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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – Gestão CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
ANDERSON PORTO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
O Turismo Rural no Município de Camboriú: uma análise sobre o potencial
de atração de turistas que veraneiam no litoral da região
MARKETING
ITAJAÍ (SC) 2008
ANDERSON PORTO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
O TURISMO RURAL NO MUNICÍPIO DE CAMBORIÚ: UMA ANÁLISE SOBRE O
POTENCIAL DE ATRAÇÃO DE TURISTAS QUE VERANEIAM
NO LITORAL DA REGIÃO
Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.
ITAJAÍ – SC, 2008
Agradeço, principalmente, à minha família por todo apoio e força no alcance de mais um objetivo em minha vida. O meu muito obrigado, também, aos colegas, amigos e professores que caminharam comigo nesta jornada que agora está perto de ser concluída, toda a minha gratidão.
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário
Anderson Porto
b) Área de estágio
Marketing
c) Orientador de campo
Sandro Rocha
d) Orientador de estágio
Prof. José Roberto Altoff, MSc
e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração
Prof. Eduardo Krieger da Silva, MSc
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
a) Razão social
Prefeitura Municipal de Camboriú
b) Endereço
Rua Getúlio Vargas, nº 177
Camboriú/SC
c) Setor de desenvolvimento de estágio
Turismo
d) Duração do estágio
360 horas
e) Nome e cargo do orientador de campo
Sandro Rocha
Diretor da Secretaria de Turismo
f) Carimbo e visto da organização
RESUMO
O turismo, na atualidade, vem demandando maior atenção por parte das gestões nos municípios. A busca por atividades alternativas no período de férias tem sido cada vez mais evidente em função da rotina que as grandes cidades vivem sem tempo para lazer. Sendo Balneário Camboriú um pólo turístico reconhecido em todo o país, é fundamental que conheçamos seu público, seus anseios, necessidades e opinião sobre os serviços e produtos que encontram-se disponíveis na cidade. Sendo assim, parte-se para o reconhecimento da cidade de Camboriú enquanto possível município com grande potencial no turismo rural. A diversidade encontrada fora da zona urbana oportuniza a prestação de serviços diferenciados, em busca da fuga da agitação e do barulho das grandes cidades. O presente trabalho foi realizado através do modelo de pesquisa-diagnóstico, sendo que para o levantamento dos dados qualitativos foi utilizada a entrevista junto a especialistas, questionário para amostra da população, pesquisa a documentos disponíveis na Prefeitura Municipal de Camboriú e a revisão bibliográfica junto a periódicos científicos. Os resultados alcançados abrangeram os objetivos propostos, sendo que a análise dos dados configurou que grande parte da amostra que busca Balneário Camboriú na condição de cidade litorânea, não procurou ainda o turismo rural como alternativa, mas estaria disponível para conhecê-la. Por fim, o resultado do estudo aponta para a necessidade de qualificar a imagem do turismo rural em Camboriú, melhorando sua infra-estrutura e investindo em novas atividades na região para tornar o turismo rural uma fonte de renda, empregos e conhecimento da cidade. PALAVRAS-CHAVE: Turismo Rural, Balneário Camboriú, Camboriú.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 – Modelo para analisar o ambiente externo.............................................. 28
Quadro 2 – Modelo para análise do ambiente interno.............................................. 30
Quadro 3 – Produto turístico........................................................................................................ 36
Quadro 4 – Classificação dos mercados............................................................................. 38
Quadro 5 – Fatores relacionados com a globalização que contribuem para o
crescimento do turismo................................................................................................... 48
Figura 1 – Os 4P’s do mix de marketing.................................................................... 27
Figura 2 – Cascata do Encanto – Vila das Pedras.................................................... 67
Figura 3 – Cascata Zacarias – Rio do Meio............................................................... 68
Figura 4 – Restaurante Portal das Pedras – Vila das Pedras................................... 69
Figura 5 – Pousada Paraíso da Pesca – Vila Conceição.......................................... 70
Figura 6 – Pesque-pague Açanã – Rio do Meio........................................................ 70
Figura 7 – Pesque-pague Roque – Vila das Pedras.................................................. 71
Figura 8 – Espaço Rural Clarear – Braço.................................................................. 72
Figura 9 – Recanto das Bromélias – Braço........................................................... 73
Figura 10 – Complexo Esportivo Zebra – Rio do Meio.............................................. 74
Figura 11 – Hotel Fazenda Caetés – Caetés............................................................. 74
Figura 12 – Cachoeira Seca – Vila Conceição.......................................................... 75
Gráfico 1 – Faixa etária dos Entrevistados............................................................ 80
Gráfico 2 – Escolaridade dos Entrevistados.......................................................... 81
Gráfico 3 – UF de Origem dos Entrevistados........................................................ 81
Gráfico 4 – Tempo que os entrevistados freqüentam Balneário Camboriú........... 82
Gráfico 5 – Estado Civil dos Entrevistados............................................................ 83
Gráfico 6 – Classe Econômica dos Entrevistados................................................. 84
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Médias e Desvios Padrões............................................................... 85
Tabela 02 – Médias e Desvios Padrões das Dimensões ..................................... 87
Tabela 03 – Pergunta H1 do Questionário ........................................................... 89
Tabela 04 – Pergunta H2 do Questionário ........................................................... 89
Tabela 05 – Pergunta H3 do Questionário ........................................................... 90
Tabela 06 – Médias e Desvios Padrões............................................................... 90
Tabela 07 – Médias e Desvios Padrões das Dimensões ..................................... 93
Tabela 08 – Ordenação das Dimensões Consideradas Importantes para a Escolha
do Destino Turístico.............................................................................................. 94
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .......................................................................................................12
1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO .....................................................................................................13
1.3 ASPECTOS METODOLÓGICOS .................................................................................................14
1.3.1 CARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO DE ESTÁGIO........................................................14
1.3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA ...........................................................16
1.3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS......................................17
1.3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS.......................................................................19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................20
2.1 ADMINISTRAÇÃO GERAL.........................................................................................................20
2.1.1 ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO ..............................................................................21 2.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA................................................................................................22
2.3 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ...........................................................................................23
2.4 ADMINISTRAÇÃO DE GESTÃO DE PESSOAS..........................................................................24
2.5 ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING...........................................................................................25
2.5.1 COMPOSTO MERCADOLÓGICO..............................................................................26
2.5.2 VARIÁVEIS INCONTROLÁVEIS DO MACROAMBIENTE.................................................27
2.5.3 VARIÁVEIS CONTROLÁVEIS...................................................................................29
2.5.4 PLANEJAMENTO DE MARKETING ...........................................................................31
2.5.5 TIPOS ESPECIALIZADOS DE MARKETING ................................................................32
2.6 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ......................................................................38
2.7 HISTÓRIA DO TURISMO ...........................................................................................................41
2.9 TURISMO NO BRASIL...............................................................................................................49
2.9.1 ECOTURISMO......................................................................................................50
2.9.2 TURISMO RELIGIOSO ...........................................................................................51
2.10 TURISMO EM ESPAÇO RURAL ...............................................................................................52
3 O MUNICÍPIO DE CAMBORIÚ, SANTA CATARINA ...........................................61
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO..........................................................................................61
3.1.1 A ECONOMIA DO MUNICÍPIO .................................................................................64
3.2 A PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMBORIÚ E SUAS SECRETARIAS .....................................64
3.2.1 A SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, COMÉRCIO, INDÚSTRIA E TURISMO ...................65
3.2.2 O TURISMO RURAL DE CAMBORIÚ NO PLANEJAMENTO MUNICIPAL ..........................65
3.2.3 EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS DE CAMBORIÚ...........................................................66
3.2.4 ANÁLISE DO PROJETO DO TURISMO RURAL DE CAMBORIÚ ......................................76
3.2.5 ANÁLISE DA ENTREVISTA REALIZADA COM SANDRO ROCHA – SUPERVISOR DE
TURISMO RURAL EM CAMBORIÚ ....................................................................................78
3.3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................80
3.3.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ...........................................................................80
3.3.2 MOTIVOS CONSIDERADOS RELEVANTES PELA AMOSTRA PARA VIR À BALNEÁRIO
CAMBORIÚ ..................................................................................................................84
3.3.3 ANÁLISE DAS RESPOSTAS SOBRE TURISMO RURAL.................................................88
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................97
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................99
DECLARAÇÃO DA EMPRESA..............................................................................102
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ...................................................................103
APÊNDICES ...........................................................................................................104
ANEXOS .................................................................................................................111
11
1 INTRODUÇÃO
O turismo vem se mostrando aos mais diversos países do mundo como uma
importante fonte geradora de renda e de divisas, engendrando empregos para
milhares de pessoas e para as regiões onde é incentivado e explorado.
O ambiente natural, por sua vez, constitui uma condição indispensável ao
turismo, por isto, a inter-relação entre estes elementos não pode ser negada. Nesse
sentido, as condições de vida nos espaços urbanos têm obrigado a população a
procurar, nas suas férias ou em finais de semana, regiões com belezas naturais e
com ar puro, capazes de suprir as deficiências do ambiente dos grandes
conglomerados urbanos.
O turismo rural é conhecido como a atividade turística que acontece fora da
zona urbana, tendo como principal característica a inter-relação formada entre a
atividade agrícola e a prática do turismo. Sua gênese se deu como uma alternativa
encontrada pelos proprietários rurais fazendo com que o homem fosse ao campo em
busca de atividades diferenciadas em momentos onde a zona urbana não pudesse
dar conta desta demanda, seja pela falta de incentivos, de ordem pública ou privada,
ou outros motivos que pudessem impedir o acesso às cidades com este objetivo.
O turismo e a preservação ambiental não têm se revelado compatíveis,
embora, atualmente, esteja ocorrendo uma maior preocupação com o habitat natural
em todo o mundo. A responsabilidade por esta prática tem sido outorgada aos
agentes de turismo, que devem buscar gerir o seu negócio com preocupações de
continuidade, tomando decisões criativas e firmes sobre os novos turistas,
principalmente os financeiramente privilegiados e com disponibilidade de tempo para
as baixas estações; e que procuram um turismo de qualidade e em convivência com
a natureza.
Assim, outras formas de turismo, como o ecoturismo, o turismo rural e o
lazer no meio rural estão surgindo, tendo por objetivo conter os impactos negativos
da atividade ao meio ambiente.
A cidade de Camboriú localizada em Santa Catarina, tem buscado
desenvolver a prática do turismo rural, e para isto busca desenvolver equipamentos
turísticos capazes de atrair turistas. Esses turistas por sua vez podem ser
encontrados em diversos conglomerados urbanos, mas Camboriú por sua
12
proximidade com litoral, poderia tentar captar “seus clientes” nas cidades turísticas
vizinhas por sua vez que os mesmos se encontram disponíveis para a pratica do
lazer e do descanso.
Neste contexto, esse trabalho buscará destacar os principais conceitos
acerca do turismo rural encontrados na literatura, identificando a capacidade
potencial que o turismo rural do município de Camboriú possui em atrair turistas que
freqüentam as praias de Balneário Camboriú durante a alta temporada de verão.
1.1 Problema de pesquisa
A importância do presente estudo reside no fato de que turismo rural, além
de contribuir para aumentar a renda das propriedades rurais, possibilita a geração
de empregos e tende a promover melhorias na infra-estrutura das cidades e das
comunidades rurais..
Para Toresan et al. (2002), no estado de Santa Catarina estão se
multiplicando iniciativas planejadas e organizadas, individual e espontaneamente, de
implantação de circuitos e de empreendimentos turísticos. Sendo que este fatores
estão relacionados a vocação turística do estado, que consegue desenvolver e
oferecer destinos turísticos dos mais variados: festas eventos, campo, esporte,
religioso, veraneio, entre outros.
Entre as praias mais disputadas por turistas no Brasil, encontra-se uma das
mais belas praias catarinenses: Balneário Camboriú. Famoso no Brasil e no exterior,
este destino turístico contabiliza com um número aproximado de mais de um milhão
de turistas visitantes a cada temporada de verão (PREFEITURA MUNICIPAL DE
BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2008).
Já o município de Camboriú, localizado a cinco quilômetros de Balneário
Camboriú, desenvolve um projeto conhecido como “Turismo Ecológico Rural”,
objetivando a atração de parte dos turistas que visitam Balneário Camboriú no verão,
que poderiam aproveitar das suas paisagens, das suas cachoeiras naturais
despoluídas e da sua natureza verdejante e natural.
Assim, ações são implementadas pelo município de Camboriú com vias de
atrair os turistas que procuram as praias de Balneário Camboriú para veranear,
tendo como objetivo ofertar-lhes outra opção no campo do lazer.
13
Diante disto, o problema de pesquisa que se apresenta refere-se a
identificar:
Qual a capacidade que o turismo rural da cidade de Camboriú apresenta em
atrair turistas que freqüentam o litoral da cidade de Balneário Camboriú?
A importância do tema para o acadêmico está no conhecimento que se pôde
adquirir durante a realização da pesquisa. Para a Universidade do Vale do Itajaí, a
pesquisa elaborada servirá de base a outros acadêmicos para consultas. A
viabilidade para a realização da pesquisa foi garantida uma vez que a Prefeitura
Municipal de Camboriú, mais precisamente através da sua Secretaria de Turismo,
mostrou-se disponível em conceder as informações que se fariam necessárias. O
trabalho também se tornou viável devido à disponibilidade de tempo do acadêmico,
que possui grande interesse pelo tema em estudo. A relevância prática deste
trabalho é comprovada na possibilidade de fornecer aos acadêmicos um parâmetro
para avaliar até que ponto os turistas possuem a intenção de incluir em seu roteiro o
turismo rural em suas férias de verão. A originalidade está no pioneirismo do estudo
acerca do turismo rural no município de Camboriú com um enfoque na área de
marketing.
1.2 Objetivos do trabalho
Esse trabalho tem como objetivo geral identificar a capacidade potencial que
o turismo rural praticado na cidade de Camboriú possui em atrair turistas que
freqüentam as praias da cidade de Balneário Camboriú.
Para a concretização do objetivo geral, destacam-se os seguintes objetivos
específicos:
a) Levantar os dados existentes na Prefeitura Municipal de Camboriú acerca
do turismo rural e dos pontos turísticos do município;
b) Explorar e apresentar as políticas de turismo do município;
c) Rastrear os equipamentos de turismo rural em atividade na região,
expondo suas particularidades daquilo que oferece.
14
d) Identificar quais são os benefícios considerados importantes pelos turistas
que freqüentam as praias de Balneário Camboriú no que diz respeito aos
produtos e serviços de turismo oferecidos pela cidade
e) Mensurar quais fatores são considerados importantes pelos turistas que
freqüentam a cidade de Balneário Camboriú quanto estes são levados a
ponderar sobre a possibilidade de incluir em suas férias um roteiro de turismo
rural ;
f) Comparar a oferta turística da cidade de Camboriú com os fatores
considerados importantes pelos turistas que consideram a possibilidade de
praticar o turismo rural durante suas férias;
1.3 Aspectos metodológicos
Esse capítulo apresenta os procedimentos metodológicos e o delineamento
do trabalho, tais como caracterização, população e amostra utilizada, a forma de
coleta de dados e a apresentação e tratamento dos dados. Na percepção de Demo
(1995), a metodologia define os princípios e técnicas que fundamentarão a pesquisa.
1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio
O propósito do presente estudo teve ênfase predominante na pesquisa
diagnóstico, tendo por fim a identificação de problemas e geração de soluções,
através da qual o acadêmico pôde explorar o ambiente, para, posteriormente,
levantar e definir critérios de análise relevantes ao tema. Roesch (1996) afirma que a
pesquisa-diagnóstico é especialmente empregada em situações com o intuito de
diagnosticar problemas.
Com relação ao método de investigação, a pesquisa lançou mão de
abordagens quantitativas e qualitativas.
Para o primeiro objetivo específico demarcado para este estudo, que teve
como propósito levantar os dados existentes na Prefeitura Municipal de Camboriú
acerca do turismo rural e dos pontos turísticos do município, pode-se classificá-lo
como uma pesquisa com intenção exploratória, com delineamento
15
predominantemente qualitativo, adotando-se como técnica de coleta a entrevista em
profundidade, e como instrumento de tratamento a análise descritiva.
De maneira geral, o resultado desta fase do estudo pode ser considerado
fruto de uma pesquisa exploratória. A pesquisa exploratória possibilita ao
pesquisador fazer um levantamento provisório do fenômeno, permitindo apontar
relações que de outra maneira não seriam descobertas, conforme cita Oliveira
(2001). Para Aaker, Kumar e Day (2001), a pesquisa exploratória é usada quando se
busca um entendimento sobre a natureza geral de um problema, as possíveis
hipóteses, alternativas e as variáveis relevantes que precisam ser consideradas.
Normalmente existe pouco conhecimento prévio daquilo que se pretende conseguir.
Para Roesch (1996) a pesquisa qualitativa é apropriada para a avaliação
formativa, em se tratando de melhorar a efetividade de um programa, ou mesmo
quando é o caso da proposição de planos, ou seja, quando se trata de selecionar as
metas de um programa e construir uma intervenção.
Para Cervo e Bervian (1996) a entrevista é uma conversa orientada para um
objetivo definido: recolher, através do interrogatório do informante, dados para a
pesquisa. Na visão de Rudio (2002) a entrevista é constituída por uma lista de
indagações que, respondidas, dão ao pesquisador as informações que ele pretende
atingir. Na entrevista, as perguntas são abertas ou em forma de tópicos, de maneira
oral, quer a um indivíduo em particular, quer a um grupo, e as respostas são
registradas geralmente pelo próprio entrevistador.
Para a análise do conteúdo coletado pelas entrevistas foi utilizada a análise
descritiva, Segundo Soriano ( 2004 ) a análise descritiva consiste em separar os
elementos básicos da informação examiná-los de modo responder as questões
colocadas na pesquisa.
O segundo objetivo específico traçado para este estudo, que teve como
meta explorar e apresentar as políticas públicas de turismo do município, foi
classificado como exploratório, com delineamento qualitativo através da observação
e análise de documentos.
Conforme Cervo e Bervian (1996), observar é aplicar atentamente os
sentidos a um objeto, para dele adquirir conhecimento claro e preciso
O objetivo específico “c” se diferencia dos outros citados anteriormente, pois
terá como instrumento de coleta de dados a observação, visando rastrear os
equipamentos de turismo rural em atividade na região,..
16
Já o objetivo “d”, relacionado a identificar quais são os benefícios procurados
pelos turistas que freqüentam as praias de Balneário Camboriú; e o objetivo “e”, que
buscou mensurar o grau de intenção que os turistas que freqüentam a cidade de
Balneário Camboriú apresentam em incluir um roteiro de turismo rural durante sua
estadia na cidade, foi considerada como pesquisa exploratória, tendo delineamento
quantitativo através de questionários, análise através de estatística descritiva.
De acordo com Roesch (1996), utiliza-se o questionário como um
instrumento para coleta de dados onde se busca mensurar alguma coisa.
Para Crespo (1999), o uso da estatística descritiva realiza uma análise dos
resultados obtidos, a partir de informações fornecidas por parte representativa do
todo (amostra).
1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa
A amostra é definida por Lakatos e Marconi (1990, p.37) como “uma porção
ou parcela, convenientemente selecionada do universo (população); é um
subconjunto do universo”.
Para a operacionalização dos objetivos específicos “a” e “b” tomou-se como
integrantes possíveis da pesquisa todos os funcionários da Secretaria de
Planejamento, Comércio, Indústria e Turismo da cidade de Camboriú, o que totaliza
um corpo absoluto de 26 integrantes. Desta forma considerou-se adequado adotar
um sistema de amostragem feita por julgamento do pesquisador. Sendo o secretário
Sandro Rocha ,em exercício do planejamento, comércio e turismo da cidade de
Camboriú. A amostragem por julgamento é uma forma de amostragem por
conveniência em que os elementos da população são selecionados com base no
julgamento do proponente da pesquisa. (MALHOTRA, 2006)
Já para a execução dos objetivos específicos “d” e “e”, foi considerada a
extração de uma amostra não probabilística selecionada por conveniência, extraída
da população de turistas que freqüentaram as praias de Balneário Camboriú durante
o mês de outubro de 2008. Esta população, devidos às suas especificidades, foi
considerada desconhecida. Na visão de Roesch (1999), em uma amostra, a
suposição é de que é possível inferir estatisticamente a probabilidade de que um
padrão observado na amostra seja replicado na população.
17
A amostra extraída foi selecionada de forma não-probabilística, utilizada
quando a seleção é feita de maneira intencional, com o pesquisador se dirigindo a
determinados elementos considerados típicos da população que deseja estudar.
Destaca Barbetta (1998) que o cálculo do tamanho da amostra é um
problema complexo e, através de uma estimativa será identificado o valor acusado
por uma certa estatística, considerando a particular amostra observada.
Assim, a amostra definida para aplicação do questionário foi calculada pela
fórmula abaixo.
2
1E
no
Sendo:
on = Tamanho necessário de uma amostra extraída de população infinita;
2E = erro amostral tolerável.
2780036,01
06,006,011
2
E
no
Considerando-se uma população inatingível de turistas e um erro amostral
de 6 % (sete vírgula cinco por cento), o número de turistas que responderiam o
questionário será de 278 pessoas.
Entretanto, por uma questão de arredondamento optou em aplicar 280
questionários, nos indivíduos que estavam disponíveis na praia de Balneário entre
os dias 01 e 8 de outubro..
1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados
Os dados utilizados neste estudo foram coletados em fontes primárias e
secundárias. Segundo Mattar (1996) os dados primários são aqueles coletados com
o único objetivo de satisfazer às necessidades da pesquisa, e os dados secundários
18
são aqueles que já foram coletados e catalogados outrora pela empresa, ou então
por terceiros, e estão disponíveis para consulta.
Dados primários são aqueles que não foram antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisados e que serão coletados com propósito de atender as necessidades específicas da pesquisa em andamento. As fontes básicas de dados primários são: pessoas que tenham informações sobre o pesquisado e situações similares (MATTAR, 1996, p.134).
A coleta de dados a fim de responder ao objetivo “a” ocorreu através da
entrevista em profundidade, e análise de documentos.
Para o objetivo “c” , os dados foram coletados através da observação e
análise de documentos.
A coleta de dados para o cumprimento dos objetivos “d” e “e” ocorreu
através da aplicação questionários, que tiveram seus dados posteriormente tratados
e analisados através da estatística descritiva.
Roesch (1996) esclarece que a profundidade da entrevista em uma pesquisa
depende do propósito do entrevistador. Assim, na entrevista o entrevistado tem
liberdade de expor suas idéias sem se ater a um questionário com respostas
fechadas.
“A informação obtida por meio de questionário permite observar as
características de um indivíduo ou grupo”, conforme Richardson (1999, p.189).
De acordo com Roesch (1999), utiliza-se o questionário como um
instrumento para coleta de dados onde se busca mensurar alguma coisa.
O acadêmico optou pelo autor Vaz (1995) como modelo teórico de
embasamento para a elaboração do questionário aplicado aos turistas. Sendo que
foram mapeados oito dimensões tais como:
_Topografia, que trata da mudança do ambiente como campo praia
montanha.
_Repouso, na qual trata da estrutura da cidade e tranqüilidade oferecida
pela mesma.
_Recreação, relacionada a quantidade e variedade de diversões existentes
no local.
Organização apresentado de que forma a cidade esta organizada e
qualidade de vida.
19
_Valor ao turista, faz referência a condição financeira do turista com a
política de preços adotados pela cidade.
_Custo permanência, preço praticado pelo turismo sendo um custo abaixo
da média, tornando assim atrativo, custo baixo.
_Negócios: intenção de conhecer a cidade, explorando-a futuramente como
uma fonte de renda.
_Envolvimento, voltado a culinária, interessado na gastronomia.
Os dados secundários foram coletados através de documentos e relatórios
disponíveis na Prefeitura Municipal de Camboriú, e materiais bibliográficos como
livros, revistas e periódicos.
1.3.4 Tratamento e análise de dados
Os dados utilizados neste estudo foram coletados, tabulados e apresentados
na forma de textos explicativos. O objetivo principal do tratamento e análise dos
dados é permitir ao acadêmico o cumprimento dos objetivos específicos e o
estabelecimento das conclusões, a partir dos dados coletados.
Do primeiro ao quarto objetivo específico fora utilizada a técnica de análise
de conteúdo. Segundo Soriano (2004) a análise descritiva consiste em separar os
elementos básicos da informação examiná-los de modo responder as questões
colocadas na pesquisa.
Os dados coletados através dos questionários formaram uma base para uma
análise interpretativa.
Conforme Rodrigues (2007), nas pesquisas de caráter quantitativo os dados
são submetidos à análise estatística, do tipo análise univariada. A análise univariada
é a análise de freqüências de cada questão pesquisada.
20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo tem por objetivo o desenvolvimento da fundamentação teórica
necessária para garantir o embasamento da presente pesquisa, tendo por fim a
geração dos subsídios necessários para que se sustentem as devidas conclusões
que se constituirão, então guiadas pelos objetivos previamente propostos.
Segundo Gil (2002, p.34) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado como livros e artigos científicos, e permite ao investigador a
cobertura mais ampla de uma gama de fenômenos”.
Serão apresentadas, com base na teoria, na ciência e na técnica da
administração, informações a fim de fundamentar teoricamente este trabalho.
Organizada em seções, a fundamentação teórica segue os seguintes tópicos:
2.1 Administração Geral, 2.2 Processos da Administração, 2.3 Áreas da
Administração, este tópico apresenta as principais áreas na qual a administração
está dividida.
2.1 Administração Geral
A administração é um conjunto de conhecimentos de várias ciências, que
baseadas na realidade observada, oferecem a base para que a Administração
planeje, dirija e controle as aplicações de recursos humanos, materiais, financeiros e
informacionais, visando a realização dos objetivos.
No entendimento de Maximiano (2000, p.26), administração é “um processo
de tomar decisões e realizar ações que compreendem quatro processos principais
interligados: planejamento, organização, execução e controle”.
A administração assume um papel cada vez mais importante na vida das
organizações a partir do momento em que os grandes pensadores e estudiosos
perceberam que os resultados obtidos com a aplicação das técnicas administrativas
seriam muito melhores para o ambiente empresarial.
Cada organização requer a tomada de decisões, a coordenação de múltiplas
atividades, a condução de pessoas, a avaliação de desempenho dirigido a objetivos
determinados, a obtenção e alocação de diferentes recursos etc.
21
Para Chiavenato (1993) a administração nada mais é do que a condução
racional das atividades de uma organização, seja ela lucrativa ou não-lucrativa. A
administração trata do planejamento, da organização (estruturação), da direção e do
trabalho que ocorre dentro de uma organização.
A administração é imprescindível para a existência, sobrevivência e sucesso
das organizações. O ato de se administrar com êxito tem sido uma tarefa
desafiadora, devido às mudanças, incertezas e transformações do mercado.
2.1.1 Escolas da Administração
A administração procurou, no decorrer do tempo, suprir e diagnosticar as
deficiências encontradas nas áreas organizacionais, dando ênfase em suas teorias,
vindo a criar as ciências administrativas.
Segundo Drucker (1998) as teorias administrativas surgiram através do
estudo sistemático de certos princípios, da aquisição de conhecimentos organizados
e da contínua análise do desempenho em todos os setores e serviços.
Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736 - 1819) e sua
aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou
completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e
rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, em um lapso de um
século, foram maiores do que as mudanças ocorridas em todo o milênio anterior,
chamada de Revolução Industrial (CHIAVENATO, 2000).
Para Chiavenato (2000), a Teoria Geral da Administração começou com a
ênfase nas tarefas (atividades executadas pelos operários em uma fábrica), através
da Administração Científica de Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a
ênfase na estrutura, com a Teoria Clássica de Fayol e com a Teoria da Burocracia
de Weber, seguindo-se mais tarde a Teoria Estruturalista. .
Já a reação humanística surgiu com a ênfase nas pessoas, por meio da
Teoria das Relações Humanas, mas tarde desenvolvida pela Teoria
Comportamental.
Salienta Chiavenato (2000) que a ênfase no ambiente surgiu com a Teoria
dos Sistemas, sendo completada pela Teoria da Contingência. Cada uma dessas
variáveis – tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia – provocou a seu
22
tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no
desenvolvimento da Teoria Geral da Administração. Cada teoria administrativa
privilegia ou enfatiza uma ou mais dessas cinco variáveis.
2.2 Administração Financeira
A administração financeira procura formular estratégias para determinar a
utilização mais eficiente dos recursos financeiros disponíveis na empresa. Também
consiste em saldar compromissos a terceiros e em maximizar o lucro.
Para Silva (2006), o papel da administração financeira é determinado em
função do tamanho da organização. Assim, em uma empresa de menor porte, essa
função pode ser realizada pela contabilidade ou mesmo pelo proprietário. E, com o
crescimento das operações financeiras, é necessária a contratação de um
profissional capacitado para atuar na função.
É fundamental que a administração financeira contenha informações
precisas , controladas por um sistema contábil eficaz com experiência suficiente para
gerar resultados satisfatórios e a obtenção do sucesso.
A administração financeira é necessária para que a empresa opere em larga escala. Ela pode ser atribuída à contabilidade ou a um departamento financeiro separado, mas precisa existir, de alguma forma, para fornecer técnicas e habilidades necessárias que possibilitem à empresa maximizar seus retornos, dada a amplitude de suas operações (GITMAN, 2001, p.7).
Conforme Gitman (2001) a função da administração financeira é assumida
conforme o tamanho da organização. Em empresas de grande porte, pode ter um
departamento específico, sendo chefiada pelo vice-presidente de finanças, o qual
disponibiliza de subordinados, como o tesoureiro e o controller. Já em empresas de
pequeno porte, este papel geralmente é assumido pela contabilidade.
O objetivo básico das decisões de administração financeira é a maior
rentabilidade possível sobre o investimento efetuado por indivíduos ou instituições,
sendo que tal rentabilidade máxima não pode estar comprometida com a liquidez da
empresa.
23
2.3 Administração da Produção
A administração de produção é um conjunto de atividades que envolvem a
transformação de um bem tangível em outro, ou seja, transforma a matéria-prima em
algum produto.
Na concepção de Moreira (1998, p.7) “a administração de produção
preocupa-se com o planejamento, a organização, a direção e o controle das
operações produtivas, de se harmonizarem com os objetivos da empresa”.
A atividade central da administração de produção está diretamente ligada ao
processo de produção. Esse está relacionado com todas as decisões, atividades,
restrições, controles e planos que permitem as entradas (suprimento de matéria-
prima, capital de giro, mão-de-obra) a serem convertidas em saídas (produtos
acabados, recursos financeiros).
Cabe à administração da produção reunir insumos, de acordo com um plano que utilize os materiais, a capacidade e o conhecimento disponíveis. O trabalho é programado e controlado para produzir os bens e serviços exigidos. Paralelamente deve funcionar a manutenção do sistema, o controle de qualidade de custos e de estoques (MONKS, 1987, p.05).
A administração de produção pode ser considerada a principal parte do
trabalho dentro da organização, pois toda organização é formada para produzir
alguma coisa: máquina, material, roupas, alimentos, serviços, entre outros. Assim,
para que a atividade da produção ocorra, o produto precisa de meios de produção,
cabendo à empresa fornecê-los, pois a qualidade desejada de seu produto começa
com a aquisição de matéria-prima adequada, mão-de-obra eficaz e principalmente
equipamentos necessários para a transformação em produto final.
A qualidade dos produtos finais é fundamental para que uma empresa seja
forte no mercado, tendo seu produto dentro dos padrões estabelecidos pelo cliente.
Deve-se ter sempre em mente que o custo da qualidade resulta essencialmente da
qualidade interna e externa geradas pela empresa e ainda a busca do “erro zero”
como critério de medida de qualidade e funcionamento dos serviços (CHIAVENATO,
2005).
A administração da produção está focada no máximo aproveitamento dos
recursos físicos e materiais da empresa no sentido de buscar um sistema de
produção eficiente e eficaz, visando a excelência.
24
2.4 Administração de Gestão de Pessoas
Qualquer organização depende de pessoas para sobreviver, as quais tomam
decisões, produzem bens e serviços, agem em seu nome, tornando-a competitiva no
mercado. Assim, parte do sucesso de uma empresa depende da área de Gestão de
Pessoas.
A área de Recursos Humanos tem como objetivo principal administrar as
relações da organização com as pessoas que a compõe, consideradas, hoje em dia,
parceiras do negócio, e não meros recursos empresariais. Esse passou a ser o mais
importante desafio interno das empresas, em plena era da informação.
Para Carvalho e Nascimento (1998), a gestão de Recursos Humanos pode
ser concebida como um exercício de poder entre organização e indivíduo, sendo que
por este ângulo, entende-se como um complexo político-ideológico-psicológico de
mediação e ocultação de paradoxos sociais e psicológicos.
Conforme Chiavenato (2000), a administração de recursos humanos está
voltada para atender os interesses dos empregados e empregadores, estimulando
estes para alcançarem os objetivos da organização. O rendimento dos
colaboradores está proporcionalmente ligado às condições de satisfação e
sobrevivência dos mesmos.
O autor considera ainda (1999) que o mundo moderno caracteriza-se por
tendências que envolvem globalização, tecnologia, informação, conhecimento,
serviços, ênfase no cliente, qualidade, produtividade e competitividade. Todas essas
tendências estão afetando e continuarão a afetar a maneira pela qual as
organizações utilizam as pessoas.
Nesse cenário, o diferencial das organizações atualmente é o talento
humano e será a administração de recursos humanos que abrangerá o conjunto de
técnicas e instrumentos, permitindo às organizações atrair, manter e desenvolver os
talentos humanos.
25
2.5 Administração de Marketing
Nos dias de hoje, torna-se imprescindível compreender quais são as
necessidades e os desejos dos usuários, pagantes e compradores. São as
necessidades e os desejos dos consumidores que os profissionais de marketing
devem satisfazer.
No entendimento de Kotler (1998, p.47), “marketing é um processo social e
gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através
da criação, oferta e troca de produtos de valor com os outros”.
A essência do marketing é o processo de troca, em que duas ou mais partes
negociam algo de valor, com o objetivo de satisfazer necessidades recíprocas.
Assim, o marketing tem sido descrito como o processo de criar e resolver relações
de troca, sendo que quando há necessidade de trocar mercadorias, o resultado
natural é um esforço de marketing por parte das pessoas envolvidas.
Na visão de Cobra (1992), o marketing é o estudo e a preparação de todos
os meios necessários para permitir à empresa aproximar, permanentemente e no
interesse comum, as necessidades e desejos do consumidor e as possibilidades de
produção.
Percebe-se que as organizações que estão se sobressaindo são justamente
as que estão adaptando seus produtos e serviços às necessidades dos clientes,
além de superar suas expectativas, além da criação de laços de fidelização e da
manutenção de um relacionamento, que deverá durar o máximo tempo possível.
Explicam Kotler e Armstrong (2003) que as premissas subjacentes ao
conceito de marketing ocorrem quando:
a) a organização concebe suas missões em termos de satisfazer a um
conjunto de desejos definidos de um grupo de clientes específicos;
b) a organização reconhece que a satisfação de desejos requer um ativo
programa de pesquisa de marketing para conhecer esses desejos;
c) a organização reconhece que todas as atividades de influenciar
clientes devem ser colocadas sob um controle integrado de marketing;
d) a organização acredita que ao fazer um bom trabalho em satisfazer os
clientes, ganha sua lealdade, repetição de negócios e palavras de
recomendação, coisas que são cruciais na satisfação dos seus objetivos.
26
O conceito de marketing sustenta que uma empresa deveria basear todas as
suas atividades nas necessidades e desejos dos clientes em mercados-alvo
selecionados, ou seja, em seus mercados-alvo.
2.5.1 Composto Mercadológico
Os conceitos pelos os quais as empresas e outras organizações podem
conduzir suas atividades de marketing são definidos no composto de marketing.
Conforme Sandhusen (2003), o composto de marketing é geralmente associado aos
4 P’s: produto, preço, promoção e ponto de distribuição.
a) Produto: relacionado ao marketing, é definido como qualquer coisa,
tangível ou intangível, oferecida para a atenção, aquisição, utilização ou
consumo, capaz de satisfazer às necessidades. Podem ser objetos,
pessoas, lugares, serviços e idéias. A satisfação que as pessoas obtêm com
os produtos pode derivar de qualquer aspecto dele, como a qualidade, nome
de marca, garantia de serviço, embalagem, uso adicional ou valor simbólico.
b) Preço: o que os clientes pagam por um produto influi na sua imagem e
na probabilidade de compra. É o único elemento gerador de receita do
composto de marketing, e o mais fácil de alterar.
c) Programas de promoção: elaborados para persuadir os clientes a
comprar o produto, incluem a venda pessoal, o anúncio (mensagens
veiculadas pela mídia), a publicidade (mensagens não pagas veiculadas
pela mídia) e a promoção de vendas (atividades de marketing, diferentes das
já mencionadas, projetadas para estimular a compra do cliente e a eficácia
do vendedor).
d) Ponto de distribuição: refere-se ao local em que o produto é colocado à
disposição do mercado e abrange duas áreas: canais de distribuição, ou
seja, atacadistas ou varejistas e distribuição física, ou seja, transporte,
armazenagem e instalações de controle de estoques projetadas para
disponibilizar os produtos em momentos e pontos apropriados nos canais de
marketing.
27
No entendimento de Kotler (1998), os conceitos pelos os quais as empresas
e outras organizações podem conduzir suas atividades de marketing é definido no
composto de marketing. A Figura 1 apresenta as ferramentas de marketing
específicas para cada ‘P’.
Figura 1: Os 4P’s do mix de marketing. Fonte: Adaptado de Kotler e Armstrong (2003).
Os 4P’s de marketing, conforme a Figura 1, são controlados pela empresa, e
são fundamentais para que ela possa atender às necessidades de seus clientes ou
consumidores. O objetivo das organizações com o composto de marketing é colocar
o produto certo, com o preço justo, promoção possível e nos pontos de venda mais
adequados para seus consumidores.
2.5.2 Variáveis Incontroláveis do Macroambiente
A análise do ambiente externo visa identificar as oportunidades e ameaças
no contexto da situação atual da empresa e de sua visão de futuro, consideradas
variáveis incontroláveis que estão inseridas em um macroambiente. Para isto, são
Produto Variedade Qualidade Design Características Nome de marca Embalagem Serviços
Preço Lista de preço Descontos Subsídios Prazo de pagamento Condições de crédito
Promoção Propaganda Vendas pessoais Promoção de vendas Relações públicas
Praça Canais Cobertura Locais Estoque Transporte Logística
Clientes-alvo
Posicionamento
28
consideradas várias abordagens que seguem diferentes pontos de vista, de acordo
com Oliveira (1998).
As fórmulas para a identificação de oportunidades de negócio escolhidas
propiciam grandes oportunidades aos empreendedores que souberem aproveitar o
momento certo. O Quadro 1 apresenta um conjunto de questionamentos que permite
analisar os fatores do ambiente externo que podem representar oportunidades ou
ameaças de mercado. 1. Concorrência
Analisar os principais concorrentes de marca, produto, genéricos e orçamento total,
verificando suas características quanto ao tamanho, crescimento, lucratividade, estratégias e
mercados-alvo.
Verificar as principais forças/fraquezas, capacidades/vulnerabilidades dos concorrentes.
Previsionar quem será a concorrência do futuro, as ações da concorrência quanto à mudanças
nas condições ambientais, sob quais aspectos a concorrência se modificará.
2. Crescimento Econômico e Estabilidade
Verificar condições econômicas de onde a empresa opera; o pensamento dos consumidores a
respeito, bem como seu poder aquisitivo e padrões de consumo; e ainda o grau de satisfação dos
consumidores.
3. Tendências Políticas
Considerar se a política influenciou no mercado, desde a visão dos candidatos quanto à
regulamentação setorial, até a relação estabelecida com os políticos eleitos.
4. Questões Legais e Regulamentares
Manter-se atualizado quanto às modificações nas leis e regulamentos que regem nossas
ações nas esferas federal, estadual e municipal que poderão ocasionar transformações.
Verificar que efeitos as mudanças em acordos comerciais globais terão em nossas
oportunidades internacionais.
5. Avanços Tecnológicos
Perceber se mudanças tecnológicas influenciarão em nossos consumidores, nossa forma de
operar/fabricar nossos produtos, nossas ações.
Utilizar as tecnologias para maximizar nossas atividades e, consequentemente, a eficiência e
eficácia de produtos e satisfação dos clientes.
6. Tendências Socioculturais
Conhecer as interferências que a demografia e os valores da sociedade acarretam em nossos
consumidores, produtos, preços, distribuição, promoção e nossos funcionários.
Evidenciar os desafios/oportunidades que foram criados pelas mudanças na diversidade de
nossos consumidores e funcionários.
Delinear as questões sociais/éticas que deverão ser focadas pela empresa, assim como os
consumidores e/ou grupos ambientais que poderiam intervir na operação de nosso setor ou de
nossa empresa.
Quadro 1: Modelo para analisar o ambiente externo. Fonte: Adaptado de Ferrel e Hartline (2005, p.63).
29
O Quadro 1 oferece um modelo para analisar fatores do ambiente externo
que deverão ser considerados em se tratando das ações que a empresa ou o setor
irão realizar para maximizar seus resultados, através de um processo bem delineado
que oportunize repensar as questões competitivas, econômicas, legais, etc.
A análise externa tem a finalidade de buscar o máximo de informações sobre
o ambiente externo, identificando suas oportunidade e ameaças, para assim poder
desenvolver estratégias de ação contra as ameaças e a utilização das oportunidades
a favor do desenvolvimento da organização.
Ficou evidente ainda que, atualmente, é necessário inserir nas estratégias,
questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável e de cuidado à natureza,
visto que a postura da empresa quanto a estes quesitos, pode influenciar
significativamente na imagem da empresa, bem como na escolha do consumidor.
2.5.3 Variáveis Controláveis
As variáveis controláveis são encontradas no ambiente interno da
organização. No ambiente interno, conforme Kotler e Keller (2006), a organização
precisa avaliar periodicamente suas forças e fraquezas internas. Para Kotler (1996),
todas as informações internas podem servir para tomar decisões sobre o
planejamento diário, implementação e controle da empresa.
A análise interna de todas as áreas de uma empresa (financeiro,
contabilidade, vendas, compras, custos, produção, pesquisa e desenvolvimento,
logística e outras fontes interna), servirá para avaliar o desempenho e detectar os
pontos fortes e fracos da organização.
A análise dos pontos fortes e fracos do empreendimento possui duas
finalidades. A primeira é a identificação de deficiências, nas competências e nos
recursos da empresa, que podem ser corrigidas de acordo com os objetivos
propostos, bem como durante todo o processo de execução das ações. Em segundo
lugar, pode permitir a identificação de pontos fortes que a empresa pode explorar
através de seu planejamento e andamento das atividades, onde deficiências podem
ser sanadas e alternativas podem ser buscadas.
No entendimento de Ferrel e Hartline (2005), o primeiro aspecto de uma
análise da situação envolve a avaliação crítica do ambiente interno da empresa com
30
respeito a seus objetivos, estratégia, desempenho, alocação de recursos,
características estruturais e atmosfera política.
No Quadro 2 visualiza-se um modelo para análise do ambiente interno.
1. Revisão dos Objetivos, da Estratégia e do Desempenho Atual
a) Verificar atuais metas e objetivos e coerência destes com a missão e os objetivos corporativos
ou da unidade de negócios, bem como das recentes mudanças no ambiente externo e do
consumidor.
b) Identificar se o desempenho das estratégias está atrelado ao volume de vendas, participação
no mercado, lucratividade, comunicação, consciência de marca, preferência do consumidor,
satisfação do consumidor, entre outros aspectos.
c) Comparar o desempenho da empresa ao de outras empresas do setor.
d) Verificar as modificações de desempenho no decorrer do tempo. (Se estiver melhorando,
elencar ações, planejamentos e implementações que possam garantir a maximização contínua das
atividades. Se estiver piorando, identificar os motivos, causas, objetivos e estratégias que
culminaram no insucesso, propondo modificações.).
2. Revisão dos Recursos Organizacionais Atuais e Previstos a) Levantar as condições dos atuais recursos organizacionais (financeiros, humanos,
experiência, relacionamentos com fornecedores essenciais ou consumidores, por exemplo.), sua
relação com melhorias futuras (atrelando a satisfação do consumidor aos recursos mais
eficientemente que a concorrência) e insatisfações (verificando como os recursos interferem nesta
questão).
3. Revisão de Questões Culturais e Estruturais Atuais e Previstas a) Levantar os aspectos das culturas atual e prevista da empresa, incluindo questões
relacionadas à ética, política e lutas de poder que influenciam as atividades.
b) Priorizar o horizonte de planejamento, verificando esta ênfase no contexto interno da
empresa, assim como a relevância da motivação dos colaboradores.
c) Identificar como a orientação para o mercado ou para o consumidor (ou a falta dela) afetará
nossas atividades.
Quadro 2: Modelo para análise do ambiente interno. Fonte: Adaptado de Ferrel e Hartline (2005, p.55).
Ficou evidente com o Quadro 2 que a análise do ambiente interno se dá
através da consideração de todo o contexto atual e previsto da empresa, tendo
como base os aspectos que permeiam desde os resultados obtidos pelas estratégias
e objetivos delimitados, o desempenho alcançado, os recursos que se fazem
presentes no dia-dia da empresa, que interferem significativamente em todo o
processo de alcance do sucesso e ainda as questões que fazem menção à cultura e
estrutura presentes e previstas, partindo do pressuposto que todos estes pontos
31
quando devidamente articulados, culminam na obtenção de satisfação por parte de
colaboradores, clientes e demais agentes.
Portanto, os pontos fortes e fracos se referem, respectivamente, aos
aspectos e/ou fatores positivos e negativos que possibilitam ou desfavorecem as
condições da empresa em atender suas finalidades comparadas com a
concorrência.
2.5.4 Planejamento de Marketing
Fundamentam Churchill e Peter (2000) que os planejamentos de marketing
são documentos criados por organizações para registrar os resultados e conclusões
das análises ambientais e detalhar estratégias de marketing e os resultados
pretendidos por elas. A parte da estratégia de marketing dos planos inclui
formulações de objetivos de marketing, análises de clientes e mercados e
compostos de marketing sugeridos para atingir os objetivos.
Os planos de marketing oferecem vários benefícios. Quando bem feitos, eles
podem ajudar os membros de um departamento de marketing para saber onde seus
esforços devem estar concentrados e servem como proveito das oportunidades, pois
realiza uma análise detalhada dos ambientes internos e externos.
Conforme Megido e Szulcsewski (2002), no planejamento de marketing a
empresa deverá avaliar todos os fatores críticos de sucesso de seu negócio, seus
pontos fortes e fracos e identificar claramente as ameaças e oportunidades do
ambiente. Para cada um dos pontos levantados devem ser definidas ações
estratégicas.
Na visão de Las Casas (1999, p.05), “o plano de marketing estabelece
objetivos, metas e estratégias do composto de marketing em sintonia com o plano
estratégico geral da empresa”.
Destaca Las Casas (1999, p.20) que “esses planejamentos de marketing
estipulam os detalhes das atividades que foram delineadas na estratégia de
marketing”. O colaborador da empresa que receber o plano deve saber exatamente
o que deverá fazer para entrar em sintonia com o plano e o período planejado.
32
2.5.5 Tipos Especializados de Marketing
A seguir, serão apresentados os tipos de marketing que devem ser
considerados de acordo com a contextualização das situações em que serão
aplicados, conforme as propostas que os referidos objetivarão visando o
desenvolvimento de determinada área em que acontecerá. Cada um destes
desdobramentos terá sentido único, ora fazendo menção ao marketing destinado ao
serviço, esporte, desenvolvimento cultural, promoção de pessoas e ao marketing
turístico do local.
2.5.5.1 Marketing de Serviços
Os serviços fazem interface com diversas outras funções de uma empresa.
O marketing de serviços é uma disciplina que procura estudar os fenômenos e fatos
que ocorrem na venda de serviços. Em função de suas especificidades, as
operações de serviços têm um relacionamento com a função de marketing que
merece destaque. Na visão de Hoffman e Bateson (2001), o marketing de serviços é
muito diferente do marketing orientado para empresas manufatureiras, visto que nas
empresas prestadoras de serviços os diferentes componentes se entrelaçam: as
partes divisíveis e indivisíveis, o pessoal de contato e o ambiente físico, a empresa e
seus consumidores, e os consumidores propriamente ditos; estão todos ligados por
uma série complexa de relacionamentos.
A importância do serviço como fator diferenciador de marketing cresce à
medida que se observa que produtos de excelente tecnologia, quando não
desenvolvidos e levados ao mercado através de um departamento de marketing,
podem apresentar desempenhos insatisfatórios. Portanto, ter um bom produto só
não basta, é preciso oferecer aos clientes e consumidores serviços de qualidade.
Na visão de Cobra (1992), a importância do serviço chega a tal relevância
em alguns setores que ele passa a fazer parte da missão corporativa da empresa:
prestar serviços com excelência de qualidade.
Torna-se cada vez mais nítida a importância do serviço como fator
estratégico de diferenciação de negócios, pois cliente satisfeito é a essência de
qualquer negócio sério. A satisfação do cliente é o elemento fundamental da noção
33
de serviço à clientela, tanto do serviço pré-venda quanto do pós-venda, ou mesmo
do serviço de instalação de um serviço. Para Cobra (1992), deve-se levar em conta
que a satisfação do consumidor depende de um grande número de fatores objetivos
e também subjetivos, pois a intangibilidade é uma característica dos serviços.
2.5.5.2 Marketing Esportivo
Na visão de Machline et al. (2006), o marketing esportivo é um segmento do
marketing devidamente aplicado ao segmento de esportes, e como tal o marketing
esportivo envolve uma série de atividades que compõe o tradicional mix de
marketing, ou seja: produto, preço, promoção e ponto de venda.
De acordo com Mullin, Hardy e Sutton (2004), o marketing esportivo consiste
em todas as atividades designadas a satisfazer às necessidades e desejos dos
consumidores esportivos através de processos de troca. Este possui dois eixos
principais, como o marketing de produtos e serviços esportivos diretamente para os
consumidores esportivos e o marketing de outros produtos e serviços através da
utilização das promoções esportivas.
“Este tipo de produto oferece ao consumidor alguma necessidade básica,
como saúde, entretenimento, sociabilidade ou conquista”, como destacam Mullin,
Hardy e Sutton (2004, p.21).
O produto esportivo pode ser descrito como qualquer conjunto ou
combinação de qualidades, processos e capacidades (bens, serviços e/ou idéias) do
qual um comprador espera obter a satisfação desejada.
2.5.5.3 Marketing Cultural
As atividades relacionadas ao marketing cultural vêm despertando cada vez
mais interesse de públicos heterogêneos, em um fenômeno mundial. Destaca Reis
(2003) que, de forma crescente, o Estado reforça seu papel no direcionamento da
política cultural, em sua implementação e na avaliação do impacto dessas diretrizes
na sociedade como um todo.
Os artistas e demais criadores culturais vêem seu trabalho valorizado,
estimulando-se com o eco produzido pelo que desenvolvem. As instituições culturais
34
ganham evidência, consolidam-se junto a públicos antes inimagináveis e expandem
seu alcance para novas parcelas da sociedade.
Na visão de Reis (2003), os intermediários culturais profissionalizam-se,
formam associações e constituem-se como classe. A comunidade empresarial, seja
pública ou privada, apercebe-se cada vez mais da complementaridade que a cultura
proporciona à sua estratégia de comunicação e à sua forma de atuação na
sociedade, investindo em ritmo vertiginoso nos mais variados tipos de projetos
culturais.
Para Kotler e Armstrong (1998), marketing cultural é uma ferramenta de
comunicação que, se aplicada com critério e seriedade, só oferece vantagens para
os patrocinadores, artistas, produtores e, como alvo maior, o cidadão brasileiro. De
1994 até os dias de hoje, o número de empresas que passaram a investir em cultura
sextuplicou e cada vez mais pessoas ingressam nesse mercado anualmente.
De acordo com Reis (2003), o marketing cultural usa a cultura como base e
instrumento para transmitir determinada mensagem (e, em longo prazo, desenvolver
um relacionamento) a um público específico, sem que a cultura seja a atividade-fim
da empresa. Assim, não se confunde os programas e ações desenvolvidos por
organizações culturais (museus, teatros, centros culturais), intermediários culturais
(promotores de artistas, curadores, produtores culturais) ou criadores culturais, que
têm na cultura seu campo de ação.
2.5.5.4 Marketing Pessoal
Frustradas com as conseqüências econômicas de entregar um valor superior
baixando os preços, muitas organizações encontraram maneiras mais lucrativas de
captar e segurar clientes. Conforme Kotler e Armstrong (1998), o marketing pessoal
refere-se a esforços destinados a cultivar a atenção, o interesse e preferências de
um público-alvo por uma pessoa.
Na visão de Machline et al. (2006), o marketing pessoal é a aplicação do
composto de marketing para gerar interesse, atenção e preferência com relação a
uma determinada pessoa. O marketing pessoal é geralmente adotado por políticos,
artistas, esportistas e outros profissionais, cuja atividade pressuponha grande
projeção e reconhecimento popular, ou que, por interesse pessoal, desejam se
35
tornar celebridades. Campanhas para um candidato político e promoções para
celebridades são exemplos de marketing pessoal.
2.5.5.5 Marketing Turístico
O marketing turístico está voltado para o turismo, colocando os
consumidores turistas no local onde são oferecidos os produtos turísticos, para que
possam consumí-los conforme um determinado preço.
O papel do marketing é promover a cidade, tornando-a competitiva no
mercado em que ela se situa. Para realizar um esforço de marketing, os municípios,
por meio de sua Secretaria de Turismo e associações de hotéis, restaurantes,
lojistas e outros interessados, devem investir na formulação de um planejamento de
marketing.
Para Cobra (2001), o papel do marketing voltado ao turismo é conduzir
inicialmente um diagnóstico para avaliar o potencial turístico da cidade, para em
seguida promover ações que possibilitem vender tal destino como um bem turístico.
Destaca Reis (2003) que o marketing turístico apresenta duas dimensões
nítidas:
a) o nível microeconômico, que é o marketing desenvolvido pelas
empresas turísticas privadas, e orientado para a venda de seus produtos e
serviços. Por exemplo: uma companhia de aviação, um hotel, um
restaurante, um parque temático etc.;
b) o nível macroeconômico, que é o marketing efetuado pelas
administrações públicas para atrair os consumidores para consumir o
produto turístico global, que pode ser um país, uma região administrativa, ou
uma localidade. O marketing público busca fortalecer uma imagem de marca
do destino.
A elaboração de estratégias de marketing voltadas ao turismo deve ser
considerada conforme os seguintes níveis do produto turístico, tal como
apresentados no Quadro 3.
36
Produto turístico
integral
Toda a experiência vivida pelo turista a partir do momento em que se
desloca de seu local de origem até o destino e o seu retorno. Na
realidade, começa antes, na escolha do local de destino.
Produto
turístico global
Uma combinação de produtos turísticos compondo um produto global
único, por exemplo, um destino turístico, que pode ser uma localidade,
uma região ou mesmo um país. O produto turístico global é um produto
turístico integrado, pois os diferentes subprodutos que o compõem
devem trabalhar articuladamente para se obter o máximo benefício
econômico e o melhor benefício para o turista, que assim poderá voltar
para consumir o produto todo.
Produto turístico
É o produto turístico em si ou produto turístico específico, que são os
diversos subprodutos que compõem uma destinação turística
considerada como o produto turístico global. São exemplos de produtos
turísticos: o hotel, um parque temático, praias, restaurantes, um museu,
a paisagem, o patrimônio cultural e o ambiental etc. O produto turístico
pode ser uma personalidade que nasceu na localidade.
Quadro 3: Produto turístico. Fonte: Adaptado de Reis (2003, p.131).
Ligadas às teorias do turismo, destacam-se ainda os principais agentes e
componentes que intervêm no sistema turístico e que são objeto do marketing
turístico, como destacado por Dias e Cassar (2005):
a) Os turistas, os quais são considerados como os agentes fundamentais do
turismo, pois é em torno deles que gira toda a engrenagem da indústria
turística. Tecnicamente, são identificados como os consumidores de produtos
turísticos e eles é que configuram a demanda turística.
b) As empresas, pois apresentam diferentes funções e interesses. As
organizações privadas procuram explorar comercialmente bens e serviços
que buscam atender às necessidades dos turistas, com o objetivo de obter
lucro e sustentar seu negócio. Elas podem ser agrupadas de diversos modos,
constituindo um segmento bastante diversificado (hotéis, restaurantes,
agências de viagem, clubes, parques temáticos, empresas de transporte etc.).
c) As instituições públicas, que têm o papel de regulamentação e gestão das
atividades turísticas. O turismo – mais do que qualquer outra atividade –
necessita de planejamento, pois é uma atividade altamente dinâmica e que,
em curto prazo, pode destruir o patrimônio ambiental e cultural de um destino.
37
Eis aí um aspecto fundamental do turismo. Ele não pode existir sem o papel
regulador do estado em seus diversos níveis. Como atividade altamente
dinâmica, o turismo atrai com muita facilidade investimentos privados que têm
por objetivo resgatar no menor curto prazo o investimento realizado, mesmo
que esse contrarie os interesses locais. É nessa hora que o papel do Estado
se torna essencial.
d) Os meios de transporte, pois são um componente essencial do sistema
turístico, viabilizando o acesso às áreas de destino. Aos meios de transporte
estão associadas as vias de acesso (rodovias, vias marítimas e fluviais,
aeroportos, portos, ferrovias) que compõem de forma fundamental o produto
turístico como um todo. Afinal, são eles que permitem que o viajante tenha ou
não uma experiência positiva no deslocamento ao destino.
e) O destino turístico – outro componente fundamental do sistema turístico – é
responsável pela geração de fluxo de viajantes para determinadas regiões. O
destino turístico é que cria o fluxo turístico em função da sua capacidade de
atrair uma demanda de turistas. Pode-se afirmar que o destino turístico é o
componente gerador do fluxo e, dessa forma, constitui-se em elemento
essencial, pois, em função da melhoria das condições de atração, ele poderá
incrementar a demanda.
A oferta de bens denominados turísticos colocados à disposição de
consumidores potenciais tem crescido para proporcionar cada vez mais a satisfação
de necessidades de viagem, lazer e hospedagem, entre outros aspectos, como a
hospitalidade.
Na visão de Cobra (2001), administrar a demanda em hospitalidade significa,
antes de tudo, identificar necessidades não atendidas e desejos não realizados.
Para tanto, além de percepção, o profissional de hospitalidade deve saber utilizar as
ferramentas de pesquisa para ir em busca de informações que permitam a tomada
de decisão e formulação de estratégias de marketing. A palavra-chave é construir
um relacionamento com os clientes, e a base disso é a pesquisa com os clientes e
não clientes.
Afirma ainda Cobra (2001) que essa oferta tem se tornado tão intensa e
disputada que as organizações que operam no setor precisam estar aptas a
enfrentar uma concorrência direta e indireta, cada dia mais preparada. Percebe-se
38
que o setor turístico, a cada dia, vem ganhando maior espaço na economia dos
países.
Neste sentido, Cobra (2001) destaca que o setor de serviços no Brasil
representa aproximadamente 53% do PIB (Produto Interno Bruto) e dentro de
serviços o volume de negócios gerados pelo turismo é bastante significativo.
2.6 Comportamento do Consumidor
Há grupos de consumidores diferentes que apresentam comportamentos
diferentes, notadamente em relação a quem participa do processo de compra de
bens ou serviços, aos fatores que influenciam o comportamento do consumidor e ao
processo de decisão.
Destaca Sandhusen (2003) que as organizações devem entender o
comportamento do consumidor, principalmente durante todas as fases do processo
de planejamento estratégico, desde o estabelecimento dos objetivos até a sua
implementação e controle. A compreensão do comportamento do consumidor é uma
compreensão das influências intrapessoais e interpessoais que acionam o processo
de decisão do comprador e a dinâmica desse processo.
Os consumidores estão inseridos dentro de diversos mercados. Gianese e
Corrêa (1996) classificam estes diferentes mercados, conforme apresentado no
Quadro 4, a seguir:
Mercado de
Consumo
O mercado formado pelos consumidores individuais que compram
produtos e serviços para consumo próprio ou de suas residências.
Mercado
Industrial
Formado por empresas, de manufatura ou serviço, que compram
produtos e serviços que são consumidos ou utilizados em seus
processos produtivos.
Mercado de
Revenda
Constituído por indivíduos e organizações que adquirem produtos
visando lucro ao revendê-los ou alugá-los a terceiros.
Mercado Governamental
Consiste em unidades municipais, estaduais e federais, que compram
produtos e serviços, visando atender suas missões governamentais.
Quadro 4: Classificação dos mercados. Fonte: Adaptado de Gianese e Corrêa (1996).
39
O mercado industrial diferencia-se do mercado de consumo por algumas
características: menor quantidade de clientes, clientes maiores, clientes
concentrados geograficamente, processo de compra profissional e maior número de
pessoas influenciando a decisão de compra.
Para Gianese e Corrêa (1996) existem quatro grupos básicos de fatores que
influenciam o consumidor, e são:
a) O primeiro é identificado como sendo os fatores culturais, que se
referem ao conjunto de valores aos quais uma pessoa está exposta desde a
infância e que são incorporados. A classe social também pode ser
considerada como fator cultural, já que as classes sociais são relativamente
homogêneas, constituindo divisões na sociedade.
b) O segundo grupo é identificado com os fatores sociais que se referem
aos grupos de referência dos consumidores, ou seja, grupos que direta ou
indiretamente influenciam o comportamento e as atitudes dos consumidores.
c) O terceiro grupo é identificado com os fatores pessoais que podem ser
divididos em fatores demográficos (como idade, ocupação e condição
econômica) e fatores psicográficos (como estilo de vida, personalidade e
auto-conceito). A análise dos fatores pessoais é importante para a
compreensão do processo de decisão do cliente, mas os fatores
psicográficos ou comportamentais são considerados como os mais
relevantes. Estes fatores explicam melhor a maneira pela qual as pessoas
agem e vivem, pois descrevem como as pessoas pensam e as ações
geradas por sua forma de pensar. Os fatores psicográficos cortam
transversalmente os segmentos definidos demograficamente, identificando
grupos de clientes com padrões comuns de comportamento de compra de
produtos e serviços.
d) O quarto grupo é identificado com os fatores psicológicos que
influenciam o comportamento do consumidor em quatro fatores: a motivação
(o que leva o consumidor a realizar uma compra), a percepção (é o processo
pelo qual um indivíduo seleciona, organiza e interpreta informações, de
modo a criar uma imagem significativa), o aprendizado (refere-se à influência
da experiência anterior do consumidor), e as convicções e atitudes
(representam certas noções preconcebidas que os consumidores têm sobre
certas coisas).
40
Quando há uma ligação formal entre empresa e cliente, a empresa percebe
uma série de benefícios provenientes da freqüência de compra do cliente, tal como a
fidelidade ao produto, maior lucro, clientes opinam sobre possíveis melhorias.
Nestas situações, Gianese e Corrêa (1996) afirmam que a empresa deve
conhecer melhor seus clientes, suas necessidades e o uso que fazem dos serviços
recebidos. Este relacionamento mais intenso geralmente resulta no aumento da
fidelidade do cliente em relação a um fornecedor de serviço específico.
O comportamento do consumidor de turismo também é analisado pelos
autores Dias e Cassar (2005), que afirmam que importantes segmentos de turistas
atuais apresentam características muito diferentes daquelas que predominavam em
um passado recente (década de 1960 a 1980), e pode-se supor que elas se
consolidem como tendência generalizada do fluxo turístico. Entre essas
características, pode-se destacar:
a) aumento da consciência ecológica: o que se reflete no aumento do
consumo de tipos de turismo de natureza, entre os quais: ecoturismo,
turismo rural e turismo de aventura;
b) interesse pela diversidade cultural: tende a valorizar cada vez mais o
contato direto com as populações dos locais visitados, em busca de
manifestações culturais, principalmente as tradicionais. É uma tendência
vista como a busca pelo autêntico, que é a manifestação tradicional das
populações residentes;
c) diversificação de interesses: um mesmo turista apresenta diversas
motivações ao longe de um determinado período de tempo. Pode ser um
turista de negócios, um apreciador de sol e praia e um praticante de turismo
de aventura, por exemplo, revelando uma diversidade de interesses que nos
impede de classificá-lo de forma objetiva em determinado segmento. No
entanto, essa variação se circunscreve em um leque bastante específico de
opções que permite incluí-lo em uma faixa determinada, tornando-o, assim,
objeto de estratégias de marketing. Um tipo particular de turista que se
desloca por motivos religiosos tem aumentado no Brasil, movimentando a
economia de muitas localidades, e vem recebendo a atenção dos estudiosos
do turismo;
41
d) maior flexibilidade dos períodos de férias e lazer: o turista atual se
permite várias saídas ao longo do ano, por períodos mais curtos: feriados,
feriados prolongados, finais de semana etc. Há uma forte tendência de
crescimento do número de pessoas que decide viajar fora dos períodos de
alta temporada, aproveitando-se dos preços mais baixos. Isso é importante
para o mercado turístico, pois diminui a sazonalidade que, muitas vezes,
inviabiliza um negócio ao longo do ano. Essa tendência é reforçada pelas
iniciativas de promoção de eventos que atraiam o turista nos períodos de
baixa temporada;
e) aumento da exigência de qualidade na prestação dos serviços
turísticos: é uma tendência generalizada dos consumidores em todo o
mundo evitar o consumo de produtos padronizados, buscando aqueles mais
específicos, diferenciados;
f) aumento do interesse pelas práticas mais ativas de lazer: há um
aumento crescente do interesse pelas práticas de lazer ativo, principalmente
as desportivas. Considera-se como lazer ativo as intervenções do turista do
meio cultural, na criação de rotas gastronômicas, na participação em
eventos de todo o tipo, nas festas etc., indicando que deverá haver uma
maior diferenciação dos produtos a serem oferecidos.
Com base nas características do comportamento do turista quanto ao seu
consumo, ele apresenta necessidades, motivações e comportamentos diferentes e
diferentes perfis de consumo voltado ao seu lazer.
2.7 História do Turismo
Desde o início da humanidade, os homens deslocam-se de um lugar para
outro, por diversas finalidades.
Na Grécia antiga, por exemplo, muito antes do primeiro ano da era cristã, as pessoas viajavam por motivos religiosos, esportivos ou por necessidade de conhecimento, assim, iam os gregos visitar o oráculo de Delfos em grande número e se deslocavam periodicamente para Olímpia para participar dos Jogos Olímpicos ou assistir a eles, ou viajavam para outras terras para satisfazer à curiosidade de conhecer outros lugares, como é o caso de Homero, que os descreve em seu livro Odisséia (DIAS, 2005, p.11-12).
42
Segundo Dias (2005), no início do século XIX, começou a ser utilizada as
palavras turismo e turista, e possuíam as seguintes definições:
a) turismo: a teoria e a prática de viajar, por prazer;
b) turista: pessoa que faz uma ou mais excursões, especialmente alguém
que faz isso por recreação. Alguém que viaja por prazer ou cultura, visitando
vários lugares por seus objetivos de interesse, paisagem etc.
Entre os séculos XVII e XVIII tem início um novo tipo de viagem, com
relação direta com o surgimento do turismo moderno. Relata Dias (2005), que
durante esse período, a nobreza européia enviava seus filhos para viagens
educativas que podiam durar até três anos e de modo geral eram acompanhados
por um instrutor, um intelectual, que orientava as crianças de maneira organizada
durante a viagem. Esses deslocamentos ocorriam prioritariamente na Europa, além
da Grécia e Oriente Médio, regiões consideradas berço da civilização e onde existia
um grande número de monumentos expressivos que contribuíam para o aumento do
status social de quem os visse.
Da segunda metade do século XIX até a Primeira Guerra Mundial, o turismo
cresceu de forma significativa, atingindo proporções de fenômeno mundial. Relata
Dias (2005) que entre as principais preferências dos turistas daquele período
estavam:
a) as praias, tanto frias do Norte da Europa, como as mais quentes do
Mediterrâneo, em especial a Costa Azul francesa;
b) o termalismo e a afluência às praias dão origem a uma atividade social
com a organização de uma série de atividades ao redor dos cassinos do Sul
da Europa – San Sebastian, Montecarlo etc., e do Norte da Europa;
c) o contato com a natureza, a paisagem e a prática de esportes de
inverno, sobretudo das zonas alpinas da Suíça e da Itália. É uma época em
que se criam numerosos centros para excursão.
Com o advento da informática e dos processos tecnológicos, as máquinas
substituem uma parte do tempo do trabalhador, que passa a ter mais tempo livre
para descanso e para o lazer. Salienta Bahl (2003) que com uma maior parcela do
tempo liberado, as pessoas procuram investir grande parte desse tempo em
ocupações que lhes proporcionem bem estar.
43
Popularmente, o turismo é caracterizado como lazer, mas é uma tarefa que
requer mais tempo disponível e, dentro deste segmento, é uma atividade de grande
expansão, podendo abranger áreas como cultura, negócios, sexo, entre outros,
tendo despontado em meados do século XX e recebendo grande atenção e
importância nos últimos anos, devido, principalmente, à grande procura que tem
demandado.
Afirmam Dias e Cassar (2005) que, na segunda metade do século XX, o
turismo já se caracterizava como um dos maiores fenômenos de massa da história,
provocando mudanças culturais, sociais e econômicas onde ocorria com mais
intensidade, contribuindo para a balança comercial de muitos países. Hoje, o turismo
é apontado como um dos setores mais globalizados, perdendo apenas para o setor
de serviços financeiros. Essa globalização do turismo é o resultado dos seguintes
fatores principais:
a) aumento da liberalização do comércio mundial;
b) incorporação de novas tecnologias – como a informática e as
telecomunicações;
c) integração horizontal e vertical das empresas de turismo;
d) difusão territorial do consumo; e
e) flexibilização do trabalho nos diversos setores produtivos.
O setor de turismo teve um acelerado desenvolvimento, principalmente nas
últimas décadas do século XX, acompanhando os progressos dos setores de
transporte, hotelaria, infra-estrutura em geral.
2.8 Definição de Turismo
Para Dias (2003), turismo é o conjunto de atividades que as pessoas
realizam durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao de seu entorno
habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, com o objetivo de
lazer, negócios ou outros motivos, não relacionados com uma atividade remunerada
no lugar visitado.
44
O turismo, de modo geral, apresenta características que devem ser levadas
em consideração quando se efetua o planejamento do desenvolvimento turístico, tal
como a sazonalidade, tipo de atrativos que oferece, entre outros.
O conceito de turismo adotado pode ser utilizado para identificar tanto o
turismo entre países como o turismo dentro do próprio país. Dentre as definições de
turismo, há alguns elementos comuns que se encontram em todas elas, segundo
Dias (2005), que são:
a) há sempre um deslocamento físico de pessoas;
b) o turismo não implica necessariamente alojamento no destino;
c) a estada no destino nunca é permanente;
d) o turismo compreende tanto a viagem como todas as atividades
realizadas anteriormente em função da intenção de viajar, e as atividades
realizadas durante a permanência no destino escolhido;
e) o turismo compreende também todos os produtos e serviços criados
para satisfazer às necessidades dos turistas.
Fundamenta Dias (2003) que as principais características do turismo estão
relacionadas ao fato de:
a) as atividades turísticas apresentarem caráter sazonal;
b) o turismo apresentar uma demanda extremamente elástica;
c) os bens e serviços turísticos serem consumidos onde se localizam;
d) o turismo provocar alterações na cultura local;
e) o meio ambiente natural poder ser profundamente afetado;
f) o turismo modificar a estrutura de trabalho na comunidade receptora.
No entendimento de Cobra (2001), o turismo pode ser considerado a
indústria limpa do desenvolvimento econômico, e esse deve ser o futuro para as
cidades com potencial turístico. Para combater o desemprego industrial, comercial e
agrícola, o setor de turismo é um dos que mais cresce, mesmo em períodos
recessivos. Dias (2003) destaca que há três tipos básicos de turismo:
a) turismo interno (ou doméstico): é aquele realizado pelos visitantes
residentes que viajam dentro do território econômico do país de referência;
b) turismo receptivo: é aquele realizado pelos visitantes não residentes no
país de referência. Este é o tipo de turismo que favorece a balança de
pagamentos, pois os visitantes efetuam despesas no território que visitam,
aumentando a captação de recursos externos por parte do país visitado.
45
Considerando-se o turismo interno (ou doméstico), o turismo receptivo é
aquele realizado pelos visitantes a determinada localidade;
c) turismo emissor (ou emissivo): compreende as viagens realizadas
pelos visitantes que residem no país de referência, como exemplo as
viagens do brasileiros ao exterior. Este é o tipo de turismo que prejudica a
balança de pagamentos, pois os viajantes levam moeda para fora do país,
fortalecendo a economia do país visitado. Considerando-se o turismo interno
(ou doméstico), são as viagens realizadas pelas pessoas de determinado
lugar ou região para outras localidades ou regiões.
Assim, verifica-se que o turismo interno ou doméstico tem a capacidade de
promover a distribuição da renda nacional, diminuindo as desigualdades regionais. O
turismo receptivo destaca-se para o país à medida que consegue captar divisas
estrangeiras, aumentando a receita com essa espécie de exportação dos serviços, o
que provoca equilíbrio favorável na balança de pagamentos. E o turismo emissivo,
por outro lado, provoca perda de divisas, visto que os brasileiros que viajam ao
exterior gastarão no exterior a renda obtida no país de origem, gerando benefícios
naquele destino.
Os três tipos básicos de turismo listados podem combinar-se de diversas
maneiras, produzindo as seguintes categorias de turismo, conforme Dias (2003):
a) turismo interior: é o turismo realizado pelos visitantes, tanto os
residentes como os não residentes, no território do país considerado; trata-
se de uma combinação do turismo doméstico (interno) com o turismo
receptivo;
b) turismo nacional: considera-se o turismo dos visitantes residentes,
dentro e fora do país de referência; é a soma do turismo doméstico com o
turismo emissor;
c) turismo internacional: compreende o movimento de visitantes entre os
diferentes países; aqui se combina o turismo emissor com o receptivo.
Já no entendimento de Cobra (2001), o mercado de turismo pode ser
classificado em quatro grandes áreas:
a) O mercado de negócios – que pode ser segmentando em: grandes
contas – clientes que compram frequentemente um volume elevado de
viagens; pequenas e médias empresas – que compram com freqüência
volumes razoáveis de viagens; viajantes freqüentes individuais – são
46
pessoas físicas que viajam muito. Fazem ainda parte desse segmento,
viagens para eventos como feiras, congressos e viagens de incentivo.
b) O mercado de lazer – que é constituído por pessoas que viajam em
família, de estudantes e jovens da terceira idade em busca de
entretenimento, aventura, esportes, cruzeiros marítimos, visita a parques
temáticos como Disney na Flórida ou na França, viagens de lua de mel,
entre outras viagens.
c) O mercado de cursos – que é um segmento significativo constituído de
jovens e executivos que viajam em busca de cursos de idiomas,
aperfeiçoamentos, pós-graduação etc. no país e no exterior.
d) O mercado de turismo receptivo – que é constituído de turismo
receptivo doméstico, e no exterior pode ser realizado para recepcionar
pessoas individualmente ou em grupos.
O turismo também é classificado conforme os diversos motivos de viagem,
destacado por Cobra (2001) como sendo:
a) ócio: a sociedade moderna dispõe a cada dia de mais tempo ocioso e
esse tempo disponível pode ser utilizado pelo consumidor de turismo, entre
outras, nas atividades como:
concertos: música clássica, música popular;
feiras e exposições: salão do automóvel, feira do couro, feira da
moda, feira de cosméticos, feira do livro, feira do turismo, feira do
artesanato, exposição agropecuária etc.;
jogos – cassinos, bingos, apostas: as pessoas viajam em busca de
jogos em cassinos ou vão em sua própria cidade em busca de jogos
em bingos e casas de aposta (loterias);
acontecimentos esportivos: campeonatos de vôlei, futebol de campo,
futebol de areia, pólo, atletismo, maratonas etc.;
cinema, teatro e casa de shows: entretenimento e cultura em salas
de cinema de rua, de shopping center, ou ainda diversas salas em
único local tipo Cinemax, salas de teatros para espetáculos variados,
salas de shows etc.;
gastronomia: o roteiro de comida é um dos mais procurados em
cidades turísticas ou de negócios;
47
diversão noturna: bares, boates, danceterias, forró, bailão, sambão,
casas de tango etc.;
b) cultura: o turismo cultural é muito apreciado na Europa, Grécia,
Turquia, Egito, Índia e outros recantos do mundo. Esse tipo de turista vai em
busca de arqueologia, monumentos históricos, museus, santuários, lugares
santos;
c) profissional: o turismo de negócios é sempre uma atividade rendosa,
pois os executivos e empresários podem estar viajando para participar de:
reunião de negócios, convenções, visitas comerciais ou de vendas;
d) ecoturismo: essa é uma atividade turística em ascensão, privilegiando
visitas a áreas preservadas, como grutas, parques naturais, florestas,
chapadas (Diamantina, Veadeiros e outras) e podem ser realizadas sob a
forma de: passeios, piquenique, visitas a áreas preservadas, reservas e
parques naturais, caça e pesca;
e) tradições culturais: há inúmeras festas populares que atraem público,
como carnaval, festa de São João, entre outras. Mas incluem ainda festas
religiosas, musicais, balé e dança folclórica sob a forma de: festivais,
exposições de arte, exposições de artesanato, festas folclóricas;
f) educação: as viagens de estudo, tanto de estudantes como de
professores e executivos que vão participar de:
seminários e cursos de curta e longa duração: línguas, mestrado,
doutorado, especializações diversas etc.;
congressos em várias áreas;
trabalhos de campo: como pesquisas de mercado, estudos de
comportamento social;
g) turismo de fronteira: as visitas ao outro lado da fronteira, dos países
vizinhos são muito freqüentes e têm como objetivo: compras e distrações
(cassinos, restaurantes, teatros, casas de show etc.);
h) parques temáticos: as visitas a parques temáticos é uma forma de lazer
muito procurada por crianças, jovens e adultos. Sendo as visitas realizadas
por turistas que viajam sozinhos, mas principalmente em grupos para
excursões, com o tempo de duração desde um dia até três ou mais dias;
i) acontecimentos especiais: as ocasiões especiais são de maior duração
e podem ser para férias, viagens de estudo por um período de 1 a 6 meses e
48
uma série de outros acontecimentos. Portanto, tem-se: férias e
acontecimentos de todo o tipo;
j) turismo religioso: as cidades santuárias como Aparecida do Norte em
São Paulo, Juazeiro do Norte no Ceará, São Tiago de Compostela na
Espanha e Fátima em Portugal, atraem milhares de peregrinos anualmente.
Atualmente, o turismo experimenta um processo de crescimento, tornando-
se o maior movimento de pessoas já ocorrido na história. O turismo deve ser
encarado com profissionalismo pelos profissionais de marketing, a fim de que os
serviços sejam desenvolvidos para atender às expectativas do mercado. Um serviço
turístico deve oferecer tantas facilidades quanto forem possíveis para agradar os
clientes.
O processo de globalização em curso apresenta diversos fatores que
contribuem para a expansão do turismo, conforme Quadro 5.
Fatores econômicos
Estratégias de integração horizontais e verticais nas empresas
turísticas.
Investimentos diretos estrangeiros das empresas turísticas
transnacionais.
Alianças estratégicas e atuação global das empresas.
Gerência turística global das empresas.
Fatores tecnológicos
Desenvolvimento das telecomunicações e da Internet.
Melhoria da promoção turística, graças aos meios massivos
eletrônicos; a televisão melhorou a publicidade dos destinos
turísticos.
Aumento da especialização das operadoras turísticas que realizam
a coordenação e a organização das viagens em pacotes.
Sistemas de transportes com tecnologias padronizadas nos
aeroportos e outros lugares.
Fatores culturais
O mundo se tornou menor devido aos efeitos da globalização e
aos avanços tecnológicos. Na maioria das sociedades
industrializadas, as viagens internacionais tornaram-se acessíveis
para a classe média.
Aumento da segmentação do mercado de turismo atendendo a
diversos interesses. Entre estes, a ampliação do leque de ofertas
de turismo voltada para a natureza, e neste o ecoturismo.
Fatores políticos Crescente importância das organizações turísticas internacionais.
Necessidade de coordenação e regulamentação do turismo em
49
nível mundial.
Turismo sustentável como desenvolvimento desejável.
Incorporações de novos espaços para o turismo em função da
queda do muro de Berlim (1989) e do esfacelamento da União
Soviética (1991).
Incorporações de novos espaços para o turismo com a maior
abertura de países politicamente mais fechados como Cuba,
China, Líbia etc.
Quadro 5: Fatores relacionados com a globalização que contribuem para o crescimento do turismo. Fonte: Adaptado de Dias (2005, p.43).
Neste início de século XXI, destaca-se o ecoturismo, com um dos maiores
índices de crescimento dentro da atividade do turismo rural, e a forte tendência
experimentada atualmente de se praticar turismo de aventura através de suas
inúmeras variantes.
2.9 Turismo no Brasil
Conforme Bahl (2003), no período de 1970 a 1980, o crescimento realizado
pelo Brasil, quanto ao ingresso de turistas internacionais, que foi de 468%, suplantou
em muito o observado nas Américas - 39% - e no mundo - 79%. Dentro desse
processo de expansão, o conceito de lazer turístico tem passado por grandes
modificações nas últimas décadas, registrando novos interesses dos viajantes,
destacando-se os roteiros culturais e ecológicos.
Cabe, porém, uma breve reflexão sobre a forma como vem se desenvolvendo o turismo no Brasil e no mundo. Alicerçado nos moldes do turismo tradicional, pasteurizado e homogêneo, que acaba por oferecer ao cliente novamente a opção do consumo como alternativa ao estresse, a prática do turismo vem se configurando num claro desrespeito ao cidadão e ao meio ambiente pois, com a aplicação intensiva de capital, transforma lugares, descaracteriza paisagens e expõe a comunidade local a inúmeros impactos socioculturais (BAHL, 2003, p.167).
No Brasil, são praticadas diversas formas de turismo, dentre elas o turismo
religioso, o turismo rural, o turismo urbano, o turismo de alta temporada nas praias, o
turismo nas serras no inverno, entre outros.
50
Salientam Dias e Cassar (2005) que, em relação ao turismo alternativo
predominantemente de natureza, o Brasil apresenta ecossistemas bastante
variados, relativamente pouco explorados e que se distribuem por todo o seu
território. A Amazônia, a maior floresta preservada do planeta, tornou-se um
referencial global em termos ecológicos, e as perspectivas de desenvolvimento do
turismo são promissoras, atraindo fluxos de europeus e norte-americanos. A
Amazônia e o Pantanal Mato-grossense, pela quantidade, pela variedade e pelo
tamanho de suas espécies de peixes, podem se tornar referência mundial no turismo
de pesca esportiva.
No Brasil, as pessoas também realizam o turismo cultural, como descrevem
Dias e Cassar (2005, p.11):
Outros recursos turísticos importantes existentes no território nacional são os culturais. O turismo cultural, baseado principalmente na diversidade, tem excelentes perspectivas de crescimento no País em todas as suas vertentes. São diversas as manifestações culturais que ocorrem ao longo de todo ano; as manifestações religiosas são grandiosas e bastante expressivas; a diversidade de ritmo que se manifestam em festas diversas é enorme; há inúmeros sítios arqueológicos que podem ser visitados, são inúmeros os locais em que foram encontrados animais pré-históricos; muitas cidades históricas foram declaradas sítios do patrimônio mundial etc. Do ponto de vista cultural, a diversidade é imensa – mesmo a festa mais significativa, o Carnaval, apresenta contornos específicos em cada local no qual é realizado (carnaval carioca, baiano, pernambucano, paulista etc.).
Segundo dados da OMT apud Cobra (2001), estima-se que o turismo no
Brasil seja uma atividade que movimenta US$ 38 bilhões em faturamento direto e
indireto. Recolhe US$ 7 bilhões em impostos e é responsável por 5 milhões de
empregos, atraindo cerca de 4,8 milhões de turistas estrangeiros, 38,2 milhões de
turistas domésticos, o que garantiria o ingresso de US$ 3,6 bilhões em divisas e US$
13,2 bilhões de receitas diretas com o turismo interno.
2.9.1 Ecoturismo
O ecoturismo vem ganhando cada vez mais destaque, sendo uma das
alternativas que vem crescendo como opção das pessoas no momento de lazer. De
acordo com dados da OTM apud Dias (2005), o fluxo de pessoas envolvidas com o
ecoturismo aumenta 20% ao ano, enquanto o turismo mais convencional cresce
7,5%. Ainda segundo a organização, a escolha por destinos ecológicos representa
51
5% do turismo mundial, devendo chegar a 10% na próxima década. Em termos de
investimento no ecoturismo, este cresceu 90% nos últimos anos, e tende a aumentar
de forma considerável nesta década.
Ainda para Dias (2005), o ecoturismo é uma das formas mais sustentáveis
de turismo e pode-se constituir no eixo de implantação de uma política de
desenvolvimento turístico sustentável.
As principais características do ecoturismo envolvem a apresentação de
elementos educacionais e de interpretação, muito presentes nos projetos que o têm
como foco, e que, em geral, embora não exclusivamente, são organizados para
pequenos grupos e por empresas especializadas, comumente pequenas e de
propriedade local (sendo sua organização, administração e comercialização
realizada por operadores internacionais e quase sempre em grupos reduzidos). O
ecoturismo busca a redução das possibilidades de impactos sobre o entorno natural
e sociocultural da região em que se aplica, bem como a proteção das zonas naturais
de várias formas (benefícios econômicos, alternativas de emprego e renda para as
comunidades locais) através da incrementação da consciência ecológica.
2.9.2 Turismo Religioso
O turismo religioso é um segmento de mercado turístico atual que motiva o
deslocamento humano há milhares de anos em diversos lugares do mundo. O turista
religioso não viaja somente pela fé ou por obrigação religiosa: ele busca visitar
lugares sagrados para determinadas religiões e neles também se pede graças ou
agradece.
Explica Bahl (2003) que o turismo religioso não procura o sofrimento, ele
quer ir ao local sagrado com as facilidades que o turismo e a tecnologia da
sociedade contemporânea podem lhe oferecer.
Cavalcante apud Bahl (2003) vê a sociedade atual aculturada e urbana
como geradora de um perfil do viajante religioso com muitas facetas. Há o que se
desloca para os espaços sagrados como um sofredor e realiza sacrifícios para
chegar ao local desejado, mas, também, há outros como o fiel que passa por esses
sacrifícios no caminho e, ainda aquele que acompanha os grupos religiosos por
mera curiosidade ou outras motivações.
52
2.10 Turismo em espaço rural
O desenvolvimento turístico em ambientes naturais apresenta algumas
vantagens que, basicamente, se referem à criação de planos e de programas de
conservação e preservação de áreas naturais, de sítios arqueológicos e, ainda, de
monumentos históricos.
Dentre as diversas formas alternativas relacionadas ao chamado turismo brando e de caráter ativo, encontramos o turismo rural, associado à práticas de lazer e recreação realizadas no espaço rural apoiado basicamente no turismo doméstico, de pequena escala e realizado nas proximidades dos centros emissores. Esta modalidade turística, em contraposição ao turismo tradicional, em especial o modelo sol e praia, vem se configurando como uma forma de geração de emprego e renda contribuindo para diversificar a renda e as atividades dos proprietários rurais e para fixar a população em seu local de origem. Países como Itália e Espanha têm buscado dinamizar este setor como uma das formas de desenvolvimento de comunidades sustentáveis, obtendo resultados positivos na revitalização de áreas decadentes e estagnadas (BAHL, 2003, p.168).
Para Almeida e Riedl (2000), o elemento geográfico da atividade turística
deve ser interpretado não simplesmente como o rural em contraponto ao urbano,
fato que precisa ser compreendido e, portanto, caracterizar de maneira diferenciada
o turismo que se dá em área rural, já que fatores fundamentais como os citados
abaixo diferenciam significativamente toda a ação a ser realizada, considerando não
apenas o espaço rural como até mesmo inferior ao urbano, mas, principalmente,
como um espaço repleto de características próprias que necessitam ser
efetivamente conhecidas para que as atividades sejam realizadas adequadamente:
a) processo histórico de ocupação territorial;
b) a estrutura fundiária;
c) características paisagísticas regionais;
d) estrutura agrária com destaque para as relações de trabalho
desenvolvidas;
e) atividades econômicas atuais;
f) características da demanda;
g) tipos de empreendimentos.
Os empreendimentos turísticos passam a investir nas medidas
preservacionistas a fim de manter a qualidade e a conseqüente atratividade dos
recursos naturais e socioculturais; assim, promove-se a descoberta e a
53
acessibilidade de certos aspectos naturais em regiões antes não valorizadas, a fim
de desenvolver o seu conhecimento por meio de programas especiais (turismo
ecológico).
De acordo com Swarbrooke (2000), o turismo encarado de forma sustentável
não é apenas proteção ao meio ambiente, ele também está ligado à viabilidade
econômica em longo prazo e à justiça social. Torna-se evidente que o turismo de
pequena escala é inerentemente mais sustentável que o turismo de massa,
independente da natureza do meio ambiente no qual ele ocorre.
Para fins de classificação, sugerem Almeida e Riedl (2000) dois grandes
grupos relacionados basicamente ao patrimônio cultural – o primeiro, de cunho
histórico e o segundo, de natureza contemporânea, que são:
a) Turismo rural tradicional: sob este rótulo, agrupam-se diferentes
modalidades que são:
de origem agrícola: propriedades que historicamente se
constituíram como unidades de exploração agrária durante o ciclo do
café, o mais significativo. O patrimônio arquitetônico relativamente
suntuoso, representado pelas sedes da fazenda que, com algumas
reformulações, funcionam como meios de hospedagem, constituindo
pousadas ou hotéis com apartamentos privativos. São dotados de certo
conforto que beira ao luxo. Em muitos casos, as atividades agrárias
foram totalmente abandonadas, os proprietários não residem no local,
desempenham profissões urbanas e contam com serviços assalariados
na administração do empreendimento. Comportam serviços
especializados implantados para o entretenimento dos visitantes:
aluguéis de cavalos, de charretes, de pedalinhos, atividades de
pesque-pague, algumas atividades lúdicas como ordenha de vacas,
colheita de frutas em pomares, sem fins lucrativos;
de colonização européia: a origem está relacionada à história da
imigração européia no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste
do país, onde os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São
Paulo e Espírito Santo figuram com destaque.
b) Turismo rural contemporâneo: opõe-se à primeira categoria no sentido
que engloba equipamentos implantados a partir dos anos 70, quando o
turismo começa a assumir maior significado como atividade econômica no
54
Brasil. Caracteriza-se como uma modalidade de turismo alternativo ao
modelo ‘sol e praia’, predominante no país, assumindo importância cada vez
mais urbanizada. A primeira categoria também se intensifica pelos mesmos
fatores condicionantes, com uma diferença: suas instalações estão ligadas à
história do país, explorando atrativos culturais históricos. Como variantes
dessa modalidade, destacam-se:
hotéis-fazenda: trata-se de hotéis localizados na zona rural,
implantados deliberadamente para a exploração do turismo rural,
valorizando a cultura rural, como o folclore, a gastronomia, as
atividades rurais como cavalgadas, esporte rural dos mais apreciados;
pousadas rurais: de menor porte e menos luxo, procuram
oferecer aos visitantes a fruição da vida no campo, sem muita
sofisticação;
spas rurais: podem ser enquadradas também na categoria
turismo de saúde, constituindo a versão moderna das antigas estações
termais, hoje mais com fins estéticos. Situam-se na zona rural com o
intuito de oferecer ao paciente-hóspede o bucolismo da vida
campestre, associado a muitas caminhadas para queimar calorias e
produzir o relaxamento necessário para suportar o corte drástico das
calorias das dietas. Os esportes aquáticos e banhos de cachoeira
produzem ionização negativa, com a liberação de serotonina no fluxo
sanguíneo, responsável pelo bem-estar dos hóspedes;
segunda residência campestre: geralmente localizada na área
rural de municípios vizinhos de grandes centros urbanos;
campings rurais: já representaram um meio de hospedagem
importante no país e ainda hoje, apesar de passarem uma aparente
estagnação, são importantes para hospedar jovens e famílias com
crianças, demanda bastante importante do turismo rural. Localizam-se
geralmente em vales de rios, em áreas de significativa cobertura
vegetal.
Na visão de Almeida e Riedl (2000), o turismo rural, como em toda atividade,
também possui aspectos positivos e negativos. Ele proporciona benefícios, mas
também pode causar conseqüências que trazem problemas para a população local.
55
Em se tratando de benefícios que o turismo rural oportuniza, os autores citam a
criação inerente de mercado de consumo local e fonte alternativa de renda para as
famílias rurais, através dos produtos de origem agrícola; há ainda a valorização do
ambiente em que se dá a exploração turística, em função do destaque da cultura e
diversidade natural da região, que acaba culminando na conservação e manutenção
do patrimônio histórico, cultural e natural.
Por conseqüência, com base nas experiências atuais que o turismo rural
apresenta em sua implantação em vários locais do país e do mundo, percebe-se
ainda a geração de novas oportunidades para a economia local, redução do êxodo
rural e urbano e estímulos a melhorias na infra-estrutura básica da cidade.
Na visão de Cobra (2001), as preocupações com o meio ambiente têm um
impacto cada vez maior no estilo de vida e de consumo das pessoas. Nesse milênio,
está ocorrendo uma crescente exaustão ou degradação de recursos naturais, é de
se supor que a ação da compra se torne fortemente influenciada pelo respeito ao
meio ambiente.
Destaca ainda Cobra (2001) que o respeito ao meio ambiente natural
pressupõe que o turista não pode colocar em risco ou agredir irreversivelmente as
regiões que ele visita. E mais, o turista deve respeitar a harmonia entre a cultura e
os espaços sociais da comunidade receptora, quer sejam eles próprios ou dos
empresários do setor.
Os pontos negativos gerados com a atividade turística rural surgem em
relação à comunidade local, visto que o turismo rural quando não planejado e
ordenado, pode acarretar em diversos tipos de danos e impactos.
De acordo com Almeida, Froehlich e Riedl (2000), a proteção da
originalidade do meio rural dependerá do tipo de desenvolvimento proposto para a
área, que só será sustentável se for voltado para a valorização do homem do campo,
para sua autenticidade e para a estabilidade ecológica do meio natural. Os
investimentos deverão manter as paisagens intactas, estimular uma estrutura social
sadia nas comunidades, promover uma excelente qualidade de vida e de repouso
para os visitantes e estimular o potencial de valorização econômica do meio rural.
Pode ocasionar a descaracterização da cultura local devido à modificação
dos padrões de sociabilidade tradicionais decorrente da intensificação das relações
mercantis e pela ampliação dos horizontes sócio-culturais dos mais jovens, que
passam a não seguir mais a tradição de seus pais. (ALMEIDA; RIEDL, 2000)
56
Uma das grandes limitações do turismo no meio rural é a falta de estratégias
e ações de marketing, visando à promoção e à comercialização de produtos
turísticos do meio rural que valorizem o homem rural, as suas atividades e a
natureza.
Destacam Almeida e Riedl (2000) que no caso dos pequenos produtores
agropecuários, as dificuldades para o seu engajamento no agroturismo parecem
ainda maiores, conforme apresentado:
a) A deficiência de capacitação para desenvolver atividades não agrícolas;
c) A tradição agrícola dificulta a visão e a predisposição para agregar um
negócio não agrícola dentro da propriedade;
d) A baixa capacidade econômica para assumir riscos;
e) A dificuldade de acesso a programas de governo por, muitas vezes, não
possuírem garantias suficientes para a tomada de crédito junto ao setor
financeiro;
f) A baixa tradição de associativismo e cooperativismo que, para os
pequenos, se torna quase uma pré-condição ao sucesso do
empreendimento agroturístico, principalmente nas estratégias de
marketing e comercialização;
g) A dificuldade de acesso à informação mercadológica dos produtos
turísticos;
h) O baixo intercâmbio com agências e operadoras de turismo.
Na visão de Ruschmann (1997), para prevenir os impactos ambientais do
turismo, a degradação dos recursos e a restrição do seu ciclo de vida, é preciso
concentrar os esforços em um desenvolvimento sustentável não apenas do
patrimônio natural, mas também dos produtos que se estruturam sobre todos os
atrativos e equipamentos turísticos. A sustentabilidade do desenvolvimento turístico
deve considerar a gestão de todos os ambientes, os recursos e as comunidades
receptoras, de modo a atender às necessidades econômicas, sociais, vivenciais e
estéticas, enquanto a integridade cultural, os processos ecológicos essenciais e a
diversidade biológica do meio humano e ambiental são mantidos através dos
tempos.
Além das dificuldades apresentadas no engajamento dos pequenos
agricultores, como ocorre em qualquer outra atividade econômica, há problemas que
podem surgir com o agroturismo, como:
57
a) Degradação ambiental causada pelo lixo, barulho, depredação de
patrimônios, sua flora e fauna.
b) Degeneração da cultura local, por interação da comunidade local com
turistas de diferentes origens, aumento do trânsito de pessoas e mobilidade
populacional.
c) Aumento da demanda por serviços públicos, competindo com o
atendimento da comunidade local.
d) Inclusão e exclusão de áreas e regiões, podendo levar ao êxodo rural
nas áreas excluídas.
e) Aumento da criminalidade, do uso de drogas e de depredações no
patrimônio público, por influência dos fluxos de populações urbanas no meio
rural.
f) Abandono das atividades agropecuárias, confiando apenas no
agroturismo como fonte exclusiva de renda familiar.
g) Aumento no custo de vida das comunidades residentes, devido ao
aumento no custo das mercadorias e dos serviços, e do preço das terras,
resultante da especulação imobiliária.
Em Santa Catarina, o cenário do espaço rural é configurado nos atrativos e
atividades potenciais específicas e diferenciadas que revela-se, segundo Rejowski e
Costa (2003), por meio de:
a) monocultura ou plantações diversificadas: observação, aprendizado de
técnicas agrícolas, colheitas de maçãs na região de São Joaquim etc., são
oferecidas para interagir com o ambiente de uma propriedade;
b) animais e aves: a maioria das fazendas oferece a chance de ver e
estar perto de animais e aves, típicos da região;
c) acesso ao campo: o acesso ao campo é estimulado por meio da
organização de caminhadas, cavalgadas e outros passeios em espaços
naturais, ou modificados pelas atividades agropastoris com traços da cultura
local;
d) restaurante típico colonial: a maioria das fazendas oferece a
possibilidade de experimentar a culinária típica rural, com a preparação de
refeições, lanches, biscoitos e doces caseiros, na maioria das vezes com
produtos produzidos na fazenda ou propriedade rural;
58
e) loja de lembranças e artesanato típico: atividade que incrementa a
renda por meio da venda de produtos com preços atrativos, entre eles
objetos de vime, couro, lã, rendas, bordados, artesanato de madeira etc. A
produção de artesanato típico, além de revitalizar as atividades tradicionais,
constitui-se em fonte de trabalho e renda;
f) museu/exposição: pequenos museus ou exposições temporárias são
organizados, no caso de a fazenda possuir maquinário agrícola antigo,
peças ou móveis antigos, construção de valor e interesse histórico. Enfim,
museu rural, museu da banana, da maçã, do vinho, entre outros, cativam os
visitantes e turistas;
g) opções de entretenimento para crianças: podem ser organizadas
atrações e áreas de lazer dirigidas para crianças que incluem programas de
educação ambiental, atividades de recreação e lazer, como caminhadas,
banhos de rio, jogos etc.;
h) eventos: o espaço rural permite a realização de alguns eventos como
parte de suas atrações (rodeios, festas do colono, campeonatos de bocha,
festa do queijo e do vinho, festa da colheita, leilões, eventos náuticos, entre
outros);
i) ecoturismo: praticado em florestas, montanhas, rios, cachoeiras, ou
seja, nos espaços naturais com objetivo específico de admirar, estudar,
desfrutar de paisagens, a fauna e flora ou reviver aspectos culturais, o que
implica uma atitude científica ou filosófica de quem o pratica. A busca do
equilíbrio entre o que se desfruta e a prioridade de conservação é o que
caracteriza o ecoturismo. Constata-se a implantação de agências de turismo
receptivo com roteiros programados e atividades como trekking, canyoning,
cavalgada, rafting, rapel, caminhadas, esportes náuticos e passeios de
charrete;
j) hospedagem alternativa: são meios de hospedagens que oferecem
atividades de recreação e lazer: pousada rural, hotel-fazenda, camping
ecológico, que aproveitam os recursos humanos locais e geralmente
administrados pelas famílias rurais.
Se uma comunidade possui recursos naturais, o desenvolvimento do turismo
pode conseguir importantes benefícios para ela e para seus moradores. Isso é
59
alcançado através de planejamento, que acabará resultante em melhora na
qualidade de vida dos residentes com a proteção do entorno local, natural e cultural.
Nesse sentido, o turismo rural deve ter as bases da sustentabilidade, ligado
a três fatores importantes: qualidade, continuidade e equilíbrio. Segundo Buhalis et
al. (2001), o turismo sustentável é definido como modelo de desenvolvimento
econômico projetado para:
a) melhorar a qualidade de vida da população local, das pessoas que
vivem e trabalham no local turístico;
b) prover experiência de melhor qualidade para o visitante;
c) manter a qualidade do meio ambiente da qual depende a população
local e os visitantes;
d) a efetivação de aumento dos níveis de rentabilidade econômica da
atividade turística para os residentes locais;
e) assegurar a obtenção de lucros pelos empresários turísticos. Em suma,
o negócio turístico tem de ser rentável, caso contrário, os empresários
esquecerão o compromisso de sustentabilidade e o equilíbrio será alterado.
O desenvolvimento do turismo sustentável implica a tomada de decisões
políticas que podem ser severas e que requerem uma visão de longo prazo,
principalmente na hora de efetivar o processo de planejamento.
Abaixo estão os princípios estabelecidos de desenvolvimento sustentável ao
tentar incorporar a visão de quando tentar incorporar essa visão do turismo às
políticas adotadas citadas por Buhalis et al. (2001, p.247) e adaptadas nos itens
abaixo:
a) O planejamento do turismo e seu desenvolvimento devem ser parte das
estratégias do desenvolvimento sustentável de uma região, estado ou nação. Esse
planejamento deve envolver a população local, o governo, as agências de turismo
etc., para que consiga os maiores lucros possíveis.
b) Agências, associações, grupos e indivíduos devem seguir princípios
éticos que respeitem a cultura e o meio ambiente da área, da economia e do modo
tradicional de vida, do comportamento da comunidade e dos princípios políticos.
c) O turismo deve ser planejado de maneira sustentável levando em
consideração a proteção do meio ambiente.
d) O turismo deve distinguir os lucros de forma eqüitativa entre os
promotores de turismo e a população local.
60
e) É essencial ter boa informação, pesquisa e comunicação da natureza do
turismo, especialmente para os moradores do local, dando prioridade para um
desenvolvimento duradouro, que envolve a realização de uma análise contínua e um
controle de qualidade sobre os efeitos do turismo.
f) A população deve se envolver no planejamento e no desenvolvimento dos
planos locais junto com o governo, os empresários e outros interessados.
g) Ao iniciar um projeto, há necessidade de realizar análise integrada do
meio ambiente, da sociedade e da economia, dando enfoques distintos aos
diferentes tipos de turismo.
h) Os planos de desenvolvimento do turismo devem permitir à população
local que se beneficie deles ou que possa explicar as mudanças que se produzem
na situação inicial.
Verifica-se que esse tipo de turismo traz benefícios às gerações presentes
sem diminuir as possibilidades de obtenção de benefícios para as gerações futuras.
Destaca Cavalcanti (2001) que insistir em um modelo cuja
insustentabilidade, medida pela perda de ativos da natureza, acaba comprometendo
a capacidade das futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades e
constitui uma escolha ética.
Assim, para que um desenvolvimento seja sustentável, é necessário que
esse gere impactos mínimos na natureza, e isso significa englobar desde o início do
processo, desde os insumos, até o depósito de dejetos e o lixo gerado ao final do
processo.
61
3 O MUNICÍPIO DE CAMBORIÚ, SANTA CATARINA
Este capítulo apresenta o município de Camboriú, detalhando a
caracterização do município e sua colonização, além da caracterização da Prefeitura
Municipal de Camboriú, sendo os dados coletados de forma bibliográfica, com
informações apresentadas por Rebelo (1997), Camboriú (1993 a), Silva (2001).
Conforme a necessidade evidenciada quanto à caracterização efetiva do
município, optou-se por entrevistas onde o acadêmico buscou questionar seus
respondentes sobre temas que não são possíveis de encontrar em bibliografias
disponíveis, tanto quanto materiais que buscou nos órgãos da Prefeitura, Internet,
entre outros meios.
É necessário destacar que a caracterização do município abrangerá tanto a
gestão turística da cidade de Camboriú, quanto o órgão específico responsabilizado
pela gerência destas ações, dada a relevância de configurar desde o ambiente em
que acontecem as atividades como quais as idéias que regem a organização.
3.1 Caracterização do Município
A cidade de Camboriú foi descoberta em 1925 por turistas teuto-brasileiros
vindos de Blumenau, Vale do Itajaí e brasileiros de origem alemã que veraneavam
em Cabeçudas (Itajaí/SC) que, caminhando pelo costão de rochas em direção sul,
vislumbraram uma praia tranqüila e extensa. Esta descoberta logo foi difundida na
comunidade teuto-brasileira que foi responsável pelo povoamento da orla marítima
de Camboriú, instalando ali suas residências de veraneio, o que acabou dando à
praia um aspecto arquitetônico em estilo germânico.
No final da década de 40, Camboriú possuía cinco hotéis. Alguns destes
existentes até os dias atuais. Na década de 50 aumentou significativamente o
número de turistas, não só os teuto-brasileiros do Vale do Itajaí, mas já turistas
vindos de cidades do entorno de Camboriú, incrementando a condição econômica
da localidade e conseqüentemente melhorando a infra-estrutura básica local. Tal
fato era percebido principalmente durante os meses considerados temporada de
verão: dezembro, janeiro e fevereiro.
62
Com o aumento da especulação imobiliária e o aquecimento da economia,
sugeriu-se na Câmara de Vereadores do Município de Camboriú a criação do Distrito
Praia de Camboriú, justificado pelo Presidente da Câmara, na época, Luiz Vieira dos
Santos, que pediu o registro em Ata dos seguintes dizeres:
Camboriú cresce assustadoramente. A criação do Distrito da Praia de Camboriú é uma necessidade urgente porque a Administração Municipal funcionará mais eficientemente com a instalação de uma Intendência naquele futuroso espaço de terra (REBELO, 1997, p.61).
A criação do Distrito Praia de Camboriú deu-se dia 4 de novembro de 1959,
determinado pelo Decreto no5 da mesma data. Em 1963, houve a proposta da
criação do Município de Balneário Camboriú, mas os vereadores negavam-se a
reconhecer, pelo fato de entenderem que a separação não beneficiaria Camboriú.
Porém, no dia 25 de fevereiro de 1964 o vereador Aldo Novaes, representante do
Distrito Praia de Camboriú, apresentou à Câmara um Projeto em caráter de urgência
para emancipação do Distrito. Após duas vezes suspensa a sessão, em virtude das
acaloradas discussões, ficou determinada a emancipação do Distrito da Praia de
Camboriú, tornando-se Município de Balneário de Camboriú, separando-se assim
definitivamente da chamada Vila de Camboriú.
Depois da emancipação o município de Camboriú voltou-se, portanto, a
desenvolver sua economia baseada na agricultura, especialmente a rizicultura ao
longo dos vales formados pelos rios dos Macacos, do Meio e Braço. A população
limitava-se a praticar uma agricultura incipiente e com práticas de coivara nos
morros cobertos de Mata Atlântica.
A construção da BR-101, na década de 70, deu condições de acesso entre o
sul e o norte do País, passando na porção central do município de Balneário
Camboriú, facilitando, por conseqüência, o acesso ao município de Camboriú, e
auxiliando a criação de uma rede urbana local bem definida.
Camboriú é um município de terras férteis e que teve sua sobrevivência
fundamentada na agricultura. Dela saiu o explosivo progresso do município que se
propagou pela região, como sendo um dos municípios de rica e próspera terra para
a agricultura.
Atualmente, constata-se que poucos agricultores permanecem na atividade:
a terra está deixando de ser fonte de renda para a maioria das pessoas e a
63
preferência é a migração para a cidade. Os jovens saem para estudar em outras
cidades e acabam por não retornar ao município. Aqueles que se mantém na
localidade vivem, em sua maioria, da agricultura artesanal.
Recentemente, Camboriú passou a crescer em número de habitantes
residentes na cidade, apresentando-se, de forma expressiva, como uma cidade
dormitório. Muitos dos seus habitantes trabalham em outros municípios, restando à
cidade a caracterização como espaço no qual as pessoas vêm apenas fixar
residência, mas na qual evitam, inclusive, fazer aquisição significativa de produtos
no comércio local. A cidade vizinha, Balneário Camboriú, passou a ser o pólo de
trabalho e de compras para os habitantes de Camboriú. Sem se aperceber do fato,
os habitantes transformaram a cidade de Camboriú em um local para descanso do
trabalho que executam fora dela.
Tal situação passou a ser negativa para Camboriú, pois face à urbanização
do município vizinho, as áreas agrícolas parecem cada dia menos atrativas para a
população rural, incrementando assim o êxodo. Em vista do problema, o Poder
Público municipal, através de seus governantes, idealizou um projeto denominado
“Turismo Ecológico Rural”.
Este projeto foi instituído em 1993, tendo como principal idealizador o Prefeito
municipal em exercício na época Ainor Francisco Lotério, juntamente com o
secretário do planejamento, comércio e turismo de Camboriú, José Domingos.
Aprovado pelo poder Legislativo Municipal dia 17 de junho de 1993,
consubstanciado pela Lei Municipal n 978/93 (Camboriú, 1993 a), encomendou um
diagnóstico, a partir das informações geradas por vários segmentos da comunidade,
na tentativa de construir um projeto global da administração municipal.
Como justificativa para o convencimento dos legisladores municipais, foi
apresentada uma série de razões pelas quais deveria ser aprovado o projeto de
turismo ecológico rural. Foram apresentadas as potencialidades naturais e humanas
do município, o meio ecológico rural privilegiado, além da vantagem geográfica de
estar localizado próximo a Balneário Camboriú, uma das praias mais famosas do sul
do Brasil.
Passados 15 anos de sua implantação, percebeu-se o crescimento de alguns
pontos turísticos na zona rural: hotéis fazendas, parques aquáticos, pesque-pague,
entre outros. Porém, percebe-se a falta de infra-estrutura, pois o planejamento
descrito no projeto foi iniciado, mas não executado de forma eficiente.
64
3.1.1 A Economia do Município
A principal economia do município de Camboriú é a extração de pedras e o
cultivo do arroz. Outras atividades geradoras de empregos na cidade estão voltadas
ao desenvolvimento do turismo rural, como pesque-pague e hotéis fazenda.
Atualmente, no município, existem 05 empresas de pesque-pague, 02
hotéis-fazenda e 01 pousada.
3.2 A Prefeitura Municipal de Camboriú e suas Secretarias
A Prefeitura Municipal de Camboriú fica localizada na região central da
cidade, na Rua Getúlio Vargas, nº 77, tendo a frente de sua administração municipal
o então Prefeito Edson Olegário, atuando desde 2005.
A gestão, tradicionalmente denominada administração, está relacionada com
o alcance dos objetivos por meio dos outros esforços de outras pessoas, segundo
Silva (2001). Para esse autor, as organizações são a combinação e união de
elementos que a tornam útil à sociedade e seus membros.
Seus elementos indispensáveis são a liderança, a delegação, a motivação, a
comunicação, a criatividade, o padrão e outros elementos específicos de cada uma
delas.
A prefeitura conta hoje com 3.245 funcionários, divididos em sete
secretarias, sendo elas:
a) Secretaria da Fazenda.
b) Secretaria da Saúde.
c) Secretaria da Agricultura.
d) Secretaria do Meio Ambiente.
e) Secretaria da Educação e Esportes.
f) Secretaria do Bem Estar Social.
g) Secretaria do Planejamento, Comércio, Indústria e Turismo.
65
3.2.1 A Secretaria de Planejamento, Comércio, Indústria e Turismo
A Secretaria de Planejamento, Comércio, Indústria e Turismo são
departamentos dentro de uma mesma secretaria, sendo ela composta por 26
colaboradores: 8 pessoas atuam no departamento de turismo (sendo que 1 diretor
atua na promoção de eventos em parceria com os empresários que possuem pontos
turísticos no interior, outro diretor atua no desenvolvimento do turismo e 3 auxiliares
administrativos e 3 auxiliares fiscais complementam a equipe) e as demais são
distribuídas nas outras áreas, como Agricultura e Meio Ambiente.
A gestão atual tem implementado ações no sentido de reavaliar e planejar
novas alternativas para desenvolver o turismo da cidade de forma mais eficiente,
sendo benéfica ao município.
Apesar da Prefeitura possuir um planejamento voltado ao turismo rural,
ainda faltam recursos financeiros para viabilizá-lo, além de treinamento para os
funcionários das Secretarias quanto à diferenciação de turismo ecológico e turismo
rural.
3.2.2 O Turismo Rural de Camboriú no Planejamento Municipal
Segundo a Secretaria de Turismo da Prefeitura Municipal de Camboriú, não
há verbas para investir no turismo rural, o que a Prefeitura busca como alternativa
sem ônus é o oferecimento aos empresários, a oportunidade de se instalar na região
rural, onde placas e alguns folders destacam as belezas locais e
promovem/divulgam de maneira simples o que a cidade tem a oferecer, sendo que
ainda é possível encontrar na Internet informações sobre os a região, bem como
panfletos que são distribuídos nos pontos de orientação turística do município.
Além disto, a própria Secretaria do Planejamento, Comércio, Indústria e
Turismo realiza campanha todos os anos para buscar a conscientização dos
moradores, para que todos embelezem suas propriedades e sejam gentis com os
visitantes, visando o envolvimento da comunidade com as ações turísticas,
propiciando futuramente a qualificação deste setor na cidade.
66
Alguns pontos turísticos são vistoriados periodicamente por funcionários da
Prefeitura Municipal, visando a não deterioração dos mesmos, bem como a ação de
vândalos e/ou pessoas interessadas em denegrir os locais.
3.2.3 Equipamentos Turísticos de Camboriú
Os equipamentos turísticos são as instalações básicas para o turismo, tais
como: a) hotéis; alojamentos, extra-hoteleiros;
b) transportadores terrestres, marítimos ou aéreos e agências de viagens ou
transportes. ( BARRETO, 1991,p. 48).
Assim, apostando no potencial natural do espaço rural de Camboriú e na
crescente demanda por várias atividades de lazer que podem ser realizadas neste
espaço, muitos empreendedores resolveram aplicar seus investimentos em pesque-
pagues, pousadas, restaurantes, entre outros. Num cadastro fornecido pela
prefeitura de Camboriu, estão listados 11 empreendimentos em funcionamento em
seu meio rural, os quais serão descritos abaixo:
a) Cascata do Encanto – Vila das Pedras
Localizado na zona rural do município, estrada geral dos Macacos. Aberto
ao público aos domingos das 8:30 as 18:00hs. Segunda a sábado para grupos de
visitação mediante reservas. Oferece um ambiente campestre com instalações
qualificadas. Sua estrutura possui três restaurantes de cômodas típicas rural, salão
de convenções com capacidade de para 100 pessoas, piscina natural para banhos,
área de jogos e lazer, tirolesa, quadras esportivas ( areia e grama), recreacionistas
para as crianças, redes para descanso.
67
Figura 2 – Cascata do Encanto – Vila das Pedras
Fonte: Pesquisa de Campo 2008.
b) Cascata Zacarias – Rio do Meio
Localizado na estrada Geral do Rio do Meio, a cascata Zacarias fica aberta
ao público todos os dias do ano. Sua estrutura é composta por quatro piscinas, doze
cabanas com churrasqueiras.
Uma área de 2000 metros quadrados esta em funcionamento desde 2002,
atraindo diversos turistas, oferecendo além das estruturas mencionadas acima, um
espaço aconchegante, com total contato com a natureza.
68
Figura 3 – Cascata Zacarias – Rio do Meio
Fonte: Pesquisa de Campo, 2008.
69
Figura 4 – Restaurante Portal das Pedras – Vila das Pedras.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2008.
Localizado na estrada geral dos Macacos a 8 km do centro de Camboriú.
Salão de eventos com capacidade para 400 pessoas. O lugar é amplo, rústico e
agradável. No restaurante possui uma cachoeira no térreo, e lagoas ao seu redor.
Aberto apenas para eventos diante de reservas programadas.
Atualmente vem se especializando e tornando um dos lugares mais
procurados na cidade para realizações de casamentos. Oferecendo em seu cardápio
uma comida caseira, e o ambiente vem atraindo este público.
70
Figura 5 – Pousada Paraíso da Pesca – Vila Conceição.
Fonte: pesquisa de Campo, 2008
Localizado na Zona Rural do município, na localidade alto dos Macacos a 10
km do centro de Camboriú. Oferece tanques para a pesca esportiva, restaurante de
comida típica e convencional com capacidade para 100 pessoas e um atendimento
familiar. Sete piscinas ( adultos e crianças), toboáguas com duas torres, quadra de
futebol de areia, sala para jogos de mesa e estacionamento. Possui oito pousadas,
com capacidade de sete pessoas cada uma e três suítes para duas pessoas. Tendo
ainda sete lagos para a pratica do pesque-pague.
Figura 6 – Pesque – pague Açanã – Rio do Meio.
Fonte: pesquisa de Campo, 2008
71
Localizado na Rua João da Costa a 4 km do centro. Em sua estrutura
possui, salão de festas com capacidade para 150 pessoas, uma quadra de futebol
de areia e churrasqueiras. Contem seis lagos para a prática do pesque- pague. Além
do ar puro e a satisfação de estar em contato com a natureza, podendo saborear em
seu restaurante os pratos típicos da região.
Figura 7 – Pesque- pague Roque – Vila Das Pedras
Fonte: pesquisa de Campo, 2008
Localizado na estrada Geral dos Macacos, o pesque – pague Roque fica
situado a 7 km do centro da cidade. Possui 8 lagoas e um restaurante. Sendo neste
servido comida caseira e peixes que são das próprias lagoas. Faz a limpeza do
próprio peixe no local, podendo o mesmo sendo preparado de degustado pelo
cliente no local.
72
Figura 8 – Espaço Rural Clarear – Braço
Fonte: pesquisa de Campo, 2008
Localizado na Estrada Geral do Braço, o Recanto das Bromélias oferece
terapias alternativas, relaxamento anti-stress e trilhas ecológicas. Oferece vários
programas de lazer ecologicamente corretas,como caminhadas no rio, no mato com
opção de trilha, aulas de educação ambiental, vivencias ecológicas para grupos
como professores, alunos, empresas entre outros que necessitam treinamentos.
Programas noturnos, jogos vídeos, redes enfim, tudo para seu bem estar.
Também alugam o espaço para desenvolvimento de trabalhos em grupo oferecendo
as instalações e refeições.
73
Figura 9 – Recanto das Bromélias – Braço
Fonte: pesquisa de Campo, 2008.
Localizado na comunidade do Braço a 10 km do centro da cidade. O
Recanto das Bromélias possui restaurante com capacidade para 90 pessoas
servindo comida típica da região. Oferece terapia hídrica, piscina adulto e infantil
com um amplo deck e sanitários. Sala de jogos, campo de futebol e três lagos para
a pratica do pesque-pague. Possui um salão alternativo para 350 pessoas. Cinco
suítes com ar condicionado, sete quartos coletivos com sanitários anexos para até
10 pessoas.
74
Figura 10 – Complexo Esportivo Zebra – Rio do Meio.
Fonte: pesquisa de Campo, 2008 Localizado na estrada Geral do Rio do Meio, a 5 km do centro de Camboriu,
o Complexo esportivo Zebra oferece aos seus clientes uma área de lazer com
quiosque e churrasqueira, bar e restaurante, sala de jogos e quadra de vôlei. Possui
5 campos de futebol suíço onde são alugados para a prática do esporte. Com quatro
piscinas e um toboágua faz a diversão dos turistas que freqüentam o local.
Figura 11 – Hotel fazenda Caetés – Caetés
Fonte: pesquisa de Campo, 2008
75
Localizado na estrada geral do Caetés, o hotel fazenda oferece um espaço
amplo aos seus turistas, com belas paisagens, trazendo tranqüilidade e descanso.
Em sua estrutura possui 14 cabanas com capacidade para seis pessoas, Oferece
pela manha um café colonial, no almoço pratos típicos da região. Proporciona
passeios a cavalo e trilhas ecológicas. Conta ainda com duas piscinas e um
toboágua.
Figura 12 – Cachoeira seca – Vila conceição.
Fonte: pesquisa de Campo, 2008
Localizado na estrada geral Vila Conceição, a Cachoeira seca como é
conhecida pois sua nascente é desconhecida, oferece serviços de bar e cozinha.
Conta um restaurante rústico com pratos típicos da região. Conta também com um
76
patrimônio histórico, uma serraria que teve inicio em 1932, sendo que hoje se
encontra desativado, e hoje encontra-se aberto para visitação.
3.2.4 Análise do Projeto do Turismo Rural de Camboriú
O projeto de turismo ecológico rural da cidade de Camboriú foi elaborado em
no ano de 1993, tendo como autor Ainor Francisco Lotério, prefeito Municipal na
época, juntamente com seu secretário do Meio Ambiente Jurandir Largura, tendo
como período de abrangência de 1993 a 1996.
O projeto visava introduzir o turismo rural como fator de desenvolvimento
social e econômico do município, apresentando, inicialmente, os aspectos históricos
da cidade, sua colonização e localização, com as divisões territoriais, população e
eventos populacionais típicos da cidade.
Camboriú, devido a sua topografia, natureza privilegiada e situação
geográfica, apresenta-se como um município típico para a implantação do turismo
Ecológico Rural. Possui altitudes em relação ao nível do mar indo de zero a 724
metros, com características topográficas singulares.
Outra peculiaridade é o seu limite físico ou geográfico que coincide com o
político, ou seja, os cumes naturais estão situados nas linhas limítrofes, sendo que
todos os cursos da água nascem em solo próprio, livres de poluentes e químicos
e/ou de qualquer tipo de substâncias poluidoras.
A preocupação de reduzir a poluição ambiental, buscando a conservação do
solo, da água, a recuperação e manutenção florestal, se percebe na execução de
um programa especifico muito audacioso. Trata-se da construção de depósitos de
lixos tóxicos em pontos estratégicos, construção de esterqueiras, reflorestamento
ostensivo entre outras práticas conservacionistas.
O êxodo rural tirou do campo inúmeras famílias agricultoras. Essas foram
substituídas por outra população, formada por sitiantes, as quais têm constante
preocupação com a melhoria visual das suas propriedades, que de certa forma,
modifica o meio rural, porém, contribui e muito para a entrada de pessoas no
unicípio a procura de áreas de lazer e divertimento.
Os municípios balneários, vizinhos de Camboriú, além das praias, água e
areia, nada de natural e ecológico conseguem oferecer, a não ser alguns campings,
77
na maioria das vezes sem uma infra-estrutura adequada, o que na verdade não
permite um pleno desfrute do lazer e descanso aos turistas, o que poderá ser
oferecido pelo turismo feito em campo.
O turismo ecológico rural proposto é apontado como uma fonte de renda no
mínimo complementar à propriedade rural que tenha alguma inclinação para a
atividade.
Para atender a potencialidade e vocação turística que Camboriú possui, o
município, de seu poder executivo, e com a aprovação integral de sua população,
aprovou a lei municipal nº 978/93 (ANEXO I), de 17 de junho de 1993, que visa
incentivar o turismo ecológico rural como fator de desenvolvimento social
econômico, sendo a relação do convívio harmônico do homem com o meio ambiente
natural.
O projeto tinha como objetivo implantar junto às propriedades rurais do
município uma nova opção de renda para o agricultor de Camboriú, reduzir o êxodo
rural e ampliar a receita municipal através da possível arrecadação de impostos e
intensificar as obras sociais no município.
No projeto também constavam algumas metas, como treinamento específico
para as famílias envolvidas nas áreas de relacionamento humano, práticas de
hotelaria, execução do plano diretor rural, visando o alargamento, conservação e
sinalização das estradas rurais, a não utilização de agrotóxicos, elaboração de
catálogo do turismo rural, incentivo a indústria caseira, em todas as propriedades
rurais que ofereçam condições especificas das estradas rurais. Sendo especificado o
recurso financeiro para cada meta.
Disponibilizaria um engenheiro agrônomo com conhecimentos em extensão
rural, uma extensionista social com conhecimentos em proteção ambiental e um
técnico em marketing para execução das ações.
Na visão do autor deste projeto, o município de Camboriú ganhará muito
com a plena execução deste projeto. Ganhará também o estado de Santa Catarina,
pois abrigará em seu seio mais uma opção de um turismo inovador.
78
3.2.5 Análise da Entrevista Realizada com Sandro Rocha – Supervisor
de Turismo Rural em Camboriú
Objetivando identificar o que foi realizado do projeto de turismo rural e saber
o que ainda está sendo feito, entrevistou-se, no dia 2 de outubro de 2008, o Sr.
Sandro Rocha, supervisor de turismo rural e interinamente secretário do
planejamento, comercio, indústria e turismo da cidade. Na síntese da entrevista,
apresentada na seqüência, estão descritas as principais informações obtidas sobre a
execução do Projeto de Turismo Rural do município.
Passados onze anos da criação do Projeto de Turismo Ecológico Rural para
a cidade de Camboriú, percebe-se que pouca coisa foi implantada. Segundo o Sr.
Sandro Rocha, devido à rotatividade do poder executivo, pouco foi trabalhado o
fortalecimento do turismo rural na cidade.
O projeto inicial tinha como objetivo fortalecer a economia local com a
comercialização dos produtos produzidos na comunidade. Além disto, haveria
oportunidade para a visitação destes locais para as pessoas conhecerem o processo
produtivo.
Em 2005 a começou a trabalhar no fortalecimento do turismo rural,
incentivando aqueles que já estão no interior de Camboriú com seus equipamentos
e buscando novos empresários que interesse em investir na cidade.
Camboriú tem um grande potencial, mas tem muitas dificuldades, pois não
dispõe de muitos recursos financeiros. Os recursos provêm de empresas privadas e
do FUNTURISMO, verba destinada pelo governo estadual incentivando o turismo no
estado.
Outra dificuldade são os próprios empresários aqui instalados: a maioria
residente dos próprios bairros não se empenham, a fim de melhorar sua estrutura e
divulgar seu estabelecimento, não visualizando um retorno a médio prazo.
Podemos citar vários pontos turísticos da cidade, com o hotel fazenda,
pesque-pagues, pousadas e cachoeiras, várias opções que são oferecidas ao turista
que freqüenta a cidade de Camboriú.
Algo que vem ajudando bastante o município são as placas indicativas que
foram colocadas, sinalizando os pontos turísticos da cidade, sendo estas fornecidas
pelo Governo Federal.
79
Todos os equipamentos turísticos são devidamente cadastrados na
Prefeitura Municipal. Confere-se relativa importância a este banco de dados, pois é
através dele que são realizadas as visitas aos estabelecimentos turísticos, momento
no qual se busca apresentar novas opções para que o empresário possa agregar
valor ao seu empreendimento.
Pela pouca estrutura existente, o preço praticado pelos estabelecimentos de
turismo rural do município é bem abaixo do mercado, ainda mais quando comparado
aos preços praticados pelas atrações de Balneário Camboriú.
No decorrer dos anos percebe-se que o público vem aumentado
gradativamente, dando sinais do potencial que existe no turismo rural, e que muita
coisa ainda tem que ser explorada.
A prefeitura tem buscado parcerias com a ANFRI, Associação dos
Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí, através da qual busca divulgar seu
produto turístico, o que fortaleceria o turismo na região.
Dentro da ANFRI existe uma associação chamada de Costa e Verde e Mar,
que é formada por municípios que buscam, em conjunto, adotar estratégias para
divulgação do turismo e parcerias com a rede privada.
A criação do portal turístico de Camboriú, através do qual o turista tem
informações sobre os pontos turísticos cidade, uma sala ampla onde as pessoas têm
acesso a um vídeo institucional da cidade, relatando a história e as belezas naturais
da cidade.
Um ponto favorável à cidade de Camboriú se dá ao fato de estar localizada
ao lado da cidade de Balneário Camboriú, conhecida como um grande pólo de
atração turística do sul do País, o que acaba permitindo o intercâmbio de turistas
entre estas cidades justamente em decorrência da proximidade existente entre elas.
A cidade de Camboriú tem um grande potencial e, apesar das dificuldades e
dos poucos recursos financeiros que dispõe, vem obtendo um crescimento gradativo
no turismo rural. Este cenário, apesar de expressar o muito que já foi feito pelo
turismo local, também acena para toda uma demanda de investimentos com vias de
expandir e potencializar ações que permitam consolidar a cidade como destino
turístico reconhecido no segmento em que vem atuando.
80
3.3 Apresentação e Análise dos Dados
3.3.1 Caracterização da Amostra
Para compreender efetivamente o universo pesquisado, a apresentação dos
dados será através da inicial caracterização dos respondentes do questionário. As
primeiras informações apresentadas servem como base para compreensão das
particularidades dos indivíduos abordados durante a pesquisa de campo, visto que
estes foram selecionados aleatoriamente nas praias de Balneário Camboriú.
Os primeiros dados levantados e tabulados tiveram como foco principal
apresentar a faixa etária dos respondentes, visto que é de fundamental importância
considerar a idade dos componentes da amostra para comparar os dados
posteriormente em função desta variável (vide Gráfico 1).
Faixa Etária dos Entrevistados
2,86%
37,14%33,21%
21,07%
5,71%
0,00%5,00%
10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%
16 a 20anos
21 a 25anos
26 a 30anos
31 a 40anos
41 a 50anos
Gráfico 01: Faixa etária dos Entrevistados Fonte: Dados da Pesquisa
O Gráfico 1 evidencia que a maioria dos entrevistados– 37,14% – têm sua
idade dentro da faixa etária compreendida entre 21 e 25 anos de idade, bem como
outros 33,21% que tem entre 26 e 30 anos, encontram-se em idade universitária,
visto que conforme o Gráfico 2, quase a metade da amostra entrevistada (46,07%)
tem nível superior incompleto.
81
Escolaridade dos Entrevistados
0,00% 0,00% 2,86%
46,07%
33,21%
17,86%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
EnsinoFundamentalIncompleto
EnsinoFundamental
Completo
Ensino MédioCompleto
EnsinoSuperior
Incompleto
EnsinoSuperiorCompleto
Pós-Graduação
Gráfico 02: Escolaridade dos Entrevistados Fonte: Dados da Pesquisa
Assim sendo, é possível afirmar que a amostra entrevistada está atualizada
quanto às questões que permeiam a economia, educação, lazer, entre outros, visto
que suas atividades não são apenas no contexto do mercado de trabalho. Como
outro fator preponderante para caracterização da amostra entrevistada, o acadêmico
questionou os respondentes sobre o estado de origem de cada um, uma vez que se
poderia utilizar estas informações na análise considerando as peculiaridades que
cada região do Brasil tem a oferecer. Os dados referentes a esta questão estão
apresentados no gráfico 03.
UF de Origem dos Entrevistados
32,86%
14,64%
31,79%
15,00%
1,43% 1,43% 1,43% 1,43%0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
SC PR RS SP RJ MS MG RD
Gráfico 03: UF de Origem dos Entrevistados Fonte: Dados da Pesquisa
82
Percebeu-se que a predominância da origem dos entrevistados é da região
sul do País, tendo como maioria pessoas originárias de Santa Catarina (32,86%),
sendo pequena a diferença para aqueles advindos do Rio Grande do Sul (31,79%).
Em terceira posição apareceram aqueles que vieram de São Paulo (15,00%), com
pouquíssimo percentual de discrepância com o estado do Paraná (14,64%). Mesmo
a grande maioria dos entrevistados não sendo de origem catarinense, percebe-se,
conforme o Gráfico 4 referente ao tempo que freqüentam Balneário Camboriú, que
quase a metade dos respondentes vem até a cidade há mais de cinco anos, o que
evidencia uma amostra que conhece e gosta do turismo que encontra na cidade,
fator que faz os turistas voltarem para novas temporadas de férias.
Tempo que frequenta Balneário Camboriú
1,43%
18,57%
32,86%
47,14%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
Primeira vez Entre 01 e 2 anos Entre 03 e 05 anos Mais de 5 anos
Gráfico 04: Tempo que os entrevistados freqüentam Balneário Camboriú Fonte: Dados da Pesquisa
Conforme o Gráfico 5, percebe-se que exatamente metade da amostra
entrevistada encontra-se solteira atualmente, sendo que outros 35,36% dos
respondentes são casados. Estes valores comprovam que se trata de uma amostra
bastante heterogênea quanto ao estilo de vida, considerando-se as diferenças entre
pessoas solteiras e casadas. Porém, esta discrepância comprova também que a
cidade de Balneário Camboriú, na condição de turística, oferece atrativos tanto para
famílias já estruturadas, como para os que estão em busca de mais divertimento e
entretenimento.
83
Estado Civil dos Entrevistados
50,00%
35,36%
7,14% 7,50%
0,00%0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Solteiro Casado Separado/Divorciado União Estável Viúvo
Gráfico 05: Estado Civil dos Entrevistados Fonte: Dados da Pesquisa
Para identificar as classes socioeconômicas dos entrevistados segundo o
critério ABEP (2008), realizou-se uma média das respostas coletadas de acordo com
as quantidades dos itens discriminados e que configuram as condições das
residências de forma bastante peculiar de acordo com o critério padrão de
classificação econômica brasileira.
Com base no levantamento destas características analisadas, chegou-se à
conclusão que as classes econômicas dos entrevistados estão divididas de acordo
com o Gráfico 6, sendo predominante a Classe B2 com 39,68% e a Classe B1 com
35,32%. As classes menos representativas na pesquisa, que obtiveram apenas 0,4%
cada, foram A1, A2.
84
Classe Econômica dos Entrevistados
1,59%5,56%
0,40% 0,40% 0,40%
35,32%39,68%
15,08%
1,59%0,00%5,00%
10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%
ClasseA1
ClasseA2
ClasseA3
ClasseA4
ClasseA5
ClasseB1
ClasseB2
ClasseC1
ClasseD
Gráfico 06: Classe Econômica dos Entrevistados Fonte: Dados da Pesquisa
Por fim, a análise destes dados permitiu que fosse traçado o perfil dos
respondentes das questões para que, posteriormente, ao analisarmos os porquês
deles procurarem Balneário Camboriú como cidade turística, possa comparar
diversas questões que permeiam suas vidas e que podem ser consideradas no
contexto de visitação na região.
Neste primeiro momento, serão apresentados dados que tiveram por
intenção apresentar os principais motivos que levaram os turistas que estavam nas
praias de Balneário Camboriú a escolherem este destino para usufruir dos seus
momentos de descanso.
3.3.2 Motivos considerados relevantes pela amostra para vir à Balneário
Camboriú
Quando os entrevistados foram questionados sobre os motivos considerados
relevantes ao decidir visitar Balneário Camboriú, elencou-se uma série de fatores
numerados de 1 a 5 de acordo com o grau de importância que os respondentes
consideraram relevantes com relação às perguntas propostas. Abaixo, Por tanto se
realizará a análise das informações obtidas.
A tabela 01 foi organizada a partir das médias de importância conferidas a
cada um dos critérios dispostos no instrumento de coleta, Os que apresentam maior
85
média são os pontos considerados importantes na decisão do turista na hora de
decidir por Balneário Camboriú
Tabela 01 – Médias e desvios padrões QUESTÃO CRITÉRIOS DAS DIMENSÕES DS MÉDIA DEVPAD
G15 Possui excelentes restaurantes e gastronomia variada. E 4,08 0,97
G1 É uma cidade litorânea T 4,01 1,01
G6 Oferece ao turista boa qualidade de vida RÇ 3,88 0,99 G12 Oferece estrutura que favorecem as compras N 3,85 0,95
G3 Possui uma vida noturna bastante agitada, com boates e bares RC 3,83 1,2
G14 Atendem todo tipo de turista conforme sua classe econômica C 3,79 0,98
G16 Os estabelecimentos de alimentação suportam a demanda dos turistas E 3,7 0,98
G4 Propicia contato com a natureza T 3,68 1,01 G8 Os serviços oferecidos são de qualidade O 3,63 0,83
G8 Oferece produtos e serviços acessíveis ao turista V 3,57 1,02
G9 Os preços dos produtos e serviços são condizentes com minha situação financeira V 3,55 1,1
G2 Oferece atividades de diversão relacionadas ao mar RP 3,49 1,18
G7 É uma cidade organizada O 3,39 1,08
G11 Oferece oportunidades de novos empreendimentos N 3,35 1,08 G13 O custo de permanência é acessível e convidativo C 3,34 1,16
G5 Permite desenvolver atividades relacionadas a repouso RP 2,84 1,32 Fonte: Dados da pesquisa.
A questão G1 está relacionada à topografia, e trata da escolha dos
entrevistados por Balneário Camboriú como pólo turístico pelo ato de ser uma cidade
litorânea. Nesta questão, 133 dos 280 respondentes, elencaram como sendo
importante este fator no momento da escolha pela cidade. A maioria dos
respondentes considerou importante, também, a escolha por Balneário Camboriú
porque a cidade oportuniza o contato direto com a natureza,
Com relação à recreação, quase 80% dos entrevistados afirma ser
importante, ou muito importante, a opção pela cidade pelo fato de oferecer
atividades relacionadas ao mar, como pedalinhos, “banana boat”, passeios de barco
e caiaques, O tipo de entretenimento que é possível apenas onde tenha mar, o que
nem sempre está à disposição dos entrevistados em suas cidades natais. Ainda no
quesito recreação, a escolha dos entrevistados por Balneário Camboriú se dá pelo
fato de possuir uma vida noturna bastante agitada, com bares e boates para atender
aos mais diversificados públicos. De acordo com a tabela 01, na pergunta referente
86
à diversão, percebeu-se que mais de 2/3 dos turistas consideram importante ou
muito importante este fator, ou 71,43%.
Com relação ao fato de a cidade oferecer aos turistas atividades
relacionadas ao repouso, que os afastem de perturbações indesejadas, a questão
sobre a estrutura da cidade demonstra que não se trata de fator preponderante na
escolha dos respondentes, cuja parcela de 62,50% ficou entre os quesitos “nada
importante”, “pouco importante” e “mais ou menos importante”.
Em compensação, ficou claro na questão referente à qualidade de vida que
os turistas procuram Balneário Camboriú porque a cidade oferece boas condições
de convivência e estadia , fator que o turismo deve enfatizar para atrair os visitantes.
Em se tratando da organização da cidade, a pergunta abordou o fato de
Balneário Camboriú disponibilizar serviços turísticos de qualidade aos seus
visitantes, questão considerada pela maioria dos respondentes (55,36% ou 155 dos
280 entrevistados) importante na hora de escolher pela cidade.
Os entrevistados, em sua maioria – na questão referente a cidade
organizada – (53,22%) consideram a cidade bastante organizada, e elencaram como
sendo fator importante e/ou muito importante na escolha por Balneário Camboriú.
Sobre o fato de os produtos e serviços oferecidos em Balneário Camboriú
serem condizentes com a condição financeira dos turistas, percebe-se que 15,72%
dos entrevistados consideram entre nada e pouco importante este fator,
demonstrando que o poder aquisitivo destes respondentes está acima da classe
média, podendo escolher a cidade para o turismo não apenas pelos preços
praticados na mesma. Já a questão que apresenta a acessibilidade dos serviços e
produtos na cidade para os turistas, percebe-se que mais da metade dos
entrevistados consideram importante e bem executada esta disponibilidade, fator
muito trabalhado na gestão relacionada ao turismo da prefeitura da cidade.
Com relação às oportunidades existentes para negócios e novos
empreendimentos, a questão que apresenta que em torno de ¼ (26.79%) dos
respondentes considera mais ou menos importante na hora de optar pela cidade.
A questão que apresenta o grau considerado pelos entrevistados ao
escolher Balneário Camboriú para as compras. É necessário considerar que 56,79%
afirmaram que a cidade apresenta sim, esta condição.
87
Os entrevistados consideram fator relevante, também, o custo de
permanência praticado na cidade, onde mais de 1/3 dos entrevistados afirmaram ser
fator importante na escolha pela cidade.
Segundo os respondentes, é ainda questão importante na hora da escolha
pela cidade turística, o fato de a cidade possuir estabelecimentos que atendem a
todos os tipos de turistas, independentemente da classe econômica, Eles afirmam
ainda que em Balneário Camboriú é possível encontrar restaurantes e gastronomia
variada, fator considerado por 84.65% dos entrevistados entre importante e muito
importante em se tratando da escolha pela cidade,
E além de oferecer variedade na gastronomia, os entrevistados afirmaram
que optam pela cidade porque encontram suportes a demanda dos turistas nos
estabelecimentos de alimentação efetiva.
Tabela 02 – Médias e desvios padrões das dimensões DIMENSÕES MÉDIA DESVIO PADRÃO Envolvimento 3,89 1,04 Topografia 3,85 1,03 Recreação 3,66 1,2 Negócios 3,6 1,05 Custo de permanência 3,57 1,1 Valor ao turista 3,56 1,06 Organização 3,51 0,97 Repouso 3,36 1,28 Fonte: Dados da pesquisa.
Na tabela 02 foram apresentados os resultados das médias dos critérios,
estão agrupados nas respectivas dimensões que representam. O resultado destes
agrupamentos permitiu a construção da mesma, fazendo um ranking daquilo que foi
considerado importante pelos turistas ao escolher por Balneário Camboriú, A tabela
respeitou a grandeza das médias calculados de maneira a permitir visualizar a
hierarquia das importâncias.
De acordo com a tabela 02 pode-se observar que para dimensão referente
a questão envolvimento com uma média de 3,89 e um desvio padrão de 1,04 , tem
preferência na escolha por Balneário, devido aos diversos restaurantes existentes na
cidade, com uma estrutura adequada segundo os entrevistados. A tabela respeitou a
88
grandeza das médias calculadas de maneira a permitir visualizar a hierarquia das
importâncias.
No segundo momento a dimensão relacionada à topografia aparece com
uma média de 3,85 e um desvio padrão de 1,03, destacando as belas paisagens
naturais que a cidade possui, sendo um diferencial quando o turista opta em
escolher a cidade como roteiro de suas férias.
Em relação à dimensão sobre a recreação percebemos através da tabela 02,
que também é um diferencial da cidade, em atrair os turistas quando se trata de
variedade de diversões.
Um ponto menos favorável a cidade de Balneário Camboriú, é quando
tratamos da dimensão repouso: como pode ser observado na tabela 02, este quesito
apresenta uma média 3,36 com um desvio de padrão de 1,28,devido a cidade ser
conhecida como agitada, devido as casas noturnas.
A dimensão organização apresenta uma média de 3,51 e um desvio de
padrão de 0,97, sendo no primeiro momento surpreendente, pois apesar da grande
quantidade de turistas que freqüentam Balneário Camboriú, percebe-se a
desorganização e muitas vezes o despreparo em receber os turistas.
3.3.3 Análise das respostas sobre Turismo Rural
Na segunda fase do questionário tinha por objetivo identificar a prospecção
que os turistas que estavam em Balneário Camboriú apresentavam em incluir suas
atividades de férias um destino com caracterização de turismo rural. Neste sentido o
três próximos conjuntos de dados apresentados serão diretamente relacionados a
esta intenção.
O acadêmico realizou perguntas aos entrevistados que mencionam a prática
do turismo rural em suas férias ou a vontade que eles teriam em realizar esta
atividade, obtendo as respostas tabuladas abaixo.
Ao questionar os respondentes sobre a intenção de incluir atividades de
turismo rural em suas férias, ficou evidente que apenas 53 dos 280 consideram esta
hipótese, contra mais de 80% que desconsideram a idéia. A Tabela 03 apresenta os
dados levantados.
89
Tabela 03: Pergunta H1 do Questionário H1 Respostas Freqüência %
SIM 53 18,93% Você estaria disposto a incluir atividades de turismo rural em suas férias? NÃO 227 81,07% Total 280 100,00% Fonte: Dados da pesquisa.
Em se tratando do tempo que os entrevistados estariam dispostos a dedicar
para a prática do turismo rural em suas férias, os mesmos demonstraram, em mais
da metade das respostas (70.72%), que disponibilizariam entre 1 e 4 dias para a
prática desta modalidade de turismo. A Tabela 04 apresenta os dados levantados
conforme as respostas dos entrevistados.
Tabela 04: Pergunta H2 do Questionário H2 Respostas Freqüência %
Entre 1 e 2 Dias 109 38,93%
Entre 3 e 4 Dias 89 31,79%
Entre 5 e 7 Dias 32 11,43%
Mais de 1 Semana 24 8,57%
Quanto tempo você dedicaria de suas férias para a prática do turismo rural?
Menos de 1 Dia 26 9,29%
Total 280 100,00% Fonte: Dados da pesquisa.
E quando questionados sobre experiências anteriores de turismo rural,
67,50% dos respondentes afirmou que já havia praticado turismo rural em suas
férias anteriores. Este dado desafia a pergunta anterior sobre a intenção de incluir
turismo rural nas férias, apenas 18,93% dos entrevistados afirmam que estariam
dispostos a incluir o turismo rural em suas próximas férias. Entretanto como
podemos visualizar na tabela 05, 67,5% de todos os pesquisados já haviam
praticado alguma atividade no turismo rural A avaliação integrada destes dados
pode sugerir que, por mais que uma grande parte dos turistas abordados já tenha
90
praticado o turismo rural,sua avaliação não aparenta ser muito positiva, uma vez que
os mesmos não demonstram interesse em repetir esta atividade,. o que talvez
possa ser atrelado ao fato de ter sido realizado em local impróprio ou que
necessitasse de melhor orientação para efetivar a satisfação do público.
Tabela 05: Pergunta H3 do Questionário H3 Respostas Freqüência %
SIM 189 67,50% Você já praticou o turismo rural em alguma das suas anteriores férias? NÃO 91 32,50% Total 280 100,00% Fonte: Dados da Pesquisa
Desta forma houve o interesse de se investigar quais seriam os principais
elementos considerados importantes pelos turistas na sua decisão de praticar o
turismo rural. Neste sentido optou-se por utilizar os mesmos critérios adotados na
avaliação de fatores considerados importantes pelos turistas em Balneário
Camboriú. Como os dados destas duas análises serão pareados, seria possível
verificar se as principais demandas, para estes dois tipos de turismo são
equivalentes, o que permitiria então, comparar o poder de atratividade destes dois
destinos em relação ao mesmo turista.
Com os resultados desta pesquisa, seria possível identificar se aquilo que os
turistas consideram importantes em uma pratica do turismo rural, pode ser de fato,
encontrada na estrutura de Camboriú para este fim.
Tabela 06 – Médias e desvios padrões. QUESTÃO CRITÉRIOS DAS DIMNESÕES. DS MÉDIA DES PAD I1 Proporciona ar puro do campo T 4,56 0,64
I15 Pode-se descansar da agitação e barulho da cidades V 4,45 0,86
I13 Pode-se apreciar-se a culinária caseira E 4,33 0,89
I16 A paisagem do campo faz parte dos passeios de lazer N 4,32 0,94
I14 Pode-se apreciar pratos típicos da região E 4,26 0,96
Continua na página seguinte
91
Continuação (...)
I2 Possibilita contato com cachoeiras T 4,2 0,88
I3 Oferece contato com trilhas ecológicas RC 4,06 0,98
I6 Oferece tranqüilidade do campo para descanso RP 4,02 1,27
I9 Os produtos e serviços e produtos são acessíveis O 4,01 0,95
I11 O custo de permanência e acessível e convidativo C 3,82 1,01
I8 Os serviços oferecidos são eficientes V 3,79 0,96
I12
O turismo rural atende a todo tipo de turista conforme a classe econômica C 3,75 0,9
I4 Oferece recreações que atendem a todas faixas etárias RC 3,73 1,13
I7 Oferece uma estrutura rústica ao turista O 3,63 1,02
I10 Oferece oportunidades de negócios N 3,33 1,2
I5 O turismo rural oferece a pratica do pesque- pague RP 3,05 1,24
Fonte: Dados da Pesquisa.
A questão i1 que faz menção a relevância da existência do ar puro,
paisagem e animais que oportunizam maior contato com a natureza na hora de optar
pela prática do turismo rural, fator que quase 2/3 dos entrevistados consideraram ser
muito importante no momento da escolha.
Em se tratando do acesso possível a cachoeiras quando existe a prática do
turismo rural, os respondentes consideraram em sua grande maioria - 79.29% - que
é importante e muito importante esta relação na hora da escolha por esta
modalidade.
Em se tratando das recreações, além da disponibilidade das cachoeiras, os
respondentes afirmaram em mais de 2/3 que o oferecimento disponibilizado pelo
turismo rural por trilhas ecológicas, pesque-pague e outras atividades, também
interferem de forma significativa quanto a escolha pelo turismo fora da zona urbana,
Outro quesito considerado importante na opção pelo turismo rural é que as
recreações oferecidas devem atender a todas as faixas etárias, visto que as famílias
92
são bastante heterogêneas quando comparadas por idade de acordo com o gráfico
1.
E quanto ao fator da melhor qualidade de vida, os respondentes
demonstraram que nem sempre optarão pelo campo para realização do turismo,
condição que pode ser encontradas em melhores aspectos nos hotéis e pousadas
das zonas urbanas. A questão referente à tranqüilidade e repouso, atesta que a
escolha pelo turismo rural, por mais da metade dos entrevistados, não está atrelada
a importância da qualidade de vida.
A agitação da cidade aparece como fator preponderante na hora da escolha
pelo turismo rural, sendo espaço para descanso considerado muito relevante por
47,50% dos respondentes.
Quanto à organização da cidade, a necessidade do campo oferecer
estabelecimentos com estrutura adequada, porém rústica, aos turistas, é fator
considerado muito importante por quase ¼ (18,21%) dos entrevistados e importante
por outros 43,93%.
A importância dos serviços oferecidos no turismo rural apresentarem
eficiência, configura ¾ das respostas, ou 74,29%, demonstrando que a simplicidade
do ambiente rural não deve ser associada à falta de eficiência no quesito
organização .
Os preços dos produtos e serviços aparecem na questão I9, referente ao
poder aquisitivo do turista, como mais de ¾ no quesito importância dos
entrevistados. 75,71% dos respondentes consideram importante que a
acessibilidade a preços determinem a opção pelo turismo rural.
Atualmente, com o surgimento da responsabilidade social e do terceiro setor,
as pessoas adquiriram maior consciência com o meio ambiente, buscando relacionar
novos empreendimentos com a preocupação com a natureza. Segundo os
entrevistados, porém, estas questões não interferem na escolha pelo turismo rural
em suas férias, talvez porque considerem que as férias têm apenas caráter de
descanso, sendo o turismo apenas um divertimento, e não caráter de trabalho, em
busca de negócios.
Com relação ao custo da permanência na prática do turismo rural, os
respondentes consideram fator relevante na opção pelo mesmo, a questão de os
custos de permanência nos estabelecimentos seja efetivamente acessível.
93
Nos negócios, o atendimento às mais diversificadas classes econômicas
pelos estabelecimentos, é considerado fator muito relevante por quase ¼ (22,14%)
dos entrevistados, sendo considerado mais ou menos importante por outro 1/3
(33,57%) e fator relevante por mais de 1/3 (38,21%). Fica evidente, portanto, que os
estabelecimentos necessitam atender diversas classes de maneira adequada e
eficaz.
Ficou evidente que o turismo rural está ligado à apreciação de culinária
caseira, onde 84,28% dos entrevistados relacionaram a possível escolha por esta
modalidade à apreciação da culinária caseira.
Mais de 80% dos respondentes afirmaram, ainda, que na prática do turismo
rural interfere a questão de apreciar pratos típicos da região, fator considerado
relevante na escolha do mesmo.
Quase 90% da amostra, optaria ainda pelo turismo rural em função da
possibilidade de descansar da agitação e barulho das cidades.
E quase 90% dos entrevistados enquadrariam o turismo rural nos passeios
de lazer e descanso.
Na tabela 07 foram apresentados os resultados das médias dos critérios e
estão agrupados nas respectivas dimensões que representam. O resultado destes
agrupamentos permitiu a construção da mesma, fazendo um ranking daquilo que foi
considerado importante pelos turistas ao optar pelo turismo rural, A tabela respeitou
a grandeza das médias calculados de maneira a permitir visualizar a hierarquia das
importâncias.
Tabela 07 – Médias e desvios padrões das dimensões Dimensões Médias Desvio padrão Topografia 4,56 0,79 Custo de permanência 4,39 0,90 Envolvimento 4,29 0,93 Valor ao turista 3,92 0,99 Recreação 3,89 1,07 Organização 3,71 1,00 Negócios 3,54 1,08 Repouso 3,54 1,35 Fonte: Dados da Pesquisa
94
Analisando a tabela 07, percebe–se que a dimensão relacionada à
topografia, com uma média de 4,56 e um desvio padrão de 0,79, tem preferência na
escolha pela prática do turismo rural, sendo um atrativo e um diferencial na opção do
turista.
O custo de permanência, com uma média de 4,39 e um desvio padrão de
0,90, atrai os turistas que buscam um maior contato com a natureza e as belezas
naturais: Percebe-se também que o custo é primordial na hora de decidir qual local
optar para passar sua férias.
Como é apresentada na tabela 07, a dimensão relacionada a envolvimento
com uma média de 4,29 e um desvio padrão de 0,93 atrai os turistas, uma
gastronomia variada e caseira que tende a satisfazer o turista que freqüenta o
turismo rural.
Um ponto que pode ser considerado pouco relevante é a dimensão referente
a repouso, com uma média de 3,54 e um desvio padrão de 1,35, não sendo
prioridade na escolha pela prática do turismo rural.
Na tabela 05, é possível observar a dimensão negócios com uma média de
3,54 e um desvio padrão de 1,08, o que sugere que esta dimensão não é
considerada um ponto relevante na hora da escolha em praticar o turismo rural.
Desta forma, descobriram-se pontos importantes na escolha do turista em
praticar o turismo rural, e também os pontos que ele não considera relevantes em
sua escolha.
Na tabela 08, foram apresentadas as dimensões na qual o turista colocou
como prioridade na escolha por Balneário Camboriú e pelo turismo rural. Podendo
assim explorar o que o s turistas consideram mais importantes para os dois tipos de
turismo, ressaltando as principais diferenças e semelhanças.
Tabela 08 - Ordenação das Dimensões Consideradas Importantes para a Escolha do Destino Turístico
Destino Colocação no Ranking de Importância Balneário Camboriú Turismo Rural
1 Envolvimento Topografia 2 Topografia Custo de Permanência 3 Recreação Envolvimento 4 Negócios Valor ao Turista 5 Custo de Permanência Recreação 6 Valor ao turista Organização 7 Organização Negócios 8 Repouso Repouso
Fonte: Dados da Pesquisa
95
Como podemos perceber na tabela 08, quando o turista opta por Balneário
Camboriú, elege-se como prioridade a dimensão envolvimento. Diferentemente do
turismo rural, na qual se procura a dimensão topografia. Desta forma Camboriú tem
um grande potencial a ser explorado, possui uma natureza privilegiada e situação
geográfica, com planícies e vales verdejantes, com infinidade de nascentes e
cascatas que formam diversos riachos calmos e de águas claras.
Como segundo ponto os turistas procuram freqüentar Balneário Camboriú
por causa da topografia, podendo assim atrair os turistas para Camboriú, pois este
quesito é um ponto forte da cidade.
Na tabela 08, o turista busca o turismo rural pois o preço e acessível, e como
vimos na entrevista com o Sandro os preços praticados pelo turismo rural e bem
abaixo do praticado na cidade de Balneário Camboriú, sendo desta forma um ponto
positivo pra cidade.
A dimensão envolvimento é considerada importante na hora de decidir
praticar o turismo rural. Esta dimensão a cidade de Camboriú deixa a desejar, pois
seus restaurantes não possuem uma infra-estrutura adequada, sendo um ponto
fraco, e precisa ser melhorado afim de atrair esses turistas que elegem ser
importantes quando procuram o turismo rural.
Um fato que surpreende e a dimensão repouso, pois geralmente associamos
esta dimensão ao turismo rural, ou seja os turistas optam por este turismo afim de
descansar, mas pelo que observamos no quadro 08, este quesito não é considerado
relevante na pratica do turismo rural.
Percebemos que uma vez que os turistas de praia têm suas prioridades, os
mesmos devem acreditar que elas vêm sendo supridas por Balneário Camboríu.
Entretanto, suas prioridades de importância parecem mudar quando se é tratado de
turismo rural. Assim, como as prioridades mudam, os turistas demonstram que seria
plausível o turismo rural não oferecer as mesmas coisas que o turismo de Balneário
Camboriú.
Ainda uma vez que conseguimos identificar as principais prioridades, que o
turista opta pelo turismo rural, conseguimos verificar alguns pontos positivos como o
custo de permanência e a topografia na qual Camboriú pode suprir este desejo que
o turista procura no turismo rural.
96
Nesta perspectiva considera-se que o turismo rural de Camboriú, poderia
perfeitamente atender os desejos dos turistas de acordo com aquilo que ele procura
e as coisas que Camboriú oferece. Desta forma acreditamos que o turismo de
Camboríu pode atrair as pessoas que freqüentam a cidade de Balneário Camboriú,
olhando esta relação, prioridades que foram demonstradas no quadro 08 e as
análises feitas sobre os equipamentos turísticos e a entrevista com o supervisor de
turismo Sandro Rocha.
Por outro lado vimos na tabela 03, que apenas 18,63%, dos turistas que
estavam em Balneário Camboríu, gostariam de praticar em suas férias o turismo
rural, sendo assim, seria interessante que a cidade de Camboriú, optasse em buscar
turistas que freqüentam as cidades vizinhas e que buscasse identificar alguns
pontos que tiveram prioridades na escolha por Balneário afim de aprimorar no
turismo rural.
97
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem do turismo rural como foco de pesquisa deu-se em função de
o turismo apresentar-se como relevante fonte que gera renda, empregos e melhorias
na infra-estrutura das comunidades quando as condições de vida nos espaços
urbanos não oferecem tudo o que a população busca.
A busca por atividades diferenciadas originou o turismo rural, visto que o
homem saía em busca de alternativas nos momentos em que a zona urbana não
dava mais conta desta demanda.
Balneário Camboriú é, atualmente, conhecida em todo o país como pólo
turístico, sendo o questionamento deste trabalho voltado à intenção de avaliar a
capacidade que a cidade de Camboriú tem para atrair os turistas que freqüentam a
cidade de Balneário Camboriú. Ficou evidente que os entrevistados não têm por
costume a prática do turismo rural, e que esta prática está diretamente ligada à
busca pelo afastamento do barulho e da agitação das grandes cidades, bem como o
acesso à comida caseira e pratos típicos da região, configurando assim, as
principais características que fariam os respondentes optarem pelo turismo rural ou
incluí-lo em seu roteiro de férias.
Depois do levantamento dos dados através de questionários, observações,
entrevistas e análise de documentos disponíveis, ficaram evidentes que as
condições socioeconômica dos entrevistados está no nível de classe média, mesmo
que ainda não disponham de serviços como empregada mensalista em sua grande
maioria, por exemplo.
O levantamento de informações sobre a cidade de Camboriú foi de
fundamental relevância para contextualização da pesquisa, levantamento de dados
e informações que puderam ser incluídas no roteiro das entrevistas.O acadêmico
realizou a abordagem histórica e contemporânea das questões relacionadas à
gerência do turismo na cidade, bem como de sua história geral, fatores que
contribuíram em demasia para a configuração dos quesitos mencionados nas
entrevistas.
Percebe-se que as pessoas envolvidas com o turismo rural da cidade de
Camboriú buscam desenvolver o turismo na cidade, mas muitas vezes esbarram em
98
alguns obstáculos, como a falta de orçamento e um desenvolvimento de um trabalho
integrado, aspectos que muitas vezes acabam por erodir essas intenções.
Os objetivos específicos descritos neste trabalho foram alcançados, através
das análises feitas nos documentos disponibilizados pela Prefeitura Municipal de
Camboriú e a entrevista realizada com o supervisor de turismo da cidade. Através
destas, identificou-se a dificuldade em desenvolver o turismo rural, pela falta de
recursos e as barreiras encontradas com os proprietários dos equipamentos
turísticos, pois são pessoas com um grau baixo de instrução e não querem investir
em marketing, não pensando em algo a longo prazo.
Nos questionários aplicados com os turistas que estavam na cidade de
Balneário Camboriú, identificou-se os pontos na qual eles optavam pela cidade, e no
segundo momento se teriam interesse em praticar o turismo rural. Desta forma
percebe-se que não houve um grande interesse em conhecer o turismo rural, pois o
envolvimento e recreação que são aspectos que trazem os turistas para Balneário
Camboriú, não são oferecidos pelo turismo rural aquilo que trouxe esses turistas até
Balneário, o turismo rural não oferecia, como envolvimento, recreação.
Mas os turistas que gostariam de passar suas férias no turismo rural,
elegeram alguns pontos que consideram importantes para a prática do turismo rural,
como a topografia e o custo de permanência, sendo que estes quesitos a cidade de
Camboriú poderia atender perfeitamente.
Afim de atender os objetivos, encontrou-se algumas dificuldades na coleta
de dados, tais como os questionários aplicados no mês de outubro, um mês
considerado fora da alta temporada, e as limitações da secretaria de turismo, não
contendo muitas informações concretas.
A Prefeitura Municipal de Camboriú, deveria buscar parcerias, afim de
aprimorar o turismo rural, destinando verbas para a secretaria de turismo, tendo
assim um planejamento e oferecendo cursos de capacitação para os proprietários
dos equipamentos turísticos.
Por fim, é possível afirmar que os objetivos delineados neste trabalho foram
efetivamente alcançados e, através dos instrumentos elencados, ficou claro que a
possibilidade de os turistas aderirem à prática do turismo rural é pequena, porém
possível, visto que tudo dependerá das políticas propostas pelo local que visa
alcançar este público.
99
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102
DECLARAÇÃO DA EMPRESA
A Prefeitura Municipal de Camboriú declara, para os devidos fins, que o
estagiário Anderson Porto, aluno do curso de Administração do Centro de Educação
de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, cumpriu
a carga horária de estágio prevista para o período de 10/03/2008 a 07/05/2008,
seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou
nossas normas internas.
Camboriú (SC), 20 de maio de 2008.
Sandro Rocha
103
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS
Anderson Porto Estagiário
Sandro Rocha Orientador de campo
Prof. José Roberto Altoff MSc Orientador de estágio
Prof. Eduardo Krieger da Silva MSc Responsável pelo Estágio Supervisionado
104
APÊNDICES
Apêndice A – Questionário referente à utilização de produtos turísticos.............. 105
Apêndice B – Roteiro para entrevista na Prefeitura Municipal de Camboriú......... 109
Apêndice C – CD entrevista com o Supervisor de Turismo de Camboriú............. 110
105
Apêndice A – Questionário Referente à Utilização de Produtos Turísticos
Questionário Referente à Utilização de Produtos Turísticos
Caro(a) Senhor(a), Pedimos sua colaboração para o preenchimento deste questionário de pesquisa. Trata-se de um estudo científico formulado e proposto por um estudante do curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí - Univali, e que busca compreender um pouco mais sobre as expectativas dos turistas que freqüentam o litoral de Balneário Camboriú. Esta pesquisa não exige que você se identifique, então as respostas dadas neste questionário serão sigilosas, resguardando sua privacidade.
DADOS PARA CARACTERIZAÇÃO DO RESPONDENTE DO QUESTIONÁRIO
A) Qual é a sua idade? 1.( )10-15 anos 2.( )16-20 anos 3.( )21-25 anos 4.( )26-30 anos 5.( )31-40 anos 6.( )41-50 anos 7.( )51-60 anos 8.( )61 anos ou mais B) Qual o seu grau de escolaridade? 1.( ) Até 1ª série fundamental 2.( ) Fundamental completo 3.( )Médio completo 4.( ) Superior incompleto 5.( )Superior completo 6.( ) Pós-graduação C) Qual é o seu estado civil? 1.( ) Solteiro 2.( ) Casado 3.( ) Separado/Divorciado 4.( ) União Estável 5.( ) Viúvo 6.( ) Outros: ________________ D) Cidade e estado em que reside? ____________________________________________________________ E) Há quanto tempo freqüenta as praias de Balneário Camboriú? 1.( ) Esta é a primeira vez 2.( ) entre 01 e 02 anos 3.( ) entre 03 e 05 anos 4.( ) mais de 05 anos F) Critério Padrão de Classificação Econômica Brasil
Tem... (quantidade) Na sua casa tem... ? Não tem 1 2 3 mais de 3
F1 - Televisores em cores 0.( ) 1.( ) 2.( ) 3.( ) 4.( ) F2 - Videocassetes/DVDs 0.( ) 2.( ) 2.( ) 2.( ) 2.( ) F3 - Rádios 0.( ) 1.( ) 2.( ) 3.( ) 4.( ) F4 - Banheiros 0.( ) 4.( ) 5.( ) 6.( ) 7.( ) F5 - Automóveis 0.( ) 4.( ) 7.( ) 9.( ) 9.( ) F6 - Empregadas mensalistas 0.( ) 3.( ) 4.( ) 4.( ) 4.( ) F7 - Máquinas de lavar 0.( ) 2.( ) 2.( ) 2.( ) 2.( ) F8 - Geladeiras 0.( ) 4.( ) 4.( ) 4.( ) 4.( ) F9 - Freezers 0.( ) 2.( ) 2.( ) 2.( ) 2.( )
Grau de instrução do chefe de família (pessoa que paga a maior parte das contas de sua casa)
106
F10 - Analfabeto/ até 3a Série Fundamental 0.( )
F11 - 4a. Série Fundamental 1.( )
F12 - Fundamental completo 2.( )
F13 - Médio completo 4.( )
F14 - Superior completo 8.( )
As questões que agora serão apresentadas representam alguns dos motivos que poderiam ter motivado você a visitar a cidade de Balneário Camboriú. Neste sentido, pedimos que você avalie cada um dos itens apresentados e demonstre o quanto ele foi importante na sua decisão em escolher a cidade de BALNEÁRIO CAMBORIÚ como destino turístico. Para isso, sua opinião deverá ser registrada em uma escala que vai do número 1 ao 5. Apenas marque o número 1 (um) caso o item avaliado tenha sido NADA IMPORTÂNTE na sua decisão de visitar a cidade de Balneário Camboriú. Apenas marque o número 5 (cinco) caso o item avaliado tenha sido MUITO IMPORTANTE na sua decisão de visitar Balneário Camboriú. Para os casos intermediários, favor utilizar as opções que se encontram dentro deste intervalo de números.
MOTIVOS QUE CONSIDEREI IMPORTANTE AO DECIDIR VISITAR A CIDADE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ: N
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G1 – Balneário Camboriú é uma cidade litorânea; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G2 – Balneário Camboriú oferece atividades de diversão relacionadas ao mar (passeios de barco, caiaques, pedalinhos e banana boat); 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G3 – Balneário Camboriú possui uma vida noturna bastante agitada, com boates e bares que atendem aos mais diferentes públicos; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G4 – A cidade de Balneário Camboriú possibilita um contato direto com a natureza; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G5 – A estrutura turística de Balneário Camboriú permite desenvolver atividades relacionadas ao repouso, afastando dos turistas perturbações indesejadas; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G6 – Balneário Camboriú oferece aos seus turistas uma boa qualidade de vida; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G7 – Balneário Camboriú é uma cidade organizada; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G8 – Os serviços turísticos oferecidos em Balneário Camboriú são de qualidade; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G9 – Os preços dos produtos e serviços oferecidos em Balneário Camboriú são condizentes com minha situação financeira; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G10 – Balneário Camboriú oferece produtos e serviços acessíveis ao turista; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G11 – A cidade de Balneário Camboriú oferece oportunidades para negócios e novos empreendimentos; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G12 – A cidade de Balneário Camboriú oferece estrutura de comércio que favorecem as compras; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G13 – O custo de permanência na cidade de Balneário Camboriú é acessível e convidativo; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G14 – A cidade de Balneário Camboriú possui estabelecimentos que atendem a todo tipo de turista conforme sua classe econômica; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
G15 – Balneário Camboriú oferece aos seus turistas excelentes restaurantes e gastronomia variada; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
107
G16 – Os estabelecimentos de alimentação em Balneário Camboriú suportam a demanda dos turistas; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
H1 – Você estaria disposto a incluir atividades de turismo rural em suas férias? ( ) SIM ( ) NÃO H2 – Quanto tempo você dedicaria de suas férias para a prática do turismo rural? ( ) Menos de 1 dia ( ) Entre 1 e 2 dias ( ) Entre 3 e 4 dias ( ) Entre 5 e 7 dias ( ) Mais de uma semana H3 – Você já praticou o turismo rural em alguma das suas anteriores férias? ( ) SIM ( ) NÃO H4 – Em qual (quais) cidade(s) você já praticou turismo rural? _____________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
As questões que agora serão apresentadas representam alguns dos motivos que poderiam você a praticar o turismo rural em suas férias. Neste sentido, pedimos que você avalie cada um dos itens apresentados e demonstre o quanto ele seria importante na sua decisão de praticar o turismo rural. Para isso, sua opinião deverá ser registrada em uma escala que vai do número 1 ao 5. Apenas marque o número 1 (um) caso o item avaliado seja NADA IMPORTÂNTE na sua decisão de praticar o turismo rural. Apenas marque o número 5 (cinco) caso o item avaliado seja MUITO IMPORTANTE na sua decisão de praticar o turismo rural. Para os casos intermediários, favor utilizar as opções que se encontram dentro deste intervalo de números.
MOTIVOS QUE CONSIDERO IMPORTANTES AO DECIDIR PRATICAR O TURISMO RURAL: N
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I1 – O ar puro do campo, a paisagem e os animais possibilitam maior contato com a natureza; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I2 – O turismo rural amplia a consciência ecológica pela valorização da natureza; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I3 – O turismo rural oferece passeios em trilhas ecológicas, piscinas naturais e pesque-pague; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I4 – No turismo rural são oferecidas recreações que atendem a todas as faixas etárias; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I5 – No campo tem-se uma melhor qualidade de vida; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I6 – Busco a tranqüilidade do campo para descanso, longe da agitação da cidade; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I7 – Os estabelecimentos voltados ao turismo rural oferecem uma estrutura mais rústica aos turista; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I8 – Os serviços turísticos oferecidos no turismo rural são de qualidade; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I9 – Os preços dos produtos e serviços são acessíveis; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I10 – Com o foco no meio ambiente, o turismo rural oferece oportunidades para negócios e novos empreendimentos; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
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I11 – O custo de permanência nos estabelecimentos que praticam o turismo rural é acessível e convidativo; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I12 – O turismo rural possui estabelecimentos que atendem a todo tipo de turista conforme sua classe econômica; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I13– No turismo rural pode-se apreciar culinária caseira e pratos naturais; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I14 – Apreciar comidas caseiras, pratos naturais e típicos da região; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I15 – No turismo rural pode-se descansar da agitação e barulho das cidades; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
I16– A paisagem do campo faz parte dos passeios de lazer e descanso; 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
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Apêndice B - Roteiro para entrevista na Prefeitura Municipal de Camboriú
1) A prefeitura possui um plano para o desenvolvimento turístico da cidade de Camboriú?
2) Quando este plano foi criado e quais são as principais ações projetadas?
3) Quais as fases deste plano que já foram implementadas pela Prefeitura tendo como foco o
desenvolvimento do turismo rural?
4) Por que se acredita que a cidade de Camboriú tem capacidade para desenvolver o turismo rural?
5) Quais os resultados alcançados com a implantação do Projeto Turismo Ecológico Rural?
6) Quais os principais pontos turísticos do município?
7) Quantos e quais são os equipamentos turísticos em funcionamento na cidade?
8) Quantos estabelecimentos existem cadastrados na Prefeitura voltados ao turismo rural? Qual o
segmento de atuação de cada um?
9) Já foram oferecidos cursos e capacitações aos envolvidos nas atividades de turismo rural da cidade?
Quais? Quando? Quais objetivos?
10) Qual a política de preços adotada pelos estabelecimentos voltados ao turismo rural? A prefeitura tem
conhecimento da demanda de visitantes?
11) De que forma a Prefeitura tem divulgado o município e o turismo rural? Qual o orçamento destinado no
último ano à Secretaria de Turismo com esta finalidade?
12) Quais as políticas de turismo do município? Explique cada uma delas.
Empresários da iniciativa privada têm demonstrado interesse em investir no setor turístico da cidade de Camboriú?
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Apêndice C - CD entrevista com o Supervisor de Turismo de Camboriú
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ANEXOS Anexo I - Projeto Turismo Ecológico Rural
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