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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
ALMIR ROGERIO FARIAS MACEDO
ÁVILA JUNIOR DE SOUSA AMARAL
RELEVÂNCIA SOCIAL E ECONÔMICA DOS EMPREENDIMENTOS DO
CANTEIRO CENTRAL DA AVENIDA BARÃO DE CAPANEMA – CAPANEMA - PA
CAPANEMA
2019
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
ALMIR ROGERIO FARIAS MACEDO
ÁVILA JUNIOR DE SOUSA AMARAL
RELEVÂNCIA SOCIAL E ECONÔMICA DOS EMPREENDIMENTOS DO
CANTEIRO CENTRAL DA AVENIDA BARÃO DE CAPANEMA – CAPANEMA - PA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
curso de Bacharelado em Administração da
Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus
Universitário de Capanema, como requisito para
obtenção do grau de bacharel em Administração.
Área de concentração: Empreendedorismo.
Orientadora: Profª. Drª. Eleci Terezinha Dias da Silva
CAPANEMA
2019
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA DE CAPANEMA
Macedo, Almir Rogerio Farias
Relevância social e econômica dos empreendimentos do canteiro central da avenida Barão de Capanema-Capanema-Pa. / Almir Rogerio Farias Macedo, Ávila Junior de Sousa Amaral. – Capanema,
PA, 2019.
57 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) – Universidade Federal Rural
da Amazônia, 2019.
Orientador: Silva, Eleci Terezinha Dias da
1. Empreendedorismo 2. Perfil socioeconômico 3. Empreendedores I. Amaral, Ávila Junior de
Sousa II. Silva, Eleci Terezinha Dias da (Orient.) III. Título
CDD: 658.421098115
Cristiana Guerra Matos
Bibliotecária
CRB2: 1143
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
ALMIR ROGERIO FARIAS MACEDO
ÁVILA JUNIOR DE SOUSA AMARAL
RELEVÂNCIA SOCIAL E ECONÔMICA DOS EMPREENDIMENTOS DO
CANTEIRO CENTRAL DA AVENIDA BARÃO DE CAPANEMA – CAPANEMA - PA
Monografia apresentada à Universidade Federal Rural da Amazônia, como parte dos requisitos
do Curso de Bacharelado em Administração, para obtenção do título de Bacharel em
Administração. Área de concentração: Empreendedorismo.
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________ Orientadora
Profª. Dra. Eleci Terezinha Dias da Silva
(Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA)
_______________________________________ Membro 1
Prof. MSc. Artur Vicente da Costa
(Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA)
_______________________________________ Membro 2
Profª. MSc. Dione Margarete Gomes Gutierrez
(Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA)
ARISTEU E NEUZA (Meus pais) que desde muito
cedo me mostraram que o caráter de um homem é
medido através de suas atitudes e me ensinaram a ter
discernimento para fazer as melhores escolhas.
ROSE (minha esposa) e YASMIN (minha filha) que
durante essa longa caminhada, tiveram muita
paciência comigo, pois inúmeras vezes trocaram seus
dias de lazer pelos meus dias de estudos.
Almir Rogerio Farias Macedo
Este trabalho é dedicado ao meu filho JOÃO
GABRIEL e a minha esposa AIRA PRISCILA, pela
paciência que tiveram comigo ao longo desses quatro
anos.
Aos meus pais VANDA e REINALDO AMARAL,
obrigado pelo amor, dedicação e pela educação que
sempre me deram. MÃE, obrigado por sempre
acreditar nessa vitória.
Ávila Junior de Sousa Amaral
AGRADECIMENTOS
Disse Confúcio: “Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para
chegar onde quer”. As velas do meu barco foram ajustadas e hoje estou muito próximo de
chegar no meu primeiro destino, porém, logo em seguida novos objetivos serão projetados e
com a mesma determinação obterei o grande sucesso. Fácil ou sorte de chegar até aqui? Nunca
foi!! Foi preciso muita perseverança, determinação e esforço. E essa caminhada só foi possível
por Deus estar sempre ao meu lado, me encorajando e dando soluções paras as adversidades
que encontrava pela frente. Obrigado meu pai todo poderoso.
Meus pais que tanto amo, ARISTEU e NEUZA, obrigado por me ajudar a me tornar o
homem que sou, me ensinaram a ter caráter e honestidade, vocês são meus maiores exemplos.
Minha esposa ROSE, minha filha YASMIN, parte de todo o meu esforço e dedicação
para suportar a árdua caminhada de trabalhar e estudar simultaneamente vêm de vocês, pois o
sucesso se torna menos difícil para aqueles que estão sempre mais preparados, e por isso
continuo minha preparação, pois quero poder sempre ter condições de dar a vocês uma vida
digna que vocês tanto merecem.
Obrigado ao restante da minha amada família, composta pelos meus oito irmãos. Essa
conquista também é para vocês.
Agradeço com muito carinho e uma enorme admiração, a minha orientadora, professora
ELECI, que desde o primeiro contato, logo aceitou o convite para nos dar a preparação
necessária no nosso projeto de pesquisa. Seus ensinamentos, suas dicas, suas experiências
foram fundamentais nessa conquista. Muito obrigado, professora!
Não poderia de deixar meus sinceros agradecimentos a todos os professores que
estiverem presente na minha classe durante essa caminhada, vocês foram fundamentais para
essa minha conquista. Seus ensinamentos e suas amizades, carregarei para sempre comigo.
ADM-2015, essa turma me deixará um grande vazio, saudades terei a todo momento,
pois essa classe é nota 10. Bem verdade que não tinha grandes afinidades com todos, mas com
a grande maioria sim! Compostas de pessoas humoradas, simples, amigos. Ter vocês na mesma
classe, com certeza ajudou a superar os obstáculos. Meu muitíssimo obrigado!
Não podia de deixar jamais de agradecer a minha equipe de estudos. “EQUIPE
MITOS”, ALEX, ÁVILA, NETO, JOÃO E PÂMELA. Desde cedo aprendemos a trabalhar em
equipe, e por isso, sempre fomos premiados com bons trabalhos e notas máximas em nossas
apresentações. Muito obrigado!!
Almir Rogerio Farias Macedo
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradecer a Deus por ter me dado paciência, sabedoria e força para ir
todas as noites pra UFRA ao longo destes quatro anos.
Ao meu filho João Gabriel e minha esposa Aira Priscila pela compreensão e paciência
que sempre tiveram durante esse período que estive na faculdade. Meus amores, sem vocês essa
vitória não seria possível, AMO VOCÊS!!!
Aos professores que tiveram com a nossa turma, obrigado pela paciência e acima de
tudo por transmitir um pouco do conhecimento que vocês adquiriram o longo da vida. Em
especial ao professor Vanderlei Portes pela amizade.
Aos meus amigos de turma muito obrigado por fazerem parte dessa jornada, com vocês
as noites na UFRA, foram sempre divertidas, como diria a titia, “vocês são podres”. Em especial
ao Alex, Almir, João, Neto e Pamela, “ Mitos”, vocês foram muito importantes nessa
caminhada, obrigado pela amizade e pela parceria nos trabalhos acadêmicos, vocês são nota 10,
menos o Alex, (risos).
Aos meus amigos do 4ºCRS, Edinei, Sebastião Jaburu, Lucinha e dona Jane, pela
amizade, carinho e incentivo nesses quatro anos de luta, muito obrigado!
Aos meus pais, Reinaldo e Vanda pelo amor, incentivo e por terem me ensinado o
caminho do bem, do trabalho e pela dedicação que sempre tiveram comigo e meus irmãos. Aos
meus irmãos Alexandre e Arnon. Obrigado!
Ao Luiz Gustavo, Alessandra e André pelo carinho, amizade e incentivo, muito
obrigado por tudo que sempre fizeram por mim e minha família.
A ela que sempre está disposta ajudar todos, uma mulher maravilhosa por quem tenho
um carinho enorme, dona Leonice, a senhora é uma sogra nota 1000, obrigado!
À minha orientadora Eleci Terezinha pela paciência, dedicação e pelo incentivo na
realização deste trabalho. Professora, assim como o lápis deixa a sua marca, a senhora deixou
a sua marca neste trabalho e na minha vida, obrigado!
Aos empreendedores do canteiro central da Avenida Barão de Capanema, que nos
ajudaram respondendo ao questionário elaborado para a realização deste trabalho.
Ávila Junior de Sousa Amaral
EPÍGRAFE
"Numa época de crise em que todos choram, há
sempre alguém que se lembra de fabricar lenços."
(Autor desconhecido)
RESUMO
O empreendedorismo está em crescente expansão, é considerado por muitos estudiosos da área
como um fenômeno que ajudará a diminuir a alta taxa de desemprego no Brasil. Diante deste
fato o empreendedorismo ganhou destaque no país, sendo a opção escolhida por muitas pessoas
que perderam seus empregos com a recente crise econômica que assolou o pais desde 2014.
Buscou-se embasamento teórico sobre a contextualização do empreendedorismo, a evolução do
empreendedorismo no Brasil, o perfil do empreendedor e os tipos de empreendedorismo
estudados. Com isso pode-se identificar as características sociais dos empreendedores,
quantificar os que trabalham dentro da formalidade e na informalidade e mensurar a renda
mensal proveniente da atividade dos empreendedores do canteiro central da avenida Barão de
Capanema. A pesquisa é caracterizada como um estudo de caso com 47 empreendedores, onde
buscou-se identificar o perfil socioeconômico dos mesmos. As análises dos dados quantitativos
e qualitativos permitiu identificar o perfil socioeconômico desses empreendedores que no geral
são pessoas acima dos 34 anos, casados e que sempre tiveram vontade de abrir seu próprio
negócio e conquistar a sua independência financeira.
Palavras chaves: Empreendedorismo. Perfil Socioeconômico, Empreendedores
ABSTRACT
Entrepreneurship is in increasing expansion, is considered by many scholars of the area as a
phenomenon that will help to reduce the high unemployment rate in Brazil. Faced with this fact
entrepreneurship has gained prominence in the country, being the option chosen by many
people who lost their jobs with the recent economic crisis that has devastated the country since
2014. Theoretical background on the contextualization of entrepreneurship, the evolution of
entrepreneurship in Brazil , the profile of the entrepreneur and the types of entrepreneurship
studied. With this, one can identify the social characteristics of entrepreneurs, quantify those
who work within the formality and informality, and measure the monthly income derived from
the activity of the entrepreneurs of the central plot of Avenida Barão de Capanema. The research
is characterized as a case study with 47 entrepreneurs, where it was sought to identify the
socioeconomic profile of the same. Analyzes of the quantitative and qualitative data allowed to
identify the socioeconomic profile of these entrepreneurs, who are generally people above 34
years of age, married and who have always wanted to start their own business and gain their
financial independence.
Keywords: Entrepreneurship. Socioeconomic Profile, Entrepreneurs
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Taxas de empreendedorismo segundo estágio do empreendimento TEA, TEE, TTE
- Brasil - 2002:2016...................................................................................................................28
Gráfico 2 – Saldo de empregos formais - Capanema- Pa - Período de 2015 a 2018..................32
Gráfico 3 – Número de empresa MEI - Capanema- Pa – Período de 2015 a 2018.....................33
Gráfico 4 – Comparativo entre saldo de empregos formais x total de MEI – anos 2017/2018...34
Gráfico 5 – Número total de empreendedores da pesquisa........................................................38
Gráfico 6 – Classificação por gênero........................................................................................39
Gráfico 7 – Classificação por idade...........................................................................................40
Gráfico 8 – Classificação por Cor/Raça....................................................................................40
Gráfico 9 – Grau de escolaridade..............................................................................................41
Gráfico 10 – Estado civil...........................................................................................................42
Gráfico 11 – Número de filhos..................................................................................................42
Gráfico 12 – Moradia............................................................................................................. ...43
Gráfico 13 – Número de integrantes na residência....................................................................43
Gráfico 14 – Ramo de atividade................................................................................................44
Gráfico 15 – Enquadramento do empreendimento....................................................................45
Gráfico 16 – Analise dos empreendedores informais que pretendem se formalizar..................45
Gráfico 17 – Tempo de atividade..............................................................................................46
Gráfico 18 – Quantidade de pessoas que trabalham no empreendimento..................................47
Gráfico 19 – Motivos que levaram a empreender......................................................................47
Gráfico 20 – Renda mensal.......................................................................................................48
Gráfico 21 - Quantidade de pessoas sustentadas coma renda do empreendimento..................49
LISTA DE SIGLAS
CAGED - Cadastro Geral de Empregado e Desempregados
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
GEM - Global Entrepreneurship Monitor
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
ISS – Imposto Sobre Serviços
MEI - Microempreendedor Individual
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
ONG – Organização Não Governamental
ONU - Organização das Nações Unidas
PIB – Produto Interno Bruto
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SOFTEX - Sociedade Brasileira para Exportação de Software
TEA – Taxa de Empreendedorismo Inicial
TEE - Taxa de Empreendedorismo Estabelecido
TTE - Taxa Total de Empreendedores
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 14
2 - REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 16
2.1 - Administração ........................................................................................................ 16
2.2 - Empreendedorismo ................................................................................................ 18
2.2.1 - Empreendedorismo por necessidade ............................................................... 20
2.2.2 - Empreendedorismo por oportunidade ............................................................ 20
2.2.3 - Tipos de Empreendedorismo por Necessidade: .............................................. 21
2.2.4 - Tipos de Empreendedorismo por Oportunidade: ........................................... 22
3 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ...................................................................... 24
3.1 - Empretec ................................................................................................................. 24
3.2 - Dados da pesquisa GEM (Edição 2016), sobre o Empreendedorismo no Brasil. . 25
3.3 - Característica do empreendedorismo no Brasil: ................................................... 26
4 – CAPANEMA – PA ....................................................................................................... 30
4.1 - Canteiro central da avenida Barão de Capanema ................................................ 30
4.2 - O mapa do emprego em Capanema- Pa. ............................................................... 31
4.3 - Estudo para identificação das oportunidades de negócios .................................... 34
5 – METODOLOGIA ........................................................................................................ 36
6 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 38
6.1 - Sobre a pesquisa ..................................................................................................... 38
6.2 - Dados sociais ........................................................................................................... 39
6.3 - Dados Econômicos .................................................................................................. 44
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 52
ANEXOS ............................................................................................................................ 54
14
1 – INTRODUÇÃO
Os empreendedores são heróis populares do mundo dos negócios. Fornecem empregos,
introduzem inovações e incentivam o crescimento econômico da região ou do país. Não são
simplesmente provedores de mercadorias, serviços, informação ou entretenimento, mas
poderosas fontes de energia, que assumem riscos inerentes em uma economia em mudança,
transformação e crescimento. (CHIAVENTO, 2012).
Milhares de pessoas com esse perfil – desde jovens adolescentes a cidadãos de todas as
idades e classes sociais – inauguram novos negócios por contra própria e asseguram a liderança
dinâmica que conduz ao desenvolvimento econômico e ao progresso das nações. É essa força
que faz pulsar o coração da economia de uma região ou de um país. (CHIAVENTO, 2012).
Na cidade de Capanema, como nas demais cidades pelo Brasil, não é diferente, há
milhares de pessoas buscando espaços no mundo dos negócios, neste contexto, o objeto de
estudo é o canteiro central da avenida Barão de Capanema, que através de questionário aplicado,
nos fornecerá informações para analisarmos e descrevermos a relevância socioeconômica que
estes trabalhadores proporcionam ao município.
Há duas maneiras de uma pessoa tornar-se um empreendedor, pode ser por uma grande
ideia de negócio no qual possibilite sucesso e com isso bons lucros, ou por falta de
oportunidades de trabalho no mercado formal, sendo assim, faz-se necessário buscar soluções
para superar falta de oportunidades e uma forma de lutar pela sobrevivência, a maioria arrisca-
se sem conhecimentos do que irão fazer.
Os vários tipos de comércio neste canteiro central da avenida mais importante da cidade,
já foi tema de discussão pelo poder público, sobre a possibilidade de remanejar esses
trabalhadores e abrigar em um outro local, deixando o canteiro mais livre aos pedestres que ali
trafegam diariamente. Nesse contexto, surge a pergunta de problematização da pesquisa. Quais
os impactos sociais e econômicos para o município proporcionados pelos trabalhadores
do canteiro central da Avenida Barão de Capanema?
Para responder a esse problema de pesquisa, o presente trabalho encontra-se assim
estruturado: Introdução, onde encontra-se uma breve explanação sobre Empreendedorismo e
sobre esse trabalho. No primeiro capítulo encontra-se a Revisão de Literatura onde buscou-se
referência teórica em autores que estudam sobre Administração e Empreendedorismo, destaca-
se nesse capítulo aos autores Chiavenato e Maximiano sobre a Administração, assim como
15
Dolabela e Dornelas que proporcionaram entender mais sobre o fenômeno do
empreendedorismo.
No segundo capítulo encontra-se dados sobre as taxas de empreendedorismo no Brasil,
encontrados no relatório da GEM, assim como a importância da criação do SEBRAE e da
SOFTEX para apoiar os empreendedores no Brasil.
No terceiro capítulo encontra-se informações sobre a cidade de Capanema-Pará e o
saldo de admissões e demissões de trabalhadores no período de 2015 a novembro de 2018. Já
no quarto capítulo está a metodologia utilizada para a realização desta pesquisa.
O quinto capítulo apresenta os resultados dos dados pesquisados, os gráficos e suas
respectivas análises, de onde encontra-se as respostas para a pergunta de pesquisa deste
trabalho. O sexto capítulo encontra-se as considerações finais sobre os dados pesquisados,
assim como sugestões para pesquisas futuras.
Para essa pesquisa usou-se como justificativa o fato do número de empreendedores no
perímetro da pesquisa ser bastante significativo, o que sugere a necessidade de um estudo
detalhado que possa mapear tais trabalhadores, identificando a sua importância, uma vez que já
houve tentativa de retirada dos mesmos do canteiro central da Avenida Barão de Capanema.
Um estudo científico poderá auxiliar a sociedade no referido debate.
O presente trabalho tem como objetivo geral, identificar o perfil socioeconômico dos
trabalhadores do canteiro central da Avenida Barão de Capanema no ano de 2018.
De forma específica o trabalho visa: Identificar as características sociais dos
profissionais; quantificar o total de empreendedores, que trabalham dentro da formalidade e os
informais; e demonstrar a renda mensal dos trabalhadores do canteiro central.
16
2 - REVISÃO DE LITERATURA
2.1 - Administração
No século XIX, durante a Revolução Industrial, houve um considerável aumento do
número de empresas capitalistas, ocasionando o surgimento dos primeiros esforços para
desenvolver métodos e processos de racionalização do trabalho, (CHIAVENATO, 2003).
No mesmo período dois estudos surgiram para ajudar a desenvolver a Administração,
um partiu de Frederick Winslow Taylor, que iniciou a chamada Escola da Administração
Científica que se preocupava em aumentar a eficiência da indústria por meio da racionalização
do trabalho. Já Henri Fayol criou a teoria clássica que se preocupou em aumentar a eficiência
da empresa por meio de sua organização e da aplicação de princípios gerais da Administração,
(CHIAVENATO, 2003).
A história da administração como ciência tem pouco mais de cem anos, somente no
século XX, que o estudo da Administração explodiu em um desenvolvimento notável e
inovação. Organizações como a Igreja Católica, organizações militares tiveram forte influência
no estudo da Administração, (CHIAVENATO, 2003).
A palavra Administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister
(subordinação ou obediência) e significa aquele que, sob o comando de outro, realiza alguma
função ou tarefa (CHIAVENATO, 2003).
Administração não possui um conceito universal entre os diversos estudiosos. Para
Maximiano (2012, p.6), “Administração é o processo de tomar decisões sobre os objetivos e
utilização de recursos”. Sua utilização é importante em qualquer escala de utilização:
individual, familiar, grupal, organizacional e social (MAXIMINIANO, 2012). Já Chiavenato,
(2003, p.15), afirma que “Administração é um fenômeno universal do mundo moderno”. O que
a torna fundamental na atual sociedade, que possui organizações altamente diversificadas e
heterogêneas, de diferentes tamanhos e com objetivos variados dentro de um contexto altamente
competitivo ela torna-se imprescindível dentro das organizações.
Chiavenato, (2003, p.10), ainda afirma que “a tarefa básica da Administração é a de
fazer as coisas por meio de pessoas de maneira eficiente e eficaz”. Já Kwasnicka, (2015, p. 19),
afirma que “administrar é um processo integrativo da atividade organizacional que permeia a
vida diária”. Ou seja, onde métodos, processos, pessoas, integram um todo chamado
organização, seja ela individual, familiar, social, o que mostra que qualquer organização
independente do seu tamanho, precisa de administração.
17
Ainda segundo Chiavenato, (2003, p. 15), a “Administração não é um fim em si mesmo,
mas um meio de fazer com que as coisas sejam realizadas da melhor forma, com o menor custo”.
Mostrando que uma boa administração é essencial para realizar as tarefas da melhor forma
possível, independentemente do tipo de organização: familiar, empresa, ONG ou setor público.
Em um contexto atual Chiavenato, (2003, p. 11) afirma que, “a tarefa da Administração
passou a ser a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transforma-los em ação
organizacional”.
Sem Administração dificilmente alguma organização, seja ela com fins lucrativos ou
sem fins lucrativos conseguiriam existir, crescer, alcançar êxito e sustentabilidade, pois no
cenário atual, onde diversas organizações tendem a possuir processos cada vez mais complexos,
o uso das ferramentas administrativas torna-se cada vez mais indispensáveis para que as
organizações consigam alcançar seus objetivos e assim satisfazer os interesses das pessoas que
utilizam, trabalham ou necessitam dos serviços dessas organizações. (CHIAVENTO, 2006)
Chiavenato, (2014, p. 8), afirma que “a organização é a maneira pela qual a sociedade
consegue que as coisas sejam feitas”. Partindo dessa afirmação pode-se notar que somente por
meio das organizações como, empresas, ONGs, associações, igrejas, que a sociedade consegue
alcançar os seus objetivos e satisfazem suas necessidades.
Para Maximiano, (2012, p. 7), “as organizações assumiram importância sem
precedentes na sociedade e na vida das pessoas. Há poucos aspectos da vida contemporânea
que não sejam influenciados por alguma espécie de organização”. São raras as atividades que
não são influenciadas por algum tipo de organização.
Ainda segundo Maximiano, (2012, p. 7), “as organizações afetam a qualidade de vida
tanto positiva quanto negativamente”, tendo como base tal afirmação pode-se perceber que a
Administração tem papel essencial na vida das pessoas. A vida das pessoas depende das
organizações, e estas dependem do trabalho que as pessoas, tonando uma dependente da outra,
(CHIAVENATO, 2006).
Para Chiavenato, (2014, p. 8), “Administração é a ferramenta, a função ou instrumento
que torna as organizações capazes de gerar resultados e produzir o desenvolvimento”. Por mais
que as organizações facilitem o alcance dos objetivos da sociedade, este somente será capaz de
acontecer se cada organização possuir uma administração competente, séria que esteja de
acordo com os princípios, ético e moral que a sociedade espera dessas organizações.
Para colocar em prática os objetivos a organização utiliza vários meios como:
planejamento, organização, direção e controle de todos os processos envolvidos no
18
desenvolvimento da atividade e em todos os níveis hierárquicos, proporcionando assim a
realização das tarefas de forma eficiente. (CHIAVENATO, 2003).
Para Maximiano, (2012, p. 7), “organizações bem administradas são importantes por
causa do impacto sobre a qualidade de vida da sociedade. Administradores competentes são
recursos importantes”. Devido à complexidade das organizações modernas o administrador
passou a ter um papel muito importante dentro de qualquer organização, haja vista que qualquer
decisão tomada dentro das mesmas pode causar impacto direto na vida de colaboradores,
consumidores e sociedade.
2.2 - Empreendedorismo
O tema Empreendedorismo por sofrer influências de pesquisadores de áreas distintas,
tais como a economia e a psicologia têm diversos os conceitos formulados, porém, cada campo
de estudo utiliza os princípios de sua própria área de interesse para construir o conceito. Os
economistas associam o tema à inovação e os comportamentalistas à criatividade e à intuição.
Levando em consideração os conceitos da área de economia, destacam-se as pesquisas de
Cantillon (1755) e Jean-Baptiste Say (1803), o primeiro nome citado foi o pioneiro a definir as
funções do empreendedor, sendo no final do século XVIII lhe deu o significado atual, o termo
se referia a pessoas que compravam matérias-primas e as vendiam a terceiros depois de
processados, identificando assim oportunidades de negócios e assumindo riscos. Já o segundo
tinha a concepção do empreendedor alguém que inova e é agente de mudanças, tal concepção
permanece nos dias atuais. Conforme Filion (1999), Jean-Baptiste Say é considerado o pai do
empreendedorismo, porém, foi Schumpeter que deu projeção ao tema, associando-o como o
elemento que dispara e explica o desenvolvimento econômico. (DOLABELA, 1999)
Segundo Hisrich e Peters (2004, p.29), descreve o tema empreendedorismo como sendo:
“O processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o esforço necessário, assumindo
os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes
recompensas da satisfação e independência econômica e pessoal”.
Para Schumpeter (1949, apud DORNELAS, 2016, p.29) “O empreendedor é aquele que
destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação
de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”.
Dolabela (1999, p.43) conceitua o empreendedorismo como sendo “Um neologismo
derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos
19
relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de
atuação”.
O empreendedorismo não é apenas abrir um novo negócio ou consolidar um negócio já
existente, ele é muito mais do que isso, é quem proporciona a energia que move a economia de
um município, estado ou país, alavancando as mudanças e transformações, produz a dinâmica
de novas ideias, criando empregos e impulsiona talentos e competências. (CHIAVENATO,
2012).
Na visão de Bernardi (2012, p. 67) “a ideia de um empreendimento surge da observação,
da percepção e análise de atividades, tendências e desenvolvimento, na cultura, na sociedade,
nos hábitos sociais e de consumo”.
Já Leite (2012, p. 40) afirma que “no mercado haverá sempre lugar para ideias com
valor, que possam dar origens a projetos de criação de negócios com sucesso. É preciso ser
inovador, ter determinação e ser persistente”.
Somente pode ser chamado de empreendedor aquele que gera valor positivo para a
coletividade, incluída aqui, evidentemente, toda a natureza. Sendo assim, não são considerados
empreendedores aqueles que subtraem valor, como por exemplo aqueles que fabricam produtos
que poluem o meio ambiente, sendo responsáveis por doenças que eliminam vidas. O
empreendedor deve ter compromisso com a comunidade o qual atua, não pode visar somente o
lucro provenientes de vendas dos seus produtos/serviços, mas também contribuir para o bem-
estar social, não podendo possuir somente uma proposta direcionada ao seu enriquecimento.
(DOLABELA, 2008)
O empreendedor para alcançar suas metas ele precisa gostar do que faz, pois, para
construir algo que iniciou do nada e continuar em frente mesmo com todos os obstáculos, das
armadilhas e solidão, é necessário muita energia e perseverança, pois o mesmo irá colocar a
sorte em jogo, pois entende que ela é o produto do trabalho duro, que depende bastante do
empenho de cada pessoa. (DOLABELA, 1999).
No que diz respeito a importância do empreendedorismo para a sociedade, define que o
empreendedor é o responsável pelo crescimento econômico e pelo desenvolvimento social, por
meio das suas inovações, dinamiza a economia. O termo trata não apenas de indivíduos, mas
também de comunidades, cidades, regiões e países, implicando a ideia de sustentabilidade.
(DOLABELA, 2008).
Como já mencionado, há diferentes conceitos para o tema, porém, percebe-se que todos
possuem semelhanças em suas definições, tais como: inovação, criação e assumir riscos.
20
O empreendedorismo atualmente representa uma grande contribuição para a economia
de uma região ou país, por isso é e continuará sendo o motor do desenvolvimento econômico.
Segundo Dornelas (2018), O empreendedorismo pode ser classificado em:
Empreendedorismo por necessidade
Empreendedorismo por Oportunidade
Na mesma linha de raciocínio de Dornelas, Leite e Oliveira (2007, p. 4) afirmam que
“existem dois tipos de Empreendedorismo: o Empreendedorismo por Necessidade (criam-se
negócios por não haver outra alternativa) e o Empreendedorismo por Oportunidade (descoberta
de uma oportunidade de negócio lucrativa) ”.
Uma breve análise sobre as duas classificações mostra que até o ano de 2002 no Brasil,
o índice de empreendedores por necessidade era superior ao de oportunidade, porém, com o
passar dos anos esses índices foram mudando com a reversão dessa tendência, como por
exemplo, o ano de 2014, constatou-se que para cada empreendedor por necessidade havia 2,4
empreendedores de oportunidade, ou seja, naquele ano mais de 70% dos empreendedores no
país correspondiam ao empreendedorismo por oportunidade. (DORNELAS, 2016).
2.2.1 - Empreendedorismo por necessidade
São representados pelos candidatos a empreendedores, os mesmos aventuram-se na
atividade empreendedora na maioria das vezes mais por falta de oportunidades de empregos
formais e de uma renda mínima necessária para sua sobrevivência. É mais comum em pessoas
com baixo grau de formação, com baixo preparo e com pouco conhecimento técnico ou de
alguma habilidade especifica que os elimina das oportunidades de emprego formal, com isso
surge os empreendedores por necessidade. Sua entrada ao mundo empreendedor não é de forma
planejada, isso representa uma grande contribuição para o fracasso dessas atividades no
mercado, e assim contribuindo com o agravamento das estatísticas de criação e mortalidades
dos negócios. Esse tipo de empreendedorismo é mais frequente em países em desenvolvimento,
como no caso do Brasil. (DORNELAS, 2018).
2.2.2 - Empreendedorismo por oportunidade
Nessa classificação encontram-se os empreendedores visionários, aqueles que sabem
onde querem chegar, pois criam suas empresas ou negócios a partir de um planejamento prévio,
objetivando o crescimento e obtenção de lucros, empregos e riquezas. (DORNELAS, 2016).
21
Ao iniciar um negócio por oportunidade, é vital que o empreendedor tenha totais
conhecimentos dos desafios que irá encontrar pela frente e que trabalhe suas ideias antes de
transformar em oportunidades de negócios, tendo seu planejamento prévio de onde deseja
chegar com seu empreendimento. As oportunidades surgem de situações feitas a partir de
observações de novos conhecimentos, nas mudanças das preferências dos clientes e inovações
tecnológicas. (AIDAR, 2007).
Percebe-se que para adentrar nesse tipo de empreendedorismo, faz necessário que o
candidato a empreendedor esteja convicto e totalmente preparado para assumir riscos em busca
do sucesso do seu empreendimento.
2.2.3 - Tipos de Empreendedorismo por Necessidade:
Empreendedor Informal
É aquele que trabalha dentro da informalidade, ou seja, sem registo na prefeitura e sem
CNPJ, geralmente são ausentes de ambientes propícios ao desenvolvimento de um negócio
bem-sucedido, inadequada utilização dos recursos pessoais e inconsequente planejamento das
atividades organizacionais.
Diversos são os exemplos que se enquadram nessa categoria empreendedora, tais como
aqueles que vendem seus produtos nas esquinas de ruas, em calçadas, em barracas improvidas
em frente suas residências, nos semáforos, camelôs, autônomos que prestam diversos tipos de
serviços. (DORNELAS, 2018).
Empreendedor Individual
Segundo Dornelas (2018, p. 23) “É o antigo empreendedor informal que, agora
legalizado, começa a ter uma empresa de fato, contrata um funcionário, pode crescer e, quem
sabe, deixará de ser um empreendedor individual para se tornar dono de um negócio maior”.
Franquia
Para Dornelas (2018, p. 23) o franqueado “É aquele que inicia uma empresa a partir de
uma marca já desenvolvida por um franqueador; sua atuação é local/regional, e alguns dos
setores que mais se destacam são alimentação, vestuário e educação/treinamento”.
22
2.2.4 - Tipos de Empreendedorismo por Oportunidade:
Decisão planejada
Nesse tipo de empreendedorismo, as pessoas entram preparados na atividade a ser
executada, pois, devido ter feito um prévio planejamento, já se sabe em qual negócio
empreender, quando criar e como desenvolver seu projeto. Os exemplos são vários, tais como
aqueles que procuram antes adquirir experiências em empresas para depois focar no seu negócio
próprio, como também aqueles que esperam o fim da faculdade para pôr em prática o seu
aprendizado. (DORNELAS, 2018).
Nova ideia, descoberta, inovação
Em se tratando de descobertas, geralmente os cientistas são os grandes ganhadores de
notoriedade por tal feito, porém, muitos empreendedores inovadores não são necessariamente
os descobridores das geniais maneiras de resolver problemas da sociedade. Vale ressaltar que
existe empreendedores cientistas e pesquisadores brilhantes que empreendem a partir de suas
descobertas. Entretanto muitas empresas são criadas a partir de observações dos problemas
cotidiano das pessoas, e a partir dessa análise é que criam produtos/serviços que venham
solucionar tais problemas. É nesse sentido que ganha a concepção de empresa inovadora.
(DORNELAS, 2018).
Convite
Há pessoas que adentram em atividades empreendedoras por receber convites para
iniciar um projeto, muitas vezes o empreendedor inicial vê nas habilidades de outras pessoas
parcerias que venham atribuir com o desenvolvimento da atividade inovadora, pois entende que
precisará de pessoas competentes ao seu lado para fazer acontecer. Esses sócios também podem
ser considerados como empreendedores, mesmo não sendo os primeiros a ter a ideia do negócio
o qual irão atuar. (DORNELAS, 2018).
23
Desejo de autonomia
Dentre as motivações sobre o empreendedorismo de oportunidade, talvez seja esse o
anseio número um da maioria das pessoas que desejam empreender, ser o dono do seu próprio
negócio e ditar o rumo e as regras que devem seguir é de fato algo que enche os olhos dos
candidatos a empreendedores. Tomar decisões sobre os caminhos que sua empresa deve seguir,
poder tirar folgas, férias para fazer alguma viagem, por exemplo, são decisões que cabe ao
empreendedor do projeto, antes isso não seria permitido porque atuando em empresas como
funcionário, a pessoa sempre responderá ao seu superior. Na prática isso de fato pode acontecer,
mas é fundamental perceber que tal autonomia do empreendedor nem sempre é total, haja vista
que pode ter sócios ou clientes-chave que não podem (ou não deveriam) ser preteridos ou
contrariados. (DORNELAS, 2018).
No que diz respeito aos estudos referentes a classificação e os tipos de
empreendedorismo mencionados, vale ressaltar que esses não são todas as opções possíveis,
pois o estudo desse tema ainda está em grande desenvolvimento, por isso novos conceitos e
características podem ser apresentadas. (DORNELAS, 2018).
24
3 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
No Brasil, o movimento do empreendedorismo começou a ganhar notoriedade na
década de 1990 onde o empreendedorismo começou a surgir no país, especialmente pela criação
de entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e
a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (SOFTEX). Cujos objetivos eram
incentivar e dar suporte técnico aos novos empreendimentos e assim contribuírem com o
crescimento da economia do país. Antes disso, pouco se falava ao tema e a criação de pequenas
empresas. Isso se dava conta ao fato dos ambientes político e econômico não serem propícios
às atividades empreendedoras, pois até então não existiam no país informações necessárias para
auxiliar nas práticas empreendedoras. (DORNELAS, 2016).
O SEBRAE veio preencher uma lacuna às necessidades dos empreendedores, e hoje é
o órgão mais conhecido do pequeno empresário brasileiro, dando suporte desde a abertura da
empresa até consultorias para pequenos casos pontuais.
Com a abertura do cenário econômico brasileiro na década de 90, a criação do SEBRAE
e subsídios governamentais tornaram-se fundamentais no desenvolvimento da iniciativa
empreendedora. Destaque para a realização da Empretec.
3.1 - Empretec
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE)
é um seminário que proporciona ao participante o despertar das atitudes empreendedoras. A
Capacitação é importante, pois quanto mais preparado o empreendedor estiver para enfrentar
os desafios do dia a dia de um novo negócio, mais sucesso ele terá.
É uma metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU) que busca desenvolver
características de comportamento empreendedor, bem como a identificar novas oportunidades
de negócios. Atualmente, é promovido em cerca de 40 países. No Brasil, o Empretec é realizado
com exclusividade pelo Sebrae desde 1993 e já capacitou 258 mil pessoas em 11 mil turmas
distribuídas pelas 27 unidades da Federação. Todo ano, cerca de 10 mil participantes passam
pelo Empretec.
Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae em 2017 com 2.884 clientes atendidos, a
satisfação geral com a metodologia é muito positiva: 75% dos participantes ficaram muito
satisfeitos, tendo atribuído notas 9 ou 10 para curso, gerando nota média de 9,1.
25
A maior parte das empresas, após participação no Empretec, registrou um aumento no
faturamento mensal. E a nota média da recomendação alcançou 9,6 pontos.
Por ser uma capacitação eminentemente comportamental, proporciona aos seus
participantes melhoria no desempenho empresarial, mais segurança na tomada de decisões,
ampliação da visão de oportunidades, entre outros ganhos, aumentando assim as chances de
sucesso empresarial e, por consequência, reduzindo significativamente as possibilidades de
fracasso. (Fonte: Sebrae Nacional – 16/07/18)
3.2 - Dados da pesquisa GEM (Edição 2016), sobre o Empreendedorismo no Brasil.
A pesquisa GEM iniciou-se em1999, fruto de uma parceria entre a Babson College a
London Business School e, atualmente, é a mais abrangente pesquisa anual sobre atividade
empreendedora no mundo, que explora o papel do empreendedorismo no desenvolvimento
social e econômico.
Decorridos alguns anos desde sua criação, o número de países participantes da pesquisa
continua em ascensão, atingindo a marca de 65 países dos cinco continentes, que representam
70% da população e 83% do PIB mundial. Em cada país, equipes nacionais analisam os dados
de amostras estatisticamente representativas da população, com o objetivo de identificar as
atitudes da população em relação à atividade empreendedora, as taxas de empreendedorismo,
as motivações e as características dos empreendedores e de seus empreendimentos, além das
condições para empreender.
Quando comparada a outras pesquisas sobre empreendedorismo, a pesquisa GEM
apresenta aspectos distintivos que ressaltam a importância de seus resultados para a formulação
de políticas e programas de apoio à criação e desenvolvimento de novos empreendimentos.
Entre estes, se destacam: a utilização de fontes primárias de dados com foco no indivíduo e não
em empresas; a utilização de um conceito ampliado de empreendedor; e a consulta a
especialistas que atuam no campo do empreendedorismo. Estas características levam à
identificação do processo empreendedor em todas as suas fases, bem como à possibilidade de
identificar, além do empreendedorismo formalmente registrado, também atividades
empreendedoras informais.
A pesquisa GEM utiliza medidas estatísticas que resultam em informações valiosas
sobre a intensidade da atividade empreendedora nos diversos países, a descrição das
características de empreendedores e empreendimentos e a percepção de especialistas e
empreendedores sobre o contexto social em que as atividades empreendedoras estão ocorrendo
26
com foco em fatores facilitadores e dificultadores da ação empreendedora. Estas informações
podem ser utilizadas para a formulação e implantação de políticas públicas de fomento ao
empreendedorismo. (GEM, 2016)
O empreendedorismo tem se mostrado uma ferramenta de desenvolvimento econômico
e que traduz o desejo de muitos brasileiros. Atualmente, ter um negócio é o quarto sonho da
nossa população, atrás de viajar pelo Brasil, comprar a casa própria ou um automóvel. Na edição
de 2016, o GEM mostrou uma boa expectativa para o futuro: verificou-se que o
empreendedorismo por oportunidade voltou a crescer. 75% dos empreendedores nascentes –
aqueles que estão envolvidos com a abertura de uma empresa – estão buscando esse caminho
porque encontraram um nicho de atuação. Houve uma ligeira melhora na proporção de novos
negócios por oportunidade. Foram 57,4% em 2016, contra 56,5%, em 2015. Sabe-se que devido
à crise que o país enfrentou nos últimos anos, muitas pessoas perderam seu emprego. O caminho
foi abrir um negócio, ou seja, empreender por necessidade, o que afeta a sobrevivência das
empresas, pois para se ter um negócio de sucesso é necessário mais planejamento. (GEM, 2016)
3.3 - Característica do empreendedorismo no Brasil:
As informações a seguir, constam no estudo realizado da pesquisa Global
Entrepreneurship Monitor (GEM) para o triênio 2014/2016. A pesquisa divide os
empreendedores em dois grupos:
Empreendedores iniciais (TEA) - Aqueles que têm até 3,5 anos de atividade em
algum tipo de negócio.
Empreendedores estabelecidos (TEE) - Aquele que têm negócios com mais de 3,5
anos.
O presente estudo analisa as taxas de empreendedorismo da população adulta,
indivíduos de 18 a 64 anos, no Brasil e países participantes do Global Entrepreneurship
Monitor (GEM), segundo estágio do empreendimento e motivação dos empreendedores. Tais
taxas possibilitam a análise comparativa sobre a intensidade da atividade empreendedora dos
países. Nesse sentido, esta seção destina-se a demonstrar as taxas gerais de empreendedorismo
no Brasil em 2016, assim como sua evolução desde 2002. Ademais, o relatório visa demonstrar
os dados sobre as motivações dos empreendedores iniciais, subdivididos em novos e nascentes.
Conforme a Tabela 1, a Taxa Total de Empreendedores (TTE) brasileiros apresentou
valor de 36,0 % em 2016, número inferior à observada em 2015 (39,3%). Já a Taxa de
Empreendedorismo Inicial (TEA), composta por empreendedores nascentes e novos, alcançou
27
o valor de 19,6%, também inferior a 2015 (21,0%). Portanto, a cada 100 brasileiros,
aproximadamente 20 estavam envolvidos com atividades empreendedoras em estágio inicial
em 2016. Nesta composição os empreendedores nascentes foram 6,2% que estavam envolvidos
na estruturação de um negócio do qual eram proprietários, porém, tal empreendimento não
permitiu a retirada de pró-labores, ou qualquer outra forma de remuneração por mais de três
meses.
Já os novos empreendedores brasileiros também são classificados como proprietários de
um novo negócio. No entanto, tais empreendedores estão inseridos na faixa de três a 42 meses
com relação ao tempo de retirada de pró-labores ou demais formas de proventos. Nesse sentido
a Tabela 1 demonstra que esses novos empreendedores representavam em 2016 14% no Brasil,
valor semelhante ao ano de 2015. A respeito da Taxa de Empreendedorismo Estabelecido
(TEE), definida pela metodologia como sendo os proprietários que administram um negócio
capaz de gratificar-se monetariamente por mais de 42 meses (3,5 anos), o valor foi de 16,9%,
resultado inferior à observada em 2015 (18,9%). (GEM, 2016)
Tabela 1 - Taxas¹ e estimativas² de empreendedorismo segundo o estágio dos empreendimentos -
Brasil – 2016
Estágio Taxas Estimativas
Iniciais 19,6 26.191.876
Nascentes 6,2 8.350.471
Novos 14,0 18.793.132
Estabelecidos 16,9 22.674.916
Total de empreendedores 36,0 48.239.058 Fonte: GEM Brasil 2016
1 Percentual da população de 18 a 64 anos. 2 Estimativas calculadas a partir de dados da população brasileira de 18 a 64 anos para o Brasil em
2016: 133,9 milhões.
Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Projeção da população do Brasil e Unidades da Federação por sexo e idade para o período 2000-2030 (ano 2016).
O Gráfico 1 demonstra a evolução das taxas de empreendedorismo segundo estágio
do empreendimento no período 2002-2016. Nota-se uma tendência de aumento na taxa total de
empreendedores, particularmente entre o período de 2005 a 2010, saindo de 21% para 32%.
Vale ressaltar que em 2015 o Brasil alcançou o valor de 39% na TTE, o maior da série analisada.
Porém, em 2016 o número total de empreendedores decresceu 3,0 pontos percentuais, obtendo
o resultado de 36%, o equivalente a 48,3 milhões de indivíduos. Isso provém tanto da queda da
TEE no ano de 2016 (17%) se comparada ao ano de 2015 (19%), quanto da TEA em um ponto
percentual em 2016 (20%).
28
Deve-se ressaltar que a TEE, de forma mais significativa se comparada a TEA,
contribuiu para a queda da TTE no ano de 2016. Uma possível explicação para o ocorrido se dá
pela instabilidade econômica vivenciada no Brasil após 2012. Vale ressaltar que a TEE é
considerada um dos pilares econômicos das nações. Porém, mesmo com a atividade econômica
nacional decrescendo, a TTE (36%) apresentou o segundo maior valor desde 2002. Portanto,
observa-se ao longo da série a consolidação do empreendedorismo como alternativa ao emprego
formal, bem como sua crescente importância para a manutenção do nível de atividade
econômica no Brasil, uma vez que a atividade de empreender correlaciona-se diretamente ao
PIB e ao contexto socioeconômico nacional. (GEM,2016)
Gráfico 1 - Taxas¹ de empreendedorismo segundo estágio do empreendimento TEA, TEE, TTE -
Brasil - 2002:2016
Fonte: GEM 2016
¹ Percentual da população de 18 a 64 anos.
Nesse contexto, segue alguns dados disponibilizados pelo estudo, onde mostra algumas
das características do empreendedorismo no Brasil.
Na fase inicial a atividade empreendedora masculina é praticamente igual a feminina.
Na fase, empreendedores estabelecidos, o Brasil se comporta como os demais países.
Ou seja, os homens predominam.
Os motivos são a rotina da mulher brasileira ser bem diferente da rotina dos homens.
Entre os empreendedores iniciais, o grupo que mais empreendeu em 2014 e 2016 ficou
entre 25 a 34 anos e o grupo com menos empreendedores foi o de 55 a 64 anos.
29
Entre os empreendedores Estabelecidos (TEE) o grupo que mais empreendeu foi a de
45 a 54 anos e a que menos empreendeu foi a de 55 a 64 anos.
As taxas por escolaridades em 2014 constatam-se que entres os empreendedores que
mais atuaram foram os que tinham primeiro grau completo e segundo grau incompleto, ou seja,
nesse período prevaleceu o empreendedorismo por necessidade
Em 2016 houve uma grande evolução no perfil de escolaridade e aqueles com
experiência em pós-graduação empreenderam mais que os demais grupos.
No período de 2014 a 2016, a taxa de empreendedores estabelecidos (TEE) mostra que
os empreendedores com até o segundo grau incompleto é o grupo mais ativo. A realidade do
empreendedorismo por necessidade persiste.
30
4 – CAPANEMA – PA
Capanema está distante 160 km da capital Belém pela rodovia BR 316. É o município
mais desenvolvido da região bragantina no nordeste paraense. Aqui é fabricado o cimento
Nassau, a primeira fábrica de cimento do Estado. Capanema é a cidade que possui melhor
desenvolvimento econômico da região bragantina, isso pode ser comprovado pelo PIB per
capita que está acima da média regional. Por isso, é considerada a Cidade polo da região, tendo
no setor de comércio sua principal força de economia.
Veja abaixo algumas informações:
Tabela 2 – Informações gerais sobre a cidade de Capanema-PA
População estimada 2018: 68.616 habitantes
Área da unidade territorial (km²): 614,693
Densidade demográfica (hab/km²): 103,53
PIB per capita – 2015: R$ 14.477,81
Gentílico: capanemense
Aniversário: 05/11
Fonte: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/capanema/panorama
Segundo dados do IBGE (2015), Capanema possui PIB per capita de R$ 14.477,88,
tornando-se o 1º na colocação da microrregião em qual se insere, num total de 13 municípios.
Comparando entre todos os 144 municípios do Estado do Pará, a cidade ocupa a posição de 31ª
colocação, e entre toda s as cidades do Brasil, ocupa posição de 2821ª num total de 5.570
municípios. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é de 0,655 (IBGE,
2010).
4.1 - Canteiro central da avenida Barão de Capanema
Delimita-se do canteiro central que inicia do Terminal rodoviário Municipal até o final
da mão dupla da Avenida Barão de Capanema, com trajeto de aproximadamente de 1,5 km na
principal avenida da cidade. Essa localidade, é a mais movimentada do município e a área mais
atraente para exercer atividades comerciais, por isso, concentra uma grande quantidade de
31
pessoas que ali se encontram para ofertar seus produtos/serviços para a população do município
e das cidades circunvizinhas que diariamente vem à Capanema.
Na figura 1 observa-se a imagem de alguns empreendimentos localizados no canteiro
central da Avenida Barão de Capanema.
Fonte: Os autores (2018).
Figura 1 - Canteiro central da avenida Barão de Capanema
4.2 - O mapa do emprego em Capanema- Pa.
De acordo com Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que é instrumento de acompanhamento e de
fiscalização do processo de admissão e de dispensa de trabalhadores regidos pela CLT. O
município de Capanema-PA possui atualmente 7.893 pessoas ocupadas formalmente em
empresas privadas e órgãos públicos, esse número representa 11,5% da população total que está
estimada em 68.616 segundo o IBGE (2018).
O gráfico 2 compara o saldo de empregos formais na cidade de Capanema-Pa, no
período de 2015 a 2018. No ano de 2015 o município do estudo teve saldo de140 desempregos,
porém, no ano seguinte houve uma melhoria na geração de empregos, fechando o ano de 2016
com um saldo de 327 de novos postos de trabalho. Já no ano de 2017 houve um novo recuo e o
32
saldo de empregos formais foram reduzidos para somente 5. Para o ano de 2018 a expectativa
é das melhores possíveis, somente no período de janeiro a novembro deste ano, o saldo parcial
está totalizando 438 novos postos de trabalhos gerados na cidade.
Fonte: Elaborado pelos autorres, a partir de informações do MTE, 2018
* Dados ano 2018 referente aos meses de Janeiro à Novembro
Gráfico2 – Saldo de Empregos Formais - Capanema-Pa – Período de 2015 a 2018*
-140
327
5
438
-200
-100
0
100
200
300
400
500
2015 2016 2017 2018
A cidade de Capanema-Pa, como as demais cidades do Brasil sofreram com a crise
econômica que assolou o país desde o ano de 2014 e que ainda está comprometendo a renda
das famílias brasileiras até os dias atuais, em consequência disso os números de empregos
formais diminuíram e assim muitas pessoas perderam seus empregos, muitos desses novos
desempregados sem ter como sustentar suas famílias resolveram adentrar pelo caminho do
empreendedorismo, abrindo seu próprio negócio, como consequência teve um aumento
significativo de formalização de Microempreendedor Individual, conforme mostra o gráfico 3.
33
Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de informações do Portal do MEI, ano 2018
Gráfico 3 - Número de empresas MEI - Capanema – Pa - Período: 2015 à 2018
20152016
20172018
20292320
2635
2527
Fazendo uma comparação no período dos anos de 2017 e 2018 sobre o saldo de
empregos formais e números total de empresas do MEI do município de Capanema, percebe-
se a importância do empreendedorismo para a economia da cidade de Capanema,
principalmente a por necessidade, no qual consegue contornar a falta de empregos formais para
muitas famílias que necessitam de algum tipo de renda para sua sobrevivência. O gráfico 4
mostra a comparação entres esses dois termos analisados e percebe-se uma variação de antítese,
ou seja, no ano de 2017, o saldo de empregos formais foi baixíssimo, somente 5 empregos,
porém, nesse mesmo ano o número de empresas do MEI teve um forte aumento e fechou com
saldo de 2635 empresas. Já no ano 2018 o saldo de empregos aumentou para 438 novos postos
de trabalho e o número de MEI caiu para 2527 empresas ativas, conforme mostra o gráfico a
seguir.
34
Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de dados do MTE e Portal do MEI
Gráfico 4 - Comparativo entre saldo de empregos formais x Total de MEI - Anos 2017/2018
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
5438
2635
2527
Empregos Formais Nº MEI
Ano 2017
Ano 2018
4.3 - Estudo para identificação das oportunidades de negócios
A pesquisa foi realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE) no ano de 2016 e apresenta as oportunidades de negócios para a Região
do Caeté, com base em análise do comportamento dos consumidores, dos empresários locais e
dos visitantes das regiões em estudo. Porém, foram retirados desse estudo apenas as
informações pertinentes à cidade de Capanema.
O relatório de pesquisa apresenta resultados do estudo realizado junto à população
moradora da Região do Caeté no Estado do Pará. Os principais objetivos deste estudo estiveram
relacionados com a identificação dos tipos de negócios existentes na região, avaliando o
potencial de consumo da população com base em uma listagem contendo 92 itens relacionados
a bens e serviços e dessa forma, apontar áreas com maior potencialidade para novos negócios.
Segundo dados da pesquisa, na cidade de Capanema, segue a relação dos negócios com maiores
índices de oportunidades.
Livraria
Farmácia artesanal
Restaurante à lá carte.
Casa lotérica
35
Manutenção de ar condicionado
Loja de roupas / confecções / vestuário
Peixaria
Loja artesanato / acessórios
36
5 – METODOLOGIA
Essa pesquisa bibliográfica tem caráter quali-quantitativa, pois a pesquisa qualitativa
possibilita a investigação de conceitos, sentimentos e motivações que antecedem ou estão
presentes no comportamento do indivíduo, já a pesquisa quantitativa traduz em números
opiniões e informações para classificá-los e organizá-los, utilizando métodos estatísticos
(BOAVENTURA, 2004). Já Koche (2011, p. 122), explica que “a pesquisa bibliográfica é a
que se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a
partir das teorias publicadas em livros ou obras congêneres”, portanto para entender mais sobre
o tema deste trabalho, foi feito uma pesquisa sobre a temática estudada para ampliar os
conhecimentos dos autores e assim compreender melhor o problema da pesquisa
Conforme Teixeira (2010, p.137), “na pesquisa qualitativa o pesquisador procura
reduzir a distância entre a teoria e os dados”. Já na pesquisa quantitativa segundo Teixeira
(2010, p.136) “utiliza a descrição matemática como linguagem, ou seja, a linguagem
matemática é utilizada para descrever as causas de um fenômeno”.
A pesquisa também é considerada como pesquisa de campo, na visão de Prodanov
(2009, p. 59) “pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações
e/ou conhecimentos a cerca de um problema para qual procura-se uma resposta”. O mesmo
autor também orienta que o pesquisador deve observar como os processos acontecem sem
interferir na sua execução, para que assim possa conseguir observar com de fato tais processo
realmente acontecem na localidade do estudo.
A pesquisa é de natureza exploratória, pois busca um maior conhecimento do tema
abordado. Para Appolinário (2011, p. 75), a pesquisa exploratória tem por objetivo “aumentar
a compreensão de um fenômeno ainda pouco conhecido, ou de um problema de pesquisa ainda
não perfeitamente delineado”.
O estudo também está relacionado à pesquisa descritiva, pois sua principal finalidade é
descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de
relações entre variáveis. São vários os estudos que podem ser classificados sob este título e uma
de suas características mais significativas aparece na utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados. (GIL, 1999)
Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário semiestruturado,
composto de um texto explicativo que foi aplicado pelos pesquisadores junto aos
empreendedores do canteiro central da Avenida Barão de Capanema. O instrumento de coleta
37
de dados questionou os seguintes aspectos: perfil socioeconômico dos trabalhadores do canteiro
central da Avenida Barão de Capanema,
Foram coletados dados sobre o número de empregos formais e o saldo de admissões e
demissões de trabalhadores no município de Capanema-Pa do ano de 2015 a novembro de 2018
no site do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE).
Também foram coletados dados no site do portal do empreendedor sobre o número de
empreendedores enquadrados no programa Microempreendedor Individual (MEI) no município
desta pesquisa.
Após a coleta de dados foi utilizado o programa Excel para tabulação dos dados
coletados e consequentemente a criação de gráficos para facilitar a análise e a compreensão das
informações coletadas durante a pesquisa.
38
6 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 - Sobre a pesquisa
O estudo foi realizado com os proprietários das barracadas fixas localizadas no canteiro
central da avenida Barão de Capanema, haja vista que existe bastante trabalhadores que atuam
nessa localidade com barracas móveis, esses por sua vez não entraram nos dados da pesquisa,
pois fica difícil mensurar todos que ali utilizam o canteiro como forma de propagar negócios
comerciais.
Durante a pesquisa, foram contabilizadas 66 barracas fixas ao longo do trajeto do estudo,
porém, participaram do questionário 47 proprietários de barracas comerciais, totalizando
71,21% dos empreendedores. Os demais, 4 não quiseram participar do estudo, representando
6,06% e 15 proprietários de barracas não foram localizados, ou seja, 22,73% do total geral. Vale
ressaltar que com o objetivo de encontrar esses proprietários, foram feitas três visitas ao local,
em horários diferentes, porém, em todos os casos, as barracas estavam fechadas ou os
proprietários não se encontravam.
O questionário foi aplicado aos empreendedores pelos próprios pesquisadores, que liam
as perguntas e explicava aos entrevistados, e assim as respostas iam sendo anotadas nos
questionários. A pesquisa foi realizada no período entre 26/12/2018 à 02/01/2019, nos turnos
da manhã, tarde e noite.
O gráfico 5 mostra o número total de empreendimentos localizados no perímetro da
pesquisa, assim como o número exato de empreendedores que participaram desta pesquisa.
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 5 - Números totais de empreendedores da pesquisa
Participantes
71,21%
Não quiseram
participar6,06%
Não
localizados/Fechados22,73%
Total:
47
Total:
15
Total:
4
39
6.2 - Dados sociais
Do total de 47 empreendedores participantes da pesquisa, destaca-se a predominância
do sexo masculino, o estudo mostra que 30 pessoas são do sexo masculino, ou seja, 64% do
total e 17 do sexo feminino, totalizando 36%. O resultado comprova o que já mencionado pela
revista GEM 2016, no qual detalha que há a predominância de empreendedores masculinos à
frente dos empreendimentos. Como destacado pela revista GEM, um dos grandes obstáculos
para as mulheres é o fato de ter jornada dupla de trabalho, ou seja, a mulher ao voltar do seu
comércio, ainda tem que cuidar de filhos, da casa, isso acaba gerando grande desgaste para a
continuação do seu empreendimento, conforme mostra o gráfico 6.
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 6 - Classificação por gênero
0
5
10
15
20
25
30
FEMININO
MASCULINO
17
30
36%64%
Na questão idade, o resultado do estudo mostra que a predominância é das pessoas acima
dos 34 anos, o qual corresponde a 66% do total de empreendedores. Dados semelhantes foram
divulgados pela GEM 2016, no qual mostrou que para empreendedores estabelecidos no Brasil,
o grupo de 45 a 54 anos foi o que mais empreendeu no período de 2014 a 2016. Na localidade
do estudo, destaca-se a predominância para o grupo de faixa etária acima dos 50 anos, o qual
totalizou 26% entre todos os entrevistados, conforme mostra o gráfico 7.
40
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 7 - Classificação por Idade
Entre 19 e 25 anos
19%
Entre 26 e 33 anos
15%
Entre 34 e 41 anos
23%
Entre 42 e 49 anos
17%
50 anos ou mais
26%
No que envolveu o assunto de raça dos entrevistados, a predominância foi da cor parda,
num total de 51% do geral, seguido de branco 30% e preto 17%.
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 8 - Classificação por Cor/Raça
Branco (a)
30%
Pardo (a)
51%
Preto (a)
17%
Amarelo (a)
2%
Branco (a) Pardo (a) Preto (a) Amarelo (a) Indígena
No quesito escolaridade, o perfil dos empreendedores teve maior destaque para os que
tem ensino médio completo, com um total de 57% encaixando nesse perfil escolar, seguindo de
ensino fundamental com 19%.
41
Apesar da maioria dos empreendedores possuírem ensino médio completo, a taxa de
empreendedores que conseguiram chegar no ensino superior é muito baixa, chegando apenas
10% do total pesquisados.
Dados da GEM (2016) para o grau de escolaridade dos empreendedores no Brasil
mostram a predominância dos que tem ensino médio incompleto, ou seja, são aqueles mais
ativos no mercado, porém, a mesma pesquisa divulga que há uma evolução do perfil no grau de
escolaridade dos empreendedores.
Tal evolução do grau de escolaridade é percebido na pesquisa realizada com os
empreendedores que trabalham no canteiro central da Avenida Barão de Capanema, como
mostram os dados desse estudo, onde há um número significativo de empreendedores que
possuem o ensino médio completo e outros cursando ensino superior e alguns já concluídos a
graduação.
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 9 - Grau de escolaridade
15%
19%
9%
47%
6%
4%
1ª à 4ª série do ensinofundamental
5ª à 8ª série do ensinofundamental
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Ensino superior incompleto
Ensino superior completo
Quanto ao estado civil dos empreendedores do canteiro, a grande maioria são casados,
o qual totaliza 75% do geral, ou seja, são pessoas que já constituíram famílias e tem no seu
comércio praticamente sua única fonte de recursos financeiros para sustentar suas famílias. Na
maioria dos entrevistados, as famílias são constituídas com até dois filhos (34%), porém, existe
um número expressivo para aqueles que ainda não tem filhos (30%). Esses dados podem ser
visualizados nos gráficos 10 e 11 a seguir.
42
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 10 - estado civil
23%
75%
2%
Solteiro (a)
Casado (a) / mora com um (a) companheiro (a)
Separado (a) / divorciado (a) / desquitado (a)
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 11 - Número de filhos
10%
34%
11%
15%
30%
Um (a)
Dois (duas)
Três
Quatro ou mais
Não tenho filhos (as)
Ao que se trata de moradia, os resultados compravam que a maioria dos trabalhadores
em questão vivem em moradias próprias (90%), porém, 6% ainda não conseguiram sair do
aluguel, seguidos daqueles que vivem em residências cedidas por familiares ou parentes (4%).
43
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 12 - Moradia
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
PRÓPRIA ALUGADA CEDIDA
90%
6%4%
Constatou-se também nos resultados desta pesquisa, que nas residências dos
pesquisados há um número grande de pessoas que convivem no mesmo local, podendo ser
comprovado nos resultados obtidos de 53% do total para aquelas residências que tem mais de
quatro pessoas morando no mesmo local, sendo a renda proveniente da atividade o único meio
para arcar com as despesas básicas para sobrevivência.
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 13 - Número de Intregrantes na Residência
02
46
810
1214
16
Cinco ou mais Quatro Três Duas pessoas Moro sozinho (a)
0%13%
34%
28%
25%
44
6.3 - Dados Econômicos
No objeto de estudo dessa pesquisa, o canteiro central da avenida Barão de Capanema,
há uma diversificação das atividades comerciais existente no perímetro estudado. Nos
resultados obtidos percebe-se que a maior fatia de mercado engloba a atividade comercial de
alimentos, o qual corresponde a 36% do total, ficando logo atrás a de serviços com 23% da
atividade comerciais mais ofertadas ao longo desse canteiro comercial, destaque para os
serviços de assistência técnica de celular que tem um número expressivo de pontos comerciais.
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 14 - Ramo da atividade
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
ServiçosAlimentos
VestuárioArmarinhos
Outros
23%
36%
4%
17% 19%
Outro fator importante que merece destaque na pesquisa está relacionado a formalização
e a informalidade dos empreendedores, constatou-se durante a pesquisa que dos 47
empreendedores pesquisados, 27 empreendedores afirmaram que trabalham na informalidade,
esse número representa 57% dos participantes da pesquisa, dentre os informais, 56% afirmaram
que pretendem se formalizar como Microempreendedor Individual e assim sair da
informalidade e 44% afirmaram que não pretendem abrir empresas e que vão continuar
trabalhando da mesma forma dentro da informalidade.
Vale destacar que 20 empreendedores estabelecidos no local da pesquisa são
formalizados, representando 43% do total de 47 pesquisados, esses empreendedores recolhem
impostos como: ISS (prefeitura), ICMS (estado) e contribuem para previdência social, sendo
45
amparados em caso de doença, licença maternidade e outros benefícios que o empreendedor
formal tem direito. Gerando também recursos com impostos (ISS) para os cofres da prefeitura.
Nota-se que há um equilíbrio em relação aos empreendedores formais e informais que
trabalham no local da pesquisa, uma análise mais detalhada pode ser verificada nos gráficos 15
e 16.
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 15 - Enquadramento do empreendimento
Empresa formal; 20Informalidade; 27 43%
57%
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 16 - Análise dos empreendedores informais que pretendem se formalizar
15
12
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não
56%
44%
46
Ao analisar o tempo que esses trabalhadores exercem suas atividades no local do estudo,
nota-se um número expressivo para aqueles que trabalham no local há mais de cinco anos, o
qual equivale a 60% do todo pesquisado. Os que tem menos de um ano de atividade no local
representam somente11%, como pode ser verificado no gráfico 17.
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 17 - Tempo de atividade
5
10
2 2
28
Menos de 1 ano 1 a 2 anos 2 a 3 anos 3 a 4 anos Mais de 5 anos
11%
21%
4% 4%
60%
Durante a pesquisa, foi analisado que a maioria dos empreendimentos do local estudado
são compostos de pequenos comércios, muitos deles tendo apenas o proprietário trabalhando
no local, o qual corresponde a 26%, aqueles empreendimentos que tem um colaborador, tem
número representado por 51% do total. Porém, tem comerciantes que enquadra na classificação
de possuir quatro ou mais colaboradores dentro do seu empreendimento, no qual representa 4%
do total dos quarenta e sete empreendedores participantes dessa pesquisa, como mostra o
gráfico a seguir.
47
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 18 - Quantidade de pessoas que trabalham no empreendimento
12
24
7
2 2
0
5
10
15
20
25
30
Nenhum 1 2 3 4 ou mais
51%
26%15%
2% 2%
Quando mencionado sobre o que levou os empreendedores do canteiro central da
avenida Barão de Capanema a adentrarem no negócio atual, trinta e uma pessoa, ou seja, 66%
responderam que a vontade de abrir seu próprio negócio foi o que vislumbrou a iniciar no
mundo do empreendedorismo. Logo em seguida com 32% são representados pelos
empreendedores que se aventuraram no empreendedorismo por falta de oportunidade de
trabalho nas empresas formais do município, conforme mostra o gráfico 19.
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 19 - Motivos que levaram a empreender
Falta de oportunidade
em empresa formal
Demissão do
emprego
Vontade de abrir o
próprio negocio
66%
32%
2%
48
Em relação aos valores da renda mensal (lucro) dos empreendedores a partir da atividade
comercial desempenhada, a maioria confirmou obter mensal renda de até dois salários mínimos,
esse total corresponde a 53% do total de comerciantes entrevistados. A segunda classificação
mais respondida foi aos que se enquadram com renda mensal líquida de até um salário mínimo,
o qual corresponde a 28%. Um caso isolado foi detectado, ao afirmar obter proventos mensal
da sua atividade de no valor compreendido entre quatro a seis salario mínimos, esse casso
corresponde ao total de 2% do geral de empreendedores que responderam o questionário.
Renda mensal
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 20 - Renda Mensal
0
5
10
15
20
25
30
ATÉ 1 SALÁRIO 1 A 2 SALÁRIOS 2 A 4 SALÁRIOS 4 A 6 SALÁRIOS
13
25
8
1
Vale ressaltar que a maioria desses comerciantes são os únicos a levar renda para suas
residências, ou seja, são os grandes pilares de suas famílias, que sem essas rendas provenientes
do comércio do canteiro central provavelmente suas famílias passariam por necessidades.
Como demonstra os números do gráfico 21, o qual permite observar que 30% dos entrevistados
são as estruturas que sustentam suas residências o qual contam com mais de cinco pessoas em
sua família. A renda mensal do empreendedorismo do canteiro central de 23% dos
entrevistados, dão base de sustentação para famílias com até quatro integrantes.
49
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 21 - Quantidade de pessoas sustentadas com a renda do empreendimento
2
8
1211
14
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1 pessoa 2 pessoas 3 pessoas 4 pessoas 5 pessoas ou
mais.
17%
26%
4%
23%
30%
Portanto ressalta-se a importância social que os empreendimentos têm para a vida das
pessoas que de lá tiram os proventos para suprir as necessidades básicas de sobrevivência,
proporcionando uma vida digna para os integrantes de suas famílias, assim como também
movimentam o comércio local, comprando e gerando receitas para o município.
50
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O empreendedorismo está presente no dia-a-dia das pessoas em toda parte do mundo,
sendo que o desenvolvimento econômico e social de um país, estado ou até mesmo o município
passa pela ajuda dos empreendedores. Nos momentos de crise, pessoas criam mais, inovam
mais e isso acaba por ajudar a driblar a crise, propagando novos comércios e gerando novos
postos de trabalho.
Em Capanema, percebe-se o grande número de pessoas que buscam através do
empreendedorismo soluções para sanar a falta de empregos e outros que buscam sua
independência financeira sendo seu próprio patrão. E um dos perímetros mais atraentes para as
atividades comerciais acaba sendo a principal avenida da cidade, local do estudo desta pesquisa.
Desde o ano de 2011, com a ação civil pública nº 03/2011-MP/2ª PJCAP, o Ministério
Público do Estado do Pará tenta buscar soluções junto a prefeitura de Capanema para a retirada
dos trabalhadores do canteiro central da Avenida Barão de Capanema, como pedido da policia
Militar que deseja implantar câmeras de segurança nessa avenida para dar mais segurança à
população. Esse assunto acaba dividindo opiniões da população.
Os dados desta pesquisa é o resultado de um estudo relativamente profundo sobre os
empreendedores do canteiro central da avenida Barão de Capanema, até então, nunca se viu um
estudo detalhado para estes empreendedores nesta localidade. Para alcançar esse objetivo não
foram medidos esforços em buscar informações necessárias que alimentassem o conhecimento
sobre o campo de estudo, e assim poder divulgar para sociedade um estudo que mostra nas
entrelinhas o lado social e econômico desses trabalhadores e o grau de importância que o
canteiro central representa para a vida de cada um deles que ali se faz presente diariamente para
suas atividades comerciais.
Respondendo à pergunta problematização de pesquisa, o presente trabalho identificou
que os trabalhadores situados no canteiro central da Avenida Barão de Capanema,
proporcionam um impacto positivo para o município, haja vista que os mesmos geram receitas
para a cidade, aumentam o índice de pessoas ocupadas, pois 43% dos empreendedores são
formalizados que pagam seus impostos e contribuem diretamente para o município.
Para responder o objetivo geral do trabalho a pesquisa conseguiu identificar o perfil
social e econômico dos trabalhadores. De forma especifica identificou-se que em sua maioria
os empreendedores são; homens, casados, com ensino médio completo, e estão acima dos 34
anos de idade. Também conseguiu-se quantificar os que são formalizados e os informais e a
51
renda mensal que os trabalhadores conseguem obter com a atividade empreendedora
desemprenhada no perímetro da pesquisa.
O estudo mostra que não é só o empreendedor que está presente na Barão, trabalhando
todos os dias, lá também está presente a esperança de um futuro melhor para a sua família, que
depende da renda proveniente da atividade para conseguir arcar com suas necessidades. É
importante destacar que não são apenas 66 empreendedores que vivem dessa renda e sim
centenas de pessoas que estão esperando por eles em seus lares.
O comércio nesta localidade não para de crescer, empreendimentos que começaram
pequenos, vem crescendo e atraindo cada vez mais público, seja pela quantidade de produtos e
serviços ofertados ou também pelos preços mais acessíveis que nas grandes empresas do
município.
Ao realizar essa pesquisa percebeu-se a importância dos empreendedores localizados no
perímetro do estudo para o município de Capanema-Pa., haja vista que os que são formalizados
contribuem diretamente com impostos, como ISS, ICMS e INSS. Já os que não são
formalizados contribuem indiretamente, pois com a renda provenientes da atividade
empreendedora, estas pessoas tornam-se também consumidores nos demais comércios da
cidade, ajudando a aquecer a economia local.
Com a recente notícia dada pela prefeitura municipal de Capanema da construção de um
shopping popular para abrigar os empreendedores do canteiro central da avenida Barão de
Capanema, deixa-se como sugestão para pesquisas futuras avaliar impacto que o novo espaço
trará para os empreendedores dessa localidade, tais como: aumento ou diminuição em suas
rendas, crescimento ou retração do seu comércio.
52
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TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. In: As três
metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 2010
54
ANEXOS
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CAMPUS CAPANEMA
QUESTIONÁRIO SOBRE O PERFL SOCIOECONÔMICO DOS MPREENDEDORES
DO CANTEIRO CENTRAL DA AVENIDA BARÃO DE CAPANEMA.
Prezado participante, este questionário tem como objetivo conhecer o perfil socioeconômico
dos trabalhadores do canteiro central da avenida Barão de Capanema. Com suas informações
iremos identificar a relevância social e econômica que essa categoria proporciona para o
município.
Desde já, agradecemos sua valiosa colaboração.
Discentes do curso de Administração: Almir Rogério Farias Macedo
Ávila Junior de Sousa Amaral
Orientadora: Prof.ª Dra. Eleci Terezinha Dias da Silva.
Questionário:
1. Qual o seu sexo?
(A) Feminino.
(B) Masculino
2. Qual a sua idade?
(A) Menos de 18 anos.
(B) 18 anos.
(C) Entre 19 e 25 anos
55
(D) Entre 26 e 33 anos
(E) Entre 34 e 41 anos
(F) Entre 42 e 49 anos
(G) 50 anos ou mais
3. Como você se considera:
(A) Branco (a).
(B) Pardo (a).
(C) Preto (a).
(D) Amarelo (a).
(E) Indígena.
4. Qual seu estado civil?
(A) Solteiro (a).
(B) Casado (a) / mora com um (a) companheiro (a).
(C) Separado (a) / divorciado (a) / desquitado (a).
(D) Viúvo (a).
5. Qual seu grau de escolaridade?
(A) 1ª à 4ª série do ensino fundamental
(B) 5ª à 8ª série do ensino fundamental
(C) Ensino médio incompleto.
(D) Ensino médio completo.
(E) Ensino superior incompleto.
(F) Ensino superior completo.
(G) Pós-graduação.
6. Quantos (as) filhos (as) você tem?
(A) Um (a).
(B) Dois (duas).
(C) Três.
(D) Quatro ou mais.
(E) Não tenho filhos (as)
56
7 – A casa onde você mora é?
(A) Própria
(B) Alugada
(C) Cedida.
8. Quantas pessoas moram em sua casa?
(A) Duas pessoas.
(B) Três.
(C) Quatro.
(D) Cinco.
(E) Mais de seis.
(F) Moro sozinho (a).
9 – Em qual ramo sua atividade está inserida?
(A) de serviços
(B) alimentos
(C) vestuário
(D) Armarinhos
(E) Outros
10 - O seu negócio se enquadra dentro de qual opção?
(A) Empresa formal
(B) Informalidade
11 - Caso, atue dentro da informalidade, tem planos para se formalizar?
(A) Sim
(B) Não
12. Em quais das opções se enquadra o valor da sua renda mensal, provenientes da
atividade mencionada acima?
(A) Até 1 salário mínimo (até R$ 954,00).
(B) De 1 a 2 salários mínimos (de R$ 954,00 até R$ 1.908,00).
(C) De 2 a 4 salários mínimos (de R$ 1.908,00 até R$ 3.816,00).
(D) De 4 a 6 salários mínimos (de R$ 3.816,00 até R$ 5.724,00).
57
(E) De 6 a 8 salários mínimos (de R$ 5.724,00 até R$ 7.632,00).
(F) Acima de 8 salários mínimos (R$ 7.632,00).
13 – Quantas pessoas são sustentadas com a renda familiar provenientes da atividade
mencionada?
(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5 ou mais
14. Quanto tempo trabalha nessa atividade?
(A) Menos de 1 ano
(B) De 1 a 2 anos
(C) De 2 a 3 anos
(D) De 3 a 4 anos
(E) Mais de 5 anos
15 - Além de você, quantas pessoas trabalham no negócio?
(A) Nenhum
(B) 1
(C) 2
(D) 3
(E) 4 ou mais
16 - O que levou o senhor (a), a abrir o próprio negócio?
(A) Falta de oportunidade em empresa formal
(B) Demissão do emprego
(C) Vontade de abrir o próprio negocio
(D) Complementar a renda
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