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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
LIXO ORGÂNICO E REAPROVEITAMENTO DOS
ALIMENTOS: CONSCIENTIZAR PARA NÃO
DESPERDIÇAR
Por: Gisele Cristina Havrechak Lemos
Orientadora: Vera Lucia Vaz Agarez
Brasília - DF
2010
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
LIXO ORGÂNICO E REAPROVEITAMENTO DOS
ALIMENTOS: CONSCIENTIZAR PARA NÃO
DESPERDIÇAR
Apresentação de Monografia ao
Instituto A Vez do Mestre -
Universidade Cândido Mendes , como
requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Educação
Ambiental.
Por: Gisele Cristina Havrechak Lemos
Brasília - DF
2010
3
AGRADECIMENTOS
A Deus que está sempre presente em minha vida.
A minha querida família, pelo apoio incondicional em todos os
momentos.
A querida colega de trabalho Emília Flor de Maio, pelo seu incentivo e
por facilitar o meu trabalho durante suas aulas.
Aos alunos da 6ª série B do Centro de Ensino Fundamental 316 de
Santa Maria que realizaram com dedicação as atividades sugeridas.
Ao Tutor Leonardo Silva pelo apoio e orientação para a realização deste
trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família, em especial ao meu querido
esposo Wagner e aos meus filhos Pedro e Júlia que sempre me fornecem força
e coragem para realizar os meus projetos.
“O segredo de uma boa alimentação está ao nosso alcance. Para chegar lá é
preciso só ter a vontade de chegar lá e mudar, para podermos garantir uma
boa saúde e uma vida plena.” ( Gerbardinger)
5
RESUMO
A presente monografia procura, a partir da análise da problemática do
lixo, verificar o desperdício de alimentos tanto na produção, armazenamento e
transporte como na preparação dos mesmos onde são desprezadas cascas,
talos, folhas e sementes.
Procura trazer em pauta uma reflexão sobre a quantidade de lixo
produzida em nosso planeta provocada pelo desenvolvimento das atividades
econômicas e o crescimento urbano, em que se exigiu um aumento no
abastecimento de alimentos e bens de consumo destacando uma produção
exagerada de resíduos sólidos.
Demonstra que em um país onde a fome, quantitativa e qualitativa,
atinge uma quantidade enorme de pessoas, tal desperdício é inadmissível.
Procura evidenciar que o reaproveitamento de alimentos constitui uma
prática de alimentação saudável e econômica, pois além de aumentar o valor
nutricional das preparações e a variedade dos pratos oferecidos, estabelece
uma relação favorável de custo-benefício dos alimentos.
Por fim, apresenta um trabalho desenvolvido com alunos da 6ª série B
do CEF 316 de Santa Maria, uma cidade satélite de Brasília, que visa indicar
caminhos para melhorar as condições nutritivas das refeições oferecidas em
suas casas fazendo com que passem a aproveitar melhor as partes não-
convencionais dos alimentos contribuindo para o não desperdício e acúmulo de
lixo nas ruas.
6
METODOLOGIA
A síntese de idéias apresentadas neste estudo foi embasada numa
metodologia que propôs pesquisas bibliográficas de diversos autores. Foram
consultados diversos materiais advindos da internet como artigos, monografias,
reportagens e outros materiais pertinentes ao assunto. Foram consultados
principalmente os sites relacionados com o Programa Fome Zero e também do
Banco de Alimentos.
Após diversas pesquisas, um questionário foi distribuído aos alunos da
6ª série B para verificação do conhecimento sobre o que é lixo, alimentação
saudável, desperdício e reaproveitamento de alimentos e reciclagem. Depois
da coleta de dados as informações sobre o assunto foram trabalhadas através
de textos distribuídos para os alunos, aulas expositivas, vídeos, pesquisas
entre outros.
Ao final do projeto os alunos da referida série confeccionaram livrinhos
contendo resumidamente a importância do reaproveitamento de alimentos bem
como algumas receitas que foram expostos durante a realização da Feira de
Ciências do CEF 316 de Santa Maria.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I – LIXO 12
1.1 - Lixo: um problema para o Meio Ambiente 12
1.2 - O Lixo ao longo dos tempos 13
1.3 - Classificação do lixo 15
1.4 - Problemas causados pelo lixo 17
1.5 - Destino e Tratamento do lixo 18
CAPÍTULO II – A FOME E A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO 21
2.1 – A Problemática da Fome no Brasil e no Mundo 21
2.2 – Hábitos alimentares 25
2.3 – Alimentação Alternativa 27
2.4 – Necessidades Nutricionais do Organismo 28
2.5 – Desperdício x Reaproveitamento 30
CAPÍTULO III – DOENÇAS RELACIONADAS À ALIMENTAÇÃO 34
3.1 – Anorexia e Bulimia 34
3.2 – Desnutrição 37
3.3 – Obesidade 39
CAPÍTULO IV - PROJETO DE REAPROVEITAMENTO DE ALIMENTOS COM
ALUNOS DA 6ª SÉRIE B DO CEF 316 DE SANTA MARIA/DF 41
8
CONCLUSÃO 46
BIBLIOGRAFIA 48
ANEXOS 51
9
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é fruto da observação do desperdício constante de
alimentos que ainda podem ser aproveitados e reaproveitados e, como
conseqüência deste desperdício, um aumento significativo de acúmulo de lixo
de toda natureza.
No lixo orgânico há resíduos que poderiam ser aproveitados para
diversos fins, entretanto são acumulados na natureza sem nenhuma seleção
trazendo ao ambiente urbano um sério problema: a poluição.
Ambiente poluído é aquele que não é capaz de assimilar a quantidade
de matéria e energia ali colocadas, desfazendo assim o equilíbrio local. Esta
alteração chamamos de lixo, e as conseqüências por falta de tratamento
adequado são enormes: o mau cheiro, a reprodução de insetos e roedores que
transmitem diversas doenças, a contaminação de rios e lençóis d’água com o
chorume produzido. O desequilíbrio dessa estrutura, ocorrida por composto
orgânico, torna-se mais fácil de ser solucionada ou amenizada.
No Brasil, alimentos são desperdiçados desde o cultivo até o momento
em que chega ao consumidor. O desperdício é um sério problema a ser
resolvido na produção e distribuição de alimentos
(www.bancodealimentos.org.br acesso em 14.10.2009).
Normalmente, por falta de costume partes não convencionais dos
alimentos tais como as folhas, os talos, as cascas, as sementes e as flores são
rejeitados, sendo consideradas lixo. Estas partes podem ser utilizadas no
preparo de diversos pratos. Desperdiçamos também sobras de alimentos que
ainda podem ser reaproveitados.
10
A falta de alimentos, os tabus e crenças alimentares e a diminuição de
poder aquisitivo, são fatores que levam à nutrição inadequada. Devemos
aproveitar tudo que o alimento pode nos oferecer como fonte de nutrientes.
Atualmente, a alimentação alternativa, isto é, o aproveitamento total dos
alimentos serve para diminuir os gastos com alimentação e dar de comer a
quem não tem recursos.
É importante sensibilizar as pessoas quanto ao melhor aproveitamento
dos alimentos constituindo uma prática de alimentação saudável e econômica
estabelecendo uma relação favorável de custo-benefício.
Pesquisas recentes apontam que pelo menos 1 bilhão de pessoas no
mundo passam fome, segundo o relatório da FAO, 2004 (Organização das
Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação). É necessário informar as
pessoas quanto a importância da alimentação na dieta do ser humano uma vez
que diversas doenças são ocasionadas devido a má alimentação ou até
mesmo pela falta de nutrientes necessários para o bom desenvolvimento do
organismo.
O desperdício é um sério problema a ser resolvido na produção e
distribuição de alimentos. O crescimento da população mundial, mesmo que
amparado pelos rápidos avanços da tecnologia, nos faz crer que o desperdício
de alimentos é uma atitude injustificável. Dessa forma, devemos aproveitar
tudo que o alimento pode nos oferecer como fonte de nutrientes, evitando
assim a destruição ambiental pelo acúmulo de lixo orgânico.
O presente trabalho está dividido em quatro capítulos. O primeiro trata
da problemática do lixo e suas conseqüências para o meio ambiente bem como
a sua história, classificação, tratamento adequado e destino final. O segundo
capítulo fala um pouco sobre a fome no Brasil e no Mundo e a importância da
alimentação para o ser humano, seus hábitos alimentares, as necessidades
nutricionais do organismo, alimentação alternativa e também aborta a
11
problemática do desperdício de alimentos e a necessidade de
reaproveitamento dos mesmos. O terceiro capítulo informa sobre algumas
doenças relacionadas à alimentação tais como: anorexia e bulimia, desnutrição
e obesidade. E, por fim, no quarto capítulo apresento o projeto desenvolvido
que pretende indicar caminhos para melhorar as condições nutritivas das
refeições oferecidas nas casas dos alunos da 6ª série B do CEF 316 de Santa
Maria/DF fazendo com que passem a aproveitar partes dos alimentos que
anteriormente eram destinadas às lixeiras e com isso variar e enriquecer
nutricionalmente o cardápio dos alunos, pois a alimentação é a base da vida e
dela depende o estado de saúde do ser humano.
12
CAPÍTULO I - LIXO
1.1 – Lixo: um problema para o Meio Ambiente
Chamamos de lixo tudo aquilo que não nos serve mais e jogamos fora.
Segundo Silveira Bueno lixo é: “s.m. o que se varre da casa e em geral
tudo o que não presta e se joga fora; cisco; sujeira; imundice.”
Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), lixo ou
resíduos sólidos são os “restos das atividades humanas, considerados pelos
geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis.”
Atualmente, a procura por comodidade, o consumo exagerado e a falta
de políticas públicas voltadas à questão do lixo têm provocado um aumento
considerável na produção de materiais que são considerados sem valor e que
o único destino são os lixões ou aterros sanitários. Além disso, o crescimento
exagerado das cidades fez com que os locais destinados ao depósito de lixo se
tornassem pequenos. A sujeira acumulada no ambiente aumenta a poluição do
solo, do ar e das águas, além de piorar as condições de saúde da população.
Independente do tipo de consideração que se faz ao lixo, o fato é que pouco se
tem feito em relação à quantidade produzida e o que é jogado fora
(www.lixo.com.br acesso em 12.12.2009).
Para Calderoni “o lixo é um material mal amado que cresce o volume
produzido, resultante do aumento desvairado do consumo, são cada vez mais
caras, mais raras e mais distantes as alternativas tradicionais de disposição do
lixo em aterros (...).”
Um grande problema é o esgotamento da capacidade dos poucos
aterros existentes bem como a precariedade das condições higiênico-sanitárias
aliados as dificuldades de encontrar novas áreas para se depositar o lixo.
13
Muitos são terrenos baldios, rios e mangues aterros a céu aberto, matas, etc. O
lixo, por oferecer água, alimento e abrigo, dá condições para o
desenvolvimento de várias formas nocivas ao homem ( JONATHAN, 2007 ).
Os nômades não tinham problemas com lixo. Por estarem em constante
movimentação, deixavam para trás os restos de suas atividades. Quando o ser
humano passou a se fixar em pequenas comunidades, o seu lixo era
constituído basicamente de restos de alimentos e não causava problema: era
produzido em pequenas quantidades que podiam ser aproveitadas por
pequenos animais ou transformadas em adubo pela própria natureza
(http://www.rio.rj.gov.br/comlurb).
Para Marcelo Pelizzoli “o lixo (resíduos) sempre existiu. Mas hoje
mostra-se o elemento recalcado e ao mesmo tempo revelador do drama da
humanidade. O drama da pobreza, por exemplo, revelado nos resíduos da
subnutrição, vestígios da falta de uma série de vitaminas; o drama da riqueza e
da lambança, com seus resíduos monstruosos; o drama da autodestruição da
saúde. Tudo isso revela o drama da busca estonteante por sentido, por prazer,
e objetos que se avolumam e se descartam”.
1.2 – O lixo ao longo dos tempos
A história do lixo se confunde com a história do ser humano.
No período da Pré-história, percebemos que os humanos viviam em
pequenos grupos que se abrigavam em cavernas e se alimentavam dos
animais que caçavam e das plantas que apanhavam. Eles se mudavam com
freqüência à procura de mais recursos e nunca ficavam num mesmo lugar
tempo suficiente para acumular muito lixo. Seus resíduos eram compostos por
ossadas e objetos de pedra lascada (http://www.rio.rj.gov.br/comlurb).
14
À medida que os humanos passaram a se estabelecer em comunidades
permanentes (as cidades) aumentou a concentração de pessoas e de resíduos
produzidos por elas. Como elas não se mudavam mais, o acúmulo desses
resíduos passou a incomodar. Em Atenas surgem os primeiros lixões que, por
conseqüência, atraíram ratos, baratas e outros insetos indesejáveis. Os gregos
passaram então a cobrir o lixo com camadas de terra e criaram, em 500 a.C., o
que hoje chamamos de aterro controlado, mas ainda assim naquela época o
lixo era composto basicamente por restos de comida (www.recicloteca.org.br
acesso em 20.10.2009).
Durante a Idade Média, livrar-se do lixo continuava a ser uma
responsabilidade de cada um, o acúmulo de pessoas nas cidades foi
aumentando e, conseqüentemente, também o volume dos resíduos que
continham, além de restos de comida, grandes quantidades de excrementos
animal e humano. Este período da história foi marcado pelo surgimento de
sérias doenças e epidemias (www.portalsaofrancisco.com.br acesso em
20.10.2009).
No século XIX, quando as más condições de higiene passaram a ser
vistas como um incômodo, a população buscou alternativas para a disposição
final do lixo e assim como algumas mudanças de hábito com relação à higiene
pessoal e das residências. Os municípios limpavam as ruas, e os engenheiros
sanitários criaram novas tecnologias para reduzir custos e volume. Os óleos e
gorduras eram recuperados para serem reutilizados na fabricação de sabão e
velas, os incineradores geravam vapor para energia e aquecimento.
Com o passar dos anos, surgem novas fontes de energia e cresce a
produção e o consumo de bens. Isso aumenta muito a geração de lixo
doméstico e industrial, com muito mais resíduos químicos e materiais como
plástico, metais, vidro...
15
Na onda do consumismo, os produtos que antigamente eram feitos para
durar muitos anos, hoje tem uma vida útil muito menor e, ao invés de consertar,
as pessoas são incentivadas a jogar fora e comprar um modelo novo. Estamos
na era do descartável, mas assim como as pessoas na Idade Média sofreram
as conseqüências de jogar o lixo em qualquer lugar, nós estamos percebendo
que consumir muito e jogar muita coisa fora está nos trazendo sérios
problemas.
1.3 – Classificação do lixo
Segundo os sites www.lixo.com.br e www.portalsaofrancisco.com.br os
diferentes tipos de resíduos sólidos podem ser classificados com a respectiva
origem:
• Lixo domiciliar É formado pelos resíduos sólidos produzidos pelas
atividades residenciais e apresenta em torno de 60% de composição
orgânica e o restante formado por embalagens plásticas, latas, vidros,
papéis, etc.
• Lixo público É aquele resultante das atividades de limpeza de vias e
logradouros públicos e é composto por papéis, terra, folhas, etc.
• Lixo comercial Varia de acordo com a atividade desenvolvida no
estabelecimento de origem. No caso de bares, restaurantes e hotéis
predomina o lixo de origem orgânica enquanto os escritórios geram lixo
onde predomina o papel.
• Lixo hospitalar Os serviços hospitalares, ambulatoriais, farmácias, são
geradores dos mais variados tipos de resíduos sépticos, resultados de
curativos, aplicação de medicamentos que em contato com o meio
ambiente ou misturado ao lixo doméstico poderão ser patógenos ou
vetores de doenças, devem ser destinados a incineração.
16
• Lixo industrial É aquele composto pelos resíduos sólidos produzidos nos
processos industriais e suas características dependem diretamente do
tipo de indústria e do tipo de processo utilizado. Porém nem sempre todo
o resíduo produzido numa indústria é lixo. Ao contrário, podem ser sub-
produtos que servirão de matéria prima para outros processos
industriais.
Noutros casos a natureza dos resíduos produzidos por algumas indústrias,
como padarias e confecções por exemplo, são de natureza idêntica à do lixo
domiciliar, porém produzidos em maior escala. Os resíduos industriais que são
lixo e merecem tratamento especial são aqueles que oferecem qualquer risco
ao meio ambiente e à saúde da população, resultantes da atividade industrial
ou do tratamento de seus efluentes , líquidos e gasosos.
• Lixo especial Apresenta características especiais, passa a merecer, por
tanto, atenção diferenciada no seu acondicionamento, transporte,
manipulação e disposição. São eles os resíduos industriais, os gerados
pela construção civil, os de serviços de saúde, os lixos radioativos, os de
portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários.
Todo lixo gerado no decorrer das atividades diárias acaba se tornando
um problema de limpeza urbana, quando é levado do espaço privado de
nossas casas para o espaço público da rua. O lixo constituído pelos tipos
domiciliar, comercial e público é chamado lixo urbano.
O lixo pode ser também classificado de acordo com sua composição
química em orgânico e inorgânico. Quando resultante de restos de seres vivos
animal ou vegetal o lixo é denominado orgânico. O lixo inorgânico é resultante
de material sem vida, este sendo composto principalmente por materiais de
embalagens.
No Brasil, o lixo é composto na sua maior parte ( 60% ) por restos de
alimentos. Esse desperdício poderia ser evitado com o uso de embalagens
17
adequadas, melhor manuseio e valorização do reaproveitamento das sobras
alimentares visando a contribuição para gerar quantidade menor de lixo.
O lixo orgânico depois de coletado pode ser transformado em adubo,
pelo processo de compostagem, como também, separar as sobras de
alimentos reaproveitando-as como fonte alternativa no complemento alimentar,
conciliando valor nutricional e econômico.
1.4 – Problemas causados pelo lixo
Um dos grandes problemas ambientais da atualidade é o lixo. O homem,
quando coloca o lixo para o lixeiro ou joga-o em terrenos baldios, resolve o seu
problema individual não se dando conta que as áreas de depósito de lixo das
cidades estão cada vez mais escassas e que o lixo jogado nos terrenos baldios
favorece o desenvolvimento de insetos e ratos transmissores de doenças.
Os resíduos sólidos ou lixo urbano em sua maioria é constituído de
matérias orgânicas biodegradáveis, originadas de restos alimentares.
Segundo Branco, um dos problemas desse tipo é o fato de constituir um
ambiente favorável ao desenvolvimento de insetos e roedores que transmitem
doenças.
A Peste Bubônica, que na Idade Média causou a morte de grande parte
das populações da Europa e da Ásia, era causada, principalmente, devido ao
hábito que se tinha na época de lançar o lixo às ruas, que permitia a
proliferação incontrolável de ratos, os quais invadiam as casas deixando suas
pulgas, que são os vetores da peste.
Outro inconveniente do lixo urbano é o processo de liquefação durante a
sua decomposição em que surge o chorume, também chamado “calda negra”,
líquido escuro e mal cheiroso.
18
Este líquido em contato com a água da chuva que se infiltra à massa dos
aterros gera um lixiviado tóxico com reduzida biodegradabilidade, presença de
metais pesados e amônia atingindo os lençóis freáticos poluindo esse recurso
natural.
1.5 – Destino e Tratamento do lixo
O destino do lixo é diferente, de acordo com cada tipo de resíduo que o
constitui. Entretanto, o destino mais comum que se dá para qualquer resíduo
no Brasil são os chamados “Lixões”. Em aproximadamente 70% das cidades
brasileiras os resíduos ainda são jogados neste destino final. 13% dos
municípios destinam seus resíduos a aterros sanitários e 17% em aterros
controlados. Menos de 10% dos municípios brasileiros realizam coleta seletiva
e reciclagem.
Os lixões são um espaço aberto, localizado geralmente na periferia das
cidades onde o lixo fica apodrecendo, ou então é queimado. Não devem ser
confundidos com aterros sanitários, pois consiste em um método que não leva
em consideração critérios sanitários ou ecológicos, provocando a
contaminação das águas subterrâneas e do solo e a poluição do ar com gases
tóxicos.
É muito comum também o despejo do lixo em córregos ou em terrenos
baldios pela população de periferias que não recebem atenção quanto à coleta
ou educação municipal. 20% da população brasileira ainda não contam com
serviços regulares de coleta. Outrossim, uma parcela significativa da população
“educada” e que recebe serviços de coleta joga lixo em locais inadequados
como, principalmente, nas vias públicas.
O lixo comum e entulhos devem ir para aterros sanitários quando não há
mais a possibilidade de reciclagem ou reutilização . Os aterros sanitários são
19
basicamente locais onde os resíduos são confinados no solo, livre do contato
com o ar e cobertos com uma camada de terra. O terreno é impermeabilizado
para permitir que os líquidos e os gases resultantes da decomposição que
estes resíduos sofrem embaixo da terra (principalmente por bactérias) sejam
drenados e tratados, para evitar a contaminação do ambiente. Ainda há falta de
aterros sanitários no Brasil. Por outro lado, a maioria dos existentes não foi
construída de acordo com os padrões técnicos, comprometendo o solo e os
recursos hídricos. Também existem os aterros controlados que são
basicamente um sistema intermediário de destinação de resíduos entre os
lixões e os aterros sanitários, pois há um controle de entrada de pessoas e
cobertura diária do lixo. Porém, os impactos que causam estão mais para o
lado negativo dos lixões do que dos aterros sanitários, pois a contaminação do
solo e dos corpos hídricos não é controlada.
O lixo séptico ou hospitalar deve ir para valas sépticas ou ser incinerado
(a incineração é diferente da queima, pois é feita em máquinas especiais e não
simplesmente pelo fogo). Entretanto, em muitas cidades, o lixo hospitalar é
depositado em aterros sanitários ou mesmo lixões. Isto quando a coleta é
irregular ou inexistente. Além disso, muitos resíduos infectantes vão para
aterros sanitários através da coleta domiciliar, já que muitas pessoas são
tratadas de enfermidades nas suas próprias residências.
O lixo tóxico deve ir para aterros especiais ou centros de triagem
específicos para que os resíduos possam ser reciclados ou reutilizados.
Em algumas cidades, o lixo orgânico é encaminhado para usinas de
compostagem. Estas usinas consistem basicamente em locais onde estes
resíduos são misturados com terra e esterco, misturados constantemente e
submetidos à ação de fungos e bactérias, para serem transformados em adubo
orgânico, também chamado de húmus, material muito rico em nutrientes.
20
Existe uma diferença entre destino final e tratamento de resíduos. O
tratamento é prévio ao destino final, sendo que para cada tipo de resíduo existe
um tratamento e um destino final específico.
No caso dos resíduos comuns, geralmente não há tratamento antes de
seu destino final e os resíduos vão das fontes geradoras até os aterros
sanitários.
A triagem e a reciclagem são tipos de tratamento para alguns tipos de
resíduos, bem como a compostagem, a pirólise, a incineração etc. A triagem é
um tratamento necessário para a reciclagem e a reciclagem é um tratamento
necessário para a fabricação de produtos feitos com matéria prima reciclada.
Ambos os processos geram rejeitos então a outra parte dos resíduos é
encaminhada para aterros sanitários.
A incineração é um tipo de tratamento para, por exemplo, lixo hospitalar,
que depois vira cinza e esta vai para os aterros sanitários. O lixo hospitalar
também pode passar por tratamentos como microondas e autoclavagem e
depois serem encaminhados a aterros sanitários ou valas sépticas
(dependendo do teor de contaminação dos resíduos resultantes).
Resíduos tóxicos passam por tratamento prévio, como blendagem e
encapsulamento, e são encaminhados para o seu destino final que são os
aterros especiais.
O artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
estabelece que “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à Coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, por isso o tratamento do lixo
deve ser considerado como uma questão de toda a sociedade e não um
problema individual, quando se pensa na preservação do meio ambiente.
21
CAPÍTULO II – A FOME E A IMPORTÂNCIA DA
ALIMENTAÇÃO
2.1– A Problemática da Fome no Brasil e no Mundo
“Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava, nem cheirava:
Engolia com voracidade;
O bicho não era um cão.
Não era um gato.
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.”
( Manuel Bandeira )
Os dicionários de Língua Portuguesa nos apresentam várias definições
da palavra FOME:
“ s.f. Grande apetite de comer; urgência de alimentos; miséria; escassez;
sofreguidão.”( Silveira Bueno, 2000 )
22
“ (Fo.me) sf. 1. Falta de alimento. 2. Necessidade, desejo de alimento. 3. Fig.
Vontade intensa.” ( Aulete, 2006 )
“ sf. 1. Grande apetite de alimentos. 2. Míngua de víveres. 3. Avidez. “ (Aurélio,
2001)
A definição da fome é um quanto controversa. Haveria inicialmente que
se distinguir a fome aguda, momentânea, da fome crônica. A fome aguda
equivale a urgência de se alimentar, a um grande apetite. A fome crônica,
permanente, ocorre quando a alimentação diária, habitual, não propicia ao
indivíduo energia suficiente para a manutenção do seu organismo e para o
desempenho de suas atividades cotidianas.(www.desnutricao.org.br –
acessado em 10/08/09)
Todo ser humano precisa se alimentar para continuar vivo, e para ter
saúde. Portanto, estas condições estar - vivo e ter saúde - dependem
diretamente do quanto e do que se come.
O número de pessoas passando fome chega a ser assustador. O
relatório “Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2004”, de publicação
anual e elaborado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e Alimentação), assegura que entre 1990 e 1992 as pessoas
famintas, no Brasil, somavam 18,5 milhões. A soma diminui para 16,5 milhões
entre 1995 e 1997 e para 15,6 milhões entre 2000 e 2002. Para medir a fome a
FAO considera a ingestão calórica, a quantidade de comida disponível e as
desigualdades no acesso aos estoques de alimento.
Pesquisas recentes apontam que pelo menos 1 bilhão de pessoas no
mundo passam fome. O Instituto de Pesquisas Econômicas (Ipea) indica que
no Brasil 46 milhões de habitantes vivem em estado de indigência, ou seja,
passam fome todos os dias.
23
Ainda segundo o IPEA, a fome e o desperdício de alimentos são dois
dos mais relevantes problemas que o Brasil enfrenta, constituindo-se em um
dos maiores paradoxos de nosso país, já que produz 25,7% a mais de
alimentos do que necessita para alimentar a sua população.
Tal fato é o atestado de miséria absoluta e o grito de alarme que sinaliza
o desastre social de um país. Pela fome de 46 milhões se revela a essência
humana do próprio país, capaz de negar a condição humana, para uma grande
parte da população.
Segundo Herbet de Souza (Jornal do Brasil, 1993:12) “é assustador
perceber com que naturalidade fomos virando um país de miseráveis, com que
tranqüilidade fomos produzindo milhões de indigentes. Acabar com essa
naturalidade, recuperar o sentido da indignação frente à degradação humana,
reabsolutizar a pessoa como centro e eixo da vida e da ação política é
essencial para transformar a luta contra a fome e a miséria num imenso
processo de reconstrução do Brasil e de nossa dignidade”.
Acabar com a fome não é só dar comida e acabar com a miséria; não é
só gerar emprego, mas é reconstruir radicalmente toda a sociedade.
Josué de Castro já anunciava em 1946, em seu livro Geografia da Fome,
amargas conclusões acerca da problemática da fome em nosso país. Dentre
elas pode-se destacar o seguinte:
“O Brasil como país subdesenvolvido, em fase de desenvolvimento
autônomo e de acelerado processo de industrialização, não conseguiu se
libertar da fome e da subnutrição que, durante séculos, marcaram duramente a
sua evolução social, atravancou o seu processo e o bem estar social do seu
povo. Esta dramática situação impõe a necessidade inadiável de uma política
alimentar mais efetiva, que não seja apenas de paliativos e de correção das
falas mais gritantes através de programas simplesmente assistenciais.
(1946:27)”.
24
Ao desperdiçarmos toneladas de alimentos diariamente, contribuímos
para a degradação econômica e social do nosso país, prejudicando a saúde de
milhões de pessoas, cidadãos que sofrem com a irracionalidade do
desperdício.
O Programa Fome Zero afirma que são 44 milhões de cidadãos
brasileiros que sofrem com a falta de alimentos. Além disso, a cada 3,6
segundos, alguém morre de fome no planeta e, todos os dias, 24 mil pessoas
morrem de fome crônica, de acordo com o publicado no site
www.fomezero.org.br. Segundo o site www.desnutrição.org.br, a situação da
falta de alimentos é ainda mais crítica em relação às crianças, das quais mais
de 153 milhões, com idade inferior a cinco anos, passam fome no mundo. Por
ano, outras seis milhões morrem em decorrência de doenças resultantes da
fome e 30 milhões de bebês nascem com baixo peso. O “Estado da
Insegurança Alimentar no Mundo 2004” afirma que mais de 16% das crianças
menores de 5 anos no mundo em desenvolvimento estão gravemente
desnutridas.
A abordagem economicista da fome sugere que as pessoas passam
fome porque não possuem renda suficiente para adquirir alimentos. Muitos
intelectuais do pós-guerra apostavam na idéia de que o desenvolvimento
econômico – baseado fortemente numa visão liberal e pacifista da econômica –
em si mesmo poderia solucionar grande parte das misérias humanas. Porém,
os acontecimentos a partir da metade do século XX desmentiram esta crença –
a guerra fria, a competição bélica, o totalitarismo etc. Por outro lado, não há
dúvidas de que o aspecto econômico é o elemento mais importante para
buscar as causas da fome.
Porém, outros fatores têm forte influência sobre as carências
alimentares: as condições climáticas, geológicas, biológicas, sociais e culturais
que influenciam tanto a disponibilidade de alimentos como o seu consumo.
25
2.2 – Hábitos Alimentares
Hábitos alimentares são as formas como os indivíduos ou grupos
selecionam, consomem e utilizam os alimentos disponíveis, incluindo os
sistemas de produção, armazenamento, elaboração, distribuição e consumo de
alimentos.
De acordo com Oliveira & Thebaud-Mony, os perfis da alimentação
devem ser analisados sob várias perspectivas, ao mesmo tempo
independentes e complementares: a perspectiva econômica, na qual a relação
entre a oferta e a demanda, o abastecimento, o preço dos alimentos e a renda
das famílias são os principais componentes; a perspectiva nutricional, com
enfoque nos constituintes dos alimentos, indispensáveis à saúde e ao bem-
estar do indivíduo (proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas, minerais e
fibras), nas carências e nas relações entre dieta e doença; a perspectiva social,
voltada para associações entre alimentação e a organização social do trabalho,
a diferenciação social do consumo, os ritmos e estilos de vida; e a perspectiva
cultural, interessada nos gostos, hábitos, tradições culinárias, representações,
práticas, preferências, repulsas, ritos e tabus, isto é, nos aspectos simbólicos
da alimentação.
No entanto, Arruda conclui que, apesar da diversidade dos hábitos
alimentares entre diferentes povos, culturas e camadas sociais, em distintos
períodos históricos, o valor nutricional da dieta depende fundamentalmente das
possibilidades econômicas da família para acesso aos alimentos, sendo o seu
principal condicionante, mais do que o perfil qualitativo da alimentação
selecionada pela cultura da população.
A importância da alimentação para a saúde humana não é novidade.
Muitas pessoas não se dão conta da importância do que comem. Nem mesmo
os altos índices de morbidade e mortalidade causados por uma dieta
26
inadequada são motivos suficientes para reverter a alarmante situação
observada em todo o mundo.
Enquanto perduram os índices de desnutrição, especialmente nos
países em desenvolvimento, surge outra grave situação: a obesidade. Ela é
parâmetro de muitas pesquisas atuais, e temos assistido a precocidade com
que as crianças vêm desenvolvendo doenças antes exclusivas da idade adulta.
É urgente orientar os jovens quanto à importância dos alimentos
saudáveis, e que estes sejam acompanhados de informações que sirvam de
estímulo a novos hábitos. Pais, avós, educadores e profissionais de saúde
devem estar atentos em relação à quantidade de açúcar, gordura, sal, corantes
artificiais e conservantes na composição dos alimentos industrializados. O
excesso destas substâncias pode desencadear uma série de doenças crônicas
associadas à má alimentação e a deficiências nutricionais.
Devemos estimular o consumo dos alimentos funcionais, que são
saudáveis, previnem e também auxiliam no tratamento de diversas situações
clínicas. Alimentos como laranja, acerola, espinafre, couve, soja, linhaça, pães
integrais, carnes magras e peixes são alguns exemplos que devem sempre
estar presentes nas refeições.
Alimentação saudável e prática de atividade física regular são ótimos
investimentos na busca de uma melhor qualidade de vida e,
consequentemente, na prevenção de inúmeras doenças.
Segundo a Resolução CNS nº 408, de 11 de Dezembro de 2008, o
Conselho Nacional de Saúde aprovou diversas diretrizes para a promoção da
alimentação saudável e , entre elas, está: “promoção de alimentação saudável
durante o ciclo escolar, adequada às necessidades das faixas etárias e grupos
com necessidades especiais, e incentivo à atividade física, com ênfase na
formação de hábitos saudáveis, através de ações articuladas da Estratégia
Saúde da Família e do Programa Saúde na Escola, devendo, ainda, ser
27
proibida a utilização de alimentos que contenham quantidades elevadas de
açúcar, gorduras saturadas, gorduras trans, sódio e bebidas com baixo teor
nutricional”, e também a “inclusão da educação alimentar e nutricional no
currículo escolar, devendo os profissionais por ela responsáveis, serem
atualizados sistemática e continuamente”.
2.3 – Alimentação Alternativa
A alimentação alternativa, criada para combater a desnutrição, inclui
alimentos de alto valor nutritivo, de custo muito baixo, de paladar adaptado à
região e preparo rápido. O carro chefe desta alimentação é o principio da
multimistura - da variedade - que aproveita diversos alimentos que geralmente
são desprezados. São os farelos (de arroz e de trigo), as folhas verde-escuras
(de batata-doce, mandioca, taioba, beldroega, etc.), a casca de ovo e as
sementes (de abóbora, melancia, gergelim, jaca, caju, melão, etc.).
Esse método pode ser introduzido em qualquer lar e para qualquer
idade, porque não gasta muito e não muda o hábito da família, apenas
enriquece os pratos que a família está acostumada a usar em casa. O combate
à arteriosclerose, apendicite, diabete, prisão-de-ventre, hemorróidas, varizes e
câncer de intestino são benefícios adicionais da alimentação enriquecida.
Considerando-se que o corpo necessita de uma alimentação balanceada
para se desenvolver e que na maioria das vezes isso não ocorre, uma das
alternativas, fácil e barata, é o reaproveitamento de restos vegetais
normalmente jogados no lixo
Na cozinha, nada se perde, tudo é aproveitado. Cascas, talos, folhas e
sementes. Normalmente, o caminho destas sobras é o lixo. Pouca gente sabe
que, assim, são desperdiçadas toneladas de vitaminas da melhor qualidade.
Folhas de cenoura e de couve-flor, talos da couve, do espinafre, do brócolis e
28
até a casca da banana refogada são armas muito importantes contra a
desnutrição (www.mesabrasil,sesc.com.br acesso em 09.11.2009).
2.4 – Necessidades Nutricionais do Organismo
Os nutrientes encontrados nos alimentos propiciam crescimento e
desenvolvimento normais do organismo fundamentais à sua sobrevivência.
Para isso são indispensáveis todos os diferentes grupos de substâncias que
constituem a base da alimentação humana.
Ao longo da vida, as necessidades nutricionais modificam-se e sofrem
alterações, de acordo com a nossa idade, estilo de vida e metabolismo.
Um nutriente é uma substância usada pelo metabolismo de um
organismo que pode ser adquirido a partir do meio envolvente.
Os nutrientes orgânicos incluem carboidratos, gorduras, proteínas (ou
outros elementos construtores, como os aminoácidos), e vitaminas. Os
compostos químicos inorgânicos incluem os minerais ou água. Os nutrientes
são essenciais para o perfeito funcionamento do organismo e todos os que não
podem ser sintetizados pelo próprio organismo têm de ser obtidos de fontes
externas. Os nutrientes necessários em grandes quantidades são denominados
por macronutrientes e os necessários em pequenas quantidades por
micronutrientes.
Macronutrientes
“Macro” significa grande, por isso os macronutrientes são os nutrientes
mais necessários, conhecidos por proteínas, gorduras e carboidratos.
As proteínas são necessárias para a construção dos tecidos do corpo
incluindo dos músculos, órgãos, pele e também as partes do sistema
29
imunitário. O corpo pode usar as proteínas em excesso para converter em
energia ou em gordura. Os carboidratos incluem os açúcares, amido e fibras,
com os dois primeiros a serem fundamentais para o fornecimento de energia
que possibilita o funcionamento do corpo. Os carboidratos em excesso são
convertidos em gordura, gordura esta que forma as membranas que envolvem
todas as células do corpo, desde o normal funcionamento do cérebro, sistema
nervoso ou hormonal. Tal como as proteínas, a gordura extra pode ser
utilizada pelo corpo para produzir energia, ou, em casos de sedentarismo, para
armazenamento de gorduras.
Micronutrientes
“Micro” significa pequeno, e é por isso que os micronutrientes são todos
aqueles que são necessários em quantidades menores. Estes incluem várias
vitaminas, divididas em solúveis em água ou solúveis em gordura, dependendo
do meio no qual se dissolvem, e também minerais que devem ser incluídos
numa alimentação saudável.
As vitaminas solúveis em água incluem vitamina C e o complexo de
vitaminas B, como vitamina B1, vitamina B2, vitamina B6, vitamina B12 ou
folatos, com todas elas a possuírem uma variedade de funções essenciais para
a saúde. As vitaminas solúveis em gordura incluem a vitamina A, vitamina D,
vitamina E e vitamina K. As vitaminas A e E são absorvidas unicamente através
dos alimentos ingeridos, enquanto que as vitaminas D e K podem ser
sintetizadas pelo próprio organismo.
Os minerais incluem Cálcio, Fósforo, Ferro, Magnésio, Potássio, Sódio
ou Zinco, entre outros.
Os minerais são importantes para a saúde dos dentes, dos ossos,
músculos, equilíbrio hídrico do corpo e um conjunto de outras funções para o
bom funcionamento do organismo.
30
Embora uma alimentação saudável e rica em frutas, legumes, frutos
secos, vegetais, leguminosas, carne, peixe e produtos lácteos seja uma
excelente forma de garantir a ingestão de todos os micronutrientes que precisa,
existem algumas pessoas que podem necessitar da ajuda de suplementos
dietéticos, como mulheres em risco de osteoporose ou pessoas com doenças
de visão relacionadas com a idade. Aconselha-se sempre o uso de
suplementos dietéticos de acordo com as instruções da embalagem e sob
aconselhamento médico.
2.5 – Desperdício x Reaproveitamento
A palavra desperdício, segundo dicionários, envolve um sentido negativo
para a sociedade.
O desperdício é uma conseqüência do consumo exagerado
impulsionado pela mídia, que, diariamente, nos envolve com propagandas de
certos produtos que estejam na moda estimulando o consumo dos mesmos.
Pessoas que possuem hábitos de reaproveitar qualquer produto, são
entituladas de sovinas e ficam fora de moda.
O mundo produz diariamente comida em quantidade suficiente para
alimentar toda a população do planeta, no entanto a fome mata uma pessoa a
cada 3,5 segundos no mundo por não ter acesso a ela. Segundo o Relatório
Mundial Sobre a Fome 2006 da ONU, estima-se que existam hoje 854 milhões
de pessoas subnutridas no mundo. O documento revela que 300 milhões de
crianças passam fome no mundo e 25 mil pessoas morrem por dia de má
nutrição ou doenças associadas ao problema (www.fomezero.gov.br acesso
em 14.10.2009).
31
O Brasil parece ser um dos países mais férteis para o cultivo do
desperdício, pois recursos naturais, financeiros, oportunidades e alimentos são
literalmente atirados na lata do lixo, sem possibilidade de retorno. Como
sintoma de desorganização e desestruturação, o desperdício está incorporado
à cultura brasileira, ao sistema de produção, à engenharia do país, provocando
perdas irrecuperáveis na economia, ajudando o desequilíbrio do
abastecimento, diminuindo a disponibilidade de recursos para a
população.(Oliveira)
O Brasil é um dos principais produtores de alimentos do planeta. O país
desperdiça anualmente R$12 bilhões em alimentos que poderiam alimentar 30
milhões de pessoas carentes. O Programa Fome Zero do governo Lula
pretende atingir 44 milhões de pessoas( www.fomezero.gov.br acesso em
14.10.2009).
Perto de 44% do que é plantado se perde na produção, distribuição e
comercialização : 20% na colheita, 8% no transporte e armazenamento, 15%
na indústria de processamento e 1% no varejo. Com mais 20% de perdas no
processamento culinário e hábitos alimentares, as perdas totalizam 64% em
toda cadeia, conforme dados da revista Veja número 1749.
Evitando o desperdício, haverá mais alimentos à disposição no mercado e os
preços sofrerão redução para todos. É a lei da oferta e da procura.
Já há iniciativas que tentam mudar este quadro absurdo de desperdício
de um lado e fome de outro lado:
“Para reduzir as perdas, a Ceasa do DF criou dois programas: o Desperdício
Zero e o Banco de Alimentos da Ceasa. Com o objetivo de evitar que frutas e
verduras acabem no lixo. Os funcionários recolhem os alimentos não vendidos
e os separam para doação a entidades cadastradas. Mensalmente, são
colocadas 26 mil toneladas de verduras, frutas e legumes à venda na Ceasa.
“Pelo menos 2.600 toneladas são desperdiçadas. O programa de
32
reaproveitamento alimenta 30 mil pessoas com essa quantidade. Mais de 100
entidades, entre asilos e creches, já procuraram a Ceasa, interessadas em
receber as doações”, afirma Marilzete que trabalha na Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF)”
(http://www.iesb.br/moduloonline/napratica/?fuseaction=fbx.Materia&CodMateri
a=860, acesso em 22/10/2009)
Reciclar alimentos é uma alternativa barata e prazerosa, é o caminho
para combater a fome e a miséria. Na reciclagem de alimentos e
aproveitamento de restos vegetais encontra-se saúde de uma forma barata e
econômica.
Escolher uma dieta saudável é um pouco complicado no início, vistos os
conceitos e costumes alimentares que a pessoa traz consigo. No entanto, à
medida que se conhece os alimentos e a sua composição, tudo fica mais fácil.
Considerando-se que o corpo necessita de uma alimentação balanceada
para se desenvolver e que na maioria das vezes isso não ocorre, uma das
alternativas é o reaproveitamento de restos vegetais normalmente jogados no
lixo.
Para tanto, precisa-se primeiro deixar de lado preconceitos e costumes
que, muitas vezes, trazemos de berço.
Observando-se a rotina da dona de casa, vê-se que geralmente ela
descasca a abóbora, a cenoura, o chuchu e legumes em geral antes de
cozinhá-los. No entanto, o seu cozimento com a casca impede que nutrientes
importantes se percam. Por outro lado, a água do cozimento, que geralmente é
desprezada, pode ser aproveitada para a convecção de sopas. Outro
procedimento é retirar e jogar no lixo as folhas da beterraba, da cenoura e de
outros vegetais. Acontece que essas mesmas folhas ou cascas que são
jogadas no lixo podem ser aproveitadas para se fazer bolinhos, tortas salgadas
ou doces, sopas e caldos. Mesmo o brócolis, totalmente aproveitável em outras
33
sociedades, no Brasil dele só é usada a inflorescência. O mesmo acontece
com o couve-flor e o espinafre, cujo talo é normalmente desprezado
(www.mesabrasil.com.br acesso em 09.11.2009).
É importante a utilização de cascas, talos e folhas, pois o
aproveitamento integral dos alimentos, além de diminuir os gastos com
alimentação e melhorar a qualidade nutricional do cardápio, reduz o
desperdício de alimentos, e torna possível a criação de novas receitas.
Esse conceito deve ser realizado no dia a dia por qualquer pessoa,
independentemente de sua classe social ou econômica. Isso significa eliminar
alguns preconceitos alimentares de que esse tipo de alimentação é somente
usada em programas sociais voltados para população de baixa renda, e não
levam em conta o valor nutricional de alguns alimentos, que quase sempre está
concentrado nas cascas ou nas folhas.
Essas partes do alimento posteriormente iriam para o lixo podem ser
bem aproveitadas, servindo para suprir a carência de nutrientes no organismo,
e tornando o cardápio mais saudável e criativo.
Segundo o programa do SESC Mesa Brasil o reaproveitamento de
alimentos pode dar-se de duas formas: aproveitar sobras e aparas de
alimentos já preparados ou utilizar-se de partes dos alimentos que,
normalmente não são consumidos e por isso desprezado. Mas antes de
reutilizar o alimento deve estar atento a três regras básicas:
• Comprar bem: preferir legumes, hortaliças e frutas da época;
• Conservar bem: armazenar em locais limpos e em temperaturas
adequadas a cada tipo de alimento;
• Preparar bem: lavar bem os alimentos, não retirar cascas grossas e
preparar apenas a quantidade necessária para a refeição de sua família.
34
Capítulo III – DOENÇAS RELACIONADAS À
ALIMENTAÇÃO
3.1 – Anorexia X Bulimia
A anorexia nervosa, também simplesmente conhecida como anorexia, é
um transtorno alimentar que provoca no indivíduo tanto medo de ganhar peso
e/ou gordura corporal que ele(a) limitará severamente a quantidade de comida
que ingere. Por vezes, os anoréxicos também fazem exercício em excesso,
numa tentativa de queimar as calorias que ingeriram, para não ganharem peso
extra. Mesmo quando se desgastam fisicamente, e os outros os acham
doentiamente magros, os anoréxicos ainda acham que os seus corpos são
muito pesados e continuam a comer tão pouco quanto possível. Infelizmente,
sem nutrientes suficientes para os alimentar, os órgãos internos de um
anoréxico podem falhar, podendo daí resultar a morte.
Sinais de Anorexia
Raramente um anoréxico reconhece o seu transtorno alimentar e
procura ajuda, portanto cabe muitas vezes a familiares e amigos que suspeitam
de anorexia nervosa procurar ajuda de profissionais. Muitos dos sinais que
indicam anorexia incluem:
● Contagem obsessiva de calorias;
● Saltar refeições;
● Brincar com a comida no prato em vez de comer;
● Esconder comida (num guardanapo, debaixo de uma travessa, etc.) para
evitar comê-la;
35
● Mentir quanto a já ter comido, numa tentativa de evitar uma refeição;
● Ingerir apenas um determinado tipo de comida;
● Fazer exercício em excesso, particularmente depois de uma refeição, ou
“para abrir o apetite”;
● Perda dramática de peso;
● Excessivo interesse em questões relacionadas com peso, imagem corporal e
jejum;
● Vestir (para esconder o corpo) roupa larga ou disforme;
● Baixos níveis de energia;
● Doenças frequentes;
● Sono excessivo;
● Reduzido ou inexistente apetite sexual.
Bulimia
A bulimia nervosa, habitualmente denominada de bulimia, é um
transtorno alimentar marcado por episódios de voracidade seguidos de
vômitos. Durante um episódio de voracidade, um bulímico ingere uma grande
quantidade de comida de uma só vez, mas depois expulsa-a, quer induzindo
vômitos, quer tomando um laxante ou diurético. Para os bulímicos, comer
compulsivamente e expurgar constitui um ciclo, mas eles podem não ganhar ou
perder peso suficiente para que se torne óbvio que padecem de um transtorno
alimentar. Danos no trato digestivo, boca, dentes e glândulas salivares são
comuns entre bulímicos e o ciclo “alimentação compulsiva – expurga”
constante significa que os bulímicos raramente retêm vitaminas e minerais
36
suficientes para se manterem saudáveis. Estes fatores podem ter efeitos
prejudiciais sérios e prolongados na saúde.
Sinais de Bulimia
Muitos bulímicos têm comportamentos que se tornam sinais de aviso,
tais como:
● Esconder a comida reservada para episódios de voracidade (incluindo
frequentemente pão, massa, doces, sobremesas, batatas fritas e gelados. No
entanto, qualquer tipo de comida pode ser consumida durante a ingestão
compulsiva);
● Mentir sobre o que comeram;
● Comer compulsivamente em segredo;
● Vomitar em segredo;
● Esconder artigos como laxantes ou diuréticos;
● Deixar a água da torneira ou do chuveiro correr para disfarçar os episódios
de expurgação;
● Demonstrar uma preocupação profunda em relação ao peso, forma do corpo
e aspecto em geral;
● Queixas frequentes em relação a dores de garganta (causadas pelos
repetidos vômitos);
● Queixas frequentes em relação a problemas dentários (também causados
pelos vômitos);
● Esconder-se atrás de roupas largas e soltas;
● Demonstrar pouco ou nenhum impulso sexual.
37
3.2 – Desnutrição
A desnutrição é uma doença causada pela dieta inapropriada,
hipocalórica e hipoprotéica; também pode ser causada por má-absorção de
nutrientes ou anorexia. Tem influência de fator social, psiquiátrico ou
simplesmente patológico. Acontece principalmente em indivíduos de baixa
classe social e principalmente as crianças de países subdesenvolvidos
(www.brasilescola.com acesso em 17.11.2009).
Estima-se que, no mundo em desenvolvimeto, 174 milhões de crianças
menores de 5 anos têm desnutrição indicada pelo baixo peso para a idade e
230 milhões, pela baixa estatura para a idade. Reconhece-se que 6,6 milhões
dos 12,2 milhões de mortes entre crianças menores de cinco anos, ou seja,
55% das mortes infantis em países em desenvolvimento, estão associadas à
desnutrição (www.desnutricao.org.br acesso em 17.11.2009).
Além do sofrimento humano, a perda em termos de potencial humano
traduz-se em custos sociais e econômicos que nenhum país pode sustentar.
Cerca de 800 milhões de pessoas ainda não podem suprir suas necessidades
básicas de energia e proteína, mais de 2 bilhões de pessoas carecem de
micronutrientes essenciais, e milhões sofrem de doenças causadas por falta de
higiene dos alimentos e ingestão alimentar desequilibrada
(www.fomezero.org.br acesso em 14.10.2009).
A desnutrição é evitável e, principalmente, pode ser facilmente tratada.
Os ganhos obtidos com o tratamento e a erradicação da desnutrição em termos
de progresso, produtividade, bem-estar e felicidade são incalculáveis. Para que
isso aconteça, é importante a mobilização conjunta de governos, organizações
da sociedade civil e universidades.
A desnutrição energético-protéica é uma síndrome que compreende uma
série de doenças, cada uma das quais tem uma causa específica relacionada
38
com um ou mais nutrientes (por exemplo, proteínas, iodo ou cálcio) e se
caracteriza pela existência de um desequilíbrio celular entre o fornecimento de
nutrientes e energia por um lado, e por outro, a demanda corporal para
assegurar o crescimento, manutenção e funções específicas. Ocorre mais
facilmente em crianças em fase de amamentação, e menores de 5 anos.
A desnutrição é uma síndrome multifatorial que tem como causas
diversos fatores, normalmente associados à pobreza e a falta de alimentos dela
decorrente. Está relacionada à falta de condições mínimas de existência. Sua
solução deve levar em consideração o acesso à:
• Renda que garanta a aquisição de comida para uma vida saudável e a
compra de bens necessários para a existência social do indivíduo
enquanto cidadão;
• Economia formal - que dá ao cidadão o acesso aos documentos
necessários para que ele tenha uma identidade e possa trabalhar na
sociedade em que vive;
• Educação mínima que forneça formação e informação, criando
oportunidades para uma vida melhor, o que ajuda os indivíduos a cuidar
bem de seus filhos;
• Escolaridade é cada vez mais fundamental para se ingressar no
mercado de trabalho e viver numa sociedade desfrutando os direitos de
cidadão. O analfabetismo é um dos mais potentes mecanismos de
exclusão;
• Higiene;
• Moradias dignas, com vias pavimentadas, rede de esgoto, água potável
e recolhimento de lixo, evitando a proliferação de doenças;
39
• Serviço de saúde acessível com atendimento adequado por profissionais
capacitados, aptos a orientar mães e pais para se evitarem os males da
desnutrição.
A associação entre a desnutrição e doenças durante a infância,
principalmente infecções, está comprovada através de inúmeros trabalhos. As
crianças que sofrem desnutrição ficam expostas a um risco maior de doenças
devido ao comprometimento de seu sistema imunológico (de defesa e combate
a doenças).
3.3 - Obesidade
A Obesidade é considerada pela OMS como uma doença, estando
catalogada como tal no CID (código internacional de doenças).
É caracterizada pelo excesso de massa gorda (gordura) de um
indivíduo.
É considerado normal que um indivíduo apresente cerca de 20% do seu
peso, em massa gorda.
A massa magra corporal é formada pelos órgãos, músculos, ossos e
água muscular. Representa cerca de 80% de seu peso.
O excesso da massa gorda está relacionado à ingestão calórica maior
que a queima calórica.
A obesidade pode ter características genética-hereditárias, ou ainda
estar relacionadas à certas doenças.
Segundo Busse a obesidada não é um problema moral, não é um
problema mental ou de falta de força de vontade, seu tratamento implica na
redução da mortalidade de pessoas que teriam suas vidas interrompidas
40
precocemente. Infelizmente não existe milagre que promova a perda de peso
sem a colaboração e a motivação da pessoa; os sacrifícios portanto precisam
ser conhecidos.
A obesidade pode aumentar o risco da pessoa desenvolver várias
condições, como diabete, pressão alta, doenças do coração e algumas formas
de câncer. Muitos riscos à saúde são mais altos nas pessoas obesas, e os
riscos podem aumentar como o grau de aumento da obesidade. Em particular,
as pessoas que ganham peso extra ao redor da cintura, ao invés de nas pernas
e nas coxas, têm maior chance de ter problemas de saúde causados pela
obesidade.
41
CAPÍTULO IV – PROJETO DE REAPROVEITAMETO DE
ALIMENTOS COM ALUNOS DA 6ª SÉRIE B DO CEF 316
DE SANTA MARIA/DF
A sensibilização é a primeira etapa na implementação de um Projeto de
Educação Ambiental.
A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará sequência ao seu
processo de socialização. O que nela se faz se diz e se valoriza representa um
exemplo daquilo que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos
ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida
escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis.
Como nos esclarece Cristiane Marangon:
“A questão ambiental está em alta por uma razão simples: necessidade
de sobrevivência. Quanto mais cedo o tema for abordado com as crianças,
maiores as chances de despertar a consciência pela preservação. Por isso, a
educação para uma vida sustentável deve começar já na pré-escola. O objetivo
definido pelo Referencial Curricular Nacional é observar e explorar o meio
ambiente com curiosidade, percebendo-se como ser integrante, dependente,
transformador e, acima de tudo, que tem atitudes de conservação.”
O desenvolvimento de um projeto de reaproveitamento de alimentos
com a turma da 6ª série B do CEF 316 de Santa Maria pretende possibilitar que
os alunos e seus familiares possam diminuir os custos com a alimentação e o
volume de lixo orgânico permitindo ainda que as mesmas agreguem novos
valores nutricionais ao seu cardápio.
Para que este projeto aconteça, é preciso que, não somente os alunos
participem, mas que também a comunidade escolar como um todo esteja
envolvida.
42
5.1 - OBJETIVO
O obejtivo deste projeto é tentar melhorar as condições nutritivas das
refeições oferecidas nas casas dos alunos do CEF 316 de Santa Maria fazendo
com que passem a aproveitar partes dos alimentos que anteriormente eram
destinadas às lixeiras e com isso variar e enriquecer nutricionalmente o
cardápio dos alunos e também alertar para a quantidade de lixo orgânico que
não é reaproveitado e despositado todos os dias nas ruas.
5.2 – PÚBLICO ALVO
A princípio o projeto será desenvolvido na própria escola com os alunos
da 6ª série B do CEF 316 de Santa Maria/DF. Após participarem do
desenvolvimento do projeto estes alunos tornam-se automaticamente
divulgadores do mesmo incentivando o reaproveitamento em seus domicílios
evitando o desperdício e o acúmulo de lixo nas ruas.
5.3 – CRONOGRAMA
O projeto será desenvolvido no decorrer das aulas de ciências dentro da
grade horária normal da escola durante duas semanas, o que corresponde a 8
aulas e apresentação dos resultados na realização da Feira de Ciências.
1ª AULA
Apresentação do projeto para a turma com o auxílio da professora de
ciências especificando que todo trabalho deverá ser apresentado na Feira de
Ciências da escola;
Entregar texto: “Lixo: material que se joga fora?”;
43
Explicar o texto através de aula expositiva;
Pedir aos alunos que façam um desenho representando como o lixo
interfere na natureza;
Fazer um sorteio para que alguns alunos apresentem seus desenhos
explicando-os;
Solicitar aos alunos para que procurem figuras sobre o lixo, fome,
alimentos, reciclagem para posterior confecção de mural.
2ª AULA
Dividir a turma em 4 grupos e fazer um sorteio sobre os seguintes
temas: a história do lixo, como o lixo pode ser classificado, problemas
causados pelo lixo e destino e tratamento do lixo;
Cada grupo ficará responsável por um tema e deverá confeccionar um
cartaz sobre o assunto para posterior explicação para o restante da turma;
Os componentes deverão pesquisar o conteúdo nos livros e textos
trazidos pela professora e, também, utilizar a sala de informática da escola.
3ªAULA
Apresentação dos trabalhos confeccionados na aula anterior;
Reforçar o conteúdo com os alunos através de aula expositiva.
4ª AULA
Apresentação de slide ( power point ) sobre reciclagem, materiais que
podemos reciclar, local adequado para os materiais a serem reciclados,
resíduos orgânicos, sobras de alimentos, reaproveitamento das sobras,
utilização das partes não-convencionais dos alimentos, fome no Brasil e no
mundo.
44
Toda a aula será interativa
Solicitar aos alunos que façam uma entrevista com um adulto da família
ENTREVISTA:
1 – O que você faz com as sobras da comida que restam na panela ou que
estão guardadas na geladeira?
2 – Você costuma utilizar as cascas da frutas e legumes no preparo de outros
pratos?
3 – Você utiliza as folhas da cenoura, beterraba, brócolis, etc? O que faz com
elas?
4 - Conhece alguma doença relacionada a má alimentação?
5 - Tudo o que se joga fora é realmente lixo?
6 - Você sabe o que é reciclagem? É importante reciclar?
Solicitar aos alunos que pesquisem receitas que são feitas reutilizando
alimentos e também figuras que tratem das doenças relacionadas a má
alimentação ( anorexia, bulimia, desnutrição e obesidade ).
5ª AULA
Apresentação de slide ( power point ) sobre as doenças relacionadas a
alimentação
Dividir a turma em 4 grupos para fazer um cartaz sobre as doenças.
Cada grupo ficará com uma doença a ser sorteada.
Apresentação dos trabalhos para a turma.
45
6ª AULA
Dividir a turma em equipes de trabalho
1ª equipe: organização do mural sobre alimentação saudável e
reutilização dos alimentos
2ª equipe: confecção das receitas onde se utilizam todas as partes do
alimentos ou reaproveitamento dos mesmos e organizar para colocá-las em um
livro de receitas
3ª equipe: fazer uma música incentivando a alimentação saudável e a
reutilização dos alimentos
4ª equipe: organizar a confecção de folders a serem distribuidos durante
a realização da Feira de Ciências
Toda a turma deverá participar da confecção do livro de receitas.
7ª AULA
Finalização dos trabalhos das equipes e preparação para apresentação
na Feira de Ciências.
8ª AULA
Montagem de murais e painéis a serem apresentados na Feira de
Ciências.
46
CONCLUSÃO
Ao realizar a pesquisa constatou-se, através da literatura, que o
desperdício de alimentos ocorre desde a sua produção até chegar ao
consumidor final.
Sementes mal estocadas, as más condições para o plantio, colheitas
desordenadas, trasporte de maneira inadequada, precariedade no
armazenamento em mercados e o não aproveitamento de partes importantes
como: talos , folhas, cascas e sementes ocasionam perdas financeiras,
ambientais e sociais para a população.
No lixo encontra-se uma enorme quantidade de alimentos que poderiam
servir para suprir as necessidades nutricionais de uma grande parte da
população que não tem acesso a uma alimentação de qualidade e em
quantidade satisfatória.
A questão do lixo tem a ver com cada um de nós, com as empresas e
com o governo. Portanto, cada um deve procurar ver qual é a sua parte e como
deve se relacionar com as outras partes, para evitar o desperdício de recursos
naturais e os problemas provocados pela falta de cuidados com o lixo.
Precisamos mudar nossos hábitos e deixar de ser o “País do
desperdício”. Evitando o desperdício, estamos economizando dinheiro,
poupando recursos naturais, deixando de gerar uma grande quantidade de lixo,
um dos grandes problemas de nossa época, beneficiando pessoas que não
têm o que comer, beneficiando a nossa saúde e a saúde do planeta.
O desenvolvimento deste projeto com alguns alunos do CEF 316 de
Santa Maria/DF, mesmo sendo uma ação isolada, reflete a necessidade de um
conjunto de investimentos em tecnologia e qualificação profissional que
precisam ser desenvolvidas com seriedade pelas autoridades competentes.
47
A questão ambiental não dis respeito somente à saúde da natureza, mas
também de sociedade. E para que a vida seja melhor, só depende das nossas
atitudes. Enquanto isso, continua sendo um desafio alterar os hábitos
alimentares da população.
48
BIBLIOGRAFIA
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reiscos através da alimentação saudável. São Paulo: Ed. Atheneu, 2000.
ARRUDA, B. K. G. Padrões alimentares da população brasileira. Instituto
Nacional da Alimentação e Nutrição - INAN,1981.
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BRANCO, Samuel Murgel. Ecologia da cidade. São Paulo. Ed. Moderna, 1991.
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Paulo: Ed. Saraiva, 2000.
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CALDERONI, SAABETAI. Os Bilhões perdidos no lixo.2ª ed. São Paulo.Ed.
Humanitas, 1998.
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Global, 2008.
CASTRO, Josué de. Geografia da fome. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2001.
CÉU, Maria do. Cozinhando com cascas, talos e folhas. São Paulo: Ed. FTD,
1998 ( Natural e Gostoso – 2 ).
CLAUDINO, A.M & ZANELLA, M.T.Transtornos Alimentares e obesidade.
Barueri: Ed. Manole, 2005.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua
portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 2001.
49
MARANGON, Cristiane. Preservar também é coisa de criança. A preocupação
com o meio ambiente é atual e envolve toda a sociedade. Revista Nova Escola,
nº 158, dez. 2002.
OLIVEIRA, L.F. e Col. Aproveitamento alternativo da casca do maracujá
amarelo (Passiflora edulis F. Flavicarpa) para a produção de doce em
calda.Campinas: Ciência e Tecnologia Alimentar, 2002.
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http://mundomelhor.blogs.minas.gincanadomilenio.org.br/2007/12/02/o-nosso-
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www.asbran.org.br – acesso em 19.12.2009
www.bancodealimentos.org.br – acesso em 14.10.2009
www.bancodoplaneta.com.br/group/alimentacao - acesso em 15.10.2009
www.brasilescola.com – acesso em 17.11.2009
www.centroakatu.org.net – acesso em 15.10.2009
www.desnutricao.org.br – acesso em 17.11.2009
www.fomezero.gov.br – acesso em 14.10.2009
50
www.gastronet.com.br – acesso em 15.11.2009
www.icidadania.org.br – acesso em 17.11.2009
www.lixo.com.br – acesso em 12.12.2009
www.mds.gov.br – acesso em 15.10.2009
www.mesabrasil.sesc.com.br – acesso em 09.11.2009
www.minhavida.uol.com.br/materias/alimentacao - acesso em 09.11.2009
www.obesidade.med.br – acesso em 17.11.2009
www.portalsaofrancisco.com.br – acesso em 12.12.2009
www.recicloteca.com.br – acesso em 15.11.2009
www.tribunadonorte.com.br – acesso em 17.11.2009
51
ANEXOS
ANEXO 1
RESOLUÇÃO CNS Nº 408, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2008
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua 192ª Reunião Ordinária,
realizada nos dias 10 e 11 de dezembro de 2008, no uso de suas
competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei n° 8.080, de 19 de
setembro de 1990, e pela Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990 e pelo
Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006 e conforme estabelecido no artigo 77,
§3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT, considerando
a Constituição Federal, que em seus artigos 5º e 6º considera como direitos e
garantias fundamentais, a inviolabilidade do direito à vida e à saúde, cabendo
ao Estado o dever de garanti-la (art. 196 CF);
considerando a Lei nº 8080/90 - Lei Orgânica da Saúde, que em seu artigo 6º,
inciso IV inclui no campo de atuação do Sistema Único de Saúde a vigilância
nutricional e a orientação alimentar;
considerando a Lei nº 11.346/2006 - Lei de Segurança Alimentar e Nutricional,
que considera ”a alimentação adequada, um direito fundamental do ser
humano, inerente à dignidade da pessoa humana, devendo o poder público
adotar políticas e ações necessárias para promover e garantir a segurança
alimentar e nutricional da população”;
considerando que a Política Nacional de Alimentação e Nutrição e a Política
Nacional de Promoção da Saúde devem conjugar esforços para promover a
alimentação saudável e adequada fomentando estilos de vida saudáveis e
indicando que as ações de saúde pública devem contemplar todos os ciclos de
vida, com destaque para a infância e adolescência;
52
considerando que a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta sobre uma
epidemia global de sobrepeso e obesidade, associada ao aumento da
prevalência de doenças crônicas não transmissíveis – DCNT, apontando entre
os principais fatores de risco, a alimentação de má qualidade, a inatividade
física e o baixo consumo de frutas e hortaliças;
considerando que o Relatório Saúde Brasil de 2005 aponta que 32% das
mortes no Brasil decorrem de doenças crônicas não transmissíveis e que
grande parte delas pode ser evitada pelo controle do tabagismo, do consumo
de álcool e da promoção da alimentação saudável;
considerando as evidências apontadas nas pesquisas nacionais realizadas
pelo IBGE, INCA e Ministério da Saúde, que confirmam que 1 em cada 4
adultos brasileiros encontra-se com excesso de peso e 1 em cada 10 já está
obeso e entre crianças e adolescentes a prevalência de excesso de peso
chega a 12% e de obesidade a 6%;
considerando que as conclusões do Fórum da OMS sobre Redução da
Ingestão de Sal em Populações, apontam para políticas de redução da
ingestão de sal, por meio de mudanças nos processos industriais de
transformação de alimentos, na oferta de alimentos saudáveis, recomendando
aos países que adotem regulamentação para tal fim;
considerando que o Relatório Alimentos, Nutrição e Prevenção do Câncer,
elaborado pelo Fundo Mundial para Pesquisa em Câncer, recomenda a
manutenção do peso saudável ao longo da vida, a limitação do consumo de
bebidas açucaradas e de alimentos processados com sal e a reeducação
nutricional da população, como formas importantes de proteção contra o
câncer;
considerando a criação pela OPAS de uma Força Tarefa para Eliminar as
Gorduras Trans nas Américas, que propõe entre outras medidas a limitação de
até 5% de gordura trans nos alimentos processados, a declaração de conteúdo
53
de gorduras trans nos fast foods e a limitação da venda de alimentos contendo
gorduras trans nas escolas;
considerando as recomendações e princípios do Guia Alimentar para a
População Brasileira, que orienta governos e setor produtivo de alimentos, a
desenvolver políticas e medidas que estimulem a alimentação saudável, entre
elas a qualidade dos alimentos, a informação adequada e práticas adequadas
de publicidade e promoção comercial de alimentos;
considerando que as instituições de ensino, públicas e privadas, são espaços
que na primeira década de vida são formadores de hábitos alimentares,
tornando, desta maneira, a escola um espaço privilegiado de educação
nutricional;
considerando que o público infantil é o mais vulnerável aos apelos
promocionais, que o Comitê de Nutrição das Nações Unidas (SCN) aponta que
as práticas de marketing agressivo, principalmente aquelas apresentadas na
programação televisiva destinada às crianças, se contrapõem ao direito a uma
alimentação adequada e propícia à saúde e ao bem-estar (SCN, 2006) e que a
Força Tarefa Internacional de Obesidade–IOTF recomenda a elaboração de
CódigoInternacional de regulamentação da publicidade;
RESOLVE:
Aprovar as seguintes diretrizes para a promoção da alimentação saudável com
impacto na reversão da epidemia de obesidade e prevenção das doenças
crônicas não transmissíveis:
1) Oferta contínua de programas estatais de segurança alimentar e nutricional,
voltados à alimentação saudável, com alimentos produzidos preferencialmente
pela agricultura familiar, que incluam a oferta a preços acessíveis de frutas,
54
legumes e verduras, cereais e grãos integrais, a educação alimentar e
nutricional e o monitoramento nutricional em todos os ciclos de vida, garantidos
por meio da Estratégia de Saúde da Família entre outras e consoantes com os
princípios do desenvolvimento sustentável;
2) Promoção de alimentação saudável durante o ciclo escolar, adequada às
necessidades das faixas etárias e grupos com necessidades especiais, e
incentivo à atividade física, com ênfase na formação de hábitos saudáveis,
através de ações articuladas da Estratégia Saúde da Família e do Programa
Saúde na Escola, devendo, ainda, ser proibida a utilização de alimentos que
contenham quantidades elevadas de açúcar, gorduras saturadas, gorduras
trans, sódio e bebidas com baixo teor nutricional;
3) Inclusão da educação alimentar e nutricional no currículo escolar, devendo
os profissionais por ela responsáveis, serem atualizados sistemática e
continuamente;
4) Revisão dos padrões de identidade e qualidade dos alimentos, visando a
redução das quantidades de açúcar, sódio, gorduras saturadas e eliminação
das gorduras trans, compatibilizando-os com um padrão de vida saudável,
obedecendo metas e prazos estabelecidos e monitoramento periódico desses
teores com a devida divulgação dos resultados;
5) Aperfeiçoamento do sistema de vigilância alimentar e nutricional, vigilância
sanitária e epidemiológica, para o monitoramento de contaminantes físicos,
químicos, microbiológicos, bio e nanotecnológicos;
6) Adequação da rotulagem nutricional de alimentos com vistas a atender às
necessidades de informação da população brasileira, destacando nos rótulos
os teores de gorduras saturadas, gorduras trans, gorduras totais, sódio e
55
açúcar, acompanhada por estratégias de informação e educação que facilitem
a identificação e compreensão destas informações;
7) Zelo pela eqüidade nas práticas de comunicação em saúde, contemplando
as diferenças socioculturais e econômicas, com vistas a prevenção de danos
causados pelas dificuldades de acesso à informação;
8) Regulamentação da publicidade, propaganda e informação sobre alimentos,
direcionadas ao público em geral e em especial ao público infantil, coibindo
práticas excessivas que levem esse público a padrões de consumo
incompatíveis com a saúde e que violem seu direito à alimentação adequada;
9) Regulamentação das práticas de marketing de alimentos direcionadas ao
público infantil, estabelecendo critérios que permitam a informação correta à
população, a identificação de alimentos saudáveis, o limite de horários para
veiculação de peças publicitárias, a proibição da oferta de brindes que possam
induzir o consumo e o uso de frases de advertência sobre riscos de consumo
excessivo, entre outros;
10) Inclusão na agenda de prioridades da saúde pública, de ações inter-
setoriais no âmbito do Estado e da sociedade civil, fortalecendo o compromisso
e a efetividade de projetos e programas voltados à promoção da alimentação
saudável;
FRANCISCO BATISTA JÚNIOR
Presidente do Conselho Nacional de Saúde
Homologo a Resolução CNS nº 408, de 11 de dezembro de 2008, nos termos
do Decreto nº
5.839, de 11 de julho de 2006.
56
JOSÉ GOMES TEMPORÃO
Ministro de Estado da Saúde
Publicado no DOU nº 45, de 09 de março de 2009.
57
ANEXO 2
QUESTIONÁRIO
Para você, tudo o que jogamos fora é realmente lixo?
( ) Sim ( ) Não
– Na sua opinião, o que é reciclagem?
Em sua casa, é aproveitado partes não convencionais dos alimentos tais como
as folhas da beterraba, casca de banana, etc.?
( ) Sim ( ) Não
– Você já observou se em sua casa ocorre desperdício de alimentos? De que
forma?
Você acha que deveríamos aproveitar as cascas e folhas de frutas e legumes
em nossa alimentação?
Você conhece alguma doenças causada pela má alimentação, qual?
58
ANEXO 3
TEXTO
Lixo: Material que se joga fora?
- Larga isso aí, é lixo!
Quantas vezes já ouvimos alguém dizer isso? Lixo da rua, lixo de casa,
de hospital... Na televisão e nos jornais, até o lixo atômico já ouvimos falar.
Mas, afinal, você sabe o que essa palavrinha quer dizer?
Se você pensar em tudo aquilo que joga fora todos os dias e no motivo
de fazer isso, já estará certamente muito próximo de uma resposta. O que você
faz com aqueles cadernos velhos que já não servem mais e apenas ocupam
suas gavetas? E com as latinhas vazias de refrigerante, depois de um final de
semana daqueles?
O destino é um só: lixo!
E agora, já deu para entender o que é lixo? São restos de tudo aquilo
que fazemos, no nosso dia-a-dia, e que consideramos inútil, indesejável ou
descartável. São todas aquelas coisas que já não nos servem mais.
Daí uma pergunta: será que o seu lixo é também o meu lixo?Ou melhor,
será que tudo o que não serve mais para você também não serve para mim?
Se prestar atenção em tudo o que acontece ao seu redor, você vai ver
que nem sempre o que é considerado lixo por uma pessoa é inútil também à
outra.
Nas grandes cidades, principalmente, a maior parte do que uma pessoa
joga no lixo poderia ser aproveitada por outra. Dados estatísticos indicam que
95% da massa total dos resíduos urbanos têm um potencial significativo de
59
reaproveitamento, o que nos leva à conclusão de que apenas 5% do lixo
urbano é, de fato, lixo.
Por incrível que pareça, cada pessoa pode chegar a produzir até mais
de 1Kg de lixo por dia! Você sabe o que isso representa?
Pense em todo lixo que você produz diariamente: papel higiênico, restos
de comida, folhas de papel, frascos vazios e até embalagens de produtos como
sabonetes e pastas de dente. E agora, já deu para ter uma idéia?
Para onde vai o lixo?
As centenas de milhares de toneladas de lixo produzidas diariamente no
Brasil, ficam em sua maioria, amontoadas em grandes depósitos a céu aberto:
os lixões. Mantidos em grandes áreas, normalmente afastadas dos centros
urbanos, esses lugares são completamente tomados por toda sorte de resíduos
vindos dos mais diversos lugares, como residências, indústrias, feiras e
hospitais.
Como o lixo é mal acondicionado nos lixões, permanecendo livre no
ambiente, ele contamina o solo e os lençóis subterrâneos de água, além de
contribuir para a proliferação de insetos e ratos transmissores de doenças.
Ao longo dos anos, o lixo passou a ser uma questão de interesse global.
Fonte: Coleção Nova Geração – Química e Sociedade – Volume 1
60
ANEXO 4
RECEITAS
Assado de cascas de chuchu
Ingredientes
• 4 xícaras de chá de cascas de chuchu, bem lavadas,
picadas e cozidas
• 2 colheres de sopa de queijo ralado
• 1 xícara de chá de pão amanhecido molhado na água ou
no leite.
• 1 cebola pequena
• 1 colher de sopa de óleo
• 2 ovos inteiros batidos
• Sal a gosto
Modo de Preparo
Bater as cascas no liquidificador. Colocar a massa obtida em uma tigela e
misturar o restante dos ingredientes. Untar um pirex ou uma forma com óleo ou
margarina. Despejar a massa e levar para assar até que esteja dourada. Servir
quente ou frio. Esta receita pode ser enriquecida, juntando à massa uma lata
de sardinha desfiada.
Observação: podem também ser utilizadas as cascas de outros ingredientes:
cenoura, abóbora, rabanete, beterraba, nabo ou talos de agriao, couve, brócolis
etc. refogados ou cozidos.
61
Batata frita com casca
Ingredientes
• Batata com casca
• sal
• óleo
Modo de Preparo
Lavar muito bem as batatas. Cortar em rodelas finas. Depois de enxutas, frite
em gordura quente. Tempere com sal.
Bolinho de arroz
Ingredientes
• 2 xícaras (chá) de arroz cozido
• 1 colher (sopa) de cebola picada
• 1/2 dente de alho
• 2 colheres (sopa) de salsinha
• 2 ovos
• 1 xícara (chá) de farinha de trigo
• sal a gosto
Modo de Preparo
Misturar todos os ingredientes e formar os bolinhos. Assar em forno médio por
30 minutos ou fritar em óleo quente.
62
Bolinho de talos, folhas ou cascas
Ingredientes
• 1 xícara (chá) de talos, folhas ou cascas bem lavadas e
picadas
• 2 ovos
• 5 colheres (sopa) de farinha de trigo
• 1/2 cebola picada
• 2 colheres (sopa) de água
• sal a gosto
• óleo para fritar
Modo de Preparo
Bater bem o ovo e misturar o restante dos ingredientes. Fritar os bolinhos às
colheradas em óleo quente. Escorrer em papel absorvente. Podem ser usadas:
talos de acelga, couve, agrião, brócolis, couve-flor, folhas de cenoura,
beterraba, nabo, rabanete, ou cascas de chuchu.
OBS.: No caso dos talos da couve, couve-flor e brócolis recomenda-se dar uma
pré-fervura antes do preparo.
Aproveitar esta água do cozimento dos talos para outras preparações (arroz,
sopa etc.).
63
Bolo de pão com legumes
Ingredientes
• 1 kg de pão picado
• 1 litro de leite
• sal a gosto
• pimenta a gosto
• 3 ovos
• 3 colheres (sopa) de maisena
• 1 cebola
• salsa picada
• 3 colheres (sopa) de margarina
Modo de Preparo
Amolecer o pão no leite. Temperar com sal e pimenta,acrescentar salsinha
picada, cebola ralada, margarina, legumes e talos picados, gemas e maisena.
Misturar bem. Por fim, acrescentar claras em neve. Colocar em uma forma
untada e levar para assar em forno pré-aquecido por cerca de 20 minutos.
Empadão de vegetais
Ingredientes
• 1/2 xícara (chá) de arroz cozido
• ¼ xícara de talos
64
• ¼ xícara (chá) de cenoura cozida
• 1 xícara (chá) de leite
• 2 colheres (sopa) de óleo
• 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
• 1 gema
Modo de Preparo
Misturar o óleo, a farinha e a gema. Acrescentar o arroz e os vegetais cozidos.
Distribuir em forma e colocar em uma forma grande com água. Deixá-la no
forno até dourar.
Bananada de casca
Ingredientes
• 1kg de casca de banana
• 1 kg de açúcar
• 1 1/2 xícara de água
• 1 sachê de gelatina sem sabor branca
• açúcar para passar os doces
• margarina para untar
Modo de Preparo
Trabalhar com as cascas como nos outros doces. Levar para a panela o purê,
juntar o açúcar e deixar cozinhar, mexendo sempre. À parte, hidratar a gelatina
com 1 ½ xícara de água restante. Quando o doce estiver quase pronto, colocar
65
a gelatina hidratada e deixar voltar ao ponto mexendo sempre para não
queimar. Quando soltar da panela, retirar do fogo e colocar em um recipiente
untado com margarina. Deixar esfriar e colocar na geladeira até o dia seguinte.
Depois, cortar em pedaços e passar no açúcar.
66
ANEXO 5
Dicas Informativas
• Você pode deixar o pão de véspera como novo: basta respingar nele
leite ou água e colocá-lo no forno comum por alguns minutos.
• Para intensificar o verde dos vegetais, acrescente à água uma pitada de
bicarbonato de sódio
• Você não precisa jogar fora biscoitos só porque se esqueceu de fechar o
pacote e eles ficaram moles. Basta colocá-los numa assadeira e levá-los
ao forno por 5 a 10 minutos e eles ficarão novamente crocantes.
• Pode-se aproveitar os biscoitos murchos ou quebrados em pavês ou
vitaminas de frutas. Migalhas que sobram no pacote viram cobertura de
bolo ou farofa doce para acompanhar sorvete.
• Sucos com os mesmos nutrientes e gosto da fruta podem ser feitos com
a casca de abacaxi, maracujá pêra, maçã, pêssego ou ameixa. As de
laranja, limão ou manga podem virar geléia.
• Guarde os vegetais frescos em sacos plásticos na parte inferior da
geladeira, pois assim duram muito mais.
• Casca de ovo: separe a casca, ferva por cinco minutos e seque ao sol.
Bata no liquidificador e depois passe por uma peneira bem fina. Utilize
uma colheria do pó nos refogados, sopas, arroz, feijão, etc. O pó da
casca do ovo é riquíssimo em cálcio, nutriente muito importante para o
crescimento e prevenção da osteoporose.
• Se o tomate estiver mole, deixe-o de molho na água fria ou gelada por
uns 15 minutos. Ele ficará mais rijo é fácil de ser cortado.
67
• Casca de abacaxi - rica em vitamina C e Fibra. Use em sucos, bolos e
nos doces em pasta.
• Casca de banana - vitaminas A, C e Complexo B. Use no preparo da
farofa, em diversos doces e salgados
• Casca de goiaba - vitamina C e Niacina. Use na goiabada e em sucos
• Casca de laranja - vitamina C e Pectina. Use no doce cristalizado, e
geléias.
• Casca de limão - rica em Vitamina C e Pectina. Use na geléia, sucos,
doces cristalizados ou para aromatizar bolos e doces
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