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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
Secretaria de Políticas Públicas de Emprego Departamento de Políticas de Trabalho e Emprego para Juventude Coordenação-Geral de Preparação e Intermediação de Mão-de-Obra Juvenil
DOCUMENTO REFERÊNCIA PRONATEC APRENDIZ (Em referência aos § 3º e 4º do Art. 44, e § único do Art. 39, da
Portaria MEC nº 168, de 07 de março de 2013, alterada pela Portaria nº 114, de 07 de fevereiro de 2014)
Documento em elaboração
© Ministério do Trabalho, 2014
DOCUMENTO REFERÊNCIA DO PRONATEC APRENDIZ 2013
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PRESIDENTE DA REPÚBLICA Dilma Rousseff MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO Manoel Dias SECRETÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE EMPREGO Silvani Alves Pereira DIRETOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE TRABALHO E EMPREGO PARA A JUVENTUDE Allan Pombo COORDENAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO ELABORAÇÃO Ana Alencastro Vera Sousa REVISÃO TÉCNICO PEDAGÓGICA Anna Dantas Nilva Schroeder
DOCUMENTO REFERÊNCIA DO PRONATEC APRENDIZ 2013
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO
O que é Aprendizagem Profissional
Trabalho Decente para a Juventude
Cadastro Nacional de Aprendizagem
PRONATEC APRENDIZ
Negociação de Matrículas com ofertantes
Captação de novos contratos de aprendizagem (vagas)
Turmas
Contratação Indireta
POSSIBILIDADES DE OFERTA
Oferta Curso FIC – Pactuação por Itinerários Formativos
Oferta Curso Técnico
OFERTANTES, DEMANDANTES E PACTUAÇÃO
REQUISITOS PARA A OFERTA
CARGA HORÁRIA
PÚBLICO PRIORITÁRIO
FLUXO PRONATEC APRENDIZ
UNIDADES DEMANDANTES
Ministério Público do Trabalho – MPT
Ministério do Desenvolvimento Social – MDS
Secretaria das Pequenas e Micro Empresas - SPME
Secretaria de Direitos Humanos - SDH
PACTUAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS
REFERÊNCIAS
BASE LEGAL
DOCUMENTO REFERÊNCIA DO PRONATEC APRENDIZ 2013
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APRESENTAÇÃO
Este documento tem como propósito sistematizar os procedimentos necessários à
implementação do instituto da aprendizagem profissional no âmbito do Programa Nacional de Acesso
ao Ensino Técnico e Emprego - Pronatec, ação que poderá vir a ampliar e diversificar a oferta de
programas de formação técnico-profissional para o acesso de adolescentes, jovens e pessoas com
deficiência, por meio de contratos especiais de trabalho previstos na Consolidação das Leis do Trabalho
– CLT.
A expectativa com a criação desta nova modalidade, a qual articula o programa federal à lei que
instituiu cotas obrigatórias para empresas de médio e grande porte e concedeu a pequenas e micro
empresas à faculdade de contratação pela chamada Lei da Aprendizagem Profissional, decorre da
possibilidade de financiamento das horas destinadas à formação teórica, e consequente redução do
investimento necessário ao custeio dos contratos que tradicionalmente corriam exclusivamente a
expensas dos contratantes.
Ao MTE, como guardião da legislação trabalhista, compete fiscalizar as condições inerentes a
esses contratos ditos especiais, que envolvem, além do empregador e do aprendiz contratado, uma
instituição formadora habilitada, responsável pelo desenvolvimento das atividades tanto práticas
quanto teóricas previstas no programa.
Assim, além da necessidade de se observar os dispositivos legais para relações desta natureza
no âmbito das empresas, deverão ser consideradas as demais diretrizes e normas do MTE na elaboração
e execução dos programas pedagógicos, garantindo-se que o aspecto da formação técnico-profissional
seja preponderante sobre os objetivos da produção inerente aos demais contratos.
A iniciativa deverá se reverter em favor da população mais vulnerável, respeitados os requisitos
de idade previstos na Lei da Aprendizagem – entre 14 e 24 anos e pessoas com deficiência sem o limite
máximo, observando-se que para efeitos do PRONATEC APRENDIZ, qualquer dos beneficiários deverá
ter atingido os 15 anos e, preferencialmente, atender a uma das condições:
Adolescentes afastados do trabalho infantil;
Adolescentes em situação de acolhimento;
Alunos matriculados no Ensino Médio da Rede Pública;
Jovens com mais de 18 anos matriculados em EJA – Fundamental ou Médio;
Jovens com ensino médio concluído; e,
Pessoas com deficiência a partir dos 15 anos.
Faz-se importante ressaltar que somente poderão usufruir da redução de custos pelo
financiamento da formação profissional via PRONATEC APRENDIZ, nas modalidades denominadas Bolsa
Formação Trabalhador e Bolsa Formação Estudante, micro e pequenas empresas, órgãos da
administração direta e pessoas jurídicas que não sejam contribuintes dos Serviços Nacionais de
Aprendizagem – SNAs, posto que os estabelecimentos que recolhem os valores sobre suas respectivas
folhas de pagamento já devam ter garantidas as matrículas gratuitas em programas de aprendizagem
nessas entidades.
DOCUMENTO REFERÊNCIA DO PRONATEC APRENDIZ 2013
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Finalmente, para que tenham direito aos recursos da Bolsa Formação as entidades ofertantes
dos SNAs e da Redes de Educação Profissional e Tecnológica – EPT, deverão estruturar os cursos em
itinerários formativos, bem como seguir os procedimentos para incluí-los no Guia Pronatec de Cursos
FIC organizado pelo MEC e no Catálogo Nacional da Aprendizagem Profissional – CONAP, do MTE.
O documento está organizado em quatro capítulos, em que o primeiro introduz a Aprendizagem
Profissional, destacando sua peculiar configuração de contrato de trabalho formal que se desenvolve
sob um programa de formação profissional. São apresentadas a base conceitual e o significado dos
termos utilizados na legislação supra e infralegal, como ”formação técnico-profissional metódica”,
“complexidade progressiva” e “concomitância entre atividades teóricas e práticas”.
Apresenta a metodologia denominada arcos ocupacionais com destaque para sua aplicação em
programas de aprendizagem classificados em nível de Formação Inicial e Continuada – FIC, que tem
como pressuposto que a formação de um novo trabalhador, salvo em um curso de nível médio técnico,
não tem o objetivo de formar o especialista; assim, é interessante abranger mais de um posto de
trabalho propiciando o contato com ocupações que tenham em comum a base formativa do ponto de
vista técnico, ampliando o leque de oportunidades de futura inserção.
Ademais, orienta a adaptação de programas de nível técnico de ensino para efeitos de
reconhecimento no âmbito de contratos de trabalho de aprendizagem.
No segundo capítulo, as características que exploram o instituto da aprendizagem profissional
sob o conceito de trabalho decente, em sintonia plena com as quatro prioridades definidas na Agenda
Nacional de Trabalho Decente para a Juventude, documento norteador das políticas em
desenvolvimento para atender as perspectivas do amplo e diverso contingente da juventude, com o
qual está plenamente comprometido o governo brasileiro.
O capítulo III discorre brevemente sobre o Cadastro Nacional da Aprendizagem Profissional –
CNAP e o Catálogo Nacional da Aprendizagem Profissional – CONAP, especificamente no que diz
respeito aos programas ofertados pelas instituições integrantes da Rede de Educação Profissional e
Tecnológica – EPT, dispondo sobre os procedimentos para inserção desses programas no Guia FIC
PRONATEC ou no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos do MEC, conforme sua classificação, antes que
possam vir a serem custeados pelo PRONATEC.
O capítulo IV procura demonstrar os fluxos que permitirão a pactuação de matrículas entre o
MTE como órgão federal demandante, e os SNAs e demais unidades ofertantes habilitadas junto ao MEC
para receber os recursos destinados ao Pronatec Aprendiz. Discorre ainda sobre os processos para
mobilização de empregadores que poderão aderir espontaneamente à lei da aprendizagem, motivados
pela redução de custos para que tenham participação na formação de quadros mais qualificados.
Finalmente, após as referências bibliográficas, são apresentados os anexos referentes à
legislação que rege o instituto da aprendizagem e do PRONATEC.
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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
O QUE É APRENDIZAGEM PROFISSIONAL E A QUEM SE DESTINA
A lei da aprendizagem profissional garante um contrato formal de trabalho, de até dois anos, a
adolescentes e jovens com idade entre 14 e 24 anos, com a principal finalidade de propiciar a esse
segmento da juventude o acesso à formação técnico-profissional metódica organizada em um programa
previamente aprovado pela Secretaria de Políticas Públicas de Emprego e sujeito à fiscalização da
Inspeção do Trabalho.
Obrigação prevista no Art. 429 da CLT para todos os estabelecimentos de médio e grande porte
que devem cumprir cotas, a contratação de aprendizes é facultada a micro e pequenas empresas, e
também vem sendo ampliada em alguns órgãos da administração direta, com base nesse e demais
dispositivos que tratam o tema.
O princípio em que se sustenta a aprendizagem, um contrato de trabalho em que o aspecto
formativo deve se sobrepor ao produtivo, como configurado no art. 429 da CLT, envolve outro ente, não
presente nas relações comuns de trabalho, que é a entidade formadora habilitada.
Art. 429 - Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a 5%, no mínimo,
e 15%, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.
A grande maioria das empresas de grande e médio porte irá efetuar as matrículas em programas
ofertados pelo SNA com o qual contribui. Caso a empresa não realize a contribuição compulsória a
nenhum desses serviços, ou a unidade local do SNA não tenha disponibilidade de matrículas para
ofertar, esse empregador deve procurar as demais entidades autorizadas, qual seja, a Rede de Escolas
Federais, Estaduais e Municipais ou as entidades sem fins lucrativos.
Art. 430. Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagens não oferecerem cursos ou vagas
suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, esta poderá ser suprida por outras entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica, a saber. (Alterado pela Lei 10.097/2000).
I - Escolas Técnicas de Educação; (acrescentado pela Lei 10.097/2000)
II - entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direi tos da criança e do Adolescente. (acrescentado pela Lei 10.097/2000)
O Programa de Aprendizagem Profissional, cuja duração se define por igual período do contrato,
deve prever a alternância de aulas teóricas e atividades práticas referentes à ocupação/profissão objeto
da formação daquele beneficiário, vivenciadas nas entidades formadoras habilitadas e nas empresas
contratantes, respectivamente.
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A contratação do aprendiz deve ser formalizada por meio da anotação em CTPS e no livro de registro/ficha ou sistema eletrônico de registro de empregado. No campo função deve ser aposta a palavra “aprendiz” seguida da função constante no programa de aprendizagem com correspondência na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Em anotações gerais, deve ser especificada a data de início e término do contrato de aprendizagem (art. 29 da CLT).
A responsabilidade da matrícula é sempre do empregador (art. 429 da CLT).
Deverão ser observadas também, tanto pelas entidades formadoras quanto pelas empresas, as proibições de trabalho do menor de 18 anos nas atividades descritas na Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (LISTA TIP).
Devem constar no contrato de aprendizagem as seguintes informações básicas:
– qualificação da empresa contratante;
– qualificação do aprendiz;
– identificação da entidade que ministra o curso;
– designação da função e curso no qual o aprendiz estiver matriculado;
– salário ou remuneração mensal (ou salário-hora);
– jornada diária e semanal, com indicação dos tempos dedicados às atividades teóricas e práticas;
– termo inicial e final do contrato de aprendizagem, que deve coincidir com o início e término do curso de aprendizagem, previsto no respectivo programa;
– assinatura do aprendiz e do responsável legal da empresa (art. 428 da CLT). O aprendiz na faixa etária entre 14 e 16 anos é considerado absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, nos termos do art. 3º do Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janei ro de 2002), devendo o contrato ser assinado pelo seu responsável legal.
O aprendiz tem direito ao vale-transporte; é assegurado o vale-transporte para o deslocamento residência-empresa e vice-versa ou residência-instituição formadora e vice-versa (art. 27 do Decreto nº 5.598/05). Caso, no mesmo dia, o aprendiz tenha que se deslocar para empresa e para instituição formadora, devem ser fornecidos vales-transportes suficientes para todo o percurso.
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Os conteúdos teóricos básicos e específicos da ocupação ofertada devem ser fixados em um mínimo de 400 horas e representar entre 30% e 50%, do total do programa, quando somadas a atividades práticas relativas à ocupação.
A jornada de trabalho do aprendiz deverá ser de no máximo seis horas diárias, podendo se estender até oito horas diárias para os aprendizes que já tenham concluído o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. São vedadas a prorrogação e a compensação de jornada.
Ao aprendiz, salvo condição mais favorável fixada no contrato de aprendizagem (por liberalidade do empregador ou prevista em convenção ou acordo coletivo de trabalho, onde se especifique o salário mais favorável ao aprendiz, bem como o piso regional), será garantido o salário mínimo hora, o direito ao benefício do vale-transporte para frequentar as atividades teóricas e práticas do programa. O depósito devido ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) corresponderá a dois por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, ao empregado aprendiz. E ficam assegurados ao aprendiz os demais direitos trabalhistas e previdenciários compatíveis com o contrato de aprendizagem.
As férias do empregado aprendiz deverão coincidir com um dos períodos das férias escolares do ensino regular, em conformidade com o § 2º do art. 136 da CLT, sendo vedado o parcelamento, nos termos do § 2º do art. 134 da CLT.
O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz completar vinte e quatro anos, ressalvada a hipótese prevista no § 5º do art. 428 da CLT, ou, ainda antecipadamente, nas seguintes hipóteses:
Desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;
Falta disciplinar grave (previstas no art. 482 da CLT);
Ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo, caracterizada por meio de declaração da instituição de ensino; ou
A pedido do aprendiz.
Nas hipóteses de extinção do contrato mencionadas acima, não se aplicam as indenizações referentes aos contratos por tempo determinado, previstas nos artigos 479 e 480 da CLT.
Em caso de extinção total da empresa ou fechamento de estabelecimento dar-se-á a rescisão antecipada do contrato de aprendizagem sem justa causa, com a incidência da indenização prevista no artigo 479 da CLT, quando for o caso. É facultado ao aprendiz prosseguir no Programa de Aprendizagem mediante contrato específico com outro estabelecimento.
As dimensões teórica e prática da formação do aprendiz devem ser pedagogicamente articuladas entre si, sob a forma de itinerários formativos que possibilitem ao aprendiz o desenvolvimento da sua cidadania, a compreensão das características do mundo do trabalho, dos fundamentos técnico-científicos e das atividades técnico-tecnológicas específicas à ocupação.
A parte teórica do programa de aprendizagem deve ser desenvolvida pela entidade formadora distribuindo-se as horas no decorrer de todo o período do contrato de forma a garantir a alternância e a complexidade progressiva das atividades práticas a serem vivenciadas no ambiente da empresa.
Entende-se por formação técnico-profissional metódica para os efeitos do contrato de aprendizagem as atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.
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A formação técnico-profissional realiza-se por programas de aprendizagem organizados e desenvolvidos sob a orientação e responsabilidade de entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica.
ARCOS OCUPACIONAIS
Arco ocupacional “é entendido como um conjunto de ocupações relacionadas, dotadas de base técnica comum, que podem abranger as esferas da produção, da circulação de bens e da prestação de serviços, garantindo uma formação mais ampla e aumentando as possibilidades de inserção ocupacional do trabalhador (assalariamento, auto-emprego e economia solidária)”.
A utilização do arco ocupacional deve ser bastante criteriosa. Assim, cabe à entidade de formação profissional que optar pela utilização dessa metodologia cuidar para que, na elaboração do conteúdo programático, as atividades teóricas e práticas contemplem todas as funções do arco escolhido.
Caso alguma das atividades agrupadas em arco seja proibida ao aprendiz menor de 18 anos, o curso não poderá ser ministrado com utilização de arco ocupacional, ressalvadas as hipóteses contempladas no art. 2º do Decreto nº 6.481/08 conhecido como LISTA TIP – LISTA DAS PIORES FORMAS DE TRABALHO INFANTIL abaixo transcrito:
Art. 2o Fica proibido o trabalho do menor de dezoito anos nas atividades descritas na Lista TIP, salvo nas hipóteses previstas neste decreto.
§ 1o A proibição prevista no caput poderá ser elidida: I - na hipótese de ser o emprego ou trabalho, a partir da idade de dezesseis anos,
autorizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, após consulta às organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas, desde que fiquem plenamente garantidas a saúde, a segurança e a moral dos adolescentes; e
II - na hipótese de aceitação de parecer técnico circunstanciado, assinado por profissional legalmente habilitado em segurança e saúde no trabalho, que ateste a não exposição a riscos que possam comprometer a saúde, a segurança e a moral dos adolescentes, depositado na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego da circunscrição onde ocorrerem as referidas atividades.
§ 2o As controvérsias sobre a efetiva proteção dos adolescentes envolvidos em atividades constantes do parecer técnico referido no § 1o, inciso II, serão objeto de análise por órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego, que tomará as providências legais cabíveis.
§ 3o A classificação de atividades, locais e trabalhos prejudiciais à saúde, à segurança e à moral, nos termos da Lista TIP, não é extensiva aos trabalhadores maiores de dezoito anos.
Na formalização do contrato, o aprendiz pode ser registrado em qualquer uma das funções que integram o arco ocupacional, devendo constar no contrato de aprendizagem e na CTPS (anotações gerais) a informação de que o contrato será desenvolvido na modalidade de arco ocupacional, especificando o arco, suas funções e respectivos códigos na CBO.
Caso alguma das funções do arco tenha condição mais favorável para o aprendiz, fixada em convenção ou acordo coletivo, essa deverá ser a função registrada.
Capítulo II - TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE
O compromisso do Governo Federal com a Agenda Nacional de Trabalho Decente, estabelecido em junho de 2003 mediante assinatura de Memorando de Entendimento entre o Presidente da República e o Diretor Geral da Organização Internacional do Trabalho, e consubstanciado com o lançamento da Agenda em maio de 2006, foi fortalecido com a instituição, por Decreto Presidencial de 4 de junho de 2009, do Comitê Executivo Interministerial responsável pela sua implementação. O mesmo
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Decreto criou também um Subcomitê para promover uma Agenda Nacional de Trabalho Decente específica para a juventude. O referido decreto também estabeleceu que o subcomitê adotasse, na implementação das suas ações, o diálogo com organizações da sociedade civil, de empregadores e de trabalhadores. Assim sendo, foi instituído o Grupo de Trabalho Consultivo da Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude (ANTDJ), uma instância específica composta pelas Confederações empresariais - Confederação Nacional da Indústria, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Confederação Nacional do Transporte e Confederação Nacional do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo -, e pelas Centrais Sindicais – Central Única dos Trabalhadores, União Geral dos Trabalhadores, Nova Central Sindical de Trabalhadores e Força Sindical.
O Subcomitê e o GT Consultivo construíram de forma tripartite um documento totalmente consensuado: a Agenda Nacional do Trabalho Decente para a Juventude , finalizado em outubro de 2010. Existe a expectativa de que a ANTDJ possa contribuir efetivamente para a promoção do trabalho decente para a juventude brasileira e para o fortalecimento dessa dimensão nas políticas públicas tanto na área de trabalho quanto na área de juventude. Atualmente o Grupo se reúne com o objetivo de elaborar o Plano Nacional do Trabalho Decente para Juventude – PNTDJ.
O Trabalho infantil é um dos problemas sociais existentes no Brasil. Um número grande de crianças e adolescentes de idade de zero a quinze anos trabalha no país, apesar da lei estabelecer 16 anos como a idade mínima para o ingresso no mercado de trabalho e 14 para trabalhar na condição de aprendiz. Na última década, o governo brasileiro ratificou convenções internacionais sobre o assunto e o combate ao trabalho infantil se tornou prioridade na agenda nacional.
O Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, por intermédio da Portaria nº 365, de 12 de setembro de 2002, instituiu a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil - CONAETI com o objetivo prioritário de viabilizar a elaboração do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI, considerando o disposto em convenções internacionais que tratam das questões referentes ao tema.
O Plano constitui-se num instrumento fundamental na busca pelas metas de eliminar as piores formas de trabalho infantil até 2015 e de erradicar a totalidade do trabalho infantil até 2020, assumidas pelo Brasil e pelos demais países signatários do documento “Trabalho Decente nas Américas: Uma agenda Hemisférica, 2006-2015”, apresentado na XVI Reunião Regional Americana da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrida em 2006.
O documento tem por finalidade coordenar as intervenções realizadas por diversos atores sociais e introduzir novas ações, sempre direcionadas a assegurar a prevenção e eliminação do trabalho infantil e proteção ao adolescente trabalhador.
A partir de políticas e de ações que preconizam a transversalidade e a intersetorialidade, sempre contando com o apoio indispensável da sociedade civil, o Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador busca criar as condições para que cerca de dois milhões de crianças e adolescentes de cinco a quinze anos de idade, sejam retirados do trabalho e a eles sejam garantidos todos os direitos inerentes à condição peculiar de pessoas em desenvolvimento.
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QUADRO DEMONSTRATIVO – FOCOS DE TRABALHO INFANTIL POR FAIXA ETÁRIA
Fonte: Sistema de Informações sobre focos de Trabalho Infantil – SITI / MTE
A Aprendizagem profissional é uma forma de saída para combater o trabalho infantil. Por meio
de iniciativas da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego e dos Procuradores do Ministério
Público do Trabalho, adolescentes com idade a partir de 14 anos, afastados do trabalho infantil, podem
ser encaminhados para contratos dessa natureza.
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EVOLUÇÃO DOS CONTRATOS DE APRENDIZAGEM
A partir da publicação do Decreto 5.558/2005 nota-se um crescimento no número de contratos de aprendizagem conforme demonstra o quadro abaixo:
Nota-se que de 2004 até 2013 houve uma ascendente evolução no número de contratos de Aprendizagem. O Ministério do Trabalho e Emprego expressa no Plano Plurianual (PPA 2012-2015) a meta de inserção de 1.220.628 neste período. Entre os anos de 2012 e 2013 foram admitidos 646.058, representando 52,92% da meta atingida. De Janeiro a Dezembro de 2013 registra-se o montante de 335.809 aprendizes, representando um aumento de 8% se comparados aos dados de 2012, quando foram celebrados 310.809 contratos.
PERFIL DOS APRENDIZES
Dos admitidos de Janeiro a Dezembro de 2013, 176.614 aprendizes foram homens (52,60%) e
159.195 foram mulheres (47,40%). Os setores do Comércio e Indústria de Transformação foram os líderes no ranking de contratações (170.089) e juntos representam 50,65% do total de admiss ões. A escolaridade predominante nos contratos de aprendizagem foi o Ensino Médio Incompleto (59,96%) seguido pelo Médio Completo (25,89%). Em consonância com a legislação vigente, a preferência nessa modalidade de contratação é a adolescência contando com 227.688 aprendizes na faixa etária de 14 a 17 anos. No mesmo período de referência foram verificadas 2.776 admissões de pessoas com deficiência como aprendizes.
Uma demonstração da efetividade da lei aplicada, que nada custa ao poder público em termos
de investimento direto, pode ser demonstrada pelo monitoramento de 110.729 aprendizes egressos, ou
seja, jovens que em 2008 tiveram seus contratos de trabalho encerrados em razão do término dos
programas/cursos:
Em 2009, 50.222 continuavam inseridos no mercado formal e 41.887 deles classificados como “Trabalhador urbano vinculado a empregador pessoa jurídica por contrato de trabalho regido pela CLT, por prazo indeterminado.”
Em 2010, o monitoramento desses mesmos CPFs demonstrou que 57.574 estavam no mercado formal e 49.669 desses contratados por prazo indeterminado.
Em 2011, 56.475 estavam no mercado formal e 50.692 com o vínculo que se quer destacar.
Analisando os CPFs concluintes de 2009, em número de 123.983, apurou-se:
66.042 cadastrados na RAIS 2010, ou seja, com trabalho formal e 55.871 na mesma situação anterior.
Na RAIS 2011, eram 49.639 registrados com outros tipos de vínculos formais e, desses, 43.786 por prazo indeterminado.
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Os desligados de 2010 foram 156.919 e 43.138 vínculos sofreram alteração, sendo 36.278 por
prazo indeterminado.
Destarte, comprovado o alcance de inserção dos egressos dos programas no mercado formal de
trabalho – iniciativas como o financiamento da formação pelo Governo Federal, via Pronatec, devem ser
acompanhadas de estratégias para se atingir o potencial de crescimento dos números e promover maior
qualidade e efetividade da lei da aprendizagem.
A CONCEPÇÃO DE TRABALHO DECENTE
A Lei da aprendizagem promove o trabalho decente, inserindo a juventude no projeto de desenvolvimento social e econômico do país.
O aspecto do trabalho decente da aprendizagem é plenamente identificado quando comparado
às quatro prioridades da Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude – ANTDJ, quais sejam:
1. Mais e Melhor Educação
Contribui para a progressão da escolaridade formal ao exigir a matrícula e frequência à escola
regular, até à conclusão do ensino médio. Garante o direito à formação profissional,
desenvolvida a partir de um Programa técnico pedagógico concebido com base nas diretrizes
nacionais da Educação Profissional e Tecnológica;
Promove as condições de transição da escola para o mundo do trabalho e Mundo do Trabalho e o início de um itinerário formativo;
Propicia o contrato contato com os processos produtivos das organizações empresariais, PORÉM o aspecto formativo se sobrepõe ao produtivo;
A inclusão da formação técnica geral nos currículos, amplia o acesso às tecnologias de informação e comunicação; aos direitos à segurança e saúde no trabalho; e à formação do cidadão;
Possibilidades de atuação em todos os setores da economia;
Pode ter foco na formação para futuros empreendimentos individuais ou coletivos;
Certificados para o nível de formação inicial ou em nível técnico de ensino.
2. Conciliação dos estudos, trabalho e vida familiar
Respeito ao tempo dos estudos regulares e de atividades esportivas e culturais, com jornadas de 4 horas diárias para adolescentes, e máxima de seis horas para jovens;
Garantia de Férias coincidentes com os períodos escolares para adolesce ntes e para jovens, preferencialmente; e
Facilita a inserção de jovens mães, principalmente em empresas que disponibilizam creches.
3. Inserção Ativa e Digna no Mundo do Trabalho
Emprego formal, CTPS, Renda; Direitos trabalhistas e previdenciários (aposentadoria);
Inserção protegida e qualificada, menos precarização, menos rotatividade ;
Prioridade para o adolescente, com possibilidades de atender o jovem em razão da atividade;
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Fiscalização dos órgãos públicos e de proteção dos direitos de adolescentes e jovens, e da sociedade;
Para Pessoas com Deficiência é mantido o BPC;
Promove o ingresso de jovens dos segmentos mais vulneráveis, como ações focalizadas na inserção de adolescentes e jovens egressos do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.
4. Dialogo Social
FORUM NACIONAL DA APRENDIZAGEM PROFISSIONAL, com a participação de empregadores, empregados, órgãos do governo, sociedade civil organizada, entidades formadoras;
Oportunidades de articulação com políticas locais e setoriais;
Participação ativa de aprendizes, propiciando a reflexão do aprendiz sobre as relações sociais e corporativas em que está provisoriamente envolvido;
Convivência com a categoria profissional e com demais aprendizes, contratados por organizações com diferentes tipos de modelos de gestão de pessoas.
CAPÍTULO III - CADASTRO NACIONAL DA APRENDIZAGEM PROFISSIONAL - CNAP
Instrumento implementado em 2007, o CNAP é instituído em decorrência do estabelecido pelo
art. 32 do Decreto 5.598 de 2005, que dá ao MTE a competência de organizar cadastro nacional das
entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica e disciplinar a compatibilidade entre
o conteúdo e a duração do programa, com vistas a garantir a qualidade técnico-profissional (Art 32.
Decreto 5598/2005.
A Portaria MTE nº 723 de 23/04/2012 é a norma infralegal vigente que se destina a orientar e
padronizar a oferta desses programas, em consonância com a Classificação Brasileira de Ocupações -
CBO, subsidiando as ações de inspeção do trabalho capitaneadas pelos auditores, bem como servindo
de consulta aos demais órgãos de proteção e promoção de direitos de adolescentes e jovens, como os
Conselhos Municipais de Direitos e o Ministério Público do Trabalho.
As entidades formadoras devem inscrever eletronicamente os programas no CNAP, na forma
prevista na Portaria MTE nº 723/2012 e anexos. Os cursos são analisados e, se autorizados, serão
disponibilizados na página do MTE para consulta de acesso livre, via internet, devendo a empresa
observar se o curso no qual irá matricular o aprendiz está constando nessa relação.
Após esse processo as turmas criadas e os aprendizes nela matriculados devem ser registrados
no CNAP, em atendimento ao disposto no § 2º do Art. 1º da Portaria MTE 723/2012.
CAPÍTULO IV - PRONATEC APRENDIZ
Em 17/12/2013 foi assinado um Acordo de Cooperação entre o MEC e o MTE, no sentido de
articular a política de educação profissional e tecnológica e as políticas de geração de trabalho, emprego
e renda.
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Entre outras ações relacionadas a assegurar o alinhamento entre a formação profissional e
inserção dos beneficiários do PRONATEC em geral, como a compatibilização dos cursos ofertados aos
instrumentos utilizados nos registros administrativos do MTE, como a Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO), e a indução da oferta de cursos de educação profissional e tecnológica tendo por
referência as demandas identificadas a partir de dados produzidos pelo MTE relativos ao mercado de
trabalho, o Acordo previu a instituição da modalidade PRONATEC APRENDIZ.
Como as demais modalidades do Pronatec pressupõe-se a participação ativa do demandante
das matrículas em um processo denominado pactuação de vagas entre esse e as entidades da Rede de
Educação Profissional – EPT habilitadas pelo Ministério da Educação.
De acordo com a legislação do referido programa, os ofertantes para a aprendizagem restringir-
se-ão aos Serviços Nacionais de Aprendizagem – SNAs e as instituições federais e estaduais de educação,
com as quais o MTE conseguir estabelecer negociação.
NEGOCIAÇÃO DE MATRÍCULAS COM OS OFERTANTES
Esse processo ocorre anteriormente ao registro oficial de vagas pelos ofertantes no Sistema
SISTEC, como demonstrado graficamente a seguir, por meio da mobilização de esforços do próprio MTE
e de suas unidades regionais SRTEs a partir da identificação das demandas nos diversos setores da
economia.
Podem ser promovidos encontros para divulgação dessas demandas por formação técnico -
profissional, aproveitando-se as instâncias dos Fóruns Estaduais e do Fórum Nacional da Aprendizagem
em que se fazem representar o governo, empregadores, entidades formadoras e demais órgãos que
atuam no projeto de ampliação de direitos e oportunidades de adolescentes e jovens, bem como
pessoas com deficiência no mercado de trabalho como aprendizes.
Com o advento do Pronatec financiando a formação, e o disposto na Portaria MEC 168 de 2013,
alterada pela Portaria nº 114, de 07 de fevereiro de 2014, novas possibilidades se apresentam para
ampliar a Aprendizagem Profissional em favor de um público mais vulnerável.
O Ministério Público do Trabalho, por meio da Coordenadoria Nacional de Combate à
Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (COORDINFÂNCIA), bem como a Secretaria de
DOCUMENTO REFERÊNCIA DO PRONATEC APRENDIZ 2013
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Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério do Desenvolvimento Social serão unidades
demandantes da modalidade de Pronatec Aprendiz, para que auxiliem a identificação da necessidade de
formação de turmas para atendimento de seus respectivos públicos, como os adolescentes afastados do
trabalho infantil, aqueles em situação de abrigo assistidos pelo Estado e as pessoas com deficiência.
Vale ressaltar que o público de pessoas com deficiência que recebe o benefício de prestação
continuada – BPC contratado como aprendiz pode acumular esse benefício com o salário de aprendiz
enquanto durar o contrato de aprendizagem, o que colabora para uma ação direcionada no sentido de
fortalecer o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver sem Limite,
lançado no dia 17 de novembro de 2011, (Decreto Nº 7.612) pela presidenta Dilma Rousseff, com o
objetivo de implementar novas iniciativas e intensificar ações que, atualmente, já são desenvolvidas
pelo governo em benefício desse público.
ATORES PRONATEC APRENDIZ
DOCUMENTO REFERÊNCIA DO PRONATEC APRENDIZ 2013
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CAPTAÇÃO DE NOVOS CONTRATOS DE APRENDIZAGEM (VAGAS)
A realização do processo de pactuação de matrículas na modalidade Pronatec Aprendiz, deverá
estar imbricada a ações para captação do número de contratos/vagas correspondente, dentre os
potenciais empregadores como as pessoas jurídicas não contribuintes do Sistema S, podendo se
concretizar via ação fiscal se assim entender a inspeção do Trabalho local.
No âmbito do PRONATEC, micros e pequenas empresas e órgãos da administração direta
poderão aderir espontaneamente à lei da aprendizagem, motivados pela redução de custos para acesso
a quadros mais qualificados. Esses empregadores contratam os aprendizes e os matriculam nos
programas de aprendizagem disponibilizados pelas entidades ofertantes.
Para elaboração desses programas, as entidades ofertantes referidas nos incisos I e II do art. 8º
do Decreto nº 5.598, de 2005 devem observar as diretrizes da Portaria MTE 723/2012 no que se refere
exclusivamente a elas, bem como aos itinerários formativos divulgados no Guia FIC do MEC e no
Catálogo Nacional de Aprendizagem – CONAP do MTE e registrá-los eletronicamente no CNAP.
DOCUMENTO REFERÊNCIA DO PRONATEC APRENDIZ 2013
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A oferta de cursos de aprendizagem pelo PRONATEC deverá obedecer a um itinerário formativo,
contemplando uma sequência de mais de um curso do guia FIC, de modo a compor o mínimo de carga
horária teórica necessária para os programas de aprendizagem. Nesse contexto a oferta deve abranger a
vaga do aluno aprendiz nos dois ou mais cursos de forma sequencial.
O contrato de trabalho deverá ser iniciado desde o momento da matrícula, no início do
itinerário, e o aprendiz receberá a certificação caso conclua todo o programa, o que significa freqüentar,
em sequência, todos os cursos do Guia FIC que compõem o itinerário e freqüentar as atividades práticas
na empresa de forma concomitante, teoria e prática.
TURMAS
CAPTAÇÃO DE VAGAS
(Ex: SRTEs, e Unidades Demandantes)
ESPECIFICIDADES DA MODALIDADE PRONATEC
APRENDIZ
DOCUMENTO REFERÊNCIA DO PRONATEC APRENDIZ 2013
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Considerando que as especificidades da lei da aprendizagem, se comparados aos demais
processos de pactuação de matrículas entre ofertantes e demandantes comuns a outras modalidades do
Pronatec, requererem tratamento e operacionalização diferenciados, faz-se necessário que as turmas
sejam exclusivas de aprendizes, podendo ser compostas por aprendizes beneficiários ou não do
PRONATEC APRENDIZ. As turmas devem ter o registro no Cadastro Nacional de Aprendizagem
Profissional do MTE – CNAP, o que compreende registrar informações dos aprendizes, dentre outras, as
relativas ao contrato de trabalho, como o CNPJ do empregador e a data de início e de término do
contrato do aprendiz.
Para assegurar que os aprendizes tenham as vagas e possam cursar todo o conteúdo teórico de
aprendizagem em consonância com a Portaria MTE 723/12, os ofertantes terão que pactuar as vagas de
forma seqüencial em todos os cursos constantes do respectivo itinerário formativo. Até que a opção por
itinerários formativos esteja disponível no SISTEC, o ofertante assinará Termo de Compromisso
estabelecendo a garantia de vaga para o aprendiz durante o programa de aprendizagem, ou seja,
durante o contrato de trabalho. Nesse sentido o MEC garantirá os recursos necessários para financiar os
cursos de todo o itinerário formativo, e o MTE mobilizará esforços junto a empregadores para
viabilizarem a contratação de aprendizes.
As hipóteses de extinção ou rescisão do contrato de trabalho dispostas no Art. 28 do Decreto
5.558/2005 não caracterizam a substituição imediata dessa matrícula por outro aprendiz no itinerário
em andamento, salvo se ocorrer ainda no princípio do itinerário.
Novas propostas de itinerários formativos poderão ser apresentadas pelas entidades
formadoras, que serão analisadas pelo MEC e MTE e incluídas, se aprovadas, nos respectivos Guia FIC /
MEC e CONAP/ MTE.
Em caso de oferta em nível técnico médio de ensino aprovada na instância educacional o MTE se
limita a solicitar ao ofertante do curso, que também deve estar previamente habilitado no PRONATEC, a
acrescentar ao currículo as atividades práticas e demais adaptações que irão caracterizar um contrato
de aprendizagem (art. 12 da Portaria nº 723/2012), e proceder ao registro eletrônico no Cadastro
Nacional de Aprendizagem do Ministério do Trabalho e Emprego. Caso o curso técnico tenha a duração
superior à do programa de aprendizagem, o contrato poderá ser celebrado após o início do curso,
observado o disposto nos incisos I, II e III do §4º do Art. 12 da Portaria MTE 723/2012.
CONTRATACAO INDIRETA
De acordo com o art. 15 e 16 do Decreto 5.598/2005, a contratação dos aprendizes pode
ocorrer de forma indireta, por meio de entidades sem fins lucrativos de assistência ao adolescente e à
educação profissional.
E é muito comum esta opção por empresas públicas ou de economia mista, ou ainda órgãos da
administração direta que procuram priorizar o aspecto social da lei ao direcionar as vagas para os
segmentos mais vulneráveis da população jovem; esses processos seletivos tradicionais se t ornam
excludentes, ao tomar por base os conhecimentos baseados apenas no conhecimento adquiridos e pré -
requisitos de escolaridade.
Conforme ocorre na aprendizagem em geral, previsto na Portaria MTE nº 723/2012, fica
autorizada possibilidade de duas entidades formadoras atuarem em um mesmo contrato de trabalho,
com a ressalva de que a formação por itinerários formativos será financiada pelo PRONATEC APRENDIZ e
DOCUMENTO REFERÊNCIA DO PRONATEC APRENDIZ 2013
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os conteúdos de formação humana e científica, bem como as atividades de acompanhamento do
aprendiz em suas atividades práticas na empresa pelas ESFL. Convém ressaltar que essa situação não
caracteriza parceria na oferta da formação específica, portanto, a ESFL não receberá recursos do
PRONATEC.
Nessa situação as duas entidades formadoras em conjunto, inscreverão o programa no CNAP
do MTE, detalhando a participação e responsabilidade de cada uma e especificando as respectivas
atribuições na execução do programa.
Quando o ofertante PRONATEC for o único responsável pelos conteúdos teóricos, deve registrar
as informações complementares ao SISTEC no CNAP, inclusive sobre cada aprendiz e a qual empresa o
mesmo está vinculado.
OFERTANTES E DEMANDANTES
O MTE será o demandante exclusivo do PRONATEC APRENDIZ, podendo designar como
unidades demandantes, suas unidades regionais, o Ministério Público do Trabalho, e outras que
entender como unidade demandante. Assim, o MTE tem o importante papel de demandante nacional e
atuará em parceria com as unidades que compõem o Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda em
âmbito local, em particular as unidades do Sistema Nacional de Emprego (SINE).
No escopo da Bolsa-Formação Pronatec Aprendiz, a organização dos processos se dá por meio
da pactuação, constituindo as modalidades Pronatec Aprendiz Técnico ou Pronatec Aprendiz de acordo
com as modalidades da educação profissional. Ambas as demandas são consideradas exclusivas, uma
vez que a identificação será realizada somente pelo demandante principal – neste caso, o Ministério do
Trabalho e Emprego, pelas unidades descentralizadas do MTE e pela Coordinfância do Ministério Público
do Trabalho.
Modalidades de oferta do Pronatec Aprendiz no âmbito da Bolsa-Formação:
São ofertantes do Pronatec Aprendiz as seguintes instituições e redes de educação profissional e
tecnológica, devidamente credenciadas junto ao MEC:
as instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Rede
Federal);
as instituições dos serviços nacionais de aprendizagem (SNA); e
as redes públicas estaduais, distrital e municipais de educação profissional e tecnológica.
DEMANDANTE NACIONAL
MODALIDADE DE DEMANDA
UNIDADE DEMANDANTE
ENTIDADES OFERTANTES
MTE
Pronatec Aprendiz
MTE, SRTEs, Coordinfância, CREAS, SDH
SEDUCs
Pronatec Aprendiz Técnico
MTE Rede Federal e Estaduais de EPT
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REQUISITOS PARA A OFERTA
Para oferta de programas no âmbito do Pronatec Aprendiz, cada unidade das instituições e
redes de educação profissional e tecnológica deverá preencher os seguintes requisitos obrigatórios:
Adesão ou cooperação como parceiros ofertantes do Pronatec;
O itinerário formativo deve constar do GUIA FIC PRONATEC;
O programa de aprendizagem deve constar do CONAP:
Aprovação do programa técnico-profissional metódico no CNAP.
Para garantir a plena execução do PRONATEC APRENDIZ, é fundamental a inclusão da opção por
itinerários formativos constantes no GUIA FIC PRONATEC, em consonância com a carga-horária teórica
mínima para a aprendizagem profissional que é de 400 horas. Caso seja necessário, O MEC e o MTE
construirão instrumentos que garantam a implantação do PRONATEC APRENDIZ considerando a
necessidade de adaptação do SISTEC e do Guia FIC para os itinerários formativos.
Para fins de reconhecimento dos programas na modalidade PRONATEC APRENDIZ TÉCNICO é necessário a adaptação do programa pedagógico à lei da aprendizagem, que deve ser feita via CNAP. CARGA HORÁRIA
De acordo com a Portaria MTE 723/2012, a carga horária teórica mínima para os cursos de
aprendizagem é de 400 horas, e devem ser distribuídas no decorrer de todo o período do contrato, de
forma a garantir a alternância e a complexidade progressiva das atividades práticas a serem v ivenciadas
no ambiente da empresa.
PÚBLICO BENEFICIÁRIO PRIORITÁRIO
São beneficiários do PRONATEC APRENDIZ adolescentes e jovens com idade entre 15 e 24 anos,
e pessoas com deficiência sem o limite máximo, mantendo-se a prioridade absoluta àqueles com idade
entre 15 e 18 anos incompletos.
Não haverá requisito de escolaridade para inscrição de pessoa com deficiência, nos termos do
art. 42 da LDB, sendo vedada a recusa de matrícula, a qual estará condicionada basicamente à sua
capacidade de aproveitamento.
FLUXO PRONATEC APRENDIZ
Âmbito da Prática Profissional Âmbito da Formação Profissional Teórica
1) Inclusão dos Itinerários Formativos no Guia FIC
1) Mobilização por vagas nas empresas 2) Mobilização por oferta de Matrículas
2) Captação de vagas nas empresas 3) Disponibilização dos itinerários formativos no SISTEC
3) Registro das vagas no MAIS EMPREGO/SINE 4) Pactuação: registro de turmas no SISTEC e assinatura do Termo de
Compromisso pelo ofertante
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5) Homologação pelo MTE
6) Pré matrícula pelos SINE/SRTE/MPT/CREAS *
7) Comunicação aos pré matriculados para matrícula
4) Contrato do Aprendiz Intermediação via SINE 7) Matrícula *
* Os prazos para a pré-matrícula e matrícula devem ser ampliados quando se tratar de aprendizes Pessoa com Deficiência
UNIDADES DEMANDANTES
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – COORDINFÂNCIA
Público: adolescentes afastados do trabalho infantil
Instituições Envolvidas:
1. MTE/SPPE/SIT;
2. MEC/SETEC;
3. MPT/COORDINFÂNCIA;
4. Entidade sem Fins Lucrativos autorizadas pelo MTE;
5. Ofertante PRONATEC;
6. Empresas públicas ou Órgãos da Administração Direta.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL – MDS
Público: adolescentes em situação de abrigo assistidos pelo Estado
Instituições Envolvidas:
1. MTE/SPPE;
2. MEC/SETEC;
3. MDS;
4. Assistência Social Municipal;
5. Entidades de Acolhimento: abrigos;
6. Entidade sem Fins Lucrativos autorizadas pelo MTE;
7. Ofertante PRONATEC;
8. Empresas públicas ou Órgãos da Administração Direta.
ATRIBUIÇÕES:
1) Induzir à oferta de cursos nas localidades que concentrem adolescentes em condição de
abrigamento;
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2) Formular estratégias de sensibilização e mobilização do público beneficiário;
3) Induzir parcerias com empresas públicas;
4) Acompanhar os registros no juventudeweb e CAGED.
ASSISTÊNCIA SOCIAL MUNICIPAL:
1) Sensibilizar e mobilizar adolescentes nos abrigos sobre a oportunidade de aprendizagem;
2) Pactuar cursos com as redes ofertantes do Pronatec Aprendiz;
3) Realizar a pré-matrícula dos adolescentes no SISTEC;
4) Acompanhar in locuo as condições do programa;
5) Realizar interlocução com os Conselhos Tutelares e CMDCAs;
6) Induzir ao retorno à educação dos adolescentes que não estudam.
7) Acompanhar os abrigados durante o programa de aprendizgem.
ENTIDADES DE ACOLHIMENTO: ABRIGOS
1) Monitorar o processo até a assinatura do contrato e da carteira de trabalho.
ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS AUTORIZADAS PELO MTE:
2) Estabelecer contratos com as empresas que contratarão os abrigados;
3) Contratar os aprendizes e assinar as carteiras de trabalho;
4) Registrar as admissões no CAGED e informar na RAIS;
5) Cadastrar os aprendizes no CNAP do MTE;
6) Ofertar módulo teórico básico de formação humana e científica atendendo à Port. 723/12;
7) Supervisionar o módulo teórico com as atividades práticas;
8) Acompanhara as atividades práticas na empresa;
9) Organizar a jornada dos aprendizes.
OFERTANTE PRONATEC/APRENDIZ:
1) Lançar no SISTEC oferta/turmas por itinerários formativos, garantindo a vaga seqüencialmente
nos cursos que compõem o itinerário, observando o GUIA FIC PRONATEC e o CONAP do MTE;
2) Efetivar matrícula dos beneficiários;
3) Desenvolver conteúdos teóricos conforme itinerário ofertado.
EMPRESAS PÚBLICAS OU ÓRGÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA:
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1) Estabelecer contrato com entidade sem fins lucrativos autorizada pelo MTE;
2) Coordenar, por meio de monitor designado, as atividades práticas a serem desenvolvidas pelo
aprendiz.
SECRETARIA DAS PEQUENAS E MICRO EMPRESAS
Público: Adolescentes e Jovens de idade entre 15 e 24 anos sem limite de 24 anos para PCD.
Instituições Envolvidas:
1. MTE/SPPE;
2. MEC/SETEC;
3. SPME;
4. Ofertante PRONATEC;
5. Empresas de Pequeno Porte e Microempresas.
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS – SDH
Público: Pessoas com deficiência
Instituições Envolvidas:
1. MTE/SPPE/SIT;
2. MEC/SETEC;
3. SDH;
4. Ofertante PRONATEC;
5. Empresas Cotistas, Empresas públicas ou Órgãos da Administração Direta.
PACTUAÇÃO E RECURSOS FINANCEIROS
A pactuação, ou seja, o compromisso estabelecido periodicamente para oferta de vagas entre
ofertantes e unidades demandantes, deve ser feita localmente e homologada pelo MTE.
A Bolsa-Formação para oferta de aprendizagem profissional corresponde ao custo total da
formação profissional ministrada pelas entidades formadoras de aprendizagem profissional
contempladas pelo PRONATEC.Para cumprir os objetivos da Bolsa-Formação, as instituições ofertantes
de processos de aprendizagem poderão utilizar os recursos para:
Custeio dos profissionais que atuam nos cursos, incluindo docentes, equipe
multiprofissional (pedagogo, psicólogo e assistente social), equipe de laboratoristas e
equipe para acessibilidade (intérprete libras e tradutor braile);
Assistência estudantil de forma a subsidiar alimentação e transporte e as necessidades
específicas de pessoas com deficiência; e
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Materiais gerais e específicos para os beneficiários e demais insumos para promover as
atividades do processo de aprendizagem profissional.
Os recursos correspondentes aos valores relativos à oferta de aprendizagem profissional são
repassados pelo FNDE às entidades formadoras após a homologação pelo MTE das vagas pactuadas
entre demandantes e ofertantes.
As vagas pactuadas serão convertidas em horas-aluno e confirmadas pelas matrículas
registradas no SISTEC.
O preenchimento das vagas (pré-matrícula) será feito pelas unidades dos SINES diretamente no
SISTEC, em fluxo contínuo, debitando o crédito de vagas pactuadas à medida se confirmam as matrículas
no SISTEC. Para serem contabilizadas no cálculo das horas-aluno as matrículas devem ser confirmadas
no SISTEC.
O MTE e o MEC criarão mecanismos ad hoc que possibitem o lançamento no SISTEC de cursos
FIC seqüenciais, que componham itinerário formativo previamente consensuado com a rede ofertante,
e também coordenarão o processo de construção de itinerários formativos para a aprendizagem junto
com a rede ofertante. Como resultado desse processo será criada no guia FIC Pronatec lista desses
itinerários.
Os processos de implantação dessa modalidade PRONATEC APRENDIZ serão conduzidos pelo
MEC e MTE.
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REFERÊNCIAS
Referências Legais
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – art. 428 a 432
Lei nº 10.097, de 19 de dezembro de 2000
Decreto 5.598/2005
Lei nº 11.180, de 23 de setembro de 2005
Portaria MTE nº 723, de 23 de abril de 2012
Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011
Lei nº 12.816, de 05 de junho de 2013
Portaria nº 114, de 7 de fevereiro de 2014
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
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