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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
LITERATURA INFANTIL: ESTRATÉGIA DE
PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS
ESCOLAS
JULIANA CAVALCANTI ALVES TEIXEIRA SILVA
NATAL – RN
2017
JULIANA CAVALCANTI ALVES TEIXEIRA SILVA
LITERATURA INFANTIL: ESTRATÉGIA DE
PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS
ESCOLAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Graduação em Nutrição da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como requisito final para obtenção do grau de
Nutricionista.
Orientadora: Profª. Dra. Célia Márcia Medeiros de Morais
Co-orientador: Ms. Diôgo Vale
NATAL – RN
2017
JULIANA CAVALCANTI ALVES TEIXEIRA SILVA
LITERATURA INFANTIL: ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS ESCOLAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do
grau de Nutricionista.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Profª Drª Célia Márcia Medeiros de Morais
(Orientadora)
________________________________________________________
Ms. Diôgo Vale
(Co-orientador)
_________________________________________________________
Profª. Ms. Rebekka Fernandes Dantas
(3º membro)
Natal, 18 de Agosto de 2017.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me guiar dia após dia, e porque tudo o que acontece na minha vida é por
sua permissão.
À minha família, minha base, por me apoiar sempre e compreender meus momentos de
ausência em decorrência da faculdade.
Ao meu noivo, por ser meu melhor amigo e companheiro, me incentivar e apoiar,
compreender meus momentos de estresse e sempre me dar a certeza de que tudo dará
certo.
Aos trabalhadores honestos do Brasil, que contribuindo com seus impostos me
possibilitaram estudar numa universidade pública.
Aos estimados mestres que me orientaram nessa caminhada: Ms. Diôgo Vale, Dra.
Célia Márcia Medeiros, Dra. Vera Lúcia Xavier e Ms. Rebekka Fernandes, sem os
quais esse trabalho não existiria. Em especial a Diôgo por sua incansável paciência e
dedicação, e à Célia Márcia por se preocupar com seus alunos como uma verdadeira
mãe.
Às diretoras das escolas visitadas na pesquisa, que me acolheram e possibilitaram o
desenvolvimento desse estudo.
SILVA, Juliana Cavalcanti Alves Teixeira. Literatura Infantil: estratégia de
promoção da alimentação saudável nas escolas. 2017. 104 f. TCC (Graduação) -
Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.
RESUMO
A infância é um período marcado por intensos aprendizados e formação de conceitos. É
durante essa fase que se formam os hábitos que perdurarão por toda a vida, inclusive os
hábitos alimentares. Dessa forma, o ambiente escolar, mais especificamente durante a
educação infantil, exerce um papel fundamental na promoção de hábitos alimentares
saudáveis. Isso explica a existência de políticas públicas voltadas ao incentivo da
educação alimentar e nutricional nas escolas. Neste trabalho, buscamos estudar a
literatura infantil como estratégia de promoção da alimentação saudável nas escolas, por
ser algo corriqueiramente presente no cotidiano desse nível educativo. Para tanto,
analisamos o acervo literário de 10 escolas públicas de Natal e região metropolitana,
buscando obras relacionadas aos princípios do Marco de Referência de EAN para as
Políticas Públicas e aos 10 passos para uma alimentação saudável do Guia Alimentar
para a População Brasileira. Encontramos 50 obras relacionadas aos documentos
supracitados, sendo passíveis de serem utilizadas em ações de educação alimentar e
nutricional nas escolas. A partir delas, desenvolvemos “Animais, Avós e Crianças: um
guia prático sobre o uso da literatura infantil na educação alimentar e nutricional”
contendo dados sobre os livros escolhidos, bem como dicas práticas para sua utilização.
Concluímos que a literatura infantil apresenta um grande potencial enquanto estratégia
de educação alimentar e nutricional, devendo ser utilizada juntamente a atividades
práticas, como as sugeridas no guia elaborado.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “sustentabilidade social,
ambiental e econômica” (primeiro) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e
região metropolitana, 2017............................................................................................20
Quadro 2. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “abordagem do sistema
alimentar na sua integralidade” (segundo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN
e região metropolitana, 2017...................................................................................21
Quadro 3. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “valorização da cultura
alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a
legitimidade dos saberes de diferentes naturezas” (terceiro) disponíveis em escolas
públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017........................................................23
Quadro 4. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “a comida e o alimento
como referências; valorização da culinária enquanto prática emancipatória” (quarto)
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,
2017............................................................................................................................24
Quadro 5. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “A promoção do
autocuidado e da autonomia” (quinto) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e
região metropolitana, 2017......................................................................................26
Quadro 6. Obras selecionadas não relacionadas diretamente aos princípios preconizados
pelo Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas
Públicas (BRASIL, 2012)........................................................................................26
Quadro 7. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal, disponíveis
em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,
2017.......................................................................................................................28
Quadro 8. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal e o cenário
principal é seu habitat natural (fazendas ou florestas), disponíveis em escolas públicas
de Natal/RN e região metropolitana,
2017......................................................................................................................29
Quadro 9. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal e o cenário
principal é a cozinha, disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região
metropolitana, 2017........................................................................................................30
Quadro 10. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é uma criança,
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,
2017...........................................................................................................................32
Quadro 11. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um avô ou avó,
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,
2017.........................................................................................................................34
Quadro 12. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um alimento,
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,
2017.............................................................................................................................35
Quadro 13. Obras literárias infantis, cujos cenários principais são hortas ou florestas,
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,
2017...............................................................................................................................36
Quadro 14. Obras literárias infantis, cujo cenário principal é cozinha, disponíveis em
escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,
2017............................................................................................................................37
Quadro 15. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “fazer de alimentos in natura
ou minimamente processados a base da alimentação” (primeiro) disponíveis em escolas
públicas de Natal/RN e região metropolitana,
2017...............................................................................................................................38
Quadro 16. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “utilizar óleos, gorduras, sal e
açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações
culinárias” (segundo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região
metropolitana, 2017.........................................................................................................40
Quadro 17. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “comer com regularidade e
atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia” (quinto)
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,
2017...............................................................................................................................41
Quadro 18. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “fazer compras em locais que
ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados” (sexto)
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana,
2017...............................................................................................................................42
Quadro 19. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “desenvolver, exercitar e
partilhar habilidades culinárias” (sétimo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e
região metropolitana, 2017...........................................................................................43
Quadro 20. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “planejar o uso do tempo para
dar à alimentação o espaço que ela merece” (oitavo) disponíveis em escolas públicas de
Natal/RN e região metropolitana, 2017......................................................................44
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................7
2. NOSSA FESTA DAS LETRAS: REVISANDO A LITERATURA................9
2.1.PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS ESCOLAS:
DIRETRIZES, MARCO DE REFERÊNCIA, AÇÕES
.....................................................................................................................9
2.2.EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA CRIANÇA NO
AMBIENTE ESCOLAR.............................................................................12
2.3.UTILIZAÇÃO DE ESTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL........................14
2.4.UTILIZAÇÃO DE ESTÓRIAS NA EDUCAÇÃO ALIMENTAR E
NUTRICIONAL.................................................................................................15
3. A UVINHA AVENTUREIRA: O CAMINHO A
TRILHAR.........................................................................................................17
4. O MUNDO INTEIRO: NOSSAS DESCOBERTAS LITERÁRIAS.............20
4.1.DIÁLOGOS ENTRE O MARCO DE REFERÊNCIA DE EAN E A
LITERATURA INFANTIL................................................................................20
4.2. A ALIMENTAÇÃO NA LITERATURA INFANTIL: ANIMAIS,
CRIANÇAS, AVÓS E ALIMENTOS.....................................................................27
4.2.1. Fome de Urso: os animais como personagens principais (e racionais)....27
4.2.1.1. A Raposa e as Uvas: o animal caçador e coletor.........................................29
4.2.1.2. A Cozinha da Maria Farinha: o animal cozinheiro.................................... 30
4.2.2. Lis Não Quer Comer Vegetais: as crianças como personagens
principais.................................................................................................................31
4.2.3. Visitas à Casa da Vovó: a presença dos avós na alimentação e na
literatura..................................................................................................................33
4.2.4. Coco Louco: o alimento em evidência.........................................................34
4.2.5. O Rato do Campo e o Rato da Cidade: a importância do
ambiente..................................................................................................................36
4.3. POESIA É FRUTA DOCE E GOSTOSA: OS 10 PASSOS PARA A
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA LITERATURA INFANTIL..........................38
5. UM + UM + UM + TODOS: NOSSAS CONSIDERAÇÕES FINAIS............46
REFERÊNCIAS.....................................................................................................47
APÊNDICE 1. FICHA PARA CATALOGAÇÃO DOS LIVROS.....................53
APÊNDICE 2. ANIMAIS, AVÓS E CRIANÇAS: UM GUIA PRÁTICO
SOBRE O USO DA LITERATURA INFANTIL NA EDUCAÇÃO
ALIMENTAR E NUTRICIONAL........................................................................54
7
1. INTRODUÇÃO
O ensino infantil compreende a primeira etapa da educação básica, e é
oferecida em creches e pré-escolas a crianças de 0 a 5 anos de idade, conforme a
Resolução de número 5, de 17 de dezembro de 2009 (BRASIL, 2009).
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (BRASIL, 2012, p.12), a criança é definida como:
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas
cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva,
brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,
narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
produzindo cultura.
É nessa fase que ocorrem intensos aprendizados, construção de conceitos,
e formação de hábitos, inclusive alimentares, que perdurarão por toda a vida. Trata-se
de um período de intensas mudanças fisiológicas e psicológicas, durante o qual são
formados e consolidados os hábitos alimentares (LANES et al, 2012). A escola é,
portanto, um espaço privilegiado para a construção de práticas alimentares saudáveis,
por meio de estratégias e ações de educação alimentar e nutricional (YOKOTA et al,
2010).
Considerando a importância do ambiente escolar na promoção de hábitos
alimentares saudáveis na infância, a Portaria Interministerial Nº 1.010 de 8 de Maio de
2006 (BRASIL, 2006), instituiu as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável
nas Escolas (PASE) de educação infantil, fundamental e nível médio. Esse documento
destaca que as concepções acerca da saúde e do que é saudável devem processar-se
regularmente e de forma contextualizada no cotidiano escolar. (BRASIL, 2006).
O Marco Teórico de Referência de Educação Alimentar e Nutricional
para Políticas Públicas (BRASIL, 2012) propõe alguns princípios que devem ser
norteadores das práticas educativas em EAN, são eles: sustentabilidade social,
econômica e ambiental; abordagem do sistema alimentar na sua integralidade;
valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e
perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas; a comida
e o alimento como referências; valorização da culinária enquanto prática emancipatória;
a promoção do autocuidado e da autonomia; a educação enquanto processo permanente
e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos; a diversidade nos
8
cenários de prática; intersetorialidade e planejamento, avaliação e monitoramento das
ações (BRASIL, 2012).
Esse documento trata a EAN sob uma perspectiva complexa e
problematizadora, ao abordá-la como um campo de conhecimento transdisciplinar,
intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de
hábitos alimentares saudáveis (BRASIL, 2012).
Para Edgar Morin, educar nessa perspectiva complexa requer o esforço
da substituição de um pensamento que isola e separa por um que unifica, isto é, evitar a
dissociação dos problemas, quando na realidade, eles devem ser reunidos e integrados
(MORIN, 2003).
Na ótica freireana, problematizar consiste em detectar uma realidade e
tomar consciência crítica dela, avaliando todos os aspectos de sua existência, bem como
questioná-los (VASCONCELOS; BRITO, 2010). Na educação, a problematização leva
o aluno a refletir, reavaliar e representar a realidade na forma de problema na
perspectiva de promover uma transformação. Considerando as questões alimentares,
essa transformação deve ser positiva e promotora de saúde.
Enquanto práticas pedagógicas em EAN complexas e transformadoras, a
contação de estórias parece ser uma estratégia valiosa. Para Souza e Bernardino (2011),
no momento de contação dessas estórias, a criança recebe um estímulo à sua
imaginação, desenvolve habilidades cognitivas, e dinamiza o processo de leitura e
escrita. Silva, Garcia e Silva (2013), observam que a contação no ensino infantil é capaz
de promover diálogos e trocas efetivas de experiências, podendo repercutir
positivamente na educação das crianças. Dessa forma, podemos enxergar a literatura
infantil como um recurso profícuo para a PASE, por ser algo corriqueiramente presente
nas salas de aula de educação infantil e impactar no processo de ensino-aprendizagem.
Assim, no presente estudo, objetivamos analisar os acervos de literatura
infantil de escolas públicas de ensino infantil, com base nos princípios do marco de
referência de EAN para as políticas públicas (BRASIL, 2012), enquanto estratégia
educativa de promoção da alimentação saudável escolar.
9
2. NOSSA FESTA DAS LETRAS1: REVISANDO A LITERATURA
2.1. PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NAS ESCOLAS:
DIRETRIZES, MARCO DE REFERÊNCIA, AÇÕES
A alimentação e a nutrição são essenciais à promoção e proteção da
saúde, influenciando diretamente o potencial de crescimento e desenvolvimento
humano, bem como a qualidade de vida (BRASIL, 2008). A oferta de uma alimentação
balanceada desde a infância é fundamental na promoção de saúde, favorecendo o
desenvolvimento físico e intelectual, e estimulando a capacidade de aprender, bem
como prevenindo infecções e patologias na vida adulta (CRUZ, SANTOS, CARDOZO,
2015).
É na infância, período de intensas mudanças fisiológicas e psicológicas,
que são formados e consolidados os hábitos alimentares (LANES et al., 2012). Durante
essa fase da vida, a escola configura-se como um espaço de promoção da saúde no qual
há estímulos ao desenvolvimento da autonomia, ao exercício dos direitos e deveres, e ao
controle das condições de saúde e qualidade de vida, exercendo influência sobre a
obtenção de comportamentos e atitudes considerados saudáveis (CAMOZZI et al.,
2015).
Diante da importância de promover a alimentação saudável durante a
fase escolar, os Ministérios da Saúde e da Educação, por meio da Portaria
Interministerial Nº 1.010 de 8 de Maio de 2006 (BRASIL, 2006), instituíram as
diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil,
fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional.
A fim de cumprir esse propósito, a portaria define alguns eixos
prioritários e ações a serem implementados, dentre eles: a promoção de ações de
educação alimentar e nutricional; a definição de estratégias em conjunto com a
comunidade escolar para favorecer escolhas saudáveis; o desenvolvimento de um
programa contínuo de promoção de hábitos alimentares saudáveis; além de incorporar o
tema alimentação saudável no projeto político pedagógico das escolas (BRASIL, 2006).
1A Festa das Letras, uma das obras selecionadas para o presente estudo, é uma espécie de
glossário, no qual cada letra do alfabeto recebe um poema que trata uma palavra que comece
com a respectiva letra. Por isso, fazemos aqui a referência entre nossa revisão literária e a
universalidade da Festa das Letras (MEIRELES, C; CASTRO, J. A Festa das Letras. Belo
Horizonte: Nova Fronteira, 1996. 60 p.)
10
Além da Portaria Interministerial Nº 1.010 de 8 de Maio de 2006
(BRASIL, 2006), foi criado também o Marco de Referência de Educação Alimentar e
Nutricional para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012).
Esse documento, dentre outras providências, elenca 9 princípios
norteadores para as ações de EAN. São eles:
I- Sustentabilidade social, ambiental e econômica: esse princípio aborda
uma alimentação saudável e sustentável em um sentido amplo, que envolve relações
humanas, sociais e econômicas estabelecidas em todas as etapas do sistema alimentar,
bem como utilização dos recursos naturais renováveis e não renováveis. (BRASIL,
2012).
II- Abordagem do sistema alimentar na sua integralidade: defende que as
ações de EAN adotem uma perspectiva complexa, abordando o sistema alimentar como
algo que “abrange desde o acesso à terra, à água e aos meios de produção, as formas de
processamento [...] a escolha e consumo dos alimentos [...] as práticas alimentares
individuais e coletivas, até a geração e a destinação de resíduos” (BRASIL, 2012, p. 25).
III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de
opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes
naturezas: esse princípio trata da diversidade da cultura alimentar regional, logo, a EAN
deve considerar os saberes oriundos da cultura, religião e ciência e respeitar a cultura e a
culinária regionais de cada local. (BRASIL, 2012).
IV- A comida e o alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória: defende a perspectiva de que o valor da comida vai
além dos micronutrientes e macronutrientes fornecidos, mas há um inestimável valor
simbólico nos alimentos e seus aromas, texturas, sabores e formas de preparo.
(BRASIL, 2012).
V- A promoção do autocuidado e da autonomia: “O autocuidado é um
dos aspectos do viver saudável. É a realização de ações dirigidas a si mesmo ou ao
ambiente” (BRASIL, 2012, p. 26). Esse princípio defende que o autocuidado é um dos
principais caminhos para se garantir o envolvimento do indivíduo nas ações de EAN.
VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e
participação ativa e informada dos sujeitos: estabelece que as abordagens utilizadas em
EAN privilegiem os processos ativos, de forma que o indivíduo alcance a autonomia e
haja um “aumento da capacidade de interpretação e a análise do sujeito sobre si e sobre
11
o mundo e, complementarmente, a capacidade de fazer escolhas, governar, transformar
e produzir a própria vida” (BRASIL, 2012, p. 27).
VII- A diversidade nos cenários de prática: o sétimo princípio defende
que as estratégias e os conteúdos de EAN sejam desenvolvidos de forma harmônica,
além de estarem disponíveis em variados espaços sociais para diferentes grupos
populacionais, garantindo acesso a todas as pessoas (BRASIL, 2012).
VIII- Intersetorialidade: enfatiza a articulação de distintos setores
governamentais de forma que se corresponsabilizem por garantir alimentação adequada
e saudável para a população. Defende que o processo de construção de ações
intersetoriais deve envolver uma construção coletiva de saberes a fim de produzir
soluções inovadoras para a melhoria da qualidade da alimentação e da vida (BRASIL,
2012).
IX- Planejamento, avaliação e monitoramento das ações: por fim, o nono
princípio destaca a importância do planejamento para as ações de EAN, bem como a
importância do diagnóstico local, possibilitando um planejamento mais específico, além
de defender que esse processo deve ser participativo, de forma que as pessoas possam
estar legitimamente envolvidas nas decisões (BRASIL, 2012).
Esses princípios devem ser norteadores das ações de EAN, pois
incentivam a promoção da alimentação saudável de maneira sustentável, isto é, levando
em consideração as relações de trabalho, transporte e utilização dos recursos naturais
envolvidas na obtenção dos alimentos, abordando o sistema alimentar na sua
integralidade. Além de promoverem valorização da cultura alimentar local e do
alimento como algo simbólico, dotado de texturas, aromas, cores e significados, e não
apenas como fonte de nutrientes. Bem como por sua característica de estimular as ações
de auto-cuidado como uma forma de garantir o envolvimento dos indivíduos nas ações
de EAN, e estimular que as ações de EAN sejam desenvolvidas em variados espaços
sociais para diferentes grupos populacionais, como as escolas, por exemplo.
Diversos tipos de ações de EAN podem ser realizados a fim de promover
a alimentação saudável nas escolas, sempre de acordo com a realidade da escola, dos
professores, e dos alunos em questão. São exemplos: implementação de hortas em
escolas com participação dos alunos em oficinas de plantio, produção de mudas,
manutenção, colheita, degustação dos gêneros cultivados, e exploração desse tema em
sala de aula pelos professores (BEZERRA et al., 2013); realização de jogos educativos e
atividades motivacionais (CRUZ; SANTOS; CARDOZO, 2015); desenvolvimento de
12
atividades educativas com figuras e ilustrações (LANES et al., 2012); leitura de
histórias e utilização de vídeos e músicas (MELO et al., 2012).
Yokota et al (2010), por meio do projeto “A Escola Promovendo Hábitos
Alimentares Saudáveis”, concluíram que a escola é um espaço de destaque para a
construção e a consolidação de práticas alimentares saudáveis em crianças. As autoras
ressaltam a necessidade de incentivar a realização de programas de educação nutricional
nesse espaço. Germano (2017) reforça essa ideia ao afirmar que a escola é um espaço
propício à formação de hábitos e práticas comportamentais em geral, o que inclui os
hábitos e práticas alimentares.
Gomes et al (2016), relatando a experiência realizada durante o estágio
supervisionado em alimentação escolar do curso de graduação em Nutrição da
FACISA/UFRN, concluíram que a partir das atividades desenvolvidas, as crianças
participantes conseguiram diferenciar alimentos saudáveis e não saudáveis e os
associarem com a saúde e a qualidade de vida. Semelhantemente, a partir de uma ação
de extensão com o objetivo de promover a adesão de práticas alimentares saudáveis em
crianças com idade pré-escolar e escolar, pode-se concluir que “a educação alimentar e
nutricional, associada à promoção das boas práticas de higiene, é uma forma eficaz e
positiva de promoção da saúde” (MELO et al, 2012, p. 4).
O papel decisivo da infância sobre a formação e manutenção dos hábitos
alimentares justifica a importância da EAN durante essa fase, sendo a escola um lugar
singular para tanto. Tal fato confirma a importância da PASE, ferramenta para a
formação de indivíduos com hábitos alimentares saudáveis.
2.2. EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA CRIANÇA NO AMBIENTE
ESCOLAR
A EAN pode ser descrita como um processo educativo que parte da troca
de experiências e conhecimentos entre o educador e o educando, cujo objetivo é gerar
autonomia e segurança no que tange às escolhas alimentares a fim de garantir uma
alimentação saudável, prazerosa e que atenda as necessidades fisiológicas, psicológicas
e sociais dos indivíduos (CAMOSSA et al,. 2005).
Silva et al (2016), pesquisando sobre o comportamento alimentar de
crianças filhas de universitárias, concluíram que os hábitos alimentares das crianças são
influenciados pelo ambiente escolar, dentre outros fatores. Uma das mães entrevistadas
13
na pesquisa mencionou que o início da vida escolar alterou os hábitos alimentares de
seu filho, que passou a comparar sua merenda com a dos colegas de sala. Tendo em
vista a influência do ambiente escolar sobre a alimentação, identificamos a importância
da EAN desde a infância, para que, na escola, a criança possa aprender também sobre
alimentação saudável.
Araújo et al (2010), estudando as práticas pedagógicas relacionadas à
EAN de crianças em uma escola no município de Natal/RN, notaram que os temas
relacionados à culinária, à alimentação e aos alimentos são citados nas disciplinas de
forma indireta, não sendo abordados explicitamente em um momento dedicado a essa
temática. Diante dessa realidade, as autoras propuseram a inserção de atividades lúdicas,
como jogos e brincadeiras, relacionadas à EAN no currículo escolar. Para tanto, as
práticas devem estar sempre relacionadas aos conteúdos estudados nas disciplinas
escolares, bem como à idade e ao contexto social das crianças.
Uma das atividades sugeridas pelas autoras é apresentar aos alunos um
livro com receitas da culinária regional, e, a partir desse contato, montar junto a eles um
livro próprio da turma, no qual as receitas seriam elaboradas e ilustradas por eles. Nessa
atividade, o professor pode direcionar os alunos à escolha de ingredientes saudáveis, e
culminar a experiência com uma oficina culinária para que as crianças possam degustar
a preparação que elas elaboraram. Outra sugestão é, na aula de artes, abordar as cores,
sabores e sensações relacionadas com a alimentação, e propor aos alunos que montem
seus pratos com figuras e colagens, e expor esses pratos para que os outros alunos
possam ver, e assim, promover um contato inicial com a alimentação (ARAÚJO et al.,
2010).
Costa et al (2009) utilizaram teatro de fantoches, dinâmicas de grupo e
arte culinária como ferramentas de EAN. A partir dessa vivência, os autores concluíram
que houve “resultados significativos quanto ao conhecimento dos alunos em nutrição,
podendo em longo prazo modificar não só o conhecimento, mas também diminuir o
excesso de peso e consumo alimentar da população estudada” (COSTA et al., 2009, p.
242).
Maia et al (2012), trabalharam a EAN de crianças por meio de quatro
ferramentas: a “dinâmica de avaliação”, na qual foram desenvolvidos dois painéis onde
as crianças deveriam colar figuras de alimentos saudáveis em um, e no outro, alimentos
inadequados à saúde conforme sua percepção, sem influência nem intervenção dos
pesquisadores. No segundo momento, “minuto-cinema”, assistiu-se um vídeo sobre a
14
importância nutricional de frutas e verduras. Realizou-se também o “momento-teatro”,
em que houve a leitura de um livro relacionado à alimentação, seguida da elaboração de
uma peça teatral adaptada ao público. E por fim, realizou-se o jogo da “caixa dos
sentidos”, que consistia em introduzir um alimento em uma urna, e levar as crianças a
descobrirem que alimento era aquele apenas utilizando o tato. Concluiu-se, ao fim do
estudo, que tais estratégias possibilitaram o aprendizado acerca de hábitos alimentares
saudáveis e sua importância para o adequado desenvolvimento infantil, e as crianças
mostraram-se motivadas a aprender sobre uma nutrição adequada (MAIA et al., 2012).
Diante disso, podemos entender que, para promover a EAN de crianças,
diversas ferramentas podem ser utilizadas a fim de adentrar o universo infantil e
propiciar uma aprendizagem efetiva. Para isso, podemos lançar mão de recursos como
oficinas culinárias, utilização de músicas e cantigas relacionadas, fantoches, dinâmicas
de grupo, contação de histórias, colagem de figuras, desenho e pintura, vídeos, jogos e
brincadeiras, teatro, dentre outros.
2.3. UTILIZAÇÃO DE ESTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (BRASIL, 2010), a educação infantil deve possibilitar às crianças experiências
de narrativas e interação com a linguagem oral e escrita, e o convívio com diferentes
gêneros textuais e escritos. Isso evidencia a importância da utilização de estórias nessa
fase da vida escolar.
A tradição da contação de estórias é uma das atividades mais antigas da
humanidade, e remonta à época do surgimento do homem há milhões de anos. Trata-se
de uma atividade capaz de transmitir conhecimentos e valores, sendo importante no
processo ensino-aprendizagem (MATEUS et al, 2013).
Trata-se de uma estratégia pedagógica valiosa, que pode favorecer
significativamente a docência na educação infantil. Ao ouvir estórias, a criança recebe
um estímulo à sua imaginação, desenvolve habilidades cognitivas, e dinamiza o
processo de leitura e escrita (SOUZA e BERNARDINO, 2011). Respaldando essa ideia,
Silva, Garcia e Silva (2013) concluíram que a contação de estórias envolvendo a
comunidade escolar infantil e seus familiares foi capaz de promover diálogos e trocas
efetivas de experiências, podendo repercutir positivamente na educação das crianças.
Por sua vez, Andrade e Costa (2015, p. 358), trabalhando com contação de estórias na
educação infantil, concluíram que: “a literatura infantil como uma grande arma
15
prazerosa, que o professor deve abusar em sala de aula, pois a história estimula a
imaginação das crianças, fazendo-as pensar, criticar, indagar; o que faz delas leitoras
críticas, no presente e no futuro”.
Diante disso, percebemos a eficácia do uso desse instrumento na
educação infantil, tendo obtido resultados positivos em muitos projetos de pesquisa e
extensão como forma de incentivar e facilitar o aprendizado de pré-escolares.
2.4.UTILIZAÇÃO DE ESTÓRIAS NA EDUCAÇÃO ALIMENTAR E
NUTRICIONAL
Diante dos achados que demonstram a utilidade do uso da contação e
leitura de estórias como ferramenta para o processo de aprendizagem no ensino infantil,
bem como da importância da promoção da EAN desde esse período, é pertinente estudar
também a utilização das estórias na EAN de crianças.
Pinto (2011) corrobora a ideia da relação entre literatura e alimentação,
afirmando que “os registros literários nos fazem testemunhas de vivências cotidianas,
como saborear uma fruta, passar um café, lambuzar-se de mel [...] sentir fome, comer
demais [...] dentre tantas outras cenas imagináveis” (PINTO, 2011, p. 54).
Diversas situações relacionadas à alimentação são encontradas na
literatura infantil tradicional, podendo ser exploradas no ambiente escolar. São
exemplos: a cesta de piquenique de Chapeuzinho Vermelho e a casa de guloseimas
encontrada por João e Maria. Tais estórias são “ferramentas simples que permitem que
pais, educadores e nutricionistas explorem inúmeros conceitos sobre alimentação e
nutrição de forma lúdica e integrando diversas áreas do conhecimento” (JUZWIAK,
2013, p. 481).
Além das obras clássicas da literatura infantil, há estórias cujo tema
central são os alimentos ou a alimentação, como por exemplo, “Poesia é Fruta Doce e
Gostosa”, do autor Elias José (JOSÉ, 2006), composta por poemas sobre 24 frutas e
ilustrações.
Há, ainda, obras escritas propriamente com o objetivo de serem utilizadas
em ações de PASE. Medeiros (2016a, 2016b, 2016c) em uma série de três livros aborda
temas relativos à alimentação, culinária e nutrição, são elas: “Oníria: meio cozinheira,
meio mágica” (MEDEIROS, 2016b) voltada para os anos iniciais do ensino
fundamental, “Françoise: alquimista das maravilhas culinárias” (MEDEIROS, 2016a)
indicada para os anos finais do ensino fundamental, e “Tita: cozinheira dos afetos”
16
(MEDEIROS, 2016c), recomendada para o ensino médio. Sendo uma ideia interessante
para ser aplicada também ao ensino infantil.
As obras da literatura infantil constituem um recurso relevante e eficaz
para a PASE, por serem ferramentas lúdicas que despertam o interesse dos alunos.
Praxedes et al (2016), realizaram um momento de contação utilizando um livro de pano
e um baú contendo frutas artificiais. Concomitantemente à leitura, as frutas artificiais
foram apresentadas às crianças e os benefícios de seu consumo para a saúde foram
explicados de uma maneira apropriada ao público. Como resultado, os autores
constataram que as crianças foram capazes de assimilar o conteúdo da estória,
demonstrando modificações positivas quanto às suas opiniões iniciais acerca do
consumo de guloseimas.
Nóbrega (2017), analisando a viabilidade de utilização da literatura
infantil para apoiar práticas de promoção de EAN de crianças, analisou obras de Clarice
Lispector, a partir das quais criou cartilhas destinadas a desenvolver ações de PASE
envolvendo professores e alunos de uma rede pública de ensino, que culminou com a
execução de uma oficina culinária inspirada pelas obras analisadas. A autora concluiu
que sua intervenção foi avaliada pelas educadoras envolvidas como uma maneira
prazerosa de falar de alimentação e estimular escolhas alimentares saudáveis, sendo a
literatura infantil um meio profícuo para tanto.
Portanto, notamos que a utilização de estórias na EAN é uma ferramenta
proficiente por estar presente no dia a dia das salas de aula de educação infantil, sendo
um recurso conveniente e reconhecido pela literatura científica para o ensino durante a
infância.
17
3. A UVINHA AVENTUREIRA2: O CAMINHO A TRILHAR
O Marco Teórico de Referência de Educação Alimentar e Nutricional
para Políticas Públicas (BRASIL, 2012) aborda a EAN como um campo intersetorial e
multidisciplinar, e portanto, outros profissionais além do nutricionista podem e devem
envolver-se em ações desse gênero, bem como ter acesso a programas de formação e
educação continuada que abordem essa temática, como por exemplo, professores.
Além disso, o documento fala sobre a importância da articulação entre
diferentes campos do saber, não especificamente relacionados à parte biológica da
Nutrição, como sociologia e antropologia da alimentação, ética e filosofia, pedagogia e
educação (BRASIL, 2012).
O posicionamento adotado nesse documento parece resgatar o conceito
do Pensamento Complexo de Edgar Morin. Para ele, “é preciso substituir um
pensamento que isola e separa por um pensamento que distingue e une. É preciso
substituir um pensamento disjuntivo e redutor por um pensamento do complexo, no
sentido originário do termo complexus: o que é tecido junto” (MORIN, 2003, p. 89).
Assim, o autor critica a redução do complexo ao simples, bem como o
distanciamento entre as disciplinas no ensino, trata-se de uma dissociação dos
problemas, quando na realidade, eles deveriam ser reunidos e integrados. Para ele, a
ramificação tende a limitar o conhecimento.
Por isso, propomos a articulação entre os profissionais da Nutrição e os
da Pedagogia na PASE, promovendo uma integração de saberes entre nutricionistas e
pedagogos, levando em consideração o caráter de educador do nutricionista, e a
possibilidade de uma ação de educação continuada exercida pelos professores, que
lidam diariamente com as crianças em sala de aula.
Paulo Freire, em sua Pedagogia Libertadora, extrai os conteúdos de
ensino dos chamados “temas geradores”, que são extraídos da problematização das
práticas cotidianas dos educandos visando despertar uma nova forma da relação com a
experiência vivida (LIBÂNEO, 2006).
Além disso, observamos a importância do pensamento freireano no fato
de que o Marco Teórico de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para
2 A Uvinha Aventureira narra a estória de uma uva que cai do cacho e vai passear pelo bosque, a
fim de conhecer o mundo que a cerca. Assim como a uvinha, nós trilhamos um caminho para
desenvolver esse trabalho, por isso utilizamos seu exemplo para intitular nossa metodologia
(EDIÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA (Ed). A Uvinha Aventureira. São Paulo: Dcl, 1997. 8
p.)
18
Políticas Públicas considera que “a prática da EAN deve fazer uso de abordagens e
recursos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a
indivíduos e grupos populacionais” (BRASIL, 2012, p. 23).
Por isso, optamos por estudar a literatura infantil como ferramenta para a
Educação Alimentar e Nutricional: por ser um instrumento muito presente no dia a dia
da educação infantil.
Para tanto, visitamos 10 escolas de ensino infantil da rede pública, tanto
de competência municipal como estadual, e federal, localizadas no município de Natal e
região. Procedemos a catalogação sistemática do acervo literário dessas escolas,
buscando obras que abordassem diretamente ou indiretamente temáticas relacionadas
aos alimentos e à alimentação, com ênfase em sete dos nove princípios para as ações de
EAN preconizados pelo Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para
as Políticas Públicas (BRASIL, 2012).
As obras foram relacionadas aos princípios da educação alimentar e
nutricional: I- Sustentabilidade social, ambiental e econômica, II- Abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade, III- Valorização da cultura alimentar local e
respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos
saberes de diferentes naturezas, IV- A comida e o alimento como referências;
Valorização da culinária enquanto prática emancipatória, V- A promoção do
autocuidado e da autonomia, VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador
de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos, VII- A diversidade nos
cenários de práticas (BRASIL, 2012).
As informações obtidas foram catalogadas em fichas (apêndice 1)
contendo o nome da obra, autor, ano de publicação, editora, número de páginas,
escola(s) em que está disponível, princípios da EAN relacionados à estória, palavras-
chave, além de um breve resumo. Incluímos obras cujo enredo abordavam direta ou
indiretamente a alimentação. Não foram inclusas obras que não se relacionem com essa
temática, bem como livros com páginas rasgadas ou faltantes, ou estórias muito
extensas.
Além disso, foram também relacionadas aos Dez Passos para uma
Alimentação Saudável recomendados pelo Guia Alimentar para a população Brasileira
(BRASIL, 2014). São eles: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação, 2º: utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em
pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias,
19
3º: limitar o consumo de alimentos processados, 4º: evitar o consumo de alimentos
ultraprocessados, 5º: comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e,
sempre que possível, com companhia, 6º: fazer compras em locais que ofertem
variedades de alimentos in natura ou minimamente processados, 7º: desenvolver,
exercitar e partilhar habilidades culinárias, 8º: planejar o uso do tempo para dar à
alimentação o espaço que ela merece, 9º: dar preferência, quando fora de casa, a locais
que servem refeições feitas na hora, 10º: Ser crítico quanto a informações, orientações e
mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.
Além da associação entra as estórias e os princípios do Marco Teórico de
Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas (BRASIL,
2012) e os 10 passos para uma alimentação saudável preconizados pelo Guia Alimentar
para a População Brasileira (BRASIL, 2014), analisamos os personagens principais das
narrativas e os ambientes em que as mesmas se passam.
Após isso, produzimos um guia contendo informações bibliográficas
referentes a cada um dos livros e dicas práticas para seu uso, intitulado “Animais, Avós
e Crianças: um guia prático sobre o uso da literatura infantil na educação alimentar e
nutricional” (apêndice 2).
20
4. O MUNDO INTEIRO3: NOSSAS DESCOBERTAS LITERÁRIAS
4.1. DIÁLOGOS ENTRE O MARCO DE REFERÊNCIA DE EAN E A
LITERATURA INFANTIL
Após a análise dos acervos de literatura infantil das 10 escolas públicas
de ensino infantil visitadas, localizamos 50 livros passíveis de serem utilizados em
ações de EAN. Destes, 25 foram encontrados em mais de uma escola.
Do total de livros, nove se relacionam ao 1º princípio preconizado pelo
Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas
(BRASIL, 2012), “sustentabilidade social, ambiental e econômica” (BRASIL, 2012).
São obras cujo cenário é a natureza, seja em florestas, fazendas ou hortas.
Elas abordam temas relacionados ao plantio, colheita e coleta de
alimentos, expondo as ações estabelecidas nas etapas básicas do sistema alimentar, bem
como a utilização dos recursos naturais renováveis e não renováveis (quadro 1).
Quadro 1. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “sustentabilidade social,
ambiental e econômica” (primeiro) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e
região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
Dia de Feira Maurício Veneza 2003
João e o Pé de Feijão Ruth Rocha 2010
João Feijão Sylvia Orthof 2008
Lis Não Quer Comer
Vegetais
Diana Gomide
2011
O Caso das Bananas Milton Célio de O. Filho 2003
O Coelho Faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012
O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002
Que Horta! Tatiana Belinky 1987
Um + Um + Um + Todos Anna Göbel 2013
3 O Mundo Inteiro é um livro que trata da vastidão do mundo e a conexão entre os diversos
elementos que envolvem a vida. A cada livro lido, sentíamos a sensação de conhecer um novo
mundo com nossas descobertas literárias (SCANLON, E. G. O Mundo Inteiro. 2. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 2013. 40 p.)
21
A partir da leitura de “Dia de Feira”, por exemplo, podemos conversar
com os alunos sobre o que é uma feira, o que se pode encontrar nela, e fazer uma aula
de campo na feira livre do bairro em que se encontra a escola.
Já com a leitura de “João Feijão”, conseguimos abordar questões
relativas à sustentabilidade ambiental como o ciclo da água, além do processo de plantio
e colheita dos alimentos. Após o momento de leitura, podemos fazer o plantio de
sementes de feijão em um copo com algodão molhado, seguido de uma explicação sobre
a importância do feijão na alimentação, servindo como incentivo para que as crianças
consumam as preparações à base de feijão servidas na merenda escolar.
Dezenove obras foram associadas ao 2º princípio, “abordagem do sistema
alimentar na sua integralidade” (BRASIL, 2012), ao tratar a alimentação desde seus
processos mais básicos, como plantio, colheita, escolha e preparo dos alimentos. Essas
estórias (listadas no quadro 2 abaixo), se passam em ambientes como feiras, fazendas e
cozinhas, nos quais as pessoas adquirem, preparam e compartilham os alimentos; além
de cenários da natureza, nos quais os animais saem em busca de alimentos.
Partindo da leitura do livro “A Cesta de Dona Maricota”, podemos
perguntar aos alunos quais alimentos eles podem encontrar na feira, como fez a dona
Maricota. Além disso, é interessante realizar o preparo de uma sopa ou de uma compota
de frutas, como ocorre no livro, seguidos da degustação dos pratos preparados.
Lendo “O Mundo Inteiro”, podemos conversar com a turma sobre os
diversos fatores que envolvem a alimentação, como acesso à terra, plantio e colheita,
transporte dos alimentos, compra e preparo. Ensinando-os que muito esforço é
despendido para que o alimento esteja em seus pratos, e conscientizando-os sobre a
importância de não desperdiçar os alimentos.
Quadro 2. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “abordagem do sistema
alimentar na sua integralidade” (segundo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN
e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Cesta de Dona
Maricota
Tatiana Belinky
2012
A Cozinha da Maria José de Castro 2001
22
Farinha
A Raposa e as Uvas Dulcy Grisólia 2001
Cachinhos de Ouro Ana Mª Machado 2013
Cachinhos Dourados e os
Três Ursos
Ingrid Biesemeyer
Bellinghausen
2006
Delícias e Gostosuras Ana Mª Machado 2005
Dia de Feira Maurício Veneza 2003
Hum, que Gostoso Sônia Junqueira 2013
João e o Pé de Feijão Ruth Rocha 2010
K de Kiwi e a Aventura
das Frutas
Paulo Ricardo Kralik
Angelini
2009
Lis Não Quer Comer
Vegetais
Diana Gomide
2011
O Mundo Inteiro Elizabeth Garton 2013
O Ovo Ivan Zigg 2011
O Ovo e o Vovô Simone Scharpira Waiman 2011
O Ratinho, O Morango
Vermelho Maduro
e o Grande Urso
Esfomeado
Don Wood
2012
Panela de Arroz Luís Camargo 1991
Que Horta! Tatiana Belinky 1987
Um + Um + Um + Todos Anna Göbel 2013
Visitas à Casa da Vovó Elias José 2006
Com relação ao 3º princípio “valorização da cultura alimentar local e
respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos
saberes de diferentes naturezas” (BRASIL, 2012), encontramos doze estórias
relacionadas. São obras que tratam o alimento e a alimentação sob uma perspectiva
cultural, valorizando a forma de preparo dos alimentos, bem como a tradição alimentar
regional (quadro 3).
“A Cozinha da Maria Farinha” descreve de maneira lúdica o preparo de
diversas receitas feitas pela personagem, como pirão da Maria Farinha, abobrinha
batida, frango com quiabo, pé de moleque, doce de mamão, descrevendo seus
23
ingredientes e modo de preparo. Após a leitura, é interessante realizar oficinas culinárias
preparando as receitas que a Maria Farinha prepara na estória, degustando-as
posteriormente.
O Livro “Coco Louco” narra a estória de um coco que, ao cair do
coqueiro, acaba sendo achado pela vovó, que o transforma em cocada e bala de coco, e
os distribui para as crianças. Após sua leitura, podemos conversar com os alunos sobre
o coco (perguntar quem já viu um coqueiro como o ilustrado no livro, falar sobre o
formato do coco, a água de coco, a polpa do coco, as receitas feitas com coco), e em
seguida, degustar água de coco e a polpa do coco seco.
Quadro 3. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “valorização da cultura
alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a
legitimidade dos saberes de diferentes naturezas” (terceiro) disponíveis em escolas
públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Cozinha da Maria
Farinha
José de Castro 2001
Coco Louco Gustavo Luiz 2013
Delícias e Gostosuras Ana Mª Machado
2005
Lis Não Quer Comer
Vegetais
Diana Gomide
2011
O Rato do Campo e o
Rato da Cidade
Flávio de Souza
2011
Panela de Arroz Luís Camargo 1991
Pêssego, Pera, Ameixa no
Pomar
Janet Ahlberg
2007
Rimas Saborosas César Obeid
2009
Tudo por um Pacote de
Amendoim
Gládis Barcelos
2010
Visitas à Casa da Vovó Elias José 2006
Vovô Bastião vai
Comendo Feijão
Sylvia Orthof
2007
24
Só Mais um Minutinho Yuyi Morales 2006
O 4º princípio, “a comida e o alimento como referências; valorização da
culinária enquanto prática emancipatória” (BRASIL, 2012) foi associado a vinte obras,
(quadro 4). Em sua narrativa, elas enaltecem o valor simbólico dos alimentos, bem
como seus aromas, texturas, sabores, e formas de preparo. Além de abordar o prazer
envolvido em cozinhar, comer, e compartilhar refeições tanto no cenário humano,
quanto no animal.
O livro “A Sopa dos Pássaros” conta a estória de três pássaros que,
enjoados de comer grãos, voam até a casa do dragão que sempre fazia sopa, para
cozinhar e comer com ele. Após a leitura, é possível fazer, com a ajuda dos alunos, uma
lista de ingredientes que podem ser utilizados em uma sopa (como tomate, cenoura,
batata, frango, coentro, cebolinha, jerimum), e realizar com eles uma oficina culinária
de preparo de sopa.
Quadro 4. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “a comida e o alimento
como referências; valorização da culinária enquanto prática emancipatória” (quarto)
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Cesta de Dona
Maricota
Tatiana Belinky
2012
A Cozinha da Maria
Farinha
José de Castro 2001
A Galinha Ruiva Elza Fiuza
2006
A Sopa dos Pássaros Vani Mehra
2013
Coco Louco Gustavo Luiz 2013
Comer Ruth Rocha 2011
Delícias e Gostosuras Ana Mª Machado
2005
Grão de Milho Olalla González 2010
Hum, que Gostoso Sônia Junqueira 2013
Lis Não Quer Comer
Vegetais
Diana Gomide
2011
25
O Rato do Campo e o
Rato da Cidade
Flávio de Souza
2011
Panela de Arroz Luís Camargo 1991
O Caso do Bolinho Janet Ahlberg
2007
O Cozinheiro
Atrapalhado
Silvio Costa 2013
O Ovo e o Vovô Simone Scharpira Waiman 2011
Poesia é Fruta Doce e
Gostosa
Elias José 2006
Rimas Saborosas César Obeid
2009
Visitas à Casa da Vovó Elias José 2006
Vovô Bastião vai
Comendo Feijão
Sylvia Orthof
2007
Só Mais um Minutinho Yuyi Morales 2006
Com relação ao 5º princípio “A promoção do autocuidado e da
autonomia” (BRASIL, 2012), selecionamos estórias que, em seu enredo, mostram o
personagem principal realizar ações direcionadas ao próprio bem estar, estando ou não
relacionadas diretamente à alimentação (quadro 5).
“A Uvinha Aventureira”, por exemplo, cai do seu cacho que inicia um
aventura pelo bosque, a fim de conhecer o mundo. Após sua leitura, é interessante
conversar com os alunos sobre as características das uvas (seu sabor, aroma, textura,
cor), e em seguida, degustar uvas in natura e suco de uva.
Em “Fome de Urso”, ao acordar com fome, o urso Hugo sai em busca de
Mel por toda a floresta para saciar sua fome. Partindo desse momento, podemos
conversar com as crianças sobre como o mel é produzido (pelas abelhas), questioná-los
acerca de suas características (como cor, sabor, aroma, textura) e fazer um momento de
degustação de frutas com mel.
Quadro 5. Obras literárias infantis relacionadas ao princípio “A promoção do
autocuidado e da autonomia” (quinto) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e
região metropolitana, 2017.
26
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Uvinha Aventureira Edipar – Edições e
Participações
1997
Estou em Forma?:
aprendendo sobre
nutrição e atividade física
Claire Llewellyn
2002
Fome de Urso Heinz Janisch 2007
Só um Minutinho Yuyi Morales 2006
Os demais princípios (6º: a educação enquanto processo permanente e
gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos, 7º: a diversidade
nos cenários de prática, 8º: intersetorialidade e 9º: planejamento, avaliação e
monitoramento das ações (BRASIL, 2012) não se relacionaram a nenhuma estória por
terem caráter técnico-organizacional, não sendo, portanto, contemplado nas estórias
encontradas.
Por fim, dez livros não se relacionaram diretamente a nenhum princípio
preconizado pelo Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as
Políticas Públicas (BRASIL, 2012), mas foram incluídos por tratarem a alimentação de
maneira adequada ao público infantil, podendo ser utilizados em ações de PASE
(quadro 6).
A estória das “10 galinhas” mostra a reação que comer milho gera em
cada uma delas. Após a leitura, podemos conversar com os alunos sobre o milho e fazer
uma degustação de milho cozido, ou realizar uma oficina culinária com algum alimento
a base de milho, como cuscuz, broa de milho ou bolo de milho.
A “Festa das Letras”, uma espécie de glossário, no qual cada letra
corresponde a algum poema sobre algo (por exemplo, letra C: carambola, letra E:
elefante, Letra N: natureza), sendo muitos deles sobre alimentos. Partindo de sua leitura,
podemos conversar com os alunos sobre os alimentos retratados na obra (seus sabores,
cores, texturas e aromas) e promover a degustação deles.
Quadro 6. Obras selecionadas não relacionadas diretamente aos princípios
preconizados pelo Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as
Políticas Públicas (BRASIL, 2012).
Título da Obra Autor Ano de Publicação
27
10 Galinhas Ivo Minkovicius 2011
A Alegre Vovó Guida, que
é um Pouco Distraída
Tatiana Belinky
2010
A Banana Mary França 2000
A Festa das Letras Cecília Meireles e Josué de
Castro
1996
Brisa, a Lagarta
Comilona
Vani Mehra
2013
Confusão no Mingau Editora Ciranda Cultural 2013
O Caso do Favo de Mel Milton Célio de O. Filho 2013
O Ratinho Faz Nhóc Editora Vale das Letras 2012
O Sanduíche da Maricota Avelino Guedes 2002
Rinocerontes não Comem
Panquecas
Anna Kemp
2011
4.2. A ALIMENTAÇÃO NA LITERATURA INFANTIL: ANIMAIS, CRIANÇAS,
AVÓS E ALIMENTOS
De acordo com Vieira (2016), os personagens possuem como principal
função expor o enredo de uma estória. Eles exercem total importância sobre o valor
literário da mesma, uma vez que a eles estão relacionados a ação, os fatos e
acontecimentos da sucessão narrativa.
Ao analisar as obras escolhidas, pode-se observar a presença majoritária
de 4 diferentes tipos de personagens principais: animais (quinze obras), crianças (nove
obras), avós (sete obras) e alimentos animados (cinco obras), sobre os quais
discorreremos.
4.2.1. Fome de Urso4: os animais como personagens principais (e racionais)
Santos et al (2014), afirmam que a figura do animal, diante das crianças,
desperta sentimentos positivos que contribuem para uma boa socialização e para o
desenvolvimento da comunicação verbal.
Segundo Würdig (2014), os animais são elementos muito presentes no
universo lúdico infantil, surgindo como personagens em desenhos, filmes e livros
4 Em Fome de Urso, o urso Hugo acorda com muita fome, e parte em uma jornada até as
montanhas de mel em busca de seu alimento preferido – mel de abelha (HEINZ, J. Fome de
Urso. São Paulo: Brinque-book, 2007. 28 p.)
28
voltados para esse público, bem como sendo componentes recorrentemente presentes
em suas brincadeiras.
Isso pode explicar sua presença predominante como personagens
principais nas estórias encontradas neste estudo (quadro 7). Nelas, os animais são seres
racionais, que se relacionam entre si e com os seres humanos. Desempenham papéis
como o de coletar alimentos e ingredientes, cozinhar, viajar, e até mesmo furtar e
desenvolver investigações.
“O Sanduíche da Maricota” conta a estória de uma galinha, Maricota, que estava
preparando um sanduíche para comer, mas seus amigos foram, cada um, colocando
ingredientes que achavam gostosos nele. Irritada, Maricota o joga fora e começa um
novo sanduíche – dessa vez, só com coisas que ela gosta. Após a leitura, podemos
convidar as crianças para criarem seu próprios sanduíches em uma oficina culinária,
dispondo em recipientes: pão integral, frango desfiado, alface, cenoura ralada e rodelas
de tomate, e deixando que elas montem seus sanduíches como preferirem.
Quadro 7. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal, disponíveis
em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
10 Galinhas Ivo Minkovicius 2011
A Cozinha da Maria
Farinha
José de Castro
2007
A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006
A Raposa e as Uvas Dulcy Grisólia 2001
A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013
Confusão no Mingau Editora Ciranda Cultural 2013
Fome de Urso Heinz Janisch 2007
O Caso das Bananas Milton Célio de O. Filho
2003
O Coelho faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012
O Ratinho Faz Nhóc Editora Vale das Letras 2012
O Ratinho, O Morango
Vermelho Maduro e o
Grande Urso Esfomeado
Don Wood
2012
O Rato do Campo e o Flávio de Souza 2011
29
Rato da Cidade
O Sanduíche da Maricota Avelino Guedes 2002
Rinocerontes não Comem
Panquecas
Anna Kemp
2011
4.2.1.1. A Raposa e as Uvas5: o animal caçador e coletor
Nos livros “A Raposa e as Uvas”, “A Sopa dos Pássaros”, “10 Galinhas”,
“Fome de Urso”, “O Caso das Bananas”, “O Coelho faz Nhéc”, e “O Ratinho, O
Morango Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado”, os animais aparecem em seu
habitat natural, procurando, coletando, e comendo alimentos encontrados por eles na
natureza (quadro 8).
“O Ratinho, O Morango Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado”
narra a estória de um rato que colhe um morango vermelho maduro que parecia estar
delicioso. Até que o narrador o convence de que há um grande urso esfomeado que ama
morango a solta, e que a única forma de despistar o urso é dividindo com ele o
morango. Depois de lê-la, podemos conversar com os alunos sobre as características do
morango (cor, textura, sabor, formato) e os benefícios de seu consumo para a saúde. Em
seguida, realizar uma oficina culinária com o preparo de receitas à base dessa fruta,
como suco de morango e geleia de morango, e posterior degustação.
Quadro 8. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal e o cenário
principal é seu habitat natural (fazendas ou florestas), disponíveis em escolas públicas
de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Raposa e as Uvas Dulcy Grisólia 2001
A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013
Fome de Urso Heinz Janisch 2007
O Caso das Bananas Milton Célio de O. Filho
2003
O Coelho faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012
5 GRISÓLIA, D. A Raposa e as Uvas. São Paulo: Ftd, 2001. 24 p.
30
O Ratinho, O Morango
Vermelho Maduro e o
Grande Urso Esfomeado
Don Wood
2012
4.2.1.2. A Cozinha da Maria Farinha6: o animal cozinheiro
Outro ambiente em que são retratados é a cozinha. Nos livros “A
Cozinha da Maria Farinha”, “A Galinha Ruiva”, “Confusão no Mingau”, e “O
Sanduíche da Maricota” os animais aparecem cozinhando suas refeições. A obra
“Rinocerontes não Comem Panquecas” se passa também na cozinha, mas o personagem
principal (isto é, o enorme rinoceronte roxo) não cozinha seu próprio alimento, mas
come as panquecas que a mãe de Dayse preparou para ela (quadro 9).
A estória “A Sopa dos Pássaros” ocorre em dois cenários distintos: além
da coleta de cenoura, tomate e cogumelos na floresta, há também a narração do preparo
da sopa na cozinha do senhor dragão, bem como da refeição compartilhada por eles
após o preparo.
Quadro 9. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um animal e o cenário
principal é a cozinha, disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região
metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Cozinha da Maria Farinha José de Castro
2007
A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006
Confusão no Mingau Editora Ciranda Cultural 2013
O Ratinho Faz Nhóc Editora Vale das Letras 2012
O Sanduíche da Maricota Avelino Guedes 2002
Rinocerontes não Comem
Panquecas
Anna Kemp
2011
A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013
O fato de os animais serem objeto de afeição por parte das crianças lhes
confere uma característica interessante enquanto protagonistas de estórias envolvendo a
6 CASTRO, J. A Cozinha da Maria Farinha. São Paulo: Paulinas, 2007. 31 p.
31
alimentação. Ao serem retratados, nas estórias, comendo alimentos naturais e
preparando receitas, pode-se utilizar seus exemplos como incentivo às crianças para que
conheçam e experimentem novos alimentos, e participem ativamente do preparo de sua
alimentação.
4.2.2. Lis Não Quer Comer Vegetais7: as crianças como personagens principais
Em nove das obras analisadas as crianças são personagens principais da
narrativa. Seja em clássicos como “João e o Pé de Feijão” e “Cachinhos Dourados e os
Três Ursos”, ou em livros menos conhecidos, como os demais, elas aparecem como
personagens ativos, questionadores, inteligentes e articulados (quadro 10).
Nelas, passam por experiências variadas como viagens (Lis Não Quer
Comer Vegetais), experiências com elementos mágicos (João e o Pé de Feijão),
interação com animais (Cachinhos Dourados e os Três Ursos), observação do cenário
em que estão inseridas (Dia de Feira), convivência familiar (Tudo por um Pacote de
Amendoim), processos de emancipação (Grão de Milho), introdução de novos
alimentos (Hum, que gostoso), além das idas à casa dos avós (Delicias e Gostosuras).
A criança personagem principal é um objeto de identificação para a
criança leitora. Ao observar, na narrativa, as ações da criança personagem, o aluno pode
sentir-se estimulado a repetir os atos vivenciados na estória.
Na obra “Dia de Feira”, por exemplo, uma menina que mora perto de
uma feira descreve as coisas que ela se pode encontrar por lá, como frutas, legumes,
verduras, e peixes. Após sua leitura, pode-se planejar uma aula de campo em uma feira,
a fim de colocar em prática a vivência observada no livro, promovendo o contato com
os alimentos que nela são comercializados.
A leitura de “João e o Pé de Feijão”, por sua vez, retrata o personagem
principal, João, plantando feijões mágicos. Pode-se utilizá-la em uma ação de EAN na
qual, após sua leitura, proceda-se o plantio de sementes de feijão, seguido de uma
explicação sobre o papel do feijão na alimentação humana, servindo como incentivo
para que as crianças consumam as preparações à base de feijão servidas na merenda
escolar.
7 Lis Não Quer Comer Vegetais narra a estória de Lis, que só gosta de comer fast-foods e
comidas industrializadas, como muitas crianças. Mas tudo muda quando ela viaja para o interior
e conhece a horta e as comidas de sua avó (GOMIDE, D. Lis Não Quer Comer Vegetais. Belo
Horizonte: Cedic, 2011. 16 p.).
.
32
Já o livro “Lis Não Quer Comer Vegetais” retrata um cenário comum na
vida de muitas crianças: a aversão a vegetais e preferência por alimentos
industrializados. Em sua estória, Lis viaja para a fazenda de sua avó, onde vê pela
primeira vez uma horta, se encanta pelo cultivo dos alimentos, e decide provar os
vegetais que sua avó colhe na horta e prepara para elas comerem no almoço. Ela fica tão
surpresa por gostar deles, que ao voltar de viagem, compartilha sua experiência com
suas professoras e colegas na escola, que então decidem implantar uma horta escolar.
Essa obra pode ser utilizada como instrumento de EAN nas escolas em
que haja rejeição aos vegetais oferecidos na merenda escolar. A partir de um momento
de leitura, seguido de uma aula de campo com visita à uma fazenda ou horta, e posterior
preparo de refeições à base de vegetais pelos alunos com auxilio dos professores e
merendeiras, pode-se sensibilizar as crianças quanto ao seu consumo e aumentar sua
aceitação no cardápio.
Quadro 10. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é uma criança,
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
Cachinhos de Ouro Ana Mª Machado 2013
Cachinhos Dourados e os
Três Ursos
Ingrid Biesemeyer
Bellinghausen
2006
Delícias e Gostosuras Ana Mª Machado 2005
Dia de Feira Maurício Veneza 2003
Grão de Milho Olalla González 2010
Hum, que Gostoso Sônia Junqueira 2013
João e o Pé de Feijão Ruth Rocha 2010
Lis Não Quer Comer
Vegetais
Diana Gomide
2011
Tudo por um Pacote de
Amendoim
Gládis Barcelos
2010
33
4.2.3. Visitas à Casa da Vovó8: a presença dos avós na alimentação e na literatura
Os avós habitam o horizonte afetivo e intelectual dos netos, sendo figuras
que exercem influência nas suas vidas, sobretudo no que diz respeito ao aspecto
emocional e de transmissão de conhecimento. Seu retrato na literatura infantil
contemporânea é de entes detentores da sabedoria e ternura (AZEVEDO,
RABINOVICH, 2012). Silva e Correa (2014) corroboram esse posicionamento ao
defenderem que os avós têm um papel importante na transmissão da cultura e da
tradição familiar, transmitindo heranças simbólicas, além influenciarem diretamente o
desenvolvimento intelectual e a formação psíquica de seus netos.
No presente estudo, os avós aparecem como personagens principais em
sete obras (quadro 11). Eles desempenham papéis como cozinhar para os netos e acolhê-
los em sua casa. São representados, nas obras estudadas, em um ambiente de afeto e
ternura, e em momentos marcados pela comensalidade.
Nas obras, eles aparecem como personagens que agregam e unem a
família, como em “Só um Minutinho”, “O Grande Rabanete”, “O Ovo e o Vovô” e
“Visitas à Casa da Vovó”. Além de serem, também, retratados como pessoas que
cozinham preparações deliciosas, tal qual em “O Caso do Bolinho”, “Só um
Minutinho”, “Visitas à Casa da Vovó”, e “Vovô Bastião vai Comendo Feijão”.
“Vovô Bastião vai Comendo Feijão” conta de vovô Bastião, que está
preparando o feijão para o almoço. No decorrer do livro, ele vai temperando e
cozinhando o feijão, até o momento da refeição em família. Após sua leitura, assim
como na estória de “João Feijão” podemos fazer o plantio de sementes de feijão em um
copo com algodão molhado, seguido de uma explicação sobre a importância do feijão
na alimentação, servindo como incentivo para que as crianças consumam as preparações
à base de feijão servidas na merenda escolar.
Na obra “O Ovo e o Vovô” vemos claramente o retrato do afeto e da
ternura existente entre avós e netos. Vovô David tinha dois netos, Denis e Delane, que
quando era pequena não sabia falar a palavra vovô, e o chamava de ovo. O livro narra
os momentos vividos entre os netos e seu avô, e cita as características do mesmo,
comparando sempre suas características à do ovo ou de preparações feitas com ovos.
Após sua leitura, podemos conversar com os alunos sobre as características do ovo (sua
8 Visitas à Casa da Vovó narra a estória de uma criança que vai à casa de sua avó visitá-la, e no
decorrer das páginas, vai contando as aventuras que viveu por lá, bem como os alimentos que
comeu (JOSÉ, E. Visitas à Casa da Vovó. São Paulo: Paulus, 2006. 16 p.)
34
cor, textura, aroma, e sabor), e sobre os benefícios de seu consumo para a saúde e
realizar uma degustação com diferentes modos de preparo de ovos: ovos de galinha
cozidos, ovos de codorna cozidos, ovos de galinha mexidos, e omeletes.
Era muito gostoso estar com o vovô.
Por fora, parecia duro como a casca do ovo,
Mas por dentro era mole, mole,
Como a clara e a gema
(Waiman, 2011, p. 4)
Quadro 11. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um avô ou avó,
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Alegre Vovó Guida, que é
um Pouco Distraída
Tatiana Belinky
2010
O Caso do Bolinho Tatiana Belinky 2004
O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002
O Ovo e o Vovô Simone S.Waiman
2011
Só um Minutinho Yuyi Morales 2006
Visitas à Casa da Vovó Elias José 2006
Vovô Bastião vai Comendo
Feijão
Sylvia Orthof
2007
Diante do afeto que há entre as crianças e seus avós, tanto na vida real
quanto ilustrado nas narrativas, e da representação destes relacionada a deliciosas
comidas, a utilização de estórias nas quais sua figura esteja presente é interessante para
a EAN das crianças, podendo sua presença sensibilizá-las, aumentando a chance de
aceitação do alimento envolvido no enredo da estória.
4.2.4. Coco Louco9: o alimento em evidência
Os alimentos foram os personagens principais em cinco das estórias
encontradas (quadro 12).
9 Nesse livro o coco louco cai do coqueiro e bate na cuca do macaco, e sai rolando por vários
locais, até que a vovó o leva para casa, coloca-o na panela, e o transforma em cocada e bala de
coco, e distribui para a criançada (LUIZ, G. Coco Louco. São Paulo: Melhoramentos, 2013. 24
p.).
35
Nos livros “Coco Louco” e “O ovo” os alimentos possuem uma postura
passiva, apesar de serem os personagens principais. Não falam nem se relacionam com
ninguém, apenas se movimentam no espaço, e o enredo da estória dá-se a partir dessa
movimentação.
Quadro 12. Obras literárias infantis, cujo personagem principal é um alimento,
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
Coco Louco Gustavo Luiz 2013
João Feijão Sylvia Orthof 2008
K de Kiwi e a Aventura das
Frutas
Paulo Ricardo Kralik
Angelini
2009
A Uvinha Aventureira Edipar – Edições e
Participações 1997
O Ovo Ivan Zigg 2011
“Coco Louco”, conta a estória de um coco que cai do coqueiro e sai
rolando pela cidade. Nesse percurso, seu caminho cruza com o de uma senhora que o
leva para casa e o transforma em cocada e bala de coco, e os distribui essas preparações
para as crianças.
Por sua vez, “O ovo” conta a estória de um ovo que, em um certo dia,
some do galinheiro. No decorrer das páginas, o leitor vai acompanhar a procura pelo
ovo perdido, até que ele é encontrado no milharal, após ser chocado e virar um pintinho.
Nos demais livros (“João Feijão”, “K de Kiwi e a Aventura das Frutas” e
“A Uvinha Aventureira”), no entanto, os alimentos possuem características humanas,
como sentimentos, fala, e interação social.
Se por um lado tê-los como protagonistas das narrativas coloca-os em
evidência, despertando o interesse das crianças por eles, por outro, ao conferir-lhes
características humanas pode-se gerar um vínculo afetivo entre a criança e o alimento
retratado. Com o estabelecimento desse vínculo afetivo, há a possibilidade de que a
criança perca o interesse em consumir o alimento retratado, por sentir-se apegada a ele,
sentindo pena de comê-lo. Portanto, como o objetivo do uso dos livros é incentivar o
consumo dos alimentos apresentados nas estórias, pode ser que o surgimento desse
vínculo afetivo não seja interessante.
36
Com base no exposto, recomenda-se utilizar, nas ações de EAN, estórias
cujos personagens principais são animais, crianças e avós, bem como alimentos, porém
essas últimas devem ser escolhidas de maneira mais criteriosa.
4.2.5 O Rato do Campo e o Rato da Cidade10
: a importância do ambiente
Ao se passar no ambiente natural, a narrativa tende a despertar a atenção
das crianças para a utilização dos recursos naturais renováveis e não renováveis, e a
abordagem integral do sistema alimentar, como o acesso à terra, à água e aos meios de
produção, como preconizado pelo 1º e 2º princípios do Marco de Referência de
Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012) (quadro
13).
“O Coelho Faz Nhéc”, por exemplo, tem como cenário uma fazenda, na
qual havia um coelho muito guloso. Sempre que o fazendeiro dava as costas, ele saia da
toca para comer os vegetais deliciosos da plantação. Até que um dia, o fazendeiro foi
para a cidade, e como estava demorando muito para voltar, o coelho acabou comendo
todos os vegetais da plantação. Depois de ler essa estória, podemos perguntar aos alunos
quais alimentos podem ser encontrados em uma plantação, e anotar suas respostas.
Depois disso, escolher alguns dos alimentos citados, e conversar sobre suas
características (cor, sabor, textura, formato, cheiro) e seus benefícios para a saúde,
finalizando com uma degustação dos alimentos escolhidos, ou de uma preparação à base
deles.
Quadro 13. Obras literárias infantis, cujos cenários principais são hortas ou florestas,
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Banana Mary França 2000
A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006
A Raposa e as Uvas Dulcy Grisólia 2001
A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013
10
O Rato do Campo e o Rato da Cidade mostra a diferença entre as comidas do campo e as
comidas do meio urbano, de forma que o rato da cidade se surpreende com os hábitos
alimentares do rato do campo, e vice-versa (ESOPO. O Rato do Campo e o Rato da Cidade.
Belo Horizonte: Ledic, 2011. 16 p.).
37
A Uvinha Aventureira Edipar – Edições e
Participações 1997
Brisa, a Lagarta Comilona Vani Mehra 2013
Fome de Urso Heinz Janisch 2007
João Feijão Sylvia Orthof 2008
O Caso das Bananas Milton Célio de O. Filho 2003
O Caso do Favo de Mel Milton Célio de O. Filho 2013
O Coelho faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012
O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002
O Ratinho, O Morango
Vermelho Maduro e o Grande
Urso Esfomeado
Don Wood
2012
Que Horta Tatiana Belinky 1987
Um + Um + Um + Todos Anna Göbel 2013
Ao passo que, abordando o ambiente da cozinha, a predisposição é de
que os leitores reflitam sobre a cultura alimentar regional e o valor simbólico dos
alimentos e de suas texturas, aromas, sabores e formas de preparo, como aconselham os
3º e 4º princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as
Políticas Públicas (BRASIL, 2012) (quadro 14).
“Delícias e Gostosuras” conta a estória de Isadora e Henrique, dois
irmãos que quando vão para a casa da vovó, comem muitas comidas deliciosas
preparadas por ela. No livro, conta-se as delícias devoradas por eles, além de compará-
las com as comidas que personagens famosos como Popeye, Branca de Neve e João e
Maria comem em suas estórias. Podemos escolher, com os alunos, uma das receitas que
aparece no livro, e prepará-la em uma oficina culinária.
Quadro 14. Obras literárias infantis, cujo cenário principal é cozinha, disponíveis em
escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Cesta de Dona Maricota Tatiana Belinky 2012
A Cozinha da Maria Farinha José de Castro 2007
A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013
Confusão no Mingau Editora Ciranda Cultural 2013
38
Delícias e Gostosuras Ana Mª Machado 2005
O Cozinheiro Atrapalhado Silvio Costa 2013
Só um Minutinho Yuyi Morales 2006
Vovô Bastião vai Comendo
Feijão
Sylvia Orthof
2007
4.3. POESIA É FRUTA DOCE E GOSTOSA11
: OS 10 PASSOS PARA A
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA LITERATURA INFANTIL
Aconselha-se planejar as ações de EAN à luz dos dez passos para uma
alimentação saudável recomendados pelo Guia Alimentar para a População Brasileira
(BRASIL, 2014). São eles:
I - Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da
alimentação (BRASIL, 2014): diante disso, deve-se optar por ações de EAN que
abordem alimentos in natura ou minimamente processados como frutas, verduras,
legumes, leite, iogurtes, ovos, carnes, castanhas, bem como utilizar esses gêneros nas
oficinas culinárias e degustações. Nesse estudo, encontramos vinte e quatro obras que se
relacionam a esse passo (quadro 15).
“A Banana”, por exemplo, tem seu enredo em torno de um rato que quer
entregar uma banana ao bode. Após sua leitura, podemos conversar com os alunos sobre
as características da banana (cor, textura, cheiro), sobre seus nutrientes, e fazer uma
degustação de variados tipos de banana (nanica, ouro, maçã, pacovã).
Quadro 15. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “fazer de alimentos in natura
ou minimamente processados a base da alimentação” (primeiro) disponíveis em escolas
públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
10 Galinhas Ivo Minkovicius 2011
A Banana Mary França 2000
A Cesta de Dona Maricota Tatiana Belinky 2012
11
Essa obra é um compilado de poesias e charadas sobre variadas frutas, desde as mais
tradicionais como goiaba e banana, às mais exóticas, como carambola e damasco (JOSÉ, E.
Poesia é fruta doce e gostosa. São Paulo: Ftd, 2006. 55 p.).
39
A Festa das Letras Cecília Meireles e Josué
de Castro
1996
A Raposa e as Uvas Dulcy Grisólia 2001
A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013
A Uvinha Aventureira Edipar – Edições e
Participações 1997
Dia de Feira Maurício Veneza 2003
Grão de Milho Olalla González 2010
João Feijão Sylvia Orthof 2008
K de Kiwi e a Aventura das
Frutas
Paulo Ricardo Kralik
Angelini
2009
Lis não Quer Comer
Vegetais
Diana Gomide
2011
O Caso das Bananas Milton Célio de O.
Filho
2003
O Coelho faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012
O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002
O Ovo Ivan Zigg 2011
O Ovo e o Vovô Simone Scharpira
Waiman
2011
O Ratinho faz Nhóc Editora Vale das Letras 2012
O Ratinho, o Morango
Vermelho Maduro e o
Grande Urso Esfomeado
Don Wood
2012
Poesia é Fruta Doce e
Gostosa
Elias José
2006
Que Horta Tatiana Belinky 1987
Rimas Saborosas César Obeid 2009
II - Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao
temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias (BRASIL, 2014): é
importante, nas ações de EAN que envolvam degustação de alimentos e oficinas
culinárias, moderação ao utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar nas preparações,
explicando para os alunos a importância desse uso moderado. As obras que abordam,
em seu enredo, ato de cozinhar alimentos podem ser utilizadas para conscientizar as
crianças quanto a esse segundo passo.
40
O Livro “Panela de Arroz” conta a estória de Maneco Caneco, que
encontra uma casa em formato de panela, e para passar pelas portas da casa, precisa
decifrar uma série de charadas sobre alimentos, até conseguir entrar no cômodo em que
o arroz está sendo preparado, e acompanhar esse processo de preparo. Partindo de sua
leitura, podemos conversar com os alunos sobre o arroz, suas características (cor,
formato, textura, sabor). Em seguida, preparar, em uma oficina culinária com os alunos,
bolinhos de arroz assados, e degustá-los, aproveitando o momento para falar da
importância do uso moderado de sal, açúcar e óleo.
Quadro 16. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “utilizar óleos, gorduras, sal
e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações
culinárias” (segundo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região
metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Cesta de Dona Maricota Tatiana Belinky 2012
A Cozinha da Maria Farinha José de Castro
2007
A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006
A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013
O Cozinheiro Atrapalhado Silvio Costa 2013
Panela de Arroz Luís Camargo 1991
Só um Minutinho Yuyi Morales 2006
Vovô Bastião vai Comendo
Feijão
Sylvia Orthof
2007
III - Limitar o consumo de alimentos processados (BRASIL, 2014): isto
é, estimular o consumo moderado de alimentos como conservas, compotas e queijos
processados apenas como ingredientes de preparações ou parte de refeições
balanceadas.
Um livro ideal para tratar dessa temática com as crianças é “Lis não Quer
Comer Vegetais”, por se tratar de uma estória na qual uma criança que só gostava de
comer alimentos industrializados, passa a gostar dos alimentos naturais ao conhecer
uma horta e ver sua avó cozinhar os alimentos colhidos nela. Após sua leitura, podemos
41
ensinar aos alunos quais são os alimentos processados, fazendo um jogo no qual eles
diferenciem o alimento in natura e o alimento processado feito à base dele.
IV – Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados (BRASIL, 2014):
propõe-se, a partir desse passo, encorajar as crianças a consumir menos alimentos
processados, como biscoitos recheados, sucos de caixa, refrigerantes e salgadinhos de
pacote, comunmente consumidos durante essa fase da vida, explicando-as os malefícios
associados ao seu consumo. Assim como no passo anterior, o quarto passo pode ser
abordado com os alunos a partir da leitura do livro “Lis não Quer Comer Vegetais”.
Após isso, Após sua leitura, podemos ensinar aos alunos quais são os alimentos
ultraprocessados, fazendo um jogo no qual eles diferenciem o alimento in natura e os
alimento processado e ultraprocessados feitos à base dele
V - Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e,
sempre que possível, com companhia (BRASIL, 2014): deve-se fornecer, na escola, um
ambiente apropriado para a alimentação dos alunos, bem como respeitar os horários
definidos para as refeições, além de estimular a comensalidade nos momentos de
merenda escolar, aproveitando as ações de EAN para explicar às crianças a importância
desse quinto passo. O mesmo vale para as ações que envolvam degustação de alimentos
e oficinas culinárias. Os livros que abordam em sua narrativa momentos de
comensalidade podem ser utilizados para abordar o quinto passo (quadro 17).
Um exemplo de livro que pode ser utilizado é “Brisa, a Largarta
Comilona”, que sente fome o tempo todo, e em um momento de descuido, come todas
as folhas da fazenda, aborrecendo o fazendeiro. Podemos conversar com os alunos sobre
a importância de comer com calma, estando atento ao momento da refeição, além de
perguntar a eles qual é a cor das folhas que Brisa come (verde), e em seguida listar no
quadro os alimentos verdes que eles conhecem. Em seguida, conversar com eles sobre
os nutrientes contidos nos alimentos de cor verde, e seus benefícios para a saúde.
Quadro 17. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “comer com regularidade e
atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia” (quinto)
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
Brisa, a Lagarta Comilona Vani Mehra 2013
O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002
42
Pêssego, Pera, Ameixa no
Pomar
Janet Ahlberg
2007
Só um Minutinho Yuyi Morales 2006
Um + Um + Um + Todos
Vovô Bastião vai Comendo
Feijão
Sylvia Orthof
2007
VI - Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in
natura ou minimamente processados (BRASIL, 2014): o sexto passo preconiza que,
para uma alimentação saudável, é importante fazer compras em locais que ofertem
variedades de alimentos in natura ou minimamente processados, como por exemplo,
feiras e hortas. Uma boa estratégia é utilizar estórias que abordem a temática das feiras e
hortas (quadro 18), e partindo desse momento, fazer uma visita a esses locais com os
alunos.
“Dia de Feira” conta a estória de uma menina que mora bem perto de uma
feira, e descreve as coisas que ela vê e escuta da feira, e o que se pode encontrar por lá:
roupas, rapadura, peixe, alface, couve, ervilha, cenoura, vagem, repolho, tomate, e laranja.
Após sua leitura, podemos conversar com os alunos sobre o que é uma feira, o que se
pode encontrar nela, e fazer uma aula de campo na feira livre do bairro em que se
encontra a escola.
Quadro 18. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “fazer compras em locais
que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados” (sexto)
disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
Que Horta Tatiana Belinky 1987
A Cesta de Dona Maricota Tatiana Belinky
2012
Dia de Feira Maurício Veneza 2013
Lis não Quer Comer
Vegetais
Diana Gomide
2011
O Coelho faz Nhéc Editora Vale das Letras 2012
O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002
43
VII - Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias (BRASIL,
2014): de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, cozinhar é um
passo para uma alimentação saudável, logo, é interessante desenvolver ações de EAN
envolvendo oficinas culinárias com os alunos, incentivando-os a cozinhar e conhecer de
forma prática os alimentos e preparações culinárias. Para tanto, pode-se utilizar livros
que tratem do ato de cozinhar (quadro 19).
“Só um Minutinho” conta a estória de vovó Carocha, que a partir de suas
habilidades culinárias, reunindo sua família para uma festa com muitas comidas
deliciosas, consegue despistar o senhor esqueleto, que queria levá-la, ganhando muitos
anos de vida. Após sua leitura, podemos conversar com os alunos sobre comidas de festa,
listando-as no quadro, e escolher uma delas para preparar na escola, adaptando a receita
original para torná-la mais saudável, como por exemplo, coxinha de batata doce assada,
pastel de forno integral e mini pizza integral com molho de tomate caseiro.
Quadro 19. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “desenvolver, exercitar e
partilhar habilidades culinárias” (sétimo) disponíveis em escolas públicas de Natal/RN e
região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Alegre Vovó Guida, que é
um Pouco Distraída
Tatiana Belinky
2010
A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006
A Sopa dos Pássaros Vani Mehra 2013
Coco Louco Gustavo Luiz 2013
Lis não Quer Comer
Vegetais
Diana Gomide 2011
O Caso do Bolinho Tatiana Belinky
2004
O Cozinheiro Atrapalhado Silvio Costa 2013
O Sanduíche da Maricota Avelino Guedes 2002
Panela de Arroz Luís Camargo 1991
Só um Minutinho Yuyi Morales 2006
Vovô Bastião vai Comendo
Feijão
Sylvia Orthof 2007
44
VIII - Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela
merece (BRASIL, 2014): como as crianças não são responsáveis por preparar suas
próprias refeições, que é o enfoque dado pelo Guia Alimentar nesse passo, propõe-se,
então, um momento de reflexão com as crianças sobre a importância do período do
turno letivo destinado às refeições, e sobre a importância de valorizar esse momento de
partilha de refeições com os colegas. Aqui, podemos utilizar livros que abordem os
momentos de cozinhar e de se alimentar (quadro 20).
No livro “Rinocerontes não Comem Panquecas”, Dayse está sentada à
mesa para comer, quando um enorme rinoceronte roxo aparece e come suas panquecas.
Ela tenta várias vezes contar ao seus pais o ocorrido, porém o esforço é em vão, pois
eles não prestam atenção no que ela está dizendo por estarem sempre muito ocupados.
Então ela e o rinoceronte acabam tornando-se amigos, até que ele comer todas as
panquecas. Podemos conversar com a turma sobre a falta de atenção dos pais de Dayse
com o momento das refeições, a ponto de não notarem a presença do rinoceronte,
ensinando-os a importância de reservar um tempo do dia para as refeições, e fazê-las de
maneira calma e atenta. Em seguida, podemos listar os alimentos em tons de roxo, como
o do rinoceronte, (repolho roxo, cebola roxa, berinjela, beterraba) e ensinar aos alunos
os benefícios de seu consumo.
Quadro 20. Obras literárias infantis relacionadas ao passo “planejar o uso do tempo
para dar à alimentação o espaço que ela merece” (oitavo) disponíveis em escolas
públicas de Natal/RN e região metropolitana, 2017.
Título da Obra Autor Ano de Publicação
A Galinha Ruiva Elza Fiuza 2006
O Grande Rabanete Tatiana Belinky 2002
Pêssego, Pera, Ameixa no
Pomar
Janet Ahlberg
2007
Rinocerontes Não Comem
Panquecas
Anna Kemp
2011
Só um Minutinho Yuyi Morales 2006
Um + Um + Um + Todos
Anna Göbel
2013
Vovô Bastião vai Comendo Sylvia Orthof 2007
45
Feijão
IX - Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições
feitas na hora (BRASIL, 2014): como comentado no item anterior, as crianças não são
responsáveis por preparar suas próprias refeições nem pela escolha dos locais em que
elas serão feitas, porém se conscientizadas sobre as melhores escolhas, é possível que
elas repassem esses conhecimentos aos seus pais. Outra possibilidade é a realização de
ações de EAN voltadas para essa temática que envolva, de forma conjunta, pais e filhos
no ambiente escolar. Um ótimo livro para ser utilizado nesse passo é “Lis não Quer
Comer Vegetais”, por abordar a questão dos fast-foods e da comida natural. Após sua
leitura, podemos conversar com os alunos sobre os malefícios de consumir fast-foods, e
os benefícios de consumir alimentos minimamente processados.
X - Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre
alimentação veiculadas em propagandas comerciais (BRASIL, 2014): é um dos
objetivos da EAN que as crianças problematizem sua alimentação a fim de que possam
fazer escolhas alimentares mais saudáveis. Por isso, as ações devem despertar nelas esse
espírito problematizador, para que possam ter uma postura crítica diante das mensagens
sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.
Nesse estudo, não foram encontrados livros relacionados a esse passo.
Portanto, é interessante, em estudos posteriores, proceder a busca por obras que possam
ser utilizadas nessa temática nos acervos das escolas de educação infantil públicas.
46
5. UM + UM + UM + TODOS12
: NOSSAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos concluir, ao fim desse estudo, que a literatura infantil apresenta
um grande potencial enquanto estratégia de PASE.
Encontramos 50 obras em conformidade com o Marco de Referência de
EAN para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012) e com os 10 passos para uma
alimentação saudável do Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014),
sendo um resultado satisfatório.
Contudo, não basta que os livros estejam disponíveis na escolas, é
necessário que eles sejam utilizados de forma regular na rotina escolar. Para isso, é
necessário um vínculo entre os nutricionistas e professores, capacitando os professores,
que lidam diariamente com os alunos, a fim de promover a EAN de maneira eficaz.
Diante dessa necessidade, o fruto desse trabalho, “Animais, Avós e
Crianças: um guia prático sobre o uso da literatura infantil na educação alimentar e
nutricional” (Apêndice II) busca fornecer aos professores e gestores da rede pública de
educação infantil recomendações práticas e de fácil execução para utilização dos livros
disponíveis na rede de ensino como instrumento de EAN.
Recomendamos que estudos posteriores se dediquem a utilizá-lo em
intervenções nas escolas, instruindo a equipe pedagógica quanto à sua utilização e
ratificando sua eficácia.
12 Nesse livro, um agricultor não tem força suficiente para colher sozinho uma planta, e pede
ajuda a vários outros personagens. Então, num esforço conjunto, conseguem colher uma enorme
cebola roxa, e comemoram a conquista compartilhando uma refeição. Para nós, realizar esse
trabalho tem o gosto de uma deliciosa refeição partilhada, fruto de um esforço conjunto
(GÖBEL, A. Um + Um + Um + Todos. Belo Horizonte: Gutenberg, 2013. 28 p.).
48
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ZIGG, I. O Ovo. Rio de Janeiro: Edigraf, 2011. 12 p.
54
APÊNDICES
Apêndice I. Ficha para catalogação dos livros.
Título do Livro:
Autor:
Ano:
Editora:
Número de páginas:
Escola visitada:
Resumo do Livro:
Referência:
Palavras-chave:
Princípios da EAN relacionados:
1) ( )
2) ( )
3) ( )
4) ( )
5) ( )
6) ( )
7) ( )
8) ( )
9) ( )
Não se aplica ( )
55
Apêndice II. Animais, Avós e Crianças: um guia prático sobre o uso da
literatura infantil na educação alimentar e nutricional
Animais, avós e crianças: um guia prático sobre o uso da literatura
infantil na educação alimentar e nutricional
Este guia contém 50 livros - todos encontrados em escolas públicas de
ensino infantil. Para cada livro há uma ficha com seu resumo, informações
bibliográficas, dicas práticas para seu uso, além dos princípios da EAN (BRASIL,
2012) e passos para uma alimentação saudável (BRASIL, 2014) a ele relacionados.
O que são os princípios da EAN? São princípios que devem ser
norteadores das práticas educativas em EAN, eles foram indicados pelo Marco Teórico
de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas (BRASIL,
2012), e são nove no total. Cada livro se relaciona a diferentes princípios, que estão
descritos nas respectivas fichas.
E o que são os passos para uma alimentação saudável? São dez atitudes
recomendadas pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014) para
se obter uma alimentação mais saudável. Semelhantemente, cada livro se relaciona a
diferentes passos, que estão descritos nas respectivas fichas.
Após a leitura de cada uma das estórias em sala de aula, recomendamos
conduzir ações práticas como oficinas culinárias, brincadeiras lúdicas, degustações e
aulas de campo. Há, nas fichas, sugestões de atividades para cada um dos livros
presentes nesse guia. São ideias que podem ser colocados em prática ou podem servir
como inspiração para outras atividades.
56
Livro 1: 10 Galinhas
Autor: Ivo Minkovicius
Ano de publicação: 2011
Editora: Editora de Cultura
Nº de páginas: 28
Palavras Chave: Galinha; Milho; Natureza; Alimentação
Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º passo - fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre o milho e fazer uma degustação de milho
cozido, ou realizar uma oficina culinária com algum
alimento a base de milho, como cuscuz, broa de milho ou
bolo de milho.
Referência: MINKOVICIUS, I. 10 Galinhas. São Paulo:
Editora de Cultura, 2011. 28 p.
Resumo: O livro conta a
estória de 10 galinhas que
comem milho, e em cada uma,
ele gera uma reação diferente.
57
Livro 2: A Alegre Vovó Guida, que é um Pouco Distraída
Autora: Tatiana Belinky
Ano de publicação: 2010
Editora: Editora do Brasil
Nº de páginas: 16
Palavras Chave: Comida; Avó; Alegre; Distraída
Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
7º - desenvolver, exercitar e partilhar habilidades
culinárias; 5º: comer com regularidade e atenção, em
ambientes apropriados e, sempre que possível, com
companhia;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre a importância de prestar atenção no
momento de preparar e comer as refeições, ao contrário da
vovó Guida, que é sempre distraída.
Referência: BELINKY, T. A Alegre Vovó Guida, que é
um Pouco Distraída. 2. ed. São Paulo: Editora do Brasil,
2010. 16 p.
Resumo: Vovó Guida é uma
senhora muito alegre, e também
muito distraída, que vive
aprontando travessuras por suas
distrações, até mesmo quando
vai preparar a comida.
58
Livro 3: A Banana
Autora: Mary França
Ano de publicação: 2000
Editora: Ática
Nº de páginas: 16
Palavras Chave: Banana; Frutas; Animais; Natureza;
Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre as características da banana (cor, textura,
cheiro), sobre seus nutrientes, e fazer uma degustação de
variados tipos de banana (nanica, ouro, maçã, pacovã).
Referência: FRANÇA, M. A banana. São Paulo: Ática,
2000. 16 p.
Resumo: O rato que pede ao galo que
leve uma banana para o bode. Porém,
ao invés de fazer o combinado, o galo
come a banana, e pede ao porco que
leve um abacaxi para o bode... E assim
por diante. Até que o gato pede ao
pato que leve um caju para o bode,
porém o gato come o caju, e acaba
entregando um banana para o bode.
59
Livro 4: A Cesta de Dona Maricota
Autora: Tatiana Belinky
Ano de publicação: 2012
Editora: Paulinas
Nº de páginas: 22
Palavras Chave: Feira; Cozinha; Cozinheira; Frutas;
Legumes; Vegetais; Hortaliças; Compota; Sopa; Culinária;
Princípios da EAN relacionados: II- abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade; IV – a comida e o
alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 2º: utilizar óleos,
gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao
temperar e cozinhar alimentos e criar preparações
culinárias; 6º: fazer compras em locais que ofertem
variedades de alimentos in natura ou minimamente
processados; 7º: desenvolver, exercitar e partilhar
habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: após a leitura, perguntar aos
alunos quais alimentos eles podem encontrar na feira,
como a dona Maricota. Pode-se também realizar o preparo
de uma sopa ou de uma compota de frutas, seguidas da
degustação dos pratos preparados. Aproveitar o momento
para falar da importância do uso moderado de sal, açúcar e
óleo.
Referência: BELINKY, T. A Cesta de Dona
Maricota. 14. ed. São Paulo: Paulinas, 2012. 22 p.
Resumo: Dona Maricota é uma
bela cozinheira, e voltou da
feira com uma cesta cheia de
frutas e legumes. Então, os
vegetais começaram a debater
para ver quem era o mais belo,
citando, cada um, suas cores,
texturas e nutrientes. Dona
Maricota, então, transforma
todas as frutas em uma
deliciosa compota, e todos os
legumes em uma incrível sopa.
60
Livro 5: A Cozinha da Maria Farinha
Autor: José de Castro
Ano de publicação: 2007
Editora: Paulinas
Nº de páginas: 22
Palavras Chave: Maria Farinha; Fauna; Crustáceo;
Animal; Natureza; Cozinha; Culinária; Receitas;
Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade; III - valorização da
cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões
e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas; IV - comida e o alimento como
referências; valorização da culinária enquanto prática
emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
2º: utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas
quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar
preparações culinárias; 7º: desenvolver, exercitar e
partilhar habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: após a leitura, realizar oficinas
culinárias preparando as receitas que a Maria Farinha
prepara na estória, degustando-as posteriormente.
Aproveitar o momento para falar da importância do uso
moderado de sal, açúcar e óleo.
Referência: CASTRO, J. A Cozinha da Maria
Farinha. São Paulo: Paulinas, 2007. 31 p.
Resumo: A Maria Farinha é
um crustáceo, e em especial, da
estória adora cozinhar, e a
estória se passa em sua
cozinha. Nesse cenário, o livro
descreve de maneira lúdica o
preparo de diversas receitas
preparadas pela personagem,
como pirão da Maria Farinha,
abobrinha batida, frango com
quiabo, pé de moleque, doce de
mamão, dentre outros. No livro,
o modo de preparo das receitas
é explicado e ilustrado.
61
Livro 6: A Festa das Letras
Autores: Cecília Meireles e Josué de Castro
Ano de publicação: 1996
Editora: Nova Fronteira
Nº de páginas: 60
Palavras Chave: Poesia; Poema; Alfabeto; Alimentos;
Frutas; Vegetais;
Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 7º: desenvolver,
exercitar e partilhar habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: após a leitura, pode-se
conversar com os alunos sobre os alimentos retratados na
obra (seus sabores, cores, texturas e aromas) e promover a
degustação deles.
Referência: MEIRELES, C; CASTRO, J. A Festa das
Letras. Belo Horizonte: Nova Fronteira, 1996. 60 p.
Resumo: A obra contém
poemas para cada letra do
alfabeto, de A a Z, e muitas
delas falam sobre alimentos.
62
Livro 7. A Galinha Ruiva
Autora: Elza Fiuza
Ano de publicação: 2006
Editora: Moderna
Nº de páginas: 31
Palavras Chave: Galinha; Milho; Bolo de Milho;
Culinária; Cozinhar;
Princípios da EAN relacionados: IV - comida e o
alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 2º: utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas
quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar
preparações culinárias; 8º: planejar o uso do tempo para
dar à alimentação o espaço que ela merece;
Recomendações Práticas: após a leitura, perguntar às
crianças quais receitas preparadas com milho elas
conhecem. Em seguida, listá-las no quadro, escolhendo
uma para ser preparada pela turma e posteriormente
degustada. Aproveitar o momento para falar da
importância do uso moderado de sal, açúcar e óleo.
Referência: FIUZA, E. A Galinha Ruiva. São Paulo:
Moderna, 2006. 31 p.
Resumo: Um dia, enquanto
ciscava, a dona galinha
começou a imaginar as delícias
que poderia preparar com o
milho: bolo, biscoito, mingau
de fubá, pamonha... E resolveu
fazer deliciosos bolinhos de
milho, e pediu a ajuda do
patinho e do porquinho, que
não quiseram ajudar porque só
queriam brincar. Então quando
o bolo ficou pronto, eles
quiseram comer também, e ela
os deu uma lição.
63
Livro 8: A Raposa e as Uvas
Autora: Dulcy Grisólia
Ano de publicação: 2001
Editora: FTD
Nº de páginas: 24
Palavras Chave: Raposa; Uvas; Floresta; Alimentação;
Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre as características das uvas (seu sabor,
aroma, textura, cor), e em seguida, degustar uvas in natura
e suco de uva.
Referência: GRISÓLIA, D. A Raposa e as Uvas. São
Paulo: Ftd, 2001. 24 p.
Resumo: A Raposa e as Uvas
conta a estória de uma raposa
que, um dia, depois de
descansar, sai para procurar
alimentos. Depois de muita
procura, ela se depara com um
apetitoso cacho de uvas, e faz
de tudo para conseguir comê-
las.
64
Livro 9: A Sopa dos Pássaros
Autora: Vani Mehra
Ano de publicação: 2013
Editora: Artler
Nº de páginas: 16
Palavras Chave: Sopa; Pássaros; Floresta; Natureza;
Cozinha; Cozinhar; Coletar; Dragão;
Princípios da EAN relacionados: IV - a comida e o
alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 2º: utilizar óleos,
gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao
temperar e cozinhar alimentos e criar preparações
culinárias; 7º: desenvolver, exercitar e partilhar
habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: após a leitura, fazer, com a
ajuda dos alunos, uma lista de ingredientes que podem ser
utilizados em uma sopa (como tomate, cenoura, batata,
frango, coentro, cebolinha, jerimum), e realizar com eles
uma oficina culinária de preparo de sopa. Aproveitar o
momento para falar da importância do uso moderado de
sal, açúcar e óleo.
Referência: MEHRA, V. A Sopa dos Pássaros. Belo
Horizonte: Artler, 2013. 16 p.
Resumo: Os passarinhos Juca, Cuca
e Leco cansaram de comer grãos, e
ficaram com vontade de comer
sopa. Então resolveram voar até a
casa do dragão que sempre fazia
sopa, e ele aceitou recebê-los,
contanto que ajudassem no
preparo. O trio, então, saiu voando
pela floresta e coletou vegetais,
ajudando o dragão a preparar uma
deliciosa sopa, e a saborearam
juntos.
65
Livro 10: A Uvinha Aventureira
Autor: Edipar – Edições e Participações
Ano de publicação: 1997
Editora: DCL
Nº de páginas: 8
Palavras Chave: Frutas; Uva; Aventura; Conhecimento;
Princípios da EAN relacionados: V - a promoção do
autocuidado e da autonomia;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre as características das uvas (seu sabor,
aroma, textura, cor), e em seguida, degustar uvas in natura
e suco de uva.
Referência: EDIÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA
(Ed). A Uvinha Aventureira. São Paulo: Dcl, 1997. 8 p.
Resumo: O livro narra a estória
de uma uva que cai do cacho e
vai passear pelo bosque em
busca de aventurar, querendo
conhecer o mundo. Até que, ao
fim de sua aventura, se
reencontra com o cacho de
onde caiu, e é acolhida por suas
amigas uvas.
66
Livro 11: Brisa, a Lagarta Comilona
Autora: Vani Mehra
Ano de publicação: 2013
Editora: ArtLer
Nº de páginas: 16
Palavras Chave: Lagarta; Fazenda; Alimentação; Folhas;
Plantas;
Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 5º: comer com
regularidade e atenção, em ambientes apropriados e,
sempre que possível, com companhia;
Recomendações Práticas: perguntar aos alunos qual é a
cor das folhas que Brisa come (verde), e em seguida listar
no quadro, com a participação dos alunos, os alimentos
verdes que eles conhecem. Em seguida, conversar com
eles sobre os nutrientes contidos nos alimentos de cor
verde, e seus benefícios para a saúde.
Referência: MEHRA, V. Brisa, a Lagarta
Comilona. [s.l.]: Artler, 2013. 16 p.
Resumo: Uma pequena lagarta
sente fome o tempo todo, e está
sempre a comer muitas plantas
e folhas. Até que ela come as
folhas da planta de um
fazendeiro, que se aborrece
com ela por isso.
67
Livro 12: Cachinhos de Ouro.
Autor: Robert Souhtey (Recontado por Ana Mª Machado)
Ano de publicação: 2013
Editora: FTD
Nº de páginas: 30
Palavras Chave: Mingau; Ursos; Infância;
Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 5º: comer com regularidade e atenção, em ambientes
apropriados e, sempre que possível, com companhia;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
as crianças sobre a importância de um ambiente
apropriado para comer, tomando o mau exemplo de
cachinhos dourados, que come o mingau de
desconhecidos. Depois disso, realizar com os alunos uma
oficina culinária de preparo de mingaus variados: com
aveia, com cacau, com frutas. Finalizar o momento com a
degustação dos mingaus preparados por eles.
Referência: SOUHTEY, R. Cachinhos de Ouro. São
Paulo: Ftd, 2013. 30 p.
Resumo: Três ursos vivem em
uma casa, o pai, a mãe e o
filho. A mamãe urso prepara
mingau para os três, e eles
saem para passear enquanto
eles esfriam. Ao passar pela
casa, Cachinhos Dourados, que
ama mingau, não resiste e entra
na casa para prová-lo, até que
os ursos voltam e levam um
susto com a intrusa, que por sua
vez, também se assusta pela
presença dos ursos.
68
Livro 13: Cachinhos Dourados e os Três Ursos
Autora: Ingrid Biesemeyer Bellinghausen
Ano de publicação: 2006
Editora: DCL
Nº de páginas: 24
Palavras Chave: Mingau; Ursos; Infância;
Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 5º: comer com regularidade e atenção, em ambientes
apropriados e, sempre que possível, com companhia;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
as crianças sobre a importância de um ambiente
apropriado para comer, tomando o mau exemplo de
cachinhos dourados, que come o mingau de
desconhecidos. Depois disso, realizar com os alunos uma
oficina culinária de preparo de mingaus variados: com
aveia, com cacau, com frutas. Finalizar o momento com a
degustação dos mingaus preparados por eles.
Referência: BELLINGHAUSEN, I. B. Cachinhos
Dourados e os Três Ursos. São Paulo: Dcl, 2006. 24 p.
Resumo: Três ursos vivem em
uma casa, o pai, a mãe e o
filho. A mamãe urso prepara
mingau para os três, e eles
saem para passear enquanto
eles esfriam. Ao passar pela
casa, Cachinhos Dourados, que
ama mingau, não resiste e entra
na casa para prová-lo, até que
os ursos voltam e levam um
susto com a intrusa, que por sua
vez, também se assusta pela
presença dos ursos.
69
Livro 14: Coco Louco
Autor: Gustavo Luiz
Ano de publicação: 2013
Editora: Melhoramentos
Nº de páginas: 24
Palavras Chave: Coco; Macaco; Avó; Culinária; Comida
Regional; Cocada; Bala de Coco;
Princípios da EAN relacionados: III - valorização da
cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões
e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas; IV - a comida e o alimento como
referências; valorização da culinária enquanto prática
emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 2º: utilizar óleos,
gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao
temperar e cozinhar alimentos e criar preparações
culinárias; 7º: desenvolver, exercitar e partilhar
habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre
o coco (perguntar quem já viu um coqueiro como o
ilustrado no livro, falar sobre o formato do coco, a água de
coco, a polpa do coco, as receitas feitas com coco), e em
seguida, degustar água de coco e a polpa do coco seco.
Referência: LUIZ, G. Coco Louco. São Paulo:
Melhoramentos, 2013. 24 p.
Resumo: O coco louco cai do
coqueiro e bate na cuca do
macaco, e sai rolando por
vários locais, até que a vovó o
leva para casa, coloca-o na
panela, e o transforma em
cocada e bala de coco, e
distribui para a criançada.
70
Livro 15: Comer
Autora: Ruth Rocha
Ano de publicação: 2011
Editora: Melbook
Nº de páginas: 24
Palavras Chave: Alimentos; Sabor; Textura; Aroma;
Gustação;
Princípios da EAN relacionados: IV - a comida e o
alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: N.A. (são se aplica);
Recomendações Práticas: após a leitura, realizar as
brincadeiras sensoriais do livro, como por exemplo,
degustar alimentos utilizando uma venda e tentar
adivinhar quais são.
Referência: ROCHA, R. Comer. São Paulo: Melbook,
2011. 24 p.
Resumo: A obra fala sobre o
sabor e a textura dos alimentos,
associando essa percepção ao
sentido da gustação. Além
disso, propõe brincadeiras
sensoriais como, por exemplo,
utilizando uma venda, levar
alimentos à boca e tentar
adivinhar quais são.
71
Livro 16: Confusão no Mingau
Autor: Editora Ciranda Cultural
Ano de publicação: 2013
Editora: Ciranda Cultural
Nº de páginas: 9
Palavras Chave: Mingau; Pata; Lagarta;
Princípios da EAN relacionados: NA (não se aplica);
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: N.A. (são se aplica);
Recomendações Práticas: após a leitura, realizar com os
alunos uma oficina culinária de preparo de mingaus
variados: com aveia, com cacau, com frutas. Finalizar o
momento com a degustação dos mingaus preparados por
eles.
Referência: CIRANDA CULTURAL (Ed.). Confusão do
Mingau. Jandira, 2013. 9 p.
Resumo: Quando a Pata Poli ia
comer seu delicioso mingau,
surge uma lagarta no prato,
criando uma grande confusão.
72
Livro 17: Delícias e Gostosuras
Autora: Ana Mª Machado
Ano de publicação: 2005
Editora: Salamandra
Nº de páginas: 28
Palavras Chave: Infância; Irmãos; Avó; Culinária;
Comida;
Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade; III - valorização
da cultura alimentar local e respeito à diversidade de
opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos
saberes de diferentes naturezas; IV - comida e o alimento
como referências; valorização da culinária enquanto
prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades
culinárias
Recomendações Práticas: após a leitura, escolher uma
das receitas presentes na estória, e prepará-la numa oficina
culinária com os alunos.
Referência: MACHADO, A. M. Delícias e
Gostosuras. São Paulo: Salamandra, 2005. 28 p.
Resumo: Isadora e Henrique
são irmãos que, quando vão
para a casa da vovó, comem
muitas comidas deliciosas
preparadas por ela. No livro,
conta-se as delícias devoradas
por eles, além de compará-las
com as comidas que
personagens famosos como
Popeye, Branca de Neve e João
e Maria comem em suas
estórias.
73
Livro 18: Dia de Feira
Autor: Maurício Veneza
Ano de publicação: 2003
Editora: Atual
Nº de páginas: 15
Palavras Chave: Feira; Frutas; Verduras; Legumes;
Vegetais;
Princípios da EAN relacionados: I - Sustentabilidade
social, ambiental e econômica; II - Abordagem do sistema
alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 6º: fazer compras em
locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou
minimamente processados;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre o que é uma feira, o que se pode encontrar
nela, e fazer uma aula de campo na feira livre do bairro em
que se encontra a escola.
Referência: VENEZA, M. Dia de Feira. 4. ed. São Paulo:
Atual Editora, 2003. 15 p.
Resumo: Conta a estória de
uma menina que mora bem
perto de uma feira, e descreve
as coisas que ela vê e escuta da
feira, e o que se pode encontrar
por lá: roupas, rapadura, peixe,
alface, couve, ervilha, cenoura,
vagem, repolho, tomate, e
laranja.
74
Livro 19: Estou em Forma? aprendendo sobre Nutrição e atividade física
Autora: Claire Llewellyn
Ano de publicação: 2002
Editora: Scipione
Nº de páginas: 32
Palavras Chave: Saúde; Alimentação Saudável;
Atividade Física; Exercício;
Princípios da EAN relacionados: V - A promoção do
autocuidado e da autonomia;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 5º: comer com regularidade e atenção, em ambientes
apropriados e, sempre que possível, com companhia;
8º: planejar o uso do tempo para dar à alimentação o
espaço que ela merece;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre a importância do consumo de frutas e
vegetais para a saúde, e convidá-los para preparar e
posteriormente degustar uma sala de frutas.
Referência: LLEWELLYN, C. Estou em
Forma?: Aprendendo sobre Nutrição e atividade física.
São Paulo: Scipione, 2002. 32 p.
Resumo: Nesta obra aborda-se
informações sobre alimentação
saudável e atividade física em
uma linguagem adequada ao
público infantil.
75
Livro 20: Fome de Urso.
Autor: Heinz Janisch
Ano de publicação: 2007
Editora: Brinque-Book
Nº de páginas: 28
Palavras Chave: Fome; Urso; Mel; Comida;
Princípios da EAN relacionados: V - A promoção do
autocuidado e da autonomia;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação.
Recomendações Práticas: conversar com as crianças
sobre como o mel é produzido (pelas abelhas), questioná-
los acerca de suas características (como cor, sabor, aroma,
textura) e fazer um momento de degustação de frutas com
mel.
Referência: HEINZ, J. Fome de Urso. São Paulo:
Brinque-book, 2007. 28 p.
Resumo: Certo dia, o urso
Hugo acorda sentindo muita
fome, uma verdadeira fome de
urso. Então, uma abelha o
aconselha a ir procurar as
montanhas de mel, e ele parte
em uma jornada rumo à tais
montanhas, passando por
diversos locais e conhecendo
novos colegas no caminho.
76
Livro 21: Grão de Milho
Autora: Olalla González
Ano de publicação: 2010
Editora: Kalandraka Brasil
Nº de páginas: 38
Palavras Chave: Grão de Milho; Milho; Culinária;
Cozinha; Mãe; Família;
Princípios da EAN relacionados: IV - A comida e o
alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação.
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre o milho e fazer uma degustação de milho
cozido, ou realizar uma oficina culinária com algum
alimento a base de milho, como cuscuz, broa de milho ou
bolo de milho.
Referência: GONZÁLEZ, O. Grão de Milho. São Paulo:
Kalandraka Brasil, 2010. 38 p.
Resumo: Havia uma família que
tinha um filho tão pequeno como
um grão. Por isso lhe chamaram
de Grão de Milho. Um dia,
quando a sua mãe estava fazendo
o almoço, viu que não tinha
açafrão. Grão de Milho, então se
ofereceu para ir à mercearia. A
mãe nunca o deixava sair sozinho
de casa, porque tinha medo que as
pessoas não o vissem e o
pisassem. Mas Grão de Milho
insistiu. Disse à mãe que iria a
cantar; assim, mesmo que não o
vissem, ouviam-no e ninguém o
pisaria.
77
Livro 22: Hum, que Gostoso
Autora: Sônia Junqueira
Ano de publicação: 2013
Editora: Autêntica
Nº de páginas: 16
Palavras Chave: Amamentação; Alimentação;
Alimentação Infantil; Introdução Alimentar; Hábitos
Alimentares;
Princípios da EAN relacionados: II - Abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade; IV - A comida e o
alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
N.A. (não se aplica);
Recomendações Práticas: conversar com as crianças
sobre a evolução da alimentação, desde a amamentação,
passando pelas papas e chegando até sua alimentação
atual. Em seguida, escolher um dos alimentos retratados
no livro, e degustá-lo.
Referência: JUNQUEIRA, S. Hum, que gostoso. Belo
Horizonte: Autêntica, 2013. 16 p.
Resumo: O livro conta a
estória de uma criança que
narra a trajetória de sua
alimentação, começando com o
aleitamento materno, passando
pela introdução de sopas e
papas, introdução de alimentos
sólidos, e vai citando os
alimentos que fazem parte de
sua alimentação.
78
Livro 23: João e o Pé de Feijão
Autora: Ruth Rocha
Ano de publicação: 2010
Editora: Moderna
Nº de páginas: 29
Palavras Chave: Feijão; Magia; Gigante; Ovos de Ouro;
Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade
social, ambiental e econômica II - Abordagem do sistema
alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após sua leitura, pode-se fazer
o plantio de sementes de feijão em um copo com algodão
molhado, seguido de uma explicação sobre a importância
do feijão na alimentação, servindo como incentivo para
que as crianças consumam as preparações à base de feijão
servidas na merenda escolar.
Referência: ROCHA, R. João e o Pé de Feijão. São
Paulo: Moderna, 2010. 29 p.
Resumo: João é um pobre menino
camponês, que sai de casa para
vender a vaca de sua mãe, porém
acaba gastando o dinheiro ganho
em feijões mágicos. Ao plantá-los,
nasce um gigante pé de feijão, e ao
escalá-lo, o garoto adentra em um
universo mágico com gigantes e
galinhas de ovos de ouro.
79
Livro 24: João Feijão
Autora: Sylvia Orthof
Ano de publicação: 2008
Editora: Ática
Nº de páginas: 24
Palavras Chave: Feijão; Natureza; Chuva; Água; Ciclo
da Água;
Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade
social, ambiental e econômica;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após sua leitura, pode-se fazer
o plantio de sementes de feijão em um copo com algodão
molhado, seguido de uma explicação sobre a importância
do feijão na alimentação, servindo como incentivo para
que as crianças consumam as preparações à base de feijão
servidas na merenda escolar.
Referência: ORTHOF, S. João Feijão. São Paulo: Ática,
2008. 24 p.
Resumo: João Feijão é um pé de
feijão que ao nascer, procurou
água para beber, mas a terra estava
seca demais. Então, ele pede ao
passarinho que peça à nuvem para
mandar chuva. O passarinho se
encarrega do pedido, e finalmente
chove. Depois disso, ele deixou
cair um grão de feijão na terra, que
brotou, e virou João Filho do Pé de
Feijão.
80
Livro 25: K de Kiwi e a Aventura das Frutas.
Autora: Paulo Ricardo Kralik Angelini
Ano de publicação: 2009
Editora: Edelbra
Nº de páginas: 23
Palavras Chave: Kiwi; Frutas; Fruteira; Cozinha;
Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após a leitura, listar no quadro,
com a participação dos alunos, as frutas que eles
conhecem, indagando-os sobre suas características (cor,
sabor, textura). Depois disso, realizar uma oficina
culinária de preparo de uma salada de fruta, e degustá-la.
Referência: ANGELINI, P. R. K. K de Kiwi e a
Aventura das Frutas. Porto Alegre: Edelbra, 2009. 23 p.
Resumo: O Kiwi, nativo do
Japão, chegando ao Brasil, foi
parar na fruteira de uma casa,
onde havia várias outras frutas.
Logo tentou conquistar a
amizade delas, que interagiram
como ele, expondo suas
características como tamanho,
textura, cor, valor nutritivo,
sabor, formato, até todas se
conhecerem.
81
Livro 26: Lis Não Quer Comer Vegetais
Autora: Diana Gomide
Ano de publicação: 2011
Editora: Cedic
Nº de páginas: 16
Palavras Chave: Alimentação; Hábitos; Sanduíche;
Batata Frita; Fazenda; Culinária; Avó; Horta; Vegetais;
Frutas;
Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade
social, ambiental e econômica; II - Abordagem do sistema
alimentar na sua integralidade; III- Valorização da cultura
alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e
perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas; IV - A comida e o alimento como
referências; valorização da culinária enquanto prática
emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 3º: limitar o consumo
de alimentos processados; 4º: evitar o consumo de
alimentos ultraprocessados; 6º: fazer compras em locais
que ofertem variedades de alimentos in natura ou
minimamente processados; 7º: desenvolver, exercitar e
partilhar habilidades culinárias;
9º: dar preferência, quando fora de casa, a locais que
servem refeições feitas na hora
Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre
quais vegetais fazem parte de sua alimentação, explicando
a importância de seu consumo.
Fazer uma aula de campo a uma horta, ajudando-os a
reconhecer os vegetais encontrados.
Realizar uma oficina culinária de uma preparação a base
de vegetais, como uma salada para acompanhar o almoço
ou o jantar na escola.
Resumo: Lis é uma garota que só gosta de
comer hambúrguer, batata frita, dentre
outras coisas da praça de alimentação do
shopping. Até que um dia ela viaja para a
fazenda onde sua avó mora, e fica
encantada ao ver as frutas e vegetais
crescendo nas plantas, e sente vontade de
prová-los. E sua avó prepara vários pratos
caseiros deliciosos, e a menina se
apaixonada por suas comidas, inclusive
pelos vegetais. Ela fica tão feliz que ao
voltar da viagem, conta tudo para seus
amigos e professores da escola, que então
resolvem plantar uma horta na escola.
82
Conversar com os alunos sobre os malefícios que o
consumo de fast foods pode trazer para a saúde.
Referência: GOMIDE, D. Lis Não Quer Comer
Vegetais. Belo Horizonte: Cedic, 2011. 16 p.
Livro 27: O Caso das Bananas
Autor: Milton Célio de Oliveira Filho
Ano de publicação: 2003
Editora: Brinque-Book
Nº de páginas: 32
Palavras Chave: Macaco; Banana; Floresta; Selva;
Animais; Coruja; Comida; Investigação;
Princípios da EAN relacionados: I- sustentabilidade
social, ambiental e econômica;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre as características da banana (cor, textura,
cheiro), sobre seus nutrientes, e fazer uma degustação de
variados tipos de banana (nanica, ouro, maçã, pacovã).
Referência: OLIVEIRA FILHO, M. C. O Caso das
Bananas. Brinque-book: São Paulo, 2003. 32 p.
Resumo: O livro narra a estória de
um macaco que, ao acordar, não
encontra seu cacho de bananas, e
prontamente chama a coruja para
iniciar uma investigação a fim de
descobrir que bicho as roubou.
Depois de toda a investigação,
descobre-se que ele mesmo as
comeu durante um episódio de
sonambulismo.
83
Livro 28: O Caso do Bolinho
Autora: Tatiana Belinky
Ano de publicação: 2004
Editora: Moderna
Nº de páginas: 32
Palavras Chave: Bolo; Culinária; Cozinha; Avô; Avó;
Raposa;
Princípios da EAN relacionados: IV - A comida e o
alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 2º: utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas
quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar
preparações culinárias; 7º: desenvolver, exercitar e
partilhar habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: após a leitura, preparar com os
alunos uma receita de bolo, e degustá-la posteriormente.
Optar por bolos que levem frutas em seu ingrediente, em
detrimento de bolos com caldas de chocolate e brigadeiro.
Sugestões: bolo de maçã com canela, bolo de banana com
aveia, bolo de abacaxi com açúcar mascavo, bolo de
milho, e bolo de fubá. Aproveitar o momento para falar da
importância do uso moderado de sal, açúcar e óleo.
Referência: BELINKY, T. O Caso do Bolinho. 2. ed.
São Paulo: Moderna, 2004. 32 p.
Resumo: À pedido do vovô, a
vovó prepara um delicioso
bolo, e o coloca para esfriar na
janela. Entediado com a espera,
o bolo resolve sair rolando por
aí, até que acaba sendo
devorado por uma raposa
faminta.
84
Livro 29: O Caso do Favo de Mel
Autor: Milton Célio de Oliveira Filho
Ano de publicação: 2013
Editora: Brinque-Book
Nº de páginas: 32
Palavras Chave: Abelha; Mel; Favo de mel; Colmeia;
Urso; Animais; Floresta; Selva; Natureza;
Princípios da EAN relacionados: NA (não se aplica);
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação.
Recomendações Práticas: conversar com as crianças
sobre como o mel é produzido (pelas abelhas), questioná-
los acerca de suas características (como cor, sabor, aroma,
textura) e fazer um momento de degustação de frutas com
mel.
Referência: OLIVEIRA FILHO, M. C. O Caso do Favo
de Mel. São Paulo: Brinque-book, 2013. 32 p.
Resumo: Um dia, ao voltar
para a colmeia, a abelha notou
que alguém comeu seu mel.
Ela, então, sai pela floresta
falando com cada um dos
animais, à procura do culpado.
Até que, ao fim, ela descobre
que quem comeu seu mel foi o
urso, que não resiste a um favo
de mel.
85
Livro 30: O Coelho faz Nhéc
Autor: Editora Vale das Letras
Ano de publicação: 2012
Editora: Vale das Letras
Nº de páginas: 8
Palavras Chave: Coelho; Fazenda; Vegetais; Plantação;
Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade
social, ambiental e econômica;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação.
Recomendações Práticas: perguntar aos alunos quais os
alimentos podem ser encontrados em uma plantação, e
anotar suas respostas. Escolher alguns dos alimentos
citados, e conversar sobre suas características (cor, sabor,
textura, formato, cheiro) e seus benefícios para a saúde.
Finalizar com uma degustação dos alimentos escolhidos,
ou de uma preparação à base deles.
Referência: VALE DAS LETRAS (Ed.). O Coelho Faz
Nhéc. Blumenau: Vale das Letras, 2012. 8 p.
Resumo: Havia, na fazenda, um coelho
muito guloso. Sempre que o fazendeiro
dava as costas, ele saia da toca para
comer os vegetais deliciosos da
plantação. Até que um dia, o fazendeiro
foi para a cidade, e como estava
demorando muito para voltar, o coelho
resolveu experimentar todos os tipos de
vegetais que havia na plantação.
Quando o fazendeiro voltou e viu que
todos os vegetais haviam sido comidos,
resolveu, então, passar a plantar apenas
flores.
86
Livro 31: O Cozinheiro Atrapalhado
Autor: Silvio Costa
Ano de publicação: 2013
Editora: Paulinas
Nº de páginas: 31
Palavras Chave: Cozinha; Cozinheiro; Omelete;
Culinária; Atrapalhado;
Princípios da EAN relacionados: IV - A comida e o
alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 2º: utilizar óleos,
gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao
temperar e cozinhar alimentos e criar preparações
culinárias; 7º: desenvolver, exercitar e partilhar
habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre
o ovo (sua cor, textura, aroma, e sabor), e realizar uma
oficina culinária com o preparo de omeletes com recheios
variados. Sugestões de recheios: ricota, tomate e
manjericão; frango, cenoura ralada e coentro; queijo minas
frescal, cebola e salsa. Aproveitar o momento para falar da
importância do uso moderado de sal, açúcar e óleo.
Referência: COSTA, S. O Cozinheiro Atrapalhado. São
Paulo: Paulinas, 2013. 31 p.
Resumo: Havia um cozinheiro
muito atrapalhado, que vivia
correndo para cima e para
baixo. Um dia, entrou em sua
cozinha todo apressado para
preparar um omelete. Separou
ovos, queijo, presunto, cebola,
alho, salsa e tomate, e começou
o preparo. Quando o cheirinho
delicioso já estava no ar, ele se
distraiu e deixou a omelete
queimar, porque era muito
atrapalhado.
87
Livro 32: O Grande Rabanete
Autora: Tatiana Belinky
Ano de publicação: 2002
Editora: Moderna
Nº de páginas: 32
Palavras Chave: Horta; Vovô; Avô; Plantação; União;
Refeição; Rabanete;
Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade
social, ambiental e econômica;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 5º: comer com
regularidade e atenção, em ambientes apropriados e,
sempre que possível, com companhia 7º: desenvolver,
exercitar e partilhar habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: perguntar às crianças quem
sabe o que é um rabanete, como o da estória, e em seguida
conversar com a turma sobre esse alimento, e mostrar a
elas um rabanete in natura. Em seguida, utilizá-lo no
preparo de uma salada, e servi-la junto ao almoço ou
jantar na escola.
Referência: BELINKY, T. O Grande Rabanete. São
Paulo: Moderna, 2002. 32 p.
Resumo: O vovô plantou um
rabanete em sua horta, mas ele
cresceu tanto, mas tanto, que
ele sozinho não conseguia tirá-
lo da terra. Então ele foi
chamando a família para
ajudar, e um a um, iam-se
somando forças, até que
conseguiram colher o grande
rabanete. Para comemorar,
cozinharam-no e comeram-no
todos juntos.
88
Livro 33: O Mundo Inteiro
Autora: Elizabeth Garton
Ano de publicação: 2013
Editora: Paz e Terra
Nº de páginas: 40
Palavras Chave: Perspectiva Complexa; Complexidade;
Mundo; Relações;
Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: N.A. (não se aplica);
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com a
turma sobre os diversos fatores que envolvem a
alimentação, como acesso à terra, plantio e colheita,
transporte dos alimentos, compra e preparo. Ensinando-os
que muito esforço é despendido para que o alimento esteja
em seus pratos, e conscientizando-os sobre a importância
de não desperdiçar os alimentos.
Referência: SCANLON, E. G. O Mundo Inteiro. 2. ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2013. 40 p.
Resumo: O livro trata da
vastidão do mundo e a conexão
entre todos os elementos
envolvidos na vida de uma
pessoa, falando, inclusive, da
fome, da alimentação, e da
culinária.
89
Livro 34: O Ovo
Autor: Ivan Zigg
Ano de publicação: 2011
Editora: Edigraf
Nº de páginas: 12
Palavras Chave: Ovo; Fazenda; Pintinho;
Princípios da EAN relacionados: II - Abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre
as características do ovo (sua cor, textura, aroma, e sabor),
e sobre os benefícios de seu consumo para a saúde.
Realizar uma degustação com diferentes modos de preparo
de ovos: ovos de galinha cozidos, ovos de codorna
cozidos, ovos de galinha mexidos, e omeletes.
Recomendações Práticas:
Referência: ZIGG, I. O Ovo. Rio de Janeiro: Edigraf,
2011. 12 p.
Resumo: O livro conta a
estória de um ovo que, em um
certo dia, some do galinheiro.
No decorrer das páginas, o
leitor vai acompanhar a procura
pelo ovo perdido, até que ele é
encontrado no milharal, após
ser chocado e virar um
pintinho.
90
Livro 35: O Ovo e o Vovô
Autora: Simone Scharpira Waiman
Ano de publicação: 2011
Editora: Paulinas
Nº de páginas: 16
Palavras Chave: Ovo; Ovos; Avô; Netos; Infância;
Família; Culinária;
Princípios da EAN relacionados: II- Abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade; IV- comida e o
alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 7º: desenvolver,
exercitar e partilhar habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre
as características do ovo (sua cor, textura, aroma, e sabor),
e sobre os benefícios de seu consumo para a saúde.
Realizar uma degustação com diferentes modos de preparo
de ovos: ovos de galinha cozidos, ovos de codorna
cozidos, ovos de galinha mexidos, e omeletes.
Referência: WAIMAN, S. S. O Ovo e o Vovô. 7. ed. São
Paulo: Paulinas, 2011. 16 p.
Resumo: Vovô David tinha dois netos,
Denis e Delane. Delane quando era
pequenina, não sabia falar a palavra
vovô, e o chamava de ovo. A partir
disso, o livro narra os momentos vividos
entre os netos e seu avô, e cita as
características do mesmo, sempre
comparando suas características com as
do ovo ou de preparações feitas com
ovos.
91
Livro 36: O Ratinho faz Nhóc
Autor: Editora Vale das Letras
Ano de publicação: 2012
Editora: Vale das Letras
Nº de páginas: 8
Palavras Chave: Rato; Restaurante; Queijo; Frutas;
Bolos;
Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 7º: desenvolver,
exercitar e partilhar habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre o queijo – alimento muito associado aos
ratos no imaginário infantil, bem como na capa do livro.
Abordar os tipos de queijo, sua textura, cor, sabor, e os
benefícios do seu consumo para a saúde. Culminar com
uma brincadeira de experimentar um queijo e tentar
descobrir qual é, por exemplo, ricota, mussarela, ou
coalho.
Referência: VALE DAS LETRAS (Ed.). O Ratinho Faz
Nhóc. Blumenau: Vale das Letras, 2012. 8 p.
Resumo: Um ratinho faminto
resolve entrar escondido em um
restaurante para lanchar. Lá ele
come tudo o que encontra:
frutas, queijos, bolos,
macarrão... Após encher a
barriga, ele resolve tirar um
cochilo, quando o chef do
restaurante volta para a cozinha
e fica furioso ao ver a bagunça
feita pelo ratinho.
92
Livro 37: O Ratinho, O Morango Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado
Autor: Don Wood
Ano de publicação: 2012
Editora: Brinque Book
Nº de páginas: 8
Palavras Chave: Floresta; Natureza; Morango; Rato;
Planta; Urso; Fome;
Princípios da EAN relacionados: II - abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após a leitura, conversar com
os alunos sobre as características do morango (cor, textura,
sabor, formato) e os benefícios de seu consumo para a
saúde. Em seguida, realizar uma oficina culinária com o
preparo de receitas à base de morango, e posterior
degustação. Sugestões: suco de morango e geleia de
morango com bolacha de água e sal.
Referência: WOOD, D. O Ratinho, O Morango
Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado. 2. ed.
São Paulo: Brinque-book, 2012. 36 p.
Resumo: Um dia, o ratinho
saiu de casa com uma escada
para colher o morango
vermelho maduro, que parecia
estar delicioso e exalava um
cheiro incrível. Até que o
narrador o convence de que há
um grande urso esfomeado que
ama morango a solta, e que
pode acha-lo onde quer que o
ratinho o esconda. Então, o
narrador o convence de que a
única forma de despistar o urso
é dividindo com ele o morango.
93
Livro 38: O Rato do Campo e o Rato da Cidade
Autor: Flávio de Souza
Ano de publicação: 2011
Editora: Ledic
Nº de páginas: 16
Palavras Chave: Rato; Comida; Regionalização; Urbano;
Rural;
Princípios da EAN relacionados: III- valorização da
cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões
e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como
referências; valorização da culinária enquanto prática
emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 3º: limitar o consumo
de alimentos processados; 4º: evitar o consumo de
alimentos ultraprocessados;
Recomendações Práticas: após a leitura, com a ajuda das
crianças, montar duas tabelas no quadro: uma com as
comidas do campo, e outra com as comidas da cidade,
sugeridas pelos alunos. Em seguida, falar sobre o que são
alimentos in natura ou minimamente processados,
processados, e ultraprocessados e seu consumo.
Referência: SOUZA, F. O Rato do Campo e o Rato da
Cidade. Belo Horizonte: Ledic, 2011. 16 p.
Resumo: Um dia o rato da cidade foi
visitar seu primo, o rato do campo,
que o recebeu com as comidas que
ele mais gostava: queijo e frutas.
Porém o rato da cidade não gostou
do jantar, nem da vida rural, e o
convidou para conhecer a cidade.
Chegando lá, lhe ofereceu as
comidas da cidade, isto é, sobras de
queijo, tortas, bolos, e o rato do
campo amou. Até que o gato chegou
e os ratinhos precisaram fugir
correndo.
94
Livro 39: O Sanduíche da Maricota
Autor: Avelino Guedes
Ano de publicação: 2002
Editora: Moderna
Nº de páginas: 30
Palavras Chave: Galinha; Sanduíche; Culinária; Cozinha;
Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades
culinárias;
Recomendações Práticas: após a leitura, convidar as
crianças para criarem seu próprios sanduíches em uma
oficina culinária. Dispor em recipientes: pão integral,
frango desfiado, alface, cenoura ralada e rodelas de
tomate, deixando que elas montem seus sanduíches como
preferirem.
Referência: GUEDES, A. O Sanduíche da
Maricota. São Paulo: Moderna, 2002. 30 p.
Resumo: A galinha Maricota
preparou um sanduíche de pão, milho
e ovo. Quando ela ia comê-lo, o bode
chegou em sua casa e colocou um
pedaço de capim no sanduíche.
Depois dele, chegou o gato e colocou
uma sardinha. Então chegou o
cachorro e colocou um osso, e assim
por diante. Maricota, irritada com a
intromissão dos seus amigos, jogou o
sanduíche fora, e fez outro do jeito
que ela gosta: pão, milho e ovo.
95
Livro 40: Panela de Arroz
Autor: Luís Camargo
Ano de publicação: 1991
Editora: Ática
Nº de páginas: 32
Palavras Chave: Arroz; Culinária; Charadas; Cozinha;
Princípios da EAN relacionados: II- abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade; III- valorização da
cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões
e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como
referências; valorização da culinária enquanto prática
emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 2º: utilizar óleos,
gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao
temperar e cozinhar alimentos e criar preparações
culinárias 7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades
culinárias;
Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre
o arroz, suas características (cor, formato, textura, sabor).
Em seguida, preparar, em uma oficina culinária com os
alunos, bolinhos de arroz assados, e degustá-los.
Aproveitar o momento para falar da importância do uso
moderado de sal, açúcar e óleo.
Referência: CAMARGO, L. Panela de Arroz. São
Paulo: Ática, 1991. 32 p.
Resumo: Maneco Caneco
encontra uma casa em formato
de panela, a casa do arroz. Ao
chegar lá, para passar pelas
portas da casa, ele precisa
decifrar uma série de charadas
sobre alimentos, até conseguir
entrar no cômodo em que o
arroz está sendo preparado, e
acompanhar esse processo de
preparo.
96
Livro 41: Pêssego, Pera, Ameixa no Pomar
Autora: Janet Ahlberg
Ano de publicação: 2007
Editora: Moderna
Nº de páginas: 37
Palavras Chave: Torta; Pomar; Piquenique;
Comensalidade;
Princípios da EAN relacionados: III- valorização da
cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões
e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
5º: comer com regularidade e atenção, em ambientes
apropriados e, sempre que possível, com companhia;
Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre
a importância das refeições compartilhadas, como na parte
final do livro. Em seguida, fazer uma oficina culinária,
preparando uma torta de ameixa (ou de pêra, ou de
pêssego), e como no livro, reunir todos os alunos para
comerem juntos a receita preparada.
Referência: AHLBERG, J. Pêssego, Pera, Ameixa no
Pomar. São Paulo: Moderna, 2007. 37 p.
Resumo: Nesse livro, o autor
percorre as páginas buscando,
através do enredo da estória,
itens que estão nas próximas
páginas. A busca culmina com
uma torta, que é compartilhada
em um piquenique por várias
pessoas.
97
Livro 42: Poesia é Fruta Doce e Gostosa
Autor: Elias José
Ano de publicação: 2006
Editora: FTD
Nº de páginas: 55
Palavras Chave: Poesia; Poema; Frutas; Charada;
Princípios da EAN relacionados: IV - a comida e o
alimento como referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após a leitura dos poemas,
escolher junto aos alunos algumas frutas para serem
degustadas. Sugestões: cortar as frutas e deixar que eles as
provem separademente, preparar com eles uma salada de
frutas, ou espetar as frutas no palito de churrasco, fazendo
um espetinho de frutas junto com os alunos.
Referência: JOSÉ, E. Poesia é fruta doce e gostosa. São
Paulo: Ftd, 2006. 55 p.
Resumo: Esta obra é um
compilado de poesias e
charadas sobre variadas frutas,
desde as mais tradicionais
como goiaba e banana, às mais
exóticas, como carambola e
damasco.
98
Livro 43: Que Horta
Autora: Tatiana Belinky
Ano de publicação: 1987
Editora: Paulus
Nº de páginas: 16
Palavras Chave: Horta; Plantação; Vegetais; Agricultura;
Princípios da EAN relacionados: I- sustentabilidade
social, ambiental e econômica; II- abordagem do sistema
alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: tentar descobrir, junto com os
alunos, quais são os vegetais que deram origem aos
vegetais misturados de Zimpolho e Zimpão. Em seguida,
utilizá-los para preparar, junto com a turma, uma salada
para acompanhar o almoço ou o jantar na escola.
Referência: BELINKY, T. Que Horta! São Paulo:
Paulus, 1987. 16 p.
Resumo: Narra a estória de
Zimpolho e Zimpão, que
resolvem construir uma horta,
ilustrando desde o momento de
cavar o solo até o momento da
colheita, em que eles colhem
inusitados vegetais que na
verdade, são misturas de outros
dois vegetais.
99
Livro 44: Rimas Saborosas
Autor: César Obeid
Ano de publicação: 2009
Editora: Moderna
Nº de páginas: 64
Palavras Chave: Frutas; Vegetais; Cordel;
Princípios da EAN relacionados: III- valorização da
cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões
e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como
referências; valorização da culinária enquanto prática
emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após a leitura dos cordeis,
escolher junto aos alunos algumas frutas e vegetais para
serem degustadas. Sugestões: frutas - cortar as frutas e
deixar que eles as provem separademente, preparar com
eles uma salada de frutas, ou espetar as frutas no palito de
churrasco, fazendo um espetinho de frutas junto com os
alunos; vegetais – pré cortá-los, e deixar que as crianças os
misturem para formar uma colorida salada.
Referência: OBEID, C. Rimas Saborosas. São Paulo:
Moderna, 2009. 64 p.
Resumo: O livro fala sobre
diversas frutas e vegetais
utilizando versos de cordel,
além de ilustrações feitas com
massinha.
100
Livro 45: Rinocerontes não Comem Panquecas
Autora: Anna Kemp
Ano de publicação: 2011
Editora: Paz e Terra
Nº de páginas: 32
Palavras Chave: Rinoceronte; Panqueca; Infância;
Princípios da EAN relacionados: N.A. (não se aplica);
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
8º: planejar o uso do tempo para dar à alimentação o
espaço que ela merece;
Recomendações Práticas: conversar com a turma sobre a
falta de atenção dos pais de Dayse com o momento das
refeições, a ponto de não notarem a presença do
rinoceronte. Em seguida, listar os alimentos em tons de
roxo como o do rinoceronte (repolho roxo, cebola roxa,
berinjela, beterraba) e ensinar aos alunos os benefícios de
seu consumo.
Referência: KEMP, A. Rinocerontes Não Comem
Panquecas. São Paulo: Paz e Terra, 2011. 32 p.
Resumo: Num belo dia, Dayse está
sentada à mesa para comer, quando um
enorme rinoceronte roxo aparece e
come suas panquecas. Ela tenta várias
vezes contar ao seus pais o ocorrido,
porém o esforço é em vão, pois eles
não prestam atenção no que ela está
dizendo por estarem sempre muito
ocupados. Então ela e o rinoceronte
acabam tornando-se amigos, até que ele
comer todas as panquecas.
101
Livro 46: Só um Minutinho
Autor: Yuyi Morales
Ano de publicação: 2006
Editora: FTD
Nº de páginas: 31
Palavras Chave: Avó; Festa; Comida; Cozinha;
Culinária; Comensalidade; Aniversário; Esqueleto.
Princípios da EAN relacionados: III- valorização da
cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões
e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como
referências; valorização da culinária enquanto prática
emancipatória; V- a promoção do autocuidado e da
autonomia;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades
culinárias;
Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre
comidas de festa, listando-as no quadro, e escolher uma
delas para preparar na escola, adaptando a receita original
para torná-la mais saudável. Sugestões: coxinha de batata
doce assada, pastel de forno integral, mini pizza integral
com molho de tomate caseiro.
Referência: MORALES, Y. Só um Minutinho. São
Paulo: Ftd, 2006. 31 p.
Resumo: Um dia, o Sr. Esqueleto bateu à
porta da casa da vovó Carocha para levá-la.
Ela, então, começou a enrolá-lo, pois não
queria ir. Pediu que ele esperasse enquanto
ela estava cozinhando, e preparou várias
comidas típicas da culinária mexicana, como
tortilhas de milho. Ao fim do dia, depois de
muito cozinhar, seus netos chegaram a sua
casa, pois era seu aniversário, e o Sr.
Esqueleto juntou-se à família para comer as
delícias preparadas pela vovó e comemorar
seu aniversário. Ele gostou tanto das
comidas que desistiu de levá-la, e foi
embora, deixando a vovó Carocha em paz.
102
Livro 47: Tudo por um Pacote de Amendoim
Autor: Gládis Barcelos
Ano de publicação: 2010
Editora: Paulinas
Nº de páginas: 23
Palavras Chave: Amendoim; Irmãos; Alimentação;
Princípios da EAN relacionados: III - valorização da
cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões
e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
2º: utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas
quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar
preparações culinárias; 3º: limitar o consumo de alimentos
processados; 4º: evitar o consumo de alimentos
ultraprocessados
Recomendações Práticas: conversar com os alunos sobre
a quantidade de sal e gordura utilizada nos petiscos de
amendoim industrializados, e em seguida, preparar e
degustar, com eles, amendoins assados caseiros,
explicando a importância do preparo caseiro para a saúde.
Referência: FERRÃO, G. B. M. Tudo por um Pacote de
Amendoim. São Paulo: Paulinas, 2010. 23 p.
Resumo: Os irmãos João e
Juarez ganham de sua mãe um
pacote de amendoim para cada
um. Juarez come rapidamente o
seu, e toma o pacote de João,
que então inicia uma saga a fim
de recuperar seu pacote de
amendoim, recorrendo à ajuda
de vários personagens.
103
Livro 48: Um + Um + Um + Todos
Autora: Anna Göbel
Ano de publicação: 2013
Editora: Gutenberg
Nº de páginas: 28
Palavras Chave: Colheita; Cebola; Cebola Roxa; Campo;
Fazenda; Agricultura; Cultivo; Fazendeiro; Refeição;
União;
Princípios da EAN relacionados: I - sustentabilidade
social, ambiental e econômica; II- abordagem do sistema
alimentar na sua integralidade;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 1º: fazer de alimentos in natura ou minimamente
processados a base da alimentação; 7º: desenvolver,
exercitar e partilhar habilidades culinárias;
Recomendações Práticas: perguntar às crianças quem já
viu uma cebola roxa, como a da estória, e em seguida
conversar com a turma sobre esse alimento, e mostrar a
elas esse alimento. Em seguida, utilizá-lo no preparo de
uma salada, e servi-la junto ao almoço ou jantar na escola.
Referência: GÖBEL, A. Um + Um + Um + Todos. Belo
Horizonte: Gutenberg, 2013. 28 p.
Resumo: Trata-se de uma obra
composta apenas por ilustrações, na
qual um agricultor não tem força
suficiente para colher sozinho uma
planta, e pede ajuda para vários
outros personagens. Então todos se
juntam num esforço conjunto, e
conseguem colher uma enorme
cebola roxa, e comemoram juntos a
conquista compartilhando uma
refeição.
104
Livro 49: Visitas à Casa da Vovó
Autor: Elias José
Ano de publicação: 2006
Editora: Paulus
Nº de páginas: 16
Palavras Chave: Comida; Casa de avó; Avó; Família;
Infância;
Princípios da EAN relacionados: II- abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade; III- valorização da
cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões
e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como
referências; valorização da culinária enquanto prática
emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados: 7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades
culinárias;
Recomendações Práticas: conversar com as crianças
sobre as comidas que elas comem na casa de seus avós, e
juntos, escolher uma para cozinhar em uma oficina
culinária, e degustar posteriormente.
Referência: JOSÉ, E. Visitas à Casa da Vovó. São
Paulo: Paulus, 2006. 16 p.
Resumo: A obra narra a estória
de uma criança que vai à casa
de sua avó visitá-la, e no
decorrer das páginas, vai
contando as aventuras que
viveu por lá, bem como os
alimentos que comeu.
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Livro 50: Vovô Bastião vai Comendo Feijão
Autora: Sylvia Orthof
Ano de publicação: 2007
Editora: Paulinas
Nº de páginas: 28
Palavras Chave: Família; Culinária; Fome; Feijão;
Cozinha; Tempero
Princípios da EAN relacionados: III- valorização da
cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões
e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de
diferentes naturezas; IV- a comida e o alimento como
referências; valorização da culinária enquanto prática
emancipatória;
Passos para uma Alimentação Saudável relacionados:
7º: desenvolver, exercitar e partilhar habilidades
culinárias; 1º: fazer de alimentos in natura ou
minimamente processados a base da alimentação;
Recomendações Práticas: após sua leitura, pode-se fazer
o plantio de sementes de feijão em um copo com algodão
molhado, seguido de uma explicação sobre a importância
do feijão na alimentação, servindo como incentivo para
que as crianças consumam as preparações à base de feijão
servidas na merenda escolar.
Referência: ORTHOF, S. Vovô Bastião vai Comendo
Feijão. São Paulo: Paulinas, 2007. 28 p.
Resumo: Vovô Bastião está
preparando o feijão para o
almoço, sempre de olho em seu
apressado relógio, preocupado
em servi-lo antes do meio dia
porque todos estão com fome.
No decorrer do livro, ele vai
temperando e cozinhando o
feijão, até o momento da
refeição em família.
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