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ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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FICHA TÉCNICA
Título: Orçamento de Estado 2020 e aprofundamento das mais recentes alterações fiscais
Autor: José Alberto Pinheiro Pinto
Cristina Pinto
Capa e paginação: DCI - Departamento de Comunicação e Imagem da OCC
Impresso por ACD Print, Lda em março de 2020
© Ordem dos Contabilistas Certificados, 2020
Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não o indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certificados, entidade que detém os direitos de autor.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ÍNDICE
Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) 6
Imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC) 37 Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) 47 Imposto do selo (IS) 67
Imposto municipal sobre imóveis (IMI) 73
Imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT) 79
Benefícios fiscais 85
Lei Geral Tributária (LGT) 105
Código de procedimento e de processo tributário (CPPT) 106
Outras disposições de caráter fiscal 109
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DAS RECEITAS FISCAIS
CÓDIGOS DESIGNAÇÃO DAS RECEITAS IMPORTÂNCIAS EM EUROS
POR ARTIGOS POR GRUPOS POR CAPÍTULOS
RECEITAS CORRENTES
01.00.00 Impostos diretos 20 529 988 685
01.01.00 Sobre o Rendimento 20 037 400 000
01.01.01 Imposto s/ rend. das pessoas singulares (IRS) 13 585 560 000
01.01.02 Imposto s/ rend. das pessoas coletivas (IRC) 6 451 840 000
01.02.00 Outros 492 588 685
01.02.01 Imposto s/ sucessões e doações 12 611
01.02.06 Imposto do uso, porte e detenção de armas 11 255 627
01.02.99 Impostos diretos diversos 481 320 447
02.00.00 Impostos indiretos 26 877 852 819
02.01.00 Sobre o Consumo 24 609 366 238
02.01.01 Imposto s/ produtos petrolíferos (ISP) 3 720 550 000
02.01.02 Imposto s/ valor acrescentado (IVA) 18 333 668 520
02.01.03 Imposto sobre veículos (ISV) 690 990 000
02.01.04 Imposto de consumo s/ tabaco 1 400 000 000
02.01.05 Imposto s/ álcool beb. alcoólicas (IABA) 260 130 000
02.01.99 Impostos diversos s/ consumo 204 027 718
02.02.00 Outros 2 268 486 581
02.02.01 Lotarias 20 932 633
02.02.02 Imposto do selo 1 783 901 886
02.02.03 Imposto do jogo 25 516 732
02.02.04 Imposto único de circulação 416 846 503
02.02.05 Resultados exploração apostas mútuas 19 145 797
02.02.99 Impostos indiretos diversos 2 143 030 Total dos impostos 47 407 841 504
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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OE/2020 – Valores em milhões de €
Evolução dos impostos nos Orçamentos do Estado – valores em milhões de €
Evolução dos impostos diretos e indiretos – Em %
Impostos 1995 1999 2003 2010 2015 2017 2018 2019 2020 Variação 2020/2019
IVA 5 606 7 352 10 653 11 272 14 491 15 287 16 548 17 499 18 344 + 4,83% IRS 4 464 6 175 7 731 9 046 13 168 12 431 12 143 12 905 13 585 + 5,27% IRC 1 551 3 955 4 119 4 200 4 690 5 275 5 645 6 336 6 452 + 1,83%
Imp. s/prod. pet. 2 160 2 659 2 916 2 470 2 311 3 419 3 554 3 643 3 720 + 2,11%
Imp. s/tabaco 748 993 1 175 1 180 1 505 1 504 1 443 1 347 1 400 + 3,93% Imp. selo 848 1 003 1 210 1 693 1 389 1 489 1 512 1 684 1 784 + 5,94% Imp. s/ veículos 698 1 018 1 229 710 559 692 823 803 691 - 13,95% … … … … … … … … … … …
Total 16 101 23 533 29 462 31 026 39 024 41 417 43 108 45 635 47 408 + 3,89%
Impostos
(47 408)
Diretos
(20 530)
Indiretos
(26 878)
Sobre o rendimento
(20 037)
Outros (493)
IRC (6 452)
IRS (13 585)
Sobre o consumo
(24 609)
Outros
(2 269)
Imp. selo (1 784)
Outros (485)
IVA (18 334)
Imp. s/ prod. petrolíferos (3 720)
Imp. s/ veículos (691)
Imp. s/ cons. tabaco (1 400)
Imp. s/ álcool e beb. alc. (260)
Imp. div. s/ consumo (204)
Impostos 67 72 80 OE/
95
OE/
2002
OE/
2010
OE/
2015
OE/
2017
OE/
2018
OE/
2019
OE/
2020
OE/
2016
OE/
2017
Diretos 55,1 53,5 49,8 37,2 42,1 42,9 46,6 43,9 42,4 43,1 43,3 43,7 43,9
Indiretos 44,9 46,5 50,2 62,8 57,9 57,1 53,4 56,1 57,6 56,9 56,7 56,3 56,1
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
6
Artigo 2.º-B
Isenção de rendimentos da categoria A
1 – Os rendimentos da categoria A, auferidos por sujeito passivo entre os 18 e os 26 anos, que
não seja considerado dependente, ficam parcialmente isentos de IRS, nos três primeiros anos de
obtenção de rendimentos do trabalho após o ano da conclusão de ciclo de estudos igual ou superior
ao nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações, mediante opção na declaração de rendimentos a
que se refere o artigo 57.º.
2 – O disposto no número anterior determina o englobamento dos rendimentos isentos, para
efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 22.º.
3 – A isenção a que se refere o n.º 1 é aplicável a sujeitos passivos que tenham um rendimento
coletável, incluindo os rendimentos isentos, igual ou inferior ao limite superior do quarto escalão do
n.º 1 do artigo 68.º, sendo de 30% no primeiro ano, de 20% no segundo ano e de 10% no terceiro ano,
com os limites de 7,5 vezes o valor do IAS, 5 vezes o valor do IAS e 2,5 vezes o valor do IAS,
respetivamente.
4 – A isenção prevista nos números anteriores só pode ser utilizada uma vez pelo mesmo
sujeito passivo.
5 – A identificação fiscal dos sujeitos passivos que concluam em cada ano um dos níveis de
estudos a que se refere o n.º 1 é comunicada à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos a
definir por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, do
ensino superior e da educação.
ANOTAÇÃO
Neste artigo, agora aditado, estabelece-se uma isenção parcial (apesar de integrante do
capítulo de incidência real do Código do IRS, que não contém um capítulo dedicado a isenções) de
rendimentos da categoria A, auferidos por sujeitos passivos com idade entre os 18 e os 26 anos que
não sejam considerados dependentes, nos três primeiros anos de obtenção de rendimentos após o
IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES
CÓDIGO DO IRS
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ano da conclusão de ciclo de estudos igual ou superior ao nível 4 do Quadro Nacional de
Qualificações (QNQ).
De acordo com o Relatório do Orçamento do Estado para 2020, “para incentivar a qualificação
dos mais jovens e apoiar a sua integração na vida adulta e no mercado de trabalho, o OE 2020 estabelece um
incentivo denominado IRS Jovem.”
Nos termos do disposto na Portaria n.º 782/2009, de 23 de julho, os níveis de QNQ
abrangidos pela isenção em apreço são os seguintes:
Níveis Qualificações
4 Ensino secundário obtido por percursos de dupla certificação ou ensino secundário vocacionado para prosseguimento de estudos de nível superior acrescido de estágio profissional – mínimo de seis meses
5 Qualificação de nível pós-secundário não superior com créditos para o prosseguimento de estudos de nível superior
6 Licenciatura
7 Mestrado
8 Doutoramento
Acede-se à isenção parcial em apreço através de opção na declaração modelo 3 do IRS e
apenas pode ser utilizada uma vez pelo mesmo sujeito passivo. A identificação fiscal dos sujeitos
passivos que concluam em cada ano um dos níveis de estudos a que se refere o n.º 1 é comunicada
à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos a definir por portaria conjunta dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças, do ensino superior e da educação.
Os sujeitos passivos que pretendam assegurar este benefício ficam obrigados a englobar os
rendimentos isentos para efeito de determinação da taxa de tributação.
O acesso ao benefício fica limitado a sujeitos passivos que aufiram um rendimento coletável,
incluindo os rendimentos isentos, igual ou inferior ao limite superior do 4.º escalão do n.º 1 do
artigo 68.º, ou seja, igual ou inferior a € 25 075,00.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
8
A isenção processar-se-á nos termos seguintes:
Anos Percentagem de
rendimento isento Limite máximo
do rendimento isento 1.º 30% 7,5 x IAS = € 3 291,08
2.º 20% 5,0 x IAS = € 2 194,05
3.º 10% 2,5 x IAS = € 1 097,03
Obs.: Em 2020, o IAS foi fixado em € 438,81, nos termos da Portaria n.º 27/2020, de 31 de janeiro
Exemplo
J. Novo, com 22 anos, licenciou-se em Gestão em 2019 e começou a trabalhar em 2020,
auferindo desde o início do ano um vencimento mensal de € 1 500,00.
Supondo que vai auferir em 2020 um rendimento bruto de € 21 000,00, qual o IRS que irá
suportar nesse ano?
O rendimento líquido da categoria A, incluindo o rendimento isento e tendo em conta a
dedução específica a que tem direito, será de:
€ 21 000,00 - € 4 104,00 = € 16 896,00
Supondo, por comodidade, que não existem quaisquer deduções a efetuar em relação a este
sujeito passivo, supostamente solteiro e sem filhos, o IRS a liquidar mediante a aplicação da tabela
simplificada que incluímos na anotação ao artigo 68.º será calculado como segue:
€ 16 896,00 x 28,5% - € 1 194,80 = € 3 620,56
Taxa a aplicar: € 3 620,56
= 21,43% € 16 896,00
Rendimento isento: € 21 000,00 x 30% = € 6 300,00
Limite máximo: € 3 291,08
IRS liquidado:
(€ 16 896,00 - € 3 291,08) x 21,43% = € 2 915,53
Benefício apurado: € 3 620,56 - € 2 915,53 = € 705,03
Se o rendimento isento não fosse considerado para efeitos de taxa, o IRS liquidado seria
assim obtido:
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
9
Rendimento bruto € 21 000,00
Rendimento isento € 3 291,08
€ 17 708,92
Dedução específica € 4 104,00
Rendimento líquido € 13 604,92
IRS liquidado:
€ 13 604,92 x 28,5% - € 1 194,80 = € 2 682,60
Se fosse assim, o benefício teria sido de:
€ 3 620,56 - € 2 682,60 = € 937,96
De acordo com a disposição transitória contida no artigo 326.º da Lei do Orçamento do
Estado para 2020, este artigo é apenas aplicável aos sujeitos passivos cujo primeiro ano de
obtenção de rendimentos após a conclusão de um ciclo de estudos seja o ano de 2020 ou posterior.
No tocante à retenção na fonte respeitante a estas remunerações, foram introduzidos os n.os 4
e 5 no artigo 99.º-F do Código do IRS, a que adiante nos referiremos.
ANOTAÇÃO
As transferências de bens entre patrimónios do empresário em nome individual serão
abordadas de forma desenvolvida na anotação ao artigo 10.º.
A alteração efetuada ao n.º 9 deste artigo, para além de uma questão de redação, estabelece
concretamente que a transferência de bens imóveis habitacionais do património empresarial para o
património particular do empresário não é considerada mais-valia, na condição de que o imóvel
seja imediatamente afeto à obtenção de rendimentos da categoria F.
Artigo 3.º – Rendimentos da categoria B
Redação anterior OE 2020
9 – Para efeitos da alínea c) do n.º 2, não
configura uma transferência para o património
particular do empresário a afetação de bem
imóvel habitacional à obtenção de rendimentos
da categoria F.
9 – Para efeitos da alínea c) do n.º 2, não é
considerada mais-valia a transferência para o
património particular do empresário de bem
imóvel habitacional que seja imediatamente
afeto à obtenção de rendimentos da categoria F.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
10
ANOTAÇÃO
O direito real de habitação duradoura (DHD) foi criado através do Decreto-Lei n.º 1/2020, de
9 de janeiro, em cujo artigo 2.º vem conceituado do modo seguinte:
“O DHD faculta a uma ou a mais pessoas singulares o gozo de uma habitação alheia como sua
residência permanente por um período vitalício, mediante o pagamento ao respetivo proprietário de uma
caução pecuniária e de contrapartidas periódicas.”
Face à criação desta nova figura jurídica, foram incluídas no elenco das rendas sujeitas a IRS
as importâncias relativas aos contratos de DHD, por aditamento da alínea h) ao n.º 2 do artigo 8.º e
do n.º 5 ao mesmo artigo.
Importará assinalar a que importâncias se refere esta nova alínea do n.º 2.
Como vimos, o DHD prevê “o pagamento ao respetivo proprietário de uma caução pecuniária e de
contrapartidas periódicas.”
Embora ambas estas importâncias constituam rendas para efeitos de incidência de IRS, são
Artigo 8.º – Rendimentos da categoria F
Redação anterior OE 2020
2 – São havidas como rendas:
h) As importâncias relativas aos contratos de
direito real de habitação duradoura.
5 – Os rendimentos decorrentes de contratos de
direito real de habitação duradoura ficam
sujeitos a tributação:
a) Desde o seu recebimento ou colocação à
disposição na parte respeitante ao pagamento da
prestação pecuniária mensal;
b) Desde o momento em que a prestação
pecuniária anual constitua rendimento ou seja
deduzida pelo proprietário em virtude do não
cumprimento pelo morador das suas obrigações
nos termos previstos no diploma que cria o
direito real de habitação duradoura, na parte
respeitante à caução inicial.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
11
diferentes as suas implicações em matéria de momento da tributação.
Como regra, a tributação dos rendimentos da categoria F opera-se na data do pagamento ou
da colocação à disposição desses rendimentos, salvo quando os sujeitos passivos optarem pela
tributação no âmbito da categoria B.
Relativamente aos rendimentos decorrentes de contratos de DHD, foi aditado ao artigo 8.º
em anotação um novo número – o 5 –, em que é mantido o momento da tributação para os
rendimentos respeitantes à prestação pecuniária mensal, mas não em relação à parte dos
rendimentos respeitante à caução inicial.
Quanto a esta, considera-se que fica sujeita a tributação quando constitua rendimento ou seja
deduzida pelo proprietário em virtude do incumprimento pelo morador das suas obrigações.
Trata-se, pois, de enquadramento diferente daquele que a AT tem reconhecido em relação às
cauções prestadas nos contratos de simples arrendamento.
Efetivamente, a AT tem considerado que a caução prestada num contrato de arrendamento
constitui um rendimento predial, devendo em relação à mesma ser emitido recibo pelo senhorio e
declarada no anexo F da declaração modelo 3.
Ainda segundo a AT, aquando da restituição da caução, a mesma deverá constituir encargo
dedutível na categoria F como gasto suportado e pago pelo senhorio.
Na verdade, é isto que consta de informação vinculativa sancionada pela Subdiretora-Geral
do IR em 12.12.2018, no Proc.º 731/2018, cumprindo destacar os seus pontos 4 e 5, que dizem
textualmente:
“4. No que se refere às perdas, e desde que verificados os requisitos estabelecidos para o efeito, o direito
ao reporte de perdas obriga a que o sujeito passivo opte pelo englobamento, no caso, dos rendimentos prediais
obtidos.
5. Por conseguinte, ocorrendo a devolução da caução em ano em que o locador apurou prejuízo na
categoria F e não existindo posteriormente novo arrendamento, não pode a perda ser fiscalmente reportada.”
Relativamente à exigência do exercício da opção pelo englobamento com vista à
dedutibilidade futura (próximos 6 anos) de perdas decorridas na categoria F, já os tribunais se
pronunciaram no sentido de essa exigência ser infundada.
Veja-se, a propósito, as decisões arbitrais nos processos n.º 96/2015, de 30.06.2015, n.º
338/2016, de 10.03.2017, n.º 314/2017-T, de 2.12.2017, n.º 399/2017-T, de 22.2.2018, n.º 481/2017-T, de
15.05.2018, n.º 701/2018-T, de 2.9.2019.
Quanto à perda do direito ao reporte de rendimentos negativos da categoria F no caso de
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
12
inexistirem rendimentos desta categoria nos 6 anos seguintes, parece ser, efetivamente, uma
realidade.
O regime de tributação, em termos de taxas, aplicável ao DHD está tratado no artigo 72.º,
sobre o qual nos debruçaremos na anotação a esse artigo.
ANOTAÇÃO
Pode dizer-se que os empresários em nome individual e os trabalhadores independentes são
titulares de dois patrimónios: o empresarial ou profissional, que se acha afeto à atividade que
exercem, e o particular ou pessoal, que nada terá que ver com essa atividade.
Independentemente da ligação que possa existir entre esses patrimónios, até pelo tipo de
responsabilidade que caraterize esses agentes económicos, sempre serão vistos de forma separada,
sendo certo que, quando dispõem, por opção ou por imposição, de contabilidade, esta apenas
procura informar sobre o património empresarial ou profissional, e nunca, naturalmente, sobre o
património particular ou pessoal.
Podem existir, entretanto, transferências de bens entre os dois patrimónios, que são
enquadrados no âmbito da tributação em IRS do modo que assim se representa:
Nos termos da alínea c) do n.º 2 do artigo 3.º do Código do IRS, consideram-se rendimentos
Artigo 10.º – Mais-valias
Redação anterior OE 2020
15 – Em caso de restituição ao património
particular de imóvel habitacional que seja afeto à
obtenção de rendimentos da categoria F, não há
lugar à tributação de qualquer ganho, se em
resultado dessa afetação o imóvel gerar
rendimentos durante cinco anos consecutivos.
Património pessoal ou particular
Património empresarial ou profissional
Categoria B
Categoria G
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
13
da categoria B (rendimentos empresariais e profissionais): “As mais-valias apuradas no âmbito das
atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais, definidas nos termos do artigo 46.º do
Código do IRC, designadamente as resultantes da transferência para o património particular dos empresários
de quaisquer bens afetos ao ativo da empresa e, bem assim, os outros ganhos ou perdas que, não se
encontrando nessas condições, decorram das operações referidas no n.º 1 do artigo 10.º, quando imputáveis a
atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais” (sublinhado nosso).
De acordo com este preceito, se um empresário transferir um bem do ativo do património
empresarial para o seu património particular, não obstante inexistir uma transmissão jurídica,
haverá uma transmissão ficcionada para efeitos de IRS.
Neste caso concreto de transferência para o património particular do sujeito passivo de bens
afetos à sua atividade empresarial e profissional, o valor dos bens corresponde ao valor de
mercado dos mesmos à data da transferência, podendo a Autoridade Tributária e Aduaneira
efetuar correções ao valor caso considere, fundamentadamente, que o mesmo não corresponde ao
que seria praticado entre pessoas independentes. (cf. n.os 3 e 4 do artigo 29.º do Código do IRS).
Pela Lei do Orçamento do Estado para 2017 estabeleceu-se, no n.º 9 então aditado ao artigo
3.º, que a afetação de bem imóvel habitacional à obtenção de rendimentos da categoria F
(rendimentos prediais) não configura uma transferência enquadrável na alínea c) do n.º 2 do artigo
3.º (atrás transcrita), pelo que não é objeto de tributação.
O conceito de imóvel habitacional está previsto no Código do IMI, concretamente no n.º 2 do
artigo 6.º, considerando-se como tal o edifício ou construção licenciados para habitação ou, na falta
de licença, que tenham como habitação o seu destino normal.
Esta alteração veio resolver um problema que resultava do facto de haver tributação sobre
ganhos meramente potenciais quando o contribuinte tomava a decisão de alterar o enquadramento
de tributação das rendas.
Em face da Lei da Reforma do IRS, os contribuintes passaram a poder optar pela tributação
dos rendimentos prediais no âmbito da categoria B ou F, podendo a decisão alterar-se todos os
anos. Mas esta opção não se limitava a determinar o imposto a pagar sobre as rendas. A opção
obrigava a transferir o imóvel entre o património empresarial (categoria B) e particular (categoria
F), com todas as consequências daí resultantes e atrás descritas.
Problema idêntico existia também no caso de imóveis que estavam afetos a arrendamento e
que passassem a estar afetos a alojamento local.
Resolveu-se pela Lei do Orçamento do Estado para 2017 parte do problema, atendendo a
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
14
que se um contribuinte detivesse imóveis habitacionais cujo rendimento era enquadrado na
categoria F em 2016, na categoria B em 2017 e novamente na categoria F em 2018, pela redação
introduzida no passado ano não estaria sujeito a pagar IRS na transferência do património
empresarial para o pessoal (passagem da categoria B para F).
O problema continuou, contudo, a colocar-se na passagem do património pessoal para o
empresarial. Neste caso, continuou a existir uma norma de incidência, que determina o
apuramento de um rendimento, cuja tributação fica suspensa até ao momento da ulterior alienação
onerosa dos bens ou da ocorrência de outro facto que determine o apuramento de resultados em
condições análogas.
Entretanto, através da Lei do Orçamento do Estado para 2018, estabeleceu-se que no caso de
imóveis habitacionais que tenham sido afetos a uma atividade empresarial, caso sejam novamente
afetos ao património particular, a eventual tributação da mais-valia se mantenha suspensa se o
imóvel se mantiver afeto à obtenção de rendimentos da categoria F (rendimentos prediais).
Mantinha-se, de qualquer modo, a suspensão da tributação.
Com a introdução do n.º 15, acrescenta-se agora que, no caso de um imóvel habitacional que
se encontrava afeto a uma atividade empresarial voltar a ser integrado no património particular,
não há lugar a qualquer tributação se, por força dessa restituição, o imóvel gerar rendimentos
durante cinco anos consecutivos.
Desaparece, assim, nestas circunstâncias, a suspensão de tributação anteriormente existente.
Entretanto, o tratamento destas questões tem-se limitado a imóveis habitacionais,
subsistindo os problemas associados aos restantes tipos de imóveis.
Artigo 12.º – Delimitação negativa de incidência
Redação anterior OE 2020
9 – São excluídos de tributação, até ao limite
anual global de 5 vezes o valor do IAS, os
rendimentos da categoria A provenientes de
contrato de trabalho e os rendimentos de
categoria B provenientes de contrato de
prestação de serviços, incluindo atos isolados,
por estudante considerado dependente, nos
termos do artigo 13.º, a frequentar
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
15
ANOTAÇÃO
No novo artigo 2.º-B, como vimos, foi criada uma isenção parcial de IRS em relação a
rendimentos da categoria A auferidos por determinados sujeitos passivos nos três primeiros anos
após a conclusão de um ciclo de estudos igual ou superior ao nível 4 do Quadro Nacional de
Qualificações.
Através do aditamento dos n.os 9 e 10 do artigo 12.º do Código, estabeleceu-se uma exclusão
de tributação em relação aos rendimentos que respeitem o seguinte condicionalismo:
a) Sejam auferidos por estudantes considerados dependentes;
b) Que frequentem estabelecimento de ensino integrado no sistema nacional de educação
ou reconhecido como tendo fins análogos pelos ministérios competentes;
c) Que se enquadrem na categoria A ou na categoria B como prestações de serviços,
incluindo atos isolados.
A exclusão de tributação opera até ao limite anual global de 5 x IAS.
Tendo o IAS sido fixado em € 438,81 para o ano de 2020, através da Portaria n.º 27/2020, de
31 de janeiro, o limite para a exclusão da tributação é presentemente de:
5 x € 438,81 = € 2 194,05
Assinale-se que esta exclusão da tributação não constitui uma isenção, pelo que a quantia
excluída não é considerada para efeitos de cômputo da taxa de tributação dos restantes
rendimentos, já que o n.º 4 do artigo 22.º apenas abrange rendimentos isentos.
Para acederem ao benefício em apreço, têm os sujeitos passivos que submeter através do
estabelecimento de ensino integrado no sistema
nacional de educação ou reconhecidos como
tendo fins análogos pelos ministérios
competentes.
10 – Para efeitos do disposto no número anterior,
devem os sujeitos passivos submeter através do
Portal das Finanças, até 15 de fevereiro do ano
seguinte àquele a que o imposto respeita,
documento comprovativo da frequência de
estabelecimento de ensino oficial ou autorizado.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
16
Portal das Finanças, até ao dia 15 de fevereiro do ano seguinte àquele a que o imposto respeita,
documento comprovativo da frequência de estabelecimento de ensino oficial ou autorizado.
ANOTAÇÃO
Trata-se, aqui, de um simples ajustamento da remissão efetuada para o artigo 72.º, face à
alteração operada neste artigo.
ANOTAÇÃO
No âmbito do regime simplificado, passa a ser aplicado o coeficiente de 0,50 aos rendimentos
da exploração de estabelecimento de alojamento local na modalidade de moradia ou apartamento,
localizados em áreas de contenção, em vez do anterior 0,35.
Não tendo sido alterado o n.º 13 deste artigo, deixa de se exigir, relativamente aos
rendimentos da exploração de estabelecimentos de alojamento local na modalidade de moradia ou
apartamento, localizados em área de contenção, a obrigatoriedade de comprovação de despesas.
Artigo 22.º – Englobamento
Redação anterior OE 2020
3 – Não são englobados para efeitos da sua tributação:
a) Os rendimentos auferidos por sujeitos
passivos não residentes em território português,
sem prejuízo do disposto nos n.os 12 e 13 do
artigo 72.º;
a) Os rendimentos auferidos por sujeitos
passivos não residentes em território português,
sem prejuízo do disposto nos n.os 13 e 14 do
artigo 72.º;
Artigo 31.º – Regime simplificado
Redação anterior OE 2020
1 – No âmbito do regime simplificado, a determinação do rendimento tributável obtém-se através
da aplicação dos seguintes coeficientes:
h) 0,50 aos rendimentos da exploração de
estabelecimentos de alojamento local na
modalidade de moradia ou apartamento,
localizados em área de contenção.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
17
ANOTAÇÃO
Foi mantido o número de escalões de taxas aplicáveis ao rendimento global, sendo os
respetivos limites atualizados à taxa de 0,3%.
A tabela simplificada aplicável em face desta atualização passou a ser a seguinte:
Artigo 68.º – Taxas gerais
Redação anterior OE 2020
1 – As taxas do imposto são as constantes da tabela seguinte:
Rendimento coletável (euros)
Taxas (percentagem) Rendimento coletável
(euros)
Taxas (percentagem) Normal
(A) Média
(B) Normal
(A) Média
(B) Até 7 091 14,50 14,500 Até 7 112 14,50 14,500 De mais de 7 091 até 10 700 23,00 17,367 De mais de 7 112 até 10 732 23,00 17,367 De mais de 10 700 até 20 261 28,50 22,621 De mais de 10 732 até 20 322 28,50 22,621 De mais de 20 261 até 25 000 35,00 24,967 De mais de 20 322 até 25 075 35,00 24,967 De mais de 25 000 até 36 856 37,00 28,838 De mais de 25 075 até 36 967 37,00 28,838 De mais de 36 856 até 80 640 45,00 37,613 De mais de 36 967 até 80 882 45,00 37,613 Superior a 80 640 48,00 - Superior a 80 882 48,00 -
2 – O quantitativo do rendimento coletável,
quando superior a € 7 091 é dividido em duas
partes: uma, igual ao limite do maior dos
escalões que nele couber, à qual se aplica a taxa
da col. (B) correspondente a esse escalão; outra,
igual ao excedente, a que se aplica a taxa da col.
(A) respeitante ao escalão imediatamente
superior.
2 – O quantitativo do rendimento coletável,
quando superior a 7 112 €, é dividido em duas
partes, nos seguintes termos: uma, igual ao
limite do maior dos escalões que nele couber, à
qual se aplica a taxa da coluna B correspondente
a esse escalão; outra, igual ao excedente, a que se
aplica a taxa da coluna A respeitante ao escalão
imediatamente superior.
Rendimento coletável Taxa Parcela a abater Até 7 112 14,5% 0 De mais de 7 112 até 10 732 23,0% 604,54 De mais de 10 732 até 20 322 28,5% 1 194,80 De mais de 20 322 até 25 075 35,0% 2 515,63 De mais de 25 075 até 36 967 37,0% 3 017,27 De mais de 36 967 até 80 882 45,0% 5 974,54 Superior a 80 882 48,0% 8 401,21
Valores em €
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
18
Artigo 72.º – Taxas especiais
Redação anterior OE 2020
1 – São tributados à taxa autónoma de 28 %:
e) Os rendimentos prediais. e) Os rendimentos prediais, incluindo os
referidos na alínea b) do n.º 5 do artigo 8.º.
5 – Aos rendimentos prediais decorrentes de
contratos de arrendamento para habitação
permanente com duração igual ou superior a
vinte anos, é aplicada uma redução de dezoito
pontos percentuais da respetiva taxa autónoma.
5 – Aos rendimentos prediais decorrentes de
contratos de arrendamento para habitação
permanente com duração igual ou superior a
vinte anos, bem como aos rendimentos prediais
decorrentes de contratos de direito real de
habitação duradoura (DHD), na parte
respeitante ao pagamento da prestação
pecuniária mensal, é aplicada uma redução de 18
percentuais da respetiva taxa autónoma.
12 – Os residentes não habituais em território
português são ainda tributados à taxa de 10%
relativamente aos rendimentos líquidos de
pensões, incluindo os da categoria H e os
previstos na alínea d) do n.º 1 e subalíneas 3) e
11) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º, quando,
pelos critérios previstos no n.º 1 do artigo 18.º,
não sejam de considerar obtidos em território
português, na parte em que os mesmos, quando
tenham origem em contribuições, não tenham
gerado uma dedução para efeitos do n.º 2 do
artigo 25.º.
12 – Os rendimentos previstos nas alíneas c) a e)
do n.º 1 e nos n.os 2 a 5 e nos n.os 9 e 10 podem ser
englobados por opção dos respetivos titulares
residentes em território português.
13 – Os rendimentos previstos nas alíneas c) a e)
do n.º 1 e nos n.os 2 a 5 e os n.os 9, 10 e 12 podem
ser englobados por opção dos respetivos
titulares residentes em território português.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
19
Nota: O anterior n.º 13 corresponde ao novo n.º 14. O anterior n.º 14 corresponde ao novo n.º 15. O anterior n.º 15 corresponde ao novo n.º 16. O anterior n.º 16 corresponde ao novo n.º 17. O anterior n.º 17 corresponde ao novo n.º 18. O anterior n.º 19 corresponde ao novo n.º 20.
ANOTAÇÃO
Estabelece-se que a taxa especial de 28% é também aplicável aos rendimentos decorrentes de
contratos de direito real de habitação duradoura (DHD) correspondentes à prestação pecuniária
anual deduzida pelo proprietário em virtude do não cumprimento pelo morador das suas
obrigações, ou quando constituir rendimento, na parte respeitante à caução inicial.
Nos n.os 2 a 5 deste artigo são estabelecidas reduções da taxa geral de 28% em relação a
rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente em
função da duração desses contratos e das respetivas renovações.
A taxa de redução em relação aos contratos é a seguinte:
Art.º 72 n.º
Duração do contrato (anos)
Taxas Redução Taxa efetiva
2 2 ≤ d < 5 2% 26% 3 5 ≤ d < 10 5% 23% 4 10 ≤ d < 20 14% 14% 5 d 20 18% 10%
18 – Sempre que os contratos de arrendamento
previstos nos n.os 2, 3, 4 e 5 cessem os seus efeitos
antes de decorridos os prazos de duração dos
mesmos ou das suas renovações, por motivo
imputável ao senhorio, extingue-se o direito às
reduções da taxa aí previstas, com efeitos desde
o início do contrato ou renovação, devendo os
titulares dos rendimentos, no ano da cessação do
contrato, proceder à declaração desse facto para
efeitos de regularização da diferença entre o
montante do imposto que foi pago em cada ano
e aquele que deveria ter sido pago, acrescida de
juros compensatórios.
19 – Sempre que os contratos de arrendamento
previstos nos n.os 2, 3, 4 e 5 cessem os seus efeitos
antes de decorridos os prazos de duração dos
mesmos ou das suas renovações, por motivo
imputável ao senhorio, ou, no caso do direito de
habitação duradoura, por acordo das partes,
extingue-se o direito às reduções da taxa aí
previstas, com efeitos desde o início do contrato
ou renovação, devendo os titulares dos
rendimentos, no ano da cessação do contrato,
proceder à declaração desse facto para efeitos de
regularização da diferença entre o montante do
imposto que foi pago em cada ano e aquele que
deveria ter sido pago, acrescida de juros
compensatórios.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
20
Quanto às renovações, estão previstas nos n.os 2 e 3 do artigo 72.º, tendo a respetiva
interpretação sido objeto do Ofício Circulado n.º 20217, do passado dia 5 de fevereiro, que contém
exemplos numéricos.
O n.º 5 foi alterado, no sentido de passar a contemplar também os rendimentos prediais
decorrentes de contratos de DHD, na parte respeitante ao pagamento da prestação pecuniária
mensal.
Relativamente aos residentes não habituais, passam a ficar sujeitos à aplicação de uma taxa
especial de 10% aos rendimentos líquidos de pensões nas seguintes condições:
a) Não sejam de considerar obtidos em território português (em função da localização da
entidade devedora);
b) Na parte em que, quando tenham origem em contribuições, não tenham gerado uma
dedução para efeitos do n.º 2 do artigo 25.º.
Nesta matéria, estão previstas disposições transitórias, que dizem o seguinte:
“2 – O disposto nos artigos 22.º, 72.º e 81.º do Código do IRS na redação anterior à introduzida pela
presente lei continua a ser aplicável, enquanto não estiver esgotado o período a que se refere os n.os 9 a
12 do artigo 16.º do Código do IRS, relativamente aos sujeitos passivos que, à data de entrada em vigor
da presente lei, já se encontrem inscritos como residentes não habituais no registo de contribuintes da
Autoridade Tributária e Aduaneira ou cujo pedido de inscrição já tenha sido submetido e esteja pendente
para análise, bem como aos sujeitos passivos que, à data de entrada em vigor da presente lei, sejam
considerados residentes para efeitos fiscais e que solicitem a respetiva inscrição como residente não
habitual até 31 de março de 2020 ou 2021, por reunirem as respetivas condições em 2019 ou 2020,
respetivamente.
3 – Os sujeitos passivos que, à data de entrada em vigor da presente lei, já se encontrem inscritos como
residentes não habituais no registo de contribuintes da Autoridade Tributária e Aduaneira ou cujo
pedido de inscrição já tenha sido submetido e esteja pendente para análise podem optar pela sua
tributação de acordo com a redação introduzida pela presente lei aos artigos 22.º, 72.º e 81.º do Código
do IRS, desde que não esteja já esgotado o período a que se refere os n.os 9 a 12 do artigo 16.º do Código
do IRS.
4 – Os sujeitos passivos que, à data de entrada em vigor da presente lei, sejam considerados residentes
para efeitos fiscais e que solicitem a respetiva inscrição como residentes não habituais até 31 de março de
2020 ou 2021, por reunirem as respetivas condições em 2019 ou 2020, respetivamente, podem
igualmente optar pela sua tributação de acordo com a redação introduzida pela presente lei aos artigos
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
21
22.º, 72.º e 81.º do Código do IRS.
5 – A opção a que se referem os números anteriores deve ser exercida pelos sujeitos passivos na
declaração de rendimentos respeitante ao ano de 2020.”
ANOTAÇÃO
Até ao final do ano passado, a dedução pessoal à coleta do IRS relativa a dependentes era de
€ 600, a que se acrescia a quantia de € 126 para os dependentes que não ultrapassassem 3 anos de
idade até 31 de dezembro do ano a que respeitasse o imposto.
Estabelece-se agora que o acréscimo passe para € 300 quando se trate de famílias com dois ou
mais dependentes que não ultrapassem 3 anos de idade até 31 de dezembro do ano a que respeite o
imposto, a partir do segundo dependente.
Exemplo:
Suponhamos um casal com 4 filhos, nascidos nos anos de 2013, 2015, 2018 e 2019 (note-se que
são irrelevantes os dias do nascimento de cada um, já que o que conta é a idade no dia 31 de
dezembro).
Com referência ao ano de 2020, a dedução à coleta relativa a dependentes obtém-se como
segue:
Filhos Ano de
nascimento Idade em 31.12.2020
Dedução (€)
A 2013 7 600 600 B 2015 5 600 600 C 2018 2 600 + 300 900 D 2019 1 600 + 300 900
3 000
Artigo 78.º-A – Deduções dos descendentes e ascendentes
Redação anterior OE 2020
3 – No caso previsto na alínea a) do número
anterior, os montantes são de 300 € e 150 €,
respetivamente, para o segundo dependente e
seguintes, independentemente da idade do
primeiro dependente.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
22
ANOTAÇÃO
Este artigo foi alterado no sentido de passar a contemplar também os contratos de direito real
de habitação duradoura (DHD).
Nestes casos, a importância suportada a título de caução inicial deve ser indicada pelo
morador na declaração modelo 3 do ano em que seja tributável como rendimento do proprietário
nos termos da alínea b) do n.º 5 do artigo 8.º.
Artigo 78.º-E – Dedução de encargos com imóveis
Redação anterior OE 2020
1 – À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a 15%
do valor suportado por qualquer membro do agregado familiar:
a) Com as importâncias, líquidas de subsídios ou
comparticipações oficiais, suportadas a título de
renda pelo arrendatário de prédio urbano ou da
sua fração autónoma para fins de habitação
permanente, quando referentes a contratos de
arrendamento celebrados ao abrigo do Regime
do Arrendamento Urbano, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15 de outubro, ou do
Novo Regime do Arrendamento Urbano,
aprovado pela Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro,
até ao limite de € 502;
a) Com as importâncias, líquidas de subsídios ou
comparticipações oficiais, suportadas a título de
renda pelo arrendatário de prédio urbano ou da
sua fração autónoma para fins de habitação
permanente, quando referentes a contratos de
arrendamento celebrados ao abrigo do Regime
do Arrendamento Urbano, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15 de outubro, ou do
Novo Regime do Arrendamento Urbano,
aprovado pela Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro,
ou com contratos de direito real de habitação
duradoura no ano em que tais importâncias
sejam tributáveis como rendimento do
proprietário, até ao limite de 502 €;
9 – No caso do direito real de habitação
duradoura, a importância suportada a título de
caução inicial deve ser indicada pelo morador na
declaração a que se refere o n.º 1 do artigo 57.º
relativa ao ano em que seja tributável como
rendimento do proprietário nos termos da alínea
b) do n.º 5 do artigo 8.º.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
23
ANOTAÇÃO
A dedução à coleta do IRS do IVA suportado em atividades veterinárias passa a compreender
a aquisição de medicamentos de uso veterinário.
Artigo 78.º-F – Dedução pela exigência de fatura
Redação anterior OE 2020
6 – O disposto na alínea e) do n.º 1 inclui a
aquisição de medicamentos de uso veterinário.
Artigo 81.º – Eliminação da dupla tributação jurídica internacional
Redação anterior OE 2020
1 – Os titulares de rendimentos das diferentes
categorias obtidos no estrangeiro, incluindo os
previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 do artigo
72.º, têm direito a um crédito de imposto por
dupla tributação jurídica internacional, dedutível
até ao limite das taxas especiais aplicáveis e, nos
casos de englobamento, até à concorrência da
parte da coleta proporcional a esses rendimentos
líquidos, considerados nos termos do n.º 6 do
artigo 22.º, que corresponde à menor das
seguintes importâncias:
1 – Os titulares de rendimentos das diferentes
categorias obtidos no estrangeiro, incluindo os
previstos no artigo 72.º, têm direito a um crédito
de imposto por dupla tributação jurídica
internacional, dedutível até ao limite das taxas
especiais aplicáveis e, nos casos de
englobamento, até à concorrência da parte da
coleta proporcional a esses rendimentos líquidos,
considerados nos termos do n.º 6 do artigo 22.º,
que corresponde à menor das seguintes
importâncias:
a) Imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro;
b) Fração da coleta do IRS, calculada antes da dedução, correspondente aos rendimentos que no
país em causa possam ser tributados, líquidos das deduções específicas previstas neste Código.
6 – Aos residentes não habituais em território
português que obtenham, no estrangeiro,
rendimentos da categoria H, na parte em que os
mesmos, quando tenham origem em
contribuições, não tenham gerado uma dedução
para efeitos do n.º 2 do artigo 25.º, aplica-se o
6 – [Revogado].
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
24
método da isenção, bastando que se verifique
qualquer das condições previstas nas alíneas
seguintes:
a) Sejam tributados no outro Estado contratante,
em conformidade com convenção para eliminar
a dupla tributação celebrada por Portugal com
esse Estado; ou
b) Pelos critérios previstos no n.º 1 do artigo 18.º,
não sejam de considerar obtidos em território
português.
7 – Os rendimentos isentos nos termos dos n.os 4,
5 e 6 são obrigatoriamente englobados para
efeitos de determinação da taxa a aplicar aos
restantes rendimentos, com exceção dos
previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 e no n.º 10 do
artigo 72.º
7 – Os rendimentos isentos nos termos dos n.os 4
e 5 são obrigatoriamente englobados para efeitos
de determinação da taxa a aplicar aos restantes
rendimentos, com exceção dos previstos nas
alíneas c) a e) do n.º 1, nos n.os 2 a 5 e no n.º 10 do
artigo 72.º.
8 – Os titulares dos rendimentos isentos nos
termos nos n.os 4, 5 e 6 podem optar pela
aplicação do método do crédito de imposto
referido no n.º 1, sendo neste caso os
rendimentos obrigatoriamente englobados para
efeitos da sua tributação, com exceção dos
previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 e nos n.os 7 e
10 do artigo 72.º.
8 – Os titulares dos rendimentos isentos nos
termos dos n.os 4 e 5 podem optar pela aplicação
do método do crédito de imposto referido no
n.º 1, sendo neste caso os rendimentos
obrigatoriamente englobados para efeitos da sua
tributação, com exceção dos previstos nas alíneas
c) a e) do n.º 1, nos n.os 2 a 5, 7 e 10 do artigo 72.º.
10 – Os titulares dos rendimentos obtidos no
estrangeiro relativamente aos quais, por força de
convenção para eliminar a dupla tributação
celebrada por Portugal, seja aplicado o método
do crédito de imposto no Estado da fonte não
beneficiam do direito a crédito de imposto por
dupla tributação jurídica internacional previsto
nos n.os 1 e 8.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
25
ANOTAÇÃO
A revogação do n.º 6 deste artigo, com os inerentes ajustamentos da redação dos n.os 7 e 8,
decorre da alteração do regime de tributação das pensões auferidas por residentes não habituais em
território português, que passaram a ficar sujeitas à aplicação de uma taxa especial de 10%, nos
termos definidos na nova redação do n.º 12 do artigo 72.º.
Estabelece-se ainda no novo n.º 10 do artigo 81.º que os titulares de rendimentos obtidos no
estrangeiro aos quais, por força de convenção para eliminar a dupla tributação, seja aplicado o
método do crédito de imposto no Estado da fonte, não beneficiam do direito a crédito de imposto
por dupla tributação jurídica internacional prevista neste artigo.
Artigo 99.º-F – Tabelas de retenção na fonte
Redação anterior OE 2020
4 – As entidades que procedam à retenção na
fonte dos rendimentos previstos no artigo 2.º-B
devem aplicar a taxa de retenção que resultar do
despacho previsto no n.º 1 para a totalidade dos
rendimentos, incluindo os isentos, apenas à parte
dos rendimentos que não esteja isenta, consoante
se trate do primeiro, do segundo, ou do terceiro
ano de rendimentos após a conclusão de um
ciclo de estudos.
5 – Para efeitos do disposto no número anterior,
é aplicável o n.º 2 do artigo 99.º, com as
necessárias adaptações, devendo os sujeitos
passivos invocar, junto das entidades devedoras,
a possibilidade de beneficiar do regime previsto
no artigo 2.º-B, através da comprovação da
conclusão de um ciclo de estudos.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
26
ANOTAÇÃO
Relativamente ao regime de isenção parcial previsto no novo artigo 2.º-B, são aditados ao
artigo em comentário os números 4 e 5, prevendo, por um lado, a exigência de que o sujeito passivo
interessado na isenção o comunique às entidades devedoras dos rendimentos abrangidos, através
da comprovação da conclusão de um ciclo de estudos, e, por outro lado, a exigibilidade de que, na
retenção na fonte a efetuar, seja adotada a tabela de retenção anualmente publicada em relação aos
rendimentos do trabalho dependente, aplicando-se apenas aos rendimentos não isentos.
Exemplo:
A. Silva licenciou-se em Gestão em 2019.
Começou a trabalhar numa empresa em janeiro de 2020, como trabalhador dependente, com
um vencimento mensal de € 1 600,00.
Se durante o ano de 2020 receber os 14 meses de salários correspondentes a esse ano, auferirá
um rendimento bruto anual de € 22 400,00, pelo que beneficiará da isenção prevista no artigo 2.º-B,
cujo limite é, como vimos, de € 25 075,00.
A entidade devedora dos rendimentos, comunicado que lhe seja o enquadramento dos
rendimentos, deverá proceder à retenção na fonte de IRS com base na tabela aplicável.
Recorrendo à tabela vigente em 2020, e supondo que se trata de sujeito passivo não casado,
sem filhos, a taxa de retenção será a correspondente à remuneração mensal de € 1 600,00, ou seja,
19,1%.
A retenção na fonte a efetuar em relação a janeiro, por exemplo, será de:
19,1% x € 1 600,00 x 0,7 = € 213,92
Artigo 101.º – Retenção sobre rendimentos de outras categorias
Redação anterior OE 2020
2 – Tratando-se de rendimentos referidos no artigo 71.º, a retenção na fonte nele prevista cabe:
c) Às entidades gestoras de plataformas de
financiamento colaborativo que paguem ou
coloquem à disposição rendimentos referidos no
n.º 1 do artigo 71.º e que tenham em território
português a sua sede ou direção efetiva ou
estabelecimento estável a que deva imputar-se o
pagamento.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
27
ANOTAÇÃO
As entidades gestoras de plataformas de financiamento colaborativo (“crowdfunding”), cuja
sede ou direção efetiva ou estabelecimento estável esteja localizado em território português, passam
a estar obrigadas a realizar retenções na fonte sobre os rendimentos de capitais que paguem ou
coloquem à disposição.
ANOTAÇÃO
É alargada a possibilidade de os sujeitos passivos efetuarem pagamentos por conta devidos a
título final a todas as categorias de IRS (e já não só aos titulares de rendimentos de categoria A e de
categoria H), quando as entidades devedoras dos rendimentos não se encontrem obrigadas a efetuar
retenção na fonte de IRS, desde que o montante de cada entrega seja igual ou superior a € 50.
Artigo 102.º – Pagamentos por conta
Redação anterior OE 2020
8 – Os titulares de rendimentos das categorias A
e H, cujas entidades devedoras dos rendimentos
não se encontrem abrangidas pela obrigação de
retenção na fonte prevista no artigo 99.º, podem,
querendo, efetuar pagamentos por conta do
imposto devido a final, desde que o montante de
cada entrega seja igual ou superior a € 50.
8 – Os titulares de rendimentos cujas entidades
devedoras dos rendimentos não se encontrem
abrangidas pela obrigação de retenção na fonte
prevista neste código, podem, querendo, efetuar
pagamentos por conta do imposto devido a final,
desde que o montante de cada entrega seja igual
ou superior a 50 €.
Artigo 115.º – Emissão de recibos e faturas
Redação anterior OE 2020
5 – Os titulares dos rendimentos da categoria F são obrigados:
a) A passar recibo de quitação, em modelo
oficial, de todas as importâncias recebidas dos
seus inquilinos, pelo pagamento das rendas
referidas nas alíneas a) a e) do n.º 2 do artigo 8.º,
a) A passar recibo de quitação, em modelo
oficial, de todas as importâncias recebidas dos
seus inquilinos, pelo pagamento das rendas
referidas nas alíneas a) a e) e h) do n.º 2 do artigo
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
28
ANOTAÇÃO
O recibo exigido em relação ao pagamento de rendas passa a compreender igualmente as
importâncias relativas aos contratos de direito real de habitação duradouro (DHD).
Artigo 328.º
Consignação de receita de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares ao
Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I. P.
1 – Constitui receita do IHRU, I. P., a parte proporcional da coleta do IRS que corresponder ao
agravamento do coeficiente para determinação do rendimento tributável aplicável aos rendimentos
da exploração de estabelecimentos de alojamento local localizados em área de contenção.
2 – A parte da coleta proporcional do IRS referida no número anterior é determinada em
função do peso do agravamento de coeficiente aplicável aos rendimentos da exploração de
estabelecimentos de alojamento local localizados em área de contenção, no total de rendimentos
líquidos auferidos pelo sujeito passivo.
3 – Considerando que apenas em 2021 são efetuadas as primeiras liquidações de IRS com
agravamento da tributação de rendimentos de alojamento local situados em zonas de contenção, a
consignação prevista no número anterior é efetuada de forma faseada, nos seguintes termos:
a) Em 2020, é transferido para o IHRU, I. P., o valor de 7 000 000,00 €.
b) Em 2021, é transferido para o IHRU, I. P., o valor de 10 000 000,00 €.
4 – Em 2022, é transferido para o IHRU, I. P., o valor que resultar do IRS liquidado
relativamente aos rendimentos de 2020 e anos seguintes, nos termos previstos nos n.os 1 e 2.
5 – Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, durante o ano de 2020 o Governo
transfere adicionalmente 7 000 000 € com origem na dotação provisional e procede à definição de
ainda que a título de caução, adiantamento ou
reembolso de despesas; ou
8.º, ainda que a título de caução, adiantamento
ou reembolso de despesas; ou
b) A entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira uma declaração de modelo oficial que
descrimine os rendimentos mencionados na alínea anterior até ao fim do mês de janeiro de cada
ano, por referência ao ano anterior.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
29
um regime de consignação de impostos para o IHRU, I.P., com vista a dar maior previsibilidade ao
financiamento das políticas públicas de habitação.
Artigo 329.º
Disposição transitória no âmbito do IRS
1 – O disposto no artigo 2.º-B do Código do IRS, aditado pela presente lei, aplica-se aos
sujeitos passivos cujo primeiro ano de obtenção de rendimentos após a conclusão de um ciclo de
estudos seja o ano de 2020 ou posterior.
2 – O disposto nos artigos 22.º, 72.º e 81.º do Código do IRS na redação anterior à introduzida
pela presente lei continua a ser aplicável enquanto não estiver esgotado o período a que se referem
os n.os 9 a 12 do artigo 16.º do Código do IRS, relativamente aos sujeitos passivos que, à data de
entrada em vigor da presente lei, já se encontrem inscritos como residentes não habituais no registo
de contribuintes da Autoridade Tributária e Aduaneira ou cujo pedido de inscrição já tenha sido
submetido e esteja pendente para análise, bem como aos sujeitos passivos que, à data de entrada em
vigor da presente lei, sejam considerados residentes para efeitos fiscais e que solicitem a respetiva
inscrição como residentes não habituais até 31 de março de 2020 ou 2021, por reunirem as respetivas
condições em 2019 ou 2020, respetivamente.
3 – Os sujeitos passivos que, à data de entrada em vigor da presente lei, já se encontrem
inscritos como residentes não habituais no registo de contribuintes da Autoridade Tributária e
Aduaneira ou cujo pedido de inscrição já tenha sido submetido e esteja pendente para análise
podem optar pela sua tributação de acordo com a redação introduzida pela presente lei aos artigos
22.º, 72.º e 81.º do Código do IRS, desde que não esteja já esgotado o período a que se referem os
n.os 9 a 12 do artigo 16.º do Código do IRS.
4 – Os sujeitos passivos que, à data de entrada em vigor da presente lei, sejam considerados
residentes para efeitos fiscais e que solicitem a respetiva inscrição como residentes não habituais até
31 de março de 2020 ou 2021, por reunirem as respetivas condições em 2019 ou 2020,
respetivamente, podem igualmente optar pela sua tributação de acordo com a redação introduzida
pela presente lei aos artigos 22.º, 72.º e 81.º do Código do IRS.
5 – A opção a que se referem os números anteriores deve ser exercida pelos sujeitos passivos
na declaração de rendimentos respeitante ao ano de 2020.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
30
Artigo 330.º
Norma interpretativa em sede de IRS
Considerando que as alterações aos artigos 22.º, 58.º, 72.º, 81.º e 119.º do Código do IRS
aprovadas pela Lei n.º 119/2019, de 18 de setembro, se destinaram ao aperfeiçoamento
do novo regime introduzido pela Lei n.º 3/2019, de 9 de janeiro, e que este diploma visou a criação de
condições para o arrendamento habitacional acessível, têm as mesmas natureza interpretativa.
ANOTAÇÃO
As alterações aqui em causa são as seguintes:
Artigo 22.º – Englobamento
Redação anterior Lei n.º 119/2019
3 – Não são englobados para efeitos da sua tributação:
a) Os rendimentos auferidos por sujeitos
passivos não residentes em território português,
sem prejuízo do disposto nos n.os 8 e 9 do artigo
72.º;
a) Os rendimentos auferidos por sujeitos passivos
não residentes em território português, sem
prejuízo do disposto nos n.os 12 e 13 do artigo
72.º;
Artigo 58.º – Dispensa de apresentação de declaração
Redação anterior Lei n.º 119/2019
3 – As situações de dispensa de declaração previstas nos números anteriores não abrangem os
sujeitos passivos que:
d) Aufiram rendimentos de pensões de alimentos
a que se refere o n.º 5 do artigo 72.º de valor
superior a € 4.104.
d) Aufiram rendimentos de pensões de alimentos
a que se refere o n.º 9 do artigo 72.º de valor
superior a € 4104.
Artigo 72.º – Taxas especiais
Redação anterior Lei n.º 119/2019
2 – Aos rendimentos prediais decorrentes de 2 – Aos rendimentos prediais decorrentes de
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
31
contratos de arrendamento com duração igual
ou superior a dois anos e inferior a cinco anos, é
aplicada uma redução de dois pontos
percentuais da respetiva taxa autónoma; e por
cada renovação com igual duração, é aplicada
uma redução de dois pontos percentuais até ao
limite de catorze pontos percentuais.
contratos de arrendamento para habitação
permanente com duração igual ou superior a
dois anos e inferior a cinco anos, é aplicada uma
redução de dois pontos percentuais da respetiva
taxa autónoma; e por cada renovação com igual
duração, é aplicada uma redução de dois pontos
percentuais até ao limite de catorze pontos
percentuais.
3 – Aos rendimentos prediais decorrentes de
contratos de arrendamento celebrados com
duração igual ou superior a cinco anos e inferior
a dez anos, é aplicada uma redução de cinco
pontos percentuais da respetiva taxa autónoma;
e por cada renovação com igual duração, é
aplicada uma redução de cinco pontos
percentuais até ao limite de catorze pontos
percentuais.
3 – Aos rendimentos prediais decorrentes de
contratos de arrendamento para habitação
permanente celebrados com duração igual ou
superior a cinco anos e inferior a dez anos, é
aplicada uma redução de cinco pontos
percentuais da respetiva taxa autónoma; e por
cada renovação com igual duração, é aplicada
uma redução de cinco pontos percentuais até ao
limite de catorze pontos percentuais.
4 – Aos rendimentos prediais decorrentes de
contratos de arrendamento com duração igual
ou superior a dez anos e inferior a 20 anos, é
aplicada uma redução de catorze pontos
percentuais da respetiva taxa autónoma.
4 – Aos rendimentos prediais decorrentes de
contratos de arrendamento para habitação
permanente com duração igual ou superior a dez
anos e inferior a vinte anos, é aplicada uma
redução de catorze pontos percentuais da
respetiva taxa autónoma.
5 – Aos rendimentos prediais decorrentes de
contratos de arrendamento com duração
superior a 20 anos, é aplicada uma redução de
dezoito pontos percentuais da respetiva taxa
autónoma.
5 – Aos rendimentos prediais decorrentes de
contratos de arrendamento para habitação
permanente com duração igual ou superior a
vinte anos, é aplicada uma redução de dezoito
pontos percentuais da respetiva taxa autónoma.
18 – Sempre que os contratos de arrendamento
previstos nos n.os 2, 3, 4 e 5 cessem os seus efeitos
antes de decorridos os prazos de duração dos
mesmos ou das suas renovações, por motivo
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
32
imputável ao senhorio, extingue -se o direito às
reduções da taxa aí previstas, com efeitos desde
o início do contrato ou renovação, devendo os
titulares dos rendimentos, no ano da cessação do
contrato, proceder à declaração desse facto para
efeitos de regularização da diferença entre o
montante do imposto que foi pago em cada ano
e aquele que deveria ter sido pago, acrescida de
juros compensatórios.
19 – Para efeitos do disposto no número anterior,
suspende -se o prazo de caducidade do direito à
liquidação de imposto nos termos da alínea c) do
n.º 2 do artigo 46.º da Lei Geral Tributária.
Artigo 81.º – Eliminação da dupla tributação jurídica internacional
Redação anterior Lei n.º 119/2019
7 – Os rendimentos isentos nos termos dos n.os 4,
5 e 6 são obrigatoriamente englobados para
efeitos de determinação da taxa a aplicar aos
restantes rendimentos, com exceção dos
previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 e no n.º 6 do
artigo 72.º.
7 – Os rendimentos isentos nos termos dos n.os 4,
5 e 6 são obrigatoriamente englobados para
efeitos de determinação da taxa a aplicar aos
restantes rendimentos, com exceção dos
previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 e no n.º 10 do
artigo 72.º.
8 – Os titulares dos rendimentos isentos nos
termos dos n.os 4, 5 e 6 podem optar pela
aplicação do método do crédito de imposto
referido no n.º 1, sendo neste caso os
rendimentos obrigatoriamente englobados para
efeitos da sua tributação, com exceção dos
previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 e nos n.os 3 e
6 do artigo 72.º.
8 – Os titulares dos rendimentos isentos nos
termos nos n.os 4, 5 e 6 podem optar pela
aplicação do método do crédito de imposto
referido no n.º 1, sendo neste caso os
rendimentos obrigatoriamente englobados para
efeitos da sua tributação, com exceção dos
previstos nas alíneas c) a e) do n.º 1 e nos n.os 7 e
10 do artigo 72.º.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
33
Artigo 119.º – Comunicação de rendimentos e retenções
Redação anterior Lei n.º 119/2019
1 – As entidades devedoras de rendimentos que
estejam obrigadas a efetuar a retenção, total ou
parcial, do imposto, bem como as entidades
devedoras dos rendimentos previstos nos n.os 4),
5), 7), 9) e 10) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º e
dos rendimentos não sujeitos, total ou
parcialmente, previstos nos artigos 2.º e 2.º-A e
nos n.os 2, 4 e 5 do artigo 12.º, e ainda as
entidades através das quais sejam processados
os rendimentos sujeitos ao regime especial de
tributação previsto no n.º 3 do artigo 72.º, são
obrigadas a:
1 — As entidades devedoras de rendimentos que
estejam obrigadas a efetuar a retenção, total ou
parcial, do imposto, bem como as entidades
devedoras dos rendimentos previstos nos n.os 4),
5), 7), 9) e 10) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º e
dos rendimentos não sujeitos, total ou
parcialmente, previstos nos artigos 2.º e 2.º -A e
nos n.os 2, 4 e 5 do artigo 12.º, e ainda as
entidades através das quais sejam processados os
rendimentos sujeitos ao regime especial de
tributação previsto no n.º 7 do artigo 72.º, são
obrigadas a:
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
34
1. Sobre deduções à coleta
1 – Sem prejuízo do disposto nos artigos 78.º-C a 78.º-E e 84.º do Código do IRS, no que se
refere ao apuramento das deduções à coleta pela AT os sujeitos passivos de IRS podem, na
declaração de rendimentos respeitante ao ano de 2019, declarar o valor das despesas a que se
referem aqueles artigos.
2 – O uso da faculdade prevista no número anterior determina, para efeitos do cálculo das
deduções à coleta previstas nos artigos 78.º-C a 78.º-E e 84.º do Código do IRS, a consideração dos
valores declarados pelos sujeitos passivos, os quais substituem os que tenham sido comunicados à
AT nos termos da lei.
3 – O uso da faculdade prevista no n.º 1 não dispensa o cumprimento da obrigação de
comprovar os montantes declarados referentes às despesas referidas nos artigos 78.º-C a 78.º-E e 84.º
do Código do IRS, relativamente à parte que exceda o valor que foi previamente comunicado à AT,
bem como das despesas elegíveis que dependem de indicação pelos sujeitos passivos no Portal das
Finanças, e nos termos gerais do artigo 128.º do Código do IRS.
4 – Relativamente ao ano de 2019, o disposto no n.º 7 do artigo 78.º-B não é aplicável às
deduções à coleta constantes dos artigos 78.º-C a 78.º-E e 84.º do Código do IRS, sendo substituído
pelo mecanismo previsto nos números anteriores.
ANOTAÇÃO
Tal como em anos anteriores, no que se refere ao apuramento das deduções à coleta, prevê-se
a faculdade de os sujeitos passivos declararem o valor das despesas na declaração de rendimentos
respeitante ao ano de 2019 referentes a saúde, educação e formação, encargos com imóveis e com
lares.
O uso desta faculdade determina, para efeitos do cálculo das deduções à coleta, a
consideração dos valores declarados pelos sujeitos passivos, os quais substituem os que tenham
sido comunicados à AT nos termos da lei. De qualquer modo, com referência às diferenças
existentes entre os valores declarados pelos sujeitos passivos e os previamente comunicados à AT,
o ónus da respetiva comprovação cabe aos sujeitos passivos.
DECLARAÇÃO MODELO 3 RELATIVA A 2019 – Medidas transitórias
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
35
Face a este regime transitório, não é aplicável a possibilidade de reclamação por parte dos
sujeitos passivos relativamente às deduções à coleta em questão.
2. Sobre despesas e encargos da categoria B
1 – Sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 15 do artigo 31.º do Código do IRS, no que se
refere à afetação à atividade empresarial das despesas e encargos referidos nas alíneas c) e e) do
n.º 13 daquele artigo, os sujeitos passivos de IRS podem, na declaração de rendimentos respeitante
ao ano de 2019, declarar o valor das despesas e encargos a que se referem aquelas disposições legais.
2 – O uso da faculdade prevista no número anterior determina, para efeitos do cálculo das
despesas e encargos referidos nas alíneas b), c) e e) do n.º 13 do artigo 31.º do Código do IRS, a
consideração dos valores declarados pelos sujeitos passivos, os quais substituem os que tenham sido
comunicados à AT e afetos à atividade pelo sujeito passivo nos termos da lei.
3 – O uso da faculdade prevista no n.º 1 não dispensa o cumprimento da obrigação de
comprovar os montantes declarados referentes às despesas e encargos referidos nas alíneas b), c) e e)
do artigo 31.º do Código do IRS, nos termos gerais do artigo 128.º, ambos do Código do IRS.
4 – Relativamente ao ano de 2019, o disposto no n.º 7 do artigo 78.º-B do Código do IRS não é
aplicável às deduções ao rendimento constantes das alíneas c) e e) do n.º 13 do artigo 31.º do Código
do IRS, sendo substituído pelo mecanismo previsto nos números anteriores.
ANOTAÇÃO
No âmbito do Regime Simplificado, e tal como na Lei do Orçamento do Estado para 2019, foi
criada uma medida transitória de comunicação das despesas e encargos relacionados com a
atividade empresarial ou profissional.
Os sujeitos passivos titulares de rendimentos empresariais ou profissionais sujeitos ao
referido regime podem reportar na declaração de rendimentos respeitante ao ano 2019 valores de
despesas e de encargos relacionados exclusiva ou parcialmente com a sua atividade empresarial ou
profissional, os quais irão substituir os valores apurados pela AT.
No fundo, trata-se de criar, à semelhança do que tem acontecido com as deduções à coleta, a
possibilidade de o contribuinte introduzir manualmente as despesas afetas à atividade, as quais
substituem as previamente comunicadas pelo portal e-fatura.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
36
Neste caso, os sujeitos passivos encontram-se obrigados a comprovar estes valores
reportados se para tal forem notificados.
1 – Fica o Governo autorizado a criar deduções ambientais que incidam sobre as aquisições de
unidades de produção renovável para autoconsumo, bem como de bombas de calor com classe
energética A ou superior, desde que afetas a utilização pessoal, para efeitos de, respetivamente,
promoção e disseminação da produção descentralizada de energia a partir de fontes renováveis de
energia e comunidades de energia e o fomento de equipamentos mais eficientes.
2 – O sentido e a extensão da autorização legislativa prevista no número anterior consistem em
permitir a dedução à coleta do IRS de cada sujeito passivo, num montante correspondente a uma
parte do valor suportado a título daquelas despesas e que constem de faturas que titulem aquisições
de bens e serviços a entidades com a classificação das atividades económicas apropriada, com o
limite global máximo de 1000 €.
3 – A presente autorização legislativa tem a duração do ano económico a que respeita a
presente lei.
ANOTAÇÃO
O Governo fica autorizado a criar deduções ambientais que incidam sobre as aquisições de
unidades de produção renovável para autoconsumo, bem como bombas de calor com classe
energética A ou superior, desde que afetas à utilização pessoal, no sentido de permitir a dedução à
coleta do IRS de uma parte daquelas despesas, com limite global máximo de € 1 000.
AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA – Deduções ambientais
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
37
ANOTAÇÃO
Os gastos suportados com a aquisição de passes sociais em benefício do pessoal, desde que
tenham caráter geral e não revistam a natureza de rendimentos do trabalho dependente, passam a
ser considerados, para a determinação do lucro tributável, em 130% (que corresponde a uma
majoração de 30%).
A este propósito, diz-se no Relatório do Orçamento do Estado: “O Governo deixa clara a sua
linha de desincentivo à atribuição de viaturas de serviço por via da majoração em 30% dos gastos suportados
pelas empresas com a aquisição de passes sociais em benefício dos trabalhadores.”
Recorde-se que, nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo 2.º-A do Código do IRS, não são
enquadradas como rendimentos do trabalho dependente (não sendo, por esse facto, tributadas em
IRS) “as importâncias suportadas pelas entidades patronais com a aquisição de passes sociais a favor dos seus
trabalhadores, desde que a atribuição dos mesmos tenha caráter geral”.
Artigo 43.º – Realizações de utilidade social
Redação anterior OE 2020
15 – Consideram-se incluídos no n.º 1 os gastos
suportados com a aquisição de passes sociais em
benefício do pessoal do sujeito passivo,
verificados os requisitos aí exigidos.
15 – Consideram-se incluídos no n.º 1 os gastos
suportados com a aquisição de passes sociais em
benefício do pessoal do sujeito passivo,
verificados os requisitos aí exigidos, os quais são
considerados, para efeitos da determinação do
lucro tributável, em valor correspondente a
130%.
IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS COLETIVAS
CÓDIGO DO IRC
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Artigo 50.º-A – Rendimentos de patentes e outros direitos de propriedade industrial →→ RendimentosRendimentos de direitos de propriedade industrial ou intelectual Rendimentos de direitos de autor e de direitos de propriedade industrial
Redação anterior OE 2020
1 – Concorrem para a determinação do lucro
tributável em apenas metade do seu valor os
rendimentos provenientes de contratos que
tenham por objeto a cessão ou a utilização
temporária dos seguintes direitos de
propriedade industrial sujeitos a registo:
1 – Concorrem para a determinação do lucro
tributável em apenas metade do seu valor os
rendimentos provenientes de contratos que
tenham por objeto a cessão ou a utilização
temporária dos seguintes direitos de autor e
direitos de propriedade industrial quando
registados:
a) Patentes;
b) Desenhos ou modelos industriais.
c) Direitos de autor sobre programas de
computador.
2 – O disposto no número anterior é igualmente
aplicável aos rendimentos decorrentes da
violação dos direitos de propriedade industrial
aí referidos.
2 – O disposto no número anterior é igualmente
aplicável aos rendimentos decorrentes da
violação dos direitos aí referidos.
3 – O disposto no n.º 1 depende da verificação cumulativa das seguintes condições:
a) [Revogada pelo Decreto-Lei n.º 47/2016, de 22 de agosto]
b) O cessionário utilize os direitos de
propriedade industrial na prossecução de uma
atividade de natureza comercial, industrial ou
agrícola;
c) Os resultados da utilização dos direitos de
propriedade industrial pelo cessionário não se
materializem na entrega de bens ou prestações
de serviços que originem gastos fiscalmente
dedutíveis na entidade cedente, ou em sociedade
que com esta esteja integrada num grupo de
sociedades ao qual se aplique o regime especial
previsto no artigo 69.º, sempre que entre uma ou
b) O cessionário utilize os direitos na
prossecução de uma atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola;
c) Os resultados da utilização dos direitos pelo
cessionário não se materializem na entrega de
bens ou prestações de serviços que originem
gastos fiscalmente dedutíveis na entidade
cedente, ou em sociedade que com esta esteja
integrada num grupo de sociedades ao qual se
aplique o regime especial previsto no artigo 69.º,
sempre que entre uma ou outra e o cessionário
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
39
outra e o cessionário existam relações especiais
nos termos do n.º 4 do artigo 63.º;
existam relações especiais nos termos do n.º 4 do
artigo 63.º;
d) O cessionário não seja uma entidade residente em país, território ou região onde se encontre
sujeita a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do
membro do Governo responsável pela área das finanças.
e) O sujeito passivo a cujos rendimentos seja
aplicável o disposto no n.º 1 disponha de registos
contabilísticos que permitam identificar os
gastos e perdas incorridos ou suportados para a
realização das atividades de investigação e
desenvolvimento diretamente imputáveis ao
direito de propriedade industrial objeto de
cessão ou utilização temporária, e se encontrem
organizados de modo a que esses rendimentos
possam claramente distinguir-se dos restantes.
e) O sujeito passivo a cujos rendimentos seja
aplicável o disposto no n.º 1 disponha de registos
contabilísticos, organizados de modo a que esses
rendimentos possam claramente distinguir-se
dos restantes, que permitam identificar os gastos
e perdas incorridos ou suportados para a
realização das atividades de investigação e
desenvolvimento diretamente imputáveis ao
direito objeto de cessão ou utilização temporária.
4 – O disposto no presente artigo não se aplica
aos rendimentos decorrentes de prestações
acessórias de serviços incluídas nos contratos
referidos no n.º 1, os quais, para o efeito, devem
ser autonomizados dos rendimentos
provenientes da cessão ou da utilização
temporária de direitos de propriedade industrial.
4 – O disposto no presente artigo não se aplica
aos rendimentos decorrentes de prestações
acessórias de serviços incluídas nos contratos
referidos no n.º 1, os quais, para o efeito, devem
ser autonomizados dos rendimentos
provenientes da cessão ou da utilização
temporária dos respetivos direitos.
6 – Para efeitos do presente artigo, considera-se
rendimento proveniente de contratos que
tenham por objeto a cessão ou a utilização
temporária de direitos de propriedade industrial,
o saldo positivo entre os rendimentos e ganhos
auferidos no período de tributação em causa e os
gastos ou perdas incorridos ou suportados, nesse
mesmo período de tributação, pelo sujeito
passivo para a realização das atividades de
investigação e desenvolvimento de que tenha
6 – Para efeitos do presente artigo, considera-se
rendimento proveniente de contratos que
tenham por objeto a cessão ou a utilização
temporária de direitos, o saldo positivo entre os
rendimentos e ganhos auferidos no período de
tributação em causa e os gastos ou perdas
incorridos ou suportados, nesse mesmo período
de tributação, pelo sujeito passivo para a
realização das atividades de investigação e
desenvolvimento de que tenha resultado, ou que
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
40
resultado, ou que tenham beneficiado, o direito
de propriedade industrial ao qual é imputável o
rendimento.
tenham beneficiado, o direito ao qual é
imputável o rendimento.
7 – O disposto nos n.os 1 e 2 apenas é aplicável à
parte do rendimento, calculado nos termos do
número anterior, que exceda o saldo negativo
acumulado entre os rendimentos e ganhos
relativos a cada direito de propriedade industrial
e os gastos e perdas incorridos com a realização
das atividades de investigação para o respetivo
desenvolvimento, registados nos períodos de
tributação anteriores.
7 – O disposto nos n.os 1 e 2 apenas é aplicável à
parte do rendimento, calculado nos termos do
número anterior, que exceda o saldo negativo
acumulado entre os rendimentos e ganhos
relativos a cada direito e os gastos e perdas
incorridos com a realização das atividades de
investigação para o respetivo desenvolvimento,
registados nos períodos de tributação anteriores.
8 – A dedução ao lucro tributável a que se referem os números anteriores não pode exceder o
montante que resulte da aplicação da seguinte fórmula:
DQ/DT x RT x 50%
em que:
DQ = «Despesas qualificáveis incorridas para
desenvolver o ativo protegido pela Propriedade
Industrial», as quais correspondem aos gastos e
perdas incorridos ou suportados pelo sujeito
passivo com atividades de investigação e
desenvolvimento por si realizadas de que tenha
resultado, ou que tenham beneficiado, o direito
de propriedade industrial em causa, bem como
os relativos à contratação de tais atividades com
qualquer outra entidade com a qual não esteja
em situação de relações especiais nos termos do
n.º 4 do artigo 63.º;
DT = «Despesas totais incorridas para
desenvolver o ativo protegido pela Propriedade
Industrial», as quais correspondem a todos os
gastos ou perdas incorridos ou suportados pelo
DQ/DT x RT x 50 %
em que:
DQ = «Despesas qualificáveis incorridas para
desenvolver o ativo protegido», as quais
correspondem aos gastos e perdas incorridos ou
suportados pelo sujeito passivo com atividades
de investigação e desenvolvimento por si
realizadas de que tenha resultado, ou que
tenham beneficiado, o direito em causa, bem
como os relativos à contratação de tais
atividades com qualquer outra entidade com a
qual não esteja em situação de relações especiais
nos termos do n.º 4 do artigo 63.º;
DT = «Despesas totais incorridas para
desenvolver o ativo protegido», as quais
correspondem a todos os gastos ou perdas
incorridos ou suportados pelo sujeito passivo
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
41
ANOTAÇÃO
É alargado o regime comummente designado de Patent Box aos direitos de autor sobre
programas de computador.
Adicionalmente, para que este regime seja aplicável, devem os direitos de propriedade
industrial ou intelectual estar registados, ao passo que, até aqui, a lei apenas previa que fossem
direitos sujeitos a registo.
Em face desta alteração, a subsecção VIII-A da Secção II do Capítulo III do Código do IRC,
passa a denominar-se «Rendimentos de direitos de autor e de direitos de propriedade industrial».
sujeito passivo para a realização das atividades
de investigação e desenvolvimento de que tenha
resultado, ou que tenham beneficiado, o direito
de propriedade industrial em causa, incluindo os
contratados com entidades com as quais esteja
em situação de relações especiais nos termos do
n.º 4 do artigo 63.º, bem como, quando aplicável,
as despesas com a aquisição do direito de
propriedade industrial;
RT = «Rendimento total derivado do ativo IP», o
qual corresponde ao montante apurado nos
termos dos n.os 6 e 7.
para a realização das atividades de investigação
e desenvolvimento de que tenha resultado, ou
que tenham beneficiado, o direito em causa,
incluindo os contratados com entidades com as
quais esteja em situação de relações especiais nos
termos do n.º 4 do artigo 63.º, bem como, quando
aplicável, as despesas com a aquisição do direito;
RT = «Rendimento total derivado do ativo», o
qual corresponde ao montante apurado nos
termos dos n.os 6 e 7.
9 – Para efeitos da aplicação da fórmula prevista no número anterior:
b) O montante total das «Despesas qualificáveis
incorridas para desenvolver o ativo protegido
pela propriedade industrial» é majorado em
30%, tendo como limite o montante das
«Despesas totais incorridas para desenvolver o
ativo protegido pela propriedade industrial».
b) O montante total das «Despesas qualificáveis
incorridas para desenvolver o ativo protegido» é
majorado em 30%, tendo como limite o montante
das «Despesas totais incorridas para desenvolver
o ativo protegido».
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
42
ANOTAÇÃO
É agravado de 0,35 para 0,50 o coeficiente aplicável para efeitos de determinação da matéria
coletável no âmbito do regime simplificado dos rendimentos de exploração de estabelecimento de
alojamento local na modalidade de moradia ou apartamento, localizados em área de contenção,
mantendo-se o coeficiente de 0,35 no caso de serem localizados fora da referida área.
O conceito de área de contenção foi introduzido no artigo 15.º-A do Decreto-Lei n.º 128/2014,
de 29 de agosto, aditado através da Lei n.º 62/2018, de 22 de agosto, que diz o seguinte:
“Artigo 15.º-A
Áreas de contenção
1 – Com o objetivo de preservar a realidade social dos bairros e lugares, a câmara municipal
territorialmente competente, pode aprovar por regulamento e com deliberação fundamentada, a existência de
áreas de contenção, por freguesia, no todo ou em parte, para instalação de novo alojamento local, podendo
impor limites relativos ao número de estabelecimentos de alojamento local nesse território, que podem ter em
conta limites percentuais em proporção dos imóveis disponíveis para habitação.
2 – As áreas de contenção identificadas por cada município são comunicadas ao Turismo de Portugal,
I. P., que introduz referência à limitação de novos registos nestas áreas no Balcão Único Eletrónico.
3 – As áreas de contenção a que se refere o n.º 1 devem ser reavaliadas, no mínimo, de dois em dois
anos e comunicadas as respetivas conclusões ao Turismo de Portugal, I. P., para os efeitos do disposto nos
números anteriores.
Artigo 86.º-B – Determinação da matéria coletável
Redação anterior OE 2020
1 – A matéria coletável relevante para efeitos da aplicação do presente regime simplificado obtém-
se através da aplicação dos seguintes coeficientes:
g) 0,35 dos rendimentos da exploração de
estabelecimentos de alojamento local na
modalidade de moradia ou apartamento.
g) 0,50 dos rendimentos da exploração de
estabelecimentos de alojamento local na
modalidade de moradia ou apartamento,
localizados em área de contenção;
h) 0,35 dos rendimentos da exploração de
estabelecimentos de alojamento local na
modalidade de moradia ou apartamento não
previstos na alínea anterior.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
43
4 – O Turismo de Portugal, I. P., e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I. P.,
disponibilizam anualmente dados desagregados sobre o número de estabelecimentos de alojamento local e de
fogos de habitação permanente.
5 – A instalação de novos estabelecimentos de alojamento local em áreas de contenção carece de
autorização expressa da câmara que, em caso de deferimento, promove o respetivo registo.
6 – Para evitar que a alteração das circunstâncias e das condições de facto existentes possa
comprometer a eficácia do regulamento municipal a que se refere o n.º 1, podem os municípios, por
deliberação fundamentada da assembleia municipal, sob proposta da câmara municipal, suspender, por um
máximo de um ano, a autorização de novos registos em áreas especificamente delimitadas, até à entrada em
vigor do referido regulamento.
7 – Nas áreas de contenção definidas nos termos do presente artigo, o mesmo proprietário apenas pode
explorar um máximo de sete estabelecimentos de alojamento local.”
ANOTAÇÃO
Os sujeitos passivos que se qualifiquem como Pequena ou Média Empresa (PME) nos termos
previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, na sua redação atual, passam a
beneficiar da taxa reduzida de 17% em sede de IRC nos primeiros € 25 000 de matéria coletável, ao
invés dos anteriores € 15 000.
Artigo 87.º – Taxas
Redação anterior OE 2020
2 – No caso de sujeitos passivos que exerçam,
diretamente e a título principal, uma atividade
económica de natureza agrícola, comercial ou
industrial, que sejam qualificados como pequena
ou média empresa, nos termos previstos no
anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de
novembro, a taxa de IRC aplicável aos primeiros
€ 15 000 de matéria coletável é de 17%,
aplicando-se a taxa prevista no número anterior
ao excedente.
2 – No caso de sujeitos passivos que exerçam,
diretamente e a título principal, uma atividade
económica de natureza agrícola, comercial ou
industrial, que sejam qualificados como pequena
ou média empresa, nos termos previstos no
anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de
novembro, a taxa de IRC aplicável aos primeiros
25 000 € de matéria coletável é de 17%,
aplicando-se a taxa prevista no número anterior
ao excedente.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
44
Sendo a taxa normal de 21%, o benefício total máximo, que era de € 600,00, por entidade,
passa para € 1 000,00.
Idêntica alteração no limite foi realizada no artigo 41.º-B do EBF, no âmbito dos benefícios à
interioridade.
Nota: O anterior n.º 15 corresponde ao novo n.º 16. O anterior n.º 16 corresponde ao novo n.º 17. O anterior n.º 17 corresponde ao novo n.º 18. O anterior n.º 19 corresponde ao novo n.º 20. O anterior n.º 20 corresponde ao novo n.º 21. O anterior n.º 21 corresponde ao novo n.º 22.
ANOTAÇÃO
O valor de aquisição máximo de viaturas a considerar para efeito de aplicação da taxa de
10% de tributação autónoma é alterado de € 25 000,00 para € 27 500,00.
Artigo 88.º – Taxas de tributação autónoma
Redação anterior OE 2020
3 – São tributados autonomamente os encargos efetuados ou suportados por sujeitos passivos que
não beneficiem de isenções subjetivas e que exerçam, a título principal, atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola, relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, viaturas ligeiras
de mercadorias referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 7.º do Código do Imposto sobre Veículos,
motos ou motociclos, excluindo os veículos movidos exclusivamente a energia elétrica, às seguintes
taxas:
a) 10% no caso de viaturas com um custo de
aquisição inferior a € 25 000;
b) 27,5% no caso de viaturas com um custo de
aquisição igual ou superior a € 25 000 e inferior a
€ 35 000;
a) 10% no caso de viaturas com um custo de
aquisição inferior a 27 500 €;
b) 27,5% no caso de viaturas com um custo de
aquisição igual ou superior a 27 500 € e inferior a
35 000 €;
15 – O disposto no número anterior não é
aplicável no período de tributação de início de
atividade e no seguinte.
18 – No caso de viaturas ligeiras de passageiros
movidas a GPL ou GNV, as taxas referidas nas
alíneas a), b) e c) do n.º 3 são, respetivamente, de
7,5%, 15% e 27,5%.
19 – No caso de viaturas ligeiras de passageiros
movidas a GNV, as taxas referidas nas alíneas a),
b) e c) do n.º 3 são, respetivamente, de 7,5%, 15%
e 27,5%.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
45
As viaturas ligeiras de passageiros movidas a GPL deixam de beneficiar de uma redução da
taxa de tributação autónoma, passando a estar sujeitas às taxas gerais, uma vez que “[d]o ponto de
vista da descarbonização da mobilidade, a manutenção das isenções ao GPL não se justifica por existirem
alternativas ambientalmente mais sustentáveis” (in Relatório do Orçamento do Estado para 2020).
Mantem-se a não aplicação de qualquer tributação autónoma relativamente a veículos
movidos exclusivamente a energia elétrica.
As taxas de tributação autónoma relativamente a viaturas passam a ser as seguintes:
Custo de aquisição (valores em €) “Normais” Híbridas
plug-in Movidas a
GNV Inferior a 27 500 10% 5% 7,5%
Igual ou superior a 27 500 e inferior a 35 000 27,5% 10% 15%
Igual ou superior a 35 000 35% 17,5% 27,5%
Obs.: Nos anos em que for apurado prejuízo fiscal, as taxas do quadro anterior são agravadas em 10 pontos percentuais. Deixa de ser aplicável o agravamento em 10 pontos percentuais da taxa de tributação
autónoma das entidades que apurem prejuízos fiscais no período de tributação de início de
atividade e no seguinte.
A este propósito, diz-se no Relatório do Orçamento do Estado para 2020:
“Paralelamente, de modo a apoiar as empresas em início de atividade, elimina-se o agravamento das
tributações autónomas para as empresas que apresentem prejuízos nos dois primeiros períodos de tributação,
sendo ainda de realçar, no domínio das tributações autónomas, o alargamento do primeiro escalão aplicável às
viaturas ligeiras.”
Artigo 336.º
Consignação de receita de IRC ao Fundo de
Estabilização Financeira da Segurança Social
1 – Constitui receita do FEFSS, integrado no sistema previdencial de capitalização da
segurança social, o valor correspondente a 2 pontos percentuais das taxas previstas no capítulo IV
do Código do IRC.
2 – A consignação prevista no número anterior é efetuada de forma faseada nos seguintes
termos:
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
46
a) 1,5 pontos percentuais em 2020;
b) 2 pontos percentuais em 2021 e anos seguintes.
3 – Em 2020, é transferido para o FEFSS:
a) O valor apurado da liquidação de IRC, relativo ao ano de 2019, nos termos do n.º 1 e da
alínea a) do n.º 2 do artigo 267.º da Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro, deduzido da transferência
efetuada naquele ano;
b) 50% da receita de IRC consignada na alínea a) do número anterior, tendo por referência a
receita de IRC inscrita no mapa I anexo à presente lei.
4 – Em 2021, é transferido para o FEFSS:
a) O valor apurado da liquidação de IRC, relativo ao ano de 2020, nos termos do n.º 1 e da
alínea a) do n.º 2, deduzido da transferência efetuada naquele ano;
b) 50% da receita de IRC consignada na alínea b) do n.º 2, tendo por referência a receita de
IRC inscrita no mapa I anexo à Lei do Orçamento do Estado para o ano de 2021.
5 – Nos anos 2022 e seguintes, as transferências a que se refere o presente artigo são
realizadas nos termos dos números anteriores, com as devidas adaptações.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
47
ANOTAÇÃO
Passa a estar expressamente prevista a referência a prestações de serviços de psicólogos no
n.º 1 do artigo 9.º do Código do IVA (isenções nas operações internas).
Sobre esta isenção, importa chamar a atenção para a Ficha Doutrinária no Processo nº 2933,
com despacho do Subdiretor-Geral dos Impostos, substituto legal do Diretor-Geral, de 2012-01-02,
em que se conclui:
“Assim, face à jurisprudência comunitária e conforme entendimento destes Serviços, a atividade de
psicólogo, enquanto orientada para prestações de serviços que se consubstanciem na elaboração de
diagnósticos ou na aplicação de tratamentos, está isenta de IVA, de acordo com o n.º 1 do artigo 9.º do CIVA.
A isenção abrange, assim e apenas, os atos praticados por psicólogos no âmbito da psicologia clínica.
De facto, o exercício da atividade de psicologia em atos ligados, nomeadamente, ao ensino, à seleção e
recrutamento de pessoal, testes psicotécnicos ou funções relacionadas com a organização do trabalho, seja por
solicitação de empresas, de particulares ou de outras entidades públicas ou privadas, extravasa o âmbito de
aplicação do n.º 1 do art.º 9.º do CIVA, não podendo aproveitar da isenção ali consagrada.”
Faltará agora esclarecer se esta alteração visa apenas tornar a lei mais clara, ou se passará a
Artigo 9.º – Isenções nas operações internas Regularização a favor do sujeito passivo Redação anterior OE 2020
Estão isentas do imposto:
1) As prestações de serviços efetuadas no
exercício das profissões de médico,
odontologista, parteiro, enfermeiro e outras
profissões paramédicas;
1) As prestações de serviços efetuadas no
exercício das profissões de médico,
odontologista, psicólogo, parteiro, enfermeiro e
outras profissões paramédicas;
38) As prestações de serviços efetuadas por
intérprete de língua gestual portuguesa.
IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO
CÓDIGO DO IVA
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
48
isenção a abranger outros atos da psicologia que não apenas a psicologia clínica.
A este respeito, importa salientar que esta alteração teve por base uma proposta de alteração
do PAN, cuja justificação é a seguinte:
“O artigo 9.º, n.º 1 do Código do IVA isenta deste imposto ‘As prestações de serviços efetuadas no
exercício das profissões de médico, odontologista, parteiro, enfermeiro e outras profissões paramédicas’.
De acordo com entendimento da AT, a actividade de psicólogo, enquanto orientada para prestações de
serviços que se consubstanciem na elaboração de diagnósticos ou na aplicação de tratamentos, está isenta de
IVA, estando abrangidos apenas os atos praticados por psicólogos no âmbito da psicologia clínica.
Não concordamos com este entendimento na medida em que consideramos que, pela sua essencialidade,
todos os atos praticados por psicólogos independentemente da área de atuação devem estar isentos de IVA,
pelo que propomos uma alteração do artigo 9.º do CIVA neste sentido, na medida em que todos os atos
psicológicos têm como pressuposto a promoção da saúde dos utentes, independentemente das áreas de
atuação.”
Daqui parece decorrer que a intenção foi alargar o âmbito da isenção.
Passam igualmente a beneficiar de isenção de IVA as prestações de serviços efetuadas por
intérprete de língua gestual portuguesa.
Artigo 21.º – Exclusões do direito à dedução Regularização a favor do sujeito passivo Redação anterior OE 2020
1 – Exclui-se, todavia, do direito à dedução o imposto contido nas seguintes despesas:
b) Despesas respeitantes a combustíveis
normalmente utilizáveis em viaturas
automóveis, com exceção das aquisições de
gasóleo, de gases de petróleo liquefeitos (GPL),
gás natural e biocombustíveis, cujo imposto é
dedutível na proporção de 50%, a menos que se
trate dos bens a seguir indicados, caso em que o
imposto relativo aos consumos de gasóleo, GPL,
gás natural e biocombustíveis é totalmente
dedutível:
b) Despesas respeitantes a combustíveis
normalmente utilizáveis em viaturas
automóveis, com exceção das aquisições de
gasóleo, de gases de petróleo liquefeitos (GPL),
gás natural e biocombustíveis, cujo imposto é
dedutível na proporção de 50%, a menos que se
trate dos bens a seguir indicados, caso em que o
imposto relativo aos consumos de gasóleo,
gasolina, GPL, gás natural e biocombustíveis é
totalmente dedutível:
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
49
ANOTAÇÃO
Deixa de estar excluído do direito à dedução do IVA o imposto contido nas despesas
respeitantes a gasolina utilizada em:
i) Veículos pesados de passageiros;
ii) Veículos licenciados para transportes públicos, excetuando-se os rent-a-car;
iii) Máquinas consumidoras de gasóleo, GPL, gás natural ou biocombustíveis, bem como as
máquinas que possuam matrícula atribuída pelas autoridades competentes, desde que, em
qualquer dos casos, não sejam veículos matriculados;
iv) Tratores com emprego exclusivo ou predominante na realização de operações culturais
inerentes à actividade agrícola; e
v) Veículos de transporte de mercadorias com peso superior a 3500 kg.
A alteração acabada de referir teve por base uma proposta de alteração apresentada pelo
PCP, com a seguinte nota justificativa:
“Sendo a regra geral do IVA a dedutibilidade do IVA suportado a montante, a alínea b) do n.º 1 do
Artigo 21.º do Código do IVA exclui os combustíveis para automóveis. A mesma alínea introduz uma
exceção para as viaturas licenciadas para transporte público, como os táxis. Porém, essa exceção aplica-se
apenas ao gasóleo, GPL, gás natural e biocombustíveis. A não inclusão da gasolina justificava-se pela quase
inexistência de táxis movidos a gasolina.”
Esquematicamente, o regime de dedução do IVA suportado com despesas respeitantes a
combustíveis normalmente utilizáveis em viaturas automóveis passou a ser o seguinte:
i) Veículos pesados de passageiros;
ii) Veículos licenciados para transportes públicos, excetuando-se os rent-a-car;
iii) Máquinas consumidoras de gasóleo, GPL, gás natural ou biocombustíveis, bem como as
máquinas que possuam matrícula atribuída pelas autoridades competentes, desde que, em
qualquer dos casos, não sejam veículos matriculados;
iv) Tratores com emprego exclusivo ou predominante na realização de operações culturais
inerentes à actividade agrícola;
v) Veículos de transporte de mercadorias com peso superior a 3500 kg;
2 – Não se verifica, contudo, a exclusão do direito à dedução nos seguintes casos:
h) Despesas respeitantes a eletricidade utilizada
em viaturas elétricas ou híbridas plug-in.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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O IVA incorrido em despesas respeitantes a eletricidade utilizada em viaturas elétricas ou
híbridas plug-in é retirado das exclusões do direito à dedução do IVA, o que significa que passa a
ser expressamente dedutível, nos termos gerais.
A este propósito, diz-se no Relatório do Orçamento do Estado para 2020:
“O OE 2020 torna ainda clara a dedutibilidade do IVA suportado com a eletricidade utilizada em
viaturas elétricas ou híbridas plug-in.”
Apesar de se dizer “torna ainda clara”, não se atribui na lei natureza interpretativa ou
clarificadora a esta alteração. Aliás, a este propósito, já a AT tinha divulgado o entendimento de
que o IVA contido na despesa de eletricidade não era dedutível (cf. Ficha Doutrinária no Processo:
n.º 15054, por despacho de 30-08-2019, da Diretora de Serviços do IVA).
Nota: O montante a que se refere o n.º 1, na redação dada pela presente lei, é de 11 000 € em 2020.
Artigo 53.º – Âmbito de aplicação Regularização a favor do sujeito passivo Redação anterior OE 2020
1 – Beneficiam da isenção do imposto os sujeitos
passivos que, não possuindo nem sendo
obrigados a possuir contabilidade organizada
para efeitos do IRS ou IRC, nem praticando
operações de importação, exportação ou
atividades conexas, nem exercendo actividade
que consista na transmissão dos bens ou
prestação dos serviços mencionados no anexo E
do presente Código, não tenham atingido, no
ano civil anterior, um volume de negócios
superior a € 10 000.
1 – Beneficiam da isenção do imposto os sujeitos
passivos que, não possuindo nem sendo
obrigados a possuir contabilidade organizada
para efeitos do IRS ou IRC, nem praticando
operações de importação, exportação ou
atividades conexas, nem exercendo atividade
que consista na transmissão dos bens ou
prestação dos serviços mencionados no anexo E
do presente Código, não tenham atingido, no
ano civil anterior, um volume de negócios
superior a 12 500 €.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
52
ANOTAÇÃO
O limite do volume de negócios para aplicação da isenção prevista no artigo 53.º do Código
do IVA, que era de € 10 000,00 passa para €12 500,00.
EXEMPLOS:
1) João Alves apurou no ano de 2019 um volume de negócios de € 10 500,00. Em 2020, aplica-
se-lhe a isenção prevista no artigo 53.º do Código do IVA?
R: Não, porque o limite só é alterado relativamente ao volume de negócios de 2020.
2) Joaquim Silva apura no ano de 2020 um volume de negócios de € 12 000,00. Em 2021,
aplica-se-lhe a isenção prevista no artigo 53.º do Código do IVA?
R: Não, porque ultrapassa um volume de negócios de € 11 000,00 em 2020.
3) A. Castro apura no ano de 2020 um volume de negócios de € 10 900,00. Em 2021, aplica-se-
lhe a isenção prevista no artigo 53.º do Código do IVA?
R: Sim, porque não ultrapassa um volume de negócios de € 11 000,00 em 2020.
ANOTAÇÃO
Reduz-se de 24 para 12 meses a mora do crédito para efeitos da possibilidade de se proceder
à regularização do imposto nos créditos de cobrança duvidosa, “no âmbito da simplificação do sistema
fiscal e da melhoria da relação entre a AT e os contribuintes, bem como de apoio à tesouraria das empresas”
(in Relatório do Orçamento do Estado para 2020).
Artigo 78.º-A – Créditos de cobrança duvidosa ou incobráveis – Regularização a favor do sujeito Regularização a favor do sujeito passivo Regularização a favor do sujeito passivo passivo
Redação anterior OE 2020
2 – Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se créditos de cobrança duvidosa
aqueles que apresentem um risco de incobrabilidade devidamente justificado, o que se verifica nos
seguintes casos:
a) O crédito esteja em mora há mais de 24 meses
desde a data do respetivo vencimento e existam
provas objetivas de imparidade e de terem sido
efetuadas diligências para o seu recebimento;
a) O crédito esteja em mora há mais de 12 meses
desde a data do respetivo vencimento e existam
provas objetivas de imparidade e de terem sido
efetuadas diligências para o seu recebimento;
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
53
ANOTAÇÃO
Reduz-se igualmente o prazo para o indeferimento tácito da autorização prévia a apresentar
com vista à dedução do IVA contido em créditos de cobrança duvidosa, de 8 para 4 meses, o que
permite acelerar um processo de reação por parte do contribuinte.
Há, assim, uma harmonização do prazo com o previsto no n.º 1 do artigo 57.º da Lei Geral
Tributária, que já era de 4 meses.
Artigo 78.º-B – Procedimento de regularização Regularização a favor do sujeito passivo Redação anterior OE 2020
2 – Sem prejuízo do disposto no n.º 4, o pedido
de autorização prévia deve ser apreciado pela
Autoridade Tributária e Aduaneira no prazo
máximo de oito meses, findo o qual se considera
indeferido.
2 – Sem prejuízo do disposto no n.º 4, o pedido
de autorização prévia deve ser apreciado pela
Autoridade Tributária e Aduaneira no prazo
máximo de quatro meses, findo o qual se
considera indeferido.
Artigo 78.º-D – Documentação de suporte Regularização a favor do sujeito passivo Redação anterior OE 2020
1 – A identificação da fatura relativa a cada
crédito de cobrança duvidosa, a identificação do
adquirente, o valor da fatura e o imposto
liquidado, a realização de diligências de
cobrança por parte do credor e o insucesso, total
ou parcial, de tais diligências, bem como outros
elementos que evidenciem a realização das
operações em causa, devem encontrar-se
documentalmente comprovados e ser
certificados por revisor oficial de contas.
1 – A identificação da fatura relativa a cada
crédito de cobrança duvidosa, a identificação do
adquirente, o valor da fatura e o imposto
liquidado, a realização de diligências de
cobrança por parte do credor e o insucesso, total
ou parcial, de tais diligências, bem como outros
elementos que evidenciem a realização das
operações em causa, devem encontrar-se
documentalmente comprovados e ser
certificados nos seguintes termos:
a) Por revisor oficial de contas ou contabilista
certificado independente, nas situações em que
a regularização de imposto não exceda 10 000 €
por declaração periódica;
b) Exclusivamente por revisor oficial de contas,
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
54
ANOTAÇÃO
A certificação das condições para a dedução do IVA dos créditos de cobrança duvidosa e dos
créditos incobráveis passa a poder ser efetuada também por Contabilista Certificado (CC)
independente.
Nos créditos de cobrança duvidosa, para situações em que a regularização de imposto não
exceda € 10 000,00 por declaração periódica, a certificação poderá ser efetuada por CC ou por
Revisor Oficial de Contas (ROC); acima desse valor, a certificação é exclusivamente efetuada por
ROC.
Para os créditos incobráveis, a certificação poderá ser efetuada por ROC ou por CC, não
sendo, neste caso, estabelecido qualquer valor limite para a certificação do CC.
nas restantes situações.
2 – A certificação por revisor oficial de contas
prevista no número anterior é efetuada para
cada um dos documentos e períodos a que se
refere a regularização e até à entrega do
correspondente pedido, sob pena de o pedido de
autorização prévia não se considerar
apresentado, devendo a certificação ser feita, no
caso da regularização dos créditos não depender
de pedido de autorização prévia, até ao termo do
prazo estabelecido para a entrega da declaração
periódica ou até à data de entrega da mesma,
quando esta ocorra fora do prazo.
2 – A certificação por revisor oficial de contas ou
por contabilista certificado independente
prevista no número anterior é efetuada para
cada um dos documentos e períodos a que se
refere a regularização e até à entrega do
correspondente pedido, sob pena de o pedido
de autorização prévia não se considerar
apresentado, devendo a certificação ser feita, no
caso da regularização dos créditos não depender
de pedido de autorização prévia, até ao termo
do prazo estabelecido para a entrega da
declaração periódica ou até à data de entrega da
mesma, quando esta ocorra fora do prazo.
3 – O revisor oficial de contas deverá, ainda,
certificar que se encontram verificados os
requisitos legais para a dedução do imposto
respeitante a créditos considerados incobráveis,
atento o disposto no n.º 4 do artigo 78.º-A.
3 – O revisor oficial de contas ou o contabilista
certificado independente devem, ainda,
certificar que se encontram verificados os
requisitos legais para a dedução do imposto
respeitante a créditos considerados incobráveis,
atento o disposto no n.º 4 do artigo 78.º-A.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
55
Alteração à lista I anexa ao Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado
Lista I – Bens e serviços sujeitos a taxa reduzida
Verba Redação anterior OE 2020
2.10
Utensílios e outros equipamentos
exclusiva ou principalmente destinados a
operações de socorro e salvamento
adquiridos por associações humanitárias e
corporações de bombeiros, bem como pelo
Instituto de Socorros a Náufragos, pelo
SANAS - Corpo Voluntário de Salvadores
Náuticos e pelo Instituto Nacional de
Emergência Médica, I. P..
Utensílios e outros equipamentos
exclusiva ou principalmente destinados a
operações de socorro e salvamento
adquiridos por associações humanitárias e
corpos de bombeiros, bem como pelo
Instituto de Socorros a Náufragos, pelo
SANAS – Corpo Voluntário de Salvadores
Náuticos e pelo Instituto Nacional de
Emergência Médica, I. P..
2.28
As prestações de serviços de assistência
domiciliária a crianças, idosos,
toxicodependentes, doentes ou deficientes.
As prestações de serviços de assistência
domiciliária a crianças, idosos,
toxicodependentes, doentes ou deficientes,
bem como as prestações de serviços de
teleassistência a idosos e a doentes
crónicos, prestados ao utente final ou a
entidades públicas ou privadas.
2.32
Entradas em espetáculos de canto, dança,
música, teatro, cinema, tauromaquia e
circo. Excetuam-se as entradas em
espetáculos de caráter pornográfico ou
obsceno, como tal considerados na
legislação sobre a matéria.
Entradas em espetáculos de canto, dança,
música, teatro, cinema, circo, entradas em
exposições, entradas em jardins
zoológicos, botânicos e aquários públicos,
desde que não beneficiem da isenção
prevista no n.º 13 do artigo 9.º do Código
do IVA, excetuando-se as entradas em
espetáculos de caráter pornográfico ou
obsceno, como tal considerados na
legislação sobre a matéria.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
56
ANOTAÇÃO
Passam também a beneficiar da taxa reduzida do IVA as prestações de serviços de
teleassistência a idosos e a doentes crónicos, sejam esses serviços prestados ao utente final, sejam
eles prestados a entidades públicas ou privadas (por inclusão na verba 2.28).
Relativamente à verba 2.10, substitui-se a expressão “corporações de bombeiros” por “corpos de
bombeiros”.
Excluem-se da verba 2.32 os espetáculos de tauromaquia, pelo que lhes passa a ser aplicável
a taxa normal do IVA, ao invés da taxa reduzida. Por outro lado, passam a estar incluídos nesta
verba, passando a beneficiar da taxa reduzida do IVA, as exposições, as entradas em jardins
zoológicos, botânicos e aquários públicos, desde que não beneficiem da isenção prevista no n.º 13
do artigo 9.º, ou seja, que não pertençam ao Estado, outras pessoas coletivas de direito público ou
organismos sem finalidade lucrativa ou não efetuadas única e exclusivamente por intermédio dos
seus próprios agentes.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
57
Aditamento à Lista I anexa ao Código do IVA
São aditadas à Lista I anexa ao Código do IVA as verbas 2.34 e 2.35, com a seguinte redação:
Verba Redação anterior OE 2020
2.34
As prestações de serviços que consistam
em proporcionar a visita, guiada ou não, a
edifícios classificados de interesse
nacional, público ou municipal e a museus
que cumpram os requisitos previstos no
artigo 3.º da Lei n.º 47/2004, de 19 de
agosto, com exclusão dos fins lucrativos, e
que não beneficiem da isenção prevista no
n.º 13 do artigo 9.º do Código do IVA.
2.35 Águas residuais tratadas.
ANOTAÇÃO
Tendo em vista promover a cultura, é aditada à Lista I anexa ao Código do IVA a verba 2.34,
que estabelece que as prestações de serviços que consistam em proporcionar a visita, guiada ou
não, a edifícios classificados de interesse nacional, público ou municipal e a museus que cumpram
os requisitos previstos na Lei Quadro dos Museus Portugueses, com exclusão dos fins lucrativos, e
que não beneficiem da isenção prevista no n.º 13 do artigo 9.º do Código do IVA, passam a estar
sujeitos à taxa reduzida.
Passam a beneficiar da taxa reduzida as águas residuais tratadas, por inclusão na verba 2.35
da Lista I anexa ao Código do IVA.
A este propósito, diz-se no Relatório do Orçamento do Estado para 2020:
“Paralelamente, para promover uma maior eficiência de recursos naturais, o fornecimento de águas
residuais tratadas passa a estar sujeito a uma taxa de IVA reduzida de 6%, diferentemente do regime anterior
que fixava uma taxa de 23%.”
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
58
Artigo 340.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 84/2017, de 21 de julho
ANOTAÇÃO
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas I.P (ICNF) e as entidades sem fins
lucrativos do sistema nacional de ciência e tecnologia passam a beneficiar da restituição, total ou
parcial, do IVA suportado em determinadas aquisições de bens ou serviços.
Artigo 1.º – Objeto Regularização a favor do sujeito passivo Redação anterior OE 2020
O presente decreto-lei regula o benefício
concedido às Forças Armadas, às forças e
serviços de segurança, aos bombeiros, à Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa e às instituições
particulares de solidariedade social, através da
restituição total ou parcial do montante
equivalente ao imposto sobre o valor
acrescentado (IVA) suportado em determinadas
aquisições de bens e serviços.
O presente decreto-lei regula o benefício
concedido às Forças Armadas, às forças e
serviços de segurança, aos bombeiros, à Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa, às instituições
particulares de solidariedade social, às
entidades sem fins lucrativos do sistema
nacional de ciência e tecnologia e ao Instituto da
Conservação da Natureza e das Florestas, I. P.
(ICNF, I. P.), através da restituição total ou
parcial do montante equivalente ao imposto
sobre o valor acrescentado (IVA) suportado em
determinadas aquisições de bens e serviços.
Artigo 2.º – Entidades beneficiárias Regularização a favor do sujeito passivo Redação anterior OE 2020
1 – Beneficiam da restituição total ou parcial do montante equivalente ao IVA suportado as
seguintes entidades:
a) As Forças Armadas, a Guarda Nacional Republicana, a Polícia de Segurança Pública, o Serviço
de Estrangeiros e Fronteiras, o Serviço de Informações de Segurança, o Serviço de Informações
Estratégicas de Defesa, a Polícia Judiciária, a Direção -Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e a
Autoridade Nacional de Proteção Civil quanto ao material de guerra e outros bens móveis
destinados exclusivamente à prossecução de fins de defesa, segurança ou socorro, incluindo os
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
59
ANOTAÇÃO
O benefício da restituição do IVA suportado é estendido:
- Ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) quanto aos bens
móveis de equipamento diretamente destinados à prossecução dos respetivos fins,
incluindo os serviços necessários à conservação, reparação e manutenção desse
equipamento;
serviços necessários à conservação, reparação e manutenção desse equipamento;
b) As associações humanitárias de bombeiros e
os municípios, relativamente a corpos de
bombeiros, quanto aos bens móveis de
equipamento diretamente destinados à
prossecução dos respetivos fins, incluindo os
serviços necessários à conservação, reparação e
manutenção desse equipamento;
b) O ICNF, I. P., as associações humanitárias de
bombeiros e os municípios, relativamente a
corpos de bombeiros, quanto aos bens móveis
de equipamento diretamente destinados à
prossecução dos respetivos fins, incluindo os
serviços necessários à conservação, reparação e
manutenção desse equipamento;
c) A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e as instituições particulares de solidariedade social,
quanto a:
i) Construção, manutenção e conservação dos imóveis utilizados, total ou principalmente, na
prossecução dos fins estatutários;
ii) Elementos do ativo fixo tangível sujeitos a deperecimento utilizados única e exclusivamente na
prossecução dos respetivos fins estatutários, com exceção de veículos e respetivas reparações;
iii) Aquisições de bens ou serviços de alimentação e bebidas no âmbito das atividades sociais
desenvolvidas;
d) As entidades sem fins lucrativos do sistema
nacional de ciência e tecnologia inscritas no
Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico
Nacional (IPTCN), quanto aos instrumentos,
equipamentos e reagentes adquiridos no âmbito
da sua atividade de investigação e
desenvolvimento (I&D), desde que o IVA das
despesas não se encontre excluído do direito à
dedução nos termos do artigo 21.º do Código do
IVA.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
60
- Às entidades sem fins lucrativos do sistema nacional de ciência e tecnologia inscritas
no Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPTCN), quanto aos
instrumentos, equipamentos e reagentes adquiridos no âmbito da sua atividade de
investigação e desenvolvimento (I&D), desde que o IVA das despesas não se encontre
excluído do direito à dedução nos termos do artigo 21.º do Código do IVA.
ANOTAÇÃO
Não se aplica qualquer limite ao montante equivalente ao IVA suportado nas aquisições
internas, nas importações e nas aquisições intracomunitárias relativo às entidades sem fins
lucrativos do sistema nacional de ciência e tecnologia inscritas no Inquérito ao Potencial Científico
e Tecnológico Nacional (IPTCN).
Artigo 3.º – Limites ao benefício Regularização a favor do sujeito passivo Redação anterior OE 2020
Apenas pode ser objeto de restituição, ao abrigo do presente regime, o montante equivalente ao
IVA suportado nas aquisições internas, nas importações e nas aquisições intracomunitárias, cujo
valor por fatura seja igual ou superior aos seguintes montantes:
a) Às entidades referidas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo anterior, € 1 000 com exclusão do
IVA;
b) À Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e às instituições particulares de solidariedade social:
i) € 1 000 com exclusão do IVA para os bens e serviços previstos na subalínea i) da alínea c) do n.º 1
do artigo anterior;
ii) € 100 com exclusão do IVA para os bens e serviços previstos na subalínea ii) da alínea c) do n.º 1
do artigo anterior e cujo valor global durante o exercício não seja superior a € 10 000 com exclusão
do IVA;
iii) Sem qualquer limite para os bens e serviços previstos na subalínea iii) da alínea c) do n.º 1 do
artigo anterior.
c) Às entidades e para os bens previstos na
alínea d) do n.º 1 do artigo anterior, sem
qualquer limite.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
61
ANOTAÇÃO
Estabelece-se que os pedidos de restituição são analisados pela AT no prazo de 90 dias, após
confirmação da respetiva elegibilidade, por transmissão eletrónica de dados, com faculdade de
delegação, pelas seguintes entidades:
- Quanto ao ICNF, I. P., pelo presidente do conselho diretivo desta entidade
- Quanto às entidades sem fins lucrativos do sistema nacional de ciência e tecnologia,
Artigo 6.º – Decisão do pedido Regularização a favor do sujeito passivo Redação anterior OE 2020
1 – Os pedidos de restituição são analisados pela Autoridade Tributária e Aduaneira no prazo de
90 dias, após confirmação da respetiva elegibilidade, por transmissão eletrónica de dados, com
faculdade de delegação, pelas seguintes entidades:
a) Quanto às Forças Armadas, pelos dirigentes máximos que integram a estrutura orgânica do
Ministério da Defesa Nacional, pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e pelos
Chefes do Estado -Maior dos respetivos ramos, consoante os serviços que processam as referidas
aquisições;
b) Quanto às forças e serviços de segurança, bem como às demais entidades previstas na alínea a)
do n.º 1 do artigo 2.º, pelo respetivo comandante ou dirigente máximo;
c) Quanto às associações humanitárias de bombeiros e aos municípios, pelo dirigente máximo da
Autoridade Nacional de Proteção Civil ou dos serviços regionais de proteção civil em relação às
entidades aí sedeadas;
d) Quanto à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e às instituições particulares de solidariedade
social, pelo dirigente máximo da administração central direta do Estado que exerça os poderes de
inspeção, auditoria e fiscalização ou outra entidade que exerça a tutela nos termos legais.
e) Quanto ao ICNF, I. P., pelo presidente do
conselho diretivo desta entidade;
f) Quanto às entidades sem fins lucrativos do
sistema nacional de ciência e tecnologia, pela
Fundação para a Ciência e Tecnologia, que deve
ser apoiada pela Agência Nacional de Inovação,
S. A., relativamente a projetos de I&D da sua
competência.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
62
pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, que deve ser apoiada pela Agência
Nacional de Inovação, S. A., relativamente a projetos de I&D da sua competência.
Artigo 341.º
Transferência de IVA para o desenvolvimento do turismo regional
1 – A transferência a título de IVA destinada às entidades regionais de turismo é de
16 403 270 €.
2 – O montante referido no número anterior é transferido do orçamento do subsetor Estado
para o Turismo de Portugal, I. P..
3 – A receita a transferir para as entidades regionais de turismo ao abrigo do número anterior
é distribuída com base nos critérios definidos na Lei n.º 33/2013, de 16 de maio, que estabelece o
regime jurídico das áreas regionais de turismo de Portugal continental, a sua delimitação e
características, bem como o regime jurídico da organização e funcionamento das entidades
regionais de turismo.
Artigo 342.º
Autorização legislativa no âmbito do IVA
1 – Fica o Governo autorizado a alterar a verba 3.1 da Lista II do Código do IVA, com o
sentido de ampliar a sua aplicação a outras prestações de serviços de bebidas, estendendo-a a
bebidas que se encontram excluídas.
2 – Nas alterações a introduzir nos termos do número anterior devem ser tidas em conta as
conclusões do grupo de trabalho interministerial criado pelo Despacho n.º 8591-C/2016, publicado
no Diário da República, 2.ª série, n.º 125, de 1 de julho.
3 – Fica igualmente o Governo autorizado a proceder à alteração das verbas 2.6, 2.8, 2.9 e 2.30
da Lista I anexa ao Código do IVA, relativa a bens e serviços sujeitos a taxa reduzida.
4 – O sentido e extensão das alterações a introduzir no Código do IVA, nos termos da
autorização legislativa prevista no número anterior, são os seguintes:
a) Alargar o âmbito da verba 2.9 da Lista I anexa ao Código do IVA, mediante revisão da
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
63
lista aprovada por despacho dos membros do Governo responsáveis pela área das finanças, pelas
áreas da solidariedade e segurança social e da saúde para a qual esta remete, nela acolhendo
produtos, aparelhos e objetos de apoio que constem da lista homologada pelo Instituto Nacional
para a Reabilitação, I. P., aprovada nos termos da Norma ISO 9999:2007, cuja utilização seja
exclusiva de pessoas com deficiência e pessoas com incapacidade temporária;
b) Adequar as verbas 2.6, 2.8 e 2.30 à nova redação da verba 2.9.
5 – Fica ainda o Governo autorizado a criar escalões de consumo de eletricidade baseados na
estrutura de potência contratada existente no mercado elétrico, aplicando aos fornecimentos de
eletricidade de reduzido valor as taxas previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 e no n.º 3 do artigo 18.º
do Código do IVA.
6 – O sentido e extensão da autorização legislativa prevista no número anterior são os
seguintes:
a) Alterar as Listas I e II anexas ao Código do IVA no sentido de criar escalões de consumo,
permitindo a tributação à taxa reduzida ou intermédia de IVA dos fornecimentos de eletricidade
relativos a uma potência contratada de baixo consumo;
b) Delimitar a aplicação das taxas previstas na alínea anterior de modo a reduzir os custos
associados ao consumo da energia, protegendo os consumos finais, e mitigando os impactos
ambientais adversos que decorrem de consumos excessivos de eletricidade.
7 – A medida prevista nos n.os 5 e 6 é previamente sujeita ao procedimento de consulta do
Comité do IVA, nos termos previstos no artigo 102.º da Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28
de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado.
8 – As presentes autorizações legislativas têm a duração do ano económico a que respeita a
presente lei.
ANOTAÇÃO
A – Prestações de serviços de bebidas
Tal como já previsto nas três últimas Leis do Orçamento do Estado, é dada nova autorização
para alteração da verba 3.1 da Lista II, ampliando a sua aplicação a prestações de serviços de
bebidas a bebidas presentemente não abrangidas, devendo ter em conta as conclusões do grupo de
trabalho interministerial criado pelo Despacho n.º 8591-C/2016, de 1 de julho.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
64
B – Equipamentos para pessoas com deficiência e pessoas com incapacidade temporária
É dada autorização legislativa para alteração das verbas 2.6, 2.8, 2.9 e 2.30 da Lista I anexa ao
Código do IVA, que atualmente dizem o seguinte:
“2.6 – Aparelhos ortopédicos, cintas médico-cirúrgicas e meias medicinais, cadeiras de rodas e veículos
semelhantes, acionados manualmente ou por motor, para deficientes, aparelhos, artefactos e demais material
de prótese ou compensação destinados a substituir, no todo ou em parte, qualquer membro ou órgão do corpo
humano ou a tratamento de fraturas e as lentes para correção de vista, bem como calçado ortopédico, desde
que prescrito por receita médica, nos termos regulamentados pelo Governo.
(...)
2.8 – Soutiens, fatos de banho ou outras peças de vestuário de uso medicinal, constituídas por bolsas
interiores, destinadas à colocação de próteses utilizadas por mastectomizadas, bem como próteses capilares
destinadas a doentes oncológicos, desde que prescritas por receita médica.
2.9 – Utensílios e quaisquer aparelhos ou objetos especificamente concebidos para utilização por
pessoas com deficiência, desde que constem de uma lista aprovada por despacho conjunto dos Ministros das
Finanças, da Solidariedade e Segurança Social e da Saúde.
(...)
2.30 – Prestações de serviços de locação, manutenção ou reparação de próteses, equipamentos,
aparelhos, artefactos e outros bens referidos nas verbas 2.6, 2.8 e 2.9.”
O objetivo desta autorização é alargar o âmbito da verba 2.9 da Lista I anexa ao Código do
IVA, mediante revisão da lista aprovada por despacho dos membros do Governo responsáveis
pela área das finanças, pela área da solidariedade e segurança social e pela área da saúde para a
qual esta remete, nela acolhendo produtos, aparelhos e objetos de apoio que constem da lista
homologada pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P., aprovada nos termos da Norma ISO
9999:2007, cuja utilização seja exclusiva de pessoas com deficiência e pessoas com incapacidade
temporária.
C – Eletricidade
O Governo fica autorizado a criar escalões de consumo de eletricidade baseados na estrutura
de potência contratada existente no mercado elétrico.
O sentido e extensão da autorização legislativa prevista são os seguintes:
a) Alterar as Listas I e II anexas ao Código do IVA no sentido de criar escalões de consumo,
permitindo a tributação à taxa reduzida ou intermédia de IVA dos fornecimentos de eletricidade
relativos a uma potência contratada de baixo consumo;
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
65
b) Delimitar a aplicação das taxas previstas na alínea anterior de modo a reduzir os custos
associados ao consumo da energia, protegendo os consumos finais, e mitigando os impactos
ambientais adversos que decorrem de consumos excessivos de eletricidade.
Esta medida será previamente sujeita ao procedimento de consulta do Comité do IVA.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
66
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
67
1/5
ANOTAÇÃO
O artigo 51.º do Código do Imposto do Selo foi revogado pela Lei n.º 119/2019, de 18 de
setembro.
Pela Lei do Orçamento do Estado para 2020 altera-se o artigo 5.º, retirando-se a remissão
para aquele artigo.
Artigo 5.º – Nascimento da obrigação tributária
Redação anterior OE 2020
1 – A obrigação tributária considera-se constituída:
h) Nas operações realizadas por ou com
intermediação de instituições de crédito,
sociedades financeiras ou outras entidades a elas
legalmente equiparadas, no momento da
cobrança dos juros, prémios, comissões e outras
contraprestações, considerando-se efetivamente
cobrados, sem prejuízo do disposto no n.º 1 do
artigo 51.º, os juros e comissões debitados em
contas correntes à ordem de quem a eles tiver
direito;
h) Nas operações realizadas por ou com
intermediação de instituições de crédito,
sociedades financeiras ou outras entidades a elas
legalmente equiparadas, no momento da
cobrança dos juros, prémios, comissões e outras
contraprestações, considerando-se efetivamente
cobrados os juros e comissões debitados em
contas correntes à ordem de quem a eles tiver
direito;
Artigo 7.º – Outras isenções
Redação anterior OE 2020
1 – São também isentos do imposto:
g) As operações financeiras, incluindo os
respetivos juros, por prazo não superior a um
g) Os empréstimos, incluindo os respetivos juros,
por prazo não superior a um ano, desde que
IMPOSTO DO SELO
CÓDIGO DO IMPOSTO DO SELO
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
68
2/5
ano, desde que exclusivamente destinadas à
cobertura de carência de tesouraria e efetuadas
por sociedades de capital de risco (SCR) a favor
de sociedades em que detenham participações,
bem como as efetuadas por outras sociedades a
favor de sociedades por elas dominadas ou a
sociedades em que detenham uma participação
de, pelo menos, 10% do capital com direito de
voto ou cujo valor de aquisição não seja inferior
a € 5 000 000, de acordo com o último balanço
acordado e, bem assim, efetuadas em benefício
de sociedade com a qual se encontre em relação
de domínio ou de grupo;
exclusivamente destinados à cobertura de
carência de tesouraria, e efetuados por
sociedades de capital de risco (SCR) a favor de
sociedades em que detenham participações, bem
como os efetuados por outras sociedades a favor
de sociedades por elas dominadas ou a
sociedades em que detenham uma participação
de, pelo menos, 10% do capital com direito de
voto ou cujo valor de aquisição não seja inferior
a 5 000 000 €, de acordo com o último balanço
acordado e, bem assim, os efetuados em
benefício de sociedade com a qual se encontre
em relação de domínio ou de grupo;
h) As operações, incluindo os respetivos juros,
referidas na alínea anterior, quando realizadas
por detentores de capital social a entidades nas
quais detenham diretamente uma participação
no capital não inferior a 10% e desde que esta
tenha permanecido na sua titularidade durante
um ano consecutivo ou desde a constituição da
entidade participada, contanto que, neste último
caso, a participação seja mantida durante aquele
período;
h) Os empréstimos, incluindo os respetivos
juros, por prazo não superior a um ano, quando
concedidos por sociedades, no âmbito de um
contrato de gestão centralizada de tesouraria, a
favor de sociedades com a qual estejam em
relação de domínio ou de grupo;
8 – Sem prejuízo do estabelecido nos n.os 2 e 3,
para efeitos do disposto na alínea h) do n.º 1,
existe relação de domínio ou grupo, quando uma
sociedade, dita dominante, detém, há mais de
um ano, direta ou indiretamente, pelo menos,
75% do capital de outra ou outras sociedades
ditas dominadas, desde que tal participação lhe
confira mais de 50% dos direitos de voto.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
69
3/5
ANOTAÇÃO
A isenção do Imposto do Selo aplicável às operações financeiras, por prazo não superior a
um ano, destinadas à cobertura de carências de tesouraria foi alterada, ficando limitada aos
empréstimos e respetivos juros.
Na Proposta inicial do Orçamento do Estado previa-se a eliminação da referência às
sociedades de capital de risco (SCR), ficando estas obrigadas a cumprir os requisitos de domínio
ou de participação previstos para a generalidade das sociedades. Contudo, esta proposta não
avançou, mantendo-se o regime especial para estas entidades.
Prevê-se ainda uma isenção para os empréstimos, incluindo os respetivos juros, por prazo
não superior a um ano, quando concedidos por sociedades, no âmbito de um contrato de gestão
centralizada de tesouraria, a favor de sociedades com as quais estejam em relação de domínio ou
de grupo.
Diz-se no Relatório do Orçamento do Estado, a propósito desta alteração:
“Também como forma de apoio à tesouraria das empresas, isenta-se de Imposto do Selo todas as
operações financeiras de curto prazo realizadas entre sociedades em relação de domínio ou de grupo no âmbito
de contratos de gestão centralizada de tesouraria (cash pooling).”
Para este efeito, considera-se que existe relação de domínio ou grupo quando uma sociedade,
dita dominante, detém, há mais de um ano, direta ou indiretamente, pelo menos, 75% do capital de
outra ou outras sociedades, ditas dominadas, desde que tal participação lhe confira mais de 50%
dos direitos de voto.
Artigo 53.º – Obrigações contabilísticas
Redação anterior OE 2020
3 – O registo das operações e atos a que se refere o número anterior é efetuado de forma a
evidenciar:
d) O valor do imposto compensado. d) As alterações efetuadas através da
apresentação da declaração prevista no n.º 3 do
artigo 52.º-A.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
70
4/5
ANOTAÇÃO
No âmbito do registo de operações e atos sujeitos, o sujeito passivo deverá evidenciar na sua
contabilidade quaisquer alterações decorrentes da apresentação de declaração de substituição à
declaração mensal de Imposto do Selo.
ANOTAÇÃO
Com o objetivo de desincentivar o endividamento das famílias, o agravamento em 50% das
taxas de Imposto de Selo sobre o crédito ao consumo é mantido até 31 de dezembro de 2020.
Este agravamento não se aplica aos contratos já celebrados e em execução.
Alteração à Tabela Geral do Imposto do Selo
Verba Descrição Taxas
Anterior OE 2020
17.2.1 Crédito de prazo inferior a um ano – por cada mês ou
fração 0,128% 0,141%
17.2.2 Crédito de prazo igual ou superior a um ano 1,6% 1,76%
17.2.3 Crédito de prazo igual ou superior a cinco anos 1,6% 1,76%
17.2.4
Crédito utilizado sob a forma de conta corrente,
descoberto bancário ou qualquer outra forma em que o
prazo de utilização não seja determinado ou
determinável, sobre a média mensal obtida através da
soma dos saldos em dívida apurados diariamente,
durante o mês, divididos por 30
0,128% 0,141%
Artigo 70.º-A – Desincentivo ao crédito ao consumo
Redação anterior OE 2020
Relativamente aos factos tributários ocorridos
até 31 de dezembro de 2019, as taxas previstas
nas verbas 17.2.1 a 17.2.4 são agravadas em 50%.
Relativamente aos factos tributários ocorridos
até 31 de dezembro de 2020, as taxas previstas
nas verbas 17.2.1 a 17.2.4 são agravadas em 50%,
excluindo contratos já celebrados e em execução.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
71
5/5
ANOTAÇÃO
Para além de se manter o agravamento em 50% das taxas de Imposto do Selo aplicáveis aos
contratos de crédito ao consumo, prevê-se um aumento das mesmas, nos seguintes termos:
Considerando o agravamento em 50%, as taxas a aplicar em 2020 serão as seguintes:
Verba OE 2020 – Taxas agravadas
17.2.1 Crédito de prazo inferior a um ano – por cada mês ou fração – 0,2115%
17.2.2 Crédito de prazo igual ou superior a um ano – 2,64%
17.2.3 Crédito de prazo igual ou superior a cinco anos – 2,64%
17.2.4 Crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou qualquer
outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou determinável,
sobre a média mensal obtida através da soma dos saldos em dívida apurados
diariamente, durante o mês, divididos por 30 – 0,2115%
Verba Descrição Taxas
2017 2018 2019 OE 2020
17.2.1 Crédito de prazo inferior a um ano – por cada mês
ou fração 0,07% 0,08% 0,128% 0,141%
17.2.2 Crédito de prazo igual ou superior a um ano 0,90% 1% 1,6% 1,76%
17.2.3 Crédito de prazo igual ou superior a cinco anos 1% 1% 1,6% 1,76%
17.2.4 Crédito utilizado sob a forma de conta corrente,
descoberto bancário ou qualquer outra forma em
que o prazo de utilização não seja determinado ou
determinável, sobre a média mensal obtida através
da soma dos saldos em dívida apurados
diariamente, durante o mês, divididos por 30
0,07% 0,08% 0,128% 0,141%
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
72
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
73
Artigo 3.º – Prédios rústicos
Redação anterior OE 2020
1 – São prédios rústicos os terrenos situados fora de um aglomerado urbano, exceto os que sejam de
classificar como terrenos para construção, nos termos do n.º 3 do artigo 6.º, e os que tenham por
destino normal uma utilização geradora de rendimentos comerciais e industriais, desde que:
a) Estejam afetos ou, na falta de concreta
afetação, tenham como destino normal uma
utilização geradora de rendimentos agrícolas e
silvícolas;
a) Estejam afetos ou, na falta de concreta
afetação, tenham como destino normal uma
utilização geradora de rendimentos agrícolas,
silvícolas e pecuários;
2 – São também prédios rústicos os terrenos
situados dentro de um aglomerado urbano,
desde que, por força de disposição legalmente
aprovada, não possam ter utilização geradora de
quaisquer rendimentos ou só possam ter
utilização geradora de rendimentos agrícolas ou
silvícolas e estejam a ter, de facto, esta afetação.
2 – São também prédios rústicos os terrenos
situados dentro de um aglomerado urbano,
desde que, por força de disposição legalmente
aprovada, não possam ter utilização geradora de
quaisquer rendimentos ou só possam ter
utilização geradora de rendimentos agrícolas,
silvícolas e pecuários e estejam a ter, de facto,
esta afetação.
3 – São ainda prédios rústicos:
a) Os edifícios e construções diretamente afetos à
produção de rendimentos agrícolas ou silvícolas,
quando situados nos terrenos referidos nos
números anteriores;
a) Os edifícios e construções diretamente afetos à
produção de rendimentos agrícolas, silvícolas e
pecuários, quando situados nos terrenos
referidos nos números anteriores;
IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS
CÓDIGO DO IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
74
ANOTAÇÃO
A par dos imóveis afetos a atividades agrícola e silvícola, passam a enquadrar-se como
prédios rústicos os afetos a atividades pecuárias.
ANOTAÇÃO
Pela Lei do Orçamento do Estado para 2016 passou a prever-se que o sujeito passivo que a 31
de dezembro do ano a que respeita o imposto se encontre a residir em lar de terceira idade pode
beneficiar da isenção prevista no presente artigo.
Pela Lei do Orçamento do Estado para 2020 a isenção passa também a aplicar-se quando o
sujeito passivo resida em instituição de saúde ou no domicílio fiscal de parentes e afins em linha
reta e em linha colateral, até ao quarto grau.
Artigo 11.º-A – Prédios de reduzido valor patrimonial de sujeitos passivos de baixos rendimentos
Redação anterior OE 2020
9 – Sem prejuízo do disposto no número
anterior, o sujeito passivo que, a 31 de dezembro
do ano a que respeita o imposto, se encontre a
residir em lar de terceira idade pode beneficiar
da isenção prevista no presente artigo, efetuando
até aquela data prova, junto da Autoridade
Tributária e Aduaneira, de que o prédio ou parte
de prédio urbano em causa antes constituía a sua
habitação própria e permanente.
9 – Sem prejuízo do disposto no número
anterior, o sujeito passivo que, a 31 de dezembro
do ano a que respeita o imposto, se encontre a
residir em lar de terceira idade, em instituição de
saúde ou no domicílio fiscal de parentes e afins
em linha reta e em linha colateral, até ao quarto
grau, pode beneficiar da isenção prevista no
presente artigo, efetuando até aquela data prova,
junto da Autoridade Tributária e Aduaneira, de
que o prédio ou parte de prédio urbano em
causa antes constituía a sua habitação própria e
permanente.
Artigo 46.º – Valor patrimonial tributário dos prédios da espécie «Outros»
Redação anterior OE 2020
3 – No caso de prédios dotados de autonomia
económica nos termos do n.º 1 do artigo 2.º, o
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
75
Nota: O anterior n.º 3 corresponde ao novo n.º 4. O anterior n.º 4 corresponde ao novo n.º 5.
ANOTAÇÃO
Na determinação do valor patrimonial tributário dos prédios urbanos da espécie “outros”,
quando não seja possível aplicar as regras previstas para a avaliação dos prédios urbanos em geral,
o perito deve utilizar o método do custo adicionado do valor do terreno.
Estabelece-se que nos casos de prédios dotados de autonomia económica, o terreno a
considerar para determinação do VPT corresponde apenas à área efetivamente ocupada com a
implantação.
ANOTAÇÃO
O prédio urbano não vedado situado em mais do que uma freguesia deve ser inscrito
naquela onde esteja a maior área ou o maior número de construções. Até aqui aplicava-se a regra
geral, que previa a inscrição na matriz da freguesia em que se localizasse a parte onde tivesse a
entrada principal.
terreno a considerar para efeitos da aplicação do
número anterior corresponde apenas à área
efetivamente ocupada com a implantação.
Artigo 79.º – Inscrição de prédio situado em mais de uma freguesia
Redação anterior OE 2020
2 – Se o prédio for rústico e não vedado, é
inscrito na freguesia onde esteja situada a maior
parte.
2 – Se o prédio for rústico ou urbano e não
vedado, é inscrito na freguesia onde esteja
situada a maior área ou o maior número de
construções, respetivamente.
Artigo 112.º – Taxas
Redação anterior OE 2020
16 – Para efeitos da aplicação da taxa do IMI
prevista no n.º 3, a identificação dos prédios ou
16 – A identificação dos prédios ou frações
autónomas devolutos, os prédios em ruínas e os
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
76
ANOTAÇÃO
Estabelece-se a obrigatoriedade de comunicação pelos municípios à AT da identificação dos
prédios ou frações autónomas devolutos, dos prédios em ruínas e dos terrenos para construção
referidos no artigo 112.º-B (terrenos para construção inseridos no solo urbano e cuja qualificação
em plano municipal de ordenamento do território atribua aptidão para o uso habitacional), por
transmissão eletrónica de dados, nos termos e prazos referidos no n.º 14, que diz textualmente o
seguinte:
“As deliberações da assembleia municipal referidas no presente artigo devem ser comunicadas à
Autoridade Tributária e Aduaneira, por transmissão eletrónica de dados, para vigorarem no ano seguinte,
aplicando-se a taxa mínima referida na alínea c) do n.º 1, caso as comunicações não sejam recebidas até 31 de
dezembro.”
Esta informação deve ser divulgada pelos municípios no respetivo sítio na Internet, bem
como no boletim municipal, quando este exista.
frações autónomas em ruínas compete às
câmaras municipais e deve ser comunicada à
Direcção-Geral dos Impostos, nos termos e
prazos referidos no n.º 13.
terrenos para construção referidos no artigo
112.º-B, deve ser comunicada pelos municípios à
Autoridade Tributária e Aduaneira, por
transmissão eletrónica de dados, nos termos e
prazos referidos no n.º 14 e divulgada por estes
no respetivo sítio na Internet, bem como no
boletim municipal, quando este exista.
Artigo 112.º-B – Prédios devolutos localizados em zonas de pressão urbanística
Redação anterior OE 2020
1 – Os prédios urbanos ou frações autónomas
que se encontrem devolutos há mais de dois
anos, quando localizados em zonas de pressão
urbanística, como tal definidas em diploma
próprio, estão sujeitos ao seguinte agravamento,
em substituição do previsto no n.º 3 do artigo
112.º:
1 – Os prédios urbanos ou frações autónomas
que se encontrem devolutos há mais de dois
anos, os prédios em ruínas, bem como os
terrenos para construção inseridos no solo
urbano e cuja qualificação em plano municipal
de ordenamento do território atribua aptidão
para o uso habitacional, sempre que se localizem
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
77
ANOTAÇÃO
Os prédios em ruínas e os terrenos para construção inseridos no solo urbano e cuja
qualificação em plano municipal de ordenamento do território atribua aptidão para uso
habitacional, situados em zonas de pressão urbanística, passam a estar sujeitos às taxas agravadas
de IMI, à semelhança dos prédios ou frações autónomas devolutos.
A taxa é agravada para o sêxtuplo, acrescida em mais 10% em cada ano subsequente, sendo
que o agravamento tem o limite máximo de 12 vezes a taxa máxima prevista.
em zonas de pressão urbanística, como tal
definidas em diploma próprio, estão sujeitos ao
seguinte agravamento, em substituição do
previsto no n.º 3 do artigo 112.º:
a) A taxa prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo 112.º é elevada ao sêxtuplo, agravada, em cada ano
subsequente, em mais 10%;
b) O agravamento referido tem como limite máximo o valor de 12 vezes a taxa prevista na alínea c)
do n.º 1 do artigo 112.º
Artigo 120.º – Prazo de pagamento
Redação anterior OE 2020
6 – Os cônjuges não separados judicialmente de
pessoas e bens ou unidos de facto beneficiam do
disposto no n.º 1, relativamente à totalidade do
imposto a liquidar, mesmo no caso de prédios
em compropriedade.
7 – O disposto no número anterior aplica-se a
prédios ou parte de prédios urbanos afetos à
habitação própria e permanente dos sujeitos
passivos e nos quais esteja fixado o respetivo
domicílio fiscal.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
78
ANOTAÇÃO
Nos termos do n.º 1 do artigo 120.º do Código do IMI:
“1 – O imposto deve ser pago:
a) Em uma prestação, no mês de maio, quando o seu montante seja igual ou inferior a € 100;
b) Em duas prestações, nos meses de maio e novembro, quando o seu montante seja superior a € 100 e
igual ou inferior a € 500;
c) Em três prestações, nos meses de maio, agosto e novembro, quando o seu montante seja superior a
€ 500.”
Estabelece-se agora que os cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens ou
unidos de facto beneficiam destes mesmos prazos/prestações, relativamente à totalidade do
imposto a liquidar, mesmo no caso de prédios em compropriedade.
Nos termos do n.º 7 deste artigo, agora aditado:
“O disposto no número anterior aplica-se a prédios ou parte de prédios urbanos afetos à habitação
própria e permanente dos sujeitos passivos e nos quais esteja fixado o respetivo domicílio fiscal.”
ANOTAÇÃO
Estabelece-se que os prazos de reclamação e de impugnação se contam a partir do termo do
prazo para pagamento voluntário da única prestação do imposto ou da última (em vez da
primeira, como até aqui se previa).
Artigo 129.º – Garantias
Redação anterior OE 2020
2 – Os prazos de reclamação e de impugnação
contam-se a partir do termo do prazo para
pagamento voluntário da primeira ou da única
prestação do imposto.
2 – Os prazos de reclamação e de impugnação
contam-se a partir do termo do prazo para
pagamento voluntário da última ou da única
prestação do imposto.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
79
ANOTAÇÃO
Introduz-se uma regra segundo a qual deixam de beneficiar da isenção de IMT as aquisições
de imóveis por instituições de crédito em processos de execução, falência, insolvência ou dação em
cumprimento, destinados à realização de créditos resultantes de empréstimos feitos ou de fianças
prestadas, sempre que os mesmos sejam alienados a uma entidade com relações especiais, ainda
que não tenham decorrido 5 anos sobre a data da aquisição.
Mantém-se a caducidade que já vigorava quando os prédios não são alienados no prazo de
cinco anos a contar da data da aquisição.
Artigo 11.º – Caducidade das isenções
Redação anterior OE 2020
6 – Deixarão de beneficiar de isenção as
aquisições a que se refere o artigo 8.º, se os
prédios não forem alienados no prazo de cinco
anos a contar da data da aquisição.
6 – Deixam de beneficiar de isenção as aquisições
a que se refere o artigo 8.º, se os prédios não
forem alienados no prazo de cinco anos a contar
da data da aquisição ou o adquirente seja uma
entidade com relações especiais, nos termos do
n.º 4 do artigo 63.º do Código do IRC.
Artigo 12.º – Valor tributável
Redação anterior OE 2020
4 – O disposto nos números anteriores entende-se, porém, sem prejuízo das seguintes regras:
21.ª Quando se constituir direito real de
habitação duradoura, o imposto é liquidado
sobre o valor da caução.
CÓDIGO DO IMT
IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE AS TRANSMISSÕES
ONEROSAS DE IMÓVEIS
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
80
ANOTAÇÃO
No âmbito das regras de determinação do valor tributável do IMT, foi adicionada a regra
21.ª, a aplicar na constituição do direito real de habitação duradoura (DHD), segundo a qual o
imposto é liquidado sobre o valor da caução.
Artigo 13.º – Regras especiais
Redação anterior OE 2020
São ainda aplicáveis à determinação do valor tributável do IMT, as regras constantes das alíneas
seguintes:
a) O valor da propriedade, separada do usufruto,
uso ou habitação vitalícios, obtém-se deduzindo
ao valor da propriedade plena as seguintes
percentagens, de harmonia com a idade da
pessoa de cuja vida dependa a duração daqueles
direitos ou, havendo várias, da mais velha ou da
mais nova, consoante eles devam terminar pela
morte de qualquer ou da última que sobreviver:
a) O valor da propriedade, separada do usufruto,
uso ou habitação vitalícios, ou direito real de
habitação duradoura, obtém-se deduzindo ao
valor da propriedade plena as seguintes
percentagens, de harmonia com a idade da
pessoa de cuja vida dependa a duração daqueles
direitos ou, havendo várias, da mais velha ou da
mais nova, consoante eles devam terminar pela
morte de qualquer ou da última que sobreviver:
Idade Percentagem a deduzir
Menos de 20 anos 80
Menos de 25 anos 75
Menos de 30 anos 70
Menos de 35 anos 65
Menos de 40 anos 60
Menos de 45 anos 55
Menos de 50 anos 50
Menos de 55 anos 45
Menos de 60 anos 40
Menos de 65 anos 35
Menos de 70 anos 30
Menos de 75 anos 25
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
81
ANOTAÇÃO
Manteve-se a tabela de taxas aplicáveis na determinação do valor tributável do IMT relativo
ao valor da propriedade separada do usufruto, uso ou habitação vitalícios, contemplando-se agora
igualmente o direito real de habitação duradoura (DHD).
Valor sobre que incide o IMT (em euros)
Taxas percentuais Valor sobre que incide o IMT
(em euros) Taxas percentuais
Marginal Média* Marginal Média*
Até 92 407 0 0 Até 92 407 0 0
De mais de 92 407 e até 126 403 2 0,537 9 De mais de 92 407 e até 126 403 2 0,537 9
Menos de 80 anos 20
Menos de 85 anos 15
85 ou mais anos 10
Se o usufruto, uso ou habitação forem temporários, deduzem-se ao valor da propriedade plena 10%
por cada período indivisível de cinco anos, conforme o tempo por que esses direitos ainda devam
durar, não podendo, porém, a dedução exceder a que se faria no caso de serem vitalícios;
b) O valor atual do usufruto obtém-se
descontando ao valor da propriedade plena o
valor da propriedade, calculado nos termos da
regra antecedente, sendo o valor atual do uso e
habitação igual a esse valor do usufruto, quando
os direitos sejam renunciados, e a esse valor
menos 30%, nos demais casos;
b) O valor atual do usufruto obtém-se
descontando ao valor da propriedade plena o
valor da propriedade, calculado nos termos da
regra antecedente, sendo o valor atual do uso e
habitação igual a esse valor do usufruto, quando
os direitos sejam renunciados, e a esse valor
menos 30%, nos demais casos e no direito real de
habitação duradoura, o valor atual, no momento
da constituição deste direito, corresponde
sempre ao valor constante no contrato, pago pelo
morador a título de caução;
Artigo 17.º – Taxas
Redação anterior OE 2020
1 – As taxas do IMT são as seguintes:
a) Aquisição de prédio urbano ou de fração autónoma de prédio urbano destinado exclusivamente a
habitação própria e permanente:
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
82
De mais de 126 403 e até 172 348 5 1,727 4 De mais de 126 403 e até 172 348 5 1,727 4
De mais de 172 348 e até 287 213 7 3,836 1 De mais de 172 348 e até 287 213 7 3,836 1
De mais de 287 213 e até 574 323 8 - De mais de 287 213 e até 574 323 8 -
Superior a 574 323 6 (taxa única) Superior a 574 323 e até 1 000 000 6 (taxa única)
Superior a 1 000 000 7,5 (taxa única) (*) No limite superior do escalão
Valor sobre que incide o IMT (em euros)
Taxas percentuais Valor sobre que incide o IMT
(em euros) Taxas percentuais
Marginal Média* Marginal Média*
Até 92 407 1 1 Até 92 407 0 1
De mais de 92 407 e até 126 403 2 1,268 9 De mais de 92 407 e até 126 403 2 1,268 9
De mais de 126 403 e até 172 348 5 2,263 6 De mais de 126 403 e até 172 348 5 2,263 6
De mais de 172 348 e até 287 213 7 4,157 8 De mais de 172 348 e até 287 213 7 4,157 8
De mais de 287 213 e até 550 836 8 - De mais de 287 213 e até 550 836 8 -
Superior a 550 836 6 (taxa única) Superior a 550 836 e até 1 000 000 6 (taxa única)
Superior a 1 000 000 7,5 (taxa única) (*) No limite superior do escalão
ANOTAÇÃO
As tabelas de taxas que sempre se aplicaram à aquisição de prédios urbanos e das suas frações
autónomas previam a continuidade das taxas aplicáveis ao longo dos diversos escalões. Assim, as
b) Aquisição de prédio urbano ou de fração autónoma de prédio urbano destinado exclusivamente a
habitação, não abrangidas pela alínea anterior:
2 – À aquisição onerosa de figuras parcelares do
direito de propriedade aplica-se a taxa referida
no número anterior correspondente à natureza
dos bens sobre que incide o direito adquirido,
sendo aplicável a taxa referida na alínea a) do
número anterior apenas quando estiver em causa
a transmissão do usufruto, uso e habitação ou
direito de superfície, que incidam sobre prédio
urbano ou fração autónoma de prédio urbano
destinado exclusivamente a habitação própria e
permanente.
2 – À aquisição onerosa de figuras parcelares do
direito de propriedade aplica-se a taxa referida
no número anterior correspondente à natureza
dos bens sobre que incide o direito adquirido,
sendo aplicável a taxa referida na alínea a) do
número anterior apenas quando estiver em causa
a transmissão do usufruto, uso e habitação,
direito de superfície ou direito real de habitação
duradoura, que incidam sobre prédio urbano ou
fração autónoma de prédio urbano destinado
exclusivamente a habitação própria e
permanente.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
83
taxas evoluíam crescendo em continuidade (ou, pelo menos em quase continuidade) até ao último
escalão, que era de taxa fixa.
Com a alteração em apreço, a taxa do último escalão – agora, penúltimo – manteve-se em 6%,
passando a aplicar-se até ao valor de base de € 1 000 000, sendo criado um novo escalão a partir de
€ 1 000 000, com a taxa fixa de 7,5%. Quebrou-se, assim, a quase continuidade que existia em relação
à evolução das taxas.
Passa agora a verificar-se uma significativa descontinuidade quando se entra no último
escalão, de tal modo que o IMT a pagar sobe de € 60 000 se o VPT for de € 1 000 000 para € 75 000 se
o VPT for de € 1 000 001.
As tabelas simplificadas passaram, então, a ser as seguintes:
a) Aquisição de prédio urbano ou de fração autónoma de prédio urbano destinado
exclusivamente a habitação própria e permanente:
Valores em €
Valor sobre que incide o IMT Taxa a aplicar
(%) Parcela a abater
Até 92 407 0 0
De mais de 92 407 e até 126 403 2 1 848,14
De mais de 126 403 e até 172 348 5 5 640,23
De mais de 172 348 e até 287 213 7 9 087,19
De mais de 287 213 e até 574 323 8 11 959,32
Superior a 574 323 e até 1 000 000 Taxa única de 6%
Superior a 1 000 000 Taxa única de 7,5%
b) Aquisição de prédio urbano ou de fração autónoma de prédio urbano destinado
exclusivamente a habitação, não abrangidas pela alínea anterior:
Valores em €
Valor sobre que incide o IMT Taxa a aplicar
(%) Parcela a abater
Até 92 407 1 0
De mais de 92 407 e até 126 403 2 924,07
De mais de 126 403 e até 172 348 5 4 716,16
De mais de 172 348 e até 287 213 7 8 163,12
De mais de 287 213 e até 550 836 8 11 035,25
Superior a 550 836 e até 1 000 000 Taxa única de 6%
Superior a 1 000 000 Taxa única de 7,5%
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
84
Assinale-se que continua a existir uma diferença máxima de € 924,07 entre o IMT relativo à
aquisição de habitação própria e permanente e o relativo a prédios urbanos com outro destino,
verificável quando o VPT se situa a partir do limite do 1.º escalão, e até ao início da aplicação da taxa
única de 6%.
ANOTAÇÃO
No âmbito das obrigações associadas ao IMT relativas a notários e outras entidades com
funções notariais e de autenticação, foi acrescentado a essas funções o reconhecimento de
assinaturas em documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, bem
como o reconhecimento de assinaturas nos contratos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 3 do artigo
2.º.
Artigo 49.º – Obrigações de cooperação dos notários e de outras entidades
Redação anterior OE 2020
1 – Quando seja devido IMT, os notários e outros
funcionários ou entidades que desempenhem
funções notariais, bem como as entidades e
profissionais com competência para autenticar
documentos particulares que titulem atos ou
contratos sujeitos a registo predial, não podem
lavrar as escrituras, quaisquer outros
instrumentos notariais ou documentos
particulares ou autenticar documentos
particulares que operem transmissões de bens
imóveis nem proceder ao reconhecimento de
assinaturas nos contratos previstos nas alíneas a)
e b) do n.º 3 do artigo 2.º, sem que lhes seja
apresentado o extrato da declaração referida no
artigo 19.º acompanhada do correspondente
comprovativo da cobrança, que arquivarão, disso
fazendo menção no documento a que respeitam,
sempre que a liquidação deva preceder a
transmissão.
1 – Quando seja devido IMT, os notários e outros
funcionários ou entidades que desempenhem
funções notariais, bem como as entidades e
profissionais com competência para autenticar
documentos particulares ou reconhecer
assinaturas em documentos particulares que
titulem atos ou contratos sujeitos a registo
predial, não podem lavrar as escrituras,
quaisquer outros instrumentos notariais ou
documentos particulares ou autenticar
documentos particulares que operem
transmissões de bens imóveis nem proceder ao
reconhecimento de assinaturas nos contratos
previstos nas alíneas a) e b) do n.º 3 do artigo 2.º,
sem que lhes seja apresentado o extrato da
declaração referida no artigo 19.º acompanhada
do correspondente comprovativo da cobrança,
que arquivarão, disso fazendo menção no
documento a que respeitam, sempre que a
liquidação deva preceder a transmissão.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
85
ANOTAÇÃO
As empresas que se qualifiquem como PME e que exerçam, diretamente e a título principal,
uma atividade económica de natureza agrícola, comercial, industrial ou de prestação de serviços
em territórios do interior, passam a beneficiar da taxa reduzida de 12,5% em sede de IRC nos
primeiros € 25 000 de matéria coletável, ao invés dos anteriores € 15 000.
Sendo a taxa normal de 21%, o benefício total máximo para estas entidades, que era de
€ 1 275,00 por entidade, passa para € 2 125,00.
Se compararmos a tributação de empresas no interior com a tributação de empresas fora
desta área, o diferencial que era de € 675,00 para € 1 125,00.
Recorde-se que as áreas territoriais beneficiárias são as que constam no anexo à Portaria n.º
208/2017, de 13 de julho, que abrangem 165 municípios e 73 freguesias.
Saliente-se ainda que nos termos do n.º 2 deste artigo, são condições para usufruir dos
benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do interior:
a) exercer a atividade e ter direção efetiva nas áreas beneficiárias;
Artigo 41.º-B – Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do Interior e às Regiões Autónomas
Redação anterior OE 2020
1 – Às empresas que exerçam, diretamente e a
título principal, uma atividade económica de
natureza agrícola, comercial, industrial ou de
prestação de serviços em territórios do interior,
que sejam qualificados como micro, pequena ou
média empresa, nos termos previstos no anexo
ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro,
alterado pelo Decreto-Lei n.º 143/2009, de 16 de
junho, é aplicável a taxa de IRC de 12,5% aos
primeiros € 15 000 de matéria coletável.
1 – Às empresas que exerçam, diretamente e a
título principal, uma atividade económica de
natureza agrícola, comercial, industrial ou de
prestação de serviços em territórios do interior,
que sejam qualificadas como micro, pequenas ou
médias empresas, nos termos previstos no anexo
ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, é
aplicável a taxa de IRC de 12,5% aos primeiros
25 000 € de matéria coletável.
BENEFÍCIOS FISCAIS
ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
86
b) não ter salários em atraso;
c) a empresa não resultar de cisão efetuada nos dois anos anteriores à usufruição dos
benefícios;
d) a determinação do lucro tributável ser efetuada com recurso a métodos diretos de
avaliação ou no âmbito do regime simplificado de determinação da matéria coletável.
ANOTAÇÃO
No âmbito das medidas de apoio ao transporte rodoviário de passageiros e de mercadorias,
Artigo 59.º-A – Medidas de apoio ao transporte rodoviário de passageiros e de mercadorias
Redação anterior OE 2020
Os gastos suportados com a aquisição, em
território português, de eletricidade, gás natural
veicular (GNV) e gases de petróleo liquefeito
(GPL) para abastecimento de veículos são
dedutíveis em valor correspondente a 130%, no
caso de eletricidade, e a 120%, no caso de GNV e
GPL, do respetivo montante, para efeitos da
determinação do lucro tributável em sede de IRC
e da categoria B do IRS, neste último caso
havendo opção pelo regime da contabilidade
organizada, quando se trate de:
Os gastos suportados com a aquisição, em
território português, de eletricidade e gás natural
veicular (GNV) para abastecimento de veículos
são dedutíveis em valor correspondente a 130%,
no caso de eletricidade, e a 120%, no caso de
GNV, do respetivo montante, para efeitos da
determinação do lucro tributável em sede de IRC
e da categoria B do IRS, neste último caso
havendo opção pelo regime da contabilidade
organizada, quando se trate de:
a) Veículos afetos ao transporte público de passageiros, com lotação igual ou superior a 22 lugares
que estejam registados como elementos do ativo fixo tangível de sujeitos passivos de IRC que
estejam licenciados pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P. (IMT, I. P.);
b) Veículos afetos ao transporte rodoviário de mercadorias, público ou por conta de outrem, com
peso bruto igual ou superior a 3,5 t, registados como elementos do ativo fixo tangível de sujeitos
passivos de IRC e que estejam licenciados pelo IMT, I. P.;
c) Veículos afetos ao transporte em táxi, registados como elementos do ativo fixo tangível dos
sujeitos passivos de IRS ou de IRC, com contabilidade organizada e que estejam devidamente
licenciados.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
87
os gastos com a aquisição de gases de petróleo liquefeito (GPL) para abastecimento de veículos
deixam de beneficiar da possibilidade de dedução em valor correspondente a 120% do respetivo
montante, para efeitos da determinação do lucro tributável em sede de IRC, e da categoria B do
IRS, neste último caso havendo opção pelo regime da contabilidade organizada.
Recorde-se que o benefício aqui em causa aplica-se a:
- Veículos afetos ao transporte público de passageiros, com lotação igual ou superior a 22
lugares que estejam registados como elementos do ativo fixo tangível de sujeitos passivos de IRC
que estejam licenciados pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P. (IMT, I. P.);
- Veículos afetos ao transporte rodoviário de mercadorias, público ou por conta de outrem,
com peso bruto igual ou superior a 3,5 t, registados como elementos do ativo fixo tangível de
sujeitos passivos de IRC e que estejam licenciados pelo IMT, I. P.;
- Veículos afetos ao transporte em táxi, registados como elementos do ativo fixo tangível dos
sujeitos passivos de IRS ou de IRC, com contabilidade organizada e que estejam devidamente
licenciados.
A propósito desta alteração, diz-se no Relatório do Orçamento do Estado:
“Ainda no quadro de avaliação dos benefícios fiscais prejudiciais ao ambiente, elimina-se a majoração
de gastos, em sede de IRS e IRC, aplicável à aquisição de gás de petróleo liquefeito (GPL) para abastecimento
de veículos. Do ponto de vista da descarbonização da mobilidade, a manutenção das isenções ao GPL não se
justifica por existirem alternativas ambientalmente mais sustentáveis.”
Artigo 60.º – Reorganização de empresas em resultado de operações de reestruturação ou de acordos de cooperação acordos de cooperação →→ Reorganização de entidades em resultado de operações de restruturação reestruturação ou de acordos de cooperação
Redação anterior OE 2020
1 – Às empresas que exerçam, diretamente e a
título principal, uma atividade económica de
natureza agrícola, comercial, industrial ou de
prestação de serviços, e que se reorganizem, em
resultado de operações de reestruturação ou
acordos de cooperação, são aplicáveis os
seguintes benefícios:
1 – Às entidades que exerçam, diretamente e a
título principal, uma atividade económica de
natureza agrícola, comercial, industrial ou de
prestação de serviços, e que se reorganizem, em
resultado de operações de reestruturação ou
acordos de cooperação, são aplicáveis os
seguintes benefícios:
a) Isenção do imposto municipal sobre transmissões onerosas de imóveis, relativamente aos imóveis
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
88
não habitacionais e, quando afetos à atividade exercida a título principal, aos imóveis habitacionais,
necessárias às operações de reestruturação ou aos acordos de cooperação;
b) Isenção do imposto do selo, relativamente à
transmissão dos imóveis referidos na alínea
anterior, ou à constituição, aumento de capital
ou do ativo de uma sociedade de capitais
necessários às operações de reestruturação ou
aos acordos de cooperação;
b) Isenção do imposto do selo, relativamente à
transmissão dos imóveis referidos na alínea
anterior ou de estabelecimento comercial,
industrial ou agrícola, necessários às operações
de reestruturação ou aos acordos de cooperação;
c) Isenção dos emolumentos e de outros encargos legais que se mostrem devidos pela prática dos
atos inseridos nos processos de reestruturação ou de cooperação.
2 – O regime previsto no presente artigo é
aplicável às operações de reestruturação ou aos
acordos de cooperação que envolvam empresas
com sede, direção efetiva ou domicílio em
território português, noutro Estado membro da
União Europeia ou, ainda, no Estado em relação
ao qual vigore uma convenção para evitar a
dupla tributação sobre o rendimento e o capital
celebrada com Portugal, com exceção das
entidades domiciliadas em países, territórios ou
regiões com regimes de tributação privilegiada,
claramente mais favoráveis, constantes de lista
aprovada por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças.
2 – O regime previsto no presente artigo é
aplicável às operações de reestruturação ou aos
acordos de cooperação que envolvam entidades
com sede, direção efetiva ou domicílio em
território português, noutro Estado-Membro da
União Europeia ou, ainda, no Estado em relação
ao qual vigore uma convenção para evitar a
dupla tributação sobre o rendimento e o capital
celebrada com Portugal, com exceção das
entidades domiciliadas em países, territórios ou
regiões com regimes de tributação privilegiada,
claramente mais favoráveis, constantes de lista
aprovada por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças.
3 – Para efeitos do presente artigo, consideram-se 'operações de reestruturação' apenas as seguintes:
a) A fusão de sociedades, empresas públicas ou
cooperativas;
b) A incorporação por uma sociedade do
conjunto ou de um ou mais ramos de atividade
de outra sociedade;
c) A cisão de sociedade, através da qual:
i) Uma sociedade destaque um ou mais ramos da
a) A fusão de sociedades, empresas públicas,
cooperativas ou outras entidades;
b) A incorporação por uma entidade do conjunto
ou de um ou mais ramos de atividade de outra
entidade;
c) A cisão de entidade, através da qual:
i) Uma entidade destaque um ou mais ramos da
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
89
ANOTAÇÃO
No âmbito de operações de reorganização societária são alargados os benefícios fiscais de
isenção de IMT, Imposto do Selo, de emolumentos e outros encargos legais, a outras entidades que
não sejam sociedades, empresas públicas ou cooperativas (v.g., Fundos de Investimento).
Adicionalmente, alarga-se a isenção de Imposto do Selo à transmissão de estabelecimentos
comerciais, industriais ou agrícolas.
É eliminada a isenção de Imposto do Selo na constituição, no aumento de capital ou do ativo
de sociedade de capitais, necessários no âmbito das operações de reestruturação ou acordos de
cooperação. No fundo, tal eliminação não tem implicações práticas, uma vez que estas realidades
já não estavam sujeitas a Imposto do Selo.
sua atividade para com eles constituir outras
sociedades ou para os fundir com sociedades já
existentes, mantendo, pelo menos, um dos ramos
de atividade; ou
ii) Uma sociedade se dissolva, dividindo o seu
património em duas ou mais partes que
constituam, cada uma delas, pelo menos, um
ramo de atividade, sendo cada uma delas
destinada a constituir uma nova sociedade ou a
ser fundida com sociedades já existentes ou com
partes do património de outras sociedades,
separadas por idênticos processos e com igual
finalidade.
sua atividade para com eles constituir outras
entidades ou para os fundir com entidades já
existentes, mantendo, pelo menos, um dos ramos
de atividade; ou
ii) Uma entidade se dissolva, dividindo o seu
património em duas ou mais partes que
constituam, cada uma delas, pelo menos, um
ramo de atividade, sendo cada uma delas
destinada a constituir uma nova entidade ou a
ser fundida com entidades já existentes ou com
partes do património de outras entidades,
separadas por idênticos processos e com igual
finalidade.
Artigo 71.º – Incentivos à reabilitação urbana →→ Incentivos à reabilitação urbana e ao arrendamento arrendamento habitacional a custos acessíveis
Redação anterior OE 2020
23 – Para efeitos do presente artigo, considera-se:
a) 'Ações de reabilitação' as intervenções de reabilitação de edifícios, tal como definidas no Regime
Jurídico da Reabilitação Urbana, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, em
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
90
imóveis que cumpram uma das seguintes condições:
i) Da intervenção resultar um estado de conservação de, pelo menos, dois níveis acima do
verificado antes do seu início;
ii) Um nível de conservação mínimo 'bom' em
resultado de obras realizadas nos dois anos
anteriores à data do requerimento para a
correspondente avaliação, desde que o custo das
obras, incluindo imposto sobre valor
acrescentado, corresponda, pelo menos, a 25%
do valor patrimonial tributário do imóvel e este
se destine a arrendamento para habitação
permanente;
ii) Um nível de conservação mínimo 'bom' em
resultado de obras realizadas nos quatro anos
anteriores à data do requerimento para a
correspondente avaliação, desde que o custo das
obras, incluindo imposto sobre valor
acrescentado, corresponda, pelo menos, a 25%
do valor patrimonial tributário do imóvel e este
se destine a arrendamento para habitação
permanente;
27 – Ficam isentos de tributação em IRS e em
IRC, pelo período de duração dos respetivos
contratos, os rendimentos prediais obtidos no
âmbito dos programas municipais de oferta para
arrendamento habitacional a custos acessíveis,
sendo, para efeitos de IRS, os rendimentos
isentos obrigatoriamente englobados para efeitos
de determinação da taxa a aplicar aos restantes
rendimentos, quando o sujeito passivo opte pelo
englobamento dos rendimentos prediais.
28 – Para efeitos do disposto no número anterior,
consideram-se programas municipais de oferta
para arrendamento habitacional a custos
acessíveis os programas de iniciativa municipal
que tenham por objeto contratos de
arrendamento e subarrendamento habitacional
por um prazo mínimo de arrendamento não
inferior a cinco anos e cujo limite geral de preço
de renda por tipologia não exceda o definido nas
Tabelas 1 e 2 do anexo I à Portaria n.º 176/2019,
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
91
ANOTAÇÃO
No âmbito dos incentivos fiscais à reabilitação urbana, altera-se a definição de ações de
reabilitação.
Consideram-se ações de reabilitação as intervenções de reabilitação de edifícios em imóveis
que cumpram um nível de conservação mínimo “bom” em resultado de obras realizadas nos 4
anos anteriores à data do requerimento para a correspondente avaliação – quando até aqui era nos
2 anos anteriores –, desde que o custo das obras, incluindo imposto sobre valor acrescentado,
corresponda, pelo menos, a 25% do valor patrimonial tributário do imóvel e este se destine a
arrendamento para habitação permanente.
Passam a estar isentos de IRS e de IRC as rendas auferidas no âmbito de Programas
Municipais de arrendamento acessível (não obstante, a consideração para efeito de determinação
da taxa de IRS).
de 6 de junho.
29 – Em tudo o que não esteja previsto nos n.os 27
e 28 aplica-se o regime constante do Decreto-Lei
n.º 68/2019, de 22 de maio, com as necessárias
adaptações.
30 – A isenção prevista nos n.os 27 e 28 depende
de reconhecimento pelo membro do Governo
responsável pela área das finanças.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
92
Artigo 356.º
Prorrogação no âmbito do Estatuto dos Benefícios Fiscais
1 – Considerando a avaliação resultante do relatório elaborado nos termos e para os efeitos
do artigo 15.º-A do EBF, a vigência dos artigos 20.º, 28.º, 29.º, 30.º, 31.º, 52.º, 53.º, 54.º, 59.º, 59.º-A,
59.º-B; 59.º-C; 62.º-B, 63.º e 64.º e da alínea b) do artigo 51.º do EBF é prorrogada até 31 de
dezembro de 2020.
2 – Durante o ano de 2020, os benefícios fiscais prorrogados no número anterior são objeto de
nova avaliação de acordo com a metodologia inovatória introduzida pelo referido relatório.
ANOTAÇÃO
São as seguintes as epígrafes destes artigos:
Artigo 20.º – Conta poupança-reformados;
Artigo 28.º – Empréstimos externos e rendas de locação de equipamentos importados;
Artigo 29.º – Serviços financeiros de entidades públicas;
Artigo 30.º – Swaps e empréstimos de instituições financeiras não residentes;
Artigo 31.º – Depósitos de instituições de crédito não residentes;
Artigo 51.º – Empresas armadoras da marinha mercante nacional;
Artigo 52.º – Comissões vitivinícolas regionais;
Artigo 53.º – Entidades gestoras de sistemas integrados de gestão de fluxos específicos de
resíduos;
Artigo 54.º – Coletividades desportivas, de cultura e recreio;
Artigo 59.º – Baldios;
Artigo 59.º-A – Medidas de apoio ao transporte rodoviário de passageiros e de mercadorias;
Artigo 59.º-B – Despesas com sistemas de car-sharing e bike-sharing;
Artigo 59.º-C – Despesas com frotas de velocípedes;
Artigo 62.º-B – Mecenato cultural;
Artigo 63.º – Deduções à coleta do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares;
Artigo 64.º – Imposto sobre o valor acrescentado – Transmissões de bens e prestações de
serviços a título gratuito.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
93
Artigo 357.º
Outras disposições fiscais no âmbito do Estatuto dos Benefícios Fiscais
1 – Durante o mandato da Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da
Circum-Navegação comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães (2019-2022),
criada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 24/2017, de 26 de janeiro, os donativos
atribuídos por pessoas singulares ou coletivas a favor da referida Estrutura de Missão beneficiam
do regime previsto no artigo 62.º-B do EBF.
2 – Durante o mandato da Estrutura de Missão para a Presidência Portuguesa do Conselho
da União Europeia, criada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 51/2019, de 6 de março, os
donativos atribuídos por pessoas singulares ou coletivas a favor da referida Estrutura de Missão
beneficiam do regime previsto no artigo 62.º do EBF.
3 – Durante os trabalhos de organização da participação portuguesa na Exposição Mundial
do Dubai em 2020, aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 106/2018, de 30 de
agosto, os donativos atribuídos por pessoas singulares ou coletivas a favor da Embaixada de
Portugal nos Emirados Árabes Unidos para efeitos da referida participação beneficiam do regime
previsto no artigo 62.º do EBF.
Artigo 358.º
Autorização legislativa no âmbito do Estatuto dos Benefícios Fiscais
1 – Fica o Governo autorizado a criar um regime de benefícios fiscais no âmbito do Programa
de Valorização do Interior aplicável a sujeitos passivos de IRC em função dos gastos resultantes de
criação de postos de trabalho em territórios do interior.
2 – O sentido e a extensão da alteração legislativa prevista no número anterior são os
seguintes:
a) Consagrar a dedução à coleta, nos termos do n.º 2 do artigo 90.º do Código do IRC,
correspondente a 20% dos gastos do período incorridos, que excederem o valor da retribuição
mínima nacional garantida, com a criação de postos de trabalho nos territórios do interior, tendo
como limite máximo a coleta do período de tributação;
b) Prever que os territórios do interior relevantes para aplicação deste benefício sejam
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
94
definidos por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da coesão
territorial.
3 – A autorização legislativa prevista no n.º 1 é concretizada pelo Governo após aprovação
da União Europeia para alargar o regime de auxílios de base regional.
4 – Fica ainda o Governo autorizado a criar um regime de benefícios fiscais no âmbito dos
Planos de Poupança Florestal (PPF) que sejam regulamentados ao abrigo do Programa para
Estímulo ao Financiamento da Floresta a que se refere a Resolução do Conselho de Ministros
n.º 157-A/2017, de 27 de outubro.
5 – O sentido e a extensão da alteração legislativa prevista no número anterior são os
seguintes:
a) Aditar ao EBF uma norma que estabeleça uma isenção em sede de IRS aplicável aos juros
obtidos provenientes de PPF;
b) Consagrar uma dedução à coleta, nos termos do artigo 78.º do Código do IRS,
correspondente a 30% dos valores em dinheiro aplicados no respetivo ano por cada sujeito
passivo, mediante entradas em PPF, tendo como limite máximo € 450 por sujeito passivo.
6 – A autorização legislativa prevista no n.º 4 é concretizada pelo Governo de forma
integrada no âmbito da aprovação de legislação específica com vista à criação e regulamentação
dos PPF previstos na Resolução do Conselho de Ministros n.º 157-A/2017, de 27 de outubro.
7 – As presentes autorizações legislativas têm a duração do ano económico a que respeita a
presente lei.
ANOTAÇÃO
É concedida uma autorização legislativa para a criação de um regime de benefícios fiscais no
âmbito do Programa de Valorização do Interior e de Planos de Poupança Florestal que sejam
regulamentados ao abrigo do Programa para Estímulo ao Financiamento da Floresta.
De acordo com o Relatório do Orçamento do Estado:
“Em 2020, retoma-se uma autorização legislativa no sentido de permitir implementar a medida de
redução de IRC em função dos postos de trabalho criados com conexão a territórios do Interior, conforme
decorre do Programa de Valorização do Interior.”
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
95
Artigo 29.º – Dedução por lucros retidos e reinvestidos
Redação anterior OE 2020
1 – Os sujeitos passivos referidos no artigo
anterior podem deduzir à coleta do IRC, nos
períodos de tributação que se iniciem em ou
após 1 de janeiro de 2014, até 10% dos lucros
retidos que sejam reinvestidos em aplicações
relevantes nos termos do artigo 30.º, no prazo
de três anos contado a partir do final do
período de tributação a que correspondam os
lucros retidos.
1 – Os sujeitos passivos referidos no artigo
anterior podem deduzir à coleta do IRC, nos
períodos de tributação que se iniciem em ou
após 1 de janeiro de 2014, até 10% dos lucros
retidos que sejam reinvestidos em aplicações
relevantes nos termos do artigo 30.º, no prazo
de quatro anos contado a partir do final do
período de tributação a que correspondam os
lucros retidos.
2 – Para efeitos da dedução prevista no
número anterior, o montante máximo dos
lucros retidos e reinvestidos, em cada período
de tributação, é de 10 000 000 €, por sujeito
passivo.
2 – Para efeitos da dedução prevista no
número anterior, o montante máximo dos
lucros retidos e reinvestidos, em cada período
de tributação, é de 12 000 000 €, por sujeito
passivo.
As alterações dos prazos previstos no n.º 1 são aplicáveis aos prazos em curso no primeiro dia do período de tributação relativo a 2020.
ANOTAÇÃO
É alargado de 3 para 4 anos o prazo de dedução dos lucros retidos e reinvestidos, aplicando-
se esta alteração aos prazos ainda em curso em 1 de janeiro de 2020.
Aumenta igualmente o montante máximo dos lucros retidos e reinvestidos para efeitos desta
dedução de € 10 000 000 para € 12 000 000, por sujeito passivo.
A este respeito, diz-se no Relatório do Orçamento do Estado:
“No OE 2020, consagram-se novamente medidas de incentivo, em sede de IRC, para as empresas que
reinvistam os seus lucros. Em particular, no âmbito do Código Fiscal do Investimento alarga-se em 20% o
limite máximo de lucros reinvestidos que podem ser objeto de dedução, passando de 10 milhões de euros para
12 milhões de euros, aumenta-se o prazo de concretização do reinvestimento de três para quatro anos (...)”.
CÓDIGO FISCAL DO INVESTIMENTO
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
96
Artigo 30.º – Aplicações relevantes
Redação anterior OE 2020
2 – Consideram-se ainda aplicações relevantes,
para efeitos do presente regime, os ativos
intangíveis, constituídos por despesas com
transferência de tecnologia, nomeadamente
através da aquisição de direitos de patentes,
licenças, «know-how» ou conhecimentos
técnicos não protegidos por patente, desde que
cumpridos cumulativamente os seguintes
requisitos:
a) Estejam sujeitos a amortizações ou
depreciações para efeitos fiscais;
b) Não sejam adquiridos a entidades com as
quais existam relações especiais nos termos do
n.º 4 do artigo 63.º do Código do IRC.
2 – Considera-se investimento realizado em
aplicações relevantes o correspondente às
adições, verificadas em cada período de
tributação, de ativos fixos tangíveis e bem
assim o que, tendo a natureza de ativo fixo
tangível e não dizendo respeito a
adiantamentos, se traduza em adições aos
investimentos em curso.
3 – Considera-se investimento realizado em
aplicações relevantes o correspondente às
adições, verificadas em cada período de
tributação, de ativos fixos tangíveis ou ativos
intangíveis e bem assim o que, tendo a
natureza de ativo fixo tangível e não dizendo
respeito a adiantamentos, se traduza em
adições aos investimentos em curso.
3 – Para efeitos do disposto no número
anterior, não se consideram as adições de
ativos que resultem de transferências de
investimentos em curso.
4 – Para efeitos do disposto nos números
anteriores, não se consideram as adições de
ativos que resultem de transferências de
investimentos em curso.
4 – No caso de ativos adquiridos em regime de
locação financeira, a dedução a que se refere o
n.º 1 do artigo anterior é condicionada ao
exercício da opção de compra pelo sujeito
5 – No caso de ativos adquiridos em regime de
locação financeira, a dedução a que se refere o
n.º 1 do artigo anterior é condicionada ao
exercício da opção de compra pelo sujeito
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
97
passivo no prazo de cinco anos contado da
data da aquisição.
passivo no prazo de sete anos contado da data
da aquisição.
Nota: O anterior n.º 5 corresponde ao novo n.º 6. O anterior n.º 6 corresponde ao novo n.º 7. As alterações dos prazos previstos no n.º 5 são aplicáveis aos prazos em curso no primeiro dia do período de tributação relativo a 2020.
ANOTAÇÃO
Para efeitos do regime de DLRR, passa a considerar-se como aplicações relevantes os ativos
intangíveis, compostos por despesa relacionada com a transferência de tecnologia, como direitos
de patentes, licenças, «know-how» ou conhecimento técnico não protegido, desde que verificadas
as seguintes condições:
a) Estejam sujeitas a amortizações ou depreciações para efeitos fiscais;
b) Não sejam adquiridos a entidades com as quais existam relações especiais nos termos do
n.º 4 do artigo 63.º do Código do IRC.
É igualmente alargado o prazo que condicionava a dedução de ativos em regime de locação
financeira, passando o prazo para exercício da opção de compra pelo sujeito passivo de 5 para 7
anos contados da data da aquisição, sendo esta alteração aplicável aos prazos que estejam em
curso a 1 de janeiro de 2020.
A este respeito, diz-se no Relatório do Orçamento do Estado:
“Alarga-se o âmbito das aplicações relevantes a determinados ativos intangíveis no domínio das
aquisições de tecnologia.”
Artigo 34.º – Incumprimento
Redação anterior OE 2020
Sem prejuízo do disposto no Regime Geral das Infrações Tributárias, aprovado pela Lei
n.º 15/2001, de 15 de junho:
a) A não concretização da totalidade do investimento nos termos previstos no artigo 30.º até ao
termo do prazo de três anos previsto no n.º 1 do artigo 29.º implica a devolução do montante de
imposto que deixou de ser liquidado na parte correspondente ao montante dos lucros não
reinvestidos, ao qual é adicionado o montante de imposto a pagar relativo ao terceiro período de
tributação seguinte, acrescido dos correspondentes juros compensatórios majorados em 15
pontos percentuais;
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
98
b) O incumprimento do disposto nos n.os 4, 5
ou 6 do artigo 30.º, implica a devolução do
montante de imposto que deixou de ser
liquidado na parte correspondente aos ativos
relativamente aos quais não seja exercida a
opção de compra ou que sejam transmitidos
antes de decorrido o prazo de cinco anos, o
qual é adicionado ao montante de imposto a
pagar relativo ao período em que se
verifiquem esses factos, acrescido dos
correspondentes juros compensatórios
majorados em 15 pontos percentuais;
b) O incumprimento do disposto nos n.os 5, 6
ou 7 do artigo 30.º, implica a devolução do
montante de imposto que deixou de ser
liquidado na parte correspondente aos ativos
relativamente aos quais não seja exercida a
opção de compra ou que sejam transmitidos
antes de decorrido o prazo de cinco anos, o
qual é adicionado ao montante de imposto a
pagar relativo ao período em que se
verifiquem esses factos, acrescido dos
correspondentes juros compensatórios
majorados em 15 pontos percentuais;
ANOTAÇÃO
A alteração a este artigo decorre da renumeração do artigo 30.º do CFI.
Artigo 35.º – Sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial
Redação anterior OE 2020
O SIFIDE II, a vigorar nos períodos de
tributação de 2014 a 2020, processa-se nos
termos dos artigos seguintes.
O SIFIDE II, a vigorar nos períodos de
tributação de 2014 a 2025, processa-se nos
termos dos artigos seguintes.
ANOTAÇÃO
Estende-se o prazo de vigência do SIFIDE II de 2020 para 2025.
Artigo 37.º – Aplicações relevantes
Redação anterior OE 2020
1 – Consideram-se dedutíveis as seguintes categorias de despesas, desde que se refiram a
atividades de investigação e desenvolvimento, tal como definidas no artigo anterior:
f) Participação no capital de instituições de
investigação e desenvolvimento, no capital de
f) Participação no capital de instituições de
investigação e desenvolvimento e
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
99
fundos de investimento, públicos ou privados,
que tenham como objeto o financiamento de
empresas dedicadas sobretudo a investigação e
desenvolvimento e que desenvolvam projetos
reconhecidos nos termos do artigo 37.º-A;
contribuições para fundos de investimento,
públicos ou privados, destinados a financiar
empresas dedicadas sobretudo a investigação e
desenvolvimento, incluindo o financiamento
da valorização dos seus resultados, cuja
idoneidade em matéria de investigação e
desenvolvimento seja reconhecida pela
Agência Nacional de Inovação, S. A., nos
termos do n.º 1 do artigo 37.º-A;
ANOTAÇÃO
Passa a prever-se a necessidade de reconhecimento da idoneidade em matéria de
investigação e desenvolvimento pela Agência Nacional de Inovação, S. A. das entidades referidas
neste preceito.
Artigo 37.º-A – Reconhecimento da idoneidade e do caráter de investigação e desenvolvimen- to dos projetos →→ Reconhecimento da idoneidade e do caráter de investigação e desenvolvi- mento das entidades
Redação anterior OE 2020
1 – Cabe à Agência Nacional de Inovação, S.
A., o reconhecimento da idoneidade da
entidade em matéria de investigação e
desenvolvimento a que se referem as alíneas e)
e f) do n.º 1 do artigo 37.º bem como o
reconhecimento do caráter de investigação e
desenvolvimento dos projetos a que se refere a
alínea f) do n.º 1 do artigo 37.º.
1 – Cabe à Agência Nacional de Inovação, S.
A., o reconhecimento da idoneidade da
entidade em matéria de investigação e
desenvolvimento a que se referem as alíneas e)
e f) do n.º 1 do artigo 37.º.
9 – O reconhecimento do caráter de
investigação e desenvolvimento dos projetos é
válido até ao encerramento do projeto.
9 – [Revogado].
10 – A Agência Nacional de Inovação, S. A., em
face da informação reportada no mapa de
indicadores a que se refere o n.º 11 do artigo
10 – [Revogado].
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
100
40.º, reavaliará anualmente o caráter de
investigação e desenvolvimento do projeto,
podendo, caso se não mantenham os
pressupostos que o determinaram, fazer cessar
o referido reconhecimento.
ANOTAÇÃO
O reconhecimento pela Agência Nacional de Inovação, S.A. do caráter de investigação e
desenvolvimento passa a ser efetuado relativamente às entidades e não em relação aos projetos de
investimento.
Artigo 38.º – Âmbito da dedução
Redação anterior OE 2020
1 – Os sujeitos passivos de IRC residentes em
território português que exerçam, a título
principal, uma atividade de natureza agrícola,
industrial, comercial e de serviços e os não
residentes com estabelecimento estável nesse
território podem deduzir ao montante da
coleta do IRC apurado nos termos da alínea a)
do n.º 1 do artigo 90.º do Código do IRC, e até
à sua concorrência, o valor correspondente às
despesas com investigação e desenvolvimento,
na parte que não tenha sido objeto de
comparticipação financeira do Estado a fundo
perdido, realizadas nos períodos de tributação
com início entre 1 de janeiro de 2014 e 31 de
dezembro de 2020, numa dupla percentagem:
1 – Os sujeitos passivos de IRC residentes em
território português que exerçam, a título
principal, uma atividade de natureza agrícola,
industrial, comercial e de serviços e os não
residentes com estabelecimento estável nesse
território podem deduzir ao montante da
coleta do IRC apurado nos termos da alínea a)
do n.º 1 do artigo 90.º do Código do IRC, e até
à sua concorrência, o valor correspondente às
despesas com investigação e desenvolvimento,
na parte que não tenha sido objeto de
comparticipação financeira do Estado a fundo
perdido, realizadas nos períodos de tributação
com início entre 1 de janeiro de 2014 e 31 de
dezembro de 2025, numa dupla percentagem:
a) Taxa de base - 32,5 % das despesas realizadas naquele período; b) Taxa incremental - 50 % do acréscimo das despesas realizadas naquele período em relação à
média aritmética simples dos dois exercícios anteriores, até ao limite de € 1 500 000,00.
7 – Sem prejuízo do disposto no n.º 3, caso as
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
101
unidades de participação nos fundos de
investimento referidos na alínea f) do n.º 1 do
artigo 37.º sejam alienadas antes de decorrido o
prazo de cinco anos, ao IRC do período da
alienação é adicionado o montante que tenha
sido deduzido à coleta, na proporção
correspondente ao período em falta, acrescido
dos correspondentes juros compensatórios.
ANOTAÇÃO
Passa a prever-se uma obrigação de manutenção das unidades de participação nos fundos de
investimento durante o prazo de cinco anos, que não sendo cumprida, determina que ao IRC do
exercício da alienação é adicionado o montante que tenha sido deduzido à coleta na parte
correspondente ao período em falta, acrescido dos correspondentes juros compensatórios.
Artigo 40.º – Obrigações acessórias
Redação anterior OE 2020
9 – Fica o Governo autorizado a sujeitar a
avaliação das candidaturas, para efeitos de
obtenção dos benefícios fiscais previstos neste
capítulo, pela entidade a que se refere o n.º 1, ao
pagamento de uma taxa máxima de 1% por
parte das entidades interessadas, calculada
sobre o montante de crédito solicitado, em
termos a definir por portaria dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças,
da ciência, tecnologia e ensino superior e da
economia.
9 – [Revogado].
10 – A receita resultante da taxa referida no
número anterior destina-se a cobrir os custos
inerentes ao processo de avaliação e a apoiar
empresas em atividades de investigação e
10 – [Revogado].
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
102
desenvolvimento, inovação, empreendedorismo
de base tecnológica e propriedade industrial.
12 – Para efeitos de verificação do
investimento realizado, as entidades gestoras
dos fundos de investimento a que se refere a
alínea f) do n.º 1 do artigo 37.º enviam à
Agência Nacional de Inovação, S. A., até 30 de
junho de cada ano, o último relatório anual
auditado, bem como documento, seja
portefólio ou outro que evidencie os
investimentos realizados pelo fundo, no
período anterior, nas entidades previstas
naquela disposição.
13 – As entidades gestoras dos fundos de
investimento podem solicitar à Agência
Nacional de Inovação, S. A., a emissão de
declaração de conformidade da política de
investimento prevista no regulamento de
gestão do fundo face ao requisito da
destinação do investimento referido na alínea
f) do n.º 1 do artigo 37.º, não tendo esta
declaração caráter vinculativo quanto à
elegibilidade futura da despesa a que se refere
esta disposição.
ANOTAÇÃO
É revogada a disposição que previa o pagamento, por parte das entidades interessadas na
concessão do SIFIDE, de uma taxa de 1% do montante de crédito solicitado.
Para efeitos de verificação do investimento realizado, as entidades gestoras dos fundos de
investimento, passam a ter de enviar à Agência Nacional de Inovação, S.A., até 30 de junho de
cada ano, o último relatório anual auditado, bem como documento (portefólio ou outro) que
evidencie os investimentos efetuados pelo fundo no período anterior. Estas entidades, podem, de
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
103
igual modo, solicitar à Agência Nacional de Inovação, S.A. a emissão de declaração de
conformidade da política de investimento prevista no regulamento de gestão do fundo, não tendo
essa declaração caráter vinculativo quanto à elegibilidade futura da despesa.
Artigo 362.º
Autorização legislativa no âmbito do CFI
1 – Fica o Governo autorizado a alargar o elenco de beneficiários e as aplicações relevantes
do regime de dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR).
2 – O sentido e a extensão das alterações a introduzir, nos termos da autorização legislativa
referida no número anterior, são os seguintes:
a) Alterar o artigo 30.º do CFI no sentido de prever como aplicação relevante do regime da
DLRR as aquisições de participações sociais de sociedades cujo objeto social principal seja
substancialmente idêntico ao da sociedade adquirente;
b) Condicionar o alargamento das aplicações relevantes à obtenção da maioria do capital
com direito de voto e à concretização, num prazo máximo de três anos, de uma operação de
concentração empresarial, designadamente de fusão de sociedades ou entrada de ativos;
c) Aplicar às empresas de pequena-média capitalização (Small Mid Cap), conforme
classificação estabelecida pelo n.º 3 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, na
sua redação atual, o regime da DLRR nos mesmos termos e condições dos sujeitos passivos
referidos no artigo 28.º do CFI.
3 – A autorização legislativa referida nos números anteriores é concretizada pelo Governo
após aprovação da União Europeia para alargar o regime de auxílios de Estado.
4 – A presente autorização legislativa tem a duração do ano económico a que respeita a
presente lei.
ANOTAÇÃO
Fica o Governo autorizado a alargar o elenco de beneficiários e de aplicações relevantes do
regime de DLRR, no sentido de serem consideradas como aplicação relevante as aquisições de
participações sociais de sociedades cujo objeto principal seja substancialmente idêntico ao da
sociedade adquirente, desde que a aquisição permita a obtenção da maioria do capital com direito
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
104
de voto e a concretização, no prazo máximo de três anos, de uma operação de concentração
empresarial, designadamente de fusão de sociedades ou entrada de ativos. Adicionalmente, fica o
Governo autorizado a incorporar no âmbito da DLRR as empresas de pequena-média capitalização
(Small Mid Cap), isto é, aquelas que empreguem menos de 500 pessoas. A concretização desta
autorização legislativa está dependente de autorização a conceder pela UE no sentido de alargar o
regime de auxílios de estado.
A este respeito, diz-se no Relatório do Orçamento do Estado:
“Por outro lado, para facilitar concentrações e ganhos de escala, consagra-se uma autorização
legislativa para incluir nas aplicações relevantes a aquisição de participações sociais de sociedades com
atividades substancialmente semelhantes.”
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
105
Aditamento à Lei Geral Tributária
É aditado o Artigo 35.º-A à Lei Geral Tributária, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 398/98, de 17
de dezembro, com a seguinte redação:
Artigo 35.º-A
Acerto de contas
O sujeito passivo classificado como micro ou pequena empresa, nos termos do artigo 2.º do
anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, que, aquando do pagamento de obrigações
tributárias, detenha créditos tributários vencidos e não pagos, pode usufruir do respetivo acerto de
contas, devendo pagar apenas a diferença entre o valor a receber e a pagar.
ANOTAÇÃO
Tendo em vista combater as dificuldades com que as empresas se confrontam quando têm
impostos a pagar mas, em simultâneo, têm direitos de crédito sobre o Estado, criou-se a
possibilidade de fazer compensação nestes casos. Este regime aplica-se apenas a micro e pequenas
empresas, tal como definidas no Anexo do Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro.
Nesta matéria está já previsto no CPPT o mecanismo de compensação de créditos nos
seguintes artigos:
Artigo 89.º: Compensação de dívidas de tributos por iniciativa da administração tributária;
Artigo 90.º: Compensação com créditos tributários por iniciativa do contribuinte.
No artigo agora aditado à LGT, e nas condições nele indicadas, a compensação constitui um
direito dos sujeitos passivos, não exigindo, como acontece no artigo 90.º do CPPT, a aceitação por
parte da AT.
PROCEDIMENTO, PROCESSO TRIBUTÁRIO E OUTRAS
DISPOSIÇÕES
LEI GERAL TRIBUTÁRIA
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
106
ANOTAÇÃO
Passa a prever-se que, em sede de impugnação judicial, sejam obrigatoriamente demandados
os contrainteressados a quem o provimento do processo possa diretamente prejudicar, ou que
tenham legítimo interesse na manutenção do ato impugnado, e que possam ser identificados em
função da relação material em causa ou dos documentos contidos no processo administrativo.
Cremos ser o caso das liquidações de IMI ou IMT, em que os beneficiários da receita são as
Câmaras Municipais, que passarão também a ser demandadas.
Admitimos também que tal se aplique no caso em que AT exija o IVA de uma operação a
uma entidade (prestadora de um serviço), que entende que o IVA deveria ter sido autoliquidado
pelo adquirente, devendo, nesta situação, em sede de impugnação judicial, ser demandada, para
além da AT, a adquirente do serviço.
Artigo 104.º – Cumulação de pedidos e coligação de autores
Redação anterior OE 2020
4 – Ao processo impugnatório é igualmente
aplicável o disposto no artigo 57.º do Código de
Processo nos Tribunais Administrativos.
CÓDIGO DE PROCEDIMENTO E DE PROCESSO
TRIBUTÁRIO (CPPT)
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
107
Período de suspensão dos prazos de notificações e das obrigações declarativas
(férias fiscais)
Artigo 367.º da Lei do Orçamento do Estado
Até ao final do segundo trimestre de 2020, o Governo apresenta um estudo, elaborado em
articulação com a Ordem dos Contabilistas Certificados e com associações representativas do setor,
sobre a possibilidade e condições de criação, no âmbito da organização do calendário fiscal, de um
período de suspensão dos prazos de notificações e das obrigações declarativas, com vista à sua
consagração a partir de 2021.
ANOTAÇÃO
As notificações dos sujeitos passivos destinadas ao exercício do direito de audição, as
liquidações de impostos e outros atos da AT são muitas vezes concretizadas em períodos de férias,
não permitindo o exercício atempado dos direitos desses sujeitos passivos.
Espera-se que o estudo previsto neste artigo do Orçamento possa contribuir para acabar com
esse tipo de situações, pela criação das chamadas “férias fiscais”, a vigorar a partir de 2021.
O estudo deve ser apresentado até ao fim do 2.º trimestre do corrente ano.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
108
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
109
Artigo 368.º
Cobrança coerciva de dívidas não tributárias pela Autoridade Tributária e
Aduaneira
Durante o primeiro semestre de 2020, o Governo procede à revisão global do modo como se
desenrola a fase que antecede a instauração dos processos de execução fiscal, nos termos da qual se
inclui a revisão do procedimento contraordenacional para cobrança de dívidas referentes a taxas
de portagem, bem como a análise do atual modelo de cobrança coerciva de dívidas não tributárias
pela Autoridade Tributária e Aduaneira no âmbito do processo de execução fiscal, tendo em vista
a redução do número de processos existentes.
Artigo 369.º
Aditamento à Lei n.º 22-A/2007, de 29 de junho
A Lei n.º 22-A/2007 procede à reforma global da tributação automóvel, aprovando o Código
do Imposto sobre Veículos e o Código do Imposto Único de Circulação e abolindo, em simultâneo,
o imposto automóvel, o imposto municipal sobre veículos, o imposto de circulação e o imposto de
camionagem. É aditado o artigo 3.º-A, com a seguinte redação:
Artigo 3.º-A
Obrigações específicas dos locadores de veículos
Para efeitos do disposto na parte final do n.º 1 do artigo 3.º, as entidades que procedam à
locação operacional ou ao aluguer de longa duração de veículos ficam obrigadas a fornecer à
Autoridade Tributária e Aduaneira os dados relativos à identificação fiscal dos utilizadores dos
veículos locados, no prazo e nas condições a regulamentar por portaria dos membros do Governo
OUTRAS DISPOSIÇÕES DE
CARÁTER FISCAL
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
110
responsáveis pela área das finanças e pela área da modernização do Estado e da Administração
Pública.
Artigo 370.º
Adicional em sede de imposto único de circulação
Mantém-se em vigor em 2020 o adicional de IUC previsto no artigo 216.º da Lei n.º 82-B/2014,
de 31 de dezembro, na sua redação atual, aplicável sobre os veículos a gasóleo enquadráveis nas
categorias A e B previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IUC.
Artigo 371.º
Adicional às taxas do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos
1 – Mantém-se em vigor em 2020 o adicional às taxas do imposto sobre os produtos
petrolíferos e energéticos, no montante de € 0,007/l para a gasolina e no montante de € 0,0035/l
para o gasóleo rodoviário e o gasóleo colorido e marcado, que é consignado ao fundo financeiro de
caráter permanente previsto no Decreto-Lei n.º 63/2004, de 22 de março, na sua redação atual, até
ao limite máximo de 30 000 000 € anuais, devendo esta verba ser transferida do orçamento do
subsetor Estado para aquele fundo.
2 – O adicional a que se refere o número anterior integra os valores das taxas unitárias
fixados nos termos do n.º 1 do artigo 92.º do Código dos IEC.
3 – Os encargos de liquidação e cobrança incorridos pela AT são compensados através da
retenção de 3% do produto do adicional, a qual constitui sua receita própria.
Artigo 372.º
Não atualização da contribuição para o audiovisual
Em 2020, não são atualizados os valores mensais previstos nos n.os 1 e 2 do artigo 4.º da Lei
n.º 30/2003, de 22 de agosto, na sua redação atual, que aprova o modelo de financiamento do
serviço público de radiodifusão e de televisão.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
111
Artigo 373.º
Contribuição sobre o setor bancário
Mantém-se em vigor em 2020 a contribuição sobre o setor bancário, cujo regime foi aprovado
pelo artigo 141.º da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro, na sua redação atual.
Artigo 374.º
Contribuição sobre a indústria farmacêutica
Mantém-se em vigor em 2020 a contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica,
cujo regime foi aprovado pelo artigo 168.º da Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro, na sua redação
atual.
Artigo 375.º
Contribuição extraordinária sobre os fornecedores da indústria de dispositivos
médicos do Serviço Nacional de Saúde
É aprovado o regime que cria a contribuição extraordinária dos fornecedores do SNS de
dispositivos médicos, com a seguinte redação:
«Artigo 1.º
Objeto
1 – O presente regime cria uma contribuição extraordinária dos fornecedores do Serviço
Nacional de Saúde (SNS) de dispositivos médicos e dispositivos médicos para diagnóstico in vitro,
doravante designada por contribuição, e determina as condições da sua aplicação.
2 – O valor da contribuição é aferida em função do montante das aquisições de dispositivos
médicos e tem por objetivo garantir a sustentabilidade do SNS.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
112
Artigo 2.º
Incidência subjetiva
1 – Estão sujeitos à contribuição os fornecedores, sejam fabricantes, seus mandatários ou
representantes, intermediários, distribuidores por grosso ou apenas comercializadores, que
faturem às entidades do SNS o fornecimento de dispositivos médicos e dispositivos médicos para
diagnóstico in vitro e seus acessórios abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 145/2009, de 17 de junho, e
pelo Decreto-Lei n.º 189/2000, de 12 de agosto, ambos na sua redação atual.
2 – Estão excluídos do regime de contribuição os dispositivos médicos e os dispositivos
médicos para diagnóstico in vitro de grande porte destinados ao tratamento e diagnóstico, ou seja,
os equipamentos destinados a ser instalados, fixados ou de outro modo acoplados a uma
localização específica numa unidade de saúde, para que não possam ser deslocados dessa
localização ou removidos sem recorrer a instrumentos ou aparelhos, e que não sejam
especificamente destinados a ser utilizados no âmbito de uma unidade de cuidados de saúde
móvel.
Artigo 3.º
Incidência objetiva
1 – A contribuição incide sobre o valor total das aquisições de dispositivos médicos e
dispositivos médicos para diagnóstico in vitro às entidades do SNS, deduzido do imposto sobre o
valor acrescentado.
2 – O valor é determinado com base nos dados de aquisições reportados pelos serviços e
estabelecimentos do SNS, no âmbito do Despacho n.º 2945/2019, publicado no Diário da República,
2.ª série, n.º 55, de 19 de março.
Artigo 4.º
Taxas
As taxas da contribuição são as seguintes:
a) Valor anual maior ou igual a 10 000 000 € – 4%;
b) Valor anual maior ou igual a 5 000 000 € e inferior a 10 000 000 € – 2,5%;
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
113
c) Valor anual maior ou igual a 2 000 000 € e inferior a 5 000 000 € – 1,5%.
Artigo 5.º
Acordo para sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde
1 – Podem ser celebrados acordos entre o Estado português, representado pelos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da saúde, e as associações de fornecedores
visando a sustentabilidade do SNS, nos quais são fixados objetivos para os valores máximos da
despesa pública com a compra de dispositivos médicos e reagentes.
2 – Ficam isentas da contribuição as entidades que venham a aderir, individualmente e sem
reservas, ao acordo a que se refere o número anterior e nos termos do número seguinte, mediante
declaração da entidade entregue no INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e
Produtos de Saúde, IP (INFARMED, IP).
3 – A isenção prevista no presente artigo produz efeitos a partir da data em que as entidades
subscrevam a adesão ao acordo previsto no n.º 1 e durante o período em que este se aplicar em
função do seu cumprimento, nos termos e condições nele previstos.
4 – O texto do acordo previsto no n.º 1 deve ser publicitado no sítio na Internet do
INFARMED, IP.
Artigo 6.º
Consignação
1 – A receita obtida com a contribuição é consignada a um fundo de apoio à aquisição de
tecnologias da saúde inovadoras pelo SNS, objeto de avaliação no âmbito do Sistema Nacional de
Avaliação de Tecnologias de Saúde, a ser criado e regulado nos termos da lei pelos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da saúde.
2 – Os encargos de liquidação e cobrança incorridos pela Autoridade Tributária e Aduaneira
(AT) são compensados através da retenção de uma percentagem de 3% do produto da
contribuição, a qual constitui receita própria.
3 – Em função da adesão ao acordo a que se refere o artigo 5.º é ainda determinada uma
compensação adicional à AT mediante protocolo com a Administração Central do Sistema de
Saúde, IP.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
114
Artigo 7.º
Disposição final
O disposto nos artigos 6.º a 9.º do regime da contribuição extraordinária sobre a indústria
farmacêutica, estabelecido pelo artigo 168.º da Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro, é aplicável à
contribuição extraordinária dos fornecedores do SNS de dispositivos médicos e dispositivos
médicos para diagnóstico in vitro.»
Artigo 376.º
Contribuição extraordinária sobre o setor energético
1 – Mantém-se em vigor em 2020 a contribuição extraordinária sobre o setor energético, cujo
regime foi aprovado pelo artigo 228.º da Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro, na sua redação
atual, com as seguintes alterações:
a) Consideram-se feitas ao ano de 2020 todas as referências ao ano de 2015, com exceção das
que constam do n.º 1 do anexo I a que se referem os n.os 6 e 7 do artigo 3.º daquele regime;
b) Considera-se feita ao ano de 2020 a referência ao ano de 2017 constante no n.º 4 do artigo
7.º daquele regime.
2 – O artigo 4.º do regime da contribuição extraordinária sobre o sector energético, aprovado
pelo artigo 228.º da Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro, na sua redação atual, passa a ter a
seguinte redação:
Artigo 4.º – Isenções
Redação anterior OE 2020
É isenta da contribuição extraordinária sobre o
setor energético:
1 – [Anterior proémio do corpo do artigo].
a) [Anterior alínea a) do corpo do artigo];
b) [Anterior alínea b) do corpo do artigo];
c) [Anterior alínea c) do corpo do artigo];
d) [Anterior alínea d) do corpo do artigo];
e) [Anterior alínea e) do corpo do artigo];
f) [Anterior alínea f) do corpo do artigo];
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
115
Artigo 377.º
Autorização legislativa no âmbito da contribuição extraordinária
sobre o setor energético
1 – Fica o Governo autorizado a alterar o regime da contribuição extraordinária sobre o setor
energético, aprovado pelo artigo 228.º da Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro, na redação dada
pela presente lei, com o objetivo de concretizar o disposto no n.º 3 do artigo 313.º da Lei
n.º 71/2018, de 31 de dezembro, na sua redação atual, alterando as regras de incidência ou
g) [Anterior alínea g) do corpo do artigo];
h) [Anterior alínea h) do corpo do artigo];
i) [Anterior alínea i) do corpo do artigo];
j) [Anterior alínea j) do corpo do artigo];
k) [Anterior alínea k) do corpo do artigo];
l) [Anterior alínea l) do corpo do artigo];
m) [Anterior alínea m) do corpo do artigo];
n) [Anterior alínea n) do corpo do artigo];
o) [Anterior alínea o) do corpo do artigo];
p) A produção de eletricidade por intermédio de
centros electroprodutores que utilizem fontes de
energia renováveis, nos termos definidos na
alínea f) do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 172/2006,
de 23 de agosto, na sua redação atual, com uma
potência instalada inferior a 20 MW.
2 – Para efeitos do disposto na alínea p) do n.º 1,
a isenção não é aplicável aos sujeitos passivos
que, no conjunto dos centros electroprodutores
por si detidos que utilizem fontes de energia
renováveis, ultrapassem uma potência instalada
de 60 MW abrangida por regimes de
remuneração garantida.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
116
reduzindo as respetivas taxas em função da redução da dívida tarifária do Sistema Elétrico
Nacional e correspondente redução da necessidade de financiamento de políticas sociais e
ambientais do setor energético.
2 – O sentido e a extensão das alterações a introduzir, nos termos da autorização legislativa
referida no número anterior, são os seguintes:
a) Reduzir as diversas taxas da contribuição extraordinária sobre o setor energético tendo
como limite a percentagem de redução da dívida tarifária prevista na proposta de tarifas e preços
para a energia elétrica em 2020 da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE);
b) Reduzir as diversas taxas da contribuição extraordinária sobre o setor energético relativas
aos setores do petróleo previstos nas alíneas f), g), h) e i) do artigo 2.º do regime da contribuição
extraordinária sobre o setor energético tendo como limite a sua eliminação, em função da
necessidade de financiamento de políticas sociais e ambientais do setor energético e da existência
de outras medidas substitutivas destas receitas;
c) Rever as regras de incidência objetiva relativas ao setor de comercialização do Sistema
Nacional de Gás Natural previsto na alínea m) do artigo 2.º do regime da contribuição
extraordinária sobre o setor energético, no sentido de permitir outra atualização do valor
económico equivalente dos contratos de aprovisionamento de longo prazo em regime de take-or-
-pay tendo em conta a informação sobre o seu real valor;
d) Consagrar uma isenção de contribuição extraordinária sobre o setor energético na
produção de eletricidade por intermédio de centros eletroprodutores que utilize fontes de energias
renováveis, a partir de resíduos urbanos, pelas entidades que prosseguem a atividade de prestação
dos serviços de gestão de resíduos urbanos.
3 – Na concretização da presente autorização legislativa, o Governo procede à audição da
ERSE e da Direção-Geral de Energia e Geologia, nos termos do artigo 72.º do Decreto-Lei n.º 169-
-B/2019, de 3 de dezembro.
4 – A presente autorização legislativa tem a duração de 90 dias.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
117
Artigo 380.º
Autorização legislativa no âmbito da criação de uma contribuição sobre as
embalagens de uso único
1 – Fica o Governo autorizado a criar uma contribuição que incida sobre as embalagens de
uso único, para efeitos de promoção de uma economia circular.
2 – O sentido e a extensão da autorização legislativa prevista no número anterior consistem
em:
a) Sujeitar a tributação as embalagens de uso único adquiridas em refeições prontas a
consumir, nos regimes de pronto a comer e levar ou com entrega ao domicílio;
b) Definir o sujeito passivo como o agente económico que providencia a produção ou
importação das embalagens utilizadas na prestação de serviço prevista na alínea anterior, com
sede ou estabelecimento estável no território de Portugal continental, bem como os adquirentes a
fornecedores, das mesmas embalagens, com sede ou estabelecimento estável noutros Estados-
-Membros da União Europeia ou nas regiões autónomas;
c) Repercutir o encargo económico da contribuição sobre o adquirente final, devendo, para o
efeito, os agentes económicos inseridos na cadeia comercial inseri-la a título de preço, o qual é
obrigatoriamente discriminado na fatura;
d) Fixar a contribuição em euro, que pode variar em função das características da
embalagem;
e) Discriminar positivamente as embalagens que incorporem material reciclado;
f) Determinar que as receitas da contribuição são consignadas total ou parcialmente ao
Fundo Ambiental para aplicação preferencial em medidas no âmbito da economia circular.
3 – A presente autorização legislativa tem a duração do ano económico a que respeita a
presente lei.
Artigo 381.º
Autorização legislativa para incentivos à internacionalização
1 – O Governo compromete-se, no decurso do ano de 2020, a estudar novos modelos de
incentivos à internacionalização das empresas portuguesas.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
118
2 – Para efeitos do número anterior, fica o Governo autorizado a criar novos benefícios fiscais
que constituam um incentivo à exportação por parte das empresas portuguesas.
3 – O sentido e a extensão da autorização legislativa prevista no número anterior consistem
em:
a) Permitir a criação de isenções de imposto do selo sobre os prémios e comissões relativos a
apólices de seguros de créditos à exportação, com ou sem garantia do Estado, com possível
inclusão de outras formas de garantias de financiamento à exportação;
b) Em sede de IRC, enquadrar as atividades de promoção de micro, pequenas e médias
empresas, com vista à internacionalização dos seus produtos e atividades, acesso a mercados e
valorização da oferta nacional.
4 – A autorização legislativa referida nos números anteriores é concretizada pelo Governo
após aprovação da União Europeia para alargar o regime de auxílios de Estado.
5 – A presente autorização legislativa tem a duração do ano económico a que respeita a
presente lei.
Artigo 383.º
Outras disposições de caráter fiscal no âmbito do imposto sobre o rendimento
1 – Ficam isentos de IRS ou de IRC os juros decorrentes de contratos de empréstimo
celebrados pela IGCP, E. P. E., em nome e em representação da República Portuguesa, sob a forma
de obrigações denominadas em renminbi colocadas no mercado doméstico de dívida da República
Popular da China, desde que subscritos ou detidos por não residentes sem estabelecimento estável
em território português ao qual o empréstimo seja imputado, com exceção de residentes em país,
território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista
aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.
2 – Para efeitos do número anterior, o IGCP, E. P. E., deve deter comprovação da qualidade
de não residente no momento da subscrição, nos seguintes termos:
a) No caso de bancos centrais, instituições de direito público, organismos internacionais,
instituições de crédito, sociedades financeiras, fundos de pensões e empresas de seguros,
domiciliados em qualquer país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE) ou em país com o qual Portugal tenha celebrado convenção para evitar a dupla tributação
internacional, a comprovação efetua-se através dos seguintes elementos:
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
119
i) A respetiva identificação fiscal; ou
ii) Certidão da entidade responsável pelo registo ou pela supervisão que ateste a existência
jurídica do titular e o seu domicílio; ou
iii) Declaração do próprio titular, devidamente assinada e autenticada, se se tratar de bancos
centrais, organismos internacionais ou instituições de direito público que integrem a
Administração Pública central, regional ou a demais administração periférica, estadual indireta ou
autónoma do Estado de residência fiscalmente relevante.
b) No caso de fundos de investimento mobiliário, imobiliário ou outros organismos de
investimento coletivo domiciliados em qualquer país da OCDE ou em país com o qual Portugal
tenha celebrado convenção para evitar a dupla tributação internacional, a comprovação efetua-se
através de declaração emitida pela entidade responsável pelo registo ou supervisão, ou pela
autoridade fiscal, que certifique a existência jurídica do organismo, a lei ao abrigo da qual foi
constituído e o local da respetiva domiciliação.
3 – A comprovação a que se refere o número anterior pode ainda efetuar-se,
alternativamente, através de:
a) Certificado de residência ou documento equivalente emitido pelas autoridades fiscais;
b) Documento emitido por consulado português comprovativo da residência no estrangeiro;
c) Documento especificamente emitido com o objetivo de certificar a residência por entidade
oficial que integre a Administração Pública central, regional ou demais administração periférica,
estadual indireta ou autónoma do respetivo Estado, ou pela entidade gestora do sistema de registo
e liquidação das obrigações no mercado doméstico da República Popular da China.
4 – Sempre que os valores mobiliários abrangidos pela isenção prevista no n.º 1 sejam
adquiridos em mercado secundário por sujeitos passivos residentes ou não residentes com
estabelecimento estável no território português ao qual seja imputada a respetiva titularidade, os
rendimentos auferidos devem ser incluídos na declaração periódica a que se refere o artigo 57.º do
Código do IRS ou o artigo 120.º do Código do IRC, consoante os casos.
Artigo 385.º
Outras disposições de caráter fiscal
É aditado ao Decreto-Lei n.º 473/85, de 11 de novembro, na sua redação atual, o artigo 2.º-A,
com a seguinte redação:
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
120
Artigo 2.º-A
Aos encargos pagos ao abrigo do artigo 1.º do presente diploma é aplicável a alínea d) do
n.º 3 do artigo 2.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, com as
necessárias adaptações.
Este diploma estabelece uma percentagem para pagamento de refeições aos motoristas dos
membros do Governo e da Presidência da República quando deslocados em serviço que não dê
origem ao pagamento de ajudas de custo e sempre que, em virtude da função desempenhada, a
refeição não possa ser tomada no local habitual.
Artigo 386.º
Norma revogatória de disposições fiscais
a) É revogada a alínea h) do n.º 1 do artigo 6.º da Lei n.º 9/97, de 12 de maio. Esta lei
estabelece a constituição e os direitos e deveres das associações representativas das famílias.
b) É revogado o n.º 10 do artigo 29.º da Lei n.º 87-B/98, de 31 de dezembro. Esta lei estabelece
a Lei o Orçamento do Estado para 1999.
Artigo 6.º – Direitos
Redação anterior OE 2020
1— As associações de família com representatividade genérica gozam dos seguintes direitos:
h) Benefícios fiscais e emolumentares legalmente
atribuídos às pessoas coletivas de utilidade
pública;
h) [Revogada].
Artigo 29.º – Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS)
Redação anterior OE 2020
10 – O regime transitório das apostas mútuas
hípicas a vigorar a partir da concessão e nos
cinco anos posteriores é o seguinte:
1) Isenção de IRS;
10 – [Revogado].
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
121
c) É revogado o artigo 3.º da Lei n.º 49/2013, de 16 de julho. Esta lei estabelece um Crédito
Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI), em que podem beneficiar do CFEI os sujeitos
passivos de IRC que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial
ou agrícola e preencham, cumulativamente, as seguintes condições:
a) Disponham de contabilidade regularmente organizada, de acordo com a normalização
contabilística e outras disposições legais em vigor para o respetivo sector de atividade;
b) O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos;
c) Tenham a situação fiscal e contributiva regularizada.
2) Isenção de imposto do selo sobre os bilhetes
emitidos;
3) Isenção de imposto do selo sobre os prémios
pagos aos apostadores, para apostas efetuadas
dentro dos hipódromos;
4) Sujeição a imposto do selo, de acordo com as
seguintes taxas:
a) Acima de 15 e até 50 vezes o valor de aposta:
5%;
b) Acima de 50 e até 150 vezes o valor de aposta:
10%;
c) Acima de 150 e até 250 vezes o valor de aposta:
15%;
d) Acima de 250 vezes o valor de aposta: 20%.
Artigo 3.º – Incentivo fiscal
Redação anterior OE 2020
1 – O benefício fiscal a conceder aos sujeitos
passivos referidos no artigo anterior corresponde
a uma dedução à coleta de IRC no montante de
20% das despesas de investimento em ativos
afetos à exploração, que sejam efetuadas entre 1
[Revogado].
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
122
de junho de 2013 e 31 de dezembro de 2013.
2 – Para efeitos da dedução prevista no número
anterior, o montante máximo das despesas de
investimento elegíveis é de 5 000 000,00 €, por
sujeito passivo.
3 – A dedução prevista nos números anteriores é
efetuada na liquidação de IRC respeitante ao
período de tributação que se inicie em 2013, até à
concorrência de 70% da coleta deste imposto.
4 – No caso de sujeitos passivos que adotem um
período de tributação não coincidente com o ano
civil e com início após 1 de junho de 2013, as
despesas relevantes para efeitos da dedução
prevista nos números anteriores são as efetuadas
em ativos elegíveis desde o início do referido
período até ao final do sétimo mês seguinte.
5 – Aplicando-se o regime especial de tributação
de grupos de sociedades, a dedução prevista no
n.º 1:
a) Efetua-se ao montante apurado nos termos da
alínea a) do n.º 1 do artigo 90.º do Código do
IRC, com base na matéria coletável do grupo;
b) É feita até 70% do montante mencionado na
alínea anterior e não pode ultrapassar, em
relação a cada sociedade e por cada exercício, o
limite de 70% da coleta que seria apurada pela
sociedade que realizou as despesas elegíveis,
caso não se aplicasse o regime especial de
tributação de grupos de sociedades.
6 – A importância que não possa ser deduzida
nos termos dos números anteriores pode sê-lo,
nas mesmas condições, nos cinco períodos de
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
123
d) É revogado o artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 336/89, de 4 de outubro, na sua redação atual.
Este Decreto-Lei estabelece o regime jurídico pelo qual se regem as sociedades de agricultura de
grupo (SAG).
tributação subsequentes.
7 – Aos sujeitos passivos que se reorganizem, em
resultado de quaisquer operações previstas no
artigo 73.º do Código do IRC, aplica-se o
disposto no n.º 3 do artigo 15.º do Estatuto dos
Benefícios Fiscais.
Artigo 8.º – Regalias e isenções
Redação anterior OE 2020
As SAG beneficiam das regalias e isenções já
definidas pelo artigo 13.º do Decreto-Lei 513-
J/79, de 26 de Setembro.
[Revogado].
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
124
Artigo 78.º – Taxas na Região Autónoma da Madeira
Redação anterior OE 2020
1 – A taxa do imposto aplicável às bebidas
espirituosas declaradas para consumo na
Região Autónoma da Madeira é de
€ 1 237,58/hl.
1 – A taxa do imposto aplicável às bebidas
espirituosas declaradas para consumo na
Região Autónoma da Madeira é de
1 241,29 € /hectolitro.
Artigo 87.º-C – Base tributável e taxas
Redação anterior OE 2020
2 – As taxas do imposto dos produtos previstos do n.º 1 do artigo 87.º-A são as seguintes:
a) As bebidas previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 87.º-A cujo teor de açúcar seja
inferior a 25 gramas por litro: 1 € por hectolitro;
b) As bebidas previstas nas alíneas a) e b) do
n.º 1 do artigo 87.º-A cujo teor de açúcar seja
inferior a 50 gramas por litro e igual ou
superior 25 gramas por litro: 6 € por hectolitro;
c) As bebidas previstas nas alíneas a) e b) do
n.º 1 do artigo 87.º-A cujo teor de açúcar seja
inferior a 80 gramas por litro e igual ou
superior 50 gramas por litro: 8 € por hectolitro;
d) As bebidas previstas nas alíneas a) e b) do
n.º 1 do artigo 87.º-A cujo teor de açúcar seja
igual ou superior a 80 gramas por litro: 20 €
por hectolitro.
b) As bebidas previstas nas alíneas a) e b) do
n.º 1 do artigo 87.º-A cujo teor de açúcar seja
inferior a 50 gramas por litro e igual ou
superior 25 gramas por litro: 6,02 € por
hectolitro;
c) As bebidas previstas nas alíneas a) e b) do
n.º 1 do artigo 87.º-A cujo teor de açúcar seja
inferior a 80 gramas por litro e igual ou
superior 50 gramas por litro: 8,02 € por
hectolitro;
d) As bebidas previstas nas alíneas a) e b) do
n.º 1 do artigo 87.º-A cujo teor de açúcar seja
igual ou superior a 80 gramas por litro: 20,06 €
por hectolitro.
e) Concentrados previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo 87.º-A:
CÓDIGO DOS IMPOSTOS ESPECIAIS DE CONSUMO
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
125
i) Na forma líquida: € 6/hl, € 36/hl, € 48/hl ou
€ 120/hl, consoante o teor de açúcar seja,
respetivamente, inferior a 25 gramas por litro,
inferior a 50 gramas por litro e igual ou
superior 25 gramas por litro, inferior a 80
gramas por litro e igual ou superior 50 gramas
por litro, ou igual ou superior a 80 gramas por
litro;
ii) Apresentados sob a forma de pó, grânulos
ou outras formas sólidas: € 10/hl, € 60/hl,
€ 80/hl e € 200/hl por 100 quilogramas de peso
líquido, consoante o teor de açúcar seja,
respetivamente, inferior a 25 gramas por litro,
inferior a 50 gramas por litro e igual ou
superior 25 gramas por litro, inferior a 80
gramas por litro e igual ou superior 50 gramas
por litro, ou igual ou superior a 80 gramas por
litro.
i) Na forma líquida: 6,02 €/hectolitro, 36,11
€/hectolitro, 48,14 €/hectolitro e 120,36
€/hectolitro, consoante o teor de açúcar seja,
respetivamente, inferior a 25 gramas por litro,
inferior a 50 gramas por litro e igual ou
superior a 25 gramas por litro, inferior a 80
gramas por litro e igual ou superior a 50
gramas por litro, ou igual ou superior a 80
gramas por litro;
ii) Apresentados sob a forma de pó, grânulos
ou outras formas sólidas: 10,03 €/hectolitro,
60,18 €/hectolitro, 80,24 €/hectolitro e 200,60
€/hectolitro por 100 quilogramas de peso
líquido, consoante o teor de açúcar seja,
respetivamente, inferior a 25 gramas por litro,
inferior a 50 gramas por litro e igual ou
superior a 25 gramas por litro, inferior a 80
gramas por litro e igual ou superior a 50
gramas por litro, ou igual ou superior a 80
gramas por litro.
Artigo 92.º-A – Adicionamento sobre as emissões de CO2
Redação anterior OE 2020
6 – Os produtos petrolíferos e energéticos
suscetíveis de beneficiar da isenção prevista na
alínea f) do n.º 1 do artigo 89.º do Código dos
IEC que sejam utilizados em instalações
abrangidas pelo sistema CELE que tenham
optado pela exclusão voluntária prevista neste
regime, estão isentos do adicionamento
previsto neste artigo.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
126
Artigo 93.º – Taxas reduzidas
Redação anterior OE 2020
3 – O gasóleo colorido e marcado só pode ser consumido por:
c) Tratores agrícolas, ceifeiras debulhadoras,
motocultivadores, motoenxadas, motoceifeiras,
colhedores de batata automotrizes, colhedores
de ervilha, colhedores de forragem para
silagem, colhedores de tomate, gadanheiras-
condicionadoras, máquinas de vindimar,
vibradores de tronco para colheita de azeitona
e outros frutos, bem como outros
equipamentos, incluindo os utilizados para a
atividade aquícola e na pesca com a arte-
-xávega, aprovados por portaria dos membros
do Governo responsáveis pelas áreas das
finanças, da agricultura e do mar;
c) Equipamentos utilizados nas atividades
agrícola, florestal, aquícola e na pesca com a
arte-xávega, aprovados por portaria dos
membros do Governo responsáveis pelas áreas
das finanças, do ambiente, da agricultura e do
mar;
Artigo 103.º – Cigarros
Redação anterior OE 2020
4 – As taxas dos elementos específico e ad valorem são as seguintes:
a) Elemento específico - 96,12 €; a) Elemento específico - 101 €;
b) Elemento ad valorem – 15%. b) Elemento ad valorem – 14%.
6 – O imposto mínimo total de referência, para
efeitos do número anterior, corresponde a
104% do somatório dos montantes que
resultarem da aplicação das taxas do imposto
sobre o tabaco previstas no n.º 4 e da taxa do
imposto sobre o valor acrescentado aos
cigarros pertencentes à classe de preços mais
vendida do ano a que corresponda a
estampilha especial em vigor.
6 – O imposto mínimo total de referência, para
efeitos do número anterior, corresponde a
102% do somatório dos montantes que
resultarem da aplicação das taxas do imposto
sobre o tabaco previstas no n.º 4 e da taxa do
imposto sobre o valor acrescentado aos
cigarros pertencentes à classe de preços mais
vendida do ano a que corresponda a
estampilha especial em vigor.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
127
Artigo 103.º-A
Tabaco aquecido
1 – O imposto incidente sobre o tabaco aquecido, tem dois elementos: um específico e outro
ad valorem.
2 – A unidade tributável do elemento específico é o grama.
3 – O elemento ad valorem resulta da aplicação de uma percentagem única aos preços de
venda ao público do tabaco aquecido.
4 – As taxas dos elementos específico e ad valorem são as seguintes:
a) Elemento específico – 0,0837 €/g;
b) Elemento ad valorem - 15%.
5 – O imposto relativo ao tabaco aquecido resultante da aplicação do número anterior, não
pode ser inferior a 0,180 €/g.
6 – Para efeitos de determinação do imposto aplicável, caso o peso das embalagens
individuais, expresso em gramas, constitua um número decimal, esse peso é arredondado:
a) Por excesso, para o número inteiro imediatamente superior, quando o algarismo da
primeira casa decimal for igual ou superior a cinco;
b) Por defeito, para o número inteiro imediatamente inferior, nos restantes casos.
Artigo 104.º – Charutos e cigarrilhas
Redação anterior OE 2020
2 – O imposto resultante da aplicação do número anterior não pode ser inferior a:
a) Charutos - 410,87 € por milheiro; a) Charutos - 412,10 € por milheiro;
b) Cigarrilhas - 61,63 € por milheiro. b) Cigarrilhas - € 61,81 € por milheiro.
Artigo 104.º-A – Tabacos de fumar, rapé, tabaco de mascar e tabaco aquecido →→ Tabacos de fumar, rapé e tabaco de mascar
Redação anterior OE 2020
1 – O imposto incidente sobre o tabaco de corte
fino destinado a cigarros de enrolar e sobre os
1 – O imposto incidente sobre o tabaco de corte
fino destinado a cigarros de enrolar e sobre os
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
128
restantes tabacos de fumar, o rapé, o tabaco de
mascar e o tabaco aquecido, tem dois
elementos: um específico e outro ad valorem.
restantes tabacos de fumar, o rapé e o tabaco
de mascar tem dois elementos: um específico e
outro ad valorem.
3 – O elemento ad valorem resulta da aplicação
de uma percentagem única aos preços de
venda ao público de todos os tipos de tabaco
de corte fino destinado a cigarros de enrolar e
restantes tabacos de fumar, de rapé, de tabaco
de mascar e de tabaco aquecido.
3 – O elemento ad valorem resulta da aplicação
de uma percentagem única aos preços de
venda ao público de todos os tipos de tabaco
de corte fino destinado a cigarros de enrolar e
restantes tabacos de fumar, de rapé e de tabaco
de mascar.
5 – O imposto relativo ao tabaco de corte fino
destinado a cigarros de enrolar e restantes
tabacos de fumar, ao rapé, ao tabaco de mascar
e ao tabaco aquecido, resultante da aplicação
do número anterior, não pode ser inferior a
€ 0,174/g.
5 – O imposto relativo ao tabaco de corte fino
destinado a cigarros de enrolar, e restantes
tabacos de fumar, ao rapé e ao tabaco de
mascar, resultante da aplicação do número
anterior, não pode ser inferior a 0,175 €/g.
Artigo 104.º-C – Líquido contendo nicotina
Redação anterior OE 2020
2 – A taxa do imposto é de 0,31 €/ml. 2 – A taxa do imposto é de 0,32 €/ml.
Artigo 105.º – Taxas na Região Autónoma dos Açores
Redação anterior OE 2020
2 – Os cigarros ficam sujeitos, no mínimo, a
75% do montante do imposto que resulta da
aplicação do disposto no n.º 5 do artigo 103.º.
2 – Os cigarros ficam sujeitos, no mínimo, a
78% do montante do imposto que resulta da
aplicação do disposto no n.º 5 do artigo 103.º.
Artigo 105.º-A – Taxas na Região Autónoma da Madeira
Redação anterior OE 2020
1 – Aos cigarros fabricados nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores por pequenos
produtores cuja produção anual não exceda, individualmente, 500 t e que sejam consumidos na
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
129
Região Autónoma da Madeira são aplicáveis as seguintes taxas:
a) Elemento específico - € 58; a) Elemento específico - 60,94 €;
b) Elemento ad valorem - 10%. b) Elemento ad valorem - 9%.
2 – Os cigarros ficam sujeitos, no mínimo, a
90% do montante do imposto que resulta da
aplicação do disposto no n.º 5 do artigo 103.º.
2 – Os cigarros ficam sujeitos, no mínimo, a
89% do montante do imposto que resulta da
aplicação do disposto no n.º 5 do artigo 103.º.
3 – A todos os cigarros consumidos na Região Autónoma da Madeira, às taxas previstas no n.º 1
deste artigo ou no n.º 4 do artigo 103.º, consoante o caso, adicionam-se as seguintes taxas:
a) Elemento específico - € 20,37; a) Elemento específico - 21,40 €;
b) Elemento ad valorem - 10%. b) Elemento ad valorem - 9%.
Artigo 347.º
Consignação da receita ao setor da saúde
1 – Nos termos do disposto nos artigos 10.º e 12.º da Lei de Enquadramento Orçamental,
aprovada em anexo à Lei n.º 151/2015, de 11 de setembro, na sua redação atual, a receita fiscal
prevista no presente artigo reverte integralmente para o Orçamento do Estado, sem prejuízo da
afetação às regiões autónomas das receitas fiscais nelas cobradas ou geradas.
2 – A receita obtida com o imposto sobre as bebidas não alcoólicas previsto no artigo 87.º-A
do Código dos IEC, é consignada à sustentabilidade do SNS e dos Serviços Regionais de Saúde das
Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, conforme a circunscrição onde sejam introduzidas
no consumo.
3 – Para efeitos do n.º 1, a afetação às regiões autónomas das receitas fiscais nelas cobradas
ou geradas efetua-se através do regime de capitação, aprovado por portaria do membro do
Governo responsável pela área das finanças, ouvidos os governos regionais.
4 – Os encargos de liquidação e cobrança incorridos pela AT são compensados através da
retenção de uma percentagem de 3% do produto do imposto, a qual constitui receita própria.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
130
Artigo 270.º
Implementação do plano nacional de saúde mental
Em 2020, o Governo confere prioridade à implementação do plano nacional de saúde mental,
nomeadamente mediante:
a) O funcionamento de equipas de saúde mental comunitárias de adultos, de infância e
adolescência, em sistemas locais de saúde mental de cada uma das cinco administrações regionais
de saúde, com a implementação de programas de prevenção e tratamento da ansiedade e
depressão;
b) A instalação de respostas de internamento de psiquiatria e saúde mental nos hospitais de
agudos que ainda não dispõem desta valência;
c) A dispensa gratuita de fármacos antipsicóticos nas consultas de especialidade hospitalar
em termos a regulamentar ou, se for o caso, de medicina geral e familiar;
d) A oferta de cuidados continuados integrados de saúde mental em todas as regiões de
saúde;
e) A requalificação da Unidade de Psiquiatria Forense do Hospital Sobral Cid do CHUC,
EPE.
Artigo 279.º
Plano Plurianual de Investimentos para o Serviço Nacional de Saúde
1 – Em 2020, o Governo inscreve 180 000 000€ na conta financeira do SNS em despesas de
capital, a afetar preferencialmente a investimento que permita a internalização das respostas em
meios complementares de diagnóstico e terapêutica nas instituições e serviços públicos de saúde,
no quadro de uma planificação plurianual global a aprovar por despacho dos Ministérios das
Finanças e da Saúde.
2 – Em 2020, o Governo procede à regulamentação do n.º 4 da Base 23, da Lei de Bases da
Saúde, aprovada pela Lei n.º 95/2019, de 4 de setembro, e constante do seu anexo, nomeadamente
fixando o valor de referência para o plano de investimento plurianual da legislatura.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
131
Artigo 348.º
Introdução no consumo e comercialização de produtos do tabaco
1 – As embalagens individuais de produtos do tabaco que sejam introduzidas no consumo,
nos termos do artigo 9.º do Código dos IEC, a partir da data de entrada em vigor da presente lei,
devem ostentar uma nova estampilha especial, cuja cor e preço são regulados por portaria do
membro do Governo responsável pela área das finanças.
2 – O prazo para a comercialização das embalagens individuais de produtos do tabaco que
tenham aposta a primeira estampilha de 2020, é definido na portaria referida no número anterior.
3 – O prazo para a introdução no consumo das embalagens individuais de produtos do
tabaco que tenham aposta a primeira estampilha especial de 2020 pode ser prorrogado, nos termos
a definir na portaria referida no n.º 1.
Artigo 349.º
Disposição transitória em matéria de produtos petrolíferos e energéticos utilizados
na produção de eletricidade, eletricidade e calor ou gás de cidade
1 – Durante o ano de 2020, os produtos classificados pelos códigos NC 2701, 2702 e 2704, que
sejam utilizados na produção de eletricidade, de eletricidade e calor (cogeração), ou de gás de
cidade, por entidades que desenvolvam essas atividades como sua atividade principal, são
tributados com uma taxa correspondente a 50% da taxa de imposto sobre produtos petrolíferos e
energéticos e com uma taxa correspondente a 50% do adicionamento sobre as emissões de CO2
previstas, respetivamente, nos artigos 92.º e 92.º-A do Código dos IEC.
2 – O cálculo da taxa prevista na parte final do número anterior é feito com base num preço
que resulta da diferença entre o preço de referência para o CO2 estabelecido em 25 €/tCO2 e o preço
resultante da aplicação do n.º 2 do artigo 92.º-A do Código dos IEC, com o limite máximo de
5 €/tCO2.
3 – Nos anos subsequentes, as percentagens previstas no n.º 1 são alteradas a partir de 1 de
janeiro de cada ano, nos seguintes termos:
a) 75% em 2021;
b) 100% em 2022.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAISORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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4 – Durante o ano de 2020, os produtos classificados pelos códigos NC 2710 19 61 a 2710 19
69 utilizados na produção de eletricidade, com exceção dos usados nas regiões autónomas, e na
produção de eletricidade e calor (cogeração), ou de gás de cidade, são tributados com uma taxa
correspondente a 25% da taxa de imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos (ISP) e com
uma taxa correspondente a 25% da taxa de adicionamento sobre as emissões de CO2, previstas,
respetivamente, nos artigos 92.º e 92.º-A do Código dos IEC.
5 – Nos anos subsequentes, as percentagens previstas no número anterior são alteradas a
partir de 1 de janeiro de cada ano, nos seguintes termos:
a) 50% em 2021;
b) 75% em 2022;
c) 100% em 2023.
6 – Durante o ano de 2020, os produtos classificados pelos códigos NC 2711, utilizados na
produção de eletricidade, com exceção dos usados nas regiões autónomas, são tributados com uma
taxa correspondente a 10% da taxa de ISP e com uma taxa correspondente a 10% da taxa de
adicionamento sobre as emissões de CO2, previstas, respetivamente, nos artigos 92.º e 92.º-A do
Código dos IEC.
7 – Nos anos subsequentes, as percentagens previstas no número anterior são alteradas a
partir de 1 de janeiro de cada ano, nos seguintes termos:
a) 20% em 2021;
b) 30% em 2022;
c) 40% em 2023.
8 – Aos produtos previstos nos n.os 4 e 6 utilizados em instalações abrangidas pelo Comércio
Europeu de Licenças de Emissão (CELE), incluindo as abrangidas pela Exclusão Opcional prevista
no CELE, não se aplica a taxa de adicionamento sobre as emissões de CO2.
9 – O disposto nos n.os 4 a 7 não é aplicável aos biocombustíveis, ao biometano, hidrogénio
verde e outros gases renováveis.
10 – A receita decorrente da aplicação dos números anteriores é consignada nos seguintes
termos:
a) 50% para o Sistema Elétrico Nacional ou para a redução do défice tarifário do setor
elétrico, no mesmo exercício da sua cobrança, a afetar ao Fundo para a Sustentabilidade Sistémica
do Setor Energético;
b) 50% para o Fundo Ambiental.
ORÇAMENTO DE ESTADO 2020 E APROFUNDAMENTO DAS MAIS RECENTES ALTERAÇÕES FISCAIS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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11 – A transferência das receitas previstas na alínea a) do número anterior opera nos termos e
condições a estabelecer por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das
finanças e pela área e do ambiente e da ação climática.
12 – As receitas previstas na alínea b) do n.º 10 devem ser aplicadas em medidas de apoio à
ação climática.
13 – Durante o ano de 2020, o Governo estuda a melhor forma de acelerar a progressividade
da diminuição da isenção em sede de ISP e taxa de adicionamento sobre as emissões de CO2, por
forma a alinhá-los com os estímulos à introdução no consumo de gases renováveis e assegurar a
sua contribuição eficaz para o cumprimento das metas expressas no Roteiro para a Neutralidade
Carbónica em 2050, no Plano Nacional Energia e Clima 2030 e os demais objetivos de ação
climática e transição energética.
Artigo 350.º
Reavaliação das isenções aos produtos petrolíferos e energéticos no âmbito do
Código dos Impostos Especiais de Consumo
Durante o ano de 2020, o Governo deve proceder à reavaliação das isenções atribuídas às
instalações incluídas no regime CELE e no Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia
ao abrigo da alínea f) do n.º 1.º do artigo 89.º do Código dos IEC, no sentido da sua eliminação
progressiva.
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