“Pegue a ideia com as unhas, - palmares.gov.br · Sumário APRESENTAÇÃO Um salto de...

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“Pegue a ideia com as unhas,e mastigue-a com o coracao.

Assim se faz arte!”

Encontros estaduais

Maceió – ALGoiânia – GOBrasília – DF

Belo Horizonte – MGSão Paulo – SP

Rio de Janeiro – RJPorto Alegre – RS

Recife – PEMacapá – APSalvador – BA

MARÇO A MAIO DE 2010

Presidente da República: Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Cultura: Juca Ferreira

Fundação Cultural Palmares Presidente: Zulu Araújo E-mail: chefiadegabinete@palmares.gov.br

Chefe de Gabinete: Eliane Borges E-mail: chefiadegabinete@palmares.gov.br

Assessora Internacional: Martha Mouterde E-mail: asi@palmares.gov.br

Assessora de Comunicação Social: Rachel Mortari E-mail: assecom@palmares.gov.br

Diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira: Elísio Lopes Jr. E-mail: dep@palmares.gov.br

Diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro: Maurício Reis E-mail: dpa@palmares.gov.br

Coordenadora Geral do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra: Mércia Queiroz E-mail: cnirc@palmares.gov.br

Procuradora Geral: Dora Lúcia de Lima Bertúlio E-mail: pf.fcp@palmares.gov.br

Coordenadora Geral de Gestão Estratégica: Maria Aparecida Chagas Ferreira E-mail: cge@palmares.gov.br

Coordenador Geral de Gestão Interna: Remo Nonato E-mail:cggi@palmares.gov.br

Auditor Interno: Ricardo Portocarrero Menezes E-mail: auditoria@palmares.gov.br

Representante da Fundação Cultural Palmares/RJ: Benedito Sergio de Almeida Alves E-mail: fcp.rj@palmares.gov.br

Representante da Fundação Cultural Palmares/BA: Luciana Mota E-mail: fcp.bahia@palmares.gov.br

EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO PARABÓLICA PALMARES

Conceição Barbosa – Gabinete da Presidência Leila Calaça e Marco Antonio Evangelista – DEP Edi Freitas de Paula – DPA Vanessa Cunha – CNIRC Simoni Hestenreiter – CGGE Henrique Barros – CGGI

Sumário

APRESENTAÇÃO Um salto de qualidade.................................................................................................................................

FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES Visão, missão e valores ............................................................................................................................... Plano de Ação 2010 ..................................................................................................................................... INTRODUÇÃO A cultura afro-brasileira e as leis de mercado .................................................................................... Metodologia do Encontro ......................................................................................................................... 1. COORDENAÇÃO GERAL DE GESTÃO ESTRATÉGICA - CGE

1.1 Dados estatísticos da Fundação Cultural Palmares 2007-2010 .........................................

2. DEPARTAMENTO DE FOMENTO E PROMOÇÃO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA - DEP

2.1 Balanço dos projetos de 2009 .....................................................................................................

2.2 Projetos para 2010 ..........................................................................................................................

2.3 Linhas de orçamento ......................................................................................................................

2.4 Visão estratégica ..............................................................................................................................

2.5 Como apresentar propostas ........................................................................................................

3. DEPARTAMENTO DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO AFRO-BRASILEIRO - DPA

3.1 Balanço dos projetos de 2009 .....................................................................................................

3.2 Projetos para 2010 ...........................................................................................................................

3.3 Linhas de orçamento .....................................................................................................................

3.4 Visão estratégica ..............................................................................................................................

4. CENTRO NACIONAL DE INFORMAÇÃO E REFERÊNCIA DA CULTURA NEGRA - CNIRC

4.1 Visão estratégica ..............................................................................................................................

4.2 Balanço dos projetos de 2009 .....................................................................................................

4.3 Prioridades para 2010 .....................................................................................................................

4.4 Linhas de orçamento ......................................................................................................................

5. COORDENAÇÃO GERAL DE GESTÃO INTERNA - CGI

5.1 Funcionamento dos sistemas SICONV, SICAF, CADIN ..........................................................

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Um salto de qualidade Parceiros!

Precisamos consolidar as conquistas alcançadas nos últimos sete anos de trabalho do Ministério da Cultura, e em particular da Fundação Cultural Palmares. Sem dúvida alguma, tivemos avanços significativos em qualquer campo que nos dispusermos a analisar. Nestes sete anos, nos orientamos por três dimensões da cultura: a dimensão simbólica, aquela que está presente em cada ato que caracteriza a presença humana no planeta terra, ou seja, a cultura na sua dimensão mais abstrata; a dimensão cidadã, que nos indica a necessidade de promover permanentemente o acesso democrático aos bens e serviços públicos na área da cultura; e a dimensão econômica, que possibilita não só a criação das cadeias produtivas, como também a geração de emprego e renda em nosso setor.

O Ministério da Cultura foi renovado, tanto nas suas estruturas quanto nas suas práticas e, particularmente, na sua relação com a sociedade brasileira. Enterramos definitivamente a política do balcão e dos apadrinhamentos e demos lugar às políticas públicas, que foram implementadas de maneira vigorosa, transparente e democrática. O respeito à diversidade cultural foi um dos eixos determinantes dessa renovação, e a disponibilização dos recursos deu-se de maneira abrangente, aberta e criteriosa. A luta pela ampliação do orçamento do MinC foi também uma das prioridades que demandou esforços constantes dos nossos dois Ministros, Gilberto Gil e Juca Ferreira, culminando com a vitória histórica do alcance de 1% no Orçamento da União.

Para cada uma dessas afirmações, temos exemplos concretos a apresentar. Apoiamos e participamos ativamente na aprovação da Convenção sobre a Proteção da Diversidade e das Expressões Culturais, pela UNESCO, na qual o Brasil teve um papel decisivo. Os Pontos de Cultura, atualmente, são mais de 2.500, alcançando de forma direta as comunidades carentes de nosso país e possibilitando o desenvolvimento autônomo das suas atividades culturais, servindo, inclusive, de exemplo para vários países do mundo. Foram criadas dezenas de editais, concursos e prêmios, que privilegiam a qualidade, o respeito às formas distintas de organização cultural e, principalmente, o acesso democrático aos recursos públicos. Culminando toda esta política, temos hoje tramitando no Congresso Nacional a proposta de uma nova lei de fomento e financiamento para a cultura no Brasil, chamada de Lei Pró-cultura, que aposenta a combalida Lei Rouanet, a qual, apesar dos avanços que produziu, também gerou muita distorção e concentração de recursos públicos. A nova Lei, fruto da discussão

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com milhares de agentes culturais – artistas, produtores, intelectuais, empresários, lideranças políticas, etc. – será a maior contribuição e legado que deixaremos para a política cultural do Brasil.

Claro que temos lacunas, equívocos, metas não alcançadas e obstáculos que ainda não foram superados, principalmente no campo administrativo, pois temos consciência da equipe reduzida com que trabalhamos e da forte cultura burocrática que impede que atuemos com a velocidade e rapidez necessária ao desenvolvimento da cultura em nosso país – até porque, como dizia o nosso ex-ministro Gilberto Gil, “a perfeição é uma meta, defendida pelo goleiro que joga na seleção”.

Estamos num momento não apenas de louvar as nossas vitórias, mas também de refletir sobre nossas debilidades e fragilidades e encontrar os caminhos para superá-las. Comecei falando do Ministério da Cultura propositalmente porque muita gente, ainda hoje, pensa que a Palmares é uma entidade da sociedade civil, achando que assim ela possui mais legitimidade, e isto é um grande equívoco. Quero deixar bem claro: a Fundação Cultural Palmares é um órgão do Ministério da Cultura do Brasil e todo o seu trabalho se norteia e orienta pela política geral do Ministério. Portanto, grande parte do êxito do nosso trabalho deveu-se a esta orientação geral do MinC, aliado, evidentemente, ao compromisso que as duas gestões que tivemos, de 2003 até agora, assumiram junto ao movimento negro brasileiro – compromissos estes que eram os de modernização, democratização e ampliação das nossas ações.

Quando chegamos na Palmares, em 2003, o presidente era o professor Ubiratan Castro de Araújo e eu era diretor de Promoção, Estudos, Pesquisas e Divulgação da Cultura Afro-brasileira. Encontramos a instituição do mesmo modo que o ministro Gil encontrou o MinC – praticamente devastada. O quadro era de um grupo de servidores que não chegava a 90, sendo que dois terços terceirizados, um orçamento de oito milhões de reais e uma sede absolutamente inadequada para qualquer atividade, com mobiliário e equipamentos de trabalho praticamente sucateados. À época, solicitei uma vistoria do Corpo de Bombeiros e eles indicaram 32 pontos graves para que não continuássemos naquele local. Entre os militantes, a sede era apelidada de “Porão do Navio Negreiro”. De lá para cá, muita coisa mudou. Temos hoje um corpo funcional de 171 servidores, uma nova sede com mais de quatro mil metros quadrados em local amplo, arejado e confortável, sete novas representações regionais, um Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra, tudo isso fruto da reforma administrativa que foi efetivada em 2009 após aprovação do Congresso Nacional.

Mas os principais avanços não ocorreram no plano administrativo, embora estas medidas tenham sido fundamentais para o trabalho que estamos realizando. A

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Palmares, seguindo a orientação do Ministério da Cultura, também operou mudanças na relação com seu público-alvo. Substituímos a política do atendimento pessoal e privilegiado para ações amplas e articuladas com outros setores do Ministério e do Governo Federal. Participamos ativamente da campanha pela implantação do sistema de cotas raciais nas universidades brasileiras, inclusive com o seminário “O negro na Universidade e o direito à inclusão”, momento em que percorremos 13 Estados do país, com intelectuais renomados, para discutir tanto com a comunidade negra, quanto com a comunidade acadêmica a importância desta medida e do impacto que teria no campo da cultura. Também participamos ativamente da discussão sobre a discriminação no mercado de trabalho, por meio do seminário “O negro no mercado de trabalho”, que percorreu oito Estados, em parceria com o Ministério do Trabalho e Delegacias Regionais. E ainda apoiamos e participamos decisivamente do Movimento Contra a Intolerância Religiosa, com o seminário “Intolerância e diálogo – Religião e cidadania, em cinco Estados brasileiros.

Na primeira gestão, a Palmares teve a honra de participar do maior evento político-cultural de origem africana já realizado na história do Brasil – a II Conferência dos Intelectuais da África e da Diáspora (CIAD), que contou com a participação do presidente Lula e de chefes de Estado de 13 países africanos, mais de 2 mil intelectuais da África e da Diáspora. Na CIAD, que foi presidida pelo então ministro da Cultura Gilberto Gil, a Palmares teve como missão a coordenação de todas as atividades culturais. Outro dado importante da primeira gestão foi a contribuição da Fundação para a formatação do Decreto 4.887/2003, que regulamentou o reconhecimento e a titulação das terras remanescentes de quilombos e que responsabilizou a Palmares pela primeira etapa desse processo, que é a certificação. Graças à iniciativa, temos hoje 1.432 comunidades reconhecidas. Outra atuação expressiva da Palmares neste primeiro período foi a área internacional. Promovemos ações com Angola, Moçambique, Cabo Verde, Senegal, dentre outros e duas edições do Festival África/Brasil, em parceria com o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) no Brasil. Esta atuação culminou com a indicação da Palmares para representar o Brasil, no campo da Cultura, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Na segunda gestão, que se iniciou em 2007 e na qual fui indicado presidente da Palmares, demos seguimento às ações que vínhamos realizando e ampliamos significativamente o nosso campo de atuação. Inauguramos o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas, uma reivindicação histórica do movimento negro brasileiro. Lá investimos mais de 3 milhões de reais, ampliando a equipe de proteção, que possui no momento 18 servidores. Fizemos a reforma administrativa da Palmares, com a criação de 34 novos cargos na estrutura,

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e inauguramos a nova sede, em Brasília, que aproveito para convidá-los a visitarem, pois in loco vocês poderão avaliar o investimento que fizemos. Modernizamos o nosso parque tecnológico com um investimento de mais 4 milhões de reais, uma vez que sem esta ferramenta não temos condições de dar capilaridade ás nossas ações, bem como atender na velocidade necessária às demandas diárias que temos, e que não são poucas. Estamos implantando mais cinco Representações Regionais, sendo que a primeira será inaugurada agora em março, cujo representante é o mestre de Capoeira de Alagoas, mestre Cláudio. A sede já está toda equipada e será responsável pela administração do Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

Ampliamos nosso intercâmbio com o continente africano com duas grandes ações: a primeira delas é a participação na coordenação geral do III Festival Mundial de Artes Negras – FESMAN, que ainda não possui data definida para sua realização, mas que tem contado com a presença ativa da Palmares na sua construção. Seu lançamento no Brasil ocorreu em 2009 no Dia da África, na cidade de Salvador, e contou com a presença dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Senegal, Abolaye Wade, mais dezenas de autoridades dos dois países, num belíssimo espetáculo realizado no Teatro Castro Alves. A outra grande ação foi a Semana da Cultura do Benin no Brasil, realizada no último 20 de novembro e que contou com uma delegação de 70 artistas do Benin, do Rei de Oidah e liderada pelo ministro da Cultura daquele país. Promovemos também a exposição “O Benin está vivo, ainda lá”, de autoria do artista plástico Emanoel Araújo, que também é diretor do Museu Afro-Brasil. Até o momento, milhares de pessoas, em particular jovens, já visitaram a exposição, que é a maior sobre um tema africano já realizada no Brasil.

Neste período também ampliamos o intercâmbio interno, com o apoio a dezenas de grupos culturais, artistas, seminários, conferências e debates, tanto no campo tradicional como no contemporâneo. Articulamos parcerias no Sistema MinC, com destaque para o IPHAN, particularmente no registro do Jongo, do Samba Carioca, do Samba de Roda do Recôncavo Baiano, do Oficio das Baianas de Acarajé e da Capoeira como patrimônios culturais do Brasil. Com a Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural realizamos o I e o II Encontro Nacional das Culturas Populares – até porque, cultura popular neste país tem nome, endereço, CPF e DNA, que invariavelmente é negro ou indígena. Ainda neste aspecto, temos realizado parcerias com a Secretaria do Audiovisual, seja no apoio a eventos do cinema negro nacional ou na área internacional, como o Festival de Ougadudu, em Burkina Faso.

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Intercâmbio Afro-latino

Mas é necessário que destaquemos, aqui, algo de singular e importante que a Palmares tem experimentado e implementado nos últimos anos: o intercâmbio afro-latino. Apesar da nossa grandeza, não estamos sós na América Latina. Representamos 23% da população da região, o que significa 123 milhões de afrodescendentes, e se juntamos com a América do Norte chegamos a quase 200 milhões. No caso específico da América Latina, com honrosas exceções, somos praticamente ignorantes com o que ocorre com as ricas manifestações de origem negra existentes em seus países. Se é verdade que estamos bem mais avançados no tocante à conquista de direitos e de organização, também é verdade que não temos sido muito generosos no compartilhamento de nossas vitórias com os co-irmãos, apesar de eles padecerem das mesmas conseqüências advindas do processo escravista nas Américas.

Nesse sentido, a Palmares tem feito um grande esforço para integrar as ações culturais com os afro-latinos. Já realizamos quatro seminários internacionais: dois aqui no Brasil (Rio de Janeiro e Bahia) e dois na Colômbia (Bogotá e Cartagena). Inspiramos e participamos do I Encontro de Ministros da Cultura Ibero-americanos, incentivando a criação de uma política pública de cultura para os afrodescendentes na América Latina, e estamos organizando o segundo evento, programado para maio de 2010 no Brasil. No primeiro Encontro lançamos o Observatório Afro-latino, que foi aprovado como tarefa prioritária para a consolidação desta articulação, ferramenta que no momento estamos redefinindo e adequando para que possa cumprir com o seu papel de espaço privilegiado de discussões, troca de informação e divulgação da gigantesca produção cultural realizada na América Latina.

Mas não bastam uma prestação de contas bem elaborada ou realizações de sucesso para que possamos avançar no nosso trabalho. Por mais que tenhamos acertado, por mais que tenhamos ampliado, ainda assim temos que ter a coragem de dizer que este modelo de fomento à cultura afro-brasileira está próximo do esgotamento. A promoção da igualdade no campo da Cultura não pode estar restrita a um único organismo, que é a Fundação Cultural Palmares. As demandas da sociedade nesse campo, que são imensas, não podem continuar sendo carreadas e cobradas exclusivamente da Fundação Palmares.

Se hoje representamos mais da metade da população brasileira, temos que mudar nosso olhar, nossas estratégias e nossa perspectiva para um espaço mais amplo.

Vamos à luta!

Axé

Zulu Araújo Presidente da Fundação Cultural Palmares

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Visão, missão e valores VISÃO DE FUTURO: O que queremos ser em 2018?

“A consolidação como instituição de referência nacional e internacional na formulação e execução de políticas públicas da cultura negra”

MISSÃO: Por que existimos?

“Promover a preservação, a proteção e a disseminação da cultura negra, visando à inclusão e ao desenvolvimento da população negra no Brasil”.

VALORES: Quais são as crenças e os princípios que norteiam as ações e condutas da FCP?

• COMPROMETIMENTO

Envolvimento no combate ao racismo e na promoção de igualdade, valorização, difusão e preservação da cultura negra.

• CIDADANIA

Exercício dos direitos e garantias individuais e coletivos da população negra em suas manifestações culturais.

• DIVERSIDADE

Reconhecimento e respeito às identidades culturais.

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Plano de Ação 2010 ESTRATÉGIA 1

Apoiar e disseminar informações sobre a cultura negra

ESTRATÉGIA 2

Executar atividades que valorizem e qualifiquem os servidores da FCP

ESTRATÉGIA 3

Realizar ações de preservação, proteção e difusão de comunidades negras tradicionais

ESTRATÉGIA 4

Implementar e modernizar os acervos bibliográfico e arquivístico da FCP no âmbito do Centro Nacional de Informações e Referência da Cultura Negra

ESTRATÉGIA 5

Realizar atividades de manutenção, funcionamento, modernização e fortalecimento institucional de forma eficaz e eficiente

ESTRATÉGIA 6

Promover, fortalecer e divulgar a cultura negra por meio de seleção pública de iniciativas culturais

ESTRATÉGIA 7

Internacionalizar a FCP para divulgar a cultura afro-brasileira no exterior

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A cultura afro-brasileira e as leis de mercado Nós que somos entes culturais, dados à criatividade, à percepção sensível e diferenciada do mundo, da nossa história e das nossas raízes, temos muita dificuldade em lidar com a concretude das leis, com as limitações burocráticas, com o racionamento do investimento. Contudo, ao pensarmos o Brasil, um país onde ainda existe tanto a se fazer, tanto a se construir, tanto a se aprender, percebemos a origem do descompasso entre a demanda de apoio e a oferta cultural.

Todo mundo sabe o que é a lei da oferta e da procura. Ela sempre é usada para explicar a alta e baixa dos preços de todo e qualquer produto ou serviço. Tornou-se uma justificativa infalível e universal. Quando existe procura intensa e/ou oferta reduzida, o vendedor aproveita para aumentar o preço, dificultar o acesso ao produto desejado. Aumenta o preço até que os compradores não queiram (ou não possam) pagar mais pelo produto, e passem a comprar menos. Quando, então, o equilíbrio é atingido, o preço fica estável: a procura foi atendida apenas parcialmente, a satisfação da demanda tendo sido limitada pelo preço. E o lucro do vendedor é alto.

O contrário também ocorre: quando a procura é reduzida ou há muita oferta, tende-se a reduzir o preço. E novamente ele estabiliza. A procura, no caso, é atendida bem mais satisfatoriamente. Porém, o lucro do vendedor fica bastante reduzido. O preço nunca pode ser menor que o custo do produto, ou seja, não pode existir prejuízo. Se isso acontecer, o produto deixará de ser produzido. O vendedor não vende e o comprador não compra.

Pensar o produto cultural nessa dimensão é um sacrifício. Afinal, precificar a arte, colocar um valor em nossa história, em nosso patrimônio, que por muito custo conseguimos reconhecer como imaterial, é uma missão árdua. Mas a sobrevivência das nossas expressões depende desse exercício e vejo-o como válido em nosso contexto.

A demanda de promotores culturais no Brasil é infinitamente superior à capacidade instalada do Ministério da Cultura para atendê-la. As conquistas já foram muito grandes. O MinC diversificou seus investimentos, chegou nos 27 estados através dos seus Pontos de Cultura, seus editais, sua política dinamizadora e plural.

Nessa direção, a Fundação Cultural Palmares, que é um órgão do Estado brasileiro com quase 22 anos de luta, persistência e atividade em prol, inicialmente, do reconhecimento da cultura afro-brasileira, vem desenhando uma trajetória que, sim, podemos intitular de vitoriosa, na conquista de espaços, recursos e políticas públicas.

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Agora visualize o volume de demandas, projetos, propostas e parcerias que são solicitados à única instituição federal que tem como foco de ação as manifestações culturais de 50,3% da população brasileira – porque, segundo dados do IBGE de 2010, este é o percentual de nosso povo que se auto-identifica como afro-brasileiros, sejam negros, pardos, mulatos ou descendentes. E isso é o resultado da ação política, é produto da identidade que a nossa cultura vem fortalecendo e viabilizando: o autoconhecimento do negro como negro, do indivíduo como ele é.

É claro que a demanda é bastante superior à oferta. É um exercício difícil, e mesmo a Fundação Palmares tendo conseguido expandir, na gestão de Zulu Araújo, seu orçamento, quase dobrando os investimentos na cultura afro-brasileira, essa oferta não cobre a demanda e está bem distante de atingir um padrão satisfatório. E assim vemos propostas ricas, projetos realmente identificados com a nossa missão serem engavetados, adiados ou mesmo esquecidos por não darmos conta da demanda.

É partindo dessa realidade que estamos buscando estratégias de gestão para adequar a oferta e a demanda, e se a lei nos conduz ao preço, que foquemos, então, nos custos para chegarmos ao equilíbrio.

O preço de um produto não é determinado pelo trabalho gasto na sua produção, mas pela escassez e/ou vontade de possuir o produto. É o valor simbólico que deveria conduzir essa lei para a cultura, porém as lutas se misturam, e em muitos casos ainda estamos buscando que o “consumidor” nos identifique, se identifique e aí, sim, nos valorize.

A lei de oferta e procura é muito antiga. O leilão e a pechincha são praticados há milhares de anos – mas causavam menos estragos do que as atuais leis de mercado. Os produtos eram poucos e simples. As pessoas sabiam como eram feitos e tinham ideia do seu valor. Distorções e abusos eram, de certo modo, exceções. As pessoas tiravam da terra o seu sustento e comercializavam o excedente, ou confeccionavam seus produtos e artesanatos e os vendiam. Mercadejar era apenas um complemento da sobrevivência, e não a lei.

Isso mudou muito. Vivemos segundo princípios com significativas deficiências: de um lado, demanda que não é atendida, e do outro, prejuízo, que pode fazer o produto deixar de ser produzido. Traduzindo essa dicotomia para nosso contexto: se não encontrarmos mecanismos para dividir o recurso destinado à cultura afro-brasileira, muito poderá ser perdido da nossa história, da nossa cultura.

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A Fundação Palmares tem propostas e diretrizes que buscam resultar em projetos dimensionados de maneira mais realista, que farão bom uso do recurso público, que buscarão na sociedade sua validação e com certeza servirão de instrumento para a perpetuação e para o fortalecimento da cultura afro-brasileira. Se focados estrategicamente, viabilizarão a demanda e a oferta neste segmento. Não é, com certeza, um exercício simples, porém é uma ação necessária para que consigamos atingir um novo patamar na gestão pública das ações culturais em nosso país.

O projeto Parabólica é uma primeira ação nossa na direção da qualificação, do diálogo sistêmico e da construção de uma gestão mais próxima da sociedade civil organizada. É o atestado da nossa compreensão de que a lei de mercado só mudará se atuarmos juntos – o Estado, buscando novos e melhores mecanismos, e a sociedade, qualificando sua demanda. Por este caminho, certamente escreveremos novas leis, bem mais adequadas ao que realmente precisamos e que nos conduzam ao Brasil que desejamos e merecemos.

Elísio Lopes Jr. Diretor do Departamento de Fomento e Promoção

da Cultura Afro-brasileira da FCP/MinC

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Metodologia do Encontro Primeiro dia

FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES – DESAFIOS, CONQUISTAS E PROJETOS

Condução: representante da Diretoria da FCP, com balanço político da gestão 2007-2010.

Público-alvo: gestores de instituições culturais afro-brasileiras, políticos e artistas.

Duração: 4 horas

PROGRAMAÇÃO

19h Abertura / Apresentação da metodologia do evento 19:20h Fundação Cultural Palmares – O que é a FCP? Histórico 20h Abertura da plenária para perguntas 22h Encerramento

Segundo dia

FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES 2010: COMO APRESENTAR PROJETOS?

Condução: equipe técnica da FCP. Cada área apresenta suas ações, projetos para 2010, procedimentos administrativos e ferramentas como o SICONV.

Público-alvo: técnicos das instituições de cultura afro-brasileira, políticos e artistas.

Duração: 8 horas

PROGRAMAÇÃO

9h Coordenação Geral de Gestão Estratégica

Funcionamento da instituição, procedimentos administrativos, relação com os demais órgãos de Estado, prazos e limites da gestão pública.

9:20h Depto. de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira

Linhas de orçamento, visão estratégica, balanço dos projetos de 2009, apresentação dos projetos para 2010. Oportunidades de apoio.

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10h Depto. de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro

Linhas de orçamento, visão estratégica, balanço dos projetos de 2009, apresentação dos projetos para 2010. Oportunidades de apoio.

10:40h Intervalo para lanche

11h Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra

Linhas de orçamento, visão estratégica, balanço dos projetos de 2009, apresentação dos projetos para 2010. Oportunidades de apoio.

11:40h Plenária: dúvidas e questionamentos

12h Almoço

14h Coordenação Geral de Gestão Interna

Funcionamento do SICONV, SICAF e demais sistemas públicos.

16:30h Plenária: dúvidas e questionamentos

18h Encerramento

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1. COORDENAÇÃO GERAL

DE GESTÃO ESTRATÉGICA – CGE A Coordenação Geral de Gestão Estratégica é o setor que articula e acompanha a execução das atividades relacionadas ao Planejamento Estratégico da Fundação Cultural Palmares, com o apoio de duas coordenações: a de Planejamento, Orçamento e Finanças e a de Modernização. Também é responsável pela elaboração da proposta orçamentária, assim como do plano plurianual e o plano de ação anual, compatibilizando-os.

A CGE estabelece ainda orientações para o desenvolvimento de sistemas de informações gerenciais na instituição, e planeja, coordena, acompanha e avalia, em conjunto com os Departamentos, as ações voltadas para a articulação e a cooperação institucional.

1.1 Dados estatísticos da FCP 2007-2010

RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS

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Tabela 1: Evolução do Orçamento da FCP 2007-2010 – (R$)

ANO VALOR2007 R$ 23.161.538,002008 R$ 34.612.110,002009 R$ 20.381.760,002010 R$ 22.245.900,00

Fonte: CGE/FCP 2009

APOIO A INICIATIVAS CULTURAIS

Tabela 2: Propostas de Projetos Recebidas pela FCP 2007-2009

ANO QTD2007 2282008 2672009 287

2009 – Não cadastrados no SICONV 122TOTAL 904

Fonte: CGE/FCP 2007-2008 e SICONV 2009

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Tabela 3: Total de Propostas de Projetos Recebidas pela FCP

por Unidade Federada – Período 2007-2009

UF QTDEAC 0AL 22AP 5AM 0BA 194CE 10DF 108GO 39ES 3MA 25MT 15MS 10MG 117PA 16PB 3PR 17PE 22PI 13RJ 132RN 3RS 37RO 4RR 3SP 85SC 9SE 2TO 0EX 1NE 9

TOTAL 882

Fonte: CGE/FCP e SICONV 2009 *NE = Não especificado; ** EX = Exterior

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2007

UF QTDEAC 0AL 1AP 5AM 0BA 60CE 4DF 28GO 2ES 0MA 5MT 6MS 2MG 33PA 3PB 2PR 3PE 5PI 4RJ 24RN 2RS 8RO 3RR 3SP 17SC 2SE 0TO 0EX 1NE 6

TOTAL 228

Tabela 4: Propostas de Projetos Recebidas pela FCP

por Unidade Federada – 2007, 2008 e 2009

2009

UF QTDEAC 0AL 14AP 0AM 0BA 74CE 5DF 37GO 31ES 3MA 14MT 7MS 6MG 51PA 9PB 1PR 9PE 4PI 3RJ 63RN 1RS 21RO 1RR 0SP 44SC 5SE 2TO 0NE 3

TOTAL 408

2008

UF QTDEAC 0AL 7AP 0AM 0BA 60CE 1DF 43GO 6ES 0MA 6MT 2MS 2MG 33PA 4PB 0PR 5PE 13PI 6RJ 45RN 0RS 8RO 0RR 0SP 24SC 2SE 0TO 0

TOTAL 267

Fonte: CGE/FCP e SICONV 2009

*NE = Não especificado, ** EX = Exterior

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Tabela 5: Convênios Celebrados pela FCP – 2007/2009

ANO QTD2007 472008 102009 39

TOTAL 96

Fonte: CGE/FCP 2007-2008 e SICONV 2009

Tabela 6: Total de Projetos Apoiados pela FCP por Unidade Federada – Período 2007 a 2009

UF QTDEAC 0AL 2AP 0AM 0BA 20CE 1DF 14GO 7ES 0MA 1MT 0MS 1MG 16PA 2

UF QTDEPB 0PR 2PE 3PI 0RJ 14RN 2RS 4RO 1RR 0SP 5SC 0SE 1TO 0

TOTAL 96

Fonte: CGE/FCP e SICONV 2009

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Tabela 7: Total de Convênios Celebrados pela FCP

por Unidade Federada – Período 2007 a 2009

2008

UF QTDEACALAPAMBA 1CEDF 1GOESMA 1MTMSMG 6PAPBPRPEPIRJ 1RNRSRORRSPSCSETO

TOTAL 10

2007

UF QTDEACAL 1APAMBA 8CE 1DF 8GO 3ESMAMTMSMG 6PA 2PBPR 1PE 2PIRJ 7RN 2RS 2RORRSP 3SCSE 1TO

TOTAL 47

2009

UF QTDEAC 0AL 1AP 0AM 0BA 11CE 0DF 5GO 4ES 0MA 0MT 0MS 1MG 4PA 0PB 0PR 1PE 1PI 0RJ 6RN 0RS 2RO 1RR 0SP 2SC 0SE 0TO 0

TOTAL 39

22

- Iniciativas apoiadas por meio de Edital em 2009 = 15

23

2. DEPARTAMENTO DE FOMENTO E PROMOÇÃO

DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA – DEP

Estruturado em três coordenações – Fomento, Promoção e Divulgação do Patrimônio Cultural Afro-brasileiros – é o setor responsável pela proposição e articulação de políticas de valorização cultural das comunidades afrodescendentes e de proteção da diversidade de suas expressões e manifestações. Sua ação se dá por meio de intercâmbio e promoção da diversidade no Brasil e no exterior, do acesso às políticas de inclusão cultural. O DEP tam ainda sob sua responsabilidade a tarefa de coordenar a editoração gráfica e audiovisual da Fundação Cultural Palmares.

2.1 Balanço dos projetos de 2009

RESGATANDO A MEMÓRIA E O PATRIMÔNIO DO POVO DE SANTO DE BELO HORIZONTE (MG)

Convênio com a Fundação Centro de Referência da Cultura Negra – FCRCN.

PRAINHA – A CULTURA RELIGIOSA ASSOCIADA ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS (DF) (em andamento)

Convênio com o Ilê Asê Ode Onisegum, de Brasília, abrangendo um conjunto de eventos visando a revitalização do espaço “Praça dos Orixás”, na Prainha.

AÇÕES INTEGRADAS DO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E MEMÓRIA DO OLODUM – MÓDULO I (BA)

Convênio com a Associação Carnavalesca Bloco Afro Olodum para a realização de workshops culturais e publicação de uma cartilha sobre a Revolta da Chibata e os Anais de nove seminários promovidos pela Escola Olodum.

BACK2BLACK FESTIVAL (RJ e DF)

Evento com apoio parcial da FCP, abrangendo mostra de filmes, conferências, videoinstalações, shows com artistas senegaleses e brasileiros e transmissão, via satélite, da principal conferência.

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O BENIN ESTÁ VIVO AINDA LÁ, ANCESTRALIDADE E CONTEMPORANEIDADE (BA)

Convênio com a AMAFRO – Sociedade Amigos da Cultura Afro-brasileira para a realização de exposição temática.

LAVAGEM DA MADELEINE 2009 E EXPOSIÇÃO 120 ANOS BEMBÉ DO MERCADO

Integração artística, cultural e social entre a Bahia e a França, simbolizada por um cortejo pelas ruas parisienses, mais apresentações culturais e exposição fotográfica sobre as comemorações do Bembé do Mercado em 2009.

SEMANA DA ÁFRICA NA BAHIA

Ciclo de palestras em cinco cidades do Recôncavo baiano, de intercâmbio de manifestações populares, exibição de vídeo documentário, além de lançamento do Selo da Capoeira em Salvador.

OUTROS CARNAVAIS – ENTRE MEMÓRIAS E BATUQUES PAULISTAS (RJ)

Convênio com o Instituto Bandeira Branca para finalização de documentário e apoio ao lançamento, com exibição na TV e na Internet; produção de 500 cópias em DVD para distribuição gratuita a bibliotecas e entidades negras.

CAPOEIRA ANGOLA – RESISTÊNCIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA (RJ) (em andamento)

Convênio com a Casa de Cultura da Baixada Fluminense, para criação de espaços alternativos, resgate da Capoeira Angola e mobilização social e cultural na região.

FESTLIP – FESTIVAL DE TEATRO DA LÍNGUA PORTUGUESA (RJ)

Convênio com a Talu Produções para intercâmbio teatral entre países de língua portuguesa: Brasil, Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

III FÓRUM NACIONAL DE PERFORMANCE NEGRA (BA)

Convênio com o Sol Movimento da Cena – Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento Cultural, promovendo o encontro de artistas e pesquisadores de todas as regiões do Brasil, por meio de palestras, mesas-redondas, debates, oficinas, grupos de trabalho e apresentações.

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IDEIAS CRIATIVAS PARA 20 DE NOVEMBRO – AGENDA 20

Edital de seleção pública, em todo o país, de 15 projetos culturais alusivos ao 20 de Novembro – Dia Nacional da Consciência Negra 2009 e em apoio à Lei 10.639/2003, que obriga o ensino da disciplina História da África e da Cultura Afro-brasileira em todas as instituições de ensino fundamental e médio, públicas e privadas. Junto com mais cinco iniciativas apoiadas ou promovidas pela Fundação Cultural Palmares, os projetos selecionados compuseram a AGENDA 20, conjunto de eventos comemorativos à Consciência Negra.

• PROJETOS CONTEMPLADOS NO EDITAL IDÉIAS CRIATIVAS

Resgatando as nossas raízes africanas (AP)

Filmes, pesquisas, visita a comunidades quilombolas e atividades culturais para promover o resgate e a valorização de costumes e valores dos jovens da cidade de Santana.

Valores universais – Histórias africanas (BA)

Publicação do livro infanto-juvenil Uma historinha africana – Doum, Alabá e o Senhor Elegbara em: “A verdade sempre tem dois lados”, de autoria do Prof. Jaime Sodré, servindo também como âncora para contações de histórias para professores e alunos.

Conta-contos, a arte de contar e ouvir histórias (DF)

Oficinas reproduzindo o modelo dos “griôs” (contadores de histórias) africanos, voltadas para crianças, jovens e adultos de Planaltina, que aprenderam e ensinaram “a falar de bichos da selva e da cidade grande”.

Xirê Iriti Lonã – Pluralidade cultural e educação (GO)

Culminância de um projeto desenvolvido ao longo de um ano, englobou diversas oficinas típicas, mostra de cinema e outras manifestações da cultura afro-brasileira, para a comunidade periférica de Vila Esperança.

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Raízes da liberdade, cores da igualdade (MA)

Em busca de preservar as raízes africanas e a diversidade, a comunidade da Liberdade, em São Luís, participou de uma rica e elaborada programação cultural.

1º Festival “Amani” de Arte e Cultura Africana (MT)

Em Cuiabá, exposição de artes, oficinas (dança, capoeira, penteados, samba de raiz, siriri e cururu), vídeos e documentários, estudo e apresentação de biografias de heróis negros, mostra sobre países, impérios e povos africanos, e quilombos.

O negro, a flor e o rosário (MG)

Com roteiro lúdico e divertido, cor e muita música, o espetáculo cênico-musical apresentou seis contos da cultura afro-brasileira em ruas da capital mineira, prevendo também a disponibilização na internet.

Identidade e Território: Negros na Região Sul – Seminário de estudos étnico-raciais (PR)

Reflexão crítica sobre a importância da influência étnico-racial na formação da sociedade brasileira e da educação a serviço da diversidade, contribuindo para revitalizar a autoimagem do negro na região.

Educando em cordel (PE)

Poesia e literatura de cordel levadas às escolas públicas de Recife, por meio de oficinas mostrando a herança do negro na formação da sociedade brasileira, suas lutas históricas e o preconceito nos dias atuais.

Me gritaram negra! (RS)

Espetáculo didático de música, dança e teatro, baseado em experiência verídica de racismo, promovendo paralelamente oficinas de dança e música afro-brasileira em escolas e palestra para docentes e a comunidade de Pelotas.

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O Brasil de Walter Firmo (SC)

Por meio de uma oficina, o premiado fotógrafo Walter Firmo dividiu um pouco de sua longa experiência profissional com colegas catarinenses, provocando pesquisas próprias que resultaram em uma exposição.

Mama África, Erê Brasil: A arte que nos une (SP)

Este projeto itinerante levou a Presidente Prudente as “Sacolas Culturais” – contendo livros, revistas, discos e filmes de conteúdo afro-brasileiro, objetos étnicos preparados por crianças –, uma exposição de peças inspiradas nas etnias africanas e oficinas de máscaras e bonecas.

Pílulas de Cultura Feira Preta (SP)

Ponto de convergência do movimento cultural Feira Preta, as Pílulas de Cultura promoveram manifestações afrodescendentes contemporâneas ainda ausentes dos grandes circuitos e meios de comunicação de massa, incentivando a reflexão “Qual o espaço da cultura negra hoje?”.

Mostra Cultural Afro (TO)

Visando reverter o quadro de invisibilidade da contribuição dos povos africanos no desenvolvimento do caçula dos Estados brasileiros, oficinas de dança e teatro afro, entre outras atividades, foram levadas à comunidade de Porto Nacional.

Cultura e identidade afrodescendente – A Percussão como forma de resistência (TO)

Atendendo à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que inclui a Música como conteúdo obrigatório no ensino básico, o projeto foi desenvolvido junto a comunidades quilombolas de Lagoa da Pedra e Distrito de Canabrava.

SEMANA DO BENIN NA BAHIA

Intensa e aclamada programação que integrou os “agudás” (comunidade de afro-brasileiros que vivem até hoje em Porto Novo, África, formada pelos últimos escravos que foram do Benin para Salvador) e os afrodescendentes baianos.

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III ENCONTRO DE CINEMA NEGRO BRASIL/ÁFRICA E AMÉRICAS (RJ)

Filmes de temática afro do Brasil, América Central e Estados Unidos, com debates pós-sessão sobre a identidade brasileira a partir de influências africanas, o Brasil de costas para países vizinhos, e a necessidade de acompanhamento da realidade dos negros nas diásporas.

PEQUENA ÁFRICA – HISTÓRIA E CULTURA (RJ)

Uma série de seminários abriu as comemorações da Consciência Negra no Dia da Cultura, 5 de novembro, enfatizando o sítio histórico situado na Gamboa, na Cidade Maravilhosa, tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (INEPAC) como um fragmento de memória rupestre da Pequena África.

2.2 Projetos para 2010

EDITAL PÚBLICO NACIONAL: 22 ANOS DA FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES

Programação cultural comemorativa à criação da instituição, a ser desenvolvida em Brasília e nos sete Estados brasileiros com representação regional (Alagoas, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo).

PARABÓLICA PALMARES

Capacitação de gestores, produtores e entidades, pessoas físicas e jurídicas da área cultural afro-brasileira para a apresentação de projetos à Fundação Cultural Palmares.

EDITAL PÚBLICO NACIONAL: IDÉIAS CRIATIVAS PARA 20 DE NOVEMBRO

Apoio a projetos de todo o país voltados para o mês da Consciência Negra.

1º PRÊMIO NACIONAL DE EXPRESSÕES CULTURAIS AFRO-BRASILEIRAS

Premiação de 20 projetos, em todo o Brasil, nos segmentos dança, teatro e artes visuais.

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II ENCONTRO IBERO-AMERICANO DE MINISTROS DA CULTURA PARA A AGENDA AFRODESCENDENTE NAS AMÉRICAS

Além da reunião dos representantes governamentais da América Latina, estão programadas apresentações de grupos artísticos nacionais e internacionais em concertos, shows, workshops e um Encontro de Pensadores.

EXPRESSO BRASIL NA COPA/JUVENTUDE NEGRA

Programação itinerante, acompanhando o calendário da Copa (11/06 a 11/07/2010), abrangendo três eixos distintos: expressões artísticas, ação social e pensamento. As atividades serão desenvolvidas nas cidades onde a Seleção Brasileira de Futebol jogará.

2.3 Linhas de orçamento

Ação 8053: Fomento a Projetos da Cultura Afro-brasileira

Finalidade: Apoiar e promover projetos temáticos culturais afro-brasileiros de modo a ampliar a produção cultural e resgatar a identidade nacional da população negra no Brasil.

Formas de implementação: Apoio e realização de cursos, edição de livros e revistas, festas típicas, seminários e exposições, intercâmbios objetivando troca de experiências, aprendizado e acesso a novas tecnologias, e aperfeiçoamento técnico-profissional. Participação na produção cinematográfica de curta e longa metragem e vídeos relatando a história de líderes negros, os africanismos brasileiros e as histórias de articulação de movimentos sociais negros. Promoção de concurso temático cultural. Edição de livros, cartazes, folders, CDs, guias, jornais, folhetos, revistas e similares a partir de estudos e pesquisas produzidos. Cobertura de despesas com deslocamento de servidores e colaboradores.

Ação 6531: Promoção de Intercâmbios Culturais Afro-brasileiros

Finalidade: Promover e apoiar o intercâmbio cultural, no Brasil e no exterior, resgatar e ampliar a participação dos afro-brasileiros e seus descendentes no mercado, divulgar suas criações, trocar e adquirir conhecimentos e informações.

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Formas de implementação: Participação no desenvolvimento de políticas nacionais e internacionais sobre cultura africana e afro-brasileira; apoio a projetos de intercâmbio cultural; participação de representantes da FCP em eventos no país e no exterior; despesas com deslocamento de servidores e colaboradores.

2.4 Visão estratégica

PROPOSTAS

• Pensar o projeto para a dimensão do possível. Melhor que nossa ação tenda ao crescimento do que à estagnação ou redução.

• Estruturar a ação cultural com exatidão, pensando que o recurso pleiteado seja o justo e o necessário para viabilizar a ação cultural.

• Buscar, além do recurso financeiro, o recurso humano, o recurso do equilíbrio entre o investimento monetário público e o investimento humano da sociedade, das pessoas envolvidas para a obtenção do resultado.

• Exercitar a multiplicação dos investimentos, fazendo que os recursos sejam maximizados e atinjam o maior número possível de beneficiários.

• Criar projetos coerentes com nossas necessidades sociais e nossa história, e que dialoguem como nosso rico e diversificado patrimônio.

AÇÕES JÁ IMPLEMENTADAS PELA FCP

• Política clara de estímulo a seleções públicas, que englobam projetos tanto de entidades como de pessoas físicas, para simplificar o acesso aos recursos.

• Inauguração de novas Representações Regionais em cinco estados, para estar mais próxima das demandas.

• Dinamização dos canais de comunicação – site, blogs, fóruns, eventos etc. – para dialogar com o público.

• Busca de parceiros e empresas que desejem investir em projetos de cultura afro-brasileira.

• Internacionalização das relações institucionais, para uma aproximação com o continente africano e, principalmente, com toda a América Latina.

31

2.5 Como apresentar propostas

Todo projeto compreende um Plano de Trabalho, a ser elaborado cumprindo algumas etapas.

O proponente credenciado manifesta o seu interesse em desenvolver um projeto com recursos públicos (e para isto deve celebrar um contrato, como convênio ou outro instrumento). Essa proposta deve estar em conformidade com o Programa e com as diretrizes disponíveis, e conter, no mínimo:

I. descrição do objeto a ser executado;

II. justificativa onde fiquem claros os interesses recíprocos, a relação entre a proposta apresentada e os objetivos e diretrizes do Programa federal, e a indicação do público-alvo, do problema a ser resolvido e dos resultados esperados;

III. estimativa dos recursos financeiros, discriminando o repasse a ser realizado pelo concedente e a contrapartida prevista para o proponente, especificando o valor de cada parcela e do montante de todos os recursos, na forma estabelecida em Lei;

IV. previsão de prazo para a execução; e

V. informações relativas à capacidade técnica e gerencial do proponente para execução do objeto.

Informações básicas sobre projeto

O QUE É UM PROJETO?

“Um projeto é definido como uma organização transitória, que compreende uma seqüência de atividades dirigidas à geração de um produto ou serviço singular em um tempo dado”. (Thiry-Chequer, 2004)

O QUE É UM OBJETO?

É o produto do convênio ou contrato de repasse, observados o Programa de trabalho e as suas finalidades.

Para a definição do objeto é importante definir objetivos, como é feito em um projeto

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O QUE É UM OBJETIVO GERAL?

”É um produto ou serviço que estará disponível quando o projeto estiver concluído”. (Thiry-Chequer, 2004)

Estabelece, de forma geral e abrangente, as intenções e os efeitos esperados do programa, orientando o seu desenvolvimento.

O QUE É UM OBJETIVO ESPECÍFICO?

É um conjunto de ações concretas e/ou eventos que, coletivamente, contribuem para alcançar o objetivo geral.

“De acordo com a magnitude do projeto, os objetivos podem ser subdivididos em objetivo geral e objetivos específicos. Os objetivos específicos caracterizam etapas ou fases do projeto, isto é, são um detalhamento do objetivo geral” (Goldim,2001).

O QUE É UMA JUSTIFICATIVA?

É a apresentação da razão do projeto.

O que deve constar na justificativa?

A justificativa deve conter a caracterização dos interesses recíprocos entre as duas entidades participantes, a relação entre a proposta apresentada e os objetivos e diretrizes do Programa federal, e a indicação do público alvo, do problema a ser resolvido ou oportunidade a ser aproveitada, e dos resultados esperados. Deve, ainda, ser consistente para convencer quem vai analisar a proposta sobre a importância do projeto apresentado.

Alguns elementos da realidade local ajudam na justificativa, entre eles:

• Apresentação da população/público-alvo em seus vários aspectos, como idade, sexo, etnia, expectativa de vida, índice de crescimento, etc.

• Dados de infra-estrutura local, como habitação, saúde, educação, saneamento, transporte e urbanização etc.

• Índices econômicos, como emprego/desemprego, indústria, agricultura, comércio/serviços, turismo, inflação etc.

• Informações sobre meio ambiente, como áreas protegidas e degradadas, poluição do ar, sonora e visual, etc.

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O QUE SÃO RECURSOS?

São os meios com os quais o projeto será executado. São eles:

Recursos humanos – pessoas que estarão envolvidas na execução do projeto

Recursos materiais – dividem-se em Financeiros e Bens e Serviços

De onde vêm os recursos e onde são aplicados?

É importante elaborar um quadro discriminando o uso dos recursos e suas fontes. Veja um exemplo:

D E S C R I Ç Â O V A L O R %UsosEquipamentosInstalaçõesPessoal e encargos sociaisTreinamento de pessoalGastos com ImplantaçãoOutros

FontesRecursos PrópriosFinanceirosBensServiço

Recursos de Terceiros

Convênios – Governo Federal

Total O QUE É UMA META?

É a parcela quantificável do objeto descrita no Plano de Trabalho, ou seja, a quantificação dos objetivos específicos

O QUE É UMA ETAPA?

É a divisão na execução de uma meta.

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O QUE É CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO?

É a definição das datas em que cada meta e etapa se inicia e é concluída. Veja um modelo:

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago SetEquipamentos X XInstalações X X X X XPessoal e encargos sociais X X X XTreinamento de pessoal X X X XGastos com implantação X X X X X X X X X

O QUE É CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO?

É a definição das datas em que será paga cada uma das etapas. Exemplo:

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago SetEquipamentos R$ R$ R$ R$Instalações R$ R$ R$ R$Pessoal e encargos sociais R$ R$ R$ R$Treinamento de Pessoal R$ R$ R$ R$Gastos com implantação R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

O QUE É CONTRAPARTIDA?

São os recursos com os quais a entidade participa no projeto, que podem ser financeiros ou em bens e serviços.

O QUE É PRAZO PARA EXECUÇÃO?

É o prazo de duração do projeto. Sua importância é vital porque, salvo exceções, todos as despesas deverão ocorrer neste período.

Em anexo ao desenvolvimento do projeto, deve ser feita a memória de cálculo, em planilha eletrônica, contendo os gastos por metas e etapas. A memória de cálculo é fundamental para o bom andamento do projeto e possíveis ajustes no futuro.

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3. DEPARTAMENTO DE PROTEÇÃO DO

PATRIMÔNIO AFRO-BRASILEIRO – DPA Por meio das Coordenações de Proteção e Preservação do Patrimônio Afro-brasileiro, e de Articulação e Apoio às Comunidades Remanescentes de Quilombos, a atuação do Departamento compreende:

• Planejar, coordenar e articular as atividades de proteção, preservação e promoção da identidade cultural das comunidades dos remanescentes dos quilombos.

• Proceder ao registro das declarações de autodefinição apresentadas pelas comunidades dos remanescentes dos quilombos e expedir a respectiva certidão.

• Apoiar e articular ações culturais, sociais e econômicas com vistas à sustentabilidade das comunidades dos remanescentes dos quilombos.

• Apoiar as atividades de preservação do patrimônio das comunidades remanescentes dos quilombos e das comunidades religiosas de matriz africana.

3.1 Balanço dos projetos de 2009

CERTIFICAÇÃO DE COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS: 108.

Total de comunidades quilombolas certificadas no período 2003-2009: 1.408.

A certificação é feita de acordo com o Decreto 4.887 de 20/11/2003 e a Portaria 98 de 26/11/2007.

Para a emissão da certidão de autodefinição como remanescente de quilombo, uma comunidade deve adotar os seguintes procedimentos:

I. Caso não possua associação legalmente constituída, apresentar ata de reunião convocada especificamente para deliberar a respeito da autodefinição, aprovada pela maioria dos moradores e acompanhada de lista de presença devidamente assinada.

II. Quando há associação legalmente constituída, apresentar ata da assembléia convocada especificamente para deliberar a respeito da autodefinição, aprovada pela maioria absoluta dos membros e acompanhada de lista de presença devidamente assinada.

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III. Remeter à FCP, caso possua, dados, documentos e informações como fotos, reportagens, estudos realizados, entre outros, que atestem a história comum do grupo ou suas manifestações culturais.

IV. Em qualquer caso, apresentar relato sintético da trajetória comum do grupo (história da comunidade).

Além da emissão das certidões de autodefinição, a Fundação Cultural Palmares também é responsável por assistir e acompanhar o Instituto Nacional de Colonicação e Reforma Agrária – INCRA em suas ações de regularização de terras dos quilombolas.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS COM FOCO NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

• Emissão de certidão de autodefinição (nos termos do Decreto 4.887, de 20/11/2003 e da Portaria nº 98/FCP, de 26/112007).

• Apoios técnico e logístico necessários à execução das ações que assegurem o desenvolvimento sustentável.

• Análises dos Estudos de Impacto Ambiental nos empreendimentos que podem afetar os territórios de forma direta ou indireta.

• Visitas técnicas para dialogar sobre os impactos que deverão ocorrer nos empreendimentos previstos (ex: linhas de transmissão, construção de hidrelétrica, ferrovia, rodovia, gasoduto, mineração, termoelétrica),

• Visitas técnicas para dialogar sobre demandas, assim contribuindo para a elaboração de políticas mais condizentes com as reais necessidades.

• Participação nas Audiências Públicas onde se discutem temas de interesse.

• Participação nas Câmaras de Conciliação da AGU, para buscar consenso entre sobreposição territorial quilombola e unidades de conservação ambiental.

• Participação nas reuniões do Conselho Genético (CGEN) para acompanhar e garantir o acesso de uso dos recursos naturais utilizados pelas comunidades tradicionais.

• Participação na Comissão de Segurança Alimentar e Nutricional das Populações Negras e Povos Tradicionais, do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), para sugerir, acompanhar e fiscalizar as ações políticas que visam a segurança alimentar e nutricionais da população quilombola. A Comissão é composta por representantes do Governo e membros da sociedade civil organizada.

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• Participação na Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT).

• Fiscalização dos contratos de guarda, fiscalização e manutenção do Sitio Histórico da Serra da Barriga.

• Participação como membro efetivo no Programa Brasil Quilombola – PBQ, da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

• Participação efetiva no Grupo de Trabalho da Ação de Distribuição de Alimentos a Populações Específicas, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

PROJETOS APOIADOS

REGISTRANDO, PRESERVANDO E DIVULGANDO AS BODAS DE OURO DE MÃE RAILDA DE OXUM (DF)

Pesquisa e publicação do registro da memória da Mãe Railda e de sua representatividade para a cultura afro-brasileira.

PROJETO RESGATE DOS ORIXÁS (GO)

Por meio da Oficina de Bonecos de Orixás, forneceu informações sobre as divindades afro-brasileiras, o significado e orientações para a confecção de suas vestimentas, bem como sua importância para a cultura.

PROJETO CONSCIÊNCIA SEMPRE (AL)

Por meio de atividades como apresentação de grupos artísticos locais e de capoeira, desfile de moda afro e oficinas de artesanato em cerâmica, alusivas à celebração do Dia Nacional da Consciência Negra no Sítio Histórico Serra da Barriga, em União dos Palmares, o projeto difundiu a memória e a expressão cultural própria dessas comunidades.

CAMINHADA AZOANY (BA)

Em apoio a uma expressão cultural própria de comunidades de terreiros, a Caminhada é uma atividade de louvação a São Lázaro e consiste em um cortejo que sai do Pelourinho e vai até a igreja deste santo, localizada no Bairro da Federação, em Salvador. No candomblé, São Lázaro costuma ser associado ao orixá Omolu/Obaluaê (nação Ketu), o inquice Kavungo (nação Angola) e o vodun Azoany (nação Jeje), e quando a caminhada chega à Igreja os adeptos das religiões de matriz africana fazem seus agradecimentos à divindade, conhecida como regente da saúde e da morte, e pedem a solução de problemas que atingem a matéria humana.

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OFICINA DA CULTURA QUILOMBOLA – PROTEÇÃO E SUSTENTABILIDADE (MG)

O objetivo do projeto foi promover o fortalecimento e o desenvolvimento das comunidades afrodescendentes de Patos de Minas, por meio do compartilhamento, articulação e difusão da proteção dos seus bens culturais.

ASO AXÓ VESTIMENTAS E PARAMENTOS (GO)

Promoção do desenvolvimento de jovens mulheres da comunidade do quilombo de Mesquita, na Cidade Ocidental, consolidando processos de capacitação, produção e comercialização de produtos necessários à liturgia das religiões afro-brasileiras e das vestimentas afro.

FILHOS DE ZUMBI (AL)

O foco foi a realização de diversas oficinas culturais, visando assegurar a preservação e a promoção da diversidade e identidade cultural afro-brasileira.

CAMINHADA NACIONAL PELA VIDA E LIBERDADE DAS COMUNIDADES DE MATRIZES AFRICANAS (BA)

Projeto com o objetivo de evidenciar a presença e o valor dos africanos na formação da cultura e do modo de ser brasileiro, por meio da força mobilizadora do grupo cultural dos terreiros de candomblé, e do grupo de referência constituído por artistas, personalidades e celebridades comprometidos com a preservação, a consolidação e o desenvolvimento do espaço simbólico dessa cultura. Culminou com o abraço ao Dique dos Orixás, em Salvador.

PROJETO JANGUEDÊ (DANÇA AFRICANA) (MS)

Capacitação e formação de 100 membros de comunidades remanescentes de quilombos campograndenses, para difusão e multiplicação do patrimônio cultural imaterial.

3.2 Projetos para 2010LEVANTAMENTO DOS MAPEAMENTOS DE COMUNIDADES DE TERREIROS

LEVANTAMENTO E SISTEMATIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE AS COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS

OFICINA DE CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO SOCIAL, CULTURAL E JURÍDICA PARA COMUNIDADES QUILOMBOLAS

ARTICULAÇÃO DA FCP NO PROGRAMA BRASIL QUILOMBOLA

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ENCONTRO ESTADUAIS DE PROCURADORES FEDERAIS PARA AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

REFORMA E RESTAURAÇÃO DO PARQUE MEMORIAL QUILOMBO DOS PALMARES

ELABORAÇÃO DE PROJETO TURÍSTICO E DE PESQUISA PARA O PARQUE MEMORIAL QUILOMBO DOS PALMARES

3.3 Linhas de orçamento

Ação 2A86 – Proteção aos Bens Culturais Afro-brasileiros

Finalidade: Garantir a preservação das expressões culturais e do patrimônio material e imaterial afro-brasileiro, respeitando suas características culturais, ideológicas, filosóficas e históricas.

Formas de implementação: Apoio às ações de preservação, manutenção e proteção das comunidades contempladas pela ação; identificação e registro das manifestações culturais das comunidades negras tradicionais; difusão da expressão cultural própria dessas comunidades (publicações, vídeos, CD-roms, eventos etc.); contratação de consultoria; despesas com deslocamento de servidores e colaboradores.

Ação 6621 – Etnodesenvolvimento das Comunidades Remanescentes de Quilombo

Finalidade: Implementar ações voltadas para o desenvolvimento das comunidades quilombolas, urbanas e rurais, de modo a assegurar seu etnodesenvolvimento, coerente com suas necessidades e com a tradição cultural afro-brasileira.

Formas de implementação: Formalização das certidões de auto-reconhecimento; manutenção do Cadastro Geral das Comunidades certificadas; apoio financeiro e técnico para preservação das expressões e do patrimônio cultural das comunidades remanescentes de quilombos; desenvolvimento de ações voltadas para a garantia de sua sustentabilidade; despesas com deslocamento de servidores e colaboradores; formalização de parcerias e convênios.

3.4 Visão estratégica

• Fortalecimento institucional

• Articulação e parcerias

• Captação de recursos

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4. CENTRO NACIONAL DE INFORMAÇÃO E

REFERÊNCIA DA CULTURA NEGRA – CNIRC O Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra foi inicialmente concebido como um grande projeto arquitetônico, envolvendo a criação de estrutura física e tecnológica capaz de reunir, processar e tornar disponível o maior número possível de informações sobre a cultura negra existente no Brasil e no mundo. Foi planejado para ser um espaço físico moderno de múltiplo uso, compreendendo museu, biblioteca, auditório, teatro de arena ao ar livre, e área de alimentação especializada em culinária afro-brasileira – além de comportar a sede administrativa da Fundação Cultural Palmares.

A concepção do projeto remonta de 1998, quando a 21 de julho os então presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, e da África do Sul, Nelson Mandela, lançaram em Brasília a Pedra Fundamental do CNIRC. Nesse mesmo dia ocorreu a cerimônia de entrega oficial do terreno à Fundação Cultural Palmares pela Terracap – Cia. Imobiliária de Brasília, terreno este com mais de 5.000 m2 de superfície, localizado às margens do Lago Paranoá.

Em 1999, foi apresentado o primeiro projeto arquitetônico, que naquele momento não foi possível viabilizar. Dado o decurso do tempo, em 2008 realizou-se novo estudo preliminar e a adaptação do projeto original, de forma a adequá-lo à nova estrutura da Fundação Cultural Palmares, bem como à nova realidade normativa que envolve a construção de uma obra pública.

Apesar dos esforços empreendidos em 2009 para dar início à construção do CNIRC, esbarramos na falta de licença ambiental prévia, cuja obtenção está sob a responsabilidade do Governo do Distrito Federal, o que impediu a continuidade do processo. Em 2010 serão retomadas as tentativas e ações para viabilizar a construção do Centro.

Atualmente o CNIRC está constituído como um órgão específico singular dentro do quadro organizacional da Fundação Cultural Palmares, conforme Decreto nº 6.853 de 15 de maio de 2009, que aprovou o novo Estatuto da Fundação Cultural Palmares. Integram o CNIRC as Coordenações de Estudos e Pesquisas – COEP e de Disseminação de Informações – CDI.

Coordenação de Estudos e Pesquisas – responsável por dirigir, fomentar e apoiar atividades de estudos e pesquisas sobre os valores culturais, sociais e

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econômicos decorrentes da influência negra na formação do país, bem como apoiar a produção de informações e conteúdos sobre a cultura afro-brasileira de modo geral. Tem ainda a competência de realizar o mapeamento e a sistematização de dados sobre manifestações culturais e demais bens imateriais e materiais oriundos das comunidades tradicionais de matriz africana.

Coordenação de Disseminação de Informações – responsável por executar e controlar as atividades de disseminação sobre a cultura afro-brasileira, disponibilizar e atualizar informações, registros, cadastros nacionais e acompanhar as atividades relacionadas à preservação do acervo bibliográfico, documental e arquivístico da FCP.

Com a aprovação do novo Regimento da FCP em 2009, foram atribuídas ao CNIRC competências em relação à cultura afro-brasileira, como:

I. coordenar, orientar, fomentar e executar atividades de estudo, pesquisa e referência;

II. mapear, sistematizar, disponibilizar e atualizar informações, registros, cadastros nacionais e conhecimentos sobre a cosmologia afro-brasileira;

III. apoiar a produção e disseminação de informações e conteúdos.

Além disso, compete ao CNIRC:

a. propor diretrizes, critérios e padrões técnicos para preservação do acervo bibliográfico, documental e arquivístico da FCP;

b. propor, assistir e acompanhar processos de registro de bens culturais das comunidades tradicionais de matriz africana; e

c. proceder ao mapeamento das manifestações culturais das comunidades remanescentes dos antigos quilombos, bem como dos bens culturais, de natureza material e imaterial, das comunidades tradicionais de matriz africana.

4.1 Visão estratégica

• Ser um centro dinâmico para o desenvolvimento e apoio de estudos, pesquisa e sistematização de informações, reconhecido pela sua alta credibilidade, qualidade e aplicabilidade dos resultados dos trabalhos nele desenvolvidos, especialmente a serviço de promoção de políticas públicas na área da cultura negra.

• Ser guardião e divulgador de arquivos e acervo bibliográfico adquiridos e mantidos durante a existência da FCP.

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• Estabelecer-se como mecanismo eficaz de interlocução entre os diversos agentes sociais e a FCP, visualizando demandas e orquestrando soluções.

4.2 Balanço dos projetos de 2009

Coordenação de Estudos e Pesquisa – COEP

Nesta área, em 2009 o CNIRC apoiou a produção e distribuição de publicações cujo conteúdo é fruto de pesquisas na área da cultura afro-brasileira, bem como apoiou a difusão de estudos e saberes sobre as comunidades tradicionais afrodescendentes latino-americanas com realização de debates, seminário, exposição fotográfica e exposição de arte.

Na ação Pesquisas sobre Cultura e Patrimônio Afro-brasileiro, foram apoiados os seguintes projetos:

CAVALO DE SANTO – RELIGIÕES AFRO-GAÚCHAS (em execução)

Publicação do documentário da fotógrafa Mirian Fichtner, um trabalho inédito e de excelência cultural, resultado de pesquisa realizada sobre manifestações religiosas de matriz africana do Rio Grande do Sul, com tiragem de 2.000 exemplares.

CULTURA DA RESISTÊNCIA – INTERCÂMBIO DE ESTUDOS SOBRE COMUNIDADES TRADICIONAIS AFRODESCENDENTES LATINO-AMERICANAS (em execução)

Difusão de estudos e saberes sobre comunidades tradicionais afrodescendentes latino-americanas, por meio de debates, seminário, exposição fotográfica sobre quilombolas, exposição de arte africana e produção de CD-ROM pedagógico, contendo textos e imagens resultantes das ações culturais executadas durante o projeto.

EPÉ LAIYÉ – TERRA VIVA

Apoio à distribuição de 7 mil exemplares do livro Epé Laiyé – Terra Viva, de autoria da ialorixá Stela de Oxossi.

Internamente, o CNIRC foi responsável pela organização do I Encontro de Mestres de Capoeira, evento integrante das comemorações do 21º Aniversário da FCP em 2009 e pelo relançamento do site Observatório Afro-latino, que visa incrementar o diálogo entre as nações latino-americanas, disponibilizando informações de suas comunidades negras, e constituir uma base de dados que permitirão a reflexão, troca de experiências, divulgação e construção de projetos e parcerias. Atualmente, o Observatório Afro-latino está em processo de re-estruturação (http://afro-latinos.palmares.gov.br).

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Coordenação de Disseminação de Informações – CDI

Na área de Disseminação de Informações, o Centro apoiou ações para desenvolvimento de Tecnologias da Informação, a fim de subsidiar atividades relativas à sistematização dos acervos bibliográfico e arquivístico da FCP. Foi adquirido um Sistema de Gerenciamento de Bibliotecas, para disponibilizar o acesso remoto ao acervo da Biblioteca e permitir gerenciar a Biblioteca Digital, cujo objetivo é o de acesso integral às publicações produzidas, editadas e apoiadas pela Fundação. Além disso, foram realizados em 2009 os seguintes projetos:

MODERNIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO ACERVO CULTURAL DA FCP

Contratação de empresa especializada para realização de tratamento técnico do acervo bibliográfico a fim de disponibilizar a recuperação da informação por meio de sistema de gerenciamento de biblioteca.

AQUISIÇÃO DE ESTANTES DESLIZANTES PARA OTIMIZAÇÃO DE ESPAÇO FÍSICO

Contratação de empresa para fornecimento de estantes deslizantes para atender às necessidades de processamento, armazenamento e recuperação de informações dos acervos bibliográficos e arquivísticos.

CONSCIÊNCIA NEGRA – ZUMBI DOS PALMARES

Palestra realizada na semana da Consciência negra para escola pública com o intuito de integrar público infantil escolar com a FCP.

BIBLIOTECA EM TELA

Exibição de filmes no auditório da Biblioteca da FCP, favorecendo o acesso à cultura e proporcionando um momento de descontração na hora do almoço.

4.3 Prioridades para 2010

Além de dar continuidade ao processo de implementação estrutural e tecnológica, o CNIRC atuará nas atividades de:

Coordenação de Estudos e Pesquisa (COEP)

OBSERVATÓRIO AFRO-LATINO: Desenvolvimento e manutenção do site, que deverá ser um programa processual, permanente e interativo de integração e intercâmbio

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entre as comunidades negras latino-americanas, com troca de conhecimentos e experiências para a compreensão das semelhanças e diferenças da história e dos processos de integração social afrodescendente nos países da região.

PRÊMIO FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES DE PESQUISA: Divulgar, premiar e disponibilizar, no sites da FCP e Observatório Afro-Latino, pesquisas relacionadas à cultura afro-brasileira, bem como aproximar a Fundação com o meio acadêmico.

CADASTRAMENTO PRELIMINAR DOS GRUPOS E MESTRES DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA: jongo, maracatu e samba.

GRUPO DE TRABALHO PRÓ-CAPOEIRA: manter-se membro ativo do GTPC com as responsabilidades previstas.

Coordenação de Disseminação de Informações

ACERVO ARQUIVÍSTICO DA FCP: Organização e tratamento em todas as áreas da Fundação, e implantação de sistema para tratamento, recuperação e preservação da informação e da memória institucional.

ACERVO CLOVIS MOURA: Transporte, tratamento e higienização deste acervo bibliográfico que contém cerca de 5 mil livros.

ESPAÇO EXPOSITIVO DA FCP: Programa de exposições.

DIÁLOGOS CULTURAIS PALMARES: Visitas de escolas do DF à sede da FCP em datas especiais, para socializar e compartilhar informações sobre a História e Cultura Afro-brasileira, estimulando o interesse nos jovens sobre a cultura negra.

AQUISIÇÃO DE PUBLICAÇÕES: Atualização e ampliação do acervo institucional.

BIBLIOTECA EM TELA: Expansão do projeto, desenvolvendo-o a partir de temas previamente escolhidos anteriormente.

Além das atividades específicas de cada Coordenação, o CNIRC irá atuar em conjunto com os demais setores da FCP nas atividades de:

• Oficina de capacitação e formação social, cultural e jurídica para comunidades quilombolas;

• Articulação com o Programa Brasil Quilombola;

• Levantamento dos mapeamentos de comunidades de terreiros;

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• Levantamento e sistematização de informações sobre as comunidades remanescentes de quilombos;

• Seminários sobre cultura afro-brasileira a fim de capacitar servidores e funcionários, além de demais interessados da sociedade;

• Elaboração e execução dos editais Nacionais Ideias Criativas para o 20 de Novembro e 22 anos da FCP.

Outros projetos estão em construção e análise quanto à possibilidade de execução:

• Prêmio Xangô para Publicações Afro-brasileiras: Premiação e impressão de obras inéditas, editadas, diagramadas e revisadas, que apresentem temática afro-brasileira.

• Prêmio Fundação Cultural Palmares de Documentários: Divulgação e premiação de documentários sobre personagens históricas e personalidades da Cultura Negra no Brasil e América Latina.

4.4 Linhas de orçamento

Ação 8069 – Pesquisas sobre Cultura e Patrimônio Afro-brasileiro

Finalidade: Realização de pesquisas, estudos e levantamentos, em parceria com órgãos públicos e privados, sobre cultura afro-brasileira e patrimônio, transversalizados por gênero, religião, etnia, cor/raça e/ou educação da população brasileira. Pesquisas com a população negra sobre suas condições socioculturais e políticas voltadas à elaboração e implementação de políticas públicas para superação da desigualdade racial. Difusão dos resultados das pesquisas por meio de publicações, seminários e intercâmbio com o continente africano e a Diáspora.

Formas de implementação: Utilização de recursos humanos e materiais existentes na própria instituição e/ou por meio de convênios e/ou contratos para realização e implementação de estudos, pesquisas sobre relações raciais e cultura afro-brasileira, em parceria com órgãos do Governo nos níveis federal, estadual, municipal, com associações sem fins lucrativos, cooperativas locais e organizações não-governamentais, principalmente com universidades e centros de pesquisa.

Ação 11CP – Implantação do CNIRC

Atualmente esta ação está destinada à organização do acervo bibliográfico e arquivístico.

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5. COORDENAÇÃO GERAL

DE GESTÃO INTERNA – CGI À Coordenação-Geral de Gestão Interna compete:

I. coordenar e executar as atividades de suporte inerentes aos sistemas de planejamento, orçamento, finanças e contabilidade;

II. coordenar e executar as atividades de logística e informática;

III. coordenar e executar as atividades relativas à gestão de pessoas, compreendendo cadastro, pagamento, benefícios, treinamento, capacitação e desenvolvimento do pessoal;

IV. instruir e formalizar a celebração de convênios, acordos e outros instrumentos congêneres que envolvam transferência de recursos;

V. analisar as prestações de contas de convênios, acordos e outros instrumentos congêneres; e

VI. propor diretrizes e normas no âmbito administrativo.

Este setor é estruturado em três Coordenações: Convênios, Execução Orçamentária e Financeira e Logística.

5.1 Funcionamento dos sistemas: SICONV, SICAF, CADIN

O que é o SICAF?

O Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF) é um sistema automatizado de informações, onde os fornecedores se cadastram, gratuitamente, com a finalidade de fornecer materiais ou prestar serviços para os órgãos da Administração Pública Federal direta, Autarquias e Fundações. Este cadastro possui validade anual – devendo, portanto, ser renovado a cada ano – em todo o território nacional.

Para ter acesso às informações das compras governamentais, os interessados devem cadastrar-se no Portal de Compras (www.comprasnet.gov.br) e apresentar a documentação solicitada.

O que é o SICONV?

O Sistema de Convênios (SICONV) foi implementado pelo Governo Federal, atendendo a uma demanda do Tribunal de Contas da União (TCU) para dar maior controle e

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transparência dos convênios celebrados pela Administração Pública. Seu uso é obrigatório para a celebração, execução e prestação de contas. O acesso é livre, e os interessados devem se credenciar e cadastrar conforme as orientações disponíveis em www.convenios.gov.br.

Atualmente, a legislação que trata dos repasses de recursos federais é o Decreto nº 6.170/2007, regulamentada pela Portaria Interministerial nº 127/2008, dos Ministérios do Planejamento e da Fazenda e Controladoria Geral da União.

Apresentamos, a seguir, alguns pontos de extrema importância para a regular aplicação dos recursos recebidos e prestação de contas do Convênio, o que, contudo, não exime os proponentes/convenentes de conhecerem a legislação vigente.

EXECUÇÃO

Todo projeto sempre deve ser desenvolvido pautado pelos princípios da impessoalidade, moralidade e economicidade, assim como da legalidade e publicidade. Obedecidos esses princípios, a regular prestação de contas será somente uma conseqüência. Portanto, basta seguir e atentar para:

1. Aplicação dos recursos

a) Os recursos serão depositados e geridos na conta bancária específica do convênio ou contrato de repasse exclusivamente em instituições financeiras controladas pela União e enquanto não empregados na sua finalidade, serão obrigatoriamente aplicados:

I. em caderneta de poupança de instituição financeira pública federal, se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês; e

II. em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou operação de mercado aberto lastreada em título da dívida pública, quando sua utilização estiver prevista para prazos inferiores a um mês.

b) Os rendimentos das aplicações financeiras serão obrigatoriamente aplicados no objeto do convênio ou do contrato de repasse, estando sujeitos às mesmas condições de prestação de contas exigidas para os recursos transferidos.

c) As receitas oriundas dos rendimentos da aplicação no mercado financeiro não poderão ser computadas como contrapartida devida pelo convenente ou contratado;

d) A não aplicação dos recursos no mercado financeiro acarretará a devolução dos valores correspondentes ao período, corrigidos pelo sistema de débitos do TCU.

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2. Procedimento licitatório para contratações

a) Para a execução do convênio, o art. 45 da Portaria 127/2008 deverá ser atendido com a demonstração da realização de processo licitatório, efetuado, no mínimo, por cotação prévia de preços no mercado, sempre lembrando dos princípios de impessoalidade, moralidade e economicidade. Vale ressaltar que a entidade pode constituir uma Comissão ou indignar um responsável, designada(o) pelo presidente e que ficará responsável pelos procedimentos licitatórios.

b) A entidade privada sem fins lucrativos deverá contratar empresas que tenham participado da cotação prévia. Caso não tenham surgido interessados, ainda assim será exigida pesquisa ao mercado prévia à contratação, que será registrada no SICONV e deverá conter, no mínimo, orçamentos de três fornecedores válidos.

c) As propostas de orçamentos dos fornecedores deverão obedecer aos seguintes requisitos:

I. Pessoa Jurídica: papel timbrado, contendo CNPJ, endereço, telefone, prazo de validade (máximo de 60 dias), descrição do material/serviço com valores unitários e totais, data (dentro do período de vigência do convênio e antes do início do serviço ou entrega do material) e assinatura do representante legal da empresa.

II. Pessoa Física: proposta contendo nome, endereço, telefone, prazo de validade (máximo de 60 dias), descrição do material/serviço com valores unitários e totais, data (dentro do período de vigência do convênio e antes do início do serviço) e assinatura do responsável pela execução do serviço, bem como currículo e cópias dos documentos pessoais;

d) Escolhido(a) o(a) vencedor(a) da licitação, deverá ser observada a regularidade fiscal, tanto para pessoa jurídica como para pessoa física, posteriormente adjudicar e homologar a licitação, ou justificativa da dispensa, devendo ser observados os critérios constantes na Portaria Interministerial nº 127/2008;

e) Ainda que o SICONV não esteja operando a Cotação Prévia, deverá ser feita a pesquisa prévia à contratação, que será registrada nesse Portal. Porém, assim que o módulo estiver disponível, essas pesquisas somente serão efetuadas no Sistema, sendo dispensada em alguns casos, desde que justificados e em conformidade com a Portaria Interministerial nº 127/2008.

3. Contratos

a) Todos os serviços de um projeto conveniado deverão ser executados com base

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em um contrato, devidamente assinado entre as partes, em papel timbrado pelo contratante. Dentre as cláusulas, algumas são de grande importância, como:

I. A data de vigência do contrato deverá estar dentro da vigência do convênio e ser anterior à execução do serviço ou aquisição do material.

II. Deve ser assegurado o livre acesso de servidores dos órgãos e entidades públicas concedentes e dos órgãos de controle interno e externo aos documentos e registros contábeis da empresa, referentes ao objeto contratado.

III. Os contratos (assim como todos os documentos referentes ao convênio) ficarão arquivados pelo prazo de até 10 anos, a contar do prazo de aprovação da prestação de contas do Convênio firmado com a Fundação Cultural Palmares. Tal exigência é feita porque a prestação de contas, mesmo que aprovada, não exime o conveniado de ter suas responsabilidades apuradas a qualquer tempo, especialmente nas hipóteses de denúncia ou de irregularidades verificadas pelos órgãos de controle.

4. Pagamentos

a) Os pagamentos deverão obedecer rigorosamente ao art. 50 da Portaria 127/2008. Dentre as recomendações, cabe informar que os pagamentos serão feitos por transferência bancária em favor do contratado, não devendo ser utilizados cheques nem realizados saques na conta do Convênio.

b) Para o pagamento de Pessoa Jurídica deverão ser observados os seguintes pontos/documentos:

I. Cumprimento do objeto acordado no contrato celebrado.

II. Nota ou outros documentos fiscais devidamente preenchidos em favor do contratante, com data posterior à assinatura do contrato e inferior ao término da vigência do convênio.

III. Descrição do serviço/material de forma detalhada na nota fiscal, contendo os quantitativos e valores unitários e totais, citando o contrato a que se refere o pagamento, o número do convênio e/ou nome do projeto acordado com a FCP, bem como a meta, etapa ou fase do Plano de Trabalho.

IV. Regularidade fiscal (certidões federais, estadual e municipal). As Certidões Negativas com a Receita Federal, a Previdência Social e o FGTS deverão acompanhar a nota fiscal.

V. Declaração ou relatório que comprove o cumprimento do objeto contratado.

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VI. Em nenhuma hipótese serão admitidos pagamentos a terceiros.

c) Para o pagamento de Pessoa Física deverão ser observados os seguintes pontos/documentos:

I. Cumprimento do objeto acordado no contrato celebrado.

II. Recibo de Pagamento Autônomo devidamente preenchido em favor do contratante, com data posterior à assinatura do contrato e inferior ao término da vigência do convênio.

III. Descrição do serviço prestado de forma detalhada, contendo os quantitativos e valores unitários e totais, citando o contrato a que se refere o pagamento, o número do convênio e/ou nome do projeto acordado com a FCP, bem como a meta, etapa ou fase do Plano de Trabalho.

IV. Certidões de Regularidade Fiscal (Receita Federal e Divida Ativa); as certidões negativas acompanharão o RPA.

V. Cópias dos documentos pessoais, bem como apresentação do número do PIS/PASEP.

VI. Recolhimento dos encargos de INSS (parte do contratado, alíquota de 11%), ISS (alíquota do Município), IRRF (quando ultrapassar a alíquota mínima) e também INSS patronal (alíquota de 20%).

VII. Declaração ou relatório que comprove o cumprimento do objeto contratado.

VIII. Em nenhuma hipótese será admitido pagamento a terceiros.

Importante: Antes da realização de cada pagamento, o convenente ou contratado incluirá no SICONV, no mínimo, as seguintes informações:

• destinação do recurso;

• nome e CNPJ ou CPF do fornecedor, quando for o caso;

• contrato a que se refere o pagamento realizado;

• meta, etapa ou fase do Plano de Trabalho relativa ao pagamento; e

• comprovação do recebimento definitivo do objeto do contrato, mediante inclusão no Sistema das notas fiscais ou documentos contábeis.

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PRESTAÇÃO DE CONTAS

Ao final do período de execução do projeto, o convenente está obrigado a prestar contas dos recursos recebidos pela Fundação Palmares, devendo apresentar todo o registro no Portal dos Convênios, bem como encaminhar os formulários devidamente preenchidos e documentos solicitados.

1. O dever de prestar contas

a) As entidades sem fins lucrativos que recebem recursos na forma estabelecida pela Portaria 127/2008 estão sujeitas a prestar contas de sua boa e regular aplicação, no prazo máximo de 30 (trinta) dias após o fim da vigência do convênio.

b) Além dos documentos e informações apresentados no SICONV, a prestação de contas será composta de:

I. relatório de cumprimento do objeto;

II. declaração de realização dos objetivos propostos;

III. relação de bens adquiridos, produzidos ou construídos, quando for o caso;

IV. relação de treinados ou capacitados, quando for o caso;

V. relação dos serviços prestados, quando for o caso;

VI. comprovante de recolhimento do saldo de recursos, quando houver;

VII. termo de compromisso de manutenção dos documentos relacionados ao convênio ou contrato de repasse, nos termos do § 3º, art. 3º da Portaria 127/2008; e

VIII. extrato bancário da conta específica, bem como, se for o caso, da conta em que foram aplicados os recursos, emitido e assinado por um funcionário do banco com sua identificação.

c) Para atender aos itens I, II, III, IV, V, VI e VII acima, o convenente deve preencher os formulários disponíveis no sitio eletrônico da Fundação Palmares (www.palmares.gov.br), no item Convenios>Prestações de Contas>Formularios SICONV.

d) Para prestações de contas não encaminhadas no prazo estabelecido, a Fundação Cultural Palmares estabeleceu o prazo máximo de 30 dias para a apresentação ou o recolhimento dos recursos, incluídos os rendimentos da aplicação no mercado financeiro, atualizados monetariamente e acrescidos de juros de mora, na forma da lei;

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e) Decorrido e não cumprido o prazo estipulado para apresentação da prestação de contas inicial ou complementar, o conveniado é automaticamente inscrito na Situação de Inadimplência Efetiva;

f) Após a inscrição no cadastro de inadimplência, a entidade é novamente notificada a apresentar a prestação de contas, no prazo máximo de 30 dias; não havendo manifestação satisfatória, o processo é encaminhado para instauração de Tomada de Contas Especial.

2. Despesas inelegíveis

São as despesas não aprovadas por conterem alguma impropriedade na sua execução. Serão consideradas inelegíveis e passíveis de devolução as despesas que se enquadrem nas seguintes situações:

a) não há no mínimo três propostas válidas;

b) não há contratos individuais (ou seja, para cada contratação);

c) contratos em débito com o Poder Público e que não apresentem as certidões exigidas e na validade;

d) notas fiscais emitidas:

• em desacordo com o Plano de Trabalho pactuado

• fora do prazo de vigência do Convênio (antes ou depois)

• sem informações que mencionem o convênio celebrado com a FCP.

e) pagamentos em cheque ou saques na conta bancária específica do convênio;

f) pagamentos creditados em conta de terceiros.

PROCESSOS

São os procedimentos administrativos adotados pela entidade convenente, visando a contratação de empresas ou pessoas físicas para a realização de atividades constantes no Plano de Trabalho. Para cada licitação, deverá haver pelo menos um processo, que poderá ser uma pasta, devidamente numerada e que contenha todos os elementos que comprovem a regular execução da despesa, que vai desde a cotação de preços até o pagamento.

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a) Para cada procedimento de contratação de serviços ou aquisição de bens, constantes do Plano de Trabalho deverá haver no processo:

• os documentos relativos à sua licitação ou as razões que justificam a sua desnecessidade;

• elementos que definiram a escolha do fornecedor ou executante e justificativa do preço;

• contrato devidamente assinado entre as partes;

• declaração ou relatório em que haja a comprovação do cumprimento do objeto contratado ou recebimento da mercadoria;

• notas fiscais ou Recibos de Pagamento a Autônomos;

• documentos referentes a pagamentos, encargos e impostos, quando for o caso;

• comprovação de Regularidade Fiscal na Contratação e no Pagamento.

LANÇAMENTOS NO SICONV

O Sistema de Convênios – SICONV foi idealizado visando a transparência nos gastos públicos com os convênios, pois, na forma anterior, a Administração Pública só conseguia identificar falhas após a finalização dos projetos, o que, em muitos casos, resultava na devolução dos recursos públicos repassados.

Diante deste cenário, é necessário que periodicamente sejam feitos os lançamentos no Portal, assim evitando problemas que podem acarretar até a suspensão do convênio.

RECEBIMENTO DE PARCELAS

Nos casos em que um convênio prevê o repasse de recursos em parcelas, para recebê-las é necessário:

a) estar regular com as certidões e prestações de contas;

b) comprovar o cumprimento da contrapartida pactuada que, se financeira, deverá ser depositada na conta bancária específica do instrumento, conforme os prazos estabelecidos no cronograma de desembolso;

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c) atender às exigências legais para contratação e pagamento;

d) estar em situação regular com a execução do Plano de Trabalho;

e) ter efetuado os lançamentos no SICONV.

FISCALIZAÇÃO

A execução do convênio será acompanhada e fiscalizada por no mínimo dois servidores da Fundação Cultural Palmares, de forma a garantir a regularidade dos atos praticados e a plena execução do objeto. É importante ressaltar que o convenente ou contratado responde por danos causados a terceiros, decorrentes de culpa ou dolo na execução do convênio.

Nas fiscalizações in loco, os documentos e informações referentes à execução do convênio não poderão ser sonegados aos servidores da Palmares ou dos órgãos de controle interno e externo do Poder Executivo Federal. A entidade que, por ação ou omissão, causar embaraço, constrangimento ou obstáculo à atuação desses servidores ficará sujeita a responsabilização administrativa, civil e penal.

A fiscalização pela Fundação visa o acompanhamento conforme o Plano de Trabalho e a metodologia estabelecida, programando visitas ao local da execução.

VIGÊNCIA

Lembrando que o prazo de vigência do convênio deve ser rigorosamente observado e cumprido, qualquer alteração deverá ser solicitada 30 dias antes do fim da vigência do contrato pactuado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As orientações aqui apresentadas para facilitar a execução do convênio não tiram a responsabilidade do convenente em proceder à leitura do Termo de Convênio e da legislação pertinente.

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O que é o CADIN?

O Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (CADIN) é um banco de dados, regulamentado pela Lei Federal nº 10.522/2002, que reúne informações de todas as pessoas físicas ou jurídicas em débito com órgãos ou entidades federais.

São relacionadas no CADIN as pessoas físicas ou jurídicas que:

• sejam responsáveis por obrigações pecuniárias (em dinheiro) vencidas e não pagas para com a Administração Pública Federal direta (o próprio governo federal e seus ministérios) ou indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista);

• quando pessoas físicas, tenham o CPF suspenso ou cancelado; quando pessoas jurídicas, sejam declaradas inaptas perante o CNPJ.

Inclusão no CADIN

Os inadimplentes são incluídos no CADIN 75 dias após serem comunicados da existência do débito não-quitado e tendo sido fornecidas todas as informações a respeito de tal débito.

Efeitos da inclusão no CADIN

Pessoas físicas ou jurídicas inscritas no CADIN não poderão:

• ser beneficiárias de operações de crédito envolvendo recursos públicos;

• receber incentivos fiscais e financeiros;

• celebrar contratos de repasses de recursos com a União.

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