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Preco 1 $00 Quinta feira 20 de Junho d» 1957 Ano II - N
W A L A U*
emanar iâ
l u l i u rc m * * R E C R E I O
Proprietário, Àdminiitrador e Editor
V. S. M O T T A P I N T OR E D A C Ç Ã O E A D M IN IS TR A Ç Ã O - AV. D. N U N O A L V A R E S P ER EIR A - 18 - T E L E F . 026467
-------- --------------------- M O N T t i O ----------------OOMPOSIÇ-IO K m P H E JS S iÓ — T IP O G R A F IA «G R A F E X j» — TEIMES’. 026 236 — M O N TIJO
A 5 M Á Q U I N A 1 0 M E M 5F o l h a a o
v e n l oA imprensa noticiou que a
indústria de automóveis americanos ia reduzir as horas de trabalho dos operários e aumentar-lhes os salários ; e acrescentava que isso se devia às novas cadeias de montagem e às novas máquinas postas ao serviço.
Para nós, a notícia é absolutamente lógica e corresponde ao que todo o homem esclarecido e humano espera da máquina, porque esta foi inventada para aperfeiçoar a manufactura, activar a cultura agrícola e servir o progresso e, p r i n c i p a l m e n t e , para evitar a escravização dos operários e dos trabalhadores. E, se assim nem sempre tem acontecido, a culpa é, igualmente, dos hom e n s— tanto daqueles que possuem as máquinas como daqueles que as manuseiam. Os p r i m e i r o s , porque o egoismo os animaliza e leva
a pensar mais nos proventos próprios do que no bem e s tar do se m e lh an te ; e os s e gundos, agrupados em rebanho de dócilondução, porque se deixaram envolver numa complicada teia, que exige o máximo esforço e rendimento das suas possibilidades físicas e mentais,— possibilidades que se de-
acreditar que jamais seja conseguida; todavia, de modo algum se poderá concluir que um lugar comum deixe de ter interesse e de continuar a merecer estudo atento e constante atenção. Reafirmar, incansàvelmerite, taritas v e zes quantas, pelo menos, pareça estar esquecida, urna teoria, não será banalizá-la,
finem pela seguinte opinião:— «um empregado, um operário ou um trabalhador é como um limão : quando não tem sumo, deita-se fora».
A teoria do emprego racional da máquina, pelo motivo de ter sido já exaustivamente debatida em toda a parte, tornou-se num vulga- ríssimo lugtr comum, riuma necessidade que toda a gente sente mas que ou factos parecem apostados em fazer
@ t á n i & a i D u t q u i t t a i - 4 6
cA ALvieeiidadeEsta virtude é. em boa
razão, uma das mais nobi- litantes. S e r sincero é ser
------ - Por — —
ÁLVARO VALEN TE
digno, ser humano, ser acima do «vulgar de L in e u » . . .
Todavia, nenhuma virtude origina mais inimigos.
Quase toda a Humanidade faz a sua apologia ; mas apenas u m a insignificante minoria a pratica.
Daqui acontece que os sinceros desagradam rio g e ral das vezes., e esse desagrado transforma-se depois em inimizade surda . . que é a pior de todas.
Todos pedem as impressões sinceras, as opiniões francas e sentidas; mas, se elas forem de aplauso e de elogio, se espicaçam a vaidade própria, são recebidas com a maior gratidão íntima ; e, se o nào forem, provocam o <riso amarelo», — o implacável riso dos que firam despeitados.
Desse despeito fervente ao ódio disfarçado, vai um pequeno passo.
Quando a ocasião se antolhar, ele desabrochará em
frutos maldosos e cínicos.A mentira agrada sempre
mais. Não m erece a pena justificar esta afirmação. T o dos nós sabem os que assim é . . .
A mentira é condenável — gritam os puritanos e os m or a I õ e s . E , entretanto, nunca se mentiu tanto, e,
(Continua na página 4)
Hotel 6 Parque da PenhaG U I M A R Ã E S
Quem não foi um dia a Guimarães e não subiu a Penha, pode dizer que não viu uma das paisagens mais belas e mais portuguesas da nossa terra !
Os horizontes que se disfrulam, o panorama es- plendorose que a vista abarca, o parque e o hotel,= todas as maravilhas que a Natureza ali colocou para regalo da vista e satisfação dos sentimentos — , são de molde a extasiar o visitante que ali subiu em hora feliz.
mas lutar por ela, valorizá- -la, mantê-la actual e viva no pensamento e na acção de todos nós, para que nos debrucemos sobre as suas vantagens, lhe analisemos os defeitos e consigam os, pela consciencialização e revisão da nossa inteligência esp eculativa, fazer prevalecer os direitos e prerrogativas do que é humano e justo.
Só a abundância gera a riqueza. Quanto maior e melhor for a produção, mais barata se tornará e, como c o n s e q u ê n c i a , o barateamento dos produtos será uma realidade. Barateamento s ignificará maior poder de com pra; m a i o r poder de compra, mais elevado nível de vida, mais fartura e riqueza, fontes primordiais de um tnais vasto comércio e de uma indústria e agricultura mais evoluídas.
Por outro lado, o barata- mento dos artigos, tornan- do-os acess íveis à maioria, não representará baixa de salários mas o seu aumento, porque será uma resultante de maior, mais aperfeiçoada
O olhar perde-se nos cerros cir- c m vagantes e escalvados; alon- g i-se o pensamento pelas campinas longínquas; espraia-se o sentir mais profundo pelas belezas natu-
e racionalizada p r o d u ç ã o , através do melhoramento da técnica e da economia do fabrico e do cu lt ivo ; economia conseguida pelo acele- ramento da produção e pela esclarecido emprego da máquina. C o n t u d o , produzir mais e melhor em menos tempo, graças à máquina, não pode significar desemprego, mas redução de horas de trabalho, como o que foi conseguido na indústria americana de automóveis.
Atendamos, porém, que num país devidamente estruturado, o aumento de tempo disponível, assim logrado pelos operáriosetrabalhadora., não é utilizado noutros trabalhos remunerados para de- ligênciar obter o quantitativo indispensável à sua manutenção e dos seus, uma vez que os vencimentos auferidos lhes bastam completamente, mas em tarefas úteis à sociedade e à sua cultura física e intelectual, além de outras ocupações como, por exemplo, a associação, a construção da sua própria casa, do seu barco de recreio e até do seu automóvel, ou, simplesmente, numa co n versa amena e útil com a família, criando entre ela o verdadeiro espírito do lar e de compreensão, que quase sempre tanta falta faz entre nós.
Numa perfeita organização económica tudo se harmo- i niza e colabora.
Não devemos, rio entanto, confundir barateamento do
(Continua na página 4)
S ão em grande número os escritores que se têm preocupado com o delicadíssimo problema da localização do Inferno, que sempre nos apresentam pintado de n egras cores e em tudo nada
---------------- P o r ----------— ■
S A P H E R A C O S T A
tentador. Nâo houve ainda quem, com segurança, nos dissesse onde está situado esse tal Inferno que só se agrada das pessoas reconhecidamente más e que nunca souberam merecer o doce convívio úa gente pura e de alma sã.
Não vá o leitor julgar que eu tenha a presunção de ser mais sábio do que outro qualquer valor da ciência literária, desses que até agora se reconheceram impotentes para determinar clara e se guramente onde está esse tal Inferno situado. Não pense também, caro amigo, que eu tenha em mira chamar para mim a atenção de San tan az! Isso nunca. . .
Faço, sim, votos para que
(Continua na página 4)
«A Província*E M L I S B O A
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MMwãlaiaattBãHÉMMHtfiÉãáanMBÉliMfiMÉMMi
rais que surgem a todo o momento das recônditas regiões; e cresce o orgulho pelo torrão sagrado onde a nacionalidade nasceu e a nossa pátria se formou !
Par i quê sair da nossa terra ? Para quê sair de Portugal P Para quê ir lá fora sem conhecer
primeiro a Penha, de Guimarães?
P R O V IN C IA 20-6-597
V I D A
PROfISSIOMÀLM é d i c o s
l)r. ávelino Rocha BarbosaDas 15 às 20 h.
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Oiçam todas as 3.as feiras às 13 horas, através do Clube Radiofónico de P o r tu g a l, o programa « REVISTA D ESPORTIVA-, uma produção de Fernando de Sousa, com o
patrocínio deste jornal.
REVI ST A DÊSPORTIV A15 minutos em que se fala do desporto ea favor do desporto. Brevemente no ar o programa TOUROS, T O U R E IK O S , K TOURADAS — um programa em que se diz a verdade sobre Festa Brava. Para a sua publicidade consulte
Organizações ProgressoTrav. da B icaao< Anjos,J27-l.° Telef. 731315 L I S B O a
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Hospital, 026,046 Serviços Médico Sociais, 026 198
Bombeiros, 026048 Taxis, 026025 e 026479
Ponte dos Vapores, 026425 Polícia, 026144
M O N T I J O [ B e l i s c õ e s
Festas Popularesde S. Pedro
Estam os a oito dias das nossas Festas . V ai uma azáfama extraordinária p o r toda a vila. Montijo, pode dizer-se, está já em f e s t a !
A s decorações prosseguem seu ritmo contínuo, e as avenidas, r u a s e praças começam a aparecer en g alanadas c o m prenúncios certos do seu esplendor, A igre ja matriz, branquinha de neve, prepara a sua notável iluminação para as noites de sonho. A população vive horas de exp ectativa justificável, ao v e r aproxim ar-se a sua Festa ,— a Festa que lhe trará animação, alegria, e também prestígio. Tudo se prepara e se conjuga para que Monti jo marque mais um passo na estrada progressiva da s u a ascensão, escrevendo páginas imorredoiras com o programa incom parável das suas realizações festivas.
A incansável Comissão,— para a qual nunca são de mais todas as palavras de apreço e de elogio — , não tem um momento de descanso, nem de sossego, a, tudo atendendo e providenciando.
Num dos dias da semana passada deslocou-se a S e tú bal, onde foi convidar o sr. Governador Civil, Dr. Miguel Rodrigues Bastos, a ass is t ir às Festas como seu convidado de honra.
S . E x .a foi duma gentileza extrem a para com a Com issão, pois além de prometer ass istir a vários números do programa resolveu com parecer na abertura d a s F es tas e proceder à sua inauguração, o que p e l a primeira vez acontece. Este facto encheu de jú bilo os comissionados que ali foram e quantos d e l e tiveram conhecim ento.
A Comissão já está t r a çando o protocolo dessas cerim ónias, que assim vão a t i n g i r um brilhantism o inesperado, uma grandiosidade de surpresa, visto o ineditismo do acontecimento notável.
Prepara-se uma recepção excepcional e haverá sessão de boas vindas.
A Comissão aproveitou a sua estada em Setú b al para também convidar toda a Im prensa da cidade a com parecer e a fazer-.ce representar n a s festividades, como é sempre costume.
E ’ agora altura de a b o rdarmos a lguns pormenores de certos números do programa, a f im de elucidarm os o público e os in teressados:
•— M ontras ornamentadas:— C om unica-se que haverá três prémios, destinados a galardoar o esforço e a von
tade de todos os concorrentes. H averá um prémio para a montra m a i s artística , outro para a montra mais original, e ainda outro para a mais regional.
Sabem os que estes prémios vão ser r i jam ente d isputados, reinando o maior entusiasm o entre to d o o comércio e indústria da vila.
— Bata lh a de F lo res : — Até o momento presente, a Comissão já conta com 13 carros ornamentados e espera ainda a inscrição de mais um ou dois. A Com issão apresentará dois carros, sendo um deles o carro da V ila de Montijo, o qual vai, decerto, causar vivo in teresse e entusiasmo.
Incorporam-se na B atalha de Flores, além dos carros ornamentados, três Ranchos fo lclóricos: o de Casa Branca (Sousel), o de Sam ora Correia, e o de S. Francisco.
O Rancho de S . Francisco bem merece que lhe dediquemos algumas palavras de admiração e de reconhecimento, em virtude da sua deliberada atitude d e s e apresentar, a expensas próprias e com bastantes sacrifícios, a colaborar n e s t e número das Festas com a mais luzida representação. Montijo, agradecido, saberá m anifestar-lhe publicam ente a sua muita sim patia e aplauso.
Nesse mesmo dia realizar- -se-á, de manhã, um cortejo promovido pela Comissão da Praça de T oiros . Esse cortejo, que será uma demonstração de regionalismo bem significativa, percorrerá várias artérias da vila e dele se incorporarão tam bém na B ata lh a das F lores vários carros e componentes.
Pelo relatado se conclui que este número do program a vai ter este ano um relevo superior, assim correspondendo a o s desejos gerais.
Sabem os igualm ente que a Casa fornecedora de todo o fogo vem este ano disposta a exceder tudo quanto h a b itualm ente t e m trazido a M ontijo. O que vai ser esse certam e de cor e luz e deslum bram ento, só o poderão dizer quantos tiverem a dita de a ele assistir .
Estam os a oito dias.A euforia, a efervescên
cia sente-se por toda a parte. A F e ira Fran ca marca te r renos e in icia as instalações. Chegam todos os dias b arracas, carrocéis, «estandes», loiças, vidrarias, etc..
As Festas Populares de S. Pedro já aí estão.
E las vão deliciar, assom brar, encantar os nossos v isitantes. E las encherão de orgulho todos os v erdadeiros amigos da nossa terra.
Assuntos Monográtícos
A P ó v o a d e M o n t i j oA Póvoa de Montijo, situada na
Ponta donde derivou o seu nome, foi, em tempos, uma povoaçã > de certa importância, embora nunca lhe chegassem a dar autonomia de freguesia pelo que ela sempre suspirou.
Cremos que desta povoação nada resta, além de ruínas.
A Póvoa de Montijo constituía, até que D. Manuel criou as freguesias de Alcochete e Aldeia Galega, com estas povoações e Sarilhos, a freguesia de Nossa Senhora d i Sabonha com a sede em S. Francisco, que, em 1512. tinha 320 vizinhos, isto é, fogos ou casas habitadas, e, em 1534, tre/enlos e cinquenta fogos. Mais tarde, a Póvoa desejou separar-se da freguesia de Aldeia Galega, mas o mestre de Santiago ou o visitado*- da Ordem, 11a visita que fez à Igreja de Aldeia Galega, em 1607, ordenou :
«Os da Póvoa fregueses desta matriz que não faça freguesia na Ermida de Santiago que está no dito lugar, em prejuízo da sua matriz antes venham a ouvir missa todos os domingos e dias santos de guard.i á dita matriz, e mandamos ao Prior em virtude da obediência tenha particular cuidado de os obrigar a isso condenando aos revéis para a fábrica desta igreja como atrás fica dito nas penas que lhe parecer; e quando na dita ermida tiver missa pedirá o dito prior escrito as pessoas que falta
rem na matriz porque lhe conste que a ouviram lá.
Ii serão obrigados os ditos moradores da Póvoa a uzarem a cruz e turíbulo que tèm na dita ermida a assistir todos os anos à procissão de Corpus Christi e à procissão do nosso patrono Santiago com pena de dois mil réis para as cativas e mesa da visitação (metade). E com pena de outros dois mil réis para do dito modo aplicados mandarão pôr na fresta da Capela- -mor uma vidraça e consertar o telhado da igreja pela parede da pia da água benta onde chove, uma e outra no espaço de seis meses».
Cremos que da igreja da Póvoa nada resta. As suas imagens, entre elas a do patrono Santiago, vestido de romeiro de Santiago de Compostela, e a de S. .loão, vieram há uns anos para a igreja de Montijo. Na eapela-mor foi encontrada pelo sr. António Lopes Tavares uma pedrà sepulcral com a seguinte inscrição:
AQ’IAX P° EOPEZ — FÁLC E Ô ANO - DE S9 È A N A V A - S — S V A M O L II E R - FALECEO ’ ANO DE ~ 92MADOV P aORAQ’ESTA CAPA SEV F° FR ~ SIMA
Não vimos original deste epitáfio, contudo afirmamos sem receio de errar, tratar- se do século XVI.
Raparigas destas ruas, Ornam entai as janelas !A s <í frentes» não ficam nuas, Ficam as casas mais belas, , ,
Com m uitas rosas E mangericos E dálias fo rm o sa s E hera a trepar,Pobres e ricos Vão fig u r a r !
Engalanai as varandas Com seus festões e bandeiras! F lo res por todas as bandas, Cravos, c r a v o s , sardinhei-
[ r a s . , .
S e ja à francesa,Ou à inglesa,O u mexicana;M as à portuguesa E ra surpresa Ribatejana !
A ' nossa «moda» ê melhor., Agradava muito m ais;T in h a mais graça e f rescor, E eram, então, regionais.
M as não hesitem E não meditem Um só momento;V á de en feita r E ornamentar Sem desalento.
Raparigas, nâo se esqueçam ! — Quero as ja n ela s flo r id a s, Cheias de côres garridas. O lhem que as Festas se
[ apressam . . .V 1enfiam poetas,Venham pintores,Venham artistas;Ouero violetas.Quero os amores,Quero am etistas !
N ão tenham medo D os ais paternos É pra gastarem Contos de réis 1 E é a maneira M ais prasenteira De lá chegarem O s olhos ternos Dos fu r r ié i s , . .
Homem ao mar
Pelo
Prof losé MHuel t a i mA data do falecimento de Pedro Lopes tanto pode ser de 1589 como de 1559. Optamos pela última. Vamos decifrar 0 epitáfio: Aqui jaz Pedro Lopes — faleceu (110) ano de (15) 89 ou 59 e Ana Vaz, sua mulher faleceu (110) ano de 1592. Mandou por aqui (construir) esta capela (altar) seu filho Francisco Simã(o). N e sta inscrição usa-se o I por J, e o V por U.
Ora o J e 0 U só aparecem no nosso alfabeto no século XVII.
A Póvoa já existia no reinado de D. João 1 que, quando quis saber quantos besteiros havia no reino, promoveu u m inquérito geral.
A Póvoa tinha oito destes homens de armas, Setúbal 65, Almada 60, Lavradio 28, Sesimbra 20, A ldeia Galega 12, Alhos Vedros 16, e Alcochete 26.
A Póvoa, Samouco e Aldeia Galega possuíam, em 1552, 30 barcos «batris» que carregavam sal, trigo, lenha, palha e barro.
Um caso importante, tanto discutido nos nossos dias : Já nesse tempo (1607) se reconhecia a necessidade e utilidade de estabelecer a ligação da capital com a margem esquerda do ri» aproveitando a praia do antigo Montijo, e, estamos certos de que, não foi feita, por a engenharia desses longínquos anos não estar tão aperfeiçoada como nos nossos dias. Lem bramos, a propósito, que a velhice é a experiência da v id a ! ...
No mês dos Santos Populares 1957.
I
20 6-957 A P R O V IN C IA 5
« 3
A G E N D A
E L E G A N T E 1M
MONT J OA n iv e r s á r io s
JUNHO
— No dia 13, completou o seu 80.° aniversário a sr. D. Maria .losé da Purificação Lopes, mãe do nosso dedicado assinante sr. José António Resina.
— No did 15, a sr.a D. Maria Josel da C. Agostinho Cabrita, esposa do nosso redactor António Cabrita.
— No dia 24. a sr." 1). Mai ia de Lourdes Martins Galego, nossa dedicada assinante.
— No dia 26, a sr.a D. Eulália Luísa Gregório Valente,, esposa do nosso Director sr. Álvaro Valente.
JULHO
— No dia 4, o sr. Francisco da Mónica de Sousa Fortunato, nosso prezado assinante.
— No dia 7, o menino António Joaquim Garroa Soares, lilho do nosso estimado assinante sr. Nicolau Madeiia Soares.
N a s c im e n io— No passado dia 12 do corrente,
na Maternidade do hospital subregional de Montijo, teve n seu feliz sucesso a sr.!l D. Déborah L u z Alves Andrade, esposa do nosso dedicado amigo e assinante sr. Carlos Andrade, comerciante em Montijo, e filha da nossa também estimada assinante sr. D. Carmina Luz Rodrigues dando à luz uma robusta criança do sexo feminino. Mãe e filha encontram-se bem.
«A Província» apresenta à família da recém nascida os seus parabéns e. nomeadamente, aos nossos prezados e referidos assinantes.
C a s a m e n to s— Realizou-se no passado dia 8,
pelas 14 horas, na igreja paroquial o enlace matrimonial do sr. Ângelo Reinardes Paulos, trabalhador, natural do Cartaxo, filho do sr. Manuel Paulos e da sr.a D. Gertrudes de Jesus Sardinha, com a menina Deolinda Maria Gil, filha do sr. Manuel Gil e da sr.a D. Fe- liciana Cândida, doméstica e natural de Vila Nova de Milfontes.
Apadrinharam o acto o sr. João Gomez Diaz e a sr.a I). Maria José da Conceição Resina Pinto. Após a cerimónia realizou-se um «copo de água».
«A Província» apresenta ao novo casal os seus parabéns e deseja-lhe muitas felicidades na nova vida.
— Contraíram também matrimónio o sr. Aníbal Sousa Madeiia, irmão da nossa prezada assinante sr.a D. Guiomar Madeira, e a sr.a D. Maria da Graça Ribeirinho, realizando-se a cerimónia no dia 16 do corrente, pelas 14 horas, na igreja matriz de Montijo.
Serviram de padri hos, p o r parte da noiva : o sr. António dos Santos Nunes e sua Esposa, a sr.a 1). Delmira Silvestre B ra z dos Santos Nunes; e por parte do noivo: o sr. Francisco Viegas de Castro e sua Esposa, a sr.* D. Maria João Palma Rosa.
Desejamos ao novo lar as maiores venturas, felicitando os noivos e bem assim a nossa assinante pelo feliz enlace.
fis festos Populares de S. Pedioc o sorteio de « À P i •ovincia»
Aproxim a-se a data do nosso Sorteio.
Os prémios passam dos lO Ò anunciados, pelo que resolvemos passar a prémios de consolação os excedentes. Estes serão norteados entre os que não obtiverem qualquer daqueles ÍO O prémios.
Repetimos as condições: Simplesmente preencher com o nome é morada (bera legíveis) os cupões que os anúncios trouxerem.
Entregá-los na Redacção ou remetê-los pelo correio.
O dia do Sorteio será oportunamente anunciado.
Seguem mais prémios:— João Fernandes Nunes, rua
José J. Marques - Montijo, um par de sapatos no valor de 100$00 esc., para senhora; Tiago Augusto Alberto de Almeida & Filhos. L.da - rua José J. Marques - uma lata com ■> quilosde chouriço;Tamarca, L.da. - um frasco de óleo marca ilee Jnoe ; Hepal, Representações, dois frascos de tinta «Além-mar»: Manuel Teixeira de Castro. ,\'er- cado Municipal, 2 latas de salsichas, marca «Tó-bom», e 2 la1 as de Lunchem ite; A. J. Ventura & Filho. L.da - um fogão eléctrico SIUL, no valor de 120$00 esc.; Elisiário Joaquim Carvalho, apea deiro de Sarilhos, uma garrafa de licor; Casa lutmar, av. João de Deus, um par de meias de vidro, marca «Libélula»; Casa dos Caracóis, Manuel Aranha Fernandes, um almoço ou um jan'ar à escolha do premiado; C. Barreires & Moura, L.da - rua José J. Marques,
Concurso H o r a F e l i z
O relógio deste concurso, esta semana encontrámo-lo parado nas 11 horas e 44 m inutos.
Foi contemplada a sr.* D. Gertrudes da Conceição Elias, moradora na R. Tenente Valadim, n.u 28 — Montijo, que tinha o cartão com a hora mais próxima 12 horas e 0 4 minutos.
Como os estimados leitores acabam de ver, isto é maravilhoso. Com 5$00 semanais aparece sempre um concorrente premiado. Porque se não habilita, leitor ou leilora amiga, no Concurso HORA FELIZ da grande Relojoaria e Ourivesaria Contramestre na Praça L° de Maio em Montijo?
177, um queijo flamengo; António José de Sousa, rua Serpa Pinto, um cinzeiro em pedra mármore; Tobias, Cabeleireiro, av. João de Deus, urna permanente corn mise; Femandez, oculista, praça da República, um par de óculos à es- eolha do premiado, no valor de 80$00 esc.; Manuel Faísca Semeão, bairro da Bela Vista, Montijo, meias solas n u n s s a p a to s , à escolha do contemplado ; António dos Reis, bairro da Bela Vista - Montijo, um garrafão de licor de ginja ; Américo de Oliveira, mesmo bairro, um garrafão com creme de ananás; José de Sousa Castanheira Júnior, uma lanterna à antiga portuguesa.
(Continua)
Musical ClubeA u d i ç ã o d e p ia n oNo p ró x im o sá b a d o . 22 tio
c o rr e n te , p e la * 21 lio ra s e ;s0, re a liza -se n este C lu b e a h a b itu a l a u d iç ã o de p ia u o d o s d is c íp u lo s de D. Judite R osado.
A F esta co n s ta de 3 p a r te s ; a l.a e a 2.a serã o p reen ch id as com tre c h o s m u sic a is de v á r io s a u to re s , e x e c u ta d o s p o r a q u e le s d isc íp u lo » ; e a 3.a p o r uni b a ile , co m a a p rec ia d a o rq u e stra «E ldoradon.
A g ra d e c e m o s o c o n v ite que no» e n v ia ra m .
C O M A R C A DE M O N T i J O
A n ú n c i o1.* publicação
No dia 15 do p ró x im o m ês de Jullio , p e la s 10 h oras, uo T r ib u n a l d esta coinaicí», na e x e c u ç ã o su m á ria q u e M aria d o R o sário , v iú v a , p ro p rie tá r ia e filh o s , re s id e n te s n ad re- g u e a ia de P alh a is , co n celh o do B a rre iro , m ovem con tra M a n u e l da C o sta M urilhas jú n io r , re s id e n te no sitio do Q u a d ra d o -M o ita , v iú v o , a p o sen ta d o da G u a rd a F isc a l, e O u tro s, serà p o sto em p ra ça , pela p r im e ira ve z, p a ra ser a rre m a ta d o ao m a io r la n ço o f e r e c i d o acim a do v a lo r a d ia n te in d ica d o , o se g u in te p r é d io :
— P ré d io q u e se co m p õ e de te rra de sem e a d u ra , v in h a e á r v o r e s de fru to , c a sa s de h a b ita ç ã o e a d e g a , sito uo Q u a d ra d o , ou F on te d o F eto , F re g u e sia d e A lh o s V ed ro s, c o n c e l h o da M oita, d esta c o m a r c a , c o n fro n tra n d o do N orte com A n tó n io da C o sta M u rilh as, S u l com M anuel M arque» R olo , N ascen te com João S ald an h a de O liv e ir a e P oen te co m e stra d a , d e scrito na C o n s e r v a tó r ia d o R e g is to P red ia l desta c o m a rca sob o n.° 11.100, a f ls . 96 v .° do L° B 30 e in scrito n a m atriz p re d ia l u rb a n a so b o a r t .0 296 e na m a triz p re d ia l r ú s tic a sob o art.° 273, da fre g u e sia de A lhos V ed ro s.
V a i à p ra ça n o v a lo r d e tí0.000$00.
M o n tijo , 13 de Junho de 19,
O C h efe da 3.a S ecção
Alfredo Maria Pereira RibeiroV e rifiq u e i:
O Juiz de D ire ito
Octávio Dias Garcia
Quiosque— Com vitrinas, depósitos para
água, e geleira para 200 garrafas. Deslocação fácil e original. Vende-se barato.
Informa «Agência Labor», Praça da República, 15 - MONTIJO.
Desastre de viacãoNo dia 2 do corrente mês, em
Setúbal, na avenida Portela, quando o motorista sr. Marcelino Viegas Palma, xolieiro, residente em Setúbal, saia de um posto abaste- cedor de gasolina alí existente, colheu com seu a u to m ó v e l a scooter conduzida pelo nosso estimado assinante sr. Constantino de Jesus Filipe Mata, casado, empregado de escritório da O. P., que levava como companheiro o sr. Adelino Maria Correia, natural de Mora, c a s a d o , carpinteiro da C. U. F..
Transportados ao hospital de Setúbal e pensados, o nosso assinante regressou a casa com escoriações pelo corpo, e o s ' . Correia teve que seguir na ambulância dos Bombeiros de Setúbal para o hospital da C. U. F., em Lisboa, onde ficou internado alguns dias.
A P. S. P . de Setúbal tomou conta da ocorrência, apurando-se que aquele motorista, sr. Marcelino Viegas Palma, fora o causador do desastre.
D E S A S T R E S— N um a q u ed a de sua b ic i
c le ta , p a rtiu u m a c la v íc u la A n tó n io João T o rm en ta F rad e, de 16 a n o s, a p re n d iz de b a r b e iro , n a tu ra l de M on tijo , so b rin h o do n osso estim a d o a s- • s in an te sr. A n tó n io de A ze v e d o O liv e ir a F ra d e e p rim o do sr. João V en tu ra F rad e, tam b ém n o sso a ssin a n te . D ep o is de p en sado no n o sso h o sp ita l, r e c o lh e u ao d e S. Josè, em L isb o a on de fo i o p erad o. A p re sen ta m o s o s «entim ento» de «A P ro v in cia » àq u ele» n o sso s a ss in a n te s .
— R eco lh eu tatn bém ao H o sp ita l de S. José o m ecâ n ico M anuel da S ilv a , de 54 an os, de M o n tijo , q u e so fre u g r a v e s c o n tu sõ e s q u a n d o tr a b a lh a v a d e b a ix o dum a u to m ó v e l, q u e e s ta v a eiu re p a ra ç ã o .
— N o E n tro n ca m en to , ca iu do co m b ó io à linh » o sr. A n tó n io Joaqu im L o p e s , r e s id en te em M ontijo, o q u a l p o u co d ep o is faleceu/
— E n co n tra-se d e catna o sr. A m é rico M endes P in to , filh o do n o sso p reza d o a s s in an te sr. Joaqu im M endes P in to , que na a u la de g in á stica deu um a q u ed a e fr a c tu ro u um a pern a. F a zem o s s in c e ro s vo to s p e la s su a s rá p id a s m elh o ra s.
Qfrntinuamas bombinhas . . .
Não obstante ser proibido por lei lançar bombinhas nas ruas, por ocasião dos santos populares deste mês, continuam os «graciosos» neste «engraçado» divertimento, incomodando e assustando quem passa, ou quem se encontra nas esplanadas tomando qualquer co isa ... e o fresco.
Em Lisboa, segundo os diários, iniciou-se já a represão, era face desses prejuízos e incómodos.
Não se poderá também reprimir e.m Montijo essa «graça», sem graça nenhum a?
Esperamos que se tomem medidas nesse sentido e se acabe de vez com semelhante aborrecimento.
L U T U O S AFaleceu no passado dia 12, na
sua residência, a sr.a D. Mariana Teixeira Balseiro Mortal, de 76 anos, viuva de João Martins Mortal.
O funeral realizou-se no dia seguinte para o cemitério lo c a l , acompanhado de muitas pessoas de todas as categorias sociais.
«A Província» apresenta à família enlutada os seus pêsames.
A g r a d e c i m e n t o
Francisco LopesSua mulher Josefina Madeira,
seus filhos, Francisco Madeira Lopes, António Madeira Lopes, Jose- fina Madeira Lopes, Raquel Madeira Lopes, e netos, vêm por este meio agradecer reconhecidamente a tod>as as pessoas que se dignaram acompanhar à última morada, seu marido, pai e avô.
A G E I \ D A
U T I L I T Á R I A
Trânsito do azeiteSegundo uma portaria ultima
mente publicada, cessou o regime de guias de trânsito em relação ao azeite destinado ao auto-abasteci- mento dos produtores e das casas agrícolas. Igual disposição abrange também o azeite destinado ao pagamento de foros e pensões.
Vendem-se— Carroças de mão, e para gar-
rano, charretes, em estado novo.Trata, Manuel Fernandes A le
gria - Montijo.
Pinhal Novo— T R E SPA SSA -SE mercearia,
vinhos, e cereais, motivo à vista. Estrada dos Espanhóis. Trata-se com Noé Frescata, no mesmo estabelecimento.
í n r m a d o s d e S e r v i ç o
5." - fe ira , 20 — G i r a l d e s ti." - fe ira , 21 — M o n t e p i o Sàb à d o , 22 — M o d e r n a Domingo, 23 — D i o g o
fe ira , 24 — G ir a l â e s Xa- fd ira, 25 — M o n t e p i o
- Ptíií-a, 26 — Mo d e r n a
l a r e j a E v a n g é l i c a
Horário dos serviços religiosos na Igreja Evangélica Presbiteriana do Salvador — Rua Santos Oliveira, 4 - Montijo.
Domingos — Escola dominical, às 10 horas, para crianças, jovens e adultos. Culto divino, às 11 e 21 horas.
Quartas-feiras — Culto abreviado com ensaio de cânticos religiosos, às 21,30 horas.
Sexlas-feiras — Reunião de Oração, às 21,30 horas.
No segundo domingo de cada mês, celebração da Ceia do Senhor, mais vulgarmente conhecida por Eucarista ou Sagrada Comunhão.
B o i e i i m R e l i g i o s o
C ulto C atólicoMISSAS
5.a-íeira — às 9, 12 (Atalaia), 10;6,“-feira — às 8,30, 9 horas.Sábado — às 8,30 e 9 horas. Domingo — às 9, na (Cadeia);
(Atalaia); 10, 11,30 e 19 horas.
E s p e c t á c u lo sCINE P O P U L A R
5.a feira, 20; (17 anos) Rir, Rir, Rir, com Tom Ewell, Sherce Nort e Rita Moreno, no filme em Cinemascópio, em cor de Luxo, «O T e nente Usava Saias». No programa- complementos curtos e M e t r o , Jornal.
6.a feira, 21; (12 anos) De novo o sensacional filme em Tecnicolor, cujo rèclame está feito com as suas anteriores exibições, «Quo Vadis». No programa, complementos curtos.
Sábado, 22; (17 anos) O famoso mundo do cinema visto por dentro, em «A Grande Mentira», c o m Francisco Rabal, Medeleine Fis- cher e Jacqueline Pierreux. E uj complemento, o maior cómico do cinema mexicano, Tin - tan, em «Músico, Poeta e Louco».
Domingo, 23; (17 anos) Reaparição da escultural e estonteante Marilyn Monroe, no interessant; filme em Cinemascópio e cor de Luxe, «Paragem de Autocarro». No programa, complementos curtos.
2.a feira, 24; (17 anos) Um filme com Maria F élix ; a história duma mulher bela e inteligente que se vingou da traição dum homem com a ruína de muitos, «As Culpas dos Homens». Em complemento, «Para Sempre Meu Amor».
Em virtude da realização das Festas de S. Pedro os espectáculo» recomeçam no dia 4 de Julho.
CINKMA l.° DE DEZEMBRO
5.* feira, 20; (Para 12 anos) O gigantesco filme d e aventuras em 15 episódios e 25 partes, «O Capitão Africa», lutas terríveis na selva, na terra, no mar e no ar.
Sábado. 22; (Para 12 anos) O assombroso filme de política e amor, «Escândalo Internacional», com Joseph Cotten. Ainda uma grande reposição que é a mais linda fantasia das Mil e Uma Noites, «ASadino e a Princesa de Bag- dad», com Cornell Wild.
Domingo, 23 e 2.a feira, 24; (Para 12 a n o s ) O maravilhoso filme de toiros em Cinemascópio, «Magnífico Matador», com An~ thony Quin e Maureen OTIara.
ATEN ÇÃO: os espectáculos serão interrompidos durante as festas, sendo após as mesmas o 1.° espectáculo:
5.a feira, 4 de Julho, com o s u p e r - drama em Cinemascópio, com o grande actor James Dean, «Fúria de Viver».
Esta núm ero de «À Provincia» foi visado pela
C E N S U R A
4 A P R O V IN C IA 20-6-957
A s m á q u i n a s e o s h o m e n sP o p J o s é d o s S a n t o s M a r q u e s
(Continuação da í .a página)
custo dos artigos devido à produção racional e intensiva, servida por um melhor e mais inteligente aproveitamento da mão de obra e da maquinaria, com a vulgar baixa de preços que a crise ou uma concorrência, ruinosa e especuladora, constantemente originam. Aquela gera a riqueza, a prosperidade e o bem-estar; estas conduzem ao descalabro e ao empobrecimento das nações e dos homens.
Na época actual, não mais se pode continuar a caminhar às cegas, por tentativas ou a bel-prazer de uma minoria que põe gananciosamente os seus interesses acima dos da comunidade. Só através de uma economia perfeitamente planificada se alcançam com êxito os máximos resultados. Tal planificação, porém, exige os mais profundos conhecimentos técnicos e uma visão fora do comum, que só os homens verdadeiramente grandes e honestos possuem ; e carece, igualmente, de trabalhadores consciencosumente treinados e esclarecidos para que o seu trabalho resulte em fértil realidade.
Os primeiros homens serão os que devem estar à frente das nações e, tantq uns como outros, nos lugares de responsabilidade.
O esquema da estruturação económica estabelece-se nos fundamentos — base : — maior, melhor e mais rápida p r o d u ç ã o , tanto agrícola como industrial; menos horas de trabalho; maiores lucros ; salários mais e lev ado s; mais v e n d a s ; maior poder de compra dos operários e trabalhadores.
Esta é uma cadeia lógica e inevitável.
A avareza, a ganância e o condicionalismo geram oem - perramento da o r g â n i c a económica, trazem a crise, o desemprego, o pauperismo, o descontentamento e a revolta.
Só conseguem ser verdadeiramente prósperos e f e lizes os povos economicamente evoluídos. O bem- -estar afasta da baixa política e canaliza as atenções dos indivíduos para um revigo- ramento da mentalidade e da raça.
A n g u s t i a n t e s preocupa
ções económicas não são propícias a ideias claras, a inteligentes soluções de natureza prática, nem podem favorecer uma cultura.
Pensar que a máquina ioi inventada para substituir e escravizar o homem é erro crasso que só por ignorância se comete em nossos dias.
Acontece, porém, simplesmente, que os ignorantes são em tão grande número que a economia das nações est : a ressentir-se enormemente do facto.
O feudalismo económico dos nossos avós depositou nas mãos de certos indivíduos os capitais que lhes têm permitido jogar com o
destino dos hom ens; mas, à medida que os capitais vão mudando de mãos e os operários e trabalhadores conseguem fazer prevalecer os seus direitos por acordos entre os sindicatos e associa ções que os representam e o patronato — como já está acontecendo na jovem América do N o rte — , os homens mais esclarecidos e inteligentes que ficam na posse desses capitais, em benefício próprio e no dos outros homens, vão adoptando outros sistemas mais racionais de produção, capazes de gerar a riqueza e a abastança de que todos nós precisamos para viver melhor.
c A l i s t e m d a c U
( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a)
contudo, sãoeles , justamente, os que mais mentem !
O s moralões, na primeira f i la :
— O trabalho de cada um deve ser equitativamente re munerado.
(E pagam a quem os serve verdadeiras misérias, e exploram o esforço alheio até a última gota de suor.)
— Todos d e v e m o s lutar por uma paz duradoura.
(E todos se armam até os dentes para mais guerras.)
— Todos falam em renúncia e propagam essa doutrina como redentora.
(E todos procuram o maior somatório de benesses individuais.)
— Todos c o n d e n a m o «egoismo feroz», em frases bombásticas, de estrondo, que fazem carreira e escola.
(E todos «se coçam para dentro» ferozmente.)
— Todos prègam os princípios evangélicos, como salvadores das almas.
(E poucos são, afinal, os que, na vida prática de todos, os dias, os seguem.)
— Todos falam e escrevem acerca da solidariedade humana, do bem da comunidade, da ventura dos povos, e quejandas doutrinices.
(E vemos positivamente o contrário, quando eles actuam nos vários lances desta curta travessia.)
Por tudo isto, e pelo mais
que fica nos conciliábulos e recantos, a sinceridade é cada vez mais planta exótica, mais planta rara das estufas hodiernas
Mal daquele que, em obediência à sua estrutura moral, ao seu temperamento, à sua educação animica, aos sentimentos que o orientam sobre a Terra, traz na pan óplia das suas directrizes a flecha inflexível duma sinceridade real.
Em breve se encontrará isolado, escarmentado, posto à margem dos altos valores como inutilidade fanfarrona.
Contudo, a sinceridade é uma das virtudes mais nobi- litantes e aqueles que a possuem, mau grado todas as consequências inerentes, incluir-se-ão no martirológio dos que o Mundo costuma receber c o m gargalhadas sarcásticas e classificações bem pejorativas, sem que desistam ou modifiquem o seu modo de ser
É que há teimosias que só a Morte consegue ap agar, — como aquelas candeias que bruxoleiam mas ainda alumiam. . .
D o M i n h o a o G u a d i a n a
A L H O S V E D R O S(Continuação da página 5)
nheirense, com oferta de pedra ; i carro da Delegação do Fu tebol Clube B a r reirense, com a oferta de20 sacos de cim ento de João D u arte ; grupo de meninas com ofertas recolhidas pela comissão de senhoras ; c r ian ças das escolas de A lhos Vedros com donativos para a M isericórdia, com as suas p ro fe sso ra s ; c lasse mista com p ro fe sso re s ; Sociedade Filarm ónica H um anitária, de Palmeia.
A e n c e r r a r o desfile : carro a legórico da M iseric ó r d i a , simbolizando um caste lo com a Rainha D. L eo n o r ; a joelhada a seus pés urr.a criança pedindo m isericórdia e um velhinho, também ajoelhado rep resen tando o Asilo, e ainda uma mulher com ura filho nos braços representando a Matern idade; i carro, também ornamentado, com 6 meninas com bandeja, levando ao centro uma colcha (feitio de saco), pedindo ao povo a sua generosa dádiva, para
ajuda das obras (de am pliação do H ospital Su b -R eg io nal e construção de uma creche-infantário).
A finalizar proferiu um discurso o sr. dr. Miguel R. Bastos, que culm inou com uma prolongada salva de palmas, tendo usado depois da palavra o provedor da Misericórdia, para dirigir um «muito obrisrado» a todos os presentes.
O cortejo , que teve enorme assistência , deve dar um rendim ento à volta de 170 contos.
Para louvar o com portam e n t o irrepreensível do
'povo de A lh os Vedros, que uma vez mais deu uma prova de civismo, e acorreu com os seus parcos haveres.
Felic itam os a Mesa A dm inistrativa da San ta Casa da Misericórdia, bem como os seus c o l a b o r a d o r e s , pela magnífica organização, neste empreendimento.
O sr. G overnador Civil, re tirou-se depois, m anifestando a sua grande satisfação por quanto lhe foi dado presenciar.
A’lvare Valente
Moita do RibatejoA S o c i e d a d e E s t r e l a M o i
t e n s e e a s u a r e v i s t a - f a n f a s i a
« R E C O R D A R . . . É V I V E R ! »
Um sopro revivificador de boas vontades penetrou na mais idosa das colectividades moitenses, insuflando-a de uma vida tão desusada, que as suas realizações são hoje excepcionais, se atendermos à conturbada fase porque e«tão passando a maioria das Sociedades de Recreio, em todo o País.
Aparte o acolhimento que a sede oferece, com os 'u s jogos e biblioteca, o sócio et,.' disfrutando de inúmeros bailes muitos com variedades, quer no saião. quer ao ar livre, 11a esplanada vistosamente ornamentada com arraial á moda do Minho, de duas sessões de cinema por semana, grátis, e ainda de espectáculos pelo seu grupo cénico, com a já tão festejada re- vista-fantasia «Recordar... é viver»!
Como pela mão da sua congénere, Banda Democrática 2 de Janeiro, o Montijo irá assistir hoje a um espectáculo com esta revista. Esclarecemos que nela estão envolvidas mais de 60 pessoas, tendo a Estrela Moitense revelado autores, cenógrafos, coreógrafos um compositor (Carlos dos Santos), e
um punhado de bois vocações teatrais, num trabalho cem por cento amador, absolutamente digno e sério, que não deslustra de forma alguma quem o apresenta.
Pelo seu agrado, estão interessadas na sua apresentação colectividades de Almada. Seixal, Barreiro, Alverca, e Lisboa, estando em curso :.s respectivas negociações.
C o r p o d e S a l v a ç ã o P ú b l i c a
Mercê da vontade férrea e de- s interessada, digna de louvor, de um punhado de homens que fomram a Direcção desta prestimosa Instituição, vai este concelho si-r dotado, brevemente, com mais um pronto-socorro que, sem dúvida de desmentido, ficará sendo uma das melhores viaturas desle g énero, no distrito de Setúbal. Cc.n- tinuai, soldados da paz. na vossa cruzada, que o povo vos agradecerá.
M e l h o r a m e n t o s
Continuam as obras do alargamento do pontão existente nu Rua da Estação, cuja construção irá descongestionar o trânsito nesta movimentada artéria.
S A N F E R , L . D A
S E D E Illl A R M A Z É N S
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F O L H A A O V E N T O . . .( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )
0 sr Satanaz ViVa à tripa forra e de gorra e pucari- nho com todos os que sobre 0 globo terrestre se não fartam de exercer 0 maior mal possível para a Humanidade, para seu contentamento completo. Que vá passando de perfeita saúde e se sinta por lá muito bem sem a minh 1 companhia, certo de que, pobre de mim, me desinteresso em absoluto pelo que se passa por sua casa, pois não tenho por costume preocupar-me com a vida em casa alheia.
Entendo, todavia, que para
Inferno, e bem duro, nos basta 0 quanto de mau pass a m o s e experimentamos desde a primeira hora em que nos entendemos, e principalmente 0 que sofremos com amarguras e privações constantes. Este, sim, é que é 0 ncsso verdadeiro Inferno. Do outro, desse tal que tanto tem preocupado os inúmeros escritores, nada quero saber, mas mesmo nada, entenda-se bem, nem que ele possa ser muito melhor que este mundo em que vivemos, embora que com grandes dificuldades e até
com algumas más companhias, que de bom grado mandaríamos de presente ao sr. S a t a n a z . . . se é que sua e x c e l ê n c i a a i n d a tenha tempo, Vagar e paciência para receber em seus domínios mais s im p atizan tes .. .
Saphera Costa
Telefone 036 576
1'Ptira hum afiai
F o f o M o n H J e n s e
20-6-957 A PROVINCIA 5
D o M i n h o a o G u a d i a n a
Baixo da Banheira( A l h o s V e d r o s )
— Em defesa do consum id o r — Parece mentira, mas é mesmo a s s im :
Todos vam os indo no «bote», sem que haja uma pessoa que apareça a rec la mar. Mas desta vez alguém vai pôr tudo em pratos limpos. . ,
E sta terra é geralmente abastecida, diáriamente, por numerosíssimos vendedores am bulantes, e todos fazem uso dos respectivos instru mentos de pesar ou medir, nos diversos géneros ou mercadorias, a fornecer ao público. E n tre estes, existe a classe dos padeiros am bulantes (venda ao dom icílio), que não são muito poucos, tanto desta lo ca lidade c o m o do Barreiro, Alhos Vedros, e Moita do Ribatejo. E stes srs., já por hábito, chegam à porca dos seus clientes, apenas abrem os cestos, tiram o pão necessário que os mesmos pedem para seu consumo, entregam, e pro nto .. . Agora p e r g u n t a m o s nós: — Para que servem as respectivas
.b a lan ças? Acaso virá todo o pão com garantia de peso? Por nossa parte não acreditam os! E assim a quem de direito, pede-se uma f iscalização rigorosa, em defesa do consumidor. — (C,)
A L H O S V E D R O SO C o r t e j o d e O f e r e n d a s ..............
GrândolaD i a 9 d e J u n h o
Visitou e s t a localidade em 9 de Junho , passado, o E x .m0 S enh o r 1). António Cardoso Cunha, B ispo au xiliar da Diocese de B e ja .
Esperaram -no à entrada da vila as entidades oficiais, as duas bandas de música, e muito povo. St-guiu depois para os Paços do Concelho onde lhe foram dadas as
O C orte jo de Oferendas, levado a efeito no dia 9 do corrente, pela Mesa A d m in istrativa da S an ta Casa da Misericórdia, da qual fazem parte os srs. Sebastião da Encarnação Mira, V ictor de Sousa e Manuel de Mora Féria , foi um êxito seguro.
C erca das 16 horas, 'chegou o Chefe do Distrito, que se fazia acom panhar do P r e s i d e n t e e V ice-P res i- dente da Câm ara da Moita.
A ’s 16,30 horas, numa tribuna a r m a d a na Rua Cândido dos Reis, tomaram lugar os s rs . : Dr. Miguel Rodrigues Bastos, G o v e rnador C iv il do D istrito , tendo à direita o Presidente da Câm ara e à esquerda o Provedor da San ta Casa da M isericórd ia ; s e g u i d o do C om andante da G . N. R., no Barreiro , Cap. Pim enta de C a s t r o ; Presidente da C om issãoC on celh iad aU . N., da Moita, R e v .0 João Evangelista de Matos, e outras individualidades.
A ntes de se in iciar 0 desfile, o sr. Alfredo Penedo, em nome do povo de Alhos Vedros, saudou o Chefe do D istrito , anunciando, seguidamente, a ordem de passagem dos vários carros que se incorporaram no co rte jo ;
A m bu lância de socorros (adquirida pela Comissão de Festas de 19>5) ; carro com bandeira da M isericórdia ; Sociedade Filarm ónica Dem ocrática 2 de Janeiro , de M o nti jo ; os estandartes da A cadem ia M usical e R e
boas vindas, as quais se dignou agradecer.
Seguiu dali para a Igreja Matriz, onde deu a C om u nhão a inúm eras crianças.— (C.)
c re a t iv a 8 de Jan e iro ; S o c ie dade O perária Crédito e C onsum o ; Clube Recreio e Instrução ; Sociedade F i la r mónica Recreio e U nião ; Corpo de B om beiros de S a l vação Pública, com duas v ia tu ra s ; carro da firma Sebastião E. M ira; carro da firma J Brito Caiado Lda.; firma Joaquim Pedro Coelho G u e rre iro ; de Ja c in to &C.a, L d a . ; de Custódio N ascimento S a n ch o ; João José San ch o & C.a ; A ldem iro E. Mira, Lda ; firma Rolin e F i lh o s ; Manuel de Sousa S e r r o ; J . M, Sancho e F i lhos, L d a . ; S . B rito & Irmão, e J. C. C abrita & Irmão, representando toda a a c t iv i dade corticeira e que osten tava um dístico com a se guinte legend a: «A festas de caridade não há quem diga que não».
O conteúdo destes ú ltimos carros foi in tegralm ente oferecido à Misericórdia.
Seguia-se a representação do B airro das A rroteias, com estandarte do Clube Recreativo Sport C h in q u ilho, do qual fazia parte um rancho folclórico e um carro de bois devidam ente ornamentado.
A representação da Barra Cheia era constitu ída por 9 carroças as quais transportavam oferendas tais c o m o : batatas, sal, flores, galinhas, coelhos, arroz, e tc . ; 2 camiões com ti jolos (oferta da cerâm ica de Montijo) e \o sacos de cim ento S é c i l ; i carro com ofertas colhidas durante o percurso.
B aixa da Banheira — 6 cic listas equipados com 0 estandarte do G inásio A t lé tico B a n h e ire n se ; 1 carro do Clube C olu m bó filo ; 1 carro do Clube União Ba-
(Continna na página 4)
Elsa Jtfarval\
a a r f i j f a q tié c o n q u is to u t i s b ó a ó n d e voltará brevemente
( C o 71 / t n u a ç ã o d a ú l t i m a p á g i n a )
pense, pois refiro-me, apenas à Arte e Cultura, no sentido mais elevado e magnífico que esses dois dons possam envolver.
— Nasci em Buenos Aires e ali mesmo debutei em Rádio Argentina, tendo sucessivamente actuado em Kádio Belgrado e Kádio El Mundo — diz-me o «rouxinol das Américas», na melodia inebriante da sua voz mais própria de qualquer coisa de celestial, qué não ti deste m undo!
— Depois? — inquiri.— Depois fiz cinema, tendo en
trado nas películas «Los celos de Cândida», contracenando com Nini Marshall, «Pueblo Chico», «In- fierno Grande», e «Bajo el cielo da Andaluzia», além de outras películas que seria ocioso enumerar.
— No palco ?— Interpretei papéis principais
em muitas operetas...— Mas qual foi aquela cm qu :
teve mais êxito ?— Em «Viuva Alegre», ao lado
de Augusto Codecá.— Qual foi a canção em qus
mais se notabilizou ?— Na canção italiana «E troppo
tarde», primeiro na cidade de S. Paulo e depois em todo o Brasil.
Este èxito local translormou-se num êxito louco — disse a Imprensa Carioca — e Elsa Marval teve a confirmação disso através de milhares de missivas de admiradores, o que, paradoxalmente, tornou o seu nome mais conhecido ainda, no Novo Continente.
Na sua vida em relação a Por tugal, Elsa Marval tem qualquer coisa de particularmente interessante. Antes de actuar aqui, Elsita já estivera em Lisboa, no aeroporto da Portela, no decorrer de uma «tournêe». Ela recorda então com uina certa nostalgia esse acontecimento. «Eram umas cinco horas da manhã — diz-me a artista — <: o avião em que viajava com tninh 1 mãe teve uma patine que o obrigou a aterrar na Portela. Enquanto o aparelho baixava, a genial intérprete de «Maria del O» fazia uma ideia vaga embora, das belezas d.» nossa cidade. «Fazia um frio in- tensíssimo e, enquanto reparavam o aparelho, decidi fazer com minha mãe uma corrida em taxi até L isboa» — «Lisboa debe ser preciosa. Tendré que veria». E d<* facto, um ano mais tarde Elsa nãn só viu Lisboa, como apreciou a
carinho do nosso público para com os artistas que o são de verdade, como ela.
— Acha alguma semelhança en tre o nosso fado e o vosso tango ?
— Sinceramente, no. — contesta me a artista, para logo acrescen tar:— Pero, por aa índole vuestro fado despierta en mi alma de artista mi tango.
— Projectos ?— Partirei daqui para Paris e
depois para a América do Norte, onde já tenho contratos firmados.
São esses contratos que o rig inaram a carta que acabo de receber de Elsa Marval que me conta todas as suas actividades, tanto em Paris como na América.
— Em Paris cantei durante quase um mès com sucesso «Avril au Portugal», ou seja a canção portuguesa de grande êxito, do malogrado M a e s t r o Raúl Ferrão, «Coimbra é uma canção». Na Ha- bana estive 17 semanas no melhor cabaret «Tropicana» e fiz televisão, e aqui no México actuo no cabaret Cap ri e no «Teatro íris» e também fiz cinema.
Dum recorte do jornal m exicano, «Domingo en Zocalo», respigo a seguinte passagem que fala por si só: «Elsa Marval, la her- mosa argentina de origem italo-espanol, de solo veinti... anos de edad, ha recorrido los i-inco continentes demostrando lo que es una actriz en toda la extensión de la palabra».
— Recordar é v iv e r ! — diz o ditado, e vale tanto mais recordar o que acabo de vos narrar, porque Elsa Marval é uma artista que ama Portugal onde pensa voltar breve.
Lisboa, Junho de 1957.
Anibal A n j*s
~Fotúifi/ineTfúiniltioi para amadores fotografias 4'Íifie il par cibos fotográficos
Reportagem Fotográfica
Rut iulbão Pato, 11 - MONHJO
N." 61 Folhetim de «A Províncias 20-6-957
91Ideia do íâvessoc % c c Á í v a r c 9 ^ a t e n t e
— Que pretendes agora com a tua atitude? Queres arruinar-nos, rião é ? Tu sabes muito bem que concordámos sempre contigo, que te fizemos todas as vontades, — como, por exemplo, no «pau de f i le ir a » . . .
— E que os senhores transformaram num pretexto para exteriorizações,— interrompeu 0 engenheiro bruscamente. — Automóveis ioricando e buzi- nnndo; senhoras cobertas de luxo e jó ia s ; gestos estudados e espalhafatoso s . . uma autêntica contrafacção da ideia.
— Então, como querias tu?— Queria simplicidade, naturalidade, s in ce r id a d e .. .— O ide tens a cabeça, homem?— Tenho-a no seu lugar! Bem fazem os senhores que as têm por ares
e v e n t o s . . . os ares da supremacia, os ventos das ambições imoderadas!— Som os positivos e dinâmicos, é que é . . .— Bem 0 sei. Eu é que sou negativo e antiquado. Pertenço ao número
do:; tais sonhadores e u topistas; de sorte que nunca passarei dum pobretão qualquer, dum «engenhocas pindérico» que, entretanto, mantém a sua personalidade e a sua família num nível muito diferente. Tenho por norma a honestidade e por timbre a minha educação moral. E se um dia me surgir no caminho uma mulher que mereça a minha estima e 0 meu respeito, formarei outro lar, mas nunca esquecerei a mãe e a irmã que o Destino me confiou. Agora desgraçar as filhas da gente humilde, fazer delas amantes por filáucia e pedantismo, maculando a minha posição e a minha categoria, envenenando um ambiente e conspurcando a vida sã e pura duma terra exemplar, — ainda que a ld e ã — , isso nunca! N u n ca ! — ouviram, meus senhores ?
Os outros estavam abroncados com a catilinária.
Nao 0 conheciam bem sob aquele aspecto. Na ausência chamavam-lhe «esquisito», «excêntrico», «maníaco», «miudinho»; mas não calculavam que fosse até tão longe nas exigências e nas ideias.
Depois dum silêncio contrafeito, em qu,e se notava 0 embaraço geral, um dos sócios resolveu ultimar o incidente.
— Em última analise, vamos a s a b e r : — O que é que 0 engenheiro quer d e ,n ó s ? Para que nos fez reunir aqui ?
— É muito simples. Ou os senhores me dão plenos poderes para despedir 0 encarregado e substituí-lo; para proceder a um inquérito rigoroso ao pessoal e ao seu comportamento, com iguais p o d e re s ; 011 terão que procurar quem me substitua.
— Isto é peremptório e inflexível.O s sócios ficaram ainda mais abroncados.Depois doutro silêncio ainda maior, 0 parente afastado tomou também
sua re s o lu çã o :/ — Pois bem. Se ja . Levas ’o caso até alturas tais que nos obrigas a
atitudes urgentes. S e nos dás licença, vamos reunir em particular e arrumamos agora mesmo 0 assunto.
— Não é preciso. Eu é que saio. Passo a outra sala e quando tiverem resolvido, voltarei.
E saiu com a maior placidez.A discussão iniciou-se imediatamente e prolongou-se por algum tempo.
Viam a questão sòmente pelo lado prático:— O que resultaria se 0 engenheiro se a fa s ta sse?— Quajs os prejuízos para a em presa?— E se 0 encarregado fosse despedido?— Seria preferível sair aquele ou despedir e s te ?Por fim, assentaram uo ponto de vista unânime.O parente afastado encarregara-se de 0 transmitir, de fisionomia brusca
e quase colérica.Tocou a campainha eléctrica e deu ordem para que o engenheiro vol
tasse . E a seguir, co n ênfase e maneiras empoladas, comunicou :
( C O N T I N U A )
6 A P R O V IN C IA 20-6.-957
Um conto de longe em longe
A V O Z B O N I T A— Tenham paciência, mas agora
quero ouvir o meu program a! — e Ana Rosa procurou apressadamente u seu posto favorito.
— Bem, já se sabe que temos ao microfone o António Eduardo ! — comentou a Zeca, um pouco maliciosa.
Era um aborrecimento naquela altura em que estavam tão animados com a música de baile ; mas Ana liosa. Ião boa/inha, tão condescendente, era nesse ponto inflexível. Desde que houvesse um programa de A n tó n io Eduardo nada mais lhe interessava. O pai até brincava com ela dizendo-lhe que a achava apaixonada pelo locutor; Ana Bosa, porém, encolhia os ombros, dizia uma graça, dava dois dedos de conversa ao Marcelino da Farmácia e escondia o seu segreda
Não. ria não estava ainda apaixonada p o r António Eduardo; ainava, simplesmente, a sua voz, certa maneira muito pessoal de terminar as frases, esse qualquer coisa delicioso da sua fala quente, máscula, a um tempo doce e v ibrante.
Depois, aquela v o z vinha de Lisboa e acordava na sua alma ingénua, de menina provinciana, mil desejos e anseios nunca antes prensentidos... .
O pobre do Marcelino é que não justava da graça. Ele bem se esforçava, coitado, mas não conseguia ilisfa>çar um defeito da fala que lhe ficara dum susto apanhado em criança.
A Zeca levava o serão a afiná-lo, e a Marianit» acolitava a travessa quando não entravam também em cena os irmãos de Ana Bosa, dois diabos de 14 e 15 anos que punham o juizo a arder aos mais velhos.
Apaixonado e t r is te andava, pois, o M arcelino: mas a ingrata fingia não dar por tal e, entre- ianto. a roda dos amiguinhos com a rádio, satisfazia ao mesmo tempo a sua ânsia de novidades e de sonho. Quem, porém, atentasse seriamente na expressão concentrada da sua carita meiga ao ouvir a voz de António Eduardo, compreenderia que algo de mais grave se passava dentro dela.
A princípio, fora uma surpresa, em breye um deleite, por fim uma necessidade. E depois era tão natural ! A avòzinlia, que t in h a setenta a n o s , tambéin adorava aquela voz.
Encorajada pelo programa, escreveu-lhe várias vezes, pedindo a transmissão dos seus discos preferidos, e quando e r a atendida ficava com o «oração aos saltos, louca de felicidade.
Chegava a ter vergonha de còrar tanto quando ouvia dizer :
— Para você, Ouvinte distante, esta canção romântica, mas cuidado com o rom antism o...
P O R
Gílll! d! M M Hifllll misUm dia pediu-lhe timidamente
um retraio. O pedido foi satisfeito e ainda por cima com uma dedicatória espampanante, d a q u ela s que os grandes astros escrevem num minuto e em que não pensam mais dum segundo.
(A’ querida Ouvinte Distante — António Eduardo).
Aquela palavra «querida», junto ao rosto simpático do rapaz, acabou por transtornar a cabecinha de Ana Bosa. 0 sonho apoderou-se dela; a sua ideia exaltada quis dar-lhe a vida; e a primeira carta de amor, ingénua e palpitante, partiu da vilazita humilde e chegou com seu perfume de inocência às mãos finas do locutor. Escusado é dizer-se que ele não lhe ligou importância alguma, porque recebia todos os dias declarações de meninas mais 011 menos apaixonada» e levianas sem que isso o perturbasse. Mas a garota e r a teimosa, escreveu de novo, desta vez falando de amizade, ; brindo o seu coração ávido de sensações, cansado da vila, dos namoricos das amigas, das conversas das vizinhas, da insistência do Marcelino. E, porque a carta era sincera. António Eduardo respondeu chamando-lhe amiguinha. Nessa noite Ana Rosa não dormiu, mas sonhou acordada que passava por Lisboa muito agarradinha ao sen amigui- nho. E a voz, a voz bonita, embalava aquele sonho, vibrando em seu coração como o sino da igreja da vila em dias de romatia. O destino, esse menino travesso que tantas partidas nos prega, ia fazer mais uma : no dia seguinte chegou uma caria da tia Fernanda pedindo para Ana Rosa ir tratar dela, pois se encontrava de cama. A pequena nem pensou em lamentar a doença da tia. Fez a malinha e abalou para Lisboa com a alegria estampada no olhar.
O pior foi qúe a tia estava realmente doente e durante quinze dias Ana Bosa teve de entregar-se ao seu dever de enfermeira, sem sair, sem chegar à janela, e, — Deus do Céu ! . . . sem ouvir rádio. Isto não a desanimou, pois que em contrapartida um a conversa de duas visitas da tia, hàbilmente ex plorada, deu-lhe a conhecer certos pormenores da vida do seu ídolo e até o restaurante mais frequentado por ele.
Mal achou a tia capaz de ficar sem a sua companhia, pretextou uma compra e dirigiu-se ao restaurante; mas a sorte não a bafejou; — António Eduardo não almoçava ali n e s s e dia, talvez no
M A I Ol o p o d a , escritor e j ortal i t l o portuguêi J orge R s a o s , c o m 0 minho sincera adrai- r c( B8 e jraternsl cari sko.
R i t a d e L a r a(pottUa brasileira)
Monarca da am plidão, huma opulenta ostentação, 0 so l doira a floresta e, em crispações de luz, cemo que tenta arrebatá-la, no calor da sesta.
sE M aio ! Todo o verde em f l o r rebenta. . . e no ar derrama, em voluptuosa festa ,0 pólen salutar, cuja violenta pulverulência fecundante atesta.
O leque rendilhado das palm eiras se inclina sobre a relva sorridente, qual verde pálio de esmerado estilo.
E nas copas festiv a s das paineiras ouve-se de aves o gorgeio quente, por entre os ram os do còrado a s ilo !
F o r ta le z a — M aio d e 1957
próximo sábado, — disse - lhe o criado, com um sorriso trocista.
Aquela semana parecia não ter fitn ; porém, o tal sábado sempre chegou, por sinal radioso de sol, um sol escaldante de primavera lisboeta.
Ana Rosa suava, metida no ca- sacão cinzento, os sapatos à inglesa pesavam-lhe nos pés, a pintura feita à pressa escorria-lhe pelas faces afogueadas.
Foi assim que entrou no restaurante e ouviu a boa nova : — Sirr senhor, o sr. António Eduardo vem almoçar.
Como aquele coraçãozinho bateu enquanto pedia um almoço que talvez nem provasse! C om o os momentos de espera lhe pareceram longos ! Louca de esperança ia pensando o que diria, como se havia de apresentar, de forma a não lhe parecer tão provinciana, tão b an al.,.
Mas eis que a porta se abre de repente e António Eduardo aparece, elegante, distinto, com o à vontade de grande senhor, t a,l como ela sonhara que ele fosse em pessoa, m as.. . acompanhado por uma rapariga loira e bonita. Encaminharam-se para uma mesa, ele deu rapidamente as ordens ao criado, enquanto ela ajeitava com graça o penteado e retocava a «maquillage». O rapaz ajudou-a a despir o casaco de fazenda leve, tocando-lhe nos braços bem torneados para compor a manga do vestido de «cetim»; ela sorria contente, sentava-se, e levantava- -se, alegre, feliz.
Ana Rosa olhava-os desvairada. Agora António Eduardo conversava e a sua voz tinha o encanto de sempre, aumentado pelo prazer de falar a uma linda mulher.
Podia ter ouvido tudo, mas para quê ? O tom entusiasmado, a ternura do olhar, a carícia das mãos, provavam claramente que a conversa era de amor. Quis desviar os olhos, e foi então que deu com o espelho em frente onde se reflectiam as suas figuras: numa mesa o parzinho feliz de expressão radiante, noutra uma rapariga desesperada e ridícula, sim, ridícula, porque só nesse momento Ana Bosa compreendeu a extensão da sua loucura. Como poderia António Eduardo reparar n a pobre «Ouvinte Distante» se tinha à sua beira uma rapariga como aquela?
E não era a beleza da oulra que a vexava; Ana Rosa sentia que era bonita, sabia o encanto dos seus olhos. Na sua terra, no seu meio, era a pequena mais requestada ; mas ali não passava duma provinciana, mal vestida e mal pintada, em confronto com a graça e o apuro daquela lisboeta gentil.
Maquinalmente pagou a conta e fugiu para a rua, com medo de começar ali mesmo a chorar.
— Então, Ana Rosa, não queres ouvir o teu programa? — perguntou a Zeca admirada-
— Ouçam lá vocês o que quiserem, respondeu o Marcelino, prazenteiro. Nós estamos falando do futuro!
— Já não estás apaixonada pela voz do António Eduardo? — estranhou a Marianita.
— Sabes, desde que estive em Lisboa, convenci-me de que liã muitas vozes como a dele. — E Ana Bosa procurou um programa de música de dança.
Não, agora não poderia ouvir a voz dele, aquela voz quente, máscula, a um tempo doce e vibrante, não poderia .,, pelo menos diante dos outros.
S i l H I I J I t í i I J I jll I i l H ilflliti
E L S A M A R V A La a r t is t a q u e c o n q u is to u L isb o a o n d e v o l t a r á b r e v e m e n te
«Becordar é viver» — diz o ditado, e mais uma vez esta frase se afirma 11 uma verdade, através duma simples carta e de algumas fotos que acabo de receber da artista argentina Elsa Marval, vinda do México, onde actua há muito, com êxito estrondoso no Teatro íris e na televisão, nos programas de Max Factor, o maquil- leur americano, de renome mundial.
Mas, volvamos u m pouco mais de três anos atrás, aos bastidores do Teatro Maria Victória, do Parque Mayer. Foi numa noite frígida de inverno que o secretário de então, da Legação da Argentina, em Lisboa, me apresentou a Elsita— nome de intimidade da a r t is t a . O acolhimento fo i estupendo para o signatário desta reportagem, o que vale a pena recordar e arquivar n a s colunas do nosso jornal, porquanto, não só a artista é de grande valor, como é também uma amiga de Portugal e deste vosso criado— se me permitem o termo.
Nessa noite conversámos d u r a n te alguns momentos, e como a hora era já avançada em relação à do espectáculo que ia começar, voltei no dia seguinte para a entrevista propriamente dita. Naquela noite assisti ao espectáculo em que Elsa Marval actuava — uma revista intitulada «Como é o tempero».
Loira e dotada duma cultura estupenda, Elsa Marval é uma artista duma afabilidade tã o grande que cria desde o primeiro momento um amigo em todos quantos dela se aproximam. A sua voz é tão melodiosa que. além Atlântico,a cognominaram «o rouxinol das Américas», e é bem verdade.
Uma salva de palmas estrondosa irrompera da plateia da pitoresca «boite» que é o Teatro Maria Victória. Sincera e profundamente comovida com o acolhimento do nosso público, aliás merecido, a que o talento da lídima artis'a, verdadeira alma dos pampas e artista internacional, tem jús, curva-se graciosamente a agradecer a homenagem dum público conhecedor como o nosso, teatreiro por excelência. Elsa Marval acabara de cantar «Ai Mouraria», em português bem timbrado, pois estávamos em presença duma artista de largos recursos, que abarca desde a simples canção até à opereta vienense. Elsita é uma arlista genérica. Para ela a arte do palco não tem segredos em todas as suas modalidades.
No dia aeguinte apresentei-me no camarim de Elsa, onde fui recebido já como uui amigo, na boa acepção da palavra. De fino trato, o que a eleva à categoria de Em baixatriz das artistas, aliada à de expoente m á x im o da canção argentina, escuta-me no in t rro- gatório a que a submeto, 110 seu amoroso camarim, de cujas paredes pendem as extensas e tufadas "aias de organdi, enquadramento
R e c o r d a n d o a t r a ç o s l a r g o s
o q u e o j o r n a l i s t a v i v e u . . .
e c o n t i n u a r á v i v e n d o , t a l v e z
n u m f u t u r o p r ó x i m j o .
A artista argentina ELSA M AÍiVAL.
do seu talento maravilhoso, para uma entrevista que resultará importante nos anais da História dos intérpretes estrangeiros que têm visitado Lisboa, através de todo o nosso Teatro. Entrevista quase relâmpago, sem dúvida, mas nem por isso menos interessante, não só pelo dinamismo da própria ve- d ta argentina, que deixou saudades 110 nosso público, como pela melodia da sua voz carinhosa com que responde solicitamente às perguntas que lhe dirijo, entre duas actuações da referida revista. A sua arte inconfundível é tão perfeita tanto no «lieder» como na arte de representar propriamente dita, porque Elsita é também 11111a comediante emérita e uma bailarina perfeitíssima.
E como é tão raro encontrarmos um artista estrangeiro que nos tenha visitado que reuna todas estas qualidades, eis por que, ao ver Elsa actuar nessa noite aumentou mais em mim o desejo de entrevistá-la. Por detrás duma artista tão categorizada transparece sempre qualquer coisa de inolvidável, como de inolvidável ficará para sempre os contactos que durante a sua estadia em Lisboa tive com ela. Honny soit qui mal y
(Conclui na página 5)
A n í b a l A n j o s
- W-K-c:-.- Wkk-- —
f M O H T I J O e s p e r a - v o s
I nus ( f eitas Qflpulaus de S. (J)tdx&§ de 27 de Junho a 2 de Julho I
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