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PALEOTOCAS em CONGRESSO O trabalho que enviamos para o 25º
Congresso Brasileiro de Paleontologia foi
aprovado. Será apresentado no formato oral
pelo Prof. Renato Lopes. O Congresso
transcorre de 17 a 21 de julho, em Ribeirão
Preto (SP). É o maior evento nacional da área
e costuma reunir ao redor de 1.000 pessoas de
todos os ramos da Paleontologia. Sempre uma
grande oportunidade de conhecer pessoas e
debater assuntos da área.
PALEOTOCAS TURÍSTICAS Em Timbé do Sul (SC) havia uma
caverna conhecida como “furna”. Fomos lá
olhar (isso em 2012) e reconhecemos ela
como paleotoca – das grandes. Cheia de
gravuras rupestres e marcas de garra. Bem, a
partir disso a coisa ficou mais interessante
para o turismo e hoje temos a “Trilha da
Paleotoca”, conduzida pelo guia Luiz
Fernando Soares.
PALEOTOCAS em
LIVRO DIDÁTICO
Recebemos consulta da Editora
“Edições SM” para uso de uma de nossas
imagens de paleotoca no livro didático
“Geração Alpha História 7º Ano”, nas versões
impressa e digital.
Enviamos uma imagem bem
representativa e autorizamos o uso. São as
paleotocas chegando às escolas.
42 – julho de 2017
EDITORIAL
Nestes últimos três meses, desde a
última edição do TocaNews, tivemos um
outono muito agradável e um inverno
ameno, descontando duas semanas de
chuva. Em função disso, conseguimos
fazer vários trabalhos de campo.
Paleotocas continuam aparecendo
por pesquisa própria ou por indicação de
pessoas interessadas. O assunto já se
tornou tão conhecido que mesmo leigos
no assunto reconhecem uma paleotoca
aberta quando a encontram. Uma
evolução muito legal que contribui para a
Ciência e que ajuda a preservar tocas.
Perguntas sem respostas (6ª parte)
Continuação. TocaNews 37: “Porque só aqui” e “Porque tão longas”. TocaNews 38: “Porque esse esforço enorme em cavar?”. TocaNews 39: “Porque os túneis do tipo “beco sem saída?”. TocaNews 40: “Nunca vamos achar ossos dentro das paleotocas”. TocaNews 41: “Quantos tipos diferentes de paleotocas existem?” Vamos à seqüência.
7. Vale a pena escavar uma paleotoca preenchida?
O que mais se encontra são paleotocas completamente preenchidas, também conhecidas
como crotovinas. Aparecem como manchas redondas ou elípticas nas escavações e paredões, com
cores e texturas que contrastam com a rocha que forma a colina. Eu diria que 95% das paleotocas
encontradas estão preenchidas. Na última página deste TocaNews há duas imagens de paleotocas
preenchidas que encontramos nestas últimas semanas.
Será que vale a pena escavar uma toca preenchida para obter dados científicos?
Uma paleotoca preenchida nos dá pouca informação. Os dados de largura e altura são apenas
aparentes, porque não sabemos qual foi o ângulo de corte da escavação em relação ao eixo da
paleotoca. Larguras e alturas corretas apenas se obtêm em seções perpendiculares ao eixo. É
possível analisar o material que preenche o túnel, mas não é uma informação relevante à medida
que apenas registra o progressivo entulhamento do túnel. Conseguimos registrar a posição da
paleotoca e estimar um comprimento original mínimo.
Uma escavação nos permitiria determinar o comprimento que restou do túnel, nos daria
alguma informação sobre a sinuosidade da paleotoca, de sua horizontalidade, de eventuais túneis
laterais, de variações nos diâmetros do túnel e de eventuais dormitórios associados.
Já constatamos, em várias ocasiões, como é duro o material que preenche as tocas. São
argilas lentamente decantadas e depois compactadas pelo sedimento posterior, são areias duras e
secas e pode haver pedras no material. É difícil remover isso. Seria necessário trabalhar com
furadeiras de impacto. A bateria, pois geralmente não há tomada por perto. E a remoção precisa ser
cuidadosa, porque não se deve impactar as paredes, que podem conter registros como marcas de
garra.
Trata-se, portanto, de uma escavação cuidadosa, na qual você trabalha deitado, removendo
aos poucos o material, que pesa mais de duas toneladas por metro cúbico. Isso requer equipe, requer
estrutura, requer logística e muito tempo disponível. Provavelmente você avançará alguns metros
por dia, cada vez menos à medida que você está mais fundo no túnel. O pessoal se revezando.
Alguém trazendo baterias carregadas, providenciando alimentação e outras necessidades.
Não temos essa estrutura toda. Muito menos a disponibilidade de ficar dias e dias longe do
trabalho. Por isso as paleotocas preenchidas vão continuar como estão. Preenchidas.
A OUTRA CAVERNA DAS PREGUIÇAS
No último TocaNews estávamos comemorando o achado da primeira caverna no Rio Grande
do Sul formada por processos naturais e exibindo marcas de garra que mostram que a cavidade foi
ocupada por preguiças gigantes da Megafauna Cenozóica.
Pois bem. Pouco depois de lançar o Boletim, encontramos outra caverna com estas
características. Uma caverna menor com menos marcas de garras, mas a situação é a mesma
daquela primeira caverna em Relvado. Imagens e um primeiro esboço de planta baixa estão abaixo.
A caverna fica em Flores da Cunha, na propriedade de Waldemar Zim, nas coordenadas 29
03 25.87 S, 51 08 33.05 W. Como é muito baixinha – não passa de 1,4 m de altura – apelidamos ela
de “Caverna do Ciático”. Tem que ter uma boa mobilidade para percorrê-la, pois é muito irregular.
Conseguimos incluir essa caverna também no trabalho que será apresentado no Congresso
Brasileiro de Paleontologia. Quantas mais do tipo nos esperam?
IDENTIFICAMOS UM NOVO SÍTIO ARQUEOLÓGICO
Estávamos prospectando cavernas na região de Montenegro – Carlos Barbosa quando fomos
informados de uma gruta ou algo parecido em um paredão de arenito na propriedade Haupt em São
José do Sul. Fomos muito bem recebidos pelos proprietários e inspecionamos a ocorrência.
Além de duas cavidades que ainda precisamos investigar melhor, nos chamaram a atenção
algumas feições em uma laje de arenito, protegida de chuva e vento em um abrigo sob rocha. Eram
sulcos paralelos, alguns formando uma espécie de desenho.
Consultamos o arqueólogo Fabrício Vicroski que acredita que se trata de sulcos de afiação
produzidos por indígenas na preparação de seus artefatos. “Afiadores”, como são chamados, são
oficinas líticas bem conhecidas, muito comuns nos sítios Guarani. Portanto temos aqui um novo
Sítio Arqueológico cuja preservação é garantida pelos proprietários do local.
Novas Paleotocas
Paleotoca preenchida – inclusive com duas
pedras – em Nova Petrópolis.
Paleotoca em Santa Cecília (SC), encontrada e comunicada pela Equipe Radical.
Obrigado pelo interesse e pela leitura
Paleotoca preenchida – também com uma pedra - em
Barão, ao lado da ciclovia na saída Norte da cidade.
Paleotoca aberta em São José dos Ausentes, perto do Cachoeirão dos Rodrigues.
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