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ARTIGO
O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA FRENTE ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Dulce Vieira RESUMO - O presente artigo aborda como questões introdutórias aspectos gerais
da Educação como forma de contextualizar a situação do processo ensino-
aprendizagem no Brasil. A partir dos apontamentos levantados pretende-se
também abordar algumas questões pertinentes às causas das dificuldades de
aprendizagem e prevenção, bem como a importância dos profissionais da
educação debruçarem-se sobre sua prática pedagógica, fazendo uma
autoavaliação. A Psicopedagogia seja no aspecto clínico quanto institucional, se
encontra nesta caminhada com o objetivo de compreender e desvelar o não-
aprender, buscando despertar as potencialidades do aluno através de atividades
lúdicas, possibilitando formulação de hipóteses e diagnóstico para uma posterior
intervenção.
PALAVRAS-CHAVE: Dificuldades de Aprendizagem e Ensinagem. Prevenção.
ABSTRACT: This article addresses issues such as introductory general aspects of
education as a way to contextualize the situation of the teaching-learning process
in Brazil. From the notes raised intended to also address some issues relevant to
the causes of learning difficulties and prevention, as well as the importance of
education professionals address itself on its pedagogical practice, doing a self. The
Psicopedagogia is in the clinical aspect as institutional, is this journey with the goal
of understanding and desvelar the non-learn, seeking awaken the potential of the
student through recreational activities, enabling formulation of hypotheses and
diagnosis to a subsequent intervention.
1
ASPECTOS GERAIS DA EDUCAÇÃO
Fazendo uma breve menção ao estado atual da Educação no Brasil,
percebemos as conseqüências do insucesso escolar através do resultado da
Prova Brasil ou SAEB promovidas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC),
recentemente divulgado. Nosso país obteve média 3,8 no Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) com a triste projeção de
avançarmos para a média 6,0 somente em 2021. Lamentável ainda, sabermos
que uma equipe enviada do MEC direcionará um Plano de Gestão para as escolas
com baixo IDEB. Pensamos então, o que está faltando aos gestores, aos
profissionais da educação para reverter esse quadro? Sabemos que não podemos
esperar esse “salvamento externo”, tendo em vista a urgência desse avanço,
porém cabe as próprias instituições redimensionarem o contexto escolar,
envolvendo os professores , funcionários e comunidade em discussões e reflexões
com o objetivo de buscar metas para a melhoria da educação.
Demo (2007) destaca que para garantir um ensino de qualidade, precisa-se
formar professores com muito preparo conceitual e técnico. É fundamental apostar
no professor, pois se quisermos melhorar a aprendizagem dos alunos, há que se
promover a aprendizagem do professor.
Almeja-se que a aprendizagem dos alunos possa se efetivar com qualidade,
independentemente do nível sócio econômico da família, pois o que não pode
acontecer é a escola argumentar a pobreza e o despreparo dos alunos como
justificativa para o não aproveitamento escolar.
Hoffmann (2001), destaca que as questões referentes às dificuldades de
aprendizagem não são responsabilidade direta das famílias, mas dos profissionais
que atuam nas escolas. Não se pode esperar que os pais procedam à
alfabetização ou os auxiliem a superar as dificuldades, pois muitas delas exigem
mudanças didáticas, sendo, portanto, responsabilidade dos professores.
É compromisso dos pais acompanhar o processo vivido pelos filhos,
dialogar com a escola, assumir o que lhes é de responsabilidade, porém esse
diálogo com as famílias não significa compartilhar com elas o compromisso
profissional da escola. Hoffmann, citando Perrenoud (2000), aponta como uma
2
das competências básicas do professor, no que se refere ao envolvimento dos
pais:
Os pais ocupam uma outra posição, têm outras preocupações,
outra visão da escola, outra formação, outra experiência de
vida. Portanto, não podem, a priori, compreender e
compartilhar todos os valores e representações do professor.
Seria ingênuo esperar da maioria dos pais o esforço de
descentralização e a responsabilidade que se pode esperar de
um profissional formado e experiente. A competência dos
professores consiste em aceitar os pais como eles são, em
sua diversidade.
As estatísticas comprovam que para o aluno de classe econômica
favorecida, quatro anos de estudos significam quatro séries em geral bem feitas,
para o aluno economicamente desfavorecido pode significar apenas uma série e
provavelmente muito mal feita. Se faz necessário que o professor tenha clareza do
seu papel e consiga alfabetizar seu aluno independentemente do seu método de
ensino, buscando assim desenvolver o seu potencial. A Instituição Escolar não
pode continuar ao sabor das boas intenções, nem muito menos ao sabor de
“desenhadores de currículos” (Fonseca, 1995).
Conclui-se então que é nas séries iniciais que desenvolveremos a base
cognitiva do aluno, que caso não seja suprida, terá que ser retomada
posteriormente.
Dessa perspectiva, vê-se que há um enorme trabalho a ser feito na direção
de uma reforma ampla no Sistema Educacional Brasileiro.
Veremos agora, as dificuldades de aprendizagem propriamente ditas.
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Essa breve reflexão sobre dificuldades de aprendizagem pretende abordar
aspectos que explicarão porque alguns alunos se sentem bloqueados ou
encontram dificuldades no processo natural de aprendizagem.
3
Um aluno com insucesso escolar transporta um peso frustracional muito
grande convertendo-se em um sentimento de autodesvalorização que se não for
percebido acarretará ainda mais prejuízos no desenvolvimento da sua
personalidade. Se o convívio familiar for adequado e qualitativamente estimulado,
a criança conseguirá desenvolver melhor suas aptidões que terão um papel
imprescindível na aprendizagem, pois desta forma busca-se atingir a superação
das situações-problema da escolaridade.
Segundo Fonseca (1995), muitas das aprendizagens se adquire por
imitação e por simples interação social, outras, porém, só se adquirem em
situações estruturadas, que exigem a participação e mediatização de um adulto
científica e culturalmente preparado. Será que todos os alunos se beneficiam do
ambiente adequado antes de entrar para a escola? Durante o período de
aprendizagem escolar, estarão os pais disponíveis para proporcionar os reforços
emocionais necessários?
Baseado nestas questões, Fonseca comenta a etiologia das dificuldades de
aprendizagem que pode ser abordada em dois níveis: endógeno e exógeno. O
aspecto endógeno é de origem biológica e sua influência em termos de
desenvolvimento e o aspecto exógeno é de origem social desencadeada por
condições de pobreza e privação cultural.
Quanto aos fatores endógenos (biológicos), pode-se afirmar que as causas
genéticas são indispensáveis para esclarecer as causas relacionadas às
dificuldades de aprendizagem. Desta forma, oportuniza-se um diagnóstico
detalhado em busca de maiores informações para o processo de intervenção do
psicopedagogo.
Nesta perspectiva de descobrir as causas das dificuldades de
aprendizagem é importante enfatizar que neurologicamente até os trinta meses de
vida, o cérebro está em acelerada formação, razão pela qual, qualquer lesão
poderá comprometer irreversivelmente o potencial de aprendizagem, quer verbal
ou não verbal.
Justamente pelo processo natural em que o cérebro se desenvolve é de
suma importância que a escola não insista na maturação precoce do hemisfério
4
esquerdo uma vez que o seu desenvolvimento se dá num ritmo mais acelerado a
partir dos seis anos. Este lado do cérebro sendo responsável pelas regras,
organização, lógica, símbolos (letras e números), parâmetros, compreensão do
tempo, relatividade, apresenta um amadurecimento lento. É comprovado pela
neuropsicologia que a criança começa a aprender a partir das funções do
hemisfério direito que amadurece mais precocemente desde o nascimento.
A fase inicial do processo ensino aprendizagem (5 a 6 anos) deve ter como
objetivo o raciocínio e a aprendizagem assistemática e não a aprendizagem de
conteúdos formais. Até os sete anos o desenvolvimento primordial é do hemisfério
direito, tendo ainda um raciocínio pré-lógico, necessitando de um trabalho
concreto, pois este hemisfério consegue assimilar a linguagem das cores, formas,
criatividade, música, arte, dramatização, jogo e imaginação.
É de extrema importância que os profissionais da educação tenham
consciência de que não adianta exigir do cérebro o que ainda não pode
proporcionar, pois se não tiver maturação, a assimilação da aprendizagem não
acontece.
Luria defende a idéia de que a motivação abre as estruturas de
aprendizagem, tendo em vista que aumenta a capacidade dos neurônios de
estabelecerem sinapses. Portanto, para ser motivado o aluno precisa ser
respeitado no seu aspecto neurológico, não sendo então confrontado com o
conteúdo de forma antecipada, respeitando assim o seu tempo maturacional.
O processo de aprendizagem é desencadeado a partir da motivação e está
intimamente ligado às relações de troca que se estabelece com o meio,
principalmente, seus professores e colegas. Nas situações escolares, o interesse
é indispensável para que o aluno tenha motivos para se apropriar do
conhecimento.
Da mesma forma que o cérebro apresenta seqüelas quanto ao seu aspecto
maturacional, também será prejudicado devido à má nutrição neste período crítico
da vida. A deficiência protéica nessa fase poderá deixar rastros de perturbação,
de descontrole da atenção, motricidade, hiperatividade, de instabilidade emocional, etc. O reflexo dessas condições alimentares será refletido não só no
5
tamanho do cérebro, como no desenvolvimento intelectual. Justificam-se certos
comprometimentos no cérebro, tendo em vista que as células do cérebro são
incapazes de se regenerarem, ao contrário da dos outros órgãos.
No que se refere às questões neuropsicológicas, não podemos deixar de
destacar a grande importância dos fatores emocionais e afetivos e a relação com
a mãe durante o período crítico do desenvolvimento da linguagem. A interação
afetiva e lingüística entre a mãe e o filho de zero a quatro anos determinará a
maturidade emocional e o desenvolvimento cognitivo. Se a mãe não fala com o
filho durante os anos iniciais de sua formação, não se interessará pelos estímulos
auditivos e não captará a informação necessária para compreender e falar,
resultando assim em limitações lingüísticas, afetando a maturidade neurológica
das áreas associativas do cérebro.
Os fatores exógenos (origem social) são também desencadeantes das
dificuldades de aprendizagem, pois as condições desfavoráveis que vivem o aluno
são indutoras de atrasos de maturação neurobiológica.
As condições de pobreza provocam privações nos aspectos biológicos,
psicológicos e sociais e como conseqüência temos dificuldades de aprendizagem
nos alunos oriundos de meios sócio-econômicos desfavorecidos.
Quanto aos fatores de envolvimento e de privação cultural, temos como
resultado para o desenvolvimento do aluno conseqüências devastadoras.
Lamentavelmente sofrem desvantagens culturais em relação às famílias das
classes mais favorecidas, pois são privados de uma estimulação auditiva e
lingüística. As dificuldades de processamento da informação auditiva, atenção
seletiva, discriminação, identificação, sequencialização, retenção, etc. tendem a
prejudicar o desenvolvimento da linguagem e a elaboração de estruturas
cognitivas.
Como conseqüência de todas as questões citadas, temos por parte dos
alunos, conhecimento reduzido, pensamento concreto não conceitualizado,
linguagem pouco utilizada em termos introspectivo e reflexivo, falta de hábitos de
leitura e de escrita, repetências escolares freqüentes, poucas experiências
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representacionais ou simbólicas, ausência de curiosidade cultural, alienação
cotidiana e outros.
Estes são alguns fatores de privação cognitiva que se refletem desde muito
cedo no potencial de aprendizagem dos alunos desfavorecidos. Ocorre então uma
acomodação quanto às exigências curriculares, tanto por parte dos professores
que vêem o aluno na sua limitação, bem como por parte do próprio aluno que se
esquiva dos desafios propostos por se achar incapaz; portanto acaba
naturalmente excluindo a si próprio do processo ensino-aprendizagem.
É imprescindível que as escolas criem uma perspectiva preventiva das
dificuldades escolares, pois é no princípio da escolarização e não no fim, que se
deve otimizar o potencial de aprendizagem dos alunos. Nesta perspectiva muito se
pode economizar, quer em potencial humano, quer em dinheiro.
A identificação precoce das dificuldades de aprendizagem fará com que a
escola não seja seletiva, uma vez que o “insucesso escolar é sinônimo de
insucesso social, pois sem as aquisições escolares, o aluno fica impedido de
participar eficientemente no progresso da sociedade”.
Segundo pesquisas realizadas, 15% dos alunos precisam de apoio no
início da escolaridade, todavia se tal intervenção tardar, a porcentagem duplica e o
insucesso escolar será a tendência normal.
Não é justo que esses alunos sejam excluídos porque não aprendem pelo
método ou ritmo imposto pelos professores. Nesta perspectiva, podemos
encontrar vultos como Einstein, Newton, Thomas Edison, Walt Disney, Abraão
Lincoln, Winston Churchill e outros que foram considerados “maus alunos e
repetentes”.
Pergunta-se então, quantos alunos com potenciais intelectuais se perderam
e se continuarão a perder?
A escola, portanto, deve ser acolhedora, para inserir o aluno, fazendo-o se
sentir parte do contexto escolar e que está ali para se construir enquanto sujeito.
Segundo Fonseca (1995), a condição de errar é a condição de ser humano.
O aluno não pode ser sistematicamente um “falhado crônico”. O insucesso deve
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ser projetado em termos construtivos e não em termos humilhantes, pois o aluno
deve experimentar o erro sem interiorizar o sentimento de autodesvalorização.
Sendo assim, se faz necessário diversificar os instrumentos utilizados com
o aluno e manter-se vigilante para que não perca a motivação e curiosidade em
aprender.
Por isso, a importância da identificação precoce das dificuldades de
aprendizagem citadas anteriormente para que o professor então organize uma
ação efetiva sobre as necessidades do aluno.
A identificação e a observação devem ser rotineiras na prática do
professor, de modo a permitir amplo entendimento do desenvolvimento
acadêmico e social do aluno. Paralelo a essas percepções cabe ao professor a
responsabilidade de no seu planejamento oportunizar a assimilação do conteúdo,
planejando suas aulas de forma diversificada e significativa, pois muitos casos de
insucesso escolar é espelho do insucesso pedagógico, questão que será
abordada posteriormente.
É importante que os professores tenham clareza que não há método bom
ou ruim. Há sim métodos que servem para determinados alunos e não para
outros. Não é porque um aluno não aprende por um método que concluiremos que
não aprenderá. Não podemos nos fechar num único método e sim priorizar
diversas formas de ensinar, tendo em vista que cada ser humano é único,
individual e tem sua forma, ritmo e momento de aprender. Precisamos criar novos
contextos que se adaptem às individualidades dos alunos, partindo do que cada
um sabe, de suas potencialidades e não de suas dificuldades. Para isso então, se
faz necessário uma mudança de metodologia por parte dos professores, mediando
os conhecimentos de forma significativa.
O professor precisa ter uma visão subjetiva do aluno para poder avaliar
seus avanços na aprendizagem, “pois dois indivíduos nunca seguem exatamente
o mesmo percurso educativo, mesmo se permanecerem de mãos dadas durante
anos”.
O aluno com dificuldades de aprendizagem não possui uma inferioridade
mental global e não pode ser classificado como deficiente, trata-se de uma criança
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normal que aprende num ritmo mais lento. Não pertence a nenhuma categoria de
deficiência, mas possui um potencial normal que não é realizado em termos de
aproveitamento escolar.
É imprescindível ao professor das séries iniciais identificar os casos de
dificuldades de aprendizagem e proporcionar as devidas intervenções preventivas,
justamente pelo fato do cérebro estar em processo de maturação, pois quanto
antes identificarmos o problema, mais rápido será o progresso.
Fonseca destaca que a criança com dificuldades de aprendizagem não
pode, por definição, ter qualquer deficiência na área visual, auditiva, mental,
motora, emocional, etc. O aluno com dificuldades de aprendizagem têm uma
inteligência normal, uma adequada percepção sensorial e um comportamento
motor e sócio-emocional adequado.
As dificuldades de aprendizagem dependem então de funções cognitivas,
na maioria dos casos de origem orgânica, que direta ou indiretamente afetam o
cérebro, verdadeiro órgão da aprendizagem. Portanto, as dificuldades de
aprendizagem não podem ter como causa as discrepâncias sócio-econômicas,
pois se encontram em todas as camadas sociais, embora seja claro e implícito que
o maior número de dificuldades recai em crianças oriundas de classes
desfavorecidas.
Os alunos desfavorecidos social, cultural e economicamente são também
desfavorecidos pedagogicamente, o que evidentemente é sob todos os pontos de
vista, injusto. Sofrem mais de mau ensino, má instrução (dispedagogia), mais
abstencionismo dos professores e de piores modelos de estimulação,
identificação, motivação, orientação, etc. Fonseca complementa seu raciocínio
afirmando que o “insucesso escolar dos alunos é apenas espelho do insucesso
social e pedagógico”. Observa-se então que a falha não está só no aluno, mas
muitas vezes, está no professor.
Neste sentido Polity (2002) também faz a defesa considerando que o
fracasso de quem aprende e o fracasso de quem ensina como inter-relacionados.
A autora toma emprestado da medicina o termo iatrogenia dando-lhe um
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sobrenome: iatrogenia pedagógica, situação onde a prática educacional do
professor gera novos problemas no lugar de solucionar os existentes.
Como transformar a definição da dificuldade de aprendizagem, num
processo que implique também o professor e sua dificuldade de ensinagem?
É necessário destacar a importância do questionamento do fracasso de
quem aprende, olhando também para o fracasso de quem ensina – ou seja, para a
dificuldade de ensinagem, tendo em vista que a dificuldade de aprendizagem está
relacionada à dificuldade de ensinagem.
A autora faz uma distinção entre dificuldade de ensinagem no lugar de
dificuldade de ensinar. A dificuldade de ensinar refere-se apenas a transmissão de
um conteúdo específico. Já a dificuldade de ensinagem é basicamente relacional,
pressupondo interação, onde os estados de intersubjetividade podem tornar-se
significativos. Supõe então relacionamento e considera as trocas emocionais que
permeiam o ato de ensinar. A ensinagem é, portanto, ensinar com a emoção e
com a razão.
Como exemplo, podemos deixar claro que um computador é capaz de
ensinar, mas nunca será capaz de uma ensinagem, pois não existe relação afetiva
entre máquina e aluno. Ensinagem abrange, portanto, a percepção emocional que
o professor tem de sua prática; não só como ele a pensa, mas a forma como ele a
sente.
Aprender e ensinar são os dois lados de uma mesma moeda que se
complementam, e que não podem se sustentar a não ser na relação dialética que
estabelecem entre si.
A autora então, convida os profissionais da educação para darem um
mergulho num processo de autoconhecimento, tendo a coragem de debruçar-se
sobre sua própria experiência e buscar a partir do resultado de sua ação, o seu
próprio fazer. Este ato requer coragem, abertura, iniciativa do profissional que
muitas vezes tem posturas de superioridade e defesa em relação a sua prática.
Não podemos desistir dos nossos sonhos de melhoria da educação, tendo
em vista que os alunos precisam ser respeitados como seres humanos. Para isso
então é fundamental a participação de gestores atuantes e comprometidos com a
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melhoria da educação, além de um maior comprometimento e inteligência
pedagógica por parte dos professores, pois são agentes principais na mediação
do processo ensino-aprendizagem.
Paralelo a todo esse contexto se encontra a psicopedagogia, que estuda e
trabalha com as aprendizagens humanas tendo como objetivo oportunizar uma
prática pautada na singularidade do aluno e desta forma poder intervir com um
olhar distinto, único... buscando resgatar as lacunas que se perderam na trajetória
escolar.
PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA O campo da Psicopedagogia seja no aspecto Clínico quanto Institucional
cada vez mais se amplia, tendo em vista o baixo índice de aproveitamento da
aprendizagem observado em nosso país.
A Psicopedagogia se faz necessária para compreender os problemas de
aprendizagem, refletir e intervir sobre questões relacionadas ao desenvolvimento
cognitivo, psicomotor e afetivo implícitas nas situações de aprendizagem.
A Psicopedagogia Clínica, vista como curativa ou terapêutica tem como
objetivo reintegrar o aluno que apresenta dificuldades de aprendizagem ao
processo de reelaboração do conhecimento. Tem como ênfase o atendimento na
sua singularidade, pois cada pessoa atendida possui necessidades específicas e
particulares; portanto cabe ao psicopedagogo fazer as opções interventivas que
melhor se adaptem às necessidades do aluno.
Em contrapartida, a Psicopedagogia Institucional, vista como preventiva,
tem como meta refletir e desenvolver projetos pedagógico-educacionais,
enriquecendo os procedimentos em sala de aula, as avaliações e planejamentos
na educação sistemática e assistemática. O processo desenvolvido dentro da
instituição escolar possibilita uma leitura mais próxima da realidade do aluno,
identificando melhor os mecanismos presentes no aprender com o outro,
desenvolvendo assim dinâmicas mais próximas da situação de sala de aula.
Além do trabalho desenvolvido com grupos de alunos, a Psicopedagogia
Institucional também tem como objetivo ser parceira da coordenação, direção e
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professores, pois desenvolverá um trabalho pertinente às relações vinculares
professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, buscando integrar os
aspectos afetivo e cognitivo.
O trabalho psicopedagógico atua não só no interior do aluno ao sensibilizá-
lo para a construção do conhecimento, mas requer também uma transformação
interna por parte do professor, no sentido de desenvolver no aluno a auto
percepção do mundo e do outro.
Sabe-se que a Psicopedagogia, principalmente a Institucional ainda se
apresenta de forma tímida e insuficiente, pois tem muito a expandir no universo
educacional, tendo em vista que não faz parte da realidade das escolas públicas.
A orientação do Psicopedagogo Institucional junto ao professor deve ser
constante, discutindo não apenas a relação professor e aluno, mas também as
que dizem respeito ao conteúdo, atuação do aluno, formas de avaliação e até
mesmo a relação e receptividade com os pais. Desta forma o professor poderá
rever constantemente na sua prática a relação afetiva e as dificuldades
vivenciadas na relação com o aluno e saber esperar pela resposta da sua
produção.
Noffs (2003) no âmbito psicopedagógico destaca a importância de uma
postura profissional (e de vida) do indivíduo consigo mesmo e com a coletividade
em que vive a partir dos papéis desenvolvidos na instituição. Implica optar por
uma visão de homem, mundo e escola a mais aberta possível. A abertura prende-
se à compreensão e vivência da verdade, do olhar, da escuta, da adequação às
situações vividas, da sensibilidade em se perceberem as diferentes pessoas.
O processo psicopedagógico institucional pressupõe o ensinante, o
aprendente e a instituição escola, tendo como preocupação o “saber”. Deslocar a
questão do modo de ensinar para o do como deve ser o ensino, para que o aluno
aprenda na instituição que freqüenta, é a ousadia do trabalho psicopedagógico.
Dessa forma, há um trabalho com todo o corpo administrativo – merendeira,
atendentes, etc, - entendendo que todos os que trabalham com os educandos,
ainda que indiretamente, são educadores.
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Importante enfatizar que o psicopedagogo realmente deve ousar e acreditar
nas possibilidades, porém acaba sendo visto como o “doutor do resgate cognitivo”,
tornando-se muitas vezes a última carta desse jogo que ocasiona sérios conflitos
para o aluno.
O que não deveria acontecer, mas infelizmente acontece é a visão da
Psicopedagogia como um “hospital no fim das auto-estradas” (Polity, 2002). Faz-
se necessário falar sobre isso, tendo em vista que na maioria das vezes o aluno
passa por um período longo de tentativas na busca de avançar cognitivamente na
escola, portanto ao ser retido nas séries, chegando no seu limite, a escola acaba
perdendo seus “instrumentos” e o encaminha, como pedido de socorro ao
psicopedagogo.
É de responsabilidade do psicopedagogo acolher esse aluno e investir
numa mediação bem conduzida e de qualidade para resgatar o potencial de
aprendizagem, que como diz Sara Pain (1992), por diversas razões não se
manifesta. Enfim, o primeiro contato do psicopedagogo com o aluno será um
momento de investigação, de pesquisa, buscando diagnosticar as causas que
interferem na aprendizagem.
O desconhecido precisa ser revelado, portanto esse desvelamento da real
situação acontecerá com mais facilidade se houver vínculo afetivo entre o
psicopedagogo e o aluno. Assim se torna mais fácil descortinar esse novo
universo com um olhar de afeto, um olhar amoroso, pois esse aluno que está
sobre sua responsabilidade precisa ser lapidado, amadurecido, enfim, resgatado
na sua condição de aprendiz.
Com a construção desse vínculo cria-se uma relação de confiança mútua,
tanto para o aluno como para a família, que também precisa acreditar nessa nova
intervenção em busca de solução.
O esclarecimento de uma queixa, do próprio aluno, da família e, na maioria
das vezes da escola não é uma tarefa fácil, pois para o aluno assumir o “não-
aprender, do aprender com dificuldade, do não revelar o que aprendeu e de fugir
de situações de possível aprendizagem” requer coragem.
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Justamente por essas questões é imprescindível que o Psicopedagogo
desenvolva seu trabalho com o ingrediente lúdico que é a base de todo o sucesso
na aprendizagem do aluno, pois através do brincar, segundo Winnicott (1993) que
o indivíduo, criança ou adulto pode ser criativo e utilizar sua personalidade
integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu.
O aspecto lúdico garante motivação para resgatar a aprendizagem que se
perdeu ou que está adormecida, sem esperança, pois provoca conflitos internos,
necessitando buscar uma saída. É desses conflitos que o pensamento sai
enriquecido, reestruturado e apto para lidar com novas transformações.
Esse poder de atração que o jogo tem para o aluno, deve ser aproveitado
como resgate da aprendizagem, cabendo ao psicopedagogo clínico ou
institucional orientar os profissionais da educação da importância de se trabalhar
os conteúdos inseridos em jogos e brincadeiras, deixando suas aulas mais
dinâmicas e significativas.
Desta forma então se facilita a aquisição do conhecimento, pois provoca o
funcionamento do pensamento sem estresse ou medo, desenvolve a
sociabilidade, propicia vivência de situações relevantes, é operativo, cultiva a
sensibilidade, gera o desenvolvimento intelectual, social e emocional.
Oliveira (2005) destaca:
A maneira como uma criança brinca ou desenha reflete sua forma de
pensar e sentir, nos mostrando como está se organizando frente à
realidade, construindo sua história de vida, conseguindo interagir
com as pessoas e situações de modo original, significativo,
prazeroso ou não. A ação da criança reflete sua estruturação mental,
o nível de seu desenvolvimento cognitivo e afetivo-emocional.
Mais um espaço psicopedagógico que pode ser expandido principalmente
na Psicopedagogia Institucional é a brinquedoteca, pois na Psicopedagogia
Clínica este espaço já é praticamente garantido, tendo em vista sua eficácia.
Como ênfase a essa questão, temos como experiência o exemplo da
Europa com suas bibliotecas de brinquedos nas quais os usuários retiram e não
brincam no local. Na Suécia os terapeutas dos brinquedos ensinam as famílias a
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brincarem. Na Itália, França, Suíça e Bélgica têm ludotecas, mas estas se dirigem
diretamente às crianças, recebendo a visita dela e emprestando brinquedos. Em
Portugal, as ludotecas funcionam junto das Universidades e das aldeias. No Brasil
temos a Associação Brasileira de Brinquedotecas utilizadas com o objetivo de
humanização no atendimento.
Sobre o olhar psicopedagógico, a brinquedoteca segundo (Noffs, 1994), se
apresenta como um recurso facilitador na construção de vínculos entre as
pessoas, pois resgata o brincar prazeroso... A partir do brincar e do brinquedo, os
alunos poderão trabalhar com a possibilidade de se aprender permitindo a
aquisição/ressignificação de conhecimentos que se movimentam em direção ao
saber. Este é um espaço que deve ser constantemente reformulado, recriado e
reordenado pelos usuários.
O brincar possibilita o desenvolvimento das significações de aprender. O
que no adulto aparece no motivo de consulta (a demanda, as fantasias de
enfermidade e cura), principalmente na linguagem verbal, a criança se expressa
através da linguagem lúdica. Tanto uma linguagem como a outra, mostram e
escondem, guardam e ocultam. A hora do jogo permite observar a dinâmica da
aprendizagem, quer dizer, uma maneira pessoal para aproximar-se do
conhecimento e para conformar seu saber. A modalidade de aprender é como a
matriz, um molde, um esquema de operar que vamos utilizando nas diferentes
situações de aprendizagem (Fernández, 1990).
Paralelo a essa dinâmica terapêutica desenvolvida pelo psicopedagogo,
tem outro aspecto de extrema importância a ser valorizado que é a presença da
família do aluno, seja na escola ou na clínica.
A presença dos pais é extremamente necessária, pois é visível a relação
das dificuldades de aprendizagem com as interações e experiências diversas
vividas no contexto familiar. Portanto é importante ao psicopedagogo se inserir na
realidade do aluno para poder ajudá-lo nessa nova trajetória de resgate do
conhecimento.
Como nos diz Chalita (2001), por melhor que seja uma escola, por mais
bem preparados que estejam seus professores, nunca vai suprir a carência
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deixada por uma família ausente. A família tem de acompanhar de perto o que se
desenvolve no banco escolar, pois do contrário a escola corre o risco de não
atingir seus objetivos.
Com a participação da família pode-se rever algumas questões pertinentes
ao melhor desempenho escolar, promovendo uma parceria no processo de
intervenção, tendo em vista que a família tem por responsabilidade formar o
caráter, perpetuar valores éticos e morais. Muitas vezes esses princípios não
acontecem em algumas famílias, sendo assim caberá ao psicopedagogo propor
algumas reflexões pertinentes a dinâmica familiar com intuito de resgatar a fase do
desenvolvimento que ficou em defasagem no processo de formação do aluno,
buscando construir o alicerce para futuro aprendizado.
Enfim, o papel da psicopedagogia frente a todas as adversidades no campo
da educação é um grande desafio, pois se trata de um amplo contexto. Este
profissional deve ser o primeiro a “semear em solo fértil”, acreditando que o
potencial humano é muito grande, basta ser despertado e conduzido. Este
“acreditar”, seja no aspecto clínico ou institucional que envolve o trabalho de base
dos professores deve ser o grande alicerce de todo trabalho psicopedagógico.
Quando os profissionais acreditam na possibilidade de mudança, as
transformações têm mais chances de ocorrer, pois não é suficiente querer e
acreditar para que elas sejam possíveis. Aceitar o limite e desejar a mudança, é o
que permitirá mobilizar o sujeito e ajudá-lo a sair do seu aprisionamento
(Rubinstein, 1999).
O papel do psicopedagogo é também desenvolver a autonomia do aluno,
pois esta não surge espontaneamente. É fruto de uma relação mediada por um
outro, onde o aluno pode se identificar e construir sua identidade e
independência.
Para que a aprendizagem seja significativa, é imprescindível que o
Psicopedagogo estabeleça relações entre o conhecimento que está sendo
proposto e valorize toda a bagagem trazida pelo aluno. Se não for desta forma o
“novo não se sustenta”. Por isso na intervenção psicopedagógica deve-se
promover experiências com ênfase no processo e não de adotar o imediatismo, o
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produto final, pois se “construímos” o conhecimento respeitando suas etapas, o
alicerce cognitivo se forma.
Diante de todas as questões abordadas, percebe-se que o trabalho do
psicopedagogo seja clínico ou institucional deve ser o de refletir sobre quem é
“esse aluno que está ali na sua frente”, buscando entender em que contexto se
situa o seu problema de aprendizagem.
A escola também deve ser elemento de investigação do psicopedagogo,
pois é o local onde se projetam os conflitos. O pedido de socorro do aluno pode vir
por meio de fuga das aulas, dores de cabeça culminando nas notas abaixo da
média e muitas vezes em lugar de ser socorrido passa a ser atacado. “Ele é
aquelas notas”!
Importante enfatizar que no atendimento psicopedagógico não podemos
trabalhar apenas sobre o problema, pois podemos correr o risco de fortalecer o
ciclo de inibição da aprendizagem que se forma a partir do fracasso repetido.
Quando alguém fracassa demais, pode defender-se atrás de inúmeras carapaças,
dependendo de como esse fracasso é interpretado e promovido no meio em que
se encontra (Barbosa, 2007).
Uma das grandes funções da psicopedagogia é desvendar as pessoas,
suas possibilidades e limitações, suas capacidades e dificuldades, aproveitando
os dados científicos, colocando-os a serviço dos sujeitos. Os sujeitos são e
precisam continuar sendo mais importantes que a dificuldade ou a síndrome que
apresentam (Serrat, 2007).
O diagnóstico das dificuldades de aprendizagem é uma das questões mais
importantes do trabalho do psicopedagogo, pois requer muita responsabilidade e
sensibilidade para descobrir os fatores que interferem na aprendizagem do aluno.
Portanto, o psicopedagogo deve ter um conhecimento amplo referente a temas
pertinentes à educação, síndromes, patologias, etc. Sendo assim se faz
necessário uma postura de humildade e bom senso para solicitar ajuda de uma
equipe multidisciplinar, pois o diagnóstico precisa ser traçado com a maior
precisão possível para determinar as prioridades no tratamento.
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De posse do diagnóstico do aluno, o encaminhamento a outros profissionais
deve ser precedido de contato telefônico antecipado, encaminhando por escrito o
resumo do caso, pois a essência do problema deve estar clara para evitar futuros
transtornos ou até mesmo perda de tempo no desencontro de informações.
Em consonância a realização do diagnóstico que se dá a princípio pela
anamnese e avaliações diversas, se faz necessário o contato com a coordenadora
e professora da escola para maiores verificações, além é claro do material escolar
do aluno.
Rubinstein (1999), enfatiza que na ação terapêutica psicopedagógica existe
um par que vive o ensinar e o aprender simultaneamente. Tanto o terapeuta como
o paciente estão ensinando e aprendendo um com o outro. Esta concepção se
contribui para que o terapeuta “afine sua escuta”, esteja muito atento ao que seu
paciente e a situação lhe ensinam.
Quando o aluno vence sua dificuldade, automaticamente libera-se para
ocupar um novo espaço, seja no contexto familiar ou de sala de aula. Ao sentir-se
capaz conquista o “saber” e como conseqüência eleva sua auto estima e se
aproxima também de situações que lhe eram difíceis, sem precisar se defender
tanto, sem fugir das situações de aprendizagem.
A partir de todo o caminho a ser desenvolvido na prática psicopedagógica é
importante que este profissional tenha consciência da necessidade de realizar
uma auto avaliação do seu trabalho, com objetivo de detectar as falhas e paralelo
a isso buscar a formação continuada para desempenhar suas funções com mais
precisão e qualidade tendo em vista que pode contribuir nesse amplo universo
educacional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando todas as questões abordadas, constata-se o quanto é
importante o papel da psicopedagogia como investigadora das causas que
bloqueiam o processo natural de aprender.
Diante dos problemas causadores das dificuldades de aprendizagem cabe
a psicopedagogia institucional contribuir para processos de reflexão-ação e
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reflexão no contexto escolar, fazendo com que os professores reconstruam a sua
prática pedagógica. Quanto a psicopedagogia clínica, sabemos que este espaço
no cotidiano da escola é bastante restrito, tendo em vista a distância que separa o
consultório da escola, porém algumas intervenções se tornam possível no sentido
de que a psicopedagogia pode ser parceira da escola, basta que ambas as partes
permitam esse diálogo.
O “olhar” da psicopedagogia deve estar voltado para o aluno com
dificuldades de aprendizagem, unindo forças junto à equipe da escola para
resgatar o sentimento de incapacidade que se encontra no sujeito.
Esse “olhar” carinhoso, preocupado, responsável e inquiridor que deve ter o
psicopedagogo é para não permitir que o aluno acumule mais uma possibilidade
de insucesso. Desta forma então se busca desenvolver no aluno a iniciativa e a
coragem para aprimorar suas habilidades levando-o a tentar novas experiências.
A conquista gradativa do “saber” eleva a auto-estima, proporciona mais
segurança e aos poucos vai permitindo que o aluno se aproxime daquilo que é
difícil, ou seja, sem fugir de situações de aprendizagem. Com essas tentativas de
“arriscar”, abre-se espaço para novas situações desafiantes e a partir do momento
que a dificuldade for vencida pelo aluno, apresentará também uma nova postura,
tanto no contexto familiar quanto escolar.
Desta forma os avanços vão sendo construídos, os alicerces cognitivos se
fortalecendo, além do avanço pessoal do aluno diante da diversidade e qualidade
das suas interações, despertando interesses, necessidades e desejo de se
apropriar do saber. Conhecendo este fato, o professor poderá criar situações de
sucesso, de modo que os êxitos superem os fracassos, pois “nada produz tanto
êxito como o próprio êxito”.
A escola tem uma enorme responsabilidade na formação de futuros
cidadãos, por isso a importância do professor mostrar interesse por cada um dos
seus alunos: pelos seus êxitos, pelas suas dificuldades, pelos seus planos...de
maneira que o aluno perceba seu verdadeiro sentimento de preocupação.
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“As escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo, pássaros engaiolados são pássaros sob controle; escolas que são asas amam os pássaros em vôo, elas existem para dar aos pássaros coragem para voar; o vôo não pode ser ensinado, só pode ser encorajado”.
Rubem Alves
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