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DISCIPLINA2019

PARASITOLOGIA

ESQUISTOSSOMOSE

Docente:

Profa. Dra. Juliana Q. Reimão

08 de agosto

Esquistossomose

• Generalidades• Esquistossomíae, esquistossome ou bilharziose

• Theodor Bilharz (1852) em múmias egípcias (1.250 a.C.)

• Pirajá da Silva (1908)

• Doença crônica causada por platelmintos parasitas do gênero Schistosoma

• É a mais grave infecção causada por organismo multicelular

• 6 espécies

• Agentes etiológicos1. Schistosoma mansoni – América do Sul, Caribe e África, Oriente Médio

2. Schistosoma haematobium – África e Oriente médio

3. Schistosoma intercalatum – África Central e Ocidental (focalmente)

4. Schistosoma japonicum – Indonésia, Índia e Filipinas

5. Schistosoma meckongi – Sudeste asiático (focalmente)

6. Schistosoma malayensis – Malásia

Esquistossomose

• Generalidades• Esquistossomíae, esquistossome ou bilharziose

• Theodor Bilharz (1852) em múmias egípcias (1.250 a.C.)

• Pirajá da Silva (1908)

• Doença crônica causada por platelmintos parasitas do gênero Schistosoma

• É a mais grave infecção causada por organismo multicelular

• Agentes etiológicos1. Schistosoma mansoni – América do Sul, Caribe e África, Oriente Médio

2. Schistosoma haematobium – África e Oriente médio

3. Schistosoma intercalatum – África Central e Ocidental (focalmente)

4. Schistosoma japonicum – Indonésia, Índia e Filipinas

5. Schistosoma meckongi – Sudeste asiático (focalmente)

6. Schistosoma malayensis – Malásia

Distribuição mundial

• Esquistossomose mansônica• 80 milhões de casos

• 54 países

Caribe, Brasil, Suriname e Venezuela

Schistosoma mansoni

• Características• Filo Platyhelminthes

• Simetria bilateral

• Corpo achatado dorsoventralmente

• Dimorfismo sexual

• Ciclo heteroxênico

• HD: homem, roedores, primatas e ruminantes

• HI: caramujos do gênero Biomphalaria

• Diferentes formas de vida

vermes adultos

ovo

miracídio

cercária

Vermes adultos

• Características• 2 ventosas (oral e ventral)

• Estrutura de fixação

• Tegumento renova-se continuamente

• Incorporam proteínas do hospedeiro• Camuflagem – sistema imune

• Macho• Extremidade anterior cilíndrica

• Espinhos

• Corpo enrola-se ventralmente

• Canal ginecóforo

• Fêmea• Delgada e cilíndrica

• Tegumento liso

• Se aloja no canal ginecóforo

Macho: 1 cmFêmea: 1,6 cm

Vermes adultos

macho fêmea

macho e fêmea acasalados

canal ginecóforo

Longevidade: 3 a 10 anos

(sexualmente imatura)

Habitat: Sistema porta-hepático

Veias mesentéricas

Macho e fêmea acasalados nas vênulas do plexo mesentérico inferior → ovipostura

(6 a 8 semanas após a infecção)

Ovo

• Características• Oval

• 100 a 180 µm

• Espícula lateral

• Casca rígida e porosa

• Entrada de nutrientes

• Liberação de substâncias

• Responsável pela resposta inflamatória

• Cada fêmea produz ~300 ovos/dia

• Viáveis por 2 a 5 dias

• Não suportam dessecação

• Eclosão

• Contato com a água doce

• Liberação do miracídio

Miracídio

• Características• Epitélio ciliado

• Papilas sensoriais (fototropismo)

• Glândulas de penetração

• Nadam à procura do caramujo

• No interior do HI, se transformam em esporocistos 1ário e 2ário

(estrutura sacular com numerosas células germinativas) quedarão origem a milhares de cercárias

glândulas de penetração

cílios

esporocisto

cercáriaovo

miracídio

Cercária

• Características• Cauda bifurcada

• 2 ventosas

• Papilas sensoriais

• Fototropismo

• Eliminadas nas horas mais iluminadas

• Atraídas por ácidos graxos e peptídeos humanos

• Glândulas de penetração → proteases

• Após a penetração na pele, a cauda é deixada para trás

• No homem, seu corpo transforma-se no esquistossômulo

corpo

cauda bifurcada

Penetração na pele

Esquistossômulo

• Penetração nos vasos sanguíneos

• Levados pela corrente circulatória

• Coração

• Pulmões

• Sistema porta hepático

• Darão origem aos vermes

adultos

• Acasalamento

• Oviposição

• Ovos nas fezes após

6 a 8 semanas

esquistossômulo

esquistossômulo

adultos

Esquistossômulo

5 min após penetração

10 min após penetração

20 min após penetração

epiderme

membrana basal

derme

vaso sanguíneo

esquistossômulo

vermes adultos

ovos

miracídio

cercária

ovos

esquistossômulo

esporocisto

fezeságua

água sangue

Ciclo de vida

Hospedeiros intermediários

• Características• Molusco pulmonado

• Concha espiral plana

• Vive em água doce

• Família Planorbidae

• Gênero Biomphalaria

• Espécies mais importantes• Biomphalaria glabrata

• Biomphalaria tenagophila

• Biomphalaria straminea

• Eliminam cerca de 150 mil cercárias• 2 mil/dia

Biomphalaria glabrata

Biomphalaria straminea

Biomphalaria tenagophila

Biomphalaria straminea

Biomphalaria glabrata(principal)

Biomphalaria tenagophila

Distribuição espacial da Biomphalaria sp. no Brasil

Coleções hídricas

• Criadouros• Valas alagadas ou represamentos (lagoas de coceira)

Esquistossomose no Brasil

Esquistossomose no Brasil

MS, 2012.

• 6 milhões de casos• 12 Estados

Esquistossomose no Estado de SP

• Declínio do número de casos• Áreas de baixa prevalência

• Baixa carga parasitária

• Pequena quantidade de parasitas

• Poucos ovos nas fezes

• Dificuldade no diagnóstico

Total de casos notificados de 2003 a 2010

EsquistossomoseA infecção

Classificação clínico-patológica

• FASE AGUDA• Dermatite cercariana

• Febre de Katayama

• FASE CRÔNICA• Forma intestinal

• Forma hepatoesplênica

• COMPLICAÇÕES• Hipertensão pulmonar

• Cor pulmonale

• Neuroesquistossomose

Ovos retidos no fígado

Penetração e migração dos esquistossômulos

Fase aguda

• Dermatite cercariana• Penetração das cercárias

• Manifestações alérgicas locais

• Depende do nº de parasitos e da sensibilidade

do hospedeiro

• Febre de Katayama• Após 16 a 90 dias da contaminação

• Migração dos esquistossômulos

• Deposição de imunocomplexos em diversos órgãos

• Febre, dor abdominal e fadiga

• Diarreia, cefaleia, anorexia e náuseas

• Tosse e broncoespasmos

• Eosinofilia

• Pode ser assintomáticaEsquistossômulo no

pulmão

Dermatite cercariana

Fase crônica

• Patogenia• OVOS → causam inflamação e ruptura das vênulas → ½ dos ovos é

liberada no lúmen intestinal (fezes) → o restante fica retido no tecidofibroso resultante da inflamação ou são arrastados pela correntesanguínea→ fígado, pulmão e SNC (mais raramente)

• Estimulação antigênica crônica → atração de eosinófilos → reação dehipersensibilidade→ granuloma

Capilares obstruídos por ovosGranuloma intestinal

Fase crônica

• Forma intestinal• Dor abdominal

• Diarreia intermitente

• Muco ou sangue nas fezes

• Lesões pseudoneoplásicas do cólon

• Granulomas intestinais

• Pode ser assintomática

• Forma hepatointestinal• Sintomas digestivos + aumento do fígado

• Decorre da obstrução do fígado → fibrose

• Causada pelo acúmulo de granulomas ao

redor dos ovos e vermes adultos

Fibrose causada pelos granulomas

Granuloma hepático

Como os ovos de S. mansoni vão parar no fígado e no pulmão?

Veias mesentéricasVeia porta

*

Fase crônica

• Forma hepatoesplênica• Agravamento da fibrose hepática → aumento da pressão hidrostática no

sistema vascular → distensão dos vasos que irrigam o peritônio e aumento depermeabilidade vascular → extravasamento de líquidos para a cavidadeabdominal→ ascite→ “barriga d’água”

Fase crônica

• Forma hepatoesplênica (cont.)• Fibrose hepática → hipertensão portal → congestão passiva do baço →

formação de circulação colateral (ligando a circulação portal à sistêmica)

• Pode levar a hemorragias maciças→ rompimento de varizes esofágicas

• Em consequência das lesões hepáticas e esplênicas, há hipoproteinemia,anemia, leucopenia, plaquetopenia e deficiência da coagulação

Varizes esofágicas Circulação colateral

Complicações da esquistossomose

• Ovos/vermes levados para os pulmões• Causam fibrose pulmonar

• Leva ao aumento da resistência ao fluxo de sangue

• Aumento da pressão sanguínea

• Insuficiência cardíaca (Cor pulmonale)

• Cianose

• Oxigenação deficiente

• Pele, dedos e mucosas arroxeadas

Nódulopulmonar

Tomografia computadorizada de tóraxVerme adulto em

parênquima pulmonar

Complicações da esquistossomose

• Ovos/vermes levados à medula espinhal• Processos inflamatórios e fibróticos

• Mielorradiculopatia esquistossomótica

• Paralisia

Diagnóstico

• Suspeita• Contato prévio com área endêmica

• Técnicas laboratoriais• Exame parasitológico de fezes (ovos)

• Eclosão de miracídios

• Biópsia retal → pacientes crônicos

• Métodos sorológicos

• Métodos oleculares

• Diagnóstico por imagem• Ultrassonografia de abdômen (casos de fibrose hepática)

• Radiografia de tórax (casos de hipertensão pulmonar)

• Endoscopia (casos de varizes esofágicas)

• Ressonância magnética (casos de mielopatia)

Tratamento

• Praziquantel• 60 mg/kg (dose única) por via oral

• Índice de cura: >70%

• Efeitos adversos leves e transitórios

• Oxamniquina• Não disponível no mercado nacional

• 15 mg/kg (dose única) por via oral

• Efeitos colaterais• Sonolência, tontura e convulsões

• Controle de cura• 4 meses após o tratamento

• 3 exames de fezes ou biópsia retal negativos

PRAZIQUANTEL

Prevenção e controle

• Estratégias1. Evitar o contato dos indivíduos com a água contaminada

2. Evitar a contaminação da água com os ovos de S. mansoni

• Medidas

1. Controle do caramujo

2. Tratamento dos casos humanos

3. Saneamento básico

4. Educação em saúde

Atualidades

• Vacina contra a esquistossomose• Desenvolvida pela FIOCRUZ

A próxima fase envolve 350 pessoas numa área com alta presença da doença no

Senegal e também no nordeste brasileiro.

A PROTEÍNAPesquisadoresidentificaram no S. mansoni a proteína Sm14, responsável pelo transporte de lipídeos da pessoa infectada para o parasita. O verme depende disso para sobreviver.

A VACINAApós isolar a proteína, os cientistas produziram a vacina, de aplicação intramuscular. Ela estimula a produção de anticorpos contra a molécula Sm14.

O RESULTADOA expectativa é que, quando a pessoa vacinada for infectada, esses anticorpos impedirão a ação da molécula, levando os vermes à morte antes da instalação da doença.

TESTES

CLÍNICOSA primeira fase, com20 voluntários,mostrou que a vacinaé segura. O efeito colateral maiscomum foi dor nolocal da aplicação.

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