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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Produção Didático-Pedagógica
Unidade Didática
Professor PDE: Léslier Maria Pelegrini
Professor (a) Orientador (a): Ieda Parra Barbosa Rinaldi
Área PDE: Educação Física
NRE: Maringá
IES Vinculada: Universidade Estadual de Maringá - UEM
Escola de Implementação: Escola Estadual Cecília Meireles - EF
Público objeto da intervenção: 8º ano
Tema: DANÇA FOLCLÓRICA.
Título: ROSEIRA DO PARANÁ: RESGATE DE UMA DANÇA DO FOLCLORE
PARANAENSE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.
1 FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Título: ROSEIRA DO PARANÁ: RESGATE DE UMA DANÇA DO FOLCLORE PARANAENSE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.
Autor
Léslier Maria Pelegrini
Disciplina/Área
Educação Física
Escola de implementação Projeto e sua localização
Escola Estadual Cecília Meireles – EF Rua Londrina, 989
Município da escola
Santa Fé
Núcleo Regional de Educação
Maringá
Professor Orientador
Ieda Parra Barbosa Rinaldi
Instituição de Ensino Superior
UEM
Relação Interdisciplinar
Artes
Resumo
Este trabalho trata de dança folclórica, mais especificamente do folclore paranaense. A dança está presente na história do homem desde a Pré-história, surge da necessidade de expressão do homem, pois sempre esteve presente nos momentos solenes da humanidade, assim [...] “das cavernas à era dos computadores a dança fez e continua fazendo história” (SBORQUIA e
GALLARDO, 2006, p.87). De acordo com Moreira (2004), a prática da dança nas aulas de educação física deve propiciar o construir de uma cultura reflexiva. O movimento pelo movimento precisa ser banido e a aula de dança deve ser um espaço para a transformação dos alunos. Segundo Ferreira (2008, p.11) “Urge a necessidade de se trabalhar o ensino da dança folclórica de forma crítica e transformadora, buscando um diálogo entre o mundo da dança e o mundo vivido pelo aluno, utilizando-a
como um meio para ampliar a visão do aluno, para que o mesmo seja um agente transformador da sociedade objetivando sua transcendência”. Em se tratando da dança folclórica Roseira do Paraná, os registros e bibliografias são quase inexistentes. Encontramos a dança Roseira no rol de danças folclóricas do Rio Grande do Sul, apresentando as mesmas características e com coreografia semelhante à Roseira do Paraná, o que nos faz acreditar que esta tenha sido trazida ao nosso estado através dos imigrantes gaúchos. Em resumo, este trabalho visa resgatar, conhecer, aprender e apresentar esta dança folclórica em uma turma de oitavo ano desta escola.
Palavras-chave (3 a 5 palavras)
Aluno, folclore, dança folclórica, Paraná, Roseira do Paraná.
Formato do Material Didático
Unidade Didática.
Público Alvo
Alunos do 8º ano do ensino fundamental.
2 APRESENTAÇÃO
A Dança sempre fez parte do currículo escolar, dos conteúdos a serem
trabalhados na educação física e oferece uma gama de opções aos
profissionais da área, visto que são inúmeras as tendências, os estilos, as
escolas, as origens, a cultura, a criatividade e costumes de cada povo, de cada
região que podem ser pesquisados e aplicados na escola.
A partir das Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do
Paraná (2008), os saberes curriculares não se restringem apenas a quatro
modalidades coletivas tradicionais, nem tampouco a uma visão puramente
biológica do ser humano, mas que o considera, por sua vez, um sujeito
histórico, que se relaciona socialmente e “que atua no mundo a partir do
modo como o compreende e como lhe é possível participar” (PARANÁ,
2008, p.14).
Quanto aos conhecimentos de grande amplitude que identificam o
campo de estudos da Educação Física, encontra-se o esporte, os jogos e
brincadeiras, a ginástica, as lutas e as danças, sendo denominados como
conteúdos estruturantes. Entretanto, mesmo a dança sendo um dos conteúdos
estruturantes, grande parte dos professores de educação física opta por não
incluí-la em seu planejamento anual, justificando não serem capacitados para
abordarem tal modalidade, visto que o tema os remete às grandes
apresentações artísticas, o que, na realidade, não deveria ser o objetivo de tal
conteúdo. Em pesquisa realizada por Sborquia e Gallardo (2006), os
professores relatam que optam por trabalhar com as danças midiáticas porque
os alunos as preferem, negligenciando dessa forma, o trabalho com as danças
folclóricas. Nesse sentido, faz-se necessário um resgate do folclore, dos
costumes e tradições, do regionalismo, do respeito e valorização ao que existe
de registros.
No Paraná, um estudo feito por Marconi e Lakatos (2000), que
investigou jornais e fontes online do Governo do Estado do Paraná cita que a
dança (fandango) chegou ao Paraná no litoral com os primeiros casais de
colonos açorianos que, em contato com os silvícolas e com forte influência
espanhola, começam a bater o fandango.
Faz-se necessário investir neste vasto e atrativo tema da Educação
Física e, desta forma, a presente proposta nos remete ao folclore e, mais
especificamente, ao folclore paranaense, posto que “[...] o folclore existe e
integra a cultura de uma dada sociedade, podendo ser visto como
sinônimo de cultura popular.” (LARA, 2008, p.09).
Como consta nos DCEs (2010), a educação física deve ser trabalhada a
partir dos eixos norteadores: danças, esportes, jogos, lutas e brincadeiras, e
todos devem ter a mesma importância dentro das aulas de educação física.
Mas o professor da área que atua nas escolas públicas sabe que a realidade é
bem distante do que nos é proposto. Daí nossa preocupação em desenvolver
no PDE atividades relacionadas à dança folclórica do Paraná, acreditando que
quando oferecemos condições do aluno conhecer mais profundamente
determinado conteúdo, existe maior possibilidade de despertar seu interesse
em pesquisar e aprender.
Como vimos no resumo acima, os registros e bibliografias a respeito da
dança Roseira do Paraná são bastante escassos. Conhecemos mais
especificamente o que nos foi passado no decorrer dos anos trabalhando com
as danças folclóricas, quase que tão somente na prática e comentários
informais. Encontramos a dança Roseira no rol de danças folclóricas do Rio
Grande do Sul, apresentando as mesmas características da Roseira do
Paraná, o que nos faz acreditar que esta tenha sida trazida ao nosso estado
através dos imigrantes gaúchos. No que tange aos gaúchos, na Paraná,
Nadalin (2001) afirma que uma das principais causas da cultura gaúcha ter se
fixado no Paraná deve-se ao fato de que este estado foi cortado pelos
caminhos dos tropeiros gaúchos, onde muitos desistiram de sua profissão
andarilha e se firmaram em solo paranaense. O êxodo no início do Século XX
também trouxe muitos gaúchos do Rio Grande do Sul para o Paraná, os quais
vinham em busca de vida melhor.
Dentro do folclore gaúcho a dança sempre ocupou um espaço
privilegiado. Alguns dos ritmos dançados pelos gaúchos são: o bugio,
rancheira, chamamé, vaneira e valsa. Na dança folclórica os ritmos são os
mesmos, mas com coreografias mais elaboradas e técnicas, sendo as
principais: Anu, Balaio, Cana Verde, Chimarrita, Chula, Dança dos Facões, Pau
de Fitas, Pezinho, Roseira, Tatú com volta no meio e Tirana do Lenço
(CORTES, 2010).
E neste contesto, percebendo o pouco interesse dos alunos em
aprenderem danças do folclore paranaense, decidiu-se resgatar a dança
Roseira do Paraná com sua história, coreografia, vestimenta e adereços, no
intuito de que, aos pares e vivenciando uma dança alegre e festiva num grande
grupo, possam lançar um novo olhar sobre este fandango do nosso estado.
Então, dentro da realidade escolar da Escola Estadual Cecília Meireles
do Município de Santa Fé, percebemos a necessidade de resgatar estes
valores e desenvolver com os alunos do oitavo ano esta atividade
enriquecedora em termos de conhecimento e vivência desta dança folclórica.
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Dança na escola
O trabalho com dança na escola é bastante importante visto que
favorecerá aos alunos maior conhecimento do seu corpo, suas possibilidades
de movimento, compreensão das relações que se dão entre o fazer, o
conhecer, o interpretar e o apreciar a dança. A dança não é só vista como
expressões do movimento e do indivíduo, mas, também, como criação ou
aprendizado de um determinado vocabulário de movimentos (Marques, 2003,
p. 23).
Em 1997 a Dança foi incluída nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) e ganhou reconhecimento nacional como forma de conhecimento a ser
trabalhado na escola. A partir daí passaram a acontecer muitos congressos,
simpósios, encontros e cursos de capacitação a respeito da dança. E os cursos
universitários a incluíram em seus currículos de graduação e pós-graduação.
(Marques, 2003, p.15). No espaço escolar ela jamais deverá ser trabalhada na
intenção de se formar dançarinos. Seu objetivo deverá ser o de fazer com que
o aluno conheça mais a si mesmo, a seus colegas, as limitações e dificuldades
que surgem, a maneira de expressar sentimentos, a liberdade para criar, a
aquisição de valores e do prazer em dançar. Segundo Barreto (2004, p.69), a
dança poderá ser trabalhada na escola através dos jogos, brincadeiras,
interpretações, improvisações, atividades inspiradas no cotidiano, modos de
expressões, ritmo individual e outras atividades, o que contribui para a
formação física e cultural dos alunos. E nestas atividades, pode-se enfatizar
particularmente o estudo das danças folclóricas de sua região, por nelas
estarem presentes a cultura e a história de seus antecessores, motivando o
aluno a inteirar-se de fatos, registros, costumes e festividades que seus pais e
avós poderão comentar e enriquecer seus estudos.
A aplicação da dança pelo professor deverá ser feita através de suas
experiências criativas ou pela redescoberta da expressão estética do
movimento, pelas possibilidades de comunicação não verbal com seus
semelhantes, o que possibilitará tornar a dança disponível para o máximo
possível de pessoas, sem o caráter elitista, fazendo com que cada um possa
dançar dentro dos limites de sua capacidade (NANNI, 1995, p.133).
Citando Verderi (2000), a escola tem o papel de construir conhecimento,
e a dança deve ser um elemento essencial neste processo, uma vez que
trabalha com diversos campos inerentes ao desenvolvimento do ser humano.
Folclore e Dança Folclórica
Para compreendermos a importância da dança folclórica no processo de
aprendizagem do indivíduo precisamos realizar uma abordagem a respeito do
conceito de folclore e sua importância na história. Segundo Giffoni (1951), a
palavra “folklore” foi publicada pela primeira vez no dia vinte e dois de agosto
de 1846, sendo derivada da fusão da palavra “folk”, que nos dialetos anglo-
saxônicos quer dizer povo, e “lore”, no sentido do saber, isto é, no sentido
tradicional do saber do povo. A cultura é uma dimensão da realidade social, a
dimensão não material, uma dimensão totalizadora, pois engloba os vários
aspectos da realidade, os quais são construídos pelas ações dos próprios
homens.
Faz-se necessário levar ao aluno as possibilidades de conhecer e
vivenciar o folclore. Neste caso específico, favorecer seu conhecimento a
respeito das danças folclóricas. Nesta perspectiva podemos citar Megale
(2000) quando afirma que, além de trazer benefícios culturais, o folclore ajuda
também a compreender os problemas da sociedade, por refletir os
conhecimentos aceitos pelos antepassados e transmitidos à geração moderna,
que é ao mesmo tempo fiel ao passado e alerta às solicitações do presente.
Sendo a escola o lugar onde se vive e se conhece o saber popular e
onde se transmitem os conhecimentos acadêmicos, seja no desenvolvimento
de um jogo, de uma dança, de técnicas variadas ou outras formas de
atividades, é preciso valorizar ainda mais este espaço de crescimento, pois,
segundo Pinto (1983), o incentivo ao folclore na escola foi fortalecido pela Lei
5.692 de 11/08/1971, que sugere a inserção do folclore brasileiro em todos os
graus da educação.
O estudo do folclore é fundamental para caracterizar a formação cultural
de um povo e de seu passado, além de revelar a cultura popular vigente, pois
um fato folclórico carrega influências e marcas de sua época. Podemos dizer
que o estudo do folclore, quando bem planejado e trabalhado de forma
responsável e consciente, contribui para a formação cultural de um povo,
inclusive motivando ao patriotismo tão pouco difundido em sala de aula.
Danças folclóricas são manifestações ligadas à vida das comunidades,
aos seus ciclos festivos e acontecimentos que se originam das tradições e da
cultura de cada região, de cada povo. Gifoni (1973, p.13-16) afirma que
existem diferentes e importantes valores a serem desenvolvidos e vivenciados
através da prática constante das danças folclóricas: O valor físico, que é uma
forma de exercício físico completo, que melhora as funções circulatórias,
respiratórias, digestivas enquanto que colabora para a agilidade e flexibilidade
dos movimentos; O valor moral no incentivo e motivação para alcançar o
domínio de si mesmo, a iniciativa, o entusiasmo, o senso da ordem; O valor
mental através da criatividade, atenção, imaginação, raciocínio e memorização;
O valor social que favorece as relações pessoais e vínculos de amizades e o
valor cultural transmitindo ideias e costumes através das gerações, mantendo
vivas as tradições. O autor ainda cita que: Mestres experientes sabem que a
prática da educação física nas escolas completa e equilibra o processo
educativo, mas, o que eles nem sempre sabem, é que entre todas as formas de
exercício, para esse resultado, as mais completas se apresentam na dança.
(GIFONI, 1973, p.12).
Sobre a cultura popular brasileira percebemos grande diversidade de
região pra região. Encontramos em MEC (2012) a afirmação de que toda essa
diversidade é expressa por meio de uma grande variedade de danças e ritmos
que fazem parte do nosso cotidiano e que nos possibilitam uma grande fonte
de pesquisa e aprendizado por meio das danças que nos contam muito da
história e do modo de ser de cada povo. Para Brasileiro (2010) a dança
também é uma marca popular, neste caso, a brasileira é bastante expressiva,
indo do samba ao maracatu, do frevo à congada, do batuque ao carimbo,
aprende-se sobre o Brasil e sobre sua cultura popular através das danças. Elas
narram uma parte expressiva dessa história que continua sendo reproduzida ao
longo dos anos com outras e novas formas de dançar, com outros e novos
sentidos e significados que são reproduzidos pelos diferentes grupos e sujeitos.
Danças Folclóricas do Paraná
Segundo Cascudo (1965), temos no fandango a herança ibérica mais
rica e mais viva em nossa cultura popular. No início do século passado fazia-se
fandango em cidades e vilas do litoral da Zona da Mata e até mesmo no sertão.
O fandango paranaense representa a manifestação que retrata, de forma
singular, a cultura do Estado, sendo dançado em Antonina, Morretes,
Guaraqueçaba, Ilha de Valadares, dentre outras cidades e regiões litorâneas.
Embora existam outras manifestações folclóricas no Paraná, como o congo,
cavalhada, folia de reis, dança de São Gonçalo, o fandango, da forma como é
dançado aqui, assume características peculiares, de forma a ser exclusivo no
país.
Os registros de Lara (2004) remetem sua origem vinculada às
contribuições portuguesa e espanhola em nosso país, tendo sido adaptado à
realidade e contextos de cada povo e região que dele se apropriaram. Devido a
esse processo de aculturação percebemos fortes marcas e características
portuguesas e espanholas em nosso fandango. A autora ainda acrescenta que
o fandango paranaense traduz-se em uma reunião de marcas e formas
gestuais expressos por meio da dança, podendo ser batida, valsada ou mista.
Era dançado nos sítios quando os vizinhos se ajudavam nos trabalhos de
plantação, roçada ou colheita. A expressão folgadeira é utilizada para as
mulheres e folgador para os homens, até porque dançavam na folga do sábado
para o domingo.
Atualmente o fandango encontra-se bastante modificado de suas formas
originais por ter passado por mudanças culturais, políticas e religiosas de
inúmeras décadas que definiram outras necessidades de cada povo. Em se
tratando dos dois grupos em que se divide o fandango, ainda de acordo com
LARA (2004), as batidas se caracterizam pelo sapateado forte, barulhento,
batendo os tamancos ou sapatos no chão. Abafam quase que por completo a
música do conjunto. Esse bater dos tamancos em alguns lugares é conhecido
por rufar. O sapateado batido a tamanco é um exercício exaustivo, deixando os
dançarinos com a camisa molhada de suor. Os fandangos são geralmente
dançados em recintos fechados e com piso de madeira, de modo que haja a
devida ressonância do batido. O sapateado é passo exclusivo dos homens. Já
nas valsadas ou bailadas não há sapateado. É uma espécie de valsa lenta
onde cada dançarino baila em geral com o mesmo par, até mais se arrastando
do que dançando. As marcas valsadas são intercaladas às batidas visando o
descanso dos dançarinos.
Segundo Azevedo (1975), o fandango no Paraná tem uma vitalidade e
uma pureza que são raras, embora a tendência, em nossos dias, seja para o
seu total desaparecimento, dentro de mais duas ou três gerações. Os jovens
da nova geração já não querem dançar o fandango, sentem-se envergonhados
e preferem as danças modernas.
Dança Roseira
É uma das danças regionais do Rio Grande do Sul onde se percebe
maior parentesco com danças regionais de Portugal, de onde certamente
recebeu fortes marcas e características. Apresenta uma coreografia muito rica,
onde os pares dançam juntos no ritmo da música que se alterna em lento e
melodioso lembrando um namoro com passos lentos ao bastante rápido,
levando os pares a realizarem grandes deslocamentos com saltitos e giros.
(Disponível em: http://ctgfarroupilhas.com. Acesso em 28/06/2013).
3 MATERIAL DIDÁTICO E METODOLOGIA
Esta produção didática será desenvolvida durante as aulas de Educação
Física no Ensino Fundamental como parte do programa de metas estipuladas
pelo Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de
Estado da Educação do estado do Paraná (SEED). Trata-se de uma Unidade
Didática destinada a alunos do 8º ano do Ensino Fundamental e que tem por
objetivo o resgate, conhecimento, prática e apresentação da dança folclórica
Roseira do Paraná. Desta forma, compreendo ser necessário possibilitar
atividades que permitam:
Conhecer diversas danças do folclore paranaense através de estudos,
pesquisas e exposições de vídeos.
Aprender a música da dança Roseira do Paraná, visto que sua
coreografia se dá exatamente em cima do que está sendo cantado.
Vivenciar passos básicos do fandango paranaense que são comuns em
diversas danças do nosso folclore.
Observar em vídeo a coreografia da dança Roseira do Paraná.
Propiciar diferentes oportunidades para que os alunos desenvolvam os
movimentos e deslocamentos que a dança proporciona através da
prática.
Pesquisar a vestimenta e adereços utilizados pelos grupos folclóricos do
Paraná, em particular para esta dança.
Aprender a coreografia da dança Roseira do Paraná.
Ensaiar visando apresentação para a comunidade escolar.
Apresentação da dança.
A aplicação desta unidade didática dar-se-á num período aproximado de
quatro meses perfazendo um total de 32 horas, tendo início em fevereiro de
2013. A mesma será desenvolvida em etapas que se articulam entre si e
que estão separadas e descritas nos quadros a seguir:
3.1 Descrições das etapas e hora/aula
Total: 32 horas/aulas1
1ª etapa: Apresentação – 3 aulas
No. de aulas
Objetivos Recursos utilizados
Procedimentos metodológicos
Procedimentos avaliativos
01 Apresentar o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola para a direção, equipe pedagógica e professores.
Exposição oral.
Exposição oral dos objetivos e etapas do projeto de implementação na escola.
Mesa-redonda sobre a importância, pertinência e sugestões sobre o projeto.
02 Reunir os pais e alunos para orientação e apresentação do projeto.
Datashow. Explicar oralmente e nos slides do datashow os objetivos e passos do projeto.
Debate oral verificando a aceitação do projeto.
2ª etapa: Entrevista – 1 aula
1 O planejamento das aulas é flexível e poderá ser alterado e modificado de acordo com as necessidades
da turma.
No. de aulas
Objetivos Recursos utilizados
Procedimentos metodológicos
Procedimentos avaliativos
01 Verificar as expectativas e conhecimento da turma em relação as danças folclóricas do Paraná.
Entrevista e bate papo informal.
Entrevista semi-estruturada com alguns alunos da turma.
Participação e interpretação das respostas na entrevista.
3ª etapa: folclore, dança folclórica – 3 aulas No. de aulas
Objetivos Recursos utilizados
Procedimentos metodológicos
Procedimentos avaliativos
03 Pesquisas e estudos quanto ao folclore, danças folclóricas do Paraná e Roseira do Paraná.
Textos e livros, internet.
Leituras, explicações e pesquisas a respeito do tema em sala de aula.
Análise e exposição dos trabalhos de pesquisa realizados e interpretação dos resultados.
4ª etapa: Conteúdos estruturantes da Educação Física – 14 aulas No. de aulas
Objetivos Recursos utilizados
Procedimentos metodológicos
Procedimentos avaliativos
02 Iniciação aos passos e movimentos ritmados: exposição e prática dos movimentos que fazem parte de diversas danças do folclore paranaense: palmeio, sapateio e sarandeio.
Vídeos, sala de aula, quadra de esportes.
Explicações e demonstrações de cada movimento, passo a passo de sua execução, atividades individuais e em grupos.
Criação e apresentação de pequenas sequencias, em grupos, utilizando os três movimentos aprendidos.
02 Jogos e brincadeiras: incentivar a participação em atividades recreativas e lúdicas.
Sala de aula, improvisação de pequenas apresentações dramatizadas ou dançadas. Tampinhas de garrafa pet.
Explicações, demonstrações e participações nas brincadeiras e jogos cantados como: Escravos de Jó, trava língua e brincadeiras sugeridas por eles.
Participação e envolvimento nas atividades.
02 Dança: Proporcionar atividades que desenvolva a expressão corporal e ritmo.
Sala de aula, vendas, aparelho de som e cd com diversos ritmos musicais.
Atividades individuais e em grande grupo procurando desenvolver os ritmos corporais.
Atividades individuais para desenvolver a
Participação e desempenho nas atividades solicitadas.
expressão corporal.
02 Música: apresentação e aprendizagem da música Roseira do Paraná.
Sala de aula, letra da música impressa, CD, aparelho de som.
Leitura e interpretação da letra da música. Apresentação da mesma através do CD e atividades cantadas.
Interesse, participação e apresentações em pequenos grupos e com a turma toda.
02 Coreografia da dança.
Vídeo, Tv pen drive, data show, sala de aula.
Apresentação, explicações e comentários a respeito da coreografia da dança Roseira do Paraná.
Participação e interesse no conteúdo apresentado.
04 Montagem a coreografia.
Pátio coberto, quadra poliesportiva, Cd, aparelho toca Cd.
Aos pares, num grande círculo, observação e repetição dos passos e movimentos realizados pela professora.
Mesa redonda a respeito da coreografia vista no vídeo e na prática.
5ª etapa: aulas de ensaio da dança – 5 aulas Núme ro de aulas
Objetivos Recursos utilizados
Procedimentos metodológicos
Procedimentos avaliativos
05 Ensaiar e aprimorar a coreografia aprendida.
Pátio coberto, quadra poliesportiva, CD ou pen drive, aparelho toca Cd.
Ensaios em forma de treinamento, corrigindo falhas de execução e inovando movimentos e deslocamentos de acordo com as necessidades do grupo.
Apropriação dos movimentos, gestos e deslocamentos aprendidos.
6ª etapa: Vestimentas e adereços - Apresentação – 6 aulas Núme ro de aulas
Objetivos Recursos utilizados
Procedimentos metodológicos
Procedimentos avaliativos
03 Confecção, improvisação da vestimenta e adereços da dança.
Gravuras, vídeos, roupas diversas, flores artificiais, tecido de TNT.
Coleta de saias rodadas, blusas e camisas, calças, calçados, flores e lenços que remetam aos vistos e analisados no material apresentado.
Exposição das vestimentas e adereços trazidos pelo grupo.
02 Ensaio final Quadra poliesportiva, CD ou pen drive,
Repetição da coreografia visando apresentação.
Progresso e evolução nos passos, movimentos e
aparelho de som.
deslocamentos aprendidos.
01 Apresentação da dança Roseira do Paraná para a comunidade escolar e pais.
Quadra poliesportiva, aparelho de som, CD ou pen drive da música, microfone, vestimentas e adereços adequados.
Apresentação da dança aprendida, estudada e ensaiada.
Análise do resultado da apresentação final.
3.2 Orientações metodológicas
1ª etapa - 3 aulas
Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola para a
equipe pedagógica e professores da Escola Estadual Cecília Meireles durante
a Semana Pedagógica (1 aula).
Reunião com os pais e alunos do 8º ano no qual será desenvolvido o
projeto, para apresentação do tema, dos objetivos e etapas nas quais o projeto
será desenvolvido. Bate papo e esclarecimentos das dúvidas que surgirem (2
aulas).
2ª etapa – 1 aula
Será desenvolvido com os alunos em questão uma entrevista semi-
estruturada, em forma de questionário, a qual está descrita a seguir:
Entrevista Semi-estruturada:
1. O que você conhece por Folclore?
2. Quais danças folclóricas você conhece?
3. Quais danças folclóricas você já dançou?
4. Conhece alguma dança do folclore paranaense? Qual?
5. Gostaria de participar da pesquisa, montagem e elaboração de uma dança folclórica do Paraná nas aulas de educação física e também em contra-turno?
3ª etapa – 3 aulas
Estudos, leituras e pesquisas em sala de aula e como tarefa de casa a
respeito do folclore, dança folclórica e mais especificamente a dança Roseira
do Paraná. Exposição e apresentações dos trabalhos realizados (3 aulas).
4ª etapa – 14 aulas
Atividades básicas de dança do folclore paranaense: palmeio, sapateio e
sarandeio (2 aulas):
Estas aulas do conteúdo de dança do folclore paranaense serão iniciadas na
sala de aula com conversa e questionamentos a respeito. Explicação oral,
exibição de vídeo e demonstração dos movimentos e ritmos realizados pela
professora. O desenvolvimento da aula poderá ser na sala de aula ou pátio
coberto. Os alunos trabalharão de forma individual, em pequenos grupos e no
grande grupo.
Criação e apresentação: em grupos, criar uma sequência com os movimentos
aprendidos e apresentar pra turma. A aula será finalizada com os alunos dando
opiniões sobre a experiência vivenciada nestas duas aulas.
Jogos e brincadeiras (2 aulas):
As duas aulas de jogos e brincadeiras serão realizadas na sala de aula ou pátio
coberto, iniciando com explicação e conversa informal sobre jogos e
brincadeiras.
Escravos de Jó: em duplas, sentados cada um de um lado de uma carteira com
uma tampinha de garrafa pet nas mãos.
Ensinar a letra e melodia da música Escravos de Jó. Cantar com os alunos e
na sequência ensinar o processo das trocas de tampinhas.
Explicar a brincadeira e iniciar Escravos de Jó, com os seguintes passos: em
ritmo lento, rápido e sem cantar a melodia enquanto se troca as tampinhas.
Dois grandes grupos, sentados no chão em círculos e cada aluno com uma
tampinha de garrafa pet na mão. Seguir os mesmos passos: lento, rápido e
sem a melodia.
Somente um grupo, sentados no chão em círculo e cada um com uma
tampinha de garrafa pet na mão. Continuar Escravos de Jó seguindo o ritmo
lento, rápido e no final sem a melodia.
Dramatizações: em pequenos grupos, escolher um tema e montar uma
dramatização de até três minutos, improvisando espaço, cenário, vestimenta e
adereços (em forma de teatro relâmpago).
Danças: escolher uma música de preferência do grupo, improvisar pequena
coreografia utilizando também de pelo menos dois dos movimentos aprendidos
nas aulas.
A finalização da aula será com uma conversa informal sobre o desenvolvimento
e pequenas apresentações artísticas.
Dança (2 aulas):
As atividades desta aula serão desenvolvidas na sala de aula.
Início da aula com alongamento com músicas.
Espelho: em duplas, um dos alunos estará no comando (espelho). Este deverá
fazer movimentos e o outro aluno tentará reproduzi-los em tempo real (reflexo).
Cada vez que a música der uma pausa, deverão ser invertidos os papéis de
espelho e reflexo.
No ritmo: em círculo, sentados no chão os alunos irão acompanhar os ritmos
das músicas primeiramente com palmas, depois com batidas dos pés no chão
e no final com toques das mãos no seu corpo.
Olhos vendados: os alunos estarão com venda nos olhos e dispersos pela sala.
Ao iniciar a música irão movimentar seu corpo sem sair do lugar (sem deslocar-
se).
Em pé, com olhos vendados, os alunos poderão deslocar-se pela sala
movimentando seu corpo e seguindo os ritmos musicais que forem surgindo, os
quais serão: valsa, forró, rock anos 60, bolero, samba e hip hop.
No final da aula, os alunos sentarão em circulo na sala e farão comentários de
como foi a experiência de movimentar e dançar sem ver e nem ser visto pelos
companheiros.
Música Roseira do Paraná (2 aulas)
Os alunos receberão a letra da música, farão a leitura e interpretação e na
sequencia ouvirão a melodia através de CD. Passarão a canta-la junto com o
CD e após algumas repetições deverão cantar sozinhos em pequenos grupos e
com a turma toda. Aprender a música ajudará na aprendizagem dos passos
coreográficos da dança.
Ao final, apresentar em sala e comentar a respeito da canção.
Coreografia da dança Roseira do Paraná (2 aulas)
Exibição do vídeo com a coreografia e com o passo a passo desta dança.
Análise dos movimentos e iniciação da prática, já em duplas espalhadas pelo
espaço. Sempre seguindo o vídeo e de acordo com as explicações e exemplos
da professora.
Montagem da coreografia - 4 aulas
Após terem conhecido e vivenciado isoladamente cada movimento, gesto e
deslocamento que fazem parte desta dança, aos pares e formando um grande
círculo, juntamente com a professora, irão montar a coreografia já conhecida
anteriormente e praticada em pequenos itens isolados. Acontecerá de forma
clara a junção dos movimentos, gestos e deslocamentos que vivenciaram nas
aulas anteriores.
Ao final destas quatro aulas terão montado a coreografia da dança Roseira do
Paraná.
Comentários a respeito das dificuldades e desafios vencidos nesta etapa do
projeto.
5ª etapa – Aulas de ensaio - 5 aulas
Retomando as atividades aprendidas e vivenciadas, agora com a coreografia
da dança já montada, trabalharemos estas cinco aulas com os ensaios,
correções, inovações e alterações necessárias para que o grupo se organize e
prepare a apresentação da dança na quadra da escola. Destaque para a
observação de que cada parte da coreografia esteja dentro do espaço musical
necessário.
6ª etapa – Vestimentas e apresentação (6 aulas)
Coletânea das roupas afins que tenham conseguido com colegas, familiares e
comunidade. Improvisação da vestimenta de cada aluno, com adereços de
lenços para os meninos e flores no cabelo das meninas. Complementação do
vestuário com peças confeccionas pelo grupo utilizando o tecido TNT (3 aulas).
Ensaio final na quadra poliesportiva da escola visando aprimorar a
apresentação (2 aulas).
Apresentação artística da dança folclórica Roseira do Paraná na quadra
poliesportiva da Escola Estadual Cecília Meireles para a comunidade escolar,
pais e comunidade do bairro.
Referências
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