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PNDTFase 2
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
SESSÃO DE CONSULTA PÚBLICA
Maxixe, 16 de Abril de 2019
MAPUTO, 6 de NOVEMBRO de 2018
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Tópicos da apresentação
2
Próximos passos
Breve Introdução
sobre o PNDT
2020-2040 Contexto e
desafios ENDE 2015-2035 Quadro de referência
Visão2040
Estratégia 2020-2040
Modelo Territorial
Diagnóstico territorial
Breve introdução
sobre o PNDT1 |
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
O PNDT no sistema de planos territoriais de Moçambique
4
PNDT
planos autárquicos
PDUT
PPDT
PEOT
Plano de Estrutura Urbana (PEU)
Plano Geral de Urbanização (PGU)
Plano Parcial de Urbanização (PPU)
Plano de Pormenor (PP)
Nacional
Provincial
Distrital
Municipal
DIM
EN
SÃ
O U
RB
AN
AD
IME
NS
ÃO
TE
RR
ITO
RIA
L
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
O PNDT desempenha duas funções primordiais:
5
1. Explicitar a estratégia de desenvolvimento e o modelo de organização do território nacional
• Articulando os grandes objetivos de desenvolvimento económico e social do país com o
potencial territorial das cidades e das regiões;
• Fornecendo bases para a coordenação espacial das políticas setoriais com impacto
territorial e para a programação dos grandes investimentos públicos de desenvolvimento
territorial
2. Estabelecer diretrizes e orientações
• Para a formulação, execução e avaliação da política de ordenamento do território;
• Para a elaboração dos planos territoriais e demais instrumentos de ordenamento territorial
nos vários âmbitos da atuação do Estado.
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
O PNDT e o sistema de planeamento nacional
6
ENDE 2015-2035
planos autárquicos
PDUT
PEOT
Plano de Estrutura Urbana (PEU)
Plano Geral de Urbanização (PGU)
Plano Parcial de Urbanização (PPU)
Plano de Pormenor (PP)
Nacional
Provincial
Distrital
Municipal
PNDT
PPDT
AGENDA 2025
Plano Quinquenal do Governo (PQG)
Planeamento estratégico
ODS 2030 (ONU)Supra-nacional
PNDS 2015-2030
Outras estratégias sectoriais
Planos Estratégicos Provinciais
Programação da execução
Programas e projectos
Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP)
Orçamento do Estado
Programas sectoriais
PQG Provincial
Orçamento Provincial
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
O conteúdo material e documental do PNDT
7
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
REL
ATÓ
RIO
OEDT 1 OEDT 2 OEDT 4 OEDT 5 OEDT 6 OEDT 7 OEDT 8 OEDT 9OEDT 3
LINHA DE ACÇÃO 1.1
LINHA DE ACÇÃO 1.2
LINHA DE ACÇÃO 1.n
VISÃO
ENQUADRAMENTO E CONTEXTUALIZAÇÃO
PLA
NO
DE
AC
ÇÃ
O
LINHA DE ACÇÃO 9.1
LINHA DE ACÇÃO 9.2
LINHA DE ACÇÃO 9.n
LINHA DE ACÇÃO N.n
ORIENTAÇÕES PARA A POTU + DIRECTRIZES PARA OS IOT
SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO
Medidas de Política
Medidas de Política
Medidas de Política
Medidas de Política
Medidas de Política
Medidas de Política
Medidas de Política
PROGRAMA DE POLÍTICAS
MODELO TERRITORIAL
Vector VT2
Vector VT3
Vector VT4
Vector VT5
Vector VT6
Vector VT7
Vector VT1
DIAGNÓSTICO TERRITORIALCONTEXTO EXTERNO E INTERNO 2020-2040OS GRANDES DESAFIOS TERRITORIAIS
«O TERRITÓRIO QUE QUEREMOS EM 2040»
OS OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL 2020-2040
O POVOAMENTO E A ORGANIZAÇÃO DAS DAS ACTIVIDADES NO TERRITÓRIO EM 2040
AS POLÍTICAS PÚBLICAS GERAIS E SECTORIAIS QUE IMPLEMENTAM O PNDT
A CONDUÇÃO DA POTU E A ELABORAÇÃO DOS IOT
O CONTROLO DE EXECUÇÃO
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
O calendário de elaboração do PNDT
8
AASE
PNDT
FASE 0 FASE IVFASE I FASE II FASE III
Organização e planeamento
Caracterização territorial e diagnóstico
nacional
Opções estratégicas
e proposta de modelo
territorial
Proposta técnica
preliminarde PNDT
Proposta técnica
final de PNDT
M0 M18M3 M9 M14 M17
Página web + SIG
30jan18 30abr18 30out18 30mar19 30jun19 30jul19
Formulação do Relatório da AASE
Avaliação ambiental e social estratégica da proposta de desenvolvimento territorial
Fatores críticos, impactos e avaliação de cenários
Organização e planeamento
ESTAMOS AQUI
Moçambique 2020:
Um diagnóstico territorial2 |
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 10
Os traços dominantes do atual Modelo Territorial
› Estruturação do território em corredores transversais,
que acompanham infraestruturas de transporte, com
fraca articulação entre corredores adjacentes
› Três «cidades-porta» que asseguram a conectividade
internacional por via marítima, distribuídas ao longo do
território (norte, centro e sul)
› Fraca conectividade interna geral do território, com
especial debilidade na direcção norte-sul;
› Significativa extensão das áreas territoriais de elevado
potencial ambiental e socio-económico: áreas de
interesse para a biodiversidade e conservação da natureza
e áreas de interesse para as actividades económicas cujos
produtos têm procura nos mercados exteriores
(mineração, gás, floresta, agricultura, turismo)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 11
› Significativa sobreposição entre áreas de interesse para
diferentes tipos de actividades económicas e para a
conservação da natureza e da biodiversidade, o que
encerra um elevado potencial de conflito
› Posição fortemente excêntrica da cidade-capital, afastada
do centro de gravidade das áreas territoriais de maior
interesse para as actividades económicas cujos produtos
têm procura nos mercados exteriores
› Sistema urbano desequilibrado, com reduzido número de
centros urbanos estruturantes e reduzida distribuição
territorial das funções urbanas essenciais
› Efeitos dos desequilíbrios do sistema urbano acentuados
pela fraca conectividade norte-sul
Os traços dominantes do atual Modelo Territorial
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 12
Análise SWOT
• População jovem e em rápido crescimento
• Extensão territorial, diversidade de condições edafo-climáticas e elevada biodiversidade
• Disponibilidade de solo e água, elevado potencial de irrigação e para a agricultura empresarial
• Excepcional dotação de recursos naturais de elevada procura global
• Posição geoestratégica na ligação da África Austral com as regiões mundiais de rápido crescimento
• Existência dos portos e ligações ferroviárias ao interior da região SADC
• Quadro legal dando ao Estado o controlo dos recursos estratégicos do território
• Rápido crescimento e elevadas expectativas quanto à sua aceleração
• Recursos turísticos diversificados e com potencial de procura externa qualificada
• Um sistema de ordenamento territorial estruturado
FORÇAS
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 13
Análise SWOT
• Território exposto a eventos climáticos extremos
• Ocupação desigual do território, baixa densidade e dispersão da população rural, com vastos territórios
isolados, sem acesso aos serviços
• Elevada percentagem de população em actividades de subsistência, sem iniciativa económica autónoma
• Elevada pressão sobre os recursos naturais, perda de biodiversidade e degradação dos solos
• Mercado nacional escasso e fragmentado em pequenos mercados locais
• Cidade-capital excêntrica ao território nacional e fragilidade do sistema urbano e das funções urbanas
• Estruturação do território em corredores transversais e fraca conectividade norte-sul
• Debilidade das infraestruturas de articulação do território e suporte ao desenvolvimento
• Processos de acesso à terra complexos e inseguros, com elevados “custos de transacção/contexto”
• Multiplicidade de estratégias com impacte territorial, favorecendo visões atomizadas do território
• Debilidade da presença territorial do Estado e limitado controlo da exploração dos recursos naturais
• Ausência de meios técnicos e financeiros para assegurar um sistema de gestão territorial eficaz
FRAQUEZAS
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 14
Análise SWOT
• Atracção de investimento estrangeiro, em ligação com a capacidade do Estado para influenciar a sua
localização no quadro de uma estratégia de desenvolvimento territorial e de desenvolvimento local
• Procura internacional de produtos agrícolas e disponibilidade de solos com boa aptidão para agricultura
• Desenvolvimento do agro-negócio gerando novos polos de desenvolvimento
• Crescimento económico, alargamento e integração do mercado interno
• Parcerias com investidores privados na supressão de carências em infraestruturas estratégicas
• Interesse dos dadores internacionais em projectos de forte impacto territorial, como na área da
conservação da biodiversidade
• Reorientação das prioridades de infraestruturação do território fazendo emergir o potencial de
desenvolvimento local
• Afirmação do país como uma “nova fronteira” das procuras turísticas
• Aproveitamento das TIC para generalização do acesso aos serviços e monitorização dos recursos
• Desenvolvimento do poder local autárquico
• Cooperação na SADC para promoção de “Iniciativas de Desenvolvimento Espacial” transfronteiriças
OPORTUNIDADES
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 15
Análise SWOT
• Persistência das condições de pobreza generalizada e agravamento das desigualdades socio-territoriais
• Mudanças climáticas, degradação e perda de habitats naturais e de biodiversidade
• Desenvolvimento urbano difuso e expansivo, sem centralidades nem economias de aglomeração
• Valorização selectiva e desintegrada dos recursos e fragmentação (norte-sul) do território
• Foco na exploração de recursos naturais para o mercado internacional e excessiva prioridade às
infraestruturas para serviço dos megaprojectos, agravando a desintegração do território
• Transição energética, pondo em causa as expectativas da exploração do gás e do carvão
• Captura dos mercados pelos grandes grupos de distribuição, não deixando espaço para a produção local
• Persistência de vastos territórios sem condições básicas para implantação de serviços qualificados
• Insegurança interna pela acção de grupos extremistas e do tráfego marítimo por acção da pirataria
• Persistência da incapacidade do Sector Público para dar espaço aos actores privados e reconhecer o
papel das PME
• Persistência de descoordenação e ineficácia em matéria de ordenamento do território e uso da terra
• Conflitualidade em matéria de direitos de uso da terra entre os megaprojectos e as comunidades locais
AMEAÇAS
Moçambique 2020-2040:
Contexto e desafios3 |
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
A evolução do contexto externo no período 2020-2040
17
Desaceleração da economia mundial, mas a África
Subsaariana deverá manter elevadas taxas de crescimento
A população mundial continuará a crescer a cerca de 0,8% ao
ano, e a África crescerá a uma taxa tripla. A SADC poderá
atingir 730 milhões de pessoas em 2050.
Aumento da população acompanhado por um aumento
elevado de procura de alimentos e da procura de terra para
produções não alimentares. África tem mais de metade da
terra agronomicamente adequada e ainda não usada
Desaceleração da procura de combustíveis fósseis, com o pico
do carvão a ser atingido entre 2020 e 2040 e permanência do
gás natural como o combustível da transição energética
Deslocação do centro de gravidade da economia mundial
para a Ásia favorece a posição geo-estratégica de Moçambique
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Perspectivas internas no período 2020-2040
18
Vulnerabilidade crescente a riscos naturais e antrópicos,
incluindo os efeitos da mudança climática (secas, cheias e
inundações, ciclones, erosão costeira, recuo da linha de costa)
Elevado crescimento populacional. A população deverá atingir
cerca de 50 milhões de pessoas em 2040, com uma idade
média um pouco superior a 20 anos
Elevado ritmo de crescimento da população activa, que
deverá aumentar em cerca de 10 milhões de pessoas até 2040
Taxa média anual de crescimento económico até 2040
superior a 8%, PIB per capita multiplicado por 4 e receitas do
Estado a crescer a partir da década de 30, são possíveis se
forem adotadas políticas adequadas
Descentralização do Estado, com um novo quadro de
organização territorial e orgãos de governação eleitos
Distribuição percentual da população por Províncias – 2040
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Os quatro grandes desafios do desenvolvimento territorial (1)
19
O desafio do desenvolvimento económico:
• Integração e desenvolvimento do mercado nacional e
endogeneização do tecido económico
• Valorização do capital humano e acesso equitativo aos
recursos, ao conhecimento e à informação.
• Provisão de infra-estruturas, serviços e ambiente de negócios
• Competitividade internacional e regional das principais cidades
e desenvolvimento de economias de aglomeração e escala
• Modernização da pequena e média agricultura e diversificação
das economias rurais.
• Valorização sustentável dos recursos naturais e prevenção da
sua exploração predatória
• Articulação dos megaprojectos com o desenvolvimento local
Fonte: Adaptado de http://www.magazineindependente.com/www2/nyusi-desafia-agricultores-apostarem-na-producao-melhor-forma-estimular-desenvolvimento-economico/
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Os quatro grandes desafios do desenvolvimento territorial (2)
20
O desafio do desenvolvimento social:
• Valorização do capital humano, equidade de acesso aos
recursos e direito à iniciativa e à autonomia económicas
• Aumento do rendimento dos mais pobres e redução das
disparidades sociais e territoriais
• Assegurar que as cidades e as periferias urbanas são espaços
de desenvolvimento e não concentrações de pobres
• Generalização do acesso à água e à energia e de condições de
mobilidade e de escolha do local de residência e de trabalho
• Gestão dos impactos do crescimento populacional e resposta
ao aumento da procura de melhores condições territoriais
• Equipamento equilibrado do território em condições
aceitáveis de acesso e qualidade
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Os quatro grandes desafios do desenvolvimento territorial (3)
21
O desafio do ordenamento do território:
• Disciplina dos assentamentos urbanos e requalificação das
áreas urbanas, com aumento da oferta formal de solo urbano
• Controlo das intervenções em espaço rural, em particular nas
áreas ambientalmente sensíveis e nas áreas de exploração
intensiva de recursos naturais para exportação
• Protecção dos recursos hídricos e das origens de água
• Realocação da terra aos usos socialmente mais produtivos e
reconhecimento do valor económico da terra
• Financiamento da infra-estruturação e dos serviços urbanos
articulado com a justa repartição dos benefícios do uso do solo
• Coordenação das intervenções, para assegurar a eficiência dos
investimentos públicos e prevenir a dispersão de recursos
Fonte: Adaptado de © Jorge e Melo, com base em fotografiasaéreas do Google Earth de 2000. Consultado em https://journals.openedition.org/cea/1488
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Os quatro grandes desafios do desenvolvimento territorial (4)
22
O desafio da sustentabilidade e da resiliência:
• Melhor conhecimento científico e técnico sobre os perigos e a
exposição e vulnerabilidade aos riscos
• Prevenção e mitigação dos desastres naturais por medidas
estruturais e não estruturais, com foco nas áreas mais críticas
• Redução drástica dos factores de risco associados às
deficiências de saneamento, resíduos e qualidade da água
• Preservação da elevada bio-diversidade e do estado de
conservação das ecorregiões
• Gestão adequada e eficaz das paisagens, em particular das
mais produtivas, identitárias ou frágeis
• Articulação das estratégias de desenvolvimento económico
com a conservação, para evitar a predação de recursos
Adaptado de https://www.renascernaserra.com.br/resiliencia/
A ENDE 2015-2035:
Um quadro de referência4 |
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
A Visão da ENDE 2015-2035
24
A ENDE 2015-2035 é o principal instrumento de
orientação estratégica das políticas do Estado
moçambicano a médio-longo prazo
VISÃO da ENDE para 2035:
«Moçambique, um País próspero, competitivo,
sustentável, seguro e de inclusão»
Ao definir a MISSÃO, a ENDE assume 3 propósitos:
• «Assegurar o desenvolvimento económico e social
através de políticas integradas e orientadas para a
geração de riqueza
• Garantir a melhoria das condições de vida da
população
• Uma distribuição justa do rendimento nacional»
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Grandes orientações da ENDE 2015-2035
25
A ENDE preconiza e assume:
• «a diversificação estrutural da economia» (pág. 17)
• a «aposta na industrialização como principal via para
alcançar a visão de prosperidade e competitividade,
assentes num modelo de crescimento inclusivo e
sustentável» (pág. 18)
• que «a transformação da actividade agrária é
elemento constitutivo e fundamental da estratégia de
industrialização» (pág. 17)
A ENDE privilegia a endogeneização do desenvolvimento
A ENDE dá o papel principal ao sector privado,
reconhecendo ser importante que «o Estado não assuma
responsabilidade por investimentos que possam ser
realizados pelo sector privado» (pág. 39)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
A dimensão territorial na ENDE 2015-2035
26
A ENDE não explicita um modelo territorial, mas
reconhece que «o processo de industrialização deverá
ser conduzido sob a orientação de um planeamento e
ordenamento territorial, (…) que vise melhorar o uso e
aproveitamento da terra (…), como factor determinante
na identificação de áreas específicas para a implantação
de infra-estruturas e desenvolvimento de actividades
socioeconómicas» (pág 21).
A ENDE assume implicitamente o princípio da concen-
tração territorial, com base em corredores de
desenvolvimento, zonas económicas especiais e
parques industriais
Considera a realização massiva de investimentos em
infra-estruturas o factor determinante do crescimento
económico
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
MOÇAMBIQUE 2040: o que o PNDT traz de novo
27
O PNDT interpreta os objectivos e aspirações da ENDE
2015-2035 e da Agenda 2025 (revisão de 2013)
O PNDT introduz a dimensão espacial, explicita uma
abordagem territorial coerente que promova a
mudança estrutural que se deseja para Moçambique e
interrelaciona e pondera os três grandes propósitos
enunciados na Missão da ENDE:
• Moçambique competitivo
• Moçambique inclusivo e equitativo
• Moçambique sustentável
propondo uma visão integrada e opções concretas de
organização dos actores e das actividades no território
O PNDT é informado pelos Objetivos da Agenda 2030
para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS)
ODS 2030
MOÇAMBIQUE INCLUSIVO E EQUITATIVO
MOÇAMBIQUE SUSTENTÁVEL
MOÇAMBIQUE COMPETITIVO
ENDE
2015-2035
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
MOÇAMBIQUE 2040: o que o PNDT traz de novo
28
Tomando por referência o cenário que mais ajustado às
preocupações da ENDE 2015-2035 e da Agenda 2025,
o PNDT assume um equilíbrio entre as aspirações de
competitividade, inclusão, equidade e sustentabilidade
A visão do Moçambique que desejamos ter em 2040
inova em 7 aspectos:
1. Visão territorial (equilíbrio e coesão)
2. Modelo económico (integração e endogeneização)
3. Modelo territorial («concentração dispersa»)
4. Factores de desenvolvimento (as pessoas no centro)
5. Bases físicas do crescimento económico (serviços)
6. Estruturas de povoamento (em redes policêntricas)
7. Cidadania/participação (organização descentralizada)
MOÇAMBIQUE 2040:
Uma Visão para o
Desenvolvimento Territorial5 |
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Uma Visão Territorial para «Moçambique 2040»
30
A formulação da Visão para o Desenvolvimento
Territorial, designada «MOÇAMBIQUE 2040» para
evidenciar a meta temporal com se está a trabalhar,
assenta em duas noções fundamentais:
• Um país próspero, competitivo, seguro e inclusivo
pressupõe um território funcionalmente integrado,
uma rede urbana dinâmica e competitiva, sistemas
de infraestruturas e serviços eficientes, uma
organização administrativa que favoreça o exercício
da cidadania, boa economia de recursos estratégicos
e uma utilização sustentável do território
• O desenvolvimento económico e social tem sempre
uma dimensão territorial. Cabe ao PNDT explicitar
essa dimensão, completando e dando conteúdo
territorial à Visão da ENDE
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
A VISÃO: 5 ideias-chave para o desenvolvimento territorial
31
1 Um País activo no contexto internacional e um território inserido nas relações globais
2 Um território funcionalmente integrado, coeso e sustentável
3 Um território economicamente dinâmico, competitivo e inclusivo
4 Um povoamento equilibrado e uma sociedade solidária, criativa e de igualdade de oportunidades
5 Uma governação territorial descentralizada, participada, transparente, mais eficiente e mais eficaz
«MOÇAMBIQUE 2040»
Moçambique 2040:
Uma Estratégia de
Desenvolvimento Territorial6 |
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 33
Modelo de desenvolvimento económico:
• Aposta na transformação estrutural da economia
• Aposta na redução da dependência de factores
externos no crescimento económico
• Foco na modernização da pequena agricultura
• Aposta nas indústrias de pequena escala, intensivas
em trabalho
• Aposta no papel estratégico do mercado interno
• Aposta no desenvolvimento do tecido empresarial
nacional de micro, pequenas e médias empresas
• Aposta no desenvolvimento da classe média
Pressupostos sobre grandes opções de política sectorial (1)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 34
Combate à pobreza:
• Diversificação das economias rurais, com ganhos
significativos de rendimento das famílias
• Dinamização do comércio rural de pequena escala e
das cadeias de valor dos pequenos produtores agrícolas
• Criação de emprego, dinamização do auto-emprego e
da iniciativa económica
• Maior equilíbrio social na distribuição de rendimentos
• Integração dos pequenos produtores e das comuni-
dades nos grandes projectos
• Melhoria dos serviços básicos nas áreas de maior
concentração de pobres
Pressupostos sobre grandes opções de política sectorial (2)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 35
Valorização dos recursos minerais:
• Integração vertical da exploração e valorização de
diferentes produtos a partir do mesmo recurso
• Reforço da incorporação de valor nacional
• Integração das comunidades na actividade produtiva
• Aproveitamento dos efeitos multiplicadores das
explorações através da criação de parques industriais
• Responsabilização ambiental dos investidores com
compensação dos valores naturais afectados
• Delimitação de áreas de salvaguarda de recursos
minerais e o controlo do garimpo ilegal
Pressupostos sobre grandes opções de política sectorial (3)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 36
Desenvolvimento do sector agrário:
• Agricultura como fonte de emprego (capaz de
absorver o crescimento da população rural)
• Prioridade estratégica às pequenas e médias
explorações e à produção de excedentes para
comercialização
• Ganhos de produtividade na agricultura familiar,
através da inovação tecnológica de baixo custo,
financiamento e insumos melhorados
• Foco nas condições infraestruturais e no acesso aos
mercados
• Apoio às agro-indústrias e ao comércio rural
Pressupostos sobre grandes opções de política sectorial (4)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Valorização e protecção dos recursos florestais:
• Princípio incontornável da exploração sustentável
dos recursos florestais
• Prioridade à transformação dos recursos florestais no
País, para acrescentar valor e diversificar a economia
• Valorização da função social e ambiental da floresta
• Promoção dos usos múltiplos da floresta
• A redução da dependência energética dos recursos
florestais e upgrade tecnológico no carvão vegetal
• Valorização da função de sumidouro estável de CO2,
numa nova economia da floresta
37
Pressupostos sobre grandes opções de política sectorial (5)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Indústria transformadora:
• Promoção de clusters territoriais, favorecendo as
economias de escala e aglomeração
• Aposta na iniciativa empresarial nacional
• Aposta em indústrias mão-de-obra intensivas
• Reconhecimento do papel das micro, pequenas e
médias empresas
• O robustecimento das cadeias de valor agro-florestal
• Oferta planeada de localizações, com serviços, infra-
estruturas e outras condições que favoreçam uma
industrialização distribuída no território
38
Pressupostos sobre grandes opções de política sectorial (6)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Turismo:
• Respeito pelo património natural e etno-cultural
• Aposta nos segmentos turísticos de renda alta e em
nichos de mercado específicos
• Favorecer a concentração dos investimentos e o
desenvolvimento integrado das APIT
• Participação das comunidades locais no
desenvolvimento do turismo
• Promover a competitividade entre os destinos
turísticos baseada na qualidade e diversidade da
oferta de serviços
39
Pressupostos sobre grandes opções de política sectorial (7)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Ambiente, desastres naturais e mudança climática:
• Continuidade na construção do quadro legal,
regulamentar e institucional da política de Ambiente
• Implementação mais eficaz da política de Protecção,
Conservação e Uso Sustentável da Diversidade
Biológica
• Aumento do conhecimento técnico-científico e da
definição das áreas chave para a biodiversidade e
das áreas de conservação
• Valorização dos serviços dos ecossistemas
• O aprofundamento, actualização e implementação
da política de Prevenção e Gestão de Calamidades
40
Pressupostos sobre grandes opções de política sectorial (8)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Quatro princípios para uma estratégia territorial
A Estratégia de Desenvolvimento Territorial assume as
ambições consagradas na Visão e combina 4
princípios:
1. Aglomeração e concentração selectiva dos
investimentos e das intervenções territoriais
2. Mobilização criativa do potencial dos territórios,
numa perspectiva integradora, de estímulo ao
potencial endógeno e de acesso universal aos
serviços essenciais
3. Gestão prudente, protecção e renovação dos
recursos naturais e dos valores ambientais
4. Cidadania e participação, assumindo o primado do
capital humano, das instituições e da sociedade
41
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Nove Objectivos Estratégicos de Desenvolvimento Territorial
42
OEDT 1Integrar o território, construir um mercado interno
dinâmico e reduzir as disparidades regionais
OEDT 2Aumentar a “riqueza nacional”, promovendo
ganhos de capital humano, de capital construído e de capital institucional e organizativo (…)
OEDT 3Promover espaços catalisadores
do crescimento económico que potenciem os efeitos dos investimentos
OEDT 4Mobilizar de forma integrada o potencial dos
territórios e diversificar as economias rurais
OEDT 5Promover uma rede urbana equilibrada e
competitiva, com cidades inclusivas e criativas e estruturar uma rede de «lugares centrais» (…)
OEDT 6Prevenir os riscos de origem natural e antrópica e salvaguardar a sustentabilidade dos ecosistemas e a biodiversidade
OEDT 7Reforçar a coesão nacional, promover a cidadania, a participação e a boa governação do território
OEDT 8Combater a pobreza, promover a inclusão social e o desenvolvimento humano
OEDT 9Valorizar a posição geográfica de Moçambique, reforçar a cooperação estratégica regional e internacional, e a participação nos mercados (…)
Fase I | Reunião Consulta Pública |Pemba| 19 de Novembro de 2018 |
OEDT 1 – Integrar o território (…)
43
Quatro linhas de acção estratégica:
1. Reforçar as relações inter-territoriais, promovendo
as complementaridades e interdependências entre
os centros urbanos de nível superior
2. Implementar infra-estruturas de conectividade
que assegurem condições de circulação das
pessoas e bens em todo o território nacional, e
promovam os fluxos e trocas entre as regiões
3. Desenvolver uma rede hierarquizada de serviços
de interesse geral que atenda ao nível das funções
e aos limiares da procura
4. Organizar sistemas integrados de comercialização
Fase I | Reunião Consulta Pública |Pemba| 19 de Novembro de 2018 |
OEDT 2 – Aumentar a «riqueza nacional» (…)
44
Quatro linhas de acção estratégica:
1. Modernizar a gestão do capital natural,
aprofundando o conhecimento do seu potencial
2. Melhorar o uso e aproveitamento da terra,
mobilizar novas terras de elevado potencial e obter
ganhos substanciais de produtividade do solo
3. Aumentar rapidamente o capital humano, através
do ensino, da formação profissional, da criação de
emprego e da melhoria das condições de vida
4. Aumentar o capital construído, investindo em
infraestruturas urbanas e territoriais, em habitação,
em equipamentos e em maquinaria
Fase I | Reunião Consulta Pública |Pemba| 19 de Novembro de 2018 |
OEDT 3 – Promover espaços catalisadores do crescimento (…)
45
Quatro linhas de acção estratégica:
1. Assumir a aglomeração e desenvolver o potencial
dos principais polos de desenvolvimento
2. Transformar os corredores de transporte em eixos
de desenvolvimento e ampliar os efeitos difusores
dos polos, mobilizando as suas áreas de influência
3. Promover uma rede de polos de inovação e
desenvolvimento agrário em territórios dispondo de
aglomerações urbanas que permitam a prestação
eficiente de serviços e a comercialização
4. Valorizar uma rede de áreas de elevado potencial
turístico, com prioridade para as APIT já identificadas
Fase I | Reunião Consulta Pública |Pemba| 19 de Novembro de 2018 |
OEDT 4 – Mobilizar o potencial dos territórios (…)
46
Cinco linhas de acção estratégica:
1. Promover programas integrados de desenvolvi-
mento rural (PIDR), de carácter multidimensional
2. Reforçar a integração urbano-rural, potenciando as
sinergias e complementarides entre territórios
3. Valorizar o capital fixo construído sub-aproveitado
(investir sem gerar valor adicional é desperdício)
4. Afirmar a indústria transformadora como vector do
aproveitamento integrado dos recursos territoriais
5. Criar sociedades de fomento económico a nível
provincial, dinamizadoras da iniciativa empresarial
Fase I | Reunião Consulta Pública |Pemba| 19 de Novembro de 2018 |
OEDT 5 – Promover uma rede urbana equilibrada (…)
47
Sete linhas de acção estratégica:
1. Valorizar a Grande Maputo como grande metrópole
de inserção de Moçambique nas relações globais
2. Promover o potencial de Nampula, Beira e Tete
como nós estratégicos de estruturação do território
3. Qualificar as capitais de província para assumirem o
papel de âncoras do desenvolvimento territorial
4. Reforçar a rede urbana do interior
5. Estruturar a rede de centros de apoio rural
6. Articular a exploração agrícola com a rede urbana
7. Modernizar o financiamento dos cidades
Fase I | Reunião Consulta Pública |Pemba| 19 de Novembro de 2018 |
OEDT 6 – Prevenir os riscos de origem natural e antrópica (…)
48
Quatro linhas de acção estratégica:
1. Reduzir a vulnerabilidade aos perigos naturais e
antrópicos, através do controlo da ocupação do
território e de medidas de prevenção e adaptação
2. Aumentar a resiliência nas áreas de risco onde já
há pessoas ou actividades económicas
3. Aprofundar o inventário das áreas de risco e o
zonamento de risco, e melhorar o planeamento de
emergência
4. Melhorar a gestão das áreas de conservação e das
áreas-chave para a biodiversidade
Fase I | Reunião Consulta Pública |Pemba| 19 de Novembro de 2018 |
OEDT 7 – Reforçar a coesão nacional, promover a cidadania (…)
49
Cinco linhas de acção estratégica:
1. Construir a descentralização
2. Promover o acesso equitativo aos serviços de
interesse geral como princípio estruturante da
organização do território nacional
3. Promover o acesso das pessoas, empresas e
organizações ao conhecimento e à informação
4. Assegurar a equidade no acesso aos recursos e à
iniciativa económica (terra e financiamento)
5. Reforçar a proximidade do Estado em todo o
território, em especial nas regiões mais remotas
Fase I | Reunião Consulta Pública |Pemba| 19 de Novembro de 2018 |
OEDT 8 – Combater a pobreza, promover a inclusão social (…)
50
Cinco linhas de acção estratégica:
1. Reforçar uma estratégia de desenvolvimento rural
focada no aumento do rendimento dos agricultores
2. Consolidar a Estratégia de Inclusão Financeira, em
particular no acesso ao crédito dos mais pobres
3. Desenvolvimento as oportunidades de emprego
4. Implementar estratégias de habitação promotoras
de cidades inclusivas, articulando a oferta de solo
planeado com o apoio à auto-construção
5. Reforçar a estratégia de igualdade e equidade de
género nas acções de desenvolvimento territorial
Fase I | Reunião Consulta Pública |Pemba| 19 de Novembro de 2018 |
OEDT 9 – Valorizar a posição geográfica de Moçambique (…)
51
Cinco linhas de acção estratégica:
1. Potenciar a inserção dos portos e dos corredores de
ligação aos países vizinhos nas redes trans-africanas
2. Gerir bem os recursos energéticos, aproveitando o
potencial hidroeléctrico e as outras fontes renováveis
3. Criar zonas especiais de indústrias de exportação,
aproveitando processos globais de deslocalização
4. Promover a cooperação transfronteiriça em torno de
objectivos de desenvolvimento territorial
5. Participar em programas internacionais sobre a
mudança climática e a biodiversidade
Moçambique 2040:
O Modelo Territorial7 |
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Modelo territorial «Moçambique 2040» – Carta de síntese
53
O Modelo Territorial ilustra e traduz graficamente os
elementos fundamentais da organização do território
nacional, tal como decorrem da Visão e dos Objectivos
Estratégicos de Desenvolvimento Territorial
O Modelo Territorial é um documento de orientação
estratégica, que deve ser tido em consideração;
• Nas decisões que envolvam a territorialização de
medidas de política de ordenamento do território
• Na territorialização das grandes opções estratégicas
de desenvolvimento económico e social do Governo
Central e dos Governos Provinciais
• Na implementação das medidas de política sectorial
e dos grandes programas de investimento públicos e
privados
Fase I | Reunião Consulta Pública |Pemba| 19 de Novembro de 2018 |
Sete vectores estruturantes do modelo territorial
54
VT 1 - Os espaços com elevado valor ecológico e as áreas de elevada exposição aos perigos naturais
VT 2 - O sistema urbano
VT 3 - O sistema de infraestruturas territoriais
VT 4 - Os espaços motores da economia
VT 5 - A rede de serviços de interesse geral
VT 6 - Os outros espaços rurais
VT 7 - A governação territorial
A nova geografia da organização do território moçambicano que o modelo territorial do PNDT traduz é o resultado da conjugação de sete vectores estruturantes:
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 1 – Espaços com elevado valor ecológico e exposição aos perigos (…)
55
Princípios orientadores da gestão territorial
Sustentabilidade: assegurar a perenidade dos serviços dos ecossistemas, através daprotecção e reforço das condições de resiliência e renovação;
Gestão prudente: assumir o insuficiente conhecimento das dinâmicas dos ecossistemas e dasua interdependência
Regulação preventiva: prevenir proactivamente transformações cujos efeitos possam serinconvenientes do ponto de vista das razões que justificam a delimitação destas tipologiasde espaços
Valorização: assumir e gerir estes espaços como capital produtor de valor para a sociedade,em particular, para as comunidades mais próximas
O VT1 põe em relevo os espaços que constituem a espinha dorsal da «estrutura ecológica» doterritório e que, nessa qualidade, justificam medidas cautelares de gestão que garantam a suasalvaguarda ou previnam a sua ocupação indevida
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 56
VT 1 – Espaços com elevado valor ecológico e exposição aos perigos (…)
VT1.1
Ecoregiões
«Eco-região» é uma unidade de terra ou água
contendo um conjunto único de espécies,
comunidades naturais e as suas condições ambientais
(Olsen et al. 2001. Centro de Estudos de Agricultura e
Gestão de Recursos Naturais, 2015)
A sua inclusão na cartografia do VT1 visa fornecer uma
base de referência para uma compreensão das
características naturais originais do território
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 57
VT 1 – Espaços com elevado valor ecológico e exposição aos perigos (…)
VT1.2
Espaços com elevado valor ecológico
A Folha VT1.2 ilustra a incidência espacial das «áreas
com elevado valor ecológico», distinguindo e
delimitando :
• A rede nacional de áreas de conservação
• A rede de áreas-chave para a biodiversidade (KBA)
• As áreas de conservação transfronteiriças (ACTF)
Em conjunto com a Folha VT1.3 estabelece as grandes
condicionantes à utilização do território, que devem
ser tidas em consideração e aprofundadas na
elaboração de todos os instrumentos de ordenamento
territorial (IOT)
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 58
VT 1 – Espaços com elevado valor ecológico e exposição aos perigos (…)
VT1.3
Áreas de Elevada Exposição aos Perigos Naturais
A Folha VT1.3 ilustra a incidência espacial das «áreas de
elevada exposição aos perigos naturais», distinguindo e
delimitando:
• Os espaços canal dos grandes rios (incluindo os
respectivos leitos de cheia)
• As áreas de risco de inundação (muito alto e alto)
• As áreas de risco de seca (muito alto e alto)
• As áreas de alto risco de erosão
• As áreas de risco de incêndio» (extremo e muito alto)
• As áreas de risco de ciclone (moderado a muito alto)
• As áreas sujeitas a salinização do solo
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 2 – O sistema urbano
59
Princípios orientadores da gestão territorial
Hierarquia funcional: sistema de centralidades territoriais integrando diferentes níveis defunções urbanas (do âmbito nacional ao âmbito local)
Interdependência e especialização: favorecer relações de complementaridade entre centrosurbanos, baseadas na diferenciação económica e na especialização, favorecendo um modelo deorganização policêntrica do território
Ancoragem no território e equilíbrio nas relações urbano-rural: promover a integração daeconomia urbana e reforçar as relações urbano-rural nos territórios de influência dos centrosurbanos
O VT2 põe em relevo o papel estratégico que as aglomerações urbanas desempenham noprocesso de desenvolvimento económico, social, cultural e territorial
O sistema urbano é um elemento central de estruturação do território nacional
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 60
VT 2 – O sistema urbano
VT2.1
Hierarquia funcional dos centros urbanos
Organizada em cinco níveis (N1 a N5) e cinco sub-
sistemas urbanos, com as respectivas relações
funcionais entre nós da rede urbana:
N1: Região da Cidade-capital (Grande Maputo)
N2: Nós estratégicos do desenvolvimento territorial
(Nampula, Beira e Tete)
N3: Outros centros estruturantes do território (as
restantes capitais provinciais e ainda Palma,
Montepuez, Nacala, Cuamba, Gurué, Angoche,
Mocuba, Pebane, Caia e Ulongué)
N4: Polos de desenvolvimento rural
N5: Outras centralidades rurais
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 2 – O sistema urbano
61
VT2.2
Conectividade e fluxos
Ilustra as relações de conectividade interna e de
conectividade com o exterior, e traduz os fluxos que se
geram no território, ligando os nós do sistema urbano
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 3 – O sistema de infraestruturas territoriais
62
Princípios orientadores da gestão territorial
Integração territorial: potenciar o papel integrador do território, assegurar a mobilidade econectividade em todo o território
Eficácia e eficiência: assegurar os limiares de serviço e as complementaridades para produçãode efeitos, selectividade e prioridade à eficácia dos investimentos já realizados
Oportunidade: avaliação do impacto e da relação custo-benefício face a usos alternativos dosrecursos disponíveis
O VT3 põe em relevo as infraestruturas estratégicas para o funcionamento dos territórios e para
o pleno aproveitamento do seu potencial, estando incluídas aquelas que são vitais para a vida
das populações ou para o funcionamento das actividades económicas
O conjunto das infraestruturas territoriais constitui, a par dos recursos naturais do território e do
parque edificado, o mais importante activo material das sociedades modernas
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 3 – O sistema de infraestruturas territoriais
63
VT3.1
Acessibilidades, Energia, Água, Telecomunicações
Ilustra:
• Os grandes corredores de acessibilidade e
transportes (rodoviários, ferroviários, cabotagem)
• A rede de infraestruturas portuárias e
aeroportuárias
• Os centros electrogeradores, STE e gasodutos
• As reservas estratégicas de água (existentes e
propostas; superficiais e subterrâneas);
• O sistema de telecomunicações
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 4 – Os espaços motores da economia
64
Princípios orientadores da gestão territorial
Aglomeração: concentração selectiva nos polos e ao longo dos eixos de desenvolvimento
Competitividade: reforço da atracção de factores e actores económicos, da inovação ecriatividade, das condições de fazer negócio e do desempenho das empresas
Crescimento cumulativo e efeito multiplicador: localização prioritária de actividades motrizesde elevado crescimento, com efeitos multiplicadores, indutoras da diversificação económica ede transformações estruturais nos territórios envolventes
O VT4 parte da constatação de que desenvolvimento territorial não acontece em todo o lado ao
mesmo tempo e necessita de pré-condições de arranque
Este vector territorial corresponde aos territórios em que se aposta para potenciar o
crescimento económico, reconhecendo o diferente potencial dos territórios e a necessidade de
uma forte selectividade para que sejam atingidos limares de eficácia nas intervenções
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 4 – Os espaços motores da economia
65
VT4.1
Corredores e Polos de Desenvolvimento, Indústria,
Agronegócio e Turismo
Ilustra:
• Os polos de desenvolvimento (polos estratégicos de
crescimento e polos de equilíbrio territorial)
• Os eixos de desenvolvimento estruturados pelos
corredores de transportes
• As áreas âncora de inovação e desenvolvimento
agrário (áreas prioritárias para o desenvolvimento
do agro-negócio)
• As áreas prioritárias para o investimento turístico
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 5 – A rede de serviços de interesse geral
66
Princípios orientadores da gestão territorial
Equidade: garantia de acesso equitativo em todo o território
Eficiência: optimizar o binómio qualidade/custos na prestação dos serviços (dando um pesoelevado à acessibilidade)
Proximidade: evoluir para uma crescente densificação da oferta, minimizando os custos
O VT5 trata da disponibilidade territorial dos serviços essenciais ao bem-estar dos cidadãos, ao desempenho das actividades económicas, ao desenvolvimento humano, ao bom funcionamento das comunidades e à coesão socio-territorial
A rede de serviços de interesse geral é um poderoso elemento estruturador dos territórios, o que justifica que seja assumida como um dos sete vectores estruturantes do território pelo PNDT.
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 6 – Os outros espaços rurais
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Princípios orientadores da gestão territorial
Equilíbrio: ocupação do território rural em harmonia com as suas aptidões naturais, numaóptica de sustentabilidade ambiental e territorial
Acessibilidade: prioridade às condições de mobilidade de pessoas, bens e informação
Inclusão: integração nas cadeias de valor da economia e acesso da população rural aosbenefícios do desenvolvimento nacional
Endogeneização: aposta na capacitação e na mobilização do potencial de iniciativa e dosrecursos dos territórios rurais, recusando a visão de dependência do Estado
Ao assumir os espaços rurais como um dos vectores estruturantes do território, o PNDT recusa a visão dos espaços rurais como o remanescente das dinâmicas de urbanização e desenvolvimento e afirma a importância estratégica da relação da sociedade moçambicana com a exploração directa da produtividade da terra
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 6 – Os espaços rurais
68
VT6.1
Utilização do Solo e da Água
Ilustra:
• A rede de polos de desenvolvimento rural e de
outras centralidades rurais
• A ocupação da terra
• A aptidão do solo e da água para o desenvolvimento
de actividades produtivas no espaço rural
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
VT 7 – A governação do território
69
Princípios orientadores da gestão territorial
Descentralização: promoção da descentralização administrativa e reforço do poder autárquico
Responsabilização: definição clara de atribuições e competências entre níveis da Administração e entre entidades sectoriais, acompanhamento e avaliação periódica da implementação das acções
Coordenação: criar e implementar mecanismos efectivos de coordenação (de estratégias, de programas e projectos, de recursos e de acção), entre níveis da Administração (coordenação vertical) e entre actores do mesmo nível (horizontal)
Participação e parceria: envolvimento directo das comunidades nos processos territoriais, reconhecimento do papel da sociedade civil e acção em parceria público/privado
O VT7 trata do quadro definidor da acção dos actores no território e diz respeito ao quadro jurídico e organizacional e aos recursos institucionais e humanos necessários para que os objectivos estratégicos de desenvolvimento territorial sejam atingidos com eficiência e eficácia
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
Modelo territorial «Moçambique 2040» – Carta de síntese
70
O Modelo Territorial traduz um entendimento sobre o
papel dos vectores estruturantes:
• A natureza condicionante da ocupação do território associada aos espaços com elevado valor ecológico e de elevada exposição aos perigos naturais
• O papel direccional, polarizador e dinamizador da economia, da sociedade e da cultura, atribuído ao sistema urbano
• A selectividade inerente à escolha e à estratégia de intervenção nos espaços motores da economia
• A abordagem inclusiva e integradora do território, da economia e das pessoas, subjacente à estratégia de intervenção nos espaços rurais
• O objectivo geral de equidade e coesão económica, social e territorial subjacente à estratégia de desenvolvimento territorial
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
«Moçambique 2040» vs. modelo territorial actual
71
1. Reforço da conectividade Norte-Sul
2. Sistema urbano funcionalmente estruturado e territorialmente mais equilibrado
3. Diversificação e distribuição territorial dos espaços motores da economia nacional
4. Diversificação da base económica dos territórios
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 | 72
5. Reforço da integração territorial e da coesão nacional
6. Preservação do capital natural e valorização dos ecossistemas
7. Valorização do potencial do mar (recursos e turismo)
8. Maior equilíbrio urbano-rural
9. Reforço da posição de Moçambique na SADC e cooperação transfronteiriça
«Moçambique 2040» vs. modelo territorial actual
Elaboração do PNDT:
Os próximos passos8 |
Fase II | Sessão de Consulta Pública | Maxixe | 16 de Abril de 2019 |
A Fase III da elaboração do PNDT
74
AASE
PNDT
FASE 0 FASE IVFASE I FASE II FASE III
Organização e planeamento
Caracterização territorial e diagnóstico
nacional
Opções estratégicas
e proposta de modelo
territorial
Proposta técnica
preliminarde PNDT
Proposta técnica
final de PNDT
M0 M18M3 M9 M14 M17
Página web + SIG
30jan18 30abr18 30out18 30mar19 30jun19 30jul19
Formulação do Relatório da AASE
Avaliação ambiental e social estratégica da proposta de desenvolvimento territorial
Fatores críticos, impactos e avaliação de cenários
Organização e planeamento
ESTAMOS AQUI
Muito obrigadopela Vossa atenção
http://pndt.gov.mz
pndt.participa@tpfmocambique.com
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