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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
1.1. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
- é o princípio que determina privilégios jurídicos e um patamar de
superioridade do interesse público sobre o particular;
1.2. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
- o interesse público não pode ser livremente disposto pelo administrador
que exerce função pública e deve atuar nos limites da lei. Este princípio
limita a supremacia, é um contrapeso ao princípio anterior.
1.3. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
- é a base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os conflitos
sejam resolvidos pela lei (art. 5º II, art. 37, caput e art. 150, todos da CF).
Traduz o primado de que toda a eficácia da atividade administrativa fica
condicionada à observância da lei, significa que o administrador público está,
em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às
exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena
de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade administrativa, civil e
criminal, conforme o caso.
Devemos distinguir a legalidade para o direito público (critério de
subordinação à lei) e a legalidade para o direito privado (critério de não
contradição à lei).
2
1.4. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
- exige a ausência de subjetividade na conduta praticada pelo agente
público, pelo que fica impedido de considerar quaisquer inclinações e
interesses pessoais (interesses próprios ou de terceiros).
- divergência – princípio da finalidade.
- Buscando a efetivação e aplicabilidade deste principio o Conselho Nacional
de Justiça (CNJ), órgão instituído após a Emenda Constitucional nº 45/2004,
editou a Resolução nº 07/2005 (alterada pelas Resoluções nº 09/2005,
21/2006 e 181/2013) que vedou a contratação de parentes de magistrados,
até o terceiro grau, para cargos de chefia, direção e assessoramento no
Poder Judiciário. Não obstante a norma ser bastante clara, inúmeros
tribunais concederam liminares favoráveis à permanência dos parentes em
cargos de confiança, contrariando a determinação do Conselho. Por tal
motivo, a Associação dos Magistrados Brasileiros ajuizou a Ação Declaratória
de Constitucionalidade (ADC) nº 12 no Supremo Tribunal Federal, que,
mediante liminar, estabelecendo efeito vinculante e com eficácia para todos
(erga omnes), confirmou a constitucionalidade da norma do CNJ para
pacificar entendimentos divergentes em tribunais de todo o país. Os
Ministros ao proferirem seus votos destacaram que o rompimento das
relações de trabalho dos nomeados para cargos de confiança no Poder
Judiciário, dentro das regras estabelecidas na resolução do CNJ, atenderá às
imposições da moralidade e da impessoalidade administrativas. Em
dezembro de 2009, é publicada a decisão definitiva da ADC nº 12(confira
ementa ao final).
- A proposta da Súmula Vinculante nº 13 surge com o debate após
julgamento da ADC Nº 12, RE nº 579.951 e do MS nº 23.718 e a mesma é
publicada com o seguinte teor:
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Súmula Vinculante n.º 13: “A nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta
em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a constituição federal.”
Em junho de 2010, o STF publicou no site que já existe proposta de revisão
da redação súmula visando restringir a sua aplicabilidade aos casos
verdadeiros de nepotismo.
Importante lembrar ainda que o Supremo Tribunal Federal em diversas
decisões já afastou o agente político desta proibição, apesar de alertar que é
preciso analisar cada caso concreto para saber se houve ou não imoralidade
ou burla a princípios ou ao interesse público.
No mesmo sentido regulamentou o CNMP através das resoluções nº 01/05,
07/06, 21/07, 28/08 e 37/09, esta última alterou as anteriores considerando
o estabelecido na Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal.
1.5. PRINCÍPIO DA MORALIDADE
- este princípio se relaciona com a idéia de honestidade, exigindo a estrita
observância de padrões éticos, de boa-fé, de lealdade, de regras que
assegurem a boa administração e a disciplina interna na Administração
Pública.
- não confundir moralidade administrativa e moralidade comum
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1.6. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
- é a divulgação oficial do ato praticado pelo Poder Público, tendo como
conseqüência jurídica o conhecimento público, o início de seus efeitos
externos e a contagem de prazo e, ainda, assegurar o controle pelos
interessados diretos e pelo povo em geral, através dos diversos meios
constitucionais.
- exceções: art. 5º, inciso X (direito à intimidade), inciso XXXIII (segurança
da sociedade e do Estado) e inciso LX (atos processuais).
- Em 18.11.2011 foi publicada a Lei 12.527 que regula o acesso a
informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art.
37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11
de dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e
dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras
providências.
- Para regulamentar a Lei 12.527 no âmbito do Poder Executivo Federal foi
editado o Decreto nº 7.724, de 16.05.2012 que regulamenta os
procedimentos para a garantia do acesso à informação e para a classificação
de informações sob restrição de acesso, observados grau e prazo de sigilo.
1.7. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
- consiste na busca de resultados práticos, de produtividade, de
economicidade, a fim de não desperdiçar dinheiro público e de alcançar,
também no serviço público, o rendimento típico da iniciativa privada, sendo
que aqui o lucro é do povo.
5
1.8. PRINCÍPIO DA ISONOMIA
- igualdade: é tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma
desigual, na medida de suas desigualdades.
- Sumula 683 – STF - O limite de idade para a inscrição em concurso público
só se legitima em face do art. 7o, XXX, da Constituição, quando possa ser
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
Confira ao final a ementa da decisão em sede de Repercussão Geral sobre o
tema limite de idade em concurso público.
1.9. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA
- art. 5º, inc. LV, aos litigantes em processo judicial ou administrativo são
assegurados o conhecimento e a oportunidade para efetivação da defesa.
- Súmula vinculante nº 3 – STF: "Nos processos perante o Tribunal de
Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da
decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”
- Súmula 343, STJ: “É obrigatória a presença de advogado em todas as
fases do processo administrativo disciplinar.” DJ 10.10.2007.
- Súmula vinculante nº 5 – STF: “A falta de defesa técnica por advogado no
processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.” DJ 16.05.08.
1.10. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
- inclina-se à justificação teleológica dos atos administrativos, ou seja, ao
fim social a que se destinam, visando a realização do Direito, tendo um justo
6
equilíbrio entre os meios empregados e os fins a serem alcançados. Este
princípio diz que não pode o Administrador a pretexto de cumprir a lei agir
de forma despropositada ou tresloucada, deve manter um certo padrão do
razoável.
1.11. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
- exige equilíbrio entre o sacrifício imposto ao interesse de alguns e a
vantagem geral obtida, de modo a não tornar excessivamente onerosa a
prestação. Alguns autores entendem que este princípio está embutido na
razoabilidade.
1.12. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
- por este principio, entende-se que o serviço público, sendo a forma pela
qual o Estado desempenha funções essenciais ou necessárias à coletividade,
não pode parar.
- Decreto nº 7.777, de 24.07.2012, que dispõe sobre as medidas para a
continuidade de atividades e serviços públicos dos órgãos e entidades da
administração pública federal durante greves, paralisações ou operações de
retardamento de procedimentos administrativos promovidas pelos servidores
públicos federais.
1.13. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
- possibilidade que tem a Administração de rever os seus próprios atos para
anulá-los quando ilegais ou revogá-los quando inconvenientes. Súmulas
346 e 473 do STF.
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Súmula 346 – “A Administração pode anular os seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos.”
Súmula 473 – “A Administração pode anular os seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.”
1.14. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
- vincula os órgãos e as entidades da Administração Públicas à finalidade
pela qual foi criada.
1.15. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
- leia-se legitimidade e legalidade, todo ato administrativo é
presumidamente legal e legítimo até que se prove o contrário, trata-se de
uma presunção relativa.
DECISÕES/NOTÍCIAS SOBRE O ASSUNTO
EMENTA DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE Nº 12
EMENTA: AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, AJUIZADA EM
PROL DA RESOLUÇÃO Nº 07, de 18.10.05, DO CONSELHO NACIONAL DE
JUSTIÇA. ATO NORMATIVO QUE “DISCIPLINA O EXERCÍCIO DE CARGOS,
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EMPREGOS E FUNÇÕES POR PARENTES, CÔNJUGES E COMPANHEIROS DE
MAGISTRADOS E DE SERVIDORES INVESTIDOS EM CARGOS DE DIREÇÃO E
ASSESSORAMENTO, NO ÂMBITO DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO E DÁ
OUTRAS PROVIDÊNCIAS”. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 1. Os
condicionamentos impostos pela Resolução nº 07/05, do CNJ, não atentam
contra a liberdade de prover e desprover cargos em comissão e funções de
confiança. As restrições constantes do ato resolutivo são, no rigor dos
termos, as mesmas já impostas pela Constituição de 1988, dedutíveis dos
republicanos princípios da impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da
moralidade. 2. Improcedência das alegações de desrespeito ao princípio da
separação dos Poderes e ao princípio federativo. O CNJ não é órgão estranho
ao Poder Judiciário (art. 92, CF) e não está a submeter esse Poder à
autoridade de nenhum dos outros dois. O Poder Judiciário tem uma singular
compostura de âmbito nacional, perfeitamente compatibilizada com o
caráter estadualizado de uma parte dele. Ademais, o art. 125 da Lei Magna
defere aos Estados a competência de organizar a sua própria Justiça, mas
não é menos certo que esse mesmo art. 125, caput, junge essa organização
aos princípios “estabelecidos” por ela, Carta Maior, neles incluídos os
constantes do art. 37, cabeça. 3. Ação julgada procedente para: a)
emprestar interpretação conforme à Constituição para deduzir a função de
chefia do substantivo “direção” nos incisos II, III, IV, V do artigo 2° do ato
normativo em foco; b) declarar a constitucionalidade da Resolução nº
07/2005, do Conselho Nacional de Justiça. (ADC 12, STF – Tribunal Pleno,
Relator(a): Min. Carlos Britto, Julgamento: 20.08.2008, DJ: 18.12.2009)
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA CAUTELAR. LEI 8.736/2009 DO ESTADO DA PARAÍBA QUE INSTITUI PROGRAMA DE
INCENTIVO AOS PILOTOS DE AUTOMOBILISMO. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. I - A Lei estadual
8.736/2009 singulariza de tal modo os beneficiários que apenas uma única pessoa se beneficiaria com mais de 75% dos valores destinados ao
programa de incentivo fiscal, o que afronta, em tese, o princípio da impessoalidade. II - Medida cautelar concedida para suspender, com efeito
ex nunc, até o julgamento final da ação a Lei 8.736, de 24 de março de 2009, do Estado da Paraíba.
(ADI 4259 MC, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 23/06/2010, DJ 20.08.2010)
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Repercussão Geral: Vedação ao Nepotismo e Aplicação aos Três
Poderes
EMENTA: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. VEDAÇÃO NEPOTISMO. NECESSIDADE DE LEI FORMAL. INEXIGIBILIDADE. PROIBIÇÃO QUE DECORRE DO ART. 37,
CAPUT, DA CF. RE PROVIDO EM PARTE. I - Embora restrita ao âmbito do
Judiciário, a Resolução 7/2005 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. II - A vedação do nepotismo não
exige a edição de lei formal para coibir a prática. III - Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição
Federal. IV - Precedentes. V - RE conhecido e parcialmente provido para anular a nomeação do servidor, aparentado com agente político, ocupante,
de cargo em comissão. (RE 579951, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/08/2008, REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJ: 24.10.2008)
Sobre o Princípio da Segurança Jurídica
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA
UNIÃO. COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. NEGATIVA DE
REGISTRO A APOSENTADORIA. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA.
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA.
1. O impetrante se volta contra o acórdão do TCU, publicado no Diário Oficial
da União. Não exatamente contra o IBGE, para que este comprove o
recolhimento das questionadas contribuições previdenciárias. Preliminar de
ilegitimidade passiva rejeitada. 2. Infundada alegação de carência de ação,
por ausência de direito líquido e certo. Preliminar que se confunde com o
mérito da impetração. 3. A inércia da Corte de Contas, por mais de cinco
anos, a contar da aposentadoria, consolidou afirmativamente a expectativa
do ex-servidor quanto ao recebimento de verba de caráter alimentar. Esse
aspecto temporal diz intimamente com: a) o princípio da segurança jurídica,
projeção objetiva do princípio da dignidade da pessoa humana e elemento
conceitual do Estado de Direito; b) a lealdade, um dos conteúdos do
princípio constitucional da moralidade administrativa (caput do art. 37). São
de se reconhecer, portanto, certas situações jurídicas subjetivas ante o
Poder Público, mormente quando tais situações se formalizam por ato de
qualquer das instâncias administrativas desse Poder, como se dá com o ato
formal de aposentadoria. 4. A manifestação do órgão constitucional de
controle externo há de se formalizar em tempo que não desborde das pautas
elementares da razoabilidade. Todo o Direito Positivo é permeado por essa
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preocupação com o tempo enquanto figura jurídica, para que sua prolongada
passagem em aberto não opere como fator de séria instabilidade inter-
subjetiva ou mesmo intergrupal. A própria Constituição Federal de 1988 dá
conta de institutos que têm no perfazimento de um certo lapso temporal a
sua própria razão de ser. Pelo que existe uma espécie de tempo
constitucional médio que resume em si, objetivamente, o desejado critério
da razoabilidade. Tempo que é de cinco anos (inciso XXIX do art. 7º e arts.
183 e 191 da CF; bem como art. 19 do ADCT). 5. O prazo de cinco anos é de
ser aplicado aos processos de contas que tenham por objeto o exame de
legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e pensões.
Transcorrido in albis o interregno qüinqüenal, a contar da aposentadoria, é
de se convocar os particulares para participarem do processo de seu
interesse, a fim de desfrutar das garantias constitucionais do contraditório e
da ampla defesa (inciso LV do art. 5º). 6. Segurança concedida.
(MS 25116, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em
08/09/2010, DJe-027 DIVULG 09-02-2011 PUBLIC 10-02-2011 EMENT VOL-
02461-01 PP-00107)
DECISÃO SOBRE APLICAÇÃO DA SÚMULA VINCULANTE Nº 13 E
AGENTES POLÍTICOS
AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR EM RECLAMAÇÃO. NOMEAÇÃO
DE IRMÃO DE GOVERNADOR DE ESTADO. CARGO DE SECRETÁRIO DE
ESTADO. NEPOTISMO. SÚMULA VINCULANTE Nº 13. INAPLICABILIDADE AO
CASO. CARGO DE NATUREZA POLÍTICA. AGENTE POLÍTICO. ENTENDIMENTO
FIRMADO NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.951/RN.
OCORRÊNCIA DA FUMAÇA DO BOM DIREITO. 1. Impossibilidade de
submissão do reclamante, Secretário Estadual de Transporte, agente
político, às hipóteses expressamente elencadas na Súmula
Vinculante nº 13, por se tratar de cargo de natureza política. 2.
Existência de precedente do Plenário do Tribunal: RE 579.951/RN, rel. Min.
Ricardo Lewandowski, DJE 12.9.2008. 3. Ocorrência da fumaça do bom
direito. 4. Ausência de sentido em relação às alegações externadas pelo
agravante quanto à conduta do prolator da decisão ora agravada. 5.
Existência de equívoco lamentável, ante a impossibilidade lógica de uma
decisão devidamente assinada por Ministro desta Casa ter sido enviada, por
fac-símile, ao advogado do reclamante, em data anterior à sua própria
assinatura. 6. Agravo regimental improvido.(Rcl 6650 MC-AgR, STF –
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Tribunal Pleno, Relator(a): Min. Ellen Gracie, Julgamento: 16.10.2008, DJ:
21.11.2008). (grifo autora)
Exemplos de julgados mais recentes sobre este entendimento:
Processos: Rcl 14.497 MC (DJe 19.10.2012), Rcl 14.549 MC (DJe
2.10.2012), Rcl 12.742 MC (DJe 1.2.2012), Rcl 16363 MC (Dje
03.10.2013)
IMPORTANTE – REPERCUSSÃO GERAL
REPERCUSSÃO GERAL SOBRE LIMITE DE IDADE - MÉRITO JULGADO
EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CONCURSO
PÚBLICO PARA INGRESSO NAS FORÇAS ARMADAS: CRITÉRIO DE LIMITE DE
IDADE FIXADO EM EDITAL. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO
CONSTITUCIONAL. SUBSTITUIÇÃO DE PARADIGMA. ART. 10 DA LEI N.
6.880/1980. ART. 142, § 3º, INCISO X, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
DECLARAÇÃO DE NÃO-RECEPÇÃO DA NORMA COM MODULAÇÃO DE
EFEITOS. DESPROVIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1.
Repercussão geral da matéria constitucional reconhecida no Recurso
Extraordinário n. 572.499: perda de seu objeto; substituição pelo Recurso
Extraordinário n. 600.885. 2. O art. 142, § 3º, inciso X, da Constituição da
República, é expresso ao atribuir exclusivamente à lei a definição dos
requisitos para o ingresso nas Forças Armadas. 3. A Constituição brasileira
determina, expressamente, os requisitos para o ingresso nas Forças
Armadas, previstos em lei: referência constitucional taxativa ao critério de
idade. Descabimento de regulamentação por outra espécie normativa, ainda
que por delegação legal. 4. Não foi recepcionada pela Constituição da
República de 1988 a expressão “nos regulamentos da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica” do art. 10 da Lei n. 6.880/1980. 5. O princípio da segurança
jurídica impõe que, mais de vinte e dois anos de vigência da Constituição,
nos quais dezenas de concursos foram realizados se observando aquela
regra legal, modulem-se os efeitos da não-recepção: manutenção da
validade dos limites de idade fixados em editais e regulamentos fundados no
art. 10 da Lei n. 6.880/1980 até 31 de dezembro de 2011. 6. Recurso
extraordinário desprovido, com modulação de seus efeitos.
(RE 600885, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em
09/02/2011, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe- 01-07-2011)
12
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
OMISSÃO. ALCANCE SUBJETIVO DE MODULAÇÃO DE EFEITOS DE
DECLARAÇÃO DE NÃO RECEPÇÃO. CANDIDATOS COM AÇÕES AJUIZADAS
DE MESMO OBJETO DESTE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRORROGAÇÃO DA
MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA NÃO RECEPÇÃO. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO ACOLHIDOS. 1. Embargos de declaração acolhidos para deixar
expresso que a modulação da declaração de não recepção da expressão “nos
regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica” do art. 10 da Lei n.
6.880/1980 não alcança os candidatos com ações ajuizadas nas quais se
discute o mesmo objeto deste recurso extraordinário. 2. Prorrogação da
modulação dos efeitos da declaração de não recepção até 31 de
dezembro de 2012. (RE 600885 ED, STF – Tribunal Pleno, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgamento: 29.06.2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe:
12.12.2012)
LEITURA COMPLEMENTAR
Está disponível no site www.marinela.ma o artigo da Profª. Alice Gonzalez
“Supremacia do Interesse Público: Desconstrução ou Reconstrução?“
QUESTÕES SOBRE O TEMA
1 - Q378643 ( Prova: FCC - 2014 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho
/ Direito Administrativo / Regime jurídico administrativo; Princípios -
Proporcionalidade, Razoabilidade, Motivação, Autotutela e Outros Princípios;
)
Acerca dos princípios da Administração pública, é correto afirmar:
a) O princípio da boa-fé não vigora no Direito Administrativo, eis que é
atinente ao relacionamento entre sujeitos movidos pela autonomia da
13
vontade e a ele se contrapõe o princípio da impessoalidade, que
impera nas relações jurídico-administrativas.
b) Os princípios do Direito Administrativo são mandamentos de
otimização; portanto, sua aplicação só é possível quando deles
decorrerem consequências favoráveis ao administrado.
c) No tocante ao princípio da motivação, admite-se, excepcionalmente,
a convalidação do ato imotivado, por meio da explicação a posteriori
dos motivos que levaram à sua prática, desde que tal vício não
acarrete lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.
d) Por força do princípio da legalidade, atos praticados de forma
inválida devem ser anulados, independentemente das consequências
decorrentes da anulação.
e) Sendo a lei um mandamento moral e visto que, no âmbito da
Administração pública, só é permitido aos agentes públicos atuarem
nos estritos limites da lei, para atender à moralidade administrativa
basta que o agente observe fielmente os mandamentos legais.
2 - Q363881 ( Prova: TRT 2R (SP) - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Juiz do
Trabalho / Direito Administrativo / Licitações e Lei 8.666 de 1993.; Regime
jurídico administrativo; Princípios das Licitações; Princípios - Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência; Princípios -
Proporcionalidade, Razoabilidade, Motivação, Autotutela e Outros Princípios;
)
Em relação aos princípios informativos da Administração Pública, observe as
proposições abaixo e responda a alternativa que contenha proposituras
corretas:
14
I. São princípios constitucionais fundamentais que informam o princípio
licitatório: o democrático, o republicano, o da legalidade, o da legitimidade,
o da isonomia e o da livre iniciativa.
II. Pelo princípio da impessoalidade qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular, objetivando anular ato lesivo à moralidade
administrativa.
III. A divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses
de sigilo previstas na Constituição Federal (art. 5o. XXXXIII) e, em leis,
consoante o prescrito no inciso V do parágrafo único do art.2°. da Lei
Federal n. 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, é obrigação inerente e específica decorrente
do princípio da moralidade.
IV. O princípio que impõe à Administração Pública a prática, e tão só esta,
de atos voltados para o interesse público, chama-se “princípio da
publicidade”.
V. Tem-se como princípio da autotutela a obrigação da Administração
Pública de policiar, em relação ao mérito e à legalidade, os atos
administrativos que pratica.
Está correta a alternativa:
a) I e II.
b) IV eV.
c) III e IV.
15
d) I e V
e) II e III.
GABARITOS:
1 - C 2 - D
1 - Q359562 ( Prova: FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz Substituto
/ Direito Administrativo / Regime jurídico administrativo; Princípios -
Contraditório e Ampla Defesa e Segurança Jurídica; )
Na atuação da Administração Pública Federal, a segurança jurídica é
princípio que;
a) justifica a mantença de atos administrativos inválidos, desde que
ampliativos de direitos, independentemente da boa-fé dos
beneficiários.
b) não impede a anulação a qualquer tempo dos atos administrativos
inválidos, visto que não há prazos prescricionais ou decadenciais para
o exercício de autotutela em caso de ilegalidade.
c) justifica o usucapião de imóveis públicos urbanos de até duzentos e
cinquenta metros quadrados, em favor daquele que, não sendo
proprietário de outro imóvel urbano ou rural, exerça a posse sobre tal
imóvel por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-o
para sua moradia ou de sua família.
d) impede que haja aplicação retroativa de nova interpretação
jurídica, em desfavor dos administrados.
16
e) impede que a Administração anule ou revogue atos que geraram
situações favoráveis para o particular, pois tal desfazimento afetaria
direitos adquiridos.
2 - Q351352 ( Prova: TRT 2R (SP) - 2013 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Juiz do
Trabalho / Direito Administrativo / Regime jurídico administrativo; Princípios
- Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência; )
Nos termos da Constituição Federal, a administração pública direta e indireta
obedecerá aos seguintes princípios. Aponte a alternativa incorreta:
a) Legalidade e publicidade.
b) Eficiência e moralidade.
c) Celeridade e impessoalidade.
d) Publicidade e legalidade.
e) Moralidade e publicidade.
3 - Q313299 ( Prova: CESPE - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Juiz do
Trabalho / Direito Administrativo / Atos administrativos; Regime jurídico
administrativo; Conceito e classificação dos atos administrativos ;
Princípios - Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e
Eficiência; )
Em relação aos atos e princípios administrativos, assinale a opção correta à
luz da CF, da jurisprudência dos tribunais superiores e da doutrina.
17
a) Segundo o STF, é imprescindível a existência de norma legal
específica com vistas a coibir a prática do nepotismo, haja vista que a
vedação a essa prática decorre diretamente das normas
constitucionais aplicáveis à administração pública, em especial do
princípio da moralidade.
b) É do princípio constitucional da eficiência que decorre o dever
estatal de neutralidade, objetividade e imparcialidade do
comportamento dos agentes públicos.
c) O STF admite a aplicação do princípio da isonomia com vistas a
elevar a remuneração de servidores públicos.
d) O princípio da razoabilidade é expressamente previsto na CF.
e) O ato administrativo complexo deve ser formado pela junção de
manifestações de vontade de órgãos diferentes, sendo, portanto,
derivado da conjugação de vontades de órgãos diversos.
4 - Q317785 ( Prova: TRT 15R - 2013 - TRT - 15ª Região - Juiz do Trabalho
/ Direito Administrativo / Licitações e Lei 8.666 de 1993.; Princípios da
Administração Pública; Regime jurídico administrativo; Princípios das
Licitações; Princípios - Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade
e Eficiência; )
Considerando os princípios como vetores que fundamentam todas as
proposições construídas acerca da Administração Pública,
é incorreto afirmar:
a) a Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios é norteada pelos princípios da
18
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da
eficiência;
b) os preceitos fixados na Constituição Federal acerca dos princípios
que norteiam a Administração Pública podem ser ampliados por outros
dispositivos normativos, a exemplo do que se Verifica com a
Constituição do Estado de São Paulo, que fixou para as entidades da
administração indireta ou fundacional do Estado a obrigatoriedade de
se nortear pelos princípios “de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação, interesse público e
eficiência”;
c) há previsão de princípios específicos na Lei do Processo
Administrativo no âmbito da Administração Federal Direta e Indireta
(Lei n. 9.784/1999), tais como os princípios da legalidade, da
finalidade, da motivação, da razoabilidade, da proporcionalidade, da
moralidade, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica,
do interesse público e da eficiência;
d) a Lei de Licitações e Contratos da Administração Pública (Lei n.
8.666/1993) visa a assegurar a observância do princípio constitucional
da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável,
sendo os respectivos litígios processados e julgados em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,
do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos;
e) o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular é
específico do Direito Administrativo, sendo limitado pelo princípio da
19
legalidade, servindo como ponto de origem dos demais princípios da
Administração Pública.
GABARITOS:
1 - D 2 - C 3 - E 4 - E
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
1. FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA:
a) Centralizada: atividade exercida pelo próprio Estado (Administração Direta)
b) Descentralizada (outorga e delegação)
c) Desconcentração: distribuição interna de partes de competências decisórias,
agrupadas em unidades individualizadas.
OBS: Não confundir: Descentralização Política com Descentralização Administrativa
(pode ser: descentralização territorial ou geográfica, descentralização por serviços,
funcional ou técnica e descentralização por colaboração).
2. ADMINISTRAÇÃO DIRETA
- Teorias sobre as relações do Estado com os agentes:
a) teoria do mandato
b) teoria da representação
c) teoria do órgão
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- ÓRGÃOS PÚBLICOS - centro de competência governamental ou administrativo,
tem necessariamente funções, cargos e agentes, mas são distintos desses
elementos, que podem ser modificados, substituídos ou retirados sem supressão da
unidade orgânica. Os órgãos integram a estrutura do Estado por isso, não têm
personalidade jurídica nem vontade própria, são meros instrumentos de ação
dessas pessoas jurídicas.
Informação: Confira o texto do Prof. José dos Santos Carvalho Filho, Personalidade
Judiciária dos Órgãos Públicos, publicado em “Leitura Complementar” no nosso site
www.marinela.ma
- Classificação:
a) Quanto à posição estatal: independentes, autônomos, superiores e subalternos;
b) Quanto à estrutura: simples e compostos;
c) Quanto à atuação funcional: singulares e colegiados
d) Quanto às funções: ativos, consultivos e de controle
3. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA - ou descentralizada é composta por entidades
que possuem personalidade jurídica própria e são responsáveis pela execução de
atividades de Governo que necessitam ser desenvolvidas de forma descentralizada.
- Características:
a) personalidade jurídica própria (respondem pelos seus atos, patrimônio próprio,
receita própria e capacidade administrativa, técnica e financeira);
b) criação e extinção dependem de lei
c) sua finalidade não será lucrativa, inclusive quando exploradoras da atividade
econômica (vide art. 173, da CF);
d) não sofrem relação de subordinação, mas estão sujeitas a controle, que pode ser
interno ou externo, pela própria entidade a que se vinculam (ex. supervisão
ministerial) e controle externo pelo Poder Judiciário e Legislativo (ex. Tribunal de
Contas e as diversas ações judiciais);
e) permanecem ligadas à finalidade que lhe instituiu (princípio da especialidade)
21
I - AUTARQUIAS
- Conceito: É pessoa jurídica de direito público, dotada de capital exclusivamente
público, com capacidade administrativa e criada para a prestação de serviço público
(realizam atividades típicas de Estado)
- Regime Jurídico:
1. Criação e extinção: por lei – art. 37, XIX, da CF;
2. Controle: interno e externo
3. Atos e Contratos: seguem regime administrativo e obedecem à Lei 8.666/93;
4. Responsabilidade Civil: é, em regra, objetiva (art.37, §6º, da CF) e subsidiária
do Estado;
5. Prescrição qüinqüenal – DL nº 20.910/32 (REsp 1251993/PR, STJ);
6. Bens autárquicos: seguem regime de bem público (alienabilidade condicionada,
impenhorabilidade, impossibilidade de oneração e imprescretibilidade)
7. Débitos judiciais: seguem regime de precatório (art.100 da CF)
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE SOBRE PRECATÓRIOS:
A EC 62/09 foi julgada parcialmente inconstitucional pelo STF em 14.03.2013. A
decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu a
inconstitucionalidade parcial da Emenda Constitucional nº 62/09, assentando a
invalidade de regras jurídicas que agravem a situação jurídica do credor do Poder
Público além dos limites constitucionalmente aceitáveis. Sem embargo, até que a
Suprema Corte se pronuncie sobre o preciso alcance da sua decisão, ficou
determinado que os Tribunais de Justiça de todos os Estados e do Distrito Federal
deem imediata continuidade aos pagamentos de precatórios, na forma como já
vinham realizando até a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em
14/03/2013, segundo a sistemática vigente à época, respeitando-se a vinculação
de receitas para fins de quitação da dívida pública, sob pena de sequestro.
22
- Conferir as notícias acerca da decisão do STF no arquivo “Seleção de Notícias dos
Informativos do STF” publicadas no site www.marinela.ma em “Informativos”.
8. Privilégios processuais: prazos dilatados, juízo privativo e reexame necessário;
Nova Súmula do STJ: O INSS não está obrigado a efetuar depósito prévio do
preparo por gozar das prerrogativas e privilégios da Fazenda Pública (Súmula nº
483, Corte Especial, julgado em 28.06.2012, DJe 01.08.2012).
9. Imunidade tributária para os impostos, desde que ligada à sua finalidade
especifica (art.150, §2º da CF);
10. Procedimentos financeiros: regras de contabilidade pública (Lei nº 4.320/64 e
LC 101/00 – modificada pela LC 131/09)
11. Regime de pessoal: os seus agentes são servidores públicos regidos pela Lei
8.122/90. Lembrar que com a liminar proferida na ADI 2135-4, foi retomado o
Regime Jurídico Único.
- Autarquias Profissionais: são os conselhos de classe, que após a ADIN 1717
tem natureza jurídica de autarquia. Assim as suas anuidades têm natureza
tributária e em caso de não pagamento podem ser discutidas por meio de execução
fiscal, estão sujeitas às regras de contabilidade pública e a controle pelo Tribunal de
Contas, além da exigência do concurso público para admissão de pessoal (ponto
muito divergente).
Nesse contexto, tem-se a exceção da a Ordem dos Advogados do Brasil que
segundo a jurisprudência do STF, não compõe a Administração Pública, como
conseqüência: a anuidade não é tributária, não cabe execução fiscal (cobrança via
execução do CPC), não se submete a contabilidade pública e ao Tribunal de Contas
23
e está dispensada de fazer concurso público, além de não compor a Administração
Direta ou Indireta (vide a ementa da ADIN 3026 na coletânea de decisões abaixo)
- Autarquias Territoriais: são os territórios, não se confundem com as autarquias
administrativas e não compõem a Administração Indireta.
II - AGÊNCIAS REGULADORAS
- Conceito: Autarquia de regime especial. Surge em razão do fim do monopólio
estatal.
- Regime especial: caracteriza-se por três elementos: maior independência,
investidura especial (depende de aprovação prévia do Poder Legislativo) e
mandato, com prazo fixo, conforme lei que cria a pessoa jurídica.
- Função: É responsável pela regulamentação, controle e fiscalização de serviços
públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado.
- Alguns aspectos:
a) Regime de pessoal
b) Licitação: obedece às normas da Lei 8.666/93. podendo optar por modalidades
especificas como o pregão e a consulta (ADIN 1668).
III - AGÊNCIAS EXECUTIVAS
- Conceito: são autarquias ou fundações que por iniciativa da Administração
Direta, recebem o status de Agência, em razão da celebração de um contrato de
gestão, que objetiva uma maior eficiência e redução de custos - Lei 9.649/98.
IV – FUNDAÇÃO PÚBLICA
- Conceito: É uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado,
destinado pelo seu fundador para uma finalidade específica. Pode ser pública ou
24
privada de acordo com a sua instituição, sendo que somente a pública, portanto,
instituída pelo Poder Público, é que compõe a Administração Indireta.
- Natureza jurídica da fundação pública: pode ser de direito público,
caracterizando uma espécie de autarquia, denominada autarquia fundacional, ou de
direito privado, denominada fundação governamental, e seguirá o regime próprio
das empresas públicas e sociedades de economia mista.
V - EMPRESAS ESTATAIS
A) EMPRESA PÚBLICA: É pessoa jurídica de direito privado composta por capital
exclusivamente público, criada para a prestação de serviços públicos ou exploração
de atividades econômicas sob qualquer modalidade empresarial.
B) SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: É pessoa jurídica de direito privado,
criada para prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica,
com capital misto e na forma de S/A.
- Principais diferenças:
forma de constituição e organização
formação do capital social
competência para as suas ações. Confira o teor das Súmulas 517 e 556
SÚMULA Nº 517: AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA SÓ TÊM FORO NA
JUSTIÇA FEDERAL, QUANDO A UNIÃO INTERVÉM COMO ASSISTENTE OU
OPOENTE.
SÚMULA Nº 556: É COMPETENTE A JUSTIÇA COMUM PARA JULGAR AS
CAUSAS EM QUE É PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
- Regime Jurídico
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1. Criação e Extinção: são autorizadas por lei, dependendo para sua constituição do
registro de seus atos constitutivos no órgão competente (art. 37, XIX da CF)
2. Controle: interno e externo
3. Contratos e Licitações: obedecem à Lei 8.666/93, podendo, quando exploradoras
da atividade econômica, ter regime especial por meio de estatuto próprio (art.173,
§1º, III, CF)
4. Regime Tributário: em regra, não têm privilégios tributários, não extensíveis à
iniciativa privada (Veja abaixo Repercussão Geral sobre o tema);
5. Responsabilidade Civil: quando prestadoras de serviços públicos, é
responsabilidade objetiva, com base no art. 37,§6º, da CF, respondendo o Estado
subsidiariamente pelos prejuízos causados. Quando exploradoras de atividade
econômica, o regime será o privado.
6. Regime de pessoal: titularizam emprego, seguindo o regime da CLT, todavia, são
equiparados a servidores públicos, em razão de algumas regras: concurso público,
teto remuneratório, acumulação, remédios constitucionais, fins penais, improbidade
administrativa e outras;
OBSERVAÇÃO:
- Repercussão Geral Sobre Dispensa Imotivada de empregados da ECT
(Tema 131) - Decisão proferida em 20.03.2013 –
Ementa: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT.
DEMISSÃO IMOTIVADA DE SEUS EMPREGADOS. IMPOSSIBILIDADE.
NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA DISPENSA. RE PARCIALEMENTE
PROVIDO. I - Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade
prevista no art. 41 da CF, salvo aqueles admitidos em período
anterior ao advento da EC nº 19/1998. Precedentes. II - Em atenção,
no entanto, aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a
admissão por concurso publico, a dispensa do empregado de
empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam
serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se, assim, que
26
tais princípios, observados no momento daquela admissão, sejam
também respeitados por ocasião da dispensa. III – A motivação do
ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado de uma possível
quebra do postulado da impessoalidade por parte do agente estatal
investido do poder de demitir. IV - Recurso extraordinário
parcialmente provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41
da CF, exigindo-se, entretanto, a motivação para legitimar a
rescisão unilateral do contrato de trabalho.(RE 589998, Relator(a):
Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/03/2013,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe 12/09/2013)
7. Privilégios processuais: não gozam, obedecem às regras gerais de processo;
8. Bens: são penhoráveis, exceto se a empresa for prestadora de serviços públicos
e o bem estiver diretamente ligado a eles;
9. Regime falimentar: não estão sujeitos a este regime – Lei 11.101/05
- ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE AS EMPRESAS ESTATAIS:
Situação especial da Empresa Pública de Correios e Telégrafos:
Conferir a ementa da ADPF 46 e o seu inteiro teor publicado no
www.marinela.ma.
Repercussões gerais sobre o tema(Ementas abaixo):
Tema Nº 64: Diferença de tratamento entre empresas públicas e sociedades
de economia mista, que exploram atividade econômica, e empresas privadas,
no que tange às contribuições para o PIS/PASEP. RE 577494
Tema Nº 131: Despedida imotivada de empregados de Empresa Pública.
RE 589998
27
Tema Nº 253: Aplicabilidade do regime de precatórios às entidades da
Administração Indireta prestadoras de serviços públicos essenciais.
RE 599628 (Vide decisão abaixo)
Tema 115 - Aplicação da imunidade tributária recíproca às sociedades de
economia mista que prestam serviços de saúde exclusivamente pelo SUS. RE
580264. (Vide decisão abaixo)
VI - ENTES DE COOPERAÇÃO:
a) Serviços Sociais Autônomos – rótulo atribuído às pessoas jurídicas de direito
privado, integrantes da iniciativa privada com algumas características peculiares.
Elas não prestam serviços públicos delegados pelo Estado, mas exercem atividade
privada de interesse público. Compõem o chamado sistema “S”. Podem ser
constituídas por meio das instituições particulares convencionais, como fundações,
sociedades civis ou associações ou com estruturas peculiares previstas em lei
específica.
b) Organizações Sociais – também chamada de “OS”, foi instituída e definida
pela Lei nº 9.637/98 (última alteração pela Lei 12.269/2010). Pessoa jurídica de
direito privado, são criadas por particulares para a execução, por meio de parcerias
de serviços públicos não exclusivos do Estado, previsto em lei (art.1º).
c) Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – também
denominada OSCIP, é pessoa jurídica de direito privado, instituída por particular
para prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado (serviços socialmente
úteis – art. 3º), sob o incentivo e fiscalização dele e que consagrem em seus
estatutos uma série de normas sobre estrutura, funcionamento e prestação de
contas (art.4º).
OBS.: Foi aprovada a Lei nº 13.019/2014 que instituiu o regime jurídico das
parcerias institui normas gerais para as parcerias voluntárias, envolvendo ou não
28
transferências de recursos financeiros, estabelecidas pela União, Estados, Distrito
Federal, Municípios e respectivas autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, e suas subsidiárias,
com organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a
consecução de finalidades de interesse público. Também define diretrizes para a
política de fomento e de colaboração com as organizações da sociedade civil, e
institui o termo de colaboração e o termo de fomento.
IMPORTANTE: Assistir o vídeo FIQUE POR DENTRO sobre o tema em nosso site
www.marinela.ma .
NOTÍCIAS/DECISÕES IMPORTANTES SOBRE O ASSUNTO
ADI 3026
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79
DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. “SERVIDORES” DA ORDEM DOS ADVOGADOS
DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME
CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO
MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES
INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO
PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE
CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA
OAB.AUTARQUIAS ESPECIAIS EAGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB.
ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE.
CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS
EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA
ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37,
CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906,
artigo 79, § 1º, possibilitou aos “servidores” da OAB, cujo regime outrora era
estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização
a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a OAB
sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta.
3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem
é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das
personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está
incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como
29
“autarquias especiais” para pretender-se afirmar equivocada
independência das hoje chamadas “agências”. 5. Por não consubstanciar
uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle
da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não
vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de
atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente
privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça
[artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e
seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e
qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas
características são autonomia e independência, não pode ser tida como
congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está
voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade
institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário
imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é
autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que
se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao
caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista
aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para
admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB.11. Princípio da
moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da
moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob
pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo
improcedente o pedido. (ADI3026/DF, STF – Tribunal Pleno, Rel. Min. Eros Grau,
Julgamento: 08/06/2006, DJ 29.09.2006, pág. 00031) (grifos da autora).
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS AUTARQUIAS
EMENTA: ADMINISTRATIVO – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO –
ACIDENTE DE TRÂNSITO – DANO MATERIAL – RESPONSABILIDADE DA
AUTARQUIA – RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO ESTADO. A
Jurisprudência desta Corte considera a autarquia responsável pela conservação das
rodovias e pelos danos causados a terceiros em decorrência da má conservação,
contudo remanesce ao Estado a responsabilidade subsidiária. Agravo regimental
provido em parte para afastar a responsabilidade solidária da União, persistindo a
responsabilidade subsidiária. (AgRg no REsp 875604 / ES, STJ – Segunda Turma,
Relator(a) Min. Humberto Martins, 09.06.2009, DJe: 25.06.2009).
ADPF 46
30
EMENTA: ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL.
EMPRESA PÚBLICA DE CORREIOS E TELEGRÁFOS. PRIVILÉGIO DE ENTREGA DE
CORRESPONDÊNCIAS. SERVIÇO POSTAL. CONTROVÉRSIA REFERENTE À LEI
FEDERAL 6.538, DE 22 DE JUNHO DE 1978. ATO NORMATIVO QUE REGULA
DIREITOS E OBRIGAÇÕES CONCERNENTES AO SERVIÇO POSTAL. PREVISÃO DE
SANÇÕES NAS HIPÓTESES DE VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO POSTAL.
COMPATIBILIDADE COM O SISTEMA CONSTITUCIONAL VIGENTE. ALEGAÇÃO DE
AFRONTA AO DISPOSTO NOS ARTIGOS 1º, INCISO IV; 5º, INCISO XIII, 170,
CAPUT, INCISO IV E PARÁGRAFO ÚNICO, E 173 DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.
VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA LIVRE CONCORRÊNCIA E LIVRE INICIATIVA. NÃO-
CARACTERIZAÇÃO. ARGUIÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. INTERPRETAÇÃO
CONFORME À CONSTITUIÇÃO CONFERIDA AO ARTIGO 42 DA LEI N. 6.538, QUE
ESTABELECE SANÇÃO, SE CONFIGURADA A VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO POSTAL DA
UNIÃO. APLICAÇÃO ÀS ATIVIDADES POSTAIS DESCRITAS NO ARTIGO 9º, DA LEI.
1. O serviço postal --- conjunto de atividades que torna possível o envio de
correspondência, ou objeto postal, de um remetente para endereço final e
determinado --- não consubstancia atividade econômica em sentido estrito. Serviço
postal é serviço público. 2. A atividade econômica em sentido amplo é gênero que
compreende duas espécies, o serviço público e a atividade econômica em sentido
estrito. Monopólio é de atividade econômica em sentido estrito,
empreendida por agentes econômicos privados. A exclusividade da
prestação dos serviços públicos é expressão de uma situação de privilégio.
Monopólio e privilégio são distintos entre si; não se os deve confundir no
âmbito da linguagem jurídica, qual ocorre no vocabulário vulgar. 3. A
Constituição do Brasil confere à União, em caráter exclusivo, a exploração
do serviço postal e o correio aéreo nacional [artigo 20, inciso X]. 4. O
serviço postal é prestado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT,
empresa pública, entidade da Administração Indireta da União, criada pelo decreto-
lei n. 509, de 10 de março de 1.969. 5. É imprescindível distinguirmos o
regime de privilégio, que diz com a prestação dos serviços públicos, do
regime de monopólio sob o qual, algumas vezes, a exploração de atividade
econômica em sentido estrito é empreendida pelo Estado. 6. A Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos deve atuar em regime de exclusividade
na prestação dos serviços que lhe incumbem em situação de privilégio, o
privilégio postal. 7. Os regimes jurídicos sob os quais em regra são
prestados os serviços públicos importam em que essa atividade seja
desenvolvida sob privilégio, inclusive, em regra, o da exclusividade. 8.
Argüição de descumprimento de preceito fundamental julgada improcedente por
maioria. O Tribunal deu interpretação conforme à Constituição ao artigo 42 da Lei
n. 6.538 para restringir a sua aplicação às atividades postais descritas no artigo 9º
desse ato normativo. (ADPF 46 / DF, STF – Tribunal Pleno, Relator(a): Min. Marco
Aurélio, Relator(a) p/ Acórdão: Min. Eros Grau, Julgamento: 05.08.2009, DJe:
25.02.2010)
31
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E REGIME DE PRECATÓRIOS
Ementa: FINANCEIRO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. PAGAMENTO DE
VALORES POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL. INAPLICABILIDADE DO
REGIME DE PRECATÓRIO. ART. 100 DA CONSTITUIÇÃO. CONSTITUCIONAL
E PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL CUJA REPERCUSSÃO
GERAL FOI RECONHECIDA. Os privilégios da Fazenda Pública são inextensíveis às
sociedades de economia mista que executam atividades em regime de concorrência
ou que tenham como objetivo distribuir lucros aos seus acionistas. Portanto, a
empresa Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte não pode se
beneficiar do sistema de pagamento por precatório de dívidas decorrentes de
decisões judiciais (art. 100 da Constituição). Recurso extraordinário ao qual se nega
provimento. (RE 599628, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Relator(a) p/ Acórdão:
Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 25/05/2011, REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe- 17-10-2011)
- PRESCRIÇÃO QUINQUENAL - RECURSO REPETITIVO JULGADO PELO STJ
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA
(ARTIGO 543-C DO CPC). RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO
INDENIZATÓRIA. PRESCRIÇÃO. PRAZO QUINQUENAL (ART. 1º DO
DECRETO 20.910/32) X PRAZO TRIENAL (ART. 206, § 3º, V, DO CC).
PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL. ORIENTAÇÃO PACIFICADA NO ÂMBITO
DO STJ. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. A controvérsia do presente recurso
especial, submetido à sistemática do art. 543-C do CPC e da Res. STJ n 8/2008,
está limitada ao prazo prescricional em ação indenizatória ajuizada contra a
Fazenda Pública, em face da aparente antinomia do prazo trienal (art. 206, § 3º, V,
do Código Civil) e o prazo quinquenal (art. 1º do Decreto 20.910/32).2. O tema
analisado no presente caso não estava pacificado, visto que o prazo
prescricional nas ações indenizatórias contra a Fazenda Pública era
defendido de maneira antagônica nos âmbitos doutrinário e
jurisprudencial. Efetivamente, as Turmas de Direito Público desta Corte
Superior divergiam sobre o tema, pois existem julgados de ambos os
órgãos julgadores no sentido da aplicação do prazo prescricional trienal
previsto no Código Civil de 2002 nas ações indenizatórias ajuizadas contra
a Fazenda Pública. Nesse sentido, o seguintes precedentes: REsp 1.238.260/PB,
2ª Turma, Rel.Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 5.5.2011; REsp
1.217.933/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 25.4.2011; REsp
1.182.973/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 10.2.2011;REsp
1.066.063/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJe de 17.11.2008; EREspsim
32
1.066.063/RS, 1ª Seção, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 22/10/2009). A tese
do prazo prescricional trienal também é defendida no âmbito doutrinário, dentre
outros renomados doutrinadores: José dos Santos Carvalho Filho ("Manual de
Direito Administrativo", 24ª Ed., Rio de Janeiro: Editora Lumen Júris, 2011, págs.
529/530) e Leonardo José Carneiro da Cunha ("A Fazenda Pública em Juízo", 8ª ed,
São Paulo: Dialética, 2010, págs. 88/90).3. Entretanto, não obstante os
judiciosos entendimentos apontados, o atual e consolidado entendimento
deste Tribunal Superior sobre o tema é no sentido da aplicação do prazo
prescricional quinquenal - previsto do Decreto 20.910/32 - nas ações
indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública, em detrimento do prazo
trienal contido do Código Civil de 2002.4. O principal fundamento que
autoriza tal afirmação decorre da natureza especial do Decreto 20.910/32,
que regula a prescrição, seja qual for a sua natureza, das pretensões
formuladas contra a Fazenda Pública, ao contrário da disposição prevista
no Código Civil, norma geral que regula o tema de maneira genérica, a qual
não altera o caráter especial da legislação, muito menos é capaz de
determinar a sua revogação. Sobre o tema: Rui Stoco ("Tratado de
Responsabilidade Civil". Editora Revista dos Tribunais, 7ª Ed. - São Paulo, 2007;
págs. 207/208) e Lucas Rocha Furtado ("Curso de Direito Administrativo". Editora
Fórum, 2ª Ed. - Belo Horizonte, 2010; pág.1042).5. A previsão contida no art. 10
do Decreto 20.910/32, por si só, não autoriza a afirmação de que o prazo
prescricional nas ações indenizatórias contra a Fazenda Pública foi reduzido pelo
Código Civil de 2002, a qual deve ser interpretada pelos critérios histórico e
hermenêutico. Nesse sentido: Marçal Justen Filho ("Curso de Direito
Administrativo". Editora Saraiva, 5ª Ed. - São Paulo, 2010; págs. 1.296/1.299).6.
Sobre o tema, os recentes julgados desta Corte Superior: AgRg no AREsp
69.696/SE, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 21.8.2012; AgRg nos
EREsp 1.200.764/AC, 1ª Seção, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 6.6.2012;
AgRg no REsp 1.195.013/AP, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de
23.5.2012; REsp 1.236.599/RR, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de
21.5.2012;AgRg no AREsp 131.894/GO, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe
de 26.4.2012; AgRg no AREsp 34.053/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, DJe de 21.5.2012; AgRg no AREsp 36.517/RJ, 2ª Turma, Rel. Min.
Herman Benjamin, DJe de 23.2.2012; EREsp 1.081.885/RR, 1ª Seção, Rel. Min.
Hamilton Carvalhido, DJe de 1º.2.2011.7. No caso concreto, a Corte a quo, ao
julgar recurso contra sentença que reconheceu prazo trienal em ação indenizatória
ajuizada por particular em face do Município, corretamente reformou a sentença
para aplicar a prescrição quinquenal prevista no Decreto 20.910/32, em manifesta
sintonia com o entendimento desta Corte Superior sobre o tema.8. Recurso especial
não provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da
Resolução STJ 08/2008.(REsp 1251993/PR, STJ – Primeira Seção, Rel. Min. MAURO
CAMPBELL MARQUES, , julgado em 12/12/2012, DJe 19/12/2012)
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Tema 115 - Aplicação da imunidade tributária recíproca às sociedades de economia mista que prestam serviços de saúde exclusivamente pelo SUS.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE
ECONOMIA MISTA. SERVIÇOS DE SAÚDE. 1. A saúde é direito fundamental de todos e dever do Estado (arts. 6º e 196 da Constituição Federal). Dever que é cumprido por meio de ações e serviços que, em face de sua prestação pelo Estado
mesmo, se definem como de natureza pública (art. 197 da Lei das leis). 2 . A prestação de ações e serviços de saúde por sociedades de economia mista
corresponde à própria atuação do Estado, desde que a empresa estatal não tenha por finalidade a obtenção de lucro. 3. As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal,
gozam da imunidade tributária prevista na alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. 3. Recurso extraordinário a que se dá provimento, com
repercussão geral. (RE 580264, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 16/12/2010, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe- 06-10-2011)
Tema 235 - Imunidade tributária das atividades exercidas pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT.
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 3. Distinção, para fins de tratamento normativo,
entre empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de atividade. Precedentes. 4. Exercício simultâneo de atividades em
regime de exclusividade e em concorrência com a iniciativa privada. Irrelevância. Existência de peculiaridades no serviço postal. Incidência da imunidade prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal. 5. Recurso extraordinário conhecido e
provido. (RE 601392, STF – Tribunal Pleno - Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em
28/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe 05-06-2013)
SOBRE ANUIDADE DOS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO Tema 540 - Fixação de anuidade por conselhos de fiscalização profissional
EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DE ANUIDADE DE CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. DISCUSSÃO
ACERCA DA NATUREZA JURÍDICA DESSA ANUIDADE E DA POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE SEU VALOR POR MEIO DE RESOLUÇÃO INTERNA DE CADA CONSELHO. NECESSIDADE DE COMPOSIÇÃO DE PRINCÍPIOS E REGRAS CONSTITUCIONAIS.
MATÉRIA PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA ESFERA DE INTERESSE DE MILHARES DE PESSOAS. TEMA COM REPERCUSSÃO
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GERAL. (ARE 641243 RG, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 19/04/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe 30-04-2012 )
REPERCUSSÃO GERAL SEM MÉRITO JULGADO SOBRE ECT’ Tema 402 - Imunidade tributária recíproca quanto à incidência de ICMS
sobre o transporte de encomendas pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT EMENTA TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. EMPRESA BRASILEIRA DE
CORREIOS E TELÉGRAFOS. EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇOS PÚBLICOS. ICMS. INCIDÊNCIA. TRANSPORTE DE BENS E MERCADORIAS SOB O
REGIME DE CONCORRÊNCIA. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.(RE 627051 RG, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 26/05/2011, DJe 16-06-2011)
Tema 644 - Imunidade tributária recíproca quanto ao Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana – IPTU incidente sobre imóveis de
propriedade da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. EMENTA REPERCUSSÃO GERAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS (ECT). IMUNIDADE RECÍPROCA (ART. 150, VI, A, CF).
RELEVÂNCIA ECONÔMICA SOCIAL E JURÍDICA DA CONTROVÉRSIA. RECONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO.
PRECEDENTES DA CORTE. RECONHECIMENTO DA IMUNIDADE RECÍPROCA. RATIFICAÇÃO DO ENTENDIMENTO. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO
PROCEDIMENTO DA REPERCUSSÃO GERAL (ART. 543-B, CPC). 1. Perfilhando a cisão estabelecida entre prestadoras de serviço público e exploradoras de atividade econômica, esta Corte sempre concebeu a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos como uma empresa prestadora de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. Precedentes. 2. No tocante aos tributos
incidentes sobre o patrimônio das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde a ACO nº 765, de relatoria do Ministro Marco Aurélio, na qual se tratava da imunidade da ECT relativamente a veículos de sua propriedade, iniciou-
se, no Tribunal, a discussão sobre a necessidade de que a análise da capacidade contributiva para fins de imunidade se dê a partir da materialidade do tributo. 3.
Capacidade contributiva que deve ser aferida a partir da propriedade imóvel individualmente considerada e não sobre todo o patrimônio do contribuinte. Noutras palavras, objetivamente falando, o princípio da capacidade contributiva deve
consubstanciar a exteriorização de riquezas capazes de suportar a incidência do ônus fiscal e não sobre outros signos presuntivos de riqueza. 4. No julgamento da
citada ACO nº 765/RJ, em virtude de se tratar, como no presente caso, de imunidade tributária relativa a imposto incidente sobre a propriedade, entendeu a Corte, quanto ao IPVA, que não caberia fazer distinção entre os veículos afetados
ao serviço eminentemente postal e o que seria de atividade econômica. 5. Na dúvida suscitada pela apreciação de um caso concreto, acerca de quais imóveis
estariam afetados ao serviço público e quais não, não pode ser sacrificada a imunidade tributária do serviço público, sob pena de restar frustrada a integração nacional. 6. Mesmo no que concerne a tributos cuja materialidade envolva a própria
atividade da ECT, tem o Plenário da Corte reconhecido a imunidade tributária a essa empresa pública, como foi o caso do ISS, julgado no RE nº 601.392/PR,
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Tribunal Pleno, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, redator para acórdão o Ministro Gilmar Mendes, julgado em 1/3/13. 7. Manifesto-me pela existência de repercussão
geral da matéria constitucional e pela ratificação da pacífica jurisprudência deste Tribunal sobre o assunto discutido no apelo extremo e, em consequência, conheço do agravo, desde já, para negar provimento ao recurso extraordinário. (ARE
643686 RG, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 11/04/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe 06-05-2013 )
LICITAÇÃO E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 9.637, DE 15 DE MAIO DE 1.998. QUALIFICAÇÃO DE ENTIDADES COMO
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS. INCISO XXIV DO ARTIGO 24 DA LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1.993, COM A REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI N. 9.648, DE 27 DE MAIO DE 1.998. DISPENSA DE LICITAÇÃO. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO DISPOSTO NOS
ARTIGOS 5º; 22; 23; 37; 40; 49; 70; 71; 74, § 1º E 2º; 129; 169, § 1º; 175, CAPUT; 194; 196; 197; 199, § 1º; 205; 206; 208, § 1º E 2º; 211, § 1º; 213; 215,
CAPUT; 216; 218, §§ 1º, 2º, 3º E 5º; 225, § 1º, E 209. INDEFERIMENTO DA MEDIDA CAUTELAR EM RAZÃO DE DESCARACTERIZAÇÃO DO PERICULUM IN MORA. 1. Organizações Sociais --- pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
direcionadas ao exercício de atividades referentes a ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e
saúde. 2. Afastamento, no caso, em sede de medida cautelar, do exame das razões atinentes ao fumus boni iuris. O periculum in mora não resulta no caso caracterizado, seja mercê do transcurso do tempo --- os atos normativos
impugnados foram publicados em 1.998 --- seja porque no exame do mérito poder-se-á modular efeitos do que vier a ser decidido, inclusive com a definição de
sentença aditiva. 3. Circunstâncias que não justificariam a concessão do pedido liminar. 4. Medida cautelar indeferida. (ADI 1923 MC, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EROS GRAU (ART.38,IV,b, DO RISTF),
Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2007, DJ:21-09-2007)
POSIÇÃO DO STJ SOBRE LICITAÇÃO E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE GESTÃO. LICITAÇÃO. DISPENSA.1. O contrato
de gestão administrativo constitui negócio jurídico criado pela Reforma Administrativa Pública de 1990.2. A Lei n. 8.666, em seu art. 24, inciso XXIV, dispensa licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.3. Instituto Candango de
Solidariedade (organização social) versus Distrito Federal. Legalidade de contrato de gestão celebrado entre partes.4. Ausência de comprovação de prejuízo para a Administração em razão do contrato de gestão firmado.5. A Ação Popular exige,
para sua procedência, o binômio ilicitude e lesividade.6. Recurso especial improvido.(REsp 952899/DF, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 03/06/2008, DJe 23/06/2008)
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EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 9.637, DE 15 DE MAIO DE 1.998.
QUALIFICAÇÃO DE ENTIDADES COMO ORGANIZAÇÕES SOCIAIS. INCISO
XXIV DO ARTIGO 24 DA LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1.993, COM A
REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI N. 9.648, DE 27 DE MAIO DE 1.998.
DISPENSA DE LICITAÇÃO. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO DISPOSTO NOS
ARTIGOS 5º; 22; 23; 37; 40; 49; 70; 71; 74, § 1º E 2º; 129; 169, § 1º; 175,
CAPUT; 194; 196; 197; 199, § 1º; 205; 206; 208, § 1º E 2º; 211, § 1º; 213;
215, CAPUT; 216; 218, §§ 1º, 2º, 3º E 5º; 225, § 1º, E 209.
INDEFERIMENTO DA MEDIDA CAUTELAR EM RAZÃO DE
DESCARACTERIZAÇÃO DO PERICULUM IN MORA. 1. Organizações Sociais ---
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, direcionadas ao exercício
de atividades referentes a ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico,
proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. 2. Afastamento, no
caso, em sede de medida cautelar, do exame das razões atinentes ao fumus boni
iuris. O periculum in mora não resulta no caso caracterizado, seja mercê do
transcurso do tempo --- os atos normativos impugnados foram publicados em
1.998 --- seja porque no exame do mérito poder-se-á modular efeitos do que vier a
ser decidido, inclusive com a definição de sentença aditiva. 3. Circunstâncias que
não justificariam a concessão do pedido liminar. 4. Medida cautelar indeferida.
(ADI 1923 MC, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EROS
GRAU (ART.38,IV,b, DO RISTF), Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2007, DJe-106
DIVULG-20-09-2007 PUBLIC-21-09-2007 DJ 21-09-2007 PP-00020 EMENT VOL-
02290-01 PP-00078 RTJ VOL-00204-02 PP-00575)
Competência para ações ordinárias contra o CNJ
DECISÃO: vistos, etc. Trata-se de ação cautelar preparatória, com pedido de liminar, proposta contra o Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Ação em que o autor
aponta a competência originária desta Suprema Corte, com fundamento na alínea “r” do inciso I do art. 103-B da Constituição Federal. Dispositivo cuja dicção é a seguinte: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: [...] r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do
Ministério Público; ” 2. Pois bem, uma leitura apressada do texto constitucional pode levar à conclusão de que esta nossa Corte é competente para processar e julgar toda e qualquer demanda em que se discuta ato do CNJ. Sucede que um dos
pressupostos de constituição válida e regular da relação jurídica processual é justamente a capacidade de ser parte ou legitimatio ad processum. Capacidade de
ser parte que ordinariamente só é reconhecida às pessoas físicas ou jurídicas, e não a meros órgãos. 3. Ora, o CNJ é um órgão do Poder Judiciário, nos termos do inciso I-A do art. 92 da Magna Lei. Donde se concluir que é a União, e não o CNJ, a
pessoa legitimada a figurar no pólo passivo de ações ordinárias em que se
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questionem atos daquele Conselho. Pólo passivo em que a União deve comparecer representada pela sua Advocacia-Geral, como determina a cabeça do art. 131 da
Lei Maior. 4. Por óbvio, essa não é a interpretação quando se cuide de mandado de segurança, mandado de injunção e habeas data contra atos do CNJ. Nessas hipóteses, o pólo passivo é ocupado diretamente por aquele Conselho ou pelo seu
presidente, como autoridade impetrada, ainda que a União figure como parte. Isso diante da chamada personalidade judiciária que é conferida aos órgãos das pessoas
político-administrativas para defesa de seus atos e prerrogativas nessas ações constitucionais mandamentais. 5. Nessa linha de raciocínio, o Supremo Tribunal Federal deu-se por incompetente para processar e julgar ações populares contra
atos do CNJ, situação semelhante à tratada nestes autos. Refiro-me à Questão de Ordem na Pet 3674, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence (julgamento
unânime). Em seu voto, Sua Excelência assim expôs a questão: “A EC 45/04 inseriu no rol de competências originárias do Supremo Tribunal, enumeradas no art. 102 da Constituição, a alínea ‘r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra
o Conselho Nacional do Ministério Público;’ 02. Dado que ditos conselhos não constituem pessoas jurídicas, mas, sim, órgãos do Poder Judiciário e do Ministério
Público da União, duas leituras se oferecem à demarcação do alcance da nova cláusula da competência originária do Supremo: a) a primeira, restritiva, nela compreenderia apenas as ações nas quais – segundo o entendimento dominante,
submisso à doutrina dos writs do direito anglo-americano – o órgão e não a pessoa jurídica seria a parte legitimada a figurar no pólo passivo da relação processual:
assim, o mandado de segurança, o de injunção, o habeas corpus e o habeas data; b) a outra, mais ampla, atrairia para o Supremo qualquer processo no qual esteja
em causa a revisão jurisdicional de atos dos referidos colegiados do chamado ‘controle externo’ do Poder Judiciário ou do Ministério Público. 03. Nenhuma dessas duas inteligências possíveis do novo art. 102, I, r, da Lei Fundamental, no entanto,
é capaz de abarcar a ação popular, ainda quando nela se visar à declaração de nulidade do ato de qualquer um dos conselhos nela referidos. [...] 09. O que
importa, no entanto, é que, de qualquer modo, não se cuidaria de ação ‘contra o Conselho Nacional do Ministério Público’, mas de demanda que haveria de ser proposta contra a União e os membros daquele colegiado que – tendo composto a
maioria na deliberação questionada – houvessem concorrido efetivamente para a edição dela.” 6. Ainda quanto à competência deste nosso Supremo Tribunal, cito o
precedente Pet 3986 AgR, da relatoria do Min. Ricardo Lewandowski (julgamento unânime): “EMENTA: PETIÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA CONTRA DECISÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. INCOMPETÊNCIA, EM SEDE ORIGINÁRIA, DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. I- Nos termos do art. 102 e incisos da Magna Carta, esta Suprema Corte não detém competência originária para processar e julgar
ações civis públicas. II - Precedentes. III - Agravo desprovido.” Ante o exposto, não conheço da ação, por motivo de manifesta incompetência deste Supremo Tribunal Federal. Por conseguinte, determino a remessa dos autos à Seção Judiciária do
Ceará. Tudo nos termos do § 1º do art. 21 do RISTF. Publique-se. Brasília, 10 de fevereiro de 2011. Ministro A YRES B RITTO Relator (AC 2803, Relator(a): Min.
AYRES BRITTO, julgado em 10/02/2011, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-032 DIVULG 16/02/2011 PUBLIC 17/02/2011)
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DECIS ÃO: vistos, etc. Trata-se de ação cautelar preparatória, com pedido de liminar, proposta contra o Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Ação em que o autor
aponta a competência originária desta Suprema Corte, com fundamento na alínea “r” do inciso I do art. 103-B da Constituição Federal. Dispositivo cuja dicção é a seguinte: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: [...] r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do
Ministério Público; ” 2. Pois bem, uma leitura apressada do texto constitucional pode levar à conclusão de que esta nossa Corte é competente para processar e julgar toda e qualquer demanda em que se discuta ato do CNJ. Sucede que um dos
pressupostos de constituição válida e regular da relação jurídica processual é justamente a capacidade de ser parte ou legitimatio ad processum. Capacidade de
ser parte que ordinariamente só é reconhecida às pessoas físicas ou jurídicas, e não a meros órgãos. 3. Ora, o CNJ é um órgão do Poder Judiciário, nos termos do inciso I-A do art. 92 da Magna Lei. Donde se concluir que é a União, e não o CNJ, a
pessoa legitimada a figurar no pólo passivo de ações ordinárias em que se questionem atos daquele Conselho. Pólo passivo em que a União deve comparecer
representada pela sua Advocacia-Geral, como determina a cabeça do art. 131 da Lei Maior. 4. Por óbvio, essa não é a interpretação quando se cuide de mandado de segurança, mandado de injunção e habeas data contra atos do CNJ. Nessas
hipóteses, o pólo passivo é ocupado diretamente por aquele Conselho ou pelo seu presidente, como autoridade impetrada, ainda que a União figure como parte. Isso
diante da chamada personalidade judiciária que é conferida aos órgãos das pessoas político-administrativas para defesa de seus atos e prerrogativas nessas ações
constitucionais mandamentais. 5. Nessa linha de raciocínio, o Supremo Tribunal Federal deu-se por incompetente para processar e julgar ações populares contra atos do CNJ, situação semelhante à tratada nestes autos. Refiro-me à Questão de
Ordem na Pet 3674, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence (julgamento unânime). Em seu voto, Sua Excelência assim expôs a questão: “A EC 45/04 inseriu
no rol de competências originárias do Supremo Tribunal, enumeradas no art. 102 da Constituição, a alínea ‘r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;’ 02. Dado que ditos conselhos não
constituem pessoas jurídicas, mas, sim, órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público da União, duas leituras se oferecem à demarcação do alcance da nova
cláusula da competência originária do Supremo: a) a primeira, restritiva, nela compreenderia apenas as ações nas quais – segundo o entendimento dominante, submisso à doutrina dos writs do direito anglo-americano – o órgão e não a pessoa
jurídica seria a parte legitimada a figurar no pólo passivo da relação processual: assim, o mandado de segurança, o de injunção, o habeas corpus e o habeas data;
b) a outra, mais ampla, atrairia para o Supremo qualquer processo no qual esteja em causa a revisão jurisdicional de atos dos referidos colegiados do chamado ‘controle externo’ do Poder Judiciário ou do Ministério Público. 03. Nenhuma dessas
duas inteligências possíveis do novo art. 102, I, r, da Lei Fundamental, no entanto, é capaz de abarcar a ação popular, ainda quando nela se visar à declaração de
nulidade do ato de qualquer um dos conselhos nela referidos. [...] 09. O que importa, no entanto, é que, de qualquer modo, não se cuidaria de ação ‘contra o Conselho Nacional do Ministério Público’, mas de demanda que haveria de ser
proposta contra a União e os membros daquele colegiado que – tendo composto a maioria na deliberação questionada – houvessem concorrido efetivamente para a
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edição dela.” 6. Ainda quanto à competência deste nosso Supremo Tribunal, cito o precedente Pet 3986 AgR, da relatoria do Min. Ricardo Lewandowski (julgamento
unânime): “EMENTA: PETIÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA CONTRA DECISÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. INCOMPETÊNCIA, EM SEDE ORIGINÁRIA, DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. I- Nos termos do art. 102 e incisos da Magna Carta,
esta Suprema Corte não detém competência originária para processar e julgar ações civis públicas. II - Precedentes. III - Agravo desprovido.” Ante o exposto, não
conheço da ação, por motivo de manifesta incompetência deste Supremo Tribunal Federal. Por conseguinte, determino a remessa dos autos à Seção Judiciária do Ceará. Tudo nos termos do § 1º do art. 21 do RISTF. Publique-se. Brasília, 10 de
fevereiro de 2011. Ministro A YRES B RITTO Relator(AC 2804, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, julgado em 10/02/2011, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-032 DIVULG 16/02/2011 PUBLIC 17/02/2011)
REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 667.958-MG
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES
Recurso Extraordinário. 2. Análise da possibilidade de os entes federativos,
empresas e entidades públicas ou privadas entregarem diretamente suas guias ou boletos de cobranças aos contribuintes ou consumidores 3. Recurso
Extraordinário em que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos sustenta violação ao artigo 21, X, da Constituição Federal, segundo o qual
compete à União manter o serviço postal e o correio aéreo nacional. 4. Razões recursais que também sustentam ofensa aos arts. 170 e 175 da CF.
5. Tema que diz respeito à organização político-administrativa do Estado, alcançando, portanto, relevância econômica, política e jurídica, que
ultrapassa os interesses subjetivos da causa. 6. Repercussão Geral reconhecida.
DJe de 30 de abril a 4 de maio de 2012
REPERCUSSÃO GERAL EM ARE N. 641.243-PR
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI
EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE
INEXIGIBILIDADE DE ANUIDADE DE CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. DISCUSSÃO ACERCA DA NATUREZA JURÍDICA DESSA
ANUIDADE E DA POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE SEU VALOR POR MEIO DE RESOLUÇÃO INTERNA DE CADA CONSELHO. NECESSIDADE DE
COMPOSIÇÃO DE PRINCÍPIOS E REGRAS CONSTITUCIONAIS. MATÉRIA PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA
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ESFERA DE INTERESSE DE MILHARES DE PESSOAS. TEMA COM REPERCUSSÃO GERAL.
QUESTÕES SOBRE O ASSUNTO
1 - Q413747 ( Prova: TRT 23R (MT) - 2014 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Juiz
Substituto / Direito Administrativo / Organização da administração pública;
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista; )
Sobre as empresas públicas e sociedades de economia mista, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) Empresa pública é pessoa jurídica criada por autorização legal como
instrumento de ação do Estado, detendo personalidade jurídica de Direito
Privado, cujo capital é formado exclusivamente por recursos de pessoas de
Direito Público interno ou de pessoas de suas Administrações indiretas, com
predominância acionária na Administração direta;
b) Sociedade de economia mista é pessoa jurídica criada por autorização
legal, com personalidade de Direito Privado, cujas ações com direito a voto
pertencem em sua maioria à administração direta ou indireta, com
remanescente acionário de propriedade particular;
c) As Sociedades de economia mista podem adotar qualquer forma societária
admitida cm Direito ao passo que as empresas públicas terão
obrigatoriamente a forma de sociedade anônima;
d) Há dois tipos fundamentais de empresas públicas e sociedades de
economia mista: as exploradoras de atividade econômica e aquelas
prestadoras de serviços públicos ou coordenadoras de obras públicas;
e) Quanto ao regime jurídico das empresas estatais (empresas públicas e
sociedades de economia mista), o controle sobre elas é feito pelo Ministro a
cuja Pasta estejam vinculadas, cabendo a ele, diretamente ou por meio de
órgãos superiores do Ministério, orientá-las, coordená-las e controlá-las.
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2 - Q378646 ( Prova: FCC - 2014 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho /
Direito Administrativo / Organização da administração pública; Administração
Indireta; )
Ao criar uma entidade da Administração indireta, o ente político pode optar por
constituí-la sob regime de direito privado. Dentre as entidades que podem ser
instituídas sob tal regime, estão
a) as autarquias, as fundações e as agências executivas.
b) as sociedades de economia mista, os consórcios públicos e as fundações.
c) as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as agências
reguladoras.
d) as autarquias corporativas, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista.
e) as agências reguladoras, as sociedades de economia mista e as
fundações.
3 - Q378647 ( Prova: FCC - 2014 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho /
Direito Administrativo / Organização da administração pública; Administração
Indireta; Autarquias; )
O status de “agência executiva” constitui uma qualificação criada pela chamada
“reforma gerencial” da Administração pública federal. NÃO é característica típica de
tal figura jurídica,
a) a necessidade de elaboração de um plano estratégico de reestruturação e
de desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade da
gestão e para a redução de custos da entidade candidata à qualificação.
b) a ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira do órgão
ou entidade assim qualificado.
c) a outorga de tal qualificação por decreto presidencial.
d) a exigência de prévia celebração de contrato de gestão com o respectivo
Ministério supervisor, para obtenção da qualificação.
e) a previsão de mandato fixo aos seus dirigentes, vedada a sua
exoneração ad nutum.
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4 - Q425144 ( Prova: TRT 14R - 2014 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Juiz do
Trabalho / Direito Administrativo / Organização da administração pública;
Administração Indireta; )
A Administração Federal Indireta compreende as autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas. Quanto a elas,
é INCORRETO afirmar que:
a) É considerada autarquia o serviço autônomo, criado por lei, com
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada;
b) Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei
para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a
exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo
revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito;
c) A sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade
econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a
voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração
Indireta;
d) A fundação pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de
direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização
legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução
por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa,
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes;
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
ATENÇÃO: Esta questão foi anulada pela banca que organizou o concurso.")
5 - Q377261 ( Prova: TRT 3R - 2014 - TRT - 3ª Região (MG) - Juiz do Trabalho /
Direito Administrativo / Organização da administração pública; Empresas Públicas
e Sociedades de Economia Mista; )
Nos termos dos §§1º e 2º do art. 173 da Constituição da República, é correto
afirmar que a “lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade
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de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços” e:
a) Disporá sobre a licitação e contratação de obras, serviços, compras e
alienações, observados os princípios da administração pública.
b) Disporá sobre os mandatos, a avaliação de desempenho e a
responsabilidade dos servidores.
c) Disporá sobre a constituição e o funcionamento dos conselhos de
administração e fiscal, sem a participação de acionistas minoritários.
d) Disporá sobre a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas
públicas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários.
e) Disporá que as empresas públicas e as sociedades de economia mista
poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
6 - Q363932 ( Prova: TRT 2R (SP) - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Juiz do
Trabalho / Direito Administrativo / Entidades paraestatais ou terceiro setor;
Organização da administração pública; )
Em relação às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP,
aponte a alternativa incorreta:
a) As entidades que não distribuam entre os seus sócios ou associados,
conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes
operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou
parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas
atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto
social são qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público.
b) As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP poderão
relacionar- se com o Poder Público por meio de parcerias para formação de
vínculo de cooperação com objetivo de executar promoção gratuita da
educação e saúde.
c) Os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria
profissional poderão ser qualificados como Organizações da Sociedade Civil
de Interesse Público
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d) Havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem
pública, os responsáveis pela fiscalização deverão comunicar o Ministério
Público para que possa ingressar com a medida adequada a fim de promover
a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos
bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que
possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
e) A certificação dada pelo Ministério da Justiça às pessoas jurídicas de
direito privado sem fins lucrativos, não poderá ser conferida a fundações,
sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público
ou por fundações públicas.
GABARITOS:
1 - C 2 - B 3 - E 4 - A 5 - A 6 - C
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