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Contei, mas é segredo!
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Contei, mas é segredo!
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Contei, mas é
segredo!
Contos de amor, terror e
suspense.
Verônica Stivanim
Contei, mas é segredo!
4
Todas as situações narradas são fictícias.
Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência.
Stivanim, Verônica.
Contei, mas é segredo!
Primeira Edição - São Paulo – 2012.
Todos os direitos reservados.
Acesse: www.eupenseihoje.blogspot.com
www.facebook.com/veronicastivanim
Dedicatória:
Contei, mas é segredo!
5
Dedico esta obra a todos que estão ao meu lado,
mesmo quando mudo de opinião.
Minha família, que amo muito. Nilza, Viviane,
Vanilma, Vanessa e Thainara.
Dedico a todos que acreditam que o coração
humano esconde e revela grandes histórias o tempo
todo.
Verônica Stivanim
Contei, mas é segredo!
6
Contei, mas é segredo!
7
“O que contamina o homem não é o que entra na
boca, mas o que sai da boca, isso é o que
contamina o homem.”
Mateus 15 ,11.
Contei, mas é segredo!
8
O corte. .....................10
A festa. ....................14
O lado imperfeito do amor
perfeito. ..................23
Contei, mas é segredo!
9
Amor
incondicional....................30
A sentença e o
sangue..............................36
Tatuagem...............43
O primeiro desamor de
Mariana.......................50
Cada passo seu.......62
O lado positivo.....70
O corte
Contei, mas é segredo!
10
O dia estava monótono; os pensamentos rondavam a
minha mente como se tudo fosse culpa minha.
Aquelas tardes de sol, calmas. Vista do ponto de vista
de qualquer pessoa, escondiam a dor que só a alma
sabe sentir.
Quantas vezes mais no mesmo dia eu pensaria sobre
aquela história que fora mal contada por mim mesma a
pessoas que nunca se interessavam de verdade pelo
que eu sentia?
Contei, mas é segredo!
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Troco de canal. O que estava passando mesmo? Talvez
fosse mais um filme em que o final fosse feliz para todo
mundo. Como se isso fosse possível!
Me pego julgando-me novamente. Desdenho de
qualquer coisa. História que até então está feliz, sempre
creio que não será sempre assim. Aguardo, dentro de
mim, como se eu fosse uma platéia aguardando o show.
Espero o momento em que o perfeito se desenrola, se
desmente e as pessoas se mostram como são, e a vida
como é.
Como me tornei isso? Que ser humano negativo que eu
sou! Estou me julgando de novo.
O dia quente, abafado. Imagino que queria estar numa
praia, numa ilha, num parque. Em qualquer lugar em que
eu pudesse vender felicidade. Mostrar que eu consegui
como todo mundo faz. A mesma ilusão sempre. Estou
eu sendo negativa ou realista?
Resolvo tomar um banho para lavar a minha alma.
Quantas coisas se passam em minha mente apenas
nestes segundos!
A roupa é tirada de maneira misteriosa; como se eu
brincasse comigo mesma. Faz de conta que alguém se
importa. Faz de conta que você me deseja.
A água está quente. A espuma amacia a minha pele.
Gosto do cheiro de banho. Gosto da sensação de estar
Contei, mas é segredo!
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me limpando. Deixando escorrer as minhas dúvidas e
pensamentos.
Sinto arder a minha mão esquerda. Estranha sensação.
A água quente faz doer à mão. Ao sair do banho
percebo que há um corte.
Um corte pequeno, um risco desenhado por algum
objeto pontiagudo. Em que momento isso aconteceu?
Antes não doía. Mas agora que vi o corte, a dor parece
insuportável. Um corte pequeno, mas com dor intensa.
Um corte na mão. Não consigo tocar nada inteiramente,
apenas uma parte.
Um pequeno corte na mão impede-me de prosseguir
com a rotina.
Com cuidado, aos poucos eu me visto. Volto para a sala.
No sofá noto algo, um objeto. Será que me perdi em
meus pensamentos?
Um canivete. Com algumas gotas de sangue. Será eu a
minha própria traidora?
Um corte no lugar errado. Dia errado. Hora errada.
Volto aos meus pensamentos. Canivete na mão direita.
A esquerda paga os meus pecados.
Merece segunda chance? O sangue, o pulso, os
impulsos?
Contei, mas é segredo!
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Banho tomado. O corte na mão, na palma da mão, já
não dói como antes.
Ardor nos pulsos. Chega de pensamentos insanos,
impuros. Livro-me de você e de toda a culpa.
Julguei-me culpada. Não mereço viver.
A festa
Contei, mas é segredo!
14
Já havia se passado muito tempo… A menina toda tarde
esperava o pai chegar.
Completaria oito anos e esperava ansiosamente por
uma festa. A mãe não havia demonstrado nenhum tipo
de emoção, até parecia que naquele ano não teria festa
alguma.
Não! Jamais a mãe tão carinhosa iria lhe deixar sem
nenhuma comemoração. Seria um pouco diferente.
Talvez o pai que sempre esteve ausente em suas festas,
neste ano iria aparecer. A mãe lhe pediu para escolher
um tema para a festinha.
A carta. Ele recebera a carta. A mãe lhe prometeu que
enviaria.
“Papai, apesar de seu rosto ser um mistério para
mim, e de não sentir seu cheiro, seu abraço e de
nunca haver me contado uma história para dormir,
pois o senhor (ou você, eu não sei como quer que eu
lhe chame), é muito ocupado. Eu sei que sente
Contei, mas é segredo!
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saudades e que também quer viver uma história
comigo: a sua filha. Isso que eu sou. Sua menina.
Papai, eu sonhei que o senhor ou você, vinha me
ver. E que no meu oitavo aniversário você me deu
um presente. Era uma boneca. Mas eu não quero
boneca. Não quero presentes. A mamãe me dá
brinquedos. Mas eu quero ter um pai. Tem coisas
que a mamãe não pode fazer por mim. Mas ela não
sabe, pode ser que fique chateada. Eu queria jogar
bola, contar o que aconteceu na escola e queria que
você fosse para a minha escola na apresentação do
dia dos pais. Sabe pai, as minhas amigas têm
bonecas, e tem avós e tem pai e mãe. Eu penso que
eu tenho tudo isso, só falta você. Pois eu sei que eu
posso ter a mamãe e ter o papai. Olha, não fique
com vergonha se não tiver presente. Eu quero que
venha à minha festa, vai ser muito legal! O tema é
de princesa. Eu escolhi pra você, porque eu sou a
sua princesa. Papai, mesmo que o senhor seja
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