View
274
Download
1
Category
Preview:
Citation preview
PATOLOGIAS DOS APARELHOS REPRODUTORES
Mª Cristina Marques
2009
- APARELHO REPRODUTOR FEMININO:
Alterações da função ovárica no período fértil- Insuficiência ovárica- Alterações do ciclo menstrual- Quistos funcionais não neoplásicos- Síndrome de ovários poliquísticos
Doença inflamatória pélvica Patologias uterinas: Carcinoma cervical Endometriose
Tumores do miométrio
ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO OVÁRICA NO PERÍODO FÉRTIL
INSUFICIÊNCIA OVÁRICA
SÍNDROME DE OVÁRIOS POLIQUÍSTICOS
INSUFICIÊNCIA OVÁRICA
PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO:
-DISGENESIA GONADAL – Por ausência de foliculos primordiais (cariotipo XO)
-FALÊNCIA OVÁRICA PRECOCE – Menopausa precoce, antes dos 40 anos por atresia folicular acelerada
-SÍNDROME DE OVÁRIO RESISTENTE- Os folículos primordiais não se desenvolvem – Resistência à FSH
-DEFICIÊNCIAS ENZIMÁTICAS- Defeito na 17 α hidroxilase, é causa de infantilismo sexual
INSUFICIÊNCIA OVÁRICA
INSUFICIÊNCIA OVÁRICA ADQUIRIDA
Radiações
Agentes químicos
Infecções
Síndromes autoimunes (Pluriglandulares)
DEFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO DE GONADOTROFINAS
Stress (hiperprolactinémia)
Exercício físico intenso
Anorexia nervosa (emagrecimento) – Peso 15 a 25% abaixo do normal
AMENORREIA
SECUNDÁRIA
Ausência de menstruação no mínimo por 3 mesesem mulher que menstruava normalmente
PRIMÁRIA
Ausência de menstruação após os 16 anos independenteda presença ou não de características sexuais secundárias
ALTERAÇÕES DOS CICLOS MENSTRUAIS
ALTERAÇÕES DOS CICLOS MENSTRUAIS
ANOVULAÇÃO – Com amenorreia ou com ciclos irregulares
CAUSAS: Insuficiência ovárica primária (falta de folículos ou produção insuficiente de estrogénios)
Falta de regulação pela Hipófise
Excesso de produção de estrogénios na fase lútea que impede o aumento da FSH
Quistos no ovário – formam estrogénios ou progesterona conforme se formam a partir de folículos ou de corpos lúteos, risco de rotura. Afectam mais as jovens
Síndrome de ovários poliquísticos
A AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DO CICLO MENSTRUAL NÃO DEVEM INICIAR-SE ANTES DE TEREM PASSADO 5 A 6 ANOS APÓS O INÍCIO DA MENARCA
ALTERAÇÕES DOS CICLOS MENSTRUAIS
Quistos funcionais e não neoplásicos
• Os folículos quisticos do ovário são tão comuns que praticamente são considerados fisiológicos;
• Originam-se em folículos de Graaf não rompidos ou em folículos que se romperam e imediatamente se fecharam.
• Quistos múltiplos;• Podem ter até 2cm de diâmetro;• Preenchidos com um líquido claro e seroso;• Revestidos por uma membrana cinza –- brilhante;• Os quistos lúteos da granulosa estão
normalmente presentes;• Os maiores podem ser diagnosticados por
palpação ou ultra-sonografia;• Provocam dor pélvica.
Síndrome dos ovários Poliquísticos
• A Síndrome de Ovários Poliquísticos (POS) foi descrita pela primeira vez em 1935 por Stein e Leventhal na Rush University em Chicago, Estados Unidos.
• Em geral, aparece entre os 20 e os 30 anos. Calcula-se que entre 20% e 30% das mulheres tenham ovário poliquístico, mas que apenas de 5% a 10% delas manifestem a síndrome. As outras são assintomáticas.
• São responsáveis por anovulação crónica ligada a um hiperandrogenismo funcional e por vezes a
obesidade
• Existência de ovários de grandes dimensões com múltiplos quistos foliculares, com hiperplasia da
Teca interna
• Os corpos lúteos estão frequentemente, mas não invariavelmente, ausentes.
Ovários com volume aumentado, com aspecto ovóide e com uma coroa de mais de 10 folículos
PATOGÉNESE DO SÍNDROME DE OVÁRIOS POLIQUÍSTICOS
Descontrolo Hormonal• Aumento da produção extraglandular de estrogénios, no
tecido adiposo, associada a uma resistência à Insulina
• O aumento da secreção de LH estimula as células luteínicas da teca de cada folículo
Produção excessiva de androgénios pelas células da Teca, que sofrem só em parte aromatização
• A deficiente produção de FSH diminui o desenvolvimento dos folículos ovarianos e impede
a ovulação
Infertilidade
• A ausência de ovulação resulta em níveis elevados de estrogénios e insuficiente
progesterona
Espessamento do endométrio
Sangramento intenso e/ ou irregular
Sinais clínicos• Anovulação persistente/ dificuldade na ovulação;• Oligoespaniomenorreia (<6 ciclos/ano)/ Amenorreia;• Obesidade;• Hirsutismo;• Hiperpigmentação da pele da nuca e das axilas• Infertilidade;• Abortos mais frequentes;• Aumento do risco de cancro do endométrio;• Hiperandrogenismo.
Sintomas
• Dor abdominal;• Aumento do volume abdominal;• Irregularidades menstruais;• Alteração da frequência urinária;• Acne;• Queda de cabelo;• Pressão pélvica;
Exames Clínicos Exame pélvico – em que
o médico observará por palpação um aumento
do tamanho dos ovários
Diagnóstico
Exames Clínicos Ultrasonografia – utiliza-se para ver o
funcionamento dos órgãos internos e avaliar o fluxo sanguíneo através de diversos vasos. Permite também determinar se há aumento dos ovários a presença de folículos à periferia
A ausência da visualização ecográficade folículos não exclui contudo o diagnóstico da Síndrome de Ováriospoliquísticos
Exames Clínicos
Laparoscopia
Biopsia
Ressonâcia magnética
Análises Clínicas
Determinação de níveis hormonais numa amostra de sangue
Análises Clínicas
Observa-se neste Síndrome• Níveis diminuídos ↓ ou normais de FSH (hormona
folículo estimulante)• Níveis elevados ↑ de LH (hormona luteinizante)• Níveis elevados ↑ de androgéneo (testosterona) ou
da D4 Androstenodiona• Níveis relativamente altos ↑ de estrogéneos
(principalmente de estradiol)• Níveis diminuídos de SHBG
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA
VAGINA, ÚTERO, TROMPAS E PERITONEU
Devido a infecções por microorganismos sexualmente transmissíveis:Neisseria GonorrhoeaeChlamydia TrachomatisMycoplasmaTreponema pallidum
Mais comum na mulher jovem sexualmente activa
Patogénese: Reacção inflamatória mucopurulenta, os microorganismos agarram-se aos espermatozóides – formação de abcessos
Consequências a longo prazo: Salpingite, obstrução das trompas de falópio com Infertilidade ou possibilidade de gravidez ectópica
CARCINOMA CERVICAL
Local mais comum: Zona de transição entre o endocervix e o exocervix
Metaplasia escamosa – Displasia – Neoplasia (carcinoma in situ)A evolução das camadas profundas para a superfície é muito lentaMetastiza para os nódulos linfáticos, pulmão e fígado
A prevenção é muito importante – Papanicolau e Vacina para o Papiloma virus (genótipos 16 e 18)
Etiologia: Associa-se à infecção pelo Papiloma virus
Diagnóstico: Até à fase de carcinoma in situ é assintomático
(genótipos 16 e 18)
PATOLOGIAS DO ÚTERO
-ENDOMETRIOSE: Afecta 7% das mulheres
É causa de infertilidade por obstrução das trompas
Consiste em depósitos de tecido endometrial fora do útero(cavidade abdominal, ossos, pulmão, etc.)
Cresce por acção hormonal chegando a sangrar – dor abdominal forte.
Tratamento: Cirúrgico ou com anticoncepcionais
PATOLOGIAS DO ÚTERO
TUMORES DO MIOMÉTRIO:
Leiomioma (forma benigna):
São tumores benignos originados a partir do tecido muscular liso do útero.
O seu desenvolvimento é influenciado pelos estrogénios e Progesterona (fase reprodutiva)
Atinge 1 em cada 4 mulheres com mais de 30 anos
Leiomiosarcoma: muito letal, muitas metásteses Atinge as mulheres com mais de 50 anos
Sintomas
A maioria dos miomas são assintomáticos. Dependendo de sua localização, tamanho e quantidade, a mulher pode apresentar os seguintes sintomas:
Períodos menstruais prolongados e com fluxo aumentado, sangramento fora do normal algumas vezes com coágulos, podendo levar à anemia.
Dismenorreia - aumento de intensidade das cólicas menstruais
Dor abdominal e/ou durante o acto sexual
Aumento do volume abdominal
Tratamento : Histerectomia
NEOPLASIA DA MAMA
FIBROADENOMA – Forma mais vulgar ( 1 em cada 9 mulheres) Principal causa de morte entre os 35 -50 anos Deve-se à maior sensibilidade aos estrogénios
Factores de risco: Genéticos e ambientais Menarca precoce a menopausa tardia Doença quística da mama Primeira gravidez tardia Nulíparas Radiação Predisposição familiar Obesidade: Formação de estrogénios (estrona)
no tecido adiposo
NEOPLASIA DA MAMA
CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES:
NÃO INVASIVOS – Limitados à glândula
Ausência de fibrose – difícil detecção
INVASIVOS – metásteses axilares, hepáticas, ósseas(na altura do diagnóstico 50% dos casos já têm metásteses)
LOCALIZAÇÃOOs Tumores formam-se mais frequentemente no hemisfério superior da mama, mas podem aparecer em qualquer parte.
Estadios
Estadio I
Doença em estado inicial: Tumor está confinado à mama (nódulos-negativo)
Estadio II
Doença num estado inicial: Tumor espalha-se para zona dos nódulos axilares
ipsilaterais(nódulos-negativo)
76% a 88% das mulheres vivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico
Cerca de 95% a 98% sobrevivem 5 anos após o tratamento.
Estadio III
Doença local avançada: o tumor espalha-se para as estruturas superficiais para cavidade peitoral; envolvimento dos
nódulos ipsilaterais mamários internos.
Estadio IV
Doença em estado avançado,metastases presentes em locais distantes como ossos,
fígado, pulmões e cérebro, incluindo envolvimento dos nódulos
supraclaviculares
Tempo média de sobrevivência situa-se entre 18 e 24 meses. Entre 15% a 20% sobrevivem 5 anos após o diagnóstico.
49% a 56% das mulheres vivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico
Carcinomas invasivos(mais frequentes)
Carcinoma ductal invasivo:Tipo mais comum de cancro mamário (70-80%);Usualmente associado a um carcinoma ductal in situEstende-se normalmente para os nódulos linfáticos;
Carcinoma Lobular invasivo:Incidência de 5-10%;Prognóstico semelhante ao do carcinoma ductal invasivo;
Carcinoma inflamatório mamário:Incidência de apenas 1-3%;Bastante agressivo;
TRATAMENTO: Cirúrgico – mastectomia Radio e Quimioterapia Marcador tumoral – CA15.3
PREVENÇÃO: Mamografia regular (anual depois dos 45 anos)
Tamoxifeno – Agente quimioterápico com afinidade para os receptores dos
estrogénios
Recommended