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O Desafio do Ajuste Fiscal
16 de agosto de 2016
Ministério daFazenda
Ministério daFazenda
PARTE I – Diagnóstico
Despesa pública - % do PIB (FMI) - 2015
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
Brasil Economias Desenvolvidas
Mercados Emergentes
Países de Renda
Baixa
43,30%
39,22%
31,54%
20,20%
Carga tributária - % do PIB – 2015 (FMI)
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
Brasil Economias Desenvolvidas
Mercados Emergentes
Países de
Renda Baixa
33,10%
36,61%
27,60%
16,39%
Rec. líquida do Gov. Central – 1997-2015 - % do PIB
12,0%
13,0%
14,0%
15,0%
16,0%
17,0%
18,0%
19,0%
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
14,1%
18,9% 18,7%
17,4%
Despesa primária do Gov. Central – 1997-2015 % do PIB
12,0%
13,0%
14,0%
15,0%
16,0%
17,0%
18,0%
19,0%
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
13,8%
16,7% 16,6%
18,5%
Resultado nominal do Setor Público – 2002 -2016/JUN – 12 meses - % do PIB
jul/03, (5,9)
dez/13, (3,0)
jun/16, (10,0) (12,0)
(10,0)
(8,0)
(6,0)
(4,0)
(2,0)
0,0
nov/02
jul/0
3 m
ar/04
nov/04
jul/0
5 m
ar/06
nov/06
jul/0
7 m
ar/0
8 nov/
08 ju
l/09
mar/
10 nov/
10 ju
l/11
mar/
12 nov/
12 ju
l/13
mar
/14
nov/14
jul/1
5 m
ar/16
Resultado primário do Setor Público – 2002 -2016/JUN – 12 meses - % do PIB
out/08, 4,0
nov/13, 2,0
jun/16, (2,5) (3,0)
(2,0)
(1,0)
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
nov/02
jul/0
3 m
ar/04
nov/04
jul/0
5 m
ar/06
nov/06
jul/0
7 m
ar/0
8 nov/
08 ju
l/09
mar
/10
nov/10
jul/1
1 m
ar/1
2 nov/
12 ju
l/13
mar/
14 nov/
14 ju
l/15
mar/
16
Investimento da União - 1999-2015 – sem estatais - % do PIB
0,00%
0,20%
0,40%
0,60%
0,80%
1,00%
1,20%
1,40%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0,95%
0,40%
1,36%
0,94%
Despesa primária do Governo Central 1991 – 2015 - % do PIB
10,0%
11,0%
12,0%
13,0%
14,0%
15,0%
16,0%
17,0%
18,0%
19,0%
20,0%
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
10,8%
13,6%
14,6%
15,6%
16,7% 16,9%
18,1%
19,5%
Crescimento da despesa primária
Governo Central – 1991-2015
• De 1991 a 2015, a despesa primária do Governo Central passou de 10,8% para 19,5% do PIB = crescimento de 8,7 pontos de percentagem do PIB.
• Desde o início da década de 1990, nenhum governante conseguiu reduzir a despesa primária do Governo Central como porcentagem do PIB.
• Há, portanto, um desequilíbrio estrutural das contas públicas no Brasil, que foi agravado no período recente pela recessão e crescimento conjuntural do gasto público na administração anterior.
O que explica o crescimento da despesa primária do Governo Federal de 1991 a 2015?
• De 1991 a 2015, 65% do crescimento da despesa primária do governo federal como % do PIB decorreu de programas de transferência de renda (INSS, LOAS/BPC, seguro desemprego, abono salarial e Bolsa Família).
• Se, além dos programas de transferência de renda, incluirmos a despesa de custeio com saúde e educação, essas despesas explicam 75% do crescimento da despesa primária como percentual do PIB de 1991 a 2015.
Crescimento da despesa primária em pontos de percentagem do PIB de 1991 a 2015
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
Pessoal Previdência, Assistência
Social, seguro
desep e
abono
Custeio Saúde
e Educação
Subsídios Outros Total
0,4
5,6
1,0 0,8 1,0
8,7
Subsídios, novos programas e desonerações –2009-2015 – R$ bilhões correntes
Subsidios CDE MCMVDesoneração
da FolhaTOTAL
2009 5,19 - - - 5,19
2010 8,04 - 1,57 - 9,61
2011 10,52 - 7,70 - 18,22
2012 11,27 - 11,30 1,79 24,36
2013 10,14 7,87 14,20 9,02 41,23
2014 9,01 9,21 17,66 18,05 53,93
2015 23,35 1,26 12,04 25,41 62,05
Fonte: Tesouro Nacional
CDE = Conta de Desenvolvimento Energético
Pontos principais
• É preciso modificar regras de vinculação do gasto público para controlar o crescimento da despesa primária do Governo Federal.
• Crescimento da despesa primária do Governo Federal foi fortemente afetado pelo crescimento da despesa com previdência: INSS.
• O Brasil precisa reformar a Previdência para garantir a sustentabilidade do sistema.
Previdência – Aposentadorias e pensões – 2009 – RPPS e RGPS
Fonte: OCDE e Banco Mundial
Envelhecimento da população brasileira –Pop. com 65 ou mais anos/População de 15-64 anos
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
2000 2010 2020 2030 2040 2050
8,7%
11,5%
15,3%
21,5%
28,7%
39,0%
Fonte: IBGE
Quantas pessoas trabalham para cada pessoa com 65 anos ou mais de idade?
2015: 8 pessoas
2040: 4 pessoas
Fonte: IBGE
Previdência no Brasil (INSS) – 1991-2060 - % do PIB
Fonte: LDO
• Sem reforma da Previdência, de 2016 a 2060, a despesa do INSS passará de 8% para 17,2% do PIB.
• Apenas para evitar que o déficit da Previdência (INSS) cresça além dos R$ 149 bilhões (2,4% do PIB) esperado para 2016, seria necessário aumentar a carga tributária em quase 10 pontos do PIB até 2060.
Por que não aumentamos a nossa dívida pública (% do PIB)? Divida Pública do Brasil já é muito alta para o nosso nível de
desenvolvimento.
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
Mercados Emergentes
Brasil Economias Avançadas
44,4%
66,3%
104,5%
Fonte: FMI, 2015
Ministério daFazenda
PARTE II – O que fazer?
1- Ajuste estrutural de longo prazo
• Governo vai estabelecer com a PEC 241 a regra de crescimento real “zero” da despesa primária do Governo Central por dez anos.
• A regra poderá ser modificada a partir do décimo ano. Presidente pode encaminhar para o Congresso nova regra.
• A PEC 241 modifica a vinculação dos gastos de saúde e educação ao crescimento da receita.
• Para regra do crescimento real zero da despesa primária ser consistente no longo prazo, será preciso uma reforma da Previdência.
• A regra da PEC 241 já será implementada na proposta do Orçamento de 2017 a ser enviada para o Congresso no final de agosto.
• Pela primeira vez no Brasil a despesa primária passará a cair de forma consistente como percentual do PIB.
Qual seria a despesa primária em 2015 (% do PIB) se a regra da PEC estivesse em vigor desde 2006? Despesa primária no ano
passado teria sido quase a metade do valor observado.
19,5%
16,2%
10,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Sem PEC 241 PEC 241 desde 2006
2- Reforma da Previdência
• Brasil precisa estabelecer uma idade mínima para aposentadoria;
• Reforma da Previdência visa garantir o direito dos trabalhadores. O sistema hoje não é sustentável.
• Os trabalhadores de menor renda que não conseguiram contribuir por 35 anos no mercado de trabalho já se aposentam por idade: 65 anos homem e 60 anos mulher no regime urbano.
3 - Renegociação e ajuste dos Estados
• De acordo com o PLP 257, Estados que assinaram acordo com o Governo Federal não poderão aumentar a despesa primária corrente além da inflação do ano anterior pelos próximos dois anos.
• Os Estados serão incorporados à PEC 241, que estabelece o novo regime fiscal.
• Tesouro Nacional passará a ser mais seletivo na concessão de garantias para novos empréstimos.
4- Medidas adicionais de curto prazo
• Depois da confirmação do TCU, o governo espera receber o pagamento de pelo menos R$ 100 bilhões do BNDES.
• Aceleração da agenda de concessões e privatização.
Empréstimos para bancos públicos
Ministério daFazenda
PARTE III – Comentários Finais
• Brasil precisa transformar um déficit primário de R$170,5 bilhões (2,7% do PIB) em um superávit primário compatível com a redução da dívida bruta/PIB.
• Ajuste fiscal pelo lado da despesa é necessariamente gradual. Não há como transformar um déficit primário de R$ 170 bilhões em superávit em um ou dois anos, depois de uma forte recessão.
• A velocidade do ajuste fiscal dependerá, além da PEC 241, da velocidade de recuperação da receita primária do governo central. Governo Federal perdeu quase 2 pontos do PIB de receita de 2011 a 2016.
• A PEC 241 é a forma mais inteligente de se fazer um ajuste fiscal sustentável: não há cortes artificiais de despesa. O foco é controlar o crescimento da despesa primária.
• A aprovação da PEC 241 em conjunto com o encaminhamento e a aprovação da reforma da Previdência são os dois pilares do ajuste fiscal estrutural.
• O avanço da agenda fiscal é essencial para a redução da inflação, dos juros e para a recuperação do investimento na economia brasileira.
Ministério daFazenda
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