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METODOLOGIA PARA A ELABORAÇÃO DE
PERFIS PROFISSIONAISFASE 2
Certificação Profissional Baseada em Competências
2ª edição
Brasília2002
METODOLOGIA PARA A ELABORAÇÃO DE
PERFIS PROFISSIONAIS
Confederação Nacional da Indústria – CNI e Conselho Nacional do SENAI
Fernando Luiz Gonçalves BezerraPresidente
Comissão de Apoio Técnico e Administrativo ao Presidente doConselho Nacional do SENAI
Dagoberto Lima GodoyVice-Presidente da CNI
Fernando Cirino GurgelPresidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará
Max SchrappeVice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
SENAI – Departamento Nacional
José Manuel de Aguiar MartinsDiretor-Geral
Humberto Brandão de AraújoDiretor de Desenvolvimento
Eduardo Oliveira SantosDiretor de Operações
METODOLOGIA PARA A ELABORAÇÃO DE
PERFIS PROFISSIONAIS
Certificação Profissional Baseada em Competências
2ª edição
Brasília2002
Confederação Nacional da IndústriaServiço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional
2002. SENAI – Departamento NacionalQualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
SENAI/DN COTED – UNIDADE DE CONHECIMENTO TECNOLOGIA DA EDUCAÇÃO
FICHA CATALOGRÁFICA
SENAI. DN. Metodologia para o elaboração de perfis profissionais - fase 2. 2. ed. Brasília, SENAI/DN, 2002. 55 p. Certificação Profissional Baseada em Competências.
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
CDU 331.103.116
SENAI SedeServiço Nacional de Setor Bancário NorteAprendizagem Industrial Quadra 1 – Bloco CDepartamento Nacional Edifício Roberto Simonsen
70040-903 – Brasília – DFTel.: (61) 317-9000Fax: (61) 317-9190http://www.dn.senai.br
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO 9
2 OBJETIVO 11
3 PRODUTO DE ENTRADA PARA A ELABORAÇÃO DO PERFIL PROFISSIONAL 13
3.1 Fontes Documentais 133.2 Tratamento Metodológico 133.3 Estrutura Inicial da Qualificação Profissional 14
4 MÉTODO 17
4.1 Subfase 1: Determinação das Competências Profissionais 17 4.1.1 Definição da Competência Geral 18 4.1.2 Estabelecimento de Unidades de Competência 19 4.1.3 Identificação de Elementos de Competência 20 4.1.4 Estabelecimento de Padrões de Desempenho 22
4.2 Subfase 2: Estabelecimento do Contexto de Trabalho da Qualificação Profissional 244.3 Subfase 3: Configuração do Perfil Profissional 254.4 Subfase 4: Identificação de Unidades de Qualificação 26
5 CONTROLE DE QUALIDADE 27
6 PRODUTO FINAL — PERFIL PROFISSIONAL DA QUALIFICAÇÃO 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31
GLOSSÁRIO 33
ANEXOS
ANEXO 1 — FLUXOGRAMA DA FASE 2 — Elaboração de Perfis Profissionais 43
ANEXO 2 — FICHAS
Ficha 1: Critérios para o Estabelecimento de Níveis de Qualificação Definição dos Níveis de Qualificação 44
Ficha 2: Fontes Documentais de Interesse 47
Ficha 3: Guia para Estudo de Prospectiva Interna 49
Ficha 4: Estrutura Inicial da Qualificação Profissional 50
Ficha 5: Perfil Profissional 51
APRESENTAÇÃO
O mundo do trabalho passa por mudanças significativas, que repercutem profundamente no
mundo da educação. A generalização do uso e aplicações da microinformática; a
compreensão do trabalho como algo além de conhecimentos técnicos, envolvendo
habilidades comunicativas e comportamentais; a necessidade da transferência de
conhecimentos entre áreas profissionais distintas – todos esses elementos exigem a
estruturação de uma educação profissional dinâmica, renovada, em sintonia constante com
os movimentos do setor produtivo.
Como uma de suas respostas a esse desafio, o SENAI concebeu o Projeto Estratégico
Nacional “Certificação Profissional Baseada em Competências”, do qual o documento
“Metodologia para o Elaboração de Perfis Profissionais” é parte integrante. A metodologia
ora apresentada compõe-se de procedimentos e orientações norteadores das atividades dos
Comitês Técnicos Setoriais, órgãos integradores de trabalhadores, empregadores, técnicos
em educação e especialistas, cujos objetivos são identificar o perfil do profissional
demandado pelo mercado de trabalho e antecipar tendências futuras com base em
sinalizações do sistema produtivo.
Por meio desta sistemática, pretende-se instrumentalizar os Comitês Técnicos Setoriais
para o cumprimento da sua questão fundamental: promover o nexo entre o mundo da
educação e o mundo do trabalho, alinhando sistematicamente a educação profissional
ministrada pelo SENAI às transformações do mercado, regulando-se pela demanda e,
portanto, por uma consistente visão de futuro.
José Manuel de Aguiar MartinsDiretor-Geral do SENAI/DN
1 INTRODUÇÃO
Neste documento, apresenta-se a metodologia a ser utilizada para elaborar o perfil
profissional correspondente a determinada qualificação profissional.
Sem dúvida, é necessário contextualizar essa fase dentro do modelo de educação
profissional baseado em competências concebido no âmbito do Projeto Estratégico Nacional
“Certificação Profissional Baseada em Competências”, tendo em conta que um de seus
objetivos prioritários é estabelecer um marco coerente para atualizar e garantir a qualidade
da educação profissional, assim como articular a oferta formativa correspondente aos
distintos níveis de educação e de qualificação.
Estabelecer esse marco implica realizar previamente uma análise ou recolher informações
sobre a situação do mercado de trabalho de uma qualificação profissional e suas tendências
futuras (sua prospectiva externa), a fim de:
conhecer as características de um segmento tecnológico (subsetor de atividade
econômica), particularmente com relação a indicadores econômicos, tecnológicos
(processos), organizativos (funções), ocupacionais, educacionais e de evolução em
médio prazo;
identificar e caracterizar as áreas tecnológicas de cada segmento, com base na
compreensão lógica de seus processos e funções;
identificar no interior de cada área as figuras profissionais existentes. Entende-se
por figura um conjunto estruturado de competências profissionais que tenha
significado para o mercado de trabalho e que responda a objetivos ou funções do
sistema produtivo claramente identificáveis. Atualmente, em muitos países europeus,
esse conjunto de competências é denominado qualificação profissional;
indicar para cada qualificação profissional, assim entendida, o nível que lhe
corresponde, tanto do ponto de vista formativo como do ponto de vista da
complexidade dos conteúdos de trabalho.
Como resultado desse processo, cada qualificação profissional estaria convenientemente
identificada e localizada (no que se refere à área, ao nível e à família), propiciando, assim, o
estabelecimento de uma base sólida para estruturar e atualizar a educação profissional.
9
2 OBJETIVO
Elaborar perfis correspondentes a qualificações profissionais.
Perfil Profissional
É a descrição do que idealmente é necessário saber realizar no campo profissional
correspondente a determinada qualificação. É o marco de referência, o ideal para o
desenvolvimento profissional, que, confrontado com o desempenho real das pessoas, indica
se elas são ou não competentes, se estão ou não qualificadas para atuar em seu âmbito de
trabalho. É expresso em termos de competências profissionais.
Qualificação Profissional
É um conjunto estruturado de competências com possibilidade de reconhecimento no
mercado de trabalho, as quais podem ser adquiridas mediante formação, experiência
profissional ou a combinação de ambas.
Toda qualificação profissional deve ajustar-se às seguintes características:
Ser um constructo extraído do sistema produtivo e do mercado de trabalho,
representando tanto uma resposta coerente a certas necessidades presentes e
futuras do setor correspondente quanto um consenso entre os distintos atores
envolvidos;
Ser nomeada com linguagem clara, basicamente a do mundo do trabalho, que tenha
sentido para a maioria dos empregadores e trabalhadores do setor;
Ser definida em termos de competências profissionais que reúnam todas as
capacidades (técnicas, metodológicas, organizativas e sociais) necessárias para um
desempenho profissional adequado às exigências do mercado de trabalho;
Possuir um campo profissional de referência suficientemente amplo para permitir
adequadas oportunidades de trabalho à pessoa;
11
Guardar equilíbrio entre polivalência e especialização, de forma que se possa
compatibilizar a mobilidade profissional, a adaptação a diferentes postos e a papéis
emergentes com uma atuação de qualidade do trabalhador nas situações de
trabalho;
Reunir condições para orientar um processo formativo;
Ser passível de receber certificação total e/ou parcial por instituição competente.
Nível de Qualificação Profissional
É necessário, primeiramente, distinguir níveis de qualificação de níveis de formação.
Os níveis de qualificação referem-se ao domínio de um desempenho profissional e à
complexidade dos conteúdos de trabalho que ele engloba. Eles são estabelecidos com base
em critérios de classificação, tais como domínio técnico-profissional, iniciativa, autonomia,
responsabilidade, coordenação/participação, tomada de decisões e complexidade do
trabalho. Podem-se utilizar outros critérios, dependendo da qualificação profissional em
questão.
Com base nesses critérios, definem-se, em geral, cinco níveis de qualificação, em função do
grau de exigência relacionado ao desempenho profissional. A Ficha 1 – Critérios para o
Estabelecimento de Níveis de Qualificação – apresenta definições dos critérios citados.
Por sua vez, os níveis de formação são definidos em função das etapas educacionais
concluídas, diretamente relacionadas, em nosso país, com os níveis de educação
profissional estabelecidos no Decreto Federal no 2.208/97: básico, técnico e tecnológico.
Não há uma correspondência rígida entre os níveis de qualificação e os níveis de formação,
uma vez que os primeiros são conferidos pelo grau de complexidade exigido no
desempenho profissional, e os segundos o são pelo grau de escolaridade. É de se supor, no
entanto, que uma maior escolaridade possibilite o alcance de níveis mais elevados de
qualificação.
Na Ficha 1 – Critérios para o Estabelecimento de Níveis de Qualificação – encontra-se a
provável correspondência entre níveis de qualificação e níveis de formação.
12
3 PRODUTO DE ENTRADA PARA ELABORAÇÃO DO PERFIL PROFISSIONAL
3.1 Fontes Documentais
Com base na análise do mercado de trabalho e das demandas atuais e previsíveis em
médio e longo prazos, os Comitês Técnicos Setoriais estabelecem uma primeira
aproximação sobre o que se espera que um trabalhador realize no campo profissional da
Qualificação em estudo.
Para tanto, os Comitês devem não só utilizar o conhecimento de seus especialistas, mas
também obter informações relevantes sobre os conteúdos de trabalho relativos à
Qualificação e sobre os fatores de inovação que tenham determinado mudanças
substantivas nas atividades, processos, métodos e técnicas. Esses dados podem provir da
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE), de pesquisas realizadas sobre o setor ou área correspondente, assim
como de outras fontes documentais nacionais ou internacionais. Na Ficha 2 – Fontes
Documentais de Interesse – é apresentado um rol de exemplos de documentação
considerada de interesse.
Há que se assinalar que as descrições dos conteúdos de trabalho variam segundo o sistema
utilizado, os critérios adotados pelos especialistas e os países em que elas são elaboradas.
Assim, encontram-se descrições dos conteúdos do trabalho expressas como
resultados/produtos, atividades, processos e funções.
3.2 Tratamento Metodológico
Para tratar as informações disponíveis e determinar uma competência profissional,
considera-se a análise funcional um instrumento que supera a chamada análise de tarefas.
Partindo da definição de funções, a análise funcional leva em conta o contexto do trabalho,
os sistemas organizativos, as relações funcionais, os resultados da produção de bens e de
serviços e as demandas futuras. O tratamento dado às atividades é novo, pois está
vinculado a uma análise mais ampla de todo o contexto do trabalho, não se restringindo
apenas a tarefas.
O Comitê Técnico Setorial pode partir de uma série de hipóteses (gradativamente
construídas) sobre o propósito principal (objetivo-chave) da qualificação profissional,
distinguindo, com base em diferentes critérios de desagregação possíveis, as funções
13
principais e as subfunções. A qualificação profissional deve ser desagregada, tendo por
base as diferentes fases do trabalho, dos processos, dos métodos e dos produtos.
Deve-se assinalar que, na prática, é freqüente estruturar a análise em dois sentidos
simultâneos: do geral para o particular (de funções e subfunções para relações de tarefas) e
do particular para o geral (de relações de tarefas para subfunções e funções).
No entanto, deve existir uma retroalimentação constante que permita o ajuste da estrutura
da qualificação profissional segundo as análises e informações que vão sendo incorporadas.
Toda a informação obtida deve ser submetida, pelo Comitê Técnico Setorial, a um estudo de
prospectiva interna que permita detectar as inovações e a evolução do campo profissional
em pauta. Na Ficha 3 – Guia de Estudo de Prospectiva Interna – é apresentado um guia
para orientar esse estudo, que contém os seguintes itens: fatores tecnológicos e
organizativos e mudanças no campo profissional.
Uma vez tratadas e analisadas todas as informações, o Comitê Técnico Setorial elaborará a
Estrutura Inicial da Qualificação Profissional (Ficha 4).
3.3 Estrutura Inicial da Qualificação Profissional
A Estrutura Inicial da Qualificação Profissional (Ficha 4) deve incluir as primeiras hipóteses
(aproximações) sobre:
o objetivo-chave da qualificação profissional, entendido como o resultado de um
brainstorming a respeito das principais funções que caracterizam uma qualificação.
Deve-se caracterizar pela explicitação das palavras-chave que comporão a
competência geral;
as funções principais em que o objetivo-chave da qualificação profissional se
desagrega;
as subfunções correspondentes a cada função, obtidas de diferentes fontes
(especialistas e documentação).
14
É importante que essas informações sejam comparadas ao estudo de prospectiva interna, a
fim de que se tenha uma visão mais completa das atividades que um trabalhador qualificado
deve saber realizar.
A seguir, são apresentadas as subfases para a elaboração do Perfil Profissional:
Definição da Competência Geral;
Estabelecimento das Unidades de Competência;
Identificação de Elementos da Competência;
Estabelecimento de Padrões de Desempenho;
Estabelecimento do Contexto de Trabalho da Qualificação Profissional;
Configuração do Perfil Profissional;
Identificação de Unidades de Qualificação.
15
4 MÉTODO
4.1 Subfase 1: Identificação das Competências Profissionais
As competências expressam as capacidades requeridas do trabalhador para que atinja um
desempenho adequado em situações reais de trabalho.
Definições básicas
Entende-se por competência profissional a mobilização de conhecimentos, habilidades e
atitudes profissionais necessários ao desempenho de atividades ou funções típicas,
segundo padrões de qualidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho.
Portanto, a competência é entendida como um conceito relacional que:
envolve a mobilização das capacidades das pessoas para as situações reais de
trabalho. As descrições dessas competências devem fazer sentido para
empregadores e trabalhadores.
engloba não só as capacidades técnicas requeridas para o exercício de uma
atividade concreta, como também um conjunto de comportamentos interativos, como
tomada de decisões, comunicação com o ambiente, organização do trabalho ou
outros necessários ao pleno desempenho em um campo profissional.
As competências profissionais abrangem competências básicas, competências específicas e
competências de gestão:
Competências básicas – são essenciais para o desempenho profissional e envolvem
os fundamentos técnicos e científicos, de caráter geral e polivalente, em que se
baseiam as competências específicas e de gestão relativas à qualificação profissional.
Competências específicas – englobam capacidades técnicas, as quais permitem
operar eficientemente objetos e variáveis que interferem diretamente na criação do
produto. Implicam o domínio de conteúdos no âmbito do trabalho e de conhecimentos e
habilidades pertinentes.
17
Competências de gestão – compõem-se de capacidades organizativas, metodológicas e sociais:
- Capacidades organizativas: permitem coordenar as diversas atividades de trabalho,
participar na organização do ambiente e administrar racional e conjuntamente os
aspectos técnicos, sociais e econômicos implicados, bem como utilizar de forma
adequada e segura os recursos materiais e humanos colocados à disposição.
- Capacidades sociais: permitem responder a relações e procedimentos estabelecidos
na organização do trabalho e integrar-se com eficácia, em nível horizontal ou vertical,
cooperando com outras pessoas de forma comunicativa e construtiva.
- Capacidades metodológicas: permitem à pessoa responder a situações novas e
imprevistas que se apresentem no trabalho, com relação a procedimentos, seqüências,
equipamentos, produtos e serviços, encontrar soluções apropriadas e tomar decisões de
forma autônoma.
Convém considerar que todas as capacidades são transferíveis para situações e contextos
de trabalho distintos.
Em síntese, podemos dizer que as competências profissionais são constituídas pelas
competências básicas, específicas e de gestão relativas a uma qualificação profissional.
4.1.1 Definição da Competência Geral
Com base na Estrutura Inicial da Qualificação Profissional (Ficha 4), mais especificamente
no objetivo-chave estabelecido, procede-se à descrição da competência geral da
qualificação profissional, na Ficha 5.
Competência Geral
É a síntese do essencial a ser realizado pelo trabalhador qualificado. Expressa globalmente
as funções principais que caracterizam a qualificação profissional e as capacidades que
permitem exercê-las de modo eficaz no âmbito do trabalho. Será definida com uma ou
várias frases que sintetizem as funções principais da qualificação e as capacidades
necessárias, de acordo com o contexto profissional.
18
4.1.2 Estabelecimento de Unidades de Competência
Com base nas funções principais da qualificação profissional (inicialmente estabelecidas
como hipóteses na Ficha 4 – Estrutura Inicial da Qualificação Profissional) e em uma revisão
destas, o Comitê Técnico Setorial deve proceder ao estabelecimento das Unidades de
Competência.
Unidade de Competência
As Unidades de Competência explicitam as grandes funções que constituem o desempenho
profissional, contribuindo para o alcance da competência geral. Cada Unidade de
Competência representa uma parte significativa e fundamental da competência geral e
reflete grandes etapas do processo de trabalho ou técnicas fundamentais, dando lugar a
produtos acabados (bens e serviços).
A Unidade de Competência, subdivisão da competência geral da qualificação profissional,
deve ter sentido tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores do segmento
tecnológico.
Como estabelecer as Unidades de Competência
As Unidades de Competência são obtidas pela desagregação da Competência Geral. São
estabelecidas tantas Unidades de Competência quantas funções existam com consistência
própria (partes significativas do trabalho). Deve-se evitar que as funções sobreponham-se
umas às outras, o que significa dizer que as Unidades de Competência do Perfil Profissional
devem ser excludentes.
Requisitos de uma Unidade de Competência
Representar um objetivo produtivo — função ou produto — significativo no campo
profissional e claramente identificável.
Ser denominada de forma concisa, explicitando claramente a função ou produto a
ser realizado pelo trabalhador. Deve-se utilizar preferencialmente verbos de ação no
infinitivo.
19
Englobar os Elementos de Competência requeridos para um desempenho
profissional eficaz.
Possuir grau de concretude suficiente para que seja avaliada.
Permitir a definição de uma formação associada.
A abrangência da Unidade de Competência geralmente está relacionada diretamente com a
amplitude e o nível da qualificação profissional. Assim, as qualificações de nível mais
elevado são, obviamente, mais amplas, e provavelmente suas Unidades de Competência
são em maior número, englobando um rol maior de Elementos de Competência.
Quando necessário, podem ser constituídas novas Unidades de Competência,
desdobrando-se as funções principais inicialmente estabelecidas na Estrutura Inicial da
Qualificação Profissional (Ficha 4).
4.1.3 Identificação de Elementos de Competência
Uma vez estabelecidas as Unidades de Competência, será feita a identificação dos
Elementos de Competência correspondentes a cada uma delas.
Elementos de Competência
Descrevem o que os profissionais devem ser capazes de fazer nas situações de trabalho.
Expressam os resultados que se espera que as pessoas obtenham na respectiva Unidade
de Competência.
Como identificar os Elementos de Competência
Os Elementos de Competência surgem da desagregação das Unidades de Competência.
Constituem elementos profissionais independentes, referentes a processos, técnicas ou
produtos parciais da respectiva Unidade de Competência e as capacidades profissionais
que devem ser mobilizadas para seu alcance.
Conforme mencionado anteriormente, os Elementos de Competência de uma Unidade de
Competência podem ser obtidos pelo processo de análise funcional.
20
O Comitê Técnico Setorial, ao identificar Elementos de Competência, pode basear-se na
Estrutura Inicial da Qualificação Profissional (Ficha 4). Nesse caso, são analisadas as
atividades ou tarefas inicialmente relacionadas a cada função principal e, considerando-se
as Unidades de Competência, deve-se incluir em cada uma delas as atividades ou tarefas
pertinentes.
Caso sejam inseridas novas Unidades de Competências, são estabelecidas listas de tarefas
ou atividades, de acordo com algum dos seguintes critérios adicionais:
Fases do processo de trabalho dentro da Unidade;
Aplicação de métodos, procedimentos ou técnicas concretas;
Obtenção de subprodutos ou resultados parciais.
De cada lista de tarefas pode-se, em geral, derivar um ou mais Elementos de Competência,
que devem expressar o que faz o trabalhador, como faz e para que o faz, e integrar as
competências profissionais diretamente relacionadas (técnicas e de gestão).
Requisitos de um Elemento de Competência
Ser aplicável a distintas situações de trabalho em processos similares (uma vez que
os elementos não são atividades ou tarefas atomizadas).
Ser relevante no interior do processo produtivo e cumprido integralmente pelo
trabalhador.
Ser suficientemente concreto para ser avaliado segundo critérios objetivos.
Mobilizar capacidades profissionais.
Redação dos Elementos de Competência
Na redação dos Elementos de Competência, deve-se utilizar uma linguagem clara e precisa.
A fim de assegurar consistência na estrutura da Unidade de Competência, é conveniente
que a redação siga o seguinte esquema:
21
verbo de ação (infinitivo) + complemento (objeto direto) + contextualização.
Deve-se atentar para o fato de que um Elemento de Competência isolado pode não ter
significado no mercado de trabalho.
Observação: Ainda que as competências de gestão tenham sido expressas nos elementos
de competência de cada unidade de competência, podem ser relacionadas, a fim de que se
tornem mais explícitas.
4.1.4 Estabelecimento de Padrões de Desempenho
A cada Elemento de Competência são associados Padrões de Desempenho.
Padrões de Desempenho são referenciais que especificam a qualidade do desempenho em
cada elemento de competência. Permitem julgar como adequado ou não adequado,
satisfatório ou não satisfatório o desempenho do profissional com relação ao elemento de
competência. Trata-se de especificações objetivas que permitem verificar se o profissional
alcança ou não o resultado descrito no elemento de competência.
Redação dos Padrões de Desempenho
Os Padrões de Desempenho são a resposta do Comitê Técnico Setorial à seguinte
pergunta:
“Como saber se uma pessoa é capaz de alcançar satisfatoriamente o resultado descrito em
um Elemento de Competência?”
Na redação do Padrão de Desempenho deve-se exprimir, com precisão, o resultado
desejado, conforme descrito no Elemento de Competência, capaz de satisfazer os objetivos
da organização produtiva. Cada padrão define uma característica do Elemento de
Competência cumprida satisfatoriamente no contexto de trabalho correspondente à Unidade
a que pertence. O Padrão de Desempenho pode referir-se aos seguintes aspectos:
Utilização adequada dos meios de produção, materiais e produtos intermediários.
Aplicação correta de processos, métodos e procedimentos.
22
Correta obtenção dos principais resultados do trabalho.
Seleção e utilização adequada da informação (natureza, tipo e suportes).
Adequada mobilização das capacidades profissionais (técnicas, organizativas,
sociais e metodológicas).
A fim de assegurar consistência na estrutura da Unidade de Competência, sugere-se redigir
os Padrões de Desempenho utilizando-se o verbo no gerúndio.
Pode acontecer que determinado elemento de competência tenha um número muito grande
de características. Nesse caso, em vez de escrever todos os Padrões ao lado do Elemento
de Competência, pode-se utilizar uma frase sintetizadora, como: “O Elemento de
Competência em questão cumpre as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT.” Em um anexo podem ser listadas todas as normas e especificações
necessárias para que se possa checar se a pessoa as cumpre ou não no momento da
avaliação.
Como procedimento de trabalho, o Comitê Técnico Setorial pode definir os Padrões de
Desempenho imediatamente após a descrição de cada Elemento de Competência. Caso
defina os Elementos de Competência sem definir logo em seguida os padrões, quando for
fazê-lo, posteriormente, precisará retomar cada Elemento de Competência, o que atrasará o
processo. Não obstante, também pode ser adotada outra opção: primeiro, esboçar todos os
Elementos de Competência, para obter uma visão de conjunto e, logo depois, tratar em
profundidade de cada um deles. Depois disso, dá-se uma redação definitiva aos Elementos
de Competência e, em seguida, especificam-se seus Padrões de Desempenho.
Os Elementos de Competência, com seus correspondentes Padrões de Desempenho,
explicitam as competências profissionais requeridas na qualificação profissional. São,
portanto, um guia para avaliação dessas competências. Constituem, assim, o referencial
adequado para a elaboração dos instrumentos de certificação, que deve avaliar todas as
dimensões da Competência Profissional.
Observação:
23
Tanto os elementos de competência quanto os padrões de desempenho de cada unidade de
competência devem contemplar competências de gestão. Estas podem ser destacadas, se
necessário, separadamente, na Ficha 5 – Perfil Profissional.
4.2 Subfase 2: Estabelecimento do Contexto de Trabalho da Qualificação Profissional
O Contexto de Trabalho da Qualificação Profissional (campo II da Ficha 5) é o conjunto de
informações de natureza técnica, organizacional e socioprofissional característico da
qualificação, que contextualiza e situa o âmbito de atuação da pessoa qualificada.
Nele devem estar listados os aspectos que fazem referência a meios, métodos, técnicas,
condições e ambiente de trabalho, localização funcional, requisitos pessoais, tendências de
evolução e possíveis saídas para o mercado de trabalho.
Meios
- Equipamentos e máquinas;
- Ferramentas e instrumentos;
- Materiais de utilização habitual;
- Meios de produção ou tratamento da informação;
- Outros.
Métodos e técnicas de trabalho
- Métodos, processos, técnicas ou procedimentos de trabalho específicos,
necessários à obtenção do produto.
Condições de trabalho
São as características dos lugares onde é desenvolvida a atividade profissional.
- Condições ambientais;
- Turnos e horários;
- Riscos profissionais;
- Outras.
24
Posição no processo produtivo
- Contexto profissional (setor, atividade econômica, tipos de empresas em que se
situa a qualificação);
- Contexto funcional e tecnológico (localização funcional característica na estrutura
organizacional da empresa, grau de responsabilidade e autonomia, dependência
hierárquica);
- Saídas para o mercado de trabalho (modalidades de trabalho mais relevantes e
mobilidade profissional possível para o trabalhador exercer sua atividade).
Evolução da Qualificação
- Mudanças nos fatores tecnológicos, organizacionais e econômicos;
- Mudanças nas atividades profissionais;
- Mudanças na educação profissional.
Educação Profissional relacionada à qualificação
- Oferta formativa para aquisição das Competências Profissionais requeridas pela
Qualificação.
4.3 Subfase 3: Configuração do Perfil Profissional
O Perfil Profissional é composto das Competências Profissionais e do Contexto de Trabalho
da Qualificação.
Este perfil é o referencial para a elaboração do desenho curricular da formação associada à
qualificação profissional e para o estabelecimento do sistema de avaliação das
competências profissionais requeridas.
A Ficha 5 – Perfil Profissional (Anexo 2) – contempla o Perfil Profissional.
Indicação de Conhecimentos referentes ao Perfil Profissional
25
É importante que o Comitê Técnico Setorial forneça algumas indicações sobre os
conhecimentos que as Unidades de Competência demandam. Como essa informação é de
grande utilidade para a fase de elaboração do desenho curricular baseado em
competências, deve ser registrada ao longo das atividades desenvolvidas pelo comitê.
4.4 Subfase 4: Identificação de Unidades de Qualificação
Uma vez estabelecido o Perfil Profissional, são analisadas as Unidades de Competência,
com o objetivo de detectar aquelas que, isoladamente ou agrupadas com outras, constituam
uma terminalidade. Isso significa que o agregado parcial de competências é reconhecido
pelo mercado como o mínimo para o desempenho de uma atividade profissional. Esse
agregado de competências é denominado Unidade de Qualificação.
Requisitos de uma Unidade de Qualificação
Ter ao menos uma Unidade de Competência do Perfil de referência;
Ter valor no mercado de trabalho (ser passível de ser demandada e ofertada
isoladamente ou em conjunto com outras Unidades de Qualificação);
Poder ser avaliada e certificada de forma isolada, e aproveitada para a obtenção de
uma qualificação profissional completa, ou ainda de qualificação profissional
intermediária da formação do técnico;
Ter possibilidade de aproveitamento em formação profissional associada.
As Unidades de Qualificação aparecem com mais freqüência nos Perfis Profissionais
correspondentes a qualificações mais amplas e de nível mais elevado. Pode acontecer que de
uma qualificação profissional, geralmente de nível básico, não derive nenhuma Unidade de
Qualificação.
26
5 CONTROLE DA QUALIDADE
Ao longo do processo de trabalho do Comitê Técnico Setorial, o coordenador realiza um
controle da qualidade, que consiste em garantir que cada uma das subfases do trabalho
seja realizada segundo a metodologia e os procedimentos apresentados neste documento,
a fim de que o Perfil Profissional se ajuste às especificações e aos suportes indicados nas
Fichas constantes dos anexos a este documento.
Além disso, o Comitê Técnico Setorial deve indicar o prazo de validade do Perfil Profissional
definido, considerando, principalmente, a evolução da qualificação em função do
surgimento de novas demandas do mercado de trabalho.
27
6 PRODUTO FINAL — PERFIL PROFISSIONAL DA QUALIFICAÇÃO
O Perfil Profissional da Qualificação, devidamente estruturado pelo Comitê Técnico
Setorial, é o produto final dessa fase, constituindo-se no fundamento para a elaboração do
desenho curricular e dos instrumentos de avaliação baseados em competências.
29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. MTb. Classificação Brasileira de Ocupações. Brasília, 1994.
BRASIL. MEC. Decreto Federal no 2.208/97. Brasília, 1997.
Comitês Técnicos Setoriais: constituição e operacionalização. Rio de Janeiro,
GEA/DIPRE, 1999.
IBGE. Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Rio de Janeiro, 1997.
ESPANHA. MEC. Metodología para la elaboración de los títulos de formación
profesional. Espanha, 1995.
INEM. Metodología para la elaboración de los estudios sectoriales de necesidades
de formación profesional. Espanha,1991.
___. Metodología para la ordenación de la formación profesional ocupacional.
Espanha, 1995.
OCDE. Qualifications et compétences professionnelles dans l’enseignement
technique et la formation professionnelle evalution et certification. 1996.
PONTES, B. R. Administração de cargos e salários. 2. ed. São Paulo, 1992.
SENAI. DN. Glossário da educação profissional. Versão preliminar. Brasília, 1999.
31
GLOSSÁRIO
Amplitude da QualificaçãoRefere-se à abrangência de uma qualificação profissional, considerando os seguintes
fatores: número de competências necessárias com significado no mercado de trabalho,
complexidade e nível da qualificação, contexto de trabalho (meios, métodos, técnicas,
condições e ambiente, localização funcional, requisitos pessoais e tendência de evolução).
Análise FuncionalMétodo que se inicia com a definição do propósito-chave de uma empresa e se conclui
quando se definem as funções produtivas mais simples — Elementos de Competência —
que podem ser realizadas por um trabalhador. Tem sido utilizada para estabelecer a
estrutura de uma qualificação profissional, partindo da identificação de seu propósito
principal (objetivo-chave), derivando sucessivamente para as funções e subfunções que
sejam significativas para a consecução desse propósito e chegando, dessa forma, aos
Elementos de Competência e aos Critérios de Desempenho.
Análise do Mercado de TrabalhoEstudo detalhado dos fatores externos que incidem sobre cada um dos setores produtivos e
dos componentes internos que os caracterizam. Tem por objetivos avaliar, no âmbito
externo e interno, a situação do setor produtivo em determinado momento e a evolução
observada, permitindo previsões de médio prazo.
Área FuncionalConjunto de atividades realizadas pelos trabalhadores que possuem um mesmo objetivo
produtivo e que explicitam uma função do sistema organizativo (exemplos de áreas
funcionais: projeto, administração, produção, pessoal).
Área ProfissionalConjunto das atividades de um mesmo setor produtivo com semelhanças ou similaridades
de propósitos, objetos e processos.
AtividadeQualquer trabalho ou ação específicos.
Atividade Econômica
33
Processo de produção de valor agregado, mediante a criação de um produto, com a
intervenção de trabalho, capital e matérias-primas.
Capacidades MetodológicasCapacidades que permitem responder a situações novas e imprevistas que se apresentem
no trabalho, com relação a procedimentos, seqüências, equipamentos e produtos, encontrar
soluções apropriadas e tomar decisões autonomamente.
Capacidades OrganizativasCapacidades de coordenar as diversas atividades, participar na organização do ambiente de
trabalho e administrar racional e conjuntamente os aspectos técnicos, sociais e econômicos
implicados, bem como utilizar de forma adequada e segura os recursos materiais e
humanos à disposição.
Capacidades ProfissionaisConjunto de capacidades técnicas, organizativas, sociais e metodológicas, as quais, ao lado
das competências básicas, constituem as competências exigidas em determinada
Qualificação Profissional.
Capacidades SociaisCapacidades que permitem responder a relações e procedimentos estabelecidos na
organização do trabalho, e integrar-se com eficácia, em nível horizontal e vertical,
cooperando com outros profissionais de forma comunicativa e construtiva.
Capacidades TécnicasCapacidades que permitem operar eficientemente os objetos e variáveis que interferem
diretamente na criação do produto. Implicam o domínio dos conteúdos do âmbito do trabalho
e a posse de conhecimentos e habilidades necessários em sua atividade.
Certificação ProfissionalTambém chamada de acreditação profissional, designa o processo de reconhecimento
formal das competências de uma pessoa, independentemente da forma como foram
adquiridas. Geralmente, essa certificação é conferida por um organismo independente,
criado especialmente para esse fim. É o reconhecimento de que uma pessoa possui a
qualificação necessária para o exercício profissional em determinado campo de atividade. É
fornecida por uma instituição competente, que expede um documento oficial (certificado,
título, diploma). Pode ser total (de uma qualificação profissional completa) ou parcial (de
34
uma Unidade de Qualificação). Pode ser expedida, também, por instituição que desenvolva
programas de educação profissional baseados em competências.
Classificação de Atividades EconômicasSistema classificatório, por atividade econômica, que reflete a estrutura produtiva de um
país. No Brasil, temos a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
Classificação Nacional de OcupaçõesSistema classificatório das ocupações habituais da população economicamente ativa de um
país. No Brasil, temos a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).
Comitê Técnico SetorialFórum consultivo criado para a discussão de assuntos referentes aos nexos entre a
educação e o trabalho nos diferentes setores industriais. Agrega profissionais de diversos
segmentos internos e externos ao SENAI, cujas vivência profissional e visão de futuro
contribuem para orientar a tomada de decisões no que se refere às ações de educação
profissional.
Competência BásicaConstitui-se nos fundamentos técnicos e científicos, de caráter geral, em que se baseiam as
competências específicas e de gestão relativas à qualificação profissional.
Competência GeralÉ a síntese do essencial a ser realizado pelo trabalhador qualificado. Expressa globalmente
as funções principais que caracterizam a qualificação e as capacidades que permitem
exercê-las de modo eficaz no âmbito do trabalho.
Competência de GestãoConjunto de capacidades organizativas, metodológicas e sociais, relativas à qualidade e à
organização do trabalho, às relações no trabalho e à condição de responder a situações
novas e imprevistas.
Competência ProfissionalMobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes profissionais necessários ao
desempenho de atividades ou funções típicas, segundo padrões de qualidade e
produtividade requeridos pela natureza do trabalho.
35
Competências TransversaisCompetências profissionais passíveis de aplicação em situações variadas, que fazem com
que o trabalhador seja mais polivalente, permitindo-lhe passar de certos contextos
profissionais a outros (mobilidade).
ConstructoAquilo que é elaborado ou sintetizado com base em dados mais simples, especialmente um
conceito.
Conteúdos de Educação ProfissionalConjunto de conhecimentos (teóricos, práticos, de gestão) derivados da análise do Perfil
Profissional de uma qualificação profissional. Organizados pedagogicamente — desenho
curricular — e desenvolvidos por meio de processos de aprendizagem, permitem a
aquisição de competências profissionais.
Contexto de Trabalho da Qualificação ProfissionalConjunto de informações de natureza técnica, organizacional e socioprofissional pertinente à
qualificação, que contextualiza e situa o âmbito de atuação da pessoa qualificada.
Contexto de Trabalho da Unidade de QualificaçãoConjunto de informações de natureza técnica, organizacional e socioprofissional pertinente à
Unidade de Qualificação, que contextualiza e situa o âmbito de atuação da pessoa
qualificada (menor que o âmbito de uma qualificação profissional).
Elementos de CompetênciaDescrevem o que os profissionais devem ser capazes de fazer nas situações de trabalho.
Expressam os resultados que se espera que as pessoas obtenham na Unidade de
Competência. Em alguns países são denominados “Realizações Profissionais”.
EspecializaçãoDiferenciação resultante da divisão do trabalho, pela qual a pessoa se dedica a um ramo
específico de atividade.
Família ProfissionalAgrupamento e estruturação de atividades e ocupações com conhecimentos afins e que
demandam formação básica análoga. Podem ser setoriais ou intersetoriais (quando se
enquadram em mais de um setor produtivo).
36
FunçãoConjunto de atividades de produção voltadas para a obtenção de um mesmo objetivo
(produto final ou intermediário), que deve ser significativo com relação ao objetivo-chave do
campo profissional.
Lista de TarefasUm conjunto homogêneo de tarefas pertencentes à mesma fase da organização do trabalho
no interior do processo produtivo e que demandam a utilização de técnicas e/ou
procedimentos similares.
Níveis de FormaçãoDefinidos em função das etapas educacionais concluídas, diretamente relacionadas, no
Brasil, com os níveis da educação profissional, conforme estabelecido no Decreto Federal no
2.208/97 (básico, técnico e tecnológico).
Nível de QualificaçãoRefere-se ao domínio de um desempenho profissional e à complexidade dos conteúdos de
trabalho que ele engloba. Pressupõe a relação com níveis de formação. Geralmente
estabelecem-se cinco níveis de qualificação, segundo a complexidade mencionada.
Objetivo-chave da qualificaçãoÉ o resultado de um brainstorming a respeito das principais funções que caracterizam uma
qualificação. Deve-se caracterizar pela explicitação das palavras-chave que comporão a
competência geral.
OcupaçãoConjunto articulado de funções, tarefas e operações destinadas à obtenção de produtos ou
serviços.
Padrão de DesempenhoPadrão de Desempenho é o referencial que especifica a qualidade do desempenho em cada
elemento de competência. Permite julgar como adequado ou não adequado, satisfatório ou
não satisfatório o desempenho do profissional com relação ao elemento de competência.
Trata-se de especificação objetiva, que permite verificar se o profissional alcança ou não o
resultado descrito no elemento de competência.
37
Perfil ProfissionalÉ a descrição do que idealmente é necessário saber realizar no campo profissional
correspondente a determinada qualificação. É o marco de referência, o ideal para o
desenvolvimento profissional, que pode ser confrontado com o desempenho real dos
trabalhadores, indicando se eles são ou não competentes para atuar em seu âmbito de
trabalho. É constituído pelas competências profissionais e pelo contexto de trabalho da
qualificação.
PolivalênciaDesenvolvimento de diferentes habilidades e repertórios profissionais, para a realização de
atividades de vários níveis de complexidade em áreas afins. Implica alto grau de criatividade
e autonomia e a capacidade de articular conhecimentos específicos com seus fundamentos
mais gerais e aplicá-los a outras situações.
Processo ProdutivoSucessão de ações, atividades ou fases do trabalho necessárias à obtenção de um produto
ou à prestação de um serviço, independentemente do procedimento empregado.
ProdutoÉ o resultado de um processo; pode ser um bem ou um serviço.
Prospectiva ExternaEstudo que permite fazer prognósticos sobre a situação das qualificações de uma área
profissional com base nas mudanças econômicas, sociológicas e tecnológicas que afetam o
mercado de trabalho. Proporciona informações sobre as tendências das qualificações, isto
é, permite verificar se elas tendem a manter-se estáveis, entrar em recessão ou crescer.
Prospectiva InternaEstudo para detectar as mudanças internas de uma Qualificação Profissional, no que se
refere a tarefas, meios, métodos, organização, técnicas, conteúdos profissionais.
Qualificação ProfissionalConjunto estruturado das competências profissionais com reconhecimento no mercado de
trabalho e que podem ser adquiridas mediante formação, experiência profissional, ou a
combinação de ambas.
Segmento tecnológico
38
Cada um dos grupos de atividades empresariais e produtivas com características comuns e
próprias que se integram em determinado setor produtivo. Corresponde aos subsetores de
atividade econômica.
SubfunçãoSubconjunto de atividades de produção que, reunido com outras subfunções, compõe uma
função.
Unidade de CompetênciaConjunto de Elementos de Competência com valor e significado no mundo do trabalho. A
Unidade de Competência é obtida pela subdivisão da Competência Geral da Qualificação
(ou Título) Profissional, refletindo etapas do processo de trabalho ou técnicas fundamentais
e gerando produtos acabados. Deve ter sentido para a maioria dos empregadores do setor.
Unidade de QualificaçãoAgregado parcial de competências pertinentes ao Perfil Profissional de uma qualificação
completa (pode ser formada por uma ou mais Unidades de Competência), reconhecida no
mercado de trabalho e passível de ser independentemente certificada.
39
ANEXOS
41
ANEXO 1
Fluxograma da Fase de Elaboração de Perfis Profissionais
FLUXO AGENTES
Comitê Técnico Setorial
Padrões de Desempenho
Estrutura Inicial da Qualificação
Elementos de Competência
CompetênciaGeral
Configuração do Perfil Profissional
Unidades de Competência
Perfil Profissional da Qualificação
Contexto de Trabalho da Qualificação
Unidades de Qualificação
Controle de Qualidade
Subfase 3
Subfase 1
Subfase 2
Subfase 4
43
ANEXO 2FICHASFicha 1 — Critérios para o Estabelecimento de Níveis de Qualificação
Domínio técnico-profissionalRefere-se aos conhecimentos profissionais (teóricos e práticos) que deve possuir o
trabalhador para o desempenho das competências requeridas pelo mercado de trabalho.
IniciativaCapacidade de agir em situações novas, sem orientações específicas. Inclui vários graus
de decisão, desde a mais simples e rotineira até a mais complexa.
Autonomia Grau de independência no desempenho de tarefas ou funções.
Responsabilidade Nível de influência do trabalhador sobre os resultados do trabalho e relevância de sua
gestão de recursos humanos, técnicos e produtivos.
Coordenação/participação Capacidade de gerenciar atividades em grupo e estabelecer relações pessoais e
profissionais com trabalhadores do mesmo nível ou de níveis superiores ou inferiores.
Tomada de decisãoCapacidade de discernimento para definir a melhor alternativa, visando à solução de
problemas referentes a aspectos técnicos, produtivos e humanos.
ComplexidadeNúmero e grau de integração dos diversos fatores enumerados na tarefa e/ou função.
44
Definição dos níveis de qualificação
Nível 1Execução de trabalhos simples, sobretudo manuais. As competências profissionais
apresentam pouco grau de complexidade e podem ser adquiridas com facilidade e
rapidez. Capacidade de tomada de decisões, autonomia, responsabilidade e iniciativa
limitadas, supondo alto grau de dependência.
Nível de educação profissional: Básico
Nível 2Corresponde a uma ocupação completa, que abrange algumas atividades
profissionais bem delimitadas e que requerem, sobretudo, um trabalho de execução.
Exigem capacidade para utilizar instrumentos e técnicas que lhes são próprios e
envolvem grau médio de dificuldade. O trabalhador executa as atividades com certo
grau de autonomia, iniciativa e responsabilidade, mas com supervisão direta.
Nível de educação profissional: Básico
Nível 3 O campo de trabalho requer, geralmente, a aplicação de técnicas que exigem grau
médio-alto de especialização e cujo conteúdo exige atividade intelectual compatível.
O trabalhador realiza funções e tarefas com considerável grau de autonomia e
iniciativa, que podem abranger responsabilidades de controle de qualidade de seu
trabalho ou de outros trabalhadores e/ou coordenação de equipes de trabalho.
Requer capacidades profissionais tanto específicas quanto transversais.
Nível de educação profissional: Técnico
Nível 4 Corresponde a atividades profissionais que implicam alta complexidade técnica e
intelectual. O trabalhador realiza funções de integração e coordenação dos trabalhos
realizados por ele e por seus colaboradores, assim como a organização desses
trabalhos. Realiza atividades profissionais com alto grau de autonomia e iniciativa e
desenvolve competências que incluem responsabilidades de supervisão e controle de
qualidade, solução de problemas técnicos e sua aplicação.
Níveis de educação profissional: Técnico e Tecnológico
45
Nível 5 Corresponde a atividades profissionais complexas e em muitos casos heterogêneas,
que supõem alto grau de domínio técnico e dos fundamentos científicos da profissão.
O trabalhador possui alto grau de autonomia e responsabilidade no planejamento,
organização e tomada de decisões, tanto no desenvolvimento das atividades
profissionais como na gestão de recursos humanos.
Nível de educação profissional: Tecnológico
Observação: Conforme mencionado anteriormente, não há correspondência rígida e
fechada entre os níveis de qualificação e os de educação profissional (básico, técnico
e tecnológico). O que se apresenta nesta ficha é a provável correlação entre ambos.
Ressalte-se que o nível de formação, em tese, capacita o trabalhador à elevação dos
níveis de qualificação (conforme anexo 2 – Ficha 1).
46
Ficha 2 — Fontes Documentais de Interesse
Nacionais
BRASIL. MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação profissional de nível técnico. Versão preliminar. Brasília, 1999.
BRASIL. MTb. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Brasília, [19--].
____. Classificação Brasileira de Ocupações. Brasília, 1994.
____. Registro Anual de Informações Sociais. Brasília, [19--].
Cadastros Industriais.
IBGE. Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Rio de Janeiro, 1997.
Estudos Setoriais.
Outras informações (tendências relativas a setor) podem ser obtidas no Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou em outras instituições (ministérios,
universidades, fundações).
.
Internacionais
Cadastros de ocupações: Classificação Internacional Uniforme de Ocupações (CIUO), Répertoire Opérationnel des Métiers et des Emplois (ROME), França;
Cadastro Nacional de Ordenaciones (CNO), Espanha, (NOC), Canadá; Dictionary of Occupational Titles (DOT), EUA.
ESPANHA. INEM. Estudios Sectoriales. 1991.
INEM. Ministerio de Trabajo. Metodología para la Ordenación de la Formación Profesional Ocupacional. 1995.
ESPANHA. Ministerio de Educación y Cultura. Metodología para la Elaboración de
47
los Títulos de Formación Profesional Reglada.
Certificados e Títulos publicados no Boletín Oficial del Estado (BOE). Espanha.
Normas de Qualificação das National Vocational Qualifications (NVQ), Grã-
Bretanha; DACUM, EUA, Canadá e Austrália; e suas variações (AMOD — Reino
Unido e México; SCID — aplicada em outros países).
Decretos reguladores das ocupações incluídas no Sistema Dual (Alemanha).
Correspondência de qualificações do European Center for the Development of
Vocational Training (CEDEFOP).
União Européia: Estudos quantitativos (EUROSTAT), qualitativos e prospectivos
relacionados com setores ou famílias profissionais posteriores a 1990.
48
Ficha 3 — Guia para Estudo de Prospectiva Interna
1. Fatores tecnológicos e organizativos
1.1 Novos sistemas e métodos de produção e trabalho – inovações tecnológicas
1.2 Novos meios de produção
máquinas e equipamentos;
ferramentas e instrumentos;
material.
1.3 Novas técnicas de controle de qualidade e análise
1.4 Novos procedimentos de manutenção e reparação
1.5 Mudanças na organização do trabalho
1.6 Mudanças na legislação sobre:
meio ambiente;
normas de segurança.
2. Mudanças produzidas no campo profissional
2.1 Atividades que tendem a se tornar mais importantes
2.2 Atividades que tendem a perder a importância
2.3 Atividades novas
2.4 Atividades que tendem a desaparecer
2.5 Competências que tendem a ser incluídas no perfil do trabalhador
2.6 Competências que tendem a ser eliminadas do perfil do trabalhador
49
Ficha 4 — Estrutura Inicial da Qualificação Profissional(Apresenta a informação estruturada que será o ponto de partida para o elaboração do Perfil
Profissional.)
Objetivo-chave da qualificação
Funções principais
Função 1: (descrição)
Relação de subfunções ou atividades que inclui
-
-
-
Função 2: (denominação )
Relação de subfunções ou atividades que inclui
-
-
-
Observação: As subfunções ou atividades relativas a cada função são aquelas
selecionadas após a análise da informação de fontes distintas (especialistas do Comitê e
documentação) e após o estudo de prospectiva interna (Ficha 3).
50
Ficha 5 — Perfil Profissional
Área Profissional: (indicar a área profissional da qualificação em questão – MEC)Segmento Tecnológico: (subsetor de atividade econômica)Qualificação Profissional: (denominação)Nível de Educação Profissional: (básico, técnico ou tecnológico)Nível de Qualificação: (conforme Anexo 2 – Ficha 1)
Competência Geral:
Relação das Unidades de CompetênciaUnidade de Competência 1: (descrição)Unidade de Competência 2: (descrição)
Unidade de Competência n.º 1:(Descrição)
Elementos de Competência Padrões de Desempenho1.1 1.1.1
1.1.21.2 1.2.1
Unidade de Competência n.º 2:(Descrição)
Elementos de Competência Padrões de Desempenho2.1 2.1.1
2.1.2
51
Competências de Gestão (preenchimento opcional)
CONTEXTO DE TRABALHO DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Meios(equipamentos, máquinas, ferramentas, instrumentos, materiais e outros)
Métodos e Técnicas de Trabalho
Condições de Trabalho
52
POSIÇÃO NO PROCESSO PRODUTIVO
Contexto Profissional
Contexto Funcional e Tecnológico
Saídas para o Mercado de Trabalho
Evolução da Qualificação
Educação Profissional Relacionada à Qualificação
53
INDICAÇÃO DE CONHECIMENTOS REFERENTE AO PERFIL PROFISSIONAL
Unidade de Competência Conhecimentos
Unidade de Competência nº 1: (UC1)
Unidade de Competência nº 2 (UC2)
RELAÇÃO DAS UNIDADES DE QUALIFICAÇÃO
Unidade de Qualificação 1: (descrição)Competência Geral:
Unidades de Competência que agrupa: UC 1: (descrição)UC 2: (descrição)
54
COMITÊ TÉCNICO SETORIAL
Especialistas do segmento tecnológico e/ou área tecnológica em estudo – das empresas, sindicatos e demais instituições.
Nome Instituição
Especialistas do SENAI:
Nome Unidade
Validação do Perfil: (local e data)
Prazo de Validade:
55
SENAI/DN
COTED – UNIDADE DE CONHECIMENTO TECNOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Alberto Borges de AraújoCoordenador
EQUIPE TÉCNICA
Ademilton Coelho Cirqueira SENAI/DFClaiton Oliveira da Costa SENAI/RSDaniel de Oliveira Lage SENAI/MGDenise Rengel Vieira SENAI/SC Eliana Misko Soler SENAI/SPEliane Aquino Ribeiro SENAI/MGElizabeth Delgado Alcantarino SENAI/MGFernando Schirmbeck SENAI/RSInês Soares Vieira SENAI/SPJair Santiago Coelho SENAI/BAJocyleide de Lima Silva SENAI/DNJosé Ayrton Vidal Júnior SENAI/PRJosé Luiz de Oliveira SENAI/SCLivaldo Francisco da Silva SENAI/PEMarcelo Alvares de Sousa SENAI/DNMarcos José de Moraes Silva SENAI/SPMaria Evangelina Ramos da Silva SENAI/SPMary Elisabet Alvarenga de Jesus SENAI/RSMidiã Mônica de Oliveira Cruz SENAI/PRPaulo Rech SENAI/SCRegina Helena Malta Nascimento SENAI/RJRomerito Carneiro de Lima SENAI/DFRosângela Teixeira SENAI/DFSandra Maria dos Santos Solon SENAI/RJTarcilene Jacinto Freitas SENAI/PETereza Lucrécia Melo Santos SENAI/PEThereza Cristina Fontoura SENAI/RJVanderlei Baldessar SENAI/SC
COINF – UNIDADE DE CONHECIMENTO INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA
Fernando OuriquesNormalização bibliográfica________________________________________________________________________
Elena Martín ChecaConsultora Internacional
Cely CuradoRevisão GramaticalxxxxxxxxProjeto Gráfico e Diagramação
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