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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
DIVERSIDADE CULTURAL: A LEI 11.645/2008 – O ENSINO DA CULTURA AFRO-
BRASILEIRA E AFRICANA NA ESCOLA
Francisca de Fátima de Oliveira1
Antonia Maria Bersanetti2
RESUMO: O presente artigo tem o objetivo de analisar os conteúdos dos Cadernos Temáticos que abordam o ensino de Cultura Afro-brasileira e Africana, e que foram enviados para as escolas pelo governo do Estado do Paraná, e que se tornaram obrigatórios no currículo escolar através da Lei nº 11.645 de 10/03/2008. Para detalhar mais, pretende também verificar como os Cadernos Temáticos abordam as Relações Étnico-Raciais, História, Cultura Africana e Afro-brasileira, bem como analisar o contexto histórico em que a Lei nº 11.645/2008 foi promulgada. A abordagem teórica dar-se-á pela linha dos Estudos Culturais, que podem fundamentar as ações educativas comprometidas com a construção de uma escola democrática fundada na convivência entre identidades culturais e sociais múltiplas: Althusser (1980), Costa (2002), Hall (2003), Matterlat (1997), Praxedes (2003), Souza (2004) e Turner (1990). Considerando que a educação sofre mudanças e que as perspectivas no âmbito educacional também vêm sofrendo transformações, aponta-se a necessidade de propor aos futuros discentes do curso de Formação de Docentes a inclusão de práticas inovadoras em suas metodologias que eliminem o preconceito racial dentro do contexto escolar.
Palavras-chave: Cultura Africana e Afro-brasileira. Diversidade. Ensino.
INTRODUÇÃO
Um dos desafios colocados à educação brasileira e que corroboram para
mostrar a relevância da atuação do pedagogo nas escolas é a questão da
abordagem obrigatória das Relações Étnico-Raciais, História, Cultura Africana e
Afro-Brasileira, o que demanda assessoramento pedagógico junto aos professores
das disciplinas afins, visto que as referências sobre a temática são escassas, bem
como um acompanhamento pedagógico aos educandos, pois o tema aborda
questões que envolvem práticas culturais do cotidiano.
A escola é um espaço onde ocorre um turbilhão de conflitos, pois vários
segmentos culturais se esbarram no mesmo ambiente. Por isso, é o lugar ideal para
que haja uma profunda reflexão sobre as situações nas quais possam ocorrer
discriminação cultural ou racial.
Fazendo um pequeno retrocesso, nos deparamos com a educação brasileira
que tem sido apontada, pelas pesquisas oficiais e acadêmicas, assim como pelos
movimentos sociais e narrados pela história como um campo de desigualdade social
1 Graduada em Pedagogia e Especialista em Orientação Educacional pela UNESPAR, campus de
Campo Mourão, Especialista em Metodologia de Ensino pela SEMA/MS, Pedagoga no Colégio Estadual Carlos Gomes de Ubiratã – PR, Cursando PDE SEED/UNESPAR. 2 Professora Mestre da UNESPAR, campus de Campo Mourão. Orientadora PDE.
e racial. Esta situação exige do Estado a adoção de políticas e práticas de
superação do racismo e de desigualdade racial na educação, implantando o
conhecimento da diversidade e da equidade social.
Essa temática é de grande relevância, pois, além de ser um assunto discutido
em larga escala, faz parte da grade curricular e agora há também uma novidade
relativa ao tema: o Estatuto da Igualdade Racial, que foi aprovada pelo Senado
Federal. Esta lei institui a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos
direitos étnicos individuais e coletivos e o combate à discriminação étnica, seja no
campo político, econômico, cultural ou social.
Com a intencionalidade de promover mudanças reais, realizar este trabalho
com alunos do Curso de Formação de Docentes aproxima a teoria ainda mais da
possibilidade prática, pois há uma grande possibilidade de se obter um resultado
eficaz. Os discentes estarão perpassando estes conhecimentos desde a Educação
Infantil até o quinto ano do Ensino Fundamental I, abordando a valorização da
diversidade cultural e a herança afro-brasileira em nosso país.
1 A FUNÇÃO DO PEDAGOGO NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
PEDAGÓGICO
É necessário ressaltar que a função do pedagogo nas escolas públicas está
um tanto quanto descaracterizada: de especialista em educação ele passa a fazer as
vezes de menino de recados; fiscalizador das entradas e saídas dos alunos na
escola; substituto de professores que, pelos mais variados motivos, necessitam se
ausentar das escolas em que trabalham; responsável pelo processo de
conscientização do grupo de profissionais da escola quanto à elaboração do projeto
político pedagógico e pela organização, elaboração e implementação deste;
organizador de festas e eventos (quando as escolas os promovem), causando assim
uma série de atividades paralelas que impossibilitam o trabalho pedagógico, o qual
está preparado, pelo menos teoricamente, para realizar.
No entanto, a atuação do Pedagogo é de fundamental importância em todas
as instituições de cunho educativo. Segundo Libâneo (1996, p. 127), “há uma
diversidade de práticas educativas intencionais na sociedade que se configuram
como uma ação pedagógica escolar e extra-escolar”. Assim, o autor considera que:
O pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana definidos em sua contextualização histórica. Em outras palavras, pedagogo é um profissional que lida com fatos, estruturas, contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias modalidades e manifestações. (...) A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (conteúdos, métodos, técnicas, formas de organização da classe), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula. (LIBÂNEO: 1996, p. 127)
De acordo com Libâneo (1996, p.127), “não é casual a menção cada vez mais
frequente à sociedade do conhecimento” e, segundo afirma, “somente o pedagogo
poderá coordenar os trabalhos pedagógicos das instituições educativas”.
Corroborando com Libâneo, Saviani (1985, p.65) afirma que:
Pedagogo é aquele que possibilita o acesso à cultura, organizando o processo de formação cultural. É, pois, aquele que domina as formas, os procedimentos, os métodos, através dos quais se chega ao domínio do patrimônio cultural acumulado pela humanidade. (...) A palavra pedagogia traz sempre ressonâncias metodológicas, isto é, de caminho através do qual se chega a determinado lugar. Aliás, isto já está presente na etimologia da palavra: conduzir (por um caminho) até determinado lugar. (...) Empenhem-se no domínio das formas que possam garantir às camadas populares o ingresso na cultura letrada, vale dizer, apropriação dos conhecimentos sistematizados. E, no interior das escolas, lembrem-se sempre de que o papel próprio de vocês será provê-las de organização, tal que cada criança, cada educando, em especial aquele das camadas trabalhadoras, não veja frustrada a sua aspiração de assimilar os conhecimentos metódicos, incorporando-os como instrumento irreversível a partir do qual será possível conferir uma nova qualidade às suas lutas no seio da sociedade. (SAVIANI,1985, p.65)
No ano de 2005, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná desenvolveu
trabalhos de formação continuada em serviço em todos os Núcleos Regionais de
Educação e, consequentemente, a todos os professores pedagogos aprovados em
concurso e àqueles que já pertenciam ao quadro. A atuação do Pedagogo, além de
todas as características já apontadas anteriormente, centrou-se, neste período, no
processo de (re)elaboração do Projeto Político Pedagógico, de discussão com os
pares e de implantação de uma proposta que fosse viável às escolas de
desenvolver. Para a consecução desta tarefa é necessário que o pedagogo tenha
clareza acerca das concepções de educação, do conceito de emancipação e
transformação social, que tenha consciência da organização do trabalho
pedagógico, pensada em uma perspectiva da totalidade. É essencial ainda que o
pedagogo consiga entender a relação ensino e aprendizagem também balizada no
processo de totalidade.
2 O ENSINO DA CULTURA AFRO- BRASILEIRA E AFRICANA NA ESCOLA
Há que se fazer um resgate para relembrarmos que o Brasil é um país rico no
que diz respeito às várias etnias que aqui chegaram e que fazem parte desse povo.
Assim, os autores que falam da cultura brasileira concordam que a característica
marcante de nossa cultura é a riqueza de sua diversidade, resultado de nosso
processo histórico-social e das dimensões continentais de nossa territorialidade.
Nesse sentido, as palavras do antropólogo Darcy Ribeiro são muito
elucidativas quando afirma que:
Apesar desse fato incontestável, de que somos, em virtude de nossa formação histórico-social, uma nação multirracial e pluriétnica, de notável diversidade cultural, a escola brasileira ainda não aprendeu a conviver com essa realidade e, por conseguinte, não sabe trabalhar com crianças e jovens dos estratos sociais mais pobres, constituídos, na sua grande maioria, de negros e mestiços. (RIBEIRO, 1995, p. 20)
Apesar da reforma teórico-metodológica do ensino de História nos últimos
anos, o conteúdo programático da disciplina tem primado por uma visão
monocultural e eurocêntrica de nosso passado. “Inicia-se o estudo da chamada
‘História do Brasil’ a partir da chegada dos portugueses, e esquece-se dos povos
indígenas que já habitavam o Brasil”, conforme afirma Gomes (2005, p. 40).
Relevante ressaltar ainda que os africanos que aportaram em nosso território
na condição de escravos eram vistos como mercadorias e objeto nas mãos de seus
proprietários. De acordo com Cunha (2008, p. 7), “Nega-se ao negro a participação
na construção da história e da cultura brasileira”, embora tenha sido ele a mão-de-
obra predominante na produção da riqueza nacional, trabalhando na cultura
canavieira, na extração aurífera, no desenvolvimento da pecuária e no cultivo do
café, em diferentes momentos de nosso processo histórico.
De acordo com o IBGE (Censo de 2011), apenas 35,8% dos estudantes
negros ou pardos entre 18 e 24 anos estão no Ensino Superior. A maior parte da
população negra ou parada nessa faixa etária ainda está no Ensino Médio (45,2%).
Esses parâmetros precisam ser medidos e analisados para que essas diferenças
sejam banidas para que a verdadeira democracia seja instalada no Brasil.
Combater o racismo e o preconceito estereotipado ligados ao segmento afro-
brasileiro contribui para o resgate da autoestima de milhares de crianças e jovens
que se veem marginalizados por uma escola de padrões eurocêntricos, que nega a
pluralidade étnico-racial em sua formação, já que no ensino de história e cultura
afro-brasileira e africana no Brasil, sempre foi o tema da escravidão negra africana.
Assim, o papel destinado à educação está no debate sobre tudo que sempre
foi transmitido pela escola: sobre a centralidade de uma cultura em detrimento das
demais, de um povo sobre o outro, sobre os processos de exclusão provocados pelo
preconceito e pela exploração, sobre as relações de poder, históricas, sobre uma
linha divisória entre o rico e o pobre, o negro e o branco, a cidade e o bairro, o
centro e a periferia.
Difícil falar em educação sem citar a população de jovens e adultos negros
que deixam a escola devido ao seu sentimento de não-pertencimento àquele local,
aos estereótipos que carrega, aos estigmas que os acompanham. Diante da
exclusão, esses jovens nem sempre percebem por que razão não se adaptaram à
escola e a relacionam à inabilidade para os estudos.
Essas construções de sentimento de inferioridade estão relacionadas aos
fatores que diretamente influenciaram em sua diferença como negação. Bhabha
(1998, p.105) diz que na teoria do discurso colonial, “o estereótipo é sua principal
estratégia discursiva e é uma forma de conhecimento e identificação”, que está entre
o que está sempre no seu devido lugar, imutável, e ao mesmo tempo deve ser
repetido, mesmo que não comprovada a veracidade nas informações.
Quanto aos professores, em geral, não foram verificadas ações no sentido do
ensino da história com enfoque positivo sobre a cultura africana e dos afro-
brasileiros em seu planejamento. Há que se registrar que algumas ações
espontâneas verificadas nas escolas partem de educadores negros que
desenvolvem projetos em seus locais de trabalho. Há aí a possibilidade de haver
preconceito ante o ensino de história na temática.
Assim, qualquer tentativa de mudança nas práticas pedagógicas, nos
conceitos incutidos, nas concepções históricas já sedimentadas, mesmo que já
modificadas e teoricamente ultrapassadas tenderem a ocorrer lentamente.
Essa resistência silenciosa torna mais difícil a implementação e explicita as
bases em que a educação desses professores foi fundamentada.
Reafirmando a importância da mudança curricular no ensino de História,
sabe-se que essa proposta também deve estar explicitada no Projeto Político
Pedagógico da Instituição de Ensino, para que seja fiel ao que propõe o governo do
Estado do Paraná, com práticas pedagógicas em torno das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Étnico-Racial para o Ensino de História e Cultura Afro-
brasileira e Africana, para que tanto o Ensino Fundamental ou Médio tenham
profissionais capacitados por materiais pedagógicos que venham a abordar essa
questão, procurando criar um ambiente escolar prazeroso e livre de preconceitos
raciais ou de outra espécie. Nesta perspectiva, pode-se encontrar respaldo na fala
de Passos:
A instituição educativa não é apenas uma instituição que reproduz relações sociais e valores dominantes, mas é também uma instituição de confronto, de resistência e proposição de inovações. A inovação educativa deve produzir rupturas e, sob essa ótica, ela procura romper com a clássica cisão entre concepção e execução, uma divisória própria da organização do trabalho fragmentado. (PASSOS, 1995, p.267)
No campo educacional, entre as medidas afirmativas que visam combater as
desigualdades sociais brasileiras, bem como propiciar desconstruções e construções
necessárias para práticas da promoção de igualdade racial, encontra-se a legislação
pertinente à Educação das Relações Étnico-Raciais.
Dentro desta perspectiva de uma escola de qualidade e inclusiva, sobretudo
do ponto de vista cultural, pode-se destacar que as ações da Secretaria de Estado
da Educação do Paraná para a Educação das Relações Étnico-Raciais estão
pautadas em duas esferas de atuação: políticas de ação afirmativa, na qual se
insere o Encontro de Educadores/as Negros/as do Paraná e a participação no Fórum
Permanente da Educação e Diversidade Étnico-Racial do Paraná. Assim
denominados por estarem voltados à formação dos/as educadores/as da Rede
Estadual de Educação do Estado e suas discussões possuírem um aporte teórico
mais consolidado direcionado à prática pedagógica. (BRASIL/ CNE, 2004, p.11).
Para Praxedes (2003, p. 48), “os Estudos Culturais podem fundamentar as
ações educativas comprometidas com a construção de uma escola democrática
fundada na convivência entre identidades culturais e sociais múltiplas”. Mas, para
que isso ocorra, é necessário que sejam questionadas as desiguais relações de
poder que se manifestam em atitudes preconceituosas e excludentes.
No campo teórico dos Estudos Culturais, cada cultura tem suas próprias e
distintas formas de classificar o mundo, e é pela construção de sistema
classificatório que ela nos propicia os meios pelos quais “podemos dar sentido ao
mundo social e construir significados, o que deve ser levado em conta na construção
do currículo escolar” (PRAXEDES, 2003, p. 53). Assim, a metodologia de
compreensão aplicada nos estudos culturais nos chama a atenção para os impactos
das relações sociais que se articulam entre cultura e nosso contexto social
contemporâneo.
Pensamos aqui a introdução dos estudos culturais para os estudos das
identidades como um processo de desmistificação de uma cultura central a partir do
“enraizamento econômico-político da cultura por meio de uma leitura genealógica”;
Materllat e Neveu (2004, p. 10), afirmam que “na medida em que essa perspectiva
pode nos liberar de antigas concepções centralizadoras da cultura, bem como da
idéia de hegemonia cultural,” visto que os debates teóricos atuais mostram que a
centralidade da cultura se transforma cotidianamente. Segundo Hall:
A cultura é uma produção. Tem sua matéria-prima, seus recursos, seu “trabalho produtivo”. Depende de um conhecimento da tradição, enquanto “o mesmo em mutação” e de um conjunto efetivo de genealogias. Mas o que esse “desvio através de seus passados” faz é nos capacitar, através da cultura, a nos produzir a nós mesmos de novo, como novos tipos de sujeitos. Portanto, não é uma questão do que as tradições fazem de nós, mas daquilo que nós fazemos das nossas tradições. Paradoxalmente, nossas identidades culturais, em qualquer forma acabada, estão à nossa frente. Estamos sempre em processo de formação cultural. A cultura não é uma questão de ontologia, de ser, mas de se tornar. (HALL, 2003, p.43)
Turner (1990, p. 26), relata que “os estudos culturais também são agentes da
reprodução social, acentuando sua natureza complexa e ativa na construção da
hegemonia de um povo”. Nessa perspectiva, são estudadas as estruturas e os
processos que os meios de comunicação de massa sustentam e reproduzem a
estabilidade social e cultural, bem como cita que influencia o modo de vida de um
povo de forma significativa e marcante. Apesar das análises culturais envolverem
uma configuração investigativa ampla, caracterizada pela possibilidade de incursão
a variados campos de saber e suas metodologias, todas elas partilham o
compromisso de examinar práticas culturais no ponto de vista de seu envolvimento
com, e no interior das relações de poder.
Para Costa (2002, p. 93), “professoras e professores que se preocupam com
a concretização de uma sociedade menos injusta e excludente, precisam pensar
urgentemente e seriamente sobre a política cultural”, pois todas as pessoas estão
engajadas e implicadas em uma batalha cultural pela significação, pela identidade e
significados que poderão comprometer amplamente possibilidades de desconstruir
saberes que justificam o controle, a regulação e o governo das pessoas que não
habitam espaços culturais hegemônicos.
Sob a luz de diversos autores supracitados, nota-se que as estratégias de
ação que envolvem o projeto devem estar pautadas fielmente às pesquisas
realizadas referentes ao projeto proposto, e principalmente uma pesquisa mais
detalhadas sobre o material enviado pelo governo do Estado do Paraná, que aborda
especificamente as relações étnico-raciais e o ensino de História envolvendo essa
temática.
Assim, o foco deste trabalho é aprofundar a análise da questão das relações
étnico-raciais e da abordagem nos cadernos temáticos e, principalmente, da análise
entre teoria atrelada à prática pedagógica no cotidiano escolar.
A implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica considerou os
conhecimentos acumulados nos seminários, cursos, simpósios, atividades e eventos
acadêmicos, bem como as bibliografias pertinentes ao tema da pesquisa. Nos oito
encontros de quatro horas/aula com os alunos do 4º ano do Curso de Formação de
Docentes foram realizados estudos e atividades relativas à temática, por meio de
estudo de textos, vídeos, músicas, entrevistas e atividades práticas.
Partilhar os conhecimentos adquiridos no GTR – Grupo de Trabalho em
Rede, também foi muito interessante, de um aprendizado ímpar, com contribuições
valiosas de colegas. Foi interessante refletir sobre a Lei 10.639/03, alterada pela Lei
11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e
africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o
ensino médio, que solicita aos professores que ressaltem em sala de aula a cultura
afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os
negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o
pensamento e as idéias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura
(música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
Com a Lei 10.639/03 também foi instituído o dia Nacional da Consciência
Negra (20 de novembro), em homenagem ao dia da morte do líder quilombola negro
Zumbi dos Palmares. O dia da consciência negra é marcado pela luta contra o
preconceito racial no Brasil.
Assim, o papel destinado à educação está no debate sobre tudo o que
sempre foi transmitido pela escola sobre a centralidade de uma cultura em
detrimento das demais, de um povo sobre o outro, sobre os processos de exclusão
provocados pelo preconceito e pela exploração, sobre as relações de poder,
históricas, que manteve sempre uma linha divisória entre o rico e o pobre, o negro e
o branco, a cidade e o bairro, o centro e a periferia.
Não é possível também falar em educação sem citar a população de jovens e
adultos negros que deixam a escola devido ao seu sentimento de não-pertencimento
aquele local, aos estereótipos que carrega, aos estigmas que os acompanham.
Diante da exclusão, esses jovens nem sempre percebem por que razões não se
adaptaram à escola e a relaciona à inabilidade para os estudos.
Os objetivos dessa lei têm sido alcançados parcialmente, pois muitos
profissionais da educação ainda não se encontram totalmente preparados e com
conhecimento real para aplicação da citada lei. Portanto o governo está voltado a
capacitar professores e com materiais disponíveis, como os cadernos pedagógicos
para dar suporte a esses profissionais.
Dados estatísticos foram pesquisados: a última estatística do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que, em comparação com o Censo
realizado em 2000, o percentual de pardos cresceu de 38,5% para 43,1% (82
milhões de pessoas) em 2010. A proporção de pretos também subiu de 6,2% para
7,6% (15 milhões) no mesmo período. Esse resultado também aponta que a
população que se autodeclara branca caiu de 53,7% para 47,7% (91 milhões de
brasileiros).
O que se pode observar a partir dessa análise é que o Brasil, além de ter uma
população em que predomina a afro-descendência, a maioria do povo brasileiro já
se aceita como pardo ou descendente de africanos. Assim também o acesso ao
mercado de trabalho, à cultura, à economia, à educação e à inserção social está
gradativamente evoluindo. Vindo afirmar nas palavras de Teodoro apud Costa
(2002):
[...] a identificação racial não é mera consequência da cor dos nossos pais. É uma construção social para a qual contribui o lugar que as pessoas ocupam na sociedade e, também, como as próprias pessoas se veem. Nada garante que esse modo de construir sua própria identidade seja constante ao longo do tempo. Para os indivíduos, pode depender de mudanças nas suas visões de mundo, ideologia ou até refletir experiências particulares que os afetaram. Do ponto de vista da, pode refletir mudanças em como cada identidade racial é construída. [...] Pode-se dizer que o que
está ocorrendo não é que o Brasil esteja tornando-se uma nação de negros, mas, sim, que está se assumindo como tal. (TEODORO apud COSTA , 2002, p. 107)
Mas como no Brasil alguns estereótipos de beleza já vêm concebidos e
embutidos com traços e origens que não condizem com os padrões de beleza afro-
descendentes, mas sim que se identificam com a européia, deixa um
questionamento sobre o preconceito referente ainda à identidade negra, que
precisam estar demonstrando o tempo todo que são capazes e que o seu cognitivo
não tem nada a ver com a cor de sua pele.
Munanga (1999, p.13,15) relata que “também parte do princípio da
necessidade da criação de uma identidade que sirva de plataforma mobilizadora”.
Nesse sentido, “é necessária a recuperação de uma negritude tanto física quanto
cultural”. A criação de uma solidariedade coletiva é difícil devido à presença do ideal
de branqueamento, elaborados nos fins do século XIX e XX pelas elites brasileiras.
Isso faz com que essa afirmação seja cada vez mais necessária no campo
educacional, principalmente na Educação Infantil e nas séries iniciais, que é a base
da formação de identidade social e individual humana. O papel do educador é de
suma importância na construção dessa identidade. Portanto, se o educador tem uma
visão holística da sociedade como um todo e não de forma discriminatória, mas
sabendo fazer uma abordagem que inclua a todos, não ressaltando os afro-
descendentes, mas aceitando-a como parte dessa sociedade de forma simplista e
normal.
Os conceitos de gênero, raça e etnia, ao serem trabalhados na sala de aula
em uma perspectiva da valorização da(s) identidade(s) dos múltiplos sujeitos que
convivem no mesmo espaço da escola, deve ter um posicionamento político, a fim
de desconstruir os estereótipos e os estigmas que foram atribuídos historicamente. A
questão de gênero a ser trabalhado na sala de aula deve começar pelo
entendimento de como esse conceito gênero ganhou contornos políticos.
Atualmente, o conceito de raça, quando aplicado à humanidade, causa
inúmeras polêmicas porque a área biológica comprovou que as diferenças genéticas
entre seres humanos são mínimas e, por isso, não se admite mais que a
humanidade é constituída por raças.
O termo étnico, segundo Silva (2004, p. 73), marca “as relações tensas por
causa das diferenças na cor da pele e nos traços fisionômicos que caracterizam a
raiz cultural plantada na ancestralidade dos mais diversos grupos”, que difere em
visão de mundo, valores e princípios de origem indígena, européia ou asiática. O
termo étnico é fundamental para demarcar que o indivíduo pode ter a mesma cor da
pele que o outro, o mesmo tipo de cabelo e traços culturais e sociais que os
distingue, caracterizando assim etnias diferentes.
Os professores e as professoras que se posicionam criticamente em relação
ao conceito de gênero, raça e etnia podem instituir discursivamente uma “vontade de
verdade” de um grupo social, para utilizar a expressão de Foucault apud Costa
(2002, p. 56 ).
Partindo desse pressuposto, é necessário afirmar ainda na ótica do mesmo
autor que a alternativa não é “apegar-se a modelos fechados, unitários e
homogêneos de pertencimento cultural, mas abarcar os processos mais amplos o
jogo da semelhança e da diferença que estão transformando a cultura no mundo
inteiro.” Esse é o caminho da diáspora, que é a trajetória de um povo moderno e de
uma cultura moderna (HALL, 2003, p. 47).
Munanga (2003, p. 27), comenta que “muitos professores, ao tentar passar a
seus alunos a cultura negra são acusados de serem racistas às avessas”. Isso
significa que é um professor que tenta passar aos seus alunos a cultura Africana,
defendendo seus ideais e a política nacional que acontece em torno do tema
abordado.
Na verdade o objetivo do trabalho dos professores, tanto de história como de
outras áreas não é de pregar uma ideologia, mas sim proposta e projetos que visam
subsidiar o trabalho do educador sobre as relações étnico-raciais positivas,
reconhecendo e valorizando a história, a cultura e a identidade da população afro-
descendente do Brasil. Levar os alunos e os educadores a se posicionarem de
maneira reflexiva e crítica, partindo do conhecimento e da contextualização de
situações variadas, para que aprendam por meio da análise de fatos. O objetivo é
formá-los para que sejam capazes de intervir na realidade, transformando-a, quando
necessário.
Essa proposta de trabalho visa estabelecer relações humanas mais fraternas,
promovendo a colaboração, a solidariedade e a construção da dignidade pessoal,
além de proporcionar a reflexão sobre várias situações que possam ocorrer no
cotidiano tanto dentro do âmbito escolar ou em convívio social.
A história do Brasil é marcada pela eliminação simbólica e/ou física do “outro”.
Os processos de negação desses “outros”, na maioria das vezes ocorreram no plano
das representações e do imaginário social quando estabelecemos os conceitos do
que é ser belo, ser mulher, ou até mesmo do que é ser brasileiro.
Ao tratar a questão da diversidade cultural, Abramowicz (2006, p. 38) diz que
todo o brasileiro vive uma situação no mínimo, inusitada. De um lado, “há o discurso
de que nós somos um povo único, fruto de um intenso processo de miscigenação e
mestiçagem”, que gerou uma nação singular com indivíduos culturalmente
diversificados. De outro, “vivenciamos em nossas relações cotidianas inúmeras
práticas preconceituosas, discriminatórias e racistas" em relação a alguns
segmentos da população, como as mulheres, os indígenas e os afro-descendentes.
Na atualidade, mesmo com a manutenção de vários padrões de
comportamento, de beleza, os documentos relacionados à educação brasileira
outorgam que somos um país construído tendo por base a diversidade cultural. Mas
o que significa diversidade cultural em um país onde os diversos grupos sociais são
marginalizados em suas representações?
Os estudos de Silva (2005, p. 61) mostram que apesar da diversidade cultural
registrados nos documentos oficiais, porque os bancos escolares são frequentados
por alunos de diferentes origens étnico-raciais e gêneros, “os conteúdos
programáticos dos livros didáticos e dos currículos escolares apresentam ainda
como padrão o homem, branco e heterossexual”.
No intuito de refletirmos sobre as possibilidades de ação pedagógica para
tratar da diversidade cultural na educação escolar, questionamos: como trabalhar os
conceitos de gênero, raça e etnia na sala de aula, com o propósito de valorizar as
múltiplas identidades constituintes no ambiente escolar ?
Silva (2005, p. 67) afirma que nos livros didáticos, nos currículos escolares e
nas falas dos professores, ainda “há uma invisibilidade ou a visibilidade subalterna
de diversos grupos sociais, como os negros, os indígenas e as mulheres”. O
preconceito instituído e manifestado na prática pedagógica pode levar tais grupos a
uma autorrejeição e rejeição ao seu grupo social, comprometendo os processos
constitutivos de sua identidade(s).
Um caminho para isso é a reflexão conjunta, procurando respostas a
indagações como: Sou preconceituoso? Já vivi situações de discriminação ou
preconceito? E, tratando-se da etnia negra: O que sei sobre o continente africano? O
que sei sobre as condições dos africanos escravizados no Brasil? O que sei sobre
suas lutas de resistência, seus heróis, suas histórias? Conheço a história de Zumbi?
A influência que os africanos escravizados tiveram na formação da identidade
brasileira, nas religiões, festas, cantigas, danças, culinária e, principalmente,
histórias que contribuem para ampliar o repertório e povoar o imaginário das
crianças com representações positivas do negro?
O Brasil é um país rico no que diz respeito às várias etnias que aqui
chegaram, e que fazem parte desse povo. Assim, os autores que falam da cultura
brasileira concordam que a característica marcante de nossa cultura é a riqueza de
sua diversidade, resultado de nosso processo histórico-social e das dimensões
continentais de nossa territorialidade.
A composição étnica dos brasileiros é um conteúdo muito importante, passível
de uma atenção especial por parte do educador ao aplicá-lo em sala de aula.
Mostrar aos alunos a diversidade étnica da população nacional e como esse fator
contribuiu para a nossa identidade cultural; demonstrar aspectos culturais presentes
nas vidas dos brasileiros, originários dos indígenas, portugueses, africanos, além
dos outros imigrantes europeus, árabes e asiáticos.
A cultura é histórica, pensar em cultura é pensar em conhecimento,
significado e formas de interpretar o mundo e nosso cotidiano. A construção de uma
cultura é baseada no que fomos agregando ao longo da história para transformar e
transmitir nosso pensamento, nossas formas de ser e sentir. Conhecer, aprender, ver
as diferenças, como somos e como nos relacionamos é se apropriar do
conhecimento.
Para entender o conhecimento, temos que refletir os inúmeros fatores pelos
quais somos influenciados, como: o que assistimos na TV, o que temos como hábito
de leitura, de saberes adquiridos, de técnicas corporais incorporadas, entre outros.
Ao tratarmos de cultura, há fortes indicativos de que não podemos
compreendê-la como algo homogêneo, alertando para o fato de que ela “possui
diferentes formas de coexistir na esfera social, refletindo formas desiguais de
apropriação do capital cultural”: as culturas populares, as culturas hegemônicas e a
cultura de massa. Para ela há um entendimento corrente de que a cultura popular é
algo primitivo, que necessita evoluir.
A cultura é essencial ao desenvolvimento do ser humano. De todas as
manifestações culturais, a dança é uma das mais representativas, pois reflete os
aspectos relativos a uma determinada sociedade e desenvolve, a partir da
expressão corporal, movimentos e ritmos diversos. Segundo Boyer (1983, p. 55), “a
arte é essencial na experiência humana, não é uma frivolidade”, ele recomenda que
a arte seja estudada para descobrir como seres humanos usam símbolos não
verbais e se comunicam não apenas com palavras, mas através da música, teatro,
dança e na construção do conhecimento.
O Caderno Temático da Diversidade que aborda o tema da Educação Escolar
Quilombola: Pilões, Peneiras e Conhecimento Escolar (2010), retrata o panorama
escolar referente aos quilombolas, especificamente no estado do Paraná.
Fazendo um retrocesso histórico, nota-se que durante muitos anos a
educação paranaense tinha um currículo voltado para privilegiar os povos europeus,
esquecendo-se da grande contribuição cultural e miscigênica dos povos indígenas,
africanos e afro-brasileiros na formação do estado.
Ao fazer uma análise mais detalhada observou-se que havia, em 2004, de
oito a dez comunidades quilombolas, com o fator motivador que foi a criação da Lei
10.639/03, que institui a obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura Afro-
Brasileira e Africana no Currículo do Ensino fundamental, e na Secretária de Cultura,
o programa denominado o novo “Paraná da Gente”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa temática desperta muito interesse e enorme polêmica. É algo que mexe
profundamente com os sentimentos do ser humano, com sua autoestima, com suas
raízes emocionais e culturais. Ao mesmo tempo desperta bons e maus sentimentos.
Poder tratar da questão com a ética e com a justiça que ela merece é uma forma de
combater preconceitos enraizados.
Poder fazer isso com futuros professores, bem como partilhar com
professores que já estão atuando, é de um aproveitamento imenso. A troca de
informações foi enriquecedora e alimentadora de esperança para a construção de
um mundo mais justo.
Além de ser um assunto discutido em larga escala, faz parte da grade
curricular. Agora há também o Estatuto da Igualdade Racial, que foi aprovado pelo
Senado Federal. Esta lei institui a efetivação da igualdade de oportunidades, a
defesa dos direitos étnicos individuais e coletivos e o combate à discriminação
étnica, seja no campo político, econômico, cultural ou social.
Com a intencionalidade de promover mudanças reais, realizar este trabalho
com alunos do Curso de Formação de Docentes, aproxima a teoria ainda mais da
possibilidade prática, pois há uma grande possibilidade de se obter um resultado
eficaz. Os discentes estarão perpassando estes conhecimentos desde a Educação
Infantil até o quinto ano do Ensino Fundamental I, abordando a valorização da
diversidade cultural e a herança afro-brasileira em nosso país.
Após a realização da intervenção e analisando os resultados alcançados, é
muito bom saber que nada é imutável. O cenário que aí está pode ser alterado. Para
isso, basta aceitar o diferente, valorizar o outro, pensar no outro como sujeito de
direito e de deveres, com uma história construída ao longo do tempo, uma história
que deve ser respeitada e valorizada.
Cabe à escola fazer o que lhe cabe para que professores, alunos e sociedade
entendam que somos um país mestiço e é justamente aí que está nossa maior
riqueza; é justamente na diferença, na diversidade que está nossa beleza.
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