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8/18/2019 Monografia Pires Ferreira-ce Toinha
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INSTITUTO DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO TEOLOGICA - IFETE
CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA
ANTONIA BEZERRA DE SOUSA
SANTAS MISSÕES POPULARES NO MUNICIPIO DE PIRES FERREIRA
PIRES FERREIRA – CE2014
8/18/2019 Monografia Pires Ferreira-ce Toinha
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ANTONIA BEZERRA DE SOUSA
SANTAS MISSÕES POPULARES NO MUNICIPIO DE PIRES FERREIRA
Monografia apresentada ao Instituto de
Formação e Educação Teológica. IFETE como
cumprimento parcial para obtenção de grau de
Bacharel em Teologia. Sob orientação do prof.
Esp.Antônio Gonçalves Sobreira.
PIRES FERREIRA – CE2014
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Monografia apresentada ao Instituto de Formação e Educação Teológica IFETE
como cumprimento parcial para obtenção do grau de Bacharel em Teologia.
ANTONIA BEZARRA DE SOUSA
Monografia aprovada em ____/____/___
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________
Prof. Esp.Antonio Gonçalves Sobreira
___________________________________________________________________
1º Examinador
___________________________________________________________________
2º Examinador
___________________________________________________________________
Coordenador do curso
__________________________________________________________________________________
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Agradeço primeiramente a Deus e aos
meus pais que mim deram força paraenfrentar mais um obstáculo em minha
Vida.
Também agradeço aquelas pessoas que
mim incentivaram e ajudaram a realizar
um sonho muito importante.
A coordenadora Sheila que por muitasvezes pensei em desistir mais sempre
ela estava ali dando força e coragem
para continuar.
Ao professor e orientador Antônio
Gonçalves Sobreira que mim ajudou
bastante no meu trabalho.
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A todos que fazem parte do meu
cotidiano. Obrigado Deus por mais uma
vitória!
Dedico ao meu anjo grande anjo da
guarda, tio Jose que nas horas mais difícil
mim deu uma força, nos momentos das
dificuldades ele estava sempre pronto
para me ajudar
.Aos meus familiares e amigos que
sempre estavam dando apoio.
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RESUMO
Este trabalho foi realizado na localidade de Santa Tereza II em Pires Ferreira -Ceará. A pesquisa foi realizada de duas maneiras. Dentro do município, foram
entrevistados o Pároco, as missionárias da cidade de Cariré – Ce e Sante Tereza II
– Pires Ferreira – Ce. A outra forma se baseou em pesquisa bibliográfica. O trabalho
trata de questões que relacionam a história das Santas Missões Populares com a
compreensão do trabalho evangelizador nos dias atuais. Inicialmente, esclarece-se
que o conceito de Missionário é entendido de maneira abrangente, envolvendo não
apenas os aspectos religiosos, mas também os aspectos educativo e social do atode evangelizar. A seguir, são apresentadas reflexões a respeito do papel do
missionário na educação religiosa para um melhor viver entre as Nações. Como
conclusão, mostra-se como aconteceu a missão evangelizadora no município,
objetivando oferecer subsídios para que possa existir um contato prazeroso,
formativo e saudável dos leigos com a Boa Nova deixada por Jesus Cristo.
Pavavras – chave: Missão; Jesus Cristo; Evangelizador.
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ABSTRACT
This work was conducted in the locality of Santa Tereza Pires Ferreira II - Ceará. The
survey was conducted in two ways. Within the municipality, we interviewed the
pastor, missionary city Cariré - Sante Ce and Tereza II - Pires Ferreira - Ce. The
other way is based on literature research. The work deals with issues that relate the
story of the Holy Parish Missions with understanding the evangelizing work today.
Initially, it is clarified that the concept of Mission is understood in a comprehensive,
involving not only the religious aspects, but also the educational and social aspects
of the act of evangelizing. The following reflections are presented on the role of the
missionary in religious education for better living among nations. In conclusion, it is
shown how it happened the evangelizing mission in the city, aiming to provide
subsidies so it can be a pleasurable and healthy formative contact with the laity left
the Good News of Jesus Christ.
Key-Word: Mission; Jesus Christ; Evangelizer.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................9
1 AS SANTAS MISSÕES NO BRASIL.................................................................................11
1.1 Conversão pessoal e participação comunitária: elementos essenciais para a
missão........................................................................................................................15
1.2 Santas Missões Populares: Por quê................................................................................16
1.3 Santas Missões Populares: para quê e onde..................................................................17
2 AS SANTAS MISSÕES POPULARES HOJE .................................................................19
2.1 O sentido antropológico da missão..................................................................................20
2.2 O sentido bíblico-teológico da missão..............................................................................22
2.3 A missão popular e sua influência na sociedade contemporânea...................................26
3 A MISSÃO POPULAR NA CIDADE DE PIRES FERREIRA...........................................30
3.1 A participação dos Leigos na Missão...............................................................................30
3.2 O surgimento das missões em Pires Ferreira..................................................................31
3.3 As Santas Missões na localidade de Santa Tereza II – Pires Ferreira – Ce...................34
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................37
REFERENCIAS BIBLIOGRAFIA..........................................................................................38
ANEXOS.................................................................................................................................39
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INTRODUÇÃO
Este trabalho está sendo elaborado, graças à certeza e à particularidade das
Pontifícias Obras Missionárias. Trata-se de um escrito significativo para a missão
evangelizadora, para o qual buscou - se apoio e suporte no que se refere à pesquisa da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o caloroso encorajamento da Paróquia
de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Pires Ferreira – Ce, no que se direciona para a
Evangelização dos Povos.
As Santas Missões Populares são de máxima importância para a Igreja que está no
Brasil, pois, animam e formam missionariamente os pastores, que constituem o meio e amaneira de tornar toda a Igreja efetivamente missionária.
Há também dentro dos objetivos das Missões, uma grande necessidade de preparar
os futuros missionários para que venham a ser pastores e evangelizadores. Sabe – se que
existe um outro motivo para o acontecimento das Missões. A Igreja que está no Brasil é um
caminho para as inovações, da vitalidade e da missão no meio dos países da América
Latina.
Todo o pensamento em termos de teologia se compreende como teologia da
libertação, e o consequente trabalho pastoral, que se espalhou especialmente nas Igrejas
jovens da África e da Ásia, nasceram no Brasil por uma paixão denominar missão popular.
Esta prática está voltada para explicar como fazer para que o Reino de Deus chegue
e seja realizado na sociedade contemporânea, onde a injustiça, a desmoralização e a falta
de dignidade da pessoa constituem ainda uma realidade pouco conhecida aos olhos dos
donos da situação.
Por isso, a Igreja brasileira transformou os seus métodos pastorais e a sua reflexão
de fé, através de um intenso processo de leitura da história, de conscientização, de escolhas
pastorais e de novos instrumentos de catequese. Notou – se uma grande parte do povo
tomando em suas mãos a mensagem de Cristo, voltando a interpretá-la e construir hábitos e
virtudes para com os ensinamentos do Reino de Deus.
Em tudo isto estava incluída também a missão evangelizadora em outras culturas e
outros continentes. Aliás, deseja-se transplantar a metodologia pastoral-evangelizadora para
as demais Igrejas com situações socioeconômicas parecidas com às do Brasil.
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A vocação e a existência missionária, que são essenciais ao discípulo de Jesus
Cristo, declarada e desejada por todas as Igrejas da América, não alcançou o
amadurecimento e ainda deve manifestar toda sua potencialidade. Este trabalho tem em
vista a idéia de mostrar movimento e participação na missão universal, levando a Boa Novapara todos os povos.
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1 AS SANTAS MISSÕES NO BRASIL
As Santas Missões populares no Brasil têm início no ano de 1990, no Estado
do Pará, entre alguns agentes pastorais e lideranças das CEBs (Comunidades
Eclesiais de Bases). Constatava - se, com satisfação, muitos aspectos positivos; ao
mesmo tempo percebia - se que as pastorais, em geral, apesar de iniciativas
generosas, não conseguiam sintonizar com as intenções da maioria da população.
Muitos católicos viviam afastados de suas comunidades (um problema que continua
até hoje).
Via - se que as causas disso não estavam somente no povo, mas também na
maneira de fazer pastoral; sentia-se a necessidade de buscar caminhos novos. De
repente, uma pergunta é lançada: E por que não fazer Santas Missões? Sentia-se a
necessidade de que os missionários viessem do meio do povo; que as Santas
Missões fossem mais existenciais, mais presentes, mais abertas aos problemas
humanos e sociais; e também que entre os objetivos não faltassem o cultivo do
seguimento a Jesus Cristo, a valorização e a defesa da vida.
Com as Missões Populares pensávamos em intensificar a caminhada das
comunidades, fazendo das paróquias, onde elas iriam acontecer, uma rede
de pequenas comunidades eclesiais. Nesse sentido, a primeira
experiência realizou-se em 1991, numa paróquia do sul do Pará, Xinguara
– na época, uma região marcada pela violência do latifúndio. Foi uma
experiência inesquecível. As pessoas mais envolvidas, cerca de duzentos
missionários, entre os locais e os que tinham vindo de outras paróquias
para ajudar nos dias de maior pique, queriam continuar. (MOSCONI, 2004,
p. 153).
Continuou - se e nunca mais parou. Ao longo desses anos foram preparados
mais de cem mil missionários - jovens, adultos, idosos - das Santas Missões
Populares. Assistiu - se o nascimento de um movimento missionário.
As Missões Populares não são um movimento pastoral à parte e, sim, um
serviço à Pastoral. Elas levam em conta as pessoas, a realidade pastoral do lugar e
as grandes opções da Igreja na América. As Missões Populares são um tempo
especial pela intensidade da proposta e por uma finalidade pedagógica.
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O normal da vida é o cotidiano, o dia-a-dia. As Missões Populares querem ser
um serviço ao cotidiano da vida, relembrando e atualizando rumos, valores, atitudes
e posturas. A vida precisa, de vez em quando, de um tempo especial, para acordar,
para sacudir; é uma necessidade de muitos tempos atrás. De fato, quase sem
perceber, cai - se na rotina e corre – se o perigo de viver uma vida repetitiva,
rasteira, acomodada, arrastada, sem sonhos.
De acordo com (MOSCONI, 2004), o mesmo perigo acontece também nos
trabalhos pastorais. É importante perceber avanços, impasses, recuos, para agir
eficazmente nelas através das Santas Missões Populares (fazer um trabalho de
grupo ou cochicho para levantar as atitudes e os elementos que bloqueiam uma
pastoral missionária profética no dia-a-dia).
As Missões Populares querem marcar presença significativa nessas situações
pastorais. Situações das quais elas podem também se tornar vítimas. Isso depende
muito do nível de consciência das equipes pastorais que conduzem o processo.
As Missões Populares devem atingir toda a área da paróquia, tanto o
interior como a cidade, onde querem provocar uma mexida significativa e
ajudar a fazer da paróquia uma rede de pequenas comunidades eclesiais. As Missões Populares são uma proposta da Igreja Católica, mas estão
abertas a todas as pessoas que moram no território onde elas acontecem.
Sem fanatismo, sem concorrência, sem ingenuidade (MOSCONI, 2004, p.
162).
Forma-se uma coordenação paroquial com a tarefa de articular e acompanhar
todo o processo. Para evitar trabalhos paralelos, sugere-se que a coordenação seja
assumida pelo mesmo conselho pastoral paroquial ampliado.
A coordenação enviará uma carta circular a todos os grupos, pastorais,
comunidades, movimentos, dando a boa notícia. A partir desse momento, a Missão
Popular torna-se o eixo de toda pastoral. A paróquia deve evitar, nesse período,
trabalhos paralelos, pois são altamente prejudiciais. Intensifica-se a seleção dos
missionários e das missionárias, em cada setor.
Este trabalho deve ser feito de uma maneira clara, cativante, consciente,
responsável, aberta, ao estilo de Jesus, que deu chance até a pessoas “suspeitas” e
inexperientes, como os apóstolos, na maioria pescadores; Judas, os simpatizantes
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do movimento zelota; as mulheres como Maria Madalena e a samaritana.
Organizam-se várias equipes de serviço para preparar o primeiro retiro dos
missionários. Essa etapa leva cerca de três meses.
Há um crescendo de atividades destinadas a acordar e envolver o maior
número possível de pessoas nas propostas das Missões Populares. Essa etapa
começa com o primeiro grande retiro dos missionários. No final do retiro ocorre a
Missa de envio dos missionários com a presença do maior número possível de
pessoas de toda a paróquia. Esse período tem a duração de sete a dez meses, com
sugestão de atividades específicas a cada mês, fruto de experiências comprovadas
ao longo desses anos.
Em seu decorrer, haverá outros dois grandes retiros para os missionários
locais, pois são eles que conduzem todo o processo das Santas Missões Populares.
A grande semana missionária. É o momento mais intenso, mais celebrativo da
Missão Popular. É a “etapa do saborear” a beleza do Evangelho vivido,
testemunhado, celebrado. É uma etapa profundamente eclesial, com a presença de
missionários (leigos, padres, religiosas) vindos de outras paróquias e comunidades
e, na medida do possível, do bispo diocesano.
A etapa da pós-missão é aprofundar e articular todas as forças vivas que
despertaram ao longo das etapas anteriores. Duração: um ano (até o aniversário da
semana missionária). É uma etapa muito importante. É em seu decorrer que se pode
verificar se foi bem captado o espírito da Missão Popular e se ela foi bem
acompanhada.
É importante organizar em setores missionários toda a área onde vai
acontecer a Santa Missão Popular, em vista de contatos mais
personalizados e do surgimento de missionários e seu respectivo
acompanhamento. Baseado em experiências anteriores, nas áreas do
interior, o setor deve ser formado por duas a quatro comunidades
próximas, para permitir um trabalho em conjunto. Quando em certos
lugares, por causa das distâncias, não é possível juntar comunidades,
buscam-se outras soluções (MOSCONI, 2004, p. 163).
Nas grandes cidades, para permitir um trabalho bem personalizado, achamosque cada setor deve atingir uma área de cerca três mil habitantes (nas cidades
menores, os setores podem ter menor número). A Missão Popular acontece em
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todos os setores com a mesma programação, decidida nos grandes retiros dos
missionários.
Optamos por uma presença numerosa, qualificada, participativa demissionários. Por causa do papel fundamental dos missionários nas Missões
Populares, sua formação e seu acompanhamento são de grande importância.
Geralmente, pastorais, grupos, comunidades, movimentos eclesiais e sociais,
mesmo os ditos “mais avançados”, criam muita dependência entre seus membros.
Sente-se falta de pessoas que sabem assumir, personalizar convicções e opções.
Há mais pessoas tarefeiras do que criativas. Nas Missões Populares
apostamos muito na quantidade e na qualidade dos missionários. Todas as forçasvivas da paróquia, de todas as idades e categorias sociais, são convidadas a serem
missionárias no setor onde moram. Não se trata de acabar com isso ou aquilo, mas
de viver o período da Missão Popular como um tempo especial, com forte ardor
missionário, saindo de esquemas mais rotineiros.
Os efeitos que irão aparecer, logo ou mais adiante, são muito positivos:
preconceitos são derrubados, barreiras são superadas; grupos e pessoas que se
desconheciam, agora se descobrem, partilham, criam laços, se abraçam,
valorizando dons e diferenças, dentro de um processo de conversão permanente
que envolve a todos. É toda a paróquia em estado de missão.
A maneira de assumir dificuldades e falhas, fazendo delas ocasião para
purificar e refazer nossas opções é através do perdão, discernimento, esperança e
ousadia. Sente-se necessidade de as equipes pastorais paroquiais captarem melhor
o espírito e o conteúdo das Missões Populares e de assumi-las com fidelidade ecriatividade. Apesar das falhas que ocorrem nas Missões Populares, o saldo
continua positivo, porque o projeto das Missões Populares requer a participação de
todos.
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1.1 Conversão pessoal e participação comunitária: elementos essenciais paraa missão
Segundo o Pe. Luis Mosconi, “a missão é um caso de amor, onde há amor,
há missão”. Ele aborda temáticas relacionadas à missão, como sentido da vida,
interferência nos problemas sociais e espiritualidade na vida do missionário.
De acordo com a coordenadora de catequese infantil, Luciene Rabelo Egídio,
da Paróquia São Judas Tadeu, em Poços de Caldas, MG, a formação é um
momento de despertar para a ação missionária nas comunidades. “Através das
Santas Missões, do engajamento dos movimentos e pastorais, a gente vai poder
reavivar este compromisso das pessoas, e, com certeza, isso vai gerar umcrescimento para nossas pastorais”.
Elemento essencial, na visão do Padre, para a consciência missionária é
abrir-se ao mistério divino e responder ao seu chamado de amor, que move o
homem em seu diálogo com as realidades sociais.
Para a irmã dominicana, Maria Cristina Monteiro de Barros, a vivência desta
espiritualidade na comunidade é central para um anúncio verdadeiro da fé, “a gente
espera sentir o entrosamento nas bases e contar muito que o Espírito de Deus nosconduza e nos consagre missionários e missionárias”.
“O primeiro passo é abraçar a causa proposta, não deixar morrer pelo meio
do caminho este entusiasmo, e o mais importante, unir todas as forças num único
objetivo”, esta é a opinião de Lucrécia Diniz Belchior, da Pastoral da Criança e
Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Ibiraci - MG.
Para o seminarista Dione Piza, a ação missionária é uma oportunidade de a
diocese “mostrar sua face viva e transformadora, reflexo do sorriso de Deus, o qual
é, em Jesus, missionário”.
De acordo com o bispo diocesano, dom José Lanza Neto, os participantes
têm de se engajarem de forma integral no processo, “nós queremos fazer valer esta
proposta de evangelização do nosso povo, as santas missões populares atingem o
coração do povo e da diocese”.
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1.2. O porquê das Santas Missões Populares
As Santas Missões Populares, como as demais atividades evangelizadorasda Igreja, tem como objetivo prioritário levar Jesus Cristo às pessoas, a todas as
pessoas sem exceção. A missão de evangelizar é missão permanente da Igreja. Ela
“deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes”
(cf. Mt 35-36).
Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até a morte de cruz (cf. Fl
2,8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2Cor 8,9), ensinando-nos o caminho
de nossa vocação de discípulos e missionários. “Na generosidade dos missionários
se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a
gratuidade do Evangelho” (CELAM, Documento de Aparecida, 31).
Em tudo o que faz, a Igreja evangeliza; se não fosse assim, ela trairia a
confiança que Jesus depositou nela.
Em outras palavras, a diocese tomou consciência, e transformou essa
consciência em ação, ao não somente promover momentos missionários, mas ao se
fazer missionária em tempo integral.
A necessidade das Santas Missões Populares é para que a pessoa e o
Evangelho de Jesus cheguem a todas as pessoas, e não só aquelas que nos
buscam e participam da comunidade.
Queremos partilhar com todos a alegria que temos em pertencer à família de
Jesus. Vamos sair de nossas igrejas, de nossas casas, de nossas pastorais, de
nossos movimentos e de nós mesmos para ir ao encontro do outro, seja ele quem
for, esteja ele onde estiver.Não podemos ficar esperando, e nem temos esse direito!
Se somos coerentes com a fé que professamos, não vamos guardá-la, mas colocá-
la a disposição de todas as pessoas:
“Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com um vaso ou para pô-la
debaixo de uma cama; antes, coloca-a sobre uma luminária, para que os
que entram vejam a luz” (Lc 8,16).
Nas palavras do Evangelista Lucas, um dos objetivos dos Missionários é levar
até os fiéis a palavra de Deus. Deste modo, o Evangelho de Jesus não pode ficar as
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escondidas. É necessário que a mensagem da Boa Nova se estenda a todas as
pessoas sem distinção alguma.
1.3. Santas Missões Populares: para quê e onde
As pessoas que participam como agentes das Missões Populares, gostam do
povo, amam as pessoas, são ecumênicas, pois colocam em primeiro lugar a vida
com seus problemas, alegrias e desafios; e a vida é ecumênica. Nas Missões
Populares se desperta uma atenção especial aos católicos afastados e aospreferidos de Jesus Cristo: os pobres, os pequenos, os marginalizados, os
sociocultural e economicamente excluídos, os sem-voz e sem- vez.
A opção pelos pobres é uma questão de fé que faz parte intrínseca do
seguimento a Jesus Cristo. A duração das Missões Populares está ligada aos
objetivos e à situação do lugar onde elas acontecem. Geralmente há bastante falhas
a esse respeito: muita correria, planejamento superficial, atividades apressadas.
Existe o perigo da massificação. Após anos de experiência, achou-se que a
duração de cada Missão Popular deve ser de dois anos, com as seguintes etapas:
Etapa do namoro. Quando o pároco ou, melhor ainda, a equipe pastoral paroquial
pede ajuda à equipe especializada para realizar as Missões Populares. Sugere-se
primeiro um conhecimento profundo e detalhado da proposta nos seus conteúdos e
metodologia. Geralmente isso acontece através do estudo do livro das Santas
Missões Populares, que funciona como um manual.
Ao mesmo tempo, é importante que se fale sobre o assunto nas celebrações,
nas reuniões de grupos, nas pastorais e comunidades; que se reze, para chegar a
uma decisão consciente, assumida, participativa, tomada possivelmente numa
assembléia extraordinária da paróquia. Essa etapa leva cerca de três meses. Etapa
do noivado. Como o noivado é o tempo bonito da preparação intensa ao casamento,
assim também é esta etapa das Missões Populares.
Crer no valor da proposta; abraçá-la de corpo e alma, no espírito, no
conteúdo e na metodologia básica. Priorizar a Missão Popular. Ela deve ser o eixo
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de toda pastoral. Decidir juntamente com todos os missionários locais (o momento
ideal é durante o primeiro grande retiro) os rumos, os objetivos da Missão. Evitar
com firmeza trabalhos paralelos. Participar intensamente e de forma personalizada
de todo o processo. Estar aberto ao novo, aos apelos, às luzes que vão aparecendo.
Nunca querer adaptar o novo aos nossos esquemas. Docilidade interior e
atitude de conversão permanente. Uma grande paixão missionária. Ir sempre além,
sair da rotina, em busca permanente, com uma grande atenção às pessoas e aos
momentos históricos que estamos vivendo. Apostar na capacidade dos missionários
leigos, dar toda chance e confiança, não por estratégia, mas movidos pela fé e pelo
amor às pessoas.
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2 AS SANTAS MISSÕES POPULARES HOJE
As Santas Missões Populares, como as demais atividades evangelizadoras
da Igreja, tem como proposta prioritária levar Jesus Cristo às pessoas, a todas as
pessoas sem exceção. A missão de evangelizar é missão permanente da Igreja. Ela
“deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes
(cf. Mt 35-36). Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até a morte de cruz
(cf. Fl 2,8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2Cor 8,9), ensinando-nos o
caminho de nossa vocação de discípulos e missionários. Na generosidade dos
missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos
aparece a gratuidade do Evangelho.”
Em tudo o que faz, a Igreja evangeliza; se não fosse assim, ela trairia a
confiança que Jesus depositou nela. Ao decidir realizar as Santas Missões
Populares, a Igreja optou por evangelizar de forma permanente – o que ela já vem
fazendo –, mas agora de uma forma nova, organizada por setores missionários,
animada de um novo ardor. Em outras palavras, a igreja tomou consciência, e
transformou essa consciência em ação, ao não somente promover momentosmissionários, mas ao se fazer missionária em tempo integral.
Nas Santas Missões Populares a pessoa e o Evangelho de Jesus chegam a
todas as pessoas, e não só aquelas que buscam e participam da comunidade.
Deseja-se partilhar com todos, a alegria que temos em pertencer à família de Jesus.
Sair da igreja, de nossas casas, de nossas pastorais, de nossos movimentos e de
nós mesmos para ir ao encontro do outro, seja ele quem for, esteja ele onde estiver.
Não se pode ficar esperando, e nem temos esse direito! Se somoscoerentes com a fé que professamos, não vamos guardá-la, mas colocá-la
a disposição de todas as pessoas: “Ninguém acende uma lâmpada para
cobri-la com um vaso ou para pô-la debaixo de uma cama; antes, coloca-a
sobre uma luminária, para que os que entram vejam a luz” (Lc 8,16).
As missões Polpulares acontecem em todas as Dioceses: nas cidades, no
interior, nas igrejas, nas casas, nas pastorais, nos movimentos, nas celebrações, no
lazer, no ambiente de trabalho, nos grupos bíblicos de reflexão e vivência, nos
sacramentos e sacramentais, nas festas dos padroeiros, nos meios de comunicação,
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nos boletins diocesano e paroquial, nas casas de formação, nas assembléias
diocesanas, setoriais e paroquiais, nos encontros do clero, entre outros.
Nenhum espaço e nenhuma atividade diocesana pode se isentar de
mergulhar nas Santas Missões Populares. Já, agora, imediatamente, mas não de
forma atropelada e sim organizada.
“As atividades são as seguintes: anunciar às pessoas a realização das Santas
Missões Populares; incentivá-las a aderir; realizar uma assembleia paroquial
extraordinária sobre o assunto; dividir os Setores e as paróquias em setores
missionários; formar a equipe missionária paroquial; estudar o livro “Santas Missões
Populares”, do Padre Luís Mosconi; levar a todas as comunidades a mensagem de
Dom Lanza, rezar, em todas as ocasiões possíveis, a oração diocesana pelas
Santas Missões Populares; encharcar” todas as nossas estruturas – administrativas
e pastorais – com as Santas Missões Populares.
2.1 O sentido antropológico da missão
O estudo e uso da antropologia nas ações missionárias, recebeu seu primeiro
impulso a partir da publicação do artigo de Malinowski intitulado Practical
Anthropology (Antropologia Prática) em 1929. Um dos pioneiros no incentivo do uso
da antropologia nas ações missionárias foi Edwin Smith (1876-1957), filho de
missionários e nascido na África do Sul, tendo servido também como missionário
entre 1902 e 1915 entre o povo Baila-Batonga na Zâmbia.
Apesar de se considerar apenas um antropólogo amador, sua constribuição
nesta área junto aos movimentos missionários foi marcante, bem como o
reconhecimento que recebeu da comunidade antropológica internacional da época,sendo membro da Royal Anthropological Institute of Great Britain de 1909 até sua
morte e tendo atuado por alguns anos, como presidente deste Instituto.
Nos Estados Unidos da América a publicação do periódico com o mesmo
título – Practical Anthropology – em 1953 serviu à comunidade missionária
evangélica pela iniciativa de Robert Taylor no Wheaton College. Esta
publicação gerou um crescente interesse e uso da antropologia no
treinamento missionário e associaram-se a ela os escritos de Eugene Nida,
William Smalley, William Reyburn e Charles Taber, entre outros
(WHITEMAN, 2004, p 34).
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Enquanto o estudo do homem pelo homem encontra suas raízes nos
primórdios da sociedade, a antropologia, como ciência social, manifesta seu
desenvolvimento teórico nos séculos 19 e 20 sob a influência de um ambiente de
transformação social, descobertas científicas e exposição das idéias de Karl Marx,
Emile Durkheim, Max Weber e outros pensadores.
A partir daí a antropologia passa a ser construída pelo estruturalismo de Lévy-
Strauss, o culturalismo de Franz Boas, a proposta interpretativa de Clifford Geertz e
a abordagem pós moderna de James Clifford, entre diversas outras influências,
moldando variadas abordagens sobre o mesmo objeto de estudo, o homem, e a
busca por conhecê-lo em sua multiforme área de vivência.
A divisão da Antropologia em física e cultural não resulta puramente dos
métodos usados para estudá-la, mas de sua própria história no
desenvolvimento de teorias físicas (biológicas) e culturais (sociais) na
pesquisa do homem, sua existência e comportamento (BARRETT, 2009,
pp. 5-10).
Tradicionalmente a Escola Americana divide a antropologia
em física, cultural, arqueológica e linguística, demarcando mais suas áreas de
pesquisa. A antropologia cultural, bem como outras, possui uma ampla variedade de
aplicações e pesquisa como a arte, saúde, educação, alimentação, comunicação,
religião, imagem, etnicidade e outras, em franca demonstração da necessidade da
visão antropológica na abordagem acadêmica ou prática de qualquer área de
experimentação e interação humana.
É nesta busca pela compreensão do homem que algumas obras
influenciaram profundamente o treinamento missionário incorporando ao mesmo oestudo antropológico. Marvin Mayers, Ph.D. em antropologia, publicou Christianity
Confronts Culture: A Strategy for Cross-Cultural Evangelism em 1974 contribuindo
para a construção de uma ponte entre a evangelização e a sensibilidade cultural.
Charles Kraft, com treinamento em antropologia, publicou Christianity in
Culture em 1979, demonstrando o quanto a cultura influencia a maneira de
compreendermos a teologia. Apesar dos questionamentos teológicos à sua obra
houve uma positiva influência no treinamento missionário e na observação das
influências culturais.
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Paul Hiebert, antropólogo, missiólogo e missionário, defendeu em seu livro
Anthropological Insights for Missionaries, em 1985, que o missionário precisava
conhecer as Escrituras, para entendê-la e interpretá-la, e conhecer o homem, para
se comunicar com ele.
Ao longo de seus 10 livros e 150 artigos, expôs a necessidade de uma
antropologia aplicada ao contexto, necessidades e ações missionárias, e é
provavelmente a maior influência nesta geração quanto ao uso da antropologia no
treinamento missionário.
Diversas conferências evangélicas com a intenção de valorizar o uso da
antropologia no meio missionário ganharam forma desde meados do século 19. Asmais conhecidas foram as de Nova York em 1854, a de Liverpol em 1860 e a de
Londres em 1888, esta com 1.600 pessoas representando 53 sociedades
missionárias.
O que despertou para o estudo da antropologia no meio missionário foi um
episódio em Edimburgo em 1910: “Edimburgo é importante porque mostra
que missionários lutavam com todas as críticas que antropólogos
faziam” (WHITEMAN, 2004, p. 40).
O resultado desta conferência foi um amplo e crescente envolvimento com o
estudo antropológico no meio missionário mundial. Pode - se aqui propor que a
antropologia missionária visa o estudo do homem como ser biológico e cultural com
a finalidade de desenvolver relações interpessoais equilibradas e comunicação
inteligível em um ambiente de partilha das verdades de Cristo e envolvimento com a
sociedade abordada, suas virtudes e desafios.
2.2. O sentido bíblico-teológico da missão
O missionário vê a humanidade fora de Cristo como totalmente perdida,
orientada pelo caminho da perdição e tremendamente necessitada de salvação (cf. 1
Cor 1, 18; Ef 2, 12), pelo que deve anunciar o Evangelho de Deus ao maior númeropossível de pessoas. Ele declara-se Apóstolo, chamado por Deus, eleito por
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vocação para levar o Evangelho aos gentios, embaixador de Cristo, através dele e
dos seus colaboradores, Deus dirige seu apelo àqueles que se extraviaram:
«Suplicamos-vos, em nome de Cristo, deixai-vos reconciliar com Deus» (2 Cor 5,
20).
A preocupação de São Paulo traduz-se em uma profunda consciência de
que anunciar o Evangelho é um dever que lhe compete. É um dever que
pesa sobre ele (ananke = necessidade iniludível) «Ai de mim, se eu não
anunciasse o Evangelho» (1 Cor 9, 16). Ele é devedor em relação a todos
os povos. Por que é devedor? Ele é devedor a Cristo, de quem recebeu a
iluminação e a conversão. Esta dívida a Cristo somente pode ser saldada,
se Ele comunicar o dom recebido de Cristo a todos, dos quais se faz servo,
fazendo-se tudo por todos, em vista do serviço ao Evangelho, para tornar-
se com eles partícipe da salvação (cf. 1 Cor 9, 19-23).
A responsabilidade em relação aos gentios sugere-lhe inclusive o método
missionário da Kenosi. E é esta responsabilidade missionária que forma a autêntica
comunidade cristã, uma comunidade sem confins, que deve ter uma conduta
exemplar em ordem a um testemunho cristão diante daqueles que estão fora, que
são os não-cristãos.
O estilo de vida dos cristãos deve ser não apenas exemplar, mas também
atraente, de tal maneira que os não-cristãos se sintam atraídos a unir-se à
comunidade dos fiéis. Então, exige-se que os cristãos adotem um estilo de vida
missionário.
A responsabilidade primária dos cristãos «comuns» não consiste em ir pregar,
mas em apoiar o projeto missionário com sua conduta fascinante, fazendo com que
quantos estão fora sintam que são bem-vindos no meio deles.
São Paulo chega até os confins da terra, motivado pela experiência irresistível
do amor de Deus, que ele recebeu através de Jesus Cristo. «O amor de Cristo
constrange-nos!» (cf. 2 Cor 5, 14). Ele dá graças pelo privilégio que recebeu, ou
seja, a graça do apostolado para obter a obediência à fé da parte de todos os povos
(cf. Rm 1, 5), dos quais se tornou um ministro. O modo de dar graças consiste em
ser missionário junto aos judeus e aos gentios. Trata-se de uma função sagrada
(leiturghein), de libação, de sacrifício. Os convertidos constituem uma oblação a
Deus.
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A missão realiza-se e fundamenta-se no sofrimento, que não é algo a ser
suportado passivamente, mas sim uma expressão do compromisso ativo da Igreja
no meio do mundo, em vista da redenção. O sofrimento é um elemento necessário
do compromisso missionário. Ela deve chegar mesmo à entrega da própria vida. Em
síntese, a Igreja deve pôr-se ao serviço do desígnio cósmico histórico de Deus, para
a redenção do mundo.
Embora no início se distinguissem entre dois tipos de ministério, ou seja, o
fixo dos bispos, presbíteros e diáconos, e o móvel dos apóstolos, profetas e
evangelistas, todavia a todos era confiada a mesma missão evangelizadora. São
Paulo e São Barnabé são guias da Igreja local de Antioquia e missionários
itinerantes. Depois, com o pressuposto de que o Evangelho tinha alcançado todos
os povos, o profeta tornou-se sacerdote da classe dirigente, o carisma transformou-
se em ofício, e o amor em rotina.
Aos presbíteros, aos bispos e aos diáconos foi praticamente confiada a
missão exclusiva de apascentar o Povo de Deus. O horizonte não era mais o
mundo, mas os confins da Igreja e da paróquia local. A impetuosa torrente
missionária dos primeiros anos foi abandonada em um lento regato e finalmente emum pântano imóvel, a tal ponto que a evangelização ad extra foi delegada a um
grupo de missionários, enquanto o clero tinha a tarefa da apascentar a comunidade
cristã da diocese.
Por conseguinte, não causa admiração se o Concílio Vaticano II e o
subsequente magistério da Igreja chegaram a tirar a atividade evangelizadora da
condição de delegação e de marginalidade, fazendo da mesma a prioridade da
missão da Igreja. Por isso, dos ministros ordenados exige-se que anunciem o
Evangelho até os extremos confins da terra. «O cuidado de anunciar o Evangelho
em todas as partes da terra pertence ao corpo dos pastores, aos quais em conjunto
deu Cristo o mandato, impondo este comum dever, como já o Papa Celestino
recordava aos Padres do Concílio de Éfeso» (Lumen Gentium, 23).
Os irmãos Bispos são comigo diretamente responsáveis pela evangelização
do mundo, quer como membros do Colégio episcopal, quer como pastores das
Igrejas particulares... [Com efeito] os Bispos foram consagrados não apenas para
uma diocese, mas para a salvação do mundo inteiro (Redemptoris Missio, 63).
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Os documentos conciliares em que mais se observa uma carga universal são
a Lumen Gentium, a Gaudium et Spes e o Ad Gentes. Neles a evangelização
sobressai como a categoria fundamental da natureza da Igreja. Está presente e
orienta todos os setores da sua atividade, das pessoas e dos ofícios que eles são
chamados a desempenhar. «Sobretudo começa a afirmar-se uma nova consciência,
isto é, a de que a missão compete a todos os cristãos, a todas as dioceses e
paróquias, instituições e associações eclesiais» (RM, n. 2).
Não há sequer uma categoria de pessoas que foi poupada por isto: Papa,
bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e contemplativos; não há setor da pastoral
que tenha sido caracterizado pela dimensão missionária, como a pastoral
sacramental, a catequese, a caridade, em síntese, toda a vida e as atividades da
comunidade cristã. Por este motivo, o aforismo «a Igreja é missão» fotografa bem a
Igreja que saiu do Concílio Vaticano II e resume sua razão de ser. O ministério
ordenado tem uma dimensão conatural e uma consequente responsabilidade
missionária.
Os presbíteros sabem que sua própria incardinação em uma diocese não os
exime da disponibilidade fundamental a ser enviados para outras Igrejas e culturas. Ao longo destas décadas, muitos deles se mostraram dispostos a deixar a porção do
rebanho que lhes fora confiada, e a partir para onde o bispo os enviava. Trata-se
dos chamados sacerdotes Fidei Donum, termo cunhado pela homônima carta
encíclica de Pio XII.
O mandato de evangelizar o mundo inteiro tem para os bispos uma força
vinculante, e não pode ser desatendido. Se isto acontecesse, provocar-se-ia uma
ferida moral na definição e na própria credibilidade do ministério ordenado. Estas
afirmações doutrinais – afirma João Paulo II – estão repletas de consequências.
Pode-se dizer que a missionariedade constitui a nota distintiva do ministério
ordenado.
Sem dúvida, elas impeliram os bispos, os sacerdotes e os diáconos a
reconsiderar em termos missionárias sua própria consagração e seu ministério, e a
inserir na agenda dos seus encontros a missão universal. Assim, as orientações
pastorais das conferências episcopais são enquadradas em uma moldura
missionária, tanto ad intra como ad extra.
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2.3 A missão popular e sua influência na sociedade contemporânea
É fundamental uma formação harmoniosa da personalidade humana, em que
é necessário construir uma identidade humano-divina, uma personalidade
sociocultural e um espírito missionário, imitando as características salientes da
humanidade de Jesus Cristo.
Temos necessidade de nos educarmos nas virtudes fortes, como a coragem,
a lealdade e a amabilidade. Exige-se de nós, especialmente hoje, um olhar crítico
sobre o mundo. Por isso, o seminário deve educar os futuros sacerdotes na escuta,
no sentido de projetação, de colaboração e de complementaridade, no confronto
equilibrado das opiniões e na coragem de ir contra a cultura ou as culturas
predominantes, quando estas são contrárias à vocação natural, ao destino do
homem e à sua própria dignidade.
Além disso, deve contribuir para desenvolver a capacidade de diálogo. Em
síntese, deve ir ao encontro daquela que hoje em dia, ciosamente, é sentida como
instância antropológica. Deve desenvolver o gosto de viajar em volta do homem, detal forma que a mente e o coração permaneçam abertos à humanidade,
especialmente à humanidade marginalizada e sofredora em que foram mutilados os
traços do rosto de Cristo.
Permanece central a instância cristológica. Cristo deve ser a origem
constituinte e fulcral na história de cada um e nos percursos de formação. É Ele
quem envia os futuros presbíteros. Exige- se, outrossim, uma compreensão da
Igreja, que não mantenha as janelas e as portas fechadas, mas que estejam abertas
à partilha da história, do destino, das dores, das angústias e das aspirações.
Por isso, os projetos de formação devem ser declinados com a voz do verbo
«servir». Caso contrário, em vez de mostrar o poder dos sinais da salvação
misericordiosa de Deus, revestir-nos- emos com os sinais do poder.
A formação cultural teológica tem em vista e é ordenada para o anúncio. Se
os presbíteros são chamados a colocar-se na linha da missão messiânica de Cristo,então a teologia deve tornar-se teologia da missão, teologia do anúncio. Somente
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desta maneira se poderá ultrapassar aquela que é, dolorosamente, sentida como
uma esquizofrenia entre teologia e vida. Infelizmente, é necessário constatar que a
dimensão missionária só se manifesta timidamente aqui e ali nos estudos teológicos,
e no entanto ela pertence à experiência constituinte da Igreja, é intrínseca ao
aprofundamento do mistério de Deus e de Jesus Cristo.
Ela é a própria auto-compreensão da Igreja, é a conjunção entre querigma e
dogma, entre a comunicação da fé e a vivência do mistério da fé. Trata-se da
experiência de fé da comunidade cristã, a partir da qual se delineia a reflexão
teológica, realizada por aquilo que se chama exercício teológico-pastoral. Trata-se
de explicar a razão da nossa própria fé a quem quer que no-lo pergunte, mas
também àqueles que não no-lo perguntarem.
Ela deve dizer a verdade sobre Deus e o homem, deve explicar Jesus Cristo,
o suplemento do homem, que os presbíteros são chamados a incutir nas culturas, a
fim de que sustente e valorize as diversidades culturais. É necessária uma teologia
em contexto, porque o anúncio há de ser significativo e eficaz para todos. Por
conseguinte, exige-se uma reflexão séria sobre os currículos e sobre o próprio
delineamento da estrutura teológica.
Hoje encontramo-nos diante de uma situação social, cultural e religiosa da
humanidade, qualitativamente diferente. A pós-modernidade para o Ocidente, a
globalização e o revival das grandes religiões requerem uma preparação adequada
que nos ponha em condições de comunicar o Evangelho. Estes desafios
representam uma mudança radical na reflexão sistemática do dado de fé cristã.
A realidade do anúncio, ou da transmissão do Evangelho no mundocontemporâneo, deve constituir uma forte preocupação do nosso modo de fazer
teologia, deve tornar-se a interlocutora no interior da reflexão sistemática da fé. Na
verdade, existe a urgência e a necessidade de uma mudança de rota, que pode
articular-se nos seguintes pontos:
Aprofundar e tornar prioritária a teologia da missão, orientando neste sentido
toda a reflexão teológica, a ponto de ser quase seu princípio unificador e a sua
estrutura constituinte.
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Aprofundar o mistério do homem, para que não se realize uma separação
entre a Igreja e o mundo, que são companheiros de tenda.
Construir com maior insistência uma teologia que ponha em diálogo, em vistade um confronto sério e competente com a sociedade contemporânea, com uma
maior abertura a contextos culturais e religiosos mundiais.
Evitar uma ocidentalização excessiva da teologia, considerando-a
praticamente a única séria e válida, enquanto a Associação dos Teólogos do
Terceiro Mundo, em Dacar, no distante ano de 1975, já denunciava a teologia
ocidental como acadêmica, irrelevante e por isso pouco influente sobre a formação
do cristão e da comunidade cristã.
Portanto, pelo menos como início estimulador do discurso de renovação, é
desejável que a teologia da evangelização se torne uma parte integrante no currículo
dos estudos teológicos, que se introduzam cursos – também nos seminários – sobre
a inculturação, sobre a teologia das religiões, sobre o diálogo inter-religioso e
intercultural.
A interculturalidade deveria torna-se um elemento necessário e transversal detoda a estrutura teológica. Atualmente, seria necessário oferecer instrumentos para
estas novas sensibilidades e exigências, como viagens de estudo no exterior,
intercâmbio de professores de várias proveniências culturais e religiosas, inclusão
de estudantes estrangeiros nas nossas faculdades de teologia.
Para uma espiritualidade fundamental da evangelização, apraz-me citar aqui
a expressão utilizada por Pe. P. Manna, fundador da Pontifícia União Missionária: O
Crucifixo é a verdadeira cátedra de missiologia. Estas palavras voltam a interpelar-
nos, levando-nos às origens da vocação presbiteral.
A evangelização alimenta-se nesta nascente inesgotável, que é Jesus. Não
se trata de pôr em ação novas estratégias pastorais, mas de nos deixarmos conduzir
pelo próprio amor de Cristo, que nos chamou, que nos oferece sua própria vida e
nos concede a santidade. É necessário tornar essencial a espiritualidade, que para o
evangelizador é obrigatoriamente determinada pela globalidade do mistério de
Cristo, pela contemplação dos seus rostos. Como em uma sequência, podem-se
enumerar os seguintes elementos:
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Docilidade ao Espírito, que forma Cristo no seminarista, que o impele pelo
caminho da missão. Centralidade da Palavra, para construir uma relação íntima e
pessoal com Jesus Cristo, em vista de uma conversão totalizadora ao Reino de
Deus, deixando-se assim alcançar e transformar pela Boa Nova, pela beleza do
Evangelho.
Caridade pastoral e Coração de Cristo, que não tem confins, que leva
infalivelmente aos últimos, aos excluídos e aos deserdados. Viver os sacramentos
como graça e manancial da evangelização.
Paixão pelo homem, que deve ser expressa como proximidade à integridade
do homem, como fraternidade na gratuidade, compaixão, simpatia e empatia; comoinclusão dos últimos na vida da comunidade, que não é distribuidora de serviços,
mas sim comunidade que vive em comunhão e tende a ser instrumento de
comunhão de todos; como transparência da filantropia de Deus; como transparência
e radicalidade do testemunho, que exigem autenticidade, essencialidade, pobreza e
fidelidade. Paixão urgente de conduzir toda a humanidade para Cristo, porque
unicamente nele encontrará o cumprimento da sua humanidade.
A experiência pastoral deve ser integrada em todo o processo de formação.
Se o anúncio é a prioridade da missão da Igreja, se o seminário deve preparar os
apóstolos, assim também a experiência pastoral não pode limitar-se a um serviço
intraeclesial, que se desenvolve quase exclusivamente no serviço litúrgico e
catequético, mas deve educar os seminaristas a lançar-se no mundo que está à
espera da Boa Notícia, no mundo irredento que ainda não experimentou a
paternidade amorosa de Deus: no meio da faixa dos marginalizados, dos excluídos,
dos pecadores e dos imigrantes procurando, mediante o testemunho e sua atividade
modesta, anunciar a Boa Nova que é Cristo.
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3. A MISSÃO POPULAR NA CIDADE DE PIRES FERREIRA
De acordo com a Irmã que pertence à Pastoral das Missionárias Reparadoras
do Coração de Jesus – Cariré (Ir. Aldeneide Soares de Paiva). A vida religiosa
exerce sua missionariedade de dois aspectos. De acordo com ela, “Muitos religiosos
vivem a missão por meio da oração, assim podemos lembrar Santa Terezinha
padroeira das missões, dentro de seu Carmelo, onde une toda vida da igreja”. “Mas
queremos ressaltar aqueles religiosos que estão na vida de apostolado, que se
consagram para o povo e estão no meio dos marginalizados pela sociedade”.
A irmã acrescenta ainda que estes missionários vão ao encontro daqueles
que estão longe de Cristo, no lugar aonde ninguém quer ir, nas favelas, nos
presídios, nos hospitais e tantos outros lugares. A missão na vida religiosa é
permanente, porque a consagração de cada religioso é viver em comunhão com a
missão de Cristo.
“Sou consagrada a uma congregação que tem como carisma a evangelização
e por si é missionário”. Em vivencia com o carisma, busca - se viver em sintonia comCristo. “Estou dentro de uma comunidade a qual necessita do meu testemunho”. O
amor aqueles que se encontram nas periferias de nossas igrejas, os necessitados
em primeiro lugar de Cristo que é a verdade e a vida.
Por amor a Jesus e a minha igreja e desejosa de ser presença de Deus na
vida de tantos irmãos, venho a cada dia desenvolvendo a minha missão.
Nos dias atuais podemos perceber o grande passo da igreja no ministério Laical.
São tantos leigos que com suas preocupações familiares se empenham na missão
de educar, de evangelizar muitos irmãos na vida espiritual, levando-o para Deus.
3.1 A participação dos Leigos na Missão
De acordo com a Irmã que pertence à Pastoral das Missionárias Reparadorasdo Coração de Jesus – Cariré (Ir. Aldeneide Soares de Paiva), a participação dos
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leigos na igreja vai se tornando um jardim fecundo de muitas vocações, deixando de
ser apenas clerical. Estou em missão a mais de um ano em Cariré. A realidade,da
missão é desenvolvida por grupos pastorais, não encontramos com o mesmo ardor
do tempo forte vivido em 2006. Mas podemos perceber que o povo tem cede de
Deus.
“A missão de casa em casa nos meios populares faz com que o povo
encontre Jesus que vai em suas próprias casas. Hoje o grande pedido da igreja é
que a missão seja permanente, e que possamos sair de dentro do templo e ir para a
igr eja que está fora nos aguardando para ouvir a voz do mestre”.
O grande desafio da igreja hoje é a profunda experiência com Jesus paraformação de novos operários que assuma em suas vidas a própria missão de Cristo.
Precisamos de pessoas corajosas e desejosas de anunciar o reino de Deus. A igreja
vem lutando para encontrar meios que acompanhe a modernidade e caminhar juntos
sem perder as bases dos ensinamentos de Jesus, buscando evangelizar as crianças
e os jovens que sejam futuros do amanhã.
Podemos lembrar um dos grandes eventos fundado por João Paulo II A
jornada mundial da juventude, que tem como objetivo infundir nos jovens o sentido
de serem missionários e protagonistas de uma igreja solidaria e missionária. Sempre
olhando para o novo tempo e buscando novos meios de levar Jesus Cristo.
3.2 O surgimento das missões em Pires Ferreira
De acordo com o Pe. Helandino Sampaio de Paiva, pároco da Paróquia de
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Pires Ferreira, as Santas Missões Populares
surgem das comunidades eclesiais de base, tendo a dimensão do social a luta pela
reforma agrária para que as pessoas tenham melhores condições de vida, de
trabalho e oportunidade de emprego dentro desse contexto.
A importância é justamente dentro desse campo social onde a Igreja não
espera que as pessoas possam ir para a igreja e a igreja ir até os fieis com as visitas
que foram feitas e ainda hoje são realizada no Brasil inteiro.
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Cada missionário quando chega a uma casa, na visita e pela a visita ele
identifica os problemas das famílias, por exemplo, a questão do desemprego, a
questão das crianças a questão dos idosos que precisam de cadeira de roda de um
auxilio medico.
A importância das santas missões populares é fundamental no contexto social
e a partir dessas visitas os missionários vão identificando a necessidade das famílias
então a Igreja tem propriedade para poder ir ate as autoridades políticas reivindicar
uma assistência melhor para as famílias, a igreja também faz sua parti mesmo não
sendo a igreja obrigada, mas ela assumi para si, porque esta em jogo é a questão
do ser humano o filho de Deus a filha Deus,que não tem trabalho ,falta dignidade
para aos idosos,educação para as crianças.
Então as santas missões populares são fundamentais para a dimensão
social, do ser humano, mas hoje não é nem tanto a questão da fé e sim do ser
humano, as comunidades eclesiais de base lutam nessa dimensão da reforma
agrária tem um cunho muito forte com a teologia da libertação que incentivou para a
luta popular.
É de fundamental importância no social do ser humano, as santas missões
populares elas surgem nesse contexto nas comunidades eclesiais de base
assumem uma preferência aos pobres não é aquele pobre que não tem dinheiro,
mas aquele que falta um auxilio do estado por exemplo :na educação ,na saúde a
questão do trabalho é o fato que acontece no nosso interior no estado do ceara
principalmente no sertão central,na região norte ,sul nem tanto a migração das
pessoas em busca de uma condição de vida melhor,aparte de um trabalho digno
para da uma condição de vida para seus familiares.
A importância da criação das santas missões populares veio em busca de
chamar as pessoas para anunciar o evangelho de Deus, ou seja, proclamar a vossa
palavra. Não estamos no tempo numa época em que a igreja espera as pessoas
participarem, não, porque o tempo agora é outro, pois a igreja vai em busca das
pessoas a realidade de mundo, ou seja, de época .Vendo por outro lado a igreja nos
dias atuais esta cada vez se modernizando não deixando de lado os ensinamentos
de Cristo.
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O chamando os jovens a participarem dos grupos que tem nas comunidades
que é muito importante na formação de cada ser humano,nós falávamos que as
SMP foram criadas nas comunidades de eclesiais base,uma mudança de
pensamento de paradigma então tudo isso vai influenciar também a igreja tomar
uma nova postura radical.
A missão no município de Pires Ferreira não esta mais com aquela
empolgação a exemplo do ano de 2006, mas estamos em busca de algo novo que
possa chamar atenção do povo de evangelizar mais.
Cada paróquia ficou uma semana andando nos Barrios, na comunidade de
difícil acesso, envolvendo paróquias de vários municípios que a semana missionáriase tornasse um costume a paróquia de Pires Ferreira é uma paróquia jovem onde as
pessoas assumiram outros compromissos, mas não deixando de participar das
comemorações da igreja na qual cada um foi tomando um ritmo deferente.
Novas comunidades foram formadas com um objetivo de levar a palavra de
Deus, formando grupos de orações, catequizando as crianças e os jovens, idosos.
Mas se falando de ação missionária não temos mais hoje com o próprio nome
santas missões populares a semana missionária, mas nós temos o grupo do Mesc
da sagrada comunhão eles fazem visitas, aos idosos que precisam de cadeira de
roda ao idoso que precisa de um auxilio medico as famílias que precisa de uma
cesta básica á essa ação tímida então as pastorais a catequese que trabalha com as
crianças a missão continua nesse sentido da formação da catequese, mas claro a
vontade retomar as semanas missionárias nas paróquias.
A maior dificuldade é justamente no campo do voluntariado. No sentindo deque as pessoas hoje estão mais distantes da fé a questão das pessoas se doarem
por Deus, pela a igreja, nós perdemos um pouco da noção do voluntariado essa
dimensão de consciência da fé, eu sou batizado tenho que assumir o compromisso
com o batismo de colocar em pratica esse batismo, então a maior dificuldade com as
pessoas disponíveis para essa ação missionária.
Bem na verdade que o padre não pode fazer esse trabalho sempre,
participação dos fieis da igreja povo da igreja gente, então a maior dificuldade queencontramos aqui é essa a disponibilidade dos irmãos das pessoas juntamente com
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a igreja não estou falando do padre sozinho não,mas a igreja povo a igreja gente se
o padre esta incluso então é quem deve assumir as santas missões populares e
renascer esse projeto ,as maiores dificuldades que encontramos é essa a
disponibilidades das pessoas e o mundo que oferece outras coisas para as
pessoas.
Bom dos pontos positivos nós já ate citamos a questão social identificarmos a
realidade das pessoas e a partir dessas mudanças realizadas nós podemos
trabalhar com a família, podemos trabalhar com a juventude que hoje esta sendo
atacada pelas as drogas, pela a violência, pela criminalidade, jovens são vitimas
também do transito são vitimas também do álcool então nós identificamos várias
realidades com as semanas missionárias com as visitas são os pontos positivos, a
partir daí a igreja ela pode dentro da sua doutrina social trabalhar essas questões.
A igreja só não, mas sempre a igreja ela dialoga tenta esse dialogo com a
gestão publica, política por exemplo: a prefeitura, secretaria de ação social até
mesmo com a câmera de vereadores e porque não dizer algumas igrejas que se
abram ao dialogo á esse trabalho em conjunto de unirmos, então são os pontos
positivos. Os negativos que encontramos são as perdas ou a não continuidade dassemanas missionárias de nós continuarmos as visitas que são fundamentais nesse
trabalho que a igreja vem tentando resgatar.
3.3 As Santas Missões na localidade de Santa Tereza II – Pires Ferreira – Ce
De acordo com a Ir. Aldeneide Soares de Paiva que é Missionária da
Paróquia de Cariré – Pires Ferreira, as missões têm grande relevância na tarefa de
acolher e de partilhar com as pessoas o caminho percorrido até onde se quer
chegar. Costuma - se diferenciar os missionários “locais” dos missionários “de fora”.
Os locais são os que moram na paróquia onde está acontecendo a Missão; os de
fora são os que já experimentaram essa experiência em suas paróquias ou
comunidades e que foram enviados por suas comunidades, principalmente para
ajudar no tempo da grande Semana Missionária.
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Com isto, não se trata apenas de mostrar o poder, mas de viver a
espiritualidade do discípulo. Cada um assumindo tarefas diferentes, conforme seus
dons e valores. Pelos motivos lembrados acima, as Missões Populares dependem
também da presença do pároco. No interior do espírito das Missões Populares, aos
párocos se sugerem muitas as atitudes.
Conduzir todo o processo com discernimento, com sabedoria, com coração
de pastor, profeta e conselheiro; valorizando todo o positivo que aparece,
aprendendo com as falhas, apontando sempre caminhos de esperança. As Santas
Missões Populares são uma verdadeira escola de vida para os padres, as religiosas
e as demais lideranças pastorais.
Quando se começaa caminhada das Missões Populares não se pensa nas
crianças como missionárias. De acordo com a religiosa as crianças foram acolhidas
com simpatia e empatia; e elas começaram a fazer maravilhas. Hoje não
entendemos mais Missões Populares sem a presença criativa das crianças e dos
adolescentes.
Sem eles, que são portadores das boas notícias de Deus e dos valores do
Reino, elas não seriam populares. Acontecem jornadas de encontros para crianças
missionárias, para adolescentes missionários, a fim de que elas mesmas decidam o
tipo de presença que querem marcar nas Missões Populares.
Dá-se espaço a elas nas reuniões dos missionários, nas decisões, nas
celebrações. Criam atividades, tomam iniciativas. Em cada setor deve haver uma
pequena equipe de missionários jovens e adultos liberados para o trabalho com as
crianças e adolescentes. São chamados de acompanhantes, para não esquecer quesão as crianças e adolescentes que conduzem sua presença nas Santas Missões
Populares.
Ainda de acordo com a religiosa os sonhos sustentam a caminhada sobretudo
nas encruzilhadas difíceis. Sonhar é romper as barreiras do medo e da incoerência.
Sonhar é dar asas ao mais autêntico que há em nós, às grandes aspirações
presentes na humanidade e nos acontecimentos históricos que estamos vivendo.
Sonhar é preciso, sempre; faz bem, renova; melhor ainda quando sonhamos
juntos, em mutirão. Há sonhos bonitos presentes nos grandes objetivos das Missões
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Populares. É difícil esquematizar sonhos, mesmo assim podemos indicar os mais
significativos.
As Missões Populares cultivam a espiritualidade do seguimento de JesusCristo como caminho seguro para uma autêntica existência humana; e propõem a
todos e a todas. As Missões Populares procuram despertar para os valores
humanos e evangélicos da conversão permanente, da reconciliação, da gratuidade
de uma vida solidária, simples e transparente; do silêncio, da escuta, da
contemplação.
As Missões Populares forjam um sacerdócio missionário a serviço de toda a
Igreja diocesana. Um missionário que acredite no protagonismo dos leigos. A açãopastoral em torno das Santas Missões aposta na caminhada das pequenas
comunidades eclesiais situadas no tempo e no espaço. As Missões Populares
colocam, com espírito de diálogo inter-religioso e ecumênico, a missionariedade da
Igreja local no centro de suas atividades pastorais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho realizado sobre as Missões Populares mostra que é bom insistir: o
que vale é a Missão de Jesus. Ela está em primeiro lugar, o que vem em seguida
são instrumentos e serviços. A razão de existir da Igreja é concretizar a missão de
Jesus nas situações e desafios de hoje. A Igreja existe em função da missão de
Jesus, ela é algo relativo, um relativo necessário, mas sempre relativo. Tudo o que é
instrumento deve sempre estar em processo de revisão, de avaliação, de conversão
permanente.
A Missão exige fidelidade e criatividade, unidade na diversidade, um amor
compassivo e solidário com os pobres, uma consciência crítica e ativa, uma grande
capacidade ao diálogo e ao serviço fraterno. Convida as Igrejas locais a se
colocarem em estado de missão permanente. Necessita de instrumentos capazes,
de objetivos claros, de metodologia eficaz e envolvente.
Deverá fazer crescer entre todos os católicos a espiritualidade do seguimento
de Jesus, deverá transformar cada vez mais as dioceses em comunidades, quesejam participativas, solidárias, missionárias, assumidas e conduzidas por
missionários leigos (as).
O compromisso em favor da cidadania, da justiça e da solidariedade ao lado
dos mais pobres e excluídos avançou. A espiritualidade do seguimento de Jesus
Cristo está mudando a vida de muitas e muitas pessoas. Isto se confirma e reforça a
caminhada missionária.
Pelas experiências, observa - se que, se bem vividas nos seus conteúdos,
motivações, objetivos, metodologia e espiritualidade, podem dar uma humilde e
preciosa contribuição ao crescimento da missão de Jesus, razão principal de todo
trabalho pastoral.
Portanto, sem esquecer a recomendação de Jesus dirigida aos primeiros
discípulos missionários: “Quando vocês tiverem feito tudo o que vos mandaram,
dizei: ‘Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer”’ (Lc 17,10).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL/CNBB (Ed.). Santas
Missões Populares. Projeto Nacional de Evangelização. Queremos ver Jesus,
caminho, verdade e vida. São Paulo: Paulinas e Paulus, 2004.
Documento de Aparecida. V Conferência de Aparecida – Renascer de uma
esperança. PNE – O Brasil na Missão Continental nº 5. Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora no Brasil nº 94. http://www.santasmissoespopulares.com.br/wp-
content/uploads/2012/03/Manual-do-Pregador. pdf
Luis Mosconi Firmino Spiegel. Missões Populares. Disponível em:
http://www.missiologia.org.br. Acesso em 20 de junho de 2014.
MOSCONI, Luis. Santas Missões Populares. 10.ª ed. Paulinas; São Paulo,2004.
VVAA. PRIMEIRO CONGRESSO MISSIONÁRIO NACIONAL. Igreja no Brasil, tua
vida é missão. Memórias. Belo Horizonte: Conselho Missionário Nacional (Comina),
2003
FONTES ORAIS
Ir. Aldeneide Soares de Paiva – Missionária na Diocese de Sobral – Ce.
Entrevistada no dia 12 de Maio de 2014.
Pe. Herlandino Sampaio Paiva – Pároco da Paróquia de Nossa Senhora do
perpétuo Socorro – pires Ferreira. Entrevistado no dia 10 de Maio de 2014
http://www.missiologia.org.br/http://www.missiologia.org.br/
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ANEXOS
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FICHA DE CAMPO PARA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES
Data: 25/06/2014
1. Dados Pessoais do Entrevistado:
Nome: Aldeneide Soares de Paiva
Idade: 21 anos
Telefone:
Profissão: Missionária
2. Dados referentes as Santas Missões Populares na localidade de Santa
Tereza II – Pires Ferreira - Ce:
2.1. Como acontece a missão na vida religiosa?
2.2. Na condição de religiosa, de que maneira vem desenvolvendo a missão dentro
e fora da igreja?
2.3. Qual a importância dos leigos na missão dentro da igreja?
2.4. Na paróquia a qual está em missão, como vem sendo o trabalho com as
Missões Populares ?
2.5. Quais as dificuldades para exercer a missão?
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FICHA DE CAMPO PARA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES
Data: 25/06/2014
1. Dados Pessoais do Entrevistado:
Nome: Herlandino Sampaio
Idade: 35 anos
Telefone:
Profissão: Pároco
2. Dados referentes as Santas Missões Populares na Paróquia de Pires Ferreira
- Ce:
2.1. Qual a importância da criação das Santas Missões populares?
2.2. Quais os motivos que levaram a igreja fazer tais mudanças?
2.3. Como estão sendo as Missões no município de Pires Ferreira?
2.4. Quais dificuldades encontradas na realização das missões ?
2.5. Em relação as Santas Missões populares, Quais os pontos positivos e negativos
referentes as Missões?
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