View
1
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Mestrado em Turismo
Especializaccedilatildeo em Gestatildeo Estrateacutegica de Destinos Turiacutesticos
Dissertaccedilatildeo
O Impacto da Promoccedilatildeo Turiacutestica e o Perfil do Turista no
Municiacutepio de Almada
Mariana Figueiredo Moura Geraldes
Estoril outubro de 2019
II
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
O Impacto da Promoccedilatildeo Turiacutestica e o Perfil do Turista no Municiacutepio de
Almada
Mariana Figueiredo Moura Geraldes
Orientaccedilatildeo
Professora Doutora Rita Peres
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril para a
obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Turismo Especializaccedilatildeo em Gestatildeo Estrateacutegica de
Destinos Turiacutesticos
Estoril outubro de 2019
III
Agradecimentos
No decorrer da elaboraccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo vaacuterios foram os intervenientes que
contribuiacuteram com o seu apoio motivaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo em diversas situaccedilotildees e sem os
quais natildeo teria sido possiacutevel finalizar este projeto
Em primeiro lugar um agradecimento agrave minha famiacutelia em especial agrave minha matildee
Eunice que nunca me deixou desistir e que sempre me fez ver que eu seria capaz assim
como aos meus irmatildeos Miguel e Catarina e aos meus avoacutes Joseacute e Tina que toda a vida
me apoiaram incondicionalmente e sem os quais eu natildeo teria conseguido
Em segundo lugar agrave Professora Doutora Rita Peres por ter aceite orientar este
trabalho pela sua disponibilidade em encontrar novas soluccedilotildees pelas suas sugestotildees e
indicaccedilotildees assim como o seu apoio ao longo de todo o desenvolvimento da dissertaccedilatildeo
Em terceiro lugar agrave Cacircmara Municipal de Almada em especial a todos os
responsaacuteveis e funcionaacuterios dos postos de turismo de Cacilhas e da Costa da Caparica
por me terem permitido realizar os meus inqueacuteritos nas suas instalaccedilotildees e pela
colaboraccedilatildeo atenccedilatildeo e disponibilidade sem as quais teria sido impossiacutevel realizar este
estudo
Por uacuteltimo mas natildeo menos importante um agradecimento especial a todos os
meus amigos e colegas que de uma forma ou de outra contribuiacuteram durante este percurso
com o seu apoio incondicional as suas palavras encorajadoras a sua ajuda e a sua
motivaccedilatildeo em especial agrave minha companheira de todos os desabafos e desesperos
Veroacutenica Silva ao meu cunhado e agrave minha irmatilde cuja a ajuda foi preciosa Sem eles este
caminho teria sido muito mais difiacutecil de percorrer
A todos os meus mais sinceros agradecimentos
IV
Iacutendice Geral
Agradecimentos ______________________________________________________ III
Iacutendice Geral _________________________________________________________ IV
Iacutendice de Figuras _____________________________________________________ VI
Iacutendice de Tabelas ____________________________________________________ VIII
Resumo _____________________________________________________________ IX
Abstract ______________________________________________________________ X
Lista de siglas e abreviaturas ____________________________________________ XI
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo __________________________________________________ 1
11 Contexto e enquadramento ao tema ___________________________________ 1
12 Pertinecircncia do estudo ______________________________________________ 2
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo _____________________________ 3
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos __________________________________________ 4
21 O turismo enquanto sistema _________________________________________ 4
22 Conceito de Destino Turiacutestico _______________________________________ 6
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos _______________________ 11
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista ________________________________ 13
31 Motivaccedilotildees do Turista ____________________________________________ 13
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino_____________________________ 19
33 Perfil do turista __________________________________________________ 21
34 Experiecircncia turiacutestica _____________________________________________ 23
35 Satisfaccedilatildeo do turista ______________________________________________ 27
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos _________________________ 30
41 Conceito de marketing em destinos __________________________________ 30
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos ___________ 33
43 Comportamento do Consumidor ____________________________________ 35
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos __ 38
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos _______________________ 40
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada _____________________________ 44
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio ________________________________________ 44
52 Oferta turiacutestica em Almada ________________________________________ 47
V
53 Procura turiacutestica em Almada _______________________________________ 51
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica ________________ 57
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino ______ 59
Capiacutetulo VI ndash Metodologia ______________________________________________ 62
61 Modelo da investigaccedilatildeo ___________________________________________ 62
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo ________ 63
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio ____________________ 64
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos ______________________ 67
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas __________________________________ 67
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada __________________ 74
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada ___________________________ 84
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo _______________________________ 89
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais ______________________________________ 99
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica ________________________________ 99
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica ___________ 100
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo _______________________________________ 104
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros__________________________________ 105
Referecircncias Bibliograacuteficas _____________________________________________ 106
Apecircndice I ndash Graacuteficos _________________________________________________ 114
Anexo I - Inqueacuterito ___________________________________________________ 118
VI
Iacutendice de Figuras
Figura 1 - O sistema turiacutestico 6
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas 17
Figura 3 - Modelo de Howard e Sheth 36
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall 37
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor 37
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada 44
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada 51
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de
Almada 52
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada 53
Figura 10 - Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas 54
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica 54
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses
56
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada 62
Figura 14 - Idade visitantes do dia 67
Figura 15 - Idade turistas 68
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia 68
Figura 17 - Geacutenero turistas 69
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia 69
Figura 19 - Estado civil turistas 69
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia 70
Figura 21 - Nacionalidades turistas 70
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia 71
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas 71
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia) 72
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas) 72
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia) 73
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas) 73
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia) 74
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas) 74
Figura 30 - Primeira vez em Almada 75
VII
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia) 77
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas) 77
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia) 78
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas) 78
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia) 79
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas) 80
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada 81
Figura 40 - Em que zona ficou alojado 81
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido 82
Figura 42 - Tipo de regime 82
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia) 83
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas) 83
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 84
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas) 85
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 87
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas) 87
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia) 88
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas) 88
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia) 89
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas) 89
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia) 90
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas) 90
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia) 91
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas) 91
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia) 95
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas) 95
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia) 97
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas) 98
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia) 114
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas) 115
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia) 116
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas) 117
Iacutendice de Tabelas
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada 47
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada 49
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 52
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 54
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia 55
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
55
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos 75
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada 76
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada 91
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada 92
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita 96
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita 96
IX
Resumo
O desenvolvimento de um destino turiacutestico estaacute associado a diversos fatores que
englobam diferentes stakeholders como os consumidores a comunidade local o
EstadoGoverno e as empresas sendo que muitas vezes os interesses de uns conflituam
com os interesses de outros dificultando desta forma a gestatildeo do destino Como tal esta
gestatildeo deve ser estruturada numa oacutetica de rede na medida em que devem ser
desenvolvidos mecanismos de cooperaccedilatildeo e de cocriaccedilatildeo entre as diferentes partes
interessadas Eacute neste sentido que o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos deve
ter em consideraccedilatildeo estes mesmos interesses de forma a estimular a oferta e a procura e
ao mesmo tempo influenciar a decisatildeo dos turistasvisitantes
Contudo cabe ao turista decidir o que quer visitar quando e como e desta forma
eacute essencial o conhecimento das suas motivaccedilotildees e tambeacutem dos diferentes perfis de turistas
existentes para que a oferta seja ajustada a essas distintas caracteriacutesticas Para tal eacute
imprescindiacutevel a geraccedilatildeo de expectativas que podem ser criadas pelo destino atraveacutes de
diversos meios de comunicaccedilatildeo que transmitam informaccedilatildeo de qualidade acerca da oferta
do mesmo com o intuito de atrair visitantes captar a sua atenccedilatildeo e fidelizaacute-los para que
regressem e recomendem
Neste sentido a investigaccedilatildeo empiacuterica representa uma importante ferramenta no
desenvolvimento dos destinos turiacutesticos jaacute que permite recolher dados relevantes sobre
o puacuteblico alvo que se pretende atingir No caso da presente dissertaccedilatildeo sendo o principal
objetivo traccedilar o perfil do turista e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada destacam-se
como algumas conclusotildees o facto da maioria dos visitantes de Almada serem
excursionistas e natildeo turistas pois a grande maioria apenas visita o destino por algumas
horas assim como o facto de que ao niacutevel da promoccedilatildeo turiacutestica do destino esta natildeo
demonstrou ter uma papel relevante na influecircncia da escolha do destino destacando-se a
necessidade de implementar novas ferramentas de promoccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo
no destino turiacutestico em questatildeo
Palavras-chave turismo destinos turiacutesticos perfil do turista motivaccedilotildees comunicaccedilatildeo
promoccedilatildeo turiacutestica Almada
X
Abstract
The development of a tourist destination is associated with countless factors that
encompass different stakeholders such as consumers local community the state
government and companies where often the interests of some conflict with the interests
of others therefore hampering the management of the destination As such this
management should be structured from a network perspective as co-operation and co-
creation mechanisms between different stakeholders should be established It is in this
sense that the development of tourism products and services must take these same
interests into account in order to stimulate supply and demand while influencing the
decision of touristsvisitors
However it is up to the tourist to decide what they want to visit when and how
and so it is essential to know their motivations and the different existing profiles of
tourists so that the offer can be adjusted to these different characteristics To this end it
is essential to generate expectations which can be created by the destination through
several communication channels that convey quality information about its supply in
order to attract visitors capture their attention and increase their loyalty for them to return
and recommend
Consequently empirical research represents an important tool in the development
of tourist destinations as it allows relevant data collection about the intended target
market In the case of this dissertation being the main objective to identify the profile of
the tourist of Almada as well as analyze the tourism promotion of the destination some
conclusions include the fact that most of Almadas visitors are excursionists and not
tourists as the vast majority only visit the destination for a few hours as well as the fact
that the tourist promotion of the destination has not demonstrated a relevant role in
influencing the choice of destination highlighting the need to implement new tools for
promotion and dissemination of information in destination under discussion
Keywords tourism tourist destinations tourist profile motivations communication
tourism promotion Almada
XI
Lista de siglas e abreviaturas
AML Aacuterea Metropolitana de Lisboa
BTL Bolsa de Turismo de Lisboa
CMA Cacircmara Municipal de Almada
DMO Destination Management Organization
INE Instituto Nacional de Estatiacutestica
ISSU Digital Publishing Platform for Magazines Catalogs and Publications
OMT Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo
PDM Plano Diretor Municipal
RNT Registo Nacional de Turismo
UNWTO World Tourism Organization
1
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 Contexto e enquadramento ao tema
A atualidade eacute caracterizada por profundas alteraccedilotildees que foram ocorrendo ao longo
dos uacuteltimos anos a niacutevel econoacutemico cultural social poliacutetico e ambiental Estas
alteraccedilotildees ocorreram por diversos motivos como crises econoacutemicas alteraccedilotildees
demograacuteficas o processo de globalizaccedilatildeo os desenvolvimentos tecnoloacutegicos entre
outros tornando o mundo atual cada vez mais global com sociedades cada vez mais
fragmentadas (Gustavo 2012) Esta fragmentaccedilatildeo ldquoleva a que a sociedade se divida numa
grande variedade de grupos de pessoas com caracteriacutesticas demograacuteficas sociais
econoacutemicas e culturais diferentes que originam novos segmentos da procura turiacutesticardquo
(Cunha 2011 10) Todos estes fatores contribuem para a aceleraccedilatildeo das transformaccedilotildees
e do proacuteprio ciclo de vida das sociedades modernas o que obriga ldquoa mudanccedilas na procura
e (hellip) agrave alteraccedilatildeo dos destinos e das actividades que neles se desenvolvemrdquo (Id Ibid 10)
Nos uacuteltimos anos tem-se assistido a um grande desenvolvimento turiacutestico sendo que
o turismo se transformou numa das principais fontes de rendimento do Governo Um dos
principais desafios que este enorme desenvolvimento turiacutestico provocou foi o aumento da
oferta turiacutestica que por sua vez conduziu ao grande aumento da competitividade entre os
destinos originando algumas dificuldades na sua gestatildeo Este aumento da oferta estaacute
tambeacutem notoriamente relacionado com o aumento da procura sendo que satildeo vaacuterios os
fatores que cada vez mais incentivam as pessoas a viajar e a deslocarem-se para novos
destinos fazendo com que a procura turiacutestica tenha tomado uma escala global deixando
de estar centralizada nos destinos mais industrializados e desenvolvidos (Gustavo 2012)
Esta procura eacute cada vez mais constituiacuteda por consumidores com caracteriacutesticas
socioculturais muito diversas que deram origem a novos estilos de vida muito diferentes
dos padrotildees que se observavam nas deacutecadas de 50 e 60 ldquocaracterizados pelo consumismo
(hellip) que deu origem agraves feacuterias massificadas com base no laquosol e marraquordquo (Cunha e Abrantes
2013157) Assim os consumidores atuais satildeo cada vez mais exigentes e independentes
com um maior grau de conhecimento sobre os factos
2
A realidade eacute que a velocidade do ciclo de vida tem aumentado cada vez mais
diminuindo o tempo de vida dos produtos tornando-se imprescindiacutevel estar em constante
inovaccedilatildeo uma vez que a mesma ldquodesempenha o papel de motor do desenvolvimento e eacute
dos mais poderosos meios de melhorar a competitividade dos destinos turiacutesticos [sendo]
um factor criacutetico para ultrapassar as situaccedilotildees que levam agrave maturidade ou estagnaccedilatildeordquo
(Cunha 2011 25) Desta forma cada vez mais o turista contemporacircneo procura
experiecircncias turiacutesticas diferenciadoras e autecircnticas o que faz com que os destinos de
forma a natildeo perderem a sua capacidade de atraccedilatildeo invistam cada vez mais na inovaccedilatildeo
para que se consigam ldquoreestruturar criar uma nova identidade e alterar a sua imagemrdquo
mantendo-se competitivos (Cunha 2011 12)
Esta noccedilatildeo de inovaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia hoje em dia pois se o liacuteder de
mercado natildeo se inovar vai acabar por se autodestruir uma vez que vai deixar de conseguir
acompanhar a procura e de combater a concorrecircncia Se existir uma contiacutenua estagnaccedilatildeo
num determinado produto e natildeo se estimular uma evoluccedilatildeo das ofertas o destino vai
certamente entrar em decliacutenio e perder competitividade deixando de ser apelativo Eacute
neste acircmbito que surge um novo paradigma do turismo muito mais dinacircmico e mais
focado no consumidor que cada vez mais exige ldquoser parte integrante no processo de
construccedilatildeo do produto e no caso do destino turiacutestico da experiecircncia turiacutesticardquo (Flores e
Mendes 2014 234) Desta forma os gestores de destinos devem operar seguindo uma
visatildeo do destino ldquocomo um sistema integrado flexiacutevel e adaptado agraves demandasrdquo
privilegiando as motivaccedilotildees e expectativas do consumidor de forma a compreender os
diversos perfis de turistas que existem atualmente para que seja possiacutevel criar
experiecircncias turiacutesticas de excelecircncia (Flores e Mendes 2014 234)
12 Pertinecircncia do estudo
Esta dissertaccedilatildeo pretende contribuir para a definiccedilatildeo do perfil do turista que visita
Almada tendo por base as teorias associadas agraves motivaccedilotildees expectativas
comportamento e satisfaccedilatildeo assim como proceder a uma anaacutelise da promoccedilatildeo turiacutestica
deste destino atraveacutes da examinaccedilatildeo dos diferentes canais de comunicaccedilatildeo existentes
Uma vez que o ramo de especializaccedilatildeo deste mestrado eacute a gestatildeo de destinos turiacutesticos
considerou-se pertinente compreender e definir o que satildeo destinos turiacutesticos tendo em
conta a oferta turiacutestica a procura e a experiecircncia turiacutestica assim como definir o conceito
de comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica uma vez que estas ldquo[estabelecem] a ligaccedilatildeo entre a
oferta e a procura entre os turistas e os anfitriotildeesrdquo (Marujo 2008 29)
3
Tambeacutem seratildeo abordados alguns conceitos de marketing turiacutestico em destinos de
forma a compreender que este deve ser visto como um sistema dinacircmico onde se devem
estabelecer inter-relaccedilotildees entre os diferentes stakeholders ldquode forma a conciliar os
objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica natildeo sendo apenas uma estrateacutegia
de atraccedilatildeo de visitantesturistasrdquo (Peres e Rita 2017174) A escolha deste tema para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo teve que ver sobretudo com o facto de natildeo existir nenhum
estudo cientiacutefico em concreto sobre o perfil do turistavisitante de Almada Assim como
compreender como eacute que os turistasvisitantes obtiveram conhecimento deste destino
como chegaram ateacute ele e ateacute que ponto a promoccedilatildeo turiacutestica do destino teve impacto ou
influecircncia na escolha dos turistasvisitantes
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo
O objetivo geral desta dissertaccedilatildeo eacute caracterizar o turistavisitante que visita
Almada assim como determinar as motivaccedilotildees para a viagem Por outro lado pretende-
se estudar outras variaacuteveis do comportamento do consumidor tais como conhecer o
impacto da promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos atraveacutes do conhecimento de quais os meios
de comunicaccedilatildeo que tiveram um maior impacto ou natildeo na escolha da visita sendo que se
pretende que o resultado desta investigaccedilatildeo possa ser um contributo para o
desenvolvimento do destino turiacutestico em questatildeo Formam tambeacutem parte dos objetivos
compreender a aacuterea turiacutestica da cidade de Almada atraveacutes de uma anaacutelise da oferta e da
procura identificar os diferentes canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e analisar
se a estrateacutegia de promoccedilatildeo bem como os principais canais de comunicaccedilatildeo vatildeo ao
encontro da oferta e da procura turiacutestica do destino
Uma vez que este estudo pode servir como base para futuras investigaccedilotildees e
desenvolvimentos a niacutevel turiacutestico em Almada pretende-se perceber e dar a conhecer qual
ou quais os mercados alvo a explorar para facilitar a definiccedilatildeo de produtos turiacutesticos para
segmentos alvo especiacuteficos deste destino O estudo do perfil dos turistas eacute essencial para
o desenvolvimento de um destino turiacutestico na medida em que permite ldquocompreender se
as caracteriacutesticas de um destino satisfazem ou natildeo as necessidades dos visitantesrdquo e
tambeacutem porque eacute fundamental para a segmentaccedilatildeo do mercado conhecer as motivaccedilotildees
dos visitantes para que seja possiacutevel proporcionar uma oferta com produtos especiacuteficos
que sejam capazes de satisfazer as necessidades e desejos dos mesmos (Cunha 2013 95)
4
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos
21 O turismo enquanto sistema
De modo a compreender melhor o que satildeo destinos turiacutesticos e como se
desenvolvem eacute essencial fazer um breve enquadramento ao turismo enquanto sistema jaacute
que os destinos formam parte deste mesmo sistema e sem esta perceccedilatildeo a sua gestatildeo
dificulta-se Atualmente uma das perspetivas que mais autores defendem no turismo eacute a
abordagem holiacutestica uma vez que esta defende que o turismo apresenta diversas
vertentes mas o seu foco principal satildeo sempre os turistas existindo uma relaccedilatildeo de
multidisciplinaridade entre o turismo e outras aacutereas diferentes mas que se relacionam e
completam Seguindo esta loacutegica surge uma nova definiccedilatildeo de sistema que possibilita a
criaccedilatildeo de um ponto de referecircncia comum agraves diferentes vertentes e perspetivas do turismo
tendo como base os seguintes elementos os turistas os elementos geograacuteficos a
componente industrial e a interaccedilotildees com ambientes mais amplos (Leiper 1979) Atraveacutes
da definiccedilatildeo de turista e da distinccedilatildeo entre o mesmo e visitante do dia assim como a
anaacutelise do seu comportamento que geralmente segue um padratildeo eacute possiacutevel determinar
em seguida os elementos geograacuteficos
Para tal Leiper (1979) baseou-se na definiccedilatildeo de ambiente turiacutestico de Gunn
(1972) tendo estabelecido trecircs dimensotildees espaciais do sistema turiacutestico as regiotildees
geradoras de turistas onde os turistas residem permanentemente e onde as viagens tecircm
iniacutecio tratando-se do mercado gerador para o turismo pois satildeo regiotildees que estimulam
viagens as regiotildees de destinos turiacutesticos locais que atraem os turistas de modo a
permanecerem temporariamente nos mesmos pois possuem atraccedilotildees que as regiotildees
geradoras natildeo possuem e desta forma o turista passa a querer experienciaacute-las
pessoalmente e por fim as regiotildees de tracircnsito tratando-se de zonas intermeacutedias onde natildeo
soacute se unem as duas regiotildees previamente referidas mas tambeacutem onde ocorre a viagem do
turista permitindo-lhe conhecer zonas de passagem desconhecidas sendo essenciais pois
permitem ldquoinfluenciar a qualidade do acesso a determinados destinos e
consequentemente influenciar o tamanho e a direccedilatildeo dos fluxos turiacutesticosrdquo (Leiper
1979 397)
5
Outro aspeto relevante a ter em atenccedilatildeo no sistema turiacutestico eacute a definiccedilatildeo e
delimitaccedilatildeo dos recursos existentes Segundo Leiper (1979) existem dois fatores que
interagem no processo sendo eles os turistas que procuram experiecircncias serviccedilos e
infraestruturas que satisfaccedilam as suas necessidades e os diversos recursos dos destinos
que servem os turistas e os mesmos propoacutesitos anteriormente referidos
Estes recursos podem ser agrupados em cinco categorias diferentes lazer como
o principal motivo que leva as pessoas a viajar inputs organizacionais e de planeamento
efetuados natildeo soacute por empresas mas tambeacutem pelos proacuteprios turistas que contribuem em
grande parte para a interaccedilatildeo social e para as caracteriacutesticas culturais da experiecircncia
turiacutestica recursos naturais e gratuitos inerentes ao destino que no seu conjunto
contribuem para a criaccedilatildeo da atmosfera do destino induacutestrias incidentais que servem
essencialmente a populaccedilatildeo local e os visitantes do dia mas que acabam tambeacutem por
servir os turistas de forma episoacutedica e por uacuteltimo a proacutepria induacutestria turiacutestica que
funciona quase como um elemento agrave parte de todo o sistema mas que se manteacutem
relacionada com todas as partes do sistema turiacutestico (Leiper 1979 399-400)
Desta forma ldquoa induacutestria turiacutestica consiste em todas as empresas organizaccedilotildees e
equipamentos que se destinam a responder agraves necessidades e desejos especiacuteficos dos
turistasrdquo (Leiper 1979 400) sendo que ela proacutepria se divide em seis setores interligados
numa cadeia que se estende a todas as regiotildees do sistema turiacutestico especiacuteficos para cada
tipo de serviccedilo fornecido aos turistas como o marketing as companhias de transporte
turiacutestico o alojamento as atraccedilotildees turiacutesticas os serviccedilos e a regulamentaccedilatildeo (Leiper
1979)
Atraveacutes deste modelo Leiper (1979) cria uma nova definiccedilatildeo de turismo que pode
ser observada atraveacutes da figura 1 apresentando-o como um sistema com cinco elementos
sendo eles os turistas as regiotildees geradoras de turistas as regiotildees de destinos turiacutesticos
as regiotildees de tracircnsito e a induacutestria turiacutestica Todos estes elementos funcionam como um
sistema aberto no qual se interrelacionam natildeo soacute no espaccedilo e no tempo mas tambeacutem com
o ambiente externo que inclui as dimensotildees fiacutesicas culturais sociais econoacutemicas
poliacuteticas e tecnoloacutegicas
6
Figura 1 - O sistema turiacutestico (Leiper 1979)
22 Conceito de Destino Turiacutestico
Na definiccedilatildeo do conceito de destinos turiacutesticos existem diversas abordagens que
elucidam de forma diferente aquilo que eacute um destino turiacutestico gerando por vezes algumas
incoerecircncias uma vez que se focam somente num determinado aspeto como por exemplo
definir o destino somente enquanto uma ferramenta de marketing ou como uma unidade
geograacutefica desprezando os restantes elementos que tambeacutem formam parte de um destino
(Framke 2014) A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) define destino turiacutestico
como sendo um local fiacutesico com ou sem limites administrativos no qual o visitante pode
passar a noite Eacute um conjunto de produtos e serviccedilos assim como atividades e
experiecircncias que se desenvolvem ao longo da cadeia de valor do turismo e formam a
unidade baacutesica de anaacutelise em turismo incorporando vaacuterias partes interessadas que podem
conectar-se de forma a criar destinos mais abrangentes A sua imagem e identidade
tornam-no intangiacutevel e satildeo estas duas caracteriacutesticas que influenciam a sua posiccedilatildeo e
competitividade no mercado (OMT 2019)
Apoacutes compreender-se que o destino eacute parte integrante do sistema turiacutestico para
Saraniemi e Kylaumlnen (2011) o destino turiacutestico deve ser observado como a principal
unidade de anaacutelise em turismo uma vez que todas as atividades e atraccedilotildees turiacutesticas onde
estatildeo incluiacutedos a produccedilatildeo e o consumo ocorrem num determinado destino e neste
sentido eacute a anaacutelise do destino turiacutestico que se vai refletir ldquona compreensatildeo da maioria dos
fenoacutemenos do turismordquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 133)
7
Um destino turiacutestico eacute portanto um espaccedilo onde diferentes stakeholders
interagem contribuindo para a cocriaccedilatildeo de experiecircncias entre o consumidor e o produtor
sendo que ldquoo somatoacuterio dos interesses atividades instalaccedilotildees infraestruturas e atraccedilotildees
cria a identidade de um lugar [ou seja] o destino eacute a identidade turiacutestica de um lugarrdquo
(Framke 2002 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) Sendo que existem vaacuterias
perspetivas e abordagens no que diz respeito agrave definiccedilatildeo do que eacute um destino turiacutestico
dentro das convencionais existe a perspetiva geograacutefica onde os destinos satildeo geralmente
abordados seguindo o modelo dos elementos sugerido por Medlik e Middleton (1973)
(citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) sendo eles as atraccedilotildees as infraestruturas
as acessibilidades as imagens e o preccedilo
Nesta abordagem ldquoos destinos satildeo lugares para os quais as pessoas viajam e onde
escolhem ficar por algum tempo para experimentar certas atraccedilotildeesrdquo (Leiper 1995 citado
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 135) desta forma os turistas viajam para fora dos seus
locais habituais estimulados pelos seus motivos e necessidades em busca de destinos
com recursos atraccedilotildees e serviccedilos diferentes daqueles que encontram no seu destino de
origem Jaacute numa perspetiva de gestatildeo marketing de destinos autores como Kotler
Bowen e Makens 1999 Kotler Haider e Rein 1993 (citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) defendem que o produto turiacutestico eacute composto por diversos elementos dispostos por
diferentes camadas o que significa que as infraestruturas e serviccedilos de que o destino
dispotildee satildeo criados a pensar no turista de forma a ir ao encontro daquilo que satildeo as suas
necessidades (Cooper et al 2005 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Dentro desta perspetiva de marketing existem diversos modelos como eacute exemplo
o modelo do produto turiacutestico total (Middleton 1994 Middleton e Clarke 200 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011) no qual o produto eacute composto por elementos tangiacuteveis e
intangiacuteveis tendo por base as diferentes atividades que se podem realizar no destino
tornando a experiecircncia turiacutestica acessiacutevel para o turista a um determinado preccedilo Contudo
esta experiecircncia eacute vivida pelo consumidor de forma subjetiva dependendo de diversos
fatores como o itineraacuterio escolhido experiecircncias anteriores o contexto cultural etc
(Buhalis 2000 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
8
Outro modelo eacute o do produto turiacutestico geneacuterico (Smith 1994 citado por Saraniemi
e Kylaumlnen 2011) em que o destino eacute abordado como um produto turiacutestico no seu todo
sendo que todas as suas caracteriacutesticas ou seja os serviccedilos as infraestruturas os
equipamentos etc satildeo capazes de adicionar benefiacutecios e valor acrescido ao destino
Contudo este modelo apresenta algumas falhas na medida em que eacute apenas abordado
segundo o contexto de gestatildeo de destinos descartando a importacircncia da experiecircncia
humana e a complexidade que se estabelece no processo de oferta e procura que natildeo eacute
estaacutevel (Komppula 2005 Garciacutea-Rosell et al 2007 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) Por outro lado a abordagem de Gunn (1988) foca-se na experiecircncia turiacutestica sendo
que para este autor o destino eacute um produto turiacutestico no qual ocorre o consumo de uma
experiecircncia que resulta na utilizaccedilatildeo de um conjunto de diferentes serviccedilos pelo
turistavisitante durante a visita (Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Assim como Gunn (1988) outros autores como eacute o caso de Ritchie e Crouch
(2000) tambeacutem focam as suas abordagens referentes a destinos turiacutesticos na experiecircncia
sendo que consideram que o verdadeiro produto eacute a experiecircncia turiacutestica em si
abordagem que pode desvalorizar as relaccedilotildees socioculturais e todo o processo que as
mesmas implicam (Saraniemi e Kylaumlnen 2011) Em suma esta abordagem orientada para
a gestatildeo de marketing de destinos estaacute muito direcionada para aquilo que eacute a gestatildeo dos
recursos do destino (naturais ou criados pelo homem) baseada somente na relaccedilatildeo entre
o gestor do destino e as diferentes empresas que atuam como distribuidores
intermediaacuterios e atraveacutes das organizaccedilotildees puacuteblicas Este modelo menospreza a
importacircncia do consumidor (neste caso os turistasvisitantes) no momento do
planeamento passando o papel do mesmo a ser apenas ldquoentrar e sair da aacuterea com ou sem
os benefiacutecios pretendidosrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 136)
Numa perspetiva orientada para o consumidor o valor do mesmo eacute colocado no
centro do produto turiacutestico sendo o maior objetivo deste modelo comercializar o destino
de forma a atingir clientes especiacuteficos (Vargo and Lusch 2006 citados por Saraniemi e
Kylaumlnen 2011 136) Deste ponto de vista o turista eacute considerado um elemento passivo
na medida em que apenas interage com o destino quando integra as atividades e accedilotildees
providenciadas pelos prestadores de serviccedilos mas eacute tambeacutem ao mesmo tempo um
participante ativo pois eacute ele quem toma a decisatildeo de visitar determinado destino gasta os
seus recursos econoacutemicos para tal e eacute capaz de tomar decisotildees racionais (Moisander e
Valtonen 2006 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137)
9
Contudo para autores como Firat Dholakia e Venkatesh (1995 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) ldquoo turista surge como um agente autoacutenomo e a niacutevel
comportamental consistente cujas accedilotildees satildeo completamente explicaacuteveis e portanto
previsiacuteveisrdquo Este modelo foca-se assim no consumidor enquanto ator individual que viaja
para um destino conforme as suas necessidades e desejos natildeo conseguindo ldquocaptar a
natureza social dos lugares e a espacialidade da experiecircnciardquo (Rojek e Urry 1997 Urry
1990 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Contudo foram-se desenvolvendo
novas teorias e o conceito de serviccedilos dominantes em turismo surgiu atribuindo o papel
de cocriador ao consumidor (Vargo e Lusch 2008 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011)
Seguindo esta loacutegica uma vez que o consumidor forma parte integrante do
processo de criaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica torna-se mais faacutecil para os gestores de
destinos compreender melhor as relaccedilotildees entre a produccedilatildeo e o consumo de forma a
criarem uma melhor oferta ao consumidor contribuindo ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo
de valor do proacuteprio destino Desta forma autores como Snepenger et al (2004 2007
citados por citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) fundamentam que os lugares
constituem um conjunto de significados capazes de atrair valor e criar expectativas para
a experiecircncia e uma vez que os mesmos lugares satildeo compartilhados por turistas e
residentes locais estes transformam-se num sistema de comunicaccedilatildeo social capaz de
definir a identidade do destino atraveacutes do consumo e das diferentes interaccedilotildees entre os
diferentes sujeitos presentes (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Em oposiccedilatildeo a estas
abordagens convencionais comeccedilaram a surgir perspetivas alternativas como eacute exemplo
a construccedilatildeo sociocultural de um destino
Comeccedilaram a surgir teorias mais amplas no que diz respeito aos destinos
turiacutesticos nas quais as dimensotildees temporais e espaciais dos locais se evidenciaram e onde
a produccedilatildeo o consumo e a proacutepria comunidade local estabelecem inter-relaccedilotildees (Garciacutea-
Rosell et al 2007 Rojek e Urry 1997 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) A
ideia de que os destinos natildeo satildeo sistemas estaacuteveis e fechados comeccedilou a ser desenvolvida
e a compreender-se cada vez mais que se tratam de unidades dinacircmicas que se vatildeo
alterando e transformando no tempo e que se desenvolvem num contexto que combina
diversas dimensotildees como a dimensatildeo histoacuterica social cultural poliacutetica e econoacutemica
(Saarinen 2001 2004 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138)
10
Nesta perspetiva os destinos satildeo definidos como ldquoespaccedilos atraveacutes dos quais o
poder a identidade o significado e o comportamento satildeo construiacutedos negociados e
renegociados de acordo com a dinacircmica socioculturalrdquo (Pritchard e Morgan 2001 citados
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) Assim esta abordagem segue a loacutegica da visatildeo
holiacutestica previamente referida onde diversas partes interessadas estabelecem relaccedilotildees de
interdependecircncia entre si e todas participam no processo de criaccedilatildeo do destino Neste
contexto o turista passa a ter o papel de cocriador os serviccedilos e produtos da oferta dos
destinos passam a adaptar-se a um mercado cada vez mais multicultural e global e este
proacuteprio mercado torna-se cada vez mais fragmentado e natildeo tatildeo pouco segmentado como
no passado
Assim ldquoo cliente eacute o produto e o cliente torna-se no produtor na medida em que
procura produtos especiacuteficos (e significados) para comercializar as suas proacuteprias imagens
e (re)produzir as suas proacuteprias identidades nos mercadosrdquo (Firat e Dholakia 2006 Firat
Dholakia e Venkatesh 1995 Firat e Schultz 1997 Pine e Gilmore 1999 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 139) A relaccedilatildeo entre os gestores de destinos e provedores de
serviccedilos com os turistasconsumidores alterou-se uma vez que estes uacuteltimos passaram a
acompanhar todo o processo de produccedilatildeo desde o iniacutecio Neste contexto natildeo satildeo somente
as atraccedilotildees e os produtos integrados na oferta de um destino que vatildeo ditar o seu sucesso
mas sim a capacidade que o mesmo tem de permitir aos seus visitantes viver experiecircncias
uacutenicas que vatildeo ao encontro das necessidades e desejos que procuram encontrar de forma
a ficaram satisfeitos ou mesmo superar as suas expectativas
Sendo que o turista passa a criar tambeacutem o produto que vai consumir o mercado
acaba por se tornar muito mais fragmentado pois passam a existir diversos perfis de
turistas que procuram diversas atividades serviccedilos atraccedilotildees etc o que lhes permite obter
um ldquoconsumo mais profundo simboacutelico e emocional das culturas em vez de apenas
satisfazer as suas necessidades (hellip) [e] tambeacutem permite agrave populaccedilatildeo local participar no
desenvolvimento da sua regiatildeo residencialrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 140) Desta
forma um destino turiacutestico eacute todo o espaccedilo que funciona como um instrumento complexo
mas que integra diversas componentes que vatildeo desde os recursos existentes agraves vaacuterias
infraestruturas e agrave populaccedilatildeo local (Flores e Mendes 2014)
11
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos
Uma vez que o consumidor se vai tornando cada vez mais experiente e mais
informado vai ao mesmo tempo deixar de ser tatildeo facilmente influenciado pelas
campanhas de marketing e promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos baseando-se cada vez mais
em feedbacks e conselhos de quem conhece e confia Este fator faz com que os destinos
apliquem a autenticidade que muitas vezes se associa aos recursos culturais e histoacutericos
dos destinos agrave sua oferta de forma a aumentar a motivaccedilatildeo e o desejo de visita aos turistas
bem como agrave fidelizaccedilatildeo dos mesmos ao destino pois ldquoquanto mais motivados
culturalmente forem os turistas maior pode ser a fidelizaccedilatildeo esperadardquo (Kolar e Zabkar
citados por Cunha 2011 21) Daiacute que na atualidade cada vez mais se assista agrave divulgaccedilatildeo
de campanhas promocionais e de marketing dos destinos turiacutesticos muito associadas aos
conceitos da autenticidade que no caso de serem sinceras conseguem natildeo soacute diferenciar
o seu destino atraveacutes da criaccedilatildeo de uma nova imagem do mesmo mas tambeacutem garantir
que as necessidades e expectativas dos turistas satildeo satisfeitas
Para que o desenvolvimento turiacutestico ocorra a aposta cada vez mais centra-se na
inovaccedilatildeo no que diz respeito agrave criaccedilatildeo de novos modelos e processos de novos produtos
novas abordagens relativamente ao destino que efetivamente contribuam para a melhoria
do mesmo e garantir a sua competitividade por outras palavras ldquomodificar a situaccedilatildeo
atual de uma localidade tornando-a aperfeiccediloada melhorada aprimoradardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 44) Em suma os turistas cada vez mais viajam com o intuito de vivenciarem
a autenticidade dos locais que visitam e para tal os destinos essencialmente as DMO ndash
Destination Management Organization tecircm de acompanhar estas novas tendecircncias
investindo na autenticidade das suas ofertas de forma a desenvolverem o seu destino
rejuvenescecirc-lo alterar a sua imagem e ir ao encontro das necessidades e expectativas dos
turistas de forma a gerar satisfaccedilatildeo e lealdade ao destino
Segundo a OMT uma DMO eacute quem lidera a gestatildeo de um destino atraveacutes da
associaccedilatildeo entre as diferentes organizaccedilotildees e interesses de forma a trabalharem em
conjunto para um objetivo comum (UNWTO ndash World Tourism Organization 2007) Satildeo
estas organizaccedilotildees que elaboram estrateacutegias de atuaccedilatildeo para as diferentes atividades e
serviccedilos que ocorrem num destino atraveacutes da criaccedilatildeo de parcerias com diferentes
intervenientes proporcionando os recursos necessaacuterios para o desenvolvimento do
destino Contudo esta gestatildeo torna-se complexa uma vez que eacute necessaacuterio conjugar
diversos interesses e entidades que muitas vezes entram em conflito
12
Uma gestatildeo de um destino conjuga todos os elementos presentes no mesmo sendo
eles as atraccedilotildees os equipamentos as infraestruturas o marketing etc que se coordenam
e conectam atraveacutes de abordagens estrateacutegicas com o intuito de evitar esforccedilos e gastos
desnecessaacuterios bem como reconhecer possiacuteveis falhas (Id Ibid) O processo de gestatildeo de
um destino turiacutestico desenvolve-se essencialmente atraveacutes do marketing que promove
todos os elementos do destino e atrai as pessoas a visitaacute-lo garantido que o mesmo
apresenta na sua oferta os serviccedilos infraestruturas e atraccedilotildees que vatildeo ao encontro das
expectativas dos turistas e que as mesmas sejam ultrapassadas ao mesmo tempo que cria
um ambiente adequado ao desenvolvimento sustentaacutevel do destino a niacutevel social
econoacutemico e fiacutesico
Este desenvolvimento sustentaacutevel depende do planeamento engajamento e
participaccedilatildeo dos diferentes stakeholders do destino que devem priorizar as caracteriacutesticas
locais jaacute que estas ldquopodem contribuir positivamente para o desenvolvimento local e
podem minimizar os possiacuteveis impactos negativos da atividade turiacutesticardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 57) A gestatildeo de destinos eacute portanto relevante na medida em que eacute capaz
de colocar o destino turiacutestico num patamar competitivo com outros destinos atraveacutes do
posicionamento da oferta diversificada e do desenvolvimento das atraccedilotildees e recursos
Todavia esta gestatildeo deve ter em consideraccedilatildeo a sustentabilidade natildeo soacute
ambiental mas tambeacutem dos recursos existentes assim como salvaguardar as tradiccedilotildees e
valores da populaccedilatildeo local de forma a evitar conflitos Outra das vantagens de uma boa
gestatildeo segundo a OMT (2007) eacute o facto de proporcionar um aumento dos lucros e
benefiacutecios para a comunidade residente promovendo o negoacutecio produtos tradiccedilotildees e
costumes locais que de outra forma poderiam eventualmente desaparecer Desta forma
contribui ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo de uma imagem de marca distintiva e forte
capaz de natildeo soacute atrair visitantes mas tambeacutem ganhar a sua fidelidade fazendo com que
regressem pois ldquoa gestatildeo eficaz dos destinos permite que os mesmos maximizem o valor
do turismo para os visitantes garantindo benefiacutecios locais e a sustentabilidaderdquo
(UNWTO 2007 9) No entanto para ganhar esta mesma fidelidade e atrair os visitantes
eacute necessaacuterio conhecer quais as suas motivaccedilotildees e necessidades atraveacutes de estudos de
mercado cujos resultados permitam adaptar a oferta do destino agraves diferentes motivaccedilotildees
e perfis de turistas existentes
13
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista
31 Motivaccedilotildees do Turista
Os turistas procuram atraveacutes do turismo e das viagens ou feacuterias que realizam
satisfazer as suas necessidades e motivaccedilotildees e ao mesmo tempo adquirir novos
conhecimentos acrescentando algum tipo de valor pessoal atraveacutes das experiecircncias que
concretizam Satildeo as atitudes dos turistas que formam um dos primeiros fatores a ter em
consideraccedilatildeo no ldquodesenvolvimento de um modelo de motivaccedilatildeo e comportamento
turiacutesticosrdquo (Gnoth 1997 2) Apesar dos estudos relativos ao comportamento do
consumidor fornecerem perceccedilotildees acerca da psicologia comportamental e cognitiva dos
turistas estes natildeo consideram a vertente irracional impliacutecita nos comportamentos
hedoacutenicos e emocionais dos turistas que procuram feacuterias e lazer (Id Ibid)
Desta forma estes modelos focados somente nos aspetos cognitivos da motivaccedilatildeo
dos turistas tornam-se mais vaacutelidos quando se acrescentam as ldquonormas sociais e a atitude
em relaccedilatildeo agrave atividade envolvendo sujeito e objeto como indicadores do comportamento
realrdquo (Ajzen e Fishbein 1977 citados por Gnoth 1997 3) Contudo as emoccedilotildees
tornaram-se numa das principais fontes comportamentais (Mittal 1988 Pratkanis
Breckler e Greenwald 1989 Zajonc 1980 citados por Gnoth 1997) capazes de
direcionar o comportamento mas ao mesmo tempo consideradas instaacuteveis consoante o
espaccedilo e o tempo (ou seja as situaccedilotildees) (Ajzen 1989 citado por Gnoth 1997)
As atitudes dos turistas funcionam entatildeo como fatores mediadores entre as suas
necessidades e valores sendo que os seus motivos e as situaccedilotildees em que se encontram
podem ser diversas dando origem a uma multiplicidade e multidimensionalidade do seu
comportamento (Id Ibid) O que torna a compreensatildeo das motivaccedilotildees dos turistas ainda
mais complexa eacute o facto de uma determinada atitude poder satisfazer diferentes motivos
e valores em diferentes situaccedilotildees (Murray 1938 citado por Gnoth 1997) Estes factos
obrigam a que se analisem as atitudes tendo como base um sistema multidimensional que
demonstre a diversidade de possiacuteveis expectativas e experiecircncias criadas de forma a que
posteriormente seja possiacutevel aplicar a teoria agrave proacutepria gestatildeo e planeamento turiacutestico (Id
Ibid)
14
No processo de motivaccedilatildeo dos turistas existem duas abordagens distintas A
primeira baseia-se essencialmente na teoria da construccedilatildeo de atitudes (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 1997) sendo que estas se orientam num uacutenico sentido muito
centrado na vertente intelectual e cognitivista uma vez que ldquoassume a existecircncia de
emoccedilotildees mas apenas como uma variaacutevel que depende de cogniccedilotildeesrdquo (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 19977) Por outro lado a segunda defende uma relaccedilatildeo
interativa entre os dois sistemas (emoccedilotildees e cogniccedilotildees) mas ao mesmo tempo considera
que satildeo independentes e totalmente diferentes um do outro (Pratkanis Breckler e
Greenwald 1989 citados por Gnoth 1997) No entanto segundo Gnoth (1997) existe um
fator comum a estas duas abordagens sendo ele o instinto ou impulso de cada turista que
desencadeia o comportamento Neste contexto as emoccedilotildees e cogniccedilotildees dos turistas
influenciam todo o processo de motivaccedilatildeo turiacutestica e ajudam na compreensatildeo das
perceccedilotildees e avaliaccedilotildees das experiecircncias por parte dos turistas (Id Ibid)
Desta forma eacute possiacutevel definir duas abordagens distintas as cognitivistas e as
behavioristas Segundo estas uacuteltimas eacute atraveacutes das suas emoccedilotildees que o turista vai avaliar
todos os componentes do destino que vai visitar sendo que as mesmas acabam por se
sobrepor ao conhecimento e agrave vertente cognitiva levando agraves tomadas de decisotildees e agraves
definiccedilotildees de preferecircncias de cada turista com base na dimensatildeo emocional e afetiva (Id
Ibid) Para behavioristas como Hull (1943 citado por Gnoth 1997) ldquoo comportamento
eacute o produto da forccedila do impulso e do haacutebitordquo sendo que as aprendizagens adquiridas no
passado satildeo vistas como o estiacutemulo decisivo para o comportamento (Id Ibid)
Enquanto as abordagens behavioristas tecircm como base a teoria dos impulsos (drive
theory) de cariz muito mais emocional as cognitivas por oposiccedilatildeo seguem a teoria das
expectativas (expectancy theory) baseando-se essencialmente nos aspetos intelectuais Ao
passo que a primeira se foca na satisfaccedilatildeo de uma necessidade ou um objetivo com origem
na emoccedilatildeo e entusiasmo a segunda baseia-se nos conhecimentos adquiridos a priori
como forma de direcionar os comportamentos de forma seletiva (Porter e Lawler 1968
citados por Gnoth 1997) Compreender as motivaccedilotildees eacute essencial na gestatildeo de um destino
turiacutestico na medida em que se torna possiacutevel prever tendecircncias comportamentais e
tiposperfis de turista de forma a monitorizar os recursos existentes e a oferta para que
vatildeo ao encontro destas mesmas motivaccedilotildees e expectativas com o objetivo de atingir a
satisfaccedilatildeo
15
Segundo Gnoth (1997) estas expectativas tratam-se dos ideais que os turistas tecircm
relativamente a representaccedilotildees daquilo que vatildeo experienciar observar ou usufruir no
futuro podendo ser positivas ou negativas e distinguindo-se conforme o niacutevel intelectual
e o niacutevel emocional envolvidos nas expectativas do turista Todo este processo resulta
tambeacutem das proacuteprias atitudes e valores de cada turista sendo que estes podem ser
autodirigidos e de componente emocional ou por outro lado dirigidos a fatores exteriores
onde a componente cognitiva predomina (Id Ibid) A geacutenese do turismo surge com a
necessidade de quebrar com a rotina diaacuteria tratando-se de uma atividade de ocupaccedilatildeo dos
tempos livres que na grande maioria das vezes resulta na busca pelo lazer Trata-se
portanto de uma atividade que implica uma deslocaccedilatildeo para um local diferente do
habitual sendo que satildeo diversas as razotildees que levam cada pessoa a viajar e daiacute resultam
tambeacutem diversos tipos de comportamentos que satildeo influenciados por fatores internos ou
externos (Yousaf et al 2018)
Satildeo vaacuterios os autores que argumentaram ao longo dos anos diversas razotildees para
explicarem as motivaccedilotildees e comportamentos dos turistas A procura por restabelecer e
recuperar o bem-estar que natildeo possuem no seu quotidiano e melhorar a sua vida atraveacutes
da procura pelo enriquecimento pessoal (Hill 1965 citado por Yousaf et al 2018) a
necessidade de viajarem para lugares diferentes e obter novas experiecircncias (Um e
Crompton 1992 citados por Yousaf et al 2018) a necessidade de rutura com os
contextos habituais do quotidiano com o objetivo de relaxar e diminuir o stress
psicoloacutegico e mental (Crompton 1979 Todorovic e Jovicic 2016 citados por Yousaf et
al 2018)
Estes comportamentos distintos e as diversas razotildees existentes que provocam
motivaccedilotildees e necessidades aos turistas encontram-se muitas vezes presentes nos padrotildees
de viagem que por sua vez estatildeo relacionados com os padrotildees psicoloacutegicos dos turistas
(Li e Zhang 2013 Simkova e Holzner 2014 citados por Yousaf et al 2018) No que
diz respeito ao estudo das motivaccedilotildees satildeo vaacuterias as teorias defendidas sendo que a que
melhor sustenta o estudo em causa e que melhor se adapta agrave anaacutelise e compreensatildeo da
motivaccedilatildeo do turista eacute a teoria dos fatores push e pull defendida por Dann (1977) tendo
sido complementada mais tarde por Crompton (1979)
16
Os fatores push encontram-se relacionados com fatores intriacutensecos agrave pessoa de
cariz sociopsicoloacutegico que criam uma necessidade de viajar e de sair do seu local habitual
sendo que como o nome indica lsquoempurramrsquo a pessoa a sair em busca de atenuar ou
mesmo extinguir a sensaccedilatildeo de solidatildeo do quotidiano enquanto que os fatores pull de
caraacuteter extriacutenseco estatildeo associados agraves condiccedilotildees caracteriacutesticas e atributos do destino
que se torna capaz de atrair visitantes (Yousaf et al 2018) Eacute atraveacutes destes fatores que
o turista decide selecionar um destino especiacutefico para visitar por ser o que melhor
corresponde agraves suas necessidades (Cunha 2013)
Jaacute para Iso-Ahola (1982) o foco das motivaccedilotildees turiacutesticas encontra-se
inteiramente relacionado com o lazer Este autor defende uma teoria designada por
modelo de psicologia social do turismo atraveacutes do qual estabelece que as motivaccedilotildees se
constituem atraveacutes da dicotomia evasatildeodescoberta (Cunha 2013) Segundo esta teoria
os turistas possuem essencialmente duas motivaccedilotildees que se encontram relacionadas com
a satisfaccedilatildeo obtida por intermeacutedio de atividades de lazer atraveacutes das quais conseguem
alcanccedilar recompensas para o seu bem-estar psicoloacutegico e ao mesmo tempo proceder a
uma rutura com a sua rotina muitas vezes considerada aborrecida stressante e difiacutecil
Tanto as motivaccedilotildees de evasatildeo (escapar agrave rotina) e descoberta (procurar algo novo que
proporcione alguma recompensa) como as proacuteprias recompensas subdividem-se em
pessoais e interpessoais na medida em que ldquouma pessoa pode escapar ao mundo pessoal
(isto eacute incoacutemodos pessoais problemas dificuldades falhas) eou ao mundo interpessoal
(colegas de trabalho familiares amigos parentes e vizinhos)rdquo (Id Ibid 96)
Relativamente agraves recompensas as de cariz pessoal relacionam-se com a busca por
novos conhecimentos relaxamento descanso autoestima etc e as de cariz interpessoal
estatildeo relacionadas com a conexatildeo com os outros ou seja integraccedilatildeo e interaccedilatildeo social
aceitaccedilatildeo criaccedilatildeo de novas relaccedilotildees de amizade recuperaccedilatildeo de laccedilos etc (Id Ibid)
Para tal Iso-Ahola (1982) apresentou um modelo que pode ser observado na figura 2 no
qual demonstrou que o turista pode encontrar-se em qualquer uma das quatro ceacutelulas
apresentadas dependendo de certas condicionantes e num determinado periacuteodo de tempo
Para este mesmo autor uma pessoa decide tornar-se turista devido agraves duas forccedilas
mencionadas anteriormente e a partir do momento em que decide qual das motivaccedilotildees
(sendo que pode ateacute mesmo optar pelas duas) seraacute o seu principal objetivo para iniciar a
viagem todo o seu comportamento vai ser construiacutedo tendo por base esse momento de
forma a atingir esse mesmo objetivo
17
Segundo Iso-Ahola (1982) existem 4 grupos de indiviacuteduos que se enquadram no
modelo que se observa na figura 2 Na ceacutelula 1 um grupo de indiviacuteduos viaja
principalmente com o intuito de escapar ao ambiente pessoal e procuram encontrar
recompensas pessoais mas ao mesmo tempo outro grupo pode-se enquadrar nas
motivaccedilotildees de uma das outras ceacutelulas diferentes Existem tambeacutem grupos que viajam por
diferentes combinaccedilotildees de razotildeesmotivos passando por diferentes ceacutelulas cada vez que
viajam dependendo de acontecimentos que tenham ocorrido antes de se tornarem turistas
Por fim o uacuteltimo grupo percorre todas as ceacutelulas do modelo numa uacutenica viagem
sendo que pode iniciar com a motivaccedilatildeo correspondente a uma determinada ceacutelula e
terminar com outra diferente (Iso-Ahola 1982) Este modelo permite compreender o
comportamento dos turistas e as suas motivaccedilotildees pois ldquouma vez que a consciecircncia da
satisfaccedilatildeo potencial se tenha desenvolvido as duas forccedilas motivacionais tornam-se os
determinantes criacuteticos do comportamento do turista e simultaneamente influenciam o
indiviacuteduordquo (Id Ibid 259)
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas (Iso-Ahola 1982)
Mais tarde Pearce (1988) apresentou um novo modelo de anaacutelise das motivaccedilotildees
turiacutesticas designado por escala de carreira de viagens baseada na piracircmide de Maslow e
que divide as motivaccedilotildees em dois grupos as necessidades autocentradas e as motivaccedilotildees
que satildeo dirigidas aos outros (Yousaf et al 2018) Este modelo defende que durante todo
o processo da viagem o comportamento do turista desenvolve-se atraveacutes de um ciclo no
qual os seus motivos estatildeo organizados de forma hieraacuterquica sendo que se tratam de
cinco motivos que vatildeo surgindo por niacuteveis ascendentes (Cunha 2013)
Figura 3 ndash Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas
18
Contudo uma vez que cada turista tem os seus motivos e as suas necessidades
especiacuteficas nem sempre seguem a hierarquia apresentada por Pearce (1988) pois podem
ldquopartir de diferentes niacuteveis [mudar] de niacutevel durante o seu ciclo de vida e podem ser
impedidas de viajar por razotildees financeiras de sauacutede e por outras pessoasrdquo (Id Ibid 97)
Segundo o mesmo autor as viagens turiacutesticas funcionam como carreiras profissionais
nas quais os viajantes vatildeo progredindo na escala de motivaccedilotildees graccedilas agrave experiecircncia que
vatildeo adquirindo agraves situaccedilotildees que experienciaram previamente agraves fases da vida pessoal
em que se encontram ou outros fatores condicionantes (Yousaf et al 2018 Cunha
2013)
Poreacutem surgiu mais tarde outra teoria defendida por Pearce e Lee (2005) que
complementa e melhora a de Pearce (1988) na medida em que as motivaccedilotildees satildeo
entendidas como dinacircmicas e complexas que se desenvolvem atraveacutes de um processo
que engloba diversos niacuteveis ao mesmo tempo sendo que o comportamento dos turistas
bem como os seus padrotildees de viagem vatildeo-se alterando e dando origem a diferentes
motivaccedilotildees ao longo das suas viagens e das experiecircncias que delas retiram (Id Ibid)
Contudo apesar destas teorias serem aplicaacuteveis na atualidade pois serviram como
base para muito do desenvolvimento cientiacutefico acerca das motivaccedilotildees a verdade eacute que
natildeo podem ser generalizadas a todos os turistas e a todos os segmentos pois o mundo
atual sofreu alteraccedilotildees profundas no seu desenvolvimento tornando-se cada vez mais
globalizado Estas alteraccedilotildees inevitavelmente deram origem a novos estilos de vida e
novos padrotildees de consumo muito diferentes do que se observava no passado Hoje em
dia o que se verifica eacute que ldquoa tecnologia e a sociedade evoluiacuteram rapidamente e [as]
novas geraccedilotildees com diferentes crenccedilas e padrotildees de viagem uacutenicos e motivaccedilotildees uniram-
se aos fluxos turiacutesticosrdquo (Id Ibid 205)
O que significa que cada vez mais se torna difiacutecil fazer a distinccedilatildeo entre turistas e
natildeo turistas pois as pessoas viajam cada vez mais por diversas razotildees que nem sempre
estatildeo relacionadas com turismo mas ao mesmo tempo integram atividadesserviccedilos
turiacutesticos (Id Ibid) Eacute portanto necessaacuterio adaptar a oferta ao tipo de necessidades e
exigecircncias dos consumidores atuais que satildeo cada vez mais tecnoloacutegicos atraveacutes de uma
presenccedila cada vez mais forte nas plataformas online Poreacutem conclui-se atraveacutes destas
teorias que a psicologia tem um importante papel no comportamento dos turistas na
medida em que eacute graccedilas a ela que se definem as motivaccedilotildees e se decide tomar a atitude
de viajarvisitar um novo destino
19
Conhecendo bem as motivaccedilotildees dos turistas mais facilmente se conseguem criar
melhores condiccedilotildees que originem uma experiecircncia turiacutestica de sucesso pois torna-se
possiacutevel proporcionar e perceber ldquoo que os turistas procuram o que querem experimentar
durante as suas feacuterias quais as atividades que estatildeo agrave procura e como querem que as suas
feacuterias sejam no geralrdquo (Id Ibid 206) Desta forma e atraveacutes da segmentaccedilatildeo do mercado
e dos tipos de turistas eacute necessaacuterio que a oferta se adapte agraves diferentes necessidades e
motivaccedilotildees que estatildeo em constante mudanccedila e evoluccedilatildeo (Heather e Gibson 2002 citados
por Yousaf et al 2018 206)
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino
O momento em que um turista decide realizar uma viagem eacute o momento em que
as suas motivaccedilotildees surgem e em que se inicia o processo de escolha do destino a visitar
Eacute nesta fase inicial que ocorre a formaccedilatildeo da imagem do destino tratando-se da ldquofase
mais importante no processo de seleccedilatildeo do destino pelo turistardquo (Gunn 1972 Mercer
1971 citados por Baloglu e McCleary 1999 869) Eacute essencial para um gestor de um
destino turiacutestico compreender como eacute que esta imagem eacute criada uma vez que eacute atraveacutes
deste conhecimento que se vai conseguir definir mercados alvo e decidir que imagens
promover para cada segmento de mercado especiacutefico (Goodall 1990 citado por Baloglu
e McCleary 1999) As imagens construiacutedas pelos turistas sem sequer terem visitado
previamente o destino surgem essencialmente graccedilas a dois fatores os estiacutemulos ou
incentivos e os elementos pessoais sendo que os primeiros se relacionam com fatores
externos como experiecircncias anteriores ou ateacute mesmo objetos fiacutesicos e os segundos estatildeo
associados agraves caracteriacutesticas pessoais de cada pessoa (Id Ibid)
Segundo Baloglu e McCleary (1999) a imagem de um destino nunca antes
visitado eacute formada por influecircncia de trecircs condicionantes as motivaccedilotildees as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas e as diferentes fontes de informaccedilatildeo Estes fatores conjugam-se com
as avaliaccedilotildees que o turista faz ao destino a niacutevel intelectual e sensorial e a niacutevel afetivo
sendo que ldquoas avaliaccedilotildees preceptivascognitivas referem-se agraves crenccedilas ou conhecimentos
sobre os atributos de um destino enquanto a avaliaccedilatildeo afetiva refere-se a sentimentos em
relaccedilatildeo aos mesmos ou ao viacutenculo que existe com os mesmosrdquo (Id Ibid 870) Ao longo
do tempo o turista vai criando as suas imagens atraveacutes das suas proacuteprias crenccedilas ideias
e impressotildees atraveacutes de diversas fontes de informaccedilatildeo que vai recolhendo no decorrer das
suas experiecircncias (Crompton 1979 Kotler et al 1993 Assael 1984 citados por Baloglu
e McCleary 1999)
20
Contudo estas fontes de informaccedilatildeo influenciam a formaccedilatildeo da imagem no que
diz respeito apenas agraves determinantes cognitivas nunca influenciando a parte afetiva da
imagem e satildeo elas que vatildeo fornecer diferentes estiacutemulos aos turistas seja por intermeacutedio
da promoccedilatildeo turiacutestica ou atraveacutes do passa-a-palavra e opiniotildees de amigos ou familiares
proacuteximos (Woodside e Lysonskis 1989 Um e Crompton 1990 Um 1993 citados por
Baloglu e McCleary 1999) Eacute o tipo quantidade e qualidade de informaccedilatildeo que vai
determinar o tipo de imagem que o turista vai criar sobre um destino (Burgess 1978
citado por Baloglu e McCleary 1999) Outros fatores que tecircm uma enorme importacircncia
na influecircncia da criaccedilatildeo da imagem de um destino satildeo as motivaccedilotildees do turista e as
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Fatores como o geacutenero e a idade influenciam de forma
diferente a imagem pois funcionam como antecedentes no processo cognitivo (Fisk
1961-62 e Sheth 1983 citados por Baloglu e McCleary 1999)
Eacute tambeacutem graccedilas agraves motivaccedilotildees que o turista decide visitar um determinado local
e participar em atividades turiacutesticas funcionando por este motivo como um dos fatores
influenciadores da formaccedilatildeo da imagem natildeo soacute antes da visita como tambeacutem apoacutes a
mesma (Beard e Raghep 1983 Crandall 1980 Iso-Ahola 1982 Stabler 1990 Um
1993 Um e Crompton 1990 Mill e Morrison 199232-56 citados por Baloglu e
McCleary 1999) Em suma eacute cada vez mais importante para o gestor de um destino
turiacutestico compreender o processo de formaccedilatildeo da imagem do mesmo nos turistas pois eacute
este entendimento que vai permitir ldquo[aos] profissionais de marketing incorporar fatores
motivadores significativos nas comunicaccedilotildees [de promoccedilatildeo e publicidade]rdquo (Id Ibid
892)
Sendo que as fontes de informaccedilatildeo tecircm um papel crucial na formaccedilatildeo da imagem
do destino estas devem ser diversificadas e devem existir em quantidade e qualidade de
modo a que permitam ao turista consultar muacuteltiplas fontes de informaccedilatildeo para que a
imagem construiacuteda seja o mais positiva possiacutevel No entanto as recomendaccedilotildees feitas por
amigos familiares ou fontes proacuteximas ao turista tecircm uma importacircncia muito maior do
que as que consultam de forma individual Desta forma eacute essencial ldquoproporcionar uma
experiecircncia agradaacutevel para os turistas [uma vez que] tem um efeito importante no
desenvolvimento de imagens positivas para os natildeo visitantesrdquo (Id Ibid 892)
21
A imagem de um destino turiacutestico deve ser trabalhada em primeiro lugar de
maneira a espelhar da forma mais fidedigna possiacutevel a realidade do destino com a oferta
e produtosserviccedilos que o turista poderaacute encontrar com o intuito de criar uma sensaccedilatildeo
de satisfaccedilatildeo com o que visualiza mesmo antes da visita propriamente dita ao local Em
segundo os gestores de destinos devem priorizar a forma como o destino eacute visualizado
pelos turistas que jaacute o visitaram atraveacutes de uma oferta diversificada e apropriada agraves
motivaccedilotildees e necessidades dos mesmos natildeo soacute para se fidelizarem ao destino e
regressarem mas tambeacutem para que a transmissatildeo da sua experiecircncia a potenciais turistas
seja o mais positiva possiacutevel motivando-os a visitaacute-lo
33 Perfil do turista
A fim de se compreender o comportamento e as motivaccedilotildees dos turistas eacute
essencial analisar os perfis psicograacuteficos dos mesmos de forma a conseguir organizaacute-los
por segmentos e tipologias de acordo com as suas caracteriacutesticas Eacute neste acircmbito que
surge a teoria defendida por Plog (1972) na qual estabeleceu duas tipologias de turistas
distintas os psicocecircntricos e os alocecircntricos (Cunha 2013) Segundo esta teoria o
primeiro grupo de turistas caracteriza-se por pessoas que se focam principalmente nos
seus problemas e preocupaccedilotildees quotidianas sendo que limitam a sua busca por destinos
e realidades diferentes das suas pois quando elegem um novo destino a visitar optam
sempre por algo que jaacute lhes eacute familiar conhecido e mais visitado As suas escolhas tendem
a estar relacionadas com as ofertas mais estandardizadas e natildeo demonstram interesse em
realizar atividades diferentes ou relacionar-se com a realidade do local que estatildeo a visitar
(Id Ibid)
Jaacute o segundo grupo eacute constituiacutedo por pessoas que se caracterizam por ser o oposto
das anteriormente referidas Procuram atividades diferentes e demonstram interesse em
conhecer novas realidades sendo que as suas motivaccedilotildees se relacionam com a busca pela
aventura e o entusiasmo em viajar com o intuito de descobrir algo novo (Id Ibid)
Contudo estas duas tipologias representam os extremos dos perfis dos turistas sendo que
existem trecircs outros grupos intermediaacuterios A grande maioria dos turistas insere-se no
grupo dos cecircntricos que procuram a descontraccedilatildeo e o prazer de forma a escaparem das
preocupaccedilotildees diaacuterias e do stress provocado pela rotina apreciarem a beleza dos locais
que visitam e disfrutar da viagem durante todo o processo da mesma (desde a fase de
planeamento ateacute agrave fase posterior de criar recordaccedilotildees) (Id Ibid)
22
De seguida os quase-psicocecircntricos demonstram um grande interesse pelos
destinos mais conhecidos e visitados preocupam-se com a qualidade dos serviccedilos e com
a interaccedilatildeo social uma vez que um dos seus principais motivos se relaciona precisamente
com a ldquosatisfaccedilatildeo do ego e procura do status [assim como a] procura de conforto socialrdquo
(Id Ibid 107) Os turistas quase-alocecircntricos preferem destinos pouco conhecidos e
visitados e privilegiam a praacutetica de atividades desportivas Eacute um grupo que pretende
experienciar estilos de vida diferentes No entanto os comportamentos e caracteriacutesticas
de cada grupo de turistas vatildeo-se alterando ao mesmo tempo que os destinos se
desenvolvem
Quando um destino se encontra na primeira etapa de desenvolvimento no
designado ciclo de vida de um destino turiacutestico de Butler (1980) a tipologia de turistas
que se sente mais atraiacuteda a visitar o mesmo satildeo precisamente os alocecircntricos pela
novidade e o desejo de conhecer e descobrir algo diferente Mas agrave medida que o destino
atinge outras fases de desenvolvimento os turistas atraiacutedos vatildeo passar a ser os quase-
alocecircntricos e mais tarde com toda a massificaccedilatildeo e popularidade do destino passam a
ser cecircntricos (Cunha 2013) Estes grupos de turistas vatildeo tambeacutem fornecer um contributo
para a sustentabilidade e desenvolvimento dos proacuteprios destinos sendo que segundo o
autor previamente citado os alocecircntricos ou quase-alocecircntricos satildeo os que vatildeo contribuir
para a preservaccedilatildeo de destinos com atributos mais lsquofraacutegeisrsquo como por exemplo recursos
naturais ou culturais que requerem cuidados especiacuteficos de preservaccedilatildeo sendo que
contribuem para manter o destino pouco ou nada massificado
Jaacute os cecircntricos e psicocecircntricos uma vez que se focam na utilizaccedilatildeo de
infraestruturas e equipamentos turiacutesticos natildeo satildeo um grande contributo para o
desenvolvimento do destino pois despendem quase todo o seu tempo nestes mesmos
equipamentos no entanto podem contribuir para o desenvolvimento destes
empreendimentos de grande escala e aumentar a sua frequecircncia (Id Ibid) Mais tarde
Plog (1972) atraveacutes de um dos seus estudos associou os perfis psicograacuteficos aos destinos
com base no tipo de pessoas que os visitam e concluiu que ldquoa generalidade dos destinos
tem tendecircncia a passar de alocecircntrico a cecircntricordquo (Cunha 2013 109) Poreacutem apesar desta
associaccedilatildeo permitir prever os comportamentos nas viagens natildeo engloba as diferentes
motivaccedilotildees que possam existir pois as pessoas viajam por motivos diversos e podem
existir destinos que consigam dar resposta agraves diversas necessidades dos viajantes
(McIntosh Goeldner e Ritchie 1995 citados por Cunha 2013)
23
34 Experiecircncia turiacutestica
Relativamente aos estudos empiacutericos sobre a experiecircncia turiacutestica que se
comeccedilaram a desenvolver essencialmente no iniacutecio dos anos 60 do seacuteculo passado
existem duas correntes distintas defendidas as modernistas e as poacutes-modernistas sendo
que existe alguma controveacutersia entre diversos autores e sobre a aplicaccedilatildeo destas teorias
(Uriely 2005) De acordo com o mesmo autor alguns desenvolvimentos na
conceptualizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica designados por poacutes-modernistas direcionam-
se cada vez mais para interpretaccedilotildees mais relativas e complementares afastando-se de
abordagens que se focam na verdade absoluta sendo que natildeo significa que as teorias poacutes-
modernistas tenham substituiacutedo por completo as modernistas na atualidade
Neste contexto as linhas poacutes-modernistas seguem abordagens de desconstruccedilatildeo
subjetividade ceticismo intertextualidade e relativismo (Bauman 1987 1992 Denzin
1991 Flax 1990 Frazer 1989 Hollinshead 2002 Ryan 2002 Uriely 1997 citados por
Uriely 2005) muito associadas ao desenvolvimento cultural por oposiccedilatildeo agraves modernistas
que se focam no empirismo e em abordagens generalistas e universais aplicadas ao
turismo Enquanto os autores poacutes-modernistas se opotildeem aos modernistas pelos motivos
acima referidos o oposto tambeacutem ocorre na medida em que os autores modernistas
consideram os ideais poacutes-modernistas insuficientes para estruturar o conhecimento ao
niacutevel das ciecircncias sociais (Antonio 1991 Gitlin 1989 citados por Uriely 2005) jaacute que
segundo os mesmos estas abordagens falham em ldquoelaborar e transformar novas direccedilotildees
para a accedilatildeo poliacutetica ou reforma socialrdquo (Best 1994 citado por Uriely 2005 202)
De forma a melhor compreender o que as teorias poacutes-modernistas defendem
Uriely (2005) descreveu algumas das conceptualizaccedilotildees da experiecircncia turiacutestica que mais
se verificam aplicadas na atualidade sendo que no seu trabalho o autor nunca defende
esta teoria como sendo a mais correta mas sim como uma ferramenta que permite
analisar em comparaccedilatildeo com as teorias modernistas a experiecircncia turiacutestica Por um lado
as teorias modernistas defendem o turismo como uma atividade de diferenciaccedilatildeo da vida
quotidiana na medida em que se trata de inverter temporariamente as situaccedilotildees do dia-a-
dia com o intuito de experienciar coisas novas e diferentes do habitual (Cohen 1979
Smith 1978 citados por Uriely 2005) bem como ldquosuspender o poder de normas e
valores que regem o seu quotidiano e pensar sobre as suas proacuteprias vidas e sociedades de
uma perspetiva diferenterdquo (Turner e Ash 1975 citados por Uriely 2005 203)
24
Por outro lado autores poacutes-modernistas comeccedilaram a defender processos de de-
diferenciaccedilatildeo em oposiccedilatildeo aos ideais modernistas (Lash e Urry 1994 Munt 1994 Urry
1990 citados por Uriely 2005) Neste acircmbito as experiecircncias que no passado soacute
poderiam ser vividas no contexto do turismo cada vez mais comeccedilaram a estar
disponiacuteveis em vaacuterios momentos da vida quotidiana o que significa que ldquomuitas
experiecircncias relacionadas com turistas [tornaram-se] acessiacuteveis sem a necessidade de
viajar para destinos separadosrdquo (Id Ibid 203) Antigamente natildeo existia uma
preocupaccedilatildeo em compreender as diferentes motivaccedilotildees e necessidades dos turistas e as
teorias focavam-se todas na generalizaccedilatildeo dos tipos de experiecircncias e turistas Com todo
o desenvolvimento teoacuterico poacutes-modernista o foco passou a estar nas diferentes
motivaccedilotildees e nos diferentes tipos de turistas que procuram diferentes tipos de
experiecircncias passando a tratar-se de um fenoacutemeno diverso (Id Ibid)
Tambeacutem o papel da subjetividade ganha outra relevacircncia pois se anteriormente a
induacutestria tinha um enorme poder de manipulaccedilatildeo e controle na medida em que a oferta
era providenciada e formada pela mesma para consumidores passivos posteriormente
esta realidade alterou-se e cada vez mais os turistas ldquoconstroem a sua experiecircncia pessoal
juntando fragmentos de diferentes modos ou produtos fornecidos pela induacutestria e
remontam-nos como quiseremrdquo (Uriely et al 2002 Feifer 1985 citados por Uriely
2005 206) O que se verificava era uma uniformizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica como se
apenas de um uacutenico tipo se tratasse sendo que se passou a defender teorias focadas na
pluralizaccedilatildeo da experiecircncia e subjetividade que obrigam a repensar todo o processo de
gestatildeo marketing e planeamento uma vez que surgiram novas tipologias de turistas e
modos de experiecircncias (Id Ibid)
Contudo Uriely (2005) sugere que estas duas teorias (modernistas e poacutes-
modernistas) sejam complementaacuterias uma agrave outra em vez de se invalidarem e
contrastarem mutuamente defendendo que o termo modernista tardio sugerido por
Giddens (1990) e Wang (2000) eacute mais apropriado do que poacutes-modernista Desta forma
eacute essencial compreender algumas bases das teorias mais antigas e complementaacute-las com
as mais recentes tendo em atenccedilatildeo a complexidade e diversidade no turismo
25
Tambeacutem em oposiccedilatildeo agraves tendecircncias de generalizaccedilatildeo e de aplicaccedilatildeo de modelos
universais no turismo Cohen (1979) apresentou uma teoria que defende a multiplicidade
abordagens multilineares e diferentes tipologias Para tal o mesmo autor criou uma
abordagem que distingue cinco tipos de experiecircncias turiacutesticas a recreacional a
diversiva a experiencial a experimental e por uacuteltimo a existencial Estas tipologias
relacionam-se com a proacutepria perceccedilatildeo do turista relativamente agrave sua experiecircncia turiacutestica
e agrave forma como age na sociedade onde estaacute inserido e tambeacutem com o mundo que o rodeia
(Id Ibid) Neste contexto a experiecircncia recreacional encontra-se associada ao escape das
pressotildees do quotidiano sendo que a viagem em si acaba por natildeo ter um grande significado
para o turista
Segundo o mesmo autor este tipo de turista identifica-se mais com a sua cultura
local (pois o seu centro espiritual encontra-se no seu local habitual) do que com as
restantes sendo que natildeo lhes atribui qualquer relevacircncia Por outro lado na experiecircncia
diversiva o centro espiritual do turista natildeo se encontra nem no seu local habitual nem no
exterior logo a viagem que realiza tem como principal motivaccedilatildeo a diversatildeo e o lazer
tratando-se de ldquouma mera fuga do teacutedio e da falta de sentido da existecircncia quotidiana da
rotina para um periacuteodo de feacuterias de esquecimentordquo (Id Ibid 22) Os seguintes tipos de
experiecircncia satildeo os que mais se aproximam agrave conceccedilatildeo do turista enquanto peregrino que
segundo Cohen (1979) mais se aproxima ao que McCannel (1973 1976) apresentou
anteriormente
No modo experiencial o turista tem consciecircncia de que na sua vida quotidiana
estaacute impedido de experienciar a autenticidade entatildeo procura-a nos outros e no exterior
conduzindo-o ao modo seguinte o experimental atraveacutes do qual busca experiecircncias
alternativas e diferentes das que habitualmente pratica assim como diferentes formas de
viver como meio de encontrar um novo sentido para a sua vida pessoal Por fim o modo
existencial trata-se do culminar dos dois modos anteriormente referidos uma vez que o
turista adquire um novo centro espiritual (Cohen 1979) Neste contexto o autor chegou
agrave conclusatildeo que existem quatro tipos de situaccedilotildees turiacutesticas possiacuteveis A primeira trata-se
de situaccedilotildees turiacutesticas autecircnticas nas quais a experiecircncia vivida eacute geralmente realizada
fora de locais tipicamente turiacutesticos tratando-se de situaccedilotildees reais e aceites como
autecircnticas pelo turista
26
De seguida a autenticidade encenada previamente defendida por McCannel
(1973 1976) tratam-se de experiecircncias propositadamente preparadas pelos
estabelecimentos turiacutesticos de forma a simular uma situaccedilatildeo autecircntica sendo que o turista
natildeo tem conhecimento da encenaccedilatildeo criada e por esse motivo acredita que eacute autecircntica
Outra das situaccedilotildees eacute a de negaccedilatildeo de autenticidade e ocorre quando o turista jaacute
experienciou falsos episoacutedios de autenticidade e passa a duvidar da autenticidade das
experiecircncias que vai vivendo mesmo quando natildeo se trata de uma situaccedilatildeo de encenaccedilatildeo
tornando-se por esse motivo mais atento agraves manipulaccedilotildees que possam acontecer
Por fim as situaccedilotildees artificiais satildeo previamente admitidas pelos estabelecimentos
turiacutesticos e o proacuteprio turista estaacute consciente de que se trata de uma encenaccedilatildeo mas aceita
porque se tratam de representaccedilotildees ou reencenaccedilotildees de tradiccedilotildees costumes ou
peculiaridades que tenham sofrido alteraccedilotildees ou que tenham desaparecido tratando-se
portanto de uma forma de os recuperar (Cohen 1979) Esta tipologia apresentada por
este autor permite natildeo soacute classificar os tipos de experiecircncias possiacuteveis mas tambeacutem
prever mudanccedilas que possam ocorrer no comportamento dos turistas e ateacute mesmo nas
situaccedilotildees turiacutesticas Em suma o que se pode concluir relativamente agrave experiecircncia turiacutestica
eacute que esta eacute criada cada vez mais com o proacuteprio turista a desempenhar o papel de
coprodutor num processo de busca pelo bem-estar a pelo hedonismo num contexto de
rede onde diferentes stakeholders atuam em diversas aacutereas e se conectam entre si
(pessoas serviccedilos infraestruturas lugares etc)
Todo este processo interliga natildeo soacute as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas isto
eacute todas as componentes emocionais psicoloacutegicas e sociais mas tambeacutem todo o ambiente
da experiecircncia turiacutestica que poderaacute ser consumido pelos mesmos Desta forma o conceito
de experiecircncia turiacutestica e o comportamento do consumidor fundem-se pois influenciam-
se mutuamente sendo que ldquose podem alterar devido a diversos fatores (hellip) como as
variaccedilotildees comportamentais ([em relaccedilatildeo agrave] expectativa perceccedilatildeo e motivaccedilatildeo)
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (educaccedilatildeo rendimentos) estilo de vida (baacutesico
moderado ou extravagante) e externalidades (clima regulamentos e o meio ambiente)rdquo
(Prebensen et al 2014 14)
27
Assim outra das dimensotildees que ganhou cada vez mais relevacircncia neste acircmbito foi
o conceito de valor e o valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica passando o foco das
pesquisas e trabalhos nesta aacuterea a estar cada vez mais na qualidade de vida e na satisfaccedilatildeo
do turista (Id Ibid) Bjoumlrk (2014) apresentou a hierarquia de valor da experiecircncia
turiacutestica na qual explica que existe uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia turiacutestica e a satisfaccedilatildeo
de vida mediada pelas interaccedilotildees entre a qualidade de vida a felicidade e o bem-estar de
cada pessoa sendo que o valor da experiecircncia eacute ldquoexperienciado antes da compra no
momento da compra no momento da utilizaccedilatildeo e depois da utilizaccedilatildeordquo (Sanchez et al
2006 citado por Bjoumlrk 2014 26)
O que significa que aquando a anaacutelise da experiecircncia turiacutestica eacute necessaacuterio ter em
consideraccedilatildeo o conceito de valor na mesma pois este encontra-se presente em todas as
etapas da experiecircncia e pode influenciar o resultado final da mesma bem como a
perceccedilatildeosatisfaccedilatildeo do turista Todavia Bjoumlrk (2014) considera que ainda existe pouca
investigaccedilatildeo relativamente aos seguintes aspetos de que forma as experiecircncias turiacutesticas
satildeo lembradas pelas pessoas como eacute que as mesmas influenciam o bem-estar a
felicidade a qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo de vida e ainda a dimensatildeo do conceito de
valor de experiecircncia turiacutestica que ainda natildeo apresenta abordagens muito aprofundadas
35 Satisfaccedilatildeo do turista
A satisfaccedilatildeo de um turista encontra-se relacionada com a sua perceccedilatildeo acerca do
que experienciou com os proacuteprios atributos que o destino apresenta e a performance dos
mesmos assim como a qualidade dos serviccedilos prestados (como alojamento transportes
restaurantes atividades etc) Eacute atraveacutes da satisfaccedilatildeo geral da experiecircncia turiacutestica que o
turista vai determinar a sua intenccedilatildeo de regressar ou natildeo ao destino em questatildeo pois ldquoum
dos fatores mais decisivos numa futura visita a um destino pelos turistas eacute a sua satisfaccedilatildeo
em estadias anteriores nesse mesmo destinordquo (Alegre e Garau 2010 52)
Assim a satisfaccedilatildeo bem como a qualidade dos serviccedilos e a intenccedilatildeo
comportamental satildeo os fatores que permitem avaliar as experiecircncias dos visitantes
(Crompton e Love 1995 Baker e Crompton 2000 Tomas et al 2002 Yoon e Uysal
2005 Meng et al 2008 Hutchinson et al 2009 Williams e Soutar 2009 Alegre e
Garau 2010 McMullan e OrsquoNeill 2010 Zabkar et al 2010 citados por Jensen 2010)
28
Contudo este tipo de avaliaccedilotildees pode provocar certos erros de anaacutelise na medida
em que existem fatores que natildeo satildeo considerados como toda a dinacircmica social (Belk
1975 Fournier e Mick 1999 citados por Jensen 2010) fatores emocionais e
psicoloacutegicos a diversidade de expectativas (Boulding et al 1993 Buttle 1996 Fournier
e Mick 1999 citados por Jensen 2010) caracteriacutesticas negativas da experiecircncia no
destino (Alegre e Garau 2010) a possibilidade de ocorrerem surpresas agradaacuteveis para o
consumidor durante a experiecircncia (Oliver 1997 citado por Jensen 2010) e por uacuteltimo os
aspetos holiacutesticos de toda a experiecircncia de serviccedilos (Buttle 1996 Fournier e Mick 1999
Vittersoslash et al 2000 Maunier e Camelis 2013 citados por Jensen 2010)
Neste contexto alguns autores opotildeem-se ao facto de que a satisfaccedilatildeo representa e
indica apenas o sucesso ou insucesso da experiecircncia geral defendendo que a satisfaccedilatildeo eacute
influenciada por diversos fatores (Nowacki 2009 citado por Jensen 2010) que na grande
maioria dos casos satildeo difiacuteceis de controlar quer por parte dos fornecedores de serviccedilos
como tambeacutem dos proacuteprios gestores do destino como satildeo exemplo o clima ou mesmo o
estado de espiacuterito de cada pessoa (Tomas et al 2002 citado por Jensen 2010) Seguindo
este enquadramento a satisfaccedilatildeo ocorre quando se torna possiacutevel dar resposta agraves
necessidades impliacutecitas e expliacutecitas dos turistasvisitantes
Sendo que existem fatores que natildeo satildeo controlaacuteveis cabe aos gestores de destinos
e aos proacuteprios serviccedilos focar-se nas expectativas do consumidor de forma a conseguir
surpreender o mesmo antecipar e preparar eventuais acontecimentos e necessidades com
o intuito de superar positivamente as expectativas iniciais Eacute importante ter em atenccedilatildeo
que a opiniatildeo do consumidor representa um fator decisivo na avaliaccedilatildeo da experiecircncia
turiacutestica pois funciona como um elemento avaliador No entanto como cada pessoa eacute
uacutenica e possui expectativas e necessidades diversas eacute essencial estar preparado para
satisfazer as mesmas atraveacutes de estrateacutegias que cada vez mais se distingam pelos fatores
de diferenciaccedilatildeo valorizaccedilatildeo e inovaccedilatildeo
Contudo a satisfaccedilatildeo ocorre quando as necessidades satildeo cumpridas e desta forma
natildeo se pode desvincular a satisfaccedilatildeo da motivaccedilatildeo (Dunn Ross e Iso-Ahola 1991 Kao
Patterson Scott e Li 2008 Li e Ryan 2015 citados por Pestana et al 2018) Para alguns
autores eacute ldquoa satisfaccedilatildeo que intercede na relaccedilatildeo entre as motivaccedilotildees emoccedilotildees e intenccedilotildees
comportamentais fortalecendo ao mesmo tempo a associaccedilatildeo positiva entre as
motivaccedilotildees push e pullrdquo (Pestana et al 2018 1)
29
Desta forma a satisfaccedilatildeo e a motivaccedilatildeo estatildeo associadas no sentido em que eacute a
motivaccedilatildeo que leva agrave escolha de um destino e agrave criaccedilatildeo de motivos para viajar que por
sua vez criam uma determinada expectativa relativamente ao resultado final da viagem
ou seja agrave satisfaccedilatildeo final (Blanco et al 2003 citado por Botelho 2013) Relativamente
agrave avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo uma das ferramentas mais utilizadas para tal eacute a realizaccedilatildeo de
inqueacuteritos por questionaacuterio aos turistasvisitantes O que alguns autores defendem eacute que
deve existir uma preocupaccedilatildeo na estrutura destes inqueacuteritos dado que tendem a focar
apenas os atributos e aspetos positivos do destino natildeo permitindo conhecer a opiniatildeo dos
inquiridos relativamente a outros aspetos que podem natildeo se encontrar positivos (Alegre
e Garau 2010)
Assim sendo deve-se ter em atenccedilatildeo a dimensatildeo de dualidade da satisfaccedilatildeo
(Crotts e Pan 2007 Crotts et al 2008 Pritchard e Havitz 2006 Tribe e Snaith 1998
Truong 2005 Truong e Foster 2006 citados por Alegre e Garau 2010) o que significa
que os fatores que provocam satisfaccedilatildeo e os que provocam insatisfaccedilatildeo natildeo estatildeo
relacionados (Chan e Baum 2007 citados por Alegre e Garau 2010) A anaacutelise dos
fatores que provocam insatisfaccedilatildeo apresenta um maior impacto na intenccedilatildeo de regressar
do que na satisfaccedilatildeo geral mas natildeo significa que a ocorrecircncia de acontecimentos
negativos durante a experiecircncia turiacutestica determine a satisfaccedilatildeo geral mas pode tornar o
destino menos atrativo e por sua vez diminuir a probabilidade de voltar a visitar (Id Ibid)
Em siacutentese para se obter uma anaacutelise correta da satisfaccedilatildeo do turista eacute necessaacuterio
ter em atenccedilatildeo qual o impacto que tanto os aspetos positivos do destino como os negativos
tecircm no mesmo tendo por base as satisfaccedilotildees pull e push associadas agrave teoria das
motivaccedilotildees para que seja possiacutevel corrigir os aspetos negativos e ateacute mesmo ldquorevelar a
singularidade de um destino e fornecer orientaccedilatildeo para futuras campanhas de marketing
e administraccedilatildeo [sendo que se] pode descobrir uma melhor representaccedilatildeo da verdadeira
experiecircncia de forma a tornar-se uacutetil para os gestores de destino [permitindo] um niacutevel
mais rico de sub-anaacutelise de segmentos de mercadordquo (Crotts e Pan 2007 543)
30
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos
41 Conceito de marketing em destinos
O conceito de marketing de destinos turiacutesticos foi primeiramente definido como
um processo de gestatildeo atraveacutes do qual as empresas turiacutesticas e as DMO conseguem
identificar os seus turistas sejam eles reais ou potenciais comunicar com os mesmos a
fim de compreender as suas necessidades motivaccedilotildees e gostos e criar produtos que se
adaptem a estas mesmas caracteriacutesticas com o principal objetivo de atingir a satisfaccedilatildeo
turiacutestica e cumprir os seus objetivos (Wahab Crampon e Rothfield 1976 citados por
Pike e Page 2014) Contudo no momento de descrever o conceito de marketing satildeo
vaacuterias as definiccedilotildees que surgem pois trata-se de um termo bastante abrangente que natildeo
envolve apenas a publicidade ou a promoccedilatildeo de produtos como muitas vezes eacute
erroneamente definido
Segundo a OMT o marketing surge como uma ferramenta de gestatildeo que tendo
por base a procura turiacutestica ldquotorna possiacutevel atraveacutes da investigaccedilatildeo previsatildeo e seleccedilatildeo
colocar os produtos turiacutesticos no mercado em consonacircncia com o propoacutesito da
organizaccedilatildeo com o objetivo de alcanccedilar o maior benefiacuteciordquo (Coltman 1989 11) Na
perspetiva de Coltman (1989) o marketing turiacutestico trata-se de uma atividade que
estabelece objetivos e metas a cumprir que vatildeo ao encontro daquilo que satildeo as proacuteprias
intenccedilotildees natildeo soacute das empresas e dos fornecedores mas tambeacutem dos turistas tratando-se
de um sistema que se desenvolve atraveacutes de processos que requerem investigaccedilatildeo
pesquisa de mercado e planeamento de modo a que se permita criar estrateacutegias que vatildeo
ao encontro das necessidades dos consumidores e ao mesmo tempo contribuam para o
bom funcionamento do destino turiacutestico
Seguindo a abordagem de sistemas o marketing turiacutestico funciona como uma
operaccedilatildeo onde diferentes atividades se encontram interrelacionadas e cooperam entre si
sendo que esta abordagem ldquopermite a uma organizaccedilatildeo expandir a sua penetraccedilatildeo no
mercado e lidar com ecircxito com a concorrecircnciardquo (Id Ibid) Atraveacutes do conhecimento sobre
as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas os marketeers conseguem proceder agrave criaccedilatildeo
de uma oferta que para aleacutem de ir ao encontro destas mesmas necessidades permite
tambeacutem atribuir valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica sendo que deve tratar-se de
algo que a concorrecircncia natildeo disponha na sua oferta (Marques 2005 citado por Peres e
Rita 2017)
31
No que diz respeito ao marketing de destinos turiacutesticos tratando-se o turismo de
uma aacuterea onde diferentes atores interagem e diferentes interesses convergem este
representa ldquoo ponto nevraacutelgico do marketing turiacutestico uma vez que eacute o destino que
concentra e suporta todos os diferentes interesses envolvidos na atividade turiacutesticardquo
(Seaton 1996 citado por por Peres e Rita 2017 173) Desta forma no processo de
planeamento e gestatildeo de um destino turiacutestico o marketing desempenha funccedilotildees como
procurar respostas e conhecimentos para perceber quem satildeo os visitantes do destino de
que serviccedilos necessitam e quais satildeo as suas expectativas para toda a sua experiecircncia de
viagem (Seaton 1996)
Poreacutem ainda que as entidades e empresas se organizem no sentido de conceber as
suas estrateacutegias de accedilatildeo e delinearem todos os seus objetivos atraveacutes dos processos de
planeamento existem fatores externos que influenciam o sucesso das accedilotildees de marketing
afetando o seu desempenho dado que muitas vezes se encontram fora do controlo das
proacuteprias empresas e organizaccedilotildees como satildeo exemplos a procura a concorrecircncia fatores
legais e poliacuteticos etc (Coltman 1989) Segundo este mesmo autor a eficaacutecia do
marketing eacute alcanccedilada dependendo da capacidade de inovaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo das empresas
aos fatores externos prevendo o comportamento destes elementos de forma a perceber
como podem ser controlados ou evitados apostando nos fatores internos que por
oposiccedilatildeo satildeo controlaacuteveis (como eacute o caso dos recursos financeiros e humanos)
No caso dos destinos turiacutesticos o marketing eacute de extrema importacircncia pois uma
vez bem aplicado eacute uma das ferramentas que possui maior capacidade de atraccedilatildeo de
visitantes e que mais contribui para o desenvolvimento do destino No entanto no turismo
deve-se aplicar o marketing estrateacutegico que permite fazer uma gestatildeo do proacuteprio mercado
acompanhar as tendecircncias do mesmo perceber como este funciona assim como o que
existe estabelecendo um ponto de equiliacutebrio entre a oferta e a procura Neste sentido
para aleacutem de funcionar como uma estrateacutegia de atraccedilatildeo ldquoo marketing turiacutestico deve ser
utilizado como uma estrateacutegia de direccedilatildeo entre o planeamento e a gestatildeo do destino e dos
produtos de forma a conciliar os objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica
(hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 174)
32
Deste modo o marketing turiacutestico nos destinos deve seguir uma abordagem
holiacutestica na medida em que o impacto das suas estrateacutegias vai atingir natildeo soacute a oferta e a
procura assim como todo o ambiente externo ao destino mas tambeacutem toda a envolvente
interna associada agraves comunidades locais do destino em questatildeo Esta dimensatildeo eacute de
extrema relevacircncia pois estaacute associada agrave sustentabilidade do destino e segundo Seaton ldquoo
marketing turiacutestico responsaacutevel deve e seraacute cada vez mais obrigado a ter em conta as
necessidades das populaccedilotildees de acolhimento se natildeo for para produzir efeitos ambientais
e socioculturais negativosrdquo (1996 5)
Outro aspeto relevante no que concerne esta temaacutetica eacute o facto de existir uma
constante competiccedilatildeo entre os diversos destinos turiacutesticos no mundo O papel do
marketing no posicionamento competitivo dos destinos eacute relevante pois influencia
diretamente a escolha do visitanteturista De acordo com Kozak e Andreu (2006) a
escolha de um destino por parte do turista depende da consciecircncia e conhecimento do
mesmo acerca do destino (que surge por recomendaccedilatildeo de familiares e amigos
convicccedilotildees pessoais ou atraveacutes das campanhas de publicidade) sendo que tem agrave sua
disposiccedilatildeo um leque variado de opccedilotildees e desta forma no momento em que elege um
destino para visitar todos os restantes perdem a oportunidade de serem escolhidos
Neste contexto cabe tambeacutem ao marketing analisar a concorrecircncia de forma a
compreender quais as eventuais oportunidades ou ameaccedilas que podem surgir no mercado
de forma a que seja possiacutevel para o destino ldquocompetir e obter uma primazia saudaacutevel em
relaccedilatildeo a outros destinos concorrentesrdquo (Peres e Rita 2017 174) Neste acircmbito a
competitividade entre os destinos deve existir de forma positiva e incluir ldquoa
sustentabilidade dos recursos locais de forma a assegurar a manutenccedilatildeo do sucesso a
longo prazo bem como obter retornos equitativos dos recursos utilizados para satisfazer
todos os stakeholdersrdquo (Buhalis 2000 106) Compete agraves DMO e empresas de turismo
de cada destino planear e colocar em praacutetica as accedilotildees de propaganda tendo em conta as
limitaccedilotildees e necessidades de cada destino assim como a dinacircmica do mercado de forma
a gerar satisfaccedilatildeo entre os turistasvisitantes e os proacuteprios anfitriotildees (Buhalis 2000)
Segundo este mesmo autor a gestatildeo de um destino turiacutestico eacute dos processos mais
complexos de se realizar uma vez que engloba diversos atores e interesses que facilmente
entram em conflito entre si sendo que ldquoum compromisso que abranja todos esses
interesses eacute extremamente difiacutecil se natildeo impossiacutevel mas eacute fundamental para o sucesso a
longo prazordquo (Id Ibid 99)
33
Para que seja possiacutevel atingir o sucesso devem ser seguidas as diferentes fases
que datildeo origem ao marketing de destinos sendo elas a anaacutelise do mercado atraveacutes da
observaccedilatildeo da oferta e da procura turiacutesticas o planeamento e desenvolvimento de
produtos turiacutesticos adequados o fornecimento de informaccedilatildeo atraveacutes da promoccedilatildeo e
campanhas de publicidade a difusatildeo dos diferentes canais de distribuiccedilatildeo que se
encontram disponiacuteveis e o preccedilo final (Buhalis 2000 citado por Peres e Rita 2017) Uma
vez estabelecidas todas as fases a cooperaccedilatildeo entre os diferentes fornecedores e entidades
torna-se crucial para atrair novos visitantes e incentivar agrave repeticcedilatildeo da visita ao mesmo
tempo que enquanto cooperam entre si contribuem para a qualidade e diferenciaccedilatildeo da
oferta evitando a exploraccedilatildeo excessiva dos recursos existentes (Buhalis 2000)
No entanto com todas as mudanccedilas no paradigma atual e para que um destino
consiga ser atrativo e reconhecido pelos visitantes eacute cada vez mais importante ter em
atenccedilatildeo trecircs fatores que influenciam o impacto do marketing na atualidade sendo eles a
globalizaccedilatildeo os avanccedilos tecnoloacutegicos e a desregulamentaccedilatildeo (Kotler 2000) Desta
forma segundo Buhalis ldquoo marketing inovador liderado pela pesquisa e pela utilizaccedilatildeo
de novas tecnologias seraacute a uacutenica maneira de gerir e comercializar destinos competitivos
no futuro para o benefiacutecio dos seus stakeholdersrdquo (2000 114)
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos
A caracterizaccedilatildeo da oferta e procura num destino turiacutestico insere-se na anaacutelise do
mercado tratando-se de um processo de relevacircncia para o marketing do mesmo Eacute graccedilas
a estes dados que se torna possiacutevel fazer um levantamento dos recursos e criar produtos
turiacutesticos que vatildeo ao encontro natildeo soacute das necessidades exigecircncias e preferecircncias dos
turistasvisitantes do destino como tambeacutem da populaccedilatildeo local permitindo ao mesmo
tempo apurar mercados potenciais ou emergentes e adequar as estrateacutegias de marketing e
planeamento aos mesmos Contudo como foi referido previamente na atualidade o
turista estaacute cada vez mais exposto a um conjunto diversificado de informaccedilatildeo e por sua
vez de oferta o que faz com que se torne mais exigente e experiente criando ldquonovos
constrangimentos que resultam em larga medida de novos comportamentos e
necessidades da procura (hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 175) Neste sentido a experiecircncia
turiacutestica destes intervenientes torna-se mais complexa sendo necessaacuterio proceder a uma
anaacutelise e compreensatildeo da mesma tendo por base ambas as perspetivas da oferta e da
procura (Walls et al 2011 citado por Peres e Rita 2017)
34
Esta anaacutelise e compreensatildeo da experiecircncia turiacutestica encontra-se interligada com o
comportamento do consumidor pois eacute este estudo que vai permitir perceber quais os
desejos necessidades e motivaccedilotildees dos turistas no momento de escolherem o que vatildeo
consumir na sua experiecircncia Eacute neste acircmbito que surge a segmentaccedilatildeo do mercado que
consiste em dividir o mercado de acordo com as diferentes motivaccedilotildees para conseguir
perceber o que os turistas procuram e gostam para que seja possiacutevel adaptar o produto da
melhor forma a cada mercado alvo
Este processo de segmentaccedilatildeo pode ser definido segundo dois criteacuterios a
nacionalidade e as motivaccedilotildees A primeira para se saber de onde vecircm e qual a razatildeo da
visita ao destino em questatildeo e a segunda para apurar se as motivaccedilotildees se alteram ou natildeo
ao longo do ano com o objetivo de perceber se existem outros perfis de turistas e fazer
comparaccedilotildees permitindo ao mesmo tempo reconhecer e medir oportunidades de
mercado Eacute esta segmentaccedilatildeo que vai permitir ldquoum maior ajustamento da oferta agrave procura
e consequentemente [contribuir] para o desenvolvimento de estrateacutegias de marketing
mais orientadas para as caracteriacutesticas desses grupos [originando] uma melhor aplicaccedilatildeo
de todos os recursos e accedilotildees sobre o mercadordquo (Donilcar 2008 citado por Peres e Rita
2017 175)
Atraveacutes do conhecimento dos recursos que o destino tem para oferecer a forma
como os mesmos estatildeo organizados assim como o comportamento da procura por estes
mesmos recursos permite ao marketing de destinos desenvolver estrateacutegias que se
complementam entre si e que aumentam a capacidade atrativa do destino facilitando a
fidelidade do turistavisitante assim como a sua intenccedilatildeo de regressar (Id Ibid) No
entanto eacute essencial compreender a complexidade da procura turiacutestica e o caraacuteter riacutegido
da oferta Neste acircmbito o marketing de destinos trabalha com serviccedilos e produtos e
enquanto estes uacuteltimos satildeo objetos fiacutesicos os serviccedilos possuem caracteriacutesticas que
determinam todo o planeamento estrateacutegico referente ao marketing e a definiccedilatildeo de
objetivos
Sendo a procura turiacutestica caracterizada pelo consumo de bens e serviccedilos criados
por empresas e entidades turiacutesticas esta natildeo se resume apenas a este tipo de consumo
Existem outras organizaccedilotildees que apresentam bens e serviccedilos que natildeo satildeo destinadas ao
turismo mas sim agrave populaccedilatildeo local poreacutem estes natildeo deixam de formar parte da procura
turiacutestica do destino (Cunha 2013)
35
Tambeacutem a oferta turiacutestica possuiacute caracteriacutesticas que a tornam riacutegida devido ao seu
caraacuteter endoacutegeno e imoacutevel tais como os atributos que funcionam como fatores de
atratividade nos destinos satildeo intriacutensecos aos mesmos e natildeo podem ser movimentados para
outros locais a perecibilidade e inseparabilidade da oferta uma vez que a produccedilatildeo e o
consumo ocorrem em simultacircneo sendo necessaacuteria a presenccedila do cliente para que ocorra
a prestaccedilatildeo do serviccedilo e por ser impossiacutevel armazenar stocks de forma a serem vendidos
posteriormente por uacuteltimo o seu caraacuteter intangiacutevel natildeo permite do ao visitanteturista
experimentar ou observar o produtoserviccedilo antes da aquisiccedilatildeo sendo que soacute o pode fazer
apenas quando se daacute o ato de consumo (Id Ibid)
Uma conjugaccedilatildeo equilibrada entre a gestatildeo da oferta e da procura turiacutesticas
influencia a satisfaccedilatildeo do turistavisitante do destino Uma vez que esta satisfaccedilatildeo
depende da qualidade da oferta e de tudo daquilo que o consumidor vai encontrar no
destino requer-se uma visatildeo holiacutestica acerca do mesmo tendo em conta as ldquoqualidades
ambientais acessibilidades limpeza e higiene traacutefego rodoviaacuterio qualidade urbaniacutestica
espaccedilos verdes [a proacutepria qualidade dos recursos humanos] etcrdquo (Id Ibid 179)
43 Comportamento do Consumidor
A anaacutelise do comportamento do consumidor parte integrante e essencial para a
eficiecircncia do marketing estrateacutegico eacute utilizada sobretudo para se compreender os padrotildees
de consumo Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber como eacute que os consumidores
tomam as suas decisotildees permitindo intervir junto dos mesmos e persuadi-los assim como
conceber e inovar produtos de acordo com o que satildeo as suas necessidades Segundo
Swarbrook e Horner (2007) o comportamento do consumidor em turismo define-se pelo
estudo que tenta responder agrave questatildeo de porque eacute que as pessoas compram o produto que
compram e como tomam a sua decisatildeo
Contudo esta pesquisa caracteriza-se por ser bastante complexa uma vez que as
decisotildees tomadas pelo consumidor-turista estatildeo interligadas com a sua componente
emocional e tambeacutem porque durante o processo de tomada de decisatildeo estaacute exposto a um
elevado nuacutemero de fatores e determinantes que influenciam o seu comportamento e que
dificultam a perceccedilatildeo de como eacute que afetam o consumidor (Id Ibid) Esta componente
emocional acompanha o consumidor desde o iniacutecio do processo de decisatildeo ateacute ao fim
36
No iniacutecio existem expectativas e receios pois o consumidor ainda natildeo sabe como
vai ser a sua experiecircncia e ainda natildeo usufruiu do que pagou No fim as suas expectativas
podem ser ou natildeo superadas assim como os receios que podem ou natildeo ocorrer o que
significa que a anaacutelise do comportamento do consumidor-turista eacute bastante complexa
devido agrave componente emocional e psicoloacutegica de cada consumidor e agrave intangibilidade dos
serviccedilosprodutos desta atividade
Geralmente o processo de decisatildeo desenvolve-se por trecircs etapas a preacute-
decisatildeocompra a decisatildeo e o poacutes-compra sendo que existem modelos que apresentam
ateacute cinco fases distintas uma vez que estas podem-se adaptar a diferentes aacutereas e natildeo
somente ao turismo Poreacutem existem diversos modelos de comportamento do consumidor
que podem ser adaptados ao caso concreto do turismo como eacute o caso do de Howard e
Sheth (1969) um dos modelos mais citados e que se pode observar na figura 3 Este
modelo ldquodestaca a importacircncia dos inputs no processo de compra do consumidor e sugere
maneiras pelas quais o consumidor ordena esses mesmos inputs antes de tomar uma
decisatildeo finalrdquo (Swarbrook e Horner 2007 42)
Figura 3 - - Modelo de Howard e Sheth (1969) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
37
Outros autores como Wahab Crampton e Rothfield (1976) e Mathieson e Wall
(1982) (citados por Swarbrook e Horner 2007) sugeriram outros modelos lineares do
processo de tomada de decisatildeo do consumidor-turista que podem ser observados nas
figuras 4 e 5
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall (1982) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor de Wahab Crampton e Rothfield (1976)
(Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Todos estes autores apresentam nos seus modelos diferentes definiccedilotildees para cada
fase do processo mas todos eles satildeo coincidentes em diversos aspetos ao facto do
momento da compra ocorrer sempre apoacutes a tomada de decisatildeo do consumidor ser alvo
de fatores que o influenciam na sua decisatildeo (sejam internos ou externos) de existirem
diversas alternativas que dependem sempre da decisatildeo do consumidor optar por uma e
por fim que a escolha destas alternativas sofre uma avaliaccedilatildeo por parte do consumidor
que decorre da sua procura por fontes de informaccedilatildeo internas e externas (Woodside e
Lysonski 1989 Engel Blackwell e Miniard 1995 Gremler e Brown 1996 Beerli e
Martin 2004 Swarbrook e Horner 2007)
Existem poreacutem autores como Pizam e Mansfeld (1999) que criticam estes
modelos no sentido em que natildeo satildeo preditivos por se basearem em estereoacutetipos e
generalizaccedilotildees Estes autores ainda afirmam que o processo de decisatildeo varia
significativamente entre os diferentes grupos de turistas e que os modelos existentes
ignoram os consumidores com falta de motivaccedilatildeo assim como os constrangimentos
associados que satildeo vistos como uma falha significante no que diz respeito agrave investigaccedilatildeo
do comportamento do consumidor (Id Ibid 29) Seguindo esta linha de pensamento
segundo o modelo de Gunn (citado por Gacircndara 2008) relativo ao comportamento do
turista existem diversas fases pelas quais o mesmo passa no momento em que decide
visitar um novo destino
38
Formam parte destas fases a acumulaccedilatildeo de imagens mentais sobre experiecircncias
de feacuterias anteriores a modificaccedilatildeo destas imagens graccedilas ao acesso a mais informaccedilatildeo a
decisatildeo de ir para feacuterias a viagem propriamente dita ao destino em questatildeo a participaccedilatildeo
no destino a viagem de regresso e por uacuteltimo gera-se uma nova acumulaccedilatildeo de imagens
obtidas e baseadas na experiecircncia vivida Torna-se portanto essencial compreender o
comportamento do consumidor assim como as suas perceccedilotildees acerca do destino Satildeo
estas caracteriacutesticas que permitem definir quais os turistas mais adequados para cada
destino para que se tornem fidelizados ao mesmo e tambeacutem perceber que alteraccedilotildees satildeo
necessaacuterias para que o destino se adapte agraves necessidades dos turistasvisitantes de forma
a ficarem satisfeitos com a experiecircncia (Id Ibid)
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos
A comunicaccedilatildeo relaciona-se com o turismo na medida em que os
turistasvisitantes enquanto seres sociais procuram interagir com a sociedade onde
vivem e sem a comunicaccedilatildeo esta interaccedilatildeo seria impossiacutevel pois ldquoa comunicaccedilatildeo eacute uma
necessidade inerente de qualquer ser humanordquo (Trigueiro 2001 citado por Marujo 2008
27) Eacute graccedilas agrave comunicaccedilatildeo que se torna possiacutevel dar a conhecer um destino e todas as
suas caracteriacutesticas bem como as informaccedilotildees essenciais na escolha de um local a visitar
Logo eacute a comunicaccedilatildeo que influencia os comportamentos das pessoas sendo que ldquopode
servir para comandar para condicionar para persuadir ou para motivar ndash ou seja para
levar algueacutem a fazer (ou abster-se de fazer) algordquo (Castro 2002 citado por Marujo 2008
27)
Desta forma a comunicaccedilatildeo encontra-se presente em todas as etapas do processo
de decisatildeo do turistavisitante aquando este decide visitar um destino especiacutefico sendo
que a mesma ldquodeve ter a capacidade de provocar o sentimento de envolvimento com o
destino antes durante e apoacutes a experiecircnciardquo (Peres e Rita 2017 175) No momento de
atrair visitantesturistas a um destino eacute a comunicaccedilatildeo que vai ao encontro daquilo que
satildeo as motivaccedilotildees desejos e emoccedilotildees das pessoas e faz com que as estrateacutegias de
transmissatildeo de informaccedilatildeo sejam eficazes ao ponto de as cativarem (Id Ibid) Poreacutem
cada vez mais os turistas satildeo mais exigentes e experientes e por esse motivo procuram
experiecircncias diferenciadoras passando o foco a estar na criatividade das estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo
39
Uma vez que em turismo falamos de bens e serviccedilos intangiacuteveis esta caracteriacutestica
pode dificultar as interaccedilotildees comunicacionais assim como a compreensatildeo dos mesmos
Daiacute a importacircncia da informaccedilatildeo e a forma como a mesma eacute apresentada pois deve ser o
mais expliacutecita possiacutevel de forma a tornar estes mesmos serviccedilos tangiacuteveis Desta forma
a informaccedilatildeo turiacutestica trata-se de uma das ferramentas mais valorizadas tanto pelos
profissionais da aacuterea como pelos consumidores Eacute atraveacutes da informaccedilatildeo que o
consumidor toma a sua decisatildeo e as entidades se inovam e criam condiccedilotildees para responder
agraves exigecircncias do mercado sendo que ldquoa informaccedilatildeo precisa e correta apropriada agraves
necessidades do consumidor eacute muitas vezes a chave para a satisfaccedilatildeo dos consumidoresrdquo
(Cooper et al 2001 citado por Marujo 2008 52)
No entanto todos estes aspetos dependem da qualidade dos serviccedilos prestados e
da experiecircncia global e uma vez que a interaccedilatildeo complexa das diversas componentes do
turismo pode pocircr em causa a qualidade cabe aos gestores de destinos tornar o destino
harmonioso entre todas as componentes ligadas ao turismo e tambeacutem as que natildeo estatildeo
diretamente ligadas ao mesmo de forma a minimizar ao maacuteximo as experiecircncias mais
negativas Poreacutem geralmente existe alguma dificuldade por parte dos visitantesturistas
em segmentar a sua opiniatildeo em relaccedilatildeo agrave qualidade da experiecircncia global da qual
usufruiu sendo que frequentemente os aspetos negativos sobressaem em relaccedilatildeo aos
positivos e satildeo estas opiniotildees que vatildeo definir o regresso ou natildeo da pessoa bem como as
recomendaccedilotildees a potenciais turistas
Daiacute que esta ferramenta seja importante para a comunicaccedilatildeo do destino pois se a
qualidade da oferta for elevada e a experiecircncia turiacutestica satisfatoacuteria ldquopara aleacutem de
despertar o interesse de outras pessoas para os serviccedilos oferecidos pela organizaccedilatildeo
poderaacute regressar mais tarde e continuar a utilizar os serviccedilos de uma forma contiacutenuardquo
(Marujo 2008 32) Eacute neste acircmbito que os destinos devem apostar na criaccedilatildeo de imagens
de marca associadas agrave oferta turiacutestica existente e que transmitam experiecircncias autecircnticas
e uacutenicas com elevados padrotildees de qualidade que vatildeo ao encontro das expectativas do
turistavisitante e que contribua para a satisfaccedilatildeo do mesmo Assim a criaccedilatildeo desta
imagem de marca ldquocumpriraacute mais facilmente os dois objetivos centrais do marketing
aplicado aos destinos turiacutesticos a diferenciaccedilatildeo e a sustentabilidaderdquo (Peres e Rita 2017
176)
40
Em suma o principal objetivo do processo de comunicaccedilatildeo em turismo passa por
fazer perdurar uma boa imagem do destino ou melhorar a mesma atrair novos visitantes
e ao mesmo tempo criar as condiccedilotildees para que regressem no futuro fornecer informaccedilatildeo
clara e expliacutecita acerca da oferta existente fomentar a coordenaccedilatildeo entre os diferentes
stakeholders e os seus esforccedilos e por uacuteltimo corrigir possiacuteveis erros ou distorccedilotildees (Heath
e Wall 1991 citados por Marujo 2008) A comunicaccedilatildeo em turismo ldquonatildeo se resume
portanto agrave promoccedilatildeo de um destino engloba tambeacutem os processos de seduccedilatildeo de um
turista as trocas culturais e rituais entre visitante e anfitriatildeo as narrativas turiacutesticas sobre
as quais se constroem as identidades das gentes lugares e marcasrdquo (Wichels 2013 478)
Eacute atraveacutes da comunicaccedilatildeo que se consegue interferir na imagem que os
turistasvisitantes tecircm acerca de um destino sendo que segundo Gacircndara (2008) apesar
de geralmente se verificar apenas a intervenccedilatildeo no momento da promoccedilatildeo e distribuiccedilatildeo
torna-se cada vez mais importante atuar tambeacutem no momento de produccedilatildeo onde se
desenvolve a qualidade do destino para que a proacutepria comunidade local se torne parte
integrante do processo e ao mesmo tempo beneficie desta atividade
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos
Tendo em consideraccedilatildeo que o mercado atual do turismo eacute cada vez mais
heterogeacuteneo e segue tendecircncias cada vez mais diversificadas que anteriormente natildeo se
verificavam cabe aos diferentes meios de comunicaccedilatildeo dos destinos aplicar diferentes
estrateacutegias que comuniquem e distribuam as suas ofertas de forma eficaz Satildeo vaacuterias as
fontes de informaccedilatildeo que o turistavisitante pode encontrar sobre um destino ou um
serviccediloproduto como por exemplo brochuras guias de viagem postos de informaccedilatildeo
turiacutestica jornais revistas televisatildeo empresas de turismo locais etc
Eacute tambeacutem atraveacutes da comunicaccedilatildeo que um destino estabelece o seu
posicionamento no mercado Para tal no que diz respeito aos destinos turiacutesticos existem
algumas estrateacutegias que se podem seguir a diferenciaccedilatildeo (apresentaccedilatildeo de novas
atraccedilotildees encontrar fatores diferenciadores relativamente agrave concorrecircncia) a diversificaccedilatildeo
dos mercadosprodutos (de forma a ajustar-se a diferentes mercados para atrair diferentes
tipos de turistas) e por uacuteltimo a aposta nos nichos de mercado (segmentos mais pequenos
do que o usual mas mais rentaacuteveis)
41
Mas o que se verifica cada vez mais eacute que esta divulgaccedilatildeo eacute feita atraveacutes de
plataformas online ldquoque desempenham um papel decisivo para aleacutem da sua reconhecida
relevacircncia nos aspetos informativos emocionais e de criaccedilatildeo de imagemrdquo (Peres e Rita
2017 176) Com todos os avanccedilos tecnoloacutegicos das uacuteltimas deacutecadas as estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo passam cada vez mais a ser aplicadas atraveacutes do auxiacutelio da internet nos
formatos digitais Desta forma a informaccedilatildeo online passa a ser global transmitida
essencialmente atraveacutes de websites e redes sociais permitindo ao consumidor conhecer
melhor o destino que quer visitar comparar em tempo real as condiccedilotildees e todos os aspetos
referentes agrave experiecircncia que pretende adquirir e ateacute reservarcomprar o seu
serviccediloproduto de forma raacutepida e simples
Ao mesmo tempo as empresas obtecircm uma ferramenta que lhes permite vender o
seu destino com maior detalhe atraveacutes do recurso a diversas formas de comunicaccedilatildeo
(sejam imagens textos viacutedeos etc) aproximando-se do consumidor e das marcas com
as quais poderaacute criar parcerias (Marujo 2008) A internet transformou-se assim numa
ldquodas principais ferramentas de distribuiccedilatildeo direta para todos os tipos de serviccedilos
turiacutesticosrdquo (Bairros e Cerreta 2009 citados por Cardoso 2012 25) Eacute essencialmente
atraveacutes do marketing digital que as entidades promotoras de destinos turiacutesticos cada vez
mais investem nas suas campanhas promocionais e estrateacutegias de comunicaccedilatildeo Segundo
Miranda (2010) a internet eacute utilizada em turismo como ferramenta estrateacutegica de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo que pode ser observada em trecircs niacuteveis
distintos o experimental o taacutetico-operacional e por fim o estrateacutegico No primeiro niacutevel
as empresas turiacutesticas utilizam a internet como meio de divulgaccedilatildeo dos seus produtos e
serviccedilos
Contudo segundo o mesmo autor muitas destas organizaccedilotildees desperdiccedilam as
potencialidades da internet uma vez que se limitam a apresentar apenas informaccedilatildeo baacutesica
acerca da sua oferta atraveacutes dos seus sites oficiais deixando muitas vezes a mesma
desatualizada e sem recorrerem a ferramentas dinacircmicas e apelativas como o som
imagens viacutedeos etc Jaacute no segundo niacutevel eacute onde ocorrem as operaccedilotildees de E-commerce
as designadas operaccedilotildees comerciais atraveacutes das quais a empresa permite ao consumidor
efetuar a compra do produtoserviccedilo online Este niacutevel pode ser verificado por exemplo
ldquoem sites de hoteacuteis que oferecem reservas online (hellip) [mas] muitas vezes este processo
de reserva [daacute-se] de forma natildeo segura o que natildeo incentiva muitos usuaacuterios a se utilizar
deste recursordquo (Miranda 2010 5)
42
Por fim o uacuteltimo niacutevel exige um planeamento estrateacutegico por parte das
organizaccedilotildees na medida em que o foco eacute o desenvolvimento do E-business sendo que as
empresas planeiam e aplicam estrateacutegias de atuaccedilatildeo no mercado de forma a
desenvolverem os seus meios de comunicaccedilatildeo online atraiacuterem a atenccedilatildeo dos seus
consumidores e melhorar a relaccedilatildeo com os mesmos com o intuito de os fidelizar No
entanto natildeo eacute somente a informaccedilatildeo fornecida que tem impacto nos turistas que procuram
visitar um novo destino eacute tambeacutem o passa-a-palavra atraveacutes de amigos familiares
conhecidos
Esta forma de divulgaccedilatildeo ldquoeacute confiaacutevel pois eacute transmitida por liacutederes de opiniatildeo
familiares amigos especialistas e assim acaba tornando-se uma importante e poderosa
forma de comunicaccedilatildeo (hellip) propagadora da mensagem ou da notiacutecia das suas
experiecircncias boas ou maacutesrdquo (Tineu 2001 citado por Marujo 2008 31) Desta forma cada
vez mais os turistas recorrem agraves opiniotildees de pessoas que conhecem e em quem confiam
o que pode provocar tanto situaccedilotildees positivas como negativas dependendo da experiecircncia
dessas mesmas pessoas Por norma se um turistavisitante ficar satisfeito com a sua
experiecircncia turiacutestica vai certamente influenciar positivamente potenciais turistas mas
caso ocorra o oposto e natildeo exista satisfaccedilatildeo a mensagem transmitida seraacute negativa (Id
Ibid)
As novas tecnologias de informaccedilatildeo vieram revolucionar a forma como a
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutesticas satildeo realizadas permitindo aumentar as vantagens
competitivas e reduzir custos Surgiu assim a necessidade de implementar novos modelos
de negoacutecio ldquopois os consumidores deixam de ser alvos passivos passando-se do mass
marketing para o marketing individualizado os preccedilos deixam de ser fixos e passam em
muitos casos a ser definidos de forma dinacircmica e vai-se ultrapassando a tradicional
assimetria da informaccedilatildeordquo (Peres e Rita 2017 177) Poreacutem apesar da internet permitir
comunicar com os consumidores neste caso turistas ou visitantes de forma mais raacutepida
simples e econoacutemica natildeo deve ser um ldquosubstituto para outras actividades promocionais
mas sim como um complemento das existentes o que oferece aos consumidores uma
maior possibilidade de escolha e mais uma maneira de fazer reservasrdquo (Brigs 1997 citado
por Marujo 2008b 31)
43
Neste sentido cabe agraves entidades e organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticos
ldquoaplicar estrateacutegias nos canais de comunicaccedilatildeo tradicionais (jornais televisatildeo etc) para
fornecer uma informaccedilatildeo adequada agraves necessidades dos turistas e investir nos novos
canais de comunicaccedilatildeo (internet quiosques multimeacutedia etc) para alcanccedilar de uma forma
mais eficaz potenciais consumidoresrdquo (Marujo 2008a 57) Torna-se portanto cada vez
mais imprescindiacutevel implementar boas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo que transmitam
informaccedilatildeo crediacutevel detalhada e real sobre a oferta existente assim como apostar na
diferenciaccedilatildeo e criatividade para que o consumidor natildeo se sinta defraudado relativamente
agraves expectativas que tinha acerca do destino
Em suma a preocupaccedilatildeo em transmitir atraveacutes das estrateacutegias de comunicaccedilatildeo
uma imagem positiva de qualidade e oferta de multiplicidade de experiecircncias diversas e
uacutenicas ao consumidor eacute essencial e deve ser permanente no sentido em que se deve
assegurar em todas as fases do processo de comunicaccedilatildeo do destino pois ldquotanto a
qualidade do produtodestino como a comunicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do mesmo satildeo aspetos
que tratados de maneira pouco profissional seguramente traratildeo cedo ou tarde resultados
indesejadosrdquo (Gacircndara 2008 20)
44
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio
Almada estaacute sediada no distrito de Setuacutebal e pertence agrave aacuterea metropolitana de
Lisboa (AML) sendo que no seu conjunto estatildeo englobadas 11 freguesias que se podem
observar na figura 6 sendo elas Almada Cova da Piedade Pragal Cacilhas Caparica e
Trafaria Charneca de Caparica e Sobreda Costa da Caparica Laranjeiro e Feijoacute Tem
como fronteiras o rio Tejo e Lisboa a norte Seixal a leste Sesimbra a sul e o Oceano
Atlacircntico a oeste sendo que o concelho abrange no total uma aacuterea de 71Km2
encontrando-se a 4km de Lisboa e 15km do Aeroporto Humberto Delgado (Cacircmara
Municipal de Almada - CMA sd)
Em termos geograacuteficos este concelho eacute constituiacutedo por caracteriacutesticas fiacutesicas e
paisagiacutesticas ricas e variadas onde se podem encontrar tanto espaccedilos verdes e reservas
naturais como eacute exemplo a Arriba Foacutessil da Costa de Caparica ou a Mata dos Medos na
Charneca de Caparica como tambeacutem aacutereas urbanisticamente desenvolvidas com oferta
de recursos culturais transportes serviccedilos etc e ainda 13km de linhas de costa no litoral
onde se encontram algumas das melhores praias de toda a regiatildeo da Grande Lisboa
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada (Fonte Cacircmara Municipal de Almada 2018)
45
Em termos populacionais segundo os Censos de 2011 (CMA sd) existem 174
030 habitantes nuacutemero este que faz do concelho de Almada um dos mais importantes na
margem sul da AML A grande maioria da populaccedilatildeo (76) encontra-se empregada no
setor terciaacuterio sendo este o que mais evoluiu nos uacuteltimos anos e que tem maior destaque
(Id Ibid) Hoje em dia Almada eacute considerada o melhor miradouro para a cidade de
Lisboa uma vez que se encontra do lado oposto agrave mesma mas a verdade eacute que este
concelho teve grande importacircncia ao longo de vaacuterios periacuteodos da histoacuteria de Portugal
Privilegiada por se encontrar localizada junto ao Tejo Almada foi desde os primoacuterdios
um lugar de excelecircncia para a ocupaccedilatildeo e fixaccedilatildeo humana desde a preacute-histoacuteria
Era atraveacutes do rio que se faziam as trocas comerciais e de mercadorias tatildeo
essenciais em qualquer eacutepoca sendo que feniacutecios romanos e muccedilulmanos acabaram por
se sedentarizar nesta aacuterea e desenvolver a cidade Posteriormente foi conquistada aos
mouros pelo rei D Afonso Henriques e os cruzados ingleses em 1147 tornando-se cidade
mais tarde quando D Sancho I outorgou o primeiro foral da cidade em 1190 (Id Ibid)
Mas o grande desenvolvimento nesta aacuterea ocorreu sobretudo no seacuteculo XIX graccedilas aos
processos de industrializaccedilatildeo sendo os principais setores a serem desenvolvidos o da
corticcedila moagem e estaleiros navais Foi nesta eacutepoca que o concelho acolheu e recebeu
populaccedilotildees de outras aacutereas do paiacutes que aqui se fixavam para trabalhar e para viver
contribuindo para uma nova dinacircmica e desenvolvimento
Momentos como ldquoa vitoacuteria dos liberais na Batalha da Cova da PiedadeCacilhas
contra os Miguelistas (23 de julho de 1833) (hellip) [e] a antecipada proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica em Almada a 4 de outubro de 1910rdquo (Id Ibid) satildeo exemplos de importantes
acontecimentos histoacutericos que tiveram lugar nesta margem do rio Mais tarde devido ao
grande crescimento demograacutefico que se deu durante os anos quarenta e setenta do seacuteculo
passado verificou-se um elevado nuacutemero de migraccedilotildees e movimentos de populaccedilatildeo que
procurava Almada como alternativa para trabalhar e morar Foi entatildeo a partir da deacutecada
de 90 que as grandes alteraccedilotildees e desenvolvimentos nas principais estruturas do concelho
comeccedilaram a surgir Uma extensa rede de equipamentos municipais nas mais variadas
aacutereas como a cultura o desporto o lazer a educaccedilatildeo sauacutede transportes jardins e zonas
verdes eacute construiacuteda e eacute tambeacutem aprovado o plano diretor municipal que confere ao
concelho uma nova qualidade de vida para os seus habitantes (Id Ibid)
46
Neste sentido Almada relativamente agrave sua posiccedilatildeo geograacutefica possui
caracteriacutesticas que foram sendo valorizadas pelo homem que aqui se estabeleceu em
quase todos os periacuteodos da histoacuteria (Sabrosa 1993 citado por Gonccedilalves 2002) Eacute
tambeacutem a sua proximidade agrave cidade de Lisboa que lhe atribui uma posiccedilatildeo estrateacutegica de
complementaridade com a capital atraveacutes da troca e prestaccedilatildeo de diversos serviccedilos e
produtos Contudo existe tambeacutem uma relaccedilatildeo de dependecircncia que muitas vezes confere
agrave cidade de Almada uma posiccedilatildeo de inferioridade no sentido em que a imagem deste
destino perde a sua credibilidade pois as suas potencialidades turiacutesticas e de
desenvolvimento satildeo muitas vezes desconsideradas (Figueiredo 2015)
O facto de Almada se ter desenvolvido e constituiacutedo como um territoacuterio industrial
durante vaacuterias deacutecadas com a construccedilatildeo de estaleiros navais faacutebricas de moagem e de
produccedilatildeo de corticcedila que devido agraves suas crises levaram agrave estagnaccedilatildeo do crescimento
urbano por sua vez tambeacutem atrasou o desenvolvimento deste territoacuterio (Gonccedilalves 2002
67) Todos estes fatores contribuiacuteram para uma degradaccedilatildeo da paisagem do territoacuterio
uma vez que as infraestruturas outrora utilizadas para fins industriais acabaram por ficar
ao abandono levando agrave ldquodescaracterizaccedilatildeo envelhecimento e degradaccedilatildeo da estrutura
urbana envolventerdquo (Figueiredo 2015 21) Poreacutem atraveacutes do Plano Diretor Municipal
(PDM) que sofreu uma revisatildeo em 2011 Almada estabeleceu linhas estrateacutegicas de
desenvolvimento para o concelho com vista agrave aplicaccedilatildeo de planos e estrateacutegias de
requalificaccedilatildeo do mesmo a niacutevel territorial ambiental social econoacutemico e urbano
Relativamente ao turismo nos uacuteltimos anos tem-se verificado em Almada uma
evoluccedilatildeo que embora lenta se tem tornado cada vez mais notoacuteria sendo que a cidade se
tem vindo a estabelecer como um destino que proporciona a troca de fluxos importantes
natildeo soacute para o concelho mas tambeacutem a niacutevel de toda a AML (CMA 2011) Neste sentido
vaacuterios foram os projetos que ao longo dos anos se foram desenvolvendo e alguns
aplicando contribuindo para a melhoria da imagem e da qualidade de Almada enquanto
destino turiacutestico como satildeo exemplos o programa POLIS a renovaccedilatildeo urbaniacutestica da zona
de Cacilhas o projeto ldquoAlmada Nascente ndash Cidade da Aacuteguardquo e a construccedilatildeo do metro de
superfiacutecie Desta forma eacute essencial a aposta nos recursos potenciadores de atividades nas
aacutereas do recreio lazer e turismo assim como a criaccedilatildeo de uma marca visto que
contribuem decisivamente para a consolidaccedilatildeo do destino relativamente agrave concorrecircncia e
agrave restante oferta existente (Id Ibid)
47
52 Oferta turiacutestica em Almada
Um destino turiacutestico eacute construiacutedo tendo por base o planeamento e a delineaccedilatildeo de
objetivos a par com a existecircncia de recursos com potencial turiacutestico que efetivamente
possuem a capacidade de satisfazer as necessidades dos turistas (CMA 2011 80) Assim
apresentam-se na tabela 1 os principais recursos do concelho
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada Fonte CMA (2019) RNT (2002) Portal
Almada Digital (2019)
A fim de se compreender de que forma a valorizaccedilatildeo turiacutestica do concelho de
Almada eacute estruturada e planeada eacute necessaacuterio conhecer os recursos existentes que
contribuem para o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos
Recursos
primaacuterios
Patrimoacutenio
Natural Praias oceacircnicas paisagem protegida
reserva botacircnica
Cultural
Monumental Monumentos muralha estaacutetua entre
outros
Artiacutestico Museus igrejas conventos capelas
Etnograacutefico Folclore artesanato
Complementar Parques jardins puacuteblicos miradouros
Atividades
Roteiros Percursos pedestres sinalizados
Animaccedilatildeo
turiacutestica
Desportos naacuteuticos e radicais atividades
de ar livrenatureza e aventura
Recursos
primaacuterios
Equipamentos
Culturais Espaccedilos para exposiccedilotildees auditoacuterios
bibliotecas centros culturais
Desportivos Teacutenis golfe nataccedilatildeo equitaccedilatildeo
Recreativos Estaacutedios clube naacuteutico
Negoacutecios Salas de reuniotildees
Eventos
Religiosos Procissotildees
Culturais Marchas populares espetaacuteculos
comemorativos exposiccedilotildees
Animaccedilatildeo Festivais de muacutesica concertos
espetaacuteculos de danccedila teatro entre outros
Desportivos Ginaacutestica atletismo nataccedilatildeo futebol
Recursos
secundaacuterios
Atividades Gastronomia
Equipamentos
Animaccedilatildeo e
outros Vaacuterios mercados perioacutedicos
Turiacutesticos
Hotelaria agecircncias de viagem agecircncias de
animaccedilatildeo turiacutestica campos de campismo
rent-a-car restaurantes postos de turismo
escolas de surf
Transportes Terminais ferroviaacuterios rodoviaacuterios e
fluviais
Infraestruturas
sociais Estradas
48
Desta forma a organizaccedilatildeo e compreensatildeo dos recursos existentes satildeo essenciais
para a construccedilatildeo da oferta turiacutestica do destino fator de atratividade para os visitantes e
turistas Neste sentido relativamente agrave avaliaccedilatildeo dos recursos acima apresentados de
uma forma geral e analisando os mesmos tendo em conta os produtos turiacutesticos mais
procurados eacute um concelho que considerando a sua dimensatildeo aparenta dispor de um
conjunto consideraacutevel de recursos de cariz cultural religioso e de aacutereas verdes assim
como de outras infraestruturas complementares principalmente a restauraccedilatildeo
Contudo algumas das freguesias mais procuradas como Cacilhas e Almada pecam
pela falta de estabelecimentos de alojamento principalmente hoteacuteis assim como outros
empreendimentos mais pequenos como alojamento local No entanto a freguesia da
Costa da Caparica apresenta uma consideraacutevel variedade de oferta de alojamentos como
hoteacuteis de categoria variada surf houses apartamentos turiacutesticos e parques de campismo
Considerando o produto golf e a quantidade de campos existentes estes tambeacutem se
encontram bem fornecidos em termos de estabelecimentos de alojamento tendo em conta
a capacidade do Hotel Aldeia dos Capuchos e toda a variedade de alojamentos disponiacuteveis
na Herdade da Aroeira todos ao redor dos campos de golf aqui existentes
Eacute com base nos recursos existentes no destino que eacute possiacutevel definir os principais
produtos turiacutesticos do concelho que seratildeo apresentados na tabela 2 Considerando o Plano
Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e Desenvolvimento do Turismo para o concelho de Almada
(CMA 2011) os produtos o sol e mar turismo religioso e golf encontram-se consolidados
ou em vias de consolidaccedilatildeo enquanto que os restantes apresentam forte potencial de
desenvolvimento
49
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado
de CMA (sd) e Turismo de Lisboa (2018)
Turismo cultural e religioso
- Principal produto de interesse por parte de quem visita o concelho
particularmente nas freguesias de Cacilhas e Almada sendo que a Trafaria
tambeacutem conta com alguns pontos de interesse
- Conta com recursos desde igrejas santuaacuterios (Santuaacuterio do Cristo Rei)
conventos (Convento dos Capuchos) museus com variadas temaacuteticas ligadas
agrave histoacuteria do concelho jardins e parques e tantos outros recursos culturais
como eacute exemplo a fragata D Fernando II e Gloacuteria convertida atualmente em
museu
- Proximidade entre os recursos em si e de rotas pedestres existentes
assim como a existecircncia de vaacuterios locais que permitem uma vista privilegiada
para a cidade de Lisboa
- Como recurso complementar a existecircncia de variadas opccedilotildees em termos
de restauraccedilatildeo principalmente na freguesia de Cacilhas permite apreciar a
gastronomia local
Sol e Mar
- Principal produto na freguesia da Costa da Caparica
- Extensatildeo de 13km de praias contando com 7 praias de Bandeira Azul
- Produto chave e com grande procura devido a fatores como a
localizaccedilatildeo a proximidade com Lisboa boas acessibilidades tanto de carro
devido agrave ligaccedilatildeo da Ponte 25 de Abril como de transportes puacuteblicos
(autocarro desde Lisboa ou Cacilhas) equipamentos existentes nas
proximidades como restaurantes e bares e estabelecimentos de alojamento
(hoteacuteis e alojamento local)
- Atrativo para diversos mercados estrangeiros como o espanhol francecircs
alematildeo e brasileiro
Turismo Naacuteutico
- Complemento ao produto Sol e Mar
- Principalmente procurado para a praacutetica de surf stand up paddle e
katesurf
- Foco na freguesia da Costa da Caparica tal como o Sol e Mar devido agrave
vasta extensatildeo de areal onde as condiccedilotildees permitem boas praacuteticas destes
variados desportos naacuteuticos
- Existecircncia de infraestruturas de apoio como escolas de surf e surfhouses
nesta mesma freguesia devido agrave grande procura pelo produto
50
Golf
- Visto principalmente como um produto complementar ao produto Sol e
Mar devido agrave proximidade dos campos existentes agraves praias da Costa da
Caparica
- 2 campos de 18 buracos e 1 com 9 buracos todos na freguesia da
Caparica integrados em estabelecimentos de alojamento ndash Herdade da
Aroeira e Hotel Aldeia dos Capuchos Golf amp SPA
- Boa localizaccedilatildeo e infraestruturas disponiacuteveis que permitem a praacutetica do
desporto durante todo o ano e para todo o tipo de jogadores
Turismo de Natureza
- Produto principalmente focado na Paisagem Protegida da Arriba Foacutessil
da Costa de Caparica onde se engloba a Mata dos Medos
- Vaacuterios caminhos pedestres disponiacuteveis assim como outras atividades
que satildeo desenvolvidas a partir deste ponto como Parapente e Asa Delta
Para aleacutem dos principais produtos turiacutesticos tambeacutem estatildeo indicados na tabela
anterior aqueles que satildeo vistos como produtos complementares aos existentes Deste
modo seguindo o conceito de ciclo de vida do produto pode-se considerar o seguinte
sol e mar encontra-se na fase de maturidade turismo religioso golf e turismo cultural em
fase de crescimento (sendo que cada um apresenta diferentes niacuteveis de crescimento)
turismo naacuteutico entre a fase de crescimento e maturidade (dependendo do desporto) e
por fim o turismo de natureza entre a fase de nascimento e crescimento considerando
que ainda eacute um produto com pouca procura e pouco desenvolvimento
51
53 Procura turiacutestica em Almada
Devido agrave sua proximidade com a cidade de Lisboa e a facilidade existente em
atravessar o rio Tejo o concelho de Almada beneficia muito destes dois fatores fazendo
com que a sua procura seja cada vez mais semelhante agrave da capital Por natildeo existirem
dados concretos relativamente ao nuacutemero total de turistas que visitam o concelho seratildeo
tidos em consideraccedilatildeo vaacuterios indicadores que proporcionam uma ideia geral da procura
no concelho de Almada
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2013-2018)
Atraveacutes da figura 7 eacute possiacutevel determinar que o nuacutemero de visitantes estrangeiros
eacute superior aos nacionais assim como se verifica um aumento crescente destes valores no
periacuteodo apresentado entre os anos de 2012 e 2017 agrave exceccedilatildeo do ano de 2014 em que se
verificou uma pequena quebra no nuacutemero de visitantes estrangeiros Considerando o
nuacutemero de hoacutespedes estrangeiros podemos aprofundar e apresentar os hoacutespedes por
continente
Atraveacutes da figura 8 eacute possiacutevel compreender que o continente europeu eacute de onde
satildeo provenientes a maioria dos hoacutespedes que ficam em Almada sendo por isso bastante
importante No entanto outros continentes comeccedilam a crescer e a procurar cada vez mais
tanto a regiatildeo de Lisboa como em especiacutefico o concelho de Almada No que diz respeito
ao continente americano destaca-se o mercado brasileiro sendo que o mercado norte
americano tambeacutem comeccedila a ter alguma relevacircncia para a AML (Ferro 2018) juntamente
com o mercado asiaacutetico que tem demonstrado procurar cada vez mais o destino em
questatildeo
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total 110 806 116 357 132 475 145 173 156 795 170 062
Nacionais 53 104 54 467 74 292 66 444 57 329 57 456
Estrangeiros 57 702 61 890 58 183 78 729 99 466 112 606
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
140 000
160 000
180 000
52
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Devido agrave proximidade anteriormente referida os principais mercados que
procuram a AML satildeo os mesmos que se encontram no top de mercados que tambeacutem
procuram o concelho de Almada nomeadamente Espanha Alemanha Franccedila Reino
Unido e Itaacutelia (Ferro 2018) sendo esta a ordem de preferecircncia dos mercados no que diz
respeito agrave procura pelo concelho tendo em conta o nuacutemero de hoacutespedes destes mesmos
paiacuteses
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2012 19 035 2 290 8 919 3 484
2013 21 003 3 353 8 485 1 542
2014 20 150 3 277 6 543 1 959
2015 24 828 15 766 5 991 2 284
2016 23 253 15 521 12 478 3 154
2017 22 077 15 182 11 625 3 528
41 975
60 25972 649 74 353
2014 2015 2016 2017
Europa
1 608 2 465 3 385
8 239
2014 2015 2016 2017
Ameacuterica
607 611 760 997
2014 2015 2016 2017
Aacutefrica
247626
367 394
2014 2015 2016 2017
Oceacircnia
13 746 14 768
22 30528 623
2014 2015 2016 2017
Aacutesia
53
Analisando o nuacutemero de hoacutespedes por mercados alvo como aparece representado
na tabela 3 com dados retirados a partir do INE eacute de realccedilar o aumento de cerca de 380
do mercado alematildeo entre 2014 e 2015 valor que se manteve no ano de 2016 assim como
o mercado francecircs (aumento de 10828) e britacircnico (aumento de 3809) entre 2015 e
2016 Contudo no ano de 2017 verifica-se uma queda de valores em todos os paiacuteses
exceto no Reino Unido que aumentou significativamente entre 2016 e 2017
Considerando agora os dados relativos agraves dormidas por continente pelo graacutefico
representado na figura 9 eacute possiacutevel destacar principalmente a influecircncia do mercado
asiaacutetico sendo que apesar de ser dos que apresenta a estadia meacutedia mais baixa (2 noites)
desde 2012 na AML (INE 2019) continua a crescer e a ser o continente com maior
influecircncia depois do europeu sendo que o americano tambeacutem jaacute tem alguma
representatividade apesar de estar bastante longe de ter o mesmo alcance dos restantes
dois
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Tambeacutem eacute possiacutevel analisar atraveacutes da representaccedilatildeo na tabela 4 os dados
retirados do INE referentes agraves dormidas dos principais mercados alvo Eacute de notar a quebra
do nuacutemero de dormidas do mercado espanhol na casa dos 1777 pontos percentuais em
contraste com o crescimento dos mercados francecircs entre 2015 e 2016 (10846) e o
britacircnico (3016) sendo que o mercado francecircs voltou a sofrer uma quebra em 2017 Eacute
igualmente importante realccedilar que apesar do mercado alematildeo apresentar um maior
nuacutemero de hoacutespedes nos anos de 2016 e 2017 quando comparado com o francecircs este
uacuteltimo mercado apresenta um maior nuacutemero de dormidas registadas nos mesmos anos em
comparaccedilatildeo com o mercado alematildeo
2014 2015 2016 2017
Europa 147 251 171 466 205 179 201 835
Aacutefrica 2 089 2 109 2 560 2 857
Ameacuterica 5 114 6 661 8 949 21 612
Aacutesia 21 301 22 425 36 126 43 323
Oceacircnia 679 1 395 807 972
0
50 000
100 000
150 000
200 000
250 000
54
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2014 64 475 13 758 16 754 7 217
2015 82 820 24 025 16 616 8 544
2016 68 101 26 698 34 638 11 121
2017 63 986 25 410 29 563 12 064
Considerando as entradas no posto de turismo de Cacilhas e da Costa da Caparica
eacute possiacutevel perceber quais os mercados entre estrangeiros e nacionais que mais procuram
esta aacuterea assim como os periacuteodos do ano de eleiccedilatildeo para essa mesma procura como se
pode observar nas figuras 10 e 11 abaixo apresentadas
Figura 10 ndash Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo de Cacilhas 2018 2019)
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo da Costa da Caparica 2018 2019)
8 659
10 44011 886
12 81414 217
10 647 10 582
6 383
8 276 8 2369 460
11 057
8 319 8 340
2 276 2 1643 650 3 354 3 160
2 328 2 242
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
5 6027 344
9 804
16 115
10 8929 526
7 898
4 5966 363 6 338
9 4438 175
6 088 5 294
1 006 981
3 466
6 672
2 717 3 438 2 604
0
5 000
10 000
15 000
20 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
55
Relativamente aos mercados alvo de Cacilhas e Costa da Caparica eacute possiacutevel
observar o seguinte cenaacuterio atraveacutes dos dados apresentados nas tabelas 5 e 6 facultados
pelos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica ainda tendo em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de entradas nos postos de turismo referidos anteriormente
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
971 1 535 1 121 1 322 1 261 1 083 944
1 188 1 456 1 457 1 629 1 672 1 238 1 061
1 183 1 638 2 371 2 787 3 720 2 512 2 693
414 555 236 440 346 247 254
491 526 605 805 974 866 646
270 287 268 359 489 389 467
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
564 848 668 860 892 753 651
1 742 1 779 2 285 2 927 1 852 1 479 1 504
885 1 605 1 820 3 034 2 946 1 961 1 594
262 497 323 377 508 208 157
300 338 263 598 449 405 324
156 168 - 242 245 226 127
56
Tal como foi referido e percecionado anteriormente os mercados alematildeo
espanhol francecircs britacircnico e italiano satildeo de facto dos mais importantes para a AML
(Ferro 2018) No entanto eacute de notar a significativa procura do mercado holandecircs por
ambos os postos chegando mesmo a ultrapassar o nuacutemero de entradas do mercado
italiano ao longo dos anos no posto de turismo da Costa da Caparica
Por fim considerando a totalidade das entradas nos postos atraveacutes da figura 12 eacute de
realccedilar a preferecircncia pelos meses entre julho e setembro sendo que no caso de Cacilhas
tem aumentado a procura a partir dos meses de abrilmaio ateacute outubro tendo em conta
que o produto mais procurados eacute o turismo cultural No caso da Costa da Caparica as
preferecircncias jaacute rondam apenas os meses entre julho e setembro devido ao facto do
produto de eleiccedilatildeo ser o sol e mar juntamente com os desportos naacuteuticos
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelos Postos de Turismo 2018)
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Jan 328 487 319 589 590 508
Fev 471 548 411 638 606 681
Mar 519 832 667 807 1 210 935
Abr 753 1 353 1 105 2 082 1 626 1 688
Mai 938 1 505 1 428 1 789 1 878 1 492
Jun 1 040 1 602 1 360 2 031 2 019 1 683
Jul 2 439 2 290 4 064 3 578 3 787 3 313
Ago 3 329 4 233 7 696 10 933 7 573 4 255
Set 2 147 2 155 1 963 3 491 2 774 2 806
Out 1 260 1 645 1 319 1 374 1 653 1 540
Nov 611 763 748 1 087 892 864
Dez 425 371 610 530 519 408
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
57
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica
A anaacutelise relativa agraves estrateacutegias inerentes agrave forma de comunicaccedilatildeo do destino foi
feita tendo por base os canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica do mesmo Uma vez
que a informaccedilatildeo turiacutestica online se encontra essencialmente no site oficial da CMA esta
anaacutelise iraacute recair precisamente neste canal de divulgaccedilatildeo Atraveacutes desta pesquisa eacute
possiacutevel identificar os principais pontos atraveacutes dos quais a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada
se foca e se desenvolve assim como perceber qual o tipo de informaccedilatildeo transmitida Para
tal seguiram-se alguns pressupostos como os aspetos teacutecnicos e visuais (identificaccedilatildeo da
oferta atratividade tipo de navegaccedilatildeo layout informaccedilatildeo disponiacutevel meios utilizados
suporte multimeacutedia etc) a autoria (data de criaccedilatildeo autor atualizaccedilotildees) acesso (tempo
de carregamento existecircncia de outros links uacuteteis contactos acesso a utilizadores de
outros idiomas ou com algum tipo de limitaccedilatildeo) e por fim o conteuacutedo (interativo fontes
de informaccedilatildeo seguras e identificadas conteuacutedo expliacutecito identificaccedilatildeo da audiecircncia a
que se destina etc)
Apoacutes uma anaacutelise ao site eacute possiacutevel concluir que numa perspetiva geral
relativamente agrave divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica em primeiro lugar o mesmo peca pela
falta de atratividade e dinamismo na forma como apresenta a informaccedilatildeo pois a mesma
eacute resumida e o recurso a meios mais dinacircmicos como viacutedeos sons e imagens eacute muito
pouco utilizado o que natildeo permite uma interatividade entre o visitanteturista e o
sitedestino Eacute tambeacutem notoacuteria a falta de idiomas para aleacutem do portuguecircs que eacute o uacutenico
que se encontra disponiacutevel sendo que idiomas como inglecircs e castelhano apresentam-se
como opccedilatildeo mas quando selecionados surge a informaccedilatildeo de que estaratildeo disponiacuteveis em
breve
O facto do principal objetivo do site se tratar de informar principalmente a
populaccedilatildeo local do concelho ou visitantes nacionais com informaccedilotildees sobre a accedilatildeo social
o ambiente a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo entre outros acaba por colocar a informaccedilatildeo turiacutestica
para visitantes externos em segundo plano natildeo lhe sendo atribuiacuteda tanta importacircncia Em
termos de facilidade de navegaccedilatildeo no site para um visitante portuguecircs eacute uma tarefa
simples mas para qualquer visitante estrangeiro que natildeo compreenda a liacutengua portuguesa
torna-se impossiacutevel pois natildeo existem mais idiomas disponiacuteveis
58
Relativamente ao conteuacutedo apresentado somente selecionando lsquoturismorsquo presente
no menu do site eacute que se encontra alguma descriccedilatildeo e informaccedilatildeo sucinta sobre o destino
Almada sendo que natildeo existe um site oficial dedicado especificamente ao turismo do
concelho Neste segmento satildeo apresentados alguns dos produtos turiacutesticos e recursos que
se podem encontrar em Almada como sugestotildees de percursos pedestres por diversos
espaccedilos do concelho uma listagem das praias existentes mapas do concelho os
principais espaccedilos culturais de lazer ou desportivos um guia de alojamento do concelho
(tratando-se do uacutenico documento apresentado que se encontra em cinco idiomas distintos
portuguecircs espanhol inglecircs francecircs e alematildeo) os principais parques e jardins os postos
de turismo e um guia gastronoacutemico
Tambeacutem satildeo apresentadas informaccedilotildees embora se encontrem em portuguecircs
sobre de que forma o visitante pode chegar ateacute Almada referindo quais os meios de
transporte existentes sendo que a informaccedilatildeo eacute complementada com links
correspondentes aos sites oficiais das empresas de cada transporte No geral o site
enquanto meio de divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada natildeo descreve
explicitamente a oferta turiacutestica do destino pois a informaccedilatildeo natildeo eacute tatildeo clara e evidente
como devia por ser muito sucinta e pouco promocional acabando por natildeo atrair de forma
eficaz a atenccedilatildeo do visitanteturista
Uma vez que no caso especiacutefico de Almada o que se verifica eacute a existecircncia de um
uacutenico site oficial geral na medida em que o segmento de turismo possui apenas uma
secccedilatildeo dentro do site oficial da CMA o mesmo acaba por natildeo ter um grande destaque
Desta forma analisando a secccedilatildeo que diz respeito ao turismo natildeo eacute possiacutevel identificar
de forma clara os diferentes puacuteblicos-alvo que o destino pretende atrair ateacute porque a
proacutepria oferta natildeo se encontra apresentada de forma muito segmentada concisa e clara
No que diz respeito ao posicionamento e imagem do destino em questatildeo este eacute
um concelho que ainda natildeo apresenta uma posiccedilatildeo de grande destaque no mapa turiacutestico
da regiatildeo da grande Lisboa pois segundo dados do INE (2018) o nuacutemero de visitantes
da capital eacute superior ao de Almada Poreacutem nos uacuteltimos anos Almada tem atraiacutedo cada
vez mais visitantes e tem-se transformado cada vez mais como um destino natildeo soacute
complementar a Lisboa mas tambeacutem diferenciador e de escape da massificaccedilatildeo da
capital
59
Eacute neste sentido que o destino Almada promete oferecer a quem o visitar um local
ldquo[para] descansar do ambiente cosmopolita e simplesmente contemplar a natureza (hellip)
[mas tambeacutem um] centro de cultura e desporto de parques naturais e espaccedilos puacuteblicos
qualificadosrdquo (CMA sd)
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino
Para aleacutem do site oficial da CMA os restantes canais de comunicaccedilatildeo do destino
satildeo o portal Almada Digital a plataforma ISSUU ndash Digital Publishing Platform for
Magazines Catalogs and Publications e ainda algumas redes sociais como o instagram
e a paacutegina oficial de facebook da CMA tratando-se dos uacutenicos canais de divulgaccedilatildeo da
informaccedilatildeo online Atualmente as redes sociais funcionam cada vez mais como uma
ferramenta estrateacutegica para o desenvolvimento da vertente promocional de um destino
turiacutestico uma vez que contribuem para a captaccedilatildeo de visitantes atraveacutes essencialmente da
imagem do destino e de todos os produtos serviccedilos infraestruturas etc a ele associados
permitindo ao mesmo tempo obter a reaccedilatildeo dos proacuteprios turistasvisitantes e interagir com
os mesmos graccedilas aos comentaacuterios gostos e partilhas
No caso de Almada existe realmente uma presenccedila nas redes sociais como o
facebook instagram e youtube mas trata-se de uma abordagem meramente informativa
para o puacuteblico portuguecircs nomeadamente a populaccedilatildeo local uma vez que as informaccedilotildees
dizem respeito ao funcionamento do concelho notiacutecias sobre o mesmo e alguns eventos
sendo que todas as redes sociais estatildeo associadas agrave cacircmara municipal do concelho e natildeo
agrave vertente turiacutestica Neste contexto a estrateacutegia de promoccedilatildeo turiacutestica do concelho natildeo
utiliza as redes sociais como meio de divulgaccedilatildeo turiacutestica e de atraccedilatildeo de novos visitantes
Alguns dos objetivos primordiais da mensagem a transmitir atraveacutes da estrateacutegia
de promoccedilatildeo acerca do destino passam por informar atraveacutes da apresentaccedilatildeo de
informaccedilatildeo sobre tudo o que um visitante precisa de saber quando se desloca para um
novo destino (como chegar o que fazer onde ficar alojado etc) envolver o consumidor
com a cultura local atraveacutes de uma amostra daquilo que poderaacute disfrutar no destino e
credibilizar atraveacutes de links de paacuteginas oficiais que complementem a informaccedilatildeo
disponibilizada no site uma vez que todos estes fatores acabam por transmitir confianccedila
ao visitante e captar a sua atenccedilatildeo Quando bem elaborado o conteuacutedo apresentado eacute
capaz de criar no consumidor neste caso o turistavisitante o desejo de visitar o destino
em causa
60
Relativamente a Almada a estrateacutegia de promoccedilatildeo nos canais online eacute
essencialmente feita atraveacutes do recurso ao discurso descritivo e demonstrativo sendo o
seu principal objetivo dar a conhecer ao visitante algumas ainda que reduzidas
curiosidades do destino com o auxiacutelio de algumas imagens Contudo a mensagem
transmitida online natildeo desenvolve uma grande estrateacutegia promocional do destino niacutevel
turiacutestico jaacute que natildeo se verifica um grande desenvolvimento do mix de comunicaccedilatildeo de
diferentes ferramentas integradas como por exemplo accedilotildees promocionais atraveacutes da
utilizaccedilatildeo de viacutedeos e imagens interativas que acompanhem e complementem as
informaccedilotildees encontradas no texto
Poreacutem atraveacutes do site oficial eacute possiacutevel aceder agrave paacutegina lsquoAlmada interativarsquo onde
se encontram algumas aplicaccedilotildees e ferramentas que permitem comunicar eventuais
problemas do concelho ou navegar pelo mapa do mesmo e tambeacutem uma das ferramentas
mais interativas designada lsquoUma agenda vista do ceacuteursquo Esta ferramenta que se encontra
apenas em portuguecircs trata-se de um mapa interativo onde o visitante pode descobrir quais
os eventos que vatildeo ocorrer no concelho podendo selecionar a pesquisa por lsquohojersquo
lsquoamanhatildersquo e lsquoesta semanarsquo e ainda selecionar os eventos por temas (CMA sd)
Outra das ferramentas promocionais mais interativas e dinacircmicas utilizadas pelo
destino eacute a plataforma ISSUU que transforma publicaccedilotildees impressas em virtuais onde
satildeo apresentadas algumas brochuras como a agenda cultural alguns eventos e programas
culturais ainda que uma vez mais se encontrem somente em portuguecircs Para aleacutem do
suporte online a estrateacutegia de promoccedilatildeo do destino passa tambeacutem pelos postos de turismo
e pela participaccedilatildeo em feiras de turismo como eacute exemplo a Bolsa de Turismo de Lisboa
(BTL) entre outras Os postos de turismo do concelho satildeo apenas dois um localizado
em Cacilhas e o segundo na Costa da Caparica
Atraveacutes deste contacto presencial com profissionais da aacuterea o visitante pode obter
todo o tipo de informaccedilatildeo turiacutestica assim como panfletos brochuras e outros documentos
informativos acerca da oferta turiacutestica do concelho que neste caso jaacute se encontram
disponiacuteveis em diversos idiomas A comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo nos destinos turiacutesticos eacute
extremamente relevante e cada vez mais eacute feita atraveacutes do recurso agrave internet pois trata-
se de uma ferramenta que ldquoaguccedila o apetite pela viagem e por isso ela eacute um meio de
comunicaccedilatildeo indispensaacutevel agraves organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticosrdquo (Marujo
2008 104)
61
No caso concreto do concelho de Almada e atraveacutes da anaacutelise aos canais de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo do mesmo eacute possiacutevel concluir que este recurso natildeo eacute muito
valorizado pois verificam-se algumas lacunas essencialmente relativamente agrave qualidade
e diversidade da informaccedilatildeo e a proacutepria promoccedilatildeo e marketing do destino Segundo
Marujo (2008) eacute necessaacuterio que as entidades promotoras de destinos compreendam que
atraveacutes da internet eacute possiacutevel promover o concelho para todas as partes do mundo
permitindo uma maior interatividade com o consumidor e fornecer informaccedilatildeo mais
detalhada e apelativa a custos mais reduzidos algo que natildeo se verifica no concelho de
Almada A informaccedilatildeo turiacutestica apresentada para aleacutem de ser reduzida natildeo se encontra
disponiacutevel para todo o tipo de visitantes e neste caso ldquode nada adianta a informaccedilatildeo
existir se quem dela necessita natildeo sabe da sua existecircncia ou se ela natildeo puder ser
encontradardquo (Marcondes 2001 citado por Marujo 2008 53)
No turismo as experiecircncias e produtos satildeo maioritariamente intangiacuteveis o que faz
com que ldquouma informaccedilatildeo compreensiva relevante e oportuna [seja] essencial para o
processo de decisatildeo dos turistasrdquo (Liu 2000 citado por Marujo 2008 67) Desta forma
se nos principais canais de divulgaccedilatildeo do destino Almada natildeo se encontram informaccedilotildees
claras e especiacuteficas sobre o que se pode encontrar no mesmo os turistasvisitantes teratildeo
mais dificuldades no seu processo de tomada de decisatildeo podendo mesmo perder o
interesse no destino Eacute tambeacutem essencial conhecer as necessidades dos turistas pois ldquoos
principais elementos de uma boa gestatildeo da informaccedilatildeo estatildeo na raacutepida identificaccedilatildeo das
necessidades do consumidor e na facilidade em personalizar e manter atualizada essa
informaccedilatildeordquo (Buhalis 1998 citado por Marujo 2008 53)
Logo se no destino de Almada a informaccedilatildeo disponibilizada natildeo soacute a niacutevel da
internet mas tambeacutem em relaccedilatildeo a todos os restantes canais de divulgaccedilatildeo do destino
natildeo apresenta padrotildees relativamente elevados de qualidade a satisfaccedilatildeo do visitante pode
natildeo vir a ser a mais positiva causando uma fraca accedilatildeo de atratividade ao destino e
atrasando o seu desenvolvimento Eacute necessaacuterio por esse motivo compreender que ldquoa
disponibilidade de informaccedilatildeo turiacutestica atualizada e de qualidade no destino eacute importante
para satisfazer as necessidades do visitanterdquo que de outra maneira natildeo consegue obter as
informaccedilotildees necessaacuterias para tomar a decisatildeo de visitar o destino podendo acabar por
optar por outro diferente (Sheldon 1993 citado por Marujo 2008 56)
62
Capiacutetulo VI ndash Metodologia
61 Modelo da investigaccedilatildeo
O presente capiacutetulo surge com o objetivo de apresentar os principais
procedimentos cientiacuteficos de metodologia no que concerne agrave componente de investigaccedilatildeo
empiacuterica da presente dissertaccedilatildeo Esta investigaccedilatildeo segue as linhas do processo cientiacutefico
defendidas por Quivy e Campenhoudt (2005) nas quais os autores identificam um
modelo de 5 fases distintas que se podem observar na figura 13 Sendo o principal
objetivo desta investigaccedilatildeo delinear o perfil do turista de Almada assim como analisar a
performance da promoccedilatildeo e comunicaccedilatildeo turiacutestica do destino definiu-se como um dos
objetivos inquirir turistas e visitantes do dia no concelho
Trata-se essencialmente de um estudo descritivo sendo que estes inqueacuteritos foram
realizados com o objetivo de se compreender as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos
mesmos os principais motivos da sua visita as fontes de informaccedilatildeo que utilizaram as
expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo Todos estes dados serviram tambeacutem para realizar
uma anaacutelise da procura do destino de forma a verificar se esta se conjuga com a oferta
que o mesmo apresenta
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Quivy e Campenhoudt 2005)
Revisatildeo da literatura
Problemaacutetica e hipoacuteteses
Metodologia
Anaacutelise dos resultados
Conclusotildees
Conceptualizaccedilatildeo do turismo enquanto sistema
Destinos turiacutesticos
Desenvolvimento e gestatildeo de destinos turiacutesticos
Perfil do turista e motivaccedilotildees
Satisfaccedilatildeo e comportamento do turista
Comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino
Almada
Modelo da investigaccedilatildeo
Estrutura do inqueacuterito por questionaacuterio e variaacuteveis
Recolha de dados
Descriccedilatildeo dos resultados
Comparaccedilatildeo dos resultados obtidos com os esperados
e com as hipoacuteteses da investigaccedilatildeo
Principais conclusotildees
Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Recomendaccedilotildees para trabalhos futuros
63
O modelo de investigaccedilatildeo aplicado presente na figura 13 pretende tambeacutem
desenvolver e dar resposta agrave problemaacutetica e agraves hipoacuteteses criadas ao longo do estudo em
causa com o objetivo de as confirmar rejeitar ou modificar Sendo que a problemaacutetica
diz respeito agrave caracterizaccedilatildeo do turistavisitante do dia de Almada e agrave anaacutelise da promoccedilatildeo
turiacutestica do destino definiram-se como hipoacuteteses as seguintes premissas
1 As principais motivaccedilotildees dos turistas que visitam Almada estatildeo puramente
relacionadas com escolhas ocasionais e as suas visitas natildeo satildeo planeadas
2 As fontes de informaccedilatildeo turiacutestica do destino satildeo suficientes e influenciam os
turistas a tomar a decisatildeo de visitar Almada
3 O papel da promoccedilatildeo turiacutestica eacute eficiente e permite aumentar a atratividade para
o municiacutepio de Almada
4 O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute baixo
5 Os turistas e visitantes do dia tecircm intenccedilatildeo de regressar a Almada
No caso da presente dissertaccedilatildeo optou-se somente por seguir um modelo de
investigaccedilatildeo quantitativo uma vez que os dados necessaacuterios para traccedilar o perfil dos
turistasvisitantes e compreender o impacto da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica nos
mesmos soacute seriam possiacuteveis de ser recolhidos atraveacutes deste meacutetodo sendo que esta
informaccedilatildeo era determinante para contextualizar toda a parte teoacuterica relativa agrave temaacutetica
em causa Contudo a anaacutelise natildeo recaiu apenas sobre a perspetiva da procura pois foi
tambeacutem realizada uma anaacutelise extensiva da oferta do destino de forma a compreender
que tipo de serviccedilos e produtos turiacutesticos estatildeo agrave disposiccedilatildeo dos visitantes assim como a
qualidade dos mesmos
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo
Para o estudo do perfil do turista de Almada optou-se pela aplicaccedilatildeo de um
inqueacuterito por questionaacuterio realizado presencialmente essencialmente nos postos de
turismo de Almada e Costa da Caparica e tambeacutem nos locais mais turiacutesticos como o
Cristo Rei e Cacilhas durante todo o mecircs de junho O principal objetivo era o de recolher
informaccedilatildeo primaacuteria aos visitantes e turistas de forma a adquirir dados que permitissem
traccedilar o perfil do consumidor a experiecircncia turiacutestica o processo de tomada de decisatildeo e
ainda aferir quais as fontescanais de informaccedilatildeo utilizadas para a recolha de informaccedilatildeo
sobre Almada Inicialmente foi definida uma amostra de 239 questionaacuterios tendo por
base no nuacutemero de entradas de turistas e visitantes do dia nos postos de turismo
64
Contudo natildeo foi possiacutevel atingir este nuacutemero devido a diversos fatores
posteriormente explicados e apresentados tendo-se alterado a amostra para 150
inqueacuteritos Esta amostra eacute composta por meacutetodos natildeo probabiliacutesticos e por amostragem
natildeo aleatoacuteria e por conveniecircncia uma vez que se destinavam somente a turistas ou
visitantes do dia com idade superior ou igual a 18 anos que se demonstravam disponiacuteveis
para responder ao inqueacuterito nos locais anteriormente referidos Os principais instrumentos
de recolha e observaccedilatildeo para esta dissertaccedilatildeo baseiam-se sobretudo na recolha de dados
secundaacuterios atraveacutes de fontes como o INE e de dados oficiais da CMA disponibilizados
pelos postos de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada (Cacilhas e Costa da Caparica) de forma
a avaliar a oferta turiacutestica
Para aleacutem destes dados tambeacutem foram utilizados como instrumentos de
observaccedilatildeo todos os documentos oficiais como planos de desenvolvimento planos de
atividade relatoacuterios meios de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e de promoccedilatildeo turiacutestica
do concelho de Almada com o intuito de perceber como eacute que a promoccedilatildeo deste destino
eacute feita e se vai ao encontro daquilo que eacute a procura e a oferta do mesmo assim como
compreender se realmente funciona como uma ferramenta de atratividade para o destino
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio
Para a recolha de dados de informaccedilatildeo para o estudo em causa optou-se pela
aplicaccedilatildeo de um inqueacuterito por questionaacuterio Este instrumento eacute um original construiacutedo
especificamente para esta dissertaccedilatildeo de forma a dar respostas aos princiacutepios teoacutericos
apresentados anteriormente Autores como Hill e Hill (1998) defendem que a construccedilatildeo
de um bom questionaacuterio eacute um processo que inclui diversos passos e conteacutem vaacuterios
componentes como a aacuterea geral de investigaccedilatildeo os objetivos da investigaccedilatildeo diferentes
secccedilotildees e escalas de perguntas as hipoacuteteses e os meacutetodos para analisar os dados
Desta forma para que fosse possiacutevel construir um instrumento viaacutevel e de
qualidade o mesmo foi sujeito agrave anaacutelise e revisatildeo por parte da orientadora especialista
que acompanhou esta dissertaccedilatildeo que forneceu alguns documentos que serviram como
modelos de exemplo assim como indicaccedilotildees que permitiram aperfeiccediloar o inqueacuterito ao
niacutevel de toda a sua estrutura sequecircncia das questotildees e pertinecircncia das mesmas Contudo
a construccedilatildeo do questionaacuterio teve ainda por base alguns contributos teoacutericos dos quais se
destacam Costa 2015 Lynch et al 2011 Akama J e Kieti D 2003 Naidoo et al
2011
65
Para a construccedilatildeo das perguntas presentes no inqueacuterito teve-se por base toda a
fundamentaccedilatildeo teoacuterica da revisatildeo de literatura e os contributos de alguns teoacutericos No que
diz respeito agraves motivaccedilotildees destacam-se os contributos de autores como Dann 1977
Crompton 1979 Iso-Ahola 1982 Gnoth 1997 Baloglu e McCleary 1999 entre outros
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo Crotts e Pan 2007 Alegre e Garau 2010 Jensen 2010 etc
Relativamente ao comportamento do consumidor Swarbrook e Horner 2007 Gacircndara
2008 Marujo 2008 Peres e Rita 2017 etc Por uacuteltimo no que concerne as estrateacutegias
de comunicaccedilatildeo Marujo 2008 Miranda 2010 Cardoso 2012 Wichels 2013 etc
O inqueacuterito foi produzido em trecircs idiomas distintos sendo eles o portuguecircs o
inglecircs e o espanhol natildeo soacute por se tratarem dos idiomas dominados mas tambeacutem de forma
a ser possiacutevel alcanccedilar mais facilmente os intervenientes jaacute que formam parte dos
principais mercados que visitam Almada Espanha e paiacuteses que falam a liacutengua inglesa
como o Reino Unido e a Alemanha Este inqueacuterito encontra-se apresentado no anexo I
No seu total o inqueacuterito eacute composto por 33 questotildees distribuiacutedas por quatro
grupos distintos de anaacutelise de dados O primeiro grupo eacute referente agrave caracterizaccedilatildeo da
visita ao destino Almada que pretendeu analisar se seria a primeira vez que visitavam o
destino com quem viajam o local de residecircncia a razatildeo da visita se pernoitavam ou natildeo
no destino tipo de alojamento e meio de transporte utilizado o segundo grupo diz respeito
agraves fontes de informaccedilatildeo do destino quais e quando foram utilizadas e como foram
valorizadas o terceiro diz respeito agraves expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo do
turistavisitante do dia quais as expectativas iniciais se Almada eacute o uacutenico destino que
visitam quais as atraccedilotildees que visitaramvatildeo visitar os graus de importacircncia e de
satisfaccedilatildeo relativamente aos atributos do destino a satisfaccedilatildeo global o que mais e menos
gostaram durante a visita e as intenccedilotildees comportamentais por fim o quarto e uacuteltimo
grupo eacute referente aos dados sociodemograacuteficos
Estes conjuntos de dados satildeo constituiacutedos na grande maioria por perguntas
fechadas (de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia) sendo que
existem tambeacutem perguntas semiabertas onde surge a opccedilatildeo de mencionar outros aspetos
para aleacutem daqueles apresentados e ainda 10 perguntas de resposta aberta que dizem
respeito ao nuacutemero de visitas que fez ao destino ao local de residecircncia ao nuacutemero de
noites que passa no destino quais os destinos que visita para aleacutem de Almada e quais as
principais atraccedilotildees que vai visitar no destino em causa o que mais gostou e o que menos
gostou durante a visita e por uacuteltimo a nacionalidade
66
Nas questotildees de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia optou-
se pela aplicaccedilatildeo da escala de Likert de cinco niacuteveis por se tratar de um instrumento
praacutetico ldquona medida de atitudes sendo de faacutecil construccedilatildeo gestatildeo e interpretaccedilatildeordquo (Naidoo
et al 2011 citado por Figueiredo 2015 36)
A aplicaccedilatildeo do inqueacuterito ocorreu durante os meses de junho e julho mais
concretamente entre o dia 03 de junho de 2019 e o dia 05 de julho de 2019 in loco A
aplicaccedilatildeo foi feita essencialmente nos postos de turismo de Cacilhas e da Costa de
Caparica mas tambeacutem nas aacutereas mais turiacutesticas como toda a zona de Cacilhas (cais zona
ribeirinha e ruas principais) e o Cristo Rei Esta recolha foi efetuada tanto em dias uacuteteis
como em dias natildeo uacuteteis durante todo o dia e de forma aleatoacuteria na tentativa de obter uma
amostra diversificada Para a anaacutelise e tratamento dos dados recorreu-se ao programa
Microsoft Office Excel que permitiu natildeo soacute elaborar uma anaacutelise descritiva como tambeacutem
uma anaacutelise comparativa das diferentes variaacuteveis
67
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos
Apoacutes a recolha dos inqueacuteritos por questionaacuterio os dados obtidos foram
organizados e analisados sendo que no presente capiacutetulo pretende-se apresentar os
resultados alcanccedilados Para esta anaacutelise foi utilizado o programa Microsoft Office Excel
tendo-se elaborado essencialmente uma anaacutelise estatiacutestica descritiva Uma vez que o
objetivo do estudo empiacuterico se relacionava com a caracterizaccedilatildeo do perfil tanto do turista
como do visitante do dia de Almada a anaacutelise dos dados foi dividida entre estas duas
variaacuteveis de forma a obter dados relativos a cada uma das mesmas individualmente jaacute
que se tratam de realidades diferentes sendo que ambas contribuem para a caracterizaccedilatildeo
do perfil do turista de um destino
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
Iniciando a anaacutelise dos dados pelas caracteriacutesticas sociodemograacuteficas pode-se
concluir que relativamente aos visitantes do dia (60 da amostra total) em relaccedilatildeo agrave
idade os dados dividem-se essencialmente em duas faixas etaacuterias visiacuteveis na figura 14 a
primeira corresponde ao intervalo de idades entre os 25 e os 34 anos (com 39 das
respostas) e a segunda entre os 18 e os 24 anos (com 24) Desta forma o intervalo de
idades que se destaca diz respeito agraves idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos
correspondendo estes dois valores a cerca de 63 da amostra relativa aos visitantes do
dia Dos restantes 37 destaca-se o intervalo de idades dos 35 aos 44 anos e os de 55
aos 64 anos (ambos com 12) Em suma a maioria dos visitantes do dia possuem idades
compreendidas entre os 18 e os 34 anos tratando-se do principal puacuteblico alvo deste
destino
Figura 14 - Idade visitantes do dia
24
39
12
5
12
8
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
68
Ao contraacuterio do que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia em
relaccedilatildeo aos turistas (40 da amostra total) as idades presentes na figura 15 que mais se
destacam dizem respeito ao intervalo de idades entre os 45 e 54 anos com 25 seguido
das idades compreendidas entre os 18 e 24 55 e 65 (ambos com 19) e por uacuteltimo as
idades entre os 25 e 34 e os mais de 64 anos tambeacutem ambos com 16
Figura 15 - Idade turistas
Relativamente ao geacutenero da amostra atraveacutes da figura 16 eacute possiacutevel verificar que
nos visitantes do dia o sexo feminino representou 73 das respostas enquanto que o
masculino apenas 27 No caso dos turistas na figura 17 denota-se a predominacircncia do
sexo feminino com 65 das respostas sendo que o sexo masculino apresenta apenas
35
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia
19
16
5
24
19
16
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
Masculino27
Feminino73
69
Figura 17 - Geacutenero turistas
No que diz respeito ao estado civil da amostra presente na figura 18
encontram-se em destaque os visitantes do dia solteiros com 64 seguindo-se os casados
ou em uniatildeo de facto com 34 Uma vez mais ao contraacuterio do que se verificou nos dados
relativos aos visitantes do dia o estado civil que predomina nos turistas presentes na
figura 19 que visitam Almada eacute o de casado ou em uniatildeo de facto com 58 seguido do
de solteiro com 42
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia
Figura 19 - Estado civil turistas
Masculino35
Feminino65
64
34
2
Solteiro Casado ou Uniatildeode facto
Divorciado ouViuacutevo
42
58
Solteiro Casado ou Uniatildeo de facto
70
Os dados relativos agrave nacionalidade dispostos nas figuras 20 e 21 demonstram que
a maioria dos visitantes do dia incide nas designadas lsquooutras nacionalidadesrsquo com 40
onde se inserem nacionalidades como a belga holandesa chinesa russa etc seguindo-
se da portuguesa com 27 e a italiana com 7 Nos turistas o destaque vai tambeacutem para
as lsquooutras nacionalidadesrsquo com 27 (onde estatildeo incluiacutedas nacionalidades como suiacuteccedila
holandesa polaca argentina) Contudo no caso dos turistas destaca-se a nacionalidade
espanhola com 21 seguida da alematilde com 16 e por uacuteltimo a portuguesa com 13
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia
Figura 21 - Nacionalidades turistas
As habilitaccedilotildees literaacuterias dos visitantes do dia de Almada apresentadas na figura
22 refletem-se com maior incidecircncia no ensino superior com 63 seguido de poacutes-
graduaccedilatildeo com 20 Relativamente aos mesmos dados anteriormente citados no que diz
respeito aos turistas as habilitaccedilotildees literaacuterias demonstram o mesmo cenaacuterio com a
predominacircncia do ensino superior com 61 seguido do secundaacuterio com 23 e a poacutes-
graduaccedilatildeo com 16 presentes na figura 23
27
5
4
4
5
3
3
7
40
Portuguesa
Brasileira
Americana
Francesa
Alematilde
Espanhola
Britacircnica
Italiana
Outras nacionalidades
13
10
16
21
40
Portuguesa
Francesa
Alematilde
Espanhola
Outras nacionalidades
71
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas
A situaccedilatildeo perante o emprego presente nas figuras 24 e 25 no caso dos visitantes
do dia subdivide-se essencialmente na categoria de empregado com 63 e estudante com
13 seguido de reformado com 10 No caso dos turistas a categoria de empregado
manteacutem-se predominante com 58 seguido da categoria de reformado com 23 ao
contraacuterio do que se verifica nos visitantes do dia e por fim a de estudante com 18 Desta
forma a maioria dos turistas e visitantes do dia de Almada encontram-se empregados
reformados ou satildeo estudantes
2
15
63
20
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
23
61
16
Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
72
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia)
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas)
Atraveacutes da figura 26 verifica-se que o valor meacutedio gasto por visitantes do dia em
Almada (por dia e por pessoa excluindo o alojamento) incide com maior frequecircncia nos
visitantes que gastam ateacute 50euro com 74 seguido dos que gastam entre 51 e 100euro com
20 sendo que os restantes valores natildeo obtiveram respostas ou dados relevantes O valor
meacutedio gasto por turistas em Almada (por dia e por pessoa excluindo alojamento) incide
com maior frequecircncia como no caso dos visitantes do dia nos turistas que gastam ateacute
50euro com 52 e os que gastam entre 51 e 100euro com 39 valores visiacuteveis na figura 27
63
73
1310
4
Empregado Desempregado Natildeo Ativo Estudante Reformado Outro
58
2
1823
Empregado Desempregado Estudante Reformado
73
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia)
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas)
Em relaccedilatildeo ao rendimento familiar mensal dos visitantes do dia (figura 28)
destacam-se os que possuem entre 1001 a 1500euro de rendimento com 23 seguido dos
com mais de 2501euro com 21 sendo que os valores mais baixos (ateacute 500euro e entre 501 e
1000euro) satildeo os que apresentam as menores percentagens de pessoas com 10 e 13
respetivamente Nos turistas (figura 29) o panorama altera-se uma vez que predominam
os que possuem mais de 2501euro de rendimento com 29 seguidos dos que possuem entre
2001 e 2500euro com 18
74
20
2
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro
52
39
2 2 25
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro NatildeoRespondeu
74
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia)
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas)
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
De acordo com a figura 30 no caso dos visitantes do dia 70 dos inquiridos
estavam a visitar pela primeira vez o destino Almada e no caso dos turistas 65 Em
ambos os casos os resultados satildeo idecircnticos sendo que apenas 30 do total de inquiridos
de cada variaacutevel natildeo se encontravam a visitar Almada pela primeira vez
10
13
23
18
15
21
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
3
10
1516
18
29
10
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
NatildeoRespondeu
75
Figura 30 ndash a) Primeira vez em Almada (visitantes do dia)
b) Primeira vez em Almada (turistas)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de visitas nos uacuteltimos 2 anos presentes na tabela 7 no caso
dos visitantes do dia dos 30 que jaacute tinham visitado Almada antes destacam-se os 54
que fizeram entre 1 a 3 visitas ao destino nos uacuteltimos 2 anos seguidos dos que visitaram
muitas vezes Almada com 21 e dos que natildeo responderam com 14 No caso dos
turistas dos 35 que jaacute tinham visitado Almada a grande maioria com 59 visitou entre
1 e 3 vezes Almada nos uacuteltimos 2 anos seguindo-se os que visitaram entre 4 a 10 vezes
com 18 e por fim os que natildeo responderam tambeacutem com 14
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos
Com base nos resultados anteriores eacute possiacutevel concluir que 65 do total de
inquiridos incluindo turistas e visitantes do dia jaacute tinham visitado Almada antes o que
significa que repetiram a sua visita ao destino algo bastante positivo pois indica que
gostaram e quiseram repetir a experiecircncia Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima visita a Almada presentes
na tabela 8 os visitantes do dia na sua maioria com 39 natildeo responderam mas
destacam-se os que realizaram a sua uacuteltima visita entre 2016 e 2018 com 32 seguidos
dos que visitaram entre fevereiro e maio de 2019 com 25 Os turistas 32 natildeo
responderam 36 que visitaram entre 2016 e 2018 e 27 entre fevereiro e maio de
2019
Sim 70
Natildeo 30
Sim 65
Natildeo 35
Visitantes do dia Turistas
Nordm de viagens nos uacuteltimos 2 anos Nordm Nordm
Entre 1 e 3 15 54 13 59
Entre 4 e 10 3 11 4 18
Muitas vezes 6 21 2 9
Natildeo respondeu 4 14 3 14
a) b)
76
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada
Relativamente aos dados das figuras 31 e 32 no caso dos visitantes do dia 61
vem acompanhado pela famiacutelia ou amigos e 26 com o companheiroa O mesmo se
verifica no caso dos turistas sendo que 47 viaja com a famiacutelia ou amigos e 45 com o
companheiroa Os dados que revelam uma menor percentagem dizem respeito tanto nos
turistas como nos visitantes do dia aos que viajam em grupo ou excursatildeo seguidos dos
que viajam sozinhos Consequentemente os principais puacuteblicos alvo satildeo todos aqueles
que visitam Almada acompanhados (ou com familiaresamigos ou com os companheiros)
Deste modo eacute possiacutevel adaptar a oferta do destino a este tipo de puacuteblico oferendo os
produtos e serviccedilos que vatildeo ao encontro das necessidades destes segmentos especiacuteficos
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia)
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia)
103
26
61
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
62
45 47
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
Visitantes do dia Turistas
Uacuteltima visita a Almada Nordm Nordm
Entre 10 a 13 anos atraacutes 1 4 1 5
Entre 2016 e 2018 9 32 8 36
Entre fevereiro e maio de 2019 7 25 6 27
Natildeo respondeu 11 39 7 32
77
No que diz respeito ao local de residecircncia nas figuras 33 e 34 observa-se que no
caso dos visitantes do dia 66 natildeo satildeo residentes em Portugal seguidos de 23 que
residem noutros concelhos do paiacutes como Loures Vila Franca de Xira ou Seixal e 11
que residem em Lisboa No caso dos turistas verifica-se que a percentagem de natildeo
residentes em Portugal eacute mais elevada com 90 seguido dos que residem em Lisboa com
6 e os que residem noutros concelhos do paiacutes como o distrito de Coimbra e Vila Franca
de Xira com apenas 3
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia)
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas)
66
11
23
Natildeo Lisboa Outros concelhos
90
63
Natildeo Lisboa Outros concelhos
78
Na figura 35 relativa aos inquiridos residentes noutro paiacutes no caso dos visitantes
do dia destacam-se os 34 que natildeo satildeo residentes noutro paiacutes e os que satildeo residentes
noutros paiacuteses diferentes dos apresentados no graacutefico com 34 onde se inserem paiacuteses
como a Holanda Beacutelgica Greacutecia Ruacutessia Iratildeo Argentina Suiacuteccedila entre outros Podem-se
destacar ainda paiacuteses como a Alemanha com 7 Estados Unidos da Ameacuterica com 5
assim como a Espanha e a Franccedila cada um com 5 valores consideravelmente baixos
para estes mercados em comparaccedilatildeo com dados recolhidos atraveacutes do INE em anos
anteriores
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia)
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas)
7
4
5
5
4
1
5
34
34
Alemanha
Brasil
Estados Unidos
Espanha
Itaacutelia
Inglaterra
Franccedila
Outros paiacuteses
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
16
21
10
10
44
Alemanha
Espanha
Franccedila
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
Outros paiacuteses
79
Os turistas residentes noutro paiacutes presentes figura 36 residem essencialmente em
paiacuteses como a Aacuteustria Canadaacute Poloacutenia Hungria Sueacutecia entre outros com uma
frequecircncia de resposta de 44 seguidos dos que residem em Espanha com 21 e na
Alemanha com 16 Neste caso a percentagem de inquiridos que natildeo satildeo residentes
noutro paiacutes eacute muito mais reduzida em comparaccedilatildeo aos visitantes do dia com apenas 10
O principal motivo da visita a Almada em relaccedilatildeo aos visitantes do dia divide-se
essencialmente em duas variaacuteveis visiacuteveis na figura 37 passear com 25 e monumentos
com 16 tratando-se dos produtos turiacutesticos que os visitantes do dia consideram mais
importantes neste destino destacando-se ainda a paisagem com 11 o lazer recreio e
feacuterias e os museus ambos com 10 e por uacuteltimo a praia com 9 As variaacuteveis que
demonstram menos peso percentual satildeo a religiatildeo e o ambiente humano com 0 os
desportos e o profissionalnegoacutecios com 1 e os eventos com 2
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 38 demonstram ao contraacuterio do
que se verifica nos visitantes do dia que a grande maioria visita Almada essencialmente
pela praia com 20 para passear com 18 e pelo lazer recreio e feacuterias com 15
tratando-se dos produtos turiacutesticos que os turistas consideram mais importantes neste
destino
Passear25
Compras e lojas3
Monumentos16
Museus11
Praia9
Gastronomia5
Familiares e amigos6
Paisagem11
Lazer recreio e feacuterias10
80
As restantes variaacuteveis apresentam percentagens bastante idecircnticas como eacute o caso
da gastronomia com 8 os museus monumentos e paisagens com 7 As variaacuteveis que
apresentam menores valores satildeo uma vez mais como se verificou nos visitantes do dia
o ambiente humano com 0 religiatildeo com 1 profissionalnegoacutecios 2 e eventos com
3
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas)
Relativamente agraves questotildees 17 18 19 e 110 do grupo 1 do questionaacuterio
realizado apresentado no anexo I dos 154 questionaacuterios realizados apenas 40 (que
dizem respeito ao nuacutemero de turistas) responderam agraves mesmas pois apenas os turistas
pernoitaram e ficaram alojados em Almada sendo que como eacute possiacutevel observar na
figura 39 58 pernoitou mais de 4 noites no destino seguindo-se os que pernoitaram 3
noites com 15 2 noites com 8 e 4 noites tambeacutem com 8
Passear18
Compras e lojas4
Monumentos7
Museus7
Praia20
Gastronomia8
Familiares e amigos5
Paisagem7
Lazer recreio e feacuterias15
Desportos4
81
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada
Figura 40 - Em que zona ficou alojado
Desta forma atraveacutes da figura 40 dos 40 de turistas que ficaram alojados em
Almada a grande maioria (68) ficou alojado na Costa da Caparica confirmando-se
assim a informaccedilatildeo do graacutefico anterior uma vez que a principal razatildeo de visita dos turistas
a Almada eacute a praia De seguida surge entatildeo a zona de Cacilhas com 15 e por uacuteltimo
Almada Centro com 13 ficando as zonas do Pragal Trafaria e Herdade da Aroeira com
os menores valores percentuais (2)
No que diz respeito ao tipo de alojamento na figura 41 verifica-se que a tipologia
mais elegida foi o apartamento com 24 seguido do hotel com 21 e por uacuteltimo a casa
de familiares ou amigos com 16
38
15
8
58
8
1 noite 2 noites 3 noites 4 noites Mais de 4noites
NatildeoRespondeu
15
2
13
68
2 2
Cacilhas Pragal AlmadaCentro
Costa daCaparica
Trafaria Herdade daAroeira
82
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido
Relativamente ao tipo de regime na figura 42 destacam-se os que optaram
somente pela dormida com 39 e os que optaram pela dormida e pequeno almoccedilo com
37 dados que poderatildeo ter influecircncia na definiccedilatildeo do perfil uma vez que indicam que soacute
utilizam o destino em questatildeo para passar a noite
Figura 42 - Tipo de regime
Ao analisarmos a figura 43 referente ao transporte utilizado para chegar ao
destino percebemos que os visitantes do dia utilizaram essencialmente o barco com 46
seguido da viatura proacutepria com 27 e do autocarro puacuteblico com 11 Na figura 44
verifica-se que os turistas ao contraacuterio dos visitantes do dia utilizaram na sua maioria a
viatura proacutepria com 34 seguido da viatura alugada com 23 o autocarro puacuteblico com
19 e ainda o barco com 18
21
5
5
6
24
5
5
6
16
3
2
2
Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de Campismo
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros (Airbnb)
Natildeo Respondeu
3937
32
811
Soacute dormida Dormida epequenoalmoccedilo
Meiapensatildeo
Pensatildeocompleta
Tudoincluiacutedo
NatildeosabeNatildeorespondeu
83
Eacute de referir ainda que por se tratar de uma questatildeo de escolha muacuteltipla alguns dos
inquiridos selecionaram mais do que uma opccedilatildeo pois utilizaram diferentes transportes
para chegar ao destino
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia)
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas)
Estes contrastes demonstram que os visitantes do dia como despendem apenas de
algumas horas do seu dia para visitar Almada preferem utilizar o barco jaacute que eacute o
transporte mais raacutepido e de maior proximidade com Lisboa de onde proveacutem a grande
maioria No caso dos turistas como satildeo provenientes de paiacuteses ou localidades mais
distantes e como passam mais tempo no destino optam por meios de transporte que lhes
permitam ter uma maior liberdade e conforto como por exemplo as viaturas
27
6
2
11
7
46
2
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Comboio
Barco
Tuck-tuck
34
23
2
19
18
5
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Barco
Taacutexi
84
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada
Atraveacutes da anaacutelise da figura 45 e partindo do pressuposto que o total de respostas
nesta pergunta eacute maior que 92 (nuacutemero de visitantes do dia) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os visitantes do dia atribuem maior grau de
importacircncia a fontes de informaccedilatildeo relacionadas com os familiares e amigos uma vez
que se verifica uma frequecircncia de 64 respostas sendo que 27 dessas respostas numa
escala em que (1) nada importante e (5) extremamente importante classificaram esta
fonte com niacutevel maacuteximo (5) e 20 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que
a maioria atribui elevados graus de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 62
respostas sendo que 22 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 10 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados postos de Lisboa Cacilhas e
Costa da Caparica Na opccedilatildeo escolha ocasional verifica-se uma frequecircncia de 54
respostas o que demonstra que muitos dos visitantes do dia chegaram ao destino sem ter
planeado a visita sendo que 33 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 11 com o niacutevel seguinte (4) o que demonstra alguma importacircncia desta
opccedilatildeo As brochuras e guias turiacutesticos apresentam tambeacutem uma frequecircncia de 54
respostas onde 20 das mesmas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1) e apenas
6 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando assim a fraca importacircncia atribuiacuteda
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
8 2 7
2027
7 2
33
111
23 5
9 6 2
9 2
16 10 16
20 4
13 11 6
226
5 92
27 4
74
222 6
1113
1029 5
73
20 4 7 611
3 1
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
85
De seguida a variaacutevel que apresenta maior frequecircncia de respostas satildeo as redes
sociais com 53 respostas sendo que 16 classificaram as redes sociais com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 16 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando relativa importacircncia para esta
fonte As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas sendo
que a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo surge com 48 respostas as revistas ou
jornais com 45 as feiras ou exposiccedilotildees de turismo o site da CMA e as agecircncias de viagens
com 44
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes no niacutevel miacutenimo (1) demonstrando assim que todas elas natildeo
apresentam qualquer importacircncia para os visitantes do dia Foram ainda mencionados 4
aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo utilizadas um
guia de walking tours em Lisboa recomendaccedilotildees em restaurantes e ainda recomendaccedilotildees
por parte de empregados de hotel
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os visitantes do dia dizem respeito agraves informaccedilotildees fornecidas por familiares ou
amigos e algumas redes sociais como o instagram e o facebook pois satildeo as variaacuteveis que
apresentam uma maior frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas)
4 47
20
87 7
3
2
13
26
19
1 6 3
6
8
5 6 6
2
14
23 2
1
14
36 1
14
3
3
4515
1
42
112 4
5 2
13
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
86
Atraveacutes da anaacutelise da figura 46 e partindo do mesmo pressuposto anterior de que
o total de respostas seraacute superior a 62 (nuacutemero de turistas) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os turistas assim como se verificou no caso
dos visitantes do dia atribuem maior grau de importacircncia a fontes de informaccedilatildeo
relacionadas com os familiares e amigos uma vez que se verifica uma frequecircncia de 35
respostas sendo que 20 dessas respostas classificaram esta fonte com niacutevel maacuteximo (5)
e 7 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que a maioria atribui elevados graus
de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 29
respostas sendo que 14 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 5 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados apenas os postos de Cacilhas e
Costa da Caparica
As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas
sendo que a opccedilatildeo escolha ocasional surge com 27 respostas assim como as brochuras e
guias turiacutesticos as redes sociais com 25 o site da CMA com 24 as agecircncias de viagem e
a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo ambas com 23 as revistas ou jornais bem
como as feiras ou exposiccedilotildees de turismo com 22
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes nos niacuteveis miacutenimo (1) e intermeacutedio (3) demonstrando assim que
todas elas natildeo apresentam importacircncia de relevo para os turistas Foram ainda
mencionados 4 aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo
utilizadas a internet o booking a televisatildeo e informaccedilotildees recolhidas em Lisboa
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os turistas satildeo as mesmas dos visitantes do dia sendo que dizem respeito agraves
informaccedilotildees fornecidas por familiares ou amigos algumas redes sociais como o
instagram o facebook o pinterest e o tripadvisor assim como os postos de informaccedilatildeo
turiacutestica de Cacilhas e Costa da Caparica pois satildeo as variaacuteveis que apresentam uma maior
frequecircncia de resposta no niacutevel mais elevado da escala (5) extremamente importante
87
De seguida eacute interessante observar as figuras 47 e 48 uma vez que podemos
concluir que estas fontes de informaccedilatildeo previamente analisadas nas figuras anteriores
por parte dos visitantes do dia foram utilizadas essencialmente antes da viagem com 35
ou durante a viagem com 28 destacando-se ainda uma percentagem relevante de
visitantes que natildeo utilizaram nenhuma fonte de informaccedilatildeo com 21 No caso dos
turistas 44 utilizou as fontes antes da viagem e 24 durante apresentando valores
bastante similares aos visitantes do dia e tambeacutem com uma percentagem de 19 de
pessoas que natildeo utilizaram nenhuma fonte
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas)
No processo de tomada de decisatildeo de visitar Almada os dados das figuras 49 e
50 revelam que tanto os visitantes do dia como os turistas na sua maioria decidiram visitar
Almada antes de chegarem ao destino com 47 e 66 respetivamente Em ambos os
casos a segunda maior percentagem diz respeito aos que natildeo planearam a sua visita
sendo que no caso dos visitantes do dia 36 natildeo planeou e no caso dos turistas 21
21
35
28
16
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
19
44
24
13
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
88
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia)
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas)
Esta anaacutelise permitiu perceber que o melhor momento para intervir junto destes
consumidores eacute no momento da primeira fase do processo de decisatildeo designado por preacute-
decisatildeo ou seja implementar ferramentas de marketing e promoccedilatildeo que faccedilam chegar a
informaccedilatildeo aos consumidores no momento antes da viagem ser realizada
De seguida eacute possiacutevel observar de que forma esta divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino Almada foi valorizada Nos visitantes do dia (figura 51) 27
valorizaram-na como sendo boa seguido de insuficiente com 23 e suficiente com 15
Destaca-se ainda uma elevada percentagem (22) que natildeo soube ou natildeo quis responder
Relativamente aos turistas (figura 52) a grande maioria valoriza o desempenho como
sendo bom com 32 e muito bom com 26 ficando os valores inferiores (insuficiente
com 10 e muito insuficiente com 2) com menor destaque neste caso ao contraacuterio do
que se verificou nos visitantes do dia
89
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas)
Pode-se assim concluir que as fontes utilizadas pelos turistas (familiares ou
amigos e postos de informaccedilatildeo turiacutestica) satildeo mais valorizados dos que as utilizadas pelos
visitantes do dia (familiares ou amigos e redes sociais) Contudo no geral o desempenho
da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino eacute considerado como bom e muito bom pela
maioria dos visitantes do dia e turistas respetivamente
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
Tendo em atenccedilatildeo que os turistas e visitantes do dia tecircm acesso a informaccedilatildeo sobre
o destino que visitam antes de realizarem a viagem e criam as suas expectativas tendo por
base essa informaccedilatildeo na figura 53 podemos observar que os visitantes do dia na sua
maioria com 52 natildeo tinham qualquer tipo de expectativas em relaccedilatildeo a Almada
contudo 30 tinha expectativas moderadas e 12 elevadas Estes dados revelam que
apesar de terem tido acesso a informaccedilatildeo sobre o destino antes de realizarem a viagem
essa informaccedilatildeo natildeo teve impacto de forma a criar expectativas nos visitantes o que pode
indicar que a informaccedilatildeo apresentada natildeo eacute de qualidade ou natildeo apresenta meacutetodos
eficazes que motivem os visitantes
1
23
15
27
12
22
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
2
10
24
3226
6
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
90
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia)
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas)
No caso dos turistas na figura 54 observa-se que as expectativas da maioria dos
inquiridos eram moderadas com 45 seguido de 32 sem expectativas e 18 com
expectativas elevadas Neste caso uma vez que a percentagem de expectativas moderadas
eacute maior do que as restantes significa que a informaccedilatildeo recolhida teve algum impacto nos
turistas de maneira a motivaacute-los e a criarem algum tipo de expectativa em relaccedilatildeo a
Almada ao contraacuterio do que se verificou com os visitantes do dia
De forma a compreender se Almada seria o uacutenico destino a ser visitado para tentar
compreender quais os eventuais interesses dos turistas e visitantes em termos de oferta de
produtos e serviccedilos nas figuras 55 e 56 observa-se que em relaccedilatildeo aos visitantes do dia
82 natildeo visitaram apenas Almada assim como no caso dos turistas com 90 das
respostas a indicarem que natildeo visitaram somente Almada Assim conclui-se que o tipo
de oferta de Almada deve procurar complementar-se aos destinos com que partilha
alguma proximidade uma vez que em ambos os casos a maioria dos turistas e visitantes
natildeo visitam apenas este destino sendo portanto importante apresentar uma oferta
complementar aos restantes destinos envolvidos
1
4
52
30
12
Muito Baixas
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
5
32
45
18
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
91
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia)
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas)
Eacute entatildeo essencial perceber quais os destinos complementares e para tal a tabela 9
demonstra quais os destinos mais referidos sendo que a grande maioria dos visitantes do
dia com 55 refere Lisboa 17 refere que apenas veio para visitar Almada 11 refere
outras cidades como por exemplo Porto Setuacutebal Algarve e Cascais e ainda 10 que
referem Sintra No caso dos turistas a maioria refere tambeacutem Lisboa com 42 seguido
de outras cidades com 39 como Setuacutebal Porto Nazareacute Algarve e Cascais em
semelhanccedila ao que se verificou com os visitantes do dia Desta forma no caso dos
visitantes do dia deve-se ter em consideraccedilatildeo como destinos complementares Lisboa e
Sintra essencialmente e no caso dos turistas Lisboa e algumas cidades referidas
anteriormente como Setuacutebal e Cascais por se encontrarem mais proacuteximas de Almada
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada
Com o intuito de analisar quais seriam os principais produtos ou serviccedilos a ser
consumidos pelos turistas e visitantes na tabela 10 apresentam-se as principais atraccedilotildees
visitadas em Almada
Visitantes do dia Turistas
O que vai visitar para aleacutem de Almada Nordm Nordm
Lisboa 51 55 26 42
Sintra 9 10 0 0
Outras cidades 10 11 24 39
Nada 16 17 6 10
Natildeo respondeu 6 7 6 10
92
Nos visitantes do dia destaca-se o Cristo Rei com 29 e outras atraccedilotildees onde se
inserem miradouros igrejas museus e restaurantes com 32 Nos turistas verifica-se
que 34 visitou principalmente a praia 21 outras atraccedilotildees onde se inserem museus
centro histoacuterico da cidade e restaurantes com 21 o Cristo Rei apenas com 12 e ainda
o destaque para os 18 que natildeo responderam essencialmente porque ainda natildeo sabiam o
que iriam visitar agrave data da realizaccedilatildeo do questionaacuterio Em ambos os casos as atraccedilotildees que
se destacam satildeo sem duacutevida os monumentos e museus os restaurantes e o Cristo Rei
assim como a praia no caso dos turistas
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
Uma vez que na escolha de um destino os atributos do mesmo tecircm alguma
influecircncia no processo atraveacutes das perguntas 34 e 35 do grupo 3 do inqueacuterito tentou-se
analisar qual seria a importacircncia dos mesmos de forma a perceber quais seriam as
motivaccedilotildees tanto intriacutensecas como extriacutensecas dos turistasvisitantes e posteriormente a
satisfaccedilatildeo destes mesmos atributos que se encontram no destino Almada Por se tratarem
de questotildees de escolha muacuteltipla o nuacutemero de respostas vai ser superior ao nuacutemero total
de inquiridos Contudo nem todos os inquiridos responderam a estas questotildees muitas
das vezes deixando-as incompletas ou mesmo em branco essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino aquando o preenchimento do inqueacuterito
Atraveacutes da anaacutelise da figura 61 presente no apecircndice I com base em todos os
inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo eacute possiacutevel concluir que numa escala
de 1 a 5 em que (1) nada importante (2) pouco importante (3) moderadamente
importante (4) muito importante e (5) extremamente importante o atributo com maior
frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala (4 e 5) no caso dos visitantes
do dia foi o que diz respeito a visitar locais diferentes com 34 respostas no niacutevel maacuteximo
e 35 no niacutevel anterior o que significa que para a maioria este eacute o atributo mais importante
na escolha do destino
Visitantes do dia Turistas
Principais atraccedilotildees visitadas Nordm Nordm
Cristo Rei 43 29 10 12
Praia 14 9 29 34
Zona de Cacilhas 16 11 6 7
Costa da Caparica 7 5 5 6
Centro histoacuterico de Almada 7 5 2 2
Outras atraccedilotildees 48 32 18 21
Natildeo respondeu 13 9 15 18
93
De seguida destacam-se os atributos divertir-me e ter uma aventura seguido de
fugir da rotina do dia a dia facilidade de transporte assim como acessibilidadestracircnsito
e ainda a gastronomia e os recursos culturais e paisagiacutesticos sendo que estes 7 atributos
mencionados foram os que realmente obtiveram maior grau de importacircncia para os
visitantes do dia por se tratarem dos que apresentam uma maior frequecircncia de respostas
nos niacuteveis mais elevados da escala
Os atributos com menor frequecircncia de resposta ou seja classificados com os
niacuteveis mais baixos da escala (1 e 2) no caso dos visitantes do dia atraveacutes do mesmo
graacutefico anteriormente citado eacute possiacutevel concluir que o atributo com menor grau de
importacircncia eacute o golfe com 60 respostas no niacutevel 1 da escala 11 no niacutevel 2 e apenas 3 no
niacutevel 3 sendo que os restantes niacuteveis natildeo apresentam qualquer resposta no que diz
respeito a este atributo Destacam-se ainda atributos como os equipamentos desportivos
hospitaisserviccedilos de sauacutede e parques de estacionamento tornando-se assim estes 4
atributos os menos valorizados pelos visitantes do dia
Passando para o caso dos turistas atraveacutes da anaacutelise da figura 62 presente no
apecircndice I com base em todos os inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo
eacute possiacutevel concluir que o atributo com maior frequecircncia de respostas nos niacuteveis mais
elevados da escala foi a praia com 37 respostas no niacutevel 5 seguido dos atributos visitar
locais diferentes fugir da rotina do dia a dia restaurantes e gastronomia e ainda facilidade
de transporte sendo que estes formam os atributos com maior grau de importacircncia na
escolha do destino Almada para os turistas Os atributos com maior frequecircncia de
respostas nos niacuteveis mais baixos da escala no caso dos turistas dizem respeito uma vez
mais ao golfe com 48 respostas no niacutevel 1 e apenas 2 no niacutevel 3 seguido de equipamentos
desportivos parques de estacionamento e hospitaisserviccedilos de sauacutede Desta forma o
panorama eacute bastante idecircntico ao que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia
sendo atribuiacutedo aos mesmos atributos o menor grau de importacircncia na escolha do destino
Apoacutes analisado o grau de importacircncia dos atributos eacute essencial compreender qual
a satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos mesmos Atraveacutes da anaacutelise da figura 63 presente no apecircndice
I numa escala de 1 a 5 em que (1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) satisfeito (4)
muito satisfeito (5) extremamente satisfeito eacute possiacutevel concluir que os visitantes do dia
atribuiacuteram maior grau de satisfaccedilatildeo aos atributos visitar locais diferentes e fugir da rotina
do dia a dia sendo que as respostas incidem com maior frequecircncia no niacutevel 4 da escala
seguido do niacutevel 5 para estes dois atributos
94
Destaca-se ainda o grau de satisfaccedilatildeo positivo dos atributos gastronomia e
restaurantes distacircncia ao destino de origem facilidade de transporte e ainda divertir-me
ou ter uma aventura onde as respostas incidiram com maior frequecircncia no niacutevel 4 da
escala Em relaccedilatildeo aos niacuteveis mais baixos da escala eacute possiacutevel perceber que os visitantes
do dia atribuiacuteram menor grau de satisfaccedilatildeo aos atributos de golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede e alojamento
No que diz respeito aos turistas atraveacutes da figura 64 presente no apecircndice I os
atributos mais satisfatoacuterios para os mesmos foram as praias fugir da rotina do dia a dia e
visitar locais diferentes assim como a gastronomia e os restaurantes Os que apresentam
menor grau de satisfaccedilatildeo satildeo a boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica e o golfe Neste
caso o facto da sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica ter apresentado os menores niacuteveis de
satisfaccedilatildeo eacute algo negativo pois significa que natildeo se encontram satisfatoacuterios no destino ou
capazes de servir para o propoacutesito para o qual foram criados
Concluindo a niacutevel geral os atributos que apresentam maior grau de importacircncia
no caso dos visitantes do dia relacionam-se com motivaccedilotildees intriacutensecas pois dizem
respeito a visitar locais diferentes fugir da rotina do dia a dia e divertir-se ou ter uma
aventura Para os turistas para aleacutem dos atributos associados a motivaccedilotildees intriacutensecas de
visitar locais diferentes e fugir da rotina relacionam-se tambeacutem essencialmente com
motivaccedilotildees extriacutensecas como a praia recursos culturais e paisagiacutesticos e gastronomia
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo os atributos mais satisfatoacuterios tanto para os visitantes
do dia como para os turistas foram os mesmos (visitar locais diferentes fugir da rotina do
dia a dia gastronomia etc) assim como os insatisfatoacuterios (golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede etc) Contudo uma vez que nem todos os
inquiridos responderam a esta questatildeo estes dados podem natildeo apresentar uma
importacircncia de relevo
Se compararmos com os graacuteficos relativos agrave importacircncia dos atributos os mesmos
atributos classificados como menos importantes para a escolha do destino foram os que
receberam menor grau de satisfaccedilatildeo o que pode indicar apenas que como os
visitantesturistas natildeo experienciaram esses mesmos atributos acabaram por lhes conferir
valores mais baixos de satisfaccedilatildeo natildeo significando que realmente apresentem maacutes
condiccedilotildees ou que se encontrem insatisfatoacuterios
95
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo geral do destino a figura 57 demonstra que em relaccedilatildeo
aos visitantes do dia a satisfaccedilatildeo global incide com maior frequecircncia entre as vaacuterias
satisfeito e muito satisfeito ambas com 39 seguida da variaacutevel extremamente satisfeito
com 16 O grau de satisfaccedilatildeo dos turistas (figura 58) surge com maior frequecircncia na
variaacutevel muito satisfeito com 42 seguido do satisfeito com 34
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia)
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas)
Em ambos os casos eacute possiacutevel concluir que apesar de terem surgido valores natildeo
tatildeo positivos em relaccedilatildeo a dados anteriormente apresentados no geral a satisfaccedilatildeo de
turistas e visitantes em relaccedilatildeo a Almada encontra-se entre o lsquopositivarsquo e o lsquomuito
positivarsquo algo que eacute bastante relevante uma vez que significa que o destino foi de alguma
forma ao encontro das necessidades dos seus turistasvisitantes e conseguiu superar ou
atingir as expectativas dos mesmos
0
1
39
39
16
4
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
2
0
34
42
11
11
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
96
A par com a satisfaccedilatildeo surge a pergunta sobre o que mais gostou no destino e
atraveacutes da tabela 11 eacute possiacutevel observar que os visitantes do dia na sua maioria natildeo
responderam (29) porque ainda natildeo tinham visitado ou porque tinham acabado de
chegar ao destino Contudo dos que responderam destaca-se a opccedilatildeo outros aspetos com
24 onde se inserem fatores como o facto de existirem poucas pessoas no destino os
jardins e miradouros a proximidade a Lisboa e a hospitalidade e ainda se destacam as
paisagens com 16 e o Cristo Rei com 11 tratando-se dos atributos com maior
relevacircncia para os visitantes do dia de Almada
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita
Comparativamente aos turistas os dados demonstram novamente que a maioria
(34) natildeo respondeu pelos mesmos motivos referidos nos visitantes do dia sendo que
dos que responderam 23 gostou mais da gastronomia e 13 da tranquilidade Da opccedilatildeo
outros aspetos destacam-se a seguranccedila a acessibilidade e a proximidade a Lisboa
Dos aspetos mais negativos da visita atraveacutes da tabela 12 eacute possiacutevel concluir que
a grande maioria dos visitantes do dia natildeo respondeu (53) essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino 26 referiram que natildeo houve nada que natildeo tivessem
gostado e na opccedilatildeo outros aspetos referiram demora na restauraccedilatildeo acessos e o facto dos
museus e monumentos fecharem demasiado cedo Em relaccedilatildeo aos turistas a maioria
tambeacutem natildeo respondeu (45) porque ainda natildeo tinha visitado o destino Contudo 34
referem que natildeo houve nada de relevante que natildeo tenha gostado e 8 refere outros
aspetos onde se inserem a liacutengua poucas pessoas jovens e a falta de informaccedilatildeo turiacutestica
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita
Visitantes do dia Turistas
O que mais gostou em Almada Nordm Nordm
Cristo Rei 15 11 1 2
Paisagens 21 16 6 10
Tranquilidade 9 7 8 13
Gastronomia 8 6 14 23
Restaurantes 8 6 0 0
Pessoas 0 0 6 10
Outros aspetos 32 24 6 10
Natildeo respondeu 38 29 21 34
Visitantes do dia Turistas
O que menos gostou em Almada Nordm Nordm
Tracircnsito 5 5 4 6
Estacionamento 4 4 0 0
Clima 0 0 4 6
Sinalizaccedilatildeo 2 2 0 0
Outros aspetos 8 9 5 8
Nada que natildeo tenha gostado 24 26 21 34
Natildeo respondeu 49 53 28 45
97
Apoacutes analisada a satisfaccedilatildeo eacute necessaacuterio compreender a intenccedilatildeo comportamental
dos inquiridos a fim de se verificar se pretendem voltar e recomendar o destino que
visitaram Na figura 59 27 dos visitantes do dia referem que de certeza que vatildeo
regressar a Almada 32 referem que eacute provaacutevel que regressem 27 natildeo sabem e apenas
14 referem que natildeo vatildeo regressar Ao niacutevel da recomendaccedilatildeo a grande maioria (52)
refere que vai recomendar de certeza 42 refere que eacute provaacutevel que recomende sendo
que apenas 7 natildeo sabe ou natildeo vai recomendar o destino Por uacuteltimo em relaccedilatildeo a
regressar mesmo que o preccedilo aumente o panorama altera-se jaacute que a maioria (47) refere
que natildeo sabe se regressa 26 referem que eacute provaacutevel e apenas 14 tecircm a certeza que
regressam assim como 14 natildeo regressam de todo
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 60 indicam que 41 refere que
vai voltar de certeza 33 refere que eacute provaacutevel e 25 natildeo sabe sendo que apenas 2
respondeu que natildeo voltava No que diz respeito agrave recomendaccedilatildeo 53 vai recomendar de
certeza 32 eacute provaacutevel e 15 natildeo sabe Por fim relativamente a voltar mesmo que o
preccedilo aumente a maioria (44) refere que natildeo sabe se volta 32 refere que eacute provaacutevel
e 22 volta de certeza sendo que apenas 2 referem que natildeo voltam
14
1
14
27
6
47
32
42
26
27
52
14
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
98
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas)
Neste caso dos turistas a intenccedilatildeo comportamental eacute mais positiva na medida em
que apresentam valores percentuais mais elevados na variaacutevel lsquode certezarsquo e os valores
que surgem na variaacutevel lsquonatildeorsquo satildeo os que apresentam os menores valores percentuais
apenas com 2 Jaacute os visitantes do dia apresentam valores percentuais mais elevados
nestas variaacuteveis com 14 das respostas e valores mais baixos na variaacutevel lsquode certezarsquo
Esta diferenccedila de dados pode estar relacionada com o facto de os visitantes do dia
passarem menos tempo no destino e daiacute que tenham menos ferramentas que os permitam
afirmar com certeza este tipo de questotildees ao contraacuterio dos turistas que conseguem ter
outras perspetivas do destino por passarem mais tempo no mesmo
2 2
2515
44
33
32
32
4153
22
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
99
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica
Uma vez que o turismo representa uma atividade capaz de contribuir para o
desenvolvimento global a niacutevel econoacutemico social etc nos destinos turiacutesticos este
impacto eacute extremamente importante uma vez que graccedilas ao movimento de turistas e
visitantes os proacuteprios destinos vatildeo-se desenvolvendo atraveacutes do investimento em novas
infraestruturas promoccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos seus atributos e patrimoacutenio (UNWTO
2012) Quando visitam um destino diferente do seu local habitual os turistasvisitantes
procuram algo novo e dissemelhante obrigando desta forma a uma constante adaptaccedilatildeo
dos destinos ao tipo de procura existente acabando por contribuir para a implementaccedilatildeo
de alteraccedilotildees nos mesmos de forma a darem natildeo soacute resposta agrave procura externa mas ao
mesmo tempo melhorar as condiccedilotildees de vida da proacutepria populaccedilatildeo local
Um destino turiacutestico deve englobar nas suas caracteriacutesticas alguns elementos
chave para o seu desenvolvimento e sucesso as facilidades de acesso infraestruturas em
condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo e a diversidade nas opccedilotildees tanto de alojamento como de
restauraccedilatildeo satildeo cruciais para a atratividade de um destino Estes elementos em conjunto
com as diversas atraccedilotildees presentes num destino possuem a capacidade de motivar o
visitante a visitaacute-las mas para tal eacute necessaacuterio que exista uma correlaccedilatildeo de forccedilas na
gestatildeo dos destinos atraveacutes de entidades que atraveacutes da promoccedilatildeo e do marketing atraiam
visitantes
Esta gestatildeo dos destinos eacute essencial pois permite alcanccedilar determinadas vantagens
como a competitividade atraveacutes do estabelecimento de uma posiccedilatildeo uacutenica e
diferenciadora de forma a que o mercado a reconheccedila como tal a qualidade e o
reconhecimento da mesma por parte turistavisitante para que ele proacuteprio promova
posteriormente o destino a sustentabilidade e rentabilidade dos recursos e do proacuteprio
destino e por fim a identidade e a marca que ajudam a melhor posicionar os produtos no
mercado e a aumentar a notoriedade do destino fazendo com que os visitantesturistas
regressem Poreacutem cabe tambeacutem agraves componentes econoacutemicas privadas investir neste
desenvolvimento em conjunto com o Estado e de acordo com os recursos turiacutesticos
existentes no destino adaptar a sua oferta ao perfil de turista que a visita tendo por base
a motivaccedilatildeo do mesmo
100
Eacute atraveacutes da anaacutelise e investigaccedilatildeo das motivaccedilotildees turiacutesticas que se torna possiacutevel
definir o puacuteblico-alvo e atuar conforme as suas necessidades e aquilo que ambicionam
encontrar no destino Para tal eacute necessaacuterio existir um equiliacutebrio de interesses tendo em
conta tanto os turistas como a proacutepria induacutestria turiacutestica e ainda a comunidade local jaacute
que ldquoalcanccedilar esse equiliacutebrio eacute fundamental para o sucesso das empresas num destino e
requer uma compreensatildeo de como os turistas se deslocam e exploram os espaccedilos dentro
da cidaderdquo (Wearing e Foley 2017 104)
Acontece que as motivaccedilotildees e necessidades dos turistasvisitantes atuais estatildeo em
constante mudanccedila pois tornaram-se cada vez mais exigentes e heterogeacuteneos Desta
forma eacute necessaacuterio que a gestatildeo dos destinos turiacutesticos acompanhe estas mesmas
transformaccedilotildees aplicando novos modelos de gestatildeo Segundo Vargas-Saacutenchez (2017) o
modelo Inductors for Results (IN-RES-TUR) fundamentado pelo proacuteprio visa dar
resposta a quatro aspetos essenciais a uma gestatildeo eficiente dos destinos Este modelo
defende a implementaccedilatildeo de um conjunto de indutores capazes de atrair o mercado
potencial do destino utilizando os recursos e serviccedilos presentes no mesmo oferecer
experiecircncias e emoccedilotildees que provoquem trocas positivas fidelizar os turistasvisitantes
com o auxiacutelio da tecnologia que permite o acesso a toda a informaccedilatildeo a qualquer altura
do dia e em qualquer parte do mundo
Segundo o mesmo autor atraveacutes do recurso agrave tecnologia eacute possiacutevel conhecer o
consumidor pormenorizadamente conferindo-lhe aquilo que ele mais deseja na
atualidade a customizaccedilatildeo dos serviccedilosprodutosexperiecircncias das quais vai usufruir e ao
mesmo tempo a cocriaccedilatildeo desses mesmos produtos tornando-se parte integrante da
experiecircncia global que eacute visitar um novo destino Assim tendo em atenccedilatildeo que o desafio
para a gestatildeo de destinos eacute cada vez mais complexo ldquoa inovaccedilatildeo permanente e ateacute mesmo
a reinvenccedilatildeo do modelo de negoacutecio satildeo hoje essenciais para gerar um valor com uma
margem e volume remuneradores em conjuntordquo (Id Ibid 490)
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica
Apoacutes a anaacutelise dos resultados em conjunto com toda a informaccedilatildeo recolhida para
a elaboraccedilatildeo da fundamentaccedilatildeo teoacuterica desta dissertaccedilatildeo principalmente no que diz
respeito agraves motivaccedilotildees e perfil do turista foi possiacutevel retirar algumas conclusotildees
relativamente ao perfil do turista deste destino
101
Em primeiro lugar Almada apesar de se caracterizar como um micro destino
urbano tem vindo a ganhar cada vez mais visibilidade graccedilas ao crescimento da procura
por este tipo de turismo muito graccedilas ao facto do destino Lisboa (o seu principal
concorrente) ter vindo a ganhar cada vez mais notoriedade estando ao niacutevel dos principais
destinos urbanos mais procurados na Europa (Costa e Albuquerque 2017) Como tal o
principal perfil de turista que visita Almada caracteriza-se como excursionista pois a
grande maioria dos inquiridos eram visitantes do dia o que significa que se tratam de
visitantes que natildeo ficam alojados no destino e apenas efetuam uma visita de um dia ou
umas horas sendo que procuram essencialmente turismo cultural ou no caso dos turistas
que ficam alojados no destino pelo menos 1 noite procuram mais por turismo de sol e
mar
Neste contexto a preferecircncia por parte dos visitantes do dia recai sobre os recursos
culturais e religiosos do destino visto que o monumento do Cristo Rei foi das atraccedilotildees
mais visitadas assim como museus e igrejas Jaacute nos turistas a grande maioria por ter
ficado alojado na Costa da Caparica local caracteriacutestico e especiacutefico para a praacutetica de
turismo de sol e mar as suas preferecircncias recaem naturalmente sobre a praia e os recursos
mais naturais do destino demonstrando assim duas realidades distintas no perfil do turista
de Almada
Em termos da anaacutelise da oferta que o destino Almada apresenta apoacutes toda a
recolha de informaccedilatildeo sobre os recursos produtos e serviccedilos existentes eacute um destino que
possuiacute uma oferta turiacutestica relativamente abrangente tanto a niacutevel cultural religioso
natural como a niacutevel de diversas infraestruturas complementares como eacute o caso da
restauraccedilatildeo e do alojamento pois satildeo cada vez mais notoacuterios os investimentos nestas duas
vertentes ainda que se verifiquem algumas lacunas relativamente agrave quantidade e
diversidade da oferta face ao aumento da procura Contudo foram mencionados alguns
aspetos que o destino apresenta como falhas e que se devem ter em consideraccedilatildeo devido
agrave importacircncia dos mesmos como eacute o caso da falta de informaccedilatildeo turiacutestica no local ao
niacutevel da sinalizaccedilatildeo e da proacutepria informaccedilatildeo presente em hoteacuteis e outras infraestruturas
Atraveacutes da observaccedilatildeo das figuras 45 e 46 do capiacutetulo anterior concluiacutemos que
de facto as fontes de informaccedilatildeo menos valorizadas pelos turistas foram as
brochurasguias turiacutesticos as redes sociais e o site oficial da CMA sendo que no caso dos
visitantes do dia foram as recomendaccedilotildees por parte de profissionais da aacuterea turiacutestica o
site da CMA e ainda as agecircncias de viagem
102
Estes dados indicam que para aleacutem de natildeo serem fontes de informaccedilatildeo
valorizadas como importantes para este perfil de turista encontram-se tambeacutem
insatisfatoacuterias jaacute que lhes foram atribuiacutedos valores muito reduzidos numa escala em que
o 1 correspondia ao valor miacutenimo e o 5 ao valor mais elevado Contudo em oposiccedilatildeo a
estes dados as informaccedilotildees mais valorizadas foram sem duacutevida as provenientes de
familiaresamigos em ambos os casos e ainda os postos de informaccedilatildeo turiacutestica no caso
dos turistas e algumas redes sociais apenas no caso dos visitantes do dia sendo que estes
devem ser as fontes de informaccedilatildeo a priorizar e a desenvolver na gestatildeo deste destino
Neste caso concreto conclui-se que de facto as ferramentas de comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino como sendo brochuras e guias suportes digitais online como redes
sociais e sites oficiais natildeo demonstraram ter grande impacto na atraccedilatildeo deste perfil de
turista jaacute que a fonte de informaccedilatildeo que realmente influenciou a maioria dos inquiridos
foram sem duacutevida os familiaresamigos Todavia os resultados menos positivos
essencialmente no que diz respeito ao site oficial da CMA visto que foi uma das variaacuteveis
que se repetiu tanto nos turistas como nos visitantes do dia como sendo das menos
valorizadas e satisfatoacuterias assim como as redes sociais e as brochurasguias devem ser
vistas como dados relevantes para a melhoria destas mesmas fontes no sentido de se
inovarem e desenvolverem as suas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo visto que se trata de um
fator relevante na influecircncia e atratividade dos turistasvisitantes
Para tal ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo de Almada a aposta deve recair
cada vez mais nas plataformas tecnoloacutegicas online atraveacutes da implementaccedilatildeo de um
design mais apelativo e mais direcionado para turistasvisitantes e natildeo tanto para a
populaccedilatildeo local Deve-se tambeacutem desenvolver ferramentas capazes de atrair os clientes
para o destino partindo-se dos atributos do mesmo (o que existe de maior relevacircncia) de
forma a perceber quais os benefiacutecios e adequar a promoccedilatildeocomunicaccedilatildeo ao puacuteblico alvo
No entanto o balanccedilo geral da satisfaccedilatildeo dos turistas e excursionistas eacute bastante positivo
sendo que foram poucos os que apontaram aspetos negativos ou insuficiecircncias ao destino
Deste modo de acordo com o objetivo definido de delinear o perfil do turista de
Almada e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica e tendo por base as hipoacuteteses construiacutedas
anteriormente como premissas da investigaccedilatildeo conclui-se essencialmente que
- A caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica dos inquiridos revela que a grande maioria
dos inquiridos eram do sexo feminino e no caso dos visitantes do dia possuiacuteam idades
103
compreendidas entre os 18 e os 34 anos enquanto que os turistas apresentam uma faixa
etaacuteria mais elevada (com a maioria entre os 45 e 54 anos) tratando-se dos principais
puacuteblicos-alvo deste destino Relativamente agraves nacionalidades natildeo se obteve um valor
significativo com maior incidecircncia numa nacionalidade especiacutefica pois foram
mencionadas diversas nacionalidades (belga holandesa chinesa russa polaca etc)
Contudo no caso dos excursionistas destaca-se a nacionalidade portuguesa e a italiana e
nos turistas a espanhola e alematilde
- Apoacutes a anaacutelise de toda a oferta do destino considerando produtos e serviccedilos e o
tipo de turistas que visitam Almada podemos concluir que se trata de um destino
essencialmente cultural e de sol e mar jaacute que os seus principais produtos se encontram
relacionados com o turismo cultural (monumentos) de sol e mar (praias) e o de natureza
(parques jardins) Segundo os dados recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos realizados existem
mais excursionistas que turistas o que significa que utilizam o destino apenas para visitar
curtas e raacutepidas sendo que na maioria tanto turistas como visitantes do dia procuram
principalmente atraccedilotildees culturais neste caso concreto o Cristo Rei monumentos igrejas
e museus de natureza os jardins parques ou miradouros e por fim de sol e mar praias
da Costa da Caparica
- Em relaccedilatildeo agrave escolha ocasional deste destino de facto muitos dos
visitantesturistas chegam a Almada de forma ocasional mas a grande maioria planeia a
visita logo satildeo visitas previstas e previamente decididas ao contraacuterio do que se previa
- As fontes de informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino natildeo influenciaram a escolha do
turistavisitante para visitar Almada uma vez que ambos se basearam essencialmente em
familiaresamigos e natildeo tanto em fontes oficiais criadas pelo destino
- O papel da promoccedilatildeo turiacutestica natildeo demonstrou ser eficiente no reforccedilo da
atratividade para o concelho uma vez que as fontes de informaccedilatildeo associadas agrave promoccedilatildeo
turiacutestica receberam valorizaccedilotildees muito baixas sendo que vaacuterias natildeo foram de todo
utilizadas
- O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute relativamente
elevado ao contraacuterio do que se tinha presumido nas hipoacuteteses iniciais
- Em relaccedilatildeo agrave intenccedilatildeo comportamental dos turistasvisitantes conclui-se que
apresentam alguma intenccedilatildeo de regressar a Almada mas os dados com maior incidecircncia
104
de resposta referem-se agrave recomendaccedilatildeo e aos que indicaram natildeo saber se realmente
pretendem voltar ou natildeo ao destino ou seja satildeo mais os que pretendem recomendar o
destino dos que os que pretendem regressar de certeza
Relativamente agrave pergunta de partida que se destinava a compreender qual o perfil
do turista que visita Almada bem como perceber de que forma a promoccedilatildeo turiacutestica do
destino tem impacto na atratividade do mesmo conclui-se que na sua maioria o tipo de
visitante de Almada eacute excursionista e procura sobretudo o turismo cultural e o de sol e
mar sendo que se demonstra de uma forma geral bastante satisfeito relativamente ao
destino mas apresenta algumas falhas no que diz respeito agrave informaccedilatildeo disponiacutevel e agrave
promoccedilatildeo de Almada tendo sido mencionadas algumas lacunas relativamente a este
fator Desta forma tendo por base o conhecimento do tipo de visitantes do destino assim
como informaccedilatildeo relevante acerca do que estaacute a falhar ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo turiacutestica torna-se mais faacutecil proceder agrave adaptaccedilatildeo da oferta agraves necessidades
deste puacuteblico alvo especiacutefico assim como implementar novas ferramentas de
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino que contribuam para o seu desenvolvimento
e atratividade
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Uma das maiores limitaccedilotildees desta investigaccedilatildeo relaciona-se com a recolha dos
inqueacuteritos por questionaacuterio a fim de se obter uma amostra mais significativa do universo
em questatildeo O previsto seria recolher uma maior quantidade de inqueacuteritos mas tendo em
conta o periacuteodo em que a recolha se sucedeu entre os meses de junho e julho de 2019 o
nuacutemero de pessoas que aceitou preencher o inqueacuterito foi mais reduzido do que o esperado
o que dificultou todo o processo Desta forma a amostra definida inicialmente de 239
inqueacuteritos natildeo foi possiacutevel de se realizar face ao reduzido nuacutemero de visitantesturistas
que se disponibilizaram a responder
Assim a amostra teve que ser reduzida e apesar de se tratar de uma amostra suficiente
para a realizaccedilatildeo desta investigaccedilatildeo natildeo se pode concluir que seja 100 representativa
do perfil do turista de Almada natildeo podendo deste modo generalizar os resultados obtidos
Outra das limitaccedilotildees que surgiu foi a anaacutelise estatiacutestica dos dados uma vez que natildeo se
realizou uma anaacutelise comparativa de variaacuteveis tendo sido elaborada apenas uma anaacutelise
descritiva Portanto no futuro seria relevante obter uma amostra mais representativa deste
universo de maneira de fornecer um maior contributo para o desenvolvimento do destino
105
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros
Relativamente a orientaccedilotildees para futuros trabalhos seria interessante investigar
quais os interesses dos diferentes stakeholders do destino Almada de forma a
compreender onde pretendem investir e o que pretendem desenvolver tendo por base as
necessidades dos turistasexcursionistas Apoacutes esta anaacutelise seria importante proceder a
algumas alteraccedilotildees e implementaccedilatildeo de novas estrateacutegias para o destino nomeadamente
ao niacutevel da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do mesmo e tambeacutem da oferta ao niacutevel do alojamento
especialmente na zona mais central da cidade para que se torne tambeacutem possiacutevel a criaccedilatildeo
de novos produtos turiacutesticos ou desenvolver os que jaacute existem e que apresentam
potencialidades para tal
Seria tambeacutem importante a realizaccedilatildeo de mais estudos de mercado de forma a
compreender cada vez melhor aquilo que um turistavisitante procura em Almada para
que a resposta da oferta esteja em concordacircncia com essas mesmas necessidades e
motivaccedilotildees Contudo natildeo se deve desprezar aquilo que satildeo os interesses da populaccedilatildeo
local sendo tambeacutem importante aferir quais os seus interesses e de que forma veem o
desenvolvimento do turismo no seu local de residecircncia para que seja possiacutevel conjugar
os seus interesses aos interesses do destino e deste modo contribuir para o
desenvolvimento do mesmo
Atraveacutes da realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo compreendeu-se que Almada eacute um destino
com fortes potencialidades de desenvolvimento turiacutestico capaz de se transformar num
dos principais pontos de atraccedilatildeo logo a seguir a Lisboa que apesar de se tratar de um
destino concorrente possibilita uma relaccedilatildeo de complementaridade jaacute que Almada pode
apresentar um tipo de oferta diferenciada daquela que se encontra em Lisboa muitas
vezes considerada como sendo demasiado massificada
O desenvolvimento turiacutestico deste destino pode tambeacutem ser feito sobretudo ao
niacutevel do turismo cultural sendo que este produto apresenta um grande potencial de
desenvolvimento No entanto tambeacutem eacute possiacutevel a aposta em subprodutos como o
turismo de museus e industrial ligados por sua vez ao turismo criativo um tipo de turismo
que tem vindo a crescer e a afirmar-se nos uacuteltimos anos podendo vir a ser uma grande
vantagem competitiva para o destino se poder afirmar enquanto destino cultural e criativo
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALEGRE Joaquiacuten e GARAU Jaume (2010) Tourist Satisfaction and Dissatisfaction
Annals of Tourism Research Vol 37 No 1 pp 52-73 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738309000929via3Dihu
b
AKAMA John S e KIETI D M (2003) Measuring tourist satisfaction with Kenyarsquos
wildlife safari a case study of Tsavo West National Park Tourism Management vol 24
pp 73-81 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS02615
17702000444
BALOGLU S e MCCLEARY K W (1999) A Model of Destination Image Formation
Annals of Tourism Research Science vol 26(4) pp 868ndash897 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738399000304via3Dihu
b
BEERLI A e MARTIN JD (2004) Factors Influencing Destination Image Annals of
Tourism Research vol 31 nordm 3 pp 657-681 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738304000349
BJOumlRK Peter (2014) ldquoTourist Experience Value Tourist Experience and Life
Satisfactionrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK CAB
International pp 22-29
BOTELHO Joana Maria Ribeiro Pita (2013) Fatores Motivadores na Escolha do
Destino Turiacutestico Uma outra questatildeo Coimbratilde Oliveira do Hospital Escola Superior de
Tecnologia e Gestatildeo de Oliveira do Hospital Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026175881DissertaC3A7C3A3o20J
oana20Botelhopdf
BUHALIS Dimitrios (2000) Marketing the Competitive Destination of the Future
Tourism Management vol 21 nordm 1 pp 97-116 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS0261517799000953via3Dihub
107
BUTLER Richard W (1980) The Concept of a Tourist Area Cycle of Evolution
Implications for management of resources Canadian Geographer vol XXIV no 1 pp5-
12 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueconcept-tourist-area-cycle-
evolution-implications-management-resources
Cacircmara Municipal de Almada (sd) Disponiacutevel em httpwwwm-almadapt
[Consultado a 04062019]
Cacircmara Municipal de Almada (2011) Plano Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e
Desenvolvimento do Turismo para o Concelho de Almada Disponiacutevel em httpwwwm-
almadapt [Consultado a 04062019]
CARDOSO Idiacutelia Spencer (2012) O Uso da Internet como Ferramenta de Comunicaccedilatildeo
na Promoccedilatildeo dos Destinos Turiacutesticos O Caso da Ilha do Maio Praia Universidade de
Cabo Verde ndash Escola de Negoacutecios e Governaccedilatildeo Monografia Disponiacutevel em
httpwwwportaldoconhecimentogovcvbitstream1096126381MONOGRAFspenc
erpdf
COHEN Erik (1979) Rethinking the sociology of tourism Annals of Tourism Research
vol 6 nordm 1 pp 18- 35 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleab
spii0160738379900926via3Dihub
COLTMAN Michael M (1989) Tourism Marketing Nova Iorque Van Nostrand
Reinhold
COSTA Carlos e ALBUQUERQUE Helena (2017) ldquoUm Novo Modelo Conceptual
para o Turismo Urbanordquo Em Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e
Desenvolvimento Turiacutestico Lisboa Lidel p409-422
CROTTS John C e PAN Bing (2007) Destination appraisals Annals of Tourism
Research Vol 34 No 2 pp 541ndash544 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738306001630
CUNHA Liciacutenio e ABRANTES Antoacutenio (2013) Introduccedilatildeo ao Turismo Lisboa Lidel
CUNHA Liciacutenio (2011) Autenticidade e Inovaccedilatildeo factores de renovaccedilatildeo dos destinos
turiacutesticos maduros Cogitur Journal of Tourism Studies nordm 4 pp 9-28 Disponiacutevel em
httprecilgrupolusofonapthandle104371890
CUNHA Liciacutenio (2013) Economia e Poliacutetica do Turismo Lisboa Lidel
108
ENGEL J BLACKWELL R D e MINIARD P W (1995) Consumer Behaviour Fort
Worth Dryden Press
FERRO Carlos (2018) ldquoA 15 minutos de Lisboa e sem hoteacuteis para turistasrdquo Diaacuterio de
Notiacutecias 25 de marccedilo Disponiacutevel em httpswwwdnpt [Consultado a 04062019]
COSTA Ana Rita de Deus Rocha Alves Peres da (2015) Tourist Destination Loyalty a
multidimensional perspective Algarve Universidade do Algarve ndash Faculdade de
Economia Tese de Doutoramento Disponiacutevel em httpssapientiaualgpthandle10400
17865
FIGUEIREDO Sara Vieira (2015) Potencialidades da Aposta no Turismo Criativo para
a Dinamizaccedilatildeo Social e Econoacutemica da Margem Cacilhas-Arialva Estoril Escola
Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026194211201504019_pdf
FLORES LCS e MENDES JC (2014) Perspectivas do destino turiacutestico repensando
o sentido do conceito Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo vol 8 nordm 2 pp 222-
237 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueperspectivas-destino-
turC3ADstico-repensando-o-sentido-conceito-1
FRAMKE Wolfgang (2002) The Destination as a Concept A Discussion of the
Business-related Perspective versus the Socio- cultural Approach in Tourism Theory
Scandinavian Journal of Hospitality and Tourism vol 22 pp 92-108 Disponiacutevel em
httpswwwtandfonlinecomdoiabs10108015022250216287
GAcircNDARA Joseacute Manoel G (2008) A Imagem dos Destinos Turiacutesticos Urbanos
Revista Eletroacutenica de Turismo Cultural pp 1-22 Disponiacutevel em
httpwwwecauspbrturismoculturalaimagempdf
GNOTH Juergen (1997) Tourism Motivation and Expectation Formation Annals of
Tourism Research vol 24 nordm 2 pp 283ndash304 Disponiacutevel em
httpswwwmendeleycomcataloguetourism-motivation-1
GONCcedilALVES Antoacutenio Costa (2002) O recreio e lazer na reabilitaccedilatildeo urbana ndash
Almada Velha Lisboa Gabinete de Estudos e Prospetiva Econoacutemica
109
GREMLER D e BROWN S (1996) ldquoService loyalty its nature importance and
implicationsrdquo Em Edvardsson et al (Eds) Advancing service quality a global
perspective NY ISQA
GUSTAVO Nuno Silva (2012) Modelos e Processos de Gestatildeo em Negoacutecios Turiacutesticos
Tendecircncias num contexto em mudanccedila Revista Turismo amp Desenvolvimento nordm 1718
Disponiacutevel em httpscomumrcaapptbitstream104002625381201201002_pdf
HILL Manuela Magalhatildees e HILL Andrew (1998) A Construccedilatildeo de um Questionaacuterio
Dinacircmia ndash Centro de Estudos sobre a Mudanccedila Socioeconoacutemica documento de trabalho
pp 1-56 Disponiacutevel em httpsrepositorioiscte-iulptbitstream100714694DINAMI
A_WP_1998-11pdf
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica Disponiacutevel em httpswwwinept [Consultado
a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2013) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2012 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=209572834ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2014) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2013 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=223543836ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2015) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2014 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=249079309ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2016) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2015 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=224764823ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
110
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2017) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2016 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=277105510ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE - Instituto Nacional de Estatiacutestica (2018) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2017 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=320468753ampxlang=enampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a
04062019]
ISO-AHOLA Seppo E (1982) Toward a Social Posychological Theory of Tourism
Motivation Annals of Tourism Research vol 9 nordm 2 pp 256-262 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspii0160738382900494
JENSEN Oslashystein (2014) ldquoApproaches for the Evaluation of Visitor Experiences at
Tourist Attractionsrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK
CAB International pp 139-153
KOTLER Philip (2000) Marketing Management Millenium Edition USA Prentice-
Hall Inc
KOZAK Metin e ANDREU Luisa (2006) Progress in Tourism Marketing UK
Elsevier
LEIPER Neil (1979) The Framework of Tourism - Towards a Definition of Tourism
Tourist and the Tourist Industry Annals of Tourism Research vol 6 nordm 4 pp 390-407
Disponiacutevel em httpwwwsciencedirectcomsciencearticlepii0160738379900033
LYNCH Mary-Frances et al (2011) The demand for Mirsquokmaw cultural tourism Tourist
perspectives Tourism Management vol 32 pp 977-986 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0261517710001676
MARUJO Maria Noeacutemi (2008a) Turismo e Comunicaccedilatildeo Castelo Branco RVJ-
Editores
MARUJO Maria Noeacutemi (2008b) A Internet como Novo Meio de Comunicaccedilatildeo para os
Destinos Turiacutesticos O caso da Ilha da Madeira Turismo em Anaacutelise vol 19 nordm1 pp25-
42 Disponiacutevel em httpswwwrevistasuspbrrtaarticledownload14140159580
111
MIRANDA Claudio de Souza (2010) A Internet como ferramenta de comunicaccedilatildeo no
Turismo um estudo exploratoacuterio da utilizaccedilatildeo de e-mails pelo trading em Ribeiratildeo Preto
e seus impactos no Turismo local Disponiacutevel em httpsistemasemeadcombr8semea
dresultadotrabalhosPDF159pdf
NAIDOO P et al (2011) An assessment of visitor satisfaction with nature-based
tourism attraction International Journal of Management and Marketing Research vol 4
nordm1 pp 87-98 Disponiacutevel em httpspdfssemanticscholarorgc748dec80e536503a61b
041a2591ef969b3fff5apdf
OMT ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (2019) UNWTO Tourism Definitions [online]
UNWTO Madrid Disponiacutevel em httpswwwe unwtoorgdoibook10181119789284
420858 [Consultado a 11122019]
PESTANA Maria Helena et al (2018) Motivations emotions and satisfaction The keys
to a tourism destination choice Journal of Destination Marketing amp Management pp 1-
9 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS2212571X1830120
3via3Dihub
PERES Rita e RITA Paulo (2017) ldquoMarketing e Comunicaccedilatildeo dos Destinosrdquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p173-181
PIKE Steven e PAGE Stephen (2014) Destination Marketing Organizations and
destination marketing A narrative analysis of the literature Tourism Management vol
41 pp 202-227 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS026
1517713001714via3Dihub
PIZAM Abraham e MANSFELD Yoel (1999) Consumer Behavior in Travel and
Tourism NY The Haworth Hospitality Press
PREBENSEN Nina K CHEN Joseph S e UYSAL Muzaffer (2014) Creating
Experience Value in Tourism UK CAB International
QUIVY Raymond e CAMPENHOUDT Luc Van (2005) Manual de Investigaccedilatildeo em
Ciecircncias Sociais Lisboa Gradiva
RNT ndash Registo Nacional do Turismo (2002) Disponiacutevel em httpsrntturismodeportug
alpt [Consultado a 02102019]
112
SARANIEMI Saila e KYLAumlNEN Mika (2011) Problematizing the concept of tourism
destination An Analysis of Different Theoretical Approaches Journal of Travel
Research vol 50 no 2 pp133- 143 Disponiacutevel em httpsjournalssagepubcomdoia
bs1011770047287510362775
SCOacuteTOLO Denise e NETTO Alexandre P (2015) Contribuiccedilotildees do Turismo para o
Desenvolvimento Local Cultur ndash Revista de Cultura e Turismo vol 9 no1 pp 37-59
Disponiacutevel em httpperiodicosuescbrindexphpculturarticleview554
SEATON A V (1996) ldquoDestination Marketingrdquo Em A V Seaton e M M Bennet
(eds) Marketing Tourism Products Reino Unido Thomson Business Press
SWARBROOKE John e HORNER Susan (2007) Consumer Behaviour in Tourism
UK Elsevier Ltd
UNWTO ndash United Nations World Tourism Organization (2007) A Practical Guide to
Tourism Destination Management Spain World Tourism Organization
URIELY Natan (2005) The Tourist Experience - Conceptual Developments Annals of
Tourism Research vol 32 nordm 1 pp 199-216 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirect
comsciencearticleabspiiS0160738304001264via3Dihub
VARGAS-SAacuteNCHEZ Alfonso (2017) ldquoTerritoacuterios de Inovaccedilatildeo e Turismordquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p481-491
WEARING Stephen L e FOLEY Carmel (2017) Understanding the tourist experience
of cities Annals of Tourism Research Vol 65 pp 97-107 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738317300695
WICHELS Susana (2013) A Experiecircncia Sensorial na Comunicaccedilatildeo Turiacutestica Biblos ndash
Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra V XI pp 475-494
Disponiacutevel em httpsdigitalis-dspucptjspuihandle10316235518
WOODSIDE AG e LYSONSKI S (1989) A general model of travel destination
choice Journal of Travel Research Vol 27 No4 pp8-14 Disponiacutevel em
httpsjournalssagepubcomdoi101177004728758902700402
113
YOUSAF A et al (2018) Touristrsquos Motivations to Travel A Theoretical Perspective
on The Existing Literature Tourism and Hospitality Management V 24 no 1 pp 197ndash
211 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcataloguetourists-motivations-totravel-
theoretical-perspective-existing-literture
114
Apecircndice I ndash Graacuteficos
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia)
25 12
3534
43
21
23
30
11
1528
18
5
2
515
29
30
9
7
20
24
18
43
1511
4
2
21
6 1822
7
379 13
12
316
5 1921
141123
29
17
60
11
3
14
8 13
20
22
7
5 22
27
20
21
1020
17
5
6
421
31
15
14
1422
1712
7
6
2720
16
14
14
23 13
10
11
6
2520
13
22
10
22
116
7
7
20
2816
11
11
24
1610
88
13
33 145 4
1430 21
30 17
9 9 9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
115
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas)
13 14 19
22
22
12
21
18
4
1524
8
2
1
518 20
11
9
14 128
9
32
10
5 2
3
5
16
188
5
20
15
11
4
17
6
12
23
44
3
1127
12
48
2
2
1
5
13
37
5
2
13
19
156
6
27
8
4
1
1
12
28
14
9
4
18
15
5
3
12
24
13
3
7
26
14
2
3
6
23
15
6
1211
17
9
2
512
20
12
4
6
9
323
4
4
26
17
1
6
1 12
31
321
6 814
4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
116
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia)
37
20
16
1
15
20
16
1
419
9
4
1
1 12
22
6
4
711
7
8
7
3
8
3
1
1
3
17
14
2
7
2
12 2
1
4
1
10 20
33
4
278
14 3
3
4
4
12
22
2
2
12
13
83
2
15
14
21
1
6
26
74
322
6
2
1 8
20
12
1
3
19
9
2
2
1
19
10
6
2
1
21
8
2
2
2
15 16
3
2
15
9 6
4
3
316
12
4
4
10 20
56
410 9
1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
117
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas)
24 15
37 23
1
3 14
35 24
3
428
229
2
2
20
27
17
4
2
24
1519
22
11
14
34
13
6
20
14 6
19
7
23
15
15
7
17
179
91
17
28 1637
2
8
3 2
11
1
15
12
21
6
2
20
27
14
17
3
20
7
6
6
2
16
3212
8
4
30
17 94
5
20
21 1610
9
22
12 76
11
27
11 913
6
20 66
5
6
10 29189
11
2410
710
8
22 16 859
14 27 15216 16
6 6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
118
Anexo I - Inqueacuterito
Posto de turismo
Data
Caro(a) Senhor(a) este questionaacuterio tem como principal objetivo realizar um estudo para uma dissertaccedilatildeo de
mestrado com o intuito de avaliar a sua visita ao destino Almada Toda a informaccedilatildeo recolhida eacute confidencial
Agradecemos a sua colaboraccedilatildeo
11 Eacute a primeira vez que visita o destino Almada Sim Natildeo
12 Se natildeo eacute a primeira visita quantas viagens fez a Almada nos uacuteltimos dois anos
Quando foi a uacuteltima visita
13 Com quem estaacute a viajar
Sozinho
GrupoExcursatildeo Quantas pessoas
Companheiroa
FamiacuteliaAmigos
14 Eacute residente em Portugal Em que concelho
15 Eacute residente noutro paiacutes Qual
16 Qual a razatildeo da visita a Almada 17 Vai pernoitar em Almada Sim Natildeo
Quantas noites pernoita
18 Estaacute alojado em Almada Sim Natildeo
Em que zona
1) Cacilhas 2) Pragal 3) Almada
Centro 4) Costa da Caparica 5) Trafaria
6) Herdade da Aroeira
19 Qual o tipo de alojamento que elegeu nas diferentes zonas acima referidas
QUESTIONAacuteRIO
1 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
Passear Paisagem
Compras e lojas Lazer Recreio e Feacuterias
Monumentos Ambiente humano
Museus Desporto
Eventos Natildeo seinatildeo respondo
ProfissionalNegoacutecios Outros Quais
Religiatildeo
Praia
Gastronomia
Familiares e amigos
1) 2) 3) 4) 5) 6) Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de campismo
ResortAldeamento Turiacutestico
Pousada da juventude
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros Quais
119
110 Por que regime optou 111 Qual o meio de transporte que utilizou para chegar a
Almada
Viatura Proacutepria hellip Autocaravana
Viatura Alugada Barco
Autocarro Turiacutestico Tuck-tuck
Autocarro Puacuteblico BicicletaTrotineteSegway
Comboio A peacute
2 Fontes de Informaccedilatildeo do destino de Almada 21 Como valoriza as seguintes fontes de informaccedilatildeo que o levaram a visitar o destino Almada Para cada opccedilatildeo assinale com (x) o nuacutemero que corresponde ao seu grau de importacircncia sendo que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5) Extremamente importante
22 Quando eacute que usou estas fontes de informaccedilatildeo 23 Quanto tempo demorou a decidir visitar Almada
24 Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica de Almada tendo em conta a seguinte escala (1) Muito insuficiente (2) Insuficiente (3) Suficiente (4) Bom (5) Muito bom (NSNR) Natildeo seinatildeo respondo
31 Inicialmente as suas expectativas relativamente 32 Almada eacute o uacutenico destino que vai visitar Sim Natildeo
a Almada eram Se natildeo qual(ais)
33 Quais as atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
1) 2) 3) 4) 5) 6)
Soacute dormida
Dormida e pequeno almoccedilo
Meia pensatildeo
Pensatildeo completa
Tudo incluiacutedo
NSNR
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos
Escolha ocasional
Revista ou jornal Qual
Redes sociais Qual
Brochuras e guias turiacutesticos Qual
FeirasExposiccedilotildees de turismo Qual
Site da cacircmara municipal de Almada
Postos de informaccedilatildeo turiacutestica Qual
Agecircncias de viagem Qual
Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo Qual
Outros Qual
(1) Natildeo usei
(2) Antes da viagem
(3) Durante a viagem
(1) Natildeo foi planeado
(2) Quando cheguei ao destino
(3) Antes de chegar ao destino
(1) Muito Insuficiente
(2) Insuficiente
(3) Suficiente
(4) Bom
(5) Muito Bom
NSNR
3 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
(1) Muito Baixas (2) Baixas (3) Sem expectativas (4) Moderadas (5) Elevadas
120
34 Indique com um (x) quais dos seguintes atributos considera mais importantes na escolha deste destino numa
escala em que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5)
Extremamente Importante
35 Indique com um (x) qual o seu grau de satisfaccedilatildeo para cada um dos seguintes aspetos relativos ao destino numa
escala em que (1) Muito Insatisfeito (2) Insatisfeito (3) Satisfeito (4) Muito Satisfeito (5) Extremamente Satisfeito
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio local
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
121
36 Segundo as suas expectativas qual o seu grau de 37 O que mais gostou durante a visita (3 aspetos)
satisfaccedilatildeo global relativamente ao destino Almada
38 O que menos gostou durante a visita (3 aspetos)
39 Depois da sua visita a Almada tenciona
4 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
51 Idade 52 Geacutenero 54 Estado Civil
53 Nacionalidade
55 Habilitaccedilotildees Literaacuterias 56 Situaccedilatildeo Profissional
(assinale com um (x) a habilitaccedilatildeo mais elevada)
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado Outro
57 Qual o valor meacutedio que gasta por dia e por pessoa 58 Qual o rendimento familiar mensal
nesta visita a Almada (excluindo o alojamento)
Muito Insatisfeito Insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito Extremamente Satisfeito Natildeo SeiNatildeo Respondo
Natildeo Natildeo Sei Eacute Provaacutevel De Certeza
Voltar
Recomendar
Voltar mesmo que o preccedilo aumente
Feminino Masculino
18-24 anos 25-34 35-44 45-54 55-64 Mais do que 64 anos NSNR
Solteiroa CasadoUniatildeo de facto DivorciadoViuacutevo Nordm de elementos do agregado familiar
Empregado Desempregado Natildeo ativo Estudante Reformado Outro Qual
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro + de 2501euro
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro 401-500euro Mais de 500euro Outro valor
Obrigada pela colaboraccedilatildeo e atenccedilatildeo dispensada
II
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
O Impacto da Promoccedilatildeo Turiacutestica e o Perfil do Turista no Municiacutepio de
Almada
Mariana Figueiredo Moura Geraldes
Orientaccedilatildeo
Professora Doutora Rita Peres
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril para a
obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Turismo Especializaccedilatildeo em Gestatildeo Estrateacutegica de
Destinos Turiacutesticos
Estoril outubro de 2019
III
Agradecimentos
No decorrer da elaboraccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo vaacuterios foram os intervenientes que
contribuiacuteram com o seu apoio motivaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo em diversas situaccedilotildees e sem os
quais natildeo teria sido possiacutevel finalizar este projeto
Em primeiro lugar um agradecimento agrave minha famiacutelia em especial agrave minha matildee
Eunice que nunca me deixou desistir e que sempre me fez ver que eu seria capaz assim
como aos meus irmatildeos Miguel e Catarina e aos meus avoacutes Joseacute e Tina que toda a vida
me apoiaram incondicionalmente e sem os quais eu natildeo teria conseguido
Em segundo lugar agrave Professora Doutora Rita Peres por ter aceite orientar este
trabalho pela sua disponibilidade em encontrar novas soluccedilotildees pelas suas sugestotildees e
indicaccedilotildees assim como o seu apoio ao longo de todo o desenvolvimento da dissertaccedilatildeo
Em terceiro lugar agrave Cacircmara Municipal de Almada em especial a todos os
responsaacuteveis e funcionaacuterios dos postos de turismo de Cacilhas e da Costa da Caparica
por me terem permitido realizar os meus inqueacuteritos nas suas instalaccedilotildees e pela
colaboraccedilatildeo atenccedilatildeo e disponibilidade sem as quais teria sido impossiacutevel realizar este
estudo
Por uacuteltimo mas natildeo menos importante um agradecimento especial a todos os
meus amigos e colegas que de uma forma ou de outra contribuiacuteram durante este percurso
com o seu apoio incondicional as suas palavras encorajadoras a sua ajuda e a sua
motivaccedilatildeo em especial agrave minha companheira de todos os desabafos e desesperos
Veroacutenica Silva ao meu cunhado e agrave minha irmatilde cuja a ajuda foi preciosa Sem eles este
caminho teria sido muito mais difiacutecil de percorrer
A todos os meus mais sinceros agradecimentos
IV
Iacutendice Geral
Agradecimentos ______________________________________________________ III
Iacutendice Geral _________________________________________________________ IV
Iacutendice de Figuras _____________________________________________________ VI
Iacutendice de Tabelas ____________________________________________________ VIII
Resumo _____________________________________________________________ IX
Abstract ______________________________________________________________ X
Lista de siglas e abreviaturas ____________________________________________ XI
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo __________________________________________________ 1
11 Contexto e enquadramento ao tema ___________________________________ 1
12 Pertinecircncia do estudo ______________________________________________ 2
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo _____________________________ 3
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos __________________________________________ 4
21 O turismo enquanto sistema _________________________________________ 4
22 Conceito de Destino Turiacutestico _______________________________________ 6
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos _______________________ 11
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista ________________________________ 13
31 Motivaccedilotildees do Turista ____________________________________________ 13
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino_____________________________ 19
33 Perfil do turista __________________________________________________ 21
34 Experiecircncia turiacutestica _____________________________________________ 23
35 Satisfaccedilatildeo do turista ______________________________________________ 27
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos _________________________ 30
41 Conceito de marketing em destinos __________________________________ 30
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos ___________ 33
43 Comportamento do Consumidor ____________________________________ 35
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos __ 38
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos _______________________ 40
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada _____________________________ 44
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio ________________________________________ 44
52 Oferta turiacutestica em Almada ________________________________________ 47
V
53 Procura turiacutestica em Almada _______________________________________ 51
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica ________________ 57
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino ______ 59
Capiacutetulo VI ndash Metodologia ______________________________________________ 62
61 Modelo da investigaccedilatildeo ___________________________________________ 62
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo ________ 63
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio ____________________ 64
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos ______________________ 67
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas __________________________________ 67
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada __________________ 74
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada ___________________________ 84
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo _______________________________ 89
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais ______________________________________ 99
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica ________________________________ 99
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica ___________ 100
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo _______________________________________ 104
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros__________________________________ 105
Referecircncias Bibliograacuteficas _____________________________________________ 106
Apecircndice I ndash Graacuteficos _________________________________________________ 114
Anexo I - Inqueacuterito ___________________________________________________ 118
VI
Iacutendice de Figuras
Figura 1 - O sistema turiacutestico 6
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas 17
Figura 3 - Modelo de Howard e Sheth 36
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall 37
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor 37
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada 44
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada 51
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de
Almada 52
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada 53
Figura 10 - Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas 54
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica 54
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses
56
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada 62
Figura 14 - Idade visitantes do dia 67
Figura 15 - Idade turistas 68
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia 68
Figura 17 - Geacutenero turistas 69
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia 69
Figura 19 - Estado civil turistas 69
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia 70
Figura 21 - Nacionalidades turistas 70
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia 71
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas 71
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia) 72
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas) 72
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia) 73
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas) 73
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia) 74
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas) 74
Figura 30 - Primeira vez em Almada 75
VII
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia) 77
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas) 77
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia) 78
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas) 78
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia) 79
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas) 80
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada 81
Figura 40 - Em que zona ficou alojado 81
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido 82
Figura 42 - Tipo de regime 82
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia) 83
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas) 83
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 84
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas) 85
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 87
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas) 87
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia) 88
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas) 88
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia) 89
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas) 89
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia) 90
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas) 90
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia) 91
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas) 91
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia) 95
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas) 95
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia) 97
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas) 98
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia) 114
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas) 115
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia) 116
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas) 117
Iacutendice de Tabelas
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada 47
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada 49
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 52
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 54
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia 55
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
55
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos 75
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada 76
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada 91
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada 92
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita 96
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita 96
IX
Resumo
O desenvolvimento de um destino turiacutestico estaacute associado a diversos fatores que
englobam diferentes stakeholders como os consumidores a comunidade local o
EstadoGoverno e as empresas sendo que muitas vezes os interesses de uns conflituam
com os interesses de outros dificultando desta forma a gestatildeo do destino Como tal esta
gestatildeo deve ser estruturada numa oacutetica de rede na medida em que devem ser
desenvolvidos mecanismos de cooperaccedilatildeo e de cocriaccedilatildeo entre as diferentes partes
interessadas Eacute neste sentido que o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos deve
ter em consideraccedilatildeo estes mesmos interesses de forma a estimular a oferta e a procura e
ao mesmo tempo influenciar a decisatildeo dos turistasvisitantes
Contudo cabe ao turista decidir o que quer visitar quando e como e desta forma
eacute essencial o conhecimento das suas motivaccedilotildees e tambeacutem dos diferentes perfis de turistas
existentes para que a oferta seja ajustada a essas distintas caracteriacutesticas Para tal eacute
imprescindiacutevel a geraccedilatildeo de expectativas que podem ser criadas pelo destino atraveacutes de
diversos meios de comunicaccedilatildeo que transmitam informaccedilatildeo de qualidade acerca da oferta
do mesmo com o intuito de atrair visitantes captar a sua atenccedilatildeo e fidelizaacute-los para que
regressem e recomendem
Neste sentido a investigaccedilatildeo empiacuterica representa uma importante ferramenta no
desenvolvimento dos destinos turiacutesticos jaacute que permite recolher dados relevantes sobre
o puacuteblico alvo que se pretende atingir No caso da presente dissertaccedilatildeo sendo o principal
objetivo traccedilar o perfil do turista e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada destacam-se
como algumas conclusotildees o facto da maioria dos visitantes de Almada serem
excursionistas e natildeo turistas pois a grande maioria apenas visita o destino por algumas
horas assim como o facto de que ao niacutevel da promoccedilatildeo turiacutestica do destino esta natildeo
demonstrou ter uma papel relevante na influecircncia da escolha do destino destacando-se a
necessidade de implementar novas ferramentas de promoccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo
no destino turiacutestico em questatildeo
Palavras-chave turismo destinos turiacutesticos perfil do turista motivaccedilotildees comunicaccedilatildeo
promoccedilatildeo turiacutestica Almada
X
Abstract
The development of a tourist destination is associated with countless factors that
encompass different stakeholders such as consumers local community the state
government and companies where often the interests of some conflict with the interests
of others therefore hampering the management of the destination As such this
management should be structured from a network perspective as co-operation and co-
creation mechanisms between different stakeholders should be established It is in this
sense that the development of tourism products and services must take these same
interests into account in order to stimulate supply and demand while influencing the
decision of touristsvisitors
However it is up to the tourist to decide what they want to visit when and how
and so it is essential to know their motivations and the different existing profiles of
tourists so that the offer can be adjusted to these different characteristics To this end it
is essential to generate expectations which can be created by the destination through
several communication channels that convey quality information about its supply in
order to attract visitors capture their attention and increase their loyalty for them to return
and recommend
Consequently empirical research represents an important tool in the development
of tourist destinations as it allows relevant data collection about the intended target
market In the case of this dissertation being the main objective to identify the profile of
the tourist of Almada as well as analyze the tourism promotion of the destination some
conclusions include the fact that most of Almadas visitors are excursionists and not
tourists as the vast majority only visit the destination for a few hours as well as the fact
that the tourist promotion of the destination has not demonstrated a relevant role in
influencing the choice of destination highlighting the need to implement new tools for
promotion and dissemination of information in destination under discussion
Keywords tourism tourist destinations tourist profile motivations communication
tourism promotion Almada
XI
Lista de siglas e abreviaturas
AML Aacuterea Metropolitana de Lisboa
BTL Bolsa de Turismo de Lisboa
CMA Cacircmara Municipal de Almada
DMO Destination Management Organization
INE Instituto Nacional de Estatiacutestica
ISSU Digital Publishing Platform for Magazines Catalogs and Publications
OMT Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo
PDM Plano Diretor Municipal
RNT Registo Nacional de Turismo
UNWTO World Tourism Organization
1
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 Contexto e enquadramento ao tema
A atualidade eacute caracterizada por profundas alteraccedilotildees que foram ocorrendo ao longo
dos uacuteltimos anos a niacutevel econoacutemico cultural social poliacutetico e ambiental Estas
alteraccedilotildees ocorreram por diversos motivos como crises econoacutemicas alteraccedilotildees
demograacuteficas o processo de globalizaccedilatildeo os desenvolvimentos tecnoloacutegicos entre
outros tornando o mundo atual cada vez mais global com sociedades cada vez mais
fragmentadas (Gustavo 2012) Esta fragmentaccedilatildeo ldquoleva a que a sociedade se divida numa
grande variedade de grupos de pessoas com caracteriacutesticas demograacuteficas sociais
econoacutemicas e culturais diferentes que originam novos segmentos da procura turiacutesticardquo
(Cunha 2011 10) Todos estes fatores contribuem para a aceleraccedilatildeo das transformaccedilotildees
e do proacuteprio ciclo de vida das sociedades modernas o que obriga ldquoa mudanccedilas na procura
e (hellip) agrave alteraccedilatildeo dos destinos e das actividades que neles se desenvolvemrdquo (Id Ibid 10)
Nos uacuteltimos anos tem-se assistido a um grande desenvolvimento turiacutestico sendo que
o turismo se transformou numa das principais fontes de rendimento do Governo Um dos
principais desafios que este enorme desenvolvimento turiacutestico provocou foi o aumento da
oferta turiacutestica que por sua vez conduziu ao grande aumento da competitividade entre os
destinos originando algumas dificuldades na sua gestatildeo Este aumento da oferta estaacute
tambeacutem notoriamente relacionado com o aumento da procura sendo que satildeo vaacuterios os
fatores que cada vez mais incentivam as pessoas a viajar e a deslocarem-se para novos
destinos fazendo com que a procura turiacutestica tenha tomado uma escala global deixando
de estar centralizada nos destinos mais industrializados e desenvolvidos (Gustavo 2012)
Esta procura eacute cada vez mais constituiacuteda por consumidores com caracteriacutesticas
socioculturais muito diversas que deram origem a novos estilos de vida muito diferentes
dos padrotildees que se observavam nas deacutecadas de 50 e 60 ldquocaracterizados pelo consumismo
(hellip) que deu origem agraves feacuterias massificadas com base no laquosol e marraquordquo (Cunha e Abrantes
2013157) Assim os consumidores atuais satildeo cada vez mais exigentes e independentes
com um maior grau de conhecimento sobre os factos
2
A realidade eacute que a velocidade do ciclo de vida tem aumentado cada vez mais
diminuindo o tempo de vida dos produtos tornando-se imprescindiacutevel estar em constante
inovaccedilatildeo uma vez que a mesma ldquodesempenha o papel de motor do desenvolvimento e eacute
dos mais poderosos meios de melhorar a competitividade dos destinos turiacutesticos [sendo]
um factor criacutetico para ultrapassar as situaccedilotildees que levam agrave maturidade ou estagnaccedilatildeordquo
(Cunha 2011 25) Desta forma cada vez mais o turista contemporacircneo procura
experiecircncias turiacutesticas diferenciadoras e autecircnticas o que faz com que os destinos de
forma a natildeo perderem a sua capacidade de atraccedilatildeo invistam cada vez mais na inovaccedilatildeo
para que se consigam ldquoreestruturar criar uma nova identidade e alterar a sua imagemrdquo
mantendo-se competitivos (Cunha 2011 12)
Esta noccedilatildeo de inovaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia hoje em dia pois se o liacuteder de
mercado natildeo se inovar vai acabar por se autodestruir uma vez que vai deixar de conseguir
acompanhar a procura e de combater a concorrecircncia Se existir uma contiacutenua estagnaccedilatildeo
num determinado produto e natildeo se estimular uma evoluccedilatildeo das ofertas o destino vai
certamente entrar em decliacutenio e perder competitividade deixando de ser apelativo Eacute
neste acircmbito que surge um novo paradigma do turismo muito mais dinacircmico e mais
focado no consumidor que cada vez mais exige ldquoser parte integrante no processo de
construccedilatildeo do produto e no caso do destino turiacutestico da experiecircncia turiacutesticardquo (Flores e
Mendes 2014 234) Desta forma os gestores de destinos devem operar seguindo uma
visatildeo do destino ldquocomo um sistema integrado flexiacutevel e adaptado agraves demandasrdquo
privilegiando as motivaccedilotildees e expectativas do consumidor de forma a compreender os
diversos perfis de turistas que existem atualmente para que seja possiacutevel criar
experiecircncias turiacutesticas de excelecircncia (Flores e Mendes 2014 234)
12 Pertinecircncia do estudo
Esta dissertaccedilatildeo pretende contribuir para a definiccedilatildeo do perfil do turista que visita
Almada tendo por base as teorias associadas agraves motivaccedilotildees expectativas
comportamento e satisfaccedilatildeo assim como proceder a uma anaacutelise da promoccedilatildeo turiacutestica
deste destino atraveacutes da examinaccedilatildeo dos diferentes canais de comunicaccedilatildeo existentes
Uma vez que o ramo de especializaccedilatildeo deste mestrado eacute a gestatildeo de destinos turiacutesticos
considerou-se pertinente compreender e definir o que satildeo destinos turiacutesticos tendo em
conta a oferta turiacutestica a procura e a experiecircncia turiacutestica assim como definir o conceito
de comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica uma vez que estas ldquo[estabelecem] a ligaccedilatildeo entre a
oferta e a procura entre os turistas e os anfitriotildeesrdquo (Marujo 2008 29)
3
Tambeacutem seratildeo abordados alguns conceitos de marketing turiacutestico em destinos de
forma a compreender que este deve ser visto como um sistema dinacircmico onde se devem
estabelecer inter-relaccedilotildees entre os diferentes stakeholders ldquode forma a conciliar os
objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica natildeo sendo apenas uma estrateacutegia
de atraccedilatildeo de visitantesturistasrdquo (Peres e Rita 2017174) A escolha deste tema para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo teve que ver sobretudo com o facto de natildeo existir nenhum
estudo cientiacutefico em concreto sobre o perfil do turistavisitante de Almada Assim como
compreender como eacute que os turistasvisitantes obtiveram conhecimento deste destino
como chegaram ateacute ele e ateacute que ponto a promoccedilatildeo turiacutestica do destino teve impacto ou
influecircncia na escolha dos turistasvisitantes
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo
O objetivo geral desta dissertaccedilatildeo eacute caracterizar o turistavisitante que visita
Almada assim como determinar as motivaccedilotildees para a viagem Por outro lado pretende-
se estudar outras variaacuteveis do comportamento do consumidor tais como conhecer o
impacto da promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos atraveacutes do conhecimento de quais os meios
de comunicaccedilatildeo que tiveram um maior impacto ou natildeo na escolha da visita sendo que se
pretende que o resultado desta investigaccedilatildeo possa ser um contributo para o
desenvolvimento do destino turiacutestico em questatildeo Formam tambeacutem parte dos objetivos
compreender a aacuterea turiacutestica da cidade de Almada atraveacutes de uma anaacutelise da oferta e da
procura identificar os diferentes canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e analisar
se a estrateacutegia de promoccedilatildeo bem como os principais canais de comunicaccedilatildeo vatildeo ao
encontro da oferta e da procura turiacutestica do destino
Uma vez que este estudo pode servir como base para futuras investigaccedilotildees e
desenvolvimentos a niacutevel turiacutestico em Almada pretende-se perceber e dar a conhecer qual
ou quais os mercados alvo a explorar para facilitar a definiccedilatildeo de produtos turiacutesticos para
segmentos alvo especiacuteficos deste destino O estudo do perfil dos turistas eacute essencial para
o desenvolvimento de um destino turiacutestico na medida em que permite ldquocompreender se
as caracteriacutesticas de um destino satisfazem ou natildeo as necessidades dos visitantesrdquo e
tambeacutem porque eacute fundamental para a segmentaccedilatildeo do mercado conhecer as motivaccedilotildees
dos visitantes para que seja possiacutevel proporcionar uma oferta com produtos especiacuteficos
que sejam capazes de satisfazer as necessidades e desejos dos mesmos (Cunha 2013 95)
4
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos
21 O turismo enquanto sistema
De modo a compreender melhor o que satildeo destinos turiacutesticos e como se
desenvolvem eacute essencial fazer um breve enquadramento ao turismo enquanto sistema jaacute
que os destinos formam parte deste mesmo sistema e sem esta perceccedilatildeo a sua gestatildeo
dificulta-se Atualmente uma das perspetivas que mais autores defendem no turismo eacute a
abordagem holiacutestica uma vez que esta defende que o turismo apresenta diversas
vertentes mas o seu foco principal satildeo sempre os turistas existindo uma relaccedilatildeo de
multidisciplinaridade entre o turismo e outras aacutereas diferentes mas que se relacionam e
completam Seguindo esta loacutegica surge uma nova definiccedilatildeo de sistema que possibilita a
criaccedilatildeo de um ponto de referecircncia comum agraves diferentes vertentes e perspetivas do turismo
tendo como base os seguintes elementos os turistas os elementos geograacuteficos a
componente industrial e a interaccedilotildees com ambientes mais amplos (Leiper 1979) Atraveacutes
da definiccedilatildeo de turista e da distinccedilatildeo entre o mesmo e visitante do dia assim como a
anaacutelise do seu comportamento que geralmente segue um padratildeo eacute possiacutevel determinar
em seguida os elementos geograacuteficos
Para tal Leiper (1979) baseou-se na definiccedilatildeo de ambiente turiacutestico de Gunn
(1972) tendo estabelecido trecircs dimensotildees espaciais do sistema turiacutestico as regiotildees
geradoras de turistas onde os turistas residem permanentemente e onde as viagens tecircm
iniacutecio tratando-se do mercado gerador para o turismo pois satildeo regiotildees que estimulam
viagens as regiotildees de destinos turiacutesticos locais que atraem os turistas de modo a
permanecerem temporariamente nos mesmos pois possuem atraccedilotildees que as regiotildees
geradoras natildeo possuem e desta forma o turista passa a querer experienciaacute-las
pessoalmente e por fim as regiotildees de tracircnsito tratando-se de zonas intermeacutedias onde natildeo
soacute se unem as duas regiotildees previamente referidas mas tambeacutem onde ocorre a viagem do
turista permitindo-lhe conhecer zonas de passagem desconhecidas sendo essenciais pois
permitem ldquoinfluenciar a qualidade do acesso a determinados destinos e
consequentemente influenciar o tamanho e a direccedilatildeo dos fluxos turiacutesticosrdquo (Leiper
1979 397)
5
Outro aspeto relevante a ter em atenccedilatildeo no sistema turiacutestico eacute a definiccedilatildeo e
delimitaccedilatildeo dos recursos existentes Segundo Leiper (1979) existem dois fatores que
interagem no processo sendo eles os turistas que procuram experiecircncias serviccedilos e
infraestruturas que satisfaccedilam as suas necessidades e os diversos recursos dos destinos
que servem os turistas e os mesmos propoacutesitos anteriormente referidos
Estes recursos podem ser agrupados em cinco categorias diferentes lazer como
o principal motivo que leva as pessoas a viajar inputs organizacionais e de planeamento
efetuados natildeo soacute por empresas mas tambeacutem pelos proacuteprios turistas que contribuem em
grande parte para a interaccedilatildeo social e para as caracteriacutesticas culturais da experiecircncia
turiacutestica recursos naturais e gratuitos inerentes ao destino que no seu conjunto
contribuem para a criaccedilatildeo da atmosfera do destino induacutestrias incidentais que servem
essencialmente a populaccedilatildeo local e os visitantes do dia mas que acabam tambeacutem por
servir os turistas de forma episoacutedica e por uacuteltimo a proacutepria induacutestria turiacutestica que
funciona quase como um elemento agrave parte de todo o sistema mas que se manteacutem
relacionada com todas as partes do sistema turiacutestico (Leiper 1979 399-400)
Desta forma ldquoa induacutestria turiacutestica consiste em todas as empresas organizaccedilotildees e
equipamentos que se destinam a responder agraves necessidades e desejos especiacuteficos dos
turistasrdquo (Leiper 1979 400) sendo que ela proacutepria se divide em seis setores interligados
numa cadeia que se estende a todas as regiotildees do sistema turiacutestico especiacuteficos para cada
tipo de serviccedilo fornecido aos turistas como o marketing as companhias de transporte
turiacutestico o alojamento as atraccedilotildees turiacutesticas os serviccedilos e a regulamentaccedilatildeo (Leiper
1979)
Atraveacutes deste modelo Leiper (1979) cria uma nova definiccedilatildeo de turismo que pode
ser observada atraveacutes da figura 1 apresentando-o como um sistema com cinco elementos
sendo eles os turistas as regiotildees geradoras de turistas as regiotildees de destinos turiacutesticos
as regiotildees de tracircnsito e a induacutestria turiacutestica Todos estes elementos funcionam como um
sistema aberto no qual se interrelacionam natildeo soacute no espaccedilo e no tempo mas tambeacutem com
o ambiente externo que inclui as dimensotildees fiacutesicas culturais sociais econoacutemicas
poliacuteticas e tecnoloacutegicas
6
Figura 1 - O sistema turiacutestico (Leiper 1979)
22 Conceito de Destino Turiacutestico
Na definiccedilatildeo do conceito de destinos turiacutesticos existem diversas abordagens que
elucidam de forma diferente aquilo que eacute um destino turiacutestico gerando por vezes algumas
incoerecircncias uma vez que se focam somente num determinado aspeto como por exemplo
definir o destino somente enquanto uma ferramenta de marketing ou como uma unidade
geograacutefica desprezando os restantes elementos que tambeacutem formam parte de um destino
(Framke 2014) A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) define destino turiacutestico
como sendo um local fiacutesico com ou sem limites administrativos no qual o visitante pode
passar a noite Eacute um conjunto de produtos e serviccedilos assim como atividades e
experiecircncias que se desenvolvem ao longo da cadeia de valor do turismo e formam a
unidade baacutesica de anaacutelise em turismo incorporando vaacuterias partes interessadas que podem
conectar-se de forma a criar destinos mais abrangentes A sua imagem e identidade
tornam-no intangiacutevel e satildeo estas duas caracteriacutesticas que influenciam a sua posiccedilatildeo e
competitividade no mercado (OMT 2019)
Apoacutes compreender-se que o destino eacute parte integrante do sistema turiacutestico para
Saraniemi e Kylaumlnen (2011) o destino turiacutestico deve ser observado como a principal
unidade de anaacutelise em turismo uma vez que todas as atividades e atraccedilotildees turiacutesticas onde
estatildeo incluiacutedos a produccedilatildeo e o consumo ocorrem num determinado destino e neste
sentido eacute a anaacutelise do destino turiacutestico que se vai refletir ldquona compreensatildeo da maioria dos
fenoacutemenos do turismordquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 133)
7
Um destino turiacutestico eacute portanto um espaccedilo onde diferentes stakeholders
interagem contribuindo para a cocriaccedilatildeo de experiecircncias entre o consumidor e o produtor
sendo que ldquoo somatoacuterio dos interesses atividades instalaccedilotildees infraestruturas e atraccedilotildees
cria a identidade de um lugar [ou seja] o destino eacute a identidade turiacutestica de um lugarrdquo
(Framke 2002 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) Sendo que existem vaacuterias
perspetivas e abordagens no que diz respeito agrave definiccedilatildeo do que eacute um destino turiacutestico
dentro das convencionais existe a perspetiva geograacutefica onde os destinos satildeo geralmente
abordados seguindo o modelo dos elementos sugerido por Medlik e Middleton (1973)
(citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) sendo eles as atraccedilotildees as infraestruturas
as acessibilidades as imagens e o preccedilo
Nesta abordagem ldquoos destinos satildeo lugares para os quais as pessoas viajam e onde
escolhem ficar por algum tempo para experimentar certas atraccedilotildeesrdquo (Leiper 1995 citado
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 135) desta forma os turistas viajam para fora dos seus
locais habituais estimulados pelos seus motivos e necessidades em busca de destinos
com recursos atraccedilotildees e serviccedilos diferentes daqueles que encontram no seu destino de
origem Jaacute numa perspetiva de gestatildeo marketing de destinos autores como Kotler
Bowen e Makens 1999 Kotler Haider e Rein 1993 (citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) defendem que o produto turiacutestico eacute composto por diversos elementos dispostos por
diferentes camadas o que significa que as infraestruturas e serviccedilos de que o destino
dispotildee satildeo criados a pensar no turista de forma a ir ao encontro daquilo que satildeo as suas
necessidades (Cooper et al 2005 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Dentro desta perspetiva de marketing existem diversos modelos como eacute exemplo
o modelo do produto turiacutestico total (Middleton 1994 Middleton e Clarke 200 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011) no qual o produto eacute composto por elementos tangiacuteveis e
intangiacuteveis tendo por base as diferentes atividades que se podem realizar no destino
tornando a experiecircncia turiacutestica acessiacutevel para o turista a um determinado preccedilo Contudo
esta experiecircncia eacute vivida pelo consumidor de forma subjetiva dependendo de diversos
fatores como o itineraacuterio escolhido experiecircncias anteriores o contexto cultural etc
(Buhalis 2000 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
8
Outro modelo eacute o do produto turiacutestico geneacuterico (Smith 1994 citado por Saraniemi
e Kylaumlnen 2011) em que o destino eacute abordado como um produto turiacutestico no seu todo
sendo que todas as suas caracteriacutesticas ou seja os serviccedilos as infraestruturas os
equipamentos etc satildeo capazes de adicionar benefiacutecios e valor acrescido ao destino
Contudo este modelo apresenta algumas falhas na medida em que eacute apenas abordado
segundo o contexto de gestatildeo de destinos descartando a importacircncia da experiecircncia
humana e a complexidade que se estabelece no processo de oferta e procura que natildeo eacute
estaacutevel (Komppula 2005 Garciacutea-Rosell et al 2007 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) Por outro lado a abordagem de Gunn (1988) foca-se na experiecircncia turiacutestica sendo
que para este autor o destino eacute um produto turiacutestico no qual ocorre o consumo de uma
experiecircncia que resulta na utilizaccedilatildeo de um conjunto de diferentes serviccedilos pelo
turistavisitante durante a visita (Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Assim como Gunn (1988) outros autores como eacute o caso de Ritchie e Crouch
(2000) tambeacutem focam as suas abordagens referentes a destinos turiacutesticos na experiecircncia
sendo que consideram que o verdadeiro produto eacute a experiecircncia turiacutestica em si
abordagem que pode desvalorizar as relaccedilotildees socioculturais e todo o processo que as
mesmas implicam (Saraniemi e Kylaumlnen 2011) Em suma esta abordagem orientada para
a gestatildeo de marketing de destinos estaacute muito direcionada para aquilo que eacute a gestatildeo dos
recursos do destino (naturais ou criados pelo homem) baseada somente na relaccedilatildeo entre
o gestor do destino e as diferentes empresas que atuam como distribuidores
intermediaacuterios e atraveacutes das organizaccedilotildees puacuteblicas Este modelo menospreza a
importacircncia do consumidor (neste caso os turistasvisitantes) no momento do
planeamento passando o papel do mesmo a ser apenas ldquoentrar e sair da aacuterea com ou sem
os benefiacutecios pretendidosrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 136)
Numa perspetiva orientada para o consumidor o valor do mesmo eacute colocado no
centro do produto turiacutestico sendo o maior objetivo deste modelo comercializar o destino
de forma a atingir clientes especiacuteficos (Vargo and Lusch 2006 citados por Saraniemi e
Kylaumlnen 2011 136) Deste ponto de vista o turista eacute considerado um elemento passivo
na medida em que apenas interage com o destino quando integra as atividades e accedilotildees
providenciadas pelos prestadores de serviccedilos mas eacute tambeacutem ao mesmo tempo um
participante ativo pois eacute ele quem toma a decisatildeo de visitar determinado destino gasta os
seus recursos econoacutemicos para tal e eacute capaz de tomar decisotildees racionais (Moisander e
Valtonen 2006 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137)
9
Contudo para autores como Firat Dholakia e Venkatesh (1995 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) ldquoo turista surge como um agente autoacutenomo e a niacutevel
comportamental consistente cujas accedilotildees satildeo completamente explicaacuteveis e portanto
previsiacuteveisrdquo Este modelo foca-se assim no consumidor enquanto ator individual que viaja
para um destino conforme as suas necessidades e desejos natildeo conseguindo ldquocaptar a
natureza social dos lugares e a espacialidade da experiecircnciardquo (Rojek e Urry 1997 Urry
1990 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Contudo foram-se desenvolvendo
novas teorias e o conceito de serviccedilos dominantes em turismo surgiu atribuindo o papel
de cocriador ao consumidor (Vargo e Lusch 2008 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011)
Seguindo esta loacutegica uma vez que o consumidor forma parte integrante do
processo de criaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica torna-se mais faacutecil para os gestores de
destinos compreender melhor as relaccedilotildees entre a produccedilatildeo e o consumo de forma a
criarem uma melhor oferta ao consumidor contribuindo ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo
de valor do proacuteprio destino Desta forma autores como Snepenger et al (2004 2007
citados por citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) fundamentam que os lugares
constituem um conjunto de significados capazes de atrair valor e criar expectativas para
a experiecircncia e uma vez que os mesmos lugares satildeo compartilhados por turistas e
residentes locais estes transformam-se num sistema de comunicaccedilatildeo social capaz de
definir a identidade do destino atraveacutes do consumo e das diferentes interaccedilotildees entre os
diferentes sujeitos presentes (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Em oposiccedilatildeo a estas
abordagens convencionais comeccedilaram a surgir perspetivas alternativas como eacute exemplo
a construccedilatildeo sociocultural de um destino
Comeccedilaram a surgir teorias mais amplas no que diz respeito aos destinos
turiacutesticos nas quais as dimensotildees temporais e espaciais dos locais se evidenciaram e onde
a produccedilatildeo o consumo e a proacutepria comunidade local estabelecem inter-relaccedilotildees (Garciacutea-
Rosell et al 2007 Rojek e Urry 1997 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) A
ideia de que os destinos natildeo satildeo sistemas estaacuteveis e fechados comeccedilou a ser desenvolvida
e a compreender-se cada vez mais que se tratam de unidades dinacircmicas que se vatildeo
alterando e transformando no tempo e que se desenvolvem num contexto que combina
diversas dimensotildees como a dimensatildeo histoacuterica social cultural poliacutetica e econoacutemica
(Saarinen 2001 2004 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138)
10
Nesta perspetiva os destinos satildeo definidos como ldquoespaccedilos atraveacutes dos quais o
poder a identidade o significado e o comportamento satildeo construiacutedos negociados e
renegociados de acordo com a dinacircmica socioculturalrdquo (Pritchard e Morgan 2001 citados
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) Assim esta abordagem segue a loacutegica da visatildeo
holiacutestica previamente referida onde diversas partes interessadas estabelecem relaccedilotildees de
interdependecircncia entre si e todas participam no processo de criaccedilatildeo do destino Neste
contexto o turista passa a ter o papel de cocriador os serviccedilos e produtos da oferta dos
destinos passam a adaptar-se a um mercado cada vez mais multicultural e global e este
proacuteprio mercado torna-se cada vez mais fragmentado e natildeo tatildeo pouco segmentado como
no passado
Assim ldquoo cliente eacute o produto e o cliente torna-se no produtor na medida em que
procura produtos especiacuteficos (e significados) para comercializar as suas proacuteprias imagens
e (re)produzir as suas proacuteprias identidades nos mercadosrdquo (Firat e Dholakia 2006 Firat
Dholakia e Venkatesh 1995 Firat e Schultz 1997 Pine e Gilmore 1999 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 139) A relaccedilatildeo entre os gestores de destinos e provedores de
serviccedilos com os turistasconsumidores alterou-se uma vez que estes uacuteltimos passaram a
acompanhar todo o processo de produccedilatildeo desde o iniacutecio Neste contexto natildeo satildeo somente
as atraccedilotildees e os produtos integrados na oferta de um destino que vatildeo ditar o seu sucesso
mas sim a capacidade que o mesmo tem de permitir aos seus visitantes viver experiecircncias
uacutenicas que vatildeo ao encontro das necessidades e desejos que procuram encontrar de forma
a ficaram satisfeitos ou mesmo superar as suas expectativas
Sendo que o turista passa a criar tambeacutem o produto que vai consumir o mercado
acaba por se tornar muito mais fragmentado pois passam a existir diversos perfis de
turistas que procuram diversas atividades serviccedilos atraccedilotildees etc o que lhes permite obter
um ldquoconsumo mais profundo simboacutelico e emocional das culturas em vez de apenas
satisfazer as suas necessidades (hellip) [e] tambeacutem permite agrave populaccedilatildeo local participar no
desenvolvimento da sua regiatildeo residencialrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 140) Desta
forma um destino turiacutestico eacute todo o espaccedilo que funciona como um instrumento complexo
mas que integra diversas componentes que vatildeo desde os recursos existentes agraves vaacuterias
infraestruturas e agrave populaccedilatildeo local (Flores e Mendes 2014)
11
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos
Uma vez que o consumidor se vai tornando cada vez mais experiente e mais
informado vai ao mesmo tempo deixar de ser tatildeo facilmente influenciado pelas
campanhas de marketing e promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos baseando-se cada vez mais
em feedbacks e conselhos de quem conhece e confia Este fator faz com que os destinos
apliquem a autenticidade que muitas vezes se associa aos recursos culturais e histoacutericos
dos destinos agrave sua oferta de forma a aumentar a motivaccedilatildeo e o desejo de visita aos turistas
bem como agrave fidelizaccedilatildeo dos mesmos ao destino pois ldquoquanto mais motivados
culturalmente forem os turistas maior pode ser a fidelizaccedilatildeo esperadardquo (Kolar e Zabkar
citados por Cunha 2011 21) Daiacute que na atualidade cada vez mais se assista agrave divulgaccedilatildeo
de campanhas promocionais e de marketing dos destinos turiacutesticos muito associadas aos
conceitos da autenticidade que no caso de serem sinceras conseguem natildeo soacute diferenciar
o seu destino atraveacutes da criaccedilatildeo de uma nova imagem do mesmo mas tambeacutem garantir
que as necessidades e expectativas dos turistas satildeo satisfeitas
Para que o desenvolvimento turiacutestico ocorra a aposta cada vez mais centra-se na
inovaccedilatildeo no que diz respeito agrave criaccedilatildeo de novos modelos e processos de novos produtos
novas abordagens relativamente ao destino que efetivamente contribuam para a melhoria
do mesmo e garantir a sua competitividade por outras palavras ldquomodificar a situaccedilatildeo
atual de uma localidade tornando-a aperfeiccediloada melhorada aprimoradardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 44) Em suma os turistas cada vez mais viajam com o intuito de vivenciarem
a autenticidade dos locais que visitam e para tal os destinos essencialmente as DMO ndash
Destination Management Organization tecircm de acompanhar estas novas tendecircncias
investindo na autenticidade das suas ofertas de forma a desenvolverem o seu destino
rejuvenescecirc-lo alterar a sua imagem e ir ao encontro das necessidades e expectativas dos
turistas de forma a gerar satisfaccedilatildeo e lealdade ao destino
Segundo a OMT uma DMO eacute quem lidera a gestatildeo de um destino atraveacutes da
associaccedilatildeo entre as diferentes organizaccedilotildees e interesses de forma a trabalharem em
conjunto para um objetivo comum (UNWTO ndash World Tourism Organization 2007) Satildeo
estas organizaccedilotildees que elaboram estrateacutegias de atuaccedilatildeo para as diferentes atividades e
serviccedilos que ocorrem num destino atraveacutes da criaccedilatildeo de parcerias com diferentes
intervenientes proporcionando os recursos necessaacuterios para o desenvolvimento do
destino Contudo esta gestatildeo torna-se complexa uma vez que eacute necessaacuterio conjugar
diversos interesses e entidades que muitas vezes entram em conflito
12
Uma gestatildeo de um destino conjuga todos os elementos presentes no mesmo sendo
eles as atraccedilotildees os equipamentos as infraestruturas o marketing etc que se coordenam
e conectam atraveacutes de abordagens estrateacutegicas com o intuito de evitar esforccedilos e gastos
desnecessaacuterios bem como reconhecer possiacuteveis falhas (Id Ibid) O processo de gestatildeo de
um destino turiacutestico desenvolve-se essencialmente atraveacutes do marketing que promove
todos os elementos do destino e atrai as pessoas a visitaacute-lo garantido que o mesmo
apresenta na sua oferta os serviccedilos infraestruturas e atraccedilotildees que vatildeo ao encontro das
expectativas dos turistas e que as mesmas sejam ultrapassadas ao mesmo tempo que cria
um ambiente adequado ao desenvolvimento sustentaacutevel do destino a niacutevel social
econoacutemico e fiacutesico
Este desenvolvimento sustentaacutevel depende do planeamento engajamento e
participaccedilatildeo dos diferentes stakeholders do destino que devem priorizar as caracteriacutesticas
locais jaacute que estas ldquopodem contribuir positivamente para o desenvolvimento local e
podem minimizar os possiacuteveis impactos negativos da atividade turiacutesticardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 57) A gestatildeo de destinos eacute portanto relevante na medida em que eacute capaz
de colocar o destino turiacutestico num patamar competitivo com outros destinos atraveacutes do
posicionamento da oferta diversificada e do desenvolvimento das atraccedilotildees e recursos
Todavia esta gestatildeo deve ter em consideraccedilatildeo a sustentabilidade natildeo soacute
ambiental mas tambeacutem dos recursos existentes assim como salvaguardar as tradiccedilotildees e
valores da populaccedilatildeo local de forma a evitar conflitos Outra das vantagens de uma boa
gestatildeo segundo a OMT (2007) eacute o facto de proporcionar um aumento dos lucros e
benefiacutecios para a comunidade residente promovendo o negoacutecio produtos tradiccedilotildees e
costumes locais que de outra forma poderiam eventualmente desaparecer Desta forma
contribui ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo de uma imagem de marca distintiva e forte
capaz de natildeo soacute atrair visitantes mas tambeacutem ganhar a sua fidelidade fazendo com que
regressem pois ldquoa gestatildeo eficaz dos destinos permite que os mesmos maximizem o valor
do turismo para os visitantes garantindo benefiacutecios locais e a sustentabilidaderdquo
(UNWTO 2007 9) No entanto para ganhar esta mesma fidelidade e atrair os visitantes
eacute necessaacuterio conhecer quais as suas motivaccedilotildees e necessidades atraveacutes de estudos de
mercado cujos resultados permitam adaptar a oferta do destino agraves diferentes motivaccedilotildees
e perfis de turistas existentes
13
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista
31 Motivaccedilotildees do Turista
Os turistas procuram atraveacutes do turismo e das viagens ou feacuterias que realizam
satisfazer as suas necessidades e motivaccedilotildees e ao mesmo tempo adquirir novos
conhecimentos acrescentando algum tipo de valor pessoal atraveacutes das experiecircncias que
concretizam Satildeo as atitudes dos turistas que formam um dos primeiros fatores a ter em
consideraccedilatildeo no ldquodesenvolvimento de um modelo de motivaccedilatildeo e comportamento
turiacutesticosrdquo (Gnoth 1997 2) Apesar dos estudos relativos ao comportamento do
consumidor fornecerem perceccedilotildees acerca da psicologia comportamental e cognitiva dos
turistas estes natildeo consideram a vertente irracional impliacutecita nos comportamentos
hedoacutenicos e emocionais dos turistas que procuram feacuterias e lazer (Id Ibid)
Desta forma estes modelos focados somente nos aspetos cognitivos da motivaccedilatildeo
dos turistas tornam-se mais vaacutelidos quando se acrescentam as ldquonormas sociais e a atitude
em relaccedilatildeo agrave atividade envolvendo sujeito e objeto como indicadores do comportamento
realrdquo (Ajzen e Fishbein 1977 citados por Gnoth 1997 3) Contudo as emoccedilotildees
tornaram-se numa das principais fontes comportamentais (Mittal 1988 Pratkanis
Breckler e Greenwald 1989 Zajonc 1980 citados por Gnoth 1997) capazes de
direcionar o comportamento mas ao mesmo tempo consideradas instaacuteveis consoante o
espaccedilo e o tempo (ou seja as situaccedilotildees) (Ajzen 1989 citado por Gnoth 1997)
As atitudes dos turistas funcionam entatildeo como fatores mediadores entre as suas
necessidades e valores sendo que os seus motivos e as situaccedilotildees em que se encontram
podem ser diversas dando origem a uma multiplicidade e multidimensionalidade do seu
comportamento (Id Ibid) O que torna a compreensatildeo das motivaccedilotildees dos turistas ainda
mais complexa eacute o facto de uma determinada atitude poder satisfazer diferentes motivos
e valores em diferentes situaccedilotildees (Murray 1938 citado por Gnoth 1997) Estes factos
obrigam a que se analisem as atitudes tendo como base um sistema multidimensional que
demonstre a diversidade de possiacuteveis expectativas e experiecircncias criadas de forma a que
posteriormente seja possiacutevel aplicar a teoria agrave proacutepria gestatildeo e planeamento turiacutestico (Id
Ibid)
14
No processo de motivaccedilatildeo dos turistas existem duas abordagens distintas A
primeira baseia-se essencialmente na teoria da construccedilatildeo de atitudes (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 1997) sendo que estas se orientam num uacutenico sentido muito
centrado na vertente intelectual e cognitivista uma vez que ldquoassume a existecircncia de
emoccedilotildees mas apenas como uma variaacutevel que depende de cogniccedilotildeesrdquo (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 19977) Por outro lado a segunda defende uma relaccedilatildeo
interativa entre os dois sistemas (emoccedilotildees e cogniccedilotildees) mas ao mesmo tempo considera
que satildeo independentes e totalmente diferentes um do outro (Pratkanis Breckler e
Greenwald 1989 citados por Gnoth 1997) No entanto segundo Gnoth (1997) existe um
fator comum a estas duas abordagens sendo ele o instinto ou impulso de cada turista que
desencadeia o comportamento Neste contexto as emoccedilotildees e cogniccedilotildees dos turistas
influenciam todo o processo de motivaccedilatildeo turiacutestica e ajudam na compreensatildeo das
perceccedilotildees e avaliaccedilotildees das experiecircncias por parte dos turistas (Id Ibid)
Desta forma eacute possiacutevel definir duas abordagens distintas as cognitivistas e as
behavioristas Segundo estas uacuteltimas eacute atraveacutes das suas emoccedilotildees que o turista vai avaliar
todos os componentes do destino que vai visitar sendo que as mesmas acabam por se
sobrepor ao conhecimento e agrave vertente cognitiva levando agraves tomadas de decisotildees e agraves
definiccedilotildees de preferecircncias de cada turista com base na dimensatildeo emocional e afetiva (Id
Ibid) Para behavioristas como Hull (1943 citado por Gnoth 1997) ldquoo comportamento
eacute o produto da forccedila do impulso e do haacutebitordquo sendo que as aprendizagens adquiridas no
passado satildeo vistas como o estiacutemulo decisivo para o comportamento (Id Ibid)
Enquanto as abordagens behavioristas tecircm como base a teoria dos impulsos (drive
theory) de cariz muito mais emocional as cognitivas por oposiccedilatildeo seguem a teoria das
expectativas (expectancy theory) baseando-se essencialmente nos aspetos intelectuais Ao
passo que a primeira se foca na satisfaccedilatildeo de uma necessidade ou um objetivo com origem
na emoccedilatildeo e entusiasmo a segunda baseia-se nos conhecimentos adquiridos a priori
como forma de direcionar os comportamentos de forma seletiva (Porter e Lawler 1968
citados por Gnoth 1997) Compreender as motivaccedilotildees eacute essencial na gestatildeo de um destino
turiacutestico na medida em que se torna possiacutevel prever tendecircncias comportamentais e
tiposperfis de turista de forma a monitorizar os recursos existentes e a oferta para que
vatildeo ao encontro destas mesmas motivaccedilotildees e expectativas com o objetivo de atingir a
satisfaccedilatildeo
15
Segundo Gnoth (1997) estas expectativas tratam-se dos ideais que os turistas tecircm
relativamente a representaccedilotildees daquilo que vatildeo experienciar observar ou usufruir no
futuro podendo ser positivas ou negativas e distinguindo-se conforme o niacutevel intelectual
e o niacutevel emocional envolvidos nas expectativas do turista Todo este processo resulta
tambeacutem das proacuteprias atitudes e valores de cada turista sendo que estes podem ser
autodirigidos e de componente emocional ou por outro lado dirigidos a fatores exteriores
onde a componente cognitiva predomina (Id Ibid) A geacutenese do turismo surge com a
necessidade de quebrar com a rotina diaacuteria tratando-se de uma atividade de ocupaccedilatildeo dos
tempos livres que na grande maioria das vezes resulta na busca pelo lazer Trata-se
portanto de uma atividade que implica uma deslocaccedilatildeo para um local diferente do
habitual sendo que satildeo diversas as razotildees que levam cada pessoa a viajar e daiacute resultam
tambeacutem diversos tipos de comportamentos que satildeo influenciados por fatores internos ou
externos (Yousaf et al 2018)
Satildeo vaacuterios os autores que argumentaram ao longo dos anos diversas razotildees para
explicarem as motivaccedilotildees e comportamentos dos turistas A procura por restabelecer e
recuperar o bem-estar que natildeo possuem no seu quotidiano e melhorar a sua vida atraveacutes
da procura pelo enriquecimento pessoal (Hill 1965 citado por Yousaf et al 2018) a
necessidade de viajarem para lugares diferentes e obter novas experiecircncias (Um e
Crompton 1992 citados por Yousaf et al 2018) a necessidade de rutura com os
contextos habituais do quotidiano com o objetivo de relaxar e diminuir o stress
psicoloacutegico e mental (Crompton 1979 Todorovic e Jovicic 2016 citados por Yousaf et
al 2018)
Estes comportamentos distintos e as diversas razotildees existentes que provocam
motivaccedilotildees e necessidades aos turistas encontram-se muitas vezes presentes nos padrotildees
de viagem que por sua vez estatildeo relacionados com os padrotildees psicoloacutegicos dos turistas
(Li e Zhang 2013 Simkova e Holzner 2014 citados por Yousaf et al 2018) No que
diz respeito ao estudo das motivaccedilotildees satildeo vaacuterias as teorias defendidas sendo que a que
melhor sustenta o estudo em causa e que melhor se adapta agrave anaacutelise e compreensatildeo da
motivaccedilatildeo do turista eacute a teoria dos fatores push e pull defendida por Dann (1977) tendo
sido complementada mais tarde por Crompton (1979)
16
Os fatores push encontram-se relacionados com fatores intriacutensecos agrave pessoa de
cariz sociopsicoloacutegico que criam uma necessidade de viajar e de sair do seu local habitual
sendo que como o nome indica lsquoempurramrsquo a pessoa a sair em busca de atenuar ou
mesmo extinguir a sensaccedilatildeo de solidatildeo do quotidiano enquanto que os fatores pull de
caraacuteter extriacutenseco estatildeo associados agraves condiccedilotildees caracteriacutesticas e atributos do destino
que se torna capaz de atrair visitantes (Yousaf et al 2018) Eacute atraveacutes destes fatores que
o turista decide selecionar um destino especiacutefico para visitar por ser o que melhor
corresponde agraves suas necessidades (Cunha 2013)
Jaacute para Iso-Ahola (1982) o foco das motivaccedilotildees turiacutesticas encontra-se
inteiramente relacionado com o lazer Este autor defende uma teoria designada por
modelo de psicologia social do turismo atraveacutes do qual estabelece que as motivaccedilotildees se
constituem atraveacutes da dicotomia evasatildeodescoberta (Cunha 2013) Segundo esta teoria
os turistas possuem essencialmente duas motivaccedilotildees que se encontram relacionadas com
a satisfaccedilatildeo obtida por intermeacutedio de atividades de lazer atraveacutes das quais conseguem
alcanccedilar recompensas para o seu bem-estar psicoloacutegico e ao mesmo tempo proceder a
uma rutura com a sua rotina muitas vezes considerada aborrecida stressante e difiacutecil
Tanto as motivaccedilotildees de evasatildeo (escapar agrave rotina) e descoberta (procurar algo novo que
proporcione alguma recompensa) como as proacuteprias recompensas subdividem-se em
pessoais e interpessoais na medida em que ldquouma pessoa pode escapar ao mundo pessoal
(isto eacute incoacutemodos pessoais problemas dificuldades falhas) eou ao mundo interpessoal
(colegas de trabalho familiares amigos parentes e vizinhos)rdquo (Id Ibid 96)
Relativamente agraves recompensas as de cariz pessoal relacionam-se com a busca por
novos conhecimentos relaxamento descanso autoestima etc e as de cariz interpessoal
estatildeo relacionadas com a conexatildeo com os outros ou seja integraccedilatildeo e interaccedilatildeo social
aceitaccedilatildeo criaccedilatildeo de novas relaccedilotildees de amizade recuperaccedilatildeo de laccedilos etc (Id Ibid)
Para tal Iso-Ahola (1982) apresentou um modelo que pode ser observado na figura 2 no
qual demonstrou que o turista pode encontrar-se em qualquer uma das quatro ceacutelulas
apresentadas dependendo de certas condicionantes e num determinado periacuteodo de tempo
Para este mesmo autor uma pessoa decide tornar-se turista devido agraves duas forccedilas
mencionadas anteriormente e a partir do momento em que decide qual das motivaccedilotildees
(sendo que pode ateacute mesmo optar pelas duas) seraacute o seu principal objetivo para iniciar a
viagem todo o seu comportamento vai ser construiacutedo tendo por base esse momento de
forma a atingir esse mesmo objetivo
17
Segundo Iso-Ahola (1982) existem 4 grupos de indiviacuteduos que se enquadram no
modelo que se observa na figura 2 Na ceacutelula 1 um grupo de indiviacuteduos viaja
principalmente com o intuito de escapar ao ambiente pessoal e procuram encontrar
recompensas pessoais mas ao mesmo tempo outro grupo pode-se enquadrar nas
motivaccedilotildees de uma das outras ceacutelulas diferentes Existem tambeacutem grupos que viajam por
diferentes combinaccedilotildees de razotildeesmotivos passando por diferentes ceacutelulas cada vez que
viajam dependendo de acontecimentos que tenham ocorrido antes de se tornarem turistas
Por fim o uacuteltimo grupo percorre todas as ceacutelulas do modelo numa uacutenica viagem
sendo que pode iniciar com a motivaccedilatildeo correspondente a uma determinada ceacutelula e
terminar com outra diferente (Iso-Ahola 1982) Este modelo permite compreender o
comportamento dos turistas e as suas motivaccedilotildees pois ldquouma vez que a consciecircncia da
satisfaccedilatildeo potencial se tenha desenvolvido as duas forccedilas motivacionais tornam-se os
determinantes criacuteticos do comportamento do turista e simultaneamente influenciam o
indiviacuteduordquo (Id Ibid 259)
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas (Iso-Ahola 1982)
Mais tarde Pearce (1988) apresentou um novo modelo de anaacutelise das motivaccedilotildees
turiacutesticas designado por escala de carreira de viagens baseada na piracircmide de Maslow e
que divide as motivaccedilotildees em dois grupos as necessidades autocentradas e as motivaccedilotildees
que satildeo dirigidas aos outros (Yousaf et al 2018) Este modelo defende que durante todo
o processo da viagem o comportamento do turista desenvolve-se atraveacutes de um ciclo no
qual os seus motivos estatildeo organizados de forma hieraacuterquica sendo que se tratam de
cinco motivos que vatildeo surgindo por niacuteveis ascendentes (Cunha 2013)
Figura 3 ndash Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas
18
Contudo uma vez que cada turista tem os seus motivos e as suas necessidades
especiacuteficas nem sempre seguem a hierarquia apresentada por Pearce (1988) pois podem
ldquopartir de diferentes niacuteveis [mudar] de niacutevel durante o seu ciclo de vida e podem ser
impedidas de viajar por razotildees financeiras de sauacutede e por outras pessoasrdquo (Id Ibid 97)
Segundo o mesmo autor as viagens turiacutesticas funcionam como carreiras profissionais
nas quais os viajantes vatildeo progredindo na escala de motivaccedilotildees graccedilas agrave experiecircncia que
vatildeo adquirindo agraves situaccedilotildees que experienciaram previamente agraves fases da vida pessoal
em que se encontram ou outros fatores condicionantes (Yousaf et al 2018 Cunha
2013)
Poreacutem surgiu mais tarde outra teoria defendida por Pearce e Lee (2005) que
complementa e melhora a de Pearce (1988) na medida em que as motivaccedilotildees satildeo
entendidas como dinacircmicas e complexas que se desenvolvem atraveacutes de um processo
que engloba diversos niacuteveis ao mesmo tempo sendo que o comportamento dos turistas
bem como os seus padrotildees de viagem vatildeo-se alterando e dando origem a diferentes
motivaccedilotildees ao longo das suas viagens e das experiecircncias que delas retiram (Id Ibid)
Contudo apesar destas teorias serem aplicaacuteveis na atualidade pois serviram como
base para muito do desenvolvimento cientiacutefico acerca das motivaccedilotildees a verdade eacute que
natildeo podem ser generalizadas a todos os turistas e a todos os segmentos pois o mundo
atual sofreu alteraccedilotildees profundas no seu desenvolvimento tornando-se cada vez mais
globalizado Estas alteraccedilotildees inevitavelmente deram origem a novos estilos de vida e
novos padrotildees de consumo muito diferentes do que se observava no passado Hoje em
dia o que se verifica eacute que ldquoa tecnologia e a sociedade evoluiacuteram rapidamente e [as]
novas geraccedilotildees com diferentes crenccedilas e padrotildees de viagem uacutenicos e motivaccedilotildees uniram-
se aos fluxos turiacutesticosrdquo (Id Ibid 205)
O que significa que cada vez mais se torna difiacutecil fazer a distinccedilatildeo entre turistas e
natildeo turistas pois as pessoas viajam cada vez mais por diversas razotildees que nem sempre
estatildeo relacionadas com turismo mas ao mesmo tempo integram atividadesserviccedilos
turiacutesticos (Id Ibid) Eacute portanto necessaacuterio adaptar a oferta ao tipo de necessidades e
exigecircncias dos consumidores atuais que satildeo cada vez mais tecnoloacutegicos atraveacutes de uma
presenccedila cada vez mais forte nas plataformas online Poreacutem conclui-se atraveacutes destas
teorias que a psicologia tem um importante papel no comportamento dos turistas na
medida em que eacute graccedilas a ela que se definem as motivaccedilotildees e se decide tomar a atitude
de viajarvisitar um novo destino
19
Conhecendo bem as motivaccedilotildees dos turistas mais facilmente se conseguem criar
melhores condiccedilotildees que originem uma experiecircncia turiacutestica de sucesso pois torna-se
possiacutevel proporcionar e perceber ldquoo que os turistas procuram o que querem experimentar
durante as suas feacuterias quais as atividades que estatildeo agrave procura e como querem que as suas
feacuterias sejam no geralrdquo (Id Ibid 206) Desta forma e atraveacutes da segmentaccedilatildeo do mercado
e dos tipos de turistas eacute necessaacuterio que a oferta se adapte agraves diferentes necessidades e
motivaccedilotildees que estatildeo em constante mudanccedila e evoluccedilatildeo (Heather e Gibson 2002 citados
por Yousaf et al 2018 206)
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino
O momento em que um turista decide realizar uma viagem eacute o momento em que
as suas motivaccedilotildees surgem e em que se inicia o processo de escolha do destino a visitar
Eacute nesta fase inicial que ocorre a formaccedilatildeo da imagem do destino tratando-se da ldquofase
mais importante no processo de seleccedilatildeo do destino pelo turistardquo (Gunn 1972 Mercer
1971 citados por Baloglu e McCleary 1999 869) Eacute essencial para um gestor de um
destino turiacutestico compreender como eacute que esta imagem eacute criada uma vez que eacute atraveacutes
deste conhecimento que se vai conseguir definir mercados alvo e decidir que imagens
promover para cada segmento de mercado especiacutefico (Goodall 1990 citado por Baloglu
e McCleary 1999) As imagens construiacutedas pelos turistas sem sequer terem visitado
previamente o destino surgem essencialmente graccedilas a dois fatores os estiacutemulos ou
incentivos e os elementos pessoais sendo que os primeiros se relacionam com fatores
externos como experiecircncias anteriores ou ateacute mesmo objetos fiacutesicos e os segundos estatildeo
associados agraves caracteriacutesticas pessoais de cada pessoa (Id Ibid)
Segundo Baloglu e McCleary (1999) a imagem de um destino nunca antes
visitado eacute formada por influecircncia de trecircs condicionantes as motivaccedilotildees as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas e as diferentes fontes de informaccedilatildeo Estes fatores conjugam-se com
as avaliaccedilotildees que o turista faz ao destino a niacutevel intelectual e sensorial e a niacutevel afetivo
sendo que ldquoas avaliaccedilotildees preceptivascognitivas referem-se agraves crenccedilas ou conhecimentos
sobre os atributos de um destino enquanto a avaliaccedilatildeo afetiva refere-se a sentimentos em
relaccedilatildeo aos mesmos ou ao viacutenculo que existe com os mesmosrdquo (Id Ibid 870) Ao longo
do tempo o turista vai criando as suas imagens atraveacutes das suas proacuteprias crenccedilas ideias
e impressotildees atraveacutes de diversas fontes de informaccedilatildeo que vai recolhendo no decorrer das
suas experiecircncias (Crompton 1979 Kotler et al 1993 Assael 1984 citados por Baloglu
e McCleary 1999)
20
Contudo estas fontes de informaccedilatildeo influenciam a formaccedilatildeo da imagem no que
diz respeito apenas agraves determinantes cognitivas nunca influenciando a parte afetiva da
imagem e satildeo elas que vatildeo fornecer diferentes estiacutemulos aos turistas seja por intermeacutedio
da promoccedilatildeo turiacutestica ou atraveacutes do passa-a-palavra e opiniotildees de amigos ou familiares
proacuteximos (Woodside e Lysonskis 1989 Um e Crompton 1990 Um 1993 citados por
Baloglu e McCleary 1999) Eacute o tipo quantidade e qualidade de informaccedilatildeo que vai
determinar o tipo de imagem que o turista vai criar sobre um destino (Burgess 1978
citado por Baloglu e McCleary 1999) Outros fatores que tecircm uma enorme importacircncia
na influecircncia da criaccedilatildeo da imagem de um destino satildeo as motivaccedilotildees do turista e as
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Fatores como o geacutenero e a idade influenciam de forma
diferente a imagem pois funcionam como antecedentes no processo cognitivo (Fisk
1961-62 e Sheth 1983 citados por Baloglu e McCleary 1999)
Eacute tambeacutem graccedilas agraves motivaccedilotildees que o turista decide visitar um determinado local
e participar em atividades turiacutesticas funcionando por este motivo como um dos fatores
influenciadores da formaccedilatildeo da imagem natildeo soacute antes da visita como tambeacutem apoacutes a
mesma (Beard e Raghep 1983 Crandall 1980 Iso-Ahola 1982 Stabler 1990 Um
1993 Um e Crompton 1990 Mill e Morrison 199232-56 citados por Baloglu e
McCleary 1999) Em suma eacute cada vez mais importante para o gestor de um destino
turiacutestico compreender o processo de formaccedilatildeo da imagem do mesmo nos turistas pois eacute
este entendimento que vai permitir ldquo[aos] profissionais de marketing incorporar fatores
motivadores significativos nas comunicaccedilotildees [de promoccedilatildeo e publicidade]rdquo (Id Ibid
892)
Sendo que as fontes de informaccedilatildeo tecircm um papel crucial na formaccedilatildeo da imagem
do destino estas devem ser diversificadas e devem existir em quantidade e qualidade de
modo a que permitam ao turista consultar muacuteltiplas fontes de informaccedilatildeo para que a
imagem construiacuteda seja o mais positiva possiacutevel No entanto as recomendaccedilotildees feitas por
amigos familiares ou fontes proacuteximas ao turista tecircm uma importacircncia muito maior do
que as que consultam de forma individual Desta forma eacute essencial ldquoproporcionar uma
experiecircncia agradaacutevel para os turistas [uma vez que] tem um efeito importante no
desenvolvimento de imagens positivas para os natildeo visitantesrdquo (Id Ibid 892)
21
A imagem de um destino turiacutestico deve ser trabalhada em primeiro lugar de
maneira a espelhar da forma mais fidedigna possiacutevel a realidade do destino com a oferta
e produtosserviccedilos que o turista poderaacute encontrar com o intuito de criar uma sensaccedilatildeo
de satisfaccedilatildeo com o que visualiza mesmo antes da visita propriamente dita ao local Em
segundo os gestores de destinos devem priorizar a forma como o destino eacute visualizado
pelos turistas que jaacute o visitaram atraveacutes de uma oferta diversificada e apropriada agraves
motivaccedilotildees e necessidades dos mesmos natildeo soacute para se fidelizarem ao destino e
regressarem mas tambeacutem para que a transmissatildeo da sua experiecircncia a potenciais turistas
seja o mais positiva possiacutevel motivando-os a visitaacute-lo
33 Perfil do turista
A fim de se compreender o comportamento e as motivaccedilotildees dos turistas eacute
essencial analisar os perfis psicograacuteficos dos mesmos de forma a conseguir organizaacute-los
por segmentos e tipologias de acordo com as suas caracteriacutesticas Eacute neste acircmbito que
surge a teoria defendida por Plog (1972) na qual estabeleceu duas tipologias de turistas
distintas os psicocecircntricos e os alocecircntricos (Cunha 2013) Segundo esta teoria o
primeiro grupo de turistas caracteriza-se por pessoas que se focam principalmente nos
seus problemas e preocupaccedilotildees quotidianas sendo que limitam a sua busca por destinos
e realidades diferentes das suas pois quando elegem um novo destino a visitar optam
sempre por algo que jaacute lhes eacute familiar conhecido e mais visitado As suas escolhas tendem
a estar relacionadas com as ofertas mais estandardizadas e natildeo demonstram interesse em
realizar atividades diferentes ou relacionar-se com a realidade do local que estatildeo a visitar
(Id Ibid)
Jaacute o segundo grupo eacute constituiacutedo por pessoas que se caracterizam por ser o oposto
das anteriormente referidas Procuram atividades diferentes e demonstram interesse em
conhecer novas realidades sendo que as suas motivaccedilotildees se relacionam com a busca pela
aventura e o entusiasmo em viajar com o intuito de descobrir algo novo (Id Ibid)
Contudo estas duas tipologias representam os extremos dos perfis dos turistas sendo que
existem trecircs outros grupos intermediaacuterios A grande maioria dos turistas insere-se no
grupo dos cecircntricos que procuram a descontraccedilatildeo e o prazer de forma a escaparem das
preocupaccedilotildees diaacuterias e do stress provocado pela rotina apreciarem a beleza dos locais
que visitam e disfrutar da viagem durante todo o processo da mesma (desde a fase de
planeamento ateacute agrave fase posterior de criar recordaccedilotildees) (Id Ibid)
22
De seguida os quase-psicocecircntricos demonstram um grande interesse pelos
destinos mais conhecidos e visitados preocupam-se com a qualidade dos serviccedilos e com
a interaccedilatildeo social uma vez que um dos seus principais motivos se relaciona precisamente
com a ldquosatisfaccedilatildeo do ego e procura do status [assim como a] procura de conforto socialrdquo
(Id Ibid 107) Os turistas quase-alocecircntricos preferem destinos pouco conhecidos e
visitados e privilegiam a praacutetica de atividades desportivas Eacute um grupo que pretende
experienciar estilos de vida diferentes No entanto os comportamentos e caracteriacutesticas
de cada grupo de turistas vatildeo-se alterando ao mesmo tempo que os destinos se
desenvolvem
Quando um destino se encontra na primeira etapa de desenvolvimento no
designado ciclo de vida de um destino turiacutestico de Butler (1980) a tipologia de turistas
que se sente mais atraiacuteda a visitar o mesmo satildeo precisamente os alocecircntricos pela
novidade e o desejo de conhecer e descobrir algo diferente Mas agrave medida que o destino
atinge outras fases de desenvolvimento os turistas atraiacutedos vatildeo passar a ser os quase-
alocecircntricos e mais tarde com toda a massificaccedilatildeo e popularidade do destino passam a
ser cecircntricos (Cunha 2013) Estes grupos de turistas vatildeo tambeacutem fornecer um contributo
para a sustentabilidade e desenvolvimento dos proacuteprios destinos sendo que segundo o
autor previamente citado os alocecircntricos ou quase-alocecircntricos satildeo os que vatildeo contribuir
para a preservaccedilatildeo de destinos com atributos mais lsquofraacutegeisrsquo como por exemplo recursos
naturais ou culturais que requerem cuidados especiacuteficos de preservaccedilatildeo sendo que
contribuem para manter o destino pouco ou nada massificado
Jaacute os cecircntricos e psicocecircntricos uma vez que se focam na utilizaccedilatildeo de
infraestruturas e equipamentos turiacutesticos natildeo satildeo um grande contributo para o
desenvolvimento do destino pois despendem quase todo o seu tempo nestes mesmos
equipamentos no entanto podem contribuir para o desenvolvimento destes
empreendimentos de grande escala e aumentar a sua frequecircncia (Id Ibid) Mais tarde
Plog (1972) atraveacutes de um dos seus estudos associou os perfis psicograacuteficos aos destinos
com base no tipo de pessoas que os visitam e concluiu que ldquoa generalidade dos destinos
tem tendecircncia a passar de alocecircntrico a cecircntricordquo (Cunha 2013 109) Poreacutem apesar desta
associaccedilatildeo permitir prever os comportamentos nas viagens natildeo engloba as diferentes
motivaccedilotildees que possam existir pois as pessoas viajam por motivos diversos e podem
existir destinos que consigam dar resposta agraves diversas necessidades dos viajantes
(McIntosh Goeldner e Ritchie 1995 citados por Cunha 2013)
23
34 Experiecircncia turiacutestica
Relativamente aos estudos empiacutericos sobre a experiecircncia turiacutestica que se
comeccedilaram a desenvolver essencialmente no iniacutecio dos anos 60 do seacuteculo passado
existem duas correntes distintas defendidas as modernistas e as poacutes-modernistas sendo
que existe alguma controveacutersia entre diversos autores e sobre a aplicaccedilatildeo destas teorias
(Uriely 2005) De acordo com o mesmo autor alguns desenvolvimentos na
conceptualizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica designados por poacutes-modernistas direcionam-
se cada vez mais para interpretaccedilotildees mais relativas e complementares afastando-se de
abordagens que se focam na verdade absoluta sendo que natildeo significa que as teorias poacutes-
modernistas tenham substituiacutedo por completo as modernistas na atualidade
Neste contexto as linhas poacutes-modernistas seguem abordagens de desconstruccedilatildeo
subjetividade ceticismo intertextualidade e relativismo (Bauman 1987 1992 Denzin
1991 Flax 1990 Frazer 1989 Hollinshead 2002 Ryan 2002 Uriely 1997 citados por
Uriely 2005) muito associadas ao desenvolvimento cultural por oposiccedilatildeo agraves modernistas
que se focam no empirismo e em abordagens generalistas e universais aplicadas ao
turismo Enquanto os autores poacutes-modernistas se opotildeem aos modernistas pelos motivos
acima referidos o oposto tambeacutem ocorre na medida em que os autores modernistas
consideram os ideais poacutes-modernistas insuficientes para estruturar o conhecimento ao
niacutevel das ciecircncias sociais (Antonio 1991 Gitlin 1989 citados por Uriely 2005) jaacute que
segundo os mesmos estas abordagens falham em ldquoelaborar e transformar novas direccedilotildees
para a accedilatildeo poliacutetica ou reforma socialrdquo (Best 1994 citado por Uriely 2005 202)
De forma a melhor compreender o que as teorias poacutes-modernistas defendem
Uriely (2005) descreveu algumas das conceptualizaccedilotildees da experiecircncia turiacutestica que mais
se verificam aplicadas na atualidade sendo que no seu trabalho o autor nunca defende
esta teoria como sendo a mais correta mas sim como uma ferramenta que permite
analisar em comparaccedilatildeo com as teorias modernistas a experiecircncia turiacutestica Por um lado
as teorias modernistas defendem o turismo como uma atividade de diferenciaccedilatildeo da vida
quotidiana na medida em que se trata de inverter temporariamente as situaccedilotildees do dia-a-
dia com o intuito de experienciar coisas novas e diferentes do habitual (Cohen 1979
Smith 1978 citados por Uriely 2005) bem como ldquosuspender o poder de normas e
valores que regem o seu quotidiano e pensar sobre as suas proacuteprias vidas e sociedades de
uma perspetiva diferenterdquo (Turner e Ash 1975 citados por Uriely 2005 203)
24
Por outro lado autores poacutes-modernistas comeccedilaram a defender processos de de-
diferenciaccedilatildeo em oposiccedilatildeo aos ideais modernistas (Lash e Urry 1994 Munt 1994 Urry
1990 citados por Uriely 2005) Neste acircmbito as experiecircncias que no passado soacute
poderiam ser vividas no contexto do turismo cada vez mais comeccedilaram a estar
disponiacuteveis em vaacuterios momentos da vida quotidiana o que significa que ldquomuitas
experiecircncias relacionadas com turistas [tornaram-se] acessiacuteveis sem a necessidade de
viajar para destinos separadosrdquo (Id Ibid 203) Antigamente natildeo existia uma
preocupaccedilatildeo em compreender as diferentes motivaccedilotildees e necessidades dos turistas e as
teorias focavam-se todas na generalizaccedilatildeo dos tipos de experiecircncias e turistas Com todo
o desenvolvimento teoacuterico poacutes-modernista o foco passou a estar nas diferentes
motivaccedilotildees e nos diferentes tipos de turistas que procuram diferentes tipos de
experiecircncias passando a tratar-se de um fenoacutemeno diverso (Id Ibid)
Tambeacutem o papel da subjetividade ganha outra relevacircncia pois se anteriormente a
induacutestria tinha um enorme poder de manipulaccedilatildeo e controle na medida em que a oferta
era providenciada e formada pela mesma para consumidores passivos posteriormente
esta realidade alterou-se e cada vez mais os turistas ldquoconstroem a sua experiecircncia pessoal
juntando fragmentos de diferentes modos ou produtos fornecidos pela induacutestria e
remontam-nos como quiseremrdquo (Uriely et al 2002 Feifer 1985 citados por Uriely
2005 206) O que se verificava era uma uniformizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica como se
apenas de um uacutenico tipo se tratasse sendo que se passou a defender teorias focadas na
pluralizaccedilatildeo da experiecircncia e subjetividade que obrigam a repensar todo o processo de
gestatildeo marketing e planeamento uma vez que surgiram novas tipologias de turistas e
modos de experiecircncias (Id Ibid)
Contudo Uriely (2005) sugere que estas duas teorias (modernistas e poacutes-
modernistas) sejam complementaacuterias uma agrave outra em vez de se invalidarem e
contrastarem mutuamente defendendo que o termo modernista tardio sugerido por
Giddens (1990) e Wang (2000) eacute mais apropriado do que poacutes-modernista Desta forma
eacute essencial compreender algumas bases das teorias mais antigas e complementaacute-las com
as mais recentes tendo em atenccedilatildeo a complexidade e diversidade no turismo
25
Tambeacutem em oposiccedilatildeo agraves tendecircncias de generalizaccedilatildeo e de aplicaccedilatildeo de modelos
universais no turismo Cohen (1979) apresentou uma teoria que defende a multiplicidade
abordagens multilineares e diferentes tipologias Para tal o mesmo autor criou uma
abordagem que distingue cinco tipos de experiecircncias turiacutesticas a recreacional a
diversiva a experiencial a experimental e por uacuteltimo a existencial Estas tipologias
relacionam-se com a proacutepria perceccedilatildeo do turista relativamente agrave sua experiecircncia turiacutestica
e agrave forma como age na sociedade onde estaacute inserido e tambeacutem com o mundo que o rodeia
(Id Ibid) Neste contexto a experiecircncia recreacional encontra-se associada ao escape das
pressotildees do quotidiano sendo que a viagem em si acaba por natildeo ter um grande significado
para o turista
Segundo o mesmo autor este tipo de turista identifica-se mais com a sua cultura
local (pois o seu centro espiritual encontra-se no seu local habitual) do que com as
restantes sendo que natildeo lhes atribui qualquer relevacircncia Por outro lado na experiecircncia
diversiva o centro espiritual do turista natildeo se encontra nem no seu local habitual nem no
exterior logo a viagem que realiza tem como principal motivaccedilatildeo a diversatildeo e o lazer
tratando-se de ldquouma mera fuga do teacutedio e da falta de sentido da existecircncia quotidiana da
rotina para um periacuteodo de feacuterias de esquecimentordquo (Id Ibid 22) Os seguintes tipos de
experiecircncia satildeo os que mais se aproximam agrave conceccedilatildeo do turista enquanto peregrino que
segundo Cohen (1979) mais se aproxima ao que McCannel (1973 1976) apresentou
anteriormente
No modo experiencial o turista tem consciecircncia de que na sua vida quotidiana
estaacute impedido de experienciar a autenticidade entatildeo procura-a nos outros e no exterior
conduzindo-o ao modo seguinte o experimental atraveacutes do qual busca experiecircncias
alternativas e diferentes das que habitualmente pratica assim como diferentes formas de
viver como meio de encontrar um novo sentido para a sua vida pessoal Por fim o modo
existencial trata-se do culminar dos dois modos anteriormente referidos uma vez que o
turista adquire um novo centro espiritual (Cohen 1979) Neste contexto o autor chegou
agrave conclusatildeo que existem quatro tipos de situaccedilotildees turiacutesticas possiacuteveis A primeira trata-se
de situaccedilotildees turiacutesticas autecircnticas nas quais a experiecircncia vivida eacute geralmente realizada
fora de locais tipicamente turiacutesticos tratando-se de situaccedilotildees reais e aceites como
autecircnticas pelo turista
26
De seguida a autenticidade encenada previamente defendida por McCannel
(1973 1976) tratam-se de experiecircncias propositadamente preparadas pelos
estabelecimentos turiacutesticos de forma a simular uma situaccedilatildeo autecircntica sendo que o turista
natildeo tem conhecimento da encenaccedilatildeo criada e por esse motivo acredita que eacute autecircntica
Outra das situaccedilotildees eacute a de negaccedilatildeo de autenticidade e ocorre quando o turista jaacute
experienciou falsos episoacutedios de autenticidade e passa a duvidar da autenticidade das
experiecircncias que vai vivendo mesmo quando natildeo se trata de uma situaccedilatildeo de encenaccedilatildeo
tornando-se por esse motivo mais atento agraves manipulaccedilotildees que possam acontecer
Por fim as situaccedilotildees artificiais satildeo previamente admitidas pelos estabelecimentos
turiacutesticos e o proacuteprio turista estaacute consciente de que se trata de uma encenaccedilatildeo mas aceita
porque se tratam de representaccedilotildees ou reencenaccedilotildees de tradiccedilotildees costumes ou
peculiaridades que tenham sofrido alteraccedilotildees ou que tenham desaparecido tratando-se
portanto de uma forma de os recuperar (Cohen 1979) Esta tipologia apresentada por
este autor permite natildeo soacute classificar os tipos de experiecircncias possiacuteveis mas tambeacutem
prever mudanccedilas que possam ocorrer no comportamento dos turistas e ateacute mesmo nas
situaccedilotildees turiacutesticas Em suma o que se pode concluir relativamente agrave experiecircncia turiacutestica
eacute que esta eacute criada cada vez mais com o proacuteprio turista a desempenhar o papel de
coprodutor num processo de busca pelo bem-estar a pelo hedonismo num contexto de
rede onde diferentes stakeholders atuam em diversas aacutereas e se conectam entre si
(pessoas serviccedilos infraestruturas lugares etc)
Todo este processo interliga natildeo soacute as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas isto
eacute todas as componentes emocionais psicoloacutegicas e sociais mas tambeacutem todo o ambiente
da experiecircncia turiacutestica que poderaacute ser consumido pelos mesmos Desta forma o conceito
de experiecircncia turiacutestica e o comportamento do consumidor fundem-se pois influenciam-
se mutuamente sendo que ldquose podem alterar devido a diversos fatores (hellip) como as
variaccedilotildees comportamentais ([em relaccedilatildeo agrave] expectativa perceccedilatildeo e motivaccedilatildeo)
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (educaccedilatildeo rendimentos) estilo de vida (baacutesico
moderado ou extravagante) e externalidades (clima regulamentos e o meio ambiente)rdquo
(Prebensen et al 2014 14)
27
Assim outra das dimensotildees que ganhou cada vez mais relevacircncia neste acircmbito foi
o conceito de valor e o valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica passando o foco das
pesquisas e trabalhos nesta aacuterea a estar cada vez mais na qualidade de vida e na satisfaccedilatildeo
do turista (Id Ibid) Bjoumlrk (2014) apresentou a hierarquia de valor da experiecircncia
turiacutestica na qual explica que existe uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia turiacutestica e a satisfaccedilatildeo
de vida mediada pelas interaccedilotildees entre a qualidade de vida a felicidade e o bem-estar de
cada pessoa sendo que o valor da experiecircncia eacute ldquoexperienciado antes da compra no
momento da compra no momento da utilizaccedilatildeo e depois da utilizaccedilatildeordquo (Sanchez et al
2006 citado por Bjoumlrk 2014 26)
O que significa que aquando a anaacutelise da experiecircncia turiacutestica eacute necessaacuterio ter em
consideraccedilatildeo o conceito de valor na mesma pois este encontra-se presente em todas as
etapas da experiecircncia e pode influenciar o resultado final da mesma bem como a
perceccedilatildeosatisfaccedilatildeo do turista Todavia Bjoumlrk (2014) considera que ainda existe pouca
investigaccedilatildeo relativamente aos seguintes aspetos de que forma as experiecircncias turiacutesticas
satildeo lembradas pelas pessoas como eacute que as mesmas influenciam o bem-estar a
felicidade a qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo de vida e ainda a dimensatildeo do conceito de
valor de experiecircncia turiacutestica que ainda natildeo apresenta abordagens muito aprofundadas
35 Satisfaccedilatildeo do turista
A satisfaccedilatildeo de um turista encontra-se relacionada com a sua perceccedilatildeo acerca do
que experienciou com os proacuteprios atributos que o destino apresenta e a performance dos
mesmos assim como a qualidade dos serviccedilos prestados (como alojamento transportes
restaurantes atividades etc) Eacute atraveacutes da satisfaccedilatildeo geral da experiecircncia turiacutestica que o
turista vai determinar a sua intenccedilatildeo de regressar ou natildeo ao destino em questatildeo pois ldquoum
dos fatores mais decisivos numa futura visita a um destino pelos turistas eacute a sua satisfaccedilatildeo
em estadias anteriores nesse mesmo destinordquo (Alegre e Garau 2010 52)
Assim a satisfaccedilatildeo bem como a qualidade dos serviccedilos e a intenccedilatildeo
comportamental satildeo os fatores que permitem avaliar as experiecircncias dos visitantes
(Crompton e Love 1995 Baker e Crompton 2000 Tomas et al 2002 Yoon e Uysal
2005 Meng et al 2008 Hutchinson et al 2009 Williams e Soutar 2009 Alegre e
Garau 2010 McMullan e OrsquoNeill 2010 Zabkar et al 2010 citados por Jensen 2010)
28
Contudo este tipo de avaliaccedilotildees pode provocar certos erros de anaacutelise na medida
em que existem fatores que natildeo satildeo considerados como toda a dinacircmica social (Belk
1975 Fournier e Mick 1999 citados por Jensen 2010) fatores emocionais e
psicoloacutegicos a diversidade de expectativas (Boulding et al 1993 Buttle 1996 Fournier
e Mick 1999 citados por Jensen 2010) caracteriacutesticas negativas da experiecircncia no
destino (Alegre e Garau 2010) a possibilidade de ocorrerem surpresas agradaacuteveis para o
consumidor durante a experiecircncia (Oliver 1997 citado por Jensen 2010) e por uacuteltimo os
aspetos holiacutesticos de toda a experiecircncia de serviccedilos (Buttle 1996 Fournier e Mick 1999
Vittersoslash et al 2000 Maunier e Camelis 2013 citados por Jensen 2010)
Neste contexto alguns autores opotildeem-se ao facto de que a satisfaccedilatildeo representa e
indica apenas o sucesso ou insucesso da experiecircncia geral defendendo que a satisfaccedilatildeo eacute
influenciada por diversos fatores (Nowacki 2009 citado por Jensen 2010) que na grande
maioria dos casos satildeo difiacuteceis de controlar quer por parte dos fornecedores de serviccedilos
como tambeacutem dos proacuteprios gestores do destino como satildeo exemplo o clima ou mesmo o
estado de espiacuterito de cada pessoa (Tomas et al 2002 citado por Jensen 2010) Seguindo
este enquadramento a satisfaccedilatildeo ocorre quando se torna possiacutevel dar resposta agraves
necessidades impliacutecitas e expliacutecitas dos turistasvisitantes
Sendo que existem fatores que natildeo satildeo controlaacuteveis cabe aos gestores de destinos
e aos proacuteprios serviccedilos focar-se nas expectativas do consumidor de forma a conseguir
surpreender o mesmo antecipar e preparar eventuais acontecimentos e necessidades com
o intuito de superar positivamente as expectativas iniciais Eacute importante ter em atenccedilatildeo
que a opiniatildeo do consumidor representa um fator decisivo na avaliaccedilatildeo da experiecircncia
turiacutestica pois funciona como um elemento avaliador No entanto como cada pessoa eacute
uacutenica e possui expectativas e necessidades diversas eacute essencial estar preparado para
satisfazer as mesmas atraveacutes de estrateacutegias que cada vez mais se distingam pelos fatores
de diferenciaccedilatildeo valorizaccedilatildeo e inovaccedilatildeo
Contudo a satisfaccedilatildeo ocorre quando as necessidades satildeo cumpridas e desta forma
natildeo se pode desvincular a satisfaccedilatildeo da motivaccedilatildeo (Dunn Ross e Iso-Ahola 1991 Kao
Patterson Scott e Li 2008 Li e Ryan 2015 citados por Pestana et al 2018) Para alguns
autores eacute ldquoa satisfaccedilatildeo que intercede na relaccedilatildeo entre as motivaccedilotildees emoccedilotildees e intenccedilotildees
comportamentais fortalecendo ao mesmo tempo a associaccedilatildeo positiva entre as
motivaccedilotildees push e pullrdquo (Pestana et al 2018 1)
29
Desta forma a satisfaccedilatildeo e a motivaccedilatildeo estatildeo associadas no sentido em que eacute a
motivaccedilatildeo que leva agrave escolha de um destino e agrave criaccedilatildeo de motivos para viajar que por
sua vez criam uma determinada expectativa relativamente ao resultado final da viagem
ou seja agrave satisfaccedilatildeo final (Blanco et al 2003 citado por Botelho 2013) Relativamente
agrave avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo uma das ferramentas mais utilizadas para tal eacute a realizaccedilatildeo de
inqueacuteritos por questionaacuterio aos turistasvisitantes O que alguns autores defendem eacute que
deve existir uma preocupaccedilatildeo na estrutura destes inqueacuteritos dado que tendem a focar
apenas os atributos e aspetos positivos do destino natildeo permitindo conhecer a opiniatildeo dos
inquiridos relativamente a outros aspetos que podem natildeo se encontrar positivos (Alegre
e Garau 2010)
Assim sendo deve-se ter em atenccedilatildeo a dimensatildeo de dualidade da satisfaccedilatildeo
(Crotts e Pan 2007 Crotts et al 2008 Pritchard e Havitz 2006 Tribe e Snaith 1998
Truong 2005 Truong e Foster 2006 citados por Alegre e Garau 2010) o que significa
que os fatores que provocam satisfaccedilatildeo e os que provocam insatisfaccedilatildeo natildeo estatildeo
relacionados (Chan e Baum 2007 citados por Alegre e Garau 2010) A anaacutelise dos
fatores que provocam insatisfaccedilatildeo apresenta um maior impacto na intenccedilatildeo de regressar
do que na satisfaccedilatildeo geral mas natildeo significa que a ocorrecircncia de acontecimentos
negativos durante a experiecircncia turiacutestica determine a satisfaccedilatildeo geral mas pode tornar o
destino menos atrativo e por sua vez diminuir a probabilidade de voltar a visitar (Id Ibid)
Em siacutentese para se obter uma anaacutelise correta da satisfaccedilatildeo do turista eacute necessaacuterio
ter em atenccedilatildeo qual o impacto que tanto os aspetos positivos do destino como os negativos
tecircm no mesmo tendo por base as satisfaccedilotildees pull e push associadas agrave teoria das
motivaccedilotildees para que seja possiacutevel corrigir os aspetos negativos e ateacute mesmo ldquorevelar a
singularidade de um destino e fornecer orientaccedilatildeo para futuras campanhas de marketing
e administraccedilatildeo [sendo que se] pode descobrir uma melhor representaccedilatildeo da verdadeira
experiecircncia de forma a tornar-se uacutetil para os gestores de destino [permitindo] um niacutevel
mais rico de sub-anaacutelise de segmentos de mercadordquo (Crotts e Pan 2007 543)
30
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos
41 Conceito de marketing em destinos
O conceito de marketing de destinos turiacutesticos foi primeiramente definido como
um processo de gestatildeo atraveacutes do qual as empresas turiacutesticas e as DMO conseguem
identificar os seus turistas sejam eles reais ou potenciais comunicar com os mesmos a
fim de compreender as suas necessidades motivaccedilotildees e gostos e criar produtos que se
adaptem a estas mesmas caracteriacutesticas com o principal objetivo de atingir a satisfaccedilatildeo
turiacutestica e cumprir os seus objetivos (Wahab Crampon e Rothfield 1976 citados por
Pike e Page 2014) Contudo no momento de descrever o conceito de marketing satildeo
vaacuterias as definiccedilotildees que surgem pois trata-se de um termo bastante abrangente que natildeo
envolve apenas a publicidade ou a promoccedilatildeo de produtos como muitas vezes eacute
erroneamente definido
Segundo a OMT o marketing surge como uma ferramenta de gestatildeo que tendo
por base a procura turiacutestica ldquotorna possiacutevel atraveacutes da investigaccedilatildeo previsatildeo e seleccedilatildeo
colocar os produtos turiacutesticos no mercado em consonacircncia com o propoacutesito da
organizaccedilatildeo com o objetivo de alcanccedilar o maior benefiacuteciordquo (Coltman 1989 11) Na
perspetiva de Coltman (1989) o marketing turiacutestico trata-se de uma atividade que
estabelece objetivos e metas a cumprir que vatildeo ao encontro daquilo que satildeo as proacuteprias
intenccedilotildees natildeo soacute das empresas e dos fornecedores mas tambeacutem dos turistas tratando-se
de um sistema que se desenvolve atraveacutes de processos que requerem investigaccedilatildeo
pesquisa de mercado e planeamento de modo a que se permita criar estrateacutegias que vatildeo
ao encontro das necessidades dos consumidores e ao mesmo tempo contribuam para o
bom funcionamento do destino turiacutestico
Seguindo a abordagem de sistemas o marketing turiacutestico funciona como uma
operaccedilatildeo onde diferentes atividades se encontram interrelacionadas e cooperam entre si
sendo que esta abordagem ldquopermite a uma organizaccedilatildeo expandir a sua penetraccedilatildeo no
mercado e lidar com ecircxito com a concorrecircnciardquo (Id Ibid) Atraveacutes do conhecimento sobre
as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas os marketeers conseguem proceder agrave criaccedilatildeo
de uma oferta que para aleacutem de ir ao encontro destas mesmas necessidades permite
tambeacutem atribuir valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica sendo que deve tratar-se de
algo que a concorrecircncia natildeo disponha na sua oferta (Marques 2005 citado por Peres e
Rita 2017)
31
No que diz respeito ao marketing de destinos turiacutesticos tratando-se o turismo de
uma aacuterea onde diferentes atores interagem e diferentes interesses convergem este
representa ldquoo ponto nevraacutelgico do marketing turiacutestico uma vez que eacute o destino que
concentra e suporta todos os diferentes interesses envolvidos na atividade turiacutesticardquo
(Seaton 1996 citado por por Peres e Rita 2017 173) Desta forma no processo de
planeamento e gestatildeo de um destino turiacutestico o marketing desempenha funccedilotildees como
procurar respostas e conhecimentos para perceber quem satildeo os visitantes do destino de
que serviccedilos necessitam e quais satildeo as suas expectativas para toda a sua experiecircncia de
viagem (Seaton 1996)
Poreacutem ainda que as entidades e empresas se organizem no sentido de conceber as
suas estrateacutegias de accedilatildeo e delinearem todos os seus objetivos atraveacutes dos processos de
planeamento existem fatores externos que influenciam o sucesso das accedilotildees de marketing
afetando o seu desempenho dado que muitas vezes se encontram fora do controlo das
proacuteprias empresas e organizaccedilotildees como satildeo exemplos a procura a concorrecircncia fatores
legais e poliacuteticos etc (Coltman 1989) Segundo este mesmo autor a eficaacutecia do
marketing eacute alcanccedilada dependendo da capacidade de inovaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo das empresas
aos fatores externos prevendo o comportamento destes elementos de forma a perceber
como podem ser controlados ou evitados apostando nos fatores internos que por
oposiccedilatildeo satildeo controlaacuteveis (como eacute o caso dos recursos financeiros e humanos)
No caso dos destinos turiacutesticos o marketing eacute de extrema importacircncia pois uma
vez bem aplicado eacute uma das ferramentas que possui maior capacidade de atraccedilatildeo de
visitantes e que mais contribui para o desenvolvimento do destino No entanto no turismo
deve-se aplicar o marketing estrateacutegico que permite fazer uma gestatildeo do proacuteprio mercado
acompanhar as tendecircncias do mesmo perceber como este funciona assim como o que
existe estabelecendo um ponto de equiliacutebrio entre a oferta e a procura Neste sentido
para aleacutem de funcionar como uma estrateacutegia de atraccedilatildeo ldquoo marketing turiacutestico deve ser
utilizado como uma estrateacutegia de direccedilatildeo entre o planeamento e a gestatildeo do destino e dos
produtos de forma a conciliar os objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica
(hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 174)
32
Deste modo o marketing turiacutestico nos destinos deve seguir uma abordagem
holiacutestica na medida em que o impacto das suas estrateacutegias vai atingir natildeo soacute a oferta e a
procura assim como todo o ambiente externo ao destino mas tambeacutem toda a envolvente
interna associada agraves comunidades locais do destino em questatildeo Esta dimensatildeo eacute de
extrema relevacircncia pois estaacute associada agrave sustentabilidade do destino e segundo Seaton ldquoo
marketing turiacutestico responsaacutevel deve e seraacute cada vez mais obrigado a ter em conta as
necessidades das populaccedilotildees de acolhimento se natildeo for para produzir efeitos ambientais
e socioculturais negativosrdquo (1996 5)
Outro aspeto relevante no que concerne esta temaacutetica eacute o facto de existir uma
constante competiccedilatildeo entre os diversos destinos turiacutesticos no mundo O papel do
marketing no posicionamento competitivo dos destinos eacute relevante pois influencia
diretamente a escolha do visitanteturista De acordo com Kozak e Andreu (2006) a
escolha de um destino por parte do turista depende da consciecircncia e conhecimento do
mesmo acerca do destino (que surge por recomendaccedilatildeo de familiares e amigos
convicccedilotildees pessoais ou atraveacutes das campanhas de publicidade) sendo que tem agrave sua
disposiccedilatildeo um leque variado de opccedilotildees e desta forma no momento em que elege um
destino para visitar todos os restantes perdem a oportunidade de serem escolhidos
Neste contexto cabe tambeacutem ao marketing analisar a concorrecircncia de forma a
compreender quais as eventuais oportunidades ou ameaccedilas que podem surgir no mercado
de forma a que seja possiacutevel para o destino ldquocompetir e obter uma primazia saudaacutevel em
relaccedilatildeo a outros destinos concorrentesrdquo (Peres e Rita 2017 174) Neste acircmbito a
competitividade entre os destinos deve existir de forma positiva e incluir ldquoa
sustentabilidade dos recursos locais de forma a assegurar a manutenccedilatildeo do sucesso a
longo prazo bem como obter retornos equitativos dos recursos utilizados para satisfazer
todos os stakeholdersrdquo (Buhalis 2000 106) Compete agraves DMO e empresas de turismo
de cada destino planear e colocar em praacutetica as accedilotildees de propaganda tendo em conta as
limitaccedilotildees e necessidades de cada destino assim como a dinacircmica do mercado de forma
a gerar satisfaccedilatildeo entre os turistasvisitantes e os proacuteprios anfitriotildees (Buhalis 2000)
Segundo este mesmo autor a gestatildeo de um destino turiacutestico eacute dos processos mais
complexos de se realizar uma vez que engloba diversos atores e interesses que facilmente
entram em conflito entre si sendo que ldquoum compromisso que abranja todos esses
interesses eacute extremamente difiacutecil se natildeo impossiacutevel mas eacute fundamental para o sucesso a
longo prazordquo (Id Ibid 99)
33
Para que seja possiacutevel atingir o sucesso devem ser seguidas as diferentes fases
que datildeo origem ao marketing de destinos sendo elas a anaacutelise do mercado atraveacutes da
observaccedilatildeo da oferta e da procura turiacutesticas o planeamento e desenvolvimento de
produtos turiacutesticos adequados o fornecimento de informaccedilatildeo atraveacutes da promoccedilatildeo e
campanhas de publicidade a difusatildeo dos diferentes canais de distribuiccedilatildeo que se
encontram disponiacuteveis e o preccedilo final (Buhalis 2000 citado por Peres e Rita 2017) Uma
vez estabelecidas todas as fases a cooperaccedilatildeo entre os diferentes fornecedores e entidades
torna-se crucial para atrair novos visitantes e incentivar agrave repeticcedilatildeo da visita ao mesmo
tempo que enquanto cooperam entre si contribuem para a qualidade e diferenciaccedilatildeo da
oferta evitando a exploraccedilatildeo excessiva dos recursos existentes (Buhalis 2000)
No entanto com todas as mudanccedilas no paradigma atual e para que um destino
consiga ser atrativo e reconhecido pelos visitantes eacute cada vez mais importante ter em
atenccedilatildeo trecircs fatores que influenciam o impacto do marketing na atualidade sendo eles a
globalizaccedilatildeo os avanccedilos tecnoloacutegicos e a desregulamentaccedilatildeo (Kotler 2000) Desta
forma segundo Buhalis ldquoo marketing inovador liderado pela pesquisa e pela utilizaccedilatildeo
de novas tecnologias seraacute a uacutenica maneira de gerir e comercializar destinos competitivos
no futuro para o benefiacutecio dos seus stakeholdersrdquo (2000 114)
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos
A caracterizaccedilatildeo da oferta e procura num destino turiacutestico insere-se na anaacutelise do
mercado tratando-se de um processo de relevacircncia para o marketing do mesmo Eacute graccedilas
a estes dados que se torna possiacutevel fazer um levantamento dos recursos e criar produtos
turiacutesticos que vatildeo ao encontro natildeo soacute das necessidades exigecircncias e preferecircncias dos
turistasvisitantes do destino como tambeacutem da populaccedilatildeo local permitindo ao mesmo
tempo apurar mercados potenciais ou emergentes e adequar as estrateacutegias de marketing e
planeamento aos mesmos Contudo como foi referido previamente na atualidade o
turista estaacute cada vez mais exposto a um conjunto diversificado de informaccedilatildeo e por sua
vez de oferta o que faz com que se torne mais exigente e experiente criando ldquonovos
constrangimentos que resultam em larga medida de novos comportamentos e
necessidades da procura (hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 175) Neste sentido a experiecircncia
turiacutestica destes intervenientes torna-se mais complexa sendo necessaacuterio proceder a uma
anaacutelise e compreensatildeo da mesma tendo por base ambas as perspetivas da oferta e da
procura (Walls et al 2011 citado por Peres e Rita 2017)
34
Esta anaacutelise e compreensatildeo da experiecircncia turiacutestica encontra-se interligada com o
comportamento do consumidor pois eacute este estudo que vai permitir perceber quais os
desejos necessidades e motivaccedilotildees dos turistas no momento de escolherem o que vatildeo
consumir na sua experiecircncia Eacute neste acircmbito que surge a segmentaccedilatildeo do mercado que
consiste em dividir o mercado de acordo com as diferentes motivaccedilotildees para conseguir
perceber o que os turistas procuram e gostam para que seja possiacutevel adaptar o produto da
melhor forma a cada mercado alvo
Este processo de segmentaccedilatildeo pode ser definido segundo dois criteacuterios a
nacionalidade e as motivaccedilotildees A primeira para se saber de onde vecircm e qual a razatildeo da
visita ao destino em questatildeo e a segunda para apurar se as motivaccedilotildees se alteram ou natildeo
ao longo do ano com o objetivo de perceber se existem outros perfis de turistas e fazer
comparaccedilotildees permitindo ao mesmo tempo reconhecer e medir oportunidades de
mercado Eacute esta segmentaccedilatildeo que vai permitir ldquoum maior ajustamento da oferta agrave procura
e consequentemente [contribuir] para o desenvolvimento de estrateacutegias de marketing
mais orientadas para as caracteriacutesticas desses grupos [originando] uma melhor aplicaccedilatildeo
de todos os recursos e accedilotildees sobre o mercadordquo (Donilcar 2008 citado por Peres e Rita
2017 175)
Atraveacutes do conhecimento dos recursos que o destino tem para oferecer a forma
como os mesmos estatildeo organizados assim como o comportamento da procura por estes
mesmos recursos permite ao marketing de destinos desenvolver estrateacutegias que se
complementam entre si e que aumentam a capacidade atrativa do destino facilitando a
fidelidade do turistavisitante assim como a sua intenccedilatildeo de regressar (Id Ibid) No
entanto eacute essencial compreender a complexidade da procura turiacutestica e o caraacuteter riacutegido
da oferta Neste acircmbito o marketing de destinos trabalha com serviccedilos e produtos e
enquanto estes uacuteltimos satildeo objetos fiacutesicos os serviccedilos possuem caracteriacutesticas que
determinam todo o planeamento estrateacutegico referente ao marketing e a definiccedilatildeo de
objetivos
Sendo a procura turiacutestica caracterizada pelo consumo de bens e serviccedilos criados
por empresas e entidades turiacutesticas esta natildeo se resume apenas a este tipo de consumo
Existem outras organizaccedilotildees que apresentam bens e serviccedilos que natildeo satildeo destinadas ao
turismo mas sim agrave populaccedilatildeo local poreacutem estes natildeo deixam de formar parte da procura
turiacutestica do destino (Cunha 2013)
35
Tambeacutem a oferta turiacutestica possuiacute caracteriacutesticas que a tornam riacutegida devido ao seu
caraacuteter endoacutegeno e imoacutevel tais como os atributos que funcionam como fatores de
atratividade nos destinos satildeo intriacutensecos aos mesmos e natildeo podem ser movimentados para
outros locais a perecibilidade e inseparabilidade da oferta uma vez que a produccedilatildeo e o
consumo ocorrem em simultacircneo sendo necessaacuteria a presenccedila do cliente para que ocorra
a prestaccedilatildeo do serviccedilo e por ser impossiacutevel armazenar stocks de forma a serem vendidos
posteriormente por uacuteltimo o seu caraacuteter intangiacutevel natildeo permite do ao visitanteturista
experimentar ou observar o produtoserviccedilo antes da aquisiccedilatildeo sendo que soacute o pode fazer
apenas quando se daacute o ato de consumo (Id Ibid)
Uma conjugaccedilatildeo equilibrada entre a gestatildeo da oferta e da procura turiacutesticas
influencia a satisfaccedilatildeo do turistavisitante do destino Uma vez que esta satisfaccedilatildeo
depende da qualidade da oferta e de tudo daquilo que o consumidor vai encontrar no
destino requer-se uma visatildeo holiacutestica acerca do mesmo tendo em conta as ldquoqualidades
ambientais acessibilidades limpeza e higiene traacutefego rodoviaacuterio qualidade urbaniacutestica
espaccedilos verdes [a proacutepria qualidade dos recursos humanos] etcrdquo (Id Ibid 179)
43 Comportamento do Consumidor
A anaacutelise do comportamento do consumidor parte integrante e essencial para a
eficiecircncia do marketing estrateacutegico eacute utilizada sobretudo para se compreender os padrotildees
de consumo Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber como eacute que os consumidores
tomam as suas decisotildees permitindo intervir junto dos mesmos e persuadi-los assim como
conceber e inovar produtos de acordo com o que satildeo as suas necessidades Segundo
Swarbrook e Horner (2007) o comportamento do consumidor em turismo define-se pelo
estudo que tenta responder agrave questatildeo de porque eacute que as pessoas compram o produto que
compram e como tomam a sua decisatildeo
Contudo esta pesquisa caracteriza-se por ser bastante complexa uma vez que as
decisotildees tomadas pelo consumidor-turista estatildeo interligadas com a sua componente
emocional e tambeacutem porque durante o processo de tomada de decisatildeo estaacute exposto a um
elevado nuacutemero de fatores e determinantes que influenciam o seu comportamento e que
dificultam a perceccedilatildeo de como eacute que afetam o consumidor (Id Ibid) Esta componente
emocional acompanha o consumidor desde o iniacutecio do processo de decisatildeo ateacute ao fim
36
No iniacutecio existem expectativas e receios pois o consumidor ainda natildeo sabe como
vai ser a sua experiecircncia e ainda natildeo usufruiu do que pagou No fim as suas expectativas
podem ser ou natildeo superadas assim como os receios que podem ou natildeo ocorrer o que
significa que a anaacutelise do comportamento do consumidor-turista eacute bastante complexa
devido agrave componente emocional e psicoloacutegica de cada consumidor e agrave intangibilidade dos
serviccedilosprodutos desta atividade
Geralmente o processo de decisatildeo desenvolve-se por trecircs etapas a preacute-
decisatildeocompra a decisatildeo e o poacutes-compra sendo que existem modelos que apresentam
ateacute cinco fases distintas uma vez que estas podem-se adaptar a diferentes aacutereas e natildeo
somente ao turismo Poreacutem existem diversos modelos de comportamento do consumidor
que podem ser adaptados ao caso concreto do turismo como eacute o caso do de Howard e
Sheth (1969) um dos modelos mais citados e que se pode observar na figura 3 Este
modelo ldquodestaca a importacircncia dos inputs no processo de compra do consumidor e sugere
maneiras pelas quais o consumidor ordena esses mesmos inputs antes de tomar uma
decisatildeo finalrdquo (Swarbrook e Horner 2007 42)
Figura 3 - - Modelo de Howard e Sheth (1969) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
37
Outros autores como Wahab Crampton e Rothfield (1976) e Mathieson e Wall
(1982) (citados por Swarbrook e Horner 2007) sugeriram outros modelos lineares do
processo de tomada de decisatildeo do consumidor-turista que podem ser observados nas
figuras 4 e 5
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall (1982) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor de Wahab Crampton e Rothfield (1976)
(Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Todos estes autores apresentam nos seus modelos diferentes definiccedilotildees para cada
fase do processo mas todos eles satildeo coincidentes em diversos aspetos ao facto do
momento da compra ocorrer sempre apoacutes a tomada de decisatildeo do consumidor ser alvo
de fatores que o influenciam na sua decisatildeo (sejam internos ou externos) de existirem
diversas alternativas que dependem sempre da decisatildeo do consumidor optar por uma e
por fim que a escolha destas alternativas sofre uma avaliaccedilatildeo por parte do consumidor
que decorre da sua procura por fontes de informaccedilatildeo internas e externas (Woodside e
Lysonski 1989 Engel Blackwell e Miniard 1995 Gremler e Brown 1996 Beerli e
Martin 2004 Swarbrook e Horner 2007)
Existem poreacutem autores como Pizam e Mansfeld (1999) que criticam estes
modelos no sentido em que natildeo satildeo preditivos por se basearem em estereoacutetipos e
generalizaccedilotildees Estes autores ainda afirmam que o processo de decisatildeo varia
significativamente entre os diferentes grupos de turistas e que os modelos existentes
ignoram os consumidores com falta de motivaccedilatildeo assim como os constrangimentos
associados que satildeo vistos como uma falha significante no que diz respeito agrave investigaccedilatildeo
do comportamento do consumidor (Id Ibid 29) Seguindo esta linha de pensamento
segundo o modelo de Gunn (citado por Gacircndara 2008) relativo ao comportamento do
turista existem diversas fases pelas quais o mesmo passa no momento em que decide
visitar um novo destino
38
Formam parte destas fases a acumulaccedilatildeo de imagens mentais sobre experiecircncias
de feacuterias anteriores a modificaccedilatildeo destas imagens graccedilas ao acesso a mais informaccedilatildeo a
decisatildeo de ir para feacuterias a viagem propriamente dita ao destino em questatildeo a participaccedilatildeo
no destino a viagem de regresso e por uacuteltimo gera-se uma nova acumulaccedilatildeo de imagens
obtidas e baseadas na experiecircncia vivida Torna-se portanto essencial compreender o
comportamento do consumidor assim como as suas perceccedilotildees acerca do destino Satildeo
estas caracteriacutesticas que permitem definir quais os turistas mais adequados para cada
destino para que se tornem fidelizados ao mesmo e tambeacutem perceber que alteraccedilotildees satildeo
necessaacuterias para que o destino se adapte agraves necessidades dos turistasvisitantes de forma
a ficarem satisfeitos com a experiecircncia (Id Ibid)
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos
A comunicaccedilatildeo relaciona-se com o turismo na medida em que os
turistasvisitantes enquanto seres sociais procuram interagir com a sociedade onde
vivem e sem a comunicaccedilatildeo esta interaccedilatildeo seria impossiacutevel pois ldquoa comunicaccedilatildeo eacute uma
necessidade inerente de qualquer ser humanordquo (Trigueiro 2001 citado por Marujo 2008
27) Eacute graccedilas agrave comunicaccedilatildeo que se torna possiacutevel dar a conhecer um destino e todas as
suas caracteriacutesticas bem como as informaccedilotildees essenciais na escolha de um local a visitar
Logo eacute a comunicaccedilatildeo que influencia os comportamentos das pessoas sendo que ldquopode
servir para comandar para condicionar para persuadir ou para motivar ndash ou seja para
levar algueacutem a fazer (ou abster-se de fazer) algordquo (Castro 2002 citado por Marujo 2008
27)
Desta forma a comunicaccedilatildeo encontra-se presente em todas as etapas do processo
de decisatildeo do turistavisitante aquando este decide visitar um destino especiacutefico sendo
que a mesma ldquodeve ter a capacidade de provocar o sentimento de envolvimento com o
destino antes durante e apoacutes a experiecircnciardquo (Peres e Rita 2017 175) No momento de
atrair visitantesturistas a um destino eacute a comunicaccedilatildeo que vai ao encontro daquilo que
satildeo as motivaccedilotildees desejos e emoccedilotildees das pessoas e faz com que as estrateacutegias de
transmissatildeo de informaccedilatildeo sejam eficazes ao ponto de as cativarem (Id Ibid) Poreacutem
cada vez mais os turistas satildeo mais exigentes e experientes e por esse motivo procuram
experiecircncias diferenciadoras passando o foco a estar na criatividade das estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo
39
Uma vez que em turismo falamos de bens e serviccedilos intangiacuteveis esta caracteriacutestica
pode dificultar as interaccedilotildees comunicacionais assim como a compreensatildeo dos mesmos
Daiacute a importacircncia da informaccedilatildeo e a forma como a mesma eacute apresentada pois deve ser o
mais expliacutecita possiacutevel de forma a tornar estes mesmos serviccedilos tangiacuteveis Desta forma
a informaccedilatildeo turiacutestica trata-se de uma das ferramentas mais valorizadas tanto pelos
profissionais da aacuterea como pelos consumidores Eacute atraveacutes da informaccedilatildeo que o
consumidor toma a sua decisatildeo e as entidades se inovam e criam condiccedilotildees para responder
agraves exigecircncias do mercado sendo que ldquoa informaccedilatildeo precisa e correta apropriada agraves
necessidades do consumidor eacute muitas vezes a chave para a satisfaccedilatildeo dos consumidoresrdquo
(Cooper et al 2001 citado por Marujo 2008 52)
No entanto todos estes aspetos dependem da qualidade dos serviccedilos prestados e
da experiecircncia global e uma vez que a interaccedilatildeo complexa das diversas componentes do
turismo pode pocircr em causa a qualidade cabe aos gestores de destinos tornar o destino
harmonioso entre todas as componentes ligadas ao turismo e tambeacutem as que natildeo estatildeo
diretamente ligadas ao mesmo de forma a minimizar ao maacuteximo as experiecircncias mais
negativas Poreacutem geralmente existe alguma dificuldade por parte dos visitantesturistas
em segmentar a sua opiniatildeo em relaccedilatildeo agrave qualidade da experiecircncia global da qual
usufruiu sendo que frequentemente os aspetos negativos sobressaem em relaccedilatildeo aos
positivos e satildeo estas opiniotildees que vatildeo definir o regresso ou natildeo da pessoa bem como as
recomendaccedilotildees a potenciais turistas
Daiacute que esta ferramenta seja importante para a comunicaccedilatildeo do destino pois se a
qualidade da oferta for elevada e a experiecircncia turiacutestica satisfatoacuteria ldquopara aleacutem de
despertar o interesse de outras pessoas para os serviccedilos oferecidos pela organizaccedilatildeo
poderaacute regressar mais tarde e continuar a utilizar os serviccedilos de uma forma contiacutenuardquo
(Marujo 2008 32) Eacute neste acircmbito que os destinos devem apostar na criaccedilatildeo de imagens
de marca associadas agrave oferta turiacutestica existente e que transmitam experiecircncias autecircnticas
e uacutenicas com elevados padrotildees de qualidade que vatildeo ao encontro das expectativas do
turistavisitante e que contribua para a satisfaccedilatildeo do mesmo Assim a criaccedilatildeo desta
imagem de marca ldquocumpriraacute mais facilmente os dois objetivos centrais do marketing
aplicado aos destinos turiacutesticos a diferenciaccedilatildeo e a sustentabilidaderdquo (Peres e Rita 2017
176)
40
Em suma o principal objetivo do processo de comunicaccedilatildeo em turismo passa por
fazer perdurar uma boa imagem do destino ou melhorar a mesma atrair novos visitantes
e ao mesmo tempo criar as condiccedilotildees para que regressem no futuro fornecer informaccedilatildeo
clara e expliacutecita acerca da oferta existente fomentar a coordenaccedilatildeo entre os diferentes
stakeholders e os seus esforccedilos e por uacuteltimo corrigir possiacuteveis erros ou distorccedilotildees (Heath
e Wall 1991 citados por Marujo 2008) A comunicaccedilatildeo em turismo ldquonatildeo se resume
portanto agrave promoccedilatildeo de um destino engloba tambeacutem os processos de seduccedilatildeo de um
turista as trocas culturais e rituais entre visitante e anfitriatildeo as narrativas turiacutesticas sobre
as quais se constroem as identidades das gentes lugares e marcasrdquo (Wichels 2013 478)
Eacute atraveacutes da comunicaccedilatildeo que se consegue interferir na imagem que os
turistasvisitantes tecircm acerca de um destino sendo que segundo Gacircndara (2008) apesar
de geralmente se verificar apenas a intervenccedilatildeo no momento da promoccedilatildeo e distribuiccedilatildeo
torna-se cada vez mais importante atuar tambeacutem no momento de produccedilatildeo onde se
desenvolve a qualidade do destino para que a proacutepria comunidade local se torne parte
integrante do processo e ao mesmo tempo beneficie desta atividade
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos
Tendo em consideraccedilatildeo que o mercado atual do turismo eacute cada vez mais
heterogeacuteneo e segue tendecircncias cada vez mais diversificadas que anteriormente natildeo se
verificavam cabe aos diferentes meios de comunicaccedilatildeo dos destinos aplicar diferentes
estrateacutegias que comuniquem e distribuam as suas ofertas de forma eficaz Satildeo vaacuterias as
fontes de informaccedilatildeo que o turistavisitante pode encontrar sobre um destino ou um
serviccediloproduto como por exemplo brochuras guias de viagem postos de informaccedilatildeo
turiacutestica jornais revistas televisatildeo empresas de turismo locais etc
Eacute tambeacutem atraveacutes da comunicaccedilatildeo que um destino estabelece o seu
posicionamento no mercado Para tal no que diz respeito aos destinos turiacutesticos existem
algumas estrateacutegias que se podem seguir a diferenciaccedilatildeo (apresentaccedilatildeo de novas
atraccedilotildees encontrar fatores diferenciadores relativamente agrave concorrecircncia) a diversificaccedilatildeo
dos mercadosprodutos (de forma a ajustar-se a diferentes mercados para atrair diferentes
tipos de turistas) e por uacuteltimo a aposta nos nichos de mercado (segmentos mais pequenos
do que o usual mas mais rentaacuteveis)
41
Mas o que se verifica cada vez mais eacute que esta divulgaccedilatildeo eacute feita atraveacutes de
plataformas online ldquoque desempenham um papel decisivo para aleacutem da sua reconhecida
relevacircncia nos aspetos informativos emocionais e de criaccedilatildeo de imagemrdquo (Peres e Rita
2017 176) Com todos os avanccedilos tecnoloacutegicos das uacuteltimas deacutecadas as estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo passam cada vez mais a ser aplicadas atraveacutes do auxiacutelio da internet nos
formatos digitais Desta forma a informaccedilatildeo online passa a ser global transmitida
essencialmente atraveacutes de websites e redes sociais permitindo ao consumidor conhecer
melhor o destino que quer visitar comparar em tempo real as condiccedilotildees e todos os aspetos
referentes agrave experiecircncia que pretende adquirir e ateacute reservarcomprar o seu
serviccediloproduto de forma raacutepida e simples
Ao mesmo tempo as empresas obtecircm uma ferramenta que lhes permite vender o
seu destino com maior detalhe atraveacutes do recurso a diversas formas de comunicaccedilatildeo
(sejam imagens textos viacutedeos etc) aproximando-se do consumidor e das marcas com
as quais poderaacute criar parcerias (Marujo 2008) A internet transformou-se assim numa
ldquodas principais ferramentas de distribuiccedilatildeo direta para todos os tipos de serviccedilos
turiacutesticosrdquo (Bairros e Cerreta 2009 citados por Cardoso 2012 25) Eacute essencialmente
atraveacutes do marketing digital que as entidades promotoras de destinos turiacutesticos cada vez
mais investem nas suas campanhas promocionais e estrateacutegias de comunicaccedilatildeo Segundo
Miranda (2010) a internet eacute utilizada em turismo como ferramenta estrateacutegica de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo que pode ser observada em trecircs niacuteveis
distintos o experimental o taacutetico-operacional e por fim o estrateacutegico No primeiro niacutevel
as empresas turiacutesticas utilizam a internet como meio de divulgaccedilatildeo dos seus produtos e
serviccedilos
Contudo segundo o mesmo autor muitas destas organizaccedilotildees desperdiccedilam as
potencialidades da internet uma vez que se limitam a apresentar apenas informaccedilatildeo baacutesica
acerca da sua oferta atraveacutes dos seus sites oficiais deixando muitas vezes a mesma
desatualizada e sem recorrerem a ferramentas dinacircmicas e apelativas como o som
imagens viacutedeos etc Jaacute no segundo niacutevel eacute onde ocorrem as operaccedilotildees de E-commerce
as designadas operaccedilotildees comerciais atraveacutes das quais a empresa permite ao consumidor
efetuar a compra do produtoserviccedilo online Este niacutevel pode ser verificado por exemplo
ldquoem sites de hoteacuteis que oferecem reservas online (hellip) [mas] muitas vezes este processo
de reserva [daacute-se] de forma natildeo segura o que natildeo incentiva muitos usuaacuterios a se utilizar
deste recursordquo (Miranda 2010 5)
42
Por fim o uacuteltimo niacutevel exige um planeamento estrateacutegico por parte das
organizaccedilotildees na medida em que o foco eacute o desenvolvimento do E-business sendo que as
empresas planeiam e aplicam estrateacutegias de atuaccedilatildeo no mercado de forma a
desenvolverem os seus meios de comunicaccedilatildeo online atraiacuterem a atenccedilatildeo dos seus
consumidores e melhorar a relaccedilatildeo com os mesmos com o intuito de os fidelizar No
entanto natildeo eacute somente a informaccedilatildeo fornecida que tem impacto nos turistas que procuram
visitar um novo destino eacute tambeacutem o passa-a-palavra atraveacutes de amigos familiares
conhecidos
Esta forma de divulgaccedilatildeo ldquoeacute confiaacutevel pois eacute transmitida por liacutederes de opiniatildeo
familiares amigos especialistas e assim acaba tornando-se uma importante e poderosa
forma de comunicaccedilatildeo (hellip) propagadora da mensagem ou da notiacutecia das suas
experiecircncias boas ou maacutesrdquo (Tineu 2001 citado por Marujo 2008 31) Desta forma cada
vez mais os turistas recorrem agraves opiniotildees de pessoas que conhecem e em quem confiam
o que pode provocar tanto situaccedilotildees positivas como negativas dependendo da experiecircncia
dessas mesmas pessoas Por norma se um turistavisitante ficar satisfeito com a sua
experiecircncia turiacutestica vai certamente influenciar positivamente potenciais turistas mas
caso ocorra o oposto e natildeo exista satisfaccedilatildeo a mensagem transmitida seraacute negativa (Id
Ibid)
As novas tecnologias de informaccedilatildeo vieram revolucionar a forma como a
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutesticas satildeo realizadas permitindo aumentar as vantagens
competitivas e reduzir custos Surgiu assim a necessidade de implementar novos modelos
de negoacutecio ldquopois os consumidores deixam de ser alvos passivos passando-se do mass
marketing para o marketing individualizado os preccedilos deixam de ser fixos e passam em
muitos casos a ser definidos de forma dinacircmica e vai-se ultrapassando a tradicional
assimetria da informaccedilatildeordquo (Peres e Rita 2017 177) Poreacutem apesar da internet permitir
comunicar com os consumidores neste caso turistas ou visitantes de forma mais raacutepida
simples e econoacutemica natildeo deve ser um ldquosubstituto para outras actividades promocionais
mas sim como um complemento das existentes o que oferece aos consumidores uma
maior possibilidade de escolha e mais uma maneira de fazer reservasrdquo (Brigs 1997 citado
por Marujo 2008b 31)
43
Neste sentido cabe agraves entidades e organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticos
ldquoaplicar estrateacutegias nos canais de comunicaccedilatildeo tradicionais (jornais televisatildeo etc) para
fornecer uma informaccedilatildeo adequada agraves necessidades dos turistas e investir nos novos
canais de comunicaccedilatildeo (internet quiosques multimeacutedia etc) para alcanccedilar de uma forma
mais eficaz potenciais consumidoresrdquo (Marujo 2008a 57) Torna-se portanto cada vez
mais imprescindiacutevel implementar boas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo que transmitam
informaccedilatildeo crediacutevel detalhada e real sobre a oferta existente assim como apostar na
diferenciaccedilatildeo e criatividade para que o consumidor natildeo se sinta defraudado relativamente
agraves expectativas que tinha acerca do destino
Em suma a preocupaccedilatildeo em transmitir atraveacutes das estrateacutegias de comunicaccedilatildeo
uma imagem positiva de qualidade e oferta de multiplicidade de experiecircncias diversas e
uacutenicas ao consumidor eacute essencial e deve ser permanente no sentido em que se deve
assegurar em todas as fases do processo de comunicaccedilatildeo do destino pois ldquotanto a
qualidade do produtodestino como a comunicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do mesmo satildeo aspetos
que tratados de maneira pouco profissional seguramente traratildeo cedo ou tarde resultados
indesejadosrdquo (Gacircndara 2008 20)
44
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio
Almada estaacute sediada no distrito de Setuacutebal e pertence agrave aacuterea metropolitana de
Lisboa (AML) sendo que no seu conjunto estatildeo englobadas 11 freguesias que se podem
observar na figura 6 sendo elas Almada Cova da Piedade Pragal Cacilhas Caparica e
Trafaria Charneca de Caparica e Sobreda Costa da Caparica Laranjeiro e Feijoacute Tem
como fronteiras o rio Tejo e Lisboa a norte Seixal a leste Sesimbra a sul e o Oceano
Atlacircntico a oeste sendo que o concelho abrange no total uma aacuterea de 71Km2
encontrando-se a 4km de Lisboa e 15km do Aeroporto Humberto Delgado (Cacircmara
Municipal de Almada - CMA sd)
Em termos geograacuteficos este concelho eacute constituiacutedo por caracteriacutesticas fiacutesicas e
paisagiacutesticas ricas e variadas onde se podem encontrar tanto espaccedilos verdes e reservas
naturais como eacute exemplo a Arriba Foacutessil da Costa de Caparica ou a Mata dos Medos na
Charneca de Caparica como tambeacutem aacutereas urbanisticamente desenvolvidas com oferta
de recursos culturais transportes serviccedilos etc e ainda 13km de linhas de costa no litoral
onde se encontram algumas das melhores praias de toda a regiatildeo da Grande Lisboa
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada (Fonte Cacircmara Municipal de Almada 2018)
45
Em termos populacionais segundo os Censos de 2011 (CMA sd) existem 174
030 habitantes nuacutemero este que faz do concelho de Almada um dos mais importantes na
margem sul da AML A grande maioria da populaccedilatildeo (76) encontra-se empregada no
setor terciaacuterio sendo este o que mais evoluiu nos uacuteltimos anos e que tem maior destaque
(Id Ibid) Hoje em dia Almada eacute considerada o melhor miradouro para a cidade de
Lisboa uma vez que se encontra do lado oposto agrave mesma mas a verdade eacute que este
concelho teve grande importacircncia ao longo de vaacuterios periacuteodos da histoacuteria de Portugal
Privilegiada por se encontrar localizada junto ao Tejo Almada foi desde os primoacuterdios
um lugar de excelecircncia para a ocupaccedilatildeo e fixaccedilatildeo humana desde a preacute-histoacuteria
Era atraveacutes do rio que se faziam as trocas comerciais e de mercadorias tatildeo
essenciais em qualquer eacutepoca sendo que feniacutecios romanos e muccedilulmanos acabaram por
se sedentarizar nesta aacuterea e desenvolver a cidade Posteriormente foi conquistada aos
mouros pelo rei D Afonso Henriques e os cruzados ingleses em 1147 tornando-se cidade
mais tarde quando D Sancho I outorgou o primeiro foral da cidade em 1190 (Id Ibid)
Mas o grande desenvolvimento nesta aacuterea ocorreu sobretudo no seacuteculo XIX graccedilas aos
processos de industrializaccedilatildeo sendo os principais setores a serem desenvolvidos o da
corticcedila moagem e estaleiros navais Foi nesta eacutepoca que o concelho acolheu e recebeu
populaccedilotildees de outras aacutereas do paiacutes que aqui se fixavam para trabalhar e para viver
contribuindo para uma nova dinacircmica e desenvolvimento
Momentos como ldquoa vitoacuteria dos liberais na Batalha da Cova da PiedadeCacilhas
contra os Miguelistas (23 de julho de 1833) (hellip) [e] a antecipada proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica em Almada a 4 de outubro de 1910rdquo (Id Ibid) satildeo exemplos de importantes
acontecimentos histoacutericos que tiveram lugar nesta margem do rio Mais tarde devido ao
grande crescimento demograacutefico que se deu durante os anos quarenta e setenta do seacuteculo
passado verificou-se um elevado nuacutemero de migraccedilotildees e movimentos de populaccedilatildeo que
procurava Almada como alternativa para trabalhar e morar Foi entatildeo a partir da deacutecada
de 90 que as grandes alteraccedilotildees e desenvolvimentos nas principais estruturas do concelho
comeccedilaram a surgir Uma extensa rede de equipamentos municipais nas mais variadas
aacutereas como a cultura o desporto o lazer a educaccedilatildeo sauacutede transportes jardins e zonas
verdes eacute construiacuteda e eacute tambeacutem aprovado o plano diretor municipal que confere ao
concelho uma nova qualidade de vida para os seus habitantes (Id Ibid)
46
Neste sentido Almada relativamente agrave sua posiccedilatildeo geograacutefica possui
caracteriacutesticas que foram sendo valorizadas pelo homem que aqui se estabeleceu em
quase todos os periacuteodos da histoacuteria (Sabrosa 1993 citado por Gonccedilalves 2002) Eacute
tambeacutem a sua proximidade agrave cidade de Lisboa que lhe atribui uma posiccedilatildeo estrateacutegica de
complementaridade com a capital atraveacutes da troca e prestaccedilatildeo de diversos serviccedilos e
produtos Contudo existe tambeacutem uma relaccedilatildeo de dependecircncia que muitas vezes confere
agrave cidade de Almada uma posiccedilatildeo de inferioridade no sentido em que a imagem deste
destino perde a sua credibilidade pois as suas potencialidades turiacutesticas e de
desenvolvimento satildeo muitas vezes desconsideradas (Figueiredo 2015)
O facto de Almada se ter desenvolvido e constituiacutedo como um territoacuterio industrial
durante vaacuterias deacutecadas com a construccedilatildeo de estaleiros navais faacutebricas de moagem e de
produccedilatildeo de corticcedila que devido agraves suas crises levaram agrave estagnaccedilatildeo do crescimento
urbano por sua vez tambeacutem atrasou o desenvolvimento deste territoacuterio (Gonccedilalves 2002
67) Todos estes fatores contribuiacuteram para uma degradaccedilatildeo da paisagem do territoacuterio
uma vez que as infraestruturas outrora utilizadas para fins industriais acabaram por ficar
ao abandono levando agrave ldquodescaracterizaccedilatildeo envelhecimento e degradaccedilatildeo da estrutura
urbana envolventerdquo (Figueiredo 2015 21) Poreacutem atraveacutes do Plano Diretor Municipal
(PDM) que sofreu uma revisatildeo em 2011 Almada estabeleceu linhas estrateacutegicas de
desenvolvimento para o concelho com vista agrave aplicaccedilatildeo de planos e estrateacutegias de
requalificaccedilatildeo do mesmo a niacutevel territorial ambiental social econoacutemico e urbano
Relativamente ao turismo nos uacuteltimos anos tem-se verificado em Almada uma
evoluccedilatildeo que embora lenta se tem tornado cada vez mais notoacuteria sendo que a cidade se
tem vindo a estabelecer como um destino que proporciona a troca de fluxos importantes
natildeo soacute para o concelho mas tambeacutem a niacutevel de toda a AML (CMA 2011) Neste sentido
vaacuterios foram os projetos que ao longo dos anos se foram desenvolvendo e alguns
aplicando contribuindo para a melhoria da imagem e da qualidade de Almada enquanto
destino turiacutestico como satildeo exemplos o programa POLIS a renovaccedilatildeo urbaniacutestica da zona
de Cacilhas o projeto ldquoAlmada Nascente ndash Cidade da Aacuteguardquo e a construccedilatildeo do metro de
superfiacutecie Desta forma eacute essencial a aposta nos recursos potenciadores de atividades nas
aacutereas do recreio lazer e turismo assim como a criaccedilatildeo de uma marca visto que
contribuem decisivamente para a consolidaccedilatildeo do destino relativamente agrave concorrecircncia e
agrave restante oferta existente (Id Ibid)
47
52 Oferta turiacutestica em Almada
Um destino turiacutestico eacute construiacutedo tendo por base o planeamento e a delineaccedilatildeo de
objetivos a par com a existecircncia de recursos com potencial turiacutestico que efetivamente
possuem a capacidade de satisfazer as necessidades dos turistas (CMA 2011 80) Assim
apresentam-se na tabela 1 os principais recursos do concelho
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada Fonte CMA (2019) RNT (2002) Portal
Almada Digital (2019)
A fim de se compreender de que forma a valorizaccedilatildeo turiacutestica do concelho de
Almada eacute estruturada e planeada eacute necessaacuterio conhecer os recursos existentes que
contribuem para o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos
Recursos
primaacuterios
Patrimoacutenio
Natural Praias oceacircnicas paisagem protegida
reserva botacircnica
Cultural
Monumental Monumentos muralha estaacutetua entre
outros
Artiacutestico Museus igrejas conventos capelas
Etnograacutefico Folclore artesanato
Complementar Parques jardins puacuteblicos miradouros
Atividades
Roteiros Percursos pedestres sinalizados
Animaccedilatildeo
turiacutestica
Desportos naacuteuticos e radicais atividades
de ar livrenatureza e aventura
Recursos
primaacuterios
Equipamentos
Culturais Espaccedilos para exposiccedilotildees auditoacuterios
bibliotecas centros culturais
Desportivos Teacutenis golfe nataccedilatildeo equitaccedilatildeo
Recreativos Estaacutedios clube naacuteutico
Negoacutecios Salas de reuniotildees
Eventos
Religiosos Procissotildees
Culturais Marchas populares espetaacuteculos
comemorativos exposiccedilotildees
Animaccedilatildeo Festivais de muacutesica concertos
espetaacuteculos de danccedila teatro entre outros
Desportivos Ginaacutestica atletismo nataccedilatildeo futebol
Recursos
secundaacuterios
Atividades Gastronomia
Equipamentos
Animaccedilatildeo e
outros Vaacuterios mercados perioacutedicos
Turiacutesticos
Hotelaria agecircncias de viagem agecircncias de
animaccedilatildeo turiacutestica campos de campismo
rent-a-car restaurantes postos de turismo
escolas de surf
Transportes Terminais ferroviaacuterios rodoviaacuterios e
fluviais
Infraestruturas
sociais Estradas
48
Desta forma a organizaccedilatildeo e compreensatildeo dos recursos existentes satildeo essenciais
para a construccedilatildeo da oferta turiacutestica do destino fator de atratividade para os visitantes e
turistas Neste sentido relativamente agrave avaliaccedilatildeo dos recursos acima apresentados de
uma forma geral e analisando os mesmos tendo em conta os produtos turiacutesticos mais
procurados eacute um concelho que considerando a sua dimensatildeo aparenta dispor de um
conjunto consideraacutevel de recursos de cariz cultural religioso e de aacutereas verdes assim
como de outras infraestruturas complementares principalmente a restauraccedilatildeo
Contudo algumas das freguesias mais procuradas como Cacilhas e Almada pecam
pela falta de estabelecimentos de alojamento principalmente hoteacuteis assim como outros
empreendimentos mais pequenos como alojamento local No entanto a freguesia da
Costa da Caparica apresenta uma consideraacutevel variedade de oferta de alojamentos como
hoteacuteis de categoria variada surf houses apartamentos turiacutesticos e parques de campismo
Considerando o produto golf e a quantidade de campos existentes estes tambeacutem se
encontram bem fornecidos em termos de estabelecimentos de alojamento tendo em conta
a capacidade do Hotel Aldeia dos Capuchos e toda a variedade de alojamentos disponiacuteveis
na Herdade da Aroeira todos ao redor dos campos de golf aqui existentes
Eacute com base nos recursos existentes no destino que eacute possiacutevel definir os principais
produtos turiacutesticos do concelho que seratildeo apresentados na tabela 2 Considerando o Plano
Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e Desenvolvimento do Turismo para o concelho de Almada
(CMA 2011) os produtos o sol e mar turismo religioso e golf encontram-se consolidados
ou em vias de consolidaccedilatildeo enquanto que os restantes apresentam forte potencial de
desenvolvimento
49
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado
de CMA (sd) e Turismo de Lisboa (2018)
Turismo cultural e religioso
- Principal produto de interesse por parte de quem visita o concelho
particularmente nas freguesias de Cacilhas e Almada sendo que a Trafaria
tambeacutem conta com alguns pontos de interesse
- Conta com recursos desde igrejas santuaacuterios (Santuaacuterio do Cristo Rei)
conventos (Convento dos Capuchos) museus com variadas temaacuteticas ligadas
agrave histoacuteria do concelho jardins e parques e tantos outros recursos culturais
como eacute exemplo a fragata D Fernando II e Gloacuteria convertida atualmente em
museu
- Proximidade entre os recursos em si e de rotas pedestres existentes
assim como a existecircncia de vaacuterios locais que permitem uma vista privilegiada
para a cidade de Lisboa
- Como recurso complementar a existecircncia de variadas opccedilotildees em termos
de restauraccedilatildeo principalmente na freguesia de Cacilhas permite apreciar a
gastronomia local
Sol e Mar
- Principal produto na freguesia da Costa da Caparica
- Extensatildeo de 13km de praias contando com 7 praias de Bandeira Azul
- Produto chave e com grande procura devido a fatores como a
localizaccedilatildeo a proximidade com Lisboa boas acessibilidades tanto de carro
devido agrave ligaccedilatildeo da Ponte 25 de Abril como de transportes puacuteblicos
(autocarro desde Lisboa ou Cacilhas) equipamentos existentes nas
proximidades como restaurantes e bares e estabelecimentos de alojamento
(hoteacuteis e alojamento local)
- Atrativo para diversos mercados estrangeiros como o espanhol francecircs
alematildeo e brasileiro
Turismo Naacuteutico
- Complemento ao produto Sol e Mar
- Principalmente procurado para a praacutetica de surf stand up paddle e
katesurf
- Foco na freguesia da Costa da Caparica tal como o Sol e Mar devido agrave
vasta extensatildeo de areal onde as condiccedilotildees permitem boas praacuteticas destes
variados desportos naacuteuticos
- Existecircncia de infraestruturas de apoio como escolas de surf e surfhouses
nesta mesma freguesia devido agrave grande procura pelo produto
50
Golf
- Visto principalmente como um produto complementar ao produto Sol e
Mar devido agrave proximidade dos campos existentes agraves praias da Costa da
Caparica
- 2 campos de 18 buracos e 1 com 9 buracos todos na freguesia da
Caparica integrados em estabelecimentos de alojamento ndash Herdade da
Aroeira e Hotel Aldeia dos Capuchos Golf amp SPA
- Boa localizaccedilatildeo e infraestruturas disponiacuteveis que permitem a praacutetica do
desporto durante todo o ano e para todo o tipo de jogadores
Turismo de Natureza
- Produto principalmente focado na Paisagem Protegida da Arriba Foacutessil
da Costa de Caparica onde se engloba a Mata dos Medos
- Vaacuterios caminhos pedestres disponiacuteveis assim como outras atividades
que satildeo desenvolvidas a partir deste ponto como Parapente e Asa Delta
Para aleacutem dos principais produtos turiacutesticos tambeacutem estatildeo indicados na tabela
anterior aqueles que satildeo vistos como produtos complementares aos existentes Deste
modo seguindo o conceito de ciclo de vida do produto pode-se considerar o seguinte
sol e mar encontra-se na fase de maturidade turismo religioso golf e turismo cultural em
fase de crescimento (sendo que cada um apresenta diferentes niacuteveis de crescimento)
turismo naacuteutico entre a fase de crescimento e maturidade (dependendo do desporto) e
por fim o turismo de natureza entre a fase de nascimento e crescimento considerando
que ainda eacute um produto com pouca procura e pouco desenvolvimento
51
53 Procura turiacutestica em Almada
Devido agrave sua proximidade com a cidade de Lisboa e a facilidade existente em
atravessar o rio Tejo o concelho de Almada beneficia muito destes dois fatores fazendo
com que a sua procura seja cada vez mais semelhante agrave da capital Por natildeo existirem
dados concretos relativamente ao nuacutemero total de turistas que visitam o concelho seratildeo
tidos em consideraccedilatildeo vaacuterios indicadores que proporcionam uma ideia geral da procura
no concelho de Almada
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2013-2018)
Atraveacutes da figura 7 eacute possiacutevel determinar que o nuacutemero de visitantes estrangeiros
eacute superior aos nacionais assim como se verifica um aumento crescente destes valores no
periacuteodo apresentado entre os anos de 2012 e 2017 agrave exceccedilatildeo do ano de 2014 em que se
verificou uma pequena quebra no nuacutemero de visitantes estrangeiros Considerando o
nuacutemero de hoacutespedes estrangeiros podemos aprofundar e apresentar os hoacutespedes por
continente
Atraveacutes da figura 8 eacute possiacutevel compreender que o continente europeu eacute de onde
satildeo provenientes a maioria dos hoacutespedes que ficam em Almada sendo por isso bastante
importante No entanto outros continentes comeccedilam a crescer e a procurar cada vez mais
tanto a regiatildeo de Lisboa como em especiacutefico o concelho de Almada No que diz respeito
ao continente americano destaca-se o mercado brasileiro sendo que o mercado norte
americano tambeacutem comeccedila a ter alguma relevacircncia para a AML (Ferro 2018) juntamente
com o mercado asiaacutetico que tem demonstrado procurar cada vez mais o destino em
questatildeo
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total 110 806 116 357 132 475 145 173 156 795 170 062
Nacionais 53 104 54 467 74 292 66 444 57 329 57 456
Estrangeiros 57 702 61 890 58 183 78 729 99 466 112 606
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
140 000
160 000
180 000
52
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Devido agrave proximidade anteriormente referida os principais mercados que
procuram a AML satildeo os mesmos que se encontram no top de mercados que tambeacutem
procuram o concelho de Almada nomeadamente Espanha Alemanha Franccedila Reino
Unido e Itaacutelia (Ferro 2018) sendo esta a ordem de preferecircncia dos mercados no que diz
respeito agrave procura pelo concelho tendo em conta o nuacutemero de hoacutespedes destes mesmos
paiacuteses
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2012 19 035 2 290 8 919 3 484
2013 21 003 3 353 8 485 1 542
2014 20 150 3 277 6 543 1 959
2015 24 828 15 766 5 991 2 284
2016 23 253 15 521 12 478 3 154
2017 22 077 15 182 11 625 3 528
41 975
60 25972 649 74 353
2014 2015 2016 2017
Europa
1 608 2 465 3 385
8 239
2014 2015 2016 2017
Ameacuterica
607 611 760 997
2014 2015 2016 2017
Aacutefrica
247626
367 394
2014 2015 2016 2017
Oceacircnia
13 746 14 768
22 30528 623
2014 2015 2016 2017
Aacutesia
53
Analisando o nuacutemero de hoacutespedes por mercados alvo como aparece representado
na tabela 3 com dados retirados a partir do INE eacute de realccedilar o aumento de cerca de 380
do mercado alematildeo entre 2014 e 2015 valor que se manteve no ano de 2016 assim como
o mercado francecircs (aumento de 10828) e britacircnico (aumento de 3809) entre 2015 e
2016 Contudo no ano de 2017 verifica-se uma queda de valores em todos os paiacuteses
exceto no Reino Unido que aumentou significativamente entre 2016 e 2017
Considerando agora os dados relativos agraves dormidas por continente pelo graacutefico
representado na figura 9 eacute possiacutevel destacar principalmente a influecircncia do mercado
asiaacutetico sendo que apesar de ser dos que apresenta a estadia meacutedia mais baixa (2 noites)
desde 2012 na AML (INE 2019) continua a crescer e a ser o continente com maior
influecircncia depois do europeu sendo que o americano tambeacutem jaacute tem alguma
representatividade apesar de estar bastante longe de ter o mesmo alcance dos restantes
dois
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Tambeacutem eacute possiacutevel analisar atraveacutes da representaccedilatildeo na tabela 4 os dados
retirados do INE referentes agraves dormidas dos principais mercados alvo Eacute de notar a quebra
do nuacutemero de dormidas do mercado espanhol na casa dos 1777 pontos percentuais em
contraste com o crescimento dos mercados francecircs entre 2015 e 2016 (10846) e o
britacircnico (3016) sendo que o mercado francecircs voltou a sofrer uma quebra em 2017 Eacute
igualmente importante realccedilar que apesar do mercado alematildeo apresentar um maior
nuacutemero de hoacutespedes nos anos de 2016 e 2017 quando comparado com o francecircs este
uacuteltimo mercado apresenta um maior nuacutemero de dormidas registadas nos mesmos anos em
comparaccedilatildeo com o mercado alematildeo
2014 2015 2016 2017
Europa 147 251 171 466 205 179 201 835
Aacutefrica 2 089 2 109 2 560 2 857
Ameacuterica 5 114 6 661 8 949 21 612
Aacutesia 21 301 22 425 36 126 43 323
Oceacircnia 679 1 395 807 972
0
50 000
100 000
150 000
200 000
250 000
54
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2014 64 475 13 758 16 754 7 217
2015 82 820 24 025 16 616 8 544
2016 68 101 26 698 34 638 11 121
2017 63 986 25 410 29 563 12 064
Considerando as entradas no posto de turismo de Cacilhas e da Costa da Caparica
eacute possiacutevel perceber quais os mercados entre estrangeiros e nacionais que mais procuram
esta aacuterea assim como os periacuteodos do ano de eleiccedilatildeo para essa mesma procura como se
pode observar nas figuras 10 e 11 abaixo apresentadas
Figura 10 ndash Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo de Cacilhas 2018 2019)
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo da Costa da Caparica 2018 2019)
8 659
10 44011 886
12 81414 217
10 647 10 582
6 383
8 276 8 2369 460
11 057
8 319 8 340
2 276 2 1643 650 3 354 3 160
2 328 2 242
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
5 6027 344
9 804
16 115
10 8929 526
7 898
4 5966 363 6 338
9 4438 175
6 088 5 294
1 006 981
3 466
6 672
2 717 3 438 2 604
0
5 000
10 000
15 000
20 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
55
Relativamente aos mercados alvo de Cacilhas e Costa da Caparica eacute possiacutevel
observar o seguinte cenaacuterio atraveacutes dos dados apresentados nas tabelas 5 e 6 facultados
pelos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica ainda tendo em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de entradas nos postos de turismo referidos anteriormente
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
971 1 535 1 121 1 322 1 261 1 083 944
1 188 1 456 1 457 1 629 1 672 1 238 1 061
1 183 1 638 2 371 2 787 3 720 2 512 2 693
414 555 236 440 346 247 254
491 526 605 805 974 866 646
270 287 268 359 489 389 467
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
564 848 668 860 892 753 651
1 742 1 779 2 285 2 927 1 852 1 479 1 504
885 1 605 1 820 3 034 2 946 1 961 1 594
262 497 323 377 508 208 157
300 338 263 598 449 405 324
156 168 - 242 245 226 127
56
Tal como foi referido e percecionado anteriormente os mercados alematildeo
espanhol francecircs britacircnico e italiano satildeo de facto dos mais importantes para a AML
(Ferro 2018) No entanto eacute de notar a significativa procura do mercado holandecircs por
ambos os postos chegando mesmo a ultrapassar o nuacutemero de entradas do mercado
italiano ao longo dos anos no posto de turismo da Costa da Caparica
Por fim considerando a totalidade das entradas nos postos atraveacutes da figura 12 eacute de
realccedilar a preferecircncia pelos meses entre julho e setembro sendo que no caso de Cacilhas
tem aumentado a procura a partir dos meses de abrilmaio ateacute outubro tendo em conta
que o produto mais procurados eacute o turismo cultural No caso da Costa da Caparica as
preferecircncias jaacute rondam apenas os meses entre julho e setembro devido ao facto do
produto de eleiccedilatildeo ser o sol e mar juntamente com os desportos naacuteuticos
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelos Postos de Turismo 2018)
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Jan 328 487 319 589 590 508
Fev 471 548 411 638 606 681
Mar 519 832 667 807 1 210 935
Abr 753 1 353 1 105 2 082 1 626 1 688
Mai 938 1 505 1 428 1 789 1 878 1 492
Jun 1 040 1 602 1 360 2 031 2 019 1 683
Jul 2 439 2 290 4 064 3 578 3 787 3 313
Ago 3 329 4 233 7 696 10 933 7 573 4 255
Set 2 147 2 155 1 963 3 491 2 774 2 806
Out 1 260 1 645 1 319 1 374 1 653 1 540
Nov 611 763 748 1 087 892 864
Dez 425 371 610 530 519 408
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
57
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica
A anaacutelise relativa agraves estrateacutegias inerentes agrave forma de comunicaccedilatildeo do destino foi
feita tendo por base os canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica do mesmo Uma vez
que a informaccedilatildeo turiacutestica online se encontra essencialmente no site oficial da CMA esta
anaacutelise iraacute recair precisamente neste canal de divulgaccedilatildeo Atraveacutes desta pesquisa eacute
possiacutevel identificar os principais pontos atraveacutes dos quais a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada
se foca e se desenvolve assim como perceber qual o tipo de informaccedilatildeo transmitida Para
tal seguiram-se alguns pressupostos como os aspetos teacutecnicos e visuais (identificaccedilatildeo da
oferta atratividade tipo de navegaccedilatildeo layout informaccedilatildeo disponiacutevel meios utilizados
suporte multimeacutedia etc) a autoria (data de criaccedilatildeo autor atualizaccedilotildees) acesso (tempo
de carregamento existecircncia de outros links uacuteteis contactos acesso a utilizadores de
outros idiomas ou com algum tipo de limitaccedilatildeo) e por fim o conteuacutedo (interativo fontes
de informaccedilatildeo seguras e identificadas conteuacutedo expliacutecito identificaccedilatildeo da audiecircncia a
que se destina etc)
Apoacutes uma anaacutelise ao site eacute possiacutevel concluir que numa perspetiva geral
relativamente agrave divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica em primeiro lugar o mesmo peca pela
falta de atratividade e dinamismo na forma como apresenta a informaccedilatildeo pois a mesma
eacute resumida e o recurso a meios mais dinacircmicos como viacutedeos sons e imagens eacute muito
pouco utilizado o que natildeo permite uma interatividade entre o visitanteturista e o
sitedestino Eacute tambeacutem notoacuteria a falta de idiomas para aleacutem do portuguecircs que eacute o uacutenico
que se encontra disponiacutevel sendo que idiomas como inglecircs e castelhano apresentam-se
como opccedilatildeo mas quando selecionados surge a informaccedilatildeo de que estaratildeo disponiacuteveis em
breve
O facto do principal objetivo do site se tratar de informar principalmente a
populaccedilatildeo local do concelho ou visitantes nacionais com informaccedilotildees sobre a accedilatildeo social
o ambiente a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo entre outros acaba por colocar a informaccedilatildeo turiacutestica
para visitantes externos em segundo plano natildeo lhe sendo atribuiacuteda tanta importacircncia Em
termos de facilidade de navegaccedilatildeo no site para um visitante portuguecircs eacute uma tarefa
simples mas para qualquer visitante estrangeiro que natildeo compreenda a liacutengua portuguesa
torna-se impossiacutevel pois natildeo existem mais idiomas disponiacuteveis
58
Relativamente ao conteuacutedo apresentado somente selecionando lsquoturismorsquo presente
no menu do site eacute que se encontra alguma descriccedilatildeo e informaccedilatildeo sucinta sobre o destino
Almada sendo que natildeo existe um site oficial dedicado especificamente ao turismo do
concelho Neste segmento satildeo apresentados alguns dos produtos turiacutesticos e recursos que
se podem encontrar em Almada como sugestotildees de percursos pedestres por diversos
espaccedilos do concelho uma listagem das praias existentes mapas do concelho os
principais espaccedilos culturais de lazer ou desportivos um guia de alojamento do concelho
(tratando-se do uacutenico documento apresentado que se encontra em cinco idiomas distintos
portuguecircs espanhol inglecircs francecircs e alematildeo) os principais parques e jardins os postos
de turismo e um guia gastronoacutemico
Tambeacutem satildeo apresentadas informaccedilotildees embora se encontrem em portuguecircs
sobre de que forma o visitante pode chegar ateacute Almada referindo quais os meios de
transporte existentes sendo que a informaccedilatildeo eacute complementada com links
correspondentes aos sites oficiais das empresas de cada transporte No geral o site
enquanto meio de divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada natildeo descreve
explicitamente a oferta turiacutestica do destino pois a informaccedilatildeo natildeo eacute tatildeo clara e evidente
como devia por ser muito sucinta e pouco promocional acabando por natildeo atrair de forma
eficaz a atenccedilatildeo do visitanteturista
Uma vez que no caso especiacutefico de Almada o que se verifica eacute a existecircncia de um
uacutenico site oficial geral na medida em que o segmento de turismo possui apenas uma
secccedilatildeo dentro do site oficial da CMA o mesmo acaba por natildeo ter um grande destaque
Desta forma analisando a secccedilatildeo que diz respeito ao turismo natildeo eacute possiacutevel identificar
de forma clara os diferentes puacuteblicos-alvo que o destino pretende atrair ateacute porque a
proacutepria oferta natildeo se encontra apresentada de forma muito segmentada concisa e clara
No que diz respeito ao posicionamento e imagem do destino em questatildeo este eacute
um concelho que ainda natildeo apresenta uma posiccedilatildeo de grande destaque no mapa turiacutestico
da regiatildeo da grande Lisboa pois segundo dados do INE (2018) o nuacutemero de visitantes
da capital eacute superior ao de Almada Poreacutem nos uacuteltimos anos Almada tem atraiacutedo cada
vez mais visitantes e tem-se transformado cada vez mais como um destino natildeo soacute
complementar a Lisboa mas tambeacutem diferenciador e de escape da massificaccedilatildeo da
capital
59
Eacute neste sentido que o destino Almada promete oferecer a quem o visitar um local
ldquo[para] descansar do ambiente cosmopolita e simplesmente contemplar a natureza (hellip)
[mas tambeacutem um] centro de cultura e desporto de parques naturais e espaccedilos puacuteblicos
qualificadosrdquo (CMA sd)
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino
Para aleacutem do site oficial da CMA os restantes canais de comunicaccedilatildeo do destino
satildeo o portal Almada Digital a plataforma ISSUU ndash Digital Publishing Platform for
Magazines Catalogs and Publications e ainda algumas redes sociais como o instagram
e a paacutegina oficial de facebook da CMA tratando-se dos uacutenicos canais de divulgaccedilatildeo da
informaccedilatildeo online Atualmente as redes sociais funcionam cada vez mais como uma
ferramenta estrateacutegica para o desenvolvimento da vertente promocional de um destino
turiacutestico uma vez que contribuem para a captaccedilatildeo de visitantes atraveacutes essencialmente da
imagem do destino e de todos os produtos serviccedilos infraestruturas etc a ele associados
permitindo ao mesmo tempo obter a reaccedilatildeo dos proacuteprios turistasvisitantes e interagir com
os mesmos graccedilas aos comentaacuterios gostos e partilhas
No caso de Almada existe realmente uma presenccedila nas redes sociais como o
facebook instagram e youtube mas trata-se de uma abordagem meramente informativa
para o puacuteblico portuguecircs nomeadamente a populaccedilatildeo local uma vez que as informaccedilotildees
dizem respeito ao funcionamento do concelho notiacutecias sobre o mesmo e alguns eventos
sendo que todas as redes sociais estatildeo associadas agrave cacircmara municipal do concelho e natildeo
agrave vertente turiacutestica Neste contexto a estrateacutegia de promoccedilatildeo turiacutestica do concelho natildeo
utiliza as redes sociais como meio de divulgaccedilatildeo turiacutestica e de atraccedilatildeo de novos visitantes
Alguns dos objetivos primordiais da mensagem a transmitir atraveacutes da estrateacutegia
de promoccedilatildeo acerca do destino passam por informar atraveacutes da apresentaccedilatildeo de
informaccedilatildeo sobre tudo o que um visitante precisa de saber quando se desloca para um
novo destino (como chegar o que fazer onde ficar alojado etc) envolver o consumidor
com a cultura local atraveacutes de uma amostra daquilo que poderaacute disfrutar no destino e
credibilizar atraveacutes de links de paacuteginas oficiais que complementem a informaccedilatildeo
disponibilizada no site uma vez que todos estes fatores acabam por transmitir confianccedila
ao visitante e captar a sua atenccedilatildeo Quando bem elaborado o conteuacutedo apresentado eacute
capaz de criar no consumidor neste caso o turistavisitante o desejo de visitar o destino
em causa
60
Relativamente a Almada a estrateacutegia de promoccedilatildeo nos canais online eacute
essencialmente feita atraveacutes do recurso ao discurso descritivo e demonstrativo sendo o
seu principal objetivo dar a conhecer ao visitante algumas ainda que reduzidas
curiosidades do destino com o auxiacutelio de algumas imagens Contudo a mensagem
transmitida online natildeo desenvolve uma grande estrateacutegia promocional do destino niacutevel
turiacutestico jaacute que natildeo se verifica um grande desenvolvimento do mix de comunicaccedilatildeo de
diferentes ferramentas integradas como por exemplo accedilotildees promocionais atraveacutes da
utilizaccedilatildeo de viacutedeos e imagens interativas que acompanhem e complementem as
informaccedilotildees encontradas no texto
Poreacutem atraveacutes do site oficial eacute possiacutevel aceder agrave paacutegina lsquoAlmada interativarsquo onde
se encontram algumas aplicaccedilotildees e ferramentas que permitem comunicar eventuais
problemas do concelho ou navegar pelo mapa do mesmo e tambeacutem uma das ferramentas
mais interativas designada lsquoUma agenda vista do ceacuteursquo Esta ferramenta que se encontra
apenas em portuguecircs trata-se de um mapa interativo onde o visitante pode descobrir quais
os eventos que vatildeo ocorrer no concelho podendo selecionar a pesquisa por lsquohojersquo
lsquoamanhatildersquo e lsquoesta semanarsquo e ainda selecionar os eventos por temas (CMA sd)
Outra das ferramentas promocionais mais interativas e dinacircmicas utilizadas pelo
destino eacute a plataforma ISSUU que transforma publicaccedilotildees impressas em virtuais onde
satildeo apresentadas algumas brochuras como a agenda cultural alguns eventos e programas
culturais ainda que uma vez mais se encontrem somente em portuguecircs Para aleacutem do
suporte online a estrateacutegia de promoccedilatildeo do destino passa tambeacutem pelos postos de turismo
e pela participaccedilatildeo em feiras de turismo como eacute exemplo a Bolsa de Turismo de Lisboa
(BTL) entre outras Os postos de turismo do concelho satildeo apenas dois um localizado
em Cacilhas e o segundo na Costa da Caparica
Atraveacutes deste contacto presencial com profissionais da aacuterea o visitante pode obter
todo o tipo de informaccedilatildeo turiacutestica assim como panfletos brochuras e outros documentos
informativos acerca da oferta turiacutestica do concelho que neste caso jaacute se encontram
disponiacuteveis em diversos idiomas A comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo nos destinos turiacutesticos eacute
extremamente relevante e cada vez mais eacute feita atraveacutes do recurso agrave internet pois trata-
se de uma ferramenta que ldquoaguccedila o apetite pela viagem e por isso ela eacute um meio de
comunicaccedilatildeo indispensaacutevel agraves organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticosrdquo (Marujo
2008 104)
61
No caso concreto do concelho de Almada e atraveacutes da anaacutelise aos canais de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo do mesmo eacute possiacutevel concluir que este recurso natildeo eacute muito
valorizado pois verificam-se algumas lacunas essencialmente relativamente agrave qualidade
e diversidade da informaccedilatildeo e a proacutepria promoccedilatildeo e marketing do destino Segundo
Marujo (2008) eacute necessaacuterio que as entidades promotoras de destinos compreendam que
atraveacutes da internet eacute possiacutevel promover o concelho para todas as partes do mundo
permitindo uma maior interatividade com o consumidor e fornecer informaccedilatildeo mais
detalhada e apelativa a custos mais reduzidos algo que natildeo se verifica no concelho de
Almada A informaccedilatildeo turiacutestica apresentada para aleacutem de ser reduzida natildeo se encontra
disponiacutevel para todo o tipo de visitantes e neste caso ldquode nada adianta a informaccedilatildeo
existir se quem dela necessita natildeo sabe da sua existecircncia ou se ela natildeo puder ser
encontradardquo (Marcondes 2001 citado por Marujo 2008 53)
No turismo as experiecircncias e produtos satildeo maioritariamente intangiacuteveis o que faz
com que ldquouma informaccedilatildeo compreensiva relevante e oportuna [seja] essencial para o
processo de decisatildeo dos turistasrdquo (Liu 2000 citado por Marujo 2008 67) Desta forma
se nos principais canais de divulgaccedilatildeo do destino Almada natildeo se encontram informaccedilotildees
claras e especiacuteficas sobre o que se pode encontrar no mesmo os turistasvisitantes teratildeo
mais dificuldades no seu processo de tomada de decisatildeo podendo mesmo perder o
interesse no destino Eacute tambeacutem essencial conhecer as necessidades dos turistas pois ldquoos
principais elementos de uma boa gestatildeo da informaccedilatildeo estatildeo na raacutepida identificaccedilatildeo das
necessidades do consumidor e na facilidade em personalizar e manter atualizada essa
informaccedilatildeordquo (Buhalis 1998 citado por Marujo 2008 53)
Logo se no destino de Almada a informaccedilatildeo disponibilizada natildeo soacute a niacutevel da
internet mas tambeacutem em relaccedilatildeo a todos os restantes canais de divulgaccedilatildeo do destino
natildeo apresenta padrotildees relativamente elevados de qualidade a satisfaccedilatildeo do visitante pode
natildeo vir a ser a mais positiva causando uma fraca accedilatildeo de atratividade ao destino e
atrasando o seu desenvolvimento Eacute necessaacuterio por esse motivo compreender que ldquoa
disponibilidade de informaccedilatildeo turiacutestica atualizada e de qualidade no destino eacute importante
para satisfazer as necessidades do visitanterdquo que de outra maneira natildeo consegue obter as
informaccedilotildees necessaacuterias para tomar a decisatildeo de visitar o destino podendo acabar por
optar por outro diferente (Sheldon 1993 citado por Marujo 2008 56)
62
Capiacutetulo VI ndash Metodologia
61 Modelo da investigaccedilatildeo
O presente capiacutetulo surge com o objetivo de apresentar os principais
procedimentos cientiacuteficos de metodologia no que concerne agrave componente de investigaccedilatildeo
empiacuterica da presente dissertaccedilatildeo Esta investigaccedilatildeo segue as linhas do processo cientiacutefico
defendidas por Quivy e Campenhoudt (2005) nas quais os autores identificam um
modelo de 5 fases distintas que se podem observar na figura 13 Sendo o principal
objetivo desta investigaccedilatildeo delinear o perfil do turista de Almada assim como analisar a
performance da promoccedilatildeo e comunicaccedilatildeo turiacutestica do destino definiu-se como um dos
objetivos inquirir turistas e visitantes do dia no concelho
Trata-se essencialmente de um estudo descritivo sendo que estes inqueacuteritos foram
realizados com o objetivo de se compreender as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos
mesmos os principais motivos da sua visita as fontes de informaccedilatildeo que utilizaram as
expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo Todos estes dados serviram tambeacutem para realizar
uma anaacutelise da procura do destino de forma a verificar se esta se conjuga com a oferta
que o mesmo apresenta
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Quivy e Campenhoudt 2005)
Revisatildeo da literatura
Problemaacutetica e hipoacuteteses
Metodologia
Anaacutelise dos resultados
Conclusotildees
Conceptualizaccedilatildeo do turismo enquanto sistema
Destinos turiacutesticos
Desenvolvimento e gestatildeo de destinos turiacutesticos
Perfil do turista e motivaccedilotildees
Satisfaccedilatildeo e comportamento do turista
Comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino
Almada
Modelo da investigaccedilatildeo
Estrutura do inqueacuterito por questionaacuterio e variaacuteveis
Recolha de dados
Descriccedilatildeo dos resultados
Comparaccedilatildeo dos resultados obtidos com os esperados
e com as hipoacuteteses da investigaccedilatildeo
Principais conclusotildees
Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Recomendaccedilotildees para trabalhos futuros
63
O modelo de investigaccedilatildeo aplicado presente na figura 13 pretende tambeacutem
desenvolver e dar resposta agrave problemaacutetica e agraves hipoacuteteses criadas ao longo do estudo em
causa com o objetivo de as confirmar rejeitar ou modificar Sendo que a problemaacutetica
diz respeito agrave caracterizaccedilatildeo do turistavisitante do dia de Almada e agrave anaacutelise da promoccedilatildeo
turiacutestica do destino definiram-se como hipoacuteteses as seguintes premissas
1 As principais motivaccedilotildees dos turistas que visitam Almada estatildeo puramente
relacionadas com escolhas ocasionais e as suas visitas natildeo satildeo planeadas
2 As fontes de informaccedilatildeo turiacutestica do destino satildeo suficientes e influenciam os
turistas a tomar a decisatildeo de visitar Almada
3 O papel da promoccedilatildeo turiacutestica eacute eficiente e permite aumentar a atratividade para
o municiacutepio de Almada
4 O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute baixo
5 Os turistas e visitantes do dia tecircm intenccedilatildeo de regressar a Almada
No caso da presente dissertaccedilatildeo optou-se somente por seguir um modelo de
investigaccedilatildeo quantitativo uma vez que os dados necessaacuterios para traccedilar o perfil dos
turistasvisitantes e compreender o impacto da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica nos
mesmos soacute seriam possiacuteveis de ser recolhidos atraveacutes deste meacutetodo sendo que esta
informaccedilatildeo era determinante para contextualizar toda a parte teoacuterica relativa agrave temaacutetica
em causa Contudo a anaacutelise natildeo recaiu apenas sobre a perspetiva da procura pois foi
tambeacutem realizada uma anaacutelise extensiva da oferta do destino de forma a compreender
que tipo de serviccedilos e produtos turiacutesticos estatildeo agrave disposiccedilatildeo dos visitantes assim como a
qualidade dos mesmos
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo
Para o estudo do perfil do turista de Almada optou-se pela aplicaccedilatildeo de um
inqueacuterito por questionaacuterio realizado presencialmente essencialmente nos postos de
turismo de Almada e Costa da Caparica e tambeacutem nos locais mais turiacutesticos como o
Cristo Rei e Cacilhas durante todo o mecircs de junho O principal objetivo era o de recolher
informaccedilatildeo primaacuteria aos visitantes e turistas de forma a adquirir dados que permitissem
traccedilar o perfil do consumidor a experiecircncia turiacutestica o processo de tomada de decisatildeo e
ainda aferir quais as fontescanais de informaccedilatildeo utilizadas para a recolha de informaccedilatildeo
sobre Almada Inicialmente foi definida uma amostra de 239 questionaacuterios tendo por
base no nuacutemero de entradas de turistas e visitantes do dia nos postos de turismo
64
Contudo natildeo foi possiacutevel atingir este nuacutemero devido a diversos fatores
posteriormente explicados e apresentados tendo-se alterado a amostra para 150
inqueacuteritos Esta amostra eacute composta por meacutetodos natildeo probabiliacutesticos e por amostragem
natildeo aleatoacuteria e por conveniecircncia uma vez que se destinavam somente a turistas ou
visitantes do dia com idade superior ou igual a 18 anos que se demonstravam disponiacuteveis
para responder ao inqueacuterito nos locais anteriormente referidos Os principais instrumentos
de recolha e observaccedilatildeo para esta dissertaccedilatildeo baseiam-se sobretudo na recolha de dados
secundaacuterios atraveacutes de fontes como o INE e de dados oficiais da CMA disponibilizados
pelos postos de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada (Cacilhas e Costa da Caparica) de forma
a avaliar a oferta turiacutestica
Para aleacutem destes dados tambeacutem foram utilizados como instrumentos de
observaccedilatildeo todos os documentos oficiais como planos de desenvolvimento planos de
atividade relatoacuterios meios de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e de promoccedilatildeo turiacutestica
do concelho de Almada com o intuito de perceber como eacute que a promoccedilatildeo deste destino
eacute feita e se vai ao encontro daquilo que eacute a procura e a oferta do mesmo assim como
compreender se realmente funciona como uma ferramenta de atratividade para o destino
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio
Para a recolha de dados de informaccedilatildeo para o estudo em causa optou-se pela
aplicaccedilatildeo de um inqueacuterito por questionaacuterio Este instrumento eacute um original construiacutedo
especificamente para esta dissertaccedilatildeo de forma a dar respostas aos princiacutepios teoacutericos
apresentados anteriormente Autores como Hill e Hill (1998) defendem que a construccedilatildeo
de um bom questionaacuterio eacute um processo que inclui diversos passos e conteacutem vaacuterios
componentes como a aacuterea geral de investigaccedilatildeo os objetivos da investigaccedilatildeo diferentes
secccedilotildees e escalas de perguntas as hipoacuteteses e os meacutetodos para analisar os dados
Desta forma para que fosse possiacutevel construir um instrumento viaacutevel e de
qualidade o mesmo foi sujeito agrave anaacutelise e revisatildeo por parte da orientadora especialista
que acompanhou esta dissertaccedilatildeo que forneceu alguns documentos que serviram como
modelos de exemplo assim como indicaccedilotildees que permitiram aperfeiccediloar o inqueacuterito ao
niacutevel de toda a sua estrutura sequecircncia das questotildees e pertinecircncia das mesmas Contudo
a construccedilatildeo do questionaacuterio teve ainda por base alguns contributos teoacutericos dos quais se
destacam Costa 2015 Lynch et al 2011 Akama J e Kieti D 2003 Naidoo et al
2011
65
Para a construccedilatildeo das perguntas presentes no inqueacuterito teve-se por base toda a
fundamentaccedilatildeo teoacuterica da revisatildeo de literatura e os contributos de alguns teoacutericos No que
diz respeito agraves motivaccedilotildees destacam-se os contributos de autores como Dann 1977
Crompton 1979 Iso-Ahola 1982 Gnoth 1997 Baloglu e McCleary 1999 entre outros
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo Crotts e Pan 2007 Alegre e Garau 2010 Jensen 2010 etc
Relativamente ao comportamento do consumidor Swarbrook e Horner 2007 Gacircndara
2008 Marujo 2008 Peres e Rita 2017 etc Por uacuteltimo no que concerne as estrateacutegias
de comunicaccedilatildeo Marujo 2008 Miranda 2010 Cardoso 2012 Wichels 2013 etc
O inqueacuterito foi produzido em trecircs idiomas distintos sendo eles o portuguecircs o
inglecircs e o espanhol natildeo soacute por se tratarem dos idiomas dominados mas tambeacutem de forma
a ser possiacutevel alcanccedilar mais facilmente os intervenientes jaacute que formam parte dos
principais mercados que visitam Almada Espanha e paiacuteses que falam a liacutengua inglesa
como o Reino Unido e a Alemanha Este inqueacuterito encontra-se apresentado no anexo I
No seu total o inqueacuterito eacute composto por 33 questotildees distribuiacutedas por quatro
grupos distintos de anaacutelise de dados O primeiro grupo eacute referente agrave caracterizaccedilatildeo da
visita ao destino Almada que pretendeu analisar se seria a primeira vez que visitavam o
destino com quem viajam o local de residecircncia a razatildeo da visita se pernoitavam ou natildeo
no destino tipo de alojamento e meio de transporte utilizado o segundo grupo diz respeito
agraves fontes de informaccedilatildeo do destino quais e quando foram utilizadas e como foram
valorizadas o terceiro diz respeito agraves expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo do
turistavisitante do dia quais as expectativas iniciais se Almada eacute o uacutenico destino que
visitam quais as atraccedilotildees que visitaramvatildeo visitar os graus de importacircncia e de
satisfaccedilatildeo relativamente aos atributos do destino a satisfaccedilatildeo global o que mais e menos
gostaram durante a visita e as intenccedilotildees comportamentais por fim o quarto e uacuteltimo
grupo eacute referente aos dados sociodemograacuteficos
Estes conjuntos de dados satildeo constituiacutedos na grande maioria por perguntas
fechadas (de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia) sendo que
existem tambeacutem perguntas semiabertas onde surge a opccedilatildeo de mencionar outros aspetos
para aleacutem daqueles apresentados e ainda 10 perguntas de resposta aberta que dizem
respeito ao nuacutemero de visitas que fez ao destino ao local de residecircncia ao nuacutemero de
noites que passa no destino quais os destinos que visita para aleacutem de Almada e quais as
principais atraccedilotildees que vai visitar no destino em causa o que mais gostou e o que menos
gostou durante a visita e por uacuteltimo a nacionalidade
66
Nas questotildees de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia optou-
se pela aplicaccedilatildeo da escala de Likert de cinco niacuteveis por se tratar de um instrumento
praacutetico ldquona medida de atitudes sendo de faacutecil construccedilatildeo gestatildeo e interpretaccedilatildeordquo (Naidoo
et al 2011 citado por Figueiredo 2015 36)
A aplicaccedilatildeo do inqueacuterito ocorreu durante os meses de junho e julho mais
concretamente entre o dia 03 de junho de 2019 e o dia 05 de julho de 2019 in loco A
aplicaccedilatildeo foi feita essencialmente nos postos de turismo de Cacilhas e da Costa de
Caparica mas tambeacutem nas aacutereas mais turiacutesticas como toda a zona de Cacilhas (cais zona
ribeirinha e ruas principais) e o Cristo Rei Esta recolha foi efetuada tanto em dias uacuteteis
como em dias natildeo uacuteteis durante todo o dia e de forma aleatoacuteria na tentativa de obter uma
amostra diversificada Para a anaacutelise e tratamento dos dados recorreu-se ao programa
Microsoft Office Excel que permitiu natildeo soacute elaborar uma anaacutelise descritiva como tambeacutem
uma anaacutelise comparativa das diferentes variaacuteveis
67
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos
Apoacutes a recolha dos inqueacuteritos por questionaacuterio os dados obtidos foram
organizados e analisados sendo que no presente capiacutetulo pretende-se apresentar os
resultados alcanccedilados Para esta anaacutelise foi utilizado o programa Microsoft Office Excel
tendo-se elaborado essencialmente uma anaacutelise estatiacutestica descritiva Uma vez que o
objetivo do estudo empiacuterico se relacionava com a caracterizaccedilatildeo do perfil tanto do turista
como do visitante do dia de Almada a anaacutelise dos dados foi dividida entre estas duas
variaacuteveis de forma a obter dados relativos a cada uma das mesmas individualmente jaacute
que se tratam de realidades diferentes sendo que ambas contribuem para a caracterizaccedilatildeo
do perfil do turista de um destino
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
Iniciando a anaacutelise dos dados pelas caracteriacutesticas sociodemograacuteficas pode-se
concluir que relativamente aos visitantes do dia (60 da amostra total) em relaccedilatildeo agrave
idade os dados dividem-se essencialmente em duas faixas etaacuterias visiacuteveis na figura 14 a
primeira corresponde ao intervalo de idades entre os 25 e os 34 anos (com 39 das
respostas) e a segunda entre os 18 e os 24 anos (com 24) Desta forma o intervalo de
idades que se destaca diz respeito agraves idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos
correspondendo estes dois valores a cerca de 63 da amostra relativa aos visitantes do
dia Dos restantes 37 destaca-se o intervalo de idades dos 35 aos 44 anos e os de 55
aos 64 anos (ambos com 12) Em suma a maioria dos visitantes do dia possuem idades
compreendidas entre os 18 e os 34 anos tratando-se do principal puacuteblico alvo deste
destino
Figura 14 - Idade visitantes do dia
24
39
12
5
12
8
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
68
Ao contraacuterio do que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia em
relaccedilatildeo aos turistas (40 da amostra total) as idades presentes na figura 15 que mais se
destacam dizem respeito ao intervalo de idades entre os 45 e 54 anos com 25 seguido
das idades compreendidas entre os 18 e 24 55 e 65 (ambos com 19) e por uacuteltimo as
idades entre os 25 e 34 e os mais de 64 anos tambeacutem ambos com 16
Figura 15 - Idade turistas
Relativamente ao geacutenero da amostra atraveacutes da figura 16 eacute possiacutevel verificar que
nos visitantes do dia o sexo feminino representou 73 das respostas enquanto que o
masculino apenas 27 No caso dos turistas na figura 17 denota-se a predominacircncia do
sexo feminino com 65 das respostas sendo que o sexo masculino apresenta apenas
35
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia
19
16
5
24
19
16
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
Masculino27
Feminino73
69
Figura 17 - Geacutenero turistas
No que diz respeito ao estado civil da amostra presente na figura 18
encontram-se em destaque os visitantes do dia solteiros com 64 seguindo-se os casados
ou em uniatildeo de facto com 34 Uma vez mais ao contraacuterio do que se verificou nos dados
relativos aos visitantes do dia o estado civil que predomina nos turistas presentes na
figura 19 que visitam Almada eacute o de casado ou em uniatildeo de facto com 58 seguido do
de solteiro com 42
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia
Figura 19 - Estado civil turistas
Masculino35
Feminino65
64
34
2
Solteiro Casado ou Uniatildeode facto
Divorciado ouViuacutevo
42
58
Solteiro Casado ou Uniatildeo de facto
70
Os dados relativos agrave nacionalidade dispostos nas figuras 20 e 21 demonstram que
a maioria dos visitantes do dia incide nas designadas lsquooutras nacionalidadesrsquo com 40
onde se inserem nacionalidades como a belga holandesa chinesa russa etc seguindo-
se da portuguesa com 27 e a italiana com 7 Nos turistas o destaque vai tambeacutem para
as lsquooutras nacionalidadesrsquo com 27 (onde estatildeo incluiacutedas nacionalidades como suiacuteccedila
holandesa polaca argentina) Contudo no caso dos turistas destaca-se a nacionalidade
espanhola com 21 seguida da alematilde com 16 e por uacuteltimo a portuguesa com 13
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia
Figura 21 - Nacionalidades turistas
As habilitaccedilotildees literaacuterias dos visitantes do dia de Almada apresentadas na figura
22 refletem-se com maior incidecircncia no ensino superior com 63 seguido de poacutes-
graduaccedilatildeo com 20 Relativamente aos mesmos dados anteriormente citados no que diz
respeito aos turistas as habilitaccedilotildees literaacuterias demonstram o mesmo cenaacuterio com a
predominacircncia do ensino superior com 61 seguido do secundaacuterio com 23 e a poacutes-
graduaccedilatildeo com 16 presentes na figura 23
27
5
4
4
5
3
3
7
40
Portuguesa
Brasileira
Americana
Francesa
Alematilde
Espanhola
Britacircnica
Italiana
Outras nacionalidades
13
10
16
21
40
Portuguesa
Francesa
Alematilde
Espanhola
Outras nacionalidades
71
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas
A situaccedilatildeo perante o emprego presente nas figuras 24 e 25 no caso dos visitantes
do dia subdivide-se essencialmente na categoria de empregado com 63 e estudante com
13 seguido de reformado com 10 No caso dos turistas a categoria de empregado
manteacutem-se predominante com 58 seguido da categoria de reformado com 23 ao
contraacuterio do que se verifica nos visitantes do dia e por fim a de estudante com 18 Desta
forma a maioria dos turistas e visitantes do dia de Almada encontram-se empregados
reformados ou satildeo estudantes
2
15
63
20
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
23
61
16
Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
72
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia)
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas)
Atraveacutes da figura 26 verifica-se que o valor meacutedio gasto por visitantes do dia em
Almada (por dia e por pessoa excluindo o alojamento) incide com maior frequecircncia nos
visitantes que gastam ateacute 50euro com 74 seguido dos que gastam entre 51 e 100euro com
20 sendo que os restantes valores natildeo obtiveram respostas ou dados relevantes O valor
meacutedio gasto por turistas em Almada (por dia e por pessoa excluindo alojamento) incide
com maior frequecircncia como no caso dos visitantes do dia nos turistas que gastam ateacute
50euro com 52 e os que gastam entre 51 e 100euro com 39 valores visiacuteveis na figura 27
63
73
1310
4
Empregado Desempregado Natildeo Ativo Estudante Reformado Outro
58
2
1823
Empregado Desempregado Estudante Reformado
73
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia)
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas)
Em relaccedilatildeo ao rendimento familiar mensal dos visitantes do dia (figura 28)
destacam-se os que possuem entre 1001 a 1500euro de rendimento com 23 seguido dos
com mais de 2501euro com 21 sendo que os valores mais baixos (ateacute 500euro e entre 501 e
1000euro) satildeo os que apresentam as menores percentagens de pessoas com 10 e 13
respetivamente Nos turistas (figura 29) o panorama altera-se uma vez que predominam
os que possuem mais de 2501euro de rendimento com 29 seguidos dos que possuem entre
2001 e 2500euro com 18
74
20
2
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro
52
39
2 2 25
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro NatildeoRespondeu
74
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia)
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas)
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
De acordo com a figura 30 no caso dos visitantes do dia 70 dos inquiridos
estavam a visitar pela primeira vez o destino Almada e no caso dos turistas 65 Em
ambos os casos os resultados satildeo idecircnticos sendo que apenas 30 do total de inquiridos
de cada variaacutevel natildeo se encontravam a visitar Almada pela primeira vez
10
13
23
18
15
21
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
3
10
1516
18
29
10
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
NatildeoRespondeu
75
Figura 30 ndash a) Primeira vez em Almada (visitantes do dia)
b) Primeira vez em Almada (turistas)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de visitas nos uacuteltimos 2 anos presentes na tabela 7 no caso
dos visitantes do dia dos 30 que jaacute tinham visitado Almada antes destacam-se os 54
que fizeram entre 1 a 3 visitas ao destino nos uacuteltimos 2 anos seguidos dos que visitaram
muitas vezes Almada com 21 e dos que natildeo responderam com 14 No caso dos
turistas dos 35 que jaacute tinham visitado Almada a grande maioria com 59 visitou entre
1 e 3 vezes Almada nos uacuteltimos 2 anos seguindo-se os que visitaram entre 4 a 10 vezes
com 18 e por fim os que natildeo responderam tambeacutem com 14
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos
Com base nos resultados anteriores eacute possiacutevel concluir que 65 do total de
inquiridos incluindo turistas e visitantes do dia jaacute tinham visitado Almada antes o que
significa que repetiram a sua visita ao destino algo bastante positivo pois indica que
gostaram e quiseram repetir a experiecircncia Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima visita a Almada presentes
na tabela 8 os visitantes do dia na sua maioria com 39 natildeo responderam mas
destacam-se os que realizaram a sua uacuteltima visita entre 2016 e 2018 com 32 seguidos
dos que visitaram entre fevereiro e maio de 2019 com 25 Os turistas 32 natildeo
responderam 36 que visitaram entre 2016 e 2018 e 27 entre fevereiro e maio de
2019
Sim 70
Natildeo 30
Sim 65
Natildeo 35
Visitantes do dia Turistas
Nordm de viagens nos uacuteltimos 2 anos Nordm Nordm
Entre 1 e 3 15 54 13 59
Entre 4 e 10 3 11 4 18
Muitas vezes 6 21 2 9
Natildeo respondeu 4 14 3 14
a) b)
76
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada
Relativamente aos dados das figuras 31 e 32 no caso dos visitantes do dia 61
vem acompanhado pela famiacutelia ou amigos e 26 com o companheiroa O mesmo se
verifica no caso dos turistas sendo que 47 viaja com a famiacutelia ou amigos e 45 com o
companheiroa Os dados que revelam uma menor percentagem dizem respeito tanto nos
turistas como nos visitantes do dia aos que viajam em grupo ou excursatildeo seguidos dos
que viajam sozinhos Consequentemente os principais puacuteblicos alvo satildeo todos aqueles
que visitam Almada acompanhados (ou com familiaresamigos ou com os companheiros)
Deste modo eacute possiacutevel adaptar a oferta do destino a este tipo de puacuteblico oferendo os
produtos e serviccedilos que vatildeo ao encontro das necessidades destes segmentos especiacuteficos
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia)
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia)
103
26
61
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
62
45 47
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
Visitantes do dia Turistas
Uacuteltima visita a Almada Nordm Nordm
Entre 10 a 13 anos atraacutes 1 4 1 5
Entre 2016 e 2018 9 32 8 36
Entre fevereiro e maio de 2019 7 25 6 27
Natildeo respondeu 11 39 7 32
77
No que diz respeito ao local de residecircncia nas figuras 33 e 34 observa-se que no
caso dos visitantes do dia 66 natildeo satildeo residentes em Portugal seguidos de 23 que
residem noutros concelhos do paiacutes como Loures Vila Franca de Xira ou Seixal e 11
que residem em Lisboa No caso dos turistas verifica-se que a percentagem de natildeo
residentes em Portugal eacute mais elevada com 90 seguido dos que residem em Lisboa com
6 e os que residem noutros concelhos do paiacutes como o distrito de Coimbra e Vila Franca
de Xira com apenas 3
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia)
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas)
66
11
23
Natildeo Lisboa Outros concelhos
90
63
Natildeo Lisboa Outros concelhos
78
Na figura 35 relativa aos inquiridos residentes noutro paiacutes no caso dos visitantes
do dia destacam-se os 34 que natildeo satildeo residentes noutro paiacutes e os que satildeo residentes
noutros paiacuteses diferentes dos apresentados no graacutefico com 34 onde se inserem paiacuteses
como a Holanda Beacutelgica Greacutecia Ruacutessia Iratildeo Argentina Suiacuteccedila entre outros Podem-se
destacar ainda paiacuteses como a Alemanha com 7 Estados Unidos da Ameacuterica com 5
assim como a Espanha e a Franccedila cada um com 5 valores consideravelmente baixos
para estes mercados em comparaccedilatildeo com dados recolhidos atraveacutes do INE em anos
anteriores
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia)
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas)
7
4
5
5
4
1
5
34
34
Alemanha
Brasil
Estados Unidos
Espanha
Itaacutelia
Inglaterra
Franccedila
Outros paiacuteses
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
16
21
10
10
44
Alemanha
Espanha
Franccedila
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
Outros paiacuteses
79
Os turistas residentes noutro paiacutes presentes figura 36 residem essencialmente em
paiacuteses como a Aacuteustria Canadaacute Poloacutenia Hungria Sueacutecia entre outros com uma
frequecircncia de resposta de 44 seguidos dos que residem em Espanha com 21 e na
Alemanha com 16 Neste caso a percentagem de inquiridos que natildeo satildeo residentes
noutro paiacutes eacute muito mais reduzida em comparaccedilatildeo aos visitantes do dia com apenas 10
O principal motivo da visita a Almada em relaccedilatildeo aos visitantes do dia divide-se
essencialmente em duas variaacuteveis visiacuteveis na figura 37 passear com 25 e monumentos
com 16 tratando-se dos produtos turiacutesticos que os visitantes do dia consideram mais
importantes neste destino destacando-se ainda a paisagem com 11 o lazer recreio e
feacuterias e os museus ambos com 10 e por uacuteltimo a praia com 9 As variaacuteveis que
demonstram menos peso percentual satildeo a religiatildeo e o ambiente humano com 0 os
desportos e o profissionalnegoacutecios com 1 e os eventos com 2
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 38 demonstram ao contraacuterio do
que se verifica nos visitantes do dia que a grande maioria visita Almada essencialmente
pela praia com 20 para passear com 18 e pelo lazer recreio e feacuterias com 15
tratando-se dos produtos turiacutesticos que os turistas consideram mais importantes neste
destino
Passear25
Compras e lojas3
Monumentos16
Museus11
Praia9
Gastronomia5
Familiares e amigos6
Paisagem11
Lazer recreio e feacuterias10
80
As restantes variaacuteveis apresentam percentagens bastante idecircnticas como eacute o caso
da gastronomia com 8 os museus monumentos e paisagens com 7 As variaacuteveis que
apresentam menores valores satildeo uma vez mais como se verificou nos visitantes do dia
o ambiente humano com 0 religiatildeo com 1 profissionalnegoacutecios 2 e eventos com
3
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas)
Relativamente agraves questotildees 17 18 19 e 110 do grupo 1 do questionaacuterio
realizado apresentado no anexo I dos 154 questionaacuterios realizados apenas 40 (que
dizem respeito ao nuacutemero de turistas) responderam agraves mesmas pois apenas os turistas
pernoitaram e ficaram alojados em Almada sendo que como eacute possiacutevel observar na
figura 39 58 pernoitou mais de 4 noites no destino seguindo-se os que pernoitaram 3
noites com 15 2 noites com 8 e 4 noites tambeacutem com 8
Passear18
Compras e lojas4
Monumentos7
Museus7
Praia20
Gastronomia8
Familiares e amigos5
Paisagem7
Lazer recreio e feacuterias15
Desportos4
81
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada
Figura 40 - Em que zona ficou alojado
Desta forma atraveacutes da figura 40 dos 40 de turistas que ficaram alojados em
Almada a grande maioria (68) ficou alojado na Costa da Caparica confirmando-se
assim a informaccedilatildeo do graacutefico anterior uma vez que a principal razatildeo de visita dos turistas
a Almada eacute a praia De seguida surge entatildeo a zona de Cacilhas com 15 e por uacuteltimo
Almada Centro com 13 ficando as zonas do Pragal Trafaria e Herdade da Aroeira com
os menores valores percentuais (2)
No que diz respeito ao tipo de alojamento na figura 41 verifica-se que a tipologia
mais elegida foi o apartamento com 24 seguido do hotel com 21 e por uacuteltimo a casa
de familiares ou amigos com 16
38
15
8
58
8
1 noite 2 noites 3 noites 4 noites Mais de 4noites
NatildeoRespondeu
15
2
13
68
2 2
Cacilhas Pragal AlmadaCentro
Costa daCaparica
Trafaria Herdade daAroeira
82
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido
Relativamente ao tipo de regime na figura 42 destacam-se os que optaram
somente pela dormida com 39 e os que optaram pela dormida e pequeno almoccedilo com
37 dados que poderatildeo ter influecircncia na definiccedilatildeo do perfil uma vez que indicam que soacute
utilizam o destino em questatildeo para passar a noite
Figura 42 - Tipo de regime
Ao analisarmos a figura 43 referente ao transporte utilizado para chegar ao
destino percebemos que os visitantes do dia utilizaram essencialmente o barco com 46
seguido da viatura proacutepria com 27 e do autocarro puacuteblico com 11 Na figura 44
verifica-se que os turistas ao contraacuterio dos visitantes do dia utilizaram na sua maioria a
viatura proacutepria com 34 seguido da viatura alugada com 23 o autocarro puacuteblico com
19 e ainda o barco com 18
21
5
5
6
24
5
5
6
16
3
2
2
Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de Campismo
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros (Airbnb)
Natildeo Respondeu
3937
32
811
Soacute dormida Dormida epequenoalmoccedilo
Meiapensatildeo
Pensatildeocompleta
Tudoincluiacutedo
NatildeosabeNatildeorespondeu
83
Eacute de referir ainda que por se tratar de uma questatildeo de escolha muacuteltipla alguns dos
inquiridos selecionaram mais do que uma opccedilatildeo pois utilizaram diferentes transportes
para chegar ao destino
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia)
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas)
Estes contrastes demonstram que os visitantes do dia como despendem apenas de
algumas horas do seu dia para visitar Almada preferem utilizar o barco jaacute que eacute o
transporte mais raacutepido e de maior proximidade com Lisboa de onde proveacutem a grande
maioria No caso dos turistas como satildeo provenientes de paiacuteses ou localidades mais
distantes e como passam mais tempo no destino optam por meios de transporte que lhes
permitam ter uma maior liberdade e conforto como por exemplo as viaturas
27
6
2
11
7
46
2
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Comboio
Barco
Tuck-tuck
34
23
2
19
18
5
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Barco
Taacutexi
84
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada
Atraveacutes da anaacutelise da figura 45 e partindo do pressuposto que o total de respostas
nesta pergunta eacute maior que 92 (nuacutemero de visitantes do dia) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os visitantes do dia atribuem maior grau de
importacircncia a fontes de informaccedilatildeo relacionadas com os familiares e amigos uma vez
que se verifica uma frequecircncia de 64 respostas sendo que 27 dessas respostas numa
escala em que (1) nada importante e (5) extremamente importante classificaram esta
fonte com niacutevel maacuteximo (5) e 20 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que
a maioria atribui elevados graus de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 62
respostas sendo que 22 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 10 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados postos de Lisboa Cacilhas e
Costa da Caparica Na opccedilatildeo escolha ocasional verifica-se uma frequecircncia de 54
respostas o que demonstra que muitos dos visitantes do dia chegaram ao destino sem ter
planeado a visita sendo que 33 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 11 com o niacutevel seguinte (4) o que demonstra alguma importacircncia desta
opccedilatildeo As brochuras e guias turiacutesticos apresentam tambeacutem uma frequecircncia de 54
respostas onde 20 das mesmas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1) e apenas
6 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando assim a fraca importacircncia atribuiacuteda
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
8 2 7
2027
7 2
33
111
23 5
9 6 2
9 2
16 10 16
20 4
13 11 6
226
5 92
27 4
74
222 6
1113
1029 5
73
20 4 7 611
3 1
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
85
De seguida a variaacutevel que apresenta maior frequecircncia de respostas satildeo as redes
sociais com 53 respostas sendo que 16 classificaram as redes sociais com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 16 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando relativa importacircncia para esta
fonte As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas sendo
que a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo surge com 48 respostas as revistas ou
jornais com 45 as feiras ou exposiccedilotildees de turismo o site da CMA e as agecircncias de viagens
com 44
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes no niacutevel miacutenimo (1) demonstrando assim que todas elas natildeo
apresentam qualquer importacircncia para os visitantes do dia Foram ainda mencionados 4
aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo utilizadas um
guia de walking tours em Lisboa recomendaccedilotildees em restaurantes e ainda recomendaccedilotildees
por parte de empregados de hotel
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os visitantes do dia dizem respeito agraves informaccedilotildees fornecidas por familiares ou
amigos e algumas redes sociais como o instagram e o facebook pois satildeo as variaacuteveis que
apresentam uma maior frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas)
4 47
20
87 7
3
2
13
26
19
1 6 3
6
8
5 6 6
2
14
23 2
1
14
36 1
14
3
3
4515
1
42
112 4
5 2
13
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
86
Atraveacutes da anaacutelise da figura 46 e partindo do mesmo pressuposto anterior de que
o total de respostas seraacute superior a 62 (nuacutemero de turistas) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os turistas assim como se verificou no caso
dos visitantes do dia atribuem maior grau de importacircncia a fontes de informaccedilatildeo
relacionadas com os familiares e amigos uma vez que se verifica uma frequecircncia de 35
respostas sendo que 20 dessas respostas classificaram esta fonte com niacutevel maacuteximo (5)
e 7 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que a maioria atribui elevados graus
de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 29
respostas sendo que 14 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 5 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados apenas os postos de Cacilhas e
Costa da Caparica
As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas
sendo que a opccedilatildeo escolha ocasional surge com 27 respostas assim como as brochuras e
guias turiacutesticos as redes sociais com 25 o site da CMA com 24 as agecircncias de viagem e
a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo ambas com 23 as revistas ou jornais bem
como as feiras ou exposiccedilotildees de turismo com 22
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes nos niacuteveis miacutenimo (1) e intermeacutedio (3) demonstrando assim que
todas elas natildeo apresentam importacircncia de relevo para os turistas Foram ainda
mencionados 4 aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo
utilizadas a internet o booking a televisatildeo e informaccedilotildees recolhidas em Lisboa
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os turistas satildeo as mesmas dos visitantes do dia sendo que dizem respeito agraves
informaccedilotildees fornecidas por familiares ou amigos algumas redes sociais como o
instagram o facebook o pinterest e o tripadvisor assim como os postos de informaccedilatildeo
turiacutestica de Cacilhas e Costa da Caparica pois satildeo as variaacuteveis que apresentam uma maior
frequecircncia de resposta no niacutevel mais elevado da escala (5) extremamente importante
87
De seguida eacute interessante observar as figuras 47 e 48 uma vez que podemos
concluir que estas fontes de informaccedilatildeo previamente analisadas nas figuras anteriores
por parte dos visitantes do dia foram utilizadas essencialmente antes da viagem com 35
ou durante a viagem com 28 destacando-se ainda uma percentagem relevante de
visitantes que natildeo utilizaram nenhuma fonte de informaccedilatildeo com 21 No caso dos
turistas 44 utilizou as fontes antes da viagem e 24 durante apresentando valores
bastante similares aos visitantes do dia e tambeacutem com uma percentagem de 19 de
pessoas que natildeo utilizaram nenhuma fonte
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas)
No processo de tomada de decisatildeo de visitar Almada os dados das figuras 49 e
50 revelam que tanto os visitantes do dia como os turistas na sua maioria decidiram visitar
Almada antes de chegarem ao destino com 47 e 66 respetivamente Em ambos os
casos a segunda maior percentagem diz respeito aos que natildeo planearam a sua visita
sendo que no caso dos visitantes do dia 36 natildeo planeou e no caso dos turistas 21
21
35
28
16
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
19
44
24
13
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
88
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia)
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas)
Esta anaacutelise permitiu perceber que o melhor momento para intervir junto destes
consumidores eacute no momento da primeira fase do processo de decisatildeo designado por preacute-
decisatildeo ou seja implementar ferramentas de marketing e promoccedilatildeo que faccedilam chegar a
informaccedilatildeo aos consumidores no momento antes da viagem ser realizada
De seguida eacute possiacutevel observar de que forma esta divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino Almada foi valorizada Nos visitantes do dia (figura 51) 27
valorizaram-na como sendo boa seguido de insuficiente com 23 e suficiente com 15
Destaca-se ainda uma elevada percentagem (22) que natildeo soube ou natildeo quis responder
Relativamente aos turistas (figura 52) a grande maioria valoriza o desempenho como
sendo bom com 32 e muito bom com 26 ficando os valores inferiores (insuficiente
com 10 e muito insuficiente com 2) com menor destaque neste caso ao contraacuterio do
que se verificou nos visitantes do dia
89
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas)
Pode-se assim concluir que as fontes utilizadas pelos turistas (familiares ou
amigos e postos de informaccedilatildeo turiacutestica) satildeo mais valorizados dos que as utilizadas pelos
visitantes do dia (familiares ou amigos e redes sociais) Contudo no geral o desempenho
da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino eacute considerado como bom e muito bom pela
maioria dos visitantes do dia e turistas respetivamente
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
Tendo em atenccedilatildeo que os turistas e visitantes do dia tecircm acesso a informaccedilatildeo sobre
o destino que visitam antes de realizarem a viagem e criam as suas expectativas tendo por
base essa informaccedilatildeo na figura 53 podemos observar que os visitantes do dia na sua
maioria com 52 natildeo tinham qualquer tipo de expectativas em relaccedilatildeo a Almada
contudo 30 tinha expectativas moderadas e 12 elevadas Estes dados revelam que
apesar de terem tido acesso a informaccedilatildeo sobre o destino antes de realizarem a viagem
essa informaccedilatildeo natildeo teve impacto de forma a criar expectativas nos visitantes o que pode
indicar que a informaccedilatildeo apresentada natildeo eacute de qualidade ou natildeo apresenta meacutetodos
eficazes que motivem os visitantes
1
23
15
27
12
22
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
2
10
24
3226
6
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
90
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia)
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas)
No caso dos turistas na figura 54 observa-se que as expectativas da maioria dos
inquiridos eram moderadas com 45 seguido de 32 sem expectativas e 18 com
expectativas elevadas Neste caso uma vez que a percentagem de expectativas moderadas
eacute maior do que as restantes significa que a informaccedilatildeo recolhida teve algum impacto nos
turistas de maneira a motivaacute-los e a criarem algum tipo de expectativa em relaccedilatildeo a
Almada ao contraacuterio do que se verificou com os visitantes do dia
De forma a compreender se Almada seria o uacutenico destino a ser visitado para tentar
compreender quais os eventuais interesses dos turistas e visitantes em termos de oferta de
produtos e serviccedilos nas figuras 55 e 56 observa-se que em relaccedilatildeo aos visitantes do dia
82 natildeo visitaram apenas Almada assim como no caso dos turistas com 90 das
respostas a indicarem que natildeo visitaram somente Almada Assim conclui-se que o tipo
de oferta de Almada deve procurar complementar-se aos destinos com que partilha
alguma proximidade uma vez que em ambos os casos a maioria dos turistas e visitantes
natildeo visitam apenas este destino sendo portanto importante apresentar uma oferta
complementar aos restantes destinos envolvidos
1
4
52
30
12
Muito Baixas
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
5
32
45
18
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
91
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia)
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas)
Eacute entatildeo essencial perceber quais os destinos complementares e para tal a tabela 9
demonstra quais os destinos mais referidos sendo que a grande maioria dos visitantes do
dia com 55 refere Lisboa 17 refere que apenas veio para visitar Almada 11 refere
outras cidades como por exemplo Porto Setuacutebal Algarve e Cascais e ainda 10 que
referem Sintra No caso dos turistas a maioria refere tambeacutem Lisboa com 42 seguido
de outras cidades com 39 como Setuacutebal Porto Nazareacute Algarve e Cascais em
semelhanccedila ao que se verificou com os visitantes do dia Desta forma no caso dos
visitantes do dia deve-se ter em consideraccedilatildeo como destinos complementares Lisboa e
Sintra essencialmente e no caso dos turistas Lisboa e algumas cidades referidas
anteriormente como Setuacutebal e Cascais por se encontrarem mais proacuteximas de Almada
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada
Com o intuito de analisar quais seriam os principais produtos ou serviccedilos a ser
consumidos pelos turistas e visitantes na tabela 10 apresentam-se as principais atraccedilotildees
visitadas em Almada
Visitantes do dia Turistas
O que vai visitar para aleacutem de Almada Nordm Nordm
Lisboa 51 55 26 42
Sintra 9 10 0 0
Outras cidades 10 11 24 39
Nada 16 17 6 10
Natildeo respondeu 6 7 6 10
92
Nos visitantes do dia destaca-se o Cristo Rei com 29 e outras atraccedilotildees onde se
inserem miradouros igrejas museus e restaurantes com 32 Nos turistas verifica-se
que 34 visitou principalmente a praia 21 outras atraccedilotildees onde se inserem museus
centro histoacuterico da cidade e restaurantes com 21 o Cristo Rei apenas com 12 e ainda
o destaque para os 18 que natildeo responderam essencialmente porque ainda natildeo sabiam o
que iriam visitar agrave data da realizaccedilatildeo do questionaacuterio Em ambos os casos as atraccedilotildees que
se destacam satildeo sem duacutevida os monumentos e museus os restaurantes e o Cristo Rei
assim como a praia no caso dos turistas
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
Uma vez que na escolha de um destino os atributos do mesmo tecircm alguma
influecircncia no processo atraveacutes das perguntas 34 e 35 do grupo 3 do inqueacuterito tentou-se
analisar qual seria a importacircncia dos mesmos de forma a perceber quais seriam as
motivaccedilotildees tanto intriacutensecas como extriacutensecas dos turistasvisitantes e posteriormente a
satisfaccedilatildeo destes mesmos atributos que se encontram no destino Almada Por se tratarem
de questotildees de escolha muacuteltipla o nuacutemero de respostas vai ser superior ao nuacutemero total
de inquiridos Contudo nem todos os inquiridos responderam a estas questotildees muitas
das vezes deixando-as incompletas ou mesmo em branco essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino aquando o preenchimento do inqueacuterito
Atraveacutes da anaacutelise da figura 61 presente no apecircndice I com base em todos os
inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo eacute possiacutevel concluir que numa escala
de 1 a 5 em que (1) nada importante (2) pouco importante (3) moderadamente
importante (4) muito importante e (5) extremamente importante o atributo com maior
frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala (4 e 5) no caso dos visitantes
do dia foi o que diz respeito a visitar locais diferentes com 34 respostas no niacutevel maacuteximo
e 35 no niacutevel anterior o que significa que para a maioria este eacute o atributo mais importante
na escolha do destino
Visitantes do dia Turistas
Principais atraccedilotildees visitadas Nordm Nordm
Cristo Rei 43 29 10 12
Praia 14 9 29 34
Zona de Cacilhas 16 11 6 7
Costa da Caparica 7 5 5 6
Centro histoacuterico de Almada 7 5 2 2
Outras atraccedilotildees 48 32 18 21
Natildeo respondeu 13 9 15 18
93
De seguida destacam-se os atributos divertir-me e ter uma aventura seguido de
fugir da rotina do dia a dia facilidade de transporte assim como acessibilidadestracircnsito
e ainda a gastronomia e os recursos culturais e paisagiacutesticos sendo que estes 7 atributos
mencionados foram os que realmente obtiveram maior grau de importacircncia para os
visitantes do dia por se tratarem dos que apresentam uma maior frequecircncia de respostas
nos niacuteveis mais elevados da escala
Os atributos com menor frequecircncia de resposta ou seja classificados com os
niacuteveis mais baixos da escala (1 e 2) no caso dos visitantes do dia atraveacutes do mesmo
graacutefico anteriormente citado eacute possiacutevel concluir que o atributo com menor grau de
importacircncia eacute o golfe com 60 respostas no niacutevel 1 da escala 11 no niacutevel 2 e apenas 3 no
niacutevel 3 sendo que os restantes niacuteveis natildeo apresentam qualquer resposta no que diz
respeito a este atributo Destacam-se ainda atributos como os equipamentos desportivos
hospitaisserviccedilos de sauacutede e parques de estacionamento tornando-se assim estes 4
atributos os menos valorizados pelos visitantes do dia
Passando para o caso dos turistas atraveacutes da anaacutelise da figura 62 presente no
apecircndice I com base em todos os inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo
eacute possiacutevel concluir que o atributo com maior frequecircncia de respostas nos niacuteveis mais
elevados da escala foi a praia com 37 respostas no niacutevel 5 seguido dos atributos visitar
locais diferentes fugir da rotina do dia a dia restaurantes e gastronomia e ainda facilidade
de transporte sendo que estes formam os atributos com maior grau de importacircncia na
escolha do destino Almada para os turistas Os atributos com maior frequecircncia de
respostas nos niacuteveis mais baixos da escala no caso dos turistas dizem respeito uma vez
mais ao golfe com 48 respostas no niacutevel 1 e apenas 2 no niacutevel 3 seguido de equipamentos
desportivos parques de estacionamento e hospitaisserviccedilos de sauacutede Desta forma o
panorama eacute bastante idecircntico ao que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia
sendo atribuiacutedo aos mesmos atributos o menor grau de importacircncia na escolha do destino
Apoacutes analisado o grau de importacircncia dos atributos eacute essencial compreender qual
a satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos mesmos Atraveacutes da anaacutelise da figura 63 presente no apecircndice
I numa escala de 1 a 5 em que (1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) satisfeito (4)
muito satisfeito (5) extremamente satisfeito eacute possiacutevel concluir que os visitantes do dia
atribuiacuteram maior grau de satisfaccedilatildeo aos atributos visitar locais diferentes e fugir da rotina
do dia a dia sendo que as respostas incidem com maior frequecircncia no niacutevel 4 da escala
seguido do niacutevel 5 para estes dois atributos
94
Destaca-se ainda o grau de satisfaccedilatildeo positivo dos atributos gastronomia e
restaurantes distacircncia ao destino de origem facilidade de transporte e ainda divertir-me
ou ter uma aventura onde as respostas incidiram com maior frequecircncia no niacutevel 4 da
escala Em relaccedilatildeo aos niacuteveis mais baixos da escala eacute possiacutevel perceber que os visitantes
do dia atribuiacuteram menor grau de satisfaccedilatildeo aos atributos de golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede e alojamento
No que diz respeito aos turistas atraveacutes da figura 64 presente no apecircndice I os
atributos mais satisfatoacuterios para os mesmos foram as praias fugir da rotina do dia a dia e
visitar locais diferentes assim como a gastronomia e os restaurantes Os que apresentam
menor grau de satisfaccedilatildeo satildeo a boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica e o golfe Neste
caso o facto da sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica ter apresentado os menores niacuteveis de
satisfaccedilatildeo eacute algo negativo pois significa que natildeo se encontram satisfatoacuterios no destino ou
capazes de servir para o propoacutesito para o qual foram criados
Concluindo a niacutevel geral os atributos que apresentam maior grau de importacircncia
no caso dos visitantes do dia relacionam-se com motivaccedilotildees intriacutensecas pois dizem
respeito a visitar locais diferentes fugir da rotina do dia a dia e divertir-se ou ter uma
aventura Para os turistas para aleacutem dos atributos associados a motivaccedilotildees intriacutensecas de
visitar locais diferentes e fugir da rotina relacionam-se tambeacutem essencialmente com
motivaccedilotildees extriacutensecas como a praia recursos culturais e paisagiacutesticos e gastronomia
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo os atributos mais satisfatoacuterios tanto para os visitantes
do dia como para os turistas foram os mesmos (visitar locais diferentes fugir da rotina do
dia a dia gastronomia etc) assim como os insatisfatoacuterios (golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede etc) Contudo uma vez que nem todos os
inquiridos responderam a esta questatildeo estes dados podem natildeo apresentar uma
importacircncia de relevo
Se compararmos com os graacuteficos relativos agrave importacircncia dos atributos os mesmos
atributos classificados como menos importantes para a escolha do destino foram os que
receberam menor grau de satisfaccedilatildeo o que pode indicar apenas que como os
visitantesturistas natildeo experienciaram esses mesmos atributos acabaram por lhes conferir
valores mais baixos de satisfaccedilatildeo natildeo significando que realmente apresentem maacutes
condiccedilotildees ou que se encontrem insatisfatoacuterios
95
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo geral do destino a figura 57 demonstra que em relaccedilatildeo
aos visitantes do dia a satisfaccedilatildeo global incide com maior frequecircncia entre as vaacuterias
satisfeito e muito satisfeito ambas com 39 seguida da variaacutevel extremamente satisfeito
com 16 O grau de satisfaccedilatildeo dos turistas (figura 58) surge com maior frequecircncia na
variaacutevel muito satisfeito com 42 seguido do satisfeito com 34
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia)
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas)
Em ambos os casos eacute possiacutevel concluir que apesar de terem surgido valores natildeo
tatildeo positivos em relaccedilatildeo a dados anteriormente apresentados no geral a satisfaccedilatildeo de
turistas e visitantes em relaccedilatildeo a Almada encontra-se entre o lsquopositivarsquo e o lsquomuito
positivarsquo algo que eacute bastante relevante uma vez que significa que o destino foi de alguma
forma ao encontro das necessidades dos seus turistasvisitantes e conseguiu superar ou
atingir as expectativas dos mesmos
0
1
39
39
16
4
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
2
0
34
42
11
11
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
96
A par com a satisfaccedilatildeo surge a pergunta sobre o que mais gostou no destino e
atraveacutes da tabela 11 eacute possiacutevel observar que os visitantes do dia na sua maioria natildeo
responderam (29) porque ainda natildeo tinham visitado ou porque tinham acabado de
chegar ao destino Contudo dos que responderam destaca-se a opccedilatildeo outros aspetos com
24 onde se inserem fatores como o facto de existirem poucas pessoas no destino os
jardins e miradouros a proximidade a Lisboa e a hospitalidade e ainda se destacam as
paisagens com 16 e o Cristo Rei com 11 tratando-se dos atributos com maior
relevacircncia para os visitantes do dia de Almada
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita
Comparativamente aos turistas os dados demonstram novamente que a maioria
(34) natildeo respondeu pelos mesmos motivos referidos nos visitantes do dia sendo que
dos que responderam 23 gostou mais da gastronomia e 13 da tranquilidade Da opccedilatildeo
outros aspetos destacam-se a seguranccedila a acessibilidade e a proximidade a Lisboa
Dos aspetos mais negativos da visita atraveacutes da tabela 12 eacute possiacutevel concluir que
a grande maioria dos visitantes do dia natildeo respondeu (53) essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino 26 referiram que natildeo houve nada que natildeo tivessem
gostado e na opccedilatildeo outros aspetos referiram demora na restauraccedilatildeo acessos e o facto dos
museus e monumentos fecharem demasiado cedo Em relaccedilatildeo aos turistas a maioria
tambeacutem natildeo respondeu (45) porque ainda natildeo tinha visitado o destino Contudo 34
referem que natildeo houve nada de relevante que natildeo tenha gostado e 8 refere outros
aspetos onde se inserem a liacutengua poucas pessoas jovens e a falta de informaccedilatildeo turiacutestica
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita
Visitantes do dia Turistas
O que mais gostou em Almada Nordm Nordm
Cristo Rei 15 11 1 2
Paisagens 21 16 6 10
Tranquilidade 9 7 8 13
Gastronomia 8 6 14 23
Restaurantes 8 6 0 0
Pessoas 0 0 6 10
Outros aspetos 32 24 6 10
Natildeo respondeu 38 29 21 34
Visitantes do dia Turistas
O que menos gostou em Almada Nordm Nordm
Tracircnsito 5 5 4 6
Estacionamento 4 4 0 0
Clima 0 0 4 6
Sinalizaccedilatildeo 2 2 0 0
Outros aspetos 8 9 5 8
Nada que natildeo tenha gostado 24 26 21 34
Natildeo respondeu 49 53 28 45
97
Apoacutes analisada a satisfaccedilatildeo eacute necessaacuterio compreender a intenccedilatildeo comportamental
dos inquiridos a fim de se verificar se pretendem voltar e recomendar o destino que
visitaram Na figura 59 27 dos visitantes do dia referem que de certeza que vatildeo
regressar a Almada 32 referem que eacute provaacutevel que regressem 27 natildeo sabem e apenas
14 referem que natildeo vatildeo regressar Ao niacutevel da recomendaccedilatildeo a grande maioria (52)
refere que vai recomendar de certeza 42 refere que eacute provaacutevel que recomende sendo
que apenas 7 natildeo sabe ou natildeo vai recomendar o destino Por uacuteltimo em relaccedilatildeo a
regressar mesmo que o preccedilo aumente o panorama altera-se jaacute que a maioria (47) refere
que natildeo sabe se regressa 26 referem que eacute provaacutevel e apenas 14 tecircm a certeza que
regressam assim como 14 natildeo regressam de todo
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 60 indicam que 41 refere que
vai voltar de certeza 33 refere que eacute provaacutevel e 25 natildeo sabe sendo que apenas 2
respondeu que natildeo voltava No que diz respeito agrave recomendaccedilatildeo 53 vai recomendar de
certeza 32 eacute provaacutevel e 15 natildeo sabe Por fim relativamente a voltar mesmo que o
preccedilo aumente a maioria (44) refere que natildeo sabe se volta 32 refere que eacute provaacutevel
e 22 volta de certeza sendo que apenas 2 referem que natildeo voltam
14
1
14
27
6
47
32
42
26
27
52
14
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
98
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas)
Neste caso dos turistas a intenccedilatildeo comportamental eacute mais positiva na medida em
que apresentam valores percentuais mais elevados na variaacutevel lsquode certezarsquo e os valores
que surgem na variaacutevel lsquonatildeorsquo satildeo os que apresentam os menores valores percentuais
apenas com 2 Jaacute os visitantes do dia apresentam valores percentuais mais elevados
nestas variaacuteveis com 14 das respostas e valores mais baixos na variaacutevel lsquode certezarsquo
Esta diferenccedila de dados pode estar relacionada com o facto de os visitantes do dia
passarem menos tempo no destino e daiacute que tenham menos ferramentas que os permitam
afirmar com certeza este tipo de questotildees ao contraacuterio dos turistas que conseguem ter
outras perspetivas do destino por passarem mais tempo no mesmo
2 2
2515
44
33
32
32
4153
22
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
99
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica
Uma vez que o turismo representa uma atividade capaz de contribuir para o
desenvolvimento global a niacutevel econoacutemico social etc nos destinos turiacutesticos este
impacto eacute extremamente importante uma vez que graccedilas ao movimento de turistas e
visitantes os proacuteprios destinos vatildeo-se desenvolvendo atraveacutes do investimento em novas
infraestruturas promoccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos seus atributos e patrimoacutenio (UNWTO
2012) Quando visitam um destino diferente do seu local habitual os turistasvisitantes
procuram algo novo e dissemelhante obrigando desta forma a uma constante adaptaccedilatildeo
dos destinos ao tipo de procura existente acabando por contribuir para a implementaccedilatildeo
de alteraccedilotildees nos mesmos de forma a darem natildeo soacute resposta agrave procura externa mas ao
mesmo tempo melhorar as condiccedilotildees de vida da proacutepria populaccedilatildeo local
Um destino turiacutestico deve englobar nas suas caracteriacutesticas alguns elementos
chave para o seu desenvolvimento e sucesso as facilidades de acesso infraestruturas em
condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo e a diversidade nas opccedilotildees tanto de alojamento como de
restauraccedilatildeo satildeo cruciais para a atratividade de um destino Estes elementos em conjunto
com as diversas atraccedilotildees presentes num destino possuem a capacidade de motivar o
visitante a visitaacute-las mas para tal eacute necessaacuterio que exista uma correlaccedilatildeo de forccedilas na
gestatildeo dos destinos atraveacutes de entidades que atraveacutes da promoccedilatildeo e do marketing atraiam
visitantes
Esta gestatildeo dos destinos eacute essencial pois permite alcanccedilar determinadas vantagens
como a competitividade atraveacutes do estabelecimento de uma posiccedilatildeo uacutenica e
diferenciadora de forma a que o mercado a reconheccedila como tal a qualidade e o
reconhecimento da mesma por parte turistavisitante para que ele proacuteprio promova
posteriormente o destino a sustentabilidade e rentabilidade dos recursos e do proacuteprio
destino e por fim a identidade e a marca que ajudam a melhor posicionar os produtos no
mercado e a aumentar a notoriedade do destino fazendo com que os visitantesturistas
regressem Poreacutem cabe tambeacutem agraves componentes econoacutemicas privadas investir neste
desenvolvimento em conjunto com o Estado e de acordo com os recursos turiacutesticos
existentes no destino adaptar a sua oferta ao perfil de turista que a visita tendo por base
a motivaccedilatildeo do mesmo
100
Eacute atraveacutes da anaacutelise e investigaccedilatildeo das motivaccedilotildees turiacutesticas que se torna possiacutevel
definir o puacuteblico-alvo e atuar conforme as suas necessidades e aquilo que ambicionam
encontrar no destino Para tal eacute necessaacuterio existir um equiliacutebrio de interesses tendo em
conta tanto os turistas como a proacutepria induacutestria turiacutestica e ainda a comunidade local jaacute
que ldquoalcanccedilar esse equiliacutebrio eacute fundamental para o sucesso das empresas num destino e
requer uma compreensatildeo de como os turistas se deslocam e exploram os espaccedilos dentro
da cidaderdquo (Wearing e Foley 2017 104)
Acontece que as motivaccedilotildees e necessidades dos turistasvisitantes atuais estatildeo em
constante mudanccedila pois tornaram-se cada vez mais exigentes e heterogeacuteneos Desta
forma eacute necessaacuterio que a gestatildeo dos destinos turiacutesticos acompanhe estas mesmas
transformaccedilotildees aplicando novos modelos de gestatildeo Segundo Vargas-Saacutenchez (2017) o
modelo Inductors for Results (IN-RES-TUR) fundamentado pelo proacuteprio visa dar
resposta a quatro aspetos essenciais a uma gestatildeo eficiente dos destinos Este modelo
defende a implementaccedilatildeo de um conjunto de indutores capazes de atrair o mercado
potencial do destino utilizando os recursos e serviccedilos presentes no mesmo oferecer
experiecircncias e emoccedilotildees que provoquem trocas positivas fidelizar os turistasvisitantes
com o auxiacutelio da tecnologia que permite o acesso a toda a informaccedilatildeo a qualquer altura
do dia e em qualquer parte do mundo
Segundo o mesmo autor atraveacutes do recurso agrave tecnologia eacute possiacutevel conhecer o
consumidor pormenorizadamente conferindo-lhe aquilo que ele mais deseja na
atualidade a customizaccedilatildeo dos serviccedilosprodutosexperiecircncias das quais vai usufruir e ao
mesmo tempo a cocriaccedilatildeo desses mesmos produtos tornando-se parte integrante da
experiecircncia global que eacute visitar um novo destino Assim tendo em atenccedilatildeo que o desafio
para a gestatildeo de destinos eacute cada vez mais complexo ldquoa inovaccedilatildeo permanente e ateacute mesmo
a reinvenccedilatildeo do modelo de negoacutecio satildeo hoje essenciais para gerar um valor com uma
margem e volume remuneradores em conjuntordquo (Id Ibid 490)
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica
Apoacutes a anaacutelise dos resultados em conjunto com toda a informaccedilatildeo recolhida para
a elaboraccedilatildeo da fundamentaccedilatildeo teoacuterica desta dissertaccedilatildeo principalmente no que diz
respeito agraves motivaccedilotildees e perfil do turista foi possiacutevel retirar algumas conclusotildees
relativamente ao perfil do turista deste destino
101
Em primeiro lugar Almada apesar de se caracterizar como um micro destino
urbano tem vindo a ganhar cada vez mais visibilidade graccedilas ao crescimento da procura
por este tipo de turismo muito graccedilas ao facto do destino Lisboa (o seu principal
concorrente) ter vindo a ganhar cada vez mais notoriedade estando ao niacutevel dos principais
destinos urbanos mais procurados na Europa (Costa e Albuquerque 2017) Como tal o
principal perfil de turista que visita Almada caracteriza-se como excursionista pois a
grande maioria dos inquiridos eram visitantes do dia o que significa que se tratam de
visitantes que natildeo ficam alojados no destino e apenas efetuam uma visita de um dia ou
umas horas sendo que procuram essencialmente turismo cultural ou no caso dos turistas
que ficam alojados no destino pelo menos 1 noite procuram mais por turismo de sol e
mar
Neste contexto a preferecircncia por parte dos visitantes do dia recai sobre os recursos
culturais e religiosos do destino visto que o monumento do Cristo Rei foi das atraccedilotildees
mais visitadas assim como museus e igrejas Jaacute nos turistas a grande maioria por ter
ficado alojado na Costa da Caparica local caracteriacutestico e especiacutefico para a praacutetica de
turismo de sol e mar as suas preferecircncias recaem naturalmente sobre a praia e os recursos
mais naturais do destino demonstrando assim duas realidades distintas no perfil do turista
de Almada
Em termos da anaacutelise da oferta que o destino Almada apresenta apoacutes toda a
recolha de informaccedilatildeo sobre os recursos produtos e serviccedilos existentes eacute um destino que
possuiacute uma oferta turiacutestica relativamente abrangente tanto a niacutevel cultural religioso
natural como a niacutevel de diversas infraestruturas complementares como eacute o caso da
restauraccedilatildeo e do alojamento pois satildeo cada vez mais notoacuterios os investimentos nestas duas
vertentes ainda que se verifiquem algumas lacunas relativamente agrave quantidade e
diversidade da oferta face ao aumento da procura Contudo foram mencionados alguns
aspetos que o destino apresenta como falhas e que se devem ter em consideraccedilatildeo devido
agrave importacircncia dos mesmos como eacute o caso da falta de informaccedilatildeo turiacutestica no local ao
niacutevel da sinalizaccedilatildeo e da proacutepria informaccedilatildeo presente em hoteacuteis e outras infraestruturas
Atraveacutes da observaccedilatildeo das figuras 45 e 46 do capiacutetulo anterior concluiacutemos que
de facto as fontes de informaccedilatildeo menos valorizadas pelos turistas foram as
brochurasguias turiacutesticos as redes sociais e o site oficial da CMA sendo que no caso dos
visitantes do dia foram as recomendaccedilotildees por parte de profissionais da aacuterea turiacutestica o
site da CMA e ainda as agecircncias de viagem
102
Estes dados indicam que para aleacutem de natildeo serem fontes de informaccedilatildeo
valorizadas como importantes para este perfil de turista encontram-se tambeacutem
insatisfatoacuterias jaacute que lhes foram atribuiacutedos valores muito reduzidos numa escala em que
o 1 correspondia ao valor miacutenimo e o 5 ao valor mais elevado Contudo em oposiccedilatildeo a
estes dados as informaccedilotildees mais valorizadas foram sem duacutevida as provenientes de
familiaresamigos em ambos os casos e ainda os postos de informaccedilatildeo turiacutestica no caso
dos turistas e algumas redes sociais apenas no caso dos visitantes do dia sendo que estes
devem ser as fontes de informaccedilatildeo a priorizar e a desenvolver na gestatildeo deste destino
Neste caso concreto conclui-se que de facto as ferramentas de comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino como sendo brochuras e guias suportes digitais online como redes
sociais e sites oficiais natildeo demonstraram ter grande impacto na atraccedilatildeo deste perfil de
turista jaacute que a fonte de informaccedilatildeo que realmente influenciou a maioria dos inquiridos
foram sem duacutevida os familiaresamigos Todavia os resultados menos positivos
essencialmente no que diz respeito ao site oficial da CMA visto que foi uma das variaacuteveis
que se repetiu tanto nos turistas como nos visitantes do dia como sendo das menos
valorizadas e satisfatoacuterias assim como as redes sociais e as brochurasguias devem ser
vistas como dados relevantes para a melhoria destas mesmas fontes no sentido de se
inovarem e desenvolverem as suas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo visto que se trata de um
fator relevante na influecircncia e atratividade dos turistasvisitantes
Para tal ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo de Almada a aposta deve recair
cada vez mais nas plataformas tecnoloacutegicas online atraveacutes da implementaccedilatildeo de um
design mais apelativo e mais direcionado para turistasvisitantes e natildeo tanto para a
populaccedilatildeo local Deve-se tambeacutem desenvolver ferramentas capazes de atrair os clientes
para o destino partindo-se dos atributos do mesmo (o que existe de maior relevacircncia) de
forma a perceber quais os benefiacutecios e adequar a promoccedilatildeocomunicaccedilatildeo ao puacuteblico alvo
No entanto o balanccedilo geral da satisfaccedilatildeo dos turistas e excursionistas eacute bastante positivo
sendo que foram poucos os que apontaram aspetos negativos ou insuficiecircncias ao destino
Deste modo de acordo com o objetivo definido de delinear o perfil do turista de
Almada e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica e tendo por base as hipoacuteteses construiacutedas
anteriormente como premissas da investigaccedilatildeo conclui-se essencialmente que
- A caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica dos inquiridos revela que a grande maioria
dos inquiridos eram do sexo feminino e no caso dos visitantes do dia possuiacuteam idades
103
compreendidas entre os 18 e os 34 anos enquanto que os turistas apresentam uma faixa
etaacuteria mais elevada (com a maioria entre os 45 e 54 anos) tratando-se dos principais
puacuteblicos-alvo deste destino Relativamente agraves nacionalidades natildeo se obteve um valor
significativo com maior incidecircncia numa nacionalidade especiacutefica pois foram
mencionadas diversas nacionalidades (belga holandesa chinesa russa polaca etc)
Contudo no caso dos excursionistas destaca-se a nacionalidade portuguesa e a italiana e
nos turistas a espanhola e alematilde
- Apoacutes a anaacutelise de toda a oferta do destino considerando produtos e serviccedilos e o
tipo de turistas que visitam Almada podemos concluir que se trata de um destino
essencialmente cultural e de sol e mar jaacute que os seus principais produtos se encontram
relacionados com o turismo cultural (monumentos) de sol e mar (praias) e o de natureza
(parques jardins) Segundo os dados recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos realizados existem
mais excursionistas que turistas o que significa que utilizam o destino apenas para visitar
curtas e raacutepidas sendo que na maioria tanto turistas como visitantes do dia procuram
principalmente atraccedilotildees culturais neste caso concreto o Cristo Rei monumentos igrejas
e museus de natureza os jardins parques ou miradouros e por fim de sol e mar praias
da Costa da Caparica
- Em relaccedilatildeo agrave escolha ocasional deste destino de facto muitos dos
visitantesturistas chegam a Almada de forma ocasional mas a grande maioria planeia a
visita logo satildeo visitas previstas e previamente decididas ao contraacuterio do que se previa
- As fontes de informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino natildeo influenciaram a escolha do
turistavisitante para visitar Almada uma vez que ambos se basearam essencialmente em
familiaresamigos e natildeo tanto em fontes oficiais criadas pelo destino
- O papel da promoccedilatildeo turiacutestica natildeo demonstrou ser eficiente no reforccedilo da
atratividade para o concelho uma vez que as fontes de informaccedilatildeo associadas agrave promoccedilatildeo
turiacutestica receberam valorizaccedilotildees muito baixas sendo que vaacuterias natildeo foram de todo
utilizadas
- O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute relativamente
elevado ao contraacuterio do que se tinha presumido nas hipoacuteteses iniciais
- Em relaccedilatildeo agrave intenccedilatildeo comportamental dos turistasvisitantes conclui-se que
apresentam alguma intenccedilatildeo de regressar a Almada mas os dados com maior incidecircncia
104
de resposta referem-se agrave recomendaccedilatildeo e aos que indicaram natildeo saber se realmente
pretendem voltar ou natildeo ao destino ou seja satildeo mais os que pretendem recomendar o
destino dos que os que pretendem regressar de certeza
Relativamente agrave pergunta de partida que se destinava a compreender qual o perfil
do turista que visita Almada bem como perceber de que forma a promoccedilatildeo turiacutestica do
destino tem impacto na atratividade do mesmo conclui-se que na sua maioria o tipo de
visitante de Almada eacute excursionista e procura sobretudo o turismo cultural e o de sol e
mar sendo que se demonstra de uma forma geral bastante satisfeito relativamente ao
destino mas apresenta algumas falhas no que diz respeito agrave informaccedilatildeo disponiacutevel e agrave
promoccedilatildeo de Almada tendo sido mencionadas algumas lacunas relativamente a este
fator Desta forma tendo por base o conhecimento do tipo de visitantes do destino assim
como informaccedilatildeo relevante acerca do que estaacute a falhar ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo turiacutestica torna-se mais faacutecil proceder agrave adaptaccedilatildeo da oferta agraves necessidades
deste puacuteblico alvo especiacutefico assim como implementar novas ferramentas de
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino que contribuam para o seu desenvolvimento
e atratividade
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Uma das maiores limitaccedilotildees desta investigaccedilatildeo relaciona-se com a recolha dos
inqueacuteritos por questionaacuterio a fim de se obter uma amostra mais significativa do universo
em questatildeo O previsto seria recolher uma maior quantidade de inqueacuteritos mas tendo em
conta o periacuteodo em que a recolha se sucedeu entre os meses de junho e julho de 2019 o
nuacutemero de pessoas que aceitou preencher o inqueacuterito foi mais reduzido do que o esperado
o que dificultou todo o processo Desta forma a amostra definida inicialmente de 239
inqueacuteritos natildeo foi possiacutevel de se realizar face ao reduzido nuacutemero de visitantesturistas
que se disponibilizaram a responder
Assim a amostra teve que ser reduzida e apesar de se tratar de uma amostra suficiente
para a realizaccedilatildeo desta investigaccedilatildeo natildeo se pode concluir que seja 100 representativa
do perfil do turista de Almada natildeo podendo deste modo generalizar os resultados obtidos
Outra das limitaccedilotildees que surgiu foi a anaacutelise estatiacutestica dos dados uma vez que natildeo se
realizou uma anaacutelise comparativa de variaacuteveis tendo sido elaborada apenas uma anaacutelise
descritiva Portanto no futuro seria relevante obter uma amostra mais representativa deste
universo de maneira de fornecer um maior contributo para o desenvolvimento do destino
105
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros
Relativamente a orientaccedilotildees para futuros trabalhos seria interessante investigar
quais os interesses dos diferentes stakeholders do destino Almada de forma a
compreender onde pretendem investir e o que pretendem desenvolver tendo por base as
necessidades dos turistasexcursionistas Apoacutes esta anaacutelise seria importante proceder a
algumas alteraccedilotildees e implementaccedilatildeo de novas estrateacutegias para o destino nomeadamente
ao niacutevel da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do mesmo e tambeacutem da oferta ao niacutevel do alojamento
especialmente na zona mais central da cidade para que se torne tambeacutem possiacutevel a criaccedilatildeo
de novos produtos turiacutesticos ou desenvolver os que jaacute existem e que apresentam
potencialidades para tal
Seria tambeacutem importante a realizaccedilatildeo de mais estudos de mercado de forma a
compreender cada vez melhor aquilo que um turistavisitante procura em Almada para
que a resposta da oferta esteja em concordacircncia com essas mesmas necessidades e
motivaccedilotildees Contudo natildeo se deve desprezar aquilo que satildeo os interesses da populaccedilatildeo
local sendo tambeacutem importante aferir quais os seus interesses e de que forma veem o
desenvolvimento do turismo no seu local de residecircncia para que seja possiacutevel conjugar
os seus interesses aos interesses do destino e deste modo contribuir para o
desenvolvimento do mesmo
Atraveacutes da realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo compreendeu-se que Almada eacute um destino
com fortes potencialidades de desenvolvimento turiacutestico capaz de se transformar num
dos principais pontos de atraccedilatildeo logo a seguir a Lisboa que apesar de se tratar de um
destino concorrente possibilita uma relaccedilatildeo de complementaridade jaacute que Almada pode
apresentar um tipo de oferta diferenciada daquela que se encontra em Lisboa muitas
vezes considerada como sendo demasiado massificada
O desenvolvimento turiacutestico deste destino pode tambeacutem ser feito sobretudo ao
niacutevel do turismo cultural sendo que este produto apresenta um grande potencial de
desenvolvimento No entanto tambeacutem eacute possiacutevel a aposta em subprodutos como o
turismo de museus e industrial ligados por sua vez ao turismo criativo um tipo de turismo
que tem vindo a crescer e a afirmar-se nos uacuteltimos anos podendo vir a ser uma grande
vantagem competitiva para o destino se poder afirmar enquanto destino cultural e criativo
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALEGRE Joaquiacuten e GARAU Jaume (2010) Tourist Satisfaction and Dissatisfaction
Annals of Tourism Research Vol 37 No 1 pp 52-73 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738309000929via3Dihu
b
AKAMA John S e KIETI D M (2003) Measuring tourist satisfaction with Kenyarsquos
wildlife safari a case study of Tsavo West National Park Tourism Management vol 24
pp 73-81 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS02615
17702000444
BALOGLU S e MCCLEARY K W (1999) A Model of Destination Image Formation
Annals of Tourism Research Science vol 26(4) pp 868ndash897 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738399000304via3Dihu
b
BEERLI A e MARTIN JD (2004) Factors Influencing Destination Image Annals of
Tourism Research vol 31 nordm 3 pp 657-681 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738304000349
BJOumlRK Peter (2014) ldquoTourist Experience Value Tourist Experience and Life
Satisfactionrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK CAB
International pp 22-29
BOTELHO Joana Maria Ribeiro Pita (2013) Fatores Motivadores na Escolha do
Destino Turiacutestico Uma outra questatildeo Coimbratilde Oliveira do Hospital Escola Superior de
Tecnologia e Gestatildeo de Oliveira do Hospital Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026175881DissertaC3A7C3A3o20J
oana20Botelhopdf
BUHALIS Dimitrios (2000) Marketing the Competitive Destination of the Future
Tourism Management vol 21 nordm 1 pp 97-116 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS0261517799000953via3Dihub
107
BUTLER Richard W (1980) The Concept of a Tourist Area Cycle of Evolution
Implications for management of resources Canadian Geographer vol XXIV no 1 pp5-
12 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueconcept-tourist-area-cycle-
evolution-implications-management-resources
Cacircmara Municipal de Almada (sd) Disponiacutevel em httpwwwm-almadapt
[Consultado a 04062019]
Cacircmara Municipal de Almada (2011) Plano Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e
Desenvolvimento do Turismo para o Concelho de Almada Disponiacutevel em httpwwwm-
almadapt [Consultado a 04062019]
CARDOSO Idiacutelia Spencer (2012) O Uso da Internet como Ferramenta de Comunicaccedilatildeo
na Promoccedilatildeo dos Destinos Turiacutesticos O Caso da Ilha do Maio Praia Universidade de
Cabo Verde ndash Escola de Negoacutecios e Governaccedilatildeo Monografia Disponiacutevel em
httpwwwportaldoconhecimentogovcvbitstream1096126381MONOGRAFspenc
erpdf
COHEN Erik (1979) Rethinking the sociology of tourism Annals of Tourism Research
vol 6 nordm 1 pp 18- 35 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleab
spii0160738379900926via3Dihub
COLTMAN Michael M (1989) Tourism Marketing Nova Iorque Van Nostrand
Reinhold
COSTA Carlos e ALBUQUERQUE Helena (2017) ldquoUm Novo Modelo Conceptual
para o Turismo Urbanordquo Em Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e
Desenvolvimento Turiacutestico Lisboa Lidel p409-422
CROTTS John C e PAN Bing (2007) Destination appraisals Annals of Tourism
Research Vol 34 No 2 pp 541ndash544 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738306001630
CUNHA Liciacutenio e ABRANTES Antoacutenio (2013) Introduccedilatildeo ao Turismo Lisboa Lidel
CUNHA Liciacutenio (2011) Autenticidade e Inovaccedilatildeo factores de renovaccedilatildeo dos destinos
turiacutesticos maduros Cogitur Journal of Tourism Studies nordm 4 pp 9-28 Disponiacutevel em
httprecilgrupolusofonapthandle104371890
CUNHA Liciacutenio (2013) Economia e Poliacutetica do Turismo Lisboa Lidel
108
ENGEL J BLACKWELL R D e MINIARD P W (1995) Consumer Behaviour Fort
Worth Dryden Press
FERRO Carlos (2018) ldquoA 15 minutos de Lisboa e sem hoteacuteis para turistasrdquo Diaacuterio de
Notiacutecias 25 de marccedilo Disponiacutevel em httpswwwdnpt [Consultado a 04062019]
COSTA Ana Rita de Deus Rocha Alves Peres da (2015) Tourist Destination Loyalty a
multidimensional perspective Algarve Universidade do Algarve ndash Faculdade de
Economia Tese de Doutoramento Disponiacutevel em httpssapientiaualgpthandle10400
17865
FIGUEIREDO Sara Vieira (2015) Potencialidades da Aposta no Turismo Criativo para
a Dinamizaccedilatildeo Social e Econoacutemica da Margem Cacilhas-Arialva Estoril Escola
Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026194211201504019_pdf
FLORES LCS e MENDES JC (2014) Perspectivas do destino turiacutestico repensando
o sentido do conceito Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo vol 8 nordm 2 pp 222-
237 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueperspectivas-destino-
turC3ADstico-repensando-o-sentido-conceito-1
FRAMKE Wolfgang (2002) The Destination as a Concept A Discussion of the
Business-related Perspective versus the Socio- cultural Approach in Tourism Theory
Scandinavian Journal of Hospitality and Tourism vol 22 pp 92-108 Disponiacutevel em
httpswwwtandfonlinecomdoiabs10108015022250216287
GAcircNDARA Joseacute Manoel G (2008) A Imagem dos Destinos Turiacutesticos Urbanos
Revista Eletroacutenica de Turismo Cultural pp 1-22 Disponiacutevel em
httpwwwecauspbrturismoculturalaimagempdf
GNOTH Juergen (1997) Tourism Motivation and Expectation Formation Annals of
Tourism Research vol 24 nordm 2 pp 283ndash304 Disponiacutevel em
httpswwwmendeleycomcataloguetourism-motivation-1
GONCcedilALVES Antoacutenio Costa (2002) O recreio e lazer na reabilitaccedilatildeo urbana ndash
Almada Velha Lisboa Gabinete de Estudos e Prospetiva Econoacutemica
109
GREMLER D e BROWN S (1996) ldquoService loyalty its nature importance and
implicationsrdquo Em Edvardsson et al (Eds) Advancing service quality a global
perspective NY ISQA
GUSTAVO Nuno Silva (2012) Modelos e Processos de Gestatildeo em Negoacutecios Turiacutesticos
Tendecircncias num contexto em mudanccedila Revista Turismo amp Desenvolvimento nordm 1718
Disponiacutevel em httpscomumrcaapptbitstream104002625381201201002_pdf
HILL Manuela Magalhatildees e HILL Andrew (1998) A Construccedilatildeo de um Questionaacuterio
Dinacircmia ndash Centro de Estudos sobre a Mudanccedila Socioeconoacutemica documento de trabalho
pp 1-56 Disponiacutevel em httpsrepositorioiscte-iulptbitstream100714694DINAMI
A_WP_1998-11pdf
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica Disponiacutevel em httpswwwinept [Consultado
a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2013) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2012 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=209572834ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2014) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2013 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=223543836ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2015) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2014 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=249079309ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2016) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2015 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=224764823ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
110
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2017) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2016 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=277105510ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE - Instituto Nacional de Estatiacutestica (2018) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2017 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=320468753ampxlang=enampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a
04062019]
ISO-AHOLA Seppo E (1982) Toward a Social Posychological Theory of Tourism
Motivation Annals of Tourism Research vol 9 nordm 2 pp 256-262 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspii0160738382900494
JENSEN Oslashystein (2014) ldquoApproaches for the Evaluation of Visitor Experiences at
Tourist Attractionsrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK
CAB International pp 139-153
KOTLER Philip (2000) Marketing Management Millenium Edition USA Prentice-
Hall Inc
KOZAK Metin e ANDREU Luisa (2006) Progress in Tourism Marketing UK
Elsevier
LEIPER Neil (1979) The Framework of Tourism - Towards a Definition of Tourism
Tourist and the Tourist Industry Annals of Tourism Research vol 6 nordm 4 pp 390-407
Disponiacutevel em httpwwwsciencedirectcomsciencearticlepii0160738379900033
LYNCH Mary-Frances et al (2011) The demand for Mirsquokmaw cultural tourism Tourist
perspectives Tourism Management vol 32 pp 977-986 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0261517710001676
MARUJO Maria Noeacutemi (2008a) Turismo e Comunicaccedilatildeo Castelo Branco RVJ-
Editores
MARUJO Maria Noeacutemi (2008b) A Internet como Novo Meio de Comunicaccedilatildeo para os
Destinos Turiacutesticos O caso da Ilha da Madeira Turismo em Anaacutelise vol 19 nordm1 pp25-
42 Disponiacutevel em httpswwwrevistasuspbrrtaarticledownload14140159580
111
MIRANDA Claudio de Souza (2010) A Internet como ferramenta de comunicaccedilatildeo no
Turismo um estudo exploratoacuterio da utilizaccedilatildeo de e-mails pelo trading em Ribeiratildeo Preto
e seus impactos no Turismo local Disponiacutevel em httpsistemasemeadcombr8semea
dresultadotrabalhosPDF159pdf
NAIDOO P et al (2011) An assessment of visitor satisfaction with nature-based
tourism attraction International Journal of Management and Marketing Research vol 4
nordm1 pp 87-98 Disponiacutevel em httpspdfssemanticscholarorgc748dec80e536503a61b
041a2591ef969b3fff5apdf
OMT ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (2019) UNWTO Tourism Definitions [online]
UNWTO Madrid Disponiacutevel em httpswwwe unwtoorgdoibook10181119789284
420858 [Consultado a 11122019]
PESTANA Maria Helena et al (2018) Motivations emotions and satisfaction The keys
to a tourism destination choice Journal of Destination Marketing amp Management pp 1-
9 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS2212571X1830120
3via3Dihub
PERES Rita e RITA Paulo (2017) ldquoMarketing e Comunicaccedilatildeo dos Destinosrdquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p173-181
PIKE Steven e PAGE Stephen (2014) Destination Marketing Organizations and
destination marketing A narrative analysis of the literature Tourism Management vol
41 pp 202-227 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS026
1517713001714via3Dihub
PIZAM Abraham e MANSFELD Yoel (1999) Consumer Behavior in Travel and
Tourism NY The Haworth Hospitality Press
PREBENSEN Nina K CHEN Joseph S e UYSAL Muzaffer (2014) Creating
Experience Value in Tourism UK CAB International
QUIVY Raymond e CAMPENHOUDT Luc Van (2005) Manual de Investigaccedilatildeo em
Ciecircncias Sociais Lisboa Gradiva
RNT ndash Registo Nacional do Turismo (2002) Disponiacutevel em httpsrntturismodeportug
alpt [Consultado a 02102019]
112
SARANIEMI Saila e KYLAumlNEN Mika (2011) Problematizing the concept of tourism
destination An Analysis of Different Theoretical Approaches Journal of Travel
Research vol 50 no 2 pp133- 143 Disponiacutevel em httpsjournalssagepubcomdoia
bs1011770047287510362775
SCOacuteTOLO Denise e NETTO Alexandre P (2015) Contribuiccedilotildees do Turismo para o
Desenvolvimento Local Cultur ndash Revista de Cultura e Turismo vol 9 no1 pp 37-59
Disponiacutevel em httpperiodicosuescbrindexphpculturarticleview554
SEATON A V (1996) ldquoDestination Marketingrdquo Em A V Seaton e M M Bennet
(eds) Marketing Tourism Products Reino Unido Thomson Business Press
SWARBROOKE John e HORNER Susan (2007) Consumer Behaviour in Tourism
UK Elsevier Ltd
UNWTO ndash United Nations World Tourism Organization (2007) A Practical Guide to
Tourism Destination Management Spain World Tourism Organization
URIELY Natan (2005) The Tourist Experience - Conceptual Developments Annals of
Tourism Research vol 32 nordm 1 pp 199-216 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirect
comsciencearticleabspiiS0160738304001264via3Dihub
VARGAS-SAacuteNCHEZ Alfonso (2017) ldquoTerritoacuterios de Inovaccedilatildeo e Turismordquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p481-491
WEARING Stephen L e FOLEY Carmel (2017) Understanding the tourist experience
of cities Annals of Tourism Research Vol 65 pp 97-107 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738317300695
WICHELS Susana (2013) A Experiecircncia Sensorial na Comunicaccedilatildeo Turiacutestica Biblos ndash
Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra V XI pp 475-494
Disponiacutevel em httpsdigitalis-dspucptjspuihandle10316235518
WOODSIDE AG e LYSONSKI S (1989) A general model of travel destination
choice Journal of Travel Research Vol 27 No4 pp8-14 Disponiacutevel em
httpsjournalssagepubcomdoi101177004728758902700402
113
YOUSAF A et al (2018) Touristrsquos Motivations to Travel A Theoretical Perspective
on The Existing Literature Tourism and Hospitality Management V 24 no 1 pp 197ndash
211 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcataloguetourists-motivations-totravel-
theoretical-perspective-existing-literture
114
Apecircndice I ndash Graacuteficos
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia)
25 12
3534
43
21
23
30
11
1528
18
5
2
515
29
30
9
7
20
24
18
43
1511
4
2
21
6 1822
7
379 13
12
316
5 1921
141123
29
17
60
11
3
14
8 13
20
22
7
5 22
27
20
21
1020
17
5
6
421
31
15
14
1422
1712
7
6
2720
16
14
14
23 13
10
11
6
2520
13
22
10
22
116
7
7
20
2816
11
11
24
1610
88
13
33 145 4
1430 21
30 17
9 9 9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
115
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas)
13 14 19
22
22
12
21
18
4
1524
8
2
1
518 20
11
9
14 128
9
32
10
5 2
3
5
16
188
5
20
15
11
4
17
6
12
23
44
3
1127
12
48
2
2
1
5
13
37
5
2
13
19
156
6
27
8
4
1
1
12
28
14
9
4
18
15
5
3
12
24
13
3
7
26
14
2
3
6
23
15
6
1211
17
9
2
512
20
12
4
6
9
323
4
4
26
17
1
6
1 12
31
321
6 814
4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
116
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia)
37
20
16
1
15
20
16
1
419
9
4
1
1 12
22
6
4
711
7
8
7
3
8
3
1
1
3
17
14
2
7
2
12 2
1
4
1
10 20
33
4
278
14 3
3
4
4
12
22
2
2
12
13
83
2
15
14
21
1
6
26
74
322
6
2
1 8
20
12
1
3
19
9
2
2
1
19
10
6
2
1
21
8
2
2
2
15 16
3
2
15
9 6
4
3
316
12
4
4
10 20
56
410 9
1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
117
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas)
24 15
37 23
1
3 14
35 24
3
428
229
2
2
20
27
17
4
2
24
1519
22
11
14
34
13
6
20
14 6
19
7
23
15
15
7
17
179
91
17
28 1637
2
8
3 2
11
1
15
12
21
6
2
20
27
14
17
3
20
7
6
6
2
16
3212
8
4
30
17 94
5
20
21 1610
9
22
12 76
11
27
11 913
6
20 66
5
6
10 29189
11
2410
710
8
22 16 859
14 27 15216 16
6 6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
118
Anexo I - Inqueacuterito
Posto de turismo
Data
Caro(a) Senhor(a) este questionaacuterio tem como principal objetivo realizar um estudo para uma dissertaccedilatildeo de
mestrado com o intuito de avaliar a sua visita ao destino Almada Toda a informaccedilatildeo recolhida eacute confidencial
Agradecemos a sua colaboraccedilatildeo
11 Eacute a primeira vez que visita o destino Almada Sim Natildeo
12 Se natildeo eacute a primeira visita quantas viagens fez a Almada nos uacuteltimos dois anos
Quando foi a uacuteltima visita
13 Com quem estaacute a viajar
Sozinho
GrupoExcursatildeo Quantas pessoas
Companheiroa
FamiacuteliaAmigos
14 Eacute residente em Portugal Em que concelho
15 Eacute residente noutro paiacutes Qual
16 Qual a razatildeo da visita a Almada 17 Vai pernoitar em Almada Sim Natildeo
Quantas noites pernoita
18 Estaacute alojado em Almada Sim Natildeo
Em que zona
1) Cacilhas 2) Pragal 3) Almada
Centro 4) Costa da Caparica 5) Trafaria
6) Herdade da Aroeira
19 Qual o tipo de alojamento que elegeu nas diferentes zonas acima referidas
QUESTIONAacuteRIO
1 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
Passear Paisagem
Compras e lojas Lazer Recreio e Feacuterias
Monumentos Ambiente humano
Museus Desporto
Eventos Natildeo seinatildeo respondo
ProfissionalNegoacutecios Outros Quais
Religiatildeo
Praia
Gastronomia
Familiares e amigos
1) 2) 3) 4) 5) 6) Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de campismo
ResortAldeamento Turiacutestico
Pousada da juventude
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros Quais
119
110 Por que regime optou 111 Qual o meio de transporte que utilizou para chegar a
Almada
Viatura Proacutepria hellip Autocaravana
Viatura Alugada Barco
Autocarro Turiacutestico Tuck-tuck
Autocarro Puacuteblico BicicletaTrotineteSegway
Comboio A peacute
2 Fontes de Informaccedilatildeo do destino de Almada 21 Como valoriza as seguintes fontes de informaccedilatildeo que o levaram a visitar o destino Almada Para cada opccedilatildeo assinale com (x) o nuacutemero que corresponde ao seu grau de importacircncia sendo que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5) Extremamente importante
22 Quando eacute que usou estas fontes de informaccedilatildeo 23 Quanto tempo demorou a decidir visitar Almada
24 Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica de Almada tendo em conta a seguinte escala (1) Muito insuficiente (2) Insuficiente (3) Suficiente (4) Bom (5) Muito bom (NSNR) Natildeo seinatildeo respondo
31 Inicialmente as suas expectativas relativamente 32 Almada eacute o uacutenico destino que vai visitar Sim Natildeo
a Almada eram Se natildeo qual(ais)
33 Quais as atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
1) 2) 3) 4) 5) 6)
Soacute dormida
Dormida e pequeno almoccedilo
Meia pensatildeo
Pensatildeo completa
Tudo incluiacutedo
NSNR
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos
Escolha ocasional
Revista ou jornal Qual
Redes sociais Qual
Brochuras e guias turiacutesticos Qual
FeirasExposiccedilotildees de turismo Qual
Site da cacircmara municipal de Almada
Postos de informaccedilatildeo turiacutestica Qual
Agecircncias de viagem Qual
Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo Qual
Outros Qual
(1) Natildeo usei
(2) Antes da viagem
(3) Durante a viagem
(1) Natildeo foi planeado
(2) Quando cheguei ao destino
(3) Antes de chegar ao destino
(1) Muito Insuficiente
(2) Insuficiente
(3) Suficiente
(4) Bom
(5) Muito Bom
NSNR
3 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
(1) Muito Baixas (2) Baixas (3) Sem expectativas (4) Moderadas (5) Elevadas
120
34 Indique com um (x) quais dos seguintes atributos considera mais importantes na escolha deste destino numa
escala em que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5)
Extremamente Importante
35 Indique com um (x) qual o seu grau de satisfaccedilatildeo para cada um dos seguintes aspetos relativos ao destino numa
escala em que (1) Muito Insatisfeito (2) Insatisfeito (3) Satisfeito (4) Muito Satisfeito (5) Extremamente Satisfeito
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio local
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
121
36 Segundo as suas expectativas qual o seu grau de 37 O que mais gostou durante a visita (3 aspetos)
satisfaccedilatildeo global relativamente ao destino Almada
38 O que menos gostou durante a visita (3 aspetos)
39 Depois da sua visita a Almada tenciona
4 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
51 Idade 52 Geacutenero 54 Estado Civil
53 Nacionalidade
55 Habilitaccedilotildees Literaacuterias 56 Situaccedilatildeo Profissional
(assinale com um (x) a habilitaccedilatildeo mais elevada)
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado Outro
57 Qual o valor meacutedio que gasta por dia e por pessoa 58 Qual o rendimento familiar mensal
nesta visita a Almada (excluindo o alojamento)
Muito Insatisfeito Insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito Extremamente Satisfeito Natildeo SeiNatildeo Respondo
Natildeo Natildeo Sei Eacute Provaacutevel De Certeza
Voltar
Recomendar
Voltar mesmo que o preccedilo aumente
Feminino Masculino
18-24 anos 25-34 35-44 45-54 55-64 Mais do que 64 anos NSNR
Solteiroa CasadoUniatildeo de facto DivorciadoViuacutevo Nordm de elementos do agregado familiar
Empregado Desempregado Natildeo ativo Estudante Reformado Outro Qual
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro + de 2501euro
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro 401-500euro Mais de 500euro Outro valor
Obrigada pela colaboraccedilatildeo e atenccedilatildeo dispensada
III
Agradecimentos
No decorrer da elaboraccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo vaacuterios foram os intervenientes que
contribuiacuteram com o seu apoio motivaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo em diversas situaccedilotildees e sem os
quais natildeo teria sido possiacutevel finalizar este projeto
Em primeiro lugar um agradecimento agrave minha famiacutelia em especial agrave minha matildee
Eunice que nunca me deixou desistir e que sempre me fez ver que eu seria capaz assim
como aos meus irmatildeos Miguel e Catarina e aos meus avoacutes Joseacute e Tina que toda a vida
me apoiaram incondicionalmente e sem os quais eu natildeo teria conseguido
Em segundo lugar agrave Professora Doutora Rita Peres por ter aceite orientar este
trabalho pela sua disponibilidade em encontrar novas soluccedilotildees pelas suas sugestotildees e
indicaccedilotildees assim como o seu apoio ao longo de todo o desenvolvimento da dissertaccedilatildeo
Em terceiro lugar agrave Cacircmara Municipal de Almada em especial a todos os
responsaacuteveis e funcionaacuterios dos postos de turismo de Cacilhas e da Costa da Caparica
por me terem permitido realizar os meus inqueacuteritos nas suas instalaccedilotildees e pela
colaboraccedilatildeo atenccedilatildeo e disponibilidade sem as quais teria sido impossiacutevel realizar este
estudo
Por uacuteltimo mas natildeo menos importante um agradecimento especial a todos os
meus amigos e colegas que de uma forma ou de outra contribuiacuteram durante este percurso
com o seu apoio incondicional as suas palavras encorajadoras a sua ajuda e a sua
motivaccedilatildeo em especial agrave minha companheira de todos os desabafos e desesperos
Veroacutenica Silva ao meu cunhado e agrave minha irmatilde cuja a ajuda foi preciosa Sem eles este
caminho teria sido muito mais difiacutecil de percorrer
A todos os meus mais sinceros agradecimentos
IV
Iacutendice Geral
Agradecimentos ______________________________________________________ III
Iacutendice Geral _________________________________________________________ IV
Iacutendice de Figuras _____________________________________________________ VI
Iacutendice de Tabelas ____________________________________________________ VIII
Resumo _____________________________________________________________ IX
Abstract ______________________________________________________________ X
Lista de siglas e abreviaturas ____________________________________________ XI
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo __________________________________________________ 1
11 Contexto e enquadramento ao tema ___________________________________ 1
12 Pertinecircncia do estudo ______________________________________________ 2
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo _____________________________ 3
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos __________________________________________ 4
21 O turismo enquanto sistema _________________________________________ 4
22 Conceito de Destino Turiacutestico _______________________________________ 6
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos _______________________ 11
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista ________________________________ 13
31 Motivaccedilotildees do Turista ____________________________________________ 13
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino_____________________________ 19
33 Perfil do turista __________________________________________________ 21
34 Experiecircncia turiacutestica _____________________________________________ 23
35 Satisfaccedilatildeo do turista ______________________________________________ 27
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos _________________________ 30
41 Conceito de marketing em destinos __________________________________ 30
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos ___________ 33
43 Comportamento do Consumidor ____________________________________ 35
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos __ 38
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos _______________________ 40
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada _____________________________ 44
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio ________________________________________ 44
52 Oferta turiacutestica em Almada ________________________________________ 47
V
53 Procura turiacutestica em Almada _______________________________________ 51
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica ________________ 57
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino ______ 59
Capiacutetulo VI ndash Metodologia ______________________________________________ 62
61 Modelo da investigaccedilatildeo ___________________________________________ 62
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo ________ 63
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio ____________________ 64
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos ______________________ 67
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas __________________________________ 67
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada __________________ 74
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada ___________________________ 84
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo _______________________________ 89
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais ______________________________________ 99
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica ________________________________ 99
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica ___________ 100
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo _______________________________________ 104
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros__________________________________ 105
Referecircncias Bibliograacuteficas _____________________________________________ 106
Apecircndice I ndash Graacuteficos _________________________________________________ 114
Anexo I - Inqueacuterito ___________________________________________________ 118
VI
Iacutendice de Figuras
Figura 1 - O sistema turiacutestico 6
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas 17
Figura 3 - Modelo de Howard e Sheth 36
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall 37
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor 37
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada 44
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada 51
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de
Almada 52
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada 53
Figura 10 - Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas 54
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica 54
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses
56
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada 62
Figura 14 - Idade visitantes do dia 67
Figura 15 - Idade turistas 68
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia 68
Figura 17 - Geacutenero turistas 69
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia 69
Figura 19 - Estado civil turistas 69
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia 70
Figura 21 - Nacionalidades turistas 70
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia 71
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas 71
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia) 72
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas) 72
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia) 73
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas) 73
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia) 74
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas) 74
Figura 30 - Primeira vez em Almada 75
VII
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia) 77
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas) 77
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia) 78
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas) 78
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia) 79
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas) 80
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada 81
Figura 40 - Em que zona ficou alojado 81
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido 82
Figura 42 - Tipo de regime 82
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia) 83
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas) 83
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 84
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas) 85
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 87
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas) 87
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia) 88
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas) 88
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia) 89
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas) 89
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia) 90
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas) 90
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia) 91
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas) 91
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia) 95
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas) 95
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia) 97
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas) 98
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia) 114
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas) 115
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia) 116
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas) 117
Iacutendice de Tabelas
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada 47
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada 49
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 52
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 54
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia 55
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
55
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos 75
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada 76
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada 91
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada 92
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita 96
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita 96
IX
Resumo
O desenvolvimento de um destino turiacutestico estaacute associado a diversos fatores que
englobam diferentes stakeholders como os consumidores a comunidade local o
EstadoGoverno e as empresas sendo que muitas vezes os interesses de uns conflituam
com os interesses de outros dificultando desta forma a gestatildeo do destino Como tal esta
gestatildeo deve ser estruturada numa oacutetica de rede na medida em que devem ser
desenvolvidos mecanismos de cooperaccedilatildeo e de cocriaccedilatildeo entre as diferentes partes
interessadas Eacute neste sentido que o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos deve
ter em consideraccedilatildeo estes mesmos interesses de forma a estimular a oferta e a procura e
ao mesmo tempo influenciar a decisatildeo dos turistasvisitantes
Contudo cabe ao turista decidir o que quer visitar quando e como e desta forma
eacute essencial o conhecimento das suas motivaccedilotildees e tambeacutem dos diferentes perfis de turistas
existentes para que a oferta seja ajustada a essas distintas caracteriacutesticas Para tal eacute
imprescindiacutevel a geraccedilatildeo de expectativas que podem ser criadas pelo destino atraveacutes de
diversos meios de comunicaccedilatildeo que transmitam informaccedilatildeo de qualidade acerca da oferta
do mesmo com o intuito de atrair visitantes captar a sua atenccedilatildeo e fidelizaacute-los para que
regressem e recomendem
Neste sentido a investigaccedilatildeo empiacuterica representa uma importante ferramenta no
desenvolvimento dos destinos turiacutesticos jaacute que permite recolher dados relevantes sobre
o puacuteblico alvo que se pretende atingir No caso da presente dissertaccedilatildeo sendo o principal
objetivo traccedilar o perfil do turista e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada destacam-se
como algumas conclusotildees o facto da maioria dos visitantes de Almada serem
excursionistas e natildeo turistas pois a grande maioria apenas visita o destino por algumas
horas assim como o facto de que ao niacutevel da promoccedilatildeo turiacutestica do destino esta natildeo
demonstrou ter uma papel relevante na influecircncia da escolha do destino destacando-se a
necessidade de implementar novas ferramentas de promoccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo
no destino turiacutestico em questatildeo
Palavras-chave turismo destinos turiacutesticos perfil do turista motivaccedilotildees comunicaccedilatildeo
promoccedilatildeo turiacutestica Almada
X
Abstract
The development of a tourist destination is associated with countless factors that
encompass different stakeholders such as consumers local community the state
government and companies where often the interests of some conflict with the interests
of others therefore hampering the management of the destination As such this
management should be structured from a network perspective as co-operation and co-
creation mechanisms between different stakeholders should be established It is in this
sense that the development of tourism products and services must take these same
interests into account in order to stimulate supply and demand while influencing the
decision of touristsvisitors
However it is up to the tourist to decide what they want to visit when and how
and so it is essential to know their motivations and the different existing profiles of
tourists so that the offer can be adjusted to these different characteristics To this end it
is essential to generate expectations which can be created by the destination through
several communication channels that convey quality information about its supply in
order to attract visitors capture their attention and increase their loyalty for them to return
and recommend
Consequently empirical research represents an important tool in the development
of tourist destinations as it allows relevant data collection about the intended target
market In the case of this dissertation being the main objective to identify the profile of
the tourist of Almada as well as analyze the tourism promotion of the destination some
conclusions include the fact that most of Almadas visitors are excursionists and not
tourists as the vast majority only visit the destination for a few hours as well as the fact
that the tourist promotion of the destination has not demonstrated a relevant role in
influencing the choice of destination highlighting the need to implement new tools for
promotion and dissemination of information in destination under discussion
Keywords tourism tourist destinations tourist profile motivations communication
tourism promotion Almada
XI
Lista de siglas e abreviaturas
AML Aacuterea Metropolitana de Lisboa
BTL Bolsa de Turismo de Lisboa
CMA Cacircmara Municipal de Almada
DMO Destination Management Organization
INE Instituto Nacional de Estatiacutestica
ISSU Digital Publishing Platform for Magazines Catalogs and Publications
OMT Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo
PDM Plano Diretor Municipal
RNT Registo Nacional de Turismo
UNWTO World Tourism Organization
1
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 Contexto e enquadramento ao tema
A atualidade eacute caracterizada por profundas alteraccedilotildees que foram ocorrendo ao longo
dos uacuteltimos anos a niacutevel econoacutemico cultural social poliacutetico e ambiental Estas
alteraccedilotildees ocorreram por diversos motivos como crises econoacutemicas alteraccedilotildees
demograacuteficas o processo de globalizaccedilatildeo os desenvolvimentos tecnoloacutegicos entre
outros tornando o mundo atual cada vez mais global com sociedades cada vez mais
fragmentadas (Gustavo 2012) Esta fragmentaccedilatildeo ldquoleva a que a sociedade se divida numa
grande variedade de grupos de pessoas com caracteriacutesticas demograacuteficas sociais
econoacutemicas e culturais diferentes que originam novos segmentos da procura turiacutesticardquo
(Cunha 2011 10) Todos estes fatores contribuem para a aceleraccedilatildeo das transformaccedilotildees
e do proacuteprio ciclo de vida das sociedades modernas o que obriga ldquoa mudanccedilas na procura
e (hellip) agrave alteraccedilatildeo dos destinos e das actividades que neles se desenvolvemrdquo (Id Ibid 10)
Nos uacuteltimos anos tem-se assistido a um grande desenvolvimento turiacutestico sendo que
o turismo se transformou numa das principais fontes de rendimento do Governo Um dos
principais desafios que este enorme desenvolvimento turiacutestico provocou foi o aumento da
oferta turiacutestica que por sua vez conduziu ao grande aumento da competitividade entre os
destinos originando algumas dificuldades na sua gestatildeo Este aumento da oferta estaacute
tambeacutem notoriamente relacionado com o aumento da procura sendo que satildeo vaacuterios os
fatores que cada vez mais incentivam as pessoas a viajar e a deslocarem-se para novos
destinos fazendo com que a procura turiacutestica tenha tomado uma escala global deixando
de estar centralizada nos destinos mais industrializados e desenvolvidos (Gustavo 2012)
Esta procura eacute cada vez mais constituiacuteda por consumidores com caracteriacutesticas
socioculturais muito diversas que deram origem a novos estilos de vida muito diferentes
dos padrotildees que se observavam nas deacutecadas de 50 e 60 ldquocaracterizados pelo consumismo
(hellip) que deu origem agraves feacuterias massificadas com base no laquosol e marraquordquo (Cunha e Abrantes
2013157) Assim os consumidores atuais satildeo cada vez mais exigentes e independentes
com um maior grau de conhecimento sobre os factos
2
A realidade eacute que a velocidade do ciclo de vida tem aumentado cada vez mais
diminuindo o tempo de vida dos produtos tornando-se imprescindiacutevel estar em constante
inovaccedilatildeo uma vez que a mesma ldquodesempenha o papel de motor do desenvolvimento e eacute
dos mais poderosos meios de melhorar a competitividade dos destinos turiacutesticos [sendo]
um factor criacutetico para ultrapassar as situaccedilotildees que levam agrave maturidade ou estagnaccedilatildeordquo
(Cunha 2011 25) Desta forma cada vez mais o turista contemporacircneo procura
experiecircncias turiacutesticas diferenciadoras e autecircnticas o que faz com que os destinos de
forma a natildeo perderem a sua capacidade de atraccedilatildeo invistam cada vez mais na inovaccedilatildeo
para que se consigam ldquoreestruturar criar uma nova identidade e alterar a sua imagemrdquo
mantendo-se competitivos (Cunha 2011 12)
Esta noccedilatildeo de inovaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia hoje em dia pois se o liacuteder de
mercado natildeo se inovar vai acabar por se autodestruir uma vez que vai deixar de conseguir
acompanhar a procura e de combater a concorrecircncia Se existir uma contiacutenua estagnaccedilatildeo
num determinado produto e natildeo se estimular uma evoluccedilatildeo das ofertas o destino vai
certamente entrar em decliacutenio e perder competitividade deixando de ser apelativo Eacute
neste acircmbito que surge um novo paradigma do turismo muito mais dinacircmico e mais
focado no consumidor que cada vez mais exige ldquoser parte integrante no processo de
construccedilatildeo do produto e no caso do destino turiacutestico da experiecircncia turiacutesticardquo (Flores e
Mendes 2014 234) Desta forma os gestores de destinos devem operar seguindo uma
visatildeo do destino ldquocomo um sistema integrado flexiacutevel e adaptado agraves demandasrdquo
privilegiando as motivaccedilotildees e expectativas do consumidor de forma a compreender os
diversos perfis de turistas que existem atualmente para que seja possiacutevel criar
experiecircncias turiacutesticas de excelecircncia (Flores e Mendes 2014 234)
12 Pertinecircncia do estudo
Esta dissertaccedilatildeo pretende contribuir para a definiccedilatildeo do perfil do turista que visita
Almada tendo por base as teorias associadas agraves motivaccedilotildees expectativas
comportamento e satisfaccedilatildeo assim como proceder a uma anaacutelise da promoccedilatildeo turiacutestica
deste destino atraveacutes da examinaccedilatildeo dos diferentes canais de comunicaccedilatildeo existentes
Uma vez que o ramo de especializaccedilatildeo deste mestrado eacute a gestatildeo de destinos turiacutesticos
considerou-se pertinente compreender e definir o que satildeo destinos turiacutesticos tendo em
conta a oferta turiacutestica a procura e a experiecircncia turiacutestica assim como definir o conceito
de comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica uma vez que estas ldquo[estabelecem] a ligaccedilatildeo entre a
oferta e a procura entre os turistas e os anfitriotildeesrdquo (Marujo 2008 29)
3
Tambeacutem seratildeo abordados alguns conceitos de marketing turiacutestico em destinos de
forma a compreender que este deve ser visto como um sistema dinacircmico onde se devem
estabelecer inter-relaccedilotildees entre os diferentes stakeholders ldquode forma a conciliar os
objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica natildeo sendo apenas uma estrateacutegia
de atraccedilatildeo de visitantesturistasrdquo (Peres e Rita 2017174) A escolha deste tema para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo teve que ver sobretudo com o facto de natildeo existir nenhum
estudo cientiacutefico em concreto sobre o perfil do turistavisitante de Almada Assim como
compreender como eacute que os turistasvisitantes obtiveram conhecimento deste destino
como chegaram ateacute ele e ateacute que ponto a promoccedilatildeo turiacutestica do destino teve impacto ou
influecircncia na escolha dos turistasvisitantes
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo
O objetivo geral desta dissertaccedilatildeo eacute caracterizar o turistavisitante que visita
Almada assim como determinar as motivaccedilotildees para a viagem Por outro lado pretende-
se estudar outras variaacuteveis do comportamento do consumidor tais como conhecer o
impacto da promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos atraveacutes do conhecimento de quais os meios
de comunicaccedilatildeo que tiveram um maior impacto ou natildeo na escolha da visita sendo que se
pretende que o resultado desta investigaccedilatildeo possa ser um contributo para o
desenvolvimento do destino turiacutestico em questatildeo Formam tambeacutem parte dos objetivos
compreender a aacuterea turiacutestica da cidade de Almada atraveacutes de uma anaacutelise da oferta e da
procura identificar os diferentes canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e analisar
se a estrateacutegia de promoccedilatildeo bem como os principais canais de comunicaccedilatildeo vatildeo ao
encontro da oferta e da procura turiacutestica do destino
Uma vez que este estudo pode servir como base para futuras investigaccedilotildees e
desenvolvimentos a niacutevel turiacutestico em Almada pretende-se perceber e dar a conhecer qual
ou quais os mercados alvo a explorar para facilitar a definiccedilatildeo de produtos turiacutesticos para
segmentos alvo especiacuteficos deste destino O estudo do perfil dos turistas eacute essencial para
o desenvolvimento de um destino turiacutestico na medida em que permite ldquocompreender se
as caracteriacutesticas de um destino satisfazem ou natildeo as necessidades dos visitantesrdquo e
tambeacutem porque eacute fundamental para a segmentaccedilatildeo do mercado conhecer as motivaccedilotildees
dos visitantes para que seja possiacutevel proporcionar uma oferta com produtos especiacuteficos
que sejam capazes de satisfazer as necessidades e desejos dos mesmos (Cunha 2013 95)
4
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos
21 O turismo enquanto sistema
De modo a compreender melhor o que satildeo destinos turiacutesticos e como se
desenvolvem eacute essencial fazer um breve enquadramento ao turismo enquanto sistema jaacute
que os destinos formam parte deste mesmo sistema e sem esta perceccedilatildeo a sua gestatildeo
dificulta-se Atualmente uma das perspetivas que mais autores defendem no turismo eacute a
abordagem holiacutestica uma vez que esta defende que o turismo apresenta diversas
vertentes mas o seu foco principal satildeo sempre os turistas existindo uma relaccedilatildeo de
multidisciplinaridade entre o turismo e outras aacutereas diferentes mas que se relacionam e
completam Seguindo esta loacutegica surge uma nova definiccedilatildeo de sistema que possibilita a
criaccedilatildeo de um ponto de referecircncia comum agraves diferentes vertentes e perspetivas do turismo
tendo como base os seguintes elementos os turistas os elementos geograacuteficos a
componente industrial e a interaccedilotildees com ambientes mais amplos (Leiper 1979) Atraveacutes
da definiccedilatildeo de turista e da distinccedilatildeo entre o mesmo e visitante do dia assim como a
anaacutelise do seu comportamento que geralmente segue um padratildeo eacute possiacutevel determinar
em seguida os elementos geograacuteficos
Para tal Leiper (1979) baseou-se na definiccedilatildeo de ambiente turiacutestico de Gunn
(1972) tendo estabelecido trecircs dimensotildees espaciais do sistema turiacutestico as regiotildees
geradoras de turistas onde os turistas residem permanentemente e onde as viagens tecircm
iniacutecio tratando-se do mercado gerador para o turismo pois satildeo regiotildees que estimulam
viagens as regiotildees de destinos turiacutesticos locais que atraem os turistas de modo a
permanecerem temporariamente nos mesmos pois possuem atraccedilotildees que as regiotildees
geradoras natildeo possuem e desta forma o turista passa a querer experienciaacute-las
pessoalmente e por fim as regiotildees de tracircnsito tratando-se de zonas intermeacutedias onde natildeo
soacute se unem as duas regiotildees previamente referidas mas tambeacutem onde ocorre a viagem do
turista permitindo-lhe conhecer zonas de passagem desconhecidas sendo essenciais pois
permitem ldquoinfluenciar a qualidade do acesso a determinados destinos e
consequentemente influenciar o tamanho e a direccedilatildeo dos fluxos turiacutesticosrdquo (Leiper
1979 397)
5
Outro aspeto relevante a ter em atenccedilatildeo no sistema turiacutestico eacute a definiccedilatildeo e
delimitaccedilatildeo dos recursos existentes Segundo Leiper (1979) existem dois fatores que
interagem no processo sendo eles os turistas que procuram experiecircncias serviccedilos e
infraestruturas que satisfaccedilam as suas necessidades e os diversos recursos dos destinos
que servem os turistas e os mesmos propoacutesitos anteriormente referidos
Estes recursos podem ser agrupados em cinco categorias diferentes lazer como
o principal motivo que leva as pessoas a viajar inputs organizacionais e de planeamento
efetuados natildeo soacute por empresas mas tambeacutem pelos proacuteprios turistas que contribuem em
grande parte para a interaccedilatildeo social e para as caracteriacutesticas culturais da experiecircncia
turiacutestica recursos naturais e gratuitos inerentes ao destino que no seu conjunto
contribuem para a criaccedilatildeo da atmosfera do destino induacutestrias incidentais que servem
essencialmente a populaccedilatildeo local e os visitantes do dia mas que acabam tambeacutem por
servir os turistas de forma episoacutedica e por uacuteltimo a proacutepria induacutestria turiacutestica que
funciona quase como um elemento agrave parte de todo o sistema mas que se manteacutem
relacionada com todas as partes do sistema turiacutestico (Leiper 1979 399-400)
Desta forma ldquoa induacutestria turiacutestica consiste em todas as empresas organizaccedilotildees e
equipamentos que se destinam a responder agraves necessidades e desejos especiacuteficos dos
turistasrdquo (Leiper 1979 400) sendo que ela proacutepria se divide em seis setores interligados
numa cadeia que se estende a todas as regiotildees do sistema turiacutestico especiacuteficos para cada
tipo de serviccedilo fornecido aos turistas como o marketing as companhias de transporte
turiacutestico o alojamento as atraccedilotildees turiacutesticas os serviccedilos e a regulamentaccedilatildeo (Leiper
1979)
Atraveacutes deste modelo Leiper (1979) cria uma nova definiccedilatildeo de turismo que pode
ser observada atraveacutes da figura 1 apresentando-o como um sistema com cinco elementos
sendo eles os turistas as regiotildees geradoras de turistas as regiotildees de destinos turiacutesticos
as regiotildees de tracircnsito e a induacutestria turiacutestica Todos estes elementos funcionam como um
sistema aberto no qual se interrelacionam natildeo soacute no espaccedilo e no tempo mas tambeacutem com
o ambiente externo que inclui as dimensotildees fiacutesicas culturais sociais econoacutemicas
poliacuteticas e tecnoloacutegicas
6
Figura 1 - O sistema turiacutestico (Leiper 1979)
22 Conceito de Destino Turiacutestico
Na definiccedilatildeo do conceito de destinos turiacutesticos existem diversas abordagens que
elucidam de forma diferente aquilo que eacute um destino turiacutestico gerando por vezes algumas
incoerecircncias uma vez que se focam somente num determinado aspeto como por exemplo
definir o destino somente enquanto uma ferramenta de marketing ou como uma unidade
geograacutefica desprezando os restantes elementos que tambeacutem formam parte de um destino
(Framke 2014) A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) define destino turiacutestico
como sendo um local fiacutesico com ou sem limites administrativos no qual o visitante pode
passar a noite Eacute um conjunto de produtos e serviccedilos assim como atividades e
experiecircncias que se desenvolvem ao longo da cadeia de valor do turismo e formam a
unidade baacutesica de anaacutelise em turismo incorporando vaacuterias partes interessadas que podem
conectar-se de forma a criar destinos mais abrangentes A sua imagem e identidade
tornam-no intangiacutevel e satildeo estas duas caracteriacutesticas que influenciam a sua posiccedilatildeo e
competitividade no mercado (OMT 2019)
Apoacutes compreender-se que o destino eacute parte integrante do sistema turiacutestico para
Saraniemi e Kylaumlnen (2011) o destino turiacutestico deve ser observado como a principal
unidade de anaacutelise em turismo uma vez que todas as atividades e atraccedilotildees turiacutesticas onde
estatildeo incluiacutedos a produccedilatildeo e o consumo ocorrem num determinado destino e neste
sentido eacute a anaacutelise do destino turiacutestico que se vai refletir ldquona compreensatildeo da maioria dos
fenoacutemenos do turismordquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 133)
7
Um destino turiacutestico eacute portanto um espaccedilo onde diferentes stakeholders
interagem contribuindo para a cocriaccedilatildeo de experiecircncias entre o consumidor e o produtor
sendo que ldquoo somatoacuterio dos interesses atividades instalaccedilotildees infraestruturas e atraccedilotildees
cria a identidade de um lugar [ou seja] o destino eacute a identidade turiacutestica de um lugarrdquo
(Framke 2002 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) Sendo que existem vaacuterias
perspetivas e abordagens no que diz respeito agrave definiccedilatildeo do que eacute um destino turiacutestico
dentro das convencionais existe a perspetiva geograacutefica onde os destinos satildeo geralmente
abordados seguindo o modelo dos elementos sugerido por Medlik e Middleton (1973)
(citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) sendo eles as atraccedilotildees as infraestruturas
as acessibilidades as imagens e o preccedilo
Nesta abordagem ldquoos destinos satildeo lugares para os quais as pessoas viajam e onde
escolhem ficar por algum tempo para experimentar certas atraccedilotildeesrdquo (Leiper 1995 citado
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 135) desta forma os turistas viajam para fora dos seus
locais habituais estimulados pelos seus motivos e necessidades em busca de destinos
com recursos atraccedilotildees e serviccedilos diferentes daqueles que encontram no seu destino de
origem Jaacute numa perspetiva de gestatildeo marketing de destinos autores como Kotler
Bowen e Makens 1999 Kotler Haider e Rein 1993 (citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) defendem que o produto turiacutestico eacute composto por diversos elementos dispostos por
diferentes camadas o que significa que as infraestruturas e serviccedilos de que o destino
dispotildee satildeo criados a pensar no turista de forma a ir ao encontro daquilo que satildeo as suas
necessidades (Cooper et al 2005 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Dentro desta perspetiva de marketing existem diversos modelos como eacute exemplo
o modelo do produto turiacutestico total (Middleton 1994 Middleton e Clarke 200 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011) no qual o produto eacute composto por elementos tangiacuteveis e
intangiacuteveis tendo por base as diferentes atividades que se podem realizar no destino
tornando a experiecircncia turiacutestica acessiacutevel para o turista a um determinado preccedilo Contudo
esta experiecircncia eacute vivida pelo consumidor de forma subjetiva dependendo de diversos
fatores como o itineraacuterio escolhido experiecircncias anteriores o contexto cultural etc
(Buhalis 2000 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
8
Outro modelo eacute o do produto turiacutestico geneacuterico (Smith 1994 citado por Saraniemi
e Kylaumlnen 2011) em que o destino eacute abordado como um produto turiacutestico no seu todo
sendo que todas as suas caracteriacutesticas ou seja os serviccedilos as infraestruturas os
equipamentos etc satildeo capazes de adicionar benefiacutecios e valor acrescido ao destino
Contudo este modelo apresenta algumas falhas na medida em que eacute apenas abordado
segundo o contexto de gestatildeo de destinos descartando a importacircncia da experiecircncia
humana e a complexidade que se estabelece no processo de oferta e procura que natildeo eacute
estaacutevel (Komppula 2005 Garciacutea-Rosell et al 2007 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) Por outro lado a abordagem de Gunn (1988) foca-se na experiecircncia turiacutestica sendo
que para este autor o destino eacute um produto turiacutestico no qual ocorre o consumo de uma
experiecircncia que resulta na utilizaccedilatildeo de um conjunto de diferentes serviccedilos pelo
turistavisitante durante a visita (Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Assim como Gunn (1988) outros autores como eacute o caso de Ritchie e Crouch
(2000) tambeacutem focam as suas abordagens referentes a destinos turiacutesticos na experiecircncia
sendo que consideram que o verdadeiro produto eacute a experiecircncia turiacutestica em si
abordagem que pode desvalorizar as relaccedilotildees socioculturais e todo o processo que as
mesmas implicam (Saraniemi e Kylaumlnen 2011) Em suma esta abordagem orientada para
a gestatildeo de marketing de destinos estaacute muito direcionada para aquilo que eacute a gestatildeo dos
recursos do destino (naturais ou criados pelo homem) baseada somente na relaccedilatildeo entre
o gestor do destino e as diferentes empresas que atuam como distribuidores
intermediaacuterios e atraveacutes das organizaccedilotildees puacuteblicas Este modelo menospreza a
importacircncia do consumidor (neste caso os turistasvisitantes) no momento do
planeamento passando o papel do mesmo a ser apenas ldquoentrar e sair da aacuterea com ou sem
os benefiacutecios pretendidosrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 136)
Numa perspetiva orientada para o consumidor o valor do mesmo eacute colocado no
centro do produto turiacutestico sendo o maior objetivo deste modelo comercializar o destino
de forma a atingir clientes especiacuteficos (Vargo and Lusch 2006 citados por Saraniemi e
Kylaumlnen 2011 136) Deste ponto de vista o turista eacute considerado um elemento passivo
na medida em que apenas interage com o destino quando integra as atividades e accedilotildees
providenciadas pelos prestadores de serviccedilos mas eacute tambeacutem ao mesmo tempo um
participante ativo pois eacute ele quem toma a decisatildeo de visitar determinado destino gasta os
seus recursos econoacutemicos para tal e eacute capaz de tomar decisotildees racionais (Moisander e
Valtonen 2006 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137)
9
Contudo para autores como Firat Dholakia e Venkatesh (1995 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) ldquoo turista surge como um agente autoacutenomo e a niacutevel
comportamental consistente cujas accedilotildees satildeo completamente explicaacuteveis e portanto
previsiacuteveisrdquo Este modelo foca-se assim no consumidor enquanto ator individual que viaja
para um destino conforme as suas necessidades e desejos natildeo conseguindo ldquocaptar a
natureza social dos lugares e a espacialidade da experiecircnciardquo (Rojek e Urry 1997 Urry
1990 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Contudo foram-se desenvolvendo
novas teorias e o conceito de serviccedilos dominantes em turismo surgiu atribuindo o papel
de cocriador ao consumidor (Vargo e Lusch 2008 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011)
Seguindo esta loacutegica uma vez que o consumidor forma parte integrante do
processo de criaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica torna-se mais faacutecil para os gestores de
destinos compreender melhor as relaccedilotildees entre a produccedilatildeo e o consumo de forma a
criarem uma melhor oferta ao consumidor contribuindo ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo
de valor do proacuteprio destino Desta forma autores como Snepenger et al (2004 2007
citados por citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) fundamentam que os lugares
constituem um conjunto de significados capazes de atrair valor e criar expectativas para
a experiecircncia e uma vez que os mesmos lugares satildeo compartilhados por turistas e
residentes locais estes transformam-se num sistema de comunicaccedilatildeo social capaz de
definir a identidade do destino atraveacutes do consumo e das diferentes interaccedilotildees entre os
diferentes sujeitos presentes (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Em oposiccedilatildeo a estas
abordagens convencionais comeccedilaram a surgir perspetivas alternativas como eacute exemplo
a construccedilatildeo sociocultural de um destino
Comeccedilaram a surgir teorias mais amplas no que diz respeito aos destinos
turiacutesticos nas quais as dimensotildees temporais e espaciais dos locais se evidenciaram e onde
a produccedilatildeo o consumo e a proacutepria comunidade local estabelecem inter-relaccedilotildees (Garciacutea-
Rosell et al 2007 Rojek e Urry 1997 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) A
ideia de que os destinos natildeo satildeo sistemas estaacuteveis e fechados comeccedilou a ser desenvolvida
e a compreender-se cada vez mais que se tratam de unidades dinacircmicas que se vatildeo
alterando e transformando no tempo e que se desenvolvem num contexto que combina
diversas dimensotildees como a dimensatildeo histoacuterica social cultural poliacutetica e econoacutemica
(Saarinen 2001 2004 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138)
10
Nesta perspetiva os destinos satildeo definidos como ldquoespaccedilos atraveacutes dos quais o
poder a identidade o significado e o comportamento satildeo construiacutedos negociados e
renegociados de acordo com a dinacircmica socioculturalrdquo (Pritchard e Morgan 2001 citados
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) Assim esta abordagem segue a loacutegica da visatildeo
holiacutestica previamente referida onde diversas partes interessadas estabelecem relaccedilotildees de
interdependecircncia entre si e todas participam no processo de criaccedilatildeo do destino Neste
contexto o turista passa a ter o papel de cocriador os serviccedilos e produtos da oferta dos
destinos passam a adaptar-se a um mercado cada vez mais multicultural e global e este
proacuteprio mercado torna-se cada vez mais fragmentado e natildeo tatildeo pouco segmentado como
no passado
Assim ldquoo cliente eacute o produto e o cliente torna-se no produtor na medida em que
procura produtos especiacuteficos (e significados) para comercializar as suas proacuteprias imagens
e (re)produzir as suas proacuteprias identidades nos mercadosrdquo (Firat e Dholakia 2006 Firat
Dholakia e Venkatesh 1995 Firat e Schultz 1997 Pine e Gilmore 1999 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 139) A relaccedilatildeo entre os gestores de destinos e provedores de
serviccedilos com os turistasconsumidores alterou-se uma vez que estes uacuteltimos passaram a
acompanhar todo o processo de produccedilatildeo desde o iniacutecio Neste contexto natildeo satildeo somente
as atraccedilotildees e os produtos integrados na oferta de um destino que vatildeo ditar o seu sucesso
mas sim a capacidade que o mesmo tem de permitir aos seus visitantes viver experiecircncias
uacutenicas que vatildeo ao encontro das necessidades e desejos que procuram encontrar de forma
a ficaram satisfeitos ou mesmo superar as suas expectativas
Sendo que o turista passa a criar tambeacutem o produto que vai consumir o mercado
acaba por se tornar muito mais fragmentado pois passam a existir diversos perfis de
turistas que procuram diversas atividades serviccedilos atraccedilotildees etc o que lhes permite obter
um ldquoconsumo mais profundo simboacutelico e emocional das culturas em vez de apenas
satisfazer as suas necessidades (hellip) [e] tambeacutem permite agrave populaccedilatildeo local participar no
desenvolvimento da sua regiatildeo residencialrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 140) Desta
forma um destino turiacutestico eacute todo o espaccedilo que funciona como um instrumento complexo
mas que integra diversas componentes que vatildeo desde os recursos existentes agraves vaacuterias
infraestruturas e agrave populaccedilatildeo local (Flores e Mendes 2014)
11
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos
Uma vez que o consumidor se vai tornando cada vez mais experiente e mais
informado vai ao mesmo tempo deixar de ser tatildeo facilmente influenciado pelas
campanhas de marketing e promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos baseando-se cada vez mais
em feedbacks e conselhos de quem conhece e confia Este fator faz com que os destinos
apliquem a autenticidade que muitas vezes se associa aos recursos culturais e histoacutericos
dos destinos agrave sua oferta de forma a aumentar a motivaccedilatildeo e o desejo de visita aos turistas
bem como agrave fidelizaccedilatildeo dos mesmos ao destino pois ldquoquanto mais motivados
culturalmente forem os turistas maior pode ser a fidelizaccedilatildeo esperadardquo (Kolar e Zabkar
citados por Cunha 2011 21) Daiacute que na atualidade cada vez mais se assista agrave divulgaccedilatildeo
de campanhas promocionais e de marketing dos destinos turiacutesticos muito associadas aos
conceitos da autenticidade que no caso de serem sinceras conseguem natildeo soacute diferenciar
o seu destino atraveacutes da criaccedilatildeo de uma nova imagem do mesmo mas tambeacutem garantir
que as necessidades e expectativas dos turistas satildeo satisfeitas
Para que o desenvolvimento turiacutestico ocorra a aposta cada vez mais centra-se na
inovaccedilatildeo no que diz respeito agrave criaccedilatildeo de novos modelos e processos de novos produtos
novas abordagens relativamente ao destino que efetivamente contribuam para a melhoria
do mesmo e garantir a sua competitividade por outras palavras ldquomodificar a situaccedilatildeo
atual de uma localidade tornando-a aperfeiccediloada melhorada aprimoradardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 44) Em suma os turistas cada vez mais viajam com o intuito de vivenciarem
a autenticidade dos locais que visitam e para tal os destinos essencialmente as DMO ndash
Destination Management Organization tecircm de acompanhar estas novas tendecircncias
investindo na autenticidade das suas ofertas de forma a desenvolverem o seu destino
rejuvenescecirc-lo alterar a sua imagem e ir ao encontro das necessidades e expectativas dos
turistas de forma a gerar satisfaccedilatildeo e lealdade ao destino
Segundo a OMT uma DMO eacute quem lidera a gestatildeo de um destino atraveacutes da
associaccedilatildeo entre as diferentes organizaccedilotildees e interesses de forma a trabalharem em
conjunto para um objetivo comum (UNWTO ndash World Tourism Organization 2007) Satildeo
estas organizaccedilotildees que elaboram estrateacutegias de atuaccedilatildeo para as diferentes atividades e
serviccedilos que ocorrem num destino atraveacutes da criaccedilatildeo de parcerias com diferentes
intervenientes proporcionando os recursos necessaacuterios para o desenvolvimento do
destino Contudo esta gestatildeo torna-se complexa uma vez que eacute necessaacuterio conjugar
diversos interesses e entidades que muitas vezes entram em conflito
12
Uma gestatildeo de um destino conjuga todos os elementos presentes no mesmo sendo
eles as atraccedilotildees os equipamentos as infraestruturas o marketing etc que se coordenam
e conectam atraveacutes de abordagens estrateacutegicas com o intuito de evitar esforccedilos e gastos
desnecessaacuterios bem como reconhecer possiacuteveis falhas (Id Ibid) O processo de gestatildeo de
um destino turiacutestico desenvolve-se essencialmente atraveacutes do marketing que promove
todos os elementos do destino e atrai as pessoas a visitaacute-lo garantido que o mesmo
apresenta na sua oferta os serviccedilos infraestruturas e atraccedilotildees que vatildeo ao encontro das
expectativas dos turistas e que as mesmas sejam ultrapassadas ao mesmo tempo que cria
um ambiente adequado ao desenvolvimento sustentaacutevel do destino a niacutevel social
econoacutemico e fiacutesico
Este desenvolvimento sustentaacutevel depende do planeamento engajamento e
participaccedilatildeo dos diferentes stakeholders do destino que devem priorizar as caracteriacutesticas
locais jaacute que estas ldquopodem contribuir positivamente para o desenvolvimento local e
podem minimizar os possiacuteveis impactos negativos da atividade turiacutesticardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 57) A gestatildeo de destinos eacute portanto relevante na medida em que eacute capaz
de colocar o destino turiacutestico num patamar competitivo com outros destinos atraveacutes do
posicionamento da oferta diversificada e do desenvolvimento das atraccedilotildees e recursos
Todavia esta gestatildeo deve ter em consideraccedilatildeo a sustentabilidade natildeo soacute
ambiental mas tambeacutem dos recursos existentes assim como salvaguardar as tradiccedilotildees e
valores da populaccedilatildeo local de forma a evitar conflitos Outra das vantagens de uma boa
gestatildeo segundo a OMT (2007) eacute o facto de proporcionar um aumento dos lucros e
benefiacutecios para a comunidade residente promovendo o negoacutecio produtos tradiccedilotildees e
costumes locais que de outra forma poderiam eventualmente desaparecer Desta forma
contribui ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo de uma imagem de marca distintiva e forte
capaz de natildeo soacute atrair visitantes mas tambeacutem ganhar a sua fidelidade fazendo com que
regressem pois ldquoa gestatildeo eficaz dos destinos permite que os mesmos maximizem o valor
do turismo para os visitantes garantindo benefiacutecios locais e a sustentabilidaderdquo
(UNWTO 2007 9) No entanto para ganhar esta mesma fidelidade e atrair os visitantes
eacute necessaacuterio conhecer quais as suas motivaccedilotildees e necessidades atraveacutes de estudos de
mercado cujos resultados permitam adaptar a oferta do destino agraves diferentes motivaccedilotildees
e perfis de turistas existentes
13
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista
31 Motivaccedilotildees do Turista
Os turistas procuram atraveacutes do turismo e das viagens ou feacuterias que realizam
satisfazer as suas necessidades e motivaccedilotildees e ao mesmo tempo adquirir novos
conhecimentos acrescentando algum tipo de valor pessoal atraveacutes das experiecircncias que
concretizam Satildeo as atitudes dos turistas que formam um dos primeiros fatores a ter em
consideraccedilatildeo no ldquodesenvolvimento de um modelo de motivaccedilatildeo e comportamento
turiacutesticosrdquo (Gnoth 1997 2) Apesar dos estudos relativos ao comportamento do
consumidor fornecerem perceccedilotildees acerca da psicologia comportamental e cognitiva dos
turistas estes natildeo consideram a vertente irracional impliacutecita nos comportamentos
hedoacutenicos e emocionais dos turistas que procuram feacuterias e lazer (Id Ibid)
Desta forma estes modelos focados somente nos aspetos cognitivos da motivaccedilatildeo
dos turistas tornam-se mais vaacutelidos quando se acrescentam as ldquonormas sociais e a atitude
em relaccedilatildeo agrave atividade envolvendo sujeito e objeto como indicadores do comportamento
realrdquo (Ajzen e Fishbein 1977 citados por Gnoth 1997 3) Contudo as emoccedilotildees
tornaram-se numa das principais fontes comportamentais (Mittal 1988 Pratkanis
Breckler e Greenwald 1989 Zajonc 1980 citados por Gnoth 1997) capazes de
direcionar o comportamento mas ao mesmo tempo consideradas instaacuteveis consoante o
espaccedilo e o tempo (ou seja as situaccedilotildees) (Ajzen 1989 citado por Gnoth 1997)
As atitudes dos turistas funcionam entatildeo como fatores mediadores entre as suas
necessidades e valores sendo que os seus motivos e as situaccedilotildees em que se encontram
podem ser diversas dando origem a uma multiplicidade e multidimensionalidade do seu
comportamento (Id Ibid) O que torna a compreensatildeo das motivaccedilotildees dos turistas ainda
mais complexa eacute o facto de uma determinada atitude poder satisfazer diferentes motivos
e valores em diferentes situaccedilotildees (Murray 1938 citado por Gnoth 1997) Estes factos
obrigam a que se analisem as atitudes tendo como base um sistema multidimensional que
demonstre a diversidade de possiacuteveis expectativas e experiecircncias criadas de forma a que
posteriormente seja possiacutevel aplicar a teoria agrave proacutepria gestatildeo e planeamento turiacutestico (Id
Ibid)
14
No processo de motivaccedilatildeo dos turistas existem duas abordagens distintas A
primeira baseia-se essencialmente na teoria da construccedilatildeo de atitudes (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 1997) sendo que estas se orientam num uacutenico sentido muito
centrado na vertente intelectual e cognitivista uma vez que ldquoassume a existecircncia de
emoccedilotildees mas apenas como uma variaacutevel que depende de cogniccedilotildeesrdquo (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 19977) Por outro lado a segunda defende uma relaccedilatildeo
interativa entre os dois sistemas (emoccedilotildees e cogniccedilotildees) mas ao mesmo tempo considera
que satildeo independentes e totalmente diferentes um do outro (Pratkanis Breckler e
Greenwald 1989 citados por Gnoth 1997) No entanto segundo Gnoth (1997) existe um
fator comum a estas duas abordagens sendo ele o instinto ou impulso de cada turista que
desencadeia o comportamento Neste contexto as emoccedilotildees e cogniccedilotildees dos turistas
influenciam todo o processo de motivaccedilatildeo turiacutestica e ajudam na compreensatildeo das
perceccedilotildees e avaliaccedilotildees das experiecircncias por parte dos turistas (Id Ibid)
Desta forma eacute possiacutevel definir duas abordagens distintas as cognitivistas e as
behavioristas Segundo estas uacuteltimas eacute atraveacutes das suas emoccedilotildees que o turista vai avaliar
todos os componentes do destino que vai visitar sendo que as mesmas acabam por se
sobrepor ao conhecimento e agrave vertente cognitiva levando agraves tomadas de decisotildees e agraves
definiccedilotildees de preferecircncias de cada turista com base na dimensatildeo emocional e afetiva (Id
Ibid) Para behavioristas como Hull (1943 citado por Gnoth 1997) ldquoo comportamento
eacute o produto da forccedila do impulso e do haacutebitordquo sendo que as aprendizagens adquiridas no
passado satildeo vistas como o estiacutemulo decisivo para o comportamento (Id Ibid)
Enquanto as abordagens behavioristas tecircm como base a teoria dos impulsos (drive
theory) de cariz muito mais emocional as cognitivas por oposiccedilatildeo seguem a teoria das
expectativas (expectancy theory) baseando-se essencialmente nos aspetos intelectuais Ao
passo que a primeira se foca na satisfaccedilatildeo de uma necessidade ou um objetivo com origem
na emoccedilatildeo e entusiasmo a segunda baseia-se nos conhecimentos adquiridos a priori
como forma de direcionar os comportamentos de forma seletiva (Porter e Lawler 1968
citados por Gnoth 1997) Compreender as motivaccedilotildees eacute essencial na gestatildeo de um destino
turiacutestico na medida em que se torna possiacutevel prever tendecircncias comportamentais e
tiposperfis de turista de forma a monitorizar os recursos existentes e a oferta para que
vatildeo ao encontro destas mesmas motivaccedilotildees e expectativas com o objetivo de atingir a
satisfaccedilatildeo
15
Segundo Gnoth (1997) estas expectativas tratam-se dos ideais que os turistas tecircm
relativamente a representaccedilotildees daquilo que vatildeo experienciar observar ou usufruir no
futuro podendo ser positivas ou negativas e distinguindo-se conforme o niacutevel intelectual
e o niacutevel emocional envolvidos nas expectativas do turista Todo este processo resulta
tambeacutem das proacuteprias atitudes e valores de cada turista sendo que estes podem ser
autodirigidos e de componente emocional ou por outro lado dirigidos a fatores exteriores
onde a componente cognitiva predomina (Id Ibid) A geacutenese do turismo surge com a
necessidade de quebrar com a rotina diaacuteria tratando-se de uma atividade de ocupaccedilatildeo dos
tempos livres que na grande maioria das vezes resulta na busca pelo lazer Trata-se
portanto de uma atividade que implica uma deslocaccedilatildeo para um local diferente do
habitual sendo que satildeo diversas as razotildees que levam cada pessoa a viajar e daiacute resultam
tambeacutem diversos tipos de comportamentos que satildeo influenciados por fatores internos ou
externos (Yousaf et al 2018)
Satildeo vaacuterios os autores que argumentaram ao longo dos anos diversas razotildees para
explicarem as motivaccedilotildees e comportamentos dos turistas A procura por restabelecer e
recuperar o bem-estar que natildeo possuem no seu quotidiano e melhorar a sua vida atraveacutes
da procura pelo enriquecimento pessoal (Hill 1965 citado por Yousaf et al 2018) a
necessidade de viajarem para lugares diferentes e obter novas experiecircncias (Um e
Crompton 1992 citados por Yousaf et al 2018) a necessidade de rutura com os
contextos habituais do quotidiano com o objetivo de relaxar e diminuir o stress
psicoloacutegico e mental (Crompton 1979 Todorovic e Jovicic 2016 citados por Yousaf et
al 2018)
Estes comportamentos distintos e as diversas razotildees existentes que provocam
motivaccedilotildees e necessidades aos turistas encontram-se muitas vezes presentes nos padrotildees
de viagem que por sua vez estatildeo relacionados com os padrotildees psicoloacutegicos dos turistas
(Li e Zhang 2013 Simkova e Holzner 2014 citados por Yousaf et al 2018) No que
diz respeito ao estudo das motivaccedilotildees satildeo vaacuterias as teorias defendidas sendo que a que
melhor sustenta o estudo em causa e que melhor se adapta agrave anaacutelise e compreensatildeo da
motivaccedilatildeo do turista eacute a teoria dos fatores push e pull defendida por Dann (1977) tendo
sido complementada mais tarde por Crompton (1979)
16
Os fatores push encontram-se relacionados com fatores intriacutensecos agrave pessoa de
cariz sociopsicoloacutegico que criam uma necessidade de viajar e de sair do seu local habitual
sendo que como o nome indica lsquoempurramrsquo a pessoa a sair em busca de atenuar ou
mesmo extinguir a sensaccedilatildeo de solidatildeo do quotidiano enquanto que os fatores pull de
caraacuteter extriacutenseco estatildeo associados agraves condiccedilotildees caracteriacutesticas e atributos do destino
que se torna capaz de atrair visitantes (Yousaf et al 2018) Eacute atraveacutes destes fatores que
o turista decide selecionar um destino especiacutefico para visitar por ser o que melhor
corresponde agraves suas necessidades (Cunha 2013)
Jaacute para Iso-Ahola (1982) o foco das motivaccedilotildees turiacutesticas encontra-se
inteiramente relacionado com o lazer Este autor defende uma teoria designada por
modelo de psicologia social do turismo atraveacutes do qual estabelece que as motivaccedilotildees se
constituem atraveacutes da dicotomia evasatildeodescoberta (Cunha 2013) Segundo esta teoria
os turistas possuem essencialmente duas motivaccedilotildees que se encontram relacionadas com
a satisfaccedilatildeo obtida por intermeacutedio de atividades de lazer atraveacutes das quais conseguem
alcanccedilar recompensas para o seu bem-estar psicoloacutegico e ao mesmo tempo proceder a
uma rutura com a sua rotina muitas vezes considerada aborrecida stressante e difiacutecil
Tanto as motivaccedilotildees de evasatildeo (escapar agrave rotina) e descoberta (procurar algo novo que
proporcione alguma recompensa) como as proacuteprias recompensas subdividem-se em
pessoais e interpessoais na medida em que ldquouma pessoa pode escapar ao mundo pessoal
(isto eacute incoacutemodos pessoais problemas dificuldades falhas) eou ao mundo interpessoal
(colegas de trabalho familiares amigos parentes e vizinhos)rdquo (Id Ibid 96)
Relativamente agraves recompensas as de cariz pessoal relacionam-se com a busca por
novos conhecimentos relaxamento descanso autoestima etc e as de cariz interpessoal
estatildeo relacionadas com a conexatildeo com os outros ou seja integraccedilatildeo e interaccedilatildeo social
aceitaccedilatildeo criaccedilatildeo de novas relaccedilotildees de amizade recuperaccedilatildeo de laccedilos etc (Id Ibid)
Para tal Iso-Ahola (1982) apresentou um modelo que pode ser observado na figura 2 no
qual demonstrou que o turista pode encontrar-se em qualquer uma das quatro ceacutelulas
apresentadas dependendo de certas condicionantes e num determinado periacuteodo de tempo
Para este mesmo autor uma pessoa decide tornar-se turista devido agraves duas forccedilas
mencionadas anteriormente e a partir do momento em que decide qual das motivaccedilotildees
(sendo que pode ateacute mesmo optar pelas duas) seraacute o seu principal objetivo para iniciar a
viagem todo o seu comportamento vai ser construiacutedo tendo por base esse momento de
forma a atingir esse mesmo objetivo
17
Segundo Iso-Ahola (1982) existem 4 grupos de indiviacuteduos que se enquadram no
modelo que se observa na figura 2 Na ceacutelula 1 um grupo de indiviacuteduos viaja
principalmente com o intuito de escapar ao ambiente pessoal e procuram encontrar
recompensas pessoais mas ao mesmo tempo outro grupo pode-se enquadrar nas
motivaccedilotildees de uma das outras ceacutelulas diferentes Existem tambeacutem grupos que viajam por
diferentes combinaccedilotildees de razotildeesmotivos passando por diferentes ceacutelulas cada vez que
viajam dependendo de acontecimentos que tenham ocorrido antes de se tornarem turistas
Por fim o uacuteltimo grupo percorre todas as ceacutelulas do modelo numa uacutenica viagem
sendo que pode iniciar com a motivaccedilatildeo correspondente a uma determinada ceacutelula e
terminar com outra diferente (Iso-Ahola 1982) Este modelo permite compreender o
comportamento dos turistas e as suas motivaccedilotildees pois ldquouma vez que a consciecircncia da
satisfaccedilatildeo potencial se tenha desenvolvido as duas forccedilas motivacionais tornam-se os
determinantes criacuteticos do comportamento do turista e simultaneamente influenciam o
indiviacuteduordquo (Id Ibid 259)
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas (Iso-Ahola 1982)
Mais tarde Pearce (1988) apresentou um novo modelo de anaacutelise das motivaccedilotildees
turiacutesticas designado por escala de carreira de viagens baseada na piracircmide de Maslow e
que divide as motivaccedilotildees em dois grupos as necessidades autocentradas e as motivaccedilotildees
que satildeo dirigidas aos outros (Yousaf et al 2018) Este modelo defende que durante todo
o processo da viagem o comportamento do turista desenvolve-se atraveacutes de um ciclo no
qual os seus motivos estatildeo organizados de forma hieraacuterquica sendo que se tratam de
cinco motivos que vatildeo surgindo por niacuteveis ascendentes (Cunha 2013)
Figura 3 ndash Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas
18
Contudo uma vez que cada turista tem os seus motivos e as suas necessidades
especiacuteficas nem sempre seguem a hierarquia apresentada por Pearce (1988) pois podem
ldquopartir de diferentes niacuteveis [mudar] de niacutevel durante o seu ciclo de vida e podem ser
impedidas de viajar por razotildees financeiras de sauacutede e por outras pessoasrdquo (Id Ibid 97)
Segundo o mesmo autor as viagens turiacutesticas funcionam como carreiras profissionais
nas quais os viajantes vatildeo progredindo na escala de motivaccedilotildees graccedilas agrave experiecircncia que
vatildeo adquirindo agraves situaccedilotildees que experienciaram previamente agraves fases da vida pessoal
em que se encontram ou outros fatores condicionantes (Yousaf et al 2018 Cunha
2013)
Poreacutem surgiu mais tarde outra teoria defendida por Pearce e Lee (2005) que
complementa e melhora a de Pearce (1988) na medida em que as motivaccedilotildees satildeo
entendidas como dinacircmicas e complexas que se desenvolvem atraveacutes de um processo
que engloba diversos niacuteveis ao mesmo tempo sendo que o comportamento dos turistas
bem como os seus padrotildees de viagem vatildeo-se alterando e dando origem a diferentes
motivaccedilotildees ao longo das suas viagens e das experiecircncias que delas retiram (Id Ibid)
Contudo apesar destas teorias serem aplicaacuteveis na atualidade pois serviram como
base para muito do desenvolvimento cientiacutefico acerca das motivaccedilotildees a verdade eacute que
natildeo podem ser generalizadas a todos os turistas e a todos os segmentos pois o mundo
atual sofreu alteraccedilotildees profundas no seu desenvolvimento tornando-se cada vez mais
globalizado Estas alteraccedilotildees inevitavelmente deram origem a novos estilos de vida e
novos padrotildees de consumo muito diferentes do que se observava no passado Hoje em
dia o que se verifica eacute que ldquoa tecnologia e a sociedade evoluiacuteram rapidamente e [as]
novas geraccedilotildees com diferentes crenccedilas e padrotildees de viagem uacutenicos e motivaccedilotildees uniram-
se aos fluxos turiacutesticosrdquo (Id Ibid 205)
O que significa que cada vez mais se torna difiacutecil fazer a distinccedilatildeo entre turistas e
natildeo turistas pois as pessoas viajam cada vez mais por diversas razotildees que nem sempre
estatildeo relacionadas com turismo mas ao mesmo tempo integram atividadesserviccedilos
turiacutesticos (Id Ibid) Eacute portanto necessaacuterio adaptar a oferta ao tipo de necessidades e
exigecircncias dos consumidores atuais que satildeo cada vez mais tecnoloacutegicos atraveacutes de uma
presenccedila cada vez mais forte nas plataformas online Poreacutem conclui-se atraveacutes destas
teorias que a psicologia tem um importante papel no comportamento dos turistas na
medida em que eacute graccedilas a ela que se definem as motivaccedilotildees e se decide tomar a atitude
de viajarvisitar um novo destino
19
Conhecendo bem as motivaccedilotildees dos turistas mais facilmente se conseguem criar
melhores condiccedilotildees que originem uma experiecircncia turiacutestica de sucesso pois torna-se
possiacutevel proporcionar e perceber ldquoo que os turistas procuram o que querem experimentar
durante as suas feacuterias quais as atividades que estatildeo agrave procura e como querem que as suas
feacuterias sejam no geralrdquo (Id Ibid 206) Desta forma e atraveacutes da segmentaccedilatildeo do mercado
e dos tipos de turistas eacute necessaacuterio que a oferta se adapte agraves diferentes necessidades e
motivaccedilotildees que estatildeo em constante mudanccedila e evoluccedilatildeo (Heather e Gibson 2002 citados
por Yousaf et al 2018 206)
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino
O momento em que um turista decide realizar uma viagem eacute o momento em que
as suas motivaccedilotildees surgem e em que se inicia o processo de escolha do destino a visitar
Eacute nesta fase inicial que ocorre a formaccedilatildeo da imagem do destino tratando-se da ldquofase
mais importante no processo de seleccedilatildeo do destino pelo turistardquo (Gunn 1972 Mercer
1971 citados por Baloglu e McCleary 1999 869) Eacute essencial para um gestor de um
destino turiacutestico compreender como eacute que esta imagem eacute criada uma vez que eacute atraveacutes
deste conhecimento que se vai conseguir definir mercados alvo e decidir que imagens
promover para cada segmento de mercado especiacutefico (Goodall 1990 citado por Baloglu
e McCleary 1999) As imagens construiacutedas pelos turistas sem sequer terem visitado
previamente o destino surgem essencialmente graccedilas a dois fatores os estiacutemulos ou
incentivos e os elementos pessoais sendo que os primeiros se relacionam com fatores
externos como experiecircncias anteriores ou ateacute mesmo objetos fiacutesicos e os segundos estatildeo
associados agraves caracteriacutesticas pessoais de cada pessoa (Id Ibid)
Segundo Baloglu e McCleary (1999) a imagem de um destino nunca antes
visitado eacute formada por influecircncia de trecircs condicionantes as motivaccedilotildees as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas e as diferentes fontes de informaccedilatildeo Estes fatores conjugam-se com
as avaliaccedilotildees que o turista faz ao destino a niacutevel intelectual e sensorial e a niacutevel afetivo
sendo que ldquoas avaliaccedilotildees preceptivascognitivas referem-se agraves crenccedilas ou conhecimentos
sobre os atributos de um destino enquanto a avaliaccedilatildeo afetiva refere-se a sentimentos em
relaccedilatildeo aos mesmos ou ao viacutenculo que existe com os mesmosrdquo (Id Ibid 870) Ao longo
do tempo o turista vai criando as suas imagens atraveacutes das suas proacuteprias crenccedilas ideias
e impressotildees atraveacutes de diversas fontes de informaccedilatildeo que vai recolhendo no decorrer das
suas experiecircncias (Crompton 1979 Kotler et al 1993 Assael 1984 citados por Baloglu
e McCleary 1999)
20
Contudo estas fontes de informaccedilatildeo influenciam a formaccedilatildeo da imagem no que
diz respeito apenas agraves determinantes cognitivas nunca influenciando a parte afetiva da
imagem e satildeo elas que vatildeo fornecer diferentes estiacutemulos aos turistas seja por intermeacutedio
da promoccedilatildeo turiacutestica ou atraveacutes do passa-a-palavra e opiniotildees de amigos ou familiares
proacuteximos (Woodside e Lysonskis 1989 Um e Crompton 1990 Um 1993 citados por
Baloglu e McCleary 1999) Eacute o tipo quantidade e qualidade de informaccedilatildeo que vai
determinar o tipo de imagem que o turista vai criar sobre um destino (Burgess 1978
citado por Baloglu e McCleary 1999) Outros fatores que tecircm uma enorme importacircncia
na influecircncia da criaccedilatildeo da imagem de um destino satildeo as motivaccedilotildees do turista e as
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Fatores como o geacutenero e a idade influenciam de forma
diferente a imagem pois funcionam como antecedentes no processo cognitivo (Fisk
1961-62 e Sheth 1983 citados por Baloglu e McCleary 1999)
Eacute tambeacutem graccedilas agraves motivaccedilotildees que o turista decide visitar um determinado local
e participar em atividades turiacutesticas funcionando por este motivo como um dos fatores
influenciadores da formaccedilatildeo da imagem natildeo soacute antes da visita como tambeacutem apoacutes a
mesma (Beard e Raghep 1983 Crandall 1980 Iso-Ahola 1982 Stabler 1990 Um
1993 Um e Crompton 1990 Mill e Morrison 199232-56 citados por Baloglu e
McCleary 1999) Em suma eacute cada vez mais importante para o gestor de um destino
turiacutestico compreender o processo de formaccedilatildeo da imagem do mesmo nos turistas pois eacute
este entendimento que vai permitir ldquo[aos] profissionais de marketing incorporar fatores
motivadores significativos nas comunicaccedilotildees [de promoccedilatildeo e publicidade]rdquo (Id Ibid
892)
Sendo que as fontes de informaccedilatildeo tecircm um papel crucial na formaccedilatildeo da imagem
do destino estas devem ser diversificadas e devem existir em quantidade e qualidade de
modo a que permitam ao turista consultar muacuteltiplas fontes de informaccedilatildeo para que a
imagem construiacuteda seja o mais positiva possiacutevel No entanto as recomendaccedilotildees feitas por
amigos familiares ou fontes proacuteximas ao turista tecircm uma importacircncia muito maior do
que as que consultam de forma individual Desta forma eacute essencial ldquoproporcionar uma
experiecircncia agradaacutevel para os turistas [uma vez que] tem um efeito importante no
desenvolvimento de imagens positivas para os natildeo visitantesrdquo (Id Ibid 892)
21
A imagem de um destino turiacutestico deve ser trabalhada em primeiro lugar de
maneira a espelhar da forma mais fidedigna possiacutevel a realidade do destino com a oferta
e produtosserviccedilos que o turista poderaacute encontrar com o intuito de criar uma sensaccedilatildeo
de satisfaccedilatildeo com o que visualiza mesmo antes da visita propriamente dita ao local Em
segundo os gestores de destinos devem priorizar a forma como o destino eacute visualizado
pelos turistas que jaacute o visitaram atraveacutes de uma oferta diversificada e apropriada agraves
motivaccedilotildees e necessidades dos mesmos natildeo soacute para se fidelizarem ao destino e
regressarem mas tambeacutem para que a transmissatildeo da sua experiecircncia a potenciais turistas
seja o mais positiva possiacutevel motivando-os a visitaacute-lo
33 Perfil do turista
A fim de se compreender o comportamento e as motivaccedilotildees dos turistas eacute
essencial analisar os perfis psicograacuteficos dos mesmos de forma a conseguir organizaacute-los
por segmentos e tipologias de acordo com as suas caracteriacutesticas Eacute neste acircmbito que
surge a teoria defendida por Plog (1972) na qual estabeleceu duas tipologias de turistas
distintas os psicocecircntricos e os alocecircntricos (Cunha 2013) Segundo esta teoria o
primeiro grupo de turistas caracteriza-se por pessoas que se focam principalmente nos
seus problemas e preocupaccedilotildees quotidianas sendo que limitam a sua busca por destinos
e realidades diferentes das suas pois quando elegem um novo destino a visitar optam
sempre por algo que jaacute lhes eacute familiar conhecido e mais visitado As suas escolhas tendem
a estar relacionadas com as ofertas mais estandardizadas e natildeo demonstram interesse em
realizar atividades diferentes ou relacionar-se com a realidade do local que estatildeo a visitar
(Id Ibid)
Jaacute o segundo grupo eacute constituiacutedo por pessoas que se caracterizam por ser o oposto
das anteriormente referidas Procuram atividades diferentes e demonstram interesse em
conhecer novas realidades sendo que as suas motivaccedilotildees se relacionam com a busca pela
aventura e o entusiasmo em viajar com o intuito de descobrir algo novo (Id Ibid)
Contudo estas duas tipologias representam os extremos dos perfis dos turistas sendo que
existem trecircs outros grupos intermediaacuterios A grande maioria dos turistas insere-se no
grupo dos cecircntricos que procuram a descontraccedilatildeo e o prazer de forma a escaparem das
preocupaccedilotildees diaacuterias e do stress provocado pela rotina apreciarem a beleza dos locais
que visitam e disfrutar da viagem durante todo o processo da mesma (desde a fase de
planeamento ateacute agrave fase posterior de criar recordaccedilotildees) (Id Ibid)
22
De seguida os quase-psicocecircntricos demonstram um grande interesse pelos
destinos mais conhecidos e visitados preocupam-se com a qualidade dos serviccedilos e com
a interaccedilatildeo social uma vez que um dos seus principais motivos se relaciona precisamente
com a ldquosatisfaccedilatildeo do ego e procura do status [assim como a] procura de conforto socialrdquo
(Id Ibid 107) Os turistas quase-alocecircntricos preferem destinos pouco conhecidos e
visitados e privilegiam a praacutetica de atividades desportivas Eacute um grupo que pretende
experienciar estilos de vida diferentes No entanto os comportamentos e caracteriacutesticas
de cada grupo de turistas vatildeo-se alterando ao mesmo tempo que os destinos se
desenvolvem
Quando um destino se encontra na primeira etapa de desenvolvimento no
designado ciclo de vida de um destino turiacutestico de Butler (1980) a tipologia de turistas
que se sente mais atraiacuteda a visitar o mesmo satildeo precisamente os alocecircntricos pela
novidade e o desejo de conhecer e descobrir algo diferente Mas agrave medida que o destino
atinge outras fases de desenvolvimento os turistas atraiacutedos vatildeo passar a ser os quase-
alocecircntricos e mais tarde com toda a massificaccedilatildeo e popularidade do destino passam a
ser cecircntricos (Cunha 2013) Estes grupos de turistas vatildeo tambeacutem fornecer um contributo
para a sustentabilidade e desenvolvimento dos proacuteprios destinos sendo que segundo o
autor previamente citado os alocecircntricos ou quase-alocecircntricos satildeo os que vatildeo contribuir
para a preservaccedilatildeo de destinos com atributos mais lsquofraacutegeisrsquo como por exemplo recursos
naturais ou culturais que requerem cuidados especiacuteficos de preservaccedilatildeo sendo que
contribuem para manter o destino pouco ou nada massificado
Jaacute os cecircntricos e psicocecircntricos uma vez que se focam na utilizaccedilatildeo de
infraestruturas e equipamentos turiacutesticos natildeo satildeo um grande contributo para o
desenvolvimento do destino pois despendem quase todo o seu tempo nestes mesmos
equipamentos no entanto podem contribuir para o desenvolvimento destes
empreendimentos de grande escala e aumentar a sua frequecircncia (Id Ibid) Mais tarde
Plog (1972) atraveacutes de um dos seus estudos associou os perfis psicograacuteficos aos destinos
com base no tipo de pessoas que os visitam e concluiu que ldquoa generalidade dos destinos
tem tendecircncia a passar de alocecircntrico a cecircntricordquo (Cunha 2013 109) Poreacutem apesar desta
associaccedilatildeo permitir prever os comportamentos nas viagens natildeo engloba as diferentes
motivaccedilotildees que possam existir pois as pessoas viajam por motivos diversos e podem
existir destinos que consigam dar resposta agraves diversas necessidades dos viajantes
(McIntosh Goeldner e Ritchie 1995 citados por Cunha 2013)
23
34 Experiecircncia turiacutestica
Relativamente aos estudos empiacutericos sobre a experiecircncia turiacutestica que se
comeccedilaram a desenvolver essencialmente no iniacutecio dos anos 60 do seacuteculo passado
existem duas correntes distintas defendidas as modernistas e as poacutes-modernistas sendo
que existe alguma controveacutersia entre diversos autores e sobre a aplicaccedilatildeo destas teorias
(Uriely 2005) De acordo com o mesmo autor alguns desenvolvimentos na
conceptualizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica designados por poacutes-modernistas direcionam-
se cada vez mais para interpretaccedilotildees mais relativas e complementares afastando-se de
abordagens que se focam na verdade absoluta sendo que natildeo significa que as teorias poacutes-
modernistas tenham substituiacutedo por completo as modernistas na atualidade
Neste contexto as linhas poacutes-modernistas seguem abordagens de desconstruccedilatildeo
subjetividade ceticismo intertextualidade e relativismo (Bauman 1987 1992 Denzin
1991 Flax 1990 Frazer 1989 Hollinshead 2002 Ryan 2002 Uriely 1997 citados por
Uriely 2005) muito associadas ao desenvolvimento cultural por oposiccedilatildeo agraves modernistas
que se focam no empirismo e em abordagens generalistas e universais aplicadas ao
turismo Enquanto os autores poacutes-modernistas se opotildeem aos modernistas pelos motivos
acima referidos o oposto tambeacutem ocorre na medida em que os autores modernistas
consideram os ideais poacutes-modernistas insuficientes para estruturar o conhecimento ao
niacutevel das ciecircncias sociais (Antonio 1991 Gitlin 1989 citados por Uriely 2005) jaacute que
segundo os mesmos estas abordagens falham em ldquoelaborar e transformar novas direccedilotildees
para a accedilatildeo poliacutetica ou reforma socialrdquo (Best 1994 citado por Uriely 2005 202)
De forma a melhor compreender o que as teorias poacutes-modernistas defendem
Uriely (2005) descreveu algumas das conceptualizaccedilotildees da experiecircncia turiacutestica que mais
se verificam aplicadas na atualidade sendo que no seu trabalho o autor nunca defende
esta teoria como sendo a mais correta mas sim como uma ferramenta que permite
analisar em comparaccedilatildeo com as teorias modernistas a experiecircncia turiacutestica Por um lado
as teorias modernistas defendem o turismo como uma atividade de diferenciaccedilatildeo da vida
quotidiana na medida em que se trata de inverter temporariamente as situaccedilotildees do dia-a-
dia com o intuito de experienciar coisas novas e diferentes do habitual (Cohen 1979
Smith 1978 citados por Uriely 2005) bem como ldquosuspender o poder de normas e
valores que regem o seu quotidiano e pensar sobre as suas proacuteprias vidas e sociedades de
uma perspetiva diferenterdquo (Turner e Ash 1975 citados por Uriely 2005 203)
24
Por outro lado autores poacutes-modernistas comeccedilaram a defender processos de de-
diferenciaccedilatildeo em oposiccedilatildeo aos ideais modernistas (Lash e Urry 1994 Munt 1994 Urry
1990 citados por Uriely 2005) Neste acircmbito as experiecircncias que no passado soacute
poderiam ser vividas no contexto do turismo cada vez mais comeccedilaram a estar
disponiacuteveis em vaacuterios momentos da vida quotidiana o que significa que ldquomuitas
experiecircncias relacionadas com turistas [tornaram-se] acessiacuteveis sem a necessidade de
viajar para destinos separadosrdquo (Id Ibid 203) Antigamente natildeo existia uma
preocupaccedilatildeo em compreender as diferentes motivaccedilotildees e necessidades dos turistas e as
teorias focavam-se todas na generalizaccedilatildeo dos tipos de experiecircncias e turistas Com todo
o desenvolvimento teoacuterico poacutes-modernista o foco passou a estar nas diferentes
motivaccedilotildees e nos diferentes tipos de turistas que procuram diferentes tipos de
experiecircncias passando a tratar-se de um fenoacutemeno diverso (Id Ibid)
Tambeacutem o papel da subjetividade ganha outra relevacircncia pois se anteriormente a
induacutestria tinha um enorme poder de manipulaccedilatildeo e controle na medida em que a oferta
era providenciada e formada pela mesma para consumidores passivos posteriormente
esta realidade alterou-se e cada vez mais os turistas ldquoconstroem a sua experiecircncia pessoal
juntando fragmentos de diferentes modos ou produtos fornecidos pela induacutestria e
remontam-nos como quiseremrdquo (Uriely et al 2002 Feifer 1985 citados por Uriely
2005 206) O que se verificava era uma uniformizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica como se
apenas de um uacutenico tipo se tratasse sendo que se passou a defender teorias focadas na
pluralizaccedilatildeo da experiecircncia e subjetividade que obrigam a repensar todo o processo de
gestatildeo marketing e planeamento uma vez que surgiram novas tipologias de turistas e
modos de experiecircncias (Id Ibid)
Contudo Uriely (2005) sugere que estas duas teorias (modernistas e poacutes-
modernistas) sejam complementaacuterias uma agrave outra em vez de se invalidarem e
contrastarem mutuamente defendendo que o termo modernista tardio sugerido por
Giddens (1990) e Wang (2000) eacute mais apropriado do que poacutes-modernista Desta forma
eacute essencial compreender algumas bases das teorias mais antigas e complementaacute-las com
as mais recentes tendo em atenccedilatildeo a complexidade e diversidade no turismo
25
Tambeacutem em oposiccedilatildeo agraves tendecircncias de generalizaccedilatildeo e de aplicaccedilatildeo de modelos
universais no turismo Cohen (1979) apresentou uma teoria que defende a multiplicidade
abordagens multilineares e diferentes tipologias Para tal o mesmo autor criou uma
abordagem que distingue cinco tipos de experiecircncias turiacutesticas a recreacional a
diversiva a experiencial a experimental e por uacuteltimo a existencial Estas tipologias
relacionam-se com a proacutepria perceccedilatildeo do turista relativamente agrave sua experiecircncia turiacutestica
e agrave forma como age na sociedade onde estaacute inserido e tambeacutem com o mundo que o rodeia
(Id Ibid) Neste contexto a experiecircncia recreacional encontra-se associada ao escape das
pressotildees do quotidiano sendo que a viagem em si acaba por natildeo ter um grande significado
para o turista
Segundo o mesmo autor este tipo de turista identifica-se mais com a sua cultura
local (pois o seu centro espiritual encontra-se no seu local habitual) do que com as
restantes sendo que natildeo lhes atribui qualquer relevacircncia Por outro lado na experiecircncia
diversiva o centro espiritual do turista natildeo se encontra nem no seu local habitual nem no
exterior logo a viagem que realiza tem como principal motivaccedilatildeo a diversatildeo e o lazer
tratando-se de ldquouma mera fuga do teacutedio e da falta de sentido da existecircncia quotidiana da
rotina para um periacuteodo de feacuterias de esquecimentordquo (Id Ibid 22) Os seguintes tipos de
experiecircncia satildeo os que mais se aproximam agrave conceccedilatildeo do turista enquanto peregrino que
segundo Cohen (1979) mais se aproxima ao que McCannel (1973 1976) apresentou
anteriormente
No modo experiencial o turista tem consciecircncia de que na sua vida quotidiana
estaacute impedido de experienciar a autenticidade entatildeo procura-a nos outros e no exterior
conduzindo-o ao modo seguinte o experimental atraveacutes do qual busca experiecircncias
alternativas e diferentes das que habitualmente pratica assim como diferentes formas de
viver como meio de encontrar um novo sentido para a sua vida pessoal Por fim o modo
existencial trata-se do culminar dos dois modos anteriormente referidos uma vez que o
turista adquire um novo centro espiritual (Cohen 1979) Neste contexto o autor chegou
agrave conclusatildeo que existem quatro tipos de situaccedilotildees turiacutesticas possiacuteveis A primeira trata-se
de situaccedilotildees turiacutesticas autecircnticas nas quais a experiecircncia vivida eacute geralmente realizada
fora de locais tipicamente turiacutesticos tratando-se de situaccedilotildees reais e aceites como
autecircnticas pelo turista
26
De seguida a autenticidade encenada previamente defendida por McCannel
(1973 1976) tratam-se de experiecircncias propositadamente preparadas pelos
estabelecimentos turiacutesticos de forma a simular uma situaccedilatildeo autecircntica sendo que o turista
natildeo tem conhecimento da encenaccedilatildeo criada e por esse motivo acredita que eacute autecircntica
Outra das situaccedilotildees eacute a de negaccedilatildeo de autenticidade e ocorre quando o turista jaacute
experienciou falsos episoacutedios de autenticidade e passa a duvidar da autenticidade das
experiecircncias que vai vivendo mesmo quando natildeo se trata de uma situaccedilatildeo de encenaccedilatildeo
tornando-se por esse motivo mais atento agraves manipulaccedilotildees que possam acontecer
Por fim as situaccedilotildees artificiais satildeo previamente admitidas pelos estabelecimentos
turiacutesticos e o proacuteprio turista estaacute consciente de que se trata de uma encenaccedilatildeo mas aceita
porque se tratam de representaccedilotildees ou reencenaccedilotildees de tradiccedilotildees costumes ou
peculiaridades que tenham sofrido alteraccedilotildees ou que tenham desaparecido tratando-se
portanto de uma forma de os recuperar (Cohen 1979) Esta tipologia apresentada por
este autor permite natildeo soacute classificar os tipos de experiecircncias possiacuteveis mas tambeacutem
prever mudanccedilas que possam ocorrer no comportamento dos turistas e ateacute mesmo nas
situaccedilotildees turiacutesticas Em suma o que se pode concluir relativamente agrave experiecircncia turiacutestica
eacute que esta eacute criada cada vez mais com o proacuteprio turista a desempenhar o papel de
coprodutor num processo de busca pelo bem-estar a pelo hedonismo num contexto de
rede onde diferentes stakeholders atuam em diversas aacutereas e se conectam entre si
(pessoas serviccedilos infraestruturas lugares etc)
Todo este processo interliga natildeo soacute as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas isto
eacute todas as componentes emocionais psicoloacutegicas e sociais mas tambeacutem todo o ambiente
da experiecircncia turiacutestica que poderaacute ser consumido pelos mesmos Desta forma o conceito
de experiecircncia turiacutestica e o comportamento do consumidor fundem-se pois influenciam-
se mutuamente sendo que ldquose podem alterar devido a diversos fatores (hellip) como as
variaccedilotildees comportamentais ([em relaccedilatildeo agrave] expectativa perceccedilatildeo e motivaccedilatildeo)
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (educaccedilatildeo rendimentos) estilo de vida (baacutesico
moderado ou extravagante) e externalidades (clima regulamentos e o meio ambiente)rdquo
(Prebensen et al 2014 14)
27
Assim outra das dimensotildees que ganhou cada vez mais relevacircncia neste acircmbito foi
o conceito de valor e o valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica passando o foco das
pesquisas e trabalhos nesta aacuterea a estar cada vez mais na qualidade de vida e na satisfaccedilatildeo
do turista (Id Ibid) Bjoumlrk (2014) apresentou a hierarquia de valor da experiecircncia
turiacutestica na qual explica que existe uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia turiacutestica e a satisfaccedilatildeo
de vida mediada pelas interaccedilotildees entre a qualidade de vida a felicidade e o bem-estar de
cada pessoa sendo que o valor da experiecircncia eacute ldquoexperienciado antes da compra no
momento da compra no momento da utilizaccedilatildeo e depois da utilizaccedilatildeordquo (Sanchez et al
2006 citado por Bjoumlrk 2014 26)
O que significa que aquando a anaacutelise da experiecircncia turiacutestica eacute necessaacuterio ter em
consideraccedilatildeo o conceito de valor na mesma pois este encontra-se presente em todas as
etapas da experiecircncia e pode influenciar o resultado final da mesma bem como a
perceccedilatildeosatisfaccedilatildeo do turista Todavia Bjoumlrk (2014) considera que ainda existe pouca
investigaccedilatildeo relativamente aos seguintes aspetos de que forma as experiecircncias turiacutesticas
satildeo lembradas pelas pessoas como eacute que as mesmas influenciam o bem-estar a
felicidade a qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo de vida e ainda a dimensatildeo do conceito de
valor de experiecircncia turiacutestica que ainda natildeo apresenta abordagens muito aprofundadas
35 Satisfaccedilatildeo do turista
A satisfaccedilatildeo de um turista encontra-se relacionada com a sua perceccedilatildeo acerca do
que experienciou com os proacuteprios atributos que o destino apresenta e a performance dos
mesmos assim como a qualidade dos serviccedilos prestados (como alojamento transportes
restaurantes atividades etc) Eacute atraveacutes da satisfaccedilatildeo geral da experiecircncia turiacutestica que o
turista vai determinar a sua intenccedilatildeo de regressar ou natildeo ao destino em questatildeo pois ldquoum
dos fatores mais decisivos numa futura visita a um destino pelos turistas eacute a sua satisfaccedilatildeo
em estadias anteriores nesse mesmo destinordquo (Alegre e Garau 2010 52)
Assim a satisfaccedilatildeo bem como a qualidade dos serviccedilos e a intenccedilatildeo
comportamental satildeo os fatores que permitem avaliar as experiecircncias dos visitantes
(Crompton e Love 1995 Baker e Crompton 2000 Tomas et al 2002 Yoon e Uysal
2005 Meng et al 2008 Hutchinson et al 2009 Williams e Soutar 2009 Alegre e
Garau 2010 McMullan e OrsquoNeill 2010 Zabkar et al 2010 citados por Jensen 2010)
28
Contudo este tipo de avaliaccedilotildees pode provocar certos erros de anaacutelise na medida
em que existem fatores que natildeo satildeo considerados como toda a dinacircmica social (Belk
1975 Fournier e Mick 1999 citados por Jensen 2010) fatores emocionais e
psicoloacutegicos a diversidade de expectativas (Boulding et al 1993 Buttle 1996 Fournier
e Mick 1999 citados por Jensen 2010) caracteriacutesticas negativas da experiecircncia no
destino (Alegre e Garau 2010) a possibilidade de ocorrerem surpresas agradaacuteveis para o
consumidor durante a experiecircncia (Oliver 1997 citado por Jensen 2010) e por uacuteltimo os
aspetos holiacutesticos de toda a experiecircncia de serviccedilos (Buttle 1996 Fournier e Mick 1999
Vittersoslash et al 2000 Maunier e Camelis 2013 citados por Jensen 2010)
Neste contexto alguns autores opotildeem-se ao facto de que a satisfaccedilatildeo representa e
indica apenas o sucesso ou insucesso da experiecircncia geral defendendo que a satisfaccedilatildeo eacute
influenciada por diversos fatores (Nowacki 2009 citado por Jensen 2010) que na grande
maioria dos casos satildeo difiacuteceis de controlar quer por parte dos fornecedores de serviccedilos
como tambeacutem dos proacuteprios gestores do destino como satildeo exemplo o clima ou mesmo o
estado de espiacuterito de cada pessoa (Tomas et al 2002 citado por Jensen 2010) Seguindo
este enquadramento a satisfaccedilatildeo ocorre quando se torna possiacutevel dar resposta agraves
necessidades impliacutecitas e expliacutecitas dos turistasvisitantes
Sendo que existem fatores que natildeo satildeo controlaacuteveis cabe aos gestores de destinos
e aos proacuteprios serviccedilos focar-se nas expectativas do consumidor de forma a conseguir
surpreender o mesmo antecipar e preparar eventuais acontecimentos e necessidades com
o intuito de superar positivamente as expectativas iniciais Eacute importante ter em atenccedilatildeo
que a opiniatildeo do consumidor representa um fator decisivo na avaliaccedilatildeo da experiecircncia
turiacutestica pois funciona como um elemento avaliador No entanto como cada pessoa eacute
uacutenica e possui expectativas e necessidades diversas eacute essencial estar preparado para
satisfazer as mesmas atraveacutes de estrateacutegias que cada vez mais se distingam pelos fatores
de diferenciaccedilatildeo valorizaccedilatildeo e inovaccedilatildeo
Contudo a satisfaccedilatildeo ocorre quando as necessidades satildeo cumpridas e desta forma
natildeo se pode desvincular a satisfaccedilatildeo da motivaccedilatildeo (Dunn Ross e Iso-Ahola 1991 Kao
Patterson Scott e Li 2008 Li e Ryan 2015 citados por Pestana et al 2018) Para alguns
autores eacute ldquoa satisfaccedilatildeo que intercede na relaccedilatildeo entre as motivaccedilotildees emoccedilotildees e intenccedilotildees
comportamentais fortalecendo ao mesmo tempo a associaccedilatildeo positiva entre as
motivaccedilotildees push e pullrdquo (Pestana et al 2018 1)
29
Desta forma a satisfaccedilatildeo e a motivaccedilatildeo estatildeo associadas no sentido em que eacute a
motivaccedilatildeo que leva agrave escolha de um destino e agrave criaccedilatildeo de motivos para viajar que por
sua vez criam uma determinada expectativa relativamente ao resultado final da viagem
ou seja agrave satisfaccedilatildeo final (Blanco et al 2003 citado por Botelho 2013) Relativamente
agrave avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo uma das ferramentas mais utilizadas para tal eacute a realizaccedilatildeo de
inqueacuteritos por questionaacuterio aos turistasvisitantes O que alguns autores defendem eacute que
deve existir uma preocupaccedilatildeo na estrutura destes inqueacuteritos dado que tendem a focar
apenas os atributos e aspetos positivos do destino natildeo permitindo conhecer a opiniatildeo dos
inquiridos relativamente a outros aspetos que podem natildeo se encontrar positivos (Alegre
e Garau 2010)
Assim sendo deve-se ter em atenccedilatildeo a dimensatildeo de dualidade da satisfaccedilatildeo
(Crotts e Pan 2007 Crotts et al 2008 Pritchard e Havitz 2006 Tribe e Snaith 1998
Truong 2005 Truong e Foster 2006 citados por Alegre e Garau 2010) o que significa
que os fatores que provocam satisfaccedilatildeo e os que provocam insatisfaccedilatildeo natildeo estatildeo
relacionados (Chan e Baum 2007 citados por Alegre e Garau 2010) A anaacutelise dos
fatores que provocam insatisfaccedilatildeo apresenta um maior impacto na intenccedilatildeo de regressar
do que na satisfaccedilatildeo geral mas natildeo significa que a ocorrecircncia de acontecimentos
negativos durante a experiecircncia turiacutestica determine a satisfaccedilatildeo geral mas pode tornar o
destino menos atrativo e por sua vez diminuir a probabilidade de voltar a visitar (Id Ibid)
Em siacutentese para se obter uma anaacutelise correta da satisfaccedilatildeo do turista eacute necessaacuterio
ter em atenccedilatildeo qual o impacto que tanto os aspetos positivos do destino como os negativos
tecircm no mesmo tendo por base as satisfaccedilotildees pull e push associadas agrave teoria das
motivaccedilotildees para que seja possiacutevel corrigir os aspetos negativos e ateacute mesmo ldquorevelar a
singularidade de um destino e fornecer orientaccedilatildeo para futuras campanhas de marketing
e administraccedilatildeo [sendo que se] pode descobrir uma melhor representaccedilatildeo da verdadeira
experiecircncia de forma a tornar-se uacutetil para os gestores de destino [permitindo] um niacutevel
mais rico de sub-anaacutelise de segmentos de mercadordquo (Crotts e Pan 2007 543)
30
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos
41 Conceito de marketing em destinos
O conceito de marketing de destinos turiacutesticos foi primeiramente definido como
um processo de gestatildeo atraveacutes do qual as empresas turiacutesticas e as DMO conseguem
identificar os seus turistas sejam eles reais ou potenciais comunicar com os mesmos a
fim de compreender as suas necessidades motivaccedilotildees e gostos e criar produtos que se
adaptem a estas mesmas caracteriacutesticas com o principal objetivo de atingir a satisfaccedilatildeo
turiacutestica e cumprir os seus objetivos (Wahab Crampon e Rothfield 1976 citados por
Pike e Page 2014) Contudo no momento de descrever o conceito de marketing satildeo
vaacuterias as definiccedilotildees que surgem pois trata-se de um termo bastante abrangente que natildeo
envolve apenas a publicidade ou a promoccedilatildeo de produtos como muitas vezes eacute
erroneamente definido
Segundo a OMT o marketing surge como uma ferramenta de gestatildeo que tendo
por base a procura turiacutestica ldquotorna possiacutevel atraveacutes da investigaccedilatildeo previsatildeo e seleccedilatildeo
colocar os produtos turiacutesticos no mercado em consonacircncia com o propoacutesito da
organizaccedilatildeo com o objetivo de alcanccedilar o maior benefiacuteciordquo (Coltman 1989 11) Na
perspetiva de Coltman (1989) o marketing turiacutestico trata-se de uma atividade que
estabelece objetivos e metas a cumprir que vatildeo ao encontro daquilo que satildeo as proacuteprias
intenccedilotildees natildeo soacute das empresas e dos fornecedores mas tambeacutem dos turistas tratando-se
de um sistema que se desenvolve atraveacutes de processos que requerem investigaccedilatildeo
pesquisa de mercado e planeamento de modo a que se permita criar estrateacutegias que vatildeo
ao encontro das necessidades dos consumidores e ao mesmo tempo contribuam para o
bom funcionamento do destino turiacutestico
Seguindo a abordagem de sistemas o marketing turiacutestico funciona como uma
operaccedilatildeo onde diferentes atividades se encontram interrelacionadas e cooperam entre si
sendo que esta abordagem ldquopermite a uma organizaccedilatildeo expandir a sua penetraccedilatildeo no
mercado e lidar com ecircxito com a concorrecircnciardquo (Id Ibid) Atraveacutes do conhecimento sobre
as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas os marketeers conseguem proceder agrave criaccedilatildeo
de uma oferta que para aleacutem de ir ao encontro destas mesmas necessidades permite
tambeacutem atribuir valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica sendo que deve tratar-se de
algo que a concorrecircncia natildeo disponha na sua oferta (Marques 2005 citado por Peres e
Rita 2017)
31
No que diz respeito ao marketing de destinos turiacutesticos tratando-se o turismo de
uma aacuterea onde diferentes atores interagem e diferentes interesses convergem este
representa ldquoo ponto nevraacutelgico do marketing turiacutestico uma vez que eacute o destino que
concentra e suporta todos os diferentes interesses envolvidos na atividade turiacutesticardquo
(Seaton 1996 citado por por Peres e Rita 2017 173) Desta forma no processo de
planeamento e gestatildeo de um destino turiacutestico o marketing desempenha funccedilotildees como
procurar respostas e conhecimentos para perceber quem satildeo os visitantes do destino de
que serviccedilos necessitam e quais satildeo as suas expectativas para toda a sua experiecircncia de
viagem (Seaton 1996)
Poreacutem ainda que as entidades e empresas se organizem no sentido de conceber as
suas estrateacutegias de accedilatildeo e delinearem todos os seus objetivos atraveacutes dos processos de
planeamento existem fatores externos que influenciam o sucesso das accedilotildees de marketing
afetando o seu desempenho dado que muitas vezes se encontram fora do controlo das
proacuteprias empresas e organizaccedilotildees como satildeo exemplos a procura a concorrecircncia fatores
legais e poliacuteticos etc (Coltman 1989) Segundo este mesmo autor a eficaacutecia do
marketing eacute alcanccedilada dependendo da capacidade de inovaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo das empresas
aos fatores externos prevendo o comportamento destes elementos de forma a perceber
como podem ser controlados ou evitados apostando nos fatores internos que por
oposiccedilatildeo satildeo controlaacuteveis (como eacute o caso dos recursos financeiros e humanos)
No caso dos destinos turiacutesticos o marketing eacute de extrema importacircncia pois uma
vez bem aplicado eacute uma das ferramentas que possui maior capacidade de atraccedilatildeo de
visitantes e que mais contribui para o desenvolvimento do destino No entanto no turismo
deve-se aplicar o marketing estrateacutegico que permite fazer uma gestatildeo do proacuteprio mercado
acompanhar as tendecircncias do mesmo perceber como este funciona assim como o que
existe estabelecendo um ponto de equiliacutebrio entre a oferta e a procura Neste sentido
para aleacutem de funcionar como uma estrateacutegia de atraccedilatildeo ldquoo marketing turiacutestico deve ser
utilizado como uma estrateacutegia de direccedilatildeo entre o planeamento e a gestatildeo do destino e dos
produtos de forma a conciliar os objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica
(hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 174)
32
Deste modo o marketing turiacutestico nos destinos deve seguir uma abordagem
holiacutestica na medida em que o impacto das suas estrateacutegias vai atingir natildeo soacute a oferta e a
procura assim como todo o ambiente externo ao destino mas tambeacutem toda a envolvente
interna associada agraves comunidades locais do destino em questatildeo Esta dimensatildeo eacute de
extrema relevacircncia pois estaacute associada agrave sustentabilidade do destino e segundo Seaton ldquoo
marketing turiacutestico responsaacutevel deve e seraacute cada vez mais obrigado a ter em conta as
necessidades das populaccedilotildees de acolhimento se natildeo for para produzir efeitos ambientais
e socioculturais negativosrdquo (1996 5)
Outro aspeto relevante no que concerne esta temaacutetica eacute o facto de existir uma
constante competiccedilatildeo entre os diversos destinos turiacutesticos no mundo O papel do
marketing no posicionamento competitivo dos destinos eacute relevante pois influencia
diretamente a escolha do visitanteturista De acordo com Kozak e Andreu (2006) a
escolha de um destino por parte do turista depende da consciecircncia e conhecimento do
mesmo acerca do destino (que surge por recomendaccedilatildeo de familiares e amigos
convicccedilotildees pessoais ou atraveacutes das campanhas de publicidade) sendo que tem agrave sua
disposiccedilatildeo um leque variado de opccedilotildees e desta forma no momento em que elege um
destino para visitar todos os restantes perdem a oportunidade de serem escolhidos
Neste contexto cabe tambeacutem ao marketing analisar a concorrecircncia de forma a
compreender quais as eventuais oportunidades ou ameaccedilas que podem surgir no mercado
de forma a que seja possiacutevel para o destino ldquocompetir e obter uma primazia saudaacutevel em
relaccedilatildeo a outros destinos concorrentesrdquo (Peres e Rita 2017 174) Neste acircmbito a
competitividade entre os destinos deve existir de forma positiva e incluir ldquoa
sustentabilidade dos recursos locais de forma a assegurar a manutenccedilatildeo do sucesso a
longo prazo bem como obter retornos equitativos dos recursos utilizados para satisfazer
todos os stakeholdersrdquo (Buhalis 2000 106) Compete agraves DMO e empresas de turismo
de cada destino planear e colocar em praacutetica as accedilotildees de propaganda tendo em conta as
limitaccedilotildees e necessidades de cada destino assim como a dinacircmica do mercado de forma
a gerar satisfaccedilatildeo entre os turistasvisitantes e os proacuteprios anfitriotildees (Buhalis 2000)
Segundo este mesmo autor a gestatildeo de um destino turiacutestico eacute dos processos mais
complexos de se realizar uma vez que engloba diversos atores e interesses que facilmente
entram em conflito entre si sendo que ldquoum compromisso que abranja todos esses
interesses eacute extremamente difiacutecil se natildeo impossiacutevel mas eacute fundamental para o sucesso a
longo prazordquo (Id Ibid 99)
33
Para que seja possiacutevel atingir o sucesso devem ser seguidas as diferentes fases
que datildeo origem ao marketing de destinos sendo elas a anaacutelise do mercado atraveacutes da
observaccedilatildeo da oferta e da procura turiacutesticas o planeamento e desenvolvimento de
produtos turiacutesticos adequados o fornecimento de informaccedilatildeo atraveacutes da promoccedilatildeo e
campanhas de publicidade a difusatildeo dos diferentes canais de distribuiccedilatildeo que se
encontram disponiacuteveis e o preccedilo final (Buhalis 2000 citado por Peres e Rita 2017) Uma
vez estabelecidas todas as fases a cooperaccedilatildeo entre os diferentes fornecedores e entidades
torna-se crucial para atrair novos visitantes e incentivar agrave repeticcedilatildeo da visita ao mesmo
tempo que enquanto cooperam entre si contribuem para a qualidade e diferenciaccedilatildeo da
oferta evitando a exploraccedilatildeo excessiva dos recursos existentes (Buhalis 2000)
No entanto com todas as mudanccedilas no paradigma atual e para que um destino
consiga ser atrativo e reconhecido pelos visitantes eacute cada vez mais importante ter em
atenccedilatildeo trecircs fatores que influenciam o impacto do marketing na atualidade sendo eles a
globalizaccedilatildeo os avanccedilos tecnoloacutegicos e a desregulamentaccedilatildeo (Kotler 2000) Desta
forma segundo Buhalis ldquoo marketing inovador liderado pela pesquisa e pela utilizaccedilatildeo
de novas tecnologias seraacute a uacutenica maneira de gerir e comercializar destinos competitivos
no futuro para o benefiacutecio dos seus stakeholdersrdquo (2000 114)
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos
A caracterizaccedilatildeo da oferta e procura num destino turiacutestico insere-se na anaacutelise do
mercado tratando-se de um processo de relevacircncia para o marketing do mesmo Eacute graccedilas
a estes dados que se torna possiacutevel fazer um levantamento dos recursos e criar produtos
turiacutesticos que vatildeo ao encontro natildeo soacute das necessidades exigecircncias e preferecircncias dos
turistasvisitantes do destino como tambeacutem da populaccedilatildeo local permitindo ao mesmo
tempo apurar mercados potenciais ou emergentes e adequar as estrateacutegias de marketing e
planeamento aos mesmos Contudo como foi referido previamente na atualidade o
turista estaacute cada vez mais exposto a um conjunto diversificado de informaccedilatildeo e por sua
vez de oferta o que faz com que se torne mais exigente e experiente criando ldquonovos
constrangimentos que resultam em larga medida de novos comportamentos e
necessidades da procura (hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 175) Neste sentido a experiecircncia
turiacutestica destes intervenientes torna-se mais complexa sendo necessaacuterio proceder a uma
anaacutelise e compreensatildeo da mesma tendo por base ambas as perspetivas da oferta e da
procura (Walls et al 2011 citado por Peres e Rita 2017)
34
Esta anaacutelise e compreensatildeo da experiecircncia turiacutestica encontra-se interligada com o
comportamento do consumidor pois eacute este estudo que vai permitir perceber quais os
desejos necessidades e motivaccedilotildees dos turistas no momento de escolherem o que vatildeo
consumir na sua experiecircncia Eacute neste acircmbito que surge a segmentaccedilatildeo do mercado que
consiste em dividir o mercado de acordo com as diferentes motivaccedilotildees para conseguir
perceber o que os turistas procuram e gostam para que seja possiacutevel adaptar o produto da
melhor forma a cada mercado alvo
Este processo de segmentaccedilatildeo pode ser definido segundo dois criteacuterios a
nacionalidade e as motivaccedilotildees A primeira para se saber de onde vecircm e qual a razatildeo da
visita ao destino em questatildeo e a segunda para apurar se as motivaccedilotildees se alteram ou natildeo
ao longo do ano com o objetivo de perceber se existem outros perfis de turistas e fazer
comparaccedilotildees permitindo ao mesmo tempo reconhecer e medir oportunidades de
mercado Eacute esta segmentaccedilatildeo que vai permitir ldquoum maior ajustamento da oferta agrave procura
e consequentemente [contribuir] para o desenvolvimento de estrateacutegias de marketing
mais orientadas para as caracteriacutesticas desses grupos [originando] uma melhor aplicaccedilatildeo
de todos os recursos e accedilotildees sobre o mercadordquo (Donilcar 2008 citado por Peres e Rita
2017 175)
Atraveacutes do conhecimento dos recursos que o destino tem para oferecer a forma
como os mesmos estatildeo organizados assim como o comportamento da procura por estes
mesmos recursos permite ao marketing de destinos desenvolver estrateacutegias que se
complementam entre si e que aumentam a capacidade atrativa do destino facilitando a
fidelidade do turistavisitante assim como a sua intenccedilatildeo de regressar (Id Ibid) No
entanto eacute essencial compreender a complexidade da procura turiacutestica e o caraacuteter riacutegido
da oferta Neste acircmbito o marketing de destinos trabalha com serviccedilos e produtos e
enquanto estes uacuteltimos satildeo objetos fiacutesicos os serviccedilos possuem caracteriacutesticas que
determinam todo o planeamento estrateacutegico referente ao marketing e a definiccedilatildeo de
objetivos
Sendo a procura turiacutestica caracterizada pelo consumo de bens e serviccedilos criados
por empresas e entidades turiacutesticas esta natildeo se resume apenas a este tipo de consumo
Existem outras organizaccedilotildees que apresentam bens e serviccedilos que natildeo satildeo destinadas ao
turismo mas sim agrave populaccedilatildeo local poreacutem estes natildeo deixam de formar parte da procura
turiacutestica do destino (Cunha 2013)
35
Tambeacutem a oferta turiacutestica possuiacute caracteriacutesticas que a tornam riacutegida devido ao seu
caraacuteter endoacutegeno e imoacutevel tais como os atributos que funcionam como fatores de
atratividade nos destinos satildeo intriacutensecos aos mesmos e natildeo podem ser movimentados para
outros locais a perecibilidade e inseparabilidade da oferta uma vez que a produccedilatildeo e o
consumo ocorrem em simultacircneo sendo necessaacuteria a presenccedila do cliente para que ocorra
a prestaccedilatildeo do serviccedilo e por ser impossiacutevel armazenar stocks de forma a serem vendidos
posteriormente por uacuteltimo o seu caraacuteter intangiacutevel natildeo permite do ao visitanteturista
experimentar ou observar o produtoserviccedilo antes da aquisiccedilatildeo sendo que soacute o pode fazer
apenas quando se daacute o ato de consumo (Id Ibid)
Uma conjugaccedilatildeo equilibrada entre a gestatildeo da oferta e da procura turiacutesticas
influencia a satisfaccedilatildeo do turistavisitante do destino Uma vez que esta satisfaccedilatildeo
depende da qualidade da oferta e de tudo daquilo que o consumidor vai encontrar no
destino requer-se uma visatildeo holiacutestica acerca do mesmo tendo em conta as ldquoqualidades
ambientais acessibilidades limpeza e higiene traacutefego rodoviaacuterio qualidade urbaniacutestica
espaccedilos verdes [a proacutepria qualidade dos recursos humanos] etcrdquo (Id Ibid 179)
43 Comportamento do Consumidor
A anaacutelise do comportamento do consumidor parte integrante e essencial para a
eficiecircncia do marketing estrateacutegico eacute utilizada sobretudo para se compreender os padrotildees
de consumo Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber como eacute que os consumidores
tomam as suas decisotildees permitindo intervir junto dos mesmos e persuadi-los assim como
conceber e inovar produtos de acordo com o que satildeo as suas necessidades Segundo
Swarbrook e Horner (2007) o comportamento do consumidor em turismo define-se pelo
estudo que tenta responder agrave questatildeo de porque eacute que as pessoas compram o produto que
compram e como tomam a sua decisatildeo
Contudo esta pesquisa caracteriza-se por ser bastante complexa uma vez que as
decisotildees tomadas pelo consumidor-turista estatildeo interligadas com a sua componente
emocional e tambeacutem porque durante o processo de tomada de decisatildeo estaacute exposto a um
elevado nuacutemero de fatores e determinantes que influenciam o seu comportamento e que
dificultam a perceccedilatildeo de como eacute que afetam o consumidor (Id Ibid) Esta componente
emocional acompanha o consumidor desde o iniacutecio do processo de decisatildeo ateacute ao fim
36
No iniacutecio existem expectativas e receios pois o consumidor ainda natildeo sabe como
vai ser a sua experiecircncia e ainda natildeo usufruiu do que pagou No fim as suas expectativas
podem ser ou natildeo superadas assim como os receios que podem ou natildeo ocorrer o que
significa que a anaacutelise do comportamento do consumidor-turista eacute bastante complexa
devido agrave componente emocional e psicoloacutegica de cada consumidor e agrave intangibilidade dos
serviccedilosprodutos desta atividade
Geralmente o processo de decisatildeo desenvolve-se por trecircs etapas a preacute-
decisatildeocompra a decisatildeo e o poacutes-compra sendo que existem modelos que apresentam
ateacute cinco fases distintas uma vez que estas podem-se adaptar a diferentes aacutereas e natildeo
somente ao turismo Poreacutem existem diversos modelos de comportamento do consumidor
que podem ser adaptados ao caso concreto do turismo como eacute o caso do de Howard e
Sheth (1969) um dos modelos mais citados e que se pode observar na figura 3 Este
modelo ldquodestaca a importacircncia dos inputs no processo de compra do consumidor e sugere
maneiras pelas quais o consumidor ordena esses mesmos inputs antes de tomar uma
decisatildeo finalrdquo (Swarbrook e Horner 2007 42)
Figura 3 - - Modelo de Howard e Sheth (1969) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
37
Outros autores como Wahab Crampton e Rothfield (1976) e Mathieson e Wall
(1982) (citados por Swarbrook e Horner 2007) sugeriram outros modelos lineares do
processo de tomada de decisatildeo do consumidor-turista que podem ser observados nas
figuras 4 e 5
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall (1982) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor de Wahab Crampton e Rothfield (1976)
(Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Todos estes autores apresentam nos seus modelos diferentes definiccedilotildees para cada
fase do processo mas todos eles satildeo coincidentes em diversos aspetos ao facto do
momento da compra ocorrer sempre apoacutes a tomada de decisatildeo do consumidor ser alvo
de fatores que o influenciam na sua decisatildeo (sejam internos ou externos) de existirem
diversas alternativas que dependem sempre da decisatildeo do consumidor optar por uma e
por fim que a escolha destas alternativas sofre uma avaliaccedilatildeo por parte do consumidor
que decorre da sua procura por fontes de informaccedilatildeo internas e externas (Woodside e
Lysonski 1989 Engel Blackwell e Miniard 1995 Gremler e Brown 1996 Beerli e
Martin 2004 Swarbrook e Horner 2007)
Existem poreacutem autores como Pizam e Mansfeld (1999) que criticam estes
modelos no sentido em que natildeo satildeo preditivos por se basearem em estereoacutetipos e
generalizaccedilotildees Estes autores ainda afirmam que o processo de decisatildeo varia
significativamente entre os diferentes grupos de turistas e que os modelos existentes
ignoram os consumidores com falta de motivaccedilatildeo assim como os constrangimentos
associados que satildeo vistos como uma falha significante no que diz respeito agrave investigaccedilatildeo
do comportamento do consumidor (Id Ibid 29) Seguindo esta linha de pensamento
segundo o modelo de Gunn (citado por Gacircndara 2008) relativo ao comportamento do
turista existem diversas fases pelas quais o mesmo passa no momento em que decide
visitar um novo destino
38
Formam parte destas fases a acumulaccedilatildeo de imagens mentais sobre experiecircncias
de feacuterias anteriores a modificaccedilatildeo destas imagens graccedilas ao acesso a mais informaccedilatildeo a
decisatildeo de ir para feacuterias a viagem propriamente dita ao destino em questatildeo a participaccedilatildeo
no destino a viagem de regresso e por uacuteltimo gera-se uma nova acumulaccedilatildeo de imagens
obtidas e baseadas na experiecircncia vivida Torna-se portanto essencial compreender o
comportamento do consumidor assim como as suas perceccedilotildees acerca do destino Satildeo
estas caracteriacutesticas que permitem definir quais os turistas mais adequados para cada
destino para que se tornem fidelizados ao mesmo e tambeacutem perceber que alteraccedilotildees satildeo
necessaacuterias para que o destino se adapte agraves necessidades dos turistasvisitantes de forma
a ficarem satisfeitos com a experiecircncia (Id Ibid)
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos
A comunicaccedilatildeo relaciona-se com o turismo na medida em que os
turistasvisitantes enquanto seres sociais procuram interagir com a sociedade onde
vivem e sem a comunicaccedilatildeo esta interaccedilatildeo seria impossiacutevel pois ldquoa comunicaccedilatildeo eacute uma
necessidade inerente de qualquer ser humanordquo (Trigueiro 2001 citado por Marujo 2008
27) Eacute graccedilas agrave comunicaccedilatildeo que se torna possiacutevel dar a conhecer um destino e todas as
suas caracteriacutesticas bem como as informaccedilotildees essenciais na escolha de um local a visitar
Logo eacute a comunicaccedilatildeo que influencia os comportamentos das pessoas sendo que ldquopode
servir para comandar para condicionar para persuadir ou para motivar ndash ou seja para
levar algueacutem a fazer (ou abster-se de fazer) algordquo (Castro 2002 citado por Marujo 2008
27)
Desta forma a comunicaccedilatildeo encontra-se presente em todas as etapas do processo
de decisatildeo do turistavisitante aquando este decide visitar um destino especiacutefico sendo
que a mesma ldquodeve ter a capacidade de provocar o sentimento de envolvimento com o
destino antes durante e apoacutes a experiecircnciardquo (Peres e Rita 2017 175) No momento de
atrair visitantesturistas a um destino eacute a comunicaccedilatildeo que vai ao encontro daquilo que
satildeo as motivaccedilotildees desejos e emoccedilotildees das pessoas e faz com que as estrateacutegias de
transmissatildeo de informaccedilatildeo sejam eficazes ao ponto de as cativarem (Id Ibid) Poreacutem
cada vez mais os turistas satildeo mais exigentes e experientes e por esse motivo procuram
experiecircncias diferenciadoras passando o foco a estar na criatividade das estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo
39
Uma vez que em turismo falamos de bens e serviccedilos intangiacuteveis esta caracteriacutestica
pode dificultar as interaccedilotildees comunicacionais assim como a compreensatildeo dos mesmos
Daiacute a importacircncia da informaccedilatildeo e a forma como a mesma eacute apresentada pois deve ser o
mais expliacutecita possiacutevel de forma a tornar estes mesmos serviccedilos tangiacuteveis Desta forma
a informaccedilatildeo turiacutestica trata-se de uma das ferramentas mais valorizadas tanto pelos
profissionais da aacuterea como pelos consumidores Eacute atraveacutes da informaccedilatildeo que o
consumidor toma a sua decisatildeo e as entidades se inovam e criam condiccedilotildees para responder
agraves exigecircncias do mercado sendo que ldquoa informaccedilatildeo precisa e correta apropriada agraves
necessidades do consumidor eacute muitas vezes a chave para a satisfaccedilatildeo dos consumidoresrdquo
(Cooper et al 2001 citado por Marujo 2008 52)
No entanto todos estes aspetos dependem da qualidade dos serviccedilos prestados e
da experiecircncia global e uma vez que a interaccedilatildeo complexa das diversas componentes do
turismo pode pocircr em causa a qualidade cabe aos gestores de destinos tornar o destino
harmonioso entre todas as componentes ligadas ao turismo e tambeacutem as que natildeo estatildeo
diretamente ligadas ao mesmo de forma a minimizar ao maacuteximo as experiecircncias mais
negativas Poreacutem geralmente existe alguma dificuldade por parte dos visitantesturistas
em segmentar a sua opiniatildeo em relaccedilatildeo agrave qualidade da experiecircncia global da qual
usufruiu sendo que frequentemente os aspetos negativos sobressaem em relaccedilatildeo aos
positivos e satildeo estas opiniotildees que vatildeo definir o regresso ou natildeo da pessoa bem como as
recomendaccedilotildees a potenciais turistas
Daiacute que esta ferramenta seja importante para a comunicaccedilatildeo do destino pois se a
qualidade da oferta for elevada e a experiecircncia turiacutestica satisfatoacuteria ldquopara aleacutem de
despertar o interesse de outras pessoas para os serviccedilos oferecidos pela organizaccedilatildeo
poderaacute regressar mais tarde e continuar a utilizar os serviccedilos de uma forma contiacutenuardquo
(Marujo 2008 32) Eacute neste acircmbito que os destinos devem apostar na criaccedilatildeo de imagens
de marca associadas agrave oferta turiacutestica existente e que transmitam experiecircncias autecircnticas
e uacutenicas com elevados padrotildees de qualidade que vatildeo ao encontro das expectativas do
turistavisitante e que contribua para a satisfaccedilatildeo do mesmo Assim a criaccedilatildeo desta
imagem de marca ldquocumpriraacute mais facilmente os dois objetivos centrais do marketing
aplicado aos destinos turiacutesticos a diferenciaccedilatildeo e a sustentabilidaderdquo (Peres e Rita 2017
176)
40
Em suma o principal objetivo do processo de comunicaccedilatildeo em turismo passa por
fazer perdurar uma boa imagem do destino ou melhorar a mesma atrair novos visitantes
e ao mesmo tempo criar as condiccedilotildees para que regressem no futuro fornecer informaccedilatildeo
clara e expliacutecita acerca da oferta existente fomentar a coordenaccedilatildeo entre os diferentes
stakeholders e os seus esforccedilos e por uacuteltimo corrigir possiacuteveis erros ou distorccedilotildees (Heath
e Wall 1991 citados por Marujo 2008) A comunicaccedilatildeo em turismo ldquonatildeo se resume
portanto agrave promoccedilatildeo de um destino engloba tambeacutem os processos de seduccedilatildeo de um
turista as trocas culturais e rituais entre visitante e anfitriatildeo as narrativas turiacutesticas sobre
as quais se constroem as identidades das gentes lugares e marcasrdquo (Wichels 2013 478)
Eacute atraveacutes da comunicaccedilatildeo que se consegue interferir na imagem que os
turistasvisitantes tecircm acerca de um destino sendo que segundo Gacircndara (2008) apesar
de geralmente se verificar apenas a intervenccedilatildeo no momento da promoccedilatildeo e distribuiccedilatildeo
torna-se cada vez mais importante atuar tambeacutem no momento de produccedilatildeo onde se
desenvolve a qualidade do destino para que a proacutepria comunidade local se torne parte
integrante do processo e ao mesmo tempo beneficie desta atividade
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos
Tendo em consideraccedilatildeo que o mercado atual do turismo eacute cada vez mais
heterogeacuteneo e segue tendecircncias cada vez mais diversificadas que anteriormente natildeo se
verificavam cabe aos diferentes meios de comunicaccedilatildeo dos destinos aplicar diferentes
estrateacutegias que comuniquem e distribuam as suas ofertas de forma eficaz Satildeo vaacuterias as
fontes de informaccedilatildeo que o turistavisitante pode encontrar sobre um destino ou um
serviccediloproduto como por exemplo brochuras guias de viagem postos de informaccedilatildeo
turiacutestica jornais revistas televisatildeo empresas de turismo locais etc
Eacute tambeacutem atraveacutes da comunicaccedilatildeo que um destino estabelece o seu
posicionamento no mercado Para tal no que diz respeito aos destinos turiacutesticos existem
algumas estrateacutegias que se podem seguir a diferenciaccedilatildeo (apresentaccedilatildeo de novas
atraccedilotildees encontrar fatores diferenciadores relativamente agrave concorrecircncia) a diversificaccedilatildeo
dos mercadosprodutos (de forma a ajustar-se a diferentes mercados para atrair diferentes
tipos de turistas) e por uacuteltimo a aposta nos nichos de mercado (segmentos mais pequenos
do que o usual mas mais rentaacuteveis)
41
Mas o que se verifica cada vez mais eacute que esta divulgaccedilatildeo eacute feita atraveacutes de
plataformas online ldquoque desempenham um papel decisivo para aleacutem da sua reconhecida
relevacircncia nos aspetos informativos emocionais e de criaccedilatildeo de imagemrdquo (Peres e Rita
2017 176) Com todos os avanccedilos tecnoloacutegicos das uacuteltimas deacutecadas as estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo passam cada vez mais a ser aplicadas atraveacutes do auxiacutelio da internet nos
formatos digitais Desta forma a informaccedilatildeo online passa a ser global transmitida
essencialmente atraveacutes de websites e redes sociais permitindo ao consumidor conhecer
melhor o destino que quer visitar comparar em tempo real as condiccedilotildees e todos os aspetos
referentes agrave experiecircncia que pretende adquirir e ateacute reservarcomprar o seu
serviccediloproduto de forma raacutepida e simples
Ao mesmo tempo as empresas obtecircm uma ferramenta que lhes permite vender o
seu destino com maior detalhe atraveacutes do recurso a diversas formas de comunicaccedilatildeo
(sejam imagens textos viacutedeos etc) aproximando-se do consumidor e das marcas com
as quais poderaacute criar parcerias (Marujo 2008) A internet transformou-se assim numa
ldquodas principais ferramentas de distribuiccedilatildeo direta para todos os tipos de serviccedilos
turiacutesticosrdquo (Bairros e Cerreta 2009 citados por Cardoso 2012 25) Eacute essencialmente
atraveacutes do marketing digital que as entidades promotoras de destinos turiacutesticos cada vez
mais investem nas suas campanhas promocionais e estrateacutegias de comunicaccedilatildeo Segundo
Miranda (2010) a internet eacute utilizada em turismo como ferramenta estrateacutegica de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo que pode ser observada em trecircs niacuteveis
distintos o experimental o taacutetico-operacional e por fim o estrateacutegico No primeiro niacutevel
as empresas turiacutesticas utilizam a internet como meio de divulgaccedilatildeo dos seus produtos e
serviccedilos
Contudo segundo o mesmo autor muitas destas organizaccedilotildees desperdiccedilam as
potencialidades da internet uma vez que se limitam a apresentar apenas informaccedilatildeo baacutesica
acerca da sua oferta atraveacutes dos seus sites oficiais deixando muitas vezes a mesma
desatualizada e sem recorrerem a ferramentas dinacircmicas e apelativas como o som
imagens viacutedeos etc Jaacute no segundo niacutevel eacute onde ocorrem as operaccedilotildees de E-commerce
as designadas operaccedilotildees comerciais atraveacutes das quais a empresa permite ao consumidor
efetuar a compra do produtoserviccedilo online Este niacutevel pode ser verificado por exemplo
ldquoem sites de hoteacuteis que oferecem reservas online (hellip) [mas] muitas vezes este processo
de reserva [daacute-se] de forma natildeo segura o que natildeo incentiva muitos usuaacuterios a se utilizar
deste recursordquo (Miranda 2010 5)
42
Por fim o uacuteltimo niacutevel exige um planeamento estrateacutegico por parte das
organizaccedilotildees na medida em que o foco eacute o desenvolvimento do E-business sendo que as
empresas planeiam e aplicam estrateacutegias de atuaccedilatildeo no mercado de forma a
desenvolverem os seus meios de comunicaccedilatildeo online atraiacuterem a atenccedilatildeo dos seus
consumidores e melhorar a relaccedilatildeo com os mesmos com o intuito de os fidelizar No
entanto natildeo eacute somente a informaccedilatildeo fornecida que tem impacto nos turistas que procuram
visitar um novo destino eacute tambeacutem o passa-a-palavra atraveacutes de amigos familiares
conhecidos
Esta forma de divulgaccedilatildeo ldquoeacute confiaacutevel pois eacute transmitida por liacutederes de opiniatildeo
familiares amigos especialistas e assim acaba tornando-se uma importante e poderosa
forma de comunicaccedilatildeo (hellip) propagadora da mensagem ou da notiacutecia das suas
experiecircncias boas ou maacutesrdquo (Tineu 2001 citado por Marujo 2008 31) Desta forma cada
vez mais os turistas recorrem agraves opiniotildees de pessoas que conhecem e em quem confiam
o que pode provocar tanto situaccedilotildees positivas como negativas dependendo da experiecircncia
dessas mesmas pessoas Por norma se um turistavisitante ficar satisfeito com a sua
experiecircncia turiacutestica vai certamente influenciar positivamente potenciais turistas mas
caso ocorra o oposto e natildeo exista satisfaccedilatildeo a mensagem transmitida seraacute negativa (Id
Ibid)
As novas tecnologias de informaccedilatildeo vieram revolucionar a forma como a
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutesticas satildeo realizadas permitindo aumentar as vantagens
competitivas e reduzir custos Surgiu assim a necessidade de implementar novos modelos
de negoacutecio ldquopois os consumidores deixam de ser alvos passivos passando-se do mass
marketing para o marketing individualizado os preccedilos deixam de ser fixos e passam em
muitos casos a ser definidos de forma dinacircmica e vai-se ultrapassando a tradicional
assimetria da informaccedilatildeordquo (Peres e Rita 2017 177) Poreacutem apesar da internet permitir
comunicar com os consumidores neste caso turistas ou visitantes de forma mais raacutepida
simples e econoacutemica natildeo deve ser um ldquosubstituto para outras actividades promocionais
mas sim como um complemento das existentes o que oferece aos consumidores uma
maior possibilidade de escolha e mais uma maneira de fazer reservasrdquo (Brigs 1997 citado
por Marujo 2008b 31)
43
Neste sentido cabe agraves entidades e organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticos
ldquoaplicar estrateacutegias nos canais de comunicaccedilatildeo tradicionais (jornais televisatildeo etc) para
fornecer uma informaccedilatildeo adequada agraves necessidades dos turistas e investir nos novos
canais de comunicaccedilatildeo (internet quiosques multimeacutedia etc) para alcanccedilar de uma forma
mais eficaz potenciais consumidoresrdquo (Marujo 2008a 57) Torna-se portanto cada vez
mais imprescindiacutevel implementar boas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo que transmitam
informaccedilatildeo crediacutevel detalhada e real sobre a oferta existente assim como apostar na
diferenciaccedilatildeo e criatividade para que o consumidor natildeo se sinta defraudado relativamente
agraves expectativas que tinha acerca do destino
Em suma a preocupaccedilatildeo em transmitir atraveacutes das estrateacutegias de comunicaccedilatildeo
uma imagem positiva de qualidade e oferta de multiplicidade de experiecircncias diversas e
uacutenicas ao consumidor eacute essencial e deve ser permanente no sentido em que se deve
assegurar em todas as fases do processo de comunicaccedilatildeo do destino pois ldquotanto a
qualidade do produtodestino como a comunicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do mesmo satildeo aspetos
que tratados de maneira pouco profissional seguramente traratildeo cedo ou tarde resultados
indesejadosrdquo (Gacircndara 2008 20)
44
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio
Almada estaacute sediada no distrito de Setuacutebal e pertence agrave aacuterea metropolitana de
Lisboa (AML) sendo que no seu conjunto estatildeo englobadas 11 freguesias que se podem
observar na figura 6 sendo elas Almada Cova da Piedade Pragal Cacilhas Caparica e
Trafaria Charneca de Caparica e Sobreda Costa da Caparica Laranjeiro e Feijoacute Tem
como fronteiras o rio Tejo e Lisboa a norte Seixal a leste Sesimbra a sul e o Oceano
Atlacircntico a oeste sendo que o concelho abrange no total uma aacuterea de 71Km2
encontrando-se a 4km de Lisboa e 15km do Aeroporto Humberto Delgado (Cacircmara
Municipal de Almada - CMA sd)
Em termos geograacuteficos este concelho eacute constituiacutedo por caracteriacutesticas fiacutesicas e
paisagiacutesticas ricas e variadas onde se podem encontrar tanto espaccedilos verdes e reservas
naturais como eacute exemplo a Arriba Foacutessil da Costa de Caparica ou a Mata dos Medos na
Charneca de Caparica como tambeacutem aacutereas urbanisticamente desenvolvidas com oferta
de recursos culturais transportes serviccedilos etc e ainda 13km de linhas de costa no litoral
onde se encontram algumas das melhores praias de toda a regiatildeo da Grande Lisboa
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada (Fonte Cacircmara Municipal de Almada 2018)
45
Em termos populacionais segundo os Censos de 2011 (CMA sd) existem 174
030 habitantes nuacutemero este que faz do concelho de Almada um dos mais importantes na
margem sul da AML A grande maioria da populaccedilatildeo (76) encontra-se empregada no
setor terciaacuterio sendo este o que mais evoluiu nos uacuteltimos anos e que tem maior destaque
(Id Ibid) Hoje em dia Almada eacute considerada o melhor miradouro para a cidade de
Lisboa uma vez que se encontra do lado oposto agrave mesma mas a verdade eacute que este
concelho teve grande importacircncia ao longo de vaacuterios periacuteodos da histoacuteria de Portugal
Privilegiada por se encontrar localizada junto ao Tejo Almada foi desde os primoacuterdios
um lugar de excelecircncia para a ocupaccedilatildeo e fixaccedilatildeo humana desde a preacute-histoacuteria
Era atraveacutes do rio que se faziam as trocas comerciais e de mercadorias tatildeo
essenciais em qualquer eacutepoca sendo que feniacutecios romanos e muccedilulmanos acabaram por
se sedentarizar nesta aacuterea e desenvolver a cidade Posteriormente foi conquistada aos
mouros pelo rei D Afonso Henriques e os cruzados ingleses em 1147 tornando-se cidade
mais tarde quando D Sancho I outorgou o primeiro foral da cidade em 1190 (Id Ibid)
Mas o grande desenvolvimento nesta aacuterea ocorreu sobretudo no seacuteculo XIX graccedilas aos
processos de industrializaccedilatildeo sendo os principais setores a serem desenvolvidos o da
corticcedila moagem e estaleiros navais Foi nesta eacutepoca que o concelho acolheu e recebeu
populaccedilotildees de outras aacutereas do paiacutes que aqui se fixavam para trabalhar e para viver
contribuindo para uma nova dinacircmica e desenvolvimento
Momentos como ldquoa vitoacuteria dos liberais na Batalha da Cova da PiedadeCacilhas
contra os Miguelistas (23 de julho de 1833) (hellip) [e] a antecipada proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica em Almada a 4 de outubro de 1910rdquo (Id Ibid) satildeo exemplos de importantes
acontecimentos histoacutericos que tiveram lugar nesta margem do rio Mais tarde devido ao
grande crescimento demograacutefico que se deu durante os anos quarenta e setenta do seacuteculo
passado verificou-se um elevado nuacutemero de migraccedilotildees e movimentos de populaccedilatildeo que
procurava Almada como alternativa para trabalhar e morar Foi entatildeo a partir da deacutecada
de 90 que as grandes alteraccedilotildees e desenvolvimentos nas principais estruturas do concelho
comeccedilaram a surgir Uma extensa rede de equipamentos municipais nas mais variadas
aacutereas como a cultura o desporto o lazer a educaccedilatildeo sauacutede transportes jardins e zonas
verdes eacute construiacuteda e eacute tambeacutem aprovado o plano diretor municipal que confere ao
concelho uma nova qualidade de vida para os seus habitantes (Id Ibid)
46
Neste sentido Almada relativamente agrave sua posiccedilatildeo geograacutefica possui
caracteriacutesticas que foram sendo valorizadas pelo homem que aqui se estabeleceu em
quase todos os periacuteodos da histoacuteria (Sabrosa 1993 citado por Gonccedilalves 2002) Eacute
tambeacutem a sua proximidade agrave cidade de Lisboa que lhe atribui uma posiccedilatildeo estrateacutegica de
complementaridade com a capital atraveacutes da troca e prestaccedilatildeo de diversos serviccedilos e
produtos Contudo existe tambeacutem uma relaccedilatildeo de dependecircncia que muitas vezes confere
agrave cidade de Almada uma posiccedilatildeo de inferioridade no sentido em que a imagem deste
destino perde a sua credibilidade pois as suas potencialidades turiacutesticas e de
desenvolvimento satildeo muitas vezes desconsideradas (Figueiredo 2015)
O facto de Almada se ter desenvolvido e constituiacutedo como um territoacuterio industrial
durante vaacuterias deacutecadas com a construccedilatildeo de estaleiros navais faacutebricas de moagem e de
produccedilatildeo de corticcedila que devido agraves suas crises levaram agrave estagnaccedilatildeo do crescimento
urbano por sua vez tambeacutem atrasou o desenvolvimento deste territoacuterio (Gonccedilalves 2002
67) Todos estes fatores contribuiacuteram para uma degradaccedilatildeo da paisagem do territoacuterio
uma vez que as infraestruturas outrora utilizadas para fins industriais acabaram por ficar
ao abandono levando agrave ldquodescaracterizaccedilatildeo envelhecimento e degradaccedilatildeo da estrutura
urbana envolventerdquo (Figueiredo 2015 21) Poreacutem atraveacutes do Plano Diretor Municipal
(PDM) que sofreu uma revisatildeo em 2011 Almada estabeleceu linhas estrateacutegicas de
desenvolvimento para o concelho com vista agrave aplicaccedilatildeo de planos e estrateacutegias de
requalificaccedilatildeo do mesmo a niacutevel territorial ambiental social econoacutemico e urbano
Relativamente ao turismo nos uacuteltimos anos tem-se verificado em Almada uma
evoluccedilatildeo que embora lenta se tem tornado cada vez mais notoacuteria sendo que a cidade se
tem vindo a estabelecer como um destino que proporciona a troca de fluxos importantes
natildeo soacute para o concelho mas tambeacutem a niacutevel de toda a AML (CMA 2011) Neste sentido
vaacuterios foram os projetos que ao longo dos anos se foram desenvolvendo e alguns
aplicando contribuindo para a melhoria da imagem e da qualidade de Almada enquanto
destino turiacutestico como satildeo exemplos o programa POLIS a renovaccedilatildeo urbaniacutestica da zona
de Cacilhas o projeto ldquoAlmada Nascente ndash Cidade da Aacuteguardquo e a construccedilatildeo do metro de
superfiacutecie Desta forma eacute essencial a aposta nos recursos potenciadores de atividades nas
aacutereas do recreio lazer e turismo assim como a criaccedilatildeo de uma marca visto que
contribuem decisivamente para a consolidaccedilatildeo do destino relativamente agrave concorrecircncia e
agrave restante oferta existente (Id Ibid)
47
52 Oferta turiacutestica em Almada
Um destino turiacutestico eacute construiacutedo tendo por base o planeamento e a delineaccedilatildeo de
objetivos a par com a existecircncia de recursos com potencial turiacutestico que efetivamente
possuem a capacidade de satisfazer as necessidades dos turistas (CMA 2011 80) Assim
apresentam-se na tabela 1 os principais recursos do concelho
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada Fonte CMA (2019) RNT (2002) Portal
Almada Digital (2019)
A fim de se compreender de que forma a valorizaccedilatildeo turiacutestica do concelho de
Almada eacute estruturada e planeada eacute necessaacuterio conhecer os recursos existentes que
contribuem para o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos
Recursos
primaacuterios
Patrimoacutenio
Natural Praias oceacircnicas paisagem protegida
reserva botacircnica
Cultural
Monumental Monumentos muralha estaacutetua entre
outros
Artiacutestico Museus igrejas conventos capelas
Etnograacutefico Folclore artesanato
Complementar Parques jardins puacuteblicos miradouros
Atividades
Roteiros Percursos pedestres sinalizados
Animaccedilatildeo
turiacutestica
Desportos naacuteuticos e radicais atividades
de ar livrenatureza e aventura
Recursos
primaacuterios
Equipamentos
Culturais Espaccedilos para exposiccedilotildees auditoacuterios
bibliotecas centros culturais
Desportivos Teacutenis golfe nataccedilatildeo equitaccedilatildeo
Recreativos Estaacutedios clube naacuteutico
Negoacutecios Salas de reuniotildees
Eventos
Religiosos Procissotildees
Culturais Marchas populares espetaacuteculos
comemorativos exposiccedilotildees
Animaccedilatildeo Festivais de muacutesica concertos
espetaacuteculos de danccedila teatro entre outros
Desportivos Ginaacutestica atletismo nataccedilatildeo futebol
Recursos
secundaacuterios
Atividades Gastronomia
Equipamentos
Animaccedilatildeo e
outros Vaacuterios mercados perioacutedicos
Turiacutesticos
Hotelaria agecircncias de viagem agecircncias de
animaccedilatildeo turiacutestica campos de campismo
rent-a-car restaurantes postos de turismo
escolas de surf
Transportes Terminais ferroviaacuterios rodoviaacuterios e
fluviais
Infraestruturas
sociais Estradas
48
Desta forma a organizaccedilatildeo e compreensatildeo dos recursos existentes satildeo essenciais
para a construccedilatildeo da oferta turiacutestica do destino fator de atratividade para os visitantes e
turistas Neste sentido relativamente agrave avaliaccedilatildeo dos recursos acima apresentados de
uma forma geral e analisando os mesmos tendo em conta os produtos turiacutesticos mais
procurados eacute um concelho que considerando a sua dimensatildeo aparenta dispor de um
conjunto consideraacutevel de recursos de cariz cultural religioso e de aacutereas verdes assim
como de outras infraestruturas complementares principalmente a restauraccedilatildeo
Contudo algumas das freguesias mais procuradas como Cacilhas e Almada pecam
pela falta de estabelecimentos de alojamento principalmente hoteacuteis assim como outros
empreendimentos mais pequenos como alojamento local No entanto a freguesia da
Costa da Caparica apresenta uma consideraacutevel variedade de oferta de alojamentos como
hoteacuteis de categoria variada surf houses apartamentos turiacutesticos e parques de campismo
Considerando o produto golf e a quantidade de campos existentes estes tambeacutem se
encontram bem fornecidos em termos de estabelecimentos de alojamento tendo em conta
a capacidade do Hotel Aldeia dos Capuchos e toda a variedade de alojamentos disponiacuteveis
na Herdade da Aroeira todos ao redor dos campos de golf aqui existentes
Eacute com base nos recursos existentes no destino que eacute possiacutevel definir os principais
produtos turiacutesticos do concelho que seratildeo apresentados na tabela 2 Considerando o Plano
Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e Desenvolvimento do Turismo para o concelho de Almada
(CMA 2011) os produtos o sol e mar turismo religioso e golf encontram-se consolidados
ou em vias de consolidaccedilatildeo enquanto que os restantes apresentam forte potencial de
desenvolvimento
49
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado
de CMA (sd) e Turismo de Lisboa (2018)
Turismo cultural e religioso
- Principal produto de interesse por parte de quem visita o concelho
particularmente nas freguesias de Cacilhas e Almada sendo que a Trafaria
tambeacutem conta com alguns pontos de interesse
- Conta com recursos desde igrejas santuaacuterios (Santuaacuterio do Cristo Rei)
conventos (Convento dos Capuchos) museus com variadas temaacuteticas ligadas
agrave histoacuteria do concelho jardins e parques e tantos outros recursos culturais
como eacute exemplo a fragata D Fernando II e Gloacuteria convertida atualmente em
museu
- Proximidade entre os recursos em si e de rotas pedestres existentes
assim como a existecircncia de vaacuterios locais que permitem uma vista privilegiada
para a cidade de Lisboa
- Como recurso complementar a existecircncia de variadas opccedilotildees em termos
de restauraccedilatildeo principalmente na freguesia de Cacilhas permite apreciar a
gastronomia local
Sol e Mar
- Principal produto na freguesia da Costa da Caparica
- Extensatildeo de 13km de praias contando com 7 praias de Bandeira Azul
- Produto chave e com grande procura devido a fatores como a
localizaccedilatildeo a proximidade com Lisboa boas acessibilidades tanto de carro
devido agrave ligaccedilatildeo da Ponte 25 de Abril como de transportes puacuteblicos
(autocarro desde Lisboa ou Cacilhas) equipamentos existentes nas
proximidades como restaurantes e bares e estabelecimentos de alojamento
(hoteacuteis e alojamento local)
- Atrativo para diversos mercados estrangeiros como o espanhol francecircs
alematildeo e brasileiro
Turismo Naacuteutico
- Complemento ao produto Sol e Mar
- Principalmente procurado para a praacutetica de surf stand up paddle e
katesurf
- Foco na freguesia da Costa da Caparica tal como o Sol e Mar devido agrave
vasta extensatildeo de areal onde as condiccedilotildees permitem boas praacuteticas destes
variados desportos naacuteuticos
- Existecircncia de infraestruturas de apoio como escolas de surf e surfhouses
nesta mesma freguesia devido agrave grande procura pelo produto
50
Golf
- Visto principalmente como um produto complementar ao produto Sol e
Mar devido agrave proximidade dos campos existentes agraves praias da Costa da
Caparica
- 2 campos de 18 buracos e 1 com 9 buracos todos na freguesia da
Caparica integrados em estabelecimentos de alojamento ndash Herdade da
Aroeira e Hotel Aldeia dos Capuchos Golf amp SPA
- Boa localizaccedilatildeo e infraestruturas disponiacuteveis que permitem a praacutetica do
desporto durante todo o ano e para todo o tipo de jogadores
Turismo de Natureza
- Produto principalmente focado na Paisagem Protegida da Arriba Foacutessil
da Costa de Caparica onde se engloba a Mata dos Medos
- Vaacuterios caminhos pedestres disponiacuteveis assim como outras atividades
que satildeo desenvolvidas a partir deste ponto como Parapente e Asa Delta
Para aleacutem dos principais produtos turiacutesticos tambeacutem estatildeo indicados na tabela
anterior aqueles que satildeo vistos como produtos complementares aos existentes Deste
modo seguindo o conceito de ciclo de vida do produto pode-se considerar o seguinte
sol e mar encontra-se na fase de maturidade turismo religioso golf e turismo cultural em
fase de crescimento (sendo que cada um apresenta diferentes niacuteveis de crescimento)
turismo naacuteutico entre a fase de crescimento e maturidade (dependendo do desporto) e
por fim o turismo de natureza entre a fase de nascimento e crescimento considerando
que ainda eacute um produto com pouca procura e pouco desenvolvimento
51
53 Procura turiacutestica em Almada
Devido agrave sua proximidade com a cidade de Lisboa e a facilidade existente em
atravessar o rio Tejo o concelho de Almada beneficia muito destes dois fatores fazendo
com que a sua procura seja cada vez mais semelhante agrave da capital Por natildeo existirem
dados concretos relativamente ao nuacutemero total de turistas que visitam o concelho seratildeo
tidos em consideraccedilatildeo vaacuterios indicadores que proporcionam uma ideia geral da procura
no concelho de Almada
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2013-2018)
Atraveacutes da figura 7 eacute possiacutevel determinar que o nuacutemero de visitantes estrangeiros
eacute superior aos nacionais assim como se verifica um aumento crescente destes valores no
periacuteodo apresentado entre os anos de 2012 e 2017 agrave exceccedilatildeo do ano de 2014 em que se
verificou uma pequena quebra no nuacutemero de visitantes estrangeiros Considerando o
nuacutemero de hoacutespedes estrangeiros podemos aprofundar e apresentar os hoacutespedes por
continente
Atraveacutes da figura 8 eacute possiacutevel compreender que o continente europeu eacute de onde
satildeo provenientes a maioria dos hoacutespedes que ficam em Almada sendo por isso bastante
importante No entanto outros continentes comeccedilam a crescer e a procurar cada vez mais
tanto a regiatildeo de Lisboa como em especiacutefico o concelho de Almada No que diz respeito
ao continente americano destaca-se o mercado brasileiro sendo que o mercado norte
americano tambeacutem comeccedila a ter alguma relevacircncia para a AML (Ferro 2018) juntamente
com o mercado asiaacutetico que tem demonstrado procurar cada vez mais o destino em
questatildeo
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total 110 806 116 357 132 475 145 173 156 795 170 062
Nacionais 53 104 54 467 74 292 66 444 57 329 57 456
Estrangeiros 57 702 61 890 58 183 78 729 99 466 112 606
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
140 000
160 000
180 000
52
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Devido agrave proximidade anteriormente referida os principais mercados que
procuram a AML satildeo os mesmos que se encontram no top de mercados que tambeacutem
procuram o concelho de Almada nomeadamente Espanha Alemanha Franccedila Reino
Unido e Itaacutelia (Ferro 2018) sendo esta a ordem de preferecircncia dos mercados no que diz
respeito agrave procura pelo concelho tendo em conta o nuacutemero de hoacutespedes destes mesmos
paiacuteses
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2012 19 035 2 290 8 919 3 484
2013 21 003 3 353 8 485 1 542
2014 20 150 3 277 6 543 1 959
2015 24 828 15 766 5 991 2 284
2016 23 253 15 521 12 478 3 154
2017 22 077 15 182 11 625 3 528
41 975
60 25972 649 74 353
2014 2015 2016 2017
Europa
1 608 2 465 3 385
8 239
2014 2015 2016 2017
Ameacuterica
607 611 760 997
2014 2015 2016 2017
Aacutefrica
247626
367 394
2014 2015 2016 2017
Oceacircnia
13 746 14 768
22 30528 623
2014 2015 2016 2017
Aacutesia
53
Analisando o nuacutemero de hoacutespedes por mercados alvo como aparece representado
na tabela 3 com dados retirados a partir do INE eacute de realccedilar o aumento de cerca de 380
do mercado alematildeo entre 2014 e 2015 valor que se manteve no ano de 2016 assim como
o mercado francecircs (aumento de 10828) e britacircnico (aumento de 3809) entre 2015 e
2016 Contudo no ano de 2017 verifica-se uma queda de valores em todos os paiacuteses
exceto no Reino Unido que aumentou significativamente entre 2016 e 2017
Considerando agora os dados relativos agraves dormidas por continente pelo graacutefico
representado na figura 9 eacute possiacutevel destacar principalmente a influecircncia do mercado
asiaacutetico sendo que apesar de ser dos que apresenta a estadia meacutedia mais baixa (2 noites)
desde 2012 na AML (INE 2019) continua a crescer e a ser o continente com maior
influecircncia depois do europeu sendo que o americano tambeacutem jaacute tem alguma
representatividade apesar de estar bastante longe de ter o mesmo alcance dos restantes
dois
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Tambeacutem eacute possiacutevel analisar atraveacutes da representaccedilatildeo na tabela 4 os dados
retirados do INE referentes agraves dormidas dos principais mercados alvo Eacute de notar a quebra
do nuacutemero de dormidas do mercado espanhol na casa dos 1777 pontos percentuais em
contraste com o crescimento dos mercados francecircs entre 2015 e 2016 (10846) e o
britacircnico (3016) sendo que o mercado francecircs voltou a sofrer uma quebra em 2017 Eacute
igualmente importante realccedilar que apesar do mercado alematildeo apresentar um maior
nuacutemero de hoacutespedes nos anos de 2016 e 2017 quando comparado com o francecircs este
uacuteltimo mercado apresenta um maior nuacutemero de dormidas registadas nos mesmos anos em
comparaccedilatildeo com o mercado alematildeo
2014 2015 2016 2017
Europa 147 251 171 466 205 179 201 835
Aacutefrica 2 089 2 109 2 560 2 857
Ameacuterica 5 114 6 661 8 949 21 612
Aacutesia 21 301 22 425 36 126 43 323
Oceacircnia 679 1 395 807 972
0
50 000
100 000
150 000
200 000
250 000
54
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2014 64 475 13 758 16 754 7 217
2015 82 820 24 025 16 616 8 544
2016 68 101 26 698 34 638 11 121
2017 63 986 25 410 29 563 12 064
Considerando as entradas no posto de turismo de Cacilhas e da Costa da Caparica
eacute possiacutevel perceber quais os mercados entre estrangeiros e nacionais que mais procuram
esta aacuterea assim como os periacuteodos do ano de eleiccedilatildeo para essa mesma procura como se
pode observar nas figuras 10 e 11 abaixo apresentadas
Figura 10 ndash Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo de Cacilhas 2018 2019)
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo da Costa da Caparica 2018 2019)
8 659
10 44011 886
12 81414 217
10 647 10 582
6 383
8 276 8 2369 460
11 057
8 319 8 340
2 276 2 1643 650 3 354 3 160
2 328 2 242
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
5 6027 344
9 804
16 115
10 8929 526
7 898
4 5966 363 6 338
9 4438 175
6 088 5 294
1 006 981
3 466
6 672
2 717 3 438 2 604
0
5 000
10 000
15 000
20 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
55
Relativamente aos mercados alvo de Cacilhas e Costa da Caparica eacute possiacutevel
observar o seguinte cenaacuterio atraveacutes dos dados apresentados nas tabelas 5 e 6 facultados
pelos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica ainda tendo em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de entradas nos postos de turismo referidos anteriormente
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
971 1 535 1 121 1 322 1 261 1 083 944
1 188 1 456 1 457 1 629 1 672 1 238 1 061
1 183 1 638 2 371 2 787 3 720 2 512 2 693
414 555 236 440 346 247 254
491 526 605 805 974 866 646
270 287 268 359 489 389 467
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
564 848 668 860 892 753 651
1 742 1 779 2 285 2 927 1 852 1 479 1 504
885 1 605 1 820 3 034 2 946 1 961 1 594
262 497 323 377 508 208 157
300 338 263 598 449 405 324
156 168 - 242 245 226 127
56
Tal como foi referido e percecionado anteriormente os mercados alematildeo
espanhol francecircs britacircnico e italiano satildeo de facto dos mais importantes para a AML
(Ferro 2018) No entanto eacute de notar a significativa procura do mercado holandecircs por
ambos os postos chegando mesmo a ultrapassar o nuacutemero de entradas do mercado
italiano ao longo dos anos no posto de turismo da Costa da Caparica
Por fim considerando a totalidade das entradas nos postos atraveacutes da figura 12 eacute de
realccedilar a preferecircncia pelos meses entre julho e setembro sendo que no caso de Cacilhas
tem aumentado a procura a partir dos meses de abrilmaio ateacute outubro tendo em conta
que o produto mais procurados eacute o turismo cultural No caso da Costa da Caparica as
preferecircncias jaacute rondam apenas os meses entre julho e setembro devido ao facto do
produto de eleiccedilatildeo ser o sol e mar juntamente com os desportos naacuteuticos
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelos Postos de Turismo 2018)
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Jan 328 487 319 589 590 508
Fev 471 548 411 638 606 681
Mar 519 832 667 807 1 210 935
Abr 753 1 353 1 105 2 082 1 626 1 688
Mai 938 1 505 1 428 1 789 1 878 1 492
Jun 1 040 1 602 1 360 2 031 2 019 1 683
Jul 2 439 2 290 4 064 3 578 3 787 3 313
Ago 3 329 4 233 7 696 10 933 7 573 4 255
Set 2 147 2 155 1 963 3 491 2 774 2 806
Out 1 260 1 645 1 319 1 374 1 653 1 540
Nov 611 763 748 1 087 892 864
Dez 425 371 610 530 519 408
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
57
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica
A anaacutelise relativa agraves estrateacutegias inerentes agrave forma de comunicaccedilatildeo do destino foi
feita tendo por base os canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica do mesmo Uma vez
que a informaccedilatildeo turiacutestica online se encontra essencialmente no site oficial da CMA esta
anaacutelise iraacute recair precisamente neste canal de divulgaccedilatildeo Atraveacutes desta pesquisa eacute
possiacutevel identificar os principais pontos atraveacutes dos quais a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada
se foca e se desenvolve assim como perceber qual o tipo de informaccedilatildeo transmitida Para
tal seguiram-se alguns pressupostos como os aspetos teacutecnicos e visuais (identificaccedilatildeo da
oferta atratividade tipo de navegaccedilatildeo layout informaccedilatildeo disponiacutevel meios utilizados
suporte multimeacutedia etc) a autoria (data de criaccedilatildeo autor atualizaccedilotildees) acesso (tempo
de carregamento existecircncia de outros links uacuteteis contactos acesso a utilizadores de
outros idiomas ou com algum tipo de limitaccedilatildeo) e por fim o conteuacutedo (interativo fontes
de informaccedilatildeo seguras e identificadas conteuacutedo expliacutecito identificaccedilatildeo da audiecircncia a
que se destina etc)
Apoacutes uma anaacutelise ao site eacute possiacutevel concluir que numa perspetiva geral
relativamente agrave divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica em primeiro lugar o mesmo peca pela
falta de atratividade e dinamismo na forma como apresenta a informaccedilatildeo pois a mesma
eacute resumida e o recurso a meios mais dinacircmicos como viacutedeos sons e imagens eacute muito
pouco utilizado o que natildeo permite uma interatividade entre o visitanteturista e o
sitedestino Eacute tambeacutem notoacuteria a falta de idiomas para aleacutem do portuguecircs que eacute o uacutenico
que se encontra disponiacutevel sendo que idiomas como inglecircs e castelhano apresentam-se
como opccedilatildeo mas quando selecionados surge a informaccedilatildeo de que estaratildeo disponiacuteveis em
breve
O facto do principal objetivo do site se tratar de informar principalmente a
populaccedilatildeo local do concelho ou visitantes nacionais com informaccedilotildees sobre a accedilatildeo social
o ambiente a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo entre outros acaba por colocar a informaccedilatildeo turiacutestica
para visitantes externos em segundo plano natildeo lhe sendo atribuiacuteda tanta importacircncia Em
termos de facilidade de navegaccedilatildeo no site para um visitante portuguecircs eacute uma tarefa
simples mas para qualquer visitante estrangeiro que natildeo compreenda a liacutengua portuguesa
torna-se impossiacutevel pois natildeo existem mais idiomas disponiacuteveis
58
Relativamente ao conteuacutedo apresentado somente selecionando lsquoturismorsquo presente
no menu do site eacute que se encontra alguma descriccedilatildeo e informaccedilatildeo sucinta sobre o destino
Almada sendo que natildeo existe um site oficial dedicado especificamente ao turismo do
concelho Neste segmento satildeo apresentados alguns dos produtos turiacutesticos e recursos que
se podem encontrar em Almada como sugestotildees de percursos pedestres por diversos
espaccedilos do concelho uma listagem das praias existentes mapas do concelho os
principais espaccedilos culturais de lazer ou desportivos um guia de alojamento do concelho
(tratando-se do uacutenico documento apresentado que se encontra em cinco idiomas distintos
portuguecircs espanhol inglecircs francecircs e alematildeo) os principais parques e jardins os postos
de turismo e um guia gastronoacutemico
Tambeacutem satildeo apresentadas informaccedilotildees embora se encontrem em portuguecircs
sobre de que forma o visitante pode chegar ateacute Almada referindo quais os meios de
transporte existentes sendo que a informaccedilatildeo eacute complementada com links
correspondentes aos sites oficiais das empresas de cada transporte No geral o site
enquanto meio de divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada natildeo descreve
explicitamente a oferta turiacutestica do destino pois a informaccedilatildeo natildeo eacute tatildeo clara e evidente
como devia por ser muito sucinta e pouco promocional acabando por natildeo atrair de forma
eficaz a atenccedilatildeo do visitanteturista
Uma vez que no caso especiacutefico de Almada o que se verifica eacute a existecircncia de um
uacutenico site oficial geral na medida em que o segmento de turismo possui apenas uma
secccedilatildeo dentro do site oficial da CMA o mesmo acaba por natildeo ter um grande destaque
Desta forma analisando a secccedilatildeo que diz respeito ao turismo natildeo eacute possiacutevel identificar
de forma clara os diferentes puacuteblicos-alvo que o destino pretende atrair ateacute porque a
proacutepria oferta natildeo se encontra apresentada de forma muito segmentada concisa e clara
No que diz respeito ao posicionamento e imagem do destino em questatildeo este eacute
um concelho que ainda natildeo apresenta uma posiccedilatildeo de grande destaque no mapa turiacutestico
da regiatildeo da grande Lisboa pois segundo dados do INE (2018) o nuacutemero de visitantes
da capital eacute superior ao de Almada Poreacutem nos uacuteltimos anos Almada tem atraiacutedo cada
vez mais visitantes e tem-se transformado cada vez mais como um destino natildeo soacute
complementar a Lisboa mas tambeacutem diferenciador e de escape da massificaccedilatildeo da
capital
59
Eacute neste sentido que o destino Almada promete oferecer a quem o visitar um local
ldquo[para] descansar do ambiente cosmopolita e simplesmente contemplar a natureza (hellip)
[mas tambeacutem um] centro de cultura e desporto de parques naturais e espaccedilos puacuteblicos
qualificadosrdquo (CMA sd)
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino
Para aleacutem do site oficial da CMA os restantes canais de comunicaccedilatildeo do destino
satildeo o portal Almada Digital a plataforma ISSUU ndash Digital Publishing Platform for
Magazines Catalogs and Publications e ainda algumas redes sociais como o instagram
e a paacutegina oficial de facebook da CMA tratando-se dos uacutenicos canais de divulgaccedilatildeo da
informaccedilatildeo online Atualmente as redes sociais funcionam cada vez mais como uma
ferramenta estrateacutegica para o desenvolvimento da vertente promocional de um destino
turiacutestico uma vez que contribuem para a captaccedilatildeo de visitantes atraveacutes essencialmente da
imagem do destino e de todos os produtos serviccedilos infraestruturas etc a ele associados
permitindo ao mesmo tempo obter a reaccedilatildeo dos proacuteprios turistasvisitantes e interagir com
os mesmos graccedilas aos comentaacuterios gostos e partilhas
No caso de Almada existe realmente uma presenccedila nas redes sociais como o
facebook instagram e youtube mas trata-se de uma abordagem meramente informativa
para o puacuteblico portuguecircs nomeadamente a populaccedilatildeo local uma vez que as informaccedilotildees
dizem respeito ao funcionamento do concelho notiacutecias sobre o mesmo e alguns eventos
sendo que todas as redes sociais estatildeo associadas agrave cacircmara municipal do concelho e natildeo
agrave vertente turiacutestica Neste contexto a estrateacutegia de promoccedilatildeo turiacutestica do concelho natildeo
utiliza as redes sociais como meio de divulgaccedilatildeo turiacutestica e de atraccedilatildeo de novos visitantes
Alguns dos objetivos primordiais da mensagem a transmitir atraveacutes da estrateacutegia
de promoccedilatildeo acerca do destino passam por informar atraveacutes da apresentaccedilatildeo de
informaccedilatildeo sobre tudo o que um visitante precisa de saber quando se desloca para um
novo destino (como chegar o que fazer onde ficar alojado etc) envolver o consumidor
com a cultura local atraveacutes de uma amostra daquilo que poderaacute disfrutar no destino e
credibilizar atraveacutes de links de paacuteginas oficiais que complementem a informaccedilatildeo
disponibilizada no site uma vez que todos estes fatores acabam por transmitir confianccedila
ao visitante e captar a sua atenccedilatildeo Quando bem elaborado o conteuacutedo apresentado eacute
capaz de criar no consumidor neste caso o turistavisitante o desejo de visitar o destino
em causa
60
Relativamente a Almada a estrateacutegia de promoccedilatildeo nos canais online eacute
essencialmente feita atraveacutes do recurso ao discurso descritivo e demonstrativo sendo o
seu principal objetivo dar a conhecer ao visitante algumas ainda que reduzidas
curiosidades do destino com o auxiacutelio de algumas imagens Contudo a mensagem
transmitida online natildeo desenvolve uma grande estrateacutegia promocional do destino niacutevel
turiacutestico jaacute que natildeo se verifica um grande desenvolvimento do mix de comunicaccedilatildeo de
diferentes ferramentas integradas como por exemplo accedilotildees promocionais atraveacutes da
utilizaccedilatildeo de viacutedeos e imagens interativas que acompanhem e complementem as
informaccedilotildees encontradas no texto
Poreacutem atraveacutes do site oficial eacute possiacutevel aceder agrave paacutegina lsquoAlmada interativarsquo onde
se encontram algumas aplicaccedilotildees e ferramentas que permitem comunicar eventuais
problemas do concelho ou navegar pelo mapa do mesmo e tambeacutem uma das ferramentas
mais interativas designada lsquoUma agenda vista do ceacuteursquo Esta ferramenta que se encontra
apenas em portuguecircs trata-se de um mapa interativo onde o visitante pode descobrir quais
os eventos que vatildeo ocorrer no concelho podendo selecionar a pesquisa por lsquohojersquo
lsquoamanhatildersquo e lsquoesta semanarsquo e ainda selecionar os eventos por temas (CMA sd)
Outra das ferramentas promocionais mais interativas e dinacircmicas utilizadas pelo
destino eacute a plataforma ISSUU que transforma publicaccedilotildees impressas em virtuais onde
satildeo apresentadas algumas brochuras como a agenda cultural alguns eventos e programas
culturais ainda que uma vez mais se encontrem somente em portuguecircs Para aleacutem do
suporte online a estrateacutegia de promoccedilatildeo do destino passa tambeacutem pelos postos de turismo
e pela participaccedilatildeo em feiras de turismo como eacute exemplo a Bolsa de Turismo de Lisboa
(BTL) entre outras Os postos de turismo do concelho satildeo apenas dois um localizado
em Cacilhas e o segundo na Costa da Caparica
Atraveacutes deste contacto presencial com profissionais da aacuterea o visitante pode obter
todo o tipo de informaccedilatildeo turiacutestica assim como panfletos brochuras e outros documentos
informativos acerca da oferta turiacutestica do concelho que neste caso jaacute se encontram
disponiacuteveis em diversos idiomas A comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo nos destinos turiacutesticos eacute
extremamente relevante e cada vez mais eacute feita atraveacutes do recurso agrave internet pois trata-
se de uma ferramenta que ldquoaguccedila o apetite pela viagem e por isso ela eacute um meio de
comunicaccedilatildeo indispensaacutevel agraves organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticosrdquo (Marujo
2008 104)
61
No caso concreto do concelho de Almada e atraveacutes da anaacutelise aos canais de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo do mesmo eacute possiacutevel concluir que este recurso natildeo eacute muito
valorizado pois verificam-se algumas lacunas essencialmente relativamente agrave qualidade
e diversidade da informaccedilatildeo e a proacutepria promoccedilatildeo e marketing do destino Segundo
Marujo (2008) eacute necessaacuterio que as entidades promotoras de destinos compreendam que
atraveacutes da internet eacute possiacutevel promover o concelho para todas as partes do mundo
permitindo uma maior interatividade com o consumidor e fornecer informaccedilatildeo mais
detalhada e apelativa a custos mais reduzidos algo que natildeo se verifica no concelho de
Almada A informaccedilatildeo turiacutestica apresentada para aleacutem de ser reduzida natildeo se encontra
disponiacutevel para todo o tipo de visitantes e neste caso ldquode nada adianta a informaccedilatildeo
existir se quem dela necessita natildeo sabe da sua existecircncia ou se ela natildeo puder ser
encontradardquo (Marcondes 2001 citado por Marujo 2008 53)
No turismo as experiecircncias e produtos satildeo maioritariamente intangiacuteveis o que faz
com que ldquouma informaccedilatildeo compreensiva relevante e oportuna [seja] essencial para o
processo de decisatildeo dos turistasrdquo (Liu 2000 citado por Marujo 2008 67) Desta forma
se nos principais canais de divulgaccedilatildeo do destino Almada natildeo se encontram informaccedilotildees
claras e especiacuteficas sobre o que se pode encontrar no mesmo os turistasvisitantes teratildeo
mais dificuldades no seu processo de tomada de decisatildeo podendo mesmo perder o
interesse no destino Eacute tambeacutem essencial conhecer as necessidades dos turistas pois ldquoos
principais elementos de uma boa gestatildeo da informaccedilatildeo estatildeo na raacutepida identificaccedilatildeo das
necessidades do consumidor e na facilidade em personalizar e manter atualizada essa
informaccedilatildeordquo (Buhalis 1998 citado por Marujo 2008 53)
Logo se no destino de Almada a informaccedilatildeo disponibilizada natildeo soacute a niacutevel da
internet mas tambeacutem em relaccedilatildeo a todos os restantes canais de divulgaccedilatildeo do destino
natildeo apresenta padrotildees relativamente elevados de qualidade a satisfaccedilatildeo do visitante pode
natildeo vir a ser a mais positiva causando uma fraca accedilatildeo de atratividade ao destino e
atrasando o seu desenvolvimento Eacute necessaacuterio por esse motivo compreender que ldquoa
disponibilidade de informaccedilatildeo turiacutestica atualizada e de qualidade no destino eacute importante
para satisfazer as necessidades do visitanterdquo que de outra maneira natildeo consegue obter as
informaccedilotildees necessaacuterias para tomar a decisatildeo de visitar o destino podendo acabar por
optar por outro diferente (Sheldon 1993 citado por Marujo 2008 56)
62
Capiacutetulo VI ndash Metodologia
61 Modelo da investigaccedilatildeo
O presente capiacutetulo surge com o objetivo de apresentar os principais
procedimentos cientiacuteficos de metodologia no que concerne agrave componente de investigaccedilatildeo
empiacuterica da presente dissertaccedilatildeo Esta investigaccedilatildeo segue as linhas do processo cientiacutefico
defendidas por Quivy e Campenhoudt (2005) nas quais os autores identificam um
modelo de 5 fases distintas que se podem observar na figura 13 Sendo o principal
objetivo desta investigaccedilatildeo delinear o perfil do turista de Almada assim como analisar a
performance da promoccedilatildeo e comunicaccedilatildeo turiacutestica do destino definiu-se como um dos
objetivos inquirir turistas e visitantes do dia no concelho
Trata-se essencialmente de um estudo descritivo sendo que estes inqueacuteritos foram
realizados com o objetivo de se compreender as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos
mesmos os principais motivos da sua visita as fontes de informaccedilatildeo que utilizaram as
expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo Todos estes dados serviram tambeacutem para realizar
uma anaacutelise da procura do destino de forma a verificar se esta se conjuga com a oferta
que o mesmo apresenta
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Quivy e Campenhoudt 2005)
Revisatildeo da literatura
Problemaacutetica e hipoacuteteses
Metodologia
Anaacutelise dos resultados
Conclusotildees
Conceptualizaccedilatildeo do turismo enquanto sistema
Destinos turiacutesticos
Desenvolvimento e gestatildeo de destinos turiacutesticos
Perfil do turista e motivaccedilotildees
Satisfaccedilatildeo e comportamento do turista
Comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino
Almada
Modelo da investigaccedilatildeo
Estrutura do inqueacuterito por questionaacuterio e variaacuteveis
Recolha de dados
Descriccedilatildeo dos resultados
Comparaccedilatildeo dos resultados obtidos com os esperados
e com as hipoacuteteses da investigaccedilatildeo
Principais conclusotildees
Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Recomendaccedilotildees para trabalhos futuros
63
O modelo de investigaccedilatildeo aplicado presente na figura 13 pretende tambeacutem
desenvolver e dar resposta agrave problemaacutetica e agraves hipoacuteteses criadas ao longo do estudo em
causa com o objetivo de as confirmar rejeitar ou modificar Sendo que a problemaacutetica
diz respeito agrave caracterizaccedilatildeo do turistavisitante do dia de Almada e agrave anaacutelise da promoccedilatildeo
turiacutestica do destino definiram-se como hipoacuteteses as seguintes premissas
1 As principais motivaccedilotildees dos turistas que visitam Almada estatildeo puramente
relacionadas com escolhas ocasionais e as suas visitas natildeo satildeo planeadas
2 As fontes de informaccedilatildeo turiacutestica do destino satildeo suficientes e influenciam os
turistas a tomar a decisatildeo de visitar Almada
3 O papel da promoccedilatildeo turiacutestica eacute eficiente e permite aumentar a atratividade para
o municiacutepio de Almada
4 O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute baixo
5 Os turistas e visitantes do dia tecircm intenccedilatildeo de regressar a Almada
No caso da presente dissertaccedilatildeo optou-se somente por seguir um modelo de
investigaccedilatildeo quantitativo uma vez que os dados necessaacuterios para traccedilar o perfil dos
turistasvisitantes e compreender o impacto da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica nos
mesmos soacute seriam possiacuteveis de ser recolhidos atraveacutes deste meacutetodo sendo que esta
informaccedilatildeo era determinante para contextualizar toda a parte teoacuterica relativa agrave temaacutetica
em causa Contudo a anaacutelise natildeo recaiu apenas sobre a perspetiva da procura pois foi
tambeacutem realizada uma anaacutelise extensiva da oferta do destino de forma a compreender
que tipo de serviccedilos e produtos turiacutesticos estatildeo agrave disposiccedilatildeo dos visitantes assim como a
qualidade dos mesmos
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo
Para o estudo do perfil do turista de Almada optou-se pela aplicaccedilatildeo de um
inqueacuterito por questionaacuterio realizado presencialmente essencialmente nos postos de
turismo de Almada e Costa da Caparica e tambeacutem nos locais mais turiacutesticos como o
Cristo Rei e Cacilhas durante todo o mecircs de junho O principal objetivo era o de recolher
informaccedilatildeo primaacuteria aos visitantes e turistas de forma a adquirir dados que permitissem
traccedilar o perfil do consumidor a experiecircncia turiacutestica o processo de tomada de decisatildeo e
ainda aferir quais as fontescanais de informaccedilatildeo utilizadas para a recolha de informaccedilatildeo
sobre Almada Inicialmente foi definida uma amostra de 239 questionaacuterios tendo por
base no nuacutemero de entradas de turistas e visitantes do dia nos postos de turismo
64
Contudo natildeo foi possiacutevel atingir este nuacutemero devido a diversos fatores
posteriormente explicados e apresentados tendo-se alterado a amostra para 150
inqueacuteritos Esta amostra eacute composta por meacutetodos natildeo probabiliacutesticos e por amostragem
natildeo aleatoacuteria e por conveniecircncia uma vez que se destinavam somente a turistas ou
visitantes do dia com idade superior ou igual a 18 anos que se demonstravam disponiacuteveis
para responder ao inqueacuterito nos locais anteriormente referidos Os principais instrumentos
de recolha e observaccedilatildeo para esta dissertaccedilatildeo baseiam-se sobretudo na recolha de dados
secundaacuterios atraveacutes de fontes como o INE e de dados oficiais da CMA disponibilizados
pelos postos de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada (Cacilhas e Costa da Caparica) de forma
a avaliar a oferta turiacutestica
Para aleacutem destes dados tambeacutem foram utilizados como instrumentos de
observaccedilatildeo todos os documentos oficiais como planos de desenvolvimento planos de
atividade relatoacuterios meios de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e de promoccedilatildeo turiacutestica
do concelho de Almada com o intuito de perceber como eacute que a promoccedilatildeo deste destino
eacute feita e se vai ao encontro daquilo que eacute a procura e a oferta do mesmo assim como
compreender se realmente funciona como uma ferramenta de atratividade para o destino
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio
Para a recolha de dados de informaccedilatildeo para o estudo em causa optou-se pela
aplicaccedilatildeo de um inqueacuterito por questionaacuterio Este instrumento eacute um original construiacutedo
especificamente para esta dissertaccedilatildeo de forma a dar respostas aos princiacutepios teoacutericos
apresentados anteriormente Autores como Hill e Hill (1998) defendem que a construccedilatildeo
de um bom questionaacuterio eacute um processo que inclui diversos passos e conteacutem vaacuterios
componentes como a aacuterea geral de investigaccedilatildeo os objetivos da investigaccedilatildeo diferentes
secccedilotildees e escalas de perguntas as hipoacuteteses e os meacutetodos para analisar os dados
Desta forma para que fosse possiacutevel construir um instrumento viaacutevel e de
qualidade o mesmo foi sujeito agrave anaacutelise e revisatildeo por parte da orientadora especialista
que acompanhou esta dissertaccedilatildeo que forneceu alguns documentos que serviram como
modelos de exemplo assim como indicaccedilotildees que permitiram aperfeiccediloar o inqueacuterito ao
niacutevel de toda a sua estrutura sequecircncia das questotildees e pertinecircncia das mesmas Contudo
a construccedilatildeo do questionaacuterio teve ainda por base alguns contributos teoacutericos dos quais se
destacam Costa 2015 Lynch et al 2011 Akama J e Kieti D 2003 Naidoo et al
2011
65
Para a construccedilatildeo das perguntas presentes no inqueacuterito teve-se por base toda a
fundamentaccedilatildeo teoacuterica da revisatildeo de literatura e os contributos de alguns teoacutericos No que
diz respeito agraves motivaccedilotildees destacam-se os contributos de autores como Dann 1977
Crompton 1979 Iso-Ahola 1982 Gnoth 1997 Baloglu e McCleary 1999 entre outros
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo Crotts e Pan 2007 Alegre e Garau 2010 Jensen 2010 etc
Relativamente ao comportamento do consumidor Swarbrook e Horner 2007 Gacircndara
2008 Marujo 2008 Peres e Rita 2017 etc Por uacuteltimo no que concerne as estrateacutegias
de comunicaccedilatildeo Marujo 2008 Miranda 2010 Cardoso 2012 Wichels 2013 etc
O inqueacuterito foi produzido em trecircs idiomas distintos sendo eles o portuguecircs o
inglecircs e o espanhol natildeo soacute por se tratarem dos idiomas dominados mas tambeacutem de forma
a ser possiacutevel alcanccedilar mais facilmente os intervenientes jaacute que formam parte dos
principais mercados que visitam Almada Espanha e paiacuteses que falam a liacutengua inglesa
como o Reino Unido e a Alemanha Este inqueacuterito encontra-se apresentado no anexo I
No seu total o inqueacuterito eacute composto por 33 questotildees distribuiacutedas por quatro
grupos distintos de anaacutelise de dados O primeiro grupo eacute referente agrave caracterizaccedilatildeo da
visita ao destino Almada que pretendeu analisar se seria a primeira vez que visitavam o
destino com quem viajam o local de residecircncia a razatildeo da visita se pernoitavam ou natildeo
no destino tipo de alojamento e meio de transporte utilizado o segundo grupo diz respeito
agraves fontes de informaccedilatildeo do destino quais e quando foram utilizadas e como foram
valorizadas o terceiro diz respeito agraves expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo do
turistavisitante do dia quais as expectativas iniciais se Almada eacute o uacutenico destino que
visitam quais as atraccedilotildees que visitaramvatildeo visitar os graus de importacircncia e de
satisfaccedilatildeo relativamente aos atributos do destino a satisfaccedilatildeo global o que mais e menos
gostaram durante a visita e as intenccedilotildees comportamentais por fim o quarto e uacuteltimo
grupo eacute referente aos dados sociodemograacuteficos
Estes conjuntos de dados satildeo constituiacutedos na grande maioria por perguntas
fechadas (de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia) sendo que
existem tambeacutem perguntas semiabertas onde surge a opccedilatildeo de mencionar outros aspetos
para aleacutem daqueles apresentados e ainda 10 perguntas de resposta aberta que dizem
respeito ao nuacutemero de visitas que fez ao destino ao local de residecircncia ao nuacutemero de
noites que passa no destino quais os destinos que visita para aleacutem de Almada e quais as
principais atraccedilotildees que vai visitar no destino em causa o que mais gostou e o que menos
gostou durante a visita e por uacuteltimo a nacionalidade
66
Nas questotildees de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia optou-
se pela aplicaccedilatildeo da escala de Likert de cinco niacuteveis por se tratar de um instrumento
praacutetico ldquona medida de atitudes sendo de faacutecil construccedilatildeo gestatildeo e interpretaccedilatildeordquo (Naidoo
et al 2011 citado por Figueiredo 2015 36)
A aplicaccedilatildeo do inqueacuterito ocorreu durante os meses de junho e julho mais
concretamente entre o dia 03 de junho de 2019 e o dia 05 de julho de 2019 in loco A
aplicaccedilatildeo foi feita essencialmente nos postos de turismo de Cacilhas e da Costa de
Caparica mas tambeacutem nas aacutereas mais turiacutesticas como toda a zona de Cacilhas (cais zona
ribeirinha e ruas principais) e o Cristo Rei Esta recolha foi efetuada tanto em dias uacuteteis
como em dias natildeo uacuteteis durante todo o dia e de forma aleatoacuteria na tentativa de obter uma
amostra diversificada Para a anaacutelise e tratamento dos dados recorreu-se ao programa
Microsoft Office Excel que permitiu natildeo soacute elaborar uma anaacutelise descritiva como tambeacutem
uma anaacutelise comparativa das diferentes variaacuteveis
67
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos
Apoacutes a recolha dos inqueacuteritos por questionaacuterio os dados obtidos foram
organizados e analisados sendo que no presente capiacutetulo pretende-se apresentar os
resultados alcanccedilados Para esta anaacutelise foi utilizado o programa Microsoft Office Excel
tendo-se elaborado essencialmente uma anaacutelise estatiacutestica descritiva Uma vez que o
objetivo do estudo empiacuterico se relacionava com a caracterizaccedilatildeo do perfil tanto do turista
como do visitante do dia de Almada a anaacutelise dos dados foi dividida entre estas duas
variaacuteveis de forma a obter dados relativos a cada uma das mesmas individualmente jaacute
que se tratam de realidades diferentes sendo que ambas contribuem para a caracterizaccedilatildeo
do perfil do turista de um destino
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
Iniciando a anaacutelise dos dados pelas caracteriacutesticas sociodemograacuteficas pode-se
concluir que relativamente aos visitantes do dia (60 da amostra total) em relaccedilatildeo agrave
idade os dados dividem-se essencialmente em duas faixas etaacuterias visiacuteveis na figura 14 a
primeira corresponde ao intervalo de idades entre os 25 e os 34 anos (com 39 das
respostas) e a segunda entre os 18 e os 24 anos (com 24) Desta forma o intervalo de
idades que se destaca diz respeito agraves idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos
correspondendo estes dois valores a cerca de 63 da amostra relativa aos visitantes do
dia Dos restantes 37 destaca-se o intervalo de idades dos 35 aos 44 anos e os de 55
aos 64 anos (ambos com 12) Em suma a maioria dos visitantes do dia possuem idades
compreendidas entre os 18 e os 34 anos tratando-se do principal puacuteblico alvo deste
destino
Figura 14 - Idade visitantes do dia
24
39
12
5
12
8
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
68
Ao contraacuterio do que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia em
relaccedilatildeo aos turistas (40 da amostra total) as idades presentes na figura 15 que mais se
destacam dizem respeito ao intervalo de idades entre os 45 e 54 anos com 25 seguido
das idades compreendidas entre os 18 e 24 55 e 65 (ambos com 19) e por uacuteltimo as
idades entre os 25 e 34 e os mais de 64 anos tambeacutem ambos com 16
Figura 15 - Idade turistas
Relativamente ao geacutenero da amostra atraveacutes da figura 16 eacute possiacutevel verificar que
nos visitantes do dia o sexo feminino representou 73 das respostas enquanto que o
masculino apenas 27 No caso dos turistas na figura 17 denota-se a predominacircncia do
sexo feminino com 65 das respostas sendo que o sexo masculino apresenta apenas
35
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia
19
16
5
24
19
16
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
Masculino27
Feminino73
69
Figura 17 - Geacutenero turistas
No que diz respeito ao estado civil da amostra presente na figura 18
encontram-se em destaque os visitantes do dia solteiros com 64 seguindo-se os casados
ou em uniatildeo de facto com 34 Uma vez mais ao contraacuterio do que se verificou nos dados
relativos aos visitantes do dia o estado civil que predomina nos turistas presentes na
figura 19 que visitam Almada eacute o de casado ou em uniatildeo de facto com 58 seguido do
de solteiro com 42
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia
Figura 19 - Estado civil turistas
Masculino35
Feminino65
64
34
2
Solteiro Casado ou Uniatildeode facto
Divorciado ouViuacutevo
42
58
Solteiro Casado ou Uniatildeo de facto
70
Os dados relativos agrave nacionalidade dispostos nas figuras 20 e 21 demonstram que
a maioria dos visitantes do dia incide nas designadas lsquooutras nacionalidadesrsquo com 40
onde se inserem nacionalidades como a belga holandesa chinesa russa etc seguindo-
se da portuguesa com 27 e a italiana com 7 Nos turistas o destaque vai tambeacutem para
as lsquooutras nacionalidadesrsquo com 27 (onde estatildeo incluiacutedas nacionalidades como suiacuteccedila
holandesa polaca argentina) Contudo no caso dos turistas destaca-se a nacionalidade
espanhola com 21 seguida da alematilde com 16 e por uacuteltimo a portuguesa com 13
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia
Figura 21 - Nacionalidades turistas
As habilitaccedilotildees literaacuterias dos visitantes do dia de Almada apresentadas na figura
22 refletem-se com maior incidecircncia no ensino superior com 63 seguido de poacutes-
graduaccedilatildeo com 20 Relativamente aos mesmos dados anteriormente citados no que diz
respeito aos turistas as habilitaccedilotildees literaacuterias demonstram o mesmo cenaacuterio com a
predominacircncia do ensino superior com 61 seguido do secundaacuterio com 23 e a poacutes-
graduaccedilatildeo com 16 presentes na figura 23
27
5
4
4
5
3
3
7
40
Portuguesa
Brasileira
Americana
Francesa
Alematilde
Espanhola
Britacircnica
Italiana
Outras nacionalidades
13
10
16
21
40
Portuguesa
Francesa
Alematilde
Espanhola
Outras nacionalidades
71
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas
A situaccedilatildeo perante o emprego presente nas figuras 24 e 25 no caso dos visitantes
do dia subdivide-se essencialmente na categoria de empregado com 63 e estudante com
13 seguido de reformado com 10 No caso dos turistas a categoria de empregado
manteacutem-se predominante com 58 seguido da categoria de reformado com 23 ao
contraacuterio do que se verifica nos visitantes do dia e por fim a de estudante com 18 Desta
forma a maioria dos turistas e visitantes do dia de Almada encontram-se empregados
reformados ou satildeo estudantes
2
15
63
20
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
23
61
16
Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
72
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia)
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas)
Atraveacutes da figura 26 verifica-se que o valor meacutedio gasto por visitantes do dia em
Almada (por dia e por pessoa excluindo o alojamento) incide com maior frequecircncia nos
visitantes que gastam ateacute 50euro com 74 seguido dos que gastam entre 51 e 100euro com
20 sendo que os restantes valores natildeo obtiveram respostas ou dados relevantes O valor
meacutedio gasto por turistas em Almada (por dia e por pessoa excluindo alojamento) incide
com maior frequecircncia como no caso dos visitantes do dia nos turistas que gastam ateacute
50euro com 52 e os que gastam entre 51 e 100euro com 39 valores visiacuteveis na figura 27
63
73
1310
4
Empregado Desempregado Natildeo Ativo Estudante Reformado Outro
58
2
1823
Empregado Desempregado Estudante Reformado
73
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia)
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas)
Em relaccedilatildeo ao rendimento familiar mensal dos visitantes do dia (figura 28)
destacam-se os que possuem entre 1001 a 1500euro de rendimento com 23 seguido dos
com mais de 2501euro com 21 sendo que os valores mais baixos (ateacute 500euro e entre 501 e
1000euro) satildeo os que apresentam as menores percentagens de pessoas com 10 e 13
respetivamente Nos turistas (figura 29) o panorama altera-se uma vez que predominam
os que possuem mais de 2501euro de rendimento com 29 seguidos dos que possuem entre
2001 e 2500euro com 18
74
20
2
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro
52
39
2 2 25
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro NatildeoRespondeu
74
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia)
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas)
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
De acordo com a figura 30 no caso dos visitantes do dia 70 dos inquiridos
estavam a visitar pela primeira vez o destino Almada e no caso dos turistas 65 Em
ambos os casos os resultados satildeo idecircnticos sendo que apenas 30 do total de inquiridos
de cada variaacutevel natildeo se encontravam a visitar Almada pela primeira vez
10
13
23
18
15
21
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
3
10
1516
18
29
10
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
NatildeoRespondeu
75
Figura 30 ndash a) Primeira vez em Almada (visitantes do dia)
b) Primeira vez em Almada (turistas)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de visitas nos uacuteltimos 2 anos presentes na tabela 7 no caso
dos visitantes do dia dos 30 que jaacute tinham visitado Almada antes destacam-se os 54
que fizeram entre 1 a 3 visitas ao destino nos uacuteltimos 2 anos seguidos dos que visitaram
muitas vezes Almada com 21 e dos que natildeo responderam com 14 No caso dos
turistas dos 35 que jaacute tinham visitado Almada a grande maioria com 59 visitou entre
1 e 3 vezes Almada nos uacuteltimos 2 anos seguindo-se os que visitaram entre 4 a 10 vezes
com 18 e por fim os que natildeo responderam tambeacutem com 14
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos
Com base nos resultados anteriores eacute possiacutevel concluir que 65 do total de
inquiridos incluindo turistas e visitantes do dia jaacute tinham visitado Almada antes o que
significa que repetiram a sua visita ao destino algo bastante positivo pois indica que
gostaram e quiseram repetir a experiecircncia Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima visita a Almada presentes
na tabela 8 os visitantes do dia na sua maioria com 39 natildeo responderam mas
destacam-se os que realizaram a sua uacuteltima visita entre 2016 e 2018 com 32 seguidos
dos que visitaram entre fevereiro e maio de 2019 com 25 Os turistas 32 natildeo
responderam 36 que visitaram entre 2016 e 2018 e 27 entre fevereiro e maio de
2019
Sim 70
Natildeo 30
Sim 65
Natildeo 35
Visitantes do dia Turistas
Nordm de viagens nos uacuteltimos 2 anos Nordm Nordm
Entre 1 e 3 15 54 13 59
Entre 4 e 10 3 11 4 18
Muitas vezes 6 21 2 9
Natildeo respondeu 4 14 3 14
a) b)
76
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada
Relativamente aos dados das figuras 31 e 32 no caso dos visitantes do dia 61
vem acompanhado pela famiacutelia ou amigos e 26 com o companheiroa O mesmo se
verifica no caso dos turistas sendo que 47 viaja com a famiacutelia ou amigos e 45 com o
companheiroa Os dados que revelam uma menor percentagem dizem respeito tanto nos
turistas como nos visitantes do dia aos que viajam em grupo ou excursatildeo seguidos dos
que viajam sozinhos Consequentemente os principais puacuteblicos alvo satildeo todos aqueles
que visitam Almada acompanhados (ou com familiaresamigos ou com os companheiros)
Deste modo eacute possiacutevel adaptar a oferta do destino a este tipo de puacuteblico oferendo os
produtos e serviccedilos que vatildeo ao encontro das necessidades destes segmentos especiacuteficos
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia)
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia)
103
26
61
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
62
45 47
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
Visitantes do dia Turistas
Uacuteltima visita a Almada Nordm Nordm
Entre 10 a 13 anos atraacutes 1 4 1 5
Entre 2016 e 2018 9 32 8 36
Entre fevereiro e maio de 2019 7 25 6 27
Natildeo respondeu 11 39 7 32
77
No que diz respeito ao local de residecircncia nas figuras 33 e 34 observa-se que no
caso dos visitantes do dia 66 natildeo satildeo residentes em Portugal seguidos de 23 que
residem noutros concelhos do paiacutes como Loures Vila Franca de Xira ou Seixal e 11
que residem em Lisboa No caso dos turistas verifica-se que a percentagem de natildeo
residentes em Portugal eacute mais elevada com 90 seguido dos que residem em Lisboa com
6 e os que residem noutros concelhos do paiacutes como o distrito de Coimbra e Vila Franca
de Xira com apenas 3
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia)
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas)
66
11
23
Natildeo Lisboa Outros concelhos
90
63
Natildeo Lisboa Outros concelhos
78
Na figura 35 relativa aos inquiridos residentes noutro paiacutes no caso dos visitantes
do dia destacam-se os 34 que natildeo satildeo residentes noutro paiacutes e os que satildeo residentes
noutros paiacuteses diferentes dos apresentados no graacutefico com 34 onde se inserem paiacuteses
como a Holanda Beacutelgica Greacutecia Ruacutessia Iratildeo Argentina Suiacuteccedila entre outros Podem-se
destacar ainda paiacuteses como a Alemanha com 7 Estados Unidos da Ameacuterica com 5
assim como a Espanha e a Franccedila cada um com 5 valores consideravelmente baixos
para estes mercados em comparaccedilatildeo com dados recolhidos atraveacutes do INE em anos
anteriores
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia)
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas)
7
4
5
5
4
1
5
34
34
Alemanha
Brasil
Estados Unidos
Espanha
Itaacutelia
Inglaterra
Franccedila
Outros paiacuteses
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
16
21
10
10
44
Alemanha
Espanha
Franccedila
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
Outros paiacuteses
79
Os turistas residentes noutro paiacutes presentes figura 36 residem essencialmente em
paiacuteses como a Aacuteustria Canadaacute Poloacutenia Hungria Sueacutecia entre outros com uma
frequecircncia de resposta de 44 seguidos dos que residem em Espanha com 21 e na
Alemanha com 16 Neste caso a percentagem de inquiridos que natildeo satildeo residentes
noutro paiacutes eacute muito mais reduzida em comparaccedilatildeo aos visitantes do dia com apenas 10
O principal motivo da visita a Almada em relaccedilatildeo aos visitantes do dia divide-se
essencialmente em duas variaacuteveis visiacuteveis na figura 37 passear com 25 e monumentos
com 16 tratando-se dos produtos turiacutesticos que os visitantes do dia consideram mais
importantes neste destino destacando-se ainda a paisagem com 11 o lazer recreio e
feacuterias e os museus ambos com 10 e por uacuteltimo a praia com 9 As variaacuteveis que
demonstram menos peso percentual satildeo a religiatildeo e o ambiente humano com 0 os
desportos e o profissionalnegoacutecios com 1 e os eventos com 2
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 38 demonstram ao contraacuterio do
que se verifica nos visitantes do dia que a grande maioria visita Almada essencialmente
pela praia com 20 para passear com 18 e pelo lazer recreio e feacuterias com 15
tratando-se dos produtos turiacutesticos que os turistas consideram mais importantes neste
destino
Passear25
Compras e lojas3
Monumentos16
Museus11
Praia9
Gastronomia5
Familiares e amigos6
Paisagem11
Lazer recreio e feacuterias10
80
As restantes variaacuteveis apresentam percentagens bastante idecircnticas como eacute o caso
da gastronomia com 8 os museus monumentos e paisagens com 7 As variaacuteveis que
apresentam menores valores satildeo uma vez mais como se verificou nos visitantes do dia
o ambiente humano com 0 religiatildeo com 1 profissionalnegoacutecios 2 e eventos com
3
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas)
Relativamente agraves questotildees 17 18 19 e 110 do grupo 1 do questionaacuterio
realizado apresentado no anexo I dos 154 questionaacuterios realizados apenas 40 (que
dizem respeito ao nuacutemero de turistas) responderam agraves mesmas pois apenas os turistas
pernoitaram e ficaram alojados em Almada sendo que como eacute possiacutevel observar na
figura 39 58 pernoitou mais de 4 noites no destino seguindo-se os que pernoitaram 3
noites com 15 2 noites com 8 e 4 noites tambeacutem com 8
Passear18
Compras e lojas4
Monumentos7
Museus7
Praia20
Gastronomia8
Familiares e amigos5
Paisagem7
Lazer recreio e feacuterias15
Desportos4
81
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada
Figura 40 - Em que zona ficou alojado
Desta forma atraveacutes da figura 40 dos 40 de turistas que ficaram alojados em
Almada a grande maioria (68) ficou alojado na Costa da Caparica confirmando-se
assim a informaccedilatildeo do graacutefico anterior uma vez que a principal razatildeo de visita dos turistas
a Almada eacute a praia De seguida surge entatildeo a zona de Cacilhas com 15 e por uacuteltimo
Almada Centro com 13 ficando as zonas do Pragal Trafaria e Herdade da Aroeira com
os menores valores percentuais (2)
No que diz respeito ao tipo de alojamento na figura 41 verifica-se que a tipologia
mais elegida foi o apartamento com 24 seguido do hotel com 21 e por uacuteltimo a casa
de familiares ou amigos com 16
38
15
8
58
8
1 noite 2 noites 3 noites 4 noites Mais de 4noites
NatildeoRespondeu
15
2
13
68
2 2
Cacilhas Pragal AlmadaCentro
Costa daCaparica
Trafaria Herdade daAroeira
82
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido
Relativamente ao tipo de regime na figura 42 destacam-se os que optaram
somente pela dormida com 39 e os que optaram pela dormida e pequeno almoccedilo com
37 dados que poderatildeo ter influecircncia na definiccedilatildeo do perfil uma vez que indicam que soacute
utilizam o destino em questatildeo para passar a noite
Figura 42 - Tipo de regime
Ao analisarmos a figura 43 referente ao transporte utilizado para chegar ao
destino percebemos que os visitantes do dia utilizaram essencialmente o barco com 46
seguido da viatura proacutepria com 27 e do autocarro puacuteblico com 11 Na figura 44
verifica-se que os turistas ao contraacuterio dos visitantes do dia utilizaram na sua maioria a
viatura proacutepria com 34 seguido da viatura alugada com 23 o autocarro puacuteblico com
19 e ainda o barco com 18
21
5
5
6
24
5
5
6
16
3
2
2
Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de Campismo
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros (Airbnb)
Natildeo Respondeu
3937
32
811
Soacute dormida Dormida epequenoalmoccedilo
Meiapensatildeo
Pensatildeocompleta
Tudoincluiacutedo
NatildeosabeNatildeorespondeu
83
Eacute de referir ainda que por se tratar de uma questatildeo de escolha muacuteltipla alguns dos
inquiridos selecionaram mais do que uma opccedilatildeo pois utilizaram diferentes transportes
para chegar ao destino
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia)
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas)
Estes contrastes demonstram que os visitantes do dia como despendem apenas de
algumas horas do seu dia para visitar Almada preferem utilizar o barco jaacute que eacute o
transporte mais raacutepido e de maior proximidade com Lisboa de onde proveacutem a grande
maioria No caso dos turistas como satildeo provenientes de paiacuteses ou localidades mais
distantes e como passam mais tempo no destino optam por meios de transporte que lhes
permitam ter uma maior liberdade e conforto como por exemplo as viaturas
27
6
2
11
7
46
2
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Comboio
Barco
Tuck-tuck
34
23
2
19
18
5
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Barco
Taacutexi
84
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada
Atraveacutes da anaacutelise da figura 45 e partindo do pressuposto que o total de respostas
nesta pergunta eacute maior que 92 (nuacutemero de visitantes do dia) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os visitantes do dia atribuem maior grau de
importacircncia a fontes de informaccedilatildeo relacionadas com os familiares e amigos uma vez
que se verifica uma frequecircncia de 64 respostas sendo que 27 dessas respostas numa
escala em que (1) nada importante e (5) extremamente importante classificaram esta
fonte com niacutevel maacuteximo (5) e 20 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que
a maioria atribui elevados graus de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 62
respostas sendo que 22 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 10 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados postos de Lisboa Cacilhas e
Costa da Caparica Na opccedilatildeo escolha ocasional verifica-se uma frequecircncia de 54
respostas o que demonstra que muitos dos visitantes do dia chegaram ao destino sem ter
planeado a visita sendo que 33 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 11 com o niacutevel seguinte (4) o que demonstra alguma importacircncia desta
opccedilatildeo As brochuras e guias turiacutesticos apresentam tambeacutem uma frequecircncia de 54
respostas onde 20 das mesmas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1) e apenas
6 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando assim a fraca importacircncia atribuiacuteda
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
8 2 7
2027
7 2
33
111
23 5
9 6 2
9 2
16 10 16
20 4
13 11 6
226
5 92
27 4
74
222 6
1113
1029 5
73
20 4 7 611
3 1
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
85
De seguida a variaacutevel que apresenta maior frequecircncia de respostas satildeo as redes
sociais com 53 respostas sendo que 16 classificaram as redes sociais com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 16 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando relativa importacircncia para esta
fonte As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas sendo
que a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo surge com 48 respostas as revistas ou
jornais com 45 as feiras ou exposiccedilotildees de turismo o site da CMA e as agecircncias de viagens
com 44
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes no niacutevel miacutenimo (1) demonstrando assim que todas elas natildeo
apresentam qualquer importacircncia para os visitantes do dia Foram ainda mencionados 4
aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo utilizadas um
guia de walking tours em Lisboa recomendaccedilotildees em restaurantes e ainda recomendaccedilotildees
por parte de empregados de hotel
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os visitantes do dia dizem respeito agraves informaccedilotildees fornecidas por familiares ou
amigos e algumas redes sociais como o instagram e o facebook pois satildeo as variaacuteveis que
apresentam uma maior frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas)
4 47
20
87 7
3
2
13
26
19
1 6 3
6
8
5 6 6
2
14
23 2
1
14
36 1
14
3
3
4515
1
42
112 4
5 2
13
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
86
Atraveacutes da anaacutelise da figura 46 e partindo do mesmo pressuposto anterior de que
o total de respostas seraacute superior a 62 (nuacutemero de turistas) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os turistas assim como se verificou no caso
dos visitantes do dia atribuem maior grau de importacircncia a fontes de informaccedilatildeo
relacionadas com os familiares e amigos uma vez que se verifica uma frequecircncia de 35
respostas sendo que 20 dessas respostas classificaram esta fonte com niacutevel maacuteximo (5)
e 7 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que a maioria atribui elevados graus
de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 29
respostas sendo que 14 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 5 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados apenas os postos de Cacilhas e
Costa da Caparica
As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas
sendo que a opccedilatildeo escolha ocasional surge com 27 respostas assim como as brochuras e
guias turiacutesticos as redes sociais com 25 o site da CMA com 24 as agecircncias de viagem e
a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo ambas com 23 as revistas ou jornais bem
como as feiras ou exposiccedilotildees de turismo com 22
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes nos niacuteveis miacutenimo (1) e intermeacutedio (3) demonstrando assim que
todas elas natildeo apresentam importacircncia de relevo para os turistas Foram ainda
mencionados 4 aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo
utilizadas a internet o booking a televisatildeo e informaccedilotildees recolhidas em Lisboa
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os turistas satildeo as mesmas dos visitantes do dia sendo que dizem respeito agraves
informaccedilotildees fornecidas por familiares ou amigos algumas redes sociais como o
instagram o facebook o pinterest e o tripadvisor assim como os postos de informaccedilatildeo
turiacutestica de Cacilhas e Costa da Caparica pois satildeo as variaacuteveis que apresentam uma maior
frequecircncia de resposta no niacutevel mais elevado da escala (5) extremamente importante
87
De seguida eacute interessante observar as figuras 47 e 48 uma vez que podemos
concluir que estas fontes de informaccedilatildeo previamente analisadas nas figuras anteriores
por parte dos visitantes do dia foram utilizadas essencialmente antes da viagem com 35
ou durante a viagem com 28 destacando-se ainda uma percentagem relevante de
visitantes que natildeo utilizaram nenhuma fonte de informaccedilatildeo com 21 No caso dos
turistas 44 utilizou as fontes antes da viagem e 24 durante apresentando valores
bastante similares aos visitantes do dia e tambeacutem com uma percentagem de 19 de
pessoas que natildeo utilizaram nenhuma fonte
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas)
No processo de tomada de decisatildeo de visitar Almada os dados das figuras 49 e
50 revelam que tanto os visitantes do dia como os turistas na sua maioria decidiram visitar
Almada antes de chegarem ao destino com 47 e 66 respetivamente Em ambos os
casos a segunda maior percentagem diz respeito aos que natildeo planearam a sua visita
sendo que no caso dos visitantes do dia 36 natildeo planeou e no caso dos turistas 21
21
35
28
16
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
19
44
24
13
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
88
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia)
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas)
Esta anaacutelise permitiu perceber que o melhor momento para intervir junto destes
consumidores eacute no momento da primeira fase do processo de decisatildeo designado por preacute-
decisatildeo ou seja implementar ferramentas de marketing e promoccedilatildeo que faccedilam chegar a
informaccedilatildeo aos consumidores no momento antes da viagem ser realizada
De seguida eacute possiacutevel observar de que forma esta divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino Almada foi valorizada Nos visitantes do dia (figura 51) 27
valorizaram-na como sendo boa seguido de insuficiente com 23 e suficiente com 15
Destaca-se ainda uma elevada percentagem (22) que natildeo soube ou natildeo quis responder
Relativamente aos turistas (figura 52) a grande maioria valoriza o desempenho como
sendo bom com 32 e muito bom com 26 ficando os valores inferiores (insuficiente
com 10 e muito insuficiente com 2) com menor destaque neste caso ao contraacuterio do
que se verificou nos visitantes do dia
89
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas)
Pode-se assim concluir que as fontes utilizadas pelos turistas (familiares ou
amigos e postos de informaccedilatildeo turiacutestica) satildeo mais valorizados dos que as utilizadas pelos
visitantes do dia (familiares ou amigos e redes sociais) Contudo no geral o desempenho
da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino eacute considerado como bom e muito bom pela
maioria dos visitantes do dia e turistas respetivamente
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
Tendo em atenccedilatildeo que os turistas e visitantes do dia tecircm acesso a informaccedilatildeo sobre
o destino que visitam antes de realizarem a viagem e criam as suas expectativas tendo por
base essa informaccedilatildeo na figura 53 podemos observar que os visitantes do dia na sua
maioria com 52 natildeo tinham qualquer tipo de expectativas em relaccedilatildeo a Almada
contudo 30 tinha expectativas moderadas e 12 elevadas Estes dados revelam que
apesar de terem tido acesso a informaccedilatildeo sobre o destino antes de realizarem a viagem
essa informaccedilatildeo natildeo teve impacto de forma a criar expectativas nos visitantes o que pode
indicar que a informaccedilatildeo apresentada natildeo eacute de qualidade ou natildeo apresenta meacutetodos
eficazes que motivem os visitantes
1
23
15
27
12
22
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
2
10
24
3226
6
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
90
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia)
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas)
No caso dos turistas na figura 54 observa-se que as expectativas da maioria dos
inquiridos eram moderadas com 45 seguido de 32 sem expectativas e 18 com
expectativas elevadas Neste caso uma vez que a percentagem de expectativas moderadas
eacute maior do que as restantes significa que a informaccedilatildeo recolhida teve algum impacto nos
turistas de maneira a motivaacute-los e a criarem algum tipo de expectativa em relaccedilatildeo a
Almada ao contraacuterio do que se verificou com os visitantes do dia
De forma a compreender se Almada seria o uacutenico destino a ser visitado para tentar
compreender quais os eventuais interesses dos turistas e visitantes em termos de oferta de
produtos e serviccedilos nas figuras 55 e 56 observa-se que em relaccedilatildeo aos visitantes do dia
82 natildeo visitaram apenas Almada assim como no caso dos turistas com 90 das
respostas a indicarem que natildeo visitaram somente Almada Assim conclui-se que o tipo
de oferta de Almada deve procurar complementar-se aos destinos com que partilha
alguma proximidade uma vez que em ambos os casos a maioria dos turistas e visitantes
natildeo visitam apenas este destino sendo portanto importante apresentar uma oferta
complementar aos restantes destinos envolvidos
1
4
52
30
12
Muito Baixas
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
5
32
45
18
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
91
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia)
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas)
Eacute entatildeo essencial perceber quais os destinos complementares e para tal a tabela 9
demonstra quais os destinos mais referidos sendo que a grande maioria dos visitantes do
dia com 55 refere Lisboa 17 refere que apenas veio para visitar Almada 11 refere
outras cidades como por exemplo Porto Setuacutebal Algarve e Cascais e ainda 10 que
referem Sintra No caso dos turistas a maioria refere tambeacutem Lisboa com 42 seguido
de outras cidades com 39 como Setuacutebal Porto Nazareacute Algarve e Cascais em
semelhanccedila ao que se verificou com os visitantes do dia Desta forma no caso dos
visitantes do dia deve-se ter em consideraccedilatildeo como destinos complementares Lisboa e
Sintra essencialmente e no caso dos turistas Lisboa e algumas cidades referidas
anteriormente como Setuacutebal e Cascais por se encontrarem mais proacuteximas de Almada
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada
Com o intuito de analisar quais seriam os principais produtos ou serviccedilos a ser
consumidos pelos turistas e visitantes na tabela 10 apresentam-se as principais atraccedilotildees
visitadas em Almada
Visitantes do dia Turistas
O que vai visitar para aleacutem de Almada Nordm Nordm
Lisboa 51 55 26 42
Sintra 9 10 0 0
Outras cidades 10 11 24 39
Nada 16 17 6 10
Natildeo respondeu 6 7 6 10
92
Nos visitantes do dia destaca-se o Cristo Rei com 29 e outras atraccedilotildees onde se
inserem miradouros igrejas museus e restaurantes com 32 Nos turistas verifica-se
que 34 visitou principalmente a praia 21 outras atraccedilotildees onde se inserem museus
centro histoacuterico da cidade e restaurantes com 21 o Cristo Rei apenas com 12 e ainda
o destaque para os 18 que natildeo responderam essencialmente porque ainda natildeo sabiam o
que iriam visitar agrave data da realizaccedilatildeo do questionaacuterio Em ambos os casos as atraccedilotildees que
se destacam satildeo sem duacutevida os monumentos e museus os restaurantes e o Cristo Rei
assim como a praia no caso dos turistas
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
Uma vez que na escolha de um destino os atributos do mesmo tecircm alguma
influecircncia no processo atraveacutes das perguntas 34 e 35 do grupo 3 do inqueacuterito tentou-se
analisar qual seria a importacircncia dos mesmos de forma a perceber quais seriam as
motivaccedilotildees tanto intriacutensecas como extriacutensecas dos turistasvisitantes e posteriormente a
satisfaccedilatildeo destes mesmos atributos que se encontram no destino Almada Por se tratarem
de questotildees de escolha muacuteltipla o nuacutemero de respostas vai ser superior ao nuacutemero total
de inquiridos Contudo nem todos os inquiridos responderam a estas questotildees muitas
das vezes deixando-as incompletas ou mesmo em branco essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino aquando o preenchimento do inqueacuterito
Atraveacutes da anaacutelise da figura 61 presente no apecircndice I com base em todos os
inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo eacute possiacutevel concluir que numa escala
de 1 a 5 em que (1) nada importante (2) pouco importante (3) moderadamente
importante (4) muito importante e (5) extremamente importante o atributo com maior
frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala (4 e 5) no caso dos visitantes
do dia foi o que diz respeito a visitar locais diferentes com 34 respostas no niacutevel maacuteximo
e 35 no niacutevel anterior o que significa que para a maioria este eacute o atributo mais importante
na escolha do destino
Visitantes do dia Turistas
Principais atraccedilotildees visitadas Nordm Nordm
Cristo Rei 43 29 10 12
Praia 14 9 29 34
Zona de Cacilhas 16 11 6 7
Costa da Caparica 7 5 5 6
Centro histoacuterico de Almada 7 5 2 2
Outras atraccedilotildees 48 32 18 21
Natildeo respondeu 13 9 15 18
93
De seguida destacam-se os atributos divertir-me e ter uma aventura seguido de
fugir da rotina do dia a dia facilidade de transporte assim como acessibilidadestracircnsito
e ainda a gastronomia e os recursos culturais e paisagiacutesticos sendo que estes 7 atributos
mencionados foram os que realmente obtiveram maior grau de importacircncia para os
visitantes do dia por se tratarem dos que apresentam uma maior frequecircncia de respostas
nos niacuteveis mais elevados da escala
Os atributos com menor frequecircncia de resposta ou seja classificados com os
niacuteveis mais baixos da escala (1 e 2) no caso dos visitantes do dia atraveacutes do mesmo
graacutefico anteriormente citado eacute possiacutevel concluir que o atributo com menor grau de
importacircncia eacute o golfe com 60 respostas no niacutevel 1 da escala 11 no niacutevel 2 e apenas 3 no
niacutevel 3 sendo que os restantes niacuteveis natildeo apresentam qualquer resposta no que diz
respeito a este atributo Destacam-se ainda atributos como os equipamentos desportivos
hospitaisserviccedilos de sauacutede e parques de estacionamento tornando-se assim estes 4
atributos os menos valorizados pelos visitantes do dia
Passando para o caso dos turistas atraveacutes da anaacutelise da figura 62 presente no
apecircndice I com base em todos os inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo
eacute possiacutevel concluir que o atributo com maior frequecircncia de respostas nos niacuteveis mais
elevados da escala foi a praia com 37 respostas no niacutevel 5 seguido dos atributos visitar
locais diferentes fugir da rotina do dia a dia restaurantes e gastronomia e ainda facilidade
de transporte sendo que estes formam os atributos com maior grau de importacircncia na
escolha do destino Almada para os turistas Os atributos com maior frequecircncia de
respostas nos niacuteveis mais baixos da escala no caso dos turistas dizem respeito uma vez
mais ao golfe com 48 respostas no niacutevel 1 e apenas 2 no niacutevel 3 seguido de equipamentos
desportivos parques de estacionamento e hospitaisserviccedilos de sauacutede Desta forma o
panorama eacute bastante idecircntico ao que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia
sendo atribuiacutedo aos mesmos atributos o menor grau de importacircncia na escolha do destino
Apoacutes analisado o grau de importacircncia dos atributos eacute essencial compreender qual
a satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos mesmos Atraveacutes da anaacutelise da figura 63 presente no apecircndice
I numa escala de 1 a 5 em que (1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) satisfeito (4)
muito satisfeito (5) extremamente satisfeito eacute possiacutevel concluir que os visitantes do dia
atribuiacuteram maior grau de satisfaccedilatildeo aos atributos visitar locais diferentes e fugir da rotina
do dia a dia sendo que as respostas incidem com maior frequecircncia no niacutevel 4 da escala
seguido do niacutevel 5 para estes dois atributos
94
Destaca-se ainda o grau de satisfaccedilatildeo positivo dos atributos gastronomia e
restaurantes distacircncia ao destino de origem facilidade de transporte e ainda divertir-me
ou ter uma aventura onde as respostas incidiram com maior frequecircncia no niacutevel 4 da
escala Em relaccedilatildeo aos niacuteveis mais baixos da escala eacute possiacutevel perceber que os visitantes
do dia atribuiacuteram menor grau de satisfaccedilatildeo aos atributos de golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede e alojamento
No que diz respeito aos turistas atraveacutes da figura 64 presente no apecircndice I os
atributos mais satisfatoacuterios para os mesmos foram as praias fugir da rotina do dia a dia e
visitar locais diferentes assim como a gastronomia e os restaurantes Os que apresentam
menor grau de satisfaccedilatildeo satildeo a boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica e o golfe Neste
caso o facto da sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica ter apresentado os menores niacuteveis de
satisfaccedilatildeo eacute algo negativo pois significa que natildeo se encontram satisfatoacuterios no destino ou
capazes de servir para o propoacutesito para o qual foram criados
Concluindo a niacutevel geral os atributos que apresentam maior grau de importacircncia
no caso dos visitantes do dia relacionam-se com motivaccedilotildees intriacutensecas pois dizem
respeito a visitar locais diferentes fugir da rotina do dia a dia e divertir-se ou ter uma
aventura Para os turistas para aleacutem dos atributos associados a motivaccedilotildees intriacutensecas de
visitar locais diferentes e fugir da rotina relacionam-se tambeacutem essencialmente com
motivaccedilotildees extriacutensecas como a praia recursos culturais e paisagiacutesticos e gastronomia
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo os atributos mais satisfatoacuterios tanto para os visitantes
do dia como para os turistas foram os mesmos (visitar locais diferentes fugir da rotina do
dia a dia gastronomia etc) assim como os insatisfatoacuterios (golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede etc) Contudo uma vez que nem todos os
inquiridos responderam a esta questatildeo estes dados podem natildeo apresentar uma
importacircncia de relevo
Se compararmos com os graacuteficos relativos agrave importacircncia dos atributos os mesmos
atributos classificados como menos importantes para a escolha do destino foram os que
receberam menor grau de satisfaccedilatildeo o que pode indicar apenas que como os
visitantesturistas natildeo experienciaram esses mesmos atributos acabaram por lhes conferir
valores mais baixos de satisfaccedilatildeo natildeo significando que realmente apresentem maacutes
condiccedilotildees ou que se encontrem insatisfatoacuterios
95
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo geral do destino a figura 57 demonstra que em relaccedilatildeo
aos visitantes do dia a satisfaccedilatildeo global incide com maior frequecircncia entre as vaacuterias
satisfeito e muito satisfeito ambas com 39 seguida da variaacutevel extremamente satisfeito
com 16 O grau de satisfaccedilatildeo dos turistas (figura 58) surge com maior frequecircncia na
variaacutevel muito satisfeito com 42 seguido do satisfeito com 34
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia)
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas)
Em ambos os casos eacute possiacutevel concluir que apesar de terem surgido valores natildeo
tatildeo positivos em relaccedilatildeo a dados anteriormente apresentados no geral a satisfaccedilatildeo de
turistas e visitantes em relaccedilatildeo a Almada encontra-se entre o lsquopositivarsquo e o lsquomuito
positivarsquo algo que eacute bastante relevante uma vez que significa que o destino foi de alguma
forma ao encontro das necessidades dos seus turistasvisitantes e conseguiu superar ou
atingir as expectativas dos mesmos
0
1
39
39
16
4
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
2
0
34
42
11
11
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
96
A par com a satisfaccedilatildeo surge a pergunta sobre o que mais gostou no destino e
atraveacutes da tabela 11 eacute possiacutevel observar que os visitantes do dia na sua maioria natildeo
responderam (29) porque ainda natildeo tinham visitado ou porque tinham acabado de
chegar ao destino Contudo dos que responderam destaca-se a opccedilatildeo outros aspetos com
24 onde se inserem fatores como o facto de existirem poucas pessoas no destino os
jardins e miradouros a proximidade a Lisboa e a hospitalidade e ainda se destacam as
paisagens com 16 e o Cristo Rei com 11 tratando-se dos atributos com maior
relevacircncia para os visitantes do dia de Almada
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita
Comparativamente aos turistas os dados demonstram novamente que a maioria
(34) natildeo respondeu pelos mesmos motivos referidos nos visitantes do dia sendo que
dos que responderam 23 gostou mais da gastronomia e 13 da tranquilidade Da opccedilatildeo
outros aspetos destacam-se a seguranccedila a acessibilidade e a proximidade a Lisboa
Dos aspetos mais negativos da visita atraveacutes da tabela 12 eacute possiacutevel concluir que
a grande maioria dos visitantes do dia natildeo respondeu (53) essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino 26 referiram que natildeo houve nada que natildeo tivessem
gostado e na opccedilatildeo outros aspetos referiram demora na restauraccedilatildeo acessos e o facto dos
museus e monumentos fecharem demasiado cedo Em relaccedilatildeo aos turistas a maioria
tambeacutem natildeo respondeu (45) porque ainda natildeo tinha visitado o destino Contudo 34
referem que natildeo houve nada de relevante que natildeo tenha gostado e 8 refere outros
aspetos onde se inserem a liacutengua poucas pessoas jovens e a falta de informaccedilatildeo turiacutestica
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita
Visitantes do dia Turistas
O que mais gostou em Almada Nordm Nordm
Cristo Rei 15 11 1 2
Paisagens 21 16 6 10
Tranquilidade 9 7 8 13
Gastronomia 8 6 14 23
Restaurantes 8 6 0 0
Pessoas 0 0 6 10
Outros aspetos 32 24 6 10
Natildeo respondeu 38 29 21 34
Visitantes do dia Turistas
O que menos gostou em Almada Nordm Nordm
Tracircnsito 5 5 4 6
Estacionamento 4 4 0 0
Clima 0 0 4 6
Sinalizaccedilatildeo 2 2 0 0
Outros aspetos 8 9 5 8
Nada que natildeo tenha gostado 24 26 21 34
Natildeo respondeu 49 53 28 45
97
Apoacutes analisada a satisfaccedilatildeo eacute necessaacuterio compreender a intenccedilatildeo comportamental
dos inquiridos a fim de se verificar se pretendem voltar e recomendar o destino que
visitaram Na figura 59 27 dos visitantes do dia referem que de certeza que vatildeo
regressar a Almada 32 referem que eacute provaacutevel que regressem 27 natildeo sabem e apenas
14 referem que natildeo vatildeo regressar Ao niacutevel da recomendaccedilatildeo a grande maioria (52)
refere que vai recomendar de certeza 42 refere que eacute provaacutevel que recomende sendo
que apenas 7 natildeo sabe ou natildeo vai recomendar o destino Por uacuteltimo em relaccedilatildeo a
regressar mesmo que o preccedilo aumente o panorama altera-se jaacute que a maioria (47) refere
que natildeo sabe se regressa 26 referem que eacute provaacutevel e apenas 14 tecircm a certeza que
regressam assim como 14 natildeo regressam de todo
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 60 indicam que 41 refere que
vai voltar de certeza 33 refere que eacute provaacutevel e 25 natildeo sabe sendo que apenas 2
respondeu que natildeo voltava No que diz respeito agrave recomendaccedilatildeo 53 vai recomendar de
certeza 32 eacute provaacutevel e 15 natildeo sabe Por fim relativamente a voltar mesmo que o
preccedilo aumente a maioria (44) refere que natildeo sabe se volta 32 refere que eacute provaacutevel
e 22 volta de certeza sendo que apenas 2 referem que natildeo voltam
14
1
14
27
6
47
32
42
26
27
52
14
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
98
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas)
Neste caso dos turistas a intenccedilatildeo comportamental eacute mais positiva na medida em
que apresentam valores percentuais mais elevados na variaacutevel lsquode certezarsquo e os valores
que surgem na variaacutevel lsquonatildeorsquo satildeo os que apresentam os menores valores percentuais
apenas com 2 Jaacute os visitantes do dia apresentam valores percentuais mais elevados
nestas variaacuteveis com 14 das respostas e valores mais baixos na variaacutevel lsquode certezarsquo
Esta diferenccedila de dados pode estar relacionada com o facto de os visitantes do dia
passarem menos tempo no destino e daiacute que tenham menos ferramentas que os permitam
afirmar com certeza este tipo de questotildees ao contraacuterio dos turistas que conseguem ter
outras perspetivas do destino por passarem mais tempo no mesmo
2 2
2515
44
33
32
32
4153
22
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
99
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica
Uma vez que o turismo representa uma atividade capaz de contribuir para o
desenvolvimento global a niacutevel econoacutemico social etc nos destinos turiacutesticos este
impacto eacute extremamente importante uma vez que graccedilas ao movimento de turistas e
visitantes os proacuteprios destinos vatildeo-se desenvolvendo atraveacutes do investimento em novas
infraestruturas promoccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos seus atributos e patrimoacutenio (UNWTO
2012) Quando visitam um destino diferente do seu local habitual os turistasvisitantes
procuram algo novo e dissemelhante obrigando desta forma a uma constante adaptaccedilatildeo
dos destinos ao tipo de procura existente acabando por contribuir para a implementaccedilatildeo
de alteraccedilotildees nos mesmos de forma a darem natildeo soacute resposta agrave procura externa mas ao
mesmo tempo melhorar as condiccedilotildees de vida da proacutepria populaccedilatildeo local
Um destino turiacutestico deve englobar nas suas caracteriacutesticas alguns elementos
chave para o seu desenvolvimento e sucesso as facilidades de acesso infraestruturas em
condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo e a diversidade nas opccedilotildees tanto de alojamento como de
restauraccedilatildeo satildeo cruciais para a atratividade de um destino Estes elementos em conjunto
com as diversas atraccedilotildees presentes num destino possuem a capacidade de motivar o
visitante a visitaacute-las mas para tal eacute necessaacuterio que exista uma correlaccedilatildeo de forccedilas na
gestatildeo dos destinos atraveacutes de entidades que atraveacutes da promoccedilatildeo e do marketing atraiam
visitantes
Esta gestatildeo dos destinos eacute essencial pois permite alcanccedilar determinadas vantagens
como a competitividade atraveacutes do estabelecimento de uma posiccedilatildeo uacutenica e
diferenciadora de forma a que o mercado a reconheccedila como tal a qualidade e o
reconhecimento da mesma por parte turistavisitante para que ele proacuteprio promova
posteriormente o destino a sustentabilidade e rentabilidade dos recursos e do proacuteprio
destino e por fim a identidade e a marca que ajudam a melhor posicionar os produtos no
mercado e a aumentar a notoriedade do destino fazendo com que os visitantesturistas
regressem Poreacutem cabe tambeacutem agraves componentes econoacutemicas privadas investir neste
desenvolvimento em conjunto com o Estado e de acordo com os recursos turiacutesticos
existentes no destino adaptar a sua oferta ao perfil de turista que a visita tendo por base
a motivaccedilatildeo do mesmo
100
Eacute atraveacutes da anaacutelise e investigaccedilatildeo das motivaccedilotildees turiacutesticas que se torna possiacutevel
definir o puacuteblico-alvo e atuar conforme as suas necessidades e aquilo que ambicionam
encontrar no destino Para tal eacute necessaacuterio existir um equiliacutebrio de interesses tendo em
conta tanto os turistas como a proacutepria induacutestria turiacutestica e ainda a comunidade local jaacute
que ldquoalcanccedilar esse equiliacutebrio eacute fundamental para o sucesso das empresas num destino e
requer uma compreensatildeo de como os turistas se deslocam e exploram os espaccedilos dentro
da cidaderdquo (Wearing e Foley 2017 104)
Acontece que as motivaccedilotildees e necessidades dos turistasvisitantes atuais estatildeo em
constante mudanccedila pois tornaram-se cada vez mais exigentes e heterogeacuteneos Desta
forma eacute necessaacuterio que a gestatildeo dos destinos turiacutesticos acompanhe estas mesmas
transformaccedilotildees aplicando novos modelos de gestatildeo Segundo Vargas-Saacutenchez (2017) o
modelo Inductors for Results (IN-RES-TUR) fundamentado pelo proacuteprio visa dar
resposta a quatro aspetos essenciais a uma gestatildeo eficiente dos destinos Este modelo
defende a implementaccedilatildeo de um conjunto de indutores capazes de atrair o mercado
potencial do destino utilizando os recursos e serviccedilos presentes no mesmo oferecer
experiecircncias e emoccedilotildees que provoquem trocas positivas fidelizar os turistasvisitantes
com o auxiacutelio da tecnologia que permite o acesso a toda a informaccedilatildeo a qualquer altura
do dia e em qualquer parte do mundo
Segundo o mesmo autor atraveacutes do recurso agrave tecnologia eacute possiacutevel conhecer o
consumidor pormenorizadamente conferindo-lhe aquilo que ele mais deseja na
atualidade a customizaccedilatildeo dos serviccedilosprodutosexperiecircncias das quais vai usufruir e ao
mesmo tempo a cocriaccedilatildeo desses mesmos produtos tornando-se parte integrante da
experiecircncia global que eacute visitar um novo destino Assim tendo em atenccedilatildeo que o desafio
para a gestatildeo de destinos eacute cada vez mais complexo ldquoa inovaccedilatildeo permanente e ateacute mesmo
a reinvenccedilatildeo do modelo de negoacutecio satildeo hoje essenciais para gerar um valor com uma
margem e volume remuneradores em conjuntordquo (Id Ibid 490)
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica
Apoacutes a anaacutelise dos resultados em conjunto com toda a informaccedilatildeo recolhida para
a elaboraccedilatildeo da fundamentaccedilatildeo teoacuterica desta dissertaccedilatildeo principalmente no que diz
respeito agraves motivaccedilotildees e perfil do turista foi possiacutevel retirar algumas conclusotildees
relativamente ao perfil do turista deste destino
101
Em primeiro lugar Almada apesar de se caracterizar como um micro destino
urbano tem vindo a ganhar cada vez mais visibilidade graccedilas ao crescimento da procura
por este tipo de turismo muito graccedilas ao facto do destino Lisboa (o seu principal
concorrente) ter vindo a ganhar cada vez mais notoriedade estando ao niacutevel dos principais
destinos urbanos mais procurados na Europa (Costa e Albuquerque 2017) Como tal o
principal perfil de turista que visita Almada caracteriza-se como excursionista pois a
grande maioria dos inquiridos eram visitantes do dia o que significa que se tratam de
visitantes que natildeo ficam alojados no destino e apenas efetuam uma visita de um dia ou
umas horas sendo que procuram essencialmente turismo cultural ou no caso dos turistas
que ficam alojados no destino pelo menos 1 noite procuram mais por turismo de sol e
mar
Neste contexto a preferecircncia por parte dos visitantes do dia recai sobre os recursos
culturais e religiosos do destino visto que o monumento do Cristo Rei foi das atraccedilotildees
mais visitadas assim como museus e igrejas Jaacute nos turistas a grande maioria por ter
ficado alojado na Costa da Caparica local caracteriacutestico e especiacutefico para a praacutetica de
turismo de sol e mar as suas preferecircncias recaem naturalmente sobre a praia e os recursos
mais naturais do destino demonstrando assim duas realidades distintas no perfil do turista
de Almada
Em termos da anaacutelise da oferta que o destino Almada apresenta apoacutes toda a
recolha de informaccedilatildeo sobre os recursos produtos e serviccedilos existentes eacute um destino que
possuiacute uma oferta turiacutestica relativamente abrangente tanto a niacutevel cultural religioso
natural como a niacutevel de diversas infraestruturas complementares como eacute o caso da
restauraccedilatildeo e do alojamento pois satildeo cada vez mais notoacuterios os investimentos nestas duas
vertentes ainda que se verifiquem algumas lacunas relativamente agrave quantidade e
diversidade da oferta face ao aumento da procura Contudo foram mencionados alguns
aspetos que o destino apresenta como falhas e que se devem ter em consideraccedilatildeo devido
agrave importacircncia dos mesmos como eacute o caso da falta de informaccedilatildeo turiacutestica no local ao
niacutevel da sinalizaccedilatildeo e da proacutepria informaccedilatildeo presente em hoteacuteis e outras infraestruturas
Atraveacutes da observaccedilatildeo das figuras 45 e 46 do capiacutetulo anterior concluiacutemos que
de facto as fontes de informaccedilatildeo menos valorizadas pelos turistas foram as
brochurasguias turiacutesticos as redes sociais e o site oficial da CMA sendo que no caso dos
visitantes do dia foram as recomendaccedilotildees por parte de profissionais da aacuterea turiacutestica o
site da CMA e ainda as agecircncias de viagem
102
Estes dados indicam que para aleacutem de natildeo serem fontes de informaccedilatildeo
valorizadas como importantes para este perfil de turista encontram-se tambeacutem
insatisfatoacuterias jaacute que lhes foram atribuiacutedos valores muito reduzidos numa escala em que
o 1 correspondia ao valor miacutenimo e o 5 ao valor mais elevado Contudo em oposiccedilatildeo a
estes dados as informaccedilotildees mais valorizadas foram sem duacutevida as provenientes de
familiaresamigos em ambos os casos e ainda os postos de informaccedilatildeo turiacutestica no caso
dos turistas e algumas redes sociais apenas no caso dos visitantes do dia sendo que estes
devem ser as fontes de informaccedilatildeo a priorizar e a desenvolver na gestatildeo deste destino
Neste caso concreto conclui-se que de facto as ferramentas de comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino como sendo brochuras e guias suportes digitais online como redes
sociais e sites oficiais natildeo demonstraram ter grande impacto na atraccedilatildeo deste perfil de
turista jaacute que a fonte de informaccedilatildeo que realmente influenciou a maioria dos inquiridos
foram sem duacutevida os familiaresamigos Todavia os resultados menos positivos
essencialmente no que diz respeito ao site oficial da CMA visto que foi uma das variaacuteveis
que se repetiu tanto nos turistas como nos visitantes do dia como sendo das menos
valorizadas e satisfatoacuterias assim como as redes sociais e as brochurasguias devem ser
vistas como dados relevantes para a melhoria destas mesmas fontes no sentido de se
inovarem e desenvolverem as suas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo visto que se trata de um
fator relevante na influecircncia e atratividade dos turistasvisitantes
Para tal ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo de Almada a aposta deve recair
cada vez mais nas plataformas tecnoloacutegicas online atraveacutes da implementaccedilatildeo de um
design mais apelativo e mais direcionado para turistasvisitantes e natildeo tanto para a
populaccedilatildeo local Deve-se tambeacutem desenvolver ferramentas capazes de atrair os clientes
para o destino partindo-se dos atributos do mesmo (o que existe de maior relevacircncia) de
forma a perceber quais os benefiacutecios e adequar a promoccedilatildeocomunicaccedilatildeo ao puacuteblico alvo
No entanto o balanccedilo geral da satisfaccedilatildeo dos turistas e excursionistas eacute bastante positivo
sendo que foram poucos os que apontaram aspetos negativos ou insuficiecircncias ao destino
Deste modo de acordo com o objetivo definido de delinear o perfil do turista de
Almada e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica e tendo por base as hipoacuteteses construiacutedas
anteriormente como premissas da investigaccedilatildeo conclui-se essencialmente que
- A caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica dos inquiridos revela que a grande maioria
dos inquiridos eram do sexo feminino e no caso dos visitantes do dia possuiacuteam idades
103
compreendidas entre os 18 e os 34 anos enquanto que os turistas apresentam uma faixa
etaacuteria mais elevada (com a maioria entre os 45 e 54 anos) tratando-se dos principais
puacuteblicos-alvo deste destino Relativamente agraves nacionalidades natildeo se obteve um valor
significativo com maior incidecircncia numa nacionalidade especiacutefica pois foram
mencionadas diversas nacionalidades (belga holandesa chinesa russa polaca etc)
Contudo no caso dos excursionistas destaca-se a nacionalidade portuguesa e a italiana e
nos turistas a espanhola e alematilde
- Apoacutes a anaacutelise de toda a oferta do destino considerando produtos e serviccedilos e o
tipo de turistas que visitam Almada podemos concluir que se trata de um destino
essencialmente cultural e de sol e mar jaacute que os seus principais produtos se encontram
relacionados com o turismo cultural (monumentos) de sol e mar (praias) e o de natureza
(parques jardins) Segundo os dados recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos realizados existem
mais excursionistas que turistas o que significa que utilizam o destino apenas para visitar
curtas e raacutepidas sendo que na maioria tanto turistas como visitantes do dia procuram
principalmente atraccedilotildees culturais neste caso concreto o Cristo Rei monumentos igrejas
e museus de natureza os jardins parques ou miradouros e por fim de sol e mar praias
da Costa da Caparica
- Em relaccedilatildeo agrave escolha ocasional deste destino de facto muitos dos
visitantesturistas chegam a Almada de forma ocasional mas a grande maioria planeia a
visita logo satildeo visitas previstas e previamente decididas ao contraacuterio do que se previa
- As fontes de informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino natildeo influenciaram a escolha do
turistavisitante para visitar Almada uma vez que ambos se basearam essencialmente em
familiaresamigos e natildeo tanto em fontes oficiais criadas pelo destino
- O papel da promoccedilatildeo turiacutestica natildeo demonstrou ser eficiente no reforccedilo da
atratividade para o concelho uma vez que as fontes de informaccedilatildeo associadas agrave promoccedilatildeo
turiacutestica receberam valorizaccedilotildees muito baixas sendo que vaacuterias natildeo foram de todo
utilizadas
- O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute relativamente
elevado ao contraacuterio do que se tinha presumido nas hipoacuteteses iniciais
- Em relaccedilatildeo agrave intenccedilatildeo comportamental dos turistasvisitantes conclui-se que
apresentam alguma intenccedilatildeo de regressar a Almada mas os dados com maior incidecircncia
104
de resposta referem-se agrave recomendaccedilatildeo e aos que indicaram natildeo saber se realmente
pretendem voltar ou natildeo ao destino ou seja satildeo mais os que pretendem recomendar o
destino dos que os que pretendem regressar de certeza
Relativamente agrave pergunta de partida que se destinava a compreender qual o perfil
do turista que visita Almada bem como perceber de que forma a promoccedilatildeo turiacutestica do
destino tem impacto na atratividade do mesmo conclui-se que na sua maioria o tipo de
visitante de Almada eacute excursionista e procura sobretudo o turismo cultural e o de sol e
mar sendo que se demonstra de uma forma geral bastante satisfeito relativamente ao
destino mas apresenta algumas falhas no que diz respeito agrave informaccedilatildeo disponiacutevel e agrave
promoccedilatildeo de Almada tendo sido mencionadas algumas lacunas relativamente a este
fator Desta forma tendo por base o conhecimento do tipo de visitantes do destino assim
como informaccedilatildeo relevante acerca do que estaacute a falhar ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo turiacutestica torna-se mais faacutecil proceder agrave adaptaccedilatildeo da oferta agraves necessidades
deste puacuteblico alvo especiacutefico assim como implementar novas ferramentas de
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino que contribuam para o seu desenvolvimento
e atratividade
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Uma das maiores limitaccedilotildees desta investigaccedilatildeo relaciona-se com a recolha dos
inqueacuteritos por questionaacuterio a fim de se obter uma amostra mais significativa do universo
em questatildeo O previsto seria recolher uma maior quantidade de inqueacuteritos mas tendo em
conta o periacuteodo em que a recolha se sucedeu entre os meses de junho e julho de 2019 o
nuacutemero de pessoas que aceitou preencher o inqueacuterito foi mais reduzido do que o esperado
o que dificultou todo o processo Desta forma a amostra definida inicialmente de 239
inqueacuteritos natildeo foi possiacutevel de se realizar face ao reduzido nuacutemero de visitantesturistas
que se disponibilizaram a responder
Assim a amostra teve que ser reduzida e apesar de se tratar de uma amostra suficiente
para a realizaccedilatildeo desta investigaccedilatildeo natildeo se pode concluir que seja 100 representativa
do perfil do turista de Almada natildeo podendo deste modo generalizar os resultados obtidos
Outra das limitaccedilotildees que surgiu foi a anaacutelise estatiacutestica dos dados uma vez que natildeo se
realizou uma anaacutelise comparativa de variaacuteveis tendo sido elaborada apenas uma anaacutelise
descritiva Portanto no futuro seria relevante obter uma amostra mais representativa deste
universo de maneira de fornecer um maior contributo para o desenvolvimento do destino
105
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros
Relativamente a orientaccedilotildees para futuros trabalhos seria interessante investigar
quais os interesses dos diferentes stakeholders do destino Almada de forma a
compreender onde pretendem investir e o que pretendem desenvolver tendo por base as
necessidades dos turistasexcursionistas Apoacutes esta anaacutelise seria importante proceder a
algumas alteraccedilotildees e implementaccedilatildeo de novas estrateacutegias para o destino nomeadamente
ao niacutevel da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do mesmo e tambeacutem da oferta ao niacutevel do alojamento
especialmente na zona mais central da cidade para que se torne tambeacutem possiacutevel a criaccedilatildeo
de novos produtos turiacutesticos ou desenvolver os que jaacute existem e que apresentam
potencialidades para tal
Seria tambeacutem importante a realizaccedilatildeo de mais estudos de mercado de forma a
compreender cada vez melhor aquilo que um turistavisitante procura em Almada para
que a resposta da oferta esteja em concordacircncia com essas mesmas necessidades e
motivaccedilotildees Contudo natildeo se deve desprezar aquilo que satildeo os interesses da populaccedilatildeo
local sendo tambeacutem importante aferir quais os seus interesses e de que forma veem o
desenvolvimento do turismo no seu local de residecircncia para que seja possiacutevel conjugar
os seus interesses aos interesses do destino e deste modo contribuir para o
desenvolvimento do mesmo
Atraveacutes da realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo compreendeu-se que Almada eacute um destino
com fortes potencialidades de desenvolvimento turiacutestico capaz de se transformar num
dos principais pontos de atraccedilatildeo logo a seguir a Lisboa que apesar de se tratar de um
destino concorrente possibilita uma relaccedilatildeo de complementaridade jaacute que Almada pode
apresentar um tipo de oferta diferenciada daquela que se encontra em Lisboa muitas
vezes considerada como sendo demasiado massificada
O desenvolvimento turiacutestico deste destino pode tambeacutem ser feito sobretudo ao
niacutevel do turismo cultural sendo que este produto apresenta um grande potencial de
desenvolvimento No entanto tambeacutem eacute possiacutevel a aposta em subprodutos como o
turismo de museus e industrial ligados por sua vez ao turismo criativo um tipo de turismo
que tem vindo a crescer e a afirmar-se nos uacuteltimos anos podendo vir a ser uma grande
vantagem competitiva para o destino se poder afirmar enquanto destino cultural e criativo
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALEGRE Joaquiacuten e GARAU Jaume (2010) Tourist Satisfaction and Dissatisfaction
Annals of Tourism Research Vol 37 No 1 pp 52-73 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738309000929via3Dihu
b
AKAMA John S e KIETI D M (2003) Measuring tourist satisfaction with Kenyarsquos
wildlife safari a case study of Tsavo West National Park Tourism Management vol 24
pp 73-81 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS02615
17702000444
BALOGLU S e MCCLEARY K W (1999) A Model of Destination Image Formation
Annals of Tourism Research Science vol 26(4) pp 868ndash897 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738399000304via3Dihu
b
BEERLI A e MARTIN JD (2004) Factors Influencing Destination Image Annals of
Tourism Research vol 31 nordm 3 pp 657-681 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738304000349
BJOumlRK Peter (2014) ldquoTourist Experience Value Tourist Experience and Life
Satisfactionrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK CAB
International pp 22-29
BOTELHO Joana Maria Ribeiro Pita (2013) Fatores Motivadores na Escolha do
Destino Turiacutestico Uma outra questatildeo Coimbratilde Oliveira do Hospital Escola Superior de
Tecnologia e Gestatildeo de Oliveira do Hospital Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026175881DissertaC3A7C3A3o20J
oana20Botelhopdf
BUHALIS Dimitrios (2000) Marketing the Competitive Destination of the Future
Tourism Management vol 21 nordm 1 pp 97-116 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS0261517799000953via3Dihub
107
BUTLER Richard W (1980) The Concept of a Tourist Area Cycle of Evolution
Implications for management of resources Canadian Geographer vol XXIV no 1 pp5-
12 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueconcept-tourist-area-cycle-
evolution-implications-management-resources
Cacircmara Municipal de Almada (sd) Disponiacutevel em httpwwwm-almadapt
[Consultado a 04062019]
Cacircmara Municipal de Almada (2011) Plano Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e
Desenvolvimento do Turismo para o Concelho de Almada Disponiacutevel em httpwwwm-
almadapt [Consultado a 04062019]
CARDOSO Idiacutelia Spencer (2012) O Uso da Internet como Ferramenta de Comunicaccedilatildeo
na Promoccedilatildeo dos Destinos Turiacutesticos O Caso da Ilha do Maio Praia Universidade de
Cabo Verde ndash Escola de Negoacutecios e Governaccedilatildeo Monografia Disponiacutevel em
httpwwwportaldoconhecimentogovcvbitstream1096126381MONOGRAFspenc
erpdf
COHEN Erik (1979) Rethinking the sociology of tourism Annals of Tourism Research
vol 6 nordm 1 pp 18- 35 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleab
spii0160738379900926via3Dihub
COLTMAN Michael M (1989) Tourism Marketing Nova Iorque Van Nostrand
Reinhold
COSTA Carlos e ALBUQUERQUE Helena (2017) ldquoUm Novo Modelo Conceptual
para o Turismo Urbanordquo Em Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e
Desenvolvimento Turiacutestico Lisboa Lidel p409-422
CROTTS John C e PAN Bing (2007) Destination appraisals Annals of Tourism
Research Vol 34 No 2 pp 541ndash544 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738306001630
CUNHA Liciacutenio e ABRANTES Antoacutenio (2013) Introduccedilatildeo ao Turismo Lisboa Lidel
CUNHA Liciacutenio (2011) Autenticidade e Inovaccedilatildeo factores de renovaccedilatildeo dos destinos
turiacutesticos maduros Cogitur Journal of Tourism Studies nordm 4 pp 9-28 Disponiacutevel em
httprecilgrupolusofonapthandle104371890
CUNHA Liciacutenio (2013) Economia e Poliacutetica do Turismo Lisboa Lidel
108
ENGEL J BLACKWELL R D e MINIARD P W (1995) Consumer Behaviour Fort
Worth Dryden Press
FERRO Carlos (2018) ldquoA 15 minutos de Lisboa e sem hoteacuteis para turistasrdquo Diaacuterio de
Notiacutecias 25 de marccedilo Disponiacutevel em httpswwwdnpt [Consultado a 04062019]
COSTA Ana Rita de Deus Rocha Alves Peres da (2015) Tourist Destination Loyalty a
multidimensional perspective Algarve Universidade do Algarve ndash Faculdade de
Economia Tese de Doutoramento Disponiacutevel em httpssapientiaualgpthandle10400
17865
FIGUEIREDO Sara Vieira (2015) Potencialidades da Aposta no Turismo Criativo para
a Dinamizaccedilatildeo Social e Econoacutemica da Margem Cacilhas-Arialva Estoril Escola
Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026194211201504019_pdf
FLORES LCS e MENDES JC (2014) Perspectivas do destino turiacutestico repensando
o sentido do conceito Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo vol 8 nordm 2 pp 222-
237 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueperspectivas-destino-
turC3ADstico-repensando-o-sentido-conceito-1
FRAMKE Wolfgang (2002) The Destination as a Concept A Discussion of the
Business-related Perspective versus the Socio- cultural Approach in Tourism Theory
Scandinavian Journal of Hospitality and Tourism vol 22 pp 92-108 Disponiacutevel em
httpswwwtandfonlinecomdoiabs10108015022250216287
GAcircNDARA Joseacute Manoel G (2008) A Imagem dos Destinos Turiacutesticos Urbanos
Revista Eletroacutenica de Turismo Cultural pp 1-22 Disponiacutevel em
httpwwwecauspbrturismoculturalaimagempdf
GNOTH Juergen (1997) Tourism Motivation and Expectation Formation Annals of
Tourism Research vol 24 nordm 2 pp 283ndash304 Disponiacutevel em
httpswwwmendeleycomcataloguetourism-motivation-1
GONCcedilALVES Antoacutenio Costa (2002) O recreio e lazer na reabilitaccedilatildeo urbana ndash
Almada Velha Lisboa Gabinete de Estudos e Prospetiva Econoacutemica
109
GREMLER D e BROWN S (1996) ldquoService loyalty its nature importance and
implicationsrdquo Em Edvardsson et al (Eds) Advancing service quality a global
perspective NY ISQA
GUSTAVO Nuno Silva (2012) Modelos e Processos de Gestatildeo em Negoacutecios Turiacutesticos
Tendecircncias num contexto em mudanccedila Revista Turismo amp Desenvolvimento nordm 1718
Disponiacutevel em httpscomumrcaapptbitstream104002625381201201002_pdf
HILL Manuela Magalhatildees e HILL Andrew (1998) A Construccedilatildeo de um Questionaacuterio
Dinacircmia ndash Centro de Estudos sobre a Mudanccedila Socioeconoacutemica documento de trabalho
pp 1-56 Disponiacutevel em httpsrepositorioiscte-iulptbitstream100714694DINAMI
A_WP_1998-11pdf
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica Disponiacutevel em httpswwwinept [Consultado
a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2013) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2012 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=209572834ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2014) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2013 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=223543836ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2015) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2014 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=249079309ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2016) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2015 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=224764823ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
110
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2017) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2016 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=277105510ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE - Instituto Nacional de Estatiacutestica (2018) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2017 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=320468753ampxlang=enampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a
04062019]
ISO-AHOLA Seppo E (1982) Toward a Social Posychological Theory of Tourism
Motivation Annals of Tourism Research vol 9 nordm 2 pp 256-262 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspii0160738382900494
JENSEN Oslashystein (2014) ldquoApproaches for the Evaluation of Visitor Experiences at
Tourist Attractionsrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK
CAB International pp 139-153
KOTLER Philip (2000) Marketing Management Millenium Edition USA Prentice-
Hall Inc
KOZAK Metin e ANDREU Luisa (2006) Progress in Tourism Marketing UK
Elsevier
LEIPER Neil (1979) The Framework of Tourism - Towards a Definition of Tourism
Tourist and the Tourist Industry Annals of Tourism Research vol 6 nordm 4 pp 390-407
Disponiacutevel em httpwwwsciencedirectcomsciencearticlepii0160738379900033
LYNCH Mary-Frances et al (2011) The demand for Mirsquokmaw cultural tourism Tourist
perspectives Tourism Management vol 32 pp 977-986 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0261517710001676
MARUJO Maria Noeacutemi (2008a) Turismo e Comunicaccedilatildeo Castelo Branco RVJ-
Editores
MARUJO Maria Noeacutemi (2008b) A Internet como Novo Meio de Comunicaccedilatildeo para os
Destinos Turiacutesticos O caso da Ilha da Madeira Turismo em Anaacutelise vol 19 nordm1 pp25-
42 Disponiacutevel em httpswwwrevistasuspbrrtaarticledownload14140159580
111
MIRANDA Claudio de Souza (2010) A Internet como ferramenta de comunicaccedilatildeo no
Turismo um estudo exploratoacuterio da utilizaccedilatildeo de e-mails pelo trading em Ribeiratildeo Preto
e seus impactos no Turismo local Disponiacutevel em httpsistemasemeadcombr8semea
dresultadotrabalhosPDF159pdf
NAIDOO P et al (2011) An assessment of visitor satisfaction with nature-based
tourism attraction International Journal of Management and Marketing Research vol 4
nordm1 pp 87-98 Disponiacutevel em httpspdfssemanticscholarorgc748dec80e536503a61b
041a2591ef969b3fff5apdf
OMT ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (2019) UNWTO Tourism Definitions [online]
UNWTO Madrid Disponiacutevel em httpswwwe unwtoorgdoibook10181119789284
420858 [Consultado a 11122019]
PESTANA Maria Helena et al (2018) Motivations emotions and satisfaction The keys
to a tourism destination choice Journal of Destination Marketing amp Management pp 1-
9 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS2212571X1830120
3via3Dihub
PERES Rita e RITA Paulo (2017) ldquoMarketing e Comunicaccedilatildeo dos Destinosrdquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p173-181
PIKE Steven e PAGE Stephen (2014) Destination Marketing Organizations and
destination marketing A narrative analysis of the literature Tourism Management vol
41 pp 202-227 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS026
1517713001714via3Dihub
PIZAM Abraham e MANSFELD Yoel (1999) Consumer Behavior in Travel and
Tourism NY The Haworth Hospitality Press
PREBENSEN Nina K CHEN Joseph S e UYSAL Muzaffer (2014) Creating
Experience Value in Tourism UK CAB International
QUIVY Raymond e CAMPENHOUDT Luc Van (2005) Manual de Investigaccedilatildeo em
Ciecircncias Sociais Lisboa Gradiva
RNT ndash Registo Nacional do Turismo (2002) Disponiacutevel em httpsrntturismodeportug
alpt [Consultado a 02102019]
112
SARANIEMI Saila e KYLAumlNEN Mika (2011) Problematizing the concept of tourism
destination An Analysis of Different Theoretical Approaches Journal of Travel
Research vol 50 no 2 pp133- 143 Disponiacutevel em httpsjournalssagepubcomdoia
bs1011770047287510362775
SCOacuteTOLO Denise e NETTO Alexandre P (2015) Contribuiccedilotildees do Turismo para o
Desenvolvimento Local Cultur ndash Revista de Cultura e Turismo vol 9 no1 pp 37-59
Disponiacutevel em httpperiodicosuescbrindexphpculturarticleview554
SEATON A V (1996) ldquoDestination Marketingrdquo Em A V Seaton e M M Bennet
(eds) Marketing Tourism Products Reino Unido Thomson Business Press
SWARBROOKE John e HORNER Susan (2007) Consumer Behaviour in Tourism
UK Elsevier Ltd
UNWTO ndash United Nations World Tourism Organization (2007) A Practical Guide to
Tourism Destination Management Spain World Tourism Organization
URIELY Natan (2005) The Tourist Experience - Conceptual Developments Annals of
Tourism Research vol 32 nordm 1 pp 199-216 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirect
comsciencearticleabspiiS0160738304001264via3Dihub
VARGAS-SAacuteNCHEZ Alfonso (2017) ldquoTerritoacuterios de Inovaccedilatildeo e Turismordquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p481-491
WEARING Stephen L e FOLEY Carmel (2017) Understanding the tourist experience
of cities Annals of Tourism Research Vol 65 pp 97-107 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738317300695
WICHELS Susana (2013) A Experiecircncia Sensorial na Comunicaccedilatildeo Turiacutestica Biblos ndash
Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra V XI pp 475-494
Disponiacutevel em httpsdigitalis-dspucptjspuihandle10316235518
WOODSIDE AG e LYSONSKI S (1989) A general model of travel destination
choice Journal of Travel Research Vol 27 No4 pp8-14 Disponiacutevel em
httpsjournalssagepubcomdoi101177004728758902700402
113
YOUSAF A et al (2018) Touristrsquos Motivations to Travel A Theoretical Perspective
on The Existing Literature Tourism and Hospitality Management V 24 no 1 pp 197ndash
211 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcataloguetourists-motivations-totravel-
theoretical-perspective-existing-literture
114
Apecircndice I ndash Graacuteficos
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia)
25 12
3534
43
21
23
30
11
1528
18
5
2
515
29
30
9
7
20
24
18
43
1511
4
2
21
6 1822
7
379 13
12
316
5 1921
141123
29
17
60
11
3
14
8 13
20
22
7
5 22
27
20
21
1020
17
5
6
421
31
15
14
1422
1712
7
6
2720
16
14
14
23 13
10
11
6
2520
13
22
10
22
116
7
7
20
2816
11
11
24
1610
88
13
33 145 4
1430 21
30 17
9 9 9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
115
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas)
13 14 19
22
22
12
21
18
4
1524
8
2
1
518 20
11
9
14 128
9
32
10
5 2
3
5
16
188
5
20
15
11
4
17
6
12
23
44
3
1127
12
48
2
2
1
5
13
37
5
2
13
19
156
6
27
8
4
1
1
12
28
14
9
4
18
15
5
3
12
24
13
3
7
26
14
2
3
6
23
15
6
1211
17
9
2
512
20
12
4
6
9
323
4
4
26
17
1
6
1 12
31
321
6 814
4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
116
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia)
37
20
16
1
15
20
16
1
419
9
4
1
1 12
22
6
4
711
7
8
7
3
8
3
1
1
3
17
14
2
7
2
12 2
1
4
1
10 20
33
4
278
14 3
3
4
4
12
22
2
2
12
13
83
2
15
14
21
1
6
26
74
322
6
2
1 8
20
12
1
3
19
9
2
2
1
19
10
6
2
1
21
8
2
2
2
15 16
3
2
15
9 6
4
3
316
12
4
4
10 20
56
410 9
1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
117
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas)
24 15
37 23
1
3 14
35 24
3
428
229
2
2
20
27
17
4
2
24
1519
22
11
14
34
13
6
20
14 6
19
7
23
15
15
7
17
179
91
17
28 1637
2
8
3 2
11
1
15
12
21
6
2
20
27
14
17
3
20
7
6
6
2
16
3212
8
4
30
17 94
5
20
21 1610
9
22
12 76
11
27
11 913
6
20 66
5
6
10 29189
11
2410
710
8
22 16 859
14 27 15216 16
6 6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
118
Anexo I - Inqueacuterito
Posto de turismo
Data
Caro(a) Senhor(a) este questionaacuterio tem como principal objetivo realizar um estudo para uma dissertaccedilatildeo de
mestrado com o intuito de avaliar a sua visita ao destino Almada Toda a informaccedilatildeo recolhida eacute confidencial
Agradecemos a sua colaboraccedilatildeo
11 Eacute a primeira vez que visita o destino Almada Sim Natildeo
12 Se natildeo eacute a primeira visita quantas viagens fez a Almada nos uacuteltimos dois anos
Quando foi a uacuteltima visita
13 Com quem estaacute a viajar
Sozinho
GrupoExcursatildeo Quantas pessoas
Companheiroa
FamiacuteliaAmigos
14 Eacute residente em Portugal Em que concelho
15 Eacute residente noutro paiacutes Qual
16 Qual a razatildeo da visita a Almada 17 Vai pernoitar em Almada Sim Natildeo
Quantas noites pernoita
18 Estaacute alojado em Almada Sim Natildeo
Em que zona
1) Cacilhas 2) Pragal 3) Almada
Centro 4) Costa da Caparica 5) Trafaria
6) Herdade da Aroeira
19 Qual o tipo de alojamento que elegeu nas diferentes zonas acima referidas
QUESTIONAacuteRIO
1 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
Passear Paisagem
Compras e lojas Lazer Recreio e Feacuterias
Monumentos Ambiente humano
Museus Desporto
Eventos Natildeo seinatildeo respondo
ProfissionalNegoacutecios Outros Quais
Religiatildeo
Praia
Gastronomia
Familiares e amigos
1) 2) 3) 4) 5) 6) Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de campismo
ResortAldeamento Turiacutestico
Pousada da juventude
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros Quais
119
110 Por que regime optou 111 Qual o meio de transporte que utilizou para chegar a
Almada
Viatura Proacutepria hellip Autocaravana
Viatura Alugada Barco
Autocarro Turiacutestico Tuck-tuck
Autocarro Puacuteblico BicicletaTrotineteSegway
Comboio A peacute
2 Fontes de Informaccedilatildeo do destino de Almada 21 Como valoriza as seguintes fontes de informaccedilatildeo que o levaram a visitar o destino Almada Para cada opccedilatildeo assinale com (x) o nuacutemero que corresponde ao seu grau de importacircncia sendo que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5) Extremamente importante
22 Quando eacute que usou estas fontes de informaccedilatildeo 23 Quanto tempo demorou a decidir visitar Almada
24 Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica de Almada tendo em conta a seguinte escala (1) Muito insuficiente (2) Insuficiente (3) Suficiente (4) Bom (5) Muito bom (NSNR) Natildeo seinatildeo respondo
31 Inicialmente as suas expectativas relativamente 32 Almada eacute o uacutenico destino que vai visitar Sim Natildeo
a Almada eram Se natildeo qual(ais)
33 Quais as atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
1) 2) 3) 4) 5) 6)
Soacute dormida
Dormida e pequeno almoccedilo
Meia pensatildeo
Pensatildeo completa
Tudo incluiacutedo
NSNR
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos
Escolha ocasional
Revista ou jornal Qual
Redes sociais Qual
Brochuras e guias turiacutesticos Qual
FeirasExposiccedilotildees de turismo Qual
Site da cacircmara municipal de Almada
Postos de informaccedilatildeo turiacutestica Qual
Agecircncias de viagem Qual
Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo Qual
Outros Qual
(1) Natildeo usei
(2) Antes da viagem
(3) Durante a viagem
(1) Natildeo foi planeado
(2) Quando cheguei ao destino
(3) Antes de chegar ao destino
(1) Muito Insuficiente
(2) Insuficiente
(3) Suficiente
(4) Bom
(5) Muito Bom
NSNR
3 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
(1) Muito Baixas (2) Baixas (3) Sem expectativas (4) Moderadas (5) Elevadas
120
34 Indique com um (x) quais dos seguintes atributos considera mais importantes na escolha deste destino numa
escala em que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5)
Extremamente Importante
35 Indique com um (x) qual o seu grau de satisfaccedilatildeo para cada um dos seguintes aspetos relativos ao destino numa
escala em que (1) Muito Insatisfeito (2) Insatisfeito (3) Satisfeito (4) Muito Satisfeito (5) Extremamente Satisfeito
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio local
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
121
36 Segundo as suas expectativas qual o seu grau de 37 O que mais gostou durante a visita (3 aspetos)
satisfaccedilatildeo global relativamente ao destino Almada
38 O que menos gostou durante a visita (3 aspetos)
39 Depois da sua visita a Almada tenciona
4 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
51 Idade 52 Geacutenero 54 Estado Civil
53 Nacionalidade
55 Habilitaccedilotildees Literaacuterias 56 Situaccedilatildeo Profissional
(assinale com um (x) a habilitaccedilatildeo mais elevada)
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado Outro
57 Qual o valor meacutedio que gasta por dia e por pessoa 58 Qual o rendimento familiar mensal
nesta visita a Almada (excluindo o alojamento)
Muito Insatisfeito Insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito Extremamente Satisfeito Natildeo SeiNatildeo Respondo
Natildeo Natildeo Sei Eacute Provaacutevel De Certeza
Voltar
Recomendar
Voltar mesmo que o preccedilo aumente
Feminino Masculino
18-24 anos 25-34 35-44 45-54 55-64 Mais do que 64 anos NSNR
Solteiroa CasadoUniatildeo de facto DivorciadoViuacutevo Nordm de elementos do agregado familiar
Empregado Desempregado Natildeo ativo Estudante Reformado Outro Qual
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro + de 2501euro
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro 401-500euro Mais de 500euro Outro valor
Obrigada pela colaboraccedilatildeo e atenccedilatildeo dispensada
IV
Iacutendice Geral
Agradecimentos ______________________________________________________ III
Iacutendice Geral _________________________________________________________ IV
Iacutendice de Figuras _____________________________________________________ VI
Iacutendice de Tabelas ____________________________________________________ VIII
Resumo _____________________________________________________________ IX
Abstract ______________________________________________________________ X
Lista de siglas e abreviaturas ____________________________________________ XI
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo __________________________________________________ 1
11 Contexto e enquadramento ao tema ___________________________________ 1
12 Pertinecircncia do estudo ______________________________________________ 2
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo _____________________________ 3
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos __________________________________________ 4
21 O turismo enquanto sistema _________________________________________ 4
22 Conceito de Destino Turiacutestico _______________________________________ 6
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos _______________________ 11
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista ________________________________ 13
31 Motivaccedilotildees do Turista ____________________________________________ 13
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino_____________________________ 19
33 Perfil do turista __________________________________________________ 21
34 Experiecircncia turiacutestica _____________________________________________ 23
35 Satisfaccedilatildeo do turista ______________________________________________ 27
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos _________________________ 30
41 Conceito de marketing em destinos __________________________________ 30
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos ___________ 33
43 Comportamento do Consumidor ____________________________________ 35
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos __ 38
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos _______________________ 40
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada _____________________________ 44
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio ________________________________________ 44
52 Oferta turiacutestica em Almada ________________________________________ 47
V
53 Procura turiacutestica em Almada _______________________________________ 51
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica ________________ 57
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino ______ 59
Capiacutetulo VI ndash Metodologia ______________________________________________ 62
61 Modelo da investigaccedilatildeo ___________________________________________ 62
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo ________ 63
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio ____________________ 64
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos ______________________ 67
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas __________________________________ 67
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada __________________ 74
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada ___________________________ 84
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo _______________________________ 89
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais ______________________________________ 99
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica ________________________________ 99
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica ___________ 100
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo _______________________________________ 104
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros__________________________________ 105
Referecircncias Bibliograacuteficas _____________________________________________ 106
Apecircndice I ndash Graacuteficos _________________________________________________ 114
Anexo I - Inqueacuterito ___________________________________________________ 118
VI
Iacutendice de Figuras
Figura 1 - O sistema turiacutestico 6
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas 17
Figura 3 - Modelo de Howard e Sheth 36
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall 37
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor 37
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada 44
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada 51
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de
Almada 52
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada 53
Figura 10 - Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas 54
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica 54
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses
56
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada 62
Figura 14 - Idade visitantes do dia 67
Figura 15 - Idade turistas 68
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia 68
Figura 17 - Geacutenero turistas 69
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia 69
Figura 19 - Estado civil turistas 69
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia 70
Figura 21 - Nacionalidades turistas 70
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia 71
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas 71
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia) 72
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas) 72
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia) 73
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas) 73
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia) 74
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas) 74
Figura 30 - Primeira vez em Almada 75
VII
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia) 77
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas) 77
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia) 78
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas) 78
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia) 79
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas) 80
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada 81
Figura 40 - Em que zona ficou alojado 81
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido 82
Figura 42 - Tipo de regime 82
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia) 83
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas) 83
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 84
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas) 85
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 87
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas) 87
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia) 88
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas) 88
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia) 89
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas) 89
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia) 90
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas) 90
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia) 91
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas) 91
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia) 95
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas) 95
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia) 97
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas) 98
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia) 114
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas) 115
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia) 116
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas) 117
Iacutendice de Tabelas
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada 47
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada 49
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 52
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 54
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia 55
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
55
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos 75
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada 76
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada 91
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada 92
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita 96
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita 96
IX
Resumo
O desenvolvimento de um destino turiacutestico estaacute associado a diversos fatores que
englobam diferentes stakeholders como os consumidores a comunidade local o
EstadoGoverno e as empresas sendo que muitas vezes os interesses de uns conflituam
com os interesses de outros dificultando desta forma a gestatildeo do destino Como tal esta
gestatildeo deve ser estruturada numa oacutetica de rede na medida em que devem ser
desenvolvidos mecanismos de cooperaccedilatildeo e de cocriaccedilatildeo entre as diferentes partes
interessadas Eacute neste sentido que o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos deve
ter em consideraccedilatildeo estes mesmos interesses de forma a estimular a oferta e a procura e
ao mesmo tempo influenciar a decisatildeo dos turistasvisitantes
Contudo cabe ao turista decidir o que quer visitar quando e como e desta forma
eacute essencial o conhecimento das suas motivaccedilotildees e tambeacutem dos diferentes perfis de turistas
existentes para que a oferta seja ajustada a essas distintas caracteriacutesticas Para tal eacute
imprescindiacutevel a geraccedilatildeo de expectativas que podem ser criadas pelo destino atraveacutes de
diversos meios de comunicaccedilatildeo que transmitam informaccedilatildeo de qualidade acerca da oferta
do mesmo com o intuito de atrair visitantes captar a sua atenccedilatildeo e fidelizaacute-los para que
regressem e recomendem
Neste sentido a investigaccedilatildeo empiacuterica representa uma importante ferramenta no
desenvolvimento dos destinos turiacutesticos jaacute que permite recolher dados relevantes sobre
o puacuteblico alvo que se pretende atingir No caso da presente dissertaccedilatildeo sendo o principal
objetivo traccedilar o perfil do turista e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada destacam-se
como algumas conclusotildees o facto da maioria dos visitantes de Almada serem
excursionistas e natildeo turistas pois a grande maioria apenas visita o destino por algumas
horas assim como o facto de que ao niacutevel da promoccedilatildeo turiacutestica do destino esta natildeo
demonstrou ter uma papel relevante na influecircncia da escolha do destino destacando-se a
necessidade de implementar novas ferramentas de promoccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo
no destino turiacutestico em questatildeo
Palavras-chave turismo destinos turiacutesticos perfil do turista motivaccedilotildees comunicaccedilatildeo
promoccedilatildeo turiacutestica Almada
X
Abstract
The development of a tourist destination is associated with countless factors that
encompass different stakeholders such as consumers local community the state
government and companies where often the interests of some conflict with the interests
of others therefore hampering the management of the destination As such this
management should be structured from a network perspective as co-operation and co-
creation mechanisms between different stakeholders should be established It is in this
sense that the development of tourism products and services must take these same
interests into account in order to stimulate supply and demand while influencing the
decision of touristsvisitors
However it is up to the tourist to decide what they want to visit when and how
and so it is essential to know their motivations and the different existing profiles of
tourists so that the offer can be adjusted to these different characteristics To this end it
is essential to generate expectations which can be created by the destination through
several communication channels that convey quality information about its supply in
order to attract visitors capture their attention and increase their loyalty for them to return
and recommend
Consequently empirical research represents an important tool in the development
of tourist destinations as it allows relevant data collection about the intended target
market In the case of this dissertation being the main objective to identify the profile of
the tourist of Almada as well as analyze the tourism promotion of the destination some
conclusions include the fact that most of Almadas visitors are excursionists and not
tourists as the vast majority only visit the destination for a few hours as well as the fact
that the tourist promotion of the destination has not demonstrated a relevant role in
influencing the choice of destination highlighting the need to implement new tools for
promotion and dissemination of information in destination under discussion
Keywords tourism tourist destinations tourist profile motivations communication
tourism promotion Almada
XI
Lista de siglas e abreviaturas
AML Aacuterea Metropolitana de Lisboa
BTL Bolsa de Turismo de Lisboa
CMA Cacircmara Municipal de Almada
DMO Destination Management Organization
INE Instituto Nacional de Estatiacutestica
ISSU Digital Publishing Platform for Magazines Catalogs and Publications
OMT Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo
PDM Plano Diretor Municipal
RNT Registo Nacional de Turismo
UNWTO World Tourism Organization
1
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 Contexto e enquadramento ao tema
A atualidade eacute caracterizada por profundas alteraccedilotildees que foram ocorrendo ao longo
dos uacuteltimos anos a niacutevel econoacutemico cultural social poliacutetico e ambiental Estas
alteraccedilotildees ocorreram por diversos motivos como crises econoacutemicas alteraccedilotildees
demograacuteficas o processo de globalizaccedilatildeo os desenvolvimentos tecnoloacutegicos entre
outros tornando o mundo atual cada vez mais global com sociedades cada vez mais
fragmentadas (Gustavo 2012) Esta fragmentaccedilatildeo ldquoleva a que a sociedade se divida numa
grande variedade de grupos de pessoas com caracteriacutesticas demograacuteficas sociais
econoacutemicas e culturais diferentes que originam novos segmentos da procura turiacutesticardquo
(Cunha 2011 10) Todos estes fatores contribuem para a aceleraccedilatildeo das transformaccedilotildees
e do proacuteprio ciclo de vida das sociedades modernas o que obriga ldquoa mudanccedilas na procura
e (hellip) agrave alteraccedilatildeo dos destinos e das actividades que neles se desenvolvemrdquo (Id Ibid 10)
Nos uacuteltimos anos tem-se assistido a um grande desenvolvimento turiacutestico sendo que
o turismo se transformou numa das principais fontes de rendimento do Governo Um dos
principais desafios que este enorme desenvolvimento turiacutestico provocou foi o aumento da
oferta turiacutestica que por sua vez conduziu ao grande aumento da competitividade entre os
destinos originando algumas dificuldades na sua gestatildeo Este aumento da oferta estaacute
tambeacutem notoriamente relacionado com o aumento da procura sendo que satildeo vaacuterios os
fatores que cada vez mais incentivam as pessoas a viajar e a deslocarem-se para novos
destinos fazendo com que a procura turiacutestica tenha tomado uma escala global deixando
de estar centralizada nos destinos mais industrializados e desenvolvidos (Gustavo 2012)
Esta procura eacute cada vez mais constituiacuteda por consumidores com caracteriacutesticas
socioculturais muito diversas que deram origem a novos estilos de vida muito diferentes
dos padrotildees que se observavam nas deacutecadas de 50 e 60 ldquocaracterizados pelo consumismo
(hellip) que deu origem agraves feacuterias massificadas com base no laquosol e marraquordquo (Cunha e Abrantes
2013157) Assim os consumidores atuais satildeo cada vez mais exigentes e independentes
com um maior grau de conhecimento sobre os factos
2
A realidade eacute que a velocidade do ciclo de vida tem aumentado cada vez mais
diminuindo o tempo de vida dos produtos tornando-se imprescindiacutevel estar em constante
inovaccedilatildeo uma vez que a mesma ldquodesempenha o papel de motor do desenvolvimento e eacute
dos mais poderosos meios de melhorar a competitividade dos destinos turiacutesticos [sendo]
um factor criacutetico para ultrapassar as situaccedilotildees que levam agrave maturidade ou estagnaccedilatildeordquo
(Cunha 2011 25) Desta forma cada vez mais o turista contemporacircneo procura
experiecircncias turiacutesticas diferenciadoras e autecircnticas o que faz com que os destinos de
forma a natildeo perderem a sua capacidade de atraccedilatildeo invistam cada vez mais na inovaccedilatildeo
para que se consigam ldquoreestruturar criar uma nova identidade e alterar a sua imagemrdquo
mantendo-se competitivos (Cunha 2011 12)
Esta noccedilatildeo de inovaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia hoje em dia pois se o liacuteder de
mercado natildeo se inovar vai acabar por se autodestruir uma vez que vai deixar de conseguir
acompanhar a procura e de combater a concorrecircncia Se existir uma contiacutenua estagnaccedilatildeo
num determinado produto e natildeo se estimular uma evoluccedilatildeo das ofertas o destino vai
certamente entrar em decliacutenio e perder competitividade deixando de ser apelativo Eacute
neste acircmbito que surge um novo paradigma do turismo muito mais dinacircmico e mais
focado no consumidor que cada vez mais exige ldquoser parte integrante no processo de
construccedilatildeo do produto e no caso do destino turiacutestico da experiecircncia turiacutesticardquo (Flores e
Mendes 2014 234) Desta forma os gestores de destinos devem operar seguindo uma
visatildeo do destino ldquocomo um sistema integrado flexiacutevel e adaptado agraves demandasrdquo
privilegiando as motivaccedilotildees e expectativas do consumidor de forma a compreender os
diversos perfis de turistas que existem atualmente para que seja possiacutevel criar
experiecircncias turiacutesticas de excelecircncia (Flores e Mendes 2014 234)
12 Pertinecircncia do estudo
Esta dissertaccedilatildeo pretende contribuir para a definiccedilatildeo do perfil do turista que visita
Almada tendo por base as teorias associadas agraves motivaccedilotildees expectativas
comportamento e satisfaccedilatildeo assim como proceder a uma anaacutelise da promoccedilatildeo turiacutestica
deste destino atraveacutes da examinaccedilatildeo dos diferentes canais de comunicaccedilatildeo existentes
Uma vez que o ramo de especializaccedilatildeo deste mestrado eacute a gestatildeo de destinos turiacutesticos
considerou-se pertinente compreender e definir o que satildeo destinos turiacutesticos tendo em
conta a oferta turiacutestica a procura e a experiecircncia turiacutestica assim como definir o conceito
de comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica uma vez que estas ldquo[estabelecem] a ligaccedilatildeo entre a
oferta e a procura entre os turistas e os anfitriotildeesrdquo (Marujo 2008 29)
3
Tambeacutem seratildeo abordados alguns conceitos de marketing turiacutestico em destinos de
forma a compreender que este deve ser visto como um sistema dinacircmico onde se devem
estabelecer inter-relaccedilotildees entre os diferentes stakeholders ldquode forma a conciliar os
objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica natildeo sendo apenas uma estrateacutegia
de atraccedilatildeo de visitantesturistasrdquo (Peres e Rita 2017174) A escolha deste tema para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo teve que ver sobretudo com o facto de natildeo existir nenhum
estudo cientiacutefico em concreto sobre o perfil do turistavisitante de Almada Assim como
compreender como eacute que os turistasvisitantes obtiveram conhecimento deste destino
como chegaram ateacute ele e ateacute que ponto a promoccedilatildeo turiacutestica do destino teve impacto ou
influecircncia na escolha dos turistasvisitantes
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo
O objetivo geral desta dissertaccedilatildeo eacute caracterizar o turistavisitante que visita
Almada assim como determinar as motivaccedilotildees para a viagem Por outro lado pretende-
se estudar outras variaacuteveis do comportamento do consumidor tais como conhecer o
impacto da promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos atraveacutes do conhecimento de quais os meios
de comunicaccedilatildeo que tiveram um maior impacto ou natildeo na escolha da visita sendo que se
pretende que o resultado desta investigaccedilatildeo possa ser um contributo para o
desenvolvimento do destino turiacutestico em questatildeo Formam tambeacutem parte dos objetivos
compreender a aacuterea turiacutestica da cidade de Almada atraveacutes de uma anaacutelise da oferta e da
procura identificar os diferentes canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e analisar
se a estrateacutegia de promoccedilatildeo bem como os principais canais de comunicaccedilatildeo vatildeo ao
encontro da oferta e da procura turiacutestica do destino
Uma vez que este estudo pode servir como base para futuras investigaccedilotildees e
desenvolvimentos a niacutevel turiacutestico em Almada pretende-se perceber e dar a conhecer qual
ou quais os mercados alvo a explorar para facilitar a definiccedilatildeo de produtos turiacutesticos para
segmentos alvo especiacuteficos deste destino O estudo do perfil dos turistas eacute essencial para
o desenvolvimento de um destino turiacutestico na medida em que permite ldquocompreender se
as caracteriacutesticas de um destino satisfazem ou natildeo as necessidades dos visitantesrdquo e
tambeacutem porque eacute fundamental para a segmentaccedilatildeo do mercado conhecer as motivaccedilotildees
dos visitantes para que seja possiacutevel proporcionar uma oferta com produtos especiacuteficos
que sejam capazes de satisfazer as necessidades e desejos dos mesmos (Cunha 2013 95)
4
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos
21 O turismo enquanto sistema
De modo a compreender melhor o que satildeo destinos turiacutesticos e como se
desenvolvem eacute essencial fazer um breve enquadramento ao turismo enquanto sistema jaacute
que os destinos formam parte deste mesmo sistema e sem esta perceccedilatildeo a sua gestatildeo
dificulta-se Atualmente uma das perspetivas que mais autores defendem no turismo eacute a
abordagem holiacutestica uma vez que esta defende que o turismo apresenta diversas
vertentes mas o seu foco principal satildeo sempre os turistas existindo uma relaccedilatildeo de
multidisciplinaridade entre o turismo e outras aacutereas diferentes mas que se relacionam e
completam Seguindo esta loacutegica surge uma nova definiccedilatildeo de sistema que possibilita a
criaccedilatildeo de um ponto de referecircncia comum agraves diferentes vertentes e perspetivas do turismo
tendo como base os seguintes elementos os turistas os elementos geograacuteficos a
componente industrial e a interaccedilotildees com ambientes mais amplos (Leiper 1979) Atraveacutes
da definiccedilatildeo de turista e da distinccedilatildeo entre o mesmo e visitante do dia assim como a
anaacutelise do seu comportamento que geralmente segue um padratildeo eacute possiacutevel determinar
em seguida os elementos geograacuteficos
Para tal Leiper (1979) baseou-se na definiccedilatildeo de ambiente turiacutestico de Gunn
(1972) tendo estabelecido trecircs dimensotildees espaciais do sistema turiacutestico as regiotildees
geradoras de turistas onde os turistas residem permanentemente e onde as viagens tecircm
iniacutecio tratando-se do mercado gerador para o turismo pois satildeo regiotildees que estimulam
viagens as regiotildees de destinos turiacutesticos locais que atraem os turistas de modo a
permanecerem temporariamente nos mesmos pois possuem atraccedilotildees que as regiotildees
geradoras natildeo possuem e desta forma o turista passa a querer experienciaacute-las
pessoalmente e por fim as regiotildees de tracircnsito tratando-se de zonas intermeacutedias onde natildeo
soacute se unem as duas regiotildees previamente referidas mas tambeacutem onde ocorre a viagem do
turista permitindo-lhe conhecer zonas de passagem desconhecidas sendo essenciais pois
permitem ldquoinfluenciar a qualidade do acesso a determinados destinos e
consequentemente influenciar o tamanho e a direccedilatildeo dos fluxos turiacutesticosrdquo (Leiper
1979 397)
5
Outro aspeto relevante a ter em atenccedilatildeo no sistema turiacutestico eacute a definiccedilatildeo e
delimitaccedilatildeo dos recursos existentes Segundo Leiper (1979) existem dois fatores que
interagem no processo sendo eles os turistas que procuram experiecircncias serviccedilos e
infraestruturas que satisfaccedilam as suas necessidades e os diversos recursos dos destinos
que servem os turistas e os mesmos propoacutesitos anteriormente referidos
Estes recursos podem ser agrupados em cinco categorias diferentes lazer como
o principal motivo que leva as pessoas a viajar inputs organizacionais e de planeamento
efetuados natildeo soacute por empresas mas tambeacutem pelos proacuteprios turistas que contribuem em
grande parte para a interaccedilatildeo social e para as caracteriacutesticas culturais da experiecircncia
turiacutestica recursos naturais e gratuitos inerentes ao destino que no seu conjunto
contribuem para a criaccedilatildeo da atmosfera do destino induacutestrias incidentais que servem
essencialmente a populaccedilatildeo local e os visitantes do dia mas que acabam tambeacutem por
servir os turistas de forma episoacutedica e por uacuteltimo a proacutepria induacutestria turiacutestica que
funciona quase como um elemento agrave parte de todo o sistema mas que se manteacutem
relacionada com todas as partes do sistema turiacutestico (Leiper 1979 399-400)
Desta forma ldquoa induacutestria turiacutestica consiste em todas as empresas organizaccedilotildees e
equipamentos que se destinam a responder agraves necessidades e desejos especiacuteficos dos
turistasrdquo (Leiper 1979 400) sendo que ela proacutepria se divide em seis setores interligados
numa cadeia que se estende a todas as regiotildees do sistema turiacutestico especiacuteficos para cada
tipo de serviccedilo fornecido aos turistas como o marketing as companhias de transporte
turiacutestico o alojamento as atraccedilotildees turiacutesticas os serviccedilos e a regulamentaccedilatildeo (Leiper
1979)
Atraveacutes deste modelo Leiper (1979) cria uma nova definiccedilatildeo de turismo que pode
ser observada atraveacutes da figura 1 apresentando-o como um sistema com cinco elementos
sendo eles os turistas as regiotildees geradoras de turistas as regiotildees de destinos turiacutesticos
as regiotildees de tracircnsito e a induacutestria turiacutestica Todos estes elementos funcionam como um
sistema aberto no qual se interrelacionam natildeo soacute no espaccedilo e no tempo mas tambeacutem com
o ambiente externo que inclui as dimensotildees fiacutesicas culturais sociais econoacutemicas
poliacuteticas e tecnoloacutegicas
6
Figura 1 - O sistema turiacutestico (Leiper 1979)
22 Conceito de Destino Turiacutestico
Na definiccedilatildeo do conceito de destinos turiacutesticos existem diversas abordagens que
elucidam de forma diferente aquilo que eacute um destino turiacutestico gerando por vezes algumas
incoerecircncias uma vez que se focam somente num determinado aspeto como por exemplo
definir o destino somente enquanto uma ferramenta de marketing ou como uma unidade
geograacutefica desprezando os restantes elementos que tambeacutem formam parte de um destino
(Framke 2014) A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) define destino turiacutestico
como sendo um local fiacutesico com ou sem limites administrativos no qual o visitante pode
passar a noite Eacute um conjunto de produtos e serviccedilos assim como atividades e
experiecircncias que se desenvolvem ao longo da cadeia de valor do turismo e formam a
unidade baacutesica de anaacutelise em turismo incorporando vaacuterias partes interessadas que podem
conectar-se de forma a criar destinos mais abrangentes A sua imagem e identidade
tornam-no intangiacutevel e satildeo estas duas caracteriacutesticas que influenciam a sua posiccedilatildeo e
competitividade no mercado (OMT 2019)
Apoacutes compreender-se que o destino eacute parte integrante do sistema turiacutestico para
Saraniemi e Kylaumlnen (2011) o destino turiacutestico deve ser observado como a principal
unidade de anaacutelise em turismo uma vez que todas as atividades e atraccedilotildees turiacutesticas onde
estatildeo incluiacutedos a produccedilatildeo e o consumo ocorrem num determinado destino e neste
sentido eacute a anaacutelise do destino turiacutestico que se vai refletir ldquona compreensatildeo da maioria dos
fenoacutemenos do turismordquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 133)
7
Um destino turiacutestico eacute portanto um espaccedilo onde diferentes stakeholders
interagem contribuindo para a cocriaccedilatildeo de experiecircncias entre o consumidor e o produtor
sendo que ldquoo somatoacuterio dos interesses atividades instalaccedilotildees infraestruturas e atraccedilotildees
cria a identidade de um lugar [ou seja] o destino eacute a identidade turiacutestica de um lugarrdquo
(Framke 2002 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) Sendo que existem vaacuterias
perspetivas e abordagens no que diz respeito agrave definiccedilatildeo do que eacute um destino turiacutestico
dentro das convencionais existe a perspetiva geograacutefica onde os destinos satildeo geralmente
abordados seguindo o modelo dos elementos sugerido por Medlik e Middleton (1973)
(citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) sendo eles as atraccedilotildees as infraestruturas
as acessibilidades as imagens e o preccedilo
Nesta abordagem ldquoos destinos satildeo lugares para os quais as pessoas viajam e onde
escolhem ficar por algum tempo para experimentar certas atraccedilotildeesrdquo (Leiper 1995 citado
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 135) desta forma os turistas viajam para fora dos seus
locais habituais estimulados pelos seus motivos e necessidades em busca de destinos
com recursos atraccedilotildees e serviccedilos diferentes daqueles que encontram no seu destino de
origem Jaacute numa perspetiva de gestatildeo marketing de destinos autores como Kotler
Bowen e Makens 1999 Kotler Haider e Rein 1993 (citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) defendem que o produto turiacutestico eacute composto por diversos elementos dispostos por
diferentes camadas o que significa que as infraestruturas e serviccedilos de que o destino
dispotildee satildeo criados a pensar no turista de forma a ir ao encontro daquilo que satildeo as suas
necessidades (Cooper et al 2005 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Dentro desta perspetiva de marketing existem diversos modelos como eacute exemplo
o modelo do produto turiacutestico total (Middleton 1994 Middleton e Clarke 200 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011) no qual o produto eacute composto por elementos tangiacuteveis e
intangiacuteveis tendo por base as diferentes atividades que se podem realizar no destino
tornando a experiecircncia turiacutestica acessiacutevel para o turista a um determinado preccedilo Contudo
esta experiecircncia eacute vivida pelo consumidor de forma subjetiva dependendo de diversos
fatores como o itineraacuterio escolhido experiecircncias anteriores o contexto cultural etc
(Buhalis 2000 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
8
Outro modelo eacute o do produto turiacutestico geneacuterico (Smith 1994 citado por Saraniemi
e Kylaumlnen 2011) em que o destino eacute abordado como um produto turiacutestico no seu todo
sendo que todas as suas caracteriacutesticas ou seja os serviccedilos as infraestruturas os
equipamentos etc satildeo capazes de adicionar benefiacutecios e valor acrescido ao destino
Contudo este modelo apresenta algumas falhas na medida em que eacute apenas abordado
segundo o contexto de gestatildeo de destinos descartando a importacircncia da experiecircncia
humana e a complexidade que se estabelece no processo de oferta e procura que natildeo eacute
estaacutevel (Komppula 2005 Garciacutea-Rosell et al 2007 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) Por outro lado a abordagem de Gunn (1988) foca-se na experiecircncia turiacutestica sendo
que para este autor o destino eacute um produto turiacutestico no qual ocorre o consumo de uma
experiecircncia que resulta na utilizaccedilatildeo de um conjunto de diferentes serviccedilos pelo
turistavisitante durante a visita (Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Assim como Gunn (1988) outros autores como eacute o caso de Ritchie e Crouch
(2000) tambeacutem focam as suas abordagens referentes a destinos turiacutesticos na experiecircncia
sendo que consideram que o verdadeiro produto eacute a experiecircncia turiacutestica em si
abordagem que pode desvalorizar as relaccedilotildees socioculturais e todo o processo que as
mesmas implicam (Saraniemi e Kylaumlnen 2011) Em suma esta abordagem orientada para
a gestatildeo de marketing de destinos estaacute muito direcionada para aquilo que eacute a gestatildeo dos
recursos do destino (naturais ou criados pelo homem) baseada somente na relaccedilatildeo entre
o gestor do destino e as diferentes empresas que atuam como distribuidores
intermediaacuterios e atraveacutes das organizaccedilotildees puacuteblicas Este modelo menospreza a
importacircncia do consumidor (neste caso os turistasvisitantes) no momento do
planeamento passando o papel do mesmo a ser apenas ldquoentrar e sair da aacuterea com ou sem
os benefiacutecios pretendidosrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 136)
Numa perspetiva orientada para o consumidor o valor do mesmo eacute colocado no
centro do produto turiacutestico sendo o maior objetivo deste modelo comercializar o destino
de forma a atingir clientes especiacuteficos (Vargo and Lusch 2006 citados por Saraniemi e
Kylaumlnen 2011 136) Deste ponto de vista o turista eacute considerado um elemento passivo
na medida em que apenas interage com o destino quando integra as atividades e accedilotildees
providenciadas pelos prestadores de serviccedilos mas eacute tambeacutem ao mesmo tempo um
participante ativo pois eacute ele quem toma a decisatildeo de visitar determinado destino gasta os
seus recursos econoacutemicos para tal e eacute capaz de tomar decisotildees racionais (Moisander e
Valtonen 2006 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137)
9
Contudo para autores como Firat Dholakia e Venkatesh (1995 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) ldquoo turista surge como um agente autoacutenomo e a niacutevel
comportamental consistente cujas accedilotildees satildeo completamente explicaacuteveis e portanto
previsiacuteveisrdquo Este modelo foca-se assim no consumidor enquanto ator individual que viaja
para um destino conforme as suas necessidades e desejos natildeo conseguindo ldquocaptar a
natureza social dos lugares e a espacialidade da experiecircnciardquo (Rojek e Urry 1997 Urry
1990 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Contudo foram-se desenvolvendo
novas teorias e o conceito de serviccedilos dominantes em turismo surgiu atribuindo o papel
de cocriador ao consumidor (Vargo e Lusch 2008 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011)
Seguindo esta loacutegica uma vez que o consumidor forma parte integrante do
processo de criaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica torna-se mais faacutecil para os gestores de
destinos compreender melhor as relaccedilotildees entre a produccedilatildeo e o consumo de forma a
criarem uma melhor oferta ao consumidor contribuindo ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo
de valor do proacuteprio destino Desta forma autores como Snepenger et al (2004 2007
citados por citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) fundamentam que os lugares
constituem um conjunto de significados capazes de atrair valor e criar expectativas para
a experiecircncia e uma vez que os mesmos lugares satildeo compartilhados por turistas e
residentes locais estes transformam-se num sistema de comunicaccedilatildeo social capaz de
definir a identidade do destino atraveacutes do consumo e das diferentes interaccedilotildees entre os
diferentes sujeitos presentes (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Em oposiccedilatildeo a estas
abordagens convencionais comeccedilaram a surgir perspetivas alternativas como eacute exemplo
a construccedilatildeo sociocultural de um destino
Comeccedilaram a surgir teorias mais amplas no que diz respeito aos destinos
turiacutesticos nas quais as dimensotildees temporais e espaciais dos locais se evidenciaram e onde
a produccedilatildeo o consumo e a proacutepria comunidade local estabelecem inter-relaccedilotildees (Garciacutea-
Rosell et al 2007 Rojek e Urry 1997 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) A
ideia de que os destinos natildeo satildeo sistemas estaacuteveis e fechados comeccedilou a ser desenvolvida
e a compreender-se cada vez mais que se tratam de unidades dinacircmicas que se vatildeo
alterando e transformando no tempo e que se desenvolvem num contexto que combina
diversas dimensotildees como a dimensatildeo histoacuterica social cultural poliacutetica e econoacutemica
(Saarinen 2001 2004 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138)
10
Nesta perspetiva os destinos satildeo definidos como ldquoespaccedilos atraveacutes dos quais o
poder a identidade o significado e o comportamento satildeo construiacutedos negociados e
renegociados de acordo com a dinacircmica socioculturalrdquo (Pritchard e Morgan 2001 citados
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) Assim esta abordagem segue a loacutegica da visatildeo
holiacutestica previamente referida onde diversas partes interessadas estabelecem relaccedilotildees de
interdependecircncia entre si e todas participam no processo de criaccedilatildeo do destino Neste
contexto o turista passa a ter o papel de cocriador os serviccedilos e produtos da oferta dos
destinos passam a adaptar-se a um mercado cada vez mais multicultural e global e este
proacuteprio mercado torna-se cada vez mais fragmentado e natildeo tatildeo pouco segmentado como
no passado
Assim ldquoo cliente eacute o produto e o cliente torna-se no produtor na medida em que
procura produtos especiacuteficos (e significados) para comercializar as suas proacuteprias imagens
e (re)produzir as suas proacuteprias identidades nos mercadosrdquo (Firat e Dholakia 2006 Firat
Dholakia e Venkatesh 1995 Firat e Schultz 1997 Pine e Gilmore 1999 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 139) A relaccedilatildeo entre os gestores de destinos e provedores de
serviccedilos com os turistasconsumidores alterou-se uma vez que estes uacuteltimos passaram a
acompanhar todo o processo de produccedilatildeo desde o iniacutecio Neste contexto natildeo satildeo somente
as atraccedilotildees e os produtos integrados na oferta de um destino que vatildeo ditar o seu sucesso
mas sim a capacidade que o mesmo tem de permitir aos seus visitantes viver experiecircncias
uacutenicas que vatildeo ao encontro das necessidades e desejos que procuram encontrar de forma
a ficaram satisfeitos ou mesmo superar as suas expectativas
Sendo que o turista passa a criar tambeacutem o produto que vai consumir o mercado
acaba por se tornar muito mais fragmentado pois passam a existir diversos perfis de
turistas que procuram diversas atividades serviccedilos atraccedilotildees etc o que lhes permite obter
um ldquoconsumo mais profundo simboacutelico e emocional das culturas em vez de apenas
satisfazer as suas necessidades (hellip) [e] tambeacutem permite agrave populaccedilatildeo local participar no
desenvolvimento da sua regiatildeo residencialrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 140) Desta
forma um destino turiacutestico eacute todo o espaccedilo que funciona como um instrumento complexo
mas que integra diversas componentes que vatildeo desde os recursos existentes agraves vaacuterias
infraestruturas e agrave populaccedilatildeo local (Flores e Mendes 2014)
11
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos
Uma vez que o consumidor se vai tornando cada vez mais experiente e mais
informado vai ao mesmo tempo deixar de ser tatildeo facilmente influenciado pelas
campanhas de marketing e promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos baseando-se cada vez mais
em feedbacks e conselhos de quem conhece e confia Este fator faz com que os destinos
apliquem a autenticidade que muitas vezes se associa aos recursos culturais e histoacutericos
dos destinos agrave sua oferta de forma a aumentar a motivaccedilatildeo e o desejo de visita aos turistas
bem como agrave fidelizaccedilatildeo dos mesmos ao destino pois ldquoquanto mais motivados
culturalmente forem os turistas maior pode ser a fidelizaccedilatildeo esperadardquo (Kolar e Zabkar
citados por Cunha 2011 21) Daiacute que na atualidade cada vez mais se assista agrave divulgaccedilatildeo
de campanhas promocionais e de marketing dos destinos turiacutesticos muito associadas aos
conceitos da autenticidade que no caso de serem sinceras conseguem natildeo soacute diferenciar
o seu destino atraveacutes da criaccedilatildeo de uma nova imagem do mesmo mas tambeacutem garantir
que as necessidades e expectativas dos turistas satildeo satisfeitas
Para que o desenvolvimento turiacutestico ocorra a aposta cada vez mais centra-se na
inovaccedilatildeo no que diz respeito agrave criaccedilatildeo de novos modelos e processos de novos produtos
novas abordagens relativamente ao destino que efetivamente contribuam para a melhoria
do mesmo e garantir a sua competitividade por outras palavras ldquomodificar a situaccedilatildeo
atual de uma localidade tornando-a aperfeiccediloada melhorada aprimoradardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 44) Em suma os turistas cada vez mais viajam com o intuito de vivenciarem
a autenticidade dos locais que visitam e para tal os destinos essencialmente as DMO ndash
Destination Management Organization tecircm de acompanhar estas novas tendecircncias
investindo na autenticidade das suas ofertas de forma a desenvolverem o seu destino
rejuvenescecirc-lo alterar a sua imagem e ir ao encontro das necessidades e expectativas dos
turistas de forma a gerar satisfaccedilatildeo e lealdade ao destino
Segundo a OMT uma DMO eacute quem lidera a gestatildeo de um destino atraveacutes da
associaccedilatildeo entre as diferentes organizaccedilotildees e interesses de forma a trabalharem em
conjunto para um objetivo comum (UNWTO ndash World Tourism Organization 2007) Satildeo
estas organizaccedilotildees que elaboram estrateacutegias de atuaccedilatildeo para as diferentes atividades e
serviccedilos que ocorrem num destino atraveacutes da criaccedilatildeo de parcerias com diferentes
intervenientes proporcionando os recursos necessaacuterios para o desenvolvimento do
destino Contudo esta gestatildeo torna-se complexa uma vez que eacute necessaacuterio conjugar
diversos interesses e entidades que muitas vezes entram em conflito
12
Uma gestatildeo de um destino conjuga todos os elementos presentes no mesmo sendo
eles as atraccedilotildees os equipamentos as infraestruturas o marketing etc que se coordenam
e conectam atraveacutes de abordagens estrateacutegicas com o intuito de evitar esforccedilos e gastos
desnecessaacuterios bem como reconhecer possiacuteveis falhas (Id Ibid) O processo de gestatildeo de
um destino turiacutestico desenvolve-se essencialmente atraveacutes do marketing que promove
todos os elementos do destino e atrai as pessoas a visitaacute-lo garantido que o mesmo
apresenta na sua oferta os serviccedilos infraestruturas e atraccedilotildees que vatildeo ao encontro das
expectativas dos turistas e que as mesmas sejam ultrapassadas ao mesmo tempo que cria
um ambiente adequado ao desenvolvimento sustentaacutevel do destino a niacutevel social
econoacutemico e fiacutesico
Este desenvolvimento sustentaacutevel depende do planeamento engajamento e
participaccedilatildeo dos diferentes stakeholders do destino que devem priorizar as caracteriacutesticas
locais jaacute que estas ldquopodem contribuir positivamente para o desenvolvimento local e
podem minimizar os possiacuteveis impactos negativos da atividade turiacutesticardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 57) A gestatildeo de destinos eacute portanto relevante na medida em que eacute capaz
de colocar o destino turiacutestico num patamar competitivo com outros destinos atraveacutes do
posicionamento da oferta diversificada e do desenvolvimento das atraccedilotildees e recursos
Todavia esta gestatildeo deve ter em consideraccedilatildeo a sustentabilidade natildeo soacute
ambiental mas tambeacutem dos recursos existentes assim como salvaguardar as tradiccedilotildees e
valores da populaccedilatildeo local de forma a evitar conflitos Outra das vantagens de uma boa
gestatildeo segundo a OMT (2007) eacute o facto de proporcionar um aumento dos lucros e
benefiacutecios para a comunidade residente promovendo o negoacutecio produtos tradiccedilotildees e
costumes locais que de outra forma poderiam eventualmente desaparecer Desta forma
contribui ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo de uma imagem de marca distintiva e forte
capaz de natildeo soacute atrair visitantes mas tambeacutem ganhar a sua fidelidade fazendo com que
regressem pois ldquoa gestatildeo eficaz dos destinos permite que os mesmos maximizem o valor
do turismo para os visitantes garantindo benefiacutecios locais e a sustentabilidaderdquo
(UNWTO 2007 9) No entanto para ganhar esta mesma fidelidade e atrair os visitantes
eacute necessaacuterio conhecer quais as suas motivaccedilotildees e necessidades atraveacutes de estudos de
mercado cujos resultados permitam adaptar a oferta do destino agraves diferentes motivaccedilotildees
e perfis de turistas existentes
13
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista
31 Motivaccedilotildees do Turista
Os turistas procuram atraveacutes do turismo e das viagens ou feacuterias que realizam
satisfazer as suas necessidades e motivaccedilotildees e ao mesmo tempo adquirir novos
conhecimentos acrescentando algum tipo de valor pessoal atraveacutes das experiecircncias que
concretizam Satildeo as atitudes dos turistas que formam um dos primeiros fatores a ter em
consideraccedilatildeo no ldquodesenvolvimento de um modelo de motivaccedilatildeo e comportamento
turiacutesticosrdquo (Gnoth 1997 2) Apesar dos estudos relativos ao comportamento do
consumidor fornecerem perceccedilotildees acerca da psicologia comportamental e cognitiva dos
turistas estes natildeo consideram a vertente irracional impliacutecita nos comportamentos
hedoacutenicos e emocionais dos turistas que procuram feacuterias e lazer (Id Ibid)
Desta forma estes modelos focados somente nos aspetos cognitivos da motivaccedilatildeo
dos turistas tornam-se mais vaacutelidos quando se acrescentam as ldquonormas sociais e a atitude
em relaccedilatildeo agrave atividade envolvendo sujeito e objeto como indicadores do comportamento
realrdquo (Ajzen e Fishbein 1977 citados por Gnoth 1997 3) Contudo as emoccedilotildees
tornaram-se numa das principais fontes comportamentais (Mittal 1988 Pratkanis
Breckler e Greenwald 1989 Zajonc 1980 citados por Gnoth 1997) capazes de
direcionar o comportamento mas ao mesmo tempo consideradas instaacuteveis consoante o
espaccedilo e o tempo (ou seja as situaccedilotildees) (Ajzen 1989 citado por Gnoth 1997)
As atitudes dos turistas funcionam entatildeo como fatores mediadores entre as suas
necessidades e valores sendo que os seus motivos e as situaccedilotildees em que se encontram
podem ser diversas dando origem a uma multiplicidade e multidimensionalidade do seu
comportamento (Id Ibid) O que torna a compreensatildeo das motivaccedilotildees dos turistas ainda
mais complexa eacute o facto de uma determinada atitude poder satisfazer diferentes motivos
e valores em diferentes situaccedilotildees (Murray 1938 citado por Gnoth 1997) Estes factos
obrigam a que se analisem as atitudes tendo como base um sistema multidimensional que
demonstre a diversidade de possiacuteveis expectativas e experiecircncias criadas de forma a que
posteriormente seja possiacutevel aplicar a teoria agrave proacutepria gestatildeo e planeamento turiacutestico (Id
Ibid)
14
No processo de motivaccedilatildeo dos turistas existem duas abordagens distintas A
primeira baseia-se essencialmente na teoria da construccedilatildeo de atitudes (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 1997) sendo que estas se orientam num uacutenico sentido muito
centrado na vertente intelectual e cognitivista uma vez que ldquoassume a existecircncia de
emoccedilotildees mas apenas como uma variaacutevel que depende de cogniccedilotildeesrdquo (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 19977) Por outro lado a segunda defende uma relaccedilatildeo
interativa entre os dois sistemas (emoccedilotildees e cogniccedilotildees) mas ao mesmo tempo considera
que satildeo independentes e totalmente diferentes um do outro (Pratkanis Breckler e
Greenwald 1989 citados por Gnoth 1997) No entanto segundo Gnoth (1997) existe um
fator comum a estas duas abordagens sendo ele o instinto ou impulso de cada turista que
desencadeia o comportamento Neste contexto as emoccedilotildees e cogniccedilotildees dos turistas
influenciam todo o processo de motivaccedilatildeo turiacutestica e ajudam na compreensatildeo das
perceccedilotildees e avaliaccedilotildees das experiecircncias por parte dos turistas (Id Ibid)
Desta forma eacute possiacutevel definir duas abordagens distintas as cognitivistas e as
behavioristas Segundo estas uacuteltimas eacute atraveacutes das suas emoccedilotildees que o turista vai avaliar
todos os componentes do destino que vai visitar sendo que as mesmas acabam por se
sobrepor ao conhecimento e agrave vertente cognitiva levando agraves tomadas de decisotildees e agraves
definiccedilotildees de preferecircncias de cada turista com base na dimensatildeo emocional e afetiva (Id
Ibid) Para behavioristas como Hull (1943 citado por Gnoth 1997) ldquoo comportamento
eacute o produto da forccedila do impulso e do haacutebitordquo sendo que as aprendizagens adquiridas no
passado satildeo vistas como o estiacutemulo decisivo para o comportamento (Id Ibid)
Enquanto as abordagens behavioristas tecircm como base a teoria dos impulsos (drive
theory) de cariz muito mais emocional as cognitivas por oposiccedilatildeo seguem a teoria das
expectativas (expectancy theory) baseando-se essencialmente nos aspetos intelectuais Ao
passo que a primeira se foca na satisfaccedilatildeo de uma necessidade ou um objetivo com origem
na emoccedilatildeo e entusiasmo a segunda baseia-se nos conhecimentos adquiridos a priori
como forma de direcionar os comportamentos de forma seletiva (Porter e Lawler 1968
citados por Gnoth 1997) Compreender as motivaccedilotildees eacute essencial na gestatildeo de um destino
turiacutestico na medida em que se torna possiacutevel prever tendecircncias comportamentais e
tiposperfis de turista de forma a monitorizar os recursos existentes e a oferta para que
vatildeo ao encontro destas mesmas motivaccedilotildees e expectativas com o objetivo de atingir a
satisfaccedilatildeo
15
Segundo Gnoth (1997) estas expectativas tratam-se dos ideais que os turistas tecircm
relativamente a representaccedilotildees daquilo que vatildeo experienciar observar ou usufruir no
futuro podendo ser positivas ou negativas e distinguindo-se conforme o niacutevel intelectual
e o niacutevel emocional envolvidos nas expectativas do turista Todo este processo resulta
tambeacutem das proacuteprias atitudes e valores de cada turista sendo que estes podem ser
autodirigidos e de componente emocional ou por outro lado dirigidos a fatores exteriores
onde a componente cognitiva predomina (Id Ibid) A geacutenese do turismo surge com a
necessidade de quebrar com a rotina diaacuteria tratando-se de uma atividade de ocupaccedilatildeo dos
tempos livres que na grande maioria das vezes resulta na busca pelo lazer Trata-se
portanto de uma atividade que implica uma deslocaccedilatildeo para um local diferente do
habitual sendo que satildeo diversas as razotildees que levam cada pessoa a viajar e daiacute resultam
tambeacutem diversos tipos de comportamentos que satildeo influenciados por fatores internos ou
externos (Yousaf et al 2018)
Satildeo vaacuterios os autores que argumentaram ao longo dos anos diversas razotildees para
explicarem as motivaccedilotildees e comportamentos dos turistas A procura por restabelecer e
recuperar o bem-estar que natildeo possuem no seu quotidiano e melhorar a sua vida atraveacutes
da procura pelo enriquecimento pessoal (Hill 1965 citado por Yousaf et al 2018) a
necessidade de viajarem para lugares diferentes e obter novas experiecircncias (Um e
Crompton 1992 citados por Yousaf et al 2018) a necessidade de rutura com os
contextos habituais do quotidiano com o objetivo de relaxar e diminuir o stress
psicoloacutegico e mental (Crompton 1979 Todorovic e Jovicic 2016 citados por Yousaf et
al 2018)
Estes comportamentos distintos e as diversas razotildees existentes que provocam
motivaccedilotildees e necessidades aos turistas encontram-se muitas vezes presentes nos padrotildees
de viagem que por sua vez estatildeo relacionados com os padrotildees psicoloacutegicos dos turistas
(Li e Zhang 2013 Simkova e Holzner 2014 citados por Yousaf et al 2018) No que
diz respeito ao estudo das motivaccedilotildees satildeo vaacuterias as teorias defendidas sendo que a que
melhor sustenta o estudo em causa e que melhor se adapta agrave anaacutelise e compreensatildeo da
motivaccedilatildeo do turista eacute a teoria dos fatores push e pull defendida por Dann (1977) tendo
sido complementada mais tarde por Crompton (1979)
16
Os fatores push encontram-se relacionados com fatores intriacutensecos agrave pessoa de
cariz sociopsicoloacutegico que criam uma necessidade de viajar e de sair do seu local habitual
sendo que como o nome indica lsquoempurramrsquo a pessoa a sair em busca de atenuar ou
mesmo extinguir a sensaccedilatildeo de solidatildeo do quotidiano enquanto que os fatores pull de
caraacuteter extriacutenseco estatildeo associados agraves condiccedilotildees caracteriacutesticas e atributos do destino
que se torna capaz de atrair visitantes (Yousaf et al 2018) Eacute atraveacutes destes fatores que
o turista decide selecionar um destino especiacutefico para visitar por ser o que melhor
corresponde agraves suas necessidades (Cunha 2013)
Jaacute para Iso-Ahola (1982) o foco das motivaccedilotildees turiacutesticas encontra-se
inteiramente relacionado com o lazer Este autor defende uma teoria designada por
modelo de psicologia social do turismo atraveacutes do qual estabelece que as motivaccedilotildees se
constituem atraveacutes da dicotomia evasatildeodescoberta (Cunha 2013) Segundo esta teoria
os turistas possuem essencialmente duas motivaccedilotildees que se encontram relacionadas com
a satisfaccedilatildeo obtida por intermeacutedio de atividades de lazer atraveacutes das quais conseguem
alcanccedilar recompensas para o seu bem-estar psicoloacutegico e ao mesmo tempo proceder a
uma rutura com a sua rotina muitas vezes considerada aborrecida stressante e difiacutecil
Tanto as motivaccedilotildees de evasatildeo (escapar agrave rotina) e descoberta (procurar algo novo que
proporcione alguma recompensa) como as proacuteprias recompensas subdividem-se em
pessoais e interpessoais na medida em que ldquouma pessoa pode escapar ao mundo pessoal
(isto eacute incoacutemodos pessoais problemas dificuldades falhas) eou ao mundo interpessoal
(colegas de trabalho familiares amigos parentes e vizinhos)rdquo (Id Ibid 96)
Relativamente agraves recompensas as de cariz pessoal relacionam-se com a busca por
novos conhecimentos relaxamento descanso autoestima etc e as de cariz interpessoal
estatildeo relacionadas com a conexatildeo com os outros ou seja integraccedilatildeo e interaccedilatildeo social
aceitaccedilatildeo criaccedilatildeo de novas relaccedilotildees de amizade recuperaccedilatildeo de laccedilos etc (Id Ibid)
Para tal Iso-Ahola (1982) apresentou um modelo que pode ser observado na figura 2 no
qual demonstrou que o turista pode encontrar-se em qualquer uma das quatro ceacutelulas
apresentadas dependendo de certas condicionantes e num determinado periacuteodo de tempo
Para este mesmo autor uma pessoa decide tornar-se turista devido agraves duas forccedilas
mencionadas anteriormente e a partir do momento em que decide qual das motivaccedilotildees
(sendo que pode ateacute mesmo optar pelas duas) seraacute o seu principal objetivo para iniciar a
viagem todo o seu comportamento vai ser construiacutedo tendo por base esse momento de
forma a atingir esse mesmo objetivo
17
Segundo Iso-Ahola (1982) existem 4 grupos de indiviacuteduos que se enquadram no
modelo que se observa na figura 2 Na ceacutelula 1 um grupo de indiviacuteduos viaja
principalmente com o intuito de escapar ao ambiente pessoal e procuram encontrar
recompensas pessoais mas ao mesmo tempo outro grupo pode-se enquadrar nas
motivaccedilotildees de uma das outras ceacutelulas diferentes Existem tambeacutem grupos que viajam por
diferentes combinaccedilotildees de razotildeesmotivos passando por diferentes ceacutelulas cada vez que
viajam dependendo de acontecimentos que tenham ocorrido antes de se tornarem turistas
Por fim o uacuteltimo grupo percorre todas as ceacutelulas do modelo numa uacutenica viagem
sendo que pode iniciar com a motivaccedilatildeo correspondente a uma determinada ceacutelula e
terminar com outra diferente (Iso-Ahola 1982) Este modelo permite compreender o
comportamento dos turistas e as suas motivaccedilotildees pois ldquouma vez que a consciecircncia da
satisfaccedilatildeo potencial se tenha desenvolvido as duas forccedilas motivacionais tornam-se os
determinantes criacuteticos do comportamento do turista e simultaneamente influenciam o
indiviacuteduordquo (Id Ibid 259)
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas (Iso-Ahola 1982)
Mais tarde Pearce (1988) apresentou um novo modelo de anaacutelise das motivaccedilotildees
turiacutesticas designado por escala de carreira de viagens baseada na piracircmide de Maslow e
que divide as motivaccedilotildees em dois grupos as necessidades autocentradas e as motivaccedilotildees
que satildeo dirigidas aos outros (Yousaf et al 2018) Este modelo defende que durante todo
o processo da viagem o comportamento do turista desenvolve-se atraveacutes de um ciclo no
qual os seus motivos estatildeo organizados de forma hieraacuterquica sendo que se tratam de
cinco motivos que vatildeo surgindo por niacuteveis ascendentes (Cunha 2013)
Figura 3 ndash Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas
18
Contudo uma vez que cada turista tem os seus motivos e as suas necessidades
especiacuteficas nem sempre seguem a hierarquia apresentada por Pearce (1988) pois podem
ldquopartir de diferentes niacuteveis [mudar] de niacutevel durante o seu ciclo de vida e podem ser
impedidas de viajar por razotildees financeiras de sauacutede e por outras pessoasrdquo (Id Ibid 97)
Segundo o mesmo autor as viagens turiacutesticas funcionam como carreiras profissionais
nas quais os viajantes vatildeo progredindo na escala de motivaccedilotildees graccedilas agrave experiecircncia que
vatildeo adquirindo agraves situaccedilotildees que experienciaram previamente agraves fases da vida pessoal
em que se encontram ou outros fatores condicionantes (Yousaf et al 2018 Cunha
2013)
Poreacutem surgiu mais tarde outra teoria defendida por Pearce e Lee (2005) que
complementa e melhora a de Pearce (1988) na medida em que as motivaccedilotildees satildeo
entendidas como dinacircmicas e complexas que se desenvolvem atraveacutes de um processo
que engloba diversos niacuteveis ao mesmo tempo sendo que o comportamento dos turistas
bem como os seus padrotildees de viagem vatildeo-se alterando e dando origem a diferentes
motivaccedilotildees ao longo das suas viagens e das experiecircncias que delas retiram (Id Ibid)
Contudo apesar destas teorias serem aplicaacuteveis na atualidade pois serviram como
base para muito do desenvolvimento cientiacutefico acerca das motivaccedilotildees a verdade eacute que
natildeo podem ser generalizadas a todos os turistas e a todos os segmentos pois o mundo
atual sofreu alteraccedilotildees profundas no seu desenvolvimento tornando-se cada vez mais
globalizado Estas alteraccedilotildees inevitavelmente deram origem a novos estilos de vida e
novos padrotildees de consumo muito diferentes do que se observava no passado Hoje em
dia o que se verifica eacute que ldquoa tecnologia e a sociedade evoluiacuteram rapidamente e [as]
novas geraccedilotildees com diferentes crenccedilas e padrotildees de viagem uacutenicos e motivaccedilotildees uniram-
se aos fluxos turiacutesticosrdquo (Id Ibid 205)
O que significa que cada vez mais se torna difiacutecil fazer a distinccedilatildeo entre turistas e
natildeo turistas pois as pessoas viajam cada vez mais por diversas razotildees que nem sempre
estatildeo relacionadas com turismo mas ao mesmo tempo integram atividadesserviccedilos
turiacutesticos (Id Ibid) Eacute portanto necessaacuterio adaptar a oferta ao tipo de necessidades e
exigecircncias dos consumidores atuais que satildeo cada vez mais tecnoloacutegicos atraveacutes de uma
presenccedila cada vez mais forte nas plataformas online Poreacutem conclui-se atraveacutes destas
teorias que a psicologia tem um importante papel no comportamento dos turistas na
medida em que eacute graccedilas a ela que se definem as motivaccedilotildees e se decide tomar a atitude
de viajarvisitar um novo destino
19
Conhecendo bem as motivaccedilotildees dos turistas mais facilmente se conseguem criar
melhores condiccedilotildees que originem uma experiecircncia turiacutestica de sucesso pois torna-se
possiacutevel proporcionar e perceber ldquoo que os turistas procuram o que querem experimentar
durante as suas feacuterias quais as atividades que estatildeo agrave procura e como querem que as suas
feacuterias sejam no geralrdquo (Id Ibid 206) Desta forma e atraveacutes da segmentaccedilatildeo do mercado
e dos tipos de turistas eacute necessaacuterio que a oferta se adapte agraves diferentes necessidades e
motivaccedilotildees que estatildeo em constante mudanccedila e evoluccedilatildeo (Heather e Gibson 2002 citados
por Yousaf et al 2018 206)
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino
O momento em que um turista decide realizar uma viagem eacute o momento em que
as suas motivaccedilotildees surgem e em que se inicia o processo de escolha do destino a visitar
Eacute nesta fase inicial que ocorre a formaccedilatildeo da imagem do destino tratando-se da ldquofase
mais importante no processo de seleccedilatildeo do destino pelo turistardquo (Gunn 1972 Mercer
1971 citados por Baloglu e McCleary 1999 869) Eacute essencial para um gestor de um
destino turiacutestico compreender como eacute que esta imagem eacute criada uma vez que eacute atraveacutes
deste conhecimento que se vai conseguir definir mercados alvo e decidir que imagens
promover para cada segmento de mercado especiacutefico (Goodall 1990 citado por Baloglu
e McCleary 1999) As imagens construiacutedas pelos turistas sem sequer terem visitado
previamente o destino surgem essencialmente graccedilas a dois fatores os estiacutemulos ou
incentivos e os elementos pessoais sendo que os primeiros se relacionam com fatores
externos como experiecircncias anteriores ou ateacute mesmo objetos fiacutesicos e os segundos estatildeo
associados agraves caracteriacutesticas pessoais de cada pessoa (Id Ibid)
Segundo Baloglu e McCleary (1999) a imagem de um destino nunca antes
visitado eacute formada por influecircncia de trecircs condicionantes as motivaccedilotildees as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas e as diferentes fontes de informaccedilatildeo Estes fatores conjugam-se com
as avaliaccedilotildees que o turista faz ao destino a niacutevel intelectual e sensorial e a niacutevel afetivo
sendo que ldquoas avaliaccedilotildees preceptivascognitivas referem-se agraves crenccedilas ou conhecimentos
sobre os atributos de um destino enquanto a avaliaccedilatildeo afetiva refere-se a sentimentos em
relaccedilatildeo aos mesmos ou ao viacutenculo que existe com os mesmosrdquo (Id Ibid 870) Ao longo
do tempo o turista vai criando as suas imagens atraveacutes das suas proacuteprias crenccedilas ideias
e impressotildees atraveacutes de diversas fontes de informaccedilatildeo que vai recolhendo no decorrer das
suas experiecircncias (Crompton 1979 Kotler et al 1993 Assael 1984 citados por Baloglu
e McCleary 1999)
20
Contudo estas fontes de informaccedilatildeo influenciam a formaccedilatildeo da imagem no que
diz respeito apenas agraves determinantes cognitivas nunca influenciando a parte afetiva da
imagem e satildeo elas que vatildeo fornecer diferentes estiacutemulos aos turistas seja por intermeacutedio
da promoccedilatildeo turiacutestica ou atraveacutes do passa-a-palavra e opiniotildees de amigos ou familiares
proacuteximos (Woodside e Lysonskis 1989 Um e Crompton 1990 Um 1993 citados por
Baloglu e McCleary 1999) Eacute o tipo quantidade e qualidade de informaccedilatildeo que vai
determinar o tipo de imagem que o turista vai criar sobre um destino (Burgess 1978
citado por Baloglu e McCleary 1999) Outros fatores que tecircm uma enorme importacircncia
na influecircncia da criaccedilatildeo da imagem de um destino satildeo as motivaccedilotildees do turista e as
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Fatores como o geacutenero e a idade influenciam de forma
diferente a imagem pois funcionam como antecedentes no processo cognitivo (Fisk
1961-62 e Sheth 1983 citados por Baloglu e McCleary 1999)
Eacute tambeacutem graccedilas agraves motivaccedilotildees que o turista decide visitar um determinado local
e participar em atividades turiacutesticas funcionando por este motivo como um dos fatores
influenciadores da formaccedilatildeo da imagem natildeo soacute antes da visita como tambeacutem apoacutes a
mesma (Beard e Raghep 1983 Crandall 1980 Iso-Ahola 1982 Stabler 1990 Um
1993 Um e Crompton 1990 Mill e Morrison 199232-56 citados por Baloglu e
McCleary 1999) Em suma eacute cada vez mais importante para o gestor de um destino
turiacutestico compreender o processo de formaccedilatildeo da imagem do mesmo nos turistas pois eacute
este entendimento que vai permitir ldquo[aos] profissionais de marketing incorporar fatores
motivadores significativos nas comunicaccedilotildees [de promoccedilatildeo e publicidade]rdquo (Id Ibid
892)
Sendo que as fontes de informaccedilatildeo tecircm um papel crucial na formaccedilatildeo da imagem
do destino estas devem ser diversificadas e devem existir em quantidade e qualidade de
modo a que permitam ao turista consultar muacuteltiplas fontes de informaccedilatildeo para que a
imagem construiacuteda seja o mais positiva possiacutevel No entanto as recomendaccedilotildees feitas por
amigos familiares ou fontes proacuteximas ao turista tecircm uma importacircncia muito maior do
que as que consultam de forma individual Desta forma eacute essencial ldquoproporcionar uma
experiecircncia agradaacutevel para os turistas [uma vez que] tem um efeito importante no
desenvolvimento de imagens positivas para os natildeo visitantesrdquo (Id Ibid 892)
21
A imagem de um destino turiacutestico deve ser trabalhada em primeiro lugar de
maneira a espelhar da forma mais fidedigna possiacutevel a realidade do destino com a oferta
e produtosserviccedilos que o turista poderaacute encontrar com o intuito de criar uma sensaccedilatildeo
de satisfaccedilatildeo com o que visualiza mesmo antes da visita propriamente dita ao local Em
segundo os gestores de destinos devem priorizar a forma como o destino eacute visualizado
pelos turistas que jaacute o visitaram atraveacutes de uma oferta diversificada e apropriada agraves
motivaccedilotildees e necessidades dos mesmos natildeo soacute para se fidelizarem ao destino e
regressarem mas tambeacutem para que a transmissatildeo da sua experiecircncia a potenciais turistas
seja o mais positiva possiacutevel motivando-os a visitaacute-lo
33 Perfil do turista
A fim de se compreender o comportamento e as motivaccedilotildees dos turistas eacute
essencial analisar os perfis psicograacuteficos dos mesmos de forma a conseguir organizaacute-los
por segmentos e tipologias de acordo com as suas caracteriacutesticas Eacute neste acircmbito que
surge a teoria defendida por Plog (1972) na qual estabeleceu duas tipologias de turistas
distintas os psicocecircntricos e os alocecircntricos (Cunha 2013) Segundo esta teoria o
primeiro grupo de turistas caracteriza-se por pessoas que se focam principalmente nos
seus problemas e preocupaccedilotildees quotidianas sendo que limitam a sua busca por destinos
e realidades diferentes das suas pois quando elegem um novo destino a visitar optam
sempre por algo que jaacute lhes eacute familiar conhecido e mais visitado As suas escolhas tendem
a estar relacionadas com as ofertas mais estandardizadas e natildeo demonstram interesse em
realizar atividades diferentes ou relacionar-se com a realidade do local que estatildeo a visitar
(Id Ibid)
Jaacute o segundo grupo eacute constituiacutedo por pessoas que se caracterizam por ser o oposto
das anteriormente referidas Procuram atividades diferentes e demonstram interesse em
conhecer novas realidades sendo que as suas motivaccedilotildees se relacionam com a busca pela
aventura e o entusiasmo em viajar com o intuito de descobrir algo novo (Id Ibid)
Contudo estas duas tipologias representam os extremos dos perfis dos turistas sendo que
existem trecircs outros grupos intermediaacuterios A grande maioria dos turistas insere-se no
grupo dos cecircntricos que procuram a descontraccedilatildeo e o prazer de forma a escaparem das
preocupaccedilotildees diaacuterias e do stress provocado pela rotina apreciarem a beleza dos locais
que visitam e disfrutar da viagem durante todo o processo da mesma (desde a fase de
planeamento ateacute agrave fase posterior de criar recordaccedilotildees) (Id Ibid)
22
De seguida os quase-psicocecircntricos demonstram um grande interesse pelos
destinos mais conhecidos e visitados preocupam-se com a qualidade dos serviccedilos e com
a interaccedilatildeo social uma vez que um dos seus principais motivos se relaciona precisamente
com a ldquosatisfaccedilatildeo do ego e procura do status [assim como a] procura de conforto socialrdquo
(Id Ibid 107) Os turistas quase-alocecircntricos preferem destinos pouco conhecidos e
visitados e privilegiam a praacutetica de atividades desportivas Eacute um grupo que pretende
experienciar estilos de vida diferentes No entanto os comportamentos e caracteriacutesticas
de cada grupo de turistas vatildeo-se alterando ao mesmo tempo que os destinos se
desenvolvem
Quando um destino se encontra na primeira etapa de desenvolvimento no
designado ciclo de vida de um destino turiacutestico de Butler (1980) a tipologia de turistas
que se sente mais atraiacuteda a visitar o mesmo satildeo precisamente os alocecircntricos pela
novidade e o desejo de conhecer e descobrir algo diferente Mas agrave medida que o destino
atinge outras fases de desenvolvimento os turistas atraiacutedos vatildeo passar a ser os quase-
alocecircntricos e mais tarde com toda a massificaccedilatildeo e popularidade do destino passam a
ser cecircntricos (Cunha 2013) Estes grupos de turistas vatildeo tambeacutem fornecer um contributo
para a sustentabilidade e desenvolvimento dos proacuteprios destinos sendo que segundo o
autor previamente citado os alocecircntricos ou quase-alocecircntricos satildeo os que vatildeo contribuir
para a preservaccedilatildeo de destinos com atributos mais lsquofraacutegeisrsquo como por exemplo recursos
naturais ou culturais que requerem cuidados especiacuteficos de preservaccedilatildeo sendo que
contribuem para manter o destino pouco ou nada massificado
Jaacute os cecircntricos e psicocecircntricos uma vez que se focam na utilizaccedilatildeo de
infraestruturas e equipamentos turiacutesticos natildeo satildeo um grande contributo para o
desenvolvimento do destino pois despendem quase todo o seu tempo nestes mesmos
equipamentos no entanto podem contribuir para o desenvolvimento destes
empreendimentos de grande escala e aumentar a sua frequecircncia (Id Ibid) Mais tarde
Plog (1972) atraveacutes de um dos seus estudos associou os perfis psicograacuteficos aos destinos
com base no tipo de pessoas que os visitam e concluiu que ldquoa generalidade dos destinos
tem tendecircncia a passar de alocecircntrico a cecircntricordquo (Cunha 2013 109) Poreacutem apesar desta
associaccedilatildeo permitir prever os comportamentos nas viagens natildeo engloba as diferentes
motivaccedilotildees que possam existir pois as pessoas viajam por motivos diversos e podem
existir destinos que consigam dar resposta agraves diversas necessidades dos viajantes
(McIntosh Goeldner e Ritchie 1995 citados por Cunha 2013)
23
34 Experiecircncia turiacutestica
Relativamente aos estudos empiacutericos sobre a experiecircncia turiacutestica que se
comeccedilaram a desenvolver essencialmente no iniacutecio dos anos 60 do seacuteculo passado
existem duas correntes distintas defendidas as modernistas e as poacutes-modernistas sendo
que existe alguma controveacutersia entre diversos autores e sobre a aplicaccedilatildeo destas teorias
(Uriely 2005) De acordo com o mesmo autor alguns desenvolvimentos na
conceptualizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica designados por poacutes-modernistas direcionam-
se cada vez mais para interpretaccedilotildees mais relativas e complementares afastando-se de
abordagens que se focam na verdade absoluta sendo que natildeo significa que as teorias poacutes-
modernistas tenham substituiacutedo por completo as modernistas na atualidade
Neste contexto as linhas poacutes-modernistas seguem abordagens de desconstruccedilatildeo
subjetividade ceticismo intertextualidade e relativismo (Bauman 1987 1992 Denzin
1991 Flax 1990 Frazer 1989 Hollinshead 2002 Ryan 2002 Uriely 1997 citados por
Uriely 2005) muito associadas ao desenvolvimento cultural por oposiccedilatildeo agraves modernistas
que se focam no empirismo e em abordagens generalistas e universais aplicadas ao
turismo Enquanto os autores poacutes-modernistas se opotildeem aos modernistas pelos motivos
acima referidos o oposto tambeacutem ocorre na medida em que os autores modernistas
consideram os ideais poacutes-modernistas insuficientes para estruturar o conhecimento ao
niacutevel das ciecircncias sociais (Antonio 1991 Gitlin 1989 citados por Uriely 2005) jaacute que
segundo os mesmos estas abordagens falham em ldquoelaborar e transformar novas direccedilotildees
para a accedilatildeo poliacutetica ou reforma socialrdquo (Best 1994 citado por Uriely 2005 202)
De forma a melhor compreender o que as teorias poacutes-modernistas defendem
Uriely (2005) descreveu algumas das conceptualizaccedilotildees da experiecircncia turiacutestica que mais
se verificam aplicadas na atualidade sendo que no seu trabalho o autor nunca defende
esta teoria como sendo a mais correta mas sim como uma ferramenta que permite
analisar em comparaccedilatildeo com as teorias modernistas a experiecircncia turiacutestica Por um lado
as teorias modernistas defendem o turismo como uma atividade de diferenciaccedilatildeo da vida
quotidiana na medida em que se trata de inverter temporariamente as situaccedilotildees do dia-a-
dia com o intuito de experienciar coisas novas e diferentes do habitual (Cohen 1979
Smith 1978 citados por Uriely 2005) bem como ldquosuspender o poder de normas e
valores que regem o seu quotidiano e pensar sobre as suas proacuteprias vidas e sociedades de
uma perspetiva diferenterdquo (Turner e Ash 1975 citados por Uriely 2005 203)
24
Por outro lado autores poacutes-modernistas comeccedilaram a defender processos de de-
diferenciaccedilatildeo em oposiccedilatildeo aos ideais modernistas (Lash e Urry 1994 Munt 1994 Urry
1990 citados por Uriely 2005) Neste acircmbito as experiecircncias que no passado soacute
poderiam ser vividas no contexto do turismo cada vez mais comeccedilaram a estar
disponiacuteveis em vaacuterios momentos da vida quotidiana o que significa que ldquomuitas
experiecircncias relacionadas com turistas [tornaram-se] acessiacuteveis sem a necessidade de
viajar para destinos separadosrdquo (Id Ibid 203) Antigamente natildeo existia uma
preocupaccedilatildeo em compreender as diferentes motivaccedilotildees e necessidades dos turistas e as
teorias focavam-se todas na generalizaccedilatildeo dos tipos de experiecircncias e turistas Com todo
o desenvolvimento teoacuterico poacutes-modernista o foco passou a estar nas diferentes
motivaccedilotildees e nos diferentes tipos de turistas que procuram diferentes tipos de
experiecircncias passando a tratar-se de um fenoacutemeno diverso (Id Ibid)
Tambeacutem o papel da subjetividade ganha outra relevacircncia pois se anteriormente a
induacutestria tinha um enorme poder de manipulaccedilatildeo e controle na medida em que a oferta
era providenciada e formada pela mesma para consumidores passivos posteriormente
esta realidade alterou-se e cada vez mais os turistas ldquoconstroem a sua experiecircncia pessoal
juntando fragmentos de diferentes modos ou produtos fornecidos pela induacutestria e
remontam-nos como quiseremrdquo (Uriely et al 2002 Feifer 1985 citados por Uriely
2005 206) O que se verificava era uma uniformizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica como se
apenas de um uacutenico tipo se tratasse sendo que se passou a defender teorias focadas na
pluralizaccedilatildeo da experiecircncia e subjetividade que obrigam a repensar todo o processo de
gestatildeo marketing e planeamento uma vez que surgiram novas tipologias de turistas e
modos de experiecircncias (Id Ibid)
Contudo Uriely (2005) sugere que estas duas teorias (modernistas e poacutes-
modernistas) sejam complementaacuterias uma agrave outra em vez de se invalidarem e
contrastarem mutuamente defendendo que o termo modernista tardio sugerido por
Giddens (1990) e Wang (2000) eacute mais apropriado do que poacutes-modernista Desta forma
eacute essencial compreender algumas bases das teorias mais antigas e complementaacute-las com
as mais recentes tendo em atenccedilatildeo a complexidade e diversidade no turismo
25
Tambeacutem em oposiccedilatildeo agraves tendecircncias de generalizaccedilatildeo e de aplicaccedilatildeo de modelos
universais no turismo Cohen (1979) apresentou uma teoria que defende a multiplicidade
abordagens multilineares e diferentes tipologias Para tal o mesmo autor criou uma
abordagem que distingue cinco tipos de experiecircncias turiacutesticas a recreacional a
diversiva a experiencial a experimental e por uacuteltimo a existencial Estas tipologias
relacionam-se com a proacutepria perceccedilatildeo do turista relativamente agrave sua experiecircncia turiacutestica
e agrave forma como age na sociedade onde estaacute inserido e tambeacutem com o mundo que o rodeia
(Id Ibid) Neste contexto a experiecircncia recreacional encontra-se associada ao escape das
pressotildees do quotidiano sendo que a viagem em si acaba por natildeo ter um grande significado
para o turista
Segundo o mesmo autor este tipo de turista identifica-se mais com a sua cultura
local (pois o seu centro espiritual encontra-se no seu local habitual) do que com as
restantes sendo que natildeo lhes atribui qualquer relevacircncia Por outro lado na experiecircncia
diversiva o centro espiritual do turista natildeo se encontra nem no seu local habitual nem no
exterior logo a viagem que realiza tem como principal motivaccedilatildeo a diversatildeo e o lazer
tratando-se de ldquouma mera fuga do teacutedio e da falta de sentido da existecircncia quotidiana da
rotina para um periacuteodo de feacuterias de esquecimentordquo (Id Ibid 22) Os seguintes tipos de
experiecircncia satildeo os que mais se aproximam agrave conceccedilatildeo do turista enquanto peregrino que
segundo Cohen (1979) mais se aproxima ao que McCannel (1973 1976) apresentou
anteriormente
No modo experiencial o turista tem consciecircncia de que na sua vida quotidiana
estaacute impedido de experienciar a autenticidade entatildeo procura-a nos outros e no exterior
conduzindo-o ao modo seguinte o experimental atraveacutes do qual busca experiecircncias
alternativas e diferentes das que habitualmente pratica assim como diferentes formas de
viver como meio de encontrar um novo sentido para a sua vida pessoal Por fim o modo
existencial trata-se do culminar dos dois modos anteriormente referidos uma vez que o
turista adquire um novo centro espiritual (Cohen 1979) Neste contexto o autor chegou
agrave conclusatildeo que existem quatro tipos de situaccedilotildees turiacutesticas possiacuteveis A primeira trata-se
de situaccedilotildees turiacutesticas autecircnticas nas quais a experiecircncia vivida eacute geralmente realizada
fora de locais tipicamente turiacutesticos tratando-se de situaccedilotildees reais e aceites como
autecircnticas pelo turista
26
De seguida a autenticidade encenada previamente defendida por McCannel
(1973 1976) tratam-se de experiecircncias propositadamente preparadas pelos
estabelecimentos turiacutesticos de forma a simular uma situaccedilatildeo autecircntica sendo que o turista
natildeo tem conhecimento da encenaccedilatildeo criada e por esse motivo acredita que eacute autecircntica
Outra das situaccedilotildees eacute a de negaccedilatildeo de autenticidade e ocorre quando o turista jaacute
experienciou falsos episoacutedios de autenticidade e passa a duvidar da autenticidade das
experiecircncias que vai vivendo mesmo quando natildeo se trata de uma situaccedilatildeo de encenaccedilatildeo
tornando-se por esse motivo mais atento agraves manipulaccedilotildees que possam acontecer
Por fim as situaccedilotildees artificiais satildeo previamente admitidas pelos estabelecimentos
turiacutesticos e o proacuteprio turista estaacute consciente de que se trata de uma encenaccedilatildeo mas aceita
porque se tratam de representaccedilotildees ou reencenaccedilotildees de tradiccedilotildees costumes ou
peculiaridades que tenham sofrido alteraccedilotildees ou que tenham desaparecido tratando-se
portanto de uma forma de os recuperar (Cohen 1979) Esta tipologia apresentada por
este autor permite natildeo soacute classificar os tipos de experiecircncias possiacuteveis mas tambeacutem
prever mudanccedilas que possam ocorrer no comportamento dos turistas e ateacute mesmo nas
situaccedilotildees turiacutesticas Em suma o que se pode concluir relativamente agrave experiecircncia turiacutestica
eacute que esta eacute criada cada vez mais com o proacuteprio turista a desempenhar o papel de
coprodutor num processo de busca pelo bem-estar a pelo hedonismo num contexto de
rede onde diferentes stakeholders atuam em diversas aacutereas e se conectam entre si
(pessoas serviccedilos infraestruturas lugares etc)
Todo este processo interliga natildeo soacute as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas isto
eacute todas as componentes emocionais psicoloacutegicas e sociais mas tambeacutem todo o ambiente
da experiecircncia turiacutestica que poderaacute ser consumido pelos mesmos Desta forma o conceito
de experiecircncia turiacutestica e o comportamento do consumidor fundem-se pois influenciam-
se mutuamente sendo que ldquose podem alterar devido a diversos fatores (hellip) como as
variaccedilotildees comportamentais ([em relaccedilatildeo agrave] expectativa perceccedilatildeo e motivaccedilatildeo)
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (educaccedilatildeo rendimentos) estilo de vida (baacutesico
moderado ou extravagante) e externalidades (clima regulamentos e o meio ambiente)rdquo
(Prebensen et al 2014 14)
27
Assim outra das dimensotildees que ganhou cada vez mais relevacircncia neste acircmbito foi
o conceito de valor e o valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica passando o foco das
pesquisas e trabalhos nesta aacuterea a estar cada vez mais na qualidade de vida e na satisfaccedilatildeo
do turista (Id Ibid) Bjoumlrk (2014) apresentou a hierarquia de valor da experiecircncia
turiacutestica na qual explica que existe uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia turiacutestica e a satisfaccedilatildeo
de vida mediada pelas interaccedilotildees entre a qualidade de vida a felicidade e o bem-estar de
cada pessoa sendo que o valor da experiecircncia eacute ldquoexperienciado antes da compra no
momento da compra no momento da utilizaccedilatildeo e depois da utilizaccedilatildeordquo (Sanchez et al
2006 citado por Bjoumlrk 2014 26)
O que significa que aquando a anaacutelise da experiecircncia turiacutestica eacute necessaacuterio ter em
consideraccedilatildeo o conceito de valor na mesma pois este encontra-se presente em todas as
etapas da experiecircncia e pode influenciar o resultado final da mesma bem como a
perceccedilatildeosatisfaccedilatildeo do turista Todavia Bjoumlrk (2014) considera que ainda existe pouca
investigaccedilatildeo relativamente aos seguintes aspetos de que forma as experiecircncias turiacutesticas
satildeo lembradas pelas pessoas como eacute que as mesmas influenciam o bem-estar a
felicidade a qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo de vida e ainda a dimensatildeo do conceito de
valor de experiecircncia turiacutestica que ainda natildeo apresenta abordagens muito aprofundadas
35 Satisfaccedilatildeo do turista
A satisfaccedilatildeo de um turista encontra-se relacionada com a sua perceccedilatildeo acerca do
que experienciou com os proacuteprios atributos que o destino apresenta e a performance dos
mesmos assim como a qualidade dos serviccedilos prestados (como alojamento transportes
restaurantes atividades etc) Eacute atraveacutes da satisfaccedilatildeo geral da experiecircncia turiacutestica que o
turista vai determinar a sua intenccedilatildeo de regressar ou natildeo ao destino em questatildeo pois ldquoum
dos fatores mais decisivos numa futura visita a um destino pelos turistas eacute a sua satisfaccedilatildeo
em estadias anteriores nesse mesmo destinordquo (Alegre e Garau 2010 52)
Assim a satisfaccedilatildeo bem como a qualidade dos serviccedilos e a intenccedilatildeo
comportamental satildeo os fatores que permitem avaliar as experiecircncias dos visitantes
(Crompton e Love 1995 Baker e Crompton 2000 Tomas et al 2002 Yoon e Uysal
2005 Meng et al 2008 Hutchinson et al 2009 Williams e Soutar 2009 Alegre e
Garau 2010 McMullan e OrsquoNeill 2010 Zabkar et al 2010 citados por Jensen 2010)
28
Contudo este tipo de avaliaccedilotildees pode provocar certos erros de anaacutelise na medida
em que existem fatores que natildeo satildeo considerados como toda a dinacircmica social (Belk
1975 Fournier e Mick 1999 citados por Jensen 2010) fatores emocionais e
psicoloacutegicos a diversidade de expectativas (Boulding et al 1993 Buttle 1996 Fournier
e Mick 1999 citados por Jensen 2010) caracteriacutesticas negativas da experiecircncia no
destino (Alegre e Garau 2010) a possibilidade de ocorrerem surpresas agradaacuteveis para o
consumidor durante a experiecircncia (Oliver 1997 citado por Jensen 2010) e por uacuteltimo os
aspetos holiacutesticos de toda a experiecircncia de serviccedilos (Buttle 1996 Fournier e Mick 1999
Vittersoslash et al 2000 Maunier e Camelis 2013 citados por Jensen 2010)
Neste contexto alguns autores opotildeem-se ao facto de que a satisfaccedilatildeo representa e
indica apenas o sucesso ou insucesso da experiecircncia geral defendendo que a satisfaccedilatildeo eacute
influenciada por diversos fatores (Nowacki 2009 citado por Jensen 2010) que na grande
maioria dos casos satildeo difiacuteceis de controlar quer por parte dos fornecedores de serviccedilos
como tambeacutem dos proacuteprios gestores do destino como satildeo exemplo o clima ou mesmo o
estado de espiacuterito de cada pessoa (Tomas et al 2002 citado por Jensen 2010) Seguindo
este enquadramento a satisfaccedilatildeo ocorre quando se torna possiacutevel dar resposta agraves
necessidades impliacutecitas e expliacutecitas dos turistasvisitantes
Sendo que existem fatores que natildeo satildeo controlaacuteveis cabe aos gestores de destinos
e aos proacuteprios serviccedilos focar-se nas expectativas do consumidor de forma a conseguir
surpreender o mesmo antecipar e preparar eventuais acontecimentos e necessidades com
o intuito de superar positivamente as expectativas iniciais Eacute importante ter em atenccedilatildeo
que a opiniatildeo do consumidor representa um fator decisivo na avaliaccedilatildeo da experiecircncia
turiacutestica pois funciona como um elemento avaliador No entanto como cada pessoa eacute
uacutenica e possui expectativas e necessidades diversas eacute essencial estar preparado para
satisfazer as mesmas atraveacutes de estrateacutegias que cada vez mais se distingam pelos fatores
de diferenciaccedilatildeo valorizaccedilatildeo e inovaccedilatildeo
Contudo a satisfaccedilatildeo ocorre quando as necessidades satildeo cumpridas e desta forma
natildeo se pode desvincular a satisfaccedilatildeo da motivaccedilatildeo (Dunn Ross e Iso-Ahola 1991 Kao
Patterson Scott e Li 2008 Li e Ryan 2015 citados por Pestana et al 2018) Para alguns
autores eacute ldquoa satisfaccedilatildeo que intercede na relaccedilatildeo entre as motivaccedilotildees emoccedilotildees e intenccedilotildees
comportamentais fortalecendo ao mesmo tempo a associaccedilatildeo positiva entre as
motivaccedilotildees push e pullrdquo (Pestana et al 2018 1)
29
Desta forma a satisfaccedilatildeo e a motivaccedilatildeo estatildeo associadas no sentido em que eacute a
motivaccedilatildeo que leva agrave escolha de um destino e agrave criaccedilatildeo de motivos para viajar que por
sua vez criam uma determinada expectativa relativamente ao resultado final da viagem
ou seja agrave satisfaccedilatildeo final (Blanco et al 2003 citado por Botelho 2013) Relativamente
agrave avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo uma das ferramentas mais utilizadas para tal eacute a realizaccedilatildeo de
inqueacuteritos por questionaacuterio aos turistasvisitantes O que alguns autores defendem eacute que
deve existir uma preocupaccedilatildeo na estrutura destes inqueacuteritos dado que tendem a focar
apenas os atributos e aspetos positivos do destino natildeo permitindo conhecer a opiniatildeo dos
inquiridos relativamente a outros aspetos que podem natildeo se encontrar positivos (Alegre
e Garau 2010)
Assim sendo deve-se ter em atenccedilatildeo a dimensatildeo de dualidade da satisfaccedilatildeo
(Crotts e Pan 2007 Crotts et al 2008 Pritchard e Havitz 2006 Tribe e Snaith 1998
Truong 2005 Truong e Foster 2006 citados por Alegre e Garau 2010) o que significa
que os fatores que provocam satisfaccedilatildeo e os que provocam insatisfaccedilatildeo natildeo estatildeo
relacionados (Chan e Baum 2007 citados por Alegre e Garau 2010) A anaacutelise dos
fatores que provocam insatisfaccedilatildeo apresenta um maior impacto na intenccedilatildeo de regressar
do que na satisfaccedilatildeo geral mas natildeo significa que a ocorrecircncia de acontecimentos
negativos durante a experiecircncia turiacutestica determine a satisfaccedilatildeo geral mas pode tornar o
destino menos atrativo e por sua vez diminuir a probabilidade de voltar a visitar (Id Ibid)
Em siacutentese para se obter uma anaacutelise correta da satisfaccedilatildeo do turista eacute necessaacuterio
ter em atenccedilatildeo qual o impacto que tanto os aspetos positivos do destino como os negativos
tecircm no mesmo tendo por base as satisfaccedilotildees pull e push associadas agrave teoria das
motivaccedilotildees para que seja possiacutevel corrigir os aspetos negativos e ateacute mesmo ldquorevelar a
singularidade de um destino e fornecer orientaccedilatildeo para futuras campanhas de marketing
e administraccedilatildeo [sendo que se] pode descobrir uma melhor representaccedilatildeo da verdadeira
experiecircncia de forma a tornar-se uacutetil para os gestores de destino [permitindo] um niacutevel
mais rico de sub-anaacutelise de segmentos de mercadordquo (Crotts e Pan 2007 543)
30
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos
41 Conceito de marketing em destinos
O conceito de marketing de destinos turiacutesticos foi primeiramente definido como
um processo de gestatildeo atraveacutes do qual as empresas turiacutesticas e as DMO conseguem
identificar os seus turistas sejam eles reais ou potenciais comunicar com os mesmos a
fim de compreender as suas necessidades motivaccedilotildees e gostos e criar produtos que se
adaptem a estas mesmas caracteriacutesticas com o principal objetivo de atingir a satisfaccedilatildeo
turiacutestica e cumprir os seus objetivos (Wahab Crampon e Rothfield 1976 citados por
Pike e Page 2014) Contudo no momento de descrever o conceito de marketing satildeo
vaacuterias as definiccedilotildees que surgem pois trata-se de um termo bastante abrangente que natildeo
envolve apenas a publicidade ou a promoccedilatildeo de produtos como muitas vezes eacute
erroneamente definido
Segundo a OMT o marketing surge como uma ferramenta de gestatildeo que tendo
por base a procura turiacutestica ldquotorna possiacutevel atraveacutes da investigaccedilatildeo previsatildeo e seleccedilatildeo
colocar os produtos turiacutesticos no mercado em consonacircncia com o propoacutesito da
organizaccedilatildeo com o objetivo de alcanccedilar o maior benefiacuteciordquo (Coltman 1989 11) Na
perspetiva de Coltman (1989) o marketing turiacutestico trata-se de uma atividade que
estabelece objetivos e metas a cumprir que vatildeo ao encontro daquilo que satildeo as proacuteprias
intenccedilotildees natildeo soacute das empresas e dos fornecedores mas tambeacutem dos turistas tratando-se
de um sistema que se desenvolve atraveacutes de processos que requerem investigaccedilatildeo
pesquisa de mercado e planeamento de modo a que se permita criar estrateacutegias que vatildeo
ao encontro das necessidades dos consumidores e ao mesmo tempo contribuam para o
bom funcionamento do destino turiacutestico
Seguindo a abordagem de sistemas o marketing turiacutestico funciona como uma
operaccedilatildeo onde diferentes atividades se encontram interrelacionadas e cooperam entre si
sendo que esta abordagem ldquopermite a uma organizaccedilatildeo expandir a sua penetraccedilatildeo no
mercado e lidar com ecircxito com a concorrecircnciardquo (Id Ibid) Atraveacutes do conhecimento sobre
as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas os marketeers conseguem proceder agrave criaccedilatildeo
de uma oferta que para aleacutem de ir ao encontro destas mesmas necessidades permite
tambeacutem atribuir valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica sendo que deve tratar-se de
algo que a concorrecircncia natildeo disponha na sua oferta (Marques 2005 citado por Peres e
Rita 2017)
31
No que diz respeito ao marketing de destinos turiacutesticos tratando-se o turismo de
uma aacuterea onde diferentes atores interagem e diferentes interesses convergem este
representa ldquoo ponto nevraacutelgico do marketing turiacutestico uma vez que eacute o destino que
concentra e suporta todos os diferentes interesses envolvidos na atividade turiacutesticardquo
(Seaton 1996 citado por por Peres e Rita 2017 173) Desta forma no processo de
planeamento e gestatildeo de um destino turiacutestico o marketing desempenha funccedilotildees como
procurar respostas e conhecimentos para perceber quem satildeo os visitantes do destino de
que serviccedilos necessitam e quais satildeo as suas expectativas para toda a sua experiecircncia de
viagem (Seaton 1996)
Poreacutem ainda que as entidades e empresas se organizem no sentido de conceber as
suas estrateacutegias de accedilatildeo e delinearem todos os seus objetivos atraveacutes dos processos de
planeamento existem fatores externos que influenciam o sucesso das accedilotildees de marketing
afetando o seu desempenho dado que muitas vezes se encontram fora do controlo das
proacuteprias empresas e organizaccedilotildees como satildeo exemplos a procura a concorrecircncia fatores
legais e poliacuteticos etc (Coltman 1989) Segundo este mesmo autor a eficaacutecia do
marketing eacute alcanccedilada dependendo da capacidade de inovaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo das empresas
aos fatores externos prevendo o comportamento destes elementos de forma a perceber
como podem ser controlados ou evitados apostando nos fatores internos que por
oposiccedilatildeo satildeo controlaacuteveis (como eacute o caso dos recursos financeiros e humanos)
No caso dos destinos turiacutesticos o marketing eacute de extrema importacircncia pois uma
vez bem aplicado eacute uma das ferramentas que possui maior capacidade de atraccedilatildeo de
visitantes e que mais contribui para o desenvolvimento do destino No entanto no turismo
deve-se aplicar o marketing estrateacutegico que permite fazer uma gestatildeo do proacuteprio mercado
acompanhar as tendecircncias do mesmo perceber como este funciona assim como o que
existe estabelecendo um ponto de equiliacutebrio entre a oferta e a procura Neste sentido
para aleacutem de funcionar como uma estrateacutegia de atraccedilatildeo ldquoo marketing turiacutestico deve ser
utilizado como uma estrateacutegia de direccedilatildeo entre o planeamento e a gestatildeo do destino e dos
produtos de forma a conciliar os objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica
(hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 174)
32
Deste modo o marketing turiacutestico nos destinos deve seguir uma abordagem
holiacutestica na medida em que o impacto das suas estrateacutegias vai atingir natildeo soacute a oferta e a
procura assim como todo o ambiente externo ao destino mas tambeacutem toda a envolvente
interna associada agraves comunidades locais do destino em questatildeo Esta dimensatildeo eacute de
extrema relevacircncia pois estaacute associada agrave sustentabilidade do destino e segundo Seaton ldquoo
marketing turiacutestico responsaacutevel deve e seraacute cada vez mais obrigado a ter em conta as
necessidades das populaccedilotildees de acolhimento se natildeo for para produzir efeitos ambientais
e socioculturais negativosrdquo (1996 5)
Outro aspeto relevante no que concerne esta temaacutetica eacute o facto de existir uma
constante competiccedilatildeo entre os diversos destinos turiacutesticos no mundo O papel do
marketing no posicionamento competitivo dos destinos eacute relevante pois influencia
diretamente a escolha do visitanteturista De acordo com Kozak e Andreu (2006) a
escolha de um destino por parte do turista depende da consciecircncia e conhecimento do
mesmo acerca do destino (que surge por recomendaccedilatildeo de familiares e amigos
convicccedilotildees pessoais ou atraveacutes das campanhas de publicidade) sendo que tem agrave sua
disposiccedilatildeo um leque variado de opccedilotildees e desta forma no momento em que elege um
destino para visitar todos os restantes perdem a oportunidade de serem escolhidos
Neste contexto cabe tambeacutem ao marketing analisar a concorrecircncia de forma a
compreender quais as eventuais oportunidades ou ameaccedilas que podem surgir no mercado
de forma a que seja possiacutevel para o destino ldquocompetir e obter uma primazia saudaacutevel em
relaccedilatildeo a outros destinos concorrentesrdquo (Peres e Rita 2017 174) Neste acircmbito a
competitividade entre os destinos deve existir de forma positiva e incluir ldquoa
sustentabilidade dos recursos locais de forma a assegurar a manutenccedilatildeo do sucesso a
longo prazo bem como obter retornos equitativos dos recursos utilizados para satisfazer
todos os stakeholdersrdquo (Buhalis 2000 106) Compete agraves DMO e empresas de turismo
de cada destino planear e colocar em praacutetica as accedilotildees de propaganda tendo em conta as
limitaccedilotildees e necessidades de cada destino assim como a dinacircmica do mercado de forma
a gerar satisfaccedilatildeo entre os turistasvisitantes e os proacuteprios anfitriotildees (Buhalis 2000)
Segundo este mesmo autor a gestatildeo de um destino turiacutestico eacute dos processos mais
complexos de se realizar uma vez que engloba diversos atores e interesses que facilmente
entram em conflito entre si sendo que ldquoum compromisso que abranja todos esses
interesses eacute extremamente difiacutecil se natildeo impossiacutevel mas eacute fundamental para o sucesso a
longo prazordquo (Id Ibid 99)
33
Para que seja possiacutevel atingir o sucesso devem ser seguidas as diferentes fases
que datildeo origem ao marketing de destinos sendo elas a anaacutelise do mercado atraveacutes da
observaccedilatildeo da oferta e da procura turiacutesticas o planeamento e desenvolvimento de
produtos turiacutesticos adequados o fornecimento de informaccedilatildeo atraveacutes da promoccedilatildeo e
campanhas de publicidade a difusatildeo dos diferentes canais de distribuiccedilatildeo que se
encontram disponiacuteveis e o preccedilo final (Buhalis 2000 citado por Peres e Rita 2017) Uma
vez estabelecidas todas as fases a cooperaccedilatildeo entre os diferentes fornecedores e entidades
torna-se crucial para atrair novos visitantes e incentivar agrave repeticcedilatildeo da visita ao mesmo
tempo que enquanto cooperam entre si contribuem para a qualidade e diferenciaccedilatildeo da
oferta evitando a exploraccedilatildeo excessiva dos recursos existentes (Buhalis 2000)
No entanto com todas as mudanccedilas no paradigma atual e para que um destino
consiga ser atrativo e reconhecido pelos visitantes eacute cada vez mais importante ter em
atenccedilatildeo trecircs fatores que influenciam o impacto do marketing na atualidade sendo eles a
globalizaccedilatildeo os avanccedilos tecnoloacutegicos e a desregulamentaccedilatildeo (Kotler 2000) Desta
forma segundo Buhalis ldquoo marketing inovador liderado pela pesquisa e pela utilizaccedilatildeo
de novas tecnologias seraacute a uacutenica maneira de gerir e comercializar destinos competitivos
no futuro para o benefiacutecio dos seus stakeholdersrdquo (2000 114)
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos
A caracterizaccedilatildeo da oferta e procura num destino turiacutestico insere-se na anaacutelise do
mercado tratando-se de um processo de relevacircncia para o marketing do mesmo Eacute graccedilas
a estes dados que se torna possiacutevel fazer um levantamento dos recursos e criar produtos
turiacutesticos que vatildeo ao encontro natildeo soacute das necessidades exigecircncias e preferecircncias dos
turistasvisitantes do destino como tambeacutem da populaccedilatildeo local permitindo ao mesmo
tempo apurar mercados potenciais ou emergentes e adequar as estrateacutegias de marketing e
planeamento aos mesmos Contudo como foi referido previamente na atualidade o
turista estaacute cada vez mais exposto a um conjunto diversificado de informaccedilatildeo e por sua
vez de oferta o que faz com que se torne mais exigente e experiente criando ldquonovos
constrangimentos que resultam em larga medida de novos comportamentos e
necessidades da procura (hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 175) Neste sentido a experiecircncia
turiacutestica destes intervenientes torna-se mais complexa sendo necessaacuterio proceder a uma
anaacutelise e compreensatildeo da mesma tendo por base ambas as perspetivas da oferta e da
procura (Walls et al 2011 citado por Peres e Rita 2017)
34
Esta anaacutelise e compreensatildeo da experiecircncia turiacutestica encontra-se interligada com o
comportamento do consumidor pois eacute este estudo que vai permitir perceber quais os
desejos necessidades e motivaccedilotildees dos turistas no momento de escolherem o que vatildeo
consumir na sua experiecircncia Eacute neste acircmbito que surge a segmentaccedilatildeo do mercado que
consiste em dividir o mercado de acordo com as diferentes motivaccedilotildees para conseguir
perceber o que os turistas procuram e gostam para que seja possiacutevel adaptar o produto da
melhor forma a cada mercado alvo
Este processo de segmentaccedilatildeo pode ser definido segundo dois criteacuterios a
nacionalidade e as motivaccedilotildees A primeira para se saber de onde vecircm e qual a razatildeo da
visita ao destino em questatildeo e a segunda para apurar se as motivaccedilotildees se alteram ou natildeo
ao longo do ano com o objetivo de perceber se existem outros perfis de turistas e fazer
comparaccedilotildees permitindo ao mesmo tempo reconhecer e medir oportunidades de
mercado Eacute esta segmentaccedilatildeo que vai permitir ldquoum maior ajustamento da oferta agrave procura
e consequentemente [contribuir] para o desenvolvimento de estrateacutegias de marketing
mais orientadas para as caracteriacutesticas desses grupos [originando] uma melhor aplicaccedilatildeo
de todos os recursos e accedilotildees sobre o mercadordquo (Donilcar 2008 citado por Peres e Rita
2017 175)
Atraveacutes do conhecimento dos recursos que o destino tem para oferecer a forma
como os mesmos estatildeo organizados assim como o comportamento da procura por estes
mesmos recursos permite ao marketing de destinos desenvolver estrateacutegias que se
complementam entre si e que aumentam a capacidade atrativa do destino facilitando a
fidelidade do turistavisitante assim como a sua intenccedilatildeo de regressar (Id Ibid) No
entanto eacute essencial compreender a complexidade da procura turiacutestica e o caraacuteter riacutegido
da oferta Neste acircmbito o marketing de destinos trabalha com serviccedilos e produtos e
enquanto estes uacuteltimos satildeo objetos fiacutesicos os serviccedilos possuem caracteriacutesticas que
determinam todo o planeamento estrateacutegico referente ao marketing e a definiccedilatildeo de
objetivos
Sendo a procura turiacutestica caracterizada pelo consumo de bens e serviccedilos criados
por empresas e entidades turiacutesticas esta natildeo se resume apenas a este tipo de consumo
Existem outras organizaccedilotildees que apresentam bens e serviccedilos que natildeo satildeo destinadas ao
turismo mas sim agrave populaccedilatildeo local poreacutem estes natildeo deixam de formar parte da procura
turiacutestica do destino (Cunha 2013)
35
Tambeacutem a oferta turiacutestica possuiacute caracteriacutesticas que a tornam riacutegida devido ao seu
caraacuteter endoacutegeno e imoacutevel tais como os atributos que funcionam como fatores de
atratividade nos destinos satildeo intriacutensecos aos mesmos e natildeo podem ser movimentados para
outros locais a perecibilidade e inseparabilidade da oferta uma vez que a produccedilatildeo e o
consumo ocorrem em simultacircneo sendo necessaacuteria a presenccedila do cliente para que ocorra
a prestaccedilatildeo do serviccedilo e por ser impossiacutevel armazenar stocks de forma a serem vendidos
posteriormente por uacuteltimo o seu caraacuteter intangiacutevel natildeo permite do ao visitanteturista
experimentar ou observar o produtoserviccedilo antes da aquisiccedilatildeo sendo que soacute o pode fazer
apenas quando se daacute o ato de consumo (Id Ibid)
Uma conjugaccedilatildeo equilibrada entre a gestatildeo da oferta e da procura turiacutesticas
influencia a satisfaccedilatildeo do turistavisitante do destino Uma vez que esta satisfaccedilatildeo
depende da qualidade da oferta e de tudo daquilo que o consumidor vai encontrar no
destino requer-se uma visatildeo holiacutestica acerca do mesmo tendo em conta as ldquoqualidades
ambientais acessibilidades limpeza e higiene traacutefego rodoviaacuterio qualidade urbaniacutestica
espaccedilos verdes [a proacutepria qualidade dos recursos humanos] etcrdquo (Id Ibid 179)
43 Comportamento do Consumidor
A anaacutelise do comportamento do consumidor parte integrante e essencial para a
eficiecircncia do marketing estrateacutegico eacute utilizada sobretudo para se compreender os padrotildees
de consumo Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber como eacute que os consumidores
tomam as suas decisotildees permitindo intervir junto dos mesmos e persuadi-los assim como
conceber e inovar produtos de acordo com o que satildeo as suas necessidades Segundo
Swarbrook e Horner (2007) o comportamento do consumidor em turismo define-se pelo
estudo que tenta responder agrave questatildeo de porque eacute que as pessoas compram o produto que
compram e como tomam a sua decisatildeo
Contudo esta pesquisa caracteriza-se por ser bastante complexa uma vez que as
decisotildees tomadas pelo consumidor-turista estatildeo interligadas com a sua componente
emocional e tambeacutem porque durante o processo de tomada de decisatildeo estaacute exposto a um
elevado nuacutemero de fatores e determinantes que influenciam o seu comportamento e que
dificultam a perceccedilatildeo de como eacute que afetam o consumidor (Id Ibid) Esta componente
emocional acompanha o consumidor desde o iniacutecio do processo de decisatildeo ateacute ao fim
36
No iniacutecio existem expectativas e receios pois o consumidor ainda natildeo sabe como
vai ser a sua experiecircncia e ainda natildeo usufruiu do que pagou No fim as suas expectativas
podem ser ou natildeo superadas assim como os receios que podem ou natildeo ocorrer o que
significa que a anaacutelise do comportamento do consumidor-turista eacute bastante complexa
devido agrave componente emocional e psicoloacutegica de cada consumidor e agrave intangibilidade dos
serviccedilosprodutos desta atividade
Geralmente o processo de decisatildeo desenvolve-se por trecircs etapas a preacute-
decisatildeocompra a decisatildeo e o poacutes-compra sendo que existem modelos que apresentam
ateacute cinco fases distintas uma vez que estas podem-se adaptar a diferentes aacutereas e natildeo
somente ao turismo Poreacutem existem diversos modelos de comportamento do consumidor
que podem ser adaptados ao caso concreto do turismo como eacute o caso do de Howard e
Sheth (1969) um dos modelos mais citados e que se pode observar na figura 3 Este
modelo ldquodestaca a importacircncia dos inputs no processo de compra do consumidor e sugere
maneiras pelas quais o consumidor ordena esses mesmos inputs antes de tomar uma
decisatildeo finalrdquo (Swarbrook e Horner 2007 42)
Figura 3 - - Modelo de Howard e Sheth (1969) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
37
Outros autores como Wahab Crampton e Rothfield (1976) e Mathieson e Wall
(1982) (citados por Swarbrook e Horner 2007) sugeriram outros modelos lineares do
processo de tomada de decisatildeo do consumidor-turista que podem ser observados nas
figuras 4 e 5
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall (1982) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor de Wahab Crampton e Rothfield (1976)
(Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Todos estes autores apresentam nos seus modelos diferentes definiccedilotildees para cada
fase do processo mas todos eles satildeo coincidentes em diversos aspetos ao facto do
momento da compra ocorrer sempre apoacutes a tomada de decisatildeo do consumidor ser alvo
de fatores que o influenciam na sua decisatildeo (sejam internos ou externos) de existirem
diversas alternativas que dependem sempre da decisatildeo do consumidor optar por uma e
por fim que a escolha destas alternativas sofre uma avaliaccedilatildeo por parte do consumidor
que decorre da sua procura por fontes de informaccedilatildeo internas e externas (Woodside e
Lysonski 1989 Engel Blackwell e Miniard 1995 Gremler e Brown 1996 Beerli e
Martin 2004 Swarbrook e Horner 2007)
Existem poreacutem autores como Pizam e Mansfeld (1999) que criticam estes
modelos no sentido em que natildeo satildeo preditivos por se basearem em estereoacutetipos e
generalizaccedilotildees Estes autores ainda afirmam que o processo de decisatildeo varia
significativamente entre os diferentes grupos de turistas e que os modelos existentes
ignoram os consumidores com falta de motivaccedilatildeo assim como os constrangimentos
associados que satildeo vistos como uma falha significante no que diz respeito agrave investigaccedilatildeo
do comportamento do consumidor (Id Ibid 29) Seguindo esta linha de pensamento
segundo o modelo de Gunn (citado por Gacircndara 2008) relativo ao comportamento do
turista existem diversas fases pelas quais o mesmo passa no momento em que decide
visitar um novo destino
38
Formam parte destas fases a acumulaccedilatildeo de imagens mentais sobre experiecircncias
de feacuterias anteriores a modificaccedilatildeo destas imagens graccedilas ao acesso a mais informaccedilatildeo a
decisatildeo de ir para feacuterias a viagem propriamente dita ao destino em questatildeo a participaccedilatildeo
no destino a viagem de regresso e por uacuteltimo gera-se uma nova acumulaccedilatildeo de imagens
obtidas e baseadas na experiecircncia vivida Torna-se portanto essencial compreender o
comportamento do consumidor assim como as suas perceccedilotildees acerca do destino Satildeo
estas caracteriacutesticas que permitem definir quais os turistas mais adequados para cada
destino para que se tornem fidelizados ao mesmo e tambeacutem perceber que alteraccedilotildees satildeo
necessaacuterias para que o destino se adapte agraves necessidades dos turistasvisitantes de forma
a ficarem satisfeitos com a experiecircncia (Id Ibid)
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos
A comunicaccedilatildeo relaciona-se com o turismo na medida em que os
turistasvisitantes enquanto seres sociais procuram interagir com a sociedade onde
vivem e sem a comunicaccedilatildeo esta interaccedilatildeo seria impossiacutevel pois ldquoa comunicaccedilatildeo eacute uma
necessidade inerente de qualquer ser humanordquo (Trigueiro 2001 citado por Marujo 2008
27) Eacute graccedilas agrave comunicaccedilatildeo que se torna possiacutevel dar a conhecer um destino e todas as
suas caracteriacutesticas bem como as informaccedilotildees essenciais na escolha de um local a visitar
Logo eacute a comunicaccedilatildeo que influencia os comportamentos das pessoas sendo que ldquopode
servir para comandar para condicionar para persuadir ou para motivar ndash ou seja para
levar algueacutem a fazer (ou abster-se de fazer) algordquo (Castro 2002 citado por Marujo 2008
27)
Desta forma a comunicaccedilatildeo encontra-se presente em todas as etapas do processo
de decisatildeo do turistavisitante aquando este decide visitar um destino especiacutefico sendo
que a mesma ldquodeve ter a capacidade de provocar o sentimento de envolvimento com o
destino antes durante e apoacutes a experiecircnciardquo (Peres e Rita 2017 175) No momento de
atrair visitantesturistas a um destino eacute a comunicaccedilatildeo que vai ao encontro daquilo que
satildeo as motivaccedilotildees desejos e emoccedilotildees das pessoas e faz com que as estrateacutegias de
transmissatildeo de informaccedilatildeo sejam eficazes ao ponto de as cativarem (Id Ibid) Poreacutem
cada vez mais os turistas satildeo mais exigentes e experientes e por esse motivo procuram
experiecircncias diferenciadoras passando o foco a estar na criatividade das estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo
39
Uma vez que em turismo falamos de bens e serviccedilos intangiacuteveis esta caracteriacutestica
pode dificultar as interaccedilotildees comunicacionais assim como a compreensatildeo dos mesmos
Daiacute a importacircncia da informaccedilatildeo e a forma como a mesma eacute apresentada pois deve ser o
mais expliacutecita possiacutevel de forma a tornar estes mesmos serviccedilos tangiacuteveis Desta forma
a informaccedilatildeo turiacutestica trata-se de uma das ferramentas mais valorizadas tanto pelos
profissionais da aacuterea como pelos consumidores Eacute atraveacutes da informaccedilatildeo que o
consumidor toma a sua decisatildeo e as entidades se inovam e criam condiccedilotildees para responder
agraves exigecircncias do mercado sendo que ldquoa informaccedilatildeo precisa e correta apropriada agraves
necessidades do consumidor eacute muitas vezes a chave para a satisfaccedilatildeo dos consumidoresrdquo
(Cooper et al 2001 citado por Marujo 2008 52)
No entanto todos estes aspetos dependem da qualidade dos serviccedilos prestados e
da experiecircncia global e uma vez que a interaccedilatildeo complexa das diversas componentes do
turismo pode pocircr em causa a qualidade cabe aos gestores de destinos tornar o destino
harmonioso entre todas as componentes ligadas ao turismo e tambeacutem as que natildeo estatildeo
diretamente ligadas ao mesmo de forma a minimizar ao maacuteximo as experiecircncias mais
negativas Poreacutem geralmente existe alguma dificuldade por parte dos visitantesturistas
em segmentar a sua opiniatildeo em relaccedilatildeo agrave qualidade da experiecircncia global da qual
usufruiu sendo que frequentemente os aspetos negativos sobressaem em relaccedilatildeo aos
positivos e satildeo estas opiniotildees que vatildeo definir o regresso ou natildeo da pessoa bem como as
recomendaccedilotildees a potenciais turistas
Daiacute que esta ferramenta seja importante para a comunicaccedilatildeo do destino pois se a
qualidade da oferta for elevada e a experiecircncia turiacutestica satisfatoacuteria ldquopara aleacutem de
despertar o interesse de outras pessoas para os serviccedilos oferecidos pela organizaccedilatildeo
poderaacute regressar mais tarde e continuar a utilizar os serviccedilos de uma forma contiacutenuardquo
(Marujo 2008 32) Eacute neste acircmbito que os destinos devem apostar na criaccedilatildeo de imagens
de marca associadas agrave oferta turiacutestica existente e que transmitam experiecircncias autecircnticas
e uacutenicas com elevados padrotildees de qualidade que vatildeo ao encontro das expectativas do
turistavisitante e que contribua para a satisfaccedilatildeo do mesmo Assim a criaccedilatildeo desta
imagem de marca ldquocumpriraacute mais facilmente os dois objetivos centrais do marketing
aplicado aos destinos turiacutesticos a diferenciaccedilatildeo e a sustentabilidaderdquo (Peres e Rita 2017
176)
40
Em suma o principal objetivo do processo de comunicaccedilatildeo em turismo passa por
fazer perdurar uma boa imagem do destino ou melhorar a mesma atrair novos visitantes
e ao mesmo tempo criar as condiccedilotildees para que regressem no futuro fornecer informaccedilatildeo
clara e expliacutecita acerca da oferta existente fomentar a coordenaccedilatildeo entre os diferentes
stakeholders e os seus esforccedilos e por uacuteltimo corrigir possiacuteveis erros ou distorccedilotildees (Heath
e Wall 1991 citados por Marujo 2008) A comunicaccedilatildeo em turismo ldquonatildeo se resume
portanto agrave promoccedilatildeo de um destino engloba tambeacutem os processos de seduccedilatildeo de um
turista as trocas culturais e rituais entre visitante e anfitriatildeo as narrativas turiacutesticas sobre
as quais se constroem as identidades das gentes lugares e marcasrdquo (Wichels 2013 478)
Eacute atraveacutes da comunicaccedilatildeo que se consegue interferir na imagem que os
turistasvisitantes tecircm acerca de um destino sendo que segundo Gacircndara (2008) apesar
de geralmente se verificar apenas a intervenccedilatildeo no momento da promoccedilatildeo e distribuiccedilatildeo
torna-se cada vez mais importante atuar tambeacutem no momento de produccedilatildeo onde se
desenvolve a qualidade do destino para que a proacutepria comunidade local se torne parte
integrante do processo e ao mesmo tempo beneficie desta atividade
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos
Tendo em consideraccedilatildeo que o mercado atual do turismo eacute cada vez mais
heterogeacuteneo e segue tendecircncias cada vez mais diversificadas que anteriormente natildeo se
verificavam cabe aos diferentes meios de comunicaccedilatildeo dos destinos aplicar diferentes
estrateacutegias que comuniquem e distribuam as suas ofertas de forma eficaz Satildeo vaacuterias as
fontes de informaccedilatildeo que o turistavisitante pode encontrar sobre um destino ou um
serviccediloproduto como por exemplo brochuras guias de viagem postos de informaccedilatildeo
turiacutestica jornais revistas televisatildeo empresas de turismo locais etc
Eacute tambeacutem atraveacutes da comunicaccedilatildeo que um destino estabelece o seu
posicionamento no mercado Para tal no que diz respeito aos destinos turiacutesticos existem
algumas estrateacutegias que se podem seguir a diferenciaccedilatildeo (apresentaccedilatildeo de novas
atraccedilotildees encontrar fatores diferenciadores relativamente agrave concorrecircncia) a diversificaccedilatildeo
dos mercadosprodutos (de forma a ajustar-se a diferentes mercados para atrair diferentes
tipos de turistas) e por uacuteltimo a aposta nos nichos de mercado (segmentos mais pequenos
do que o usual mas mais rentaacuteveis)
41
Mas o que se verifica cada vez mais eacute que esta divulgaccedilatildeo eacute feita atraveacutes de
plataformas online ldquoque desempenham um papel decisivo para aleacutem da sua reconhecida
relevacircncia nos aspetos informativos emocionais e de criaccedilatildeo de imagemrdquo (Peres e Rita
2017 176) Com todos os avanccedilos tecnoloacutegicos das uacuteltimas deacutecadas as estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo passam cada vez mais a ser aplicadas atraveacutes do auxiacutelio da internet nos
formatos digitais Desta forma a informaccedilatildeo online passa a ser global transmitida
essencialmente atraveacutes de websites e redes sociais permitindo ao consumidor conhecer
melhor o destino que quer visitar comparar em tempo real as condiccedilotildees e todos os aspetos
referentes agrave experiecircncia que pretende adquirir e ateacute reservarcomprar o seu
serviccediloproduto de forma raacutepida e simples
Ao mesmo tempo as empresas obtecircm uma ferramenta que lhes permite vender o
seu destino com maior detalhe atraveacutes do recurso a diversas formas de comunicaccedilatildeo
(sejam imagens textos viacutedeos etc) aproximando-se do consumidor e das marcas com
as quais poderaacute criar parcerias (Marujo 2008) A internet transformou-se assim numa
ldquodas principais ferramentas de distribuiccedilatildeo direta para todos os tipos de serviccedilos
turiacutesticosrdquo (Bairros e Cerreta 2009 citados por Cardoso 2012 25) Eacute essencialmente
atraveacutes do marketing digital que as entidades promotoras de destinos turiacutesticos cada vez
mais investem nas suas campanhas promocionais e estrateacutegias de comunicaccedilatildeo Segundo
Miranda (2010) a internet eacute utilizada em turismo como ferramenta estrateacutegica de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo que pode ser observada em trecircs niacuteveis
distintos o experimental o taacutetico-operacional e por fim o estrateacutegico No primeiro niacutevel
as empresas turiacutesticas utilizam a internet como meio de divulgaccedilatildeo dos seus produtos e
serviccedilos
Contudo segundo o mesmo autor muitas destas organizaccedilotildees desperdiccedilam as
potencialidades da internet uma vez que se limitam a apresentar apenas informaccedilatildeo baacutesica
acerca da sua oferta atraveacutes dos seus sites oficiais deixando muitas vezes a mesma
desatualizada e sem recorrerem a ferramentas dinacircmicas e apelativas como o som
imagens viacutedeos etc Jaacute no segundo niacutevel eacute onde ocorrem as operaccedilotildees de E-commerce
as designadas operaccedilotildees comerciais atraveacutes das quais a empresa permite ao consumidor
efetuar a compra do produtoserviccedilo online Este niacutevel pode ser verificado por exemplo
ldquoem sites de hoteacuteis que oferecem reservas online (hellip) [mas] muitas vezes este processo
de reserva [daacute-se] de forma natildeo segura o que natildeo incentiva muitos usuaacuterios a se utilizar
deste recursordquo (Miranda 2010 5)
42
Por fim o uacuteltimo niacutevel exige um planeamento estrateacutegico por parte das
organizaccedilotildees na medida em que o foco eacute o desenvolvimento do E-business sendo que as
empresas planeiam e aplicam estrateacutegias de atuaccedilatildeo no mercado de forma a
desenvolverem os seus meios de comunicaccedilatildeo online atraiacuterem a atenccedilatildeo dos seus
consumidores e melhorar a relaccedilatildeo com os mesmos com o intuito de os fidelizar No
entanto natildeo eacute somente a informaccedilatildeo fornecida que tem impacto nos turistas que procuram
visitar um novo destino eacute tambeacutem o passa-a-palavra atraveacutes de amigos familiares
conhecidos
Esta forma de divulgaccedilatildeo ldquoeacute confiaacutevel pois eacute transmitida por liacutederes de opiniatildeo
familiares amigos especialistas e assim acaba tornando-se uma importante e poderosa
forma de comunicaccedilatildeo (hellip) propagadora da mensagem ou da notiacutecia das suas
experiecircncias boas ou maacutesrdquo (Tineu 2001 citado por Marujo 2008 31) Desta forma cada
vez mais os turistas recorrem agraves opiniotildees de pessoas que conhecem e em quem confiam
o que pode provocar tanto situaccedilotildees positivas como negativas dependendo da experiecircncia
dessas mesmas pessoas Por norma se um turistavisitante ficar satisfeito com a sua
experiecircncia turiacutestica vai certamente influenciar positivamente potenciais turistas mas
caso ocorra o oposto e natildeo exista satisfaccedilatildeo a mensagem transmitida seraacute negativa (Id
Ibid)
As novas tecnologias de informaccedilatildeo vieram revolucionar a forma como a
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutesticas satildeo realizadas permitindo aumentar as vantagens
competitivas e reduzir custos Surgiu assim a necessidade de implementar novos modelos
de negoacutecio ldquopois os consumidores deixam de ser alvos passivos passando-se do mass
marketing para o marketing individualizado os preccedilos deixam de ser fixos e passam em
muitos casos a ser definidos de forma dinacircmica e vai-se ultrapassando a tradicional
assimetria da informaccedilatildeordquo (Peres e Rita 2017 177) Poreacutem apesar da internet permitir
comunicar com os consumidores neste caso turistas ou visitantes de forma mais raacutepida
simples e econoacutemica natildeo deve ser um ldquosubstituto para outras actividades promocionais
mas sim como um complemento das existentes o que oferece aos consumidores uma
maior possibilidade de escolha e mais uma maneira de fazer reservasrdquo (Brigs 1997 citado
por Marujo 2008b 31)
43
Neste sentido cabe agraves entidades e organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticos
ldquoaplicar estrateacutegias nos canais de comunicaccedilatildeo tradicionais (jornais televisatildeo etc) para
fornecer uma informaccedilatildeo adequada agraves necessidades dos turistas e investir nos novos
canais de comunicaccedilatildeo (internet quiosques multimeacutedia etc) para alcanccedilar de uma forma
mais eficaz potenciais consumidoresrdquo (Marujo 2008a 57) Torna-se portanto cada vez
mais imprescindiacutevel implementar boas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo que transmitam
informaccedilatildeo crediacutevel detalhada e real sobre a oferta existente assim como apostar na
diferenciaccedilatildeo e criatividade para que o consumidor natildeo se sinta defraudado relativamente
agraves expectativas que tinha acerca do destino
Em suma a preocupaccedilatildeo em transmitir atraveacutes das estrateacutegias de comunicaccedilatildeo
uma imagem positiva de qualidade e oferta de multiplicidade de experiecircncias diversas e
uacutenicas ao consumidor eacute essencial e deve ser permanente no sentido em que se deve
assegurar em todas as fases do processo de comunicaccedilatildeo do destino pois ldquotanto a
qualidade do produtodestino como a comunicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do mesmo satildeo aspetos
que tratados de maneira pouco profissional seguramente traratildeo cedo ou tarde resultados
indesejadosrdquo (Gacircndara 2008 20)
44
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio
Almada estaacute sediada no distrito de Setuacutebal e pertence agrave aacuterea metropolitana de
Lisboa (AML) sendo que no seu conjunto estatildeo englobadas 11 freguesias que se podem
observar na figura 6 sendo elas Almada Cova da Piedade Pragal Cacilhas Caparica e
Trafaria Charneca de Caparica e Sobreda Costa da Caparica Laranjeiro e Feijoacute Tem
como fronteiras o rio Tejo e Lisboa a norte Seixal a leste Sesimbra a sul e o Oceano
Atlacircntico a oeste sendo que o concelho abrange no total uma aacuterea de 71Km2
encontrando-se a 4km de Lisboa e 15km do Aeroporto Humberto Delgado (Cacircmara
Municipal de Almada - CMA sd)
Em termos geograacuteficos este concelho eacute constituiacutedo por caracteriacutesticas fiacutesicas e
paisagiacutesticas ricas e variadas onde se podem encontrar tanto espaccedilos verdes e reservas
naturais como eacute exemplo a Arriba Foacutessil da Costa de Caparica ou a Mata dos Medos na
Charneca de Caparica como tambeacutem aacutereas urbanisticamente desenvolvidas com oferta
de recursos culturais transportes serviccedilos etc e ainda 13km de linhas de costa no litoral
onde se encontram algumas das melhores praias de toda a regiatildeo da Grande Lisboa
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada (Fonte Cacircmara Municipal de Almada 2018)
45
Em termos populacionais segundo os Censos de 2011 (CMA sd) existem 174
030 habitantes nuacutemero este que faz do concelho de Almada um dos mais importantes na
margem sul da AML A grande maioria da populaccedilatildeo (76) encontra-se empregada no
setor terciaacuterio sendo este o que mais evoluiu nos uacuteltimos anos e que tem maior destaque
(Id Ibid) Hoje em dia Almada eacute considerada o melhor miradouro para a cidade de
Lisboa uma vez que se encontra do lado oposto agrave mesma mas a verdade eacute que este
concelho teve grande importacircncia ao longo de vaacuterios periacuteodos da histoacuteria de Portugal
Privilegiada por se encontrar localizada junto ao Tejo Almada foi desde os primoacuterdios
um lugar de excelecircncia para a ocupaccedilatildeo e fixaccedilatildeo humana desde a preacute-histoacuteria
Era atraveacutes do rio que se faziam as trocas comerciais e de mercadorias tatildeo
essenciais em qualquer eacutepoca sendo que feniacutecios romanos e muccedilulmanos acabaram por
se sedentarizar nesta aacuterea e desenvolver a cidade Posteriormente foi conquistada aos
mouros pelo rei D Afonso Henriques e os cruzados ingleses em 1147 tornando-se cidade
mais tarde quando D Sancho I outorgou o primeiro foral da cidade em 1190 (Id Ibid)
Mas o grande desenvolvimento nesta aacuterea ocorreu sobretudo no seacuteculo XIX graccedilas aos
processos de industrializaccedilatildeo sendo os principais setores a serem desenvolvidos o da
corticcedila moagem e estaleiros navais Foi nesta eacutepoca que o concelho acolheu e recebeu
populaccedilotildees de outras aacutereas do paiacutes que aqui se fixavam para trabalhar e para viver
contribuindo para uma nova dinacircmica e desenvolvimento
Momentos como ldquoa vitoacuteria dos liberais na Batalha da Cova da PiedadeCacilhas
contra os Miguelistas (23 de julho de 1833) (hellip) [e] a antecipada proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica em Almada a 4 de outubro de 1910rdquo (Id Ibid) satildeo exemplos de importantes
acontecimentos histoacutericos que tiveram lugar nesta margem do rio Mais tarde devido ao
grande crescimento demograacutefico que se deu durante os anos quarenta e setenta do seacuteculo
passado verificou-se um elevado nuacutemero de migraccedilotildees e movimentos de populaccedilatildeo que
procurava Almada como alternativa para trabalhar e morar Foi entatildeo a partir da deacutecada
de 90 que as grandes alteraccedilotildees e desenvolvimentos nas principais estruturas do concelho
comeccedilaram a surgir Uma extensa rede de equipamentos municipais nas mais variadas
aacutereas como a cultura o desporto o lazer a educaccedilatildeo sauacutede transportes jardins e zonas
verdes eacute construiacuteda e eacute tambeacutem aprovado o plano diretor municipal que confere ao
concelho uma nova qualidade de vida para os seus habitantes (Id Ibid)
46
Neste sentido Almada relativamente agrave sua posiccedilatildeo geograacutefica possui
caracteriacutesticas que foram sendo valorizadas pelo homem que aqui se estabeleceu em
quase todos os periacuteodos da histoacuteria (Sabrosa 1993 citado por Gonccedilalves 2002) Eacute
tambeacutem a sua proximidade agrave cidade de Lisboa que lhe atribui uma posiccedilatildeo estrateacutegica de
complementaridade com a capital atraveacutes da troca e prestaccedilatildeo de diversos serviccedilos e
produtos Contudo existe tambeacutem uma relaccedilatildeo de dependecircncia que muitas vezes confere
agrave cidade de Almada uma posiccedilatildeo de inferioridade no sentido em que a imagem deste
destino perde a sua credibilidade pois as suas potencialidades turiacutesticas e de
desenvolvimento satildeo muitas vezes desconsideradas (Figueiredo 2015)
O facto de Almada se ter desenvolvido e constituiacutedo como um territoacuterio industrial
durante vaacuterias deacutecadas com a construccedilatildeo de estaleiros navais faacutebricas de moagem e de
produccedilatildeo de corticcedila que devido agraves suas crises levaram agrave estagnaccedilatildeo do crescimento
urbano por sua vez tambeacutem atrasou o desenvolvimento deste territoacuterio (Gonccedilalves 2002
67) Todos estes fatores contribuiacuteram para uma degradaccedilatildeo da paisagem do territoacuterio
uma vez que as infraestruturas outrora utilizadas para fins industriais acabaram por ficar
ao abandono levando agrave ldquodescaracterizaccedilatildeo envelhecimento e degradaccedilatildeo da estrutura
urbana envolventerdquo (Figueiredo 2015 21) Poreacutem atraveacutes do Plano Diretor Municipal
(PDM) que sofreu uma revisatildeo em 2011 Almada estabeleceu linhas estrateacutegicas de
desenvolvimento para o concelho com vista agrave aplicaccedilatildeo de planos e estrateacutegias de
requalificaccedilatildeo do mesmo a niacutevel territorial ambiental social econoacutemico e urbano
Relativamente ao turismo nos uacuteltimos anos tem-se verificado em Almada uma
evoluccedilatildeo que embora lenta se tem tornado cada vez mais notoacuteria sendo que a cidade se
tem vindo a estabelecer como um destino que proporciona a troca de fluxos importantes
natildeo soacute para o concelho mas tambeacutem a niacutevel de toda a AML (CMA 2011) Neste sentido
vaacuterios foram os projetos que ao longo dos anos se foram desenvolvendo e alguns
aplicando contribuindo para a melhoria da imagem e da qualidade de Almada enquanto
destino turiacutestico como satildeo exemplos o programa POLIS a renovaccedilatildeo urbaniacutestica da zona
de Cacilhas o projeto ldquoAlmada Nascente ndash Cidade da Aacuteguardquo e a construccedilatildeo do metro de
superfiacutecie Desta forma eacute essencial a aposta nos recursos potenciadores de atividades nas
aacutereas do recreio lazer e turismo assim como a criaccedilatildeo de uma marca visto que
contribuem decisivamente para a consolidaccedilatildeo do destino relativamente agrave concorrecircncia e
agrave restante oferta existente (Id Ibid)
47
52 Oferta turiacutestica em Almada
Um destino turiacutestico eacute construiacutedo tendo por base o planeamento e a delineaccedilatildeo de
objetivos a par com a existecircncia de recursos com potencial turiacutestico que efetivamente
possuem a capacidade de satisfazer as necessidades dos turistas (CMA 2011 80) Assim
apresentam-se na tabela 1 os principais recursos do concelho
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada Fonte CMA (2019) RNT (2002) Portal
Almada Digital (2019)
A fim de se compreender de que forma a valorizaccedilatildeo turiacutestica do concelho de
Almada eacute estruturada e planeada eacute necessaacuterio conhecer os recursos existentes que
contribuem para o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos
Recursos
primaacuterios
Patrimoacutenio
Natural Praias oceacircnicas paisagem protegida
reserva botacircnica
Cultural
Monumental Monumentos muralha estaacutetua entre
outros
Artiacutestico Museus igrejas conventos capelas
Etnograacutefico Folclore artesanato
Complementar Parques jardins puacuteblicos miradouros
Atividades
Roteiros Percursos pedestres sinalizados
Animaccedilatildeo
turiacutestica
Desportos naacuteuticos e radicais atividades
de ar livrenatureza e aventura
Recursos
primaacuterios
Equipamentos
Culturais Espaccedilos para exposiccedilotildees auditoacuterios
bibliotecas centros culturais
Desportivos Teacutenis golfe nataccedilatildeo equitaccedilatildeo
Recreativos Estaacutedios clube naacuteutico
Negoacutecios Salas de reuniotildees
Eventos
Religiosos Procissotildees
Culturais Marchas populares espetaacuteculos
comemorativos exposiccedilotildees
Animaccedilatildeo Festivais de muacutesica concertos
espetaacuteculos de danccedila teatro entre outros
Desportivos Ginaacutestica atletismo nataccedilatildeo futebol
Recursos
secundaacuterios
Atividades Gastronomia
Equipamentos
Animaccedilatildeo e
outros Vaacuterios mercados perioacutedicos
Turiacutesticos
Hotelaria agecircncias de viagem agecircncias de
animaccedilatildeo turiacutestica campos de campismo
rent-a-car restaurantes postos de turismo
escolas de surf
Transportes Terminais ferroviaacuterios rodoviaacuterios e
fluviais
Infraestruturas
sociais Estradas
48
Desta forma a organizaccedilatildeo e compreensatildeo dos recursos existentes satildeo essenciais
para a construccedilatildeo da oferta turiacutestica do destino fator de atratividade para os visitantes e
turistas Neste sentido relativamente agrave avaliaccedilatildeo dos recursos acima apresentados de
uma forma geral e analisando os mesmos tendo em conta os produtos turiacutesticos mais
procurados eacute um concelho que considerando a sua dimensatildeo aparenta dispor de um
conjunto consideraacutevel de recursos de cariz cultural religioso e de aacutereas verdes assim
como de outras infraestruturas complementares principalmente a restauraccedilatildeo
Contudo algumas das freguesias mais procuradas como Cacilhas e Almada pecam
pela falta de estabelecimentos de alojamento principalmente hoteacuteis assim como outros
empreendimentos mais pequenos como alojamento local No entanto a freguesia da
Costa da Caparica apresenta uma consideraacutevel variedade de oferta de alojamentos como
hoteacuteis de categoria variada surf houses apartamentos turiacutesticos e parques de campismo
Considerando o produto golf e a quantidade de campos existentes estes tambeacutem se
encontram bem fornecidos em termos de estabelecimentos de alojamento tendo em conta
a capacidade do Hotel Aldeia dos Capuchos e toda a variedade de alojamentos disponiacuteveis
na Herdade da Aroeira todos ao redor dos campos de golf aqui existentes
Eacute com base nos recursos existentes no destino que eacute possiacutevel definir os principais
produtos turiacutesticos do concelho que seratildeo apresentados na tabela 2 Considerando o Plano
Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e Desenvolvimento do Turismo para o concelho de Almada
(CMA 2011) os produtos o sol e mar turismo religioso e golf encontram-se consolidados
ou em vias de consolidaccedilatildeo enquanto que os restantes apresentam forte potencial de
desenvolvimento
49
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado
de CMA (sd) e Turismo de Lisboa (2018)
Turismo cultural e religioso
- Principal produto de interesse por parte de quem visita o concelho
particularmente nas freguesias de Cacilhas e Almada sendo que a Trafaria
tambeacutem conta com alguns pontos de interesse
- Conta com recursos desde igrejas santuaacuterios (Santuaacuterio do Cristo Rei)
conventos (Convento dos Capuchos) museus com variadas temaacuteticas ligadas
agrave histoacuteria do concelho jardins e parques e tantos outros recursos culturais
como eacute exemplo a fragata D Fernando II e Gloacuteria convertida atualmente em
museu
- Proximidade entre os recursos em si e de rotas pedestres existentes
assim como a existecircncia de vaacuterios locais que permitem uma vista privilegiada
para a cidade de Lisboa
- Como recurso complementar a existecircncia de variadas opccedilotildees em termos
de restauraccedilatildeo principalmente na freguesia de Cacilhas permite apreciar a
gastronomia local
Sol e Mar
- Principal produto na freguesia da Costa da Caparica
- Extensatildeo de 13km de praias contando com 7 praias de Bandeira Azul
- Produto chave e com grande procura devido a fatores como a
localizaccedilatildeo a proximidade com Lisboa boas acessibilidades tanto de carro
devido agrave ligaccedilatildeo da Ponte 25 de Abril como de transportes puacuteblicos
(autocarro desde Lisboa ou Cacilhas) equipamentos existentes nas
proximidades como restaurantes e bares e estabelecimentos de alojamento
(hoteacuteis e alojamento local)
- Atrativo para diversos mercados estrangeiros como o espanhol francecircs
alematildeo e brasileiro
Turismo Naacuteutico
- Complemento ao produto Sol e Mar
- Principalmente procurado para a praacutetica de surf stand up paddle e
katesurf
- Foco na freguesia da Costa da Caparica tal como o Sol e Mar devido agrave
vasta extensatildeo de areal onde as condiccedilotildees permitem boas praacuteticas destes
variados desportos naacuteuticos
- Existecircncia de infraestruturas de apoio como escolas de surf e surfhouses
nesta mesma freguesia devido agrave grande procura pelo produto
50
Golf
- Visto principalmente como um produto complementar ao produto Sol e
Mar devido agrave proximidade dos campos existentes agraves praias da Costa da
Caparica
- 2 campos de 18 buracos e 1 com 9 buracos todos na freguesia da
Caparica integrados em estabelecimentos de alojamento ndash Herdade da
Aroeira e Hotel Aldeia dos Capuchos Golf amp SPA
- Boa localizaccedilatildeo e infraestruturas disponiacuteveis que permitem a praacutetica do
desporto durante todo o ano e para todo o tipo de jogadores
Turismo de Natureza
- Produto principalmente focado na Paisagem Protegida da Arriba Foacutessil
da Costa de Caparica onde se engloba a Mata dos Medos
- Vaacuterios caminhos pedestres disponiacuteveis assim como outras atividades
que satildeo desenvolvidas a partir deste ponto como Parapente e Asa Delta
Para aleacutem dos principais produtos turiacutesticos tambeacutem estatildeo indicados na tabela
anterior aqueles que satildeo vistos como produtos complementares aos existentes Deste
modo seguindo o conceito de ciclo de vida do produto pode-se considerar o seguinte
sol e mar encontra-se na fase de maturidade turismo religioso golf e turismo cultural em
fase de crescimento (sendo que cada um apresenta diferentes niacuteveis de crescimento)
turismo naacuteutico entre a fase de crescimento e maturidade (dependendo do desporto) e
por fim o turismo de natureza entre a fase de nascimento e crescimento considerando
que ainda eacute um produto com pouca procura e pouco desenvolvimento
51
53 Procura turiacutestica em Almada
Devido agrave sua proximidade com a cidade de Lisboa e a facilidade existente em
atravessar o rio Tejo o concelho de Almada beneficia muito destes dois fatores fazendo
com que a sua procura seja cada vez mais semelhante agrave da capital Por natildeo existirem
dados concretos relativamente ao nuacutemero total de turistas que visitam o concelho seratildeo
tidos em consideraccedilatildeo vaacuterios indicadores que proporcionam uma ideia geral da procura
no concelho de Almada
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2013-2018)
Atraveacutes da figura 7 eacute possiacutevel determinar que o nuacutemero de visitantes estrangeiros
eacute superior aos nacionais assim como se verifica um aumento crescente destes valores no
periacuteodo apresentado entre os anos de 2012 e 2017 agrave exceccedilatildeo do ano de 2014 em que se
verificou uma pequena quebra no nuacutemero de visitantes estrangeiros Considerando o
nuacutemero de hoacutespedes estrangeiros podemos aprofundar e apresentar os hoacutespedes por
continente
Atraveacutes da figura 8 eacute possiacutevel compreender que o continente europeu eacute de onde
satildeo provenientes a maioria dos hoacutespedes que ficam em Almada sendo por isso bastante
importante No entanto outros continentes comeccedilam a crescer e a procurar cada vez mais
tanto a regiatildeo de Lisboa como em especiacutefico o concelho de Almada No que diz respeito
ao continente americano destaca-se o mercado brasileiro sendo que o mercado norte
americano tambeacutem comeccedila a ter alguma relevacircncia para a AML (Ferro 2018) juntamente
com o mercado asiaacutetico que tem demonstrado procurar cada vez mais o destino em
questatildeo
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total 110 806 116 357 132 475 145 173 156 795 170 062
Nacionais 53 104 54 467 74 292 66 444 57 329 57 456
Estrangeiros 57 702 61 890 58 183 78 729 99 466 112 606
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
140 000
160 000
180 000
52
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Devido agrave proximidade anteriormente referida os principais mercados que
procuram a AML satildeo os mesmos que se encontram no top de mercados que tambeacutem
procuram o concelho de Almada nomeadamente Espanha Alemanha Franccedila Reino
Unido e Itaacutelia (Ferro 2018) sendo esta a ordem de preferecircncia dos mercados no que diz
respeito agrave procura pelo concelho tendo em conta o nuacutemero de hoacutespedes destes mesmos
paiacuteses
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2012 19 035 2 290 8 919 3 484
2013 21 003 3 353 8 485 1 542
2014 20 150 3 277 6 543 1 959
2015 24 828 15 766 5 991 2 284
2016 23 253 15 521 12 478 3 154
2017 22 077 15 182 11 625 3 528
41 975
60 25972 649 74 353
2014 2015 2016 2017
Europa
1 608 2 465 3 385
8 239
2014 2015 2016 2017
Ameacuterica
607 611 760 997
2014 2015 2016 2017
Aacutefrica
247626
367 394
2014 2015 2016 2017
Oceacircnia
13 746 14 768
22 30528 623
2014 2015 2016 2017
Aacutesia
53
Analisando o nuacutemero de hoacutespedes por mercados alvo como aparece representado
na tabela 3 com dados retirados a partir do INE eacute de realccedilar o aumento de cerca de 380
do mercado alematildeo entre 2014 e 2015 valor que se manteve no ano de 2016 assim como
o mercado francecircs (aumento de 10828) e britacircnico (aumento de 3809) entre 2015 e
2016 Contudo no ano de 2017 verifica-se uma queda de valores em todos os paiacuteses
exceto no Reino Unido que aumentou significativamente entre 2016 e 2017
Considerando agora os dados relativos agraves dormidas por continente pelo graacutefico
representado na figura 9 eacute possiacutevel destacar principalmente a influecircncia do mercado
asiaacutetico sendo que apesar de ser dos que apresenta a estadia meacutedia mais baixa (2 noites)
desde 2012 na AML (INE 2019) continua a crescer e a ser o continente com maior
influecircncia depois do europeu sendo que o americano tambeacutem jaacute tem alguma
representatividade apesar de estar bastante longe de ter o mesmo alcance dos restantes
dois
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Tambeacutem eacute possiacutevel analisar atraveacutes da representaccedilatildeo na tabela 4 os dados
retirados do INE referentes agraves dormidas dos principais mercados alvo Eacute de notar a quebra
do nuacutemero de dormidas do mercado espanhol na casa dos 1777 pontos percentuais em
contraste com o crescimento dos mercados francecircs entre 2015 e 2016 (10846) e o
britacircnico (3016) sendo que o mercado francecircs voltou a sofrer uma quebra em 2017 Eacute
igualmente importante realccedilar que apesar do mercado alematildeo apresentar um maior
nuacutemero de hoacutespedes nos anos de 2016 e 2017 quando comparado com o francecircs este
uacuteltimo mercado apresenta um maior nuacutemero de dormidas registadas nos mesmos anos em
comparaccedilatildeo com o mercado alematildeo
2014 2015 2016 2017
Europa 147 251 171 466 205 179 201 835
Aacutefrica 2 089 2 109 2 560 2 857
Ameacuterica 5 114 6 661 8 949 21 612
Aacutesia 21 301 22 425 36 126 43 323
Oceacircnia 679 1 395 807 972
0
50 000
100 000
150 000
200 000
250 000
54
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2014 64 475 13 758 16 754 7 217
2015 82 820 24 025 16 616 8 544
2016 68 101 26 698 34 638 11 121
2017 63 986 25 410 29 563 12 064
Considerando as entradas no posto de turismo de Cacilhas e da Costa da Caparica
eacute possiacutevel perceber quais os mercados entre estrangeiros e nacionais que mais procuram
esta aacuterea assim como os periacuteodos do ano de eleiccedilatildeo para essa mesma procura como se
pode observar nas figuras 10 e 11 abaixo apresentadas
Figura 10 ndash Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo de Cacilhas 2018 2019)
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo da Costa da Caparica 2018 2019)
8 659
10 44011 886
12 81414 217
10 647 10 582
6 383
8 276 8 2369 460
11 057
8 319 8 340
2 276 2 1643 650 3 354 3 160
2 328 2 242
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
5 6027 344
9 804
16 115
10 8929 526
7 898
4 5966 363 6 338
9 4438 175
6 088 5 294
1 006 981
3 466
6 672
2 717 3 438 2 604
0
5 000
10 000
15 000
20 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
55
Relativamente aos mercados alvo de Cacilhas e Costa da Caparica eacute possiacutevel
observar o seguinte cenaacuterio atraveacutes dos dados apresentados nas tabelas 5 e 6 facultados
pelos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica ainda tendo em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de entradas nos postos de turismo referidos anteriormente
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
971 1 535 1 121 1 322 1 261 1 083 944
1 188 1 456 1 457 1 629 1 672 1 238 1 061
1 183 1 638 2 371 2 787 3 720 2 512 2 693
414 555 236 440 346 247 254
491 526 605 805 974 866 646
270 287 268 359 489 389 467
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
564 848 668 860 892 753 651
1 742 1 779 2 285 2 927 1 852 1 479 1 504
885 1 605 1 820 3 034 2 946 1 961 1 594
262 497 323 377 508 208 157
300 338 263 598 449 405 324
156 168 - 242 245 226 127
56
Tal como foi referido e percecionado anteriormente os mercados alematildeo
espanhol francecircs britacircnico e italiano satildeo de facto dos mais importantes para a AML
(Ferro 2018) No entanto eacute de notar a significativa procura do mercado holandecircs por
ambos os postos chegando mesmo a ultrapassar o nuacutemero de entradas do mercado
italiano ao longo dos anos no posto de turismo da Costa da Caparica
Por fim considerando a totalidade das entradas nos postos atraveacutes da figura 12 eacute de
realccedilar a preferecircncia pelos meses entre julho e setembro sendo que no caso de Cacilhas
tem aumentado a procura a partir dos meses de abrilmaio ateacute outubro tendo em conta
que o produto mais procurados eacute o turismo cultural No caso da Costa da Caparica as
preferecircncias jaacute rondam apenas os meses entre julho e setembro devido ao facto do
produto de eleiccedilatildeo ser o sol e mar juntamente com os desportos naacuteuticos
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelos Postos de Turismo 2018)
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Jan 328 487 319 589 590 508
Fev 471 548 411 638 606 681
Mar 519 832 667 807 1 210 935
Abr 753 1 353 1 105 2 082 1 626 1 688
Mai 938 1 505 1 428 1 789 1 878 1 492
Jun 1 040 1 602 1 360 2 031 2 019 1 683
Jul 2 439 2 290 4 064 3 578 3 787 3 313
Ago 3 329 4 233 7 696 10 933 7 573 4 255
Set 2 147 2 155 1 963 3 491 2 774 2 806
Out 1 260 1 645 1 319 1 374 1 653 1 540
Nov 611 763 748 1 087 892 864
Dez 425 371 610 530 519 408
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
57
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica
A anaacutelise relativa agraves estrateacutegias inerentes agrave forma de comunicaccedilatildeo do destino foi
feita tendo por base os canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica do mesmo Uma vez
que a informaccedilatildeo turiacutestica online se encontra essencialmente no site oficial da CMA esta
anaacutelise iraacute recair precisamente neste canal de divulgaccedilatildeo Atraveacutes desta pesquisa eacute
possiacutevel identificar os principais pontos atraveacutes dos quais a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada
se foca e se desenvolve assim como perceber qual o tipo de informaccedilatildeo transmitida Para
tal seguiram-se alguns pressupostos como os aspetos teacutecnicos e visuais (identificaccedilatildeo da
oferta atratividade tipo de navegaccedilatildeo layout informaccedilatildeo disponiacutevel meios utilizados
suporte multimeacutedia etc) a autoria (data de criaccedilatildeo autor atualizaccedilotildees) acesso (tempo
de carregamento existecircncia de outros links uacuteteis contactos acesso a utilizadores de
outros idiomas ou com algum tipo de limitaccedilatildeo) e por fim o conteuacutedo (interativo fontes
de informaccedilatildeo seguras e identificadas conteuacutedo expliacutecito identificaccedilatildeo da audiecircncia a
que se destina etc)
Apoacutes uma anaacutelise ao site eacute possiacutevel concluir que numa perspetiva geral
relativamente agrave divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica em primeiro lugar o mesmo peca pela
falta de atratividade e dinamismo na forma como apresenta a informaccedilatildeo pois a mesma
eacute resumida e o recurso a meios mais dinacircmicos como viacutedeos sons e imagens eacute muito
pouco utilizado o que natildeo permite uma interatividade entre o visitanteturista e o
sitedestino Eacute tambeacutem notoacuteria a falta de idiomas para aleacutem do portuguecircs que eacute o uacutenico
que se encontra disponiacutevel sendo que idiomas como inglecircs e castelhano apresentam-se
como opccedilatildeo mas quando selecionados surge a informaccedilatildeo de que estaratildeo disponiacuteveis em
breve
O facto do principal objetivo do site se tratar de informar principalmente a
populaccedilatildeo local do concelho ou visitantes nacionais com informaccedilotildees sobre a accedilatildeo social
o ambiente a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo entre outros acaba por colocar a informaccedilatildeo turiacutestica
para visitantes externos em segundo plano natildeo lhe sendo atribuiacuteda tanta importacircncia Em
termos de facilidade de navegaccedilatildeo no site para um visitante portuguecircs eacute uma tarefa
simples mas para qualquer visitante estrangeiro que natildeo compreenda a liacutengua portuguesa
torna-se impossiacutevel pois natildeo existem mais idiomas disponiacuteveis
58
Relativamente ao conteuacutedo apresentado somente selecionando lsquoturismorsquo presente
no menu do site eacute que se encontra alguma descriccedilatildeo e informaccedilatildeo sucinta sobre o destino
Almada sendo que natildeo existe um site oficial dedicado especificamente ao turismo do
concelho Neste segmento satildeo apresentados alguns dos produtos turiacutesticos e recursos que
se podem encontrar em Almada como sugestotildees de percursos pedestres por diversos
espaccedilos do concelho uma listagem das praias existentes mapas do concelho os
principais espaccedilos culturais de lazer ou desportivos um guia de alojamento do concelho
(tratando-se do uacutenico documento apresentado que se encontra em cinco idiomas distintos
portuguecircs espanhol inglecircs francecircs e alematildeo) os principais parques e jardins os postos
de turismo e um guia gastronoacutemico
Tambeacutem satildeo apresentadas informaccedilotildees embora se encontrem em portuguecircs
sobre de que forma o visitante pode chegar ateacute Almada referindo quais os meios de
transporte existentes sendo que a informaccedilatildeo eacute complementada com links
correspondentes aos sites oficiais das empresas de cada transporte No geral o site
enquanto meio de divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada natildeo descreve
explicitamente a oferta turiacutestica do destino pois a informaccedilatildeo natildeo eacute tatildeo clara e evidente
como devia por ser muito sucinta e pouco promocional acabando por natildeo atrair de forma
eficaz a atenccedilatildeo do visitanteturista
Uma vez que no caso especiacutefico de Almada o que se verifica eacute a existecircncia de um
uacutenico site oficial geral na medida em que o segmento de turismo possui apenas uma
secccedilatildeo dentro do site oficial da CMA o mesmo acaba por natildeo ter um grande destaque
Desta forma analisando a secccedilatildeo que diz respeito ao turismo natildeo eacute possiacutevel identificar
de forma clara os diferentes puacuteblicos-alvo que o destino pretende atrair ateacute porque a
proacutepria oferta natildeo se encontra apresentada de forma muito segmentada concisa e clara
No que diz respeito ao posicionamento e imagem do destino em questatildeo este eacute
um concelho que ainda natildeo apresenta uma posiccedilatildeo de grande destaque no mapa turiacutestico
da regiatildeo da grande Lisboa pois segundo dados do INE (2018) o nuacutemero de visitantes
da capital eacute superior ao de Almada Poreacutem nos uacuteltimos anos Almada tem atraiacutedo cada
vez mais visitantes e tem-se transformado cada vez mais como um destino natildeo soacute
complementar a Lisboa mas tambeacutem diferenciador e de escape da massificaccedilatildeo da
capital
59
Eacute neste sentido que o destino Almada promete oferecer a quem o visitar um local
ldquo[para] descansar do ambiente cosmopolita e simplesmente contemplar a natureza (hellip)
[mas tambeacutem um] centro de cultura e desporto de parques naturais e espaccedilos puacuteblicos
qualificadosrdquo (CMA sd)
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino
Para aleacutem do site oficial da CMA os restantes canais de comunicaccedilatildeo do destino
satildeo o portal Almada Digital a plataforma ISSUU ndash Digital Publishing Platform for
Magazines Catalogs and Publications e ainda algumas redes sociais como o instagram
e a paacutegina oficial de facebook da CMA tratando-se dos uacutenicos canais de divulgaccedilatildeo da
informaccedilatildeo online Atualmente as redes sociais funcionam cada vez mais como uma
ferramenta estrateacutegica para o desenvolvimento da vertente promocional de um destino
turiacutestico uma vez que contribuem para a captaccedilatildeo de visitantes atraveacutes essencialmente da
imagem do destino e de todos os produtos serviccedilos infraestruturas etc a ele associados
permitindo ao mesmo tempo obter a reaccedilatildeo dos proacuteprios turistasvisitantes e interagir com
os mesmos graccedilas aos comentaacuterios gostos e partilhas
No caso de Almada existe realmente uma presenccedila nas redes sociais como o
facebook instagram e youtube mas trata-se de uma abordagem meramente informativa
para o puacuteblico portuguecircs nomeadamente a populaccedilatildeo local uma vez que as informaccedilotildees
dizem respeito ao funcionamento do concelho notiacutecias sobre o mesmo e alguns eventos
sendo que todas as redes sociais estatildeo associadas agrave cacircmara municipal do concelho e natildeo
agrave vertente turiacutestica Neste contexto a estrateacutegia de promoccedilatildeo turiacutestica do concelho natildeo
utiliza as redes sociais como meio de divulgaccedilatildeo turiacutestica e de atraccedilatildeo de novos visitantes
Alguns dos objetivos primordiais da mensagem a transmitir atraveacutes da estrateacutegia
de promoccedilatildeo acerca do destino passam por informar atraveacutes da apresentaccedilatildeo de
informaccedilatildeo sobre tudo o que um visitante precisa de saber quando se desloca para um
novo destino (como chegar o que fazer onde ficar alojado etc) envolver o consumidor
com a cultura local atraveacutes de uma amostra daquilo que poderaacute disfrutar no destino e
credibilizar atraveacutes de links de paacuteginas oficiais que complementem a informaccedilatildeo
disponibilizada no site uma vez que todos estes fatores acabam por transmitir confianccedila
ao visitante e captar a sua atenccedilatildeo Quando bem elaborado o conteuacutedo apresentado eacute
capaz de criar no consumidor neste caso o turistavisitante o desejo de visitar o destino
em causa
60
Relativamente a Almada a estrateacutegia de promoccedilatildeo nos canais online eacute
essencialmente feita atraveacutes do recurso ao discurso descritivo e demonstrativo sendo o
seu principal objetivo dar a conhecer ao visitante algumas ainda que reduzidas
curiosidades do destino com o auxiacutelio de algumas imagens Contudo a mensagem
transmitida online natildeo desenvolve uma grande estrateacutegia promocional do destino niacutevel
turiacutestico jaacute que natildeo se verifica um grande desenvolvimento do mix de comunicaccedilatildeo de
diferentes ferramentas integradas como por exemplo accedilotildees promocionais atraveacutes da
utilizaccedilatildeo de viacutedeos e imagens interativas que acompanhem e complementem as
informaccedilotildees encontradas no texto
Poreacutem atraveacutes do site oficial eacute possiacutevel aceder agrave paacutegina lsquoAlmada interativarsquo onde
se encontram algumas aplicaccedilotildees e ferramentas que permitem comunicar eventuais
problemas do concelho ou navegar pelo mapa do mesmo e tambeacutem uma das ferramentas
mais interativas designada lsquoUma agenda vista do ceacuteursquo Esta ferramenta que se encontra
apenas em portuguecircs trata-se de um mapa interativo onde o visitante pode descobrir quais
os eventos que vatildeo ocorrer no concelho podendo selecionar a pesquisa por lsquohojersquo
lsquoamanhatildersquo e lsquoesta semanarsquo e ainda selecionar os eventos por temas (CMA sd)
Outra das ferramentas promocionais mais interativas e dinacircmicas utilizadas pelo
destino eacute a plataforma ISSUU que transforma publicaccedilotildees impressas em virtuais onde
satildeo apresentadas algumas brochuras como a agenda cultural alguns eventos e programas
culturais ainda que uma vez mais se encontrem somente em portuguecircs Para aleacutem do
suporte online a estrateacutegia de promoccedilatildeo do destino passa tambeacutem pelos postos de turismo
e pela participaccedilatildeo em feiras de turismo como eacute exemplo a Bolsa de Turismo de Lisboa
(BTL) entre outras Os postos de turismo do concelho satildeo apenas dois um localizado
em Cacilhas e o segundo na Costa da Caparica
Atraveacutes deste contacto presencial com profissionais da aacuterea o visitante pode obter
todo o tipo de informaccedilatildeo turiacutestica assim como panfletos brochuras e outros documentos
informativos acerca da oferta turiacutestica do concelho que neste caso jaacute se encontram
disponiacuteveis em diversos idiomas A comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo nos destinos turiacutesticos eacute
extremamente relevante e cada vez mais eacute feita atraveacutes do recurso agrave internet pois trata-
se de uma ferramenta que ldquoaguccedila o apetite pela viagem e por isso ela eacute um meio de
comunicaccedilatildeo indispensaacutevel agraves organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticosrdquo (Marujo
2008 104)
61
No caso concreto do concelho de Almada e atraveacutes da anaacutelise aos canais de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo do mesmo eacute possiacutevel concluir que este recurso natildeo eacute muito
valorizado pois verificam-se algumas lacunas essencialmente relativamente agrave qualidade
e diversidade da informaccedilatildeo e a proacutepria promoccedilatildeo e marketing do destino Segundo
Marujo (2008) eacute necessaacuterio que as entidades promotoras de destinos compreendam que
atraveacutes da internet eacute possiacutevel promover o concelho para todas as partes do mundo
permitindo uma maior interatividade com o consumidor e fornecer informaccedilatildeo mais
detalhada e apelativa a custos mais reduzidos algo que natildeo se verifica no concelho de
Almada A informaccedilatildeo turiacutestica apresentada para aleacutem de ser reduzida natildeo se encontra
disponiacutevel para todo o tipo de visitantes e neste caso ldquode nada adianta a informaccedilatildeo
existir se quem dela necessita natildeo sabe da sua existecircncia ou se ela natildeo puder ser
encontradardquo (Marcondes 2001 citado por Marujo 2008 53)
No turismo as experiecircncias e produtos satildeo maioritariamente intangiacuteveis o que faz
com que ldquouma informaccedilatildeo compreensiva relevante e oportuna [seja] essencial para o
processo de decisatildeo dos turistasrdquo (Liu 2000 citado por Marujo 2008 67) Desta forma
se nos principais canais de divulgaccedilatildeo do destino Almada natildeo se encontram informaccedilotildees
claras e especiacuteficas sobre o que se pode encontrar no mesmo os turistasvisitantes teratildeo
mais dificuldades no seu processo de tomada de decisatildeo podendo mesmo perder o
interesse no destino Eacute tambeacutem essencial conhecer as necessidades dos turistas pois ldquoos
principais elementos de uma boa gestatildeo da informaccedilatildeo estatildeo na raacutepida identificaccedilatildeo das
necessidades do consumidor e na facilidade em personalizar e manter atualizada essa
informaccedilatildeordquo (Buhalis 1998 citado por Marujo 2008 53)
Logo se no destino de Almada a informaccedilatildeo disponibilizada natildeo soacute a niacutevel da
internet mas tambeacutem em relaccedilatildeo a todos os restantes canais de divulgaccedilatildeo do destino
natildeo apresenta padrotildees relativamente elevados de qualidade a satisfaccedilatildeo do visitante pode
natildeo vir a ser a mais positiva causando uma fraca accedilatildeo de atratividade ao destino e
atrasando o seu desenvolvimento Eacute necessaacuterio por esse motivo compreender que ldquoa
disponibilidade de informaccedilatildeo turiacutestica atualizada e de qualidade no destino eacute importante
para satisfazer as necessidades do visitanterdquo que de outra maneira natildeo consegue obter as
informaccedilotildees necessaacuterias para tomar a decisatildeo de visitar o destino podendo acabar por
optar por outro diferente (Sheldon 1993 citado por Marujo 2008 56)
62
Capiacutetulo VI ndash Metodologia
61 Modelo da investigaccedilatildeo
O presente capiacutetulo surge com o objetivo de apresentar os principais
procedimentos cientiacuteficos de metodologia no que concerne agrave componente de investigaccedilatildeo
empiacuterica da presente dissertaccedilatildeo Esta investigaccedilatildeo segue as linhas do processo cientiacutefico
defendidas por Quivy e Campenhoudt (2005) nas quais os autores identificam um
modelo de 5 fases distintas que se podem observar na figura 13 Sendo o principal
objetivo desta investigaccedilatildeo delinear o perfil do turista de Almada assim como analisar a
performance da promoccedilatildeo e comunicaccedilatildeo turiacutestica do destino definiu-se como um dos
objetivos inquirir turistas e visitantes do dia no concelho
Trata-se essencialmente de um estudo descritivo sendo que estes inqueacuteritos foram
realizados com o objetivo de se compreender as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos
mesmos os principais motivos da sua visita as fontes de informaccedilatildeo que utilizaram as
expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo Todos estes dados serviram tambeacutem para realizar
uma anaacutelise da procura do destino de forma a verificar se esta se conjuga com a oferta
que o mesmo apresenta
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Quivy e Campenhoudt 2005)
Revisatildeo da literatura
Problemaacutetica e hipoacuteteses
Metodologia
Anaacutelise dos resultados
Conclusotildees
Conceptualizaccedilatildeo do turismo enquanto sistema
Destinos turiacutesticos
Desenvolvimento e gestatildeo de destinos turiacutesticos
Perfil do turista e motivaccedilotildees
Satisfaccedilatildeo e comportamento do turista
Comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino
Almada
Modelo da investigaccedilatildeo
Estrutura do inqueacuterito por questionaacuterio e variaacuteveis
Recolha de dados
Descriccedilatildeo dos resultados
Comparaccedilatildeo dos resultados obtidos com os esperados
e com as hipoacuteteses da investigaccedilatildeo
Principais conclusotildees
Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Recomendaccedilotildees para trabalhos futuros
63
O modelo de investigaccedilatildeo aplicado presente na figura 13 pretende tambeacutem
desenvolver e dar resposta agrave problemaacutetica e agraves hipoacuteteses criadas ao longo do estudo em
causa com o objetivo de as confirmar rejeitar ou modificar Sendo que a problemaacutetica
diz respeito agrave caracterizaccedilatildeo do turistavisitante do dia de Almada e agrave anaacutelise da promoccedilatildeo
turiacutestica do destino definiram-se como hipoacuteteses as seguintes premissas
1 As principais motivaccedilotildees dos turistas que visitam Almada estatildeo puramente
relacionadas com escolhas ocasionais e as suas visitas natildeo satildeo planeadas
2 As fontes de informaccedilatildeo turiacutestica do destino satildeo suficientes e influenciam os
turistas a tomar a decisatildeo de visitar Almada
3 O papel da promoccedilatildeo turiacutestica eacute eficiente e permite aumentar a atratividade para
o municiacutepio de Almada
4 O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute baixo
5 Os turistas e visitantes do dia tecircm intenccedilatildeo de regressar a Almada
No caso da presente dissertaccedilatildeo optou-se somente por seguir um modelo de
investigaccedilatildeo quantitativo uma vez que os dados necessaacuterios para traccedilar o perfil dos
turistasvisitantes e compreender o impacto da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica nos
mesmos soacute seriam possiacuteveis de ser recolhidos atraveacutes deste meacutetodo sendo que esta
informaccedilatildeo era determinante para contextualizar toda a parte teoacuterica relativa agrave temaacutetica
em causa Contudo a anaacutelise natildeo recaiu apenas sobre a perspetiva da procura pois foi
tambeacutem realizada uma anaacutelise extensiva da oferta do destino de forma a compreender
que tipo de serviccedilos e produtos turiacutesticos estatildeo agrave disposiccedilatildeo dos visitantes assim como a
qualidade dos mesmos
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo
Para o estudo do perfil do turista de Almada optou-se pela aplicaccedilatildeo de um
inqueacuterito por questionaacuterio realizado presencialmente essencialmente nos postos de
turismo de Almada e Costa da Caparica e tambeacutem nos locais mais turiacutesticos como o
Cristo Rei e Cacilhas durante todo o mecircs de junho O principal objetivo era o de recolher
informaccedilatildeo primaacuteria aos visitantes e turistas de forma a adquirir dados que permitissem
traccedilar o perfil do consumidor a experiecircncia turiacutestica o processo de tomada de decisatildeo e
ainda aferir quais as fontescanais de informaccedilatildeo utilizadas para a recolha de informaccedilatildeo
sobre Almada Inicialmente foi definida uma amostra de 239 questionaacuterios tendo por
base no nuacutemero de entradas de turistas e visitantes do dia nos postos de turismo
64
Contudo natildeo foi possiacutevel atingir este nuacutemero devido a diversos fatores
posteriormente explicados e apresentados tendo-se alterado a amostra para 150
inqueacuteritos Esta amostra eacute composta por meacutetodos natildeo probabiliacutesticos e por amostragem
natildeo aleatoacuteria e por conveniecircncia uma vez que se destinavam somente a turistas ou
visitantes do dia com idade superior ou igual a 18 anos que se demonstravam disponiacuteveis
para responder ao inqueacuterito nos locais anteriormente referidos Os principais instrumentos
de recolha e observaccedilatildeo para esta dissertaccedilatildeo baseiam-se sobretudo na recolha de dados
secundaacuterios atraveacutes de fontes como o INE e de dados oficiais da CMA disponibilizados
pelos postos de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada (Cacilhas e Costa da Caparica) de forma
a avaliar a oferta turiacutestica
Para aleacutem destes dados tambeacutem foram utilizados como instrumentos de
observaccedilatildeo todos os documentos oficiais como planos de desenvolvimento planos de
atividade relatoacuterios meios de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e de promoccedilatildeo turiacutestica
do concelho de Almada com o intuito de perceber como eacute que a promoccedilatildeo deste destino
eacute feita e se vai ao encontro daquilo que eacute a procura e a oferta do mesmo assim como
compreender se realmente funciona como uma ferramenta de atratividade para o destino
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio
Para a recolha de dados de informaccedilatildeo para o estudo em causa optou-se pela
aplicaccedilatildeo de um inqueacuterito por questionaacuterio Este instrumento eacute um original construiacutedo
especificamente para esta dissertaccedilatildeo de forma a dar respostas aos princiacutepios teoacutericos
apresentados anteriormente Autores como Hill e Hill (1998) defendem que a construccedilatildeo
de um bom questionaacuterio eacute um processo que inclui diversos passos e conteacutem vaacuterios
componentes como a aacuterea geral de investigaccedilatildeo os objetivos da investigaccedilatildeo diferentes
secccedilotildees e escalas de perguntas as hipoacuteteses e os meacutetodos para analisar os dados
Desta forma para que fosse possiacutevel construir um instrumento viaacutevel e de
qualidade o mesmo foi sujeito agrave anaacutelise e revisatildeo por parte da orientadora especialista
que acompanhou esta dissertaccedilatildeo que forneceu alguns documentos que serviram como
modelos de exemplo assim como indicaccedilotildees que permitiram aperfeiccediloar o inqueacuterito ao
niacutevel de toda a sua estrutura sequecircncia das questotildees e pertinecircncia das mesmas Contudo
a construccedilatildeo do questionaacuterio teve ainda por base alguns contributos teoacutericos dos quais se
destacam Costa 2015 Lynch et al 2011 Akama J e Kieti D 2003 Naidoo et al
2011
65
Para a construccedilatildeo das perguntas presentes no inqueacuterito teve-se por base toda a
fundamentaccedilatildeo teoacuterica da revisatildeo de literatura e os contributos de alguns teoacutericos No que
diz respeito agraves motivaccedilotildees destacam-se os contributos de autores como Dann 1977
Crompton 1979 Iso-Ahola 1982 Gnoth 1997 Baloglu e McCleary 1999 entre outros
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo Crotts e Pan 2007 Alegre e Garau 2010 Jensen 2010 etc
Relativamente ao comportamento do consumidor Swarbrook e Horner 2007 Gacircndara
2008 Marujo 2008 Peres e Rita 2017 etc Por uacuteltimo no que concerne as estrateacutegias
de comunicaccedilatildeo Marujo 2008 Miranda 2010 Cardoso 2012 Wichels 2013 etc
O inqueacuterito foi produzido em trecircs idiomas distintos sendo eles o portuguecircs o
inglecircs e o espanhol natildeo soacute por se tratarem dos idiomas dominados mas tambeacutem de forma
a ser possiacutevel alcanccedilar mais facilmente os intervenientes jaacute que formam parte dos
principais mercados que visitam Almada Espanha e paiacuteses que falam a liacutengua inglesa
como o Reino Unido e a Alemanha Este inqueacuterito encontra-se apresentado no anexo I
No seu total o inqueacuterito eacute composto por 33 questotildees distribuiacutedas por quatro
grupos distintos de anaacutelise de dados O primeiro grupo eacute referente agrave caracterizaccedilatildeo da
visita ao destino Almada que pretendeu analisar se seria a primeira vez que visitavam o
destino com quem viajam o local de residecircncia a razatildeo da visita se pernoitavam ou natildeo
no destino tipo de alojamento e meio de transporte utilizado o segundo grupo diz respeito
agraves fontes de informaccedilatildeo do destino quais e quando foram utilizadas e como foram
valorizadas o terceiro diz respeito agraves expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo do
turistavisitante do dia quais as expectativas iniciais se Almada eacute o uacutenico destino que
visitam quais as atraccedilotildees que visitaramvatildeo visitar os graus de importacircncia e de
satisfaccedilatildeo relativamente aos atributos do destino a satisfaccedilatildeo global o que mais e menos
gostaram durante a visita e as intenccedilotildees comportamentais por fim o quarto e uacuteltimo
grupo eacute referente aos dados sociodemograacuteficos
Estes conjuntos de dados satildeo constituiacutedos na grande maioria por perguntas
fechadas (de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia) sendo que
existem tambeacutem perguntas semiabertas onde surge a opccedilatildeo de mencionar outros aspetos
para aleacutem daqueles apresentados e ainda 10 perguntas de resposta aberta que dizem
respeito ao nuacutemero de visitas que fez ao destino ao local de residecircncia ao nuacutemero de
noites que passa no destino quais os destinos que visita para aleacutem de Almada e quais as
principais atraccedilotildees que vai visitar no destino em causa o que mais gostou e o que menos
gostou durante a visita e por uacuteltimo a nacionalidade
66
Nas questotildees de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia optou-
se pela aplicaccedilatildeo da escala de Likert de cinco niacuteveis por se tratar de um instrumento
praacutetico ldquona medida de atitudes sendo de faacutecil construccedilatildeo gestatildeo e interpretaccedilatildeordquo (Naidoo
et al 2011 citado por Figueiredo 2015 36)
A aplicaccedilatildeo do inqueacuterito ocorreu durante os meses de junho e julho mais
concretamente entre o dia 03 de junho de 2019 e o dia 05 de julho de 2019 in loco A
aplicaccedilatildeo foi feita essencialmente nos postos de turismo de Cacilhas e da Costa de
Caparica mas tambeacutem nas aacutereas mais turiacutesticas como toda a zona de Cacilhas (cais zona
ribeirinha e ruas principais) e o Cristo Rei Esta recolha foi efetuada tanto em dias uacuteteis
como em dias natildeo uacuteteis durante todo o dia e de forma aleatoacuteria na tentativa de obter uma
amostra diversificada Para a anaacutelise e tratamento dos dados recorreu-se ao programa
Microsoft Office Excel que permitiu natildeo soacute elaborar uma anaacutelise descritiva como tambeacutem
uma anaacutelise comparativa das diferentes variaacuteveis
67
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos
Apoacutes a recolha dos inqueacuteritos por questionaacuterio os dados obtidos foram
organizados e analisados sendo que no presente capiacutetulo pretende-se apresentar os
resultados alcanccedilados Para esta anaacutelise foi utilizado o programa Microsoft Office Excel
tendo-se elaborado essencialmente uma anaacutelise estatiacutestica descritiva Uma vez que o
objetivo do estudo empiacuterico se relacionava com a caracterizaccedilatildeo do perfil tanto do turista
como do visitante do dia de Almada a anaacutelise dos dados foi dividida entre estas duas
variaacuteveis de forma a obter dados relativos a cada uma das mesmas individualmente jaacute
que se tratam de realidades diferentes sendo que ambas contribuem para a caracterizaccedilatildeo
do perfil do turista de um destino
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
Iniciando a anaacutelise dos dados pelas caracteriacutesticas sociodemograacuteficas pode-se
concluir que relativamente aos visitantes do dia (60 da amostra total) em relaccedilatildeo agrave
idade os dados dividem-se essencialmente em duas faixas etaacuterias visiacuteveis na figura 14 a
primeira corresponde ao intervalo de idades entre os 25 e os 34 anos (com 39 das
respostas) e a segunda entre os 18 e os 24 anos (com 24) Desta forma o intervalo de
idades que se destaca diz respeito agraves idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos
correspondendo estes dois valores a cerca de 63 da amostra relativa aos visitantes do
dia Dos restantes 37 destaca-se o intervalo de idades dos 35 aos 44 anos e os de 55
aos 64 anos (ambos com 12) Em suma a maioria dos visitantes do dia possuem idades
compreendidas entre os 18 e os 34 anos tratando-se do principal puacuteblico alvo deste
destino
Figura 14 - Idade visitantes do dia
24
39
12
5
12
8
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
68
Ao contraacuterio do que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia em
relaccedilatildeo aos turistas (40 da amostra total) as idades presentes na figura 15 que mais se
destacam dizem respeito ao intervalo de idades entre os 45 e 54 anos com 25 seguido
das idades compreendidas entre os 18 e 24 55 e 65 (ambos com 19) e por uacuteltimo as
idades entre os 25 e 34 e os mais de 64 anos tambeacutem ambos com 16
Figura 15 - Idade turistas
Relativamente ao geacutenero da amostra atraveacutes da figura 16 eacute possiacutevel verificar que
nos visitantes do dia o sexo feminino representou 73 das respostas enquanto que o
masculino apenas 27 No caso dos turistas na figura 17 denota-se a predominacircncia do
sexo feminino com 65 das respostas sendo que o sexo masculino apresenta apenas
35
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia
19
16
5
24
19
16
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
Masculino27
Feminino73
69
Figura 17 - Geacutenero turistas
No que diz respeito ao estado civil da amostra presente na figura 18
encontram-se em destaque os visitantes do dia solteiros com 64 seguindo-se os casados
ou em uniatildeo de facto com 34 Uma vez mais ao contraacuterio do que se verificou nos dados
relativos aos visitantes do dia o estado civil que predomina nos turistas presentes na
figura 19 que visitam Almada eacute o de casado ou em uniatildeo de facto com 58 seguido do
de solteiro com 42
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia
Figura 19 - Estado civil turistas
Masculino35
Feminino65
64
34
2
Solteiro Casado ou Uniatildeode facto
Divorciado ouViuacutevo
42
58
Solteiro Casado ou Uniatildeo de facto
70
Os dados relativos agrave nacionalidade dispostos nas figuras 20 e 21 demonstram que
a maioria dos visitantes do dia incide nas designadas lsquooutras nacionalidadesrsquo com 40
onde se inserem nacionalidades como a belga holandesa chinesa russa etc seguindo-
se da portuguesa com 27 e a italiana com 7 Nos turistas o destaque vai tambeacutem para
as lsquooutras nacionalidadesrsquo com 27 (onde estatildeo incluiacutedas nacionalidades como suiacuteccedila
holandesa polaca argentina) Contudo no caso dos turistas destaca-se a nacionalidade
espanhola com 21 seguida da alematilde com 16 e por uacuteltimo a portuguesa com 13
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia
Figura 21 - Nacionalidades turistas
As habilitaccedilotildees literaacuterias dos visitantes do dia de Almada apresentadas na figura
22 refletem-se com maior incidecircncia no ensino superior com 63 seguido de poacutes-
graduaccedilatildeo com 20 Relativamente aos mesmos dados anteriormente citados no que diz
respeito aos turistas as habilitaccedilotildees literaacuterias demonstram o mesmo cenaacuterio com a
predominacircncia do ensino superior com 61 seguido do secundaacuterio com 23 e a poacutes-
graduaccedilatildeo com 16 presentes na figura 23
27
5
4
4
5
3
3
7
40
Portuguesa
Brasileira
Americana
Francesa
Alematilde
Espanhola
Britacircnica
Italiana
Outras nacionalidades
13
10
16
21
40
Portuguesa
Francesa
Alematilde
Espanhola
Outras nacionalidades
71
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas
A situaccedilatildeo perante o emprego presente nas figuras 24 e 25 no caso dos visitantes
do dia subdivide-se essencialmente na categoria de empregado com 63 e estudante com
13 seguido de reformado com 10 No caso dos turistas a categoria de empregado
manteacutem-se predominante com 58 seguido da categoria de reformado com 23 ao
contraacuterio do que se verifica nos visitantes do dia e por fim a de estudante com 18 Desta
forma a maioria dos turistas e visitantes do dia de Almada encontram-se empregados
reformados ou satildeo estudantes
2
15
63
20
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
23
61
16
Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
72
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia)
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas)
Atraveacutes da figura 26 verifica-se que o valor meacutedio gasto por visitantes do dia em
Almada (por dia e por pessoa excluindo o alojamento) incide com maior frequecircncia nos
visitantes que gastam ateacute 50euro com 74 seguido dos que gastam entre 51 e 100euro com
20 sendo que os restantes valores natildeo obtiveram respostas ou dados relevantes O valor
meacutedio gasto por turistas em Almada (por dia e por pessoa excluindo alojamento) incide
com maior frequecircncia como no caso dos visitantes do dia nos turistas que gastam ateacute
50euro com 52 e os que gastam entre 51 e 100euro com 39 valores visiacuteveis na figura 27
63
73
1310
4
Empregado Desempregado Natildeo Ativo Estudante Reformado Outro
58
2
1823
Empregado Desempregado Estudante Reformado
73
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia)
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas)
Em relaccedilatildeo ao rendimento familiar mensal dos visitantes do dia (figura 28)
destacam-se os que possuem entre 1001 a 1500euro de rendimento com 23 seguido dos
com mais de 2501euro com 21 sendo que os valores mais baixos (ateacute 500euro e entre 501 e
1000euro) satildeo os que apresentam as menores percentagens de pessoas com 10 e 13
respetivamente Nos turistas (figura 29) o panorama altera-se uma vez que predominam
os que possuem mais de 2501euro de rendimento com 29 seguidos dos que possuem entre
2001 e 2500euro com 18
74
20
2
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro
52
39
2 2 25
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro NatildeoRespondeu
74
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia)
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas)
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
De acordo com a figura 30 no caso dos visitantes do dia 70 dos inquiridos
estavam a visitar pela primeira vez o destino Almada e no caso dos turistas 65 Em
ambos os casos os resultados satildeo idecircnticos sendo que apenas 30 do total de inquiridos
de cada variaacutevel natildeo se encontravam a visitar Almada pela primeira vez
10
13
23
18
15
21
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
3
10
1516
18
29
10
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
NatildeoRespondeu
75
Figura 30 ndash a) Primeira vez em Almada (visitantes do dia)
b) Primeira vez em Almada (turistas)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de visitas nos uacuteltimos 2 anos presentes na tabela 7 no caso
dos visitantes do dia dos 30 que jaacute tinham visitado Almada antes destacam-se os 54
que fizeram entre 1 a 3 visitas ao destino nos uacuteltimos 2 anos seguidos dos que visitaram
muitas vezes Almada com 21 e dos que natildeo responderam com 14 No caso dos
turistas dos 35 que jaacute tinham visitado Almada a grande maioria com 59 visitou entre
1 e 3 vezes Almada nos uacuteltimos 2 anos seguindo-se os que visitaram entre 4 a 10 vezes
com 18 e por fim os que natildeo responderam tambeacutem com 14
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos
Com base nos resultados anteriores eacute possiacutevel concluir que 65 do total de
inquiridos incluindo turistas e visitantes do dia jaacute tinham visitado Almada antes o que
significa que repetiram a sua visita ao destino algo bastante positivo pois indica que
gostaram e quiseram repetir a experiecircncia Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima visita a Almada presentes
na tabela 8 os visitantes do dia na sua maioria com 39 natildeo responderam mas
destacam-se os que realizaram a sua uacuteltima visita entre 2016 e 2018 com 32 seguidos
dos que visitaram entre fevereiro e maio de 2019 com 25 Os turistas 32 natildeo
responderam 36 que visitaram entre 2016 e 2018 e 27 entre fevereiro e maio de
2019
Sim 70
Natildeo 30
Sim 65
Natildeo 35
Visitantes do dia Turistas
Nordm de viagens nos uacuteltimos 2 anos Nordm Nordm
Entre 1 e 3 15 54 13 59
Entre 4 e 10 3 11 4 18
Muitas vezes 6 21 2 9
Natildeo respondeu 4 14 3 14
a) b)
76
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada
Relativamente aos dados das figuras 31 e 32 no caso dos visitantes do dia 61
vem acompanhado pela famiacutelia ou amigos e 26 com o companheiroa O mesmo se
verifica no caso dos turistas sendo que 47 viaja com a famiacutelia ou amigos e 45 com o
companheiroa Os dados que revelam uma menor percentagem dizem respeito tanto nos
turistas como nos visitantes do dia aos que viajam em grupo ou excursatildeo seguidos dos
que viajam sozinhos Consequentemente os principais puacuteblicos alvo satildeo todos aqueles
que visitam Almada acompanhados (ou com familiaresamigos ou com os companheiros)
Deste modo eacute possiacutevel adaptar a oferta do destino a este tipo de puacuteblico oferendo os
produtos e serviccedilos que vatildeo ao encontro das necessidades destes segmentos especiacuteficos
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia)
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia)
103
26
61
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
62
45 47
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
Visitantes do dia Turistas
Uacuteltima visita a Almada Nordm Nordm
Entre 10 a 13 anos atraacutes 1 4 1 5
Entre 2016 e 2018 9 32 8 36
Entre fevereiro e maio de 2019 7 25 6 27
Natildeo respondeu 11 39 7 32
77
No que diz respeito ao local de residecircncia nas figuras 33 e 34 observa-se que no
caso dos visitantes do dia 66 natildeo satildeo residentes em Portugal seguidos de 23 que
residem noutros concelhos do paiacutes como Loures Vila Franca de Xira ou Seixal e 11
que residem em Lisboa No caso dos turistas verifica-se que a percentagem de natildeo
residentes em Portugal eacute mais elevada com 90 seguido dos que residem em Lisboa com
6 e os que residem noutros concelhos do paiacutes como o distrito de Coimbra e Vila Franca
de Xira com apenas 3
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia)
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas)
66
11
23
Natildeo Lisboa Outros concelhos
90
63
Natildeo Lisboa Outros concelhos
78
Na figura 35 relativa aos inquiridos residentes noutro paiacutes no caso dos visitantes
do dia destacam-se os 34 que natildeo satildeo residentes noutro paiacutes e os que satildeo residentes
noutros paiacuteses diferentes dos apresentados no graacutefico com 34 onde se inserem paiacuteses
como a Holanda Beacutelgica Greacutecia Ruacutessia Iratildeo Argentina Suiacuteccedila entre outros Podem-se
destacar ainda paiacuteses como a Alemanha com 7 Estados Unidos da Ameacuterica com 5
assim como a Espanha e a Franccedila cada um com 5 valores consideravelmente baixos
para estes mercados em comparaccedilatildeo com dados recolhidos atraveacutes do INE em anos
anteriores
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia)
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas)
7
4
5
5
4
1
5
34
34
Alemanha
Brasil
Estados Unidos
Espanha
Itaacutelia
Inglaterra
Franccedila
Outros paiacuteses
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
16
21
10
10
44
Alemanha
Espanha
Franccedila
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
Outros paiacuteses
79
Os turistas residentes noutro paiacutes presentes figura 36 residem essencialmente em
paiacuteses como a Aacuteustria Canadaacute Poloacutenia Hungria Sueacutecia entre outros com uma
frequecircncia de resposta de 44 seguidos dos que residem em Espanha com 21 e na
Alemanha com 16 Neste caso a percentagem de inquiridos que natildeo satildeo residentes
noutro paiacutes eacute muito mais reduzida em comparaccedilatildeo aos visitantes do dia com apenas 10
O principal motivo da visita a Almada em relaccedilatildeo aos visitantes do dia divide-se
essencialmente em duas variaacuteveis visiacuteveis na figura 37 passear com 25 e monumentos
com 16 tratando-se dos produtos turiacutesticos que os visitantes do dia consideram mais
importantes neste destino destacando-se ainda a paisagem com 11 o lazer recreio e
feacuterias e os museus ambos com 10 e por uacuteltimo a praia com 9 As variaacuteveis que
demonstram menos peso percentual satildeo a religiatildeo e o ambiente humano com 0 os
desportos e o profissionalnegoacutecios com 1 e os eventos com 2
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 38 demonstram ao contraacuterio do
que se verifica nos visitantes do dia que a grande maioria visita Almada essencialmente
pela praia com 20 para passear com 18 e pelo lazer recreio e feacuterias com 15
tratando-se dos produtos turiacutesticos que os turistas consideram mais importantes neste
destino
Passear25
Compras e lojas3
Monumentos16
Museus11
Praia9
Gastronomia5
Familiares e amigos6
Paisagem11
Lazer recreio e feacuterias10
80
As restantes variaacuteveis apresentam percentagens bastante idecircnticas como eacute o caso
da gastronomia com 8 os museus monumentos e paisagens com 7 As variaacuteveis que
apresentam menores valores satildeo uma vez mais como se verificou nos visitantes do dia
o ambiente humano com 0 religiatildeo com 1 profissionalnegoacutecios 2 e eventos com
3
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas)
Relativamente agraves questotildees 17 18 19 e 110 do grupo 1 do questionaacuterio
realizado apresentado no anexo I dos 154 questionaacuterios realizados apenas 40 (que
dizem respeito ao nuacutemero de turistas) responderam agraves mesmas pois apenas os turistas
pernoitaram e ficaram alojados em Almada sendo que como eacute possiacutevel observar na
figura 39 58 pernoitou mais de 4 noites no destino seguindo-se os que pernoitaram 3
noites com 15 2 noites com 8 e 4 noites tambeacutem com 8
Passear18
Compras e lojas4
Monumentos7
Museus7
Praia20
Gastronomia8
Familiares e amigos5
Paisagem7
Lazer recreio e feacuterias15
Desportos4
81
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada
Figura 40 - Em que zona ficou alojado
Desta forma atraveacutes da figura 40 dos 40 de turistas que ficaram alojados em
Almada a grande maioria (68) ficou alojado na Costa da Caparica confirmando-se
assim a informaccedilatildeo do graacutefico anterior uma vez que a principal razatildeo de visita dos turistas
a Almada eacute a praia De seguida surge entatildeo a zona de Cacilhas com 15 e por uacuteltimo
Almada Centro com 13 ficando as zonas do Pragal Trafaria e Herdade da Aroeira com
os menores valores percentuais (2)
No que diz respeito ao tipo de alojamento na figura 41 verifica-se que a tipologia
mais elegida foi o apartamento com 24 seguido do hotel com 21 e por uacuteltimo a casa
de familiares ou amigos com 16
38
15
8
58
8
1 noite 2 noites 3 noites 4 noites Mais de 4noites
NatildeoRespondeu
15
2
13
68
2 2
Cacilhas Pragal AlmadaCentro
Costa daCaparica
Trafaria Herdade daAroeira
82
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido
Relativamente ao tipo de regime na figura 42 destacam-se os que optaram
somente pela dormida com 39 e os que optaram pela dormida e pequeno almoccedilo com
37 dados que poderatildeo ter influecircncia na definiccedilatildeo do perfil uma vez que indicam que soacute
utilizam o destino em questatildeo para passar a noite
Figura 42 - Tipo de regime
Ao analisarmos a figura 43 referente ao transporte utilizado para chegar ao
destino percebemos que os visitantes do dia utilizaram essencialmente o barco com 46
seguido da viatura proacutepria com 27 e do autocarro puacuteblico com 11 Na figura 44
verifica-se que os turistas ao contraacuterio dos visitantes do dia utilizaram na sua maioria a
viatura proacutepria com 34 seguido da viatura alugada com 23 o autocarro puacuteblico com
19 e ainda o barco com 18
21
5
5
6
24
5
5
6
16
3
2
2
Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de Campismo
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros (Airbnb)
Natildeo Respondeu
3937
32
811
Soacute dormida Dormida epequenoalmoccedilo
Meiapensatildeo
Pensatildeocompleta
Tudoincluiacutedo
NatildeosabeNatildeorespondeu
83
Eacute de referir ainda que por se tratar de uma questatildeo de escolha muacuteltipla alguns dos
inquiridos selecionaram mais do que uma opccedilatildeo pois utilizaram diferentes transportes
para chegar ao destino
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia)
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas)
Estes contrastes demonstram que os visitantes do dia como despendem apenas de
algumas horas do seu dia para visitar Almada preferem utilizar o barco jaacute que eacute o
transporte mais raacutepido e de maior proximidade com Lisboa de onde proveacutem a grande
maioria No caso dos turistas como satildeo provenientes de paiacuteses ou localidades mais
distantes e como passam mais tempo no destino optam por meios de transporte que lhes
permitam ter uma maior liberdade e conforto como por exemplo as viaturas
27
6
2
11
7
46
2
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Comboio
Barco
Tuck-tuck
34
23
2
19
18
5
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Barco
Taacutexi
84
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada
Atraveacutes da anaacutelise da figura 45 e partindo do pressuposto que o total de respostas
nesta pergunta eacute maior que 92 (nuacutemero de visitantes do dia) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os visitantes do dia atribuem maior grau de
importacircncia a fontes de informaccedilatildeo relacionadas com os familiares e amigos uma vez
que se verifica uma frequecircncia de 64 respostas sendo que 27 dessas respostas numa
escala em que (1) nada importante e (5) extremamente importante classificaram esta
fonte com niacutevel maacuteximo (5) e 20 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que
a maioria atribui elevados graus de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 62
respostas sendo que 22 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 10 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados postos de Lisboa Cacilhas e
Costa da Caparica Na opccedilatildeo escolha ocasional verifica-se uma frequecircncia de 54
respostas o que demonstra que muitos dos visitantes do dia chegaram ao destino sem ter
planeado a visita sendo que 33 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 11 com o niacutevel seguinte (4) o que demonstra alguma importacircncia desta
opccedilatildeo As brochuras e guias turiacutesticos apresentam tambeacutem uma frequecircncia de 54
respostas onde 20 das mesmas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1) e apenas
6 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando assim a fraca importacircncia atribuiacuteda
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
8 2 7
2027
7 2
33
111
23 5
9 6 2
9 2
16 10 16
20 4
13 11 6
226
5 92
27 4
74
222 6
1113
1029 5
73
20 4 7 611
3 1
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
85
De seguida a variaacutevel que apresenta maior frequecircncia de respostas satildeo as redes
sociais com 53 respostas sendo que 16 classificaram as redes sociais com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 16 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando relativa importacircncia para esta
fonte As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas sendo
que a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo surge com 48 respostas as revistas ou
jornais com 45 as feiras ou exposiccedilotildees de turismo o site da CMA e as agecircncias de viagens
com 44
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes no niacutevel miacutenimo (1) demonstrando assim que todas elas natildeo
apresentam qualquer importacircncia para os visitantes do dia Foram ainda mencionados 4
aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo utilizadas um
guia de walking tours em Lisboa recomendaccedilotildees em restaurantes e ainda recomendaccedilotildees
por parte de empregados de hotel
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os visitantes do dia dizem respeito agraves informaccedilotildees fornecidas por familiares ou
amigos e algumas redes sociais como o instagram e o facebook pois satildeo as variaacuteveis que
apresentam uma maior frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas)
4 47
20
87 7
3
2
13
26
19
1 6 3
6
8
5 6 6
2
14
23 2
1
14
36 1
14
3
3
4515
1
42
112 4
5 2
13
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
86
Atraveacutes da anaacutelise da figura 46 e partindo do mesmo pressuposto anterior de que
o total de respostas seraacute superior a 62 (nuacutemero de turistas) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os turistas assim como se verificou no caso
dos visitantes do dia atribuem maior grau de importacircncia a fontes de informaccedilatildeo
relacionadas com os familiares e amigos uma vez que se verifica uma frequecircncia de 35
respostas sendo que 20 dessas respostas classificaram esta fonte com niacutevel maacuteximo (5)
e 7 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que a maioria atribui elevados graus
de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 29
respostas sendo que 14 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 5 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados apenas os postos de Cacilhas e
Costa da Caparica
As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas
sendo que a opccedilatildeo escolha ocasional surge com 27 respostas assim como as brochuras e
guias turiacutesticos as redes sociais com 25 o site da CMA com 24 as agecircncias de viagem e
a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo ambas com 23 as revistas ou jornais bem
como as feiras ou exposiccedilotildees de turismo com 22
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes nos niacuteveis miacutenimo (1) e intermeacutedio (3) demonstrando assim que
todas elas natildeo apresentam importacircncia de relevo para os turistas Foram ainda
mencionados 4 aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo
utilizadas a internet o booking a televisatildeo e informaccedilotildees recolhidas em Lisboa
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os turistas satildeo as mesmas dos visitantes do dia sendo que dizem respeito agraves
informaccedilotildees fornecidas por familiares ou amigos algumas redes sociais como o
instagram o facebook o pinterest e o tripadvisor assim como os postos de informaccedilatildeo
turiacutestica de Cacilhas e Costa da Caparica pois satildeo as variaacuteveis que apresentam uma maior
frequecircncia de resposta no niacutevel mais elevado da escala (5) extremamente importante
87
De seguida eacute interessante observar as figuras 47 e 48 uma vez que podemos
concluir que estas fontes de informaccedilatildeo previamente analisadas nas figuras anteriores
por parte dos visitantes do dia foram utilizadas essencialmente antes da viagem com 35
ou durante a viagem com 28 destacando-se ainda uma percentagem relevante de
visitantes que natildeo utilizaram nenhuma fonte de informaccedilatildeo com 21 No caso dos
turistas 44 utilizou as fontes antes da viagem e 24 durante apresentando valores
bastante similares aos visitantes do dia e tambeacutem com uma percentagem de 19 de
pessoas que natildeo utilizaram nenhuma fonte
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas)
No processo de tomada de decisatildeo de visitar Almada os dados das figuras 49 e
50 revelam que tanto os visitantes do dia como os turistas na sua maioria decidiram visitar
Almada antes de chegarem ao destino com 47 e 66 respetivamente Em ambos os
casos a segunda maior percentagem diz respeito aos que natildeo planearam a sua visita
sendo que no caso dos visitantes do dia 36 natildeo planeou e no caso dos turistas 21
21
35
28
16
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
19
44
24
13
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
88
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia)
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas)
Esta anaacutelise permitiu perceber que o melhor momento para intervir junto destes
consumidores eacute no momento da primeira fase do processo de decisatildeo designado por preacute-
decisatildeo ou seja implementar ferramentas de marketing e promoccedilatildeo que faccedilam chegar a
informaccedilatildeo aos consumidores no momento antes da viagem ser realizada
De seguida eacute possiacutevel observar de que forma esta divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino Almada foi valorizada Nos visitantes do dia (figura 51) 27
valorizaram-na como sendo boa seguido de insuficiente com 23 e suficiente com 15
Destaca-se ainda uma elevada percentagem (22) que natildeo soube ou natildeo quis responder
Relativamente aos turistas (figura 52) a grande maioria valoriza o desempenho como
sendo bom com 32 e muito bom com 26 ficando os valores inferiores (insuficiente
com 10 e muito insuficiente com 2) com menor destaque neste caso ao contraacuterio do
que se verificou nos visitantes do dia
89
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas)
Pode-se assim concluir que as fontes utilizadas pelos turistas (familiares ou
amigos e postos de informaccedilatildeo turiacutestica) satildeo mais valorizados dos que as utilizadas pelos
visitantes do dia (familiares ou amigos e redes sociais) Contudo no geral o desempenho
da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino eacute considerado como bom e muito bom pela
maioria dos visitantes do dia e turistas respetivamente
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
Tendo em atenccedilatildeo que os turistas e visitantes do dia tecircm acesso a informaccedilatildeo sobre
o destino que visitam antes de realizarem a viagem e criam as suas expectativas tendo por
base essa informaccedilatildeo na figura 53 podemos observar que os visitantes do dia na sua
maioria com 52 natildeo tinham qualquer tipo de expectativas em relaccedilatildeo a Almada
contudo 30 tinha expectativas moderadas e 12 elevadas Estes dados revelam que
apesar de terem tido acesso a informaccedilatildeo sobre o destino antes de realizarem a viagem
essa informaccedilatildeo natildeo teve impacto de forma a criar expectativas nos visitantes o que pode
indicar que a informaccedilatildeo apresentada natildeo eacute de qualidade ou natildeo apresenta meacutetodos
eficazes que motivem os visitantes
1
23
15
27
12
22
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
2
10
24
3226
6
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
90
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia)
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas)
No caso dos turistas na figura 54 observa-se que as expectativas da maioria dos
inquiridos eram moderadas com 45 seguido de 32 sem expectativas e 18 com
expectativas elevadas Neste caso uma vez que a percentagem de expectativas moderadas
eacute maior do que as restantes significa que a informaccedilatildeo recolhida teve algum impacto nos
turistas de maneira a motivaacute-los e a criarem algum tipo de expectativa em relaccedilatildeo a
Almada ao contraacuterio do que se verificou com os visitantes do dia
De forma a compreender se Almada seria o uacutenico destino a ser visitado para tentar
compreender quais os eventuais interesses dos turistas e visitantes em termos de oferta de
produtos e serviccedilos nas figuras 55 e 56 observa-se que em relaccedilatildeo aos visitantes do dia
82 natildeo visitaram apenas Almada assim como no caso dos turistas com 90 das
respostas a indicarem que natildeo visitaram somente Almada Assim conclui-se que o tipo
de oferta de Almada deve procurar complementar-se aos destinos com que partilha
alguma proximidade uma vez que em ambos os casos a maioria dos turistas e visitantes
natildeo visitam apenas este destino sendo portanto importante apresentar uma oferta
complementar aos restantes destinos envolvidos
1
4
52
30
12
Muito Baixas
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
5
32
45
18
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
91
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia)
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas)
Eacute entatildeo essencial perceber quais os destinos complementares e para tal a tabela 9
demonstra quais os destinos mais referidos sendo que a grande maioria dos visitantes do
dia com 55 refere Lisboa 17 refere que apenas veio para visitar Almada 11 refere
outras cidades como por exemplo Porto Setuacutebal Algarve e Cascais e ainda 10 que
referem Sintra No caso dos turistas a maioria refere tambeacutem Lisboa com 42 seguido
de outras cidades com 39 como Setuacutebal Porto Nazareacute Algarve e Cascais em
semelhanccedila ao que se verificou com os visitantes do dia Desta forma no caso dos
visitantes do dia deve-se ter em consideraccedilatildeo como destinos complementares Lisboa e
Sintra essencialmente e no caso dos turistas Lisboa e algumas cidades referidas
anteriormente como Setuacutebal e Cascais por se encontrarem mais proacuteximas de Almada
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada
Com o intuito de analisar quais seriam os principais produtos ou serviccedilos a ser
consumidos pelos turistas e visitantes na tabela 10 apresentam-se as principais atraccedilotildees
visitadas em Almada
Visitantes do dia Turistas
O que vai visitar para aleacutem de Almada Nordm Nordm
Lisboa 51 55 26 42
Sintra 9 10 0 0
Outras cidades 10 11 24 39
Nada 16 17 6 10
Natildeo respondeu 6 7 6 10
92
Nos visitantes do dia destaca-se o Cristo Rei com 29 e outras atraccedilotildees onde se
inserem miradouros igrejas museus e restaurantes com 32 Nos turistas verifica-se
que 34 visitou principalmente a praia 21 outras atraccedilotildees onde se inserem museus
centro histoacuterico da cidade e restaurantes com 21 o Cristo Rei apenas com 12 e ainda
o destaque para os 18 que natildeo responderam essencialmente porque ainda natildeo sabiam o
que iriam visitar agrave data da realizaccedilatildeo do questionaacuterio Em ambos os casos as atraccedilotildees que
se destacam satildeo sem duacutevida os monumentos e museus os restaurantes e o Cristo Rei
assim como a praia no caso dos turistas
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
Uma vez que na escolha de um destino os atributos do mesmo tecircm alguma
influecircncia no processo atraveacutes das perguntas 34 e 35 do grupo 3 do inqueacuterito tentou-se
analisar qual seria a importacircncia dos mesmos de forma a perceber quais seriam as
motivaccedilotildees tanto intriacutensecas como extriacutensecas dos turistasvisitantes e posteriormente a
satisfaccedilatildeo destes mesmos atributos que se encontram no destino Almada Por se tratarem
de questotildees de escolha muacuteltipla o nuacutemero de respostas vai ser superior ao nuacutemero total
de inquiridos Contudo nem todos os inquiridos responderam a estas questotildees muitas
das vezes deixando-as incompletas ou mesmo em branco essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino aquando o preenchimento do inqueacuterito
Atraveacutes da anaacutelise da figura 61 presente no apecircndice I com base em todos os
inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo eacute possiacutevel concluir que numa escala
de 1 a 5 em que (1) nada importante (2) pouco importante (3) moderadamente
importante (4) muito importante e (5) extremamente importante o atributo com maior
frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala (4 e 5) no caso dos visitantes
do dia foi o que diz respeito a visitar locais diferentes com 34 respostas no niacutevel maacuteximo
e 35 no niacutevel anterior o que significa que para a maioria este eacute o atributo mais importante
na escolha do destino
Visitantes do dia Turistas
Principais atraccedilotildees visitadas Nordm Nordm
Cristo Rei 43 29 10 12
Praia 14 9 29 34
Zona de Cacilhas 16 11 6 7
Costa da Caparica 7 5 5 6
Centro histoacuterico de Almada 7 5 2 2
Outras atraccedilotildees 48 32 18 21
Natildeo respondeu 13 9 15 18
93
De seguida destacam-se os atributos divertir-me e ter uma aventura seguido de
fugir da rotina do dia a dia facilidade de transporte assim como acessibilidadestracircnsito
e ainda a gastronomia e os recursos culturais e paisagiacutesticos sendo que estes 7 atributos
mencionados foram os que realmente obtiveram maior grau de importacircncia para os
visitantes do dia por se tratarem dos que apresentam uma maior frequecircncia de respostas
nos niacuteveis mais elevados da escala
Os atributos com menor frequecircncia de resposta ou seja classificados com os
niacuteveis mais baixos da escala (1 e 2) no caso dos visitantes do dia atraveacutes do mesmo
graacutefico anteriormente citado eacute possiacutevel concluir que o atributo com menor grau de
importacircncia eacute o golfe com 60 respostas no niacutevel 1 da escala 11 no niacutevel 2 e apenas 3 no
niacutevel 3 sendo que os restantes niacuteveis natildeo apresentam qualquer resposta no que diz
respeito a este atributo Destacam-se ainda atributos como os equipamentos desportivos
hospitaisserviccedilos de sauacutede e parques de estacionamento tornando-se assim estes 4
atributos os menos valorizados pelos visitantes do dia
Passando para o caso dos turistas atraveacutes da anaacutelise da figura 62 presente no
apecircndice I com base em todos os inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo
eacute possiacutevel concluir que o atributo com maior frequecircncia de respostas nos niacuteveis mais
elevados da escala foi a praia com 37 respostas no niacutevel 5 seguido dos atributos visitar
locais diferentes fugir da rotina do dia a dia restaurantes e gastronomia e ainda facilidade
de transporte sendo que estes formam os atributos com maior grau de importacircncia na
escolha do destino Almada para os turistas Os atributos com maior frequecircncia de
respostas nos niacuteveis mais baixos da escala no caso dos turistas dizem respeito uma vez
mais ao golfe com 48 respostas no niacutevel 1 e apenas 2 no niacutevel 3 seguido de equipamentos
desportivos parques de estacionamento e hospitaisserviccedilos de sauacutede Desta forma o
panorama eacute bastante idecircntico ao que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia
sendo atribuiacutedo aos mesmos atributos o menor grau de importacircncia na escolha do destino
Apoacutes analisado o grau de importacircncia dos atributos eacute essencial compreender qual
a satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos mesmos Atraveacutes da anaacutelise da figura 63 presente no apecircndice
I numa escala de 1 a 5 em que (1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) satisfeito (4)
muito satisfeito (5) extremamente satisfeito eacute possiacutevel concluir que os visitantes do dia
atribuiacuteram maior grau de satisfaccedilatildeo aos atributos visitar locais diferentes e fugir da rotina
do dia a dia sendo que as respostas incidem com maior frequecircncia no niacutevel 4 da escala
seguido do niacutevel 5 para estes dois atributos
94
Destaca-se ainda o grau de satisfaccedilatildeo positivo dos atributos gastronomia e
restaurantes distacircncia ao destino de origem facilidade de transporte e ainda divertir-me
ou ter uma aventura onde as respostas incidiram com maior frequecircncia no niacutevel 4 da
escala Em relaccedilatildeo aos niacuteveis mais baixos da escala eacute possiacutevel perceber que os visitantes
do dia atribuiacuteram menor grau de satisfaccedilatildeo aos atributos de golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede e alojamento
No que diz respeito aos turistas atraveacutes da figura 64 presente no apecircndice I os
atributos mais satisfatoacuterios para os mesmos foram as praias fugir da rotina do dia a dia e
visitar locais diferentes assim como a gastronomia e os restaurantes Os que apresentam
menor grau de satisfaccedilatildeo satildeo a boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica e o golfe Neste
caso o facto da sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica ter apresentado os menores niacuteveis de
satisfaccedilatildeo eacute algo negativo pois significa que natildeo se encontram satisfatoacuterios no destino ou
capazes de servir para o propoacutesito para o qual foram criados
Concluindo a niacutevel geral os atributos que apresentam maior grau de importacircncia
no caso dos visitantes do dia relacionam-se com motivaccedilotildees intriacutensecas pois dizem
respeito a visitar locais diferentes fugir da rotina do dia a dia e divertir-se ou ter uma
aventura Para os turistas para aleacutem dos atributos associados a motivaccedilotildees intriacutensecas de
visitar locais diferentes e fugir da rotina relacionam-se tambeacutem essencialmente com
motivaccedilotildees extriacutensecas como a praia recursos culturais e paisagiacutesticos e gastronomia
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo os atributos mais satisfatoacuterios tanto para os visitantes
do dia como para os turistas foram os mesmos (visitar locais diferentes fugir da rotina do
dia a dia gastronomia etc) assim como os insatisfatoacuterios (golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede etc) Contudo uma vez que nem todos os
inquiridos responderam a esta questatildeo estes dados podem natildeo apresentar uma
importacircncia de relevo
Se compararmos com os graacuteficos relativos agrave importacircncia dos atributos os mesmos
atributos classificados como menos importantes para a escolha do destino foram os que
receberam menor grau de satisfaccedilatildeo o que pode indicar apenas que como os
visitantesturistas natildeo experienciaram esses mesmos atributos acabaram por lhes conferir
valores mais baixos de satisfaccedilatildeo natildeo significando que realmente apresentem maacutes
condiccedilotildees ou que se encontrem insatisfatoacuterios
95
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo geral do destino a figura 57 demonstra que em relaccedilatildeo
aos visitantes do dia a satisfaccedilatildeo global incide com maior frequecircncia entre as vaacuterias
satisfeito e muito satisfeito ambas com 39 seguida da variaacutevel extremamente satisfeito
com 16 O grau de satisfaccedilatildeo dos turistas (figura 58) surge com maior frequecircncia na
variaacutevel muito satisfeito com 42 seguido do satisfeito com 34
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia)
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas)
Em ambos os casos eacute possiacutevel concluir que apesar de terem surgido valores natildeo
tatildeo positivos em relaccedilatildeo a dados anteriormente apresentados no geral a satisfaccedilatildeo de
turistas e visitantes em relaccedilatildeo a Almada encontra-se entre o lsquopositivarsquo e o lsquomuito
positivarsquo algo que eacute bastante relevante uma vez que significa que o destino foi de alguma
forma ao encontro das necessidades dos seus turistasvisitantes e conseguiu superar ou
atingir as expectativas dos mesmos
0
1
39
39
16
4
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
2
0
34
42
11
11
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
96
A par com a satisfaccedilatildeo surge a pergunta sobre o que mais gostou no destino e
atraveacutes da tabela 11 eacute possiacutevel observar que os visitantes do dia na sua maioria natildeo
responderam (29) porque ainda natildeo tinham visitado ou porque tinham acabado de
chegar ao destino Contudo dos que responderam destaca-se a opccedilatildeo outros aspetos com
24 onde se inserem fatores como o facto de existirem poucas pessoas no destino os
jardins e miradouros a proximidade a Lisboa e a hospitalidade e ainda se destacam as
paisagens com 16 e o Cristo Rei com 11 tratando-se dos atributos com maior
relevacircncia para os visitantes do dia de Almada
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita
Comparativamente aos turistas os dados demonstram novamente que a maioria
(34) natildeo respondeu pelos mesmos motivos referidos nos visitantes do dia sendo que
dos que responderam 23 gostou mais da gastronomia e 13 da tranquilidade Da opccedilatildeo
outros aspetos destacam-se a seguranccedila a acessibilidade e a proximidade a Lisboa
Dos aspetos mais negativos da visita atraveacutes da tabela 12 eacute possiacutevel concluir que
a grande maioria dos visitantes do dia natildeo respondeu (53) essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino 26 referiram que natildeo houve nada que natildeo tivessem
gostado e na opccedilatildeo outros aspetos referiram demora na restauraccedilatildeo acessos e o facto dos
museus e monumentos fecharem demasiado cedo Em relaccedilatildeo aos turistas a maioria
tambeacutem natildeo respondeu (45) porque ainda natildeo tinha visitado o destino Contudo 34
referem que natildeo houve nada de relevante que natildeo tenha gostado e 8 refere outros
aspetos onde se inserem a liacutengua poucas pessoas jovens e a falta de informaccedilatildeo turiacutestica
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita
Visitantes do dia Turistas
O que mais gostou em Almada Nordm Nordm
Cristo Rei 15 11 1 2
Paisagens 21 16 6 10
Tranquilidade 9 7 8 13
Gastronomia 8 6 14 23
Restaurantes 8 6 0 0
Pessoas 0 0 6 10
Outros aspetos 32 24 6 10
Natildeo respondeu 38 29 21 34
Visitantes do dia Turistas
O que menos gostou em Almada Nordm Nordm
Tracircnsito 5 5 4 6
Estacionamento 4 4 0 0
Clima 0 0 4 6
Sinalizaccedilatildeo 2 2 0 0
Outros aspetos 8 9 5 8
Nada que natildeo tenha gostado 24 26 21 34
Natildeo respondeu 49 53 28 45
97
Apoacutes analisada a satisfaccedilatildeo eacute necessaacuterio compreender a intenccedilatildeo comportamental
dos inquiridos a fim de se verificar se pretendem voltar e recomendar o destino que
visitaram Na figura 59 27 dos visitantes do dia referem que de certeza que vatildeo
regressar a Almada 32 referem que eacute provaacutevel que regressem 27 natildeo sabem e apenas
14 referem que natildeo vatildeo regressar Ao niacutevel da recomendaccedilatildeo a grande maioria (52)
refere que vai recomendar de certeza 42 refere que eacute provaacutevel que recomende sendo
que apenas 7 natildeo sabe ou natildeo vai recomendar o destino Por uacuteltimo em relaccedilatildeo a
regressar mesmo que o preccedilo aumente o panorama altera-se jaacute que a maioria (47) refere
que natildeo sabe se regressa 26 referem que eacute provaacutevel e apenas 14 tecircm a certeza que
regressam assim como 14 natildeo regressam de todo
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 60 indicam que 41 refere que
vai voltar de certeza 33 refere que eacute provaacutevel e 25 natildeo sabe sendo que apenas 2
respondeu que natildeo voltava No que diz respeito agrave recomendaccedilatildeo 53 vai recomendar de
certeza 32 eacute provaacutevel e 15 natildeo sabe Por fim relativamente a voltar mesmo que o
preccedilo aumente a maioria (44) refere que natildeo sabe se volta 32 refere que eacute provaacutevel
e 22 volta de certeza sendo que apenas 2 referem que natildeo voltam
14
1
14
27
6
47
32
42
26
27
52
14
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
98
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas)
Neste caso dos turistas a intenccedilatildeo comportamental eacute mais positiva na medida em
que apresentam valores percentuais mais elevados na variaacutevel lsquode certezarsquo e os valores
que surgem na variaacutevel lsquonatildeorsquo satildeo os que apresentam os menores valores percentuais
apenas com 2 Jaacute os visitantes do dia apresentam valores percentuais mais elevados
nestas variaacuteveis com 14 das respostas e valores mais baixos na variaacutevel lsquode certezarsquo
Esta diferenccedila de dados pode estar relacionada com o facto de os visitantes do dia
passarem menos tempo no destino e daiacute que tenham menos ferramentas que os permitam
afirmar com certeza este tipo de questotildees ao contraacuterio dos turistas que conseguem ter
outras perspetivas do destino por passarem mais tempo no mesmo
2 2
2515
44
33
32
32
4153
22
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
99
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica
Uma vez que o turismo representa uma atividade capaz de contribuir para o
desenvolvimento global a niacutevel econoacutemico social etc nos destinos turiacutesticos este
impacto eacute extremamente importante uma vez que graccedilas ao movimento de turistas e
visitantes os proacuteprios destinos vatildeo-se desenvolvendo atraveacutes do investimento em novas
infraestruturas promoccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos seus atributos e patrimoacutenio (UNWTO
2012) Quando visitam um destino diferente do seu local habitual os turistasvisitantes
procuram algo novo e dissemelhante obrigando desta forma a uma constante adaptaccedilatildeo
dos destinos ao tipo de procura existente acabando por contribuir para a implementaccedilatildeo
de alteraccedilotildees nos mesmos de forma a darem natildeo soacute resposta agrave procura externa mas ao
mesmo tempo melhorar as condiccedilotildees de vida da proacutepria populaccedilatildeo local
Um destino turiacutestico deve englobar nas suas caracteriacutesticas alguns elementos
chave para o seu desenvolvimento e sucesso as facilidades de acesso infraestruturas em
condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo e a diversidade nas opccedilotildees tanto de alojamento como de
restauraccedilatildeo satildeo cruciais para a atratividade de um destino Estes elementos em conjunto
com as diversas atraccedilotildees presentes num destino possuem a capacidade de motivar o
visitante a visitaacute-las mas para tal eacute necessaacuterio que exista uma correlaccedilatildeo de forccedilas na
gestatildeo dos destinos atraveacutes de entidades que atraveacutes da promoccedilatildeo e do marketing atraiam
visitantes
Esta gestatildeo dos destinos eacute essencial pois permite alcanccedilar determinadas vantagens
como a competitividade atraveacutes do estabelecimento de uma posiccedilatildeo uacutenica e
diferenciadora de forma a que o mercado a reconheccedila como tal a qualidade e o
reconhecimento da mesma por parte turistavisitante para que ele proacuteprio promova
posteriormente o destino a sustentabilidade e rentabilidade dos recursos e do proacuteprio
destino e por fim a identidade e a marca que ajudam a melhor posicionar os produtos no
mercado e a aumentar a notoriedade do destino fazendo com que os visitantesturistas
regressem Poreacutem cabe tambeacutem agraves componentes econoacutemicas privadas investir neste
desenvolvimento em conjunto com o Estado e de acordo com os recursos turiacutesticos
existentes no destino adaptar a sua oferta ao perfil de turista que a visita tendo por base
a motivaccedilatildeo do mesmo
100
Eacute atraveacutes da anaacutelise e investigaccedilatildeo das motivaccedilotildees turiacutesticas que se torna possiacutevel
definir o puacuteblico-alvo e atuar conforme as suas necessidades e aquilo que ambicionam
encontrar no destino Para tal eacute necessaacuterio existir um equiliacutebrio de interesses tendo em
conta tanto os turistas como a proacutepria induacutestria turiacutestica e ainda a comunidade local jaacute
que ldquoalcanccedilar esse equiliacutebrio eacute fundamental para o sucesso das empresas num destino e
requer uma compreensatildeo de como os turistas se deslocam e exploram os espaccedilos dentro
da cidaderdquo (Wearing e Foley 2017 104)
Acontece que as motivaccedilotildees e necessidades dos turistasvisitantes atuais estatildeo em
constante mudanccedila pois tornaram-se cada vez mais exigentes e heterogeacuteneos Desta
forma eacute necessaacuterio que a gestatildeo dos destinos turiacutesticos acompanhe estas mesmas
transformaccedilotildees aplicando novos modelos de gestatildeo Segundo Vargas-Saacutenchez (2017) o
modelo Inductors for Results (IN-RES-TUR) fundamentado pelo proacuteprio visa dar
resposta a quatro aspetos essenciais a uma gestatildeo eficiente dos destinos Este modelo
defende a implementaccedilatildeo de um conjunto de indutores capazes de atrair o mercado
potencial do destino utilizando os recursos e serviccedilos presentes no mesmo oferecer
experiecircncias e emoccedilotildees que provoquem trocas positivas fidelizar os turistasvisitantes
com o auxiacutelio da tecnologia que permite o acesso a toda a informaccedilatildeo a qualquer altura
do dia e em qualquer parte do mundo
Segundo o mesmo autor atraveacutes do recurso agrave tecnologia eacute possiacutevel conhecer o
consumidor pormenorizadamente conferindo-lhe aquilo que ele mais deseja na
atualidade a customizaccedilatildeo dos serviccedilosprodutosexperiecircncias das quais vai usufruir e ao
mesmo tempo a cocriaccedilatildeo desses mesmos produtos tornando-se parte integrante da
experiecircncia global que eacute visitar um novo destino Assim tendo em atenccedilatildeo que o desafio
para a gestatildeo de destinos eacute cada vez mais complexo ldquoa inovaccedilatildeo permanente e ateacute mesmo
a reinvenccedilatildeo do modelo de negoacutecio satildeo hoje essenciais para gerar um valor com uma
margem e volume remuneradores em conjuntordquo (Id Ibid 490)
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica
Apoacutes a anaacutelise dos resultados em conjunto com toda a informaccedilatildeo recolhida para
a elaboraccedilatildeo da fundamentaccedilatildeo teoacuterica desta dissertaccedilatildeo principalmente no que diz
respeito agraves motivaccedilotildees e perfil do turista foi possiacutevel retirar algumas conclusotildees
relativamente ao perfil do turista deste destino
101
Em primeiro lugar Almada apesar de se caracterizar como um micro destino
urbano tem vindo a ganhar cada vez mais visibilidade graccedilas ao crescimento da procura
por este tipo de turismo muito graccedilas ao facto do destino Lisboa (o seu principal
concorrente) ter vindo a ganhar cada vez mais notoriedade estando ao niacutevel dos principais
destinos urbanos mais procurados na Europa (Costa e Albuquerque 2017) Como tal o
principal perfil de turista que visita Almada caracteriza-se como excursionista pois a
grande maioria dos inquiridos eram visitantes do dia o que significa que se tratam de
visitantes que natildeo ficam alojados no destino e apenas efetuam uma visita de um dia ou
umas horas sendo que procuram essencialmente turismo cultural ou no caso dos turistas
que ficam alojados no destino pelo menos 1 noite procuram mais por turismo de sol e
mar
Neste contexto a preferecircncia por parte dos visitantes do dia recai sobre os recursos
culturais e religiosos do destino visto que o monumento do Cristo Rei foi das atraccedilotildees
mais visitadas assim como museus e igrejas Jaacute nos turistas a grande maioria por ter
ficado alojado na Costa da Caparica local caracteriacutestico e especiacutefico para a praacutetica de
turismo de sol e mar as suas preferecircncias recaem naturalmente sobre a praia e os recursos
mais naturais do destino demonstrando assim duas realidades distintas no perfil do turista
de Almada
Em termos da anaacutelise da oferta que o destino Almada apresenta apoacutes toda a
recolha de informaccedilatildeo sobre os recursos produtos e serviccedilos existentes eacute um destino que
possuiacute uma oferta turiacutestica relativamente abrangente tanto a niacutevel cultural religioso
natural como a niacutevel de diversas infraestruturas complementares como eacute o caso da
restauraccedilatildeo e do alojamento pois satildeo cada vez mais notoacuterios os investimentos nestas duas
vertentes ainda que se verifiquem algumas lacunas relativamente agrave quantidade e
diversidade da oferta face ao aumento da procura Contudo foram mencionados alguns
aspetos que o destino apresenta como falhas e que se devem ter em consideraccedilatildeo devido
agrave importacircncia dos mesmos como eacute o caso da falta de informaccedilatildeo turiacutestica no local ao
niacutevel da sinalizaccedilatildeo e da proacutepria informaccedilatildeo presente em hoteacuteis e outras infraestruturas
Atraveacutes da observaccedilatildeo das figuras 45 e 46 do capiacutetulo anterior concluiacutemos que
de facto as fontes de informaccedilatildeo menos valorizadas pelos turistas foram as
brochurasguias turiacutesticos as redes sociais e o site oficial da CMA sendo que no caso dos
visitantes do dia foram as recomendaccedilotildees por parte de profissionais da aacuterea turiacutestica o
site da CMA e ainda as agecircncias de viagem
102
Estes dados indicam que para aleacutem de natildeo serem fontes de informaccedilatildeo
valorizadas como importantes para este perfil de turista encontram-se tambeacutem
insatisfatoacuterias jaacute que lhes foram atribuiacutedos valores muito reduzidos numa escala em que
o 1 correspondia ao valor miacutenimo e o 5 ao valor mais elevado Contudo em oposiccedilatildeo a
estes dados as informaccedilotildees mais valorizadas foram sem duacutevida as provenientes de
familiaresamigos em ambos os casos e ainda os postos de informaccedilatildeo turiacutestica no caso
dos turistas e algumas redes sociais apenas no caso dos visitantes do dia sendo que estes
devem ser as fontes de informaccedilatildeo a priorizar e a desenvolver na gestatildeo deste destino
Neste caso concreto conclui-se que de facto as ferramentas de comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino como sendo brochuras e guias suportes digitais online como redes
sociais e sites oficiais natildeo demonstraram ter grande impacto na atraccedilatildeo deste perfil de
turista jaacute que a fonte de informaccedilatildeo que realmente influenciou a maioria dos inquiridos
foram sem duacutevida os familiaresamigos Todavia os resultados menos positivos
essencialmente no que diz respeito ao site oficial da CMA visto que foi uma das variaacuteveis
que se repetiu tanto nos turistas como nos visitantes do dia como sendo das menos
valorizadas e satisfatoacuterias assim como as redes sociais e as brochurasguias devem ser
vistas como dados relevantes para a melhoria destas mesmas fontes no sentido de se
inovarem e desenvolverem as suas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo visto que se trata de um
fator relevante na influecircncia e atratividade dos turistasvisitantes
Para tal ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo de Almada a aposta deve recair
cada vez mais nas plataformas tecnoloacutegicas online atraveacutes da implementaccedilatildeo de um
design mais apelativo e mais direcionado para turistasvisitantes e natildeo tanto para a
populaccedilatildeo local Deve-se tambeacutem desenvolver ferramentas capazes de atrair os clientes
para o destino partindo-se dos atributos do mesmo (o que existe de maior relevacircncia) de
forma a perceber quais os benefiacutecios e adequar a promoccedilatildeocomunicaccedilatildeo ao puacuteblico alvo
No entanto o balanccedilo geral da satisfaccedilatildeo dos turistas e excursionistas eacute bastante positivo
sendo que foram poucos os que apontaram aspetos negativos ou insuficiecircncias ao destino
Deste modo de acordo com o objetivo definido de delinear o perfil do turista de
Almada e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica e tendo por base as hipoacuteteses construiacutedas
anteriormente como premissas da investigaccedilatildeo conclui-se essencialmente que
- A caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica dos inquiridos revela que a grande maioria
dos inquiridos eram do sexo feminino e no caso dos visitantes do dia possuiacuteam idades
103
compreendidas entre os 18 e os 34 anos enquanto que os turistas apresentam uma faixa
etaacuteria mais elevada (com a maioria entre os 45 e 54 anos) tratando-se dos principais
puacuteblicos-alvo deste destino Relativamente agraves nacionalidades natildeo se obteve um valor
significativo com maior incidecircncia numa nacionalidade especiacutefica pois foram
mencionadas diversas nacionalidades (belga holandesa chinesa russa polaca etc)
Contudo no caso dos excursionistas destaca-se a nacionalidade portuguesa e a italiana e
nos turistas a espanhola e alematilde
- Apoacutes a anaacutelise de toda a oferta do destino considerando produtos e serviccedilos e o
tipo de turistas que visitam Almada podemos concluir que se trata de um destino
essencialmente cultural e de sol e mar jaacute que os seus principais produtos se encontram
relacionados com o turismo cultural (monumentos) de sol e mar (praias) e o de natureza
(parques jardins) Segundo os dados recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos realizados existem
mais excursionistas que turistas o que significa que utilizam o destino apenas para visitar
curtas e raacutepidas sendo que na maioria tanto turistas como visitantes do dia procuram
principalmente atraccedilotildees culturais neste caso concreto o Cristo Rei monumentos igrejas
e museus de natureza os jardins parques ou miradouros e por fim de sol e mar praias
da Costa da Caparica
- Em relaccedilatildeo agrave escolha ocasional deste destino de facto muitos dos
visitantesturistas chegam a Almada de forma ocasional mas a grande maioria planeia a
visita logo satildeo visitas previstas e previamente decididas ao contraacuterio do que se previa
- As fontes de informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino natildeo influenciaram a escolha do
turistavisitante para visitar Almada uma vez que ambos se basearam essencialmente em
familiaresamigos e natildeo tanto em fontes oficiais criadas pelo destino
- O papel da promoccedilatildeo turiacutestica natildeo demonstrou ser eficiente no reforccedilo da
atratividade para o concelho uma vez que as fontes de informaccedilatildeo associadas agrave promoccedilatildeo
turiacutestica receberam valorizaccedilotildees muito baixas sendo que vaacuterias natildeo foram de todo
utilizadas
- O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute relativamente
elevado ao contraacuterio do que se tinha presumido nas hipoacuteteses iniciais
- Em relaccedilatildeo agrave intenccedilatildeo comportamental dos turistasvisitantes conclui-se que
apresentam alguma intenccedilatildeo de regressar a Almada mas os dados com maior incidecircncia
104
de resposta referem-se agrave recomendaccedilatildeo e aos que indicaram natildeo saber se realmente
pretendem voltar ou natildeo ao destino ou seja satildeo mais os que pretendem recomendar o
destino dos que os que pretendem regressar de certeza
Relativamente agrave pergunta de partida que se destinava a compreender qual o perfil
do turista que visita Almada bem como perceber de que forma a promoccedilatildeo turiacutestica do
destino tem impacto na atratividade do mesmo conclui-se que na sua maioria o tipo de
visitante de Almada eacute excursionista e procura sobretudo o turismo cultural e o de sol e
mar sendo que se demonstra de uma forma geral bastante satisfeito relativamente ao
destino mas apresenta algumas falhas no que diz respeito agrave informaccedilatildeo disponiacutevel e agrave
promoccedilatildeo de Almada tendo sido mencionadas algumas lacunas relativamente a este
fator Desta forma tendo por base o conhecimento do tipo de visitantes do destino assim
como informaccedilatildeo relevante acerca do que estaacute a falhar ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo turiacutestica torna-se mais faacutecil proceder agrave adaptaccedilatildeo da oferta agraves necessidades
deste puacuteblico alvo especiacutefico assim como implementar novas ferramentas de
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino que contribuam para o seu desenvolvimento
e atratividade
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Uma das maiores limitaccedilotildees desta investigaccedilatildeo relaciona-se com a recolha dos
inqueacuteritos por questionaacuterio a fim de se obter uma amostra mais significativa do universo
em questatildeo O previsto seria recolher uma maior quantidade de inqueacuteritos mas tendo em
conta o periacuteodo em que a recolha se sucedeu entre os meses de junho e julho de 2019 o
nuacutemero de pessoas que aceitou preencher o inqueacuterito foi mais reduzido do que o esperado
o que dificultou todo o processo Desta forma a amostra definida inicialmente de 239
inqueacuteritos natildeo foi possiacutevel de se realizar face ao reduzido nuacutemero de visitantesturistas
que se disponibilizaram a responder
Assim a amostra teve que ser reduzida e apesar de se tratar de uma amostra suficiente
para a realizaccedilatildeo desta investigaccedilatildeo natildeo se pode concluir que seja 100 representativa
do perfil do turista de Almada natildeo podendo deste modo generalizar os resultados obtidos
Outra das limitaccedilotildees que surgiu foi a anaacutelise estatiacutestica dos dados uma vez que natildeo se
realizou uma anaacutelise comparativa de variaacuteveis tendo sido elaborada apenas uma anaacutelise
descritiva Portanto no futuro seria relevante obter uma amostra mais representativa deste
universo de maneira de fornecer um maior contributo para o desenvolvimento do destino
105
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros
Relativamente a orientaccedilotildees para futuros trabalhos seria interessante investigar
quais os interesses dos diferentes stakeholders do destino Almada de forma a
compreender onde pretendem investir e o que pretendem desenvolver tendo por base as
necessidades dos turistasexcursionistas Apoacutes esta anaacutelise seria importante proceder a
algumas alteraccedilotildees e implementaccedilatildeo de novas estrateacutegias para o destino nomeadamente
ao niacutevel da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do mesmo e tambeacutem da oferta ao niacutevel do alojamento
especialmente na zona mais central da cidade para que se torne tambeacutem possiacutevel a criaccedilatildeo
de novos produtos turiacutesticos ou desenvolver os que jaacute existem e que apresentam
potencialidades para tal
Seria tambeacutem importante a realizaccedilatildeo de mais estudos de mercado de forma a
compreender cada vez melhor aquilo que um turistavisitante procura em Almada para
que a resposta da oferta esteja em concordacircncia com essas mesmas necessidades e
motivaccedilotildees Contudo natildeo se deve desprezar aquilo que satildeo os interesses da populaccedilatildeo
local sendo tambeacutem importante aferir quais os seus interesses e de que forma veem o
desenvolvimento do turismo no seu local de residecircncia para que seja possiacutevel conjugar
os seus interesses aos interesses do destino e deste modo contribuir para o
desenvolvimento do mesmo
Atraveacutes da realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo compreendeu-se que Almada eacute um destino
com fortes potencialidades de desenvolvimento turiacutestico capaz de se transformar num
dos principais pontos de atraccedilatildeo logo a seguir a Lisboa que apesar de se tratar de um
destino concorrente possibilita uma relaccedilatildeo de complementaridade jaacute que Almada pode
apresentar um tipo de oferta diferenciada daquela que se encontra em Lisboa muitas
vezes considerada como sendo demasiado massificada
O desenvolvimento turiacutestico deste destino pode tambeacutem ser feito sobretudo ao
niacutevel do turismo cultural sendo que este produto apresenta um grande potencial de
desenvolvimento No entanto tambeacutem eacute possiacutevel a aposta em subprodutos como o
turismo de museus e industrial ligados por sua vez ao turismo criativo um tipo de turismo
que tem vindo a crescer e a afirmar-se nos uacuteltimos anos podendo vir a ser uma grande
vantagem competitiva para o destino se poder afirmar enquanto destino cultural e criativo
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALEGRE Joaquiacuten e GARAU Jaume (2010) Tourist Satisfaction and Dissatisfaction
Annals of Tourism Research Vol 37 No 1 pp 52-73 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738309000929via3Dihu
b
AKAMA John S e KIETI D M (2003) Measuring tourist satisfaction with Kenyarsquos
wildlife safari a case study of Tsavo West National Park Tourism Management vol 24
pp 73-81 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS02615
17702000444
BALOGLU S e MCCLEARY K W (1999) A Model of Destination Image Formation
Annals of Tourism Research Science vol 26(4) pp 868ndash897 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738399000304via3Dihu
b
BEERLI A e MARTIN JD (2004) Factors Influencing Destination Image Annals of
Tourism Research vol 31 nordm 3 pp 657-681 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738304000349
BJOumlRK Peter (2014) ldquoTourist Experience Value Tourist Experience and Life
Satisfactionrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK CAB
International pp 22-29
BOTELHO Joana Maria Ribeiro Pita (2013) Fatores Motivadores na Escolha do
Destino Turiacutestico Uma outra questatildeo Coimbratilde Oliveira do Hospital Escola Superior de
Tecnologia e Gestatildeo de Oliveira do Hospital Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026175881DissertaC3A7C3A3o20J
oana20Botelhopdf
BUHALIS Dimitrios (2000) Marketing the Competitive Destination of the Future
Tourism Management vol 21 nordm 1 pp 97-116 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS0261517799000953via3Dihub
107
BUTLER Richard W (1980) The Concept of a Tourist Area Cycle of Evolution
Implications for management of resources Canadian Geographer vol XXIV no 1 pp5-
12 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueconcept-tourist-area-cycle-
evolution-implications-management-resources
Cacircmara Municipal de Almada (sd) Disponiacutevel em httpwwwm-almadapt
[Consultado a 04062019]
Cacircmara Municipal de Almada (2011) Plano Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e
Desenvolvimento do Turismo para o Concelho de Almada Disponiacutevel em httpwwwm-
almadapt [Consultado a 04062019]
CARDOSO Idiacutelia Spencer (2012) O Uso da Internet como Ferramenta de Comunicaccedilatildeo
na Promoccedilatildeo dos Destinos Turiacutesticos O Caso da Ilha do Maio Praia Universidade de
Cabo Verde ndash Escola de Negoacutecios e Governaccedilatildeo Monografia Disponiacutevel em
httpwwwportaldoconhecimentogovcvbitstream1096126381MONOGRAFspenc
erpdf
COHEN Erik (1979) Rethinking the sociology of tourism Annals of Tourism Research
vol 6 nordm 1 pp 18- 35 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleab
spii0160738379900926via3Dihub
COLTMAN Michael M (1989) Tourism Marketing Nova Iorque Van Nostrand
Reinhold
COSTA Carlos e ALBUQUERQUE Helena (2017) ldquoUm Novo Modelo Conceptual
para o Turismo Urbanordquo Em Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e
Desenvolvimento Turiacutestico Lisboa Lidel p409-422
CROTTS John C e PAN Bing (2007) Destination appraisals Annals of Tourism
Research Vol 34 No 2 pp 541ndash544 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738306001630
CUNHA Liciacutenio e ABRANTES Antoacutenio (2013) Introduccedilatildeo ao Turismo Lisboa Lidel
CUNHA Liciacutenio (2011) Autenticidade e Inovaccedilatildeo factores de renovaccedilatildeo dos destinos
turiacutesticos maduros Cogitur Journal of Tourism Studies nordm 4 pp 9-28 Disponiacutevel em
httprecilgrupolusofonapthandle104371890
CUNHA Liciacutenio (2013) Economia e Poliacutetica do Turismo Lisboa Lidel
108
ENGEL J BLACKWELL R D e MINIARD P W (1995) Consumer Behaviour Fort
Worth Dryden Press
FERRO Carlos (2018) ldquoA 15 minutos de Lisboa e sem hoteacuteis para turistasrdquo Diaacuterio de
Notiacutecias 25 de marccedilo Disponiacutevel em httpswwwdnpt [Consultado a 04062019]
COSTA Ana Rita de Deus Rocha Alves Peres da (2015) Tourist Destination Loyalty a
multidimensional perspective Algarve Universidade do Algarve ndash Faculdade de
Economia Tese de Doutoramento Disponiacutevel em httpssapientiaualgpthandle10400
17865
FIGUEIREDO Sara Vieira (2015) Potencialidades da Aposta no Turismo Criativo para
a Dinamizaccedilatildeo Social e Econoacutemica da Margem Cacilhas-Arialva Estoril Escola
Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026194211201504019_pdf
FLORES LCS e MENDES JC (2014) Perspectivas do destino turiacutestico repensando
o sentido do conceito Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo vol 8 nordm 2 pp 222-
237 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueperspectivas-destino-
turC3ADstico-repensando-o-sentido-conceito-1
FRAMKE Wolfgang (2002) The Destination as a Concept A Discussion of the
Business-related Perspective versus the Socio- cultural Approach in Tourism Theory
Scandinavian Journal of Hospitality and Tourism vol 22 pp 92-108 Disponiacutevel em
httpswwwtandfonlinecomdoiabs10108015022250216287
GAcircNDARA Joseacute Manoel G (2008) A Imagem dos Destinos Turiacutesticos Urbanos
Revista Eletroacutenica de Turismo Cultural pp 1-22 Disponiacutevel em
httpwwwecauspbrturismoculturalaimagempdf
GNOTH Juergen (1997) Tourism Motivation and Expectation Formation Annals of
Tourism Research vol 24 nordm 2 pp 283ndash304 Disponiacutevel em
httpswwwmendeleycomcataloguetourism-motivation-1
GONCcedilALVES Antoacutenio Costa (2002) O recreio e lazer na reabilitaccedilatildeo urbana ndash
Almada Velha Lisboa Gabinete de Estudos e Prospetiva Econoacutemica
109
GREMLER D e BROWN S (1996) ldquoService loyalty its nature importance and
implicationsrdquo Em Edvardsson et al (Eds) Advancing service quality a global
perspective NY ISQA
GUSTAVO Nuno Silva (2012) Modelos e Processos de Gestatildeo em Negoacutecios Turiacutesticos
Tendecircncias num contexto em mudanccedila Revista Turismo amp Desenvolvimento nordm 1718
Disponiacutevel em httpscomumrcaapptbitstream104002625381201201002_pdf
HILL Manuela Magalhatildees e HILL Andrew (1998) A Construccedilatildeo de um Questionaacuterio
Dinacircmia ndash Centro de Estudos sobre a Mudanccedila Socioeconoacutemica documento de trabalho
pp 1-56 Disponiacutevel em httpsrepositorioiscte-iulptbitstream100714694DINAMI
A_WP_1998-11pdf
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica Disponiacutevel em httpswwwinept [Consultado
a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2013) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2012 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=209572834ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2014) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2013 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=223543836ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2015) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2014 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=249079309ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2016) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2015 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=224764823ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
110
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2017) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2016 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=277105510ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE - Instituto Nacional de Estatiacutestica (2018) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2017 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=320468753ampxlang=enampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a
04062019]
ISO-AHOLA Seppo E (1982) Toward a Social Posychological Theory of Tourism
Motivation Annals of Tourism Research vol 9 nordm 2 pp 256-262 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspii0160738382900494
JENSEN Oslashystein (2014) ldquoApproaches for the Evaluation of Visitor Experiences at
Tourist Attractionsrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK
CAB International pp 139-153
KOTLER Philip (2000) Marketing Management Millenium Edition USA Prentice-
Hall Inc
KOZAK Metin e ANDREU Luisa (2006) Progress in Tourism Marketing UK
Elsevier
LEIPER Neil (1979) The Framework of Tourism - Towards a Definition of Tourism
Tourist and the Tourist Industry Annals of Tourism Research vol 6 nordm 4 pp 390-407
Disponiacutevel em httpwwwsciencedirectcomsciencearticlepii0160738379900033
LYNCH Mary-Frances et al (2011) The demand for Mirsquokmaw cultural tourism Tourist
perspectives Tourism Management vol 32 pp 977-986 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0261517710001676
MARUJO Maria Noeacutemi (2008a) Turismo e Comunicaccedilatildeo Castelo Branco RVJ-
Editores
MARUJO Maria Noeacutemi (2008b) A Internet como Novo Meio de Comunicaccedilatildeo para os
Destinos Turiacutesticos O caso da Ilha da Madeira Turismo em Anaacutelise vol 19 nordm1 pp25-
42 Disponiacutevel em httpswwwrevistasuspbrrtaarticledownload14140159580
111
MIRANDA Claudio de Souza (2010) A Internet como ferramenta de comunicaccedilatildeo no
Turismo um estudo exploratoacuterio da utilizaccedilatildeo de e-mails pelo trading em Ribeiratildeo Preto
e seus impactos no Turismo local Disponiacutevel em httpsistemasemeadcombr8semea
dresultadotrabalhosPDF159pdf
NAIDOO P et al (2011) An assessment of visitor satisfaction with nature-based
tourism attraction International Journal of Management and Marketing Research vol 4
nordm1 pp 87-98 Disponiacutevel em httpspdfssemanticscholarorgc748dec80e536503a61b
041a2591ef969b3fff5apdf
OMT ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (2019) UNWTO Tourism Definitions [online]
UNWTO Madrid Disponiacutevel em httpswwwe unwtoorgdoibook10181119789284
420858 [Consultado a 11122019]
PESTANA Maria Helena et al (2018) Motivations emotions and satisfaction The keys
to a tourism destination choice Journal of Destination Marketing amp Management pp 1-
9 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS2212571X1830120
3via3Dihub
PERES Rita e RITA Paulo (2017) ldquoMarketing e Comunicaccedilatildeo dos Destinosrdquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p173-181
PIKE Steven e PAGE Stephen (2014) Destination Marketing Organizations and
destination marketing A narrative analysis of the literature Tourism Management vol
41 pp 202-227 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS026
1517713001714via3Dihub
PIZAM Abraham e MANSFELD Yoel (1999) Consumer Behavior in Travel and
Tourism NY The Haworth Hospitality Press
PREBENSEN Nina K CHEN Joseph S e UYSAL Muzaffer (2014) Creating
Experience Value in Tourism UK CAB International
QUIVY Raymond e CAMPENHOUDT Luc Van (2005) Manual de Investigaccedilatildeo em
Ciecircncias Sociais Lisboa Gradiva
RNT ndash Registo Nacional do Turismo (2002) Disponiacutevel em httpsrntturismodeportug
alpt [Consultado a 02102019]
112
SARANIEMI Saila e KYLAumlNEN Mika (2011) Problematizing the concept of tourism
destination An Analysis of Different Theoretical Approaches Journal of Travel
Research vol 50 no 2 pp133- 143 Disponiacutevel em httpsjournalssagepubcomdoia
bs1011770047287510362775
SCOacuteTOLO Denise e NETTO Alexandre P (2015) Contribuiccedilotildees do Turismo para o
Desenvolvimento Local Cultur ndash Revista de Cultura e Turismo vol 9 no1 pp 37-59
Disponiacutevel em httpperiodicosuescbrindexphpculturarticleview554
SEATON A V (1996) ldquoDestination Marketingrdquo Em A V Seaton e M M Bennet
(eds) Marketing Tourism Products Reino Unido Thomson Business Press
SWARBROOKE John e HORNER Susan (2007) Consumer Behaviour in Tourism
UK Elsevier Ltd
UNWTO ndash United Nations World Tourism Organization (2007) A Practical Guide to
Tourism Destination Management Spain World Tourism Organization
URIELY Natan (2005) The Tourist Experience - Conceptual Developments Annals of
Tourism Research vol 32 nordm 1 pp 199-216 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirect
comsciencearticleabspiiS0160738304001264via3Dihub
VARGAS-SAacuteNCHEZ Alfonso (2017) ldquoTerritoacuterios de Inovaccedilatildeo e Turismordquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p481-491
WEARING Stephen L e FOLEY Carmel (2017) Understanding the tourist experience
of cities Annals of Tourism Research Vol 65 pp 97-107 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738317300695
WICHELS Susana (2013) A Experiecircncia Sensorial na Comunicaccedilatildeo Turiacutestica Biblos ndash
Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra V XI pp 475-494
Disponiacutevel em httpsdigitalis-dspucptjspuihandle10316235518
WOODSIDE AG e LYSONSKI S (1989) A general model of travel destination
choice Journal of Travel Research Vol 27 No4 pp8-14 Disponiacutevel em
httpsjournalssagepubcomdoi101177004728758902700402
113
YOUSAF A et al (2018) Touristrsquos Motivations to Travel A Theoretical Perspective
on The Existing Literature Tourism and Hospitality Management V 24 no 1 pp 197ndash
211 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcataloguetourists-motivations-totravel-
theoretical-perspective-existing-literture
114
Apecircndice I ndash Graacuteficos
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia)
25 12
3534
43
21
23
30
11
1528
18
5
2
515
29
30
9
7
20
24
18
43
1511
4
2
21
6 1822
7
379 13
12
316
5 1921
141123
29
17
60
11
3
14
8 13
20
22
7
5 22
27
20
21
1020
17
5
6
421
31
15
14
1422
1712
7
6
2720
16
14
14
23 13
10
11
6
2520
13
22
10
22
116
7
7
20
2816
11
11
24
1610
88
13
33 145 4
1430 21
30 17
9 9 9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
115
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas)
13 14 19
22
22
12
21
18
4
1524
8
2
1
518 20
11
9
14 128
9
32
10
5 2
3
5
16
188
5
20
15
11
4
17
6
12
23
44
3
1127
12
48
2
2
1
5
13
37
5
2
13
19
156
6
27
8
4
1
1
12
28
14
9
4
18
15
5
3
12
24
13
3
7
26
14
2
3
6
23
15
6
1211
17
9
2
512
20
12
4
6
9
323
4
4
26
17
1
6
1 12
31
321
6 814
4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
116
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia)
37
20
16
1
15
20
16
1
419
9
4
1
1 12
22
6
4
711
7
8
7
3
8
3
1
1
3
17
14
2
7
2
12 2
1
4
1
10 20
33
4
278
14 3
3
4
4
12
22
2
2
12
13
83
2
15
14
21
1
6
26
74
322
6
2
1 8
20
12
1
3
19
9
2
2
1
19
10
6
2
1
21
8
2
2
2
15 16
3
2
15
9 6
4
3
316
12
4
4
10 20
56
410 9
1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
117
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas)
24 15
37 23
1
3 14
35 24
3
428
229
2
2
20
27
17
4
2
24
1519
22
11
14
34
13
6
20
14 6
19
7
23
15
15
7
17
179
91
17
28 1637
2
8
3 2
11
1
15
12
21
6
2
20
27
14
17
3
20
7
6
6
2
16
3212
8
4
30
17 94
5
20
21 1610
9
22
12 76
11
27
11 913
6
20 66
5
6
10 29189
11
2410
710
8
22 16 859
14 27 15216 16
6 6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
118
Anexo I - Inqueacuterito
Posto de turismo
Data
Caro(a) Senhor(a) este questionaacuterio tem como principal objetivo realizar um estudo para uma dissertaccedilatildeo de
mestrado com o intuito de avaliar a sua visita ao destino Almada Toda a informaccedilatildeo recolhida eacute confidencial
Agradecemos a sua colaboraccedilatildeo
11 Eacute a primeira vez que visita o destino Almada Sim Natildeo
12 Se natildeo eacute a primeira visita quantas viagens fez a Almada nos uacuteltimos dois anos
Quando foi a uacuteltima visita
13 Com quem estaacute a viajar
Sozinho
GrupoExcursatildeo Quantas pessoas
Companheiroa
FamiacuteliaAmigos
14 Eacute residente em Portugal Em que concelho
15 Eacute residente noutro paiacutes Qual
16 Qual a razatildeo da visita a Almada 17 Vai pernoitar em Almada Sim Natildeo
Quantas noites pernoita
18 Estaacute alojado em Almada Sim Natildeo
Em que zona
1) Cacilhas 2) Pragal 3) Almada
Centro 4) Costa da Caparica 5) Trafaria
6) Herdade da Aroeira
19 Qual o tipo de alojamento que elegeu nas diferentes zonas acima referidas
QUESTIONAacuteRIO
1 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
Passear Paisagem
Compras e lojas Lazer Recreio e Feacuterias
Monumentos Ambiente humano
Museus Desporto
Eventos Natildeo seinatildeo respondo
ProfissionalNegoacutecios Outros Quais
Religiatildeo
Praia
Gastronomia
Familiares e amigos
1) 2) 3) 4) 5) 6) Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de campismo
ResortAldeamento Turiacutestico
Pousada da juventude
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros Quais
119
110 Por que regime optou 111 Qual o meio de transporte que utilizou para chegar a
Almada
Viatura Proacutepria hellip Autocaravana
Viatura Alugada Barco
Autocarro Turiacutestico Tuck-tuck
Autocarro Puacuteblico BicicletaTrotineteSegway
Comboio A peacute
2 Fontes de Informaccedilatildeo do destino de Almada 21 Como valoriza as seguintes fontes de informaccedilatildeo que o levaram a visitar o destino Almada Para cada opccedilatildeo assinale com (x) o nuacutemero que corresponde ao seu grau de importacircncia sendo que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5) Extremamente importante
22 Quando eacute que usou estas fontes de informaccedilatildeo 23 Quanto tempo demorou a decidir visitar Almada
24 Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica de Almada tendo em conta a seguinte escala (1) Muito insuficiente (2) Insuficiente (3) Suficiente (4) Bom (5) Muito bom (NSNR) Natildeo seinatildeo respondo
31 Inicialmente as suas expectativas relativamente 32 Almada eacute o uacutenico destino que vai visitar Sim Natildeo
a Almada eram Se natildeo qual(ais)
33 Quais as atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
1) 2) 3) 4) 5) 6)
Soacute dormida
Dormida e pequeno almoccedilo
Meia pensatildeo
Pensatildeo completa
Tudo incluiacutedo
NSNR
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos
Escolha ocasional
Revista ou jornal Qual
Redes sociais Qual
Brochuras e guias turiacutesticos Qual
FeirasExposiccedilotildees de turismo Qual
Site da cacircmara municipal de Almada
Postos de informaccedilatildeo turiacutestica Qual
Agecircncias de viagem Qual
Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo Qual
Outros Qual
(1) Natildeo usei
(2) Antes da viagem
(3) Durante a viagem
(1) Natildeo foi planeado
(2) Quando cheguei ao destino
(3) Antes de chegar ao destino
(1) Muito Insuficiente
(2) Insuficiente
(3) Suficiente
(4) Bom
(5) Muito Bom
NSNR
3 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
(1) Muito Baixas (2) Baixas (3) Sem expectativas (4) Moderadas (5) Elevadas
120
34 Indique com um (x) quais dos seguintes atributos considera mais importantes na escolha deste destino numa
escala em que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5)
Extremamente Importante
35 Indique com um (x) qual o seu grau de satisfaccedilatildeo para cada um dos seguintes aspetos relativos ao destino numa
escala em que (1) Muito Insatisfeito (2) Insatisfeito (3) Satisfeito (4) Muito Satisfeito (5) Extremamente Satisfeito
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio local
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
121
36 Segundo as suas expectativas qual o seu grau de 37 O que mais gostou durante a visita (3 aspetos)
satisfaccedilatildeo global relativamente ao destino Almada
38 O que menos gostou durante a visita (3 aspetos)
39 Depois da sua visita a Almada tenciona
4 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
51 Idade 52 Geacutenero 54 Estado Civil
53 Nacionalidade
55 Habilitaccedilotildees Literaacuterias 56 Situaccedilatildeo Profissional
(assinale com um (x) a habilitaccedilatildeo mais elevada)
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado Outro
57 Qual o valor meacutedio que gasta por dia e por pessoa 58 Qual o rendimento familiar mensal
nesta visita a Almada (excluindo o alojamento)
Muito Insatisfeito Insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito Extremamente Satisfeito Natildeo SeiNatildeo Respondo
Natildeo Natildeo Sei Eacute Provaacutevel De Certeza
Voltar
Recomendar
Voltar mesmo que o preccedilo aumente
Feminino Masculino
18-24 anos 25-34 35-44 45-54 55-64 Mais do que 64 anos NSNR
Solteiroa CasadoUniatildeo de facto DivorciadoViuacutevo Nordm de elementos do agregado familiar
Empregado Desempregado Natildeo ativo Estudante Reformado Outro Qual
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro + de 2501euro
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro 401-500euro Mais de 500euro Outro valor
Obrigada pela colaboraccedilatildeo e atenccedilatildeo dispensada
V
53 Procura turiacutestica em Almada _______________________________________ 51
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica ________________ 57
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino ______ 59
Capiacutetulo VI ndash Metodologia ______________________________________________ 62
61 Modelo da investigaccedilatildeo ___________________________________________ 62
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo ________ 63
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio ____________________ 64
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos ______________________ 67
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas __________________________________ 67
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada __________________ 74
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada ___________________________ 84
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo _______________________________ 89
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais ______________________________________ 99
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica ________________________________ 99
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica ___________ 100
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo _______________________________________ 104
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros__________________________________ 105
Referecircncias Bibliograacuteficas _____________________________________________ 106
Apecircndice I ndash Graacuteficos _________________________________________________ 114
Anexo I - Inqueacuterito ___________________________________________________ 118
VI
Iacutendice de Figuras
Figura 1 - O sistema turiacutestico 6
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas 17
Figura 3 - Modelo de Howard e Sheth 36
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall 37
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor 37
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada 44
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada 51
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de
Almada 52
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada 53
Figura 10 - Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas 54
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica 54
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses
56
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada 62
Figura 14 - Idade visitantes do dia 67
Figura 15 - Idade turistas 68
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia 68
Figura 17 - Geacutenero turistas 69
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia 69
Figura 19 - Estado civil turistas 69
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia 70
Figura 21 - Nacionalidades turistas 70
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia 71
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas 71
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia) 72
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas) 72
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia) 73
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas) 73
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia) 74
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas) 74
Figura 30 - Primeira vez em Almada 75
VII
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia) 77
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas) 77
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia) 78
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas) 78
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia) 79
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas) 80
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada 81
Figura 40 - Em que zona ficou alojado 81
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido 82
Figura 42 - Tipo de regime 82
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia) 83
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas) 83
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 84
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas) 85
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 87
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas) 87
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia) 88
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas) 88
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia) 89
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas) 89
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia) 90
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas) 90
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia) 91
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas) 91
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia) 95
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas) 95
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia) 97
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas) 98
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia) 114
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas) 115
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia) 116
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas) 117
Iacutendice de Tabelas
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada 47
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada 49
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 52
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 54
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia 55
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
55
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos 75
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada 76
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada 91
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada 92
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita 96
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita 96
IX
Resumo
O desenvolvimento de um destino turiacutestico estaacute associado a diversos fatores que
englobam diferentes stakeholders como os consumidores a comunidade local o
EstadoGoverno e as empresas sendo que muitas vezes os interesses de uns conflituam
com os interesses de outros dificultando desta forma a gestatildeo do destino Como tal esta
gestatildeo deve ser estruturada numa oacutetica de rede na medida em que devem ser
desenvolvidos mecanismos de cooperaccedilatildeo e de cocriaccedilatildeo entre as diferentes partes
interessadas Eacute neste sentido que o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos deve
ter em consideraccedilatildeo estes mesmos interesses de forma a estimular a oferta e a procura e
ao mesmo tempo influenciar a decisatildeo dos turistasvisitantes
Contudo cabe ao turista decidir o que quer visitar quando e como e desta forma
eacute essencial o conhecimento das suas motivaccedilotildees e tambeacutem dos diferentes perfis de turistas
existentes para que a oferta seja ajustada a essas distintas caracteriacutesticas Para tal eacute
imprescindiacutevel a geraccedilatildeo de expectativas que podem ser criadas pelo destino atraveacutes de
diversos meios de comunicaccedilatildeo que transmitam informaccedilatildeo de qualidade acerca da oferta
do mesmo com o intuito de atrair visitantes captar a sua atenccedilatildeo e fidelizaacute-los para que
regressem e recomendem
Neste sentido a investigaccedilatildeo empiacuterica representa uma importante ferramenta no
desenvolvimento dos destinos turiacutesticos jaacute que permite recolher dados relevantes sobre
o puacuteblico alvo que se pretende atingir No caso da presente dissertaccedilatildeo sendo o principal
objetivo traccedilar o perfil do turista e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada destacam-se
como algumas conclusotildees o facto da maioria dos visitantes de Almada serem
excursionistas e natildeo turistas pois a grande maioria apenas visita o destino por algumas
horas assim como o facto de que ao niacutevel da promoccedilatildeo turiacutestica do destino esta natildeo
demonstrou ter uma papel relevante na influecircncia da escolha do destino destacando-se a
necessidade de implementar novas ferramentas de promoccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo
no destino turiacutestico em questatildeo
Palavras-chave turismo destinos turiacutesticos perfil do turista motivaccedilotildees comunicaccedilatildeo
promoccedilatildeo turiacutestica Almada
X
Abstract
The development of a tourist destination is associated with countless factors that
encompass different stakeholders such as consumers local community the state
government and companies where often the interests of some conflict with the interests
of others therefore hampering the management of the destination As such this
management should be structured from a network perspective as co-operation and co-
creation mechanisms between different stakeholders should be established It is in this
sense that the development of tourism products and services must take these same
interests into account in order to stimulate supply and demand while influencing the
decision of touristsvisitors
However it is up to the tourist to decide what they want to visit when and how
and so it is essential to know their motivations and the different existing profiles of
tourists so that the offer can be adjusted to these different characteristics To this end it
is essential to generate expectations which can be created by the destination through
several communication channels that convey quality information about its supply in
order to attract visitors capture their attention and increase their loyalty for them to return
and recommend
Consequently empirical research represents an important tool in the development
of tourist destinations as it allows relevant data collection about the intended target
market In the case of this dissertation being the main objective to identify the profile of
the tourist of Almada as well as analyze the tourism promotion of the destination some
conclusions include the fact that most of Almadas visitors are excursionists and not
tourists as the vast majority only visit the destination for a few hours as well as the fact
that the tourist promotion of the destination has not demonstrated a relevant role in
influencing the choice of destination highlighting the need to implement new tools for
promotion and dissemination of information in destination under discussion
Keywords tourism tourist destinations tourist profile motivations communication
tourism promotion Almada
XI
Lista de siglas e abreviaturas
AML Aacuterea Metropolitana de Lisboa
BTL Bolsa de Turismo de Lisboa
CMA Cacircmara Municipal de Almada
DMO Destination Management Organization
INE Instituto Nacional de Estatiacutestica
ISSU Digital Publishing Platform for Magazines Catalogs and Publications
OMT Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo
PDM Plano Diretor Municipal
RNT Registo Nacional de Turismo
UNWTO World Tourism Organization
1
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 Contexto e enquadramento ao tema
A atualidade eacute caracterizada por profundas alteraccedilotildees que foram ocorrendo ao longo
dos uacuteltimos anos a niacutevel econoacutemico cultural social poliacutetico e ambiental Estas
alteraccedilotildees ocorreram por diversos motivos como crises econoacutemicas alteraccedilotildees
demograacuteficas o processo de globalizaccedilatildeo os desenvolvimentos tecnoloacutegicos entre
outros tornando o mundo atual cada vez mais global com sociedades cada vez mais
fragmentadas (Gustavo 2012) Esta fragmentaccedilatildeo ldquoleva a que a sociedade se divida numa
grande variedade de grupos de pessoas com caracteriacutesticas demograacuteficas sociais
econoacutemicas e culturais diferentes que originam novos segmentos da procura turiacutesticardquo
(Cunha 2011 10) Todos estes fatores contribuem para a aceleraccedilatildeo das transformaccedilotildees
e do proacuteprio ciclo de vida das sociedades modernas o que obriga ldquoa mudanccedilas na procura
e (hellip) agrave alteraccedilatildeo dos destinos e das actividades que neles se desenvolvemrdquo (Id Ibid 10)
Nos uacuteltimos anos tem-se assistido a um grande desenvolvimento turiacutestico sendo que
o turismo se transformou numa das principais fontes de rendimento do Governo Um dos
principais desafios que este enorme desenvolvimento turiacutestico provocou foi o aumento da
oferta turiacutestica que por sua vez conduziu ao grande aumento da competitividade entre os
destinos originando algumas dificuldades na sua gestatildeo Este aumento da oferta estaacute
tambeacutem notoriamente relacionado com o aumento da procura sendo que satildeo vaacuterios os
fatores que cada vez mais incentivam as pessoas a viajar e a deslocarem-se para novos
destinos fazendo com que a procura turiacutestica tenha tomado uma escala global deixando
de estar centralizada nos destinos mais industrializados e desenvolvidos (Gustavo 2012)
Esta procura eacute cada vez mais constituiacuteda por consumidores com caracteriacutesticas
socioculturais muito diversas que deram origem a novos estilos de vida muito diferentes
dos padrotildees que se observavam nas deacutecadas de 50 e 60 ldquocaracterizados pelo consumismo
(hellip) que deu origem agraves feacuterias massificadas com base no laquosol e marraquordquo (Cunha e Abrantes
2013157) Assim os consumidores atuais satildeo cada vez mais exigentes e independentes
com um maior grau de conhecimento sobre os factos
2
A realidade eacute que a velocidade do ciclo de vida tem aumentado cada vez mais
diminuindo o tempo de vida dos produtos tornando-se imprescindiacutevel estar em constante
inovaccedilatildeo uma vez que a mesma ldquodesempenha o papel de motor do desenvolvimento e eacute
dos mais poderosos meios de melhorar a competitividade dos destinos turiacutesticos [sendo]
um factor criacutetico para ultrapassar as situaccedilotildees que levam agrave maturidade ou estagnaccedilatildeordquo
(Cunha 2011 25) Desta forma cada vez mais o turista contemporacircneo procura
experiecircncias turiacutesticas diferenciadoras e autecircnticas o que faz com que os destinos de
forma a natildeo perderem a sua capacidade de atraccedilatildeo invistam cada vez mais na inovaccedilatildeo
para que se consigam ldquoreestruturar criar uma nova identidade e alterar a sua imagemrdquo
mantendo-se competitivos (Cunha 2011 12)
Esta noccedilatildeo de inovaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia hoje em dia pois se o liacuteder de
mercado natildeo se inovar vai acabar por se autodestruir uma vez que vai deixar de conseguir
acompanhar a procura e de combater a concorrecircncia Se existir uma contiacutenua estagnaccedilatildeo
num determinado produto e natildeo se estimular uma evoluccedilatildeo das ofertas o destino vai
certamente entrar em decliacutenio e perder competitividade deixando de ser apelativo Eacute
neste acircmbito que surge um novo paradigma do turismo muito mais dinacircmico e mais
focado no consumidor que cada vez mais exige ldquoser parte integrante no processo de
construccedilatildeo do produto e no caso do destino turiacutestico da experiecircncia turiacutesticardquo (Flores e
Mendes 2014 234) Desta forma os gestores de destinos devem operar seguindo uma
visatildeo do destino ldquocomo um sistema integrado flexiacutevel e adaptado agraves demandasrdquo
privilegiando as motivaccedilotildees e expectativas do consumidor de forma a compreender os
diversos perfis de turistas que existem atualmente para que seja possiacutevel criar
experiecircncias turiacutesticas de excelecircncia (Flores e Mendes 2014 234)
12 Pertinecircncia do estudo
Esta dissertaccedilatildeo pretende contribuir para a definiccedilatildeo do perfil do turista que visita
Almada tendo por base as teorias associadas agraves motivaccedilotildees expectativas
comportamento e satisfaccedilatildeo assim como proceder a uma anaacutelise da promoccedilatildeo turiacutestica
deste destino atraveacutes da examinaccedilatildeo dos diferentes canais de comunicaccedilatildeo existentes
Uma vez que o ramo de especializaccedilatildeo deste mestrado eacute a gestatildeo de destinos turiacutesticos
considerou-se pertinente compreender e definir o que satildeo destinos turiacutesticos tendo em
conta a oferta turiacutestica a procura e a experiecircncia turiacutestica assim como definir o conceito
de comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica uma vez que estas ldquo[estabelecem] a ligaccedilatildeo entre a
oferta e a procura entre os turistas e os anfitriotildeesrdquo (Marujo 2008 29)
3
Tambeacutem seratildeo abordados alguns conceitos de marketing turiacutestico em destinos de
forma a compreender que este deve ser visto como um sistema dinacircmico onde se devem
estabelecer inter-relaccedilotildees entre os diferentes stakeholders ldquode forma a conciliar os
objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica natildeo sendo apenas uma estrateacutegia
de atraccedilatildeo de visitantesturistasrdquo (Peres e Rita 2017174) A escolha deste tema para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo teve que ver sobretudo com o facto de natildeo existir nenhum
estudo cientiacutefico em concreto sobre o perfil do turistavisitante de Almada Assim como
compreender como eacute que os turistasvisitantes obtiveram conhecimento deste destino
como chegaram ateacute ele e ateacute que ponto a promoccedilatildeo turiacutestica do destino teve impacto ou
influecircncia na escolha dos turistasvisitantes
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo
O objetivo geral desta dissertaccedilatildeo eacute caracterizar o turistavisitante que visita
Almada assim como determinar as motivaccedilotildees para a viagem Por outro lado pretende-
se estudar outras variaacuteveis do comportamento do consumidor tais como conhecer o
impacto da promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos atraveacutes do conhecimento de quais os meios
de comunicaccedilatildeo que tiveram um maior impacto ou natildeo na escolha da visita sendo que se
pretende que o resultado desta investigaccedilatildeo possa ser um contributo para o
desenvolvimento do destino turiacutestico em questatildeo Formam tambeacutem parte dos objetivos
compreender a aacuterea turiacutestica da cidade de Almada atraveacutes de uma anaacutelise da oferta e da
procura identificar os diferentes canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e analisar
se a estrateacutegia de promoccedilatildeo bem como os principais canais de comunicaccedilatildeo vatildeo ao
encontro da oferta e da procura turiacutestica do destino
Uma vez que este estudo pode servir como base para futuras investigaccedilotildees e
desenvolvimentos a niacutevel turiacutestico em Almada pretende-se perceber e dar a conhecer qual
ou quais os mercados alvo a explorar para facilitar a definiccedilatildeo de produtos turiacutesticos para
segmentos alvo especiacuteficos deste destino O estudo do perfil dos turistas eacute essencial para
o desenvolvimento de um destino turiacutestico na medida em que permite ldquocompreender se
as caracteriacutesticas de um destino satisfazem ou natildeo as necessidades dos visitantesrdquo e
tambeacutem porque eacute fundamental para a segmentaccedilatildeo do mercado conhecer as motivaccedilotildees
dos visitantes para que seja possiacutevel proporcionar uma oferta com produtos especiacuteficos
que sejam capazes de satisfazer as necessidades e desejos dos mesmos (Cunha 2013 95)
4
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos
21 O turismo enquanto sistema
De modo a compreender melhor o que satildeo destinos turiacutesticos e como se
desenvolvem eacute essencial fazer um breve enquadramento ao turismo enquanto sistema jaacute
que os destinos formam parte deste mesmo sistema e sem esta perceccedilatildeo a sua gestatildeo
dificulta-se Atualmente uma das perspetivas que mais autores defendem no turismo eacute a
abordagem holiacutestica uma vez que esta defende que o turismo apresenta diversas
vertentes mas o seu foco principal satildeo sempre os turistas existindo uma relaccedilatildeo de
multidisciplinaridade entre o turismo e outras aacutereas diferentes mas que se relacionam e
completam Seguindo esta loacutegica surge uma nova definiccedilatildeo de sistema que possibilita a
criaccedilatildeo de um ponto de referecircncia comum agraves diferentes vertentes e perspetivas do turismo
tendo como base os seguintes elementos os turistas os elementos geograacuteficos a
componente industrial e a interaccedilotildees com ambientes mais amplos (Leiper 1979) Atraveacutes
da definiccedilatildeo de turista e da distinccedilatildeo entre o mesmo e visitante do dia assim como a
anaacutelise do seu comportamento que geralmente segue um padratildeo eacute possiacutevel determinar
em seguida os elementos geograacuteficos
Para tal Leiper (1979) baseou-se na definiccedilatildeo de ambiente turiacutestico de Gunn
(1972) tendo estabelecido trecircs dimensotildees espaciais do sistema turiacutestico as regiotildees
geradoras de turistas onde os turistas residem permanentemente e onde as viagens tecircm
iniacutecio tratando-se do mercado gerador para o turismo pois satildeo regiotildees que estimulam
viagens as regiotildees de destinos turiacutesticos locais que atraem os turistas de modo a
permanecerem temporariamente nos mesmos pois possuem atraccedilotildees que as regiotildees
geradoras natildeo possuem e desta forma o turista passa a querer experienciaacute-las
pessoalmente e por fim as regiotildees de tracircnsito tratando-se de zonas intermeacutedias onde natildeo
soacute se unem as duas regiotildees previamente referidas mas tambeacutem onde ocorre a viagem do
turista permitindo-lhe conhecer zonas de passagem desconhecidas sendo essenciais pois
permitem ldquoinfluenciar a qualidade do acesso a determinados destinos e
consequentemente influenciar o tamanho e a direccedilatildeo dos fluxos turiacutesticosrdquo (Leiper
1979 397)
5
Outro aspeto relevante a ter em atenccedilatildeo no sistema turiacutestico eacute a definiccedilatildeo e
delimitaccedilatildeo dos recursos existentes Segundo Leiper (1979) existem dois fatores que
interagem no processo sendo eles os turistas que procuram experiecircncias serviccedilos e
infraestruturas que satisfaccedilam as suas necessidades e os diversos recursos dos destinos
que servem os turistas e os mesmos propoacutesitos anteriormente referidos
Estes recursos podem ser agrupados em cinco categorias diferentes lazer como
o principal motivo que leva as pessoas a viajar inputs organizacionais e de planeamento
efetuados natildeo soacute por empresas mas tambeacutem pelos proacuteprios turistas que contribuem em
grande parte para a interaccedilatildeo social e para as caracteriacutesticas culturais da experiecircncia
turiacutestica recursos naturais e gratuitos inerentes ao destino que no seu conjunto
contribuem para a criaccedilatildeo da atmosfera do destino induacutestrias incidentais que servem
essencialmente a populaccedilatildeo local e os visitantes do dia mas que acabam tambeacutem por
servir os turistas de forma episoacutedica e por uacuteltimo a proacutepria induacutestria turiacutestica que
funciona quase como um elemento agrave parte de todo o sistema mas que se manteacutem
relacionada com todas as partes do sistema turiacutestico (Leiper 1979 399-400)
Desta forma ldquoa induacutestria turiacutestica consiste em todas as empresas organizaccedilotildees e
equipamentos que se destinam a responder agraves necessidades e desejos especiacuteficos dos
turistasrdquo (Leiper 1979 400) sendo que ela proacutepria se divide em seis setores interligados
numa cadeia que se estende a todas as regiotildees do sistema turiacutestico especiacuteficos para cada
tipo de serviccedilo fornecido aos turistas como o marketing as companhias de transporte
turiacutestico o alojamento as atraccedilotildees turiacutesticas os serviccedilos e a regulamentaccedilatildeo (Leiper
1979)
Atraveacutes deste modelo Leiper (1979) cria uma nova definiccedilatildeo de turismo que pode
ser observada atraveacutes da figura 1 apresentando-o como um sistema com cinco elementos
sendo eles os turistas as regiotildees geradoras de turistas as regiotildees de destinos turiacutesticos
as regiotildees de tracircnsito e a induacutestria turiacutestica Todos estes elementos funcionam como um
sistema aberto no qual se interrelacionam natildeo soacute no espaccedilo e no tempo mas tambeacutem com
o ambiente externo que inclui as dimensotildees fiacutesicas culturais sociais econoacutemicas
poliacuteticas e tecnoloacutegicas
6
Figura 1 - O sistema turiacutestico (Leiper 1979)
22 Conceito de Destino Turiacutestico
Na definiccedilatildeo do conceito de destinos turiacutesticos existem diversas abordagens que
elucidam de forma diferente aquilo que eacute um destino turiacutestico gerando por vezes algumas
incoerecircncias uma vez que se focam somente num determinado aspeto como por exemplo
definir o destino somente enquanto uma ferramenta de marketing ou como uma unidade
geograacutefica desprezando os restantes elementos que tambeacutem formam parte de um destino
(Framke 2014) A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) define destino turiacutestico
como sendo um local fiacutesico com ou sem limites administrativos no qual o visitante pode
passar a noite Eacute um conjunto de produtos e serviccedilos assim como atividades e
experiecircncias que se desenvolvem ao longo da cadeia de valor do turismo e formam a
unidade baacutesica de anaacutelise em turismo incorporando vaacuterias partes interessadas que podem
conectar-se de forma a criar destinos mais abrangentes A sua imagem e identidade
tornam-no intangiacutevel e satildeo estas duas caracteriacutesticas que influenciam a sua posiccedilatildeo e
competitividade no mercado (OMT 2019)
Apoacutes compreender-se que o destino eacute parte integrante do sistema turiacutestico para
Saraniemi e Kylaumlnen (2011) o destino turiacutestico deve ser observado como a principal
unidade de anaacutelise em turismo uma vez que todas as atividades e atraccedilotildees turiacutesticas onde
estatildeo incluiacutedos a produccedilatildeo e o consumo ocorrem num determinado destino e neste
sentido eacute a anaacutelise do destino turiacutestico que se vai refletir ldquona compreensatildeo da maioria dos
fenoacutemenos do turismordquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 133)
7
Um destino turiacutestico eacute portanto um espaccedilo onde diferentes stakeholders
interagem contribuindo para a cocriaccedilatildeo de experiecircncias entre o consumidor e o produtor
sendo que ldquoo somatoacuterio dos interesses atividades instalaccedilotildees infraestruturas e atraccedilotildees
cria a identidade de um lugar [ou seja] o destino eacute a identidade turiacutestica de um lugarrdquo
(Framke 2002 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) Sendo que existem vaacuterias
perspetivas e abordagens no que diz respeito agrave definiccedilatildeo do que eacute um destino turiacutestico
dentro das convencionais existe a perspetiva geograacutefica onde os destinos satildeo geralmente
abordados seguindo o modelo dos elementos sugerido por Medlik e Middleton (1973)
(citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) sendo eles as atraccedilotildees as infraestruturas
as acessibilidades as imagens e o preccedilo
Nesta abordagem ldquoos destinos satildeo lugares para os quais as pessoas viajam e onde
escolhem ficar por algum tempo para experimentar certas atraccedilotildeesrdquo (Leiper 1995 citado
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 135) desta forma os turistas viajam para fora dos seus
locais habituais estimulados pelos seus motivos e necessidades em busca de destinos
com recursos atraccedilotildees e serviccedilos diferentes daqueles que encontram no seu destino de
origem Jaacute numa perspetiva de gestatildeo marketing de destinos autores como Kotler
Bowen e Makens 1999 Kotler Haider e Rein 1993 (citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) defendem que o produto turiacutestico eacute composto por diversos elementos dispostos por
diferentes camadas o que significa que as infraestruturas e serviccedilos de que o destino
dispotildee satildeo criados a pensar no turista de forma a ir ao encontro daquilo que satildeo as suas
necessidades (Cooper et al 2005 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Dentro desta perspetiva de marketing existem diversos modelos como eacute exemplo
o modelo do produto turiacutestico total (Middleton 1994 Middleton e Clarke 200 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011) no qual o produto eacute composto por elementos tangiacuteveis e
intangiacuteveis tendo por base as diferentes atividades que se podem realizar no destino
tornando a experiecircncia turiacutestica acessiacutevel para o turista a um determinado preccedilo Contudo
esta experiecircncia eacute vivida pelo consumidor de forma subjetiva dependendo de diversos
fatores como o itineraacuterio escolhido experiecircncias anteriores o contexto cultural etc
(Buhalis 2000 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
8
Outro modelo eacute o do produto turiacutestico geneacuterico (Smith 1994 citado por Saraniemi
e Kylaumlnen 2011) em que o destino eacute abordado como um produto turiacutestico no seu todo
sendo que todas as suas caracteriacutesticas ou seja os serviccedilos as infraestruturas os
equipamentos etc satildeo capazes de adicionar benefiacutecios e valor acrescido ao destino
Contudo este modelo apresenta algumas falhas na medida em que eacute apenas abordado
segundo o contexto de gestatildeo de destinos descartando a importacircncia da experiecircncia
humana e a complexidade que se estabelece no processo de oferta e procura que natildeo eacute
estaacutevel (Komppula 2005 Garciacutea-Rosell et al 2007 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) Por outro lado a abordagem de Gunn (1988) foca-se na experiecircncia turiacutestica sendo
que para este autor o destino eacute um produto turiacutestico no qual ocorre o consumo de uma
experiecircncia que resulta na utilizaccedilatildeo de um conjunto de diferentes serviccedilos pelo
turistavisitante durante a visita (Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Assim como Gunn (1988) outros autores como eacute o caso de Ritchie e Crouch
(2000) tambeacutem focam as suas abordagens referentes a destinos turiacutesticos na experiecircncia
sendo que consideram que o verdadeiro produto eacute a experiecircncia turiacutestica em si
abordagem que pode desvalorizar as relaccedilotildees socioculturais e todo o processo que as
mesmas implicam (Saraniemi e Kylaumlnen 2011) Em suma esta abordagem orientada para
a gestatildeo de marketing de destinos estaacute muito direcionada para aquilo que eacute a gestatildeo dos
recursos do destino (naturais ou criados pelo homem) baseada somente na relaccedilatildeo entre
o gestor do destino e as diferentes empresas que atuam como distribuidores
intermediaacuterios e atraveacutes das organizaccedilotildees puacuteblicas Este modelo menospreza a
importacircncia do consumidor (neste caso os turistasvisitantes) no momento do
planeamento passando o papel do mesmo a ser apenas ldquoentrar e sair da aacuterea com ou sem
os benefiacutecios pretendidosrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 136)
Numa perspetiva orientada para o consumidor o valor do mesmo eacute colocado no
centro do produto turiacutestico sendo o maior objetivo deste modelo comercializar o destino
de forma a atingir clientes especiacuteficos (Vargo and Lusch 2006 citados por Saraniemi e
Kylaumlnen 2011 136) Deste ponto de vista o turista eacute considerado um elemento passivo
na medida em que apenas interage com o destino quando integra as atividades e accedilotildees
providenciadas pelos prestadores de serviccedilos mas eacute tambeacutem ao mesmo tempo um
participante ativo pois eacute ele quem toma a decisatildeo de visitar determinado destino gasta os
seus recursos econoacutemicos para tal e eacute capaz de tomar decisotildees racionais (Moisander e
Valtonen 2006 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137)
9
Contudo para autores como Firat Dholakia e Venkatesh (1995 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) ldquoo turista surge como um agente autoacutenomo e a niacutevel
comportamental consistente cujas accedilotildees satildeo completamente explicaacuteveis e portanto
previsiacuteveisrdquo Este modelo foca-se assim no consumidor enquanto ator individual que viaja
para um destino conforme as suas necessidades e desejos natildeo conseguindo ldquocaptar a
natureza social dos lugares e a espacialidade da experiecircnciardquo (Rojek e Urry 1997 Urry
1990 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Contudo foram-se desenvolvendo
novas teorias e o conceito de serviccedilos dominantes em turismo surgiu atribuindo o papel
de cocriador ao consumidor (Vargo e Lusch 2008 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011)
Seguindo esta loacutegica uma vez que o consumidor forma parte integrante do
processo de criaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica torna-se mais faacutecil para os gestores de
destinos compreender melhor as relaccedilotildees entre a produccedilatildeo e o consumo de forma a
criarem uma melhor oferta ao consumidor contribuindo ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo
de valor do proacuteprio destino Desta forma autores como Snepenger et al (2004 2007
citados por citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) fundamentam que os lugares
constituem um conjunto de significados capazes de atrair valor e criar expectativas para
a experiecircncia e uma vez que os mesmos lugares satildeo compartilhados por turistas e
residentes locais estes transformam-se num sistema de comunicaccedilatildeo social capaz de
definir a identidade do destino atraveacutes do consumo e das diferentes interaccedilotildees entre os
diferentes sujeitos presentes (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Em oposiccedilatildeo a estas
abordagens convencionais comeccedilaram a surgir perspetivas alternativas como eacute exemplo
a construccedilatildeo sociocultural de um destino
Comeccedilaram a surgir teorias mais amplas no que diz respeito aos destinos
turiacutesticos nas quais as dimensotildees temporais e espaciais dos locais se evidenciaram e onde
a produccedilatildeo o consumo e a proacutepria comunidade local estabelecem inter-relaccedilotildees (Garciacutea-
Rosell et al 2007 Rojek e Urry 1997 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) A
ideia de que os destinos natildeo satildeo sistemas estaacuteveis e fechados comeccedilou a ser desenvolvida
e a compreender-se cada vez mais que se tratam de unidades dinacircmicas que se vatildeo
alterando e transformando no tempo e que se desenvolvem num contexto que combina
diversas dimensotildees como a dimensatildeo histoacuterica social cultural poliacutetica e econoacutemica
(Saarinen 2001 2004 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138)
10
Nesta perspetiva os destinos satildeo definidos como ldquoespaccedilos atraveacutes dos quais o
poder a identidade o significado e o comportamento satildeo construiacutedos negociados e
renegociados de acordo com a dinacircmica socioculturalrdquo (Pritchard e Morgan 2001 citados
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) Assim esta abordagem segue a loacutegica da visatildeo
holiacutestica previamente referida onde diversas partes interessadas estabelecem relaccedilotildees de
interdependecircncia entre si e todas participam no processo de criaccedilatildeo do destino Neste
contexto o turista passa a ter o papel de cocriador os serviccedilos e produtos da oferta dos
destinos passam a adaptar-se a um mercado cada vez mais multicultural e global e este
proacuteprio mercado torna-se cada vez mais fragmentado e natildeo tatildeo pouco segmentado como
no passado
Assim ldquoo cliente eacute o produto e o cliente torna-se no produtor na medida em que
procura produtos especiacuteficos (e significados) para comercializar as suas proacuteprias imagens
e (re)produzir as suas proacuteprias identidades nos mercadosrdquo (Firat e Dholakia 2006 Firat
Dholakia e Venkatesh 1995 Firat e Schultz 1997 Pine e Gilmore 1999 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 139) A relaccedilatildeo entre os gestores de destinos e provedores de
serviccedilos com os turistasconsumidores alterou-se uma vez que estes uacuteltimos passaram a
acompanhar todo o processo de produccedilatildeo desde o iniacutecio Neste contexto natildeo satildeo somente
as atraccedilotildees e os produtos integrados na oferta de um destino que vatildeo ditar o seu sucesso
mas sim a capacidade que o mesmo tem de permitir aos seus visitantes viver experiecircncias
uacutenicas que vatildeo ao encontro das necessidades e desejos que procuram encontrar de forma
a ficaram satisfeitos ou mesmo superar as suas expectativas
Sendo que o turista passa a criar tambeacutem o produto que vai consumir o mercado
acaba por se tornar muito mais fragmentado pois passam a existir diversos perfis de
turistas que procuram diversas atividades serviccedilos atraccedilotildees etc o que lhes permite obter
um ldquoconsumo mais profundo simboacutelico e emocional das culturas em vez de apenas
satisfazer as suas necessidades (hellip) [e] tambeacutem permite agrave populaccedilatildeo local participar no
desenvolvimento da sua regiatildeo residencialrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 140) Desta
forma um destino turiacutestico eacute todo o espaccedilo que funciona como um instrumento complexo
mas que integra diversas componentes que vatildeo desde os recursos existentes agraves vaacuterias
infraestruturas e agrave populaccedilatildeo local (Flores e Mendes 2014)
11
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos
Uma vez que o consumidor se vai tornando cada vez mais experiente e mais
informado vai ao mesmo tempo deixar de ser tatildeo facilmente influenciado pelas
campanhas de marketing e promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos baseando-se cada vez mais
em feedbacks e conselhos de quem conhece e confia Este fator faz com que os destinos
apliquem a autenticidade que muitas vezes se associa aos recursos culturais e histoacutericos
dos destinos agrave sua oferta de forma a aumentar a motivaccedilatildeo e o desejo de visita aos turistas
bem como agrave fidelizaccedilatildeo dos mesmos ao destino pois ldquoquanto mais motivados
culturalmente forem os turistas maior pode ser a fidelizaccedilatildeo esperadardquo (Kolar e Zabkar
citados por Cunha 2011 21) Daiacute que na atualidade cada vez mais se assista agrave divulgaccedilatildeo
de campanhas promocionais e de marketing dos destinos turiacutesticos muito associadas aos
conceitos da autenticidade que no caso de serem sinceras conseguem natildeo soacute diferenciar
o seu destino atraveacutes da criaccedilatildeo de uma nova imagem do mesmo mas tambeacutem garantir
que as necessidades e expectativas dos turistas satildeo satisfeitas
Para que o desenvolvimento turiacutestico ocorra a aposta cada vez mais centra-se na
inovaccedilatildeo no que diz respeito agrave criaccedilatildeo de novos modelos e processos de novos produtos
novas abordagens relativamente ao destino que efetivamente contribuam para a melhoria
do mesmo e garantir a sua competitividade por outras palavras ldquomodificar a situaccedilatildeo
atual de uma localidade tornando-a aperfeiccediloada melhorada aprimoradardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 44) Em suma os turistas cada vez mais viajam com o intuito de vivenciarem
a autenticidade dos locais que visitam e para tal os destinos essencialmente as DMO ndash
Destination Management Organization tecircm de acompanhar estas novas tendecircncias
investindo na autenticidade das suas ofertas de forma a desenvolverem o seu destino
rejuvenescecirc-lo alterar a sua imagem e ir ao encontro das necessidades e expectativas dos
turistas de forma a gerar satisfaccedilatildeo e lealdade ao destino
Segundo a OMT uma DMO eacute quem lidera a gestatildeo de um destino atraveacutes da
associaccedilatildeo entre as diferentes organizaccedilotildees e interesses de forma a trabalharem em
conjunto para um objetivo comum (UNWTO ndash World Tourism Organization 2007) Satildeo
estas organizaccedilotildees que elaboram estrateacutegias de atuaccedilatildeo para as diferentes atividades e
serviccedilos que ocorrem num destino atraveacutes da criaccedilatildeo de parcerias com diferentes
intervenientes proporcionando os recursos necessaacuterios para o desenvolvimento do
destino Contudo esta gestatildeo torna-se complexa uma vez que eacute necessaacuterio conjugar
diversos interesses e entidades que muitas vezes entram em conflito
12
Uma gestatildeo de um destino conjuga todos os elementos presentes no mesmo sendo
eles as atraccedilotildees os equipamentos as infraestruturas o marketing etc que se coordenam
e conectam atraveacutes de abordagens estrateacutegicas com o intuito de evitar esforccedilos e gastos
desnecessaacuterios bem como reconhecer possiacuteveis falhas (Id Ibid) O processo de gestatildeo de
um destino turiacutestico desenvolve-se essencialmente atraveacutes do marketing que promove
todos os elementos do destino e atrai as pessoas a visitaacute-lo garantido que o mesmo
apresenta na sua oferta os serviccedilos infraestruturas e atraccedilotildees que vatildeo ao encontro das
expectativas dos turistas e que as mesmas sejam ultrapassadas ao mesmo tempo que cria
um ambiente adequado ao desenvolvimento sustentaacutevel do destino a niacutevel social
econoacutemico e fiacutesico
Este desenvolvimento sustentaacutevel depende do planeamento engajamento e
participaccedilatildeo dos diferentes stakeholders do destino que devem priorizar as caracteriacutesticas
locais jaacute que estas ldquopodem contribuir positivamente para o desenvolvimento local e
podem minimizar os possiacuteveis impactos negativos da atividade turiacutesticardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 57) A gestatildeo de destinos eacute portanto relevante na medida em que eacute capaz
de colocar o destino turiacutestico num patamar competitivo com outros destinos atraveacutes do
posicionamento da oferta diversificada e do desenvolvimento das atraccedilotildees e recursos
Todavia esta gestatildeo deve ter em consideraccedilatildeo a sustentabilidade natildeo soacute
ambiental mas tambeacutem dos recursos existentes assim como salvaguardar as tradiccedilotildees e
valores da populaccedilatildeo local de forma a evitar conflitos Outra das vantagens de uma boa
gestatildeo segundo a OMT (2007) eacute o facto de proporcionar um aumento dos lucros e
benefiacutecios para a comunidade residente promovendo o negoacutecio produtos tradiccedilotildees e
costumes locais que de outra forma poderiam eventualmente desaparecer Desta forma
contribui ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo de uma imagem de marca distintiva e forte
capaz de natildeo soacute atrair visitantes mas tambeacutem ganhar a sua fidelidade fazendo com que
regressem pois ldquoa gestatildeo eficaz dos destinos permite que os mesmos maximizem o valor
do turismo para os visitantes garantindo benefiacutecios locais e a sustentabilidaderdquo
(UNWTO 2007 9) No entanto para ganhar esta mesma fidelidade e atrair os visitantes
eacute necessaacuterio conhecer quais as suas motivaccedilotildees e necessidades atraveacutes de estudos de
mercado cujos resultados permitam adaptar a oferta do destino agraves diferentes motivaccedilotildees
e perfis de turistas existentes
13
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista
31 Motivaccedilotildees do Turista
Os turistas procuram atraveacutes do turismo e das viagens ou feacuterias que realizam
satisfazer as suas necessidades e motivaccedilotildees e ao mesmo tempo adquirir novos
conhecimentos acrescentando algum tipo de valor pessoal atraveacutes das experiecircncias que
concretizam Satildeo as atitudes dos turistas que formam um dos primeiros fatores a ter em
consideraccedilatildeo no ldquodesenvolvimento de um modelo de motivaccedilatildeo e comportamento
turiacutesticosrdquo (Gnoth 1997 2) Apesar dos estudos relativos ao comportamento do
consumidor fornecerem perceccedilotildees acerca da psicologia comportamental e cognitiva dos
turistas estes natildeo consideram a vertente irracional impliacutecita nos comportamentos
hedoacutenicos e emocionais dos turistas que procuram feacuterias e lazer (Id Ibid)
Desta forma estes modelos focados somente nos aspetos cognitivos da motivaccedilatildeo
dos turistas tornam-se mais vaacutelidos quando se acrescentam as ldquonormas sociais e a atitude
em relaccedilatildeo agrave atividade envolvendo sujeito e objeto como indicadores do comportamento
realrdquo (Ajzen e Fishbein 1977 citados por Gnoth 1997 3) Contudo as emoccedilotildees
tornaram-se numa das principais fontes comportamentais (Mittal 1988 Pratkanis
Breckler e Greenwald 1989 Zajonc 1980 citados por Gnoth 1997) capazes de
direcionar o comportamento mas ao mesmo tempo consideradas instaacuteveis consoante o
espaccedilo e o tempo (ou seja as situaccedilotildees) (Ajzen 1989 citado por Gnoth 1997)
As atitudes dos turistas funcionam entatildeo como fatores mediadores entre as suas
necessidades e valores sendo que os seus motivos e as situaccedilotildees em que se encontram
podem ser diversas dando origem a uma multiplicidade e multidimensionalidade do seu
comportamento (Id Ibid) O que torna a compreensatildeo das motivaccedilotildees dos turistas ainda
mais complexa eacute o facto de uma determinada atitude poder satisfazer diferentes motivos
e valores em diferentes situaccedilotildees (Murray 1938 citado por Gnoth 1997) Estes factos
obrigam a que se analisem as atitudes tendo como base um sistema multidimensional que
demonstre a diversidade de possiacuteveis expectativas e experiecircncias criadas de forma a que
posteriormente seja possiacutevel aplicar a teoria agrave proacutepria gestatildeo e planeamento turiacutestico (Id
Ibid)
14
No processo de motivaccedilatildeo dos turistas existem duas abordagens distintas A
primeira baseia-se essencialmente na teoria da construccedilatildeo de atitudes (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 1997) sendo que estas se orientam num uacutenico sentido muito
centrado na vertente intelectual e cognitivista uma vez que ldquoassume a existecircncia de
emoccedilotildees mas apenas como uma variaacutevel que depende de cogniccedilotildeesrdquo (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 19977) Por outro lado a segunda defende uma relaccedilatildeo
interativa entre os dois sistemas (emoccedilotildees e cogniccedilotildees) mas ao mesmo tempo considera
que satildeo independentes e totalmente diferentes um do outro (Pratkanis Breckler e
Greenwald 1989 citados por Gnoth 1997) No entanto segundo Gnoth (1997) existe um
fator comum a estas duas abordagens sendo ele o instinto ou impulso de cada turista que
desencadeia o comportamento Neste contexto as emoccedilotildees e cogniccedilotildees dos turistas
influenciam todo o processo de motivaccedilatildeo turiacutestica e ajudam na compreensatildeo das
perceccedilotildees e avaliaccedilotildees das experiecircncias por parte dos turistas (Id Ibid)
Desta forma eacute possiacutevel definir duas abordagens distintas as cognitivistas e as
behavioristas Segundo estas uacuteltimas eacute atraveacutes das suas emoccedilotildees que o turista vai avaliar
todos os componentes do destino que vai visitar sendo que as mesmas acabam por se
sobrepor ao conhecimento e agrave vertente cognitiva levando agraves tomadas de decisotildees e agraves
definiccedilotildees de preferecircncias de cada turista com base na dimensatildeo emocional e afetiva (Id
Ibid) Para behavioristas como Hull (1943 citado por Gnoth 1997) ldquoo comportamento
eacute o produto da forccedila do impulso e do haacutebitordquo sendo que as aprendizagens adquiridas no
passado satildeo vistas como o estiacutemulo decisivo para o comportamento (Id Ibid)
Enquanto as abordagens behavioristas tecircm como base a teoria dos impulsos (drive
theory) de cariz muito mais emocional as cognitivas por oposiccedilatildeo seguem a teoria das
expectativas (expectancy theory) baseando-se essencialmente nos aspetos intelectuais Ao
passo que a primeira se foca na satisfaccedilatildeo de uma necessidade ou um objetivo com origem
na emoccedilatildeo e entusiasmo a segunda baseia-se nos conhecimentos adquiridos a priori
como forma de direcionar os comportamentos de forma seletiva (Porter e Lawler 1968
citados por Gnoth 1997) Compreender as motivaccedilotildees eacute essencial na gestatildeo de um destino
turiacutestico na medida em que se torna possiacutevel prever tendecircncias comportamentais e
tiposperfis de turista de forma a monitorizar os recursos existentes e a oferta para que
vatildeo ao encontro destas mesmas motivaccedilotildees e expectativas com o objetivo de atingir a
satisfaccedilatildeo
15
Segundo Gnoth (1997) estas expectativas tratam-se dos ideais que os turistas tecircm
relativamente a representaccedilotildees daquilo que vatildeo experienciar observar ou usufruir no
futuro podendo ser positivas ou negativas e distinguindo-se conforme o niacutevel intelectual
e o niacutevel emocional envolvidos nas expectativas do turista Todo este processo resulta
tambeacutem das proacuteprias atitudes e valores de cada turista sendo que estes podem ser
autodirigidos e de componente emocional ou por outro lado dirigidos a fatores exteriores
onde a componente cognitiva predomina (Id Ibid) A geacutenese do turismo surge com a
necessidade de quebrar com a rotina diaacuteria tratando-se de uma atividade de ocupaccedilatildeo dos
tempos livres que na grande maioria das vezes resulta na busca pelo lazer Trata-se
portanto de uma atividade que implica uma deslocaccedilatildeo para um local diferente do
habitual sendo que satildeo diversas as razotildees que levam cada pessoa a viajar e daiacute resultam
tambeacutem diversos tipos de comportamentos que satildeo influenciados por fatores internos ou
externos (Yousaf et al 2018)
Satildeo vaacuterios os autores que argumentaram ao longo dos anos diversas razotildees para
explicarem as motivaccedilotildees e comportamentos dos turistas A procura por restabelecer e
recuperar o bem-estar que natildeo possuem no seu quotidiano e melhorar a sua vida atraveacutes
da procura pelo enriquecimento pessoal (Hill 1965 citado por Yousaf et al 2018) a
necessidade de viajarem para lugares diferentes e obter novas experiecircncias (Um e
Crompton 1992 citados por Yousaf et al 2018) a necessidade de rutura com os
contextos habituais do quotidiano com o objetivo de relaxar e diminuir o stress
psicoloacutegico e mental (Crompton 1979 Todorovic e Jovicic 2016 citados por Yousaf et
al 2018)
Estes comportamentos distintos e as diversas razotildees existentes que provocam
motivaccedilotildees e necessidades aos turistas encontram-se muitas vezes presentes nos padrotildees
de viagem que por sua vez estatildeo relacionados com os padrotildees psicoloacutegicos dos turistas
(Li e Zhang 2013 Simkova e Holzner 2014 citados por Yousaf et al 2018) No que
diz respeito ao estudo das motivaccedilotildees satildeo vaacuterias as teorias defendidas sendo que a que
melhor sustenta o estudo em causa e que melhor se adapta agrave anaacutelise e compreensatildeo da
motivaccedilatildeo do turista eacute a teoria dos fatores push e pull defendida por Dann (1977) tendo
sido complementada mais tarde por Crompton (1979)
16
Os fatores push encontram-se relacionados com fatores intriacutensecos agrave pessoa de
cariz sociopsicoloacutegico que criam uma necessidade de viajar e de sair do seu local habitual
sendo que como o nome indica lsquoempurramrsquo a pessoa a sair em busca de atenuar ou
mesmo extinguir a sensaccedilatildeo de solidatildeo do quotidiano enquanto que os fatores pull de
caraacuteter extriacutenseco estatildeo associados agraves condiccedilotildees caracteriacutesticas e atributos do destino
que se torna capaz de atrair visitantes (Yousaf et al 2018) Eacute atraveacutes destes fatores que
o turista decide selecionar um destino especiacutefico para visitar por ser o que melhor
corresponde agraves suas necessidades (Cunha 2013)
Jaacute para Iso-Ahola (1982) o foco das motivaccedilotildees turiacutesticas encontra-se
inteiramente relacionado com o lazer Este autor defende uma teoria designada por
modelo de psicologia social do turismo atraveacutes do qual estabelece que as motivaccedilotildees se
constituem atraveacutes da dicotomia evasatildeodescoberta (Cunha 2013) Segundo esta teoria
os turistas possuem essencialmente duas motivaccedilotildees que se encontram relacionadas com
a satisfaccedilatildeo obtida por intermeacutedio de atividades de lazer atraveacutes das quais conseguem
alcanccedilar recompensas para o seu bem-estar psicoloacutegico e ao mesmo tempo proceder a
uma rutura com a sua rotina muitas vezes considerada aborrecida stressante e difiacutecil
Tanto as motivaccedilotildees de evasatildeo (escapar agrave rotina) e descoberta (procurar algo novo que
proporcione alguma recompensa) como as proacuteprias recompensas subdividem-se em
pessoais e interpessoais na medida em que ldquouma pessoa pode escapar ao mundo pessoal
(isto eacute incoacutemodos pessoais problemas dificuldades falhas) eou ao mundo interpessoal
(colegas de trabalho familiares amigos parentes e vizinhos)rdquo (Id Ibid 96)
Relativamente agraves recompensas as de cariz pessoal relacionam-se com a busca por
novos conhecimentos relaxamento descanso autoestima etc e as de cariz interpessoal
estatildeo relacionadas com a conexatildeo com os outros ou seja integraccedilatildeo e interaccedilatildeo social
aceitaccedilatildeo criaccedilatildeo de novas relaccedilotildees de amizade recuperaccedilatildeo de laccedilos etc (Id Ibid)
Para tal Iso-Ahola (1982) apresentou um modelo que pode ser observado na figura 2 no
qual demonstrou que o turista pode encontrar-se em qualquer uma das quatro ceacutelulas
apresentadas dependendo de certas condicionantes e num determinado periacuteodo de tempo
Para este mesmo autor uma pessoa decide tornar-se turista devido agraves duas forccedilas
mencionadas anteriormente e a partir do momento em que decide qual das motivaccedilotildees
(sendo que pode ateacute mesmo optar pelas duas) seraacute o seu principal objetivo para iniciar a
viagem todo o seu comportamento vai ser construiacutedo tendo por base esse momento de
forma a atingir esse mesmo objetivo
17
Segundo Iso-Ahola (1982) existem 4 grupos de indiviacuteduos que se enquadram no
modelo que se observa na figura 2 Na ceacutelula 1 um grupo de indiviacuteduos viaja
principalmente com o intuito de escapar ao ambiente pessoal e procuram encontrar
recompensas pessoais mas ao mesmo tempo outro grupo pode-se enquadrar nas
motivaccedilotildees de uma das outras ceacutelulas diferentes Existem tambeacutem grupos que viajam por
diferentes combinaccedilotildees de razotildeesmotivos passando por diferentes ceacutelulas cada vez que
viajam dependendo de acontecimentos que tenham ocorrido antes de se tornarem turistas
Por fim o uacuteltimo grupo percorre todas as ceacutelulas do modelo numa uacutenica viagem
sendo que pode iniciar com a motivaccedilatildeo correspondente a uma determinada ceacutelula e
terminar com outra diferente (Iso-Ahola 1982) Este modelo permite compreender o
comportamento dos turistas e as suas motivaccedilotildees pois ldquouma vez que a consciecircncia da
satisfaccedilatildeo potencial se tenha desenvolvido as duas forccedilas motivacionais tornam-se os
determinantes criacuteticos do comportamento do turista e simultaneamente influenciam o
indiviacuteduordquo (Id Ibid 259)
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas (Iso-Ahola 1982)
Mais tarde Pearce (1988) apresentou um novo modelo de anaacutelise das motivaccedilotildees
turiacutesticas designado por escala de carreira de viagens baseada na piracircmide de Maslow e
que divide as motivaccedilotildees em dois grupos as necessidades autocentradas e as motivaccedilotildees
que satildeo dirigidas aos outros (Yousaf et al 2018) Este modelo defende que durante todo
o processo da viagem o comportamento do turista desenvolve-se atraveacutes de um ciclo no
qual os seus motivos estatildeo organizados de forma hieraacuterquica sendo que se tratam de
cinco motivos que vatildeo surgindo por niacuteveis ascendentes (Cunha 2013)
Figura 3 ndash Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas
18
Contudo uma vez que cada turista tem os seus motivos e as suas necessidades
especiacuteficas nem sempre seguem a hierarquia apresentada por Pearce (1988) pois podem
ldquopartir de diferentes niacuteveis [mudar] de niacutevel durante o seu ciclo de vida e podem ser
impedidas de viajar por razotildees financeiras de sauacutede e por outras pessoasrdquo (Id Ibid 97)
Segundo o mesmo autor as viagens turiacutesticas funcionam como carreiras profissionais
nas quais os viajantes vatildeo progredindo na escala de motivaccedilotildees graccedilas agrave experiecircncia que
vatildeo adquirindo agraves situaccedilotildees que experienciaram previamente agraves fases da vida pessoal
em que se encontram ou outros fatores condicionantes (Yousaf et al 2018 Cunha
2013)
Poreacutem surgiu mais tarde outra teoria defendida por Pearce e Lee (2005) que
complementa e melhora a de Pearce (1988) na medida em que as motivaccedilotildees satildeo
entendidas como dinacircmicas e complexas que se desenvolvem atraveacutes de um processo
que engloba diversos niacuteveis ao mesmo tempo sendo que o comportamento dos turistas
bem como os seus padrotildees de viagem vatildeo-se alterando e dando origem a diferentes
motivaccedilotildees ao longo das suas viagens e das experiecircncias que delas retiram (Id Ibid)
Contudo apesar destas teorias serem aplicaacuteveis na atualidade pois serviram como
base para muito do desenvolvimento cientiacutefico acerca das motivaccedilotildees a verdade eacute que
natildeo podem ser generalizadas a todos os turistas e a todos os segmentos pois o mundo
atual sofreu alteraccedilotildees profundas no seu desenvolvimento tornando-se cada vez mais
globalizado Estas alteraccedilotildees inevitavelmente deram origem a novos estilos de vida e
novos padrotildees de consumo muito diferentes do que se observava no passado Hoje em
dia o que se verifica eacute que ldquoa tecnologia e a sociedade evoluiacuteram rapidamente e [as]
novas geraccedilotildees com diferentes crenccedilas e padrotildees de viagem uacutenicos e motivaccedilotildees uniram-
se aos fluxos turiacutesticosrdquo (Id Ibid 205)
O que significa que cada vez mais se torna difiacutecil fazer a distinccedilatildeo entre turistas e
natildeo turistas pois as pessoas viajam cada vez mais por diversas razotildees que nem sempre
estatildeo relacionadas com turismo mas ao mesmo tempo integram atividadesserviccedilos
turiacutesticos (Id Ibid) Eacute portanto necessaacuterio adaptar a oferta ao tipo de necessidades e
exigecircncias dos consumidores atuais que satildeo cada vez mais tecnoloacutegicos atraveacutes de uma
presenccedila cada vez mais forte nas plataformas online Poreacutem conclui-se atraveacutes destas
teorias que a psicologia tem um importante papel no comportamento dos turistas na
medida em que eacute graccedilas a ela que se definem as motivaccedilotildees e se decide tomar a atitude
de viajarvisitar um novo destino
19
Conhecendo bem as motivaccedilotildees dos turistas mais facilmente se conseguem criar
melhores condiccedilotildees que originem uma experiecircncia turiacutestica de sucesso pois torna-se
possiacutevel proporcionar e perceber ldquoo que os turistas procuram o que querem experimentar
durante as suas feacuterias quais as atividades que estatildeo agrave procura e como querem que as suas
feacuterias sejam no geralrdquo (Id Ibid 206) Desta forma e atraveacutes da segmentaccedilatildeo do mercado
e dos tipos de turistas eacute necessaacuterio que a oferta se adapte agraves diferentes necessidades e
motivaccedilotildees que estatildeo em constante mudanccedila e evoluccedilatildeo (Heather e Gibson 2002 citados
por Yousaf et al 2018 206)
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino
O momento em que um turista decide realizar uma viagem eacute o momento em que
as suas motivaccedilotildees surgem e em que se inicia o processo de escolha do destino a visitar
Eacute nesta fase inicial que ocorre a formaccedilatildeo da imagem do destino tratando-se da ldquofase
mais importante no processo de seleccedilatildeo do destino pelo turistardquo (Gunn 1972 Mercer
1971 citados por Baloglu e McCleary 1999 869) Eacute essencial para um gestor de um
destino turiacutestico compreender como eacute que esta imagem eacute criada uma vez que eacute atraveacutes
deste conhecimento que se vai conseguir definir mercados alvo e decidir que imagens
promover para cada segmento de mercado especiacutefico (Goodall 1990 citado por Baloglu
e McCleary 1999) As imagens construiacutedas pelos turistas sem sequer terem visitado
previamente o destino surgem essencialmente graccedilas a dois fatores os estiacutemulos ou
incentivos e os elementos pessoais sendo que os primeiros se relacionam com fatores
externos como experiecircncias anteriores ou ateacute mesmo objetos fiacutesicos e os segundos estatildeo
associados agraves caracteriacutesticas pessoais de cada pessoa (Id Ibid)
Segundo Baloglu e McCleary (1999) a imagem de um destino nunca antes
visitado eacute formada por influecircncia de trecircs condicionantes as motivaccedilotildees as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas e as diferentes fontes de informaccedilatildeo Estes fatores conjugam-se com
as avaliaccedilotildees que o turista faz ao destino a niacutevel intelectual e sensorial e a niacutevel afetivo
sendo que ldquoas avaliaccedilotildees preceptivascognitivas referem-se agraves crenccedilas ou conhecimentos
sobre os atributos de um destino enquanto a avaliaccedilatildeo afetiva refere-se a sentimentos em
relaccedilatildeo aos mesmos ou ao viacutenculo que existe com os mesmosrdquo (Id Ibid 870) Ao longo
do tempo o turista vai criando as suas imagens atraveacutes das suas proacuteprias crenccedilas ideias
e impressotildees atraveacutes de diversas fontes de informaccedilatildeo que vai recolhendo no decorrer das
suas experiecircncias (Crompton 1979 Kotler et al 1993 Assael 1984 citados por Baloglu
e McCleary 1999)
20
Contudo estas fontes de informaccedilatildeo influenciam a formaccedilatildeo da imagem no que
diz respeito apenas agraves determinantes cognitivas nunca influenciando a parte afetiva da
imagem e satildeo elas que vatildeo fornecer diferentes estiacutemulos aos turistas seja por intermeacutedio
da promoccedilatildeo turiacutestica ou atraveacutes do passa-a-palavra e opiniotildees de amigos ou familiares
proacuteximos (Woodside e Lysonskis 1989 Um e Crompton 1990 Um 1993 citados por
Baloglu e McCleary 1999) Eacute o tipo quantidade e qualidade de informaccedilatildeo que vai
determinar o tipo de imagem que o turista vai criar sobre um destino (Burgess 1978
citado por Baloglu e McCleary 1999) Outros fatores que tecircm uma enorme importacircncia
na influecircncia da criaccedilatildeo da imagem de um destino satildeo as motivaccedilotildees do turista e as
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Fatores como o geacutenero e a idade influenciam de forma
diferente a imagem pois funcionam como antecedentes no processo cognitivo (Fisk
1961-62 e Sheth 1983 citados por Baloglu e McCleary 1999)
Eacute tambeacutem graccedilas agraves motivaccedilotildees que o turista decide visitar um determinado local
e participar em atividades turiacutesticas funcionando por este motivo como um dos fatores
influenciadores da formaccedilatildeo da imagem natildeo soacute antes da visita como tambeacutem apoacutes a
mesma (Beard e Raghep 1983 Crandall 1980 Iso-Ahola 1982 Stabler 1990 Um
1993 Um e Crompton 1990 Mill e Morrison 199232-56 citados por Baloglu e
McCleary 1999) Em suma eacute cada vez mais importante para o gestor de um destino
turiacutestico compreender o processo de formaccedilatildeo da imagem do mesmo nos turistas pois eacute
este entendimento que vai permitir ldquo[aos] profissionais de marketing incorporar fatores
motivadores significativos nas comunicaccedilotildees [de promoccedilatildeo e publicidade]rdquo (Id Ibid
892)
Sendo que as fontes de informaccedilatildeo tecircm um papel crucial na formaccedilatildeo da imagem
do destino estas devem ser diversificadas e devem existir em quantidade e qualidade de
modo a que permitam ao turista consultar muacuteltiplas fontes de informaccedilatildeo para que a
imagem construiacuteda seja o mais positiva possiacutevel No entanto as recomendaccedilotildees feitas por
amigos familiares ou fontes proacuteximas ao turista tecircm uma importacircncia muito maior do
que as que consultam de forma individual Desta forma eacute essencial ldquoproporcionar uma
experiecircncia agradaacutevel para os turistas [uma vez que] tem um efeito importante no
desenvolvimento de imagens positivas para os natildeo visitantesrdquo (Id Ibid 892)
21
A imagem de um destino turiacutestico deve ser trabalhada em primeiro lugar de
maneira a espelhar da forma mais fidedigna possiacutevel a realidade do destino com a oferta
e produtosserviccedilos que o turista poderaacute encontrar com o intuito de criar uma sensaccedilatildeo
de satisfaccedilatildeo com o que visualiza mesmo antes da visita propriamente dita ao local Em
segundo os gestores de destinos devem priorizar a forma como o destino eacute visualizado
pelos turistas que jaacute o visitaram atraveacutes de uma oferta diversificada e apropriada agraves
motivaccedilotildees e necessidades dos mesmos natildeo soacute para se fidelizarem ao destino e
regressarem mas tambeacutem para que a transmissatildeo da sua experiecircncia a potenciais turistas
seja o mais positiva possiacutevel motivando-os a visitaacute-lo
33 Perfil do turista
A fim de se compreender o comportamento e as motivaccedilotildees dos turistas eacute
essencial analisar os perfis psicograacuteficos dos mesmos de forma a conseguir organizaacute-los
por segmentos e tipologias de acordo com as suas caracteriacutesticas Eacute neste acircmbito que
surge a teoria defendida por Plog (1972) na qual estabeleceu duas tipologias de turistas
distintas os psicocecircntricos e os alocecircntricos (Cunha 2013) Segundo esta teoria o
primeiro grupo de turistas caracteriza-se por pessoas que se focam principalmente nos
seus problemas e preocupaccedilotildees quotidianas sendo que limitam a sua busca por destinos
e realidades diferentes das suas pois quando elegem um novo destino a visitar optam
sempre por algo que jaacute lhes eacute familiar conhecido e mais visitado As suas escolhas tendem
a estar relacionadas com as ofertas mais estandardizadas e natildeo demonstram interesse em
realizar atividades diferentes ou relacionar-se com a realidade do local que estatildeo a visitar
(Id Ibid)
Jaacute o segundo grupo eacute constituiacutedo por pessoas que se caracterizam por ser o oposto
das anteriormente referidas Procuram atividades diferentes e demonstram interesse em
conhecer novas realidades sendo que as suas motivaccedilotildees se relacionam com a busca pela
aventura e o entusiasmo em viajar com o intuito de descobrir algo novo (Id Ibid)
Contudo estas duas tipologias representam os extremos dos perfis dos turistas sendo que
existem trecircs outros grupos intermediaacuterios A grande maioria dos turistas insere-se no
grupo dos cecircntricos que procuram a descontraccedilatildeo e o prazer de forma a escaparem das
preocupaccedilotildees diaacuterias e do stress provocado pela rotina apreciarem a beleza dos locais
que visitam e disfrutar da viagem durante todo o processo da mesma (desde a fase de
planeamento ateacute agrave fase posterior de criar recordaccedilotildees) (Id Ibid)
22
De seguida os quase-psicocecircntricos demonstram um grande interesse pelos
destinos mais conhecidos e visitados preocupam-se com a qualidade dos serviccedilos e com
a interaccedilatildeo social uma vez que um dos seus principais motivos se relaciona precisamente
com a ldquosatisfaccedilatildeo do ego e procura do status [assim como a] procura de conforto socialrdquo
(Id Ibid 107) Os turistas quase-alocecircntricos preferem destinos pouco conhecidos e
visitados e privilegiam a praacutetica de atividades desportivas Eacute um grupo que pretende
experienciar estilos de vida diferentes No entanto os comportamentos e caracteriacutesticas
de cada grupo de turistas vatildeo-se alterando ao mesmo tempo que os destinos se
desenvolvem
Quando um destino se encontra na primeira etapa de desenvolvimento no
designado ciclo de vida de um destino turiacutestico de Butler (1980) a tipologia de turistas
que se sente mais atraiacuteda a visitar o mesmo satildeo precisamente os alocecircntricos pela
novidade e o desejo de conhecer e descobrir algo diferente Mas agrave medida que o destino
atinge outras fases de desenvolvimento os turistas atraiacutedos vatildeo passar a ser os quase-
alocecircntricos e mais tarde com toda a massificaccedilatildeo e popularidade do destino passam a
ser cecircntricos (Cunha 2013) Estes grupos de turistas vatildeo tambeacutem fornecer um contributo
para a sustentabilidade e desenvolvimento dos proacuteprios destinos sendo que segundo o
autor previamente citado os alocecircntricos ou quase-alocecircntricos satildeo os que vatildeo contribuir
para a preservaccedilatildeo de destinos com atributos mais lsquofraacutegeisrsquo como por exemplo recursos
naturais ou culturais que requerem cuidados especiacuteficos de preservaccedilatildeo sendo que
contribuem para manter o destino pouco ou nada massificado
Jaacute os cecircntricos e psicocecircntricos uma vez que se focam na utilizaccedilatildeo de
infraestruturas e equipamentos turiacutesticos natildeo satildeo um grande contributo para o
desenvolvimento do destino pois despendem quase todo o seu tempo nestes mesmos
equipamentos no entanto podem contribuir para o desenvolvimento destes
empreendimentos de grande escala e aumentar a sua frequecircncia (Id Ibid) Mais tarde
Plog (1972) atraveacutes de um dos seus estudos associou os perfis psicograacuteficos aos destinos
com base no tipo de pessoas que os visitam e concluiu que ldquoa generalidade dos destinos
tem tendecircncia a passar de alocecircntrico a cecircntricordquo (Cunha 2013 109) Poreacutem apesar desta
associaccedilatildeo permitir prever os comportamentos nas viagens natildeo engloba as diferentes
motivaccedilotildees que possam existir pois as pessoas viajam por motivos diversos e podem
existir destinos que consigam dar resposta agraves diversas necessidades dos viajantes
(McIntosh Goeldner e Ritchie 1995 citados por Cunha 2013)
23
34 Experiecircncia turiacutestica
Relativamente aos estudos empiacutericos sobre a experiecircncia turiacutestica que se
comeccedilaram a desenvolver essencialmente no iniacutecio dos anos 60 do seacuteculo passado
existem duas correntes distintas defendidas as modernistas e as poacutes-modernistas sendo
que existe alguma controveacutersia entre diversos autores e sobre a aplicaccedilatildeo destas teorias
(Uriely 2005) De acordo com o mesmo autor alguns desenvolvimentos na
conceptualizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica designados por poacutes-modernistas direcionam-
se cada vez mais para interpretaccedilotildees mais relativas e complementares afastando-se de
abordagens que se focam na verdade absoluta sendo que natildeo significa que as teorias poacutes-
modernistas tenham substituiacutedo por completo as modernistas na atualidade
Neste contexto as linhas poacutes-modernistas seguem abordagens de desconstruccedilatildeo
subjetividade ceticismo intertextualidade e relativismo (Bauman 1987 1992 Denzin
1991 Flax 1990 Frazer 1989 Hollinshead 2002 Ryan 2002 Uriely 1997 citados por
Uriely 2005) muito associadas ao desenvolvimento cultural por oposiccedilatildeo agraves modernistas
que se focam no empirismo e em abordagens generalistas e universais aplicadas ao
turismo Enquanto os autores poacutes-modernistas se opotildeem aos modernistas pelos motivos
acima referidos o oposto tambeacutem ocorre na medida em que os autores modernistas
consideram os ideais poacutes-modernistas insuficientes para estruturar o conhecimento ao
niacutevel das ciecircncias sociais (Antonio 1991 Gitlin 1989 citados por Uriely 2005) jaacute que
segundo os mesmos estas abordagens falham em ldquoelaborar e transformar novas direccedilotildees
para a accedilatildeo poliacutetica ou reforma socialrdquo (Best 1994 citado por Uriely 2005 202)
De forma a melhor compreender o que as teorias poacutes-modernistas defendem
Uriely (2005) descreveu algumas das conceptualizaccedilotildees da experiecircncia turiacutestica que mais
se verificam aplicadas na atualidade sendo que no seu trabalho o autor nunca defende
esta teoria como sendo a mais correta mas sim como uma ferramenta que permite
analisar em comparaccedilatildeo com as teorias modernistas a experiecircncia turiacutestica Por um lado
as teorias modernistas defendem o turismo como uma atividade de diferenciaccedilatildeo da vida
quotidiana na medida em que se trata de inverter temporariamente as situaccedilotildees do dia-a-
dia com o intuito de experienciar coisas novas e diferentes do habitual (Cohen 1979
Smith 1978 citados por Uriely 2005) bem como ldquosuspender o poder de normas e
valores que regem o seu quotidiano e pensar sobre as suas proacuteprias vidas e sociedades de
uma perspetiva diferenterdquo (Turner e Ash 1975 citados por Uriely 2005 203)
24
Por outro lado autores poacutes-modernistas comeccedilaram a defender processos de de-
diferenciaccedilatildeo em oposiccedilatildeo aos ideais modernistas (Lash e Urry 1994 Munt 1994 Urry
1990 citados por Uriely 2005) Neste acircmbito as experiecircncias que no passado soacute
poderiam ser vividas no contexto do turismo cada vez mais comeccedilaram a estar
disponiacuteveis em vaacuterios momentos da vida quotidiana o que significa que ldquomuitas
experiecircncias relacionadas com turistas [tornaram-se] acessiacuteveis sem a necessidade de
viajar para destinos separadosrdquo (Id Ibid 203) Antigamente natildeo existia uma
preocupaccedilatildeo em compreender as diferentes motivaccedilotildees e necessidades dos turistas e as
teorias focavam-se todas na generalizaccedilatildeo dos tipos de experiecircncias e turistas Com todo
o desenvolvimento teoacuterico poacutes-modernista o foco passou a estar nas diferentes
motivaccedilotildees e nos diferentes tipos de turistas que procuram diferentes tipos de
experiecircncias passando a tratar-se de um fenoacutemeno diverso (Id Ibid)
Tambeacutem o papel da subjetividade ganha outra relevacircncia pois se anteriormente a
induacutestria tinha um enorme poder de manipulaccedilatildeo e controle na medida em que a oferta
era providenciada e formada pela mesma para consumidores passivos posteriormente
esta realidade alterou-se e cada vez mais os turistas ldquoconstroem a sua experiecircncia pessoal
juntando fragmentos de diferentes modos ou produtos fornecidos pela induacutestria e
remontam-nos como quiseremrdquo (Uriely et al 2002 Feifer 1985 citados por Uriely
2005 206) O que se verificava era uma uniformizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica como se
apenas de um uacutenico tipo se tratasse sendo que se passou a defender teorias focadas na
pluralizaccedilatildeo da experiecircncia e subjetividade que obrigam a repensar todo o processo de
gestatildeo marketing e planeamento uma vez que surgiram novas tipologias de turistas e
modos de experiecircncias (Id Ibid)
Contudo Uriely (2005) sugere que estas duas teorias (modernistas e poacutes-
modernistas) sejam complementaacuterias uma agrave outra em vez de se invalidarem e
contrastarem mutuamente defendendo que o termo modernista tardio sugerido por
Giddens (1990) e Wang (2000) eacute mais apropriado do que poacutes-modernista Desta forma
eacute essencial compreender algumas bases das teorias mais antigas e complementaacute-las com
as mais recentes tendo em atenccedilatildeo a complexidade e diversidade no turismo
25
Tambeacutem em oposiccedilatildeo agraves tendecircncias de generalizaccedilatildeo e de aplicaccedilatildeo de modelos
universais no turismo Cohen (1979) apresentou uma teoria que defende a multiplicidade
abordagens multilineares e diferentes tipologias Para tal o mesmo autor criou uma
abordagem que distingue cinco tipos de experiecircncias turiacutesticas a recreacional a
diversiva a experiencial a experimental e por uacuteltimo a existencial Estas tipologias
relacionam-se com a proacutepria perceccedilatildeo do turista relativamente agrave sua experiecircncia turiacutestica
e agrave forma como age na sociedade onde estaacute inserido e tambeacutem com o mundo que o rodeia
(Id Ibid) Neste contexto a experiecircncia recreacional encontra-se associada ao escape das
pressotildees do quotidiano sendo que a viagem em si acaba por natildeo ter um grande significado
para o turista
Segundo o mesmo autor este tipo de turista identifica-se mais com a sua cultura
local (pois o seu centro espiritual encontra-se no seu local habitual) do que com as
restantes sendo que natildeo lhes atribui qualquer relevacircncia Por outro lado na experiecircncia
diversiva o centro espiritual do turista natildeo se encontra nem no seu local habitual nem no
exterior logo a viagem que realiza tem como principal motivaccedilatildeo a diversatildeo e o lazer
tratando-se de ldquouma mera fuga do teacutedio e da falta de sentido da existecircncia quotidiana da
rotina para um periacuteodo de feacuterias de esquecimentordquo (Id Ibid 22) Os seguintes tipos de
experiecircncia satildeo os que mais se aproximam agrave conceccedilatildeo do turista enquanto peregrino que
segundo Cohen (1979) mais se aproxima ao que McCannel (1973 1976) apresentou
anteriormente
No modo experiencial o turista tem consciecircncia de que na sua vida quotidiana
estaacute impedido de experienciar a autenticidade entatildeo procura-a nos outros e no exterior
conduzindo-o ao modo seguinte o experimental atraveacutes do qual busca experiecircncias
alternativas e diferentes das que habitualmente pratica assim como diferentes formas de
viver como meio de encontrar um novo sentido para a sua vida pessoal Por fim o modo
existencial trata-se do culminar dos dois modos anteriormente referidos uma vez que o
turista adquire um novo centro espiritual (Cohen 1979) Neste contexto o autor chegou
agrave conclusatildeo que existem quatro tipos de situaccedilotildees turiacutesticas possiacuteveis A primeira trata-se
de situaccedilotildees turiacutesticas autecircnticas nas quais a experiecircncia vivida eacute geralmente realizada
fora de locais tipicamente turiacutesticos tratando-se de situaccedilotildees reais e aceites como
autecircnticas pelo turista
26
De seguida a autenticidade encenada previamente defendida por McCannel
(1973 1976) tratam-se de experiecircncias propositadamente preparadas pelos
estabelecimentos turiacutesticos de forma a simular uma situaccedilatildeo autecircntica sendo que o turista
natildeo tem conhecimento da encenaccedilatildeo criada e por esse motivo acredita que eacute autecircntica
Outra das situaccedilotildees eacute a de negaccedilatildeo de autenticidade e ocorre quando o turista jaacute
experienciou falsos episoacutedios de autenticidade e passa a duvidar da autenticidade das
experiecircncias que vai vivendo mesmo quando natildeo se trata de uma situaccedilatildeo de encenaccedilatildeo
tornando-se por esse motivo mais atento agraves manipulaccedilotildees que possam acontecer
Por fim as situaccedilotildees artificiais satildeo previamente admitidas pelos estabelecimentos
turiacutesticos e o proacuteprio turista estaacute consciente de que se trata de uma encenaccedilatildeo mas aceita
porque se tratam de representaccedilotildees ou reencenaccedilotildees de tradiccedilotildees costumes ou
peculiaridades que tenham sofrido alteraccedilotildees ou que tenham desaparecido tratando-se
portanto de uma forma de os recuperar (Cohen 1979) Esta tipologia apresentada por
este autor permite natildeo soacute classificar os tipos de experiecircncias possiacuteveis mas tambeacutem
prever mudanccedilas que possam ocorrer no comportamento dos turistas e ateacute mesmo nas
situaccedilotildees turiacutesticas Em suma o que se pode concluir relativamente agrave experiecircncia turiacutestica
eacute que esta eacute criada cada vez mais com o proacuteprio turista a desempenhar o papel de
coprodutor num processo de busca pelo bem-estar a pelo hedonismo num contexto de
rede onde diferentes stakeholders atuam em diversas aacutereas e se conectam entre si
(pessoas serviccedilos infraestruturas lugares etc)
Todo este processo interliga natildeo soacute as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas isto
eacute todas as componentes emocionais psicoloacutegicas e sociais mas tambeacutem todo o ambiente
da experiecircncia turiacutestica que poderaacute ser consumido pelos mesmos Desta forma o conceito
de experiecircncia turiacutestica e o comportamento do consumidor fundem-se pois influenciam-
se mutuamente sendo que ldquose podem alterar devido a diversos fatores (hellip) como as
variaccedilotildees comportamentais ([em relaccedilatildeo agrave] expectativa perceccedilatildeo e motivaccedilatildeo)
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (educaccedilatildeo rendimentos) estilo de vida (baacutesico
moderado ou extravagante) e externalidades (clima regulamentos e o meio ambiente)rdquo
(Prebensen et al 2014 14)
27
Assim outra das dimensotildees que ganhou cada vez mais relevacircncia neste acircmbito foi
o conceito de valor e o valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica passando o foco das
pesquisas e trabalhos nesta aacuterea a estar cada vez mais na qualidade de vida e na satisfaccedilatildeo
do turista (Id Ibid) Bjoumlrk (2014) apresentou a hierarquia de valor da experiecircncia
turiacutestica na qual explica que existe uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia turiacutestica e a satisfaccedilatildeo
de vida mediada pelas interaccedilotildees entre a qualidade de vida a felicidade e o bem-estar de
cada pessoa sendo que o valor da experiecircncia eacute ldquoexperienciado antes da compra no
momento da compra no momento da utilizaccedilatildeo e depois da utilizaccedilatildeordquo (Sanchez et al
2006 citado por Bjoumlrk 2014 26)
O que significa que aquando a anaacutelise da experiecircncia turiacutestica eacute necessaacuterio ter em
consideraccedilatildeo o conceito de valor na mesma pois este encontra-se presente em todas as
etapas da experiecircncia e pode influenciar o resultado final da mesma bem como a
perceccedilatildeosatisfaccedilatildeo do turista Todavia Bjoumlrk (2014) considera que ainda existe pouca
investigaccedilatildeo relativamente aos seguintes aspetos de que forma as experiecircncias turiacutesticas
satildeo lembradas pelas pessoas como eacute que as mesmas influenciam o bem-estar a
felicidade a qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo de vida e ainda a dimensatildeo do conceito de
valor de experiecircncia turiacutestica que ainda natildeo apresenta abordagens muito aprofundadas
35 Satisfaccedilatildeo do turista
A satisfaccedilatildeo de um turista encontra-se relacionada com a sua perceccedilatildeo acerca do
que experienciou com os proacuteprios atributos que o destino apresenta e a performance dos
mesmos assim como a qualidade dos serviccedilos prestados (como alojamento transportes
restaurantes atividades etc) Eacute atraveacutes da satisfaccedilatildeo geral da experiecircncia turiacutestica que o
turista vai determinar a sua intenccedilatildeo de regressar ou natildeo ao destino em questatildeo pois ldquoum
dos fatores mais decisivos numa futura visita a um destino pelos turistas eacute a sua satisfaccedilatildeo
em estadias anteriores nesse mesmo destinordquo (Alegre e Garau 2010 52)
Assim a satisfaccedilatildeo bem como a qualidade dos serviccedilos e a intenccedilatildeo
comportamental satildeo os fatores que permitem avaliar as experiecircncias dos visitantes
(Crompton e Love 1995 Baker e Crompton 2000 Tomas et al 2002 Yoon e Uysal
2005 Meng et al 2008 Hutchinson et al 2009 Williams e Soutar 2009 Alegre e
Garau 2010 McMullan e OrsquoNeill 2010 Zabkar et al 2010 citados por Jensen 2010)
28
Contudo este tipo de avaliaccedilotildees pode provocar certos erros de anaacutelise na medida
em que existem fatores que natildeo satildeo considerados como toda a dinacircmica social (Belk
1975 Fournier e Mick 1999 citados por Jensen 2010) fatores emocionais e
psicoloacutegicos a diversidade de expectativas (Boulding et al 1993 Buttle 1996 Fournier
e Mick 1999 citados por Jensen 2010) caracteriacutesticas negativas da experiecircncia no
destino (Alegre e Garau 2010) a possibilidade de ocorrerem surpresas agradaacuteveis para o
consumidor durante a experiecircncia (Oliver 1997 citado por Jensen 2010) e por uacuteltimo os
aspetos holiacutesticos de toda a experiecircncia de serviccedilos (Buttle 1996 Fournier e Mick 1999
Vittersoslash et al 2000 Maunier e Camelis 2013 citados por Jensen 2010)
Neste contexto alguns autores opotildeem-se ao facto de que a satisfaccedilatildeo representa e
indica apenas o sucesso ou insucesso da experiecircncia geral defendendo que a satisfaccedilatildeo eacute
influenciada por diversos fatores (Nowacki 2009 citado por Jensen 2010) que na grande
maioria dos casos satildeo difiacuteceis de controlar quer por parte dos fornecedores de serviccedilos
como tambeacutem dos proacuteprios gestores do destino como satildeo exemplo o clima ou mesmo o
estado de espiacuterito de cada pessoa (Tomas et al 2002 citado por Jensen 2010) Seguindo
este enquadramento a satisfaccedilatildeo ocorre quando se torna possiacutevel dar resposta agraves
necessidades impliacutecitas e expliacutecitas dos turistasvisitantes
Sendo que existem fatores que natildeo satildeo controlaacuteveis cabe aos gestores de destinos
e aos proacuteprios serviccedilos focar-se nas expectativas do consumidor de forma a conseguir
surpreender o mesmo antecipar e preparar eventuais acontecimentos e necessidades com
o intuito de superar positivamente as expectativas iniciais Eacute importante ter em atenccedilatildeo
que a opiniatildeo do consumidor representa um fator decisivo na avaliaccedilatildeo da experiecircncia
turiacutestica pois funciona como um elemento avaliador No entanto como cada pessoa eacute
uacutenica e possui expectativas e necessidades diversas eacute essencial estar preparado para
satisfazer as mesmas atraveacutes de estrateacutegias que cada vez mais se distingam pelos fatores
de diferenciaccedilatildeo valorizaccedilatildeo e inovaccedilatildeo
Contudo a satisfaccedilatildeo ocorre quando as necessidades satildeo cumpridas e desta forma
natildeo se pode desvincular a satisfaccedilatildeo da motivaccedilatildeo (Dunn Ross e Iso-Ahola 1991 Kao
Patterson Scott e Li 2008 Li e Ryan 2015 citados por Pestana et al 2018) Para alguns
autores eacute ldquoa satisfaccedilatildeo que intercede na relaccedilatildeo entre as motivaccedilotildees emoccedilotildees e intenccedilotildees
comportamentais fortalecendo ao mesmo tempo a associaccedilatildeo positiva entre as
motivaccedilotildees push e pullrdquo (Pestana et al 2018 1)
29
Desta forma a satisfaccedilatildeo e a motivaccedilatildeo estatildeo associadas no sentido em que eacute a
motivaccedilatildeo que leva agrave escolha de um destino e agrave criaccedilatildeo de motivos para viajar que por
sua vez criam uma determinada expectativa relativamente ao resultado final da viagem
ou seja agrave satisfaccedilatildeo final (Blanco et al 2003 citado por Botelho 2013) Relativamente
agrave avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo uma das ferramentas mais utilizadas para tal eacute a realizaccedilatildeo de
inqueacuteritos por questionaacuterio aos turistasvisitantes O que alguns autores defendem eacute que
deve existir uma preocupaccedilatildeo na estrutura destes inqueacuteritos dado que tendem a focar
apenas os atributos e aspetos positivos do destino natildeo permitindo conhecer a opiniatildeo dos
inquiridos relativamente a outros aspetos que podem natildeo se encontrar positivos (Alegre
e Garau 2010)
Assim sendo deve-se ter em atenccedilatildeo a dimensatildeo de dualidade da satisfaccedilatildeo
(Crotts e Pan 2007 Crotts et al 2008 Pritchard e Havitz 2006 Tribe e Snaith 1998
Truong 2005 Truong e Foster 2006 citados por Alegre e Garau 2010) o que significa
que os fatores que provocam satisfaccedilatildeo e os que provocam insatisfaccedilatildeo natildeo estatildeo
relacionados (Chan e Baum 2007 citados por Alegre e Garau 2010) A anaacutelise dos
fatores que provocam insatisfaccedilatildeo apresenta um maior impacto na intenccedilatildeo de regressar
do que na satisfaccedilatildeo geral mas natildeo significa que a ocorrecircncia de acontecimentos
negativos durante a experiecircncia turiacutestica determine a satisfaccedilatildeo geral mas pode tornar o
destino menos atrativo e por sua vez diminuir a probabilidade de voltar a visitar (Id Ibid)
Em siacutentese para se obter uma anaacutelise correta da satisfaccedilatildeo do turista eacute necessaacuterio
ter em atenccedilatildeo qual o impacto que tanto os aspetos positivos do destino como os negativos
tecircm no mesmo tendo por base as satisfaccedilotildees pull e push associadas agrave teoria das
motivaccedilotildees para que seja possiacutevel corrigir os aspetos negativos e ateacute mesmo ldquorevelar a
singularidade de um destino e fornecer orientaccedilatildeo para futuras campanhas de marketing
e administraccedilatildeo [sendo que se] pode descobrir uma melhor representaccedilatildeo da verdadeira
experiecircncia de forma a tornar-se uacutetil para os gestores de destino [permitindo] um niacutevel
mais rico de sub-anaacutelise de segmentos de mercadordquo (Crotts e Pan 2007 543)
30
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos
41 Conceito de marketing em destinos
O conceito de marketing de destinos turiacutesticos foi primeiramente definido como
um processo de gestatildeo atraveacutes do qual as empresas turiacutesticas e as DMO conseguem
identificar os seus turistas sejam eles reais ou potenciais comunicar com os mesmos a
fim de compreender as suas necessidades motivaccedilotildees e gostos e criar produtos que se
adaptem a estas mesmas caracteriacutesticas com o principal objetivo de atingir a satisfaccedilatildeo
turiacutestica e cumprir os seus objetivos (Wahab Crampon e Rothfield 1976 citados por
Pike e Page 2014) Contudo no momento de descrever o conceito de marketing satildeo
vaacuterias as definiccedilotildees que surgem pois trata-se de um termo bastante abrangente que natildeo
envolve apenas a publicidade ou a promoccedilatildeo de produtos como muitas vezes eacute
erroneamente definido
Segundo a OMT o marketing surge como uma ferramenta de gestatildeo que tendo
por base a procura turiacutestica ldquotorna possiacutevel atraveacutes da investigaccedilatildeo previsatildeo e seleccedilatildeo
colocar os produtos turiacutesticos no mercado em consonacircncia com o propoacutesito da
organizaccedilatildeo com o objetivo de alcanccedilar o maior benefiacuteciordquo (Coltman 1989 11) Na
perspetiva de Coltman (1989) o marketing turiacutestico trata-se de uma atividade que
estabelece objetivos e metas a cumprir que vatildeo ao encontro daquilo que satildeo as proacuteprias
intenccedilotildees natildeo soacute das empresas e dos fornecedores mas tambeacutem dos turistas tratando-se
de um sistema que se desenvolve atraveacutes de processos que requerem investigaccedilatildeo
pesquisa de mercado e planeamento de modo a que se permita criar estrateacutegias que vatildeo
ao encontro das necessidades dos consumidores e ao mesmo tempo contribuam para o
bom funcionamento do destino turiacutestico
Seguindo a abordagem de sistemas o marketing turiacutestico funciona como uma
operaccedilatildeo onde diferentes atividades se encontram interrelacionadas e cooperam entre si
sendo que esta abordagem ldquopermite a uma organizaccedilatildeo expandir a sua penetraccedilatildeo no
mercado e lidar com ecircxito com a concorrecircnciardquo (Id Ibid) Atraveacutes do conhecimento sobre
as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas os marketeers conseguem proceder agrave criaccedilatildeo
de uma oferta que para aleacutem de ir ao encontro destas mesmas necessidades permite
tambeacutem atribuir valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica sendo que deve tratar-se de
algo que a concorrecircncia natildeo disponha na sua oferta (Marques 2005 citado por Peres e
Rita 2017)
31
No que diz respeito ao marketing de destinos turiacutesticos tratando-se o turismo de
uma aacuterea onde diferentes atores interagem e diferentes interesses convergem este
representa ldquoo ponto nevraacutelgico do marketing turiacutestico uma vez que eacute o destino que
concentra e suporta todos os diferentes interesses envolvidos na atividade turiacutesticardquo
(Seaton 1996 citado por por Peres e Rita 2017 173) Desta forma no processo de
planeamento e gestatildeo de um destino turiacutestico o marketing desempenha funccedilotildees como
procurar respostas e conhecimentos para perceber quem satildeo os visitantes do destino de
que serviccedilos necessitam e quais satildeo as suas expectativas para toda a sua experiecircncia de
viagem (Seaton 1996)
Poreacutem ainda que as entidades e empresas se organizem no sentido de conceber as
suas estrateacutegias de accedilatildeo e delinearem todos os seus objetivos atraveacutes dos processos de
planeamento existem fatores externos que influenciam o sucesso das accedilotildees de marketing
afetando o seu desempenho dado que muitas vezes se encontram fora do controlo das
proacuteprias empresas e organizaccedilotildees como satildeo exemplos a procura a concorrecircncia fatores
legais e poliacuteticos etc (Coltman 1989) Segundo este mesmo autor a eficaacutecia do
marketing eacute alcanccedilada dependendo da capacidade de inovaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo das empresas
aos fatores externos prevendo o comportamento destes elementos de forma a perceber
como podem ser controlados ou evitados apostando nos fatores internos que por
oposiccedilatildeo satildeo controlaacuteveis (como eacute o caso dos recursos financeiros e humanos)
No caso dos destinos turiacutesticos o marketing eacute de extrema importacircncia pois uma
vez bem aplicado eacute uma das ferramentas que possui maior capacidade de atraccedilatildeo de
visitantes e que mais contribui para o desenvolvimento do destino No entanto no turismo
deve-se aplicar o marketing estrateacutegico que permite fazer uma gestatildeo do proacuteprio mercado
acompanhar as tendecircncias do mesmo perceber como este funciona assim como o que
existe estabelecendo um ponto de equiliacutebrio entre a oferta e a procura Neste sentido
para aleacutem de funcionar como uma estrateacutegia de atraccedilatildeo ldquoo marketing turiacutestico deve ser
utilizado como uma estrateacutegia de direccedilatildeo entre o planeamento e a gestatildeo do destino e dos
produtos de forma a conciliar os objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica
(hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 174)
32
Deste modo o marketing turiacutestico nos destinos deve seguir uma abordagem
holiacutestica na medida em que o impacto das suas estrateacutegias vai atingir natildeo soacute a oferta e a
procura assim como todo o ambiente externo ao destino mas tambeacutem toda a envolvente
interna associada agraves comunidades locais do destino em questatildeo Esta dimensatildeo eacute de
extrema relevacircncia pois estaacute associada agrave sustentabilidade do destino e segundo Seaton ldquoo
marketing turiacutestico responsaacutevel deve e seraacute cada vez mais obrigado a ter em conta as
necessidades das populaccedilotildees de acolhimento se natildeo for para produzir efeitos ambientais
e socioculturais negativosrdquo (1996 5)
Outro aspeto relevante no que concerne esta temaacutetica eacute o facto de existir uma
constante competiccedilatildeo entre os diversos destinos turiacutesticos no mundo O papel do
marketing no posicionamento competitivo dos destinos eacute relevante pois influencia
diretamente a escolha do visitanteturista De acordo com Kozak e Andreu (2006) a
escolha de um destino por parte do turista depende da consciecircncia e conhecimento do
mesmo acerca do destino (que surge por recomendaccedilatildeo de familiares e amigos
convicccedilotildees pessoais ou atraveacutes das campanhas de publicidade) sendo que tem agrave sua
disposiccedilatildeo um leque variado de opccedilotildees e desta forma no momento em que elege um
destino para visitar todos os restantes perdem a oportunidade de serem escolhidos
Neste contexto cabe tambeacutem ao marketing analisar a concorrecircncia de forma a
compreender quais as eventuais oportunidades ou ameaccedilas que podem surgir no mercado
de forma a que seja possiacutevel para o destino ldquocompetir e obter uma primazia saudaacutevel em
relaccedilatildeo a outros destinos concorrentesrdquo (Peres e Rita 2017 174) Neste acircmbito a
competitividade entre os destinos deve existir de forma positiva e incluir ldquoa
sustentabilidade dos recursos locais de forma a assegurar a manutenccedilatildeo do sucesso a
longo prazo bem como obter retornos equitativos dos recursos utilizados para satisfazer
todos os stakeholdersrdquo (Buhalis 2000 106) Compete agraves DMO e empresas de turismo
de cada destino planear e colocar em praacutetica as accedilotildees de propaganda tendo em conta as
limitaccedilotildees e necessidades de cada destino assim como a dinacircmica do mercado de forma
a gerar satisfaccedilatildeo entre os turistasvisitantes e os proacuteprios anfitriotildees (Buhalis 2000)
Segundo este mesmo autor a gestatildeo de um destino turiacutestico eacute dos processos mais
complexos de se realizar uma vez que engloba diversos atores e interesses que facilmente
entram em conflito entre si sendo que ldquoum compromisso que abranja todos esses
interesses eacute extremamente difiacutecil se natildeo impossiacutevel mas eacute fundamental para o sucesso a
longo prazordquo (Id Ibid 99)
33
Para que seja possiacutevel atingir o sucesso devem ser seguidas as diferentes fases
que datildeo origem ao marketing de destinos sendo elas a anaacutelise do mercado atraveacutes da
observaccedilatildeo da oferta e da procura turiacutesticas o planeamento e desenvolvimento de
produtos turiacutesticos adequados o fornecimento de informaccedilatildeo atraveacutes da promoccedilatildeo e
campanhas de publicidade a difusatildeo dos diferentes canais de distribuiccedilatildeo que se
encontram disponiacuteveis e o preccedilo final (Buhalis 2000 citado por Peres e Rita 2017) Uma
vez estabelecidas todas as fases a cooperaccedilatildeo entre os diferentes fornecedores e entidades
torna-se crucial para atrair novos visitantes e incentivar agrave repeticcedilatildeo da visita ao mesmo
tempo que enquanto cooperam entre si contribuem para a qualidade e diferenciaccedilatildeo da
oferta evitando a exploraccedilatildeo excessiva dos recursos existentes (Buhalis 2000)
No entanto com todas as mudanccedilas no paradigma atual e para que um destino
consiga ser atrativo e reconhecido pelos visitantes eacute cada vez mais importante ter em
atenccedilatildeo trecircs fatores que influenciam o impacto do marketing na atualidade sendo eles a
globalizaccedilatildeo os avanccedilos tecnoloacutegicos e a desregulamentaccedilatildeo (Kotler 2000) Desta
forma segundo Buhalis ldquoo marketing inovador liderado pela pesquisa e pela utilizaccedilatildeo
de novas tecnologias seraacute a uacutenica maneira de gerir e comercializar destinos competitivos
no futuro para o benefiacutecio dos seus stakeholdersrdquo (2000 114)
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos
A caracterizaccedilatildeo da oferta e procura num destino turiacutestico insere-se na anaacutelise do
mercado tratando-se de um processo de relevacircncia para o marketing do mesmo Eacute graccedilas
a estes dados que se torna possiacutevel fazer um levantamento dos recursos e criar produtos
turiacutesticos que vatildeo ao encontro natildeo soacute das necessidades exigecircncias e preferecircncias dos
turistasvisitantes do destino como tambeacutem da populaccedilatildeo local permitindo ao mesmo
tempo apurar mercados potenciais ou emergentes e adequar as estrateacutegias de marketing e
planeamento aos mesmos Contudo como foi referido previamente na atualidade o
turista estaacute cada vez mais exposto a um conjunto diversificado de informaccedilatildeo e por sua
vez de oferta o que faz com que se torne mais exigente e experiente criando ldquonovos
constrangimentos que resultam em larga medida de novos comportamentos e
necessidades da procura (hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 175) Neste sentido a experiecircncia
turiacutestica destes intervenientes torna-se mais complexa sendo necessaacuterio proceder a uma
anaacutelise e compreensatildeo da mesma tendo por base ambas as perspetivas da oferta e da
procura (Walls et al 2011 citado por Peres e Rita 2017)
34
Esta anaacutelise e compreensatildeo da experiecircncia turiacutestica encontra-se interligada com o
comportamento do consumidor pois eacute este estudo que vai permitir perceber quais os
desejos necessidades e motivaccedilotildees dos turistas no momento de escolherem o que vatildeo
consumir na sua experiecircncia Eacute neste acircmbito que surge a segmentaccedilatildeo do mercado que
consiste em dividir o mercado de acordo com as diferentes motivaccedilotildees para conseguir
perceber o que os turistas procuram e gostam para que seja possiacutevel adaptar o produto da
melhor forma a cada mercado alvo
Este processo de segmentaccedilatildeo pode ser definido segundo dois criteacuterios a
nacionalidade e as motivaccedilotildees A primeira para se saber de onde vecircm e qual a razatildeo da
visita ao destino em questatildeo e a segunda para apurar se as motivaccedilotildees se alteram ou natildeo
ao longo do ano com o objetivo de perceber se existem outros perfis de turistas e fazer
comparaccedilotildees permitindo ao mesmo tempo reconhecer e medir oportunidades de
mercado Eacute esta segmentaccedilatildeo que vai permitir ldquoum maior ajustamento da oferta agrave procura
e consequentemente [contribuir] para o desenvolvimento de estrateacutegias de marketing
mais orientadas para as caracteriacutesticas desses grupos [originando] uma melhor aplicaccedilatildeo
de todos os recursos e accedilotildees sobre o mercadordquo (Donilcar 2008 citado por Peres e Rita
2017 175)
Atraveacutes do conhecimento dos recursos que o destino tem para oferecer a forma
como os mesmos estatildeo organizados assim como o comportamento da procura por estes
mesmos recursos permite ao marketing de destinos desenvolver estrateacutegias que se
complementam entre si e que aumentam a capacidade atrativa do destino facilitando a
fidelidade do turistavisitante assim como a sua intenccedilatildeo de regressar (Id Ibid) No
entanto eacute essencial compreender a complexidade da procura turiacutestica e o caraacuteter riacutegido
da oferta Neste acircmbito o marketing de destinos trabalha com serviccedilos e produtos e
enquanto estes uacuteltimos satildeo objetos fiacutesicos os serviccedilos possuem caracteriacutesticas que
determinam todo o planeamento estrateacutegico referente ao marketing e a definiccedilatildeo de
objetivos
Sendo a procura turiacutestica caracterizada pelo consumo de bens e serviccedilos criados
por empresas e entidades turiacutesticas esta natildeo se resume apenas a este tipo de consumo
Existem outras organizaccedilotildees que apresentam bens e serviccedilos que natildeo satildeo destinadas ao
turismo mas sim agrave populaccedilatildeo local poreacutem estes natildeo deixam de formar parte da procura
turiacutestica do destino (Cunha 2013)
35
Tambeacutem a oferta turiacutestica possuiacute caracteriacutesticas que a tornam riacutegida devido ao seu
caraacuteter endoacutegeno e imoacutevel tais como os atributos que funcionam como fatores de
atratividade nos destinos satildeo intriacutensecos aos mesmos e natildeo podem ser movimentados para
outros locais a perecibilidade e inseparabilidade da oferta uma vez que a produccedilatildeo e o
consumo ocorrem em simultacircneo sendo necessaacuteria a presenccedila do cliente para que ocorra
a prestaccedilatildeo do serviccedilo e por ser impossiacutevel armazenar stocks de forma a serem vendidos
posteriormente por uacuteltimo o seu caraacuteter intangiacutevel natildeo permite do ao visitanteturista
experimentar ou observar o produtoserviccedilo antes da aquisiccedilatildeo sendo que soacute o pode fazer
apenas quando se daacute o ato de consumo (Id Ibid)
Uma conjugaccedilatildeo equilibrada entre a gestatildeo da oferta e da procura turiacutesticas
influencia a satisfaccedilatildeo do turistavisitante do destino Uma vez que esta satisfaccedilatildeo
depende da qualidade da oferta e de tudo daquilo que o consumidor vai encontrar no
destino requer-se uma visatildeo holiacutestica acerca do mesmo tendo em conta as ldquoqualidades
ambientais acessibilidades limpeza e higiene traacutefego rodoviaacuterio qualidade urbaniacutestica
espaccedilos verdes [a proacutepria qualidade dos recursos humanos] etcrdquo (Id Ibid 179)
43 Comportamento do Consumidor
A anaacutelise do comportamento do consumidor parte integrante e essencial para a
eficiecircncia do marketing estrateacutegico eacute utilizada sobretudo para se compreender os padrotildees
de consumo Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber como eacute que os consumidores
tomam as suas decisotildees permitindo intervir junto dos mesmos e persuadi-los assim como
conceber e inovar produtos de acordo com o que satildeo as suas necessidades Segundo
Swarbrook e Horner (2007) o comportamento do consumidor em turismo define-se pelo
estudo que tenta responder agrave questatildeo de porque eacute que as pessoas compram o produto que
compram e como tomam a sua decisatildeo
Contudo esta pesquisa caracteriza-se por ser bastante complexa uma vez que as
decisotildees tomadas pelo consumidor-turista estatildeo interligadas com a sua componente
emocional e tambeacutem porque durante o processo de tomada de decisatildeo estaacute exposto a um
elevado nuacutemero de fatores e determinantes que influenciam o seu comportamento e que
dificultam a perceccedilatildeo de como eacute que afetam o consumidor (Id Ibid) Esta componente
emocional acompanha o consumidor desde o iniacutecio do processo de decisatildeo ateacute ao fim
36
No iniacutecio existem expectativas e receios pois o consumidor ainda natildeo sabe como
vai ser a sua experiecircncia e ainda natildeo usufruiu do que pagou No fim as suas expectativas
podem ser ou natildeo superadas assim como os receios que podem ou natildeo ocorrer o que
significa que a anaacutelise do comportamento do consumidor-turista eacute bastante complexa
devido agrave componente emocional e psicoloacutegica de cada consumidor e agrave intangibilidade dos
serviccedilosprodutos desta atividade
Geralmente o processo de decisatildeo desenvolve-se por trecircs etapas a preacute-
decisatildeocompra a decisatildeo e o poacutes-compra sendo que existem modelos que apresentam
ateacute cinco fases distintas uma vez que estas podem-se adaptar a diferentes aacutereas e natildeo
somente ao turismo Poreacutem existem diversos modelos de comportamento do consumidor
que podem ser adaptados ao caso concreto do turismo como eacute o caso do de Howard e
Sheth (1969) um dos modelos mais citados e que se pode observar na figura 3 Este
modelo ldquodestaca a importacircncia dos inputs no processo de compra do consumidor e sugere
maneiras pelas quais o consumidor ordena esses mesmos inputs antes de tomar uma
decisatildeo finalrdquo (Swarbrook e Horner 2007 42)
Figura 3 - - Modelo de Howard e Sheth (1969) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
37
Outros autores como Wahab Crampton e Rothfield (1976) e Mathieson e Wall
(1982) (citados por Swarbrook e Horner 2007) sugeriram outros modelos lineares do
processo de tomada de decisatildeo do consumidor-turista que podem ser observados nas
figuras 4 e 5
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall (1982) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor de Wahab Crampton e Rothfield (1976)
(Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Todos estes autores apresentam nos seus modelos diferentes definiccedilotildees para cada
fase do processo mas todos eles satildeo coincidentes em diversos aspetos ao facto do
momento da compra ocorrer sempre apoacutes a tomada de decisatildeo do consumidor ser alvo
de fatores que o influenciam na sua decisatildeo (sejam internos ou externos) de existirem
diversas alternativas que dependem sempre da decisatildeo do consumidor optar por uma e
por fim que a escolha destas alternativas sofre uma avaliaccedilatildeo por parte do consumidor
que decorre da sua procura por fontes de informaccedilatildeo internas e externas (Woodside e
Lysonski 1989 Engel Blackwell e Miniard 1995 Gremler e Brown 1996 Beerli e
Martin 2004 Swarbrook e Horner 2007)
Existem poreacutem autores como Pizam e Mansfeld (1999) que criticam estes
modelos no sentido em que natildeo satildeo preditivos por se basearem em estereoacutetipos e
generalizaccedilotildees Estes autores ainda afirmam que o processo de decisatildeo varia
significativamente entre os diferentes grupos de turistas e que os modelos existentes
ignoram os consumidores com falta de motivaccedilatildeo assim como os constrangimentos
associados que satildeo vistos como uma falha significante no que diz respeito agrave investigaccedilatildeo
do comportamento do consumidor (Id Ibid 29) Seguindo esta linha de pensamento
segundo o modelo de Gunn (citado por Gacircndara 2008) relativo ao comportamento do
turista existem diversas fases pelas quais o mesmo passa no momento em que decide
visitar um novo destino
38
Formam parte destas fases a acumulaccedilatildeo de imagens mentais sobre experiecircncias
de feacuterias anteriores a modificaccedilatildeo destas imagens graccedilas ao acesso a mais informaccedilatildeo a
decisatildeo de ir para feacuterias a viagem propriamente dita ao destino em questatildeo a participaccedilatildeo
no destino a viagem de regresso e por uacuteltimo gera-se uma nova acumulaccedilatildeo de imagens
obtidas e baseadas na experiecircncia vivida Torna-se portanto essencial compreender o
comportamento do consumidor assim como as suas perceccedilotildees acerca do destino Satildeo
estas caracteriacutesticas que permitem definir quais os turistas mais adequados para cada
destino para que se tornem fidelizados ao mesmo e tambeacutem perceber que alteraccedilotildees satildeo
necessaacuterias para que o destino se adapte agraves necessidades dos turistasvisitantes de forma
a ficarem satisfeitos com a experiecircncia (Id Ibid)
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos
A comunicaccedilatildeo relaciona-se com o turismo na medida em que os
turistasvisitantes enquanto seres sociais procuram interagir com a sociedade onde
vivem e sem a comunicaccedilatildeo esta interaccedilatildeo seria impossiacutevel pois ldquoa comunicaccedilatildeo eacute uma
necessidade inerente de qualquer ser humanordquo (Trigueiro 2001 citado por Marujo 2008
27) Eacute graccedilas agrave comunicaccedilatildeo que se torna possiacutevel dar a conhecer um destino e todas as
suas caracteriacutesticas bem como as informaccedilotildees essenciais na escolha de um local a visitar
Logo eacute a comunicaccedilatildeo que influencia os comportamentos das pessoas sendo que ldquopode
servir para comandar para condicionar para persuadir ou para motivar ndash ou seja para
levar algueacutem a fazer (ou abster-se de fazer) algordquo (Castro 2002 citado por Marujo 2008
27)
Desta forma a comunicaccedilatildeo encontra-se presente em todas as etapas do processo
de decisatildeo do turistavisitante aquando este decide visitar um destino especiacutefico sendo
que a mesma ldquodeve ter a capacidade de provocar o sentimento de envolvimento com o
destino antes durante e apoacutes a experiecircnciardquo (Peres e Rita 2017 175) No momento de
atrair visitantesturistas a um destino eacute a comunicaccedilatildeo que vai ao encontro daquilo que
satildeo as motivaccedilotildees desejos e emoccedilotildees das pessoas e faz com que as estrateacutegias de
transmissatildeo de informaccedilatildeo sejam eficazes ao ponto de as cativarem (Id Ibid) Poreacutem
cada vez mais os turistas satildeo mais exigentes e experientes e por esse motivo procuram
experiecircncias diferenciadoras passando o foco a estar na criatividade das estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo
39
Uma vez que em turismo falamos de bens e serviccedilos intangiacuteveis esta caracteriacutestica
pode dificultar as interaccedilotildees comunicacionais assim como a compreensatildeo dos mesmos
Daiacute a importacircncia da informaccedilatildeo e a forma como a mesma eacute apresentada pois deve ser o
mais expliacutecita possiacutevel de forma a tornar estes mesmos serviccedilos tangiacuteveis Desta forma
a informaccedilatildeo turiacutestica trata-se de uma das ferramentas mais valorizadas tanto pelos
profissionais da aacuterea como pelos consumidores Eacute atraveacutes da informaccedilatildeo que o
consumidor toma a sua decisatildeo e as entidades se inovam e criam condiccedilotildees para responder
agraves exigecircncias do mercado sendo que ldquoa informaccedilatildeo precisa e correta apropriada agraves
necessidades do consumidor eacute muitas vezes a chave para a satisfaccedilatildeo dos consumidoresrdquo
(Cooper et al 2001 citado por Marujo 2008 52)
No entanto todos estes aspetos dependem da qualidade dos serviccedilos prestados e
da experiecircncia global e uma vez que a interaccedilatildeo complexa das diversas componentes do
turismo pode pocircr em causa a qualidade cabe aos gestores de destinos tornar o destino
harmonioso entre todas as componentes ligadas ao turismo e tambeacutem as que natildeo estatildeo
diretamente ligadas ao mesmo de forma a minimizar ao maacuteximo as experiecircncias mais
negativas Poreacutem geralmente existe alguma dificuldade por parte dos visitantesturistas
em segmentar a sua opiniatildeo em relaccedilatildeo agrave qualidade da experiecircncia global da qual
usufruiu sendo que frequentemente os aspetos negativos sobressaem em relaccedilatildeo aos
positivos e satildeo estas opiniotildees que vatildeo definir o regresso ou natildeo da pessoa bem como as
recomendaccedilotildees a potenciais turistas
Daiacute que esta ferramenta seja importante para a comunicaccedilatildeo do destino pois se a
qualidade da oferta for elevada e a experiecircncia turiacutestica satisfatoacuteria ldquopara aleacutem de
despertar o interesse de outras pessoas para os serviccedilos oferecidos pela organizaccedilatildeo
poderaacute regressar mais tarde e continuar a utilizar os serviccedilos de uma forma contiacutenuardquo
(Marujo 2008 32) Eacute neste acircmbito que os destinos devem apostar na criaccedilatildeo de imagens
de marca associadas agrave oferta turiacutestica existente e que transmitam experiecircncias autecircnticas
e uacutenicas com elevados padrotildees de qualidade que vatildeo ao encontro das expectativas do
turistavisitante e que contribua para a satisfaccedilatildeo do mesmo Assim a criaccedilatildeo desta
imagem de marca ldquocumpriraacute mais facilmente os dois objetivos centrais do marketing
aplicado aos destinos turiacutesticos a diferenciaccedilatildeo e a sustentabilidaderdquo (Peres e Rita 2017
176)
40
Em suma o principal objetivo do processo de comunicaccedilatildeo em turismo passa por
fazer perdurar uma boa imagem do destino ou melhorar a mesma atrair novos visitantes
e ao mesmo tempo criar as condiccedilotildees para que regressem no futuro fornecer informaccedilatildeo
clara e expliacutecita acerca da oferta existente fomentar a coordenaccedilatildeo entre os diferentes
stakeholders e os seus esforccedilos e por uacuteltimo corrigir possiacuteveis erros ou distorccedilotildees (Heath
e Wall 1991 citados por Marujo 2008) A comunicaccedilatildeo em turismo ldquonatildeo se resume
portanto agrave promoccedilatildeo de um destino engloba tambeacutem os processos de seduccedilatildeo de um
turista as trocas culturais e rituais entre visitante e anfitriatildeo as narrativas turiacutesticas sobre
as quais se constroem as identidades das gentes lugares e marcasrdquo (Wichels 2013 478)
Eacute atraveacutes da comunicaccedilatildeo que se consegue interferir na imagem que os
turistasvisitantes tecircm acerca de um destino sendo que segundo Gacircndara (2008) apesar
de geralmente se verificar apenas a intervenccedilatildeo no momento da promoccedilatildeo e distribuiccedilatildeo
torna-se cada vez mais importante atuar tambeacutem no momento de produccedilatildeo onde se
desenvolve a qualidade do destino para que a proacutepria comunidade local se torne parte
integrante do processo e ao mesmo tempo beneficie desta atividade
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos
Tendo em consideraccedilatildeo que o mercado atual do turismo eacute cada vez mais
heterogeacuteneo e segue tendecircncias cada vez mais diversificadas que anteriormente natildeo se
verificavam cabe aos diferentes meios de comunicaccedilatildeo dos destinos aplicar diferentes
estrateacutegias que comuniquem e distribuam as suas ofertas de forma eficaz Satildeo vaacuterias as
fontes de informaccedilatildeo que o turistavisitante pode encontrar sobre um destino ou um
serviccediloproduto como por exemplo brochuras guias de viagem postos de informaccedilatildeo
turiacutestica jornais revistas televisatildeo empresas de turismo locais etc
Eacute tambeacutem atraveacutes da comunicaccedilatildeo que um destino estabelece o seu
posicionamento no mercado Para tal no que diz respeito aos destinos turiacutesticos existem
algumas estrateacutegias que se podem seguir a diferenciaccedilatildeo (apresentaccedilatildeo de novas
atraccedilotildees encontrar fatores diferenciadores relativamente agrave concorrecircncia) a diversificaccedilatildeo
dos mercadosprodutos (de forma a ajustar-se a diferentes mercados para atrair diferentes
tipos de turistas) e por uacuteltimo a aposta nos nichos de mercado (segmentos mais pequenos
do que o usual mas mais rentaacuteveis)
41
Mas o que se verifica cada vez mais eacute que esta divulgaccedilatildeo eacute feita atraveacutes de
plataformas online ldquoque desempenham um papel decisivo para aleacutem da sua reconhecida
relevacircncia nos aspetos informativos emocionais e de criaccedilatildeo de imagemrdquo (Peres e Rita
2017 176) Com todos os avanccedilos tecnoloacutegicos das uacuteltimas deacutecadas as estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo passam cada vez mais a ser aplicadas atraveacutes do auxiacutelio da internet nos
formatos digitais Desta forma a informaccedilatildeo online passa a ser global transmitida
essencialmente atraveacutes de websites e redes sociais permitindo ao consumidor conhecer
melhor o destino que quer visitar comparar em tempo real as condiccedilotildees e todos os aspetos
referentes agrave experiecircncia que pretende adquirir e ateacute reservarcomprar o seu
serviccediloproduto de forma raacutepida e simples
Ao mesmo tempo as empresas obtecircm uma ferramenta que lhes permite vender o
seu destino com maior detalhe atraveacutes do recurso a diversas formas de comunicaccedilatildeo
(sejam imagens textos viacutedeos etc) aproximando-se do consumidor e das marcas com
as quais poderaacute criar parcerias (Marujo 2008) A internet transformou-se assim numa
ldquodas principais ferramentas de distribuiccedilatildeo direta para todos os tipos de serviccedilos
turiacutesticosrdquo (Bairros e Cerreta 2009 citados por Cardoso 2012 25) Eacute essencialmente
atraveacutes do marketing digital que as entidades promotoras de destinos turiacutesticos cada vez
mais investem nas suas campanhas promocionais e estrateacutegias de comunicaccedilatildeo Segundo
Miranda (2010) a internet eacute utilizada em turismo como ferramenta estrateacutegica de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo que pode ser observada em trecircs niacuteveis
distintos o experimental o taacutetico-operacional e por fim o estrateacutegico No primeiro niacutevel
as empresas turiacutesticas utilizam a internet como meio de divulgaccedilatildeo dos seus produtos e
serviccedilos
Contudo segundo o mesmo autor muitas destas organizaccedilotildees desperdiccedilam as
potencialidades da internet uma vez que se limitam a apresentar apenas informaccedilatildeo baacutesica
acerca da sua oferta atraveacutes dos seus sites oficiais deixando muitas vezes a mesma
desatualizada e sem recorrerem a ferramentas dinacircmicas e apelativas como o som
imagens viacutedeos etc Jaacute no segundo niacutevel eacute onde ocorrem as operaccedilotildees de E-commerce
as designadas operaccedilotildees comerciais atraveacutes das quais a empresa permite ao consumidor
efetuar a compra do produtoserviccedilo online Este niacutevel pode ser verificado por exemplo
ldquoem sites de hoteacuteis que oferecem reservas online (hellip) [mas] muitas vezes este processo
de reserva [daacute-se] de forma natildeo segura o que natildeo incentiva muitos usuaacuterios a se utilizar
deste recursordquo (Miranda 2010 5)
42
Por fim o uacuteltimo niacutevel exige um planeamento estrateacutegico por parte das
organizaccedilotildees na medida em que o foco eacute o desenvolvimento do E-business sendo que as
empresas planeiam e aplicam estrateacutegias de atuaccedilatildeo no mercado de forma a
desenvolverem os seus meios de comunicaccedilatildeo online atraiacuterem a atenccedilatildeo dos seus
consumidores e melhorar a relaccedilatildeo com os mesmos com o intuito de os fidelizar No
entanto natildeo eacute somente a informaccedilatildeo fornecida que tem impacto nos turistas que procuram
visitar um novo destino eacute tambeacutem o passa-a-palavra atraveacutes de amigos familiares
conhecidos
Esta forma de divulgaccedilatildeo ldquoeacute confiaacutevel pois eacute transmitida por liacutederes de opiniatildeo
familiares amigos especialistas e assim acaba tornando-se uma importante e poderosa
forma de comunicaccedilatildeo (hellip) propagadora da mensagem ou da notiacutecia das suas
experiecircncias boas ou maacutesrdquo (Tineu 2001 citado por Marujo 2008 31) Desta forma cada
vez mais os turistas recorrem agraves opiniotildees de pessoas que conhecem e em quem confiam
o que pode provocar tanto situaccedilotildees positivas como negativas dependendo da experiecircncia
dessas mesmas pessoas Por norma se um turistavisitante ficar satisfeito com a sua
experiecircncia turiacutestica vai certamente influenciar positivamente potenciais turistas mas
caso ocorra o oposto e natildeo exista satisfaccedilatildeo a mensagem transmitida seraacute negativa (Id
Ibid)
As novas tecnologias de informaccedilatildeo vieram revolucionar a forma como a
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutesticas satildeo realizadas permitindo aumentar as vantagens
competitivas e reduzir custos Surgiu assim a necessidade de implementar novos modelos
de negoacutecio ldquopois os consumidores deixam de ser alvos passivos passando-se do mass
marketing para o marketing individualizado os preccedilos deixam de ser fixos e passam em
muitos casos a ser definidos de forma dinacircmica e vai-se ultrapassando a tradicional
assimetria da informaccedilatildeordquo (Peres e Rita 2017 177) Poreacutem apesar da internet permitir
comunicar com os consumidores neste caso turistas ou visitantes de forma mais raacutepida
simples e econoacutemica natildeo deve ser um ldquosubstituto para outras actividades promocionais
mas sim como um complemento das existentes o que oferece aos consumidores uma
maior possibilidade de escolha e mais uma maneira de fazer reservasrdquo (Brigs 1997 citado
por Marujo 2008b 31)
43
Neste sentido cabe agraves entidades e organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticos
ldquoaplicar estrateacutegias nos canais de comunicaccedilatildeo tradicionais (jornais televisatildeo etc) para
fornecer uma informaccedilatildeo adequada agraves necessidades dos turistas e investir nos novos
canais de comunicaccedilatildeo (internet quiosques multimeacutedia etc) para alcanccedilar de uma forma
mais eficaz potenciais consumidoresrdquo (Marujo 2008a 57) Torna-se portanto cada vez
mais imprescindiacutevel implementar boas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo que transmitam
informaccedilatildeo crediacutevel detalhada e real sobre a oferta existente assim como apostar na
diferenciaccedilatildeo e criatividade para que o consumidor natildeo se sinta defraudado relativamente
agraves expectativas que tinha acerca do destino
Em suma a preocupaccedilatildeo em transmitir atraveacutes das estrateacutegias de comunicaccedilatildeo
uma imagem positiva de qualidade e oferta de multiplicidade de experiecircncias diversas e
uacutenicas ao consumidor eacute essencial e deve ser permanente no sentido em que se deve
assegurar em todas as fases do processo de comunicaccedilatildeo do destino pois ldquotanto a
qualidade do produtodestino como a comunicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do mesmo satildeo aspetos
que tratados de maneira pouco profissional seguramente traratildeo cedo ou tarde resultados
indesejadosrdquo (Gacircndara 2008 20)
44
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio
Almada estaacute sediada no distrito de Setuacutebal e pertence agrave aacuterea metropolitana de
Lisboa (AML) sendo que no seu conjunto estatildeo englobadas 11 freguesias que se podem
observar na figura 6 sendo elas Almada Cova da Piedade Pragal Cacilhas Caparica e
Trafaria Charneca de Caparica e Sobreda Costa da Caparica Laranjeiro e Feijoacute Tem
como fronteiras o rio Tejo e Lisboa a norte Seixal a leste Sesimbra a sul e o Oceano
Atlacircntico a oeste sendo que o concelho abrange no total uma aacuterea de 71Km2
encontrando-se a 4km de Lisboa e 15km do Aeroporto Humberto Delgado (Cacircmara
Municipal de Almada - CMA sd)
Em termos geograacuteficos este concelho eacute constituiacutedo por caracteriacutesticas fiacutesicas e
paisagiacutesticas ricas e variadas onde se podem encontrar tanto espaccedilos verdes e reservas
naturais como eacute exemplo a Arriba Foacutessil da Costa de Caparica ou a Mata dos Medos na
Charneca de Caparica como tambeacutem aacutereas urbanisticamente desenvolvidas com oferta
de recursos culturais transportes serviccedilos etc e ainda 13km de linhas de costa no litoral
onde se encontram algumas das melhores praias de toda a regiatildeo da Grande Lisboa
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada (Fonte Cacircmara Municipal de Almada 2018)
45
Em termos populacionais segundo os Censos de 2011 (CMA sd) existem 174
030 habitantes nuacutemero este que faz do concelho de Almada um dos mais importantes na
margem sul da AML A grande maioria da populaccedilatildeo (76) encontra-se empregada no
setor terciaacuterio sendo este o que mais evoluiu nos uacuteltimos anos e que tem maior destaque
(Id Ibid) Hoje em dia Almada eacute considerada o melhor miradouro para a cidade de
Lisboa uma vez que se encontra do lado oposto agrave mesma mas a verdade eacute que este
concelho teve grande importacircncia ao longo de vaacuterios periacuteodos da histoacuteria de Portugal
Privilegiada por se encontrar localizada junto ao Tejo Almada foi desde os primoacuterdios
um lugar de excelecircncia para a ocupaccedilatildeo e fixaccedilatildeo humana desde a preacute-histoacuteria
Era atraveacutes do rio que se faziam as trocas comerciais e de mercadorias tatildeo
essenciais em qualquer eacutepoca sendo que feniacutecios romanos e muccedilulmanos acabaram por
se sedentarizar nesta aacuterea e desenvolver a cidade Posteriormente foi conquistada aos
mouros pelo rei D Afonso Henriques e os cruzados ingleses em 1147 tornando-se cidade
mais tarde quando D Sancho I outorgou o primeiro foral da cidade em 1190 (Id Ibid)
Mas o grande desenvolvimento nesta aacuterea ocorreu sobretudo no seacuteculo XIX graccedilas aos
processos de industrializaccedilatildeo sendo os principais setores a serem desenvolvidos o da
corticcedila moagem e estaleiros navais Foi nesta eacutepoca que o concelho acolheu e recebeu
populaccedilotildees de outras aacutereas do paiacutes que aqui se fixavam para trabalhar e para viver
contribuindo para uma nova dinacircmica e desenvolvimento
Momentos como ldquoa vitoacuteria dos liberais na Batalha da Cova da PiedadeCacilhas
contra os Miguelistas (23 de julho de 1833) (hellip) [e] a antecipada proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica em Almada a 4 de outubro de 1910rdquo (Id Ibid) satildeo exemplos de importantes
acontecimentos histoacutericos que tiveram lugar nesta margem do rio Mais tarde devido ao
grande crescimento demograacutefico que se deu durante os anos quarenta e setenta do seacuteculo
passado verificou-se um elevado nuacutemero de migraccedilotildees e movimentos de populaccedilatildeo que
procurava Almada como alternativa para trabalhar e morar Foi entatildeo a partir da deacutecada
de 90 que as grandes alteraccedilotildees e desenvolvimentos nas principais estruturas do concelho
comeccedilaram a surgir Uma extensa rede de equipamentos municipais nas mais variadas
aacutereas como a cultura o desporto o lazer a educaccedilatildeo sauacutede transportes jardins e zonas
verdes eacute construiacuteda e eacute tambeacutem aprovado o plano diretor municipal que confere ao
concelho uma nova qualidade de vida para os seus habitantes (Id Ibid)
46
Neste sentido Almada relativamente agrave sua posiccedilatildeo geograacutefica possui
caracteriacutesticas que foram sendo valorizadas pelo homem que aqui se estabeleceu em
quase todos os periacuteodos da histoacuteria (Sabrosa 1993 citado por Gonccedilalves 2002) Eacute
tambeacutem a sua proximidade agrave cidade de Lisboa que lhe atribui uma posiccedilatildeo estrateacutegica de
complementaridade com a capital atraveacutes da troca e prestaccedilatildeo de diversos serviccedilos e
produtos Contudo existe tambeacutem uma relaccedilatildeo de dependecircncia que muitas vezes confere
agrave cidade de Almada uma posiccedilatildeo de inferioridade no sentido em que a imagem deste
destino perde a sua credibilidade pois as suas potencialidades turiacutesticas e de
desenvolvimento satildeo muitas vezes desconsideradas (Figueiredo 2015)
O facto de Almada se ter desenvolvido e constituiacutedo como um territoacuterio industrial
durante vaacuterias deacutecadas com a construccedilatildeo de estaleiros navais faacutebricas de moagem e de
produccedilatildeo de corticcedila que devido agraves suas crises levaram agrave estagnaccedilatildeo do crescimento
urbano por sua vez tambeacutem atrasou o desenvolvimento deste territoacuterio (Gonccedilalves 2002
67) Todos estes fatores contribuiacuteram para uma degradaccedilatildeo da paisagem do territoacuterio
uma vez que as infraestruturas outrora utilizadas para fins industriais acabaram por ficar
ao abandono levando agrave ldquodescaracterizaccedilatildeo envelhecimento e degradaccedilatildeo da estrutura
urbana envolventerdquo (Figueiredo 2015 21) Poreacutem atraveacutes do Plano Diretor Municipal
(PDM) que sofreu uma revisatildeo em 2011 Almada estabeleceu linhas estrateacutegicas de
desenvolvimento para o concelho com vista agrave aplicaccedilatildeo de planos e estrateacutegias de
requalificaccedilatildeo do mesmo a niacutevel territorial ambiental social econoacutemico e urbano
Relativamente ao turismo nos uacuteltimos anos tem-se verificado em Almada uma
evoluccedilatildeo que embora lenta se tem tornado cada vez mais notoacuteria sendo que a cidade se
tem vindo a estabelecer como um destino que proporciona a troca de fluxos importantes
natildeo soacute para o concelho mas tambeacutem a niacutevel de toda a AML (CMA 2011) Neste sentido
vaacuterios foram os projetos que ao longo dos anos se foram desenvolvendo e alguns
aplicando contribuindo para a melhoria da imagem e da qualidade de Almada enquanto
destino turiacutestico como satildeo exemplos o programa POLIS a renovaccedilatildeo urbaniacutestica da zona
de Cacilhas o projeto ldquoAlmada Nascente ndash Cidade da Aacuteguardquo e a construccedilatildeo do metro de
superfiacutecie Desta forma eacute essencial a aposta nos recursos potenciadores de atividades nas
aacutereas do recreio lazer e turismo assim como a criaccedilatildeo de uma marca visto que
contribuem decisivamente para a consolidaccedilatildeo do destino relativamente agrave concorrecircncia e
agrave restante oferta existente (Id Ibid)
47
52 Oferta turiacutestica em Almada
Um destino turiacutestico eacute construiacutedo tendo por base o planeamento e a delineaccedilatildeo de
objetivos a par com a existecircncia de recursos com potencial turiacutestico que efetivamente
possuem a capacidade de satisfazer as necessidades dos turistas (CMA 2011 80) Assim
apresentam-se na tabela 1 os principais recursos do concelho
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada Fonte CMA (2019) RNT (2002) Portal
Almada Digital (2019)
A fim de se compreender de que forma a valorizaccedilatildeo turiacutestica do concelho de
Almada eacute estruturada e planeada eacute necessaacuterio conhecer os recursos existentes que
contribuem para o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos
Recursos
primaacuterios
Patrimoacutenio
Natural Praias oceacircnicas paisagem protegida
reserva botacircnica
Cultural
Monumental Monumentos muralha estaacutetua entre
outros
Artiacutestico Museus igrejas conventos capelas
Etnograacutefico Folclore artesanato
Complementar Parques jardins puacuteblicos miradouros
Atividades
Roteiros Percursos pedestres sinalizados
Animaccedilatildeo
turiacutestica
Desportos naacuteuticos e radicais atividades
de ar livrenatureza e aventura
Recursos
primaacuterios
Equipamentos
Culturais Espaccedilos para exposiccedilotildees auditoacuterios
bibliotecas centros culturais
Desportivos Teacutenis golfe nataccedilatildeo equitaccedilatildeo
Recreativos Estaacutedios clube naacuteutico
Negoacutecios Salas de reuniotildees
Eventos
Religiosos Procissotildees
Culturais Marchas populares espetaacuteculos
comemorativos exposiccedilotildees
Animaccedilatildeo Festivais de muacutesica concertos
espetaacuteculos de danccedila teatro entre outros
Desportivos Ginaacutestica atletismo nataccedilatildeo futebol
Recursos
secundaacuterios
Atividades Gastronomia
Equipamentos
Animaccedilatildeo e
outros Vaacuterios mercados perioacutedicos
Turiacutesticos
Hotelaria agecircncias de viagem agecircncias de
animaccedilatildeo turiacutestica campos de campismo
rent-a-car restaurantes postos de turismo
escolas de surf
Transportes Terminais ferroviaacuterios rodoviaacuterios e
fluviais
Infraestruturas
sociais Estradas
48
Desta forma a organizaccedilatildeo e compreensatildeo dos recursos existentes satildeo essenciais
para a construccedilatildeo da oferta turiacutestica do destino fator de atratividade para os visitantes e
turistas Neste sentido relativamente agrave avaliaccedilatildeo dos recursos acima apresentados de
uma forma geral e analisando os mesmos tendo em conta os produtos turiacutesticos mais
procurados eacute um concelho que considerando a sua dimensatildeo aparenta dispor de um
conjunto consideraacutevel de recursos de cariz cultural religioso e de aacutereas verdes assim
como de outras infraestruturas complementares principalmente a restauraccedilatildeo
Contudo algumas das freguesias mais procuradas como Cacilhas e Almada pecam
pela falta de estabelecimentos de alojamento principalmente hoteacuteis assim como outros
empreendimentos mais pequenos como alojamento local No entanto a freguesia da
Costa da Caparica apresenta uma consideraacutevel variedade de oferta de alojamentos como
hoteacuteis de categoria variada surf houses apartamentos turiacutesticos e parques de campismo
Considerando o produto golf e a quantidade de campos existentes estes tambeacutem se
encontram bem fornecidos em termos de estabelecimentos de alojamento tendo em conta
a capacidade do Hotel Aldeia dos Capuchos e toda a variedade de alojamentos disponiacuteveis
na Herdade da Aroeira todos ao redor dos campos de golf aqui existentes
Eacute com base nos recursos existentes no destino que eacute possiacutevel definir os principais
produtos turiacutesticos do concelho que seratildeo apresentados na tabela 2 Considerando o Plano
Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e Desenvolvimento do Turismo para o concelho de Almada
(CMA 2011) os produtos o sol e mar turismo religioso e golf encontram-se consolidados
ou em vias de consolidaccedilatildeo enquanto que os restantes apresentam forte potencial de
desenvolvimento
49
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado
de CMA (sd) e Turismo de Lisboa (2018)
Turismo cultural e religioso
- Principal produto de interesse por parte de quem visita o concelho
particularmente nas freguesias de Cacilhas e Almada sendo que a Trafaria
tambeacutem conta com alguns pontos de interesse
- Conta com recursos desde igrejas santuaacuterios (Santuaacuterio do Cristo Rei)
conventos (Convento dos Capuchos) museus com variadas temaacuteticas ligadas
agrave histoacuteria do concelho jardins e parques e tantos outros recursos culturais
como eacute exemplo a fragata D Fernando II e Gloacuteria convertida atualmente em
museu
- Proximidade entre os recursos em si e de rotas pedestres existentes
assim como a existecircncia de vaacuterios locais que permitem uma vista privilegiada
para a cidade de Lisboa
- Como recurso complementar a existecircncia de variadas opccedilotildees em termos
de restauraccedilatildeo principalmente na freguesia de Cacilhas permite apreciar a
gastronomia local
Sol e Mar
- Principal produto na freguesia da Costa da Caparica
- Extensatildeo de 13km de praias contando com 7 praias de Bandeira Azul
- Produto chave e com grande procura devido a fatores como a
localizaccedilatildeo a proximidade com Lisboa boas acessibilidades tanto de carro
devido agrave ligaccedilatildeo da Ponte 25 de Abril como de transportes puacuteblicos
(autocarro desde Lisboa ou Cacilhas) equipamentos existentes nas
proximidades como restaurantes e bares e estabelecimentos de alojamento
(hoteacuteis e alojamento local)
- Atrativo para diversos mercados estrangeiros como o espanhol francecircs
alematildeo e brasileiro
Turismo Naacuteutico
- Complemento ao produto Sol e Mar
- Principalmente procurado para a praacutetica de surf stand up paddle e
katesurf
- Foco na freguesia da Costa da Caparica tal como o Sol e Mar devido agrave
vasta extensatildeo de areal onde as condiccedilotildees permitem boas praacuteticas destes
variados desportos naacuteuticos
- Existecircncia de infraestruturas de apoio como escolas de surf e surfhouses
nesta mesma freguesia devido agrave grande procura pelo produto
50
Golf
- Visto principalmente como um produto complementar ao produto Sol e
Mar devido agrave proximidade dos campos existentes agraves praias da Costa da
Caparica
- 2 campos de 18 buracos e 1 com 9 buracos todos na freguesia da
Caparica integrados em estabelecimentos de alojamento ndash Herdade da
Aroeira e Hotel Aldeia dos Capuchos Golf amp SPA
- Boa localizaccedilatildeo e infraestruturas disponiacuteveis que permitem a praacutetica do
desporto durante todo o ano e para todo o tipo de jogadores
Turismo de Natureza
- Produto principalmente focado na Paisagem Protegida da Arriba Foacutessil
da Costa de Caparica onde se engloba a Mata dos Medos
- Vaacuterios caminhos pedestres disponiacuteveis assim como outras atividades
que satildeo desenvolvidas a partir deste ponto como Parapente e Asa Delta
Para aleacutem dos principais produtos turiacutesticos tambeacutem estatildeo indicados na tabela
anterior aqueles que satildeo vistos como produtos complementares aos existentes Deste
modo seguindo o conceito de ciclo de vida do produto pode-se considerar o seguinte
sol e mar encontra-se na fase de maturidade turismo religioso golf e turismo cultural em
fase de crescimento (sendo que cada um apresenta diferentes niacuteveis de crescimento)
turismo naacuteutico entre a fase de crescimento e maturidade (dependendo do desporto) e
por fim o turismo de natureza entre a fase de nascimento e crescimento considerando
que ainda eacute um produto com pouca procura e pouco desenvolvimento
51
53 Procura turiacutestica em Almada
Devido agrave sua proximidade com a cidade de Lisboa e a facilidade existente em
atravessar o rio Tejo o concelho de Almada beneficia muito destes dois fatores fazendo
com que a sua procura seja cada vez mais semelhante agrave da capital Por natildeo existirem
dados concretos relativamente ao nuacutemero total de turistas que visitam o concelho seratildeo
tidos em consideraccedilatildeo vaacuterios indicadores que proporcionam uma ideia geral da procura
no concelho de Almada
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2013-2018)
Atraveacutes da figura 7 eacute possiacutevel determinar que o nuacutemero de visitantes estrangeiros
eacute superior aos nacionais assim como se verifica um aumento crescente destes valores no
periacuteodo apresentado entre os anos de 2012 e 2017 agrave exceccedilatildeo do ano de 2014 em que se
verificou uma pequena quebra no nuacutemero de visitantes estrangeiros Considerando o
nuacutemero de hoacutespedes estrangeiros podemos aprofundar e apresentar os hoacutespedes por
continente
Atraveacutes da figura 8 eacute possiacutevel compreender que o continente europeu eacute de onde
satildeo provenientes a maioria dos hoacutespedes que ficam em Almada sendo por isso bastante
importante No entanto outros continentes comeccedilam a crescer e a procurar cada vez mais
tanto a regiatildeo de Lisboa como em especiacutefico o concelho de Almada No que diz respeito
ao continente americano destaca-se o mercado brasileiro sendo que o mercado norte
americano tambeacutem comeccedila a ter alguma relevacircncia para a AML (Ferro 2018) juntamente
com o mercado asiaacutetico que tem demonstrado procurar cada vez mais o destino em
questatildeo
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total 110 806 116 357 132 475 145 173 156 795 170 062
Nacionais 53 104 54 467 74 292 66 444 57 329 57 456
Estrangeiros 57 702 61 890 58 183 78 729 99 466 112 606
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
140 000
160 000
180 000
52
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Devido agrave proximidade anteriormente referida os principais mercados que
procuram a AML satildeo os mesmos que se encontram no top de mercados que tambeacutem
procuram o concelho de Almada nomeadamente Espanha Alemanha Franccedila Reino
Unido e Itaacutelia (Ferro 2018) sendo esta a ordem de preferecircncia dos mercados no que diz
respeito agrave procura pelo concelho tendo em conta o nuacutemero de hoacutespedes destes mesmos
paiacuteses
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2012 19 035 2 290 8 919 3 484
2013 21 003 3 353 8 485 1 542
2014 20 150 3 277 6 543 1 959
2015 24 828 15 766 5 991 2 284
2016 23 253 15 521 12 478 3 154
2017 22 077 15 182 11 625 3 528
41 975
60 25972 649 74 353
2014 2015 2016 2017
Europa
1 608 2 465 3 385
8 239
2014 2015 2016 2017
Ameacuterica
607 611 760 997
2014 2015 2016 2017
Aacutefrica
247626
367 394
2014 2015 2016 2017
Oceacircnia
13 746 14 768
22 30528 623
2014 2015 2016 2017
Aacutesia
53
Analisando o nuacutemero de hoacutespedes por mercados alvo como aparece representado
na tabela 3 com dados retirados a partir do INE eacute de realccedilar o aumento de cerca de 380
do mercado alematildeo entre 2014 e 2015 valor que se manteve no ano de 2016 assim como
o mercado francecircs (aumento de 10828) e britacircnico (aumento de 3809) entre 2015 e
2016 Contudo no ano de 2017 verifica-se uma queda de valores em todos os paiacuteses
exceto no Reino Unido que aumentou significativamente entre 2016 e 2017
Considerando agora os dados relativos agraves dormidas por continente pelo graacutefico
representado na figura 9 eacute possiacutevel destacar principalmente a influecircncia do mercado
asiaacutetico sendo que apesar de ser dos que apresenta a estadia meacutedia mais baixa (2 noites)
desde 2012 na AML (INE 2019) continua a crescer e a ser o continente com maior
influecircncia depois do europeu sendo que o americano tambeacutem jaacute tem alguma
representatividade apesar de estar bastante longe de ter o mesmo alcance dos restantes
dois
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Tambeacutem eacute possiacutevel analisar atraveacutes da representaccedilatildeo na tabela 4 os dados
retirados do INE referentes agraves dormidas dos principais mercados alvo Eacute de notar a quebra
do nuacutemero de dormidas do mercado espanhol na casa dos 1777 pontos percentuais em
contraste com o crescimento dos mercados francecircs entre 2015 e 2016 (10846) e o
britacircnico (3016) sendo que o mercado francecircs voltou a sofrer uma quebra em 2017 Eacute
igualmente importante realccedilar que apesar do mercado alematildeo apresentar um maior
nuacutemero de hoacutespedes nos anos de 2016 e 2017 quando comparado com o francecircs este
uacuteltimo mercado apresenta um maior nuacutemero de dormidas registadas nos mesmos anos em
comparaccedilatildeo com o mercado alematildeo
2014 2015 2016 2017
Europa 147 251 171 466 205 179 201 835
Aacutefrica 2 089 2 109 2 560 2 857
Ameacuterica 5 114 6 661 8 949 21 612
Aacutesia 21 301 22 425 36 126 43 323
Oceacircnia 679 1 395 807 972
0
50 000
100 000
150 000
200 000
250 000
54
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2014 64 475 13 758 16 754 7 217
2015 82 820 24 025 16 616 8 544
2016 68 101 26 698 34 638 11 121
2017 63 986 25 410 29 563 12 064
Considerando as entradas no posto de turismo de Cacilhas e da Costa da Caparica
eacute possiacutevel perceber quais os mercados entre estrangeiros e nacionais que mais procuram
esta aacuterea assim como os periacuteodos do ano de eleiccedilatildeo para essa mesma procura como se
pode observar nas figuras 10 e 11 abaixo apresentadas
Figura 10 ndash Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo de Cacilhas 2018 2019)
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo da Costa da Caparica 2018 2019)
8 659
10 44011 886
12 81414 217
10 647 10 582
6 383
8 276 8 2369 460
11 057
8 319 8 340
2 276 2 1643 650 3 354 3 160
2 328 2 242
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
5 6027 344
9 804
16 115
10 8929 526
7 898
4 5966 363 6 338
9 4438 175
6 088 5 294
1 006 981
3 466
6 672
2 717 3 438 2 604
0
5 000
10 000
15 000
20 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
55
Relativamente aos mercados alvo de Cacilhas e Costa da Caparica eacute possiacutevel
observar o seguinte cenaacuterio atraveacutes dos dados apresentados nas tabelas 5 e 6 facultados
pelos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica ainda tendo em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de entradas nos postos de turismo referidos anteriormente
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
971 1 535 1 121 1 322 1 261 1 083 944
1 188 1 456 1 457 1 629 1 672 1 238 1 061
1 183 1 638 2 371 2 787 3 720 2 512 2 693
414 555 236 440 346 247 254
491 526 605 805 974 866 646
270 287 268 359 489 389 467
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
564 848 668 860 892 753 651
1 742 1 779 2 285 2 927 1 852 1 479 1 504
885 1 605 1 820 3 034 2 946 1 961 1 594
262 497 323 377 508 208 157
300 338 263 598 449 405 324
156 168 - 242 245 226 127
56
Tal como foi referido e percecionado anteriormente os mercados alematildeo
espanhol francecircs britacircnico e italiano satildeo de facto dos mais importantes para a AML
(Ferro 2018) No entanto eacute de notar a significativa procura do mercado holandecircs por
ambos os postos chegando mesmo a ultrapassar o nuacutemero de entradas do mercado
italiano ao longo dos anos no posto de turismo da Costa da Caparica
Por fim considerando a totalidade das entradas nos postos atraveacutes da figura 12 eacute de
realccedilar a preferecircncia pelos meses entre julho e setembro sendo que no caso de Cacilhas
tem aumentado a procura a partir dos meses de abrilmaio ateacute outubro tendo em conta
que o produto mais procurados eacute o turismo cultural No caso da Costa da Caparica as
preferecircncias jaacute rondam apenas os meses entre julho e setembro devido ao facto do
produto de eleiccedilatildeo ser o sol e mar juntamente com os desportos naacuteuticos
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelos Postos de Turismo 2018)
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Jan 328 487 319 589 590 508
Fev 471 548 411 638 606 681
Mar 519 832 667 807 1 210 935
Abr 753 1 353 1 105 2 082 1 626 1 688
Mai 938 1 505 1 428 1 789 1 878 1 492
Jun 1 040 1 602 1 360 2 031 2 019 1 683
Jul 2 439 2 290 4 064 3 578 3 787 3 313
Ago 3 329 4 233 7 696 10 933 7 573 4 255
Set 2 147 2 155 1 963 3 491 2 774 2 806
Out 1 260 1 645 1 319 1 374 1 653 1 540
Nov 611 763 748 1 087 892 864
Dez 425 371 610 530 519 408
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
57
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica
A anaacutelise relativa agraves estrateacutegias inerentes agrave forma de comunicaccedilatildeo do destino foi
feita tendo por base os canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica do mesmo Uma vez
que a informaccedilatildeo turiacutestica online se encontra essencialmente no site oficial da CMA esta
anaacutelise iraacute recair precisamente neste canal de divulgaccedilatildeo Atraveacutes desta pesquisa eacute
possiacutevel identificar os principais pontos atraveacutes dos quais a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada
se foca e se desenvolve assim como perceber qual o tipo de informaccedilatildeo transmitida Para
tal seguiram-se alguns pressupostos como os aspetos teacutecnicos e visuais (identificaccedilatildeo da
oferta atratividade tipo de navegaccedilatildeo layout informaccedilatildeo disponiacutevel meios utilizados
suporte multimeacutedia etc) a autoria (data de criaccedilatildeo autor atualizaccedilotildees) acesso (tempo
de carregamento existecircncia de outros links uacuteteis contactos acesso a utilizadores de
outros idiomas ou com algum tipo de limitaccedilatildeo) e por fim o conteuacutedo (interativo fontes
de informaccedilatildeo seguras e identificadas conteuacutedo expliacutecito identificaccedilatildeo da audiecircncia a
que se destina etc)
Apoacutes uma anaacutelise ao site eacute possiacutevel concluir que numa perspetiva geral
relativamente agrave divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica em primeiro lugar o mesmo peca pela
falta de atratividade e dinamismo na forma como apresenta a informaccedilatildeo pois a mesma
eacute resumida e o recurso a meios mais dinacircmicos como viacutedeos sons e imagens eacute muito
pouco utilizado o que natildeo permite uma interatividade entre o visitanteturista e o
sitedestino Eacute tambeacutem notoacuteria a falta de idiomas para aleacutem do portuguecircs que eacute o uacutenico
que se encontra disponiacutevel sendo que idiomas como inglecircs e castelhano apresentam-se
como opccedilatildeo mas quando selecionados surge a informaccedilatildeo de que estaratildeo disponiacuteveis em
breve
O facto do principal objetivo do site se tratar de informar principalmente a
populaccedilatildeo local do concelho ou visitantes nacionais com informaccedilotildees sobre a accedilatildeo social
o ambiente a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo entre outros acaba por colocar a informaccedilatildeo turiacutestica
para visitantes externos em segundo plano natildeo lhe sendo atribuiacuteda tanta importacircncia Em
termos de facilidade de navegaccedilatildeo no site para um visitante portuguecircs eacute uma tarefa
simples mas para qualquer visitante estrangeiro que natildeo compreenda a liacutengua portuguesa
torna-se impossiacutevel pois natildeo existem mais idiomas disponiacuteveis
58
Relativamente ao conteuacutedo apresentado somente selecionando lsquoturismorsquo presente
no menu do site eacute que se encontra alguma descriccedilatildeo e informaccedilatildeo sucinta sobre o destino
Almada sendo que natildeo existe um site oficial dedicado especificamente ao turismo do
concelho Neste segmento satildeo apresentados alguns dos produtos turiacutesticos e recursos que
se podem encontrar em Almada como sugestotildees de percursos pedestres por diversos
espaccedilos do concelho uma listagem das praias existentes mapas do concelho os
principais espaccedilos culturais de lazer ou desportivos um guia de alojamento do concelho
(tratando-se do uacutenico documento apresentado que se encontra em cinco idiomas distintos
portuguecircs espanhol inglecircs francecircs e alematildeo) os principais parques e jardins os postos
de turismo e um guia gastronoacutemico
Tambeacutem satildeo apresentadas informaccedilotildees embora se encontrem em portuguecircs
sobre de que forma o visitante pode chegar ateacute Almada referindo quais os meios de
transporte existentes sendo que a informaccedilatildeo eacute complementada com links
correspondentes aos sites oficiais das empresas de cada transporte No geral o site
enquanto meio de divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada natildeo descreve
explicitamente a oferta turiacutestica do destino pois a informaccedilatildeo natildeo eacute tatildeo clara e evidente
como devia por ser muito sucinta e pouco promocional acabando por natildeo atrair de forma
eficaz a atenccedilatildeo do visitanteturista
Uma vez que no caso especiacutefico de Almada o que se verifica eacute a existecircncia de um
uacutenico site oficial geral na medida em que o segmento de turismo possui apenas uma
secccedilatildeo dentro do site oficial da CMA o mesmo acaba por natildeo ter um grande destaque
Desta forma analisando a secccedilatildeo que diz respeito ao turismo natildeo eacute possiacutevel identificar
de forma clara os diferentes puacuteblicos-alvo que o destino pretende atrair ateacute porque a
proacutepria oferta natildeo se encontra apresentada de forma muito segmentada concisa e clara
No que diz respeito ao posicionamento e imagem do destino em questatildeo este eacute
um concelho que ainda natildeo apresenta uma posiccedilatildeo de grande destaque no mapa turiacutestico
da regiatildeo da grande Lisboa pois segundo dados do INE (2018) o nuacutemero de visitantes
da capital eacute superior ao de Almada Poreacutem nos uacuteltimos anos Almada tem atraiacutedo cada
vez mais visitantes e tem-se transformado cada vez mais como um destino natildeo soacute
complementar a Lisboa mas tambeacutem diferenciador e de escape da massificaccedilatildeo da
capital
59
Eacute neste sentido que o destino Almada promete oferecer a quem o visitar um local
ldquo[para] descansar do ambiente cosmopolita e simplesmente contemplar a natureza (hellip)
[mas tambeacutem um] centro de cultura e desporto de parques naturais e espaccedilos puacuteblicos
qualificadosrdquo (CMA sd)
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino
Para aleacutem do site oficial da CMA os restantes canais de comunicaccedilatildeo do destino
satildeo o portal Almada Digital a plataforma ISSUU ndash Digital Publishing Platform for
Magazines Catalogs and Publications e ainda algumas redes sociais como o instagram
e a paacutegina oficial de facebook da CMA tratando-se dos uacutenicos canais de divulgaccedilatildeo da
informaccedilatildeo online Atualmente as redes sociais funcionam cada vez mais como uma
ferramenta estrateacutegica para o desenvolvimento da vertente promocional de um destino
turiacutestico uma vez que contribuem para a captaccedilatildeo de visitantes atraveacutes essencialmente da
imagem do destino e de todos os produtos serviccedilos infraestruturas etc a ele associados
permitindo ao mesmo tempo obter a reaccedilatildeo dos proacuteprios turistasvisitantes e interagir com
os mesmos graccedilas aos comentaacuterios gostos e partilhas
No caso de Almada existe realmente uma presenccedila nas redes sociais como o
facebook instagram e youtube mas trata-se de uma abordagem meramente informativa
para o puacuteblico portuguecircs nomeadamente a populaccedilatildeo local uma vez que as informaccedilotildees
dizem respeito ao funcionamento do concelho notiacutecias sobre o mesmo e alguns eventos
sendo que todas as redes sociais estatildeo associadas agrave cacircmara municipal do concelho e natildeo
agrave vertente turiacutestica Neste contexto a estrateacutegia de promoccedilatildeo turiacutestica do concelho natildeo
utiliza as redes sociais como meio de divulgaccedilatildeo turiacutestica e de atraccedilatildeo de novos visitantes
Alguns dos objetivos primordiais da mensagem a transmitir atraveacutes da estrateacutegia
de promoccedilatildeo acerca do destino passam por informar atraveacutes da apresentaccedilatildeo de
informaccedilatildeo sobre tudo o que um visitante precisa de saber quando se desloca para um
novo destino (como chegar o que fazer onde ficar alojado etc) envolver o consumidor
com a cultura local atraveacutes de uma amostra daquilo que poderaacute disfrutar no destino e
credibilizar atraveacutes de links de paacuteginas oficiais que complementem a informaccedilatildeo
disponibilizada no site uma vez que todos estes fatores acabam por transmitir confianccedila
ao visitante e captar a sua atenccedilatildeo Quando bem elaborado o conteuacutedo apresentado eacute
capaz de criar no consumidor neste caso o turistavisitante o desejo de visitar o destino
em causa
60
Relativamente a Almada a estrateacutegia de promoccedilatildeo nos canais online eacute
essencialmente feita atraveacutes do recurso ao discurso descritivo e demonstrativo sendo o
seu principal objetivo dar a conhecer ao visitante algumas ainda que reduzidas
curiosidades do destino com o auxiacutelio de algumas imagens Contudo a mensagem
transmitida online natildeo desenvolve uma grande estrateacutegia promocional do destino niacutevel
turiacutestico jaacute que natildeo se verifica um grande desenvolvimento do mix de comunicaccedilatildeo de
diferentes ferramentas integradas como por exemplo accedilotildees promocionais atraveacutes da
utilizaccedilatildeo de viacutedeos e imagens interativas que acompanhem e complementem as
informaccedilotildees encontradas no texto
Poreacutem atraveacutes do site oficial eacute possiacutevel aceder agrave paacutegina lsquoAlmada interativarsquo onde
se encontram algumas aplicaccedilotildees e ferramentas que permitem comunicar eventuais
problemas do concelho ou navegar pelo mapa do mesmo e tambeacutem uma das ferramentas
mais interativas designada lsquoUma agenda vista do ceacuteursquo Esta ferramenta que se encontra
apenas em portuguecircs trata-se de um mapa interativo onde o visitante pode descobrir quais
os eventos que vatildeo ocorrer no concelho podendo selecionar a pesquisa por lsquohojersquo
lsquoamanhatildersquo e lsquoesta semanarsquo e ainda selecionar os eventos por temas (CMA sd)
Outra das ferramentas promocionais mais interativas e dinacircmicas utilizadas pelo
destino eacute a plataforma ISSUU que transforma publicaccedilotildees impressas em virtuais onde
satildeo apresentadas algumas brochuras como a agenda cultural alguns eventos e programas
culturais ainda que uma vez mais se encontrem somente em portuguecircs Para aleacutem do
suporte online a estrateacutegia de promoccedilatildeo do destino passa tambeacutem pelos postos de turismo
e pela participaccedilatildeo em feiras de turismo como eacute exemplo a Bolsa de Turismo de Lisboa
(BTL) entre outras Os postos de turismo do concelho satildeo apenas dois um localizado
em Cacilhas e o segundo na Costa da Caparica
Atraveacutes deste contacto presencial com profissionais da aacuterea o visitante pode obter
todo o tipo de informaccedilatildeo turiacutestica assim como panfletos brochuras e outros documentos
informativos acerca da oferta turiacutestica do concelho que neste caso jaacute se encontram
disponiacuteveis em diversos idiomas A comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo nos destinos turiacutesticos eacute
extremamente relevante e cada vez mais eacute feita atraveacutes do recurso agrave internet pois trata-
se de uma ferramenta que ldquoaguccedila o apetite pela viagem e por isso ela eacute um meio de
comunicaccedilatildeo indispensaacutevel agraves organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticosrdquo (Marujo
2008 104)
61
No caso concreto do concelho de Almada e atraveacutes da anaacutelise aos canais de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo do mesmo eacute possiacutevel concluir que este recurso natildeo eacute muito
valorizado pois verificam-se algumas lacunas essencialmente relativamente agrave qualidade
e diversidade da informaccedilatildeo e a proacutepria promoccedilatildeo e marketing do destino Segundo
Marujo (2008) eacute necessaacuterio que as entidades promotoras de destinos compreendam que
atraveacutes da internet eacute possiacutevel promover o concelho para todas as partes do mundo
permitindo uma maior interatividade com o consumidor e fornecer informaccedilatildeo mais
detalhada e apelativa a custos mais reduzidos algo que natildeo se verifica no concelho de
Almada A informaccedilatildeo turiacutestica apresentada para aleacutem de ser reduzida natildeo se encontra
disponiacutevel para todo o tipo de visitantes e neste caso ldquode nada adianta a informaccedilatildeo
existir se quem dela necessita natildeo sabe da sua existecircncia ou se ela natildeo puder ser
encontradardquo (Marcondes 2001 citado por Marujo 2008 53)
No turismo as experiecircncias e produtos satildeo maioritariamente intangiacuteveis o que faz
com que ldquouma informaccedilatildeo compreensiva relevante e oportuna [seja] essencial para o
processo de decisatildeo dos turistasrdquo (Liu 2000 citado por Marujo 2008 67) Desta forma
se nos principais canais de divulgaccedilatildeo do destino Almada natildeo se encontram informaccedilotildees
claras e especiacuteficas sobre o que se pode encontrar no mesmo os turistasvisitantes teratildeo
mais dificuldades no seu processo de tomada de decisatildeo podendo mesmo perder o
interesse no destino Eacute tambeacutem essencial conhecer as necessidades dos turistas pois ldquoos
principais elementos de uma boa gestatildeo da informaccedilatildeo estatildeo na raacutepida identificaccedilatildeo das
necessidades do consumidor e na facilidade em personalizar e manter atualizada essa
informaccedilatildeordquo (Buhalis 1998 citado por Marujo 2008 53)
Logo se no destino de Almada a informaccedilatildeo disponibilizada natildeo soacute a niacutevel da
internet mas tambeacutem em relaccedilatildeo a todos os restantes canais de divulgaccedilatildeo do destino
natildeo apresenta padrotildees relativamente elevados de qualidade a satisfaccedilatildeo do visitante pode
natildeo vir a ser a mais positiva causando uma fraca accedilatildeo de atratividade ao destino e
atrasando o seu desenvolvimento Eacute necessaacuterio por esse motivo compreender que ldquoa
disponibilidade de informaccedilatildeo turiacutestica atualizada e de qualidade no destino eacute importante
para satisfazer as necessidades do visitanterdquo que de outra maneira natildeo consegue obter as
informaccedilotildees necessaacuterias para tomar a decisatildeo de visitar o destino podendo acabar por
optar por outro diferente (Sheldon 1993 citado por Marujo 2008 56)
62
Capiacutetulo VI ndash Metodologia
61 Modelo da investigaccedilatildeo
O presente capiacutetulo surge com o objetivo de apresentar os principais
procedimentos cientiacuteficos de metodologia no que concerne agrave componente de investigaccedilatildeo
empiacuterica da presente dissertaccedilatildeo Esta investigaccedilatildeo segue as linhas do processo cientiacutefico
defendidas por Quivy e Campenhoudt (2005) nas quais os autores identificam um
modelo de 5 fases distintas que se podem observar na figura 13 Sendo o principal
objetivo desta investigaccedilatildeo delinear o perfil do turista de Almada assim como analisar a
performance da promoccedilatildeo e comunicaccedilatildeo turiacutestica do destino definiu-se como um dos
objetivos inquirir turistas e visitantes do dia no concelho
Trata-se essencialmente de um estudo descritivo sendo que estes inqueacuteritos foram
realizados com o objetivo de se compreender as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos
mesmos os principais motivos da sua visita as fontes de informaccedilatildeo que utilizaram as
expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo Todos estes dados serviram tambeacutem para realizar
uma anaacutelise da procura do destino de forma a verificar se esta se conjuga com a oferta
que o mesmo apresenta
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Quivy e Campenhoudt 2005)
Revisatildeo da literatura
Problemaacutetica e hipoacuteteses
Metodologia
Anaacutelise dos resultados
Conclusotildees
Conceptualizaccedilatildeo do turismo enquanto sistema
Destinos turiacutesticos
Desenvolvimento e gestatildeo de destinos turiacutesticos
Perfil do turista e motivaccedilotildees
Satisfaccedilatildeo e comportamento do turista
Comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino
Almada
Modelo da investigaccedilatildeo
Estrutura do inqueacuterito por questionaacuterio e variaacuteveis
Recolha de dados
Descriccedilatildeo dos resultados
Comparaccedilatildeo dos resultados obtidos com os esperados
e com as hipoacuteteses da investigaccedilatildeo
Principais conclusotildees
Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Recomendaccedilotildees para trabalhos futuros
63
O modelo de investigaccedilatildeo aplicado presente na figura 13 pretende tambeacutem
desenvolver e dar resposta agrave problemaacutetica e agraves hipoacuteteses criadas ao longo do estudo em
causa com o objetivo de as confirmar rejeitar ou modificar Sendo que a problemaacutetica
diz respeito agrave caracterizaccedilatildeo do turistavisitante do dia de Almada e agrave anaacutelise da promoccedilatildeo
turiacutestica do destino definiram-se como hipoacuteteses as seguintes premissas
1 As principais motivaccedilotildees dos turistas que visitam Almada estatildeo puramente
relacionadas com escolhas ocasionais e as suas visitas natildeo satildeo planeadas
2 As fontes de informaccedilatildeo turiacutestica do destino satildeo suficientes e influenciam os
turistas a tomar a decisatildeo de visitar Almada
3 O papel da promoccedilatildeo turiacutestica eacute eficiente e permite aumentar a atratividade para
o municiacutepio de Almada
4 O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute baixo
5 Os turistas e visitantes do dia tecircm intenccedilatildeo de regressar a Almada
No caso da presente dissertaccedilatildeo optou-se somente por seguir um modelo de
investigaccedilatildeo quantitativo uma vez que os dados necessaacuterios para traccedilar o perfil dos
turistasvisitantes e compreender o impacto da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica nos
mesmos soacute seriam possiacuteveis de ser recolhidos atraveacutes deste meacutetodo sendo que esta
informaccedilatildeo era determinante para contextualizar toda a parte teoacuterica relativa agrave temaacutetica
em causa Contudo a anaacutelise natildeo recaiu apenas sobre a perspetiva da procura pois foi
tambeacutem realizada uma anaacutelise extensiva da oferta do destino de forma a compreender
que tipo de serviccedilos e produtos turiacutesticos estatildeo agrave disposiccedilatildeo dos visitantes assim como a
qualidade dos mesmos
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo
Para o estudo do perfil do turista de Almada optou-se pela aplicaccedilatildeo de um
inqueacuterito por questionaacuterio realizado presencialmente essencialmente nos postos de
turismo de Almada e Costa da Caparica e tambeacutem nos locais mais turiacutesticos como o
Cristo Rei e Cacilhas durante todo o mecircs de junho O principal objetivo era o de recolher
informaccedilatildeo primaacuteria aos visitantes e turistas de forma a adquirir dados que permitissem
traccedilar o perfil do consumidor a experiecircncia turiacutestica o processo de tomada de decisatildeo e
ainda aferir quais as fontescanais de informaccedilatildeo utilizadas para a recolha de informaccedilatildeo
sobre Almada Inicialmente foi definida uma amostra de 239 questionaacuterios tendo por
base no nuacutemero de entradas de turistas e visitantes do dia nos postos de turismo
64
Contudo natildeo foi possiacutevel atingir este nuacutemero devido a diversos fatores
posteriormente explicados e apresentados tendo-se alterado a amostra para 150
inqueacuteritos Esta amostra eacute composta por meacutetodos natildeo probabiliacutesticos e por amostragem
natildeo aleatoacuteria e por conveniecircncia uma vez que se destinavam somente a turistas ou
visitantes do dia com idade superior ou igual a 18 anos que se demonstravam disponiacuteveis
para responder ao inqueacuterito nos locais anteriormente referidos Os principais instrumentos
de recolha e observaccedilatildeo para esta dissertaccedilatildeo baseiam-se sobretudo na recolha de dados
secundaacuterios atraveacutes de fontes como o INE e de dados oficiais da CMA disponibilizados
pelos postos de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada (Cacilhas e Costa da Caparica) de forma
a avaliar a oferta turiacutestica
Para aleacutem destes dados tambeacutem foram utilizados como instrumentos de
observaccedilatildeo todos os documentos oficiais como planos de desenvolvimento planos de
atividade relatoacuterios meios de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e de promoccedilatildeo turiacutestica
do concelho de Almada com o intuito de perceber como eacute que a promoccedilatildeo deste destino
eacute feita e se vai ao encontro daquilo que eacute a procura e a oferta do mesmo assim como
compreender se realmente funciona como uma ferramenta de atratividade para o destino
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio
Para a recolha de dados de informaccedilatildeo para o estudo em causa optou-se pela
aplicaccedilatildeo de um inqueacuterito por questionaacuterio Este instrumento eacute um original construiacutedo
especificamente para esta dissertaccedilatildeo de forma a dar respostas aos princiacutepios teoacutericos
apresentados anteriormente Autores como Hill e Hill (1998) defendem que a construccedilatildeo
de um bom questionaacuterio eacute um processo que inclui diversos passos e conteacutem vaacuterios
componentes como a aacuterea geral de investigaccedilatildeo os objetivos da investigaccedilatildeo diferentes
secccedilotildees e escalas de perguntas as hipoacuteteses e os meacutetodos para analisar os dados
Desta forma para que fosse possiacutevel construir um instrumento viaacutevel e de
qualidade o mesmo foi sujeito agrave anaacutelise e revisatildeo por parte da orientadora especialista
que acompanhou esta dissertaccedilatildeo que forneceu alguns documentos que serviram como
modelos de exemplo assim como indicaccedilotildees que permitiram aperfeiccediloar o inqueacuterito ao
niacutevel de toda a sua estrutura sequecircncia das questotildees e pertinecircncia das mesmas Contudo
a construccedilatildeo do questionaacuterio teve ainda por base alguns contributos teoacutericos dos quais se
destacam Costa 2015 Lynch et al 2011 Akama J e Kieti D 2003 Naidoo et al
2011
65
Para a construccedilatildeo das perguntas presentes no inqueacuterito teve-se por base toda a
fundamentaccedilatildeo teoacuterica da revisatildeo de literatura e os contributos de alguns teoacutericos No que
diz respeito agraves motivaccedilotildees destacam-se os contributos de autores como Dann 1977
Crompton 1979 Iso-Ahola 1982 Gnoth 1997 Baloglu e McCleary 1999 entre outros
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo Crotts e Pan 2007 Alegre e Garau 2010 Jensen 2010 etc
Relativamente ao comportamento do consumidor Swarbrook e Horner 2007 Gacircndara
2008 Marujo 2008 Peres e Rita 2017 etc Por uacuteltimo no que concerne as estrateacutegias
de comunicaccedilatildeo Marujo 2008 Miranda 2010 Cardoso 2012 Wichels 2013 etc
O inqueacuterito foi produzido em trecircs idiomas distintos sendo eles o portuguecircs o
inglecircs e o espanhol natildeo soacute por se tratarem dos idiomas dominados mas tambeacutem de forma
a ser possiacutevel alcanccedilar mais facilmente os intervenientes jaacute que formam parte dos
principais mercados que visitam Almada Espanha e paiacuteses que falam a liacutengua inglesa
como o Reino Unido e a Alemanha Este inqueacuterito encontra-se apresentado no anexo I
No seu total o inqueacuterito eacute composto por 33 questotildees distribuiacutedas por quatro
grupos distintos de anaacutelise de dados O primeiro grupo eacute referente agrave caracterizaccedilatildeo da
visita ao destino Almada que pretendeu analisar se seria a primeira vez que visitavam o
destino com quem viajam o local de residecircncia a razatildeo da visita se pernoitavam ou natildeo
no destino tipo de alojamento e meio de transporte utilizado o segundo grupo diz respeito
agraves fontes de informaccedilatildeo do destino quais e quando foram utilizadas e como foram
valorizadas o terceiro diz respeito agraves expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo do
turistavisitante do dia quais as expectativas iniciais se Almada eacute o uacutenico destino que
visitam quais as atraccedilotildees que visitaramvatildeo visitar os graus de importacircncia e de
satisfaccedilatildeo relativamente aos atributos do destino a satisfaccedilatildeo global o que mais e menos
gostaram durante a visita e as intenccedilotildees comportamentais por fim o quarto e uacuteltimo
grupo eacute referente aos dados sociodemograacuteficos
Estes conjuntos de dados satildeo constituiacutedos na grande maioria por perguntas
fechadas (de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia) sendo que
existem tambeacutem perguntas semiabertas onde surge a opccedilatildeo de mencionar outros aspetos
para aleacutem daqueles apresentados e ainda 10 perguntas de resposta aberta que dizem
respeito ao nuacutemero de visitas que fez ao destino ao local de residecircncia ao nuacutemero de
noites que passa no destino quais os destinos que visita para aleacutem de Almada e quais as
principais atraccedilotildees que vai visitar no destino em causa o que mais gostou e o que menos
gostou durante a visita e por uacuteltimo a nacionalidade
66
Nas questotildees de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia optou-
se pela aplicaccedilatildeo da escala de Likert de cinco niacuteveis por se tratar de um instrumento
praacutetico ldquona medida de atitudes sendo de faacutecil construccedilatildeo gestatildeo e interpretaccedilatildeordquo (Naidoo
et al 2011 citado por Figueiredo 2015 36)
A aplicaccedilatildeo do inqueacuterito ocorreu durante os meses de junho e julho mais
concretamente entre o dia 03 de junho de 2019 e o dia 05 de julho de 2019 in loco A
aplicaccedilatildeo foi feita essencialmente nos postos de turismo de Cacilhas e da Costa de
Caparica mas tambeacutem nas aacutereas mais turiacutesticas como toda a zona de Cacilhas (cais zona
ribeirinha e ruas principais) e o Cristo Rei Esta recolha foi efetuada tanto em dias uacuteteis
como em dias natildeo uacuteteis durante todo o dia e de forma aleatoacuteria na tentativa de obter uma
amostra diversificada Para a anaacutelise e tratamento dos dados recorreu-se ao programa
Microsoft Office Excel que permitiu natildeo soacute elaborar uma anaacutelise descritiva como tambeacutem
uma anaacutelise comparativa das diferentes variaacuteveis
67
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos
Apoacutes a recolha dos inqueacuteritos por questionaacuterio os dados obtidos foram
organizados e analisados sendo que no presente capiacutetulo pretende-se apresentar os
resultados alcanccedilados Para esta anaacutelise foi utilizado o programa Microsoft Office Excel
tendo-se elaborado essencialmente uma anaacutelise estatiacutestica descritiva Uma vez que o
objetivo do estudo empiacuterico se relacionava com a caracterizaccedilatildeo do perfil tanto do turista
como do visitante do dia de Almada a anaacutelise dos dados foi dividida entre estas duas
variaacuteveis de forma a obter dados relativos a cada uma das mesmas individualmente jaacute
que se tratam de realidades diferentes sendo que ambas contribuem para a caracterizaccedilatildeo
do perfil do turista de um destino
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
Iniciando a anaacutelise dos dados pelas caracteriacutesticas sociodemograacuteficas pode-se
concluir que relativamente aos visitantes do dia (60 da amostra total) em relaccedilatildeo agrave
idade os dados dividem-se essencialmente em duas faixas etaacuterias visiacuteveis na figura 14 a
primeira corresponde ao intervalo de idades entre os 25 e os 34 anos (com 39 das
respostas) e a segunda entre os 18 e os 24 anos (com 24) Desta forma o intervalo de
idades que se destaca diz respeito agraves idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos
correspondendo estes dois valores a cerca de 63 da amostra relativa aos visitantes do
dia Dos restantes 37 destaca-se o intervalo de idades dos 35 aos 44 anos e os de 55
aos 64 anos (ambos com 12) Em suma a maioria dos visitantes do dia possuem idades
compreendidas entre os 18 e os 34 anos tratando-se do principal puacuteblico alvo deste
destino
Figura 14 - Idade visitantes do dia
24
39
12
5
12
8
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
68
Ao contraacuterio do que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia em
relaccedilatildeo aos turistas (40 da amostra total) as idades presentes na figura 15 que mais se
destacam dizem respeito ao intervalo de idades entre os 45 e 54 anos com 25 seguido
das idades compreendidas entre os 18 e 24 55 e 65 (ambos com 19) e por uacuteltimo as
idades entre os 25 e 34 e os mais de 64 anos tambeacutem ambos com 16
Figura 15 - Idade turistas
Relativamente ao geacutenero da amostra atraveacutes da figura 16 eacute possiacutevel verificar que
nos visitantes do dia o sexo feminino representou 73 das respostas enquanto que o
masculino apenas 27 No caso dos turistas na figura 17 denota-se a predominacircncia do
sexo feminino com 65 das respostas sendo que o sexo masculino apresenta apenas
35
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia
19
16
5
24
19
16
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
Masculino27
Feminino73
69
Figura 17 - Geacutenero turistas
No que diz respeito ao estado civil da amostra presente na figura 18
encontram-se em destaque os visitantes do dia solteiros com 64 seguindo-se os casados
ou em uniatildeo de facto com 34 Uma vez mais ao contraacuterio do que se verificou nos dados
relativos aos visitantes do dia o estado civil que predomina nos turistas presentes na
figura 19 que visitam Almada eacute o de casado ou em uniatildeo de facto com 58 seguido do
de solteiro com 42
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia
Figura 19 - Estado civil turistas
Masculino35
Feminino65
64
34
2
Solteiro Casado ou Uniatildeode facto
Divorciado ouViuacutevo
42
58
Solteiro Casado ou Uniatildeo de facto
70
Os dados relativos agrave nacionalidade dispostos nas figuras 20 e 21 demonstram que
a maioria dos visitantes do dia incide nas designadas lsquooutras nacionalidadesrsquo com 40
onde se inserem nacionalidades como a belga holandesa chinesa russa etc seguindo-
se da portuguesa com 27 e a italiana com 7 Nos turistas o destaque vai tambeacutem para
as lsquooutras nacionalidadesrsquo com 27 (onde estatildeo incluiacutedas nacionalidades como suiacuteccedila
holandesa polaca argentina) Contudo no caso dos turistas destaca-se a nacionalidade
espanhola com 21 seguida da alematilde com 16 e por uacuteltimo a portuguesa com 13
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia
Figura 21 - Nacionalidades turistas
As habilitaccedilotildees literaacuterias dos visitantes do dia de Almada apresentadas na figura
22 refletem-se com maior incidecircncia no ensino superior com 63 seguido de poacutes-
graduaccedilatildeo com 20 Relativamente aos mesmos dados anteriormente citados no que diz
respeito aos turistas as habilitaccedilotildees literaacuterias demonstram o mesmo cenaacuterio com a
predominacircncia do ensino superior com 61 seguido do secundaacuterio com 23 e a poacutes-
graduaccedilatildeo com 16 presentes na figura 23
27
5
4
4
5
3
3
7
40
Portuguesa
Brasileira
Americana
Francesa
Alematilde
Espanhola
Britacircnica
Italiana
Outras nacionalidades
13
10
16
21
40
Portuguesa
Francesa
Alematilde
Espanhola
Outras nacionalidades
71
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas
A situaccedilatildeo perante o emprego presente nas figuras 24 e 25 no caso dos visitantes
do dia subdivide-se essencialmente na categoria de empregado com 63 e estudante com
13 seguido de reformado com 10 No caso dos turistas a categoria de empregado
manteacutem-se predominante com 58 seguido da categoria de reformado com 23 ao
contraacuterio do que se verifica nos visitantes do dia e por fim a de estudante com 18 Desta
forma a maioria dos turistas e visitantes do dia de Almada encontram-se empregados
reformados ou satildeo estudantes
2
15
63
20
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
23
61
16
Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
72
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia)
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas)
Atraveacutes da figura 26 verifica-se que o valor meacutedio gasto por visitantes do dia em
Almada (por dia e por pessoa excluindo o alojamento) incide com maior frequecircncia nos
visitantes que gastam ateacute 50euro com 74 seguido dos que gastam entre 51 e 100euro com
20 sendo que os restantes valores natildeo obtiveram respostas ou dados relevantes O valor
meacutedio gasto por turistas em Almada (por dia e por pessoa excluindo alojamento) incide
com maior frequecircncia como no caso dos visitantes do dia nos turistas que gastam ateacute
50euro com 52 e os que gastam entre 51 e 100euro com 39 valores visiacuteveis na figura 27
63
73
1310
4
Empregado Desempregado Natildeo Ativo Estudante Reformado Outro
58
2
1823
Empregado Desempregado Estudante Reformado
73
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia)
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas)
Em relaccedilatildeo ao rendimento familiar mensal dos visitantes do dia (figura 28)
destacam-se os que possuem entre 1001 a 1500euro de rendimento com 23 seguido dos
com mais de 2501euro com 21 sendo que os valores mais baixos (ateacute 500euro e entre 501 e
1000euro) satildeo os que apresentam as menores percentagens de pessoas com 10 e 13
respetivamente Nos turistas (figura 29) o panorama altera-se uma vez que predominam
os que possuem mais de 2501euro de rendimento com 29 seguidos dos que possuem entre
2001 e 2500euro com 18
74
20
2
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro
52
39
2 2 25
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro NatildeoRespondeu
74
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia)
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas)
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
De acordo com a figura 30 no caso dos visitantes do dia 70 dos inquiridos
estavam a visitar pela primeira vez o destino Almada e no caso dos turistas 65 Em
ambos os casos os resultados satildeo idecircnticos sendo que apenas 30 do total de inquiridos
de cada variaacutevel natildeo se encontravam a visitar Almada pela primeira vez
10
13
23
18
15
21
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
3
10
1516
18
29
10
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
NatildeoRespondeu
75
Figura 30 ndash a) Primeira vez em Almada (visitantes do dia)
b) Primeira vez em Almada (turistas)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de visitas nos uacuteltimos 2 anos presentes na tabela 7 no caso
dos visitantes do dia dos 30 que jaacute tinham visitado Almada antes destacam-se os 54
que fizeram entre 1 a 3 visitas ao destino nos uacuteltimos 2 anos seguidos dos que visitaram
muitas vezes Almada com 21 e dos que natildeo responderam com 14 No caso dos
turistas dos 35 que jaacute tinham visitado Almada a grande maioria com 59 visitou entre
1 e 3 vezes Almada nos uacuteltimos 2 anos seguindo-se os que visitaram entre 4 a 10 vezes
com 18 e por fim os que natildeo responderam tambeacutem com 14
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos
Com base nos resultados anteriores eacute possiacutevel concluir que 65 do total de
inquiridos incluindo turistas e visitantes do dia jaacute tinham visitado Almada antes o que
significa que repetiram a sua visita ao destino algo bastante positivo pois indica que
gostaram e quiseram repetir a experiecircncia Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima visita a Almada presentes
na tabela 8 os visitantes do dia na sua maioria com 39 natildeo responderam mas
destacam-se os que realizaram a sua uacuteltima visita entre 2016 e 2018 com 32 seguidos
dos que visitaram entre fevereiro e maio de 2019 com 25 Os turistas 32 natildeo
responderam 36 que visitaram entre 2016 e 2018 e 27 entre fevereiro e maio de
2019
Sim 70
Natildeo 30
Sim 65
Natildeo 35
Visitantes do dia Turistas
Nordm de viagens nos uacuteltimos 2 anos Nordm Nordm
Entre 1 e 3 15 54 13 59
Entre 4 e 10 3 11 4 18
Muitas vezes 6 21 2 9
Natildeo respondeu 4 14 3 14
a) b)
76
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada
Relativamente aos dados das figuras 31 e 32 no caso dos visitantes do dia 61
vem acompanhado pela famiacutelia ou amigos e 26 com o companheiroa O mesmo se
verifica no caso dos turistas sendo que 47 viaja com a famiacutelia ou amigos e 45 com o
companheiroa Os dados que revelam uma menor percentagem dizem respeito tanto nos
turistas como nos visitantes do dia aos que viajam em grupo ou excursatildeo seguidos dos
que viajam sozinhos Consequentemente os principais puacuteblicos alvo satildeo todos aqueles
que visitam Almada acompanhados (ou com familiaresamigos ou com os companheiros)
Deste modo eacute possiacutevel adaptar a oferta do destino a este tipo de puacuteblico oferendo os
produtos e serviccedilos que vatildeo ao encontro das necessidades destes segmentos especiacuteficos
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia)
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia)
103
26
61
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
62
45 47
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
Visitantes do dia Turistas
Uacuteltima visita a Almada Nordm Nordm
Entre 10 a 13 anos atraacutes 1 4 1 5
Entre 2016 e 2018 9 32 8 36
Entre fevereiro e maio de 2019 7 25 6 27
Natildeo respondeu 11 39 7 32
77
No que diz respeito ao local de residecircncia nas figuras 33 e 34 observa-se que no
caso dos visitantes do dia 66 natildeo satildeo residentes em Portugal seguidos de 23 que
residem noutros concelhos do paiacutes como Loures Vila Franca de Xira ou Seixal e 11
que residem em Lisboa No caso dos turistas verifica-se que a percentagem de natildeo
residentes em Portugal eacute mais elevada com 90 seguido dos que residem em Lisboa com
6 e os que residem noutros concelhos do paiacutes como o distrito de Coimbra e Vila Franca
de Xira com apenas 3
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia)
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas)
66
11
23
Natildeo Lisboa Outros concelhos
90
63
Natildeo Lisboa Outros concelhos
78
Na figura 35 relativa aos inquiridos residentes noutro paiacutes no caso dos visitantes
do dia destacam-se os 34 que natildeo satildeo residentes noutro paiacutes e os que satildeo residentes
noutros paiacuteses diferentes dos apresentados no graacutefico com 34 onde se inserem paiacuteses
como a Holanda Beacutelgica Greacutecia Ruacutessia Iratildeo Argentina Suiacuteccedila entre outros Podem-se
destacar ainda paiacuteses como a Alemanha com 7 Estados Unidos da Ameacuterica com 5
assim como a Espanha e a Franccedila cada um com 5 valores consideravelmente baixos
para estes mercados em comparaccedilatildeo com dados recolhidos atraveacutes do INE em anos
anteriores
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia)
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas)
7
4
5
5
4
1
5
34
34
Alemanha
Brasil
Estados Unidos
Espanha
Itaacutelia
Inglaterra
Franccedila
Outros paiacuteses
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
16
21
10
10
44
Alemanha
Espanha
Franccedila
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
Outros paiacuteses
79
Os turistas residentes noutro paiacutes presentes figura 36 residem essencialmente em
paiacuteses como a Aacuteustria Canadaacute Poloacutenia Hungria Sueacutecia entre outros com uma
frequecircncia de resposta de 44 seguidos dos que residem em Espanha com 21 e na
Alemanha com 16 Neste caso a percentagem de inquiridos que natildeo satildeo residentes
noutro paiacutes eacute muito mais reduzida em comparaccedilatildeo aos visitantes do dia com apenas 10
O principal motivo da visita a Almada em relaccedilatildeo aos visitantes do dia divide-se
essencialmente em duas variaacuteveis visiacuteveis na figura 37 passear com 25 e monumentos
com 16 tratando-se dos produtos turiacutesticos que os visitantes do dia consideram mais
importantes neste destino destacando-se ainda a paisagem com 11 o lazer recreio e
feacuterias e os museus ambos com 10 e por uacuteltimo a praia com 9 As variaacuteveis que
demonstram menos peso percentual satildeo a religiatildeo e o ambiente humano com 0 os
desportos e o profissionalnegoacutecios com 1 e os eventos com 2
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 38 demonstram ao contraacuterio do
que se verifica nos visitantes do dia que a grande maioria visita Almada essencialmente
pela praia com 20 para passear com 18 e pelo lazer recreio e feacuterias com 15
tratando-se dos produtos turiacutesticos que os turistas consideram mais importantes neste
destino
Passear25
Compras e lojas3
Monumentos16
Museus11
Praia9
Gastronomia5
Familiares e amigos6
Paisagem11
Lazer recreio e feacuterias10
80
As restantes variaacuteveis apresentam percentagens bastante idecircnticas como eacute o caso
da gastronomia com 8 os museus monumentos e paisagens com 7 As variaacuteveis que
apresentam menores valores satildeo uma vez mais como se verificou nos visitantes do dia
o ambiente humano com 0 religiatildeo com 1 profissionalnegoacutecios 2 e eventos com
3
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas)
Relativamente agraves questotildees 17 18 19 e 110 do grupo 1 do questionaacuterio
realizado apresentado no anexo I dos 154 questionaacuterios realizados apenas 40 (que
dizem respeito ao nuacutemero de turistas) responderam agraves mesmas pois apenas os turistas
pernoitaram e ficaram alojados em Almada sendo que como eacute possiacutevel observar na
figura 39 58 pernoitou mais de 4 noites no destino seguindo-se os que pernoitaram 3
noites com 15 2 noites com 8 e 4 noites tambeacutem com 8
Passear18
Compras e lojas4
Monumentos7
Museus7
Praia20
Gastronomia8
Familiares e amigos5
Paisagem7
Lazer recreio e feacuterias15
Desportos4
81
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada
Figura 40 - Em que zona ficou alojado
Desta forma atraveacutes da figura 40 dos 40 de turistas que ficaram alojados em
Almada a grande maioria (68) ficou alojado na Costa da Caparica confirmando-se
assim a informaccedilatildeo do graacutefico anterior uma vez que a principal razatildeo de visita dos turistas
a Almada eacute a praia De seguida surge entatildeo a zona de Cacilhas com 15 e por uacuteltimo
Almada Centro com 13 ficando as zonas do Pragal Trafaria e Herdade da Aroeira com
os menores valores percentuais (2)
No que diz respeito ao tipo de alojamento na figura 41 verifica-se que a tipologia
mais elegida foi o apartamento com 24 seguido do hotel com 21 e por uacuteltimo a casa
de familiares ou amigos com 16
38
15
8
58
8
1 noite 2 noites 3 noites 4 noites Mais de 4noites
NatildeoRespondeu
15
2
13
68
2 2
Cacilhas Pragal AlmadaCentro
Costa daCaparica
Trafaria Herdade daAroeira
82
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido
Relativamente ao tipo de regime na figura 42 destacam-se os que optaram
somente pela dormida com 39 e os que optaram pela dormida e pequeno almoccedilo com
37 dados que poderatildeo ter influecircncia na definiccedilatildeo do perfil uma vez que indicam que soacute
utilizam o destino em questatildeo para passar a noite
Figura 42 - Tipo de regime
Ao analisarmos a figura 43 referente ao transporte utilizado para chegar ao
destino percebemos que os visitantes do dia utilizaram essencialmente o barco com 46
seguido da viatura proacutepria com 27 e do autocarro puacuteblico com 11 Na figura 44
verifica-se que os turistas ao contraacuterio dos visitantes do dia utilizaram na sua maioria a
viatura proacutepria com 34 seguido da viatura alugada com 23 o autocarro puacuteblico com
19 e ainda o barco com 18
21
5
5
6
24
5
5
6
16
3
2
2
Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de Campismo
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros (Airbnb)
Natildeo Respondeu
3937
32
811
Soacute dormida Dormida epequenoalmoccedilo
Meiapensatildeo
Pensatildeocompleta
Tudoincluiacutedo
NatildeosabeNatildeorespondeu
83
Eacute de referir ainda que por se tratar de uma questatildeo de escolha muacuteltipla alguns dos
inquiridos selecionaram mais do que uma opccedilatildeo pois utilizaram diferentes transportes
para chegar ao destino
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia)
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas)
Estes contrastes demonstram que os visitantes do dia como despendem apenas de
algumas horas do seu dia para visitar Almada preferem utilizar o barco jaacute que eacute o
transporte mais raacutepido e de maior proximidade com Lisboa de onde proveacutem a grande
maioria No caso dos turistas como satildeo provenientes de paiacuteses ou localidades mais
distantes e como passam mais tempo no destino optam por meios de transporte que lhes
permitam ter uma maior liberdade e conforto como por exemplo as viaturas
27
6
2
11
7
46
2
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Comboio
Barco
Tuck-tuck
34
23
2
19
18
5
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Barco
Taacutexi
84
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada
Atraveacutes da anaacutelise da figura 45 e partindo do pressuposto que o total de respostas
nesta pergunta eacute maior que 92 (nuacutemero de visitantes do dia) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os visitantes do dia atribuem maior grau de
importacircncia a fontes de informaccedilatildeo relacionadas com os familiares e amigos uma vez
que se verifica uma frequecircncia de 64 respostas sendo que 27 dessas respostas numa
escala em que (1) nada importante e (5) extremamente importante classificaram esta
fonte com niacutevel maacuteximo (5) e 20 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que
a maioria atribui elevados graus de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 62
respostas sendo que 22 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 10 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados postos de Lisboa Cacilhas e
Costa da Caparica Na opccedilatildeo escolha ocasional verifica-se uma frequecircncia de 54
respostas o que demonstra que muitos dos visitantes do dia chegaram ao destino sem ter
planeado a visita sendo que 33 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 11 com o niacutevel seguinte (4) o que demonstra alguma importacircncia desta
opccedilatildeo As brochuras e guias turiacutesticos apresentam tambeacutem uma frequecircncia de 54
respostas onde 20 das mesmas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1) e apenas
6 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando assim a fraca importacircncia atribuiacuteda
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
8 2 7
2027
7 2
33
111
23 5
9 6 2
9 2
16 10 16
20 4
13 11 6
226
5 92
27 4
74
222 6
1113
1029 5
73
20 4 7 611
3 1
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
85
De seguida a variaacutevel que apresenta maior frequecircncia de respostas satildeo as redes
sociais com 53 respostas sendo que 16 classificaram as redes sociais com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 16 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando relativa importacircncia para esta
fonte As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas sendo
que a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo surge com 48 respostas as revistas ou
jornais com 45 as feiras ou exposiccedilotildees de turismo o site da CMA e as agecircncias de viagens
com 44
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes no niacutevel miacutenimo (1) demonstrando assim que todas elas natildeo
apresentam qualquer importacircncia para os visitantes do dia Foram ainda mencionados 4
aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo utilizadas um
guia de walking tours em Lisboa recomendaccedilotildees em restaurantes e ainda recomendaccedilotildees
por parte de empregados de hotel
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os visitantes do dia dizem respeito agraves informaccedilotildees fornecidas por familiares ou
amigos e algumas redes sociais como o instagram e o facebook pois satildeo as variaacuteveis que
apresentam uma maior frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas)
4 47
20
87 7
3
2
13
26
19
1 6 3
6
8
5 6 6
2
14
23 2
1
14
36 1
14
3
3
4515
1
42
112 4
5 2
13
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
86
Atraveacutes da anaacutelise da figura 46 e partindo do mesmo pressuposto anterior de que
o total de respostas seraacute superior a 62 (nuacutemero de turistas) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os turistas assim como se verificou no caso
dos visitantes do dia atribuem maior grau de importacircncia a fontes de informaccedilatildeo
relacionadas com os familiares e amigos uma vez que se verifica uma frequecircncia de 35
respostas sendo que 20 dessas respostas classificaram esta fonte com niacutevel maacuteximo (5)
e 7 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que a maioria atribui elevados graus
de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 29
respostas sendo que 14 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 5 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados apenas os postos de Cacilhas e
Costa da Caparica
As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas
sendo que a opccedilatildeo escolha ocasional surge com 27 respostas assim como as brochuras e
guias turiacutesticos as redes sociais com 25 o site da CMA com 24 as agecircncias de viagem e
a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo ambas com 23 as revistas ou jornais bem
como as feiras ou exposiccedilotildees de turismo com 22
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes nos niacuteveis miacutenimo (1) e intermeacutedio (3) demonstrando assim que
todas elas natildeo apresentam importacircncia de relevo para os turistas Foram ainda
mencionados 4 aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo
utilizadas a internet o booking a televisatildeo e informaccedilotildees recolhidas em Lisboa
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os turistas satildeo as mesmas dos visitantes do dia sendo que dizem respeito agraves
informaccedilotildees fornecidas por familiares ou amigos algumas redes sociais como o
instagram o facebook o pinterest e o tripadvisor assim como os postos de informaccedilatildeo
turiacutestica de Cacilhas e Costa da Caparica pois satildeo as variaacuteveis que apresentam uma maior
frequecircncia de resposta no niacutevel mais elevado da escala (5) extremamente importante
87
De seguida eacute interessante observar as figuras 47 e 48 uma vez que podemos
concluir que estas fontes de informaccedilatildeo previamente analisadas nas figuras anteriores
por parte dos visitantes do dia foram utilizadas essencialmente antes da viagem com 35
ou durante a viagem com 28 destacando-se ainda uma percentagem relevante de
visitantes que natildeo utilizaram nenhuma fonte de informaccedilatildeo com 21 No caso dos
turistas 44 utilizou as fontes antes da viagem e 24 durante apresentando valores
bastante similares aos visitantes do dia e tambeacutem com uma percentagem de 19 de
pessoas que natildeo utilizaram nenhuma fonte
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas)
No processo de tomada de decisatildeo de visitar Almada os dados das figuras 49 e
50 revelam que tanto os visitantes do dia como os turistas na sua maioria decidiram visitar
Almada antes de chegarem ao destino com 47 e 66 respetivamente Em ambos os
casos a segunda maior percentagem diz respeito aos que natildeo planearam a sua visita
sendo que no caso dos visitantes do dia 36 natildeo planeou e no caso dos turistas 21
21
35
28
16
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
19
44
24
13
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
88
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia)
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas)
Esta anaacutelise permitiu perceber que o melhor momento para intervir junto destes
consumidores eacute no momento da primeira fase do processo de decisatildeo designado por preacute-
decisatildeo ou seja implementar ferramentas de marketing e promoccedilatildeo que faccedilam chegar a
informaccedilatildeo aos consumidores no momento antes da viagem ser realizada
De seguida eacute possiacutevel observar de que forma esta divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino Almada foi valorizada Nos visitantes do dia (figura 51) 27
valorizaram-na como sendo boa seguido de insuficiente com 23 e suficiente com 15
Destaca-se ainda uma elevada percentagem (22) que natildeo soube ou natildeo quis responder
Relativamente aos turistas (figura 52) a grande maioria valoriza o desempenho como
sendo bom com 32 e muito bom com 26 ficando os valores inferiores (insuficiente
com 10 e muito insuficiente com 2) com menor destaque neste caso ao contraacuterio do
que se verificou nos visitantes do dia
89
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas)
Pode-se assim concluir que as fontes utilizadas pelos turistas (familiares ou
amigos e postos de informaccedilatildeo turiacutestica) satildeo mais valorizados dos que as utilizadas pelos
visitantes do dia (familiares ou amigos e redes sociais) Contudo no geral o desempenho
da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino eacute considerado como bom e muito bom pela
maioria dos visitantes do dia e turistas respetivamente
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
Tendo em atenccedilatildeo que os turistas e visitantes do dia tecircm acesso a informaccedilatildeo sobre
o destino que visitam antes de realizarem a viagem e criam as suas expectativas tendo por
base essa informaccedilatildeo na figura 53 podemos observar que os visitantes do dia na sua
maioria com 52 natildeo tinham qualquer tipo de expectativas em relaccedilatildeo a Almada
contudo 30 tinha expectativas moderadas e 12 elevadas Estes dados revelam que
apesar de terem tido acesso a informaccedilatildeo sobre o destino antes de realizarem a viagem
essa informaccedilatildeo natildeo teve impacto de forma a criar expectativas nos visitantes o que pode
indicar que a informaccedilatildeo apresentada natildeo eacute de qualidade ou natildeo apresenta meacutetodos
eficazes que motivem os visitantes
1
23
15
27
12
22
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
2
10
24
3226
6
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
90
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia)
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas)
No caso dos turistas na figura 54 observa-se que as expectativas da maioria dos
inquiridos eram moderadas com 45 seguido de 32 sem expectativas e 18 com
expectativas elevadas Neste caso uma vez que a percentagem de expectativas moderadas
eacute maior do que as restantes significa que a informaccedilatildeo recolhida teve algum impacto nos
turistas de maneira a motivaacute-los e a criarem algum tipo de expectativa em relaccedilatildeo a
Almada ao contraacuterio do que se verificou com os visitantes do dia
De forma a compreender se Almada seria o uacutenico destino a ser visitado para tentar
compreender quais os eventuais interesses dos turistas e visitantes em termos de oferta de
produtos e serviccedilos nas figuras 55 e 56 observa-se que em relaccedilatildeo aos visitantes do dia
82 natildeo visitaram apenas Almada assim como no caso dos turistas com 90 das
respostas a indicarem que natildeo visitaram somente Almada Assim conclui-se que o tipo
de oferta de Almada deve procurar complementar-se aos destinos com que partilha
alguma proximidade uma vez que em ambos os casos a maioria dos turistas e visitantes
natildeo visitam apenas este destino sendo portanto importante apresentar uma oferta
complementar aos restantes destinos envolvidos
1
4
52
30
12
Muito Baixas
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
5
32
45
18
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
91
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia)
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas)
Eacute entatildeo essencial perceber quais os destinos complementares e para tal a tabela 9
demonstra quais os destinos mais referidos sendo que a grande maioria dos visitantes do
dia com 55 refere Lisboa 17 refere que apenas veio para visitar Almada 11 refere
outras cidades como por exemplo Porto Setuacutebal Algarve e Cascais e ainda 10 que
referem Sintra No caso dos turistas a maioria refere tambeacutem Lisboa com 42 seguido
de outras cidades com 39 como Setuacutebal Porto Nazareacute Algarve e Cascais em
semelhanccedila ao que se verificou com os visitantes do dia Desta forma no caso dos
visitantes do dia deve-se ter em consideraccedilatildeo como destinos complementares Lisboa e
Sintra essencialmente e no caso dos turistas Lisboa e algumas cidades referidas
anteriormente como Setuacutebal e Cascais por se encontrarem mais proacuteximas de Almada
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada
Com o intuito de analisar quais seriam os principais produtos ou serviccedilos a ser
consumidos pelos turistas e visitantes na tabela 10 apresentam-se as principais atraccedilotildees
visitadas em Almada
Visitantes do dia Turistas
O que vai visitar para aleacutem de Almada Nordm Nordm
Lisboa 51 55 26 42
Sintra 9 10 0 0
Outras cidades 10 11 24 39
Nada 16 17 6 10
Natildeo respondeu 6 7 6 10
92
Nos visitantes do dia destaca-se o Cristo Rei com 29 e outras atraccedilotildees onde se
inserem miradouros igrejas museus e restaurantes com 32 Nos turistas verifica-se
que 34 visitou principalmente a praia 21 outras atraccedilotildees onde se inserem museus
centro histoacuterico da cidade e restaurantes com 21 o Cristo Rei apenas com 12 e ainda
o destaque para os 18 que natildeo responderam essencialmente porque ainda natildeo sabiam o
que iriam visitar agrave data da realizaccedilatildeo do questionaacuterio Em ambos os casos as atraccedilotildees que
se destacam satildeo sem duacutevida os monumentos e museus os restaurantes e o Cristo Rei
assim como a praia no caso dos turistas
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
Uma vez que na escolha de um destino os atributos do mesmo tecircm alguma
influecircncia no processo atraveacutes das perguntas 34 e 35 do grupo 3 do inqueacuterito tentou-se
analisar qual seria a importacircncia dos mesmos de forma a perceber quais seriam as
motivaccedilotildees tanto intriacutensecas como extriacutensecas dos turistasvisitantes e posteriormente a
satisfaccedilatildeo destes mesmos atributos que se encontram no destino Almada Por se tratarem
de questotildees de escolha muacuteltipla o nuacutemero de respostas vai ser superior ao nuacutemero total
de inquiridos Contudo nem todos os inquiridos responderam a estas questotildees muitas
das vezes deixando-as incompletas ou mesmo em branco essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino aquando o preenchimento do inqueacuterito
Atraveacutes da anaacutelise da figura 61 presente no apecircndice I com base em todos os
inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo eacute possiacutevel concluir que numa escala
de 1 a 5 em que (1) nada importante (2) pouco importante (3) moderadamente
importante (4) muito importante e (5) extremamente importante o atributo com maior
frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala (4 e 5) no caso dos visitantes
do dia foi o que diz respeito a visitar locais diferentes com 34 respostas no niacutevel maacuteximo
e 35 no niacutevel anterior o que significa que para a maioria este eacute o atributo mais importante
na escolha do destino
Visitantes do dia Turistas
Principais atraccedilotildees visitadas Nordm Nordm
Cristo Rei 43 29 10 12
Praia 14 9 29 34
Zona de Cacilhas 16 11 6 7
Costa da Caparica 7 5 5 6
Centro histoacuterico de Almada 7 5 2 2
Outras atraccedilotildees 48 32 18 21
Natildeo respondeu 13 9 15 18
93
De seguida destacam-se os atributos divertir-me e ter uma aventura seguido de
fugir da rotina do dia a dia facilidade de transporte assim como acessibilidadestracircnsito
e ainda a gastronomia e os recursos culturais e paisagiacutesticos sendo que estes 7 atributos
mencionados foram os que realmente obtiveram maior grau de importacircncia para os
visitantes do dia por se tratarem dos que apresentam uma maior frequecircncia de respostas
nos niacuteveis mais elevados da escala
Os atributos com menor frequecircncia de resposta ou seja classificados com os
niacuteveis mais baixos da escala (1 e 2) no caso dos visitantes do dia atraveacutes do mesmo
graacutefico anteriormente citado eacute possiacutevel concluir que o atributo com menor grau de
importacircncia eacute o golfe com 60 respostas no niacutevel 1 da escala 11 no niacutevel 2 e apenas 3 no
niacutevel 3 sendo que os restantes niacuteveis natildeo apresentam qualquer resposta no que diz
respeito a este atributo Destacam-se ainda atributos como os equipamentos desportivos
hospitaisserviccedilos de sauacutede e parques de estacionamento tornando-se assim estes 4
atributos os menos valorizados pelos visitantes do dia
Passando para o caso dos turistas atraveacutes da anaacutelise da figura 62 presente no
apecircndice I com base em todos os inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo
eacute possiacutevel concluir que o atributo com maior frequecircncia de respostas nos niacuteveis mais
elevados da escala foi a praia com 37 respostas no niacutevel 5 seguido dos atributos visitar
locais diferentes fugir da rotina do dia a dia restaurantes e gastronomia e ainda facilidade
de transporte sendo que estes formam os atributos com maior grau de importacircncia na
escolha do destino Almada para os turistas Os atributos com maior frequecircncia de
respostas nos niacuteveis mais baixos da escala no caso dos turistas dizem respeito uma vez
mais ao golfe com 48 respostas no niacutevel 1 e apenas 2 no niacutevel 3 seguido de equipamentos
desportivos parques de estacionamento e hospitaisserviccedilos de sauacutede Desta forma o
panorama eacute bastante idecircntico ao que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia
sendo atribuiacutedo aos mesmos atributos o menor grau de importacircncia na escolha do destino
Apoacutes analisado o grau de importacircncia dos atributos eacute essencial compreender qual
a satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos mesmos Atraveacutes da anaacutelise da figura 63 presente no apecircndice
I numa escala de 1 a 5 em que (1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) satisfeito (4)
muito satisfeito (5) extremamente satisfeito eacute possiacutevel concluir que os visitantes do dia
atribuiacuteram maior grau de satisfaccedilatildeo aos atributos visitar locais diferentes e fugir da rotina
do dia a dia sendo que as respostas incidem com maior frequecircncia no niacutevel 4 da escala
seguido do niacutevel 5 para estes dois atributos
94
Destaca-se ainda o grau de satisfaccedilatildeo positivo dos atributos gastronomia e
restaurantes distacircncia ao destino de origem facilidade de transporte e ainda divertir-me
ou ter uma aventura onde as respostas incidiram com maior frequecircncia no niacutevel 4 da
escala Em relaccedilatildeo aos niacuteveis mais baixos da escala eacute possiacutevel perceber que os visitantes
do dia atribuiacuteram menor grau de satisfaccedilatildeo aos atributos de golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede e alojamento
No que diz respeito aos turistas atraveacutes da figura 64 presente no apecircndice I os
atributos mais satisfatoacuterios para os mesmos foram as praias fugir da rotina do dia a dia e
visitar locais diferentes assim como a gastronomia e os restaurantes Os que apresentam
menor grau de satisfaccedilatildeo satildeo a boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica e o golfe Neste
caso o facto da sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica ter apresentado os menores niacuteveis de
satisfaccedilatildeo eacute algo negativo pois significa que natildeo se encontram satisfatoacuterios no destino ou
capazes de servir para o propoacutesito para o qual foram criados
Concluindo a niacutevel geral os atributos que apresentam maior grau de importacircncia
no caso dos visitantes do dia relacionam-se com motivaccedilotildees intriacutensecas pois dizem
respeito a visitar locais diferentes fugir da rotina do dia a dia e divertir-se ou ter uma
aventura Para os turistas para aleacutem dos atributos associados a motivaccedilotildees intriacutensecas de
visitar locais diferentes e fugir da rotina relacionam-se tambeacutem essencialmente com
motivaccedilotildees extriacutensecas como a praia recursos culturais e paisagiacutesticos e gastronomia
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo os atributos mais satisfatoacuterios tanto para os visitantes
do dia como para os turistas foram os mesmos (visitar locais diferentes fugir da rotina do
dia a dia gastronomia etc) assim como os insatisfatoacuterios (golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede etc) Contudo uma vez que nem todos os
inquiridos responderam a esta questatildeo estes dados podem natildeo apresentar uma
importacircncia de relevo
Se compararmos com os graacuteficos relativos agrave importacircncia dos atributos os mesmos
atributos classificados como menos importantes para a escolha do destino foram os que
receberam menor grau de satisfaccedilatildeo o que pode indicar apenas que como os
visitantesturistas natildeo experienciaram esses mesmos atributos acabaram por lhes conferir
valores mais baixos de satisfaccedilatildeo natildeo significando que realmente apresentem maacutes
condiccedilotildees ou que se encontrem insatisfatoacuterios
95
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo geral do destino a figura 57 demonstra que em relaccedilatildeo
aos visitantes do dia a satisfaccedilatildeo global incide com maior frequecircncia entre as vaacuterias
satisfeito e muito satisfeito ambas com 39 seguida da variaacutevel extremamente satisfeito
com 16 O grau de satisfaccedilatildeo dos turistas (figura 58) surge com maior frequecircncia na
variaacutevel muito satisfeito com 42 seguido do satisfeito com 34
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia)
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas)
Em ambos os casos eacute possiacutevel concluir que apesar de terem surgido valores natildeo
tatildeo positivos em relaccedilatildeo a dados anteriormente apresentados no geral a satisfaccedilatildeo de
turistas e visitantes em relaccedilatildeo a Almada encontra-se entre o lsquopositivarsquo e o lsquomuito
positivarsquo algo que eacute bastante relevante uma vez que significa que o destino foi de alguma
forma ao encontro das necessidades dos seus turistasvisitantes e conseguiu superar ou
atingir as expectativas dos mesmos
0
1
39
39
16
4
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
2
0
34
42
11
11
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
96
A par com a satisfaccedilatildeo surge a pergunta sobre o que mais gostou no destino e
atraveacutes da tabela 11 eacute possiacutevel observar que os visitantes do dia na sua maioria natildeo
responderam (29) porque ainda natildeo tinham visitado ou porque tinham acabado de
chegar ao destino Contudo dos que responderam destaca-se a opccedilatildeo outros aspetos com
24 onde se inserem fatores como o facto de existirem poucas pessoas no destino os
jardins e miradouros a proximidade a Lisboa e a hospitalidade e ainda se destacam as
paisagens com 16 e o Cristo Rei com 11 tratando-se dos atributos com maior
relevacircncia para os visitantes do dia de Almada
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita
Comparativamente aos turistas os dados demonstram novamente que a maioria
(34) natildeo respondeu pelos mesmos motivos referidos nos visitantes do dia sendo que
dos que responderam 23 gostou mais da gastronomia e 13 da tranquilidade Da opccedilatildeo
outros aspetos destacam-se a seguranccedila a acessibilidade e a proximidade a Lisboa
Dos aspetos mais negativos da visita atraveacutes da tabela 12 eacute possiacutevel concluir que
a grande maioria dos visitantes do dia natildeo respondeu (53) essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino 26 referiram que natildeo houve nada que natildeo tivessem
gostado e na opccedilatildeo outros aspetos referiram demora na restauraccedilatildeo acessos e o facto dos
museus e monumentos fecharem demasiado cedo Em relaccedilatildeo aos turistas a maioria
tambeacutem natildeo respondeu (45) porque ainda natildeo tinha visitado o destino Contudo 34
referem que natildeo houve nada de relevante que natildeo tenha gostado e 8 refere outros
aspetos onde se inserem a liacutengua poucas pessoas jovens e a falta de informaccedilatildeo turiacutestica
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita
Visitantes do dia Turistas
O que mais gostou em Almada Nordm Nordm
Cristo Rei 15 11 1 2
Paisagens 21 16 6 10
Tranquilidade 9 7 8 13
Gastronomia 8 6 14 23
Restaurantes 8 6 0 0
Pessoas 0 0 6 10
Outros aspetos 32 24 6 10
Natildeo respondeu 38 29 21 34
Visitantes do dia Turistas
O que menos gostou em Almada Nordm Nordm
Tracircnsito 5 5 4 6
Estacionamento 4 4 0 0
Clima 0 0 4 6
Sinalizaccedilatildeo 2 2 0 0
Outros aspetos 8 9 5 8
Nada que natildeo tenha gostado 24 26 21 34
Natildeo respondeu 49 53 28 45
97
Apoacutes analisada a satisfaccedilatildeo eacute necessaacuterio compreender a intenccedilatildeo comportamental
dos inquiridos a fim de se verificar se pretendem voltar e recomendar o destino que
visitaram Na figura 59 27 dos visitantes do dia referem que de certeza que vatildeo
regressar a Almada 32 referem que eacute provaacutevel que regressem 27 natildeo sabem e apenas
14 referem que natildeo vatildeo regressar Ao niacutevel da recomendaccedilatildeo a grande maioria (52)
refere que vai recomendar de certeza 42 refere que eacute provaacutevel que recomende sendo
que apenas 7 natildeo sabe ou natildeo vai recomendar o destino Por uacuteltimo em relaccedilatildeo a
regressar mesmo que o preccedilo aumente o panorama altera-se jaacute que a maioria (47) refere
que natildeo sabe se regressa 26 referem que eacute provaacutevel e apenas 14 tecircm a certeza que
regressam assim como 14 natildeo regressam de todo
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 60 indicam que 41 refere que
vai voltar de certeza 33 refere que eacute provaacutevel e 25 natildeo sabe sendo que apenas 2
respondeu que natildeo voltava No que diz respeito agrave recomendaccedilatildeo 53 vai recomendar de
certeza 32 eacute provaacutevel e 15 natildeo sabe Por fim relativamente a voltar mesmo que o
preccedilo aumente a maioria (44) refere que natildeo sabe se volta 32 refere que eacute provaacutevel
e 22 volta de certeza sendo que apenas 2 referem que natildeo voltam
14
1
14
27
6
47
32
42
26
27
52
14
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
98
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas)
Neste caso dos turistas a intenccedilatildeo comportamental eacute mais positiva na medida em
que apresentam valores percentuais mais elevados na variaacutevel lsquode certezarsquo e os valores
que surgem na variaacutevel lsquonatildeorsquo satildeo os que apresentam os menores valores percentuais
apenas com 2 Jaacute os visitantes do dia apresentam valores percentuais mais elevados
nestas variaacuteveis com 14 das respostas e valores mais baixos na variaacutevel lsquode certezarsquo
Esta diferenccedila de dados pode estar relacionada com o facto de os visitantes do dia
passarem menos tempo no destino e daiacute que tenham menos ferramentas que os permitam
afirmar com certeza este tipo de questotildees ao contraacuterio dos turistas que conseguem ter
outras perspetivas do destino por passarem mais tempo no mesmo
2 2
2515
44
33
32
32
4153
22
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
99
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica
Uma vez que o turismo representa uma atividade capaz de contribuir para o
desenvolvimento global a niacutevel econoacutemico social etc nos destinos turiacutesticos este
impacto eacute extremamente importante uma vez que graccedilas ao movimento de turistas e
visitantes os proacuteprios destinos vatildeo-se desenvolvendo atraveacutes do investimento em novas
infraestruturas promoccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos seus atributos e patrimoacutenio (UNWTO
2012) Quando visitam um destino diferente do seu local habitual os turistasvisitantes
procuram algo novo e dissemelhante obrigando desta forma a uma constante adaptaccedilatildeo
dos destinos ao tipo de procura existente acabando por contribuir para a implementaccedilatildeo
de alteraccedilotildees nos mesmos de forma a darem natildeo soacute resposta agrave procura externa mas ao
mesmo tempo melhorar as condiccedilotildees de vida da proacutepria populaccedilatildeo local
Um destino turiacutestico deve englobar nas suas caracteriacutesticas alguns elementos
chave para o seu desenvolvimento e sucesso as facilidades de acesso infraestruturas em
condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo e a diversidade nas opccedilotildees tanto de alojamento como de
restauraccedilatildeo satildeo cruciais para a atratividade de um destino Estes elementos em conjunto
com as diversas atraccedilotildees presentes num destino possuem a capacidade de motivar o
visitante a visitaacute-las mas para tal eacute necessaacuterio que exista uma correlaccedilatildeo de forccedilas na
gestatildeo dos destinos atraveacutes de entidades que atraveacutes da promoccedilatildeo e do marketing atraiam
visitantes
Esta gestatildeo dos destinos eacute essencial pois permite alcanccedilar determinadas vantagens
como a competitividade atraveacutes do estabelecimento de uma posiccedilatildeo uacutenica e
diferenciadora de forma a que o mercado a reconheccedila como tal a qualidade e o
reconhecimento da mesma por parte turistavisitante para que ele proacuteprio promova
posteriormente o destino a sustentabilidade e rentabilidade dos recursos e do proacuteprio
destino e por fim a identidade e a marca que ajudam a melhor posicionar os produtos no
mercado e a aumentar a notoriedade do destino fazendo com que os visitantesturistas
regressem Poreacutem cabe tambeacutem agraves componentes econoacutemicas privadas investir neste
desenvolvimento em conjunto com o Estado e de acordo com os recursos turiacutesticos
existentes no destino adaptar a sua oferta ao perfil de turista que a visita tendo por base
a motivaccedilatildeo do mesmo
100
Eacute atraveacutes da anaacutelise e investigaccedilatildeo das motivaccedilotildees turiacutesticas que se torna possiacutevel
definir o puacuteblico-alvo e atuar conforme as suas necessidades e aquilo que ambicionam
encontrar no destino Para tal eacute necessaacuterio existir um equiliacutebrio de interesses tendo em
conta tanto os turistas como a proacutepria induacutestria turiacutestica e ainda a comunidade local jaacute
que ldquoalcanccedilar esse equiliacutebrio eacute fundamental para o sucesso das empresas num destino e
requer uma compreensatildeo de como os turistas se deslocam e exploram os espaccedilos dentro
da cidaderdquo (Wearing e Foley 2017 104)
Acontece que as motivaccedilotildees e necessidades dos turistasvisitantes atuais estatildeo em
constante mudanccedila pois tornaram-se cada vez mais exigentes e heterogeacuteneos Desta
forma eacute necessaacuterio que a gestatildeo dos destinos turiacutesticos acompanhe estas mesmas
transformaccedilotildees aplicando novos modelos de gestatildeo Segundo Vargas-Saacutenchez (2017) o
modelo Inductors for Results (IN-RES-TUR) fundamentado pelo proacuteprio visa dar
resposta a quatro aspetos essenciais a uma gestatildeo eficiente dos destinos Este modelo
defende a implementaccedilatildeo de um conjunto de indutores capazes de atrair o mercado
potencial do destino utilizando os recursos e serviccedilos presentes no mesmo oferecer
experiecircncias e emoccedilotildees que provoquem trocas positivas fidelizar os turistasvisitantes
com o auxiacutelio da tecnologia que permite o acesso a toda a informaccedilatildeo a qualquer altura
do dia e em qualquer parte do mundo
Segundo o mesmo autor atraveacutes do recurso agrave tecnologia eacute possiacutevel conhecer o
consumidor pormenorizadamente conferindo-lhe aquilo que ele mais deseja na
atualidade a customizaccedilatildeo dos serviccedilosprodutosexperiecircncias das quais vai usufruir e ao
mesmo tempo a cocriaccedilatildeo desses mesmos produtos tornando-se parte integrante da
experiecircncia global que eacute visitar um novo destino Assim tendo em atenccedilatildeo que o desafio
para a gestatildeo de destinos eacute cada vez mais complexo ldquoa inovaccedilatildeo permanente e ateacute mesmo
a reinvenccedilatildeo do modelo de negoacutecio satildeo hoje essenciais para gerar um valor com uma
margem e volume remuneradores em conjuntordquo (Id Ibid 490)
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica
Apoacutes a anaacutelise dos resultados em conjunto com toda a informaccedilatildeo recolhida para
a elaboraccedilatildeo da fundamentaccedilatildeo teoacuterica desta dissertaccedilatildeo principalmente no que diz
respeito agraves motivaccedilotildees e perfil do turista foi possiacutevel retirar algumas conclusotildees
relativamente ao perfil do turista deste destino
101
Em primeiro lugar Almada apesar de se caracterizar como um micro destino
urbano tem vindo a ganhar cada vez mais visibilidade graccedilas ao crescimento da procura
por este tipo de turismo muito graccedilas ao facto do destino Lisboa (o seu principal
concorrente) ter vindo a ganhar cada vez mais notoriedade estando ao niacutevel dos principais
destinos urbanos mais procurados na Europa (Costa e Albuquerque 2017) Como tal o
principal perfil de turista que visita Almada caracteriza-se como excursionista pois a
grande maioria dos inquiridos eram visitantes do dia o que significa que se tratam de
visitantes que natildeo ficam alojados no destino e apenas efetuam uma visita de um dia ou
umas horas sendo que procuram essencialmente turismo cultural ou no caso dos turistas
que ficam alojados no destino pelo menos 1 noite procuram mais por turismo de sol e
mar
Neste contexto a preferecircncia por parte dos visitantes do dia recai sobre os recursos
culturais e religiosos do destino visto que o monumento do Cristo Rei foi das atraccedilotildees
mais visitadas assim como museus e igrejas Jaacute nos turistas a grande maioria por ter
ficado alojado na Costa da Caparica local caracteriacutestico e especiacutefico para a praacutetica de
turismo de sol e mar as suas preferecircncias recaem naturalmente sobre a praia e os recursos
mais naturais do destino demonstrando assim duas realidades distintas no perfil do turista
de Almada
Em termos da anaacutelise da oferta que o destino Almada apresenta apoacutes toda a
recolha de informaccedilatildeo sobre os recursos produtos e serviccedilos existentes eacute um destino que
possuiacute uma oferta turiacutestica relativamente abrangente tanto a niacutevel cultural religioso
natural como a niacutevel de diversas infraestruturas complementares como eacute o caso da
restauraccedilatildeo e do alojamento pois satildeo cada vez mais notoacuterios os investimentos nestas duas
vertentes ainda que se verifiquem algumas lacunas relativamente agrave quantidade e
diversidade da oferta face ao aumento da procura Contudo foram mencionados alguns
aspetos que o destino apresenta como falhas e que se devem ter em consideraccedilatildeo devido
agrave importacircncia dos mesmos como eacute o caso da falta de informaccedilatildeo turiacutestica no local ao
niacutevel da sinalizaccedilatildeo e da proacutepria informaccedilatildeo presente em hoteacuteis e outras infraestruturas
Atraveacutes da observaccedilatildeo das figuras 45 e 46 do capiacutetulo anterior concluiacutemos que
de facto as fontes de informaccedilatildeo menos valorizadas pelos turistas foram as
brochurasguias turiacutesticos as redes sociais e o site oficial da CMA sendo que no caso dos
visitantes do dia foram as recomendaccedilotildees por parte de profissionais da aacuterea turiacutestica o
site da CMA e ainda as agecircncias de viagem
102
Estes dados indicam que para aleacutem de natildeo serem fontes de informaccedilatildeo
valorizadas como importantes para este perfil de turista encontram-se tambeacutem
insatisfatoacuterias jaacute que lhes foram atribuiacutedos valores muito reduzidos numa escala em que
o 1 correspondia ao valor miacutenimo e o 5 ao valor mais elevado Contudo em oposiccedilatildeo a
estes dados as informaccedilotildees mais valorizadas foram sem duacutevida as provenientes de
familiaresamigos em ambos os casos e ainda os postos de informaccedilatildeo turiacutestica no caso
dos turistas e algumas redes sociais apenas no caso dos visitantes do dia sendo que estes
devem ser as fontes de informaccedilatildeo a priorizar e a desenvolver na gestatildeo deste destino
Neste caso concreto conclui-se que de facto as ferramentas de comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino como sendo brochuras e guias suportes digitais online como redes
sociais e sites oficiais natildeo demonstraram ter grande impacto na atraccedilatildeo deste perfil de
turista jaacute que a fonte de informaccedilatildeo que realmente influenciou a maioria dos inquiridos
foram sem duacutevida os familiaresamigos Todavia os resultados menos positivos
essencialmente no que diz respeito ao site oficial da CMA visto que foi uma das variaacuteveis
que se repetiu tanto nos turistas como nos visitantes do dia como sendo das menos
valorizadas e satisfatoacuterias assim como as redes sociais e as brochurasguias devem ser
vistas como dados relevantes para a melhoria destas mesmas fontes no sentido de se
inovarem e desenvolverem as suas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo visto que se trata de um
fator relevante na influecircncia e atratividade dos turistasvisitantes
Para tal ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo de Almada a aposta deve recair
cada vez mais nas plataformas tecnoloacutegicas online atraveacutes da implementaccedilatildeo de um
design mais apelativo e mais direcionado para turistasvisitantes e natildeo tanto para a
populaccedilatildeo local Deve-se tambeacutem desenvolver ferramentas capazes de atrair os clientes
para o destino partindo-se dos atributos do mesmo (o que existe de maior relevacircncia) de
forma a perceber quais os benefiacutecios e adequar a promoccedilatildeocomunicaccedilatildeo ao puacuteblico alvo
No entanto o balanccedilo geral da satisfaccedilatildeo dos turistas e excursionistas eacute bastante positivo
sendo que foram poucos os que apontaram aspetos negativos ou insuficiecircncias ao destino
Deste modo de acordo com o objetivo definido de delinear o perfil do turista de
Almada e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica e tendo por base as hipoacuteteses construiacutedas
anteriormente como premissas da investigaccedilatildeo conclui-se essencialmente que
- A caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica dos inquiridos revela que a grande maioria
dos inquiridos eram do sexo feminino e no caso dos visitantes do dia possuiacuteam idades
103
compreendidas entre os 18 e os 34 anos enquanto que os turistas apresentam uma faixa
etaacuteria mais elevada (com a maioria entre os 45 e 54 anos) tratando-se dos principais
puacuteblicos-alvo deste destino Relativamente agraves nacionalidades natildeo se obteve um valor
significativo com maior incidecircncia numa nacionalidade especiacutefica pois foram
mencionadas diversas nacionalidades (belga holandesa chinesa russa polaca etc)
Contudo no caso dos excursionistas destaca-se a nacionalidade portuguesa e a italiana e
nos turistas a espanhola e alematilde
- Apoacutes a anaacutelise de toda a oferta do destino considerando produtos e serviccedilos e o
tipo de turistas que visitam Almada podemos concluir que se trata de um destino
essencialmente cultural e de sol e mar jaacute que os seus principais produtos se encontram
relacionados com o turismo cultural (monumentos) de sol e mar (praias) e o de natureza
(parques jardins) Segundo os dados recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos realizados existem
mais excursionistas que turistas o que significa que utilizam o destino apenas para visitar
curtas e raacutepidas sendo que na maioria tanto turistas como visitantes do dia procuram
principalmente atraccedilotildees culturais neste caso concreto o Cristo Rei monumentos igrejas
e museus de natureza os jardins parques ou miradouros e por fim de sol e mar praias
da Costa da Caparica
- Em relaccedilatildeo agrave escolha ocasional deste destino de facto muitos dos
visitantesturistas chegam a Almada de forma ocasional mas a grande maioria planeia a
visita logo satildeo visitas previstas e previamente decididas ao contraacuterio do que se previa
- As fontes de informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino natildeo influenciaram a escolha do
turistavisitante para visitar Almada uma vez que ambos se basearam essencialmente em
familiaresamigos e natildeo tanto em fontes oficiais criadas pelo destino
- O papel da promoccedilatildeo turiacutestica natildeo demonstrou ser eficiente no reforccedilo da
atratividade para o concelho uma vez que as fontes de informaccedilatildeo associadas agrave promoccedilatildeo
turiacutestica receberam valorizaccedilotildees muito baixas sendo que vaacuterias natildeo foram de todo
utilizadas
- O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute relativamente
elevado ao contraacuterio do que se tinha presumido nas hipoacuteteses iniciais
- Em relaccedilatildeo agrave intenccedilatildeo comportamental dos turistasvisitantes conclui-se que
apresentam alguma intenccedilatildeo de regressar a Almada mas os dados com maior incidecircncia
104
de resposta referem-se agrave recomendaccedilatildeo e aos que indicaram natildeo saber se realmente
pretendem voltar ou natildeo ao destino ou seja satildeo mais os que pretendem recomendar o
destino dos que os que pretendem regressar de certeza
Relativamente agrave pergunta de partida que se destinava a compreender qual o perfil
do turista que visita Almada bem como perceber de que forma a promoccedilatildeo turiacutestica do
destino tem impacto na atratividade do mesmo conclui-se que na sua maioria o tipo de
visitante de Almada eacute excursionista e procura sobretudo o turismo cultural e o de sol e
mar sendo que se demonstra de uma forma geral bastante satisfeito relativamente ao
destino mas apresenta algumas falhas no que diz respeito agrave informaccedilatildeo disponiacutevel e agrave
promoccedilatildeo de Almada tendo sido mencionadas algumas lacunas relativamente a este
fator Desta forma tendo por base o conhecimento do tipo de visitantes do destino assim
como informaccedilatildeo relevante acerca do que estaacute a falhar ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo turiacutestica torna-se mais faacutecil proceder agrave adaptaccedilatildeo da oferta agraves necessidades
deste puacuteblico alvo especiacutefico assim como implementar novas ferramentas de
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino que contribuam para o seu desenvolvimento
e atratividade
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Uma das maiores limitaccedilotildees desta investigaccedilatildeo relaciona-se com a recolha dos
inqueacuteritos por questionaacuterio a fim de se obter uma amostra mais significativa do universo
em questatildeo O previsto seria recolher uma maior quantidade de inqueacuteritos mas tendo em
conta o periacuteodo em que a recolha se sucedeu entre os meses de junho e julho de 2019 o
nuacutemero de pessoas que aceitou preencher o inqueacuterito foi mais reduzido do que o esperado
o que dificultou todo o processo Desta forma a amostra definida inicialmente de 239
inqueacuteritos natildeo foi possiacutevel de se realizar face ao reduzido nuacutemero de visitantesturistas
que se disponibilizaram a responder
Assim a amostra teve que ser reduzida e apesar de se tratar de uma amostra suficiente
para a realizaccedilatildeo desta investigaccedilatildeo natildeo se pode concluir que seja 100 representativa
do perfil do turista de Almada natildeo podendo deste modo generalizar os resultados obtidos
Outra das limitaccedilotildees que surgiu foi a anaacutelise estatiacutestica dos dados uma vez que natildeo se
realizou uma anaacutelise comparativa de variaacuteveis tendo sido elaborada apenas uma anaacutelise
descritiva Portanto no futuro seria relevante obter uma amostra mais representativa deste
universo de maneira de fornecer um maior contributo para o desenvolvimento do destino
105
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros
Relativamente a orientaccedilotildees para futuros trabalhos seria interessante investigar
quais os interesses dos diferentes stakeholders do destino Almada de forma a
compreender onde pretendem investir e o que pretendem desenvolver tendo por base as
necessidades dos turistasexcursionistas Apoacutes esta anaacutelise seria importante proceder a
algumas alteraccedilotildees e implementaccedilatildeo de novas estrateacutegias para o destino nomeadamente
ao niacutevel da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do mesmo e tambeacutem da oferta ao niacutevel do alojamento
especialmente na zona mais central da cidade para que se torne tambeacutem possiacutevel a criaccedilatildeo
de novos produtos turiacutesticos ou desenvolver os que jaacute existem e que apresentam
potencialidades para tal
Seria tambeacutem importante a realizaccedilatildeo de mais estudos de mercado de forma a
compreender cada vez melhor aquilo que um turistavisitante procura em Almada para
que a resposta da oferta esteja em concordacircncia com essas mesmas necessidades e
motivaccedilotildees Contudo natildeo se deve desprezar aquilo que satildeo os interesses da populaccedilatildeo
local sendo tambeacutem importante aferir quais os seus interesses e de que forma veem o
desenvolvimento do turismo no seu local de residecircncia para que seja possiacutevel conjugar
os seus interesses aos interesses do destino e deste modo contribuir para o
desenvolvimento do mesmo
Atraveacutes da realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo compreendeu-se que Almada eacute um destino
com fortes potencialidades de desenvolvimento turiacutestico capaz de se transformar num
dos principais pontos de atraccedilatildeo logo a seguir a Lisboa que apesar de se tratar de um
destino concorrente possibilita uma relaccedilatildeo de complementaridade jaacute que Almada pode
apresentar um tipo de oferta diferenciada daquela que se encontra em Lisboa muitas
vezes considerada como sendo demasiado massificada
O desenvolvimento turiacutestico deste destino pode tambeacutem ser feito sobretudo ao
niacutevel do turismo cultural sendo que este produto apresenta um grande potencial de
desenvolvimento No entanto tambeacutem eacute possiacutevel a aposta em subprodutos como o
turismo de museus e industrial ligados por sua vez ao turismo criativo um tipo de turismo
que tem vindo a crescer e a afirmar-se nos uacuteltimos anos podendo vir a ser uma grande
vantagem competitiva para o destino se poder afirmar enquanto destino cultural e criativo
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALEGRE Joaquiacuten e GARAU Jaume (2010) Tourist Satisfaction and Dissatisfaction
Annals of Tourism Research Vol 37 No 1 pp 52-73 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738309000929via3Dihu
b
AKAMA John S e KIETI D M (2003) Measuring tourist satisfaction with Kenyarsquos
wildlife safari a case study of Tsavo West National Park Tourism Management vol 24
pp 73-81 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS02615
17702000444
BALOGLU S e MCCLEARY K W (1999) A Model of Destination Image Formation
Annals of Tourism Research Science vol 26(4) pp 868ndash897 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738399000304via3Dihu
b
BEERLI A e MARTIN JD (2004) Factors Influencing Destination Image Annals of
Tourism Research vol 31 nordm 3 pp 657-681 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738304000349
BJOumlRK Peter (2014) ldquoTourist Experience Value Tourist Experience and Life
Satisfactionrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK CAB
International pp 22-29
BOTELHO Joana Maria Ribeiro Pita (2013) Fatores Motivadores na Escolha do
Destino Turiacutestico Uma outra questatildeo Coimbratilde Oliveira do Hospital Escola Superior de
Tecnologia e Gestatildeo de Oliveira do Hospital Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026175881DissertaC3A7C3A3o20J
oana20Botelhopdf
BUHALIS Dimitrios (2000) Marketing the Competitive Destination of the Future
Tourism Management vol 21 nordm 1 pp 97-116 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS0261517799000953via3Dihub
107
BUTLER Richard W (1980) The Concept of a Tourist Area Cycle of Evolution
Implications for management of resources Canadian Geographer vol XXIV no 1 pp5-
12 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueconcept-tourist-area-cycle-
evolution-implications-management-resources
Cacircmara Municipal de Almada (sd) Disponiacutevel em httpwwwm-almadapt
[Consultado a 04062019]
Cacircmara Municipal de Almada (2011) Plano Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e
Desenvolvimento do Turismo para o Concelho de Almada Disponiacutevel em httpwwwm-
almadapt [Consultado a 04062019]
CARDOSO Idiacutelia Spencer (2012) O Uso da Internet como Ferramenta de Comunicaccedilatildeo
na Promoccedilatildeo dos Destinos Turiacutesticos O Caso da Ilha do Maio Praia Universidade de
Cabo Verde ndash Escola de Negoacutecios e Governaccedilatildeo Monografia Disponiacutevel em
httpwwwportaldoconhecimentogovcvbitstream1096126381MONOGRAFspenc
erpdf
COHEN Erik (1979) Rethinking the sociology of tourism Annals of Tourism Research
vol 6 nordm 1 pp 18- 35 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleab
spii0160738379900926via3Dihub
COLTMAN Michael M (1989) Tourism Marketing Nova Iorque Van Nostrand
Reinhold
COSTA Carlos e ALBUQUERQUE Helena (2017) ldquoUm Novo Modelo Conceptual
para o Turismo Urbanordquo Em Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e
Desenvolvimento Turiacutestico Lisboa Lidel p409-422
CROTTS John C e PAN Bing (2007) Destination appraisals Annals of Tourism
Research Vol 34 No 2 pp 541ndash544 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738306001630
CUNHA Liciacutenio e ABRANTES Antoacutenio (2013) Introduccedilatildeo ao Turismo Lisboa Lidel
CUNHA Liciacutenio (2011) Autenticidade e Inovaccedilatildeo factores de renovaccedilatildeo dos destinos
turiacutesticos maduros Cogitur Journal of Tourism Studies nordm 4 pp 9-28 Disponiacutevel em
httprecilgrupolusofonapthandle104371890
CUNHA Liciacutenio (2013) Economia e Poliacutetica do Turismo Lisboa Lidel
108
ENGEL J BLACKWELL R D e MINIARD P W (1995) Consumer Behaviour Fort
Worth Dryden Press
FERRO Carlos (2018) ldquoA 15 minutos de Lisboa e sem hoteacuteis para turistasrdquo Diaacuterio de
Notiacutecias 25 de marccedilo Disponiacutevel em httpswwwdnpt [Consultado a 04062019]
COSTA Ana Rita de Deus Rocha Alves Peres da (2015) Tourist Destination Loyalty a
multidimensional perspective Algarve Universidade do Algarve ndash Faculdade de
Economia Tese de Doutoramento Disponiacutevel em httpssapientiaualgpthandle10400
17865
FIGUEIREDO Sara Vieira (2015) Potencialidades da Aposta no Turismo Criativo para
a Dinamizaccedilatildeo Social e Econoacutemica da Margem Cacilhas-Arialva Estoril Escola
Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026194211201504019_pdf
FLORES LCS e MENDES JC (2014) Perspectivas do destino turiacutestico repensando
o sentido do conceito Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo vol 8 nordm 2 pp 222-
237 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueperspectivas-destino-
turC3ADstico-repensando-o-sentido-conceito-1
FRAMKE Wolfgang (2002) The Destination as a Concept A Discussion of the
Business-related Perspective versus the Socio- cultural Approach in Tourism Theory
Scandinavian Journal of Hospitality and Tourism vol 22 pp 92-108 Disponiacutevel em
httpswwwtandfonlinecomdoiabs10108015022250216287
GAcircNDARA Joseacute Manoel G (2008) A Imagem dos Destinos Turiacutesticos Urbanos
Revista Eletroacutenica de Turismo Cultural pp 1-22 Disponiacutevel em
httpwwwecauspbrturismoculturalaimagempdf
GNOTH Juergen (1997) Tourism Motivation and Expectation Formation Annals of
Tourism Research vol 24 nordm 2 pp 283ndash304 Disponiacutevel em
httpswwwmendeleycomcataloguetourism-motivation-1
GONCcedilALVES Antoacutenio Costa (2002) O recreio e lazer na reabilitaccedilatildeo urbana ndash
Almada Velha Lisboa Gabinete de Estudos e Prospetiva Econoacutemica
109
GREMLER D e BROWN S (1996) ldquoService loyalty its nature importance and
implicationsrdquo Em Edvardsson et al (Eds) Advancing service quality a global
perspective NY ISQA
GUSTAVO Nuno Silva (2012) Modelos e Processos de Gestatildeo em Negoacutecios Turiacutesticos
Tendecircncias num contexto em mudanccedila Revista Turismo amp Desenvolvimento nordm 1718
Disponiacutevel em httpscomumrcaapptbitstream104002625381201201002_pdf
HILL Manuela Magalhatildees e HILL Andrew (1998) A Construccedilatildeo de um Questionaacuterio
Dinacircmia ndash Centro de Estudos sobre a Mudanccedila Socioeconoacutemica documento de trabalho
pp 1-56 Disponiacutevel em httpsrepositorioiscte-iulptbitstream100714694DINAMI
A_WP_1998-11pdf
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica Disponiacutevel em httpswwwinept [Consultado
a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2013) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2012 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=209572834ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2014) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2013 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=223543836ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2015) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2014 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=249079309ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2016) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2015 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=224764823ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
110
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2017) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2016 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=277105510ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE - Instituto Nacional de Estatiacutestica (2018) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2017 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=320468753ampxlang=enampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a
04062019]
ISO-AHOLA Seppo E (1982) Toward a Social Posychological Theory of Tourism
Motivation Annals of Tourism Research vol 9 nordm 2 pp 256-262 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspii0160738382900494
JENSEN Oslashystein (2014) ldquoApproaches for the Evaluation of Visitor Experiences at
Tourist Attractionsrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK
CAB International pp 139-153
KOTLER Philip (2000) Marketing Management Millenium Edition USA Prentice-
Hall Inc
KOZAK Metin e ANDREU Luisa (2006) Progress in Tourism Marketing UK
Elsevier
LEIPER Neil (1979) The Framework of Tourism - Towards a Definition of Tourism
Tourist and the Tourist Industry Annals of Tourism Research vol 6 nordm 4 pp 390-407
Disponiacutevel em httpwwwsciencedirectcomsciencearticlepii0160738379900033
LYNCH Mary-Frances et al (2011) The demand for Mirsquokmaw cultural tourism Tourist
perspectives Tourism Management vol 32 pp 977-986 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0261517710001676
MARUJO Maria Noeacutemi (2008a) Turismo e Comunicaccedilatildeo Castelo Branco RVJ-
Editores
MARUJO Maria Noeacutemi (2008b) A Internet como Novo Meio de Comunicaccedilatildeo para os
Destinos Turiacutesticos O caso da Ilha da Madeira Turismo em Anaacutelise vol 19 nordm1 pp25-
42 Disponiacutevel em httpswwwrevistasuspbrrtaarticledownload14140159580
111
MIRANDA Claudio de Souza (2010) A Internet como ferramenta de comunicaccedilatildeo no
Turismo um estudo exploratoacuterio da utilizaccedilatildeo de e-mails pelo trading em Ribeiratildeo Preto
e seus impactos no Turismo local Disponiacutevel em httpsistemasemeadcombr8semea
dresultadotrabalhosPDF159pdf
NAIDOO P et al (2011) An assessment of visitor satisfaction with nature-based
tourism attraction International Journal of Management and Marketing Research vol 4
nordm1 pp 87-98 Disponiacutevel em httpspdfssemanticscholarorgc748dec80e536503a61b
041a2591ef969b3fff5apdf
OMT ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (2019) UNWTO Tourism Definitions [online]
UNWTO Madrid Disponiacutevel em httpswwwe unwtoorgdoibook10181119789284
420858 [Consultado a 11122019]
PESTANA Maria Helena et al (2018) Motivations emotions and satisfaction The keys
to a tourism destination choice Journal of Destination Marketing amp Management pp 1-
9 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS2212571X1830120
3via3Dihub
PERES Rita e RITA Paulo (2017) ldquoMarketing e Comunicaccedilatildeo dos Destinosrdquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p173-181
PIKE Steven e PAGE Stephen (2014) Destination Marketing Organizations and
destination marketing A narrative analysis of the literature Tourism Management vol
41 pp 202-227 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS026
1517713001714via3Dihub
PIZAM Abraham e MANSFELD Yoel (1999) Consumer Behavior in Travel and
Tourism NY The Haworth Hospitality Press
PREBENSEN Nina K CHEN Joseph S e UYSAL Muzaffer (2014) Creating
Experience Value in Tourism UK CAB International
QUIVY Raymond e CAMPENHOUDT Luc Van (2005) Manual de Investigaccedilatildeo em
Ciecircncias Sociais Lisboa Gradiva
RNT ndash Registo Nacional do Turismo (2002) Disponiacutevel em httpsrntturismodeportug
alpt [Consultado a 02102019]
112
SARANIEMI Saila e KYLAumlNEN Mika (2011) Problematizing the concept of tourism
destination An Analysis of Different Theoretical Approaches Journal of Travel
Research vol 50 no 2 pp133- 143 Disponiacutevel em httpsjournalssagepubcomdoia
bs1011770047287510362775
SCOacuteTOLO Denise e NETTO Alexandre P (2015) Contribuiccedilotildees do Turismo para o
Desenvolvimento Local Cultur ndash Revista de Cultura e Turismo vol 9 no1 pp 37-59
Disponiacutevel em httpperiodicosuescbrindexphpculturarticleview554
SEATON A V (1996) ldquoDestination Marketingrdquo Em A V Seaton e M M Bennet
(eds) Marketing Tourism Products Reino Unido Thomson Business Press
SWARBROOKE John e HORNER Susan (2007) Consumer Behaviour in Tourism
UK Elsevier Ltd
UNWTO ndash United Nations World Tourism Organization (2007) A Practical Guide to
Tourism Destination Management Spain World Tourism Organization
URIELY Natan (2005) The Tourist Experience - Conceptual Developments Annals of
Tourism Research vol 32 nordm 1 pp 199-216 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirect
comsciencearticleabspiiS0160738304001264via3Dihub
VARGAS-SAacuteNCHEZ Alfonso (2017) ldquoTerritoacuterios de Inovaccedilatildeo e Turismordquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p481-491
WEARING Stephen L e FOLEY Carmel (2017) Understanding the tourist experience
of cities Annals of Tourism Research Vol 65 pp 97-107 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738317300695
WICHELS Susana (2013) A Experiecircncia Sensorial na Comunicaccedilatildeo Turiacutestica Biblos ndash
Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra V XI pp 475-494
Disponiacutevel em httpsdigitalis-dspucptjspuihandle10316235518
WOODSIDE AG e LYSONSKI S (1989) A general model of travel destination
choice Journal of Travel Research Vol 27 No4 pp8-14 Disponiacutevel em
httpsjournalssagepubcomdoi101177004728758902700402
113
YOUSAF A et al (2018) Touristrsquos Motivations to Travel A Theoretical Perspective
on The Existing Literature Tourism and Hospitality Management V 24 no 1 pp 197ndash
211 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcataloguetourists-motivations-totravel-
theoretical-perspective-existing-literture
114
Apecircndice I ndash Graacuteficos
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia)
25 12
3534
43
21
23
30
11
1528
18
5
2
515
29
30
9
7
20
24
18
43
1511
4
2
21
6 1822
7
379 13
12
316
5 1921
141123
29
17
60
11
3
14
8 13
20
22
7
5 22
27
20
21
1020
17
5
6
421
31
15
14
1422
1712
7
6
2720
16
14
14
23 13
10
11
6
2520
13
22
10
22
116
7
7
20
2816
11
11
24
1610
88
13
33 145 4
1430 21
30 17
9 9 9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
115
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas)
13 14 19
22
22
12
21
18
4
1524
8
2
1
518 20
11
9
14 128
9
32
10
5 2
3
5
16
188
5
20
15
11
4
17
6
12
23
44
3
1127
12
48
2
2
1
5
13
37
5
2
13
19
156
6
27
8
4
1
1
12
28
14
9
4
18
15
5
3
12
24
13
3
7
26
14
2
3
6
23
15
6
1211
17
9
2
512
20
12
4
6
9
323
4
4
26
17
1
6
1 12
31
321
6 814
4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
116
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia)
37
20
16
1
15
20
16
1
419
9
4
1
1 12
22
6
4
711
7
8
7
3
8
3
1
1
3
17
14
2
7
2
12 2
1
4
1
10 20
33
4
278
14 3
3
4
4
12
22
2
2
12
13
83
2
15
14
21
1
6
26
74
322
6
2
1 8
20
12
1
3
19
9
2
2
1
19
10
6
2
1
21
8
2
2
2
15 16
3
2
15
9 6
4
3
316
12
4
4
10 20
56
410 9
1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
117
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas)
24 15
37 23
1
3 14
35 24
3
428
229
2
2
20
27
17
4
2
24
1519
22
11
14
34
13
6
20
14 6
19
7
23
15
15
7
17
179
91
17
28 1637
2
8
3 2
11
1
15
12
21
6
2
20
27
14
17
3
20
7
6
6
2
16
3212
8
4
30
17 94
5
20
21 1610
9
22
12 76
11
27
11 913
6
20 66
5
6
10 29189
11
2410
710
8
22 16 859
14 27 15216 16
6 6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
118
Anexo I - Inqueacuterito
Posto de turismo
Data
Caro(a) Senhor(a) este questionaacuterio tem como principal objetivo realizar um estudo para uma dissertaccedilatildeo de
mestrado com o intuito de avaliar a sua visita ao destino Almada Toda a informaccedilatildeo recolhida eacute confidencial
Agradecemos a sua colaboraccedilatildeo
11 Eacute a primeira vez que visita o destino Almada Sim Natildeo
12 Se natildeo eacute a primeira visita quantas viagens fez a Almada nos uacuteltimos dois anos
Quando foi a uacuteltima visita
13 Com quem estaacute a viajar
Sozinho
GrupoExcursatildeo Quantas pessoas
Companheiroa
FamiacuteliaAmigos
14 Eacute residente em Portugal Em que concelho
15 Eacute residente noutro paiacutes Qual
16 Qual a razatildeo da visita a Almada 17 Vai pernoitar em Almada Sim Natildeo
Quantas noites pernoita
18 Estaacute alojado em Almada Sim Natildeo
Em que zona
1) Cacilhas 2) Pragal 3) Almada
Centro 4) Costa da Caparica 5) Trafaria
6) Herdade da Aroeira
19 Qual o tipo de alojamento que elegeu nas diferentes zonas acima referidas
QUESTIONAacuteRIO
1 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
Passear Paisagem
Compras e lojas Lazer Recreio e Feacuterias
Monumentos Ambiente humano
Museus Desporto
Eventos Natildeo seinatildeo respondo
ProfissionalNegoacutecios Outros Quais
Religiatildeo
Praia
Gastronomia
Familiares e amigos
1) 2) 3) 4) 5) 6) Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de campismo
ResortAldeamento Turiacutestico
Pousada da juventude
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros Quais
119
110 Por que regime optou 111 Qual o meio de transporte que utilizou para chegar a
Almada
Viatura Proacutepria hellip Autocaravana
Viatura Alugada Barco
Autocarro Turiacutestico Tuck-tuck
Autocarro Puacuteblico BicicletaTrotineteSegway
Comboio A peacute
2 Fontes de Informaccedilatildeo do destino de Almada 21 Como valoriza as seguintes fontes de informaccedilatildeo que o levaram a visitar o destino Almada Para cada opccedilatildeo assinale com (x) o nuacutemero que corresponde ao seu grau de importacircncia sendo que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5) Extremamente importante
22 Quando eacute que usou estas fontes de informaccedilatildeo 23 Quanto tempo demorou a decidir visitar Almada
24 Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica de Almada tendo em conta a seguinte escala (1) Muito insuficiente (2) Insuficiente (3) Suficiente (4) Bom (5) Muito bom (NSNR) Natildeo seinatildeo respondo
31 Inicialmente as suas expectativas relativamente 32 Almada eacute o uacutenico destino que vai visitar Sim Natildeo
a Almada eram Se natildeo qual(ais)
33 Quais as atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
1) 2) 3) 4) 5) 6)
Soacute dormida
Dormida e pequeno almoccedilo
Meia pensatildeo
Pensatildeo completa
Tudo incluiacutedo
NSNR
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos
Escolha ocasional
Revista ou jornal Qual
Redes sociais Qual
Brochuras e guias turiacutesticos Qual
FeirasExposiccedilotildees de turismo Qual
Site da cacircmara municipal de Almada
Postos de informaccedilatildeo turiacutestica Qual
Agecircncias de viagem Qual
Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo Qual
Outros Qual
(1) Natildeo usei
(2) Antes da viagem
(3) Durante a viagem
(1) Natildeo foi planeado
(2) Quando cheguei ao destino
(3) Antes de chegar ao destino
(1) Muito Insuficiente
(2) Insuficiente
(3) Suficiente
(4) Bom
(5) Muito Bom
NSNR
3 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
(1) Muito Baixas (2) Baixas (3) Sem expectativas (4) Moderadas (5) Elevadas
120
34 Indique com um (x) quais dos seguintes atributos considera mais importantes na escolha deste destino numa
escala em que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5)
Extremamente Importante
35 Indique com um (x) qual o seu grau de satisfaccedilatildeo para cada um dos seguintes aspetos relativos ao destino numa
escala em que (1) Muito Insatisfeito (2) Insatisfeito (3) Satisfeito (4) Muito Satisfeito (5) Extremamente Satisfeito
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio local
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
121
36 Segundo as suas expectativas qual o seu grau de 37 O que mais gostou durante a visita (3 aspetos)
satisfaccedilatildeo global relativamente ao destino Almada
38 O que menos gostou durante a visita (3 aspetos)
39 Depois da sua visita a Almada tenciona
4 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
51 Idade 52 Geacutenero 54 Estado Civil
53 Nacionalidade
55 Habilitaccedilotildees Literaacuterias 56 Situaccedilatildeo Profissional
(assinale com um (x) a habilitaccedilatildeo mais elevada)
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado Outro
57 Qual o valor meacutedio que gasta por dia e por pessoa 58 Qual o rendimento familiar mensal
nesta visita a Almada (excluindo o alojamento)
Muito Insatisfeito Insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito Extremamente Satisfeito Natildeo SeiNatildeo Respondo
Natildeo Natildeo Sei Eacute Provaacutevel De Certeza
Voltar
Recomendar
Voltar mesmo que o preccedilo aumente
Feminino Masculino
18-24 anos 25-34 35-44 45-54 55-64 Mais do que 64 anos NSNR
Solteiroa CasadoUniatildeo de facto DivorciadoViuacutevo Nordm de elementos do agregado familiar
Empregado Desempregado Natildeo ativo Estudante Reformado Outro Qual
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro + de 2501euro
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro 401-500euro Mais de 500euro Outro valor
Obrigada pela colaboraccedilatildeo e atenccedilatildeo dispensada
VI
Iacutendice de Figuras
Figura 1 - O sistema turiacutestico 6
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas 17
Figura 3 - Modelo de Howard e Sheth 36
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall 37
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor 37
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada 44
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada 51
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de
Almada 52
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada 53
Figura 10 - Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas 54
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica 54
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses
56
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada 62
Figura 14 - Idade visitantes do dia 67
Figura 15 - Idade turistas 68
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia 68
Figura 17 - Geacutenero turistas 69
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia 69
Figura 19 - Estado civil turistas 69
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia 70
Figura 21 - Nacionalidades turistas 70
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia 71
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas 71
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia) 72
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas) 72
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia) 73
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas) 73
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia) 74
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas) 74
Figura 30 - Primeira vez em Almada 75
VII
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia) 77
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas) 77
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia) 78
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas) 78
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia) 79
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas) 80
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada 81
Figura 40 - Em que zona ficou alojado 81
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido 82
Figura 42 - Tipo de regime 82
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia) 83
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas) 83
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 84
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas) 85
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 87
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas) 87
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia) 88
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas) 88
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia) 89
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas) 89
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia) 90
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas) 90
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia) 91
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas) 91
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia) 95
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas) 95
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia) 97
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas) 98
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia) 114
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas) 115
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia) 116
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas) 117
Iacutendice de Tabelas
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada 47
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada 49
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 52
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 54
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia 55
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
55
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos 75
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada 76
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada 91
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada 92
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita 96
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita 96
IX
Resumo
O desenvolvimento de um destino turiacutestico estaacute associado a diversos fatores que
englobam diferentes stakeholders como os consumidores a comunidade local o
EstadoGoverno e as empresas sendo que muitas vezes os interesses de uns conflituam
com os interesses de outros dificultando desta forma a gestatildeo do destino Como tal esta
gestatildeo deve ser estruturada numa oacutetica de rede na medida em que devem ser
desenvolvidos mecanismos de cooperaccedilatildeo e de cocriaccedilatildeo entre as diferentes partes
interessadas Eacute neste sentido que o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos deve
ter em consideraccedilatildeo estes mesmos interesses de forma a estimular a oferta e a procura e
ao mesmo tempo influenciar a decisatildeo dos turistasvisitantes
Contudo cabe ao turista decidir o que quer visitar quando e como e desta forma
eacute essencial o conhecimento das suas motivaccedilotildees e tambeacutem dos diferentes perfis de turistas
existentes para que a oferta seja ajustada a essas distintas caracteriacutesticas Para tal eacute
imprescindiacutevel a geraccedilatildeo de expectativas que podem ser criadas pelo destino atraveacutes de
diversos meios de comunicaccedilatildeo que transmitam informaccedilatildeo de qualidade acerca da oferta
do mesmo com o intuito de atrair visitantes captar a sua atenccedilatildeo e fidelizaacute-los para que
regressem e recomendem
Neste sentido a investigaccedilatildeo empiacuterica representa uma importante ferramenta no
desenvolvimento dos destinos turiacutesticos jaacute que permite recolher dados relevantes sobre
o puacuteblico alvo que se pretende atingir No caso da presente dissertaccedilatildeo sendo o principal
objetivo traccedilar o perfil do turista e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada destacam-se
como algumas conclusotildees o facto da maioria dos visitantes de Almada serem
excursionistas e natildeo turistas pois a grande maioria apenas visita o destino por algumas
horas assim como o facto de que ao niacutevel da promoccedilatildeo turiacutestica do destino esta natildeo
demonstrou ter uma papel relevante na influecircncia da escolha do destino destacando-se a
necessidade de implementar novas ferramentas de promoccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo
no destino turiacutestico em questatildeo
Palavras-chave turismo destinos turiacutesticos perfil do turista motivaccedilotildees comunicaccedilatildeo
promoccedilatildeo turiacutestica Almada
X
Abstract
The development of a tourist destination is associated with countless factors that
encompass different stakeholders such as consumers local community the state
government and companies where often the interests of some conflict with the interests
of others therefore hampering the management of the destination As such this
management should be structured from a network perspective as co-operation and co-
creation mechanisms between different stakeholders should be established It is in this
sense that the development of tourism products and services must take these same
interests into account in order to stimulate supply and demand while influencing the
decision of touristsvisitors
However it is up to the tourist to decide what they want to visit when and how
and so it is essential to know their motivations and the different existing profiles of
tourists so that the offer can be adjusted to these different characteristics To this end it
is essential to generate expectations which can be created by the destination through
several communication channels that convey quality information about its supply in
order to attract visitors capture their attention and increase their loyalty for them to return
and recommend
Consequently empirical research represents an important tool in the development
of tourist destinations as it allows relevant data collection about the intended target
market In the case of this dissertation being the main objective to identify the profile of
the tourist of Almada as well as analyze the tourism promotion of the destination some
conclusions include the fact that most of Almadas visitors are excursionists and not
tourists as the vast majority only visit the destination for a few hours as well as the fact
that the tourist promotion of the destination has not demonstrated a relevant role in
influencing the choice of destination highlighting the need to implement new tools for
promotion and dissemination of information in destination under discussion
Keywords tourism tourist destinations tourist profile motivations communication
tourism promotion Almada
XI
Lista de siglas e abreviaturas
AML Aacuterea Metropolitana de Lisboa
BTL Bolsa de Turismo de Lisboa
CMA Cacircmara Municipal de Almada
DMO Destination Management Organization
INE Instituto Nacional de Estatiacutestica
ISSU Digital Publishing Platform for Magazines Catalogs and Publications
OMT Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo
PDM Plano Diretor Municipal
RNT Registo Nacional de Turismo
UNWTO World Tourism Organization
1
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 Contexto e enquadramento ao tema
A atualidade eacute caracterizada por profundas alteraccedilotildees que foram ocorrendo ao longo
dos uacuteltimos anos a niacutevel econoacutemico cultural social poliacutetico e ambiental Estas
alteraccedilotildees ocorreram por diversos motivos como crises econoacutemicas alteraccedilotildees
demograacuteficas o processo de globalizaccedilatildeo os desenvolvimentos tecnoloacutegicos entre
outros tornando o mundo atual cada vez mais global com sociedades cada vez mais
fragmentadas (Gustavo 2012) Esta fragmentaccedilatildeo ldquoleva a que a sociedade se divida numa
grande variedade de grupos de pessoas com caracteriacutesticas demograacuteficas sociais
econoacutemicas e culturais diferentes que originam novos segmentos da procura turiacutesticardquo
(Cunha 2011 10) Todos estes fatores contribuem para a aceleraccedilatildeo das transformaccedilotildees
e do proacuteprio ciclo de vida das sociedades modernas o que obriga ldquoa mudanccedilas na procura
e (hellip) agrave alteraccedilatildeo dos destinos e das actividades que neles se desenvolvemrdquo (Id Ibid 10)
Nos uacuteltimos anos tem-se assistido a um grande desenvolvimento turiacutestico sendo que
o turismo se transformou numa das principais fontes de rendimento do Governo Um dos
principais desafios que este enorme desenvolvimento turiacutestico provocou foi o aumento da
oferta turiacutestica que por sua vez conduziu ao grande aumento da competitividade entre os
destinos originando algumas dificuldades na sua gestatildeo Este aumento da oferta estaacute
tambeacutem notoriamente relacionado com o aumento da procura sendo que satildeo vaacuterios os
fatores que cada vez mais incentivam as pessoas a viajar e a deslocarem-se para novos
destinos fazendo com que a procura turiacutestica tenha tomado uma escala global deixando
de estar centralizada nos destinos mais industrializados e desenvolvidos (Gustavo 2012)
Esta procura eacute cada vez mais constituiacuteda por consumidores com caracteriacutesticas
socioculturais muito diversas que deram origem a novos estilos de vida muito diferentes
dos padrotildees que se observavam nas deacutecadas de 50 e 60 ldquocaracterizados pelo consumismo
(hellip) que deu origem agraves feacuterias massificadas com base no laquosol e marraquordquo (Cunha e Abrantes
2013157) Assim os consumidores atuais satildeo cada vez mais exigentes e independentes
com um maior grau de conhecimento sobre os factos
2
A realidade eacute que a velocidade do ciclo de vida tem aumentado cada vez mais
diminuindo o tempo de vida dos produtos tornando-se imprescindiacutevel estar em constante
inovaccedilatildeo uma vez que a mesma ldquodesempenha o papel de motor do desenvolvimento e eacute
dos mais poderosos meios de melhorar a competitividade dos destinos turiacutesticos [sendo]
um factor criacutetico para ultrapassar as situaccedilotildees que levam agrave maturidade ou estagnaccedilatildeordquo
(Cunha 2011 25) Desta forma cada vez mais o turista contemporacircneo procura
experiecircncias turiacutesticas diferenciadoras e autecircnticas o que faz com que os destinos de
forma a natildeo perderem a sua capacidade de atraccedilatildeo invistam cada vez mais na inovaccedilatildeo
para que se consigam ldquoreestruturar criar uma nova identidade e alterar a sua imagemrdquo
mantendo-se competitivos (Cunha 2011 12)
Esta noccedilatildeo de inovaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia hoje em dia pois se o liacuteder de
mercado natildeo se inovar vai acabar por se autodestruir uma vez que vai deixar de conseguir
acompanhar a procura e de combater a concorrecircncia Se existir uma contiacutenua estagnaccedilatildeo
num determinado produto e natildeo se estimular uma evoluccedilatildeo das ofertas o destino vai
certamente entrar em decliacutenio e perder competitividade deixando de ser apelativo Eacute
neste acircmbito que surge um novo paradigma do turismo muito mais dinacircmico e mais
focado no consumidor que cada vez mais exige ldquoser parte integrante no processo de
construccedilatildeo do produto e no caso do destino turiacutestico da experiecircncia turiacutesticardquo (Flores e
Mendes 2014 234) Desta forma os gestores de destinos devem operar seguindo uma
visatildeo do destino ldquocomo um sistema integrado flexiacutevel e adaptado agraves demandasrdquo
privilegiando as motivaccedilotildees e expectativas do consumidor de forma a compreender os
diversos perfis de turistas que existem atualmente para que seja possiacutevel criar
experiecircncias turiacutesticas de excelecircncia (Flores e Mendes 2014 234)
12 Pertinecircncia do estudo
Esta dissertaccedilatildeo pretende contribuir para a definiccedilatildeo do perfil do turista que visita
Almada tendo por base as teorias associadas agraves motivaccedilotildees expectativas
comportamento e satisfaccedilatildeo assim como proceder a uma anaacutelise da promoccedilatildeo turiacutestica
deste destino atraveacutes da examinaccedilatildeo dos diferentes canais de comunicaccedilatildeo existentes
Uma vez que o ramo de especializaccedilatildeo deste mestrado eacute a gestatildeo de destinos turiacutesticos
considerou-se pertinente compreender e definir o que satildeo destinos turiacutesticos tendo em
conta a oferta turiacutestica a procura e a experiecircncia turiacutestica assim como definir o conceito
de comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica uma vez que estas ldquo[estabelecem] a ligaccedilatildeo entre a
oferta e a procura entre os turistas e os anfitriotildeesrdquo (Marujo 2008 29)
3
Tambeacutem seratildeo abordados alguns conceitos de marketing turiacutestico em destinos de
forma a compreender que este deve ser visto como um sistema dinacircmico onde se devem
estabelecer inter-relaccedilotildees entre os diferentes stakeholders ldquode forma a conciliar os
objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica natildeo sendo apenas uma estrateacutegia
de atraccedilatildeo de visitantesturistasrdquo (Peres e Rita 2017174) A escolha deste tema para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo teve que ver sobretudo com o facto de natildeo existir nenhum
estudo cientiacutefico em concreto sobre o perfil do turistavisitante de Almada Assim como
compreender como eacute que os turistasvisitantes obtiveram conhecimento deste destino
como chegaram ateacute ele e ateacute que ponto a promoccedilatildeo turiacutestica do destino teve impacto ou
influecircncia na escolha dos turistasvisitantes
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo
O objetivo geral desta dissertaccedilatildeo eacute caracterizar o turistavisitante que visita
Almada assim como determinar as motivaccedilotildees para a viagem Por outro lado pretende-
se estudar outras variaacuteveis do comportamento do consumidor tais como conhecer o
impacto da promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos atraveacutes do conhecimento de quais os meios
de comunicaccedilatildeo que tiveram um maior impacto ou natildeo na escolha da visita sendo que se
pretende que o resultado desta investigaccedilatildeo possa ser um contributo para o
desenvolvimento do destino turiacutestico em questatildeo Formam tambeacutem parte dos objetivos
compreender a aacuterea turiacutestica da cidade de Almada atraveacutes de uma anaacutelise da oferta e da
procura identificar os diferentes canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e analisar
se a estrateacutegia de promoccedilatildeo bem como os principais canais de comunicaccedilatildeo vatildeo ao
encontro da oferta e da procura turiacutestica do destino
Uma vez que este estudo pode servir como base para futuras investigaccedilotildees e
desenvolvimentos a niacutevel turiacutestico em Almada pretende-se perceber e dar a conhecer qual
ou quais os mercados alvo a explorar para facilitar a definiccedilatildeo de produtos turiacutesticos para
segmentos alvo especiacuteficos deste destino O estudo do perfil dos turistas eacute essencial para
o desenvolvimento de um destino turiacutestico na medida em que permite ldquocompreender se
as caracteriacutesticas de um destino satisfazem ou natildeo as necessidades dos visitantesrdquo e
tambeacutem porque eacute fundamental para a segmentaccedilatildeo do mercado conhecer as motivaccedilotildees
dos visitantes para que seja possiacutevel proporcionar uma oferta com produtos especiacuteficos
que sejam capazes de satisfazer as necessidades e desejos dos mesmos (Cunha 2013 95)
4
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos
21 O turismo enquanto sistema
De modo a compreender melhor o que satildeo destinos turiacutesticos e como se
desenvolvem eacute essencial fazer um breve enquadramento ao turismo enquanto sistema jaacute
que os destinos formam parte deste mesmo sistema e sem esta perceccedilatildeo a sua gestatildeo
dificulta-se Atualmente uma das perspetivas que mais autores defendem no turismo eacute a
abordagem holiacutestica uma vez que esta defende que o turismo apresenta diversas
vertentes mas o seu foco principal satildeo sempre os turistas existindo uma relaccedilatildeo de
multidisciplinaridade entre o turismo e outras aacutereas diferentes mas que se relacionam e
completam Seguindo esta loacutegica surge uma nova definiccedilatildeo de sistema que possibilita a
criaccedilatildeo de um ponto de referecircncia comum agraves diferentes vertentes e perspetivas do turismo
tendo como base os seguintes elementos os turistas os elementos geograacuteficos a
componente industrial e a interaccedilotildees com ambientes mais amplos (Leiper 1979) Atraveacutes
da definiccedilatildeo de turista e da distinccedilatildeo entre o mesmo e visitante do dia assim como a
anaacutelise do seu comportamento que geralmente segue um padratildeo eacute possiacutevel determinar
em seguida os elementos geograacuteficos
Para tal Leiper (1979) baseou-se na definiccedilatildeo de ambiente turiacutestico de Gunn
(1972) tendo estabelecido trecircs dimensotildees espaciais do sistema turiacutestico as regiotildees
geradoras de turistas onde os turistas residem permanentemente e onde as viagens tecircm
iniacutecio tratando-se do mercado gerador para o turismo pois satildeo regiotildees que estimulam
viagens as regiotildees de destinos turiacutesticos locais que atraem os turistas de modo a
permanecerem temporariamente nos mesmos pois possuem atraccedilotildees que as regiotildees
geradoras natildeo possuem e desta forma o turista passa a querer experienciaacute-las
pessoalmente e por fim as regiotildees de tracircnsito tratando-se de zonas intermeacutedias onde natildeo
soacute se unem as duas regiotildees previamente referidas mas tambeacutem onde ocorre a viagem do
turista permitindo-lhe conhecer zonas de passagem desconhecidas sendo essenciais pois
permitem ldquoinfluenciar a qualidade do acesso a determinados destinos e
consequentemente influenciar o tamanho e a direccedilatildeo dos fluxos turiacutesticosrdquo (Leiper
1979 397)
5
Outro aspeto relevante a ter em atenccedilatildeo no sistema turiacutestico eacute a definiccedilatildeo e
delimitaccedilatildeo dos recursos existentes Segundo Leiper (1979) existem dois fatores que
interagem no processo sendo eles os turistas que procuram experiecircncias serviccedilos e
infraestruturas que satisfaccedilam as suas necessidades e os diversos recursos dos destinos
que servem os turistas e os mesmos propoacutesitos anteriormente referidos
Estes recursos podem ser agrupados em cinco categorias diferentes lazer como
o principal motivo que leva as pessoas a viajar inputs organizacionais e de planeamento
efetuados natildeo soacute por empresas mas tambeacutem pelos proacuteprios turistas que contribuem em
grande parte para a interaccedilatildeo social e para as caracteriacutesticas culturais da experiecircncia
turiacutestica recursos naturais e gratuitos inerentes ao destino que no seu conjunto
contribuem para a criaccedilatildeo da atmosfera do destino induacutestrias incidentais que servem
essencialmente a populaccedilatildeo local e os visitantes do dia mas que acabam tambeacutem por
servir os turistas de forma episoacutedica e por uacuteltimo a proacutepria induacutestria turiacutestica que
funciona quase como um elemento agrave parte de todo o sistema mas que se manteacutem
relacionada com todas as partes do sistema turiacutestico (Leiper 1979 399-400)
Desta forma ldquoa induacutestria turiacutestica consiste em todas as empresas organizaccedilotildees e
equipamentos que se destinam a responder agraves necessidades e desejos especiacuteficos dos
turistasrdquo (Leiper 1979 400) sendo que ela proacutepria se divide em seis setores interligados
numa cadeia que se estende a todas as regiotildees do sistema turiacutestico especiacuteficos para cada
tipo de serviccedilo fornecido aos turistas como o marketing as companhias de transporte
turiacutestico o alojamento as atraccedilotildees turiacutesticas os serviccedilos e a regulamentaccedilatildeo (Leiper
1979)
Atraveacutes deste modelo Leiper (1979) cria uma nova definiccedilatildeo de turismo que pode
ser observada atraveacutes da figura 1 apresentando-o como um sistema com cinco elementos
sendo eles os turistas as regiotildees geradoras de turistas as regiotildees de destinos turiacutesticos
as regiotildees de tracircnsito e a induacutestria turiacutestica Todos estes elementos funcionam como um
sistema aberto no qual se interrelacionam natildeo soacute no espaccedilo e no tempo mas tambeacutem com
o ambiente externo que inclui as dimensotildees fiacutesicas culturais sociais econoacutemicas
poliacuteticas e tecnoloacutegicas
6
Figura 1 - O sistema turiacutestico (Leiper 1979)
22 Conceito de Destino Turiacutestico
Na definiccedilatildeo do conceito de destinos turiacutesticos existem diversas abordagens que
elucidam de forma diferente aquilo que eacute um destino turiacutestico gerando por vezes algumas
incoerecircncias uma vez que se focam somente num determinado aspeto como por exemplo
definir o destino somente enquanto uma ferramenta de marketing ou como uma unidade
geograacutefica desprezando os restantes elementos que tambeacutem formam parte de um destino
(Framke 2014) A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) define destino turiacutestico
como sendo um local fiacutesico com ou sem limites administrativos no qual o visitante pode
passar a noite Eacute um conjunto de produtos e serviccedilos assim como atividades e
experiecircncias que se desenvolvem ao longo da cadeia de valor do turismo e formam a
unidade baacutesica de anaacutelise em turismo incorporando vaacuterias partes interessadas que podem
conectar-se de forma a criar destinos mais abrangentes A sua imagem e identidade
tornam-no intangiacutevel e satildeo estas duas caracteriacutesticas que influenciam a sua posiccedilatildeo e
competitividade no mercado (OMT 2019)
Apoacutes compreender-se que o destino eacute parte integrante do sistema turiacutestico para
Saraniemi e Kylaumlnen (2011) o destino turiacutestico deve ser observado como a principal
unidade de anaacutelise em turismo uma vez que todas as atividades e atraccedilotildees turiacutesticas onde
estatildeo incluiacutedos a produccedilatildeo e o consumo ocorrem num determinado destino e neste
sentido eacute a anaacutelise do destino turiacutestico que se vai refletir ldquona compreensatildeo da maioria dos
fenoacutemenos do turismordquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 133)
7
Um destino turiacutestico eacute portanto um espaccedilo onde diferentes stakeholders
interagem contribuindo para a cocriaccedilatildeo de experiecircncias entre o consumidor e o produtor
sendo que ldquoo somatoacuterio dos interesses atividades instalaccedilotildees infraestruturas e atraccedilotildees
cria a identidade de um lugar [ou seja] o destino eacute a identidade turiacutestica de um lugarrdquo
(Framke 2002 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) Sendo que existem vaacuterias
perspetivas e abordagens no que diz respeito agrave definiccedilatildeo do que eacute um destino turiacutestico
dentro das convencionais existe a perspetiva geograacutefica onde os destinos satildeo geralmente
abordados seguindo o modelo dos elementos sugerido por Medlik e Middleton (1973)
(citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) sendo eles as atraccedilotildees as infraestruturas
as acessibilidades as imagens e o preccedilo
Nesta abordagem ldquoos destinos satildeo lugares para os quais as pessoas viajam e onde
escolhem ficar por algum tempo para experimentar certas atraccedilotildeesrdquo (Leiper 1995 citado
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 135) desta forma os turistas viajam para fora dos seus
locais habituais estimulados pelos seus motivos e necessidades em busca de destinos
com recursos atraccedilotildees e serviccedilos diferentes daqueles que encontram no seu destino de
origem Jaacute numa perspetiva de gestatildeo marketing de destinos autores como Kotler
Bowen e Makens 1999 Kotler Haider e Rein 1993 (citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) defendem que o produto turiacutestico eacute composto por diversos elementos dispostos por
diferentes camadas o que significa que as infraestruturas e serviccedilos de que o destino
dispotildee satildeo criados a pensar no turista de forma a ir ao encontro daquilo que satildeo as suas
necessidades (Cooper et al 2005 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Dentro desta perspetiva de marketing existem diversos modelos como eacute exemplo
o modelo do produto turiacutestico total (Middleton 1994 Middleton e Clarke 200 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011) no qual o produto eacute composto por elementos tangiacuteveis e
intangiacuteveis tendo por base as diferentes atividades que se podem realizar no destino
tornando a experiecircncia turiacutestica acessiacutevel para o turista a um determinado preccedilo Contudo
esta experiecircncia eacute vivida pelo consumidor de forma subjetiva dependendo de diversos
fatores como o itineraacuterio escolhido experiecircncias anteriores o contexto cultural etc
(Buhalis 2000 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
8
Outro modelo eacute o do produto turiacutestico geneacuterico (Smith 1994 citado por Saraniemi
e Kylaumlnen 2011) em que o destino eacute abordado como um produto turiacutestico no seu todo
sendo que todas as suas caracteriacutesticas ou seja os serviccedilos as infraestruturas os
equipamentos etc satildeo capazes de adicionar benefiacutecios e valor acrescido ao destino
Contudo este modelo apresenta algumas falhas na medida em que eacute apenas abordado
segundo o contexto de gestatildeo de destinos descartando a importacircncia da experiecircncia
humana e a complexidade que se estabelece no processo de oferta e procura que natildeo eacute
estaacutevel (Komppula 2005 Garciacutea-Rosell et al 2007 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) Por outro lado a abordagem de Gunn (1988) foca-se na experiecircncia turiacutestica sendo
que para este autor o destino eacute um produto turiacutestico no qual ocorre o consumo de uma
experiecircncia que resulta na utilizaccedilatildeo de um conjunto de diferentes serviccedilos pelo
turistavisitante durante a visita (Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Assim como Gunn (1988) outros autores como eacute o caso de Ritchie e Crouch
(2000) tambeacutem focam as suas abordagens referentes a destinos turiacutesticos na experiecircncia
sendo que consideram que o verdadeiro produto eacute a experiecircncia turiacutestica em si
abordagem que pode desvalorizar as relaccedilotildees socioculturais e todo o processo que as
mesmas implicam (Saraniemi e Kylaumlnen 2011) Em suma esta abordagem orientada para
a gestatildeo de marketing de destinos estaacute muito direcionada para aquilo que eacute a gestatildeo dos
recursos do destino (naturais ou criados pelo homem) baseada somente na relaccedilatildeo entre
o gestor do destino e as diferentes empresas que atuam como distribuidores
intermediaacuterios e atraveacutes das organizaccedilotildees puacuteblicas Este modelo menospreza a
importacircncia do consumidor (neste caso os turistasvisitantes) no momento do
planeamento passando o papel do mesmo a ser apenas ldquoentrar e sair da aacuterea com ou sem
os benefiacutecios pretendidosrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 136)
Numa perspetiva orientada para o consumidor o valor do mesmo eacute colocado no
centro do produto turiacutestico sendo o maior objetivo deste modelo comercializar o destino
de forma a atingir clientes especiacuteficos (Vargo and Lusch 2006 citados por Saraniemi e
Kylaumlnen 2011 136) Deste ponto de vista o turista eacute considerado um elemento passivo
na medida em que apenas interage com o destino quando integra as atividades e accedilotildees
providenciadas pelos prestadores de serviccedilos mas eacute tambeacutem ao mesmo tempo um
participante ativo pois eacute ele quem toma a decisatildeo de visitar determinado destino gasta os
seus recursos econoacutemicos para tal e eacute capaz de tomar decisotildees racionais (Moisander e
Valtonen 2006 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137)
9
Contudo para autores como Firat Dholakia e Venkatesh (1995 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) ldquoo turista surge como um agente autoacutenomo e a niacutevel
comportamental consistente cujas accedilotildees satildeo completamente explicaacuteveis e portanto
previsiacuteveisrdquo Este modelo foca-se assim no consumidor enquanto ator individual que viaja
para um destino conforme as suas necessidades e desejos natildeo conseguindo ldquocaptar a
natureza social dos lugares e a espacialidade da experiecircnciardquo (Rojek e Urry 1997 Urry
1990 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Contudo foram-se desenvolvendo
novas teorias e o conceito de serviccedilos dominantes em turismo surgiu atribuindo o papel
de cocriador ao consumidor (Vargo e Lusch 2008 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011)
Seguindo esta loacutegica uma vez que o consumidor forma parte integrante do
processo de criaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica torna-se mais faacutecil para os gestores de
destinos compreender melhor as relaccedilotildees entre a produccedilatildeo e o consumo de forma a
criarem uma melhor oferta ao consumidor contribuindo ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo
de valor do proacuteprio destino Desta forma autores como Snepenger et al (2004 2007
citados por citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) fundamentam que os lugares
constituem um conjunto de significados capazes de atrair valor e criar expectativas para
a experiecircncia e uma vez que os mesmos lugares satildeo compartilhados por turistas e
residentes locais estes transformam-se num sistema de comunicaccedilatildeo social capaz de
definir a identidade do destino atraveacutes do consumo e das diferentes interaccedilotildees entre os
diferentes sujeitos presentes (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Em oposiccedilatildeo a estas
abordagens convencionais comeccedilaram a surgir perspetivas alternativas como eacute exemplo
a construccedilatildeo sociocultural de um destino
Comeccedilaram a surgir teorias mais amplas no que diz respeito aos destinos
turiacutesticos nas quais as dimensotildees temporais e espaciais dos locais se evidenciaram e onde
a produccedilatildeo o consumo e a proacutepria comunidade local estabelecem inter-relaccedilotildees (Garciacutea-
Rosell et al 2007 Rojek e Urry 1997 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) A
ideia de que os destinos natildeo satildeo sistemas estaacuteveis e fechados comeccedilou a ser desenvolvida
e a compreender-se cada vez mais que se tratam de unidades dinacircmicas que se vatildeo
alterando e transformando no tempo e que se desenvolvem num contexto que combina
diversas dimensotildees como a dimensatildeo histoacuterica social cultural poliacutetica e econoacutemica
(Saarinen 2001 2004 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138)
10
Nesta perspetiva os destinos satildeo definidos como ldquoespaccedilos atraveacutes dos quais o
poder a identidade o significado e o comportamento satildeo construiacutedos negociados e
renegociados de acordo com a dinacircmica socioculturalrdquo (Pritchard e Morgan 2001 citados
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) Assim esta abordagem segue a loacutegica da visatildeo
holiacutestica previamente referida onde diversas partes interessadas estabelecem relaccedilotildees de
interdependecircncia entre si e todas participam no processo de criaccedilatildeo do destino Neste
contexto o turista passa a ter o papel de cocriador os serviccedilos e produtos da oferta dos
destinos passam a adaptar-se a um mercado cada vez mais multicultural e global e este
proacuteprio mercado torna-se cada vez mais fragmentado e natildeo tatildeo pouco segmentado como
no passado
Assim ldquoo cliente eacute o produto e o cliente torna-se no produtor na medida em que
procura produtos especiacuteficos (e significados) para comercializar as suas proacuteprias imagens
e (re)produzir as suas proacuteprias identidades nos mercadosrdquo (Firat e Dholakia 2006 Firat
Dholakia e Venkatesh 1995 Firat e Schultz 1997 Pine e Gilmore 1999 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 139) A relaccedilatildeo entre os gestores de destinos e provedores de
serviccedilos com os turistasconsumidores alterou-se uma vez que estes uacuteltimos passaram a
acompanhar todo o processo de produccedilatildeo desde o iniacutecio Neste contexto natildeo satildeo somente
as atraccedilotildees e os produtos integrados na oferta de um destino que vatildeo ditar o seu sucesso
mas sim a capacidade que o mesmo tem de permitir aos seus visitantes viver experiecircncias
uacutenicas que vatildeo ao encontro das necessidades e desejos que procuram encontrar de forma
a ficaram satisfeitos ou mesmo superar as suas expectativas
Sendo que o turista passa a criar tambeacutem o produto que vai consumir o mercado
acaba por se tornar muito mais fragmentado pois passam a existir diversos perfis de
turistas que procuram diversas atividades serviccedilos atraccedilotildees etc o que lhes permite obter
um ldquoconsumo mais profundo simboacutelico e emocional das culturas em vez de apenas
satisfazer as suas necessidades (hellip) [e] tambeacutem permite agrave populaccedilatildeo local participar no
desenvolvimento da sua regiatildeo residencialrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 140) Desta
forma um destino turiacutestico eacute todo o espaccedilo que funciona como um instrumento complexo
mas que integra diversas componentes que vatildeo desde os recursos existentes agraves vaacuterias
infraestruturas e agrave populaccedilatildeo local (Flores e Mendes 2014)
11
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos
Uma vez que o consumidor se vai tornando cada vez mais experiente e mais
informado vai ao mesmo tempo deixar de ser tatildeo facilmente influenciado pelas
campanhas de marketing e promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos baseando-se cada vez mais
em feedbacks e conselhos de quem conhece e confia Este fator faz com que os destinos
apliquem a autenticidade que muitas vezes se associa aos recursos culturais e histoacutericos
dos destinos agrave sua oferta de forma a aumentar a motivaccedilatildeo e o desejo de visita aos turistas
bem como agrave fidelizaccedilatildeo dos mesmos ao destino pois ldquoquanto mais motivados
culturalmente forem os turistas maior pode ser a fidelizaccedilatildeo esperadardquo (Kolar e Zabkar
citados por Cunha 2011 21) Daiacute que na atualidade cada vez mais se assista agrave divulgaccedilatildeo
de campanhas promocionais e de marketing dos destinos turiacutesticos muito associadas aos
conceitos da autenticidade que no caso de serem sinceras conseguem natildeo soacute diferenciar
o seu destino atraveacutes da criaccedilatildeo de uma nova imagem do mesmo mas tambeacutem garantir
que as necessidades e expectativas dos turistas satildeo satisfeitas
Para que o desenvolvimento turiacutestico ocorra a aposta cada vez mais centra-se na
inovaccedilatildeo no que diz respeito agrave criaccedilatildeo de novos modelos e processos de novos produtos
novas abordagens relativamente ao destino que efetivamente contribuam para a melhoria
do mesmo e garantir a sua competitividade por outras palavras ldquomodificar a situaccedilatildeo
atual de uma localidade tornando-a aperfeiccediloada melhorada aprimoradardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 44) Em suma os turistas cada vez mais viajam com o intuito de vivenciarem
a autenticidade dos locais que visitam e para tal os destinos essencialmente as DMO ndash
Destination Management Organization tecircm de acompanhar estas novas tendecircncias
investindo na autenticidade das suas ofertas de forma a desenvolverem o seu destino
rejuvenescecirc-lo alterar a sua imagem e ir ao encontro das necessidades e expectativas dos
turistas de forma a gerar satisfaccedilatildeo e lealdade ao destino
Segundo a OMT uma DMO eacute quem lidera a gestatildeo de um destino atraveacutes da
associaccedilatildeo entre as diferentes organizaccedilotildees e interesses de forma a trabalharem em
conjunto para um objetivo comum (UNWTO ndash World Tourism Organization 2007) Satildeo
estas organizaccedilotildees que elaboram estrateacutegias de atuaccedilatildeo para as diferentes atividades e
serviccedilos que ocorrem num destino atraveacutes da criaccedilatildeo de parcerias com diferentes
intervenientes proporcionando os recursos necessaacuterios para o desenvolvimento do
destino Contudo esta gestatildeo torna-se complexa uma vez que eacute necessaacuterio conjugar
diversos interesses e entidades que muitas vezes entram em conflito
12
Uma gestatildeo de um destino conjuga todos os elementos presentes no mesmo sendo
eles as atraccedilotildees os equipamentos as infraestruturas o marketing etc que se coordenam
e conectam atraveacutes de abordagens estrateacutegicas com o intuito de evitar esforccedilos e gastos
desnecessaacuterios bem como reconhecer possiacuteveis falhas (Id Ibid) O processo de gestatildeo de
um destino turiacutestico desenvolve-se essencialmente atraveacutes do marketing que promove
todos os elementos do destino e atrai as pessoas a visitaacute-lo garantido que o mesmo
apresenta na sua oferta os serviccedilos infraestruturas e atraccedilotildees que vatildeo ao encontro das
expectativas dos turistas e que as mesmas sejam ultrapassadas ao mesmo tempo que cria
um ambiente adequado ao desenvolvimento sustentaacutevel do destino a niacutevel social
econoacutemico e fiacutesico
Este desenvolvimento sustentaacutevel depende do planeamento engajamento e
participaccedilatildeo dos diferentes stakeholders do destino que devem priorizar as caracteriacutesticas
locais jaacute que estas ldquopodem contribuir positivamente para o desenvolvimento local e
podem minimizar os possiacuteveis impactos negativos da atividade turiacutesticardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 57) A gestatildeo de destinos eacute portanto relevante na medida em que eacute capaz
de colocar o destino turiacutestico num patamar competitivo com outros destinos atraveacutes do
posicionamento da oferta diversificada e do desenvolvimento das atraccedilotildees e recursos
Todavia esta gestatildeo deve ter em consideraccedilatildeo a sustentabilidade natildeo soacute
ambiental mas tambeacutem dos recursos existentes assim como salvaguardar as tradiccedilotildees e
valores da populaccedilatildeo local de forma a evitar conflitos Outra das vantagens de uma boa
gestatildeo segundo a OMT (2007) eacute o facto de proporcionar um aumento dos lucros e
benefiacutecios para a comunidade residente promovendo o negoacutecio produtos tradiccedilotildees e
costumes locais que de outra forma poderiam eventualmente desaparecer Desta forma
contribui ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo de uma imagem de marca distintiva e forte
capaz de natildeo soacute atrair visitantes mas tambeacutem ganhar a sua fidelidade fazendo com que
regressem pois ldquoa gestatildeo eficaz dos destinos permite que os mesmos maximizem o valor
do turismo para os visitantes garantindo benefiacutecios locais e a sustentabilidaderdquo
(UNWTO 2007 9) No entanto para ganhar esta mesma fidelidade e atrair os visitantes
eacute necessaacuterio conhecer quais as suas motivaccedilotildees e necessidades atraveacutes de estudos de
mercado cujos resultados permitam adaptar a oferta do destino agraves diferentes motivaccedilotildees
e perfis de turistas existentes
13
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista
31 Motivaccedilotildees do Turista
Os turistas procuram atraveacutes do turismo e das viagens ou feacuterias que realizam
satisfazer as suas necessidades e motivaccedilotildees e ao mesmo tempo adquirir novos
conhecimentos acrescentando algum tipo de valor pessoal atraveacutes das experiecircncias que
concretizam Satildeo as atitudes dos turistas que formam um dos primeiros fatores a ter em
consideraccedilatildeo no ldquodesenvolvimento de um modelo de motivaccedilatildeo e comportamento
turiacutesticosrdquo (Gnoth 1997 2) Apesar dos estudos relativos ao comportamento do
consumidor fornecerem perceccedilotildees acerca da psicologia comportamental e cognitiva dos
turistas estes natildeo consideram a vertente irracional impliacutecita nos comportamentos
hedoacutenicos e emocionais dos turistas que procuram feacuterias e lazer (Id Ibid)
Desta forma estes modelos focados somente nos aspetos cognitivos da motivaccedilatildeo
dos turistas tornam-se mais vaacutelidos quando se acrescentam as ldquonormas sociais e a atitude
em relaccedilatildeo agrave atividade envolvendo sujeito e objeto como indicadores do comportamento
realrdquo (Ajzen e Fishbein 1977 citados por Gnoth 1997 3) Contudo as emoccedilotildees
tornaram-se numa das principais fontes comportamentais (Mittal 1988 Pratkanis
Breckler e Greenwald 1989 Zajonc 1980 citados por Gnoth 1997) capazes de
direcionar o comportamento mas ao mesmo tempo consideradas instaacuteveis consoante o
espaccedilo e o tempo (ou seja as situaccedilotildees) (Ajzen 1989 citado por Gnoth 1997)
As atitudes dos turistas funcionam entatildeo como fatores mediadores entre as suas
necessidades e valores sendo que os seus motivos e as situaccedilotildees em que se encontram
podem ser diversas dando origem a uma multiplicidade e multidimensionalidade do seu
comportamento (Id Ibid) O que torna a compreensatildeo das motivaccedilotildees dos turistas ainda
mais complexa eacute o facto de uma determinada atitude poder satisfazer diferentes motivos
e valores em diferentes situaccedilotildees (Murray 1938 citado por Gnoth 1997) Estes factos
obrigam a que se analisem as atitudes tendo como base um sistema multidimensional que
demonstre a diversidade de possiacuteveis expectativas e experiecircncias criadas de forma a que
posteriormente seja possiacutevel aplicar a teoria agrave proacutepria gestatildeo e planeamento turiacutestico (Id
Ibid)
14
No processo de motivaccedilatildeo dos turistas existem duas abordagens distintas A
primeira baseia-se essencialmente na teoria da construccedilatildeo de atitudes (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 1997) sendo que estas se orientam num uacutenico sentido muito
centrado na vertente intelectual e cognitivista uma vez que ldquoassume a existecircncia de
emoccedilotildees mas apenas como uma variaacutevel que depende de cogniccedilotildeesrdquo (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 19977) Por outro lado a segunda defende uma relaccedilatildeo
interativa entre os dois sistemas (emoccedilotildees e cogniccedilotildees) mas ao mesmo tempo considera
que satildeo independentes e totalmente diferentes um do outro (Pratkanis Breckler e
Greenwald 1989 citados por Gnoth 1997) No entanto segundo Gnoth (1997) existe um
fator comum a estas duas abordagens sendo ele o instinto ou impulso de cada turista que
desencadeia o comportamento Neste contexto as emoccedilotildees e cogniccedilotildees dos turistas
influenciam todo o processo de motivaccedilatildeo turiacutestica e ajudam na compreensatildeo das
perceccedilotildees e avaliaccedilotildees das experiecircncias por parte dos turistas (Id Ibid)
Desta forma eacute possiacutevel definir duas abordagens distintas as cognitivistas e as
behavioristas Segundo estas uacuteltimas eacute atraveacutes das suas emoccedilotildees que o turista vai avaliar
todos os componentes do destino que vai visitar sendo que as mesmas acabam por se
sobrepor ao conhecimento e agrave vertente cognitiva levando agraves tomadas de decisotildees e agraves
definiccedilotildees de preferecircncias de cada turista com base na dimensatildeo emocional e afetiva (Id
Ibid) Para behavioristas como Hull (1943 citado por Gnoth 1997) ldquoo comportamento
eacute o produto da forccedila do impulso e do haacutebitordquo sendo que as aprendizagens adquiridas no
passado satildeo vistas como o estiacutemulo decisivo para o comportamento (Id Ibid)
Enquanto as abordagens behavioristas tecircm como base a teoria dos impulsos (drive
theory) de cariz muito mais emocional as cognitivas por oposiccedilatildeo seguem a teoria das
expectativas (expectancy theory) baseando-se essencialmente nos aspetos intelectuais Ao
passo que a primeira se foca na satisfaccedilatildeo de uma necessidade ou um objetivo com origem
na emoccedilatildeo e entusiasmo a segunda baseia-se nos conhecimentos adquiridos a priori
como forma de direcionar os comportamentos de forma seletiva (Porter e Lawler 1968
citados por Gnoth 1997) Compreender as motivaccedilotildees eacute essencial na gestatildeo de um destino
turiacutestico na medida em que se torna possiacutevel prever tendecircncias comportamentais e
tiposperfis de turista de forma a monitorizar os recursos existentes e a oferta para que
vatildeo ao encontro destas mesmas motivaccedilotildees e expectativas com o objetivo de atingir a
satisfaccedilatildeo
15
Segundo Gnoth (1997) estas expectativas tratam-se dos ideais que os turistas tecircm
relativamente a representaccedilotildees daquilo que vatildeo experienciar observar ou usufruir no
futuro podendo ser positivas ou negativas e distinguindo-se conforme o niacutevel intelectual
e o niacutevel emocional envolvidos nas expectativas do turista Todo este processo resulta
tambeacutem das proacuteprias atitudes e valores de cada turista sendo que estes podem ser
autodirigidos e de componente emocional ou por outro lado dirigidos a fatores exteriores
onde a componente cognitiva predomina (Id Ibid) A geacutenese do turismo surge com a
necessidade de quebrar com a rotina diaacuteria tratando-se de uma atividade de ocupaccedilatildeo dos
tempos livres que na grande maioria das vezes resulta na busca pelo lazer Trata-se
portanto de uma atividade que implica uma deslocaccedilatildeo para um local diferente do
habitual sendo que satildeo diversas as razotildees que levam cada pessoa a viajar e daiacute resultam
tambeacutem diversos tipos de comportamentos que satildeo influenciados por fatores internos ou
externos (Yousaf et al 2018)
Satildeo vaacuterios os autores que argumentaram ao longo dos anos diversas razotildees para
explicarem as motivaccedilotildees e comportamentos dos turistas A procura por restabelecer e
recuperar o bem-estar que natildeo possuem no seu quotidiano e melhorar a sua vida atraveacutes
da procura pelo enriquecimento pessoal (Hill 1965 citado por Yousaf et al 2018) a
necessidade de viajarem para lugares diferentes e obter novas experiecircncias (Um e
Crompton 1992 citados por Yousaf et al 2018) a necessidade de rutura com os
contextos habituais do quotidiano com o objetivo de relaxar e diminuir o stress
psicoloacutegico e mental (Crompton 1979 Todorovic e Jovicic 2016 citados por Yousaf et
al 2018)
Estes comportamentos distintos e as diversas razotildees existentes que provocam
motivaccedilotildees e necessidades aos turistas encontram-se muitas vezes presentes nos padrotildees
de viagem que por sua vez estatildeo relacionados com os padrotildees psicoloacutegicos dos turistas
(Li e Zhang 2013 Simkova e Holzner 2014 citados por Yousaf et al 2018) No que
diz respeito ao estudo das motivaccedilotildees satildeo vaacuterias as teorias defendidas sendo que a que
melhor sustenta o estudo em causa e que melhor se adapta agrave anaacutelise e compreensatildeo da
motivaccedilatildeo do turista eacute a teoria dos fatores push e pull defendida por Dann (1977) tendo
sido complementada mais tarde por Crompton (1979)
16
Os fatores push encontram-se relacionados com fatores intriacutensecos agrave pessoa de
cariz sociopsicoloacutegico que criam uma necessidade de viajar e de sair do seu local habitual
sendo que como o nome indica lsquoempurramrsquo a pessoa a sair em busca de atenuar ou
mesmo extinguir a sensaccedilatildeo de solidatildeo do quotidiano enquanto que os fatores pull de
caraacuteter extriacutenseco estatildeo associados agraves condiccedilotildees caracteriacutesticas e atributos do destino
que se torna capaz de atrair visitantes (Yousaf et al 2018) Eacute atraveacutes destes fatores que
o turista decide selecionar um destino especiacutefico para visitar por ser o que melhor
corresponde agraves suas necessidades (Cunha 2013)
Jaacute para Iso-Ahola (1982) o foco das motivaccedilotildees turiacutesticas encontra-se
inteiramente relacionado com o lazer Este autor defende uma teoria designada por
modelo de psicologia social do turismo atraveacutes do qual estabelece que as motivaccedilotildees se
constituem atraveacutes da dicotomia evasatildeodescoberta (Cunha 2013) Segundo esta teoria
os turistas possuem essencialmente duas motivaccedilotildees que se encontram relacionadas com
a satisfaccedilatildeo obtida por intermeacutedio de atividades de lazer atraveacutes das quais conseguem
alcanccedilar recompensas para o seu bem-estar psicoloacutegico e ao mesmo tempo proceder a
uma rutura com a sua rotina muitas vezes considerada aborrecida stressante e difiacutecil
Tanto as motivaccedilotildees de evasatildeo (escapar agrave rotina) e descoberta (procurar algo novo que
proporcione alguma recompensa) como as proacuteprias recompensas subdividem-se em
pessoais e interpessoais na medida em que ldquouma pessoa pode escapar ao mundo pessoal
(isto eacute incoacutemodos pessoais problemas dificuldades falhas) eou ao mundo interpessoal
(colegas de trabalho familiares amigos parentes e vizinhos)rdquo (Id Ibid 96)
Relativamente agraves recompensas as de cariz pessoal relacionam-se com a busca por
novos conhecimentos relaxamento descanso autoestima etc e as de cariz interpessoal
estatildeo relacionadas com a conexatildeo com os outros ou seja integraccedilatildeo e interaccedilatildeo social
aceitaccedilatildeo criaccedilatildeo de novas relaccedilotildees de amizade recuperaccedilatildeo de laccedilos etc (Id Ibid)
Para tal Iso-Ahola (1982) apresentou um modelo que pode ser observado na figura 2 no
qual demonstrou que o turista pode encontrar-se em qualquer uma das quatro ceacutelulas
apresentadas dependendo de certas condicionantes e num determinado periacuteodo de tempo
Para este mesmo autor uma pessoa decide tornar-se turista devido agraves duas forccedilas
mencionadas anteriormente e a partir do momento em que decide qual das motivaccedilotildees
(sendo que pode ateacute mesmo optar pelas duas) seraacute o seu principal objetivo para iniciar a
viagem todo o seu comportamento vai ser construiacutedo tendo por base esse momento de
forma a atingir esse mesmo objetivo
17
Segundo Iso-Ahola (1982) existem 4 grupos de indiviacuteduos que se enquadram no
modelo que se observa na figura 2 Na ceacutelula 1 um grupo de indiviacuteduos viaja
principalmente com o intuito de escapar ao ambiente pessoal e procuram encontrar
recompensas pessoais mas ao mesmo tempo outro grupo pode-se enquadrar nas
motivaccedilotildees de uma das outras ceacutelulas diferentes Existem tambeacutem grupos que viajam por
diferentes combinaccedilotildees de razotildeesmotivos passando por diferentes ceacutelulas cada vez que
viajam dependendo de acontecimentos que tenham ocorrido antes de se tornarem turistas
Por fim o uacuteltimo grupo percorre todas as ceacutelulas do modelo numa uacutenica viagem
sendo que pode iniciar com a motivaccedilatildeo correspondente a uma determinada ceacutelula e
terminar com outra diferente (Iso-Ahola 1982) Este modelo permite compreender o
comportamento dos turistas e as suas motivaccedilotildees pois ldquouma vez que a consciecircncia da
satisfaccedilatildeo potencial se tenha desenvolvido as duas forccedilas motivacionais tornam-se os
determinantes criacuteticos do comportamento do turista e simultaneamente influenciam o
indiviacuteduordquo (Id Ibid 259)
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas (Iso-Ahola 1982)
Mais tarde Pearce (1988) apresentou um novo modelo de anaacutelise das motivaccedilotildees
turiacutesticas designado por escala de carreira de viagens baseada na piracircmide de Maslow e
que divide as motivaccedilotildees em dois grupos as necessidades autocentradas e as motivaccedilotildees
que satildeo dirigidas aos outros (Yousaf et al 2018) Este modelo defende que durante todo
o processo da viagem o comportamento do turista desenvolve-se atraveacutes de um ciclo no
qual os seus motivos estatildeo organizados de forma hieraacuterquica sendo que se tratam de
cinco motivos que vatildeo surgindo por niacuteveis ascendentes (Cunha 2013)
Figura 3 ndash Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas
18
Contudo uma vez que cada turista tem os seus motivos e as suas necessidades
especiacuteficas nem sempre seguem a hierarquia apresentada por Pearce (1988) pois podem
ldquopartir de diferentes niacuteveis [mudar] de niacutevel durante o seu ciclo de vida e podem ser
impedidas de viajar por razotildees financeiras de sauacutede e por outras pessoasrdquo (Id Ibid 97)
Segundo o mesmo autor as viagens turiacutesticas funcionam como carreiras profissionais
nas quais os viajantes vatildeo progredindo na escala de motivaccedilotildees graccedilas agrave experiecircncia que
vatildeo adquirindo agraves situaccedilotildees que experienciaram previamente agraves fases da vida pessoal
em que se encontram ou outros fatores condicionantes (Yousaf et al 2018 Cunha
2013)
Poreacutem surgiu mais tarde outra teoria defendida por Pearce e Lee (2005) que
complementa e melhora a de Pearce (1988) na medida em que as motivaccedilotildees satildeo
entendidas como dinacircmicas e complexas que se desenvolvem atraveacutes de um processo
que engloba diversos niacuteveis ao mesmo tempo sendo que o comportamento dos turistas
bem como os seus padrotildees de viagem vatildeo-se alterando e dando origem a diferentes
motivaccedilotildees ao longo das suas viagens e das experiecircncias que delas retiram (Id Ibid)
Contudo apesar destas teorias serem aplicaacuteveis na atualidade pois serviram como
base para muito do desenvolvimento cientiacutefico acerca das motivaccedilotildees a verdade eacute que
natildeo podem ser generalizadas a todos os turistas e a todos os segmentos pois o mundo
atual sofreu alteraccedilotildees profundas no seu desenvolvimento tornando-se cada vez mais
globalizado Estas alteraccedilotildees inevitavelmente deram origem a novos estilos de vida e
novos padrotildees de consumo muito diferentes do que se observava no passado Hoje em
dia o que se verifica eacute que ldquoa tecnologia e a sociedade evoluiacuteram rapidamente e [as]
novas geraccedilotildees com diferentes crenccedilas e padrotildees de viagem uacutenicos e motivaccedilotildees uniram-
se aos fluxos turiacutesticosrdquo (Id Ibid 205)
O que significa que cada vez mais se torna difiacutecil fazer a distinccedilatildeo entre turistas e
natildeo turistas pois as pessoas viajam cada vez mais por diversas razotildees que nem sempre
estatildeo relacionadas com turismo mas ao mesmo tempo integram atividadesserviccedilos
turiacutesticos (Id Ibid) Eacute portanto necessaacuterio adaptar a oferta ao tipo de necessidades e
exigecircncias dos consumidores atuais que satildeo cada vez mais tecnoloacutegicos atraveacutes de uma
presenccedila cada vez mais forte nas plataformas online Poreacutem conclui-se atraveacutes destas
teorias que a psicologia tem um importante papel no comportamento dos turistas na
medida em que eacute graccedilas a ela que se definem as motivaccedilotildees e se decide tomar a atitude
de viajarvisitar um novo destino
19
Conhecendo bem as motivaccedilotildees dos turistas mais facilmente se conseguem criar
melhores condiccedilotildees que originem uma experiecircncia turiacutestica de sucesso pois torna-se
possiacutevel proporcionar e perceber ldquoo que os turistas procuram o que querem experimentar
durante as suas feacuterias quais as atividades que estatildeo agrave procura e como querem que as suas
feacuterias sejam no geralrdquo (Id Ibid 206) Desta forma e atraveacutes da segmentaccedilatildeo do mercado
e dos tipos de turistas eacute necessaacuterio que a oferta se adapte agraves diferentes necessidades e
motivaccedilotildees que estatildeo em constante mudanccedila e evoluccedilatildeo (Heather e Gibson 2002 citados
por Yousaf et al 2018 206)
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino
O momento em que um turista decide realizar uma viagem eacute o momento em que
as suas motivaccedilotildees surgem e em que se inicia o processo de escolha do destino a visitar
Eacute nesta fase inicial que ocorre a formaccedilatildeo da imagem do destino tratando-se da ldquofase
mais importante no processo de seleccedilatildeo do destino pelo turistardquo (Gunn 1972 Mercer
1971 citados por Baloglu e McCleary 1999 869) Eacute essencial para um gestor de um
destino turiacutestico compreender como eacute que esta imagem eacute criada uma vez que eacute atraveacutes
deste conhecimento que se vai conseguir definir mercados alvo e decidir que imagens
promover para cada segmento de mercado especiacutefico (Goodall 1990 citado por Baloglu
e McCleary 1999) As imagens construiacutedas pelos turistas sem sequer terem visitado
previamente o destino surgem essencialmente graccedilas a dois fatores os estiacutemulos ou
incentivos e os elementos pessoais sendo que os primeiros se relacionam com fatores
externos como experiecircncias anteriores ou ateacute mesmo objetos fiacutesicos e os segundos estatildeo
associados agraves caracteriacutesticas pessoais de cada pessoa (Id Ibid)
Segundo Baloglu e McCleary (1999) a imagem de um destino nunca antes
visitado eacute formada por influecircncia de trecircs condicionantes as motivaccedilotildees as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas e as diferentes fontes de informaccedilatildeo Estes fatores conjugam-se com
as avaliaccedilotildees que o turista faz ao destino a niacutevel intelectual e sensorial e a niacutevel afetivo
sendo que ldquoas avaliaccedilotildees preceptivascognitivas referem-se agraves crenccedilas ou conhecimentos
sobre os atributos de um destino enquanto a avaliaccedilatildeo afetiva refere-se a sentimentos em
relaccedilatildeo aos mesmos ou ao viacutenculo que existe com os mesmosrdquo (Id Ibid 870) Ao longo
do tempo o turista vai criando as suas imagens atraveacutes das suas proacuteprias crenccedilas ideias
e impressotildees atraveacutes de diversas fontes de informaccedilatildeo que vai recolhendo no decorrer das
suas experiecircncias (Crompton 1979 Kotler et al 1993 Assael 1984 citados por Baloglu
e McCleary 1999)
20
Contudo estas fontes de informaccedilatildeo influenciam a formaccedilatildeo da imagem no que
diz respeito apenas agraves determinantes cognitivas nunca influenciando a parte afetiva da
imagem e satildeo elas que vatildeo fornecer diferentes estiacutemulos aos turistas seja por intermeacutedio
da promoccedilatildeo turiacutestica ou atraveacutes do passa-a-palavra e opiniotildees de amigos ou familiares
proacuteximos (Woodside e Lysonskis 1989 Um e Crompton 1990 Um 1993 citados por
Baloglu e McCleary 1999) Eacute o tipo quantidade e qualidade de informaccedilatildeo que vai
determinar o tipo de imagem que o turista vai criar sobre um destino (Burgess 1978
citado por Baloglu e McCleary 1999) Outros fatores que tecircm uma enorme importacircncia
na influecircncia da criaccedilatildeo da imagem de um destino satildeo as motivaccedilotildees do turista e as
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Fatores como o geacutenero e a idade influenciam de forma
diferente a imagem pois funcionam como antecedentes no processo cognitivo (Fisk
1961-62 e Sheth 1983 citados por Baloglu e McCleary 1999)
Eacute tambeacutem graccedilas agraves motivaccedilotildees que o turista decide visitar um determinado local
e participar em atividades turiacutesticas funcionando por este motivo como um dos fatores
influenciadores da formaccedilatildeo da imagem natildeo soacute antes da visita como tambeacutem apoacutes a
mesma (Beard e Raghep 1983 Crandall 1980 Iso-Ahola 1982 Stabler 1990 Um
1993 Um e Crompton 1990 Mill e Morrison 199232-56 citados por Baloglu e
McCleary 1999) Em suma eacute cada vez mais importante para o gestor de um destino
turiacutestico compreender o processo de formaccedilatildeo da imagem do mesmo nos turistas pois eacute
este entendimento que vai permitir ldquo[aos] profissionais de marketing incorporar fatores
motivadores significativos nas comunicaccedilotildees [de promoccedilatildeo e publicidade]rdquo (Id Ibid
892)
Sendo que as fontes de informaccedilatildeo tecircm um papel crucial na formaccedilatildeo da imagem
do destino estas devem ser diversificadas e devem existir em quantidade e qualidade de
modo a que permitam ao turista consultar muacuteltiplas fontes de informaccedilatildeo para que a
imagem construiacuteda seja o mais positiva possiacutevel No entanto as recomendaccedilotildees feitas por
amigos familiares ou fontes proacuteximas ao turista tecircm uma importacircncia muito maior do
que as que consultam de forma individual Desta forma eacute essencial ldquoproporcionar uma
experiecircncia agradaacutevel para os turistas [uma vez que] tem um efeito importante no
desenvolvimento de imagens positivas para os natildeo visitantesrdquo (Id Ibid 892)
21
A imagem de um destino turiacutestico deve ser trabalhada em primeiro lugar de
maneira a espelhar da forma mais fidedigna possiacutevel a realidade do destino com a oferta
e produtosserviccedilos que o turista poderaacute encontrar com o intuito de criar uma sensaccedilatildeo
de satisfaccedilatildeo com o que visualiza mesmo antes da visita propriamente dita ao local Em
segundo os gestores de destinos devem priorizar a forma como o destino eacute visualizado
pelos turistas que jaacute o visitaram atraveacutes de uma oferta diversificada e apropriada agraves
motivaccedilotildees e necessidades dos mesmos natildeo soacute para se fidelizarem ao destino e
regressarem mas tambeacutem para que a transmissatildeo da sua experiecircncia a potenciais turistas
seja o mais positiva possiacutevel motivando-os a visitaacute-lo
33 Perfil do turista
A fim de se compreender o comportamento e as motivaccedilotildees dos turistas eacute
essencial analisar os perfis psicograacuteficos dos mesmos de forma a conseguir organizaacute-los
por segmentos e tipologias de acordo com as suas caracteriacutesticas Eacute neste acircmbito que
surge a teoria defendida por Plog (1972) na qual estabeleceu duas tipologias de turistas
distintas os psicocecircntricos e os alocecircntricos (Cunha 2013) Segundo esta teoria o
primeiro grupo de turistas caracteriza-se por pessoas que se focam principalmente nos
seus problemas e preocupaccedilotildees quotidianas sendo que limitam a sua busca por destinos
e realidades diferentes das suas pois quando elegem um novo destino a visitar optam
sempre por algo que jaacute lhes eacute familiar conhecido e mais visitado As suas escolhas tendem
a estar relacionadas com as ofertas mais estandardizadas e natildeo demonstram interesse em
realizar atividades diferentes ou relacionar-se com a realidade do local que estatildeo a visitar
(Id Ibid)
Jaacute o segundo grupo eacute constituiacutedo por pessoas que se caracterizam por ser o oposto
das anteriormente referidas Procuram atividades diferentes e demonstram interesse em
conhecer novas realidades sendo que as suas motivaccedilotildees se relacionam com a busca pela
aventura e o entusiasmo em viajar com o intuito de descobrir algo novo (Id Ibid)
Contudo estas duas tipologias representam os extremos dos perfis dos turistas sendo que
existem trecircs outros grupos intermediaacuterios A grande maioria dos turistas insere-se no
grupo dos cecircntricos que procuram a descontraccedilatildeo e o prazer de forma a escaparem das
preocupaccedilotildees diaacuterias e do stress provocado pela rotina apreciarem a beleza dos locais
que visitam e disfrutar da viagem durante todo o processo da mesma (desde a fase de
planeamento ateacute agrave fase posterior de criar recordaccedilotildees) (Id Ibid)
22
De seguida os quase-psicocecircntricos demonstram um grande interesse pelos
destinos mais conhecidos e visitados preocupam-se com a qualidade dos serviccedilos e com
a interaccedilatildeo social uma vez que um dos seus principais motivos se relaciona precisamente
com a ldquosatisfaccedilatildeo do ego e procura do status [assim como a] procura de conforto socialrdquo
(Id Ibid 107) Os turistas quase-alocecircntricos preferem destinos pouco conhecidos e
visitados e privilegiam a praacutetica de atividades desportivas Eacute um grupo que pretende
experienciar estilos de vida diferentes No entanto os comportamentos e caracteriacutesticas
de cada grupo de turistas vatildeo-se alterando ao mesmo tempo que os destinos se
desenvolvem
Quando um destino se encontra na primeira etapa de desenvolvimento no
designado ciclo de vida de um destino turiacutestico de Butler (1980) a tipologia de turistas
que se sente mais atraiacuteda a visitar o mesmo satildeo precisamente os alocecircntricos pela
novidade e o desejo de conhecer e descobrir algo diferente Mas agrave medida que o destino
atinge outras fases de desenvolvimento os turistas atraiacutedos vatildeo passar a ser os quase-
alocecircntricos e mais tarde com toda a massificaccedilatildeo e popularidade do destino passam a
ser cecircntricos (Cunha 2013) Estes grupos de turistas vatildeo tambeacutem fornecer um contributo
para a sustentabilidade e desenvolvimento dos proacuteprios destinos sendo que segundo o
autor previamente citado os alocecircntricos ou quase-alocecircntricos satildeo os que vatildeo contribuir
para a preservaccedilatildeo de destinos com atributos mais lsquofraacutegeisrsquo como por exemplo recursos
naturais ou culturais que requerem cuidados especiacuteficos de preservaccedilatildeo sendo que
contribuem para manter o destino pouco ou nada massificado
Jaacute os cecircntricos e psicocecircntricos uma vez que se focam na utilizaccedilatildeo de
infraestruturas e equipamentos turiacutesticos natildeo satildeo um grande contributo para o
desenvolvimento do destino pois despendem quase todo o seu tempo nestes mesmos
equipamentos no entanto podem contribuir para o desenvolvimento destes
empreendimentos de grande escala e aumentar a sua frequecircncia (Id Ibid) Mais tarde
Plog (1972) atraveacutes de um dos seus estudos associou os perfis psicograacuteficos aos destinos
com base no tipo de pessoas que os visitam e concluiu que ldquoa generalidade dos destinos
tem tendecircncia a passar de alocecircntrico a cecircntricordquo (Cunha 2013 109) Poreacutem apesar desta
associaccedilatildeo permitir prever os comportamentos nas viagens natildeo engloba as diferentes
motivaccedilotildees que possam existir pois as pessoas viajam por motivos diversos e podem
existir destinos que consigam dar resposta agraves diversas necessidades dos viajantes
(McIntosh Goeldner e Ritchie 1995 citados por Cunha 2013)
23
34 Experiecircncia turiacutestica
Relativamente aos estudos empiacutericos sobre a experiecircncia turiacutestica que se
comeccedilaram a desenvolver essencialmente no iniacutecio dos anos 60 do seacuteculo passado
existem duas correntes distintas defendidas as modernistas e as poacutes-modernistas sendo
que existe alguma controveacutersia entre diversos autores e sobre a aplicaccedilatildeo destas teorias
(Uriely 2005) De acordo com o mesmo autor alguns desenvolvimentos na
conceptualizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica designados por poacutes-modernistas direcionam-
se cada vez mais para interpretaccedilotildees mais relativas e complementares afastando-se de
abordagens que se focam na verdade absoluta sendo que natildeo significa que as teorias poacutes-
modernistas tenham substituiacutedo por completo as modernistas na atualidade
Neste contexto as linhas poacutes-modernistas seguem abordagens de desconstruccedilatildeo
subjetividade ceticismo intertextualidade e relativismo (Bauman 1987 1992 Denzin
1991 Flax 1990 Frazer 1989 Hollinshead 2002 Ryan 2002 Uriely 1997 citados por
Uriely 2005) muito associadas ao desenvolvimento cultural por oposiccedilatildeo agraves modernistas
que se focam no empirismo e em abordagens generalistas e universais aplicadas ao
turismo Enquanto os autores poacutes-modernistas se opotildeem aos modernistas pelos motivos
acima referidos o oposto tambeacutem ocorre na medida em que os autores modernistas
consideram os ideais poacutes-modernistas insuficientes para estruturar o conhecimento ao
niacutevel das ciecircncias sociais (Antonio 1991 Gitlin 1989 citados por Uriely 2005) jaacute que
segundo os mesmos estas abordagens falham em ldquoelaborar e transformar novas direccedilotildees
para a accedilatildeo poliacutetica ou reforma socialrdquo (Best 1994 citado por Uriely 2005 202)
De forma a melhor compreender o que as teorias poacutes-modernistas defendem
Uriely (2005) descreveu algumas das conceptualizaccedilotildees da experiecircncia turiacutestica que mais
se verificam aplicadas na atualidade sendo que no seu trabalho o autor nunca defende
esta teoria como sendo a mais correta mas sim como uma ferramenta que permite
analisar em comparaccedilatildeo com as teorias modernistas a experiecircncia turiacutestica Por um lado
as teorias modernistas defendem o turismo como uma atividade de diferenciaccedilatildeo da vida
quotidiana na medida em que se trata de inverter temporariamente as situaccedilotildees do dia-a-
dia com o intuito de experienciar coisas novas e diferentes do habitual (Cohen 1979
Smith 1978 citados por Uriely 2005) bem como ldquosuspender o poder de normas e
valores que regem o seu quotidiano e pensar sobre as suas proacuteprias vidas e sociedades de
uma perspetiva diferenterdquo (Turner e Ash 1975 citados por Uriely 2005 203)
24
Por outro lado autores poacutes-modernistas comeccedilaram a defender processos de de-
diferenciaccedilatildeo em oposiccedilatildeo aos ideais modernistas (Lash e Urry 1994 Munt 1994 Urry
1990 citados por Uriely 2005) Neste acircmbito as experiecircncias que no passado soacute
poderiam ser vividas no contexto do turismo cada vez mais comeccedilaram a estar
disponiacuteveis em vaacuterios momentos da vida quotidiana o que significa que ldquomuitas
experiecircncias relacionadas com turistas [tornaram-se] acessiacuteveis sem a necessidade de
viajar para destinos separadosrdquo (Id Ibid 203) Antigamente natildeo existia uma
preocupaccedilatildeo em compreender as diferentes motivaccedilotildees e necessidades dos turistas e as
teorias focavam-se todas na generalizaccedilatildeo dos tipos de experiecircncias e turistas Com todo
o desenvolvimento teoacuterico poacutes-modernista o foco passou a estar nas diferentes
motivaccedilotildees e nos diferentes tipos de turistas que procuram diferentes tipos de
experiecircncias passando a tratar-se de um fenoacutemeno diverso (Id Ibid)
Tambeacutem o papel da subjetividade ganha outra relevacircncia pois se anteriormente a
induacutestria tinha um enorme poder de manipulaccedilatildeo e controle na medida em que a oferta
era providenciada e formada pela mesma para consumidores passivos posteriormente
esta realidade alterou-se e cada vez mais os turistas ldquoconstroem a sua experiecircncia pessoal
juntando fragmentos de diferentes modos ou produtos fornecidos pela induacutestria e
remontam-nos como quiseremrdquo (Uriely et al 2002 Feifer 1985 citados por Uriely
2005 206) O que se verificava era uma uniformizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica como se
apenas de um uacutenico tipo se tratasse sendo que se passou a defender teorias focadas na
pluralizaccedilatildeo da experiecircncia e subjetividade que obrigam a repensar todo o processo de
gestatildeo marketing e planeamento uma vez que surgiram novas tipologias de turistas e
modos de experiecircncias (Id Ibid)
Contudo Uriely (2005) sugere que estas duas teorias (modernistas e poacutes-
modernistas) sejam complementaacuterias uma agrave outra em vez de se invalidarem e
contrastarem mutuamente defendendo que o termo modernista tardio sugerido por
Giddens (1990) e Wang (2000) eacute mais apropriado do que poacutes-modernista Desta forma
eacute essencial compreender algumas bases das teorias mais antigas e complementaacute-las com
as mais recentes tendo em atenccedilatildeo a complexidade e diversidade no turismo
25
Tambeacutem em oposiccedilatildeo agraves tendecircncias de generalizaccedilatildeo e de aplicaccedilatildeo de modelos
universais no turismo Cohen (1979) apresentou uma teoria que defende a multiplicidade
abordagens multilineares e diferentes tipologias Para tal o mesmo autor criou uma
abordagem que distingue cinco tipos de experiecircncias turiacutesticas a recreacional a
diversiva a experiencial a experimental e por uacuteltimo a existencial Estas tipologias
relacionam-se com a proacutepria perceccedilatildeo do turista relativamente agrave sua experiecircncia turiacutestica
e agrave forma como age na sociedade onde estaacute inserido e tambeacutem com o mundo que o rodeia
(Id Ibid) Neste contexto a experiecircncia recreacional encontra-se associada ao escape das
pressotildees do quotidiano sendo que a viagem em si acaba por natildeo ter um grande significado
para o turista
Segundo o mesmo autor este tipo de turista identifica-se mais com a sua cultura
local (pois o seu centro espiritual encontra-se no seu local habitual) do que com as
restantes sendo que natildeo lhes atribui qualquer relevacircncia Por outro lado na experiecircncia
diversiva o centro espiritual do turista natildeo se encontra nem no seu local habitual nem no
exterior logo a viagem que realiza tem como principal motivaccedilatildeo a diversatildeo e o lazer
tratando-se de ldquouma mera fuga do teacutedio e da falta de sentido da existecircncia quotidiana da
rotina para um periacuteodo de feacuterias de esquecimentordquo (Id Ibid 22) Os seguintes tipos de
experiecircncia satildeo os que mais se aproximam agrave conceccedilatildeo do turista enquanto peregrino que
segundo Cohen (1979) mais se aproxima ao que McCannel (1973 1976) apresentou
anteriormente
No modo experiencial o turista tem consciecircncia de que na sua vida quotidiana
estaacute impedido de experienciar a autenticidade entatildeo procura-a nos outros e no exterior
conduzindo-o ao modo seguinte o experimental atraveacutes do qual busca experiecircncias
alternativas e diferentes das que habitualmente pratica assim como diferentes formas de
viver como meio de encontrar um novo sentido para a sua vida pessoal Por fim o modo
existencial trata-se do culminar dos dois modos anteriormente referidos uma vez que o
turista adquire um novo centro espiritual (Cohen 1979) Neste contexto o autor chegou
agrave conclusatildeo que existem quatro tipos de situaccedilotildees turiacutesticas possiacuteveis A primeira trata-se
de situaccedilotildees turiacutesticas autecircnticas nas quais a experiecircncia vivida eacute geralmente realizada
fora de locais tipicamente turiacutesticos tratando-se de situaccedilotildees reais e aceites como
autecircnticas pelo turista
26
De seguida a autenticidade encenada previamente defendida por McCannel
(1973 1976) tratam-se de experiecircncias propositadamente preparadas pelos
estabelecimentos turiacutesticos de forma a simular uma situaccedilatildeo autecircntica sendo que o turista
natildeo tem conhecimento da encenaccedilatildeo criada e por esse motivo acredita que eacute autecircntica
Outra das situaccedilotildees eacute a de negaccedilatildeo de autenticidade e ocorre quando o turista jaacute
experienciou falsos episoacutedios de autenticidade e passa a duvidar da autenticidade das
experiecircncias que vai vivendo mesmo quando natildeo se trata de uma situaccedilatildeo de encenaccedilatildeo
tornando-se por esse motivo mais atento agraves manipulaccedilotildees que possam acontecer
Por fim as situaccedilotildees artificiais satildeo previamente admitidas pelos estabelecimentos
turiacutesticos e o proacuteprio turista estaacute consciente de que se trata de uma encenaccedilatildeo mas aceita
porque se tratam de representaccedilotildees ou reencenaccedilotildees de tradiccedilotildees costumes ou
peculiaridades que tenham sofrido alteraccedilotildees ou que tenham desaparecido tratando-se
portanto de uma forma de os recuperar (Cohen 1979) Esta tipologia apresentada por
este autor permite natildeo soacute classificar os tipos de experiecircncias possiacuteveis mas tambeacutem
prever mudanccedilas que possam ocorrer no comportamento dos turistas e ateacute mesmo nas
situaccedilotildees turiacutesticas Em suma o que se pode concluir relativamente agrave experiecircncia turiacutestica
eacute que esta eacute criada cada vez mais com o proacuteprio turista a desempenhar o papel de
coprodutor num processo de busca pelo bem-estar a pelo hedonismo num contexto de
rede onde diferentes stakeholders atuam em diversas aacutereas e se conectam entre si
(pessoas serviccedilos infraestruturas lugares etc)
Todo este processo interliga natildeo soacute as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas isto
eacute todas as componentes emocionais psicoloacutegicas e sociais mas tambeacutem todo o ambiente
da experiecircncia turiacutestica que poderaacute ser consumido pelos mesmos Desta forma o conceito
de experiecircncia turiacutestica e o comportamento do consumidor fundem-se pois influenciam-
se mutuamente sendo que ldquose podem alterar devido a diversos fatores (hellip) como as
variaccedilotildees comportamentais ([em relaccedilatildeo agrave] expectativa perceccedilatildeo e motivaccedilatildeo)
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (educaccedilatildeo rendimentos) estilo de vida (baacutesico
moderado ou extravagante) e externalidades (clima regulamentos e o meio ambiente)rdquo
(Prebensen et al 2014 14)
27
Assim outra das dimensotildees que ganhou cada vez mais relevacircncia neste acircmbito foi
o conceito de valor e o valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica passando o foco das
pesquisas e trabalhos nesta aacuterea a estar cada vez mais na qualidade de vida e na satisfaccedilatildeo
do turista (Id Ibid) Bjoumlrk (2014) apresentou a hierarquia de valor da experiecircncia
turiacutestica na qual explica que existe uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia turiacutestica e a satisfaccedilatildeo
de vida mediada pelas interaccedilotildees entre a qualidade de vida a felicidade e o bem-estar de
cada pessoa sendo que o valor da experiecircncia eacute ldquoexperienciado antes da compra no
momento da compra no momento da utilizaccedilatildeo e depois da utilizaccedilatildeordquo (Sanchez et al
2006 citado por Bjoumlrk 2014 26)
O que significa que aquando a anaacutelise da experiecircncia turiacutestica eacute necessaacuterio ter em
consideraccedilatildeo o conceito de valor na mesma pois este encontra-se presente em todas as
etapas da experiecircncia e pode influenciar o resultado final da mesma bem como a
perceccedilatildeosatisfaccedilatildeo do turista Todavia Bjoumlrk (2014) considera que ainda existe pouca
investigaccedilatildeo relativamente aos seguintes aspetos de que forma as experiecircncias turiacutesticas
satildeo lembradas pelas pessoas como eacute que as mesmas influenciam o bem-estar a
felicidade a qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo de vida e ainda a dimensatildeo do conceito de
valor de experiecircncia turiacutestica que ainda natildeo apresenta abordagens muito aprofundadas
35 Satisfaccedilatildeo do turista
A satisfaccedilatildeo de um turista encontra-se relacionada com a sua perceccedilatildeo acerca do
que experienciou com os proacuteprios atributos que o destino apresenta e a performance dos
mesmos assim como a qualidade dos serviccedilos prestados (como alojamento transportes
restaurantes atividades etc) Eacute atraveacutes da satisfaccedilatildeo geral da experiecircncia turiacutestica que o
turista vai determinar a sua intenccedilatildeo de regressar ou natildeo ao destino em questatildeo pois ldquoum
dos fatores mais decisivos numa futura visita a um destino pelos turistas eacute a sua satisfaccedilatildeo
em estadias anteriores nesse mesmo destinordquo (Alegre e Garau 2010 52)
Assim a satisfaccedilatildeo bem como a qualidade dos serviccedilos e a intenccedilatildeo
comportamental satildeo os fatores que permitem avaliar as experiecircncias dos visitantes
(Crompton e Love 1995 Baker e Crompton 2000 Tomas et al 2002 Yoon e Uysal
2005 Meng et al 2008 Hutchinson et al 2009 Williams e Soutar 2009 Alegre e
Garau 2010 McMullan e OrsquoNeill 2010 Zabkar et al 2010 citados por Jensen 2010)
28
Contudo este tipo de avaliaccedilotildees pode provocar certos erros de anaacutelise na medida
em que existem fatores que natildeo satildeo considerados como toda a dinacircmica social (Belk
1975 Fournier e Mick 1999 citados por Jensen 2010) fatores emocionais e
psicoloacutegicos a diversidade de expectativas (Boulding et al 1993 Buttle 1996 Fournier
e Mick 1999 citados por Jensen 2010) caracteriacutesticas negativas da experiecircncia no
destino (Alegre e Garau 2010) a possibilidade de ocorrerem surpresas agradaacuteveis para o
consumidor durante a experiecircncia (Oliver 1997 citado por Jensen 2010) e por uacuteltimo os
aspetos holiacutesticos de toda a experiecircncia de serviccedilos (Buttle 1996 Fournier e Mick 1999
Vittersoslash et al 2000 Maunier e Camelis 2013 citados por Jensen 2010)
Neste contexto alguns autores opotildeem-se ao facto de que a satisfaccedilatildeo representa e
indica apenas o sucesso ou insucesso da experiecircncia geral defendendo que a satisfaccedilatildeo eacute
influenciada por diversos fatores (Nowacki 2009 citado por Jensen 2010) que na grande
maioria dos casos satildeo difiacuteceis de controlar quer por parte dos fornecedores de serviccedilos
como tambeacutem dos proacuteprios gestores do destino como satildeo exemplo o clima ou mesmo o
estado de espiacuterito de cada pessoa (Tomas et al 2002 citado por Jensen 2010) Seguindo
este enquadramento a satisfaccedilatildeo ocorre quando se torna possiacutevel dar resposta agraves
necessidades impliacutecitas e expliacutecitas dos turistasvisitantes
Sendo que existem fatores que natildeo satildeo controlaacuteveis cabe aos gestores de destinos
e aos proacuteprios serviccedilos focar-se nas expectativas do consumidor de forma a conseguir
surpreender o mesmo antecipar e preparar eventuais acontecimentos e necessidades com
o intuito de superar positivamente as expectativas iniciais Eacute importante ter em atenccedilatildeo
que a opiniatildeo do consumidor representa um fator decisivo na avaliaccedilatildeo da experiecircncia
turiacutestica pois funciona como um elemento avaliador No entanto como cada pessoa eacute
uacutenica e possui expectativas e necessidades diversas eacute essencial estar preparado para
satisfazer as mesmas atraveacutes de estrateacutegias que cada vez mais se distingam pelos fatores
de diferenciaccedilatildeo valorizaccedilatildeo e inovaccedilatildeo
Contudo a satisfaccedilatildeo ocorre quando as necessidades satildeo cumpridas e desta forma
natildeo se pode desvincular a satisfaccedilatildeo da motivaccedilatildeo (Dunn Ross e Iso-Ahola 1991 Kao
Patterson Scott e Li 2008 Li e Ryan 2015 citados por Pestana et al 2018) Para alguns
autores eacute ldquoa satisfaccedilatildeo que intercede na relaccedilatildeo entre as motivaccedilotildees emoccedilotildees e intenccedilotildees
comportamentais fortalecendo ao mesmo tempo a associaccedilatildeo positiva entre as
motivaccedilotildees push e pullrdquo (Pestana et al 2018 1)
29
Desta forma a satisfaccedilatildeo e a motivaccedilatildeo estatildeo associadas no sentido em que eacute a
motivaccedilatildeo que leva agrave escolha de um destino e agrave criaccedilatildeo de motivos para viajar que por
sua vez criam uma determinada expectativa relativamente ao resultado final da viagem
ou seja agrave satisfaccedilatildeo final (Blanco et al 2003 citado por Botelho 2013) Relativamente
agrave avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo uma das ferramentas mais utilizadas para tal eacute a realizaccedilatildeo de
inqueacuteritos por questionaacuterio aos turistasvisitantes O que alguns autores defendem eacute que
deve existir uma preocupaccedilatildeo na estrutura destes inqueacuteritos dado que tendem a focar
apenas os atributos e aspetos positivos do destino natildeo permitindo conhecer a opiniatildeo dos
inquiridos relativamente a outros aspetos que podem natildeo se encontrar positivos (Alegre
e Garau 2010)
Assim sendo deve-se ter em atenccedilatildeo a dimensatildeo de dualidade da satisfaccedilatildeo
(Crotts e Pan 2007 Crotts et al 2008 Pritchard e Havitz 2006 Tribe e Snaith 1998
Truong 2005 Truong e Foster 2006 citados por Alegre e Garau 2010) o que significa
que os fatores que provocam satisfaccedilatildeo e os que provocam insatisfaccedilatildeo natildeo estatildeo
relacionados (Chan e Baum 2007 citados por Alegre e Garau 2010) A anaacutelise dos
fatores que provocam insatisfaccedilatildeo apresenta um maior impacto na intenccedilatildeo de regressar
do que na satisfaccedilatildeo geral mas natildeo significa que a ocorrecircncia de acontecimentos
negativos durante a experiecircncia turiacutestica determine a satisfaccedilatildeo geral mas pode tornar o
destino menos atrativo e por sua vez diminuir a probabilidade de voltar a visitar (Id Ibid)
Em siacutentese para se obter uma anaacutelise correta da satisfaccedilatildeo do turista eacute necessaacuterio
ter em atenccedilatildeo qual o impacto que tanto os aspetos positivos do destino como os negativos
tecircm no mesmo tendo por base as satisfaccedilotildees pull e push associadas agrave teoria das
motivaccedilotildees para que seja possiacutevel corrigir os aspetos negativos e ateacute mesmo ldquorevelar a
singularidade de um destino e fornecer orientaccedilatildeo para futuras campanhas de marketing
e administraccedilatildeo [sendo que se] pode descobrir uma melhor representaccedilatildeo da verdadeira
experiecircncia de forma a tornar-se uacutetil para os gestores de destino [permitindo] um niacutevel
mais rico de sub-anaacutelise de segmentos de mercadordquo (Crotts e Pan 2007 543)
30
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos
41 Conceito de marketing em destinos
O conceito de marketing de destinos turiacutesticos foi primeiramente definido como
um processo de gestatildeo atraveacutes do qual as empresas turiacutesticas e as DMO conseguem
identificar os seus turistas sejam eles reais ou potenciais comunicar com os mesmos a
fim de compreender as suas necessidades motivaccedilotildees e gostos e criar produtos que se
adaptem a estas mesmas caracteriacutesticas com o principal objetivo de atingir a satisfaccedilatildeo
turiacutestica e cumprir os seus objetivos (Wahab Crampon e Rothfield 1976 citados por
Pike e Page 2014) Contudo no momento de descrever o conceito de marketing satildeo
vaacuterias as definiccedilotildees que surgem pois trata-se de um termo bastante abrangente que natildeo
envolve apenas a publicidade ou a promoccedilatildeo de produtos como muitas vezes eacute
erroneamente definido
Segundo a OMT o marketing surge como uma ferramenta de gestatildeo que tendo
por base a procura turiacutestica ldquotorna possiacutevel atraveacutes da investigaccedilatildeo previsatildeo e seleccedilatildeo
colocar os produtos turiacutesticos no mercado em consonacircncia com o propoacutesito da
organizaccedilatildeo com o objetivo de alcanccedilar o maior benefiacuteciordquo (Coltman 1989 11) Na
perspetiva de Coltman (1989) o marketing turiacutestico trata-se de uma atividade que
estabelece objetivos e metas a cumprir que vatildeo ao encontro daquilo que satildeo as proacuteprias
intenccedilotildees natildeo soacute das empresas e dos fornecedores mas tambeacutem dos turistas tratando-se
de um sistema que se desenvolve atraveacutes de processos que requerem investigaccedilatildeo
pesquisa de mercado e planeamento de modo a que se permita criar estrateacutegias que vatildeo
ao encontro das necessidades dos consumidores e ao mesmo tempo contribuam para o
bom funcionamento do destino turiacutestico
Seguindo a abordagem de sistemas o marketing turiacutestico funciona como uma
operaccedilatildeo onde diferentes atividades se encontram interrelacionadas e cooperam entre si
sendo que esta abordagem ldquopermite a uma organizaccedilatildeo expandir a sua penetraccedilatildeo no
mercado e lidar com ecircxito com a concorrecircnciardquo (Id Ibid) Atraveacutes do conhecimento sobre
as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas os marketeers conseguem proceder agrave criaccedilatildeo
de uma oferta que para aleacutem de ir ao encontro destas mesmas necessidades permite
tambeacutem atribuir valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica sendo que deve tratar-se de
algo que a concorrecircncia natildeo disponha na sua oferta (Marques 2005 citado por Peres e
Rita 2017)
31
No que diz respeito ao marketing de destinos turiacutesticos tratando-se o turismo de
uma aacuterea onde diferentes atores interagem e diferentes interesses convergem este
representa ldquoo ponto nevraacutelgico do marketing turiacutestico uma vez que eacute o destino que
concentra e suporta todos os diferentes interesses envolvidos na atividade turiacutesticardquo
(Seaton 1996 citado por por Peres e Rita 2017 173) Desta forma no processo de
planeamento e gestatildeo de um destino turiacutestico o marketing desempenha funccedilotildees como
procurar respostas e conhecimentos para perceber quem satildeo os visitantes do destino de
que serviccedilos necessitam e quais satildeo as suas expectativas para toda a sua experiecircncia de
viagem (Seaton 1996)
Poreacutem ainda que as entidades e empresas se organizem no sentido de conceber as
suas estrateacutegias de accedilatildeo e delinearem todos os seus objetivos atraveacutes dos processos de
planeamento existem fatores externos que influenciam o sucesso das accedilotildees de marketing
afetando o seu desempenho dado que muitas vezes se encontram fora do controlo das
proacuteprias empresas e organizaccedilotildees como satildeo exemplos a procura a concorrecircncia fatores
legais e poliacuteticos etc (Coltman 1989) Segundo este mesmo autor a eficaacutecia do
marketing eacute alcanccedilada dependendo da capacidade de inovaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo das empresas
aos fatores externos prevendo o comportamento destes elementos de forma a perceber
como podem ser controlados ou evitados apostando nos fatores internos que por
oposiccedilatildeo satildeo controlaacuteveis (como eacute o caso dos recursos financeiros e humanos)
No caso dos destinos turiacutesticos o marketing eacute de extrema importacircncia pois uma
vez bem aplicado eacute uma das ferramentas que possui maior capacidade de atraccedilatildeo de
visitantes e que mais contribui para o desenvolvimento do destino No entanto no turismo
deve-se aplicar o marketing estrateacutegico que permite fazer uma gestatildeo do proacuteprio mercado
acompanhar as tendecircncias do mesmo perceber como este funciona assim como o que
existe estabelecendo um ponto de equiliacutebrio entre a oferta e a procura Neste sentido
para aleacutem de funcionar como uma estrateacutegia de atraccedilatildeo ldquoo marketing turiacutestico deve ser
utilizado como uma estrateacutegia de direccedilatildeo entre o planeamento e a gestatildeo do destino e dos
produtos de forma a conciliar os objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica
(hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 174)
32
Deste modo o marketing turiacutestico nos destinos deve seguir uma abordagem
holiacutestica na medida em que o impacto das suas estrateacutegias vai atingir natildeo soacute a oferta e a
procura assim como todo o ambiente externo ao destino mas tambeacutem toda a envolvente
interna associada agraves comunidades locais do destino em questatildeo Esta dimensatildeo eacute de
extrema relevacircncia pois estaacute associada agrave sustentabilidade do destino e segundo Seaton ldquoo
marketing turiacutestico responsaacutevel deve e seraacute cada vez mais obrigado a ter em conta as
necessidades das populaccedilotildees de acolhimento se natildeo for para produzir efeitos ambientais
e socioculturais negativosrdquo (1996 5)
Outro aspeto relevante no que concerne esta temaacutetica eacute o facto de existir uma
constante competiccedilatildeo entre os diversos destinos turiacutesticos no mundo O papel do
marketing no posicionamento competitivo dos destinos eacute relevante pois influencia
diretamente a escolha do visitanteturista De acordo com Kozak e Andreu (2006) a
escolha de um destino por parte do turista depende da consciecircncia e conhecimento do
mesmo acerca do destino (que surge por recomendaccedilatildeo de familiares e amigos
convicccedilotildees pessoais ou atraveacutes das campanhas de publicidade) sendo que tem agrave sua
disposiccedilatildeo um leque variado de opccedilotildees e desta forma no momento em que elege um
destino para visitar todos os restantes perdem a oportunidade de serem escolhidos
Neste contexto cabe tambeacutem ao marketing analisar a concorrecircncia de forma a
compreender quais as eventuais oportunidades ou ameaccedilas que podem surgir no mercado
de forma a que seja possiacutevel para o destino ldquocompetir e obter uma primazia saudaacutevel em
relaccedilatildeo a outros destinos concorrentesrdquo (Peres e Rita 2017 174) Neste acircmbito a
competitividade entre os destinos deve existir de forma positiva e incluir ldquoa
sustentabilidade dos recursos locais de forma a assegurar a manutenccedilatildeo do sucesso a
longo prazo bem como obter retornos equitativos dos recursos utilizados para satisfazer
todos os stakeholdersrdquo (Buhalis 2000 106) Compete agraves DMO e empresas de turismo
de cada destino planear e colocar em praacutetica as accedilotildees de propaganda tendo em conta as
limitaccedilotildees e necessidades de cada destino assim como a dinacircmica do mercado de forma
a gerar satisfaccedilatildeo entre os turistasvisitantes e os proacuteprios anfitriotildees (Buhalis 2000)
Segundo este mesmo autor a gestatildeo de um destino turiacutestico eacute dos processos mais
complexos de se realizar uma vez que engloba diversos atores e interesses que facilmente
entram em conflito entre si sendo que ldquoum compromisso que abranja todos esses
interesses eacute extremamente difiacutecil se natildeo impossiacutevel mas eacute fundamental para o sucesso a
longo prazordquo (Id Ibid 99)
33
Para que seja possiacutevel atingir o sucesso devem ser seguidas as diferentes fases
que datildeo origem ao marketing de destinos sendo elas a anaacutelise do mercado atraveacutes da
observaccedilatildeo da oferta e da procura turiacutesticas o planeamento e desenvolvimento de
produtos turiacutesticos adequados o fornecimento de informaccedilatildeo atraveacutes da promoccedilatildeo e
campanhas de publicidade a difusatildeo dos diferentes canais de distribuiccedilatildeo que se
encontram disponiacuteveis e o preccedilo final (Buhalis 2000 citado por Peres e Rita 2017) Uma
vez estabelecidas todas as fases a cooperaccedilatildeo entre os diferentes fornecedores e entidades
torna-se crucial para atrair novos visitantes e incentivar agrave repeticcedilatildeo da visita ao mesmo
tempo que enquanto cooperam entre si contribuem para a qualidade e diferenciaccedilatildeo da
oferta evitando a exploraccedilatildeo excessiva dos recursos existentes (Buhalis 2000)
No entanto com todas as mudanccedilas no paradigma atual e para que um destino
consiga ser atrativo e reconhecido pelos visitantes eacute cada vez mais importante ter em
atenccedilatildeo trecircs fatores que influenciam o impacto do marketing na atualidade sendo eles a
globalizaccedilatildeo os avanccedilos tecnoloacutegicos e a desregulamentaccedilatildeo (Kotler 2000) Desta
forma segundo Buhalis ldquoo marketing inovador liderado pela pesquisa e pela utilizaccedilatildeo
de novas tecnologias seraacute a uacutenica maneira de gerir e comercializar destinos competitivos
no futuro para o benefiacutecio dos seus stakeholdersrdquo (2000 114)
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos
A caracterizaccedilatildeo da oferta e procura num destino turiacutestico insere-se na anaacutelise do
mercado tratando-se de um processo de relevacircncia para o marketing do mesmo Eacute graccedilas
a estes dados que se torna possiacutevel fazer um levantamento dos recursos e criar produtos
turiacutesticos que vatildeo ao encontro natildeo soacute das necessidades exigecircncias e preferecircncias dos
turistasvisitantes do destino como tambeacutem da populaccedilatildeo local permitindo ao mesmo
tempo apurar mercados potenciais ou emergentes e adequar as estrateacutegias de marketing e
planeamento aos mesmos Contudo como foi referido previamente na atualidade o
turista estaacute cada vez mais exposto a um conjunto diversificado de informaccedilatildeo e por sua
vez de oferta o que faz com que se torne mais exigente e experiente criando ldquonovos
constrangimentos que resultam em larga medida de novos comportamentos e
necessidades da procura (hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 175) Neste sentido a experiecircncia
turiacutestica destes intervenientes torna-se mais complexa sendo necessaacuterio proceder a uma
anaacutelise e compreensatildeo da mesma tendo por base ambas as perspetivas da oferta e da
procura (Walls et al 2011 citado por Peres e Rita 2017)
34
Esta anaacutelise e compreensatildeo da experiecircncia turiacutestica encontra-se interligada com o
comportamento do consumidor pois eacute este estudo que vai permitir perceber quais os
desejos necessidades e motivaccedilotildees dos turistas no momento de escolherem o que vatildeo
consumir na sua experiecircncia Eacute neste acircmbito que surge a segmentaccedilatildeo do mercado que
consiste em dividir o mercado de acordo com as diferentes motivaccedilotildees para conseguir
perceber o que os turistas procuram e gostam para que seja possiacutevel adaptar o produto da
melhor forma a cada mercado alvo
Este processo de segmentaccedilatildeo pode ser definido segundo dois criteacuterios a
nacionalidade e as motivaccedilotildees A primeira para se saber de onde vecircm e qual a razatildeo da
visita ao destino em questatildeo e a segunda para apurar se as motivaccedilotildees se alteram ou natildeo
ao longo do ano com o objetivo de perceber se existem outros perfis de turistas e fazer
comparaccedilotildees permitindo ao mesmo tempo reconhecer e medir oportunidades de
mercado Eacute esta segmentaccedilatildeo que vai permitir ldquoum maior ajustamento da oferta agrave procura
e consequentemente [contribuir] para o desenvolvimento de estrateacutegias de marketing
mais orientadas para as caracteriacutesticas desses grupos [originando] uma melhor aplicaccedilatildeo
de todos os recursos e accedilotildees sobre o mercadordquo (Donilcar 2008 citado por Peres e Rita
2017 175)
Atraveacutes do conhecimento dos recursos que o destino tem para oferecer a forma
como os mesmos estatildeo organizados assim como o comportamento da procura por estes
mesmos recursos permite ao marketing de destinos desenvolver estrateacutegias que se
complementam entre si e que aumentam a capacidade atrativa do destino facilitando a
fidelidade do turistavisitante assim como a sua intenccedilatildeo de regressar (Id Ibid) No
entanto eacute essencial compreender a complexidade da procura turiacutestica e o caraacuteter riacutegido
da oferta Neste acircmbito o marketing de destinos trabalha com serviccedilos e produtos e
enquanto estes uacuteltimos satildeo objetos fiacutesicos os serviccedilos possuem caracteriacutesticas que
determinam todo o planeamento estrateacutegico referente ao marketing e a definiccedilatildeo de
objetivos
Sendo a procura turiacutestica caracterizada pelo consumo de bens e serviccedilos criados
por empresas e entidades turiacutesticas esta natildeo se resume apenas a este tipo de consumo
Existem outras organizaccedilotildees que apresentam bens e serviccedilos que natildeo satildeo destinadas ao
turismo mas sim agrave populaccedilatildeo local poreacutem estes natildeo deixam de formar parte da procura
turiacutestica do destino (Cunha 2013)
35
Tambeacutem a oferta turiacutestica possuiacute caracteriacutesticas que a tornam riacutegida devido ao seu
caraacuteter endoacutegeno e imoacutevel tais como os atributos que funcionam como fatores de
atratividade nos destinos satildeo intriacutensecos aos mesmos e natildeo podem ser movimentados para
outros locais a perecibilidade e inseparabilidade da oferta uma vez que a produccedilatildeo e o
consumo ocorrem em simultacircneo sendo necessaacuteria a presenccedila do cliente para que ocorra
a prestaccedilatildeo do serviccedilo e por ser impossiacutevel armazenar stocks de forma a serem vendidos
posteriormente por uacuteltimo o seu caraacuteter intangiacutevel natildeo permite do ao visitanteturista
experimentar ou observar o produtoserviccedilo antes da aquisiccedilatildeo sendo que soacute o pode fazer
apenas quando se daacute o ato de consumo (Id Ibid)
Uma conjugaccedilatildeo equilibrada entre a gestatildeo da oferta e da procura turiacutesticas
influencia a satisfaccedilatildeo do turistavisitante do destino Uma vez que esta satisfaccedilatildeo
depende da qualidade da oferta e de tudo daquilo que o consumidor vai encontrar no
destino requer-se uma visatildeo holiacutestica acerca do mesmo tendo em conta as ldquoqualidades
ambientais acessibilidades limpeza e higiene traacutefego rodoviaacuterio qualidade urbaniacutestica
espaccedilos verdes [a proacutepria qualidade dos recursos humanos] etcrdquo (Id Ibid 179)
43 Comportamento do Consumidor
A anaacutelise do comportamento do consumidor parte integrante e essencial para a
eficiecircncia do marketing estrateacutegico eacute utilizada sobretudo para se compreender os padrotildees
de consumo Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber como eacute que os consumidores
tomam as suas decisotildees permitindo intervir junto dos mesmos e persuadi-los assim como
conceber e inovar produtos de acordo com o que satildeo as suas necessidades Segundo
Swarbrook e Horner (2007) o comportamento do consumidor em turismo define-se pelo
estudo que tenta responder agrave questatildeo de porque eacute que as pessoas compram o produto que
compram e como tomam a sua decisatildeo
Contudo esta pesquisa caracteriza-se por ser bastante complexa uma vez que as
decisotildees tomadas pelo consumidor-turista estatildeo interligadas com a sua componente
emocional e tambeacutem porque durante o processo de tomada de decisatildeo estaacute exposto a um
elevado nuacutemero de fatores e determinantes que influenciam o seu comportamento e que
dificultam a perceccedilatildeo de como eacute que afetam o consumidor (Id Ibid) Esta componente
emocional acompanha o consumidor desde o iniacutecio do processo de decisatildeo ateacute ao fim
36
No iniacutecio existem expectativas e receios pois o consumidor ainda natildeo sabe como
vai ser a sua experiecircncia e ainda natildeo usufruiu do que pagou No fim as suas expectativas
podem ser ou natildeo superadas assim como os receios que podem ou natildeo ocorrer o que
significa que a anaacutelise do comportamento do consumidor-turista eacute bastante complexa
devido agrave componente emocional e psicoloacutegica de cada consumidor e agrave intangibilidade dos
serviccedilosprodutos desta atividade
Geralmente o processo de decisatildeo desenvolve-se por trecircs etapas a preacute-
decisatildeocompra a decisatildeo e o poacutes-compra sendo que existem modelos que apresentam
ateacute cinco fases distintas uma vez que estas podem-se adaptar a diferentes aacutereas e natildeo
somente ao turismo Poreacutem existem diversos modelos de comportamento do consumidor
que podem ser adaptados ao caso concreto do turismo como eacute o caso do de Howard e
Sheth (1969) um dos modelos mais citados e que se pode observar na figura 3 Este
modelo ldquodestaca a importacircncia dos inputs no processo de compra do consumidor e sugere
maneiras pelas quais o consumidor ordena esses mesmos inputs antes de tomar uma
decisatildeo finalrdquo (Swarbrook e Horner 2007 42)
Figura 3 - - Modelo de Howard e Sheth (1969) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
37
Outros autores como Wahab Crampton e Rothfield (1976) e Mathieson e Wall
(1982) (citados por Swarbrook e Horner 2007) sugeriram outros modelos lineares do
processo de tomada de decisatildeo do consumidor-turista que podem ser observados nas
figuras 4 e 5
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall (1982) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor de Wahab Crampton e Rothfield (1976)
(Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Todos estes autores apresentam nos seus modelos diferentes definiccedilotildees para cada
fase do processo mas todos eles satildeo coincidentes em diversos aspetos ao facto do
momento da compra ocorrer sempre apoacutes a tomada de decisatildeo do consumidor ser alvo
de fatores que o influenciam na sua decisatildeo (sejam internos ou externos) de existirem
diversas alternativas que dependem sempre da decisatildeo do consumidor optar por uma e
por fim que a escolha destas alternativas sofre uma avaliaccedilatildeo por parte do consumidor
que decorre da sua procura por fontes de informaccedilatildeo internas e externas (Woodside e
Lysonski 1989 Engel Blackwell e Miniard 1995 Gremler e Brown 1996 Beerli e
Martin 2004 Swarbrook e Horner 2007)
Existem poreacutem autores como Pizam e Mansfeld (1999) que criticam estes
modelos no sentido em que natildeo satildeo preditivos por se basearem em estereoacutetipos e
generalizaccedilotildees Estes autores ainda afirmam que o processo de decisatildeo varia
significativamente entre os diferentes grupos de turistas e que os modelos existentes
ignoram os consumidores com falta de motivaccedilatildeo assim como os constrangimentos
associados que satildeo vistos como uma falha significante no que diz respeito agrave investigaccedilatildeo
do comportamento do consumidor (Id Ibid 29) Seguindo esta linha de pensamento
segundo o modelo de Gunn (citado por Gacircndara 2008) relativo ao comportamento do
turista existem diversas fases pelas quais o mesmo passa no momento em que decide
visitar um novo destino
38
Formam parte destas fases a acumulaccedilatildeo de imagens mentais sobre experiecircncias
de feacuterias anteriores a modificaccedilatildeo destas imagens graccedilas ao acesso a mais informaccedilatildeo a
decisatildeo de ir para feacuterias a viagem propriamente dita ao destino em questatildeo a participaccedilatildeo
no destino a viagem de regresso e por uacuteltimo gera-se uma nova acumulaccedilatildeo de imagens
obtidas e baseadas na experiecircncia vivida Torna-se portanto essencial compreender o
comportamento do consumidor assim como as suas perceccedilotildees acerca do destino Satildeo
estas caracteriacutesticas que permitem definir quais os turistas mais adequados para cada
destino para que se tornem fidelizados ao mesmo e tambeacutem perceber que alteraccedilotildees satildeo
necessaacuterias para que o destino se adapte agraves necessidades dos turistasvisitantes de forma
a ficarem satisfeitos com a experiecircncia (Id Ibid)
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos
A comunicaccedilatildeo relaciona-se com o turismo na medida em que os
turistasvisitantes enquanto seres sociais procuram interagir com a sociedade onde
vivem e sem a comunicaccedilatildeo esta interaccedilatildeo seria impossiacutevel pois ldquoa comunicaccedilatildeo eacute uma
necessidade inerente de qualquer ser humanordquo (Trigueiro 2001 citado por Marujo 2008
27) Eacute graccedilas agrave comunicaccedilatildeo que se torna possiacutevel dar a conhecer um destino e todas as
suas caracteriacutesticas bem como as informaccedilotildees essenciais na escolha de um local a visitar
Logo eacute a comunicaccedilatildeo que influencia os comportamentos das pessoas sendo que ldquopode
servir para comandar para condicionar para persuadir ou para motivar ndash ou seja para
levar algueacutem a fazer (ou abster-se de fazer) algordquo (Castro 2002 citado por Marujo 2008
27)
Desta forma a comunicaccedilatildeo encontra-se presente em todas as etapas do processo
de decisatildeo do turistavisitante aquando este decide visitar um destino especiacutefico sendo
que a mesma ldquodeve ter a capacidade de provocar o sentimento de envolvimento com o
destino antes durante e apoacutes a experiecircnciardquo (Peres e Rita 2017 175) No momento de
atrair visitantesturistas a um destino eacute a comunicaccedilatildeo que vai ao encontro daquilo que
satildeo as motivaccedilotildees desejos e emoccedilotildees das pessoas e faz com que as estrateacutegias de
transmissatildeo de informaccedilatildeo sejam eficazes ao ponto de as cativarem (Id Ibid) Poreacutem
cada vez mais os turistas satildeo mais exigentes e experientes e por esse motivo procuram
experiecircncias diferenciadoras passando o foco a estar na criatividade das estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo
39
Uma vez que em turismo falamos de bens e serviccedilos intangiacuteveis esta caracteriacutestica
pode dificultar as interaccedilotildees comunicacionais assim como a compreensatildeo dos mesmos
Daiacute a importacircncia da informaccedilatildeo e a forma como a mesma eacute apresentada pois deve ser o
mais expliacutecita possiacutevel de forma a tornar estes mesmos serviccedilos tangiacuteveis Desta forma
a informaccedilatildeo turiacutestica trata-se de uma das ferramentas mais valorizadas tanto pelos
profissionais da aacuterea como pelos consumidores Eacute atraveacutes da informaccedilatildeo que o
consumidor toma a sua decisatildeo e as entidades se inovam e criam condiccedilotildees para responder
agraves exigecircncias do mercado sendo que ldquoa informaccedilatildeo precisa e correta apropriada agraves
necessidades do consumidor eacute muitas vezes a chave para a satisfaccedilatildeo dos consumidoresrdquo
(Cooper et al 2001 citado por Marujo 2008 52)
No entanto todos estes aspetos dependem da qualidade dos serviccedilos prestados e
da experiecircncia global e uma vez que a interaccedilatildeo complexa das diversas componentes do
turismo pode pocircr em causa a qualidade cabe aos gestores de destinos tornar o destino
harmonioso entre todas as componentes ligadas ao turismo e tambeacutem as que natildeo estatildeo
diretamente ligadas ao mesmo de forma a minimizar ao maacuteximo as experiecircncias mais
negativas Poreacutem geralmente existe alguma dificuldade por parte dos visitantesturistas
em segmentar a sua opiniatildeo em relaccedilatildeo agrave qualidade da experiecircncia global da qual
usufruiu sendo que frequentemente os aspetos negativos sobressaem em relaccedilatildeo aos
positivos e satildeo estas opiniotildees que vatildeo definir o regresso ou natildeo da pessoa bem como as
recomendaccedilotildees a potenciais turistas
Daiacute que esta ferramenta seja importante para a comunicaccedilatildeo do destino pois se a
qualidade da oferta for elevada e a experiecircncia turiacutestica satisfatoacuteria ldquopara aleacutem de
despertar o interesse de outras pessoas para os serviccedilos oferecidos pela organizaccedilatildeo
poderaacute regressar mais tarde e continuar a utilizar os serviccedilos de uma forma contiacutenuardquo
(Marujo 2008 32) Eacute neste acircmbito que os destinos devem apostar na criaccedilatildeo de imagens
de marca associadas agrave oferta turiacutestica existente e que transmitam experiecircncias autecircnticas
e uacutenicas com elevados padrotildees de qualidade que vatildeo ao encontro das expectativas do
turistavisitante e que contribua para a satisfaccedilatildeo do mesmo Assim a criaccedilatildeo desta
imagem de marca ldquocumpriraacute mais facilmente os dois objetivos centrais do marketing
aplicado aos destinos turiacutesticos a diferenciaccedilatildeo e a sustentabilidaderdquo (Peres e Rita 2017
176)
40
Em suma o principal objetivo do processo de comunicaccedilatildeo em turismo passa por
fazer perdurar uma boa imagem do destino ou melhorar a mesma atrair novos visitantes
e ao mesmo tempo criar as condiccedilotildees para que regressem no futuro fornecer informaccedilatildeo
clara e expliacutecita acerca da oferta existente fomentar a coordenaccedilatildeo entre os diferentes
stakeholders e os seus esforccedilos e por uacuteltimo corrigir possiacuteveis erros ou distorccedilotildees (Heath
e Wall 1991 citados por Marujo 2008) A comunicaccedilatildeo em turismo ldquonatildeo se resume
portanto agrave promoccedilatildeo de um destino engloba tambeacutem os processos de seduccedilatildeo de um
turista as trocas culturais e rituais entre visitante e anfitriatildeo as narrativas turiacutesticas sobre
as quais se constroem as identidades das gentes lugares e marcasrdquo (Wichels 2013 478)
Eacute atraveacutes da comunicaccedilatildeo que se consegue interferir na imagem que os
turistasvisitantes tecircm acerca de um destino sendo que segundo Gacircndara (2008) apesar
de geralmente se verificar apenas a intervenccedilatildeo no momento da promoccedilatildeo e distribuiccedilatildeo
torna-se cada vez mais importante atuar tambeacutem no momento de produccedilatildeo onde se
desenvolve a qualidade do destino para que a proacutepria comunidade local se torne parte
integrante do processo e ao mesmo tempo beneficie desta atividade
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos
Tendo em consideraccedilatildeo que o mercado atual do turismo eacute cada vez mais
heterogeacuteneo e segue tendecircncias cada vez mais diversificadas que anteriormente natildeo se
verificavam cabe aos diferentes meios de comunicaccedilatildeo dos destinos aplicar diferentes
estrateacutegias que comuniquem e distribuam as suas ofertas de forma eficaz Satildeo vaacuterias as
fontes de informaccedilatildeo que o turistavisitante pode encontrar sobre um destino ou um
serviccediloproduto como por exemplo brochuras guias de viagem postos de informaccedilatildeo
turiacutestica jornais revistas televisatildeo empresas de turismo locais etc
Eacute tambeacutem atraveacutes da comunicaccedilatildeo que um destino estabelece o seu
posicionamento no mercado Para tal no que diz respeito aos destinos turiacutesticos existem
algumas estrateacutegias que se podem seguir a diferenciaccedilatildeo (apresentaccedilatildeo de novas
atraccedilotildees encontrar fatores diferenciadores relativamente agrave concorrecircncia) a diversificaccedilatildeo
dos mercadosprodutos (de forma a ajustar-se a diferentes mercados para atrair diferentes
tipos de turistas) e por uacuteltimo a aposta nos nichos de mercado (segmentos mais pequenos
do que o usual mas mais rentaacuteveis)
41
Mas o que se verifica cada vez mais eacute que esta divulgaccedilatildeo eacute feita atraveacutes de
plataformas online ldquoque desempenham um papel decisivo para aleacutem da sua reconhecida
relevacircncia nos aspetos informativos emocionais e de criaccedilatildeo de imagemrdquo (Peres e Rita
2017 176) Com todos os avanccedilos tecnoloacutegicos das uacuteltimas deacutecadas as estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo passam cada vez mais a ser aplicadas atraveacutes do auxiacutelio da internet nos
formatos digitais Desta forma a informaccedilatildeo online passa a ser global transmitida
essencialmente atraveacutes de websites e redes sociais permitindo ao consumidor conhecer
melhor o destino que quer visitar comparar em tempo real as condiccedilotildees e todos os aspetos
referentes agrave experiecircncia que pretende adquirir e ateacute reservarcomprar o seu
serviccediloproduto de forma raacutepida e simples
Ao mesmo tempo as empresas obtecircm uma ferramenta que lhes permite vender o
seu destino com maior detalhe atraveacutes do recurso a diversas formas de comunicaccedilatildeo
(sejam imagens textos viacutedeos etc) aproximando-se do consumidor e das marcas com
as quais poderaacute criar parcerias (Marujo 2008) A internet transformou-se assim numa
ldquodas principais ferramentas de distribuiccedilatildeo direta para todos os tipos de serviccedilos
turiacutesticosrdquo (Bairros e Cerreta 2009 citados por Cardoso 2012 25) Eacute essencialmente
atraveacutes do marketing digital que as entidades promotoras de destinos turiacutesticos cada vez
mais investem nas suas campanhas promocionais e estrateacutegias de comunicaccedilatildeo Segundo
Miranda (2010) a internet eacute utilizada em turismo como ferramenta estrateacutegica de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo que pode ser observada em trecircs niacuteveis
distintos o experimental o taacutetico-operacional e por fim o estrateacutegico No primeiro niacutevel
as empresas turiacutesticas utilizam a internet como meio de divulgaccedilatildeo dos seus produtos e
serviccedilos
Contudo segundo o mesmo autor muitas destas organizaccedilotildees desperdiccedilam as
potencialidades da internet uma vez que se limitam a apresentar apenas informaccedilatildeo baacutesica
acerca da sua oferta atraveacutes dos seus sites oficiais deixando muitas vezes a mesma
desatualizada e sem recorrerem a ferramentas dinacircmicas e apelativas como o som
imagens viacutedeos etc Jaacute no segundo niacutevel eacute onde ocorrem as operaccedilotildees de E-commerce
as designadas operaccedilotildees comerciais atraveacutes das quais a empresa permite ao consumidor
efetuar a compra do produtoserviccedilo online Este niacutevel pode ser verificado por exemplo
ldquoem sites de hoteacuteis que oferecem reservas online (hellip) [mas] muitas vezes este processo
de reserva [daacute-se] de forma natildeo segura o que natildeo incentiva muitos usuaacuterios a se utilizar
deste recursordquo (Miranda 2010 5)
42
Por fim o uacuteltimo niacutevel exige um planeamento estrateacutegico por parte das
organizaccedilotildees na medida em que o foco eacute o desenvolvimento do E-business sendo que as
empresas planeiam e aplicam estrateacutegias de atuaccedilatildeo no mercado de forma a
desenvolverem os seus meios de comunicaccedilatildeo online atraiacuterem a atenccedilatildeo dos seus
consumidores e melhorar a relaccedilatildeo com os mesmos com o intuito de os fidelizar No
entanto natildeo eacute somente a informaccedilatildeo fornecida que tem impacto nos turistas que procuram
visitar um novo destino eacute tambeacutem o passa-a-palavra atraveacutes de amigos familiares
conhecidos
Esta forma de divulgaccedilatildeo ldquoeacute confiaacutevel pois eacute transmitida por liacutederes de opiniatildeo
familiares amigos especialistas e assim acaba tornando-se uma importante e poderosa
forma de comunicaccedilatildeo (hellip) propagadora da mensagem ou da notiacutecia das suas
experiecircncias boas ou maacutesrdquo (Tineu 2001 citado por Marujo 2008 31) Desta forma cada
vez mais os turistas recorrem agraves opiniotildees de pessoas que conhecem e em quem confiam
o que pode provocar tanto situaccedilotildees positivas como negativas dependendo da experiecircncia
dessas mesmas pessoas Por norma se um turistavisitante ficar satisfeito com a sua
experiecircncia turiacutestica vai certamente influenciar positivamente potenciais turistas mas
caso ocorra o oposto e natildeo exista satisfaccedilatildeo a mensagem transmitida seraacute negativa (Id
Ibid)
As novas tecnologias de informaccedilatildeo vieram revolucionar a forma como a
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutesticas satildeo realizadas permitindo aumentar as vantagens
competitivas e reduzir custos Surgiu assim a necessidade de implementar novos modelos
de negoacutecio ldquopois os consumidores deixam de ser alvos passivos passando-se do mass
marketing para o marketing individualizado os preccedilos deixam de ser fixos e passam em
muitos casos a ser definidos de forma dinacircmica e vai-se ultrapassando a tradicional
assimetria da informaccedilatildeordquo (Peres e Rita 2017 177) Poreacutem apesar da internet permitir
comunicar com os consumidores neste caso turistas ou visitantes de forma mais raacutepida
simples e econoacutemica natildeo deve ser um ldquosubstituto para outras actividades promocionais
mas sim como um complemento das existentes o que oferece aos consumidores uma
maior possibilidade de escolha e mais uma maneira de fazer reservasrdquo (Brigs 1997 citado
por Marujo 2008b 31)
43
Neste sentido cabe agraves entidades e organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticos
ldquoaplicar estrateacutegias nos canais de comunicaccedilatildeo tradicionais (jornais televisatildeo etc) para
fornecer uma informaccedilatildeo adequada agraves necessidades dos turistas e investir nos novos
canais de comunicaccedilatildeo (internet quiosques multimeacutedia etc) para alcanccedilar de uma forma
mais eficaz potenciais consumidoresrdquo (Marujo 2008a 57) Torna-se portanto cada vez
mais imprescindiacutevel implementar boas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo que transmitam
informaccedilatildeo crediacutevel detalhada e real sobre a oferta existente assim como apostar na
diferenciaccedilatildeo e criatividade para que o consumidor natildeo se sinta defraudado relativamente
agraves expectativas que tinha acerca do destino
Em suma a preocupaccedilatildeo em transmitir atraveacutes das estrateacutegias de comunicaccedilatildeo
uma imagem positiva de qualidade e oferta de multiplicidade de experiecircncias diversas e
uacutenicas ao consumidor eacute essencial e deve ser permanente no sentido em que se deve
assegurar em todas as fases do processo de comunicaccedilatildeo do destino pois ldquotanto a
qualidade do produtodestino como a comunicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do mesmo satildeo aspetos
que tratados de maneira pouco profissional seguramente traratildeo cedo ou tarde resultados
indesejadosrdquo (Gacircndara 2008 20)
44
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio
Almada estaacute sediada no distrito de Setuacutebal e pertence agrave aacuterea metropolitana de
Lisboa (AML) sendo que no seu conjunto estatildeo englobadas 11 freguesias que se podem
observar na figura 6 sendo elas Almada Cova da Piedade Pragal Cacilhas Caparica e
Trafaria Charneca de Caparica e Sobreda Costa da Caparica Laranjeiro e Feijoacute Tem
como fronteiras o rio Tejo e Lisboa a norte Seixal a leste Sesimbra a sul e o Oceano
Atlacircntico a oeste sendo que o concelho abrange no total uma aacuterea de 71Km2
encontrando-se a 4km de Lisboa e 15km do Aeroporto Humberto Delgado (Cacircmara
Municipal de Almada - CMA sd)
Em termos geograacuteficos este concelho eacute constituiacutedo por caracteriacutesticas fiacutesicas e
paisagiacutesticas ricas e variadas onde se podem encontrar tanto espaccedilos verdes e reservas
naturais como eacute exemplo a Arriba Foacutessil da Costa de Caparica ou a Mata dos Medos na
Charneca de Caparica como tambeacutem aacutereas urbanisticamente desenvolvidas com oferta
de recursos culturais transportes serviccedilos etc e ainda 13km de linhas de costa no litoral
onde se encontram algumas das melhores praias de toda a regiatildeo da Grande Lisboa
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada (Fonte Cacircmara Municipal de Almada 2018)
45
Em termos populacionais segundo os Censos de 2011 (CMA sd) existem 174
030 habitantes nuacutemero este que faz do concelho de Almada um dos mais importantes na
margem sul da AML A grande maioria da populaccedilatildeo (76) encontra-se empregada no
setor terciaacuterio sendo este o que mais evoluiu nos uacuteltimos anos e que tem maior destaque
(Id Ibid) Hoje em dia Almada eacute considerada o melhor miradouro para a cidade de
Lisboa uma vez que se encontra do lado oposto agrave mesma mas a verdade eacute que este
concelho teve grande importacircncia ao longo de vaacuterios periacuteodos da histoacuteria de Portugal
Privilegiada por se encontrar localizada junto ao Tejo Almada foi desde os primoacuterdios
um lugar de excelecircncia para a ocupaccedilatildeo e fixaccedilatildeo humana desde a preacute-histoacuteria
Era atraveacutes do rio que se faziam as trocas comerciais e de mercadorias tatildeo
essenciais em qualquer eacutepoca sendo que feniacutecios romanos e muccedilulmanos acabaram por
se sedentarizar nesta aacuterea e desenvolver a cidade Posteriormente foi conquistada aos
mouros pelo rei D Afonso Henriques e os cruzados ingleses em 1147 tornando-se cidade
mais tarde quando D Sancho I outorgou o primeiro foral da cidade em 1190 (Id Ibid)
Mas o grande desenvolvimento nesta aacuterea ocorreu sobretudo no seacuteculo XIX graccedilas aos
processos de industrializaccedilatildeo sendo os principais setores a serem desenvolvidos o da
corticcedila moagem e estaleiros navais Foi nesta eacutepoca que o concelho acolheu e recebeu
populaccedilotildees de outras aacutereas do paiacutes que aqui se fixavam para trabalhar e para viver
contribuindo para uma nova dinacircmica e desenvolvimento
Momentos como ldquoa vitoacuteria dos liberais na Batalha da Cova da PiedadeCacilhas
contra os Miguelistas (23 de julho de 1833) (hellip) [e] a antecipada proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica em Almada a 4 de outubro de 1910rdquo (Id Ibid) satildeo exemplos de importantes
acontecimentos histoacutericos que tiveram lugar nesta margem do rio Mais tarde devido ao
grande crescimento demograacutefico que se deu durante os anos quarenta e setenta do seacuteculo
passado verificou-se um elevado nuacutemero de migraccedilotildees e movimentos de populaccedilatildeo que
procurava Almada como alternativa para trabalhar e morar Foi entatildeo a partir da deacutecada
de 90 que as grandes alteraccedilotildees e desenvolvimentos nas principais estruturas do concelho
comeccedilaram a surgir Uma extensa rede de equipamentos municipais nas mais variadas
aacutereas como a cultura o desporto o lazer a educaccedilatildeo sauacutede transportes jardins e zonas
verdes eacute construiacuteda e eacute tambeacutem aprovado o plano diretor municipal que confere ao
concelho uma nova qualidade de vida para os seus habitantes (Id Ibid)
46
Neste sentido Almada relativamente agrave sua posiccedilatildeo geograacutefica possui
caracteriacutesticas que foram sendo valorizadas pelo homem que aqui se estabeleceu em
quase todos os periacuteodos da histoacuteria (Sabrosa 1993 citado por Gonccedilalves 2002) Eacute
tambeacutem a sua proximidade agrave cidade de Lisboa que lhe atribui uma posiccedilatildeo estrateacutegica de
complementaridade com a capital atraveacutes da troca e prestaccedilatildeo de diversos serviccedilos e
produtos Contudo existe tambeacutem uma relaccedilatildeo de dependecircncia que muitas vezes confere
agrave cidade de Almada uma posiccedilatildeo de inferioridade no sentido em que a imagem deste
destino perde a sua credibilidade pois as suas potencialidades turiacutesticas e de
desenvolvimento satildeo muitas vezes desconsideradas (Figueiredo 2015)
O facto de Almada se ter desenvolvido e constituiacutedo como um territoacuterio industrial
durante vaacuterias deacutecadas com a construccedilatildeo de estaleiros navais faacutebricas de moagem e de
produccedilatildeo de corticcedila que devido agraves suas crises levaram agrave estagnaccedilatildeo do crescimento
urbano por sua vez tambeacutem atrasou o desenvolvimento deste territoacuterio (Gonccedilalves 2002
67) Todos estes fatores contribuiacuteram para uma degradaccedilatildeo da paisagem do territoacuterio
uma vez que as infraestruturas outrora utilizadas para fins industriais acabaram por ficar
ao abandono levando agrave ldquodescaracterizaccedilatildeo envelhecimento e degradaccedilatildeo da estrutura
urbana envolventerdquo (Figueiredo 2015 21) Poreacutem atraveacutes do Plano Diretor Municipal
(PDM) que sofreu uma revisatildeo em 2011 Almada estabeleceu linhas estrateacutegicas de
desenvolvimento para o concelho com vista agrave aplicaccedilatildeo de planos e estrateacutegias de
requalificaccedilatildeo do mesmo a niacutevel territorial ambiental social econoacutemico e urbano
Relativamente ao turismo nos uacuteltimos anos tem-se verificado em Almada uma
evoluccedilatildeo que embora lenta se tem tornado cada vez mais notoacuteria sendo que a cidade se
tem vindo a estabelecer como um destino que proporciona a troca de fluxos importantes
natildeo soacute para o concelho mas tambeacutem a niacutevel de toda a AML (CMA 2011) Neste sentido
vaacuterios foram os projetos que ao longo dos anos se foram desenvolvendo e alguns
aplicando contribuindo para a melhoria da imagem e da qualidade de Almada enquanto
destino turiacutestico como satildeo exemplos o programa POLIS a renovaccedilatildeo urbaniacutestica da zona
de Cacilhas o projeto ldquoAlmada Nascente ndash Cidade da Aacuteguardquo e a construccedilatildeo do metro de
superfiacutecie Desta forma eacute essencial a aposta nos recursos potenciadores de atividades nas
aacutereas do recreio lazer e turismo assim como a criaccedilatildeo de uma marca visto que
contribuem decisivamente para a consolidaccedilatildeo do destino relativamente agrave concorrecircncia e
agrave restante oferta existente (Id Ibid)
47
52 Oferta turiacutestica em Almada
Um destino turiacutestico eacute construiacutedo tendo por base o planeamento e a delineaccedilatildeo de
objetivos a par com a existecircncia de recursos com potencial turiacutestico que efetivamente
possuem a capacidade de satisfazer as necessidades dos turistas (CMA 2011 80) Assim
apresentam-se na tabela 1 os principais recursos do concelho
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada Fonte CMA (2019) RNT (2002) Portal
Almada Digital (2019)
A fim de se compreender de que forma a valorizaccedilatildeo turiacutestica do concelho de
Almada eacute estruturada e planeada eacute necessaacuterio conhecer os recursos existentes que
contribuem para o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos
Recursos
primaacuterios
Patrimoacutenio
Natural Praias oceacircnicas paisagem protegida
reserva botacircnica
Cultural
Monumental Monumentos muralha estaacutetua entre
outros
Artiacutestico Museus igrejas conventos capelas
Etnograacutefico Folclore artesanato
Complementar Parques jardins puacuteblicos miradouros
Atividades
Roteiros Percursos pedestres sinalizados
Animaccedilatildeo
turiacutestica
Desportos naacuteuticos e radicais atividades
de ar livrenatureza e aventura
Recursos
primaacuterios
Equipamentos
Culturais Espaccedilos para exposiccedilotildees auditoacuterios
bibliotecas centros culturais
Desportivos Teacutenis golfe nataccedilatildeo equitaccedilatildeo
Recreativos Estaacutedios clube naacuteutico
Negoacutecios Salas de reuniotildees
Eventos
Religiosos Procissotildees
Culturais Marchas populares espetaacuteculos
comemorativos exposiccedilotildees
Animaccedilatildeo Festivais de muacutesica concertos
espetaacuteculos de danccedila teatro entre outros
Desportivos Ginaacutestica atletismo nataccedilatildeo futebol
Recursos
secundaacuterios
Atividades Gastronomia
Equipamentos
Animaccedilatildeo e
outros Vaacuterios mercados perioacutedicos
Turiacutesticos
Hotelaria agecircncias de viagem agecircncias de
animaccedilatildeo turiacutestica campos de campismo
rent-a-car restaurantes postos de turismo
escolas de surf
Transportes Terminais ferroviaacuterios rodoviaacuterios e
fluviais
Infraestruturas
sociais Estradas
48
Desta forma a organizaccedilatildeo e compreensatildeo dos recursos existentes satildeo essenciais
para a construccedilatildeo da oferta turiacutestica do destino fator de atratividade para os visitantes e
turistas Neste sentido relativamente agrave avaliaccedilatildeo dos recursos acima apresentados de
uma forma geral e analisando os mesmos tendo em conta os produtos turiacutesticos mais
procurados eacute um concelho que considerando a sua dimensatildeo aparenta dispor de um
conjunto consideraacutevel de recursos de cariz cultural religioso e de aacutereas verdes assim
como de outras infraestruturas complementares principalmente a restauraccedilatildeo
Contudo algumas das freguesias mais procuradas como Cacilhas e Almada pecam
pela falta de estabelecimentos de alojamento principalmente hoteacuteis assim como outros
empreendimentos mais pequenos como alojamento local No entanto a freguesia da
Costa da Caparica apresenta uma consideraacutevel variedade de oferta de alojamentos como
hoteacuteis de categoria variada surf houses apartamentos turiacutesticos e parques de campismo
Considerando o produto golf e a quantidade de campos existentes estes tambeacutem se
encontram bem fornecidos em termos de estabelecimentos de alojamento tendo em conta
a capacidade do Hotel Aldeia dos Capuchos e toda a variedade de alojamentos disponiacuteveis
na Herdade da Aroeira todos ao redor dos campos de golf aqui existentes
Eacute com base nos recursos existentes no destino que eacute possiacutevel definir os principais
produtos turiacutesticos do concelho que seratildeo apresentados na tabela 2 Considerando o Plano
Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e Desenvolvimento do Turismo para o concelho de Almada
(CMA 2011) os produtos o sol e mar turismo religioso e golf encontram-se consolidados
ou em vias de consolidaccedilatildeo enquanto que os restantes apresentam forte potencial de
desenvolvimento
49
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado
de CMA (sd) e Turismo de Lisboa (2018)
Turismo cultural e religioso
- Principal produto de interesse por parte de quem visita o concelho
particularmente nas freguesias de Cacilhas e Almada sendo que a Trafaria
tambeacutem conta com alguns pontos de interesse
- Conta com recursos desde igrejas santuaacuterios (Santuaacuterio do Cristo Rei)
conventos (Convento dos Capuchos) museus com variadas temaacuteticas ligadas
agrave histoacuteria do concelho jardins e parques e tantos outros recursos culturais
como eacute exemplo a fragata D Fernando II e Gloacuteria convertida atualmente em
museu
- Proximidade entre os recursos em si e de rotas pedestres existentes
assim como a existecircncia de vaacuterios locais que permitem uma vista privilegiada
para a cidade de Lisboa
- Como recurso complementar a existecircncia de variadas opccedilotildees em termos
de restauraccedilatildeo principalmente na freguesia de Cacilhas permite apreciar a
gastronomia local
Sol e Mar
- Principal produto na freguesia da Costa da Caparica
- Extensatildeo de 13km de praias contando com 7 praias de Bandeira Azul
- Produto chave e com grande procura devido a fatores como a
localizaccedilatildeo a proximidade com Lisboa boas acessibilidades tanto de carro
devido agrave ligaccedilatildeo da Ponte 25 de Abril como de transportes puacuteblicos
(autocarro desde Lisboa ou Cacilhas) equipamentos existentes nas
proximidades como restaurantes e bares e estabelecimentos de alojamento
(hoteacuteis e alojamento local)
- Atrativo para diversos mercados estrangeiros como o espanhol francecircs
alematildeo e brasileiro
Turismo Naacuteutico
- Complemento ao produto Sol e Mar
- Principalmente procurado para a praacutetica de surf stand up paddle e
katesurf
- Foco na freguesia da Costa da Caparica tal como o Sol e Mar devido agrave
vasta extensatildeo de areal onde as condiccedilotildees permitem boas praacuteticas destes
variados desportos naacuteuticos
- Existecircncia de infraestruturas de apoio como escolas de surf e surfhouses
nesta mesma freguesia devido agrave grande procura pelo produto
50
Golf
- Visto principalmente como um produto complementar ao produto Sol e
Mar devido agrave proximidade dos campos existentes agraves praias da Costa da
Caparica
- 2 campos de 18 buracos e 1 com 9 buracos todos na freguesia da
Caparica integrados em estabelecimentos de alojamento ndash Herdade da
Aroeira e Hotel Aldeia dos Capuchos Golf amp SPA
- Boa localizaccedilatildeo e infraestruturas disponiacuteveis que permitem a praacutetica do
desporto durante todo o ano e para todo o tipo de jogadores
Turismo de Natureza
- Produto principalmente focado na Paisagem Protegida da Arriba Foacutessil
da Costa de Caparica onde se engloba a Mata dos Medos
- Vaacuterios caminhos pedestres disponiacuteveis assim como outras atividades
que satildeo desenvolvidas a partir deste ponto como Parapente e Asa Delta
Para aleacutem dos principais produtos turiacutesticos tambeacutem estatildeo indicados na tabela
anterior aqueles que satildeo vistos como produtos complementares aos existentes Deste
modo seguindo o conceito de ciclo de vida do produto pode-se considerar o seguinte
sol e mar encontra-se na fase de maturidade turismo religioso golf e turismo cultural em
fase de crescimento (sendo que cada um apresenta diferentes niacuteveis de crescimento)
turismo naacuteutico entre a fase de crescimento e maturidade (dependendo do desporto) e
por fim o turismo de natureza entre a fase de nascimento e crescimento considerando
que ainda eacute um produto com pouca procura e pouco desenvolvimento
51
53 Procura turiacutestica em Almada
Devido agrave sua proximidade com a cidade de Lisboa e a facilidade existente em
atravessar o rio Tejo o concelho de Almada beneficia muito destes dois fatores fazendo
com que a sua procura seja cada vez mais semelhante agrave da capital Por natildeo existirem
dados concretos relativamente ao nuacutemero total de turistas que visitam o concelho seratildeo
tidos em consideraccedilatildeo vaacuterios indicadores que proporcionam uma ideia geral da procura
no concelho de Almada
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2013-2018)
Atraveacutes da figura 7 eacute possiacutevel determinar que o nuacutemero de visitantes estrangeiros
eacute superior aos nacionais assim como se verifica um aumento crescente destes valores no
periacuteodo apresentado entre os anos de 2012 e 2017 agrave exceccedilatildeo do ano de 2014 em que se
verificou uma pequena quebra no nuacutemero de visitantes estrangeiros Considerando o
nuacutemero de hoacutespedes estrangeiros podemos aprofundar e apresentar os hoacutespedes por
continente
Atraveacutes da figura 8 eacute possiacutevel compreender que o continente europeu eacute de onde
satildeo provenientes a maioria dos hoacutespedes que ficam em Almada sendo por isso bastante
importante No entanto outros continentes comeccedilam a crescer e a procurar cada vez mais
tanto a regiatildeo de Lisboa como em especiacutefico o concelho de Almada No que diz respeito
ao continente americano destaca-se o mercado brasileiro sendo que o mercado norte
americano tambeacutem comeccedila a ter alguma relevacircncia para a AML (Ferro 2018) juntamente
com o mercado asiaacutetico que tem demonstrado procurar cada vez mais o destino em
questatildeo
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total 110 806 116 357 132 475 145 173 156 795 170 062
Nacionais 53 104 54 467 74 292 66 444 57 329 57 456
Estrangeiros 57 702 61 890 58 183 78 729 99 466 112 606
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
140 000
160 000
180 000
52
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Devido agrave proximidade anteriormente referida os principais mercados que
procuram a AML satildeo os mesmos que se encontram no top de mercados que tambeacutem
procuram o concelho de Almada nomeadamente Espanha Alemanha Franccedila Reino
Unido e Itaacutelia (Ferro 2018) sendo esta a ordem de preferecircncia dos mercados no que diz
respeito agrave procura pelo concelho tendo em conta o nuacutemero de hoacutespedes destes mesmos
paiacuteses
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2012 19 035 2 290 8 919 3 484
2013 21 003 3 353 8 485 1 542
2014 20 150 3 277 6 543 1 959
2015 24 828 15 766 5 991 2 284
2016 23 253 15 521 12 478 3 154
2017 22 077 15 182 11 625 3 528
41 975
60 25972 649 74 353
2014 2015 2016 2017
Europa
1 608 2 465 3 385
8 239
2014 2015 2016 2017
Ameacuterica
607 611 760 997
2014 2015 2016 2017
Aacutefrica
247626
367 394
2014 2015 2016 2017
Oceacircnia
13 746 14 768
22 30528 623
2014 2015 2016 2017
Aacutesia
53
Analisando o nuacutemero de hoacutespedes por mercados alvo como aparece representado
na tabela 3 com dados retirados a partir do INE eacute de realccedilar o aumento de cerca de 380
do mercado alematildeo entre 2014 e 2015 valor que se manteve no ano de 2016 assim como
o mercado francecircs (aumento de 10828) e britacircnico (aumento de 3809) entre 2015 e
2016 Contudo no ano de 2017 verifica-se uma queda de valores em todos os paiacuteses
exceto no Reino Unido que aumentou significativamente entre 2016 e 2017
Considerando agora os dados relativos agraves dormidas por continente pelo graacutefico
representado na figura 9 eacute possiacutevel destacar principalmente a influecircncia do mercado
asiaacutetico sendo que apesar de ser dos que apresenta a estadia meacutedia mais baixa (2 noites)
desde 2012 na AML (INE 2019) continua a crescer e a ser o continente com maior
influecircncia depois do europeu sendo que o americano tambeacutem jaacute tem alguma
representatividade apesar de estar bastante longe de ter o mesmo alcance dos restantes
dois
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Tambeacutem eacute possiacutevel analisar atraveacutes da representaccedilatildeo na tabela 4 os dados
retirados do INE referentes agraves dormidas dos principais mercados alvo Eacute de notar a quebra
do nuacutemero de dormidas do mercado espanhol na casa dos 1777 pontos percentuais em
contraste com o crescimento dos mercados francecircs entre 2015 e 2016 (10846) e o
britacircnico (3016) sendo que o mercado francecircs voltou a sofrer uma quebra em 2017 Eacute
igualmente importante realccedilar que apesar do mercado alematildeo apresentar um maior
nuacutemero de hoacutespedes nos anos de 2016 e 2017 quando comparado com o francecircs este
uacuteltimo mercado apresenta um maior nuacutemero de dormidas registadas nos mesmos anos em
comparaccedilatildeo com o mercado alematildeo
2014 2015 2016 2017
Europa 147 251 171 466 205 179 201 835
Aacutefrica 2 089 2 109 2 560 2 857
Ameacuterica 5 114 6 661 8 949 21 612
Aacutesia 21 301 22 425 36 126 43 323
Oceacircnia 679 1 395 807 972
0
50 000
100 000
150 000
200 000
250 000
54
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2014 64 475 13 758 16 754 7 217
2015 82 820 24 025 16 616 8 544
2016 68 101 26 698 34 638 11 121
2017 63 986 25 410 29 563 12 064
Considerando as entradas no posto de turismo de Cacilhas e da Costa da Caparica
eacute possiacutevel perceber quais os mercados entre estrangeiros e nacionais que mais procuram
esta aacuterea assim como os periacuteodos do ano de eleiccedilatildeo para essa mesma procura como se
pode observar nas figuras 10 e 11 abaixo apresentadas
Figura 10 ndash Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo de Cacilhas 2018 2019)
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo da Costa da Caparica 2018 2019)
8 659
10 44011 886
12 81414 217
10 647 10 582
6 383
8 276 8 2369 460
11 057
8 319 8 340
2 276 2 1643 650 3 354 3 160
2 328 2 242
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
5 6027 344
9 804
16 115
10 8929 526
7 898
4 5966 363 6 338
9 4438 175
6 088 5 294
1 006 981
3 466
6 672
2 717 3 438 2 604
0
5 000
10 000
15 000
20 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
55
Relativamente aos mercados alvo de Cacilhas e Costa da Caparica eacute possiacutevel
observar o seguinte cenaacuterio atraveacutes dos dados apresentados nas tabelas 5 e 6 facultados
pelos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica ainda tendo em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de entradas nos postos de turismo referidos anteriormente
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
971 1 535 1 121 1 322 1 261 1 083 944
1 188 1 456 1 457 1 629 1 672 1 238 1 061
1 183 1 638 2 371 2 787 3 720 2 512 2 693
414 555 236 440 346 247 254
491 526 605 805 974 866 646
270 287 268 359 489 389 467
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
564 848 668 860 892 753 651
1 742 1 779 2 285 2 927 1 852 1 479 1 504
885 1 605 1 820 3 034 2 946 1 961 1 594
262 497 323 377 508 208 157
300 338 263 598 449 405 324
156 168 - 242 245 226 127
56
Tal como foi referido e percecionado anteriormente os mercados alematildeo
espanhol francecircs britacircnico e italiano satildeo de facto dos mais importantes para a AML
(Ferro 2018) No entanto eacute de notar a significativa procura do mercado holandecircs por
ambos os postos chegando mesmo a ultrapassar o nuacutemero de entradas do mercado
italiano ao longo dos anos no posto de turismo da Costa da Caparica
Por fim considerando a totalidade das entradas nos postos atraveacutes da figura 12 eacute de
realccedilar a preferecircncia pelos meses entre julho e setembro sendo que no caso de Cacilhas
tem aumentado a procura a partir dos meses de abrilmaio ateacute outubro tendo em conta
que o produto mais procurados eacute o turismo cultural No caso da Costa da Caparica as
preferecircncias jaacute rondam apenas os meses entre julho e setembro devido ao facto do
produto de eleiccedilatildeo ser o sol e mar juntamente com os desportos naacuteuticos
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelos Postos de Turismo 2018)
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Jan 328 487 319 589 590 508
Fev 471 548 411 638 606 681
Mar 519 832 667 807 1 210 935
Abr 753 1 353 1 105 2 082 1 626 1 688
Mai 938 1 505 1 428 1 789 1 878 1 492
Jun 1 040 1 602 1 360 2 031 2 019 1 683
Jul 2 439 2 290 4 064 3 578 3 787 3 313
Ago 3 329 4 233 7 696 10 933 7 573 4 255
Set 2 147 2 155 1 963 3 491 2 774 2 806
Out 1 260 1 645 1 319 1 374 1 653 1 540
Nov 611 763 748 1 087 892 864
Dez 425 371 610 530 519 408
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
57
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica
A anaacutelise relativa agraves estrateacutegias inerentes agrave forma de comunicaccedilatildeo do destino foi
feita tendo por base os canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica do mesmo Uma vez
que a informaccedilatildeo turiacutestica online se encontra essencialmente no site oficial da CMA esta
anaacutelise iraacute recair precisamente neste canal de divulgaccedilatildeo Atraveacutes desta pesquisa eacute
possiacutevel identificar os principais pontos atraveacutes dos quais a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada
se foca e se desenvolve assim como perceber qual o tipo de informaccedilatildeo transmitida Para
tal seguiram-se alguns pressupostos como os aspetos teacutecnicos e visuais (identificaccedilatildeo da
oferta atratividade tipo de navegaccedilatildeo layout informaccedilatildeo disponiacutevel meios utilizados
suporte multimeacutedia etc) a autoria (data de criaccedilatildeo autor atualizaccedilotildees) acesso (tempo
de carregamento existecircncia de outros links uacuteteis contactos acesso a utilizadores de
outros idiomas ou com algum tipo de limitaccedilatildeo) e por fim o conteuacutedo (interativo fontes
de informaccedilatildeo seguras e identificadas conteuacutedo expliacutecito identificaccedilatildeo da audiecircncia a
que se destina etc)
Apoacutes uma anaacutelise ao site eacute possiacutevel concluir que numa perspetiva geral
relativamente agrave divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica em primeiro lugar o mesmo peca pela
falta de atratividade e dinamismo na forma como apresenta a informaccedilatildeo pois a mesma
eacute resumida e o recurso a meios mais dinacircmicos como viacutedeos sons e imagens eacute muito
pouco utilizado o que natildeo permite uma interatividade entre o visitanteturista e o
sitedestino Eacute tambeacutem notoacuteria a falta de idiomas para aleacutem do portuguecircs que eacute o uacutenico
que se encontra disponiacutevel sendo que idiomas como inglecircs e castelhano apresentam-se
como opccedilatildeo mas quando selecionados surge a informaccedilatildeo de que estaratildeo disponiacuteveis em
breve
O facto do principal objetivo do site se tratar de informar principalmente a
populaccedilatildeo local do concelho ou visitantes nacionais com informaccedilotildees sobre a accedilatildeo social
o ambiente a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo entre outros acaba por colocar a informaccedilatildeo turiacutestica
para visitantes externos em segundo plano natildeo lhe sendo atribuiacuteda tanta importacircncia Em
termos de facilidade de navegaccedilatildeo no site para um visitante portuguecircs eacute uma tarefa
simples mas para qualquer visitante estrangeiro que natildeo compreenda a liacutengua portuguesa
torna-se impossiacutevel pois natildeo existem mais idiomas disponiacuteveis
58
Relativamente ao conteuacutedo apresentado somente selecionando lsquoturismorsquo presente
no menu do site eacute que se encontra alguma descriccedilatildeo e informaccedilatildeo sucinta sobre o destino
Almada sendo que natildeo existe um site oficial dedicado especificamente ao turismo do
concelho Neste segmento satildeo apresentados alguns dos produtos turiacutesticos e recursos que
se podem encontrar em Almada como sugestotildees de percursos pedestres por diversos
espaccedilos do concelho uma listagem das praias existentes mapas do concelho os
principais espaccedilos culturais de lazer ou desportivos um guia de alojamento do concelho
(tratando-se do uacutenico documento apresentado que se encontra em cinco idiomas distintos
portuguecircs espanhol inglecircs francecircs e alematildeo) os principais parques e jardins os postos
de turismo e um guia gastronoacutemico
Tambeacutem satildeo apresentadas informaccedilotildees embora se encontrem em portuguecircs
sobre de que forma o visitante pode chegar ateacute Almada referindo quais os meios de
transporte existentes sendo que a informaccedilatildeo eacute complementada com links
correspondentes aos sites oficiais das empresas de cada transporte No geral o site
enquanto meio de divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada natildeo descreve
explicitamente a oferta turiacutestica do destino pois a informaccedilatildeo natildeo eacute tatildeo clara e evidente
como devia por ser muito sucinta e pouco promocional acabando por natildeo atrair de forma
eficaz a atenccedilatildeo do visitanteturista
Uma vez que no caso especiacutefico de Almada o que se verifica eacute a existecircncia de um
uacutenico site oficial geral na medida em que o segmento de turismo possui apenas uma
secccedilatildeo dentro do site oficial da CMA o mesmo acaba por natildeo ter um grande destaque
Desta forma analisando a secccedilatildeo que diz respeito ao turismo natildeo eacute possiacutevel identificar
de forma clara os diferentes puacuteblicos-alvo que o destino pretende atrair ateacute porque a
proacutepria oferta natildeo se encontra apresentada de forma muito segmentada concisa e clara
No que diz respeito ao posicionamento e imagem do destino em questatildeo este eacute
um concelho que ainda natildeo apresenta uma posiccedilatildeo de grande destaque no mapa turiacutestico
da regiatildeo da grande Lisboa pois segundo dados do INE (2018) o nuacutemero de visitantes
da capital eacute superior ao de Almada Poreacutem nos uacuteltimos anos Almada tem atraiacutedo cada
vez mais visitantes e tem-se transformado cada vez mais como um destino natildeo soacute
complementar a Lisboa mas tambeacutem diferenciador e de escape da massificaccedilatildeo da
capital
59
Eacute neste sentido que o destino Almada promete oferecer a quem o visitar um local
ldquo[para] descansar do ambiente cosmopolita e simplesmente contemplar a natureza (hellip)
[mas tambeacutem um] centro de cultura e desporto de parques naturais e espaccedilos puacuteblicos
qualificadosrdquo (CMA sd)
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino
Para aleacutem do site oficial da CMA os restantes canais de comunicaccedilatildeo do destino
satildeo o portal Almada Digital a plataforma ISSUU ndash Digital Publishing Platform for
Magazines Catalogs and Publications e ainda algumas redes sociais como o instagram
e a paacutegina oficial de facebook da CMA tratando-se dos uacutenicos canais de divulgaccedilatildeo da
informaccedilatildeo online Atualmente as redes sociais funcionam cada vez mais como uma
ferramenta estrateacutegica para o desenvolvimento da vertente promocional de um destino
turiacutestico uma vez que contribuem para a captaccedilatildeo de visitantes atraveacutes essencialmente da
imagem do destino e de todos os produtos serviccedilos infraestruturas etc a ele associados
permitindo ao mesmo tempo obter a reaccedilatildeo dos proacuteprios turistasvisitantes e interagir com
os mesmos graccedilas aos comentaacuterios gostos e partilhas
No caso de Almada existe realmente uma presenccedila nas redes sociais como o
facebook instagram e youtube mas trata-se de uma abordagem meramente informativa
para o puacuteblico portuguecircs nomeadamente a populaccedilatildeo local uma vez que as informaccedilotildees
dizem respeito ao funcionamento do concelho notiacutecias sobre o mesmo e alguns eventos
sendo que todas as redes sociais estatildeo associadas agrave cacircmara municipal do concelho e natildeo
agrave vertente turiacutestica Neste contexto a estrateacutegia de promoccedilatildeo turiacutestica do concelho natildeo
utiliza as redes sociais como meio de divulgaccedilatildeo turiacutestica e de atraccedilatildeo de novos visitantes
Alguns dos objetivos primordiais da mensagem a transmitir atraveacutes da estrateacutegia
de promoccedilatildeo acerca do destino passam por informar atraveacutes da apresentaccedilatildeo de
informaccedilatildeo sobre tudo o que um visitante precisa de saber quando se desloca para um
novo destino (como chegar o que fazer onde ficar alojado etc) envolver o consumidor
com a cultura local atraveacutes de uma amostra daquilo que poderaacute disfrutar no destino e
credibilizar atraveacutes de links de paacuteginas oficiais que complementem a informaccedilatildeo
disponibilizada no site uma vez que todos estes fatores acabam por transmitir confianccedila
ao visitante e captar a sua atenccedilatildeo Quando bem elaborado o conteuacutedo apresentado eacute
capaz de criar no consumidor neste caso o turistavisitante o desejo de visitar o destino
em causa
60
Relativamente a Almada a estrateacutegia de promoccedilatildeo nos canais online eacute
essencialmente feita atraveacutes do recurso ao discurso descritivo e demonstrativo sendo o
seu principal objetivo dar a conhecer ao visitante algumas ainda que reduzidas
curiosidades do destino com o auxiacutelio de algumas imagens Contudo a mensagem
transmitida online natildeo desenvolve uma grande estrateacutegia promocional do destino niacutevel
turiacutestico jaacute que natildeo se verifica um grande desenvolvimento do mix de comunicaccedilatildeo de
diferentes ferramentas integradas como por exemplo accedilotildees promocionais atraveacutes da
utilizaccedilatildeo de viacutedeos e imagens interativas que acompanhem e complementem as
informaccedilotildees encontradas no texto
Poreacutem atraveacutes do site oficial eacute possiacutevel aceder agrave paacutegina lsquoAlmada interativarsquo onde
se encontram algumas aplicaccedilotildees e ferramentas que permitem comunicar eventuais
problemas do concelho ou navegar pelo mapa do mesmo e tambeacutem uma das ferramentas
mais interativas designada lsquoUma agenda vista do ceacuteursquo Esta ferramenta que se encontra
apenas em portuguecircs trata-se de um mapa interativo onde o visitante pode descobrir quais
os eventos que vatildeo ocorrer no concelho podendo selecionar a pesquisa por lsquohojersquo
lsquoamanhatildersquo e lsquoesta semanarsquo e ainda selecionar os eventos por temas (CMA sd)
Outra das ferramentas promocionais mais interativas e dinacircmicas utilizadas pelo
destino eacute a plataforma ISSUU que transforma publicaccedilotildees impressas em virtuais onde
satildeo apresentadas algumas brochuras como a agenda cultural alguns eventos e programas
culturais ainda que uma vez mais se encontrem somente em portuguecircs Para aleacutem do
suporte online a estrateacutegia de promoccedilatildeo do destino passa tambeacutem pelos postos de turismo
e pela participaccedilatildeo em feiras de turismo como eacute exemplo a Bolsa de Turismo de Lisboa
(BTL) entre outras Os postos de turismo do concelho satildeo apenas dois um localizado
em Cacilhas e o segundo na Costa da Caparica
Atraveacutes deste contacto presencial com profissionais da aacuterea o visitante pode obter
todo o tipo de informaccedilatildeo turiacutestica assim como panfletos brochuras e outros documentos
informativos acerca da oferta turiacutestica do concelho que neste caso jaacute se encontram
disponiacuteveis em diversos idiomas A comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo nos destinos turiacutesticos eacute
extremamente relevante e cada vez mais eacute feita atraveacutes do recurso agrave internet pois trata-
se de uma ferramenta que ldquoaguccedila o apetite pela viagem e por isso ela eacute um meio de
comunicaccedilatildeo indispensaacutevel agraves organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticosrdquo (Marujo
2008 104)
61
No caso concreto do concelho de Almada e atraveacutes da anaacutelise aos canais de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo do mesmo eacute possiacutevel concluir que este recurso natildeo eacute muito
valorizado pois verificam-se algumas lacunas essencialmente relativamente agrave qualidade
e diversidade da informaccedilatildeo e a proacutepria promoccedilatildeo e marketing do destino Segundo
Marujo (2008) eacute necessaacuterio que as entidades promotoras de destinos compreendam que
atraveacutes da internet eacute possiacutevel promover o concelho para todas as partes do mundo
permitindo uma maior interatividade com o consumidor e fornecer informaccedilatildeo mais
detalhada e apelativa a custos mais reduzidos algo que natildeo se verifica no concelho de
Almada A informaccedilatildeo turiacutestica apresentada para aleacutem de ser reduzida natildeo se encontra
disponiacutevel para todo o tipo de visitantes e neste caso ldquode nada adianta a informaccedilatildeo
existir se quem dela necessita natildeo sabe da sua existecircncia ou se ela natildeo puder ser
encontradardquo (Marcondes 2001 citado por Marujo 2008 53)
No turismo as experiecircncias e produtos satildeo maioritariamente intangiacuteveis o que faz
com que ldquouma informaccedilatildeo compreensiva relevante e oportuna [seja] essencial para o
processo de decisatildeo dos turistasrdquo (Liu 2000 citado por Marujo 2008 67) Desta forma
se nos principais canais de divulgaccedilatildeo do destino Almada natildeo se encontram informaccedilotildees
claras e especiacuteficas sobre o que se pode encontrar no mesmo os turistasvisitantes teratildeo
mais dificuldades no seu processo de tomada de decisatildeo podendo mesmo perder o
interesse no destino Eacute tambeacutem essencial conhecer as necessidades dos turistas pois ldquoos
principais elementos de uma boa gestatildeo da informaccedilatildeo estatildeo na raacutepida identificaccedilatildeo das
necessidades do consumidor e na facilidade em personalizar e manter atualizada essa
informaccedilatildeordquo (Buhalis 1998 citado por Marujo 2008 53)
Logo se no destino de Almada a informaccedilatildeo disponibilizada natildeo soacute a niacutevel da
internet mas tambeacutem em relaccedilatildeo a todos os restantes canais de divulgaccedilatildeo do destino
natildeo apresenta padrotildees relativamente elevados de qualidade a satisfaccedilatildeo do visitante pode
natildeo vir a ser a mais positiva causando uma fraca accedilatildeo de atratividade ao destino e
atrasando o seu desenvolvimento Eacute necessaacuterio por esse motivo compreender que ldquoa
disponibilidade de informaccedilatildeo turiacutestica atualizada e de qualidade no destino eacute importante
para satisfazer as necessidades do visitanterdquo que de outra maneira natildeo consegue obter as
informaccedilotildees necessaacuterias para tomar a decisatildeo de visitar o destino podendo acabar por
optar por outro diferente (Sheldon 1993 citado por Marujo 2008 56)
62
Capiacutetulo VI ndash Metodologia
61 Modelo da investigaccedilatildeo
O presente capiacutetulo surge com o objetivo de apresentar os principais
procedimentos cientiacuteficos de metodologia no que concerne agrave componente de investigaccedilatildeo
empiacuterica da presente dissertaccedilatildeo Esta investigaccedilatildeo segue as linhas do processo cientiacutefico
defendidas por Quivy e Campenhoudt (2005) nas quais os autores identificam um
modelo de 5 fases distintas que se podem observar na figura 13 Sendo o principal
objetivo desta investigaccedilatildeo delinear o perfil do turista de Almada assim como analisar a
performance da promoccedilatildeo e comunicaccedilatildeo turiacutestica do destino definiu-se como um dos
objetivos inquirir turistas e visitantes do dia no concelho
Trata-se essencialmente de um estudo descritivo sendo que estes inqueacuteritos foram
realizados com o objetivo de se compreender as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos
mesmos os principais motivos da sua visita as fontes de informaccedilatildeo que utilizaram as
expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo Todos estes dados serviram tambeacutem para realizar
uma anaacutelise da procura do destino de forma a verificar se esta se conjuga com a oferta
que o mesmo apresenta
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Quivy e Campenhoudt 2005)
Revisatildeo da literatura
Problemaacutetica e hipoacuteteses
Metodologia
Anaacutelise dos resultados
Conclusotildees
Conceptualizaccedilatildeo do turismo enquanto sistema
Destinos turiacutesticos
Desenvolvimento e gestatildeo de destinos turiacutesticos
Perfil do turista e motivaccedilotildees
Satisfaccedilatildeo e comportamento do turista
Comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino
Almada
Modelo da investigaccedilatildeo
Estrutura do inqueacuterito por questionaacuterio e variaacuteveis
Recolha de dados
Descriccedilatildeo dos resultados
Comparaccedilatildeo dos resultados obtidos com os esperados
e com as hipoacuteteses da investigaccedilatildeo
Principais conclusotildees
Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Recomendaccedilotildees para trabalhos futuros
63
O modelo de investigaccedilatildeo aplicado presente na figura 13 pretende tambeacutem
desenvolver e dar resposta agrave problemaacutetica e agraves hipoacuteteses criadas ao longo do estudo em
causa com o objetivo de as confirmar rejeitar ou modificar Sendo que a problemaacutetica
diz respeito agrave caracterizaccedilatildeo do turistavisitante do dia de Almada e agrave anaacutelise da promoccedilatildeo
turiacutestica do destino definiram-se como hipoacuteteses as seguintes premissas
1 As principais motivaccedilotildees dos turistas que visitam Almada estatildeo puramente
relacionadas com escolhas ocasionais e as suas visitas natildeo satildeo planeadas
2 As fontes de informaccedilatildeo turiacutestica do destino satildeo suficientes e influenciam os
turistas a tomar a decisatildeo de visitar Almada
3 O papel da promoccedilatildeo turiacutestica eacute eficiente e permite aumentar a atratividade para
o municiacutepio de Almada
4 O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute baixo
5 Os turistas e visitantes do dia tecircm intenccedilatildeo de regressar a Almada
No caso da presente dissertaccedilatildeo optou-se somente por seguir um modelo de
investigaccedilatildeo quantitativo uma vez que os dados necessaacuterios para traccedilar o perfil dos
turistasvisitantes e compreender o impacto da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica nos
mesmos soacute seriam possiacuteveis de ser recolhidos atraveacutes deste meacutetodo sendo que esta
informaccedilatildeo era determinante para contextualizar toda a parte teoacuterica relativa agrave temaacutetica
em causa Contudo a anaacutelise natildeo recaiu apenas sobre a perspetiva da procura pois foi
tambeacutem realizada uma anaacutelise extensiva da oferta do destino de forma a compreender
que tipo de serviccedilos e produtos turiacutesticos estatildeo agrave disposiccedilatildeo dos visitantes assim como a
qualidade dos mesmos
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo
Para o estudo do perfil do turista de Almada optou-se pela aplicaccedilatildeo de um
inqueacuterito por questionaacuterio realizado presencialmente essencialmente nos postos de
turismo de Almada e Costa da Caparica e tambeacutem nos locais mais turiacutesticos como o
Cristo Rei e Cacilhas durante todo o mecircs de junho O principal objetivo era o de recolher
informaccedilatildeo primaacuteria aos visitantes e turistas de forma a adquirir dados que permitissem
traccedilar o perfil do consumidor a experiecircncia turiacutestica o processo de tomada de decisatildeo e
ainda aferir quais as fontescanais de informaccedilatildeo utilizadas para a recolha de informaccedilatildeo
sobre Almada Inicialmente foi definida uma amostra de 239 questionaacuterios tendo por
base no nuacutemero de entradas de turistas e visitantes do dia nos postos de turismo
64
Contudo natildeo foi possiacutevel atingir este nuacutemero devido a diversos fatores
posteriormente explicados e apresentados tendo-se alterado a amostra para 150
inqueacuteritos Esta amostra eacute composta por meacutetodos natildeo probabiliacutesticos e por amostragem
natildeo aleatoacuteria e por conveniecircncia uma vez que se destinavam somente a turistas ou
visitantes do dia com idade superior ou igual a 18 anos que se demonstravam disponiacuteveis
para responder ao inqueacuterito nos locais anteriormente referidos Os principais instrumentos
de recolha e observaccedilatildeo para esta dissertaccedilatildeo baseiam-se sobretudo na recolha de dados
secundaacuterios atraveacutes de fontes como o INE e de dados oficiais da CMA disponibilizados
pelos postos de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada (Cacilhas e Costa da Caparica) de forma
a avaliar a oferta turiacutestica
Para aleacutem destes dados tambeacutem foram utilizados como instrumentos de
observaccedilatildeo todos os documentos oficiais como planos de desenvolvimento planos de
atividade relatoacuterios meios de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e de promoccedilatildeo turiacutestica
do concelho de Almada com o intuito de perceber como eacute que a promoccedilatildeo deste destino
eacute feita e se vai ao encontro daquilo que eacute a procura e a oferta do mesmo assim como
compreender se realmente funciona como uma ferramenta de atratividade para o destino
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio
Para a recolha de dados de informaccedilatildeo para o estudo em causa optou-se pela
aplicaccedilatildeo de um inqueacuterito por questionaacuterio Este instrumento eacute um original construiacutedo
especificamente para esta dissertaccedilatildeo de forma a dar respostas aos princiacutepios teoacutericos
apresentados anteriormente Autores como Hill e Hill (1998) defendem que a construccedilatildeo
de um bom questionaacuterio eacute um processo que inclui diversos passos e conteacutem vaacuterios
componentes como a aacuterea geral de investigaccedilatildeo os objetivos da investigaccedilatildeo diferentes
secccedilotildees e escalas de perguntas as hipoacuteteses e os meacutetodos para analisar os dados
Desta forma para que fosse possiacutevel construir um instrumento viaacutevel e de
qualidade o mesmo foi sujeito agrave anaacutelise e revisatildeo por parte da orientadora especialista
que acompanhou esta dissertaccedilatildeo que forneceu alguns documentos que serviram como
modelos de exemplo assim como indicaccedilotildees que permitiram aperfeiccediloar o inqueacuterito ao
niacutevel de toda a sua estrutura sequecircncia das questotildees e pertinecircncia das mesmas Contudo
a construccedilatildeo do questionaacuterio teve ainda por base alguns contributos teoacutericos dos quais se
destacam Costa 2015 Lynch et al 2011 Akama J e Kieti D 2003 Naidoo et al
2011
65
Para a construccedilatildeo das perguntas presentes no inqueacuterito teve-se por base toda a
fundamentaccedilatildeo teoacuterica da revisatildeo de literatura e os contributos de alguns teoacutericos No que
diz respeito agraves motivaccedilotildees destacam-se os contributos de autores como Dann 1977
Crompton 1979 Iso-Ahola 1982 Gnoth 1997 Baloglu e McCleary 1999 entre outros
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo Crotts e Pan 2007 Alegre e Garau 2010 Jensen 2010 etc
Relativamente ao comportamento do consumidor Swarbrook e Horner 2007 Gacircndara
2008 Marujo 2008 Peres e Rita 2017 etc Por uacuteltimo no que concerne as estrateacutegias
de comunicaccedilatildeo Marujo 2008 Miranda 2010 Cardoso 2012 Wichels 2013 etc
O inqueacuterito foi produzido em trecircs idiomas distintos sendo eles o portuguecircs o
inglecircs e o espanhol natildeo soacute por se tratarem dos idiomas dominados mas tambeacutem de forma
a ser possiacutevel alcanccedilar mais facilmente os intervenientes jaacute que formam parte dos
principais mercados que visitam Almada Espanha e paiacuteses que falam a liacutengua inglesa
como o Reino Unido e a Alemanha Este inqueacuterito encontra-se apresentado no anexo I
No seu total o inqueacuterito eacute composto por 33 questotildees distribuiacutedas por quatro
grupos distintos de anaacutelise de dados O primeiro grupo eacute referente agrave caracterizaccedilatildeo da
visita ao destino Almada que pretendeu analisar se seria a primeira vez que visitavam o
destino com quem viajam o local de residecircncia a razatildeo da visita se pernoitavam ou natildeo
no destino tipo de alojamento e meio de transporte utilizado o segundo grupo diz respeito
agraves fontes de informaccedilatildeo do destino quais e quando foram utilizadas e como foram
valorizadas o terceiro diz respeito agraves expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo do
turistavisitante do dia quais as expectativas iniciais se Almada eacute o uacutenico destino que
visitam quais as atraccedilotildees que visitaramvatildeo visitar os graus de importacircncia e de
satisfaccedilatildeo relativamente aos atributos do destino a satisfaccedilatildeo global o que mais e menos
gostaram durante a visita e as intenccedilotildees comportamentais por fim o quarto e uacuteltimo
grupo eacute referente aos dados sociodemograacuteficos
Estes conjuntos de dados satildeo constituiacutedos na grande maioria por perguntas
fechadas (de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia) sendo que
existem tambeacutem perguntas semiabertas onde surge a opccedilatildeo de mencionar outros aspetos
para aleacutem daqueles apresentados e ainda 10 perguntas de resposta aberta que dizem
respeito ao nuacutemero de visitas que fez ao destino ao local de residecircncia ao nuacutemero de
noites que passa no destino quais os destinos que visita para aleacutem de Almada e quais as
principais atraccedilotildees que vai visitar no destino em causa o que mais gostou e o que menos
gostou durante a visita e por uacuteltimo a nacionalidade
66
Nas questotildees de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia optou-
se pela aplicaccedilatildeo da escala de Likert de cinco niacuteveis por se tratar de um instrumento
praacutetico ldquona medida de atitudes sendo de faacutecil construccedilatildeo gestatildeo e interpretaccedilatildeordquo (Naidoo
et al 2011 citado por Figueiredo 2015 36)
A aplicaccedilatildeo do inqueacuterito ocorreu durante os meses de junho e julho mais
concretamente entre o dia 03 de junho de 2019 e o dia 05 de julho de 2019 in loco A
aplicaccedilatildeo foi feita essencialmente nos postos de turismo de Cacilhas e da Costa de
Caparica mas tambeacutem nas aacutereas mais turiacutesticas como toda a zona de Cacilhas (cais zona
ribeirinha e ruas principais) e o Cristo Rei Esta recolha foi efetuada tanto em dias uacuteteis
como em dias natildeo uacuteteis durante todo o dia e de forma aleatoacuteria na tentativa de obter uma
amostra diversificada Para a anaacutelise e tratamento dos dados recorreu-se ao programa
Microsoft Office Excel que permitiu natildeo soacute elaborar uma anaacutelise descritiva como tambeacutem
uma anaacutelise comparativa das diferentes variaacuteveis
67
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos
Apoacutes a recolha dos inqueacuteritos por questionaacuterio os dados obtidos foram
organizados e analisados sendo que no presente capiacutetulo pretende-se apresentar os
resultados alcanccedilados Para esta anaacutelise foi utilizado o programa Microsoft Office Excel
tendo-se elaborado essencialmente uma anaacutelise estatiacutestica descritiva Uma vez que o
objetivo do estudo empiacuterico se relacionava com a caracterizaccedilatildeo do perfil tanto do turista
como do visitante do dia de Almada a anaacutelise dos dados foi dividida entre estas duas
variaacuteveis de forma a obter dados relativos a cada uma das mesmas individualmente jaacute
que se tratam de realidades diferentes sendo que ambas contribuem para a caracterizaccedilatildeo
do perfil do turista de um destino
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
Iniciando a anaacutelise dos dados pelas caracteriacutesticas sociodemograacuteficas pode-se
concluir que relativamente aos visitantes do dia (60 da amostra total) em relaccedilatildeo agrave
idade os dados dividem-se essencialmente em duas faixas etaacuterias visiacuteveis na figura 14 a
primeira corresponde ao intervalo de idades entre os 25 e os 34 anos (com 39 das
respostas) e a segunda entre os 18 e os 24 anos (com 24) Desta forma o intervalo de
idades que se destaca diz respeito agraves idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos
correspondendo estes dois valores a cerca de 63 da amostra relativa aos visitantes do
dia Dos restantes 37 destaca-se o intervalo de idades dos 35 aos 44 anos e os de 55
aos 64 anos (ambos com 12) Em suma a maioria dos visitantes do dia possuem idades
compreendidas entre os 18 e os 34 anos tratando-se do principal puacuteblico alvo deste
destino
Figura 14 - Idade visitantes do dia
24
39
12
5
12
8
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
68
Ao contraacuterio do que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia em
relaccedilatildeo aos turistas (40 da amostra total) as idades presentes na figura 15 que mais se
destacam dizem respeito ao intervalo de idades entre os 45 e 54 anos com 25 seguido
das idades compreendidas entre os 18 e 24 55 e 65 (ambos com 19) e por uacuteltimo as
idades entre os 25 e 34 e os mais de 64 anos tambeacutem ambos com 16
Figura 15 - Idade turistas
Relativamente ao geacutenero da amostra atraveacutes da figura 16 eacute possiacutevel verificar que
nos visitantes do dia o sexo feminino representou 73 das respostas enquanto que o
masculino apenas 27 No caso dos turistas na figura 17 denota-se a predominacircncia do
sexo feminino com 65 das respostas sendo que o sexo masculino apresenta apenas
35
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia
19
16
5
24
19
16
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
Masculino27
Feminino73
69
Figura 17 - Geacutenero turistas
No que diz respeito ao estado civil da amostra presente na figura 18
encontram-se em destaque os visitantes do dia solteiros com 64 seguindo-se os casados
ou em uniatildeo de facto com 34 Uma vez mais ao contraacuterio do que se verificou nos dados
relativos aos visitantes do dia o estado civil que predomina nos turistas presentes na
figura 19 que visitam Almada eacute o de casado ou em uniatildeo de facto com 58 seguido do
de solteiro com 42
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia
Figura 19 - Estado civil turistas
Masculino35
Feminino65
64
34
2
Solteiro Casado ou Uniatildeode facto
Divorciado ouViuacutevo
42
58
Solteiro Casado ou Uniatildeo de facto
70
Os dados relativos agrave nacionalidade dispostos nas figuras 20 e 21 demonstram que
a maioria dos visitantes do dia incide nas designadas lsquooutras nacionalidadesrsquo com 40
onde se inserem nacionalidades como a belga holandesa chinesa russa etc seguindo-
se da portuguesa com 27 e a italiana com 7 Nos turistas o destaque vai tambeacutem para
as lsquooutras nacionalidadesrsquo com 27 (onde estatildeo incluiacutedas nacionalidades como suiacuteccedila
holandesa polaca argentina) Contudo no caso dos turistas destaca-se a nacionalidade
espanhola com 21 seguida da alematilde com 16 e por uacuteltimo a portuguesa com 13
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia
Figura 21 - Nacionalidades turistas
As habilitaccedilotildees literaacuterias dos visitantes do dia de Almada apresentadas na figura
22 refletem-se com maior incidecircncia no ensino superior com 63 seguido de poacutes-
graduaccedilatildeo com 20 Relativamente aos mesmos dados anteriormente citados no que diz
respeito aos turistas as habilitaccedilotildees literaacuterias demonstram o mesmo cenaacuterio com a
predominacircncia do ensino superior com 61 seguido do secundaacuterio com 23 e a poacutes-
graduaccedilatildeo com 16 presentes na figura 23
27
5
4
4
5
3
3
7
40
Portuguesa
Brasileira
Americana
Francesa
Alematilde
Espanhola
Britacircnica
Italiana
Outras nacionalidades
13
10
16
21
40
Portuguesa
Francesa
Alematilde
Espanhola
Outras nacionalidades
71
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas
A situaccedilatildeo perante o emprego presente nas figuras 24 e 25 no caso dos visitantes
do dia subdivide-se essencialmente na categoria de empregado com 63 e estudante com
13 seguido de reformado com 10 No caso dos turistas a categoria de empregado
manteacutem-se predominante com 58 seguido da categoria de reformado com 23 ao
contraacuterio do que se verifica nos visitantes do dia e por fim a de estudante com 18 Desta
forma a maioria dos turistas e visitantes do dia de Almada encontram-se empregados
reformados ou satildeo estudantes
2
15
63
20
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
23
61
16
Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
72
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia)
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas)
Atraveacutes da figura 26 verifica-se que o valor meacutedio gasto por visitantes do dia em
Almada (por dia e por pessoa excluindo o alojamento) incide com maior frequecircncia nos
visitantes que gastam ateacute 50euro com 74 seguido dos que gastam entre 51 e 100euro com
20 sendo que os restantes valores natildeo obtiveram respostas ou dados relevantes O valor
meacutedio gasto por turistas em Almada (por dia e por pessoa excluindo alojamento) incide
com maior frequecircncia como no caso dos visitantes do dia nos turistas que gastam ateacute
50euro com 52 e os que gastam entre 51 e 100euro com 39 valores visiacuteveis na figura 27
63
73
1310
4
Empregado Desempregado Natildeo Ativo Estudante Reformado Outro
58
2
1823
Empregado Desempregado Estudante Reformado
73
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia)
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas)
Em relaccedilatildeo ao rendimento familiar mensal dos visitantes do dia (figura 28)
destacam-se os que possuem entre 1001 a 1500euro de rendimento com 23 seguido dos
com mais de 2501euro com 21 sendo que os valores mais baixos (ateacute 500euro e entre 501 e
1000euro) satildeo os que apresentam as menores percentagens de pessoas com 10 e 13
respetivamente Nos turistas (figura 29) o panorama altera-se uma vez que predominam
os que possuem mais de 2501euro de rendimento com 29 seguidos dos que possuem entre
2001 e 2500euro com 18
74
20
2
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro
52
39
2 2 25
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro NatildeoRespondeu
74
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia)
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas)
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
De acordo com a figura 30 no caso dos visitantes do dia 70 dos inquiridos
estavam a visitar pela primeira vez o destino Almada e no caso dos turistas 65 Em
ambos os casos os resultados satildeo idecircnticos sendo que apenas 30 do total de inquiridos
de cada variaacutevel natildeo se encontravam a visitar Almada pela primeira vez
10
13
23
18
15
21
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
3
10
1516
18
29
10
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
NatildeoRespondeu
75
Figura 30 ndash a) Primeira vez em Almada (visitantes do dia)
b) Primeira vez em Almada (turistas)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de visitas nos uacuteltimos 2 anos presentes na tabela 7 no caso
dos visitantes do dia dos 30 que jaacute tinham visitado Almada antes destacam-se os 54
que fizeram entre 1 a 3 visitas ao destino nos uacuteltimos 2 anos seguidos dos que visitaram
muitas vezes Almada com 21 e dos que natildeo responderam com 14 No caso dos
turistas dos 35 que jaacute tinham visitado Almada a grande maioria com 59 visitou entre
1 e 3 vezes Almada nos uacuteltimos 2 anos seguindo-se os que visitaram entre 4 a 10 vezes
com 18 e por fim os que natildeo responderam tambeacutem com 14
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos
Com base nos resultados anteriores eacute possiacutevel concluir que 65 do total de
inquiridos incluindo turistas e visitantes do dia jaacute tinham visitado Almada antes o que
significa que repetiram a sua visita ao destino algo bastante positivo pois indica que
gostaram e quiseram repetir a experiecircncia Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima visita a Almada presentes
na tabela 8 os visitantes do dia na sua maioria com 39 natildeo responderam mas
destacam-se os que realizaram a sua uacuteltima visita entre 2016 e 2018 com 32 seguidos
dos que visitaram entre fevereiro e maio de 2019 com 25 Os turistas 32 natildeo
responderam 36 que visitaram entre 2016 e 2018 e 27 entre fevereiro e maio de
2019
Sim 70
Natildeo 30
Sim 65
Natildeo 35
Visitantes do dia Turistas
Nordm de viagens nos uacuteltimos 2 anos Nordm Nordm
Entre 1 e 3 15 54 13 59
Entre 4 e 10 3 11 4 18
Muitas vezes 6 21 2 9
Natildeo respondeu 4 14 3 14
a) b)
76
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada
Relativamente aos dados das figuras 31 e 32 no caso dos visitantes do dia 61
vem acompanhado pela famiacutelia ou amigos e 26 com o companheiroa O mesmo se
verifica no caso dos turistas sendo que 47 viaja com a famiacutelia ou amigos e 45 com o
companheiroa Os dados que revelam uma menor percentagem dizem respeito tanto nos
turistas como nos visitantes do dia aos que viajam em grupo ou excursatildeo seguidos dos
que viajam sozinhos Consequentemente os principais puacuteblicos alvo satildeo todos aqueles
que visitam Almada acompanhados (ou com familiaresamigos ou com os companheiros)
Deste modo eacute possiacutevel adaptar a oferta do destino a este tipo de puacuteblico oferendo os
produtos e serviccedilos que vatildeo ao encontro das necessidades destes segmentos especiacuteficos
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia)
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia)
103
26
61
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
62
45 47
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
Visitantes do dia Turistas
Uacuteltima visita a Almada Nordm Nordm
Entre 10 a 13 anos atraacutes 1 4 1 5
Entre 2016 e 2018 9 32 8 36
Entre fevereiro e maio de 2019 7 25 6 27
Natildeo respondeu 11 39 7 32
77
No que diz respeito ao local de residecircncia nas figuras 33 e 34 observa-se que no
caso dos visitantes do dia 66 natildeo satildeo residentes em Portugal seguidos de 23 que
residem noutros concelhos do paiacutes como Loures Vila Franca de Xira ou Seixal e 11
que residem em Lisboa No caso dos turistas verifica-se que a percentagem de natildeo
residentes em Portugal eacute mais elevada com 90 seguido dos que residem em Lisboa com
6 e os que residem noutros concelhos do paiacutes como o distrito de Coimbra e Vila Franca
de Xira com apenas 3
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia)
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas)
66
11
23
Natildeo Lisboa Outros concelhos
90
63
Natildeo Lisboa Outros concelhos
78
Na figura 35 relativa aos inquiridos residentes noutro paiacutes no caso dos visitantes
do dia destacam-se os 34 que natildeo satildeo residentes noutro paiacutes e os que satildeo residentes
noutros paiacuteses diferentes dos apresentados no graacutefico com 34 onde se inserem paiacuteses
como a Holanda Beacutelgica Greacutecia Ruacutessia Iratildeo Argentina Suiacuteccedila entre outros Podem-se
destacar ainda paiacuteses como a Alemanha com 7 Estados Unidos da Ameacuterica com 5
assim como a Espanha e a Franccedila cada um com 5 valores consideravelmente baixos
para estes mercados em comparaccedilatildeo com dados recolhidos atraveacutes do INE em anos
anteriores
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia)
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas)
7
4
5
5
4
1
5
34
34
Alemanha
Brasil
Estados Unidos
Espanha
Itaacutelia
Inglaterra
Franccedila
Outros paiacuteses
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
16
21
10
10
44
Alemanha
Espanha
Franccedila
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
Outros paiacuteses
79
Os turistas residentes noutro paiacutes presentes figura 36 residem essencialmente em
paiacuteses como a Aacuteustria Canadaacute Poloacutenia Hungria Sueacutecia entre outros com uma
frequecircncia de resposta de 44 seguidos dos que residem em Espanha com 21 e na
Alemanha com 16 Neste caso a percentagem de inquiridos que natildeo satildeo residentes
noutro paiacutes eacute muito mais reduzida em comparaccedilatildeo aos visitantes do dia com apenas 10
O principal motivo da visita a Almada em relaccedilatildeo aos visitantes do dia divide-se
essencialmente em duas variaacuteveis visiacuteveis na figura 37 passear com 25 e monumentos
com 16 tratando-se dos produtos turiacutesticos que os visitantes do dia consideram mais
importantes neste destino destacando-se ainda a paisagem com 11 o lazer recreio e
feacuterias e os museus ambos com 10 e por uacuteltimo a praia com 9 As variaacuteveis que
demonstram menos peso percentual satildeo a religiatildeo e o ambiente humano com 0 os
desportos e o profissionalnegoacutecios com 1 e os eventos com 2
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 38 demonstram ao contraacuterio do
que se verifica nos visitantes do dia que a grande maioria visita Almada essencialmente
pela praia com 20 para passear com 18 e pelo lazer recreio e feacuterias com 15
tratando-se dos produtos turiacutesticos que os turistas consideram mais importantes neste
destino
Passear25
Compras e lojas3
Monumentos16
Museus11
Praia9
Gastronomia5
Familiares e amigos6
Paisagem11
Lazer recreio e feacuterias10
80
As restantes variaacuteveis apresentam percentagens bastante idecircnticas como eacute o caso
da gastronomia com 8 os museus monumentos e paisagens com 7 As variaacuteveis que
apresentam menores valores satildeo uma vez mais como se verificou nos visitantes do dia
o ambiente humano com 0 religiatildeo com 1 profissionalnegoacutecios 2 e eventos com
3
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas)
Relativamente agraves questotildees 17 18 19 e 110 do grupo 1 do questionaacuterio
realizado apresentado no anexo I dos 154 questionaacuterios realizados apenas 40 (que
dizem respeito ao nuacutemero de turistas) responderam agraves mesmas pois apenas os turistas
pernoitaram e ficaram alojados em Almada sendo que como eacute possiacutevel observar na
figura 39 58 pernoitou mais de 4 noites no destino seguindo-se os que pernoitaram 3
noites com 15 2 noites com 8 e 4 noites tambeacutem com 8
Passear18
Compras e lojas4
Monumentos7
Museus7
Praia20
Gastronomia8
Familiares e amigos5
Paisagem7
Lazer recreio e feacuterias15
Desportos4
81
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada
Figura 40 - Em que zona ficou alojado
Desta forma atraveacutes da figura 40 dos 40 de turistas que ficaram alojados em
Almada a grande maioria (68) ficou alojado na Costa da Caparica confirmando-se
assim a informaccedilatildeo do graacutefico anterior uma vez que a principal razatildeo de visita dos turistas
a Almada eacute a praia De seguida surge entatildeo a zona de Cacilhas com 15 e por uacuteltimo
Almada Centro com 13 ficando as zonas do Pragal Trafaria e Herdade da Aroeira com
os menores valores percentuais (2)
No que diz respeito ao tipo de alojamento na figura 41 verifica-se que a tipologia
mais elegida foi o apartamento com 24 seguido do hotel com 21 e por uacuteltimo a casa
de familiares ou amigos com 16
38
15
8
58
8
1 noite 2 noites 3 noites 4 noites Mais de 4noites
NatildeoRespondeu
15
2
13
68
2 2
Cacilhas Pragal AlmadaCentro
Costa daCaparica
Trafaria Herdade daAroeira
82
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido
Relativamente ao tipo de regime na figura 42 destacam-se os que optaram
somente pela dormida com 39 e os que optaram pela dormida e pequeno almoccedilo com
37 dados que poderatildeo ter influecircncia na definiccedilatildeo do perfil uma vez que indicam que soacute
utilizam o destino em questatildeo para passar a noite
Figura 42 - Tipo de regime
Ao analisarmos a figura 43 referente ao transporte utilizado para chegar ao
destino percebemos que os visitantes do dia utilizaram essencialmente o barco com 46
seguido da viatura proacutepria com 27 e do autocarro puacuteblico com 11 Na figura 44
verifica-se que os turistas ao contraacuterio dos visitantes do dia utilizaram na sua maioria a
viatura proacutepria com 34 seguido da viatura alugada com 23 o autocarro puacuteblico com
19 e ainda o barco com 18
21
5
5
6
24
5
5
6
16
3
2
2
Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de Campismo
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros (Airbnb)
Natildeo Respondeu
3937
32
811
Soacute dormida Dormida epequenoalmoccedilo
Meiapensatildeo
Pensatildeocompleta
Tudoincluiacutedo
NatildeosabeNatildeorespondeu
83
Eacute de referir ainda que por se tratar de uma questatildeo de escolha muacuteltipla alguns dos
inquiridos selecionaram mais do que uma opccedilatildeo pois utilizaram diferentes transportes
para chegar ao destino
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia)
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas)
Estes contrastes demonstram que os visitantes do dia como despendem apenas de
algumas horas do seu dia para visitar Almada preferem utilizar o barco jaacute que eacute o
transporte mais raacutepido e de maior proximidade com Lisboa de onde proveacutem a grande
maioria No caso dos turistas como satildeo provenientes de paiacuteses ou localidades mais
distantes e como passam mais tempo no destino optam por meios de transporte que lhes
permitam ter uma maior liberdade e conforto como por exemplo as viaturas
27
6
2
11
7
46
2
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Comboio
Barco
Tuck-tuck
34
23
2
19
18
5
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Barco
Taacutexi
84
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada
Atraveacutes da anaacutelise da figura 45 e partindo do pressuposto que o total de respostas
nesta pergunta eacute maior que 92 (nuacutemero de visitantes do dia) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os visitantes do dia atribuem maior grau de
importacircncia a fontes de informaccedilatildeo relacionadas com os familiares e amigos uma vez
que se verifica uma frequecircncia de 64 respostas sendo que 27 dessas respostas numa
escala em que (1) nada importante e (5) extremamente importante classificaram esta
fonte com niacutevel maacuteximo (5) e 20 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que
a maioria atribui elevados graus de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 62
respostas sendo que 22 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 10 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados postos de Lisboa Cacilhas e
Costa da Caparica Na opccedilatildeo escolha ocasional verifica-se uma frequecircncia de 54
respostas o que demonstra que muitos dos visitantes do dia chegaram ao destino sem ter
planeado a visita sendo que 33 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 11 com o niacutevel seguinte (4) o que demonstra alguma importacircncia desta
opccedilatildeo As brochuras e guias turiacutesticos apresentam tambeacutem uma frequecircncia de 54
respostas onde 20 das mesmas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1) e apenas
6 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando assim a fraca importacircncia atribuiacuteda
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
8 2 7
2027
7 2
33
111
23 5
9 6 2
9 2
16 10 16
20 4
13 11 6
226
5 92
27 4
74
222 6
1113
1029 5
73
20 4 7 611
3 1
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
85
De seguida a variaacutevel que apresenta maior frequecircncia de respostas satildeo as redes
sociais com 53 respostas sendo que 16 classificaram as redes sociais com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 16 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando relativa importacircncia para esta
fonte As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas sendo
que a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo surge com 48 respostas as revistas ou
jornais com 45 as feiras ou exposiccedilotildees de turismo o site da CMA e as agecircncias de viagens
com 44
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes no niacutevel miacutenimo (1) demonstrando assim que todas elas natildeo
apresentam qualquer importacircncia para os visitantes do dia Foram ainda mencionados 4
aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo utilizadas um
guia de walking tours em Lisboa recomendaccedilotildees em restaurantes e ainda recomendaccedilotildees
por parte de empregados de hotel
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os visitantes do dia dizem respeito agraves informaccedilotildees fornecidas por familiares ou
amigos e algumas redes sociais como o instagram e o facebook pois satildeo as variaacuteveis que
apresentam uma maior frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas)
4 47
20
87 7
3
2
13
26
19
1 6 3
6
8
5 6 6
2
14
23 2
1
14
36 1
14
3
3
4515
1
42
112 4
5 2
13
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
86
Atraveacutes da anaacutelise da figura 46 e partindo do mesmo pressuposto anterior de que
o total de respostas seraacute superior a 62 (nuacutemero de turistas) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os turistas assim como se verificou no caso
dos visitantes do dia atribuem maior grau de importacircncia a fontes de informaccedilatildeo
relacionadas com os familiares e amigos uma vez que se verifica uma frequecircncia de 35
respostas sendo que 20 dessas respostas classificaram esta fonte com niacutevel maacuteximo (5)
e 7 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que a maioria atribui elevados graus
de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 29
respostas sendo que 14 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 5 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados apenas os postos de Cacilhas e
Costa da Caparica
As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas
sendo que a opccedilatildeo escolha ocasional surge com 27 respostas assim como as brochuras e
guias turiacutesticos as redes sociais com 25 o site da CMA com 24 as agecircncias de viagem e
a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo ambas com 23 as revistas ou jornais bem
como as feiras ou exposiccedilotildees de turismo com 22
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes nos niacuteveis miacutenimo (1) e intermeacutedio (3) demonstrando assim que
todas elas natildeo apresentam importacircncia de relevo para os turistas Foram ainda
mencionados 4 aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo
utilizadas a internet o booking a televisatildeo e informaccedilotildees recolhidas em Lisboa
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os turistas satildeo as mesmas dos visitantes do dia sendo que dizem respeito agraves
informaccedilotildees fornecidas por familiares ou amigos algumas redes sociais como o
instagram o facebook o pinterest e o tripadvisor assim como os postos de informaccedilatildeo
turiacutestica de Cacilhas e Costa da Caparica pois satildeo as variaacuteveis que apresentam uma maior
frequecircncia de resposta no niacutevel mais elevado da escala (5) extremamente importante
87
De seguida eacute interessante observar as figuras 47 e 48 uma vez que podemos
concluir que estas fontes de informaccedilatildeo previamente analisadas nas figuras anteriores
por parte dos visitantes do dia foram utilizadas essencialmente antes da viagem com 35
ou durante a viagem com 28 destacando-se ainda uma percentagem relevante de
visitantes que natildeo utilizaram nenhuma fonte de informaccedilatildeo com 21 No caso dos
turistas 44 utilizou as fontes antes da viagem e 24 durante apresentando valores
bastante similares aos visitantes do dia e tambeacutem com uma percentagem de 19 de
pessoas que natildeo utilizaram nenhuma fonte
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas)
No processo de tomada de decisatildeo de visitar Almada os dados das figuras 49 e
50 revelam que tanto os visitantes do dia como os turistas na sua maioria decidiram visitar
Almada antes de chegarem ao destino com 47 e 66 respetivamente Em ambos os
casos a segunda maior percentagem diz respeito aos que natildeo planearam a sua visita
sendo que no caso dos visitantes do dia 36 natildeo planeou e no caso dos turistas 21
21
35
28
16
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
19
44
24
13
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
88
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia)
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas)
Esta anaacutelise permitiu perceber que o melhor momento para intervir junto destes
consumidores eacute no momento da primeira fase do processo de decisatildeo designado por preacute-
decisatildeo ou seja implementar ferramentas de marketing e promoccedilatildeo que faccedilam chegar a
informaccedilatildeo aos consumidores no momento antes da viagem ser realizada
De seguida eacute possiacutevel observar de que forma esta divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino Almada foi valorizada Nos visitantes do dia (figura 51) 27
valorizaram-na como sendo boa seguido de insuficiente com 23 e suficiente com 15
Destaca-se ainda uma elevada percentagem (22) que natildeo soube ou natildeo quis responder
Relativamente aos turistas (figura 52) a grande maioria valoriza o desempenho como
sendo bom com 32 e muito bom com 26 ficando os valores inferiores (insuficiente
com 10 e muito insuficiente com 2) com menor destaque neste caso ao contraacuterio do
que se verificou nos visitantes do dia
89
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas)
Pode-se assim concluir que as fontes utilizadas pelos turistas (familiares ou
amigos e postos de informaccedilatildeo turiacutestica) satildeo mais valorizados dos que as utilizadas pelos
visitantes do dia (familiares ou amigos e redes sociais) Contudo no geral o desempenho
da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino eacute considerado como bom e muito bom pela
maioria dos visitantes do dia e turistas respetivamente
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
Tendo em atenccedilatildeo que os turistas e visitantes do dia tecircm acesso a informaccedilatildeo sobre
o destino que visitam antes de realizarem a viagem e criam as suas expectativas tendo por
base essa informaccedilatildeo na figura 53 podemos observar que os visitantes do dia na sua
maioria com 52 natildeo tinham qualquer tipo de expectativas em relaccedilatildeo a Almada
contudo 30 tinha expectativas moderadas e 12 elevadas Estes dados revelam que
apesar de terem tido acesso a informaccedilatildeo sobre o destino antes de realizarem a viagem
essa informaccedilatildeo natildeo teve impacto de forma a criar expectativas nos visitantes o que pode
indicar que a informaccedilatildeo apresentada natildeo eacute de qualidade ou natildeo apresenta meacutetodos
eficazes que motivem os visitantes
1
23
15
27
12
22
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
2
10
24
3226
6
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
90
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia)
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas)
No caso dos turistas na figura 54 observa-se que as expectativas da maioria dos
inquiridos eram moderadas com 45 seguido de 32 sem expectativas e 18 com
expectativas elevadas Neste caso uma vez que a percentagem de expectativas moderadas
eacute maior do que as restantes significa que a informaccedilatildeo recolhida teve algum impacto nos
turistas de maneira a motivaacute-los e a criarem algum tipo de expectativa em relaccedilatildeo a
Almada ao contraacuterio do que se verificou com os visitantes do dia
De forma a compreender se Almada seria o uacutenico destino a ser visitado para tentar
compreender quais os eventuais interesses dos turistas e visitantes em termos de oferta de
produtos e serviccedilos nas figuras 55 e 56 observa-se que em relaccedilatildeo aos visitantes do dia
82 natildeo visitaram apenas Almada assim como no caso dos turistas com 90 das
respostas a indicarem que natildeo visitaram somente Almada Assim conclui-se que o tipo
de oferta de Almada deve procurar complementar-se aos destinos com que partilha
alguma proximidade uma vez que em ambos os casos a maioria dos turistas e visitantes
natildeo visitam apenas este destino sendo portanto importante apresentar uma oferta
complementar aos restantes destinos envolvidos
1
4
52
30
12
Muito Baixas
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
5
32
45
18
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
91
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia)
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas)
Eacute entatildeo essencial perceber quais os destinos complementares e para tal a tabela 9
demonstra quais os destinos mais referidos sendo que a grande maioria dos visitantes do
dia com 55 refere Lisboa 17 refere que apenas veio para visitar Almada 11 refere
outras cidades como por exemplo Porto Setuacutebal Algarve e Cascais e ainda 10 que
referem Sintra No caso dos turistas a maioria refere tambeacutem Lisboa com 42 seguido
de outras cidades com 39 como Setuacutebal Porto Nazareacute Algarve e Cascais em
semelhanccedila ao que se verificou com os visitantes do dia Desta forma no caso dos
visitantes do dia deve-se ter em consideraccedilatildeo como destinos complementares Lisboa e
Sintra essencialmente e no caso dos turistas Lisboa e algumas cidades referidas
anteriormente como Setuacutebal e Cascais por se encontrarem mais proacuteximas de Almada
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada
Com o intuito de analisar quais seriam os principais produtos ou serviccedilos a ser
consumidos pelos turistas e visitantes na tabela 10 apresentam-se as principais atraccedilotildees
visitadas em Almada
Visitantes do dia Turistas
O que vai visitar para aleacutem de Almada Nordm Nordm
Lisboa 51 55 26 42
Sintra 9 10 0 0
Outras cidades 10 11 24 39
Nada 16 17 6 10
Natildeo respondeu 6 7 6 10
92
Nos visitantes do dia destaca-se o Cristo Rei com 29 e outras atraccedilotildees onde se
inserem miradouros igrejas museus e restaurantes com 32 Nos turistas verifica-se
que 34 visitou principalmente a praia 21 outras atraccedilotildees onde se inserem museus
centro histoacuterico da cidade e restaurantes com 21 o Cristo Rei apenas com 12 e ainda
o destaque para os 18 que natildeo responderam essencialmente porque ainda natildeo sabiam o
que iriam visitar agrave data da realizaccedilatildeo do questionaacuterio Em ambos os casos as atraccedilotildees que
se destacam satildeo sem duacutevida os monumentos e museus os restaurantes e o Cristo Rei
assim como a praia no caso dos turistas
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
Uma vez que na escolha de um destino os atributos do mesmo tecircm alguma
influecircncia no processo atraveacutes das perguntas 34 e 35 do grupo 3 do inqueacuterito tentou-se
analisar qual seria a importacircncia dos mesmos de forma a perceber quais seriam as
motivaccedilotildees tanto intriacutensecas como extriacutensecas dos turistasvisitantes e posteriormente a
satisfaccedilatildeo destes mesmos atributos que se encontram no destino Almada Por se tratarem
de questotildees de escolha muacuteltipla o nuacutemero de respostas vai ser superior ao nuacutemero total
de inquiridos Contudo nem todos os inquiridos responderam a estas questotildees muitas
das vezes deixando-as incompletas ou mesmo em branco essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino aquando o preenchimento do inqueacuterito
Atraveacutes da anaacutelise da figura 61 presente no apecircndice I com base em todos os
inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo eacute possiacutevel concluir que numa escala
de 1 a 5 em que (1) nada importante (2) pouco importante (3) moderadamente
importante (4) muito importante e (5) extremamente importante o atributo com maior
frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala (4 e 5) no caso dos visitantes
do dia foi o que diz respeito a visitar locais diferentes com 34 respostas no niacutevel maacuteximo
e 35 no niacutevel anterior o que significa que para a maioria este eacute o atributo mais importante
na escolha do destino
Visitantes do dia Turistas
Principais atraccedilotildees visitadas Nordm Nordm
Cristo Rei 43 29 10 12
Praia 14 9 29 34
Zona de Cacilhas 16 11 6 7
Costa da Caparica 7 5 5 6
Centro histoacuterico de Almada 7 5 2 2
Outras atraccedilotildees 48 32 18 21
Natildeo respondeu 13 9 15 18
93
De seguida destacam-se os atributos divertir-me e ter uma aventura seguido de
fugir da rotina do dia a dia facilidade de transporte assim como acessibilidadestracircnsito
e ainda a gastronomia e os recursos culturais e paisagiacutesticos sendo que estes 7 atributos
mencionados foram os que realmente obtiveram maior grau de importacircncia para os
visitantes do dia por se tratarem dos que apresentam uma maior frequecircncia de respostas
nos niacuteveis mais elevados da escala
Os atributos com menor frequecircncia de resposta ou seja classificados com os
niacuteveis mais baixos da escala (1 e 2) no caso dos visitantes do dia atraveacutes do mesmo
graacutefico anteriormente citado eacute possiacutevel concluir que o atributo com menor grau de
importacircncia eacute o golfe com 60 respostas no niacutevel 1 da escala 11 no niacutevel 2 e apenas 3 no
niacutevel 3 sendo que os restantes niacuteveis natildeo apresentam qualquer resposta no que diz
respeito a este atributo Destacam-se ainda atributos como os equipamentos desportivos
hospitaisserviccedilos de sauacutede e parques de estacionamento tornando-se assim estes 4
atributos os menos valorizados pelos visitantes do dia
Passando para o caso dos turistas atraveacutes da anaacutelise da figura 62 presente no
apecircndice I com base em todos os inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo
eacute possiacutevel concluir que o atributo com maior frequecircncia de respostas nos niacuteveis mais
elevados da escala foi a praia com 37 respostas no niacutevel 5 seguido dos atributos visitar
locais diferentes fugir da rotina do dia a dia restaurantes e gastronomia e ainda facilidade
de transporte sendo que estes formam os atributos com maior grau de importacircncia na
escolha do destino Almada para os turistas Os atributos com maior frequecircncia de
respostas nos niacuteveis mais baixos da escala no caso dos turistas dizem respeito uma vez
mais ao golfe com 48 respostas no niacutevel 1 e apenas 2 no niacutevel 3 seguido de equipamentos
desportivos parques de estacionamento e hospitaisserviccedilos de sauacutede Desta forma o
panorama eacute bastante idecircntico ao que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia
sendo atribuiacutedo aos mesmos atributos o menor grau de importacircncia na escolha do destino
Apoacutes analisado o grau de importacircncia dos atributos eacute essencial compreender qual
a satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos mesmos Atraveacutes da anaacutelise da figura 63 presente no apecircndice
I numa escala de 1 a 5 em que (1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) satisfeito (4)
muito satisfeito (5) extremamente satisfeito eacute possiacutevel concluir que os visitantes do dia
atribuiacuteram maior grau de satisfaccedilatildeo aos atributos visitar locais diferentes e fugir da rotina
do dia a dia sendo que as respostas incidem com maior frequecircncia no niacutevel 4 da escala
seguido do niacutevel 5 para estes dois atributos
94
Destaca-se ainda o grau de satisfaccedilatildeo positivo dos atributos gastronomia e
restaurantes distacircncia ao destino de origem facilidade de transporte e ainda divertir-me
ou ter uma aventura onde as respostas incidiram com maior frequecircncia no niacutevel 4 da
escala Em relaccedilatildeo aos niacuteveis mais baixos da escala eacute possiacutevel perceber que os visitantes
do dia atribuiacuteram menor grau de satisfaccedilatildeo aos atributos de golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede e alojamento
No que diz respeito aos turistas atraveacutes da figura 64 presente no apecircndice I os
atributos mais satisfatoacuterios para os mesmos foram as praias fugir da rotina do dia a dia e
visitar locais diferentes assim como a gastronomia e os restaurantes Os que apresentam
menor grau de satisfaccedilatildeo satildeo a boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica e o golfe Neste
caso o facto da sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica ter apresentado os menores niacuteveis de
satisfaccedilatildeo eacute algo negativo pois significa que natildeo se encontram satisfatoacuterios no destino ou
capazes de servir para o propoacutesito para o qual foram criados
Concluindo a niacutevel geral os atributos que apresentam maior grau de importacircncia
no caso dos visitantes do dia relacionam-se com motivaccedilotildees intriacutensecas pois dizem
respeito a visitar locais diferentes fugir da rotina do dia a dia e divertir-se ou ter uma
aventura Para os turistas para aleacutem dos atributos associados a motivaccedilotildees intriacutensecas de
visitar locais diferentes e fugir da rotina relacionam-se tambeacutem essencialmente com
motivaccedilotildees extriacutensecas como a praia recursos culturais e paisagiacutesticos e gastronomia
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo os atributos mais satisfatoacuterios tanto para os visitantes
do dia como para os turistas foram os mesmos (visitar locais diferentes fugir da rotina do
dia a dia gastronomia etc) assim como os insatisfatoacuterios (golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede etc) Contudo uma vez que nem todos os
inquiridos responderam a esta questatildeo estes dados podem natildeo apresentar uma
importacircncia de relevo
Se compararmos com os graacuteficos relativos agrave importacircncia dos atributos os mesmos
atributos classificados como menos importantes para a escolha do destino foram os que
receberam menor grau de satisfaccedilatildeo o que pode indicar apenas que como os
visitantesturistas natildeo experienciaram esses mesmos atributos acabaram por lhes conferir
valores mais baixos de satisfaccedilatildeo natildeo significando que realmente apresentem maacutes
condiccedilotildees ou que se encontrem insatisfatoacuterios
95
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo geral do destino a figura 57 demonstra que em relaccedilatildeo
aos visitantes do dia a satisfaccedilatildeo global incide com maior frequecircncia entre as vaacuterias
satisfeito e muito satisfeito ambas com 39 seguida da variaacutevel extremamente satisfeito
com 16 O grau de satisfaccedilatildeo dos turistas (figura 58) surge com maior frequecircncia na
variaacutevel muito satisfeito com 42 seguido do satisfeito com 34
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia)
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas)
Em ambos os casos eacute possiacutevel concluir que apesar de terem surgido valores natildeo
tatildeo positivos em relaccedilatildeo a dados anteriormente apresentados no geral a satisfaccedilatildeo de
turistas e visitantes em relaccedilatildeo a Almada encontra-se entre o lsquopositivarsquo e o lsquomuito
positivarsquo algo que eacute bastante relevante uma vez que significa que o destino foi de alguma
forma ao encontro das necessidades dos seus turistasvisitantes e conseguiu superar ou
atingir as expectativas dos mesmos
0
1
39
39
16
4
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
2
0
34
42
11
11
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
96
A par com a satisfaccedilatildeo surge a pergunta sobre o que mais gostou no destino e
atraveacutes da tabela 11 eacute possiacutevel observar que os visitantes do dia na sua maioria natildeo
responderam (29) porque ainda natildeo tinham visitado ou porque tinham acabado de
chegar ao destino Contudo dos que responderam destaca-se a opccedilatildeo outros aspetos com
24 onde se inserem fatores como o facto de existirem poucas pessoas no destino os
jardins e miradouros a proximidade a Lisboa e a hospitalidade e ainda se destacam as
paisagens com 16 e o Cristo Rei com 11 tratando-se dos atributos com maior
relevacircncia para os visitantes do dia de Almada
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita
Comparativamente aos turistas os dados demonstram novamente que a maioria
(34) natildeo respondeu pelos mesmos motivos referidos nos visitantes do dia sendo que
dos que responderam 23 gostou mais da gastronomia e 13 da tranquilidade Da opccedilatildeo
outros aspetos destacam-se a seguranccedila a acessibilidade e a proximidade a Lisboa
Dos aspetos mais negativos da visita atraveacutes da tabela 12 eacute possiacutevel concluir que
a grande maioria dos visitantes do dia natildeo respondeu (53) essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino 26 referiram que natildeo houve nada que natildeo tivessem
gostado e na opccedilatildeo outros aspetos referiram demora na restauraccedilatildeo acessos e o facto dos
museus e monumentos fecharem demasiado cedo Em relaccedilatildeo aos turistas a maioria
tambeacutem natildeo respondeu (45) porque ainda natildeo tinha visitado o destino Contudo 34
referem que natildeo houve nada de relevante que natildeo tenha gostado e 8 refere outros
aspetos onde se inserem a liacutengua poucas pessoas jovens e a falta de informaccedilatildeo turiacutestica
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita
Visitantes do dia Turistas
O que mais gostou em Almada Nordm Nordm
Cristo Rei 15 11 1 2
Paisagens 21 16 6 10
Tranquilidade 9 7 8 13
Gastronomia 8 6 14 23
Restaurantes 8 6 0 0
Pessoas 0 0 6 10
Outros aspetos 32 24 6 10
Natildeo respondeu 38 29 21 34
Visitantes do dia Turistas
O que menos gostou em Almada Nordm Nordm
Tracircnsito 5 5 4 6
Estacionamento 4 4 0 0
Clima 0 0 4 6
Sinalizaccedilatildeo 2 2 0 0
Outros aspetos 8 9 5 8
Nada que natildeo tenha gostado 24 26 21 34
Natildeo respondeu 49 53 28 45
97
Apoacutes analisada a satisfaccedilatildeo eacute necessaacuterio compreender a intenccedilatildeo comportamental
dos inquiridos a fim de se verificar se pretendem voltar e recomendar o destino que
visitaram Na figura 59 27 dos visitantes do dia referem que de certeza que vatildeo
regressar a Almada 32 referem que eacute provaacutevel que regressem 27 natildeo sabem e apenas
14 referem que natildeo vatildeo regressar Ao niacutevel da recomendaccedilatildeo a grande maioria (52)
refere que vai recomendar de certeza 42 refere que eacute provaacutevel que recomende sendo
que apenas 7 natildeo sabe ou natildeo vai recomendar o destino Por uacuteltimo em relaccedilatildeo a
regressar mesmo que o preccedilo aumente o panorama altera-se jaacute que a maioria (47) refere
que natildeo sabe se regressa 26 referem que eacute provaacutevel e apenas 14 tecircm a certeza que
regressam assim como 14 natildeo regressam de todo
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 60 indicam que 41 refere que
vai voltar de certeza 33 refere que eacute provaacutevel e 25 natildeo sabe sendo que apenas 2
respondeu que natildeo voltava No que diz respeito agrave recomendaccedilatildeo 53 vai recomendar de
certeza 32 eacute provaacutevel e 15 natildeo sabe Por fim relativamente a voltar mesmo que o
preccedilo aumente a maioria (44) refere que natildeo sabe se volta 32 refere que eacute provaacutevel
e 22 volta de certeza sendo que apenas 2 referem que natildeo voltam
14
1
14
27
6
47
32
42
26
27
52
14
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
98
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas)
Neste caso dos turistas a intenccedilatildeo comportamental eacute mais positiva na medida em
que apresentam valores percentuais mais elevados na variaacutevel lsquode certezarsquo e os valores
que surgem na variaacutevel lsquonatildeorsquo satildeo os que apresentam os menores valores percentuais
apenas com 2 Jaacute os visitantes do dia apresentam valores percentuais mais elevados
nestas variaacuteveis com 14 das respostas e valores mais baixos na variaacutevel lsquode certezarsquo
Esta diferenccedila de dados pode estar relacionada com o facto de os visitantes do dia
passarem menos tempo no destino e daiacute que tenham menos ferramentas que os permitam
afirmar com certeza este tipo de questotildees ao contraacuterio dos turistas que conseguem ter
outras perspetivas do destino por passarem mais tempo no mesmo
2 2
2515
44
33
32
32
4153
22
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
99
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica
Uma vez que o turismo representa uma atividade capaz de contribuir para o
desenvolvimento global a niacutevel econoacutemico social etc nos destinos turiacutesticos este
impacto eacute extremamente importante uma vez que graccedilas ao movimento de turistas e
visitantes os proacuteprios destinos vatildeo-se desenvolvendo atraveacutes do investimento em novas
infraestruturas promoccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos seus atributos e patrimoacutenio (UNWTO
2012) Quando visitam um destino diferente do seu local habitual os turistasvisitantes
procuram algo novo e dissemelhante obrigando desta forma a uma constante adaptaccedilatildeo
dos destinos ao tipo de procura existente acabando por contribuir para a implementaccedilatildeo
de alteraccedilotildees nos mesmos de forma a darem natildeo soacute resposta agrave procura externa mas ao
mesmo tempo melhorar as condiccedilotildees de vida da proacutepria populaccedilatildeo local
Um destino turiacutestico deve englobar nas suas caracteriacutesticas alguns elementos
chave para o seu desenvolvimento e sucesso as facilidades de acesso infraestruturas em
condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo e a diversidade nas opccedilotildees tanto de alojamento como de
restauraccedilatildeo satildeo cruciais para a atratividade de um destino Estes elementos em conjunto
com as diversas atraccedilotildees presentes num destino possuem a capacidade de motivar o
visitante a visitaacute-las mas para tal eacute necessaacuterio que exista uma correlaccedilatildeo de forccedilas na
gestatildeo dos destinos atraveacutes de entidades que atraveacutes da promoccedilatildeo e do marketing atraiam
visitantes
Esta gestatildeo dos destinos eacute essencial pois permite alcanccedilar determinadas vantagens
como a competitividade atraveacutes do estabelecimento de uma posiccedilatildeo uacutenica e
diferenciadora de forma a que o mercado a reconheccedila como tal a qualidade e o
reconhecimento da mesma por parte turistavisitante para que ele proacuteprio promova
posteriormente o destino a sustentabilidade e rentabilidade dos recursos e do proacuteprio
destino e por fim a identidade e a marca que ajudam a melhor posicionar os produtos no
mercado e a aumentar a notoriedade do destino fazendo com que os visitantesturistas
regressem Poreacutem cabe tambeacutem agraves componentes econoacutemicas privadas investir neste
desenvolvimento em conjunto com o Estado e de acordo com os recursos turiacutesticos
existentes no destino adaptar a sua oferta ao perfil de turista que a visita tendo por base
a motivaccedilatildeo do mesmo
100
Eacute atraveacutes da anaacutelise e investigaccedilatildeo das motivaccedilotildees turiacutesticas que se torna possiacutevel
definir o puacuteblico-alvo e atuar conforme as suas necessidades e aquilo que ambicionam
encontrar no destino Para tal eacute necessaacuterio existir um equiliacutebrio de interesses tendo em
conta tanto os turistas como a proacutepria induacutestria turiacutestica e ainda a comunidade local jaacute
que ldquoalcanccedilar esse equiliacutebrio eacute fundamental para o sucesso das empresas num destino e
requer uma compreensatildeo de como os turistas se deslocam e exploram os espaccedilos dentro
da cidaderdquo (Wearing e Foley 2017 104)
Acontece que as motivaccedilotildees e necessidades dos turistasvisitantes atuais estatildeo em
constante mudanccedila pois tornaram-se cada vez mais exigentes e heterogeacuteneos Desta
forma eacute necessaacuterio que a gestatildeo dos destinos turiacutesticos acompanhe estas mesmas
transformaccedilotildees aplicando novos modelos de gestatildeo Segundo Vargas-Saacutenchez (2017) o
modelo Inductors for Results (IN-RES-TUR) fundamentado pelo proacuteprio visa dar
resposta a quatro aspetos essenciais a uma gestatildeo eficiente dos destinos Este modelo
defende a implementaccedilatildeo de um conjunto de indutores capazes de atrair o mercado
potencial do destino utilizando os recursos e serviccedilos presentes no mesmo oferecer
experiecircncias e emoccedilotildees que provoquem trocas positivas fidelizar os turistasvisitantes
com o auxiacutelio da tecnologia que permite o acesso a toda a informaccedilatildeo a qualquer altura
do dia e em qualquer parte do mundo
Segundo o mesmo autor atraveacutes do recurso agrave tecnologia eacute possiacutevel conhecer o
consumidor pormenorizadamente conferindo-lhe aquilo que ele mais deseja na
atualidade a customizaccedilatildeo dos serviccedilosprodutosexperiecircncias das quais vai usufruir e ao
mesmo tempo a cocriaccedilatildeo desses mesmos produtos tornando-se parte integrante da
experiecircncia global que eacute visitar um novo destino Assim tendo em atenccedilatildeo que o desafio
para a gestatildeo de destinos eacute cada vez mais complexo ldquoa inovaccedilatildeo permanente e ateacute mesmo
a reinvenccedilatildeo do modelo de negoacutecio satildeo hoje essenciais para gerar um valor com uma
margem e volume remuneradores em conjuntordquo (Id Ibid 490)
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica
Apoacutes a anaacutelise dos resultados em conjunto com toda a informaccedilatildeo recolhida para
a elaboraccedilatildeo da fundamentaccedilatildeo teoacuterica desta dissertaccedilatildeo principalmente no que diz
respeito agraves motivaccedilotildees e perfil do turista foi possiacutevel retirar algumas conclusotildees
relativamente ao perfil do turista deste destino
101
Em primeiro lugar Almada apesar de se caracterizar como um micro destino
urbano tem vindo a ganhar cada vez mais visibilidade graccedilas ao crescimento da procura
por este tipo de turismo muito graccedilas ao facto do destino Lisboa (o seu principal
concorrente) ter vindo a ganhar cada vez mais notoriedade estando ao niacutevel dos principais
destinos urbanos mais procurados na Europa (Costa e Albuquerque 2017) Como tal o
principal perfil de turista que visita Almada caracteriza-se como excursionista pois a
grande maioria dos inquiridos eram visitantes do dia o que significa que se tratam de
visitantes que natildeo ficam alojados no destino e apenas efetuam uma visita de um dia ou
umas horas sendo que procuram essencialmente turismo cultural ou no caso dos turistas
que ficam alojados no destino pelo menos 1 noite procuram mais por turismo de sol e
mar
Neste contexto a preferecircncia por parte dos visitantes do dia recai sobre os recursos
culturais e religiosos do destino visto que o monumento do Cristo Rei foi das atraccedilotildees
mais visitadas assim como museus e igrejas Jaacute nos turistas a grande maioria por ter
ficado alojado na Costa da Caparica local caracteriacutestico e especiacutefico para a praacutetica de
turismo de sol e mar as suas preferecircncias recaem naturalmente sobre a praia e os recursos
mais naturais do destino demonstrando assim duas realidades distintas no perfil do turista
de Almada
Em termos da anaacutelise da oferta que o destino Almada apresenta apoacutes toda a
recolha de informaccedilatildeo sobre os recursos produtos e serviccedilos existentes eacute um destino que
possuiacute uma oferta turiacutestica relativamente abrangente tanto a niacutevel cultural religioso
natural como a niacutevel de diversas infraestruturas complementares como eacute o caso da
restauraccedilatildeo e do alojamento pois satildeo cada vez mais notoacuterios os investimentos nestas duas
vertentes ainda que se verifiquem algumas lacunas relativamente agrave quantidade e
diversidade da oferta face ao aumento da procura Contudo foram mencionados alguns
aspetos que o destino apresenta como falhas e que se devem ter em consideraccedilatildeo devido
agrave importacircncia dos mesmos como eacute o caso da falta de informaccedilatildeo turiacutestica no local ao
niacutevel da sinalizaccedilatildeo e da proacutepria informaccedilatildeo presente em hoteacuteis e outras infraestruturas
Atraveacutes da observaccedilatildeo das figuras 45 e 46 do capiacutetulo anterior concluiacutemos que
de facto as fontes de informaccedilatildeo menos valorizadas pelos turistas foram as
brochurasguias turiacutesticos as redes sociais e o site oficial da CMA sendo que no caso dos
visitantes do dia foram as recomendaccedilotildees por parte de profissionais da aacuterea turiacutestica o
site da CMA e ainda as agecircncias de viagem
102
Estes dados indicam que para aleacutem de natildeo serem fontes de informaccedilatildeo
valorizadas como importantes para este perfil de turista encontram-se tambeacutem
insatisfatoacuterias jaacute que lhes foram atribuiacutedos valores muito reduzidos numa escala em que
o 1 correspondia ao valor miacutenimo e o 5 ao valor mais elevado Contudo em oposiccedilatildeo a
estes dados as informaccedilotildees mais valorizadas foram sem duacutevida as provenientes de
familiaresamigos em ambos os casos e ainda os postos de informaccedilatildeo turiacutestica no caso
dos turistas e algumas redes sociais apenas no caso dos visitantes do dia sendo que estes
devem ser as fontes de informaccedilatildeo a priorizar e a desenvolver na gestatildeo deste destino
Neste caso concreto conclui-se que de facto as ferramentas de comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino como sendo brochuras e guias suportes digitais online como redes
sociais e sites oficiais natildeo demonstraram ter grande impacto na atraccedilatildeo deste perfil de
turista jaacute que a fonte de informaccedilatildeo que realmente influenciou a maioria dos inquiridos
foram sem duacutevida os familiaresamigos Todavia os resultados menos positivos
essencialmente no que diz respeito ao site oficial da CMA visto que foi uma das variaacuteveis
que se repetiu tanto nos turistas como nos visitantes do dia como sendo das menos
valorizadas e satisfatoacuterias assim como as redes sociais e as brochurasguias devem ser
vistas como dados relevantes para a melhoria destas mesmas fontes no sentido de se
inovarem e desenvolverem as suas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo visto que se trata de um
fator relevante na influecircncia e atratividade dos turistasvisitantes
Para tal ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo de Almada a aposta deve recair
cada vez mais nas plataformas tecnoloacutegicas online atraveacutes da implementaccedilatildeo de um
design mais apelativo e mais direcionado para turistasvisitantes e natildeo tanto para a
populaccedilatildeo local Deve-se tambeacutem desenvolver ferramentas capazes de atrair os clientes
para o destino partindo-se dos atributos do mesmo (o que existe de maior relevacircncia) de
forma a perceber quais os benefiacutecios e adequar a promoccedilatildeocomunicaccedilatildeo ao puacuteblico alvo
No entanto o balanccedilo geral da satisfaccedilatildeo dos turistas e excursionistas eacute bastante positivo
sendo que foram poucos os que apontaram aspetos negativos ou insuficiecircncias ao destino
Deste modo de acordo com o objetivo definido de delinear o perfil do turista de
Almada e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica e tendo por base as hipoacuteteses construiacutedas
anteriormente como premissas da investigaccedilatildeo conclui-se essencialmente que
- A caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica dos inquiridos revela que a grande maioria
dos inquiridos eram do sexo feminino e no caso dos visitantes do dia possuiacuteam idades
103
compreendidas entre os 18 e os 34 anos enquanto que os turistas apresentam uma faixa
etaacuteria mais elevada (com a maioria entre os 45 e 54 anos) tratando-se dos principais
puacuteblicos-alvo deste destino Relativamente agraves nacionalidades natildeo se obteve um valor
significativo com maior incidecircncia numa nacionalidade especiacutefica pois foram
mencionadas diversas nacionalidades (belga holandesa chinesa russa polaca etc)
Contudo no caso dos excursionistas destaca-se a nacionalidade portuguesa e a italiana e
nos turistas a espanhola e alematilde
- Apoacutes a anaacutelise de toda a oferta do destino considerando produtos e serviccedilos e o
tipo de turistas que visitam Almada podemos concluir que se trata de um destino
essencialmente cultural e de sol e mar jaacute que os seus principais produtos se encontram
relacionados com o turismo cultural (monumentos) de sol e mar (praias) e o de natureza
(parques jardins) Segundo os dados recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos realizados existem
mais excursionistas que turistas o que significa que utilizam o destino apenas para visitar
curtas e raacutepidas sendo que na maioria tanto turistas como visitantes do dia procuram
principalmente atraccedilotildees culturais neste caso concreto o Cristo Rei monumentos igrejas
e museus de natureza os jardins parques ou miradouros e por fim de sol e mar praias
da Costa da Caparica
- Em relaccedilatildeo agrave escolha ocasional deste destino de facto muitos dos
visitantesturistas chegam a Almada de forma ocasional mas a grande maioria planeia a
visita logo satildeo visitas previstas e previamente decididas ao contraacuterio do que se previa
- As fontes de informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino natildeo influenciaram a escolha do
turistavisitante para visitar Almada uma vez que ambos se basearam essencialmente em
familiaresamigos e natildeo tanto em fontes oficiais criadas pelo destino
- O papel da promoccedilatildeo turiacutestica natildeo demonstrou ser eficiente no reforccedilo da
atratividade para o concelho uma vez que as fontes de informaccedilatildeo associadas agrave promoccedilatildeo
turiacutestica receberam valorizaccedilotildees muito baixas sendo que vaacuterias natildeo foram de todo
utilizadas
- O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute relativamente
elevado ao contraacuterio do que se tinha presumido nas hipoacuteteses iniciais
- Em relaccedilatildeo agrave intenccedilatildeo comportamental dos turistasvisitantes conclui-se que
apresentam alguma intenccedilatildeo de regressar a Almada mas os dados com maior incidecircncia
104
de resposta referem-se agrave recomendaccedilatildeo e aos que indicaram natildeo saber se realmente
pretendem voltar ou natildeo ao destino ou seja satildeo mais os que pretendem recomendar o
destino dos que os que pretendem regressar de certeza
Relativamente agrave pergunta de partida que se destinava a compreender qual o perfil
do turista que visita Almada bem como perceber de que forma a promoccedilatildeo turiacutestica do
destino tem impacto na atratividade do mesmo conclui-se que na sua maioria o tipo de
visitante de Almada eacute excursionista e procura sobretudo o turismo cultural e o de sol e
mar sendo que se demonstra de uma forma geral bastante satisfeito relativamente ao
destino mas apresenta algumas falhas no que diz respeito agrave informaccedilatildeo disponiacutevel e agrave
promoccedilatildeo de Almada tendo sido mencionadas algumas lacunas relativamente a este
fator Desta forma tendo por base o conhecimento do tipo de visitantes do destino assim
como informaccedilatildeo relevante acerca do que estaacute a falhar ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo turiacutestica torna-se mais faacutecil proceder agrave adaptaccedilatildeo da oferta agraves necessidades
deste puacuteblico alvo especiacutefico assim como implementar novas ferramentas de
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino que contribuam para o seu desenvolvimento
e atratividade
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Uma das maiores limitaccedilotildees desta investigaccedilatildeo relaciona-se com a recolha dos
inqueacuteritos por questionaacuterio a fim de se obter uma amostra mais significativa do universo
em questatildeo O previsto seria recolher uma maior quantidade de inqueacuteritos mas tendo em
conta o periacuteodo em que a recolha se sucedeu entre os meses de junho e julho de 2019 o
nuacutemero de pessoas que aceitou preencher o inqueacuterito foi mais reduzido do que o esperado
o que dificultou todo o processo Desta forma a amostra definida inicialmente de 239
inqueacuteritos natildeo foi possiacutevel de se realizar face ao reduzido nuacutemero de visitantesturistas
que se disponibilizaram a responder
Assim a amostra teve que ser reduzida e apesar de se tratar de uma amostra suficiente
para a realizaccedilatildeo desta investigaccedilatildeo natildeo se pode concluir que seja 100 representativa
do perfil do turista de Almada natildeo podendo deste modo generalizar os resultados obtidos
Outra das limitaccedilotildees que surgiu foi a anaacutelise estatiacutestica dos dados uma vez que natildeo se
realizou uma anaacutelise comparativa de variaacuteveis tendo sido elaborada apenas uma anaacutelise
descritiva Portanto no futuro seria relevante obter uma amostra mais representativa deste
universo de maneira de fornecer um maior contributo para o desenvolvimento do destino
105
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros
Relativamente a orientaccedilotildees para futuros trabalhos seria interessante investigar
quais os interesses dos diferentes stakeholders do destino Almada de forma a
compreender onde pretendem investir e o que pretendem desenvolver tendo por base as
necessidades dos turistasexcursionistas Apoacutes esta anaacutelise seria importante proceder a
algumas alteraccedilotildees e implementaccedilatildeo de novas estrateacutegias para o destino nomeadamente
ao niacutevel da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do mesmo e tambeacutem da oferta ao niacutevel do alojamento
especialmente na zona mais central da cidade para que se torne tambeacutem possiacutevel a criaccedilatildeo
de novos produtos turiacutesticos ou desenvolver os que jaacute existem e que apresentam
potencialidades para tal
Seria tambeacutem importante a realizaccedilatildeo de mais estudos de mercado de forma a
compreender cada vez melhor aquilo que um turistavisitante procura em Almada para
que a resposta da oferta esteja em concordacircncia com essas mesmas necessidades e
motivaccedilotildees Contudo natildeo se deve desprezar aquilo que satildeo os interesses da populaccedilatildeo
local sendo tambeacutem importante aferir quais os seus interesses e de que forma veem o
desenvolvimento do turismo no seu local de residecircncia para que seja possiacutevel conjugar
os seus interesses aos interesses do destino e deste modo contribuir para o
desenvolvimento do mesmo
Atraveacutes da realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo compreendeu-se que Almada eacute um destino
com fortes potencialidades de desenvolvimento turiacutestico capaz de se transformar num
dos principais pontos de atraccedilatildeo logo a seguir a Lisboa que apesar de se tratar de um
destino concorrente possibilita uma relaccedilatildeo de complementaridade jaacute que Almada pode
apresentar um tipo de oferta diferenciada daquela que se encontra em Lisboa muitas
vezes considerada como sendo demasiado massificada
O desenvolvimento turiacutestico deste destino pode tambeacutem ser feito sobretudo ao
niacutevel do turismo cultural sendo que este produto apresenta um grande potencial de
desenvolvimento No entanto tambeacutem eacute possiacutevel a aposta em subprodutos como o
turismo de museus e industrial ligados por sua vez ao turismo criativo um tipo de turismo
que tem vindo a crescer e a afirmar-se nos uacuteltimos anos podendo vir a ser uma grande
vantagem competitiva para o destino se poder afirmar enquanto destino cultural e criativo
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALEGRE Joaquiacuten e GARAU Jaume (2010) Tourist Satisfaction and Dissatisfaction
Annals of Tourism Research Vol 37 No 1 pp 52-73 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738309000929via3Dihu
b
AKAMA John S e KIETI D M (2003) Measuring tourist satisfaction with Kenyarsquos
wildlife safari a case study of Tsavo West National Park Tourism Management vol 24
pp 73-81 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS02615
17702000444
BALOGLU S e MCCLEARY K W (1999) A Model of Destination Image Formation
Annals of Tourism Research Science vol 26(4) pp 868ndash897 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738399000304via3Dihu
b
BEERLI A e MARTIN JD (2004) Factors Influencing Destination Image Annals of
Tourism Research vol 31 nordm 3 pp 657-681 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738304000349
BJOumlRK Peter (2014) ldquoTourist Experience Value Tourist Experience and Life
Satisfactionrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK CAB
International pp 22-29
BOTELHO Joana Maria Ribeiro Pita (2013) Fatores Motivadores na Escolha do
Destino Turiacutestico Uma outra questatildeo Coimbratilde Oliveira do Hospital Escola Superior de
Tecnologia e Gestatildeo de Oliveira do Hospital Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026175881DissertaC3A7C3A3o20J
oana20Botelhopdf
BUHALIS Dimitrios (2000) Marketing the Competitive Destination of the Future
Tourism Management vol 21 nordm 1 pp 97-116 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS0261517799000953via3Dihub
107
BUTLER Richard W (1980) The Concept of a Tourist Area Cycle of Evolution
Implications for management of resources Canadian Geographer vol XXIV no 1 pp5-
12 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueconcept-tourist-area-cycle-
evolution-implications-management-resources
Cacircmara Municipal de Almada (sd) Disponiacutevel em httpwwwm-almadapt
[Consultado a 04062019]
Cacircmara Municipal de Almada (2011) Plano Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e
Desenvolvimento do Turismo para o Concelho de Almada Disponiacutevel em httpwwwm-
almadapt [Consultado a 04062019]
CARDOSO Idiacutelia Spencer (2012) O Uso da Internet como Ferramenta de Comunicaccedilatildeo
na Promoccedilatildeo dos Destinos Turiacutesticos O Caso da Ilha do Maio Praia Universidade de
Cabo Verde ndash Escola de Negoacutecios e Governaccedilatildeo Monografia Disponiacutevel em
httpwwwportaldoconhecimentogovcvbitstream1096126381MONOGRAFspenc
erpdf
COHEN Erik (1979) Rethinking the sociology of tourism Annals of Tourism Research
vol 6 nordm 1 pp 18- 35 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleab
spii0160738379900926via3Dihub
COLTMAN Michael M (1989) Tourism Marketing Nova Iorque Van Nostrand
Reinhold
COSTA Carlos e ALBUQUERQUE Helena (2017) ldquoUm Novo Modelo Conceptual
para o Turismo Urbanordquo Em Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e
Desenvolvimento Turiacutestico Lisboa Lidel p409-422
CROTTS John C e PAN Bing (2007) Destination appraisals Annals of Tourism
Research Vol 34 No 2 pp 541ndash544 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738306001630
CUNHA Liciacutenio e ABRANTES Antoacutenio (2013) Introduccedilatildeo ao Turismo Lisboa Lidel
CUNHA Liciacutenio (2011) Autenticidade e Inovaccedilatildeo factores de renovaccedilatildeo dos destinos
turiacutesticos maduros Cogitur Journal of Tourism Studies nordm 4 pp 9-28 Disponiacutevel em
httprecilgrupolusofonapthandle104371890
CUNHA Liciacutenio (2013) Economia e Poliacutetica do Turismo Lisboa Lidel
108
ENGEL J BLACKWELL R D e MINIARD P W (1995) Consumer Behaviour Fort
Worth Dryden Press
FERRO Carlos (2018) ldquoA 15 minutos de Lisboa e sem hoteacuteis para turistasrdquo Diaacuterio de
Notiacutecias 25 de marccedilo Disponiacutevel em httpswwwdnpt [Consultado a 04062019]
COSTA Ana Rita de Deus Rocha Alves Peres da (2015) Tourist Destination Loyalty a
multidimensional perspective Algarve Universidade do Algarve ndash Faculdade de
Economia Tese de Doutoramento Disponiacutevel em httpssapientiaualgpthandle10400
17865
FIGUEIREDO Sara Vieira (2015) Potencialidades da Aposta no Turismo Criativo para
a Dinamizaccedilatildeo Social e Econoacutemica da Margem Cacilhas-Arialva Estoril Escola
Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026194211201504019_pdf
FLORES LCS e MENDES JC (2014) Perspectivas do destino turiacutestico repensando
o sentido do conceito Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo vol 8 nordm 2 pp 222-
237 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueperspectivas-destino-
turC3ADstico-repensando-o-sentido-conceito-1
FRAMKE Wolfgang (2002) The Destination as a Concept A Discussion of the
Business-related Perspective versus the Socio- cultural Approach in Tourism Theory
Scandinavian Journal of Hospitality and Tourism vol 22 pp 92-108 Disponiacutevel em
httpswwwtandfonlinecomdoiabs10108015022250216287
GAcircNDARA Joseacute Manoel G (2008) A Imagem dos Destinos Turiacutesticos Urbanos
Revista Eletroacutenica de Turismo Cultural pp 1-22 Disponiacutevel em
httpwwwecauspbrturismoculturalaimagempdf
GNOTH Juergen (1997) Tourism Motivation and Expectation Formation Annals of
Tourism Research vol 24 nordm 2 pp 283ndash304 Disponiacutevel em
httpswwwmendeleycomcataloguetourism-motivation-1
GONCcedilALVES Antoacutenio Costa (2002) O recreio e lazer na reabilitaccedilatildeo urbana ndash
Almada Velha Lisboa Gabinete de Estudos e Prospetiva Econoacutemica
109
GREMLER D e BROWN S (1996) ldquoService loyalty its nature importance and
implicationsrdquo Em Edvardsson et al (Eds) Advancing service quality a global
perspective NY ISQA
GUSTAVO Nuno Silva (2012) Modelos e Processos de Gestatildeo em Negoacutecios Turiacutesticos
Tendecircncias num contexto em mudanccedila Revista Turismo amp Desenvolvimento nordm 1718
Disponiacutevel em httpscomumrcaapptbitstream104002625381201201002_pdf
HILL Manuela Magalhatildees e HILL Andrew (1998) A Construccedilatildeo de um Questionaacuterio
Dinacircmia ndash Centro de Estudos sobre a Mudanccedila Socioeconoacutemica documento de trabalho
pp 1-56 Disponiacutevel em httpsrepositorioiscte-iulptbitstream100714694DINAMI
A_WP_1998-11pdf
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica Disponiacutevel em httpswwwinept [Consultado
a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2013) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2012 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=209572834ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2014) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2013 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=223543836ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2015) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2014 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=249079309ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2016) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2015 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=224764823ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
110
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2017) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2016 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=277105510ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE - Instituto Nacional de Estatiacutestica (2018) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2017 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=320468753ampxlang=enampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a
04062019]
ISO-AHOLA Seppo E (1982) Toward a Social Posychological Theory of Tourism
Motivation Annals of Tourism Research vol 9 nordm 2 pp 256-262 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspii0160738382900494
JENSEN Oslashystein (2014) ldquoApproaches for the Evaluation of Visitor Experiences at
Tourist Attractionsrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK
CAB International pp 139-153
KOTLER Philip (2000) Marketing Management Millenium Edition USA Prentice-
Hall Inc
KOZAK Metin e ANDREU Luisa (2006) Progress in Tourism Marketing UK
Elsevier
LEIPER Neil (1979) The Framework of Tourism - Towards a Definition of Tourism
Tourist and the Tourist Industry Annals of Tourism Research vol 6 nordm 4 pp 390-407
Disponiacutevel em httpwwwsciencedirectcomsciencearticlepii0160738379900033
LYNCH Mary-Frances et al (2011) The demand for Mirsquokmaw cultural tourism Tourist
perspectives Tourism Management vol 32 pp 977-986 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0261517710001676
MARUJO Maria Noeacutemi (2008a) Turismo e Comunicaccedilatildeo Castelo Branco RVJ-
Editores
MARUJO Maria Noeacutemi (2008b) A Internet como Novo Meio de Comunicaccedilatildeo para os
Destinos Turiacutesticos O caso da Ilha da Madeira Turismo em Anaacutelise vol 19 nordm1 pp25-
42 Disponiacutevel em httpswwwrevistasuspbrrtaarticledownload14140159580
111
MIRANDA Claudio de Souza (2010) A Internet como ferramenta de comunicaccedilatildeo no
Turismo um estudo exploratoacuterio da utilizaccedilatildeo de e-mails pelo trading em Ribeiratildeo Preto
e seus impactos no Turismo local Disponiacutevel em httpsistemasemeadcombr8semea
dresultadotrabalhosPDF159pdf
NAIDOO P et al (2011) An assessment of visitor satisfaction with nature-based
tourism attraction International Journal of Management and Marketing Research vol 4
nordm1 pp 87-98 Disponiacutevel em httpspdfssemanticscholarorgc748dec80e536503a61b
041a2591ef969b3fff5apdf
OMT ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (2019) UNWTO Tourism Definitions [online]
UNWTO Madrid Disponiacutevel em httpswwwe unwtoorgdoibook10181119789284
420858 [Consultado a 11122019]
PESTANA Maria Helena et al (2018) Motivations emotions and satisfaction The keys
to a tourism destination choice Journal of Destination Marketing amp Management pp 1-
9 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS2212571X1830120
3via3Dihub
PERES Rita e RITA Paulo (2017) ldquoMarketing e Comunicaccedilatildeo dos Destinosrdquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p173-181
PIKE Steven e PAGE Stephen (2014) Destination Marketing Organizations and
destination marketing A narrative analysis of the literature Tourism Management vol
41 pp 202-227 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS026
1517713001714via3Dihub
PIZAM Abraham e MANSFELD Yoel (1999) Consumer Behavior in Travel and
Tourism NY The Haworth Hospitality Press
PREBENSEN Nina K CHEN Joseph S e UYSAL Muzaffer (2014) Creating
Experience Value in Tourism UK CAB International
QUIVY Raymond e CAMPENHOUDT Luc Van (2005) Manual de Investigaccedilatildeo em
Ciecircncias Sociais Lisboa Gradiva
RNT ndash Registo Nacional do Turismo (2002) Disponiacutevel em httpsrntturismodeportug
alpt [Consultado a 02102019]
112
SARANIEMI Saila e KYLAumlNEN Mika (2011) Problematizing the concept of tourism
destination An Analysis of Different Theoretical Approaches Journal of Travel
Research vol 50 no 2 pp133- 143 Disponiacutevel em httpsjournalssagepubcomdoia
bs1011770047287510362775
SCOacuteTOLO Denise e NETTO Alexandre P (2015) Contribuiccedilotildees do Turismo para o
Desenvolvimento Local Cultur ndash Revista de Cultura e Turismo vol 9 no1 pp 37-59
Disponiacutevel em httpperiodicosuescbrindexphpculturarticleview554
SEATON A V (1996) ldquoDestination Marketingrdquo Em A V Seaton e M M Bennet
(eds) Marketing Tourism Products Reino Unido Thomson Business Press
SWARBROOKE John e HORNER Susan (2007) Consumer Behaviour in Tourism
UK Elsevier Ltd
UNWTO ndash United Nations World Tourism Organization (2007) A Practical Guide to
Tourism Destination Management Spain World Tourism Organization
URIELY Natan (2005) The Tourist Experience - Conceptual Developments Annals of
Tourism Research vol 32 nordm 1 pp 199-216 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirect
comsciencearticleabspiiS0160738304001264via3Dihub
VARGAS-SAacuteNCHEZ Alfonso (2017) ldquoTerritoacuterios de Inovaccedilatildeo e Turismordquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p481-491
WEARING Stephen L e FOLEY Carmel (2017) Understanding the tourist experience
of cities Annals of Tourism Research Vol 65 pp 97-107 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738317300695
WICHELS Susana (2013) A Experiecircncia Sensorial na Comunicaccedilatildeo Turiacutestica Biblos ndash
Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra V XI pp 475-494
Disponiacutevel em httpsdigitalis-dspucptjspuihandle10316235518
WOODSIDE AG e LYSONSKI S (1989) A general model of travel destination
choice Journal of Travel Research Vol 27 No4 pp8-14 Disponiacutevel em
httpsjournalssagepubcomdoi101177004728758902700402
113
YOUSAF A et al (2018) Touristrsquos Motivations to Travel A Theoretical Perspective
on The Existing Literature Tourism and Hospitality Management V 24 no 1 pp 197ndash
211 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcataloguetourists-motivations-totravel-
theoretical-perspective-existing-literture
114
Apecircndice I ndash Graacuteficos
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia)
25 12
3534
43
21
23
30
11
1528
18
5
2
515
29
30
9
7
20
24
18
43
1511
4
2
21
6 1822
7
379 13
12
316
5 1921
141123
29
17
60
11
3
14
8 13
20
22
7
5 22
27
20
21
1020
17
5
6
421
31
15
14
1422
1712
7
6
2720
16
14
14
23 13
10
11
6
2520
13
22
10
22
116
7
7
20
2816
11
11
24
1610
88
13
33 145 4
1430 21
30 17
9 9 9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
115
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas)
13 14 19
22
22
12
21
18
4
1524
8
2
1
518 20
11
9
14 128
9
32
10
5 2
3
5
16
188
5
20
15
11
4
17
6
12
23
44
3
1127
12
48
2
2
1
5
13
37
5
2
13
19
156
6
27
8
4
1
1
12
28
14
9
4
18
15
5
3
12
24
13
3
7
26
14
2
3
6
23
15
6
1211
17
9
2
512
20
12
4
6
9
323
4
4
26
17
1
6
1 12
31
321
6 814
4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
116
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia)
37
20
16
1
15
20
16
1
419
9
4
1
1 12
22
6
4
711
7
8
7
3
8
3
1
1
3
17
14
2
7
2
12 2
1
4
1
10 20
33
4
278
14 3
3
4
4
12
22
2
2
12
13
83
2
15
14
21
1
6
26
74
322
6
2
1 8
20
12
1
3
19
9
2
2
1
19
10
6
2
1
21
8
2
2
2
15 16
3
2
15
9 6
4
3
316
12
4
4
10 20
56
410 9
1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
117
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas)
24 15
37 23
1
3 14
35 24
3
428
229
2
2
20
27
17
4
2
24
1519
22
11
14
34
13
6
20
14 6
19
7
23
15
15
7
17
179
91
17
28 1637
2
8
3 2
11
1
15
12
21
6
2
20
27
14
17
3
20
7
6
6
2
16
3212
8
4
30
17 94
5
20
21 1610
9
22
12 76
11
27
11 913
6
20 66
5
6
10 29189
11
2410
710
8
22 16 859
14 27 15216 16
6 6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
118
Anexo I - Inqueacuterito
Posto de turismo
Data
Caro(a) Senhor(a) este questionaacuterio tem como principal objetivo realizar um estudo para uma dissertaccedilatildeo de
mestrado com o intuito de avaliar a sua visita ao destino Almada Toda a informaccedilatildeo recolhida eacute confidencial
Agradecemos a sua colaboraccedilatildeo
11 Eacute a primeira vez que visita o destino Almada Sim Natildeo
12 Se natildeo eacute a primeira visita quantas viagens fez a Almada nos uacuteltimos dois anos
Quando foi a uacuteltima visita
13 Com quem estaacute a viajar
Sozinho
GrupoExcursatildeo Quantas pessoas
Companheiroa
FamiacuteliaAmigos
14 Eacute residente em Portugal Em que concelho
15 Eacute residente noutro paiacutes Qual
16 Qual a razatildeo da visita a Almada 17 Vai pernoitar em Almada Sim Natildeo
Quantas noites pernoita
18 Estaacute alojado em Almada Sim Natildeo
Em que zona
1) Cacilhas 2) Pragal 3) Almada
Centro 4) Costa da Caparica 5) Trafaria
6) Herdade da Aroeira
19 Qual o tipo de alojamento que elegeu nas diferentes zonas acima referidas
QUESTIONAacuteRIO
1 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
Passear Paisagem
Compras e lojas Lazer Recreio e Feacuterias
Monumentos Ambiente humano
Museus Desporto
Eventos Natildeo seinatildeo respondo
ProfissionalNegoacutecios Outros Quais
Religiatildeo
Praia
Gastronomia
Familiares e amigos
1) 2) 3) 4) 5) 6) Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de campismo
ResortAldeamento Turiacutestico
Pousada da juventude
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros Quais
119
110 Por que regime optou 111 Qual o meio de transporte que utilizou para chegar a
Almada
Viatura Proacutepria hellip Autocaravana
Viatura Alugada Barco
Autocarro Turiacutestico Tuck-tuck
Autocarro Puacuteblico BicicletaTrotineteSegway
Comboio A peacute
2 Fontes de Informaccedilatildeo do destino de Almada 21 Como valoriza as seguintes fontes de informaccedilatildeo que o levaram a visitar o destino Almada Para cada opccedilatildeo assinale com (x) o nuacutemero que corresponde ao seu grau de importacircncia sendo que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5) Extremamente importante
22 Quando eacute que usou estas fontes de informaccedilatildeo 23 Quanto tempo demorou a decidir visitar Almada
24 Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica de Almada tendo em conta a seguinte escala (1) Muito insuficiente (2) Insuficiente (3) Suficiente (4) Bom (5) Muito bom (NSNR) Natildeo seinatildeo respondo
31 Inicialmente as suas expectativas relativamente 32 Almada eacute o uacutenico destino que vai visitar Sim Natildeo
a Almada eram Se natildeo qual(ais)
33 Quais as atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
1) 2) 3) 4) 5) 6)
Soacute dormida
Dormida e pequeno almoccedilo
Meia pensatildeo
Pensatildeo completa
Tudo incluiacutedo
NSNR
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos
Escolha ocasional
Revista ou jornal Qual
Redes sociais Qual
Brochuras e guias turiacutesticos Qual
FeirasExposiccedilotildees de turismo Qual
Site da cacircmara municipal de Almada
Postos de informaccedilatildeo turiacutestica Qual
Agecircncias de viagem Qual
Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo Qual
Outros Qual
(1) Natildeo usei
(2) Antes da viagem
(3) Durante a viagem
(1) Natildeo foi planeado
(2) Quando cheguei ao destino
(3) Antes de chegar ao destino
(1) Muito Insuficiente
(2) Insuficiente
(3) Suficiente
(4) Bom
(5) Muito Bom
NSNR
3 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
(1) Muito Baixas (2) Baixas (3) Sem expectativas (4) Moderadas (5) Elevadas
120
34 Indique com um (x) quais dos seguintes atributos considera mais importantes na escolha deste destino numa
escala em que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5)
Extremamente Importante
35 Indique com um (x) qual o seu grau de satisfaccedilatildeo para cada um dos seguintes aspetos relativos ao destino numa
escala em que (1) Muito Insatisfeito (2) Insatisfeito (3) Satisfeito (4) Muito Satisfeito (5) Extremamente Satisfeito
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio local
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
121
36 Segundo as suas expectativas qual o seu grau de 37 O que mais gostou durante a visita (3 aspetos)
satisfaccedilatildeo global relativamente ao destino Almada
38 O que menos gostou durante a visita (3 aspetos)
39 Depois da sua visita a Almada tenciona
4 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
51 Idade 52 Geacutenero 54 Estado Civil
53 Nacionalidade
55 Habilitaccedilotildees Literaacuterias 56 Situaccedilatildeo Profissional
(assinale com um (x) a habilitaccedilatildeo mais elevada)
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado Outro
57 Qual o valor meacutedio que gasta por dia e por pessoa 58 Qual o rendimento familiar mensal
nesta visita a Almada (excluindo o alojamento)
Muito Insatisfeito Insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito Extremamente Satisfeito Natildeo SeiNatildeo Respondo
Natildeo Natildeo Sei Eacute Provaacutevel De Certeza
Voltar
Recomendar
Voltar mesmo que o preccedilo aumente
Feminino Masculino
18-24 anos 25-34 35-44 45-54 55-64 Mais do que 64 anos NSNR
Solteiroa CasadoUniatildeo de facto DivorciadoViuacutevo Nordm de elementos do agregado familiar
Empregado Desempregado Natildeo ativo Estudante Reformado Outro Qual
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro + de 2501euro
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro 401-500euro Mais de 500euro Outro valor
Obrigada pela colaboraccedilatildeo e atenccedilatildeo dispensada
VII
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia) 76
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia) 77
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas) 77
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia) 78
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas) 78
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia) 79
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas) 80
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada 81
Figura 40 - Em que zona ficou alojado 81
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido 82
Figura 42 - Tipo de regime 82
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia) 83
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas) 83
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 84
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas) 85
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia) 87
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas) 87
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia) 88
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas) 88
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia) 89
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas) 89
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia) 90
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas) 90
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia) 91
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas) 91
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia) 95
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas) 95
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia) 97
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas) 98
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia) 114
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas) 115
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia) 116
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas) 117
Iacutendice de Tabelas
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada 47
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada 49
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 52
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada 54
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia 55
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
55
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos 75
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada 76
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada 91
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada 92
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita 96
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita 96
IX
Resumo
O desenvolvimento de um destino turiacutestico estaacute associado a diversos fatores que
englobam diferentes stakeholders como os consumidores a comunidade local o
EstadoGoverno e as empresas sendo que muitas vezes os interesses de uns conflituam
com os interesses de outros dificultando desta forma a gestatildeo do destino Como tal esta
gestatildeo deve ser estruturada numa oacutetica de rede na medida em que devem ser
desenvolvidos mecanismos de cooperaccedilatildeo e de cocriaccedilatildeo entre as diferentes partes
interessadas Eacute neste sentido que o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos deve
ter em consideraccedilatildeo estes mesmos interesses de forma a estimular a oferta e a procura e
ao mesmo tempo influenciar a decisatildeo dos turistasvisitantes
Contudo cabe ao turista decidir o que quer visitar quando e como e desta forma
eacute essencial o conhecimento das suas motivaccedilotildees e tambeacutem dos diferentes perfis de turistas
existentes para que a oferta seja ajustada a essas distintas caracteriacutesticas Para tal eacute
imprescindiacutevel a geraccedilatildeo de expectativas que podem ser criadas pelo destino atraveacutes de
diversos meios de comunicaccedilatildeo que transmitam informaccedilatildeo de qualidade acerca da oferta
do mesmo com o intuito de atrair visitantes captar a sua atenccedilatildeo e fidelizaacute-los para que
regressem e recomendem
Neste sentido a investigaccedilatildeo empiacuterica representa uma importante ferramenta no
desenvolvimento dos destinos turiacutesticos jaacute que permite recolher dados relevantes sobre
o puacuteblico alvo que se pretende atingir No caso da presente dissertaccedilatildeo sendo o principal
objetivo traccedilar o perfil do turista e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada destacam-se
como algumas conclusotildees o facto da maioria dos visitantes de Almada serem
excursionistas e natildeo turistas pois a grande maioria apenas visita o destino por algumas
horas assim como o facto de que ao niacutevel da promoccedilatildeo turiacutestica do destino esta natildeo
demonstrou ter uma papel relevante na influecircncia da escolha do destino destacando-se a
necessidade de implementar novas ferramentas de promoccedilatildeo e divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo
no destino turiacutestico em questatildeo
Palavras-chave turismo destinos turiacutesticos perfil do turista motivaccedilotildees comunicaccedilatildeo
promoccedilatildeo turiacutestica Almada
X
Abstract
The development of a tourist destination is associated with countless factors that
encompass different stakeholders such as consumers local community the state
government and companies where often the interests of some conflict with the interests
of others therefore hampering the management of the destination As such this
management should be structured from a network perspective as co-operation and co-
creation mechanisms between different stakeholders should be established It is in this
sense that the development of tourism products and services must take these same
interests into account in order to stimulate supply and demand while influencing the
decision of touristsvisitors
However it is up to the tourist to decide what they want to visit when and how
and so it is essential to know their motivations and the different existing profiles of
tourists so that the offer can be adjusted to these different characteristics To this end it
is essential to generate expectations which can be created by the destination through
several communication channels that convey quality information about its supply in
order to attract visitors capture their attention and increase their loyalty for them to return
and recommend
Consequently empirical research represents an important tool in the development
of tourist destinations as it allows relevant data collection about the intended target
market In the case of this dissertation being the main objective to identify the profile of
the tourist of Almada as well as analyze the tourism promotion of the destination some
conclusions include the fact that most of Almadas visitors are excursionists and not
tourists as the vast majority only visit the destination for a few hours as well as the fact
that the tourist promotion of the destination has not demonstrated a relevant role in
influencing the choice of destination highlighting the need to implement new tools for
promotion and dissemination of information in destination under discussion
Keywords tourism tourist destinations tourist profile motivations communication
tourism promotion Almada
XI
Lista de siglas e abreviaturas
AML Aacuterea Metropolitana de Lisboa
BTL Bolsa de Turismo de Lisboa
CMA Cacircmara Municipal de Almada
DMO Destination Management Organization
INE Instituto Nacional de Estatiacutestica
ISSU Digital Publishing Platform for Magazines Catalogs and Publications
OMT Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo
PDM Plano Diretor Municipal
RNT Registo Nacional de Turismo
UNWTO World Tourism Organization
1
Capiacutetulo I ndash Introduccedilatildeo
11 Contexto e enquadramento ao tema
A atualidade eacute caracterizada por profundas alteraccedilotildees que foram ocorrendo ao longo
dos uacuteltimos anos a niacutevel econoacutemico cultural social poliacutetico e ambiental Estas
alteraccedilotildees ocorreram por diversos motivos como crises econoacutemicas alteraccedilotildees
demograacuteficas o processo de globalizaccedilatildeo os desenvolvimentos tecnoloacutegicos entre
outros tornando o mundo atual cada vez mais global com sociedades cada vez mais
fragmentadas (Gustavo 2012) Esta fragmentaccedilatildeo ldquoleva a que a sociedade se divida numa
grande variedade de grupos de pessoas com caracteriacutesticas demograacuteficas sociais
econoacutemicas e culturais diferentes que originam novos segmentos da procura turiacutesticardquo
(Cunha 2011 10) Todos estes fatores contribuem para a aceleraccedilatildeo das transformaccedilotildees
e do proacuteprio ciclo de vida das sociedades modernas o que obriga ldquoa mudanccedilas na procura
e (hellip) agrave alteraccedilatildeo dos destinos e das actividades que neles se desenvolvemrdquo (Id Ibid 10)
Nos uacuteltimos anos tem-se assistido a um grande desenvolvimento turiacutestico sendo que
o turismo se transformou numa das principais fontes de rendimento do Governo Um dos
principais desafios que este enorme desenvolvimento turiacutestico provocou foi o aumento da
oferta turiacutestica que por sua vez conduziu ao grande aumento da competitividade entre os
destinos originando algumas dificuldades na sua gestatildeo Este aumento da oferta estaacute
tambeacutem notoriamente relacionado com o aumento da procura sendo que satildeo vaacuterios os
fatores que cada vez mais incentivam as pessoas a viajar e a deslocarem-se para novos
destinos fazendo com que a procura turiacutestica tenha tomado uma escala global deixando
de estar centralizada nos destinos mais industrializados e desenvolvidos (Gustavo 2012)
Esta procura eacute cada vez mais constituiacuteda por consumidores com caracteriacutesticas
socioculturais muito diversas que deram origem a novos estilos de vida muito diferentes
dos padrotildees que se observavam nas deacutecadas de 50 e 60 ldquocaracterizados pelo consumismo
(hellip) que deu origem agraves feacuterias massificadas com base no laquosol e marraquordquo (Cunha e Abrantes
2013157) Assim os consumidores atuais satildeo cada vez mais exigentes e independentes
com um maior grau de conhecimento sobre os factos
2
A realidade eacute que a velocidade do ciclo de vida tem aumentado cada vez mais
diminuindo o tempo de vida dos produtos tornando-se imprescindiacutevel estar em constante
inovaccedilatildeo uma vez que a mesma ldquodesempenha o papel de motor do desenvolvimento e eacute
dos mais poderosos meios de melhorar a competitividade dos destinos turiacutesticos [sendo]
um factor criacutetico para ultrapassar as situaccedilotildees que levam agrave maturidade ou estagnaccedilatildeordquo
(Cunha 2011 25) Desta forma cada vez mais o turista contemporacircneo procura
experiecircncias turiacutesticas diferenciadoras e autecircnticas o que faz com que os destinos de
forma a natildeo perderem a sua capacidade de atraccedilatildeo invistam cada vez mais na inovaccedilatildeo
para que se consigam ldquoreestruturar criar uma nova identidade e alterar a sua imagemrdquo
mantendo-se competitivos (Cunha 2011 12)
Esta noccedilatildeo de inovaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia hoje em dia pois se o liacuteder de
mercado natildeo se inovar vai acabar por se autodestruir uma vez que vai deixar de conseguir
acompanhar a procura e de combater a concorrecircncia Se existir uma contiacutenua estagnaccedilatildeo
num determinado produto e natildeo se estimular uma evoluccedilatildeo das ofertas o destino vai
certamente entrar em decliacutenio e perder competitividade deixando de ser apelativo Eacute
neste acircmbito que surge um novo paradigma do turismo muito mais dinacircmico e mais
focado no consumidor que cada vez mais exige ldquoser parte integrante no processo de
construccedilatildeo do produto e no caso do destino turiacutestico da experiecircncia turiacutesticardquo (Flores e
Mendes 2014 234) Desta forma os gestores de destinos devem operar seguindo uma
visatildeo do destino ldquocomo um sistema integrado flexiacutevel e adaptado agraves demandasrdquo
privilegiando as motivaccedilotildees e expectativas do consumidor de forma a compreender os
diversos perfis de turistas que existem atualmente para que seja possiacutevel criar
experiecircncias turiacutesticas de excelecircncia (Flores e Mendes 2014 234)
12 Pertinecircncia do estudo
Esta dissertaccedilatildeo pretende contribuir para a definiccedilatildeo do perfil do turista que visita
Almada tendo por base as teorias associadas agraves motivaccedilotildees expectativas
comportamento e satisfaccedilatildeo assim como proceder a uma anaacutelise da promoccedilatildeo turiacutestica
deste destino atraveacutes da examinaccedilatildeo dos diferentes canais de comunicaccedilatildeo existentes
Uma vez que o ramo de especializaccedilatildeo deste mestrado eacute a gestatildeo de destinos turiacutesticos
considerou-se pertinente compreender e definir o que satildeo destinos turiacutesticos tendo em
conta a oferta turiacutestica a procura e a experiecircncia turiacutestica assim como definir o conceito
de comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica uma vez que estas ldquo[estabelecem] a ligaccedilatildeo entre a
oferta e a procura entre os turistas e os anfitriotildeesrdquo (Marujo 2008 29)
3
Tambeacutem seratildeo abordados alguns conceitos de marketing turiacutestico em destinos de
forma a compreender que este deve ser visto como um sistema dinacircmico onde se devem
estabelecer inter-relaccedilotildees entre os diferentes stakeholders ldquode forma a conciliar os
objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica natildeo sendo apenas uma estrateacutegia
de atraccedilatildeo de visitantesturistasrdquo (Peres e Rita 2017174) A escolha deste tema para a
realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo teve que ver sobretudo com o facto de natildeo existir nenhum
estudo cientiacutefico em concreto sobre o perfil do turistavisitante de Almada Assim como
compreender como eacute que os turistasvisitantes obtiveram conhecimento deste destino
como chegaram ateacute ele e ateacute que ponto a promoccedilatildeo turiacutestica do destino teve impacto ou
influecircncia na escolha dos turistasvisitantes
13 Apresentaccedilatildeo dos objetivos da dissertaccedilatildeo
O objetivo geral desta dissertaccedilatildeo eacute caracterizar o turistavisitante que visita
Almada assim como determinar as motivaccedilotildees para a viagem Por outro lado pretende-
se estudar outras variaacuteveis do comportamento do consumidor tais como conhecer o
impacto da promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos atraveacutes do conhecimento de quais os meios
de comunicaccedilatildeo que tiveram um maior impacto ou natildeo na escolha da visita sendo que se
pretende que o resultado desta investigaccedilatildeo possa ser um contributo para o
desenvolvimento do destino turiacutestico em questatildeo Formam tambeacutem parte dos objetivos
compreender a aacuterea turiacutestica da cidade de Almada atraveacutes de uma anaacutelise da oferta e da
procura identificar os diferentes canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e analisar
se a estrateacutegia de promoccedilatildeo bem como os principais canais de comunicaccedilatildeo vatildeo ao
encontro da oferta e da procura turiacutestica do destino
Uma vez que este estudo pode servir como base para futuras investigaccedilotildees e
desenvolvimentos a niacutevel turiacutestico em Almada pretende-se perceber e dar a conhecer qual
ou quais os mercados alvo a explorar para facilitar a definiccedilatildeo de produtos turiacutesticos para
segmentos alvo especiacuteficos deste destino O estudo do perfil dos turistas eacute essencial para
o desenvolvimento de um destino turiacutestico na medida em que permite ldquocompreender se
as caracteriacutesticas de um destino satisfazem ou natildeo as necessidades dos visitantesrdquo e
tambeacutem porque eacute fundamental para a segmentaccedilatildeo do mercado conhecer as motivaccedilotildees
dos visitantes para que seja possiacutevel proporcionar uma oferta com produtos especiacuteficos
que sejam capazes de satisfazer as necessidades e desejos dos mesmos (Cunha 2013 95)
4
Capiacutetulo II - Destinos Turiacutesticos
21 O turismo enquanto sistema
De modo a compreender melhor o que satildeo destinos turiacutesticos e como se
desenvolvem eacute essencial fazer um breve enquadramento ao turismo enquanto sistema jaacute
que os destinos formam parte deste mesmo sistema e sem esta perceccedilatildeo a sua gestatildeo
dificulta-se Atualmente uma das perspetivas que mais autores defendem no turismo eacute a
abordagem holiacutestica uma vez que esta defende que o turismo apresenta diversas
vertentes mas o seu foco principal satildeo sempre os turistas existindo uma relaccedilatildeo de
multidisciplinaridade entre o turismo e outras aacutereas diferentes mas que se relacionam e
completam Seguindo esta loacutegica surge uma nova definiccedilatildeo de sistema que possibilita a
criaccedilatildeo de um ponto de referecircncia comum agraves diferentes vertentes e perspetivas do turismo
tendo como base os seguintes elementos os turistas os elementos geograacuteficos a
componente industrial e a interaccedilotildees com ambientes mais amplos (Leiper 1979) Atraveacutes
da definiccedilatildeo de turista e da distinccedilatildeo entre o mesmo e visitante do dia assim como a
anaacutelise do seu comportamento que geralmente segue um padratildeo eacute possiacutevel determinar
em seguida os elementos geograacuteficos
Para tal Leiper (1979) baseou-se na definiccedilatildeo de ambiente turiacutestico de Gunn
(1972) tendo estabelecido trecircs dimensotildees espaciais do sistema turiacutestico as regiotildees
geradoras de turistas onde os turistas residem permanentemente e onde as viagens tecircm
iniacutecio tratando-se do mercado gerador para o turismo pois satildeo regiotildees que estimulam
viagens as regiotildees de destinos turiacutesticos locais que atraem os turistas de modo a
permanecerem temporariamente nos mesmos pois possuem atraccedilotildees que as regiotildees
geradoras natildeo possuem e desta forma o turista passa a querer experienciaacute-las
pessoalmente e por fim as regiotildees de tracircnsito tratando-se de zonas intermeacutedias onde natildeo
soacute se unem as duas regiotildees previamente referidas mas tambeacutem onde ocorre a viagem do
turista permitindo-lhe conhecer zonas de passagem desconhecidas sendo essenciais pois
permitem ldquoinfluenciar a qualidade do acesso a determinados destinos e
consequentemente influenciar o tamanho e a direccedilatildeo dos fluxos turiacutesticosrdquo (Leiper
1979 397)
5
Outro aspeto relevante a ter em atenccedilatildeo no sistema turiacutestico eacute a definiccedilatildeo e
delimitaccedilatildeo dos recursos existentes Segundo Leiper (1979) existem dois fatores que
interagem no processo sendo eles os turistas que procuram experiecircncias serviccedilos e
infraestruturas que satisfaccedilam as suas necessidades e os diversos recursos dos destinos
que servem os turistas e os mesmos propoacutesitos anteriormente referidos
Estes recursos podem ser agrupados em cinco categorias diferentes lazer como
o principal motivo que leva as pessoas a viajar inputs organizacionais e de planeamento
efetuados natildeo soacute por empresas mas tambeacutem pelos proacuteprios turistas que contribuem em
grande parte para a interaccedilatildeo social e para as caracteriacutesticas culturais da experiecircncia
turiacutestica recursos naturais e gratuitos inerentes ao destino que no seu conjunto
contribuem para a criaccedilatildeo da atmosfera do destino induacutestrias incidentais que servem
essencialmente a populaccedilatildeo local e os visitantes do dia mas que acabam tambeacutem por
servir os turistas de forma episoacutedica e por uacuteltimo a proacutepria induacutestria turiacutestica que
funciona quase como um elemento agrave parte de todo o sistema mas que se manteacutem
relacionada com todas as partes do sistema turiacutestico (Leiper 1979 399-400)
Desta forma ldquoa induacutestria turiacutestica consiste em todas as empresas organizaccedilotildees e
equipamentos que se destinam a responder agraves necessidades e desejos especiacuteficos dos
turistasrdquo (Leiper 1979 400) sendo que ela proacutepria se divide em seis setores interligados
numa cadeia que se estende a todas as regiotildees do sistema turiacutestico especiacuteficos para cada
tipo de serviccedilo fornecido aos turistas como o marketing as companhias de transporte
turiacutestico o alojamento as atraccedilotildees turiacutesticas os serviccedilos e a regulamentaccedilatildeo (Leiper
1979)
Atraveacutes deste modelo Leiper (1979) cria uma nova definiccedilatildeo de turismo que pode
ser observada atraveacutes da figura 1 apresentando-o como um sistema com cinco elementos
sendo eles os turistas as regiotildees geradoras de turistas as regiotildees de destinos turiacutesticos
as regiotildees de tracircnsito e a induacutestria turiacutestica Todos estes elementos funcionam como um
sistema aberto no qual se interrelacionam natildeo soacute no espaccedilo e no tempo mas tambeacutem com
o ambiente externo que inclui as dimensotildees fiacutesicas culturais sociais econoacutemicas
poliacuteticas e tecnoloacutegicas
6
Figura 1 - O sistema turiacutestico (Leiper 1979)
22 Conceito de Destino Turiacutestico
Na definiccedilatildeo do conceito de destinos turiacutesticos existem diversas abordagens que
elucidam de forma diferente aquilo que eacute um destino turiacutestico gerando por vezes algumas
incoerecircncias uma vez que se focam somente num determinado aspeto como por exemplo
definir o destino somente enquanto uma ferramenta de marketing ou como uma unidade
geograacutefica desprezando os restantes elementos que tambeacutem formam parte de um destino
(Framke 2014) A Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (OMT) define destino turiacutestico
como sendo um local fiacutesico com ou sem limites administrativos no qual o visitante pode
passar a noite Eacute um conjunto de produtos e serviccedilos assim como atividades e
experiecircncias que se desenvolvem ao longo da cadeia de valor do turismo e formam a
unidade baacutesica de anaacutelise em turismo incorporando vaacuterias partes interessadas que podem
conectar-se de forma a criar destinos mais abrangentes A sua imagem e identidade
tornam-no intangiacutevel e satildeo estas duas caracteriacutesticas que influenciam a sua posiccedilatildeo e
competitividade no mercado (OMT 2019)
Apoacutes compreender-se que o destino eacute parte integrante do sistema turiacutestico para
Saraniemi e Kylaumlnen (2011) o destino turiacutestico deve ser observado como a principal
unidade de anaacutelise em turismo uma vez que todas as atividades e atraccedilotildees turiacutesticas onde
estatildeo incluiacutedos a produccedilatildeo e o consumo ocorrem num determinado destino e neste
sentido eacute a anaacutelise do destino turiacutestico que se vai refletir ldquona compreensatildeo da maioria dos
fenoacutemenos do turismordquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 133)
7
Um destino turiacutestico eacute portanto um espaccedilo onde diferentes stakeholders
interagem contribuindo para a cocriaccedilatildeo de experiecircncias entre o consumidor e o produtor
sendo que ldquoo somatoacuterio dos interesses atividades instalaccedilotildees infraestruturas e atraccedilotildees
cria a identidade de um lugar [ou seja] o destino eacute a identidade turiacutestica de um lugarrdquo
(Framke 2002 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) Sendo que existem vaacuterias
perspetivas e abordagens no que diz respeito agrave definiccedilatildeo do que eacute um destino turiacutestico
dentro das convencionais existe a perspetiva geograacutefica onde os destinos satildeo geralmente
abordados seguindo o modelo dos elementos sugerido por Medlik e Middleton (1973)
(citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 134) sendo eles as atraccedilotildees as infraestruturas
as acessibilidades as imagens e o preccedilo
Nesta abordagem ldquoos destinos satildeo lugares para os quais as pessoas viajam e onde
escolhem ficar por algum tempo para experimentar certas atraccedilotildeesrdquo (Leiper 1995 citado
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 135) desta forma os turistas viajam para fora dos seus
locais habituais estimulados pelos seus motivos e necessidades em busca de destinos
com recursos atraccedilotildees e serviccedilos diferentes daqueles que encontram no seu destino de
origem Jaacute numa perspetiva de gestatildeo marketing de destinos autores como Kotler
Bowen e Makens 1999 Kotler Haider e Rein 1993 (citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) defendem que o produto turiacutestico eacute composto por diversos elementos dispostos por
diferentes camadas o que significa que as infraestruturas e serviccedilos de que o destino
dispotildee satildeo criados a pensar no turista de forma a ir ao encontro daquilo que satildeo as suas
necessidades (Cooper et al 2005 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Dentro desta perspetiva de marketing existem diversos modelos como eacute exemplo
o modelo do produto turiacutestico total (Middleton 1994 Middleton e Clarke 200 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011) no qual o produto eacute composto por elementos tangiacuteveis e
intangiacuteveis tendo por base as diferentes atividades que se podem realizar no destino
tornando a experiecircncia turiacutestica acessiacutevel para o turista a um determinado preccedilo Contudo
esta experiecircncia eacute vivida pelo consumidor de forma subjetiva dependendo de diversos
fatores como o itineraacuterio escolhido experiecircncias anteriores o contexto cultural etc
(Buhalis 2000 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
8
Outro modelo eacute o do produto turiacutestico geneacuterico (Smith 1994 citado por Saraniemi
e Kylaumlnen 2011) em que o destino eacute abordado como um produto turiacutestico no seu todo
sendo que todas as suas caracteriacutesticas ou seja os serviccedilos as infraestruturas os
equipamentos etc satildeo capazes de adicionar benefiacutecios e valor acrescido ao destino
Contudo este modelo apresenta algumas falhas na medida em que eacute apenas abordado
segundo o contexto de gestatildeo de destinos descartando a importacircncia da experiecircncia
humana e a complexidade que se estabelece no processo de oferta e procura que natildeo eacute
estaacutevel (Komppula 2005 Garciacutea-Rosell et al 2007 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011) Por outro lado a abordagem de Gunn (1988) foca-se na experiecircncia turiacutestica sendo
que para este autor o destino eacute um produto turiacutestico no qual ocorre o consumo de uma
experiecircncia que resulta na utilizaccedilatildeo de um conjunto de diferentes serviccedilos pelo
turistavisitante durante a visita (Saraniemi e Kylaumlnen 2011)
Assim como Gunn (1988) outros autores como eacute o caso de Ritchie e Crouch
(2000) tambeacutem focam as suas abordagens referentes a destinos turiacutesticos na experiecircncia
sendo que consideram que o verdadeiro produto eacute a experiecircncia turiacutestica em si
abordagem que pode desvalorizar as relaccedilotildees socioculturais e todo o processo que as
mesmas implicam (Saraniemi e Kylaumlnen 2011) Em suma esta abordagem orientada para
a gestatildeo de marketing de destinos estaacute muito direcionada para aquilo que eacute a gestatildeo dos
recursos do destino (naturais ou criados pelo homem) baseada somente na relaccedilatildeo entre
o gestor do destino e as diferentes empresas que atuam como distribuidores
intermediaacuterios e atraveacutes das organizaccedilotildees puacuteblicas Este modelo menospreza a
importacircncia do consumidor (neste caso os turistasvisitantes) no momento do
planeamento passando o papel do mesmo a ser apenas ldquoentrar e sair da aacuterea com ou sem
os benefiacutecios pretendidosrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 136)
Numa perspetiva orientada para o consumidor o valor do mesmo eacute colocado no
centro do produto turiacutestico sendo o maior objetivo deste modelo comercializar o destino
de forma a atingir clientes especiacuteficos (Vargo and Lusch 2006 citados por Saraniemi e
Kylaumlnen 2011 136) Deste ponto de vista o turista eacute considerado um elemento passivo
na medida em que apenas interage com o destino quando integra as atividades e accedilotildees
providenciadas pelos prestadores de serviccedilos mas eacute tambeacutem ao mesmo tempo um
participante ativo pois eacute ele quem toma a decisatildeo de visitar determinado destino gasta os
seus recursos econoacutemicos para tal e eacute capaz de tomar decisotildees racionais (Moisander e
Valtonen 2006 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137)
9
Contudo para autores como Firat Dholakia e Venkatesh (1995 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) ldquoo turista surge como um agente autoacutenomo e a niacutevel
comportamental consistente cujas accedilotildees satildeo completamente explicaacuteveis e portanto
previsiacuteveisrdquo Este modelo foca-se assim no consumidor enquanto ator individual que viaja
para um destino conforme as suas necessidades e desejos natildeo conseguindo ldquocaptar a
natureza social dos lugares e a espacialidade da experiecircnciardquo (Rojek e Urry 1997 Urry
1990 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Contudo foram-se desenvolvendo
novas teorias e o conceito de serviccedilos dominantes em turismo surgiu atribuindo o papel
de cocriador ao consumidor (Vargo e Lusch 2008 citados por Saraniemi e Kylaumlnen
2011)
Seguindo esta loacutegica uma vez que o consumidor forma parte integrante do
processo de criaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica torna-se mais faacutecil para os gestores de
destinos compreender melhor as relaccedilotildees entre a produccedilatildeo e o consumo de forma a
criarem uma melhor oferta ao consumidor contribuindo ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo
de valor do proacuteprio destino Desta forma autores como Snepenger et al (2004 2007
citados por citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) fundamentam que os lugares
constituem um conjunto de significados capazes de atrair valor e criar expectativas para
a experiecircncia e uma vez que os mesmos lugares satildeo compartilhados por turistas e
residentes locais estes transformam-se num sistema de comunicaccedilatildeo social capaz de
definir a identidade do destino atraveacutes do consumo e das diferentes interaccedilotildees entre os
diferentes sujeitos presentes (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 137) Em oposiccedilatildeo a estas
abordagens convencionais comeccedilaram a surgir perspetivas alternativas como eacute exemplo
a construccedilatildeo sociocultural de um destino
Comeccedilaram a surgir teorias mais amplas no que diz respeito aos destinos
turiacutesticos nas quais as dimensotildees temporais e espaciais dos locais se evidenciaram e onde
a produccedilatildeo o consumo e a proacutepria comunidade local estabelecem inter-relaccedilotildees (Garciacutea-
Rosell et al 2007 Rojek e Urry 1997 citados por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) A
ideia de que os destinos natildeo satildeo sistemas estaacuteveis e fechados comeccedilou a ser desenvolvida
e a compreender-se cada vez mais que se tratam de unidades dinacircmicas que se vatildeo
alterando e transformando no tempo e que se desenvolvem num contexto que combina
diversas dimensotildees como a dimensatildeo histoacuterica social cultural poliacutetica e econoacutemica
(Saarinen 2001 2004 citado por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138)
10
Nesta perspetiva os destinos satildeo definidos como ldquoespaccedilos atraveacutes dos quais o
poder a identidade o significado e o comportamento satildeo construiacutedos negociados e
renegociados de acordo com a dinacircmica socioculturalrdquo (Pritchard e Morgan 2001 citados
por Saraniemi e Kylaumlnen 2011 138) Assim esta abordagem segue a loacutegica da visatildeo
holiacutestica previamente referida onde diversas partes interessadas estabelecem relaccedilotildees de
interdependecircncia entre si e todas participam no processo de criaccedilatildeo do destino Neste
contexto o turista passa a ter o papel de cocriador os serviccedilos e produtos da oferta dos
destinos passam a adaptar-se a um mercado cada vez mais multicultural e global e este
proacuteprio mercado torna-se cada vez mais fragmentado e natildeo tatildeo pouco segmentado como
no passado
Assim ldquoo cliente eacute o produto e o cliente torna-se no produtor na medida em que
procura produtos especiacuteficos (e significados) para comercializar as suas proacuteprias imagens
e (re)produzir as suas proacuteprias identidades nos mercadosrdquo (Firat e Dholakia 2006 Firat
Dholakia e Venkatesh 1995 Firat e Schultz 1997 Pine e Gilmore 1999 citados por
Saraniemi e Kylaumlnen 2011 139) A relaccedilatildeo entre os gestores de destinos e provedores de
serviccedilos com os turistasconsumidores alterou-se uma vez que estes uacuteltimos passaram a
acompanhar todo o processo de produccedilatildeo desde o iniacutecio Neste contexto natildeo satildeo somente
as atraccedilotildees e os produtos integrados na oferta de um destino que vatildeo ditar o seu sucesso
mas sim a capacidade que o mesmo tem de permitir aos seus visitantes viver experiecircncias
uacutenicas que vatildeo ao encontro das necessidades e desejos que procuram encontrar de forma
a ficaram satisfeitos ou mesmo superar as suas expectativas
Sendo que o turista passa a criar tambeacutem o produto que vai consumir o mercado
acaba por se tornar muito mais fragmentado pois passam a existir diversos perfis de
turistas que procuram diversas atividades serviccedilos atraccedilotildees etc o que lhes permite obter
um ldquoconsumo mais profundo simboacutelico e emocional das culturas em vez de apenas
satisfazer as suas necessidades (hellip) [e] tambeacutem permite agrave populaccedilatildeo local participar no
desenvolvimento da sua regiatildeo residencialrdquo (Saraniemi e Kylaumlnen 2011 140) Desta
forma um destino turiacutestico eacute todo o espaccedilo que funciona como um instrumento complexo
mas que integra diversas componentes que vatildeo desde os recursos existentes agraves vaacuterias
infraestruturas e agrave populaccedilatildeo local (Flores e Mendes 2014)
11
23 Desenvolvimento e gestatildeo dos destinos turiacutesticos
Uma vez que o consumidor se vai tornando cada vez mais experiente e mais
informado vai ao mesmo tempo deixar de ser tatildeo facilmente influenciado pelas
campanhas de marketing e promoccedilatildeo turiacutestica dos destinos baseando-se cada vez mais
em feedbacks e conselhos de quem conhece e confia Este fator faz com que os destinos
apliquem a autenticidade que muitas vezes se associa aos recursos culturais e histoacutericos
dos destinos agrave sua oferta de forma a aumentar a motivaccedilatildeo e o desejo de visita aos turistas
bem como agrave fidelizaccedilatildeo dos mesmos ao destino pois ldquoquanto mais motivados
culturalmente forem os turistas maior pode ser a fidelizaccedilatildeo esperadardquo (Kolar e Zabkar
citados por Cunha 2011 21) Daiacute que na atualidade cada vez mais se assista agrave divulgaccedilatildeo
de campanhas promocionais e de marketing dos destinos turiacutesticos muito associadas aos
conceitos da autenticidade que no caso de serem sinceras conseguem natildeo soacute diferenciar
o seu destino atraveacutes da criaccedilatildeo de uma nova imagem do mesmo mas tambeacutem garantir
que as necessidades e expectativas dos turistas satildeo satisfeitas
Para que o desenvolvimento turiacutestico ocorra a aposta cada vez mais centra-se na
inovaccedilatildeo no que diz respeito agrave criaccedilatildeo de novos modelos e processos de novos produtos
novas abordagens relativamente ao destino que efetivamente contribuam para a melhoria
do mesmo e garantir a sua competitividade por outras palavras ldquomodificar a situaccedilatildeo
atual de uma localidade tornando-a aperfeiccediloada melhorada aprimoradardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 44) Em suma os turistas cada vez mais viajam com o intuito de vivenciarem
a autenticidade dos locais que visitam e para tal os destinos essencialmente as DMO ndash
Destination Management Organization tecircm de acompanhar estas novas tendecircncias
investindo na autenticidade das suas ofertas de forma a desenvolverem o seu destino
rejuvenescecirc-lo alterar a sua imagem e ir ao encontro das necessidades e expectativas dos
turistas de forma a gerar satisfaccedilatildeo e lealdade ao destino
Segundo a OMT uma DMO eacute quem lidera a gestatildeo de um destino atraveacutes da
associaccedilatildeo entre as diferentes organizaccedilotildees e interesses de forma a trabalharem em
conjunto para um objetivo comum (UNWTO ndash World Tourism Organization 2007) Satildeo
estas organizaccedilotildees que elaboram estrateacutegias de atuaccedilatildeo para as diferentes atividades e
serviccedilos que ocorrem num destino atraveacutes da criaccedilatildeo de parcerias com diferentes
intervenientes proporcionando os recursos necessaacuterios para o desenvolvimento do
destino Contudo esta gestatildeo torna-se complexa uma vez que eacute necessaacuterio conjugar
diversos interesses e entidades que muitas vezes entram em conflito
12
Uma gestatildeo de um destino conjuga todos os elementos presentes no mesmo sendo
eles as atraccedilotildees os equipamentos as infraestruturas o marketing etc que se coordenam
e conectam atraveacutes de abordagens estrateacutegicas com o intuito de evitar esforccedilos e gastos
desnecessaacuterios bem como reconhecer possiacuteveis falhas (Id Ibid) O processo de gestatildeo de
um destino turiacutestico desenvolve-se essencialmente atraveacutes do marketing que promove
todos os elementos do destino e atrai as pessoas a visitaacute-lo garantido que o mesmo
apresenta na sua oferta os serviccedilos infraestruturas e atraccedilotildees que vatildeo ao encontro das
expectativas dos turistas e que as mesmas sejam ultrapassadas ao mesmo tempo que cria
um ambiente adequado ao desenvolvimento sustentaacutevel do destino a niacutevel social
econoacutemico e fiacutesico
Este desenvolvimento sustentaacutevel depende do planeamento engajamento e
participaccedilatildeo dos diferentes stakeholders do destino que devem priorizar as caracteriacutesticas
locais jaacute que estas ldquopodem contribuir positivamente para o desenvolvimento local e
podem minimizar os possiacuteveis impactos negativos da atividade turiacutesticardquo (Scoacutetolo e
Netto 2015 57) A gestatildeo de destinos eacute portanto relevante na medida em que eacute capaz
de colocar o destino turiacutestico num patamar competitivo com outros destinos atraveacutes do
posicionamento da oferta diversificada e do desenvolvimento das atraccedilotildees e recursos
Todavia esta gestatildeo deve ter em consideraccedilatildeo a sustentabilidade natildeo soacute
ambiental mas tambeacutem dos recursos existentes assim como salvaguardar as tradiccedilotildees e
valores da populaccedilatildeo local de forma a evitar conflitos Outra das vantagens de uma boa
gestatildeo segundo a OMT (2007) eacute o facto de proporcionar um aumento dos lucros e
benefiacutecios para a comunidade residente promovendo o negoacutecio produtos tradiccedilotildees e
costumes locais que de outra forma poderiam eventualmente desaparecer Desta forma
contribui ao mesmo tempo para a criaccedilatildeo de uma imagem de marca distintiva e forte
capaz de natildeo soacute atrair visitantes mas tambeacutem ganhar a sua fidelidade fazendo com que
regressem pois ldquoa gestatildeo eficaz dos destinos permite que os mesmos maximizem o valor
do turismo para os visitantes garantindo benefiacutecios locais e a sustentabilidaderdquo
(UNWTO 2007 9) No entanto para ganhar esta mesma fidelidade e atrair os visitantes
eacute necessaacuterio conhecer quais as suas motivaccedilotildees e necessidades atraveacutes de estudos de
mercado cujos resultados permitam adaptar a oferta do destino agraves diferentes motivaccedilotildees
e perfis de turistas existentes
13
Capiacutetulo III ndash Motivaccedilotildees e Perfil do Turista
31 Motivaccedilotildees do Turista
Os turistas procuram atraveacutes do turismo e das viagens ou feacuterias que realizam
satisfazer as suas necessidades e motivaccedilotildees e ao mesmo tempo adquirir novos
conhecimentos acrescentando algum tipo de valor pessoal atraveacutes das experiecircncias que
concretizam Satildeo as atitudes dos turistas que formam um dos primeiros fatores a ter em
consideraccedilatildeo no ldquodesenvolvimento de um modelo de motivaccedilatildeo e comportamento
turiacutesticosrdquo (Gnoth 1997 2) Apesar dos estudos relativos ao comportamento do
consumidor fornecerem perceccedilotildees acerca da psicologia comportamental e cognitiva dos
turistas estes natildeo consideram a vertente irracional impliacutecita nos comportamentos
hedoacutenicos e emocionais dos turistas que procuram feacuterias e lazer (Id Ibid)
Desta forma estes modelos focados somente nos aspetos cognitivos da motivaccedilatildeo
dos turistas tornam-se mais vaacutelidos quando se acrescentam as ldquonormas sociais e a atitude
em relaccedilatildeo agrave atividade envolvendo sujeito e objeto como indicadores do comportamento
realrdquo (Ajzen e Fishbein 1977 citados por Gnoth 1997 3) Contudo as emoccedilotildees
tornaram-se numa das principais fontes comportamentais (Mittal 1988 Pratkanis
Breckler e Greenwald 1989 Zajonc 1980 citados por Gnoth 1997) capazes de
direcionar o comportamento mas ao mesmo tempo consideradas instaacuteveis consoante o
espaccedilo e o tempo (ou seja as situaccedilotildees) (Ajzen 1989 citado por Gnoth 1997)
As atitudes dos turistas funcionam entatildeo como fatores mediadores entre as suas
necessidades e valores sendo que os seus motivos e as situaccedilotildees em que se encontram
podem ser diversas dando origem a uma multiplicidade e multidimensionalidade do seu
comportamento (Id Ibid) O que torna a compreensatildeo das motivaccedilotildees dos turistas ainda
mais complexa eacute o facto de uma determinada atitude poder satisfazer diferentes motivos
e valores em diferentes situaccedilotildees (Murray 1938 citado por Gnoth 1997) Estes factos
obrigam a que se analisem as atitudes tendo como base um sistema multidimensional que
demonstre a diversidade de possiacuteveis expectativas e experiecircncias criadas de forma a que
posteriormente seja possiacutevel aplicar a teoria agrave proacutepria gestatildeo e planeamento turiacutestico (Id
Ibid)
14
No processo de motivaccedilatildeo dos turistas existem duas abordagens distintas A
primeira baseia-se essencialmente na teoria da construccedilatildeo de atitudes (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 1997) sendo que estas se orientam num uacutenico sentido muito
centrado na vertente intelectual e cognitivista uma vez que ldquoassume a existecircncia de
emoccedilotildees mas apenas como uma variaacutevel que depende de cogniccedilotildeesrdquo (Fishbein e Ajzen
1975 citados por Gnoth 19977) Por outro lado a segunda defende uma relaccedilatildeo
interativa entre os dois sistemas (emoccedilotildees e cogniccedilotildees) mas ao mesmo tempo considera
que satildeo independentes e totalmente diferentes um do outro (Pratkanis Breckler e
Greenwald 1989 citados por Gnoth 1997) No entanto segundo Gnoth (1997) existe um
fator comum a estas duas abordagens sendo ele o instinto ou impulso de cada turista que
desencadeia o comportamento Neste contexto as emoccedilotildees e cogniccedilotildees dos turistas
influenciam todo o processo de motivaccedilatildeo turiacutestica e ajudam na compreensatildeo das
perceccedilotildees e avaliaccedilotildees das experiecircncias por parte dos turistas (Id Ibid)
Desta forma eacute possiacutevel definir duas abordagens distintas as cognitivistas e as
behavioristas Segundo estas uacuteltimas eacute atraveacutes das suas emoccedilotildees que o turista vai avaliar
todos os componentes do destino que vai visitar sendo que as mesmas acabam por se
sobrepor ao conhecimento e agrave vertente cognitiva levando agraves tomadas de decisotildees e agraves
definiccedilotildees de preferecircncias de cada turista com base na dimensatildeo emocional e afetiva (Id
Ibid) Para behavioristas como Hull (1943 citado por Gnoth 1997) ldquoo comportamento
eacute o produto da forccedila do impulso e do haacutebitordquo sendo que as aprendizagens adquiridas no
passado satildeo vistas como o estiacutemulo decisivo para o comportamento (Id Ibid)
Enquanto as abordagens behavioristas tecircm como base a teoria dos impulsos (drive
theory) de cariz muito mais emocional as cognitivas por oposiccedilatildeo seguem a teoria das
expectativas (expectancy theory) baseando-se essencialmente nos aspetos intelectuais Ao
passo que a primeira se foca na satisfaccedilatildeo de uma necessidade ou um objetivo com origem
na emoccedilatildeo e entusiasmo a segunda baseia-se nos conhecimentos adquiridos a priori
como forma de direcionar os comportamentos de forma seletiva (Porter e Lawler 1968
citados por Gnoth 1997) Compreender as motivaccedilotildees eacute essencial na gestatildeo de um destino
turiacutestico na medida em que se torna possiacutevel prever tendecircncias comportamentais e
tiposperfis de turista de forma a monitorizar os recursos existentes e a oferta para que
vatildeo ao encontro destas mesmas motivaccedilotildees e expectativas com o objetivo de atingir a
satisfaccedilatildeo
15
Segundo Gnoth (1997) estas expectativas tratam-se dos ideais que os turistas tecircm
relativamente a representaccedilotildees daquilo que vatildeo experienciar observar ou usufruir no
futuro podendo ser positivas ou negativas e distinguindo-se conforme o niacutevel intelectual
e o niacutevel emocional envolvidos nas expectativas do turista Todo este processo resulta
tambeacutem das proacuteprias atitudes e valores de cada turista sendo que estes podem ser
autodirigidos e de componente emocional ou por outro lado dirigidos a fatores exteriores
onde a componente cognitiva predomina (Id Ibid) A geacutenese do turismo surge com a
necessidade de quebrar com a rotina diaacuteria tratando-se de uma atividade de ocupaccedilatildeo dos
tempos livres que na grande maioria das vezes resulta na busca pelo lazer Trata-se
portanto de uma atividade que implica uma deslocaccedilatildeo para um local diferente do
habitual sendo que satildeo diversas as razotildees que levam cada pessoa a viajar e daiacute resultam
tambeacutem diversos tipos de comportamentos que satildeo influenciados por fatores internos ou
externos (Yousaf et al 2018)
Satildeo vaacuterios os autores que argumentaram ao longo dos anos diversas razotildees para
explicarem as motivaccedilotildees e comportamentos dos turistas A procura por restabelecer e
recuperar o bem-estar que natildeo possuem no seu quotidiano e melhorar a sua vida atraveacutes
da procura pelo enriquecimento pessoal (Hill 1965 citado por Yousaf et al 2018) a
necessidade de viajarem para lugares diferentes e obter novas experiecircncias (Um e
Crompton 1992 citados por Yousaf et al 2018) a necessidade de rutura com os
contextos habituais do quotidiano com o objetivo de relaxar e diminuir o stress
psicoloacutegico e mental (Crompton 1979 Todorovic e Jovicic 2016 citados por Yousaf et
al 2018)
Estes comportamentos distintos e as diversas razotildees existentes que provocam
motivaccedilotildees e necessidades aos turistas encontram-se muitas vezes presentes nos padrotildees
de viagem que por sua vez estatildeo relacionados com os padrotildees psicoloacutegicos dos turistas
(Li e Zhang 2013 Simkova e Holzner 2014 citados por Yousaf et al 2018) No que
diz respeito ao estudo das motivaccedilotildees satildeo vaacuterias as teorias defendidas sendo que a que
melhor sustenta o estudo em causa e que melhor se adapta agrave anaacutelise e compreensatildeo da
motivaccedilatildeo do turista eacute a teoria dos fatores push e pull defendida por Dann (1977) tendo
sido complementada mais tarde por Crompton (1979)
16
Os fatores push encontram-se relacionados com fatores intriacutensecos agrave pessoa de
cariz sociopsicoloacutegico que criam uma necessidade de viajar e de sair do seu local habitual
sendo que como o nome indica lsquoempurramrsquo a pessoa a sair em busca de atenuar ou
mesmo extinguir a sensaccedilatildeo de solidatildeo do quotidiano enquanto que os fatores pull de
caraacuteter extriacutenseco estatildeo associados agraves condiccedilotildees caracteriacutesticas e atributos do destino
que se torna capaz de atrair visitantes (Yousaf et al 2018) Eacute atraveacutes destes fatores que
o turista decide selecionar um destino especiacutefico para visitar por ser o que melhor
corresponde agraves suas necessidades (Cunha 2013)
Jaacute para Iso-Ahola (1982) o foco das motivaccedilotildees turiacutesticas encontra-se
inteiramente relacionado com o lazer Este autor defende uma teoria designada por
modelo de psicologia social do turismo atraveacutes do qual estabelece que as motivaccedilotildees se
constituem atraveacutes da dicotomia evasatildeodescoberta (Cunha 2013) Segundo esta teoria
os turistas possuem essencialmente duas motivaccedilotildees que se encontram relacionadas com
a satisfaccedilatildeo obtida por intermeacutedio de atividades de lazer atraveacutes das quais conseguem
alcanccedilar recompensas para o seu bem-estar psicoloacutegico e ao mesmo tempo proceder a
uma rutura com a sua rotina muitas vezes considerada aborrecida stressante e difiacutecil
Tanto as motivaccedilotildees de evasatildeo (escapar agrave rotina) e descoberta (procurar algo novo que
proporcione alguma recompensa) como as proacuteprias recompensas subdividem-se em
pessoais e interpessoais na medida em que ldquouma pessoa pode escapar ao mundo pessoal
(isto eacute incoacutemodos pessoais problemas dificuldades falhas) eou ao mundo interpessoal
(colegas de trabalho familiares amigos parentes e vizinhos)rdquo (Id Ibid 96)
Relativamente agraves recompensas as de cariz pessoal relacionam-se com a busca por
novos conhecimentos relaxamento descanso autoestima etc e as de cariz interpessoal
estatildeo relacionadas com a conexatildeo com os outros ou seja integraccedilatildeo e interaccedilatildeo social
aceitaccedilatildeo criaccedilatildeo de novas relaccedilotildees de amizade recuperaccedilatildeo de laccedilos etc (Id Ibid)
Para tal Iso-Ahola (1982) apresentou um modelo que pode ser observado na figura 2 no
qual demonstrou que o turista pode encontrar-se em qualquer uma das quatro ceacutelulas
apresentadas dependendo de certas condicionantes e num determinado periacuteodo de tempo
Para este mesmo autor uma pessoa decide tornar-se turista devido agraves duas forccedilas
mencionadas anteriormente e a partir do momento em que decide qual das motivaccedilotildees
(sendo que pode ateacute mesmo optar pelas duas) seraacute o seu principal objetivo para iniciar a
viagem todo o seu comportamento vai ser construiacutedo tendo por base esse momento de
forma a atingir esse mesmo objetivo
17
Segundo Iso-Ahola (1982) existem 4 grupos de indiviacuteduos que se enquadram no
modelo que se observa na figura 2 Na ceacutelula 1 um grupo de indiviacuteduos viaja
principalmente com o intuito de escapar ao ambiente pessoal e procuram encontrar
recompensas pessoais mas ao mesmo tempo outro grupo pode-se enquadrar nas
motivaccedilotildees de uma das outras ceacutelulas diferentes Existem tambeacutem grupos que viajam por
diferentes combinaccedilotildees de razotildeesmotivos passando por diferentes ceacutelulas cada vez que
viajam dependendo de acontecimentos que tenham ocorrido antes de se tornarem turistas
Por fim o uacuteltimo grupo percorre todas as ceacutelulas do modelo numa uacutenica viagem
sendo que pode iniciar com a motivaccedilatildeo correspondente a uma determinada ceacutelula e
terminar com outra diferente (Iso-Ahola 1982) Este modelo permite compreender o
comportamento dos turistas e as suas motivaccedilotildees pois ldquouma vez que a consciecircncia da
satisfaccedilatildeo potencial se tenha desenvolvido as duas forccedilas motivacionais tornam-se os
determinantes criacuteticos do comportamento do turista e simultaneamente influenciam o
indiviacuteduordquo (Id Ibid 259)
Figura 2 - Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas (Iso-Ahola 1982)
Mais tarde Pearce (1988) apresentou um novo modelo de anaacutelise das motivaccedilotildees
turiacutesticas designado por escala de carreira de viagens baseada na piracircmide de Maslow e
que divide as motivaccedilotildees em dois grupos as necessidades autocentradas e as motivaccedilotildees
que satildeo dirigidas aos outros (Yousaf et al 2018) Este modelo defende que durante todo
o processo da viagem o comportamento do turista desenvolve-se atraveacutes de um ciclo no
qual os seus motivos estatildeo organizados de forma hieraacuterquica sendo que se tratam de
cinco motivos que vatildeo surgindo por niacuteveis ascendentes (Cunha 2013)
Figura 3 ndash Modelo sociopsicoloacutegico das motivaccedilotildees turiacutesticas
18
Contudo uma vez que cada turista tem os seus motivos e as suas necessidades
especiacuteficas nem sempre seguem a hierarquia apresentada por Pearce (1988) pois podem
ldquopartir de diferentes niacuteveis [mudar] de niacutevel durante o seu ciclo de vida e podem ser
impedidas de viajar por razotildees financeiras de sauacutede e por outras pessoasrdquo (Id Ibid 97)
Segundo o mesmo autor as viagens turiacutesticas funcionam como carreiras profissionais
nas quais os viajantes vatildeo progredindo na escala de motivaccedilotildees graccedilas agrave experiecircncia que
vatildeo adquirindo agraves situaccedilotildees que experienciaram previamente agraves fases da vida pessoal
em que se encontram ou outros fatores condicionantes (Yousaf et al 2018 Cunha
2013)
Poreacutem surgiu mais tarde outra teoria defendida por Pearce e Lee (2005) que
complementa e melhora a de Pearce (1988) na medida em que as motivaccedilotildees satildeo
entendidas como dinacircmicas e complexas que se desenvolvem atraveacutes de um processo
que engloba diversos niacuteveis ao mesmo tempo sendo que o comportamento dos turistas
bem como os seus padrotildees de viagem vatildeo-se alterando e dando origem a diferentes
motivaccedilotildees ao longo das suas viagens e das experiecircncias que delas retiram (Id Ibid)
Contudo apesar destas teorias serem aplicaacuteveis na atualidade pois serviram como
base para muito do desenvolvimento cientiacutefico acerca das motivaccedilotildees a verdade eacute que
natildeo podem ser generalizadas a todos os turistas e a todos os segmentos pois o mundo
atual sofreu alteraccedilotildees profundas no seu desenvolvimento tornando-se cada vez mais
globalizado Estas alteraccedilotildees inevitavelmente deram origem a novos estilos de vida e
novos padrotildees de consumo muito diferentes do que se observava no passado Hoje em
dia o que se verifica eacute que ldquoa tecnologia e a sociedade evoluiacuteram rapidamente e [as]
novas geraccedilotildees com diferentes crenccedilas e padrotildees de viagem uacutenicos e motivaccedilotildees uniram-
se aos fluxos turiacutesticosrdquo (Id Ibid 205)
O que significa que cada vez mais se torna difiacutecil fazer a distinccedilatildeo entre turistas e
natildeo turistas pois as pessoas viajam cada vez mais por diversas razotildees que nem sempre
estatildeo relacionadas com turismo mas ao mesmo tempo integram atividadesserviccedilos
turiacutesticos (Id Ibid) Eacute portanto necessaacuterio adaptar a oferta ao tipo de necessidades e
exigecircncias dos consumidores atuais que satildeo cada vez mais tecnoloacutegicos atraveacutes de uma
presenccedila cada vez mais forte nas plataformas online Poreacutem conclui-se atraveacutes destas
teorias que a psicologia tem um importante papel no comportamento dos turistas na
medida em que eacute graccedilas a ela que se definem as motivaccedilotildees e se decide tomar a atitude
de viajarvisitar um novo destino
19
Conhecendo bem as motivaccedilotildees dos turistas mais facilmente se conseguem criar
melhores condiccedilotildees que originem uma experiecircncia turiacutestica de sucesso pois torna-se
possiacutevel proporcionar e perceber ldquoo que os turistas procuram o que querem experimentar
durante as suas feacuterias quais as atividades que estatildeo agrave procura e como querem que as suas
feacuterias sejam no geralrdquo (Id Ibid 206) Desta forma e atraveacutes da segmentaccedilatildeo do mercado
e dos tipos de turistas eacute necessaacuterio que a oferta se adapte agraves diferentes necessidades e
motivaccedilotildees que estatildeo em constante mudanccedila e evoluccedilatildeo (Heather e Gibson 2002 citados
por Yousaf et al 2018 206)
32 Motivaccedilatildeo criada pela imagem do destino
O momento em que um turista decide realizar uma viagem eacute o momento em que
as suas motivaccedilotildees surgem e em que se inicia o processo de escolha do destino a visitar
Eacute nesta fase inicial que ocorre a formaccedilatildeo da imagem do destino tratando-se da ldquofase
mais importante no processo de seleccedilatildeo do destino pelo turistardquo (Gunn 1972 Mercer
1971 citados por Baloglu e McCleary 1999 869) Eacute essencial para um gestor de um
destino turiacutestico compreender como eacute que esta imagem eacute criada uma vez que eacute atraveacutes
deste conhecimento que se vai conseguir definir mercados alvo e decidir que imagens
promover para cada segmento de mercado especiacutefico (Goodall 1990 citado por Baloglu
e McCleary 1999) As imagens construiacutedas pelos turistas sem sequer terem visitado
previamente o destino surgem essencialmente graccedilas a dois fatores os estiacutemulos ou
incentivos e os elementos pessoais sendo que os primeiros se relacionam com fatores
externos como experiecircncias anteriores ou ateacute mesmo objetos fiacutesicos e os segundos estatildeo
associados agraves caracteriacutesticas pessoais de cada pessoa (Id Ibid)
Segundo Baloglu e McCleary (1999) a imagem de um destino nunca antes
visitado eacute formada por influecircncia de trecircs condicionantes as motivaccedilotildees as caracteriacutesticas
sociodemograacuteficas e as diferentes fontes de informaccedilatildeo Estes fatores conjugam-se com
as avaliaccedilotildees que o turista faz ao destino a niacutevel intelectual e sensorial e a niacutevel afetivo
sendo que ldquoas avaliaccedilotildees preceptivascognitivas referem-se agraves crenccedilas ou conhecimentos
sobre os atributos de um destino enquanto a avaliaccedilatildeo afetiva refere-se a sentimentos em
relaccedilatildeo aos mesmos ou ao viacutenculo que existe com os mesmosrdquo (Id Ibid 870) Ao longo
do tempo o turista vai criando as suas imagens atraveacutes das suas proacuteprias crenccedilas ideias
e impressotildees atraveacutes de diversas fontes de informaccedilatildeo que vai recolhendo no decorrer das
suas experiecircncias (Crompton 1979 Kotler et al 1993 Assael 1984 citados por Baloglu
e McCleary 1999)
20
Contudo estas fontes de informaccedilatildeo influenciam a formaccedilatildeo da imagem no que
diz respeito apenas agraves determinantes cognitivas nunca influenciando a parte afetiva da
imagem e satildeo elas que vatildeo fornecer diferentes estiacutemulos aos turistas seja por intermeacutedio
da promoccedilatildeo turiacutestica ou atraveacutes do passa-a-palavra e opiniotildees de amigos ou familiares
proacuteximos (Woodside e Lysonskis 1989 Um e Crompton 1990 Um 1993 citados por
Baloglu e McCleary 1999) Eacute o tipo quantidade e qualidade de informaccedilatildeo que vai
determinar o tipo de imagem que o turista vai criar sobre um destino (Burgess 1978
citado por Baloglu e McCleary 1999) Outros fatores que tecircm uma enorme importacircncia
na influecircncia da criaccedilatildeo da imagem de um destino satildeo as motivaccedilotildees do turista e as
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas Fatores como o geacutenero e a idade influenciam de forma
diferente a imagem pois funcionam como antecedentes no processo cognitivo (Fisk
1961-62 e Sheth 1983 citados por Baloglu e McCleary 1999)
Eacute tambeacutem graccedilas agraves motivaccedilotildees que o turista decide visitar um determinado local
e participar em atividades turiacutesticas funcionando por este motivo como um dos fatores
influenciadores da formaccedilatildeo da imagem natildeo soacute antes da visita como tambeacutem apoacutes a
mesma (Beard e Raghep 1983 Crandall 1980 Iso-Ahola 1982 Stabler 1990 Um
1993 Um e Crompton 1990 Mill e Morrison 199232-56 citados por Baloglu e
McCleary 1999) Em suma eacute cada vez mais importante para o gestor de um destino
turiacutestico compreender o processo de formaccedilatildeo da imagem do mesmo nos turistas pois eacute
este entendimento que vai permitir ldquo[aos] profissionais de marketing incorporar fatores
motivadores significativos nas comunicaccedilotildees [de promoccedilatildeo e publicidade]rdquo (Id Ibid
892)
Sendo que as fontes de informaccedilatildeo tecircm um papel crucial na formaccedilatildeo da imagem
do destino estas devem ser diversificadas e devem existir em quantidade e qualidade de
modo a que permitam ao turista consultar muacuteltiplas fontes de informaccedilatildeo para que a
imagem construiacuteda seja o mais positiva possiacutevel No entanto as recomendaccedilotildees feitas por
amigos familiares ou fontes proacuteximas ao turista tecircm uma importacircncia muito maior do
que as que consultam de forma individual Desta forma eacute essencial ldquoproporcionar uma
experiecircncia agradaacutevel para os turistas [uma vez que] tem um efeito importante no
desenvolvimento de imagens positivas para os natildeo visitantesrdquo (Id Ibid 892)
21
A imagem de um destino turiacutestico deve ser trabalhada em primeiro lugar de
maneira a espelhar da forma mais fidedigna possiacutevel a realidade do destino com a oferta
e produtosserviccedilos que o turista poderaacute encontrar com o intuito de criar uma sensaccedilatildeo
de satisfaccedilatildeo com o que visualiza mesmo antes da visita propriamente dita ao local Em
segundo os gestores de destinos devem priorizar a forma como o destino eacute visualizado
pelos turistas que jaacute o visitaram atraveacutes de uma oferta diversificada e apropriada agraves
motivaccedilotildees e necessidades dos mesmos natildeo soacute para se fidelizarem ao destino e
regressarem mas tambeacutem para que a transmissatildeo da sua experiecircncia a potenciais turistas
seja o mais positiva possiacutevel motivando-os a visitaacute-lo
33 Perfil do turista
A fim de se compreender o comportamento e as motivaccedilotildees dos turistas eacute
essencial analisar os perfis psicograacuteficos dos mesmos de forma a conseguir organizaacute-los
por segmentos e tipologias de acordo com as suas caracteriacutesticas Eacute neste acircmbito que
surge a teoria defendida por Plog (1972) na qual estabeleceu duas tipologias de turistas
distintas os psicocecircntricos e os alocecircntricos (Cunha 2013) Segundo esta teoria o
primeiro grupo de turistas caracteriza-se por pessoas que se focam principalmente nos
seus problemas e preocupaccedilotildees quotidianas sendo que limitam a sua busca por destinos
e realidades diferentes das suas pois quando elegem um novo destino a visitar optam
sempre por algo que jaacute lhes eacute familiar conhecido e mais visitado As suas escolhas tendem
a estar relacionadas com as ofertas mais estandardizadas e natildeo demonstram interesse em
realizar atividades diferentes ou relacionar-se com a realidade do local que estatildeo a visitar
(Id Ibid)
Jaacute o segundo grupo eacute constituiacutedo por pessoas que se caracterizam por ser o oposto
das anteriormente referidas Procuram atividades diferentes e demonstram interesse em
conhecer novas realidades sendo que as suas motivaccedilotildees se relacionam com a busca pela
aventura e o entusiasmo em viajar com o intuito de descobrir algo novo (Id Ibid)
Contudo estas duas tipologias representam os extremos dos perfis dos turistas sendo que
existem trecircs outros grupos intermediaacuterios A grande maioria dos turistas insere-se no
grupo dos cecircntricos que procuram a descontraccedilatildeo e o prazer de forma a escaparem das
preocupaccedilotildees diaacuterias e do stress provocado pela rotina apreciarem a beleza dos locais
que visitam e disfrutar da viagem durante todo o processo da mesma (desde a fase de
planeamento ateacute agrave fase posterior de criar recordaccedilotildees) (Id Ibid)
22
De seguida os quase-psicocecircntricos demonstram um grande interesse pelos
destinos mais conhecidos e visitados preocupam-se com a qualidade dos serviccedilos e com
a interaccedilatildeo social uma vez que um dos seus principais motivos se relaciona precisamente
com a ldquosatisfaccedilatildeo do ego e procura do status [assim como a] procura de conforto socialrdquo
(Id Ibid 107) Os turistas quase-alocecircntricos preferem destinos pouco conhecidos e
visitados e privilegiam a praacutetica de atividades desportivas Eacute um grupo que pretende
experienciar estilos de vida diferentes No entanto os comportamentos e caracteriacutesticas
de cada grupo de turistas vatildeo-se alterando ao mesmo tempo que os destinos se
desenvolvem
Quando um destino se encontra na primeira etapa de desenvolvimento no
designado ciclo de vida de um destino turiacutestico de Butler (1980) a tipologia de turistas
que se sente mais atraiacuteda a visitar o mesmo satildeo precisamente os alocecircntricos pela
novidade e o desejo de conhecer e descobrir algo diferente Mas agrave medida que o destino
atinge outras fases de desenvolvimento os turistas atraiacutedos vatildeo passar a ser os quase-
alocecircntricos e mais tarde com toda a massificaccedilatildeo e popularidade do destino passam a
ser cecircntricos (Cunha 2013) Estes grupos de turistas vatildeo tambeacutem fornecer um contributo
para a sustentabilidade e desenvolvimento dos proacuteprios destinos sendo que segundo o
autor previamente citado os alocecircntricos ou quase-alocecircntricos satildeo os que vatildeo contribuir
para a preservaccedilatildeo de destinos com atributos mais lsquofraacutegeisrsquo como por exemplo recursos
naturais ou culturais que requerem cuidados especiacuteficos de preservaccedilatildeo sendo que
contribuem para manter o destino pouco ou nada massificado
Jaacute os cecircntricos e psicocecircntricos uma vez que se focam na utilizaccedilatildeo de
infraestruturas e equipamentos turiacutesticos natildeo satildeo um grande contributo para o
desenvolvimento do destino pois despendem quase todo o seu tempo nestes mesmos
equipamentos no entanto podem contribuir para o desenvolvimento destes
empreendimentos de grande escala e aumentar a sua frequecircncia (Id Ibid) Mais tarde
Plog (1972) atraveacutes de um dos seus estudos associou os perfis psicograacuteficos aos destinos
com base no tipo de pessoas que os visitam e concluiu que ldquoa generalidade dos destinos
tem tendecircncia a passar de alocecircntrico a cecircntricordquo (Cunha 2013 109) Poreacutem apesar desta
associaccedilatildeo permitir prever os comportamentos nas viagens natildeo engloba as diferentes
motivaccedilotildees que possam existir pois as pessoas viajam por motivos diversos e podem
existir destinos que consigam dar resposta agraves diversas necessidades dos viajantes
(McIntosh Goeldner e Ritchie 1995 citados por Cunha 2013)
23
34 Experiecircncia turiacutestica
Relativamente aos estudos empiacutericos sobre a experiecircncia turiacutestica que se
comeccedilaram a desenvolver essencialmente no iniacutecio dos anos 60 do seacuteculo passado
existem duas correntes distintas defendidas as modernistas e as poacutes-modernistas sendo
que existe alguma controveacutersia entre diversos autores e sobre a aplicaccedilatildeo destas teorias
(Uriely 2005) De acordo com o mesmo autor alguns desenvolvimentos na
conceptualizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica designados por poacutes-modernistas direcionam-
se cada vez mais para interpretaccedilotildees mais relativas e complementares afastando-se de
abordagens que se focam na verdade absoluta sendo que natildeo significa que as teorias poacutes-
modernistas tenham substituiacutedo por completo as modernistas na atualidade
Neste contexto as linhas poacutes-modernistas seguem abordagens de desconstruccedilatildeo
subjetividade ceticismo intertextualidade e relativismo (Bauman 1987 1992 Denzin
1991 Flax 1990 Frazer 1989 Hollinshead 2002 Ryan 2002 Uriely 1997 citados por
Uriely 2005) muito associadas ao desenvolvimento cultural por oposiccedilatildeo agraves modernistas
que se focam no empirismo e em abordagens generalistas e universais aplicadas ao
turismo Enquanto os autores poacutes-modernistas se opotildeem aos modernistas pelos motivos
acima referidos o oposto tambeacutem ocorre na medida em que os autores modernistas
consideram os ideais poacutes-modernistas insuficientes para estruturar o conhecimento ao
niacutevel das ciecircncias sociais (Antonio 1991 Gitlin 1989 citados por Uriely 2005) jaacute que
segundo os mesmos estas abordagens falham em ldquoelaborar e transformar novas direccedilotildees
para a accedilatildeo poliacutetica ou reforma socialrdquo (Best 1994 citado por Uriely 2005 202)
De forma a melhor compreender o que as teorias poacutes-modernistas defendem
Uriely (2005) descreveu algumas das conceptualizaccedilotildees da experiecircncia turiacutestica que mais
se verificam aplicadas na atualidade sendo que no seu trabalho o autor nunca defende
esta teoria como sendo a mais correta mas sim como uma ferramenta que permite
analisar em comparaccedilatildeo com as teorias modernistas a experiecircncia turiacutestica Por um lado
as teorias modernistas defendem o turismo como uma atividade de diferenciaccedilatildeo da vida
quotidiana na medida em que se trata de inverter temporariamente as situaccedilotildees do dia-a-
dia com o intuito de experienciar coisas novas e diferentes do habitual (Cohen 1979
Smith 1978 citados por Uriely 2005) bem como ldquosuspender o poder de normas e
valores que regem o seu quotidiano e pensar sobre as suas proacuteprias vidas e sociedades de
uma perspetiva diferenterdquo (Turner e Ash 1975 citados por Uriely 2005 203)
24
Por outro lado autores poacutes-modernistas comeccedilaram a defender processos de de-
diferenciaccedilatildeo em oposiccedilatildeo aos ideais modernistas (Lash e Urry 1994 Munt 1994 Urry
1990 citados por Uriely 2005) Neste acircmbito as experiecircncias que no passado soacute
poderiam ser vividas no contexto do turismo cada vez mais comeccedilaram a estar
disponiacuteveis em vaacuterios momentos da vida quotidiana o que significa que ldquomuitas
experiecircncias relacionadas com turistas [tornaram-se] acessiacuteveis sem a necessidade de
viajar para destinos separadosrdquo (Id Ibid 203) Antigamente natildeo existia uma
preocupaccedilatildeo em compreender as diferentes motivaccedilotildees e necessidades dos turistas e as
teorias focavam-se todas na generalizaccedilatildeo dos tipos de experiecircncias e turistas Com todo
o desenvolvimento teoacuterico poacutes-modernista o foco passou a estar nas diferentes
motivaccedilotildees e nos diferentes tipos de turistas que procuram diferentes tipos de
experiecircncias passando a tratar-se de um fenoacutemeno diverso (Id Ibid)
Tambeacutem o papel da subjetividade ganha outra relevacircncia pois se anteriormente a
induacutestria tinha um enorme poder de manipulaccedilatildeo e controle na medida em que a oferta
era providenciada e formada pela mesma para consumidores passivos posteriormente
esta realidade alterou-se e cada vez mais os turistas ldquoconstroem a sua experiecircncia pessoal
juntando fragmentos de diferentes modos ou produtos fornecidos pela induacutestria e
remontam-nos como quiseremrdquo (Uriely et al 2002 Feifer 1985 citados por Uriely
2005 206) O que se verificava era uma uniformizaccedilatildeo da experiecircncia turiacutestica como se
apenas de um uacutenico tipo se tratasse sendo que se passou a defender teorias focadas na
pluralizaccedilatildeo da experiecircncia e subjetividade que obrigam a repensar todo o processo de
gestatildeo marketing e planeamento uma vez que surgiram novas tipologias de turistas e
modos de experiecircncias (Id Ibid)
Contudo Uriely (2005) sugere que estas duas teorias (modernistas e poacutes-
modernistas) sejam complementaacuterias uma agrave outra em vez de se invalidarem e
contrastarem mutuamente defendendo que o termo modernista tardio sugerido por
Giddens (1990) e Wang (2000) eacute mais apropriado do que poacutes-modernista Desta forma
eacute essencial compreender algumas bases das teorias mais antigas e complementaacute-las com
as mais recentes tendo em atenccedilatildeo a complexidade e diversidade no turismo
25
Tambeacutem em oposiccedilatildeo agraves tendecircncias de generalizaccedilatildeo e de aplicaccedilatildeo de modelos
universais no turismo Cohen (1979) apresentou uma teoria que defende a multiplicidade
abordagens multilineares e diferentes tipologias Para tal o mesmo autor criou uma
abordagem que distingue cinco tipos de experiecircncias turiacutesticas a recreacional a
diversiva a experiencial a experimental e por uacuteltimo a existencial Estas tipologias
relacionam-se com a proacutepria perceccedilatildeo do turista relativamente agrave sua experiecircncia turiacutestica
e agrave forma como age na sociedade onde estaacute inserido e tambeacutem com o mundo que o rodeia
(Id Ibid) Neste contexto a experiecircncia recreacional encontra-se associada ao escape das
pressotildees do quotidiano sendo que a viagem em si acaba por natildeo ter um grande significado
para o turista
Segundo o mesmo autor este tipo de turista identifica-se mais com a sua cultura
local (pois o seu centro espiritual encontra-se no seu local habitual) do que com as
restantes sendo que natildeo lhes atribui qualquer relevacircncia Por outro lado na experiecircncia
diversiva o centro espiritual do turista natildeo se encontra nem no seu local habitual nem no
exterior logo a viagem que realiza tem como principal motivaccedilatildeo a diversatildeo e o lazer
tratando-se de ldquouma mera fuga do teacutedio e da falta de sentido da existecircncia quotidiana da
rotina para um periacuteodo de feacuterias de esquecimentordquo (Id Ibid 22) Os seguintes tipos de
experiecircncia satildeo os que mais se aproximam agrave conceccedilatildeo do turista enquanto peregrino que
segundo Cohen (1979) mais se aproxima ao que McCannel (1973 1976) apresentou
anteriormente
No modo experiencial o turista tem consciecircncia de que na sua vida quotidiana
estaacute impedido de experienciar a autenticidade entatildeo procura-a nos outros e no exterior
conduzindo-o ao modo seguinte o experimental atraveacutes do qual busca experiecircncias
alternativas e diferentes das que habitualmente pratica assim como diferentes formas de
viver como meio de encontrar um novo sentido para a sua vida pessoal Por fim o modo
existencial trata-se do culminar dos dois modos anteriormente referidos uma vez que o
turista adquire um novo centro espiritual (Cohen 1979) Neste contexto o autor chegou
agrave conclusatildeo que existem quatro tipos de situaccedilotildees turiacutesticas possiacuteveis A primeira trata-se
de situaccedilotildees turiacutesticas autecircnticas nas quais a experiecircncia vivida eacute geralmente realizada
fora de locais tipicamente turiacutesticos tratando-se de situaccedilotildees reais e aceites como
autecircnticas pelo turista
26
De seguida a autenticidade encenada previamente defendida por McCannel
(1973 1976) tratam-se de experiecircncias propositadamente preparadas pelos
estabelecimentos turiacutesticos de forma a simular uma situaccedilatildeo autecircntica sendo que o turista
natildeo tem conhecimento da encenaccedilatildeo criada e por esse motivo acredita que eacute autecircntica
Outra das situaccedilotildees eacute a de negaccedilatildeo de autenticidade e ocorre quando o turista jaacute
experienciou falsos episoacutedios de autenticidade e passa a duvidar da autenticidade das
experiecircncias que vai vivendo mesmo quando natildeo se trata de uma situaccedilatildeo de encenaccedilatildeo
tornando-se por esse motivo mais atento agraves manipulaccedilotildees que possam acontecer
Por fim as situaccedilotildees artificiais satildeo previamente admitidas pelos estabelecimentos
turiacutesticos e o proacuteprio turista estaacute consciente de que se trata de uma encenaccedilatildeo mas aceita
porque se tratam de representaccedilotildees ou reencenaccedilotildees de tradiccedilotildees costumes ou
peculiaridades que tenham sofrido alteraccedilotildees ou que tenham desaparecido tratando-se
portanto de uma forma de os recuperar (Cohen 1979) Esta tipologia apresentada por
este autor permite natildeo soacute classificar os tipos de experiecircncias possiacuteveis mas tambeacutem
prever mudanccedilas que possam ocorrer no comportamento dos turistas e ateacute mesmo nas
situaccedilotildees turiacutesticas Em suma o que se pode concluir relativamente agrave experiecircncia turiacutestica
eacute que esta eacute criada cada vez mais com o proacuteprio turista a desempenhar o papel de
coprodutor num processo de busca pelo bem-estar a pelo hedonismo num contexto de
rede onde diferentes stakeholders atuam em diversas aacutereas e se conectam entre si
(pessoas serviccedilos infraestruturas lugares etc)
Todo este processo interliga natildeo soacute as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas isto
eacute todas as componentes emocionais psicoloacutegicas e sociais mas tambeacutem todo o ambiente
da experiecircncia turiacutestica que poderaacute ser consumido pelos mesmos Desta forma o conceito
de experiecircncia turiacutestica e o comportamento do consumidor fundem-se pois influenciam-
se mutuamente sendo que ldquose podem alterar devido a diversos fatores (hellip) como as
variaccedilotildees comportamentais ([em relaccedilatildeo agrave] expectativa perceccedilatildeo e motivaccedilatildeo)
caracteriacutesticas sociodemograacuteficas (educaccedilatildeo rendimentos) estilo de vida (baacutesico
moderado ou extravagante) e externalidades (clima regulamentos e o meio ambiente)rdquo
(Prebensen et al 2014 14)
27
Assim outra das dimensotildees que ganhou cada vez mais relevacircncia neste acircmbito foi
o conceito de valor e o valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica passando o foco das
pesquisas e trabalhos nesta aacuterea a estar cada vez mais na qualidade de vida e na satisfaccedilatildeo
do turista (Id Ibid) Bjoumlrk (2014) apresentou a hierarquia de valor da experiecircncia
turiacutestica na qual explica que existe uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia turiacutestica e a satisfaccedilatildeo
de vida mediada pelas interaccedilotildees entre a qualidade de vida a felicidade e o bem-estar de
cada pessoa sendo que o valor da experiecircncia eacute ldquoexperienciado antes da compra no
momento da compra no momento da utilizaccedilatildeo e depois da utilizaccedilatildeordquo (Sanchez et al
2006 citado por Bjoumlrk 2014 26)
O que significa que aquando a anaacutelise da experiecircncia turiacutestica eacute necessaacuterio ter em
consideraccedilatildeo o conceito de valor na mesma pois este encontra-se presente em todas as
etapas da experiecircncia e pode influenciar o resultado final da mesma bem como a
perceccedilatildeosatisfaccedilatildeo do turista Todavia Bjoumlrk (2014) considera que ainda existe pouca
investigaccedilatildeo relativamente aos seguintes aspetos de que forma as experiecircncias turiacutesticas
satildeo lembradas pelas pessoas como eacute que as mesmas influenciam o bem-estar a
felicidade a qualidade de vida e a satisfaccedilatildeo de vida e ainda a dimensatildeo do conceito de
valor de experiecircncia turiacutestica que ainda natildeo apresenta abordagens muito aprofundadas
35 Satisfaccedilatildeo do turista
A satisfaccedilatildeo de um turista encontra-se relacionada com a sua perceccedilatildeo acerca do
que experienciou com os proacuteprios atributos que o destino apresenta e a performance dos
mesmos assim como a qualidade dos serviccedilos prestados (como alojamento transportes
restaurantes atividades etc) Eacute atraveacutes da satisfaccedilatildeo geral da experiecircncia turiacutestica que o
turista vai determinar a sua intenccedilatildeo de regressar ou natildeo ao destino em questatildeo pois ldquoum
dos fatores mais decisivos numa futura visita a um destino pelos turistas eacute a sua satisfaccedilatildeo
em estadias anteriores nesse mesmo destinordquo (Alegre e Garau 2010 52)
Assim a satisfaccedilatildeo bem como a qualidade dos serviccedilos e a intenccedilatildeo
comportamental satildeo os fatores que permitem avaliar as experiecircncias dos visitantes
(Crompton e Love 1995 Baker e Crompton 2000 Tomas et al 2002 Yoon e Uysal
2005 Meng et al 2008 Hutchinson et al 2009 Williams e Soutar 2009 Alegre e
Garau 2010 McMullan e OrsquoNeill 2010 Zabkar et al 2010 citados por Jensen 2010)
28
Contudo este tipo de avaliaccedilotildees pode provocar certos erros de anaacutelise na medida
em que existem fatores que natildeo satildeo considerados como toda a dinacircmica social (Belk
1975 Fournier e Mick 1999 citados por Jensen 2010) fatores emocionais e
psicoloacutegicos a diversidade de expectativas (Boulding et al 1993 Buttle 1996 Fournier
e Mick 1999 citados por Jensen 2010) caracteriacutesticas negativas da experiecircncia no
destino (Alegre e Garau 2010) a possibilidade de ocorrerem surpresas agradaacuteveis para o
consumidor durante a experiecircncia (Oliver 1997 citado por Jensen 2010) e por uacuteltimo os
aspetos holiacutesticos de toda a experiecircncia de serviccedilos (Buttle 1996 Fournier e Mick 1999
Vittersoslash et al 2000 Maunier e Camelis 2013 citados por Jensen 2010)
Neste contexto alguns autores opotildeem-se ao facto de que a satisfaccedilatildeo representa e
indica apenas o sucesso ou insucesso da experiecircncia geral defendendo que a satisfaccedilatildeo eacute
influenciada por diversos fatores (Nowacki 2009 citado por Jensen 2010) que na grande
maioria dos casos satildeo difiacuteceis de controlar quer por parte dos fornecedores de serviccedilos
como tambeacutem dos proacuteprios gestores do destino como satildeo exemplo o clima ou mesmo o
estado de espiacuterito de cada pessoa (Tomas et al 2002 citado por Jensen 2010) Seguindo
este enquadramento a satisfaccedilatildeo ocorre quando se torna possiacutevel dar resposta agraves
necessidades impliacutecitas e expliacutecitas dos turistasvisitantes
Sendo que existem fatores que natildeo satildeo controlaacuteveis cabe aos gestores de destinos
e aos proacuteprios serviccedilos focar-se nas expectativas do consumidor de forma a conseguir
surpreender o mesmo antecipar e preparar eventuais acontecimentos e necessidades com
o intuito de superar positivamente as expectativas iniciais Eacute importante ter em atenccedilatildeo
que a opiniatildeo do consumidor representa um fator decisivo na avaliaccedilatildeo da experiecircncia
turiacutestica pois funciona como um elemento avaliador No entanto como cada pessoa eacute
uacutenica e possui expectativas e necessidades diversas eacute essencial estar preparado para
satisfazer as mesmas atraveacutes de estrateacutegias que cada vez mais se distingam pelos fatores
de diferenciaccedilatildeo valorizaccedilatildeo e inovaccedilatildeo
Contudo a satisfaccedilatildeo ocorre quando as necessidades satildeo cumpridas e desta forma
natildeo se pode desvincular a satisfaccedilatildeo da motivaccedilatildeo (Dunn Ross e Iso-Ahola 1991 Kao
Patterson Scott e Li 2008 Li e Ryan 2015 citados por Pestana et al 2018) Para alguns
autores eacute ldquoa satisfaccedilatildeo que intercede na relaccedilatildeo entre as motivaccedilotildees emoccedilotildees e intenccedilotildees
comportamentais fortalecendo ao mesmo tempo a associaccedilatildeo positiva entre as
motivaccedilotildees push e pullrdquo (Pestana et al 2018 1)
29
Desta forma a satisfaccedilatildeo e a motivaccedilatildeo estatildeo associadas no sentido em que eacute a
motivaccedilatildeo que leva agrave escolha de um destino e agrave criaccedilatildeo de motivos para viajar que por
sua vez criam uma determinada expectativa relativamente ao resultado final da viagem
ou seja agrave satisfaccedilatildeo final (Blanco et al 2003 citado por Botelho 2013) Relativamente
agrave avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo uma das ferramentas mais utilizadas para tal eacute a realizaccedilatildeo de
inqueacuteritos por questionaacuterio aos turistasvisitantes O que alguns autores defendem eacute que
deve existir uma preocupaccedilatildeo na estrutura destes inqueacuteritos dado que tendem a focar
apenas os atributos e aspetos positivos do destino natildeo permitindo conhecer a opiniatildeo dos
inquiridos relativamente a outros aspetos que podem natildeo se encontrar positivos (Alegre
e Garau 2010)
Assim sendo deve-se ter em atenccedilatildeo a dimensatildeo de dualidade da satisfaccedilatildeo
(Crotts e Pan 2007 Crotts et al 2008 Pritchard e Havitz 2006 Tribe e Snaith 1998
Truong 2005 Truong e Foster 2006 citados por Alegre e Garau 2010) o que significa
que os fatores que provocam satisfaccedilatildeo e os que provocam insatisfaccedilatildeo natildeo estatildeo
relacionados (Chan e Baum 2007 citados por Alegre e Garau 2010) A anaacutelise dos
fatores que provocam insatisfaccedilatildeo apresenta um maior impacto na intenccedilatildeo de regressar
do que na satisfaccedilatildeo geral mas natildeo significa que a ocorrecircncia de acontecimentos
negativos durante a experiecircncia turiacutestica determine a satisfaccedilatildeo geral mas pode tornar o
destino menos atrativo e por sua vez diminuir a probabilidade de voltar a visitar (Id Ibid)
Em siacutentese para se obter uma anaacutelise correta da satisfaccedilatildeo do turista eacute necessaacuterio
ter em atenccedilatildeo qual o impacto que tanto os aspetos positivos do destino como os negativos
tecircm no mesmo tendo por base as satisfaccedilotildees pull e push associadas agrave teoria das
motivaccedilotildees para que seja possiacutevel corrigir os aspetos negativos e ateacute mesmo ldquorevelar a
singularidade de um destino e fornecer orientaccedilatildeo para futuras campanhas de marketing
e administraccedilatildeo [sendo que se] pode descobrir uma melhor representaccedilatildeo da verdadeira
experiecircncia de forma a tornar-se uacutetil para os gestores de destino [permitindo] um niacutevel
mais rico de sub-anaacutelise de segmentos de mercadordquo (Crotts e Pan 2007 543)
30
Capiacutetulo IV - Marketing e Comunicaccedilatildeo de destinos
41 Conceito de marketing em destinos
O conceito de marketing de destinos turiacutesticos foi primeiramente definido como
um processo de gestatildeo atraveacutes do qual as empresas turiacutesticas e as DMO conseguem
identificar os seus turistas sejam eles reais ou potenciais comunicar com os mesmos a
fim de compreender as suas necessidades motivaccedilotildees e gostos e criar produtos que se
adaptem a estas mesmas caracteriacutesticas com o principal objetivo de atingir a satisfaccedilatildeo
turiacutestica e cumprir os seus objetivos (Wahab Crampon e Rothfield 1976 citados por
Pike e Page 2014) Contudo no momento de descrever o conceito de marketing satildeo
vaacuterias as definiccedilotildees que surgem pois trata-se de um termo bastante abrangente que natildeo
envolve apenas a publicidade ou a promoccedilatildeo de produtos como muitas vezes eacute
erroneamente definido
Segundo a OMT o marketing surge como uma ferramenta de gestatildeo que tendo
por base a procura turiacutestica ldquotorna possiacutevel atraveacutes da investigaccedilatildeo previsatildeo e seleccedilatildeo
colocar os produtos turiacutesticos no mercado em consonacircncia com o propoacutesito da
organizaccedilatildeo com o objetivo de alcanccedilar o maior benefiacuteciordquo (Coltman 1989 11) Na
perspetiva de Coltman (1989) o marketing turiacutestico trata-se de uma atividade que
estabelece objetivos e metas a cumprir que vatildeo ao encontro daquilo que satildeo as proacuteprias
intenccedilotildees natildeo soacute das empresas e dos fornecedores mas tambeacutem dos turistas tratando-se
de um sistema que se desenvolve atraveacutes de processos que requerem investigaccedilatildeo
pesquisa de mercado e planeamento de modo a que se permita criar estrateacutegias que vatildeo
ao encontro das necessidades dos consumidores e ao mesmo tempo contribuam para o
bom funcionamento do destino turiacutestico
Seguindo a abordagem de sistemas o marketing turiacutestico funciona como uma
operaccedilatildeo onde diferentes atividades se encontram interrelacionadas e cooperam entre si
sendo que esta abordagem ldquopermite a uma organizaccedilatildeo expandir a sua penetraccedilatildeo no
mercado e lidar com ecircxito com a concorrecircnciardquo (Id Ibid) Atraveacutes do conhecimento sobre
as motivaccedilotildees e necessidades dos turistas os marketeers conseguem proceder agrave criaccedilatildeo
de uma oferta que para aleacutem de ir ao encontro destas mesmas necessidades permite
tambeacutem atribuir valor acrescentado agrave experiecircncia turiacutestica sendo que deve tratar-se de
algo que a concorrecircncia natildeo disponha na sua oferta (Marques 2005 citado por Peres e
Rita 2017)
31
No que diz respeito ao marketing de destinos turiacutesticos tratando-se o turismo de
uma aacuterea onde diferentes atores interagem e diferentes interesses convergem este
representa ldquoo ponto nevraacutelgico do marketing turiacutestico uma vez que eacute o destino que
concentra e suporta todos os diferentes interesses envolvidos na atividade turiacutesticardquo
(Seaton 1996 citado por por Peres e Rita 2017 173) Desta forma no processo de
planeamento e gestatildeo de um destino turiacutestico o marketing desempenha funccedilotildees como
procurar respostas e conhecimentos para perceber quem satildeo os visitantes do destino de
que serviccedilos necessitam e quais satildeo as suas expectativas para toda a sua experiecircncia de
viagem (Seaton 1996)
Poreacutem ainda que as entidades e empresas se organizem no sentido de conceber as
suas estrateacutegias de accedilatildeo e delinearem todos os seus objetivos atraveacutes dos processos de
planeamento existem fatores externos que influenciam o sucesso das accedilotildees de marketing
afetando o seu desempenho dado que muitas vezes se encontram fora do controlo das
proacuteprias empresas e organizaccedilotildees como satildeo exemplos a procura a concorrecircncia fatores
legais e poliacuteticos etc (Coltman 1989) Segundo este mesmo autor a eficaacutecia do
marketing eacute alcanccedilada dependendo da capacidade de inovaccedilatildeo e adaptaccedilatildeo das empresas
aos fatores externos prevendo o comportamento destes elementos de forma a perceber
como podem ser controlados ou evitados apostando nos fatores internos que por
oposiccedilatildeo satildeo controlaacuteveis (como eacute o caso dos recursos financeiros e humanos)
No caso dos destinos turiacutesticos o marketing eacute de extrema importacircncia pois uma
vez bem aplicado eacute uma das ferramentas que possui maior capacidade de atraccedilatildeo de
visitantes e que mais contribui para o desenvolvimento do destino No entanto no turismo
deve-se aplicar o marketing estrateacutegico que permite fazer uma gestatildeo do proacuteprio mercado
acompanhar as tendecircncias do mesmo perceber como este funciona assim como o que
existe estabelecendo um ponto de equiliacutebrio entre a oferta e a procura Neste sentido
para aleacutem de funcionar como uma estrateacutegia de atraccedilatildeo ldquoo marketing turiacutestico deve ser
utilizado como uma estrateacutegia de direccedilatildeo entre o planeamento e a gestatildeo do destino e dos
produtos de forma a conciliar os objetivos territoriais e a estimular a atividade turiacutestica
(hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 174)
32
Deste modo o marketing turiacutestico nos destinos deve seguir uma abordagem
holiacutestica na medida em que o impacto das suas estrateacutegias vai atingir natildeo soacute a oferta e a
procura assim como todo o ambiente externo ao destino mas tambeacutem toda a envolvente
interna associada agraves comunidades locais do destino em questatildeo Esta dimensatildeo eacute de
extrema relevacircncia pois estaacute associada agrave sustentabilidade do destino e segundo Seaton ldquoo
marketing turiacutestico responsaacutevel deve e seraacute cada vez mais obrigado a ter em conta as
necessidades das populaccedilotildees de acolhimento se natildeo for para produzir efeitos ambientais
e socioculturais negativosrdquo (1996 5)
Outro aspeto relevante no que concerne esta temaacutetica eacute o facto de existir uma
constante competiccedilatildeo entre os diversos destinos turiacutesticos no mundo O papel do
marketing no posicionamento competitivo dos destinos eacute relevante pois influencia
diretamente a escolha do visitanteturista De acordo com Kozak e Andreu (2006) a
escolha de um destino por parte do turista depende da consciecircncia e conhecimento do
mesmo acerca do destino (que surge por recomendaccedilatildeo de familiares e amigos
convicccedilotildees pessoais ou atraveacutes das campanhas de publicidade) sendo que tem agrave sua
disposiccedilatildeo um leque variado de opccedilotildees e desta forma no momento em que elege um
destino para visitar todos os restantes perdem a oportunidade de serem escolhidos
Neste contexto cabe tambeacutem ao marketing analisar a concorrecircncia de forma a
compreender quais as eventuais oportunidades ou ameaccedilas que podem surgir no mercado
de forma a que seja possiacutevel para o destino ldquocompetir e obter uma primazia saudaacutevel em
relaccedilatildeo a outros destinos concorrentesrdquo (Peres e Rita 2017 174) Neste acircmbito a
competitividade entre os destinos deve existir de forma positiva e incluir ldquoa
sustentabilidade dos recursos locais de forma a assegurar a manutenccedilatildeo do sucesso a
longo prazo bem como obter retornos equitativos dos recursos utilizados para satisfazer
todos os stakeholdersrdquo (Buhalis 2000 106) Compete agraves DMO e empresas de turismo
de cada destino planear e colocar em praacutetica as accedilotildees de propaganda tendo em conta as
limitaccedilotildees e necessidades de cada destino assim como a dinacircmica do mercado de forma
a gerar satisfaccedilatildeo entre os turistasvisitantes e os proacuteprios anfitriotildees (Buhalis 2000)
Segundo este mesmo autor a gestatildeo de um destino turiacutestico eacute dos processos mais
complexos de se realizar uma vez que engloba diversos atores e interesses que facilmente
entram em conflito entre si sendo que ldquoum compromisso que abranja todos esses
interesses eacute extremamente difiacutecil se natildeo impossiacutevel mas eacute fundamental para o sucesso a
longo prazordquo (Id Ibid 99)
33
Para que seja possiacutevel atingir o sucesso devem ser seguidas as diferentes fases
que datildeo origem ao marketing de destinos sendo elas a anaacutelise do mercado atraveacutes da
observaccedilatildeo da oferta e da procura turiacutesticas o planeamento e desenvolvimento de
produtos turiacutesticos adequados o fornecimento de informaccedilatildeo atraveacutes da promoccedilatildeo e
campanhas de publicidade a difusatildeo dos diferentes canais de distribuiccedilatildeo que se
encontram disponiacuteveis e o preccedilo final (Buhalis 2000 citado por Peres e Rita 2017) Uma
vez estabelecidas todas as fases a cooperaccedilatildeo entre os diferentes fornecedores e entidades
torna-se crucial para atrair novos visitantes e incentivar agrave repeticcedilatildeo da visita ao mesmo
tempo que enquanto cooperam entre si contribuem para a qualidade e diferenciaccedilatildeo da
oferta evitando a exploraccedilatildeo excessiva dos recursos existentes (Buhalis 2000)
No entanto com todas as mudanccedilas no paradigma atual e para que um destino
consiga ser atrativo e reconhecido pelos visitantes eacute cada vez mais importante ter em
atenccedilatildeo trecircs fatores que influenciam o impacto do marketing na atualidade sendo eles a
globalizaccedilatildeo os avanccedilos tecnoloacutegicos e a desregulamentaccedilatildeo (Kotler 2000) Desta
forma segundo Buhalis ldquoo marketing inovador liderado pela pesquisa e pela utilizaccedilatildeo
de novas tecnologias seraacute a uacutenica maneira de gerir e comercializar destinos competitivos
no futuro para o benefiacutecio dos seus stakeholdersrdquo (2000 114)
42 Caracterizaccedilatildeo da oferta e da procura em marketing de destinos
A caracterizaccedilatildeo da oferta e procura num destino turiacutestico insere-se na anaacutelise do
mercado tratando-se de um processo de relevacircncia para o marketing do mesmo Eacute graccedilas
a estes dados que se torna possiacutevel fazer um levantamento dos recursos e criar produtos
turiacutesticos que vatildeo ao encontro natildeo soacute das necessidades exigecircncias e preferecircncias dos
turistasvisitantes do destino como tambeacutem da populaccedilatildeo local permitindo ao mesmo
tempo apurar mercados potenciais ou emergentes e adequar as estrateacutegias de marketing e
planeamento aos mesmos Contudo como foi referido previamente na atualidade o
turista estaacute cada vez mais exposto a um conjunto diversificado de informaccedilatildeo e por sua
vez de oferta o que faz com que se torne mais exigente e experiente criando ldquonovos
constrangimentos que resultam em larga medida de novos comportamentos e
necessidades da procura (hellip)rdquo (Peres e Rita 2017 175) Neste sentido a experiecircncia
turiacutestica destes intervenientes torna-se mais complexa sendo necessaacuterio proceder a uma
anaacutelise e compreensatildeo da mesma tendo por base ambas as perspetivas da oferta e da
procura (Walls et al 2011 citado por Peres e Rita 2017)
34
Esta anaacutelise e compreensatildeo da experiecircncia turiacutestica encontra-se interligada com o
comportamento do consumidor pois eacute este estudo que vai permitir perceber quais os
desejos necessidades e motivaccedilotildees dos turistas no momento de escolherem o que vatildeo
consumir na sua experiecircncia Eacute neste acircmbito que surge a segmentaccedilatildeo do mercado que
consiste em dividir o mercado de acordo com as diferentes motivaccedilotildees para conseguir
perceber o que os turistas procuram e gostam para que seja possiacutevel adaptar o produto da
melhor forma a cada mercado alvo
Este processo de segmentaccedilatildeo pode ser definido segundo dois criteacuterios a
nacionalidade e as motivaccedilotildees A primeira para se saber de onde vecircm e qual a razatildeo da
visita ao destino em questatildeo e a segunda para apurar se as motivaccedilotildees se alteram ou natildeo
ao longo do ano com o objetivo de perceber se existem outros perfis de turistas e fazer
comparaccedilotildees permitindo ao mesmo tempo reconhecer e medir oportunidades de
mercado Eacute esta segmentaccedilatildeo que vai permitir ldquoum maior ajustamento da oferta agrave procura
e consequentemente [contribuir] para o desenvolvimento de estrateacutegias de marketing
mais orientadas para as caracteriacutesticas desses grupos [originando] uma melhor aplicaccedilatildeo
de todos os recursos e accedilotildees sobre o mercadordquo (Donilcar 2008 citado por Peres e Rita
2017 175)
Atraveacutes do conhecimento dos recursos que o destino tem para oferecer a forma
como os mesmos estatildeo organizados assim como o comportamento da procura por estes
mesmos recursos permite ao marketing de destinos desenvolver estrateacutegias que se
complementam entre si e que aumentam a capacidade atrativa do destino facilitando a
fidelidade do turistavisitante assim como a sua intenccedilatildeo de regressar (Id Ibid) No
entanto eacute essencial compreender a complexidade da procura turiacutestica e o caraacuteter riacutegido
da oferta Neste acircmbito o marketing de destinos trabalha com serviccedilos e produtos e
enquanto estes uacuteltimos satildeo objetos fiacutesicos os serviccedilos possuem caracteriacutesticas que
determinam todo o planeamento estrateacutegico referente ao marketing e a definiccedilatildeo de
objetivos
Sendo a procura turiacutestica caracterizada pelo consumo de bens e serviccedilos criados
por empresas e entidades turiacutesticas esta natildeo se resume apenas a este tipo de consumo
Existem outras organizaccedilotildees que apresentam bens e serviccedilos que natildeo satildeo destinadas ao
turismo mas sim agrave populaccedilatildeo local poreacutem estes natildeo deixam de formar parte da procura
turiacutestica do destino (Cunha 2013)
35
Tambeacutem a oferta turiacutestica possuiacute caracteriacutesticas que a tornam riacutegida devido ao seu
caraacuteter endoacutegeno e imoacutevel tais como os atributos que funcionam como fatores de
atratividade nos destinos satildeo intriacutensecos aos mesmos e natildeo podem ser movimentados para
outros locais a perecibilidade e inseparabilidade da oferta uma vez que a produccedilatildeo e o
consumo ocorrem em simultacircneo sendo necessaacuteria a presenccedila do cliente para que ocorra
a prestaccedilatildeo do serviccedilo e por ser impossiacutevel armazenar stocks de forma a serem vendidos
posteriormente por uacuteltimo o seu caraacuteter intangiacutevel natildeo permite do ao visitanteturista
experimentar ou observar o produtoserviccedilo antes da aquisiccedilatildeo sendo que soacute o pode fazer
apenas quando se daacute o ato de consumo (Id Ibid)
Uma conjugaccedilatildeo equilibrada entre a gestatildeo da oferta e da procura turiacutesticas
influencia a satisfaccedilatildeo do turistavisitante do destino Uma vez que esta satisfaccedilatildeo
depende da qualidade da oferta e de tudo daquilo que o consumidor vai encontrar no
destino requer-se uma visatildeo holiacutestica acerca do mesmo tendo em conta as ldquoqualidades
ambientais acessibilidades limpeza e higiene traacutefego rodoviaacuterio qualidade urbaniacutestica
espaccedilos verdes [a proacutepria qualidade dos recursos humanos] etcrdquo (Id Ibid 179)
43 Comportamento do Consumidor
A anaacutelise do comportamento do consumidor parte integrante e essencial para a
eficiecircncia do marketing estrateacutegico eacute utilizada sobretudo para se compreender os padrotildees
de consumo Atraveacutes desta anaacutelise eacute possiacutevel perceber como eacute que os consumidores
tomam as suas decisotildees permitindo intervir junto dos mesmos e persuadi-los assim como
conceber e inovar produtos de acordo com o que satildeo as suas necessidades Segundo
Swarbrook e Horner (2007) o comportamento do consumidor em turismo define-se pelo
estudo que tenta responder agrave questatildeo de porque eacute que as pessoas compram o produto que
compram e como tomam a sua decisatildeo
Contudo esta pesquisa caracteriza-se por ser bastante complexa uma vez que as
decisotildees tomadas pelo consumidor-turista estatildeo interligadas com a sua componente
emocional e tambeacutem porque durante o processo de tomada de decisatildeo estaacute exposto a um
elevado nuacutemero de fatores e determinantes que influenciam o seu comportamento e que
dificultam a perceccedilatildeo de como eacute que afetam o consumidor (Id Ibid) Esta componente
emocional acompanha o consumidor desde o iniacutecio do processo de decisatildeo ateacute ao fim
36
No iniacutecio existem expectativas e receios pois o consumidor ainda natildeo sabe como
vai ser a sua experiecircncia e ainda natildeo usufruiu do que pagou No fim as suas expectativas
podem ser ou natildeo superadas assim como os receios que podem ou natildeo ocorrer o que
significa que a anaacutelise do comportamento do consumidor-turista eacute bastante complexa
devido agrave componente emocional e psicoloacutegica de cada consumidor e agrave intangibilidade dos
serviccedilosprodutos desta atividade
Geralmente o processo de decisatildeo desenvolve-se por trecircs etapas a preacute-
decisatildeocompra a decisatildeo e o poacutes-compra sendo que existem modelos que apresentam
ateacute cinco fases distintas uma vez que estas podem-se adaptar a diferentes aacutereas e natildeo
somente ao turismo Poreacutem existem diversos modelos de comportamento do consumidor
que podem ser adaptados ao caso concreto do turismo como eacute o caso do de Howard e
Sheth (1969) um dos modelos mais citados e que se pode observar na figura 3 Este
modelo ldquodestaca a importacircncia dos inputs no processo de compra do consumidor e sugere
maneiras pelas quais o consumidor ordena esses mesmos inputs antes de tomar uma
decisatildeo finalrdquo (Swarbrook e Horner 2007 42)
Figura 3 - - Modelo de Howard e Sheth (1969) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
37
Outros autores como Wahab Crampton e Rothfield (1976) e Mathieson e Wall
(1982) (citados por Swarbrook e Horner 2007) sugeriram outros modelos lineares do
processo de tomada de decisatildeo do consumidor-turista que podem ser observados nas
figuras 4 e 5
Figura 4 - Modelo de Mathieson e Wall (1982) (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Figura 5 - Modelo do comportamento do consumidor de Wahab Crampton e Rothfield (1976)
(Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Swarbrook e Horner 2007)
Todos estes autores apresentam nos seus modelos diferentes definiccedilotildees para cada
fase do processo mas todos eles satildeo coincidentes em diversos aspetos ao facto do
momento da compra ocorrer sempre apoacutes a tomada de decisatildeo do consumidor ser alvo
de fatores que o influenciam na sua decisatildeo (sejam internos ou externos) de existirem
diversas alternativas que dependem sempre da decisatildeo do consumidor optar por uma e
por fim que a escolha destas alternativas sofre uma avaliaccedilatildeo por parte do consumidor
que decorre da sua procura por fontes de informaccedilatildeo internas e externas (Woodside e
Lysonski 1989 Engel Blackwell e Miniard 1995 Gremler e Brown 1996 Beerli e
Martin 2004 Swarbrook e Horner 2007)
Existem poreacutem autores como Pizam e Mansfeld (1999) que criticam estes
modelos no sentido em que natildeo satildeo preditivos por se basearem em estereoacutetipos e
generalizaccedilotildees Estes autores ainda afirmam que o processo de decisatildeo varia
significativamente entre os diferentes grupos de turistas e que os modelos existentes
ignoram os consumidores com falta de motivaccedilatildeo assim como os constrangimentos
associados que satildeo vistos como uma falha significante no que diz respeito agrave investigaccedilatildeo
do comportamento do consumidor (Id Ibid 29) Seguindo esta linha de pensamento
segundo o modelo de Gunn (citado por Gacircndara 2008) relativo ao comportamento do
turista existem diversas fases pelas quais o mesmo passa no momento em que decide
visitar um novo destino
38
Formam parte destas fases a acumulaccedilatildeo de imagens mentais sobre experiecircncias
de feacuterias anteriores a modificaccedilatildeo destas imagens graccedilas ao acesso a mais informaccedilatildeo a
decisatildeo de ir para feacuterias a viagem propriamente dita ao destino em questatildeo a participaccedilatildeo
no destino a viagem de regresso e por uacuteltimo gera-se uma nova acumulaccedilatildeo de imagens
obtidas e baseadas na experiecircncia vivida Torna-se portanto essencial compreender o
comportamento do consumidor assim como as suas perceccedilotildees acerca do destino Satildeo
estas caracteriacutesticas que permitem definir quais os turistas mais adequados para cada
destino para que se tornem fidelizados ao mesmo e tambeacutem perceber que alteraccedilotildees satildeo
necessaacuterias para que o destino se adapte agraves necessidades dos turistasvisitantes de forma
a ficarem satisfeitos com a experiecircncia (Id Ibid)
44 A importacircncia da comunicaccedilatildeo no desenvolvimento dos destinos turiacutesticos
A comunicaccedilatildeo relaciona-se com o turismo na medida em que os
turistasvisitantes enquanto seres sociais procuram interagir com a sociedade onde
vivem e sem a comunicaccedilatildeo esta interaccedilatildeo seria impossiacutevel pois ldquoa comunicaccedilatildeo eacute uma
necessidade inerente de qualquer ser humanordquo (Trigueiro 2001 citado por Marujo 2008
27) Eacute graccedilas agrave comunicaccedilatildeo que se torna possiacutevel dar a conhecer um destino e todas as
suas caracteriacutesticas bem como as informaccedilotildees essenciais na escolha de um local a visitar
Logo eacute a comunicaccedilatildeo que influencia os comportamentos das pessoas sendo que ldquopode
servir para comandar para condicionar para persuadir ou para motivar ndash ou seja para
levar algueacutem a fazer (ou abster-se de fazer) algordquo (Castro 2002 citado por Marujo 2008
27)
Desta forma a comunicaccedilatildeo encontra-se presente em todas as etapas do processo
de decisatildeo do turistavisitante aquando este decide visitar um destino especiacutefico sendo
que a mesma ldquodeve ter a capacidade de provocar o sentimento de envolvimento com o
destino antes durante e apoacutes a experiecircnciardquo (Peres e Rita 2017 175) No momento de
atrair visitantesturistas a um destino eacute a comunicaccedilatildeo que vai ao encontro daquilo que
satildeo as motivaccedilotildees desejos e emoccedilotildees das pessoas e faz com que as estrateacutegias de
transmissatildeo de informaccedilatildeo sejam eficazes ao ponto de as cativarem (Id Ibid) Poreacutem
cada vez mais os turistas satildeo mais exigentes e experientes e por esse motivo procuram
experiecircncias diferenciadoras passando o foco a estar na criatividade das estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo
39
Uma vez que em turismo falamos de bens e serviccedilos intangiacuteveis esta caracteriacutestica
pode dificultar as interaccedilotildees comunicacionais assim como a compreensatildeo dos mesmos
Daiacute a importacircncia da informaccedilatildeo e a forma como a mesma eacute apresentada pois deve ser o
mais expliacutecita possiacutevel de forma a tornar estes mesmos serviccedilos tangiacuteveis Desta forma
a informaccedilatildeo turiacutestica trata-se de uma das ferramentas mais valorizadas tanto pelos
profissionais da aacuterea como pelos consumidores Eacute atraveacutes da informaccedilatildeo que o
consumidor toma a sua decisatildeo e as entidades se inovam e criam condiccedilotildees para responder
agraves exigecircncias do mercado sendo que ldquoa informaccedilatildeo precisa e correta apropriada agraves
necessidades do consumidor eacute muitas vezes a chave para a satisfaccedilatildeo dos consumidoresrdquo
(Cooper et al 2001 citado por Marujo 2008 52)
No entanto todos estes aspetos dependem da qualidade dos serviccedilos prestados e
da experiecircncia global e uma vez que a interaccedilatildeo complexa das diversas componentes do
turismo pode pocircr em causa a qualidade cabe aos gestores de destinos tornar o destino
harmonioso entre todas as componentes ligadas ao turismo e tambeacutem as que natildeo estatildeo
diretamente ligadas ao mesmo de forma a minimizar ao maacuteximo as experiecircncias mais
negativas Poreacutem geralmente existe alguma dificuldade por parte dos visitantesturistas
em segmentar a sua opiniatildeo em relaccedilatildeo agrave qualidade da experiecircncia global da qual
usufruiu sendo que frequentemente os aspetos negativos sobressaem em relaccedilatildeo aos
positivos e satildeo estas opiniotildees que vatildeo definir o regresso ou natildeo da pessoa bem como as
recomendaccedilotildees a potenciais turistas
Daiacute que esta ferramenta seja importante para a comunicaccedilatildeo do destino pois se a
qualidade da oferta for elevada e a experiecircncia turiacutestica satisfatoacuteria ldquopara aleacutem de
despertar o interesse de outras pessoas para os serviccedilos oferecidos pela organizaccedilatildeo
poderaacute regressar mais tarde e continuar a utilizar os serviccedilos de uma forma contiacutenuardquo
(Marujo 2008 32) Eacute neste acircmbito que os destinos devem apostar na criaccedilatildeo de imagens
de marca associadas agrave oferta turiacutestica existente e que transmitam experiecircncias autecircnticas
e uacutenicas com elevados padrotildees de qualidade que vatildeo ao encontro das expectativas do
turistavisitante e que contribua para a satisfaccedilatildeo do mesmo Assim a criaccedilatildeo desta
imagem de marca ldquocumpriraacute mais facilmente os dois objetivos centrais do marketing
aplicado aos destinos turiacutesticos a diferenciaccedilatildeo e a sustentabilidaderdquo (Peres e Rita 2017
176)
40
Em suma o principal objetivo do processo de comunicaccedilatildeo em turismo passa por
fazer perdurar uma boa imagem do destino ou melhorar a mesma atrair novos visitantes
e ao mesmo tempo criar as condiccedilotildees para que regressem no futuro fornecer informaccedilatildeo
clara e expliacutecita acerca da oferta existente fomentar a coordenaccedilatildeo entre os diferentes
stakeholders e os seus esforccedilos e por uacuteltimo corrigir possiacuteveis erros ou distorccedilotildees (Heath
e Wall 1991 citados por Marujo 2008) A comunicaccedilatildeo em turismo ldquonatildeo se resume
portanto agrave promoccedilatildeo de um destino engloba tambeacutem os processos de seduccedilatildeo de um
turista as trocas culturais e rituais entre visitante e anfitriatildeo as narrativas turiacutesticas sobre
as quais se constroem as identidades das gentes lugares e marcasrdquo (Wichels 2013 478)
Eacute atraveacutes da comunicaccedilatildeo que se consegue interferir na imagem que os
turistasvisitantes tecircm acerca de um destino sendo que segundo Gacircndara (2008) apesar
de geralmente se verificar apenas a intervenccedilatildeo no momento da promoccedilatildeo e distribuiccedilatildeo
torna-se cada vez mais importante atuar tambeacutem no momento de produccedilatildeo onde se
desenvolve a qualidade do destino para que a proacutepria comunidade local se torne parte
integrante do processo e ao mesmo tempo beneficie desta atividade
45 Estrateacutegias e meios de comunicaccedilatildeo em destinos
Tendo em consideraccedilatildeo que o mercado atual do turismo eacute cada vez mais
heterogeacuteneo e segue tendecircncias cada vez mais diversificadas que anteriormente natildeo se
verificavam cabe aos diferentes meios de comunicaccedilatildeo dos destinos aplicar diferentes
estrateacutegias que comuniquem e distribuam as suas ofertas de forma eficaz Satildeo vaacuterias as
fontes de informaccedilatildeo que o turistavisitante pode encontrar sobre um destino ou um
serviccediloproduto como por exemplo brochuras guias de viagem postos de informaccedilatildeo
turiacutestica jornais revistas televisatildeo empresas de turismo locais etc
Eacute tambeacutem atraveacutes da comunicaccedilatildeo que um destino estabelece o seu
posicionamento no mercado Para tal no que diz respeito aos destinos turiacutesticos existem
algumas estrateacutegias que se podem seguir a diferenciaccedilatildeo (apresentaccedilatildeo de novas
atraccedilotildees encontrar fatores diferenciadores relativamente agrave concorrecircncia) a diversificaccedilatildeo
dos mercadosprodutos (de forma a ajustar-se a diferentes mercados para atrair diferentes
tipos de turistas) e por uacuteltimo a aposta nos nichos de mercado (segmentos mais pequenos
do que o usual mas mais rentaacuteveis)
41
Mas o que se verifica cada vez mais eacute que esta divulgaccedilatildeo eacute feita atraveacutes de
plataformas online ldquoque desempenham um papel decisivo para aleacutem da sua reconhecida
relevacircncia nos aspetos informativos emocionais e de criaccedilatildeo de imagemrdquo (Peres e Rita
2017 176) Com todos os avanccedilos tecnoloacutegicos das uacuteltimas deacutecadas as estrateacutegias de
comunicaccedilatildeo passam cada vez mais a ser aplicadas atraveacutes do auxiacutelio da internet nos
formatos digitais Desta forma a informaccedilatildeo online passa a ser global transmitida
essencialmente atraveacutes de websites e redes sociais permitindo ao consumidor conhecer
melhor o destino que quer visitar comparar em tempo real as condiccedilotildees e todos os aspetos
referentes agrave experiecircncia que pretende adquirir e ateacute reservarcomprar o seu
serviccediloproduto de forma raacutepida e simples
Ao mesmo tempo as empresas obtecircm uma ferramenta que lhes permite vender o
seu destino com maior detalhe atraveacutes do recurso a diversas formas de comunicaccedilatildeo
(sejam imagens textos viacutedeos etc) aproximando-se do consumidor e das marcas com
as quais poderaacute criar parcerias (Marujo 2008) A internet transformou-se assim numa
ldquodas principais ferramentas de distribuiccedilatildeo direta para todos os tipos de serviccedilos
turiacutesticosrdquo (Bairros e Cerreta 2009 citados por Cardoso 2012 25) Eacute essencialmente
atraveacutes do marketing digital que as entidades promotoras de destinos turiacutesticos cada vez
mais investem nas suas campanhas promocionais e estrateacutegias de comunicaccedilatildeo Segundo
Miranda (2010) a internet eacute utilizada em turismo como ferramenta estrateacutegica de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo que pode ser observada em trecircs niacuteveis
distintos o experimental o taacutetico-operacional e por fim o estrateacutegico No primeiro niacutevel
as empresas turiacutesticas utilizam a internet como meio de divulgaccedilatildeo dos seus produtos e
serviccedilos
Contudo segundo o mesmo autor muitas destas organizaccedilotildees desperdiccedilam as
potencialidades da internet uma vez que se limitam a apresentar apenas informaccedilatildeo baacutesica
acerca da sua oferta atraveacutes dos seus sites oficiais deixando muitas vezes a mesma
desatualizada e sem recorrerem a ferramentas dinacircmicas e apelativas como o som
imagens viacutedeos etc Jaacute no segundo niacutevel eacute onde ocorrem as operaccedilotildees de E-commerce
as designadas operaccedilotildees comerciais atraveacutes das quais a empresa permite ao consumidor
efetuar a compra do produtoserviccedilo online Este niacutevel pode ser verificado por exemplo
ldquoem sites de hoteacuteis que oferecem reservas online (hellip) [mas] muitas vezes este processo
de reserva [daacute-se] de forma natildeo segura o que natildeo incentiva muitos usuaacuterios a se utilizar
deste recursordquo (Miranda 2010 5)
42
Por fim o uacuteltimo niacutevel exige um planeamento estrateacutegico por parte das
organizaccedilotildees na medida em que o foco eacute o desenvolvimento do E-business sendo que as
empresas planeiam e aplicam estrateacutegias de atuaccedilatildeo no mercado de forma a
desenvolverem os seus meios de comunicaccedilatildeo online atraiacuterem a atenccedilatildeo dos seus
consumidores e melhorar a relaccedilatildeo com os mesmos com o intuito de os fidelizar No
entanto natildeo eacute somente a informaccedilatildeo fornecida que tem impacto nos turistas que procuram
visitar um novo destino eacute tambeacutem o passa-a-palavra atraveacutes de amigos familiares
conhecidos
Esta forma de divulgaccedilatildeo ldquoeacute confiaacutevel pois eacute transmitida por liacutederes de opiniatildeo
familiares amigos especialistas e assim acaba tornando-se uma importante e poderosa
forma de comunicaccedilatildeo (hellip) propagadora da mensagem ou da notiacutecia das suas
experiecircncias boas ou maacutesrdquo (Tineu 2001 citado por Marujo 2008 31) Desta forma cada
vez mais os turistas recorrem agraves opiniotildees de pessoas que conhecem e em quem confiam
o que pode provocar tanto situaccedilotildees positivas como negativas dependendo da experiecircncia
dessas mesmas pessoas Por norma se um turistavisitante ficar satisfeito com a sua
experiecircncia turiacutestica vai certamente influenciar positivamente potenciais turistas mas
caso ocorra o oposto e natildeo exista satisfaccedilatildeo a mensagem transmitida seraacute negativa (Id
Ibid)
As novas tecnologias de informaccedilatildeo vieram revolucionar a forma como a
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutesticas satildeo realizadas permitindo aumentar as vantagens
competitivas e reduzir custos Surgiu assim a necessidade de implementar novos modelos
de negoacutecio ldquopois os consumidores deixam de ser alvos passivos passando-se do mass
marketing para o marketing individualizado os preccedilos deixam de ser fixos e passam em
muitos casos a ser definidos de forma dinacircmica e vai-se ultrapassando a tradicional
assimetria da informaccedilatildeordquo (Peres e Rita 2017 177) Poreacutem apesar da internet permitir
comunicar com os consumidores neste caso turistas ou visitantes de forma mais raacutepida
simples e econoacutemica natildeo deve ser um ldquosubstituto para outras actividades promocionais
mas sim como um complemento das existentes o que oferece aos consumidores uma
maior possibilidade de escolha e mais uma maneira de fazer reservasrdquo (Brigs 1997 citado
por Marujo 2008b 31)
43
Neste sentido cabe agraves entidades e organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticos
ldquoaplicar estrateacutegias nos canais de comunicaccedilatildeo tradicionais (jornais televisatildeo etc) para
fornecer uma informaccedilatildeo adequada agraves necessidades dos turistas e investir nos novos
canais de comunicaccedilatildeo (internet quiosques multimeacutedia etc) para alcanccedilar de uma forma
mais eficaz potenciais consumidoresrdquo (Marujo 2008a 57) Torna-se portanto cada vez
mais imprescindiacutevel implementar boas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo que transmitam
informaccedilatildeo crediacutevel detalhada e real sobre a oferta existente assim como apostar na
diferenciaccedilatildeo e criatividade para que o consumidor natildeo se sinta defraudado relativamente
agraves expectativas que tinha acerca do destino
Em suma a preocupaccedilatildeo em transmitir atraveacutes das estrateacutegias de comunicaccedilatildeo
uma imagem positiva de qualidade e oferta de multiplicidade de experiecircncias diversas e
uacutenicas ao consumidor eacute essencial e deve ser permanente no sentido em que se deve
assegurar em todas as fases do processo de comunicaccedilatildeo do destino pois ldquotanto a
qualidade do produtodestino como a comunicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do mesmo satildeo aspetos
que tratados de maneira pouco profissional seguramente traratildeo cedo ou tarde resultados
indesejadosrdquo (Gacircndara 2008 20)
44
Capiacutetulo V ndash Caracterizaccedilatildeo do Destino Almada
51 Caracterizaccedilatildeo do territoacuterio
Almada estaacute sediada no distrito de Setuacutebal e pertence agrave aacuterea metropolitana de
Lisboa (AML) sendo que no seu conjunto estatildeo englobadas 11 freguesias que se podem
observar na figura 6 sendo elas Almada Cova da Piedade Pragal Cacilhas Caparica e
Trafaria Charneca de Caparica e Sobreda Costa da Caparica Laranjeiro e Feijoacute Tem
como fronteiras o rio Tejo e Lisboa a norte Seixal a leste Sesimbra a sul e o Oceano
Atlacircntico a oeste sendo que o concelho abrange no total uma aacuterea de 71Km2
encontrando-se a 4km de Lisboa e 15km do Aeroporto Humberto Delgado (Cacircmara
Municipal de Almada - CMA sd)
Em termos geograacuteficos este concelho eacute constituiacutedo por caracteriacutesticas fiacutesicas e
paisagiacutesticas ricas e variadas onde se podem encontrar tanto espaccedilos verdes e reservas
naturais como eacute exemplo a Arriba Foacutessil da Costa de Caparica ou a Mata dos Medos na
Charneca de Caparica como tambeacutem aacutereas urbanisticamente desenvolvidas com oferta
de recursos culturais transportes serviccedilos etc e ainda 13km de linhas de costa no litoral
onde se encontram algumas das melhores praias de toda a regiatildeo da Grande Lisboa
Figura 6 - Mapa do concelho de Almada (Fonte Cacircmara Municipal de Almada 2018)
45
Em termos populacionais segundo os Censos de 2011 (CMA sd) existem 174
030 habitantes nuacutemero este que faz do concelho de Almada um dos mais importantes na
margem sul da AML A grande maioria da populaccedilatildeo (76) encontra-se empregada no
setor terciaacuterio sendo este o que mais evoluiu nos uacuteltimos anos e que tem maior destaque
(Id Ibid) Hoje em dia Almada eacute considerada o melhor miradouro para a cidade de
Lisboa uma vez que se encontra do lado oposto agrave mesma mas a verdade eacute que este
concelho teve grande importacircncia ao longo de vaacuterios periacuteodos da histoacuteria de Portugal
Privilegiada por se encontrar localizada junto ao Tejo Almada foi desde os primoacuterdios
um lugar de excelecircncia para a ocupaccedilatildeo e fixaccedilatildeo humana desde a preacute-histoacuteria
Era atraveacutes do rio que se faziam as trocas comerciais e de mercadorias tatildeo
essenciais em qualquer eacutepoca sendo que feniacutecios romanos e muccedilulmanos acabaram por
se sedentarizar nesta aacuterea e desenvolver a cidade Posteriormente foi conquistada aos
mouros pelo rei D Afonso Henriques e os cruzados ingleses em 1147 tornando-se cidade
mais tarde quando D Sancho I outorgou o primeiro foral da cidade em 1190 (Id Ibid)
Mas o grande desenvolvimento nesta aacuterea ocorreu sobretudo no seacuteculo XIX graccedilas aos
processos de industrializaccedilatildeo sendo os principais setores a serem desenvolvidos o da
corticcedila moagem e estaleiros navais Foi nesta eacutepoca que o concelho acolheu e recebeu
populaccedilotildees de outras aacutereas do paiacutes que aqui se fixavam para trabalhar e para viver
contribuindo para uma nova dinacircmica e desenvolvimento
Momentos como ldquoa vitoacuteria dos liberais na Batalha da Cova da PiedadeCacilhas
contra os Miguelistas (23 de julho de 1833) (hellip) [e] a antecipada proclamaccedilatildeo da
Repuacuteblica em Almada a 4 de outubro de 1910rdquo (Id Ibid) satildeo exemplos de importantes
acontecimentos histoacutericos que tiveram lugar nesta margem do rio Mais tarde devido ao
grande crescimento demograacutefico que se deu durante os anos quarenta e setenta do seacuteculo
passado verificou-se um elevado nuacutemero de migraccedilotildees e movimentos de populaccedilatildeo que
procurava Almada como alternativa para trabalhar e morar Foi entatildeo a partir da deacutecada
de 90 que as grandes alteraccedilotildees e desenvolvimentos nas principais estruturas do concelho
comeccedilaram a surgir Uma extensa rede de equipamentos municipais nas mais variadas
aacutereas como a cultura o desporto o lazer a educaccedilatildeo sauacutede transportes jardins e zonas
verdes eacute construiacuteda e eacute tambeacutem aprovado o plano diretor municipal que confere ao
concelho uma nova qualidade de vida para os seus habitantes (Id Ibid)
46
Neste sentido Almada relativamente agrave sua posiccedilatildeo geograacutefica possui
caracteriacutesticas que foram sendo valorizadas pelo homem que aqui se estabeleceu em
quase todos os periacuteodos da histoacuteria (Sabrosa 1993 citado por Gonccedilalves 2002) Eacute
tambeacutem a sua proximidade agrave cidade de Lisboa que lhe atribui uma posiccedilatildeo estrateacutegica de
complementaridade com a capital atraveacutes da troca e prestaccedilatildeo de diversos serviccedilos e
produtos Contudo existe tambeacutem uma relaccedilatildeo de dependecircncia que muitas vezes confere
agrave cidade de Almada uma posiccedilatildeo de inferioridade no sentido em que a imagem deste
destino perde a sua credibilidade pois as suas potencialidades turiacutesticas e de
desenvolvimento satildeo muitas vezes desconsideradas (Figueiredo 2015)
O facto de Almada se ter desenvolvido e constituiacutedo como um territoacuterio industrial
durante vaacuterias deacutecadas com a construccedilatildeo de estaleiros navais faacutebricas de moagem e de
produccedilatildeo de corticcedila que devido agraves suas crises levaram agrave estagnaccedilatildeo do crescimento
urbano por sua vez tambeacutem atrasou o desenvolvimento deste territoacuterio (Gonccedilalves 2002
67) Todos estes fatores contribuiacuteram para uma degradaccedilatildeo da paisagem do territoacuterio
uma vez que as infraestruturas outrora utilizadas para fins industriais acabaram por ficar
ao abandono levando agrave ldquodescaracterizaccedilatildeo envelhecimento e degradaccedilatildeo da estrutura
urbana envolventerdquo (Figueiredo 2015 21) Poreacutem atraveacutes do Plano Diretor Municipal
(PDM) que sofreu uma revisatildeo em 2011 Almada estabeleceu linhas estrateacutegicas de
desenvolvimento para o concelho com vista agrave aplicaccedilatildeo de planos e estrateacutegias de
requalificaccedilatildeo do mesmo a niacutevel territorial ambiental social econoacutemico e urbano
Relativamente ao turismo nos uacuteltimos anos tem-se verificado em Almada uma
evoluccedilatildeo que embora lenta se tem tornado cada vez mais notoacuteria sendo que a cidade se
tem vindo a estabelecer como um destino que proporciona a troca de fluxos importantes
natildeo soacute para o concelho mas tambeacutem a niacutevel de toda a AML (CMA 2011) Neste sentido
vaacuterios foram os projetos que ao longo dos anos se foram desenvolvendo e alguns
aplicando contribuindo para a melhoria da imagem e da qualidade de Almada enquanto
destino turiacutestico como satildeo exemplos o programa POLIS a renovaccedilatildeo urbaniacutestica da zona
de Cacilhas o projeto ldquoAlmada Nascente ndash Cidade da Aacuteguardquo e a construccedilatildeo do metro de
superfiacutecie Desta forma eacute essencial a aposta nos recursos potenciadores de atividades nas
aacutereas do recreio lazer e turismo assim como a criaccedilatildeo de uma marca visto que
contribuem decisivamente para a consolidaccedilatildeo do destino relativamente agrave concorrecircncia e
agrave restante oferta existente (Id Ibid)
47
52 Oferta turiacutestica em Almada
Um destino turiacutestico eacute construiacutedo tendo por base o planeamento e a delineaccedilatildeo de
objetivos a par com a existecircncia de recursos com potencial turiacutestico que efetivamente
possuem a capacidade de satisfazer as necessidades dos turistas (CMA 2011 80) Assim
apresentam-se na tabela 1 os principais recursos do concelho
Tabela 1 - Listagem dos recursos do concelho de Almada Fonte CMA (2019) RNT (2002) Portal
Almada Digital (2019)
A fim de se compreender de que forma a valorizaccedilatildeo turiacutestica do concelho de
Almada eacute estruturada e planeada eacute necessaacuterio conhecer os recursos existentes que
contribuem para o desenvolvimento de produtos e serviccedilos turiacutesticos
Recursos
primaacuterios
Patrimoacutenio
Natural Praias oceacircnicas paisagem protegida
reserva botacircnica
Cultural
Monumental Monumentos muralha estaacutetua entre
outros
Artiacutestico Museus igrejas conventos capelas
Etnograacutefico Folclore artesanato
Complementar Parques jardins puacuteblicos miradouros
Atividades
Roteiros Percursos pedestres sinalizados
Animaccedilatildeo
turiacutestica
Desportos naacuteuticos e radicais atividades
de ar livrenatureza e aventura
Recursos
primaacuterios
Equipamentos
Culturais Espaccedilos para exposiccedilotildees auditoacuterios
bibliotecas centros culturais
Desportivos Teacutenis golfe nataccedilatildeo equitaccedilatildeo
Recreativos Estaacutedios clube naacuteutico
Negoacutecios Salas de reuniotildees
Eventos
Religiosos Procissotildees
Culturais Marchas populares espetaacuteculos
comemorativos exposiccedilotildees
Animaccedilatildeo Festivais de muacutesica concertos
espetaacuteculos de danccedila teatro entre outros
Desportivos Ginaacutestica atletismo nataccedilatildeo futebol
Recursos
secundaacuterios
Atividades Gastronomia
Equipamentos
Animaccedilatildeo e
outros Vaacuterios mercados perioacutedicos
Turiacutesticos
Hotelaria agecircncias de viagem agecircncias de
animaccedilatildeo turiacutestica campos de campismo
rent-a-car restaurantes postos de turismo
escolas de surf
Transportes Terminais ferroviaacuterios rodoviaacuterios e
fluviais
Infraestruturas
sociais Estradas
48
Desta forma a organizaccedilatildeo e compreensatildeo dos recursos existentes satildeo essenciais
para a construccedilatildeo da oferta turiacutestica do destino fator de atratividade para os visitantes e
turistas Neste sentido relativamente agrave avaliaccedilatildeo dos recursos acima apresentados de
uma forma geral e analisando os mesmos tendo em conta os produtos turiacutesticos mais
procurados eacute um concelho que considerando a sua dimensatildeo aparenta dispor de um
conjunto consideraacutevel de recursos de cariz cultural religioso e de aacutereas verdes assim
como de outras infraestruturas complementares principalmente a restauraccedilatildeo
Contudo algumas das freguesias mais procuradas como Cacilhas e Almada pecam
pela falta de estabelecimentos de alojamento principalmente hoteacuteis assim como outros
empreendimentos mais pequenos como alojamento local No entanto a freguesia da
Costa da Caparica apresenta uma consideraacutevel variedade de oferta de alojamentos como
hoteacuteis de categoria variada surf houses apartamentos turiacutesticos e parques de campismo
Considerando o produto golf e a quantidade de campos existentes estes tambeacutem se
encontram bem fornecidos em termos de estabelecimentos de alojamento tendo em conta
a capacidade do Hotel Aldeia dos Capuchos e toda a variedade de alojamentos disponiacuteveis
na Herdade da Aroeira todos ao redor dos campos de golf aqui existentes
Eacute com base nos recursos existentes no destino que eacute possiacutevel definir os principais
produtos turiacutesticos do concelho que seratildeo apresentados na tabela 2 Considerando o Plano
Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e Desenvolvimento do Turismo para o concelho de Almada
(CMA 2011) os produtos o sol e mar turismo religioso e golf encontram-se consolidados
ou em vias de consolidaccedilatildeo enquanto que os restantes apresentam forte potencial de
desenvolvimento
49
Tabela 2 - Portfoacutelio de produtos turiacutesticos do concelho de Almada Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado
de CMA (sd) e Turismo de Lisboa (2018)
Turismo cultural e religioso
- Principal produto de interesse por parte de quem visita o concelho
particularmente nas freguesias de Cacilhas e Almada sendo que a Trafaria
tambeacutem conta com alguns pontos de interesse
- Conta com recursos desde igrejas santuaacuterios (Santuaacuterio do Cristo Rei)
conventos (Convento dos Capuchos) museus com variadas temaacuteticas ligadas
agrave histoacuteria do concelho jardins e parques e tantos outros recursos culturais
como eacute exemplo a fragata D Fernando II e Gloacuteria convertida atualmente em
museu
- Proximidade entre os recursos em si e de rotas pedestres existentes
assim como a existecircncia de vaacuterios locais que permitem uma vista privilegiada
para a cidade de Lisboa
- Como recurso complementar a existecircncia de variadas opccedilotildees em termos
de restauraccedilatildeo principalmente na freguesia de Cacilhas permite apreciar a
gastronomia local
Sol e Mar
- Principal produto na freguesia da Costa da Caparica
- Extensatildeo de 13km de praias contando com 7 praias de Bandeira Azul
- Produto chave e com grande procura devido a fatores como a
localizaccedilatildeo a proximidade com Lisboa boas acessibilidades tanto de carro
devido agrave ligaccedilatildeo da Ponte 25 de Abril como de transportes puacuteblicos
(autocarro desde Lisboa ou Cacilhas) equipamentos existentes nas
proximidades como restaurantes e bares e estabelecimentos de alojamento
(hoteacuteis e alojamento local)
- Atrativo para diversos mercados estrangeiros como o espanhol francecircs
alematildeo e brasileiro
Turismo Naacuteutico
- Complemento ao produto Sol e Mar
- Principalmente procurado para a praacutetica de surf stand up paddle e
katesurf
- Foco na freguesia da Costa da Caparica tal como o Sol e Mar devido agrave
vasta extensatildeo de areal onde as condiccedilotildees permitem boas praacuteticas destes
variados desportos naacuteuticos
- Existecircncia de infraestruturas de apoio como escolas de surf e surfhouses
nesta mesma freguesia devido agrave grande procura pelo produto
50
Golf
- Visto principalmente como um produto complementar ao produto Sol e
Mar devido agrave proximidade dos campos existentes agraves praias da Costa da
Caparica
- 2 campos de 18 buracos e 1 com 9 buracos todos na freguesia da
Caparica integrados em estabelecimentos de alojamento ndash Herdade da
Aroeira e Hotel Aldeia dos Capuchos Golf amp SPA
- Boa localizaccedilatildeo e infraestruturas disponiacuteveis que permitem a praacutetica do
desporto durante todo o ano e para todo o tipo de jogadores
Turismo de Natureza
- Produto principalmente focado na Paisagem Protegida da Arriba Foacutessil
da Costa de Caparica onde se engloba a Mata dos Medos
- Vaacuterios caminhos pedestres disponiacuteveis assim como outras atividades
que satildeo desenvolvidas a partir deste ponto como Parapente e Asa Delta
Para aleacutem dos principais produtos turiacutesticos tambeacutem estatildeo indicados na tabela
anterior aqueles que satildeo vistos como produtos complementares aos existentes Deste
modo seguindo o conceito de ciclo de vida do produto pode-se considerar o seguinte
sol e mar encontra-se na fase de maturidade turismo religioso golf e turismo cultural em
fase de crescimento (sendo que cada um apresenta diferentes niacuteveis de crescimento)
turismo naacuteutico entre a fase de crescimento e maturidade (dependendo do desporto) e
por fim o turismo de natureza entre a fase de nascimento e crescimento considerando
que ainda eacute um produto com pouca procura e pouco desenvolvimento
51
53 Procura turiacutestica em Almada
Devido agrave sua proximidade com a cidade de Lisboa e a facilidade existente em
atravessar o rio Tejo o concelho de Almada beneficia muito destes dois fatores fazendo
com que a sua procura seja cada vez mais semelhante agrave da capital Por natildeo existirem
dados concretos relativamente ao nuacutemero total de turistas que visitam o concelho seratildeo
tidos em consideraccedilatildeo vaacuterios indicadores que proporcionam uma ideia geral da procura
no concelho de Almada
Figura 7 - Nordm de hoacutespedes em estabelecimentos de alojamento em Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2013-2018)
Atraveacutes da figura 7 eacute possiacutevel determinar que o nuacutemero de visitantes estrangeiros
eacute superior aos nacionais assim como se verifica um aumento crescente destes valores no
periacuteodo apresentado entre os anos de 2012 e 2017 agrave exceccedilatildeo do ano de 2014 em que se
verificou uma pequena quebra no nuacutemero de visitantes estrangeiros Considerando o
nuacutemero de hoacutespedes estrangeiros podemos aprofundar e apresentar os hoacutespedes por
continente
Atraveacutes da figura 8 eacute possiacutevel compreender que o continente europeu eacute de onde
satildeo provenientes a maioria dos hoacutespedes que ficam em Almada sendo por isso bastante
importante No entanto outros continentes comeccedilam a crescer e a procurar cada vez mais
tanto a regiatildeo de Lisboa como em especiacutefico o concelho de Almada No que diz respeito
ao continente americano destaca-se o mercado brasileiro sendo que o mercado norte
americano tambeacutem comeccedila a ter alguma relevacircncia para a AML (Ferro 2018) juntamente
com o mercado asiaacutetico que tem demonstrado procurar cada vez mais o destino em
questatildeo
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total 110 806 116 357 132 475 145 173 156 795 170 062
Nacionais 53 104 54 467 74 292 66 444 57 329 57 456
Estrangeiros 57 702 61 890 58 183 78 729 99 466 112 606
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
140 000
160 000
180 000
52
Figura 8 - Nordm de hoacutespedes estrangeiros por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Devido agrave proximidade anteriormente referida os principais mercados que
procuram a AML satildeo os mesmos que se encontram no top de mercados que tambeacutem
procuram o concelho de Almada nomeadamente Espanha Alemanha Franccedila Reino
Unido e Itaacutelia (Ferro 2018) sendo esta a ordem de preferecircncia dos mercados no que diz
respeito agrave procura pelo concelho tendo em conta o nuacutemero de hoacutespedes destes mesmos
paiacuteses
Tabela 3 - Nordm de hoacutespedes por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2012 19 035 2 290 8 919 3 484
2013 21 003 3 353 8 485 1 542
2014 20 150 3 277 6 543 1 959
2015 24 828 15 766 5 991 2 284
2016 23 253 15 521 12 478 3 154
2017 22 077 15 182 11 625 3 528
41 975
60 25972 649 74 353
2014 2015 2016 2017
Europa
1 608 2 465 3 385
8 239
2014 2015 2016 2017
Ameacuterica
607 611 760 997
2014 2015 2016 2017
Aacutefrica
247626
367 394
2014 2015 2016 2017
Oceacircnia
13 746 14 768
22 30528 623
2014 2015 2016 2017
Aacutesia
53
Analisando o nuacutemero de hoacutespedes por mercados alvo como aparece representado
na tabela 3 com dados retirados a partir do INE eacute de realccedilar o aumento de cerca de 380
do mercado alematildeo entre 2014 e 2015 valor que se manteve no ano de 2016 assim como
o mercado francecircs (aumento de 10828) e britacircnico (aumento de 3809) entre 2015 e
2016 Contudo no ano de 2017 verifica-se uma queda de valores em todos os paiacuteses
exceto no Reino Unido que aumentou significativamente entre 2016 e 2017
Considerando agora os dados relativos agraves dormidas por continente pelo graacutefico
representado na figura 9 eacute possiacutevel destacar principalmente a influecircncia do mercado
asiaacutetico sendo que apesar de ser dos que apresenta a estadia meacutedia mais baixa (2 noites)
desde 2012 na AML (INE 2019) continua a crescer e a ser o continente com maior
influecircncia depois do europeu sendo que o americano tambeacutem jaacute tem alguma
representatividade apesar de estar bastante longe de ter o mesmo alcance dos restantes
dois
Figura 9 - Dormidas por continente de residecircncia no concelho de Almada (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de INE 2015-2018)
Tambeacutem eacute possiacutevel analisar atraveacutes da representaccedilatildeo na tabela 4 os dados
retirados do INE referentes agraves dormidas dos principais mercados alvo Eacute de notar a quebra
do nuacutemero de dormidas do mercado espanhol na casa dos 1777 pontos percentuais em
contraste com o crescimento dos mercados francecircs entre 2015 e 2016 (10846) e o
britacircnico (3016) sendo que o mercado francecircs voltou a sofrer uma quebra em 2017 Eacute
igualmente importante realccedilar que apesar do mercado alematildeo apresentar um maior
nuacutemero de hoacutespedes nos anos de 2016 e 2017 quando comparado com o francecircs este
uacuteltimo mercado apresenta um maior nuacutemero de dormidas registadas nos mesmos anos em
comparaccedilatildeo com o mercado alematildeo
2014 2015 2016 2017
Europa 147 251 171 466 205 179 201 835
Aacutefrica 2 089 2 109 2 560 2 857
Ameacuterica 5 114 6 661 8 949 21 612
Aacutesia 21 301 22 425 36 126 43 323
Oceacircnia 679 1 395 807 972
0
50 000
100 000
150 000
200 000
250 000
54
Tabela 4 - Dormidas por paiacutes de residecircncia no concelho de Almada
2014 64 475 13 758 16 754 7 217
2015 82 820 24 025 16 616 8 544
2016 68 101 26 698 34 638 11 121
2017 63 986 25 410 29 563 12 064
Considerando as entradas no posto de turismo de Cacilhas e da Costa da Caparica
eacute possiacutevel perceber quais os mercados entre estrangeiros e nacionais que mais procuram
esta aacuterea assim como os periacuteodos do ano de eleiccedilatildeo para essa mesma procura como se
pode observar nas figuras 10 e 11 abaixo apresentadas
Figura 10 ndash Entrada de turistas no posto de turismo de Cacilhas (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo de Cacilhas 2018 2019)
Figura 11 - Entrada de turistas no posto de turismo da Costa da Caparica (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelo Posto de Turismo da Costa da Caparica 2018 2019)
8 659
10 44011 886
12 81414 217
10 647 10 582
6 383
8 276 8 2369 460
11 057
8 319 8 340
2 276 2 1643 650 3 354 3 160
2 328 2 242
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
5 6027 344
9 804
16 115
10 8929 526
7 898
4 5966 363 6 338
9 4438 175
6 088 5 294
1 006 981
3 466
6 672
2 717 3 438 2 604
0
5 000
10 000
15 000
20 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de entradas Entradas de estrangeiros Entradas de portugueses
55
Relativamente aos mercados alvo de Cacilhas e Costa da Caparica eacute possiacutevel
observar o seguinte cenaacuterio atraveacutes dos dados apresentados nas tabelas 5 e 6 facultados
pelos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica ainda tendo em consideraccedilatildeo o
nuacutemero de entradas nos postos de turismo referidos anteriormente
Tabela 5 - Nordm de entradas no posto de turismo de Cacilhas por paiacutes de residecircncia
Tabela 6 - Nordm de entradas no posto de turismo da Costa da Caparica por paiacutes de residecircncia
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
971 1 535 1 121 1 322 1 261 1 083 944
1 188 1 456 1 457 1 629 1 672 1 238 1 061
1 183 1 638 2 371 2 787 3 720 2 512 2 693
414 555 236 440 346 247 254
491 526 605 805 974 866 646
270 287 268 359 489 389 467
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
564 848 668 860 892 753 651
1 742 1 779 2 285 2 927 1 852 1 479 1 504
885 1 605 1 820 3 034 2 946 1 961 1 594
262 497 323 377 508 208 157
300 338 263 598 449 405 324
156 168 - 242 245 226 127
56
Tal como foi referido e percecionado anteriormente os mercados alematildeo
espanhol francecircs britacircnico e italiano satildeo de facto dos mais importantes para a AML
(Ferro 2018) No entanto eacute de notar a significativa procura do mercado holandecircs por
ambos os postos chegando mesmo a ultrapassar o nuacutemero de entradas do mercado
italiano ao longo dos anos no posto de turismo da Costa da Caparica
Por fim considerando a totalidade das entradas nos postos atraveacutes da figura 12 eacute de
realccedilar a preferecircncia pelos meses entre julho e setembro sendo que no caso de Cacilhas
tem aumentado a procura a partir dos meses de abrilmaio ateacute outubro tendo em conta
que o produto mais procurados eacute o turismo cultural No caso da Costa da Caparica as
preferecircncias jaacute rondam apenas os meses entre julho e setembro devido ao facto do
produto de eleiccedilatildeo ser o sol e mar juntamente com os desportos naacuteuticos
Figura 12 - Entradas nos postos de turismo de Cacilhas e Costa da Caparica por meses (Fonte produccedilatildeo proacutepria a partir de dados oficiais facultados pelos Postos de Turismo 2018)
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Jan 328 487 319 589 590 508
Fev 471 548 411 638 606 681
Mar 519 832 667 807 1 210 935
Abr 753 1 353 1 105 2 082 1 626 1 688
Mai 938 1 505 1 428 1 789 1 878 1 492
Jun 1 040 1 602 1 360 2 031 2 019 1 683
Jul 2 439 2 290 4 064 3 578 3 787 3 313
Ago 3 329 4 233 7 696 10 933 7 573 4 255
Set 2 147 2 155 1 963 3 491 2 774 2 806
Out 1 260 1 645 1 319 1 374 1 653 1 540
Nov 611 763 748 1 087 892 864
Dez 425 371 610 530 519 408
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
57
54 Anaacutelise dos canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica
A anaacutelise relativa agraves estrateacutegias inerentes agrave forma de comunicaccedilatildeo do destino foi
feita tendo por base os canais de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica do mesmo Uma vez
que a informaccedilatildeo turiacutestica online se encontra essencialmente no site oficial da CMA esta
anaacutelise iraacute recair precisamente neste canal de divulgaccedilatildeo Atraveacutes desta pesquisa eacute
possiacutevel identificar os principais pontos atraveacutes dos quais a promoccedilatildeo turiacutestica de Almada
se foca e se desenvolve assim como perceber qual o tipo de informaccedilatildeo transmitida Para
tal seguiram-se alguns pressupostos como os aspetos teacutecnicos e visuais (identificaccedilatildeo da
oferta atratividade tipo de navegaccedilatildeo layout informaccedilatildeo disponiacutevel meios utilizados
suporte multimeacutedia etc) a autoria (data de criaccedilatildeo autor atualizaccedilotildees) acesso (tempo
de carregamento existecircncia de outros links uacuteteis contactos acesso a utilizadores de
outros idiomas ou com algum tipo de limitaccedilatildeo) e por fim o conteuacutedo (interativo fontes
de informaccedilatildeo seguras e identificadas conteuacutedo expliacutecito identificaccedilatildeo da audiecircncia a
que se destina etc)
Apoacutes uma anaacutelise ao site eacute possiacutevel concluir que numa perspetiva geral
relativamente agrave divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica em primeiro lugar o mesmo peca pela
falta de atratividade e dinamismo na forma como apresenta a informaccedilatildeo pois a mesma
eacute resumida e o recurso a meios mais dinacircmicos como viacutedeos sons e imagens eacute muito
pouco utilizado o que natildeo permite uma interatividade entre o visitanteturista e o
sitedestino Eacute tambeacutem notoacuteria a falta de idiomas para aleacutem do portuguecircs que eacute o uacutenico
que se encontra disponiacutevel sendo que idiomas como inglecircs e castelhano apresentam-se
como opccedilatildeo mas quando selecionados surge a informaccedilatildeo de que estaratildeo disponiacuteveis em
breve
O facto do principal objetivo do site se tratar de informar principalmente a
populaccedilatildeo local do concelho ou visitantes nacionais com informaccedilotildees sobre a accedilatildeo social
o ambiente a educaccedilatildeo a habitaccedilatildeo entre outros acaba por colocar a informaccedilatildeo turiacutestica
para visitantes externos em segundo plano natildeo lhe sendo atribuiacuteda tanta importacircncia Em
termos de facilidade de navegaccedilatildeo no site para um visitante portuguecircs eacute uma tarefa
simples mas para qualquer visitante estrangeiro que natildeo compreenda a liacutengua portuguesa
torna-se impossiacutevel pois natildeo existem mais idiomas disponiacuteveis
58
Relativamente ao conteuacutedo apresentado somente selecionando lsquoturismorsquo presente
no menu do site eacute que se encontra alguma descriccedilatildeo e informaccedilatildeo sucinta sobre o destino
Almada sendo que natildeo existe um site oficial dedicado especificamente ao turismo do
concelho Neste segmento satildeo apresentados alguns dos produtos turiacutesticos e recursos que
se podem encontrar em Almada como sugestotildees de percursos pedestres por diversos
espaccedilos do concelho uma listagem das praias existentes mapas do concelho os
principais espaccedilos culturais de lazer ou desportivos um guia de alojamento do concelho
(tratando-se do uacutenico documento apresentado que se encontra em cinco idiomas distintos
portuguecircs espanhol inglecircs francecircs e alematildeo) os principais parques e jardins os postos
de turismo e um guia gastronoacutemico
Tambeacutem satildeo apresentadas informaccedilotildees embora se encontrem em portuguecircs
sobre de que forma o visitante pode chegar ateacute Almada referindo quais os meios de
transporte existentes sendo que a informaccedilatildeo eacute complementada com links
correspondentes aos sites oficiais das empresas de cada transporte No geral o site
enquanto meio de divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada natildeo descreve
explicitamente a oferta turiacutestica do destino pois a informaccedilatildeo natildeo eacute tatildeo clara e evidente
como devia por ser muito sucinta e pouco promocional acabando por natildeo atrair de forma
eficaz a atenccedilatildeo do visitanteturista
Uma vez que no caso especiacutefico de Almada o que se verifica eacute a existecircncia de um
uacutenico site oficial geral na medida em que o segmento de turismo possui apenas uma
secccedilatildeo dentro do site oficial da CMA o mesmo acaba por natildeo ter um grande destaque
Desta forma analisando a secccedilatildeo que diz respeito ao turismo natildeo eacute possiacutevel identificar
de forma clara os diferentes puacuteblicos-alvo que o destino pretende atrair ateacute porque a
proacutepria oferta natildeo se encontra apresentada de forma muito segmentada concisa e clara
No que diz respeito ao posicionamento e imagem do destino em questatildeo este eacute
um concelho que ainda natildeo apresenta uma posiccedilatildeo de grande destaque no mapa turiacutestico
da regiatildeo da grande Lisboa pois segundo dados do INE (2018) o nuacutemero de visitantes
da capital eacute superior ao de Almada Poreacutem nos uacuteltimos anos Almada tem atraiacutedo cada
vez mais visitantes e tem-se transformado cada vez mais como um destino natildeo soacute
complementar a Lisboa mas tambeacutem diferenciador e de escape da massificaccedilatildeo da
capital
59
Eacute neste sentido que o destino Almada promete oferecer a quem o visitar um local
ldquo[para] descansar do ambiente cosmopolita e simplesmente contemplar a natureza (hellip)
[mas tambeacutem um] centro de cultura e desporto de parques naturais e espaccedilos puacuteblicos
qualificadosrdquo (CMA sd)
55 Estrateacutegia de promoccedilatildeo e principais canais de comunicaccedilatildeo do destino
Para aleacutem do site oficial da CMA os restantes canais de comunicaccedilatildeo do destino
satildeo o portal Almada Digital a plataforma ISSUU ndash Digital Publishing Platform for
Magazines Catalogs and Publications e ainda algumas redes sociais como o instagram
e a paacutegina oficial de facebook da CMA tratando-se dos uacutenicos canais de divulgaccedilatildeo da
informaccedilatildeo online Atualmente as redes sociais funcionam cada vez mais como uma
ferramenta estrateacutegica para o desenvolvimento da vertente promocional de um destino
turiacutestico uma vez que contribuem para a captaccedilatildeo de visitantes atraveacutes essencialmente da
imagem do destino e de todos os produtos serviccedilos infraestruturas etc a ele associados
permitindo ao mesmo tempo obter a reaccedilatildeo dos proacuteprios turistasvisitantes e interagir com
os mesmos graccedilas aos comentaacuterios gostos e partilhas
No caso de Almada existe realmente uma presenccedila nas redes sociais como o
facebook instagram e youtube mas trata-se de uma abordagem meramente informativa
para o puacuteblico portuguecircs nomeadamente a populaccedilatildeo local uma vez que as informaccedilotildees
dizem respeito ao funcionamento do concelho notiacutecias sobre o mesmo e alguns eventos
sendo que todas as redes sociais estatildeo associadas agrave cacircmara municipal do concelho e natildeo
agrave vertente turiacutestica Neste contexto a estrateacutegia de promoccedilatildeo turiacutestica do concelho natildeo
utiliza as redes sociais como meio de divulgaccedilatildeo turiacutestica e de atraccedilatildeo de novos visitantes
Alguns dos objetivos primordiais da mensagem a transmitir atraveacutes da estrateacutegia
de promoccedilatildeo acerca do destino passam por informar atraveacutes da apresentaccedilatildeo de
informaccedilatildeo sobre tudo o que um visitante precisa de saber quando se desloca para um
novo destino (como chegar o que fazer onde ficar alojado etc) envolver o consumidor
com a cultura local atraveacutes de uma amostra daquilo que poderaacute disfrutar no destino e
credibilizar atraveacutes de links de paacuteginas oficiais que complementem a informaccedilatildeo
disponibilizada no site uma vez que todos estes fatores acabam por transmitir confianccedila
ao visitante e captar a sua atenccedilatildeo Quando bem elaborado o conteuacutedo apresentado eacute
capaz de criar no consumidor neste caso o turistavisitante o desejo de visitar o destino
em causa
60
Relativamente a Almada a estrateacutegia de promoccedilatildeo nos canais online eacute
essencialmente feita atraveacutes do recurso ao discurso descritivo e demonstrativo sendo o
seu principal objetivo dar a conhecer ao visitante algumas ainda que reduzidas
curiosidades do destino com o auxiacutelio de algumas imagens Contudo a mensagem
transmitida online natildeo desenvolve uma grande estrateacutegia promocional do destino niacutevel
turiacutestico jaacute que natildeo se verifica um grande desenvolvimento do mix de comunicaccedilatildeo de
diferentes ferramentas integradas como por exemplo accedilotildees promocionais atraveacutes da
utilizaccedilatildeo de viacutedeos e imagens interativas que acompanhem e complementem as
informaccedilotildees encontradas no texto
Poreacutem atraveacutes do site oficial eacute possiacutevel aceder agrave paacutegina lsquoAlmada interativarsquo onde
se encontram algumas aplicaccedilotildees e ferramentas que permitem comunicar eventuais
problemas do concelho ou navegar pelo mapa do mesmo e tambeacutem uma das ferramentas
mais interativas designada lsquoUma agenda vista do ceacuteursquo Esta ferramenta que se encontra
apenas em portuguecircs trata-se de um mapa interativo onde o visitante pode descobrir quais
os eventos que vatildeo ocorrer no concelho podendo selecionar a pesquisa por lsquohojersquo
lsquoamanhatildersquo e lsquoesta semanarsquo e ainda selecionar os eventos por temas (CMA sd)
Outra das ferramentas promocionais mais interativas e dinacircmicas utilizadas pelo
destino eacute a plataforma ISSUU que transforma publicaccedilotildees impressas em virtuais onde
satildeo apresentadas algumas brochuras como a agenda cultural alguns eventos e programas
culturais ainda que uma vez mais se encontrem somente em portuguecircs Para aleacutem do
suporte online a estrateacutegia de promoccedilatildeo do destino passa tambeacutem pelos postos de turismo
e pela participaccedilatildeo em feiras de turismo como eacute exemplo a Bolsa de Turismo de Lisboa
(BTL) entre outras Os postos de turismo do concelho satildeo apenas dois um localizado
em Cacilhas e o segundo na Costa da Caparica
Atraveacutes deste contacto presencial com profissionais da aacuterea o visitante pode obter
todo o tipo de informaccedilatildeo turiacutestica assim como panfletos brochuras e outros documentos
informativos acerca da oferta turiacutestica do concelho que neste caso jaacute se encontram
disponiacuteveis em diversos idiomas A comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo nos destinos turiacutesticos eacute
extremamente relevante e cada vez mais eacute feita atraveacutes do recurso agrave internet pois trata-
se de uma ferramenta que ldquoaguccedila o apetite pela viagem e por isso ela eacute um meio de
comunicaccedilatildeo indispensaacutevel agraves organizaccedilotildees promotoras de destinos turiacutesticosrdquo (Marujo
2008 104)
61
No caso concreto do concelho de Almada e atraveacutes da anaacutelise aos canais de
divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo do mesmo eacute possiacutevel concluir que este recurso natildeo eacute muito
valorizado pois verificam-se algumas lacunas essencialmente relativamente agrave qualidade
e diversidade da informaccedilatildeo e a proacutepria promoccedilatildeo e marketing do destino Segundo
Marujo (2008) eacute necessaacuterio que as entidades promotoras de destinos compreendam que
atraveacutes da internet eacute possiacutevel promover o concelho para todas as partes do mundo
permitindo uma maior interatividade com o consumidor e fornecer informaccedilatildeo mais
detalhada e apelativa a custos mais reduzidos algo que natildeo se verifica no concelho de
Almada A informaccedilatildeo turiacutestica apresentada para aleacutem de ser reduzida natildeo se encontra
disponiacutevel para todo o tipo de visitantes e neste caso ldquode nada adianta a informaccedilatildeo
existir se quem dela necessita natildeo sabe da sua existecircncia ou se ela natildeo puder ser
encontradardquo (Marcondes 2001 citado por Marujo 2008 53)
No turismo as experiecircncias e produtos satildeo maioritariamente intangiacuteveis o que faz
com que ldquouma informaccedilatildeo compreensiva relevante e oportuna [seja] essencial para o
processo de decisatildeo dos turistasrdquo (Liu 2000 citado por Marujo 2008 67) Desta forma
se nos principais canais de divulgaccedilatildeo do destino Almada natildeo se encontram informaccedilotildees
claras e especiacuteficas sobre o que se pode encontrar no mesmo os turistasvisitantes teratildeo
mais dificuldades no seu processo de tomada de decisatildeo podendo mesmo perder o
interesse no destino Eacute tambeacutem essencial conhecer as necessidades dos turistas pois ldquoos
principais elementos de uma boa gestatildeo da informaccedilatildeo estatildeo na raacutepida identificaccedilatildeo das
necessidades do consumidor e na facilidade em personalizar e manter atualizada essa
informaccedilatildeordquo (Buhalis 1998 citado por Marujo 2008 53)
Logo se no destino de Almada a informaccedilatildeo disponibilizada natildeo soacute a niacutevel da
internet mas tambeacutem em relaccedilatildeo a todos os restantes canais de divulgaccedilatildeo do destino
natildeo apresenta padrotildees relativamente elevados de qualidade a satisfaccedilatildeo do visitante pode
natildeo vir a ser a mais positiva causando uma fraca accedilatildeo de atratividade ao destino e
atrasando o seu desenvolvimento Eacute necessaacuterio por esse motivo compreender que ldquoa
disponibilidade de informaccedilatildeo turiacutestica atualizada e de qualidade no destino eacute importante
para satisfazer as necessidades do visitanterdquo que de outra maneira natildeo consegue obter as
informaccedilotildees necessaacuterias para tomar a decisatildeo de visitar o destino podendo acabar por
optar por outro diferente (Sheldon 1993 citado por Marujo 2008 56)
62
Capiacutetulo VI ndash Metodologia
61 Modelo da investigaccedilatildeo
O presente capiacutetulo surge com o objetivo de apresentar os principais
procedimentos cientiacuteficos de metodologia no que concerne agrave componente de investigaccedilatildeo
empiacuterica da presente dissertaccedilatildeo Esta investigaccedilatildeo segue as linhas do processo cientiacutefico
defendidas por Quivy e Campenhoudt (2005) nas quais os autores identificam um
modelo de 5 fases distintas que se podem observar na figura 13 Sendo o principal
objetivo desta investigaccedilatildeo delinear o perfil do turista de Almada assim como analisar a
performance da promoccedilatildeo e comunicaccedilatildeo turiacutestica do destino definiu-se como um dos
objetivos inquirir turistas e visitantes do dia no concelho
Trata-se essencialmente de um estudo descritivo sendo que estes inqueacuteritos foram
realizados com o objetivo de se compreender as caracteriacutesticas sociodemograacuteficas dos
mesmos os principais motivos da sua visita as fontes de informaccedilatildeo que utilizaram as
expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo Todos estes dados serviram tambeacutem para realizar
uma anaacutelise da procura do destino de forma a verificar se esta se conjuga com a oferta
que o mesmo apresenta
Figura 13 - Estrutura da metodologia aplicada (Fonte produccedilatildeo proacutepria adaptado de Quivy e Campenhoudt 2005)
Revisatildeo da literatura
Problemaacutetica e hipoacuteteses
Metodologia
Anaacutelise dos resultados
Conclusotildees
Conceptualizaccedilatildeo do turismo enquanto sistema
Destinos turiacutesticos
Desenvolvimento e gestatildeo de destinos turiacutesticos
Perfil do turista e motivaccedilotildees
Satisfaccedilatildeo e comportamento do turista
Comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino
Almada
Modelo da investigaccedilatildeo
Estrutura do inqueacuterito por questionaacuterio e variaacuteveis
Recolha de dados
Descriccedilatildeo dos resultados
Comparaccedilatildeo dos resultados obtidos com os esperados
e com as hipoacuteteses da investigaccedilatildeo
Principais conclusotildees
Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Recomendaccedilotildees para trabalhos futuros
63
O modelo de investigaccedilatildeo aplicado presente na figura 13 pretende tambeacutem
desenvolver e dar resposta agrave problemaacutetica e agraves hipoacuteteses criadas ao longo do estudo em
causa com o objetivo de as confirmar rejeitar ou modificar Sendo que a problemaacutetica
diz respeito agrave caracterizaccedilatildeo do turistavisitante do dia de Almada e agrave anaacutelise da promoccedilatildeo
turiacutestica do destino definiram-se como hipoacuteteses as seguintes premissas
1 As principais motivaccedilotildees dos turistas que visitam Almada estatildeo puramente
relacionadas com escolhas ocasionais e as suas visitas natildeo satildeo planeadas
2 As fontes de informaccedilatildeo turiacutestica do destino satildeo suficientes e influenciam os
turistas a tomar a decisatildeo de visitar Almada
3 O papel da promoccedilatildeo turiacutestica eacute eficiente e permite aumentar a atratividade para
o municiacutepio de Almada
4 O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute baixo
5 Os turistas e visitantes do dia tecircm intenccedilatildeo de regressar a Almada
No caso da presente dissertaccedilatildeo optou-se somente por seguir um modelo de
investigaccedilatildeo quantitativo uma vez que os dados necessaacuterios para traccedilar o perfil dos
turistasvisitantes e compreender o impacto da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica nos
mesmos soacute seriam possiacuteveis de ser recolhidos atraveacutes deste meacutetodo sendo que esta
informaccedilatildeo era determinante para contextualizar toda a parte teoacuterica relativa agrave temaacutetica
em causa Contudo a anaacutelise natildeo recaiu apenas sobre a perspetiva da procura pois foi
tambeacutem realizada uma anaacutelise extensiva da oferta do destino de forma a compreender
que tipo de serviccedilos e produtos turiacutesticos estatildeo agrave disposiccedilatildeo dos visitantes assim como a
qualidade dos mesmos
62 Caracterizaccedilatildeo da amostra e instrumentos de recolha de observaccedilatildeo
Para o estudo do perfil do turista de Almada optou-se pela aplicaccedilatildeo de um
inqueacuterito por questionaacuterio realizado presencialmente essencialmente nos postos de
turismo de Almada e Costa da Caparica e tambeacutem nos locais mais turiacutesticos como o
Cristo Rei e Cacilhas durante todo o mecircs de junho O principal objetivo era o de recolher
informaccedilatildeo primaacuteria aos visitantes e turistas de forma a adquirir dados que permitissem
traccedilar o perfil do consumidor a experiecircncia turiacutestica o processo de tomada de decisatildeo e
ainda aferir quais as fontescanais de informaccedilatildeo utilizadas para a recolha de informaccedilatildeo
sobre Almada Inicialmente foi definida uma amostra de 239 questionaacuterios tendo por
base no nuacutemero de entradas de turistas e visitantes do dia nos postos de turismo
64
Contudo natildeo foi possiacutevel atingir este nuacutemero devido a diversos fatores
posteriormente explicados e apresentados tendo-se alterado a amostra para 150
inqueacuteritos Esta amostra eacute composta por meacutetodos natildeo probabiliacutesticos e por amostragem
natildeo aleatoacuteria e por conveniecircncia uma vez que se destinavam somente a turistas ou
visitantes do dia com idade superior ou igual a 18 anos que se demonstravam disponiacuteveis
para responder ao inqueacuterito nos locais anteriormente referidos Os principais instrumentos
de recolha e observaccedilatildeo para esta dissertaccedilatildeo baseiam-se sobretudo na recolha de dados
secundaacuterios atraveacutes de fontes como o INE e de dados oficiais da CMA disponibilizados
pelos postos de informaccedilatildeo turiacutestica de Almada (Cacilhas e Costa da Caparica) de forma
a avaliar a oferta turiacutestica
Para aleacutem destes dados tambeacutem foram utilizados como instrumentos de
observaccedilatildeo todos os documentos oficiais como planos de desenvolvimento planos de
atividade relatoacuterios meios de divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo turiacutestica e de promoccedilatildeo turiacutestica
do concelho de Almada com o intuito de perceber como eacute que a promoccedilatildeo deste destino
eacute feita e se vai ao encontro daquilo que eacute a procura e a oferta do mesmo assim como
compreender se realmente funciona como uma ferramenta de atratividade para o destino
63 Construccedilatildeo e descriccedilatildeo do inqueacuterito por questionaacuterio
Para a recolha de dados de informaccedilatildeo para o estudo em causa optou-se pela
aplicaccedilatildeo de um inqueacuterito por questionaacuterio Este instrumento eacute um original construiacutedo
especificamente para esta dissertaccedilatildeo de forma a dar respostas aos princiacutepios teoacutericos
apresentados anteriormente Autores como Hill e Hill (1998) defendem que a construccedilatildeo
de um bom questionaacuterio eacute um processo que inclui diversos passos e conteacutem vaacuterios
componentes como a aacuterea geral de investigaccedilatildeo os objetivos da investigaccedilatildeo diferentes
secccedilotildees e escalas de perguntas as hipoacuteteses e os meacutetodos para analisar os dados
Desta forma para que fosse possiacutevel construir um instrumento viaacutevel e de
qualidade o mesmo foi sujeito agrave anaacutelise e revisatildeo por parte da orientadora especialista
que acompanhou esta dissertaccedilatildeo que forneceu alguns documentos que serviram como
modelos de exemplo assim como indicaccedilotildees que permitiram aperfeiccediloar o inqueacuterito ao
niacutevel de toda a sua estrutura sequecircncia das questotildees e pertinecircncia das mesmas Contudo
a construccedilatildeo do questionaacuterio teve ainda por base alguns contributos teoacutericos dos quais se
destacam Costa 2015 Lynch et al 2011 Akama J e Kieti D 2003 Naidoo et al
2011
65
Para a construccedilatildeo das perguntas presentes no inqueacuterito teve-se por base toda a
fundamentaccedilatildeo teoacuterica da revisatildeo de literatura e os contributos de alguns teoacutericos No que
diz respeito agraves motivaccedilotildees destacam-se os contributos de autores como Dann 1977
Crompton 1979 Iso-Ahola 1982 Gnoth 1997 Baloglu e McCleary 1999 entre outros
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo Crotts e Pan 2007 Alegre e Garau 2010 Jensen 2010 etc
Relativamente ao comportamento do consumidor Swarbrook e Horner 2007 Gacircndara
2008 Marujo 2008 Peres e Rita 2017 etc Por uacuteltimo no que concerne as estrateacutegias
de comunicaccedilatildeo Marujo 2008 Miranda 2010 Cardoso 2012 Wichels 2013 etc
O inqueacuterito foi produzido em trecircs idiomas distintos sendo eles o portuguecircs o
inglecircs e o espanhol natildeo soacute por se tratarem dos idiomas dominados mas tambeacutem de forma
a ser possiacutevel alcanccedilar mais facilmente os intervenientes jaacute que formam parte dos
principais mercados que visitam Almada Espanha e paiacuteses que falam a liacutengua inglesa
como o Reino Unido e a Alemanha Este inqueacuterito encontra-se apresentado no anexo I
No seu total o inqueacuterito eacute composto por 33 questotildees distribuiacutedas por quatro
grupos distintos de anaacutelise de dados O primeiro grupo eacute referente agrave caracterizaccedilatildeo da
visita ao destino Almada que pretendeu analisar se seria a primeira vez que visitavam o
destino com quem viajam o local de residecircncia a razatildeo da visita se pernoitavam ou natildeo
no destino tipo de alojamento e meio de transporte utilizado o segundo grupo diz respeito
agraves fontes de informaccedilatildeo do destino quais e quando foram utilizadas e como foram
valorizadas o terceiro diz respeito agraves expectativas motivaccedilotildees e satisfaccedilatildeo do
turistavisitante do dia quais as expectativas iniciais se Almada eacute o uacutenico destino que
visitam quais as atraccedilotildees que visitaramvatildeo visitar os graus de importacircncia e de
satisfaccedilatildeo relativamente aos atributos do destino a satisfaccedilatildeo global o que mais e menos
gostaram durante a visita e as intenccedilotildees comportamentais por fim o quarto e uacuteltimo
grupo eacute referente aos dados sociodemograacuteficos
Estes conjuntos de dados satildeo constituiacutedos na grande maioria por perguntas
fechadas (de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia) sendo que
existem tambeacutem perguntas semiabertas onde surge a opccedilatildeo de mencionar outros aspetos
para aleacutem daqueles apresentados e ainda 10 perguntas de resposta aberta que dizem
respeito ao nuacutemero de visitas que fez ao destino ao local de residecircncia ao nuacutemero de
noites que passa no destino quais os destinos que visita para aleacutem de Almada e quais as
principais atraccedilotildees que vai visitar no destino em causa o que mais gostou e o que menos
gostou durante a visita e por uacuteltimo a nacionalidade
66
Nas questotildees de escolha muacuteltipla ou classificaccedilatildeo por grau de importacircncia optou-
se pela aplicaccedilatildeo da escala de Likert de cinco niacuteveis por se tratar de um instrumento
praacutetico ldquona medida de atitudes sendo de faacutecil construccedilatildeo gestatildeo e interpretaccedilatildeordquo (Naidoo
et al 2011 citado por Figueiredo 2015 36)
A aplicaccedilatildeo do inqueacuterito ocorreu durante os meses de junho e julho mais
concretamente entre o dia 03 de junho de 2019 e o dia 05 de julho de 2019 in loco A
aplicaccedilatildeo foi feita essencialmente nos postos de turismo de Cacilhas e da Costa de
Caparica mas tambeacutem nas aacutereas mais turiacutesticas como toda a zona de Cacilhas (cais zona
ribeirinha e ruas principais) e o Cristo Rei Esta recolha foi efetuada tanto em dias uacuteteis
como em dias natildeo uacuteteis durante todo o dia e de forma aleatoacuteria na tentativa de obter uma
amostra diversificada Para a anaacutelise e tratamento dos dados recorreu-se ao programa
Microsoft Office Excel que permitiu natildeo soacute elaborar uma anaacutelise descritiva como tambeacutem
uma anaacutelise comparativa das diferentes variaacuteveis
67
Capiacutetulo VII ndash Apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos dados obtidos
Apoacutes a recolha dos inqueacuteritos por questionaacuterio os dados obtidos foram
organizados e analisados sendo que no presente capiacutetulo pretende-se apresentar os
resultados alcanccedilados Para esta anaacutelise foi utilizado o programa Microsoft Office Excel
tendo-se elaborado essencialmente uma anaacutelise estatiacutestica descritiva Uma vez que o
objetivo do estudo empiacuterico se relacionava com a caracterizaccedilatildeo do perfil tanto do turista
como do visitante do dia de Almada a anaacutelise dos dados foi dividida entre estas duas
variaacuteveis de forma a obter dados relativos a cada uma das mesmas individualmente jaacute
que se tratam de realidades diferentes sendo que ambas contribuem para a caracterizaccedilatildeo
do perfil do turista de um destino
71 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
Iniciando a anaacutelise dos dados pelas caracteriacutesticas sociodemograacuteficas pode-se
concluir que relativamente aos visitantes do dia (60 da amostra total) em relaccedilatildeo agrave
idade os dados dividem-se essencialmente em duas faixas etaacuterias visiacuteveis na figura 14 a
primeira corresponde ao intervalo de idades entre os 25 e os 34 anos (com 39 das
respostas) e a segunda entre os 18 e os 24 anos (com 24) Desta forma o intervalo de
idades que se destaca diz respeito agraves idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos
correspondendo estes dois valores a cerca de 63 da amostra relativa aos visitantes do
dia Dos restantes 37 destaca-se o intervalo de idades dos 35 aos 44 anos e os de 55
aos 64 anos (ambos com 12) Em suma a maioria dos visitantes do dia possuem idades
compreendidas entre os 18 e os 34 anos tratando-se do principal puacuteblico alvo deste
destino
Figura 14 - Idade visitantes do dia
24
39
12
5
12
8
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
68
Ao contraacuterio do que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia em
relaccedilatildeo aos turistas (40 da amostra total) as idades presentes na figura 15 que mais se
destacam dizem respeito ao intervalo de idades entre os 45 e 54 anos com 25 seguido
das idades compreendidas entre os 18 e 24 55 e 65 (ambos com 19) e por uacuteltimo as
idades entre os 25 e 34 e os mais de 64 anos tambeacutem ambos com 16
Figura 15 - Idade turistas
Relativamente ao geacutenero da amostra atraveacutes da figura 16 eacute possiacutevel verificar que
nos visitantes do dia o sexo feminino representou 73 das respostas enquanto que o
masculino apenas 27 No caso dos turistas na figura 17 denota-se a predominacircncia do
sexo feminino com 65 das respostas sendo que o sexo masculino apresenta apenas
35
Figura 16 - Geacutenero visitantes do dia
19
16
5
24
19
16
18 - 24 25-34 35-44 45-54 55-64 mais 64
Masculino27
Feminino73
69
Figura 17 - Geacutenero turistas
No que diz respeito ao estado civil da amostra presente na figura 18
encontram-se em destaque os visitantes do dia solteiros com 64 seguindo-se os casados
ou em uniatildeo de facto com 34 Uma vez mais ao contraacuterio do que se verificou nos dados
relativos aos visitantes do dia o estado civil que predomina nos turistas presentes na
figura 19 que visitam Almada eacute o de casado ou em uniatildeo de facto com 58 seguido do
de solteiro com 42
Figura 18 - Estado civil visitantes do dia
Figura 19 - Estado civil turistas
Masculino35
Feminino65
64
34
2
Solteiro Casado ou Uniatildeode facto
Divorciado ouViuacutevo
42
58
Solteiro Casado ou Uniatildeo de facto
70
Os dados relativos agrave nacionalidade dispostos nas figuras 20 e 21 demonstram que
a maioria dos visitantes do dia incide nas designadas lsquooutras nacionalidadesrsquo com 40
onde se inserem nacionalidades como a belga holandesa chinesa russa etc seguindo-
se da portuguesa com 27 e a italiana com 7 Nos turistas o destaque vai tambeacutem para
as lsquooutras nacionalidadesrsquo com 27 (onde estatildeo incluiacutedas nacionalidades como suiacuteccedila
holandesa polaca argentina) Contudo no caso dos turistas destaca-se a nacionalidade
espanhola com 21 seguida da alematilde com 16 e por uacuteltimo a portuguesa com 13
Figura 20 - Nacionalidades visitantes do dia
Figura 21 - Nacionalidades turistas
As habilitaccedilotildees literaacuterias dos visitantes do dia de Almada apresentadas na figura
22 refletem-se com maior incidecircncia no ensino superior com 63 seguido de poacutes-
graduaccedilatildeo com 20 Relativamente aos mesmos dados anteriormente citados no que diz
respeito aos turistas as habilitaccedilotildees literaacuterias demonstram o mesmo cenaacuterio com a
predominacircncia do ensino superior com 61 seguido do secundaacuterio com 23 e a poacutes-
graduaccedilatildeo com 16 presentes na figura 23
27
5
4
4
5
3
3
7
40
Portuguesa
Brasileira
Americana
Francesa
Alematilde
Espanhola
Britacircnica
Italiana
Outras nacionalidades
13
10
16
21
40
Portuguesa
Francesa
Alematilde
Espanhola
Outras nacionalidades
71
Figura 22 - Habilitaccedilotildees literaacuterias visitantes do dia
Figura 23 - Habilitaccedilotildees literaacuterias turistas
A situaccedilatildeo perante o emprego presente nas figuras 24 e 25 no caso dos visitantes
do dia subdivide-se essencialmente na categoria de empregado com 63 e estudante com
13 seguido de reformado com 10 No caso dos turistas a categoria de empregado
manteacutem-se predominante com 58 seguido da categoria de reformado com 23 ao
contraacuterio do que se verifica nos visitantes do dia e por fim a de estudante com 18 Desta
forma a maioria dos turistas e visitantes do dia de Almada encontram-se empregados
reformados ou satildeo estudantes
2
15
63
20
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
23
61
16
Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado
72
Figura 24 - Situaccedilatildeo profissional (visitantes do dia)
Figura 25 - Situaccedilatildeo profissional (turistas)
Atraveacutes da figura 26 verifica-se que o valor meacutedio gasto por visitantes do dia em
Almada (por dia e por pessoa excluindo o alojamento) incide com maior frequecircncia nos
visitantes que gastam ateacute 50euro com 74 seguido dos que gastam entre 51 e 100euro com
20 sendo que os restantes valores natildeo obtiveram respostas ou dados relevantes O valor
meacutedio gasto por turistas em Almada (por dia e por pessoa excluindo alojamento) incide
com maior frequecircncia como no caso dos visitantes do dia nos turistas que gastam ateacute
50euro com 52 e os que gastam entre 51 e 100euro com 39 valores visiacuteveis na figura 27
63
73
1310
4
Empregado Desempregado Natildeo Ativo Estudante Reformado Outro
58
2
1823
Empregado Desempregado Estudante Reformado
73
Figura 26 - Valor meacutedio gasto por dia (visitantes do dia)
Figura 27 - Valor meacutedio gasto por dia (turistas)
Em relaccedilatildeo ao rendimento familiar mensal dos visitantes do dia (figura 28)
destacam-se os que possuem entre 1001 a 1500euro de rendimento com 23 seguido dos
com mais de 2501euro com 21 sendo que os valores mais baixos (ateacute 500euro e entre 501 e
1000euro) satildeo os que apresentam as menores percentagens de pessoas com 10 e 13
respetivamente Nos turistas (figura 29) o panorama altera-se uma vez que predominam
os que possuem mais de 2501euro de rendimento com 29 seguidos dos que possuem entre
2001 e 2500euro com 18
74
20
2
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro
52
39
2 2 25
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro NatildeoRespondeu
74
Figura 28 - Rendimento familiar mensal (visitantes do dia)
Figura 29 - Rendimento familiar mensal (turistas)
72 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
De acordo com a figura 30 no caso dos visitantes do dia 70 dos inquiridos
estavam a visitar pela primeira vez o destino Almada e no caso dos turistas 65 Em
ambos os casos os resultados satildeo idecircnticos sendo que apenas 30 do total de inquiridos
de cada variaacutevel natildeo se encontravam a visitar Almada pela primeira vez
10
13
23
18
15
21
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
3
10
1516
18
29
10
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro Mais de 2501euro
NatildeoRespondeu
75
Figura 30 ndash a) Primeira vez em Almada (visitantes do dia)
b) Primeira vez em Almada (turistas)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de visitas nos uacuteltimos 2 anos presentes na tabela 7 no caso
dos visitantes do dia dos 30 que jaacute tinham visitado Almada antes destacam-se os 54
que fizeram entre 1 a 3 visitas ao destino nos uacuteltimos 2 anos seguidos dos que visitaram
muitas vezes Almada com 21 e dos que natildeo responderam com 14 No caso dos
turistas dos 35 que jaacute tinham visitado Almada a grande maioria com 59 visitou entre
1 e 3 vezes Almada nos uacuteltimos 2 anos seguindo-se os que visitaram entre 4 a 10 vezes
com 18 e por fim os que natildeo responderam tambeacutem com 14
Tabela 7 - Nordm de viagens a Almada nos uacuteltimos 2 anos
Com base nos resultados anteriores eacute possiacutevel concluir que 65 do total de
inquiridos incluindo turistas e visitantes do dia jaacute tinham visitado Almada antes o que
significa que repetiram a sua visita ao destino algo bastante positivo pois indica que
gostaram e quiseram repetir a experiecircncia Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima visita a Almada presentes
na tabela 8 os visitantes do dia na sua maioria com 39 natildeo responderam mas
destacam-se os que realizaram a sua uacuteltima visita entre 2016 e 2018 com 32 seguidos
dos que visitaram entre fevereiro e maio de 2019 com 25 Os turistas 32 natildeo
responderam 36 que visitaram entre 2016 e 2018 e 27 entre fevereiro e maio de
2019
Sim 70
Natildeo 30
Sim 65
Natildeo 35
Visitantes do dia Turistas
Nordm de viagens nos uacuteltimos 2 anos Nordm Nordm
Entre 1 e 3 15 54 13 59
Entre 4 e 10 3 11 4 18
Muitas vezes 6 21 2 9
Natildeo respondeu 4 14 3 14
a) b)
76
Tabela 8 - Uacuteltima visita a Almada
Relativamente aos dados das figuras 31 e 32 no caso dos visitantes do dia 61
vem acompanhado pela famiacutelia ou amigos e 26 com o companheiroa O mesmo se
verifica no caso dos turistas sendo que 47 viaja com a famiacutelia ou amigos e 45 com o
companheiroa Os dados que revelam uma menor percentagem dizem respeito tanto nos
turistas como nos visitantes do dia aos que viajam em grupo ou excursatildeo seguidos dos
que viajam sozinhos Consequentemente os principais puacuteblicos alvo satildeo todos aqueles
que visitam Almada acompanhados (ou com familiaresamigos ou com os companheiros)
Deste modo eacute possiacutevel adaptar a oferta do destino a este tipo de puacuteblico oferendo os
produtos e serviccedilos que vatildeo ao encontro das necessidades destes segmentos especiacuteficos
Figura 31 - Com quem viaja (visitantes do dia)
Figura 32 - Com quem viaja (visitantes do dia)
103
26
61
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
62
45 47
Sozinho GrupoExcursatildeo Companheiro FamiacuteliaAmigos
Visitantes do dia Turistas
Uacuteltima visita a Almada Nordm Nordm
Entre 10 a 13 anos atraacutes 1 4 1 5
Entre 2016 e 2018 9 32 8 36
Entre fevereiro e maio de 2019 7 25 6 27
Natildeo respondeu 11 39 7 32
77
No que diz respeito ao local de residecircncia nas figuras 33 e 34 observa-se que no
caso dos visitantes do dia 66 natildeo satildeo residentes em Portugal seguidos de 23 que
residem noutros concelhos do paiacutes como Loures Vila Franca de Xira ou Seixal e 11
que residem em Lisboa No caso dos turistas verifica-se que a percentagem de natildeo
residentes em Portugal eacute mais elevada com 90 seguido dos que residem em Lisboa com
6 e os que residem noutros concelhos do paiacutes como o distrito de Coimbra e Vila Franca
de Xira com apenas 3
Figura 33 - Residente em Portugal e concelho (visitantes do dia)
Figura 34 - Residente em Portugal e concelho (turistas)
66
11
23
Natildeo Lisboa Outros concelhos
90
63
Natildeo Lisboa Outros concelhos
78
Na figura 35 relativa aos inquiridos residentes noutro paiacutes no caso dos visitantes
do dia destacam-se os 34 que natildeo satildeo residentes noutro paiacutes e os que satildeo residentes
noutros paiacuteses diferentes dos apresentados no graacutefico com 34 onde se inserem paiacuteses
como a Holanda Beacutelgica Greacutecia Ruacutessia Iratildeo Argentina Suiacuteccedila entre outros Podem-se
destacar ainda paiacuteses como a Alemanha com 7 Estados Unidos da Ameacuterica com 5
assim como a Espanha e a Franccedila cada um com 5 valores consideravelmente baixos
para estes mercados em comparaccedilatildeo com dados recolhidos atraveacutes do INE em anos
anteriores
Figura 35 - Residentes noutro paiacutes (visitantes do dia)
Figura 36 - Residentes noutro paiacutes (turistas)
7
4
5
5
4
1
5
34
34
Alemanha
Brasil
Estados Unidos
Espanha
Itaacutelia
Inglaterra
Franccedila
Outros paiacuteses
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
16
21
10
10
44
Alemanha
Espanha
Franccedila
Natildeo eacute residente noutro paiacutes
Outros paiacuteses
79
Os turistas residentes noutro paiacutes presentes figura 36 residem essencialmente em
paiacuteses como a Aacuteustria Canadaacute Poloacutenia Hungria Sueacutecia entre outros com uma
frequecircncia de resposta de 44 seguidos dos que residem em Espanha com 21 e na
Alemanha com 16 Neste caso a percentagem de inquiridos que natildeo satildeo residentes
noutro paiacutes eacute muito mais reduzida em comparaccedilatildeo aos visitantes do dia com apenas 10
O principal motivo da visita a Almada em relaccedilatildeo aos visitantes do dia divide-se
essencialmente em duas variaacuteveis visiacuteveis na figura 37 passear com 25 e monumentos
com 16 tratando-se dos produtos turiacutesticos que os visitantes do dia consideram mais
importantes neste destino destacando-se ainda a paisagem com 11 o lazer recreio e
feacuterias e os museus ambos com 10 e por uacuteltimo a praia com 9 As variaacuteveis que
demonstram menos peso percentual satildeo a religiatildeo e o ambiente humano com 0 os
desportos e o profissionalnegoacutecios com 1 e os eventos com 2
Figura 37 - Razatildeo da visita a Almada (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 38 demonstram ao contraacuterio do
que se verifica nos visitantes do dia que a grande maioria visita Almada essencialmente
pela praia com 20 para passear com 18 e pelo lazer recreio e feacuterias com 15
tratando-se dos produtos turiacutesticos que os turistas consideram mais importantes neste
destino
Passear25
Compras e lojas3
Monumentos16
Museus11
Praia9
Gastronomia5
Familiares e amigos6
Paisagem11
Lazer recreio e feacuterias10
80
As restantes variaacuteveis apresentam percentagens bastante idecircnticas como eacute o caso
da gastronomia com 8 os museus monumentos e paisagens com 7 As variaacuteveis que
apresentam menores valores satildeo uma vez mais como se verificou nos visitantes do dia
o ambiente humano com 0 religiatildeo com 1 profissionalnegoacutecios 2 e eventos com
3
Figura 38 - Razatildeo da visita a Almada (turistas)
Relativamente agraves questotildees 17 18 19 e 110 do grupo 1 do questionaacuterio
realizado apresentado no anexo I dos 154 questionaacuterios realizados apenas 40 (que
dizem respeito ao nuacutemero de turistas) responderam agraves mesmas pois apenas os turistas
pernoitaram e ficaram alojados em Almada sendo que como eacute possiacutevel observar na
figura 39 58 pernoitou mais de 4 noites no destino seguindo-se os que pernoitaram 3
noites com 15 2 noites com 8 e 4 noites tambeacutem com 8
Passear18
Compras e lojas4
Monumentos7
Museus7
Praia20
Gastronomia8
Familiares e amigos5
Paisagem7
Lazer recreio e feacuterias15
Desportos4
81
Figura 39 - Nordm de noites que pernoita em Almada
Figura 40 - Em que zona ficou alojado
Desta forma atraveacutes da figura 40 dos 40 de turistas que ficaram alojados em
Almada a grande maioria (68) ficou alojado na Costa da Caparica confirmando-se
assim a informaccedilatildeo do graacutefico anterior uma vez que a principal razatildeo de visita dos turistas
a Almada eacute a praia De seguida surge entatildeo a zona de Cacilhas com 15 e por uacuteltimo
Almada Centro com 13 ficando as zonas do Pragal Trafaria e Herdade da Aroeira com
os menores valores percentuais (2)
No que diz respeito ao tipo de alojamento na figura 41 verifica-se que a tipologia
mais elegida foi o apartamento com 24 seguido do hotel com 21 e por uacuteltimo a casa
de familiares ou amigos com 16
38
15
8
58
8
1 noite 2 noites 3 noites 4 noites Mais de 4noites
NatildeoRespondeu
15
2
13
68
2 2
Cacilhas Pragal AlmadaCentro
Costa daCaparica
Trafaria Herdade daAroeira
82
Figura 41 - Tipo de alojamento elegido
Relativamente ao tipo de regime na figura 42 destacam-se os que optaram
somente pela dormida com 39 e os que optaram pela dormida e pequeno almoccedilo com
37 dados que poderatildeo ter influecircncia na definiccedilatildeo do perfil uma vez que indicam que soacute
utilizam o destino em questatildeo para passar a noite
Figura 42 - Tipo de regime
Ao analisarmos a figura 43 referente ao transporte utilizado para chegar ao
destino percebemos que os visitantes do dia utilizaram essencialmente o barco com 46
seguido da viatura proacutepria com 27 e do autocarro puacuteblico com 11 Na figura 44
verifica-se que os turistas ao contraacuterio dos visitantes do dia utilizaram na sua maioria a
viatura proacutepria com 34 seguido da viatura alugada com 23 o autocarro puacuteblico com
19 e ainda o barco com 18
21
5
5
6
24
5
5
6
16
3
2
2
Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de Campismo
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros (Airbnb)
Natildeo Respondeu
3937
32
811
Soacute dormida Dormida epequenoalmoccedilo
Meiapensatildeo
Pensatildeocompleta
Tudoincluiacutedo
NatildeosabeNatildeorespondeu
83
Eacute de referir ainda que por se tratar de uma questatildeo de escolha muacuteltipla alguns dos
inquiridos selecionaram mais do que uma opccedilatildeo pois utilizaram diferentes transportes
para chegar ao destino
Figura 43 - Meio de transporte utilizado (visitantes do dia)
Figura 44 - Meio de transporte utilizado (turistas)
Estes contrastes demonstram que os visitantes do dia como despendem apenas de
algumas horas do seu dia para visitar Almada preferem utilizar o barco jaacute que eacute o
transporte mais raacutepido e de maior proximidade com Lisboa de onde proveacutem a grande
maioria No caso dos turistas como satildeo provenientes de paiacuteses ou localidades mais
distantes e como passam mais tempo no destino optam por meios de transporte que lhes
permitam ter uma maior liberdade e conforto como por exemplo as viaturas
27
6
2
11
7
46
2
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Comboio
Barco
Tuck-tuck
34
23
2
19
18
5
Viatura proacutepria
Viatura alugada
Autocarro turiacutestico
Autocarro puacuteblico
Barco
Taacutexi
84
73 Fontes de informaccedilatildeo do destino de Almada
Atraveacutes da anaacutelise da figura 45 e partindo do pressuposto que o total de respostas
nesta pergunta eacute maior que 92 (nuacutemero de visitantes do dia) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os visitantes do dia atribuem maior grau de
importacircncia a fontes de informaccedilatildeo relacionadas com os familiares e amigos uma vez
que se verifica uma frequecircncia de 64 respostas sendo que 27 dessas respostas numa
escala em que (1) nada importante e (5) extremamente importante classificaram esta
fonte com niacutevel maacuteximo (5) e 20 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que
a maioria atribui elevados graus de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 62
respostas sendo que 22 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 10 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados postos de Lisboa Cacilhas e
Costa da Caparica Na opccedilatildeo escolha ocasional verifica-se uma frequecircncia de 54
respostas o que demonstra que muitos dos visitantes do dia chegaram ao destino sem ter
planeado a visita sendo que 33 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 11 com o niacutevel seguinte (4) o que demonstra alguma importacircncia desta
opccedilatildeo As brochuras e guias turiacutesticos apresentam tambeacutem uma frequecircncia de 54
respostas onde 20 das mesmas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1) e apenas
6 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando assim a fraca importacircncia atribuiacuteda
Figura 45 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
8 2 7
2027
7 2
33
111
23 5
9 6 2
9 2
16 10 16
20 4
13 11 6
226
5 92
27 4
74
222 6
1113
1029 5
73
20 4 7 611
3 1
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
85
De seguida a variaacutevel que apresenta maior frequecircncia de respostas satildeo as redes
sociais com 53 respostas sendo que 16 classificaram as redes sociais com o niacutevel
intermeacutedio (3) e 16 com o niacutevel maacuteximo (5) demonstrando relativa importacircncia para esta
fonte As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas sendo
que a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo surge com 48 respostas as revistas ou
jornais com 45 as feiras ou exposiccedilotildees de turismo o site da CMA e as agecircncias de viagens
com 44
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes no niacutevel miacutenimo (1) demonstrando assim que todas elas natildeo
apresentam qualquer importacircncia para os visitantes do dia Foram ainda mencionados 4
aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo utilizadas um
guia de walking tours em Lisboa recomendaccedilotildees em restaurantes e ainda recomendaccedilotildees
por parte de empregados de hotel
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os visitantes do dia dizem respeito agraves informaccedilotildees fornecidas por familiares ou
amigos e algumas redes sociais como o instagram e o facebook pois satildeo as variaacuteveis que
apresentam uma maior frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala
Figura 46 - Valorizaccedilatildeo das fontes de informaccedilatildeo (turistas)
4 47
20
87 7
3
2
13
26
19
1 6 3
6
8
5 6 6
2
14
23 2
1
14
36 1
14
3
3
4515
1
42
112 4
5 2
13
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos Escolha OcasionalRevista ou jornal Redes sociaisBrochuras e guias turisticos FeirasExposiccedilotildees de turismoSite da CMA Postos de informaccedilatildeo turiacutesticaAgecircncias de viagem Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismoOutros
86
Atraveacutes da anaacutelise da figura 46 e partindo do mesmo pressuposto anterior de que
o total de respostas seraacute superior a 62 (nuacutemero de turistas) por se tratar de uma pergunta
de escolha muacuteltipla podemos concluir que os turistas assim como se verificou no caso
dos visitantes do dia atribuem maior grau de importacircncia a fontes de informaccedilatildeo
relacionadas com os familiares e amigos uma vez que se verifica uma frequecircncia de 35
respostas sendo que 20 dessas respostas classificaram esta fonte com niacutevel maacuteximo (5)
e 7 respostas com o niacutevel anterior (4) o que significa que a maioria atribui elevados graus
de importacircncia a esta fonte
De seguida surgem os postos de informaccedilatildeo turiacutestica com uma frequecircncia de 29
respostas sendo que 14 dessas respostas classificaram esta fonte com o niacutevel miacutenimo (1)
e apenas 5 com o niacutevel maacuteximo (5) o que significa que esta fonte apresenta um grau de
importacircncia relativamente baixo tendo sido mencionados apenas os postos de Cacilhas e
Costa da Caparica
As restantes variaacuteveis apresentam frequecircncias de resposta bastante idecircnticas
sendo que a opccedilatildeo escolha ocasional surge com 27 respostas assim como as brochuras e
guias turiacutesticos as redes sociais com 25 o site da CMA com 24 as agecircncias de viagem e
a recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo ambas com 23 as revistas ou jornais bem
como as feiras ou exposiccedilotildees de turismo com 22
Todas estas variaacuteveis apresentam muito poucas classificaccedilotildees no niacutevel maacuteximo da
escala (5) e bastantes nos niacuteveis miacutenimo (1) e intermeacutedio (3) demonstrando assim que
todas elas natildeo apresentam importacircncia de relevo para os turistas Foram ainda
mencionados 4 aspetos na opccedilatildeo outros tendo sido referidos como fontes de informaccedilatildeo
utilizadas a internet o booking a televisatildeo e informaccedilotildees recolhidas em Lisboa
Assim conclui-se que as fontes de informaccedilatildeo consideradas mais importantes
para os turistas satildeo as mesmas dos visitantes do dia sendo que dizem respeito agraves
informaccedilotildees fornecidas por familiares ou amigos algumas redes sociais como o
instagram o facebook o pinterest e o tripadvisor assim como os postos de informaccedilatildeo
turiacutestica de Cacilhas e Costa da Caparica pois satildeo as variaacuteveis que apresentam uma maior
frequecircncia de resposta no niacutevel mais elevado da escala (5) extremamente importante
87
De seguida eacute interessante observar as figuras 47 e 48 uma vez que podemos
concluir que estas fontes de informaccedilatildeo previamente analisadas nas figuras anteriores
por parte dos visitantes do dia foram utilizadas essencialmente antes da viagem com 35
ou durante a viagem com 28 destacando-se ainda uma percentagem relevante de
visitantes que natildeo utilizaram nenhuma fonte de informaccedilatildeo com 21 No caso dos
turistas 44 utilizou as fontes antes da viagem e 24 durante apresentando valores
bastante similares aos visitantes do dia e tambeacutem com uma percentagem de 19 de
pessoas que natildeo utilizaram nenhuma fonte
Figura 47 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 48 - Quando utilizou as fontes de informaccedilatildeo (turistas)
No processo de tomada de decisatildeo de visitar Almada os dados das figuras 49 e
50 revelam que tanto os visitantes do dia como os turistas na sua maioria decidiram visitar
Almada antes de chegarem ao destino com 47 e 66 respetivamente Em ambos os
casos a segunda maior percentagem diz respeito aos que natildeo planearam a sua visita
sendo que no caso dos visitantes do dia 36 natildeo planeou e no caso dos turistas 21
21
35
28
16
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
19
44
24
13
Natildeo Usei Antes da viagem Durante a viagem Antes da viagem edurante
88
Figura 49 - Processo de tomada de decisatildeo (visitantes do dia)
Figura 50 - Processo de tomada de decisatildeo (turistas)
Esta anaacutelise permitiu perceber que o melhor momento para intervir junto destes
consumidores eacute no momento da primeira fase do processo de decisatildeo designado por preacute-
decisatildeo ou seja implementar ferramentas de marketing e promoccedilatildeo que faccedilam chegar a
informaccedilatildeo aos consumidores no momento antes da viagem ser realizada
De seguida eacute possiacutevel observar de que forma esta divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino Almada foi valorizada Nos visitantes do dia (figura 51) 27
valorizaram-na como sendo boa seguido de insuficiente com 23 e suficiente com 15
Destaca-se ainda uma elevada percentagem (22) que natildeo soube ou natildeo quis responder
Relativamente aos turistas (figura 52) a grande maioria valoriza o desempenho como
sendo bom com 32 e muito bom com 26 ficando os valores inferiores (insuficiente
com 10 e muito insuficiente com 2) com menor destaque neste caso ao contraacuterio do
que se verificou nos visitantes do dia
89
Figura 51 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (visitantes do dia)
Figura 52 - Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo (turistas)
Pode-se assim concluir que as fontes utilizadas pelos turistas (familiares ou
amigos e postos de informaccedilatildeo turiacutestica) satildeo mais valorizados dos que as utilizadas pelos
visitantes do dia (familiares ou amigos e redes sociais) Contudo no geral o desempenho
da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino eacute considerado como bom e muito bom pela
maioria dos visitantes do dia e turistas respetivamente
74 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
Tendo em atenccedilatildeo que os turistas e visitantes do dia tecircm acesso a informaccedilatildeo sobre
o destino que visitam antes de realizarem a viagem e criam as suas expectativas tendo por
base essa informaccedilatildeo na figura 53 podemos observar que os visitantes do dia na sua
maioria com 52 natildeo tinham qualquer tipo de expectativas em relaccedilatildeo a Almada
contudo 30 tinha expectativas moderadas e 12 elevadas Estes dados revelam que
apesar de terem tido acesso a informaccedilatildeo sobre o destino antes de realizarem a viagem
essa informaccedilatildeo natildeo teve impacto de forma a criar expectativas nos visitantes o que pode
indicar que a informaccedilatildeo apresentada natildeo eacute de qualidade ou natildeo apresenta meacutetodos
eficazes que motivem os visitantes
1
23
15
27
12
22
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
2
10
24
3226
6
MuitoInsuficiente
Insuficiente Suficiente Bom Muito Bom NatildeoseiNatildeo
respondo
90
Figura 53 - Quais as expectativas iniciais (visitantes do dia)
Figura 54 - Quais as expectativas iniciais (turistas)
No caso dos turistas na figura 54 observa-se que as expectativas da maioria dos
inquiridos eram moderadas com 45 seguido de 32 sem expectativas e 18 com
expectativas elevadas Neste caso uma vez que a percentagem de expectativas moderadas
eacute maior do que as restantes significa que a informaccedilatildeo recolhida teve algum impacto nos
turistas de maneira a motivaacute-los e a criarem algum tipo de expectativa em relaccedilatildeo a
Almada ao contraacuterio do que se verificou com os visitantes do dia
De forma a compreender se Almada seria o uacutenico destino a ser visitado para tentar
compreender quais os eventuais interesses dos turistas e visitantes em termos de oferta de
produtos e serviccedilos nas figuras 55 e 56 observa-se que em relaccedilatildeo aos visitantes do dia
82 natildeo visitaram apenas Almada assim como no caso dos turistas com 90 das
respostas a indicarem que natildeo visitaram somente Almada Assim conclui-se que o tipo
de oferta de Almada deve procurar complementar-se aos destinos com que partilha
alguma proximidade uma vez que em ambos os casos a maioria dos turistas e visitantes
natildeo visitam apenas este destino sendo portanto importante apresentar uma oferta
complementar aos restantes destinos envolvidos
1
4
52
30
12
Muito Baixas
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
5
32
45
18
Baixas
Sem expectativas
Moderadas
Elevadas
91
Figura 55 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (visitantes do dia)
Figura 56 - Almada eacute o uacutenico destino que visita (turistas)
Eacute entatildeo essencial perceber quais os destinos complementares e para tal a tabela 9
demonstra quais os destinos mais referidos sendo que a grande maioria dos visitantes do
dia com 55 refere Lisboa 17 refere que apenas veio para visitar Almada 11 refere
outras cidades como por exemplo Porto Setuacutebal Algarve e Cascais e ainda 10 que
referem Sintra No caso dos turistas a maioria refere tambeacutem Lisboa com 42 seguido
de outras cidades com 39 como Setuacutebal Porto Nazareacute Algarve e Cascais em
semelhanccedila ao que se verificou com os visitantes do dia Desta forma no caso dos
visitantes do dia deve-se ter em consideraccedilatildeo como destinos complementares Lisboa e
Sintra essencialmente e no caso dos turistas Lisboa e algumas cidades referidas
anteriormente como Setuacutebal e Cascais por se encontrarem mais proacuteximas de Almada
Tabela 9 - O que vai visitar para aleacutem de Almada
Com o intuito de analisar quais seriam os principais produtos ou serviccedilos a ser
consumidos pelos turistas e visitantes na tabela 10 apresentam-se as principais atraccedilotildees
visitadas em Almada
Visitantes do dia Turistas
O que vai visitar para aleacutem de Almada Nordm Nordm
Lisboa 51 55 26 42
Sintra 9 10 0 0
Outras cidades 10 11 24 39
Nada 16 17 6 10
Natildeo respondeu 6 7 6 10
92
Nos visitantes do dia destaca-se o Cristo Rei com 29 e outras atraccedilotildees onde se
inserem miradouros igrejas museus e restaurantes com 32 Nos turistas verifica-se
que 34 visitou principalmente a praia 21 outras atraccedilotildees onde se inserem museus
centro histoacuterico da cidade e restaurantes com 21 o Cristo Rei apenas com 12 e ainda
o destaque para os 18 que natildeo responderam essencialmente porque ainda natildeo sabiam o
que iriam visitar agrave data da realizaccedilatildeo do questionaacuterio Em ambos os casos as atraccedilotildees que
se destacam satildeo sem duacutevida os monumentos e museus os restaurantes e o Cristo Rei
assim como a praia no caso dos turistas
Tabela 10 - Principais atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
Uma vez que na escolha de um destino os atributos do mesmo tecircm alguma
influecircncia no processo atraveacutes das perguntas 34 e 35 do grupo 3 do inqueacuterito tentou-se
analisar qual seria a importacircncia dos mesmos de forma a perceber quais seriam as
motivaccedilotildees tanto intriacutensecas como extriacutensecas dos turistasvisitantes e posteriormente a
satisfaccedilatildeo destes mesmos atributos que se encontram no destino Almada Por se tratarem
de questotildees de escolha muacuteltipla o nuacutemero de respostas vai ser superior ao nuacutemero total
de inquiridos Contudo nem todos os inquiridos responderam a estas questotildees muitas
das vezes deixando-as incompletas ou mesmo em branco essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino aquando o preenchimento do inqueacuterito
Atraveacutes da anaacutelise da figura 61 presente no apecircndice I com base em todos os
inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo eacute possiacutevel concluir que numa escala
de 1 a 5 em que (1) nada importante (2) pouco importante (3) moderadamente
importante (4) muito importante e (5) extremamente importante o atributo com maior
frequecircncia de resposta nos niacuteveis mais elevados da escala (4 e 5) no caso dos visitantes
do dia foi o que diz respeito a visitar locais diferentes com 34 respostas no niacutevel maacuteximo
e 35 no niacutevel anterior o que significa que para a maioria este eacute o atributo mais importante
na escolha do destino
Visitantes do dia Turistas
Principais atraccedilotildees visitadas Nordm Nordm
Cristo Rei 43 29 10 12
Praia 14 9 29 34
Zona de Cacilhas 16 11 6 7
Costa da Caparica 7 5 5 6
Centro histoacuterico de Almada 7 5 2 2
Outras atraccedilotildees 48 32 18 21
Natildeo respondeu 13 9 15 18
93
De seguida destacam-se os atributos divertir-me e ter uma aventura seguido de
fugir da rotina do dia a dia facilidade de transporte assim como acessibilidadestracircnsito
e ainda a gastronomia e os recursos culturais e paisagiacutesticos sendo que estes 7 atributos
mencionados foram os que realmente obtiveram maior grau de importacircncia para os
visitantes do dia por se tratarem dos que apresentam uma maior frequecircncia de respostas
nos niacuteveis mais elevados da escala
Os atributos com menor frequecircncia de resposta ou seja classificados com os
niacuteveis mais baixos da escala (1 e 2) no caso dos visitantes do dia atraveacutes do mesmo
graacutefico anteriormente citado eacute possiacutevel concluir que o atributo com menor grau de
importacircncia eacute o golfe com 60 respostas no niacutevel 1 da escala 11 no niacutevel 2 e apenas 3 no
niacutevel 3 sendo que os restantes niacuteveis natildeo apresentam qualquer resposta no que diz
respeito a este atributo Destacam-se ainda atributos como os equipamentos desportivos
hospitaisserviccedilos de sauacutede e parques de estacionamento tornando-se assim estes 4
atributos os menos valorizados pelos visitantes do dia
Passando para o caso dos turistas atraveacutes da anaacutelise da figura 62 presente no
apecircndice I com base em todos os inqueacuteritos que apresentavam respostas a esta questatildeo
eacute possiacutevel concluir que o atributo com maior frequecircncia de respostas nos niacuteveis mais
elevados da escala foi a praia com 37 respostas no niacutevel 5 seguido dos atributos visitar
locais diferentes fugir da rotina do dia a dia restaurantes e gastronomia e ainda facilidade
de transporte sendo que estes formam os atributos com maior grau de importacircncia na
escolha do destino Almada para os turistas Os atributos com maior frequecircncia de
respostas nos niacuteveis mais baixos da escala no caso dos turistas dizem respeito uma vez
mais ao golfe com 48 respostas no niacutevel 1 e apenas 2 no niacutevel 3 seguido de equipamentos
desportivos parques de estacionamento e hospitaisserviccedilos de sauacutede Desta forma o
panorama eacute bastante idecircntico ao que se verificou nos dados relativos aos visitantes do dia
sendo atribuiacutedo aos mesmos atributos o menor grau de importacircncia na escolha do destino
Apoacutes analisado o grau de importacircncia dos atributos eacute essencial compreender qual
a satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos mesmos Atraveacutes da anaacutelise da figura 63 presente no apecircndice
I numa escala de 1 a 5 em que (1) muito insatisfeito (2) insatisfeito (3) satisfeito (4)
muito satisfeito (5) extremamente satisfeito eacute possiacutevel concluir que os visitantes do dia
atribuiacuteram maior grau de satisfaccedilatildeo aos atributos visitar locais diferentes e fugir da rotina
do dia a dia sendo que as respostas incidem com maior frequecircncia no niacutevel 4 da escala
seguido do niacutevel 5 para estes dois atributos
94
Destaca-se ainda o grau de satisfaccedilatildeo positivo dos atributos gastronomia e
restaurantes distacircncia ao destino de origem facilidade de transporte e ainda divertir-me
ou ter uma aventura onde as respostas incidiram com maior frequecircncia no niacutevel 4 da
escala Em relaccedilatildeo aos niacuteveis mais baixos da escala eacute possiacutevel perceber que os visitantes
do dia atribuiacuteram menor grau de satisfaccedilatildeo aos atributos de golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede e alojamento
No que diz respeito aos turistas atraveacutes da figura 64 presente no apecircndice I os
atributos mais satisfatoacuterios para os mesmos foram as praias fugir da rotina do dia a dia e
visitar locais diferentes assim como a gastronomia e os restaurantes Os que apresentam
menor grau de satisfaccedilatildeo satildeo a boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica e o golfe Neste
caso o facto da sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica ter apresentado os menores niacuteveis de
satisfaccedilatildeo eacute algo negativo pois significa que natildeo se encontram satisfatoacuterios no destino ou
capazes de servir para o propoacutesito para o qual foram criados
Concluindo a niacutevel geral os atributos que apresentam maior grau de importacircncia
no caso dos visitantes do dia relacionam-se com motivaccedilotildees intriacutensecas pois dizem
respeito a visitar locais diferentes fugir da rotina do dia a dia e divertir-se ou ter uma
aventura Para os turistas para aleacutem dos atributos associados a motivaccedilotildees intriacutensecas de
visitar locais diferentes e fugir da rotina relacionam-se tambeacutem essencialmente com
motivaccedilotildees extriacutensecas como a praia recursos culturais e paisagiacutesticos e gastronomia
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo os atributos mais satisfatoacuterios tanto para os visitantes
do dia como para os turistas foram os mesmos (visitar locais diferentes fugir da rotina do
dia a dia gastronomia etc) assim como os insatisfatoacuterios (golfe equipamentos
desportivos hospitaisserviccedilos de sauacutede etc) Contudo uma vez que nem todos os
inquiridos responderam a esta questatildeo estes dados podem natildeo apresentar uma
importacircncia de relevo
Se compararmos com os graacuteficos relativos agrave importacircncia dos atributos os mesmos
atributos classificados como menos importantes para a escolha do destino foram os que
receberam menor grau de satisfaccedilatildeo o que pode indicar apenas que como os
visitantesturistas natildeo experienciaram esses mesmos atributos acabaram por lhes conferir
valores mais baixos de satisfaccedilatildeo natildeo significando que realmente apresentem maacutes
condiccedilotildees ou que se encontrem insatisfatoacuterios
95
Relativamente agrave satisfaccedilatildeo geral do destino a figura 57 demonstra que em relaccedilatildeo
aos visitantes do dia a satisfaccedilatildeo global incide com maior frequecircncia entre as vaacuterias
satisfeito e muito satisfeito ambas com 39 seguida da variaacutevel extremamente satisfeito
com 16 O grau de satisfaccedilatildeo dos turistas (figura 58) surge com maior frequecircncia na
variaacutevel muito satisfeito com 42 seguido do satisfeito com 34
Figura 57 - Grau de satisfaccedilatildeo global (visitantes do dia)
Figura 58 - Grau de satisfaccedilatildeo global (turistas)
Em ambos os casos eacute possiacutevel concluir que apesar de terem surgido valores natildeo
tatildeo positivos em relaccedilatildeo a dados anteriormente apresentados no geral a satisfaccedilatildeo de
turistas e visitantes em relaccedilatildeo a Almada encontra-se entre o lsquopositivarsquo e o lsquomuito
positivarsquo algo que eacute bastante relevante uma vez que significa que o destino foi de alguma
forma ao encontro das necessidades dos seus turistasvisitantes e conseguiu superar ou
atingir as expectativas dos mesmos
0
1
39
39
16
4
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
2
0
34
42
11
11
Muito Insatisfeito
Insatisfeito
Satisfeito
Muito Satisfeito
Extremamente Satisfeito
Natildeo seiNatildeo Respondo
96
A par com a satisfaccedilatildeo surge a pergunta sobre o que mais gostou no destino e
atraveacutes da tabela 11 eacute possiacutevel observar que os visitantes do dia na sua maioria natildeo
responderam (29) porque ainda natildeo tinham visitado ou porque tinham acabado de
chegar ao destino Contudo dos que responderam destaca-se a opccedilatildeo outros aspetos com
24 onde se inserem fatores como o facto de existirem poucas pessoas no destino os
jardins e miradouros a proximidade a Lisboa e a hospitalidade e ainda se destacam as
paisagens com 16 e o Cristo Rei com 11 tratando-se dos atributos com maior
relevacircncia para os visitantes do dia de Almada
Tabela 11 - O que mais gostou durante a visita
Comparativamente aos turistas os dados demonstram novamente que a maioria
(34) natildeo respondeu pelos mesmos motivos referidos nos visitantes do dia sendo que
dos que responderam 23 gostou mais da gastronomia e 13 da tranquilidade Da opccedilatildeo
outros aspetos destacam-se a seguranccedila a acessibilidade e a proximidade a Lisboa
Dos aspetos mais negativos da visita atraveacutes da tabela 12 eacute possiacutevel concluir que
a grande maioria dos visitantes do dia natildeo respondeu (53) essencialmente porque ainda
natildeo tinham visitado o destino 26 referiram que natildeo houve nada que natildeo tivessem
gostado e na opccedilatildeo outros aspetos referiram demora na restauraccedilatildeo acessos e o facto dos
museus e monumentos fecharem demasiado cedo Em relaccedilatildeo aos turistas a maioria
tambeacutem natildeo respondeu (45) porque ainda natildeo tinha visitado o destino Contudo 34
referem que natildeo houve nada de relevante que natildeo tenha gostado e 8 refere outros
aspetos onde se inserem a liacutengua poucas pessoas jovens e a falta de informaccedilatildeo turiacutestica
Tabela 12 - O que menos gostou durante a visita
Visitantes do dia Turistas
O que mais gostou em Almada Nordm Nordm
Cristo Rei 15 11 1 2
Paisagens 21 16 6 10
Tranquilidade 9 7 8 13
Gastronomia 8 6 14 23
Restaurantes 8 6 0 0
Pessoas 0 0 6 10
Outros aspetos 32 24 6 10
Natildeo respondeu 38 29 21 34
Visitantes do dia Turistas
O que menos gostou em Almada Nordm Nordm
Tracircnsito 5 5 4 6
Estacionamento 4 4 0 0
Clima 0 0 4 6
Sinalizaccedilatildeo 2 2 0 0
Outros aspetos 8 9 5 8
Nada que natildeo tenha gostado 24 26 21 34
Natildeo respondeu 49 53 28 45
97
Apoacutes analisada a satisfaccedilatildeo eacute necessaacuterio compreender a intenccedilatildeo comportamental
dos inquiridos a fim de se verificar se pretendem voltar e recomendar o destino que
visitaram Na figura 59 27 dos visitantes do dia referem que de certeza que vatildeo
regressar a Almada 32 referem que eacute provaacutevel que regressem 27 natildeo sabem e apenas
14 referem que natildeo vatildeo regressar Ao niacutevel da recomendaccedilatildeo a grande maioria (52)
refere que vai recomendar de certeza 42 refere que eacute provaacutevel que recomende sendo
que apenas 7 natildeo sabe ou natildeo vai recomendar o destino Por uacuteltimo em relaccedilatildeo a
regressar mesmo que o preccedilo aumente o panorama altera-se jaacute que a maioria (47) refere
que natildeo sabe se regressa 26 referem que eacute provaacutevel e apenas 14 tecircm a certeza que
regressam assim como 14 natildeo regressam de todo
Figura 59 - Intenccedilatildeo comportamental (visitantes do dia)
No caso dos turistas os dados presentes na figura 60 indicam que 41 refere que
vai voltar de certeza 33 refere que eacute provaacutevel e 25 natildeo sabe sendo que apenas 2
respondeu que natildeo voltava No que diz respeito agrave recomendaccedilatildeo 53 vai recomendar de
certeza 32 eacute provaacutevel e 15 natildeo sabe Por fim relativamente a voltar mesmo que o
preccedilo aumente a maioria (44) refere que natildeo sabe se volta 32 refere que eacute provaacutevel
e 22 volta de certeza sendo que apenas 2 referem que natildeo voltam
14
1
14
27
6
47
32
42
26
27
52
14
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
98
Figura 60 - Intenccedilatildeo comportamental (turistas)
Neste caso dos turistas a intenccedilatildeo comportamental eacute mais positiva na medida em
que apresentam valores percentuais mais elevados na variaacutevel lsquode certezarsquo e os valores
que surgem na variaacutevel lsquonatildeorsquo satildeo os que apresentam os menores valores percentuais
apenas com 2 Jaacute os visitantes do dia apresentam valores percentuais mais elevados
nestas variaacuteveis com 14 das respostas e valores mais baixos na variaacutevel lsquode certezarsquo
Esta diferenccedila de dados pode estar relacionada com o facto de os visitantes do dia
passarem menos tempo no destino e daiacute que tenham menos ferramentas que os permitam
afirmar com certeza este tipo de questotildees ao contraacuterio dos turistas que conseguem ter
outras perspetivas do destino por passarem mais tempo no mesmo
2 2
2515
44
33
32
32
4153
22
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Voltar Recomendar Voltar mesmo que o preccediloaumente
Natildeo Natildeo Sei Eacute provaacutevel De certeza
99
Capiacutetulo VIII ndash Consideraccedilotildees finais
81 Conclusotildees da fundamentaccedilatildeo teoacuterica
Uma vez que o turismo representa uma atividade capaz de contribuir para o
desenvolvimento global a niacutevel econoacutemico social etc nos destinos turiacutesticos este
impacto eacute extremamente importante uma vez que graccedilas ao movimento de turistas e
visitantes os proacuteprios destinos vatildeo-se desenvolvendo atraveacutes do investimento em novas
infraestruturas promoccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos seus atributos e patrimoacutenio (UNWTO
2012) Quando visitam um destino diferente do seu local habitual os turistasvisitantes
procuram algo novo e dissemelhante obrigando desta forma a uma constante adaptaccedilatildeo
dos destinos ao tipo de procura existente acabando por contribuir para a implementaccedilatildeo
de alteraccedilotildees nos mesmos de forma a darem natildeo soacute resposta agrave procura externa mas ao
mesmo tempo melhorar as condiccedilotildees de vida da proacutepria populaccedilatildeo local
Um destino turiacutestico deve englobar nas suas caracteriacutesticas alguns elementos
chave para o seu desenvolvimento e sucesso as facilidades de acesso infraestruturas em
condiccedilotildees de utilizaccedilatildeo e a diversidade nas opccedilotildees tanto de alojamento como de
restauraccedilatildeo satildeo cruciais para a atratividade de um destino Estes elementos em conjunto
com as diversas atraccedilotildees presentes num destino possuem a capacidade de motivar o
visitante a visitaacute-las mas para tal eacute necessaacuterio que exista uma correlaccedilatildeo de forccedilas na
gestatildeo dos destinos atraveacutes de entidades que atraveacutes da promoccedilatildeo e do marketing atraiam
visitantes
Esta gestatildeo dos destinos eacute essencial pois permite alcanccedilar determinadas vantagens
como a competitividade atraveacutes do estabelecimento de uma posiccedilatildeo uacutenica e
diferenciadora de forma a que o mercado a reconheccedila como tal a qualidade e o
reconhecimento da mesma por parte turistavisitante para que ele proacuteprio promova
posteriormente o destino a sustentabilidade e rentabilidade dos recursos e do proacuteprio
destino e por fim a identidade e a marca que ajudam a melhor posicionar os produtos no
mercado e a aumentar a notoriedade do destino fazendo com que os visitantesturistas
regressem Poreacutem cabe tambeacutem agraves componentes econoacutemicas privadas investir neste
desenvolvimento em conjunto com o Estado e de acordo com os recursos turiacutesticos
existentes no destino adaptar a sua oferta ao perfil de turista que a visita tendo por base
a motivaccedilatildeo do mesmo
100
Eacute atraveacutes da anaacutelise e investigaccedilatildeo das motivaccedilotildees turiacutesticas que se torna possiacutevel
definir o puacuteblico-alvo e atuar conforme as suas necessidades e aquilo que ambicionam
encontrar no destino Para tal eacute necessaacuterio existir um equiliacutebrio de interesses tendo em
conta tanto os turistas como a proacutepria induacutestria turiacutestica e ainda a comunidade local jaacute
que ldquoalcanccedilar esse equiliacutebrio eacute fundamental para o sucesso das empresas num destino e
requer uma compreensatildeo de como os turistas se deslocam e exploram os espaccedilos dentro
da cidaderdquo (Wearing e Foley 2017 104)
Acontece que as motivaccedilotildees e necessidades dos turistasvisitantes atuais estatildeo em
constante mudanccedila pois tornaram-se cada vez mais exigentes e heterogeacuteneos Desta
forma eacute necessaacuterio que a gestatildeo dos destinos turiacutesticos acompanhe estas mesmas
transformaccedilotildees aplicando novos modelos de gestatildeo Segundo Vargas-Saacutenchez (2017) o
modelo Inductors for Results (IN-RES-TUR) fundamentado pelo proacuteprio visa dar
resposta a quatro aspetos essenciais a uma gestatildeo eficiente dos destinos Este modelo
defende a implementaccedilatildeo de um conjunto de indutores capazes de atrair o mercado
potencial do destino utilizando os recursos e serviccedilos presentes no mesmo oferecer
experiecircncias e emoccedilotildees que provoquem trocas positivas fidelizar os turistasvisitantes
com o auxiacutelio da tecnologia que permite o acesso a toda a informaccedilatildeo a qualquer altura
do dia e em qualquer parte do mundo
Segundo o mesmo autor atraveacutes do recurso agrave tecnologia eacute possiacutevel conhecer o
consumidor pormenorizadamente conferindo-lhe aquilo que ele mais deseja na
atualidade a customizaccedilatildeo dos serviccedilosprodutosexperiecircncias das quais vai usufruir e ao
mesmo tempo a cocriaccedilatildeo desses mesmos produtos tornando-se parte integrante da
experiecircncia global que eacute visitar um novo destino Assim tendo em atenccedilatildeo que o desafio
para a gestatildeo de destinos eacute cada vez mais complexo ldquoa inovaccedilatildeo permanente e ateacute mesmo
a reinvenccedilatildeo do modelo de negoacutecio satildeo hoje essenciais para gerar um valor com uma
margem e volume remuneradores em conjuntordquo (Id Ibid 490)
82 Principais conclusotildees dos resultados da investigaccedilatildeo empiacuterica
Apoacutes a anaacutelise dos resultados em conjunto com toda a informaccedilatildeo recolhida para
a elaboraccedilatildeo da fundamentaccedilatildeo teoacuterica desta dissertaccedilatildeo principalmente no que diz
respeito agraves motivaccedilotildees e perfil do turista foi possiacutevel retirar algumas conclusotildees
relativamente ao perfil do turista deste destino
101
Em primeiro lugar Almada apesar de se caracterizar como um micro destino
urbano tem vindo a ganhar cada vez mais visibilidade graccedilas ao crescimento da procura
por este tipo de turismo muito graccedilas ao facto do destino Lisboa (o seu principal
concorrente) ter vindo a ganhar cada vez mais notoriedade estando ao niacutevel dos principais
destinos urbanos mais procurados na Europa (Costa e Albuquerque 2017) Como tal o
principal perfil de turista que visita Almada caracteriza-se como excursionista pois a
grande maioria dos inquiridos eram visitantes do dia o que significa que se tratam de
visitantes que natildeo ficam alojados no destino e apenas efetuam uma visita de um dia ou
umas horas sendo que procuram essencialmente turismo cultural ou no caso dos turistas
que ficam alojados no destino pelo menos 1 noite procuram mais por turismo de sol e
mar
Neste contexto a preferecircncia por parte dos visitantes do dia recai sobre os recursos
culturais e religiosos do destino visto que o monumento do Cristo Rei foi das atraccedilotildees
mais visitadas assim como museus e igrejas Jaacute nos turistas a grande maioria por ter
ficado alojado na Costa da Caparica local caracteriacutestico e especiacutefico para a praacutetica de
turismo de sol e mar as suas preferecircncias recaem naturalmente sobre a praia e os recursos
mais naturais do destino demonstrando assim duas realidades distintas no perfil do turista
de Almada
Em termos da anaacutelise da oferta que o destino Almada apresenta apoacutes toda a
recolha de informaccedilatildeo sobre os recursos produtos e serviccedilos existentes eacute um destino que
possuiacute uma oferta turiacutestica relativamente abrangente tanto a niacutevel cultural religioso
natural como a niacutevel de diversas infraestruturas complementares como eacute o caso da
restauraccedilatildeo e do alojamento pois satildeo cada vez mais notoacuterios os investimentos nestas duas
vertentes ainda que se verifiquem algumas lacunas relativamente agrave quantidade e
diversidade da oferta face ao aumento da procura Contudo foram mencionados alguns
aspetos que o destino apresenta como falhas e que se devem ter em consideraccedilatildeo devido
agrave importacircncia dos mesmos como eacute o caso da falta de informaccedilatildeo turiacutestica no local ao
niacutevel da sinalizaccedilatildeo e da proacutepria informaccedilatildeo presente em hoteacuteis e outras infraestruturas
Atraveacutes da observaccedilatildeo das figuras 45 e 46 do capiacutetulo anterior concluiacutemos que
de facto as fontes de informaccedilatildeo menos valorizadas pelos turistas foram as
brochurasguias turiacutesticos as redes sociais e o site oficial da CMA sendo que no caso dos
visitantes do dia foram as recomendaccedilotildees por parte de profissionais da aacuterea turiacutestica o
site da CMA e ainda as agecircncias de viagem
102
Estes dados indicam que para aleacutem de natildeo serem fontes de informaccedilatildeo
valorizadas como importantes para este perfil de turista encontram-se tambeacutem
insatisfatoacuterias jaacute que lhes foram atribuiacutedos valores muito reduzidos numa escala em que
o 1 correspondia ao valor miacutenimo e o 5 ao valor mais elevado Contudo em oposiccedilatildeo a
estes dados as informaccedilotildees mais valorizadas foram sem duacutevida as provenientes de
familiaresamigos em ambos os casos e ainda os postos de informaccedilatildeo turiacutestica no caso
dos turistas e algumas redes sociais apenas no caso dos visitantes do dia sendo que estes
devem ser as fontes de informaccedilatildeo a priorizar e a desenvolver na gestatildeo deste destino
Neste caso concreto conclui-se que de facto as ferramentas de comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo do destino como sendo brochuras e guias suportes digitais online como redes
sociais e sites oficiais natildeo demonstraram ter grande impacto na atraccedilatildeo deste perfil de
turista jaacute que a fonte de informaccedilatildeo que realmente influenciou a maioria dos inquiridos
foram sem duacutevida os familiaresamigos Todavia os resultados menos positivos
essencialmente no que diz respeito ao site oficial da CMA visto que foi uma das variaacuteveis
que se repetiu tanto nos turistas como nos visitantes do dia como sendo das menos
valorizadas e satisfatoacuterias assim como as redes sociais e as brochurasguias devem ser
vistas como dados relevantes para a melhoria destas mesmas fontes no sentido de se
inovarem e desenvolverem as suas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo visto que se trata de um
fator relevante na influecircncia e atratividade dos turistasvisitantes
Para tal ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo de Almada a aposta deve recair
cada vez mais nas plataformas tecnoloacutegicas online atraveacutes da implementaccedilatildeo de um
design mais apelativo e mais direcionado para turistasvisitantes e natildeo tanto para a
populaccedilatildeo local Deve-se tambeacutem desenvolver ferramentas capazes de atrair os clientes
para o destino partindo-se dos atributos do mesmo (o que existe de maior relevacircncia) de
forma a perceber quais os benefiacutecios e adequar a promoccedilatildeocomunicaccedilatildeo ao puacuteblico alvo
No entanto o balanccedilo geral da satisfaccedilatildeo dos turistas e excursionistas eacute bastante positivo
sendo que foram poucos os que apontaram aspetos negativos ou insuficiecircncias ao destino
Deste modo de acordo com o objetivo definido de delinear o perfil do turista de
Almada e analisar a promoccedilatildeo turiacutestica e tendo por base as hipoacuteteses construiacutedas
anteriormente como premissas da investigaccedilatildeo conclui-se essencialmente que
- A caracterizaccedilatildeo sociodemograacutefica dos inquiridos revela que a grande maioria
dos inquiridos eram do sexo feminino e no caso dos visitantes do dia possuiacuteam idades
103
compreendidas entre os 18 e os 34 anos enquanto que os turistas apresentam uma faixa
etaacuteria mais elevada (com a maioria entre os 45 e 54 anos) tratando-se dos principais
puacuteblicos-alvo deste destino Relativamente agraves nacionalidades natildeo se obteve um valor
significativo com maior incidecircncia numa nacionalidade especiacutefica pois foram
mencionadas diversas nacionalidades (belga holandesa chinesa russa polaca etc)
Contudo no caso dos excursionistas destaca-se a nacionalidade portuguesa e a italiana e
nos turistas a espanhola e alematilde
- Apoacutes a anaacutelise de toda a oferta do destino considerando produtos e serviccedilos e o
tipo de turistas que visitam Almada podemos concluir que se trata de um destino
essencialmente cultural e de sol e mar jaacute que os seus principais produtos se encontram
relacionados com o turismo cultural (monumentos) de sol e mar (praias) e o de natureza
(parques jardins) Segundo os dados recolhidos atraveacutes dos inqueacuteritos realizados existem
mais excursionistas que turistas o que significa que utilizam o destino apenas para visitar
curtas e raacutepidas sendo que na maioria tanto turistas como visitantes do dia procuram
principalmente atraccedilotildees culturais neste caso concreto o Cristo Rei monumentos igrejas
e museus de natureza os jardins parques ou miradouros e por fim de sol e mar praias
da Costa da Caparica
- Em relaccedilatildeo agrave escolha ocasional deste destino de facto muitos dos
visitantesturistas chegam a Almada de forma ocasional mas a grande maioria planeia a
visita logo satildeo visitas previstas e previamente decididas ao contraacuterio do que se previa
- As fontes de informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do destino natildeo influenciaram a escolha do
turistavisitante para visitar Almada uma vez que ambos se basearam essencialmente em
familiaresamigos e natildeo tanto em fontes oficiais criadas pelo destino
- O papel da promoccedilatildeo turiacutestica natildeo demonstrou ser eficiente no reforccedilo da
atratividade para o concelho uma vez que as fontes de informaccedilatildeo associadas agrave promoccedilatildeo
turiacutestica receberam valorizaccedilotildees muito baixas sendo que vaacuterias natildeo foram de todo
utilizadas
- O niacutevel de satisfaccedilatildeo global dos turistas em relaccedilatildeo a Almada eacute relativamente
elevado ao contraacuterio do que se tinha presumido nas hipoacuteteses iniciais
- Em relaccedilatildeo agrave intenccedilatildeo comportamental dos turistasvisitantes conclui-se que
apresentam alguma intenccedilatildeo de regressar a Almada mas os dados com maior incidecircncia
104
de resposta referem-se agrave recomendaccedilatildeo e aos que indicaram natildeo saber se realmente
pretendem voltar ou natildeo ao destino ou seja satildeo mais os que pretendem recomendar o
destino dos que os que pretendem regressar de certeza
Relativamente agrave pergunta de partida que se destinava a compreender qual o perfil
do turista que visita Almada bem como perceber de que forma a promoccedilatildeo turiacutestica do
destino tem impacto na atratividade do mesmo conclui-se que na sua maioria o tipo de
visitante de Almada eacute excursionista e procura sobretudo o turismo cultural e o de sol e
mar sendo que se demonstra de uma forma geral bastante satisfeito relativamente ao
destino mas apresenta algumas falhas no que diz respeito agrave informaccedilatildeo disponiacutevel e agrave
promoccedilatildeo de Almada tendo sido mencionadas algumas lacunas relativamente a este
fator Desta forma tendo por base o conhecimento do tipo de visitantes do destino assim
como informaccedilatildeo relevante acerca do que estaacute a falhar ao niacutevel da comunicaccedilatildeo e
promoccedilatildeo turiacutestica torna-se mais faacutecil proceder agrave adaptaccedilatildeo da oferta agraves necessidades
deste puacuteblico alvo especiacutefico assim como implementar novas ferramentas de
comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica do destino que contribuam para o seu desenvolvimento
e atratividade
83 Limitaccedilotildees da investigaccedilatildeo
Uma das maiores limitaccedilotildees desta investigaccedilatildeo relaciona-se com a recolha dos
inqueacuteritos por questionaacuterio a fim de se obter uma amostra mais significativa do universo
em questatildeo O previsto seria recolher uma maior quantidade de inqueacuteritos mas tendo em
conta o periacuteodo em que a recolha se sucedeu entre os meses de junho e julho de 2019 o
nuacutemero de pessoas que aceitou preencher o inqueacuterito foi mais reduzido do que o esperado
o que dificultou todo o processo Desta forma a amostra definida inicialmente de 239
inqueacuteritos natildeo foi possiacutevel de se realizar face ao reduzido nuacutemero de visitantesturistas
que se disponibilizaram a responder
Assim a amostra teve que ser reduzida e apesar de se tratar de uma amostra suficiente
para a realizaccedilatildeo desta investigaccedilatildeo natildeo se pode concluir que seja 100 representativa
do perfil do turista de Almada natildeo podendo deste modo generalizar os resultados obtidos
Outra das limitaccedilotildees que surgiu foi a anaacutelise estatiacutestica dos dados uma vez que natildeo se
realizou uma anaacutelise comparativa de variaacuteveis tendo sido elaborada apenas uma anaacutelise
descritiva Portanto no futuro seria relevante obter uma amostra mais representativa deste
universo de maneira de fornecer um maior contributo para o desenvolvimento do destino
105
83 Orientaccedilotildees para trabalhos futuros
Relativamente a orientaccedilotildees para futuros trabalhos seria interessante investigar
quais os interesses dos diferentes stakeholders do destino Almada de forma a
compreender onde pretendem investir e o que pretendem desenvolver tendo por base as
necessidades dos turistasexcursionistas Apoacutes esta anaacutelise seria importante proceder a
algumas alteraccedilotildees e implementaccedilatildeo de novas estrateacutegias para o destino nomeadamente
ao niacutevel da informaccedilatildeo e promoccedilatildeo do mesmo e tambeacutem da oferta ao niacutevel do alojamento
especialmente na zona mais central da cidade para que se torne tambeacutem possiacutevel a criaccedilatildeo
de novos produtos turiacutesticos ou desenvolver os que jaacute existem e que apresentam
potencialidades para tal
Seria tambeacutem importante a realizaccedilatildeo de mais estudos de mercado de forma a
compreender cada vez melhor aquilo que um turistavisitante procura em Almada para
que a resposta da oferta esteja em concordacircncia com essas mesmas necessidades e
motivaccedilotildees Contudo natildeo se deve desprezar aquilo que satildeo os interesses da populaccedilatildeo
local sendo tambeacutem importante aferir quais os seus interesses e de que forma veem o
desenvolvimento do turismo no seu local de residecircncia para que seja possiacutevel conjugar
os seus interesses aos interesses do destino e deste modo contribuir para o
desenvolvimento do mesmo
Atraveacutes da realizaccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo compreendeu-se que Almada eacute um destino
com fortes potencialidades de desenvolvimento turiacutestico capaz de se transformar num
dos principais pontos de atraccedilatildeo logo a seguir a Lisboa que apesar de se tratar de um
destino concorrente possibilita uma relaccedilatildeo de complementaridade jaacute que Almada pode
apresentar um tipo de oferta diferenciada daquela que se encontra em Lisboa muitas
vezes considerada como sendo demasiado massificada
O desenvolvimento turiacutestico deste destino pode tambeacutem ser feito sobretudo ao
niacutevel do turismo cultural sendo que este produto apresenta um grande potencial de
desenvolvimento No entanto tambeacutem eacute possiacutevel a aposta em subprodutos como o
turismo de museus e industrial ligados por sua vez ao turismo criativo um tipo de turismo
que tem vindo a crescer e a afirmar-se nos uacuteltimos anos podendo vir a ser uma grande
vantagem competitiva para o destino se poder afirmar enquanto destino cultural e criativo
106
Referecircncias Bibliograacuteficas
ALEGRE Joaquiacuten e GARAU Jaume (2010) Tourist Satisfaction and Dissatisfaction
Annals of Tourism Research Vol 37 No 1 pp 52-73 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738309000929via3Dihu
b
AKAMA John S e KIETI D M (2003) Measuring tourist satisfaction with Kenyarsquos
wildlife safari a case study of Tsavo West National Park Tourism Management vol 24
pp 73-81 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS02615
17702000444
BALOGLU S e MCCLEARY K W (1999) A Model of Destination Image Formation
Annals of Tourism Research Science vol 26(4) pp 868ndash897 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738399000304via3Dihu
b
BEERLI A e MARTIN JD (2004) Factors Influencing Destination Image Annals of
Tourism Research vol 31 nordm 3 pp 657-681 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738304000349
BJOumlRK Peter (2014) ldquoTourist Experience Value Tourist Experience and Life
Satisfactionrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK CAB
International pp 22-29
BOTELHO Joana Maria Ribeiro Pita (2013) Fatores Motivadores na Escolha do
Destino Turiacutestico Uma outra questatildeo Coimbratilde Oliveira do Hospital Escola Superior de
Tecnologia e Gestatildeo de Oliveira do Hospital Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026175881DissertaC3A7C3A3o20J
oana20Botelhopdf
BUHALIS Dimitrios (2000) Marketing the Competitive Destination of the Future
Tourism Management vol 21 nordm 1 pp 97-116 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS0261517799000953via3Dihub
107
BUTLER Richard W (1980) The Concept of a Tourist Area Cycle of Evolution
Implications for management of resources Canadian Geographer vol XXIV no 1 pp5-
12 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueconcept-tourist-area-cycle-
evolution-implications-management-resources
Cacircmara Municipal de Almada (sd) Disponiacutevel em httpwwwm-almadapt
[Consultado a 04062019]
Cacircmara Municipal de Almada (2011) Plano Estrateacutegico de Valorizaccedilatildeo e
Desenvolvimento do Turismo para o Concelho de Almada Disponiacutevel em httpwwwm-
almadapt [Consultado a 04062019]
CARDOSO Idiacutelia Spencer (2012) O Uso da Internet como Ferramenta de Comunicaccedilatildeo
na Promoccedilatildeo dos Destinos Turiacutesticos O Caso da Ilha do Maio Praia Universidade de
Cabo Verde ndash Escola de Negoacutecios e Governaccedilatildeo Monografia Disponiacutevel em
httpwwwportaldoconhecimentogovcvbitstream1096126381MONOGRAFspenc
erpdf
COHEN Erik (1979) Rethinking the sociology of tourism Annals of Tourism Research
vol 6 nordm 1 pp 18- 35 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticleab
spii0160738379900926via3Dihub
COLTMAN Michael M (1989) Tourism Marketing Nova Iorque Van Nostrand
Reinhold
COSTA Carlos e ALBUQUERQUE Helena (2017) ldquoUm Novo Modelo Conceptual
para o Turismo Urbanordquo Em Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e
Desenvolvimento Turiacutestico Lisboa Lidel p409-422
CROTTS John C e PAN Bing (2007) Destination appraisals Annals of Tourism
Research Vol 34 No 2 pp 541ndash544 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738306001630
CUNHA Liciacutenio e ABRANTES Antoacutenio (2013) Introduccedilatildeo ao Turismo Lisboa Lidel
CUNHA Liciacutenio (2011) Autenticidade e Inovaccedilatildeo factores de renovaccedilatildeo dos destinos
turiacutesticos maduros Cogitur Journal of Tourism Studies nordm 4 pp 9-28 Disponiacutevel em
httprecilgrupolusofonapthandle104371890
CUNHA Liciacutenio (2013) Economia e Poliacutetica do Turismo Lisboa Lidel
108
ENGEL J BLACKWELL R D e MINIARD P W (1995) Consumer Behaviour Fort
Worth Dryden Press
FERRO Carlos (2018) ldquoA 15 minutos de Lisboa e sem hoteacuteis para turistasrdquo Diaacuterio de
Notiacutecias 25 de marccedilo Disponiacutevel em httpswwwdnpt [Consultado a 04062019]
COSTA Ana Rita de Deus Rocha Alves Peres da (2015) Tourist Destination Loyalty a
multidimensional perspective Algarve Universidade do Algarve ndash Faculdade de
Economia Tese de Doutoramento Disponiacutevel em httpssapientiaualgpthandle10400
17865
FIGUEIREDO Sara Vieira (2015) Potencialidades da Aposta no Turismo Criativo para
a Dinamizaccedilatildeo Social e Econoacutemica da Margem Cacilhas-Arialva Estoril Escola
Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril Dissertaccedilatildeo de Mestrado Disponiacutevel em
httpscomumrcaapptbitstream1040026194211201504019_pdf
FLORES LCS e MENDES JC (2014) Perspectivas do destino turiacutestico repensando
o sentido do conceito Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo vol 8 nordm 2 pp 222-
237 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcatalogueperspectivas-destino-
turC3ADstico-repensando-o-sentido-conceito-1
FRAMKE Wolfgang (2002) The Destination as a Concept A Discussion of the
Business-related Perspective versus the Socio- cultural Approach in Tourism Theory
Scandinavian Journal of Hospitality and Tourism vol 22 pp 92-108 Disponiacutevel em
httpswwwtandfonlinecomdoiabs10108015022250216287
GAcircNDARA Joseacute Manoel G (2008) A Imagem dos Destinos Turiacutesticos Urbanos
Revista Eletroacutenica de Turismo Cultural pp 1-22 Disponiacutevel em
httpwwwecauspbrturismoculturalaimagempdf
GNOTH Juergen (1997) Tourism Motivation and Expectation Formation Annals of
Tourism Research vol 24 nordm 2 pp 283ndash304 Disponiacutevel em
httpswwwmendeleycomcataloguetourism-motivation-1
GONCcedilALVES Antoacutenio Costa (2002) O recreio e lazer na reabilitaccedilatildeo urbana ndash
Almada Velha Lisboa Gabinete de Estudos e Prospetiva Econoacutemica
109
GREMLER D e BROWN S (1996) ldquoService loyalty its nature importance and
implicationsrdquo Em Edvardsson et al (Eds) Advancing service quality a global
perspective NY ISQA
GUSTAVO Nuno Silva (2012) Modelos e Processos de Gestatildeo em Negoacutecios Turiacutesticos
Tendecircncias num contexto em mudanccedila Revista Turismo amp Desenvolvimento nordm 1718
Disponiacutevel em httpscomumrcaapptbitstream104002625381201201002_pdf
HILL Manuela Magalhatildees e HILL Andrew (1998) A Construccedilatildeo de um Questionaacuterio
Dinacircmia ndash Centro de Estudos sobre a Mudanccedila Socioeconoacutemica documento de trabalho
pp 1-56 Disponiacutevel em httpsrepositorioiscte-iulptbitstream100714694DINAMI
A_WP_1998-11pdf
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica Disponiacutevel em httpswwwinept [Consultado
a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2013) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2012 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=209572834ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2014) Anuaacuterio Estatiacutestico da Regiatildeo de Lisboa
2013 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=223543836ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2015) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2014 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=249079309ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2016) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2015 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=224764823ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
110
INE ndash Instituto Nacional de Estatiacutestica (2017) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2016 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=277105510ampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a 04062019]
INE - Instituto Nacional de Estatiacutestica (2018) Anuaacuterio Estatiacutestico da Aacuterea Metropolitana
de Lisboa 2017 Lisboa Instituto Nacional de Estatiacutestica IP Disponiacutevel em
httpswwwineptxportalxmainxpid=INEampxpgid=ine_publicacoesampPUBLICACOE
Spub_boui=320468753ampxlang=enampPUBLICACOESmodo=2 [Consultado a
04062019]
ISO-AHOLA Seppo E (1982) Toward a Social Posychological Theory of Tourism
Motivation Annals of Tourism Research vol 9 nordm 2 pp 256-262 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspii0160738382900494
JENSEN Oslashystein (2014) ldquoApproaches for the Evaluation of Visitor Experiences at
Tourist Attractionsrdquo Em Prebensen et al Creating Experience Value in Tourism UK
CAB International pp 139-153
KOTLER Philip (2000) Marketing Management Millenium Edition USA Prentice-
Hall Inc
KOZAK Metin e ANDREU Luisa (2006) Progress in Tourism Marketing UK
Elsevier
LEIPER Neil (1979) The Framework of Tourism - Towards a Definition of Tourism
Tourist and the Tourist Industry Annals of Tourism Research vol 6 nordm 4 pp 390-407
Disponiacutevel em httpwwwsciencedirectcomsciencearticlepii0160738379900033
LYNCH Mary-Frances et al (2011) The demand for Mirsquokmaw cultural tourism Tourist
perspectives Tourism Management vol 32 pp 977-986 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0261517710001676
MARUJO Maria Noeacutemi (2008a) Turismo e Comunicaccedilatildeo Castelo Branco RVJ-
Editores
MARUJO Maria Noeacutemi (2008b) A Internet como Novo Meio de Comunicaccedilatildeo para os
Destinos Turiacutesticos O caso da Ilha da Madeira Turismo em Anaacutelise vol 19 nordm1 pp25-
42 Disponiacutevel em httpswwwrevistasuspbrrtaarticledownload14140159580
111
MIRANDA Claudio de Souza (2010) A Internet como ferramenta de comunicaccedilatildeo no
Turismo um estudo exploratoacuterio da utilizaccedilatildeo de e-mails pelo trading em Ribeiratildeo Preto
e seus impactos no Turismo local Disponiacutevel em httpsistemasemeadcombr8semea
dresultadotrabalhosPDF159pdf
NAIDOO P et al (2011) An assessment of visitor satisfaction with nature-based
tourism attraction International Journal of Management and Marketing Research vol 4
nordm1 pp 87-98 Disponiacutevel em httpspdfssemanticscholarorgc748dec80e536503a61b
041a2591ef969b3fff5apdf
OMT ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Turismo (2019) UNWTO Tourism Definitions [online]
UNWTO Madrid Disponiacutevel em httpswwwe unwtoorgdoibook10181119789284
420858 [Consultado a 11122019]
PESTANA Maria Helena et al (2018) Motivations emotions and satisfaction The keys
to a tourism destination choice Journal of Destination Marketing amp Management pp 1-
9 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS2212571X1830120
3via3Dihub
PERES Rita e RITA Paulo (2017) ldquoMarketing e Comunicaccedilatildeo dos Destinosrdquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p173-181
PIKE Steven e PAGE Stephen (2014) Destination Marketing Organizations and
destination marketing A narrative analysis of the literature Tourism Management vol
41 pp 202-227 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirectcomsciencearticlepiiS026
1517713001714via3Dihub
PIZAM Abraham e MANSFELD Yoel (1999) Consumer Behavior in Travel and
Tourism NY The Haworth Hospitality Press
PREBENSEN Nina K CHEN Joseph S e UYSAL Muzaffer (2014) Creating
Experience Value in Tourism UK CAB International
QUIVY Raymond e CAMPENHOUDT Luc Van (2005) Manual de Investigaccedilatildeo em
Ciecircncias Sociais Lisboa Gradiva
RNT ndash Registo Nacional do Turismo (2002) Disponiacutevel em httpsrntturismodeportug
alpt [Consultado a 02102019]
112
SARANIEMI Saila e KYLAumlNEN Mika (2011) Problematizing the concept of tourism
destination An Analysis of Different Theoretical Approaches Journal of Travel
Research vol 50 no 2 pp133- 143 Disponiacutevel em httpsjournalssagepubcomdoia
bs1011770047287510362775
SCOacuteTOLO Denise e NETTO Alexandre P (2015) Contribuiccedilotildees do Turismo para o
Desenvolvimento Local Cultur ndash Revista de Cultura e Turismo vol 9 no1 pp 37-59
Disponiacutevel em httpperiodicosuescbrindexphpculturarticleview554
SEATON A V (1996) ldquoDestination Marketingrdquo Em A V Seaton e M M Bennet
(eds) Marketing Tourism Products Reino Unido Thomson Business Press
SWARBROOKE John e HORNER Susan (2007) Consumer Behaviour in Tourism
UK Elsevier Ltd
UNWTO ndash United Nations World Tourism Organization (2007) A Practical Guide to
Tourism Destination Management Spain World Tourism Organization
URIELY Natan (2005) The Tourist Experience - Conceptual Developments Annals of
Tourism Research vol 32 nordm 1 pp 199-216 Disponiacutevel em httpswwwsciencedirect
comsciencearticleabspiiS0160738304001264via3Dihub
VARGAS-SAacuteNCHEZ Alfonso (2017) ldquoTerritoacuterios de Inovaccedilatildeo e Turismordquo Em
Francisco Silva e Jorge Umbelino (coord) Planeamento e Desenvolvimento Turiacutestico
Lisboa Lidel p481-491
WEARING Stephen L e FOLEY Carmel (2017) Understanding the tourist experience
of cities Annals of Tourism Research Vol 65 pp 97-107 Disponiacutevel em
httpswwwsciencedirectcomsciencearticleabspiiS0160738317300695
WICHELS Susana (2013) A Experiecircncia Sensorial na Comunicaccedilatildeo Turiacutestica Biblos ndash
Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra V XI pp 475-494
Disponiacutevel em httpsdigitalis-dspucptjspuihandle10316235518
WOODSIDE AG e LYSONSKI S (1989) A general model of travel destination
choice Journal of Travel Research Vol 27 No4 pp8-14 Disponiacutevel em
httpsjournalssagepubcomdoi101177004728758902700402
113
YOUSAF A et al (2018) Touristrsquos Motivations to Travel A Theoretical Perspective
on The Existing Literature Tourism and Hospitality Management V 24 no 1 pp 197ndash
211 Disponiacutevel em httpswwwmendeleycomcataloguetourists-motivations-totravel-
theoretical-perspective-existing-literture
114
Apecircndice I ndash Graacuteficos
Figura 61 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (visitantes do dia)
25 12
3534
43
21
23
30
11
1528
18
5
2
515
29
30
9
7
20
24
18
43
1511
4
2
21
6 1822
7
379 13
12
316
5 1921
141123
29
17
60
11
3
14
8 13
20
22
7
5 22
27
20
21
1020
17
5
6
421
31
15
14
1422
1712
7
6
2720
16
14
14
23 13
10
11
6
2520
13
22
10
22
116
7
7
20
2816
11
11
24
1610
88
13
33 145 4
1430 21
30 17
9 9 9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
115
Figura 62 - Grau de importacircncia dos atributos do destino (turistas)
13 14 19
22
22
12
21
18
4
1524
8
2
1
518 20
11
9
14 128
9
32
10
5 2
3
5
16
188
5
20
15
11
4
17
6
12
23
44
3
1127
12
48
2
2
1
5
13
37
5
2
13
19
156
6
27
8
4
1
1
12
28
14
9
4
18
15
5
3
12
24
13
3
7
26
14
2
3
6
23
15
6
1211
17
9
2
512
20
12
4
6
9
323
4
4
26
17
1
6
1 12
31
321
6 814
4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
116
Figura 63 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (visitantes do dia)
37
20
16
1
15
20
16
1
419
9
4
1
1 12
22
6
4
711
7
8
7
3
8
3
1
1
3
17
14
2
7
2
12 2
1
4
1
10 20
33
4
278
14 3
3
4
4
12
22
2
2
12
13
83
2
15
14
21
1
6
26
74
322
6
2
1 8
20
12
1
3
19
9
2
2
1
19
10
6
2
1
21
8
2
2
2
15 16
3
2
15
9 6
4
3
316
12
4
4
10 20
56
410 9
1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
117
Figura 64 - Grau de satisfaccedilatildeo dos atributos do destino (turistas)
24 15
37 23
1
3 14
35 24
3
428
229
2
2
20
27
17
4
2
24
1519
22
11
14
34
13
6
20
14 6
19
7
23
15
15
7
17
179
91
17
28 1637
2
8
3 2
11
1
15
12
21
6
2
20
27
14
17
3
20
7
6
6
2
16
3212
8
4
30
17 94
5
20
21 1610
9
22
12 76
11
27
11 913
6
20 66
5
6
10 29189
11
2410
710
8
22 16 859
14 27 15216 16
6 6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5Parques de estacionamento Facilidade de transporte
AcessibilidadesTracircnsito Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
Distacircncia ao destino de origem Comeacutercio Local
Preccedilos EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Tranquilidade Visitas e excursotildees
Restaurantes Alojamento
Recursos culturais e paisagiacutesticos Praias
Golfe Gastronomia
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene HospitaisServiccedilos de sauacutede
Vida Social Equipamentos desportivos
Ir a locais recomendados por familiares e amigos Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias Fugir da rotina do dia a dia
Visitar locais diferentes
118
Anexo I - Inqueacuterito
Posto de turismo
Data
Caro(a) Senhor(a) este questionaacuterio tem como principal objetivo realizar um estudo para uma dissertaccedilatildeo de
mestrado com o intuito de avaliar a sua visita ao destino Almada Toda a informaccedilatildeo recolhida eacute confidencial
Agradecemos a sua colaboraccedilatildeo
11 Eacute a primeira vez que visita o destino Almada Sim Natildeo
12 Se natildeo eacute a primeira visita quantas viagens fez a Almada nos uacuteltimos dois anos
Quando foi a uacuteltima visita
13 Com quem estaacute a viajar
Sozinho
GrupoExcursatildeo Quantas pessoas
Companheiroa
FamiacuteliaAmigos
14 Eacute residente em Portugal Em que concelho
15 Eacute residente noutro paiacutes Qual
16 Qual a razatildeo da visita a Almada 17 Vai pernoitar em Almada Sim Natildeo
Quantas noites pernoita
18 Estaacute alojado em Almada Sim Natildeo
Em que zona
1) Cacilhas 2) Pragal 3) Almada
Centro 4) Costa da Caparica 5) Trafaria
6) Herdade da Aroeira
19 Qual o tipo de alojamento que elegeu nas diferentes zonas acima referidas
QUESTIONAacuteRIO
1 Caracterizaccedilatildeo da visita ao destino turiacutestico de Almada
Passear Paisagem
Compras e lojas Lazer Recreio e Feacuterias
Monumentos Ambiente humano
Museus Desporto
Eventos Natildeo seinatildeo respondo
ProfissionalNegoacutecios Outros Quais
Religiatildeo
Praia
Gastronomia
Familiares e amigos
1) 2) 3) 4) 5) 6) Hotel
Alojamento local
Hostel
Guest House
Apartamento
Surf House
Parque de campismo
ResortAldeamento Turiacutestico
Pousada da juventude
Casa alugada
Casa de familiares ou amigos
2ordf residecircncia
Outros Quais
119
110 Por que regime optou 111 Qual o meio de transporte que utilizou para chegar a
Almada
Viatura Proacutepria hellip Autocaravana
Viatura Alugada Barco
Autocarro Turiacutestico Tuck-tuck
Autocarro Puacuteblico BicicletaTrotineteSegway
Comboio A peacute
2 Fontes de Informaccedilatildeo do destino de Almada 21 Como valoriza as seguintes fontes de informaccedilatildeo que o levaram a visitar o destino Almada Para cada opccedilatildeo assinale com (x) o nuacutemero que corresponde ao seu grau de importacircncia sendo que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5) Extremamente importante
22 Quando eacute que usou estas fontes de informaccedilatildeo 23 Quanto tempo demorou a decidir visitar Almada
24 Como valoriza o desempenho da comunicaccedilatildeo e promoccedilatildeo turiacutestica de Almada tendo em conta a seguinte escala (1) Muito insuficiente (2) Insuficiente (3) Suficiente (4) Bom (5) Muito bom (NSNR) Natildeo seinatildeo respondo
31 Inicialmente as suas expectativas relativamente 32 Almada eacute o uacutenico destino que vai visitar Sim Natildeo
a Almada eram Se natildeo qual(ais)
33 Quais as atraccedilotildees que visitouvai visitar em Almada
1) 2) 3) 4) 5) 6)
Soacute dormida
Dormida e pequeno almoccedilo
Meia pensatildeo
Pensatildeo completa
Tudo incluiacutedo
NSNR
1 2 3 4 5
Familiares ou amigos
Escolha ocasional
Revista ou jornal Qual
Redes sociais Qual
Brochuras e guias turiacutesticos Qual
FeirasExposiccedilotildees de turismo Qual
Site da cacircmara municipal de Almada
Postos de informaccedilatildeo turiacutestica Qual
Agecircncias de viagem Qual
Recomendaccedilatildeo de profissionais de turismo Qual
Outros Qual
(1) Natildeo usei
(2) Antes da viagem
(3) Durante a viagem
(1) Natildeo foi planeado
(2) Quando cheguei ao destino
(3) Antes de chegar ao destino
(1) Muito Insuficiente
(2) Insuficiente
(3) Suficiente
(4) Bom
(5) Muito Bom
NSNR
3 Expectativas Motivaccedilotildees e Satisfaccedilatildeo
(1) Muito Baixas (2) Baixas (3) Sem expectativas (4) Moderadas (5) Elevadas
120
34 Indique com um (x) quais dos seguintes atributos considera mais importantes na escolha deste destino numa
escala em que (1) Nada importante (2) Pouco importante (3) Moderadamente importante (4) Muito importante (5)
Extremamente Importante
35 Indique com um (x) qual o seu grau de satisfaccedilatildeo para cada um dos seguintes aspetos relativos ao destino numa
escala em que (1) Muito Insatisfeito (2) Insatisfeito (3) Satisfeito (4) Muito Satisfeito (5) Extremamente Satisfeito
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio local
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
1 2 3 4 5
Visitar locais diferentes
Fugir da rotina do dia-a-dia
Ir a locais onde os meus amigos natildeo foram e poder falar sobre as feacuterias
Divertir-meTer uma aventura
Ir a locais recomendados por familiares e amigos
Equipamentos desportivos
Vida social
Hospitaisserviccedilos de sauacutede
SeguranccedilaHospitalidadeHigiene
Gastronomia
Golfe
Praias
Recursos culturais e paisagiacutesticos
Alojamento
Restaurantes
Visitas e excursotildees
Tranquilidade
EventosAnimaccedilatildeoVariedade de atraccedilotildees
Preccedilos
Comeacutercio
Distacircncia ao destino de origem
Boa sinalizaccedilatildeo e informaccedilatildeo turiacutestica
AcessibilidadesTracircnsito
Facilidade de transporte
Parques de estacionamento
Outros
121
36 Segundo as suas expectativas qual o seu grau de 37 O que mais gostou durante a visita (3 aspetos)
satisfaccedilatildeo global relativamente ao destino Almada
38 O que menos gostou durante a visita (3 aspetos)
39 Depois da sua visita a Almada tenciona
4 Caracteriacutesticas Sociodemograacuteficas
51 Idade 52 Geacutenero 54 Estado Civil
53 Nacionalidade
55 Habilitaccedilotildees Literaacuterias 56 Situaccedilatildeo Profissional
(assinale com um (x) a habilitaccedilatildeo mais elevada)
Baacutesico Secundaacuterio Superior Poacutes-graduado Outro
57 Qual o valor meacutedio que gasta por dia e por pessoa 58 Qual o rendimento familiar mensal
nesta visita a Almada (excluindo o alojamento)
Muito Insatisfeito Insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito Extremamente Satisfeito Natildeo SeiNatildeo Respondo
Natildeo Natildeo Sei Eacute Provaacutevel De Certeza
Voltar
Recomendar
Voltar mesmo que o preccedilo aumente
Feminino Masculino
18-24 anos 25-34 35-44 45-54 55-64 Mais do que 64 anos NSNR
Solteiroa CasadoUniatildeo de facto DivorciadoViuacutevo Nordm de elementos do agregado familiar
Empregado Desempregado Natildeo ativo Estudante Reformado Outro Qual
Ateacute 500euro 501-1000euro 1001-1500euro 1501-2000euro 2001-2500euro + de 2501euro
Ateacute 50euro 51-100euro 101-200euro 201-300euro 301-400euro 401-500euro Mais de 500euro Outro valor
Obrigada pela colaboraccedilatildeo e atenccedilatildeo dispensada
Recommended