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O PATRIMNIO DAS ENCOSTAS DO DOURO
por Unidades de Paisagem
FICHA TCNICA
CMARA MUNICIPAL DE VILA NOVA DE GAIA
Projecto Encostas do Douro
TITULO
O PATRIMNIO DAS ENCOSTAS DO DOURO,
POR UNIDADE DE PAISAGEM
EQUIPA TCNICA
Vilma Silva COORDENAO TCNICA, ORDENAMENTO DO TERRITRIO E PAISAGEM
Isabel Castro ORDENAMENTO DO TERRITRIO, INVENTRIO DO PATRIMNIO CULTURAL E PAISAGEM
Ricardo Toms CARTOGRAFIA E SISTEMAS DE INFORMAO GEOGRFICA
Tiago Costa INVENTRIO DO PATRIMNIO CULTURAL
Eugnia Guedes RECOLHA E PESQUISA HISTRICA
Helga Nair INVENTRIO DO PATRIMNIO CULTURAL
Ftima Laranjeira DISPOSIES REGULAMENTARES
Srgio Moreira DISPOSIES REGULAMENTARES
Conceio Fernandes DISPOSIES REGULAMENTARES
Paula Rua APOIO ADMINISTRATIVO
Joo Mota e Silva ENGENHEIRO CIVIL
Dina Henriques CHEFE DE EQUIPA DO PROJECTO ENCOSTAS DO DOURO
VILA NOVA DE GAIA, 30 DE JUNHO DE 2011
O Patrimnio das Encostas do Douro
Pretendeu-se como este documento sistematizar a informao existente sobre Patrimnio
Cultural e Natural das Encostas do Douro e completar este conhecimento com informao
proveniente de trabalho de campo e de pesquisa histrica. Neste contexto, foram
desenvolvidas fichas de caracterizao individuais para cada ponto de interesse ao longo da
rea integrada no Projecto Encostas do Douro, sendo apresentadas, de jusante para
montante.
Considera-se no entanto que estas fichas de caracterizao devem ser vistas como um
documento aberto, sujeito sempre que necessrio, a novos contributos e actualizaes.
As fichas de caracterizao foram elaboradas com base nas seguintes fontes de informao:
Trabalho de campo realizado pela equipa multidisciplinar do Projecto Municipal
Encostas do Douro;
Inventrio do Patrimnio Arquitectnico e Arqueolgico desenvolvido pela GAIURB
EEM, no mbito do processo de reviso do PDM de Vila Nova de Gaia, em 2007;
Fichas de Inventariao do Patrimnio Imvel do Concelho, Arquivo Municipal de
Vila Nova de Gaia (trabalho desenvolvido de 1999 a 2005);
Monografias das freguesias abrangidas;
Levantamentos fotogrficos realizados ao longo dos anos;
Diversos registos histricos;
Relatrio de Estgio de Arquitectura Paisagista As Quintas em Estrutura Ecolgica
na margem Sul do Douro, de lea Soares.
O Patrimnio Histrico e Cultural inventariado revela uma antiga e ntima relao entre o
Homem e esta paisagem fluvial que nela erigiu um vasto conjunto construdo do qual resulta
uma inventariao de 33 quintas privadas de recreio e produo, 21 cais, 5 ncleos
ribeirinhos, 11 elementos arquitectnicos religiosos, 2 elementos industriais de Interesse
Patrimonial e Histrico, 6 pontes e 2 areinhos.
Para alm destes, destacam-se tambm infra-estruturas de apoio visita da orla ribeirinha do
Rio Douro em Vila Nova de Gaia, ou seja, stios que podem ser considerados como portas de
entrada e acesso ao Rio Douro. So exemplo disso o Laboratrio Edgar Cardoso, o Jardim de
Oliveira do Douro, o Parque Botnico do Castelo, o Centro Nutico de Crestuma e o Centro de
Educao Ambiental da empresa guas do Douro e Paiva.
Para alm do vasto patrimnio material, destaca-se tambm a riqueza do patrimnio imaterial,
como so o caso das lendas e tradies ligadas ao Rio. Este patrimnio no foi objecto de
ficha de caracterizao, embora se considere que o conhecimento sobre este apresenta um
grande interesse histrico e cultural, para alm de nos ajudar a perceber a relao do homem
com esta paisagem.
No respeitante ao Patrimnio Natural destacam-se como valores naturais nicos a escarpa da
Serra do Pilar, os areinhos, o vale agrcola de Quebrantes, os afluentes do Rio Douro e suas
galerias ripcolas.
Ao longo dos tempos, parte destes valores patrimoniais foram-se desqualificando, muito
devido s dinmicas relacionadas com o abandono agrcola, expanso urbana, viria e
industrial.
Actualmente assiste-se a uma crescente valorizao da dinmica ribeirinha enquanto potencial
de desenvolvimento da regio, na perspectiva de devolver o Rio s suas gentes e de fomentar
o seu potencial recreativo e turstico. Exemplo dessas iniciativas o recente Protocolo,
celebrado entre o Instituto Porturio e dos Transportes Martimos (IPTM) e o Municpio de Vila
Nova de Gaia, com o objectivo de requalificar o Cais do Esteiro em Avintes e o Cais de
Crestuma.
Prev-se igualmente, para um futuro prximo, a recuperao dos cais de acostagem, rampas,
pesqueiras e muros construdos ao longo da margem, assim como a revitalizao dos
percursos de p posto e acessos entre os distintos ncleos ribeirinhos. Assim, espera-se que
muito do Patrimnio Cultural at hoje inventariado, possa ser recuperado, contribuindo para o
enaltecimento da paisagem da frente ribeirinha e para a melhoria da qualidade de vida da
populao do concelho e dos potenciais visitantes.
NDICE
O PATRIMNIO DAS ENCOSTAS DO DOURO, POR UNIDADE DE PAISAGEM:
UNIDADE DE PAISAGEM 1 ESCARPA DA SERRA DO PILAR 6
UNIDADE DE PAISAGEM 2 AREINHO DE OLIVEIRA DO DOURO 18
UNIDADE DE PAISAGEM 3 QUINTAS E MATAS (DO AREINHO FOZ DO RIO FEBROS) 40
UNIDADE DE PAISAGEM 4 AREINHO DE AVINTES 52
UNIDADE DE PAISAGEM 5 QUINTAS E MATAS (DE ESPINHAO AT AZENHA DE CAMPOS) 60
UNIDADE DE PAISAGEM 6 QUINTAS E MATAS (DE AZENHA DE CAMPOS A ARNELAS) 72
UNIDADE DE PAISAGEM 7 QUINTAS E MATAS (DE ARNELAS AO PARQUE BOTNICO DO CASTELO) 81
UNIDADE DE PAISAGEM 8 REA ENVOLVENTE ALBUFEIRA CRESTUMA-LEVER 96
Escarpa da Serra do Pilar
Portas da Paisagem Protegida
Unidades Territoriais:
Ncleos ribeirinhos
Areinhos
Estruturas de apoio visita
Ncleos ribeirinhos
Fluxos fluviais antigos entre margens
Areinhos
Quintas e Matas
Contnuo florestal
Plano Conceptual
o Quinta de Espinhao
o Quinta do Gradouro
o Quinta de Porcas
o Quinta da Graceira
o Cais da Quinta da Graceira
o Quinta da Fundada
o Lugar da Azenha de Campos
o Cais da Azenha de Campos
o Capela da Nossa Senhora dos Prazeres
o Quinta na Rua da Azenha
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o Ponte Luiz I
o Mosteiro da Serra do Pilar
o Escarpa da Serra do Pilar
o Capela do Senhor dAlm
o Cais de S. Nicolau
o Ponte do Infante D. Henrique
o Quinta do Vale da Glria
o Ponte D. Maria Pia
o Casa do Registo
o Ponte S. Joo
o Lugar de Arnelas e Capela de S. Mateus
o Cais de Arnelas
o Quinta do Ferraz
o Quinta do Casalinho
o Quinta do Pao (Arnelas)
o Quinta de Cima
o Quinta do Outeirinho e do Moledo
o Quinta da Velha
o Cais da Quinta da Velha
o Quinta da Lagoa
o Cais da Fbrica Metalrgica SOFUME
o Parque Botnico do Castelo
o Centro Nutico de Crestuma
o Quinta das Touas
o Quinta na Rua Eugnio Paiva Freixo
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Fichas de Caracterizao do Patrimnio das Encostas do Douro, por Unidade de Paisagem :
Imagem de Isabel Castro Freitas
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o Lugar de Crestuma
o Cais de Crestuma
o Complexo Fabril Fiao e Tecelagem
o Quinta da Estrela
o Companhia de Fiao de Crestuma
o Quinta da Torre Bella
o Cais da Quinta da Torre Bella
o Quinta das Carvalheiras
o Cais da Quinta das Carvalheiras
o Quinta da Fonte da Vinha
o Cais da Quinta da Fonte da Vinha
o Cais da Quinta dos Cubos
o Quinta do Arcediago
o Quinta dos Frades
o Cais da Quinta dos Frades
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CAIS DE
GAIA
ESTEIRO DE
AVINTES
ESPINHAO
AZENHA DE
CAMPOS
ARNELAS
CRESTUMA
BARRAGEM
DE
CRESTUMA-
LEVER
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o Barragem e Albufeira de Crestuma-Lever
o Quinta do Peso
o Centro de Educao Ambienta das
guas do Douro e Paiva
o Quinta na Rua de Gondesende
o Cais de Quebrantes
o Laboratrio Edgar Cardoso
o Quinta de S. Salvador
o Quinta de Santo Antnio (do Prado)
o Quinta da Bajanca
o Quinta na Travessa de Azevedo Magalhes
o Quinta de Quebrantes e Capela Romnica
o Cais de Oliveira do Douro
o Jardim de Oliveira do Douro
o Areinho de Oliveira do Douro
o Quinta da Alegria
o Ponte do Freixo
o Quinta do Mirante
o Quinta da Pedra Salgada
o Cais da Quinta da Pedra Salgada
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o Quinta de Santo Incio de Fies
o Arvoredo Classificado da Quinta de Santo Incio de Fies
o Quinta de S. Julio
o Quinta de Campinhos
o Quinta do Cadeado ou do Sebastio
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o Cais do Esteiro
o Lugar do Esteiro
o Areinho de Avintes
o Quinta do Pao (Avintes)
o Quinta da Devesa
o Cais de Avintes
o Lugar de Espinhao
UNIDADE DE PAISAGEM 1 Escarpa da Serra do Pilar
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o Ponte Luiz I
o Mosteiro da Serra do Pilar
o Escarpa da Serra do Pilar
o Capela do Senhor dAlm
o Cais de S. Nicolau
o Ponte do Infante D. Henrique
o Quinta do Vale da Glria
o Ponte D. Maria Pia
o Casa do Registo
o Ponte S. Joo
CAIS DE
GAIA
ESTEIRO DE
AVINTES
ESPINHAO
AZENHA DE
CAMPOS
ARNELAS
CRESTUMA
BARRAGEM
DE
CRESTUMA-
LEVER
Rio Douro, pleno de vida e riqueza, pontes e
barcos sobre as suas guas o cruzam,
testemunhando a incessante corrente at ao mar
to prximo.
Isabel Castro, 2011
A Ponte Luiz I (tambm conhecida por Ponte D. Lus), ex-libris da cidade do Porto, includa
no Centro Histrico do Porto, foi classificada como Imvel de Interesse Pblico e como
Patrimnio Industrial pelo IPPAR em 1982, e ainda como Patrimnio Mundial Cultural da
Unesco em 1996. Projectada pelo Engenheiro Tefilo Seyrig (discpulo de Gustave Eiffel), a
Ponte Luiz I foi uma das obras de maior envergadura do plano rodovirio, realizado pelo
monarca Luiz I.
Inaugurada a 1886, a ponte apresenta 2 tabuleiros, com o comprimento de 395 metros e
um arco de ferro com 172 metros de corda. Na altura da sua construo, permitia a
passagem da estrada real vinda de Lisboa at ao norte do pas.
PONTE LUIZ I
SANTA MARINHA
Paulo Oliveira, 2003
Helga Nair, 2010 Memrias de Gaia atravs do Bilhete Postal Ilustrado, 2002
Memrias de Gaia atravs do Bilhete Postal Ilustrado, 2002
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 08
01
A Serra do Pilar, de vertente escarpada sobranceira ao Rio Douro e com 96 metros de
altitude, encontra-se encimada pelo Mosteiro da Serra do Pilar, de Frades Agostinhos e
hoje convertido em quartel militar. Para alm do Mosteiro, foram tambm consagrados a
Patrimnio Mundial Cultural da UNESCO em 1996, a Igreja e Claustro da Serra do Pilar.
A Poente da Serra do Pilar, junto ao tabuleiro superior da Ponte Luiz I, encontra-se o
Jardim do Morro, que desfruta de uma vista soberba sobre o rio Douro e sobre os Centros
Histricos do Porto e de Vila Nova de Gaia. O jardim possui um lago, um coreto e uma
vasta variedade de espcies vegetais, entre as quais de destacam as tlias. Actualmente, o
telefrico, inaugurado a 1 de Abril de 2011, faz a ligao entre o Cais de Gaia e o Jardim do
Morro, percorrendo uma distncia de 560 metros.
MOSTEIRO DA
SERRA DO
PILAR
SANTA MARINHA
Paulo Oliveira, 2003
Helga Nair, 2010 Paulo Oliveira, 2003
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 09
02
A escarpa da Serra do Pilar est situada entre a Ponte Luiz I, na freguesia de Santa
Marinha e Quebrantes em Oliveira do Douro. Em termos geolgicos, a Serra do Pilar
composta por granito alcalino de gro mdio a grosseiro, leucocrata de duas micas,
correspondente ao granito que surge igualmente no Porto.
Trata-se de uma rea que est sujeita a uma operao de requalificao urbanstica,
prevendo-se a execuo posterior de um conjunto de aces que permitam a consolidao
da escarpa, complementadas com trabalhos de tratamento paisagstico e renaturalizao
da mesma.
ESCARPA DA
SERRA
SANTA MARINHA
Helga Nair, 2010
Paulo Oliveira, 2003 Helga Nair, 2010
Ricardo Toms, 2009
Helga Nair, 2010
Ricardo Toms, 2009
Joo Ferrand, 2008
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 10
03
A Capela do Senhor dAlm, referida como herdeira de um Hospcio Carmelita do sculo
XVI, est situada na encosta da Serra do Pilar e foi edificada no lugar da antiga ermida do
sculo XII, consagrada a Jesus Cristo Crucificado, cuja imagem se venera ali com
invocao do Senhor dAlm.
Foi reconstruda em 1877, merecendo destaque a talha dourada de grande ornamentao
no altar e a Milagrosa Imagem.
A festa em honra do Senhor dAlm realizava-se, processionalmente, em barcos pelo Rio
Douro, no domingo seguinte em que se celebra a festividade Senhora do Pilar (no
penltimo domingo de Agosto).
CAPELA DO
SENHOR
DALM
SANTA MARINHA
Paulo Oliveira, 2003
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 11
04
CAIS DE
S. NICOLAU
SANTA MARINHA
O Cais de S. Nicolau est situado no sop da escarpa da Serra do Pilar.
No passado serviu de apoio a uma antiga fbrica de cermica contgua.
Serviu ainda, mais recentemente, de ponto de acesso ao plano de gua para
desportos nauticos do CDUP, actividade que entretanto cessou naquele local.
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 12
05
A Ponte do Infante D. Henrique, projectada pelo Arquitecto Jos Antnio
Fernndez Ordez e pelo Engenheiro Ado da Fonseca, foi baptizada em honra
do Infante D. Henrique, nascido no Porto, tendo sido inaugurada em Maro de
2003.
Localizada a montante da Ponte Luiz I e com uma extenso de 371 metros, a
Ponte do Infante D. Henrique, liga o Bairro das Fontainhas no Porto, Serra do
Pilar em Vila Nova de Gaia, destinando-se exclusivamente ao trnsito rodovirio,
de modo a substituir o tabuleiro superior da Ponte Luiz I, convertida para uso do
metro.
PONTE DO
INFANTE
D. HENRIQUE
SANTA MARINHA
Helga Nair, 2010
Paulo Oliveira, 2003 Helga Nair, 2010
Isabel Castro, 2011
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 13
06
A Quinta do Vale da Glria, localizada entre a Ponte do Infante D. Henrique e a
Ponte Maria Pia, destaca-se pela sua posio sobranceira ao Rio Douro e pela
presena de uma extensa mina cavada no granito, que se divide em dois ramais,
denominada Fonte da Gruta. Outrora, a gua desta fonte era comercializada
como gua da Gruta. Nos seus terrenos armados em socalcos, evidencia-se
para alm de folhosas, um conjunto de Palmeiras das Canrias - Phoenix
canariensis.
QUINTA DO
VALE DA
GLRIA
SANTA MARINHA
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
In Notas Monogrficas sobre a Freguesia de Santa Eullia de
Oliveira do Douro
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 14
07
A Ponte Maria Pia, assim chamada em honra de Maria Pia de Sabia, rainha de
Portugal pelo seu casamento com o rei D. Luiz I um Monumento Nacional da
autoria de Gustave Eiffel, datada de 1877. Foi a primeira ponte ferroviria a unir
as duas margens do Rio Douro, tendo sido empregues mtodos revolucionrios
para a construo do vo, o maior da sua poca. Aps 114 anos de
funcionamento, a ponte foi considerada obsoleta, tendo sido encerrada em 1991
e substituda pela Ponte de S. Joo, localizada a montante.
PONTE
MARIA PIA
OLIVEIRA DO DOURO
Paulo Oliveira, 2003
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Memrias de Gaia atravs do Bilhete Postal Ilustrado, 2002
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 15
08
A Casa do Registo ou Barreira de Quebrantes, consiste numa construo antiga bastante
adulterada, que apesar disso, mantm elementos construtivos indicadores de um passado
recente. Um destes elementos o braso existente no edifcio, que pela sua configurao,
se enquadra no armorial portugus, como braso real do fim da monarquia (1834 a 1910).
No mbito econmico, sabe-se que teve alguma importncia para a Cidade do Porto e
arredores, ao nvel da fiscalidade, justificada pelo grande fluxo mercantil que circulava no
Rio Douro at aos finais do sculo XIX, gerador de uma das maiores fontes de receita do
Reino de Portugal, pela sua localizao privilegiada, que antecede o cais da ribeira de Gaia
e do Porto e pela acessibilidade franqueada, comprovada pela anlise de alguns (dos
muitos) documentos existentes no acervo do Arquivo Histrico Municipal do Porto Casa
do Infante.
CASA DO REGISTO DE
QUEBRANTES
OLIVEIRA DO DOURO
Fonte: Repositrio temtico da Universidade do Porto - http://repositorio-tematico.up.pt/ Helga Nair, 2011
Helga Nair, 2011
Helga Nair, 2011
Eugnia Guedes, 2011
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 16
09
A Ponte de S. Joo, projectada pelo Engenheiro Edgar Cardoso, com vista a substituir a
Ponte D. Maria Pia, deve o seu nome em honra do Santo da Cidade do Porto, tendo sido
inaugurada a 22 de Junho, do ano 2001. A construo desta ponte ferroviria revelou-se
inovadora e distinta das anteriormente construdas em arco, por ter sido adoptada uma
soluo em prtico, apoiado em dois pilares fundados no leito do rio, constituindo
actualmente um sistema padro de construo mundial. Na margem sul do rio, na
proximidade de um dos pilares da ponte, encontra-se o Outeiro do Castro um denso
arvoredo sobre a encosta.
PONTE DE
S.JOO
OLIVEIRA DO DOURO
Lauren Maganete, 2010
Paulo Oliveira, 2003 Isabel Castro, 2010 Paulo Oliveira, 2003
Helga Nair, 2011
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 17
10
o Cais de Quebrantes
o Laboratrio Edgar Cardoso
o Quinta de S. Salvador
o Quinta de Santo Antnio (do Prado)
o Quinta da Bajanca
o Quinta na Travessa de Azevedo Magalhes
o Quinta de Quebrantes e Capela Romnica
o Cais de Oliveira do Douro
o Jardim de Oliveira do Douro
o Areinho de Oliveira do Douro
o Quinta da Alegria
o Ponte do Freixo
o Quinta do Mirante
o Quinta da Pedra Salgada
o Cais da Quinta da Pedra Salgada
UNIDADE DE PAISAGEM 2 Areinho de Oliveira do Douro
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CAIS DE
GAIA
ESTEIRO DE
AVINTES
ESPINHAO
AZENHA DE
CAMPOS
ARNELAS
CRESTUMA
BARRAGEM
DE
CRESTUMA-
LEVER
Lauren Maganete, 2010
Vista do Areinho e do Jardim de Oliveira do Douro na margem sul do Rio Douro
cruzado por duas imponentes Pontes: a Ponte S. Joo e a Ponte D. Maria Pia.
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 19
O Cais de Quebrantes est situado a 7 km da foz do Rio Douro, imediatamente a
montante da Ponte Ferroviria de S. Joo, em frente ao Laboratrio Edgar Cardoso.
Constitudo actualmente por estacas e plataformas flutuantes para acostagem, este cais
privativo de uma operadora francesa de embarcaes martimo-tursticas, cujos cruzeiros
sobem o Douro at Espanha (ITPM 2008).
Acima do cais, numa plataforma, destaca-se a Casa do Registo de Quebrantes, na qual
permanece ainda o braso, antigo entreposto mercantil, intimamente relacionado com o
cais.
Neste local, aquando das Invases Francesas em 1808, serviu de passagem ao exrcito
anglo-luso no desembarque e libertao da cidade do Porto, sitiada pelo exrcito Francs.
CAIS DE
QUEBRANTES
OLIVEIRA DO DOURO
Helga Nair, 2010
Fonte: Repositrio temtico da Universidade do Porto - http://repositorio-tematico.up.pt/
Helga Nair, 2010
Isabel Castro, 2011
Fonte: Notas Monogrficas sobre a Freguesia de Santa Eullia de Oliveira do
Douro (ALMEIDA, L., 1985)
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 20
11
QUINTA DA
PEDRA
SALGADA
OLIVEIRA DO DOURO
LABORATRIO
EDGAR
CARDOSO
OLIVEIRA DO DOURO
O Laboratrio Edgar Cardoso foi criado um pouco antes do incio dos trabalhos da construo da Ponte
S. Joo, para servir como laboratrio estrutural de experimentao de materiais e de solues
construtivas para a ponte.
Estas instalaes, que incluem um auditrio, no estavam a ser utilizadas praticamente desde a
concluso da obra da Ponte S. Joo.
Depois de diversas tentativas efectuadas desde essa altura, o Municpio conseguiu celebrar
recentemente com a REFER um contrato de concesso de uso privativo destas instalaes com vista
sua preservao e reabilitao para actividades associadas ao rio e navegao, bem como
realizao de aces e exposies ligadas cincia e tecnologia.
Entretanto o Municpio celebrou um contrato-programa de desenvolvimento desportivo com a Federao
Portuguesa de Canoagem, que j instalou a sua sede no Laboratrio Edgar Cardoso e funcionar como
parceira do Municpio na reabilitao e dinamizao destas instalaes, que constituem um equipamento
estratgico para a regenerao urbana da zona da cidade em que se situam.
Helga Nair, 2011
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2011
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 21
12
Por entre as frondosas folhagens das matas ribeirinhas, do
Vale de Quebrantes, descobrem-se resqucios de uma
vida intrinsecamente ligada terra: campos de cultivo,
talhes e hortas, ramadas, pomares
Isabel Castro, 2011
O Vale de Quebrantes delineado por vrios ribeiros, que conferem um elevado interesse
paisagstico e ecolgico a este local. Apesar da degradao das suas margens, encontram-se
ainda belos percursos pedonais sombreados pela vegetao ribeirinha, composta por
extensas manchas de carvalhais, choupais e salgueirais.
Ao longo da Ribeira do Gonalo, tambm denominada de Fontinha, de Sequelos, da Fonte
Formosa ou de Quebrantes, surgiam outrora os moinhos de cereais que detiveram grande
importncia no sculo XVII, sendo que a maior parte estava localizada na Quebrada da
Madalena. Aqui o curso de gua adquiria maior volume, favorecido pelo terreno acidentado, o
que permitia um maior aproveitamento da queda das guas. Os moleiros eram responsveis
pela gua do ribeiro, tendo direito sua posse e obrigao de a vigiar at s nascentes em
Cravel. Era tambm nas ribeiras que as lavadeiras desempenhavam as suas tarefas de
lavagem da roupa das freguesas, que marcaram a cultura portuguesa, hoje recordadas pelas
lendas, contos e cantigas.
Fonte: http://www.geocities.ws/oliveiradouro/htm/cultura.html
Paulo Oliveira, 2003
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 23
No vale espraiado sobre o Rio Douro, a poente da Ponte S. Joo, destacam-se os campos
frteis limitados pelas ribeiras e suas galerias ripcolas, de elevada beleza paisagstica e
interesse ecolgico. Ainda hoje, neste vale agrcola, se pode assistir ao pastoreio e ao cultivo
destes campos, que outrora abasteciam a regio com cereais e hortcolas. Estes terrenos
integram-se na Reserva Agrcola Nacional - RAN, correspondendo a terraos de aluvio e a
reas inundveis de leito de cheia. O vale encontra-se actualmente subdividido em cinco
unidades cadastrais que correspondem Quinta de S. Salvador, Quinta de Santo Antnio,
Quinta da Bajanca, Quinta da Travessa de Azevedo Magalhes e Quinta de Quebrantes.
Fonte: http://www.geocities.ws/oliveiradouro/htm/cultura.html
Paulo Oliveira, 2003
Helga Nair, 2010 Isabel Castro, 2010
Helga Nair, 2011
Memrias de Gaia atravs do Bilhete Postal Ilustrado, 2002
Helga Nair, 2010
Isabel Castro, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 24
Por entre os campos e prados do vale frtil de Quebrantes,
passeia-se alheio realidade urbana que se edifica aqui to perto.
Ricardo Toms, 2011
A Quinta de S. Salvador localiza-se a cerca de 6,6 Km da foz do Rio Douro e ocupa uma
rea de 1,55 hectares. Apesar de no ser marginal ao Douro, localiza-se a meia encosta,
beneficiando de excelentes vistas para o rio. Faz parte de um conjunto historicamente
designado por Quinta de Quebrantes, dividida na Quinta de Cima e Quinta de Baixo
sendo esta ltima a actual Quinta de S. Salvador. Constituda por uma Manso senhorial
oitocentista, formada por um complexo de corpos adossados entre si e implantados num
plano horizontal formando uma casa com capela de porte simples mas elegante (Gaiurb
EEM, 2007).
Remontam ao sc. XV as origens desta propriedade, associada famlia dos Pintos desde
do sc. XVI (Gaiurb EEM, 2007). Hoje, com profundas alteraes ao traado original da
casa, a quinta foi transformada em unidade hoteleira, com 7 quartos duplos, restaurante e 5
sales para realizao de eventos que oferece logo chegada aos visitantes fruta
fresca, gua mineral e Vinho do Porto.
QUINTA DE
S. SALVADOR
OLIVEIRA DO DOURO
Site Estalagens de Portugal (Disponvel em http://www.estalagensdeportugal.com)
Gaiurb EEM, 2007 Gaiurb EEM, 2007
Helga Nair, 2011
Helga Nair, 2011 Helga Nair, 2011
Helga Nair, 2011
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 26
13
Localizada a 7 Km da foz do Rio Douro, imediatamente a montante da Ponte de S. Joo. A
proximidade dos centros de V.N. Gaia e Porto e de vias, como o IC23 e a Avenida D. Joo
II, contribuem para uma forte presso urbana ameaa preservao do carcter rural e
agrcola de todo o vale onde se situa a quinta.
A rea total da propriedade de 7,7 hectares e ter sido parte da Quinta de Guimares,
antiga designao da Quinta de Quebrantes, bem como da parcela agrcola a Norte, que
faz a ligao com o Rio Douro. limitada a Norte por um pequeno ribeiro, que juntamente
com a vegetao ripcola presente, constituem um elemento de valor ecolgico a preservar.
contgua a vrias outras, entre as quais a de S. Salvador e a da Bajanca.
A quinta divide-se essencialmente em 3 zonas: a cota mais baixa, com risco de cheia, uma
rea mais plana caracterizada por um mosaico de parcelas agrcolas, divididas por
alinhamentos de choupos; em cotas um pouco mais elevadas, encontra-se o edificado, algo
descaracterizado, no apresentando por isso grande interesse - excepo feita para os
espigueiros, marcos da actividade agrcola de outrora e por isso, parte do patrimnio
cultural; nas reas mais declivosas, de cota superior, situam-se as reas florestais, embora
muitas delas estejam algo degradadas, sem coberto vegetal facto que aumenta ainda
mais o risco de eroso.
Em termos de PDM, a maioria da rea da quinta est integrada em Estrutura Ecolgica
Fundamental, tratando-se de uma rea em leito de cheia, sendo tambm a maioria dos
solos abrangidos pela RAN e REN.
QUINTA DE
SANTO
ANTNIO
(DO PRADO)
OLIVEIRA DO DOURO
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Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Bing Maps
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 27
14
A Quinta da Bajanca situa-se num terreno na proximidade da Rotunda Gil Eanes, em
Oliveira do Douro, limitado por muros de granito.
Actualmente, parte da quinta alberga um campo de treino de ces.
A entrada para a quinta ladeada por choupos de grande porte e no terreno, onde se
encontra uma casa antiga restaurada, avista-se uma belssima paisagem sobre o Porto e
sobre o Rio Douro.
QUINTA DA
BAJANCA
OLIVEIRA DO DOURO
Bing Maps
Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011 Helga Nair, 2011 Isabel Castro, 2011
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 28
15
A Quinta na Travessa de Azevedo Magalhes, situada no nmero 8 da Travessa
Azevedo de Magalhes, ladeada por um alto muro de granito.
Trata-se de uma quinta urbana, integrada no Vale de Quebrantes. A entrada da
quinta feita por um porto de grades de ferro que conduz a um percurso,
sombreado por uma bela ramada at aos edifcios de pedra, entre os quais se
destacam duas casas, uma eira e um espigueiro.
Em termos paisagsticos, a quinta destaca-se pela presena de campos de
cultivo, oliveiras e algumas folhosas.
QUINTA NA
TRAVESSA DE
AZEVEDO
MAGALHES
OLIVEIRA DO DOURO
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Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011 Isabel Castro, 2011 Bing Maps
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 29
16
Remontam ao sc. XIV as referncias existncia da Quinta de Quebrantes. Desde o
sc. XVIII pertence famlia Campo Bello, tendo sido fundada no sculo XIV por um
guerreiro da Batalha de Aljubarrota, 1 Senhor de Gaia. Fazia parte do j referido conjunto
da Quinta de Guimares, a par de outras quintas do Vale de Quebrantes, ainda hoje
contguas a esta, como as quinta da Bajanca e de Santo Antnio do Prado e de outras sem
designao conhecida.
Os actuais pontos de referncia so: o braso da famlia Leites Pereira, ligada
posteriormente famlia Campo Bello e a Capela Romnica dedicada Nossa Senhora da
Conceio, identificada como patrimnio de interesse arquitectnico, na carta de
salvaguardas da planta de ordenamento do PDM, em vigor.
Est localizada entre a Ponte S. Joo e a Ponte do Freixo, a cerca de 7,2 Km da foz do Rio
Douro e apresenta uma frente de rio de 275 metros. A forte presso antrpica est bem
patente no seu limite Sul, o N de Gervide do IC 23, tendo a construo do mesmo
originado o corte de parte da quinta. Os terrenos que totalizam uma rea de 26,35
hectares, so limitados a este e atravessados a norte por linhas de gua, importantes pelo
seu valor ecolgico, enquanto corredores ribeirinhos.
A organizao da propriedade, aparenta ter resultado da juno de duas quintas. Assim,
apresenta duas zonas distintas de produo agrcola, uma a Sul, outra a Norte, surgindo
junto ao Rio Douro alguns talhes de cultivo de menor escala. Associadas a estas, esto
duas reas edificadas distintas, residncia de caseiros, que apesar de descaracterizadas,
apresentam elementos de interesse, como a j referida capela e os espigueiros existentes.
Nas zonas mais declivosas, surge uma vasta mancha florestal, de densidade varivel.
A importncia ecolgica do local est bem patente na sua incluso em termos de PDM,
com a excepo do espao de enquadramento ao IC23, na Estrutura Ecolgica
Fundamental. A propriedade encontra-se localizada numa rea em leito de cheia e
tambm abrangida por reas de RAN e REN.
QUINTA DE QUEBRANTES
E CAPELA
ROMNICA
OLIVEIRA DO DOURO
Paulo Oliveira, 2003
Gaiurb EEM, 2007 Gaiurb EEM, 2007
Gaiurb EEM, 2007
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 30
17
O Cais de Oliveira do Douro, situado a jusante do Areinho de Oliveira do Douro,
antes da Ponte do Freixo e defronte Marina do Freixo, ao Palcio do Freixo e
ao Museu da Imprensa na margem esquerda do rio (todos eles se localizam a
montante da Ponte do Freixo).
O Cais constitudo por plataformas para embarcaes de recreio e por uma
rampa de varar, tendo acesso pelo Jardim de Oliveira do Douro. Do cais, avista-
se do outro lado da margem a belssima Quinta da China e o arvoredo dos
Jardins Nova Sintra na freguesia do Bonfim.
CAIS DE
OLIVEIRA DO
DOURO
OLIVEIRA DO DOURO
Bing Maps
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Lauren Maganete, 2010
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 31
18
O Jardim de Oliveira do Douro, situado entre o Vale de Quebrantes e o Areinho
de Oliveira do Douro, um espao que exerce a funo de parque de merendas
aos visitantes. Dotado de algumas mesas e bancos de apoio, o jardim conta
ainda com uma fonte antiga e um extenso arvoredo composto por pltanos de
grande porte, que sombreiam o espao com vista para o Rio Douro.
Justaposto ao Jardim, encontra-se um recinto desportivo de terra batida,
conhecido por Campo do Areinho.
Actualmente, este jardim constitui o nico espao verde formal, na rea
abrangida pela proposta Paisagem Protegida Local.
JARDIM DE
OLIVEIRA DO
DOURO
OLIVEIRA DO DOURO
Marta Terra, 2011
Lauren Maganete, 2010 Isabel Castro, 2011 Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 32
19
Espelham-se nas guas as silhuetas dos Pltanos, eternos
observadores das vivncias quotidianas do Rio e das suas
gentes.
Marta Terra, 2011
O Areinho de Oliveira do Douro, situado a cerca de 7 km da foz do Rio Douro,
tornou-se ao longo dos sculos, pela sua candura, num espao aprazvel de
encontro do Homem com o rio. neste local que o rio se meandra e gera um
vincado ponto de inflexo, onde outrora um Facho (hoje em dia situado sob a
Ponte do Freixo) controlava e vigiava os barcos que nele navegavam. O Areinho
volveu-se num dos locais de eleio para os artistas, pintores e escritores
portugueses, inspirados pela sua beleza natural e pelas suas gentes, que o
animavam e moldavam. Aqui, o leito do rio alarga-se, formando uma ampla bacia
de lisura, propcia s prticas de pesca e de recreio balnear.
Outrora uma importante pesqueira, assim referida no Foral de 1512, o Areinho
hoje frequentado sobretudo para a prtica balnear e para utilizao de um recinto
desportivo para a prtica de futebol, denominado Campo do Areinho. Do outro
lado do rio, ergue-se majestoso o Palcio do Freixo, junto foz dos Rios Tinto e
Torto, actualmente estrangulada pelo aterro da marginal, a Marina do Freixo e
ainda o Museu Nacional da Imprensa.
AREINHO DE
OLIVEIRA DO
DOURO
OLIVEIRA DO DOURO
Paulo Oliveira, 2003
Lauren Maganete, 2011
Fonte: Notas Monogrficas sobre a Freguesia de Santa Eullia e Oliveira do Douro
Fonte: http://www.portoantigo.org/
Travessia do rio pela brigada do General Ingls at ao Freixo para cortar a retirada das foras francesas
Vista do Areinho, praia de banhos Areinho de Oliveira do Douro, Aurlia de Souza, (Anterior a 1908)
Fonte: SILVA, R., Aurlia de Souza, 2004 Fonte: Notas Monogrficas sobre a Freguesia de Santa Eullia e Oliveira do Douro
Gravura sobre o Areinho de Oliveira do Douro
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 34
20
Com uma rea de 3,71 hectares e localizada em frente ao Areinho de Oliveira do Douro, a
8 Km da foz do Rio Douro, a Quinta da Alegria ocupa uma frente de rio de 240 metros.
limitada a Este e Sul pelo IC23, que faz a ligao Ponte do Freixo, cuja construo foi
concluda em 1995 e que atravessou a quinta, dividindo-a em duas reas distintas.
Dever ter servido para habitao, fazendo parte de uma tipologia de Quintas de Recreio
caractersticas do sc. XVIII, identificveis pela vegetao ornamental junto da casa. De
referir que muitas destas quintas esto hoje adaptadas para actividades hoteleiras.
Nesta quinta destaca-se a elevada aptido agrcola dos terrenos, o patrimnio edificado,
que embora considerado no PDM como estando em runa, apresenta algum interesse e
possibilidade de restauro. Exemplo disso o edifcio de 2 pisos, de grandes dimenses,
assente numa plataforma contida num muro de suporte de granito. Na poca, o acesso
principal era feito pelo rio, facto determinante para a localizao da casa, que se
desenvolve num eixo que potencia a contemplao do rio.
Sabe-se que j no sc. XX foi transformada para albergar instalaes industriais, onde
funcionou uma vacaria, a Vacaria da Quinta da Alegria, cuja runa do edifcio ainda existe
na parte posterior da casa, destacando-se o painel de azulejo que possui. Outro dos
elementos construtivos a destacar, o muro de granito que limita a quinta.
Encontra-se totalmente integrada em Estrutura Ecolgica Fundamental e parcialmente
integrada em REN. Encontra-se ainda integrada em Leito de Cheia e identificada na
Carta de Salvaguardas da Planta de Ordenamento do PDM em vigor, como elemento de
interesse patrimonial.
QUINTA DA
ALEGRIA
OLIVEIRA DO DOURO
5 6
Paulo Oliveira, 2003
Lauren Maganete, 2010
Fonte: fotografia gentilmente cedida pelo Sr. Eng. Rodrigues dos Santos (proprietrio da quinta) Vero de 1973
Lauren Maganete, 2010 Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 35
21
A Ponte do Freixo foi projectada pelo Professor Antnio Reis e pelo Engenheiro
Daniel de Sousa e inaugurada a Setembro de 1995. Com um comprimento total
de 750 metros, a ponte mais a montante do Esturio do Rio Douro e que
estabelece a ligao entre as auto-estradas para Viana do Castelo, Braga e
Amarante (a Norte) e Aveiro, Coimbra e Lisboa (a Sul) atravs de duas pontes
construdas lado a lado, afastadas de 10 cm.
PONTE DO
FREIXO
OLIVEIRA DO DOURO
Lauren Maganete, 2010
Paulo Oliveira, 2003 Paulo Oliveira, 2003 Paulo Oliveira, 2003 Helga Nair, 2011
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 36
22
A Quinta do Mirante est localizada imediatamente a montante da Quinta da
Alegria, junto ao antigo sapal e ao Areinho de Oliveira do Douro, a 8,4 Km da foz
do Rio Douro. A rea total de 0,5 hectares apresenta uma frente de rio de 65
metros. contgua s Quintas da Alegria e da Pedra Salgada.
O edifcio principal apresenta uma planta de base rectangular, simtrica, com 2
pisos e o eixo maior, a desenvolver-se perpendicularmente ao rio, orientado para
a sua contemplao. Encontra-se abandonado, num avanado estado de
degradao. Destaca-se, ainda assim, a existncia de alguma vegetao
ornamental de interesse junto a este.
A totalidade da propriedade est includa na Estrutura Ecolgica Municipal e
encontra-se quase na totalidade classificada como rea com risco de cheia. O
carcter do lugar est marcado pela presena da Ponte do Freixo e os restantes
acessos, que tm uma expresso muito forte na paisagem envolvente.
QUINTA DO
MIRANTE
OLIVEIRA DO DOURO
Paulo Oliveira, 2003
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 37
23
Est situada a 8,6 Km da foz do Rio Douro, ocupando uma frente de rio de 220 metros. A
propriedade caracterizada pela Casa Senhorial do incio do sc. XVIII, de 2 pisos e planta
rectangular, sendo a fachada principal voltada para o Rio Douro. Nos cerca de 3,47
hectares que a constituem, destaque para existncia de interessantes macios de
vegetao ornamental, bem como lagos, fontes e outros elementos decorativos.
O seu primeiro proprietrio foi Daniel Bull, Cnsul Holands no Porto, em 1712 (apesar de
haver referncias do stio em 1128 e 1612). Em 1855 esta quinta estava ligada famlia
dos Viscondes de Balsemo. O topnimo Pedra Salgada, advm de at ao local
chegarem as mars vivas, de gua salgada. Apesar de s aparecer como lugar no censo
de 1911, com 3 fogos e 20 habitantes, sabe-se que o nome muito mais antigo.
A ligao da quinta com o rio uma das caractersticas mais marcantes, estando bem
patente, seja na implantao da casa, seja na forma como a propriedade se desenvolve at
ao cais de pedra existente. O principal acesso propriedade era feito pelo rio, existindo
ainda o cais onde este se efectuava.
Graas sua posio privilegiada, uma das quintas mais referidas, nas antigas
descries desta zona do Rio Douro.
Actualmente, aproveitando o ambiente especial que a quinta proporciona, o espao
explorado por uma empresa para a realizao de eventos.
QUINTA DA
PEDRA
SALGADA
OLIVEIRA DO DOURO
Paulo Oliveira, 2003
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Helga Nair, 2010
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 38
24
CAIS DA
QUINTA DA
PEDRA
SALGADA
OLIVEIRA DO DOURO
O Cais da Quinta da Pedra Salgada, localiza-se em frente entrada mais a
montante da quinta.
constituda por uma rampa de granito que se estende perpendicularmente
desde a margem, at ao rio.
Encontra-se actualmente parcialmente destruda, servindo unicamente para a
actividade piscatria.
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 39
25
Q
U
I
N
T
A
S
E
M
A
T
A
S
o Quinta da Torre Bella
o Cais da Quinta da Torre Bella
o Quinta das Carvalheiras
o Cais da Quinta das Carvalheiras
o Quinta da Fonte da Vinha
o Cais da Quinta da Fonte da Vinha
o Cais da Quinta dos Cubos
o Quinta do Arcediago
o Quinta dos Frades
o Cais da Quinta dos Frades
UNIDADE DE PAISAGEM 3 Quintas e Matas do Areinho foz do Rio Febros
CAIS DE
GAIA
ESTEIRO DE
AVINTES
ESPINHAO
AZENHA DE
CAMPOS
ARNELAS
CRESTUMA
BARRAGEM
DE
CRESTUMA-
LEVER
Paulo Oliveira, 2003
QUINTA DA
TORRE BELLA
OLIVEIRA DO DOURO
A Quinta da Torre Bella est localizada a uma distncia de 8,9 Km da foz do Rio Douro,
imediatamente a montante da Quinta da Pedra Salgada. A propriedade estende-se por uma
rea de 4,87 hectares, ocupando uma frente de rio de 280 metros. No se obtiveram na
pesquisa referncias histricas relevantes, desconhecendo-se o seu autor. O principal
edifcio, de 2 pisos, tem por base uma planta em L e apresenta uma arquitectura com
traos revivalistas. A principal fachada virada para o rio; no vrtice comum s 2 alas, o
edifcio alteado em mais um piso, numa clara estratgia de afirmao e contemplao na
envolvente. Existe ainda uma ampliao posterior deste edifcio, de 1 piso, bem como
outras construes dispersas na propriedade, todas elas com menor importncia que a
principal.
A quinta desenvolve-se num patamar de cota superior ao rio, limitado por um muro que
serve ao mesmo tempo de suporte e separao de um caminho pedonal, que circula a cota
inferior, entre a quinta e o rio, dando acesso ao rio por uma rampa, poca da sua
construo, bastante importante para o acesso propriedade.
Actualmente foi instalada uma plataforma flutuante e rampa de acesso a embarcaes de
recreio.
No restante espao surgem relvados pontuados por palmeiras e outras espcies
ornamentais, ou macios arbreo-arbustivos que se salientam pelo seu valor florstico,
colocados junto dos principais caminhos. Existem tambm algumas reas de pastoreio,
reas de mata, pequenos lagos construdos e reas de lazer, como campo de tnis e
piscina.
Paulo Oliveira, 2003
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Marta Terra, 2011
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 42
26
CAIS DA
QUINTA DA
TORRE BELLA
OLIVEIRA DO DOURO
O Cais da Quinta da Torre Bella localiza-se a nascente de um imponente muro
de suporte de terras em granito que ladeia a quinta e que a separa de um
caminho pedonal, marginal ao Rio Douro.
Esta quinta conta com o cais primitivo, constitudo por uma rampa de granito e
uma escadaria que a acompanha desde o rio, at a dois portes de acesso
quinta e ainda com um cais de construo mais recente, constitudo por uma
plataforma flutuante, destinado a embarcaes de recreio, de pequeno porte,
privativas da quinta.
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
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Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 43
27
Situada a 9,1 Km da foz do Rio Douro, num terreno com 1,71 hectares, a Quinta das
Carvalheiras ocupa uma frente de rio de 125 metros. No se encontraram, na pesquisa
efectuada, referncias histricas do local. A quinta dominada pelas 2 grandes
construes existentes: uma casa que aparenta ser a principal, com 3 pisos, algo
descaracterizada e que no apresenta por isso grande interesse do ponto de vista
arquitectnico; e uma outra construo, aparentemente mais recente, grande parte dela
tendo apenas 1 piso. Junto a estes, surgem outros elementos construdos, como o caso
da piscina e do ptio existentes.
Ganha uma forte importncia por ser contgua s Quintas da Torre Bella e da Fonte da
Vinha, fazendo parte de um conjunto de quintas marginais ao Rio Douro, confrontando a
Norte com um percurso paralelo ao rio, limitado pelos muros destas e pontuado pelos
diferentes cais que eram, em tempos, o principal acesso s propriedades. As
caractersticas peculiares da vegetao arbrea das quintas, como o caso desta,
contribuem tambm para o interesse e conforto deste percurso.
QUINTA DAS
CARVALHEIRAS
OLIVEIRA DO DOURO
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 44
28
CAIS DA
QUINTA DAS
CARVALHEIRAS
OLIVEIRA DO DOURO
Fora do muro est localizado um pequeno ancoradouro que deve ter servido a
quinta no passado, tendo sofrido no entanto algumas intervenes, apresentando
um carcter diferente daquele que deveria ser o original.
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
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Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 45
29
Imediatamente a montante da Quinta das Carvalheiras, surge a Quinta da Fonte
da Vinha. Tem uma rea total de 3 hectares e dista 9,3 quilmetros da foz do Rio
Douro, ocupando uma frente de rio de 285 metros. O edifcio original, de 2 pisos,
planta rectangular e com o eixo maior paralelo ao rio, est neste momento a ser
remodelado, devido transformao da quinta num hotel de charme 5 estrelas.
O Fonte da Vinha Hotel & Spa ter 34 unidades de alojamento, restaurante, bar,
spa, 3 salas polivalentes, uma loja gourmet, sala de congressos e ainda um cais
para embarcaes de recreio. (GAIURB EEM, 2011)
Em relao quinta original, destaque para o antigo jardim formal em frente
casa, cujo elemento central uma fonte ainda se encontra em funcionamento.
Neste marcam presena 2 cedros e uma palmeira, todos de grande porte, bem
como camlias de tamanho considervel.
Ao longo de toda a propriedade, bem como no limite desta, destaque para os
diversos muros de alvenaria, uns com maior valor esttico que outros, mas todos
marcando o carcter desta quinta, em terrenos com uma pendente que comea a
ser j considervel.
QUINTA DA
FONTE DA
VINHA
OLIVEIRA DO DOURO
Paulo Oliveira, 2003
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 46
30
CAIS DA
QUINTA DA
FONTE DA
VINHA
OLIVEIRA DO DOURO
O Cais da Quinta da Fonte da Vinha, existente junto ao rio, a cota mais baixa,
garantia o acesso quinta e pela sua dimenso percebe-se que era um
importante local de embarque.
Esse acesso ainda hoje possvel atravs das rampas de acesso e do porto
existente no extremo Norte da quinta.
Helga Nair, 2010 Lauren Maganete, 2010
Clube de Coleccionadores de Gaia, Postal Ilustrado, Polo aqutico F.C. Porto campeo nacional, 1932
Helga Nair, 2010
Bing Maps
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 47
31
O terreno correspondente antiga Quinta dos Cubos foi objecto de uma operao de
loteamento durante os anos 80. Est situado a 9,6 Km da foz do Rio Douro, entre a Quinta
da Fonte da Vinha e a Quinta do Arcediago, e ocupa uma frente de rio de 275 metros. A
rea de 8,58 hectares foi descaracterizada pela construo do IP1, actualmente A20, pelas
obras de urbanizao realizadas e pelas construes entretanto edificadas, podendo-se
dizer que a Quinta dos Cubos, enquanto quinta, j no existe.
No entanto, resta ainda o antigo cais da quinta, servido pela antiga Rua da Fonte da Vinha
(desactivada pela construo do IP1) e vulgarmente conhecida como Caminho dos
Afogados, perpendicular ao rio e pelo caminho pedonal paralelo ao rio, que estabelece a
ligao entre as quintas e o mesmo, testemunho da existncia da quinta e do acesso que a
esta se fazia a partir do Rio Douro.
O cais constitudo no por um avano sobre o rio, mas por uma rampa constituda por
belas pedras de granito. Aproveitando o muro de suporte existente, a rampa mergulha no
rio paralelamente margem, conseguindo vencer desta forma o desnvel entre o rio e o
caminho referido. Carece de uma grande reparao, uma vez que algumas das referidas
pedras esto deslocadas e outras cadas.
De salientar ainda uma pesqueira existente na outra extremidade da Quinta dos Cubos,
ligada histria da pesca do svel, da lampreia, da tainha, de bogas, de mugens e de
barbos.
CAIS DA
QUINTA DOS
CUBOS
OLIVEIRA DO DOURO
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Marta Terra, 2011
Helga Nair, 2010
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Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 48
32
No sc. XV foi criado o Arcediago de Oliveira do Douro, pelo Cabido do Porto. O Arcediago era o clrigo
que ajudava o bispo no poder da jurisdio e na administrao dos bens da diocese. O de Oliveira do
Douro era obrigado a visitar, em nome do Bispo, toda e qualquer uma das igrejas, mosteiros, lugares e
pessoas do julgado de Gaia: constitudo pelas freguesias de Mafamude, Oliveira do Douro, Avintes, Vilar
de Andorinho, Canelas, Lever, Sandim, Arcozelo, Gulpilhares, Vilar do Paraso, Valadares, Madalena e
Canidelo.
De uma quinta que seria decerto muito mais extensa, resta hoje apenas uma pequena parte: uma
propriedade de mais de 5 hectares, situada a cerca de 9,8 Km da foz do Rio Douro, tendo sido cortada
pelo traado do IP1, actualmente A20, paralelo ao Rio Douro neste local, estando por isso dividida em 2
terrenos.
A parcela de cota mais baixa estende-se at ao Rio Douro, apresentando uma frente ribeirinha de 100
metros. Caracteriza-se pela encosta maioritariamente florestada por eucalipto e pinheiro. Apresenta
interesse enquanto espao-tampo da A20 e por se tratar de um contnuo florestal em reas bastante
declivosas, atenuando o risco de eroso.
A parcela de cota mais alta, a Oeste, situa-se junto ao Centro Paroquial e ao Cemitrio de Oliveira do
Douro. Existem aqui vrios elementos inventariados nas fichas de patrimnio do PDM, pelo interesse
patrimonial urbanstico, paisagstico, arquitectnico ou arqueolgico: a Alameda de Santa Eullia,
principal acesso ao local; a Igreja Paroquial de Oliveira do Douro; a Capela de Santa Eullia (Capela
Morturia).
O acesso, livre e pblico, feito a partir da praa adjacente igreja Paroquial, para um espao onde se
encontra um choupal, preenchido por um parque de merendas, bem como tlias, fiteiras e outras
espcies, ou um notvel sobreiro. Existem vrios muros ou escadas de granito, bem como um tanque ou
lagar, enquadrados por bordaduras de rosas ou hortnsias. Destaque ainda para uma casa em granito,
com a correspondente eira e para um pequeno anfiteatro construdo abaixo desta, junto a um macio
rochoso. Encontram-se tambm nesta propriedade pequenas hortas cultivadas.
Da cota alta da propriedade, obtm-se excelentes vistas para o Areinho de Avintes, a montante e para o
Areal de Gramido em Valbom, do outro lado da margem.
QUINTA DO
ARCEDIAGO
OLIVEIRA DO DOURO
Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011 Isabel Castro, 2011 Isabel Castro, 2011 Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 49
33
A Quinta dos Frades, tambm conhecida por Quinta de Nossa Senhora da Conceio e
mais recentemente e vulgarmente por Quinta dos Ingleses (por ter sido adquirida por uma
famlia inglesa), est situada a 10,2 Km da foz do Rio Douro e junto foz do Rio Febros, a
jusante do Areinho de Avintes e apresenta uma frente de rio de 135 metros. Com uma rea
de 9,87 hectares, faz parte de um conjunto de propriedades rurais que dominavam o
territrio de Oliveira do Douro.
Estava associada ao Mosteiro de Nossa Senhora da Conceio, que dava em tempos
nome quinta. O edifcio religioso foi mandado construir em 1679 por Antnio Leite de
Albuquerque, ano em que se fundou a Real Congregao de Nossa Senhora de Oliveira do
Douro, pelos Cnegos de S. Joo Evangelista, que actuavam principalmente no campo da
assistncia hospitalar. Assim, na vasta propriedade do seu fundador, localizada numa
encosta sobre o Rio Douro, passaram a ser acolhidos sacerdotes doentes, cegos, etc., que
no tinham meios de subsistncia.
Com a extino das ordens religiosas, a propriedade ficou em posse particular: em 1842 foi
adquirida por Marcelino Mximo de Azevedo e Melo, primeiro Visconde de Oliveira; em
1873 vivia ainda na quinta a Viscondessa de Oliveira; em 1984 foi adquirida pela GAF,
Lda..
No que toca aos elementos construdos, conserva-se o edifcio seiscentista, composto por
uma s nave, torre e ala conventual, disposto em torno de um ptio de forma pentagonal.
Parte dele foi recuperado e adaptado para habitao. A Igreja, de planta linear e dimenso
modesta, com cobertura apenas nas reas correspondentes capela-mor e capela
lateral, apresenta um elevado estado de degradao, apresentando no entanto fortes
possibilidades de recuperao.
No site do IGESPAR referido que o imvel se encontra em vias de classificao
homologado como Imvel de Interesse Pblico de acordo com o despacho de 14 de
Fevereiro de 1980 e com o despacho de homologao de 29 de Junho de 1976.
QUINTA DOS
FRADES
OLIVEIRA DO DOURO
IHRU, Ficha de 1994 (Fotografias anteriores a 1993)
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2011 Helga Nair, 2010
Revista Casa & Jardim, 1993
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 50
34
A cota mais baixa, junto ao rio, bem visvel o cais de acesso Quinta dos
Frades, que se fazia atravs de um porto existente junto a este.
Por uma calada que acompanha a vedao da quinta pelos seus limites a
Poente e a Norte, possvel tambm aceder ao rio, na zona do cais.
Este cais, actualmente unicamente utilizado para actividades piscatrias.
Encontra-se bastante degradado, carecendo de uma grande reparao, uma vez
que algumas das suas pedras esto deslocadas e outras cadas.
CAIS DA
QUINTA DOS
FRADES
OLIVEIRA DO DOURO
Helga Nair, 2010
Marta Terra, 2011
Lauren Maganete, 2010
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Lauren Maganete, 2010
Bing Maps
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 51
35
UNIDADE DE PAISAGEM 4 Areinho de Avintes
A
R
E
I
N
H
O
D
E
A
V
I
N
T
E
S
CAIS DE
GAIA
ESTEIRO DE
AVINTES
ESPINHAO
AZENHA DE
CAMPOS
ARNELAS
CRESTUMA
BARRAGEM
DE
CRESTUMA-
LEVER
o Cais do Esteiro
o Lugar do Esteiro
o Areinho de Avintes
o Quinta do Pao (Avintes)
o Quinta da Devesa
o Cais de Avintes
o Lugar de Espinhao
O esteiro, localizado frente a Valbom na outra margem, era palco de actividades
como a pesca, o conserto das redes, a reparao de barcos e de local de
embarque nos valboeiros com cobertura, onde as padeiras de Avintes, levavam
cidade, a sua famosa broa.
no canal do Esteiro de Avintes que desagua um dos rios mais notveis do
Concelho de Vila Nova de Gaia, o rio Febros, rio outrora truteiro, afluente do rio
Douro, a cerca de 10 km da sua foz. As guas deste rio eram utilizadas para a
rega dos campos e outrora, para movimentar os moinhos de rodzio (164 em
1890), que se edificavam nas suas margens e moam o cereal que abastecia os
fornos de Avintes, sendo que em 1747 eram cozidos 96 carros de po por
semana e em 1854 j atingia a cifra dos 300 carros de po por semana
(Pacheco, 1986).
CAIS DO
ESTEIRO
AVINTES
Helga Nair, 2011
Isabel Castro, 2011
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 53
36
O Lugar do Esteiro um ncleo ribeirinho da Freguesia de Avintes, onde se
destacam as ruas estreitas em que as fachadas das casas se voltam para o rio
Febros, j perto da sua foz, onde se espreita o Cais do Esteiro, evidenciando a
importncia das actividades ligadas faina fluvial.
um ncleo antigo e bastante pitoresco, pese embora o facto de se encontrar
num estado avanado de degradao, face progressiva migrao populacional
para zonas mais centralizadas.
LUGAR DO
ESTEIRO
AVINTES
Paulo Oliveira, 2003
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 54
37
Na margem esquerda do Rio Douro, a montante do Lugar do Esteiro de Avintes,
espraia-se o Areinho de Avintes, que tal como o Areinho de Oliveira do Douro,
constitui uma rea inundvel de aluvio, onde o leito do sistema fluvial foi
depositando sedimentos ao longo dos tempos, modelando uma plancie serena e
convidativa prtica balnear e s actividades ligadas faina fluvial e pesca.
Outrora, vinham pelo Rio Douro acima at ao Areinho de Avintes, os barcos de
pic-nic em passeio, que aportavam vidos da famosa broa que a se vendia. O
Areinho bordejado por uma frondosa alameda de espcies ripcolas que
enquadram a paisagem.
AREINHO DE
AVINTES
AVINTES
Paulo Oliveira, 2003
Marta Terra, 2011
Desciam a rampa, que antecede o porto, alguns bandos de gente do povo, rindo, cantando, em
plena festa; iam em direco ao rio. As barqueiras de Avintes aproximavam os barcos da
margem para os receber; outras, ainda a grande distncia, chamavam, com toda a fora
d'aquelles pulmes robustos, as pessoas que vinham por terra. Cruzavam-se os barcos,
movidos pelos vigorosos braos d'estas engraadas e joviaes remeiras, e carregados com os
frequentadores das diverses campestres do Areinho e da pesca do savel. Tudo era riso e
cantigas no rio.
Jlio Diniz (1839-1871) Uma Famlia Inglesa 1868
Rio acima, as vrzeas de Campanh, de Ramalde e de Avintes resplandeciam com as esmeraldas da jovem Primavera.
In O Arco de SantAna de Almeida Garrett
Lauren Maganete, 2010
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 55
38
A propriedade de 8,06 hectares, est situada a 11,5 Km da foz do Rio Douro, junto ao Areinho de
Avintes, confinando com este a Norte, numa faixa de 257 metros. Desenvolve-se em 3 reas: a
Norte, uma de cota mais baixa e baixos declives, com risco de cheia; uma intermdia onde
assenta o edificado; a Sul, uma com declives acentuados e risco de eroso, coberta por uma
pequena mancha florestal.
A origem da quinta remonta Idade Mdia, estando assim bem prxima daqueles que seriam na
poca, os ncleos mais habitados da Freguesia: Avintes e Espinhao. No sculo XVI foi
construdo o solar e a partir da a propriedade foi pertena da famlia dos Almeidas, entre os quais
D. Francisco de Almeida, 1 Vice-Rei da ndia ou, mais tarde, o Marqus de Lavradio e Conde de
Avintes, cujo afilhado e procurador - o capito de Infantaria Joo Lus do Couto Alo, viveu
tambm na quinta. Merecem referncia dois descendente do capito Joo Lus: Maria do Carmo
Xavier, esposa de Tefilo Braga (2 Presidente da Repblica Portuguesa) e Jlio de Matos
(famoso psiquiatra). J nos finais do sc. XIX era sua proprietria, a Viscondessa de Balsemo e
o seu marido Roberto Guilherme Woodhouse.
O solar primitivo, cuja runa ainda visvel, foi abandonado em meados do sculo XIX; na poca,
o Marqus do Lavradio mandou edificar um novo solar de famlia a cota superior, no local onde
havia o celeiro, junto ao caminho de Avintes. O edifcio de 2 pisos foi alvo de uma ampliao nos
anos 80 que, embora tenha sido interrompida, o descaracterizou completamente. No exterior,
mantm-se ainda em funcionamento um fontanrio.
A capela original do sc. XVII foi transladada da sua localizao original, junto do solar primitivo,
para junto do novo solar, integrando o volume da casa; conserva ainda as armas dos Pereira-
Brando, bem como outros elementos caractersticos do perodo seiscentista.
A quinta atravessada por uma pequena linha de gua. Mais de metade da propriedade integra a
Estrutura Ecolgica Fundamental, sendo parte desta, correspondente a reas de REN e RAN.
QUINTA DO
PAO
AVINTES
Paulo Oliveira, 2003
Fonte: Revista Caminho Novo Restos do Solar primitivo, construdo no sculo XVI
Helga Nair, 2010
Fonte: Revista Caminho Novo Solar novo, construdo em meados de sc. XIX Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 56
39
A Quinta da Devesa localiza-se a Sul da Quinta do Pao, na freguesia de Avintes, numa
cota intermdia, entre a beira-rio e o aglomerado populacional mais prximo, pelo que da
se avista uma envolvente que inclui a margem Norte do Rio Douro.
Actualmente encontra-se devoluta e em estado avanado de degradao, carecendo de
obras de restauro e reposio de todos os seus elementos caractersticos.
Desconhece-se o autor do projecto da quinta, no entanto importa referir, que se enquadra
numa arquitectura erudita. Originalmente assentava numa planta em L formada por dois
corpos que se intersectam na capela, tendo sofrido posteriormente grandes alteraes a
nvel formal e volumtrico, pelo que se confunde uma leitura mais rigorosa. O conjunto
localiza-se no interior da parcela e o percurso para a casa, acede ao ptio atravs de um
arco por baixo do volume mais recente, o qual estabelece uma relao visual com o alado
da capela.
A capela apresenta-se num plano que intersecta o volume da casa na diagonal, voltando-se
para a entrada do ptio. constituda por trs pisos, o trreo para arrecadaes e o nobre
para habitao (cuja entrada se perdeu). O alado da capela salienta-se do conjunto pela
nobreza do tratamento formal e pela escala dos vos. (Gaiurb EEM, 2007)
QUINTA DA
DEVESA
AVINTES
Bing Maps
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 57
40
O Cais de Avintes est situado a 13,50 Km da foz do Rio Douro, imediatamente a
nascente do Areinho de Avintes, junto ao Lugar de Espinhao, defronte ao
Gramido.
O cais constitudo por uma plataforma flutuante para embarcaes de pesca e
de recreio de pequeno e mdio porte e uma rampa em cimento de varar, que se
estende e mergulha no rio.
CAIS DE
AVINTES
AVINTES
Paulo Oliveira, 2003
Helga Nair, 2010
Original de Paulo Oliveira, 2003 alterada por Isabel Castro
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2009
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 58
41
O Lugar de Espinhao, antiga colnia de pescadores j extinta, destaca-se pelas
suas edificaes ribeirinhas em terreno armado em socalcos e pela sua
actividade piscatria ainda existente.
Constitudo por caminhos muito estreitos e ngremes, por vezes vencidos com
escadas, em calada e/ou em cimento, so ladeados por muros de granito ou
pelas fachadas dos edifcios.
Por entre pitorescas e fechadas tramas de caminhos, surge por vezes uma
abertura na paisagem, de onde se vislumbra o Rio Douro.
LUGAR DE
ESPINHAO
AVINTES
Paulo Oliveira, 2003
Helga Nair, 2010
Original de Paulo Oliveira, 2003 alterada por Isabel Castro
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 59
42
UNIDADE DE PAISAGEM 5 Quintas e Matas de Espinhao at Azenha de Campos
Q
U
I
N
T
A
S
E
M
A
T
A
S
CAIS DE
GAIA
ESTEIRO DE
AVINTES
ESPINHAO
AZENHA DE
CAMPOS
ARNELAS
CRESTUMA
BARRAGEM
DE
CRESTUMA-
LEVER
o Quinta de Espinhao
o Quinta do Gradouro
o Quinta de Porcas
o Quinta da Graceira
o Cais da Quinta da Graceira
o Quinta da Fundada
o Lugar da Azenha de Campos
o Cais da Azenha de Campos
o Capela da Nossa Senhora dos Prazeres
o Quinta na Rua da Azenha
Isabel Castro, 2011
Situada junto Rua dos Restauradores, no Lugar de Espinhao, a Quinta de Espinhao
ocupa a encosta imediatamente a montante do Cais de Avintes, numa frente de rio de 195
metros. Tem uma rea total de 1,34 hectares e dista 12,1 Km da foz do Rio Douro.
Num patamar de cota superior encontra-se um conjunto de edificaes pertencentes
quinta que esto, contudo, abandonadas e fortemente degradadas. A sua posio na
encosta declivosa permite uma dominncia e amplas vistas: tanto sobre o resto dos
terrenos da quinta, como sobre o prprio Rio Douro. Apesar da degradao verificada,
destacam-se alguns elementos construdos que esto minimamente conservados, como
o caso do poo existente e as algumas estruturas associadas que, apesar de tudo, mantm
a sua estrutura base, em pedra.
Muitos dos terrenos pertencentes quinta, bem como algum do edificado abandonado,
esto cobertos por silvado e outras trepadeiras, como glicnias. Os esteios de granito, ainda
existentes, tpicos de Gaia, as espcies ornamentais como pinheiros, cedros e vrios ps
de figueira que vemos a crescer, no meio do silvado, so todos eles elementos que nos
ajudam a perceber a existncia desta quinta, enquanto espao de produo e lazer.
QUINTA DE
ESPINHAO
AVINTES
Marta Terra, 2011
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 62
43
A Quinta do Gradouro situa-se a 12,4 Km da foz do Rio Douro e embora no tenha
confronto directo com o rio, estabelece com este uma forte relao visual. A propriedade,
de quase 5 hectares, caracterizada pelas reas de encosta arborizadas, com declives
acentuados, cenrio que se repete na maioria das quintas a partir desta para montante.
A Quinta do Gradouro tem toda a sua gnese e actividade ligadas gua, sendo
percorrida por vrias minas, algumas com mais de 200 metros de comprimento, que se
estendem at ao centro da vila. () A abundncia de gua de qualidade era uma fonte de
rendimento em que atravs do ancoradouro eram carregadas as guas at ribeira do
Porto, onde eram vendidas. (PEDED, 2008)
Existem diferentes portes de acesso propriedade, todos eles devidamente identificados
com o nome da quinta. A principal rea edificada situa-se a uma cota mais elevada, no
extremo Norte da quinta, numa posio que permite a contemplao do Rio Douro que
corre, neste troo, de Sudeste para Noroeste. Junto a esta, existe um conjunto de clareiras
ajardinadas, com reas de relvado, que se estende at debaixo da sombra das vinhas,
sustentadas pelos esteios de granito, cenrio que d ao jardim da casa, um certo carcter
rural (o que j no se verifica para o campo de jogos ali existente).
Um pouco mais abaixo surgem algumas reas de pasto para ovelhas, bem como uma rea
de cultivo pontuada com Populus nigra Italica (choupos).
Nesta quinta, apesar de no haver um grande interesse quanto ao patrimnio construdo,
salienta-se o interesse do patrimnio natural, com uma grande diversidade de espcies
arbreas, entre sobreiros, carvalhos, choupos, pltanos, oliveiras, pinheiros-mansos e
vrios tipos de cupressceas. Muitas das reas ajardinadas contam tambm com belos
exemplares de espcies ornamentais como rosas, camlias, estrelcias, hortnsias, entre
outras.
QUINTA DO
GRADOURO
AVINTES
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 63
44
A Quinta de Porcas situa-se a uma distncia de 12,8 Km da foz do Rio Douro, ocupando
uma frente de rio de 245 metros. A propriedade de 4,12 hectares maioritariamente
desenvolvida em socalcos, situando-se a zona edificada, numa pequena linha de festo
central, dominada pela casa de 3 andares, mais recente e sem particular interesse
arquitectnico.
Da casa de quinta original, que foi propriedade da famlia dos Cunha Souto Maior Pacheco
Pereira Pamplona, nada resta, conservando-se contudo algumas peas arquitectnicas, de
final do sculo XVIII: a capela e um fontanrio. A capela, dedicada a Nossa Senhora da
Piedade, est orientada para Nascente, distinguindo-se na sua fachada principal a escala
do portal. Existe ainda um volume adossado capela, onde est colocado o sino. No
fontanrio identifica-se o adorno com uma figura mitolgica, bem como um nicho dedicado
a S. Joo Baptista.
Outros elementos de destaque so os muros genericamente construdos em alvenaria de
pedra, bem como os percursos existentes, alguns ladeados por Camellias japnicas
(japoneiras). Mais junto ao rio, um interessante ncleo de vegetao ribeirinha confere
tambm um maior valor ecolgico ao local, enquadrando as vistas a partir do rio e da outra
margem do Douro.
QUINTA DE
PORCAS
AVINTES
Marta Terra, 2011
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 64
45
A Quinta da Graceira, construda durante o sculo XVIII, localiza-se numa
encosta voltada para o Rio Douro a Nascente e por muros de granito a Poente. A
entrada efectuada por Poente, atravs dum caminho que conduz a um porto,
a partir do qual h uma rampa dirigida casa e ao rio, a qual se considera um
eixo de grande beleza paisagstica. A casa tem uma relao muito forte com o
rio, dispondo-se em trs plataformas definindo trs corpos, sendo que o de maior
desenvolvimento, integra uma capela. (Gaiurb EEM, 2007)
uma quinta de carcter rural, atravessada por minas de gua, pontualmente
recolhidas em tanques, sendo constituda em socalcos ajardinados e que servem
de pastoreio a alguns animais.
QUINTA DA
GRACEIRA
AVINTES
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010
Helga Nair, 2010
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 65
46
O Cais da Quinta da Graceira, localiza-se no sop da encosta onde de enverga
de forma imponente, o edifcio principal da quinta.
O acesso ao cais feito por caminhos estreitos e escadas, que percorrem a
encosta de forma serpenteada, at ao rio.
O cais constitudo por uma rampa e por um pequeno ponto, ambos em granito
e a precisar obras de reconstruo.
O acesso quinta pelo rio julga-se pouco usado actualmente, face densa
vegetao que se verifica em volta dessas estruturas.
CAIS DA
QUINTA DA
GRACEIRA
AVINTES
Bing Maps
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Lauren Maganete, 2010 Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 66
46
A Quinta da Fundada, localizada a 13,8 Km da foz do Rio Douro e com uma
frente de rio de cerca de 320 metros, est localizada no Lugar da Azenha de
Campos, na Rua da Azenha, defronte Freguesia de Marecos. Trata-se de uma
quinta rural, cujo terreno com uma rea total de 5,7 hectares, engloba uma rea
de cultivo em socalcos voltados para o Rio Douro, destacando-se a nvel do
patrimnio natural, a presena de vinhas e de algumas folhosas.
QUINTA DA
FUNDADA
AVINTES
Helga Nair, 2010
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 67
47
No Lugar da Azenha de Campos, ncleo urbano ribeirinho, corre da encosta um
pequeno regato que desagua no Rio Douro, dando frescura e beleza ao visitante
que passa. A beira-rio sombreada por um alinhamento de choupos, confere um
excelente espao de estadia e contemplao do rio.
Do Lugar da Azenha de Campos, possvel aceder por um caminho pedonal, a
um pequeno, mas deslumbrante areal, ladeado por uma frondosa mata ripcola,
composta por espcies vegetais ribeirinhas, tais como os salgueiros e os
choupos.
LUGAR DA
AZENHA DE
CAMPOS
AVINTES
Bing Maps
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011 Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011
Vilma Silva, 2011
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 68
48
O Cais da Azenha de Campos, localiza-se a cerca se 15,5 Km da foz do Rio
Douro, na Freguesia de Avintes, defronte a Marecos e Foz do Sousa, na
margem Norte do rio.
constitudo por uma plataforma flutuante para embarcaes de pesca e de
recreio, destacando-se ainda a presena de uma antiga pesqueira.
CAIS DA
AZENHA DE
CAMPOS
AVINTES
Helga Nair, 2010
Lauren Maganete, 2010
Isabel Castro, 2011
Helga Nair, 2010
Isabel Castro, 2011
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 69
48
A Capela da Nossa Senhora dos Prazeres est situada no Lugar da Azenha de Campos,
cota alta (45 metros), numa rua perpendicular Rua da Azenha, que liga ao Rio Douro. A
sua construo dever datar do final do sculo XVI ou incio do sculo XVII. Fazia parte,
originalmente, da Quinta da Azenha (actual Quinta do Cascudo), pertena no sculo XVIII
da famlia Huet de Bacelar Soto Mayor, fidalgo da Casa Real e cavaleiro da Ordem de
Cristo. No sculo XIX foi demolida a casa da Quinta da Azenha, restando hoje apenas a
capela, com porta para o caminho pblico e o porto principal da quinta.
O edifcio construdo em pedra de granito sem reboco, sendo a porta rectangular,
simples, virada a Este. Sofreu j bastantes transformaes em relao construo
original, como o caso do alpendre construdo, do elemento branco de beto situado junto
porta, ou de alguns dos muros adjacentes capela. (Gaiurb EEM, 2007)
CAPELA DA
NOSSA
SENHORA DOS
PRAZERES
AVINTES
Bing Maps
Gaiurb EEM, 2007
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Helga Nair, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 70
49
QUINTA NA
RUA DA
AZENHA
AVINTES
Bing Maps
Helga Nair, 2010
Helga Nair, 2010 Isabel Castro, 2011
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 71
50
UNIDADE DE PAISAGEM 6 Quintas e Matas de Azenha de Campos a Arnelas
Q
U
I
N
T
A
S
E
M
A
T
A
S
CAIS DE
GAIA
ESTEIRO DE
AVINTES
ESPINHAO
AZENHA DE
CAMPOS
ARNELAS
CRESTUMA
BARRAGEM
DE
CRESTUMA-
LEVER
o Quinta de Santo Incio de Fies
o Arvoredo Classificado da Quinta de Santo Incio de Fies
o Quinta de S. Julio
o Quinta de Campinhos
o Quinta do Cadeado ou do Sebastio
A Quinta de Santo Incio ou de Fies, datada do sculo XVIII e situada a 14,6
Km da foz do Rio Douro, actualmente a maior quinta de Avintes, com cerca de
67 hectares.
Alm das encostas densamente arborizadas por povoamentos monoespecficos
na vertente at ao Rio Douro, onde se destaca igualmente a existncia de uma
galeria ripcola com valor ecolgico, integram tambm o cadastro da quinta, uma
rea destinada ao jardim zoolgico - Zoo Santo Incio e ainda um conjunto de
edifcios seiscentistas representativos da arquitectura erudita de raiz tradicional e
de jardins de caractersticas barrocas, em torno de um amplo terreiro em saibro,
onde se reala a presena de uma fonte barroca em pedra.
Alm disso, a quinta conta com a presena da Capela de Santo Incio, situada
no plano mais elevado do terreno, que se evidencia pelo seu traado maneirista
e ainda de Arvoredo Classificado como Imvel de Interesse Pblico. Assim, esta
quinta funciona como um plo turstico de grande relevncia no contexto da
freguesia e do concelho.
H outra Ermida da invocao de Santo Ignacio fita na quinta de Jorge Maynart, Cavalleiro
prodesso na Ordem de Christo, e Cidado do Porto, e est contigua s casas da mesma
quinta. (CARDOSO, L.,1751)
QUINTA DE
SANTO INCIO
OU DE FIES
AVINTES
Bing Maps
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 73
51
Vilma Silva, 2005
Vilma Silva, 2005
Vilma Silva, 2005
Vilma Silva, 2005
Vilma Silva, 2005 Vilma Silva, 2005
Vilma Silva, 2005
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 74
Vilma Silva, 2005 Vilma Silva, 2005 Vilma Silva, 2005
Vilma Silva, 2005
Vilma Silva, 2005 Vilma Silva, 2005
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 75
Classificada como de interesse pblico (publicado no Dirio da Repblica no
Aviso n. 8326/2006, de 31 de Julho), a mata existente caracteriza-se pela
presena de belos exemplares de carvalhos, tulipeiros, azevinhos, azereiros e
outras folhosas, bem como um denso sub-bosque de japoneiras; o destaque,
porm, vai para a presena imponente de Pinheiros-Mansos bicentenrios. Uma
carta de 1800 d conta da solicitao de Pedro Van-Zeller para a substituio de
pinheiros com cerca de 50 anos, que estavam feridos, por novos exemplares, a
plantar no mesmo local so provavelmente esses mesmos pinheiros que
podem ser hoje apreciados na quinta.
Tambm de grande porte, so os eucaliptos monumentais plantados por Roberto
Van-Zeller entre o jardim romntico e o bosque, entre os quais um dos maiores
exemplares de Eucalyptus obliqua do nosso pas. O livro rvores Monumentais de
Portugal (1984), de Ernesto Goes, citado no blogue referido - Dias com rvores
explica que se trata de uma espcie algo difundida no Pas em Parques e Jardins,
talvez pela sua beleza tanto em termos de textura como de cor, seja ao nvel do
tronco ou da copa de densa folhagem verde escura.
ARVOREDO
CLASSIFICADO DA QUINTA DE
SANTO INCIO DE
FIES
AVINTES
Isabel Castro, 2011
Isabel Castro, 2011
Lauren Maganete, 2010 Isabel Castro, 2011 Fonte: Blogue Dias com rvores, 2005 Fonte: Blogue Dias com rvores, 2005
Anexo 1 Patrimnio das Encostas do Douro 76
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A Quinta de S. Julio apresenta contiguidade com a Quinta de Santo Incio de Fies a
poente e com a Quinta dos Campinhos a nascente. Est situada numa encosta orientada a
nascente, a uma distncia de 15,4 Km da foz do Rio Douro. Integra um contnuo de
encostas de topografia muito acidentada, muito susceptveis eroso e que se encontram
por isso geralmente florestadas.
A propriedade, com mais de 18,5 hectares, atravessada por uma linha de gua.
Aproximadamente cota de 30 metros, numa rea de topografia mais suave e associado
linha de drenagem natural, est o patrimnio edificado, de interesse, que inclui uma capela
e vrios edifcios de construo tradicional.
Apesar da grande maioria da rea florestal ser constituda por pinheiros e eucaliptos,
destacam-se alguns pequenos ncleos de especial interesse, como o que se encontra junto
rea edificada, algumas reas cobertas por urze e tojo, ou a vegetao ribeirinha de
elevado valor ecolgico, ao longo dos 700 metros em que a propriedade confronta com o
rio, sendo que parte desta rea se encontra em leito de cheia.
A quinta est includa quase na totalidade na Estrutura Ecolgica Fundamental, com
excepo da rea edificada. Parte da quinta est tambm classificada como Reserva
Ecolgica Nacional.
QUINTA DE
S. JULIO
AVINTES
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010
Paulo Oliveira, 2003 Lauren Maganete, 2010
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A Quinta de Campinhos est localizada a 16,25 Km da foz do Rio Douro, na proximidade
do Lugar de Arnelas, sendo contgua Quinta de S. Julio e Quinta do Cadeado ou do
Sebastio. Numa posio sobranceira ao Rio Douro, a uma cota de aproximadamente 110
metros, a quinta apresenta uma topografia muito acidentada, pelo que se encontra
maioritariamente florestada e organizada em socalcos, que se alargam e estreitam,
conferindo muito ritmo paisagem da quinta. Quanto ao edificado, encontra-se numa
pequena plataforma cota de 25 metros, com vistas para a foz do Rio Sousa. Na margem
ribeirinha da quinta, de salientar a presena de um corredor ripcola com uma largura
superior a 20 metros. Relativamente ao edificado, assiste-se a uma descaracterizao do
mesmo, existindo ainda vestgios de um patrimnio arquitectnico de interesse, tal como se
pode ver nas fotografias apresentadas. A Sul, a quinta encontra-se limitada por uma
unidade industrial. Quanto ao patrimnio natural, a quinta apresenta elevado interesse
ecolgico, pela existncia de vegetao autctone e de pomares.
QUINTA DE
CAMPINHOS
AVINTES
Paulo Oliveira, 2003
Lauren Maganete, 2010
Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010 Lauren Maganete, 2010
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