View
216
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
1
O CONCEITO DE RELAÇÃO A PARTIR DA NOÇÃO TOMÁSICA
DA VERDADE COMO “ADEQUAÇÃO DA COISA E DO
INTELECTO” NA QUESTÃO 16 DA PRIMEIRA PARTE DA SUMA
TEOLÓGICA. doi: 10.4025/XIIjeam2013.fernandes18
FERNANDES, Paulo Adriano Do Amaral1
Introdução
A história do homem se confunde com a história de seu esforço em conhecer a
realidade e compreendendo-a, conhecer-se a si mesmo, desde que o homem se descobre
como um ser consciente descobre também a consciência como ferramenta para lhe dar
melhores condições de adaptação ao mundo, porém o homem não se satisfaz apenas em
adaptar-se à realidade, a adaptação humana não é uma ação mecânica ou instintiva, o
homem se adapta melhor, na medida em que compreende mais a realidade e a si mesmo,
deste fato emerge a temática da relação, é pertinente no esforço de compreensão da
realidade feita pelo homem, compreender suas relações.
Um dos temas basilares da filosofia, desde a sua sistematização como modo de
conhecimento, na Grécia Antiga, é o tema da verdade, no contexto do problema do
conhecimento. E a definição clássica da verdade como adequação da coisa e do intelecto
está entre as mais interessantes, pois há os que a acolhem como termo do esforço do
espírito humano diante deste problema e há os que a colocam simplesmente como um
ponto de partida para o problema do conhecimento, o nosso trabalho propõe outra
abordagem, procurar compreender o conhecimento e a verdade, não pela perspectiva do
intelecto ou do sujeito, nem pela perspectiva da “coisa” ou do objeto, mas da relação entre
coisa e intelecto, o interesse é compreender o que é a “relação”, o que significa “relação” e
1 Universidade Estadual De Maringa (UEM). Programa De Pós-Graduação – Mestrado Em Filosofia - Virtudes Morais E Virtudes Intelectuais.
2
quais as implicações dessa relação no conhecimento, na acepção de verdade e suas
possíveis conseqüências inclusive no modo de compreende o homem, um ser de relações.
Nosso trabalho se desenvolve a partir de um referencial teórico, o desenvolvimento
do tema e apontam algumas conclusões, dada a grandeza do pensamento tomásico reserva-
se a pesquisar a questão da relação a partir da concepção tomista de verdade apenas na
questão 16 da primeira parte da Suma de Teologia.
1. Referencial teórico
Na questão 16 da 1ª. parte da Suma Teológica, São Tomás de Aquino discorre
sobre a verdade e para isso apresenta oito artigos, tendo como ponto inicial a afirmação de
que o objeto da ciência é o verdadeiro, depois de considerar a ciência de Deus é preciso
inquirir sobre a verdade.
Nos oito artigos desta questão se discute se a verdade se encontra na coisa, no
objeto, ou apenas no intelecto, se a verdade está no intelecto apenas quando ele compõe e
divide, sobre o verdadeiro comparado com o ente e com o bem, se Deus é a verdade, se
todas as coisas são verdadeiras em razão de uma verdade ou de muitas, se a verdade é
eterna e se é imutável.
A afirmação clássica do pensamento tomista sobre a verdade, que já se encontra em
sua obra “Sobre a verdade”, quando afirma na solução do artigo 1º : “a segunda definição
assenta naquilo em que formalmente se realiza a noção de verdadeiro, e assim diz Ysaac
que a “verdade é a adequação da coisa e do intelecto”2, “...veritas est adaequatio rei et
intellectus;” diante desta afirmação, o que pretendemos discutir é o significado do conceito
de “relação”, a partir de uma necessária relação entre “a coisa” e o “intelecto”.
Nas teses tomásicas, inicialmente se contestam as possibilidades da verdade não
estar apenas no intelecto, mas principalmente nas coisas, e aí já emerge para nós a
inquietação, a verdade está nas coisas cognoscíveis? A verdade está no intelecto que
conhece? Em que sentido podemos compreender o questionamento tomista ao afirmar que
“parece” que a verdade não está apenas no intelecto, mas principalmente nas coisas?
Tomás, ainda no primeiro artigo da questão 16 da Primeira parte da Suma
Teológica, justamente o que introduz esta lapidar questão, se apóia em Santo Agostinho
2 Aquino, Tomás. De veritate. Art. 1.
3
que rejeita a definição da verdade como verdadeiro apenas o que se vê ou o que aparece
como tal ao sujeito que conhece, se este quer e pode conhecê-lo e define o verdadeiro
como “é o que é” e aí se problematiza, parece que a verdade está nas coisas e não no
intelecto. E ainda Tomás reflete sobre esta questão apontando o erro dos antigos filósofos e
em Aristóteles nos Primeiros Analíticos e no livro das Categorias. Mas, observa o doutor
angélico, no livro VI da Metafísica diz o Filósofo: “O verdadeiro e o falso não estão nas
coisas, mas no intelecto.”
Podemos observar que nesta primeira questão na colocação do problema que será
objetado por Tomás é muito implícito e secundário a discussão sobre a relação entre o
intelecto que conhece e o objeto conhecido. Como compreender esta situação? Que razões
teria Santo Tomás para abordar indiretamente esta questão? Que importância teve e tem
para o desenvolvimento da compreensão sobre o conhecimento das coisas, um melhor
entendimento do conceito de relação entre sujeito cognoscente e objeto cognoscível? Que
implicações este tipo de abordagem traz para a metafísica, a epistemologia e a partir daí
para uma antropologia e a própria ética? É o que pretendemos refletir neste trabalho.
Seguindo ainda o primeiro artigo da questão dezesseis, na resposta, São Tomás
passa a falar do bem como àquilo a que tende o apetite e a verdade como àquilo que tende
o intelecto. Quando introduzimos o tema da “tendência”, do “tender”, do “tendit”,
entendemos uma postura do colocar-se em relação a algo ou a alguém, como uma
determinada realidade que emerge com uma característica fundamental de atrair e
desencadear um movimento entre duas realidades, nesse caso a do intelecto capaz de
conhecer e a do objeto capaz de ser conhecido.
Mas Tomás afirma que há uma diferença entre o apetite e o intelecto ou qualquer
outro modo de conhecer. “O conhecimento consiste em que o conhecido está naquele que
conhece, ao passo que a apetência consiste na inclinação do sujeito para aquilo que o atrai.
Assim, o termo do apetite que é o bem, se encontra na coisa que atrai, ao passo que o termo
do conhecimento, a verdade, está no intelecto.”3
Assim compreendemos que, primeiro é preciso considerar as diferenças entre o
apetite e o intelecto, porém também o apetite de certa forma, possibilita o conhecimento.
Mas para o Aquinate, o conhecimento se da na medida em que o “conhecido” está naquele
que conhece enquanto que a apetência se manifesta na medida em que é atraída por algo,
3 AQUINO, Santo Tomás. Suma Teológica I, q.16, art.1
4
podemos provocar afirmando que no caso do intelecto há uma relação entre o cognoscente
e o cognoscível no próprio intelecto, há uma operação interna e no apetite há uma relação
que se manifesta de forma exteriorizada, pois o sujeito pela apetência se inclina para
determinada coisa que o atrai. Permanece de forma contundente a questão: o que é a
“coisa” para o intelecto? Que relação há entre ambos? Que diferenças há entre a “coisa”
que o intelecto conhece e a “coisa” que atrai o apetite? Que tipos de relações podem ser
inferidas do “intelecto e da coisa”, no caso do intelecto, e do “apetite e da coisa que o
atrai”, no caso da apetência?
Ao refletir dessa forma a questão precisamos um esforço maior de compreensão de
como se dá a relação do conhecido que já está naquele que conhece, que tipo de relação é
essa? Existe alguma relação entre a coisa e o intelecto? A adequação da coisa ao intelecto é
um tipo de relação?
Ainda na resposta, Tomás continua afirmando que do mesmo modo que o bem está
na coisa, enquanto ordenada ao apetite, por isso a razão da bondade passa da coisa que
atrai ao apetite e o apetite se diz bom, conforme é do bem, assim também o verdadeiro,
estando no intelecto à medida que se conforma com a coisa conhecida, é necessário que a
razão de verdadeiro passe do intelecto à coisa conhecida, de modo que a coisa conhecida
seja verdadeira na medida em que tem alguma relação com o intelecto, “...ut res etiam
intellecta vera dicatur, secundum quod habet aliquem ordinem ad intellectum.”4
O tema da “relação” vai sendo suscitado a partir destas afirmações tomásicas na
resposta do primeiro artigo, para Tomas, “...uma coisa é verdadeira, absolutamente
falando, segundo a relação com o intelecto de que depende.”5 Portanto interessa-nos
compreender melhor o que é e como se dá esta relação. 6
A discussão evidentemente se prolonga e aprofunda no próprio artigo primeiro e
nos seguintes, possibilitando-nos seguir na busca de uma maior compreensão do
significado desta relação entre o intelecto e a coisa, que na tradição latina preferiu-se o
termo “ordinem”, ordenar-se ao intelecto, como compreender a relação entre sujeito e
objeto numa perspectiva do ordenamento de um para com o outro e esse “um” é o objeto,
por que não poderia ser o oposto, por que não poderia ser o intelecto voltar ao objeto?
4 Id. 5 ibidem 6 No texto latino a expressão que encontramos na tradução por “relação” é “ordinem”, “ut res etiam intellecta vera dicatur, secundum quod habet aliquem ordinem ad intellectum.”
5
Porém, este tipo de problema é clássico na filosofia. Ora é o sujeito que se impõe,
ora é o objeto que impera, desde o despertar pré-socrático na pergunta pela “arché”,
passando por Platão e Aristóteles, Agostinho, Anselmo, Tomás, chegando aos modernos
com Descartes e Hume, Kant, Hegel e contemporâneos como Heidegger, Sarte, Habermas.
Vamos sendo desafiados por uma tomada de posição nesta relação dicotômica: sujeito-
objeto, ser-nada, razão pura- razão prática. Recordamos Michel Foucault (1926-1984) que
afirmava que a filosofia é uma maneira de refletir, não sobre o que é verdadeiro e o que é
falso, mas sobre nossa relação com a verdade. Portanto, a temática da “relação” está aí
atual, pertinente e complexa.
Proponho, a partir desta espinhosa questão em Tomás, que fixemos a nossa atenção
não em um dos pólos, mas no que põe um diante do outro e assim busquemos compreender
melhor a relação entre ambos e compreendendo melhor a relação, compreender sob uma
nova ótica o sujeito cognoscente e o objeto cognoscível, buscando colaborar no processo
do entendimento no qual se dá o conhecimento e o que o conhecimento provoca na
compreensão do ser humano, sua existência e suas conseqüentes relações.
No artigo segundo, discute-se, se a verdade está no intelecto que compõe e que
divide, justamente aqui Tomás retoma a definição de Isaac, “in libro de Definitionibus,
quod veritas est adaequatio rei et intellectus.” Segue inquirindo quanto a conversibilidade
do verdadeiro e do ente, novamente emerge uma complexa e importante discussão sobre a
ordem das coisas no ser e na verdade, que pode nos ajudar a compreender o conceito de
relação e a partir da relação que se dá entre “ser e verdade” chegar a um entendimento
melhor da “coisa”.
No artigo quarto Tomás introduz o tema do bem, buscando saber se o bem, segundo
a razão é anterior ao verdadeiro, aqui devemos procurar entender se o bem não for segundo
a razão, o bem é segundo o que? Segundo a vontade? E a anterioridade ou a posteridade na
relação entre o bem e o verdadeiro não nos leva novamente a perceber o tema da relação?
O artigo quinto, parece-nos crucial na questão em discussão, questiona se Deus é a
verdade. Como se compreende a verdade a partir de Deus? Qual é o entendimento possível
do conceito de “relação” a partir da noção de que Deus é a verdade? Existe relação em
Deus? Como compreender a relação entre o intelecto que conhece e a coisa conhecida, se
Deus é a verdade?
6
Os artigos seis e sete abordam, se todas as coisas são verdadeiras em razão de uma
única verdade e, se a verdade criada é eterna. Assim concluímos o estudo desta questão na
busca de uma maior compreensão do conceito de relação.
2. Objetivos
2.1 Objetivo geral: Compreender o conceito de “relação” a partir da noção
tomista de verdade como adequação da coisa ao intelecto.
2.2 Objetivos específicos:
2.2.1 Apresentar a noção clássica em Tomás de Aquino de verdade como
adequação da coisa ao intelecto na questão 16 da 1ª. parte da Suma Teológica.
2.2.2 Compreender o conceito de “relação” a partir da concepção tomista de
verdade, refletindo como se dá no processo do conhecimento da verdade a relação intelecto
e coisa.
2.2.3 Apresentar as conseqüências básicas para o entendimento do conceito de
“relação” tanto para a epistemologia, quanto para a antropologia, derivadas da
compreensão tomista de verdade.
3. Metodologia
A metodologia para se realizar tal trabalho é o da revisão bibliográfica sobre o
tema, partindo especialmente da leitura e reflexão das fontes próprias, fichamento e
redação da comunicação.
4. Desenvolvimento
Entre o intelecto e a coisa: o ser.
Entre o intelecto que conhece e a coisa que se adequa ao intelecto, está o ser, por
isso a concepção da verdade como a adequação da coisa e do intelecto leva-nos a perguntar
pelo o que é, e em que modo se dá a relação entre ambas as realidades.
7
O intelecto, instrumento humano que o diferencia dos demais seres na forma de se
relacionar consigo mesmo e com as outras realidades, deve ser entendido também para
além de si mesmo, a partir das relações que estabelece com a realidade que busca
compreender e o que ocasiona esse processo de compreensão e apreensão da realidade em
si mesmo.
Na resposta do primeiro artigo da questão 16, Santo Tomás distingue o “bem” da
“verdade”, justamente no aspecto relacional quando diferencia que o bem é aquilo a que
tende o apetite e a verdade aquilo a que tende o intelecto. E aí afirma, para mostrar a
distinção, “o conhecimento consiste em que o conhecido está naquele que conhece, ao
passo que a apetência consiste na inclinação do sujeito para aquilo que o atrai.”7
O bem que é o que busca o apetite, está na coisa que o atrai, e a verdade que é o
que busca o conhecimento, está no intelecto.
Para Tomás, da mesma maneira que a razão da bondade passa da coisa que atrai ao
apetite; o verdadeiro, estando no intelecto à medida que se conforma com a coisa
conhecida, a razão de verdadeiro passa do intelecto à coisa conhecida e então a coisa
conhecida é dita verdadeira na medida em que tem alguma relação com o intelecto.
Quanto ao apetite e ao bem a relação se dá pela atração, o bem e o que é o bom; a
bondade, atrai o apetite e o apetite se volta para o bem, buscando-o. Já quanto ao
conhecimento, a relação se dá pela adequação ou conformidade, pois a verdade se encontra
no intelecto e por isso é possível conhecer verdadeiramente a coisa na medida em que não
houver contradição entre a verdade no intelecto e a coisa. E isso é possível justamente pela
adequação.
Porém, o que nos inquieta é que, de qualquer forma é necessário admitir um tipo de
relação entre “intelecto” e “coisa” e logo aprofundar esse fato, justamente para que
ampliemos a concepção de “verdade”, não reduzindo-a a uma operação exclusiva do
intelecto ou da coisa.
Seguindo a resposta tomista, ainda no artigo primeiro, o Aquinate fala que a coisa
conhecida, pode se referir ao intelecto por si ou por acidente, por si quando dele depende
segundo seu ser e se refere por acidente ao intelecto pelo qual é cognoscível, no entanto o
juízo sobre uma coisa não se faz senão em razão que lhe é essencial, por isso uma coisa é
absolutamente verdadeira, segundo a relação com o intelecto de que depende e ai
7STI q.16, art.1
8
apresenta-se o exemplo da casa e de seu artífice, a casa é verdadeira se assemelha à forma
que está na mente do artífice, as coisas naturais são verdadeiras na medida em que se
assemelham às representações que estão na mente divina e conclui Tomás, que a verdade
está principalmente no intelecto e secundariamente nas coisas enquanto se referem ao
intelecto e a seu principio.
Podemos observar que a verdade das coisas que está no intelecto se dá a partir da
relação e na medida da relação entre “intelecto” e “coisa’, se há uma relação de
semelhança entre a casa e a forma da casa que está na mente de seu artífice esta é uma casa
verdadeira e temos uma verdade que é o termo do processo em que coincide-se “coisa”, a
casa e a “forma” da casa no intelecto do artífice. Quando fala das coisas da natureza, são
verdadeiras na medida que se assemelham ao que está mente divina, quanto mais por
relação se aproxima do que está na mente divina, mais se conhece verdadeiramente uma
coisa, verdade que inclusive revela a condição de existência das coisas que somente é
possível por estarem na mente divina, aqui postulamos a coincidência de um trinômio:
“verdade-existência-ser”.
Mas o doutor Angélico ainda fala que a verdade está principalmente no intelecto e
secundariamente nas coisas enquanto se referem ao intelecto e a seu principio, por isso
podemos explorar a questão propondo a tese de que a verdade em última instância que está
no intelecto é realidade na medida em que se coloca em relação com o objeto, propomos
que a verdade que está principalmente no intelecto e secundariamente nas coisas pode ser
compreendida como uma verdade relacional, que se revela na medida em que se dá a
relação entre intelecto e coisa, sujeito e objeto.
Com esta proposição não buscamos nos afastar da conclusão tomista, mas
compreendê-la numa outra perspectiva, visando discutir seja as correntes filosóficas
modernas e contemporâneas do subjetivismo ou do objetivismo, seja o relativismo e o
ceticismo, com todas as suas implicações na epistemologia, antropologia e metafísica.
Parece-me haver espaço suficiente no pensamento tomásico para refletir sobre o conceito
de “relação”, ainda que no mundo medievo não tenha sido uma preocupação considerável,
porém pode nos ajudar a enfrentar uma temática tão pertinente e atual que é o tema da
“relação”.
9
Considerando que a verdade está principalmente no intelecto e secundariamente nas
coisas enquanto se referem ao intelecto e a seu principio, Tomás entende a razão pela qual
a verdade é definida de tantas maneiras.
Recorda Santo Agostinho que no tratado “Da verdadeira religião” entende a
verdade como “...aquilo pelo qual é manifestado o que é.” E Hilário define o verdadeiro
como a declaração ou manifestação do ser, para Tomás quando se entende a verdade como
manifestação do ser, do que é, isso cabe à verdade no intelecto e quanto à verdade da coisa
ordenada ao intelecto apresenta a definição agostiniana da verdade como perfeita
semelhança com o princípio, sem nenhuma dessemelhança, Santo Tomás ainda vai se
apoiar nesta discussão em Santo Anselmo e Avicena.
A reflexão fica no aspecto da relação entre verdade e ser, quanto ao intelecto é
manifestação do ser, quanto à coisa é relação de semelhança ou retidão da coisa com a
mente. E quando se define como “adequação da coisa e do intelecto”, Santo Tomás
defende que se pode referir tanto quanto ao intelecto, quanto à coisa cognoscível. Aliás,
nos perguntamos, cognoscível ou conhecida?
Para Santo Tomás, quando Agostinho fala da verdade da coisa, exclui da razão
desta verdade a relação com nosso intelecto, pois o que é acidental exclui-se de qualquer
definição.
Já os filósofos antigos, afirma Tomás, não faziam proceder as espécies das coisas
naturais de um intelecto, mas do acaso e como consideravam que o verdadeiro implica uma
relação com o intelecto, eram obrigados a estabelecer a verdade das coisas em sua relação
com o intelecto e ai surgiram os problemas levantados por Aristóteles no livro IV da
Metafísica. Para o Aquinate esses inconvenientes não acontecem se fizermos consistir a
verdade das coisas na relação com o intelecto divino. Ainda que se questione o problema
da relação da verdade das coisas em sua relação com o intelecto, Santo Tomás resguarda o
aspecto relacional, agora referindo-se à relação da verdade das coisas com o intelecto
divino.
Na resposta à proposição de que a verdade de nosso intelecto seja causada pela
coisa, conclui Tomás, que é o ser da coisa, e não a sua verdade, que causa a verdade no
intelecto, sustentando-se em Aristóteles que diz que uma opinião ou uma palavra é
verdadeira porque a coisa é, e não porque a coisa é verdadeira.
10
Concluindo esta reflexão da questão segunda do artigo 16 podemos observar que há
um processo relacional entre o intelecto e a coisa e isso não é algo secundário ou acidental,
é decisivo e determinante para o conhecimento, por isso Tomás, ainda que discretamente
afirma, que a verdade está primeiramente no intelecto e secundariamente nas coisas, agora
o que surge de toda esta reflexão, além da relação entre intelecto e coisa é o problema da
relação entre “ser” e “verdade”.
É fundamental compreender que “...é o ser da coisa, e não sua verdade que causa a
verdade no intelecto.”8 O que significa “causar” a verdade no intelecto? O que significa “o
ser da coisa” e “a verdade da coisa”?
Entre o intelecto capaz de conhecer e a coisa cognoscível está o ser? Seria o “ser” o
que move tanto o intelecto quanto à coisa colocando-os em relação? Tanto para que seja
possível o intelecto conhecer, e a coisa ser conhecida, é necessário que primeiramente
emerja o ser, como isso se dá?
É o ser, tanto quanto o bem em relação ao apetite, que na questão do conhecimento
atrai? Adequa a coisa ao intelecto, e no intelecto se revela como verdade? Portanto, surgem
muitas perguntas que nos aguça a perseguir respostas e acompanhados do doutor Angélico,
prossigamos.
O “ser” desencadeia um movimento da coisa que se adéqua ao intelecto: a relação.
Levantamos como hipótese de pesquisa a consideração de que entre o intelecto que
conhece e a coisa que é conhecida revela-se o ser e a adequação da coisa ao intelecto se
torna possível na medida em que a coisa “é”, porém o ser da coisa não apenas possibilita o
seu conhecimento, mas desencadeia a partir do intelecto que conhece um movimento e a
esse movimento, chamo relação.
Por isso compreendemos que a afirmação clássica tomásica de que a verdade é a
adequação da coisa, do objeto ao intelecto, pode ser compreendida de uma forma que nos
leve a superar as posições extremas e antagônicas de um subjetivismo que exalta o sujeito
de forma quase que excludente do objeto ou do objetivismo que transforma o intelecto e os
sentidos em receptáculos do objeto.
8 idem
11
É evidente que houve na história da filosofia esforços para superar estas dicotomias
e de forma brilhante, como no pensamento kantiano, na filosofia moderna, ou na
fenomenologia, no pensamento contemporâneo, porém, observo que na reflexão tomásica
encontramos recursos para compreender de uma forma nova o processo do conhecimento
que, evidentemente considere o intelecto do sujeito cognoscente e o objeto como “coisa”
conhecida e cognoscível, mas que desloque o foco para a relação que se dá entre ambos, de
forma suficiente para preservar a objetividade da verdade e a apreensão da subjetividade,
fazendo emergir um conhecimento que, acolhendo a realidade objetiva encontre um
significado.
A “coisa”, depois de ter sido conhecida, o que se entende como a objetividade do
conhecimento da verdade, deve ser “significada”, a verdade da coisa que está no intelecto
precisa ser exprimida, exteriorizada por aquelas possibilidades humanas derivadas da
condição racional, como as variadas formas de linguagem, evidentemente que a partir da
adequação que se deu entre a coisa e o intelecto, para que também seja uma expressão
verdadeira, mas isso demonstra a importância do aspecto relacional existente entre
“intelecto” e “coisa.
Ao discutir no artigo segundo se a verdade está no intelecto que compõe e divide,
terminologia técnica para designar o ato pelo qual o intelecto humano julga construindo
uma proposição, na qual um atributo é afirmado de um sujeito, a composição ou negado, a
divisão; Tomás parte da afirmação aristotélica no tratado “Sobre a alma” de que a
composição ou a divisão não se encontram nem no sentido nem no intelecto que conhece a
essência, por isso a verdade não está apenas no ato do intelecto, que compõe e divide,
retoma a expressão clássica citando Isaac que define a verdade como “adequação da coisa
e do intelecto”, e defende que tanto entendimento de objetos complexos pode adequar-se às
coisas, quanto de objetos não complexos, como também o sentido que sente a coisa como
é.
Mas Tomás aponta uma problematização levantada por Aristóteles no livro VI da
Metafísica que, a respeito dos objetos simples e da essência, não há verdade nem no
intelecto nem nas coisas. É necessário explorar a resposta tomista para compreender tal
afirmação aristotélica e suas conseqüências.
Em sua resposta, Santo Tomás insiste na afirmação que a verdade segundo sua
razão primeira, portanto não excluindo outras aproximações e perspectivas, está no
12
intelecto, fala da necessária semelhança da coisa conhecida no intelecto, que é sua forma
enquanto é aquele que conhece, define-se a verdade pela conformidade do intelecto e da
coisa e conhecer tal conformidade é conhecer a verdade. Resguarda-se a questão sobre o
que é a verdade segundo sua razão primeira? O que é esta razão primeira? Se há razão
primeira há outras razões que seriam secundárias?
Estes conceitos de “semelhança” e de “conformidade” poderiam ser entendidos
como “relação”? Ou é a “semelhança” ou a “conformidade” da coisa com o intelecto que
estabelece a relação?
O Aquinate nos ajuda a avançar na busca da compreensão do conceito de relação
quando diz que esta conformidade, o sentido não a conhece de modo algum, “pois ainda
que o olho tenha a semelhança do que é visível, não conhece a relação entre a coisa vista e
o que dela apreende.”9
Já o intelecto pode conhecer sua conformidade com a coisa inteligível e
entendemos que isso é possível justamente pela relação que se estabelece entre a coisa, que
no caso dos sentidos, por exemplo, da visão se vê, e o intelecto, apreende.
E continua Tomás esclarecendo que não é o fato de conhecer a essência da coisa
que o intelecto apreende essa conformidade, mas quando julga que a coisa assim é, daí se
dá o desencadeamento do processo do conhecimento e a dizer o verdadeiro. Novamente
compreendemos que essa ação do intelecto que julga que a coisa é, e portanto se dá o
começo do conhecimento é o que entendemos por “relação” e que sem esse momento que é
o estabelecimento de uma relação explícita entre o intelecto e a coisa que a ele se adequa,
não se consegue conhecer a verdade.
Ainda respondendo as objeções do artigo segundo Santo Tomás aprofunda o
processo do conhecimento e da busca das condições para se chegar a dizer o verdadeiro.
Por isso afirma que esse processo se faz compondo e dividindo, pois, em qualquer
proposição, a forma significada pelo predicado, diz Santo Tomás, ou é afirmada da coisa
significada pelo sujeito, ou então é negada, então, compreende-se que o sentido é
verdadeiro a respeito de alguma coisa, ou que o intelecto o seja conhecendo a essência,
mas não que conheça ou diga a verdade.
9 STI q.16, art. 2
13
Então conclui, a verdade pode estar no sentido ou no intelecto que conhece a
essência, como em uma coisa verdadeira, mas não da mesma maneira como o conhecido se
encontra naquele que conhece, o que implica o termo verdadeiro.
Para o Aquinate então, a perfeição do intelecto é o verdadeiro enquanto conhecido
e por isso a verdade está no intelecto que compõe e divide, não nos sentidos, nem no
intelecto que conhece a essência.
Assim chegamos ao núcleo desta questão, o atributo “verdadeiro”, é inicialmente
da inteligência e quando é afirmado da coisa é por derivação, na medida em que a coisa é
introduzida pelo ato de conhecer na vida da inteligência, então conhecer é ser o outro, a
coisa conhecida, então a verdade é uma relação de conformidade da inteligência à coisa e
esta relação existe primeiramente na inteligência e por derivação na coisa.
A relação, ainda que de conformidade, da coisa à inteligência é fundamental para o
processo do conhecimento, se esta relação se dá primariamente na inteligência e apenas por
derivação na coisa, não me parece algo “acidental” ou secundário, mas crucial para que o
homem não apenas conheça, mas conheça com “significatividade” o conhecido.
Quando o estudioso de São Tomás Jean-Hervé Nicolas10, comentando o artigo 16
em nota na Suma, afirma que a característica de todo conhecimento é o de ser em maior ou
menor grau, consciente; o que conhece, conhece-se conhecendo e isso somente se dá
plenamente na inteligência, implica justamente num processo que demonstra a importância
do aspecto relacional, ainda que o conhecimento culmine no intelecto.
A inteligência humana conhece a partir do estabelecimento de relações com o
cognoscível, o intelecto destaca a coisa a si mesma, por abstração, identificando-se com
ela, mas sem se conhecer ainda como idêntico ao outro, sendo-o somente. Ainda não temos
aqui a descoberta, o “juízo” quanto à adequação ou conformidade?
Nesse sentido Santo Tomas compreende que nesse momento do processo
cognoscente, do ponto de vista da qualificação “verdadeira”, a coisa é ainda uma coisa
entre outras, sua verdade é de ser o que ela é, um cognoscente em ato de conhecer,
podemos dizer, um “cognoscente cognoscível”.
É a partir desse momento que se dá o problema que temos refletido. O
conhecimento se dá como o ato de conhecer essa identificação com o outro que é conhecer
o verdadeiro enquanto tal, e não somente ser verdadeiro, entendo que as coisas são e
10 Jean-Hervé Nicolas (1901-2001), professor de Teologia dogmática, sacerdote dominicano de Friburgo.
14
enquanto são, são verdadeiras, mas enquanto não se dá a adequação entre a coisa e o
intelecto, portanto não são conhecidas, não são verdadeiras enquanto tal.
Ser verdadeiro, então, não é apenas ser uma coisa entre outras, mas ser somente
como uma inteligência pode ser, conhecendo-se verdadeiro, conforme à coisa conhecida.
Não basta ser, não basta ser verdadeiro, é preciso conhecer-se como verdadeiro.
E ainda no esforço de compreensão do pensamento tomásico, este processo se
entende no interior da inteligência, não é a inteligência voltando-se para as coisas para
verificar se as coisas são tais como o intelecto as conhece.
Todo o processo se dá internamente ao intelecto que toma consciência de sua
relação com o ser que está inscrito no próprio ato de conhecer, a coisa é conhecida
enquanto tal, “enquanto sujeito situado diante de quem conhece.” (ST I, q.16, art.2, nota d).
É muito interessante esse comentário, primeiro porque parece-nos um momento
crucial, o cognoscível, a “coisa”, a partir da relação consciente do intelecto com o ser
inscrito no próprio ato de conhecer é conhecida enquanto tal e se revela como sujeito
“situado”, quando introduzimos essa realidade de “situação”, estamos de certa forma
afirmando postura, relação, e é o que sucede, a coisa emerge como sujeito diante de quem
conhece, estabelecendo relação, para ser conhecida.
O aspecto relacional do conhecimento, ainda que partindo da clássica tese de que a
verdade é adequação da coisa ao intelecto, é fundamental considerando que o homem
conhece a partir da abstração do inteligível do sensível, o ser somente se apresenta ao
homem, de início, imerso no sensível e material, é preciso desvelar o ser e acolher a sua
verdade, estabelecendo relações e ainda admitindo que mesmo consumando no intelecto, o
processo cognoscitivo, o mesmo depende da relação que estabelece cognoscente e
cognoscível, para que tenhamos a coisa conhecida.
Segundo Mário Bruno Sproviero, criticando o idealismo em sua forma exacerbada,
que entroniza o “eu” como sujeito absoluto e sujeito absoluto do conhecimento, “...no
realismo de Tomás, temos o intelecto aberto, cônscio de sua finitude e limitação, aceitando
a verdade de fora.”11 A verdade deve se apresentar como única e aqui enfrentamos o
relativismo, mas infinita e transcendente, aqui o dogmatismo e ideologias, por isso todas as
verdades dependem da “verdade”, mas não dedutíveis a partir de um sistema fechado e
11AQUINO, Santo Tomás. Verdade e conhecimento. 2ªed. São Paulo,SP, Martins Fontes,2011.pág. 91
15
finito, assim compreendemos que o ser finito em relação à verdade deve ter uma atitude de
abertura ao todo, à revelação do infinito, entendo uma atitude relacional.
Sendo que o sujeito cognoscente é finito e que ao conhecer, conhece como
adequação da coisa ao intelecto, deve-se considerar o aspecto da relação. Pois demonstra
de um lado, a possibilidade e a capacidade do homem de conhecer como um colocar-se
consciente diante da “coisa”, e de outro, a possibilidade e a capacidade da coisa, existir e
existindo, ser conhecida e isso somente se dá por uma dinâmica relacional.
Os conceitos latinos “adequatio”, “relatio”, “ordenatio” devem ser mais explorados,
e que nos ajudem a compreender melhor e assim argüir de forma mais clara que no
processo do conhecimento humano é fundamental a relação que se dá entre o sujeito que o
conhece a coisa que é conhecida.
5. Conclusões
O esforço de compreensão do conceito de relação a partir da tese tomista de que “a
verdade é a adequação da coisa ao intelecto” somente na questão 16 da primeira parte da
Suma já se apresenta como algo exaustivo, porém muito intrigante.
Apenas os artigos primeiro e segundo, já nos oferecem elementos consideráveis
para um aprofundamento da temática, chegamos a ter condições de afirmar com maior
serenidade que o aspecto da relação entre o intelecto e a coisa é fundamental para
compreender o processo do conhecimento e o que é a verdade em Tomás de Aquino.
Quando Santo Tomás reflete sobre a conversibilidade entre o “verdadeiro e o ente”,
discutindo com o Filósofo que afirma na Metafísica, Livro II, que é a mesma a ordem das
coisas no ser e na verdade, em sua resposta o Aquinate diz que da mesma forma que o bem
tem a razão de ser atrativo, o verdadeiro está ordenado ao conhecimento, na medida em
que uma coisa participa do ser, nessa mesma medida ela é cognoscível, assim como o bem
é convertível ao ente, o verdadeiro também o é e assim como o bem acrescenta ao ser a
razão de ser atrativo, assim também o verdadeiro acrescenta ao ser uma relação com o
intelecto.
Eis novamente de forma nobre na resposta tomásica o tema da relação quanto ao
intelecto, porém se fala do verdadeiro acrescentando ao ser uma relação com o intelecto.
16
Santo Tomás, continuando sua resposta do artigo terceiro, que apresentamos como
conclusões a essa nossa reflexão, afirma que o verdadeiro que está no intelecto é
convertível com o ente, como o que manifesta é convertível com o que é manifestado, o
ente, como o verdadeiro, está nas coisas e no intelecto; ainda que o verdadeiro se encontre
principalmente no intelecto e o ente principalmente nas coisas e é dessa forma que o
verdadeiro e o ente se diferem quanto à razão.
Nos artigos seguintes, podemos encontrar muitos outros elementos, para que a
compreensão do conceito de relação se aprofunde, Tomás abordará a questão se o bem,
segundo a razão, é anterior ao verdadeiro, se Deus é a verdade, se todas as coisas são
verdadeiras em razão de uma única verdade, se a verdade criada é eterna e se a verdade é
imutável. Evidentemente que são reflexões profundíssimas e que muito esclarecem a nossa
questão.
De certa forma, a conclusão que chegamos a partir dessa aproximação temática é da
necessidade de tratar o aspecto relacional do cognoscente e cognoscível como algo que
tende a nos trazer novos elementos para a compreensão do conhecimento humano e a partir
daí de suas implicações na metafísica e também na antropologia, pois o homem que
conhece é antes de tudo um ser de relações, que estabelece relações, e essa propriedade
humana, que também encontramos em todos os seres, deve ser mais explorada, pois
entenderemos melhor os modos de conhecimento, fruto do esforço da consciência, de
entender a si mesma, mas antes, entender o que lhe circunda e encontrar, desvelar ou dar
um significado ao que se é, ainda que seja simplesmente pelo fato de “ser”.
REFERÊNCIAS:
AQUINO, Tomás. Suma Teológica. [Introdução e notas: Thomas d’Aquin – Somme theólogique, Les Éditions Du Cerf, Paris, 1984. Texto latino de Editio Leonina]Edição brasileira.Coordenação geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira, Op. Edições Loyola. Petrópolis, RJ: 2006.
______. Suma de Teologia I. Parte I. Biblioteca de autores cristianos. Madrid, 2001.
______. A unidade do intelecto: contra os averroístas.[Edição bilíngüe], Lisboa: Edições 70, 1999.
______. O ente e a essência. [edição bilíngüe] Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
17
______. Suma de Teologia. Primeira parte. Questões 84-89[Tradução e introdução Carlos Arthur Ribeiro do Nascimento].-Uberlândia : EDUFU, 2004- (Coleção do estudo acadêmico; 2).
______. Verdade e conhecimento; tradução, estudos introdutórios e notas de Luiz Jean Lauand e Mario Bruno Sproviero.- São Paulo : Martins Fontes, 1999. (Clássicos).
______. Dante Alighieri/John Duns Scot/ William of Ockham.Seleção de textos.[tradução de luiz João Baraúna]Coleção Os Pensadores.São Paulo, SP: Abril Cultural, 1973.
JOSAPHAT, Frei Carlos. Paradigma teológico de Tomás de Aquino. São Paulo, SP: Paulus, 2012.
TORREL, Jean-Pierre, OP. Iniciação a Santo Tomás de Aquino, sua pessoa e obra. 3ª. Ed. Tradução Luiz Paulo Rouanet.São Paulo, SP: Edições Loyolla, 2011.
______. Santo Tomás de Aquino. Mestre Espiritual. Tradução J. Pereira. São Paulo, SP: Edições Loyolla,2008.
GARDEIL, Henri-Dominique. Iniciação a filosofia de Santo Tomás de Aquino: introdução, lógica, cosmologia. Tradução: Cristiane Negreiros Abbud Ayoub e Carlos Eduardo de Oliveira. São Paulo, SP: Paulus, 2013.
GARDEIL, Henri-Dominique. Iniciação a filosofia de Santo Tomás de Aquino: psicologia, metafísica. [tradução Cristiane Negreiros Abbud Ayoub, Carlos Eduardo de Oliveira e Paulo Eduardo Arantes] São Paulo, SP: Paulus, 2013.
NASCIMENTO, Carlos Arthur Ribeiro. Um mestre no ofício Tomás de Aquino. São Paulo, SP: Paulus,2011.
CAMPOS, Fernando Arruda. O tomismo hoje. São Paulo, SP. Loyola, 1989.
BENMAKHLOUF, Ali. Averróis/Ali Benmakhlouf; tradução Guilherme João de Freitas;revisão técnica Tadeu M, Verza.- São Paulo: Estação Liberdade, 2006 (Figuras do saber; 15).
PEREIRA, Rosalie Helena de Souza. Avicena: a viagem da alma: uma leitura gnóstico - hermética de Hayy IBnN Yaqzan/ Rosalie Helena de Souza Pereira.—São Paulo: Perspectiva: FASESP, 2002.—(Estudos; 179).
DUROZOI, Gérard- Dicionário de Filosofia/ Gérard Durozoi,André Roussel; tradução Marina Appenzeller.- Campinas, SP: Papirus, 1993.
Recommended