida Barata,
apresenta um novo espetáculo, depois de Say
Something ter aquecido as noites de verão na As-
sociação Portuguesa dos Amigos dos Castelos.
No palco da Sala-Estúdio do Teatro da Trinda-
de, uma reflexão sobre a melancolia, com inter-
pretações de Carla Gomes, Rita Neves, Solange
Freitas e da própria Margarida Barata.
Teatro da Trindade
25 fevereiro | 21h45
RUMOR
A última produção de A Barraca parte de um
texto inédito de Mário de Carvalho para refle-
tir sobre o quanto o carácter humano pode ser
volátil e frágil. A ação passa-se numa suposta
colónia do Império Romano onde a decadência
e a corrupção anunciam o fim de um tempo. Ali,
um grupo de cidadãos vê-se perseguido pelo
medo e, mediante circunstâncias que mudam
ou parecem mudar, os seus comportamentos e
opiniões tendem a adaptar-se. Com encenação
de Maria do Céu Guerra.
Teatro Cinearte
25 fevereiro | 21h30
A iniciativa da Direção Municipal de Cultura da Câmara
Municipal de Lisboa Noites no Teatro está de regresso,
com novos espetáculos gratuitos para os estudantes dos
ensinos secundário e superior. Para marcares presença
basta ligar o número de telefone 218 170 593, e indicar o
nome, estabelecimento de ensino que frequentas e o nú-
mero do cartão de estudante. Não percas tempo e marca
já a tua presença…
Noites no Teatro
//
13
C Curtas
//
O concurso A Minha Escola Adota um Museu, um Palácio, um
Monumento, organizado pelo Instituto dos Museus e da
Conservação (IMC), em colaboração com o Instituto de Gestão
do Património Arquitetónico e Arqueológico e a Direção-
-Geral de Educação, pretende promover o desenvolvimento
da educação patrimonial nas escolas. O concurso escolar
consiste na elaboração de trabalhos criativos a partir de visitas
aos museus e palácio sob tutela do IMC. O regulamento está
acessível a partir da página web www.imc-ip.pt.
Escolas adotam património
Até dia 5 de março, estão abertas inscrições para as
candidaturas do intercâmbio de artistas entre Lisboa e
Budapeste. Irão ser selecionados dois artistas, com idade
inferior a 35 anos, que durante um mês têm apoio financeiro
e viagem paga para Budapeste pela Câmara Municipal de Lisboa.
A primeira residência decorre de 1 a 30 de junho e a segunda de
1 a 31 de julho. A seleção será feita pelas Galerias Municipais
mediante consideração do potencial de enriquecimento que a
experiência trará aos participantes. Mais informações através
do número de telefone 218 170 534.
Abertas inscrições para intercâmbio de artistas Lisboa / Budapeste
14
A Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de
Lisboa tem abertas as inscrições para o II Lisbon Summer School
for Study of Culture até ao próximo dia 29 de fevereiro. Neste
curso de verão vão estar presentes personalidades provenientes
de instituições académicas nacionais e internacionais,
nomeadamente de países como os Estados Unidos e o Brasil.
Para mais informações consulte o sítio da internet www.fch.
lisboa.ucp.pt.
Curso de verão da Universidade Católica
dedicado à Cultura
Partilha é o tema proposto pelo ator Rodrigo Saraiva (na foto)
para a programação de fevereiro na estação de metro
Baixa-Chiado PT Bluestation. Até final do mês vai ser possível
assistir a espetáculos de dança, malabarismo, concertos,
participar em sessões de biodança, yoga do riso e tai chi chuan ou
até mesmo receber um cupcake em troca de um sorriso. Especial
destaque para a interpretação de Monólogo, de Harold Pinter,
pelo ator Bruno Costa (dia 23, às 18 horas), e para a exibição
de curta-metragens portuguesas, com o carimbo da Shortcutz
Lisboa (dia 28, às 21 horas).
Ator Rodrigo Saraiva programa eventos no Metro de Lisboa
15
A em Agenda
//
- Kukas, uma nuvem que desaba em chuva | Até 19 de fevereiro | MUDE - Museu do
Design e da Moda | www.mude.pt
- Encontro de Olhares | Até 29 de fevereiro | Biblioteca Museu República e Resistência
Grandella | Coletiva de pintura
- 00/00/00 de Daniel Antunes Pinheiro | Até 16 de março | Arquivo Municipal de
Lisboa – Núcleo Fotográfico
- Geografia Singular | de Rodrigo Hernández Ramírez | Até 27 de março | Casa da América
Latina | Fotografia
- Não entendo e tenho medo de entender, o mundo assusta-me com os seus planetas e baratas | 23 a 26 de fevereiro | Jardim de Inverno do São Luiz Teatro Municipal
- Vermelho | até 25 de março | Teatro Aberto
- Presidentes da América Latina – Hugo Chávez | 22 de fevereiro | 19h | Casa da
América Latina
Exposições
Teatro
Cinema
16
Literatura
Finalistas de Pintura 2010/2011
Como já vem sendo hábito, a Galeria Palácio
Galveias recebe uma vez mais a exposição de
Finalistas de Pintura, organizada pela Câmara
Municipal de Lisboa e pela Faculdade de
Belas-Artes da Universidade de Lisboa
(FBAUL). A exposição reúne obras
diversificadas dos alunos que completaram a
licenciatura em pintura no ano de 2010/2011.
Patente até 16 de março.
Exposição
A Casa da América Latina organiza todas
as quintas feiras do mês de fevereiro, às
18h30, um ciclo de conversas sobre os
grandes escritores da América latina que
receberam os prémios Cervantes e Camões,
na Livraria Bulhosa do Campo Grande. No
próximo dia 16 de fevereiro, o destaque vai
para João Cabral de Melo Neto.
Poeta brasileiro, falecido em 1999 que
escreveu obras como Museu de tudo, A escola
das facas, Sevilha andando ou Morte e Vida
Severina. Distinguido com o Prémio Camões,
em 1990.
17
Crianças
Catabrisa
A Sala de Ensaios do Maria Matos Teatro
Municipal recebe mais uma proposta destinada
a crianças dos 6 aos 10 anos: Catabrisa. Um
teatro de sombras, baseado no livro de Eugénio
Roda, Catavento, sobre um menino que através
do vento descobre a dinâmica do mundo. De
Eugénio Roda e Gémeo Luis, com coreografia
de Joana Providência, está em cena de sábado,
25, a quarta-feira, dia 29.
João Lobo Antunes
No dia 19 de fevereiro, às 17h45, o professor
João Lobo Antunes desloca-se ao Teatro Aberto
para uma apresentação intitulada Cérebro e
visão – a ciência dos artistas, a propósito da peça
Vermelho, de John Logan. Durante 45 minutos,
o professor falará sobre o modo como o cérebro
aprecia uma obra de arte e como os pintores,
ao longo dos séculos, descobriram, a seu modo,
como funciona o sentido da visão.
Conferência
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