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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
CIDADANIA NO CONTEXTO ESCOLAR: Alguns elementos para reflexão.
Autor: Cláudia Agnes¹
Orientador: Claudinei Batista²
RESUMO
Este artigo apresenta o trabalho produzido para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/2013 - 2014 do Estado do Paraná. Teve como objetivo analisar a educação como instrumento de formação da cidadania e o trabalho pedagógico realizado no Colégio Estadual São Cristóvão em Cascavel-PR sobre a construção da cidadania e as condições de atuação dos estudantes na sociedade. Nesta perspectiva, o projeto “Cidadania no Contexto Escolar: Alguns Elementos para Reflexão” foi desenvolvido com os professores do Colégio Estadual São Cristóvão, por meio de estudos de textos, legislações educacionais e reflexões sobre a formação dos alunos cidadãos. As discussões proporcionaram análises sobre a cidadania pautada na realidade da escola e de sua comunidade, procuramos valorizar praticas cidadãs no espaço escolar e incentivar a participação dos alunos na vida política e pública. Foi proposto o desenvolvimento de ações, envolvendo todos os segmentos escolares, que combatam as desigualdades sociais e demais formas de exclusão existentes na sociedade, ampliando o trabalho interdisciplinar e promovendo espaços para discussão de valores, opiniões políticas e formas de encarar ideologias e preconceitos. Acreditamos que a compreensão dos efeitos que a sociedade capitalista exerce sobre a educação enriquecerá o processo ensino-aprendizagem, pois proporcionará ampliação da concepção de cidadania. Desta forma a escola, que como instituição social trabalha com a socialização do conhecimento, contribuirá para a formação da cidadania no contexto escolar. Propomos ao professor atuar como um mediador no processo de construção do conhecimento da cidadania, acrescentando novos ensinamentos de inter-relações com as práticas sociais, promovendo um diálogo entre a produção do aluno e o que está acontecendo na sociedade.
Palavras Chave: Cidadania; Conhecimento; Formação. ___________________________ ¹Pós Graduada em Psicopedagogia pela FACINTER, e em Educação Especial pelo ESAP, Graduada
em Pedagogia pela UNIOESTE, Pedagoga do Colégio Estadual São Cristóvão em Cascavel Paraná. ²Mestre em Educação. Professor (PSS) do Curso de Pedagogia - UNIOESTE/Cascavel.
1 Introdução
A proposta deste trabalho procurou atender às expectativas da Educação em
que se refira a uma formação integral e autônoma do aluno e os fatores que
influenciam e determinam a sua realidade social. Desta forma todo estudante deve
entender o mundo, situando-se e compreendendo seus direitos para reivindicá-los. É
importante que a escola enquanto espaço de socialização do conhecimento reflita
sobre o que significa ser cidadão no Brasil, enquanto muitos vivem à margem
sociedade.
Quanto mais desenvolvida for a democracia, mais inclusiva e abrangente será
a sociedade do ponto de vista da igualdade dos direitos e à qualidade de vida,
segundo Sacavino.
... Trata-se de um processo histórico que se conquista e se aperfeiçoa conjuntamente com o desenvolvimento da lógica democrática. Reconhecemos que, historicamente, no concreto de nossas sociedades, esse processo não se tem dado predominantemente em forma inclusiva e igualitária, e sim, pelo contrario, vem sendo ainda mais comprometido com as politicas neoliberais. (SACAVINO, 2000, p. 39)
A cidadania está ligada à democracia, à justiça social e à efetivação dos
direitos políticos, econômicos, sociais e culturais, que são fundamentais para a
pessoa humana.
Considerando que atualmente a instituição escolar enfrenta problemas sociais
de toda ordem, justifica-se conhecer a Constituição Brasileira, que garante os
direitos dos cidadãos. É importante também colaborar com a cultura de respeito aos
Direitos Humanos, que são comuns a todas as pessoas, e que correspondem à
dignidade dos seres humanos, pois somos uma sociedade marcada pela má
distribuição de renda gerando muitas desigualdades sociais, e a escola pode
contribuir para a realização de ações educativas que estimulem o enfrentamento a
todas as formas de discriminação e violação dos direitos dos cidadãos.
O conhecimento e a prática dos Direitos Humanos abrirão espaços para o
diálogo, o respeito aos outros, as diferenças e proporcionará a prática da
democracia no espaço escolar e também em outros espaços sociais. Os Direitos
Humanos e educação escolar oportunizarão a formação autônoma dos estudantes,
contribuindo para a prática da cidadania.
Neste sentido é pertinente entender o que são os Direitos Humanos, em que
diferem ou assemelham-se aos direitos da cidadania. Os direitos e deveres do
cidadão não são universais, dependem de decisões políticas de um país. Algumas
vezes os direitos dos cidadãos coincidem com os Direitos Humanos, os quais são
universais mais amplos e abrangentes. É importante entender que esses direitos
fazem parte da condição e dignidade humana e são fundamentais para que nos
desenvolvamos e participemos plenamente da vida, enfim, representam as
condições mínimas necessárias para uma vida digna.
O Brasil encontra-se distante da vivência em cidadania plena, existem
profundos níveis de desigualdades sociais, regionais e raciais. Entendermos a
dificuldade para praticar plenamente a nossa cidadania, nas esferas civil, social ou
politica, e as condições de acesso aos mais elementares direitos, refletirá num
posicionamento diante de políticas despreparadas, corrompidas, e sobretudo, a
compreensão da violência gerada pela exclusão social.
A educação, no entanto, não constitui a cidadania. Ela dissemina os instrumentos básicos para o exercício da cidadania. Para que o cidadão possa atuar no sindicato, no partido político etc., é necessário que ele tenha acesso à formação educacional, ao mundo das letras e domínio do saber sistematizado. Em consequência disso a formação do cidadão passa necessariamente pela educação escolar. (RIBEIRO, 2001, p. 65).
A educação no sistema capitalista está voltada para atender às necessidades
da reprodução do capital no processo de acumulação, sendo que o ser humano está
a serviço da produção da riqueza, e tudo o que se produz não é para a coletividade
e sim para alguns que historicamente dominam e decidem os destinos da sociedade,
como ela deve ser organizada, como deve pensar e agir. Precisamos romper e
desvelar, pois no plano do discurso (da ideologia) a educação é a solução de todos
os problemas humanos e propulsora da igualdade de condições sociais, de emprego
com salários dignos. Compreender que a educação não deve estar a serviço do
trabalho que explora e aliena é um desafio constante que deve ser priorizado em
nossas ações cotidianas no ambiente escolar.
Cientes que a educação escolar nesta sociedade é condição necessária, mas
não suficiente para o desenvolvimento da cidadania e para a consolidação da
igualdade de oportunidade para todas as pessoas, a instituição escolar deve em seu
PPP - Projeto Político Pedagógico, considerar a realização de projetos e ações que
ao mesmo tempo promovam acesso aos bens culturais e também garantam a
formação política para participação na vida social de forma crítica e autônoma.
Neste sentido além da educação para a cidadania a escola desenvolve um papel
fundamental na construção de uma sociedade democrática com os pressupostos
que garantam uma vida digna, incentivando a participação na vida política e pública.
A formação cidadã enquanto componente curricular é um tema muito
abrangente e interdisciplinar, portanto os educadores necessitam de formação para
atender essa nova demanda. A postura e atitudes dos educadores poderá influir na
maneira como os seus próprios alunos passarão a agir como cidadãos. Com base
nesta perspectiva justifica-se a implementação do projeto “Cidadania no Contexto
Escolar: Alguns Elementos para Reflexão”, que através de estudos do tema
cidadania e das legislações educacionais que a amparam, objetiva que haja um
processo de reflexão que proporcione mudanças de posturas nos educadores. Com
o intuito de desenvolver no educador uma postura de pesquisa para melhorar seus
conhecimentos, foram desenvolvidas as seguintes estratégias durante a execução
do projeto com os professores do Colégio Estadual São Cristóvão: Reflexão e
discussão sobre os diversos conceitos de cidadania na história; Análise da formação
do cidadão no contexto escolar; O papel social da educação e as transformações
que ocorreram na educação brasileira.
A formação do professor é, também, auto formação, uma vez que o docente deve reelaborar os seus saberes iniciais em confronto com suas experiências práticas, cotidianamente vivenciadas nos contextos escolares. É nesse confronto e num processo coletivo de troca de experiências e práticas que os professores vão constituindo seus saberes, refletindo na e sobre a prática. (LEITE, 2001, p. 83)
A reflexão sobre as práticas escolares guiaram este estudo, compreendemos
que a educação escolar, além de ensinar o conhecimento cientifico, visa a
convivência social, a cidadania e a consciência política, sendo dessa forma agente
de transformação.
Esse estudo também prevê a compreensão dos mecanismos sociais e as
enormes dificuldades políticas de construção da cidadania. Demonstrar aos
estudantes que a cidadania é uma conquista, e que não basta que a sociedade seja
organizada por leis se estas não forem justas e que é necessário que haja vigilância
e lutas constantes na defesa de igualdade perante a lei.
O projeto resultou em um caderno pedagógico que propõe ao professor atuar
como um mediador no processo de construção do conhecimento sobre a cidadania,
acrescentando novos saberes, fazendo inter-relações com as práticas sociais
promovendo um diálogo entre a produção do aluno e o que está acontecendo na
sociedade. Possibilitando compreender as raízes históricas das diversas formas de
exclusão presentes na sociedade.
Propor caminhos para intervir nas situações de opressão, concentração de
renda, a corrupção que permeia os órgãos governamentais e o descaso que os
cidadãos brasileiros encontram quando reivindicam seus direitos fundamentais para
uma vida digna. Estas e outras questões necessitam da interferência dos cidadãos.
Como toda forma de educação tem uma intencionalidade, o professor pode além de
levar o aluno ao desenvolvimento intelectual, aumentar a sua compreensão em
relação ao meio social em que vive, contribuindo para a formação de um aluno
crítico da realidade em que se encontra inserido.
2 Desenvolvimento
Educar para a cidadania contribui para uma formação integral dos estudantes,
incentivando-os a buscarem soluções para situações de desigualdades e de
injustiças sociais, impulsionando a construção de uma educação democrática.
Propor situações de formação de caráter, experiências e saberes nos vários
contextos da vida, tem a finalidade de torna-los adultos melhor preparados para a
vida em sociedade.
A formação do estudante crítico e atuante depende de quais representações
sobre cidadania os professores estão construindo no contexto escolar. É necessário
analisar as concepções teóricas sobre cidadania que historicamente foram sendo
construídas e a significação que os educadores vêm trabalhando em sala de aula.
Destacar fatores que dificultam a conquista da cidadania para as classes
trabalhadoras, as consequências do neoliberalismo e da globalização da economia
como servidoras dos interesses do sistema capitalista e dessa maneira possibilitar a
reflexão crítica dos mecanismos de dominação econômica e ideológica inerentes ao
sistema capitalista, podem ser consideradas como possíveis alternativas de
superação desta realidade. Sabemos que a escola sozinha não atingirá o objetivo de
uma formação cidadã e democrática, pois essa formação acontece também nas
relações dos indivíduos dentro das diversas instituições que formam a sociedade.
Educar para a cidadania deve significar também, pois, semear um conjunto de valores universais, que se realizam com o tom e a cor de cada cultura, sem pressupor um relativismo ético radical francamente inaceitável; deve significar ainda a negociação de uma compreensão adequada dos valores acordados... Essa tarefa de negociação, sem duvida, é bastante complexa; enfrenta-la, no entanto, não é uma opção a ser considerada, é o único caminho que se oferece para as ações educacionais. (MACHADO, 1997, p. 48).
A escola necessita preparar o aluno para o mundo, instrumentalizando-os por
meio da compreensão dos conteúdos científicos e de sua socialização. A escola
que defendemos deverá cumprir sua missão de formar alunos conscientes e
capazes de intervir na realidade, a educação para a cidadania deve estar inserida
nas disciplinas e ser assumida pelos educadores, o professor deve ser o mediador
dos aspectos inerentes ao processo pedagógico, buscando meios que influenciem
na qualidade da pratica pedagógica, refletindo sobre o currículo e visando que a sua
pratica pedagógica contribua para a construção de ambientes educativos em valores
éticos, promovendo sempre a democracia e a justiça social.
Através da gestão curricular, a instituição de ensino deve incorporar saberes
das diversas culturas, desenvolvendo ações com várias temáticas: inclusão social,
democracia, ética, cultura e sociedade, visando o bem comum e oportunizando
sempre o respeito pelo outro. É necessário refletir sobre as práticas pedagógicas
utilizadas, de forma que proporcionem emancipação e uma educação voltada para a
promoção de mudanças sociais, respondendo aos novos desafios que surgem na
sociedade.
A metodologia adotada na elaboração do Projeto “Cidadania no Contexto
Escolar: Alguns elementos para reflexão” iniciou-se com um levantamento
bibliográfico sobre o tema cidadania, que se encontra elencada no Projeto de
Intervenção Pedagógica e Caderno Didático-Pedagógico. Essa base teórica ressalta
a importância do trabalho pedagógico voltado à formação cidadã dos estudantes. A
sequência do trabalho deu-se através da Implementação do Projeto no Colégio
Estadual São Cristóvão, através de um grupo de estudos com 13 (treze)
professores, totalizando 32 (trinta e duas) horas de estudo.
No primeiro encontro objetivamos conhecer a evolução histórica da luta pela
cidadania no Brasil e refletir sobre as transformações econômicas e sociais, com o
seguinte embasamento teórico:
Silva, Luiz Etevaldo (2009), “Uma breve história da cidadania no Brasil”. Revista Sociologia,
Ed. Nº 22.
Inicialmente, o Projeto foi apresentado a todos os participantes do grupo de
estudo. Discutimos a importância do tema para a formação dos alunos e os autores
que embasaram a pesquisa e foi informado sobre a metodologia a ser utilizada
durante o desenvolvimento das atividades. Antecipadamente, por e-mail, foi enviado
o texto de “Luiz Etevaldo Silva” a todos os participantes do curso para leitura prévia
e visando uma análise do processo de estruturação da sociedade brasileira. O autor
percorre o seguinte caminho: o nível das relações sociais e políticas na época
colonial e após a independência do Brasil; a organização política do Estado Novo; o
fim da ditadura e crise econômica. Realizadas as discussões inerentes ao tema, foi
distribuído para cada participante do grupo de estudos um CD com todos os textos
para serem debatidos nos próximos encontros.
O grupo discutiu sobre o que realmente significa ser cidadão e elencamos
alguns entraves que impedem ou limitam ações cidadãs no ambiente escolar,
ressaltou-se a necessidade de combater atitudes e comportamentos alienantes, e a
importância dos conteúdos científicos estarem em consonância com a realidade
sociocultural do educando. Com isso, visamos avançar em relação à concepção de
cidadania voltada apenas para a execução de tarefas e conhecimento de direitos e
deveres.
No segundo encontro discutimos o tema cidadania, o fortalecimento de ações
educativas e a legislação educacional que visa a formação cidadã. Os autores
abaixo relacionados embasaram este estudo:
Pinsky, Jaime (2005), “Afinal o que é ser cidadão?” História da Cidadania. São Paulo:
Contexto, 9-13.
Ribeiro, Arilda Ines Miranda (2001), “`Formação Educacional: Instrumento de acesso à
cidadania?” In, Gislene Santos, (org), Universidade Formação Cidadania. São Paulo: Cortez,
62-73.
Santos, Gislene Aparecida (2001), “Ética, Formação, Cidadania. A Educação e as nossas
ilusões”, Universidade Formação Cidadania. São Paulo: Cortez, 148-158.
Percebemos que a formação cidadã sempre esteve presente na história
educacional brasileira, mas esta não explicitava a qual cidadania se referia, portanto
é necessário que o professor tenha clareza que os objetivos educacionais, os
conteúdos, a organização curricular, a metodologia que utilizará, enfim, que todos
estes elementos contribuirão para uma determinada formação cidadã. Concluímos
que toda forma de educação tem uma intencionalidade e o professor pode além de
levar o aluno ao desenvolvimento intelectual, aumentar a sua compreensão em
relação ao meio social em que vive, contribuindo para a formação do aluno crítico da
realidade em que se encontra inserido. Discutimos também que o conceito de
cidadania muda conforme o processo histórico de uma nação, porém, sua expressão
singular, vincula-se a garantia dos direitos sociais e esta se dá a partir dos
processos de lutas cotidianas. Portanto, é um desafio garantir um espaço de
cidadania na escola quando a educação passa por diversos problemas, dentre eles,
falta de investimentos e valorização profissional dos educadores, que como
consequência leva a escola a simplesmente disseminar os instrumentos básicos
para o exercício da cidadania, quando ela deveria agir como espaço para
constituição da cidadania e expressão concreta do exercício da democracia.
No terceiro encontro objetivamos encontrar meios para incentivar os
estudantes à participação ativa na sociedade e nas decisões sobre seus rumos,
através da leitura e discussão dos seguintes autores:
Pelissari, Maria Aparecida, (1995), “A ética cidadã e o processo de individualidade”, A
condição cidadã. Piracicaba: UNIMEP, 34-42.
Lima, Licínio (2002), “Democratização da Escola, participação comunitária e cidadania crítica”,
Organização escolar e Democracia radical. São Paulo: Cortez, 39-50.
Como sujeitos do processo educacional, somos impelidos a praticar a
democracia e a cidadania, estabelecer coletivamente objetivos para serem
desenvolvidos no ambiente escolar e proporcionar maior participação e
compromisso com a construção de uma sociedade mais justa. É imprescindível
possibilitar aos alunos análises dos fatos que acontecem na sociedade para que
reelaborem questões de ordem moral, e reflitam sobre os valores existentes na
sociedade. Por meio das opiniões dos professores participantes do curso,
construímos um conceito de Moral que mais se aproximasse das nossas
necessidades educacionais, como sendo um conjunto de regras adquiridas através
da educação, cultura, tradição e experiências que são vivenciadas pelos alunos, cujo
contexto regularia o modo de agir dessas pessoas. Quanto aos textos de Licínio
Lima, a leitura foi muito enriquecedora, pois o autor apresentou elementos de
democracia e de participação ativa na sociedade baseados nas obras de Paulo
Freire que, em seu conjunto, sempre defendeu uma educação libertadora e
emancipatória.
No quarto encontro desenvolvemos um trabalho educativo alicerçado na
democracia, caracterizando as formas de organização e a importância da
participação política, a relação entre cultura política dos cidadãos e a construção da
cidadania no PR. Os debates foram embasados nos estudos dos seguintes autores:
Ramirez, Janett (2000), “Movimentos sociais: lócus de uma educação para a cidadania”, In
(org.) Vera Mª Candau e Suzana Sacavino, Educar em direitos humanos, construir democracia.
Rio de Janeiro: DP&A, 49-60.
Nazzari, Rosana Katia (2005), “A escola na construção da cidadania no PR”, Socialização
Política e Construção da Cidadania no PR. Cascavel: Edunioeste.
Pelo estudo dos textos, foram debatidos os obstáculos que dificultam a
instituição escolar de exercer seu papel de instrumento de prática cidadã e oferecer
condições de participação nas questões sociais da atualidade. Como alternativa de
superação, percebemos que a cidadania precisa ser construída, conquistada, sendo
necessário um trabalho coletivo envolvendo todos os profissionais que atuam na
escola, sempre trilhando caminhos que colaborem com a democratização das
relações desenvolvidas neste ambiente. Os professores precisam de formação
política e de uma pedagogia formadora para que os alunos obtenham uma postura
critica e emancipadora e contribuam na construção de uma sociedade mais justa,
neste sentido, o professor precisa dominar noções de democracia, cidadania e
direitos humanos, deve sentir-se parte da sociedade e incentivar a participação nas
lutas sociais de transformação. Também refletimos sobre os Movimentos Sociais e
percebemos que na compreensão do processo de cidadania brasileira faz-se
necessário levar em consideração suas lutas sócio-populares Os Movimentos
Sociais referem-se a uma ação conjunta de pessoas organizadas que objetivam
mudanças sociais por meio do embate político, defendem valores e ideologias que
representam seu próprio projeto de vida. Elencamos alguns Movimentos Sociais no
Brasil e suas lutas contra o autoritarismo político, a miséria econômica e a
discriminação racial, entre outros temas sociais, que foram fundamentais para a
sociedade como meios de reivindicações para a conquista e garantia de direitos.
No quinto encontro, foi proposta, de forma interdisciplinar, a elaboração de um
trabalho que envolva toda comunidade escolar e objetivando a formação cidadã
através da conscientização de sua importância entre nossos alunos, os integrantes
do grupo de estudos promoveram o estudo para a cidadania autônoma e ativa
durante as aulas e no ambiente escolar. A compreensão de normas, leis e seus
efeitos sociais sobre a vida pública, bem como, a sua organização, deve possibilitar
a participação dos alunos e seus familiares nas decisões democráticas do país,
oportunizando que as visões de mundo, sejam desveladas e ultrapassem as
barreiras do comodismo, que capacitem para análise das relações de exploração da
sociedade capitalista. Objetivamos ampliar possibilidades de reflexões e ações
cidadãs dos alunos dentro e fora da escola, estimulando o protagonismo juvenil e
aprimorando sua atuação na sociedade. É na vida escolar que surgirão as primeiras
oportunidades de prática da cidadania, pois a escola, ao cumprir a sua função social
de formação científica, cultural e filosófica nos educandos, possibilitará a aquisição
dos conhecimentos produzidos pela humanidade, necessários para a ruptura com
todo tipo de opressão inerente à sociedade de classes. Através da consciência da
realidade educacional que não atende a todas as necessidades dos estudantes e
que as instancias publicas necessitam de financiamentos que são gerados pelos
impostos que pagamos, buscaremos maior qualidade para a educação escolar
proporcionando desenvolvimento intelectual dos estudantes consequentemente
tornando-os mais críticos em relação ás políticas vigentes.
Falta, antes de tudo, uma real conscientização da sociedade com relação à importância da educação no mundo moderno e da total impossibilidade de nos tornarmos uma nação de cidadãos sem uma ação conjunta e coerente no sentido da superação de nosso atraso nesse setor. Para ensinar a cidadania o professor tem de ser tratado como cidadão. E isto só vai ocorrer quando uma forte e irresistível vontade politica empolgar a Nação. ”(PINSKY, 2000. P.31).
Uma vez que pretendemos mudança na concepção de formação dos nossos
alunos precisamos lutar por melhores condições de trabalho, pois sem escolas
arejadas com ambientes limpos e agradáveis, com equipamentos tecnológicos,
formação e valorização dos profissionais que ali atuam não haverá mudanças. É fato
que os investimentos na educação e não diferente em outros setores como saúde,
segurança, meio ambiente, são limitados, diante disso a gestão da instituição
escolar deve analisar e decidir aonde alocar os recursos financeiros para que gere o
melhor retorno possível. O que todos esperamos é a melhoria da qualidade do
ensino, não é uma tarefa fácil, pois nossos representantes políticos precisam deixar
o discurso e fazer com que as verbas destinadas à educação cheguem efetivamente
até as escolas, e os estudantes tenham as condições adequadas para o processo
ensino-aprendizagem.
Nesta perspectiva o GTR (Grupo de trabalho em Rede) que se constitui em
uma atividade do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, e se
caracteriza pela interação virtual entre os Professores PDE e os demais professores
da Rede Pública Estadual, proporcionou uma reflexão sobre a problemática
educacional que enfrentamos atualmente.
Um grupo formado por 17 (dezessete) professores da Rede Estadual de
Ensino, todos com formação em Pedagogia e dois destes participantes também com
graduação em História, durante um período de 60 (sessenta) dias analisaram o
Projeto “Cidadania no Contexto Escolar: Alguns elementos para Reflexão”, bem
como o “Caderno Pedagógico” e apontaram sugestões e compartilharam
experiências vivenciadas relativas ao tema em questão. A capacitação em rede é
bem desafiadora para o tutor, durante o desenvolvimento das atividades percebeu-
se uma grande motivação e interesse dos professores participantes e
consequentemente, todo esse processo trouxe um amadurecimento ao projeto,
interferindo na forma de implementação que ocorreu na escola, pois todas as
sugestões foram relevantes, enriquecendo desta forma o trabalho, uma vez que o
objetivo da primeira atividade era a socialização do Projeto de Intervenção
Pedagógica e dos fundamentos teóricos relacionados ao tema. Os participantes
contribuíram opinando e sugerindo sobre esta afirmação: “A cidadania está
constantemente em construção, a sua constituição passa pelo trabalho pedagógico
realizado nas instituições escolares. A escola além de preocupar-se com aspectos
cognitivos, afetivos e comportamentais deve comprometer-se com a educação
cidadã, proporcionando ao aluno a compreensão do seu papel na sociedade de
maneira responsável e ética, sendo capaz de debater e opinar nas questões
sociais”.
Observamos quais os fatores que dificultam o trabalho com o tema cidadania
na escola e o papel do professor no processo de formação cidadã dos alunos, pois
formar cidadãos ou educar para a cidadania deve ser o eixo norteador do processo
educativo. Mas...
“Como pensar a democracia e a cidadania nessa ordem mundial globalizada, caracterizada, por um lado, pela liberalização, liberdade, abertura e por outro, pela exclusão-fechamento? Como pensá-las quando observamos a realidade mundial, continental, de nossos países e vemos que as especulações macroeconômicas, as politicas de mercado atropela sistematicamente a dignidade humana... Como pensar democracia e cidadania quando há direitos de importância inegável, declarados e violados... saúde, educação, moradia...” (SACAVINO, 2000, p. 09 e 10).
As reflexões versaram sobre a prática da democracia e cidadania no contexto
escolar, envolvendo todos os sujeitos do processo educacional. Cotidianamente
percebe-se que não vivenciamos a democracia, pois há uma longa distância entre o
discurso favorável e a sua efetivação. Na formação para a cidadania, há algumas
possibilidades e limites que nos desafiam principalmente quanto à garantia dos
direitos básicos aos cidadãos.
A sociedade brasileira é estruturada pelo modelo econômico capitalista,
caracterizado por grande concentração de renda, sendo excludente e produzindo
desigualdades sociais. Acreditamos que a escola, entre outras instâncias da
sociedade, deve proporcionar condições de análise do cotidiano e da realidade
vivida pela comunidade escolar, levando o aluno a entender os elementos que a
determinam, bem como suas contradições, buscando alternativas para superação
das desigualdades e construindo realidades mais humanas para viver.
A educação escolar é intencional e pressupõe escolhas, devemos preparar
nosso trabalho pedagógico definindo conteúdos e metodologias, podemos formar
alunos passivos diante das adversidades ou alunos críticos, participativos
compreendendo seu papel na sociedade. Nesta perspectiva, os educadores tem o
papel de impulsionadores da transformação, sua pedagogia proporcionará
possibilidades de mudança nesta sociedade capitalista e opressora.
A segunda atividade propôs a socialização da Produção Didático-Pedagógica,
que foi constituída em um Caderno Pedagógico, com a finalidade de oferecer
subsídios teóricos aos professores, proporcionando reflexões sobre a formação
cidadã com as seguintes estratégias:
1) Análise da formação do cidadão no contexto escolar;
2) Discussão sobre o papel social da educação e as transformações na
educação brasileira motivada pelo neoliberalismo e pós-modernidade;
3) Estudo de textos e legislações sobre cidadania desde a antiguidade até os
tempos atuais;
Este estudo considerou a formação de alunos com conhecimentos científicos,
capazes de intervir no contexto social posicionando-se construtivamente às
questões sociais presentes na vida cotidiana. Portanto o aprendizado dos conteúdos
científicos em consonância com a realidade sociocultural proporcionará o
entendimento de questões históricas do nosso país explorando a concepção de
cidadania voltada apenas à execução de tarefas, direitos e deveres.
A superação da realidade por meio de ações nas esferas educacionais,
politicas, culturais e sociais sempre esteve presente nas discussões do grupo.
Porém, sabedores de que a escola não é a única instituição responsável por esta
formação, portanto não deve estar isolada da sociedade, então se justifica
desenvolver um trabalho que abranja toda a comunidade escolar para compreensão
das dimensões sócio-políticas dominantes presentes em nosso cotidiano.
É necessário identificar na instituição escolar o que impede ou limita a
efetivação da cidadania, oferecer espaços de vivência democrática e proporcionar
ações cidadãs visando a transformação da sociedade. Para superação dos desafios
encontrados, o aluno precisa adquirir condições de participar ativamente das
questões sociais da atualidade. A cidadania precisa ser construída por meio de
ações conjuntas entre professor e aluno. O professor deverá assumir uma postura
questionadora dos valores da sociedade, dominar noções de democracia, direitos
humanos e incentivar os alunos à participação nas questões de transformações
sociais.
A terceira atividade propôs a análise da Implementação do Projeto “Cidadania
no Contexto Escolar: Alguns Elementos para Reflexão”, no Colégio Estadual São
Cristóvão com o grupo de estudos formado por treze professores. Foram relatadas
todas as ações previstas, as experiências e os resultados parciais observados no
desenvolvimento do Projeto. Em todas as ações desenvolvidas destacou-se que a
escola tem o compromisso de desenvolver experiências significativas de práticas
cidadãs e que, atividades no modo interdisciplinar, deve ser o eixo norteador do
trabalho pedagógico devendo estar em pauta em todos os acontecimentos
vivenciados na escola.
A troca de experiências entre todos os professores participantes do GTR -
Grupo de Trabalho em Rede oportunizou um enriquecimento neste projeto.
Cidadania é um tema abrangente, o trabalho no contexto escolar proporciona
análise da realidade social brasileira e conscientização do papel de cada um na
sociedade, ressaltou-se que a ética deve ser ensinada desde a infância, o aluno
deve respeitar limites e estar ciente de seus direitos e deveres desenvolvendo senso
de responsabilidade e zelo pelo patrimônio público.
É fundamental trabalhar com ações concretas, levantando questões que os
alunos enfrentam em seu bairro, na cidade e apresentando para eles as instituições
públicas e organizações que fazem parte ou influenciam seus cotidianos, mas que
desconhecem. Uma estratégia interessante seria incentivar os estudantes a
conhecerem e acompanharem as sessões na Câmara de Vereadores. Os alunos
têm muito interesse em atividades que envolvam questões sociais, isto aliado a uma
atividade de pesquisa de campo e discussões embasará o trabalho desenvolvido em
sala de aula.
A cidadania está atrelada a garantia de direitos sociais que muitas vezes são
instaurados a partir de ações organizadas, é um processo inacabado e sempre
aberto a novas aquisições de consciência, de participação e de organização, sendo
a realização de uma sociedade que elabora projetos para seu desenvolvimento e de
seus cidadãos.
A escola enfrenta um grande desafio, pois a própria educação passa por
diversos problemas, dentre eles a falta de investimentos, a valorização dos
profissionais que ali atuam, a pouca disposição das autoridades em oferecer uma
educação libertadora e os poucos investimentos são para a construção de uma
educação voltada ao mercado de trabalho.
Desta forma, temos como conseqüência, a simples disseminação dos
instrumentos básicos, quando na verdade a escola deveria agir como espaço para a
constituição da cidadania e expressão concreta do exercício da democracia,
preparando os alunos para os novos desafios e conquistas, desenvolvendo um olhar
critico sobre as questões sociais que lhe dizem respeito.
O Grupo de trabalho em Rede foi muito significativo, pois proporcionou
discussões sobre a formação do cidadão critico e atuante na sociedade pela escola
pública, destacou-se alguns elementos que se fazem necessários compreender,
como por exemplo: quais as representações sociais que os professores pretendem
construir e quais são os suportes teóricos que embasam este trabalho. Outro item
importante a ser analisado é o neoliberalismo e a globalização da economia como
acontecimentos que marcam a reorganização do capitalismo, dificultam e freiam o
fortalecimento da democracia e da cidadania para as classes menos favorecidas.
3 Considerações Finais
A educação escolar pode contribuir para a formação da cidadania
democrática, a socialização do saber historicamente acumulado amplia as
possibilidades de se organizar para a conquista de direitos muitas vezes já
institucionalizados, mas nem sempre garantidos. Uma porcentagem significativa da
população brasileira não usufrui dos direitos básicos que deveriam garantir uma vida
digna, entre eles: saúde, educação, moradia, trabalho e lazer. É, portanto nesse
contexto que definimos cidadania como a realização plena das condições humanas,
na efetivação dos direitos civis, políticos e sociais.
A formação cidadã para os estudantes requer a superação do senso comum,
devemos partir para metodologias e materiais que, num primeiro momento, desperte
a atenção para a importância da cidadania, e posteriormente leve-os a
desenvolverem o pensamento critico, partindo de sua realidade, mas mostrando que
existem outras realidades e outras questões sociais, as quais poderão abrir os
horizontes e o modo de pensar, levando-os a refletirem sobre uma sociedade
diferente, mais justa e democrática e lutarem pela sua construção.
Múltiplos são os instrumentos para a realização plena da cidadania ativa: a alfabetização relativamente aos dois sistemas básicos de representação da realidade – a língua materna e a matemática, condição de possibilidade do conhecimento em todas as áreas; a participação do processo político, incluindo-se o direito de votar e ser votado; a participação da vida econômica, incluindo-se o desempenho de uma atividade produtiva e o pagamento de impostos; e naturalmente, o conhecimento de todos os direitos a que todo ser humano faz jus pelo simples fato de estar vivo. (Nilson José Machado, 1997, p. 107).
Nessa perspectiva apontamos alguns requisitos básicos para o trabalho de
formação cidadã no contexto escolar como: o apoio da instituição escolar em
vivências de gestão democrática, a compreensão da politica governamental, projeto
pedagógico voltado para a formação cidadã, aperfeiçoamento dos professores sobre
o domínio dos conteúdos dos direitos humanos e cidadania para integrá-los aos
conteúdos curriculares e uma prática pedagógica que vise a escola como um dos
espaços sociais que contribuem para a cidadania democrática em nosso país.
Ao assumirmos a incumbência de preparar nossos estudantes para a
cidadania estamos formando uma consciência politica. Com o conhecimento
adquirido na escola o aluno se prepara para a vida, podendo compreender e
modificar a realidade onde vive.
Não podemos deixar de ressaltar que a família deve ser a principal
responsável pela formação da consciência cidadã. Ao educar a criança, inicia-se um
processo de humanização e civilização, os pais educam dentro dos valores morais,
éticos, de respeito e responsabilidade, posteriormente a escola participa, valorizando
essa referencia familiar formando o cidadão no conhecimento científico, profissional
e do direito.
A formação cidadã é um compromisso e desafio para todos os envolvidos no
processo educacional, pois exige a revitalização dos laços de cidadania exigindo
maior participação na vida social e política e a discussão de valores morais e
cívicos.
Frente aos encaminhamentos tomados pelo grupo de estudos, apontamos
que a educação escolar é responsável por proporcionar um ambiente democrático.
Quanto ao desenvolvimento integral do estudante as relações sociais foram
aprimoradas uma vez que colaboramos para um nível de consciência critica sobre
as questões econômicas e sociais que são estabelecidas na sociedade.
A participação no Programa de Formação Continuada PDE 2013/2014, foi
muito significativa, proporcionou um aprofundamento teórico metodológico sobre o
tema cidadania no contexto escolar. Houve espaços de debates sobre opiniões
politicas, valores, formas de encarar ideologias e preconceitos, e tudo contribuindo
para a criação de um espirito crítico e o desenvolvimento de ações educacionais
voltadas para a formação cidadã no contexto escolar. A escola complementa a
formação da vida dos estudantes, prepara as novas gerações para a complexidade
do mundo. Tornar possíveis conhecimentos sobre cidadania, formando estudantes
com visão de mundo, estabelecendo as possíveis ações na sociedade é educar para
a vida, edificando valores, devendo ser pertinência e característica da escola.
Referências
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação popular na escola cidadã. Petrópolis –
RJ: Vozes, 2002.
BRASIL, Constituição da Republica federativa do Brasi de 1988.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília. MEC, 1996. CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo caminho. 3ª ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira 2002. CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo, Companhia das Letras, 1987.
LOWY, Michael. Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista. 13 ed. São Paulo: Editora Cortez, 1999. PELISSARI, Maria Aparecida. A condição cidadã: Piracicaba; Ed. UNIMEP, 1995.
PINSKY, Jaime. ELUF, Luiza. Nagib. Brasileiro (a) é Assim Mesmo: Cidadania e preconceito. 7ª Ed. Contexto. São Paulo, 2002. PINSKY, Jaime, PINSKY, Carla Bassanezi. História da cidadania 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2005. SACAVINO, Suzana. Democracia e cidadania na nova ordem mundial globalizada. In: CANDAU, Vera Maria (org.), SACAVINO, Susana (org.) Educar em direitos humanos: construir democracia-Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
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