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Meu Deus... Escuta: Jamais falei contigo!
Hoje, quero saudar-te. Bom dia, como vais?
Disseram-me que não existes
(e eu, tolo, acreditei).
Nunca havia admirado a tua obra.
Ontem à noite, da trincheira destroçada
por granadas, vi o teu céu estrelado e compreendi então que me enganaram.
Não sei se me apertarás a mão.
Vou Te explicar e hás de compreender.
É curioso: neste inferno hediondo achei a Luz para enxergar o Teu rosto.
Dito isto, já não tenho muita coisa a te contar...
Só que... Tenho muito prazer em conhecer-te
À meia noite, iremos ao ataque.
Não sinto medo, meu Deus, sei que Tu velas! Ah! Eis
o clarim. Bom Deus, devo ir-me
embora. Gostei de Ti, vou ter
saudades...
Quero dizer: Será cruenta a luta, bem o sabes, e esta
noite pode ser que eu vá bater-te à porta!
Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas... Sim, estou chorando!
Como vês, meu Deus, penso que já não sou tão mau.
Bem, tenho de ir.
É coisa bem rara a sorte... Juro, porém: já não receio a
morte...
Ninguém conhece o autor deste poema. Foi encontrado
em pleno campo de batalha no bolso de um soldado americano. Do rapaz
estraçalhado por uma granada restava apenas, intacta, esta
folha de papel
Por amor do meu servo Jacó e de Israel, meu escolhido, eu te chamei pelo teu nome, aindaque não me conheces.EU sou o Senhor, e não há outro; além de mimnão há Deus; EU te cingirei, ainda que não me conheces. (Isaías 4.4,5
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