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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO - MDA
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL - SDT
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE
Marabá – Pará - Brasil Dezembro/2010
Presidenta do Brasil
Dilma Vana Rousseff Linhares
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Afonso Bandeira Florence
Secretaria de Desenvolvimento Territorial
José Humberto Oliveira
Departamento de Ações de Desenvolvimento Territorial
Secretaria de Desenvolvimento Territorial - DETER
Fernanda Costa Corezola
Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário no Pará
Soraya Almeida Viana
EQUIPE TÉCNICA
Coordenação Geral
Coordenação de Planejamento Territorial Carlos Humberto Osório Castro
Articulador Estadual
Valdir da Cruz Rodrigues
Sociedade de Meio Ambiente, Educação e Cidadania - SOMEC Adm. Joacy Ubiratan Silva de Brito
Adm. José Hermínio Dias Feio
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
3
EQUIPE ENVOLVIDA NA ELABORAÇÃO DO PLANO
Myriam Cyntia Cesar de Oliveira – Consultora (SOMEC/LASAT/NCADR/UFPA)
William Santos de Assis (CODETER/LASAT/NCADR/UFPA)
Luis Mauro Santos Silva (LASAT/NCADR/UFPA)
Ailce Margarida Negreiros Alves (EMATER)
Francinei Bentes Tavares (UFPA)
Daise Silva Ferreira (Bolsista UFPA)
Ana Maria Maffezoli Leite (Assessora Territorial)
Verônica Ferreira Freire (Bolsista UFPA)
Rudá Gallileu Silva Lima (CODETER/ FETAGRI)
Pedro Rodrigues de Souza (CODETER/ SAGRI)
Rafael Luiz Freitas(SOMEC/UFPA)
Evandro Santos (Assessoria Comunicação SOMEC)
Sandra Souza de Souza (Consultora SOMEC/PTC)
Maria Zenaide Marques Pereira (Consultora SOMEC/PTC)
COORDENAÇÃO DO PLANO - NÚCLEO DIRETIVO DO CODETER:
BANCO DO BRASIL, CPT, EMATER, FATA, FECAT, FETAGRI, FETRAF,
IFPA/CRMB, INCRA, MST, SAGRI, UFPA
CAPA - ARTE E MONTAGEM
Nelson Jean Jr.
Rafael Luiz Freitas
Ana Maria Maffezoli Leite
Marabá - Pará - Brasil Dezembro/2010
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
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PLANO TERRITORIAL DE
DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL SUDESTE PARAENSE
Marabá – PARÁ
Dezembro/2010
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
5
PLANO TERRITORIAL DE
DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL SUDESTE PARAENSE
EQUIPE ENVOLVIDA NA ELABORAÇÃO DO PLANO
Myriam Cyntia Cesar de Oliveira – Consultora (SOMEC/LASAT/NCADR/UFPA)
William Santos de Assis (CODETER/LASAT/NCADR/UFPA)
Luis Mauro Santos Silva (LASAT/NCADR/UFPA)
Ailce Margarida Negreiro Alves (EMATER)
Francinei Bentes Tavares (UFPA)
Daise Silva Ferreira (Bolsista UFPA)
Ana Maria Maffezoli Leite (Assessora Territorial/SOMEC)
Verônica Ferreira Freire (Bolsista UFPA)
Rudá Gallileu Silva Lima (Assessoria FETAGRI)
Pedro Rodrigues de Souza (SAGRI)
Rafael Luiz Freitas
COORDENAÇÃO DO PLANO – NÚCLEO DIRETIVO DO CODETER/SOMEC
BANCO DO BRASIL, CPT, EMATER, FATA, FECAT, FETAGRI, FETRAF,
IFPA/CRMB, INCRA, MST, SAGRI, UFPA
CAPA – ARTE E MONTAGEM
Nelson Jean Jr.
Rafael Freitas
Ana Maria Maffezoli Leite
Marabá – PARÁ
Dezembro/2010
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fotos ilustrativas do processo de qualificação do Diagnóstico Territorial.... 20
Figura 2 – Fotos ilustrativas da qualificação do Plano Territorial nas oficinas municipais.
........................................................................................................................................ 22
Figura 3 – Apresentação e discussão do Plano Territorial na segunda Assembleia
Territorial. ....................................................................................................................... 24
Figura 4 – Localização e composição do Território do Sudeste do Pará entre 2004 e
2008 e após 2008............................................................................................................ 23
Figura 5 – Evolução da criação de projetos de assentamento no Território no período
entre 1987 e 2007. ......................................................................................................... 32
Figura 6 – Distribuição da área do Território: assentamentos e Unidades de
Conservação de âmbito federal e estadual. ................................................................... 33
Figura 7 – Localização dos eixos rodoviários principais, estradas vicinais e principais
linhas de transmissão de energia no Território. ............................................................ 47
Figura 8 – Distribuição de frigoríficos e laticínios existentes no Território e na
mesorregião sudeste paraense. ..................................................................................... 48
Figura 9 – Localização dos laticínios, postos de coleta de leite e queijarias na área do
Território Sudeste. .......................................................................................................... 48
Figura 10 – Localização das cooperativas de beneficiamento e comercialização de
produtos da agricultura familiar. .................................................................................... 49
Figura 11 – As relações estabelecidas entre as agroindústrias polo e as cooperativas
municipais. ...................................................................................................................... 50
Figura 12 – Assentamentos que são os principais fornecedores de produção de frutas
para as cooperativas existentes no Território. ............................................................... 52
Figura 13 – Municípios do Território que possuem feira geral e feira da agricultura
familiar. ........................................................................................................................... 52
Figura 14 – Localização das serrarias no município de Marabá. .................................... 56
Figura 15 – Percentuais de cobertura vegetal no Território em 2010. .......................... 62
Figura 16 – Localização das áreas de concessão de lavra no Território. ....................... 64
Figura 17 – Número de escolas no urbano e no rural nos municípios do Território, em
2009. ............................................................................................................................... 69
Figura 18 – Distribuição dos estabelecimentos de ensino de acordo com os tipos de
administração. ................................................................................................................ 70
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
7
Figura 19 – Distribuição dos estabelecimentos de saúde nos municípios do Território.
........................................................................................................................................ 72
Figura 20 – Assentamentos com serviços de ATER /ATES. ............................................ 78
Figura 21 – Assentamentos que possuem PDA / PRA .................................................... 79
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Evolução da população no Território. ......................................................... 27
Gráfico 2 – Evolução demográfica dos municípios do Território entre 1980 e 2010. ... 28
Gráfico 3 – Evolução do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal no Território. . 30
Gráfico 4 – Evolução do IDH municipal no Território, entre 2000 e 2007. .................... 30
Gráfico 5 – Área desapropriada por ano para o conjunto do Território. ....................... 34
Gráfico 6 – Número de assentamentos criados por ano para o conjunto do Território.
........................................................................................................................................ 34
Gráfico 7 – Percentagem de área desapropriada por município do Território no período
entre 1987 e 2009. ......................................................................................................... 58
Gráfico 8 – PIB per capita por município do Território Sudeste, em 2007. ................... 36
Gráfico 9 – PIB Agropecuário nos municípios do Território. .......................................... 38
Gráfico 10 – Renda per capita mensal média da população dos municípios
componentes do Território. ........................................................................................... 39
Gráfico 11 – Renda per capita mensal proveniente de programas de transferência de
renda do governo federal para os municípios do Território. ......................................... 40
Gráfico 12 – Índice de geração de emprego e renda nos municípios do Território, no
período entre 2000 e 2007. ............................................................................................ 40
Gráfico 13 – Evolução da área de lavouras em estabelecimentos agrícolas nos
municípios do Território. ................................................................................................ 45
Gráfico 14 – Evolução da produção de grãos no Território entre 2003 e 2009. ........... 45
Gráfico 15 – Evolução da produção de frutas trabalhadas pela FECAT entre 2005 e
2009. ............................................................................................................................... 51
Gráfico 16 – Evolução da produção de carvão vegetal no Território entre 2000 e 2008.
........................................................................................................................................ 53
Gráfico 17 – Produção de carvão vegetal, em toneladas, por município do Território,
em 2008. ......................................................................................................................... 54
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
8
Gráfico 18 – Produção de madeira em tora (em m³) por município do Território, em
2008. ............................................................................................................................... 55
Gráfico 19 – Evolução do valor da produção de carvão vegetal e madeira em tora no
Território entre o período de 2000 a 2008. ................................................................... 55
Gráfico 20 – Evolução do número de contratos de PRONAF no Território entre 2000 e
2010. ............................................................................................................................... 57
Gráfico 21 – Evolução do montante de PRONAF aplicado no Território entre 2000 e
2010. ............................................................................................................................... 57
Gráfico 22 – Montante de recursos repassados através do PRONAF A entre 2008 e
2009, por município. ....................................................................................................... 57
Gráfico 24 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 para o conjunto do
Território do sudeste paraense (em % da área total). ................................................... 60
Gráfico 23 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 na área do Território
Sudeste Paraense (em km²). ........................................................................................... 60
Gráfico 25 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 nos municípios do
Território (em km²). ........................................................................................................ 61
Gráfico 26 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 por município do
Território do sudeste paraense (em % da área total). ................................................... 62
Gráfico 27 – Evolução da área de estabelecimentos agrícolas em matas e florestas. .. 63
Gráfico 28 – Evolução da área de estabelecimentos agrícolas em pastagens............... 63
Gráfico 29 – Comparativo das médias de precipitação entre as décadas de 1970 e 2000
para o sudeste paraense. ............................................................................................... 66
Gráfico 30 – Comparativo das médias de precipitação entre as décadas de 1990 e 2000
para o sudeste paraense. ............................................................................................... 66
Gráfico 31 – Comparativo das médias de precipitação dos anos de 1985 e 2002 com a
média geral do período 1973-2007, para o sudeste paraense. ..................................... 67
Gráfico 32 – Uso de agrotóxicos nos estabelecimentos agrícolas no Território do
Sudeste Paraense ........................................................................................................... 68
Gráfico 33 – Uso de agrotóxicos nos estabelecimentos agrícolas no Território do
Sudeste Paraense, por município do Território. ............................................................ 68
Gráfico 34 – Total de docentes por nível de ensino nos municípios do Território. ....... 71
Gráfico 35 – Número de leitos de internação disponíveis no Território. ...................... 73
Gráfico 36 – Número de leitos de internação disponíveis por município. .................... 73
Gráfico 37 – Número de médicos no Território ............................................................. 77
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
9
Gráfico 38 – Número de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa-Família, por
município. ....................................................................................................................... 80
Gráfico 39 – Volume de recursos direcionados pelo programa Bolsa-Família, por
município. ....................................................................................................................... 80
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Cronograma de realização das Oficinas Municipais ..................................... 22
Tabela 2 – Área, população e densidade demográfica dos municípios do Território, em
2010. ............................................................................................................................... 26
Tabela 3 – População urbana e rural nos municípios do Território, em 2007. .............. 29
Tabela 4 – Composição do PIB do setor industrial para os municípios do Território. ... 37
Tabela 5 – Composição do PIB do setor de serviços para os municípios do Território. 37
Tabela 6 – Produção animal no Território: produção pecuária nos municípios do
Território em 2010 (Quantidade de cabeças) ................................................................ 42
Tabela 7 – Produção de leite nos municípios do Território (em litros) ......................... 43
Tabela 8 – Produção agrícola do Território: produção agrícola por município, em 2009
(em Toneladas) ............................................................................................................... 44
Tabela 9 – Dados sobre os Conselhos Municipais no Território Sudeste do Pará, em
2010. ............................................................................................................................... 87
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Cooperativas por ordem de importância de acordo com o tipo de produção
de fruta ........................................................................................................................... 51
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
10
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ADEPARÁ – Agência de Defesa Agropecuária do Pará
ALPA – Siderúrgicos Aços Laminados do Pará
AMAT – Associação dos Municípios do Araguaia-Tocantins
ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural
ATES – Assessoria Técnica, Social e Ambiental às áreas de Reforma Agrária
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CODETER – Colegiado de Desenvolvimento Territorial
CMDRS – Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável
COOCAT - Cooperativa Camponesa do Araguaia-Tocantins
COOMAFEC - Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de Eldorado dos Carajás
COOMAFI - Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de Itupiranga
COOMASDA - Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de São Domingos do Araguaia
COOMASJA - Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de São João do Araguaia
COOMFAMA - Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de Marabá
COOMIPAC - Cooperativa Mista da Agricultura e Produção Familiar de Curionópolis
COOPER – Cooperativa Mista dos Produtores Rurais da Região de Carajás
COPSERVIÇOS – Cooperativa de Prestação de Serviços
CORRENTÃO - Cooperativa dos Trabalhadores Agroextrativistas de Nova Ipixuna
CVRD – Companhia Vale do Rio Doce
DATASUS – Banco de Dados do Sistema Único de Saúde
EJA – Programa de Educação de Jovens e Adultos
EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
FECAT – Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar do Sul do Pará
FETAGRI – Federação dos Trabalhadores na Agricultura
FETRAF – Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar
FIRJAN – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IDESP – Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
11
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
IFPA/ CRMB – Instituto Federal do Pará (IFPA) / Campus Rural de Marabá.
INCRA SR-27– Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária / Superintendência
Regional 27
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
INPE – Instituto Nacional de Pesquisa Espacial
INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
LASAT – Laboratório Sócio-Agronômico do Tocantins
MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário
MIQCB – Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
PA – Projeto de Assentamento
PAA – Programa de Aquisição de Alimentos
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
PDA – Plano de Desenvolvimento do Assentamento
PGC – Programa Grande Carajás
PIB – Produto Interno Bruto
PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar
PNRA – Programa de Nacional de Reforma Agrária
PRA – Plano de Recuperação do Assentamento
PROCERA – Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária
PRODES – Programa de Cálculo de Desflorestamento da Amazônia
PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PTDRS – Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável
SAF – Sistema Agro florestal
SDT – Secretaria de Desenvolvimento Territorial
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEMED – Secretaria Municipal de Educação
SEMMA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente
SIDRA – Sistema IBGE de Recuperação Automática
SINTRAF – Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar
SIT – Sistema de Informações Territoriais
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
12
STTR – Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
UFPA – Universidade Federal do Pará
UHT – Usina Hidrelétrica de Tucuruí
VALE – Vale S/A
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
13
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 15
PARTE I – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: O PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO
DO PTDRS DO SUDESTE PARAENSE .................................................................................. 16
I. DA PREPARAÇÃO DA AMBIÊNCIA DE PLANEJAMENTO ...................................... 17
PROCESSO DE SENSIBILIZAÇÃO DOS ATORES DO TERRITÓRIO ......................... 17
II. DA QUALIFICAÇÃO DO DIAGNÓSTICO TERRITORIAL ......................................... 18
LEVANTAMENTO DE DADOS SECUNDÁRIOS ............................................................... 18
VERIFICAÇÃO E CONFRONTAÇÃO DOS DADOS SECUNDÁRIOS ........................... 18
III. DA QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL ....................................................... 20
REALIZAÇÃO DAS OFICINAS MUNICIPAIS ................................................................... 21
DISCUSSÃO E VALIDAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL ............................................. 23
PARTE II – DIAGNÓSTICO TERRITORIAL: AS ESPECIFICIDADES DO TERRITÓRIO
SUDESTE PARAENSE ............................................................................................................. 24
CAPÍTULO I – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRITÓRIO SUDESTE PARAENSE
23
1. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E DE ÁREA ............................................................... 23
2. ASPECTOS FUNDIÁRIOS ............................................................................................. 31
CAPÍTULO II – O TERRITÓRIO SUDESTE PARAENSE A PARTIR DAS DIMENSÕES
DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ......................................................................... 34
1. A DIMENSÃO ECONÔMICA DO TERRITÓRIO SUDESTE ................................... 34
2. A DIMENSÃO AMBIENTAL DO TERRITÓRIO SUDESTE .................................... 59
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
14
3. A DIMENSÃO SOCIOCULTURAL EDUCACIONAL DO TERRITÓRIO
SUDESTE..................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
4. A DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL DO TERRITÓRIO SUDESTE ....... 80
PARTE III – O PLANO TERRITORIAL DO SUDESTE PARAENSE .................................. 89
1. VISÃO DE FUTURO NO TERRITÓRIO SUDESTE ................................................... 87
2. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS ..................................................................................... 91
3. DIRETRIZES PRINCIPAIS ............................................................................................ 93
4. EIXOS DE DESENVOLVIMENTO DO TERRITÓRIO SUDESTE .......................... 96
5. PROJETOS ESTRATÉGICOS E DIRETRIZES DE AÇÃO DO PLANO
TERRITORIAL ...................................................................................................................... 104
6. MECANISMOS DE CONTROLE E GESTÃO ........................................................... 128
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 131
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
APRESENTAÇÃO Este documento tem por objetivo apresentar o Plano Territorial de
Desenvolvimento Rural Sustentável do Território Sudeste Paraense. A ação faz parte da
articulação institucional dos membros do colegiado do Território Sudeste Paraense e é
uma das atividades previstas no contrato de repasse nº 0313686-
06/2009/MDA/CEF/SOMEC.
É preciso fazer duas considerações relevantes a respeito das dificuldades
enfrentadas para a elaboração deste documento. A primeira diz respeito ao tempo que se
teve para a realização das etapas de envolvimento dos atores do Território no processo e
de qualificação do diagnóstico territorial, visto a dimensão territorial, o processo de
articulação institucional, logística para organização das plenárias, porém o tempo foi
menor do que previsto no Guia com Orientações Gerais para Elaboração e
Qualificação do PDTRS (2010), o que exigiu certas adequações metodológicas e
envolvimento de uma equipe maior de maneira a que se pudessem cumprir com
qualidade e presteza os objetivos estabelecidos.
A segunda consideração a fazer diz respeito ao fato de que, no caso desse
Território, não se trata meramente de uma atualização de dados para qualificação do
Plano, como se pode pensar dado que esse Território Sudeste já estava instituído. Aos
sete municípios que já faziam parte do Território e serviram de base para o último
plano, se somaram mais sete novos. Trata-se, portanto, por um lado, da atualização das
informações dos municípios já incluídos na primeira constituição do Território e, por
outro, da elaboração do diagnóstico dos demais municípios incluídos recentemente, o
que nos exigiu um pesado trabalho de levantamento e sistematização de dados.
O documento está divido em três partes. Na parte I, de procedimentos
metodológicos, estão relatados o percurso e as etapas que foram seguidas para o
processo de sensibilização dos atores do Território para sua participação, para a
qualificação do Diagnóstico e para a qualificação do Plano Territorial. A parte II
apresenta o Diagnóstico Territorial a partir das diferentes dimensões (econômica,
ambiental, socioeconômica educacional e político-institucional) tratadas considerando-
se o desenvolvimento sustentável. Por fim, a parte III engloba todos os aspectos
relacionados ao Plano Territorial.
Mediante às particularidades que envolveram o processo de qualificação do
PTDRS do sudeste paraense foram realizadas algumas adaptações metodológicas tanto
para a atualização do Diagnóstico Territorial – sendo que para a metade dos municípios
o processo se constituiu na elaboração do diagnóstico, uma vez que foram integrados
recentemente no Território –, quanto para a construção do novo Plano, com o objetivo
de garantir uma participação a mais ampliada possível dos atores do Território.
I. Da preparação da ambiência de planejamento
Processo de sensibilização dos atores do Território A preparação da ambiência de planejamento ou o que se chamou de processo de
sensibilização dos atores do Território teve início muito antes da preparação da primeira
Assembléia do Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Sudeste Paraense.
A primeira atividade neste sentido consistiu na participação do Núcleo Diretivo
e da assessora territorial em seminário em Belém para o nivelamento acerca da
qualificação dos PTDRS. Em seguida, o Núcleo Diretivo realizou várias reuniões de
trabalho para definição das estratégias e organização do trabalho, tendo sido criadas
comissões com diferentes atribuições: comissão de infra-estrutura, encarregada pela
organização da logística necessária para a realização das atividades do processo de
qualificação do PTDRS; comissão de mobilização, responsável pela articulação com os
atores locais para sua participação neste processo; e comissão de metodologia e
sistematização, responsável pela definição das estratégias metodológicas e
sistematização e organização dos dados coletados em fontes secundárias ou nas
Assembléias territoriais e Oficinas municipais.
Nesta preparação as instituições do Núcleo Diretivo mais diretamente envolvidas
foram: Universidade Federal do Pará (UFPA), Federação dos Trabalhadores na
Agricultura (FETAGRI) – regional sudeste, Federação dos Trabalhadores na
Agricultura Familiar (FETRAF), Movimento dos Sem Terra (MST), Fundação Agrária
do Tocantins-Araguaia (FATA), Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar do
Sul do Pará (FECAT), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER),
Comissão Pastoral da Terra (CPT), Instituto Federal do Pará (IFPA) – Campus de
Marabá.
A mobilização dos atores do Território para participação da Assembléia
Territorial foi feita a partir de ofícios de convocação para o evento contendo uma
QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010
18
explicação sintética sobre o PTDRS. Estes convites foram enviados via Correios, por e-
mail e reforçados por telefone. Também foram realizadas visitas de membros da
comissão de mobilização do Núcleo Diretivo aos municípios e, nessa oportunidade,
feitos convites personalizados para os membros da Plenária Territorial.
Para a realização dessa primeira Assembléia do Colegiado de Desenvolvimento
Territorial do Sudeste Paraense onde foi apresentado o diagnóstico preliminar foram
efetuadas quatro reuniões do Núcleo Diretivo para discussão e definição da metodologia
que seria adotada, principalmente, nos trabalhos de grupos.
II. Da qualificação do Diagnóstico Territorial
Levantamento de dados secundários
Verificação e confrontação dos dados secundários
Levantamento de dados secundários O levantamento de dados secundários teve início em meados de setembro de
2010. A Equipe Técnica efetuou pesquisas em várias fontes para obtenção de
informações e dados referentes às diferentes dimensões de sustentabilidade que serão
trabalhadas no Plano, quais sejam: ambiental, sociocultural e educacional,
socioeconômica e político-institucional. Entre as fontes pesquisadas estão: base de
dados de instituições públicas como IBGE, MDA, MMA, SDT, DATASUS, IDESP,
IPEA, INPE, BNDES, BC (Banco Central), ANA (Agência Nacional de Águas), INEP;
e trabalhos e bancos de dados de organizações como CPT, SEBRAE, Extensão
Amazônia e INCRA.
Verificação e confrontação dos dados secundários A partir da coleta foi efetuada uma organização dos dados e informações de
forma que se pudesse fazer uma caracterização preliminar do Território, partindo das
diferentes dimensões propostas. Tal caracterização serviria de base para discussão com
os atores territoriais, com o objetivo de se fazer a verificação e confrontação desses
dados secundários com a realidade.
Dois momentos foram cruciais para a realização da verificação e confrontação
com a realidade: na Assembléia Territorial e nas oficinas municipais. Na primeira
Assembléia Territorial foi possível fazer uma verificação inicial da justeza dos dados
ou, pelo menos, das tendências depreendidas desses dados (para os casos de indicadores
QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010
19
cujos dados ainda estavam desatualizados no momento da sua realização1). Nas oficinas
municipais os dados municipais eram novamente confrontados com os atores locais de
maneira a ser verificada sua pertinência.
A primeira Assembléia Territorial do Sudeste Paraense foi realizada nos dias 27
e 28 de setembro de 2010 e contou, em média, com 55 participantes por dia.
Compareceram representantes de 10 municípios que compõem o Território, com
número variado de participantes por município, sendo homens em sua maioria. Em
termos institucionais, a Assembléia contou com 18 instituições e organizações (entre
governamentais e não governamentais) que atuam no Território.
A Assembléia foi organizada em dois momentos. O primeiro momento foi
destinado à apresentação do diagnóstico preliminar e o segundo consistiu na realização
de trabalhos de grupo. Os trabalhos de grupo foram organizados tendo em vista as
quatro dimensões do desenvolvimento sustentável consideradas na perspectiva
territorial, quais sejam: dimensão ambiental, socioeconômica, sociocultural educacional
e político-institucional. Cada grupo por dimensão tinha por objetivo estimular a
discussão sobre os dados apresentados no diagnóstico preliminar.
Para a constituição dos grupos de trabalho procurou-se garantir uma distribuição
onde, na medida do possível, os municípios pudessem estar representados. Cada grupo
possuía um animador e um relator para conduzir e registrar as discussões. Após o
trabalho de grupo, as discussões produzidas foram socializadas na plenária geral e
debatidas conjuntamente com os participantes dos demais grupos. Essa Assembléia,
além do debate sobre o diagnóstico preliminar, também serviu para definir a agenda
para a realização das oficinas municipais.
Nos municípios, a realização dessa verificação e confrontação dos dados do
diagnóstico municipal foi efetuada na primeira parte da oficina quando eram
apresentados, discutidos e ajustados junto aos atores locais presentes (Figura 1).
1 Nessa etapa de levantamento de dados secundários a maior dificuldade inicial foi à impossibilidade de
coletar dados mais atualizados sobre alguns indicadores. Ou os bancos de dados não dispunham de
informações mais recentes por falta de atualização por parte da própria instituição, ou não estavam
disponíveis na época em função do período de campanha eleitoral. Sendo assim, no início foi necessário
construir uma caracterização preliminar da situação do Território partindo-se de dados defasados,
procurando-se nestes casos fazer a análise a partir das tendências que as informações apontavam.
QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010
20
Figura 1 – Fotos ilustrativas do processo de qualificação do Diagnóstico Territorial.
a) Discussão do diagnóstico na primeira Assembléia Territorial; b) Trabalho de grupo
para discussão e confrontação dos dados do diagnóstico na primeira Assembléia
Territorial; c) Apresentação do diagnóstico municipal para confrontação dos dados na
oficina municipal de Bom Jesus; d) Apresentação do diagnóstico na oficina municipal
de Nova Ipixuna.
Fotos: JEAN Jr. (2010); MAFFEZOLI (2010).
III. Da qualificação do Plano Territorial
Realização das oficinas municipais
Validação do Plano Territorial
a) b)
c) d)
QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010
21
Realização das oficinas municipais A particularidade de o Território Sudeste Paraense ter sido alterado em 2008,
acrescentando mais sete municípios em sua composição, criou a necessidade de
estabelecer nestes municípios uma discussão de base sobre o Território e de investir
mais na discussão sobre a situação e os dados locais referentes ao Diagnóstico. Esse
fato, somado ao desejo de fazer com que o processo de qualificação do Plano Territorial
fosse o mais participativo possível, deram base para a proposta de realização de oficinas
municipais para discussão do plano, ao invés de fazê-lo em uma única oficina territorial.
Essas oficinas foram organizadas com auxílio de instituições locais e,
principalmente, de uma pessoa de referência presente no município, pessoa esta
escolhida pelos seus pares durante a primeira Assembléia Territorial. A equipe de
condução da oficina era formada por diferentes instituições componentes do Núcleo
Diretivo e, apesar de haver variação por oficina nas pessoas que a constituíam, sempre
havia, no mínimo, cinco pessoas encarregadas de fazê-la acontecer.
Foram realizadas 14 oficinas municipais no período compreendido entre 13 de
outubro e 19 de novembro de 2010 (Tabela 1). Cada oficina de um dia inteiro foi
organizada em duas partes. Na primeira parte era apresentado o diagnóstico municipal
para discussão dos dados secundários com os atores locais para qualificação do
Diagnóstico Territorial. A segunda parte era destinada à qualificação do plano a partir
de trabalhos de grupo e discussão em plenária.
As oficinas seguiram a mesma orientação metodológica da primeira Assembléia
Territorial de formação de grupos por dimensão. Da mesma forma que na Assembléia,
cada grupo possuía um animador e um relator para estimular e registrar as discussões,
respectivamente, e eram formados por representantes de instituições locais definidos ou
de modo aleatório ou conforme a preferência dos participantes por determinada
dimensão. A discussão de cada grupo era conduzida de modo a responder quatro
perguntas orientadoras: 1) Qual o futuro que nós queremos para o município? (2) Quais
as ações e estratégias que devemos desenvolver para atingir esse futuro? (3) Quais os
projetos prioritários? (4) Quais os mecanismos de controle e gestão para
acompanhamento dos projetos prioritários?
As discussões dos trabalhos de grupo eram sistematizadas em cartazes para
socialização na plenária geral, onde eram debatidas por todos participantes da oficina
(Figura 2).
QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010
22
Tabela 1 – Cronograma de realização das Oficinas Municipais
DATA MUNICÍPIO LOCAL
13 OUT - 4ª feira MARABÁ INCRA
14 OUT - 5ª feira PALESTINA SEMAGRI
15 OUT - 6ª feira BREJO GRANDE CÂMARA
18 OUT - 2ª feira SÃO JOÃO CÂMARA
20 OUT - 4ª feira SÃO DOMINGOS CENTRO TECNOLÓGICO
27 OUT - 4ª feira SÃO GERALDO CÂMARA
04 NOV - 5ª feira CANAÃ AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO
06 NOV - Sábado ITUPIRANGA STTR
08 NOV - 2ª feira CURIONÓPOLIS CÂMARA
11 NOV - 5ª feira PIÇARRA CÂMARA
12 NOV - 6ª feira NOVA IPIXUNA SALÃO PAROQUIAL
16 NOV - 3ª feira BOM JESUS CHÁCARA DISBEL
17 NOV - 4ª feira PARAUAPEBAS CENTRO DE REFERÊNCIA PARA
MULHERES
19 NOV - 6ª feira ELDORADO CÂMARA
Figura 2 – Fotos ilustrativas da qualificação do Plano Territorial nas oficinas
municipais.
a) trabalho de grupo para discussão do plano na oficina de Palestina do Pará; b) trabalho
de grupo para discussão do plano na oficina de Nova Ipixuna; c) trabalho de grupo para
a)
d)
c)
f)e)
b)
QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010
23
discussão do plano na oficina de Piçarra; d) trabalho de grupo para discussão do plano
na oficina de Bom Jesus; e) apresentação dos resultados dos trabalhos de grupo na
oficina de Nova Canaã; f) apresentação dos resultados dos trabalhos de grupo na oficina
de Nova Ipixuna.
Fotos: JEAN Jr. (2010); MAFFEZOLI (2010).
A realização das oficinas mobilizou mais de 420 pessoas, distribuídas entre os
14 municípios do Território. O número de participantes por municípios era variável,
bem como a composição de cada oficina em termos institucionais. Com relação a este
aspecto, interessante mencionar que, do total de participantes de todas as oficinas, 116
(27%) eram representantes do poder público e 311 (73%) representavam entidades ou
organizações ligadas à sociedade civil. Além disso, também merece destaque a
predominância da participação de instituições/entidades ligadas ao meio rural: das
instituições/entidades presentes nas oficinas, 93% eram vinculadas ao rural e somente
7% ligadas a movimentos urbanos.
Independente dos motivos, se por falta de mobilização dos movimentos urbanos
ou se pelo Plano passado ter se centrado especificamente no rural, o fato é que colocar
em relevo essa maciça participação das representações do rural nas oficinas tem
importância à medida que ajuda a explicar a conotação mais rural que o Plano
Territorial acabou por assumir.
Discussão e validação do Plano Territorial Após a realização das 14 oficinas municipais, as informações foram
sistematizadas pela Equipe Técnica e foi feito um primeiro esboço do Plano Territorial.
Para apresentação desse primeiro esforço de composição do Plano foi realizada uma
nova Assembléia Territorial nos dias 29 e 30 de novembro de 2010, onde foram feitos
os devidos ajustes e validado o Plano.
Para esta segunda Assembléia Territorial também foi feito um trabalho
significativo de mobilização. A mobilização/sensibilização teve início ao final de cada
oficina municipal e foi reforçada, posteriormente, com convites por escrito e por
telefone efetuados junto aos atores do Território. A Assembléia foi organizada de modo
a se fazer uma rápida apresentação do Diagnóstico Territorial, apresentação das
propostas por dimensão sugeridas nas oficinas municipais e discussão e ajustes do Plano
em plenária. Ao final da Assembléia foi realizada ainda uma avaliação das atividades
realizadas para a qualificação do PTDRS, como forma de verificar que tipos de
ensinamentos os participantes tiraram desse processo.
QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010
24
As contribuições da Assembleia foram incorporadas na sistematização e redação
final do PTDRS.
Figura 3 – Apresentação e discussão do Plano Territorial na segunda Assembléia
Territorial.
Fotos: JEAN Jr. (2010).
PARTE II – Diagnóstico
Territorial: as especificidades do Território Sudeste Paraense
QUALIFICAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL DO SUDESTE PARAENSE – 2010
25
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
23
CAPÍTULO I – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRITÓRIO
SUDESTE PARAENSE Aspectos demográficos e territoriais
Aspectos fundiários
1. Aspectos demográficos e de área
O Território Sudeste Paraense está localizado na mesorregião de mesmo nome e
apresenta a particularidade de estar inserido em uma das mais importantes áreas de
fronteira agrícola da Amazônia oriental. Criado em 2004, até 2008 o Território Sudeste
era formado pelos municípios de Eldorado dos Carajás, Itupiranga, Marabá, Nova
Ipixuna, Parauapebas, São Domingos e São João do Araguaia. Com o lançamento do
Programa “Territórios da Cidadania”, em 2008, foram acrescidos mais sete municípios:
Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Canaã dos Carajás, Curionópolis,
Palestina do Pará, Piçarra e São Geraldo do Araguaia (Figura 4).
Figura 4 – Localização e composição do Território do Sudeste do Pará entre 2004 e
2008 e após 2008.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
24
De uma maneira geral, trata-se de uma área em que os processos de ocupação
podem ser considerados relativamente recentes na medida em que foram dinamizados
há menos de 50 anos. Apesar das primeiras incursões dos colonizadores pelo rio
Tocantins datarem ainda do século XVII e de municípios dessa área terem tido
participação relevante na economia extrativista-exportadora amazônica do final do
século XIX até metade do século XX com a exploração das peles de animais, da pesca,
do caucho, do diamante e cristais de rocha e da castanha-do-pará (PETIT, 2003;
VELHO, 1981), foi somente a partir da década de 1970, com as políticas de integração
nacional implementadas pelo governo militar, que a fronteira agrícola do sudeste do
Pará tomou maior projeção nacional e os processos de ocupação se intensificaram
significativamente (De REYNAL, 1999).
As ações levadas a cabo no âmbito das políticas desenvolvimentistas para a
Amazônia, como a abertura de importantes rodovias (Belém-Brasília, Transamazônica,
PA-070 e PA-150), a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHT), a
implantação dos programas Grande Carajás (PGC) e de colonização e o estímulo à
entrada do grande capital através da concessão de incentivos fiscais às atividades
agropecuárias, de mineração e de exploração madeireira, provocaram a abertura da
fronteira agrícola e causaram grandes impactos na região. As alterações se deram
fundamentalmente no âmbito demográfico devido aos intensos fluxos migratórios no
sentido nordeste/centro-sul norte que a implementação dessas políticas acabou por
estimular, influenciando para um aumento na diversidade sociocultural das populações
locais. Mas, também essas alterações se deram em termos de transformação da
paisagem e alterações nos ecossistemas devido à consolidação de um padrão de
exploração do meio natural baseado na retirada da floresta para implantação de
pastagens para o gado (De REYNAL, 1999; HÉBETTE, 2004).
A abertura da fronteira agrícola, somada à descoberta do garimpo de Serra
Pelada nos anos 1980 (que acelera a migração espontânea de agricultores para a região),
à entrada de mineradoras, serrarias e siderúrgicas, transforma o sudeste paraense nesta
década de 1980 e na década seguinte no foco de atenção da sociedade nacional e
internacional por abrigar boa parte dos conflitos no campo ocorridos na Amazônia. Essa
notoriedade ainda persiste nos anos 2000. O próprio ambiente de conflitos e as pressões
exercidas pela sociedade civil influenciam para que essa região se constituísse
novamente, a partir de meados da década de 1990, em espaço privilegiado de
implementação das políticas do governo federal (OLIVEIRA, 2009).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
25
Diferentemente do período militar, as políticas e programas implementados pelo
governo federal nesse período atual têm a particularidade de serem principalmente
direcionadas ao apoio da agricultura familiar. Com as políticas de reforma agrária
(criação de assentamentos) e de fortalecimento da agricultura familiar (PRONAF), além
de outras políticas e programas federais, a região começou a receber novos
investimentos públicos destinados, por exemplo, à construção e recuperação de estradas
vicinais, implantação de rede de eletrificação rural, melhoria das condições de moradia,
entre outras. Além disso, recebeu investimentos públicos (federais e estaduais) para
asfaltamento da Transamazônica no trecho a leste de Marabá em direção ao Maranhão e
da PA-153 que atravessa São Domingos do Araguaia (uma das saídas da região para o
estado do Tocantins) e melhorias na PA-150 e na PA-222, com vistas a melhorar o
acesso entre a região e a capital e o restante do país.
Todos esses acontecimentos do passado e os mais recentes fizeram e ainda
fazem deste um espaço social e econômico muito dinâmico. As obras do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal como, por exemplo, os
investimentos em infraestrutura, a conclusão das eclusas da Hidrelétrica de Tucuruí e a
construção da Hidrelétrica de Marabá, e os investimentos da Vale na implantação da
siderúrgica Aços Laminados do Pará (ALPA) em Marabá e proliferação das suas
atividades mineradoras em municípios como Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado
do Carajás, além de Marabá e Parauapebas, são componentes atuais que têm contribuído
para que esse dinamismo continue sendo uma das principais características deste
Território.
De acordo com dados do IBGE (2010), com a inclusão dos sete novos
integrantes, o Território Sudeste do Pará ampliou os 38.000 km² da sua antiga
abrangência para uma extensão de área de, aproximadamente, 54.469 km², com uma
população estimada em mais de 617 mil habitantes em 2010 (Tabela 2). Observando-se
a área por município verifica-se que somente três deles, Marabá, Parauapebas e
Itupiranga, detêm mais de 55% da superfície total do Território e que cada um dos
demais municípios contribui com percentuais de área não superiores a 6,5% da área do
Território.
Da mesma forma, em termos demográficos, as estimativas do IBGE para o ano
de 2010 indicam que os municípios de Marabá (com mais de 220.000 habitantes),
Parauapebas (com cerca de 150.000 habitantes) e Itupiranga (com aproximadamente
50.000 habitantes) são igualmente os que mais se destacam no Território, uma vez que
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
26
detém quase 69% do total da população do Território. As populações dos outros
municípios variam entre 7.000 e 31.000 habitantes, contribuindo com percentuais iguais
ou inferiores a 5% da população total do Território. A densidade demográfica do
Território é de 11,3 hab./km², sendo Parauapebas o município com maior densidade
populacional, 21,1 hab./km², e Piçarra com a menor, cerca de 4 hab./km².
Tabela 2 – Área, população e densidade demográfica dos municípios do Território, em
2010.
Fonte: IBGE/Cidades (2010)
* Estimativa da população em 2010.
O que se percebe a partir desses dados são o peso e a centralidade que os
municípios de Marabá, Parauapebas e, em menor proporção, Itupiranga possuem no
Território. As cidades de Marabá e Parauapebas são os principais centros urbanos, mas
Marabá possui uma posição mais destacada não só por apresentar os maiores
percentuais de área e população, mas pela sua contribuição nos setores industrial e de
serviços, assumindo a condição de pólo de atração socioeconômico do Território.
Esta condição de cidade mais importante da mesorregião sudeste se formou há
tempos atrás ainda na época das economias extrativistas quando se constituiu no
principal ponto de atração regional devido à sua localização geográfica privilegiada para
o escoamento dos produtos, às margens do rio Tocantins e na convergência das rodovias
PA-150 e Transamazônica (BR-230) e próxima à Belém-Brasília (BR-010). Em função
Em Km²% em relação ao
TerritórioEm habitantes
% em relação ao
Território
Bom Jesus do Tocantins 2.828,50 5,2 15.184 2,5 5,4
Brejo Grande do Araguaia 1.162,30 2,1 7.300 1,2 6,3
Canaã dos Carajás 3.161,50 5,8 26.188 4,2 8,3
Curionópolis 2.289,10 4,2 18.212 2,9 8,0
Eldorado dos Carajás 2.969,50 5,5 31.432 5,1 10,6
Itupiranga 7.914,60 14,5 50.779 8,2 6,4
Marabá 15.157,90 27,8 224.014 36,3 14,8
Nova Ipixuna 1.609,80 3,0 14.605 2,4 9,1
Palestina do Pará 988,20 1,8 7.411 1,2 7,5
Parauapebas 7.077,20 13,0 149.411 24,2 21,1
Piçarra 3.326,70 6,1 12.703 2,1 3,8
São Domingos do Araguaia 1.398,50 2,6 22.983 3,7 16,4
São Geraldo do Araguaia 3.283,70 6,0 25.306 4,1 7,7
São João do Araguaia 1.301,70 2,4 12.232 2,0 9,4
TOTAL DO TERRITÓRIO 54.469,20 100,0 617.760 100,0 11,3
MUNICIPIO
ÁREA (Km²) População Total* Densidade
Demográfica
(hab./km²)
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
27
111.306
338.941
390.788
461.808
554.025588.069
617.760
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
1980 1991 1996 2000 2007 2009 2010
Nú
me
rod
e h
ab
ita
nte
s
disso, a infraestrutura de Marabá foi se desenvolvendo de maneira a atender a crescente
população (VELHO, 1981).
Atualmente, a cidade de Marabá é o mais importante centro administrativo,
econômico, financeiro e comercial, da construção civil, de oferta de empregos e de
serviços de saúde, educação e outros serviços públicos do sudeste paraense. É onde se
concentram as principais instituições e órgãos públicos e onde se localiza um
importante distrito industrial, com uma área aproximada de 1.589 hectares, e algumas
empresas de portes variados ligadas ao setor agropecuário. No distrito industrial
destacam-se a indústria madeireira e de produção oleira, mas principalmente o setor de
siderurgia cujas atividades relacionadas à produção de ferro-gusa têm grande peso: são
pelo menos sete usinas ligadas a esse tipo de produção. No setor agropecuário o
destaque é para as empresas de beneficiamento e comercialização de frutas, leite e carne
(com destaque para o frigorífico Bertin instalado há pouco tempo em Marabá) (ASSIS;
OLIVEIRA; HALMENSCHLAGER, 2008; OLIVEIRA, 2009).
Em certos aspectos essa importância de Marabá é, em boa medida, dividida com
Parauapebas e Itupiranga. Itupiranga possui peso relativamente significativo no que
tange à produção agrícola e pecuária e Parauapebas, situada no sopé da Serra dos
Carajás, é o município que abriga o maior investimento em exploração mineral na
região. Os demais municípios parecem orbitar nas esferas de influência desses três, mas
principalmente de Marabá e Parauapebas.
A influência dos
investimentos no setor de
siderurgia, principalmente, tem
sido determinantes na dinâmica
demográfica do Território.
Observando, por exemplo, a
evolução da população no
Território (Gráfico 1) e nos seus
municípios (Gráfico 2) entre 1980
e 2010 é possível constatar que
Marabá e Parauapebas, mesmo tendo um comportamento sempre crescente ao longo de
quatro décadas, entre 2000 e 2010 apresentaram crescimentos significativos em suas
Gráfico 1 – Evolução da população no
Território.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
28
populações2, fato este que estabelece relações com as atividades mínero-siderúrgicas na
região e. Essa hipótese de relação entre crescimento demográfico e os investimentos na
mineração pode ser ainda reforçada quando se observa a evolução populacional do
município de Canaã de Carajás: nos últimos dez anos essa população mais que dobrou
muito provavelmente em função da presença de empreendimentos da Vale no local.
Gráfico 2 – Evolução demográfica dos municípios do Território entre 1980 e 2010.
Fonte: IBGE (2010).
Esse comportamento de evolução demográfica observado no Território aponta
para o estabelecimento de um novo pico de crescimento populacional estimulado,
principalmente, pelas inúmeras oportunidades de emprego abertas pelos diversos
empreendimentos em curso e a serem implantados nessa área.
Chamam ainda a atenção os dados das populações urbanos e rurais. A Tabela 3,
contendo os dados de distribuição entre populações urbanas e rurais nos municípios
para o ano de 20073, mostra que, em termos gerais, a população do Território é
predominantemente urbana (em média 62%, contra 38% de população rural). Contudo,
olhando internamente, esse comportamento apresenta variações entre os municípios. Em
2007, havia oito municípios com mais de 50% de sua população total residente na zona
rural. Marabá e Parauapebas são os municípios que apresentam os maiores percentuais
2 Em Marabá, além do crescimento significativo registrado nos últimos dez anos, também vale destacar o
aumento populacional registrado entre 1980 e 1991 resultado dos inúmeros fluxos migratórios para a
região. 3 Não há dados mais atualizados disponíveis sobre a distribuição da população dos municípios entre
urbano e rural. Os dados mais recentes são de 2007.
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
Nº d
e h
ab
ita
nte
s
1980
1991
2000
2010
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
29
de população residente nas zonas urbanas (mais de 80%) e justamente em função desses
números os dados médios do Território acabam não evidenciando os fortes traços rurais
que o caracterizam.
Tabela 3 – População urbana e rural nos municípios do Território, em 2007.
Fonte: IBGE (2007)
Embora possa parecer que nas últimas décadas o caráter rural do Território
venha se perdendo, Hébette & Moreira (2004) chamam a atenção para o fato de que é
preciso ponderar que muitos dos espaços considerados como urbanos pelo IBGE em
seus censos ou não passam de “cidades” tipicamente rurais, onde a economia e a
ocupação da maioria da força de trabalho local estão diretamente relacionadas ao setor
agrícola; ou são lugares nas proximidades das cidades, contabilizados como situação de
domicílio urbana, mas cuja ocupação da força de trabalho também está ligada à
agricultura. Tanto em um caso como em outro a relação entre o urbano e o rural são
muito estreitas (OLIVEIRA, 2009).
Em termos de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pelos dados do
sistema FIRJAN, observa-se que entre 2000 a 2007 houve uma evolução do índice
médio do Território de 0,422 para 0,516, mas ainda apresenta-se relativamente baixo,
sendo os índices relacionados à educação e geração de empregos os mais baixos
(Gráfico 3). No entanto, internamente, há uma variedade de níveis de IDH podendo ir,
em dados de 2007, de 0,401, em Brejo Grande, até 0,782, em Parauapebas, onde a
proximidade da Serra dos Carajás influencia para melhores desempenhos na oferta de
Em habitantes% em relação à população do
municípioEm habitantes
% em relação à população do
município
Bom Jesus do Tocantins 6.926 52,9 6.180 47,2
Brejo Grande do Araguaia 3.209 43,0 4.255 57,0
Canaã dos Carajás 6.998 64,1 3.924 35,9
Curionópolis 6.236 32,0 13.250 68,0
Eldorado dos Carajás 15.496 52,3 14.112 47,7
Itupiranga 34.901 70,3 14.754 29,7
Marabá 33.647 20,0 134.373 80,0
Nova Ipixuna 6.659 56,1 5.207 43,9
Palestina do Pará 3.704 49,1 3.840 50,9
Parauapebas 12.308 17,2 59.260 82,8
Piçarra 9.916 78,3 2.755 21,7
São Domingos do Araguaia 9.127 45,6 10.878 54,4
São Geraldo do Araguaia 15.713 56,8 11.933 43,2
São João do Araguaia 9.834 80,3 2.413 19,7
TOTAL 174.674 37,8 287.134 62,18
RURAL URBANA
MUNICIPIO
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
30
serviços de educação e saúde e geração de emprego e renda (itens estes que compõem o
IDH municipal). De uma maneira geral, o IDH ao longo desse período de sete anos
sofreu um aumento (mesmo que pequeno) no Território. Porém, em alguns municípios
como Brejo Grande, Itupiranga, Palestina do Pará, Piçarra e São Domingos
apresentaram pequenas quedas nesse índice do ano de 2006 para 2007 (Gráfico 4).
Gráfico 3 – Evolução do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal no Território.
Fonte: FIRJAN (2010).
Gráfico 4 – Evolução do IDH municipal no Território, entre 2000 e 2007.
Fonte: FIRJAN (2010).
0,000
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
Índice FIRJAN de Desenvolvimento
Municipal (IFDM)
IFDM - EDUCAÇÃO IFDM - EMPREGO E RENDA
IFDM - SAÚDE
0,4
22
0,4
94
0,4
97
0,5
160,3
74
0,4
99
0,4
93
0,5
19
0,3
78 0
,42
9
0,4
42 0,4
63
0,5
14
0,5
54
0,5
57
0,5
68
VA
LO
R M
ÉD
IO
2000
2005
2006
2007
0,000
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,800
0,900
2000
2005
2006
2007
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
31
2. Aspectos fundiários
Essa região onde se localiza o Território Sudeste ficou bastante conhecida pelos
inúmeros e intensos conflitos fundiários que abriga. Historicamente, há neste espaço
uma diversidade de atores que se orientam por projetos de desenvolvimento diferentes
e, consequentemente, têm diferentes interesses quanto à apropriação e uso dos recursos
naturais e, sobretudo, da terra enquanto principal meio de produção. A desigualdade nos
acessos à terra e aos demais recursos naturais vinculada a essa multiplicidade de
interesses têm levado ao estabelecimento de processos de disputa pela apropriação e
exploração desses recursos naturais e têm sido as principais catalisadoras dos conflitos
fundiários no Território.
A concentração de terras nessa região do sudeste do Pará teve início ainda na
época do ciclo da castanha-do-pará, no final do século XIX, quando da apropriação das
áreas dos castanhais pela oligarquia local (EMMI, 1999). A estrutura fundiária formada
durante este período – que foi reforçada posteriormente com as políticas do governo
militar de incentivo a grandes projetos agropecuários e com a consolidação das fazendas
de gado – serviu de base para o desenvolvimento de todo o conflituoso processo de
disputa do espaço na região a partir da década de 1970, envolvendo a oligarquia local,
madeireiros, fazendeiros, indígenas, extrativistas, agricultores, entre outros atores
(OLIVEIRA, 2009).
Essa configuração fundiária caracterizada pela concentração vai começar a
mudar a partir de meados da década de 1990, com o aumento da pressão dos
movimentos sociais e das representações ligadas à agricultura familiar com atuação na
região pela implementação da política de reforma agrária. O desdobramento dessa
pressão foi o processo de expansão do número de assentamentos rurais na área do
Território (OLIVEIRA ET al., 2005). Atualmente, a mesorregião do sudeste paraense
onde se situa o Território é considerada uma das áreas mais importantes da política de
reforma agrária na medida em que concentra o maior número de projetos de
assentamentos do país (mais de 500 em toda a mesorregião) e envolve mais de 66 mil
famílias (INCRA, 2010) (Figura 5).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
32
Figura 5 – Evolução da criação de projetos de assentamento no Território no período
entre 1987 e 2007.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010).
As áreas de assentamentos ocupam espaço significativo no Território e se
somarmos ainda as Terras Indígenas e as Áreas de Conservação se pode dizer que a
maior parte do Território é ocupada por uma agricultura que não é patronal nem
capitalista. Se forem também contabilizadas as áreas de colonização oficial, as áreas
tituladas dos atingidos da barragem de Tucuruí e os acampamentos4 a área coberta
atualmente pela agricultura com características camponesas é ainda mais significativa
(Figura 6).
4 Não foi possível incluir esses dados no SIG utilizado para a composição dos mapas pela falta de
formatos de extensão compatíveis.
PA criados entre
1987 e 1991
PA criados
até1991
PA criados até
2001
PA criados até
2007
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
33
Figura 6 – Distribuição da área do Território: assentamentos e Unidades de
Conservação de âmbito federal e estadual.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010).
Apesar de boa parte dos assentamentos terem sido criadas somente a partir de da
regularização de áreas já ocupadas, o processo também envolveu desapropriações de
fazendas. Os picos de desapropriações para criação de assentamentos foram entre 1987
e 1988 e entre 1996 e 2000: no primeiro caso, houve a aplicação de uma política
baseada no Plano Nacional de Reforma Agrária, que desapropriou castanhais
pertencentes às oligarquias locais do sudeste paraense; e no segundo período a expansão
das desapropriações veio como parte de uma possível estratégia defensiva do Estado,
principalmente após o massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996.
O número de assentamentos criados por ano também mostra essa tendência,
embora o grande pico em termos quantitativos se deu de 1998 a 1999, com grande
queda entre 2001 e 2005, estando atualmente acontecendo poucos processos de
regularização fundiária promovidos pelo governo federal através da criação de Projetos
de Assentamento (Gráfico 5 e Gráfico 6).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
34
Gráfico 5 – Área desapropriada por ano
para o conjunto do Território.
Fonte: INCRA (2010).
Gráfico 6 – Número de assentamentos
criados por ano para o conjunto do
Território.
Fonte: INCRA (2010).
CAPÍTULO II – O TERRITÓRIO SUDESTE PARAENSE A PARTIR
DAS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A dimensão econômica do Território Sudeste
A dimensão ambiental do Território Sudeste
A dimensão sociocultural educacional do Território Sudeste
A dimensão político-institucional do Território Sudeste
1. A dimensão econômica do Território Sudeste
O Território Sudeste apresenta uma importância significativa na composição da
economia paraense. É nesse espaço que se concentram várias jazidas e a atividade de
mineração assume papel importante e, no setor agropecuário, oscila entre a primeira e a
segunda posição na produção de carne e leite do estado (ALVES et al., 2006).
A posição privilegiada que Marabá assume em termos demográficos também se
observa na dimensão econômica através de sua participação na economia do Território e
do estado do Pará. Esse município está entre os cinco líderes no PIB estadual, é o
terceiro maior PIB per capita da região do sudeste paraense e em todos os setores
(serviços, industrial e agropecuário) está na lista dos cinco municípios com maior nível
de participação do estado. De uma maneira geral, estão na liderança do PIB per capita
àqueles municípios que têm uma maior produção mineral, que possui um peso maior na
composição do PIB regional. Parauapebas apresenta o maior PIB per capita, seguido de
Canaã dos Carajás, estando bem além dos demais municípios nesse quesito, passando
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
ÁREA DESAPROPRIADA POR ANO
1
13
1 0 1 2
6
0
52
9
40
50
5
22
7
18
1315
41 1
5
0
10
20
30
40
50
60
Nº DE ASSENTAMENTOS
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
36
dos R$ 20.000,00 anuais per capita, superando até mesmo Marabá, que possui um setor
industrial importante, baseado na siderurgia (Gráfico 7).
Em posição muito diferente encontram-se os demais municípios da área de
estudo, onde esses indicadores econômicos se apresentam em patamares bem inferiores.
Por possuírem a economia baseada nos setores de serviços e agropecuário têm um valor
agregado bem menor para a composição do PIB do Território, girando em torno dos R$
5.000,00 per capita em todos eles. Todavia, a média do PIB mascara as intensas
desigualdades socioeconômicas presentes na população, tendo em vista que a maior
parte dos rendimentos dos três principais municípios em termos de PIB fica com as
empresas envolvidas no processo de extração mineral. Em função disso, o que se vê são
basicamente os mesmos problemas socioeconômicos nas populações desses municípios.
Gráfico 7 – PIB per capita por município do Território Sudeste, em 2007.
Fonte: IBGE/Cidades (2007) e Brasil (2010).
Na composição do PIB é possível observar que os setores de indústria e serviços
possuem maior peso de contribuição na sua formação, devido, principalmente, à
existência de grandes empreendimentos mínero-metalúrgicos no Território. Se por um
lado a participação desses setores na formação do PIB do Território é importante, por
outro ela se apresenta extremamente concentrada nos três municípios onde a influência
da Vale é maior: Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá.
Para observar um exemplo, a Tabela 4 mostra que alguns municípios, como
Brejo Grande do Araguaia, Palestina do Pará e São João do Araguaia alcançam cerca de
R$ 2 milhões anuais de produção total no setor industrial, enquanto Parauapebas possui
0,00
5.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
25.000,00
30.000,00
4.272,00 4.202,00
28.019,00
4.418,00 4.652,00 3.744,00
15.857,00
3.130,003.526,00
23.029,00
5.386,003.887,00
4.929,00
2.992,00
PIB per capita
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
37
um valor cerca de mil vezes maior, ultrapassando os R$ 2 bilhões, o que gera um maior
retorno em termos de impostos para o município e de movimentação da economia.
Essas disparidades regionais em termos econômicos, todavia, não necessariamente se
revertem em melhores índices sociais e em oferta de serviços para os municípios que
possuem um maior dinamismo econômico expresso nos empreendimentos minerais.
Tabela 4 – Composição do PIB do setor
industrial para os municípios do
Território.
Municípios PIB INDÚSTRIA
Bom Jesus do Tocantins 3.579,00
Brejo Grande do Araguaia 1.856,00
Canaã dos Carajás 467.716,00
Curionópolis 9.574,00
Eldorado dos Carajás 24.540,00
Itupiranga 13.655,00
Marabá 1.012.952,00
Nova Ipixuna 4.062,00
Palestina do Pará 2.420,00
Parauapebas 2.039.262,00
Piçarra 6.850,00
São Domingos do Araguaia 5.043,00
São Geraldo do Araguaia 6.968,00
São João do Araguaia 2.416,00
Fonte: IBGE (2007).
Tabela 5 – Composição do PIB do setor
de serviços para os municípios do
Território.
Municípios PIB SERVIÇOS
Bom Jesus do Tocantins 27.085,00
Brejo Grande do Araguaia 15.353,00
Canaã dos Carajás 139.180,00
Curionópolis 36.782,00
Eldorado dos Carajás 63.198,00
Itupiranga 85.503,00
Marabá 1.619.530,00
Nova Ipixuna 25.823,00
Palestina do Pará 14.045,00
Parauapebas 818.085,00
Piçarra 27.136,00
São Domingos do Araguaia 52.092,00
São Geraldo do Araguaia 67.328,00
São João do Araguaia 21.881,00
Fonte: IBGE (2007).
O mesmo se pode observar em relação ao setor de serviços, cuja centralidade,
em termos de volume de produção, continua se dando em municípios com a presença
desse tipo de investimento, como Marabá e Parauapebas, com grande expressividade na
composição do PIB territorial no setor de serviços, tendo os outros municípios uma
menor participação nesse indicador em especial, não chegando a R$ 100 milhões anuais
para 11 dos 14 municípios componentes do Território (Tabela 5).
Nos demais municípios, apesar do setor de serviços apresentarem os maiores
percentuais na contribuição para a formação do PIB, em quase todos eles o setor
agropecuário aparece com uma participação relevante no montante da riqueza gerada.
Neste setor agropecuário destacam-se os municípios de Marabá, Itupiranga e São
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
38
Geraldo do Araguaia, com valores de PIB Agropecuário superiores a R$ 40 milhões
anuais. De certa maneira, à exceção de municípios como Palestina do Pará e São João
do Araguaia, por exemplo, os demais municípios têm seus PIB do setor agropecuário
variando entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, em uma faixa intermediária (Gráfico 8).
Gráfico 8 – PIB Agropecuário nos municípios do Território.
Fonte: IBGE (2007).
Certamente, os dados mostram que não se pode fazer uma leitura apressada
baseada apenas na composição econômica regional, tendo em vista que se podem
cometer generalizações que não permitem visualizar as especificidades do Território.
O mesmo pode ser dito da renda per capita mensal. Os dados disponíveis
demonstram que os municípios que possuem um maior peso do extrativismo mineral e
de seus procedimentos de transformação em ferro-gusa conseguem ter um maior
rendimento para as famílias, e por isso o maior valor absoluto pertence aos municípios
em que as atividades econômicas giram em torno da mineração. Todavia, o número
médio escamoteia que há um intenso grau de desigualdade na distribuição de renda
entre a população no âmbito dos próprios municípios, com grandes contingentes de
famílias vivendo pouco acima da linha de pobreza (Gráfico 9).
No caso dos demais municípios, a renda per capita se situa em valores muito
baixos, chegando mesmo a ser de apenas R$ 67,72 no município de São João do
Araguaia. Isso demonstra que, além de ser marcado por transformações intensas e
contradições profundas, o Território ainda possui uma dinâmica de diferenciação interna
proveniente tanto das propostas de desenvolvimento implementadas pelo Estado, em
0,00
10.000,00
20.000,00
30.000,00
40.000,00
50.000,00
60.000,00
70.000,00
80.000,00
24.036,00
13.410,00
30.336,00 28.932,00
38.455,00
54.121,00
71.786,00
12.882,008.191,00
33.107,00 32.292,00
21.970,00
44.704,00
9.951,00
PIB (AGROPECUÁRIA)
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
39
seus diferentes níveis (que visaram, ao longo do tempo, principalmente a dimensão
econômica do desenvolvimento), quanto resultante dos impactos dos grandes projetos
minerais que se instalaram na região a partir da implantação do Programa Grande
Carajás (PGC), a partir do final dos anos 1970.
Gráfico 9 – Renda per capita mensal média da população dos municípios componentes
do Território.
Fonte: Brasil (2010).
Esses números médios de renda demonstram que ainda há um nível de pobreza
que dificilmente será debelado apenas por políticas setoriais ou compensatórias. De
qualquer forma, quando se observa o valor médio das rendas oriundas de transferências
diretas do Governo Federal (que incluem programas sociais como a Bolsa Família e os
recursos previdenciários), há uma complementação da renda per capita que, embora
pequena, tem um significado importante para aumentar o poder de compra das famílias.
Dentre os municípios da região, Palestina do Pará e São João do Araguaia são
aqueles em que essa complementação é mais alta (Gráfico 10). Se comparada à renda
por cada pessoa obtida nesses municípios, percebe-se que a complementação não é nada
desprezível. No caso específico de São João, para ficar em um exemplo, há um
acréscimo de quase 20% sobre a renda individual média, e que provém de programas de
transferência de renda. Dessa forma, essa renda de transferências tem relevância mesmo
naqueles municípios com maior movimentação de recursos, tendo em vista que
mensalmente entra um montante importante de recursos que movimenta a economia
local.
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
107,80 113,77
167,46
108,15 106,16
85,71
188,59
127,26
106,64
221,48
119,34 113,55
136,06
67,72
Renda Per Capita
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
40
Gráfico 10 – Renda per capita mensal proveniente de programas de transferência de
renda do governo federal para os municípios do Território.
Fonte: Brasil (2010)
O mesmo comportamento de destaque de Marabá, Parauapebas e Canaã dos
Carajás também é observado na capacidade de geração de emprego e renda no
município: esses municípios foram os que apresentaram entre 2005 e 2007 os maiores
índices nesse aspecto. De uma maneira geral, esse índice apresentou pequena elevação
no Território em função da participação desses três municípios. Porém, quando se
observa os demais municípios percebe-se que essa tendência não se repete, havendo
municípios que, ao contrário, têm apresentado um comportamento de queda nessa
capacidade (Gráfico 11).
Gráfico 11 – Índice de geração de emprego e renda nos municípios do Território, no
período entre 2000 e 2007.
Fonte: FIRJAN (2010)
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
12,10 11,76
6,16
11,16
6,49
9,18 8,85 8,43
14,58
6,73
4,68
10,58
12,2713,10
Renda de Transferências Governamentais per capita
0,000
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,800
0,900
1,000
2000
2005
2006
2007
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
41
O setor industrial e o comercial possuem uma contribuição importante para a
criação de novos postos de trabalho, embora não possam ser equiparados ao setor de
serviços, enquanto a agropecuária possui um peso bem mais reduzido na geração de
novos postos de trabalho, embora não possa ser desprezado em municípios menos
populosos, como Piçarra e Curionópolis.
Mesmo participando em menor proporção na geração de emprego e renda, o
setor agropecuário possui relevância no Território, principalmente considerando de que
este é um espaço que apresenta fortes traços rurais, conforme mencionado
anteriormente.
A produção agropecuária do Território é significativa. O destaque maior é para a
produção pecuária. Em 2010, o rebanho bovino atingiu o patamar de 3.400 mil cabeças,
estando 98% do gado vacinado, fator importante visto que o sudeste paraense está
incluído entre as áreas livres da febre aftosa com vacinação. Os maiores rebanhos estão
em Marabá, Itupiranga e São Geraldo com mais de 300.000 cabeças (Marabá chega a
mais de 900.000), mas a maioria dos municípios do Território possui rebanhos
superiores a 100.000 cabeças (Tabela 6). Além do gado bovino, também merecem
destaque no Território outros tipos de criações que aparecem com maior importância
atualmente.
A maioria do rebanho bovino do Território é de aptidão de corte, estando esses
rebanhos localizados em grandes fazendas de criação de gado, mas também são
importantes os rebanhos da agricultura familiar. Já em relação à produção leiteira, esta
vem crescendo nos últimos tempos e vem ganhando espaço considerável nos
estabelecimentos familiares, principalmente em função dos incentivos oferecidos pelo
crédito PRONAF e da assistência técnica no sentido de diversificação da produção e de
uma intensificação no uso de espaço para a pecuária considerando que essa atividade
requer um sistema menos extensivo em área. No Território, os municípios de Piçarra e
São Geraldo do Araguaia aparecem como os maiores produtores de leite, sendo
observado também o aumento significativo da produção leiteira em Eldorado e Canaã
dos Carajás nos últimos três anos (Tabela 7).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
42
Tabela 6 – Produção animal no Território: produção pecuária nos municípios do Território em 2010 (Quantidade de cabeças)
Município Bovinos
Ovinos Caprinos Suínos Aves Mel (kg) (2009) Existente Vacinados
Bom Jesus do Tocantins 176.582 174.211 3.053 353 2.088 180.307 0
Brejo Grande do Araguaia 67.682 62.856 965 559 1.589 13.329 0
Canaã dos Carajás 221.043 218.447 1.129 595 4.141 28.704 2.000
Curionópolis 275.754 275.444 1.096 477 1.282
3.600
Eldorado dos Carajás 222.045 208.422 3.780 830 5.721 53.390 0
Itupiranga 381.253 368.980 8.535 1.066 7.843 74.217 0
Marabá 968.212 940.510 7.990 1.916 11.553 116.913 8.500
Nova Ipixuna 92.359 87.384 593 1.643 945 21.475 0
Palestina do Pará 54.176 54.022 890 58 1.409 12.793 0
Parauapebas 106.541 101.574 2.494 346 1.965 27.596 1.900
Piçarra 281.541 281.309 3.235 574 6.286 35.190 0
São Domingos do Araguaia 141.988 141.603 3.567 231 4.559 37.488 0
São Geraldo do Araguaia 411.732 411.535 5.491 652 4.819 67.490 0
São João do Araguaia 61.184 60.428 2.505 473 1.365 20.460 0
TOTAL TERRITÓRIO 3.462.092 3.386.725 45.323 9.773 55.565 689.352 16.000
Fonte: ADEPARÁ (2010); IBGE (2010).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
43
Tabela 7 – Produção de leite nos municípios do Território (em litros)
Município 2003 2004 2005 2006 2007 2009
Bom Jesus do Tocantins 11.973.000 12.301.000 11.069.000 11.130.000 10.472.000 10.540.000
Brejo Grande do Araguaia 4.932.000 8.028.000 8.201.000 7.351.000 5.445.000 4.650.000
Canaã dos Carajás 12.600.000 9.108.000 11.238.000 7.387.000 17.010.000 17.280.000
Curionópolis 7.740.000 7.920.000 8.222.000 7.614.000 8.145.000 8.082.000
Eldorado dos Carajás 6.228.000 6.462.000 8.752.000 9.760.000 20.100.000 15.960.000
Itupiranga 6.480.000 9.972.000 9.381.000 9.728.000 6.900.000 7.350.000
Marabá 15.300.000 16.200.000 17.010.000 14.800.000 9.600.000 10.272.000
Nova Ipixuna 2.196.000 3.276.000 4.338.000 4.617.000 3.580.000 3.880.000
Palestina do Pará 1.350.000 1.872.000 3.017.000 3.134.000 2.350.000 1.596.000
Parauapebas 4.212.000 4.500.000 6.526.000 6.156.000 6.975.000 6.900.000
Piçarra 18.123.000 18.797.000 17.445.000 15.602.000 15.591.000 17.098.000
São Domingos do Araguaia 6.660.000 13.770.000 13.500.000 12.555.000 12.600.000 12.800.000
São Geraldo do Araguaia 5.510.000 12.312.000 13.010.000 13.284.000 18.050.000 18.000.000
São João do Araguaia 1.260.000 3.636.000 3.550.000 3.400.000 3.500.000 3.267.000
Total Território 104.564.000 128.154.000 135.259.000 126.518.000 140.318.000 137.675.000
Fonte: IPEADATA (2010); IBGE (2010).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
44
Tabela 8 – Produção agrícola do Território: produção agrícola por município, em 2009 (em Toneladas)
Município Grãos
Mandioca Fruticultura Extrativismo
Arroz Feijão Milho Abacaxi* Banana Maracujá Açaí Castanha-do-pará Babaçu
Bom Jesus do Tocantins 1.430 83 1.785 12.000 0 1.250 0 0 96 0
Brejo Grande do Araguaia 588 30 690 1.950 200 7.500 0 0 45 6
Canaã dos Carajás 235 126 5.600 2.700 245 5.625 0 0 6 0
Curionópolis 350 57 1.600 9.000 0 4.375 200 0 50 0
Eldorado dos Carajás 3.960 49 5.830 25.200 0 10.375 0 0 115 0
Itupiranga 9.960 390 3.975 180.000 400 23.750 0 15 145 0
Marabá 3.420 518 6.450 48.000 0 7.500 30 0 35 0
Nova Ipixuna 1.428 205 1.100 4.200 122 2.126 0 35 30 0
Palestina do Pará 382 75 665 4.200 0 2.312 0 0 30 5
Parauapebas 3.525 1.185 6.129 45.000 1.224 18.750 200 0 10 0
Piçara 70 33 11.395 5.250 0 3.510 0 0 3 0
São Domingos do Araguaia 5.400 120 2.320 19.600 600 2.687 0 0 80 8
São Geraldo do Araguaia 1.125 87 10.800 3.250 0 16.250 9 0 21 6
São João do Araguaia 2.865 234 3.375 3.360 6.000 2.938 140 0 15 5
Total Território 34.738 3.192 61.714 363.710 8.791 108.948 579 50 681 30
Fonte: IBGE/SIDRA (2010).
*Mil Frutos.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
45
Na produção agrícola, em geral, tem sido observado uma diminuição das áreas
destinadas à lavoura, entendidas aqui como os cultivos anuais (temporárias) (Gráfico
12). Em alguns municípios, essas áreas tiveram uma diminuição bastante significativa
como, por exemplo, Eldorado dos Carajás, Piçarra, São Domingos do Araguaia e Canaã
dos Carajás. São observadas quedas na produção de arroz e milho, porém, a despeito
dessas reduções, a produção de grãos ainda se constitui em uma das principais bases da
economia do Território (Gráfico 13).
Gráfico 12 – Evolução da área de lavouras em estabelecimentos agrícolas nos
municípios do Território.
Fonte: IBGE (2010).
Gráfico 13 – Evolução da produção de grãos no Território entre 2003 e 2009.
Fonte: IBGE (2010).
Nos últimos anos, os estímulos oferecidos para a diversificação da produção têm
levado a certo aumento da produção de frutas no Território. Frutas como maracujá,
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
Áre
a e
m h
ecta
res
Ano 1996
Ano 2006
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
46
cupuaçu, abacaxi, acerola, entre outras, têm começado a se sobressair mesmo que suas
produções ainda não sejam tão elevadas. A produção de açaí também vem aparecendo
de maneira importante na produção agrícola do Território, porém, cabe mencionar que a
maior parte dessa produção é oriunda de açaizais nativos. Uma boa parte dessa
produção agrícola do Território é oriunda da agricultura familiar (Tabela 8 e
APÊNDICE A).
Esse aumento da diversificação da produção agrícola observada no Território
tem, direta ou indiretamente, relação com o desenvolvimento da infraestrutura regional,
uma vez que esse desenvolvimento possibilitou o estabelecimento e a proliferação de
estruturas de beneficiamento e comercialização de produtos. Anos atrás, as melhores
condições de acesso presentes no norte de Marabá, se comparado ao restante dos
municípios, já havia influenciado para o surgimento de uma bacia leiteira e para a
instalação de alguns laticínios formais.
No entanto, nos últimos 15 anos, com a ampliação e/ou melhoria da malha viária
interna do Território através da construção ou recuperação de inúmeras estradas vicinais
e asfaltamento de trechos das grandes rodovias que abrangem esse espaço, a melhoria
nas possibilidades de acesso aos mercados e com a implantação e ampliação da rede de
fornecimento de energia possibilitando o acondicionamento de produtos perecíveis, bem
como outras melhorias em termos estruturais (Figura 7), influenciaram para a ampliação
da rede de laticínios formais e a instalação de outros informais em municípios como São
João do Araguaia e São Domingos (ALVES; RODRIGUES; SHERER, 2006).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
47
Figura 7 – Localização dos eixos rodoviários principais, estradas vicinais e principais
linhas de transmissão de energia no Território.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010).
Atualmente, Agroindústrias de beneficiamento de produtos da pecuária, tais
como laticínios e frigoríficos, aparecem no Território em Marabá, Nova Ipixuna,
Eldorado e Canaã dos Carajás, mas se espalharam de uma maneira geral em outros
municípios de toda a mesorregião sudeste (Figura 8). No Território, além dos laticínios,
mas em função deles, se desenvolveu uma rede de postos de coleta de leite e de
queijarias que também desempenham alguma influência no desenvolvimento da
pecuária leiteira (Figura 9).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
48
Figura 8 – Distribuição de frigoríficos e laticínios existentes no Território e na
mesorregião sudeste paraense.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010).
Figura 9 – Localização dos laticínios, postos de coleta de leite e queijarias na área do
Território Sudeste.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
49
No que se refere às estruturas de beneficiamento e comercialização de frutas
merece destaque a rede de cooperativas ligadas à agricultura familiar. Processo iniciado
em 1992, com a criação da primeira cooperativa de comercialização de produtos da
agricultura familiar, a COOCAT (Cooperativa Camponesa do Araguaia-Tocantins),
atualmente, existe no Território a Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar
do Sul do Pará – FECAT5, com sede em Marabá, com sete cooperativas a ela vinculadas
e duas parceiras (nos municípios de São Geraldo do Araguaia e Curionópolis). A
maioria dessas cooperativas foi criada entre 2002 e 2003 e hoje comporta parte da
produção agrícola das áreas de assentamento, principalmente a produção de frutas
(Figura 10).
Figura 10 – Localização das cooperativas de beneficiamento e comercialização de
produtos da agricultura familiar.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010).
5 A COOCAT transformou-se em 2003 na FECAT.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
50
No Território existem duas agroindústrias pólo: a agroindústria pólo Marabá,
com capacidade produtiva de 4.000 kg/dia, capacidade de estocagem de 100 toneladas
de polpa, trabalhando basicamente com comercialização de polpas de frutas a varejo e
atacado; e a agroindústria pólo Parauapebas, com capacidade de 3.000 kg/dia,
capacidade de estocagem de 100 toneladas de polpa e trabalhando não só com polpa de
frutas, mas também doces de frutas e bombons vendidos a varejo. Conforme mostra a
Figura 11, as cooperativas municipais se vinculam a uma das duas agroindústrias pólo
para beneficiamento e/ou comercialização das produções entregues por agricultores
familiares (FECAT, 2010).
Figura 11 – As relações estabelecidas entre as agroindústrias pólo e as cooperativas
municipais.
Fonte: FECAT (2010).
De uma maneira geral, nos últimos anos o volume da produção abarcado pela
FECAT tem aumentado, mesmo havendo comportamento de queda em algumas
produções, como o açaí (boa parte nativo) e o maracujá, queda essa que pode estar
relacionada com problemas de manejo e, no caso do açaí, da gradativa diminuição de
açaizais nativos devido ao desmatamento. Tem destaque as produções de abacaxi,
acerola e, principalmente, de cajá e cupuaçu cuja produção sofreu aumento significativo
em 2009 (Gráfico 14).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
51
Gráfico 14 – Evolução da produção de frutas trabalhadas pela FECAT entre 2005 e
2009.
Fonte: FECAT (2010).
Com exceção do açaí, cuja maior produção é da cooperativa de Marabá
(COOMFAMA), a cooperativa de Parauapebas (COOPER) é a que trabalha com o
maior volume de produção das principais frutas. Destas produções, o cupuaçu é a que
tem sido trabalhada pela maioria das cooperativas (Quadro 1). Na Figura é possível ter
uma idéia dos assentamentos que são os principais fornecedores de produtos para a
FECAT.
Além dessas cooperativas, outros espaços no Território onde a agricultura
familiar tem conseguido colocar seus produtos no mercado são as feiras, sejam elas
feiras livres urbanas, como é o caso da maioria dos municípios, ou específicas da
agricultura familiar como acontece em Marabá e Parauapebas (Figura 13).
Quadro 1 – Cooperativo por ordem de importância de acordo com o tipo de produção de
fruta
Fonte: FECAT (2010).
Abacaxi Acerola Açaí Cupuaçu Maracujá Cajá
Parauapebas
(COOPER)
Parauapebas
(COOPER)
Marabá
(COOMFAMA)
Parauapebas
(COOPER)
Parauapebas
(COOPER)
Parauapebas
(COOPER)
Marabá
(COOMFAMA
)
Eldorado
(COOMAFEC)
Parauapebas
(COOPER)
Marabá
(COOMFAMA)
Curionópolis
(COOMIPAC)
Curionópolis
(COOMIPAC
)São João
(COOMASJA)
Marabá
(COOMFAMA)
Itupiranga
(COOMAFI)
Itupiranga
(COOMAFI)
Itupiranga
(COOMAFI)
Marabá
(COOMFAM
A)Curionópolis
(COOMIPAC)
São João
(COOMASJA)
São Domingos
(COOMASDA)
Marabá
(COOMFAMA)
São João
(COOMASJA
)São João
(COOMASJA)
Nova Ipixuna
(COORENTÃO)
São João
(COOMASJA)
São João
(COOMASJA)
São Domingos
(COOMASDA)
Eldorado
(COOMAFEC)
Nova Ipixuna
(COORENTÃO)
Curionópolis
(COOMIPAC)
Por ordem de
importância
PRODUTORES
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
52
Figura 12 – Assentamentos que são os principais fornecedores de produção de frutas
para as cooperativas existentes no Território.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010).
Figura 13 – Municípios do Território que possuem feira geral e feira da agricultura
familiar.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
53
Também para compreender a dinâmica produtiva do Território é importante
mencionar outros tipos de produtos como a produção de carvão vegetal, uma vez que é a
principal matéria-prima para a fabricação do ferro-gusa em siderúrgicas situadas no
Distrito Industrial de Marabá, considerada hoje um dos maiores pólos guseiros do país.
Atualmente, a maior parte da produção de carvão é originada de estabelecimentos
agrícolas familiares. A produção, que ainda depende basicamente do corte de lenha
vinda de florestas, pode aumentar a partir de áreas de plantio de eucalipto que tem se
expandido no Território tanto em áreas patronais como também em áreas de agricultores
familiares.
Há um incremento
importante da atividade no
Território, principalmente
devido aos investimentos feitos
pelas guseiras para ampliação
da produção e da instalação da
ALPA para a produção de aços
laminados em Marabá (Gráfico
16). Apesar desse crescimento,
o aumento da fiscalização e
das pressões dos órgãos de
proteção ambiental contra as
siderúrgicas e o uso de carvão ilegal, causou fechamento de várias carvoarias e,
conseqüentemente uma queda na produção de carvão nos últimos três anos.
O impacto que essa expansão de uma lógica produtiva baseada na verticalização
da produção mineral pode ter no Território em termos produtivos e ambientais é
imenso, principalmente considerando as áreas de agricultores familiares e a manutenção
da sua reprodução social e da segurança alimentar. Isso sem contar que a grande maioria
da lenha produzida para transformação em carvão ainda possui origem ilegal, pois
provêm de áreas sem plano de manejo ou licenciamento para a extração do produto.
A produção de carvão vegetal está atualmente concentrada no município de
Marabá (com mais de 30.000 toneladas anuais, em 2008), mas é importante também em
municípios mais a leste da região, como São Geraldo do Araguaia e Piçarra, que mesmo
já tendo passado por processos mais antigos de desmatamento, ainda possui importância
econômica nessa atividade em especial (Gráfico 16).
0
50.000
100.000
150.000
200.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
QU
AN
TID
AD
E E
M T
ON
EL
AD
A
Gráfico 15 – Evolução da produção de carvão
vegetal no Território entre 2000 e 2008.
Fonte: IDESP (2010).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
54
Gráfico 16 – Produção de carvão vegetal, em toneladas, por município do Território,
em 2008.
Fonte: IDESP (2010).
A madeira é outro produto que, historicamente, vem sendo explorado no
Território por parte de empresários e grupos econômicos locais ou de outras regiões. A
exploração madeireira acaba servindo também como porta de entrada de outras
atividades, como a pecuária extensiva. Alguns pólos industriais se estabeleceram em
torno dessa atividade na região, que é altamente seletiva e predatória, visto que se
desenvolve basicamente em torno de espécies com maior valor de mercado. Esse tipo de
exploração, feito sem manejo ou critérios mais rígidos, acabou fazendo com que
aumentasse a pressão sobre as áreas ainda florestadas, com facilidades para a entrada do
fogo e fragilização da vegetação nos locais de exploração.
Apesar de ser mais intensa em áreas que ainda possuem uma maior quantidade
de floresta primária, como nas áreas situadas mais a oeste da região, a atividade ainda
possui uma dimensão econômica considerável (Gráfico 17). Nesse caso, chama a
atenção, além do município de Itupiranga, por possuir uma extensa área territorial e
ainda algumas áreas de floresta primária a oeste, o município de São Geraldo do
Araguaia que, apesar de ter vivenciado uma exploração madeireira mais intensa nos
anos 1970 e 1980, ainda possui uma produção considerável de madeira em tora.
0 2.500 5.000 7.500 10.000 12.500 15.000 17.500 20.000 22.500
Brejo Grande do Araguaia
Canaã dos Carajás
Curionópolis
Eldorado dos Carajás
Itupiranga
Marabá
Nova Ipixuna
Palestina do Pará
Parauapebas
Piçarra
São Domingos do Araguaia
São Geraldo do Araguaia
São João do Araguaia
QUANTIDADE PRODUZIDA DE CARVÃO VEGETAL (em Toneladas)
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
55
Gráfico 17 – Produção de madeira em tora (em m³) por município do Território, em
2008.
Fonte: IDESP (2010).
Quando se comparam os valores gerados pela produção a partir da atividade
madeireira (aí incluído o carvão vegetal e a madeira em tora), nota-se que o maior
rendimento dentre essas atividades provem da produção de madeira, na qual se
destacam Itupiranga, com mais de R$ 12 milhões por ano, São Geraldo, Nova Ipixuna e
Marabá, estes últimos com valores menos destacados (Gráfico 18).
Gráfico 18 – Evolução do valor da produção de carvão vegetal e madeira em tora no
Território entre o período de 2000 a 2008.
Fonte: IDESP (2010).
A distribuição espacial das indústrias madeireiras e serrarias no município de
Marabá demonstram que há um deslocamento para o oeste a partir dos anos 1990 em
direção a áreas com estoques ainda consideráveis de madeira, já que nas áreas mais a
0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
Bom Jesus do Tocantins
Brejo Grande do Araguaia
Canaã dos Carajás
Curionópolis
Eldorado dos Carajás
Itupiranga
Marabá
Nova Ipixuna
Palestina do Pará
Parauapebas
Piçarra
São Domingos do Araguaia
São Geraldo do Araguaia
São João do Araguaia
QUANTIDADE PRODUZIDA DE MADEIRA EM TORAS (Metros cúbicos)
0,00
10.000,00
20.000,00
30.000,00
40.000,00
50.000,00
60.000,00
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
VA
LOR
EM
MIL
REA
IS
CARVÃO VEGETAL
MADEIRA EM TORA
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
56
leste a pouca cobertura vegetal primária, resultado do processo de ocupação do solo
mais antigo baseado na remoção da floresta para implantação de pastagens, não havia
mais potencial de exploração para a atividade madeireira (Figura 14).
Figura 14 – Localização das serrarias no município de Marabá.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010).
Por fim, outro aspecto da dimensão econômica do Território que se julgou
importante de ser mencionado é o crédito concedido aos agricultores familiares para
desenvolver suas atividades produtivas, através do repasse de recursos via PRONAF,
tendo em vista a movimentação na economia regional, principalmente no que tange ao
setor de produtos agropecuários, gerada pela entrada desses recursos no mercado.
No Território, nos últimos 10 anos, o número de contratos e o montante de
recursos aplicados pelo PRONAF tiveram um crescimento expressivo até 2006 e nos
últimos três anos também vêm decaindo significativamente, estando esse decréscimo
está relacionado com a diminuição do número de assentamentos criados no Território
(Gráfico 19 e Gráfico 20).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
57
Gráfico 19 – Evolução do número de
contratos de PRONAF no Território entre
2000 e 2010.
Fonte: Brasil (2010)
Gráfico 20 – Evolução do montante de
PRONAF aplicado no Território entre
2000 e 2010.
Fonte: Brasil (2010).
Ao nível municipal, entre os anos
de 2008 e 2009, é possível observar
claramente a tendência de diminuição na
concessão de recursos creditícios. Se em
2008, foram realizados contratos em 12
dos 14 municípios, com destaque para
Eldorado dos Carajás, com um montante
anual de recursos da ordem de mais de R$
6 milhões, em 2009 os recursos foram
amplamente reduzidos, pois apenas quatro
municípios tiveram agricultores recebendo
crédito, e em um volume muito menor
(Gráfico 21).
Gráfico 21 – Montante de recursos
repassados através do PRONAF A entre
2008 e 2009, por município.
Fonte: INCRA SR-27 (2010).
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
4.332
919796
3.693
4.559
4.083
5.122
3.812
3.340
1.479
564
NÚ
ME
RO
DE
CO
NT
RA
TO
S
CONTRATOS PRONAF TERRITÓRIO
27.966.655,52
5.355.810,67
7.959.440,64
34.885.263,40
56.923.421,97
56.399.573,53
87.581.869,15
61.916.539,14
80.520.180,48
38.438.636,86
12.825.783,16
0,00
10.000.000,00
20.000.000,00
30.000.000,00
40.000.000,00
50.000.000,00
60.000.000,00
70.000.000,00
80.000.000,00
90.000.000,00
100.000.000,00
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
VA
LO
R E
M R
EA
IS (
R$
)
Fonte: MDA, 2010.
MONTANTE PRONAF TERRITÓRIO
0,00
1.000.000,00
2.000.000,00
3.000.000,00
4.000.000,00
5.000.000,00
6.000.000,00
7.000.000,00
Ano 2008 Ano 2009
Bom Jesus do Tocantins
Brejo Grande do Araguaia
Canaã dos Carajás
Curionópolis
Eldorado dos Carajás
Itupiranga
Marabá
Nova Ipixuna
Palestina do Pará
Parauapebas
Piçarra
São Domingos do Araguaia
São Geraldo do Araguaia
São João do Araguaia
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
58
Também importante observar que o processo de desapropriação não se deu na
mesma intensidade em todos os municípios do Território. Entre 1987 e 2009, constata-
se que os percentuais de área desapropriada por município foram maiores em Marabá,
Itupiranga e Eldorado dos Carajás (Gráfico 22).
Gráfico 22 – Percentagem de área desapropriada por município do Território no
período entre 1987 e 2009.
Fonte: INCRA (2010).
Para ficar no exemplo anterior, Eldorado continuou sendo o município que mais
recebeu recursos, mas com um valor expressivamente menor (menos de R$ 500 mil, no
total). Tal dinâmica de “estrangulamento” do crédito para a agricultura familiar merece
ser mais bem estudada dentro de uma contextualização que leve em conta as
dificuldades desse tipo de política pública ser conduzida e efetivamente consolidada na
região. Que leve em conta a dificuldade de concessão dos recursos provenientes do
crédito produtivo por parte das próprias instituições financeiras que gerem esses
recursos na região (Banco do Brasil e Banco da Amazônia), devido a uma série de
fatores, mas que podem dizer respeito também à menor capacidade financeira de retorno
do capital investido por parte dessas instituições, tema que é muito recorrente nas
discussões sobre a operacionalidade desse tipo de financiamento na região.
Bom Jesus do Tocantins
1%
Brejo Grande do Araguaia
1%
Canaã dos Carajás
0%
Curionópolis1%
Eldorado dos Carajás12%
Itupiranga27%
Marabá28%
Nova Ipixuna3%
Palestina do Pará1%
Parauapebas9%
Piçara5%
São Domingos
do Araguaia3%
São Geraldo do Araguaia
6%
São João do
Araguaia3%
ÁREA DESAPROPRIADA POR MUNICÍPIO
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
59
26.758,8
32.747,9
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Áre
a e
m K
m²
2. A dimensão ambiental do Território Sudeste
No que se refere à dimensão ambiental para o entendimento da dinâmica
imprimida ao Território, alguns indicadores foram escolhidos e considerados como
pertinentes para orientar um processo de alimentação da discussão sobre o planejamento
territorial, seus principais entraves e desafios. A dimensão ambiental é essencial nesse
processo, tendo em vista toda uma discussão que vem se estabelecendo a nível mundial
e com rebatimentos locais sobre a noção de desenvolvimento e sustentabilidade. Apesar
das intensas e até hoje não resolvidas contradições na formulação e implementação de
ações efetivamente mais sustentáveis, a dimensão ambiental está na ordem do dia de
vários agentes e instituições com atuação na Amazônia. No Território Sudeste Paraense
indicadores tais como, por exemplo, desmatamento, mudanças no regime de chuvas, uso
de agrotóxicos são interessantes para perceber as especificidades dessa região no que
concerne a essa dimensão.
Várias têm sido as ações e políticas mitigadoras que o Estado tem implementado
para promover a redução do desmatamento na Amazônia. As principais áreas de atuação
dessas políticas são aquelas que coincidem com o “arco de fogo” do desmatamento,
contribuindo com a redução do ritmo e da quantidade do desmatamento nos estados que
compõem essa região. Os efeitos dessas ações são observados na diminuição do
desmatamento nos estados da Amazônia e no estado do Pará (ver APÊNDICE B).
No entanto, a despeito dessa redução ao nível da região e do estado, no conjunto
dos 14 municípios que compõem o Território tem sido observado um aumento nos
índices de desmatamento. Nessa primeira década dos anos 2000 o crescimento da
retirada da cobertura vegetal primária é ainda importante, tendo apenas um menor ritmo
em comparação com os outros anos, alcançando no ano de 2009 um total desmatado no
Território de mais de 32.000 km². Entre 2000 e 2009 houve um incremento de 11% nas
áreas desmatadas no Território (Gráfico 23 e Gráfico 24).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
60
Gráfico 24 – Expansão do desmatamento
entre 2000 e 2009 para o conjunto do
Território do sudeste paraense (em % da
área total).
Fonte: INPE, PRODES (2010)
Mesmo que o ritmo de desmatamento seja menos intenso nos últimos anos o
percentual de área desmatada no Território é bastante elevado (mais de 60%), sendo
explicado pelo padrão de exploração do meio natural historicamente utilizado na região
baseado na pecuária extensiva, na extração madeireira e na mineração. Essas atividades
permanecem predominantes, justificando o aumento significativo dos índices de
desmatamento em certos municípios do Território, como Marabá e Itupiranga, por
exemplo, que por terem ainda reservas de mata e jazidas de minérios e por abrigarem
muitos dos novos assentamentos criados onde os agricultores ainda desenvolvem
agricultura a partir do sistema de corte-queima, recebem grande pressão de exploração
do meio natural (Gráfico 25).
0 %
10 %
20 %
30 %
40 %
50 %
60 %
70 %
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
% d
e á
rea
de
smat
ada
Gráfico 23 – Expansão do desmatamento entre
2000 e 2009 na área do Território Sudeste
Paraense (em km²).
Fonte: INPE (2010).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
61
Gráfico 25 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 nos municípios do
Território (em km²).
Fonte: INPE (2010).
Quando se observam os valores relativos, os percentuais de desflorestamento nos
municípios indicam que, além de Marabá e Itupiranga, outros municípios também
apresentaram uma rápida expansão nas áreas desmatadas. Apesar de, em termos
percentuais, o Território como um todo ter aumentado o desmatamento em torno de
10% nos últimos nove anos, Marabá, Itupiranga, Eldorado dos Carajás e São João do
Araguaia, tiveram um aumento na área desmatada superior a 15%. Palestina do Pará e
São Domingos do Araguaia também aparecem com percentuais de desmatamento no
mesmo período superiores ao do Território (em torno de 12%) (Gráfico 26).
Atualmente, grande parte das florestas subsiste em áreas de proteção ambiental
(parques e florestas nacionais, reservas biológicas e áreas de proteção ambiental) e em
terras indígenas, tendo reduzido muito acentuadamente a presença de floresta nas
demais áreas do Território (Figura 15). Fora Parauapebas, Marabá, Canaã dos Carajás e
Itupiranga, onde existem esses tipos de Unidades de Conservação, todos os municípios
do Território possuem mais de 60% de suas áreas já desflorestadas, chegando aos casos
de Eldorado e São Domingos a alcançar os 90%.
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
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rea
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Km
²
2000
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2009
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
62
Gráfico 26 – Expansão do desmatamento entre 2000 e 2009 por município do Território
Sudeste Paraense (em % da área total).
Fonte: INPE/PRODES (2010).
Figura 15 – Percentuais de cobertura vegetal no Território em 2010.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010) e INPE (2010).
Essa tendência de redução das áreas de floresta é observada ao nível dos
estabelecimentos agrícolas. Entre 1996 e 2006 houve uma queda considerável das áreas
de floresta nos estabelecimentos, à exceção de Bom Jesus do Tocantins e São Geraldo
0 %
10 %
20 %
30 %
40 %
50 %
60 %
70 %
80 %
90 %
100 %
2000
2001
2002
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2007
2008
2009
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
63
do Araguaia que, possivelmente, ampliaram sua área de floresta por meio de replantios
e iniciativas de “reflorestamento”. Por outro lado, no mesmo período, houve um
incremento significativo nas áreas de pastagens, que na maior parte dos casos
substituem as áreas de floresta, mostrando que a dinâmica de transformação da
paisagem baseada na pecuária ainda possui relativa importância no Território. A
expansão mais acentuada se deu nos municípios de São Geraldo do Araguaia, Eldorado
dos Carajás e Palestina do Pará. No entanto, houve a diminuição das áreas de pastagens
em alguns municípios, como Curionópolis e Piçarra, provavelmente por causa da
reutilização de áreas de pastagens para outros tipos de cultivo (Gráfico 27 e Gráfico 28).
Gráfico 27 – Evolução da área de estabelecimentos agrícolas em matas e florestas.
Fonte: IBGE (2010).
Gráfico 28 – Evolução da área de estabelecimentos agrícolas em pastagens.
Fonte: IBGE (2010).
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
Áre
a e
m h
ecta
res
Ano 1996
Ano 2006
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
Áre
a e
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res
Ano 1996
Ano 2006
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
64
Um aspecto interessante de destacar sobre essa questão do desmatamento no
Território é o fato de que a grande maioria das áreas de concessão de lavra para
mineração está localizada em Unidades de Conservação (Figura 16). No passado, a
entrada dos madeireiros e pecuaristas em áreas de florestas levantou preocupação em
outros atores locais, preocupação esta, muitas vezes, ligada muito mais a interesses
econômicos do que à preservação do ambiente.
Figura 16 – Localização das áreas de concessão de lavra no Território.
Fonte: Elaborado por Raul Chucair e Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará
– UFPA (2009-2010) e INPE (2010).
No caso das áreas no extremo sudoeste de Marabá, por exemplo, essa investida
sobre os elementos naturais suscitou a preocupação da Vale com suas jazidas de minério
de cobre localizadas nessa porção do município, levando a empresa a tomar atitudes no
sentido de procurar frear o avanço sobre essas áreas. Nesse sentido, ajudou na
implantação da Reserva Biológica da Tapira pé e da Floresta Nacional da Tapira pé, em
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
65
1989, como uma forma estratégica de defender suas áreas de mineração6. Mais tarde,
em 1998, foi ainda criada a Floresta Nacional do Itacaiúnas, que completa o conjunto de
unidades de conservação presentes em Marabá (OLIVEIRA, 2009, p. 152).
No entanto, apesar das limitações existentes para exploração em áreas
protegidas, a autorização legal para a mineração das jazidas possibilita a Vale continuar
com a exploração nessas áreas.
Outro indicador importante para a dimensão ambiental é a evolução dos índices
de precipitação na região, visto que na Amazônia alguns estudos demonstram certa
correlação entre a presença da floresta e a formação de chuvas de convecção (devido à
evapotranspiração da vegetação). Dessa maneira, o desmatamento acentuado pode
afetar, de forma significativa, os índices pluviométricos da região, causando uma
estação das chuvas menos intensa e um período seco mais extenso, e afetando em
alguma medida as atividades agrícolas e pecuárias desenvolvidas na região.
Há variações importantes de serem notadas nos índices de precipitação mensais
quando se compara a média histórica da década de 1970 com a média dos anos 2000.
Em geral, a precipitação nos meses de janeiro e fevereiro é menor na atual década, e
com ligeiras variações, esse padrão se repete ao longo do ano na comparação com o
período entre 1973 e 1980 (Gráfico 29).
Com algumas alterações, o mesmo pode ser observado quando se compara um
período menor de tempo, como a comparação dos anos 1990 com a década de 2000. Na
média, a década passada foi mais chuvosa que a atual, principalmente nas médias dos
meses em que se situa o auge da estação chuvosa na Amazônia (setembro a fevereiro)
(Gráfico 30). De certa forma, parece haver uma correlação entre a expansão do
desmatamento verificada nesse período, com a diminuição das precipitações e
mudanças nos regimes de chuva.
6 Também contribuiu na criação de mais três unidades (FLONA Carajás, APA do Gelado e Terra
Indígena Xikrin do Cateté) em outros municípios que abrigavam jazidas de outros tipos de minérios. Essa
iniciativa criou um “cinturão verde” para evitar as recorrentes investidas de garimpeiros, madeireiros,
posseiro e outros em suas áreas e adjacências. Contudo, aquilo que antes era uma proteção para as jazidas
se transformou depois, nos anos 2000, em uma “camisa de força” à extração e um complicador a mais
para a obtenção de licenças ambientais de novas minas (ENRIQUEZ, 2007).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
66
Gráfico 29 – Comparativo das médias de precipitação entre as décadas de 1970 e 2000
para o sudeste paraense.
Fonte: INMET (2007).
Gráfico 30 – Comparativo das médias de precipitação entre as décadas de 1990 e 2000
para o sudeste paraense.
Fonte: INMET (2007).
Já a Gráfico 31 usa um comparativo de dois anos específicos (1985 e 2002) e
com a média geral para o período 1973-2007, visando demonstrar que houve uma queda
expressiva no volume de precipitações, mostrando que esse pode ser um efeito colateral
do aumento do desflorestamento, e por sua substituição gradativa, principalmente por
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
67
pastagens na região do sudeste paraense. De certa forma, o que os dados meteorológicos
revelam corroboram observações empíricas que demonstram a relação entre a
diminuição da pluviosidade e a alteração direta da cobertura vegetal na área do
Território.
Gráfico 31 – Comparativo das médias de precipitação dos anos de 1985 e 2002 com a
média geral do período 1973-2007, para o sudeste paraense.
Fonte: INMET (2007).
A diminuição das vegetações primária e secundária e a redução da média do
volume de chuvas no Território têm afetado o desenvolvimento das atividades
agropecuárias, como pôde ser exemplificado na redução das áreas de lavouras
mencionada anteriormente na dimensão econômica. Porém, a redução das áreas de
floresta, principalmente das matas ciliares, e a falta de manejos adequados têm
provocado também outros efeitos negativos ao ambiente. Atualmente, são notados no
Território problemas de erosão e baixa da fertilidade de solos, desaparecimento de
cursos de água, degradação de pastagens.
Com relação às queimadas, durante muito tempo alguns municípios do Território
figuraram entre os campeões dos focos de queimadas no país. No entanto, apesar de
continuarem apresentando um número considerável de focos de queimadas, tem se
percebido certa redução dessa intensidade de uns anos para cá. Em alguns municípios já
é possível observar em várias localidades rurais a redução do uso de fogo para a limpeza
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
68
de pastagens, estando essa decisão muito mais relacionada aos receios em relação à
fiscalização dos órgãos ambientais e ao aumento da probabilidade de ocorrência de
incêndios acidentais (devido à escassez de vegetação arbórea e diminuição das barreiras
naturais contra os ventos), do que por preocupações ambientais (OLIVEIRA, 2009).
Por fim, também é importante destacar nessa dimensão a proliferação nos
últimos anos do uso de agrotóxicos em estabelecimentos agrícolas. O número
percentual de estabelecimentos que usa ou usou agrotóxicos em algum momento
equivale a 17% das propriedades do Território, o que, se por um lado evidencia um
aspecto positivo, pois a grande maioria dos produtores não adota essa prática, por outro
lado mostra também que pode haver um crescimento substantivo desse número na
região (Gráfico 32).
Quando se observa o uso de agrotóxicos por município, pode-se perceber que
alguns municípios apresentam uma quantidade mais elevada de produtores que fazem
uso desse tipo de insumo, com efeitos prejudiciais ao ambiente sobejamente conhecidos,
como São Geraldo do Araguaia, Piçarra e São Domingos do Araguaia. Quando se
compara a quantidade de estabelecimentos que não usam agrotóxicos com aqueles que
usam, são esses municípios que apresentam os menores quocientes e teoricamente,
possuiriam os maiores impactos ambientais e sociais, como contaminação do solo, dos
recursos hídricos e do aumento dos riscos à saúde dos produtores e consumidores dos
produtos agropecuários (Gráfico 33).
Gráfico 32 – Uso de agrotóxicos nos estabelecimentos agrícolas no Território Sudeste
Paraense
Fonte: IBGE (2010).
83%
14%
3%
Uso de agrotóxicos nos estabelecimentos
Não utilizou Utilizou Usa mas não precisou utilizar em 2006
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
68
Gráfico 33 – Uso de agrotóxicos nos estabelecimentos agrícolas no Território Sudeste
Paraense, por município do Território.
Fonte: IBGE (2010).
3. A dimensão sociocultural educacional do Território
Sudeste
Para a compreensão mais ampliada das características e das necessidades
relacionadas a essa dimensão foram considerados indicadores como a oferta de serviços
fundamentais de educação e saúde e, no âmbito produtivo, também a oferta de
assistência técnica no conjunto do Território.
Em termos educacionais, comparativamente a períodos passados, o Território
atualmente apresenta melhores condições. No entanto, nota-se que tanto os espaços
urbanos quanto o rural ainda carecem de investimentos concretos. Estes investimentos
necessários não se limitam à infra-estrutura no que diz respeito à ampliação do número
de escolas, mas também no que tange à ampliação e qualificação dos quadros de
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
USO DE AGROTÓXICOS NOS ESTABELECIMENTOS
Não utilizou Utilizou Usa mas não precisou utilizar em 2006
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
69
educadores municipais, sendo esta situação percebida mesmo nos centros urbanos mais
desenvolvidos (Marabá e Parauapebas).
De uma forma geral, em boa parte dos municípios do Território as escolas rurais
ainda predominam em número em relação aos dos espaços urbanizados. O número de
escolas no urbano só supera as rurais nos municípios mais desenvolvidos, como Marabá
e Parauapebas, ou que estão em crescimento pela influência da atividade mineradora,
como Canaã e Curionópolis (Figura 17).
Nas áreas rurais o número de escolas em áreas de assentamento e comunidades
rurais ainda é reduzido, mas onde existem predominam o regime multisseriado e a
precariedade da infra-estrutura disponível. Estas deficiências e a falta de séries
avançadas do ensino fundamental e o ensino médio explicam, de certa forma, os índices
de evasão de estudantes para a cidade.
Figura 17 – Número de escolas no urbano e no rural nos municípios do Território, em
2009.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010) e INEP (2009).
Em termos da ação do Estado, a esfera municipal é a maior responsável pela
oferta de serviços de educação nos municípios em função do fato do ensino fundamental
estar sob sua alçada. A ausência de instituições federais só não é total devido à presença
de um campus Universitário da Universidade Federal do Pará e do Instituto Federal de
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
70
Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (Campus Rural de Marabá), ambas
concentrando suas ações no município de Marabá. Na esfera estadual também se
percebe uma relativa ausência de políticas de maior irradiação no Território, ainda
muito concentradas nos pólos urbanos e em número ainda desproporcional às demandas
criadas pelo ensino fundamental (Figura 18).
Figura 18 – Distribuição dos estabelecimentos de ensino de acordo com os tipos de
administração.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010) e INEP (2009).
Outro dado importante nesta avaliação foi o número de docentes para a rede de
ensino fundamental e médio. Novamente, os municípios de Marabá e Parauapebas, por
terem maior população, também possuem o maior número de professores, embora o
número de professores do ensino médio esteja muito aquém daqueles que são
participantes do nível do ensino fundamental (Gráfico 34). Essa diferença entre os
níveis de ensino pode ser explicada, em parte, pelo fato de que em alguns municípios
menores só há o ensino médio realizado a partir de o sistema modular, ou seja, com
professores advindos de outros locais para ministrar aulas em período intensivo, se
deslocando logo após o término das aulas.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
71
Gráfico 34 – Total de docentes por nível de ensino nos municípios do Território.
Fonte: INEP (2009).
Os indicadores educacionais mostrados acima enfatizam um processo de
centralização das políticas públicas sociais. Mesmo tímidos, os investimentos federais e
estaduais tem sido concentrados em Marabá, obrigando a população regional a
gravitarem em torno da economia deste pólo regional, ao invés de reforçar políticas
municipais.
Portanto, na dimensão educacional, a deficiência de investimentos se agrava pela
visível concentração das mesmas nos pólos urbanos (Marabá e Parauapebas). Este
cenário territorial cria um processo assimétrico no desenvolvimento, pois força uma
gravitação da população regional em poucos centros urbanos, alimentando assim,
processos de dependências cíclicos, seja em relação à oferta de políticas educacionais
ou na perspectivas de emprego e renda.
No que se refere às condições e oferta dos serviços de saúde, no Território há um
total de 410 estabelecimentos de saúde que atendem casos de baixa, média e alta
complexidade, incluindo postos de saúde, consultórios, ambulatórios, prontos-socorros
e hospitais, estando à maioria desses estabelecimentos concentrada nos pólos urbanos
de Marabá e Parauapebas (Figura 19). Isso, de certa forma, termina por gerar um “efeito
em cadeia”, visto que os casos de maior complexidade são em geral transferidos para os
hospitais melhor equipados na região, gerando uma demanda que não é suficientemente
suprida, tanto em termos de leitos hospitalares, quanto de consultas e procedimentos
gerais e especializados.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
72
Figura 19 – Distribuição dos estabelecimentos de saúde nos municípios do Território.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010) e DATASUS (2010).
O Território possui uma baixa capacidade do serviço de saúde disponível para
toda a população. Em termos relativos, alguns municípios apresentam um cenário muito
frágil em termos de estabelecimentos hospitalares. Nos casos de Canaã dos Carajás,
Bom Jesus e Nova Ipixuna se percebe que, mesmo com uma população modesta, a
baixa oferta destes serviços estabelece uma relação bem mais desfavorável em termos
de oferta dos serviços de saúde. Este contexto força uma relação de dependência em
relação aos pólos urbanos mais consolidados.
A quantidade de leitos disponíveis na região não chega a 1.000 em todos os
estabelecimentos de saúde, sendo que, para alguns municípios, essa informação sequer
está disponibilizada. Tendo em vista a população crescente do Território, em função dos
amplos e complexos processos de migração inter e intra-regional identificados
atualmente no sudeste paraense, essa quantidade de leitos é claramente insuficiente,
gerando sobrecarga e limitações claras ao funcionamento adequado do sistema de saúde
no âmbito territorial, o que demonstra certo gargalo que necessitaria de mais
investimentos e recursos para ser superado ou minorado.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
73
Condicionados aos modestos investimentos nos estabelecimentos hospitalares, a
relação de números de leitos expressa bem esta limitação. A Tabela 10 evidencia esta
realidade e impõe maior gravidade quando se constata a ausência de leitos em alguns
municípios deste Território (Eldorado dos Carajás, Nova Ipixuna, Piçarra e São João do
Araguaia). Outro dado importante está na baixa oferta de leitos no município de
Parauapebas, segundo pólo urbano do Território (Gráfico 35 e Gráfico 36).
Gráfico 35 – Número de leitos de
internação disponíveis no Território.
Fonte: DATASUS (2010)
Gráfico 36 – Número de leitos de
internação disponíveis por município.
Fonte: DATASUS (2010)
750
800
850
900
950
1.000
2005 2006 2007 2008 2009 2010
840
874 873
971979
985
NÚ
ME
RO
DE
LEIT
OS
Fonte: DATASUS, 2010.
LEITOS DE INTERNAÇÃO NO TERRITÓRIO
0
50
100
150
200
250
300
31 2444 50
7960
299
15 20
261
1233 41
16
NÚ
MER
O D
E LE
ITO
S
Fonte: DATASUS, 2010.
NÚMERO DE LEITOS DE INTERNAÇÃO 2010
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
77
Ainda em relação às informações levantadas sobre a saúde, um dado importante
é aquele que mostra a quantidade de profissionais habilitados (especialmente médicos)
pelo total da população. Nesse caso, como mostra o Gráfico 37, há uma variação grande
entre os municípios, desde aqueles em que há um número relativamente maior de
médicos da rede municipal (como Itupiranga, com um médico para cada 141 habitantes)
até aqueles em que esse número está muito abaixo do ideal (como no caso de Brejo
Grande do Araguaia, com uma média de um médico para cada 1.340 habitantes). De
qualquer maneira, faz necessário perceber que há ainda um déficit importante de
profissionais de saúde para suprir as necessidades de um Território com demandas
crescentes por serviços de saúde.
Em termos gerais, mesmo com estes serviços concentrados nos centros urbanos,
sua precariedade não dilui, pois os dados confirmam o tímido investimento na
consolidação de um sistema público de saúde para o território. Além disto, uma grande
parcela desta população reside em assentamentos rurais distantes dos centros urbanos.
Isto tem reforçado a situação precária em que se encontram os serviços públicos de
saúde e educação.
Gráfico 37 – Número de médicos no Território
Fonte: DATASUS (2010)
Observa-se também uma relação direta entre o tamanho da população urbana e o
aumento da disponibilidade de leitos hospitalares, pois tais serviços têm sido garantidos
muito mais pela prioridade urbana definida pelo poder público local e pela resignada
atitude das famílias rurais em migrarem para estes centros em busca de tais serviços.
Em termos de cultura e lazer, pouco se acessa em termo de dados oficiais,
impossibilitando um diagnóstico mínimo deste tema tão importante para a garantia do
0
50
100
150
200
250
300
350
2007 2008 2009 2010
253311
316343
NÚ
MER
O D
E M
ÉDIC
OS
Fonte: DATASUS, 2010.
NÚMERO DE MÉDICOS - TERRITÓRIO
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
78
bem estar de uma população. Mesmo limitados, percebe-se que algumas iniciativas
(públicas ou não) são materializadas no Território (eventos culturais, encontros, feiras,
festivais etc.), mas pouco estudados e valorizados como indicadores de bem estar social.
No âmbito do setor agropecuário, vale destacar a oferta dos serviços de
assistência técnica. A Figura 20 e a mostram a situação atual dos assentamentos que
dispõem de um serviço atuante de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e/ou
Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES), além daqueles assentamentos que já
possuem PDA’s (Plano de Desenvolvimento do Assentamento) ou PRA’s (Plano de
Recuperação do Assentamento) elaborados pelas entidades que prestam serviços de
ATER / ATES.
Figura 20 – Assentamentos com serviços de ATER /ATES.
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010) e INCRA (2008).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
79
Figura 21 – Assentamentos que possuem PDA / PRA
Fonte: Elaborado por Rafael Freitas em 2010, com base em Universidade Federal do Pará – UFPA (2009-
2010) e INCRA (2008).
No âmbito do Território também foram considerados indicadores relevantes o
acesso das famílias e o montante de recursos disponibilizados via governo federal por
meio de programas de transferência direta de renda, como a Bolsa Família. Assim, a
Gráfico 38 mostra a quantidade de famílias que foram diretamente beneficiadas por esse
programa, havendo um aumento em grande parte dos municípios, sendo que se
destacam, pelo próprio tamanho de suas populações, os municípios de Marabá,
Parauapebas e Itupiranga. Já a Gráfico 39 demonstra o montante de recursos que são
inseridos por meio desse tipo de programa nas economias locais dos municípios, o que,
no caso de alguns deles, representa um valor imprescindível para movimentar suas
economias. Em Marabá, tal valor chega próximo à casa dos R$ 10 milhões, enquanto se
aproxima dos R$ 6 milhões nos municípios de Parauapebas e Itupiranga.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
80
Gráfico 38 – Número de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa-Família, por
município.
Fonte: MDA/SIT (2010).
Gráfico 39 – Volume de recursos direcionados pelo programa Bolsa-Família, por
município.
Fonte: MDA/SIT (2010).
4. A dimensão político-institucional do Território Sudeste
Para diagnosticar a situação existente no Território para essa dimensão, em
especial, foi feita uma tentativa de mapeamento para mostrar as diferentes instituições e
organizações que congregam atores sociais e políticos de relevância para determinados
setores do Território. De forma geral, seria nessa dimensão que devem estar os
processos mais ampliados de negociação e gestão compartilhada das atribuições e ações
territoriais. Nesse sentido, a dimensão político-institucional assume importância na
análise territorial por mostrar certa configuração das relações interinstitucionais de
poder e de ação política no âmbito de um determinado espaço social.
0
2.000
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SUDESTE PARAENSE – 2010
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Porém, o que se percebeu quando da realização do mapeamento prévio do
ambiente institucional do Território é que há uma preponderância muito maior de
instituições atuantes nas áreas rurais, sendo que as instituições das áreas urbanas pouco
se fizeram presentes ou não ofereceram dados confiáveis sobre a dimensão organizativa
de instituições que atuam nas cidades. Dessa maneira, o que a diagnóstica mostra é
basicamente o fato de que as instituições participantes no cenário institucional do
Território, ou pelo menos nas instâncias de tomada de decisões e de levantamento de
informações básicas para a formulação execução de políticas territoriais (como o
Colegiado de Desenvolvimento Territorial e seu Núcleo Diretivo), são basicamente as
instituições de atuação mais ampla nos espaços rurais.
Assim, um mapeamento prévio das principais instituições e espaços
interinstitucionais de atuação no Território mostra o quadro abaixo do Território
Sudeste Paraense na atualidade.
a) Movimentos Sociais do Campo:
FETAGRI – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do
Pará; FETRAF – Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura
Familiar; MST – Movimento dos Sem-Terra (com vários sindicatos
municipais de trabalhadores rurais e na agricultura familiar, além de
associações por localidades e que possuem vinculação direta com estes
movimentos, incluindo dos seus associados). Também fazem parte
desses movimentos os acampados que está reivindicando o acesso a terra
por meio dos programas de reforma agrária do Governo Federal, que
somavam 540 famílias em três acampamentos situados em municípios
diferentes (Marabá, Itupiranga e Eldorado dos Carajás), segundo dados
da CPT – Comissão Pastoral da Terra, de 2008.
Sindicatos: SINTRAF – Sindicatos dos Trabalhadores Rurais na
Agricultura Familiar; STTR – Sindicatos dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais (vinculados aos movimentos sociais do campo,
como FETAGRI e FETRAF); Sindicatos Rurais (representantes da
agricultura patronal, e com organização em todos os municípios do
Território).
Associações de Mulheres: Piçarra, São Geraldo do Araguaia e
Curionópolis (grupos locais de organização da produção rural a partir de
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
82
associações que congregam basicamente mulheres, para produção de
artesanato, fruticultura, etc.).
MIQCB / CIMQCB – Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco
Babaçu / Cooperativa Interestadual do Movimento das Quebradeiras de
Coco Babaçu: Esse movimento, existente em vários estados (com maior
organização no Maranhão e no Tocantins) dá apoio às comunidades
tradicionais de quebradeiras de coco babaçu, particularmente nos
municípios de São João do Araguaia e São Domingos do Araguaia,
trabalhando diretamente com três grupos de quebradeiras de coco babaçu
ligados ao MIQCB e à Cooperativa do MIQCB, tendo também grupos
em Brejo Grande do Araguaia e Palestina do Pará (que são os quatro
municípios que compõem a Regional Pará do MIQCB).
b) Fóruns Temáticos:
Espaços interinstitucionais mais ampliados de discussão temática no Território,
abrangendo diferentes instituições de atuação local e/ou regional, que se propõem a
debater determinados temas de interesse comum, visando ao seu fortalecimento
enquanto alvo de políticas e ações específicas na região. Entre os existentes no âmbito
territorial, ou ainda desativados, mas com um histórico de discussão na região, têm-se
os seguintes:
Fórum Regional de Educação do Campo (FREC - Sul e Sudeste do
Pará): Ligado ao Fórum Estadual de Educação do Campo, congrega
instituições não governamentais, governamentais e representantes do
poder público, articulando a partir da participação de diversas
organizações nas discussões realizadas, as ações em torno da Educação
do Campo no Sul e Sudeste do Pará.
Fórum de Entidades da Reforma Agrária – FERA: Atualmente
desativado, fez parte da existência de um processo histórico de efetivação
de fóruns de discussão e deliberação participativos, fruto de lutas dos
movimentos sociais do campo, com conseqüente acúmulo de práticas de
negociação e participação em processos de tomada de decisões.
Congregava movimentos sociais e instituições de apoio e assessoria em
torno da discussão sobre as políticas de reforma agrária executada na
região.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
83
Rede de ATES: Congrega prestadoras de serviços públicos não-estatais
de Assessoria Técnica, Econômica, Social e Ambiental para os
assentamentos de reforma agrária. Seu objetivo é constituir futuramente
um fórum de representação regional de discussão e de deliberação sobre
a atuação da ATES, discutindo seus entraves (inclusive sua intermitência
no que se refere aos convênios realizados na região), e podendo construir
ferramentas de monitoramento e avaliação dos serviços de ATES
ofertados na região.
Fórum de Mulheres: Ainda em articulação, pretende-se constituir em um
espaço em que diferentes instituições de apoio à organização de grupos
de mulheres da agricultura familiar regional pudessem discutir e traçar
diretrizes de ação comuns.
c) Fóruns Gestores:
Crédito: Ainda busca sua organização no âmbito do Território, pois
atualmente as políticas de crédito produtivo para a agricultura familiar
são discutidas juntamente com prestadoras de serviço de ATES e com os
STTR’s diretamente. A constituição de um fórum para debater essas
questões permitiria mensurar os impactos dos créditos produtivos, e
construir bancos de dados sobre os financiamentos concedidos para a
agricultura familiar regional.
Desenvolvimento Territorial: Trata-se do espaço social de discussão e
deliberação sobre as ações territoriais, congregando atualmente
diferentes instituições das áreas rurais e urbanas dos 14 municípios
componentes do Território Sudeste Paraense. No seu início, congregava
apenas instituições rurais, ainda com a configuração territorial possuindo
apenas sete municípios. A partir de 2008, esse espaço deliberativo e
gestor ampliam sua abrangência, tendo como principal instância o
Colegiado de Desenvolvimento Territorial (CODETER), seu Núcleo
Diretivo e suas assembléias ordinárias e extraordinárias. Outras políticas
governamentais também são discutidas pelas secretarias municipais e
pelos conselhos municipais, sindicatos, associações e cooperativas em
cada município.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
84
Unidades de Conservação: Tratam-se dos conselhos gestores de
diferentes unidades de conservação que existem no Território (Florestas
Nacionais, Áreas de Proteção Ambiental, Parques Estaduais), e que
possuem representação de várias instituições do poder público e da
sociedade civil para garantir o uso sustentável dessa área de conservação,
em diálogo constante com os órgãos gestores (ICMBIO – Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade, para as unidades de
conservação federais, e SEMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente,
para as unidades de âmbito estadual).
Fórum da Mesorregião do Bico do Papagaio: Trata-se de um fórum de
gestão, discussão e proposição de políticas públicas a partir do Ministério
da Integração Nacional, incluindo os setores rurais e urbanos. A
Mesorregião do Bico do Papagaio compreende 66 municípios – 25 no
Pará, 16 no Maranhão e 25 no Tocantins – distribuídos em oito
microrregiões, com área total de 140.109 km² e com população estimada
de 1.645.861 habitantes em 2008 (segundo dados do IBGE).
d) Fóruns Institucionais:
AMAT – Associação dos Municípios do Araguaia e Tocantins: Fundada
em 1977, congrega as prefeituras de 39 municípios do Sul e Sudeste do
Pará, buscando debater alternativas para o desenvolvimento regional do
Araguaia e Tocantins e discutindo a formulação e executadas de diversas
políticas públicas nos municípios. Sua atuação é basicamente
institucional, tendo pouca ressonância para além das administrações
municipais.
Compart – Consórcio dos Municípios Paraenses Alagados pelo Rio
Tocantins: Congrega as prefeituras de sete municípios diretamente
atingidos pela construção do Reservatório da Usina Hidroelétrica de
Tucuruí, na década de 1980, e busca discutir o desenvolvimento dessa
região, tendo em vista também debater os impactos que a construção da
UHE teve nos municípios. No âmbito do Território Sudeste Paraense,
Nova Ipixuna e Itupiranga são os únicos municípios que fazem parte
desse consórcio.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
85
e) Redes de Cooperativas:
Produção agrícola: FECAT – Federação das Cooperativas do Araguaia-
Tocantins: Foi fundada em 2003, sendo uma cooperativa de segundo
grau (com sete cooperativas filiadas e duas em processo de filiação nos
municípios do Sudeste do Pará), para beneficiamento e comercialização
de produtos oriundos das atividades de fruticultura na região. Existem
três agroindústrias em municípios-polo (Nova Ipixuna – que está em
reformulação, Marabá e Parauapebas). Os resultados de comercialização
indicam em 2009 mais de 563.000 kg de frutos, mais que o dobro de
2004. Os maiores produtores de frutas da região são Parauapebas e
Curionópolis.
Cooperativas de produção. Algumas cooperativas locais ligadas à
FETRAF e ao MST.
Cooperativa de produção de leite: existiria uma delas identificada em
São Geraldo do Araguaia, mas aparentemente sem vínculos com alguma
rede maior de cooperativas com atuação na região.
Cooperativa Mista (Minério e Leite, etc.), várias cooperativas de
mineração e uma cooperativa de mulheres para produção de alimentos:
essas cooperativas foram identificadas em Serra Pelada (distrito de
Curionópolis), onde a atividade de mineração, e secundariamente a
atividade agrícola, é o principal pilar da economia local.
Transporte: São cooperativas de transporte de cargas e passageiros de
atuação na região. Os dados surgidos nas assembléias territoriais
mostram que São Geraldo do Araguaia possui duas cooperativas ativas,
enquanto Eldorado dos Carajás possui duas Cooperativas com sede no
município. Os outros municípios também são atendidos por diversas
cooperativas de transporte, porém ainda não há esse levantamento
detalhado.
Saúde (UNIMED; UNIODONTO): Possuem abrangência regional para o
Sul do Pará, com maior estrutura de atendimento nas cidades-polos
(Marabá e Parauapebas).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
86
SISCRED/OCB: O Sistema de Cooperativas de Crédito da Organização
de Cooperativas do Brasil existiria em Parauapebas, segundo os dados
levantados com as instituições participantes das assembléias territoriais a
partir das quais esses dados foram levantados.
f) Conselhos Municipais:
Existem no âmbito dos municípios diferentes Conselhos estruturados e ativos em
diferentes áreas (Tutelar, Educação, Saúde, Desenvolvimento Rural Sustentável, Meio
Ambiente), congregando atores da sociedade civil e do poder público em torno da
discussão e planejamento de políticas e ações voltadas para essas temáticas específicas
no âmbito municipal (e também territorial, se for considerado entre os membros desses
conselhos é que são escolhidos os representantes dos municípios para compor o
Colegiado de Desenvolvimento Territorial). Todavia, a metodologia adotada para
qualificação do Diagnóstico Territorial mostra que, em muitos municípios, há a
demanda pela estruturação e reativação desses Conselhos, que não estão
desempenhando a contento seu papel, por diferentes motivos, entre os quais pode ser
listada certa dificuldade de compreensão sobre o papel que esses conselhos
desempenham na gestão social. A Tabela 9 mostra a configuração atual desses
conselhos no Território:
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
87
Tabela 9 – Dados sobre os Conselhos Municipais no Território Sudeste do Pará, em 2010.
ITEM CRIAR CONSELHOS EFETIVAÇÃO E/ OU REVITALIZAÇÃO DE
CONSELHOS ESTRUTURAÇÃO DE CONSELHOS CONSELHOS ATIVOS
MUNICIPIO CMDRS SAÚDE EDUCA-
ÇÃO CMMA
IDOSOS, MULHE-
RES CMDRS SAÚDE
EDUCA- ÇÃO
CMMA CMDRS SAÚDE EDUCA-
ÇÃO CMMA CMDRS SAÚDE
EDUCA- ÇÃO
CMMA
Bom Jesus do Tocantins
1 1 1 1
Brejo Grande do Araguaia
1 1 1 1
Canaã dos Carajás
1 1 1 1 1 1 1 1
Curionópolis
1 1 1 1
Eldorado dos Carajás
1 1 1 1 1 1 1 1
Itupiranga
1 1 1 1
Marabá
1 1 1 1
Nova Ipixuna 1
1 1 1
Palestina do Pará
1
1 1
1
Parauapebas
1 1 1 1 1 1 1 1
Piçara
1 1 1 1 1 1 1 1
São Domingos do Araguaia
1 1 1 1 1 1 1 1
São Geraldo do Araguaia
1 1 1 1 1 1 1 1
São João do Araguaia
1 1 1 1 1 1 1 1
TOTAL 1
1 1 1 7 5 6 6 7 7 7 7 6 8 7 7
Fonte: Dados de sistematização – Diagnóstico Territorial do PTDRS (2010).
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
88
Os dados sistematizados durante a Assembléia Territorial que serviu como
elemento de coleta de dados para a qualificação do diagnóstico territorial mostra que os
conselhos realmente ativos existem em metade dos municípios do Território (no caso
dos Conselhos de Educação e de Meio Ambiente), em oito municípios no caso do
Conselho de Saúde e em seis municípios no caso do Conselho de Desenvolvimento
Rural Sustentável. Em praticamente metade dos municípios do Território surgiram
demandas para reestruturação/reativação ou efetivação dos Conselhos Municipais, o que
mostra que os atores locais estão encontrando entraves para o funcionamento a contento
dessas instituições.
Por fim, a partir desse mapeamento preliminar, podem ser feitas considerações
mais gerais acerca da dimensão político-institucional para o Território, levando-se em
consideração dois critérios principais:
− Quanto às organizações da sociedade civil
No que se refere à sociedade civil, há muitas entidades de representação de
diferentes categorias (sindicatos, associações, cooperativas, federações, etc.), porém, há
grande desarticulação entre essas organizações. A existência de fóruns que não têm
capilaridade no Território também foi constatada. Sobre os Conselhos municipais, há
sua organização em todos os municípios (pelo menos certo número desses Conselhos),
mas há pouca efetividade na ação e ainda é detectado seu pouco reconhecimento por
parte do poder público.
A partir do diagnóstico apresentado, se percebeu também nos municípios que a
organização dos Conselhos vem se pautando muito mais por uma dimensão normativa
(porque as políticas públicas obrigam os municípios a criá-los), do que pela efetiva
participação na gestão social colegiada do poder público. Um dos elementos que se
percebeu é que é relativamente fácil criar os Conselhos, mas bastante difícil colocá-los
em operacionalidade, e um dos elementos que mostram isso é o fato de que os gestores
públicos muitas vezes fazem a gestão isolada do conselho, sem fortalecer a
representação pública da sociedade civil, e sem objetivar uma maior ampliação da
gestão social. Isso mostra que há uma dinâmica no Território que vai à contramão a
partir do que a política pública nacionais preconiza para o funcionamento desses
Conselhos.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
89
− Quanto às organizações da sociedade civil
Percebe-se também que falta mais diálogo entre o poder público e as
organizações da sociedade civil, havendo um fluxo insuficiente de informações (tanto
em termos de qualidade, quanto de transparência dessas informações). A fragilidade das
políticas públicas pode ser vista tanto na continuidade, quanto no acompanhamento das
ações no âmbito dos serviços essenciais (como saúde e educação).
Finalmente, deve-se lembrar apenas que o diagnóstico territorial não pretende
ser exaustivo ou definitivo para retratar a realidade atual do Território, mas quer
estimular um debate para entrar depois na parte fundamental do planejamento das ações
estratégicas para pensar o desenvolvimento sustentável do Território. Por isso, as
proposições serão feitas a partir das reflexões geradas pelas 14 oficinas territoriais.
PARTE III – O Plano Territorial
do Sudeste Paraense
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
87
Visão de futuro no Território Sudeste
Objetivos estratégicos
Diretrizes principais
Eixos de desenvolvimento do Território Sudeste
Projetos estratégicas e diretrizes de ação do Plano Territorial
1. Visão de futuro no Território Sudeste
Por meio das metodologias adotadas na qualificação do PTDRS do sudeste paraense e
partindo-se de uma visão atual sobre o Território, foram observados alguns elementos
identificados como fazendo parte de uma visão de futuro que apresenta características ideais a
serem atingidas no âmbito territorial, em uma perspectiva temporal. Não se trata da
elaboração de cenários futuros esperados ou idealizados em relação à região analisada, mas
sim da elaboração conjunta de demandas que efetivamente se espera alcançar a partir das
ações de desenvolvimento destinadas ao Território como um todo.
Nesse sentido, a visão de futuro assume um caráter mais pontual, visto que seus
objetivos a curto, médio e longo prazo, quando confrontados às demandas apresentadas pelos
atores territoriais, mostram que, menos que um panorama geral de um futuro a partir de
elementos multidimensionais, o que se espera são mais ações de cunho concreto visando a
transformar a realidade de carências em que vive o Território Sudeste Paraense, em diferentes
dimensões, principalmente no que se refere às necessidades básicas para se alcançar melhor
qualidade de vida. Os elementos colocados para a elaboração de uma visão de futuro,
portanto, não fazem parte necessariamente de uma idealização a partir de um planejamento
geral para todo o âmbito do Território, mas sim de possíveis prospecções que podem ter lugar
a partir de ações concretas nos municípios que compõem o Território, e é nesse sentido que
serão expostos a seguir, a partir das dimensões identificadas no diagnóstico territorial que fez
parte do processo de qualificação do PTDRS.
− Dimensão ambiental
Em relação à dimensão ambiental, o diagnóstico do Território mostrou alguns
elementos que sintetizavam aspectos que poderiam ser considerados como “problemas
ambientais”, por exemplo, as taxas de desmatamento e a diminuição dos índices de
pluviosidade nos últimos anos na região. A partir da leitura desses elementos realizada pelos
atores locais que se fizeram presentes nas oficinas municipais de qualificação do PTDRS,
uma visão de futuro para a dimensão ambiental poderia ser sintetizada em um desejo
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
88
manifesto da existência de um território ambientalmente mais sustentável, prezando pela
recuperação/manutenção dos recursos naturais e pela melhoria da qualidade de vida.
De uma maneira geral, os atores locais demonstram em seu discurso preocupação com
os problemas ambientais existentes em seus municípios. Direta ou indiretamente, associam o
futuro melhor ou as melhores condições de vida à necessidade da promoção de um tipo de
desenvolvimento que leve em conta essa dimensão, estando isso ilustrado por constantes
referências ao desenvolvimento sustentável, à sustentabilidade, ao respeito ao meio ambiente,
ao equilíbrio entre agricultura/produção de alimentos e manutenção dos recursos naturais.
Em vários municípios observou-se que, para esses atores locais, a construção de um
futuro ambientalmente melhor passa pelo tratamento de certos problemas considerados como
significativamente relevantes. Entre eles, a velocidade de transformação da paisagem imposta
pela ação predatória dos recursos naturais e por projetos de desenvolvimento baseados na
lógica capitalista (mono cultivos, pecuária extensiva, mineração, extração); as limitações
ecológicas que o meio natural de alguns municípios apresenta, com evidentes problemas de
qualidade e disponibilidade de recursos naturais para o desenvolvimento da agricultura e
atendimento das necessidades humanas; a inadequação das formas de exploração do meio
natural tendo em vista as atuais exigências da legislação ambiental ou uso de práticas com
efeitos negativos ao ambiente, como as queimadas; a precariedade do saneamento básico nas
áreas urbanas, entre outros.
− Dimensão econômica
De uma maneira geral, no que se refere à visão de futuro em relação aos aspectos
socioeconômicos, os atores dos municípios do Território expressam em seu discurso o desejo
de que o desenvolvimento econômico ocorra de forma articulada com a dimensão ambiental.
Em todos os municípios o futuro na área produtiva do setor agrícola aparece associado ao
incentivo a uma agricultura diversificada e sustentável, sendo ressaltada em alguns deles à
questão da segurança alimentar. Alguns municípios, como Marabá, Itupiranga e Bom Jesus,
por exemplo, também associam o desenvolvimento da agricultura com a adoção de novas
tecnologias (principalmente com o uso de mecanização, mas também na execução de outras
etapas do processo de produção agrícola, como o beneficiamento). O acompanhamento
técnico também aparece como algo importante para que a agricultura se desenvolva no
Território.
Para a maioria dos envolvidos, a sustentabilidade da agricultura passa pela valorização
e apoio à agricultura familiar, enquanto ator importante do desenvolvimento territorial. Os
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
89
participantes anseiam para o futuro um Território com políticas públicas funcionando e
direcionadas com políticas públicas direcionadas para incentivo à produção diversificada e da
criação/consolidação de espaços de mercado e de estruturas de comercialização para os
produtos da agricultura familiar. Com isso, esperam poder eliminar o atravessador do
processo de comercialização e que possam ocupar espaços de mercado como aqueles
previstos, por exemplo, em programas governamentais (Programa Nacional de Alimentação
Escolar – PNAE e o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA).
No que dizem respeito aos outros setores, cinco municípios do Território (Nova
Ipixuna, São Domingos, Itupiranga, Piçarra e Eldorado) mencionaram que para o futuro
querem que seja fortalecido ou consolidado o setor industrial da região. E para dois
municípios (Nova Ipixuna e Piçarra), também é importante que no futuro se desenvolva o
setor de serviços.
− Dimensão sociocultural educacional
Quando se analisa os elementos apresentados como constituintes de uma visão de
futuro no âmbito da dimensão sociocultural educacional, a partir das informações levantadas
nas oficinas municipais que foram realizadas para a qualificação do PTDRS 2010, podem ser
feitas algumas observações gerais a esse respeito. Assim, pode-se perceber que, em sua
maioria, os elementos que aparecem na maior parte dos municípios se referem a melhorias
gerais na qualidade de vida, expressas através de temas como maior qualidade nos serviços
ofertados; responsabilidade social, ambiental e cultural; desenvolvimento sociocultural, etc.
De forma geral, os temas que aparecem com maior freqüência entre as informações
reunidas através das oficinas dizem respeito às áreas de educação e saúde. Em todos os
municípios, apareceram elementos que fazem referência a melhorias na qualidade do ensino
(em todos os níveis, e em especial ampliando o acesso ao ensino superior na região), e no
atendimento público de saúde, principalmente levando-se em conta os índices sociais
apresentados durante as oficinas, que mostram muita fragilidade nos municípios em relação a
essas áreas. Maiores investimentos e ampliação desses serviços, com garantia de qualidade e
acesso universal, foram temas recorrentes nos dados levantados.
Esses aspectos mostram que, para os atores sociais dos municípios, são prementes
melhorias nessa área e maiores investimentos, principalmente por parte do poder público, para
combater problemas recorrentes na região, como as altas taxas de evasão escolar e o índice
elevado, em geral, da mortalidade infantil, apesar do fato de que os dados estatísticos
disponíveis para o Território mostram algumas melhorias nesses indicadores nos últimos
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
90
anos. Todavia, como as dificuldades estruturais nessas áreas podem ser consideradas crônicas
no Território, certamente o que o futuro projetado para os municípios demonstra é um desejo,
expresso claramente, de que sejam realizadas transformações que garantam à população local
não apenas o acesso, mas uma maior qualidade nos serviços de saúde e educação ofertados
nos municípios, que são em sua maioria públicos. Daí a cobrança, por parte dos atores locais,
por uma atuação mais intensa do Estado, direcionada especificamente a estas áreas.
De certa forma, a grande diversidade de temas que transpareceram em relação à
dimensão sócio-cultural deu uma idéia geral de como essa discussão tem um papel importante
para se pensar à realidade atual do Território e o planejamento de ações estratégicas para se
alcançar o futuro pensado pelos atores sociais locais para a região.
− Dimensão político-institucional
No que tange à dimensão político-institucional, de uma maneira geral, o que se pode
perceber é que os municípios associam a conquista do futuro que desejam com a necessidade
de as instituições, entidades, movimentos sociais, grupos constituídos, organizações
representativas, trabalhem e atuem de maneira articulada. A importância dessa melhor
articulação institucional aparece no desejo, por exemplo, do estabelecimento de diálogos entre
as diferentes instâncias do poder público, entre setor público e privado, entre poder público e
sociedade civil organizada, entre diferentes organizações e entidades ligadas à sociedade civil
organizada, e entre os diferentes Conselhos Municipais.
Além da necessidade do estabelecimento de um melhor diálogo, foi apontado nos
municípios de que seria importante para o futuro seria importante também garantir uma maior
participação da sociedade civil nas decisões e definição/execução de políticas públicas.
Acham fundamental aumentar a participação dos diversos atores nos espaços de discussão,
planejamento e acompanhamento das ações locais.
Também apareceu em alguns municípios o desejo de que no futuro haja maior
transparência e clareza na atuação do poder público, bem como das suas políticas públicas.
Mas, além do poder público, também aparece como importante ter transparência na atuação
das organizações dos trabalhadores.
Por fim, para o futuro a projeção é de que os municípios disponham de um ambiente
institucional que funcione satisfatoriamente com os Conselhos municipais funcionando a
contento, por exemplo, e com uma presença ativa do CODETER.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
91
2. Objetivos estratégicos
A partir dos elementos elencados na visão de futuro apresentada pelos atores locais
para o âmbito territorial, podem ser apontados alguns objetivos estratégicos visando dar
concretude para os desejos de transformações futuras identificadas como prioritários para o
Território, sempre partindo das dimensões identificadas no diagnóstico territorial apresentado
nas oficinas:
− Dimensão ambiental
Partindo de alguns problemas ambientais considerados como relevantes pelos
participantes das oficinas, foram identificadas como metas em grande parte dos municípios:
No que diz respeito às áreas rurais, a diminuição do avanço do desmatamento e
das queimadas, a recomposição da paisagem arbórea (áreas de Reserva Legal,
Área de Proteção Permanente, Matas Ciliares) e a recuperação de áreas tidas
como “degradadas”.
Já no que se referem às projeções envolvendo melhorias nas áreas urbanas,
estas apareceram pouco nas oficinas, mas foi significativa em vários
municípios a menção feita à necessidade do desenvolvimento da infra-estrutura
em termos de distribuição de água, saneamento básico e tratamento de lixo nas
cidades. Esses aspectos, portanto, podem ser considerados como propósitos
ampliados, identificados pelos atores locais, em relação ao que se pretende
construir para o futuro do Território.
− Dimensão econômica
Tendo em vista as informações e dados apresentados no diagnóstico territorial, os
atores dos municípios identificaram alguns elementos que podem ser considerados como
metas prioritárias para o desenvolvimento do município, no âmbito da dimensão econômica,
visando concretizar a visão de futuro desejada:
As metas buscadas pelos atores do Território consistem em uma agricultura
diversificada, no uso de novas tecnologias de produção e na existência de uma
estrutura consolidada de beneficiamento e comercialização de produtos
agropecuários.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
92
Outra meta considerada importante é o alcance de um setor industrial ampliado
e consolidado no âmbito do Território.
Por fim, outro propósito essencial para o Território é a existência, a médio e
longo prazo, de uma infra-estrutura econômico-produtiva bem desenvolvida
nos municípios e no Território.
− Dimensão sociocultural educacional
Os aspectos considerados como metas prioritárias a partir da visão de futuro
apresentada no âmbito da dimensão sociocultural são os seguintes:
Uma oferta mais ampla de serviços básicos (como saúde e educação), e que
sejam serviços de qualidade;
Outro objetivo identificado trata do respeito à diversidade sócio-cultural e as
diferentes manifestações culturais existentes no Território.
− Dimensão político-institucional
O principal objetivo identificado para essa dimensão trata da busca de um ambiente
político-institucional fortalecido, baseado na articulação e no diálogo entre e dentre
instituições e na participação ativa da sociedade na definição dos rumos de cada município e
do Território.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
93
3. Diretrizes principais
As diretrizes para o desenvolvimento sustentável do Território passam pela
determinação de elementos-chave que, a partir de uma abordagem multidimensional, sejam
considerados estratégicos para que o Território possa enfrentar alguns dos principais desafios
que se colocam para a concretização e consolidação das ações e projetos estratégicos
identificados como prioritários para construir o futuro desejado para o Território.
Sendo assim, alguns elementos que transpareceram em múltiplas dimensões
(ambiental, sociocultural, econômica e político-institucional) podem ser considerados como
aspectos fundamentais para orientar os processos de desenvolvimento sustentável a partir do
âmbito territorial, tendo em vista sua abrangência e sua capacidade de mobilização dos
interesses e dos desejos dos atores territoriais que participaram da elaboração do Plano:
− Ampliação e consolidação da infra-estrutura Territorial
Esse aspecto é importante para ser destacado como diretriz, pois pode ser considerado
como multidimensional. Os projetos estratégicos nas áreas de infra-estrutura e serviços
incluem desde elementos básicos para garantir qualidade de vida (como esgoto e saneamento
para as áreas urbanas), coleta e destinação dos resíduos sólidos urbanos, bem como a
ampliação e melhoria das estruturas ofertadas que são essenciais para a produção
agropecuária local e seu escoamento e comercialização (como as estradas vicinais, as redes de
energia e transporte). Para as áreas de saúde e educação, no âmbito da dimensão sócio-
cultural e educacional, é importante a construção de escolas e hospitais, e a melhoria da infra-
estrutura já existente. Certamente, esse elemento é fundamental para se garantir uma melhor
qualidade de vida para os habitantes do Território, e a carência de elementos infra-estruturais
básicos (como o saneamento e o transporte) é apontada como um dos principais entraves para
se concretizarem as metas pretendidas para o futuro do Território.
− Melhoria na qualidade dos serviços ofertados e das ações realizadas
Essa foi uma demanda que perpassou diferentes dimensões durante a realização das
oficinas municipais e da Assembléia Territorial de qualificação do plano, desde a
sociocultural (quando foram colocados em análise os serviços prestados nas áreas de
educação e saúde, por exemplo, até questionamentos sobre a qualidade da água
disponibilizada e do fornecimento de energia elétrica, por exemplo), passando pela ambiental
(discussões sobre os serviços de água, saneamento básico e coleta de resíduos sólidos) e pela
econômica (questionamentos sobre a situação das infra-estruturas existentes no Território,
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
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principalmente no que se refere ao transporte). Ou seja, não basta apenas dotar o Território de
elementos e obras de infra-estruturas básicas, mas também de permitir a oferta de serviços
básicos para a população com um mínimo de qualidade, de forma a ampliar o que se
considera como cidadania. O que ainda precisa ser discutido com mais calma é que tipo de
indicador ou metodologia se utilizaria para mensurar a qualidade dos serviços ofertados, pois
esses elementos parecem ter surgido mais como demanda dos atores locais do que como
proposta efetiva de concretização de ações estratégicas.
− Capacitação e formação
Esse elemento também foi citado como sendo transversal às diferentes dimensões,
tendo em vista sua importância como aspecto formativo dos agentes sociais do Território.
Assim, quando confrontados com problemas ambientais, como o desmatamento e as
queimadas, com dificuldades no âmbito da qualidade dos serviços ofertados na educação e na
saúde, ou a desafios de ordem produtiva (por exemplo, a assistência técnica ofertada para
buscar o incremento da produção agrícola no âmbito do Território), ou ainda quando o desafio
identificado trata das dificuldades apresentadas pelos conselhos municipais para participação
efetiva nos mecanismos de gestão social, a capacitação e a formação aparecem como
elementos fundamentais para a busca de possíveis soluções para os entraves identificados,
assim como iniciativas nas áreas temáticas de educação ambiental, educação do campo e
formação técnica específica (por exemplo, a demanda para a criação de escolas técnicas em
agropecuária em alguns municípios). Dessa maneira, ações preconizando melhorias sensíveis
para o âmbito territorial são indicadas tendo como ponto de partida a necessidade de
capacitação e formação efetiva dos atores locais frente às demandas e desafios interpostos
pela dificuldade de colocar em ação as medidas estimuladoras do desenvolvimento ancorado
na sustentabilidade ampliada, incorporando múltiplas dimensões.
− Fortalecimento organizacional e das relações interinstitucionais
Por fim, esse aspecto também foi considerado fundamental para a discussão sobre o
desenvolvimento do Território, tendo em vista que a melhoria da participação da sociedade
civil na gestão pública (com uma efetiva capacidade de intervir no direcionamento dessa
gestão) e também o fortalecimento institucional da sociedade civil e do poder público são
elementos importantes para discutir questões-chave para o futuro do Território, como o
empoderamento dos atores sociais locais e a melhoria na capacidade de gestão e intervenção
na realidade atual do Território, visando seu desenvolvimento ampliado, por parte das
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SUDESTE PARAENSE – 2010
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entidades e órgãos constituintes da administração pública. A criação e a melhoria de canais
interinstitucionais de atuação, com a constituição de um diálogo mais efetivo entre as
instituições participantes da esfera pública de atuação institucional no âmbito territorial,
também são projetos e linhas de ação importantes de serem levadas em conta quando se
considera as possibilidades concretas de se criar as condições para processos de
desenvolvimento que efetivamente levem em conta a sustentabilidade, a partir de elementos
essenciais, como o empoderamento dos atores locais.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
96
4. Eixos de desenvolvimento do Território Sudeste
Os eixos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do Território foram
identificados a partir das demandas apresentadas pelos atores territoriais que participaram das
atividades de qualificação e validação coletiva do Plano de Desenvolvimento Territorial.
Foram identificadas aquelas atividades e ações principais que, de certa forma, centralizaram
as análises realizadas no âmbito dos municípios e que, além de transcenderem esse recorte
geográfico específico, puderam pela sua importância, ser consideradas como ações de
abrangência territorial. Além disso, as ações estratégicas identificadas como eixos norteadores
do desenvolvimento para o Território foram citadas e discutidas em diferentes dimensões
durante os debates envolvendo a formulação e qualificação do PTDRS, o que mostra, além de
sua abrangência para grande parte ou para o conjunto do Território, seu caráter
multidimensional e sua importância para serem elaboradas a partir de sua centralidade para
constituir os eixos de desenvolvimento do Território.
Como procedimento para identificação e elaboração desses eixos preferiu-se partir de
uma passagem do âmbito universal para o particular (através da adoção do procedimento
dedutivo), ou seja, os atores locais participantes das oficinas de qualificação do Plano
partiram de uma visão geral sobre o Território (dada pelos vários indicadores levantados no
diagnóstico territorial), e a partir disso podiam indicar, para as diferentes dimensões
(ambiental, sociocultural, econômica e político-institucional) quais seriam as ações
prioritárias para o desenvolvimento do Território, e aquelas que foram consideradas mais
importantes, seja pela sua abrangência para o conjunto do Território, seja por suas
características multidimensionais, constituem os eixos estratégicos relacionados a seguir. A
partir da identificação desses eixos, procurou-se destacar também seus pontos fracos, pontos
fortes, oportunidades e ameaças para sua execução e consolidação no âmbito territorial.
a) Assistência e assessoria técnica para as áreas rurais:
Essa ação estratégica foi apontada como fundamental para o fortalecimento da
produção agropecuária no Território, principalmente para o público da agricultura familiar
(assentados, detentores de áreas tituladas e áreas de posse, etc.). Sua importância perpassa não
apenas o fato de que os agricultores querem ter acesso à assistência técnica de qualidade, mas
principalmente quando se discute o futuro da atividade agrícola na região, visto que as
instituições atuantes nessa área preconizam a diversificação produtiva, tendo como
centralidade o público da agricultura familiar, para que se tenham possibilidades de um
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
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desenvolvimento combinado com sustentabilidade, em sentido amplo, para as áreas rurais do
Território.
Pontos fortes:
Existência de um fórum congregando uma rede de ATER/ATES, e preocupado com a
diversificação da produção para a agricultura familiar;
Existência de experiências de formação voltadas para a produção rural sustentável de
base familiar (na UFPA e no IFPA – Campus Rural de Marabá), que podem
retroalimentar a equipe de assistência técnica e assessoria existentes na região;
Acúmulo metodológico e prático acerca da assistência técnica por parte das diversas
instituições (públicas estatais e não-estatais) prestadoras de assistência técnica e
assessoria social, econômica e ambiental existentes no âmbito territorial.
Pontos fracos:
Instabilidade dos convênios de assistência técnica, mesmo em entidades públicas
estatais (como a EMATER);
Descontinuidade e inconstância dos recursos para instituições que prestam Assessoria
Técnica, Social e Ambiental (ATES do INCRA) para os assentamentos do Território.
Oportunidades:
Existência de acúmulo teórico-prático e metodológico acerca da educação do campo
no Território, materializado em algumas iniciativas utilizando a pedagogia da
alternância (inclusive iniciativas a partir de programas federais como o PRONERA),
na parceria entre instituições de ensino técnico e superior com os movimentos sociais
(UFPA, IFPA – Campus Rural de Marabá), e nas experiências promissoras de algumas
escolas em áreas de assentamento. Essas iniciativas podem ser importantes, quando
articuladas com a ATER/ATES, principalmente observarem-se as atividades
desempenhadas pelos egressos dessas formações, muitos deles compondo as equipes
de assistência técnica na região;
Existência do Fórum Regional de Educação do Campo – Sul e Sudeste do Pará
(FREC-SUPA), desenvolvendo ações articuladas entre organizações governamentais,
não governamentais, movimentos sociais e instituições de ensino, pesquisa e extensão,
o que também pode ser um espaço interinstitucional importante para pautar discussões
da assistência técnica na região;
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
98
A promulgação da nova lei de ATER parece significar um marco legal importante para
reorganizar as atividades de assistência técnica no país, e especificamente, tendo
rebatimentos importantes no funcionamento institucional em âmbito territorial.
Ameaças:
Fragmentação acerca de questões relativas ao crédito, ATER/ATES, infra-estrutura,
educação, entre outros, em fóruns específicos e inarticulados.
b) Recuperação de áreas “degradadas” e diversificação produtiva
Essas ações estratégicas foram identificadas pelos atores locais que participaram da
qualificação do PTDRS, principalmente a partir do diagnóstico realizado, que mostrou que a
situação regional, no que tange a indicadores como o índice de desmatamento, não era
animador. Portanto, esse debate surge no âmbito das possibilidades de estímulo à
diversificação produtiva na produção agropecuária, e uma delas pode ser justamente a
recuperação de áreas que atualmente estão em processo de “degradação”, ou seja,
subaproveitadas, em geral, com pastagens em diferentes graus de degradação, para o
desenvolvimento da pecuária bovina.
No entanto, o que não foi consensual foi o tipo de recuperação que deveria ser
realizado: o plantio de árvores nativas e frutíferas foi indicado em alguns municípios, mas em
outros não surgiu no debate; a recuperação das matas ciliares também foi um ponto citado,
mas apenas em algumas discussões no âmbito da dimensão ambiental. A diversificação
produtiva também não teve muita clareza nos debates realizados (principalmente sobre quais
seriam as atividades produtivas com maior potencial de consolidar tal diversificação). De
qualquer forma, parece haver certo desejo mais ampliado, e que perpassa diferentes
dimensões, de diversificação da produção sem que isso implique, necessariamente, no uso não
sustentável dos recursos naturais presentes no Território.
Pontos Fortes:
Crescente preocupação sobre as condições ambientais do Território;
Presença significativa da agricultura familiar no Território, que tende a uma maior
diversificação produtiva e a um uso potencialmente mais sustentável dos recursos.
Pontos Fracos:
Trajetória da ocupação humana do Território, na cidade e no campo, marcada pelo uso
pouco sustentável dos recursos naturais;
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
99
Existência de atividades produtivas e infra-estruturas instaladas no Território que
pressionam pela utilização não-sustentável dos recursos naturais;
O macro zoneamento ecológico e econômico feito pelo Governo do Estado não
reconhece o Território como uma área prioritária para o desenvolvimento de ações
consideradas sustentáveis.
Oportunidades:
Início de atividades de diversificação produtiva entre os agricultores familiares no
Território;
Existência de uma rede de cooperativas de agricultores familiares engajadas na
diversificação da produção e na agroindústria de atividades como a fruticultura.
Ameaças:
Continuação da aplicação do crédito produtivo em apenas algumas poucas atividades;
Capacidade instalada de infra-estrutura das agroindústrias cooperativas ainda é
pequena em relação à demanda potencial do Território;
Precariedade das estradas e principais vias de acesso às cidades e às áreas rurais,
principalmente no período chuvoso, pode trazer dificuldades para a diversificação
produtiva pretendida;
Pouca presença de circuitos de comercialização e cadeias regionais de produção para
atividades que podem fazer parte da diversificação produtiva preconizada para o
Território.
c) Mudanças no padrão tecnológico adotado pela agricultura familiar
Essa discussão foi interessante no nível territorial, tendo em vista que foi uma
constante nas oficinas municipais realizadas, e ainda perpassou diferentes dimensões. De certa
maneira, o que foi consenso em relação a essa ação estratégica, foi o desejo expresso pelos
atores locais de se buscar, discutir, testar e analisar padrões tecnológicos para a agricultura
familiar local, tendo inclusive cuidados ambientais, e não no sentido específico da adoção de
uma ou outra tecnologia, de forma isolada. A diminuição da pilosidade do trabalho e a
melhoria da gestão física do trabalho podem ser elementos interessantes para se analisar os
aspectos relacionados à mecanização, que não se restringe ao trabalho de solos para novos
plantios em áreas em que há dificuldades técnicas de produção a partir do nível tecnológico
atualmente adotado na agricultura familiar regional (áreas de pastagem degradada, por
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
100
exemplo). Assim, essa discussão pode ser ampliada para a incorporação tecnológica nos
processos de produção em nível territorial, mas que não deixa de apontar para a adoção de
princípios agros ecológicos e sustentáveis, pensando também em um movimento mais amplo,
em relação ao que a sociedade vem discutindo atualmente sobre essas questões.
Pontos fortes:
Parece haver certa disposição, expressa por múltiplos atores locais, de ampliar a
incorporação tecnológica a diferentes etapas do processo produtivo da agricultura
familiar regional (preparação das áreas de plantio, beneficiamento de produtos, etc.);
Um conjunto de instituições locais (principalmente prefeituras) está disponibilizando
equipamentos (como patrulhas mecanizadas) para o plantio mecanizado de áreas em
que a agricultura familiar trabalha.
Pontos fracos:
Há poucas instituições locais que possam construir referências técnicas para
desenvolver atividades produtivas em novos níveis tecnológicos, ou seja, falta ainda
uma estrutura de pesquisa que possibilite testar e analisar a adoção de novos padrões
tecnológicos.
Oportunidades:
Uma série de políticas públicas, em diferentes níveis (nacional, estadual e municipal),
parece estimular a adoção de novos padrões tecnológicos, mesmo que de forma ainda
muito incipiente.
Ameaças:
- Seria preciso discutir com mais profundidade se esse tipo de ação não poderia
terminar por replicar na região a incorporação de um padrão tecnológico já adotado
em outras regiões, durante a “Revolução Verde”, que traz conseqüências negativas
impactantes, dos pontos de vista ambiental, social e econômico.
d) Ampliação e melhoria dos serviços de água, saneamento básico e coleta de resíduos
sólidos
Em relação às zonas urbanas, essa foi à ação que mais foi citada e discutida durante a
realização das oficinas municipais, e que também transpassa diferentes dimensões, tendo em
vista afetar áreas distintas, como a ambiental e os serviços de saúde. A precariedade das
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
101
estruturas existentes, nas cidades e nas vilas rurais, para o fornecimento de água, serviços de
coleta de esgoto e de lixo, de certa forma demonstrada pelo diagnóstico territorial realizado,
mostra que essas ações específicas são essenciais para garantir uma melhor qualidade de vida
para a população da região, garantindo-se ainda que haja uma diminuição dos variados
impactos negativos que a ausência de saneamento básico, de água em condições de
portabilidade e da coleta regular e destinação adequada dos resíduos sólidos causa nas áreas
urbanas do Território.
Pontos Fortes
- Parece haver certa disposição dos atores locais em colocar esses temas para debate,
ou pelo menos como formulação de demandas, visando encontrar soluções a médio e
longo prazos para esses aspectos fundamentais para a qualidade de vida da população.
Pontos Fracos
Precariedade das condições de saúde, saneamento e de infra-estruturas básicas e na
maior parte das cidades;
Existência de poucos recursos, em nível municipal, para investimentos vultosos como
nas redes de água e saneamento básico e acondicionamento adequado de resíduos
sólidos.
Oportunidades
Em nível federal, parece haver certa prioridade para ampliação dos investimentos em
infra-estruturais básicas nas cidades, como na área do saneamento básico.
Ameaças
Todavia, parece ser muito difícil conseguir atrair investimentos de grande porte, no
que se refere às políticas públicas, em serviços básicos, mas que exigem grande
investimento em infra-estrutura, como é o caso do tratamento de água, da coleta e do
tratamento de lixo e esgoto.
e) Criação e fortalecimento de Conselhos municipais
Esse aspecto pode ser considerado como um eixo transversal para o desenvolvimento
territorial, tendo em vista que, quando se discutiram as formas de gestão social e ampliação da
participação no acompanhamento e monitoramento das ações estratégicas traçadas para o
Território, o fortalecimento e estruturação dos Conselhos Municipais já existentes em grande
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
102
parte dos municípios (Tutelar, de Saúde, Educação, Desenvolvimento Rural Sustentável) e a
criação de novos Conselhos (de Meio Ambiente, Assistência Social, de Mulheres, de Idosos,
entre outros) apareceram como ações prioritárias para se buscar uma efetiva participação na
gestão social em nível municipal e, inclusive, territorial.
Pontos Fortes
Há a organização de Conselhos em áreas básicas em todos os municípios (como os
Conselhos Tutelar, de Saúde e de Educação);
Maior articulação entre os municípios, favorecendo trocas e colaboração mútua.
Pontos Fracos
Há uma fragilidade das políticas públicas e na gestão social nos municípios,
principalmente no acompanhamento das ações no âmbito dos serviços essenciais
(como saúde, educação e desenvolvimento rural sustentável).
Parece faltar uma relação de diálogo entre o poder público e as organizações da
sociedade civil, com um fluxo insuficiente de informações (tanto em termos de
qualidade, quanto de transparência dessas informações).
Há pouca efetividade na ação dos Conselhos já constituídos nos municípios, e pouco
reconhecimento por parte do poder público.
Oportunidades
Existência de um processo histórico de efetivação de fóruns de discussão e deliberação
participativos fruta de lutas dos movimentos sociais do campo (Fórum de Entidades
pela Reforma Agrária – FERA; Câmara Técnica do INCRA, etc.), e conseqüente
acúmulo de práticas de negociação e participação em processos de tomada de
decisões. Esses elementos podem ser importantes para se buscar garantir um efetivo
funcionamento dos Conselhos no âmbito municipal.
Ameaças
- Parece haver uma falta de clareza de como funcionam os conselhos municipais, e
sobre qual é o seu papel na participação da gestão social dos municípios;
- Pode-se perceber que, nos municípios, a organização dos Conselhos vem se pautando
muito mais por uma dimensão normativa do que pela efetiva participação na gestão
social colegiada do Poder Público.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
103
Um dos elementos que se percebeu durante a qualificação do PTDRS é que é fácil
criar Conselhos em diferentes áreas, mas é difícil colocá-los em operacionalidade, e
um dos elementos que mostra isso é o fato de que os gestores públicos muitas vezes
fazem a gestão isolada dos Conselhos, sem fortalecer a representação pública da
sociedade civil e uma maior ampliação da gestão social, de forma mais participativa.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
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5. Projetos estratégicas e diretrizes de ação do Plano Territorial
Ações Multidimensionais
1- Projetos Aglutinadores
1.1 Infra-estrutura: saneamento básico
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Melhorar o acesso e o tratamento
dos serviços de distribuição de
água.
Em todos os municípios do Território 1. Melhoria do acesso e da qualidade da água ofertada à população
(Palestina, São Domingos, Eldorado, Itupiranga, Bom Jesus, Piçarra,
Brejo Grande, Marabá, Nova Ipixuna);
2. Construção de poços artesianos para abastecimento da cidade e das vilas
(Brejo Grande);
3. Construção de estações de tratamento de água (Marabá, Nova Ipixuna);
4. Construção de açudes para retenção de águas de chuvas (para abastecer
animais e plantações) (Nova Ipixuna, São Domingos);
Ampliação das redes de coleta de
esgoto, tanto nas zonas urbanas e
vilas rurais.
Em oito dos 14 municípios do Território 1. Implantar redes de esgoto nas cidades e nas vilas rurais (Marabá, Brejo
Grande, São Domingos, Piçarra, Palestina, Eldorado, Itupiranga, Canaã,
Bom Jesus);
2. Construção da rede de esgoto na zona urbana (São Domingos,
Itupiranga, Canaã, Bom Jesus, Eldorado);
Ampliação das redes de coleta de Em todos os Municípios do Território 1. Implantação de cooperativa e oficinas de reciclagem do lixo (Canaã,
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
105
lixo e reciclagem. Itupiranga);
2. Implantação de programas e campanhas de coleta seletiva do lixo e
conscientização da população quanto à separação do lixo (Marabá,
Canaã, Itupiranga, Bom Jesus, Nova Ipixuna, Piçarra, Curionópolis);
3. Tratamento e coleta do lixo (Itupiranga, Eldorado);
4. Implantação do aterro sanitário (Canaã, Itupiranga, Bom Jesus, Nova
Ipixuna, Curionópolis);
Habitação. Em todos os Municípios do Território 1. Construção de casas populares, de modo a diminuir o déficit habitacional
da população, principalmente de baixa renda (Marabá, Nova Ipixuna,
Piçarra, São Domingos);
2. Apoio à elaboração dos Planos Municipais de Habitação no âmbito do
Território;
Ampliação e melhoria da infra-
estrutura existente e criação de
novos elementos infra-estruturais
no âmbito do Território.
Em todos os municípios do Território 1. Construção de estradas vicinais na zona rural, asfaltamento e/ou
calçamento de ruas na zona urbana (Eldorado, Canaã, Brejo Grande,
Piçarra, São Domingos, Palestina, Curionópolis, Parauapebas,
Itupiranga);
2. Melhoria dos serviços e expansão das redes de energia elétrica (Brejo
Grande, Parauapebas, Marabá, Canaã, São Domingos, Piçarra, São
Geraldo);
3. Demarcação da área de expansão urbana do município (Curionópolis,
Nova Ipixuna);
4. Asfaltamento Da PA 477 (Piçarra);
5. Ampliação da rede de atendimento bancário (Palestina, São Geraldo, São
Domingos, Itupiranga, Piçarra);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
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2. Projetos Complementares
2.1 Assistência técnica
6. Melhorar a estrutura de transporte (Parauapebas, São Domingos, Canaã);
7. Melhorar as condições de comunicação (Marabá);
8. Criação de uma rádio comunitária para alcance em todos os municípios
do Território (Eldorado);
9. Melhorar a infraestrutura produtiva (Parauapebas);
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Garantir apoio e
acompanhamento técnico para
desenvolvimento das
atividades produtivas.
Em todos os municípios do Território 1. Ampliação e fortalecimento da assistência técnica municipal,
estadual ou privada (estrutura, contratação de técnicos), capacitação
dos técnicos (Palestina, Nova Ipixuna, Brejo Grande, São
Domingos, São Geraldo, Itupiranga, Piçarra);
2. Garantir a presença da assistência técnica antes, durante e depois da
execução do crédito (São João, Bom Jesus, Canaã);
3. Estabelecer parcerias entre o Estado (aos níveis federal, estadual e
municipal) para viabilizar o trabalho da assistência técnica
(Piçarra);
4. Implantação da CEPLAC (São Domingos);
5. Ampliação da assistência técnica, por meio de instituições como
Prefeitura e EMATER, e inclusão do município nas chamadas de
ATER / ATES, solicitar do INCRA/MDA (Curionópolis);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
107
6. Acesso pelo público não assentado a ATER e a sua transformação
em uma política pública permanente (Marabá);
Introdução e consolidação de
uma nova forma de fazer
agricultura.
Em nove municípios dos 14 do Território
(Marabá, Palestina, São João, Itupiranga, São
Domingos, São Geraldo, Bom Jesus, Nova
Ipixuna, Piçarra)
1. Formação dos técnicos responsáveis pela assistência técnica a partir
de uma visão agra ecológica (Marabá);
2. Assistência técnica trabalhar no sentido de incentivar o
reflorestamento e o manejo das áreas de florestas (Itupiranga);
3. Formação dos agricultores a partir de uma visão agra ecológica
(Marabá);
4. Incentivo e apoio técnico aos agricultores no sentido da adoção de
sistemas diversificados, SAFs (Palestina, São João, Bom Jesus,
Nova Ipixuna);
5. Incentivar a adoção de manejos rotacionados para as pastagens (São
João);
6. Implantação de um banco de sementes crioulas (São Geraldo,
Palestina);
7. Tentar diminuir o avanço dos plantios de eucaliptos (Itupiranga);
8. Pressionar as instituições financeiras para financiamento de
propostas de diversificação produtiva (Bom Jesus);
9. Criar linhas de financiamentos específicos voltadas para proteção
ao ambiente (São Geraldo);
10. Buscar parcerias com empresas e órgãos do governo para viabilizar
projetos na área ambiental (Bom Jesus);
11. Incentivar a consolidação da agricultura mecanizada como meio
para reduzir o desmatamento e as queimadas (Itupiranga);
12. Incentivo à mecanização para recuperação de áreas “degradadas”
(Palestina);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
108
Dimensão Ambiental
1- Projetos de Sustentabilidade
1.1 Recuperação de recursos naturais
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Reflorestamento ou reposição das
áreas de RL, APP, matas ciliares.
Em todos os municípios do Território 1. Implantação ou ampliação de viveiros municipais para produção de
mudas de espécies nativas (florestais e frutíferas);
2. Distribuição de sementes e mudas pelas prefeituras;
3. Incentivar a implantação de SAFs nos assentamentos;
4. Criar áreas demonstrativas de SAFs;
5. Implantar linhas de financiamento a fundo perdido para recuperação de
áreas de RL e APPs;
Combate às queimadas. Em seis dos 14 municípios do Território
(Marabá, Brejo Grande, São João, Canaã
dos Carajás, Piçarra, Eldorado)
1. Incentivo à adoção de sistemas de produção sem uso do fogo (São
João);
2. Criação de equipes/brigadas de combate às queimadas (São João,
Canaã, Eldorado);
3. Incentivo ao uso da TRITUCAP para trituração de capoeiras e evitar
uso do fogo (São João);
Repovoamento dos rios. Em um município dos 14 do Território
(Palestina) 1. Implantação de criatórios de peixes;
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
109
1.2 Preservação e uso dos recursos naturais
2- Projetos Complementares
2.1 Regulamentação e Educação ambiental
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Valorização das florestas e do
extrativismo.
Em cinco dos 14 municípios do Território
(Itupiranga, Palestina, Brejo Grande, São
Domingos, São João)
1. Trabalhar a partir de projetos de manejo florestal (Itupiranga);
2. Inibir a derrubada e a prática de queima do coco babaçu inteiro, bem como
das palmeiras (Palestina, Brejo Grande e São João);
3. Valorização e proteção legal do extrativismo do babaçu (Brejo Grande);
4. “Fazer valer” o acesso aos babaçuais (São Domingos);
Preservação das florestas e matas
ciliares.
Em dois dos municípios do Território
(Canaã dos Carajás e Nova Ipixuna)
1. Criação de novas Unidades de Conservação dentro da categoria de uso
sustentável (Canaã);
2. Fazer projetos para recuperação ou preservação das fontes de água (Nova
Ipixuna);
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Formação em diferentes níveis para
sensibilização/conscientização local sobre a
dimensão ambiental.
Em todos os municípios do Território 1. Incorporação da educação ambiental nos currículos das escolas;
2. Criação de escolas agrícolas com ênfase em agra ecologia;
3. Capacitação dos professores da rede municipal sobre a preservação do
meio ambiente;
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
110
4. Capacitação ao nível dos agricultores e seus filhos enfatizando a questão
ambiental (problemas relacionados às queimadas, poluição e destruição
das fontes de água, desmatamento, etc.);
5. Elaboração de projetos locais de educação ambiental;
6. Produção de materiais informativos sobre os problemas ambientais para
divulgação junto à população;
7. Realização de reuniões, debates, eventos, oficinas e campanhas que
envolvam temáticas relacionadas à questão ambiental (Piçarra sugere
que isso seja feito através dos Conselhos Municipais);
Coibição de ações e crimes contra
o ambiente.
Em 10 dos 14 municípios do Território
(Palestina, Brejo Grande, São João,
Palestina, Canaã, Itupiranga, Parauapebas,
Bom Jesus, Piçarra, Eldorado)
1. Fortalecer os órgãos ambientais (Parauapebas);
2. Aumentar a fiscalização dos órgãos ambientais (Palestina, Brejo Grande,
Itupiranga, Bom Jesus, Piçarra, Eldorado);
3. Criação de leis municipais de proteção ao ambiente (Brejo Grande,
Canaã);
4. Controle e inibição da pesca e caça predatória (São João, Palestina);
5. Revisão do Licenciamento ambiental (Parauapebas);
Promover o ordenamento
municipal.
Em três dos 14 municípios do Território
(Curionópolis, Parauapebas, Piçarra)
1. Demarcação e regulamentação da área de expansão urbana
(Curionópolis, Parauapebas);
2. Execução do Plano Diretor do município (Piçarra);
3. Ordenamento territorial, macro zoneamento (Piçarra);
Tratamento dos problemas
ambientais ligados à extração e
Em três dos 14 municípios do Território 1. Proibir as indústrias de cerâmicas e olarias de fazer escavações
(Eldorado);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
111
Dimensão Econômica
1- Projetos aglutinadores
1.1 Produção Agropecuária
mineração. (Eldorado, Marabá, Curionópolis) 2. Cobrar das siderúrgicas uma preocupação maior com o ambiente,
principalmente com os solos e água;
3. Discutir problema da extração de seixo e argila (Marabá)
4. Ter mais clareza em relação aos projetos de mineração (Curionópolis)
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Estimular a diversificação
produtiva.
Em todos os municípios do Território 1. Garantir a efetivação e o acesso aos programas de crédito /
desburocratização do crédito (Marabá, São João, Palestina, Curionópolis,
Parauapebas, Nova Ipixuna, Bom Jesus, São Geraldo, Canaã, Itupiranga,
Piçarra);
2. Incentivar a fruticultura (Marabá, Brejo Grande, Curionópolis, Itupiranga,
Piçarra);
3. Ampliação da área de produção diversificada (Marabá, Brejo Grande, São
Domingos, Itupiranga);
4. Incentivar a diversificação da produção a partir do viés agro ecológico
(Palestina, São João, Curionópolis);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
112
5. Ampliação das linhas de crédito e criação de linhas de crédito que
favoreçam a diversificação (Nova Ipixuna, Parauapebas, São Geraldo);
6. Incentivar a piscicultura (Curionópolis, Parauapebas, Piçarra)
7. Ampliação dos recursos das políticas públicas voltadas às mulheres (Nova
Ipixuna, São Geraldo);
8. Produção de mudas de espécies frutíferas e essências florestais (Brejo
Grande, Eldorado);
9. Incentivar a produção de grãos (arroz e milho), mandioca (Brejo Grande,
Piçarra);
10. Distribuição de sementes pela EMATER e SEMAGRI (São Domingos);
11. Incentivo à apicultura (Piçarra);
12. Incentivo à criação de pequenos animais (Piçarra);
13. Incentivar o cultivo de espécies com potencial para a produção de biodiesel
(Nova Ipixuna);
14. Fortalecer a produção de hortas melhorando a infraestrutura (São
Domingos);
15. Rediscussão das atividades financiáveis (Piçarra);
16. Implantação do projeto Balde Cheio para incentivo da pecuária leiteira
(Brejo Grande);
17. Implantação de Casa de Farinha Comunitária (Palestina);
18. Discutir formas de apoio aos índios Guajajaras no que se refere a terra e
produção (Itupiranga);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
113
2- Projetos estruturantes
2.1– Indústria e Comércio
Incentivar mudanças no
padrão tecnológico.
Em 10 dos 14 municípios do Território 1. Incentivar a mecanização agrícola para agricultura familiar (Marabá,
Palestina, São João, Parauapebas, Nova Ipixuna, Canaã, Piçarra);
2. Promover o melhoramento genético do rebanho para pecuária leiteira ou de
corte (Brejo Grande, Parauapebas, Bom Jesus);
3. Aquisição de patrulha mecanizada (Bom Jesus, São Domingos);
4. Promover, facilitar a utilização de insumos (Nova Ipixuna, Piçarra);
5. Aquisição de ordenhadeira mecânica para melhorar o padrão de higiene do
leite (Brejo Grande);
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Expansão do setor industrial. Em cinco dos 14 municípios do
Território
1. Construção de um pólo industrial que aproveite materiais regionais, como
couro, com a fabricação de sapatos, fabricação de colchões, etc. (Nova
Ipixuna);
2. Ampliação e fortalecimento do setor produtivo industrial (São Domingos,
Itupiranga, Piçarra);
3. Incentivar implantação de indústrias de pequeno porte para aproveitamento
de matérias-primas regionais como ferro, alumínio e outros minérios
(Eldorado);
Qualificação dos serviços. Em dois dos 14 municípios do 1. Incentivar que os comerciantes proporcionem cursos de capacitação aos seus
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
114
3- Projetos Complementares
3.1 Organização da Produção Agropecuária
Território funcionários para melhoria do atendimento ao público (Nova Ipixuna);
2. Incentivar comércios e indústrias a se capacitarem para melhoria nas suas
práticas de gestão (Nova Ipixuna, Piçarra);
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Incentivar a valorização e
beneficiamento dos produtos.
Em 13 doa 14 municípios do Território 1. Apoiar investimentos e conceder incentivos financeiros para criação,
consolidação e/ou fortalecimento de agroindústrias para
beneficiamento de diferentes tipos de produtos (Marabá, Palestina,
São Geraldo, São Domingos, Canaã, Itupiranga, Piçarra);
2. Estruturar, qualificar, incentivar a consolidação e/ou fortalecer das
cadeias produtivas – leite, piscicultura, frutas, olerícolas, artesanato
(Marabá, Palestina, Curionópolis, Itupiranga);
3. Implantação de um abatedouro municipal para animais de pequeno
ou grande porte (Palestina, Curionópolis, Nova Ipixuna);
4. Capacitação dos agricultores em gestão de propriedade e dos recursos
(Parauapebas, São Domingos, Itupiranga);
5. Criar cooperativas de beneficiamento (Brejo Grande, Bom Jesus,
Canaã);
6. Estabelecimento, fortalecimento ou garantia de continuidade de
projetos de APL já existentes (Canaã, Piçarra);
7. Ampliação da quantidade de tanques de resfriamento (Brejo Grande);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
115
8. Instalação de laticínios (cooperativos ou privados) (Itupiranga);
9. Investir no beneficiamento de polpa de frutas (Brejo Grande);
10. Aquisição de câmaras de resfriamento para estocagem de polpa
(Brejo Grande);
11. Instalação de frigoríficos (Itupiranga);
12. Capacitação dos agricultores sobre agroindústria (Piçarra);
13. Criar grupos de formação e capacitação de jovens para o
envolvimento nas atividades artesanais, como na criação de biojóias
a partir do beneficiamento do babaçu (São Domingos);
Comercialização da produção. Em 10 dos 14 municípios do Território 1. Criar, fortalecer ou ampliar as feiras da agricultura familiar seja elas
articuladas pelas prefeituras ou pelos movimentos sociais (Marabá,
Palestina, São João, Bom Jesus, Curionópolis, Nova Ipixuna, São
Geraldo, Itupiranga, Piçarra);
2. Criar estratégias para valorização e divulgação dos produtos locais,
como babaçu (São João, São Domingos);
3. Garantir a aplicação da Lei que obriga que 30% da merenda escolar
sejam de origem da agricultura familiar (Marabá, Bom Jesus,
Palestina);
4. Apoio municipal ao transporte para escoamento da produção da
agricultura familiar (Curionópolis);
5. Capacitação em marketing para divulgação e valorização dos
produtos locais (São João);
6. Implementação da política de Preço Mínimo (Palestina);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
116
3.2 Desenvolvimento Tecnológico
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Formação e capacitação. Em 10 dos 14 municípios do Território 1. Realização de estudos, diagnósticos que mostrem os problemas e
as potencialidades econômicas do município e do Território
(Marabá, Parauapebas, Bom Jesus, Piçarra, Eldorado);
2. Formação/capacitação direcionada para a produção de diferentes
setores (agrícola, serviços) (Palestina, Canaã);
3. Implantação de escolas técnicas profissionalizantes direcionadas
para diferentes setores (Brejo Grande, Eldorado);
4. Criação do projeto pólo universitário, implantar ou melhorar
infraestrutura das universidades (São Geraldo, São Domingos);
5. Melhorar a produtividade dos assentamentos rurais através de
cursos de capacitação (Marabá);
6. Capacitação dos agricultores em novas tecnologias de produção
(Itupiranga);
7. Capacitação dos jovens em cursos técnicos (Eldorado);
8. Implantar um laboratório de análise de solos, qualidade da água e
do leite e derivados (Marabá);
9. Implantação de uma unidade da EMBRAPA no Território
(Itupiranga);
10. Promover parcerias com a universidade (Itupiranga);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
117
4- Projetos de Autonomia
4.1 Ação Institucional
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Fortalecimento das
instituições e organizações
ligadas aos setores produtivos.
Em cinco dos 14 municípios do Território 1. Fortalecer os sindicatos, associações, cooperativas, institutos de
mulheres e outros tipos de organizações como GQC, MIQCB como
forma de apoiar os públicos que atendem (São Domingos, São
Geraldo, Itupiranga, Piçarra);
2. Fortalecer institucionalmente as Secretarias municipais e estaduais
(agricultura, meio ambiente, etc.) com estrutura e orçamento
próprio para apoiar melhor o público que atendem (Palestina, São
Domingos, São Geraldo);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
118
Dimensão Sociocultural educacional
1- Projetos estruturantes
1.1 Educação urbana e Educação do campo
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Ampliação da rede educacional
(em todos os níveis) e melhoria da
qualidade da educação ofertada.
Em todos os municípios do Território 1. Melhoria da estrutura das escolas existentes;
2. Construção de novas escolas no nível fundamental, médio (Curionópolis,
São Geraldo), técnico profissionalizante (Canaã, Curionópolis, São
Geraldo, Nova Ipixuna), superior (Parauapebas, São Domingos, Canaã,
São Geraldo, Piçarra) e na educação infantil (Nova Ipixuna);
3. Educação do Campo – construção de escolas em áreas de assentamento,
diminuição das salas multisseriadas e melhoria da infra-estrutura das
escolas rurais, para evitar a evasão de estudantes para a cidade
(especialmente nos anos finais do ensino fundamental e no ensino
médio);
4. Construção de escolas agro técnicas (Eldorado, Parauapebas, São João);
5. Ações de qualificação dos professores (como formação inicial e
continuada), adaptação dos currículos às realidades locais, e ampliação
do quadro de professores;
6. Outras ações: melhoria dos serviços de transporte escolar (Brejo Grande,
Piçarra) e merenda escolar (Brejo Grande), incentivo à leitura, maior
participação dos representantes e pais nas escolas (Palestina, Bom Jesus),
ações de valorização da terceira idade, gênero e etnias (Parauapebas);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
119
1.2 Saúde, Previdência e Assistência Social
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Ampliação da rede de saúde e
melhoria da qualidade do serviço
ofertado.
Em todos os municípios do Território 1. Ampliação dos serviços de saúde, construção / reforma de
estabelecimentos (clínicas médicas, centros de saúde, postos de saúde,
laboratórios de análises clínicas, maternidades, hospitais), aquisição de
equipamentos médicos e medicamentos (na zona urbana e rural) e
transporte na área de saúde;
2. Construção ou reativação de postos de saúde equipados, com médicos e
dentistas, e com fornecimento de medicamentos (Marabá, Palestina,
Brejo Grande, São Domingos, Itupiranga, Eldorado);
3. Construção de centros específicos e laboratórios (Palestina);
4. Construção de maternidade (Piçarra);
5. Aquisição de ambulâncias (Bom Jesus, Piçarra)
Ampliação do quadro de
profissionais de saúde, capacitação
e valorização dos mesmos.
Em todos os municípios do Território 1. Ampliação do número de médicos, dentistas e enfermeiros, além de
outros profissionais de saúde, como os agentes comunitários;
2. Capacitação e treinamento dos profissionais de saúde (Marabá,
Parauapebas, Eldorado, Brejo Grande, Piçarra, Canaã);
3. Humanização e descentralização do atendimento de saúde
(Parauapebas);
4. Promoção de campanhas de saúde para a população (Nova Ipixuna);
5. Campanhas tendo como temas drogas e gravidez na adolescência (são
Domingos);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
120
6. Promoção de políticas públicas garantidas por lei na saúde (Bom Jesus);
7. Construção de um centro de atendimento a dependentes de drogas (São
Domingos);
8. Maiores investimentos na saúde preventiva (Parauapebas);
9. Valorização da medicina alternativa e tradicional (Itupiranga);
10. Criação de uma coordenação municipal de agentes comunitários de
saúde (Bom Jesus);
Melhoria das ações de assistência
social e garantia de acesso à
previdência social.
Em cinco municípios dos 14 do Território
(Marabá, Itupiranga, Bom Jesus, Nova
Ipixuna, Piçarra)
1. Efetivação das ações e políticas públicas de assistência e previdência
social (Bom Jesus, São Geraldo);
2. Ampliação e fortalecimento das políticas sociais e das redes de serviços
sócio-assistenciais (Marabá, Bom Jesus);
3. Criação de Conselho e/ou secretaria dos direitos da mulher, formação e
capacitação das mulheres (Bom Jesus, Nova Ipixuna, Itupiranga);
4. Criação de Conselho e/ou secretaria dos direitos do idoso, ações para
melhorar a qualidade de vida dos idosos (Bom Jesus, Nova Ipixuna,
Itupiranga);
5. Construção do CRAS (Piçarra);
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SUDESTE PARAENSE – 2010
121
2- Projetos complementares
2.1 Esporte e Lazer
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Valorizar e resgatar práticas culturais
dos municípios, fortalecendo as já
existentes e estimulando o surgimento
de novas práticas.
Em oito dos municípios do Território
(Palestina, Nova Ipixuna, São Domingos,
Canaã, Piçarra, São João, São Geraldo e
Itupiranga)
1. Promoção de ações culturais e educacionais como música, dança
teatro, inclusão digital (Palestina, Nova Ipixuna, São Domingos,
Canaã, Piçarra, São João, São Geraldo, Itupiranga);
2. Incentivo a festas e feiras tradicionais e ao artesanato (Palestina,
Nova Ipixuna, São Domingos, Canaã, Piçarra, São João, São
Geraldo, Itupiranga);
3. Criação de espaços culturais próprios nos municípios (Piçarra, São
João, Nova Ipixuna);
Estímulo ao esporte, ao lazer e ao
turismo, com a garantia condições e
estruturas próprias.
Em quatro dos 14 municípios do
Território (Canaã, São Geraldo, Piçarra,
Parauapebas)
1. Construção de áreas apropriadas para o esporte e para o lazer -
construção de praças, ginásios, quadras esportivas, etc.
(Parauapebas);
2. Desenvolvimento das atividades de turismo - ecoturismo e
turismo rural (Canaã, São Geraldo, Piçarra);
3. Capacitação de profissionais ligados ao turismo (Canaã, São
Geraldo, Piçarra);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
122
2.2 Segurança Pública
2.3 Conflitos Agrários
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Fortalecimento das políticas
públicas e dos órgãos de segurança,
com diminuição da criminalidade.
Em dois municípios dos 14 do Território
(Marabá, Piçarra)
1. Melhoria das condições de vida da população para diminuir a
criminalidade (na zona urbana e rural), e reforço do policiamento
comunitário e das instituições de segurança pública (Marabá);
2. Construção de estruturas de segurança: fórum e delegacia municipal
(Piçarra);
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Prioridade aos conflitos agrários,
através de políticas que procurem
resolver a complexa questão
fundiária regional.
Em todos os municípios do Território 1. Ampliação de políticas de redistribuição de terras e de consolidação das
ações de reforma agrária na região;
2. Regularização fundiária das pequenas propriedades;
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
123
3- Projetos de autonomia
3.1 Organizações Sociais
4- Projetos aglutinadores
4.1 Infraestrutura
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Fortalecer as formas de organização
social local, capacitando dirigentes e
contribuindo para uma maior
importância da sociedade civil.
Em seis municípios dos 14 do Território
(Marabá, Canaã, São João, Itupiranga,
Nova Ipixuna, Parauapebas)
1. Melhoria da organização de entidades civis, com fortalecimento dos
conselhos e capacitação de dirigentes (Marabá, Canaã, São João,
Itupiranga, Nova Ipixuna, Parauapebas);
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Melhorar o acesso e o tratamento
dos serviços de distribuição de
água.
Em seis dos 14 municípios do Território
(Palestina, Itupiranga, Piçarra, Brejo
Grande, Marabá, Nova Ipixuna)
1. Melhoria do acesso e da qualidade da água ofertada à população
(Palestina, Itupiranga, Piçarra, Brejo Grande, Marabá, Nova Ipixuna);
2. Construção de poços artesianos para abastecimento da cidade e das vilas
(Brejo Grande);
3. Construção de estações de tratamento de água (Marabá, Nova Ipixuna);
Ampliação das redes de coleta de
esgoto, tanto nas zonas urbanas e
vilas rurais.
Em quatro dos 14 municípios do
Território (Marabá, Brejo Grande, São
Domingos e Piçarra)
1. Implantar redes de esgoto nas cidades e nas vilas rurais (Marabá, Brejo
Grande, São Domingos, Piçarra)
2. Construção da rede de esgoto na zona urbana (São Domingos);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
124
Habitação. Em todos os Municípios do Território 1. Construção de casas populares, de modo a diminuir o déficit habitacional
da população, principalmente de baixa renda (Marabá, Nova Ipixuna,
Piçarra);
2. Apoio à elaboração dos Planos Municipais de Habitação no âmbito do
Território;
Ampliação e melhoria da
infraestrutura existente e criação de
novos elementos infraestruturais no
âmbito do Território.
Em sete dos 14 municípios do Território
(Eldorado, Canaã, Brejo Grande, Piçarra,
Parauapebas, Curionópolis, São Geraldo)
1. Construção de estradas vicinais na zona rural, asfaltamento e/ou
calçamento de ruas na zona urbana (Eldorado, Canaã, Brejo Grande,
Piçarra);
2. Melhoria dos serviços e expansão das redes de energia elétrica (Brejo
Grande, Parauapebas e São Geraldo);
3. Demarcação da área de expansão urbana do município (Curionópolis);
4. Asfaltamento Da PA 477 (Piçarra);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
125
Dimensão Político-Institucional
1- Projetos de autonomia
1.1 Gestão das políticas e ações ao nível dos municípios e do Território
Linhas de Ação Municípios em que aparecem Propostas de ação
Fortalecimento institucional
ao nível municipal e do
Território.
Marabá, Palestina, Brejo Grande, São João,
São Domingos, São Geraldo, Canaã,
Parauapebas, Bom Jesus, Eldorado,
Curionópolis
1. Realização de momentos formativos de esclarecimentos (seminários,
reuniões, conferências municipais, campanhas (São João, Parauapebas,
Bom Jesus, Eldorado, São João, Curionópolis);
2. Estruturação, reorganização e efetivação dos Conselhos municipais
(Brejo Grande, Parauapebas);
3. Organização de conselhos, entidades e fóruns (mulheres, fórum de
educação do campo etc.) (Brejo Grande, Parauapebas, Eldorado);
4. Organizar um Conselho de entidades locais para acompanhar as ações do
Território (Brejo Grande, São Geraldo);
5. Legalização das entidades que estão irregulares (Bom Jesus, São João);
6. Participação e gestão coletiva (São Domingos, Palestina);
7. Definição conjunta de pautas entre dirigentes e filiados a partir do
estabelecimento de diálogo (São João);
8. Garantir autonomia dos Conselhos (São João);
9. Rediscutir as funções dos Conselhos (São João);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
126
10. Estruturar as secretarias municipais (São João);
11. Adequar os regimentos e a lei municipal às novas normas do
CONDRAF;
12. Melhorar a estrutura das organizações (associações, sindicatos,
cooperativas) (São João);
Investir na formação e
informação dos atores locais.
Marabá, Palestina, Brejo Grande, São João,
São Domingos, Brejo Grande, São Domingos,
São Geraldo, Canaã, Curionópolis,
Parauapebas, Eldorado, Bom Jesus
1. Promover capacitação dos dirigentes de associações, sindicatos,
cooperativas e seus associados (Marabá, São João, São Domingos, São
Geraldo, Canaã, Curionópolis, Parauapebas, Eldorado, Bom Jesus, Brejo
Grande);
2. Ampliação e melhoria da comunicação através da produção de materiais
de divulgação (informativos, impressos, rádio comunitária) (São
Domingos, São Geraldo, Parauapebas);
3. Oficinas com instituições da sociedade civil para pensar “novas
estratégias” de atuação (Palestina);
4. Fazer intercâmbios para fortalecimento do trabalho de conscientização
(São Domingos);
5. Oficinas de capacitação e formação dos trabalhadores;
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
127
1.2 Relações Institucionais
Projetos prioritários Municípios em que aparecem Propostas de ação
Melhorar o nível de
articulação entre diferentes
instituições.
Palestina, São Domingos, São João, Brejo Grande,
São Geraldo, Eldorado
1. Incentivar a realização de eventos de articulação e construção de redes
de diálogos e estabelecimento de parcerias (audiências públicas,
seminários, encontros) (São Geraldo, Palestina, Eldorado);
2. Articulação entre colônias de pescadores do estado para controle da
pesca predatória (São João);
3. Diálogo e sintonia entre instituições (ATER / Bancos) (Brejo Grande);
4. A prefeitura e as secretarias municipais têm que melhorar discussão
com o governo do estado (São João);
5. Respeito mútuo entre as organizações (São Domingos);
6. Maior sintonia entre órgãos locais (Parauapebas);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
128
6. Mecanismos de controle e gestão
Principais mecanismos de controle e
gestão identificados Municípios onde aparecem
Ações relacionadas à criação de mecanismos de controle e
gestão
Através dos Conselhos Municipais. Em todos os municípios do Território 1. Criar e estruturar os Conselhos Municipais que não existem (do meio
ambiente, por exemplo) para atuar de forma eficiente; em Bom Jesus
do Tocantins, surgiu a proposta de criação dos Conselhos Municipais
de Meio Ambiente, de Educação e de Direitos dos Idosos e das
Mulheres. Nova Ipixuna sugeriu a criação do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Rural Sustentável;
2. Ativação de Conselhos Municipais que existem no papel, mas não
estão em funcionamento (Marabá, Palestina, Brejo Grande, Bom
Jesus);
3. Revitalização e fortalecimento dos Conselhos Municipais (São João,
São Domingos, Itupiranga, Marabá, Parauapebas);
4. Capacitação dos conselheiros para melhorar sua atuação (Marabá,
Palestina, Brejo Grande, São Domingos, Eldorado, São Geraldo,
Piçarra);
5. Promover maior interação entre os Conselhos existentes através de
um fórum de debates (Eldorado)
6. Melhorar a comunicação entre sociedade civil e o poder
público/Conselhos através de divulgação das ações dos Conselhos
(Itupiranga, Eldorado);
7. Descentralização da gestão (Brejo Grande);
8. Cobrar a participação dos gestores e dos Conselhos nas discussões
(Itupiranga, Bom Jesus);
9. Realização de audiências públicas para informação e esclarecimento
da população e integração entre população e Conselhos (N. Ipixuna);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
129
Através de fóruns. Em seis dos 14 municípios do Território 1. Formação de um Conselho Fiscalizador (Palestina);
2. Aproveitar os fóruns regionais (FREC, FERA, Agro ecologia) para
fazer esse controle e gestão das ações (São João);
3. Fortalecer e incentivar a participação municipal no CODETER, (São
Domingos, Canaã, São João, São Domingos);
4. Criar um Conselho de gestão da feira com a participação das
associações e cooperativas de produtores (Itupiranga);
5. Fomentar a criação de fóruns regionais para fortalecer a gestão social
(Bom Jesus, Nova Ipixuna, Marabá, São Domingos, Canaã);
6. COHAD (Canaã)
7. Criar um fórum municipal para discussão do crédito (Piçarra);
Através de instituições
governamentais.
Em dois dos 14 municípios do Território Criação de software que padronize as ações de fiscalização para
minimização de fraudes (Parauapebas);
Através das Secretarias Municipais
(de agricultura, de meio ambiente).
Em quatro dos 14 municípios do
Território
Fortalecimento e estruturação das Secretarias para melhorar o
acompanhamento das ações relacionadas às questões ambientais (São
João, São Domingos, Itupiranga, São Geraldo);
Através de associações. Em seis dos 14 municípios do Território 1. Fortalecer as instituições locais (associações, sindicatos,
cooperativas) (Marabá, Canaã, Itupiranga, Bom Jesus, São Geraldo);
2. Criar ou fortalecer associações nos bairros urbanos (Itupiranga);
Através dos meios de
comunicação.
Em três dos 14 municípios do Território Ampliação e melhoria da comunicação e inclusão digital.
Socialização das informações através de jornais, panfletos, folders
informativos (São Geraldo, Itupiranga, Palestina);
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
130
Através dos movimentos sociais. Marabá, Canaã
Com apoio das igrejas. Marabá
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
131
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARÁ. Dados sobre pecuária, 2010.
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ALVES, Lívia N.; RODRIGUES, Márcia da S.; SHERER, Rafael dos S. O Arranjo
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Amazônia–ADA, 2006. 42p. (Relatório de Atividades, no prelo).
ALVES, Lívia N. et alli. Diagnóstico socioeconômico e ambiental da agricultura
familiar e Plano territorial de desenvolvimento rural sustentável do sudeste do
Pará. Marabá, LASAT-MDS/DST, 2006, 142p.
ALVES, Lívia N.; RODRIGUES, Márcia da S.; SHERER, Rafael dos S. O Arranjo
Produtivo do Leite do Sudeste do Pará. Belém: UFPA/Agência de Desenvolvimento da
Amazônia–ADA, 2006. 42p. (Relatório de Atividades, no prelo).
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PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
135
APÊNDICE A – Séries históricas das produções agrícolas no Território
Produção de Arroz nos Municípios do Território - Série Histórica (Tonelada)
Município 1990 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bom Jesus do Tocantins 325 1.680 1.680 1.755 2.800 3.602 4.095 1.800 2.970 2.798 2.544 3.096 1.650 2.160 1.560 1.430
Brejo Grande do Araguaia 1.625 1.040 1.260 1.400 1.300 1.430 1.560 1.248 1.380 1.916 1.916 810 616 549 588 588
Canaã dos Carajás 0 0 0 864 2.640 360 360 450 600 1.035 1.035 1.113 1.150 123 123 235
Curionópolis 420 4.410 5.460 7.350 1.700 2.210 1.700 1.020 750 700 714 560 420 250 350 350
Eldorado dos Carajás 0 1.400 2.100 2.660 1.350 2.800 4.200 4.200 3.410 2.200 2.200 2.420 2.420 2.420 3.960 3.960
Itupiranga 3.000 5.600 4.620 3.920 3.220 5.320 6.384 7.700 6.500 7.201 9.270 9.960 9.960 9.960 9.960 9.960
Marabá 325 6.160 6.160 6.160 6.050 6.050 6.500 7.150 9.100 9.100 6.750 6.750 2.885 2.885 7.470 3.420
Nova Ipixuna 0 0 0 1.680 1.400 1.500 1.500 1.600 1.500 1.320 1.700 1.468 1.428 1.428 1.428 1.428
Palestina do Pará 0 871 1.400 1.040 1.280 1.920 2.000 1.760 3.200 3.200 3.200 2.180 840 650 382 382
Parauapebas 2.400 4.800 4.800 3.456 4.620 9.900 11.880 9.720 7.560 7.500 7.365 5.940 3.093 3.000 3.000 3.525
Piçara 0 0 0 13.500 7.200 9.360 8.100 12.870 10.829 9.550 6.301 2.398 957 907 187 70
São Domingos do Araguaia 0 4.225 5.070 4.550 4.680 4.800 3.840 4.200 5.024 7.335 7.500 7.662 7.662 6.054 5.400 5.400
São Geraldo do Araguaia 2.940 27.000 45.000 31.500 20.000 28.000 24.000 16.000 8.000 4.800 7.200 5.250 4.455 4.050 2.250 1.125
São João do Araguaia 1.300 650 2.314 2.314 1.950 2.100 2.100 1.820 1.960 2.276 2.276 2.276 6.054 2.309 2.865 2.865
Total Território 12.335 57.836 79.864 82.149 60.190 79.352 78.219 71.538 62.783 60.931 59.971 51.883 43.590 36.745 39.523 34.738 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.
Produção de Feijão nos Municípios do Território (Toneladas)
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
136
Município 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bom Jesus do Tocantins 24 24 24 24 42 50 83
Brejo Grande do Araguaia 23 23 27 27 0 27 30
Canaã dos Carajás 1.059 42 258 258 126 126 126
Curionópolis 60 60 64 64 64 57 57
Eldorado dos Carajás 49 49 49 49 49 49 49
Itupiranga 351 351 390 390 390 390 390
Marabá 518 518 518 518 518 518 518
Nova Ipixuna 47 110 110 110 0 205 205
Palestina do Pará 89 89 89 89 0 75 75
Parauapebas 1.080 1.080 1.032 1.185 1.185 1.185 1.185
Piçara 101 52 27 24 19 34 33
São Domingos do Araguaia 110 100 100 100 100 120 120
São Geraldo do Araguaia 103 103 103 104 87 87 87
São João do Araguaia 68 68 68 68 90 234 234
Total Território 3.682 2.669 2.859 3.010 2.670 3.157 3.192 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.
Produção de Milho nos Municípios do Território (Toneladas)
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
137
Município 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bom Jesus do Tocantins 1.088 1.160 1.540 1.872 2.680 2.430 1.785
Brejo Grande do Araguaia 2.475 2.475 1.265 1.554 1.263 690 690
Canaã dos Carajás 8.780 6.673 7.173 9.280 4.500 4.500 5.600
Curionópolis 1.305 1.272 1.306 1.400 1.600 1.600 1.600
Eldorado dos Carajás 11.000 11.000 18.360 21.200 21.200 5.830 5.830
Itupiranga 2.831 3.760 3.850 3.975 3.975 3.975 3.975
Marabá 8.880 7.056 7.056 6.864 6.864 6.864 6.450
Nova Ipixuna 1.100 1.100 1.100 1.155 1.155 1.100 1.100
Palestina do Pará 3.850 3.850 2.530 1.070 946 665 665
Parauapebas 4.560 4.382 4.932 4.215 4.339 4.339 6.129
Piçara 26.010 13.728 3.851 2.590 2.092 11.938 11.395
São Domingos do Araguaia 1.195 1.080 1.640 1.640 2.142 2.320 2.320
São Geraldo do Araguaia 7.800 9.600 9.500 10.185 10.175 8.700 10.800
São João do Araguaia 522 522 522 2.040 1.300 3.375 3.375
Total Território 81.396 67.658 64.625 69.040 64.231 58.326 61.714 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.
Produção de Mandioca nos Municípios do Território (Toneladas)
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
138
Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bom Jesus do Tocantins 2.860 5.600 16.200 19.440 4.200 5.250 7.350 7.350 8.100 9.000 12.000 12.000
Brejo Grande do Araguaia 21.000 4.500 6.000 7.500 7.500 7.500 7.500 3.900 1.950 2.600 1.950 1.950
Canaã dos Carajás 0 0 3.300 3.300 4.000 4.000 5.400 7.200 7.920 1.800 1.800 2.700
Curionópolis 3.600 7.200 14.400 18.000 9.000 9.000 8.160 9.750 9.000 9.000 9.000 9.000
Eldorado dos Carajás 0 2.160 10.800 22.500 13.350 6.000 6.000 21.000 25.200 25.200 25.200 25.200
Itupiranga 36.000 30.000 12.600 36.000 40.500 75.000 78.750 127.500 180.000 180.000 180.000 180.000
Marabá 4.500 13.500 13.000 19.500 19.500 19.500 19.500 32.000 32.000 48.000 48.000 48.000
Nova Ipixuna 0 0 3.375 3.750 3.750 3.750 3.750 4.500 4.200 4.200 4.200 4.200
Palestina do Pará 0 6.300 4.500 5.500 5.500 6.600 6.600 5.400 3.600 4.200 4.200 4.200
Parauapebas 20.000 6.000 44.000 100.000 40.000 44.000 36.000 44.100 52.920 45.000 45.000 45.000
Piçara 0 0 30.000 30.000 60.704 47.250 42.000 23.695 14.000 16.800 6.240 5.250
São Domingos do Araguaia 0 27.000 33.000 26.400 30.800 39.200 39.200 39.760 39.760 22.400 19.600 19.600
São Geraldo do Araguaia 112.000 111.200 162.000 97.200 75.000 63.000 63.000 58.500 22.750 22.750 22.750 3.250
São João do Araguaia 14.250 7.500 9.000 10.500 10.400 11.200 11.200 11.200 50.400 13.440 3.360 3.360
Total Território 214.210 220.960 362.175 399.590 324.204 341.250 334.410 395.855 451.800 404.390 383.300 363.710 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.
Produção de Abacaxi nos Municípios do Território (mil Frutos)
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
139
Município 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bom Jesus do Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Brejo Grande do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 200
Canaã dos Carajás 0 408 408 408 408 204 204 224 245 245 245
Curionópolis 0 163 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Eldorado dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Itupiranga 306 0 200 700 700 700 400 400 400 400 400
Marabá 714 510 306 0 0 0 0 0 0 0 0
Nova Ipixuna 0 40 0 0 0 0 0 300 300 122 122
Palestina do Pará 0 0 0 0 0 0 0 210 0 0 0
Parauapebas 1.224 1.836 3.876 3.876 3.468 3.468 1.632 1.224 1.224 1.224 1.224
Piçara 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
São Domingos do Araguaia 400 400 300 200 200 200 300 300 300 600 600
São Geraldo do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 784 0
São João do Araguaia 200 200 200 0 200 200 200 300 300 6.000 6.000
Total Território 2.844 3.557 5.290 5.184 4.976 4.772 2.736 2.958 2.769 9.375 8.791 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
140
Produção de Banana nos Municípios do Território (Toneladas)
Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bom Jesus do Tocantins 75 555 821 8.003 1.654 1.334 1.334 1.334 1.240 1.000 1.250 1.250
Brejo Grande do Araguaia 121 52 462 5.875 6.750 3.750 3.750 1.125 1.250 3.750 7.500 7.500
Canaã dos Carajás 0 0 1.333 7.750 7.625 7.750 5.000 5.000 5.000 5.625 5.625 5.625
Curionópolis 400 262 612 5.000 5.000 4.625 4.625 4.375 4.375 4.375 4.375 4.375
Eldorado dos Carajás 0 622 866 5.500 7.250 9.125 9.125 9.125 9.125 9.125 10.375 10.375
Itupiranga 1.999 2.249 3.282 24.625 21.250 21.250 21.250 22.500 23.750 23.750 23.750 23.750
Marabá 600 611 778 10.000 10.000 10.000 9.375 10.000 10.000 10.000 10.375 7.500
Nova Ipixuna 0 0 962 10.000 9.000 6.300 1.125 1.750 2.250 2.250 2.160 2.126
Palestina do Pará 0 187 612 6.125 2.812 2.812 2.812 2.000 2.125 2.312 2.312 2.312
Parauapebas 900 2.666 3.176 20.375 16.250 18.250 18.250 17.875 18.250 18.750 18.750 18.750
Piçara 0 0 1.462 14.602 8.690 6.318 3.510 3.510 3.636 3.510 3.510 3.510
São Domingos do Araguaia 0 56 225 2.600 2.287 2.312 2.312 1.875 1.875 2.500 2.687 2.687
São Geraldo do Araguaia 1.625 3.202 4.219 43.750 28.750 22.500 22.500 15.000 17.250 17.250 20.375 16.250
São João do Araguaia 225 112 175 2.125 2.500 2.125 2.125 2.125 1.850 1.687 2.938 2.938
Total Território 5.945 10.574 18.985 166.330 129.818 118.451 107.093 97.594 101.976 105.884 115.982 108.948 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
141
Produção de Maracujá nos Municípios do Território (Toneladas)
Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bom Jesus do Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Brejo Grande do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Canaã dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Curionópolis 0 0 0 0 0 0 0 200 200 250 200 200
Eldorado dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Itupiranga 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Marabá 0 0 480 30 0 30 30 30 30 30 30 30
Nova Ipixuna 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Palestina do Pará 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Parauapebas 0 6.000 1.120 1.000 200 200 200 200 300 300 200 200
Piçara 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
São Domingos do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
São Geraldo do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 18 9
São João do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 140 140
Total Território 0 6.000 1.600 1.030 200 230 230 430 530 580 588 579 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
142
Produção de Açaí nos Municípios do Território (Toneladas)
Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bom Jesus do Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Brejo Grande do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Canaã dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Curionópolis 0 0 0 0 0 83 0 0 0 0 0 0
Eldorado dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Itupiranga 0 0 0 0 0 0 0 10 11 15 16 15
Marabá 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Nova Ipixuna 0 0 0 0 0 0 0 30 31 34 35 35
Palestina do Pará 0 0 0 0 0 36 0 0 0 0 0 0
Parauapebas 0 0 0 0 0 0 0 9 0 0 0 0
Piçara 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
São Domingos do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
São Geraldo do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
São João do Araguaia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total Território 0 0 0 0 0 119 0 49 42 49 51 50 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
143
Produção de Castanha-do-Pará nos Municípios do Território (Toneladas)
Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bom Jesus do Tocantins 60 39 92 93 98 100 107 108 80 87 86 96
Brejo Grande do Araguaia 275 80 76 75 72 67 66 55 50 45 46 45
Canaã dos Carajás 0 0 8 8 9 8 8 7 7 7 6 6
Curionópolis 560 100 88 85 88 0 80 65 62 60 55 50
Eldorado dos Carajás 0 150 142 137 140 133 125 120 115 120 118 115
Itupiranga 335 200 176 171 175 180 182 146 140 150 150 145
Marabá 600 38 43 40 42 40 38 36 33 35 34 35
Nova Ipixuna 0 0 47 43 41 35 36 36 34 35 33 30
Palestina do Pará 0 76 51 46 41 0 35 32 30 28 30 30
Parauapebas 395 160 10 10 11 12 11 0 8 10 9 10
Piçara 0 0 68 88 44 13 13 6 5 5 5 3
São Domingos do Araguaia 0 120 112 105 100 105 101 80 82 85 80 80
São Geraldo do Araguaia 70 0 0 0 0 0 0 20 20 22 20 21
São João do Araguaia 285 32 27 23 22 23 21 18 17 18 16 15
Total Território 2.580 995 940 924 883 716 823 729 683 707 688 681 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
SUDESTE PARAENSE – 2010
144
Produção de Babaçu nos Municípios do Território (Toneladas)
Município 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bom Jesus do Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Brejo Grande do Araguaia 6 4 5 4 4 3 3 3 4 4 6 6
Canaã dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Curionópolis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Eldorado dos Carajás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Itupiranga 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Marabá 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Nova Ipixuna 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Palestina do Pará 0 4 5 4 4 4 4 4 4 5 5 5
Parauapebas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Piçara 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
São Domingos do Araguaia 0 0 7 6 7 7 7 8 7 8 8 8
São Geraldo do Araguaia 13 0 0 0 0 0 0 5 5 6 6 6
São João do Araguaia 7 0 3 3 3 3 3 4 4 4 5 5
Total Território 26 8 20 17 18 17 17 24 24 27 30 30 Fonte: SIDRA, IBGE, 2010.
APÊNDICE B – Área de desmatamento anual nos estados da Amazônia no período
1988-2009 (em km²).
Fonte: INPE/PRODES (2010).
Realização
SOCIEDADE DE MEIO AMBIENTE EDUCAÇÃO E CIDADANIA - SOMEC
Secretaria de
Desenvolvimento Territorial
Ministério do
Desenvolvimento Agrário
COLEGIADO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
CODETER SUDESTE PARAENSE
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